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Direito Processual Civil I Professor: Fábio Nogueira Costa EMENTA: DIREITO PROCESSUAL CIVIL I-72h/a Jurisdição. Direito Processual Civil. Princípios Processuais. Organização Judiciária. Competência. Tipos de Processo. Ação e Elementos Identificadores das Ações. Condições da Ação. Classificação das Ações. Processo e Procedimento. Relação Jurídica Processual. Atos Processuais. Prazos Processuais. Preclusão. Pressupostos Processuais. Ministério Público. Partes, Capacidade Processual, Representação e Assistência. Sucessão e Substituição Processual. Litisconsórcio. Intervenção de Terceiros. O presente material tem cunho meramente acadêmico, com as seguintes fontes bibliográficas destacadas, e com cópias e reprodução integral. “Novo Curso de Direito Processual Civil”, autor Marcus Vinicius Rios Gonçalves, editora Saraiva, 4º edição revista e atualizada, ano 2007. “Direito Processual Civil Brasileiro”, autor Vicente Greco Filho, editora Saraiva, 19º edição revista e atualizada, ano 2006. “Manual de Direito Processual Civil”, autor Ernane Fidélis dos Santos, editora Saraiva, 13º edição, Vol.1, ano 2009. “Manual de Direito Processual Civil, autor Marcelo Abelha Rodrigues, editora Revista dos Tribunais, ed.reformulada, atualizada e ampliada, ano. 2008. 1. Considerações Gerais As disputas freqüentes, em razão de conflitos de interesse entre indivíduos, mormente porque nem sempre os bens e valores estão a disposição em quantidade suficiente a 1

Apostila Profº Fabio Direito Processual Civil I

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Apostila Direito Processual Civil I elaborada pelo professor -Fábio Nogueira Costa -

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Direito Processual Civil I

Direito Processual Civil I Professor: Fbio Nogueira Costa

EMENTA:

DIREITO PROCESSUAL CIVIL I-72h/a

Jurisdio. Direito Processual Civil. Princpios Processuais. Organizao Judiciria. Competncia. Tipos de Processo. Ao e Elementos Identificadores das Aes.

Condies da Ao. Classificao das Aes. Processo e Procedimento. Relao Jurdica Processual. Atos Processuais. Prazos Processuais. Precluso. Pressupostos Processuais. Ministrio Pblico. Partes, Capacidade Processual, Representao e Assistncia. Sucesso e Substituio Processual. Litisconsrcio. Interveno de Terceiros.

O presente material tem cunho meramente acadmico, com as seguintes fontes bibliogrficas destacadas, e com cpias e reproduo integral. Novo Curso de Direito Processual Civil, autor Marcus Vinicius Rios Gonalves, editora Saraiva, 4 edio revista e atualizada, ano 2007.

Direito Processual Civil Brasileiro, autor Vicente Greco Filho, editora Saraiva, 19 edio revista e atualizada, ano 2006.

Manual de Direito Processual Civil, autor Ernane Fidlis dos Santos, editora Saraiva, 13 edio, Vol.1, ano 2009.

Manual de Direito Processual Civil, autor Marcelo Abelha Rodrigues, editora Revista dos Tribunais, 4 ed.reformulada, atualizada e ampliada, ano. 2008.

1. Consideraes Gerais

As disputas freqentes, em razo de conflitos de interesse entre indivduos, mormente porque nem sempre os bens e valores esto a disposio em quantidade suficiente a satisfazer todos indivduos, levou a concluso inelutvel que as simples regras de convivncia j no mais solucionavam os problemas existentes. At ento imperava a autotutela, de forma que nem sempre vencia quem tinha razo, e sim aquele que dispusesse de maior fora bruta, ou esperteza.

Com o estabelecimento dos Estados, a fase da autotutela passou a ser substituda pela atuao do Estado que chamou para si a exclusividade da Jurisdio, o poder-dever de solucionar os conflitos.

Destarte, passou ser de competncia exclusiva do Estado a elaborao de regras gerais de conduta e sua aplicao aos casos concretos.

Alguns autores costumam dividir o sistema de efetivao de direitos em trs fases distintas: a autotutela, a autocomposico e a jurisdio. Na primeira em virtude da ausncia do Estado, os conflitos eram solucionados pelos prprios indivduos, na segunda as partes abririam mo de seu interesse ou poder ou de parte dele a fim de buscar uma composio, na terceira o Estado seria responsvel por administrar o conflito entregando ao final o bem da vida. Observe-se que falamos de Estado, exercendo a funo de Estado-Juiz, de forma que em rarssimas excees passou-se a admitir a autotutela. (como por exemplo, a legitima defesa pessoal ou de terceiro, etc...) inclusive o Cdigo Penal em seu artigo 345 tipifica como crime o exerccio arbitrrio das prprias razes.2. Processo Civil

Direito Processual Civil, o ramo do direito que contm as regras e princpios que tratam a jurisdio civil, ou seja, a aplicao da lei aos casos concretos, para soluo dos conflitos de interesse pelo Estado-Juiz.3. Direito Material e Processual

As normas processuais distinguem-se das normas de direito material, estas indicam os direitos que cada integrante da sociedade possui, aquelas tratam do processo, que no em fim em mesmo, apenas um instrumento para tornar efetivo o direito material.

Em sntese, a parte que ingressa em juzo no busca o processo e sim o direito material, que somente poder ser alcanado atravs do processo como meio, razo pela qual chamado tambm de instrumental.

O direito material em geral, est ligado atividade de ordem privada, o direito processual visa regulamentar uma funo pblica estatal, por regular exerccio de parte de uma das funes soberanas do Estado, que a jurisdio. No tocante a instrumentalidade do processo, como dito alhures o processo no um fim em si mesmo, serve apenas de meio para consecuo do bem da vida pretendido, de forma que alguns doutrinadores sustentam que embora a lei imponha a obedincia a determinadas formas, o ato processual ser vlido, a despeito de sua inobservncia, desde que tenha atingido o resultado para o qual foi previsto, alias essa a exegese do artigo 51 da Lei de Introduo do Cdigo Civil.

O Direito Processual Civil regula a aplicao da jurisdio nas causas que se referem ao direito privado e pblico de uma maneira geral. ramo do direito pblico, pois disciplina a relao entre as partes e o poder estatal, no curso do processo.

4. O Direito Processual Civil e os demais ramos do direito.

O Direito Processual um ramo autnomo do direito , de direito pblico, traduzido como conjunto sistemtico de normas, tendo como objeto a atividade jurisdicional, o exerccio do direito da ao e o processo, com intensa relao com outros ramos do direito, como Direito Constitucional, o Processo Penal, etc...4.1 Histrias do Processo Civil Brasileiro:

Processual Jurisdio-

__________________________________

1 Na aplicao da lei, o juiz atender aos fins sociais a que ela se dirige e s exigncias do bem comum (processo civil romano em trs fases).Legis actiones( modelo de soluo na lei), nessa fase, as partes s podiam manipular as aes da lei, que eram em nmero de cinco.O procedimento era excessivamente solene e obedecia a um ritual em que se conjugavam palavra e gestos indispensveis.

Bastava, s vezes, o equvoco de uma palavra ou um gesto para que o litigante perdesse a demanda.

Procedimento: Desenvolvia-se o procedimento oralmente, compreendendo duas frases: uma, perante o magistrado, que concedia a ao da lei e fixava o objeto do litgio, e outra, perante cidados, escolhidos como rbitros, aos quais cabia a coleta de provas e a prolao da sentena. No havia advogados e as partes postulavam pessoalmente. Per formulas (modelo de soluo de conflito na forma), ou perodo formulrio, expanso das relaes jurdicas no mais solucionveis pela singeleza das legis actiones.Procedimento: Abolida as aes da lei, o magistrado examinava a pretenso do autor e ouvia o ru. Quando concedia a ao, entregava ao autor uma formula escrita, encaminhando-o ao rbitro para julgamento. J havia interveno de advogados, e os princpios do livre convencimento do juiz e do contraditrio das partes eram observados. A sentena embora proferida por rbitros privados, tinha sua observncia imposta pelo Estado s partes. Nega-se o carter estatal nessas primeiras fases.

Cognitio Extraordinria (fator de soluo do conflito no jus imperium),(escrito, oneroso e segredo de justia), Ius Imperium, a partir do renascimento, Estatizao plena da Justia.Nessa fase do Imprio Romano, a funo jurisdicional passou a ser privativa de funcionrios do Estado, desaparecendo os rbitros privados.

O procedimento assumiu a forma escrita, compreendendo o pedido do autor, a defesa do ru, a instruo da causa, a prolao da sentena e sua execuo.

Conhecia-se a citao por funcionrio pblico e admitiam-se os recursos.

Perdurou at a fase avanada da Idade Mdia, no entanto paralelamente a Igreja Catlica preservava as instituies de direito romano, adaptando-as ao direito cannico.

Com as universidades (sculo XI),retomou-se o gosto pelo estudo do direito, em um cotejo do direito romano, germnico e brbaro, dessa fuso surgiu o direito comum, e com ele o processo comum, que era escrito, lento e excessivamente complicado que vigorou do sculo XI at o sculo XVI, expandindo-se pela Europa e servindo de base para o processo moderno. Processo Civil Brasileiro:

No Brasil, na poca colonial, em matria processual, vigoraram como no podia deixar de ser, as Ordenaes do Reino, porque Brasil e Portugal formavam um Estado nico.

Mesmo com a independncia de imediato, continuaram a vigorar as mesmas Ordenaes anteriores, que eram as Filipinas. Aps algumas tentativas esparsas, com a edio do Cdigo Comercial de 1850, foi baixado, no mesmo ano, o Regulamento n.737, que pode ser considerado o primeiro diploma processual brasileiro, aplicvel s causas comerciais, continuando as cveis a serem processadas nos termos da Ordenaes e suas modificaes posteriores, que alcanaram um numero to grande que se imps uma consolidao, elaborada pelo Conselheiro Ribas, e que entrou em vigor em 1876.

Sob o aspecto tcnico, o Cdigo de 1973 um dos mais modernos e de melhor qualidade do mundo, inclusive segundo depoimento de eminentes processualistas estrangeiros, tendo causado, j, benficas influencias na cincia do processo e na prtica

forense.

A partir do ano de 1992, sofreu grande nmeros de alteraes no sentido de agilizar a prestao jurisdicional e aumentar sua efetividade. Essas alteraes abrangeram no somente aspectos procedimentais, mas tambm conceitos anteriores aceitos e assentados, necessitando de uma nova viso de certo institutos processuais. 5. A Lei Processual Civil ( Fontes formais e no formais de direito)

Nosso direito positivado, nesta esteira imperioso destacar que existe uma supremacia de norma escrita em detrimento a consuetudinria. Destarte a norma jurdica uma regra geral de conduta, com caractersticas (generalidade, imperatividade, autorizamento, permanncia, etc...).

SO FONTES FORMAIS( ou imediatas) DO DIREITO PROCESSUAL CIVIL:

lei, analogia, o costume, os princpios gerais do direito e as smulas com efeito vinculante, em ateno ao disposto no artigo 42 da Lei de Introduo ao Cdigo Civil, sendo que a lei considerada fonte formal direta ou principal do direito, ao passo que a analogia, os costumes e os princpios gerais de direito so fontes acessrias.

FONTES NO FORMAIS(ou mediata) : A doutrina e a Jurisprudncia, ressalvadas as smulas vinculantes, nos termos o artigo 103-A da Constituio Federal.

