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Normas e Práticas Tributárias

Apostila Normas e Práticas Tributárias

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Apostila sobre normas e práticas tributárias

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Normas e Prticas TributriasCrditosCentro Universitrio Senac So Paulo Educao Superior a DistnciaDiretor Regional Luiz Francisco de Assis SalgadoSuperintendente Universitrioe de Desenvolvimento Luiz Carlos DouradoReitor Sidney Zaganin LatorreDiretor de Graduao Eduardo Mazzaferro EhlersDiretor de Ps-Graduao e Extenso Daniel Garcia CorreaGerentes de Desenvolvimento Claudio Luiz de Souza Silva Luciana Bon Duarte Roland Anton Zotele Sandra Regina Matos Abreu de FreitasCoordenadora de Desenvolvimento Tecnologias Aplicadas Educao Regina Helena RibeiroCoordenador de Operao Educao a Distncia Alcir Vilela JuniorProfessor Autor Daniel da Cunda Corra da Silva Rubia Carla ErthalRevisor Tcnico Elisangela Natalina ZebiniValdomiro Benjamim JuniorTcnico de Desenvolvimento Priscila dos SantosCoordenadoras Pedaggicas Aridiny Carolina Brasileiro SilvaIzabella Saadi Cerut Leal ReisNivia Pereira Maseri de Moraes Otaclia da Paz PereiraEquipe de Design Educacional Alexsandra Cristane Santos da Silva Ana Claudia Neif Sanches Yasuraoka Anglica Lcia Kan Cristna Yurie Takahashi Diogo Maxwell Santos Felizardo Flaviana Neri Francisco Shoit Tanaka Gizele Laranjeira de Oliveira Sepulvida Hgara Rosa da Cunha Arajo Janandrea Nelci do Espirito Santo Joo Francisco Correia de Souza Juliana Quitrio Lopez Salvaia Jussara Cristna Cubbo Kamila Harumi Sakurai Simes Katya Martnez Almeida Lilian Brito Santos Luciana Marcheze Miguel Mariana Valeria Gulin Melcon Mnica Maria Penalber de Menezes Mnica Rodrigues dos Santos Nathlia Barros de Souza Santos Rivia Lima Garcia Sueli Brianezi Carvalho Thiago Martns Navarro Wallace Roberto BernardoEquipe de Qualidade Ana Paula Pigossi Papalia Vivian Martns GonalvesCoordenador Multmdia e Audiovisual Adriano TanganeliEquipe de Design Audiovisual Adriana Mitsue Matsuda Caio Souza Santos Camila Lazaresko Madrid Carlos Eduardo Toshiaki Kokubo Christan Ratajczyk Puig Danilo Dos Santos Neto Hugo Naoto Takizawa Ferreira Incio de Assis Bento Nehme Karina de Morais Vaz Bonna Marcela Burgarelli Corrente Marcio Rodrigo dos Reis Renan Ferreira Alves Renata Mendes Ribeiro Thalita de Cassia Mendasoli Gavet Thamires Lopes de Castro Vandr Luiz dos Santos Victor Giriotas Maron William MordochEquipe de Design Multmdia Alexandre Lemes da Silva Cristane Marinho de SouzaElina Naomi Sakurabu Emlia Correa Abreu Fernando Eduardo Castro da Silva Mayra Aoki Aniya Michel Iuit Navarro Moreno Renan Carlos Nunes De Souza Rodrigo Benites Gonalves da Silva Wagner FerriNormas e Prtcas TributriasAula 01Sistema Tributrio Nacional e Princpios Consttucionais TributriosObjetvos EspecfcosCompreender os princpios das normas tributrias.TemasIntroduo1 O Estado e a Tributao2 Princpios Consttucionais Tributrios3 Sistema Tributrio Nacional4 Federalismo FiscalConsideraes fnaisRefernciasProfessorDaniel da Cunda Corra da SilvaSenac So Paulo - Todos os Direitos ReservadosNormas e Prtcas Tributrias2IntroduoDurante o nosso dia a dia, utlizamos, o tempo todo, os servios pblicos. Alguns deles somaisvisveis,comootransporte,asadeeaeducao.Outros,noentanto,noso diretamente visveis a olho nu.Voc j parou para pensar sobre como a gua ou a luz que voc consome chegam at a sua casa?Historicamente,entreascivilizaesmaisantgas,acobranadetributosservia, sobretudo,paraqueumaunidadepoltcaorganizadapudessegarantrcoletvamentea seguranadeumadeterminadasociedade.Aunidadepoltcaacabouconfgurando-seno quehojeconhecemoscomoEstado-nao,responsvelnosporfomentardeterminados serviospblicos,mastambmporgerarriquezasepromoveramanutenodosbensdo prprio Estado. Todos esses bens e servios providos pelos governos possuem os seus custos, que no so pequenos.Parainterpretarmelhordequemaneirataisrecursossocaptadosegeridospela administraopblica,realizaremosumestudoapurado,nasprximaspginas,dasmais importantes normas e prtcas tributrias.1 O Estado e a TributaoApsconsiderarmosqueoEstado-nao,porexcelncia,oenteresponsvel pelatributao,precisoverifcarquaissoasbasessobreasquaisEstadoetributao seestruturam.Sendoassim,estecaptulodestna-seaapresentarosconceitosdepoder tributrio, receitas pblicas e competncia tributria.1.1 Poder TributrioNenhumtributopodesercobradodeumapessoasemqueopoderdetributarseja reconhecido e legitmado. O poder tributrio a possibilidade que o Estado tem de cobrar tributos e impor o seu pagamento junto a seus cidados. O Estado-nao, considerado como uma entdade poltca soberana, detm poder poltco. De acordo com Denari (2008, p. 22): Onde quer que exista poder poltco, existe poder tributrio.Senac So Paulo - Todos os Direitos ReservadosNormas e Prtcas Tributrias3DentrodeumEstadodeDireitoadeptodaDemocraciaRepresentatva,comoocaso do Brasil, so os legisladores enquanto representantes do poder poltco do Estado que, viaderegra,soresponsveispordefnirseumtributovaiincidirsobrearenda,sobreo patrimnio, sobre o valor adicionado, sobre a circulao de riquezas etc. Em ltma anlise, o Poder Legislatvo o principal responsvel por incorporar o Poder Tributrio de um Estado.1.1.1 Limitaes ao poder de tributarMesmocomasoberaniadoEstado,importantemencionarqueodireitodetributar no absolutamente irrestrito. Na Consttuio Federal do Brasil, de 1988, estabelecem-se algumas limitaes capacidade de tributar. Essas limitaes referem-se, especifcamente, s chamadas imunidades tributrias.Asimunidadespodemserdepessoasjurdicas(entdadesreligiosas,organizaessem fns lucratvos) ou de objetos (livros, revistas, jornais).1.2 O Conceito de Receitas PblicasAsregrasquecoordenamatributaodentrodeumpassochamadasdenormas tributrias.Asnormastributriasestocontdasdentrodeumterrenomaisamplo,na readaschamadasreceitaspblicas.Estas,porsuavez,representamtodososrecursos fnanceirosqueso,dealgumaforma,canalizadosemdireoaoscofrespblicos.Nesse caso, representam as receitas todo o dinheiro que vai para um Estado em situao defnitva, ou seja, quando no so passveis de resttuio. As receitas pblicas podem ser divididas em duas categorias, as originrias e as derivadas. Vejamos as principais caracterstcas de cada uma delas.1.2.1 Receitas originrias e receitas derivadasAs receitas originrias so aquelas que tm origem a partr do patrimnio pblico ou da atuaodoEstadoenquantoprodutordebense/ouprovedordeservios.Sendoassim,as receitasoriginriaspodemsersubdivididasemreceitasoriginriaspatrimoniaisereceitas originrias empresariais. Receitasoriginriaspatrimoniaissotodasaquelasquederivamdearrendamento doespaopblico,locaoe/ouvendadebenspblicosmveisouimveis.Jasreceitas originriasempresariaissoaquelasquederivamdaatvidadepropriamenteeconmica do Estado, relacionada com a venda de bens produzidos e o pagamento pela promoo de servios. So as receitas provenientes, por exemplo, das tarifas cobradas dentro dos setores de transporte, tarifas postais, energia e telecomunicaes (quando providos pelo Estado). Senac So Paulo - Todos os Direitos ReservadosNormas e Prtcas Tributrias4Receitasderivadas,porsuavez,soaquelasquesebaseiamnaatvidadecoercitva doEstado,ouseja,fundamentam-senospoderesimpositvosdoEstado,envolvendoo patrimnio, a renda ou o consumo de entes que no pertencem ao Estado.1.3 Competncia TributriaA competncia tributria a possibilidade atribuda s pessoas jurdicas de direito pblico (Unio,estados,DistritoFederalemunicpios)deinsttuirtributos.Oestabelecimentodas competncias tributrias dado pela Consttuio Federal de 1988, atribuindo competncia tributria a cada um desses entes poltcos.A Consttuio brasileira apresenta trs modalidades de competncia: privatva, comum e residual. Vejamos cada uma delas.a.Competnciaprivatva:atribudaexclusivamenteaumdosentespoltcos,para insttuirtributosdiscriminadosnaConsttuio,porexemplo,acompetnciada Unio para insttuir e legislar a respeito do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI),oImpostodeRendaPessoaFsicaouJurdica(IRPFeIRPJ)eosemprstmos compulsrios (BRASIL, 1988).De acordo com o art. 153 Consttuio Brasileira, de Competncia Privatva da Unio a deliberao a respeito dos seguintes impostos:I.Sobre a Importao de Produtos Estrangeiros (II);II.Sobre a Exportao de produtos nacionais ou nacionalizados para o exterior (IE);III.Sobre as rendas e proventos de qualquer natureza (IRPF e IRPJ);IV.Sobre Produtos Industrializados (IPI);V.Sobre operaes de crdito, cmbio e seguro, ou relatvos a aes e outros ttulos mobilirios (IOF);VI.Sobre a propriedade territorial rural (ITR);VII.Sobre as grandes fortunas (IGF) (BRASIL, 1988). de competncia privatva dos estados e do Distrito Federal a deliberao a respeito dos seguintes impostos (BRASIL, 1988, art. 155):I.Sobre a transmisso causamorts e a doao de bens ou direitos (ITCM);II.Sobre as operaes de circulao de mercadorias e prestao de servios (ICMS);III.Sobre a propriedade de veculos automotores (IPVA).decompetnciaprivatvadosmunicpiosadeliberaoarespeitodosseguintes impostos (BRASIL, 1988, art. 155):Senac So Paulo - Todos os Direitos ReservadosNormas e Prtcas Tributrias5I.Sobre a propriedade predial e territorial urbana (IPTU);II.Sobre a transmisso inter vivos de bens imveis (ITBI);III.Sobre Servios de qualquer natureza, defnidos em lei complementar (ISS).b.Competnciascomuns:soatribudasUnio,aosestadoseaosmunicpiossem distnes,ouseja,todoselespodemcriarouelevarostributosdedeterminados casos. So comuns, por exemplo, as taxas e as contribuies de melhoria.c.Competncias residuais: essas competncias so atribudas exclusivamente Unio. Entretanto,sodiferentesdascompetnciasprivatvas,porqueserelacionam insttuiodenovostributosnocumulatvos,semquehajaqualquersimilaridade comosoutrostributosdiscriminadosnaConsttuio.Emoutrostermos,soa capacidade de criar novos tributos que no tenham explicitamente uma competncia destnada na Consttuio Federal.2 Princpios Constitucionais TributriosDentrodaCartaConsttucionalBrasileirade1988,existeumcaptuloespecfcopara tratardoSistemaTributrioNacional.Nele,logonoincio,soapresentadososchamados PrincpiosConsttucionaisTributrios.Todaequalquerleinoterritrionacionalqueseja feitasobretributosprecisarespeitaressesprincpiosconsttucionais.Dessesprincpios,os principais so (BRASIL, 1988): Princpio da Legalidade; Princpio da Isonomia Tributria; Princpio da Irretroatvidade Tributria; Princpio da Anterioridade; Reserva de Lei Complementar; Reserva de Lei para Anista; Princpio da Competncia; Princpio da Uniformidade Geogrfca; Princpio da No Discriminao Tributria; Princpio da Tipologia Tributria.Vejamos agora cada um desses princpios detalhadamente.Senac So Paulo - Todos os Direitos ReservadosNormas e Prtcas Tributrias62.1 Princpio da LegalidadeDe acordo com esse princpio, tanto a obrigao de pagamento quanto o aumento de um tributo s podem ocorrer atravs de uma lei. Isso pode parecer de certa forma intuitvo ou at natural; no entanto, preciso ter em mente que existem outras normas dentro do Direito asquaisnosonecessariamenteleis,comoinstruesnormatvas,decretoseportarias. Nesse caso, nenhuma delas, salvo as leis, podem criar ou elevar tributos.2.2 Princpio da Isonomia TributriaVoc possivelmente j ouviu falar que todos so iguais perante a lei. Essa frase deriva dochamadoPrincpiodaIsonomia,queestpresentenaConsttuioFederalde1988.A