Apostila Trigonometria Exercícios Resolvidos

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Joo Batista

Revises deRevises de TrigonometriaTrigonometriaNovembro de 2000No tenho aqui espao suficiente para dar a explicao completa.Pierre de Fermat (1601-1665), matemtico francsREVISES DE TRIGONOMETRIA Joo Batista ndice PREMBULO........................................................................................................................................................41. NGULOS...........................................................................................................................................................51.1. ngulo trigonomtrico.................................................................................................................................51.2. Classificao de ngulos..............................................................................................................................61.3. Arcos de circunferncia................................................................................................................................72. TRINGULOS....................................................................................................................................................82.1. Semelhana de tringulos.............................................................................................................................82.2. Classificao de tringulos...........................................................................................................................93. TRIGONOMETRIA E RELAES TRIGONOMTRICAS....................................................................103.1. Teorema de Pitgoras.................................................................................................................................103.2. Relaes trigonomtricas de ngulos.........................................................................................................113.3. Frmula fundamental da trigonometria......................................................................................................123.4. Um problema de trigonometria..................................................................................................................134. SENO, COSENO E TANGENTE COMO FUNES REAIS DE VARIVEL REAL().........................155. PROPRIEDADES IMPORTANTES DAS FUNES TRIGONOMTRICAS.......................................175.1. Valores das funes trigonomtricas para alguns ngulos-chave..............................................................175.2. Paridade das funes trigonomtricas........................................................................................................185.3. Sinal das funes trigonomtricas..............................................................................................................185.4. Monotonia das funes trigonomtricas.....................................................................................................195.5. Reduo ao primeiro quadrante..................................................................................................................225.6. Periodicidade das funes trigonomtricas................................................................................................235.7. Resumo das propriedades das principais funes trigonomtricas............................................................246. RELAES IMPORTANTES DE FUNES TRIGONOMTRICAS...................................................276.1. Frmulas de adio e subtraco................................................................................................................276.2. Frmulas de duplicao..............................................................................................................................286.3. Frmulas de bisseco................................................................................................................................286.4. Frmulas de transformao........................................................................................................................287. FUNES TRIGONOMTRICAS INVERSAS..........................................................................................317.1. Arco seno: arcsen(a)...................................................................................................................................317.2. Arco coseno: arccos(a)...............................................................................................................................327.3. Arco tangente: arctg(a)...............................................................................................................................327.4. Arco co-tangente: arccotg(a)......................................................................................................................327.5. Resumo: domnio e contradomnio das funes trigonomtricas