( O Supremo Tribunal Federal poder, de oficio ou por provocao, mediante deciso de dois teros dos seus membros, aps reiteradas decises sobre matria constitucional, aprovar smula que, a partir de sua publicao na imprensa oficial , ter efeito vinculante em relao aos demais rgos do Poder Judicirio e administrao pblica. _______________________2 Quando a lei for omissa, o juiz decidir o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princpios gerais de direito. Direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder sua reviso ou cancelamento, na forma estabelecida em lei. (Acrescentado pela EC-000.045-2004)(Regulamentado pela L-011.417-2006). 1 smula ter por objetivo a validade, a interpretao e a eficcia de normas determinadas, acerca das quais haja controvrsia atual entre rgos judicirios ou entre esses e a administrao pblica que acarrete grave insegurana jurdica e relevante multiplicao de processos sobre questo idntica. 2 Sem prejuzo do que vier a ser estabelecido em lei, a aprovao, reviso ou cancelamento de smula poder ser provocadas por aqueles que podem propor a ao direta de inconstitucionalidade.

3 Do ato administrativo ou deciso judicial que contrariar a smula aplicvel ou que indevidamente a aplicar, caber reclamao ao Supremo Tribunal Federal que julgando-a procedente, anular o ato administrativo ou cassar a deciso judicial reclamada, e determinar que outra seja proferida com ou sem a aplicao da smula, conforme o caso. e Lei n11.417, de 19 de dezembro de 2006.(Art.20 O Supremo Tribunal Federal poder, de oficio ou por provocao, aps reiteradas decises sobre matria constitucional,editar enunciado de smula que, a partir de sua publicao na imprensa oficial ter efeito vinculante em relao aos demais rgos do Poder Judicirio e administrao pblica direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder sua reviso ou cancelamento, na forma prevista nesta Lei).5.1 Da Interpretao da Lei Processual Civil

Principio da Obrigatoriedade da lei, consoante disposto no artigo 3 Ningum se escusa de cumprir a lei, alegando que no a conhece, da Lei de Introduo ao Cdigo Civil, nessa esteira a rigor ser desnecessrio evidenciar as normas em peties, visto que ao magistrado deve conhecer as normas, exceto a ressalva do artigo 337 do CPC, com relaes s normas municipais, estaduais, estrangeiro ou consuetudinrio. Da mihi factum dabo tibi jus. AGRESP 247493/RS; AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL ( 2000/0010373-0)-DJ:11/06/2001,pg.203-Relator: Min. ANTNIO DE PDUA RIBEIRO- Data da Deciso: 15/05/2001- rgo Julgador: Terceira Turma . Agravo regimental. Cdula de crdito comercial. Taxa de juros. Limitao. Iterativa jurisprudncia. Aplicao do Decreto n413/69. Ofensa do principio do contraditrio e do devido processo legal no configurada. Jura novit cria.

I- O julgador no fica adstrito aos fundamentos legais invocados pelas partes, as quais sequer precisam mencionar os artigos de lei que entendam aplicveis ao caso(CPC, art.282). Ao juiz cabe conferir o adequado enquadramento jurdico dos fatos submetidos sua apreciao.

II (...).

III (...).

IV- Agravo regimental desprovido.

Disposto no artigo 5 da Lei de Introduo ao Cdigo Civil na aplicao da lei, o juiz atender aos fins sociais a que ela se dirige e s exigncias do bem comum.Quantos aos mtodos, a interpretao poder ser gramatical, sistemtico, teleolgico e histrico.

5.2 No espao

Dispe o Cdigo de Processo Civil em seu artigo 1 A jurisdio civil, contenciosa e voluntria, exercida pelos juzes, em todo territrio nacional, conforme as disposies que este Cdigo estabelece. Ou seja, o juiz apenas aplica ao processo a lei processual do local onde exerce a jurisdio.Com relao a prevalncia da legislao estrangeira, somente quando o negcio jurdico material tiver sido praticado em territrio estrangeiro.

Hiptese de prevalncia da lei estrangeira (artigo 13 da LICC).

5.3 No tempo

Artigo 1 da Lei de Introduo ao Cdigo Civil Salvo disposio contraria, a lei comea a vigorar em todo o pas 45 dias depois de oficialmente publicada.

Esta a regra geral, contudo as normas geralmente estabelecem a sai vacatio legis. No direito processual civil. Vigora o principio do tempus regit actum, assim pode-se afirmar que a ocorrncia da nova lei processual ser aplicada imediatamente, de forma que os fatos j consumados sero manutenidos, e os posteriores sero regidos pela nova lei. Deve, pois distinguir, para a aplicao da lei processual nova, quanto aos processos:

1) exauridos: nenhuma influncia sofrem;

2) pendentes: so atingidos, mas ficando respeitado o efeito dos atos j praticados;3) futuros; seguem totalmente a lei nova.

A rigor essa problemtica aplicada nos casos em que nova lei processual entra em vigor no interregno do cumprimento de algum prazo, exemplo de lei que possa vir diminuir prazo para recurso, j iniciado sobre a gide de lei anterior, com as inmeras alteraes traduzidas recentemente pelo legislador, ficou evidente a importncia da interpretao da lei processual no tempo, especialmente analisando as alteraes relativas ao cumprimento de sentena, e execues de ttulos extrajudiciais, onde foi dilatado o prazo para apresentao de embargos neste caso, e naquele com relao a aplicao de multa em razo do no cumprimento voluntario de sentena proferida . Exemplo: Trnsito em julgado da sentena condenatria antes da Lei 11.232/2005, com

pedido de cumprimento de sentena na vigncia da nova Lei, poder ser exigida a multa de 10% em razo de descumprimento no prazo de 15 dias ?!6.1 Processos, relao processual e procedimento

A jurisdio atua por meio de um instrumento que o processo, e aos interessados a ordem jurdica outorga o direito de ao, isto , o direito de pleitear em juzo a preveno ou a reparao das violaes dos direitos.Do processo distingue-se o procedimento, que a forma pela qual se sucedem os atos processuais. O processo algo mais profundo, uma verdadeira relao entre os sujeitos, e que foi explicado, em diversos momentos histricos, de formas diferentes.

Na relao processual, os sujeitos que dele participam so atribudos poderes, faculdades, deveres, sujeio e nus, numa forma dinmica.

8. Princpios gerais do processo civil na Constituio Federal

Princpios informativos do processo:

Devido processo legal

Inquisitivo ou dispositivo

Contraditrio

Duplo grau de jurisdio

Boa-f ou lealdade processual

Verdade real

Informativos do procedimento

Oralidade

Publicidade

Economia processual

Eventualidade ou precluso 8.1 Princpio da isonomia

A Constituio Federal, no artigo 5, caput e inciso I, estabelece que todos so iguais perante a lei , sem distino de qualquer natureza. Sob o ponto de vista processual, a isonomia revela-se pela necessidade de dar partes tratamento igualitrio (art. 125 I, do CPC).

Princpio que busca a isonomia ou igualdade substancial no apenas formal, nesse aspecto se infere a frase Trata com igualdade os iguais e com desigualdade os desiguais. Esse princpio encontra exceo no Cdigo de Defesa do Consumidor, onde o consumidor tratado como hipossuficiente inclusive, com disposio de inverso ao nus da prova, ou ainda com prazos mais dilatados para a Fazenda Pblica e o Ministrio Pblico, haja vista o nmero vultoso de processos, para assegurar-lhes igualdade de condies, a lei garante-lhes o prazo maior, ou ainda o disposto no artigo 100 I do CPC que versa sobre o foro privilegiado da mulher para aes de separao judicial, divrcio e anulao do casamento.

H ainda o reexame necessrio, nos casos em que a Fazenda Pblica for sucumbente com privilegio ainda de no caso do reexame necessrio no existir a possibilidade de Agravamento da condenao nos termos da Smula 45 do STJ. NO REEXAME NECESSRIO, E DEFESO, AO TRIBUNAL, AGRAVAR A CONDENAO IMPOSTA A FAZENDA PBLICA.

8.2 Princpio do contraditrio

Consoante preconiza a CF em seu artigo 5 LV aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral so assegurados o contraditrio e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes. As partes tem direito de tomar conhecimento dos processos em que so partes, contudo no subsiste a obrigao de defender-se, ou seja se regularmente intimada ou citada, a parte pode quedar-se inerte, arcando com as conseqncias oriundas da inrcia, revelia e confisso.

Lembrando que no ocorre cerceamento nos casos de concesso de liminares inaudita altera parte, tendo em vista o carter de urgncia da medida.

8.3 Princpios da inafastabilidade do controle jurisdicional

Constituio Federal em seu artigo 5 inciso XXXV, preconiza: a lei no excluir da apreciao do Poder Judicirio leso ou ameaa a direito, o texto assegura a todos o acesso a justia para postular e defender seus interesses.

Importa considerar a norma em comento, com exigncias efetuadas pelo poder pblico, por vezes condicionar a liberao da autorizao para impresso de documentos fiscais ao pagamento de dbitos, etc...8.4 Princpio da imparcialidade do juiz

A imparcialidade do juiz pressuposto processual de validade do processo, nessa esteira o artigo 5 da Constituio Federal em seu inciso LIII, ningum ser processado nem sentenciado seno pela autoridade competente, sustentou o principio do juiz natural, e no inciso XXXVII- no haver juzo ou tribunal de exceo.

8.5 Princpio da publicidade dos atos processuais

Constituio Federal em seus artigos 5 LX a lei s poder restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem e 93 IX todos os julgamentos do rgos do Poder Judicirio sero pblicos, e fundamentadas todas as decises, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presena, em determinados atos, s prprias partes e seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservao do direito intimidade do interessado no sigilo no prejudique o interesse pblico informao.O princpio retratado sofrer excees nas hipteses do artigo 155 do CPC.

8.6 Princpio do duplo grau de jurisdio

Apesar de referido princpio no estar contemplado pela Constituio Federal, a regra decorre do sistema jurdico, ptrio, que prev a analise de decises dos juzes monocrticos pelos tribunais de 2 grau.

8.7 Princpio do devido processo legal Constituio Federal em seu artigo 5, inciso LIV, estabelece: ningum ser privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal. due processo of Law.Esse princpio traduz o direito e garantia dos litigantes, que somente podero ser desapossados de seus bens mediante deciso judicial, no mais tendo cabimento a autotutela.

9. Princpios Infraconstitucionais

9.1 Princpio dispositivos

Alm dos princpios consagrados pela Constituio Federal, o processo civil norteado ainda por princpios infraconstitucionais, como declinados inicialmente o principio dispositivo analisado inicialmente tendo o juiz como mero espectador, visto que segundo concepo de outrora, ao juiz somente era dado julgar de acordo com as provas trazidas pelas partes, ou seja, apenas a busca da verdade formal, contudo e evoluo do processo civil, no mais comporta tal entendimento, de forma que sobrepe-se a verdade formal a busca da verdade real, podendo o juiz agir ativamente, sem contudo, torna-se parcial, deve conduzir a produo de provas, determinando as que lhe paream necessrias, e indeferindo as que entender prescindveis.

Destarte, o princpio dispositivo pertine a propositura a ao e a fixao e contornos da lide.

9.2 Principio da persuaso racional (livre convencimento motivado).

O cdigo de processo civil, em seu artigo 131 preconiza O juiz apreciar livremente a prova, atendendo aos fatos e circunstncias constantes dos autos, ainda que no alegados pelas partes; mas dever indicar, na sentena, os motivos que lhe formaram o convencimento. Esse princpio revela que o juiz ao proferir a sentena, dever faz-lo de forma motivada, apresentando os fundamentos legais e fticos de sua motivao.

