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Prof. Pedro Barretto. Há 30 EXAMES conduzindo alunos à APROVAÇÃO no EXAME DE ORDEM www.superprofessordaoab.com.br e www.tvexamedeordem.com.br Página 1 SUPER SEGUNDA FASE PB DIREITO TRIBUTÁRIO MATERIAL APOIO AÇÕES DE INICIATIVA DO FISCO E PEÇAS ADMINISTRATIVAS

Apostila Peças Tributárias

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SUPER SEGUNDA FASE PB

DIREITO TRIBUTÁRIO

MATERIAL APOIO

AÇÕES DE INICIATIVA DO FISCO

E PEÇAS ADMINISTRATIVAS

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AÇÕES DE INICIATIVA DO FISCO

Pelo programa, as ações de iniciativa do fisco que são exigidas são a ação de execução fiscal e a ação cautelar fiscal.

Traremos aqui um modelo de cada uma e os respectivos fundamentos:

Princípios aplicáveis à Execução Fiscal

Princípio da Isonomia: a aplicação deste princípio justifica o tratamento diferenciado entre a fazenda pública (FP) e o executado. O volume de ações contra à FP e de ações da FP contra contribuintes é enorme. A defesa da FP é feita por seus procuradores, que são é número pequeno em relação a quantidade de demandas. Por isso, os prazos da FP são diferenciados (art. 188 CPC).

Princípio do Interesse Público: o interesse público é indisponível. Não pode a FP ou seus procuradores selecionarem as causas em que irão atuar. A defesa do erário público tem que ser ampla e completa.

Da aplicação destes dois princípios é possível justificar as prerrogativas ofertadas à FP nos processos em que atua como parte.

Execução Fiscal

À Execução Fiscal aplica-se a Lei n° 6.830/80 (LEF) e, subsidiariamente, o CPC, no que couber e não for contrário à LEF.

Trata-se da ação que a Fazenda Pública tem a seu dispor para cobrar dívidas tributárias e não tributárias inscritas em dívida ativa.

Certidão de Dívida Ativa

A Certidão de Dívida Ativa (CDA) é o documento, o título executivo extrajudicial que embasa a execução fiscal (EF), conforme art. 585, VII do CPC. Poderá se referir à dívida tributária ou não tributária (art. 2º da Lei nº 6,830/80 – Lei de execução fiscal), que compreende o principal, os juros, multa de mora, atualização monetária e demais encargos previstos em lei ou contrato.

A CDA deve conter o nome do devedor (e, sendo o caso dos responsáveis), seu endereço, valor da dívida, fórmula de cálculo dos juros, multa, correção monetária, a origem e natureza da dívida, data da inscrição, número do processo administrativo que gerou à CDA, indicação do livro e folha da inscrição, nos termos do art. 202 do CTN. Faltando qualquer um destes dados a CDA é nula. Entretanto, até a prolação da sentença de 1º grau é possível que a Fazenda Pública (FP) emende a CDA que contenha algum erro material. Neste caso, deverá

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ser concedido ao executado novo prazo para impugnar a CDA. Mas tal impugnação só poderá versar sobre a alteração.

A inscrição em dívida ativa (DA) é um procedimento administrativo vinculado que se destina a apurar a liquidez e certeza do débito1. Sendo instaurado, o devedor será notificado para que pague ou apresente defesa. Não havendo pagamento nem apresentação de defesa a FP procederá à inscrição em DA. Após a inscrição haverá a emissão da CDA.

Deverá constar na CDA: a descrição do fato gerador (FG) ou do fato infracional, o nome do devedor, seu endereço, valor devido e a fórmula do cálculo.

Obs.1: as decisões exaradas pelo TCU e EF. As decisões do TCU que imputarem débito ou multa terão eficácia de título executivo, nos termos do art. 1º da Lei n° 6.822/80, e seguirão o rito da LEF. (STF, RE 223.037/SE, informativo 266. STF entendeu que as decisões dos TCEs não são título executivo extrajudicial)

Súmulas do STJ sobre CDA: 452, 392.

Legitimados

Polo ativo: fazendas públicas estaduais, municipais e federais, mais suas autarquias e fundações de direito público.

Obs.1: Empresas públicas e sociedades de economia mista EM REGRA não seguirão o rito da LEF quando explorarem a atividade econômica em concorrência com empresas do direito privado, fundamento art. 173, §2º da CF. Pode haver a celebração de convênio entre estas e os Entes Federados, ex. CEF que é legitimada para cobrança do FGTS. Entretanto, se prestarem serviço público seguirão o rito da LEF, é este o entendimento do STJ (Resp. 397.853/CE).

Obs.2: Conselhos profissionais: seguem o rito da LEF, pois são considerados autarquias especiais. Exercem poder de polícia, a anuidade é tributo e podem punir os profissionais. A competência será da justiça FEDERAL. Súmula n° 66 STJ. As anuidades cobrada por eles possuem natureza jurídica de TAXA.

Obs.3: OAB. A OAB não segue o rito da LEF, mas sim o rito do CPC para execução por quantia certa. Para a cobrança de débitos seguirá o rito ordinário de execução do CPC. A OAB não integra a Administração Pública Indireta, não se submete ao controle e fiscalização do TCU, não se submete à Lei nº 4.320/64 (leis dos orçamentos públicos). As ações de cobrança da OAB serão ajuizadas na Justiça Estadual de cada Seccional. (STJ, EResp. 503.252/SC)

1 CUNHA, Leonardo Carneiro da. A Fazenda Pública em Juízo, 9ª edição, Dialética, 2011.

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Pólo passivo: devedor (contribuinte, sujeito passivo) e, sendo o caso, os responsáveis (arts. 128 e seguintes do CTN e art. 4, §1º LEF).

O devedor e seus responsáveis em regra terão os nomes inscritos na CDA. Entretanto, se o nome dos responsáveis não constarem da CDA, ainda, é possível à FP redirecionar a execução para estes últimos (RE 107.322). O redirecionamento ocorrerá DESDE que seja comprovada sua responsabilidade pela dívida. Em relação ao redirecionamento temos a responsabilidade subsidiária, uma vez que o redirecionamento da execução ocorre porque o contribuinte executado não possui bens capazes de satisfazer a execução2.

Responsáveis e pessoas jurídicas. O art. 135 do CTN fixa os pessoalmente responsáveis. Aqui tem que restar configurado o abuso de poder, excesso de poder. Os responsáveis têm que agir com DOLO, má-fé. O simples inadimplemento não é suficiente para caracterizar a responsabilidade pessoal de tais pessoas (STJ, Resp. 260.106).

Obs.1: herdeiros são responsáveis pelos tributos devidos até a abertura da sucessão (morte do devedor), o inventariante será responsável pelos tributos devidos pelo ESPÓLIO.

Obs.2: as multas e os responsáveis. As multas punitivas não são transmitidas aos responsáveis, estes só serão responsáveis pelas multas de caráter estritamente moratório.

Competência

Regra: domicílio do devedor (executado), MAS a FP poderá optar pelo local em que o foi praticado o ato, mesmo que lá não resida mais o devedor, ou, ainda, o local da situação dos bens.

A justiça eleitoral será a responsável pela execução fiscal que cobra a multa eleitoral. Assim, como a ação anulatória de lançamento decorrente de multa fiscal.

Ao devedor caberá alegar como matéria de defesa a incompetência relativa, quando a EF não for ajuizada em seu domicílio. Trata-se de competência relativa que se não for alegada na 1ª oportunidade haverá a prorrogação da competência, ou seja, um juízo incompetente se tornará competente.

Agora, se a EF já tiver sido proposta e antes da citação o devedor mudar não será causa de incompetência relativa. A competência, portanto, não será alterada.

Procedimento na EF.

A petição inicial (PI) da EF é simples, nela deverão constar a qualificação das partes (art. 282 CPC), a indicação da CDA (que poderá ser anexada ou fazer parte do próprio corpo da

2 CARNEIRO, Cláudio. Processo Tributário Administrativo e Judicia, 2ª edição, Lumen Juris Editora, 2011.

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petição), o requerimento para citação do executado para que em 5 dias pague ou garanta o juízo, o pedido de condenação do executado no pagamento de custas e honorários advocatícios. Na EF, a produção de provas pela FP não precisa sequer se requerida. O valor da causa será o valor contido na CDA, devidamente corrigido. O despacho citatório exarado pelo juiz suspenderá o curso da prescrição do crédito tributário. O executado será citado para pagar ou apresentar bens à penhora no prazo de 5 dias. Em regra, a citação é feita pelo correio, somente se esta restar frustrada é que se determinará a citação por oficial de justiça. Já a citação por edital na EF, segundo o STJ, só será admitida quando as demais modalidades de citação não cumprirem seu objetivo (Resp. 1.103.050/BA), neste sentido é a súmula n° 210 do TFR. Se ocorrer a citação por edital sem o esgotamento de todas as formas de localização do executado a mesma será NULA (entendimento STJ). Na execução ordinária (do CPC) há a necessidade de ocorrer o arresto antes da determinação da citação por edital. Tal regra não se aplica à EF, basta que os meios de citação (por correio e por oficial) não tenham logrado êxito. Após a citação o executado poderá pagar a dívida e extinguir a execução, ou garantir a execução, nos termos do art. 9 da LEF. Na EF o prazo para pagar ou oferecer bens à penhora é de 5 dias, no CPC tal prazo é de 3 dias. O art. 185-A do CTN (introduzido pela LC 118/05) permite a penhora on line de bens e direitos, limitada ao valor da dívida. Tal regra só é aplicável às dívidas tributárias e o executado TEM que ter sido citado. No curso da EF poderá a FP incidentalmente requerer a indisponibilidade de bens e direitos, medida de natureza cautelar que visa a satisfação do crédito da fazenda, assegurando a reserva de bens suficientes à satisfação do crédito. Como medida extremada que é só poderá ser requerida se não houver outro meio para garantia da EF. Ficando inerte o executado haverá a penhora de seus bens e direitos (art. 10 LEF). A ordem de penhora da LEF é distinta da ordem de penhora constante no CPC. Na EF não poderá o juiz de ofício requerer o reforço da penhora, ele depende de provocação da FP (STJ, 1ª Turma, Resp. 475.693/RS). Se a penhora recair sobre bem imóvel o cônjuge do executado deverá ser intimado. Não sendo encontrado, não tendo domicílio o oficial de justiça deverá proceder ao arresto dos bens e direitos que integrarem o patrimônio do executado (art. 653, CPC). Desta forma, assim que o réu for citado o arresto se converterá em penhora. Sendo garantida a execução o executado terá 30 dias para opor os embargos à execução, contador do depósito ou da intimação da penhora (art. 16 LEF). A exceção de pré-executividade (EPE) poderá ser apresentada dentro do prazo dos embargos ou após o prazo, DESDE que trata de matéria de ordem pública que vicie a execução, além disso, é necessária para a apresentação da EPE a prova pré-constituída.

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Os bens que garantam a execução ou que tenham sido penhorados deverão ser arrematados e a quantia arrecadada revertida para a satisfação do crédito. A Fazenda Pública poderá adjudicar os bens, nos ternos do art. 24 da LEF. Satisfeito o crédito a execução deverá ser extinta, nos termos do art. 794, I do CPC. Prescrição intercorrente e EF. Não sendo satisfeito o crédito o procedimento executório prosseguirá, devendo a Fazenda Pública efetuar diligências para identificar bens do executado ou sendo insuficientes para satisfazer de seu crédito. Não sendo encontrados bens ou sendo estes sejam impenhoráveis, a execução deverá ser suspensa por 1 ano, período este em que ficará suspenso o prazo prescricional. Após este prazo, se não forem localizados bens passíveis de penhor ou não for localizado o devedor inicia-se o prazo prescricional de 5 anos para a fazenda Pública (prescrição intercorrente, art. 40, §4º da LEF). Ao final de 5 anos, o juiz deverá após ouvir a fazenda pública, declarar a extinção da ação, nos termos do art. 269, III do CPC e art. 40, §3º da LEF. Se a FP não for ouvida caberá apelação para que a sentença que extinguir o processo seja declarada nula. A atualização monetária, os juros e a multa e demais encargos fazem parte da execução fiscal. Matérias de defesa do executado O executado após prova da fiança bancária, depósito ou após a intimação da penhora terá 30 dias para embargar a EF (art. 16, I da LEF). A LEF exige o depósito para que executado se defenda. Entretanto, tal posicionamento não vigora nos tribunais superiores. A oposição de embargos IDEPENDE da garantia do juízo, sob pena de violar a garantia constitucional de livre acesso à justiça, contraditório e ampla defesa. Súmula vinculante n° 28 do STF. A regra da LEF que é de 1980 reproduziu regra constante do CPC, entretanto, com a alteração do processo de execução hoje não mais subsiste tal regra no CPC, com isso a regra da LEF não pode ser mais aplicada visto que seu paradigma foi alterado. Hoje, aplica-se à EF a regra do CPC. Além disso, o executado tem a seu dispor todos os meios de provas legalmente admitidos. Como os embargos à EF têm a natureza jurídica de ação autônoma a defesa do executado não pode sofrer limitações3. Poderá, inclusive, o executado alegar as exceções de impedimento e suspeição, incompetência relativa. As matérias que poderão ser alegadas pelo executado na EF estão descritas no art. 741 do CPC: falta ou nulidade da citação, inexigibilidade do título, ilegitimidade das partes, cumulação indevida de execuções, causas impeditivas, modificativas ou extintivas da obrigação desde que sejam supervenientes à sentença (arts. 156 do CTN), incompetência do juízo da execução, exceções de suspeição ou impedimento do juiz.

