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FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA DE UNAÍ - FACTUAssociação de Ensino e Pesquisa de Unaí - AEPU
Autorizada pela Portaria MEC 1.050/97Professora: Juliana Lacerda Machado
Disciplina: Metodologia da Alfabetização e Letramento
APOSTILA DE METODOLOGIA DA ALFABETIZAÇÃO E
LETRAMENTO
Construindo competências e habilidades em leitura e escrita
UNAÍ – MG2/2013
INFORMAÇÕES AO ACADÊMICO:
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Disciplina: Metodologia da Alfabetização e Letramento
Observe atentamente os itens seguintes para um melhor aproveitamento do Semestre Letivo.
Entregar com antecedência atestados ou declarações de trabalho que justifique sua ausência no decorrer das aulas;
Informar com antecedência ao professor da participação em cursos de capacitação ou formação profissional e apresentação de comprovante logo após seu retorno às aulas.
COM RELAÇÃO À AULA:
Estar atento aos textos de leituras programados conforme conteúdo; Pontualidade e participação das aulas teóricas, práticas e seminários; Procurar registrar as atividades desenvolvidas e complementá-las a partir das
referências.
COM RELAÇÃO À REALIZAÇÃO DE AVALIAÇÕES BIMESTRAIS:
Ser pontual, procurar estudar com antecedência e tirar dúvidas com o professor; Desligar o celular (ou aparelhos sonoros) antes de entrar para a sala de aula; Usar caneta (as avaliações respondidas a lápis não terão o direito à revisão); Caso seja necessária revisão de avaliação, o acadêmico deverá respeitar as
determinações regimentais previstas; Diante de qualquer imprevisto, procurar imediatamente a coordenação
pedagógica, pagar uma taxa no financeiro, preencher requerimento na secretaria e marcar uma nova data para a Avaliação.
COM RELAÇÃO A TRABALHOS SOLICITADOS:
Utilizar as normas da ABNT (Disponíveis na biblioteca da FACTU); O trabalho sempre deverá ser redigido com as palavras do acadêmico, caso tenha
necessidade de alguma cópia de livro ou internet deve se citar a fonte; Caso tenha qualquer dúvida, estou à disposição para maiores esclarecimentos.
A HISTÓRIA DA ALFABETIZAÇÃO
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1 A leitura e a escrita na antiguidade
A leitura e escrita foram surgindo historicamente a partir do momento em que o homem aprendeu a comunicar seus pensamentos e sentimentos. Daí houve a necessidade em registrar as ideias sobre como funciona o sistema de comunicação (BARBOSA, 1994).
Rizzo (2005, p. 13) destaca que esse processo de registro teve início de maneira prática
[...] com a pintura nas cavernas do período paleolítico; transformou-se na pictografia (registro de ideias por desenhos copiados da natureza com relativo realismo); aperfeiçoou-se com a simplificação desses desenhos, transformando-os em ideogramas (sinais simplificados de desenhos, já sem a preocupação de fazê-los cópias fiéis da natureza) e resultou na criação dos fonogramas (sinais que representam os sons da língua falada), invenção essa atribuída ao povo semita, que habitava a Ásia Menor.
A escrita que temos hoje, o alfabeto com o qual (re) construímos graficamente nosso olhar, com o qual podemos dizer das coisas e dos outros, é resultante “de longos anos de história da escrita e decorrente de sua necessidade de registrar fatos, ideias e pensamentos” ( RIZZO, 2005,p.13).
Nota-se na realidade que o desenvolvimento da escrita evoluiu devido às observações nas mudanças de governo, nos fatores geográficos, sociais, culturais e econômicos, portanto os registros históricos se fizeram necessários, para garantir às gerações futuras os conhecimentos dos fatos passados.
Ao criar-se código de sinais para fixação do conhecimento, precisou de compreensão para dominá-lo, isso para que os que quisessem ter acesso à informação escrita.
Em muitas culturas históricas, a linguagem escrita era dominada por uma casta de funcionários ou sacerdotes, o que assegurava o poder através do controle da referente linguagem. Os escribas, sacerdotes do antigo Egito ou Eclesiásticos da Idade Média europeia desfrutavam desse privilégio.
Na Antiguidade, na Grécia e Roma Antiga, o ensino da leitura e da escrita
[...] enfatizava de tal forma o domínio do alfabeto (ensino do nome e das formas das letras), a ponto de o processo iniciar-se pela caligrafia e pelo reconhecimento oral do nome de cada sinal (letra). Esse procedimento era bastante repetitivo e demorado e transformava-se, numa fase posterior, na conjugação de dois, depois três sinais para serem “lidos” juntos, formando assim novos sons, sem qualquer preocupação de ligação destes a significados (RIZZO, 2005, p. 14)
A respeito do processo de ensino da leitura e da escrita, RIZZO (2005, p.14), iniciava com exercícios de domínio de todas as possíveis combinações de letras e sons, assim passavam para a etapa posterior, na qual somente depois de “os alunos já estarem manobrando bem penas e tintas na caligrafia das letras, estes eram, então, levados a formarem palavras, que, depois, reunidas, formavam frases e, finalmente, textos”.
A origem do termo alfabetizar deve-se ao ensino do alfabeto e “ ao primeiro método de ensino, que conhecemos pelo nome de alfabético ( RIZZO, 2005,p.15).
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Como já foi enfatizado, saber ler e escrever era sinal de status, e somente as classes da elite tinham acesso, o que persistiu até muito recentemente.
O ensino na Grécia
[...] era sempre individual e cabia aos escravos (pessoa cultas retidas como prisioneiras de guerra) faze-lo. Em Roma, em época posterior, os filhos dos ricos já iam à escola. Os professores eram, geralmente, gregos, na sua maioria, escravos dos romanos. Ensinavam a poucos alunos, em cada classe, que podia ser de meninos ou de meninas, separadamente. As aulas eram sempre na parte da manhã. (RIZZO, 2005, p. 15)
Com o passar dos anos, na Antiguidade, o método alfabético passou a ser questionado pelos pedagogos frente as dificuldades dos alunos em “[...] enunciar sons resultantes de combinações de consoantes com vogais, tendo aquelas nomes diferentes dos sons que deveriam evocar”, segundo Rizzo (2005, p. 15). Devido a esse fracasso, substituíram por uma simplificação, que era semelhante em tudo ao primeiro, porém não ensinava mais o nome das letras e sim o seu respectivo som. Assim foi criado o método fônico ou fonético.
Por volta do séc. XV foi inventada a imprensa móvel que veio ao mundo europeu romper com os modos antigos, porém reservados a poucos. A partir do Renascimento a quantidade de indivíduos que dominavam a leitura e escrita veio a aumentar. A Reforma Protestante insistiu em que os fiéis lessem a Bíblia, o que motivou o aumento do interesse pelo domínio do alfabeto. Mais tarde surgiu o iluminismo a desempenhar no desenvolvimento da alfabetização, sentiu necessidade em alfabetizar a sociedade, para contar com um povo alfabetizado no seu conjunto. No inicio do séc. XIX os estados liberais europeus providenciaram planejamentos de alfabetização para escolarização de crianças obrigatoriamente (CENED, 2002).
No Brasil os portugueses encontraram povos primitivos quando chegaram às costas da Bahia no ano de 1.500. Dividiam-se em tribos mediante tradição oral, passaram as sucessivas gerações os valores de seus antepassados. Estes povos eram muitas tribos indígenas existentes no Brasil acolheram os europeus, em anos seguintes foram submetidos à catequese cristã por várias ordens religiosas. Os Jesuítas, com a finalidade catequética, implantaram a primeira escola no Brasil, assim a educação jesuítica, nos chamados “tempos heroicos” (primeiros 21 anos – 1549-1570), comandados pelo Padre Manuel da Nóbrega, era organizada em recolhimentos onde eram educados mamelucos, os órfãos, os indígenas (especialmente os filhos dos caciques) e os filhos dos colonos brancos dos povoados.
A partir de 1556, Anchieta recolheu a língua falada no Brasil, na região sul e elaborou uma Gramática da Língua-Guarani, e as primeiras peças educacionais compostas a partir da matriz europeia.
Quando as tropas napoleônicas se aproximaram de Lisboa, a família real veio para o Brasil, ensinou-se uma nova Educação brasileira no Reinado de D. João VI com novos e exigiram novas posturas da antiga e pobre colônia nos aspectos cultural e industrial. Alguns que já haviam estudado tiveram acesso ao ensino superior, e a comunidade permaneceu analfabeta.
Com a proclamação da Independência do Brasil, continuou a mesma linha de pensamento do tempo de D. João VI, implantaram curso de direito em Pernambuco e São Paulo. A alfabetização permaneceu esquecida, nessa época o acesso à alfabetização
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era restrito aos padres, freiras e aos descendestes das famílias que tinham condições financeiras, pagavam o ensino particular, o catolicismo arcava com os estudos para aqueles que optavam por ser padre ou freira.
O Decreto Imperial de 15 de outubro de 1827
[...] foi a primeira lei de instrução elementar, no Brasil, durante o Império e única por até 1946. Por esses dados já se pode ter uma ideia do descaso com que foi tratada a instrução elementar como tarefa da família, por meio de preceptores, dispensava a reivindicação de escolas. Quando o faziam era apenas para confirmar o discurso demagógico que permeou todas as ações da elite ante as necessidades da população (ZOTTI, 2004, p. 39).
O segundo imperador do Brasil. D. Pedro II, não implantou sequer um curso superior e não se preocupou com a questão do analfabetismo, ainda porque toda a produção agrícola era suportada pela mão-de-obra escrava.
Ainda no decorrer do Segundo Império começaram a surgir, por todo o Brasil, escolas geradas pelos trabalhos de pregação de missionários evangélicos presbiterianos vindos dos Estados Unidos da América. Os presbiterianos fundaram escola fundamental que restringia apenas aos protestantes e maçons situação que a comunidade continuava sem estudar.
Durante a República velha, copiaram-se a constituição do Estados Unidos, deram seguimentos ao ensino particular e proibiram o ensino público. No Estado Novo impediram o processo educativo pelos estrangeiros existentes no Brasil, em virtude à imigração europeias e Asiáticas, que começaram a ignorar a Língua Portuguesa. Foi barrada pelo o governo que ignorou também o Ensino público e básico.
Durante República, o período da Primeira República, “produziu uma farta legislação sobre o ensino superior em todo o país e os ensinos secundários e primário” que se tornaram inoperantes com a Constituição de 1891 e a vitória do federalismo, “que deferiu aos estados a atribuição do ensino primário, dando-lhes o direito de organizar os seus sistemas escolares, sem fixar as diretrizes de uma política de educação nacional” (ZOTTI, 2004. p.68).