9.3 Princpio da oralidade

A rigor referido princpio, no mais norteador do processo civil, isto porque a forma oral pura no mais adotada no Brasil, haja vista a necessidade de documentao dos atos.

Os juizados especiais cveis, regulados pela Lei 9.009/95, observam com mais rigor a oralidade, contudo tambm exigem a documentao dos atos.

Princpios insertos no princpio da oralidade, (identidade fsica do juiz), segundo esse principio o juiz que realizou a instruo, necessariamente deve ser aquele que proferira a sentena, sob pena de nulidade, contudo o CPC traz algumas excees a regra, contidas pelo artigo 132 que inclusive assinala o instituto. Principio da eventualidade ou precluso:

Consiste na perda da faculdade de praticar um ato processual quer porque j foi exercitada a faculdade processual, no momento adequado, que porque a parte deixou escoar a fase processual prpria sem fazer uso de seu direito. 10. Jurisdio A jurisdio o poder que toca ao Estado em abstrata, exercida em relao a um lide, que o interessado deduz perante o Estado-juiz, inerte por natureza. Artigo 1. A jurisdio civil, contenciosa e voluntria, exercida pelos juzes, em todo o territrio nacional, conforme as disposies que este Cdigo estabelece.

Nota: A diviso da jurisdio em diversos rgos, ou mesmo estruturas orgnicas especializadas, meramente tcnica e tem por fim dar a melhor soluo s diferentes espcies de lides.

Segundo classificao doutrinria, a jurisdio pode ser quanto ao objeto, civil, penal e trabalhista pela justia comum estadual e federal, e a segunda pela justia trabalhista, militar e eleitoral.

Contenciosa: a jurisdio propriamente dita, onde o Estado desempenha pacificao ou composies dos litgios.Voluntria ou graciosa: Em que o juiz apenas realiza gesto pblica em torno de interesses privados, no h lide nem partes no h pretenso resistida.

Artigo 2. Nenhum juiz prestar a tutela jurisdicional seno quando a parte ou o interessado a requerer, nos casos e formas legais. Nota: O artigo em comento, retrata o princpio j declinado, a INRCIA, ou seja, a atividade jurisdicional somente se desenvolve quando provocada.

Pode-se afirmar que a jurisdio o poder, funo e atividade de aplicar o direito a um fato concreto, pelos rgos pblicos destinados a tal, obtendo-se a justa composio da lide.

A jurisdio atua por meio dos juzes de direito e tribunais regularmente investidos, devendo ser reservada tal denominao para essa atividade especifica, afastando-se, como de sinomnia imperfeita, o uso do termo jurisdio para significar circunscrio ou atribuio administrativa, como quando inadequadamente se diz que a sade pblica est sob o Ministrio da Sade. Jurisdio e atividade do juiz, quando aplica o direito, em processo regular, mediante a provocao de algum que exerce o direito de ao. Princpios da Jurisdio Inrcia: a atividade jurisdicional desenvolve-se quando provocada. garantia da imparciabilidade de que o juiz no passe a atuar em favor de interesses materiais das partes, cabendo a cada pessoa que se considerar lesada recorrer a ele, que dever tambm, manter-se eqidistante em relao aquele a quem se atribui a violao da norma jurdica;

Inafastabilidade ou Indeclinabilidade: a lei no pode excluir da apreciao do Poder Judicirio nenhuma leso ou ameaa a direito (CF art. 5, XXXV), mesmo que haja lei que possa aplicar, de forma especifica, a um determinado caso concreto, o juiz no se escusa de julgar invocando a lacuna. Indelegabilidade: a funo jurisdicional s pode ser exercida pelo Poder Judicirio, no podendo haver delegao de competncias, sob pena de ofensa ao principio constitucional do juiz natural. A jurisdio apresenta, tambm, uma indelegabilidade interna, isto , cada rgo tem suas funes, devendo exerc-las segundo as normas de processo, na oportunidade correta, no se permitindo a atribuio de suas funes de um para outro rgo.

Investidura ou juiz natural: s exerce jurisdio quem ocupa o cargo de juiz. A ausncia de investidura implica bice instransponvel para o exerccio da jurisdio, que pressuposto processual da prpria existncia do processo. Como exceo a jurisdio nica vale lembrar conveno de arbitragem regulada na Lei 9.307/96, onde as partes em se tratando de direitos disponveis, erigem rbitros particulares, no entanto no resta excluda totalmente da jurisdio do Estado-Juiz, mormente porque em caso de execuo forada ser necessria a atuao do poder judicante. Substitutivos da jurisdio: Composio, obtida atravs da transao, o negocio jurdico em que os sujeitos da lide fazem concesses recprocas para afasta a controvrsia estabelecida entre eles, impedindo a propositura da ao, ou pondo fim a mesma.

Ou conciliao, que uma transao em juzo, pela interveno do juiz junto s partes.

Efetivado o acordo, lavra-se o termo e o juiz profere a sentena homologatria.

Juzo arbitral, renuncia a via judiciria, confiando, as partes, a soluo da lide a pessoas desinteressadas, mas no integrante do Poder Judicirio.

DA COMPETNCIA.Esquema:

Competncia da Justia Civil Estadual (residual):excludas as matrias atribudas as Justias Especiais (Trabalhista, Militar e Eleitoral), bem como os de direito penal, o resduo forma o que se convencionou chamar de objeto da jurisdio civil.

Justia Federal: a) causas em que a unio, entidade autrquica ou empresa pblica federal forem interessadas, na condio de autoras, rs, assistentes ou opoentes; b) as causas entre Estado estrangeiro, ou organismo internacional e municpio ou pessoa domiciliada e residente no Brasil; c) os mandados de segurana contra ato de autoridade federal, salvo as hipteses de competncias originria do STF. Competncia do juiz brasileiroOs artigos abaixo declinados versam sobre a competncia da justia brasileira, dispondo as hipteses de aes que podem tramitar no Brasil.

A competncia, portanto, poder que tem um rgo jurisdicional de fazer atuar a jurisdio diante de um caso concreto.

Art.88- competente a autoridade judiciria brasileira quando:I- o ru, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil;

II- no Brasil tiver de ser cumprida a obrigao;III- a ao se originar de fato ocorrido ou de fato praticado no Brasil.

Nota: No caso do artigo em apreo, a justia brasileira se reconhece competente, mas no nega que a de outros pases tambm o sejam. Cabe ao interessado optar entre propor a ao no Brasil ou em outro pas igualmente competente.

Art.89- Compete autoridade judiciria brasileira, com excluso de qualquer outra:

I- conhecer de aes relativas a imveis situados no Brasil;II- proceder a inventario e partilha de bens, situados no Brasil, ainda que o autor da herana seja estrangeiro e tenha residido fora do territrio nacional.

Nota: Na hiptese do artigo acima, a competncia da justia brasileira exclusiva. Se houver sentena sobre essas matrias, o Superior Tribunal de Justia jamais a homologar, de sorte que ela estar condenada a permanecer sempre ineficaz em territrio brasileiro. Art. 90. A ao intentada perante o tribunal estrangeiro no induz litispendncia nem obsta a que a autoridade judiciria brasileira conhea da mesma causa e das que lhe so conexas.

Nota: No caso em apreo a norma evidencia a competncia da justia brasileira, em detrimento da internacional. A jurisdio, como manifestao de poder, encontra bice na soberania de outros pases.

A sentena estrangeira proferia em outro pas no pode ser executada no Brasil, se antes no houver homologao pelo Superior Tribunal de Justia, na forma do artigo 105, I, letra i,da Constituio Federal.

COMPETENCIA INTERNA (artigo 86 a 124)

As seguintes modalidades de definio de competncia interna:

a) em razo do valor da causa;

b) em razo da matria;(residual;famlia;sucesses, etc...)

c) funcional/hierrquica;d) territorial;

Do foro e do Juzo

Em primeira instncia, o foro designao utilizada como sinnimo de comarca.

Em sentido amplo, indica a base territorial sobre a qual a cada rgo judicirio execre a sua jurisdio.

Com foro no se confundem os juzos. Cada um dos rgos jurisdicionais um juzo.

Assim, sendo foro comarca, comum que em um mesmo foro existam vrios juzos.

A discusso ganha relevo, visto que a apurao do foro competente (comarca) vem designada pelo CPC, ao passo que duvidas sobre o foro, encarado com agrupamento de juzos, somente ser dirimida atravs das normas de organizao judiciria de cada Estado. (exemplo de grandes Comarcas como So Paulo e Rio de Janeiro, onde aes de mesma natureza devem ser distribudas em foro diverso em razo de diviso e critrios geogrficos. Com vistas ao critrio de definio de foro, juzo e comarca, a distribuio das lides para os diversos rgos jurisdicionais, que tambm so muitos no plano horizontal e no plano vertical, se faz por etapas, segundo um processo de eliminao gradativa, utilizando o princpio da especialidade. As diversas fases:

a) definio da competncia internacional, segundo as normas dos artigos 88 a 90 do CPC, isso porque se uma lide no tem nenhum elemento de conexo com o

Brasil nenhum rgo jurisdicional brasileiro competente para ela;

b) definio da competncia originaria dos Tribunais.Foro comum- Artigo 94 do CPC- regra domicilio do ru, prevalecer na ausncia de foro especial ou na falta de fixao de foro. apurado de utilizando-se o critrio territorial de competncia. Por isso relativa, podendo ser objeto de modificao, na forma da lei processual civil.

Foros especiais Foro comum artigo 94 do CPC- regra domicilio do ru.

Artigo 95 a 100 do CPC- foros especiais.

Artigo 95. A competncia absoluta, contudo permite o instituto a modificao caso a demanda no verse, sobre propriedade, vizinhana, servido, posse, diviso e demarcao de terras e nunciao de obra nova, caso em que a competncia ser relativa.

* posse no considerada direito real, apenas foi assim considerada para fins de competncia pelo legislador processual. 3______________________3 Art.1.225. So direitos reais:I- a propriedade;

II- a superfcie;

III- as servides;IV- o usufruto;Da Competncia Absoluta e Relativa.

A competncia pode ser absoluta ou relativa, a distino entre as duas diz respeito competncia de foro (comarca).

ABSOLUTA: Artigo 113 do CPC, DEVE ser declarada de oficio e pode ser alegada a qualquer tempo e grau de jurisdio( matria de ordem pblica), exceto nas instncias extraordinrias que exigem pr-questionamento;

Competncia funcional/Hierrquica: A norma que determina que os embargos de terceiro seja distribudo ao foro e juzo que determinou a constrio, aforamento da oposio no foro e juzo da ao principal; a que determina o juiz da causa principal para julgamento da causa acessria.

Competncia Material: em razo da especializao da vara, sucesses, famlia, registros pblicos,...EFEITOS DO RECONHECIMENTO:

Acolhendo a alegao ou reconhecendo a incompetncia absoluta do magistrado deve remeter aos autos ao juzo competente;

Os atos decisrios sero considerados nulos;

Da mesma forma nula sentena proferida por juzo absolutamente incompetente, sendo passvel de ao rescisria (CPC 485 II);

FORMA:

Deduzida pelo ru, deve ser feita como preliminar da contestao, lembrando novamente que pode ser alegada posteriormente, contudo o ru face a inrcia inicial incorrera no risco de arcar com as custas processuais e eventual mitigao de honorrios advocatcios.