isonomia tributria deriva desse princpio. Ele diz que, se dois contribuintes esto em situao equivalente diante de um tributo, no permitdo que eles tenham tratamento desigual no que se refere ao seu pagamento. Portanto, lembre-se que mesmo que duas pessoas tenham profssesdiferentes,funesdiferentes,rendimentos,ttulose/oudireitosdenaturezas diferentes, elas ainda assim devem ser tratadas de maneira igualitria diante de um tributo, ouseja,devempagaramesmaalquota;ou,ento,possuiramesmabasedeclculodo tributo.Oprincpiodaisonomiatributriautlizadomuitasvezesporempresas em processos na justa, envolvendo os mais diversos tributos, pois vrias delas sentem-se discriminadas de alguma maneira, principalmente no que se refere aplicao de alquotas ou ao questonando os critrios para o estabelecimento de bases de clculo. fundamental observar a parte jurdica dos concorrentes eaveriguarseasuaempresa,ouaempresaemquevoctrabalha,noest passando por uma situao semelhante.2.3 Princpio da Irretroatvidade TributriaNo se pode cobrar um tributo referente a exerccios que antecedem a vigncia de uma Lei que instaura ou eleva a alquota deste tributo. Em outros termos, uma lei que entra em vigorem2015nopoderequereropagamentodetributosreferentesaosanosde2014, 2013 ou 2012, por exemplo.Senac So Paulo - Todos os Direitos ReservadosNormas e Prtcas Tributrias72.4 Princpio da AnterioridadeDe maneira geral, proibido que uma lei aumente uma alquota ou crie um tributo no mesmoanodasuaedio.Porexemplo,umaumentonoIPVAaprovadoem2014ster validade a partr do ano de 2015.Ateno!Hexceesparaesteprincpio,poiselenoseaplicaaos impostos de importao (II), de exportao (IE), sobre produtos industrializados (IPI) e sobre operaes fnanceiras (IOF). Porexemplo,emjunhode2014,ogovernobrasileirozerouoimposto deimportaosobreotrigo.Amedidafoiemergencialetnhacomoobjetvo garantr o abastecimento desse cereal no Brasil, diante de uma safra insufciente noMercosul.OutroexemplofoioaumentodoIOFemdezembrode2013. Diante de um cenrio em que os brasileiros gastavam cada vez mais no exterior e aproveitando o efeito sazonal das compras de fnal de ano e frias escolares, o governo decidiu elevar a alquota do imposto sobre as operaes com carto de dbito, cheques de viagem e cartes pr-pagos no exterior, aumentando, de forma importante, a arrecadao.Via de regra, esses impostos acabam por auxiliar o governo na sua poltca macroeconmica, ajudando a regular algum indicador essencial para a economia emdadomomento.Nessescasos,essesimpostosajudamaadministraro balano de pagamentos e a balana comercial, entre outros aspectos.Almdisso,aschamadascontribuiessociais,taiscomoPIS,COFINS, CSLL etc., sofrem elevao aps 90 dias da publicao da lei.2.5 Princpio da Reserva de Lei ComplementarComoacriaoouaalteraodeumtributotemapossibilidadedemudar signifcatvamenteavidadeumoudevriossegmentossociais,elessoregulamentados pormeiodaschamadasLeisComplementares.DentrodoDireito,asLeisComplementares possuemumenquadramentohierrquicoimportante,estandoapenasabaixodasleis consttucionais e das emendas consttuio.Para que se possa criar ou alterar uma Lei Complementar e, portanto, um tributo , preciso que se tenha a aprovao de maioria absoluta do Poder Legislatvo. Por outro lado, para aprovar uma Lei Ordinria que possui menor peso na hierarquia das leis necessria apenas uma maioria simples.Senac So Paulo - Todos os Direitos ReservadosNormas e Prtcas Tributrias8Adiferenaentremaioriaabsolutaemaioriasimplesque,naprimeira,necessrio que se tenha 50% mais 1 do total dos membros de cada uma das duas casas legislatvas do Brasil (Cmara dos Deputados e Senado Federal); na segunda, basta que se tenha a maioria dos membros presentes na seo de cada uma das duas casas.Como hoje, no Brasil, temos um total de 513 deputados e 81 senadores, quantos votos so necessrios para que um tributo seja criado ou alterado no pas?Para saber mais sobre a hierarquia das leis brasileiras e de que forma cada umadelaspodeseralterada,acesseoartgoqueseencontradisponvelna Midiateca.2.6 Princpio da Reserva de Lei Para AnistaEm alguns casos, as pessoas ou as empresas podem ser liberadas do pagamento de um tributo,oqueconfguraumasituaodeanista.Esteprincpiodizqueoperdodeuma obrigao tributria s pode ocorrer mediante uma lei especfca para o tema, seja ela federal, estadual ou municipal.2.7 Princpio da CompetnciaEsteprincpiodizqueoexercciodacompetnciatributria,ouseja,acapacidadede criar e cobrar tributos, se dar por meio da Casa Legislatva (Senado, Cmara dos Deputados, Assembleia Legislatva, Assembleia Legislatva, Cmara de Vereadores) dos entes federatvos (Unio, estados e municpios).Senac So Paulo - Todos os Direitos ReservadosNormas e Prtcas Tributrias92.8 Princpio da Uniformidade GeogrfcaDeacordocomaUniformidadeGeogrfca,atributaodaUniodeveseruniforme emtodooterritrionacional,nopodendocriardistnesemrelaoaosestados,aos municpios e ao Distrito Federal.2.9 Princpio da No Discriminao Tributriaproibidaamanipulaodealquotas,basesdeclculoouqualqueroutrafrmula tributriaembenefcioouprejuzodaeconomiadaUnio,dosestadosoudosmunicpios. Mas, o que quer dizer exatamente este princpio?NoBrasil,temosvriostributosquepossuemreceitascompartlhadasentreUnio, DistritoFederal,estados-parteemunicpios.Comesteprincpio,tenta-seevitaroque poderiasecaracterizarcomoumaespciedeboicoteentreunidadesfederadas.Tratando concretamenteocaso,partedoFundodePartcipaodosMunicpioscompostapela receitaquevemdoIPI.Umareduodrstcadesseimpostocomofoiocasodaltma reduodoIPIparaaindstriaautomobilstcanoBrasilafetadiretamenteopoderde arrecadao dos municpios. Em funo disso, muitos prefeitos reclamaram que o princpio danodiscriminaotributrianoestavasendorespeitadopelaUnio,jquenohavia mecanismos imediatos de compensao.2.10 Princpio da Tipologia TributriaOstributossoaformagenricadearrecadaodoEstado,podendodividir-seentre impostos, contribuies e taxas. Sendo assim, se, de acordo com o Cdigo Tributrio Nacional, um imposto no pode ter natureza vinculatva, ou seja, a aplicao de sua receita no pode ser defnida pela lei, um legislador no pode criar um imposto para que a educao receba mais investmentos, por exemplo. Na prtca, procura-se executar essa vinculao de forma mais genrica, como foi o caso da votao no Congresso Nacional, que visa destnar parte da arrecadaonacionaldiretamenteparaaeducao,atqueseatnjaproporcionalmenteo montante de 10% do Produto Interno Bruto. Em termos gerais, podemos dizer que o Princpio da Tipologia Tributria diz que as taxas e os impostos no podem ter a mesma base de clculo e nem hiptese de incidncia.2.11 Princpio da IndelegabilidadeNessaaltura,importantemencionartambmqueexisteumprincpioconsttucional quenopermiteatransfernciadecompetnciasentreasinsttuiesjurdicasdedireito pblico. A ele, chama-se Princpio da Indelegabilidade da Competncia Tributria. De acordo Senac So Paulo - Todos os Direitos ReservadosNormas e Prtcas Tributrias10com tal princpio, a Unio no pode delegar a um estado a cobrana de determinado tributo, assim como um estado no pode fazer o mesmo com relao a um municpio.Esse princpio importantssimo e podemos ilustrar essa importncia com duas situaes. Vejamos: seumestadooptapornocobrarIPVA,issosignifcaqueomunicpioperdea partcipao que tem na receita desse imposto, ou seja, no tem acesso e nem pode cobrar o repasse da verba desse tributo; seummunicpiooptapornocobrarISSemseusdomnios,umestadonopode cobrar ICMS da mesma operao.Ainda sobre esse tema, cabe uma observao importante. O que vetado pelo Princpio da Indelegabilidade a insttuio em si do tributo. Por outro lado, os entes podem delegar entre si algumas competncias no que se refere a atos administratvos com relao a esses mesmostributos.Emoutraspalavras,aUniopodedelegaraosestados,porexemplo,a prerrogatva de arrecadar, fscalizar ou cobrar judicialmente alguns tributos, mesmo que eles no tenham sido insttudos pelos estados.3 Sistema Tributrio NacionalEmgeral,podemosafrmarqueoSistemaTributrioNacional(STN)compostopelo conjunto das informaes existentes do art. 145 ao art. 162 da Consttuio Federal de 1988. Para apresentarmos e detalharmos o Sistema Tributrio do Brasil, necessrio, antes de mais nada, responder pergunta: afnal, o que um tributo?Podemosdizerqueotributotodaaprestaopagaemmoedacorrentedemaneira compulsria,consttudoapartrdeumaleiecobradopormeiodeumaatvidade administratva. Mesmo que pago de maneira obrigatria, importante frisar que um tributo no pode consttuir a sano de um ato ilcito (ou seja, sem traos de penalidade), mas sim uma obrigatoriedade de pagamento por pertencer a uma organizao social, sem traos de penalidade. Quanto aplicao, existem dois tpos de tributos.d. Tributo Fiscal: os tributos fscais acontecem quando a sua imposio propicia apenas aarrecadaoderecursosfnanceirospessoajurdicadedireitopblico(Unio, estados, municpios e Distrito Federal), que, posteriormente, utlizar esse recurso de alguma maneira.e.TributoExtrafscal:existemcasosemqueostributosnosedirigemdiretamente pessoa jurdica de direito pblico, mas so direcionados a corrigir certas distores Senac So Paulo - Todos os Direitos ReservadosNormas e Prtcas Tributrias11sociaise/oueconmicasdemaneiramaisdireta.Paratornarmaisclaro,vejamos um exemplo: construes abandonadas nas cidades podem ter um tributo adicional quesejarevertdodiretamenteparaaconstruodeabrigosoucasasdeapoioa moradores de rua.Asformasmaiscomunsdetributossoosimpostos,astaxaseascontribuiesde melhoria. O imposto toda imposio legal consttuda na qual no h vinculao com algum serviopblicoespecfco.Porexemplo,sabe-sequeoImpostosobreaPropriedadede VeculosAutomotores(IPVA)advmdapropriedadedeumveculo;noentanto,nose estpulaexatamenteoquesefarcomessareceita(construirestradas,pagarsalriosde funcionrios, investr em uma escola, hospital etc.)Ainda assim, nos ltmos anos, tem-se tentado cada vez mais vincular as receitasdosimpostos.Dessaforma,existemmuitosprojetosdeleitentando estabelecer percentuais mnimos da arrecadao de determinados impostos a serem aplicados em determinadas reas (como sade e educao).As taxas, por sua vez, so imposies legais que dependem da atuao estatal diretamente referida a quem utliza um servio ou adquire um produto do poder pblico. Costuma-se dizer que as taxas possuem uma natureza compensatria, na medida em que so a contrapartda prestao de servios.Normalmente,astaxassocitadascomoumexemplodequeoentepblicoexerce, certasvezes,poderdepolcia.Essepoderdepolcianoest,necessariamente,vinculado aumpoderdepromoverseguranapblica.Nessecaso,astaxasassociam-seaopoderde polcia,porexemplo,naconcessodealvarsdefuncionamento.Umfscaldomunicpio podecumprirafunoderealizarafscalizaosanitriadeumrestaurante.Seesselugar atende s especifcaes exigidas em lei, pode obter um alvar de funcionamento. Tal vistoria, noentanto,implicanopagamentodeumataxaparaaexecuodoservioeaemissoda autorizao de funcionamento.Ascontribuiesdemelhoriasoimposieslegaisquedependemdaatuaoestatal indiretamente referida a quem utliza um servio ou adquire um produto do poder pblico. Elascostumamocorrer,sobretudo,narelaodemanutenodeestradaserodovias,por exemplo;ouentonarecuperaodeprdiospblicos.Seastaxassoascompensaes porumserviopblicoprestado,ascontribuiespodemservistascomoumaespciede melhoriadosbenspblicos,sejaparaaexpanso,sejaparaamanutenodeumespao existente. Senac So Paulo - Todos os Direitos ReservadosNormas e Prtcas