Na década de 70 iniciou ações do movimento brasileiro de alfabetização (MOBRAL), que atingiu 30 milhões de jovens e adultos nos 3.953 municípios em que penetrou. Extinto em 25.11.1985 deu origem a Fundação Educar.
O MOBRAL, no Brasil, emergiu enquanto luta pela educação popular e assim como:
[...] nos países dependentes, pode ser analisada sob dois ângulos: a) política externa, b) política interna. No Brasil o primeiro nos conduz ao MOBRAL que tem como objetivo a adaptação, a preparação da mão-de-obra para o mercado de trabalho. Para isso o indivíduo deve ser alfabetizado a fim de receber duma forma mais fácil as informações e o treinamento que lhe permitirão desenvolver o trabalho que lhe está reservado no desenvolvimento do país, ou seja: o indivíduo é condicionado e instrumentalizado (BORBA, 1984, p. 22).
Também no inicio dos anos 80, com o objetivo fundamental de promover a participação comunitária, entraram em ação o Programa Nacional de Ações Sócio - Educativos para o Meio Rural (PRONASEC) e o Programa de Ações Sócio Educativos e Culturais (PRODASEC), centrado nas zonas urbanizadas.
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No entanto, essas iniciativas não resolveram o problema de expandir efetivamente a alfabetização. No Brasil hoje, os atuais governantes brasileiros têm despendido grandes esforços para afastar o analfabetismo e para oferecer educação em todos os níveis à sociedade.
Atualmente a principal motivação, de vários autores que pesquisam sobre o processo de construção da escrita, na perspectiva da teoria desenvolvida por Emília Ferreiro, deve-se ao fato dessa abordagem enfocar a origem e a evolução das funções a psicogênese da escrita da criança em relação à alfabetização.
Para FERREIRO (1989, p.24):
O desenvolvimento da alfabetização ocorre, sem dúvida, em um ambiente social. Mas as práticas sócias, assim como as informações sociais, não são recebidas passivamente pelas crianças. Quando tentam compreender, elas necessariamente transformam o conteúdo recebido. Além do mais, a fim de registrarem a informação, elas a transforma. Este é o significado profundo da noção de assimilação que Piaget coloca no âmago de sua teoria.
Em decorrência das conclusões obtidas por Emília Ferreiro, as estudiosas nessa abordagem sentem a necessidade de uma reestruturação nos conceitos, nas práticas e nas posturas didáticas, repensando a função do professor alfabetizador e, principalmente, considerando a criança como o sujeito que está se desenvolvendo num ambiente social cuja alfabetização se realiza num processo de construção de conhecimento referente ao sistema alfabético da escrita. Neste sentido, a criança não está sendo alfabetizada por alguém, mas sim está alfabetizando-se ao interagir com o meio e com as pessoas que a cercam. O principal objetivo deste trabalho é levar–nos, enquanto educadoras e alfabetizadoras, que somos, a rever nossa postura, refletir e definir nossa prática numa postura construtivista e esclarecer os principais pontos da obra de Emília Ferreiro e Ana Teberosky, sobre as questões que envolvem a Psicogênese da Língua Escrita.
1.1 Cartilhas da Língua Portuguesa
Segundo o dicionário Houaiss, a palavra cartilha significa “livro que ensina os primeiros rudimentos de leitura” ou “pequeno caderno que contém as letras do alfabeto e os primeiros rudimentos para aprender a ler”. É o diminutivo de carta. Por derivação, o termo pode ser usado no sentido de livreto que contém rudimentos da doutrina cristã ou, ainda, significando qualquer compilação elementar.
O termo cartilha tem origem na palavra “cartinha”, usada em língua portuguesa desde o princípio da Idade Moderna para identificar aqueles textos impressos cujo propósito explícito era o de ensinar a ler, escrever e contar. Tais documentos geralmente traziam o abecedário, a construção de palavras e suas subdivisões, alguns excertos simples com conteúdos moralizadores, quase sempre precedidos de excertos de orações ou de salmos, uma vez que a religiosidade era a marca do ensino primário que se desenvolvia naquele período.
Antes do surgimento das cartilhas de alfabetização, a ausência ou raridade dos livros didáticos dificultava o trabalho de ensinar “as primeiras letras”. Os livros e materiais existentes eram aqueles que as crianças traziam de suas casas. Eram utilizados também textos manuscritos elaborados pelos próprios professores, cartas, ofícios, documentos de
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cartório, relatos de viajantes, a constituição do Império e a Bíblia. Até o século XIX, boa parte dos textos escritos que as crianças traziam de casa para utilizar na escola como material de ensino da leitura eram manuscritos, sendo as cartas os documentos mais comuns.
Portanto, as cartilhas têm sua origem associada à elaboração de material impresso simplificado e específico, direcionado a facilitar os processos de alfabetização. Posteriormente, a palavra cartilha assumiu uma conotação mais ampla, para além do universo da alfabetização, passando a significar também publicações concisas, voltadas a apresentar qualquer tema específico de maneira simples, objetiva e didática.
1.2 Métodos e processos de alfabetização
O melhor método para a alfabetização é um discussão antiga entre os especialistas no assunto e também entre os pais quando vão escolher uma escola para seus filhos começaram a ler as primeiras palavras e frases. No caso brasileiro, com os elevados índices de analfabetismo e os graves problemas estruturais na rede pública de ensino, especialistas debatem qual seria o melhor método para revolucionar, ou pelo menos, melhorar a educação brasileira. Ao longo das décadas, houve uma mudança da forma de pensar a educação, que passou a ser vista da perspectiva de como o aluno aprende e não como o professor ensina.
São muitas as formas de alfabetizar e cada uma delas destaca um aspecto no aprendizado. Desde o método fônico, adotado na maioria dos países do mundo, que faz associação entre as letras e sons, passando pelo método da linguagem total, que não utiliza cartilhas, e o alfabético, que trabalha com o soletramento, todos contribuem, de uma forma ou de outra, para o processo de alfabetização.
Métodos sintéticos ou analíticos
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Existem duas opções para o ensino da leitura: ou parte-se da parte para o todo, que são os métodos sintéticos, ou parte-se do todo para as partes, os chamados métodos analíticos. A partir desses métodos, é possível delinear também como funcionam os métodos de alfabetização.
Método sintético
O método sintético estabelece uma correspondência entre o som e a grafia, entre o oral e o escrito, através do aprendizado letra por letra, ou sílaba por sílaba e palavra por palavra.
Os métodos sintéticos podem ser divididos em três tipos: o alfabético, o fônico e o silábico. No alfabético, o estudante aprende inicialmente as letras, depois forma as sílabas juntando as consoantes com as vogais, para, depois, formar as palavras que constroem o texto.
No fônico, também conhecido como fonético, o aluno parte do som das letras, unindo o som da consoante com o som da vogal, pronunciando a sílaba formada. Já no silábico, ou silabação, o estudante aprende primeiro as sílabas para formar as palavras.
Por este método, a aprendizagem é feita primeiro através de uma leitura mecânica do texto, através da decifração das palavras, vindo posteriormente a sua leitura com compreensão.
Neste método, as cartilhas são utilizadas para orientar os alunos e professores no aprendizado, apresentando um fonema e seu grafema correspondente por vez, evitando confusões auditivas e visuais.
Como este aprendizado é feito de forma mecânica, através da repetição, o método sintético é tido pelos críticos como mais cansativo e enfadonho para as crianças, pois é baseado apenas na repetição e é fora da realidade da criança, que não cria nada, apenas age sem autonomia.
Método analítico
O método analítico, também conhecido como “método olhar-e-dizer”, defende que a leitura é um ato global e audiovisual. Partindo deste princípio, os seguidores do método começam a trabalhar a partir de unidades completas de linguagem para depois dividi-las em partes menores. Por exemplo, a criança parte da frase para extrair as palavras e, depois, dividi-las em unidades mais simples, as sílabas.
Este método pode ser divido em palavração, setenciação e global. Na palavração, como o próprio nome diz, parte-se da palavra. Primeiro, existe o contato com os vocábulos em uma sequência que engloba todos os sons da língua e, depois da aquisição de certo número de palavras, inicia-se a formação das frases.
Na setenciação, a unidade inicial do aprendizado é a frase, que é depois dividida em palavras, de onde são extraídos os elementos mais simples: as sílabas. Já no global, o
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método é composto por várias unidades de leitura que têm começo, meio e fim, sendo ligadas por frases com sentido para formar um enredo de interesse da criança. Os críticos deste método dizem que a criança não aprende a ler, apenas decora.
Método alfabético
Um dos mais antigos sistemas de alfabetização, o método alfabético, também conhecido como soletração, tem como princípio de que a leitura parte da decoração oral das letras do alfabeto, depois, todas as suas combinações silábicas e, em seguida, as palavras. A partir daí, a criança começa a ler sentenças curtas e vai evoluindo até conhecer histórias.
Por este processo, a criança vai soletrando as sílabas até decodificar a palavra. Por exemplo, a palavra casa soletra-se assim c, a, ca, s, a, sa, casa. O método Alfabético permite a utilização de cartilhas.
As principais críticas a este método estão relacionadas à repetição dos exercícios, o que o tornaria tedioso para as crianças, além de não respeitar os conhecimentos adquiridos pelos alunos antes de eles ingressarem na escola.
O método alfabético, apesar de não ser o indicado pelos Parâmetros Curriculares Nacionais, ainda é muito utilizado em diversas cidades do interior do Nordeste e Norte do país, já que é mais simples de ser aplicado por professores leigos, através da repetição das Cartas de ABC, e na alfabetização doméstica.
Método fônico
O método fônico consiste no aprendizado através da associação entre fonemas e grafemas, ou seja, sons e letras. Esse método de ensino permite primeiro descobrir o princípio alfabético e, progressivamente, dominar o conhecimento ortográfico próprio de sua língua, através de textos produzidos especificamente para este fim.
O método é baseado no ensino do código alfabético de forma dinâmica, ou seja, as relações entre sons e letras devem ser feitas através do planejamento de atividades lúdicas para levar as crianças a aprender a codificar a fala em escrita e a decodificar a escrita no fluxo da fala e do pensamento.
O método fônico nasceu como uma crítica ao método da soletração ou alfabético. Primeiro são ensinadas as formas e os sons das vogais. Depois são ensinadas as consoantes, sendo, aos poucos, estabelecidas relações mais complexas. Cada letra é aprendida como um fonema que, juntamente com outro, forma sílabas e palavras. São ensinadas, primeiro, as sílabas mais simples e depois as mais complexas.