______________________________________________________________________V- o uso;VI- a habitao; VII- o direito do promitente comprador do imvel;VIII-o penhor;IX- a hipoteca;

X- a anticrese;

XI- a concesso de uso especial para fins de moradia; (Acrescentado pela L-011. 481-2007);XII- a concesso de direito real de uso.

RELATIVA: Relaciona-se a competncia territorial, e ao valor da causa, e pode ser derrogada pelas partes.

FORMA:

Artigo 112 do CPC, argida por meio de exceo, no prazo para resposta ( contestao);

LEGITIMIDADE:

Legitimidade do ru apenas, se no for alegada pelo ru no prazo da resposta a competncia se prorroga.

O juiz no pode ser conhecer ou declarar de oficio a incompetncia relativa. SUMULA 33 DO STJ. Com relao competncia absoluta e relativa, as principais diferenas so:

a) As causas de modificao de competncia (prorrogao, derrogao, conexo e continncia) s se aplicam relativa, no a absoluta;b) a incompetncia absoluta constitui objeo, matria de ordem pblica que deve ser reconhecida e declarada pelo juiz a qualquer tempo.

Princpio da perpetuatio jurisdicionis.,definida nos termos do artigo 87 do CPC.

Determina-se a competncia no momento em que a ao proposta. So

Irrelevantes as modificaes do estado de fato ou de direito ocorridas posteriormente, salvo quando suprimirem o rgo judicirio ou alterarem

a competncia em razo da matria ou hierarquia.

A anlise da norma ganha relevncia, em razo das inmeras alteraes de competncia em razo da matria, com questes, interessantes relativas perpetuao ou no da competncia da justia comum em julgar processos relativos a indenizao por acidentes de trabalho que tenham sido distribudos. Anteriormente a EC 45/2004, ou ainda com relao ao reconhecimento de efeitos pessoais da unio estvel, elevando a categoria de entidade familiar, e, portanto devendo ser julgado pelas varas de famlia, e no cveis, como antes ocorria. Posio da Jurisprudncia sobre a matria EC/2004AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO. 2.ACO DE INDENIZACO. ACIDENTE DE TRABALHO. COMPETNCIA. JUSTIA TRABALHISTA. PRECEDENTE. 3. Efeitos temporais. Ao proposta em data anterior EC 45/2004. Ausncia de julgamento de mrito. Determinao da competncia de acordo com os marcos temporais fixados no julgamento do CC 7.204. 4.Agravo regimental a que se nega provimento .(STF- Al-AgR 673.940-0; MG; Segunda Turma;Rel. Min.Gilmar Mendes;Julg. 11/12/2007;DJE 22/02/2008;Pg. 117)(Publicado no DVD Magister n20-Repositrio Autorizado do STJ n60/2006 e do TST n31/2007).Critrios para fixao da competncia. Seguindo o disposto no CPC, temos uma diviso tripartida para apurao do critrio de competncia:

a) Objetivo, fixa a competncia em razo da matria e do valor da causa, nos termos do disposto no artigo 111 do CPC a competncia em razo da matria absoluta, e ao valor da causa relativa;

b) Territorial: regularmente a competncia de foro, que relativa; c) Funcional: abrange a competncia hierrquica e a que se aplica aos processos. Regras gerais para apurao de competncia.

Ao apurar a competncia o demandante deve observar, gradativamente:

a) se o processo no de competncia originaria do STF ou STJ (artigos 102, I e 105,I);

b) se deve ser julgado por alguma das justias especiais e, em caso afirmativo, pela primeira instncia, ou pelos tribunais correspondentes;( das justias especiais, nos artigos 114,121 e 124 da CF);c) se, sendo da justia comum, deve ser julgado pela justia federal ou estadual; (artigo109 da CF).

d) se ou no de competncia originaria dos tribunais estaduais ou federais ( CF artigo 108).

e) que o foro competente (artigo 94 a 100).

f) qual o juzo competente;

Competncia Internacional:

Em face dos tribunais estrangeiros pode ser:

Cumulativa: artigo 88 do CPC

Exclusiva: artigo 89 do CPC

No caso de competncia concorrente (art 88), a eventual existncia de uma ao ajuizada, sobe a mesma lide, perante um tribunal estrangeiro, no induz litispendncia, nem obsta a que a autoridade judiciria brasileira conhea da mesma causa e das que lhe so conexas.

Domiclio necessrio:

Segundo norma do CC artigo 76, algumas pessoas tm domicilio necessrio o das pessoas jurdicas o estabelecido no artigo 75 do CC. Juizados Especiais Lei 9099/95.

Modificao da Competncia (artigo 102 a 111).

Art. 102- A competncia, em razo do valor e do territrio, poder modificar-se pela conexo ou continncia, observado o disposto nos artigos seguintes.

Notas: O disposto no presente artigo versa sobre incompetncia relativa, que pode ser prorrogada, ou seja, se no for alegada nos prazos (da contestao) e formas legais (por meio de exceo ) restara preclusa, assim o foro inicialmente incompetente passar a ser competente.

Prorrogao: No caso de competncia relativa, que no pode ser conhecida de oficio, se a parte no alegar dentro do prazo e forma estabelecida a competncia ser prorrogada, ou seja, o juiz inicialmente incompetente, passar a ser competente. Legal: qdo decorre de imposio da prpria lei;Voluntria: qdo decorre de ato de vontade das partes.

Derrogao: Ocorre quando as partes em contrato escolhem o foro da eleio.

Conexo: uma relao que se estabelece entre duas ou mais demandas.As aes tem trs elementos identificadores: as partes, o pedido e a causa de pedir, haver pois conexo quando elas tiverem o mesmo pedido OU quando coincidirem os respectivos fundamentos (causa de pedir) basta que as aes tenham um desses elementos em comum para que sejam consideradas conexas. Caso o nico elemento comum sejam as partes no restara configurada a conexo.

Nesses casos, a lei determina a reunio de processos, em homenagem aos princpios de economicidade, bem como, para evitar conflito entre decises, pode inclusive ser reconhecida de oficio, sem expresso requerimento das partes. Pode ser alegada a qualquer momento, se na contestao como preliminar.

O processo ser remetido ao juiz que se tornar prevento, nos termos do disposto no artigo 219 caput e 106 do CPC.

Existe obrigatoriedade da reunio de aes conexas?

Continncia: Estabelece o artigo 104 do CPC: D-se continncia entre duas ou mais aes sempre que h identidade quando as partes E de pedir, mas o objeto por ser mais amplo, abrange o das outras. Na continncia, exige-se a ocorrncia de dois elementos identidade de partes e de causa de pedir, diversamente da conexo que exige apenas a exigncia de um objeto, ressalvando a identidade de partes.

Exemplo: Contrato celebrado por mais duas pessoas. Uma delas ajuza ao de anulao do contrato, e a outra ao de anulao de uma clausula daquele contrato, ambas as demandas com o mesmo fundamento (por exemplo, o ter havido a participao de um relativamente incapaz na avena).

Art.111-A competncia em razo da matria e da hierarquia inderrogvel por conveno das partes; mas estas podem modificar a competncia em razo do valor e do territrio, elegendo foro onde sero propostas as aes oriundas de direitos e obrigaes. 1-O acordo, porm, s produz efeito, quando constar de contrato escrito e aludir expressamente a determinado negcio jurdico.

2- O foro contratual obriga os herdeiros e sucessores das partes.

Notas: Nos contratos de adeso, a eleio de foro somente ser admitida se esta no causar prejuzo ao consumidor.

A nova sistemtica processual principalmente traduzida pela alterao introduzida pela lei 11 280/2006, veio de encontro ao disposto em nosso Cdigo de Defesa de Consumidor, buscando a facilitao da defesa, a norma em comento introduziu o pargrafos nicos aos artigos 305 e 112 do CPC.

ART. 305. Este direito pode ser exercido em qualquer tempo, ou grau de jurisdio, cabendo a parte oferecer exceo, no prazo de 15(quinze) dias, contado do fato que ocasionou a incompetncia, o impedimento ou a suspeio.

Pargrafo nico. Na exceo de incompetncia (art.112), a petio pode ser protocolizada no juzo do domicilio do ru, com requerimento de sua imediata remessa ao juzo que determinou a citao. (acrescentado pela lei 11 280/2006).

Art.112. Argui-se por meio de exceo, a incompetncia relativa.

Pargrafo nico: a nulidade da clusula de eleio de foro, em contrato de adeso, pode ser declarada de oficio pelo juiz, que declinar de competncia para o juzo de domicilio do ru.

O professor Nelson Nery Junior ao comentar a matria fala em impreciso tcnica do termo prorrogao da competncia.

Segundo ele na verdade seria caso de DECLARACO DE OFCIO DE NULIDADE DE CLUSULA, prevista no artigo 51 XV do CDC, e no de declarao de oficio de incompetncia relativa, nesse caso automaticamente desaparece a clusula, e conseqentemente eleio do foro. Tese inclusive amparada por decises do STJ.

Outro questionamento pertinente refere-se ao prazo para declarao da nulidade de clusula, em razo do tratamento dado a matria que o define como matria de ordem pblica, portanto no sujeita a precluso.

Pela dico do texto legal, resta a certeza de que caso no seja reconhecido de oficio pelo juiz na primeira oportunidade, caber ao ru faz-lo atravs da exceo de incompetncia relativa, dentro do prazo legal (contestao), se no o fizer a competncia restar prorrogada.

Podemos concluir, portanto, que alterao preconizada pela Lei 11 280/2006, veio adequar a Norma Instrumental ao Direito Material, no que refere as garantias bsicas do consumidor.

Quanto natureza da inovao, podemos reduzi-la a incompetncia relativa, contemplando a exceo na permisso para reconhecimento de oficio pelo juiz, em homenagem a norma material.

Preveno

As regras de preveno devem ser observadas quando h necessidade de fixao de competncia de um entre vrios juzos, todos igualmente competentes para determinada causa.

Aparente contradio entre o artigo 106 e 219 do CPC, contudo o primeiro versa sobre preveno,quando juzos da mesma comarca, assim prevento ser o juzo que primeiro despachar o processo, o segundo, soluciona a questo da preveno para juzos de comarcas diversas, nesse caso, prevento ser aquele em que ocorrer primeiro a citao, exemplo do artigo 107 do CPC. CONFLITO DE COMPETNCIA. Conflito negativo e positivo. Reunio de processos. Dois ou mais juzes podero declarar-se competentes para uma mesma causa. Ou ento ao contrrio, julgarem-se ambos incompetentes. De tais decises conjuntas e simultneas de juzes, nasce um conflito de incompetncia. Positivo no primeiro caso; negativo, no segundo (art.115, I e II).

Para a soluo do conflito de competncia, deve ele ser suscitado para o rgo jurisdicional hierarquicamente superior. O Supremo Tribunal Federal decide os conflitos entre o Superior Tribunal de Justia e quaisquer outros tribunais, entre tribunais, superiores, ou entre estes e qualquer outro tribunal (CF 102, o). Os tribunais regionais federais julgam os conflitos entre os juzes, vinculados ao respectivo tribunal (CF art. 108, e), o que quer dizer que, mesmo na hiptese de dois juzes federais, mas vinculados a tribunais diversos, a competncia do Superior Tribunal de Justia.

O Superior Tribunal de Justia julga o conflito entre tribunais, a no ser quando seja juzo conflitante, ou quando qualquer um deles for Tribunal Superior, casos em que a competncia do Supremo Tribunal Federal.