3 NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Manual de Direito Processual Civil, 3ª edição, Editora Método, 2011

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Se houver excesso na execução, este também poderá ser alegado como forma de defesa, nos termos do art. 739-A, §5º do CPC. O executado deverá indicar o valor que julgar correto e juntar memória de cálculo, sob pena de rejeição dos embargos. Se houver alguma matéria que possa ser reconhecida de ofício pelo juiz, matérias de ordem pública, o executado poderá valer-se da EPE, que deverá ser apresentada em petição simples. Ex. inexistência de condição da ação ou de pressuposto processual. Se procedente a EPE a FP deverá ser condenada ao pagamento das custas e honorários advocatícios. Fora isso, ao executado estão disponíveis as ações autônomas de defesa (defesas heterotópicas não incidentais à EF). Ainda, em sede de embargos, o executado poderá alegar a compensação (Lei 8383/91), mas tal alegação só poderá ser feita se tratar de direito líquido e certo. O executado só não poderá reconvir, nos termos do art. 16, §3º da LEF. O executado poderá alegar prescrição. Inclusive poderá alegar a prescrição intercorrente. Embargos à EF: não mais suspendem automaticamente a EF. Só poderá haver a suspensão se o juiz verificar a necessidade no caso concreto. Entretanto, se a penhora recair sobre dinheiro o efeito suspensivo será automático.

Petição Inicial na Execução Fiscal

P1 Cabeça-

lho

E1 Endereçamento da Ação

Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito da __ª Vara _____ da Comarca de _____/__.

ou Exmo Sr. Dr. Juiz Federal da ___ª Vara Federal da Seção Judiciária ______.

E2 Qualificação do autor e advogado

Ente [nome], pessoa jurídica de direito público interno, na pessoa de seu representante legal, localizada no endereço..., vem, respeitosamente, perante V. Exa.,

E3

Fundamento de

ajuizamento (artigos)

com base nos artigos art. 282 CPC artigos específicos: arts. 1º, 3º, 4º, 6º, §1º, 8º, 9º da LEF art. 202 CTN. Art. 585, VII do CPC Art 578 , p. único do CPC

ajuizar a presente

E4 Nomeação da peça

EXECUÇÃO FISCAL

E5 Qualificação do Excutado

correspondente à Certidão de Dívida ativa - CDA nº ___ (anexo), no valor de R$ ___, em face

[C1] Comentário: Necessidade da CDA acompanhar a EF.

[C2] Comentário: Citação do executado

[C3] Comentário: Garantia à execução

[C4] Comentário: Requisitos da CDA.

[C5] Comentário: CDA como título executivo EXTRAJUDICIAL

[C6] Comentário: Competência: foro do domicílio do executado (REGRA)

[C7] Comentário: Opção da FP para casos de litisconsórcio, lugar onde se praticou o ato ou ocorreu o FG, situação dos bens.

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(nome), (nacionalidade), (estado civil), (profissão), (CPF/Identidade), (domicílio e residência), referente ao processo administrativo fiscal sob nº ____, diante dos fatos e fundamentos a seguir expostos. Se for uma PJ [nome], [CNPJ/Inscrição], [endereço/domicílio fiscal ou sede], referente ao processo administrativo fiscal sob nº ____, diante dos fatos e fundamentos a seguir expostos.

P2 Conteú-

do

E6 Dos fatos

A presente cobrança refere-se ao (nome do tributo), cujo fato gerador ocorreu em __/__/__ no montante de R$ ___ (valor por extenso), conforme consta da CDA (anexa).

E7 Da Certidão

da Dívida Ativa – CDA

Certidão de Divida Ativa, título executivo extrafiscal que embasa e faz parte integrante desta execução fiscal, nos termos do art. 202 do CTN e art. 2, §5º da LEF. A Certidão de Dívida Ativa da presente dívida foi lavrada sob nº ___, inscrita no livro n° __, às fls. ___. O Exequente cobra os valores refere-se a inadimplência do Executado em relação ao [tributo], cujo fato gerador ocorreu em ___/___/___. O valor da presente dívida é de R$ ___, devidamente atualizado [até ___], nos termos do art. 2, §5º, II da LEF.

E8 Do direito

CITAR os artigos, CITAR súmulas sobre o tema. Na EF o do direito é a juntada da CDA que tem presunção de certeza e liquidez. É o título executivo extrajudicial que embasa toda a CDA. É direito do exequente receber os valores lançados, vez que tais valores possuem presunção de certeza e liquidez, nos termos do arts. 204 CTN. É dever do executado pagar por ser o contribuinte ou o responsável legal pelo adimplemento da obrigação tributária.

E9 Pedidos PG-

Pedidos Genéricos

CRéu – Citação do EXECUTADO ,nos termos dos arts. 8, 9º e 16 da LEF, sob pena se

[C8] Comentário: Não colocar o “do direito” no tópico dos fatos!!! Neste tópico colocar somente os fatos, narrados na questão!

[C9] Comentário: Situação fática que enseja a ação. Não inventar dados. As informações que aqui constarão estão no enunciado da questão. Ser sintético e objetivo.

[C10] Comentário: Lembrar que a EF é baseada em uma CDA, então aqui mencionar todos os danos do art. 204 do CTN, se tais dados não vierem no problema, apenas citar

[C11] Comentário: Lembre-se a dívida a ser cobrada em EF poderá ser tributária ou não. não sendo tributária colocar a origem da dívida.

[C12] Comentário: Súmulas do STJ sobre execução fiscal: 406, 400, 394, 393, 392, 314, 190, 154, 128, 121, 66, 58

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lhe serem penhorados quantos bens bastem para garantir a presente execução. PPP – Permissão para a Produção de Provas, nos termos da lei; $ - requer seja julgada procedente ação, a condenação do executado no pagamento de verbas sucumbenciais e honorários advocatícios, caso a presente execução seja julgada procedente.

PEP - Pedido

Específico Principal

RJP - Requer Julgue Procedente a presente ação, para que o Executado seja condenado ao pagamento integral da dívida.

P3 Fecha-mento

E10 Valor da Causa R$ ______

Nestes termos. Pede deferimento.

E11 Local e data. E12 PROCURADOR

Ação cautelar fiscal ((Profa. Carolina Barboza)

– Conceito: ação exacional própria – Fundamento legal: Lei n. 8.397/92 (alterada pela Lei n. 9.532/97) – Autor: Fazenda Pública da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios – Finalidade: obter judicialmente a indisponibilidade de bens do devedor (tributário ou não-tributário) – Hipóteses de cabimento: devedor sem domicílio certo, intenta ausentar-se ou alienar bens que possui ou deixa de pagar a obrigação no prazo fixado; devedor tendo domicílio certo, ausenta-se ou tenta se ausentar, visando a elidir o adimplemento da obrigação; devedor que caindo em insolvência, aliena ou tenta alienar bens; devedor que contrai ou tenta contrair dívidas que comprometam a liquidez do seu patrimônio; devedor notificado pela Fazenda Pública para que proceda ao recolhimento do crédito fiscal e deixa de pagá-lo no prazo legal, salvo se suspensa sua exigibilidade, ou ainda põe ou tenta por seus bens em nome de terceiros; devedor que possui débitos, inscritos ou não em Dívida Ativa, que

[C13] Comentário: SERÁ O VALOR CONSTANTE NA CDA.

[C14] Comentário: AQUI NÃO É ADVOGADO. QUEM REPRESENTA A PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO SÃO OS PROCURADORES.

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somados ultrapassem trinta por cento do seu patrimônio conhecido; devedor que aliena bens ou direitos sem proceder à devida comunicação ao órgão da Fazenda Pública competente, quando exigível em virtude de lei; devedor que tem sua inscrição no cadastro de contribuintes declarada inapta, pelo órgão fazendário; devedor que pratica outros atos que dificultem ou impeçam a satisfação do crédito. – Requisitos: prova literal da constituição do crédito fiscal (fumus boni iuris) e prova documental de algum dos casos que demonstrem que o devedor pretende evitar a satisfação (periculum in mora). – Foro competente: onde será processada a execução fiscal – Elementos da peça: Juízo a quem é dirigida, qualificação e endereço (se conhecido) do requerido, provas que serão produzidas, requerimento para citação – Prazo para contestar: 15 dias da juntada do mandado cumprido ou da execução da medida cautelar (quando concedida liminarmente) – Prazo para a Fazenda promover a execução fiscal: 60 dias – Apelação: não possui efeito suspensivo, salvo se o requerido oferecer garantia – Posicionamentos jurisprudenciais: STJ já decidiu pela improcedência do ajuizamento da cautelar fiscal quando presente causa de suspensão da exigibilidade pela via do recurso administrativo; o TRF 5 já determinou limites à indisponibilidade do crédito (bens que não integram o circulo operacional da empresa); TRF 4 admitiu cautelar fiscal para atingir bens de sócios da pessoa jurídica; TRF 4 entendeu pela possibilidade de utilização de medida cautelar fiscal para otenção de indisponibilidade de bens de empresa em liqüidação extrajudicial. Modelo de Ação Cautelar Fiscal (Profa. Carolina Barboza) EXMO. SR. DR. JUÍZ DE DIREITO DA 1ª VARA DE FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DE SALVADOR

SALVADOR, pessoa jurídica de direito público interno, com sede seu Governo na Prefeitura, situada na Rua …, nº …, por seu Procurador-Geral, infra-assinado, conforme decreto anexo e consoante com o disposto no inc. II do art. 12, do CPC, vem respeitosamente perante V. Exa., propor a presente

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MEDIDA CAUTELAR FISCAL

Com fundamento na Lei nº 8.397, de 06.01.1992, em desfavor de JACINTO SUCESSO, brasileiro, casado, administrador, residente e domiciliado na Rua Voluntário da Pátria, 55, casa 02 e o faz pelas relevantes razões de fato e de direito seguinte: DOS FATOS 1. Que o requerido é diretor de Cuida bem Serviços Médicos Ltda. devedora da Fazenda Pública Municipal, conforme respectivas inscrições na Dívida Ativa de nos 16/119, 16/120, 16/121 e 16/122, no valor total e original de R$49.870,30, decorrente do não pagamento de ISSQN, cujos processos de Execução Fiscal serão propostos perante esse DD. Juízo. 2. Que o requerido-executado, até a data da expedição da inclusa certidão do Cartório de Registro não era proprietário e nem promissório comprador de outros bens imóveis nesta cidade, conforme dela se depreende. 3. Não obstante, conforme se verifica da inclusa documentação, Jacinto Sucesso figura na Escritura de Venda e Compra, como sendo legítimo proprietário de um imóvel, com área de 66.192,00m2, situada no Bairro de Ondina, Travessa Macapá, nº 312. 4. Ocorre, porém, que, o requerido como possuidor de tal área está de fato providenciando sua alienação a Orlando Furtado, conforme se infere da cópia da Guia de Transmissão e Informação, para obstar e dificultar a satisfação do débito junto à Fazenda Municipal.

DO DIREITO

5. O ART. 1º da Lei nº 8.397, de 06.01.1992, que instituiu a medida cautelar fiscal, dispõe que o procedimento cautelar fiscal pode ser instaurado antes ou no curso da execução judicial da Dívida Ativa da União, dos Estados, do Distrito federal, dos Municípios e respectivas autarquias e dessa execução é sempre dependente. 6. De conformidade com o art. 2ª do referido diploma legal, a medida cautelar poderá ser requerida contra o sujeito passivo de crédito tributário ou não tributário regularmente constituído em procedimento administrativo, dentre outras hipóteses ali arroladas, quando, caindo em insolvência, aliena ou tenta alienar bens que possui, põe ou tenta por seus bens em nome de terceiros ou comete qualquer outro ato tendente a frustar a execução judicial da Dívida Ativa.

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7. No caso concreto, como se vê, a pretendida transferência deixa evidente que o executado-requerido tendente a frustrar a Execução Judicial de sua Dívida Ativa. DA CONCESSÃO DA MEDIDA CAUTELAR FISCAL 8. Já de conformidade com o art. 3º da invocada Lei, para a concessão da medida em apreço é essencial a prova literal da constituição do crédito, prova documental da alienação, documentação esta que instrui a presente tutela jurisdicional. 9. Consoante o disposto no art. 4º, a decretação da medida produzida, de imediato, a indisponibilidade dos bens do requerido, até o limite da satisfação da obrigação. CONCESSÃO DA LIMINAR DO FUMUS BONI IURIS E PERICULUM IN MORA, SEM A OITIVA DA PARTE CONTRÁRIA 10. No caso concreto, embora seja a Fazenda Pública dispensada de justificação prévia (art. 7 da Lei nº 8397), das razões apresentadas e da inclusa documentação, emergem a conclusão de que, de qualquer forma, estão presentes os pressupostos para a concessão da liminar, inaudita altera parte, eis que, para assegurar e atender à necessidade de segurança colimada, quanto ao resultado eficaz ou útil da presente medida. DO REQUERIMENTO Ex positis requer-se a V. Exa.:

a) seja-lhe concedida a liminar, para a imediata indisponibilidade de declinado imóvel, em face da urgência e relevância da medida, antes da citação do requerido, ou seja, inaudita altera parte, máxime porque o periculum in mora, obviamente, ensejará a transferência do imóvel já em curso.

b) a citação do requerido, para, se quiser, no prazo legal de 15 dias, conteste o pedido, indicando as provas que pretende produzir;

c) a expedição de imediato ofício ao Cartório de registro de Imóveis; d) seja, finalmente, decretada procedente a presente medida, para confirmar a

liminar, para, a conseqüente, desconstituição dos eventuais atos praticados pelo requerido;

e) – a condenação do requerido no pagamento de custas processuais e honorários advocatícios e decorrentes da sucumbência.