Visando aproximar os alunos de algum significado é que foram criadas variações do método fônico. O que difere uma modalidade da outra é a maneira de apresentar os sons: seja a partir de uma palavra significativa, de uma palavra vinculada à imagem e som, de um personagem associado a um fonema, de uma onomatopeia ou de uma história para dar sentido à apresentação dos fonemas. Um exemplo deste método é o
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professor que escreve uma letra no quadro e apresenta imagens de objetos que comecem com esta letra. Em seguida, escreve várias palavras no quadro e pede para os alunos apontarem a letra inicialmente apresentada. A partir do conhecimento já adquirido, o aluno pode apresentar outras palavras com esta letra.
A maior crítica a este método é que não serve para trabalhar com as muitas exceções da língua portuguesa. Por exemplo, como explicar que cassa e caça têm a mesma pronúncia e se escrevem de maneira diferente?
Método da linguagem total
Também conhecido como “whole language”, a Linguagem Total, criada pelos linguistas Keneth e Yetta Goodman, tem como principal tese a ideia de que se “aprende lendo”, e que, portanto, a utilização de imagens e sons deve ser evitada. Por este método, o professor apresenta textos para os alunos e os lê em voz alta, fazendo com que os estudantes acompanhem. A partir daí, a criança começa a conhecer a linguagem escrita, aprendendo as palavras, as sílabas e as letras.
Sem utilizar cartilhas, este método, que foi bastante disseminado nos Estados Unidos, teve como principal crítica a falta de questões relacionadas à compreensão da natureza alfabética do sistema de escrita e à aprendizagem do valor sonoro do alfabeto. Embora em menor escala, este método ainda é utilizado em estabelecimentos alternativos no Brasil.
Os parâmetros curriculares nacionais e o método construtivista
Os Parâmetros Curriculares Nacionais, também conhecido como PCN´s, são uma espécie de manual para as escolas sobre como deveria ser a orientação para o ensino, de acordo com o Ministério da Educação. Criado em 1998, este documento tem como função orientar e garantir a coerência dos investimentos no sistema educacional, socializando discussões, pesquisas e recomendações, subsidiando a participação de técnicos e professores brasileiros, principalmente daqueles que se encontram mais isolados, com menor contato com a produção pedagógica atual.
Os PCNs propõem um currículo baseado no domínio das competências básicas e que esteja em consonância com os diversos contextos de vida dos alunos. "Mais do que reproduzir dados, denominar classificações ou identificar símbolos, estar formado para a vida, num mundo como o atual, de tão rápidas transformações e de tão difíceis contradições, significa saber se informar, se comunicar, argumentar, compreender e agir, enfrentar problemas de qualquer natureza, participar socialmente, de forma prática e solidária, ser capaz de elaborar críticas ou propostas e, especialmente, adquirir uma atitude de permanente aprendizado", diz o documento.
Os PCN´s foram estabelecidos a partir de uma série de encontros, reuniões e de discussão realizados por especialistas e educadores de todo o país, de acordo com as diretrizes gerais estabelecidas pela Lei de Diretrizes e Bases. Segundo o MEC, estes documentos foram feitos para ajudar o professor na execução de seu trabalho, servindo
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de estímulo e apoio à reflexão sobre a sua prática diária, ao planejamento das aulas e, sobretudo, ao desenvolvimento do currículo da escola, formando jovens brasileiros para enfrentar a vida adulta com mais segurança.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais defendem a linha construtivista como método de alfabetização. Surgida na década de 80, a partir de estudiosas da área como Ana Teberowsky e Emília Ferreiro, esta linha defende que a escola deve valorizar o conhecimento que a criança tem antes de ingressar no estabelecimento. A sua ênfase é na leitura e na língua escrita.
Os construtivistas são contra a elaboração de um material único para ser aplicado a todas as crianças, como as cartilhas, e rejeitam a prioridade do processo fônico. Por este método, as escolas, durante o processo de alfabetização, devem utilizar textos que estejam próximos do universo da criança.
Os defensores do método fônico culpam o construtivismo, base dos Parâmetros Curriculares Nacionais, pelos problemas de alfabetização no Brasil. Segundo os críticos, a concepção construtivista, em muitos casos, ignora que os estudantes de classe baixa, vindos de famílias menos letradas, trazem de casa uma bagagem cultural muito pequena, dificultando a sua adaptação a este método.
VISVANATHAN, Christianne. Como funcionam os métodos de alfabetização. Disponível em: http://pessoas.hsw.uol.com.br/metodo-de-alfabetizacao6.htm Acesso em 06 de abr. 2013.
Português no Mundo
Atualmente, o português é língua oficial de oito países: Portugal, Brasil, Angola,
Moçambique, Guiné-Bissau, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe e Timor Leste. Apesar
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da incorporação de vocábulos nativos e de modificações gramaticais e de pronúncia
próprias de cada país, as línguas mantêm uma unidade com o português de Portugal.
A Língua Portuguesa se faz presente em todos os continentes, observe:
América: O Brasil é o único país de língua portuguesa na América. Durante o
período colonial, o português falado no Brasil foi influenciado pelas línguas indígenas,
africanas e de imigrantes europeus. Isso explica as diferenças regionais na pronúncia e
no vocabulário verificadas, por exemplo, no nordeste e no sul do país. Apesar disso, a
língua conserva a uniformidade gramatical em todo o território.
Europa: O português é a língua oficial de Portugal. Em 1986, o país passa a
integrar a Comunidade Econômica Européia (CEE) e a língua portuguesa é adotada
como um dos idiomas oficiais da organização. Existem falantes concentrados na França,
Alemanha, Bélgica, em Luxemburgo e na Suécia, sendo a França o país com mais
falantes.
Ásia: Entre os séculos XVI e XVIII, o português atuou como língua franca nos
portos da Índia e sudeste da Ásia. Atualmente, a cidade de Goa, na Índia, é o único lugar
do continente onde o português sobrevive na sua forma original. Entretanto, o idioma
está sendo gradualmente substituído pelo inglês. Em Damão e Diu (Índia), Java
(Indonésia), Macau (ex-território português), Sri Lanka e Málaca (Malásia) fala-se o
crioulo, língua que conserva o vocabulário do português, mas adota formas gramaticais
diferentes.
Oceania: O português é idioma oficial no Timor Leste. No entanto, a língua
dominante no país é o tétum. Devido à recente ocupação indonésia, grande parte da
população compreende o indonésio bahasa, apenas uma minoria compreende o
português.
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África: O português é a língua oficial de cinco países, sendo usado na
administração, no ensino, na imprensa e nas relações internacionais. A língua convive
com diversos dialetos crioulos.
A Formação da Língua Portuguesa no Brasil
A língua é um organismo vivo que se modifica ao longo do tempo. Palavras
novas surgem para expressar conceitos igualmente novos; outras deixam de ser
utilizadas, sendo substituídas.
Na época das grandes navegações, Portugal conquistou inúmeras colônias e o
idioma português foi influenciado pelas línguas faladas nesses lugares, incorporando
termos diferentes como "jangada", de origem malaia, e "chá", de origem chinesa. O
período renascentista também provocou uma série de modificações na língua, que
recebeu termos eruditos, especialmente aqueles relacionados à arte.
Os colonizadores portugueses, principalmente os padres jesuítas, difundiram o
idioma no Brasil. No entanto, diversas palavras indígenas foram incorporadas ao
português e, posteriormente, expressões utilizadas pelos escravos africanos e imigrantes
também foram adotadas. Assim, o idioma português foi se juntando à família linguística
tupi-guarani, em especial o Tupinambá, um dos dialetos Tupi. Os índios, subjugados ou
aculturados, ensinaram o dialeto aos europeus que, mais tarde, passaram a se comunicar
nessa "língua geral", o Tupinambá. Em 1694, a língua geral reinava na então colônia
portuguesa, com características de língua literária, pois os missionários traduziam peças
sacras, orações e hinos, na catequese.
Com a chegada do idioma iorubá (Nigéria) e do quimbundo (Angola), por meio
dos escravos trazidos da África, e com novos colonizadores, a Corte Portuguesa quis
garantir uma maior presença política. Uma das primeiras medidas que adotou, então, foi
obrigar o ensino da Língua Portuguesa aos índios.
Desde o século XVI, época da formação do Português moderno, o português
falado em Portugal manteve-se mais impermeável às contribuições linguísticas externas.
Já o Brasil, em decorrência do processo de formação de sua nacionalidade, esteve mais
aberto às contribuições linguísticas de outros povos.
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Ainda hoje o português é constantemente influenciado por outras línguas. É
comum surgirem novos termos para denominar as novas tecnologias do mundo
moderno, além de palavras técnicas em inglês e em outros idiomas que se aplicam às
descobertas da medicina e da ciência. Assim, o contato com línguas estrangeiras faz com
que se incorporem ao idioma outros vocábulos, em sua forma original ou
aportuguesados.
Atualmente, existem muitas diferenças entre o português que falamos no Brasil e
o que se fala em Portugal. Tais diferenças não se limitam apenas à pronúncia das
palavras, facilmente notabilizada na linguagem oral. Existem também diferenças de
vocabulário, só para citar um exemplo, no Brasil dizemos "trem", em Portugal se diz
"comboio" e de construção gramatical, enquanto no Brasil se utiliza uma construção
como "estou estudando", em Portugal prefere-se a forma "estou a estudar".
LINGUAGEM - LÍNGUA - FALA
Linguagem – é o sistema de comunicação mais rico e mais organizado. Essa capacidade
que só o homem possui de se comunicar através da linguagem se corporifica numa
língua particular e representativa de cada civilização. Exercício oriundo da faculdade,
inerente ao homem que lhe possibilita a comunicação. É o instrumento graças ao qual o
homem modela seu pensamento, seus sentimentos, suas emoções, seus esforços, sua
vontade, seus atos, instrumento graças ao qual ele influencia e é influenciado, a base
mais profunda da sociedade humana.
A Linguagem pode ser:
1 – Verbal: aquela que utiliza a língua (falada e escrita), a língua é o mais importante
dos códigos.
2 – Não verbal: aquela que utiliza qualquer código que não seja a palavra, como a
pintura (aquela que explora formas e cores), a mímica, a dança.
3 – Mista: aquela que mescla tanto a verbal quanto a não verbal.
4 – Digital: linguagem globalizada, virtual – utiliza a linguagem da internet e satisfaz as
necessidades do usuário enquanto interlocutor.