inversas................................................328. RESOLUO DE ALGUMAS EQUAES TRIGONOMTRICAS......................................................338.1. Resoluo de equaes de funes trigonomtricas do tipo f(x) = y.........................................................338.2. Exemplo......................................................................................................................................................348.3. Funes trigonomtricas inversas..............................................................................................................349. DERIVADAS DE FUNES CIRCULARES E RESPECTIVAS INVERSAS.........................................359.1. Estudo do ...................................................................................................................................................359.2. Derivadas de funes trigonomtricas.......................................................................................................369.3. Derivadas de funes trigonomtricas inversas.........................................................................................379.4. Resumo das derivadas de funes trigonomtricas e trigonomtricas inversas.........................................3810. EXERCCIOS RESOLVIDOS......................................................................................................................39 BIBLIOGRAFIA..................................................................................................................................................423REVISES DE TRIGONOMETRIA Joo Batista PrembuloEste texto resume os assuntos respeitantes a trigonometria e geometria do plano leccionada no ensino pblico secundrio, do 9 ao 12 ano. Como tal, no se discutem neste texto funes trigonomtricas hiperblicas seno hiperblico, coseno hiperblico, etc. que so abordadas em contextos adequados, mais especificamente aonvel decursos superiores deMatemticaeFsica. Pressupe-sequeoleitor possui jconhecimentos razoveis sobre as matrias abordadas. Para um maior aprofundamento, recomenda-se a consulta de livros de texto aprovados e usados nas escolas, tais como os indicados na bibliografia.Estaumasegundaversodotextooriginal,datadodeSetembrode1997.Foramfeitasrevisese acrscimos relativamente primeira verso essencialmente, esta reviso consistiu numa profunda remodelao do aspecto visual. Foi includo um captulo com alguns exerccios resolvidos, no final, dos quais se recomenda umareflexo adequada compreensodos passos envolvidos. desejvel queoleitor tenteresolver os exercciosantes deler aresoluopossvelapresentada(porqueemgeral, comoem muitasoutras coisasna Matemtica, existehabitualmentemaisqueumaresoluo). Defacto, identificarmaisqueumaresoluo, e comparar as vrias possveis, pode revelar-se til no desenvolvimento de tcnicas de soluo de problemas.Alguns pargrafos so de leitura opcional em virtude da sua utilizao pouco frequente na maior parte das aplicaes em Trigonometria, e foram introduzidos apenas com o intuito de providenciar uma reviso dos conceitos neles abordados.Assim, os seguintes pargrafos podero ser ignorados sem grande prejuzo para a reviso de conhecimentos fundamentais:1.2.b. Classificao de ngulos quanto ao posicionamento (relativamente a outros ngulos)1.3. Arcos de circunferncia2.1. Semelhana de tringulosDeclaraoEstetextododomniopblico, epodeserdistribudolivrementedesdequeasseguintescondiessejam respeitadas:1. O meu nome e elementos de contacto no podero ser removidos, substitudos, alterados, ou de outro modo deliberada ou acidentalmente omitidos por terceiros ao divulgar, modificar ou corrigir este texto.2. Eventuais correces a este texto por parte de terceiros devero ser devidamente assinaladas pelos respectivos autores. A eles cabe acrescentar numa pgina nova no texto, que em momento algum poder ser omitida, o(s) seu(s) nome(s), pelo menos um contacto, a data, e onde foi feita a correco.3. Nenhuma compensao, monetria, em gneros, ou qualquer outra, poder ser obtida a partir da divulgao deste texto, salvo para cobrir as despesas necessrias cpia e distribuio do texto (e.g. fotocpias, suporte informtico como disquetes , ou outro meio que sirva para armazenar e permitir a leitura deste texto).Consciente de que estas condies so razoveis, espero que sejam respeitadas integralmente. O conhecimento um patrimnio que no tem dono e como tal deve ser divulgado sem restries.Joo Miguel Nobre BatistaSetbal, Novembro de 2000Como contactar o autorPode contactar o autor deste texto pelo endereo, telefone, endereo de correio electrnico ou pgina de Internet seguintes:Joo Miguel Nobre BatistaAvenida Lusa Tdi, 110, 2Esq.2900-450 SetbalTel. 