Dá-se à causa o valor de R$ 50.000,00 Termos em que, pede deferimento.

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Local e Data ____________________________________________ Advogado OAB/… – nº … Peças administrativas Impugnação De acordo com o Prof. Claudio Carneiro, o contencioso administrativo se inicia necessariamente pela impugnação do sujeito passivo ao lançamento tributário ou ao auto de infração. O Auto de Infração é o documento formal emitido pela autoridade fiscal que materializa o lançamento de ofício com a aplicação de uma penalidade. A legislação tributária pode dar diversas nomenclaturas ao referido auto, como por exemplo, o INSS, que o chama de Notificação Fiscal de Lançamento de Débito (NFLD). Ressalte-se que na lavratura do A.I a penalidade aplicada liga-se tanto ao descumprimento da obrigação principal quanto para o da obrigação acessória, que podem ser concomitantes ou independentes, como por exemplo, o recolhimento do tributo (cumprimento da obrigação principal), que se deu através de emissão de nota fiscal vencida (descumprimento de obrigação acessória). Decreto Lei 70.235/72 Art. 7º O procedimento fiscal tem início com: I - o primeiro ato de ofício, escrito, praticado por servidor competente, cientificado o sujeito passivo da obrigação tributária ou seu preposto; II - a apreensão de mercadorias, documentos ou livros; III - o começo de despacho aduaneiro de mercadoria importada. Art. 10. O auto de infração será lavrado por servidor competente, no local da verificação da falta, e conterá obrigatoriamente: I - a qualificação do autuado; II - o local, a data e a hora da lavratura; III - a descrição do fato; IV - a disposição legal infringida e a penalidade aplicável; V - a determinação da exigência e a intimação para cumpri-la ou impugná-la no prazo de trinta dias;

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VI - a assinatura do autuante e a indicação de seu cargo ou função e o número de matrícula. Art. 11. A notificação de lançamento será expedida pelo órgão que administra o tributo e conterá obrigatoriamente: I - a qualificação do notificado; II - o valor do crédito tributário e o prazo para recolhimento ou impugnação; III - a disposição legal infringida, se for o caso; IV - a assinatura do chefe do órgão expedidor ou de outro servidor autorizado e a indicação de seu cargo ou função e o número de matrícula. Parágrafo único. Prescinde de assinatura a notificação de lançamento emitida por processo eletrônico. Ainda de acordo com o Prof. Claudio Carneiro, na forma do art 14 do Decreto 70.235/72, a apresentação da defesa pelo contribuinte recebe o nome de impugnação. É a fase em que se instaura o processo contencioso. Caso o sujeito passivo não cumpra a exigência ou não impugne o auto de infração, prevê o artigo 21 do referido Decreto que a autoridade preparadora declarará a revelia, permanecendo o processo no órgão preparador pelo prazo de 30 dias, para cobrança amigável. Nesse caso, o crédito será considerado definitivamente constituído e a Fazenda preparará a cobrança judicial do mesmo via execução fiscal. Havendo impugnação, o sujeito passivo deverá apresentar as provas que fundamentam o seu direito, como por exemplo, as documentais, diligências, etc. A impugnação que será feita por escrito, dá início ao contraditório, daí a expressão contencioso administrativo. O artigo 25 do Decreto Lei 70.235/72 prevê que o julgamento de processo de exigência de tributos ou contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal compete, em primeira instancia, às DELEGACIAS DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL DE JULGAMENTO (Lei 11.457/07), órgãos de deliberação interna e de natureza colegiada da Secretaria da Receita Federal do Brasil. O julgamento poderá ser de improcedência ou procedência, e não caberá pedido de reconsideração. Decreto Lei 70.235/72

Art. 14. A impugnação da exigência instaura a fase litigiosa do procedimento. Art. 15. A impugnação, formalizada por escrito e instruída com os documentos em que se fundamentar, será apresentada ao órgão preparador no prazo de trinta dias, contados da data em que for feita a intimação da exigência. Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº 11.941, de 2009) Art. 16. A impugnação mencionará:

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I - a autoridade julgadora a quem é dirigida; II - a qualificação do impugnante; III - os motivos de fato e de direito em que se fundamenta, os pontos de discordância e as razões e provas que possuir; (Redação dada pela Lei nº 8.748, de 1993) IV - as diligências, ou perícias que o impugnante pretenda sejam efetuadas, expostos os motivos que as justifiquem, com a formulação dos quesitos referentes aos exames desejados, assim como, no caso de perícia, o nome, o endereço e a qualificação profissional do seu perito. (Redação dada pela Lei nº 8.748, de 1993) V - se a matéria impugnada foi submetida à apreciação judicial, devendo ser juntada cópia da petição. (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005) § 1º Considerar-se-á não formulado o pedido de diligência ou perícia que deixar de atender aos requisitos previstos no inciso IV do art. 16. (Incluído pela Lei nº 8.748, de 1993) § 2º É defeso ao impugnante, ou a seu representante legal, empregar expressões injuriosas nos escritos apresentados no processo, cabendo ao julgador, de ofício ou a requerimento do ofendido, mandar riscá-las. (Incluído pela Lei nº 8.748, de 1993) § 3º Quando o impugnante alegar direito municipal, estadual ou estrangeiro, provar-lhe-á o teor e a vigência, se assim o determinar o julgador. (Incluído pela Lei nº 8.748, de 1993) § 4º A prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazê-lo em outro momento processual, a menos que: (Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) a) fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior;(Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) b) refira-se a fato ou a direito superveniente;(Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) c) destine-se a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos.(Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) § 5º A juntada de documentos após a impugnação deverá ser requerida à autoridade julgadora, mediante petição em que se demonstre, com fundamentos, a ocorrência de uma das condições previstas nas alíneas do parágrafo anterior. (Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) § 6º Caso já tenha sido proferida a decisão, os documentos apresentados permanecerão nos autos para, se for interposto recurso, serem apreciados pela autoridade julgadora de segunda instância. (Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) Art. 17. Considerar-se-á não impugnada a matéria que não tenha sido expressamente contestada pelo impugnante.(Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997) Da Competência

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Art. 24. O preparo do processo compete à autoridade local do órgão encarregado da administração do tributo. Parágrafo único. Quando o ato for praticado por meio eletrônico, a administração tributária poderá atribuir o preparo do processo a unidade da administração tributária diversa da prevista no caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) Art. 25. O julgamento do processo de exigência de tributos ou contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal compete: (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.158-35, de 2001) (Vide Decreto nº 2.562, de 1998) (Vide Medida Provisória nº 232, de 2004) I - em primeira instância, às Delegacias da Receita Federal de Julgamento, órgãos de deliberação interna e natureza colegiada da Secretaria da Receita Federal; (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.158-35, de 2001) (Vide Medida Provisória nº 232, de 2004) a) aos Delegados da Receita Federal, titulares de Delegacias especializadas nas atividades concernentes a julgamento de processos, quanto aos tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal. (Redação dada pela Lei nº 8.748, de 1993)(Vide Lei nº 11.119, de 2005) b) às autoridades mencionadas na legislação de cada um dos demais tributos ou, na falta dessa indicação, aos chefes da projeção regional ou local da entidade que administra o tributo, conforme for por ela estabelecido. (Vide Medida Provisória nº 232, de 2004) MODELO DE IMPUGNAÇÃO PESSOA FÍSICA (extraído do site da Receita Federal do Brasil) ILMO SR. DELEGADO DA DELEGACIA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL DE JULGAMENTO EM __________(art. 16, inciso I do Dec. 70.235/72) Auto de Infração ou Notificação de Lançamento de __________ Processo n.º _______________ Impugnação ____Fulano de Tal_________, residente a rua _________,cep município, UF, CPF_________, não se conformando com o auto de infração/Notificação de Lançamento acima referido, do qual foi notificado em _____, vem, respeitosamente, no prazo legal, com amparo no que dispõem o art. 15 do Dec. 70.235/72, apresentar

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sua impugnação, pelos motivos de fato e de direito que se seguem (art. 16, inciso II do Dec.70.235/72):

I – OS FATOS Descrição dos motivos de fato, de forma minuciosa e clara. Deverão ser descritos aqueles importantes para a solução do conflito.

II - O DIREITO

II. 1 - PRELIMINAR Nas preliminares pode-se alegar tudo o que precisa ser decidido antes de apreciar o mérito. A preliminar não discute as razões da impugnação e sim as razões que podem modificar, inclusive anular o lançamento efetuado. II. 2 - MÉRITO ( inciso III e IV do art. 16 do Dec.70.235/72) Descrição do direito em que se fundamenta, os pontos de discordância e as razões e provas que possuir (anexá-las ).

III. 2 - A CONCLUSÃO (modelo de conclusão)

À vista de todo exposto, demonstrada a insubsistência e improcedência da ação fiscal, espera e requer a impugnante seja acolhida a presente impugnação para o fim de assim ser decidido, cancelando-se o débito fiscal reclamado. Termos em que Pede deferimento. ............................, 05 de setembro de AAAA.

................................... Nome: Fone: Qualificação do Autor (Pessoa física) para a Receita Federal (seguir tb o art. 282 CPC) ____Fulano de Tal_________, residente a rua _________,cep município, UF, CPF_________, Qualificação do Autor (Pessoa Jurídica) para a Receita Federal (seguir tb o art. 282 CPC)

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_____________, com sede e estabelecimento industrial na rua _________, cep município, UF, CNPJ_________, por seu representante legal Qualificação do Autor (Espólio) para a Receita Federal Espólio__de__Fulano de Tal_________, residente a rua _________,cep município, UF, CPF_________, por seu representante legal(inventariante), Nome do Inventariante, residente a rua, município, UF, CEP, não se conformando com o auto de infração/Notificação de Lançamento acima referido Modelo de Impugnação (extraído do site Valor Jurídico) ILUSTRÍSSIMO SENHOR DOUTOR DELEGADO DA DELEGACIA DE JULGAMENTO DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL – DRJ – ............................./SP. Auto de Infração de Imposto de Renda de Pessoa Física Ref.: Numero do MPF

PHT, brasileiro, residente e domiciliado na Rua, n., cidade, Estado, inscrito no CPF, circunscrição dessa Delegacia, vem, tempestivamente, e na forma do Decreto nº 70.235/72, requerer se digne Vossa Senhoria receber e acolher os termos da presente

IMPUGNAÇÃO ao Auto de Infração acima mencionado, relativo a Imposto de Renda de Pessoa Física e acréscimos legais, pelas seguintes razões de direito:

1. DOS FATOS: 1.1 Descrição no auto de infração

Versa o referido Auto de Infração sobre estorno de dedução considerada

indevida de despesas médicas/odontológicas, lançadas na declaração de rendimento do Requerente, nos anos-calendário de 2.001,2.002,2.003,2.004,2.005 e 2.006:

a) glosa de despesas médicas no valor de R$ 6.000,00 em 2003 e R$ 2.000,00, em 2004, do dentista JOÃO MANUEL LIMA;

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b) glosa despesas médicas no valor de R$ 8.300,000 em 2003 do Fisioterapeuta PAULO TIAGO LUZ;

c) glosa de despesas médicas no valor de R$ 5.000,00 em 2005 e R$ 3.000,00, em 2006, do dentista JOÃO MANUEL LIMA;

d) glosa despesas médicas, relativas aos anos 2001 e 2002 do Sr. SÁLVIO DE SÁ, no valor de R$ 10.000,00 e 11.000,00 respectivamente;

e) multa de ofício de 150%, por se considerar fraude, dolo por reduzir indevidamente o imposto.

Ocorre que o auto de infração se encontra eivado de incorreções o que obsta, portanto, a produção de quaisquer efeitos. 1.2 Realidade fática 1.2.1) Recibos João Manuel Lima

As despesas médicas informadas nas declarações dos anos calendário de 2.003 no valor de R$ 6.000,00 e ano 2.004, no valor de R$ 2.000,00, tendo como beneficiário o dentista JOÃO MANUEL LIMA, inscrito no CPF/MF sob nº 890.320.910-11, residente em Paulinéia/SP. Se referem a serviços médicos prestados pelo profissional, como recibos em anexo:

- recibo do dia....., no valor de R$........., doc.001 - recibo do dia....., no valor de R$........., doc.002

Também, segue anexo doc.003, laudo do Sr. JOÃO MANUEL LIMA

declarando que os serviços realmente foram executados por ele.

O fato do profissional ser considerado inidôneo pela Receita Federal não o impede de exercer suas atividades e praticar atos relacionados à medicina. Cabe ao CRM a fiscalização da legalidade da profissão. O contribuinte não tem “bola de cristal”, para ter conhecimento que o médico é inidôneo perante a Receita Federal.

Cabe ressaltar que o ato da Receita Federal declarando a idoneidade fiscal do médico ocorreu em 26/10/2007, portanto 03 ou 04 anos após a prestação dos serviços e emissão dos recibos. Meramente impossível saber de um fato futurístico, se assim fosse todo mundo ganharia na MEGASENA.

A fiscalização deverá baixar diligência perante o contribuinte que omitiu a receita e averiguar se os valores estão declarados ou não e efetuar a cobrança do tributo de quem comprovadamente sonegou e não de quem de boa-fé foi usuário.

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1.2.2) Recibos Paulo Tiago Luz

Despesas médicas informadas nas declarações de ajuste anual do ano-calendário de 2.003, tendo como beneficiário o Fisioterapeuta PAULO TIAGO LUZ, inscrito no CPF/MF sob nº 899.950.852-84, residente em São João das Antas /SP; no valor de R$ 8.300,00. Se referem a serviços médicos prestados pelo profissional, como recibos em anexo: - recibo do dia....., no valor de R$........., doc 004 - recibo do dia....., no valor de R$........., doc.005

Também, segue anexo doc.006, laudo PAULO TIAGO LUZ, declarando que os serviços realmente foram executados por ele.