Tributrias124 Federalismo FiscalOnomeofcialdenossoPasRepblicaFederatvadoBrasil.Issonostransmitea ideiadequevivemosemumaFederao.Ofatodeseorganizarpolitcamentecomouma federaoimplicaqueasregies(estadose/ouprovncias)abremmodesuassoberanias relatvaspoltca,tributriaeadministratvaemtrocadatransfernciaderecursos Federao (nesse caso, a Unio Federal).O objetvo mximo de uma Federao conciliar os objetvos nacionais de distribuio das receitas tributrias com os interesses locais de seus estados-membro. Nesse sentdo, ao longo dos tempos, as Federaes buscaram estabelecer poltcas fscais de transferncia de recursos. Somente assim poderia ser realizvel a tarefa de assegurar uma oferta de servios pblicos mais equitatva para os estados.O atual sistema tributrio brasileiro prev dois tpos de transferncia de recursos.1. Transfernciashorizontais:quandoastransfernciasocorrementreesferas governamentaisdemesmopatamar.Osmaioresexemplosdastransferncias horizontaissoasalquotasdiferenciaisdeICMSnasoperaesinterestaduais. Poralquotasdiferenciaispode-seentender,porexemplo,oICMS-ST.Aolevarem consideraoaMargemdeValorAgregado(MVA)noclculodoimposto,huma transferncia horizontal da receita de ICMS entre diferentes estados do pas.2. Transfernciasvertcais:quandoastransfernciasocorrementreesferas governamentaisdepatamaresdiferentes.Soastransfernciasmaiscomuns,das quais as de maior destaque so o Fundo de Partcipao dos Estados (FPE) e o Fundo de Partcipao dos Municpios (FPM). Para o primeiro, so destnados, por exemplo, 21.5% da arrecadao de Imposto de Renda e Imposto sobre Produtos Industrializados. Para o segundo, o percentual de 23,5% dos mesmos tributos.Senac So Paulo - Todos os Direitos ReservadosNormas e Prtcas Tributrias13A Nota Fiscal um documento indispensvel circulao de mercadorias dentrodeumterritrioeinformaeserradaspodemocasionarpesadas penalidadesaodescumpridordasnormas.Sevoctrabalhanareafscalde umaempresa,possvelquejtenhatdocontatocomastransferncias horizontais, sobretudo se a empresa em que voc trabalha envia mercadorias para fora do estado. Portanto, sempre preste muita ateno e verifque a origem eodestnodasmercadoriascomercializadasnaempresa;destacaraalquota corretanaNotaFiscaldefundamentalimportnciaparaevitartranstornos comofsco.Essasituaoaindamaisdelicadaquandosetrabalhaemuma grande empresa, na qual a emisso das notas pode ser feita exclusivamente na sede, que pode estar situada em um lugar diferente daquele de onde partem as mercadorias efetvamente.Existem trs critrios para que sejam feitas as transferncias vertcais:diretamente proporcional arrecadao do tributo em seu destno;diretamente proporcional populao e rea de destno;inversamente proporcional renda que o estado ou municpio gera.OprimeirocritrioutlizadonoBrasilparaaredistribuiodasreceitasdeITR,IPTU eICMS.Osegundo,paraadistribuiodoFPEedoFPM.Ambososcritriospossuema limitao de no irem de encontro, diretamente, situao de desigualdade entre as regies no pas. O terceiro critrio, mais racional do ponto de vista do combate s desigualdades, no base atualmente para a poltca de transferncias vertcais no Brasil. AstransfernciashorizontaiscomalquotasdeICMSdiferenciadassoasquemais buscamatenuarasdesigualdadesregionais.Apropsito,deacordocomDenari(2008),os estados das regies Norte, Nordeste e Centro-Oeste, e tambm o Esprito Santo, partcipam com menos de 40% na arrecadao nacional do ICMS. Parasabermaisarespeitodastransfernciashorizontaisevertcais, busqueartgosquetratemdaquestodecobranadeICMSnaorigemouno destno das mercadorias, como o que est disponvel na Midiateca. Senac So Paulo - Todos os Direitos ReservadosNormas e Prtcas Tributrias144.1 Reparto das Receitas TributriasAsreceitastributriassorepartdasparaosestadoseoDistritoFederaldaseguinte maneira:a.100% dos recursos de Imposto de Renda retdo na fonte sobre os rendimentos dos prprios entes pblicos, suas autarquias e fundaes vo para os estados e o Distrito Federal;b.20% dos impostos residuais eventualmente impostos pelo Governo Federal.c.21,5% dos impostos sobre a renda (IRPF e IRPJ, destnados ao Fundo de Partcipao dos Estados), bem como do IPI;d.10%doIPI,proporcionaisexportaodeprodutosindustrializadosenviadosao exterior pelo prprio estado;e.29% da Contribuio de Interveno no Domnio Econmico (CIDE).J as receitas dos municpios advm do seguinte enquadramento:a.100%daarrecadaodeIRincidentenafontesobreosrendimentospagospelos prprios municpios, bem como suas autarquias e fundaes;b.50% da arrecadao do ITR dos imveis a ele relacionados;c.50% da arrecadao do IPVA dos veculos licenciados sob seus domnios;d.25% do total da arrecadao do ICMS;e.23,5% do total arrecadado com IR e IPI;f.25% da arrecadao da CIDE.Consideraes finaisNestaaula,foipossvelobservarasprincipaiscaracterstcasquenosintroduzemao estudodasNormasePrtcasTributrias,comespecialenfoque,noincio,nasrelaes existentes entre o Estado-nao e as suas capacidades e limitaes no tocante a tributos. Vimosqueogovernosomentepodearrecadarosseusrecursospormeiodeleis,de modo que o Poder Legislatvo ganha especial importncia na matria tributria. Foi possvel entender,tambm,queacompetnciatributriaumapossibilidadeatribudaspessoas jurdicas de direito pblico (Unio, estados, Distrito Federal e municpios) de insttuir tributos.Senac So Paulo - Todos os Direitos ReservadosNormas e Prtcas Tributrias15TambmpudemosconheceroschamadosPrincpiosConsttucionaisTributrios, cujosprincipaisso:PrincpiodaLegalidade,PrincpiodaIsonomiaTributria,Princpioda Irretroatvidade Tributria, Princpio da Anterioridade, Reserva de Lei Complementar, Reserva de Lei para Anista, Princpio da Competncia, Princpio da Uniformidade Geogrfca, Princpio da No Discriminao Tributria e Princpio da Tipologia Tributria.NosestudossobreoSistemaTributrioNacional,foipossvelcompreenderoqueso tributos e de que forma eles podem ser diferenciados entre impostos, taxas e contribuies. Por fm, pudemos verifcar com mais ateno o Federalismo Brasileiro, com especial destaque paraasrepartestributriasentreUnio,estados,DistritoFederalemunicpios,cujos critrios recorrentemente aparecem na ordem do dia das discusses tributrias.RefernciasBRASIL. Consttuio da Repblica Federatva do Brasil. Ttulo VI Da Tributao e do Oramento. 2010. p. 32-35.Disponvel em: < htp://books.google.com.br/books?id=ekRBqzGvghoC&printsec=frontcover&hl=pt-BR#v=onepage&q&f=false>. Acesso em: 10 set. 2014.DENARI, Z. Curso de Direito Tributrio. So Paulo: Atlas, 2008.Normas e Prtcas TributriasAula 02Impostos, taxas e contribuies. Hiptese de incidncia, fato gerador, obrigao tributria e alquotas.Objetvos EspecfcosIdentfcarasfunes,aclassifcaoeoselementosfundamentaisdos tributos.TemasIntroduo1 Tributos e critrios de classifcao2 O que no considerado Tributo3 Elementos fundamentais dos TributosConsideraes fnaisRefernciasProfessorDaniel da Cunda Corra da SilvaSenac So Paulo - Todos os Direitos ReservadosNormas e Prtcas Tributrias2IntroduoNestaaula,seremoscapazesdecompreendermelhorasdiferenasentreostributos. Sendoassim,aprenderemoscomclarezacomodiferenciarumimpostodeumataxaoude uma contribuio. Alm de detalhar essas diferenas, observaremos tambm quais so os critrios adotados para que elas se estabeleam. Em outras palavras, vamos verifcar o que so as hipteses de incidncia, os fatos geradores, as obrigaes tributrias e as alquotas.1 Tributos e critrios de classificaoPagar um imposto signifca pagar um tributo. No entanto, pagar uma taxa no signifca pagarumimposto.Nosorarasasvezesemqueconfundimosoquesignifcapagarum imposto e o que signifca pagar um tributo. Na imensa maioria dos casos, essas duas palavras so tratadas como sinnimos, quando na verdade no o so.Tributo a forma genrica de defnir um pagamento que feito a uma pessoa jurdica de Direito Pblico (Unio, estados, Distrito Federal e municpios). Os impostos so uma forma especfca de tributo. Isso signifca dizer que todo imposto um tributo, mas nem todo tributo um imposto. Deacordocomoscritriosdeincidncia(quempaga),alquota(quantopaga)efato gerador(apartrdequemomentoaobrigaodotributogerada),pode-seclassifcaras diferentes formas de tributos.Especifcamentequantoincidncia,ostributospodemserclassifcadosemtributos sobre a renda, sobre o patrimnio e sobre o consumo. Vejamos cada um dos trs aspectos em detalhes.a. TributossobreaRenda:quandoserelacionamrenda,ostributossocobrados sobreocapitalousobreotrabalhoou,aindasobreacombinaodosdois.So consideradostributossobrearendaaContribuioSocialsobreoLucroLquido (CSLL) e os Impostos de Renda sobre a Pessoa Fsica e sobre a Pessoa Jurdica (IRPF e IRPJ).b.Tributos sobre o Patrimnio: so todos os tributos cobrados sobre o patrimnio de propriedade das pessoas fsicas e jurdicas. Os principais tributos, nesse caso, so os impostos, na fgura de IPTU, ITBI, ITR e IPVA.c. Tributos sobre o Consumo: os tributos sobre consumo so aqueles que agem sobre a cadeia produtva. Nesse caso, podem ser citados como exemplos os impostos (ICMS, IPI, ISS) e as contribuies (PIS e COFINS).Senac So Paulo - Todos os Direitos ReservadosNormas e Prtcas Tributrias3Tomando como base esse contexto, podemos detalhar melhor as divises que apresentam ostributos.Nasequncia,constaaclassifcaodostributosenquantopartesdoSistema Tributrio Nacional.Impostos.Taxas.Contribuies de melhoria.Contribuies parafscais.Emprstmos compulsrios.Vejamos agora, detalhadamente, cada um deles.1.1 ImpostosOsimpostos,segundooart.16doCdigoTributrioNacional(CTN)Lein5172/66 (BRASIL,1966),sotributoscujofatogeradorumasituaoindependentedequalquer atvidadeestatal.Osimpostossodecompetnciaprivatvadosentesdafederao. Dessamaneira,somenteaUnio,osestados,oDistritoFederaleosmunicpiospossuem aprerrogatvadecriarecobrarimpostos.Soexemplosdeimpostos:ImpostodeRenda, Imposto de Importao, Imposto sobre Produtos Industrializados, Imposto sobre Circulao de Mercadorias e Servios etc.1.2 TaxasDe acordo com o art. 77 do Cdigo Tributrio Nacional (CTN) Lei n 5172/66 (BRASIL, 1966), as taxas possuem, como fato gerador, o exerccio do poder de polcia ou a utlizao, imediata ou posterior, desse recurso na proviso de um servio pblico especfco, colocado disposio do contribuinte.Senac So Paulo - Todos os Direitos ReservadosNormas e Prtcas Tributrias4Emumprimeiromomento,associarastaxasaopoderdepolciapode suscitarcertasconfuses,levando-nosacrerqueastaxasservempara remunerar a segurana pblica do pas. Na verdade, vincular as taxas ao poder de polcia signifca atribuir aos entes federais o poder de limitar e disciplinar as atvidadesdeinteressepblico.Essasatvidadesenvolvem,sim,asegurana pblica,masvoalm.Tambmincorporamaordempblica,ahigiene,o mercado,oscostumes,adisciplinadeproduo,orespeitopropriedade privada e propriedade pblica.Emoutrostermos,opoderdepolciasignifcaquealivreiniciatvaser garantda, mas pode ser relatvizada. Por exemplo, em certos bairros de traos mais residenciais, um municpio pode vetar a instalao de uma casa noturna, queafetariadeformasignifcatvaaordempblicaeosdireitoscoletvos daqueles moradores.Pense e elabore outras situaes nas quais esse poder de polcia do ente pblico pode ser verifcado.Masoqueexatamenteessechamadopoderdepolciatemavercomastaxas? simples:paraquesejamconcedidasautorizaesdefuncionamento,opoderpblicona grandemaioriadasvezes,noBrasil,maisestadosemunicpiosqueaUniocobrataxas. Essastaxasdenotamaregularidadeounodeumestabelecimento,sendogeralmente acompanhadas de um certfcado (alvar), que ter de ser renovado com uma determinada periodicidade.Astaxaspodemsercriadaseterasuaalquotaelevadaporqualquerumdosentes federados Unio, estados, municpios ou Distrito Federal. Alguns exemplos de taxas fcaram mais populares ultmamente, por exemplo, a taxa de coleta de lixo. As taxas tambm podem referir-se utlizao efetva ou potencial de algum outro servio pblico especfco, como a taxa de incndio. 