265 228 384/91 427 0853email: [email protected]: www.geocities.com/jmnbpt4REVISES DE TRIGONOMETRIA Joo Batista 1. ngulosOs ngulos de que se fala dizem respeito a ngulos no plano. (Existe os chamadosngulos slidos, definidos no espao, mas esto fora do mbito desta Reviso.)Assim, temos que o ngulo ao centro definido pela duas semi-rectas da figura 1. Este o ngulo mais pequeno definido pelas duas semi-rectas (repare que tm a mesma origem, o vrtice no centro da figura). Outro ngulo definido pelas semi-rectas o ngulo , que de abertura visivelmente maior que o ngulo . Por definio, uma volta completa no plano define o ngulo de 360, isto ,+ = 360 .No plano, o sentido positivo atribudo aos ngulos contrrio ao dos ponteiros do relgio. Na figura 2 est indicado o sentido de crescimento de um ngulo. O ngulo aumenta se a abertura aumentar no sentido indicado pela seta. O sentido negativo definido pela semi-recta OA movendo-se no sentido horrio.Emtrigonometria, especialmente quandose usam funes trigonomtricas, definidas mais adiante, costume usar outra unidade para os ngulos em vez da indicada: o radiano. definido de tal forma que um ngulo de radianos igual a 180: radianos = 180,em que o nmero irracional =3,1415927..., definido pelo quociente entre o permetro de uma circunferncia e o seu dimetro. usual no indicar a unidade radianos quando nos referimos a um ngulo nestas unidades, quando no h perigo de confuso. Assim teremos, por exemplo, que = /4 = 45. Para ngulos em unidades de grau de arco, necessrio indicar o smbolo " " para distinguir da unidade radiano. H mais outra unidade de ngulo no plano, o grado, definida tal que 90 = 100 grados, mas menos utilizada que qualquer das anteriores.1.1. ngulo trigonomtricoUm ngulo pode ter o valor real que se desejar. No entanto, a semi-recta que d o ngulo (com outra semi-recta, fixa, dereferncia)completaumavoltaaps360, duasvoltasaps720, etc., ouumavoltano sentidocontrrio, enessecasodiz-sequedescreveuumngulode360. Omenorngulo descritopela semi-recta o ngulo trigonomtrico, e para o ngulo descrito pela semi-recta tem-se:= + k 360, (1.1)em que k um nmero inteiro. O ngulo o de maior interesse em trigonometria, em particular no que toca s funes trigonomtricas, abordadas posteriormente. Por exemplo, se x = + m 360 e y = + n 360 (m e nnmeros inteiros), para igualar os ngulosxe y necessrio que m=0 e n=0 (por exemplo), uma condio trivial.Arazoparaaexistnciadestaperiodicidadeparangulosprende-secomocarcter dasfunes trigonomtricas, o qual ser discutido adiante. No entanto, necessrio definir univocamente a aplicao que d o ngulo definido por duas rectas que se intersectam. Portanto, e para esse efeito, medem-se os ngulos num domnio que vai de 0 a 360 (ou, o que equivalente, de 0 a 2 radianos), para que no haja lugar para dvidas; no caso de um ngulo no plano, ser de 0 a 180, visto que para ngulos entre 180 e 360 j haver outro ngulo mais pequeno definido pelas duas rectas dadas e que ser inferior a 180.5Figura 1. ngulo . Figura 2. O ngulo definido no sentido horrio. vrticeAOREVISES DE TRIGONOMETRIA Joo Batista 1.2. Classificao de ngulos1.2.a. quanto abertura1) ngulo nulo: = 0 figura 3.a.2) ngulo agudo: 0 < < 90 figura 3.b.Reparar que um ngulo agudo toma sempre um valor entre 0 e 90, nunca tomando qualquer destes valores. Exemplos: = 30 , = 75,4 , = 89,99 (nunca igual a 90 ou 0 !).3) ngulo recto: = 90 figura 3.c.4) ngulo obtuso: 90 < < 180 figura 3.d.Novamente,o ngulo obtuso apenas toma os valores intermdios,nunca os dos extremos que o define.5) ngulo raso: = 180 figura 3.e.6) ngulo giro: = 360 figura 3.f.Quando se chega a um ngulo 360, j se descreveu uma volta completa no plano pelo que a abertura definida por um ngulo giro (de 360) a mesma que definida pelo ngulo raso. Na verdade, e por essa razo, muitos autores identificam o ngulo de 0 (ou 360, o que equivalente como acabmos de ver) como ngulo raso ou giro. Para ngulos superiores a 360, voltamos novamente ao princpio da a definio peridica para o ngulo dada pela expresso (1.1). Assim sendo, um ngulo de 390 ser equivalente a outro de 30:390 = 30 + 1 360 .6Figura 3.d. ngulo obtuso. Figura 3.e. ngulo raso. Figura 3.f. ngulo giro.(90 < < 180) (= 180) (= 360) Figura 3.a. ngulo nulo. Figura 3.b. ngulo agudo. Figura 3.c. ngulo recto.(= 0) (0 < < 90) (= 90)Figura 3.g. ngulos complementares. Figura 3.h. ngulos suplementares.Figura 3.i. ngulos vertic. opostos.(+ = 180) (+ = 90) (+ + + = 360) REVISES DE TRIGONOMETRIA Joo Batista 1.2.b. quanto ao posicionamento (relativamente a outros ngulos)1) ngulos complementares: + = 180 figura 3.g.Diz-se que e socomplementares, ou que complementar de , e vice-versa. Naturalmente, 0 < < 180, e tambm (com + = 180)!2) ngulos suplementares: + = 90 figura 3.h.Diz-se que e so suplementares, ou que suplementar de , e vice-versa. Naturalmente, 0 < < 90, e tambm (com + = 90)!3) ngulos verticalmente opostos: + + + = 360 figura 3.i.Os ngulos e dizem-se verticalmente opostos. Temos que = , e tambm = , que tambm so verticalmente opostos.1.3. Arcos de circunfernciaUm arco de circunferncia definido de uma maneira semelhante que foi feita para um ngulo no plano. Desta feita, define-se um arco sobre uma circunferncia.Sobreumacircunferncia, umpontopode-semover emdoissentidos. Osentidopositivoparaos ngulos , por