Como contribuinte, gostaria que o Sr. fiscal apresentasse o diploma do curso técnico ou superior de grafologia, pois pela certeza que afirma como identificar escritas. Portanto, suas declarações sobre o assunto são infundadas e hipotéticas não merecedoras de crédito. O fato é que o Recibo é uma prova de boa-fé do contribuinte, até que a fiscalização prove em contrário. Não foi o que fez o fisco, não produziu provas contra o contribuinte apenas apresentou suposições. As presunções legais estão descritas na Lei, como não há Lei sobre o assunto carece de prova em contrário e o ônus da prova é do fisco. O fiscal deveria realizar inspeções aos profissionais que emitiram os recibos e não se basear em suposições.

O Sr. fiscal deve se ater ao que está escrito na lei, ou seja, ao princípio constitucional da legalidade, no qual só pode exigir o que consta na lei. Nenhuma Lei no Brasil determina que recibos de pessoas físicas devem ter seqüência numérica.

Os preços praticados pelos dos profissionais liberais são livres, sendo que cada profissional faz o seu preço em função de sua especialização, do seu conhecimento na mídia e pelos resultados produzidos. É público é notório que o cirurgião plástico IVO PITANGUI cobra honorários muito mais elevados que a UNIMED ou SUS repassa para os seus conveniados. Volto a frisar que os recibos constam anexo a esta defesa.

O fato de algumas datas coincidir com sábado ou domingo, não tira a boa-fé dos documentos, a qual carece de prova em contrário para comprovar a má-fé.

Senhores julgadores, o fato do profissional não relacionar o nome do cliente ao qual prestou serviço não invalida os recibos. O profissional pode relacionar o seu

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cliente no livro-caixa, no qual não consta detalhadamente seu CPF e valor respectivamente repassado.

Por outro lado, a fiscalização deverá baixar diligência perante o contribuinte que omitiu a receita ou informação e averiguar se os valores estão declarados ou não e efetuar a cobrança do tributo de quem comprovadamente sonegou e não de quem de boa-fé foi usuário. NÃO PODE O FISCAL SE ACOMODAR ATRÁS DOS SISTEMAS E NÃO INVESTIGAR OS FATOS.

Foi corretíssimo em solicitar explicações a este contribuinte, o qual prontamente apresentou os documentos solicitados. Se persistir a dúvida o Sr. fiscal deve analisar a outra parte e cobrar providências, por ventura, de quem errou ou se omitiu.

Porém, ficar levantando HIPÓTESES , baseadas em tonalidade da escrita, dados gerais, preço do serviço, se o serviço foi pago no sábado ou domingo, sem nenhuma prova e AO INVÉS DE FISCALIZAR QUEM FORNECEU OS RECIBOS vão contra os princípios da moralidade da administração pública, conforme a Lei. 9.784/99. Isso sim deve ser denunciado ao Ministério Público.

1.2.3) Recibos Maria Silvia Bonfim Despesas médicas informadas na declaração de ajuste anual do ano calendário

2.005 e 2.006, tendo como beneficiária a dentista MARIA SILVIA BONFIM, inscrita no CPF/MF sob nº 394.3206.110-49, residente em Santa Bárbara do Sul/SP, no valor de R$ 5.000,00 Referem-se a serviços médicos prestados pelo profissional, como recibos em anexo: - recibo do dia....., no valor de R$........., doc 007 - recibo do dia....., no valor de R$........., doc.008

O endereço do emitente é:........

Também, segue anexo doc.009, laudo de dentista MARIA SILVIA BONFIM, declarando que os serviços realmente foram executados por ele.

Como contribuinte, gostaria que o Sr. fiscal apresentasse o diploma do curso técnico ou superior de grafologia, pois pela certeza que afirma como identificar escritas. Portanto, suas declarações sobre o assunto são infundadas e hipotéticas não merecedoras de crédito. O fato é que o Recibo é uma prova de boa-fé do contribuinte, até que a fiscalização prove em contrário. Não foi o que fez o fisco, não

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produziu provas contra o contribuinte apenas apresentou suposições. As presunções legais estão descritas na Lei, como não há Lei sobre o assunto carece de prova em contrário e o ônus da prova é do fisco. O fiscal deveria realizar inspeções aos profissionais que emitiram os recibos e não se basear em suposições.

O Sr. fiscal deve se ater ao que está escrito na lei, ou seja, ao princípio constitucional da legalidade, no qual só pode exigir o que consta na lei. Nenhuma Lei no Brasil determina que recibos de pessoas físicas devem ter seqüência numérica.

O fato de algumas datas coincidir com sábado ou domingo, não tira a boa-fé dos documentos, a qual carece de prova em contrário para comprovar a má-fé.

Senhores julgadores, o fato do profissional não relacionar o nome do cliente ao qual prestou serviço não invalida os recibos. O profissional pode relacionar o seu cliente no livro-caixa, no qual não consta detalhadamente seu CPF e valor respectivamente repassado.

Por outro lado, a fiscalização deverá baixar diligência perante o contribuinte que omitiu a receita ou informação e averiguar se os valores estão declarados ou não e efetuar a cobrança do tributo de quem comprovadamente sonegou e não de quem de boa-fé foi usuário. NÃO PODE O FISCAL SE ACOMODAR ATRÁS DOS SISTEMAS E NÃO INVESTIGAR OS FATOS.

Foi corretíssimo em solicitar explicações a este contribuinte, o qual prontamente apresentou os documentos solicitados. Se persistir a dúvida o Sr. fiscal deve analisar a outra parte e cobrar providências, por ventura, de quem errou ou se omitiu.

Porém, ficar levantando HIPÓTESES, baseadas em tonalidade da escrita, dados gerais, preço do serviço, se o serviço foi pago no sábado ou domingo, sem nenhuma prova e AO INVÉS DE FISCALIZAR QUEM FORNECEU OS RECIBOS vão contra os princípios da moralidade da administração pública, conforme a Lei. 9.784. Isso sim deve ser denunciado ao Ministério Público. 1.2.4)Relativo aos anos 2001 e 2002 do Sr. SÁLVIO DE SÁ, no valor de R$ 10.000,00 e 11.000,00 respectivamente estão eivados pelo vício da DECADÊNCIA . Tributo competência dez./2001 e dez./2002 estão eivados do vício da decadência, teve sua decadência em 31/dez./2006 e 31.dez.2007, respectivamente, pois a data da emissão auto de infração em 15/jan./2008, passados 05 anos a contar da competência 12/2007.

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O fato gerador relativo ao o mês de dezembro/2001 e 2002 está decaído. O

art. 150, § 4o do CTN, determina o direito de lançamento do tributo decaí em 05 (cinco) anos a contar da ocorrência do fato gerador.

“ Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo z/o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, opera-se pelo ato em que referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente o homologa. ... § 4º. Se a lei não fixar prazo à homologação, será ele de 5 (cinco) anos, a contar da ocorrência do fato gerador; expirado este prazo, sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considera-se homologado o lançamento e DEFINITIVAMENTE extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação.”

No mesmo sentido nos esclarece a jurisprudência do Conselho de Contribuintes:

Número do Recurso: 130588 Câmara: SEGUNDA CÂMARA Número do Processo: 10680.002095/2001-37 Tipo do Recurso: VOLUNTÁRIO Matéria: IRPF Data da Sessão: 28/01/2003 01:00:00 Relator: Naury Fragoso Tanaka Decisão: Acórdão 102-45905 Resultado: DPPU - DAR PROVIMENTO PARCIAL POR UNANIMIDADE Texto da Decisão: Por maioria de votos, ACATAR a preliminar de decadência em relação ao ano-calendário de 1995. Vencidos os Conselheiros Naury Fragoso Tanaka (Relator), e Maria Beatriz Andrade de Carvalho, e, no mérito por unanimidade de votos, DAR provimento PARCIAL ao recurso. Designado o Conselheiro Amaury Maciel para redigir o voto vencedor quanto à decadência. Ementa: IRPF - PRELIMINAR DE DECADÊNCIA - OCORRÊNCIA - Nos casos de lançamento por homologação, o prazo decadencial para a constituição do crédito tributário expira após cinco anos a contar da ocorrência do fato gerador.

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Não tendo havido a homologação expressa, o crédito tributário tornou-se definitivamente extinto após cinco anos da ocorrência do fato gerador (Art. 150, § 4o do CTN). AUTO DE INFRAÇÃO - APURAÇÃO INCORRETA DO RESULTADO DA ATIVIDADE RURAL - GLOSA DE DESPESAS DA ATIVIDADE RURAL - FATO GERADOR OCORRIDO EM DEZEMBRO de 1995 - DECADÊNCIA - A apuração do resultado tributável da atividade rural reveste-se de procedimento especial na forma das prescrições legais contidas na Lei n.° 8.023 de 12 de abril de 1990 não se lhe aplicando as disposições contidas na Lei n.° 7.713 de 22 de dezembro de 1988 (art. 49) e legislação superveniente. O fato gerador da obrigação tributária dos rendimentos auferidos na atividade rural é complexivo materializando-se, "in totum", no dia 31 de dezembro de cada ano-calendário. Sujeita-se ao lançamento pelo regime de homologação "ex-vi" do disposto no art. 150 do CTN e, na forma do prescrito em seu art. 144, deve reportar-se-á à data do fato gerador da obrigação tributária. Inexistindo o lançamento pelo regime de declaração preconizado pelo Art. 147 do CTN, torna-se inaplicável, para fins da contagem do prazo decadencial, a data da entrega da Declaração de Ajuste Anual. IRPF - EXS. 1996 e 1997 - ATIVIDADE RURAL - RESULTADO - O resultado da atividade rural limita-se ao percentual fixado no artigo 5.º da lei n.º 8.023, de 12 de abril de 1990, salvo opção contrária constante da declaração de ajuste anual. IRPF - EXS. 1996 e 1997 - ATIVIDADE RURAL - DESPESAS DE CUSTEIO - Os gastos com insumos e outras despesas necessárias à produção rural, para compor o resultado dessa atividade, devem estar lastreados em documentação hábil e idônea. Preliminar acolhida. Recurso parcialmente provido.

Número do Recurso: 109453 Câmara: SEGUNDA CÂMARA Número do Processo: 13808.000948/95-29 Tipo do Recurso: VOLUNTÁRIO Matéria: DCTF Recorrente: HOSPITAL E MATERNIDADE MORUMBI LTDA Recorrida/Interessado: DRJ-SÃO PAULO/SP

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Data da Sessão: 15/08/2000 14:00:00 Relator: Adolfo Montelo Decisão: ACÓRDÃO 202-12362 Resultado: PPU - DADO PROVIMENTO PARCIAL POR UNANIMIDADE Texto da Decisão: Por unanimidade de votos, deu-se provimento parcial ao recurso, nos termos do voto do relator. Ementa: NORMAS PROCESSUAIS - DECADÊNCIA - O direito de a Fazenda constituir o crédito tributário extingue-se em cinco anos, contados da data do fato gerador.

Ocorre que a ação fiscal teve seu término em 31.12.2007, se deu APÓS o decurso deste prazo decadencial de cinco anos a que se refere o CTN, ocasião em que já estava definitivamente extinto o crédito tributário relativa ao IRPF dezembro/2002.

Além de o § 4º do art. 150 (CTN) ter disciplinado expressamente a respeito da

decadência do que diz respeito aos tributos sujeitos ao lançamento por homologação, o mesmo Código Tributário a estabeleceu como circunstância EXTINTIVA do crédito tributário:

“Art. 156. Extinguem o crédito tributário: ... V - a prescrição e a decadência;”

Desta forma, considerando-se os dispositivos supra, o IRPF relativo à competência até 31/12/2002, está tacitamente homologado, desde 31/dezembro/2007.

Observe-se que a cobrança do presente auto de infração que versa justamente sobre débito que, no entender do Fisco, não teria sido recolhido no momento oportuno, pois o Imposto de Renda Pessoa Física está sujeito ao pagamento mensal nos casos em que determina os artigos 106 a 113 do RIR/99, e aplica-se a regra do § 4º do art. 150 (CTN). 1.2.5) Incabível Multa de 150%, a qual no máximo é de 75%

Salientamos que os recibos foram normalmente apresentados e não ficou comprovado a fraude ou dolo, fato que a multa merece ser reduzida para no máximo em75%.

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Ora, fisco não aceitou os documentos apresentados mas não provou o dolo do contribuinte.

A própria Câmara Superior de Recursos Fiscais vem afastando o dolo, por

erro escusável, quando a fonte pagadora presta informações equivocadas ou há a ausência delas, conforme Acórdão CSRF/ 01-03.548 da Sessão realizada em 05/11/2001, retirada do site: www.conselhos.fazenda.gov.br, site oficial da Receita Federal e abaixo descrita:

Turma: PRIMEIRA TURMA Número do Processo: 13884.001477/98-42 Tipo do Recurso: RECURSO DE DIVERGÊNCIA Matéria: IRPF Recorrente: DARLY PINTO MONTENEGRO Interessado(a): FAZENDA NACIONAL Data da Sessão: 05/11/2001 09:30:00 Relator(a): Leila Maria Scherrer Leitão Acórdão: CSRF/01-03.548 Decisão: DPM - DAR PROVIMENTO POR MAIORIA Texto da Decisão: Por maioria de votos, DAR provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. Vencidos os Conselheiros Leila Maria Scherrer Leitão (Relatora), Antonio de Freitas Dutra, Cândido Rodrigues Neuber, Verinaldo Henrique da Silva, Iacy Nogueira Martins Morais, José Clóvis Alves e Manoel Antonio Gadelha Dias. Designado para redigir o voto vencedor o Conselheiro Remis Almeida Estol. Ementa: MULTA DE OFÍCIO - Não dá ensejo aplicação da penalidade a hipótese de erro escusável no preenchimento da declaração por parte do contribuinte, caracterizado por informações equivocadas, ou ausência delas, prestadas pela fonte pagadora. Recurso especial provido.