1.3 Contribuies de melhoriaAscontribuiesdemelhoria,assimcomoastaxaseosimpostos,tambmpodem sercriadaspelaUnio,pelosestadosepelosmunicpios,bemcomopeloDistritoFederal. Contribuies de melhoria levam em considerao obras pblicas.Quandoumaconstruoexecutada,geralmenteh,deincio,aobrigatoriedadede pagamento de imposto (nesse caso, sobre o patrimnio). O que diferencia uma contribuio deumimposto,aqui,ofatodequeovalorcobradoattulodecontribuiorelaciona-se Senac So Paulo - Todos os Direitos ReservadosNormas e Prtcas Tributrias5diretamente obra pblica a ser executada e valorizao indireta que isso pode provocar em uma propriedade privada.Costuma-seargumentar,nomeiotributrio,queainsttuiode contribuiesdemelhoriarodeadaporenormeburocracia.Talvezessaseja uma das razes pelas quais o poder pblico em geral, expresso tanto pela Unio quanto pelos estados, Distrito Federal e municpios, pratcamente no se utliza desse mecanismo para arrecadar mais recursos. A cobrana das contribuies de melhoria rara e pouco comum no Brasil.1.4 Contribuies parafscaisAscontribuiesparafscaissobastantepeculiares,pois,emcertosmomentos, comportam-se como impostos; e, em certas situaes, como taxas. Alguns pesquisadores da rea tributria tambm chamam essa modalidade de contribuies sociais. Esses tributos so arrecadadosporentdadesprofssionaisoueconmicas.Comoexemplosdecontribuies parafscais, podemos elencar os pagamentos ao Insttuto Nacional de Seguridade Social (INSS) e os pagamentos a entdades de classe, tais como sindicatos e conselhos representatvos de classe (conselhos regionais de alguma profsso).1.5 Emprstmos compulsriosOsemprstmoscompulsriossotributoscujareceitaaplicadaeminvestmentos pblicosquepossuamumanaturezacontratual.Vamosaumexemplo:casooEstadode So Paulo queira realizar uma obra de investmento na mobilidade urbana da cidade de So Paulo, ele pode pegar esses recursos das empresas pblicas que pertencem ao estado, como a Sabesp e a Dersa. A tomada dos recursos compulsria, porque as diretorias das empresas pblicasnotmescolha,soobrigadasacederosrecursosaogovernodoestadodeSo Paulo.H debates entre os especialistas em tributos quanto classifcao desses emprstmos compulsrios.Issoporque,naleipropriamenteditaenainterpretaodosjuristas,pela existncia de um contrato, h obrigatoriedade de devoluo dos recursos, fazendo com que se considere os emprstmos compulsrios um imposto resttuvel.De outro lado, na prtca, so raras as vezes em que esse valor retorna s empresas estatais. Isso faz com que outra corrente interprete os emprstmos compulsrios simplesmente como tributos, na medida em que saem e no retornam mais s empresas.Senac So Paulo - Todos os Direitos ReservadosNormas e Prtcas Tributrias6Paramaisinformaeseoacompanhamentodessetema,consulteo artgodisponvelnaMidiatecasobreclassifcaodetributoseemprstmos compulsrios. 2 O que no considerado TributoEm um pas como o Brasil, no nenhuma novidade que pagamos tributos demais, que no retornam com a qualidade que deveriam. Ainda assim, existem alguns pagamentos que realizamosspessoasjurdicasdedireitoprivadoquenoseenquadramnoconceitode tributos,pormaisquepossamparecer,oupormaisque,parans,diretamente,elesno representem muita diferena, afnal, no deixam de ser um gasto com o governo. Por outro lado,paraefeitodenossosestudos,necessrioquesaibamosdiferenciarostributosde outrospagamentosfeitosUnio,aosestados,aoDistritoFederaleaosmunicpios.Entre eles,veremosmaisdetalhadamenteastarifas,ospedgios,olaudmio,oaforamento,a multa, a multa administratva e os servios prestados.2.1 LaudmioNaspalavrasdeAbreu(2008),olaudmioumvalorpagopeloproprietriodeum domnioaoproprietriodeumdomniodireto(oupleno)semprequeserealizaruma transaoonerosadoimvel.Eleapresenta-secomoumaespciedecompensaodevida ao proprietrio, por no usar o direito de preferncia que tem sobre o imvel.Por exemplo, na regio de Santos, originariamente, os imveis que se localizam na orla martmasoconsideradosdepropriedadedaUnio(ospopularesterrenosdeMarinha). Dessa forma, cabe ao Ministrio da Defesa ceder a sua rea costeira para venda. O comprador do terreno paga Marinha um valor, denominado laudmio, para comprar a propriedade.HumcasobastantepeculiardelaudmioqueacontecenaregioserranadoRiode Janeiro,maisprecisamentenacidadedePetrpolis.Nessacidade,boapartedosterrenos pertenciamfamliarealportuguesa.Depoisdeadquiridoumterreno,ovalorpago transferido corte dos Bragana, que ainda possui os seus descendentes em Portugal.Tudo bem, mas, at agora, no fcou claro especifcamente por que essa modalidade se diferedotributo,certo?Naverdade,adiferenapropriamenteditaqueotributopossui normasespecfcas,asquaisnoseaplicamaolaudmio.Parasubiroudescerovalordo laudmio, o ente pblico soberano, algo que no acontece para os tributos.Senac So Paulo - Todos os Direitos ReservadosNormas e Prtcas Tributrias72.2 AforamentoOaforamentorepresentaumpagamentode0,6%dovalordeumapropriedadeplena dopoderpblico,atualizadoanualmente.umareceitaoriginria,quenoestsujeita, portanto, s normas do Cdigo Tributrio Nacional.2.3 Preos pblicosOs preos pblicos so as receitas decorrentes de vendas realizadas pelo Estado, referentes amultasadministratvasedoaesqueoEstadorecebe.Ainsttuioeasalteraesnos preos pblicos so defnidas por contrato e no por lei, como acontece nos tributos.Quandoosserviosdedistribuiodeguaeenergiasocontroladospelosetor pblico, as contas tambm so referentes a preos pblicos. Os preos pblicos so um valor monetrio que o rgo pblico ou a empresa associada/concessionria cobra sobre a venda de um bem ou a prestao de um servio. Os servios de postagem, por exemplo, so outra ilustrao disso.2.4 Tarifas de servios pblicosNosltmostempos,temosvistocadavezmaisaexistnciadeempresasqueocupam espaosdeprestaodeserviosoudeofertadebensque,antes,eramdecompetncia pratcamenteexclusivadosetorpblico.Entreosmaistradicionais,estoosserviosde transporteurbano;entreosmaisrecentes,vemosasconcessesaportoseaeroportos. Todos possuem uma natureza distnta das taxas, portanto, no so tributos, so efetvamente tarifas.Astarifasprecisamterporobjetvogerarumexcedente,namedidaemquedevem ser cobradas em um montante sufciente para assegurar o equilbrio econmico e fnanceiro docontrato,contrabalanandoaremuneraodoscapitaisinvestdos,asmelhoriase, eventualmente,aexpansodosserviosprestados.Enquantoisso,astaxaspossuemuma natureza exclusiva de ressarcimento, ou seja, de recuperar o custo de se promover um servio ou ofertar um bem.Na tarifa, o servio promovido facultatvo e o pagamento possui natureza voluntria, quer dizer, s acontece mediante a utlizao do bem ou do servio. De outro lado, a taxa uma receita pblica derivada, retrada de maneira compulsria da pessoa fsica ou jurdica de direito privado, representando uma receita para o Estado.2.5 PedgioOpedgioumareceitacobradasobaformadetaxaoutarifa,referenteutlizao dequalquerviadetransporteporpessoaseveculos.Umapartcularidadedopedgioa Senac So Paulo - Todos os Direitos ReservadosNormas e Prtcas Tributrias8iniciatvadesetentarcobrardemaneiraproporcionalpelautlizaodarodovia.Tenta-se levar em considerao o peso e de que forma os veculos que utlizam uma estrada oneram a via em questo.DeacordocomAbreu(2008),areceitapblicaderivadadopedgiooriginriae facultatva. Entretanto, a questo no consenso dentro da rea tributria. H quem advogue que o pedgio no possui natureza facultatva, na medida em que se impe sobre o trfego na via. Mesmo que existam rotas alternatvas e a legislao brasileira demanda isso , elas alteram signifcatvamente os custos da viagem.Para obter mais informaes a respeito do debate sobre a natureza jurdica dos pedgios, acesse o artgo disponvel na Midiateca. 2.6 MultaAs multas representam uma sano por descumprimento de uma obrigao disposta pelo ente federado; dessa forma, no representam um tributo. Na verdade, a maior proximidade entre a multa e um tributo quando no h o pagamento de um tributo (obrigao disposta peloentefederado).Nessecaso,umamultapodeseraplicada.Enquadram-senessas disposiestambmasmultasdetrnsitopeloatrasonopagamentodeimpostosouno envio de documentos para um processo pblico , as multas por descumprimento de normas ambientais, referentes legislao sanitria etc.2.7 Multa administratvaAs multas podem ter natureza administratva, quando as pessoas fsicas ou jurdicas de direito pblico ou privado subestmam o valor de um tributo a ser pago, por exemplo. Nesse caso, o fsco pode interpretar o caso como uma tentatva de burl-lo, aplicando, assim, uma sano (multa administratva), por meio de um auto de infrao. Segundo Abreu (2008), as multas administratvas encaixam-se na categoria de preos pblicos, na medida em que o prprio Estado, contratualmente, que lana o valor a ser pago por uma multa administratva. Isso o que diferencia as multas administratvas das multas da seo anterior.Senac So Paulo - Todos os Direitos ReservadosNormas e Prtcas Tributrias93 Elementos fundamentais dos TributosSo considerados elementos fundamentais dos tributos: o contribuinte;o fato gerador; a base de clculo;a alquota.3.1 Fato geradorOfatogeradoroquefaznasceraobrigaotributria,ouseja,oquedeterminaa partr de qual momento um tributo devido a uma pessoa jurdica de direito pblico. Essa obrigao de pagamento pode ser principal ou acessria.Casoaobrigaodepagamentosejaprincipal,considera-sequeasituaode obrigatoriedade de pagamento est defnida como necessria e sufciente sua ocorrncia, ou seja, que o contribuinte reconhea que possui uma obrigao para com o ente federado. Umaobrigaoprincipalsempredenaturezapecuniria,querdizer,sempreexigirum pagamento em moeda corrente.Porsuavez,aobrigaoacessriatodaaquelaemqueobrigaessogeradassem que, necessariamente, haja uma contrapartda de pagamento em espcie. Em outros termos, nas obrigaes acessrias, as demandas so de cunho administratvo, como a escriturao de livros ou o envio de declaraes.Pgas (2011) cita cinco exemplos de fatos geradores: 1.A prestao de servios, fato gerador de ISS.2.A propriedade de um automvel, fato gerador de IPVA.3.O recebimento de salrios ou proventos, fato gerador de IR.4. A importao de mercadorias, fato gerador de II.5.A contratao de um seguro, fato gerador de IOF.Senac So Paulo - Todos os Direitos ReservadosNormas e Prtcas Tributrias10Se h uma faixa de populao no Brasil que est isenta do pagamento de ImpostodeRenda,comopode-sedizerqueorecebimentodesalriosou proventos, por si s, fato gerador desse imposto? O fato gerador no deveria estar alinhado a esse mnimo de rendimento? 