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T RIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO CEARÁ EMENTÁRIO TEMÁTICO II ELEIÇÕES 2008 VOLUME II Fortaleza/CE 2008 N R Ç É kç îÉã Äê ç ÇÉ NU UV

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TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO CEARÁ

EMENTÁRIO TEMÁTICO II

ELEIÇÕES 2008

VOLUME II

Fortaleza/CE2008

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NUUV

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TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO CEARÁRua Jaime Benévolo, 21 Centro60.050-080 Fortaleza – CePABX: (00xx85) 3388-3500 FAX: (00xx85) 3388-3593Página na Internet: www.tre-ce.jus.br

COMPOSIÇÃO DO PLENO

Des.ª Huguette BraquehaisPRESIDENTE

Desª. Gizela Nunes da CostaVICE-PRESIDENTE E CORREGEDORA

Dra. Maria Nailde Pinheiro NogueiraDr. Anastácio Jorge Matos de Sousa Marinho

Dr. Tarcísio Brilhante de HolandaDr. Danilo Fontenele Sampaio

Dr. Haroldo Correia de Oliveira Máximo

JUÍZES

Dra. Nilce Cunha RodriguesPROCURADORA REGIONAL ELEITORAL

Dr. Francisco Machado TeixeiraPROCURADOR REGIONAL ELEITORAL - SUBSTITUTO

Dr. Joaquim Boaventura Furtado BonfimDIRETOR-GERAL

ESCOLA JUDICIÁRIA ELEITORAL

Dra. Sérgia Maria Mendonça MirandaJUÍZA DIRETORA

José Humberto Mota CavalcantiCOORDENADOR

Ana Izabel Nóbrega AmaralCHEFE DA SEÇÃO DE EDITORAÇÃO E PUBLICAÇÕES

FICHA TÉCNICA

SECRETARIA JUDICIÁRIA

Sandra Mara Vale MoreiraSECRETÁRIA JUDICIÁRIA

Válber Paulo Martins GomesCOORD. DE SEÇÕES E JURISPRUDÊNCIA

José Gildemar Macedo JúniorCHEFE DA SEÇÃO DE JURISPRUDÊNCIA E LEGISLAÇÃO

PESQUISA, SELEÇÃO E ORGANIZAÇÃO DE CONTEÚDO

João Marcelo Castelo Branco da SilvaMaria Goretti Moreira SoaresMaria Inês Cavalcante PereiraTereza Helena Ferreira ParenteVicente José de Aragão Rodrigues

REVISÃO DE CONTEÚDO

Francisco Lucilênio Gonzaga VanderleyJosé Gildemar Macedo Júnior

EDITORAÇÃO

Antônio Sales Rios NetoNágila Maria de Melo Angelim

NORMALIZAÇÃO BIBLIOGRÁFICA

Júlio Sérgio Soares Lima, Reg. 731 - CRB 3

CAPA

Nágila Maria de Melo Angelim

IMPRESSÃO GRÁFICA

Gráfica e Editora Pouchain Ramos Ltda

Ementário Temático: Eleições 2008 / Tribunal Regional Eleitoral do Ceará: Fortaleza: TRE-CE, 2008.2v.1. Direito Eleitoral - Jurisprudência

Tiragem: 640 exemplares

EXPEDIENTE

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SUMÁRIO

I - APLICAÇÃO DA SÚMULA Nº 1 ................................................................................................................... 9

II - CAPTAÇÃO ILÍCITA DE SUFRÁGIO

1. Constitucionalidade .............................................................................................................................. 27

2. Caracterização ..................................................................................................................................... 27

3. Competência para processamento e julgamento .................................................................................. 34

4. Prazo de ajuizamento da representação ou investigação judicial ......................................................... 35

5. Rito ....................................................................................................................................................... 35

6. Sanções aplicáveis ............................................................................................................................... 36

7. Efeitos da decisão ................................................................................................................................ 38

8. Recurso ................................................................................................................................................ 43

9. Outros................................................................................................................................................... 44

III - COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ELEITORAL

1. Consulta eleitoral (CE, art. 30, viii) ....................................................................................................... 51

2. Fato superveniente à diplomação ......................................................................................................... 55

3. Matéria interna corporis dos partidos políticos ..................................................................................... 57

4. Propaganda eleitoral ............................................................................................................................ 67

5. Propaganda partidária .......................................................................................................................... 70

6. Realização de publicidade institucional (CF, art. 37, § 1º) .................................................................... 72

7. Rejeição de contas de administradores públicos .................................................................................. 74

8. Folgas de funcionários à disposição da Justiça Eleitoral (Lei n.º 9.504, art. 98) .................................. 78

9. Fechamento de rádio clandestina ......................................................................................................... 79

10. Tomada de contas especial ................................................................................................................ 79

IV - CONDUTAS VEDADAS A AGENTES PÚBLICOS

1. Caracterização ..................................................................................................................................... 83

2. Representação ou Investigação Judicial - Prazo para ajuizamento ...................................................... 86

3. Rito ....................................................................................................................................................... 88

4. Cessão de bens móveis ou imóveis pertencentes à administração pública (art. 73, I) ......................... 91

5. Uso de materiais ou serviços, custeados pelos Governos ou Casas Legislativas (art. 73, II) .............. 93

6. Cessão de servidor público para comitês de campanha eleitoral (art. 73, III) ....................................... 94

7. Distribuição gratuita de bens e serviços de caráter social custeados ou subvencionados95

pelo Poder Público (art. 73, IV) ................................................................................................................ 95

8. Nomeação, contratação, transferência ou demissão sem justa causa nos três meses que105

antecedem o pleito (art. 73, V) ............................................................................................................... 100

9. Transferência voluntária de recursos (art. 73, VI, “a”) ........................................................................ 104

10. Publicidade institucional (art. 73, VI, “b”) .......................................................................................... 106

11. Pronunciamento em cadeia de rádio e televisão fora do horário eleitoral gratuito (art. 73, VI, “c”) ... 116

12. Revisão geral da remuneração dos servidores públicos (art. 73, VIII) .............................................. 117

13. Sanções aplicáveis (art. 73, §§ 4º, 5º e 9º) ....................................................................................... 118

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14. Inauguração de obras públicas (art. 77) ........................................................................................... 122

V - DOMICÍLIO ELEITORAL ........................................................................................................................ 127

VI - FILIAÇÃO PARTIDÁRIA

1. Dupla filiação ...................................................................................................................................... 137

2. Filiação sob leis distintas .................................................................................................................... 142

3. Vedação de filiação ............................................................................................................................ 142

4. Inexigibilidade de filiação .................................................................................................................... 144

5. Extinção de partido ............................................................................................................................. 145

6. Relação de filiados ............................................................................................................................. 145

7. Ausência de comprovação de filiação ................................................................................................ 148

8. Cancelamento da súmula n.º 14 ......................................................................................................... 149

9. Desfiliação partidária sem justa causa ............................................................................................... 150

10. Outros............................................................................................................................................... 151

VII - PROPAGANDA ELEITORAL

1. Bens públicos, de uso comum e particulares ..................................................................................... 159

1.1. Bens de uso comum ........................................................................................................................ 159

1.1.1. Conceito ....................................................................................................................................... 159

1.1.2. Estabelecimentos comerciais ....................................................................................................... 159

1.1.3. Escolas particulares ..................................................................................................................... 161

1.1.4. Igrejas ........................................................................................................................................... 161

1.1.5. Calçadas, praças e canteiros de avenidas ................................................................................... 162

1.1.6. Generalidades .............................................................................................................................. 163

1.2. Bens cujo uso dependa de cessão ou permissão do Poder Público, ou que a ele pertençam ........ 164

1.2.1. Escolas públicas ........................................................................................................................... 164

1.2.2. Postes públicos ............................................................................................................................ 164

1.2.3. Telefones públicos ........................................................................................................................ 164

1.2.4. Taxis e ônibus .............................................................................................................................. 164

1.2.5. Generalidades .............................................................................................................................. 165

1.3. Bens particulares ............................................................................................................................. 165

1.3.1. Comitê de campanha.................................................................................................................... 167

2. Dia da eleição ..................................................................................................................................... 167

3. Direito de resposta ............................................................................................................................. 168

3.1. Cabimento ....................................................................................................................................... 168

3.2. Não cabimento ................................................................................................................................ 169

3.3. No horário eleitoral gratuito ............................................................................................................. 171

3.4. Na programação normal das emissoras de rádio e tv ..................................................................... 173

3.5. Na imprensa escrita ......................................................................................................................... 174

3.6. Sanções aplicáveis .......................................................................................................................... 176

4. Emissoras de rádio e tv ...................................................................................................................... 176

4.1. Entrevistas e debates antes da data permitida para o início da propaganda eleitoral ..................... 176

4.2. Prazo para interposição de representação ...................................................................................... 177

4.3. Difusão de opinião favorável ou contrária a candidato, partido ou coligação................................... 178

4.4. Obrigatoriedade de tratamento igualitário ........................................................................................ 181

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4.5. Críticas à atuação de Chefe do Executivo ....................................................................................... 181

4.6. Debate ............................................................................................................................................. 182

4.7. Matéria publicada pela imprensa escrita ......................................................................................... 183

4.8. Aplicação de multa e/ou suspensão da programação de emissora ................................................. 184

5. Horário gratuito ................................................................................................................................... 185

5.1. Prazo para interposição de representação ...................................................................................... 185

5.2. Necessidade de identificação do partido ou coligação responsável ................................................ 186

5.3. Proibição de propaganda paga ou com o objetivo de promover marca ou produto ......................... 186

5.4. Necessidade de distribuição eqüitativa do tempo ............................................................................ 187

5.5. Manifestação de apoio ..................................................................................................................... 187

5.6. Vedação de inclusão no horário destinado aos candidatos proporcionais, propaganda das

candidaturas majoritárias ou vice-versa - “invasão de espaço” .............................................................. 188

5.7. Proibição de propaganda que degrade ou ridicularize candidatos ................................................... 190

5.8. Proibição, nas inserções, de gravações externas, montagens ou trucagens, computação gráfica,

desenhos animados e efeitos especiais ................................................................................................. 190

5.9. Generalidades ................................................................................................................................. 190

6. Imprensa escrita ................................................................................................................................. 192

7. Internet ............................................................................................................................................... 196

8. Outdoor e painel eletrônico ................................................................................................................. 199

9. Prazos ................................................................................................................................................ 200

10. Procedência da representação por propaganda irregular - necessidade de comprovação da autoria

ou do prévio conhecimento do candidato .............................................................................................. 205

VIII - TABELA DE CLASSES ...................................................................................................................... 213

Temas do Ementário Temático IInelegibilidade e DesincompatibilizaçãoPesquisas EleitoraisPoder de PolíciaPropaganda Eleitoral Antecipada

Temas do Ementário Temático IIIAção de Impugnação de Mandato EletivoAção de Investigação Judicial EleitoralCorrupção EleitoralPrestação de ContasRecurso Contra DiplomaçãoRenovação de EleiçãoVotação e Apuração

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APLICAÇÃO DA SÚMULA Nº 1

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APLICAÇÃO DA SÚMULA Nº 1

TRE-CE/SEJUD/COJUD/SEJUL

9

APLICAÇÃO DA SÚMULA N.º 1(COMBINADA COM O ARTIGO 1º, I, G, DA LC N.º 64/90)

* NE- A partir do RO nº 912, Rel. Min. Cesar Asfor Rocha, j. 24.8.2006, o TSE firmou entendimento de que

não basta que o candidato ajuíze, perante a justiça comum, a ação desconstitutiva da decisão que julgou as

contas. Deve-se perquirir, na esfera eleitoral, se a pretensão formulada é idonêa para afastar a rejeição de

contas; Para se aplicar a súmula 1 do TSE, é mister que tenha sido concedida eficácia à ação proposta

contra a decisão que rejeitou as contas, ainda que por meio de provimento liminar ou tutela antecipada.

CONSULTA. FORMULAÇÃO AMPLA. NÃO-CONHECIMENTO. INELEGIBILIDADE GENÉRICA.ART. 1º, INCISO I, ALÍNEA “G” DA LEI COMPLEMENTAR 64/90. COMPETÊNCIA PARA REJEIÇÃO DECONTAS DE PREFEITO.

1. Questionamentos inseridos nos itens 2 a 5 da presente consulta são prolixos e formulados demaneira demasiadamente ampla, sem a necessária especificidade.

2. A hipótese de inelegibilidade genérica regulada na alínea “g” do inciso I do art. 1º da LC 64/90aplica-se quando a rejeição das contas do Prefeito for reconhecida pela Câmara Municipal. (Precedente:REspe 18.772, Rel. Min. Fernando Neves, Publicado em sessão de 31.10.2000; 18.313, Rel. Min. MaurícioCorrêa, Publicado em sessão de 5.12.2000).

3. Entretanto, o julgamento de contas relativas a convênio firmado entre Estado e Município, bemcomo daquelas referentes a recursos repassados pela União a Municípios, compete, respectivamente, aosTribunais de Contas do Estado e da União. Nesses casos, a decisão desfavorável dos Tribunais de Contasimplica a inelegibilidade em apreço. (Precedente: REspe 17.404, Rel. Min. Maurício Corrêa, Publicado emsessão de 7.11.2000).

4. Consulta não conhecida quanto aos questionamentos formulados nos itens 2 a 5 e conhecida noque pertine ao quesito inserido no item 1.

(TSE, CTA n.º 1.534, Res. n.º 22.773, de 17.4.2008, Rel. Min. Felix Fischer)

Ação rescisória. Acórdão. Tribunal Superior Eleitoral. Registro de Candidatura. Deputada estadual.Rejeição de contas (art. 1º, I, g, da LC nº 64/90). Indeferimento. Descumprimento da lei de licitação.Irregularidade insanável. Ação judicial. Não-propositura. Inelegibilidade. Configuração. Alegação. Violaçãoliteral de dispositivo de lei (art. 485, V, do CPC). Ofensa aos arts. 24 da Lei nº 8.666/93 e 1º, I, g, da LCnº 64/90. Ausência de ilicitude. Juntada de documentos.

1. Argumentos que se voltam contra a decisão do Tribunal de Contas.

2. O órgão competente para apreciar as contas decidiu por rejeitá-las, em razão das irregularidadesdetectadas. Este Tribunal apenas apreciou a natureza da falta. O descumprimento da lei de licitaçõesimporta irregularidade insanável, fazendo incidir o disposto na letra g do inciso I do art. 1º da LC nº 64/90.

3. Pretensão de rediscutir a causa do indeferimento do registro de candidatura, impossível na viaexcepcional eleita.

4. A juntada do acórdão do Tribunal de Contas Municipal, que acolheu o recurso de revisão da autora,não tem o condão de afastar o decidido por esta Corte. Não há como permitir efeito retro operante.

5. As causas de inelegibilidade devem ser verificadas no momento do requerimento do registro,conforme remansosa jurisprudência do TSE.

6. Pedido que se julga improcedente.

(TSE, AR n.º 258, Ac. n.º 258, de 22.11.2007, Rel. Min. Marcelo Ribeiro)

AÇÃO RESCISÓRIA. DECLARAÇÃO DE INELEGIBILIDADE. REJEIÇÃO DE CONTAS PELO TCU.SUSPENSÃO DOS EFEITOS DESSA DECISÃO. AUSÊNCIA DE PROVIMENTO JURISDICIONAL AINDAQUE PROVISÓRIO. DECISUM RESCINDENDO EM HARMONIA COM A NOVEL JURISPRUDÊNCIA DOTSE. IMPROCEDÊNCIA.

1. Ação rescisória, intentada com fulcro no art. 485, V, do CPC, que visa desconstituir decisão (fls.233-240) proferida pelo Ministro Gerardo Grossi, que indeferiu o registro de candidatura do autor paraconcorrer ao cargo de Deputado Estadual. Eis os fundamentos da decisão rescindenda:

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APLICAÇÃO DA SÚMULA Nº 1

TRE-CE/SEJUD/COJUD/SEJUL

1010101010

- em 9.6.2006, o candidato, atual autor, ajuizou ação visando desconstituir os acórdãos do TCU querejeitaram suas contas;

- requereu o registro de sua candidatura em 5.7.2006;

- estava equivocado o TRE/MA ao deferir o pedido de registro fundamentado na Súmula nº 1/TSE;

- a ação desconstitutiva de contas foi utilizada como manobra para afastar a inelegibilidade;

- o TSE não é competente para aferir a sanabilidade ou não das contas, mas, “(...) a princípio, se ascontas foram desaprovadas, é porque as irregularidades são de ordem insanável, do contrário teriam sidoaprovadas com ressalva” (fl. 240).

2. À época da prolação da decisão rescindenda, o autor não possuía provimento jurisdicional, aindaque de caráter provisório, que suspendesse os efeitos da rejeição de contas pelo TCU. Compulsando osautos, não há notícia em sentido diverso.

3. Os fundamentos da decisão rescindenda estão em perfeita harmonia com a novel jurisprudênciado TSE que exige provimento jurisdicional, ainda que provisório, a suspender os efeitos de rejeição decontas pelo TCU.

4. Precedentes: REspe nº 27.143/PA, Rel. Min. Caputo Bastos, DJ de 19.12.2006; RO nº 1.235/DF,Rel. Min. Carlos Ayres Britto, DJ de 24.10.2006 e EDcl no RO n° 1.310/DF, de minha relatoria, DJ de24.10.2006.

5. Ação rescisória não admitida.

(TSE, AR n.º 251, Ac. n.º 251, de 26.6.2007, Rel. Min. Augusto Delgado)

RECURSO CONTRA EXPEDIÇÃO DE DIPLOMA. REGISTRO DE CANDIDATURA DEFERIDO SOBENTENDIMENTO DA SÚMULA Nº 1/TSE. MODIFICAÇÃO DO ENTENDIMENTO DO TSE NOJULGAMENTO DO RO Nº 912/RR. MITIGAÇÃO DA SÚMULA Nº 1/TSE. NÃO-INTERPOSIÇÃO DERECURSO CONTRA ACÓRDÃO REGIONAL NÃO HÁ ARGUMENTOS PARA JUSTIFICAR INÉRCIA. FATOSUPERVENIENTE IRRELEVANTE.

1. Recurso contra expedição do diploma do primeiro suplente do cargo de Deputado Federal peloEstado do Piauí.

2. Noticiam os autos que:

- em 6.6.2006, o ora recorrido ajuizou ação ordinária desconstitutiva de contas, com pedido de tutelaantecipada e, em 6.7.2006, requereu seu pedido de registro de candidatura;

- em 15.8.2006, o TRE/PI deferiu o pedido de registro fundamentado no entendimento da Súmulanº 1 do TSE;

- o Ministério Público Eleitoral no Piauí não interpôs recurso contra esse aresto regional, sob ofundamento de que a matéria estava sub judice, haja vista o pedido de tutela antecipada não ter sidoapreciado até a data do deferimento do registro de candidatura;

- em 19.9.2006, o pedido de tutela antecipada foi indeferido.

3. O indeferimento de tutela antecipada, apesar de ser fato superveniente não tem o condão deprevalecer ante o acórdão do TRE/PI que, ainda tenha de adotar entendimento que, naquela época era osufragado pelo TSE, não obstante hoje já superado.

4. Na verdade, motivado pela alteração do entendimento do TSE sobre o art. 1º, I, g, da LC nº 64/90,o parquet busca, por meio deste RCEd, afastar sua inércia em não recorrer do aresto regional que deferiudo pedido de registro do ora recorrido.

5. Não há como acolher a tese do MPE quanto as suas razões de não ter recorrido do aresto regional.No caso, incide o prolóquio jurídico: dormientibus non sucurrit jus (o direito não socorre os que dormem).

6. Recurso contra expedição de diploma não provido.

(TSE, RCED n.º 663, Ac. n.º 663, de 19.6.2007, Rel. Min. Augusto Delgado)

Agravo regimental. Recurso ordinário. Registro de candidato. Deputado estadual. Inelegibilidade.Art. 1º, I, g, da Lei Complementar nº 64/90. Contas. Convênio. Ação desconstitutiva. Obtenção. Tutelaantecipada. Revogação. Posterioridade do pleito.

1. Nas Eleições de 2006, o Tribunal Superior Eleitoral implementou sua jurisprudência quanto à

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APLICAÇÃO DA SÚMULA Nº 1

TRE-CE/SEJUD/COJUD/SEJUL

11

inelegibilidade do art. 1º, I, g, da LC nº 64/90, passando a exigir pronunciamento judicial ou administrativoque suspenda os efeitos da decisão de rejeição de contas.

2. Dada a inovação jurisprudencial sucedida no curso do processo eleitoral, esta Corte passou aadmitir, em relação a esse pleito, as decisões obtidas posteriormente ao pedido de registro de candidatura.

3. A revogação de tutela antecipada que suspendeu os efeitos de decisão de rejeição de contas,ocorrida após a realização do pleito, à proclamação dos eleitos e às vésperas da diplomação, não tem ocondão de alterar a situação do candidato que concorreu na eleição já respaldado pela referida tutela.

Agravo regimental a que se nega provimento.

(TSE, RO n.º 1.239, Ac. n.º 1.239, de 8.3.2007, Rel. Min. Caputo Bastos)

Agravo regimental. Recurso especial. Eleições 2006. Registro de candidato. Deputado federal.Art. 1º, I, g, da Lei Complementar nº 64/90. Suspensão. Inelegibilidade. Não-ocorrência. Quitação eleitoral.Ausência. Não-comparecimento. Referendo. Alegação. Criação. Nova condição de elegibilidade.Improcedência. Decisão agravada. Fundamentos não infirmados.

1. Conforme evolução jurisprudencial ocorrida no âmbito do Tribunal Superior Eleitoral, para que sepossa considerar suspensa a inelegibilidade de que trata o art. 1º, I, g, da Lei de Inelegibilidades, é necessáriaa existência de pronunciamento judicial ou administrativo que suspenda os efeitos da decisão de rejeiçãode contas.

2. Na Res.-TSE nº 21.823/2004, o Tribunal apenas decidiu a abrangência do conceito de quitaçãoeleitoral, previsto no art. 11, § 1º, VI, da Lei das Eleições, estabelecendo quais as obrigações deveriam serconsideradas em relação a esse requisito, não havendo falar em criação de nova condição de elegibilidade.

3. O agravo regimental para obter êxito deve afastar, especificamente, todos os fundamentos dadecisão impugnada, sob pena de subsistirem suas conclusões.

Agravo regimental desprovido.

(TSE, RESPE n.º 27.143, Ac. n.º 27.143, de 28.11.2006, Rel. Min. Caputo Bastos)

Recurso ordinário. Eleições 2006. Embargos de declaração. Registro. Candidatura. Deputado federal.Inelegibilidade. Art. 1º, I, g, da Lei Complementar nº 64/90. Ausência. Pronunciamento. Judicial ouadministrativo. Suspensão. Efeitos. Decisão de rejeição de contas. Indeferimento. Omissão. Ausência.Violação. Art. 5º, II, XXXV, LVII, da Constituição Federal. Não-caracterização.

1. O fato de o Tribunal ter dado nova interpretação à ressalva da alínea g, do inciso I, do art. 1º, da LCnº 64/90, passando a exigir um pronunciamento administrativo ou judicial que suspenda os efeitos da decisãode rejeição de contas, não implica violação ao art. 5º, II, XXXV e LVII, da Constituição Federal.

2. Os embargos não se prestam para a rediscussão da causa.

Embargos rejeitados.

(TSE, RO n.º 1.132, Ac. n.º 1.132, de 28.11.2006, Rel. Min. Caputo Bastos)

RECURSO ORDINÁRIO. REGISTRO DE CANDIDATO. DEPUTADO ESTADUAL. ELEIÇÕES 2006.INDEFERIMENTO. REJEIÇÃO DE CONTAS DE PREFEITO. REPASSE DE VERBAS FEDERAISMEDIANTE CONVÊNIO. ÓRGÃO COMPETENTE PARA O JULGAMENTO DAS CONTAS. TCU. RECURSODE RECONSIDERAÇÃO. INTEMPESTIVIDADE. EFEITO SUSPENSIVO NÃO CONCEDIDO. AÇÃOANULATÓRIA. JULGAMENTO. CONFIGURAÇÃO DA CAUSA DE INELEGIBILIDADE (LC Nº 64/90).

I - O Tribunal de Contas da União é o órgão competente para julgar contas relativas à aplicação derecursos federais recebidos por prefeituras municipais em razão de convênios.

II - A existência de recurso de reconsideração que não obteve no Tribunal de Contas da União efeitosuspensivo não obsta a fluência do prazo de inelegibilidade, o qual ficará suspenso, consoante entendimentojurisprudencial à época dos fatos, com o ajuizamento de ação anulatória na Justiça Comum, voltando a fluircom o trânsito em julgado da decisão que julgou definitivamente o pedido formulado.

III - Recurso a que se nega provimento.

(TSE, RO n.º 1.172, Ac. n.º 1.172, de 28.11.2006, Rel. Min. Cesar Asfor)

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APLICAÇÃO DA SÚMULA Nº 1

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ELEIÇÕES 2006. REGISTRO DE CANDIDATO. DEPUTADO ESTADUAL. Pedido indeferido. Rejeiçãode contas. Ação sem eficácia suspensiva. Pendência, ademais, de multa relativa a propaganda eleitoralirregular. Provimento ao recurso ordinário. Agravo regimental improvido.

1. Para se aplicar a súmula 1 do TSE, é mister que tenha sido concedida eficácia à ação propostacontra a decisão que rejeitou as contas, ainda que por meio de tutela antecipada (RO nº 912).

2. Quitação eleitoral significa o pagamento integral de multa decorrente de decisão transitada emjulgado da Justiça Eleitoral.

(TSE, RO n.º 1.067, Ac. n.º 1.067, de 16.11.2006, Rel. Min. Cezar Peluso)

Agravo regimental. Recurso ordinário. Eleições 2006. Registro. Candidato. Deputado estadual. Contas.Rejeição. Ações judiciais. Propositura. Trânsito em julgado. Art. 1º, I, g, da Lei Complementar nº 64/90.Inelegibilidade. Fluência. Configuração.

1. Transitada em julgado a decisão que não acolheu ação anulatória do decreto legislativo que rejeitouas contas, volta a fluir a inelegibilidade prevista no art. 1º, I, g, da Lei Complementar nº 64/90.

2. O agravo regimental, para que obtenha êxito, deve afastar especificamente os fundamentos dadecisão impugnada.

Agravo regimental a que se nega provimento.

(TSE, RO n.º 1.104, Ac. n.º 1.104, de 31.10.2006, Rel. Min. Caputo Bastos)

Agravo regimental. Recurso ordinário. Eleições 2006. Registro. Candidato. Deputado federal. Contas.Prefeito. Contas aprovadas pela Câmara Municipal. Convênio. Tribunal de Contas da União. Rejeição.Competência. Ação judicial. Propositura. Fundamentos atacados. Provimento liminar. Ausência.Inelegibilidade. Art. 1º, I, g, da Lei Complementar nº 64/90. Súmula nº 1 do Tribunal Superior Eleitoral. Não-incidência.

1. A competência para julgamento das contas de prefeito é da Câmara Municipal, consistindo oparecer do Tribunal de Contas em peça meramente opinativa.

2. No tocante às contas relativas a convênios, o julgamento da Corte de Contas assume caráterdefinitivo.

3. Para afastar a inelegibilidade prevista no art. 1º, I, g, da LC nº 64/90, não basta a mera propositurade ação desconstitutiva, antes, faz-se necessário a obtenção de provimento judicial, mesmo em caráterprovisório, suspendendo os efeitos da decisão que rejeitou a prestação de contas.

4. O agravo regimental, para que obtenha êxito, deve afastar especificamente os fundamentos dadecisão impugnada.

Agravo regimental a que se nega provimento.

(TSE, RO n.º 1.132, Ac. n.º 1.132, de 31.10.2006, Rel. Min. Caputo Bastos)

Agravo regimental. Recurso ordinário. Eleições 2006. Registro. Candidata. Deputada estadual. Contas.Rejeição. Irregularidade insanável. Ação judicial.

Não-propositura. Art. 1º, I, g, da Lei Complementar nº 64/90. Inelegibilidade. Configuração.

1. A descaracterização, pelo Tribunal de Contas do Estado, da nota de improbidade antes imposta,não afasta a inelegibilidade prevista no art. 1º, I, g, da Lei Complementar nº 64/90 quando se tratar dodescumprimento da lei de licitação, na medida em que tal vício, por si só, importa em irregularidade insanável.

2. O agravo regimental, para que obtenha êxito, deve afastar especificamente os fundamentos dadecisão impugnada.

Agravo regimental a que se nega provimento.

(TSE, RO n.º 1.233, Ac. n.º 1.233, de 31.10.2006, Rel. Min. Caputo Bastos)

Agravo regimental. Recurso ordinário. Eleições 2006. Registro. Candidato. Deputado estadual. Contas.Rejeição. Câmara Municipal. Ações judiciais. Propositura. Fundamentos não atacados. Inelegibilidade.Art. 1º, I, g, da Lei Complementar nº 64/90. Configuração.

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APLICAÇÃO DA SÚMULA Nº 1

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1. Para que seja suspensa a inelegibilidade prevista no art. 1º, I, g, da Lei Complementar nº 64/90,não basta a propositura de ação desconstitutiva da decisão que rejeitou as contas, antes, impõe-se aobtenção de provimento, mesmo que liminar, suspendendo os efeitos daquele decisum.

2. Evidencia-se o reconhecimento da insanabilidade, quando a rejeição das contas assenta-se emfraude de licitação, além de outros vícios.

3. O agravo regimental, para que obtenha êxito, deve afastar especificamente os fundamentos dadecisão impugnada.

Agravo regimental a que se nega provimento.

(TSE, RO n.º 1.311, Ac. n.º 1.311, de 31.10.2006, Rel. Min. Caputo Bastos)

AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ORDINÁRIO. ELEIÇÕES 2006. CANDIDATO A DEPUTADOESTADUAL. REGISTRO INDEFERIDO. CONTAS REJEITADAS PELO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO.CONVÊNIO. EX-PREFEITO.

1. Na verdade, o que pretende o recorrente é rediscutir a interpretação dada pela decisão impugnada,no tocante à ressalva contida na parte final da letra g do inciso I do art. 1º da Lei Complementar nº 64/90,bem como ao enunciado sumular nº 1 deste Superior Eleitoral.

2. Não há, nos autos, notícia de provimento judicial definitivo que favoreça o agravante, ou, ao menos,de medida acautelatória que suspenda os efeitos da decisão proferida pelo Tribunal de Contas da União.Provimento cautelar tanto mais necessário quanto se sabe que, em matéria de contas, “as decisões dotribunal de que resulte imputação de débito ou multa terão eficácia de título executivo” (§ 3º do art. 71 da LeiConstitucional).

3. A insanabilidade das contas é manifesta, pois as irregularidades detectadas pelo TCU - dispensaindevida de licitação e superfaturamento de preços, entre outras - são faltas graves e que podem - em tese- configurar improbidade administrativa.

4. Não compete à Justiça Eleitoral verificar o acerto ou o desacerto da decisão proferida pela Cortede Contas, mas apenas constatar se estão presentes os requisitos ensejadores da causa de inelegibilidadeda alínea g do inciso I do art. 1º da Lei Complementar nº 64/90, quais sejam, contas rejeitadas porirregularidade insanável e por decisão irrecorrível do órgão competente.

5. Agravo desprovido.

(TSE, RO n.º 1.265, Ac. n.º 1.265, de 26.10.2006, Rel. Min. Carlos Ayres Britto)

AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ORDINÁRIO. ELEIÇÕES 2006. CANDIDATO A DEPUTADOESTADUAL. REGISTRO INDEFERIDO. CONTAS REJEITADAS PELO LEGISLATIVO MUNICIPAL.EX-PREFEITO.

1. Este Superior Eleitoral tem afastado a causa de inelegibilidade da alínea g do inciso I do art. 1º daLei Complementar nº 64/90 quando há, nos autos, provimento acautelatório que suspenda os efeitos dadecisão proferida pela Câmara Municipal, mesmo que tal decisão seja juntada após o pedido de registro decandidatura para as eleições de 2006.

2. Agravo provido.

(TSE, RO n.º 1.292, Ac. n.º 1.292, de 24.10.2006, Rel. Min. Carlos Ayres Britto)

ELEIÇÕES 2006. REGISTRO DE CANDIDATURA. DEPUTADO ESTADUAL. IMPUGNAÇÕES. MPEE PMDB/PA. REJEIÇÕES DE CONTAS PELO TCE/PA E PELO TCM/PA. IRREGULARIDADE EMCONVENÇÃO. ACOLHIMENTO DA IMPUGNAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO EM RAZÃO DASDECISÕES DO TCE/PA. REGISTRO INDEFERIDO.

INTERPOSIÇÃO DE RECURSO ORDINÁRIO PELO CANDIDATO E ESPECIAL PELO PMDB/PA.

RECURSO DO PARTIDO. CONVENÇÃO. DELEGAÇÃO PARA ÓRGÃO DE DIREÇÃO PARTIDÁRIAA ESCOLHA DE CANDIDATOS. DELIBERAÇÃO APÓS O PRAZO DO ART. 8º DA LEI Nº 9.504/97, MASNO PRAZO DO ART. 11 DA MESMA LEI. POSSIBILIDADE. PRECEDENTES DO TSE. DECISÃO TCM/PA.MERO PARECER PRÉVIO. RECURSO DESPROVIDO.

RECURSO DO CANDIDATO. OBTENÇÃO DE LIMINAR SUSPENDENDO OS EFEITOS DASDECISÕES DE REJEIÇÃO DE CONTAS. PROVIMENTO DO RECURSO.

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- É admissível que a convenção delegue à Comissão Executiva ou a outro órgão partidário a efetivaformação de coligação ou a escolha de candidatos, o que pode ocorrer até o prazo previsto no art. 11 da Leinº 9.504/97 para se pedir o registro das candidaturas. Precedentes.

- Parecer prévio de Tribunal de Contas dos Municípios não atrai a incidência da inelegibilidade do art.1º, I, g, da LC nº 64/90. A Câmara Municipal é o Órgão competente para o julgamento das contas anuais deprefeito.

- A competência para o julgamento e eventual rejeição de contas de convênios federais (FUNDEF)é do Tribunal de Contas da União (art. 71, VI, CF).

- O Tribunal Superior Eleitoral revendo o próprio Verbete nº 1 implementou a necessidade de sebuscar na ação desconstitutiva a tutela antecipada ou medida liminar. Havendo tal entendimento ocorridono meio do processo eleitoral, deve ser admitido para essas eleições, a notícia da concessão depois dopedido de registro de candidatura.

Recurso do candidato provido para deferir o registro da candidatura e desprovido o recurso do partido.

(TSE, RO n.º 1.329, Ac. n.º 1.329, de 24.10.2006, Rel. Min. Gerardo Grossi)

Eleições 2006. Recurso ordinário. Registro. Candidato. Deputado estadual. Prestação de contas.Ação anulatória. Idoneidade. Não-comprovação. Ajuizamento posterior à impugnação.

1. O ajuizamento de ação anulatória do julgamento do Tribunal de Contas da União após a impugnaçãonão afasta a inelegibilidade do art. 1º, I, g, da Lei Complementar nº 64/90.

2. Hipótese em que se verifica a insanabilidade dos vícios averiguados nas prestações de contas, emface da ausência de boa-fé do ex-prefeito e da imputação de débito ao responsável.

Agravos regimentais desprovidos.

(TSE, RO n.º 1.016, Ac. n.º 1.016, de 29.9.2006, Rel. Min. Marcelo Ribeiro)

ELEIÇÕES 2006. RECURSO ORDINÁRIO. IMPUGNAÇÃO. CANDIDATO. DEPUTADO ESTADUAL.REJEIÇÃO DE CONTAS. CONVÊNIO FEDERAL. TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO. COMPETÊNCIA.AÇÃO ANULATÓRIA. AUSÊNCIA DE PROVIMENTO JUDICIAL DE SUSPENSÃO DOS EFEITOS DADECISÃO QUE REJEITOU AS CONTAS.

1. O Tribunal Superior Eleitoral, revendo o Verbete nº 1 da Súmula de sua jurisprudência, afirmou anecessidade de se obter, na ação desconstitutiva, medida liminar ou a tutela antecipada. Havendo talentendimento ocorrido no meio do processo eleitoral, deve ser admitida, para as atuais eleições, a notíciada concessão de liminar ou de tutela antecipada, depois do pedido de registro de candidatura.

2. A mera propositura da ação anulatória, sem a obtenção de provimento liminar ou antecipatório, nãosuspende a cláusula de inelegibilidade da alínea g do inciso I do art. 1º da LC nº 64/90.

3. Ausência de notícia de concessão, mesmo posteriormente, de alguma medida judicial.

4. Recurso Ordinário conhecido e provido.

(TSE, RO n.º 965, Ac. n.º 965, de 29.9.2006, Rel. Min. Gerardo Grossi)

RECURSO - ADEQUAÇÃO - REGISTRO DEFERIDO NA ORIGEM.

Havendo ocorrido o deferimento do registro na origem, afastada a inelegibilidade, o recurso cabível éo especial.

INELEGIBILIDADE - REJEIÇÃO DE CONTAS - AÇÃO - ALCANCE.

O ajuizamento de ação, impugnando o ato da Corte de Contas, na undécima hora, com obtenção detutela antecipada findo o prazo para registro, não afasta a inelegibilidade - inteligência do artigo 1º, I, “g” , daLei Complementar nº 64/90.