Língua – é um sistema de signos que serve de meio de comunicação entre os membros
de uma comunidade linguística. É um código altamente elaborado que utiliza um grande
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número de signos com complexas regras de combinação. Os signos de uma língua
substituem os objetos e os representam. A língua é, portanto, um verdadeiro código
social, enriquecido com o passar do tempo e à disposição dos indivíduos para que dele se
apropriem adequadamente. É importante, ainda, observar as diferenças entre a língua
falada e a língua escrita. Desse modo, o usuário da língua terá um melhor desempenho
nas circunstâncias em que atua.
Código - é um conjunto de signos e de regras de combinação destes signos, permitindo-
nos criar assim os elementos de significação.
Signo Linguístico – é definido como forma binária: SIGNO = significante (o suporte
material do signo: sequência fônica, desenho etc.) e significado (conceito, imagem
mental). É o elemento representativo que apresenta dois aspectos: um significante e um
significado, unidos num todo indissolúvel.
Esquematicamente o signo linguístico apresenta uma única forma binária:
SIGNO =SIGNIFICANTE
SIGNIFICADO
O termo referente designa todo elemento do mundo real que, conforme as
circunstâncias de nossas enunciações podem ser o mundo em que vivemos ou a situação
em que vivem os personagens de um texto.
Signo Visual: tendo em vista as diferentes representações visuais do real, é possível
identificar três tipos de signos: o ícone, o índice e o símbolo.
Ícone – signo que apresenta relação de semelhança ou analogia com o referente
(fotografia, diagrama, mapas etc.).
Índice – tipo de signo que, em oposição simultânea ao ícone e ao símbolo, mantém
relação natural e causal ou de contiguidade física com o referente (uma nuvem negra no
céu indicando chuva, uma pegada indicando passagem de alguém.).
Símbolo – signo que em oposição simultânea ao ícone e ao índice, fundamenta-se numa
convenção social (bandeira branca que simboliza a paz.).
Fala – É um conceito amplo e elástico capaz de abraçar todas as manifestações
individuais. Cada pessoa pode utilizar a língua de um grupo social de uma maneira
particular, desenvolvendo assim a fala. A fala é o uso que a pessoa faz da língua em uma
situação especifica, pois é um ato individual. A língua é a propriedade da sociedade no
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geral. A língua só pode ser instrumento de comunicação se for a mesma para todos que a
falam.
Conclusão: A língua é, pois, um ato social e a fala é um ato individual,
enquanto que a linguagem é universal.
ATIVIDADES CONTEXTUALIZADAS
1. Sabemos que as linguagens, verbal e não verbal, muitas vezes trabalham a noção de intertextualidade, isto é, fazem alusão a uma obra de arte, a um fato histórico, a um poema, a um filme, entre outros aspectos. Dessa forma, explicite seus conhecimentos acerca destas, evidenciadas a seguir:
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________
2. Leia as falas abaixo.“É bom quando a gente volta da escola, não tem nada de bom passando na TV normal, aí a gente pega e liga a TV a cabo, que tem sempre alguma coisa boa pra ver.” (Sérgio Cleto Jr.)
“Tem um monte de esportes que eu adoro, principalmente futebol e tênis.” (Diego Derenzo)
Sobre as falas acima, pode-se afirmar que:
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a) são exemplos do padrão culto da língua.b) representam o uso da linguagem vulgar, pois refletem a pouca cultura de quem emitiu as mensagens.c) são construções típicas do português falado, ou seja, da linguagem coloquial.d) ferem claramente as normas gramaticais, não desempenhando seu papel comunicativo.e) representam um tipo de linguagem comum em textos literários e poéticos.
3. Relacione as duas colunas:
a) Fenômeno universal ( ) Língua
b) Fenômeno limitado a grupos culturais ( ) Linguagem
c) Fenômeno individual ( ) Fala
4. Complete os espaços utilizando os termos: Língua ou Fala.
a) A ________ existe em estado potencial: é um sistema de signos armazenados em
nossa memória.
A ________ atualiza, por meio de sons físicos ou da escrita, os sistema de signos.
b) A _________ é um ato individual, em que o emissor é o dono e senhor do seu
discurso. A ___________ é um patrimônio social: é a soma de imagens verbais
armazenadas na memória dos indivíduos.
5. Complete com V ou F:
a) ( ) LINGUAGEM é o sistema de signos que permite construir uma interpretação da
realidade através de sons, letras, cores, imagens, gestos, etc.
b) ( ) A linguagem é utilizada pelas pessoas de uma mesma comunidade para interferir e
representar a realidade.
c) ( ) FALA é uma das duas faces do signo linguístico.
d) ( ) As palavras SOL, CHUVA, FLOR são significados.
e) ( ) A sequência de sons que se combinam nas palavras é dado o nome de
SIGNIFICANTE.
f) ( ) O sistema de sinais pelo qual uma sociedade concebe e expressa o mundo que a
cerca é chamado FALA.
g) ( ) São exemplos de Línguas naturais: Inglês, Chinês, Português.
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h) ( ) A linguagem COLOQUIAL ou INFORMAL obedece radicalmente às normas
gramaticais da Língua portuguesa.
i) ( ) As variedades linguísticas podem ser classificadas em: sociocultural, histórica e
geográfica.
J) ( ) A linguagem CULTA ou FORMAL é aquela utilizada em situações que exigem
uma obediência à norma gramatical de uma língua. Um exemplo é a linguagem que se
procura utilizar em entrevistas de emprego.
6. Os amigos F.V.S., 17 anos, M.J.S., 18 anos, e J.S., 20 anos, moradores de Bom Jesus, cidade paraibana na divisa com o Ceará, trabalham o dia inteiro nas roças de milho e feijão. “Não ganhamos salário, é ‘de meia’. Metade da produção fica para o dono da terra e metade para a gente”. (Folha de São Paulo, 1 jun. 2002)
Os jovens conversam com o repórter sobre sua relação de trabalho. Utilizam a expressão “é de meia” e, logo em seguida, explicam o que isso significa. Ao dar a explicação, eles
a) alteram o sentido da expressão.b) consideram que o repórter talvez não conheça aquele modo de falar.c) dificultam a comunicação com o repórter.d) desrespeitam a formação profissional do repórter.
REGISTROS OU NIVEIS DE LINGUAGEM
A comunicação não é regida por normas fixas e imutáveis. Ela pode transformar-
se, através do tempo, e, se compararmos textos antigos com atuais, perceberemos
grandes mudanças no estilo e nas expressões. Por que as pessoas se comunicam de
formas diferentes? Temos que considerar múltiplos fatores: época, região geográfica,
ambiente e status sócio-cultural dos falantes.
Há uma língua-padrão? O modelo de língua-padrão é decorrência dos parâmetros
utilizados pelo grupo social mais culto. Às vezes, a mesma pessoa, dependendo do meio
em que se encontra, da situação-cultural dos indivíduos com quem se comunica, usará
níveis diferentes de língua. Dentro desse critério, podemos reconhecer, num primeiro
momento, dois tipos de língua: a falada e a escrita.
VARIEDADES LINGUÍSTICAS
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São as variações que uma língua apresenta, de acordo com as condições sociais,
culturais, regionais e históricas em que é utilizada.
É por meio da língua que o homem expressa suas ideias, as ideias de sua geração,
as ideias da comunidade a que pertence, as ideias de seu tempo. A todo instante, utiliza-a
de acordo com uma tradição que lhe foi transmitida e contribui para sua renovação e
constante transformação. Cada falante é, a um tempo, usuário e agente modificador de
sua língua, nela imprimindo marcas geradas pelas novas situações com que se depara.
Nesse sentido, pode-se afirmar que na língua projeta-se a cultura de um povo,
compreendendo-se cultura no seu sentido mais amplo, o conjunto dos padrões de
comportamento, das crenças, das instituições e de outros valores espirituais e materiais e
características de uma sociedade transmitidos coletivamente.
Ao falar, um indivíduo transmite, além da mensagem contida em seu discurso,
uma série de dados que permite a um interlocutor identificar o grupo a que pertence.
A entonação, a pronúncia, a escolha vocabular, a preferência por determinadas
construções frasais, os mecanismos morfológicos podem servir de índices que
identifiquem:
a) o país ou a região de que se origina;
b) o grupo social de que faz parte (o seu grau de instrução, a sua faixa etária, o
seu nível socioeconômico, a sua atividade profissional);
c) a situação (formal ou informal) em que se encontra.
As diferentes maneiras de se “usar” uma língua gera uma grande variedade
linguística.
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Se alguém afirmasse “Esses gajos que estão a esperar o elétrico são uns
gandulos”, não se hesitaria em classificá-lo como falante de Língua Portuguesa, em sua
variante lusa.
Se por outro lado ouvisse “Se abanquem, se abanquem, tchê!”, ficaria claro que
se tratava de um falante de Língua Portuguesa, em sua variante brasileira, natural do Sul
do país.
O Brasil, em decorrência do processo de povoamento e colonização a que foi
submetido e devido à sua grande extensão, apresenta grandes contrastes regionais e
sociais, estes últimos perceptíveis mesmo em grandes centros urbanos, em cuja periferia
se concentram comunidades mantidas à margem do progresso.
Um retrato fiel, atual, de nosso país teria de colocar lado a lado: executivos de
grandes empresas; técnicos que manipulam, com desenvoltura, o computador; operários
de pequenas, médias e grandes indústrias; vaqueiros isolados em latifúndios; cortadores
de cana; pescadores; plantadores de mandioca em humildes roças; pampeiros que
comercializam pelo sertão; indígenas.
Nos grandes centros urbanos, as variantes linguísticas geram entre os falantes o
preconceito linguístico, e muitas pessoas são discriminadas por sua forma de falar. No
entanto, alguns escritores aproveitaram este fato para caracterizar as personagens que
criaram, pois perceberam a riqueza presente nas variantes regionais. Jorge Amado e
Graciliano Ramos enriqueceram a literatura brasileira com personagens marcantes como
Pedro Bala, Gabriela e Alexandre.
Desvincular o falante de seus costumes e caracteres linguísticos é afastá-lo de sua
essência e autenticidade.
1. Por que, no Brasil, há grandes contrastes na utilização da Língua Portuguesa?
2. Qual a sua opinião sobre o preconceito linguístico?
LÍNGUA FALADA E LÍNGUA ESCRITA
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Entre os diferentes usos sociais da língua, é importante assinalar a diferença entre
língua falada e escrita. A língua falada é mais rica de recursos expressivos e é ainda
mais viva e espontânea do que a língua escrita, bem como sujeita as transformações. A
língua escrita caracteriza-se pela maior elaboração em relação á falada, além de as suas
transformações serem bem mais lentas do que as da fala. A ortografia é primordial para a
escrita.