“o grifo é nosso”

CONCLUSÃO:

A Receita Federal do Brasil solicitou os comprovantes relativos aos pagamentos de despesas médicas, os quais foram prontamente apresentados pelo contribuinte. Após a apresentação cabe à fiscalização aceitar os comprovantes como

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válidos ou comprovar que os documentos não são válidos por fraude comprovada pela Receita Federal, através de diligência aos profissionais liberais. Não cabe à Receita Federal apresentar “achismos” do tipo: não confere caligrafia, descrição genérica, quantidade de tratamento, pagamentos em sábados ou domingos, o contribuinte não pode se tratar em São Paulo, não tem seqüência, etc., pelo fato que o Sr. Fiscal não quer utilizar procedimentos alternativos de fiscalização e prefere recorrer à comodidade dos citados achismos, pois senão teria que fiscalizar outros 04 contribuintes para chegar a conclusão diferente da realidade.

Ou prova que o documento é inidôneo, através de métodos legalmente aceitos (diligências aos profissionais liberais) ou aceita o documento como legítimo, não há como ficar enrolando o óbvio.

A Constituição Federal do Brasil diz no seu artigo 3° e 5° que: Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do

Brasil: I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; II - garantir o desenvolvimento nacional; III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades

sociais e regionais; IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça,

sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,

garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;

II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;

III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante;

A surpresa é que o Sr. fiscal quer que o contribuinte trate sua saúde apenas

na sua cidade de domicílio, não podendo se dirigir à Aparecida d’Norte, nem a cidade de São Paulo, por causa do custos, etc. Não há nenhuma lei específica que limite o local de tratamento ou as pessoas só podem sair de suas cidades se o fisco permitir.

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Salvo engano estamos na República Federativa do Brasil, uma sociedade livre, e não em país cuja a população é controlada pelo Estado. 2. O DIREITO Dessa maneira, merecem ser elencadas e comentadas, de “per si” cada uma das razões argüidas e enumeradas pela autoridade fazendária, e que a motivou a lavratura do Auto de Infração: 2.1) QUANTO AOS RECIBOS DE JOÃO MANUEL LIMA

JOÃO MANUEL LIMA, neste caso, a Receita utilizou-se do argumento da ineficácia dos recibos, em razão do Ato Declaratório Executivo DRF/ATA nº 27 de 18 de outubro de 2.007, sem deixar de observar que a Norma Administrativa, por força da Lei nº 9.784, artigo 1º, veda textualmente a aplicação retroativa de nova interpretação, contrária ao Princípio da Moralidade Administrativa.

O Ato Administrativo objeto do questionamento quanto a sua legitimidade,

fere o princípio da boa-fé subjetiva “posto que pretende o Ato, de forma extemporânea punir o Requerente por aquilo que não lhe cabe.

Pelo exposto, no item 1.1 e 2.1, requer o cancelamento da glosa e aceitos os

documentos probatórios apresentados em anexo a esta peça impugnatória. 2.2) AUTO DE INFRAÇÃO FEITO COM BASE EM SOFISMAS E NÃO BASEADO EM PROVAS REAIS

É confuso o Auto de Infração, porque se prende a detalhes que não podem ser considerados como relevantes, mas como sofismas, tanto que considera descabido serviço prestado ao Requerente em São Paulo, como se isto ferisse qualquer princípio de legalidade, e afirma a Autoridade Fiscalizadora, que na localidade onde reside o Requerente, estes serviços seriam 50% mais baratos. É de se perguntar, quantas vezes a Autoridade Fazendária utilizou-se desses serviços, para de forma incisiva fazer tal afirmação da qual resulte tamanha penalidade ao Requerente. Também não há nenhuma obrigatoriedade quanto a numeração de recibos, até mesmo porque, não é esta a obrigação do Requerente, e sim de pagar pelos serviços que lhe são prestados.

A Boa-fé dos negócios jurídicos

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O art. 113 do atual Código reza: “Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforma a boa-fé e os usos e os usos do lugar de sua celebração.”O presente diploma orienta o legislador para, ao procurar o sentido de uma manifestação de vontade, ter sempre em mira os princípios de boa-fé, regra geral dos contratos, bem como a orientação dos costumes que cercam a realização dos negócio. (Venosa, Sílvio de Salvo, Direito Civil: parte geral, 7ª Ed. – São Paulo: Atlas, 2007, pág.363).

Outrossim, no Art. 1 º, inciso IV, CF/88, são princípios fundamentais do Brasil:

Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: I - a soberania; II - a cidadania; III - a dignidade da pessoa humana; IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; V - o pluralismo político.

Ademais, o art. 5 º, inciso XII, CF/88, determina que: “é livre o exercício de

qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer”.

Pelo exposto, no item 1.2 , 1.3, 1.4 e 2.2, 2.3 e 2.4 requer o cancelamento da glosa e aceitos os documentos probatórios apresentados em anexo a esta peça impugnatória. 2.4 INCABÍVEL MULTA DE 150%, A QUAL NO MÁXIMO É DE 75%

Salientamos que os recibos foram normalmente apresentados e não ficou comprovado a fraude ou dolo, fato que a multa merece ser reduzida para no máximo em75%.

Ora, fisco não aceitou os documentos apresentados mas não provou o dolo do contribuinte.

A própria Câmara Superior de Recursos Fiscais vem afastando o dolo, por

erro escusável, quando a fonte pagadora presta informações equivocadas ou há a ausência delas, conforme Acórdão CSRF/ 01-03.548 da Sessão realizada em 05/11/2001, retirada do site: www.conselhos.fazenda.gov.br, site oficial da Receita Federal e abaixo descrita:

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Turma: PRIMEIRA TURMA Número do Processo: 13884.001477/98-42 Tipo do Recurso: RECURSO DE DIVERGÊNCIA Matéria: IRPF Recorrente: DARLY PINTO MONTENEGRO Interessado(a): FAZENDA NACIONAL Data da Sessão: 05/11/2001 09:30:00 Relator(a): Leila Maria Scherrer Leitão Acórdão: CSRF/01-03.548 Decisão: DPM - DAR PROVIMENTO POR MAIORIA Texto da Decisão: Por maioria de votos, DAR provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. Vencidos os Conselheiros Leila Maria Scherrer Leitão (Relatora), Antonio de Freitas Dutra, Cândido Rodrigues Neuber, Verinaldo Henrique da Silva, Iacy Nogueira Martins Morais, José Clóvis Alves e Manoel Antonio Gadelha Dias. Designado para redigir o voto vencedor o Conselheiro Remis Almeida Estol. Ementa: MULTA DE OFÍCIO - Não dá ensejo aplicação da penalidade a hipótese de erro escusável no preenchimento da declaração por parte do contribuinte, caracterizado por informações equivocadas, ou ausência delas, prestadas pela fonte pagadora. Recurso especial provido.

“o grifo é nosso”

E, segundo entendimento mais recente de nossos tribunais e de doutrinadores, no caso de concurso de Leis, deve-se aplicar a mais benéfica ao contribuinte, dando ênfase à máxima in dubio pro reo, no caso in dubio pro contribuinte, visto tratar-se do elemento mais fraco na relação. Assim, não vemos como pode prosperar a multa de ofício de 150%, por não restar comprovações, por parte do fisco, relativo à fraude ou dolo, devendo, neste caso, aplicar a situação mais benéfica ao contribuinte. 2.5 ÔNUS DA PROVA O contribuinte deverá justificar a sua impugnação. O razoamento de sua impugnação não constitui a inversão do ônus da prova, nem dar ao fisco prevalência em detrimento do indivíduo.

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Não é o contribuinte que tem de provar contra as alegações do auto, cabe a ele contradizer o auto, e este poder de contradizer não inverte o ônus da prova, porquanto todo o direito civilizado só admite que um fato seja alegado mediante forte embasamento e fundamentação, para constituir direito; não diferente é o auto de lançamento, onde o fiscal preparador deve fazer a exigência com sólidas bases, não bastando a simples alegação e deixar que o contribuinte prove o contrário, se puder. Isto seria violação ao devido processo legal. O contribuinte é detentor do direito de ver demonstrados contra si todas as provas e as conexões, razoamentos, de raciocínio que levam a concluir que daqueles fatos decorre uma conseqüência jurídica que lhe afeta o patrimônio. A fundamentação dos fatos é a defesa do cidadão contra a opressão do Estado.

3. – DOCUMENTOS EM ANEXO Documentos numerados de 001 a 009, relativos a recibos e laudos emitidos pelos prestadores de serviço JOÃO MANUEL LIMA, PAULO TIAGO LUZ, MARIA SILVIA BONFIM e SÁLVIO DE SÁ, os quais comprovam que os serviços e valores forem realmente prestados e cobrados pelos médicos.

4. - DO REQUERIMENTO Diante de todo o exposto, e pelas razões de fato e de direito, requer se dignem Vossas Senhorias acolher no todo a presente IMPUGNAÇÃO para reconhecer e declarar nulo de pleno direito o Auto de Infração lavrado pela douta autoridade fazendária, bem como a decadência do crédito tributário relativo à glosa de despesas referentes anos 2001 e 2002 do Sr. SÁLVIO DE SÁ, no valor de R$ 10.000,00 e 11.000,00 respectivamente estão eivados pelo vício da DECADÊNCIA Termos em que Pede Deferimento

Santa Maria do Sul/SP, 14 de julho de 2.008.

PHT (contribuinte – autuado – Advogado)

Recursos Administrativos

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Recurso Voluntário ou Recurso de Ofício Na hipótese de improcedência à impugnação interposta, o sujeito passivo poderá se valer do Recurso Voluntário ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais. De acordo com a Súmula Vinculante 21, é inconstitucional o deposito prévio para admissibilidade do recurso. Por outro lado, quando a decisão é desfavorável ao fisco, o Recurso é chamado de Recurso de Ofício, na forma do artigo 34 do Decreto Lei 70.235/72 Decreto 70.235/72 Art. 33. Da decisão caberá recurso voluntário, total ou parcial, com efeito suspensivo, dentro dos trinta dias seguintes à ciência da decisão Art. 36. Da decisão de primeira instância não cabe pedido de reconsideração. Do Julgamento em Segunda Instância Art. 37. O julgamento no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais far-se-á conforme dispuser o regimento interno Vejam que de acordo com a Portaria abaixo, existem três turmas do CARF e cada uma possui uma competência exclusiva. Não é necessário vocês conhecerem e terem a portaria na mãos, é apenas para vcs terem ciência, quando da admissibilidade do recurso Especial ao Conselho Superior de Recursos Fiscais (CSRF)

Portaria MF nº 256, de 22 de junho de 2009/ Receita Federal do Brasil ANEXO II

DA COMPETÊNCIA, ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO DOS COLEGIADOS TÍTULO I

DOS ÓRGÃOS JULGADORES CAPÍTULO I

DA COMPETÊNCIA PARA O JULGAMENTO DOS RECURSOS Art. 1º Compete aos órgãos julgadores do CARF o julgamento de recursos de ofício e voluntários de decisão de primeira instância, bem como os recursos de natureza especial, que versem sobre tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil. Parágrafo único. As Seções serão especializadas por matéria, na forma dos arts. 2º a 4º. Seção I

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Das Seções de Julgamento Art. 2º À Primeira Seção cabe processar e julgar recursos de ofício e voluntário de decisão de primeira instância que versem sobre aplicação da legislação de: I - Imposto sobre a Renda das Pessoas Jurídicas (IRPJ); II - Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL); III - Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF), quando se tratar de antecipação do IRPJ; IV - demais tributos, quando procedimentos conexos, decorrentes ou reflexos, assim compreendidos os referentes às exigências que estejam lastreadas em fatos cuja apuração serviu para configurar a prática de infração à legislação pertinente à tributação do IRPJ; IV - demais tributos e o Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF), quando procedimentos conexos, decorrentes ou reflexos, assim compreendidos os referentes às exigências que estejam lastreadas em fatos cuja apuração serviu para configurar a prática de infração à legislação pertinente à tributação do IRPJ; (Redação dada pela Portaria MF nº 586, de 21 de dezembro de 2010) V - exclusão, inclusão e exigência de tributos decorrentes da aplicação da legislação referente ao Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte (SIMPLES) e ao tratamento diferenciado e favorecido a ser dispensado às microempresas e empresas de pequeno porte no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, na apuração e recolhimento dos impostos e contribuições da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, mediante regime único de arrecadação (SIMPLES-Nacional); VI - penalidades pelo descumprimento de obrigações acessórias pelas pessoas jurídicas, relativamente aos tributos de que trata este artigo; e VII - tributos, empréstimos compulsórios e matéria correlata não incluídos na competência julgadora das demais Seções. Art. 3º À Segunda Seção cabe processar e julgar recursos de ofício e voluntário de decisão de primeira instância que versem sobre aplicação da legislação de: I - Imposto sobre a Renda de Pessoa Física (IRPF); II - Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF); III - Imposto Territorial Rural (ITR); IV - Contribuições Previdenciárias, inclusive as instituídas a título de substituição e as devidas a terceiros, definidas no art. 3º da Lei nº 11.457, de 16 de março de 2007; e V - penalidades pelo descumprimento de obrigações acessórias pelas pessoas físicas e jurídicas, relativamente aos tributos de que trata este artigo. Art. 4º À Terceira Seção cabe processar e julgar recursos de ofício e voluntário de decisão de primeira instância que versem sobre aplicação da legislação de:

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I - Contribuição para o PIS/PASEP e Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS), inclusive as incidentes na importação de bens e serviços; II - Contribuição para o Fundo de Investimento Social (FINSOCIAL); III - Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI); IV - Crédito Presumido de IPI para ressarcimento da Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS; V - Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF); VI - Imposto Provisório sobre a Movimentação Financeira (IPMF); VII - Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro e sobre Operações relativas a Títulos e Valores Mobiliários (IOF); VIII - Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE); IX - Imposto sobre a Importação (II); X - Imposto sobre a Exportação (IE); XI - contribuições, taxas e infrações cambiais e administrativas relacionadas com a importação e a exportação; XII - classificação tarifária de mercadorias; XIII - isenção, redução e suspensão de tributos incidentes na importação e na exportação; XIV - vistoria aduaneira, dano ou avaria, falta ou extravio de mercadoria; XV - omissão, incorreção, falta de manifesto ou documento equivalente, bem como falta de volume manifestado; XVI - infração relativa à fatura comercial e a outros documentos exigidos na importação e na exportação; XVII - trânsito aduaneiro e demais regimes aduaneiros especiais, e dos regimes aplicados em áreas especiais, salvo a hipótese prevista no inciso XVII do art. 105 do Decreto-Lei nº 37, de 18 de novembro de 1966; XVIII - remessa postal internacional, salvo as hipóteses previstas nos incisos XV e XVI, do art. 105, do Decreto-Lei nº 37, de 1966; XIX - valor aduaneiro; XX - bagagem; e XXI - penalidades pelo descumprimento de obrigações acessórias pelas pessoas físicas e jurídicas, relativamente aos tributos de que trata este artigo. Parágrafo único. Cabe, ainda, à Terceira Seção processar e julgar recursos de ofício e voluntário de decisão de primeira instância relativos aos lançamentos decorrentes do descumprimento de normas antidumping ou de medidas compensatórias. Art. 5º Por proposta do Presidente do CARF, o Pleno da CSRF poderá, temporariamente, estender a especialização estabelecida nos arts. 2º a 4º para outra Seção de julgamento, visando à adequação do acervo e à celeridade de sua tramitação.

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Parágrafo único. O disposto no caput aplica-se, exclusivamente, aos processos ainda não distribuídos às Câmaras. Art. 6º Verificada a existência de processos pendentes de julgamento, nos quais os lançamentos tenham sido efetuados com base nos mesmos fatos, inclusive no caso de sujeitos passivos distintos, os processos poderão ser distribuídos para julgamento na Câmara para a qual houver sido distribuído o primeiro processo. Parágrafo único. Os processos referidos no caput serão julgados com observância do rito previsto neste Regimento. Art. 7º Incluem-se na competência das Seções os recursos interpostos em processos administrativos de compensação, ressarcimento, restituição e reembolso, bem como de reconhecimento de isenção ou de imunidade tributária. § 1º A competência para o julgamento de recurso em processo administrativo de compensação é definida pelo crédito alegado, inclusive quando houver lançamento de crédito tributário de matéria que se inclua na especialização de outra Câmara ou Seção. § 2º Os recursos interpostos em processos administrativos de cancelamento ou de suspensão de isenção ou de imunidade tributária, dos quais não tenha decorrido a lavratura de auto de infração, incluise na competência da Segunda Seção. § 3º Na hipótese do § 1º, quando o crédito alegado envolver mais de um tributo com competência de diferentes Seções, a competência para julgamento será: (Incluído pela Portaria MF nº 586, de 21 de dezembro de 2010) I - Da Primeira Seção de Julgamento, se envolver crédito alegado de competência dessa Seção e das demais; (Incluído pela Portaria MF nº 586, de 21 de dezembro de 2010) II - Da Segunda Seção de Julgamento, se envolver crédito alegado de competência dessa Seção e da Terceira Seção; (Incluído pela Portaria MF nº 586, de 21 de dezembro de 2010) III - Da Terceira Seção de Julgamento, se envolver crédito alegado unicamente dessa Seção. (Incluído pela Portaria MF nº 586, de 21 de dezembro de 2010) Art. 8º A competência das turmas especiais é restrita ao julgamento de recursos em processos que envolvam valores reduzidos. Parágrafo único. Ato do Ministro de Estado da Fazenda definirá o limite de alçada de julgamento pelas turmas especiais. Modelo de Recurso Voluntário (extraído so site Valor Jurídico) ILUSTRÍSSIMO SENHOR DELEGADO DA RECEITA FEDERAL DE JULGAMENTOS DE ....

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PAF n.º ..... M LTDA., já devidamente qualificada no processo administrativo-fiscal supra, mui respeitosamente, à presença de Vossa Senhoria, apresentar RECURSO VOLUNTÁRIO contra a decisão DJR/... n.º .., de 12 de janeiro de 2000, o que faz na forma das razões em anexo, requerendo sejam processadas com posterior encaminhamento ao Conselho de Contribuintes do Ministério da Fazenda para conhecimento e julgamento. Nestes Termos, Pede Deferimento. ...., 15 de fevereiro de 2000. M Ltda. EGRÉGIO CONSELHO DE CONTRIBUINTES COLENDA CÂMARA Recorrente : M LTDA. Recorrida : DRJ/.. Processo : .......

1. BREVE RESUMO DOS FATOS A empresa foi autuada, em 30/09/1999, relativamente ao COFINS referente ao período de abril a outubro de 92 e janeiro/93. E, tempestivamente, interpôs reclamação, apontado preliminarmente a decadência de constituir parte do crédito tributário tacitamente homologado. E, quanto ao mérito, questionou a legitimidade/legalidade da exigência a título da multa e dos juros aplicados.

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Em decisão de 1ª Instância, esta exigência fiscal foi integralmente mantida, todavia sem derrubar quaisquer dos argumentos do contribuinte que aniquilam o crédito tributário exigido através do AI.

2. DO DIREITO 2.1. Da Decadência para constituir o crédito

Como demonstra a exigência fiscal, os valores exigidos dizem respeito a débito supostamente remanescente de COFINS no período de abril a outubro/92 e janeiro/93. A Fazenda Pública, porém, já decaiu do direito de constituir o crédito tributário relativamente a este período, uma vez que este crédito já foi tacitamente homologado após o transcurso do prazo de cinco anos a que se refere o Código Tributário Nacional:

“ Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, opera-se pelo ato em que referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente o homologa. ... § 4º. Se a lei não fixar prazo à homologação, será ele de 5 (cinco) anos, a contar da ocorrência do fato gerador; expirado este prazo, sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considera-se homologado o lançamento e DEFINITIVAMENTE extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação.”

Como se vê, em se tratando a COFINS de tributo submetido a esta forma de lançamento, o transcurso do prazo de cinco anos, sem manifestação da autoridade administrativa, é circunstância que EXTINGUE o crédito tributário com caráter de definitividade. Além de o § 4º do art. 150 (CTN) ter disciplinado expressamente a respeito da decadência do que diz respeito aos tributos sujeitos ao lançamento por homologação, o mesmo Código Tributário a estabeleceu como circunstância EXTINTIVA do crédito tributário:

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“Art. 156. Extinguem o crédito tributário: ... V - a prescrição e a decadência;”

Desta forma, considerando-se os dispositivos supra, a COFINS recolhida nos meses de abril/92 a janeiro/93 está tacitamente homologada, respectivamente desde 31.abril.97 e 31.janeiro.98 Observe-se que o presente auto de infração versa justamente sobre débito que, no entender do Fisco, não teria sido recolhido no momento oportuno. Ocorre que tanto o início da ação fiscal (03/12/98) como a efetiva lavratura do Auto de Infração (30/09/99) se deram APÓS o decurso deste prazo decadencial de cinco anos a que se refere o CTN, ocasião em que já estava definitivamente extinto o crédito tributário relativa à COFINS de abril/92 a janeiro/93. Assim, o período supra apontado, e no qual o auto de infração aponta ter havido recolhimento de COFINS a menor, não pode ser objeto de exigência fiscal, por ocorrência de decadência do direito da Fazenda Pública em constituir o crédito tributário. E, decadência, nos termos da Constituição Federal, é instituto de disciplina única e exclusiva através de lei complementar:

“Art. 146. Cabe à lei complementar: ... III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre: ... b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários;”

Ora, Senhores, a Constituição é explícita neste sentido: a competência é de LEI COMPLEMENTAR, e não LEI ORDINÁRIA. Ora, a Lei 8.212 a que se refere a decisão recorrida não se adequa às exigências constitucionais para disposição acerca da matéria. Portanto, é irrelevante que aponte a decadência como sendo de dez anos. Ora, se a prescrição não é tema de sua competência, o que

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referida lei disciplinou a respeito não tem o condão de reger a matéria, por inconstitucionalidade inequívoca. Este, aliás, é o entendimento deste próprio Conselho de Contribuintes, como demonstramos:

“ ... A teor do artigo 146, inciso III, letra ‘b’ da Constituição Federal de 1988, somente a lei complementar cabe estabelecer normas gerais em matéria tributária, especialmente sobre obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários. Não obstante, a Lei 8.212/91, em seu artigo 45, caput e inciso I ter prescrito o prazo decadencial para a contribuições sociais, em 10 (dez) anos, tal determinação, como se viu, está eivada de vício de inconstitucionalidade. Vale dizer, a lei ordinária não tem o condão de substituir a lei complementar. ...” (D.O.U. 1 de 13.4.99, p. 4 / Processo n.º 13629.000269/98-56, Recurso n.º 118.017, 1º Conselho de Contribuintes, 3ª Câmara, Acórdão n.º 103-19.879, Sessão de 23.2.99)

Sobretudo, é de se observar que a Constituição Federal de 1988, ao definir a competência para instituição de contribuições sociais, expressamente fez remessa a este dispositivo do artigo 146:

“ Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou exonômicas, como instrumento de sua autuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos artigo 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo. ...”

Neste sentido, por dispor a respeito de normas gerais de direito tributário, o Código Tributário Nacional foi assim recepcionado pela Constituição de 1988. Assim, o prazo decadencial para tributos sujeitos ao lançamento por homologação é de 5 (cinco) anos a contar do fato gerador. É flagrante assim que, por ter sido atingido pela decadência, não há como a Fazenda Pública pretender rever lançamento já tacitamente homologado.

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Observe-se que, além de a decadência constituir circunstância EXTINTIVA do crédito tributário, também o é a homologação do lançamento feito pelo contribuinte:

“Art. 156. Extinguem o crédito tributário: ... VII - o pagamento antecipado e a homologação do lançamento nos termos do disposto no art. 150 e seus §§ 1º e 4º.”

Ora, nos termos deste § 4º o decurso do prazo de cinco anos, sem manifestação da Fazenda Pública, equivale à homologação por parte da autoridade administrativa, cuja ocorrência de forma tácita, da mesma forma que a expressa, EXTINGUE o crédito tributário. Assim estando o crédito tributário relativamente aos meses apontados no Auto de Infração (abril a outubro/92 e janeiro/93) não mais pode ser objeto de nova constituição. Além de estar atingida pela decadência, a exigência fiscal quanto a estes valores tem a caracterização de confisco, uma vez que versa sobre lançamento JÁ HOMOLOGADO, forçando o pagamento de CRÉDITO TRIBUTÁRIO JÁ EXTINTO, e exigindo direito do qual JÁ DECAIU A FAZENDA PÚBLICA.

Desta forma, ao exigir o pagamento destes valores, a COFINS relativa ao período de abril a dezembro/92 e janeiro/93 terá, nitidamente, um caráter confiscatório que a CF/88 faz questão de VEDAR:

“ Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: IV - utilizar tributo com efeito de confisco;”

E tanto é confisco que o crédito da Fazenda já se encontra EXTINTO e, mesmo assim, ela pretende revê-lo. Diante disto, é de todo improcedente o presente auto de infração, que versa sobre direito do qual já decaiu a Fazenda Pública, pretendendo rever lançamento já homologado tacitamente e crédito tributário já extinto.

2.2. Do Caráter Confiscatório Da Multa

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Como aponta o Auto de Infração, a multa aplicada à autuada é de 75%, incidentes sobre a diferença tributada. E, nos termos aqui já demonstrados, esta tributação pretendida é de todo inconstitucional e ilegal (principal), uma vez que pretende exigir contribuição já atingida pelo instituto da decadência; da mesma forma, portanto, é a multa respectiva. É o princípio de direito estabelecido no Código Civil de que a obrigação acessória segue a sorte da principal. Ora, é absolutamente imoral se pretender exigir tributo de cujo direito o Fisco já decaiu e o qual já se encontra tacitamente homologado desde janeiro/98. Mais imoral ainda é imputar multa, ainda mais de 75%, incidente sobre crédito tributário já extinto nos termos expressos do Código Tributário Nacional. Senhor julgador, a Administração Pública deve reger seus atos por uma ordem de princípios, relacionados no próprio texto da ordem constitucional, tratando-se de norma de eficácia plena e aplicabilidade imediata:

“ CF, Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: ...”

Neste sentido, constata-se que além de a exigência de tributo já extinto ser ilegal, a aplicação de multa de 75% muito se aproxima de imoral, uma vez que incide sobre crédito tributário já homologado pelo decurso do prazo de cinco anos. Sobretudo, é de se considerar que o próprio Conselho de Contribuintes reconhece que a regência da prescrição e decadência, opera-se nos termos do CTN, o qual estabelece o prazo de cinco anos - a contar da ocorrência do fato gerador - quanto aos tributos sujeitos ao lançamento por homologação. Desta forma, não há como se pretender exigir multa sobre crédito tributário que a própria Administração Pública, através de seus órgãos julgadores administrativos, entendeu ser indevido.