3.2 Contribuinte de fato e contribuinte responsvelPodemos afrmar que existem dois tpos de contribuintes no Sistema Tributrio Nacional: oschamadoscontribuintesdefatoeoscontribuintesresponsveis.Oscontribuintesde fatosoaquelesque,efetvamente,sustentamochamadonustributrio;porsuavez,os contribuintes responsveis so aqueles que a lei elege para responderem pela obrigao de recolher e pagar o tributo em si.Pgas (2011) d alguns exemplos que podem nos ajudar a ilustrar mais claramente essa situao.ImagineopagamentodoINSSdeumempregado.Essepagamentocaracteriza-se pordarresponsabilidadesobreamatriaaoempregado.Noentanto,aresponsabilidade derecolheressetributodoempregador,quedescontaropercentualdosalriobasedo prprio empregado.OutrasituaoemquealgosemelhanteacontecenodestaquedeIPIcobradopelo comprador na Nota Fiscal. Nesse caso, o comprador o contribuinte de fato, enquanto que o vendedor o contribuinte responsvel, pois cabe a ele destacar, da maneira correta, o tributo devido na Nota Fiscal.Pgas(2011)tambmfalaarespeitodoIOF,quecobradosobreumemprstmo bancrio. Ora, quando vamos ao banco, no sabemos quanto do dinheiro que efetvamente recebemos fcou com o fsco ou quanto foi descontado e por qu. Nesse caso, a Pessoa Fsica quecontrataumemprstmoocontribuintedefato.Simultaneamente,ainsttuio fnanceiraaresponsvelpordescontarovalordevidoeencaminh-loaoGovernoFederal. Poderamos, ainda, acrescentar mais uma situao: pela propriedade de um imvel, o IPTU emitdopelasprefeiturascombasenessecritrio,fazendodolocatrioumcontribuinte responsvel.Olocador,poroutrolado,ocontribuintedefato,poiselequempaga efetvamente o IPTU.Senac So Paulo - Todos os Direitos ReservadosNormas e Prtcas Tributrias113.3 Base de clculoAbasedeclculorepresentaovalorsobreoqualaplicadaumaalquotadetributo, para que se saiba o quanto se deve pagar. A base de clculo dos tributos defnida, de acordo com o Cdigo Tributrio Brasileiro, por Lei Complementar.Vocpodeteracompanhado,algumasvezes,discussesenvolvendoo Sistema Tributrio Nacional. Diz-se que o Brasil precisa urgentemente de uma Reforma Tributria, para eliminar certas tributaes consideradas sem sentdo oucontraproducentesaodesenvolvimentonacional.Entreessasdiscusses est,certamente,abasedeclculodostributos.Quandoincidesobreo consumo,acargatributriabrasileirageralmenteusacomobasedeclculoo valorimediatamenteanteriordoproduto,destacadonaNotaFiscal.Issofaz comque,depoisdevriasoperaessubsequentesdecompraevenda,os produtos no Brasil sejam sobretaxados, no exatamente por bitributao, mas pelosfamososimpostosemcascata,quefazemcomqueostributospagos vo elevando paulatnamente a sua parcela a pagar.Emsuaprtcaprofssionalatualoufutura,atentesempreparaa determinao correta das bases de clculo dos tributos, sob pena de incorrer em situaes que podem acarretar penalidades junto ao fsco. 3.4 AlquotaA alquota se refere ao percentual, defnido por Lei Complementar, que aplicado sobre a base de clculo. O resultado disso o valor monetrio que o contribuinte deve pagar em dinheiro.A alquota e a base de clculo dos tributos esto sujeitas aos princpios consttucionais, como legalidade, irretroatvidade e anterioridade. Consideraes finaisNesta aula, pudemos observar que os tributos em geral podem ser classifcados quanto incidncia, ao fato gerador e alquota. Quanto incidncia, os tributos podem ser classifcados em tributos sobre a renda, sobre o patrimnio e sobre o consumo. Quanto ao fato gerador e alquota, foi possvel observar Senac So Paulo - Todos os Direitos ReservadosNormas e Prtcas Tributrias12os diversos tpos de tributos existentes. A partr de agora, no confundiremos mais tributos comimpostosesaberemosquetaxasecontribuiespossuemumanaturezadistntados prprios impostos.Aprendemos que os tributos podem ser classifcados em impostos, taxas, contribuies de melhoria, contribuies parafscais, contribuies especiais e emprstmos compulsrios, ainda que no haja consenso sobre essas divises.FoipossvelcompreendertambmquecertasdespesascomaUnio,osestados,o Distrito Federal e os municpios no necessariamente podem ser classifcadas como tributos. Algumasdelassotarifas,multas,preospblicos,almdoscasosmaispartculares,tais comooaforamentoeolaudmio.Noconfundiremosmaisessasdespesas,sobretudo porquesabemos,agora,quaisdelassoounoregidaspeloSistemaTributrioNacionale quais so receitas originrias, no submetdas a esse sistema.Finalmente, tvemos a oportunidade de estudar os chamados elementos fundamentais dos tributos e a base sobre a qual eles se consttuem, que so o contribuinte, o fato gerador, a base de clculo e a alquota.RefernciasABREU,A.GestoFiscalnasEmpresas:PrincipaisConceitosTributriosesuaAplicao.So Paulo: Atlas, 2008.BRASIL.Lein5.172,de25deoutubrode1966.DispesobreoSistemaTributrioNacional einsttuinormasgeraisdedireitotributrioaplicveisUnio,EstadoseMunicpios.Dirio OfcialdaUnio,Braslia,DF,25dez.1961.Disponvelem:.Acessoem:3set. 2014.PGAS,P.H.ManualdeContabilidadeTributria:anlisedosimpactostributriosdasleis 11.638/07 e 11.941/09, anlise dos impactos tributrios do CPC. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 2011.Daniel da Cunda Corra da SilvaNormas e Prtcas TributriasAula 03Impostos, Taxas e Contribuies FederaisObjetvos EspecfcosEntenderdemodopreliminarosprincipaistributosexistentesnopasna esfera federal.TemasIntroduo1 Impostos Federais2 Contribuies Federais3 Taxas FederaisConsideraes fnaisRefernciasProfessorNormas e Prtcas Tributrias2IntroduoNestaaula,faremosumestudoacercadostributosfederaisexistentesnoBrasil, conhecendo a forma como se organiza essa estrutura tributria, quais so os fatos geradores, as bases de clculo e os contribuintes desses tributos.1 Impostos FederaisPodemos perceber, todos os dias, o quanto os meios de comunicao (televiso, internet, rdio, revistas etc.) discutem a questo tributria no Brasil. E no so raras as vezes em que sereclamaquepagamosumaquantdadeenormedeimpostos,semquehajaumretorno populao.Enquantoestudantesdecontabilidade,precisamosiralmdosensocomum. Emoutraspalavras,istoimplicasabermosexatamentequantosequaissoestesmuitos impostosquepagamosnoBrasil.Sassimteremospropriedadeparadiscutrmossobreo tema, sem riscos de realizarmos anlises superfciais.Nestecaptulo,serrealizadaumaapresentaodosimpostosfederaisexistentesno Brasil. Faremos uma exposio mais detalhada a respeito dos seguintes tributos:Imposto sobre Exportao.Imposto Territorial Rural.Imposto sobre Importao.Imposto sobre Operaes Financeiras.Imposto sobre Produtos Industrializados.importantemencionarmosquetambmfazpartedoroldeimpostos federais o imposto sobre a renda de pessoas fsicas (IRPF) e de pessoas jurdicas (IRPJ).Portanto,osmuitosimpostosquepagamosso,naesferafederal,emtornodeseis1 oscincoelencadosanteriormentemaisoImpostodeRenda(IR).chegadoomomento, ento, de detalharmos o pagamento desses impostos. Verifcaremos, a partr de agora, como se confguram as bases de clculo, quais so os fatos geradores, as alquotas e as pessoas que possuem obrigao de pagar esses tributos.1So sete impostos, caso o indivduo tenha uma empresa, o que faz dele pessoa fsica e jurdica simultaneamente.Normas e Prtcas Tributrias31.1 Imposto de Exportao de Produtos EstrangeirosEsseimpostoincidesobreasexportaesdeprodutos,ouseja,sobreavendade produtos (bens e/ou servios) brasileiros ao exterior. As operaes de exportao decorrem deumcontratodecompraevendainternacional,quepodeounoresultarnaentradade moeda estrangeira.DeacordocomoCdigoTributrioNacional,oimpostosobreexportaespodeser cobrado a partr de uma alquota sobre a unidade de medida adotada pela lei tributria; ou com alquota ad valorem, sendo que a alquota incide sobre o preo do produto entregue no local de embarque da mercadoria para o estrangeiro (porto, aeroporto, porto seco ou base da aduana na fronteira terrestre). O imposto passa a ser devido a partr do momento em que se confecciona o Registro de Exportao (RE) (RECEITA FEDERAL DO BRASIL, 2014).Noquesereferesalquotas,elascostumamvariardeacordocomointeressedo governoemincentvaraexportaodedeterminadosprodutosquepossuemisenoou tarifa reduzida e desincentvar a exportao de outros que possuem tarifas mais elevadas. importante mencionarmos, ainda para onde destnado o produto da arrecadao do imposto de exportao. O montante que se obtm por conta do IE vai para o Banco Central do Brasil, a ttulo de reserva monetria a crdito.Atualmente,amaioriadospasesdomundonocobraimpostosobreasexportaes. Onerar as exportaes signifca penalizar uma operao que representa entrada de recursos no pas, ou seja, no faz sentdo dentro da racionalidade do fsco limitar uma atvidade que geradinheiroparaumaeconomia.EnoBrasilnodiferente.Pratcamentenocobramos impostos sobre as exportaes. De acordo com a Receita Federal do Brasil, s esto sujeitas tributao as exportaes de: armas e munies, cigarros contendo fumo (tabaco), castanha de caju com casca e couros e peles de animais.O imposto de exportao no Brasil para os produtos mencionados possuem especifcidades quanto regio do mundo para a qual se exporta. Por exemplo, exportaesdearmasemuniesnoestosujeitasaoimpostoquandoas operaesforemparaArgentna,EquadoreChile.Htambmalquotas diferenciadas,adependerdecertascondies.Parasabermaisdetalhesa respeito da tributao de exportaes no Brasil, acesse o endereo eletrnico disponvel na Midiateca.Normas e Prtcas Tributrias41.2 Imposto sobre a Propriedade Territorial e RuralOImpostosobreaPropriedadeTerritorialeRuralincideexclusivamentesobrea propriedade, ou seja, sobre a posse ou domnio tl2 de uma terra, a partr do momento em que a referida propriedade se encontra fora da zona urbana.3Comosedacobranadeimpostosobreapropriedadeparaocasode umaterraqueseencontredentrodopermetrourbano,masquedesenvolva atvidades agrcolas e/ou pecurias?O clculo do ITR equivalente ao valor da terra nua tributvel multplicado pela alquota do imposto. O Valor da Terra Nua tributvel (VTNt) correspondente ao valor de mercado da terra, descontadas as benfeitorias, as culturas desenvolvidas na propriedade, as construes, as pastagens etc. A alquota do imposto, por sua vez, varia entre 0,03% e 20%, a depender do grau de utlizao (GUT) da terra. O grau de utlizao da terra calculado a partr da razo entre a reautlizada e areaaproveitvel da propriedade rural. obrigatrio, na atualidade, que a Unio repasse 50% do valor arrecadado com o ITR para o municpio onde fca localizada a propriedade rural.Portanto:ITR = VTNt x alquotaPor sua vez:rea utlizadaAlquota = GUT =rea aproveitvelUma vez encontrado o grau de utlizao da terra, o art. 11 da Lei n 9.393/1996 estpula dequearazoencontradaconfguraaalquotadeimpostoparaoclculodoITR(BRASIL, 1996).Aalquotadiretamenteproporcionalaotamanhodapropriedadeeinversamente proporcional ao seu grau de utlizao, conforme ilustra a tabela 1 a seguir:2 Os conceitos de posse e domnio tl esto estabelecidos no conjunto de leis que formam o Cdigo Civil Brasileiro.3 A zona urbana defnida por meio de Lei Municipal, respeitando critrios estabelecidos na Lei n 5.172, de 25 de outubro de 1966.Normas e Prtcas TributriasTabela 1 Clculo da alquota do ITRrea total do imvel(em hectares)GRAU DE UTILIZAO GU (EM%)Maior que 80Maior que 65 at 80Maior que 50 at 65Maior que 30 at 50At 30At 50 0,03 0,20 0,40 0,70 1,00Maior que 50 at 2000,07 0,40 0,80 1,40 2,00Maior que 200 at 5000,10 0,60 1,30 2,30 3,30Maior que 500 at 1.0000,15 0,85 1,90 3,30 4,70Maior que 1.000 at 5.0000,30 1,60 3,40 6,0 8,60Acima de 5.000 0,45 3,0 6,40 12,0 20,00Fonte: Brasil (1996).1.3 Imposto de Importao de Produtos EstrangeirosEsse tributo incide sobre as operaes de importao de produtos estrangeiros. Assim, otributopossuicomoseufatogeradoroprocessodenacionalizaodemercadorias estrangeiras que entram no territrio nacional.Noquesereferesbasesdeclculo,seusprincpiossoestabelecidospeloCdigo Tributrio Nacional, que podem ser da seguinte forma:Quando se tratar de alquota especfca, a base de clculo dever ser