LÍNGUA FALADA: CULTA, COLOQUIAL, VULGAR OU INCULTA,
REGIONAL, GRUPAL (GÍRIA / TÉCNICA.)
Norma culta: é a língua padrão, a variedade lingüística de maior prestígio social.
Língua Culta – falada pelas pessoas de instrução. Obedece à gramática da
língua-padrão. É mais restrita, pois constitui privilégio e conquista cultural de um
número reduzido de falantes.
Norma popular: são todas as variedades lingüísticas diferentes da língua padrão.
Língua Coloquial – espontânea e é usada para satisfazer as necessidades vitais
do falante sem preocupação com as formas lingüísticas. É a língua cotidiana, que
comete pequenos – mas perdoáveis – deslizes gramaticais.
Língua Vulgar ou Inculta – própria das pessoas sem instrução. É natural,
colorida, expressiva, livre de convenções sociais. Infringe totalmente as
convenções gramaticais.
Língua Regional – está circunscrita a regiões geográficas, caracterizando-se
pelo acento lingüístico, que é a soma das qualidades físicas do som ( altura,
timbre, intensidade). Tem um patrimônio vocabular próprio, típico de cada
região.
Língua Grupal – é uma língua hermética, porque pertence a grupos fechados.
Língua Grupal Técnica – desloca-se para a escrita. Existem tantas quantas
forem às profissões: a língua da Medicina (como é difícil entender um
diagnóstico), a do Direito (restrita aos meios jurídicos) etc. Só é compreendida,
quando sua aprendizagem se faz junto com a profissão.
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Língua Grupal Gíria – existem tantas quantas forem os grupos fechados. Há
gíria policial, a dos jovens, dos estudantes, dos militares, dos jornalistas etc.
FUNÇÕES DA LINGUAGEM
Por meio da linguagem, realizamos diferentes ações: transmitimos informações,
tentamos convencer o outro a fazer (ou dizer) algo, assumimos compromissos,
ordenamos, pedimos, demonstramos sentimentos, construímos representações mentais
sobre nosso mundo, enfim, pela linguagem organizamos nossa vida do dia a dia, em
diferentes aspectos.
Diferenciar que objetivo predomina em cada situação de comunicação auxilia a
compreender melhor o que foi dito.
As funções da linguagem estão centradas nos Elementos da Comunicação. Toda
comunicação apresenta uma variedade de funções, mas elas se apresentam
hierarquizadas, sendo uma dominante, de acordo com o enfoque que o destinador quer
dar ou do efeito que quer causar no recebedor. As funções da linguagem são as
seguintes:
Função Referencial
Aponta para o sentido real das coisas e dos seres. Tem finalidade de transmitir
informações, que devem pautar-se pelos objetivos de imparcialidade e
objetividade. Ocorre quando o objetivo do emissor é traduzir a realidade visando
à informação. Sua predominância atém-se a textos científicos, técnicos ou
didáticos, alguns gêneros do cotidiano jornalístico, documentos oficiais e
correspondências comerciais. A linguagem neste caso é essencialmente objetiva,
razão pela qual os verbos são retratados na 3ª pessoa do singular, conferindo-lhe
total impessoalidade por parte do emissor.
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Exemplo
Cultura na tela
O portal domínio público, biblioteca digital do Ministério da Educação,
recebeu 6,2 milhões de acessos em pouco mais de um mês de funcionamento.
Nela, o internauta pode ler gratuitamente 699 obras literárias com mais de 70
anos de existência, ou seja, já de domínio público; 166 publicações de ciências
sociais e uma de exatas. Há também partituras de Beethoven, pinturas de Van
Gogh e de Leonardo da Vinci, como a Monalisa, hinos e músicas clássicas
contemporâneas.
Isto É, São Paulo, 29 de dez. de 2005.
Função Conativa, Apelativa ou Imperativa
Centra-se no sujeito receptor e é eminentemente persuasória. A ênfase está
diretamente vinculada ao receptor, na qual o discurso visa persuadi-lo,
conduzindo-o a assumir um determinado comportamento. A presente modalidade
encontra-se presente na linguagem publicitária de uma forma geral e traz como
característica principal, o emprego dos verbos no modo imperativo.
Função Fática (contato)
Visa estabelecer, prolongar ou interromper a comunicação e serve para testar a
eficiência do canal.
O objetivo do emissor é estabelecer o contato, verificar se o receptor está
recebendo a mensagem de forma autêntica, ou ainda visando prolongar o contato.
Há o predomínio de expressões usadas nos cumprimentos como: bom dia, Oi!.
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Ao telefone (Pronto! Alô!) e em outras situações em que se testa o canal de
comunicação (Está me ouvindo?).
Exemplo
- Alô! Como vai?
- Tudo bem, e você?
- Vamos ao cinema hoje?
- Prometo pensar no assunto. Retorno mais tarde para decidirmos o horário.
Função Metalinguística
Quando a linguagem fala dela mesma. Serve para verificar se emissor e receptor
estão usando o mesmo repertório.
Exemplo
A lua é um satélite natural da terra.
Função Poética
Centra-se na mensagem, que aqui é mais fim do que meio. Opõe-se a função
referencial porque nela predominam a conotação e o subjetivismo. Nesta
modalidade, a ênfase encontra-se centrada na elaboração da mensagem. Há um
certo cuidado por parte do emissor ao elaborar a mensagem, no intuito de
selecionar as palavras e recombiná-las de acordo com seu propósito. Encontra-se
permeada nos poemas e, em alguns casos, na prosa e em anúncios publicitários.
Exemplo
Tenho fases como a lua; Fases de ser sozinha, Fases de ser só sua.
Cecília Meireles
Função Emotiva (expressiva)
Centra-se no sujeito emissor e tenta suscitar a impressão de um sentimento
verdadeiro ou simulado. Há um envolvimento pessoal do emissor, que comunica
seus sentimentos, emoções, inquietações e opiniões centradas na expressão do
próprio “eu”, levando em consideração o seu mundo interior. Para tal, são
utilizados verbos e pronomes em 1ª pessoa, muitas vezes acompanhados de sinais
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de pontuação, como reticências, pontos de exclamação, bem como o uso de
onomatopeias e interjeições.
Exemplo
Que lua maravilhosa!
ATIVIDADES COMPLEMENTARES
1. Considere a seguinte situação: um estudante universitário responde por escrito a perguntas propostas sobre variação linguística. Observe as opções de respostas propostas para cada uma das perguntas a seguir. Qual é a opção que apresenta uma redação adequada? Qual o problema com as demais opções?
Pergunta 1 – O que significa dizer que a língua é um conjunto de variedades?
Resposta AA língua é um conjunto de variedades por que ñ podem falar sempre de um jeito só que ñ faz sentido em situações diferentes.
Resposta BPor motivos diversos:- é diferente de região p/ região- diversas classes sociais- variedade histórica
Resposta CDe acordo com o texto, uma língua não é estática e imutável. Ela apresenta variações regionais, sociais e históricas. Resposta DA língua – conjunto de variedade não apresentando forma estática e imutável e com variação regionais, históricas e social.
Pergunta 2 – O que significa pensar a língua em termos de adequação?
Resposta AP/ ser eficiente o sujeito deve pensar:- o que vai dizer- quem vai ouvir- onde- como é a mensagem p/ ser uma comunicação eficienteResposta BPensar a língua em termos de adequação significa perceber que não há uma única forma de redigir a mensagem. Para que a comunicação seja eficiente, devemos ter em mente o que vamos dizer, a quem é dirigida a mensagem, onde ocorre o processo de comunicação e também como será transmitida a mensagem. Em outras palavras,
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devemos adequar a linguagem aos diferentes contextos em que a comunicação pode ocorrer.
Resposta CA língua não pode ser certo ou errado depende de vários fatores como o que dizer a quem, como e onde para ocorrer a comunicação eficiente e não uma única forma correta ou incorreta.
Resposta DA língua que falamos não se trata de estar certo ou errado mas devem considerar a adequação para saber o que falar e onde dizer e também como acontecer uma mensagem eficiente.
Pergunta 3 – Por que não devemos escrever do mesmo modo como falamos?
Resposta ALíngua falada – entonação, gestos, olhares etc.Língua escrita – sem entonação, sem gestos, sem olhares etc.
Resposta BA língua escrita precisa ter atenção com concordância, pontuação e ortografia para ter sentido a língua falada não precisa assim possuem gestos, olhares e entoação para fazer sentido, pois são duas modalidades diferentes de comunicação.
Resposta CPara obter o sentido a língua escrita – concordância, pontuação, acentuação e ortografia.Para obter sentido a língua falada – entoação principalmente mas também com gestos e olhares que não tem a língua escrita pois são duas coisas diferentes.
Resposta D A língua escrita e a falada são duas modalidades distintas de comunicação. Na fala há elementos que não ocorrem na escrita, como olhares, gestos e entoação. Assim, ao escrever, é preciso observar aspectos como pontuação, concordância e ortografia, entre outros, para que o texto escrito seja coeso e coerente.
2. Relacione as funções de linguagem a suas características.
A – Função Emotiva ( ) é dirigida especificamente ao receptor, quer persuadi-lo.B – Função Metalinguística ( ) valoriza a comunicação pela forma da mensagem, estética.C – Função Referencial ( ) põe ênfase no emissor, linguagem subjetiva.D – Função Poética ( ) testa o canal, prepara a comunicação.E – Função Conativa ( ) a linguagem fala da própria linguagem, é centrada no código.F – Função Fática ( ) transmite a informação objetivamente, seu objetivo é a notícia.
3. (Fuvest-SP) Leia este texto:
CapitulaçãoDeliveryAté para telepizza
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É um exagero.Há quem negue?Um povo com vergonhaDa própria línguaJá está entregue.
VERISSIMO, Luís Fernando. A versão dos afogados. Porto Alegre: LP&M.
a) O título dado pelo autor está adequado, tendo em vista o conteúdo do poema? Justifique sua resposta._______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
b) O exagero que o autor vê no emprego da palavra delivery se aplicaria também a telepizza? Justifique sua resposta.____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
4. Considere as situações de comunicação apresentadas a seguir e selecione a opção que apresenta o texto mais adequado:
4.1. Um anúncio que pretende atingir um grupo social jovem urbano:
a) O Guia do estudante é uma verdadeira luz para você. Com ele você vai poder acertar na escolha da profissão que mais faz sua cabeça.b) O Guia do estudante é muito importante para você escolher a profissão que mais vem ao encontro de sua vocação.c) O Guia do estudante é uma publicação seriíssima que tem como intuito precípuo permitir que você seja feliz na escolha da profissão que mais lhe apraz.