Ao Superior Tribunal de Justia tambm compete o julgamento do conflito entre tribunal e juzes a ele no vinculados e entre juzes de vinculao diversa.

Competncia para decidir conflito de competncia entre juiz estadual e juiz federal?

STJ (artigo 105, I, d, CF-88).

a) conflito que envolva um Tribunal Superior-STF.

b) conflito entre Tribunais( quando nenhum for Superior)-STJ .

c) conflito entre Juzes Federais de TRFs de regies diferentes-STJ.

d) conflito entre Juiz Federal e Juiz Estadual com jurisdio federal, vinculados TRFs de regies diferentes-STJ.

e) conflito entre Juiz Federal e Juiz Estadual sem jurisdio federal STJ.

f) conflito entre juzes Estaduais de Tribunais de Justia diferentes- STJ.

g) conflito entre Juzes Federais da mesma regio TRF . h) conflito entre Juiz Federal e Juiz Estadual com jurisdio federal,vinculados ao TRF da mesma regio TRF.

i) Conflito entre Juzes Estaduais do mesmo Tribunal de Justia- TJ.

Ressalte-se que NO h conflito de competncia:1. entre rgos de hierarquia diferentes, pois o entendimento do rgo de grau maior prevalece;

2. e nos termos da Smula 59 do STJ in verbis:

NO H CONFLITO DE COMPETNCIA SE J EXISTE SENTENA COM TRANSITO EM JULGADO, PROFERIDA POR UM DOS JUIZOS CONFLITANTES.

DA AO

Varias so as definies para o termo ao, passando, por diversas teorias, s vezes, fala-se como sinnimo do direito de demandar, isto ,de ingressar em juzo para obter do judicirio uma resposta a toda e qualquer pretenso ele dirigida, traduzindo portanto o direito constitucional de ao.

Ao o direito subjetivo pblico, autnomo e abstrato de pleitear ao Poder Judicirio deciso sobre uma pretenso, conexo a ela, para a atuao da jurisdio e por intermdio do processo.

Cndido Rangel Dinamarco, os quais na obra Teoria Geral do Processo, descrevem o conceito da ao, como sendo ...o direito ao exerccio da atividade jurisdicional ( ou o poder de exigir esse exerccio). Mediante o exerccio da ao provoca-se a jurisdio, que por sua vez exerce atravs daquele complexo de atos que o processo.Art.3-Para propor ou contestar ao necessrio ter interesse e legitimidade.

Notas: A regra disposta neste artigo trata das condies que so necessrias ao regular exerccio de direito de ao, vitais, portanto a prpria existncia da ao, de forma que sua ausncia deve ser reconhecida de ofcio pelo juiz a qualquer tempo, implicando a extino do processo sem resoluo do mrito, a inocorrncia de qualquer condies implica na carncia de ao.

Possibilidade Jurdica do pedido: Para que a ao tenha seguimento, necessrio que o bem jurdico perseguido tenha previso e proteo na ordem jurdica brasileira.

Abrange o fato de que em certas ocasies, determinado pedido no tem a menor condio de ser apreciado pelo Poder Judicirio, ocorrendo, por conseguinte, de acordo com a regra geral, a ocorrncia de determinadas ledes civis, as quais desde o ajuizamento da petio inicial, deve ser feita uma minuciosa analise envolvendo a presena de qualquer dispositivo legal capaz de viabilizar a demanda. No ocorrendo esta relao, esta pretenso deve ser excluda por nosso ordenamento jurdico, considerando-se neste caso, o pedido juridicamente impossvel. Exemplo clssico, diz respeito aos pases em que no existe uma legislao referente a separao, e que em certa ocasio depara-se o magistrado com um pedido de separao. Em casos como este, o pedido dever ser caracterizado como impossvel, logo de plano. Analise em duplo aspecto, positivo e negativo, eis que deve ser tutelado e por outro lado no pode ser vedado, exemplo: divida de jogo, a cobrana em si permitida, contudo vedada pela lei a cobrana oriunda de divida de jogo. Interesse de agir: Para que ocorra essa condio e necessrio que o provimento jurisdicional pleiteado seja til a quem o postula. ( no existe interesse, na ao que busca o despejo quando o imvel j foi desocupado, ou ainda a ao monitoria, instruda com ttulo executivo, etc...). Vicente Greco Filho, fala em dois tipos de interesse, o processual e material, aquele vinculado a eleio da medida processual, e este como direito substancial ou de direito material pretenso. O conceito de interesse de agir, guarda sensvel com as premissas envolvendo a necessidade e a adequao. A necessidade parte do pressuposto de que a tutela jurisdicional no pode ser alcanada, seno pela interveno direta do prprio Estado atravs do Poder Judicirio vedada que est o exerccio da autotutela. Outrossim, encontramos na adequao outro fator preponderante para eficcia desta condio da ao, na medida em que existe uma relao entre a situao lamentada pelo autor em Juzo e o provimento jurisdicional solicitando de forma concreta. Com efeito, o provimento alcanado necessita ser apto a corrigir a existncia de eventual prejuzo pleiteado pelo autor. Como forma de exemplo, o Mandado de Segurana no pode ser utilizado como forma de se executar um determinado ttulo extrajudicial. Legitimidade: Condies referente s partes, a pertinncia subjetiva da ao, isto a regularidade do poder de demandar determinada pessoa sobre determinado objetivo.

O autor deve ser legitimo para figurar na ao, bem como deve demandar em desfavor de ru adequado a figurar no plo passivo.

Com relao a legitimidade podemos ainda classific-la em ordinria, onde a parte postula seu direito em nome prprio, e extraordinria, quando uma das partes atua como substituto processual ou seja, pleitea ou defende direito em nome de outrem (exemplo contido no artigo 1.314 do CC,com referncia ao condmino).A Legitimidade extraordinria pode ser ainda concorrente, ou exclusiva.

CARNCIA DE AO:

Quando ocorrer a ausncia de uma s das condies da ao, restara configurada a carncia da ao ao requerente, tendo como conseqncia o fato de que o juiz no apreciara o mrito da ao.

O Cdigo de Processo Civil disciplina a matria em seu artigo 295 do CPC incisos I e II e pargrafo nico, 267 VI e 329 do CPC.

Existe a possibilidade propositura da ao novamente nos termos do artigo 268 do CPC;

Art. 4 - O interesse do autor pode limitar-se declarao:

I- da existncia ou da inexistncia de relao jurdica;II- da autenticidade ou falsidade do documento.

Pargrafo nico admissvel a ao declaratria, ainda que tenha ocorrido a violao de direito.

Art. 5- Se, no curso do processo, se tornar litigiosa relao jurdica de cuja existncia ou inexistncia depender o julgamento da lide, qualquer das partes poder requerer que o juiz a declare por sentena. (Alterado pela L-005.925-1973).

Art. 6 - Ningum poder pleitear, em nome prprio, direito alheio, salvo quando autorizado por lei.

Notas: Regra de legitimidade.

Elementos da ao.

As aes propostas tm 03(trs) elementos que as identificam, as partes (ativo e passivo), a causa de pedir (fundamentos de fato e de direito que embasam a pretenso inicial) e o pedido, esses elementos so observados para configurao da conexo e continncia, consoante j declinado. Consoante amplamente ventilado a parte no processo, quem submete pleito de direito em face de outrem, perante o judicirio. A causa de pedir, como segundo elemento da ao, cinge-se fundamentos de fato e de direito que embasam o pedido.

O pedido, como conseqncia lgica da ao, define o bem jurdico almejado, ou seja, o objeto da ao. O artigo 282 do CPC, fala em pedido certo e especificado, situao que revela a importncia do pedido. O pedido no pode ser modificado depois de efetuada a citao da outra parte, embora exista regra expressa sobre a necessidade de pedido especificado, possvel deduzir pedido ilqido, exemplo claro e traduzido no pedido de indenizao por danos morais, que pode ficar a cargo do magistrado o arbitramento do valor.

Classificaes das aes:

No que pertine ao provimento almejado, as aes podem ser de conhecimento, de execuo e cautelares, as aes de conhecimento, subdividem-se em declaratria, quando o pedido limita-se a declarao de existncia ou no de relao jurdica ( declarao de inexistncia de dbito )constitutivas,quando a ao visa modificaes ou alterao de relao jurdica (ao de separao judicial, divorcio) e condenatrias quando visam a imposio de uma sano, ou seja, uma determinao cogente, sob pena de execuo ou cumprimento coativos.

Quanto ao procedimento da ao ou do processo, podero ser ordinrias, sumarias ou especiais. Classificao trinaria: em razo da natureza jurdica do pedido formulado (Liebman, Moacir Amaral...). Declaratria, constitutivas e condenatrias.

Classificao quinaria: (Pontes de Miranda ), leva em conta no apenas o pedido, mas tambm a eficcia do provimento almejado. (Declaratria, constitutiva, condenatrias, executivas lato-sensu e mandamentais.

Mandamentais: Busca sentena que ordena, no sendo declaratria, constitutiva, nem condenatria;

A sentena mandamental dirige uma ordem para coagir o ru, o seu escopo e o de convencer o ru a observar o direito por ela declarado. A sentena com eficcia mandamental contm ordem para o ru, a ser atendida sob pena de ser-lhe imposta alguma medida coercitiva (multa, priso civil) exemplo (mandado de segurana, habeas corpus, interditos proibitrios).

Executiva Lato Sensu: Aquelas executadas no prprio processo em que foram proferidas, sem que se faa um processo autnomo de execuo (reintegrao de posse, demarcao, diviso, prestao de contas, despejo).

DO PROCESSO

Processo o meio de instrumentalizao da pretenso a direito material, o meio utilizado pelo Estado para exercer a jurisdio.

Integram o conceito de processo as noes de procedimento e relao jurdica processual.

APRESENTAO DE PETICO INCIAL (ARTIGO 282 DO CPC).

A petio inicial deduzida perante o juzo competente, materializa a pretenso, de forma que tendo em vista o carter formal de nosso processo, o CPC estabeleceu requisitos mnimos a serem observados em uma petio inicial, requisitos esses que sero analisados preliminarmente pelo magistrado, como exame de admissibilidade, sendo constatada qualquer ausncia de elementos exigidos pelo artigo 282 ou 283, o juiz determinar que a parte emende a inicial, ou a complete, no prazo de 10 dias, sob pena de no sendo atendido a determinao, o juiz poder indeferir a inicial. Art. 282- A petio inicial indicar:

I- o juiz ou tribunal, a que dirigida;

Nota: A indicao do juzo ou tribunal ser efetivada de acordo com as regras de competncia. II- os nomes, prenomes, estado civil, profisso, domiclio e residncia do autor e do ru;

Nota: A qualificao das partes de forma completa curial para evitar problemas relativos a homnimos.

III- o fato e os fundamentos jurdicos do pedido;

Nota: evidente a necessidade de esclarecer ao juzo, os fatos que originaram a ao, e ainda os fundamentos jurdicos que embasam a pretenso, embora exista a presuno de que necessrio e vital apenas a demonstrao dos fatos, visto que ao magistrado incumbe o nus de conhecer os fundamentos jurdicos, exceto quando se tratar de legislao municipal, estadual ou aliengena.

IV- o pedido, com as suas especificaes;

Nota: Como corolrio lgico, a pretenso deve encerrar um pedido, ou seja, pedido de indenizao, de condenao, de execuo.

V- o valor da causa;

Nota: A toda ao dever corresponder um valor, de acordo com regras estabelecidas no CPC, ou ainda em legislao esparsa.