aquela adotada pela prpria lei tributria.Quando se tratar de alquota ad valorem, a base de clculo envolver o preo normal do produto, ou seu similar, em condies de livre concorrncia, compondo a base o valor do frete internacional correspondente ao transporte da mercadoria convertdo para a moeda nacional.Asalquotasdeimpostodeimportaofuncionamdemaneiraanlogasdoimposto deexportao,ouseja,variamconformeapoltcaeconmicadogoverno,nosentdode incentvaraentradadedeterminadositenscomalquotasreduzidasedesincentvara entrada de outros com alquotas mais elevadas.1.4 Imposto sobre Operaes FinanceirasEsseimpostoincidesobreasmovimentaesreferentesacrdito,cmbio,seguro evaloresmobilirios(aes,debntures,notaspromissriasetc.).Essasoperaesso Senac So Paulo - Todos os Direitos Reservados 5Normas e Prtcas Tributrias6realizadas, sempre, por insttuies fnanceiras (bancos, seguradoras, corretoras de cmbio, entre outras).O fato gerador deste imposto , portanto, a operao fnanceira de qualquer natureza. Sendoassim,oatodereceberseusalrioemumacontacorrentej,porsis,umfato geradordacobranadeIOF,mesmoquevocnoutlizeumcentavodesterecurso.Alm disso, comprar ou vender moeda estrangeira tambm implica em pagamento de IOF. Outro exemplovlido:autlizaodeumseguro,sejaeletotalouparcial.Finalmente,todae qualquer transao envolvendo valores mobilirios aes, por exemplo geram obrigao de pagamento de IOF.A base de clculo do IOF ser sempre o valor da operao envolvida. Quanto s alquotas, elas costumam variar bastante, conforme a faixa de renda envolvida e a natureza da operao (por exemplo, se envolve movimentao de recursos no mercado interno ou externo). Hoje, elasgiramentre1%a6%.Asalquotasnosvariamemtermosdeamplitudedistncia entre a alquota mais alta e a mais baixa mas tambm no que se refere a mudanas de curto ou de longo prazo no fuxo internacional de capitais.O governo utliza o IOF tambm como instrumento de poltca econmica, porque,conformeaalquotasobeoudesce,ogovernopuneoupremiaa entrada e a sada de capitais do pas.1.5 Imposto sobre Produtos IndustrializadosOimpostosobreprodutosindustrializadosincidesobreosbensquepassarampor processo de industrializao seja no Brasil, seja no exterior. A incidncia do imposto envolve todososprodutosquepossuemtarifao(aindaquesejaumaalquotade0%),poisesses produtos esto relacionados na tabela de incidncia do IPI (TIPI).A incidncia pode ocorrer sobre o desembarao aduaneiro4 de mercadorias importadas, a sada de produtos industrializados, ou o arremate de produtos industrializados apreendidos e levados a leilo.4 Segundo a Receita Federal do Brasil (2014), desembarao aduaneiro o ato pelo qual registrada a concluso da conferncia aduaneira. Em outras palavras, o procedimento por meio do qual a Receita Federal d a anuncia de que um produto ou servio est apto a circular ou ser prestado normalmente dentro do pas (para o desembarao aduaneiro de importao) ou que pode ser enviado para fora do pas (para o desembarao aduaneiro de exportao).Normas e Prtcas Tributrias7importantemencionarmosquetodoestabelecimentoquesejaregidopeloSimples Nacional dever recolher o IPI mensalmente junto com os demais impostos e contribuies dispostos na Lei que rege o Programa.1.5.1 ImunidadeA imunidade tributria referente ao IPI atnge:Jornais, revistas, peridicos e papel de impresso.Produtos industrializados destnados importao.Energia eltrica, derivados de petrleo, combustveis minerais do pas.O ouro, quando for defnido por lei como atvo fnanceiro ou instrumento cambial.1.5.2 Contribuintes obrigatrio o recolhimento de IPI para os seguintes contribuintes:Estabelecimentos industriais, devido ao processo de industrializao e consequente sada do produto em direo ao consumidor.Estabelecimentostdoscomocomparveisaosindustriais,taiscomo:importadores eestabelecimentoscomerciaisdeprodutoscujaindustrializaotenhasido realizada por outro estabelecimento da mesma pessoa jurdica (envolvendo moldes, embalagens, recipientes etc.)5.O IPI possui dois fatos geradores: quando ocorre o desembarao aduaneiro de mercadoria importada;quandoocorreasadadeprodutodealgumestabelecimentoindustrialou equiparado indstria.A base de clculo do IPI pode ser disposta em trs situaes:Quando do desembarao aduaneiro de mercadoria estrangeira, a base o chamado valoraduaneiro.Ovaloraduaneirocompostopor:impostosobreaimportao, taxas exigidas para a entrada do produto no pas, encargos cambiais.Quando da sada de produtos industrializados, a base de clculo ser correspondente sadadoprodutoindustrializado,ouentoaopreocorrentedamercadoriano setor atacadista (da praa daquele que envia o produto).Quando do arremate por leilo, do preo do arremate.5Para maiores detalhes sobre estabelecimentos comparveis aos industriais, verifque as disposies da Receita Federal do Brasil sobre o tema em:.Normas e Prtcas Tributrias8OIPIumimpostoconsideradonocumulatvo.Sendoassim,quanto incidncia,possvelqueaindstria(ouestabelecimentoequiparado)possa deduzirdoimpostoapagaroquefoirecolhidonaoperaoanterior.Por exemplo,casovoctenhaumaconfecoderoupasecompreprodutosno atacadoparaseremprocessadosevendidosnovarejo,poderabater,nessa venda, o total de IPI pago na operao de compra dos insumos em um primeiro momento.O IPI um imposto considerado seletvo, uma vez que suas alquotas so fxadas conforme aessencialidadedosprodutos.Almdisso,oIPIumimpostocujasalquotaspodemser alteradas pelo Poder Executvo sem que se leve diretamente em considerao os princpios da legalidade (no preciso que a alterao seja disposta em formato de Lei) e tambm da anterioridade(aentradaemvigornonecessariamentecumpreumperododecarncia, como os 90 dias tradicionalmente adotados no Brasil).2 Contribuies FederaisAscontribuiesfederaisreferem-seapagamentosrealizadosparaaUnioeque possuem receitas vinculadas a determinados fns.Nesta seo, so apresentados:Fundo de Garanta por Tempo de Servio (FGTS).Contribuio para o Insttuto Nacional de Seguridade Social (INSS).Contribuio de Interveno sobre o Domnio Econmico (CIDE).PIS/PASEP e Cofns.Contribuio Social sobre o Lucro Lquido (CSLL). 2.1 Fundo de Garanta por Tempo de Servio (FGTS)O FGTS foi insttudo em 1966 para garantr a existncia de uma poupana forada que respalde o trabalhador em caso de demisso. O empresrio deve pagar ao FGTS uma alquota de8,5%sobrearemuneraomensaldoempregadoemumacontanaCaixaEconmica Federal.Normas e Prtcas Tributrias9 a partr dessa regulamentao que foi estpulada multa de 40%, a qual o empregador paga ao trabalhador em caso de demisso sem justa causa. So pagos 40% de multa sobre o saldo do total existente no FGTS do empregado, alm de 10% adicionais sobre o mesmo saldo do FGTS pagos ao governo. Ao trabalhador, cabe apresentar o extrato do FGTS a tempo de se homologar a resciso do contrato de trabalho.2.2 Contribuio para o Insttuto Nacional de Seguridade Social (INSS)Diferentemente do FGTS, tanto empregadores quanto empregados pagam a contribuio paraoINSS.Adiferenaqueasalquotassomaioresparaaspessoasjurdicas.Os empregadores devem pagar 20% a ttulo de contribuio direta para o INSS sobre a folha de salrios relatvos aposentadoria. Ao mesmo tempo, paga uma contribuio ao Seguro por Acidente de Trabalho, cuja alquota varia entre 1%, 2% e 3% conforme o grau de risco da atvidade, leve, mdio e grave, respectvamente essa contribuio est associada sobretudo ao auxlio-doena.Almdisso,tambmrecebemcontribuiesdaseguridadesocialasorganizaes pertencentes ao chamado Sistema S, chegando ao patamar de 5,8% da folha de pagamento. Integram o Sistema S o Servio Social da Indstria (Sesi), o Servio Social do Comrcio (Sesc), o Servio Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), o Servio Nacional de Aprendizagem Comercial(Senac),oServioNacionaldeAprendizagemRural(Senar),oServioSocialdo Transporte(Sest),oServioNacionaldeAprendizagemdoTransporte(Senat),oServio NacionaldeAprendizagemdoCooperatvismo(Sescoop)eoServiodeApoiosMicroe Pequenas Empresas (Sebrae).2.3 Contribuio de Interveno sobre o Domnio Econmico (CIDE)ACIDEpodeserIncidentesobreasOperaesRealizadascomCombustveisamais comumouainda,sobreasremessasparaoexterior.Essacontribuio,porsuaforma incomumdeincidncia,muitasvezesnotofortementeconhecida,masimportante mencionarqueelaestembutdanamaioriadenossasatvidadescotdianas.Vejamos primeiro a CIDE sobre os combustveis e, na sequncia, sobre remessas ao exterior.Como incide sobre os combustveis, a CIDE infuencia o custo de locomoo de carros, nibus,caminhesetc.Aquestoque,incidindosobreopreodostransportes,os empresrios podem repassar boa parte de seus custos ao preo fnal dos produtos, tendendo inclusive a gerar processos infacionrios.ACIDE-combustveis,naatualidade,incidesobreaimportaoeacomercializaode combustveis.Possuicomocontribuintesprodutoreseimportadoresdediesel,gasolina, querosene e etanol.Normas e Prtcas Tributrias10AbasedeclculodaCIDEaunidadedemedidadispostaemLeiparacadatpode combustvel.Emoutraspalavras,abaseaquantdadecomercializadaouimportadado produto.importantemencionarmosqueesteumtributonocumulatvo,permitndoa deduo do que foi pago em uma operao anterior. Da mesma forma que a elevao da CIDE podeterimpactoinfacionrio,suaalquotamuitasvezesutlizadacomoinstrumentode controle dos preos dos combustveis.Do ponto de vista da remessa ao exterior, a CIDE tem por objetvo atender ao programa de estmulo interao universidade-empresa para apoiar a inovao no Brasil. Desta forma, acontribuiodevidapelapessoajurdicadetentoradelicenadeusooucompradora de conhecimentos tecnolgicos. Consideram-se os contratos de transferncia de tecnologia relatvos explorao de propriedade intelectual ou de uso de marcas registradas no exterior, bem como a prestao de assistncia tcnica. Este tpo de pagamento sobre explorao de um recurso, de propriedade intelectual ou do uso de marca registrada no estrangeiro chamado de royalty.OchamadopagamentoderoyaltesnoBrasilreconhecidoeregulamentadopor nossa aceitao a um tratado internacional. O tratado chama-se Acordo sobre Aspectos dos DireitosdePropriedadeIntelectualRelacionadosaoComrcio,ouTRIPS,nasiglaemingls paraTrade-RelatedAspectsofIntellectualPropertyRights.Apartrdesteacordo,oBrasil demonstra que reconhece e respeita internacionalmente o sistema de registro de patentes no mundo, ou seja, nosso pas assume que o desenvolvedor de um processo de produo, um produto, uma marca, entre outros, deve receber um pagamento pelo uso ou comercializao de sua propriedade intelectual.Otemaentroumaisemevidncianosltmostemposemfunodacobranados chamadosroyaltesdopetrleo.Nestecaso,osroyaltessocobradosdasconcessionrias que exploram os leos brutos de petrleo, cujos pagamentos so diretamente proporcionais quantdadeexplorada.Ovalorarrecadadofcacomopoderpblico.Deacordocomas leis brasileiras que vigoram na atualidade, Unio, estados e municpios produtores recolhem royaltesdopetrleo.Hojeemdia,adivisode:40%paraaUnio;22,5%paraestados; e30%paraosmunicpiosemqueariquezaexplorada.Hainda7,5%restantes,queso distribudos para todos os outros municpios e estados do Brasil.AalquotadecontribuiodaCIDEparaoperaesderemessaaoexteriorde10%. SegundoAbreu(2008),estescontratosdeveroestaraverbadosnoInsttutoNacionalde Propriedade Industrial e registrados no Banco Central do Brasil.2.4 PIS/Pasep e CofnsGeralmenteconhecidosetratadosapenasapartrdesuassiglaseemconjunto,o ProgramadeIntegraoSocial(PIS),oProgramadeFormaodoPatrimniodoServidor