conveno, anti-horrio, e o negativo osentidohorrio.Dessa forma,quandoum ponto da circunferncia se desloca sobre ela do ponto A para B, diz-se que esse ponto da circunferncia descreveu o arco AB.7REVISES DE TRIGONOMETRIA Joo Batista 2. TringulosSo figuras geomtricas definidas numa superfcie plana, constitudas portrssegmentosderectacujasextremidadesseunem. Sejamentotrs segmentos de recta, de comprimentos x, y e z. Quando unidas as extremidades, definem ngulos internos , e . Seja o ngulo mais pequeno definido pelos segmentos de comprimentosxe y. Abusivamente, designarei de agora em diante x e y os segmentos de recta de comprimento dado pelos valores de x e y, respectivamente.Propriedade 1: Todosostringulos, quaisquerquesejam, queasoma dos ngulos internos seja 180, isto ,+ + = 180 .Isto verifica-se sempre para todos os tringulos constitudos sobre uma superfcie plana(1).Propriedade 2: A soma do comprimento de dois lados quaisquer sempre maior que o comprimento do terceiro lado.Porexemplo: seoGabriel (novrticedengulo )quiserircasadaAlexandra (vrtice de ngulo ), percorrer um caminho menor, de comprimentox, indo directamenteparaldoquepassandoprimeiropelacasadaBeatriz(ngulo )eindo depois at casa da Alexandra (num percurso total dado por y + z).2.1. Semelhana de tringulosDois tringulos dizem-se semelhantes quando so homotticos, isto , quando existe umahomotetia entre os dois tringulos os lados dos tringulos so proporcionais entre si. Das seguintes relaes de semelhana, conclui-se que os dois tringulos a considerar so homotticos:a) trs lados proporcionais [LLL], outrs ngulos iguais entre si [AAA];Estecasotrivial, eresulta dadefiniode homotetia quefoi agora apresentada.O efeito produzido por [LLL] ou por [AAA] o mesmo, e equivalem-se entre si: dois tringulos com ngulos iguais entre si tm lados correspondentes com comprimento de igual proporo, e vice-versa ver figura 5.b) dois lados proporcionais e um ngulo igual [LLA];Aqui, dois lados dos tringulos so proporcionais, e um dos ngulos de um tringulo tem igual abertura ao do ngulo correspondente no outro tringulo: = e x/x = y/y. Consequncias: z/z obedece mesma proporo entre os comprimentos dos lados, e os ngulos correspondentes nos dois tringulos so iguais entre si.c) dois ngulos iguais e um lado proporcional [LAA];Dois ngulos quaisquer so iguais. Tem-se = , = , e um valor para x/x. Ento resulta que o terceiro ngulo igual para os dois tringulos, e que os lados so proporcionais.Naturalmente, se nenhuma das trs situaes anteriores se verificar,o par de tringulos considerados no so semelhantes.Estas classificaes no devem ser confundidas com as de tringulo equiltero, issceles e escaleno, definidos a seguir. Enquanto que aquelas dizem respeito a relaes entre dois tringulos, as ltimas referem-se caracterizao de um nico tringulo.1 (() Para demonstrar esta propriedade dos tringulos, necessrio recorrer aos axiomas de Euclides enunciados no seu tratado de geometria, os Elementos. Em particular, necessrio o 5 axioma, que afirma que duas rectas do mesmo lado de uma terceira recta, e que lhe sejam perpendiculares, nunca se cruzam. Os ngulos assim formados, do lado de dentro definido pela duas rectas, fazem o ngulo 90 + 90 = 180. A cruzarem-se, a soma dos dois ngulos seria menor que 180, e a quantidade que falta seria o terceiro ngulo, indo formar um tringulo. No caso das rectas paralelas, o terceiro ngulo no existe, pois as rectas no se intersectam. A partir daqui, a propriedade pode-se tornar mais ou menos intuitiva.8zx yFigura 4. Um tringulo. ' = ' ' 'Figura5.Semelhanade tringulos.REVISES DE TRIGONOMETRIA Joo Batista 2.2. Classificao de tringulos2.2.a. quanto aos ngulos internos1) Tringulo acutnguloTodos os ngulos internos so agudos, isto , tm um valor inferior a 90 (mas nunca igual).2) Tringulo rectnguloUm dos ngulos internos recto; no caso da figura 6 o ngulo , e portanto temos = 90. Os restante ngulos internos so necessariamente agudos, pois a sua soma tem de ser igual a 90, visto asomados ngulos internos deumtringuloter deser 180. Logo, esses dois ngulos so suplementares.3) Tringulo obtusnguloUm dos ngulos internos obtuso, isto , tem entre 90 e 180; o caso do ngulo 90 < < 180. A soma dos restantes ngulos internos inferiora 90, visto ser condio obrigatria que a soma dos trs ngulos 180. Claro, os restantes ngulos internos so agudos, pois no ultrapassam 90: a sua soma at inferior a 90.2.2.b. quanto ao nmero de lados/ngulos iguais1) Tringulo equilteroTodos os lados so iguais. Todos os ngulos internos so iguais: = = . Como a soma dos ngulos internos sempre 180, forosamente = = = 60. um tringulo agudo, pois todos os ngulos so menores que 90. Como o nome indica, equiltero todos os lados medem o mesmo: x = y =z .2) Tringulo isscelesTemos dois lados iguais (ye z, por exemplo), e dois ngulos iguais. Caso y = z, temos = ; ou seja, so iguais os ngulos no comuns aos lados iguais (e no so comuns aos lados x e y, que so iguais).3) Tringulo escalenoTodos os lados e ngulos