(TSE, RESPE n.º 26.957, Ac. n.º 26.957, de 27.9.2006, Rel. Min. Marcelo Ribeiro, Rel. desig. Min. Marco Aurélio)

REGISTRO DE CANDIDATURA. CANDIDATO A DEPUTADO FEDERAL. EX-PRESIDENTE DECÂMARA MUNICIPAL. CONTAS REJEITADAS PELO TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO. RECURSOPROVIDO PARA INDEFERIR O REGISTRO.

1. A ressalva contida na parte final da letra g do inciso I do art. 1º da Lei Complementar nº 64/90 há deser entendida como a possibilidade, sim, de suspensão de inelegibilidade mediante ingresso em juízo,porém debaixo das seguintes coordenadas mentais: a) que esse bater às portas do Judiciário traduza a

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continuidade de uma “questão” (no sentido de controvérsia ou lide) já iniciada na instância constitucionalprópria para o controle externo, que é, sabidamente, a instância formada pelo Poder Legislativo e peloTribunal de Contas (art. 71 da Constituição); b) que a petição judicial se limite a versar tema ou temas deíndole puramente processual, sabido que os órgãos do Poder Judiciário não podem se substituir, quanto aomérito desse tipo de demanda, a qualquer das duas instâncias de controle externo; c) que tal petição deingresso venha ao menos a obter provimento cautelar de explícita suspensão dos efeitos da decisão contraa qual se irresigne o autor.

2. Inexiste, nos autos, notícia de provimento judicial acautelatório que suspenda os efeitos da decisãoproferida pela Corte de Contas. Provimento cautelar tanto mais necessário quanto se sabe que, em matériade contas, “as decisões do tribunal de que resulte imputação de débito ou multa terão eficácia de títuloexecutivo” (§ 3º do art. 71 da Lei Constitucional).

3. Os Tribunais de Contas detêm competência constitucional para julgar as contas das CasasLegislativas.

4. Recurso ordinário provido.

(TSE, RO n.º 1.130, Ac. n.º 1.130, de 25.9.2006, Rel. Min. Carlos Ayres Britto)

RECURSO ORDINÁRIO. DEFERIMENTO. REGISTRO DE CANDIDATURA. DEPUTADOESTADUAL. REJEIÇÃO DE CONTAS. TCU. CONVÊNIO ENTRE MUNICÍPIO E UNIÃO. CARÁTERINSANÁVEL. PROPOSITURA DE AÇÃO NA JUSTIÇA COMUM. AUSÊNCIA DE LIMINAR OUANTECIPAÇÃO DE TUTELA. NÃO-APLICAÇÃO DA SÚMULA Nº 1/TSE. PROVIMENTO.

1. O TSE deve analisar a idoneidade da ação desconstitutiva ajuizada pelo candidato. Tal juízo écomplementar ao permissivo posto na Súmula nº 1/TSE.

2. Não basta que o candidato ajuíze, na Justiça Comum, a ação desconstitutiva. Deve-se perquirir, naesfera eleitoral, se a pretensão formulada é idônea a afastar a rejeição de contas. Precedente: RO nº 931,Rel. Ministro César Asfor Rocha, sessão de 29.8.2006.

3. A ação anulatória manejada não é apta a combater o acórdão do TCU, referente ao descumprimentode convênio celebrado entre o município de Estância/SE e a União, por intermédio do Ministério do MeioAmbiente, para a construção de muro de contenção de marés no valor de R$ 100.000,00 (cem mil reais).A obra não foi levada a termo, sendo de responsabilidade do gestor municipal, ora recorrido, a sua consecução.Tais circunstâncias demonstram o caráter insanável da rejeição de contas, que pode ser aferido pela JustiçaEleitoral (RO nº 681, Rel. Min. Fernando Neves, DJ de 17.10.2003).

4. Ato de vontade do recorrido de natureza processual que não se sobrepõe aos objetivos de aplicaçãodo princípio da moralidade pública ínsito na legislação específica.

5. Não há, outrossim, pedido deferido de tutela antecipada ou liminar, que possa traduzir a plausibilidadeda pretensão formulada na justiça comum.

6. Recurso ordinário provido.

(TSE, RO n.º 1.065, Ac. n.º 1.065, de 21.9.2006, Rel. Min. Augusto Delgado)

RECURSO ESPECIAL. PRINCÍPIO DA FUNGIBILIDADE. RECEBIDO COMO ORDINÁRIO.REGISTRO DE CANDIDATURA. ELEIÇÃO 2006. IMPUGNAÇÃO. CANDIDATO. DEPUTADO DISTRITAL.REJEIÇÃO DE CONTAS. TC/DF. TOMADA DE CONTA ESPECIAL. AUSÊNCIA DE LICITAÇÃO. ART. 1º,I, g, DA LC Nº 64/90. INDEFERIMENTO DO REGISTRO. RECURSO DESPROVIDO.

- Não compete à Justiça Eleitoral analisar ser ou não caso de dispensa de licitação. Esses fundamentosforam apreciados pela Corte de Contas, a qual, por entender haver violação à Lei nº 8.666/93, decidiu pelarejeição das contas.

- Não interposto recurso da decisão, a alegação de que o Tribunal de Contas pode vir a modificar seuentendimento, porque não apreciadas, ainda as contas anuais, não altera o quadro.

Recurso Especial conhecido como Ordinário e a que se nega provimento.

(TSE, RESPE n.º 26.729, Ac. n.º 26.729, de 20.9.2006, Rel. Min. Gerardo Grossi)

RECURSO ORDINÁRIO. REGISTRO DE CANDIDATURA. INDEFERIMENTO. REJEIÇÃO DECONTAS. AÇÃO DECLARATÓRIA DE ELEGIBILIDADE NA JUSTIÇA COMUM. INADEQUAÇÃO PARAOS FINS DA SÚMULA Nº 1/TSE.

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1. O TSE deve analisar a idoneidade da ação desconstitutiva ajuizada pelo candidato. Tal juízo écomplementar ao permissivo posto na Súmula nº 1/TSE.

2. Não basta que o candidato ajuíze, perante a justiça comum, a ação desconstitutiva. Deve-se perquirir,na esfera eleitoral, se a pretensão formulada é idônea para afastar a rejeição de contas. Precedentes:RO nº 912 e RO nº 931, Rel. Ministro César Asfor Rocha, publicados, respectivamente, nas sessões de24.8.2006 e 29.8.2006.

3. No caso concreto, a ação declaratória de elegibilidade manejada, além de inexistir no universojurídico e de estar dirigida a órgão incompetente (art. 87 do Código de Processo Civil), não se confunde coma ação desconstitutiva (Súmula nº 1/TSE) das contas rejeitadas pelo Tribunal de Contas da União e daCâmara Municipal de Pinheiro/MA.

4. Recurso ordinário a que se nega provimento

(TSE, RO n.º 952, Ac. n.º 952, de 14.9.2006, Rel. Min. Augusto Delgado)

RECURSO ORDINÁRIO. ELEIÇÃO 2006. IMPUGNAÇÃO. CANDIDATO. DEPUTADO ESTADUAL.REJEIÇÃO DE CONTAS. AÇÃO ANULATÓRIA. BURLA. INAPLICABILIDADE DO ENUNCIADO Nº 1 DASÚMULA DO TSE. RECURSO PROVIDO.

- A análise da idoneidade da ação anulatória é complementar e integrativa à aplicação da ressalvacontida no Enunciado nº 1 da Súmula do TSE, pois a Justiça Eleitoral tem o poder-dever de velar pelaaplicação dos preceitos constitucionais de proteção à probidade administrativa e moralidade para o exercíciodo mandato (art. 14, § 9º, CF/88).

Recurso provido.

(TSE, RO n.º 931, Ac. n.º 931, de 29.8.2006, Rel. Min. Cesar Asfor)

ELEIÇÕES DE 2006. REGISTRO DE CANDIDATURA. COLIGAÇÃO “ESPERANÇA POPULAR”(PC DO B/PV/PMN). ELEIÇÃO PROPORCIONAL. DEPUTADO ESTADUAL. RESOLUÇÃO TSE Nº 22.156/2006.IMPUGNAÇÃO. MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL. REJEIÇÃO DE CONTAS PELO TRIBUNAL DECONTAS DOS MUNICÍPIOS. IRREGULARIDADES NÃO-CONSIDERADAS INSANÁVEIS. NÃO HÁ NOTADE IMPROBIDADE E DE CRIME DE RESPONSABILIDADE. DOLO OU FRAUDE. DEMONSTRAÇÃO DEPREJUÍZO AO ERÁRIO MUNICIPAL. AUSÊNCIA DE ELEMENTOS. IMPROCEDÊNCIA DA IMPUGNAÇÃO.DOCUMENTAÇÃO DO REGISTRO. REGULARIDADE FORMAL. DEFERIMENTO DO PEDIDO DEREGISTRO.

1. A inelegibilidade do art. 1º, I, “g”, da Lei Complementar nº 64/90, decorre de decisão irrecorrível doórgão competente que rejeita as contas em razão de irregularidade insanável. As irregularidades ensejadorasde inelegibilidade são aquelas de natureza insanável, com nota de improbidade. A insanabilidade pressupõea prática de ato de má-fé, por motivação subalterna, contrária ao interesse público, marcado pela ocasiãoou pela vantagem, pelo proveito ou benefício pessoal, mesmo que imaterial. Não havendo prova dainsanabilidade, não há que se cogitar de inelegibilidade. Precedentes do Tribunal Superior Eleitoral.

2. Embora as contas tenham sido rejeitadas pela Corte de Contas, as irregularidades não foramconsideradas insanáveis, sendo afastada a nota de improbidade administrativa e de crime deresponsabilidade. Hipótese de inelegibilidade não configurada, pois não houve demonstração de que o atofora praticado com dolo ou fraude, ou mesmo que tenha havido qualquer prejuízo ao erário municipal.Impugnação ao pedido de registro julgada improcedente.

3. Segundo a moderna doutrina constitucionalista, as inelegibilidades surgem como exceçõesconstitucionais e infraconstitucionais, dentro do contexto normativo vigente. As regras de privação e restriçãodos direitos políticos hão de entender-se nos limites mais estreitos de sua expressão verbal.

4. Presentes os requisitos exigidos em lei e nas instruções do Tribunal Superior Eleitoral, defere-se opedido de registro de candidatura.

5. Decisão por maioria dos votos.

(TRE-CE, RGC n.º 12.281, Ac. n.º 12.281, de 23.8.2006, Rel. Juiz Celso Albuquerque Macedo)

ELEIÇÕES DE 2006. REGISTRO DE CANDIDATURA. COLIGAÇÃO “REEDIFICAÇÃO SOCIAL”(PSL/PRONA). ELEIÇÃO PROPORCIONAL. DEPUTADO ESTADUAL. RESOLUÇÃO TSE Nº 22.156/2006.NOTÍCIA DE INELEGIBILIDADE. IMPROCEDÊNCIA. DOCUMENTAÇÃO DO REGISTRO. REGULARIDADEFORMAL. DEFERIMENTO DO PEDIDO DE REGISTRO. DECISÃO UNÂNIME.

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APLICAÇÃO DA SÚMULA Nº 1

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1. Para que reste caracterizada a inelegibilidade prevista no art.1º, I, “g”, da Lei Complementar nº 64/90,torna-se imprescindível a rejeição das contas por irregularidade insanável e por decisão irrecorrível doórgão competente.

2. A perda ou suspensão dos direitos políticos prevista no art. 15, V, da Constituição, em razão deimprobidade administrativa, nos termos do art.37, §4º, da mesma Carta, somente poderá ocorrer com o“due process of law”, mesmo porque os direitos políticos são direitos fundamentais do indivíduo e ninguémpode ter direito seu atingido a não ser com o devido processo legal (Ac. nº 12.371, de 27.08.1992, rel. Min.Carlos Velloso).

3. A suspensão dos direitos políticos só se efetiva com o trânsito em julgado da sentença condenatóriaproferida pelo órgão jurisdicional competente, nos termos do art. 20 da Lei nº 8.429/92.

4. O art.14, §9º, da Constituição limita-se a ensejar que, por meio de lei complementar, sejamestabelecidos outros casos de inelegibilidade, além dos que ela própria previu. A impossibilidade decandidatar-se poderá decorrer da incidência da lei assim elaborada; não diretamente do texto constitucional(Ac. nº 20.115, de 10.09.2002, rel. Min. Fernando Neves).

5. A documentação que instrui o processo de registro indica a ausência de qualquer decisão judicialou da Corte de Contas competente que acarrete a inelegibilidade do candidato.

6. Segundo a moderna doutrina constitucionalista, as inelegibilidades surgem como exceçõesconstitucionais e infraconstitucionais, dentro do contexto normativo vigente. As regras de privação e restriçãodos direitos políticos hão de entender-se nos limites mais estreitos de sua expressão verbal.

7. Presentes os requisitos exigidos em lei e nas instruções do Tribunal Superior Eleitoral, defere-se opedido de registro de candidatura.

8. Decisão por unanimidade de votos.

(TRE-CE, RGC n.º 12.402, Ac. n.º 12.402, de 22.8.2006, Rel. Juiz Celso Albuquerque Macedo)

ELEIÇÕES 2006. REGISTRO DE CANDIDATURA. DEPUTADO ESTADUAL. PROCEDIMENTOSUMÁRIO. PRAZOS ININTERRUPTOS. ART. 36 DA RESOLUÇÃO-TSE N.º 22.156/2006. IMPUGNAÇÃO.PROCEDÊNCIA. SECRETÁRIO MUNICIPAL DE SAÚDE. EXERCÍCIOS FINANCEIROS DE 1997 E 1998.CONTAS DESAPROVADAS. AFERIÇÃO DA INSANABILIDADE DAS IRREGULARIDADES. JUSTIÇAELEITORAL. COMPETÊNCIA. DECISÃO DO TRIBUNAL DE CONTAS DO MUNICÍPIO - TCM. ÓRGÃOCOMPETENTE. DISCUSSÃO NO PODER JUDICIÁRIO. AUSÊNCIA. INELEGIBILIDADE.RECONHECIMENTO. ART. 1º, I, g, DA LEI COMPLEMENTAR N.º 64/90. INDEFERIMENTO DO REGISTRO.

1 - Durante o processo eleitoral, a contagem dos exíguos prazos dá-se de forma contínua e ininterrupta,a partir da notificação das partes envolvidas, ex vi do art. 36 da Resolução-TSE n.º 22.156/2006.

2 - A Justiça Eleitoral é competente para analisar se as irregularidades indicadas na apreciação dascontas de agentes públicos, pelo TCM, são insanáveis ou não.

3 - O Tribunal de Contas do Município é o órgão competente para processar e julgar as contas degestão de ordenador de despesas.

4 - Declaradas desaprovadas as contas de agente público, mediante decisão irrecorrível de órgãocompetente e ausente o ingresso em Juízo de ação tendente a discutir a respectiva determinação, importareconhecer o efeito da inelegibilidade.

5 - Impugnação procedente.

6 - Registro de candidatura indeferido.

(TRE-CE, RGC n.º 11.772, Ac. n.º 11.772, de 16.8.2006, Rel. Juiz Anastácio Jorge M. de S. Marinho)

ELEIÇÕES 2006 - REGISTRO DE CANDIDATURA - DEPUTADO ESTADUAL - IMPUGNAÇÃO -CONTAS DE GOVERNO DESAPROVADAS - TCM - INELEGIBILIDADE - ARGÜIÇÃO - MINISTÉRIOPÚBLICO FEDERAL ELEITORAL - JULGAMENTO PELA CÂMARA MUNICIPAL - DECRETO -COMPETÊNCIA - AÇÃO ANULATÓRIA - PRAZO LEGAL - JUSTIÇA COMUM - RESSALVA DA LEI DASINELEGIBILIDADES - APLICAÇÃO DA SÚMULA Nº 1 DO TSE - IMPROCEDÊNCIA - REGISTRO -DOCUMENTAÇÃO - ART. 25, INCISOS E PARÁGRAFOS, E ART. 26, DA RESOLUÇÃO TSE Nº 22.156/2006- FORMALIZAÇÃO - COMPROVAÇÃO - DEFERIMENTO.

1. Tendo sido ajuizada no prazo legal a Ação Anulatória da decisão que julgou as Contas desaprovadas,incide a ressalva da alínea “g” do art. 1º da Lei Complementar nº 64/90 e o disposto na Súmula nº 1, do TSE.

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2. A legislação e a resolução do Colendo Tribunal Superior Eleitoral elencam os documentosnecessários para o registro de candidatura aos cargos públicos providos mediante eleição, motivo peloqual, estando o pedido de Registro de Candidatura instruído com a documentação exigida pela ResoluçãoTSE nº 22.156/2006 e não se constatando nenhuma irregularidade, impõe-se seu deferimento.

(TRE-CE, RGC n.º 11.924, Ac. n.º 11.924, de 16.8.2006, Rel.ª Juíza Maria Nailde Pinheiro Nogueira)

Ação rescisória. Acórdão. Tribunal Superior Eleitoral. Indeferimento. Registro. Candidato. Vereador.Inelegibilidade. Art. 1º, I, g, da Lei Complementar n.º 64/90. Contratação de servidores sem concurso público.Irregularidade insanável.

Documento novo. Certidão. Tribunal de Contas. Não-caracterização. Precedente.

Alegação. Rejeição de contas. Motivo diverso. Irregularidade sanável. Fato delineado no acórdãoregional. Questão aventada no acórdão rescindendo. Impossibilidade. Reexame. Causa.

1. Hipótese em que a certidão do Tribunal de Contas que instrui a ação rescisória não pode sercaracterizada como documento novo, na medida em que poderia perfeitamente ter sido obtida pelo candidatodurante o processamento de seu registro de candidatura e utilizada em sua defesa. Nesse sentido: Acórdãon.º 156, Ação Rescisória n.º 156, Relª Ministra Ellen Gracie, de 21.10.2003.

2. O autor pretende simplesmente rediscutir a causa de indeferimento de seu registro, o que não épossível por meio da via excepcional da ação rescisória.

Agravo regimental a que se nega provimento.

(TSE, AAR n.º 209, Ac. n.º 209, de 31.3.2005, Rel. Min. Caputo Bastos)

Embargos de declaração. Registro de candidatura. Prefeito. Rejeição de contas. Competência.Julgamento. Contas de gestão e anuais. Poder Legislativo. Distinção. Contas de convênio.

1. No art. 1º, inciso I, alínea g, da Lei Complementar n.º 64/90, consta a expressão “órgão competente”porque a competência é fixada de acordo com o status jurídico ostentado pelo gestor público.

2. A competência para o julgamento das contas de gestão ou anuais do chefe do Poder Executivo édo Poder Legislativo correspondente, segundo entendimento firmado pelo STF.

3. A competência das Cortes de Contas na apreciação das contas de convênio é de julgamento, enão opinativa, o que significa dizer que o agente público não é julgado pelo Tribunal de Contas na qualidadede chefe do Poder Executivo, mas tão-somente na condição de gestor público, uma vez que os recursosnão pertencem a sua órbita federativa.

Embargos de declaração rejeitados.

(TSE, EARESPE n.º 24.848, Ac. n.º 24.848, de 7.12.2004, Rel. Min. Caputo Bastos)

Eleições 2004. Recurso Especial. Registro. Impugnação. Rejeição de contas (art. 1º, I, g, daLC n.º 64/90). Caso em que a Corte de Contas não incluiu o nome do responsável na lista de inelegíveis(art. 11, § 5º, da Lei n.º 9.504/97). Irregularidades sanáveis. Deferimento do registro.

A irregularidade insanável não supõe necessariamente ato de improbidade ou a irreparabilidadematerial.

A insanabilidade pressupõe a prática de ato de má-fé, por motivação subalterna, contrária ao interessepúblico, marcado pela ocasião ou pela vantagem, pelo proveito ou benefício pessoal, mesmo que imaterial.

Recurso especial conhecido, mas desprovido.

(TSE, RESPE n.º 23.565, Ac. n.º 23.565, de 21.10.2004, Rel. Min. Luiz Carlos Madeira)

RECURSO ESPECIAL. REGISTRO DE CANDIDATO. PREFEITO. INELEGIBILIDADE. REJEIÇÃODE CONTAS. CÂMARA MUNICIPAL. AÇÃO DESCONSTITUTIVA. SÚMULA-TSE N.º 1. PRECEDENTES.

- A ação desconstitutiva proposta antes da impugnação é o que basta para suspender a inelegibilidade.

- A aprovação pela Câmara Municipal do parecer do Tribunal de Contas por decurso de prazo necessitade previsão na Lei Orgânica Municipal.

Agravo regimental a que se nega provimento.

(TSE, ARESPE n.º 23.942, Ac. n.º 23.942, de 11.10.2004, Rel. Min. Carlos Velloso)

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RECURSO ESPECIAL. Eleições 2004. Agravo Regimental. Inelegibilidade Infraconstitucional. Partido.Legitimidade. Medida Cautelar. Ausência. Fundamentos não infirmados.

O ajuizamento de medida cautelar preparatória da ação principal atende os requisitos da Súmulan.º 1 do TSE.

No processo de registro, o partido que não o impugnou não tem legitimidade para recorrer.

Nega-se provimento a agravo regimental que não ilide os fundamentos da decisão impugnada.

(TSE, ARESPE n.º 23.560, Ac. n.º 23.560, de 5.10.2004, Rel. Min. Gomes de Barros)

RECURSO ESPECIAL. Eleições 2004. Agravo Regimental. Registro. Indeferimento. Contas. Rejeição.Parecer. Tribunal de Contas. Apreciação. Câmara Municipal.

Em havendo previsão legal para tanto, a falta de apreciação pela Câmara Municipal, dentro de lapsotemporal, consolida o parecer do Tribunal de Contas acerca das contas do chefe do Executivo Municipal.

(TSE, ARESPE n.º 23.535, Ac. n.º 23.535, de 28.9.2004, Rel. Min. Gomes de Barros)

Registro. Deferimento. Contas. Convênio. Repasse. Verba. Estado. Parecer. Tribunal de contas doestado. Apreciação. Rejeição. Contas. Legitimidade. Necessidade. Comprovação. Irregularidade. Insanável.Ajuizamento. Ação. Desconstituição. Decisão. Tribunal de contas do estado. Suspensão. Inelegibilidade.Ressalva. Art. 1º, I, g, LC n.º 64/90.

1. A teor da sedimentada jurisprudência do Tribunal Superior Eleitoral, o órgão competente,originariamente, para julgar a regularidade da aplicação de verbas provenientes de convênios celebradosentre o município e o estado é o Tribunal de Contas do Estado (Ac. n.º 13.935, de 1º.10.96, REspen.º 13.935, rel. Ministro Nilson Naves; Ac. n.º 13.299, de 30.9.96, REspe n.º 13.299, rel. Ministro EduardoRibeiro; Ac. n.º 20.437, de 25.9.2002, REspe n.º 20.437, rel. Ministro Sepúlveda Pertence).

2. As irregularidades ensejadoras de inelegibilidade são aquelas de natureza insanável, com nota deimprobidade, consoante firme orientação do TSE (Ac. n.º 21.896, de 26.8.2004, REspe n.º 21.896, rel.Ministro Peçanha Martins; Ac. n.º 604, de 20.9.2002, AgRgRO n.º 604, rel. Ministro Luiz Carlos Madeira;Ac. n.º 17.712, de 26.10.2000, AgRgREspe n.º 17.712, rel. Ministro Garcia Vieira).

3. Proposta a ação desconstitutiva da decisão que rejeitou as contas do prefeito, a qualquer tempo,anteriormente à impugnação do registro, suspensa está a inelegibilidade (Ac. n.º 21.709, de 12.8.2004,REspe n.º 21.709, rel. Ministro Francisco Peçanha; Ac. n.º 12.598, de 19.9.92, REspe n.º 9.847, rel. MinistroTorquato Jardim; Ac. n.º 12.570, de 18.9.92, REspe n.º 10.171, rel. Ministro Américo Luz).

4. Negado provimento ao recurso.

(TSE, RESPE n.º 23.345, Ac. n.º 23.345, de 24.9.2004, Rel. Min. Caputo Bastos)

Registro de candidatura. Inelegibilidade. Rejeição de contas. Prefeito. Propositura. Ação judicial.Tribunal de Contas. Impropriedade. Órgão competente. Câmara Municipal. Julgamento. Prestação de contas.Súmula-TSE n.º 1. Não-abrangência.

1. O órgão competente para julgar as contas de chefe do Poder Executivo Municipal é a CâmaraMunicipal, exercendo o Tribunal de Contas uma função meramente auxiliar, uma vez que o parecer queemite é passível de manutenção ou rejeição pelo órgão do Poder Legislativo Municipal.

2. A ação judicial desconstitutiva da rejeição de contas, quando proposta contra o parecer do Tribunalde Contas, não tem o condão de afastar a inelegibilidade prevista no art. 1º, inciso I, alínea g, da LC n.º 64/90.Não-ocorrência da suspensão da inelegibilidade.

Recurso não conhecido.

(TSE, RESPE n.º 23.235, Ac. n.º 23.235, de 18. 9.2004, Rel. Min. Caputo Bastos)

RECURSO EM REGISTRO DE CANDIDATO - CONTAS DE PRESIDENTE DE CÂMARA MUNICIPAL- INELEGIBILIDADE - AÇÃO JUDICIAL - PROVIMENTO.

- As contas de Presidente de Câmara de Vereadores são julgadas pelo Tribunal de Contas dosMunicípios e independem de apreciação legislativa.

- O descumprimento da Lei de Licitações constitui irregularidade insanável, já decidiu o TSE (AgravoRegimental na Medida Cautelar n.º 661 - CE, relator o Ministro Nelson Jobim) e o TRE-CE.

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- Existindo ação perante o Poder Judiciário apta, em tese, a desconstituir a decisão questionada,resta suspensa a inelegibilidade.

- A ação cautelar preparatória, ajuizada antes da impugnação, seguida da devida ação desconstitutiva,tem aptidão para suspender a inelegibilidade, incidindo a ressalva legal (LC n.º 64/90, art. 1º, inciso I, alínes‘g’, parte final) e ensejando a aplicação da Súmula n.º 1 do TSE.

- Precedentes do TRE-CE e do TSE.

- Recurso provido. Sentença reformada.

- Registro assegurado.

(TRE-CE, RRC n.º 11.185, Ac. n.º 11.185, de 4.9.2004, Rel. Juiz Antonio Abelardo Benevides Moraes)

Recurso em Registro de Candidatura. Presidente de Câmara Municipal. Rejeição de contas peloTCM.

- O ajuizamento de ação anulatória na Justiça Comum posteriormente à impugnação não suspendea inelegibilidade. Súmula n.º 1 do TSE.

- A Justiça Eleitoral pode, para fins de inelegibilidade, exercer juízo sobre a insanabilidade ou nãodas irregularidades presentes nas contas de responsabilidade de pretenso candidato, enquanto gestor dacoisa pública.

- Constatação de irregularidades passíveis de enquadramento na lei de improbidade administrativa(Lei n.º 8.429, de 2 de junho de 1992).

- Recurso improvido.

(TRE-CE, RRC n.º 11.415, Ac. n.º 11.415, de 4.9.2004, Rel. Des. José Eduardo Machado de Almeida)

RECURSO EM REGISTRO DE CANDIDATO - CONTAS DESAPROVADAS - AÇÃO JUDICIAL -INELEGIBILIDADE SUSPENSA - DESPROVIMENTO.

- As contas de convênio em que recursos da União são repassados a Municípios, são julgadas peloTCU e independem de apreciação legislativa (C.F., art. 71, II e VI).

- Contas de gestão de fundo de saúde municipal são julgadas pelo Tribunal de Contas dos Municípiose igualmente independem de apreciação legislativa.

- Ações judiciais formalizadas antes da impugnação e, em tese, aptas a desconstituírem as decisõesquestionadas, suspendem a inelegibilidade que se busca declarar (LC 64/90, art. 1°, inciso I, alínea “g” eSúmula 1 do TSE).

- Recurso desprovido. Sentença confirmada.

(TRE-CE, RRC n.º 11.247, Ac. n.º 11.247, de 3.9.2004, Rel. Juiz Antonio Abelardo Benevides Moraes)

Recurso em Registro de Candidatura. Prefeito. Desaprovação de contas. Ausência de DecretoLegislativo. LC n.º 64/90, art. 1º, inciso I, alínea ‘g’. Ajuizamento de ação desconstitutiva na Justiça Comum.Incidência da Súmula n.º 1 do TSE.

- Compete exclusivamente à Câmara Municipal o julgamento das contas do Chefe do ExecutivoMunicipal, sejam as chamadas de “gestão”, sejam as “de governo”, atuando o TCM tão-somente comoórgão auxiliar do Poder Legislativo.

- A desaprovação das contas de Prefeito pelo TCM, não existindo nos autos prova da apreciação peloLegislativo Municipal, afasta a proclamada inelegibilidade do art. 1º, inciso I, alínea ‘g’ da LC n.º 64/90.

- O ajuizamento perante a Justiça Comum das competentes ações desconstitutivas de rejeição decontas, anteriormente à propositura da impugnação, questionando existência de vícios formais, suspende ainelegibilidade prevista no art. 1º, inciso I, alínea ‘g’, da Lei Complementar n.º 64/90. Incidência da Súmulan.º 1 do TSE.

(TRE-CE, RRC n.º 11.308, Ac. n.º 11.308, de 3.9.2004, Rel. Des. José Eduardo Machado de Almeida)

RECURSO ELEITORAL - REGISTRO DE CANDIDATO - CONTAS DESAPROVADAS -INELEGIBILIDADE NÃO CARACTERIZADA - IMPROVIMENTO.

- Tribunal de Contas aprecia contas dos chefes do executivo, emitindo parecer, cabendo o seujulgamento ao Poder Político, nas diversas esferas de poder. Precedente do STF (C.F., art. 71, I).

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- O parecer prévio do Tribunal de Contas dos Municípios, rejeitado pela maioria de 2/3 da CâmaraMunicipal, o poder competente para julgar, não enseja a inelegibilidade prevista na lei especial (LC 64/90,art. 1°, inciso I, alínea “g”).

- Recurso improvido. Sentença confirmada.

(TRE-CE, RRC n.º 11.118, Ac. n.º 11.118, de 23. 8.2004, Rel. Juiz Antonio Abelardo Benevides Moraes)

RECURSO EM REGISTRO DE CANDIDATURA. PRESIDENTE DE CAMARA MUNICIPAL.DESAPROVAÇÃO PELO TCM. AUSÊNCIA DE SUJEIÇÃO DAS CONTAS DESAPROVADAS AO PODERJUDICIÁRIO. MERO PEDIDO DE PARCELAMENTO DE MULTA IMPOSTA, NÃO REVELA ADESCONSTITUIÇÃO DO JULGAMENTO PROFERIDO PELO TCM. IMPROVIMENTO DO RECURSO.DECRETAÇÃO DA INELEGIBILIDADE.

1 - O descumprimento da lei de licitação, importa em irregularidade insanável (Acórdão n.º 13.856, doTSE, Relator Ministro Francisco Rezek).

2 - O pagamento de multa determinada pelo TCM, implica no reconhecimento pelo gestor dasirregularidades apontadas no curso da Administração.

3 - Quando não forem destacados os requisitos de qualificação de improbidade ou de irregularidadesinsanáveis pelo órgão parecerista, a notícia de que houve a prática de atos motivadores de prejuízo aoErário Municipal, afasta a elegibilidade, tendo em vista que as despesas ilegais estavam em falta com ostermos da lei, contrariando, assim, os expressos mandamentos que regem a sua realização.

(TRE-CE, RRC n.º 11.076, Ac. n.º 11.076, de 18. 8.2004, Rel. Juiz Celso Albuquerque Macedo)

REGISTRO DE CANDIDATURA. CÂMARA MUNICIPAL. APROVAÇÃO DE CONTAS MUNICIPAIS.TCU. REJEIÇÃO DE CONTAS. RECURSO JUDICIAL. PENDÊNCIA DE JULGAMENTO. SÚMULA N.º 1TSE. DEFERIMENTO DO REGISTRO. POSSIBILIDADE. RECURSO IMPROVIDO.

1. A revogação da Súmula n.º 1, do TSE, será uma homenagem à probidade administrativa,principalmente depois da edição da Lei Complementar n.º 101, de 4 de maio de 2000 (Lei de ResponsabilidadeFiscal). Equivale-se a menoscabo propor a desconstituição de decisões que desaprovam contas de governoou de gestão, na véspera do registro de candidatura, apenas com o intuito de suspender a inelegibilidade,principalmente quando decorridos vários anos sem qualquer providência administrativa ou jurisdicionalpertinente.

2. Partido Político integrante de Coligação não tem legitimidade para, isoladamente, propor Ação deImpugnação de Registro de Candidatura, ou dela recorrer.

3. É da competência da Câmara Municipal a desaprovação das contas de governo e de gestão doPrefeito. O ingresso de ações, oportuno tempore, para a desconstituição dos atos do legislativo, suspendea inelegibilidade, notadamente quando são atacados todos os pontos, incluindo a omissão do devido processolegal, configurada pela falta de notificação para a defesa do gestor, além da imprescindível motivação decada decisão.

4. Recurso a que se nega provimento.

(TRE-CE, RRC n.º 11.083, Ac. n.º 11.083, de 12. 8.2004, Rel. Juiz Celso Albuquerque Macedo)

Eleições municipais - Renovação do pleito majoritário - Excepcionalidade - Candidatura de vereadoreleito na eleição ocorrida na data regulamentar - Possibilidade.

Eleição suplementar - Não caracterização.

Rejeição de contas - Alínea g do inciso I do art. 1º da LC n.º 64/90 - Ação anulatória - Impugnação aoregistro - Anterioridade - Súmula n.º 1 do TSE - Aplicação - Inexistência de recurso administrativo - Irrelevância.

1. Na renovação do pleito, por se tratar de situação excepcional, os processos de registro merecemtratamento específico e diferenciado dos demais, interpretando-se de forma sistêmica as normas eleitorais,inclusive se levando em conta o princípio da razoabilidade.

2. O fato de candidato a prefeito na renovação ter sido eleito e ter exercido o cargo de vereador naeleição ocorrida na data regulamentar, não tem o condão de impedir seu registro a prefeito, pois não o tornainelegível, isto é, não faz, por si só, com que ele possa ser enquadrado em algumas das hipóteses previstasna LC n.º 64/90.

3. Eleição suplementar ocorre quando é necessário repetir-se a votação em alguma seção eleitoral

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que tenha sido anulada por um dos motivos previstos no capítulo VI do Código Eleitoral, que trata dasnulidades da votação.

4. A ação que visa desconstituir a decisão do Tribunal de Contas ajuizada antes da impugnação doregistro do recorrido enseja aplicação da Súmula n.º 1 do TSE, sendo irrelevante o fato de não ter sidointerposto recurso administrativo perante o Tribunal de Contas

(TSE, RESPE n.º 21.141, Ac. n.º 21.141, de 15.5.2003, Rel. Min. Fernando Neves)

Recurso especial recebido como ordinário. Registro de candidatura. Impugnação. Rejeição de contas.Decreto legislativo editado e publicado. Falta de propositura de ação desconstitutiva. Inelegibilidade. LC 64/90,art. 1º, inciso I, alínea g.

1. Editado e publicado o decreto legislativo que rejeitou as contas do Poder Executivo, sem que tenhasido proposta ação desconstitutiva dessa decisão, caracterizada está a inelegibilidade.

2. Recurso a que se nega provimento.

(TSE, RESPE n.º 20.150, Ac. n.º 20.150, de 19.9.2002, Rel. Min. Sepúlveda Pertence)

Registro de candidato.

Rejeição de contas pelo TCU. Ausência de prestação de contas de verba de convênio federal.Irregularidade insanável. Alínea ‘g’ do inciso I do art. 1º da LC n.º 64/90. Recolhimento de valores aos cofrespúblicos não é suficiente para afastar a inelegibilidade. Recurso provido.

(TSE, RESPE n.º 15.412, Ac. n.º 15.412, de 27.10.1998, Rel. Min. Eduardo Alckmin)

Recurso especial. Recurso contra expedição de diploma. Rejeição de contas. Art. 1º, I, “g”, da LC 64/90.

Preliminar de ilegitimidade ad causam do recorrente. Rejeição.

Tem legitimidade para propor recurso contra a expedição de diploma aquele cujo registro de candidaturafoi indeferido por decisão ainda não transitada em julgado, estando recurso extraordinário ainda em tramitaçãoperante o eg. STF.

A inelegibilidade prevista no art. 1º, I, “g”, da LC 64/90 tem natureza infraconstitucional.

A competência para o julgamento das contas do chefe do executivo municipal é da câmara municipal,constituindo o pronunciamento do Tribunal de Contas do Estado mero parecer prévio.

Rejeição das contas pela câmara municipal posterior a realização do pleito. Impossibilidade dacassação do diploma do candidato eleito.

A rejeição de contas superveniente ao registro não enseja a cassação do diploma conferido aocandidato eleito, pois a cláusula de inelegibilidade posta na alinea “g” do inciso I do art. 1º da LC 64/90 seaplica às eleições que vierem a se realizar e não às já realizadas.

(TSE, RESPE n.º 15.204, Ac. n.º 15.204, de 2.6.1998, Rel. Min. Eduardo Alckmin)

Registro. Impugnação.

Rejeição de contas. Novos pronunciamentos da mesma edilidade. Possibilidade dessa revisão.Ato eminentemente político.

Descabe à Justiça Eleitoral examinar alegações de imoralidade e ilegitimidade dos atos da CâmaraMunicipal.

Precedentes do TSE.

Recurso conhecido e provido.

(TSE, RESPE n.º 13.783, Ac. n.º 13.783, de 30.10.1996, Rel. Min. Diniz de Andrada)

Coisa julgada. Limites objetivos.