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E, ainda que se entenda pela legitimidade da exigência principal, a imposição de multa de 75% não se reveste do mesmo caráter. A Lei 9.298/96 estipula que a multa não pode exceder a 2%, tendo em vista que este percentual diz referência aos casos de não cumprimento de obrigação. E, segundo entendimento mais recente de nossos tribunais e de doutrinadores, no caso de concurso de Leis, deve-se aplicar a mais benéfica ao contribuinte, dando ênfase à máxima in dubio pro reo, no caso in dubio pro contribuinte, visto tratar-se do elemento mais fraco na relação. Desta forma, a multa deve ser reduzida ao patamar de 2%, por mais benéfica. Ademais, o Supremo Tribunal Federal, corte máxima no país, tem entendido que as multas aplicadas em decorrência de infrações tributárias não podem exceder 30% do valor do tributo devido. Observe-se, a respeito, o voto do Ministro Xavier de Albuquerque:

“... Conheço o Recurso e lhe dou parcial provimento para julgar procedente o Executivo Fiscal, salvo quanto à multa moratória que, fixada em nada menos que 100% do imposto devido, assume feição confiscatória. Reduzo-a para trinta por cento, base que reputo razoável para a reparação da impontualidade do contribuinte” (RTJ 96/1254)

Observe-se que tanto há a feição confiscatória que o próprio Código Tributário Nacional explicitou que, decorrido o prazo de cinco anos, há homologação tácita como circunstância extintiva do crédito tributário. Ou seja, a relação tributária existente entre o contribuinte e o Fisco federal relativamente à COFINS de abril/92 a janeiro/93 já se perfez com todos os seus elementos - ocorrência do fato gerador, pagamento da contribuição devida e posterior homologação. Assim, no presente momento, quanto a tal tributo não há mais relação jurídica a ser discutida. Sobretudo, não há o mínimo indício de fraude, dolo ou simulação, tanto é que foi possível para a fiscalização apurar as supostas ‘bases de

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cálculo’. E, quando a elas, o próprio termo de verificação fiscal confirmou a idoneidade da escrituração fiscal:

“ ... 2. CONFIRMAÇÃO DE BASE DE CÁLCULO As planilhas apresentadas pelo Contribuinte (fls. ) foram cotejadas com os documentos fiscais - Livro de Apuração de ICMS e documentos auxiliares (fls. ), cujo resultado não apresentou divergência relevante de valores”.

Diante disto, temos o seguinte panorama: o contribuinte adimpliu com suas obrigações fiscais, em nenhum momento dificultou ou impôs empecilhos à realização da fiscalização, e não realizou ato fraudulento (como reconhece a própria fiscalização). E, sobretudo, o crédito tributário relativo à presente exigência fiscal foi devidamente homologado de forma tácita, nos expressos termos do CTN. Ora, se a conduta da empresa/autuada está corroborada pela legislação tributária complementar, qual é o motivo para que o Fisco impute a ela multa que representa 75% deste crédito já extinto? Na verdade, mesmo que mantida a exigência fiscal, está nitidamente comprovada a boa-fé da autuada no exercício de suas atividades. E, paralelamente, está consubstanciada a desídia por parte da Administração Fazendária, que fiscalizou a empresa apenas após a perfeita extinção do crédito tributário. Certamente a multa de 75% quanto a tal circunstância, além de consubstanciar ilegalidade, tem uma feição de confiscar do contribuinte quase a totalidade do valor que não é mais devido à Fazenda pela efetivação da homologação, extinção e decadência do crédito tributário. Assim, acaso mantida a exigência, frente às circunstâncias e estando reconhecida a lisura na escrituração fiscal da empresa, é de se deduzir a multa ao percentual de 30%, montante aceito pelo Supremo Tribunal Federal, como acima demonstrado:

“ICM. REDUÇÃO DE MULTA DE FEIÇÃO CONFISCATÓRIA. Tem o STF admitido a redução de multa moratória imposta com base em lei, quando assume ela, pelo seu montante desproporcionado, feição confiscatória. Dissídio de jurisprudência não demonstrado. Recurso extraordinário não conhecido.”

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(2ª T. STF, RE 91.707/MG, DJ 20.02.80, p. 000512) 2.3. Dos Juros Observe-se que, ao mesmo tempo em que estabelece a exigência fiscal quanto à COFINS de abril a outubro/92 e janeiro/93, o auto de infração incida a sucessão de legislação acerca dos juros aplicados. Desta forma, pode-se constatar que a partir de janeiro de 1997 a incidência de juros passou a ocorrer através da taxa SELIC, cujos índices conhecidamente superam a taxa legal de 1% a .m. Como a própria autuação fiscal reconhece (vide ‘DEMONSTRATIVO DE MULTA E JUROS DE MORA’), porém, no período objeto da presente autuação fiscal a legislação vigente determinava a incidência de juros à taxa não superior de 1% a.m. ou fração:

“Lei 8.383, Art. 59. Os tributos e contribuições administrados pelo Departamento da Receita Federal, que não foram pagos até a data do vencimento, ficarão sujeitos à multa de mora de vinte por cento e a juros de mora de um por cento ao mês calendário ou fração, calculados sobre o valor do tributo ou contribuição corrigido monetariamente”

E esta legislação vigeu em todo o período cuja COFINS é ora exigida: abril a outubro/1992 e janeiro/93 e é ela quem deve orientar a atividade administrativa de lançamento, nos termos do código Tributário Nacional:

“Art. 144. O lançamento reporta-se à data da ocorrência do fato gerador e rege-se pela lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada”.

Como se observa, caso mantida a exigência quanto à COFINS no período de abril a outubro/92 e janeiro/93, os juros devem ser adequados para a taxa de 1% ao mês, a qual incidirá até a data em que o tributo for efetivamente pago. Ora, legislação posterior aos fatos geradores, que aumentou a taxa de juros, a eles não tem aplicabilidade. Não, ao menos, sem ferir a norma geral de matéria tributária instituída pelo CTN.

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Ademais, a taxa SELIC, pretendida pela Fazenda Pública posteriormente a janeiro/97, é manifestamente inconstitucional. Observe-se que, no tocante ao Sistema Financeiro Nacional, a CF/88 está assim disposta:

“ Art. 192. O sistema financeiro nacional, estruturado de forma a promover o desenvolvimento equilibrado do país e a servir aos interesses da coletividade, será regulado em lei complementar , que disporá, inclusive, sobre: ... § 3º. As taxas de juros reais, nelas incluídas comissões e quaisquer outras remunerações direta ou indiretamente referidas à concessão de crédito, não poderão ser superiores a doze por cento ao ano; a cobrança acima deste limite será conceituada como creme de usura, punido, em todas as suas modalidades, nos termos que a lei determinar.”

Tamanha é a imoralidade na aplicação de índices superiores a esta taxação que o Estado irá punir os que deles se beneficiarem. Ademais, na relação entre particulares a taxa de juros permitida é de 6% ao ano, nos termos do Código Civil:

“Art. 1062. A taxa de juros moratórios, quando não convencionada (art. 1.262), será de 6% (seis por cento) ao ano.”

Ora, se entre particulares a taxa de juros não pode ser superior à taxa máxima de 1%, e se o Estado Democrático de Direito veda esta incidência em índices superiores a 12% a.a., qual é o motivo para que justamente a Administração Pública Federal, parte deste organismo estatal, pretenda incidir em seu favor juros que excedam tal índice? Ademais, é de se observar que, não obstante a SELIC tenha sido implantada por uma lei, sua regulamentação efetiva, inclusive quanto a seus índices, ocorre através de Regulamento do Conselho Monetário Nacional. Assim, sua imputação extrapola e desrespeita o princípio da legalidade esculpido na Constituição Federal, uma vez que os juros dizem respeito a uma prestação pecuniária em moeda:

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“ Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça;”

Neste sentido, a implantação da SELIC não corresponde às determinações constitucionais exigidas, uma vez que a lei não conferiu segurança jurídica quanto aos critérios utilizados, o que é feito através de mera resolução, esta consubstanciada em ato administrativo que não proporciona os mínimos requisitos de segurança que a CF/88 exige. Relembramos todavia que, ainda que Vossa Senhoria não entenda pela ilegalidade na implementação desta taxa SELIC, o fato é que o lançamento feito pela autoridade administrativa em 30/09/1999 deve reger-se pela legislação vigente em abril a outubro/92 e janeiro/93. E por esta ocasião a Lei 8.383 previa a incidência de juros de 1% a.m. 3. DO REQUERIMENTO Diante do exposto, requer-se seja provido o presente recurso, para fins de reformar a decisão recorrida e reconhecer a ocorrência de decadência da Fazenda Pública quanto ao direito de constituir o crédito tributário relativo à COFINS de abril a outubro/92 e janeiro/93. Em caso de manutenção da exigência fiscal, requer-se a redução da multa para 30% (trinta por cento), nos termos do entendimento do Supremo Tribunal Federal, bem como seja adequada a taxa de juros de mora ao percentual estabelecido no art. 59 da Lei 8.383/91 (1% a. m.), taxa esta que deverá incidir até a data do efetivo pagamento. Nestes Termos, Pede Deferimento. ..... ,15 de fevereiro de 2000. M Ltda.

MODELO DE RECURSO VOLUNTÁRIO PESSOA FÍSICA (extraído do site da Receita Federal)

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À (1º / 2º / 3º) Seção do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (vide competência de cada Seção, definida por matéria) Processo n.º _________________________________

Recurso Voluntário ___ __Fulano de tal_ , CPF nº ______________,residente e domiciliado à rua _________, CEP município, UF, não se conformando com o auto de infração/notificação de lançamento e a decisão de primeira instância, da qual foi cientificada em ___________, vem, respeitosamente, no prazo legal, com amparo no que dispõe o art. 33 do Decreto nº 70.235/72, apresentar seu recurso, pelos motivos que se seguem.

I – Os Fatos

Descrição dos fatos importantes para a decisão da lide.

II – O Direito II.1 – PRELIMINAR

Nas preliminares pode-se alegar tudo o que precisa ser decidido antes de apreciar o mérito. A preliminar não discute as razões da impugnação e sim as razões que podem modificar, inclusive anular o lançamento efetuado.

II. 2 – MÉRITO

Apresentação do direito.( Anexar as provas, se houver )

III – A CONCLUSÃO À vista de todo o exposto, demonstrada a insubsistência e improcedência da ação fiscal, espera e requer a recorrente seja acolhido o presente recurso para o fim de assim ser decidido, cancelando-se o débito fiscal reclamado. Termos em que, Pede deferimento

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Local, data.

_______________________________ Nome: Fone:

Recurso Especial

O Recurso Especial será admitido para a Instancia Especial, conforme dispõe os artigos abaixo, previstos no Decreto Lei 70.235/72:

Art. 37. O julgamento no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais far-se-á conforme dispuser o regimento interno. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)

§ 1º (Revogado pelo Decreto nº 83.304, de 1979)

§ 2o Caberá recurso especial à Câmara Superior de Recursos Fiscais, no prazo de 15 (quinze) dias da ciência do acórdão ao interessado: (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)

II – de decisão que der à lei tributária interpretação divergente da que lhe tenha dado outra Câmara, turma de Câmara, turma especial ou a própria Câmara Superior de Recursos Fiscais. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)

Portaria MF nº 256, de 22 de junho de 2009/ Receita Federal do Brasil Art. 64. Contra as decisões proferidas pelos colegiados do CARF são cabíveis os seguintes recursos: I - Embargos de Declaração; e II - Recurso Especial. Art. 67. Compete à CSRF, por suas turmas, julgar recurso especial interposto contra decisão que der à lei tributária interpretação divergente da que lhe tenha dado outra câmara, turma de câmara, turma especial ou a própria CSRF. § 1º Para efeito da aplicação do caput, entende-se como outra câmara ou turma as que integraram a estrutura dos Conselhos de Contribuintes, bem como as que integrem ou vierem a integrar a estrutura do CARF.

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§ 2º Não cabe recurso especial de decisão de qualquer das turmas que aplique súmula de jurisprudência dos Conselhos de Contribuintes, da Câmara Superior de Recursos Fiscais ou do CARF, ou que, na apreciação de matéria preliminar, decida pela anulação da decisão de primeira instância. § 3º O recurso especial interposto pelo contribuinte somente terá seguimento quanto à matéria préquestionada, cabendo sua demonstração, com precisa indicação, nas peças processuais. § 4º Na hipótese de que trata o caput, o recurso deverá demonstrar a divergência arguida indicando até duas decisões divergentes por matéria. § 5º Na hipótese de apresentação de mais de dois paradigmas, caso o recorrente não indique a prioridade de análise, apenas os dois primeiros citados no recurso serão analisados para fins de verificação da divergência. § 6º A divergência prevista no caput deverá ser demonstrada analiticamente com a indicação dos pontos nos paradigmas colacionados que divirjam de pontos específicos no acórdão recorrido. § 7º O recurso deverá ser instruído com a cópia do inteiro teor dos acórdãos indicados como paradigmas ou com cópia da publicação em que tenha sido divulgado ou, ainda, com a apresentação de cópia de publicação de até 2 (duas) ementas. § 8º Quando a cópia do inteiro teor do acórdão ou da ementa for extraída da Internet deve ser impressa diretamente do sítio do CARF ou da Imprensa Oficial. § 9º As ementas referidas no § 7º poderão, alternativamente, ser reproduzidas no corpo do recurso, desde que na sua integralidade e com identificação da fonte de onde foram copiadas. § 9º As ementas referidas no § 7º poderão, alternativamente, ser reproduzidas no corpo do recurso, desde que na sua integralidade. (Redação dada pela Portaria MF nº 446, de 27 de agosto de 2009) § 10. O acórdão cuja tese, na data de interposição do recurso, já tiver sido superada pela CSRF, não servirá de paradigma, independentemente da reforma específica do paradigma indicado. § 11. É cabível recurso especial de divergência, previsto no caput, contra decisão que der ou negar provimento a recurso de ofício. (Incluído pela Portaria MF nº 446, de 27 de agosto de 2009) Art. 68. O recurso especial, do Procurador da Fazenda Nacional ou do contribuinte, deverá ser formalizado em petição dirigida ao presidente da câmara à qual esteja vinculada a turma que houver prolatado a decisão recorrida, no prazo de 15 (quinze) dias contados da data da ciência da decisão. § 1º Interposto o recurso especial, compete ao presidente da câmara recorrida, em despacho fundamentado, admiti-lo ou, caso não satisfeitos os pressupostos de sua admissibilidade, negar-lhe seguimento.