respectivos so diferentes.No dever confundir estas classificaes com as de semelhana de tringulos (seco 2.1), que dizem respeito a relaes entre dois tringulos!9REVISES DE TRIGONOMETRIA Joo Batista 3. Trigonometria e relaes trigonomtricasAquandoda sua criaopelos matemticos gregos, a trigonometria dizia respeito exclusivamente medio de tringulos, e tal como as funes e relaes trigonomtricas apresentadas aseguir, aplicadaexclusivamenteaoestudode tringulos rectngulos. Porm, as funes trigonomtricas resultantes, eapresentadas mais adiante, encontramaplicaes mais vastas e de maior riqueza noutras reas como a Fsica (por exemplo, no estudo de fenmenos peridicos) ou a Engenharia.Limitarmo-nos-emos trigonometria no plano. Assuntos mais elaborados (alguns dos quais leccionados em cursos universitrios), comodesenvolvimentos emsriedeTaylor de funes trigonomtricas, nmeros complexos e funes trigonomtricas hiperblicas no sero abordados neste texto. Aindanointuitodemanter ageneralidadedestetexto, quese pretende uma simples reviso sobre trigonometria leccionada no ensino secundrio, no falarei tambm sobre trigonometria esfrica.Em trigonometria,os ladosdos tringulosrectngulos assumemnomes particulares,apresentadosna figuraaolado. Oladomaiscomprido, opostoaongulorecto, chama-sehipotenusa; osladosrestantes, ligados ao ngulo recto, chamam-se catetos.3.1. Teorema de PitgorasO gemetra grego Pitgoras (570501 a.C.) formulou o seguinte teorema, que tem hoje o seu nome, e que relaciona a medida dos diferentes lados de um tringulo rectngulo: a soma do quadrado dos catetos igualao quadrado da hipotenusa. Ou seja,sexeyforem o comprimento dos dois catetos eho comprimento da hipotenusa, ter-se-:x + y = h .A demonstrao deste teorema pode ser efectuada atravs do clculo de reas de tringulos rectngulos e de quadrados ver figura 7. A rea de um quadrado com comprimento do lado de valor l dada por l2. Para um rectngulo de comprimento de base a e de altura b a rea dada pelo produto destes dois comprimentos, isto ,ab. Se dividirmos esse rectngulo com uma diagonal, teremos dois tringulos rectngulos, com catetos de comprimento a e b; a rea de cada um , ento, metade da rea do tringulo ab/2.10 cateto hipotenusay h xcatetoFigura 6. Um tringulo rectngulo.l bl area: l l = l2rea: a bbabarea do rectngulo: a brea do tringulo: a b/2Figura 7. reas do quadrado com comprimento l do lado, e do rectngulo com comprimentos a e b dos lados. A partirdareadorectngulofcilverqueareadeumtringulorectngulocomcomprimentodabaseae altura b (direita) metade da rea do rectngulo com os mesmos comprimento dos lados; ou seja, a rea desse tringulo a b/2.REVISES DE TRIGONOMETRIA Joo Batista Observe agora a figura 8. O tringulo rectngulo tem lados de comprimento x e y. Pelo que se disse no pargrafo anterior, a rea deste tringulo xy/2. O quadrado que est junto ao tringulo foi escolhido de modo a ter comprimento do lado precisamente igual ao comprimento da hipotenusa do tringulo, ou seja,h. A rea do quadrado, naturalmente,h2. Orabem, otringulopodeser copiadoecoladoaos restantes ladosdo quadrado de modo que se juntem as hipotenusas dos tringulos copiados aos lados do quadrado. Isto produz uma nova figura, um quadrado, no qual se inscrevem o quadrado e os tringulos o original e as cpias. Este novo quadrado tem lado com comprimento x+y canto inferior direito da figura 8.Ora, a rea do novo quadrado (x+y)2, ou seja, x2 + 2xy + y2. Por outro lado, a rea deste novo quadrado igual ao espao ocupado pelas figuras anteriores o quadrado e os quatro tringulos. Estas cinco figuras tm reas dadas por h2 e xy/2. Como temos quatro tringulos, a rea que todos eles ocupam 4xy/2 = 2xy. Ento, as cinco figuras dentro do quadrado maior ocupam uma rea que totaliza h2 + 2xy. Mas esta rea igual do quadrado maior, como se v na figura 8. Portanto, temosx2 + 2xy + y2 = h2 + 2xyx2 + y2 = h2 ,que justamente a anterior frmula para o teorema de Pitgoras.3.2. Relaes trigonomtricas de ngulosNa esmagadora maioria das aplicaes trigonomtricas relacionam-se os comprimentos dos lados de um tringulo recorrendo a determinadas relaes dependentes de ngulos internos. Assim, apresentam-se de seguida algumas relaes trigonomtricas com esse fim. No captulo 5 discutir-se- o intervalo de aplicabilidade (j sob o ponto de vista de funes reais de varivel real) de algumas das seguintes relaes trigonomtricas.11hxyh hxyPorqueumquadrado, oscomprimentosdos lados so iguais (h) !yxy xx+yx+yFigura 8. O teorema de Pitgoras pode ser demonstrado atravs de relaes de reas de tringulos e de quadrados. No fim, a rea ocupada pelo quadrado mais pequeno e pelos quatro tringulos rectngulos igualreadoquadradomaior(duasltimasfiguras,embaixodireita).Aequaodoteorema obtida da relao das reas ocupadas pelas figuras ver texto.REVISES DE TRIGONOMETRIA Joo Batista a) Seno de o quociente do comprimento do cateto oposto ao ngulo pelo comprimento da hipotenusa do tringulo, ou seja,hy hipotenusaoposto cateto) sen( .O seno de pode aparecer com