4.2. O Presidente da República em pronunciamento em rede nacional de rádio e televisão:
a) Estou aqui para explanar os motivos da crise energética que a todos aflige neste momento.
b) Estou aqui para explicar a todos as razões da crise de energia que o país está enfrentando.
c) Venho à presença de todos os senhores com o intuito de explicitar as causas do colapso energético por que passa o país.
4.3. Um médico em conversa com seus pacientes em um ponto do INSS:
a) As cefaléias têm etiologia desconhecida.b) Ainda não são bem conhecidas as origens das cefalalgias. c) Nós ainda não sabemos muito bem por que as pessoas têm dor de cabeça.
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4.4. Trecho de um trabalho escolar escrito por um estudante universitário:
a) Ao término dessa guerra, vencida pelos Estados Unidos, o México foi obrigado a ceder metade de seu antigo território.b) Quando essa guerra acabou, os Estados Unidos ganhou e o México teve que dar metade do território velho que era seu antes.c) No fim da guerra, os gringos venceram ela e o México tendo que dar metade das terras deles pros gringos.
5. Segundo o linguista Roman Jakobson, “dificilmente lograríamos (...) encontrar mensagens verbais que preenchem uma única função. A estrutura verbal de uma mensagem depende basicamente da função predominante”. Meu canto de morteGuerreiros, ouvi.Sou filho das selvasNas selvas cresci.Guerreiros, descendoDa tribo tupi.Da tribo pujante,Que agora anda errantePor fado inconstante.Guerreiros, nasci:Sou bravo, forte,Sou filho do NorteMeu canto de morte, Guerreiros, ouvi.(Gonçalves Dias)
A – Indique as funções da linguagem predominantes no fragmento acima transcrito, justificando a indicação.
6. (Universidade Metodista – SP) Leia o trecho abaixo:“Os nossos salário, cum relação ao que nóis fazemo e o lucro que os outros tem, é insignificante. Por que acontece isso? Eu tenho que trabaiá trezentos e sessenta e cinco dias por ano. O outro num trabaia nem... nem cem dias, ganha muito mais. Porque eu sô a máquina que dô descanso pra ele.”
Fonte: Rainho, Luís Flávio. Os peões do grande ABC.Transponha a linguagem coloquial para o padrão escrito da língua formal.
7. O trecho a seguir foi extraído de uma crônica em que mãe e filho conversam sobre o presente que ele pretendia lhe dar no Dia das Mães. [...]__ Posso escolher meu presente do Dia das Mães, meu fofinho?__ Não, mãe. Perde a graça. Este ano, a senhora vai ver. Compro um barato.__ Barato? Admito que você compre uma lembrancinha barata, mas não diga isso a sua mãe. É fazer pouco de mim.__ Ih, mãe, a senhora está por fora mil anos. Não sabe que barato é o melhor que tem, é um barato!
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__ Deixe eu escolher, deixe...__ Mãe é ruim de escolha. Olha aquele blazer furado que a senhora me deu no Natal!__ Seu porcaria, tem coragem de dizer que sua mãe lhe deu um blazer furado?__ Viu? Não sabe nem o que é furado? Aquela cor já era, mãe, já era!
ANDRADE, Carlos Drummond de. Os dias lindos. Rio de Janeiro: Record, 1988.
Em que tipo de variação linguística o autor se apoia para criar as situações humorísticas apresentadas nesse diálogo? Justifique sua resposta._____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
8. Leia atentamente o seguinte fragmento da poesia “Evocação do Recife”, de Manuel Bandeira:A vida não me chegava pelos jornais nem pelos livrosVinha da boca do povo na língua errada do povoLíngua certa do povoPorque ele é que fala gostoso o português do BrasilAo passo que nósO que fazemosÉ macaquearA sintaxe lusíada
a) Poderíamos afirmar que Manuel Bandeira defendia uma “língua brasileira”? Em caso afirmativo, defina o que seria essa língua.
b) Afinal, a língua falada pelo povo é errada ou certa? Explique.
GÊNEROS DO DISCURSO
Hoje em dia, sempre que se fala em leitura e produção de texto, é comum haver
referência à expressão gêneros textuais ou gênero do discurso. Estima-se que existam
mais de 5 mil gêneros em circulação na sociedade atual. Os gêneros do discurso fazem
parte, portanto, de nosso dia a dia.
Se queremos nos dar bem com a leitura e a produção de textos, devemos
conhecer um pouco sobre eles.
Leia o painel de textos a seguir.
Texto I
Diálogo final
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Disciplina: Metodologia da Alfabetização e Letramento
__ É tudo que tem a me dizer? – perguntou ele.__ É – respondeu ela.__ Você disse tão pouco.__ Disse o que tinha pra dizer.__ Sempre se pode dizer mais alguma coisa.__ Que coisa?__ Sei lá. Alguma coisa.__ Você queria que eu repetisse?__ Não. Queria outra coisa.__ Que coisa é outra coisa?__ Não sei. Você que devia saber.__ Por que eu deveria saber o que você não sabe?__ Qualquer pessoa sabe mais alguma coisa que outro não sabe.__ Eu só sei o que eu sei.__ Então não vai mesmo me dizer mais nada?__ Mais nada.__ Se você quisesse.__ Quisesse o quê?__ Dizer o que você não tem pra dizer. Dizer o que não sabe, o que eu queria ouvir de você. Em amor é o que há de mais importante: o que a gente não sabe.__ Mas tudo acabou entre nós.__ Por isso é o mais importante de tudo: o que acabou. Você não me diz mais nada sobre o que acabou? Seria uma forma de continuarmos.
ANDRADE, Carlos Drummond. Contos plausíveis. Rio de Janeiro: J. Olympio, 1985.
Texto II
a.mor: sm 1. afeição acentuada de uma pessoa por outra; 2. objeto de afeição. 3. [...] pessoa amada; 4. zelo, cuidado.
Texto III
Amor aos pedaçosIngredientes250 g de manteiga250 g de açúcar 4 ovos250 g de farinha de trigo1 xícara de leite1 colher (sopa) de fermento em póraspas de limão
PreparoNa batedeira, bata bem a manteiga junto com o açúcar. Adicione as gemas e
acrescente alternadamente a farinha de trigo, o leite, o fermento e as raspas de limão. Por último, acrescente as claras em neve e mexa com uma colher. Leve a mistura ao forno pré-aquecido por aproximadamente vinte minutos.
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Disciplina: Metodologia da Alfabetização e Letramento
Para a cobertura, misture o suco de uma laranja, o suco de um limão e, aos poucos, uma xícara de açúcar, até formar uma calda grossa, que deverá ser despejada sobre o bolo assim que ele for retirado do forno.
Texto IV
Já não sei o que sou, nem que faço, nem o que desejo! Espedaçam-me mil comoções contrárias... Há lá mais lastimoso estado! Amo-te perdidamente e modero-me o bastante para não desejar que sejas assim atribulado... [...]
Adeus, mais uma vez!... Escrevo-te cartas tão compridas! Não tenho consideração por ti! Peço-te perdão e ouso esperar que tenhas indulgência por esta pobre louca, que não o era, bem sabes, antes de amar. Adeus, parece-me que falo em demasia do lastimoso estado em que me encontro. Mas, do fundo do coração, te agradeço o desespero que me causas e detesto a tranquilidade em que vivia antes de conhecer-te. Adeus! A minha paixão aumenta a cada hora. Ai! Quantas coisas tinha ainda para te dizer!...
Sóror Mariana Alcoforado. Cartas de amor. In: Massaud Moisés. A literatura portuguesa através de textos. 17. ed. São Paulo: Cultrix, 1988. p. 175-6.
Texto V
Agora responda os exercícios abaixo.
1. Os textos são bastante diferentes entre si, pois foram produzidos em situações diversas, com finalidades específicas. Apesar disso, todos eles têm algo em comum. Qual é a semelhança entre eles?
2. O texto “Diálogo final” apresenta frases curtas, linguagem truncada, e esse traço formal pode estar relacionado com o conteúdo do texto.
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a) Que situação, vivida pelo casal, o texto aborda?
b) Que relação pode haver entre essa situação e o modo como as personagens travam o diálogo?
c) O que supostamente o homem gostaria que a mulher dissesse?
d) Qual é a verdadeira intenção do homem ao insistir nas perguntas?
3. O título do texto III, “Amor aos pedaços”, apresenta mais de um sentido.
a) Indique ao menos dois dos sentidos possíveis.
b) Esse título poderia ser atribuído também a quais dos outros textos em estudo? Justifique.
4. A respeito do texto V, responda:
a) Qual é a finalidade principal do texto?
b) Que tipo de interlocutor o texto pretende atingir, principalmente?
c) Para convencer o interlocutor a adquirir o produto, o texto apresenta argumentos, motivos. Quais são eles?
d) Considerando a parte não verbal do anúncio e a frase “Intenso como as coisas do coração”, por que o chocolate aparece envolvido por mãos masculinas, em forma de coração?
5. Apesar de todos os textos abordarem o tema amoroso, eles constituem gêneros diferentes, pois apresentam várias características específicas, como estrutura, linguagem, finalidade, tipo de situação de produção, suporte, etc.
a) Qual dos textos se refere a uma situação ficcional?
b) Qual relata experiências vividas, fatos que aconteceram na realidade?
c) Qual ensina a fazer alguma coisa?
d) Qual expõe ou transmite um conceito, um conhecimento formal?
e) Qual pretende persuadir o interlocutor por meio de argumentos?
6. Cada um dos textos constitui gênero específico. Levante hipóteses e associe cada texto ao gênero que ele constitui:Texto I a) anúncio publicitárioTexto II b) carta pessoalTexto III c) contoTexto IV d) verbete de dicionárioTexto V e) receita
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Disciplina: Metodologia da Alfabetização e Letramento
Quando interagimos com outras pessoas por meio da linguagem, seja a
linguagem oral, seja a linguagem escrita, produzimos certos tipos de textos que, com
poucas variações, se repetem no tipo de conteúdo, no tipo de linguagem e na estrutura.
Esses tipos de textos constituem os chamados gêneros textuais e foram historicamente
criados pelo ser humano a fim de atender a determinadas necessidades de interação
verbal. De acordo com o momento histórico, pode nascer um gênero novo, podem
desaparecer gêneros de pouco uso ou, ainda, um gênero pode sofrer mudança até
transformar-se em um novo gênero.
Numa situação de interação verbal, a escolha do gênero textual é feita de acordo
com os diferentes elementos que participam do contexto, tais como: quem está
produzindo o texto, para quem, com que finalidade, em que momento histórico, etc.