Indeferido o pedido de registro, por se reconhecer inelegibilidade, decorrente de rejeição de contas,a coisa julgada não atinge essa razão de decidir (CPC, art. 469, I).

Ainda assim não fosse, a imutabilidade resultante da sentença não impediria o deferimento do registro,

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se alterada a situação de fato, com o ulterior ajuizamento de ação tendente a anular o ato de rejeição.

(TSE, RESPE n.º 14.416, Ac. n.º 14.416, de 29.10.1996, Rel. desig. Min. Eduardo Ribeiro)

Registro de candidato. Rejeição de contas de Presidente da Câmara Municipal pelo Tribunal deContas Estadual. Aprovação pela edilidade local. Ausência de ação desconstitutiva. Inelegibilidade. Ausênciade prequestionamento relativa à questão de intempestividade da impugnação à candidatura.

Tratando-se de julgamento das contas de ex-presidente da Câmara Municipal, há que prevalecer oparecer do Tribunal de Contas, sendo irrelevante a decisão da Câmara Municipal.

Recurso não conhecido.

(TSE, RESPE n.º 13.475, Ac. n.º 13.475, de 22.10.1996, Rel. Min. Ilmar Galvão)

Inelegibilidade. Rejeição de contas. Convênio.

Impossibilidade de discutir-se, no procedimento de registro de candidatura, eventual vício da decisãodo Tribunal de Contas. Tal pretensão haverá de ser deduzida em ação direta perante a Justiça Comum.

(TSE, RESPE n.º 14.624, Ac. n.º 14.624, de 2.10.1996, Rel. Min. Eduardo Ribeiro)

Recurso especial.

Inviabilidade em relação a temas a cujo respeito não houve prequestionamento.

Rejeição de contas. Inelegibilidade. Matéria passível de conhecimento de ofício pelo juiz. Irrelevânciade eventual ilegitimidade do impugnante, o que só importaria na hipótese de haver ele formulado recurso.

(TSE, RESPE n.º 13.886, Ac. n.º 13.886, de 30.9.1996, Rel. Min. Eduardo Ribeiro)

Recurso especial. Inelegibilidade (art. 1º, I, “g”, da LC 64/90). Órgão competente para rejeição dascontas.

Só com relação às contas dos chefes do executivo é que o pronunciamento do Tribunal de Contasconstitui mero parecer prévio, sujeito à apreciação final da Câmara Municipal, antes do qual não háinelegibilidade (STF, RE n.º 132.747). As contas de todos os demais responsáveis por dinheiros e benspúblicos são julgadas pelo Tribunal de Contas e suas decisões a respeito geram inelegibilidade (CF, art. 71,I). Inconstitucionalidade dos arts. 95, II, “d” e seu parágrafo 1º, “in fine”, da Constituição do Estado da Bahia,quando estendem as contas das mesas das Câmaras Municipais o regime do art. 31, parágrafo 2º, daConstituição Federal, que é exclusivo das contas dos prefeitos.

Precedentes do TSE (Acs. 12.645 e 12.694, Rel. Min. Sepúlveda Pertence).

Recurso não conhecido.

(TSE, RESPE n.º 13.174, Ac. n.º 13.174, de 30.9.1996, Rel. Min. Francisco Rezek)

Inelegibilidade. Contas de ex-prefeito (Lei Complementar n.º 64/90, art. 1º, inciso I, letra “g”).

1. Caso em que o TSE já reconhecera a inelegibilidade, por ocasião do julgamento do recurson.º 12.114, em relação às eleições de 1994.

2. A aprovação das contas pela Câmara, voltando recentemente atrás, não pode ter a qualidade detornar elegível o ex-prefeito. Admitir-se que pode, seria a admissão do ato de rescisão do acórdão, a todasas luzes inadmissível.

3. Recurso não conhecido.

(TSE, RESPE n.º 12.899, Ac. n.º 12.899, de 23.9.1996, Rel. Min. Nilson Naves)

Registro de candidato. Rejeição de contas. Ação anulatória ajuizada anteriormente à impugnação.Hipótese de aplicação da Súmula n.º 1 do Tribunal Superior Eleitoral. Decisão da câmara municipal proferidahá mais de cinco anos não acarreta inelegibilidade. Argüição de nulidade. Prejuízo não demonstrado. Recursonão conhecido.

(TSE, RESPE n.º 12.871, Ac. n.º 12.871, de 23.9.1996, Rel. Min. Eduardo Alckmin)

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APLICAÇÃO DA SÚMULA Nº 1

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Registro. Candidato a deputado estadual. Inelegibilidade. Contas de prefeito municipal julgadasirregulares pelo Tribunal de Contas.

I - Se o Tribunal de Contas cingiu-se a declarar irregulares as contas do prefeito, em razão de saldomínimo, recolhido aos cofres públicos, não exsurgindo dos fatos dolo ou fraude a viciar a candidatura, nãohá lugar para a inelegibilidade ensejadora do indeferimento do registro.

II - Recurso conhecido como ordinário e provido para fins de determinar a efetivação do registroimpugnado.

(TSE, RO n.º 11.973, Ac. n.º 11.973, de 26.7.1994, Rel. Min. Pádua Ribeiro)

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CAPTAÇÃO ILÍCITA DE SUFRÁGIO

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CAPTAÇÃO ILÍCITA DE SUFRÁGIO(Art. 41-A, da Lei n.º 9.504/97)

1. CONSTITUCIONALIDADE

Representação. Candidatas a prefeito e vice-prefeito.

Art. 41-A da Lei n.º 9.504/97. Constitucionalidade. Captação de sufrágio. Hipótese. Inelegibilidade.Não-configuração. Princípio da não-culpabilidade. Violação. Improcedência. Art. 22, VII, da Lei Complementarn.º 64/90. Produção. Outras provas. Faculdade. Julgador. Condenação. Instâncias ordinárias. Reexame.Fatos e provas. Impossibilidade.

1. O entendimento consolidado nesta Casa é no sentido da constitucionalidade do art. 41-A daLei n.º 9.504/97, entendendo-se que a cassação do registro ou do diploma prevista nessa disposição nãoimplica declaração de inelegibilidade, na medida em que o escopo do legislador é o de afastar imediatamenteda disputa aquele que, no curso da campanha eleitoral, praticou a captação de sufrágio vedada pela legislaçãoeleitoral.

2. É certo que a questão da constitucionalidade do referido art. 41-A retornou a debate na JustiçaEleitoral, em virtude do voto proferido pelo Ministro Eros Grau, no julgamento da Ação Cautelar n.º 509-4,de sua relatoria (Caso Capiberibe), em que o Supremo Tribunal Federal referendou, por maioria, a liminarpostulada nesse feito. Não obstante, como bem asseverou o Ministro Sepúlveda Pertence, na decisãomonocrática por ele proferida no Mandado de Segurança n.º 3.295, ajuizado neste Tribunal: “(...) a dúvidaaventada a respeito pelo em. Ministro Eros Grau substantivou mero obter dictum, com o qual não secomprometeu o Plenário”.

3. A regra constitucional que garante ao cidadão não sofrer nenhuma conseqüência de ordem penal,cuja imposição dependa de juízo definitivo de culpabilidade, não pode ser aplicada, em toda sua extensão,em matéria eleitoral, uma vez que ficaria totalmente comprometida a eficácia das decisões judiciais eleitorais,caso houvesse que se aguardar o trânsito em julgado, levando-se em conta a limitação temporal dos mandatoseletivos.

4. Ao dispor o art. 22, VII, da LC n.º 64/90, que “(...) o Corregedor poderá ouvir terceiros, referidospelas partes, ou testemunhas, como conhecedores dos fatos e circunstâncias que possam influir na decisãodo feito”, estabelece-se uma faculdade, e não uma obrigatoriedade ao julgador que, a seu critério, afere anecessidade ou não da produção dessa prova.

5. Para se infirmar a conclusão a que chegaram as instâncias ordinárias, no sentido de que restoucomprovada a prática de captação ilícita de sufrágio, seria necessário reexaminar fatos e provas, o que nãoé possível em sede de recurso especial, em face do óbice da Súmula-STF n.º 279.

6. Este Tribunal já pacificou entendimento de que, para a caracterização do art. 41-A da Lei dasEleições, não se faz indispensável a identificação do eleitor. Precedentes.

Recurso especial conhecido, mas improvido.

Medida cautelar julgada prejudicada, ficando sem efeito a liminar nela concedida.

(TSE, RESPE n.º 25.215, Ac. n.º 25.215, de 4.8.2005, Rel. Min. Caputo Bastos)

2. CARACTERIZAÇÃO

REPRESENTAÇÃO. CAPTAÇÃO ILÍCITA DE SUFRÁGIO (LEI Nº 9.504/97, ART. 41-A). CONTROLEDE VOTOS MEDIANTE ARDIL (USO DE CARTÃO SIMULANDO UM CHIP). O candidato que encomendacartões simulando um chip que registraria magneticamente os votos, e faz por distribuí-los entre eleitoresmediante a promessa de que, contra a respectiva devolução, receberiam dinheiro, incorre na penalidade doart. 41-A da Lei nº 9.504, de 1997, por captação ilícita de sufrágios. Recurso ordinário não-provido.

(TSE, RESPE nº 28.242, Ac. nº 28.242, de 27.03.2008, Rel. Min. Ari Pargendler)

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RECURSO ESPECIAL. REPRESENTAÇÃO. CAPTAÇÃO ILÍCITA DE SUFRÁGIO. ART. 41-A DALEI Nº 9.504/97. NÃO-CARACTERIZADO. DISSÍDIO JURISPRUDENCIAL. NÃO-CONFIGURADO.DESPROVIMENTO.

O recurso especial tem natureza restrita, assim qualquer solução jurídica que se pretenda dar aorecurso deverá ter como base a moldura fática desenhada pelo acórdão regional.

Para aplicação do art. 41-A da Lei nº 9.504/97 deve ficar demonstrado, sem sombra de dúvida, quehouve o oferecimento de bem ou vantagem pessoal, em troca do voto.

A jurisprudência desta Corte não exige a identificação do eleitor para caracterizar a conduta doart. 41-A da Lei das Eleições. Todavia, nessa hipótese, deve ter cautela redobrada. Ausência na decisãoregional de elementos que permitam inferir a captação ilícita de sufrágio.

Recurso especial desprovido.

(TSE, RESPE nº 28.441, Ac. nº 28.441, de 06.03.2008, Rel. Min. José Augusto Delgado)

AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL. SEGUIMENTO NEGADO. CAPTAÇÃO ILÍCITADE SUFRÁGIO. DESNECESSIDADE. PARTICIPAÇÃO DIRETA. CANDIDATO. EXISTÊNCIA. ANUÊNCIA.FUNDAMENTOS NÃO INFIRMADOS. REITERAÇÃO. ALEGAÇÕES. RECURSO. REEXAME. AUSÊNCIA.DISSÍDIO JURISPRUDENCIAL. FUNDAMENTOS NÃO INFIRMADOS.

- Esta Corte entende que, “Para a caracterização da infração ao art. 41-A da Lei das Eleições, édesnecessário que o ato de compra de votos tenha sido praticado diretamente pelo candidato, mostrando-se suficiente que, evidenciado o benefício, haja participado de qualquer forma ou com ele consentido.Nesse sentido: Acórdão nº 21.264” (Ac. nº 21.792/MG, rel. Min. Carlos Eduardo Caputo Bastos, DJ de21.10.2005).

- Eventual conclusão contrária àquela adotada pelo Regional demanda o reexame de fatos e provasda causa, o que é vedado em sede de recurso especial (Súmulas nos 279/STF e 07/STJ).

- O dissídio jurisprudencial não ficou evidenciado, visto que não foi realizado o cotejo analítico demodo a comprovar a similitude fática e a divergência de entendimento entre os paradigmas indicados e adecisão recorrida.

- Agravo regimental desprovido.

(TSE, RESPE nº 28.061, Ac. nº 28.061, de 8.11.2007, Rel. Min. Marcelo Henriques Ribeiro de Oliveira)

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL. ELEIÇÕES 2004.PARTICIPAÇÃO INDIRETA DO CANDIDATO NA CAPTAÇÃO DE SUFRÁGIO. ILÍCITO CONFIGURADO.PRECEDENTES. DIVERGÊNCIA JURISPRUDENCIAL NÃO CONFIGURADA. ACOLHIMENTO PARCIALDOS ACLARATÓRIOS SEM EFEITOS INFRINGENTES.

1) Afastada a existência de vícios quanto aos seguintes temas, devidamente analisados no acórdãoembargado:

· prazo decadencial para AIJE sobre o Art. 41-A da Lei nº 9.504/97;

· necessidade de ajuizamento de AIJE e de RCED para cassação de diploma;

· omissão do TRE/RO ao julgar os embargos declaratórios;

· contradição sobre o dissídio jurisprudencial;

· violação ao princípio da não-culpabilidade;

· infringência ao princípio da proporcionalidade.

2) Reconhecida a omissão quanto à não-apreciação da aplicabilidade do Art. 41-A da Lei nº 9.504/97na hipótese dos autos.

No caso concreto, comprovou-se a participação de Manoel do Nascimento Negreiros na captaçãoilícita de sufrágio, especialmente, por intermédio de seu irmão, a quem o embargante encaminhou eleitor,para recebimento de benesse.

Merece ser confirmado o aresto regional, por se coadunar com a atual jurisprudência do TSE sobre otema, segundo a qual a participação do candidato na captação ilícita de sufrágio há de ser analisada peloprisma teleológico da norma, sob pena de se esvaziar o conteúdo do dispositivo. Nesse sentido a

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jurisprudência do TSE, ao asseverar que “(...) Para a caracterização da infração ao art. 41-A da Lei dasEleições, é desnecessário que o ato de compra de votos tenha sido praticado diretamente pelo candidato,mostrando-se suficiente que, evidenciado o benefício, haja participado de qualquer forma ou com eleconsentido. Nesse sentido: Acórdão nº 21.264.” (AgRg no REspe nº 21.792/MG, Rel. Min. Caputo Bastos,DJ de 21.10.2005).

Na mesma direção, entendeu o TSE, em recente pronunciamento (REspe nº 26.118/MG, Rel. Min.Gerardo Grossi, sessão de 1º.3.2007), que resta configurada a violação ao Art. 41-A da Lei nº 9.504/97mesmo em caso de pagamento para abstenção do voto, posição que demonstra a preocupação desta Cortecom a efetiva repressão do ilícito.

3) Reconhecida a omissão pela ausência de análise de alguns dos paradigmas apontados no recursoespecial.

Não há similitude fática entre o caso dos autos e os REspes nºs 19.243/SC e 21.045/CE.

No que concerne ao Ag nº 2.910, o dissídio também não se configura. No caso dos autos, ao revés doocorrido no paradigma, a lista de eleitores apreendida pela Polícia Federal não foi a única prova utilizadapara a condenação.

4) Embargos declaratórios parcialmente acolhidos, sem efeitos infringentes.

(TSE, RESPE nº 25.878, Ac. nº 25.878, de 22.3.2007, Rel. Min. José Augusto Delgado)

CAPTAÇÃO ILÍCITA DE SUFRÁGIOS. Não caracterização. Prestação de serviços odontológicos.Inexistência de prova de pedido de votos, bem como de ciência ou anuência da representada. Representaçãojulgada improcedente. Recurso especial convertido em ordinário. Seguimento negado. Agravo regimentalimprovido. Precedentes. Inteligência do art. 41-A da Lei nº 9.504/97. Para caracterização de conduta vedadapelo art. 41-A da Lei nº 9.504/97, é necessária prova da participação direta ou indireta do candidato no fatotido por ilegal e, ainda, de o favor ter sido prestado ou oferecido mediante expresso pedido de votos.

(TSE, RO nº 884, Ac. nº 884, de 27.2.2007, Rel. Min. Cezar Peluso)

Representação. Arts. 41-A e 73 da Lei nº 9.504/97. Decisão regional. Infração. Não-comprovação.Improcedência. Recurso especial. Pretensão. Reexame. Fatos e provas. Impossibilidade. Súmula nº 279 doegrégio Supremo Tribunal Federal. Incidência.

- No caso concreto, não há como, sem o exame das provas, afastar a conclusão da Corte Regional deque o conjunto probatório é insuficiente para caracterizar as infrações previstas nos arts. 41-A e 73 da Leidas Eleições.

- A valoração da prova diz com a equivocada aplicação de um princípio de direito ou com a negativade vigência de norma atinente à prova.

- A captação ilícita de sufrágio não pode se apoiar em mera presunção, antes, é necessáriodemonstração irrefutável de que o candidato beneficiário participou ou anuiu com a entrega ou promessa dedádiva em troca de votos.

- A via estreita do recurso especial não permite o reexame do conjunto fático-probatório.

- Agravo regimental desprovido.

(TSE, AG nº 6734, Ac. nº 6734, de 18.5.2006, Rel. Min. Carlos Eduardo Caputo Bastos)

CAPTAÇÃO ILÍCITA DE SUFRÁGIO - CONFIGURAÇÃO - ARTIGO 41-A DA LEI Nº 9.504/97.

Verificado um dos núcleos do artigo 41-A da Lei nº 9.504/97 - doar, oferecer, prometer ou entregar aoeleitor bem ou vantagem pessoal de qualquer natureza - no período crítico compreendido do registro dacandidatura até o dia da eleição, inclusive, presume-se o objetivo de obter voto, sendo desnecessária aprova visando a demonstrar tal resultado. Presume-se o que normalmente ocorre, sendo excepcional asolidariedade no campo econômico, a filantropria.

(TSE, RESPE nº 25.146, Ac. nº 25.146, de 7.3.2006, Rel. Min. Gilmar Ferreira Mendes)

AGRAVO. Eleições 2004. Representação. Art. 41-A da Lei nº 9.504/97. Não-configuração. Regimental.Fundamentos não infirmados. Não-provimento.

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Para se caracterizar a captação ilícita de sufrágio é necessária a demonstração cabal de entrega oupromessa de benesse em troca de votos, com anuência do candidato beneficiário.

Recurso especial não é meio idôneo para nova apreciação de provas.

(TSE, AG nº 6382, Ac. nº 6382, de 14.2.2006, Rel. Min. Humberto Gomes Delgado)

RECURSO ELEITORAL - REPRESENTAÇÃO - CAPTAÇÃO ILÍCITA DE SUFRÁGIO -RESPONSABILIDADE - ALICIAMENTO - CANDIDATO A VEREADOR - PROVA TESTEMUNHAL -INCONTESTES E ROBUSTAS - CONFIRMAÇÃO DO DECISUM - IMPROVIMENTO - CANDIDATO APREFEITO - PARTICIPAÇÃO - ANUÊNCIA - PROVA - AUSÊNCIA - MANUTENÇÃO DO DECISUM -IMPROVIMENTO - PENA - MULTA - MAJORAÇÃO - IMPOSSIBILIDADE - LIVRE CONVENCIMENTO DOMAGISTRADO A QUO - IMPROVIMENTO - MANUTENÇÃO DA SENTENÇA.

1) Para caracterização da captação ilícita do sufrágio, necessário se faz a anuência do beneficiárioda conduta do aliciamento, embora não se imponha necessariamente a potencialidade para influência doresultado do pleito. (Precedentes EDResp. n.º 21.264, Classe 22ª, Amapá, Rel. Min. Carlos Velloso, pub.DJ em 17.9.2004).

2) Participação direta do candidato ao cargo de Vereador na obtenção de votos de maneira ilícita,auferida mediante prova testemunhal, configurando a tipificação do art. 41-A, da Lei das Eleições.

3) Ausência de prova que evidenciasse, sequer, a anuência do candidato ao cargo de Gestor nocometimento da captação ilícita de sufrágio.

4) Impossibilidade de majoração da pena de multa, posto não se evidenciar, in casu, a reincidência ese verificar que a mesma fora aplicada ante o livre convencimento do juízo a quo quando da apreciação dagravidade da conduta do Agente.

(TRE-CE, RRCIS n.º 11.005, Ac. n.º 11.005, de 5.10.2005, Rel.ª Juíza Maria Nailde Pinheiro Nogueira)

Eleições 2000. Investigação Judicial. Art. 41-A da Lei n.º 9.504/97. Decisão regional. Improcedência.Captação ilícita de sufrágio. Condenação. Necessidade. Reexame de fatos e provas. Impossibilidade. Súmula-STF n.º 279. Ilícito eleitoral. Desnecessidade. Participação direta. Candidato. Possibilidade. Anuência.Conduta. Terceiro.

1. Embora o recurso especial se refira às eleições municipais de 2000, é certo que persiste o interessede agir da agremiação representante, porquanto, mesmo que não seja mais possível a imposição da cassaçãodo registro ou do diploma, há a possibilidade da aplicação da multa prevista no art. 41-A daLei n.º 9.504/97.

2. Para se infirmar a conclusão da Corte Regional Eleitoral que assentou a ausência de comprovaçãoda captação ilícita de sufrágio, é necessário o reexame de fatos e provas, o que não é possível em sede derecurso especial, a teor do disposto na Súmula-STF n.º 279.

3. Para a caracterização da infração ao art. 41-A da Lei das Eleições, é desnecessário que o ato decompra de votos tenha sido praticado diretamente pelo candidato, mostrando-se suficiente que, evidenciadoo benefício, haja participado de qualquer forma ou com ele consentido. Nesse sentido: Acórdãon.º 21.264.

Agravo regimental a que se nega provimento.

(TSE, ARESPE n.º 21.792, Ac. n.º 21.792, de 15.9.2005, Rel. Min. Caputo Bastos)

RECURSO ELEITORAL. ENTREGA DE MATERIAL DE CONSTRUÇÃO. CAPTAÇÃO ILÍCITA DESUFRÁGIO. ART. 41-A DA LEI 9.504/97. RITO DO ART. 22 DA LC 64/90. PROVA. INSUBSISTÊNCIA.NÃO CONFIGURAÇÃO. IMPROCEDÊNCIA.

1 - Para a configuração da conduta vedada pelo art. 41-A da Lei 9.504/97, devem estar evidenciadosos elementos objetivos e subjetivos do tipo, inclusive a efetiva participação do candidato, mesmo queindiretamente, nos fatos ilegais, com pedido de votos.

2 - Prova unicamente testemunhal, contraditória e inconclusiva. Ante a ausência de prova robusta eincontroversa, não há como se entender pela captação ilícita de sufrágio.

3 - Precedentes do TSE e do TRE-CE.

4 - Recurso conhecido e provido. Sentença de primeiro grau desconstituída.

(TRE-CE, RRCIS n.º 11.006, Ac. n.º 11.006, de 6.7.2005, Rel. Juiz José Filomeno de Moraes Filho)

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RECURSO ORDINÁRIO. Eleições 2002. Captação ilícita de sufrágio. Configuração. Provimentonegado.

Configurada a captação ilícita de votos, decorrente da prática de assistencialismo, impõe-se a aplicaçãode multa.

(TSE, RO n.º 885, Ac. n.º 885, de 28.6.2005, Rel. Min. Gomes de Barros)

VOTOS – CAPTAÇÃO ILEGAL – CURSO PROFISSIONALIZANTE GRATUITO – MATERIAL –PROPAGANDA DE CANDIDATO – NEXO CAUSAL. Configura captação ilícita de votos, glosada no artigo41-A da Lei n.º 9.504/97, a manutenção de curso gratuito com entrega de material contendo propaganda eleitoral.

(TSE, RO n.º 882, Ac. n.º 882, de 24.5.2005, Rel. Min. Marco Aurélio)

Captação ilícita de sufrágio. Artigo 41-A da Lei n.º 9.504/97. Ausência dos requisitos tipificadores daconduta. Provimento do recurso.

1 - Para que se configure a prática de captação ilícita de sufrágio, nos termos do artigo 41-A daLei n.º 9.504/97 (artigo 67 da Resolução TSE n.º 21.610/2004), é imprescindível que seja provada nos autosa participação direta do candidato beneficiado na compra do voto. Outrossim, admite-se a prática destaconduta ilícita através de terceiro, desde que fique demonstrado que o postulante a cargo eletivo tinhaciência de sua realização e com ela anuiu.

2 - Além disso, a caracterização da captação ilícita de sufrágio depende de dolo específico,consubstanciado no propósito claro de obter o voto do eleitor.

3 - In casu, não restando configurados os requisitos supracitados, merece reforma a sentença deprimeira instância, afastando-se a multa cominada pelo Magistrado Eleitoral.

(TRE-CE, RRCIS n.º 11.009, Ac. n.º 11.009, de 23.5.2005, Rel. Juiz Anastácio Jorge M. Sousa Marinho)

1 - Captação ilícita de sufrágio e abuso de poder econômico e de autoridade. Arts. 41-A daLei n.º 9.504/97 e 22 da LC n.º 64/90.

2 - A captação ilícita de sufrágio, tipificada no artigo 41-A da Lei n.º 9.504/97, configura-se com aação delitiva do agente tendente a influenciar a vontade de um único eleitor, diferentemente do abuso depoder econômico, que exige potencialidade tendente a afetar o resultado de todo o pleito. Precedentes doTSE.

3 - Configuração do ilícito tipificado no art. 41-A da Lei n.º 9.504/97 e imputável apenas ao candidatoa prefeito. Afastada a ocorrência dos ilícitos tipificados no art. 22 da LC n.º 64/90. Sentença parcialmentereformada.

(TRE-CE, RE n.º 12.790, Ac. n.º 12.790, de 28.3.2005, Rel. Juiz Roberto Machado)

Recurso Eleitoral. Captação de sufrágio. Art. 41-A da Lei n.º 9.504/97. Não configurado. Improvimentodo apelo.

- A captação de sufrágio tem como bem tutelado a vontade do eleitor, sendo imprescindível para suaconfiguração que o candidato seja o autor da ação, dela tendo participado ou com a mesma anuído, devendoa promessa ou a dádiva estar vinculada à troca de voto.

- Verificando-se que a única prova coligida aos fólios, uma fita de vídeo, não comprova a prática dacaptação de sufrágio, não se revestindo o fato narrado dos elementos caracterizadores da conduta ilícita,impõe-se a manutenção da sentença que decidiu pela improcedência da representação.

- Recurso conhecido, mas improvido.

(TRE-CE, RRCIS n.º 11.002, Ac. n.º 11.002, de 7.3.2005, Rel.ª Des.ª Gizela Nunes da Costa)

RECURSO ELEITORAL. CAPTAÇÃO DE VOTOS. ART. 41-A. DISPONIBILIZAÇÃO DERESIDÊNCIA. CANDIDATO A VEREADOR. CONDUTA ELEITOREIRA. NÃO CARACTERIZAÇÃO.SERVIÇOS PRESTADOS POR ADVOGADO CONSTITUÍDO. CONTRATAÇÃO PELAS PARTES. NÃOCOMPROMETIMENTO DA VONTADE DO ELEITOR. PROVA TESTEMUNHAL.

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I - Não restando provado que o recorrente praticou conduta definida no art. 41-A, da Lei n.º 9.504/97,em qualquer de suas modalidades, resta descaracterizada a captação indevida de sufrágio.

II - A disponibilização de imóvel de candidato para a realização de serviços jurídicos, com ampladivulgação e ausente qualquer aspecto de clandestinidade, sem circunstância de que foram praticados como fim de obter voto do eleitor, não constitui conduta tipificada no art. 41-A, da Lei das Eleições.

III - Para a caracterização da conduta vedada pelo art. 41-A da Lei 9.504/97, são necessárias acomprovação da participação direta ou indireta do candidato nos fatos ilegais e, também. a benesse ter sidodata ou oferecida com o expresso pedido de votos (TSE, RO, 695, Rel. Ministro Fernando Neves,DJ 2/9/2003, p. 120, Rev. de Jurisprudência do TSE, Vol. 14, Tomo 3, p. 63).

IV - Recurso provido. Sentença reformada.

(TRE-CE, RE n.º 12.933, Ac. n.º 12.933, de 10.11.2004, Rel. Juiz Celso Albuquerque Macedo)

RECURSO ORDINÁRIO. REPRESENTAÇÃO. CAPTAÇÃO ILÍCITA DE SUFRÁGIO. ART. 41-A DALEI N.º 9.504/97. DESNECESSIDADE DE NEXO DE CAUSALIDADE. ANUÊNCIA DO CANDIDATO.

1. Manutenção em período eleitoral de “cursinho pré-vestibular” gratuito e outras benesses, às vésperasda eleição, revelam o intuito do candidato em obter votos.

2. Para caracterização da conduta ilícita é desnecessário o pedido explícito de votos, basta a anuênciado candidato e a evidência do especial fim de agir.

Recurso ordinário não provido.

(TSE, RO n.º 773, Ac. n.º 773, de 24.8.2004, Rel. Min. Carlos Velloso)

ELEITORAL. REPRESENTAÇÃO: PRÁTICA DE CONDUTA VEDADA PELO ART. 41-A DALEI N.º 9.504/97, ACRESCENTADO PELO ART. 1º DA LEI N.º 9.840, DE 28.9.99: COMPRA DE VOTOS.

I - Recurso interposto anteriormente à publicação do acórdão recorrido: tempestividade. Precedentesdo TSE.

II - Tratando-se de matéria que possibilita a perda de mandato eletivo federal, o recurso para o TSEé ordinário: CF, art. 121, § 4º, IV. Conhecimento de recurso especial como ordinário.

III - Impedimento e suspeição de juízes do TRE: não-acolhimento.

IV - Prática de conduta vedada pelo art. 41-A da Lei n.º 9.504/97, acrescentado pelo art. 1º daLei n.º 9.840/99: compra de votos. Há, nos autos, depoimentos de eleitoras, prestados em juízo, que atestama compra de votos.

V - Para a configuração do ilícito inscrito no art. 41-A da Lei n.º 9.504/97, acrescentado pelaLei n.º 9.840/99, não é necessária a aferição da potencialidade de o fato desequilibrar a disputa eleitoral.Ademais, para que ocorra a violação da norma do art. 41-A, não se torna necessário que o ato de compra devotos tenha sido praticado diretamente pelo próprio candidato. É suficiente que, sendo evidente o benefício,do ato haja participado de qualquer forma o candidato ou com ele consentido: Ag n.º 4.360/PB, Min. LuizCarlos Madeira; REspe n.º 21.248/SC, Min. Fernando Neves; REspe n.º 19.566/MG, Min. Sálvio de Figueiredo.

VI - Recurso especial conhecido como ordinário e provido.

(TSE, RESPE n.º 21.264, Ac. n.º 21.264, de 27.4.2004, Rel. Min. Carlos Velloso)

INVESTIGAÇÃO JUDICIAL ELEITORAL. CAPTAÇÃO ILÍCITA DE SUFRÁGIO.

1. A captação ilícita de sufrágio, como prevista no art. 41-A da Lei 9.504/97, atinge somente o candidato.É ato personalíssimo. Se alguém em nome dele doa, oferece ou entrega ao eleitor bem ou vantagempessoal, com a finalidade de obtenção do voto pode vir a cometer abuso do poder econômico e não captaçãoilícita de sufrágio.

2. Quanto ao alegado abuso do poder econômico, não se vê configurado nos autos, a teor do que seobserva da prova colhida. O pagamento se referia a trabalhos prestados pelos beneficiários durante acampanha eleitoral dos candidatos, o que é amparado pelo art. 26 da Lei n.º 9.504/97.

Representação improcedente.

(TRE-CE, IJE n.º 11.004, Ac. n.º 11.004, de 17.11.2003, Rel. Des. José Eduardo Machado de Almeida)

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Recurso especial - Investigação judicial - Prefeito - Abuso do poder - Art. 22 da Lei Complementarn.º 64/90 - Não-caracterização - Doação de telhas e pregos a eleitor - Captação vedada de sufrágio - Art. 41-A daLei n.º 9.504/97 - Configuração - Constitucionalidade - Cassação de diploma - Possibilidade.

Gravações clandestinas - Prova ilícita - Provas dela decorrentes - Contaminação.

Ausência de ofensa aos arts. 22 e 23 da Lei Complementar n.º 64/90 e aos princípios constitucionaisdo devido processo legal, da ampla defesa e do contraditório, da proporcionalidade e da não-admissão dasprovas ilícitas. Art. 5º, incisos LIV, LV e LVI, da Carta Magna.

1. Não há intempestividade do recurso especial se, em decorrência de circunstâncias excepcionais,o recorrente, expondo óbice judicial anterior para interposição do apelo, postulou nova vista dos autos paratal fim, o que foi deferido pelo presidente do Tribunal Regional Eleitoral.

2. Rejeitam-se os pedidos de conexão deste feito com ação de impugnação de mandato eletivo emcurso perante o juiz eleitoral, na medida em que as ações são autônomas, possuem requisitos legais própriose conseqüências distintas, o que não justifica a reunião dos processos ou o sobrestamento desse julgamento.Precedentes.

3. A diplomação não transita em julgado enquanto houver, pendente de julgamento, qualquer recursoque possa atingi-la.

4. Reconhecimento de captação ilícita de sufrágio praticada pelo prefeito, nos termos do art. 41-A daLei n.º 9.504/97, comprovada por meio de prova testemunhal considerada idônea, não pode ser infirmadosem reexame de todos os fatos e provas constantes dos autos, vedado nesta instância especial.

5. Reconhecimento da ilicitude de gravações obtidas de forma clandestina tornam igualmenteimprestáveis as provas delas decorrentes. Aplicação da teoria dos frutos da árvore venenosa.

6. A jurisprudência deste Tribunal Superior está consolidada quanto à constitucionalidade doart. 41-A da Lei das Eleições, que não estabelece hipótese de inelegibilidade e possibilita a imediata cassaçãode registro ou de diploma (Acórdãos n.ºs 19.644 e 3.042).

7. Para a configuração do ilícito previsto no referido art. 41-A, não é necessária a aferição dapotencialidade de o fato desequilibrar a disputa eleitoral, porquanto a proibição de captação de sufrágio visaresguardar a livre vontade do eleitor e não a normalidade e equilíbrio do pleito, nos termos da pacíficajurisprudência desta Corte (Acórdão n.º 3.510).

(TSE, RESPE n.º 21.248, Ac. n.º 21.248, de 3.6.2003, Rel. Min. Fernando Neves)

I. Cassação de registro de candidatura: L. 9.504/97, art. 41-A: eficácia imediata.

Ao contrário do que se tem entendido, com relação ao art. 15 da LC 64/90, a eficácia da decisãotomada com base no art. 41-A da L. 9.504/97 é imediata, ainda quando sujeita a recurso: trata-se, portanto,de causa de urgência, para cujo julgamento o Regimento Interno do Tribunal a quo faculta a dispensa depublicação de pauta.

II. Captação ilícita de sufrágios (L. 9.504/97, art. 41-A): não-caracterização.

Não configura a captação ilícita de sufrágios, objeto do art. 41-A da L. 9.504/97, o fato, documentadono “protocolo de intenções” questionado no caso, firmado entre os representantes de diversas igrejas dedeterminado Município - travestidos de membros do Conselho Ético de um partido político - e certos candidatosa prefeito e vice-prefeito, que formalmente se comprometem, se eleitos, ao atendimento de reivindicaçõesimputadas à “comunidade evangélica” e explicitadas no instrumento, entre elas, a doação de um imóvel dopatrimônio municipal, se não voltadas as promessas a satisfazer interesses patrimoniais privados.

(TSE, RESPE n.º 19.176, Ac. n.º 19.176, de 16.10.2001, Rel. Min. Sepúlveda Pertence)

Consulta. “boca de urna” e “captação de sufrágio”. Distinção.

1) A “boca de urna” é caracterizada pela coação, que inibe a livre escolha do eleitor (Lei n.º 9.504/97,artigo 39, parágrafo 5º).

2) A “captação de sufrágio” constitui oferecimento ou promessa de vantagem ao eleitor, com o fim deobter-lhe o voto (Lei n.º 9.504/97, artigo 41-A, acrescido pela Lei n.º 9.840/99).

Consulta respondida negativamente.

(TSE, CTA n.º 552, Res. n.º 20.531, de 14.12.1999, Rel. Min. Maurício Corrêa)

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3. COMPETÊNCIA PARA PROCESSAMENTO E JULGAMENTO

RECURSO ESPECIAL ELEITORAL. AIJE. REPRESENTAÇÃO. COMPETÊNCIA. CORREGEDORELEITORAL. JUÍZES AUXILIARES. DESMEMBRAMENTO. NÃO-PROVIMENTO.

1. Correta a atuação de ofício da Corregedoria Regional Eleitoral no desmembramento do feito.A jurisprudência do TSE já decidiu que “são competentes os juízes auxiliares para o processamento derepresentação por desobediência à Lei das Eleições, observado o rito previsto no art. 96, exceção feita aosprocessos que visem apurar captação ilícita de sufrágio, ante a disposição da parte final do art. 41-A,hipótese que deverá ensejar desmembramento do feito, de forma a possibilitar que a infração a esse dispositivose processe conforme o rito do art. 22 da LC nº 64/90” (RO nº 763/AC, Rel. Min. Carlos Madeira, DJ de12.08.2005) Precedente: PA nº 18.831/SP, Rel. Min. Sálvio de Figueiredo, DJ de 06.09.2002.

2. Ausência de similitude fática entre o aresto paradigma e o acórdão recorrido. A AIJE, em apreço,visa apurar supostos ilícitos eleitorais que não se confundem com o objeto da prestação de contas. Já oacórdão paradigma trata de representação por infração a disciplina legal de arrecadação e gastos de recursos.Ademais, o caso sub examine refere-se à eleição para o cargo de Senador da República, realizada em turnoúnico de votação, enquanto a acórdão paradigma cuida de eleições presidenciais em segundo turno.