uma das seguintes representaes: sen , sin , sen( ), sin( ).b) Coseno de oquocientedocomprimentodocatetoadjacenteaongulo pelocomprimentodahipotenusado tringulo, ou seja,hx hipotenusaadjacente cateto) cos( .Em geral, o coseno de aparece com uma das duas representaes: cos , cos( ).c) Tangente de o quociente dos comprimentos do cateto oposto pelo cateto adjacente, ou seja,xyxhhyh xh y //adjacente catetooposto cateto) tan( . usual representar a tangente de a de uma das seguintes maneiras: tan ,tan( ), tg , tg( ).d) Co-tangente de definida como o recproco da tangente de :oposto catetoadjacente cateto) tan(1) cotan( yx .Aco-tangente deapodeaparecer representada deumadas maneiras seguintes: cotan( ), cotg( ), cotan , cotg .Pelas definies em c) e d), e segundo as definies em a) e b), podemos ver ainda que:) cos() sen() tan(e) sen() cos() cotg( .e) Secante e co-secante de Definem-se ainda as funes secante de e co-secante de como, respectivamente:xh ) cos(1) sec( e yh ) sen(1) cosec(.A secante pode ser representada por: sec( ), sec . A co-secante pode ser representada por: cosec( ), cosec , csc( ), csc .3.3. Frmula fundamental da trigonometriaA frmula fundamental da trigonometria surge como um caso particular do teorema de Pitgoras.122222 2 2 + +hyhxh y x .Pela definio de seno e de coseno de um ngulo, dadas acima por a) e b), temos que:1 ) ( cos ) ( sen2 2 + . (3.1)12REVISES DE TRIGONOMETRIA Joo Batista A equao (3.1) a frmula fundamental da trigonometria. Nela, sen2( ) = sen( ) sen( ), e o mesmo se sucede para cos2( ). Da frmula fundamental da trigonometria ainda possvel extrair outras frmulas importantes; por exemplo, dividindo-a por cos2( ), vem:) ( cos11 ) ( tan22 +;ou, dividindo por sen2( ):) ( sen11 ) ( cotan22 +.3.4. Um problema de trigonometriaPor vezes no nos possvel (por quaisquer razes) encontrar os valores dos comprimentos dos lados e dos ngulos a partir dos dados disponveis chama-se a isto resolver um tringulo. Mas se conhecermos, por exemplo, um ngulo (que no seja o ngulo recto, porque obviamente j conhecido) e um lado de um tringulo rectngulo, podemos encontrar os valores dos ngulos e lados que faltam. Para isso necessitamos de dispor de umatabelatrigonomtricaoudeumacalculadora, parapodermosobter osvalores quetomamas funes trigonomtricas para diferentes ngulos.Suponhamos, por exemplo, que queramos medir a altura h de uma torre de farol que nos inacessvel, ou para a qual era incmodo e difcil efectuar directamente uma medio sobre a torre com fita mtrica. Como fazer?Em primeiro lugar, mediu-se, no ponto A, o ngulo a que a extremidade mais alta da torre faz com a linha de horizonte, e mediu-se = 20. Depois, afastamo-nos uma distncia apropriada 10 metros, no caso presente(2). Faz-se uma nova medio do ngulo que o cimo da torre faz com a linha de horizonte, e obteve-se o valor = 18.Consultemosumatabela, ouusemosumacalculadoracientficaparaobter osvalores das funes trigonomtricas paraosngulos mencionados. Natabelaseguinteestotranscritos osvalores paraosdois ngulos relevantes. sen() cos() tan()18 0,309 0,951 0,32520 0,342 0,940 0,367Que funes trigonomtricas utilizar? Pretende-se obter a altura da torre, h. No sabemos a distncia no solo at torre,mas possumos um dado parecido: a distncia entre dois pontos de observao.O problema 2 () importante admitir aqui que os dois pontos, A e B, esto ao mesmo nvel. De outro modo, seria necessrio introduzir uma correco para compensar a diferena de alturas mais uma vez usando relaes trigonomtricas. No abordarei o problema aqui; na verdade, apela-se ao leitor para que tente resolver este outro problema aps compreender bem o formalismo por detrs do primeiro problema. De facto, teramos de usar mais tringulos (e obter relaes entre eles) para se levar em linha de conta tal desnvel.13= 20 = 18h = ?

A Ba 10mbFigura9.Umproblemamuitoconcreto,envolvendoatrigonometria.Qualaalturah datorre,conhecendo-seapenasa distncia entre os pontos A e B, e os ngulos e ?REVISES DE TRIGONOMETRIA Joo Batista sugere-nos ento que usemos a funo tangente para calcular a altura da torre sabemos uma distncia sobre um cateto, e queremos saber o comprimento de outro cateto. Assim, teremos:bh ) tan( e ah ) tan(.Talvezpossamosusaratangente, vistohsercomumatan( )eatan( ), comosevpelasduas frmulas acima. Assim, ficamos com:h = b tan( ) = a tan( ) .E como b = a + 10,[ ]metros 83,20) 18 tan( ) 20 tan() 18 tan( 10) tan( ) tan() tan( 10) tan( ) tan( ) tan( 10 ) tan( ) tan( ) 10 ( + aa a aPor fim, temos que a altura da torre :h = a tan( ) = a tan(20) = 30,3 metros .14REVISES DE TRIGONOMETRIA Joo Batista 4. Seno, coseno e tangente como funes reais de varivel real(3)Anteriormente definimos as funes trigonomtricas atendendo a que os seus argumentos, ongulo , erainferior a90e superior a 0 pois caso contrrio no teramos umtringulorectngulo. Se =0, teramos um segmento de recta, e se = 90, teramos duas semi-rectas comos pontos de origem ligados por um segmento de recta, com o qual so