Veja no quadro abaixo os tipos textuais.
Em um texto predominantemente...
Destacam-se sequências...
Como... Cujo objetivo é...
Narrativo Narrativas Ganhou o prêmio e o mostrou para todos os convidados.
Contar, dizer os fatos, acontecimentos, ação em sua ocorrência.
Descritivo Descritivas Os pratos são azuis com delicados desenhos em um outro tom dessa mesma cor.
Caracterizar, dizer como é.
Expositivo Expositivas A vaca é um mamífero.
Expor um posicionamento, uma verdade universal, sem argumentar a seu favor.
Argumentativo Argumentativas A saúde deveria estar ao alcance de todos, pois é um direito previsto por lei.
Refletir, explicar, avaliar, expor ideias associando-se à analise e à síntese de representações.
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Injuntivo Injuntivas Não deixe água parada, vamos combater a dengue!
Dizer a ação requerida, desejada, o que e/ou como fazer, incitar o receptor a realizar algo.
DIFERENTES DIMENSÕES DA ALFABETIZAÇÃO, SEUS PRESSUPOSTOS TEÓRICO-EPISTEMOLÓGICOS E CONSEQUÊNCIAS METODOLÓGICAS
2 As muitas facetas da alfabetização http://www.scielo.br/pdf/rbedu/n25/n25a01.pdf/
2.1 Analfabetismo na escola – o fracasso da/na escola (Unesco)
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Disciplina: Metodologia da Alfabetização e Letramento
2.2 Discussões metodologicas sobre a alfabetização e o letramento (MEC)
2.3 Pressupostos teóricos: língua, ensino de língua, alfabetização e letramento
2.4 Concepção de alfabetização e de letramentohttp://smeduquedecaxias.rj.gov.br/nead/Biblioteca/Forma%C3%A7%C3%A3o%20Continuada/Artigos%20Diversos/O%20que%20%C3%A9%20letramento%20e%20alfabetiza%C3%A7%C3%A3o.pdf
O PERFIL DE PROFESSORES ALFABETIZADORES E SUA FORMAÇÃO CONTINUADA
3.0 Formação de professores: uma política de leitura escrita como política cultural, pública e democráticahttp://www.scielo.br/pdf/es/v31n112/17
3.1 As licenciaturas e o perfil dos professores da educação básicaJuliana Lacerda Machado
Retratar o perfil do professor da educação básica, em uma pesquisa que trata das
políticas educacionais para formação docente e, por consequência dos desafios
enfrentados pelo professorado pela busca da profissionalização, é relevante, pois é a
partir desse perfil que a pesquisa terá subsídios para tratar uma questão importante neste
trabalho: Quem é o sujeito que se dispõe a aprender para depois ensinar, para formar o
cidadão do Estado brasileiro? É ele quem mediará o conhecimento, a educação de
muitos cidadãos.
O perfil educacional e sociocultural do professor da educação básica identifica a
trajetória do professor, o mostra sob diversos anglos, e faz entender alguns
comportamentos que se enquadram no contexto social atual, ressaltando fatores que
interferem diretamente na profissão docente.
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O professor é um ser social, reflexo da sociedade, da educação e da cultura em
que está inserido. Conhecê-lo melhor poderá ajudar na promoção de propostas para a
real formação docente. Gatti (2003, p. 196) contribui com essa discussão ao afirmar que:
É preciso ver os professores não como seres abstratos, ou essencialmente intelectuais, mas, como seres essencialmente sociais, com suas identidades pessoais e profissionais, imersos numa vida grupal na qual partilham uma cultura, derivando seus conhecimentos, valores e atitudes dessas relações, com base nas representações constituídas nesse processo que é, ao mesmo tempo, social e intersubjetivo. Há também que se considerar o papel de eventos mais amplos, sejam sociais, políticos, econômicos ou culturais, com seus determinantes que perpassam a vida grupal ou comunitária. Sabemos que a interação desses fatores molda as concepções sobre educação, ensino, papel profissional, e as práticas a elas ligadas, concepções e práticas estas que, por sua vez, são estruturalmente delimitadas pela maneira que as pessoas se veem, como estruturam suas representações, como se descrevem, como veem os outros e a sociedade à qual pertencem.
Como ressalta Bigaton (2005, p. 23), “O professor, homem, socialmente
constituído, se constrói a partir das relações estabelecidas com os outros e com o meio
social no qual está inserido e que lhe proporciona significados específicos”. Faz-se
necessário conhecer o professor para entender como o seu perfil é representativo de uma
determinada época.
Goodson (1995) apud Bigaton (2005, p. 23) expõe que todos os elementos que
constituem a vida do professor, tais como os elementos culturais, econômicos, sociais,
entre outros, vão impactar a forma de ensino e a prática educativa dele em sala de aula.
O conhecimento mediado pelo professor em sala de aula é resultado da cultura, da
formação, do conhecimento e do meio social em que ele está inserido. Tardif (2002, p.
230) participa dessa discussão afirmando que o professor é um sujeito que assume sua
“[...] prática a partir dos significados que ele mesmo lhe dá, um sujeito que possui
conhecimentos e um saber-fazer provenientes de sua própria atividade e a partir dos
quais ele a estrutura e a orienta”. Ou seja, a matriz pedagógica do professor que constitui
sua prática docente tem ligação direta com sua formação e com o seu perfil educacional
e sociocultural.
Segundo Bigaton (2005, p. 25) o professor representa um ator fundamental na
educação. Desse modo, ele deve ser reconhecido como um profissional que “[...] possui
conhecimentos e vivências, costumes, crenças, habilidades, cultura”. Ainda segundo a
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Autora não é possível mais ver o professor apenas como alguém que professa, que
simplesmente transmite conteúdos elaborados por outros, sejam eles especialistas ou
pesquisadores. Surge uma nova visão que define novos elementos a serem abordados
nos cursos de formação de professores.
Os responsáveis pela elaboração das políticas educacionais para formação de
professores e os responsáveis pela elaboração de cursos de formação devem se
preocupar com procedimentos que levem em consideração a pessoa do professor e não
apenas o profissional professor, visando à criação de políticas que promovam a
cidadania e a autonomia docente. Programas formativos ou intervenções que pretendem
realmente ser diferenciais nos modos de agir das pessoas ou dos profissionais apenas
serão efetivos se levarem em consideração as condições sociopsicológicas e culturais das
pessoas dentro dos seus espaços de habitação e convivência e não apenas seus aspectos
cognitivos, “Mas apenas levar em consideração essas questões como premissas abstratas
não cria mobilização para mudanças efetivas”, como aponta Gatti (2003, p. 196). É
necessário integrar vida e trabalho no processo de formação daqueles que se dedicarão à
docência.
No estudo de Gatti e Barretto (2009), intitulado Professores do Brasil: impasses
e desafios, as autoras tomaram por base o questionário socioeconômico do Exame
Nacional de Cursos (ENADE, 2005) em que foram destacadas as características dos
alunos das licenciaturas, suas expectativas em relação à profissão e a bagagem dos
licenciados. O estudo abrangeu 137.001 sujeitos e mostrou que quando questionados
sobre a principal razão de optar pelas licenciaturas, 65,1% dos estudantes de Pedagogia
alegaram ser o fato de querer ser professor, nas demais licenciaturas esse percentual cai
para aproximadamente a metade. Quanto à idade, menos da metade do conjunto dos
licenciados encontram-se na faixa etária ideal, de 18 a 24 anos (46%), entre 25 e 29 anos
situam-se pouco mais de 20% deles e proporção semelhante está na faixa dos 30 a 39
anos.
Ainda segundo as autoras, 75,4% dos licenciados são mulheres, o que não
representa um fenômeno novo, pelo contrário comprova a feminização da docência.
Desde a criação das primeiras Escolas Normais, no final do século XIX, as mulheres
começaram a ser recrutadas para o magistério, sem falar na própria escolarização de
nível médio da mulher que se deu por meio dos cursos de formação para magistério,
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“[...] permeados pela representação do ofício docente como prorrogação das atividades
maternas e pela naturalização da escolha feminina pela educação” (GATTI e
BARRETTO, 2009, p. 62).
De acordo com o mesmo estudo, 50,4% dos estudantes das licenciaturas situam-
se nas faixas de renda familiar média de três a dez salários mínimos, o que demonstra
uma inclinação em direção à faixa de renda de baixo status socioeconômico. Sobre a
bagagem cultural anterior, a escolaridade dos pais dos licenciados é um importante
indicador desta, 10% têm pais analfabetos e somado esse percentual ao dos que têm pais
que frequentaram apenas até a 4ª série do ensino fundamental, chega-se
aproximadamente à metade dos alunos, o que demonstra um processo de ascensão desse
grupo social aos mais altos níveis de formação. Já em relação aos alunos 68,4%
cursaram o ensino médio no setor público e 14,2% os que fizeram parcialmente, 18,3%
frequentaram o ensino médio na rede privada e os estudantes que provêm do supletivo é
em torno de 6%.
Com base nos dados do Censo Escolar da Educação Básica 2012: 78,1% do total
dos docentes recenseados em 2012 possuíam diploma de nível superior completo, como
podemos observar na tabela abaixo.
Tabela 2 – Número de Docentes Atuando na Educação Básica e Proporção por Grau de Formação – Brasil – 2007-2012
AnoNúmero de Docentes
Proporção de docentes por grau de formaçãoEnsino Fundamental Ensino Médio
EducaçãoSuperiorIncompleto Completo Total
Normal/Magistério
Sem Normal/Magistério
2007 1.880.910 0,2 0,6 30,8 25,3 5,5 68,42008 2.003.700 0,2 0,5 32,5 25,7 6,7 66,82009 1.991.606 0,2 0,5 31,6 24,5 7,1 67,82010 2.023.748 0,2 0,4 30,5 22,5 8,1 68,82011 2.069.251 0,2 0,4 25,4 19,0 6,5 74,02012 2.095.013 0,1 0,3 21,5 16,0 5,5 78,1
Fonte: MEC/Inep/Deed (2013)
As pesquisas sobre a profissão docente têm demonstrado uma série de problemas
e desafios para a elevação do estatuto socioeconômico da categoria, destacam-se os
seguintes aspectos: baixos salários, péssimas condições de trabalho, longas jornadas de
trabalho, salas superlotadas, crescimento da indisciplina e da violência nas escolas,
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dificuldades em ter acesso à formação continuada, cobranças de maior desempenho
profissional, como ressaltam em seus estudos (SCHEIBE, 2010; OLIVEIRA,
FELDFEBER, 2006).