3. Quanto à necessidade de delimitação dos fatos objeto da ação de investigação judicial eleitoral eda representação eleitoral, não merece retoques o acórdão regional ao asseverar que “os fatos abordadosna inicial serão analisados como causa de pedir da presente ação, assegurando-se os direitos resguardadosconstitucionalmente às partes em todas as fases do presente pleito.”

4. Recurso especial eleitoral não provido.

(TSE, RESPE nº 28.127, de 13.12.2007, Rel. Min. José Augusto Delgado)

RECURSOS ORDINÁRIOS. ELEIÇÃO 2002. PROCEDÊNCIA. REPRESENTAÇÃO. ART. 41-A DALEI Nº 9.504/97. ALICIAMENTO. ELEITOR. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. CONSULTAS. DISTRIBUIÇÃO.MEDICAMENTOS. MULTA E CASSAÇÃO DE DIPLOMA.

I - A adoção do rito do art. 22 da LC no 64/90 para as representações por captação ilícita de sufrágio- art. 41-A da Lei nº 9.504/97 - não implica o deslocamento da competência para o corregedor. Preliminarnão acolhida.

II - Hipótese em que, cessada a atuação dos juízes auxiliares, o feito deverá ser distribuído a qualqueroutro membro da Corte Regional.

III - O art. 41-A da Lei nº 9.504/97 é meio extremo, aplicável somente quando houver a configuraçãodo pedido de votos, quer pelo próprio candidato, quer por terceiros com a sua anuência.

IV - Recursos providos para a afastar a multa e a cassação do diploma.

(TSE, RO nº 786, Ac. nº 786, de 10.4.2007, Rel. Min. Cesar Asfor Rocha)

(...) A competência para o exame de infrações ao disposto no art. 41-A da Lei n.º 9.504/97 é fixadapelo art. 96 do mesmo diploma, recaindo sobre os juízes auxiliares.

(TSE, RP n.º 373, Ac. n.º 373, de 7.4.2005, Rel. Min. Peçanha Martins)

1 - Conflito de Competência. Notícia sobre captação ilícita de sufrágio.

2 - Se o mesmo fato tem repercussão na seara eleitoral e criminal, nos municípios com mais de umaZona o Juízo Eleitoral do registro de candidatura é o competente para o julgamento de representação porinfração ao disposto no art. 41-A da Lei n.º 9.504/97, ex vi do disposto na RES.-TSE n.º 21.575/03 (art. 3º)c.c. RES.-TRE n.º 247/04 (art. 1º, I e II), cabendo ao Juízo Eleitoral da propaganda a competência para ojulgamento da ação penal respectiva (RES.-TRE n.º 247/04, art. 2º, III).

(TRE-CE, CC n.º 11.004, Ac. n.º 11.004, de 25.11.2004, Rel. Juiz Roberto Machado)

AGRAVO DE INSTRUMENTO. EVIDÊNCIA DOS REQUISITOS GENÉRICOS E ESPECÍFICOS DORECURSO ESPECIAL. AGRAVO PROVIDO (RITSE, ART. 36, § 4º).

- Nos termos do RITSE, art. 36, § 4º, presentes, em princípio, os requisitos genéricos e específicos doapelo excepcional, dá-se provimento ao agravo e, encontrando-se os autos suficientemente instruídos,passa-se ao exame do especial.

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RECURSO ESPECIAL RECEBIDO COMO ORDINÁRIO. VIOLAÇÃO DOS ARTS. 264 DO CPC,275, I E II, DO CE E 93, IX, DA CF/88. NÃO-OCORRÊNCIA. CAPTAÇÃO ILÍCITA DE SUFRÁGIO.ART. 41-A DA LEI N.º 9.504/97. VERIFICAÇÃO EM DECORRÊNCIA DO EXAME DAS PROVAS COLIGIDASAOS AUTOS. RECURSO ORDINÁRIO DESPROVIDO.

I - A referência à observância do procedimento do art. 22 da Lei Complementar n.º 64/90 impõe quea representação objetivando cassação de registro ou diploma com base no art. 41-A da Lei n.º 9.504/97, naseleições estaduais e federais, seja levada pelo juiz auxiliar ao Tribunal, para decisão colegiada, e nãoexaminada por ele monocraticamente. (...)

(TSE, AG n.º 4.029, Ac. n.º 4.029, de 25.3.2003, Rel. Min. Barros Monteiro)

4. PRAZO DE AJUIZAMENTO DA REPRESENTAÇÃO OU INVESTIGAÇÃO JUDICIAL

RECURSO ESPECIAL ELEITORAL. ELEIÇÕES 2004. REPRESENTAÇÃO FUNDAMENTADA NOSARTS. 41-A E 73 DA LEI Nº 9.504/97. PRAZO PARA O AJUIZAMENTO. TERMO FINAL. ATÉ A DATA DAELEIÇÃO. PARA APURAÇÃO DE CONDUTA VEDADA. ATÉ A DIPLOMAÇÃO. PARA APURAÇÃO DECAPTAÇÃO ILÍCITA DE SUFRÁGIO. PROVIMENTO PARCIAL.

1. As representações fundadas no art. 41-A da Lei nº 9.504/97 podem ser ajuizadas até a data dadiplomação. Precedentes: Ag nº 6.893/MG, Rel. Min. Gerardo Grossi, DJ de 6.3.2007; REspe nº 25.258/SP,Rel. Min. Caputo Bastos, DJ de 21.11.2006: “Admitindo-se a possibilidade de ajuizamento de recurso contraexpedição de diploma, com base na captação ilícita de sufrágio, é de entender-se, então, cabível arepresentação fundada no art. 41-A da Lei nº 9.504/97, mesmo após as eleições e até a data da diplomação.”

2. No tocante às representações baseadas no art. 73 da Lei das Eleições, o TSE, resolvendo questãode ordem no REspe nº 25.935/SC, fixou entendimento de que tal ação pode ser proposta até a data daseleições. Após esse dia, o representante carece de interesse processual. Conforme definido na questão deordem, tal medida se justifica “para evitar o inconveniente grave de perpetuar a disputa política dos tribunaise, de certo modo, evitar comportamento que dificilmente se pode considerar inteiramente legítimo”(REspe nº 25.935/SC, desta relatoria, DJ de 25.8.2006).

3. No caso em exame, a representação fundamenta-se nos arts. 41-A e 73 da Lei nº 9.504/97 e foiajuizada em 13.10.2004, data entre o pleito e a diplomação dos candidatos eleitos.

4. Em face da diversidade de tratamento jurídico-normativo estabelecido pelo TSE para asrepresentações fundadas nos arts. 41-A e 73 da Lei nº 9.504/97, constata-se que o aresto regional mereceser parcialmente reformado, para manter a intempestividade da representação no tocante às condutasvedadas e determinar seu conhecimento no que se refere à apuração de captação ilícita de sufrágio.

5. Recurso especial parcialmente provido para determinar o retorno dos autos ao Tribunal a quo paraque conheça da representação quanto à suposta captação ilícita de sufrágio e a julgue como entender dedireito.

(TSE, RESPE nº 28.039, de 18.12.2007, Rel. Min. José Delgado)

RECURSO. REPRESENTAÇÃO. CAPTAÇÃO ILÍCITA DE SUFRÁGIO. PROVA PRÉ-CONSTITUÍDA.DESNECESSIDADE. INTEMPESTIVIDADE. NÃO CONFIGURAÇÃO. CONDUTA VEDADA. PRECLUSÃO.INELEGIBILIDADE. DESCABIMENTO. ANUÊNCIA DOS CANDIDATOS. NÃO CONFIGURAÇÃO.RECURSOS PROVIDOS.

(...)

2 - O termo final para o ajuizamento de Representação eleitoral por captação ilícita de sufrágio é adata da diplomação dos eleitos. (...)

(TRE-CE, RRCIS n.º 11.016, Ac. n.º 11.016, de 23.11.2005, Rel. Juiz Anastácio Jorge M. de S. Marinho)

5. RITO

RECURSOS ORDINÁRIOS. ELEIÇÃO 2002. PROCEDÊNCIA. REPRESENTAÇÃO. ART. 41-A DALEI Nº 9.504/97. ALICIAMENTO. ELEITOR. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. CONSULTAS. DISTRIBUIÇÃO.MEDICAMENTOS. MULTA E CASSAÇÃO DE DIPLOMA.

I - A adoção do rito do art. 22 da LC no 64/90 para as representações por captação ilícita de sufrágio- art. 41-A da Lei nº 9.504/97 - não implica o deslocamento da competência para o corregedor. Preliminarnão acolhida.

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II - Hipótese em que, cessada a atuação dos juízes auxiliares, o feito deverá ser distribuído a qualqueroutro membro da Corte Regional.

III - O art. 41-A da Lei no 9.504/97 é meio extremo, aplicável somente quando houver a configuraçãodo pedido de votos, quer pelo próprio candidato, quer por terceiros com a sua anuência.

IV - Recursos providos para a afastar a multa e a cassação do diploma.

(TSE, RO nº 786, Ac. nº 786, de 10.4.2007, Rel. Min. Cesar Asfor Rocha)

RECURSO. REPRESENTAÇÃO. CAPTAÇÃO ILÍCITA DE SUFRÁGIO. PROVA PRÉ-CONSTITUÍDA.DESNECESSIDADE. INTEMPESTIVIDADE. NÃO CONFIGURAÇÃO. CONDUTA VEDADA. PRECLUSÃO.INELEGIBILIDADE. DESCABIMENTO. ANUÊNCIA DOS CANDIDATOS. NÃO CONFIGURAÇÃO.RECURSOS PROVIDOS.

1 - A Representação fundamentada no art. 41-A da Lei n.º 9.504/97 adota o rito procedimental doart. 22 da Lei Complementar n.º 64/90 que comporta dilação probatória, razão por que a propositura dereferida ação eleitoral dispensa a existência de prova pré-constituída.

2 - O termo final para o ajuizamento de Representação eleitoral por captação ilícita de sufrágio é adata da diplomação dos eleitos.

3 - Preclui o prazo para a propositura de Representação por conduta vedada, prevista no art. 73, I, IIe IV, da Lei n.º 9.504/97, quando a actio não é ajuizada no prazo de 5 (cinco) dias, contados do conhecimentodos fatos pelos Representantes.

4 - A declaração de inelegibilidade não é sanção cabível em sede de Representação para apurarcaptação ilícita de sufrágio, aplicando-se apenas a multa e a cassação de registro ou diploma, conformeprevisto no art. 41-A da Lei n.º 9.504/97.

5 - Para a configuração da infração capitulada no art. 41-A da Lei das Eleições é necessária a efetivacomprovação da compra de votos ou da participação, conhecimento ou anuência dos candidatos com arespectiva doação, oferecimento e promessas de benesses, em troca de votos revertidos em seu benefício.

6 - Recursos providos.

(TRE-CE, RRCIS n.º 11.016, Ac. n.º 11.016, de 23.11.2005, Rel. Juiz Anastácio Jorge M. de S. Marinho)

Recurso Ordinário. Deputado estadual. Eleições de 2002. Ação de Investigação Judicial Eleitoral(AIJE). Arts. 41-A da Lei n.º 9.504/97; 1º, I, h, e 22 da Lei Complementar n.º 64/90. Incompetência doCorregedor para julgar representação por desobediência à Lei n.º 9.504/97. Desmembramento. Juízesauxiliares. Abuso do poder econômico. Não demonstrado.

São competentes os juízes auxiliares para o processamento de representação por desobediência àLei das Eleições, observado o rito previsto no art. 96, exceção feita aos processos que visem apurar captaçãoilícita de sufrágio, ante a disposição da parte final do art. 41-A, hipótese que deverá ensejar desmembramentodo feito, de forma a possibilitar que a infração a esse dispositivo se processe conforme o rito do art. 22 daLC n.º 64/90. Precedentes. (...)

(TSE, RO n.º 763, Ac. n.º 763, de 3.5.2005, Rel. Min. Luiz Carlos Madeira)

6. SANÇÕES APLICÁVEIS

Representação. Captação ilícita de sufrágio. Decisão regional. Reconhecimento. Ilícito. Recursoespecial. Cassação do registro. Possibilidade. Art. 41-A da Lei das Eleições. Hipótese de inelegibilidade.Não-configuração.

1. É facultado ao relator apreciar monocraticamente os recursos que lhe são distribuídos, conformedispõe o art. 36, §§ 6º e 7º, do Regimento Interno do Tribunal Superior Eleitoral.

2. A jurisprudência do Tribunal Superior Eleitoral é pacífica no sentido de que o art. 41-A da Lei dasEleições não consubstancia hipótese de inelegibilidade.

3. Embora seja adotado o procedimento do art. 22 da Lei Complementar nº 64/90 para apurar acaptação ilícita de sufrágio, as decisões que julgam procedente a representação fundada no art. 41-Ada Lei nº 9.504/97 não se submetem aos incisos XIV e XV do citado art. 22.

Agravo regimental desprovido.

(TSE, ARESPE nº 28.089, Ac. nº 28.089, de 19.02.2008, Rel. Min. Carlos Eduardo Caputo Bastos)

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Embargos de declaração. Agravo de instrumento. Agravo regimental. Ação de investigação judicialeleitoral. Captação ilícita de sufrágio. Bis in idem. Não-incidência. Omissão. Obscuridade. Inexistência.Rejulgamento da causa. Impossibilidade.

1. A imposição da sanção prevista no art. 41-A da Lei nº 9.504/97 não caracteriza bis in idem, emborafundada nos mesmos fatos que, em outro feito, levou à aplicação de penalidade por infração ao art. 73, IV,da mesma norma.

2. Os embargos declaratórios não se prestam para o rejulgamento da causa, senão para afastar dojulgado dúvida, contradição ou omissão.

Embargos de declaração rejeitados.

(TSE, EAAG nº 7.294, de 6.3.2007, Rel. Min. Caputo Bastos)

RECURSO ESPECIAL. CASSAÇÃO DE DIPLOMA. ART. 41-A DA LEI Nº 9.504/97. ELEIÇÕESMUNICIPAIS. PREFEITO E VICE-PREFEITO. QUEBRA DE SIGILO BANCÁRIO. POSSIBILIDADE.PRECEDENTE DO STF. ANULAÇÃO DOS VOTOS VÁLIDOS. NÃO-INCLUSÃO DOS VOTOS NULOS.REEXAME DE PROVAS. NEGADO PROVIMENTO.

1. Justificada a quebra de sigilo bancário, ordenada pelo juiz monocrático, tem-se que o disposto noart. 22, VI, VII e VIII, da LC nº 64/90 permite ao julgador proceder às diligências que julgar necessárias aodeslinde da causa, buscando salvaguardar a licitude das eleições. Tese que encontra respaldo najurisprudência do STF, consolidada “no sentido de não possuir caráter absoluto a garantia dos sigilos bancárioe fiscal, sendo facultado ao juiz decidir acerca da conveniência da sua quebra em caso de interesse públicorelevante e suspeita razoável de infração penal” (STF - AgRg no AI nº 541.265/SC, Rel. Min. Carlos Velloso,DJ de 4.11.2005).

2. Confirmada pela Corte Regional a captação ilícita de votos, a revisão de tal entendimento demandariao reexame fático-probatório dos autos, inviável em recurso especial. Incidência da Súmula nº 7/STJ(“A pretensão de simples reexame de prova não enseja Recurso Especial”).

3. Votos nulos não se confundem com votos anuláveis. Estes são reconhecidos a priori como válidos,mas dados a candidato que praticou captação ilícita ou abuso do poder político e econômico durante oprocesso eleitoral.

4. A jurisprudência deste Tribunal consagrou como válidos, mas suscetíveis de anulação posterior,decorrente da aplicação do art. 41-A da Lei nº 9.504/97, os votos obtidos por candidato infrator, por refletiremuma vontade orientada à escolha de um mandatário político. Não se somam a estes, para fins de novaseleições, os votos nulos decorrentes de manifestação apolítica do eleitor, no momento do escrutínio, sejaela deliberada ou decorrente de erro. Precedentes: AgRg no MS nº 3387/RS, Rel. Min. Humberto Gomes deBarros, DJ de 17.2.2006; REspe nº 19.845/GO, Rel. Min. Carlos Velloso, DJ de 19.9.2003; REspe nº 19.759/PR,Rel. Min. Carlos Madeira, DJ de 14.2.2003.

5. Anulados menos de 50% dos votos válidos, impõe-se a posse do candidato segundo colocado, enão a aplicação do comando posto no art. 224 do Código Eleitoral.

6. Recurso especial eleitoral parcialmente conhecido e não provido.

(TSE, RESPE nº 25.937, Ac. nº 25.937, de 17.8.2006, Rel. Min. José Delgado)

RECURSO - SEGUIMENTO - ATUAÇÃO DO RELATOR - ARTIGO 557 DO CÓDIGO DE PROCESSOCIVIL - ALCANCE. A atuação do relator, considerado o disposto no artigo 557 do Código de Processo Civil,faz-se independentemente da natureza jurídica do recurso interposto - se ordinário ou extraordinário -,excluídos aqueles que devam, por força normativa, ser automaticamente apresentados em mesa.

VOTOS - CAPTAÇÃO ILÍCITA - ENVOLVIMENTO DO CANDIDATO - IRRELEVÂNCIA. A glosa previstano artigo 41-A da Lei n.º 9.504/97 independe da participação direta do candidato na compra de votos.

VOTOS - CAPTAÇÃO ILÍCITA. Verificada a captação ilícita de votos - artigo 41-A da Lei n.º 9.504/97,incide a multa e a cassação do registro ou do diploma do candidato.

(TSE, ARO n.º 791, Ac. n.º 791, de 12.4.2005, Rel. Min. Marco Aurélio)

RECURSO ELEITORAL. REPRESENTAÇÃO. DISTRIBUIÇÃO DE CESTAS BÁSICAS. CAPTAÇÃOILÍCITA DE SUFRÁGIO. PROVA. ANUÊNCIA. ART. 41-A, LEI 9.504/97. CONFIGURAÇÃO. PROCEDÊNCIA.MULTA. INCIDÊNCIA. DECRETAÇÃO DE INELEGIBILIDADE. DESCABIMENTO. RECURSOPARCIALMENTE PROVIDO.

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1 - Quando o conjunto probatório contido nos autos é vasto, de maneira a configurar a captaçãoexpressa e ilícita de sufrágio, evidenciando, ainda, a anuência e participação do candidato, mesmo queindiretamente, impõe-se a cassação de seu registro e aplicação de multa, nos termos do art. 41-A daLei n.º 9.504/97.

2 - A decretação da inelegibilidade não é aplicável ao tipo prescrito pelo art. 41-A da Lei 9.504/97,posto que este dispositivo legal vale-se do art. 22 da LC 64/90, tão somente no tocante à aplicação do ritoprocedimental.

3 - Recurso conhecido e parcialmente provido.

(TRE-CE, RE n.º 12.938, Ac. n.º 12.938, de 6.12.2004, Rel. Juiz Celso Albuquerque Macedo)

Eleição majoritária municipal. Renovação. Art. 224 do Código Eleitoral. Prefeito e vice-prefeito quetiveram seus diplomas cassados por ofensa ao art. 41-A da Lei n.º 9.504/97. Registros. Indeferimento.

Prevendo o art. 222 do Código Eleitoral a captação de sufrágio como fator de nulidade da votação,aplica-se o art. 224 do mesmo diploma nos casos em que houver a incidência do art. 41-A da Lei n.º 9.504/97,se a nulidade atingir mais de metade dos votos.

Havendo renovação da eleição, por força do art. 224 do Código Eleitoral, os candidatos não concorrema um novo mandato, mas, sim, disputam completar o período restante de mandato cujo pleito foi anulado(iniciado em 1º.1.2001, findando em 31.12.2004).

Aquele que tiver contra si decisão com base no art. 41-A não poderá participar da renovação dopleito, por haver dado causa a sua anulação. Observância ao princípio da razoabilidade.

Recursos especiais conhecidos pela divergência, a que se negam provimento, confirmando a decisãoque indeferiu os registros dos recorrentes.

(TSE, RESPE n.º 19.878, Ac. n.º 19.878, de 10.9.2002, Rel. Min. Luiz Carlos Madeira)

7. EFEITOS DA DECISÃO

RECURSO ESPECIAL ELEITORAL. ELEIÇÕES 2004. CONDUTA VEDADA. CAPTAÇÃO ILÍCITADE SUFRÁGIO. REALIZAÇÃO DE NOVO PLEITO. ELEIÇÕES INDIRETAS. PROVIMENTO.

1. A jurisprudência do TSE considera que a configuração da prática de conduta vedada independe desua potencialidade lesiva para influenciar o resultado do pleito, bastando a mera ocorrência dos atos proibidospara atrair as sanções da lei. Precedentes: REspe nº 21.151/PR, Rel. Min. Fernando Neves, DJ de 27.6.2003;REspe nº 24.739/SP, Rel. Min. Peçanha Martins, DJ de 28.10.2004; REspe nº 21.536/ES,Rel. Min. Fernando Neves, DJ de 13.8.2004; REspe nº 26.908, desta relatoria, DJ de 12.2.2007.

2. O juízo de proporcionalidade incide apenas no momento da fixação da pena. Precedentes: AgRgno REspe nº 25.358/CE, desta relatoria, DJ de 8.8.2006; REspe nº 26.905/RO, Rel. Min. Gerardo Grossi,DJ de 19.12.2006; REspe nº 26.908/RO, desta relatoria, DJ de 12.2.2007.

3. Quanto à captação ilícita de sufrágio, o TSE considera despicienda a potencialidade da condutapara influenciar no resultado do pleito. Precedentes: REspe nº 26.118/MG, Rel. Min. Gerardo Grossi, DJ de28.3.2007; AG nº 3.510/PB, Rel. Min. Luiz Carlos Madeira, DJ de 23.5.2003; REspe nº 21.248/SC, Rel. Min.Fernando Neves, DJ de 8.8.2003; REspe nº 21.264/AP, Rel. Min. Carlos Velloso, DJ de 11.6.2004.

4. Uma vez reconhecida a captação ilícita de sufrágio, a multa e a cassação do registro ou do diplomasão penalidades que se impõem ope legis. Precedentes: AgRg no RO nº 791/MT, Rel. Min. Marco Aurélio,DJ de 26.8.2005; REspe nº 21.022/CE, Rel. Min. Fernando Neves, DJ de 7.2.2003; AgRg no REspenº 25.878/RO, desta relatoria, DJ de 14.11.2006.

5. A jurisprudência do TSE tem compreendido que “(...) prevendo o art. 222 do Código Eleitoral acaptação de sufrágio como fator de nulidade da votação, aplica-se o art. 224 do mesmo diploma no caso emque houver a incidência do art. 41-A da Lei nº 9.504/97, se a nulidade atingir mais da metade dos votos”(REspe nº 21.221/MG, Rel. Min. Luiz Carlos Madeira, DJ de 10.10.2003).

6. É descabida a diplomação dos candidatos de segunda colocação, haja vista a votação obtida pelocandidato vencedor, de 51,61% dos votos válidos.

7. Pelo princípio da simetria implicitamente correlacionado com o art. 81, § 1º, da CF, a renovação dopleito no último biênio do mandato ocorre em eleição indireta, a cargo do Poder Legislativo local. Precedentes:REspe nº 21.308/SC, Rel. Min. Barros Monteiro, DJ de 21.6.2004; AgRg no MS/PE nº 3.634/PE,

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Rel. Min. Ari Pargendler, DJ de 24.9.2007; Ag nº 4.396/MS, Rel. Min. Luiz Carlos Madeira, DJ de 6.8.2004;REspe nº 21.432/MG, Rel. Min. Francisco Peçanha Martins, DJ de 25.6.2004; Cta nº 1.140/DF,Rel. Min. Gilmar Mendes, DJ de 10.10.2005.

8. Recursos especiais providos para cassar o diploma dos recorridos por infringência ao art. 41-A daLei nº 9.504/97, aplicar a penalidade cabível pela prática de conduta vedada (art. 73, §§ 4º e 5º, daLei nº 9.504/97) e determinar a realização de eleição indireta no Município de Caxingó/PI.

(TSE, RESPE nº 27.737, de 4.12.2007, Rel. Min. José Delgado)

AGRAVO REGIMENTAL. MEDIDA CAUTELAR. CONCESSÃO DE EFEITO SUSPENSIVO ARECURSO ESPECIAL. IMPOSSIBILIDADE. AÇÃO DE IMPUGNAÇÃO DE MANDATO ELETIVO.CAPTAÇÃO ILÍCITA DE SUFRÁGIO. EXECUÇÃO IMEDIATA.

1. Este Superior Eleitoral - para os processos atinentes ao pleito municipal - tem sido firme noentendimento de que são imediatos os efeitos das decisões proferidas pelos Regionais em sede de ação deimpugnação de mandato eletivo; especialmente quando fundada no art. 41-A da Lei nº 9.504/97. Precedentes.

2. É de todo inconveniente a sucessividade de alterações na superior direção do Poder Executivo,pelo seu indiscutível efeito instabilizador na condução da máquina administrativa e no próprio quadropsicológico dos munícipes, tudo a acarretar descrédito para o Direito e a Justiça Eleitoral.

3. Não se aplica a norma do artigo 224 do Código Eleitoral nos casos de ação de impugnação demandato eletivo. Diplomação daquele que obteve o segundo lugar no pleito eleitoral. Precedentes.

4. Agravo desprovido.

(TSE, AMC nº 2.241, de 20.11.2007, Rel. Min. Carlos Ayres Britto)

RECURSO ESPECIAL. ELEIÇÕES 2004. CONDENAÇÃO DO PREFEITO ELEITO POR CAPTAÇÃODE SUFRÁGIO. COMPROMETIMENTO DA VOTAÇÃO VÁLIDA. DESIGNAÇÃO DE ELEIÇÃO. NATUREZAJURÍDICA DE MERA RENOVAÇÃO DO PLEITO VICIADO. PARTICIPAÇÃO DO CANDIDATO QUEENSEJOU A NULIDADE DA ELEIÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. OBSERVÂNCIA DO PRINCÍPIO DARAZOABILIDADE. PROVIMENTO DO RECURSO ESPECIAL.

1. “O pleito eleitoral realizado em 27 de Novembro de 2005, no município de Capela/SE, tratou derenovação das eleições havidas em 03 de Outubro de 2004, anuladas em face de ato cuja autoria foiatribuída ao (...) [atual recorrido].

(...) afigura-se pouco razoável o fato ocorrido naquele município, o de se permitir que o candidato quedeu causa à nulidade do pleito eleitoral venha a participar de sua renovação” .

2. “As eleições municipais no Brasil serão realizadas a cada quatro anos, de forma simultânea.Assim, é evidente que o pleito havido em 27 de Novembro de 2005 não se tratou de nova eleição, desvinculadadaquela realizada em 03 de Outubro de 2004”.

3. Há precedente desta Corte no qual se decidiu que “Havendo renovação da eleição, por força do art.224 do Código Eleitoral, os candidatos não concorrem a um novo mandato, mas, sim, disputam completaro período restante de mandato cujo pleito foi anulado (...). Aquele que tiver contra si decisão com base noart. 41-A não poderá participar da renovação do pleito, por haver dado causa a sua anulação. Observânciaao princípio da razoabilidade” . (REspe nº 19.878/MS, Rel. Min. Luiz Carlos Lopes Madeira, julgado em10.09.2002).

4. Recurso especial provido para cassar o registro da candidatura de Manoel Messias Santos, com aprodução dos efeitos legais.

(TSE, RESPE nº 25.775, de 7.11.2006, Rel. Min. José Delgado)

AGRAVO REGIMENTAL. AÇÃO CAUTELAR. PRESENTES OS PRESSUPOSTOS NECESSÁRIOSAO DEFERIMENTO DA LIMINAR. AGRAVO IMPROVIDO. MEDIDA LIMINAR RATIFICADA.

1. Quando se aplica o art. 41-A, o recurso, em regra, não tem efeito suspensivo. No entanto, nadaimpede que, presentes os pressupostos legais - dano irreparável e o sinal do bom direito - o Tribunal dêefeito suspensivo ao recurso em matéria eleitoral, posto que desprovido do efeito inibidor da execução dojulgado.

2. A jurisprudência do Tribunal Superior Eleitoral tem ponderado ser conveniente evitar as sucessivas

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alterações no exercício dos mandatos eletivos, em especial da Chefia do Poder Executivo, antes da decisãodefinitiva, para evitar a instabilidade, prejudicial aos munícipes.

3. Agravo regimental improvido. Medida liminar mantida.

(TRE-CE, AC n.º 11.164, Ac. n.º 11.164, de 16.11.2005, Rel. Juiz Celso Albuquerque Macedo)

Ação de impugnação de mandato eletivo. Art. 41-A da Lei n.º 9.504/97. Sentença. Condenação.Recurso. Tribunal Regional Eleitoral. Medida cautelar. Deferimento. Liminar. Efeito suspensivo. Apelo.Plausibilidade. Necessidade. Evitar. Sucessiva. Alternância. Exercício. Mandato eletivo. Recurso especial.Não-cabimento. Decisão não definitiva.

Agravo regimental que não infirma os fundamentos da decisão agravada.

1. A atribuição de efeito suspensivo a recurso encontra respaldo na iterativa jurisprudência destaCasa. Nesse sentido: Acórdão n.º 21.316, Embargos de Declaração no Recurso Especial n.º 21.316, deminha relatoria, de 18.11.2004; Acórdão n.º 1.277, Agravo Regimental na Medida Cautelar n.º 1.277,rel. Ministro Fernando Neves, de 24.6.2003.

2. No julgamento do Recurso Especial n.º 25.125, rel. Ministro Peçanha Martins, esta Corte Superiordecidiu que “(...) não cabe a análise de recurso especial interposto contra decisão interlocutória, devendoele ficar retido nos autos e somente ser processado se o reiterar a parte no prazo para interposição dorecurso contra a decisão final, salvo casos excepcionais”.

3. Este Tribunal Superior tem ponderado ser conveniente evitar sucessivas alterações no exercíciodos mandatos eletivos, em especial da chefia do Poder Executivo. Nesse sentido: Acórdão n.º 3.345, AgravoRegimental no Mandado de Segurança n.º 3.345, rel. Ministro Humberto Gomes de Barros, de 19.5.2005.

Agravo regimental a que se nega provimento.

(TSE, AMC n.º 1.702, Ac. n.º 1.702, de 22.9.2005, Rel. Min. Caputo Bastos)

AÇÃO CAUTELAR. EFEITO SUSPENSIVO A RECURSO ELEITORAL. CAPTAÇÃO ILÍCITA DESUFRÁGIO. CASSAÇÃO DE DIPLOMA DE SUPLENTE DE VEREADOR. PRESENTES OS REQUISITOS.MANUTENÇÃO DA LIMINAR. MEDIDA CAUTELAR DEFERIDA.

1. Embora o recurso eleitoral contra decisão que entendeu configurada ofensa ao art. 41-A da Lei dasEleições tenha efeito meramente devolutivo, presentes os pressupostos autorizadores (fumus boni iuris epericulum in mora) pode o Tribunal conferir-lhe efeito suspensivo por meio de cautelar.

2. “A jurisdição não é uma atividade espontânea, mas provocada (nemo iudex sine actore), e, pela

mesma razão de ser incoada por iniciativa do interessado, como uma atividade devida pelo Estado-juiz, é

que ela deverá ser prestada de acordo e na medida em que foi pedida, efetuando-se precisamente sobre

aquele direito afirmado, e não de outro. [...] Aqui, precisamente, é de todo importante fazer uma distinção

entre a liberdade do juiz de investigar os fatos deduzidos pelas partes e sua liberdade de investigar fatos

outros, alheios à alegação do autor, com o fito de livremente perquirir, sem os limites impostos pela ação.

Esse segundo problema não tem sido cogitado pela doutrina, porque impensável, até a edição da LC n.º 64/90,

pudesse existir essa possibilidade tão radical, com quebra do princípio da adstrição do juiz ao pedido da

parte. Mercê disso, fixemo-nos por um momento na questão da liberdade de o juiz investigar livremente os

fatos deduzidos pelo autor, ou, noutro giro, a liberdade de o juiz oferecer provas para os fatos alegados”

(Costa, Adriano Soares da. Instituições de direito eleitoral. 5ª ed. Belo Horizonte: Del Rey, 2002).

3. Para caracterização das atitudes ilícitas de captação de votos (art. 41-A da Lei n.º 9.504/97) incidemtrês elementos: 1) a prática de uma ação (doar, oferecer, prometer ou entregar); 2) a existência de umapessoa física (eleitor da circunscrição); 3) o resultado a que se propõe o agente.

4. O juízo de condenação não pode decorrer de meras conjecturas ou presunções. Se o contextoprobatório não apresenta a segurança necessária para a cassação do diploma de suplente de vereador,deve prevalecer a vontade do eleitorado expressa nas urnas.

5. Medida cautelar deferida.

(TRE-CE, AC n.º 11.156, Ac. n.º 11.156, de 26.7.2005, Rel. Juiz Celso Albuquerque Macedo)

AGRAVO REGIMENTAL. Mandado de Segurança. Pleito. Renovação. Liminar. Suspensão.Provimento.

Constatada a ilegitimidade do autor para, em nome próprio, pleitear direito alheio, nega-se a liminar.

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Na pendência dos processos de impugnação deve-se evitar o rodízio constante de pessoas naadministração municipal. Alterações sucessivas no exercício do cargo de prefeito geram insegurança jurídica,perplexidade e descontinuidade administrativa. Por isso, não é aconselhável apressar a realização de novaseleições, quando há possibilidade de o candidato cassado ter seu recurso provido.

(TSE, AMS n.º 3.345, Ac. n.º 3.345, de 19.5.2005, Rel. Min. Gomes de Barros)

Agravo Regimental. Medida Cautelar. Deferimento liminar. Efeito suspensivo a Recurso Especial jáem tramitação na Corte.

São relevantes os fundamentos dados pela execução imediata das decisões fundadas no art. 41-Ada Lei n.º 9.504/97 e pela inaplicabilidade das exceções dos arts. 216 do Código Eleitoral e 15 daLei Complementar n.º 64/90.

O periculum in mora resulta da própria demora do Tribunal Regional em julgar o Recurso Inominado.

Se o TRE ainda não examinou questão relacionada com a legitimidade de parte, não pode o TSEdecidi-la, sem que isso implique supressão de instância.

Agravo Regimental que se conhece, mas a que se nega provimento.

(TSE, AMC n.º 1.375, Ac. n.º 1.375, de 26.8.2004, Rel. Min. Luiz Carlos Madeira)

Agravo regimental. Decisão que deferiu liminar para suspender os efeitos de decisão do TSE queaplicou a pena do art. 41-A da Lei n.º 9.504/97 até a publicação do acórdão. Necessidade de evitar sucessivasalterações nos cargos do legislativo federal.

Agravo regimental a que se nega provimento.

(TSE, AMC n.º 1.341, Ac. n.º 1.341, de 13.5.2004, Rel.ª Min.ª Ellen Gracie Northfleet)

Eleitoral. Agravo regimental. Agravo de instrumento. Defensor público. Prazo em dobro. Art. 128, I,da LC n.º 80/94. Investigação judicial. Prática de captação vedada de sufrágio. Art. 41-A da Lei n.º 9.504/97.Cassação de diploma e multa. Execução imediata. Precedentes. Matéria fática. Reexame. Inviabilidade.

1. Em conformidade com o disposto no art. 128, I, da Lei Complementar n.º 80, de 1994, ao defensorpúblico do estado contam-se em dobro todos os prazos.

2. A decisão que julga procedente representação por captação de sufrágio vedada por lei, com baseno art. 41-A da Lei n.º 9.504/97, é imediata, sendo desnecessária a interposição de recurso contra a expediçãode diploma ou de ação de impugnação de mandato eletivo (Acs. n.ºs 21.169, rel.ª Min.ª Ellen Gracie e19.644, rel. Min. Barros Monteiro).

3. É inviável o reexame de matéria fática em sede de recurso especial (Súmulas n.ºs 279/STFe 7/STJ).

Agravo de instrumento a que se nega provimento.

(TSE, AAG n.º 3.941, Ac. n.º 3.941, de 3.2.2004, Rel. Min. Carlos Velloso)

Agravo regimental. Medida cautelar. Ação de impugnação de mandato eletivo - AIME. Abuso depoder. Ação de investigação judicial eleitoral - AIJE. Captação ilícita de sufrágios (Lei n.º 9.504/97, art. 41-A).Causas de pedir distintas. Cassação de mandato em sede de AIJE não prejudicada em face de julgamentoanterior de AIME. Execução imediata independentemente de já terem sido proclamados ou diplomados oseleitos. Precedentes do TSE. Julgamento ultra petita. Não-ocorrência. Alegação de violação do art. 5º, LV,da CF/88, insusceptível de exame em sede de cautelar. Agravo regimental desprovido.

- Sendo distintas a causa de pedir da AIME (abuso de poder) daquela da AIJE (captação ilícita desufrágios), a cassação do mandato eletivo, como efeito da procedência da investigação judicial eleitoral, porviolação do art. 41-A da Lei n.º 9.504/97, não implica a prejudicialidade desta pela mera circunstância dehaver sido anteriormente julgada a impugnatória (AIME).

- É imediata a execução do julgado que decide pela ocorrência de captação ilícita de votos, ainda quetal ocorra após a proclamação ou a diplomação dos eleitos. Precedentes do TSE.

- Não há falar de julgamento ultra petita, visto que consta expressamente do texto do art. 41-A daLei n.º 9.504/97 a cassação do registro ou do diploma do investigado.

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- A alegação de violação do art. 5º, LV, da Constituição Federal não é susceptível de exame em sedede medida cautelar.

Agravo regimental a que se nega provimento.