VI- as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados;

Nota: A rigor, no decorrer do processo, aps o despacho saneador o magistrado oportunizara as partes declinarem a inteno e necessidade de produo de provas, bem como a entrega de rol de testemunhas, no entanto ainda que o momento da especificao seja posterior, a petio inicial dever declinar as provas pretendidas, em geral consta protesto pela produo de todas as provas em direito admitidas.

VII- o requerimento para a citao do ru. Nota: No se pode olvidar que o requerimento para citao do ru quase intrnseco ao processo, mormente porque sem a citao no se estabelece a relao processual, destarte o inciso em estudo ressalta a natureza formal de nosso processo. Pressupostos Processuais

O processo em seu aspecto formal compreende uma sucesso de atos e formas, que deve ser observado at a obteno do provimento jurisdicional, de forma que antes da analise do mrito da ao, devero ser observados pressupostos indispensveis a sua regularidade. Podem e devem ser conhecidos de oficio pelo juiz, trata-se de matria de ordem pblica que pode ser alegada a qualquer tempo, exceto em sede de recurso especial ou extraordinrio que exige pr questionamento.

Os pressupostos podem ser de existncia:

a) Existncia de jurisdio: os atos somente podem ser praticados por aqueles que estiverem investidos da funo jurisdicional;

b) Existncia de demanda: Sem o aforamento da demanda, no h que se falar em processo;

c) Capacidade postulatria: regra clara no artigo 37 do CPC, ao dispor que ato processual praticado por quem no tem capacidade postulatria, se no ratificado no prazo, ser havido por inexistente. OU de validade: (positivo).

a) Petio inicial apta: a petio deve observar os requisitos do artigo 282 e 283 do CPC;

b) Competncia e imparciabilidade: o processo deve estar sob a jurisdio de juiz competente e imparcial, ou seja, sem a configurao de impedimento ou suspeio;c) Capacidade de ser parte: aptido atribuda a todas as pessoas naturais;

d) Capacidade processual: ou capacidade para estar em juzo, em alguns casos as partes no tem capacidade processual, para tal necessrio que estejam em pleno gozo de suas faculdades e que necessitam ter a sua capacidade integrada pelos institutos de representao e assistncia.

e) Legitimidade processual: a situao jurdica especifica que liga o sujeito, que tem a condio genrica de capacidade processual, a um dado objeto e/ou a outro determinado. f) Citao: A citao aperfeioa a relao jurdica.

Pressupostos processuais vlidos negativos: (art. 267, VII CPC);Litispendncia: Existncia de lides pendente, anlise das figuras que traduzem identidade de aes: As partes; o pedido (mediato e imediato) e a causa de pedir( remota e prxima). Havendo, pois a (trplice identidade),estaremos diante de aes iguais, devendo sobreviver a que primeiro alcanou a preveno. Conseqncia: aplicao do artigo 267, V CPC.Coisa Julgada: a circunstncia de j ter havido pronunciamento judicial de mrito com trnsito em julgado sobre uma ao idntica, ou seja, no se pode ajuizar novamente uma ao cuja lide j tenha atingido a coisa julgada em momento anterior.

Conveno Arbitral: Somente possvel em sede de direitos patrimoniais e disponveis. Trata-se de negcio jurdico realizado entre as partes que escolherem rbitro para resolver seus conflitos.

Perempo: a perda do direito de ao em virtude do processo, tendo em vista a mesma demanda, ter sido extinta trs vezes pelo mesmo motivo do CPC 267 III.

As conseqncias prticas advindas da classificao dos pressupostos processuais em pressupostos de existncia ou de validade giram em torno da questo da legitimidade das partes para suscitarem a existncia de vcios de nulidade (absoluta ou relativa) ou de inexistncia no processo, em razo da ausncia de quaisquer desses requisitos de admissibilidade do exame do mrito e dos mecanismos de que podem se valer para impugnarem os atos praticados, especialmente a sentena/acrdo que ps termo ao processo, alem da possibilidade de o juiz argir de oficio o vicio do ato que praticou, seja desconstituindo-o , seja declarando-o inexistente.A situao gerada pela ausncia de pressuposto de validade no idntica quela gerada pela ausncia de pressuposto de existncia. Uma fez findo o processo, no primeiro caso (validade) verificar-se- um vcio de nulidade, no outro o vcio ser de inexistncia. Logo, o meio de impugnao cabvel na primeira hiptese ser a ao rescisria e, na segunda, a ao declaratria de inexistncia.

Importante fixar: No se deve confundir a capacidade de ser parte, a capacidade estar em juzo e a legitimao para a causa. A primeira a capacidade genrica

de figurar como parte;a segunda a capacidade de defender direito prprio ou

alheio em juzo;a terceira importa na titularidade ativa ou passiva da ao.

Ausncia dos processos processuais: Dependendo do momento em que descoberto o vicio ou desatendido os pressupostos processuais, pode-se ponderar o remdio jurdico que poder ser utilizado. Assim, enquanto o processo estiver em andamento seja em primeiro ou segundo grau, ser deduzido atravs de simples petio, tendo em vista que o mesmo preclui. Todavia caso o processo j tenha sentena de mrito, com o trnsito em julgado, poder o ser objeto de ao declaratria, nos casos de rescisria, a medida adequada a rescindir sentena proferida em ao atravs de processo que no tenha alcanado os pressupostos de validade, no prazo de 02 anos. Da Capacidade Processual

Autonomia da relao processual: (art. 1 do CC).

Capacidade de exerccio, que se consubstancia na aptido para a prtica de atos decorrentes de capacidade de direito. Ou capacidade de estar em juzo.

Notas: Autor e ru da relao processual podem coincidir com as mesmas partes de uma relao jurdica, contudo tal situao no uma regra absoluta. Nos casos em que o autor da ao no o prprio titular da relao de direito. Exemplos: em que o marido em seu prprio nome, defende bens dotais da mulher ( CC 1916 art.289 III);* embora o CC de 2002 no tenha recepcionado o regime de bens em apreo, ainda possvel a defesa dos regimes anteriores.

O Ministrio Pblico, pode ingressar com ao indenizatria para vtima pobre ou sua famlia(CPP art.68).Dualidade de partes:

A no observncia do referido, implica na pena prescrita no artigo 267,X.

Art.7- Toda pessoa que se acha no exerccio dos seus direitos tem capacidade para estar em juzo.

Notas: Como regra geral, todas as pessoas, sejam fsicas, jurdicas, ou mesmo despersonalizadas, tem capacidade pra ser parte, contudo, tal regra no se aplica a capacidade processual, ou capacidade para estar em juzo.

Nessa esteira, pode-se afirmar que somente os maiores e capazes tem capacidade processual. Isto porque os incapazes, tero que valer-se de mecanismos de representao ou assistncia. Assim, os absolutamente incapazes sero representados, os relativamente assistidos, as pessoas jurdicas representadas por quem o estatuto designar, as pessoas jurdicas de direito pblica, por seus presidente ou procuradores, o esplio pelo inventariante, etc...Segundo as regras do artigo 12 do CPC.

Art. 8- Os incapazes sero representados ou assistidos por seus pais, tutores ou curadores, na forma da lei civil.

Notas: Incumbe ao juiz, de oficio ou o requerimento da parte, examinar se esto regulares a capacidade processual e a representao dos que figuram no processo.

Se houver irregularidade, deve suspender o processo e marcar um prazo razovel, suficiente para que o defeito seja sanado. O artigo revela os institutos da representao e assistncia.

Art.9- O juiz dar curador especial:

Notas: Curador especial, aquele nomeado pelo juiz, para o fim especifico de representar a parte em caso especifico. I- ao incapaz, se no tiver absolutamente e relativamente representante legal, ou se os interesses deste colidirem com os daquele; 1(plo passivo ou ativo).

II- ao ru preso, bem como se o ru aparecer ao revel citado por edital ou com hora certa. 2 (plo passivo).

Pargrafo nico- Nas comarcas onde houver representante judicial de incapazes ou de ausentes, a este competir a funo de curador especial. Art. 10- O cnjuge e pessoas sob o regime de unio estvel, comunho parcial, comunho universal, participao final nos aquestos e separao legal, somente necessitar do consentimento do outro para propor aes que versem sobre direitos reais imobilirios. (Alterado pela L-008. 952-1994).

Notas: Exceo a regra do consentimento prvio, quando o cnjuge pretende desobrigar ou reivindicar imveis que tenham sidos gravados ou alienados sem seu consentimento ou sem suprimento judicial( art. 1642,III CC), bem como reivindicar bens comuns doados ou transferidos pelo outro cnjuge ao concubina.

Distino entre Direito Real e Pessoal

O direito pessoal declina relao jurdica que vincula duas ou mais pessoas. Os direitos reais, que tm sua maior expresso no direito de propriedade, incidem diretamente sobre a coisa. Ambos com contedo patrimonial.

Nos termos do disposto no artigo 1225 do CC. So direitos reais: a propriedade a superfcie; as servides; o usufruto;o uso; a habitao; o direito do promitente comprador do imvel;o penhor; a hipoteca; a anticrese; a concesso de uso especial para fins de moradia; (Acrescentado pela Lei-011.481-2007) a concesso de direito real de uso.1- Ambos os cnjuges sero necessariamente citados para as aes: (Alterado pela L-008. 952-1994). I- que versem sobre direitos reais imobilirios;

II- resultantes de fatos que digam respeito a ambos os cnjuges ou de atos praticados por eles;

III- fundadas em dividas contradas pelo marido a bem da famlia, mas cuja execuo tenha de recair sobre o produto do trabalho da mulher ou os seus bens reservados;

IV- que tenham por objeto o reconhecimento, a constituio, ou a extino de nus sobre imveis de um ou de ambos os cnjuges. 2. Nas aes possessrias, a participao do cnjuge do autor ou do ru somente indispensvel nos casos de composse ou de ato por ambos praticados.

(Acrescentado pela L-008. 952-1994).

Art.11- A autorizao do marido e a outorga da mulher podem suprir-se judicialmente, quando um cnjuge a recuse ao outro sem justo motivo, ou lhe seja impossvel d-la. Pargrafo nico- A falta, no suprida pelo juiz, da autorizao ou da outorga, quando necessria, invalida o processo.

Notas: No caso em apreo, o termo sem justo motivo, deixa a cargo do juiz analisar o caso concreto.

Tambm, haver suprimento judicial quando for impossvel a u cnjuge d-lo ao outro em virtude de desaparecimento ou incapacidade.

O suprimento judicial ser obtido em processo de jurisdio voluntria.

A ausncia de autorizao implica falta de pressuposto processual de validade do processo, que pode ser argida a qualquer tempo e deve ser conhecida pelo juiz de oficio.

Art. 12- Sero representados em juzo, ativa e passivamente:

I- a Unio, os Estados, o Distrito Federal e os Territrios, por seus procuradores;

II- o Municpio, por seu prefeito ou procurador;

III- a massa falida, pelo sindico;

IV- a herana jacente ou vacante, por seu curador;

V- o esplio, pelo seu inventariante;

VI- as pessoas jurdicas, por quem os respectivos estatutos designarem, ou no os designando, por seus diretores;

VII- as sociedades sem personalidade jurdica, pela pessoa a quem couber a administrao de seus bens; VIII- a pessoa jurdica estrangeira, pelo gerente, representante ou administrador de sua filial, agncia ou sucursal aberta ou instalada no Brasil (Art.88, pargrafo nico);IX- o condomnio, pelo administrador ou pelo sindico.