Pblico(Pasep)eaContribuioparaoFinanciamentodaSeguridadeSocial(Cofns)so Normas e Prtcas Tributrias11tributosquepossuemcomobasedeclculoototaldereceitasdapessoajurdica,sem dedues de custos, despesas e encargos.Noquesereferespessoasjurdicasdedireitoprivado,queestoenquadradasem umregimedelucropresumido,asalquotasdePIS/PasepeCofnssode0,65%e3%, respectvamente. J para as que se enquadram no regime de lucro real, as alquotas so de 1,65% e 7,6%, para PIS/Pasep e Cofns, respectvamente.2.5 Contribuio Social sobre o Lucro Lquido (CSLL)A CSLL uma contribuio federal insttuda pela Lei n 7.689/1988 (BRASIL, 1988). Sua funoarrecadarfundosparaosistemadeSeguridadeSocial.Essacontribuioincide sobre o lucro das empresas. Via de regra, devem pagar a CSLL as pessoas jurdicas.Paraasempresasquepossuemenquadramentotributrionamodalidade lucroreal,a CSLL incide sobre o lucro contbil da companhia, ajustado pelas adies e excluses permitdas pelalegislao.Aalquotacobradasobreolucrolquidocontbilde9%paraaspessoas jurdicasemgeral,ede15%paraascompanhiasfnanceiras,desegurosprivadosede capitalizao(PGAS,2011).Jparaasempresasqueestoenquadradasnamodalidade lucro presumido, a CSLL recolhida mensalmente, sobre uma base de presuno de lucro na proporo de 32% sobre o lucro bruto, para atvidades como: prestao de servios em geral (salvo servios hospitalares e de transporte), intermediao de negcios, locao de imveis, entre outras.Ateno! Para a CSLL, so aplicadas as mesmas normas de apurao e de pagamentoquevalemparaorecolhimentodoimpostoderendadaspessoas jurdicas(IRPJ).Asentdadessemfnslucratvos,porexemplo,equenose enquadrem em nenhuma lei de imunidade ou iseno, devem apurar a base de clculodaCSLLnostermosdalegislaovigente.Issoimportanteporque, mesmo sem serem contribuintes de IRPJ, algumas empresas precisam recolher CSLL, ou seja, a iseno no que se refere ao imposto sobre o lucro no signifca iseno quanto ao pagamento da contribuio.Alm disso, quanto aos tributos sobre o lucro, importante mencionarmos casos, que nosoraros,deapuraodeprejuzos.Nesseseventos,abasedeclculodaCSLLseria negatva. Para essas situaes, a Receita Federal do Brasil permite que se possa compensar o valor no recolhido no exerccio presente em um exerccio futuro. Em outras palavras, diante Normas e Prtcas Tributrias12de um prejuzo contbil, pode-se acumular uma reserva para abater do valor de CSLL de um exerccio futuro que venha a ser lucratvo.3 Taxas FederaisAstaxasfederaissocobradasemrazodoexercciodepoderdepolciaporparteda Unio, ou pela utlizao, efetva ou potencial, de servios pblicos que pertencem esfera federal.Astaxasfederaisdevemrespeitaroprincpiodatpologiatributria,ouseja,no podem ter como base de clculo aspectos prprios dos impostos.SeosimpostosecontribuiesnoBrasiljsonumerosos,astaxasparaexecuo deserviospblicospossuemquantdadesaindamaisexpressivas.Nestaseo,no exploraremos a totalidade das taxas existentes no pas no mbito federal. Vamos nos reservar a tratar apenas algumas mais conhecidas, tais como:Taxa de emisso de passaporte.Taxa de fscalizao da Comisso de Valores Mobilirios (CVM).Taxa de depsito de pedido de registro de marca de produto ou servio.3.1 Taxa de emisso de passaporteA taxa de emisso de passaporte abrange toda a concesso de documentos de viagem, dentre eles, o mais comum o passaporte. Seu pagamento efetuado mediante a necessidade de apresentao de documentos de viagem, que so demandados a um rgo competente da administrao pblica neste caso, os passaportes so emitdos no Brasil, atualmente, pela Polcia Federal.Os valores dessa taxa so geralmente fxados e reajustados conforme as interpretaes do Ministrio da Justa e do Ministrio das Relaes Exteriores.3.2 Taxa de fscalizao da Comisso de Valores MobiliriosOpagamentodessataxadevidoquandoalgumapessoajurdicapleiteiaregistrarum pedidodeofertapblicadevaloresmobilirios,sejamelesaes(maiscomuns),notas promissrias, debntures, bnus de subscrio etc.Opagamentodataxatorna-seobrigatrioapartrdomomentoemqueoregistro requerido Comisso de Valores Imobilirios. A base de clculo da taxa referente ao valor da oferta pblica, que possui alquotas variando entre 0,05% e 0,64%.Normas e Prtcas Tributrias133.3 Taxa de depsito de pedido de registro de marca de produto ou servioOqueinauguraaobrigatoriedadedepagamentodessataxaautlizaodoaparato estatalpararegistrarapropriedadeintelectualsobreumproduto,servioouumamarca especfca.Nessecaso,ospedidossoencaminhadosaoInsttutoNacionaldePropriedade Intelectual (INPI).Comabrangnciaemtodoterritrionacional,osvaloressofxose,nestecaso, determinados pelo Ministrio do Desenvolvimento, Indstria e Comrcio.Consideraes finaisNesta aula, pudemos ter um panorama geral acerca dos impostos, das contribuies e das principais taxas que vigoram atualmente no Brasil no mbito federal, e compreender suas caracterstcas principais no que se refere incidncia, base de clculo, ao fato gerador e s alquotas.Foipossvelpercebermosqueumaboapartedosimpostosqueconhecemosde responsabilidadedaunio,garantndoaesteentedopoderpblicomaiormargemde manobra, com relao a uma receita arrecadada, do que aos demais entes.Alm disso, entendemos que a CIDE, considerada uma contribuio silenciosa, cumpre umpapelcentraldopontodevistadaarrecadaodogoverno,porestarpresenteemum dos bens mais elementares de um pas, os combustveis. Assim, pode ser utlizada como um mecanismodesinalizao,porpartedogoverno,dequeestpreocupadocomaaltada infao.Junhode2013marcouaexistnciadediversasmanifestaesaolongodopas.Mas, ainda no ano de 2012, durante manifestaes motvadas mais especifcamente pelo aumento dopreodaspassagensdenibusemvriascapitaisdopas,ogovernoreduziuazeroa alquota da CIDE, permitndo aos empresrios do transporte coletvo uma reduo de custos; mas, ao mesmo tempo, sem onerar grande parte da populao com aumentos de passagens de nibus.Por fm, foi possvel vermos, ainda que brevemente, quais so as taxas federais cobradas noBrasilesualigaocomcertasatvidadesquemuitasvezesnoimaginamosdeonde podem ter sua receita e execuo.Normas e Prtcas Tributrias14RefernciasABREU,A.GestoFiscalnasEmpresas:PrincipaisConceitosTributriosesuaAplicao.So Paulo: Atlas, 2008.BRASIL. Lei n 7.689, de 15 de dezembro de 1988. Insttui contribuio social sobre o lucro das pessoas jurdicas e d outras providncias. Dirio Ofcial da Unio, Braslia, DF, 16 dez. 1988. Disponvelem:.Acessoem:10out. 2014.______. Lei n 9.393, de 19 de dezembro de 1996. Dispe sobre o Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural ITR, sobre pagamento da dvida representada por Ttulos da Dvida Agrria edoutrasprovidncias.DirioOfcialdaUnio,Braslia,DF,20dez.1996.Disponvelem: . Acesso em: 29 set. 2014.______. Repblica Federatva do Brasil. Notas complementares do artgo 7: produtos sujeitos aimpostodeexportaonoBrasil.Disponvelem:. Acesso em: 29 set. 2014.PGAS,P.H.ManualdeContabilidadeTributria:anlisedosimpactostributriosdasleis 11.638/07 e 11.941/09, anlise dos impactos tributrios do CPC. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 2011.RECEITAFEDERALDOBRASIL.Conceitodeestabelecimentoindustrialeequiparado indstria.Disponvelem:.Acesso em: 29 set. 2014.RECEITAFEDERALDOBRASIL.ImpostodeExportao.ManualdeDespachodeExportao. Disponvelem:. Acesso em: 29 set. 2014.Normas e Prtcas TributriasAula 04Impostos, Taxas e Contribuies Estaduais e MunicipaisObjetvos EspecfcosCompreenderdemodopreliminarosprincipaistributosexistentesnopas nas esferas estadual e municipal.TemasIntroduo1 Impostos Estaduais2 Impostos Municipais3 Taxas e Contribuies Estaduais4 Taxas e Contribuies MunicipaisConsideraes fnaisRefernciasProfessorDaniel da Cunda Corra da SilvaSenac So Paulo - Todos os Direitos ReservadosNormas e Prtcas Tributrias2IntroduoNesta aula, realizaremos um estudo sobre os principais tributos municipais e estaduais vigentes no Brasil, considerando suas alquotas, bases de clculo, fatos geradores e incidncias.Nosestados,aquantdadedetributosexistentesmenorquenaUnio.Osestados possuemsuaprincipalfontedearrecadaopelatributaonoconsumopormeiodo Imposto sobre a Circulao de Mercadorias e Servios (ICMS) e na propriedade mediante oImpostosobreaPropriedadedeVeculosAutomotores(IPVA).Almdestesdoistributos, osestadosaindaapresentamumterceiro:oImpostosobreaTransmissoCausa Mortse Doao (ITCMD). Apresentaremos, em detalhes, as caracterstcas dessas trs tributaes.J nos municpios, um tributo com base na propriedade a principal fonte de arrecadao, a partr do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU). Alm deste, o Imposto Sobre Servios (ISS) tambm aparece como importante fonte de receita para as cidades. Estes dois tributos municipais tero nossa ateno durante esta aula.Por fm, as contribuies de melhoria e as taxas so mecanismos pelos quais estados e municpios obtm recursos. Como o conjunto de exemplos para esses outros dois tributos mais amplo, apresentaremos apenas alguns utlizados recorrentemente pelas administraes estaduais e municipais.1 Impostos EstaduaisOsimpostosestaduaisrepresentamumaimportantefontedereceitaparaosestados, juntamentecomosrepassesdoGovernoFederal.Nestecaptulo,veremosasprincipais caracterstcas de trs destes tributos: ICMS, IPVA e ITCMD.1.1 Imposto sobre a Circulao de Mercadorias e Servios (ICMS)O ICMS um imposto cobrado sobre a circulao de mercadorias e servios dentro de uma unidade da federao. Portanto, um imposto interestadual e intermunicipal. Antgamente, era conhecido apenas pela sigla ICM, e recebeu o S aps a consttuio de 1988, quando unifcououtrosdoisimpostos:oimpostosobreaprestaodeserviosdetransportes interestaduais e intermunicipais e o imposto sobre a energia eltrica e telecomunicaes.Senac So Paulo - Todos os Direitos ReservadosNormas e Prtcas Tributrias3Em2013,oEstadodeSoPauloarrecadouaproximadamenteR$113,7 bilhescomICMS.Aatvidadeagropecuriarespondeporapenas0,1% daarrecadaonoestado.Grandepartedareceitadoimpostoadvmdas atvidadesdeindstria,serviosepreosadministrados(como,porexemplo, combustveis, planos de sade, energia eltrica, telefonia), com 38,1%, 29,9% e 28,1% de partcipao, respectvamente (ESTADO DE SO PAULO, [s.d.]).Na indstria, os setores de atvidade que proporcionam maior arrecadao de ICMS so os de produtos qumicos e materiais de transporte, (5,1%), seguidos depertopelametalurgia(4%).Nosservios,ocomrcioatacadistaomaior responsvel pela arrecadao, com 16,3%.O ICMS considerado um imposto no cumulatvo, na medida em que possvel abater nasoperaessubsequentesomontanterecolhidoemoperaesanteriores.Assim,saiba que geram crditos de ICMS:A compra de mercadorias que se destnam ao consumo ou ao atvo permanente das empresas.As entradas de mercadorias destnadas revenda e as entradas de matrias-primas e de outros insumos, desde que sejam utlizados na elaborao de produtos destnados a vendas, e estas sejam passveis de cobrana de ICMS.Quanto aos crditos, as operaes onde houver iseno do imposto ou a sada de ICMS nofortributada,ocrditoeventualdeveseranulado,atravsdeestorno,salvoemcaso de operaes de comrcio exterior. Para que se tenha direito a crditos de ICMS, o valor do imposto deve estar destacado na nota fscal.Paraalmdotemadoscrditos,outracaracterstcadoICMSseucarterseletvo. Por isso, o imposto usado como instrumento de poltca econmica do estado, na medida em que pode apresentar alquotas menores de acordo com a essencialidade do produto. A despeito disso, sua alquota relatvamente rgida, geralmente estabelecida em 17% ou 18%, a depender