(TSE, AMC n.º 1.282, Ac. n.º 1.282, de 5.8.2003, Rel. Min. Barros Monteiro)

Recurso especial eleitoral. Ação de investigação judicial eleitoral. Captação ilegal de sufrágio(art. 41-A da Lei n.º 9.504/97).

1. Sentença que cassou o prefeito e determinou a diplomação do vice. Correção pelo TRE.Possibilidade. Efeito translativo do recurso ordinário.

2. Condenação com base no art. 41-A da Lei n.º 9.504/97. Desnecessidade de ajuizamento de recursocontra expedição de diploma e ação de impugnação de mandato eletivo. Precedentes.

3. O TSE entende que, nas eleições majoritárias, é aplicável o art. 224 do CE aos casos em que,havendo a incidência do art. 41-A da Lei n.º 9.504/97, a nulidade atingir mais de metade dos votos.

Recursos providos em parte para tornar insubsistente a diplomação do segundo colocado e respectivovice e determinar que o TRE, nos termos do art. 224 do CE, marque data para a realização de novaseleições.

(TSE, RESPE n.º 21.169, Ac. n.º 21.169, de 10.6.2003, Rel.ª Min.ª Ellen Gracie Northfleet)

Recurso especial. Representação judicial eleitoral. Art. 41-A da Lei n.º 9.504/97.

Partido político que disputou a eleição em coligação. Legitimação para as ações pertinentes, após aseleições.

Violação ao art. 41-A da Lei n.º 9.504/97. Necessidade do reexame da matéria fático-probatória.Súmulas do STJ e STF (7 e 279).

Pleito majoritário. Código Eleitoral. Art. 224. Declarados nulos os votos por captação indevida(Art. 41-A da Lei n.º 9.504/97), que, no conjunto, excedem a 50% dos votos válidos, determina-se a realizaçãode novo pleito, não a posse do segundo colocado.

Pleito proporcional. Vereador. Declarada a nulidade de voto de candidato a vereador, em razão dacaptação ilícita, aplica-se o disposto no art. 175, § 4º, do C.E.

(TSE, RESPE n.º 19.759, Ac. n.º 19.759, de 10.12.2002, Rel. Min. Luiz Carlos Madeira)

AGRAVO REGIMENTAL. EXECUÇÃO DA DECISÃO PROFERIDA COM FUNDAMENTO NOART. 41-A DA LEI N.º 9.504/97.

A execução da decisão de cassação de registro, fundada no art. 41-A da Lei n.º 9.504/97, é imediata,não incidindo o art. 15 da Lei Complementar n.º 64/90, que a condiciona ao trânsito em julgado da decisão.

Aplicação do art. 224 do Código Eleitoral, devendo o pedido ser apreciado em procedimento próprioe por órgão competente.

Agravo improvido.

(TSE, ARCL n.º 143, Ac. n.º 143, de 2.5.2002, Rel.ª Min.ª Ellen Gracie Northfleet)

Cassação de registro de candidato - Art. 41-A da Lei n.º 9.504/97 - Efeito imediato - Permanência naurna eletrônica - Prosseguimento da campanha - Possibilidade.

1. A permanência, na urna eletrônica, do nome do candidato que tenha seu registro cassado combase no artigo 41-A da Lei n.º 9.504, de 1997, bem como o prosseguimento de sua propaganda eleitoral - oque se dá por conta e risco do candidato e/ou de seu partido político em virtude da interposição de recurso- não significa retirar o efeito imediato da mencionada decisão, que, entretanto, não pode ser tido comodefinitiva, antes de seu trânsito em julgado.

(TSE, INST n.º 55, Res. n.º 21.051, de 26.3.2002, Rel. Min. Fernando Neves)

Cassação de registro (L. 9.504/97, art. 41-A): eficácia imediata.

1. A decisão que, com base no art. 41-A, cassa o registro de candidato tem eficácia imediata, despidosos recursos cabíveis de efeito suspensivo.

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CAPTAÇÃO ILÍCITA DE SUFRÁGIO

TRE-CE/SEJUD/COJUD/SEJUL

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2. Decisão de TRE que, em sentido contrário, determina que a cassação só gere efeitos após otrânsito em julgado não é oponível ao acórdão do TSE que, substituindo o da instância a quo, ordena ocumprimento imediato do julgado.

3. Entretanto, se se cuida de decisão individual tomada no TSE pelo relator de recurso, o seucumprimento deve aguardar a exaustão do prazo para o agravo regimental ou o julgamento desse.

(TSE, QORESPE n.º 19.528, Ac. n.º 19.528, de 13.12.2001, Rel. Min. Sepúlveda Pertence)

8. RECURSO

RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO JUDICIAL ELEITORAL. PREFEITO.CUMULAÇÃO DE PEDIDOS. CAPTAÇÃO ILEGAL DE SUFRÁGIO, ABUSO DO PODER E CONDUTAVEDADA. PRAZO RECURSAL. ART. 258, CE. CONFIGURADA CAPTAÇÃO ILÍCITA DE SUFRÁGIO, NÃOSE EXIGE POTENCIALIDADE. RECURSO PROVIDO. AGRAVOS REGIMENTAIS. CONJUNTOPROBATÓRIO. REEXAME. IMPOSSIBILIDADE. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. RECEBIMENTO COMOREGIMENTAL.

- Na hipótese de investigação judicial, na qual se cumula a apuração de abuso de poder e infração aoart. 41-A da Lei das Eleições - que seguem o mesmo rito do art. 22 da LC nº 64/90 -, aplica-se o prazorecursal geral estabelecido no art. 258 do Código Eleitoral, em face da incidência do art. 292, § 2º, doCódigo de Processo Civil. Precedente da Corte (REspe nº 27.832/RN, rel. Min. Caputo Bastos, DJ de21.8.2007).

- Reconhecida a captação ilícita de sufrágio, nos termos do art. 41-A da Lei nº 9.504/97, tal conclusãonão pode ser infirmada sem reexame dos fatos e provas constantes dos autos, vedado na instância especial.

- Para a incidência do art. 41-A, não é necessária a aferição da potencialidade do fato para desequilibrara disputa eleitoral, nos termos da pacífica jurisprudência desta Corte.

- Embargos de declaração em face de decisão monocrática do relator, conforme remansosajurisprudência desta Corte, devem ser recebidos como agravo regimental.

- Nulidade de mais da metade dos votos. Novas eleições, pela forma indireta.

- Segundo entendimento do Tribunal Superior Eleitoral, em decisão unânime tomada em 17.4.2008,aplica-se o § 1º do art. 81 da Constituição Federal às eleições municipais e estaduais.

- Esta Corte já firmou que aos feitos eleitorais não se aplica a contagem de prazo em dobro, previstano CPC, art. 191, para os casos de litisconsortes com diferentes procuradores.

(TSE, ARESPE nº 27.104, de 17.4.2008, Rel. Min. Marcelo Ribeiro)

Investigação judicial. Apuração. Abuso de poder e captação ilícita de sufrágio. Cumulação. Sentença.Procedência. Recurso. Decisão regional. Intempestividade. Não-conhecimento. Prazo. Tríduo. Art. 258 doCódigo Eleitoral. Violação. Art. 292, § 2º, do Código de Processo Civil. Caracterização.

1. É de 24 horas o prazo previsto para recurso contra decisão proferida em sede de representaçãopor descumprimento das disposições da Lei nº 9.504/97, o que se aplica, inclusive, às hipóteses em que seapura a captação ilícita de sufrágio.

2. No entanto, na hipótese de investigação judicial em que se cumula a apuração de abuso de podere infração ao art. 41-A da Lei das Eleições - que seguem o mesmo rito do art. 22 da LC nº 64/90 -, aplica-seo prazo recursal geral estabelecido no art. 258 do Código Eleitoral em face da incidência do art. 292, § 2º, doCódigo de Processo Civil.

Recurso especial conhecido e provido para afastar a intempestividade do recurso eleitoral apresentadocontra a decisão de primeiro grau.

(TSE, RESPE nº 27.832, Ac. nº 27.832, de 19.6.2007, Rel. Min. Caputo Bastos)

Representação. Art. 41-A da Lei n.º 9.504/97. Sentença. Improcedência. Recurso eleitoral.Intempestividade. Decisão regional. Recurso especial.

Recursos. Decisão. Representação. Lei n.º 9.504/97. Prazo. 24 horas. Aplicação. Hipótese. Embargosde declaração. Não-incidência. Arts. 275, § 1º, do Código Eleitoral, e 237, II, do CPC.

1. É pacífico o entendimento desta Corte Superior de que é de 24 horas o prazo para recurso contra

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sentença proferida em representação eleitoral, nos termos do art. 96, § 8º, da Lei das Eleições, não sendoaplicável o tríduo previsto no art. 258 do Código Eleitoral. Precedentes.

2. Esse prazo aplica-se, inclusive, na hipótese de embargos de declaração contra essa decisão, nãoincidindo a regra do art. 275, § 1º, do Código Eleitoral. Nesse sentido: Acórdão n.º 15.763.

3. Na espécie, não há que se falar na incidência do art. 237, II, do CPC, que prevê a intimação pormeio de carta registrada, tendo em vista a possibilidade de tal comunicação, na Justiça Eleitoral, ser realizadade outras formas, respaldadas em resoluções deste Tribunal e na própria Lei n.º 9.504/97.

4. Esta Casa já decidiu que “Os prazos da Lei n.º 9.504/97 são aplicáveis a todas as representaçõespor propaganda irregular, independentemente de o julgamento delas ocorrer antes, durante ou depois doperíodo eleitoral” e que “O exíguo prazo de 24 horas, previsto no art. 96 da Lei n.º 9.504/97, justifica-se pelanecessidade de se dar pronta solução às representações contra o descumprimento dessa lei eleitoral”(Acórdão n.º 3.055, Agravo Regimental no Agravo de Instrumento n.º 3.055, rel. Ministro Fernando Neves,de 5.2.2002).

5. “(...) a notificação a que se refere o artigo 94, § 4º, da Lei 9.504, de 1997, visa dar ciência aoadvogado cadastrado perante o órgão da Justiça Eleitoral da existência de procedimento contra seuconstituinte, ‘mas não de todos os seus atos e andamentos, o que não se coaduna com a celeridade impostapela lei e exigida por sua singular e especial natureza’ (...)” (Acórdão n.º 15.763, Recurso Especialn.º 15.763, rel. Ministro Costa Porto, relator designado Ministro Fernando Neves, de 22.4.99).

Agravo regimental a que se nega provimento.

(TSE, ARESPE n.º 25.421, Ac. n.º 25.421, de 6.10.2005, Rel. Min. Caputo Bastos)

Recurso. Representação por captação ilícita de sufrágio e conduta vedada aos agentes públicos emcampanhas eleitorais.

1 - O prazo para a interposição de recurso em representação por ofensa ao art. 41-A da Lei n.º 9.504/97é de 24 (vinte e quatro) horas, ex vi do disposto no art. 96, § 8º, da mencionada Lei das Eleições, c/c oart. 11 da Resolução TSE n.º 21.575/2003, não sendo aplicável o prazo de 3 (três) dias previsto no art. 258do Código Eleitoral. Inteligência do art. 23 da Resolução TSE n.º 21.575/2003.

2 - Recurso não conhecido, por intempestivo.

(TRE-CE, RRCIS n.º 11.007, Ac. n.º 11.007, de 8.8.2005, Rel.ª Des.ª Huguette Braquehais)

ELEITORAL. REPRESENTAÇÃO: PRÁTICA DE CONDUTA VEDADA PELO ART. 41-A DALEI N.º 9.504/97, ACRESCENTADO PELO ART. 1º DA LEI N.º 9.840, DE 28.9.99: COMPRA DE VOTOS.

I - Recurso interposto anteriormente à publicação do acórdão recorrido: tempestividade. Precedentesdo TSE.

II - Tratando-se de matéria que possibilita a perda de mandato eletivo federal, o recurso para o TSEé ordinário: CF, art. 121, § 4º, IV. Conhecimento de recurso especial como ordinário.

(...)

VI - Recurso especial conhecido como ordinário e provido.

(TSE, RESPE n.º 21.264, Ac. n.º 21.264, de 27.4.2004, Rel. Min. Carlos Velloso)

9. OUTROS

RECURSO ESPECIAL ELEITORAL. AÇÃO DE IMPUGNAÇÃO DE MANDATO ELETIVO. PREFEITO.ABUSO DE PODER ECONÔMICO E ART. 41-A DA LEI DAS ELEIÇÕES.

1. Inexiste violação ao art. 275, I e II, do Código Eleitoral, quando o acórdão recorrido aprecia todosos fundamentos suficientes para formação do convencimento implantado no final.

2. Alegações não constantes no recurso e nas contra-razões não caracterizam omissão do acórdão.Impossibilidade, salvo se forem de ordem pública, de serem suscitadas como matéria nova, em embargosde declaração.

3. Inexistência, no recurso em exame, de prequestionamento do art. 14, § 1º, da CF, em referência àpresença na lide, como assistente, de terceiro interessado. Não-conhecimento do recurso nesse ponto.

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4. Acórdão que, ao reformar sentença de primeiro grau, que julgara improcedente pedido de cassaçãode mandato, por alegação de abuso de poder econômico e violação ao art. 41-A da Lei das Eleições, valeu-se, unicamente, de prova unilateral depositada nos autos (depoimentos testemunhais colhidos só peloMinistério Público) e notícia de jornal apresentada junto com o recurso ordinário. Violação ao devido processolegal: ausência do contraditório e apresentação extemporânea.

5. Reconhecimento de violação aos arts. 5º, § 2º, e 61 da LC nº 64/90, c.c. o art. 5º, LV, CF (devidoprocesso legal).

6. Ausência de provas convincentes da ocorrência do abuso de poder econômico e de violação aoart. 41-A da Lei das Eleições.

7. Recurso especial parcialmente conhecido e, na parte conhecida, parcialmente provido para reformaro acórdão e fazer prevalecer a sentença de primeiro grau, que julgou improcedente o pedido de cassaçãodo mandato obtido pelo recorrente, determinando-se o retorno de Paulo César Justo Quartiero ao cargo deprefeito.

(TSE, RESPE nº 28.121, de 25.3.2008, Rel. Min. José Delgado)

Agravo regimental. Medida cautelar. Recurso contra expedição de diploma. Condenação fundada noart. 41-A da Lei nº 9.504/97. Execução. Aplicação do art. 216 do Código Eleitoral.

A execução da decisão condenatória proferida em sede de recurso contra a expedição de diploma,fundada no art. 41-A da Lei nº 9.504/97, está condicionada à apreciação pelo TSE em grau de recurso.

(TSE, MC nº 2.290, de 14.2.2008, Rel. Min. Cezar Peluso)

Agravo regimental. Recurso especial. Representação. Captação ilícita de sufrágio. Art. 41-A daLei nº 9.504/97. Testemunha. Menor. Oitiva. Art. 405, § 1º, III, do Código de Processo Civil. Violação.Decisão impugnada. Fundamentos não-afastados.

1. Ante a interposição do agravo regimental pela parte, opera-se a preclusão consumativa, não sendoadmitida a reiteração do recurso.

2. Nos termos do art. 405, § 1º, III, do Código de Processo Civil, não há impedimento para que o maiorde dezesseis anos possa depor em juízo como testemunha.

3. Nega-se provimento a agravo regimental quando não afastados os fundamentos da decisãoimpugnada.

Primeiro agravo regimental desprovido e segundo regimental não conhecido, em face a preclusãoconsumativa.

(TSE, RESPE nº 25.743, Ac. nº 25.743, de 16.8.2007, Rel. Min. Carlos Eduardo Caputo Bastos)

TRE. Reforma. Sentença. Ausência. Prova. Conduta ilícita. Representação. Distribuição. Materiaisde construção. Captação de sufrágio. Utilização da máquina administrativa. Prefeito e vice-prefeito.Interposição. Recurso especial. TSE. Parcial provimento. Omissão. Acórdão embargado. Ofensa.

Art. 275, II, do CE. Interposição. Agravos regimentais. Nulidade. Exclusividade. Acórdão. Embargosde declaração. Inexistência. Cerceamento de defesa. Julgamento. Decisão monocrática. Possibilidade

(Art. 36, § 7º, RITSE). Fundamentos não infirmados.

- A violação ao art. 275, II, do CE leva à anulação do acórdão embargado para sanar a omissãoapontada, e não à do acórdão principal.

- “Segundo já assentou esta eg. Corte é legitima a atribuição conferida ao relator para dar provimentoa recurso, sem que isso implique em violação a dispositivo legal, mormente ao art. 19 do CE, desde que asdecisões, possam, mediante agravo regimental, ser submetidas ao controle do Colegiado” (Ac. nº 26.004/PI,rel. Min. Cesar Asfor Rocha, DJ de 16.3.2007).

- Para que o agravo obtenha êxito, é necessário que os fundamentos da decisão agravada sejamespecificamente infirmados, sob pena de subsistirem suas conclusões.

- Agravos regimentais a que se nega provimento.

(TSE, RESPE nº 5759, Ac. nº 5759, de 9.8.2007, Rel. Min. José Gerardo Grossi)

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RECURSO ESPECIAL ELEITORAL. INTEMPESTIVIDADE. ART. 2º DA LEI Nº 9.800/99.NÃO-CONFIGURAÇÃO. OMISSÃO. INEXISTÊNCIA. IMPOSSIBILIDADE DE REEXAME DO SUBSTRATOFÁTICO-PROBATÓRIO. SÚMULAS Nº 7/STJ E Nº 279/STF. APROVEITAMENTO ELEITORAL DACONDUTA. ART. 73, IV, DA LEI Nº 9.504/97. CONFIGURAÇÃO. SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA. AUSÊNCIADE MANIFESTAÇÃO E DE PREJUÍZO. ARTS. 245 E 249, § 1º, DO CPC. DISSÍDIO JURISPRUDENCIAL.RCED. APURAÇÃO DE CONDUTA VEDADA. PROCEDIMENTO DO ART. 96 DA LEI Nº 9.504/97.AUSÊNCIA DE MANIFESTAÇÃO E DE PREJUÍZO. ADOÇÃO DO RITO DO ART. 258 DO CÓDIGOELEITORAL. ART. 219 DO CÓDIGO ELEITORAL. INVESTIGAÇÃO JUDICIAL ELEITORAL. ABUSO DEPODER ECONÔMICO, POLÍTICO E DE AUTORIDADE. UTILIZAÇÃO INDEVIDA DA MÁQUINAADMINISTRATIVA. CAPTAÇÃO ILÍCITA DE SUFRÁGIO. CONDUTA VEDADA AOS AGENTES PÚBLICOS.PROCEDIMENTO SIMILAR AO ADOTADO NO RCED Nº 608, REL. MIN. BARROS MONTEIRO, DJ DE24.9.2004. NÃO-PROVIMENTO.

1. A ausência de juntada da correspondente peça original do recurso especial eleitoral não configuraa intempestividade de que trata o art. 2º da Lei nº 9.800/99, tendo em vista o TSE possuir regulamentaçãoprópria para o processo eleitoral, consubstanciada na Res.-TSE nº 21.711/2004. (Questão de Ordem noAgRg no Ag nº 5.222/SP, Rel. Min. Marco Aurélio de Mello, DJ de 12.8.2005).

2. Incidência, in casu, do princípio do livre convencimento motivado do magistrado, cuja conclusãoem sentido contrário, ensejaria o reexame de fatos e de provas, vedado nesta instância especial a teor dasSúmulas nº 7/STJ e nº 279/STF.

3. A irresignação sobre a qualificação jurídica dada ao fato de que a gratuidade do ingresso para afinal do campeonato municipal de futebol não configura distribuição de bens e serviços de caráter social,custeados pelo poder público, somente foi argüida em sede de recurso especial eleitoral, olvidando osrecorrentes em suscitá-la nos embargos de declaração, opostos às fls. 816-824. Incidência, no caso, doEnunciado nº 356 da Súmula do Supremo Tribunal Federal: “o ponto omisso da decisão, sobre o qual nãoforam opostos embargos declaratórios, não pode ser objeto de recurso extraordinário, por faltar o requisitodo prequestionamento.”

4. Da análise probatória, correto o acórdão regional ao entender configurado o aproveitamento eleitoralda conduta, concluindo pela sua subsunção ao art. 73, IV, da Lei nº 9.504/97.

5. Quanto à alegação de supressão de instância, tendo em vista a apuração de conduta vedada(art. 73, IV, da Lei nº 9.504/97) em sede de recurso contra expedição de diploma, verifica-se que os orarecorrentes, na oportunidade da primeira manifestação nos autos, nada argüiram em consideração ao tema,tampouco apontaram o prejuízo daí resultante. Incidência, in casu, dos arts. 245 e 249, § 1º, do Código deProcesso Civil.

6. O dissídio jurisprudencial (AgRg no REspe nº 21.521/RN, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJ de 3.2.2006)reputa necessária a observância do rito procedimental previsto no art. 96 da Lei nº 9.504/97 para a apuraçãodas condutas vedadas pelo art. 73 da citada lei. Todavia, no caso sub examine inexistiu prejuízo para os orarecorrentes, pois, conforme se infere do despacho de recebimento do recurso contra expedição de diploma(fl. 2 do Anexo 1), adotou-se o procedimento previsto no art. 258 do Código Eleitoral, mais benéfico para adefesa do que aquele disposto no art. 96 da Lei nº 9.504/97, haja vista a concessão de prazo mais dilatadopara recurso.

7. Os ora recorrentes não argüiram a impropriedade do procedimento adotado, tampouco apontaramo prejuízo dele decorrente. No caso concreto, tem prevalência o preceito segundo o qual não se declaranulidade sem a efetiva demonstração do prejuízo sofrido pela parte, conforme determina o art. 219 doCódigo Eleitoral.

8. O recurso contra expedição de diploma em apreço consubstancia substrato fático extraído de trêsações de investigação judicial eleitoral, imputando aos ora recorrentes o suposto abuso de poder econômico,político e de autoridade, utilização indevida da máquina administrativa, captação ilícita de sufrágio e práticade conduta vedada aos agentes públicos. Correto o procedimento adotado conforme se depreende do votodo Min. Carlos Eduardo Caputo Bastos no RCEd nº 608, de relatoria do Min. Barros Monteiro, DJ de 24.9.2004:“não se valendo a parte interessada, ou o Ministério Público, do uso do instrumento legal adequado(representação, de que trata o art. 96 da Lei nº 9.504/97), o fato ou a conduta tida por ilícita só poderá serobjeto de enquadramento e capitulação legal no recurso contra expedição de diploma ou na investigaçãojudicial, na modalidade de abuso do poder político ou de autoridade, na forma do referido inciso IV doart. 262, c.c. o art. 237 do Código Eleitoral e art. 22 da Lei Complementar no 64/90.”

9. Não houve o julgamento extra petita que cogitam os ora recorrentes, haja vista no RCEd requerer-sea cassação dos diplomas dos recorridos, pedido que se mostra condizente não só com os fatos noticiados,mas também com o instrumento manejado.

10. Recurso especial eleitoral a que se nega provimento.(TSE, RESPE nº 28.158, Ac. nº 28.158, de 19.6.2007, Rel. Min. José Augusto Delgado)

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RECURSO ORDINÁRIO. REPRESENTAÇÃO. CAPTAÇÃO ILÍCITA DE SUFRÁGIO. ACÓRDÃO DETRIBUNAL REGIONAL QUE EXTINGUE PROCESSO SEM EXAME DE MÉRITO. HIPÓTESE DEINTERPOSIÇÃO DE RECURSO ESPECIAL. PRECEDENTES. PRINCÍPIO DA FUNGIBILIDADE.NÃO-APLICAÇÃO. AUSÊNCIA DOS PRESSUPOSTOS DO ESPECIAL. SEGUIMENTO NEGADO.AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO.

- Extinto o processo sem exame de mérito, não sendo hipótese de se atingir o diploma ou o mandatoeletivo, cabível é o recurso especial. Precedentes do Tribunal Superior Eleitoral.

- A ausência dos pressupostos do recurso especial impossibilita a aplicação do princípio da fungibilidadepara receber o recurso ordinário como especial.

- Agravo regimental desprovido.

(TSE, RO nº 878, Ac. nº 878, de 17.4.2007, Rel. Min. José Gerardo Grossi)

AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO ESPECIAL. RECURSO CONTRA EXPEDIÇÃO DEDIPLOMA. CAPTAÇÃO ILÍCITA DE SUFRÁGIO. CASSAÇÃO DO DIPLOMA. NEGADO SEGUIMENTOAO RECURSO ESPECIAL. CARGA DOS AUTOS PELO ADVOGADO. CIÊNCIA INEQUÍVOCA. AGRAVODE INSTRUMENTO INTEMPESTIVO. AGRAVO REGIMENTAL. DESPROVIDO.

- Se o advogado da parte, à qual cabe recorrer, comparece no cartório e retira os autos em carga,verifica-se sua ciência inequívoca da decisão e desde então, descontado o dia de início (art. 184, CPC),começa a correr o prazo recursal.

- Irrelevante para a contagem do prazo a posterior publicação da decisão ou mesmo o expresso“ciente” dado pelo advogado, em data posterior, quando os autos já haviam sido devolvidos à secretaria, ouainda, certidão de servidor atestando esse comparecimento e essa ciência da decisão.

- A certidão não examina nem afasta a ocorrência de eventual ciência anterior, em razão de o advogadohaver recebido os autos em carga.

- Agravo regimental desprovido.

(TSE, AG nº 7159, Ac. nº 7159, de 13.2.2007, Rel. Min. José Gerardo Grossi)

RECURSO ORDINÁRIO. CAPTAÇÃO ILÍCITA DE SUFRÁGIO. FORNECIMENTO DE CARTEIRADE HABILITAÇÃO EM TROCA DE VOTOS. ART. 41-A DA LEI Nº 9.504/97.

Hipótese na qual o contexto fático-probatório revela o intuito do candidato de angariar votos, medianteo fornecimento de carteiras de habilitação.

Recurso desprovido.

(TSE, RO nº 777, Ac. nº 777, de 6.4.2006, Rel. Min. Gilmar Ferreira Mendes)

Representação. Art. 41-A da Lei n.º 9.504/97. Candidato a vereador não-eleito. Sentença. Procedência.Recurso eleitoral. Pedido. Desistência. Tribunal Regional Eleitoral. Impossibilidade. Matéria de ordem pública.Peculiaridades. Processo eleitoral. Interesse público. Quociente eleitoral. Alteração. Interesse. Intervenção.Partido e candidato. Assistentes litisconsorciais. Recurso especial. Terceiro interessado.Art. 499 do Código de Processo Civil.

1. A decisão regional que indefere o pedido de desistência formulado naquela instância e que modificaa sentença para julgar improcedente representação, provocando a alteração do quociente eleitoral e dacomposição de Câmara Municipal, resulta em evidente prejuízo jurídico direto a candidato que perde a vagaa que fazia jus, constituindo-se terceiro prejudicado, nos termos do art. 499 do Código de Processo Civil.

2. A atual jurisprudência desta Corte Superior tem se posicionado no sentido de não ser admissíveldesistência de recurso que versa sobre matéria de ordem pública. Precedentes.

3. Manifestado o inconformismo do candidato representado no que se refere à decisão de primeirainstância, que o condenou por captação ilícita de sufrágio, não se pode aceitar que, no Tribunal RegionalEleitoral, venha ele pretender a desistência desse recurso, em face do interesse público existente na demandae do nítido interesse de sua agremiação quanto ao julgamento do apelo, em que eventual provimento poderiaresultar na alteração do quociente eleitoral e favorecer candidato da mesma legenda.

4. O bem maior a ser tutelado pela Justiça Eleitoral é a vontade popular, e não a de um único cidadão.Não pode a eleição para vereador ser decidida em função de uma questão processual, não sendo talcircunstância condizente com o autêntico regime democrático.

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5. O partido do representado e o candidato que poderá ser favorecido com o provimento do recursoeleitoral apresentam-se como titulares de uma relação jurídica dependente daquela deduzida em juízo eque será afinal dirimida com a decisão judicial ora proferida, o que justifica a condição deles como assistenteslitisconsorciais.

6. A hipótese versa sobre pleito regido pelo sistema de representação proporcional, em que o votoem determinado concorrente implica sempre o voto em determinada legenda partidária, estando evidenciado,na espécie, o interesse jurídico na decisão oriundo do referido feito.

Recurso especial conhecido, mas improvido.

(TSE, RESPE n.º 25.094, Ac. n.º 25.094, de 16.6.2005, Rel. Min. Caputo Bastos)

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1. CONSULTA ELEITORAL (CE, art. 30, VIII)

CONSULTA. ART. 73, § 10, DA LEI Nº 9.504/1997. VEDAÇÃO. ANO ELEITORAL. EXCEÇÕESLEGAIS. CONDUTA VEDADA AOS AGENTES PÚBLICOS. DIVERSIVIDADE DE QUESTÕES.NÃO-CONHECIMENTO.

1. Questionamentos diversos elaborados com minudência exagerada, de forma ampla e inespecíficaou que incidam em caso concreto, não merecem conhecimento.

2. Consulta não conhecida.

(TSE, CTA n.º 1.522, Res. n.º 22.744, de 13.3.2008, Rel. Min. José Augusto Delgado)

CONSULTA. PRESIDENTE DE COMISSÃO PROVISÓRIA MUNICIPAL. PARTIDO POLÍTICO.ILEGITIMIDADE DO CONSULENTE. PRECEDENTES DA CORTE. NÃO-CONHECIMENTO.

(TSE, CTA n.º 1.508, Ac. n.º 1.508, de 11.3.2008, Rel. Min. Carlos Ayres Britto)

CONSULTA. ADORNOS EM FOTOGRAFIA PARA FINS DE REGISTRO DE CANDIDATURA.REGULAMENTADO PELA RESOLUÇÃO-TSE Nº 22.156 E PELA LEI Nº 9.504/1997.NÃO-CONHECIMENTO.

O Tribunal Superior Eleitoral não conhece consultas, cuja matéria já esteja regulamentada medianteResolução.

(TSE, CTA n.º 1.516, Res. n.º 22.734, de 11.3.2008, Rel. Min. José Augusto Delgado)

CONSULTA FORMULADA POR JUIZ ELEITORAL. PARTE ILEGÍTIMA. NÃO-CONHECIMENTO.

1. O Tribunal Superior Eleitoral não responde às consultas formuladas por autoridade que não detémjurisdição federal .(art. 23, XII, do Código Eleitoral).

2. Consulta não conhecida.

(TSE, CTA n.º 1.539, Ac. n.º 1.539, de 11.3.2008, Rel. Min. José Augusto Delgado)

CONSULTA. CASO CONCRETO. PRECEDENTE DA CORTE. NÃO-CONHECIMENTO.

1. É assente na jurisprudência do Tribunal Superior Eleitoral que “não compete ao TSE responder aconsulta fundada em caso concreto, ainda que verse sobre matéria eleitoral” (Cta nº 1.419, rel. Min. CezarPeluso).

2. Consulta não conhecida.

(TSE, CTA n.º 1.501, Ac. n.º 22.699, de 12.2.2008, Rel. Min. Carlos Ayres Britto)

CONSULTA EM MATÉRIA ELEITORAL. VEREADOR. LEGITIMIDADE. PERDA DE MANDATO.SUPLENTE. DESFILIAÇÃO.

1. Vereador subsume-se no conceito de autoridade, uma vez que é investido de poder decisóriodentro da esfera de competência que lhe é atribuída e, por isso, faz parte do elenco das pessoas que olegislador quis dotar de legitimidade ativa ad causam para formular consulta eleitoral.

2. Os partidos políticos conservam o direito à vaga obtida pelo sistema eleitoral, quando houverpedido de cancelamento de filiação ou de transferência do candidato para outra legenda, mesmo que sejaum suplente quando venha a assumir um cargo, sujeitar-se-á a processo por infidelidade partidária.

3. Conheço da Consulta e respondo-a afirmativamente, nos termos da Resolução-TSE 22.610/2007.

(TRE-CE, CME n.º 11.171, Ac. n.º 11.171, de 10.1.2008, Rel. Juiz Haroldo Correia de Oliveira Máximo)

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CONSULTA. COMPATIBILIDADE ENTRE NORMAS CONSTITUCIONAIS ORIGINÁRIAS. MATÉRIANÃO-ELEITORAL. NÃO-CONHECIMENTO.

1. Conforme bem observado pela ASESP, questionamento abordando a compatibilidade entre normasconstitucionais originárias não constitui matéria passível de consulta, nos termos do inciso XII do art. 23 doCódigo Eleitoral.

2. Consulta não conhecida.

(TSE, CTA n.º 1.461, Res. n.º 22.606, de 18.10.2007, Rel. Min. José Augusto Delgado)

CONSULTA EM MATÉRIA ELEITORAL. ILEGITIMIDADE. CASO CONCRETO. INTELIGÊNCIA DOART. 30, VIII, DO CÓDIGO ELEITORAL. NÃO CONHECIMENTO.

1. A consulta em matéria eleitoral, prevista no respectivo código, exige pertinência temática, abstraçãoe legitimidade para o seu conhecimento.

2. No caso vertente, satisfeito o primeiro requisito, porque a indagação versa sobre matéria afeta àseara eleitoral. Ausentes, no entanto, os demais, visto não haver informações nos autos que permitamaveriguar a legitimidade do proponente, bem como pelo fato de a consulta se referir a caso concreto, nãotendo sido formulada em tese, conforme a exigência legal.

3. Não-conhecimento.

(TRE-CE, CME n.º 11.164, Ac. n.º 11.164, de 17.10.2007, Rel. Juiz Tarcísio Brilhante de Holanda)

ELEITORAL - CONSULTA - PROMOVENTE - AUTORIDADE PÚBLICA - CONSELHEIRO -PRESIDENTE DE AUTARQUIA ESTADUAL - LEGITIMIDADE - ARGÜIÇÃO - CASO CONCRETO - NÃOCONHECIMENTO.

1) Nos termos do art. 30, inciso VIII, do Código Eleitoral, compete ao Tribunal Regional Eleitoralresponder consultas que lhe forem feitas, em tese, por autoridade pública ou partido político.

2) A argüição apresentada na presente consulta se revela de natureza objetiva, a materializar casoconcreto.

(TRE-CE, CME n.º 11.163, Ac. n.º 11.163, de 12.9.2007, Rel.ª Juíza Maria Nailde Pinheiro Nogueira)

CONSULTA MATÉRIA ELEITORAL. VEREADOR. PRELIMINAR DE OFÍCIO. LEGITIMIDADE DOCONSULENTE. AUTORIDADE PÚBLICA. AGENTE POLÍTICO ESPÉCIE DE AGENTE PÚBLICO.INDAGAÇÕES FEITAS ACERCA DE MATÉRIA SUFICIENTEMENTE DISCUTIDA NO TSE. NÃOCONHECIMENTO.

1. Aos Tribunais Regionais Eleitorais cabe, privativamente, responder sobre matéria eleitoral àsconsultas que lhe forem feitas, em tese, por autoridade pública ou partido político. Entendimento do art. 30,VIII, da Lei 4.737/65.

2. A matéria questionada pelo consulente está exaustivamente discutida em julgados do TSE,merecendo uma pesquisa minuciosa dos fatos.

3. Posicionar-se este TRE sobre a matéria discutida, que versa sobre prazos de desincompatibilização,já discutidos em instância superior, significa um pré-julgamento do tema.

Não conhecimento da consulta.

(TRE-CE, CME n.º 11.156, Ac. n.º 11.156, de 20.6.2007, Rel. Juiz Jorge Luis Girão Barreto)

CONSULTA. POSICIONAMENTO. TSE. APLICAÇÃO. ARTIGO 14, § 8º, II, DA CONSTITUIÇÃO DAREPÚBLICA. FORMULAÇÃO AMPLA. NÃO CONHECIDA.

A teor da jurisprudência firmada por esta Corte, não se conhece da consulta quando formulada emtermos amplos, sem a necessária especificidade. Precedentes.

(TSE, CTA n.º 1.414, Res. n.º 22.555, de 19.6.2007, Rel. Min. Ari Pargendler)

CONSULTA MATÉRIA ELEITORAL. CASO CONCRETO. FORMULAÇÃO EM PERÍODOELEITORAL. NÃO CONHECIMENTO.

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COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ELEITORAL

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1. Aos Tribunais Regionais Eleitorais, cabe, privativamente, responder sobre matéria eleitoral, quandoa consulta for feita em tese. Entendimento ao art. 30, VIII, da Lei 4.737/65.

2. O TSE tem reiteradamente se manifestado pela impossibilidade de conhecimento de consultasapós o início do período eleitoral, que em 2006, começou em 10 de junho, termo inicial para as convençõespartidárias (CTA 1338, DECISÃO 22385, julgado em 22.8.06). A consulta não deve ser conhecida.

(TRE-CE, CME n.º 11.147, Ac. n.º 11.147, de 8.5.2007, Rel. Juiz Danilo Fontenele Sampaio Cunha)

1. Consulta em Matéria Eleitoral. Prefeito Municipal. Legitimidade para propositura. Exposição e análisede caso concreto.

2. Impossibilidade de conhecimento da presente consulta. Obediência ao disposto nos arts. 30, VIII,do Código Eleitoral e 115, § 4º, do Regimento Interno do TRE/CE.

Não conhecimento.

(TRE-CE, CME n.º 11.155, Ac. n.º 11.155, de 17.4.2007, Rel. Juiz Francisco Sales Neto)

ELEITORAL - CONSULTA - PROMOVENTE - SECRETARIA DA OUVIDORIA-GERAL E DO MEIOAMBIENTE - SECRETÁRIA EM EXERCÍCIO - LEGITIMIDADE - CASO CONCRETO - MATÉRIA NÃOELEITORAL - NÃO CONHECIMENTO.