1- Quando o inventariante for dativo, todos os herdeiros e sucessores do falecido sero autores ou rus nas aes em que o esplio for parte.

2 - As sociedades sem personalidade jurdica, quando demandadas, no podero opor a irregularidade de sua constituio. 3- O gerente da filial ou agncia presume-se autorizado, pela pessoa jurdica estrangeira, a receber citao inicial para o processo de conhecimento, de execuo, cautelar e especial.

Art. 13- Verificando a incapacidade processual ou a irregularidade da representao das partes, o juiz, suspendendo o processo, marcar prazo razovel para ser sanado o defeito. No sendo cumprido o despacho do prazo, se a providencia couber:

I- ao autor, o juiz decretar a nulidade do processo;II- ao ru, reputar-se- revel;

III- ao terceiro, ser excludo do processo.

CAPACIDADE POSTULATRIA

(arts. 36-40)Dos Procuradores

Notas: Alm da capacidade de ser parte e da capacidade de estar em juzo, algum, para propor ao ou contestar, precisa estar em juzo representado por advogado legalmente habilitado. Isto que se chama capacidade postulatria, ou seja, a capacidade de pleitear corretamente perante o juiz.

A garantia vem traduzida o artigo 133 do CF, que preconiza o advogado com figura essencial administrao da justia.

Art. 36 A parte ser representada em juzo por advogado legalmente habilitado. Ser-lhe- lcito, no entanto, postular em causa prpria, quando tiver habilitao legal, ou, no a tendo, no caso de falta de advogado no lugar ou recusa ou impedimentos dos que houver.

Notas: Capacidade postulatria.

Art. 37 Sem instrumento de mandato, o advogado no ser admitido a procurar em juzo. Poder, todavia, em nome da parte, intentar ao, a fim de evitar decadncia ou prescrio, bem como intervir, no processo, para praticar atos reputados urgentes. Nestes casos, o advogado se obrigar, independentemente de cauo, a exibir o instrumento de mandato no prazo de 15 (quinze) dias, prorrogvel at outros 15 (quinze), por despacho do juiz.

Notas: A procurao , portanto, o instrumento que revela a representao em juzo, pode ser outorgada por instrumento pblico ou particular. Desde que conste a clusula ad judicia,o advogado esta habilitado a praticar todos os atos do processo, salvo receber a citao inicial, confessar, reconhecer a procedncia do pedido, transigir, desistir, renunciar ao direito sobre o qual se funda a ao, receber, dar quitao, firma compromisso e substabelecer. Pargrafo nico- Os atos, no ratificados no prazo, sero havidos por inexistentes, respondendo o advogado por despesas e perdas e danos.

Notas: A anlise da representao e capacidade processual das partes ou procuradores, poder ser analisadas pelo juiz de oficio ou a requerimento das partes, em caso de irregularidade o processo ser suspenso com determinao de prazo para a regularizao.

Levando-se em considerao a omisso seja do autor ou ru, variadas so as conseqncias, se for do autor, a conseqncia a extino do processo sem julgamento do mrito,quando for o ru, o juiz reput-lo; a revel. E quando for de terceiro, o juiz determinar sua excluso.

A capacidade como a representao so pressupostos processuais, e a irregularidade no sanada implicar a extino com fundamento no 267 IV, do CPC.

Art. 38- A procurao geral para o foro, conferida por instrumento pblico, ou particular ou assinado pela parte, habilita o advogado a praticar todos os atos do processo, salvo para receber citao inicial, confessar, reconhecer a procedncia do pedido, transigir,desistir,renunciar ao direito sobre que se funda a ao, receber, dar quitao e firmar compromisso. (Alterado pela L- 008.952-1994);

Notas: possvel a dispensa de procurao, no cumprimento de execuo, ou seja, para fazer o pagamento, purgar a mora. A defensoria pblica tambm dispensada de apresentar procurao, tendo em vista, trata-se de entidade de direito pblico, incumbida da prestao de assistncia. O jus postulandi se v presente ainda no Habeas Corpus e nos juizados especiais cveis.

(casos excepcionais)

Pargrafo nico- A procurao pode ser assinada digitalmente com base em certificado emitido por Autoridade Certificadora credenciada, na forma da lei especfica. (Alterado pela L- 011.419-2006).

Art. 39 Compete ao advogado, ou parte quando postular em causa prpria:

I- declarar, na petio inicial ou na contestao, o endereo que receber intimao;

II- comunicar ao escrivo do processo qualquer mudana de endereo.

Pargrafo nico- Se o advogado no cumprir o disposto no n I deste artigo, o juiz, antes de determinar a citao do ru, mandar que se supra a omisso no prazo de 48 ( quarenta e oito)horas, sob pena de indeferimento da petio; se infringir o previsto no n II, reputar-se-o vlidas as intimaes enviadas, em carta registrada, para o endereo constante dos autos. Art. 40- O advogado tem direito de:

I- examinar, em cartrio de justia e secretaria de tribunal, autos de qualquer processo, salvo o disposto no Art. 155;

II- requerer, como procurador, vista dos autos de qualquer processo pelo prazo de 5 (cinco)dias;

III- retirar os autos do cartrio ou secretaria, pelo prazo legal, sempre que lhe competir falar neles por determinao do juiz, nos casos previstos em lei.

1 - Ao receber os autos, o advogado assinar carga no livro competente.

2- Sendo comum s partes o prazo, s em conjunto ou mediante prvio ajuste por petio nos autos podero os seus procuradores retirar os autos.

DOS DEVERES DAS PARTES E SEUS PROCURADORES: ( CPC 14-18)

Art. 14- So deveres das partes e de todos aqueles que de qualquer forma participam do processo: (Alterado pela L- 010.358-2001).

I- expor os fatos em juzo conforme a verdade;

II- proceder com lealdade e boa-f;

III- no formular pretenses, nem alegar defesa, cientes de que so destitudas de fundamento;

IV- no produzir provas, nem praticar atos inteis ou desnecessrios declarao ou defesa do direito.

Notas: O artigo em apreo encerra a concluso de que incumbe a todos os litigantes o dever bsico de colaborar com a administrao da justia, fazendo valer as suas razes, sem o emprego de meios vedados pela lei. O rol do presente artigo consagra o principio da lealdade processual. Da Substituio das Partes e dos ProcuradoresArt. 41. S permitida, no curso do processo, a substituio voluntria das partes nos casos expressos em lei.

Notas: A norma em comento cuida, da substituio de partes, ou seja, quando um litigante sai do processo, e outro entre em seu lugar, evidente pois que no se trata da substituio processual,quando a lei autoriza que algum v a juzo, em nome prprio postular ou defender direito alheio).

Art. 42- A alienao da coisa ou do direito litigioso, a ttulo particular, por ato entre vivos, no altera a legitimidade das partes.

1- O adquirente ou o cessionrio no poder ingressar em juzo, substituindo o alienante, ou o cedente, sem que o consinta a parte contrria.

2 - O adquirente ou o cessionrio poder, no entanto, intervir no processo, assistindo o alienante ou o cedente. 3 - A sentena proferida entre as partes originrias, estende os seus efeitos ao adquirente ou ao cessionrio.

Art. 43 Ocorrendo a morte de qualquer das partes, dar-se- substituio pelo seu esplio ou pelos seus sucessores, observado o disposto no Art. 265.

Art. 44- A parte, que revogar o mandato outorgado ao seu advogado, no mesmo ato constituir outro que assuma o patrocnio da causa.

Notas: Caso a parte desconstitua um advogado, sem constituir outro, teremos a ocorrncia da capacidade postulatria, se a desconstituio partiu do autor, segundo Arruda Alvim ( Tratado, cit, v2. p.775), o processo no poder seguir, situao que ensejara a intimao para prosseguimento, sob pena de aplicao do disposto no artigo 267, III do CPC, se a desconstituio partiu do ru, o processo seguir com os nus e conseqncias naturais. Art. 45- O advogado poder, a qualquer tempo, renunciar ao mandato, provando que cientificou o mandante a fim de que este nomeie substituto. Durante os 10 ( dez) dias seguintes, o advogado continuar a representar o mandante, desde que necessrio para lhe evitar prejuzo. (Alterado pela L-008.952-1194).

DO LITISCONSRCIO

(Arts. 46 a 49)

... Podem, assim, estar litigando conjuntamente vrios autores contra um ru, ou um autor contra vrios rus, ou ainda vrios autores contra vrios rus. Essa pluralidade de partes denomina-se litisconsrcio. (Direito Processual Civil Brasileiro autor Vicente Grecco Filho, editora Saraiva, 19 edio revista e atualizada, ano 2006).

um fenmeno que ocorre quando duas ou mais pessoas figuram como autoras ou rs no processo. Se forem autoras, o litisconsrcio ser ativo;se rs, passivo; se ambas bilateral ou misto. (Novo Curso de Direito Processual Civil, autor Marcus Vinicius Rios Gonalves, editora Saraiva, 4 edio revista e atualizada, ano 2007). Razes da admisso: Economia processual e harmonia dos julgados.

O litisconsrcio pode ser classificado:

Quanto ao momento de sua formao:

Originrio/inicial: constitudo na propositura da ao;

Ulterior: quando formado depois da propositura da ao;

Quanto obrigatoriedade de sua formao:

Facultativo: quando a lei defere liberdade para o autor ou ru form-lo ou no;Necessrio: quando se torna imperiosa a sua formao. O autor obrigado a demandar

Contra todos que sejam litisconsortes, ou ru contra todos os autores.

Quanto alcance extenso da sentena:

Unitrio: quando a sentena tiver de ser decidida de forma idntica para todos quantos figurem em um mesmo plo da relao jurdica processual;

Simples: quando a referida identidade no precisa necessariamente ocorrer nem sob o ponto de vista material nem sob o ponto de vista processual;

Quanto posio do plo dos litisconsortes:

Ativo: pluralidade de autores;

Passivo: pluralidade de rus;

Misto: pluralidade de autores e rus.

Do Litisconsrcio

Art. 46 Duas ou mais pessoas podem litigar, no mesmo processo, em conjunto, ativa ou passivamente, quando:

Notas; Importante observar que a norma em comento, fala em podem litigar, evidenciando, portanto, o litisconsrcio facultativo, ou seja, quando h opo em form-lo ou no. Via de regra, a deciso do autor, contudo poder ocorrer por iniciativa do ru, nos caso de denunciao a lide, chamamento ao processo, fiana, etc...Poder ser unitrio, quando ocorrer uma das formas de legitimao extraordinria, exemplo j citado do condmino, que pode ingressar com ao buscando defender o todo. Poder ainda ser Simples, sendo este o mais comum.

I- entre elas houver comunho de direitos ou de obrigaes relativamente lide;

Analisado sob a tica do direito material, que vai declinar a existncia ou no de comunho de direitos e obrigaes. Exemplos: Composse, sociedade, civil, condomnio, solidariedade, etc.II- os direitos ou as obrigaes derivarem do mesmo fundamento de fato ou de direito;

Exemplo o caso em que um mesmo acidente de carro (fato) permita que os prejudicados pelo acidente proponham em conjunto ao de reparao de dano causado por acidente de veculo neste caso ser litisconsrcio facultativo simples. III- entre as causas houver conexo pelo objeto ou pela causa de pedir;

Comunho de objeto ou causa de pedir entre as aes.

IV- ocorrer afinidade de questes por um ponto comum de fato ou de direito.