da unidade da federao em que cobrado. Em So Paulo, alimentos em geral possuem alquota de ICMS da ordem de 7%; mas outros bens, considerados suprfuos, tais como perfumes, cosmtcos, e cigarros so taxados em 25%.Senac So Paulo - Todos os Direitos ReservadosNormas e Prtcas Tributrias4 1.1.1 Hipteses de incidnciaO ICMS considerado um dos impostos mais complexos que existem no Sistema Tributrio Brasileiro. Ainda assim, possvel enumerar algumas hipteses de incidncia que podem ser consideradas comuns em todos os estados, estabelecidas nacionalmente. Vejamos algumas:Circulao de mercadorias em geral.Prestao de servios de transporte interestadual e intermunicipal, independentemente domeiodetransporte:carro,nibus,avio,barco,tremetc.Oimpostocobrado tanto no transporte de mercadorias quanto no de pessoas.Prestao de servios de comunicao, sejam eles de gerao, emisso, transmisso ou recepo de contedo relacionado rea.Fornecimentodemercadoriasemconjuntocomprestaodeservios,desdeque nohajaregulamentaoatribuindoaosmunicpiosaresponsabilidadedetributar oservioemquesto.Quandopuderhavercobranapelomunicpio,pormeiodo ImpostoSobreServios(ISS),hmecanismosparasepararatributaoentreISSe ICMS.Entrada de mercadoria importada do exterior, mesmo que para consumo prprio ou incorporao de atvo de uma pessoa jurdica.Serviosprestadosintegralmentenoexteriorouquetenhaminiciadonoexteriore sido concludos em territrio nacional.Entradadepetrleoederivados,emumdeterminadoestado,desdequeno destnados comercializao e/ou industrializao.1.1.2 Fato GeradorO ICMS comea a gerar obrigaes tributrias, ou seja, comea a ser um imposto devido, apartrdacirculaodemercadoriaseserviosentreestadosouentremunicpios.No entanto, existem outras situaes especfcas nas quais o ICMS comea a ser devido. Vamos observar, a seguir, algumas delas:Nofornecimentodealimentao,bebidasebensdequalqueroutranaturezapor parte de restaurantes, bares, cafs, padarias, quiosques etc.Nodesembaraoaduaneirodemercadoriasvindasdoexteriorporprocessosde importao.Na utlizao de um servio iniciado em outra unidade da federao e que no esteja Senac So Paulo - Todos os Direitos ReservadosNormas e Prtcas Tributrias5vinculadoaoperaesouprestaesdeserviossubsequentesparaasquaish incidncia do imposto.Nocasodehavermercadoriasnoestoquefnal,quandohencerramentode atvidades de uma empresa.1.1.3 Base de ClculoPeloseualtograudecomplexidadeealtoalcancedeincidncia,abasedeclculodo ICMSapresentadiferentescondies.Grossomodo,elecalculadocombasenovalorda operao com mercadorias, incluindo gastos de frete e seguro, para operaes de transporte, por exemplo.No raras vezes, no Brasil, h casos em que as operaes de ICMS envolvem transfernciadebensentreumamesmaempresa,sejamestasoperaes interestaduaisouintra-estaduais.Nestecaso,hcondiesdiferentesparao clculodoICMS.Presteateno!Paracasoscomoesse,abasedeclculodo imposto ser:O valor correspondente entrada mais recente da mercadoria.O custo da mercadoria produzidaOpreodamercadorianomercadoatacadista,paraocasodebens no industrializados.1.1.4 AlquotasO ICMS um imposto que possui dois tpos gerais de alquota, uma cobrada dentro dos estados(alquotainterna);eoutracobradafora,naschamadasoperaesinterestaduais. Internamente, como vimos nesta aula, as alquotas tendem a ser de 17% e 18% para a maioria das mercadorias e servios internos. No entanto, as alquotas interestaduais merecem maior ateno.DentrodopoderlegislatvodaRepblicaFederatvadoBrasil,oSenadoorgo responsvelpordecidirasalquotasinterestaduais,atravsdomecanismodasResolues do Senado Federal (RSF). Quando o destnatrio de uma mercadoria no for contribuinte do ICMS, a alquota a ser paga a alquota interna do estado remetente, mesmo que a operao Senac So Paulo - Todos os Direitos ReservadosNormas e Prtcas Tributrias6ocorraentrediferentesestados1.Poroutrolado,quandoodestnatrioforcontribuintede ICMS, as alquotas utlizadas sero as seguintes:Para as operaes realizadas entre estados das regies Sul e Sudeste do Brasil e os estados das demais regies Norte, Nordeste e Centro-Oeste ser recolhido ICMS de 7%. Neste caso, h uma ressalva: as transaes entre os estados do Sul e Sudeste com o estado do Esprito Santo tambm pagam 7% de ICMS (PGAS, 2011).Para todas as demais operaes, a alquota utlizada ser de 12%. Sendo assim, em todasastransaesentreosprpriosestadosdoSul,entreosprpriosestadosdo Sudeste, ou entre as regies Sul e Sudeste; nas operaes entre os estados do Norte, do Nordeste e do Centro-Oeste, ou entre as regies Norte, Nordeste e Centro-Oeste, o ICMS cobrado ter alquota de 12% (PGAS, 2011).Maisquedominarasalquotasemsi,precisamoscompreenderporqueelasesto dispostas desta forma. A inteno do Governo Federal, ao estpular alquotas internas mais altasqueasinterestaduais,visaaaumentaraintegraoentremercadosdentrodopas, buscandoevitarqueumestadoseisolecomrelaoaosoutrostendomenorescustos tributrios.Todavia,asalquotasdiferenciadasentreregiestmporobjetvoincentvaroenvio demercadoriaseserviosdasregiesmenosdesenvolvidasdopasparaasregiesmais desenvolvidas.Aomesmotempo,consegue-seincentvarademandadosestadosmenos desenvolvidosporprodutosdasregiesmaisdesenvolvidas,objetvandoatenuarmaiores restries ao consumo nestas regies mais pobres.1.1.5 Substtuio TributriaAsubsttuiotributriaconsisteemumregimetributrioquetrazparaoincioda cadeiaprodutvaocentrodorecolhimentodoICMS.Asubsttuiotributriafazcomque ocontribuintesejaobrigadoacalcular,cobrarerecolheroimpostoqueserrecolhidonas operaesposteriores.comoseasprimeirasetapasdoprocessoprodutvorealizassem asfunesdoGovernodecobrarorecolhimentodetributos.Comasinformaeseo recolhimentoprvios,jnoinciodacadeia,restringem-seaspossibilidadesdesonegao fscal.Sendo assim, para uma mercadoria de R$ 100,00 e que tenha um valor de imposto de R$ 10,00, o recolhimento dos impostos ocorre integralmente logo no incio da cadeia. Deste modo,ofornecedorpodeembutremseupreoocustodosimpostos,masorestantedas etapas da cadeia est desonerado de ICMS, pelo menos naquele que se refere ao consumo. 1Quando isso ocorreria? Simples! Em qualquer relao direta de compra de um bem ou servio por parte de uma pessoa fsica junto a uma pessoa jurdica, pois a pessoa fsica no contribuinte direta de ICMS. Logo, caso voc compre pela internet um produto que vem de outro estado, ser recolhido o ICMS sobre esta operao considerando-se a alquota do estado que enviar a mercadoria.Senac So Paulo - Todos os Direitos ReservadosNormas e Prtcas Tributrias7Conforme afrma Pgas (2011), o que acontece a antecipao do imposto, pois ele cobrado antes da existncia do seu fato gerador, que a circulao da mercadoria.1.1.6 No IncidnciaCertasmercadoriaseserviosestoisentosdacobranadeICMS.Destemodo,ainda quehajaumfatogerador(principalmenteacirculaodemercadoriaseservios),noh recolhimento de imposto nos casos ilustrados a seguir:Operaes de exportao, incluindo as chamadas tradingcompaniese os armazns alfandegados (portos secos, por exemplo).Sadasdepeas,ferramentas,mquinas,veculoseequipamentospertencentes aoatvoimobilizadodeumacompanhia,desdequeretornemaomesmottular posteriormente.Estecasopartcularmentecomumemremessasparaconserto, sobretudo de computadores, por exemplo.Operaes que envolvam livros, revistas, jornais, e papel destnado impresso.Casosemqueocorrearrendamentomercantl,salvoaquelesquandohvendade bens arrendados ao arrendatrio.1.2 Imposto sobre a Propriedade de Veculos Automotores (IPVA)O IPVA um imposto cobrado sobre a propriedade de veculos automotores. Na grande maioria dos estados brasileiros, este o segundo imposto mais importante para os estados emtermosdearrecadao.SeuincioremontaConsttuiode1988,emsubsttuioa umantgotributodenominadoTaxaRodoviriaFederal(TRF).Mesmotendosidoprevisto desde 1988, ele foi regulamentado especifcamente em 1997, quando passou a ser cobrado anualmente pelos estados.DeacordocomopactofederatvovigenteatualmentenoBrasil,metadedomontante arrecadadocomIPVArepassadaaosmunicpios.Opagamentodotributopodeserfeito integralmente com descontos. A maioria dos estados brasileiros permite o parcelamento do IPVA em at trs vezes. O IPVA no possui vinculao com outras atvidades, uma vez que se trata de um imposto. Ainda que paguemos o IPVA, no devemos esperar que a integralidade da receita adquirida com ele sirva para a manuteno de rodovias, pois ela pode ser drenada para o custeio de qualquer atvidade dentro de uma unidade da federao (ABREU, 2008).1.2.1 Fato GeradorO IPVA, em tese, cobrado a partir da propriedade de um veculo automotor qualquer, sejaelecarro,moto,trator,motoaqutica,barco,lancha,avioetc.Falamosemtese Senac So Paulo - Todos os Direitos ReservadosNormas e Prtcas Tributrias8porque,nosanosmaisrecentes,umasriedepessoastemconseguidoeliminarseufato gerador do IPVA.ComooImpostocobradoemsubsttuioTaxaRodoviriaFederal,muitaspessoas que detm a posse de veculos automotores tais como lanchas, helicpteros e jatnhos, por exemplo, conseguiram na justa o direito de no pagar este tributo, j que a natureza de suas posses no rodoviria.1.2.2 Base de ClculoAbaseparaoclculodoIPVAdeveculosnovosanotafscaldobem,emitdapelo revendedoroupeloimportador.Paraveculosautomotoresterrestresusados,abasede clculo o valor venal do veculo, popularizado pela tabela calculada pela Fundao Insttuto de Pesquisas Econmicas (FIPE).1.2.3 AlquotasAs alquotas de IPVA variam conforme o estado sobre o qual se realiza a cobrana. Para o caso de So Paulo, o Imposto possui as seguintes alquotas (SO PAULO, [s.d.])2:1,5% para caminhes;2%paranibus,micro-nibus,camionetes,motosemquinas,taiscomo empilhadeiras, guindastes, tratores e similares;3%paraveculoscommotoresespecfcosaetanol,GNVoueltricos,mesmoque combinados entre si;4% para os veculos que no constarem nas situaes anteriores.1.2.4 No Incidncias ou isenesAlgunsveculosespecfcosnopagamIPVA,taiscomoaquelespertencentesa estrangeirosemmissesofciais,veculosemquinasfabricadosparausoespecfcona agricultura,transportedeprodutosruraisparacooperatvas(mediantecadastroprvio), locomotvas(esimilares)utlizadasnotransportepblico,veculosparaportadoresde necessidadesespeciais,automveiscommaisde15anosdefabricao,ambulncias,vans pertencentes a cooperatvas, entre outros.2Disponvel em: . Acesso em: 7 out. 2014.Senac So Paulo - Todos os Direitos ReservadosNormas e Prtcas Tributrias91.3 Imposto sobre a Transmisso de Causa Morts e Doao (ITCMD)Segundo a Consttuio Brasileira de 1988, este imposto cobrado sobre as transmisses de patrimnio decorrentes da morte dos ttulares e das doaes de quaisquer bens e direitos (BRASIL, 1988). De acordo com Abreu (2008), este imposto representa 0,2% da carga tributria nacional, sendo que quase metade do total arrecadada no estado de So Paulo.1.3.1 Fato GeradorO fato gerador do ITCMD pode ser a transmisso da propriedade ou domnio tl de bens imveis,atransmissodedireitosreaissobreimveis,atransmissodettulos,crditos, aes, cotas e valores de bens imveis, alm da aquisio de bens ou direitos por parte de herdeiros.1.3.2 Base de Clculo o valor de mercado (valor real) de um bem ou direito. Mencionamos aqui que no so deduzidas da base de clculo do imposto as dvidas que oneram o imvel.1.3.3 AlquotaAalquotadoITCMDtemaprerrogatvadevariaracadaunidadedafederao.No entanto, boa parte dos estados brasileiros utliza uma alquota de 4% sobre a base de clculo para o recolhimento do tributo.2 Impostos MunicipaisOs impostos municipais so aqueles que mais nos afetam diret