1) A Secretaria da Ouvidoria-Geral e do Meio Ambiente, através de sua titular, possui legitimidadepara ajuizar consulta na seara eleitoral, porquanto é autoridade pública.

2) A consulta ora argüida não é em tese e, ainda, se revela por ser matéria que não compreendida naseara eleitoral.

3) Nos termos do art. 30, inciso VIII, cabe ao Tribunal Regional Eleitoral responder consulta, em tese,sobre matéria eleitoral, feita por autoridade pública ou partido político, fato não verificado nos autos.

(TRE-CE, CME n.º 11.151, Ac. n.º 11.151, de 5.2.2007, Rel.ª Juíza Maria Nailde Pinheiro Nogueira)

CONSULTA. PARTIDO POLÍTICO. PROCESSO ELEITORAL INICIADO. NÃO-CONHECIMENTO.

Não se conhece de consulta após o início do processo eleitoral. (Precedentes: Consultas nº 1.123,rel. Min. Luiz Carlos Madeira, DJ de 12.11.2004; nº 1.113, rel. Min. Francisco Peçanha Martins, DJ de13.9.2004; nº 1.078, rel. Min. Caputo Bastos, DJ de 27.8.2004).

(TSE, CTA n.º 1.319, Res. n.º 22.281, de 29.6.2006, Rel. Min. José Augusto Delgado)

CONSULTA. MATÉRIA ELEITORAL. FORMULAÇÃO AMPLA. NÃO CONHECIMENTO.

1. Não se conhece da consulta quando formulada em termos muito amplos, em virtude de ser possíveluma diversidade de hipóteses que podem reclamar soluções distintas.

2. Precedentes do Tribunal Superior Eleitoral.

3. Consulta não conhecida.

(TRE-CE, CME n.º 11.144, Ac. n.º 11.144, de 13.6.2006, Rel. Juiz Celso Albuquerque Macedo)

CONSULTA. Arts. 5º, 93, 120 e 121, da Constituição Federal. Critérios de escolha de juízes paracompor tribunais regionais eleitorais.

Direito Administrativo Constitucional. Pedido não conhecido. Precedentes. Não se conhece de consultaque vise à orientação acerca de matéria não eleitoral.

(TSE, CTA n.º 1.171, Res. n.º 22.235, de 8.6.2006, Rel. Min. Cezar Peluso)

ELEITORAL - CONSULTA - PROMOVENTE - SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL - VEREADOR -LEGITIMIDADE - AUSÊNCIA - CASO CONCRETO - NÃO CONHECIMENTO.

1) Servidor Público Estadual e Vereador carecem de legitimidade para ajuizar consulta na searaeleitoral.

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2) Nos termos do art. 30, inciso VIII, cabe ao Tribunal Regional Eleitoral responder consulta em tese,feitas por autoridade pública ou partido político

(TRE-CE, CME n.º 11.139, Ac. n.º 11.139, de 11.4.2006, Rel.ª Juíza Maria Nailde Pinheiro Nogueira)

COMPETÊNCIA - CONSULTA - REGÊNCIA E NATUREZA DA MATÉRIA. A teor do disposto noinciso XII do artigo 23 do Código Eleitoral, a competência do Tribunal Superior Eleitoral para responderconsulta está ligada ao envolvimento de tema eleitoral, sendo desinfluente a regência, ou seja, se do próprioCódigo, de legislação esparsa ou da Constituição Federal.

MINISTÉRIO PÚBLICO - ATIVIDADE POLÍTICO-PARTIDÁRIA - ALÍNEA “e” DO INCISO II DOARTIGO 128 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL - EMENDA CONSTITUCIONAL N.º 45/2004 - APLICAÇÃONO TEMPO. A proibição do exercício de atividade político-partidária ao membro do Ministério Públicotem aplicação imediata e linear, apanhando todos aqueles que o integram, pouco importando a data deingresso.

(TSE, CTA n.º 1.153, Res. n.º 22.045, de 2.8.2005, Rel. Min. Marco Aurélio)

Consulta. Titular de Mandato Eletivo. Renúncia. Matéria Constitucional. Não conhecimento.

- A competência do Tribunal Superior Eleitoral, prevista no art. 23, XII, do Código Eleitoral, é pararesponder consulta sobre matéria eleitoral.

(TSE, CTA n.º 883, Res. n.º 21.428, de 5.8.2003, Rel. Min. Peçanha Martins)

Ocupante do cargo de vereador não tem legitimidade para fazer consulta junto aos tribunais eleitorais,salvo se no exercício da presidência da Câmara Municipal.

(TRE-CE, CME n.º 11.047, Ac n.º 11.047, de 18.2.2002, Rel. Juiz Francisco das Chagas Fernandes)

Consulta em matéria eleitoral.

I - Falece legitimidade a diretório municipal de partido político para acionar a competência consultivado tribunal regional eleitoral. Inteligência do art. 30, inciso VIII, do Código Eleitoral, c/c art. 11, parágrafoúnico, da Lei n.º 9.096/95.

II - Consulta não conhecida.

(TRE-CE, CME n.º 11.041, Ac. n.º 11.041, de 3.9.2001, Rel. Des. Fernando Luiz Ximenes Rocha)

- Na didática literalidade do art. 30, VIII, do Código Eleitoral, escapa aos órgãos governamentaislegitimidade para ativar a competência consultiva desta justiça especializada. De feito, à toda evidência, ecomo é óbvio, ainda que componente do primeiro escalão administrativo. A Secretaria de Saúde do Estadodo Ceará não é autoridade pública muito menos partido político, fator que impede o conhecimento da consultadefectivamente endereçada ao Tribunal.

- Decisão unânime.

(TRE-CE, CME n.º 11.040, Ac. n.º 11.040, de 21.8.2000, Rel. Juiz Luiz Gerardo de Pontes Brígido)

- Consulta em matéria eleitoral. Coligação Partidária.

- Número de candidatos a serem registrados para a Câmara Municipal, por cada agremiação partidáriaintegrante da coligação. Matéria que se insere no âmbito partidário, refugindo, sua análise, da competênciada Justiça Eleitoral.

- Consulta não conhecida. Maioria.

(TRE-CE, CME n.º 11.024, Res. n.º 11.024, de 16.2.2000, Rel. Juiz Luiz Nivardo Cavalcante de Melo)

CONSULTA. INELEGIBILIDADE DE SERVIDOR DA JUSTIÇA ELEITORAL.INCONSTITUCIONALIDADE DO ART. 366 DO CÓDIGO ELEITORAL.

Não se conhece de consulta que visa a argüir inconstitucionalidade de lei.

Consulta não conhecida.

(TSE, CTA n.º 462, Decisão sem número, de 30.6.1998, Rel. Min. Maurício Corrêa)

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Consulta sobre matéria eleitoral. Após realizadas as convencões, e autorizado presumir tratar-se decaso concreto. Não conhecimento face a competência do Tribunal limitar-se a consultas em tese. Aplicaçãodo art. 30, VIII, do Código Eleitoral.

(TRE-CE, CME n.º 97002565, Ac. n.º 97002565, de 5.5.1997, Rel. Juiz José Danilo Correia Mota)

- Consulta matéria eleitoral, acerca da compatibilidade do exercício de cargo de vereador, condenadoa 01 (hum) ano e dez meses de reclusão e se cabe ao suplente requerer os subsídios já pagos.

- Não conhecimento da consulta, por tratar de matéria de natureza constitucional e administrativaestranha ao âmbito eleitoral. Decisão unânime.

(TRE-CE, CME n.º 96002926, Ac. n.º 96002926, de 1º.4.1996, Rel. Juiz Napoleão Nunes Maia Filho)

2. FATO SUPERVENIENTE À DIPLOMAÇÃO

1. Recurso. Especial. Negativa de seguimento. Juiz Presidente. TRE. Julgamento de recurso contraexpedição de diploma. Participação. Impedimento ao juízo de admissibilidade. Inexistência. Não está oPresidente do Tribunal, que participa da formulação do acórdão, impedido de exercer o juízo deadmissibilidade do recurso especial, porque tal ato não se confunde com seu julgamento.

2. Recurso. Especial. Violação à legislação. Não demonstração. Incognoscível o recurso especialque não logra êxito em demonstrar a insuficiência de fundamentação do acórdão recorrido e a violação aosdispositivos legais ventilados.

3. Recurso. Especial. Dissídio jurisprudencial. Cotejo analítico. Inexistência. Para caracterização dodissídio jurisprudencial é indispensável a realização do cotejo analítico entre o acórdão impugnado e oaresto paradigma, demonstrando-se a similitude fática.

4. Recurso contra expedição de diploma. Sanção. Inelegibilidade. Eleições 2004. Prazo. Três anos.Perda do objeto. Ultrapassado o período de três anos da realização do pleito, opera-se a perda de objeto dorecurso que discute o cabimento, ou não, da sanção de inelegibilidade em recurso contra diplomação.

(TSE, AAG n.º 7.403, Ac. n.º 7.403, de 25.3.2008, Rel. Min. Cezar Peluso)

EXPEDIENTE SEM CLASSIFICAÇÃO. NULIDADE DE REQUERIMENTO DE DECRETAÇÃO DAPERDA DE CARGO ELETIVO À CÂMARA MUNICIPAL DE JAGUARUANA. INCOMPETÊNCIA DA JUSTIÇAELEITORAL. SUPERVENIÊNCIA DA RESOLUÇÃO Nº 22.610/2007 DO TSE. PERDA DO OBJETO.EXTINÇÃO SEM RESOLUÇÃO DO MÉRITO. ART. 267, IV, DO CPC.

1. Extrapola a competência da Justiça Eleitoral dirimir matéria fundada em fatos materializados apósa diplomação dos eleitos.

2. Com a superveniência da Resolução do TSE nº 22.610, de 25 de outubro de 2007, carece orequerente de interesse de agir, eis o requerimento que pretende seja declarado nulo não tem o condão deretirar-lhe o cargo, tendo em vista que patente a competência da Justiça Eleitoral para a decretação deperda do mandato eletivo em virtude de desfiliação partidária.

3. Extinção sem resolução do mérito.

(TRE-CE, ESC n.º 11.226, Ac. n.º 11.226, de 10.1.2008, Rel. Juiz Tarcísio Brilhante de Holanda)

CONSULTA. PROCESSO ELEITORAL NÃO CONCLUÍDO. CASO CONCRETO. MATÉRIA NÃO-ELEITORAL. SITUAÇÃO OCORRIDA APÓS A DIPLOMAÇÃO. NÃO-CONHECIMENTO.

1. Nos termos da informação da ASESP, iniciado o processo eleitoral, que se estende até a diplomaçãodos eleitos, a jurisprudência desta Corte é de não se apreciar consultas, a fim de se evitar pronunciamentosobre caso concreto (Precedentes: Consultas nos 1.254, Rel. Min. Cesar Asfor Rocha, DJ de 16.8.2006;1.339, Rel. Min. Carlos Ayres de Britto, DJ de 1º.8.2006; 1.181, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJ de 11.11.2005;1.093, Rel. Min. Francisco Peçanha Martins, DJ de 6.8.2004 e 643, Rel. Min. Nelson Jobim, DJ de 24.11.2000).

2. A competência da Justiça Eleitoral cessa com a diplomação dos eleitos (Precedentes: Consultasnos 1.236, Rel. Min. Gerardo Grossi, DJ de 1º.6.2006; 761, Rel. Min. Sálvio de Figueiredo Teixeira, DJ de12.4.2002; 706, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, DJ de 1º.2.2002).

(TSE, CTA n.º 1.392, Res. n.º 22.488, de 28.11.2006, Rel. Min. José Augusto Delgado)

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1. Mandado de Segurança impetrado contra ato de Presidente de Câmara Municipal pretendendo asuspensão de ato convocatório de eleição indireta para Prefeito Municipal, em virtude de renúncia de Prefeitoe Vice-Prefeito, depois de decorridos mais de 02 anos de exercício do mandato.

2. Exaurindo sua competência com a diplomação dos eleitos, a Justiça Eleitoral é absolutamenteincompetente para conhecer de questão atinente a eleição indireta para escolha de novos mandatáriosmunicipais, em virtude de renúncia, em pleno exercício de mandato há mais de dois anos, de Prefeito eVice-Prefeito. Jurisprudência pacífica do TSE.

3. Sentença proferida por Juiz Eleitoral, conhecendo do mérito do writ. Reconhecendo o Tribunal,ex officio, a incompetência absoluta da Justiça Eleitoral, decreta-se a nulidade de sentença, com ordem deremessa dos autos ao Juiz de Direito da Comarca, órgão da Justiça Comum Estadual, a quem competejulgar a demanda.

(TRE-CE, RMS n.º 11.001, Ac. n.º 11.001, de 13.5.2004, Rel. Juiz Roberto Machado)

RECURSO ELEITORAL. REPRESENTAÇÃO. CONDENAÇÃO CRIMINAL. INCOMPETÊNCIA DAJUSTIÇA ELEITORAL. IMPROVIMENTO. EXTINÇÃO DO PROCESSO. CONDENAÇÃO CRIMINAL.

1. Condenação criminal de exercente de cargo eletivo, com trânsito em julgado. Aplicação do art. 15,III, da Constituição Federal.

2. A competência da Justiça Eleitoral exaure-se com a diplomação dos eleitos, não possuindo, assim,competência para apreciar fatos ocorridos posteriormente. Indeferimento do registro de candidatura.Confirmação em todas as instâncias jurisdicionais. Votos nulos. Competência da Justiça Eleitoral. Decisãomonocrática que não veio a ferir interesses políticos, cumprindo, tão somente, as disposições do art. 71,inciso II, do Código Eleitoral.

3. A declaração da extinção do mandato eletivo de Vereador, bem como a convocação do suplente,é atribuição do presidente da Câmara Municipal, nos termos do DL n.º 201, de 02 de fevereiro de 1967.

(TRE-CE, RE n.º 12.491, Ac. n.º 12.491, de 23.3.2004, Rel. Juiz Celso Albuquerque Macedo)

Recurso ordinário em mandado de segurança. Aumento do número de vagas na câmara municipalapós a realização do pleito e do prazo final para diplomação dos eleitos. Argüição de nulidade do ato dopresidente da Câmara Municipal que deu posse a mais dois vereadores. Incompetência da Justiça Eleitoral.Observância dos limites impostos pela Constituição Federal no art. 29, inciso IV, a.

A competência da Justiça Eleitoral se encerra com a diplomação dos eleitos, razão pela qual refogeà jurisdição deste Tribunal Superior a apreciação de matéria relativa à nulidade de ato de presidente daCâmara Municipal que deu posse a mais dois vereadores, em razão do aumento do número de cadeiras,após o prazo final para diplomação dos eleitos.

Os municípios com até um milhão de habitantes terão, no mínimo, nove e, no máximo, vinte e setevereadores (CF, art. 29, IV, a).

Recurso a que se nega provimento.

(TSE, RO n.º 656, Ac. n.º 656, de 16.9.2003, Rel.ª Min.ª Ellen Gracie Northfleet)

(...)

IV. Não é da Justiça Eleitoral - segundo a jurisprudência do Supremo Tribunal - decidir sobre a perdade mandato eletivo por fato superveniente à diplomação: não cabe, assim, conhecer da consulta a respeitode ser ou não causa da perda do mandato de senador por um Estado a transferência do domicílio eleitoralpara outro.

(TSE, CTA n.º 706, Res. n.º 20.864, de 11.9.2001, Rel. Min. Sepúlveda Pertence)

Recurso especial. Recurso contra a expedição de diploma. Condenacão criminal transitada em julgadoapós a posse do candidato eleito. Art. 15, III da Constituição Federal e art. 1º, I, “e” da Lei Complementar 64/90. Inelegibilidade superveniente. Inocorrência. Perda dos direitos politicos: conseqüência da existência decoisa julgada. Incompetência do poder judiciário para declarar a perda do mandato.

1. Não há que se aventar inelegibilidade superveniente, com base no art. 15, III da ConstituiçãoFederal e art 1º, I, “e” da Lei Complementar 64/90, para fins de recurso contra a diplomação, quando o

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candidato eleito e diplomado foi empossado no cargo eletivo, antes do trânsito em julgado da decisãocondenatória.

2. Condenação criminal transitada em julgado, após a diplomação e posse do candidato eleito.Cassação dos direitos políticos (art. 15, III, CF). Competência.

2.1. A teor do disposto no art. 55, parágrafo 2º da Constituição Federal, aplicável em razão da simetriade suas disposições no âmbito dos entes federados, compete à Câmara Municipal iniciar e decidir sobre aperda do mandato de prefeito eleito e empossado, uma vez comunicado à autoridade competente, pelojuízo da causa, o trânsito em julgado da sentença condenatória que trouxe como conseqüência a perda dosseus direitos políticos (art. 364 do Código Eleitoral c/c art. 691 do Código de Processo Penal).

2.2. Incompetência da Justiça Eleitoral para declarar a perda do mandato, por cuidar-se de questãopolítica e não eleitoral.

Recurso conhecido e provido.

(TSE, RESPE n.º 15.108, Ac. n.º 15.108, de 21.10.1997, Rel. Min. Maurício Corrêa)

3. MATÉRIA INTERNA CORPORIS DOS PARTIDOS POLÍTICOS

Consulta. Partido político. Funcionamento parlamentar (Lei nº 9.096/95).

- Não compete a este Tribunal responder consultas relativas a funcionamento parlamentar de partidospolíticos, por se tratar de matéria não eleitoral.

- Não conhecimento.

(TSE, CTA n.º 1.387, Res. n.º 22.708, de 21.2.2008, Rel. Min. Gerardo Grossi)

PETIÇÃO. PARTIDO POLÍTICO. INCORPORAÇÃO DO PAN AO PTB. PEDIDO DE AVERBAÇÃO.ART. 29 DA LEI Nº 9.096/95. CUMPRIMENTO DAS FORMALIDADES LEGAIS. DEFERIMENTO.

1. A insurgência dos representantes do PAN contra a validade das convenções partidárias, comobem ressaltado pelo Ministério Público Eleitoral, é questão interna corporis a ser dirimida pela JustiçaComum.

2. Atendidos os requisitos dos arts. 29 da Lei nº 9.096/95 e 47 da Res.-TSE nº 19.406/1995, defiro opedido de averbação da incorporação do Partido dos Aposentados da Nação (PAN) ao Partido TrabalhistaBrasileiro (PTB).

(TSE, PET n.º 2.456, Res. n.º 22.519, de 15.3.2007, Rel. Min. Augusto Delgado)

PROPAGANDA PARTIDÁRIA. PROMOÇÃO PESSOAL. FILIADO A PARTIDO DIVERSO.DESVIRTUAMENTO. INSTITUIÇÃO UNILATERAL. COBRANÇA. ANUALIDADE. DIRETÓRIO REGIONAL.IRREGULARIDADE. COMPOSIÇÃO. COMISSÃO EXECUTIVA E DIRETÓRIO NACIONAL. MATÉRIAINTERNA CORPORIS. DECADÊNCIA. EXTINÇÃO DO PROCESSO. ARQUIVAMENTO DAREPRESENTAÇÃO.

A competência para apreciar matéria interna corporis dos partidos políticos é da Justiça Comum, enão desta Justiça especializada.

A representação pela prática de propaganda partidária irregular pode ser ajuizada até o semestreseguinte à divulgação do programa impugnado, tendo em vista o disposto no art. 45, § 2º, da Lei nº 9.096/95, sob pena de se operar a decadência.

(TSE, RP n.º 763, Ac. n.º 763, de 6.3.2007, Rel. Min. Cesar Asfor Rocha)

Agravo regimental. Eleições 2006. Recurso especial. Registro de candidatura. Deputado federal.Escolha. Ausência. Ata de convenção. Critérios. Matéria interna corporis. Decisão. Fundamentos nãoafastados.

1. A escolha em convenção partidária é um dos requisitos para o deferimento do registro de candidatura.

2. O tema atinente aos critérios e à conveniência do partido para escolher os candidatos que disputarãoo pleito, por ser matéria interna corporis, foge à competência da Justiça Eleitoral.

3. O recurso especial não se presta para o reexame do acervo probatório (Súmula nº 279 do SupremoTribunal Federal).

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4. Nega-se provimento a agravo regimental que não ataca, especificamente, os fundamentos dadecisão impugnada.

Agravo regimental desprovido.

(TSE, ARESPE n.º 26.772, Ac. n.º 26.772, de 10.10.2006, Rel. Min. Marcelo Ribeiro)

AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL. REGISTRO INDIVIDUAL. CANDIDATURA.INDICAÇÃO PRÉVIA. CONVENÇÃO PARTIDÁRIA. NÃO-HOMOLOGAÇÃO. VIOLAÇÃO AO ESTATUTODO PARTIDO. MATÉRIA INTERNA CORPORIS. REFLEXO NO PROCESSO ELEITORAL. COMPETÊNCIADA JUSTIÇA ELEITORAL.

É competência da Justiça Eleitoral analisar controvérsias sobre questões internas das agremiaçõespartidárias quando houver reflexo direto no processo eleitoral, sem que esse controle jurisdicional interfirana autonomia das agremiações partidárias, garantido pelo art. 17, § 1º, da CF.

(TSE, ARESPE n.º 26.412, Ac. n.º 26.412, de 20.9.2006, Rel. Min. Cesar Asfor Rocha)

PETIÇÃO. REALIZAÇÃO DE CONVENÇÃO NACIONAL. PARTIDO POLÍTICO. LANÇAMENTO DECANDIDATURA. ELEIÇÕES 2006. QUESTÃO INTERNA CORPORIS. PRECEDENTES. NÃO-CONHECIMENTO.

Este Tribunal fixou em diversos precedentes a incompetência da Justiça Eleitoral para dirimir questõesinterna corporis dos partidos políticos. Destaca-se, por todos, a Consulta nº 1.251, rel. Min. Carlos Britto, DJde 20.6.2006.

Petição não conhecida.

(TSE, PET n.º 1.924, Res. n.º 22.295, de 30.6.2006, Rel. Min. Augusto Delgado)

CONSULTA. PRESIDENTE. DIRETÓRIO NACIONAL. PARTIDO POLÍTICO. CRIAÇÃO. FUNDAÇÃO.ART. 44, IV, DA LEI Nº 9.096/95. OBRIGATORIEDADE.

1. É obrigatória a criação, por agremiação partidária, de fundação de pesquisa e de doutrinação eeducação política, nos termos do inciso IV do art. 44 da Lei nº 9.096/95.

2. As fundações criadas devem ter a forma de pessoa jurídica de direito privado (art. 1º da Resolução-TSE nº 22.121, de 9.12.2005).

3. A execução dos programas de divulgação da linha programática partidária é matéria interna corporis

dos partidos políticos, não cabendo a esta Justiça Especializada responder sobre a questão.

(TSE, CTA n.º 1.242, Res. n.º 22.226, de 6.6.2006, Rel. Min. Augusto Delgado)

CONSULTA. PARTIDO POLÍTICO. COMISSÃO EXECUTIVA NACIONAL. DELIBERAÇÃO.CONVENÇÃO NACIONAL. ESCOLHA DE CANDIDATOS COLIGAÇÕES. CONVOCAÇÃO. JUSTIÇAELEITORAL.

“A Justiça Eleitoral não é competente para julgar matéria interna corporis dos partidos políticos”.Precedentes da Corte.

Não-conhecimento.

(TSE, CTA n.º 1.251, Res. n.º 22.213, de 30.5.2006, Rel. Min. Carlos Ayres Britto)

Consulta. Partido Renovador Trabalhista Brasileiro. PRTB. Indagação. Órgãos partidários. Pedido.Providências. Justiça Eleitoral. Existência. Normas estatutárias. Observância.

1. Caso haja previsão no estatuto da agremiação, os órgãos partidários devem observar as normasnele contidas no que diz respeito às providências a serem tomadas na Justiça Eleitoral.

2. Não obstante, ressalta-se que é da competência desta Justiça Especializada a apreciação dasquestões afetas à legalidade e à observância das normas estatutárias, nela não se incluindo a anulação dedecisão judicial proferida pela Justiça Comum, que mantém ou invalida ato interventivo.

(TSE, CTA n.º 1.128, Res. n.º 21.981, de 15.2.2005, Rel. Min. Caputo Bastos)

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Consulta. Partido Renovador Trabalhista Brasileiro. PRTB. Indagação. Órgão competente.Comunicações. Atos intrapartidários. Âmbito regional e municipal. Tribunal Regional Eleitoral. Regra.Resolução do Tribunal Superior Eleitoral. Estatuto do partido. Disposição diversa. Prevalência.

1. Ainda que haja previsão em resolução desta Corte Superior no sentido de que o órgão regional dopartido é o competente para as comunicações ao Tribunal Regional Eleitoral acerca de atos intrapartidáriosno âmbito regional e municipal (arts. 18 e 19 da Res.-TSE n.º 19.406/95, com redação dada pela Res.-TSEn.º 19.443/96), caso exista regra diversa estabelecida no estatuto da agremiação, esta então deveráprevalecer.

2. Desse modo, se o estatuto confere tal prerrogativa ao órgão de direção nacional, então este poderáse dirigir aos Tribunais Regionais Eleitorais.

3. Não obstante, ressalta-se que compete à Justiça Eleitoral a apreciação de questões afetas àlegalidade e à observância das normas estatutárias.

(TSE, CTA n.º 1.129, Res. n.º 21.982, de 15.2.2005, Rel. Min. Caputo Bastos)

Reclamação. Finalidade correcional. Alegações de erros, abusos e irregularidades na atuação depresidente de TRE. Não-caracterização. Anotação de membros de diretório partidário. Conflito entre órgãonacional e estadual. Matéria interna corporis, sub judice na Justiça Comum. Improcedência.

A atribuição correcional visa proteger a legalidade e a legitimidade dos atos que interfiram nos serviçoseleitorais contra erros, abusos ou irregularidades, nos termos dos arts. 2º, V e VI, e 8º, II e VI, daRes.-TSE n.º 7.651/65.

Inviabilizada a discussão, pela Justiça Eleitoral, de matéria interna corporis dos partidos, sobretudosob a pendência de pronunciamento jurisdicional da Justiça Comum.

Ausente a demonstração dos alegados erros, abusos ou irregularidades, impõe-se a improcedênciada reclamação.

(TSE, RCL n.º 338, Ac. n.º 338, de 16.12.2004, Rel. Min. Peçanha Martins)

Embargos de declaração. Eleições 2004.

Comissão Interventora. Deliberação contrária às novas diretrizes partidárias.

Não cabe à Justiça Eleitoral imiscuir-se em disputa interna de partidos políticos. Art. 17, § 1º, daConstituição Federal.

Terceiro interessado. Direitos de terceiros. Impossibilidade.

Impugnação irregularidade interna corporis. Legitimidade restringe-se aos membros da própriaagremiação.

Rejeitados.

(TSE, ERESPE n.º 24.450, Ac. n.º 24.450, de 2.12.2004, Rel. Min. Luiz Carlos Madeira)

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL. REGISTRO DECANDIDATO. FILIAÇÃO PARTIDÁRIA. EXPULSÃO DO PARTIDO. DEVIDO PROCESSO LEGAL.

É competência da Justiça Eleitoral analisar a observância do princípio do devido processo legal pelopartido, sem que esse controle jurisdicional interfira na autonomia das agremiações partidárias, conformeprescreve o art. 17, § 1º, da Constituição Federal.

Não há falar em processo irregular com cerceamento de defesa quando prova nos autos atesta aexistência de notificação do filiado, bem como o cumprimento dos prazos pelo partido.

Precedentes.

Embargos de declaração rejeitados.

(TSE, EARESPE n.º 23.913, Ac. n.º 23.913, de 26.10.2004, Rel. Min. Gilmar Mendes)

AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL. REGISTRO DE CANDIDATO. ILEGITIMIDADEATIVA. ANULAÇÃO DE DELIBERAÇÃO INTERNA DE PARTIDO POLÍTICO. AUSÊNCIA DE FILIAÇÃOAO PARTIDO IMPUGNADO.

- Candidato não filiado à agremiação não possui legitimidade para impugnar registro de candidatura

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sobre o fundamento de nulidade dos atos do diretório estadual, com incursão em assuntos interna corporis

do partido político.

- Agravo regimental não provido.

(TSE, ARESPE n.º 23.319, Ac. n.º 23.319, de 28.9.2004, Rel. Min. Carlos Velloso)

Registro de candidatura. Diretório regional. Intervenção. Diretório municipal. Impugnação. Registro.Improcedência. Convenção. Realização. Diretório Municipal. Validade. Art. 8º da Res.-TSE n.º 21.608. Não-aplicação.

1. Conquanto as questões envolvendo órgãos partidários constituam matéria interna corporis dasagremiações, a Justiça Eleitoral tem competência para examinar os efeitos daí decorrentes que se relacionamaos processos de registro de candidatura. Precedente: Acórdão n.º 12.990.

2. É válida a convenção realizada pelo diretório municipal se não há prova de que, naquele momento,ele estivesse sob processo interventivo deflagrado pelo diretório regional.

3. Hipótese em que a convenção não teria se distanciado das diretrizes legitimamente estabelecidaspela convenção nacional, não sendo aplicável o disposto no art. 8º da Res.-TSE n.º 21.608.

Recurso conhecido, mas improvido.

(TSE, RESPE n.º 22.792, Ac. n.º 22.792, de 18.9.2004, Rel. Min. Caputo Bastos)

REGISTRO DE CANDIDATURA. VEREADOR. CÂMARA MUNICIPAL. CASSAÇÃO DE MANDATO.INELEGIBILIDADE DECRETADA. 8 ANOS. MATÉRIA INTERNA CORPORIS. PRELIMINAR DEIMPEDIMENTO DO JUIZ. ART. 312 DO CPC. NÃO OBEDIÊNCIA. REJEIÇÃO. INELEGIBILIDADECONFIGURADA. REGISTRO NEGADO.

1 - O impedimento do Juiz deve ser argüido nos moldes do art. 312 do CPC, inclusive quanto àautuação em apartado, sob pena de rejeição.

2 - Foge à competência da Justiça Eleitoral a apreciação de decisões da Câmara Municipal, inclusiveàquelas feitas à cassação dos mandatos de seus membros.

3 - A vigência da sanção de inelegibilidade decorrente da cassação de mandato do parlamentar,através de Decreto da Câmara Municipal, constitui óbice intransponível ao deferimento do seu registro decandidatura. Inteligência do art. 1º, I, “b” da LC 64/90.

4 - Precedentes do TSE.

5 - Inelegibilidade configurada.

6 - Recurso conhecido, porém negado provimento.

(TRE-CE, RRC n.º 11.488, Ac. n.º 11.488, de 3.9.2004, Rel. Juiz Celso Albuquerque Macedo)

Recurso em Registro de Candidatura. Requisitos atendidos pelo candidato interessado. Provaconstante nos autos de julgamento procedente de demonstrativo de regularidade de atos partidários.Impossibilidade de a Justiça Eleitoral apreciar, sobretudo em sede de registro de candidatura, questãointerna corporis. Decisão mantida. Registro deferido.

I - Existindo prova nos autos de terem sido julgados regulares os atos partidários, não cabe à JustiçaEleitoral perquirir irregularidades, sendo defeso até a análise de anormalidades suscitadas, sendo correto odeferimento do registro de candidato que preenche os requisitos legais.

II - Recurso conhecido e improvido. Registro deferido.

(TRE-CE, RRC n.º 11.450, Ac. n.º 11.450, de 30.8.2004, Rel. Juiz Celso Albuquerque Macedo)

REGISTRO DE CANDIDATURA. DIRETÓRIO MUNICIPAL. DESOBEDIÊNCIA AO DIRETÓRIOSUPERIOR. DISSOLUÇÃO. REGISTRO DE CANDIDATURA. IMPOSSIBILIDADE. INDEFERIMENTO.RESOLUÇÃO TSE N.º 21.608/2004. RECURSO IMPROVIDO.

1. Versando a lide sobre uma questão interna corporis de Partido Político, deve-se afastar acompetência da Justiça Eleitoral, cabendo à Justiça Comum a sua solução.

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2. Pode a Direção superior do Partido Político anular as deliberações e atos decorrentes de convençõesdos seus diretórios municipais, quando contrários às diretrizes estabelecidas a nível nacional. Inteligênciado art. 7º da Lei n.º 9.504/97.

3. A dissolução do órgão municipal do partido, advinda de deliberação superior, impossibilita os seusfiliados a concorrerem às Eleições Municipais.

4. Recurso a que se nega provimento.

(TRE-CE, RRC n.º 11.162, Ac. n.º 11.162, de 26.8.2004, Rel. Juiz Celso Albuquerque Macedo)

Medida cautelar. Diretório estadual. Pedido. Efeito suspensivo. Embargos de declaração opostos naCorte Regional. Recurso especial a ser interposto. Requisitos. Fumus boni iuris e periculum in mora. Ausência.

Acórdão regional. Impugnação. Registro. Coligação. Improcedência. Convenção. Realização. Diretóriomunicipal. Validade.

1. Hipótese em que a decisão regional assentou a validade da convenção realizada por diretóriomunicipal que não teria se distanciado das diretrizes partidárias.

2. A jurisprudência deste Tribunal Superior firmou-se no sentido de que a Justiça Eleitoral éincompetente para dirimir conflito instaurado entre órgãos do mesmo partido. Precedentes.

Medida cautelar indeferida.

(TSE, MC n.º 1.381, Ac. n.º 1.381, de 26.8.2004, Rel. Min. Caputo Bastos)

Exclusão de partido político da coligação por força de deliberação de órgão partidário superior. Questãointerna corporis da agremiação partidária. Incompetência da Justiça Eleitoral para apreciação da matéria.Recurso improvido. Sentença mantida.

(TRE-CE, RRC n.º 11.246, Ac. n.º 11.246, de 17.8.2004, Rel. Juiz Jorge Aloísio Pires)

RECURSO EM REGISTRO DE CANDIDATURA. CONVENÇÕES PARTIDÁRIAS. FORMAÇÃO DECOLIGAÇÕES. OMISSÃO. ERRO. PRAZO LEGAL TRANSCORRIDO. PEDIDO DE RETIFICAÇÃO.INDEFERIMENTO. RECURSO NÃO PROVIDO.

1 - Não cabe à Justiça Eleitoral, em sede de Registro de Candidatura, apreciar e julgar conteúdo daAta das Convenções Partidárias. Precedentes do TSE.

2 - O artigo 8º da Lei n.º 9.504/97 estabelece que prazo para realização de convenções partidárias,com o fim de deliberar sobre a formação de coligações, encerra-se no dia 30 de junho do ano em queocorrerem as eleições, não havendo que se falar em prorrogação, à exceção da circunstância prevista noart. 8º, § 1º, da Resolução TSE n.º 21.608/2004.

3 - Não cabe aos Partidos Políticos, através de seus Diretórios Municipais, ajuizarem pedido deretificação das deliberações das convenções partidárias, após o prazo estabelecido no art. 8º da Lein.º 9.504/97.

4 - Recurso a que se nega provimento.

(TRE-CE, RRC n.º 11.020, Ac. n.º 11.020, de 4.8.2004, Rel. Juiz Celso Albuquerque Macedo)

RECURSO EM REGISTRO DE CANDIDATURA. CONVENÇÃO PARTIDÁRIA. ATA. ESCOLHA DECANDIDATO. NÃO COMPROVAÇÃO. INDEFERIMENTO. RECURSO IMPROVIDO.

1 - Não cabe à Justiça Eleitoral, em sede de Registro de Candidatura, apreciar e julgar conteúdo daAta das Convenções Partidárias. Precedentes do TSE.

2 - A comprovação da condição de candidato, legitimada em Convenções Partidárias e consignadaem Ata, é requisito imprescindível, exigido pela Lei, para o deferimento do registro de candidatura.

3 - Indefere-se o pedido de registro de candidatura quando ausente o nome ou o número do candidatona Ata da Convenção Partidária de escolha dos candidatos.

4 - Recurso a que se nega provimento.

(TRE-CE, RRC n.º 11.038, Ac. n.º 11.038, de 2.8.2004, Rel. Juiz Celso Albuquerque Macedo)

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1 - Recurso Eleitoral contra decisão que decreta nulidade de dupla filiação.

2 - Sentença sucintamente fundamentada. Inexistência de nulidade.

3 - Inexistência de quebra do princípio do contraditório.

4 - A competência da Justiça Eleitoral para a nulidade e cancelamento de filiação partidária restringe-seàs hipóteses do art. 22 e seu parágrafo único da Lei n.º 9.096/95. Se o eleitor intenta anular sua filiação juntoa Partido com escopo em questão diversa das previstas naquele comando normativo, haverá de fazê-loperante a Justiça Estadual. Recurso improvido.

(TRE-CE, RE n.º 12.552, Ac. n.º 12.552, de 16.7.2004, Rel. Juiz Roberto Machado)

FILIAÇÃO PARTIDÁRIA. SISTEMA INFORMATIZADO. ENTREGA DAS RELAÇÕES DE FILIADOS.MATÉRIA INTERNA CORPORIS. AJUSTE ENTRE OS ÓRGÃOS DE DIREÇÃO. POSSIBILIDADE.CENTRALIZAÇÃO DAS INFORMAÇÕES EM CADA MUNICÍPIO JURISDICIONADO A DETERMINADAZONA ELEITORAL. EXPRESSA DECLARAÇÃO PELO DIRETÓRIO QUE SE RESPONSABILIZAR PELAENTREGA.