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§ 2º Se a decisão contiver matérias autônomas, a admissão do recurso especial poderá ser parcial. Art. 69. Admitido o recurso especial interposto pelo Procurador da Fazenda Nacional, dele será dada ciência ao sujeito passivo, assegurando-lhe o prazo de 15 (quinze) dias para oferecer contrarrazões e, se for o caso, apresentar recurso especial relativa à parte do acórdão que lhe foi desfavorável. Art. 70. Admitido o recurso especial interposto pelo contribuinte, dele será dada ciência ao Procurador da Fazenda Nacional, assegurando-lhe o prazo de 15 (quinze) dias para oferecer contrarrazões. Art. 71. O despacho que rejeitar, total ou parcialmente, a admissibilidade do recurso especial será submetido à apreciação do Presidente da CSRF. § 1º o Presidente da CSRF poderá designar conselheiro da CSRF para se pronunciar sobre a admissibilidade do recurso especial interposto. § 2º Na hipótese de o Presidente da CSRF entender presentes os pressupostos de admissibilidade, o recurso especial terá a tramitação prevista nos art. 69 e 70, dependendo do caso. § 3º Será definitivo o despacho do Presidente da CSRF que negar ou der seguimento ao recurso especial. Modelo de Recurso Especial (Extraído do site Valor Tributário) ILUSTRÍSSIMO SENHOR PRESIDENTE DA ... CÂMARA DO .... CONSELHO DE CONTRIBUINTES PAF n.º ..........

DISTRIBUIDORA DE MEDICAMENTOS SÃO PAULO LTDA, com endereço na Rua das Carmelitas, nº 1515, bairro Boqueirão, na cidade de Ponta Grossa/PR, inscrita no CNPJ/MF sob o nº 84.981.455/0001-20, vem mui respeitosamente, à presença de Vossa Senhoria, apresentar

RECURSO ESPECIAL

com objetivo de reformar a decisão proferida pelo Conselho de Contribuintes – Acórdão nº ......, de 12 de agosto de 2004, o que faz com base e na forma do artigo 7º, anexo I, da Portaria nº 55/98, alterada pela Portaria 147/2007 e das razões de fato e de direito em anexo, requerendo que as mesmas sejam processadas com posterior encaminhamento a Câmara Superior de Recursos Fiscais, para conhecimento e julgamento.

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Nestes Termos, Pede Deferimento. Ponta Grossa/PR, 15 de agosto de 2004.

Distribuidora de Medicamentos São Paulo Ltda.

EGRÉGIA CÂMARA SUPERIOR DE RECURSOS FISCAIS

Recorrente: DISTRIBUIDORA DE MEDICAMENTOS SÃO PAULO LTDA. Recorrida: SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL Processo: 00000000000/00-00 1. BREVE RETROSPECTIVA DOS FATOS A empresa foi autuada em 30/09/2002, em razão de ter recolhido a contribuição da COFINS, no período de abril/95 a dezembro/96 com valores inferiores ao previsto na legislação, o que de fato é verdadeiro E, tempestivamente, protocolou a sua defesa administrativa, apontado a decadência para se constituir o crédito tributário da COFINS, que no seu ver seria de 5 (cinco) anos e não 10 (dez) como pretende o agente fazendário. Na seqüência foi prolatada a decisão de primeira instância, confirmando a tese dos dez anos. Novamente foi proposto recurso para a segunda instância insistindo na teses dos cinco anos, recurso voluntário.

Subiu o recurso para o Conselho de Contribuintes e os seus julgadores também se filiaram a tese dos dez anos, ou seja, o Conselho validou a autuação e a respectiva decisão de primeira instância, embora existisse posição divergente de outras câmaras do Conselho. Em face da posição e conteúdo da decisão de segunda instância, não restou alternativa senão interpor o presente Recurso Especial por divergência de interpretação, para que a Câmara Superior de Recursos Fiscais reforme esta decisão, no intuito de levar a improcedência da exigência contida no auto de infração. 2. DA ADMISSIBILIDADE DO RECURSO POR DIVERGÊNCIA

O Regimento Interno da Câmara Superior de Recursos Fiscais, determina que o Recurso Especial deverá “demonstrar, fundamentadamente, a divergência argüida,

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indicando a decisão divergente e comprovando-a mediante a apresentação de cópia autenticada de seu inteiro teor ou de cópia de sua publicação que tenha sido divulgada, ou mediante cópia de publicação de até duas ementas, cujos acórdãos serão examinados pelo Presidente da Câmara recorrida.” – art. 7º, anexo I, Portaria nº 55/98. Para que este recurso seja admitido e apreciado na Câmara Superior de Recursos Fiscais, a recorrente discorre sobre a seguinte estratégia, a saber:

a) primeiro, demonstrará, fundamentadamente, a

divergência que tenha dado outra Câmara do Conselho de Contribuintes ou da própria Câmara Superior de Recursos Fiscais;

b) segundo, indicará a decisão divergente e comprovando-a mediante a juntada de cópia de publicação de até duas ementas – acórdão.

Para cumprir a formalidade da alínea “a” acima, passamos a reproduzir a ementa do acórdão do presente processo, que está assim redigida:

“Normas Gerais – Decadência – É de dez anos o prazo de decadência das contribuições para seguridade social. A lei nº 8.212/91 prevê prazos diferentes para a decadência das contribuições sociais, em dez anos, nos termos do seu art. 45, caput e inciso I – Lei específica.” (Processo 242532/15-00 – caso concreto da requerente)

Da 3ª Câmara do 1º Conselho de Contribuintes, temos a seguinte ementa:

“ A teor do artigo 146, inciso III, letra ‘b’ da Constituição Federal de 1988, somente a lei complementar cabe estabelecer normas gerais em matéria tributária, especialmente sobre obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários. Não obstante, a Lei 8.212/91, em seu artigo 45, caput e inciso I ter prescrito o prazo decadencial para a contribuições sociais, em 10 (dez) anos, tal determinação, como se viu, está eivada de vício de inconstitucionalidade. Vale dizer, a lei ordinária não tem o condão de substituir a lei complementar.”

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(D.O.U. 1 de 13.4.99, p. 4 / Processo n.º 13629.000269/98-56, Recurso n.º 118.017, 1º Conselho de Contribuintes, 3ª Câmara, Acórdão n.º 103-19.879, Sessão de 23.2.99)

Na sétima Câmara do mesmo Conselho, no mesmo sentido da terceira, teve o seguinte entendimento:

“ CSLL. Decadência. Contribuições sociais. Lei ordinária. Prazo de dez anos. Improcedência em face de dispositivo constitucional. A teor do art. 146, inciso III, letra ‘b’, da Constituição Federal de 1988, somente a lei complementar cabe estabelecer normas gerais em matéria tributária, especialmente sobre obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários.” (Ac un da 7ª C do 1º CC – nº 107-06.900 – Rel. Cons. Neycir de Almeida – j 04.12.02 - DOU 1 24.04.03, p. 40 – ementa oficial)

A divergência de interpretação das normas que regulam o prazo decadencial das contribuições sociais é cristalina, se vale o prazo dos dez anos previsto no art. 45 da lei nº 8.212/91 ou cinco anos previsto no art. 173 do Código Tributário Nacional.

A ementa do presente processo fixa o prazo decadencial de dez anos e as ementas que servem de paradigma já dizem que este mesmo prazo é de cinco anos – o mesmo problema com as soluções divergentes de solução, o que terá que ser pacificado e unificado pela Câmara Superior de Recursos Fiscais.

Resta muito bem demonstrado e devidamente fundamentada a divergência do tribunal administrativo sobre o prazo decadencial das contribuições sociais, inclusive com a indicação de dois acórdãos em sentido contrário, cujas cópias de publicação são anexadas ao presente recurso especial.

3. DAS RAZÕES DE DIREITO PARA REFORMA DA DECISÃO DE 2ª INSTÂNCIA A exigência fiscal a título de COFINS, conforme demonstrada no auto de infração, diz respeito a débitos que não foram pagos no período de abril/95 a dezembro/96, que na versão do contribuinte, o direito da Fazenda em constituir o crédito já decaiu relativamente a este período, uma vez que este crédito já foi tacitamente homologado após o transcurso do prazo de cinco anos a que se refere o Código Tributário Nacional.

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Só para elucidar, vale a pena reproduzir o artigo 173, I do Código Tributário Nacional que reza pela decadência:

“ Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extingue-se após 5 (cinco) anos, contados: I – do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado;”

Como se vê, em se tratando a COFINS de tributo submetido a esta norma, o transcurso do prazo de cinco anos, sem manifestação da autoridade administrativa, é circunstância que EXTINGUE o crédito tributário com caráter de definitividade.

Além do inciso I do art. 173 (CTN) ter disciplinado expressamente a respeito da decadência do que diz respeito aos tributos, o mesmo Código Tributário a estabeleceu como circunstância EXTINTIVA do crédito tributário:

“Art. 156. Extinguem o crédito tributário: V - a prescrição e a decadência;”

Desta forma, considerando-se os dispositivos supra, a COFINS recolhida nos meses de abril/95 a dezembro/96 está tacitamente homologada, respectivamente desde janeiro de 2001. Observe-se que o presente auto de infração versa justamente sobre débito que, no entender do Fisco, não teria sido recolhido no momento oportuno.

Ocorre que tanto o início da ação fiscal até a efetiva lavratura do Auto de Infração (30/09/02) se deram APÓS o decurso deste prazo decadencial de cinco anos a que se refere o CTN, ocasião em que já estava definitivamente extinto o crédito tributário relativa à COFINS de abril/95 a dezembro/96.

Assim, o período supra apontado, e no qual o auto de infração aponta ter havido recolhimento de COFINS a menor, não pode ser objeto de exigência fiscal, por ocorrência de decadência do direito da Fazenda Pública em constituir o crédito tributário.

E decadência, nos termos da Constituição Federal, é instituto de disciplina única e exclusiva através de lei complementar:

“Art. 146. Cabe à lei complementar:

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III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre: b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários;”

Ora, Senhores, a Constituição é explícita neste sentido: a competência é de LEI COMPLEMENTAR, e não LEI ORDINÁRIA. Ora, a Lei 8.212 a que se refere a decisão recorrida não se adequa às exigências constitucionais para disposição acerca da matéria. Portanto, é irrelevante que aponte a decadência como sendo de dez anos. Ora, se a prescrição não é tema de sua competência, o que referida lei disciplinou a respeito não tem o condão de reger a matéria, por inconstitucionalidade inequívoca. Sobretudo, é de se observar que a Constituição Federal de 1988, ao definir a competência para instituição de contribuições sociais, expressamente fez remessa a este dispositivo do artigo 149;

“Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua autuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos artigo 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo.”

Neste sentido, por dispor a respeito de normas gerais de direito tributário, o Código Tributário Nacional foi assim recepcionado pela Constituição de 1988. Assim, o prazo decadencial para tributos sujeitos ao lançamento por homologação é de 5 (cinco) anos a contar do fato gerador. É flagrante assim que, por ter sido atingido pela decadência, não há como a Fazenda Pública pretender rever lançamento já tacitamente homologado. Observe-se que, além de a decadência constituir circunstância EXTINTIVA do crédito tributário, também o é a homologação do lançamento feito pelo contribuinte:

“VII - o pagamento antecipado e a homologação do lançamento nos termos do disposto no art. 150 e seus §§ 1º e 4º.” (Art. 156 do CTN)

Ora, o decurso do prazo de cinco anos, sem manifestação da Fazenda Pública, equivale à homologação por parte da autoridade administrativa, cuja ocorrência de forma tácita, da mesma forma que a expressa, EXTINGUE o crédito tributário.

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Assim estando o crédito tributário relativamente aos meses apontados no Auto de Infração (abril /95 a dezembro/96) não mais pode ser objeto de nova constituição.

Vê-se claramente que os argumentos da decadência são suficientes para reformar a decisão de primeira instância, bem como para levar a improcedência da exigência contida no auto de infração, objeto do presente processo fiscal. 4. DO PEDIDO Diante do exposto, requer-se que o presente recurso seja inicialmente admitido e no mérito provido, no sentido de reformar a decisão do Conselho de Contribuintes, reconhecendo que o prazo decadencial das contribuições sociais é de cinco anos, regendo-se pelo Código Tributário Nacional. Como conseqüência reconheça também a improcedência da exigência fiscal contida no auto de infração.

E por último, requer ainda o direito da parte de realizar sustentação oral perante esta Câmara Superior, nos termos do Regimento Interno.

Nestes Termos, Pede e Espera Deferimento. Ponta Grossa, 15 de fevereiro de 2004.

Distribuidora de Medicamentos São Paulo Ltda.

P/P Fulano de Tal