Pargrafo nico O juiz poder limitar o litisconsrcio facultativo quanto ao nmero de litigantes, quando este comprometer a rpida soluo do litgio ou dificultar a defesa. O pedido de limitao interrompe o prazo para resposta, que recomea da intimao da deciso. (Acrescentado pela L-008.952-1194). Notas: Quanto limitao do nmero de litigantes, vale ressaltar, que a legislao no estabelece nmero mximo, de forma que caber ao magistrado, levando em considerao o caso concreto limitar a quantidade. A alterao traduzida pela L- 8.952/94 que possibilitou a reduo do nmero de litigantes, ocorre justamente para reafirmar a razo da admisso do litisconsrcio, ou seja, celeridade e economia, haja vista que o nmero excessivo de litigantes pode ter efeito contrrio ao pretendido pelo legislador.

Cumpre evidenciar ainda, que a limitao poder ser operada de oficio pelo juiz, ou a requerimento do ru, sempre observando o principio do contraditrio.

Art. 47 H litisconsrcio necessrio, quando, por disposio de lei ou pela natureza da relao jurdica, o juiz tiver de decidir a lide de modo uniforme para todas as partes; caso em que a eficcia da sentena depender da citao de todos os litisconsortes no processo. Embora o legislador tenha afirmado que todo litisconsrcio necessrio unitrio, o fato que tal relao no traduz a realidade, visto que h caso em que, mesmo havendo litisconsrcio indispensvel, o resultado no uniforme.

Efeito

Pargrafo nico O juiz ordenar ao autor que promova a citao de todos os litisconsortes necessrios, dentro do prazo que assinar, sob pena de declarar extinto o processo.

A regra expressa, que a no formao do litisconsrcio, onde este deveria ocorrer, incide na espcie de falta de pressuposto processual de existncia, j que no houve citao dos demais rus, devendo portanto o processo ser extinto de oficio, sem resoluo de mrito. H, pois duas razes que fazem um litisconsrcio necessrio: ou existe lei determinando a sua formao, caso em que ele poder ser simples ou unitrio, conforme a relao jurdica seja ou no uma e incindvel, exemplos artigo 6 da Lei 4.717/65 (Ao popular), artigos 942 e 942 do CPC (litisconsrcios necessrios por fora de lei, que no ser obrigatoriamente unitrio. Ou no h lei impondo a sua formao, mas h unitariedade de lide, pois a relao una e indivisvel, com mais de um titular. Nessa segunda hiptese, o litisconsrcio, alem de necessrio, ser inexoravelmente unitrio.

Litisconsrcio unitrio: aquele em que a soluo do litgio dever ser igual para todos. Via de regra, ele ser necessrio, pois existe relao uma e incindvel entre vrios titulares, que obrigatoriamente devem participar do processo. Poder ser tambm unitrio, o litisconsrcio facultativo, quando apesar de uma e incindvel, puder ser postulada ou defendida em juzo por apenas um, exemplo da legitimao extraordinria do condmino que pode defender a coisa toda.

Exemplo: Ao de anulao de casamento promovida pelo MP, Anulao de contrato proposta contra todos os contratantes;Litisconsrcio simples: aquele em que, ao proferir o julgamento, no est o juiz obrigado a decidir de maneira uniforme para todos. Nas demandas em que ele se forma o objeto no constitudo por uma nica relao jurdica incindvel, mas por varias relaes jurdicas ou por uma relao cindvel. Exemplo em que vitima de acidente de trnsito, ingressa com ao contra o condutor e proprietrio do veiculo, onde a ao poder ser procedente contra o condutor e improcedente contra o proprietrio que poder alegar que j vendeu o referido bem . Litisconsrcio necessrio, que nem sempre ser unitrio, ocorrer em razo de determinao judicial, exemplo do artigo 942, relativo usucapio, que determina a citao do proprietrio do imvel, bem como dos lindeiros, ou ainda o artigo 10 do CPC, que determina a citao de ambos os cnjuges nas aes que versem sobre direito real imobilirio. O litisconsrcio necessrio por fora de lei poder ser unitrio ou simples, pois haver hiptese em que os efeitos do julgamento sero os mesmos a todos indistintamente (caso de dissoluo de sociedade, dissolve para todos), casos outros, como a usucapio, no importara em sentena igual para todos, pois poder ser acolhida face alguns confrontantes e contra outros no. Poder ainda ocorrer em razo da natureza da relao jurdica, nesse caso ser necessrio analisar a natureza da relao discutida judicialmente, como exemplos podemos citar, a ocorrncia de ao de nulidade de casamento, ao visando anulao de contrato em que figuram vrios contratantes. Pode-se afirmar assim que ocorrendo o litisconsrcio em razo da relao jurdica, o mesmo ser unitrio.

Art. 48 Salvo disposio em contrario, os litisconsortes sero considerados, em suas relaes com a parte adversa, como litigantes distintos; os atos e as omisses de um no prejudicaro nem beneficiaro os outros.

Notas: Segundo a doutrina, a regra deste artigo somente poder ser operada nos casos de litisconsrcio simples (necessrio ou facultativo), pois no se exige deciso nica em seus efeitos para todas as partes. Destarte, se apenas um no recorrer somente este ser considerado revel, (com as excees prprias), visto que se a alegao for de matria comum, beneficiar inclusive as duas partes, inclusive o revel. De igual forma os atos de disposio de direito praticados por um litisconsorte opera validade somente com relao a este, no atingindo os demais. Temos, portanto o regime da autonomia.

Quando o caso for de litisconsrcio unitrio, onde a sentena deve ser igual para todos, prevalece o regime de interdependncia, visto que os atos benficos so aproveitados por todos, o que no ocorre com os atos prejudiciais, como aquele que importam em renuncia de direito. (art. 509 do CPC).

Art.49 Cada litisconsorte tem o direito de promover o andamento do processo e todos devem ser intimados dos respectivos atos.

Exemplos: Condomnio:Um imvel com trs proprietrios. A relao uma e incindvel, sendo de observar que, na verdade, cada qual dos titulares proprietrio de uma frao ideal, e no do todo.

Como cada qual s tem uma parte, para reivindicar a coisa total em juzo seria preciso que todos os condminos fossem a juzo. Estaramos diante de um litisconsrcio unitrio e necessrio.

Contudo, existe lei permitindo que a coisa seja inteiramente reivindicada por apenas um deles (CC 1314).Se apenas um for a juzo, a sentena, atingir a todos, e aqueles no figurarem no plo ativo podero requerer o seu ingresso, na qualidade de assistentes litisconsorciais. No entanto, se os condminos optarem por ir juntos, formaro no plo ativo um litisconsrcio facultativo unitrios, pois apesar da lide ser incindvel, e ter mais de um titular a lei autorizou que ela fosse postulada ou defendida em juzo por apenas um. Se os condminos ingressarem juntos estar formado o litisconsrcio facultativos unitrios.

Exemplo: Ao de obrigao de fazer

Imagine-se um nico contrato de compromisso de compra e venda, onde a empresa A obriga-se a construir um imvel aos compromitentes compradores, que so 03(trs).

Caso de litisconsrcio ativo necessrio unitrio, decorrente da natureza da relao jurdica. Exemplo: Imagine-se trs contratos de obrigao de fazer, firmados, por empresa A, obrigando-se a construir para cada contratante um imvel.

Se os trs contratantes resolvem ingressar com uma s ao, contra a empresa A, visando o cumprimento do contrato r indenizao por danos morais, teremos caso de litisconsrcio facultativo ativo simples.

AGRAVO DO ARTIGO 557. DECISAO QUE D PROVIMENTO AO RECURSO QUE VERSAVA APENAS SOBRE LEGITIMIDADE ATIVA EM ACO DE INDENIZACO DECORRENTE DE MORTE. POSSIBILIDADE. RECURSO DO 1 DO ART.557 DO CPC. ALEGAES QUE EXTRAPOLAM OS LIMITES DO RECURSO. NO APRECIAO. LEGITIMIDADE ATIVA EM AO DE INDENIZAO DECORRENTE DE MORTE QUE NO SE LIMITA A HERDEIROS NECESSRIOS. POSSIBILIDADE DE AJUIZAMENTO POR PAIS OU IRMOS. AUSNCIA DE LITISCONSORCIO ATIVO NECESSRIO . Em aes de reparao de danos morais o direito material discutido, pode ser cindido, possibilitando, portanto, o ajuizamento da ao at mesmo individualmente em decorrncia da morte de irmo, sem a necessidade de incluir no plo ativo a esposa ou filhos do de cujus que, posteriormente, podem ou no entenderem pela configurao de dano moral e, conseqentemente, demandar ou no contra a parte imputada como responsvel pelo evento danoso. Assim sendo, no de

se dizer que nestes casos ocorra a figura jurdica do litisconsrcio ativo e necessrio.

( TJMG;AGRG 1.0024.07.581908-6/0021; Belo Horizonte; Dcima Oitava Cmara Cvel; Rel. Ds. Unias Silva; Julg. 19/08/2008; DJEMG 05/09/2008). PROCESSUAL CIVIL, ADMINISTRATIVO E MILITAR. PENSO POR MORTE. COMPANHEIRA. UNO ESTVEL. LITISCONSRCIO PASSIVO NECESSRIO . CITAO. INEXISTNCIA. NULIDADE DO PROCESSO. ART. 47/CPC. VIOLAO. PRECEDENTES. A composio de litisconsrcio necessrio, na espcie, de rigor, uma vez que o deslinde da questo, na hiptese de acolhimento da postulao, importa em onerao das demais pensionistas. Sendo imprescindvel a citao daquelas, e considerando que as mesmas, em nenhum momento durante o iter processual, foram instaladas a se manifestar, e que sua interveno, somente neste momento, no rgo ad quem, importaria em supresso de instncia com malferimento ao princpio constitucional que assegura o duplo grau de jurisdio, impe-se, in casu, a anulao do decisum a quo.- A citao do litisconsorte passivo necessrio para integrar a lide, propiciando-lhe a defesa de seus interesses, providncia que se amolda com perfeio aos princpios constitucionais da ampla defesa e do contraditrio. A no observncia do procedimento vicio insanvel que acarreta a nulidade do processo desde o seu inicio. (TRF2, AC 20000201040016-0-RJ, DJ01/03/06).Inobservncia do art. 47, do Digesto Processual Civil. - Precedentes citados. - Sentena anulada. Remessa necessria provida. (TRF 2 R; REO-AC 2005.51.02.002832-1; Oitava Turma Especializada; Rel. Ds. Fed. Poul Erik Dyrlund; Julg. 26/08/2008; DJU 03/09/08; Pg. 420). CANCELAMENTO DE PROTESTO C/C INDENIZAO. LITISCONSRCIO NECESSRIO ENTRE A SACADORA E O CREDOR ENDOSSATRIO. necessrio o litisconsrcio na ao em que se pretende o cancelamento do ttulo de crdito, devendo figurar no plo passivo da ao tanto o sacador da duplicata quanto o credor endossatrio. (TJMG;APVC 1.0245.02.016718-6/0011; Santa Luzia; Dcima Quinta Cmara Cvel; Rel. Ds. Jos Affonso da Costa Crtes; Julg. 14/08/2008; DJEMG 03/09/2008).

IMISSO DE POSSE. ACO AJUIZADA POR ADQUIRINTES DE IMVEL ADJUDICADO POR CREDOR EM EXECUO PROPOSTA CONTRA O RU, O QUAL PERNAMECE NO BEM. TRANSEFNCIA D