A necessária centralização das informações sobre filiação partidária, visando à entrega, ao juiz eleitoral,de relação de todos os eleitores, inscritos perante a respectiva zona eleitoral, filiados a determinado partidopolítico, não impede, dada a natureza interna corporis da matéria, ajuste voltado a incumbir diretório diversodo municipal, que tem atuação direta perante o juízo eleitoral, do encaminhamento da listagem nos prazoslegais, condicionado à expressa declaração de cuidar-se de relação de todos os filiados, ainda que deferidasas filiações por diferentes órgãos de direção.

Recebida pelo cartório eleitoral, no prazo fixado em lei, mais de uma listagem para um mesmo partido,remetidas por diferentes diretórios, o juiz eleitoral deverá comunicar a ocorrência aos órgãos partidáriosenvolvidos, para que seja sanada a divergência, no prazo que vier a fixar, não superior a dez dias, sob penade permanecerem no sistema os dados contidos na primeira listagem.

(TSE, PA n.º 19.157, Res. n.º 21.707, de 1º.4.2004, Rel. Min. Peçanha Martins)

CONSULTA. REJEIÇÃO DE CONTAS PELO TCU. INELEGIBILIDADE.

A) O agente administrativo cujas contas foram rejeitadas pelo TCU e que, na eleição subseqüente,teve seu registro deferido e foi eleito, tendo exercido todo o seu mandato, se pretender a reeleição não seráalcançado pela inelegibilidade em decorrência daquela rejeição de contas, pois “as condições de elegibilidadee as causas de inelegibilidades são aferidas com base na situação existente na data da eleição” (Acórdãon.º 18.847, de 24.10.2000, relator Ministro Fernando Neves);

B) A rejeição de contas pelo TCU pode ser causa de inelegibilidade (Lei Complementar n.º 64/90,art. 1º, I, g); no entanto, a inclusão do nome do administrador público na lista remetida à Justiça Eleitoral nãogera inelegibilidade, pois se trata de procedimento meramente informativo;

O questionamento sobre a possibilidade de haver filiação partidária quando as decisões do TCU nãoforam contestadas em juízo constitui matéria interna corporis;

C) As condições de elegibilidade têm como marco a data da eleição.

(TSE, CTA n.º 940, Res. n.º 21.563, de 18.11.2003, Rel.ª Min.ª Ellen Gracie Northfleet)

DIREITOS ELEITORAL E PROCESSUAL. RECURSO ESPECIAL. DIRETÓRIO. DISSOLUÇÃO.MATÉRIA INTERNA CORPORIS. EXAME PELA CORTE ELEITORAL. IMPOSSIBILIDADE. AGRAVO.FUNDAMENTOS NÃO INFIRMADOS. PROVIMENTO NEGADO.

Desprovê-se o agravo interno quando não ilididos os fundamentos da decisão agravada.

(TSE, AAG n.º 3.901, Ac. n.º 3.901, de 27.2.2003, Rel. Min. Sálvio de Figueiredo)

Conflito negativo de competência. Requerimento de registro de candidatura individual. Eleições de2002. Deputado estadual. Candidato não escolhido em convenção partidária. Pretensão de filiado nãoescolhido em convenção ingressar na lista de candidatos escolhidos pelo partido. Questão interna corporis

da agremiação partidária. Incompetência da Justiça Eleitoral para apreciação da matéria. Decisão unânime.

(TRE-CE, RGC n.º 11.650, Res. n.º 11.650, de 23.9.2002, Rel. Juiz Jorge Aloísio Pires)

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Consulta. Propaganda. Pedido de votos para candidatos de outros partidos ou coligações.Impossibilidade.

1. Os partidos e seus candidatos não podem pedir votos para candidatos de outros partidos políticosou coligações em seus programas de rádio e televisão, nem nos espaços que lhe são reservados para apropaganda por meio de outdoors ou em material impresso às suas custas.

2. Ausência de normas legais que possibilitem à Justiça Eleitoral punir a conduta de candidatos oufiliados que, em comícios ou eventos semelhantes, peçam votos para candidatos de outros partidos.O exame dessas condutas compete aos órgãos de disciplina e ética partidárias.

(TSE, CTA n.º 790, Res. n.º 21.110, de 4.6.2002, Rel. Min. Fernando Neves)

Medida Cautelar Inominada - Arts. 17, § 1º, da CF, e 3º da Lei n.º 9.096/95 - Pretensão de declaraçãode nulidade de ato interventivo em Diretório Municipal de Partido Político - Preliminar de falta de interesseprocessual acolhida pela decisão regional para extinção do feito.

Não compete à Justiça Eleitoral o julgamento de ação anulatória de ato de intervenção entre órgãosdo mesmo partido.

Recurso especial não conhecido.

(TSE, RESPE n.º 16.413, Ac. n.º 16.413, de 16.8.2001, Rel. Min. Sepúlveda Pertence)

Recurso especial. Registro de candidatura. Hipótese na qual o TRE anulou intervenção no diretóriomunicipal e indeferiu o registro do candidato escolhido pela comissão provisória.

É pacífica a incompetência da Justiça Eleitoral para dirimir controvérsia que envolva órgãos de partidopolítico.

A competência é da Justiça Comum (RESP n.º 13.212, Galvão; RESP n.º 13.456, Alckmin).

Recurso prejudicado.

(TSE, RESPE n.º 16.829, Ac. n.º 16.829, de 24.4.2001, Rel. Min. Nelson Jobim)

Recurso eleitoral. Dupla filiação. Ausência de comunicação à Justiça Eleitoral. Não caracterização.Pedido de nulidade de convenção partidária. Competência da Justiça Estadual.

- O eleitor que se desfilia de um partido político para ingressar em outro, e tem o seu nome incluídonas listas do Sistema de Informática do TRE, como filiado apenas ao seu novo partido, não pode seracusado de dupla filiação, nos termos da Lei n.º 9.096/95, art. 22, parágrafo único.

- Pedido de nulidade da convenção do PSD de Limoeiro do Norte. Competência da Justiça Estadual.

- Recurso, em parte conhecido, e improvido.

- Decisão unânime.

(TRE-CE, RE n.º 11.784, Ac. n.º 11.784, de 20.3.2001, Rel. Juiz Francisco das Chagas Fernandes)

Recurso especial. Agravo regimental. Registro de candidatura. Diretório municipal. Intervenção. Efeitos.

Não compete à Justiça Eleitoral anular decisão judicial proferida pela Justiça Comum que mantém ouinvalida ato interventivo em Diretório Municipal de Partido Político. Precedentes.

Agravo Regimental desprovido.

(TSE, ARESPE n.º 18.764, Ac. n.º 18.764, de 14.12.2000, Rel. Min. Maurício Corrêa)

Medida cautelar. Efeito suspensivo a RESPE. Hipótese na qual o diretório regional do partido editouresolução, estabelecendo diretrizes no sentido de excluir, das eleições 2000, filiados incluídos na CPI doFUNDEF. Decisão do TRE que:

I) Reconheceu a legitimidade da resolução do partido; II) Valorou a autonomia partidária; III)Reconheceu que a matéria é interna corporis; IV) Indeferiu registro de candidatura.

Decisão do TRE que se ajusta à jurisprudência do TSE (Ac. n.ºs 13.688 e 13.738).

Ausente o requisito da plausibilidade.

Medida cautelar julgada improcedente.

(TSE, MC n.º 853, Ac. n.º 853, de 29.9.2000, Rel. Min. Nelson Jobim)

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Registro de candidatura - Dissolução de diretório municipal pelo regional - Convalidação pela comissãoexecutiva nacional - Matéria interna corporis - Não-ocorrência de inobservância ao devido processo legal,ao contraditório ou à ampla defesa - Ausência de filiação do dirigente da comissão provisória - Reexame deprovas - Divergência jurisprudencial não-configurada.

Recurso não conhecido.

(TSE, RESPE n.º 16.517, Ac. n.º 16.517, de 27.9.2000, Rel. Min. Fernando Neves)

- Julgamento conjunto, conforme art. 45 do Regimento Interno deste Regional.

- Não se verifica alteração da causa de pedir quando se atribui ao fato ou ao conjunto de fatosqualificação jurídica diversa da originalmente atribuída (narra mihi factum, narro tibi jus).

- “Filiação partidária. Matéria interna corporis.

- Autonomia dos partidos políticos (art. 17, § 1º, da Constituição)...” (Recurso em Mandado deSegurança n.º 5, de 21/03/1996, Rel. Min. Diniz de Andrada, in RJTSE, Volume 8, Tomo 1, página 11).

- Incompetência da Justiça Eleitoral para discussão acerca de assunto interna corporis do partidopolítico.

- Recursos conhecidos e improvidos. Registros deferidos. Decisão unânime.

(TRE-CE, RE n.º 12.068, Ac. n.º 12.068, de 11.9.2000, Rel. Juiz Luiz Nivardo Cavalcante de Melo)

“Registro de candidatura. Candidato não escolhido em convenção partidária. Impossibilidade.Excetuada a hipótese de candidatura nata, é conditio sine qua non para a concessão do registro a escolhado nome do candidato em convenção partidária”... (Recurso Ordinário TSE n.º 165, de 01/09/1998,Rel. Min. Maurício Corrêa).

- A inobservância de normas estatutárias no processo de indicação dos candidatos pelo partidopolítico é matéria interna corporis, de exclusivo interesse das agremiações, podendo ser questionada emórgão partidário hierarquicamente superior.

- Recurso conhecido e improvido. Registro indeferido. Decisão unânime.

(TRE-CE, RE n.º 11.940, Ac. n.º 11.940, de 4.9.2000, Rel. Juiz Luiz Nivardo Cavalcante de Melo)

Em respeito aos superiores princípios constitucionais, se o candidato não tem contra si condenaçãocriminal, nem se insere em qualquer das hipóteses de inelegibilidades, sendo homem de bem e tendoincólume todos os seus direitos políticos, não há como negar-lhe registro, apenas porque um grupo dedescontentes promoveu uma outra convenção, tentando anular a primeira. Questão interna corporis. Recursoconhecido e improvido.

(TRE-CE, RE n.º 11.938, Ac. n.º 11.938, de 4.9.2000, Rel. Des. José Mauri Moura Rocha)

Partido Político. Expulsão de filiado. Questão interna corporis do partido. Incompetência da JustiçaEleitoral para o exame da matéria. Esgotada a esfera partidária de maior abrangência, compete para conhecerdo assunto a Justiça comum, para onde os autos devem retornar.

(TRE-CE, AC n.º 11.014, Ac. n.º 11.014, de 30.8.2000, Rel. Juiz José Danilo Correia Mota)

Registro de candidato - 1. A alegativa de irregularidade no processo de expulsão de filiado é questãointerna corporis, que não cabe apreciada em recurso contra indeferimento de candidatura. Deve, a critériodo interessado, ser objeto de processo distinto, para julgamento do qual é incompetente a Justiça Eleitoral.2. Sem estar filiado a partido político, inviável o registro de candidatura. 3. Ação cautelar para desconstituirato de expulsão de filiado, somente produz seus efeitos quando julgada, não podendo a sua simples existênciainterferir no recurso em análise. Recurso improvido. Sentença confirmada.

(TRE-CE, RE n.º 11.858, Ac. n.º 11.858, de 23.8.2000, Rel. Juiz José Danilo Correia Mota)

Mandado de segurança. Partido político. Expulsão de filiado.

Admissível a segurança contra a sanção disciplinar, se suprimida a possibilidade do filiado disputar opleito, por não mais haver tempo de filiar-se a outro partido político.

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Não há vício no ato que culminou com a expulsão quando, intimado de todas as fases do processodisciplinar, o filiado apresentou ampla defesa.

As razões que moveram o partido a aplicar a sanção disciplinar constituem matéria interna corporis,que não se expõe à exame pela Justiça Eleitoral.

Segurança denegada.

(TSE, MS n.º 2.821, Ac. n.º 2.821, de 15.8.2000, Rel. Min. Garcia Vieira)

- Partido político. Infidelidade partidária. Expulsão de filiados. Questão centrada na observância, ounão, das normas legais e estatutárias exigidas para a adoção da medida extrema. Litígio iniciado em épocanão-eleitoral, a evidenciar que não guarda ligação direta com o exercício de direitos políticos, mas comdisputa em busca do poder diretorial. Incompetência da Justiça Eleitoral para interferir em questões partidáriasinternas, cabendo a solução do conflito à Justiça Comum. Decretação da nulidade da sentença, com remessados autos ao juízo competente.

- Decisão unânime.

(TRE-CE, RE n.º 11.532, Ac n.º 11.532, de 19.7.2000, Rel. Juiz Luiz Gerardo de Pontes Brígido)

- Consulta em matéria eleitoral. Coligação Partidária.

- Número de candidatos a serem registrados para a Câmara Municipal, por cada agremiação partidáriaintegrante da coligação. Matéria que se insere no âmbito partidário, refugindo, sua análise, da competênciada Justiça Eleitoral.

- Consulta não conhecida. Maioria.

(TRE-CE, CTA n.º 11.024, Res. n.º 11.024, de 16.2.2000, Rel. Juiz Luiz Nivardo Cavalcante de Melo)

Recurso Especial. Convenção Partidária. Credenciamento de delegados. Controvérsia a respeito daobservância das normas estatutárias. Alegação genérica de violação das normas da Lei n.º 9.504/97 e deprincípios constitucionais. Inviabilidade de conhecimento do recurso a teor da Súmula 284 do STF. Divergênciajurisprudencial a respeito da possibilidade de ser submetida à apreciação do judiciário questões partidáriasinterna corporis.

1. A eventual violação à norma estatutária de partido não dá ensejo ao conhecimento do recursoespecial.

2. A alegação genérica de negativa de vigência de dispositivos legais que tratam de formação decoligações, das convenções partidárias e do registro das candidaturas e ainda de princípios constitucionaispelo fato de ter o aresto recorrido entendido – em face de normas estatutárias – que não houve tempestivoe legítimo credenciamento de convencionais impede a exata compreensão da controvérsia – Súmula 284do STF.

3. Não tendo o aresto recorrido perfilhado o entendimento de que são excluídos da apreciação pelopoder judiciário os atos partidários interna corporis, não prospera a alegação de dissídio jurisprudencialcom arestos que adotaram tese oposta.

Recurso não conhecido.

(TSE, RESPE n.º 15.791, Ac. n.º 15.791, de 4.3.1999, Rel. Min. Eduardo Alckmin)

Impugnação à composição parcial de coligação. Legitimidade de representação da comissãoreconhecida pelo diretório nacional e pelo TRE. Violação à lei n.º 9.504, art. 8º, e divergência jurisprudencial.Inocorrência.

1. A pretensão de anulação de chapa por facção que não possui legitimidade para representar opartido, carece da demonstração de efetivo prejuízo. Incidência do CE, art. 219.

2. Questões pertinentes ao cumprimento do estatuto partidário não são passíveis de apreciaçãonesta esfera recursal.

(TSE, RESPE n.º 15.441, Ac. n.º 15.441, de 4.9.1998, Rel. Min. Edson Vidigal)

Fundo partidário - Quotas não repassadas ao diretório regional pelo diretório nacional.

Distribuição dos recursos - Matéria a ser disciplinada nos estatutos.

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Submissão à Justiça Comum em caso de possível infração.

(TSE, PET n.º 380, Res. n.º 20.119, de 10.3.1998, Rel. Min. Costa Porto)

Intervenção de diretório regional de partido político em diretório municipal, com designação de comissãoprovisória. Alegada afronta aos princípios da ampla defesa e do contraditório.

Incompetência da Justiça Eleitoral para dirimir conflito instaurado entre órgãos do mesmo partidopolítico.

Legitimidade da escolha de candidatos efetuada por convenção partidária convocada por comissãoprovisória cuja nomeação decorreu do ato interventivo não impugnado perante os órgãos competentes daprópria agremiação política.

Recurso conhecido e provido.

(TSE, RESPE n.º 13.212, Ac. n.º 13.212, de 4.11.1997, Rel. Min. Ilmar Galvão)

Diretório Municipal. Anotação. Órgão que teria sido escolhido em convenção convocada e realizadapor comissão executiva que se achava com seu prazo de validade vencido. Alegada ofensa aos arts. 17, daCF; 1º, 2º e 3º, da Lei n.º 9.096/95. Pretenso dissídio jurisprudencial.

Havendo-se limitado a comissão executiva a cumprir instruções do diretório nacional do partido,expedidas por intermédio do diretório regional, não havia a Justiça Eleitoral de cogitar do respectivo prazode validade sem, aí sim, adentrar no vedado campo da matéria “interna corporis”. Dissídio jurisprudencialnão demonstrado. Ausência de violação do princípio da autonomia partidária, consagrada nos dispositivosconstitucionais e legais invocados.

Recurso não conhecido.

(TSE, RESPE n.º 14.796, Ac. n.º 14.796, de 22.4.1997, Rel. Min. Ilmar Galvão)

Partido Político - Autonomia Partidária - Princípio da inafastabilidade do controle jurisdicional.

Os atos partidários que importem lesão a direito subjetivo não estão excluídos da apreciação pelojudiciário, não importando a prestação jurisdicional violação da autonomia constitucional conferida aospartidos.

(TSE, RESPE n.º 13.750, Ac. n.º 13.750, de 12.11.1996, Rel. Min. Eduardo Alckmin)

Autonomia partidária - preceito constitucional.

Dissolução de órgão partidário procedida sem respeito ao devido processo e sem garantia docontraditório e da defesa - garantias constitucionais.

Situação fática que afasta a aplicação da autonomia partidária, cujo objetivo é dignificar os partidos.

Recurso não conhecido.

(TSE, RESPE n.º 14.713, Ac. n.º 14.713, de 4.11.1996, Rel. Min. Diniz de Andrada)

Agravo Regimental. Despacho que suspendeu os efeitos de decisão da Corte Regional anulatória deato partidário de intervenção em diretório municipal.

Descabimento da medida, se patente que o ato impugnado não pôs em risco a normalidade doprocesso eleitoral.

Agravo provido.

(TSE, AMC n.º 59, Ac. n.º 59, de 18.9.1996, Rel. Min. Ilmar Galvão)

Registro de Candidato - Recurso interposto por parte ilegítima e que não impugnou o pedido deregistro - Alegação de irregularidade na convenção do partido - Matéria “interna corporis” - Impossibilidadede apreciação pela Justiça Eleitoral em sede de impugnação a registro de candidatura.

Recursos não conhecidos.

(TSE, RESPE n.º 13.020, Ac. n.º 13.020, de 17.9.1996, Rel. Min. Eduardo Alckmin)

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Recurso Especial. Diretório Municipal. Pedido de Registro. Deferimento pela Corte Regional.

Alegada violação de lei e divergência jurisprudencial, por terem sido feridas as normas legais quedeterminam o sigilo do voto. Inocorrência de votação individualizada e existência de voto cumulativo sem apermissão legal.

O voto cumulativo é questão interna corporis do partido, não cabendo à Justiça Eleitoral se imiscuirna vida das agremiações (CF, art. 17, parágrafo 1º).

Inexistente a nulidade ex officio, por se tratar de matéria afeta à intimidade do partido.

Recurso não conhecido.

(TSE, RESPE n.º 9.807, Ac. n.º 13.489, de 8.6.1993, Rel. Min. Flaquer Scartezzini)

Registro de diretório municipal e respectiva comissão executiva. Impugnação da comissão executivaregional. Ofensa ao estatuto do partido. Intervenção no diretório municipal. Autonomia aos partidos políticospara definir sua estrutura interna, organização e funcionamento - art. 17, parágrafo 1º, da ConstituiçãoFederal.

O pedido de registro de diretório municipal e de sua comissão executiva não pode ser feito diretamenteao Tribunal Regional Eleitoral, quando há expressa norma estatutária, dispondo que essa tarefa é reservadaà comissão executiva regional. A divergência entre partidários da agremiação na área municipal, motivandointervenção da regional, não justifica o pedido de registro de diretório diretamente ao Tribunal RegionalEleitoral. A disposição violada constitui matéria interna corporis do partido, insuscetível de exame pelaJustiça Eleitoral. Recurso da comissão executiva regional provido para reformar a decisão do tribunal a quo,e indeferir o registro do diretório municipal e respectiva comissão executiva.

(TSE, RESPE n.º 12.302, Ac. n.º 12.302, de 23.4.1992, Rel. Min. José Cândido)

Convenção. Coligação ou candidatura própria. Se a convenção deliberou, pela ampla maioria deseus convencionais, por apoiar candidato de outro partido, não pode a Justiça Eleitoral, sem quebra doprincípio da autonomia partidária, autorizar alternativamente a candidatura própria. Recurso não conhecido.

(TSE, RESPE n.º 9.161, Ac. n.º 11.525, de 13.9.1990, Rel. Min. Villas Boas)

Partido político. Convenção. Fixação de data. Ato interna corporis. Incompetência da Justiça Eleitoralpara sua apreciação.

A fixação de data para realização de convenção partidária é ato da conveniência do partido, nãocompetindo à Justiça Eleitoral julgar sobre a conveniência, ou não, de sua realização. Inexistência de direitolíquido e certo a ser amparado pelo “writ”.

Recurso Ordinário desprovido.

(TSE, RMS n.º 1.125, Ac. n.º 11.030, de 6.2.1990, Rel. Min. Sydney Sanches)

4. PROPAGANDA ELEITORAL

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. RECURSO ESPECIAL ELEITORAL. ELEIÇÕES 2006.PROPAGANDA IRREGULAR. MURO. BEM TOMBADO. DENÚNCIA RECEBIDA. CRIME DEDESOBEDIÊNCIA. ART. 347 DO CÓDIGO ELEITORAL. AUSÊNCIA DE VÍCIOS ENUMERADOS NO ART.275 DO CÓDIGO ELEITORAL. REJEIÇÃO.

1. O embargante não apontou vício suficiente a macular o acórdão embargado. Objetiva, ao revés, oreexame do mérito da lide.

2. O juízo competente para processar a ação penal é a Justiça Especializada Eleitoral, uma vez quea conduta ilegal (desobediência de ordem judicial) se refere apenas ao ora embargante, e não, como insisteem afirmar, a Deputado Federal que concorre com ele em outro feito, representação por propaganda eleitoralirregular.

3. O embargante não teceu consideração alguma sobre a suposta contrariedade aos arts. 5º, LIV e102, da Constituição Federal. Trata-se de inovação recursal, não aduzida em sede de recurso especial.

4. A via aclaratória não se presta à rediscussão de teses desenvolvidas acerca do mérito. Os embargos

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de declaração utilizados para esse fim ultrapassam os limites delineados pelo art. 535, I e II, do CPC c.c. oart. 275 do Código Eleitoral.

5. Embargos de declaração rejeitados.

(TSE, ERESPE n.º 28.518, Ac. n.º 28.518, de 10.4.2008, Rel. Min. Félix Fischer)

RECURSO ELEITORAL. TERMO DE COMPROMISSO DE AJUSTAMENTO DE CONDUTA.DESCUMPRIMENTO. EXECUÇÃO. FALTA DE PREVISÃO LEGAL NO ÂMBITO DA JUSTIÇA ELEITORAL.INCOMPETÊNCIA.

Não compete a esta Justiça Eleitoral executar Termo de Ajustamento de Conduta firmado pelo MinistérioPúblico, com vista à prevenção de ilícitos decorrentes de propaganda eleitoral, eis que as providênciaspertinentes à questão, bem como o correlato poder de polícia, são de atribuição exclusiva do Juiz Eleitoral,inexistindo previsão legal que ampare a pretensão em tela.

(TRE-CE, RE n.º 13.132, Ac. n.º 13.132, de 25.9.2007, Rel. Juiz Tarcísio Brilhante de Holanda)

REPRESENTAÇÃO. ELEIÇÕES 2006. PROPAGANDA ELEITORAL. RES. TSE Nº 22.261/06.PRELIMINAR: INCOMPETÊNCIA DO JUÍZO AUXILIAR. REJEIÇÃO. PAINEL. COMITÊ DO CANDIDATO.PROPAGANDA IRREGULAR. INOCORRÊNCIA. IMPROCEDÊNCIA DA REPRESENTAÇÃO.

1 - Não tendo sido o procedimento instaurado para apurar abuso de poder econômico, mas sim paraaveriguar a existência ou não de propaganda irregular, era competente para processar o feito, à época doperíodo eleitoral, o Juízo Auxiliar.

2 - Não se configura propaganda irregular o painel presente na fachada de comitê do candidato queserve para identificar o mesmo (CF, art. 8º, inciso I, da Resolução do TSE nº 22.261/06).

3 - Representação julgada improcedente.

(TRE-CE, REP n.º 11.439, Ac. n.º 11.439, de 11.4.2007, Rel. Juiz Tarcísio Brilhante de Holanda)

ELEIÇÕES 2006. REPRESENTAÇÃO. PROPAGANDA ELEITORAL COM VEICULAÇÃO DE APOIOINDEVIDO. RECONHECIMENTO DA PROCEDÊNCIA DO PEDIDO. EXTINÇÃO DO PROCESSO COMRESOLUÇÃO DO MÉRITO.

1. O artigo 96 da Lei das Eleições autoriza qualquer partido político, coligação ou candidato a ajuizarreclamação ou representação em face de descumprimento do referido diploma legal, sendo o TribunalRegional Eleitoral o foro competente para conhecer da demanda, na hipótese de eleições federais, estaduaise distritais.

2. Viola as normas da legislação eleitoral a veiculação de propaganda eleitoral por candidato a cargoeletivo de apoio político que sabe efetivamente indevido.

3. Retirada espontânea da propaganda impugnada.

4. Extinção do processo com julgamento do mérito.

(TRE-CE, RECL n.º 11.052, Ac. n.º 11.052, de 18.9.2006, Rel. Juiz Jorge Luís Girão Barreto)

Consulta. Competência. Apreciação. Irregularidade. Propaganda partidária. Outdoor.

Havendo propaganda eleitoral irregular e antecipada, compete à Justiça Eleitoral, através dos JuízosEleitorais ou Tribunais - Regionais ou Superior -, processar e julgar representações. Subordinam-se estasà distribuição regular. Não se distinguindo se a infração for praticada por pessoa física ou jurídica.

A controvérsia entre particular e partidos políticos deverá ser resolvida perante a Justiça Comum.

(TSE, CTA n.º 1.155, Res. n.º 22.065, de 23.8.2005, Rel. Min. Luiz Carlos Madeira)

Recurso. Propaganda eleitoral irregular em bens de uso comum. Art. 37 da Lei n.º 9.504/97 c/c oart. 14 da Resolução TSE n.º 21.610/2004.

1 - Não configuração do prévio conhecimento previsto no art. 72 da Resolução TSE n.º 21.610/04,com a conseqüente isenção da multa cominada na 1ª instância.

2 - Decorridos mais de 30 (trinta) dias da realização do pleito, cabe à Justiça Comum apreciar as

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questões porventura existentes acerca da permanência de propagandas eleitorais na cidade. Inteligênciado art. 85 da Resolução TSE n.º 21.610/04.

(TRE-CE, RE n.º 12.910, Ac. n.º 12.910, de 23.5.2005, Rel.ª Des.ª Gizela Nunes da Costa)

Petição. Eleições 2004. Direito autoral. Violação. Competência. Indeferimento.

A fiscalização da propaganda eleitoral é da competência do Juiz Eleitoral, a quem devem ser dirigidosrequerimentos para fazer cessar quaisquer irregularidades praticadas durante aquela.

Qualquer dano ao direito autoral, em decorrência da propaganda eleitoral, deverá ser pleiteado naJustiça Comum.

(TSE, PET n.º 1.547, Res. n.º 21.978, de 3.2.2005, Rel. Min. Gomes de Barros)

Compete à Justiça Eleitoral vedar a reprodução, no horário destinado à propaganda eleitoral gratuita,de imagens, verdadeiro videoclipe, fruto da criação intelectual de terceiros, sem autorização de seu autor outitular.

(TSE, RP n.º 586, Ac. n.º 586, de 21.10.2002, Rel. Min. Peçanha Martins)

Mandado de Segurança: alegação de ser o juiz auxiliar competente para conhecer de reclamaçãoque envolva controvérsia entre os partidos e seus candidatos acerca da distribuição do horário gratuito depropaganda eleitoral.

(...)

2. Compete aos partidos a distribuição do horário gratuito entre os candidatos e a organização doprograma a ser emitido, o que não elide a viabilidade do controle judicial de eventual abuso.

3. Exclusão arbitrária de participação de candidato no horário gratuito de propaganda: a sanção deinfidelidade e indisciplina partidárias pressupõe que lhe seja facultado o exercício de defesa (Precedente/TSE: MC 1.104-DF).

4. Se o candidato, no horário gratuito de sua propaganda, vier a praticar atos de infidelidade, o partidodisporá de meios para coibir a ilegalidade: apuração de falta e sua repressão.

Medida cautelar indeferida: prejudicado o pedido de liminar.

(TSE, MS n.º 3.084, Ac. n.º 3.084, de 30.9.2002, Rel. Min. Sepúlveda Pertence)

DIREITO DE RESPOSTA. OITIVA DO MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL. CABIMENTO.AUSÊNCIA DE DEFESA. PRECLUSÃO PRO-JUDICATO. INOCORRÊNCIA. MATÉRIA JORNALÍSTICAQUE VEICULA AFIRMAÇÕES INVERÍDICAS EM RELAÇÃO A PARTIDO OU CANDIDATO EM PLENACAMPANHA ELEITORAL. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESPECIALIZADA. DISTINÇÃO ENTREVEICULAÇÃO ABREVIADA DE CONTEÚDO VERÍDICO (MANCHETE SENSACIONALISTA) EDIVULGAÇÃO DE ILAÇÕES, SEM APOIO NOS ELEMENTOS DA INVESTIGAÇÃO PRÓPRIA.

1. É facultado ao juiz ou relator ouvir o MPE nas representações pertinentes ao exercício do direito deresposta (Lei n.º 9.504/97, art. 58), desde que a providência não leve a exceder o prazo máximo paradecisão, que é fixado em setenta e duas horas da formulação do pedido (Lei n.º 9.504/97, art. 58, § 2º, infine).

2. A ausência de defesa por parte do ofensor não acarreta o automático deferimento do pedido queserá apreciado com base nos elementos constantes dos autos.

3. Constitui matéria tipicamente eleitoral, a atrair a competência da justiça especializada, a veiculação,por órgão da imprensa escrita, de expressões, conceitos e deduções que tenham potencial negativo emrelação ao partido, coligação ou seus candidatos, com eventual repercussão sobre o pleito eleitoral em quese encontram engajados.

4. Distinção feita entre a porção do texto que veicula, em formato jornalístico e com o reducionismopróprio das manchetes, fatos constantes das investigações e requerimentos do MP e aquele outro quecorresponde a ilações sem apoio nas peças oferecidas pelo parquet. A resposta é assegurada apenas paraa segunda hipótese.

Pedido deferido em parte.

(TSE, ARP n.º 385, Ac. n.º 385, de 1º.8.2002, Rel.ª Min.ª Ellen Gracie Northfleet)

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Pendência entre candidato e dirigentes da coligação a respeito de inserção propagandística no horáriogratuito da televisão. Matéria que refoge à competência da Justiça Eleitoral, já que resolvível pelo órgãointerno a que faz referência o art. 33 da Resolução TSE n.º 20.562, regente do assunto. Recurso conhecido,mas improvido, confirmada, por seus próprios e irreprocháveis fundamentos, a prolação a quo.

Decisão unânime.

(TRE-CE, RE n.º 12.172, Ac. n.º 12.172, de 21.9.2000, Rel. Juiz Luiz Gerardo de Pontes Brígido)

Propaganda eleitoral - Ofensa - Terceiros - Direito de resposta - Prazo - Competência - Lei n.º 9.504/97- Lei n.º 5.250/67.

1. Compete à Justiça Eleitoral examinar apenas os pedidos de direito de resposta formulados porterceiro em relação ao que veiculado no horário eleitoral gratuito, sendo, nesses casos, observados osprazos do artigo 58 da Lei 9.504, de 1997.

2. Quando o terceiro se considerar atingido por ofensa realizada no curso de programação normaldas emissoras de rádio e televisão ou veiculado por órgão da imprensa escrita, deverá observar osprocedimentos previstos na Lei n.º 5.250/67.

(TSE, CTA n.º 651, Res. n.º 20.675, de 29.6.2000, Rel. Min. Costa Porto)

5. PROPAGANDA PARTIDÁRIA

PROPAGANDA PARTIDÁRIA. ALEGAÇÃO DE DESVIO DE FINALIDADE. EXCLUSIVA PROMOÇÃOPESSOAL. FILIADO. PRÉ-CANDIDATO. PROPAGANDA ELEITORAL ANTECIPADA. PRELIMINARES.INCOMPETÊNCIA DO CORREGEDOR-GERAL. INFRAÇÃO À LEI Nº 9.504/97. INÉPCIA DA INICIAL.FALTA DE CAPACIDADE POSTULATÓRIA. INTERESSE DE AGIR. DECADÊNCIA. IMPOSSIBILIDADEJURÍDICA DO PEDIDO. ILEGITIMIDADE ATIVA E PASSIVA. REJEIÇÃO. PEDIDO DE CASSAÇÃO DOPROGRAMA PREJUDICADO. PENA DE MULTA. PROCEDÊNCIA PARCIAL DA REPRESENTAÇÃO.

1. Na questão de ordem suscitada na Representação nº 994/DF foi decidida pela Corte a fixação dacompetência do Corregedor-Geral para apreciar feito que verse sobre a utilização do espaço destinado aoprograma partidário para a realização de propaganda eleitoral extemporânea, presente o cúmulo objetivo,sendo possível a dualidade de exames, sob a ótica tanto da Lei nº 9.096/95 como da Lei nº 9.504/97.

2. Não se caracteriza a inépcia da inicial quando existe a consonância entre os fatos narrados e opedido, viabilizando, dessa forma, o pleno exercício de defesa, como ocorrido na hipótese destes autos.

3. O prazo para ajuizamento de representação por infração ao art. 45 da Lei nº 9.096/95 se estendeaté o semestre seguinte ao da veiculação do programa impugnado, nos termos do § 2º do mencionadodispositivo, ao passo que não há previsão legal específica para a propositura de representação pela violaçãoda Lei nº 9.504/97, salvo quando se tratar de descumprimento do art. 73 do referido diploma legal, conformeassentado pela jurisprudência desta Corte Superior.

4. Os partidos políticos podem ser representados em qualquer grau de jurisdição da Justiça Eleitoralpor seus órgãos de direção nacional.

5. A partir da aprovação da Res.-TSE nº 22.503/2006, foram extintos os espaços destinados adivulgação de propaganda partidária em cadeia regional, circunstância superveniente prejudicial à análiseda representação, neste ponto, tendo em vista que o seu provimento, na hipótese de eventual acolhimentoda tese sustentada na inicial, seria inócuo, ante à evidente perda de objeto.

6. A utilização irregular da propaganda partidária, com o propósito de exclusiva promoção pessoal defiliado, com nítida conotação eleitoral, em período vedado por lei, impõe a aplicação da pena de multa pelaofensa ao art. 36 da Lei nº 9.504/97, na espécie, em seu grau mínimo.

(TSE, RP n.º 931, Ac. n.º 931, de 5.6.2007, Rel. Min. Augusto Delgado)

RECLAMAÇÃO. PEDIDO. AVOCAÇÃO. REPRESENTAÇÃO. PROPAGANDA ELEITORALANTECIPADA. CANDIDATOS A CARGOS NAS ELEIÇÕES ESTADUAIS. PROGRAMA PARTIDÁRIO.INSERÇÃO NACIONAL. COMPETÊNCIA. JULGAMENTO. TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL. PEDIDO.APLICAÇÃO. MULTA. ART. 36, § 3º, DA LEI Nº 9.504/97.

Não há usurpação de competência quando a decisão proferida pelo Tribunal Regional Eleitoral nos

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autos de representação está em conformidade com a legislação vigente e com a jurisprudência entãodominante do TSE.

As reclamações e representações formuladas contra o descumprimento da Lei das Eleições são decompetência dos juízes auxiliares, durante o período eleitoral, devendo ser dirigidas, na hipótese de pleitosfederais, estaduais e distritais, aos tribunais regionais eleitorais, por força do disposto no art. 96, II, do citadodiploma legal.

Improcedência da reclamação.

(TSE, RCL n.º 412, Ac. n.º 412, de 22.3.2007, Rel. Min. Cesar Asfor Rocha)

AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL ELEITORAL. PROPAGANDA PARTIDÁRIACONSIDERADA ELEITORAL EXTEMPORÂNEA. REPRESENTAÇÃO FUNDAMENTADA NO ART. 36,§ 3º, DA LEI Nº 9.504/97. COMPETÊNCIA. JUIZ AUXILIAR. POSSIBILIDADE DE APLICAÇÃO DE MULTA.NÃO-PROVIMENTO.

1. Violação ao art. 275, I e II, do Código Eleitoral não caracterizada. Os arestos regionais apresentamclara fundamentação da tese jurídica adotada. O magistrado não está adstrito aos argumentos apontadospelas partes, nem obrigado a responder, uma a uma, todas as suas alegações, desde que apresentefundamentos suficientes para justificar seu convencimento.

2. A representação proposta pelo parquet é tempestiva, uma vez que o art. 96, § 5º, da Lei nº 9.504/97não fixa prazo para o ajuizamento das representações ali previstas.

3. O juiz auxiliar é competente para julgar a representação ajuizada, com fulcro no art. 36, § 3º,da Lei nº 9.504/97, a fim de examinar desvirtuamento de propaganda partidária. Também é possível aaplicação da multa prevista no citado artigo. Precedentes: Rp nº 927, Rel. Min. Cesar Asfor Rocha, DJ de12.6.2006; Ag nº 4.679/PE, Rel. Min. Francisco Peçanha Martins, DJ de 12.8.2004 e REspe nº 19.947/MA,Rel. Min. Luiz Carlos Lopez Madeira, DJ de 20.3.2003.