perpendiculares. Temos, pois, que as funes trigonomtricas, tal como anteriormente definidas para o tringulo rectngulo, tm o domnio restringido a 0 < < 90, ou se usarmos radianos, 0 < < 2.Aextensododomniosdas funes trigonomtricas a toda a recta real faz-se recorrendo aocrculotrigonomtrico. Ele definido por uma circunferncia de raio unitrio (isto, igual a um) centrada na origemdos eixos coordenados.Otringulo[OPx] rectngulono ngulo com o eixo das abcissas o eixo dos XX como se pode ver pela figura. Visto a circunfernciater raior=1, todosospontos distam da origem da mesma distncia,r. Logo, o segmento [OP] tem comprimento1 OP . Assim sendo, o quociente y/r representa o seno de , sendo r a hipotenusa. Da mesma forma, x/r representa o coseno do ngulo .Desta forma, posso definir o seno e o coseno do ngulo para todos os valores de , e no somente para aqueles entre 0 (ou 0 radianos) e 90 (ou /2 radianos), como anteriormente. Temos ento que:ry sen erx cos.Como no crculo trigonomtrico o raio r= 1, temos ento que as coordenadas do ponto P(x,y) so: P(x,y) =(x,y) =(cos , sen ). Escrevodestaformaas coordenadas dopontoP(x,y) pois situa-senuma circunferncia de raio r = 1. Se fosse r 1, teria de dividir as coordenadas por r, sendo r2 = x2 + y2, pelo teorema de Pitgoras(4).Prestando ateno figura, veremos que12sen e 02cos .De igual forma, para o ngulo = radianos (meia-volta no crculo), temos sen() = 0 e cos() = 1, obtemos o ponto P(x,y) = (0,1). Quando temos = 2 radianos (uma volta completa comeando em = 0, isto , sobre o eixo dos XX), voltamos a ter o ponto (0,1) logo sen(2) = 0 e cos(2) = 1. Prosseguindo para outrosvalores, verificamosqueasfunesserepetemcadavezqueadicionamos2radianosaoargumento (ngulo). Damesmaformaquetemosvalorespossveisparaosenoeocosenoquando >0, tambm possvel atribuir valores s funes trigonomtricas quando < 0. Nesses casos, temos ngulos descritos no sentido dos ponteiros do relgio. As duas funes ficam ento definidas para todos os valores da recta real.Comosepassaroas coisas comas funes tangente eco-tangente? Recordemos adefiniode tangente de :3 (() Daqui em diante, e sempre que no hajam riscos de interpretao duvidosa, escrever-se- sen( ) como sen , e cos( ) como cos .4 (() Na verdade, as coordenadas so geralmente divididas por r. Porm, e no caso do crculo trigonomtrico, para o qual r = 1, portanto no necessrio introduzir a diviso por r nas frmulas para as coordenadas.15YY'y P(x,y)O x XXFigura 10. O crculo trigonomtrico e um ponto P sobre ele.REVISES DE TRIGONOMETRIA Joo Batista xy tan. Prestemos agora ateno aos tringulos [OPx] e [OPx]. So tringulos semelhantes, com trs ngulos iguais: os ngulos nos pontos Pe Pso iguais pois OP e OP so colineares (tm a mesma direco), bem como Px e Px; logoongulo 1. Como x = 1 em P, temos que(6):1 tan 1 tan 1 tan > > > x y x.Nesse caso, a altura do ponto P d-nos uma medida de tan .O mesmo se passa para cotg . O seu valor vai corresponder ao afastamento, distncia do ponto P, situado sobre o trao horizontal tangente circunferncia no seu ponto mais alto. Quanto mais alto estiver o ponto P, maior ser o ngulo , e mais a semi-recta definida pelo ngulo com o eixo XX se aproxima do eixo YY, logo cotgdiminui bem como a abcissa do ponto P.Estas duas funes, no entanto, no podem ser definidas para todos os valores reais. De facto, quando = /2, a altura de P infinita (ou seja, tan = ), e nesse caso a funo no fica bem definida nesse ponto(7). O mesmo se passa para 3/2, 5/2, e assim por diante ou seja, qualquer ponto na forma = /2 + k, sendo k um nmero inteiro. Pelas mesmas razes cotgfica indefinida nos pontos = 0, = , = 2 isto , qualquer ponto na forma = k. Portanto, o domnio destas funes deve necessariamente excluir todos estes pontos em que as funes no ficam bem definidas; os restantes pontos, obviamente, so permitidos.5 (() O raio r = 1. Se assim no fosse, teramos de recorrer definio: sen = y / r, e cos = x / r.6 (() Temos x tan> 1, e no x tan> x, porque x=1 no ponto P.7 (() Alm disso os limites da funo tangente esquerda e direita de /2 so diferentes: antes de /2 +8 e depois 8, pelo que existe uma descontinuidade que torna a funo indefinida nesse ponto.16YY'P''PP'yO xXX'x'Figura 9. Novamente o crculo trigonomtrico (de raio unitrio). A ordenada (altura) do ponto P representa a tangente de , e a abcissa do ponto P representa a co-tangente de .REVISES DE TRIGONOMETRIA Joo Batista 5. Propriedades importantes das funes trigonomtricasNeste captulo sero apresentadas algumas importantes propriedades das funes trigonomtricas seno, coseno, tangenteeco-tangente, nomeadamente: paridade, sinal, monotonia, periodicidade, eoresultadode reduo ao primeiro quadrante. J de seguida, sero dados tambm os valores dessas funes trigonomtricas para alguns ngulos do primeiro quadrante: 0, 30, 45, 60, e 90.5.1. Valores das funes trigonomtricas para alguns ngulos-chaveExistem alguns ngulos do primeiro quadrante para os quais possvel determinar facilmente os valores