Sobre a formação de professores a fragmentação é clara. Segundo dados do
Censo da Educação Superior (2011) é o setor privado responsável pela formação de
78,5% das matrículas em cursos de graduação presenciais no Brasil, a maior parte em
instituições não universitárias e em cursos noturnos. Essas instituições têm demonstrado
situações precárias para a oferta dos cursos, porém, os mantém pelo fato de as
licenciaturas serem cursos que apresentam menor custo de oferta, assim acabam sendo
privilegiados por essas instituições. Portanto, a formação de professores, no Brasil, se dá
em grande parte em instituições privadas, não universitárias e em cursos oferecidos no
período noturno, conforme destaca Scheibe (2010).
No Brasil, há uma tradição disciplinar de não privilegiar o caráter mais
interdisciplinar na formação relacionado ao campo da prática curricular da educação
básica. A maneira como os cursos de formação de professores têm sido ofertados, de
modo geral, evidencia que estão longe de serem satisfatórios, pela ausência de definição
mais clara do perfil profissional a ser atingindo e que esteja realmente vinculado ao
campo da prática docente, como destacam Gatti e Barretto (2009).
Os professores têm sofrido enorme pressão em relação ao desempenho,
principalmente no sentido de os estudantes obterem resultados satisfatórios nos exames
nacionais e internacionais. Críticas são feitas a todo momento em relação aos
professores, que passam a ser vistos como mal formados e pouco envolvidos com o
desempenho dos estudantes. O governo, em todos os níveis, tem criado mecanismos de
avaliação que visam controlar a atividade profissional, mediante exames de certificação
de competências (SCHEIBE, 2010). A autora ressalta ainda que tais medidas, se não são
totalmente dispensáveis, precisam ser relativizadas frente aos baixos salários, falta de
perspectivas em relação à carreira, desmotivação profissional, abandono da profissão
docente e queda na procura pelos cursos de licenciatura.
A formação de professores para a educação básica deve partir de seu campo de
prática e agregar a ele conhecimentos que vão além do pedagógico, que partam do
princípio da educação cidadã, que tenham um caráter mais humano, social e político,
pois, como ressalta Gatti (2010) o trabalho docente deve ter fundamentos e mediações
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considerados valorosos, por se tratar de formação voltada ao trabalho educacional com
crianças e adolescentes. Os educadores precisam ter uma formação que os ajude a educar
crianças, adolescentes e adultos que precisam ter uma bagagem cognoscitiva, entre
outros conhecimentos, saberes e habilidades, como destaca Brzezinski (2007, p. 232)
“[...] a polivalência e a especificidade, a participação e a individualização, a liderança e a
cooperação, a abstração e as práticas concretas, a detenção do conhecimento e o domínio
das tecnologias, a decisão do trabalho em equipe”. Todos esses conhecimentos, saberes e
habilidades resultam em uma nova maneira de entender a educação, expressa por Santos
(1996, p. 17) como “[...] educação para o inconformismo, para um tipo de subjetividade
que submete a uma hermenêutica de suspeita a repetição do passado”, o que acaba
representando o conhecimento para a emancipação, representada pela pedagogia da
autonomia de Freire (2011).
Conhecer o professor, identificar seu perfil social, cultural, econômico é
essencial para ajudar na estruturação de políticas que promovam a formação de
professores, de forma que tornem a profissão docente mais atrativa e valorizada e que
propicie uma educação com qualidade. Como ressalta Silva (2011) o processo de
valorização do profissional da educação perpassa por sua formação e pelo processo de
profissionalização, daí a necessidade de uma sólida formação teórica, em que os futuros
professores passem a conhecer as matrizes do conhecimento e produzi-las. Isso será
possível apenas em cursos que assumam a licenciatura como projeto específico de curso.
Este texto foi escrito pela professora da Factu, Juliana Lacerda Machado, e faz parte de um dos capítulos da dissertação de Mestrado em Educação da mesma.
Dicas para analisar, compreender e interpretar textos
É comum encontrarmos alunos se queixando de que não sabem interpretar textos.
Muitos têm aversão a exercícios nessa categoria. Acham monótono, sem graça, e outras
vezes dizem: cada um tem o seu próprio entendimento do texto ou cada um interpreta a
sua maneira.
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No texto literário, essa ideia tem algum fundamento, tendo em vista a linguagem
conotativa, os símbolos criados, mas em texto não literário isso é um equívoco. Diante
desse problema, seguem algumas dicas para você analisar, compreender e interpretar
com mais proficiência.
1º – Crie o hábito da leitura e o gosto por ela. Quando nós passamos a gostar de algo,
compreendemos melhor seu funcionamento. Nesse caso, as palavras tornam-se
familiares a nós mesmos. Não se deixe levar pela falsa impressão de que ler não faz
diferença. Também não se intimide caso alguém diga que você lê porcaria. Leia tudo que
tenha vontade, pois com o tempo você se tornará mais seleto e perceberá que algumas
leituras foram superficiais e, às vezes, até ridículas. Porém elas foram o ponto de partida
e o estímulo para se chegar a uma leitura mais refinada. Existe tempo para cada tempo
de nossas vidas. Não fique chateado com comentários desagradáveis.
2º – Seja curioso, investigue as palavras que circulam em seu meio.
3º – Aumente seu vocabulário e sua cultura. Faça exercícios de sinônimos e antônimos.
4º - Leia verdadeiramente. Somos um País de poucas leituras. Veja o que diz a reportagem, a seguir, sobre os estudantes brasileiros:
Dados do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa) revelam que, entre os 32 países submetidos ao exame para medir a capacidade de leitura dos alunos, o Brasil é o pior da turma. A julgar pelos resultados do Pisa, divulgados no dia 5 de dezembro, em Brasília, os estudantes brasileiros poucos entendem do que leem. O Brasil ficou em último lugar, numa pesquisa que envolveu 32 países e avaliou, sobretudo, a compreensão de textos. No Brasil, as provas foram aplicadas em 4,8 mil alunos, da 7a série ao 2º ano do Ensino Médio.
5º - Leia algumas vezes o texto, pois a primeira impressão pode ser falsa. É preciso paciência para ler outras vezes. Antes de responder as questões, retorne ao texto para sanar as dúvidas.
6º - Atenção ao que se pede. Às vezes a interpretação está voltada a uma linha do texto e por isso você deve voltar ao parágrafo para localizar o que se afirma. Outras vezes, a questão está voltada à ideia geral do texto.
7º - Fique atento a leituras de texto de todas as áreas do conhecimento, porque algumas perguntas extrapolam ao que está escrito.
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Erros clássicos de entendimento de texto
Extrapolação:Ocorre quando o candidato sai do contexto, acrescentando ideias que não estão no texto, normalmente porque já conhecia o tema por uso de sua imaginação criativa.
Redução:É o oposto da extrapolação. Dá-se atenção apenas a um ou outro aspecto, esquecendo-se de que o texto é um conjunto de ideias.
Contradição:É comum as alternativas apresentarem ideias contrárias às do texto, fazendo o candidato chegar a conclusões equivocadas, de modo a errar a questão.Portanto, internalize as ideias do autor e ponha-se no lugar dele.Só contradiga o autor se isso for solicitado no comando da questão. Exemplo: “Indique a alternativa que apresenta ideia contrária à do texto”.
Denotação x Conotação:
Denotação: É o sentido real: “Os raios de sol adentraram pela imensa janela”.
Conotação: É o sentido figurado: “Seu olhar eram raios de sol a iluminar-me”.
PRÁTICA DA REDAÇÃO
1º PASSO: Reflexão sobre o assunto;
2º PASSO: Feitura de rascunho, livrando o pensamento de todas as ideias sobre o tema.
3º PASSO: Após a leitura das ideias do rascunho, identificar o tema. Depois, responda às perguntas: pretendo falar sobre o quê? Quero provar com isso o quê?;
4º PASSO: Hora de cortar os excessos do rascunho, delineando com maior precisão o que será escrito.
EVITE OS SEGUINTES ERROS:
1. ERROS DA INTRODUÇÃO:
- É difícil falar sobre esse assunto...;- Este é um tema muito complexo...;- Este é um assunto que me atrai muito, pois de longa data...
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2. ERROS DE DESENVOLVIMENTO:
- Evite palavrão;- Evite criticar as instituições (“descer a lenha”...);- Evite definir (liberdade é...);- Não “encha linguiça”; faça um trabalho honesto. É preferível poucas linhas bem redigidas a muitas mal escritas...;- O argumento deve estar solidário com o consequente;- Evite o tom emocional da oralidade (exclamações, interrogações, gírias, expressões da coloquialidade) e expressões como “A GENTE...”, “A COISA...”, “HÁ PESSOAS QUE...”;- Evite o uso da primeira pessoa sob a forma de achismos (EU ACHO QUE...; COMO AFIRMEI ACIMA...; NO MEU MODO DE VER...), ou, ainda, apelando a um interlocutor imaginário (IMAGINE SE...). Memorize: disserta-se para um leitor genérico, e não para uma segunda pessoa. Deve haver o distanciamento crítico básico (= recurso de impessoalidade);- O vocabulário deve ser variado e próprio (repertório suficiente). A palavra bem escolhida trará precisão à ideia a ser difundida. Texto bom não é aquele com a sofisticação no léxico, mas com a precisão no vocabulário.
3. ERROS DA CONCLUSÃO:
- Eu sei que não sou a pessoa mais qualificada para falar sobre isso...;- Tentei, com o pouco conhecimento que tenho...;- Desculpem-me se a minha opinião não é a mais convincente...;- Voltarei a ler mais sobre o assunto e então...;- Nada de panfletagem: “Devemos nos unir!”; “Vamos reciclar o planeta!".
REFERÊNCIAS
ANDRADE, Maria Margarida de; HENRIQUES, Antonio. Língua Portuguesa: noções
básicas para cursos superiores. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2004.
BRITO, Socorro. Guia para análise textual. Brasília: Gran Cursos Editora, 2011.
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Disciplina: Metodologia da Alfabetização e Letramento
CEGALLA, Domingos Paschoal. Dicionário de dificuldades da Língua Portuguesa. Rio
de Janeiro: Nova Fronteira, 2005.
CIPRO NETO, P; INFANTE, U. Gramática da Língua Portuguesa. 3. ed. São Paulo:
Scipione, 2009.
CUNHA, Celso; CINTRA, Luís F. Lidley. Nova Gramática do Português
Contemporâneo. 2. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1985.
DUARTE, Sérgio Nogueira. O-R-T-O-G-R-A-F-I-A: dicas do professor Sérgio Nogueira. Rio de
Janeiro: Rocco, 2009.
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