tomadospelasfunestrigonomtricas. Parangulosdeoutrosquadrantes, torna-senecessrioefectuar em primeiro lugar uma reduo ao primeiro quadrante. Finalmente, os restantes ngulos cuja reduo ao primeiro quadrante (discutida mais adiante) no devolve um destes ngulos, e tambm para ngulos do primeiro quadrante quenosejamosdescritos, necessriorecorreratabelastrigonomtricasouumacalculadoracientficaou computador.Para os ngulos 0 e /2radianos (ou, 0 e 90, respectivamente), de imediato se encontram os valores dasfunes trigonomtricas.Para =0, a semi-recta que define o ngulocomosemi-eixopositivodosXXcoincidecomeste. Logo, sendo r= 1 e cos = x/r= x, vem que cos = 1 e sen = 0. Daqui decorre que tan= sen/ cos= 0 , e cotg= 1 / tan= +. Para = /2 radianos,temos que a semi-recta coincide com o semi-eixo positivo dos YY, fazendo com que sen = 1 e cos = 0. Daqui vem que tan= + e cotg= 0.Comecemosporconsiderarumtringuloequilterocomoo da figura 12, cujos lados tm comprimento1 CA BC AB . O ponto H ponto mdio do segmento [BC], logo CH BH . E como AC CH / cos e 1 AC , vem: ) 60 cos( cos CH . Da aplicao do teorema de Pitgoras resulta que:23) 60 sen( 1 ) 60 ( cos ) 60 ( sen2 2 +.Pela definio de tangente de , vem: 3 ) 60 tan( . Observando a figura, ainda possvel concluir que:21) 60 cos( ) 30 sen( ACCH, 23) 60 sen( ) 30 cos( ACAH,33312 32 1) 30 cos() 30 sen() 30 tan( .Consideremosagoraumtringulo(rectngulo) issceles =45comoodafigura13. Comoa ngulos iguais se opem lados iguais,NP MN . Seja 1 MP. Ento,) 45 cos( ) 45 sen( MPMNMPNP.Sabendo ento que sen(45) = cos(45), e aplicando a frmula fundamental da trigonometria, vem:17A30 =60C H BFigura12.Otringulo[ABC] issceles;ostringulos[CHA]e [BHA] so equilteros.P =45N MFigura13.Umtringulo rectngulo issceles.REVISES DE TRIGONOMETRIA Joo Batista ) 45 cos(2221) 45 sen( 1 ) 45 ( sen 2 ) 45 ( cos ) 45 ( sen2 2 2 +Pela definio, 1) 45 cos() 45 sen() 45 tan( .Em resumo, temos o seguinte quadro:Valores do argumento (radianos)0 /6 /4 /3 /2sen0 1/22 / 2 2 / 31cos 12 / 3 2 / 21/2 0tan03 / 313cotg 313 / 300 30 45 60 90Valores do argumento (graus)5.2. Paridade das funes trigonomtricasDas quatrofunes trigonomtricas atagoradiscutidas (seno, coseno, tangente e co-tangente), todas tm uma paridade bem definida.a) O seno mparSeja = , isto, =| |, e =| | = . Ora, sen =y/r. Projectando o ngulo sobre o eixo dos YY, ento vem que sen= y/r < 0, pois y < 0. V-se facilmente que: sen= y/r < 0, e por conseguinte sen= y/r = y/r = sen= sen( ) sen( ) = sen( ). Logo, a funo seno mpar.b) O coseno parSeja = . Ora, cos= x/r, e cos= x/r. Na projeco para a figura acima, facilmente se ver que x = x. Logo, cos= x/r = x/r = cos= = cos( ). Portanto, a funo coseno par.c) A tangente mparSeja = . Ora, tan= y/x, e tan= y/x, pela figura anterior alis, basta dividir seno por coseno. Analogamente, prova-se que tan( ) = tan ou seja, a tangente mpar.d) A co-tangente mparA demonstrao anloga a c). Sendo = , y = y e x = x, como se pode concluir do grfico acima, vem que cotg( ) = cotg : a co-tangente mpar.5.3. Sinal das funes trigonomtricas5.3.a. SenoEsta funo mpar, e como tal sen( ) = sen( ). Logo, para um ngulo situado no 1Q, teremos que o seno do ngulo , situado no 4Q, tem um valor simtrico. Como no 1Q sen > 0, ento para 4Q, temos sen< 0.Um ponto P(x,y) do 2Q tem coordenadas tais que x0. Por definio sen = y/r relembrar que o seno se marca no eixo dos YY, correspondente altura do ponto P(x,y) a considerar, caso r=1. Ora r>0, pois trata-se de uma distncia, sendo sempre um nmero no negativo. Como r>0 sempre, e nessa regio particular (2Q), temos que y>0; ento sen >0 no segundo quadrante.18yy'Figura14.Acercada paridadedasfunes trigonomtricas.REVISES DE TRIGONOMETRIA Joo Batista O que se sucede no 3Q? Seja um ngulo positivo pertencente ao 2Q (ou seja, tem-se /2 < < ); o ngulo = pertence ao 3Q. De facto, e como a funo seno tem perodo 2 (isto , repetem-se os valore e a monotonia da funo em intervalos de largura 2), o ngulo +2 ainda se situa na mesma regio do plano (3Q), e = + 2 = 2 . Resolva-se ento a desigualdade que resulta da localizao de no 2Q:/2 < < /2 > > 2 /2 > 2 > 2 3/2 > 2 > 3/2 > 2 + > .Ento: + 2 > , e ainda 3/2 > + 2 + 2 < 3/2, ou ainda: < 2 + < 3/2.Com a aplicao dada pelo ngulo no plano com o eixo dos XX uma aplicao de perodo 2 (isto ,os ngulos voltam a ser iguais ao fim de um arco de 360 = 2 radianos), ento b situa-se no 3Q pois maior que e menor que 3/2, como queramos demonstrar.A funo seno mpar verifica-se que sen( ) = sen( ), IR. De facto,se 2Q ento 3Q (como vimos), e sen= sen( ) = sen( ). No 2Q o seno toma valores positivos (recordar que y>0), logo tomavaloresnegativos no 3Q.Deresto,um pontoP(x,y)3Qtem ordenaday0 a distncia de um ponto do plano origem do sistema de eixos, e x a distncia da projeco do ponto sobre o eixo dos XX, temos cos( ) = x/r.No primeiro quadrante, x>0. Logo cos( )>0, para todo o 1Q.Tambm no 4Q se tem x>0, embora y0 para 4Q. De facto, e como vimos acima, se = e 1Q, ento 4Q.No 2Q e 3Q, x0, logo tan >0. No 2Q,x0 e cos