4. A Corte Regional entendeu, forte no conjunto fático-probatório carreado aos autos, que a propagandapartidária em discussão ultrapassou os limites do art. 45, I a III, da Lei nº 9.096/95 e a considerou comoeleitoral extemporânea. A adoção de entendimento contrário ensejaria o revolvimento de matéria fático-probatória, inadmissível nesta via especial, em razão do óbice da Súmula nº 7/STJ.

5. Decisão agravada que se mantém pelos seus próprios fundamentos.

6. Agravo regimental não provido.

(TSE, ARESPE n.º 26.199, Ac. n.º 26.199, de 20.3.2007, Rel. Min. Augusto Delgado)

Propaganda partidária. Cadeia estadual. Competência do Tribunal Superior Eleitoral. Alegação dedesvirtuamento. Trucagem. Não-ocorrência. Promoção pessoal e de caráter eleitoral. Improcedência.

O Tribunal Superior Eleitoral é competente para julgar os feitos relacionados com infrações às normasque disciplinam a propaganda partidária, quando por ele autorizada a respectiva transmissão, o que ocorrenos programas em bloco (nacional e estadual) e em inserções de âmbito nacional (...).

(TSE, RP n.º 676, Ac. n.º 676, de 31.8.2004, Rel. Min. Peçanha Martins)

Propaganda partidária. Alegação de desvio de finalidade. Promoção pessoal. Inserções estaduais.Prova. Incompetência do Tribunal Superior Eleitoral. Retorno dos autos ao tribunal a quo.

Cabe ao Tribunal Regional Eleitoral autorizar a veiculação de inserções estaduais de propagandapartidária, quando requeridas por órgão de direção estadual das agremiações, daí decorrendo suacompetência para o processo e julgamento das representações e reclamações que digam respeito a desvioscometidos durante as respectivas transmissões.

Constatado, pelo exame da prova dos autos, tratar-se de propaganda em inserções de âmbito estadual,impõe-se, ante a incompetência do Tribunal Superior Eleitoral, a restituição dos autos à Corte Regional paraapreciação da matéria.

(TSE, RP n.º 640, Ac. n.º 640, de 16.12.2003, Rel. Min. Barros Monteiro)

PROPAGANDA PARTIDÁRIA. DIREITO DE RESPOSTA. IMPROCEDÊNCIA.

1. Possibilidade de ser requerido à Justiça Eleitoral o exercício do direito de resposta por ofensa

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veiculada em programa de propaganda partidária. Competência originária do Tribunal Superior Eleitoralpara conhecer do pedido, quando se tratar de programas por ele autorizados (cadeias nacional e estaduale inserções de âmbito nacional).

2. Veiculação de críticas que, no contexto da exploração de temas de caráter político e interesse dapopulação, não se dirigiram a ataque propriamente pessoal, mas a acentuar o posicionamento de agremiaçãopartidária de corrente oposicionista, em face da orientação política do grupo a que se vinculava a administraçãoestadual. Amparo no inciso III do art. 45 da Lei n.º 9.096/95.

(TSE, RCL n.º 139, Ac. n.º 139, de 10.12.2002, Rel. Min. Sálvio de Figueiredo)

Agravo regimental. Representação. Propaganda partidária.

Veiculação de imagens consideradas atentatórias à dignidade e ao respeito exigidos no tratamento emanuseio dos símbolos nacionais (art. 13, § 1º, da Constituição Federal), o que, em tese, poderia configurarinfração penal, nos termos do art. 35 da Lei n.º 5.700/71, cuja apreciação deverá se verificar no juízocompetente.

Possibilidade de, no exercício do poder de polícia, a Justiça Eleitoral, por ato dos juízes eleitorais ouauxiliares, nas hipóteses de propaganda eleitoral, ou dos corregedores dos tribunais regionais ou do TribunalSuperior, quando se tratar de propaganda partidária, fazer cessar prática contrária à lei, sem prejuízo daapuração, mediante observância do devido processo legal e dos princípios do contraditório e da ampladefesa, visando à aplicação das sanções cabíveis aos que se excederem na utilização do espaço facultadopor lei aos partidos políticos e administrado pela Justiça Eleitoral.

Incompetência do Tribunal Superior Eleitoral. Peça publicitária não exibida em espaço de propagandapor ele autorizado. Arquivamento dos autos.

(TSE, ARP n.º 321, Ac. n.º 321, de 8.11.2001, Rel. Min. Garcia Vieira)

6. REALIZAÇÃO DE PUBLICIDADE INSTITUCIONAL (CF, art. 37, § 1º)

Eleições 2006. Deputado estadual. Atuação parlamentar. Divulgação. Internet. Sítio da AssembléiaLegislativa do Estado de Rondônia. Propaganda Institucional. Ausência. Conduta vedada (art. 73, VI, b, daLei nº 9.504/97). Descaracterização. Juiz auxiliar. Competência.

- Não caracteriza a conduta vedada descrita no art. 73, VI, b, da Lei nº 9.504/97, a divulgação defeitos de deputado estadual em sítio da internet de Assembléia Legislativa.

- A lei expressamente permite a divulgação da atuação parlamentar à conta das câmaras legislativas,nos limites regimentais (art. 73, II, da Lei nº 9.504/97).

- “O que se veda - na esteira da Res./TSE 20.217 - é que a publicação tenha conotação de propagandaeleitoral, a qual, portanto, há de aferir-se segundo critérios objetivos e não conforme a intenção oculta dequem a promova” (REspe nº 19.752/MG, rel. Min. Sepúlveda Pertence).

- O juiz auxiliar é competente para julgar as representações e reclamações por descumprimento daLei nº 9.504/97, e aplicar as sanções correspondentes (art. 96, § 3º, da Lei das Eleições).

- Recurso provido, para afastar a pena de multa.

(TSE, RESPE n.º 26.875, Ac. n.º 26.875, de 16.11.2006, Rel. Min. Gerardo Grossi)

AUTORIZAÇÃO PROPAGANDA INSTITUCIONAL. CAMPANHAS EDUCATIVAS. DETALHAMENTO.NECESSIDADE E URGÊNCIA COMPROVADAS. CONTINUIDADE. DEFERIMENTO.

1. Comprovada nos autos a necessidade de realização ou continuação de campanha educativa, deórgão estadual inobstante o período eleitoral, há de se deferir o pedido.

2. A norma do art. 73, VI, b, da Lei nº 9.504/97 veda toda e qualquer publicidade institucional nos trêsmeses anteriores à eleição, ainda que realizada de forma indireta, excetuando-se apenas a propaganda deprodutos e serviços que tenham concorrência no mercado e os casos de grave e urgente necessidadepública reconhecida pela Justiça Eleitoral, o que visa evitar sejam favorecidas aquelas autoridades ouservidores públicos que estejam em campanha eleitoral, provocando uma injustificada desigualdade entreos candidatos e comprometeria a lisura do pleito. (Ac. 21171 - TSE - 17.06.2004)

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3. O TRE tem autorizado propagandas que envolva ações de órgãos estaduais, quando comprovadoo seu caráter não eleitoreiro. Precedentes.

(TRE-CE, ESC n.º 11.205, Ac. n.º 11.205, de 13.6.2006, Rel. Juiz Augustino Lima Chaves)

Recurso especial. Eleição 2000. Representação. Conduta vedada. Propaganda institucional (art. 73,VI, b, da Lei n.º 9.504/97). Quebra do princípio da impessoalidade (art. 74 da Lei n.º 9.504/97 c.c. o art. 37,§ 1º, da Constituição Federal). Competência da Justiça Eleitoral.

(...)

Para a caracterização de violação ao art. 73 da Lei n.º 9.504/97 não se cogita de potencialidade parainfluir no resultado do pleito. A só prática da conduta vedada estabelece presunção objetiva da desigualdade.Leva à cassação do registro ou do diploma. Pode ser executada imediatamente.

É competente a Justiça Eleitoral, no período de campanha, para apreciar a conduta de promoçãopessoal do governante em publicidade institucional da administração (art. 74 da Lei n.º 9.504/97 c.c.o art. 37, § 1º, CF).

Não se pronuncia nulidade quando a decisão de mérito favorecer a parte a quem a declaração aproveita(CPC, art. 249, § 2º).

Tratando-se de conduta vedada, que macula o próprio pleito, havendo relação de subordinação dovice-prefeito ao prefeito, também aquele sofre as conseqüências da decisão (Ac. n.º 15.817, 6.6.2000).

Recurso conhecido e a que se dá provimento para cassar o diploma do prefeito, estendendo-se adecisão ao vice-prefeito.

(TSE, RESPE n.º 21.380, Ac. n.º 21.380, de 29.6.2004, Rel. Min. Luiz Carlos Madeira)

Agravo de instrumento - Investigação judicial - Uso de símbolo semelhante ao da administraçãomunicipal em campanha eleitoral - Perícia - Indeferimento - Preliminar de cerceamento de defesa -Afastamento - Competência da Justiça Eleitoral - Configuração - Abuso do poder político - Impossibilidade- Art. 74 da Lei n.º 9.504/97 - Art. 37, § 1º, da Constituição da República - Objeto - Propaganda institucional- Divergência jurisprudencial ou violação a lei - Ausência - Agravo não provido.

1. A Justiça Eleitoral é competente para examinar investigação judicial proposta para apurar a possívelutilização de símbolo da administração municipal em campanha eleitoral.

2. O uso de símbolo de governo em campanha eleitoral pode configurar crime previsto no art. 40 daLei n.º 9.504/97.

3. O art. 74 da Lei n.º 9.504/97 cuida unicamente da utilização de propaganda institucional com finsde promoção pessoal, com violação do art. 37, § 1º, da Constituição da República, e não de atos de campanhade candidato.

(TSE, AG n.º 4.371, Ac. n.º 4.371, de 18.12.2003, Rel. Min. Fernando Neves)

AGRAVO REGIMENTAL EM REPRESENTAÇÃO. INVESTIGAÇÃO JUDICIAL. PROPAGANDAINSTITUCIONAL REALIZADA EM PERÍODO NÃO VEDADO POR LEI. ALEGAÇÃO DE INFRINGÊNCIAAO DISPOSTO NO ART. 37, § 1º, CF. INEXISTÊNCIA DE INDÍCIOS OU CIRCUNSTÂNCIAS QUEEVIDENCIEM REPERCUSSÃO NO PROCESSO ELEITORAL. HIPÓTESE QUE NÃO SE AJUSTA ÀMOLDURA DA REPRESENTAÇÃO PREVISTA NA LEI DAS INELEGIBILIDADES. IMPROVIMENTO.

A realização da propaganda institucional, em desacordo com o art. 37, § 1º, da Constituição, constituiquebra do princípio da impessoalidade, desvio cujo exame se fixa, de ordinário, fora da órbita da JustiçaEleitoral.

Para que se admita a apuração dos reflexos de atos dessa natureza no processo eleitoral, medianteinvestigação judicial, necessária se faz ao menos a demonstração da existência de indícios ou circunstânciasque evidenciem a intenção de influir nas eleições, com nítido propósito de beneficiar determinado candidatoou partido político, pressuposto para a representação de que cuida o art. 22 da Lei Complementar n.º 64/90.

(TSE, ARP n.º 668, Ac. n.º 668, de 2.10.2003, Rel. Min. Barros Monteiro)

Investigação judicial - Prefeito candidato à reeleição - Uso de caracteres pessoais em bens públicos- Cores - Iniciais do nome - Slogans de campanha - Princípio da impessoalidade - Art. 37, § 1º, da Constituiçãoda República - Desobediência - Abuso do poder político - Art. 74 da Lei n.º 9.504/97.

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Fatos ocorridos no período de campanha eleitoral - Competência da Justiça Eleitoral.

Fatos incontroversos - Testemunhas - Desnecessidade - Cerceamento de defesa - Não-ocorrência.

Sentença proferida e reformada pelo Tribunal Regional antes do pleito - Competência da JustiçaEleitoral assentada por decisão do TSE - Nova decisão da Corte Regional confirmando a sentença - Cassaçãodo registro - Possibilidade - Art. 22, inciso XIV, da Lei Complementar n.º 64/90.

(TSE, AG n.º 4.271, Ac. n.º 4.271, de 29.5.2003, Rel. Min. Fernando Neves)

INVESTIGAÇÃO JUDICIAL. PROPAGANDA INSTITUCIONAL REALIZADA EM PERÍODO NÃOVEDADO POR LEI. ALEGAÇÃO DE INFRINGÊNCIA AO DISPOSTO NO ART. 37, § 1º, CF. INEXISTÊNCIADE PROMOÇÃO DE AUTORIDADES OU SERVIDORES PÚBLICOS. DESVIO OU ABUSO DO PODERDE AUTORIDADE NÃO CARACTERIZADO. IMPROCEDÊNCIA DA REPRESENTAÇÃO. (...).

I - (...).

II - A propaganda institucional tem autorização prevista no art. 37, § 1º, da Constituição, devendo tercaráter educativo, informativo ou de orientação social.

III - Inexistência, no caso concreto, de nomes, símbolos ou imagens que pudessem caracterizarpromoção pessoal de autoridades ou servidores públicos, a constituir violação ao preceito constitucional e,portanto, desvio ou abuso do poder de autoridade em benefício de candidato ou partido político, para osefeitos previstos no art. 22 da Lei Complementar n.º 64/90.

IV - É admissível, ao menos em tese, que, em situações excepcionais, diante de eventual violação ao§ 1º do art. 37 da Constituição, perpetrada em momento anterior aos três meses que antecedem as eleições,desde que direcionada a nelas influir, com nítido propósito de beneficiar determinado candidato ou partidopolítico, seja a apuração dos reflexos daquele ato no processo eleitoral, já em curso, promovida pela JustiçaEleitoral, mediante investigação judicial.

V - Inconveniência de se impor rigidez absoluta à delimitação da matéria a ser submetida, em sedede investigação judicial, ao exame da Justiça Eleitoral, ante a sofisticação com que, em matéria de eleições,se tem procurado contornar os limites da lei, cuja fragilidade é inegável, na tentativa de se auferir benefíciosincompatíveis com a lisura e a legitimidade do pleito.

(TSE, RP n.º 404, Ac. n.º 404, de 5.11.2002, Rel. Min. Sálvio de Figueiredo)

7. REJEIÇÃO DE CONTAS DE ADMINISTRADORES PÚBLICOS

AÇÃO RESCISÓRIA. DECLARAÇÃO DE INELEGIBILIDADE. REJEIÇÃO DE CONTAS PELO TCU.SUSPENSÃO DOS EFEITOS DESSA DECISÃO. AUSÊNCIA DE PROVIMENTO JURISDICIONAL AINDAQUE PROVISÓRIO. DECISUM RESCINDENDO EM HARMONIA COM A NOVEL JURISPRUDÊNCIA DOTSE. IMPROCEDÊNCIA.

1. Ação rescisória, intentada com fulcro no art. 485, V, do CPC, que visa desconstituir decisão(fls. 233-240) proferida pelo Ministro Gerardo Grossi, que indeferiu o registro de candidatura do autor paraconcorrer ao cargo de Deputado Estadual. Eis os fundamentos da decisão rescindenda:

- em 9.6.2006, o candidato, atual autor, ajuizou ação visando desconstituir os acórdãos do TCU querejeitaram suas contas;

- requereu o registro de sua candidatura em 5.7.2006;

- estava equivocado o TRE/MA ao deferir o pedido de registro fundamentado na Súmula nº 1/TSE;

- a ação desconstitutiva de contas foi utilizada como manobra para afastar a inelegibilidade;

- o TSE não é competente para aferir a sanabilidade ou não das contas, mas, “(...) a princípio, se ascontas foram desaprovadas, é porque as irregularidades são de ordem insanável, do contrário teriam sidoaprovadas com ressalva” (fl. 240).

2. À época da prolação da decisão rescindenda, o autor não possuía provimento jurisdicional, aindaque de caráter provisório, que suspendesse os efeitos da rejeição de contas pelo TCU. Compulsando osautos, não há notícia em sentido diverso.

3. Os fundamentos da decisão rescindenda estão em perfeita harmonia com a novel jurisprudênciado TSE que exige provimento jurisdicional, ainda que provisório, a suspender os efeitos de rejeição decontas pelo TCU.

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4. Precedentes: REspe nº 27.143/PA, Rel. Min. Caputo Bastos, DJ de 19.12.2006; RO nº 1.235/DF,Rel. Min. Carlos Ayres Britto, DJ de 24.10.2006 e EDcl no RO n° 1.310/DF, de minha relatoria, DJ de24.10.2006.

5. Ação rescisória não admitida.

(TSE, AR n.º 251, Ac. n.º 251, de 26.6.2007, Rel. Min. Augusto Delgado)

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ORDINÁRIO. CANDIDATOA DEPUTADO ESTADUAL. REGISTRO INDEFERIDO. CONTAS REJEITADAS PELO TRIBUNAL DECONTAS DA UNIÃO. CONVÊNIO FEDERAL. EX-PREFEITO. INEXISTE NOS AUTOS NOTÍCIA DEPROVIMENTO JUDICIAL QUE SUSPENDA OS EFEITOS DA DECISÃO PROFERIDA PELA CORTE DECONTAS. PRETENSÃO DE REDISCUTIR MATÉRIA JÁ REGULARMENTE DECIDIDA. IMPOSSIBILIDADE.

1. Não há omissão, obscuridade ou contradição no acórdão embargado.

2. A intenção do embargante é rediscutir matéria já regularmente decidida, o que não se enquadranas hipóteses de cabimento dos embargos declaratórios (art. 535 do Código de Processo Civil).

3. Não compete à Justiça Eleitoral analisar o acerto ou o desacerto da decisão proferida pelo Tribunalde Contas da União, mas apenas verificar se estão presentes os requisitos ensejadores da causa deinelegibilidade da alínea g do inciso I do art. 1º da Lei Complementar nº 64/90, quais sejam, contas rejeitadaspor irregularidade insanável e por decisão irrecorrível do órgão competente.

4. A jurisdição foi prestada de forma completa e fundamentada, embora em sentido contrário aosinteresses da parte recorrente. Não há falar, portanto, em negativa de prestação jurisdicional.

5. Embargos desprovidos.

(TSE, EARO n.º 1.235, Ac. n.º 1.235, de 7.11.2006, Rel. Min. Carlos Ayres Britto)

AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ORDINÁRIO. ELEIÇÕES 2006. CANDIDATO A DEPUTADOESTADUAL. REGISTRO INDEFERIDO. CONTAS REJEITADAS PELO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO.CONVÊNIO. EX-PREFEITO.

1. Na verdade, o que pretende o recorrente é rediscutir a interpretação dada pela decisão impugnada,no tocante à ressalva contida na parte final da letra g do inciso I do art. 1º da Lei Complementar nº 64/90,bem como ao enunciado sumular nº 1 deste Superior Eleitoral.

2. Não há, nos autos, notícia de provimento judicial definitivo que favoreça o agravante, ou, ao menos,de medida acautelatória que suspenda os efeitos da decisão proferida pelo Tribunal de Contas da União.Provimento cautelar tanto mais necessário quanto se sabe que, em matéria de contas, “as decisões dotribunal de que resulte imputação de débito ou multa terão eficácia de título executivo” (§ 3º do art. 71 da LeiConstitucional).

3. A insanabilidade das contas é manifesta, pois as irregularidades detectadas pelo TCU - dispensaindevida de licitação e superfaturamento de preços, entre outras - são faltas graves e que podem - em tese- configurar improbidade administrativa.

4. Não compete à Justiça Eleitoral verificar o acerto ou o desacerto da decisão proferida pela Cortede Contas, mas apenas constatar se estão presentes os requisitos ensejadores da causa de inelegibilidadeda alínea g do inciso I do art. 1º da Lei Complementar nº 64/90, quais sejam, contas rejeitadas porirregularidade insanável e por decisão irrecorrível do órgão competente.

Agravo desprovido.

(TSE, ARO n.º 1.265, Ac. n.º 1.265, de 26.10.2006, Rel. Min. Carlos Ayres Britto)

ELEIÇÕES 2006. REGISTRO DE CANDIDATURA. DEPUTADO ESTADUAL. PROCEDIMENTOSUMÁRIO. PRAZOS ININTERRUPTOS. ART. 36 DA RESOLUÇÃO-TSE N.º 22.156/2006. IMPUGNAÇÃO.PROCEDÊNCIA. SECRETÁRIO MUNICIPAL DE SAÚDE. EXERCÍCIOS FINANCEIROS DE 1997 E 1998.CONTAS DESAPROVADAS. AFERIÇÃO DA INSANABILIDADE DAS IRREGULARIDADES. JUSTIÇAELEITORAL. COMPETÊNCIA. DECISÃO DO TRIBUNAL DE CONTAS DO MUNICÍPIO - TCM. ÓRGÃOCOMPETENTE. DISCUSSÃO NO PODER JUDICIÁRIO. AUSÊNCIA. INELEGIBILIDADE.RECONHECIMENTO. ART. 1º, I, G, DA LEI COMPLEMENTAR N.º 64/90. INDEFERIMENTO DOREGISTRO.

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1 - Durante o processo eleitoral, a contagem dos exíguos prazos dá-se de forma contínua e ininterrupta,a partir da notificação das partes envolvidas, ex vi do art. 36 da Resolução-TSE n.º 22.156/2006.

2 - A Justiça Eleitoral é competente para analisar se as irregularidades indicadas na apreciação dascontas de agentes públicos, pelo TCM, são insanáveis ou não.

3 - O Tribunal de Contas do Município é o órgão competente para processar e julgar as contas degestão de ordenador de despesas.

4 - Declaradas desaprovadas as contas de agente público, mediante decisão irrecorrível de órgãocompetente e ausente o ingresso em Juízo de ação tendente a discutir a respectiva determinação, importareconhecer o efeito da inelegibilidade.

5 - Impugnação procedente.

6 - Registro de candidatura indeferido.

(TRE-CE, RGC n.º 11.772, Ac. n.º 11.772, de 16.8.2006, Rel. Juiz Anastácio Jorge M. de S. Marinho)

Recurso Especial. Registro. Seguimento negado. Inelegibilidade. Não-ocorrência. Rejeição de contas.Ação desconstitutiva. Enunciado n.º 1 da súmula do TSE. Agravo regimental que não ataca todos osfundamentos.

Não-provimento.

A propositura de ação desconstitutiva contra a decisão de rejeição de contas, em data anterior àimpugnação, afasta a inelegibilidade da alínea g do inciso I do art. 1º da LC n.º 64/90.

Não cabe à Justiça Eleitoral examinar a idoneidade da ação desconstitutiva proposta contra decisãoque rejeitou as contas.

Para que o Agravo obtenha êxito, é necessário o ataque aos fundamentos da decisão agravada.Precedentes.

Agravo regimental a que se nega provimento.

(TSE, ARESPE n.º 24.054, Ac. n.º 24.054, de 19.10.2004, Rel. Min. Luiz Carlos Madeira)

Eleições 2004. Recurso Especial. Registro. Impugnação. Rejeição de contas. Tribunal de Contas dosMunicípios. Não-incidência do Enunciado n.º 1 da súmula do TSE. Não-ajuizamento de ação desconstitutiva.Inscrição na dívida ativa. Ação contra o município. Aplicação do art. 1º, I, g, da LC n.º 64/90. Competênciada Justiça Eleitoral para apreciar se as irregularidades são insanáveis. Processo licitatório. Irregularidades.

O descumprimento da lei de licitação importa irregularidade insanável. Precedentes.

Recurso especial conhecido, mas desprovido.

(TSE, RESPE n.º 22.704, Ac. n.º 22.704, de 19.10.2004, Rel. Min. Luiz Carlos Madeira)

AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL. REGISTRO DE CANDIDATO. REJEIÇÃO DECONTAS. APLICAÇÃO DA SÚMULA-TSE N.º 1.

Protocolada ação desconstitutiva da decisão que rejeitou as contas antes da impugnação, aplica-sea Súmula-TSE n.º 1, ainda que tenha havido emenda à inicial posteriormente.

Impossibilidade de análise da idoneidade dessa ação. Competência da Justiça Comum.

Precedentes.

Agravo regimental a que se nega provimento.

(TSE, ARESPE n.º 23.022, Ac. n.º 23.022, de 13.10.2004, Rel. Min. Gilmar Mendes)

Agravo regimental. Decisão. Provimento. Recurso especial. Deferimento. Registro. Candidato. Prefeito.Rejeição de contas. Ação desconstitutiva. Propositura. Momento anterior. Impugnação. Súmula TSE n.º 1.Incidência. Inelegibilidade. Suspensão. Desnecessidade. Pedido. Tutela antecipada.

Não cabe à Justiça Eleitoral examinar a idoneidade da ação desconstitutiva proposta contra a decisãode rejeição de contas. Precedentes: Ac. n.º 22.384, de 18.9.2004, REspe n.º 22.384, rel. Ministro GilmarMendes; e Ac. n.º 16.557, de 21.11.2000, EDclAgRgREspe n.º 16.557, rel. Min. Nelson Jobim.

(TSE, ARESPE n.º 23.018, Ac. n.º 23.018, de 11.10.2004, Rel. Min. Caputo Bastos)

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Recurso em Registro de Candidatura. Presidente de Câmara Municipal. Rejeição de contas pelo TCM.

- O ajuizamento de ação anulatória na Justiça Comum posteriormente à impugnação não suspendea inelegibilidade. Súmula n.º 1 do TSE.

- A Justiça Eleitoral pode, para fins de inelegibilidade, exercer juízo sobre a insanabilidade ou nãodas irregularidades presentes nas contas de responsabilidade de pretenso candidato, enquanto gestor dacoisa pública.

- Constatação de irregularidades passíveis de enquadramento na lei de improbidade administrativa(Lei n.º 8.429, de 2 de junho de 1992).

- Recurso improvido.

(TRE-CE, RRC n.º 11.415, Ac. n.º 11.415, de 4.9.2004, Rel. Des. José Eduardo Machado de Almeida)

Recurso eleitoral. Registro de candidatura a prefeito municipal. Pareceres prévios do Tribunal deContas dos Municípios desfavoráveis e inscritos com notas de improbidade administrativa. Ofensa a princípiosconstitucionais que regem a Administração Pública (CF, art. 37). Rejeição dos pareceres do TCM pelaCâmara de Vereadores. Existência de decretos legislativos. Limites do judicial review. Impossibilidade de aJustiça Eleitoral analisar atos da competência político-constitucional das Câmaras de Vereadores paraaferir delineamentos jurídicos do processo de aprovação ou rejeição dos pareceres do órgão de contas.Precedentes do STF, TSE e do TRE-CE. Recurso provido. RRC deferido.

(TRE-CE, RRC n.º 11.482, Ac. n.º 11.482, de 4.9.2004, Rel. Juiz José Filomeno de Moraes Filho)

1 - Recurso contra decisão que indeferiu registro de candidato, ex-Presidente de Câmara Municipal,que teve suas contas desaprovadas pelo TCM.

2 - É de competência do TCM julgar as contas de gestão de Presidente de Câmara Municipal (art. 71,II, da CF/88 c.c. art. 1º, III, da Lei n.º 12.160/93 - Lei Orgânica do Tribunal de Contas dos Municípios doEstado do Ceará).

3 - A teor de moderna orientação do TSE, a Justiça Eleitoral pode incursionar, incidentalmente, naanálise da natureza jurídica das irregularidades das contas dos administradores públicos.

4 - Verificação, no caso, de irregularidades insanáveis porque constituem, em tese, atos de improbidadeadministrativa (arts. 10 e 11 da Lei n.º 8.429/92). Inexistência de demanda judicial visando desconstituiracórdão do TCM. Caso de inocorrência de suspensão da inelegibilidade do recorrente, a teor da Súmula 01do TSE. Recurso improvido. Sentença confirmada.

(TRE-CE, RRC n.º 11.147, Ac. n.º 11.147, de 30.8.2004, Rel. Juiz Roberto Machado)

RECURSO EM REGISTRO DE CANDIDATURA. CONTAS JULGADAS IRREGULARES PELO TCM.NOTA DE IMPROBIDADE. INELEGIBILIDADE.

1) Tomada de Contas desaprovada pelo TCM em decisão definitiva nos últimos 05 (cinco) anos.Irregularidades graves.

2) Ação judicial intentada, mas sem o condão de desconstituir as decisões do TCM.

3) Notificação irregular em processo de contas. A Justiça Eleitoral não é competente para analisarvícios procedimentais dos atos administrativos efetivados pelos Tribunais de Contas. Competência da JustiçaComum.

4) Recurso conhecido. Provimento negado. Sentença mantida.

(TRE-CE, RRC n.º 11.116, Ac. n.º 11.116, de 24.8.2004, Rel. Juiz Jorge Aloísio Pires)

Registro de Candidatura. Rejeição de contas. Recursos federais transferidos para prefeitura municipal.Competência. Irregularidades insanáveis. Submissão da questão ao Poder Judiciário.

1. Compete ao Tribunal de Contas da União examinar as contas relativas a aplicação de recursosfederais recebidos por prefeituras municipais em razão de convênios.

2. A ação a que se refere a letra “g” do art. 1º, inciso I, da Lei Complementar 64, de 1990, é aquelaproposta pelo interessado para anular a decisão que rejeitou suas contas, cabendo à Justiça Eleitoral aferirse ela é apta para tanto.

3. Recurso a que se nega provimento.

(TSE, RESPE n.º 19.973, Ac. n.º 19.973, de 29.8.2002, Rel. Min. Fernando Neves)

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COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ELEITORAL

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Recurso especial. Rejeição de contas. Propositura de ação desconstitutiva. Análise dos fundamentos.Impossibilidade.

Recurso especial que se opõe à motivação do acórdão, indica ofensa ao art. 1º, I, g, da LeiComplementar n.º 64/90, e inobservância à Súmula 1 do Tribunal Superior Eleitoral, preenchendo requisitosnecessários à sua admissibilidade.

Proposta a ação judicial antes da impugnação ao registro da candidatura, com o fim de desconstituiro ato de rejeição das contas, não cabe à Justiça Eleitoral investigar se atacados ou não todos os fundamentos.

Agravo regimental a que se nega provimento.

(TSE, ARESPE n.º 19.300, Ac. n.º 19.300, de 19.6.2001, Rel. Min. Garcia Vieira)

8. FOLGAS DE FUNCIONÁRIOS À DISPOSIÇÃO DA JUSTIÇA ELEITORAL (Lei n.º 9.504/97, art. 98)

Mandado de Segurança. Prestação de serviços na eleição. Folgas em dobro. Direito subjetivo.Interpretação ampla da norma. Denegação.

Denega-se segurança por ausência de ilegalidade ou abuso de poder na decisão combatida, mormentequando a norma que confere o direito de folgas em dobro aos que prestam serviços eleitorais deva serinterpretada no sentido de amparar todos aqueles que estiveram à disposição da Justiça Eleitoral, seja emtreinamento ou em efetiva atividade.

(TRE-BA, MS n.º 806, Ac. n.º 806, de 12.12.2006, Rel.ª Juíza Cynthia Maria Pina Resende)

PROCESSO ADMINISTRATIVO. CONVOCAÇÃO. MESÁRIOS. MEMBROS DE JUNTA ELEITORAL.AUXILIARES. SERVIÇOS ELEITORAIS. PARTICIPAÇÃO. TREINAMENTO. PREPARAÇÃO DE LOCALDE VOTAÇÃO. CONCESSÃO. BENEFÍCIO. GOZO EM DOBRO. DIAS À DISPOSIÇÃO DA JUSTIÇAELEITORAL. OBSERVÂNCIA POR INSTITUIÇÕES PÚBLICAS E PRIVADAS.

Os integrantes de mesas receptoras, de juntas eleitorais e os auxiliares dos trabalhos eleitorais têmdireito ao gozo em dobro pelos dias trabalhados, nos termos do art. 98 da Lei no 9.504/97, o mesmo seaplicando aos que tenham atendido a convocações desta Justiça especializada para a realização dos atospreparatórios do processo eleitoral, como nas hipóteses de treinamentos e de preparação ou montagem delocais de votação.

Orientação a ser observada por quaisquer instituições públicas ou privadas.

(TSE, PA n.º 19.498, Res. n.º 22.424, de 26.9.2006, Rel. Min. Cesar Asfor Rocha)

MANDADO DE SEGURANÇA PREVENTIVO. REFERENDO POPULAR. ELEITOR. FUNCIONÁRIODO BANCO DO BRASIL. CONVOCAÇÃO. FOLGAS. ART. 98, LEI N.º 9.504/97. PRINCÍPIO DARAZOABILIDADE. SEGURANÇA CONCEDIDA.

1. Não se mostra razoável a concessão de folgas ao eleitor convocado pelo dia em que ele se deslocouaté o edifício do fórum para buscar os materiais a serem utilizados na votação, quando não residir em localdistante da sede da respectiva zona eleitoral.

2. Segurança concedida.

(TRE-ES, MS n.º 138, Ac. n.º 138, de 19.4.2006, Rel. Juiz Fábio Clem de Oliveira)

Mandado de segurança. Declaração de juiz eleitoral que reconheceu o direito de funcionário de entidadeprivada ser dispensado pelo dobro de dias trabalhados à Justiça Eleitoral. Atividades de treinamento emontagem dos locais de votação. Pedido de liminar indeferido.

Existência de ato passível de enfrentamento pela via do mandamus.

Ausência de violação legal ou abuso de poder. Inteligência do artigo 98 da Lei nº 9.504/97. Realizaçãode atividades em prol do serviço público em dia sem expediente no local de trabalho. Contemplado o requisitolegal para a concessão da folga em dobro.

Ordem denegada.

(TRE-RS, MS n.º 37.2005, Ac. n.º 37.2005, de 20.2.2006, Rel. Juiz Almir Porto da Rocha Filho)

Mandado de Segurança. Determinação para que o impetrante apresentasse em Juízo a planilha defolgas de funcionária que esteve à disposição da Justiça Eleitoral. Art. 98 da Lei n.º 9.504/97.

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Concessão de liminar.

Não compete ao Juízo Eleitoral conceder o que já vem expresso em Lei. O descumprimento daqueledispositivo legal por parte do empregador deverá ser pleiteado perante a Justiça do Trabalho pelo prejudicado.À Justiça Eleitoral compete tão somente a requisição e a declaração da efetiva prestação de serviços.

Concessão da ordem.

(TRE-MG, MS n.º 3382002, Ac. n.º 1.216, de 13.8.2002, Rel. Juiz Marcelo Guimarães Rodrigues)

9. FECHAMENTO DE RÁDIO CLANDESTINA

DIREITO DE RESPOSTA - PROPAGANDA IRREGULAR - RÁDIO SEM AUTORIZAÇÃO DEFUNCIONAMENTO - FECHAMENTO.

Não cabe à Justiça Eleitoral o fechamento de rádio, por ausência de dispositivo legal. Trata-se dematéria de natureza criminal.

Recurso provido parcialmente. Restrição da suspensão da emissora a 24 horas. Imposição da multaao apresentador do programa e não à rádio.

(TRE-PR, RE n.º 3.161, Ac. 3.161, de 23.9.2004, Rel. Juiz Joeci Machado Camargo)

Propaganda eleitoral irregular. Rádios clandestinas.

Pedido para que sejam conferidos poderes aos juízes eleitorais para fechamento de emissoras derádio que desenvolvam clandestinamente atividades de telecomunicação, em prejuízo da legitimidade dopleito municipal de 2000.

Conduta tipificada como crime de ação penal pública incondicionada (Lei n.º 9.472, de 16.7.97,arts. 183 a 185).

Incompetência da Justiça Eleitoral. Indeferimento.

(TSE, PET n.º 939, Res. n.º 20.801, de 10.5.2001, Rel. Min. Garcia Vieira)

10. TOMADA DE CONTAS ESPECIAL

RECURSO ESPECIAL. PRINCÍPIO DA FUNGIBILIDADE. RECEBIDO COMO ORDINÁRIO.REGISTRO DE CANDIDATURA. ELEIÇÃO 2006. IMPUGNAÇÃO. CANDIDATO. DEPUTADO DISTRITAL.REJEIÇÃO DE CONTAS. TC/DF. TOMADA DE CONTA ESPECIAL. AUSÊNCIA DE LICITAÇÃO. ART. 1º,I, G, DA LC Nº 64/90. INDEFERIMENTO DO REGISTRO. RECURSO DESPROVIDO.

- Não compete à Justiça Eleitoral analisar ser ou não caso de dispensa de licitação. Esses fundamentosforam apreciados pela Corte de Contas, a qual, por entender haver violação à Lei nº 8.666/93, decidiu pelarejeição das contas.

- Não interposto recurso da decisão, a alegação de que o Tribunal de Contas pode vir a modificar seuentendimento, porque não apreciadas, ainda as contas anuais, não altera o quadro.

Recurso Especial conhecido como Ordinário e a que se nega provimento.

(TSE, RESPE n.º 26.729, Ac. n.º 26.729, 20.9.2006, Rel. Min. Gerardo Grossi)

CONSULTA. COEP/DG. DUPLA PENALIDADE AO PARTIDO NOS PROCESSOS DE TOMADA DECONTAS ESPECIAL. INEXISTÊNCIA. COMPETÊNCIA DA UNIDADE DE CONTAS ELEITORAIS EPARTIDÁRIAS (COEP/DG) PARA A INSTAURAÇÃO DOS PROCESSOS.

Não ocorre dupla penalidade ao partido quando se realiza a Tomada de Contas Especial, porque talprocedimento visa à apuração da responsabilidade da pessoa física causadora do fato irregular, e não daagremiação.

A competência para a instauração dos processos de Tomada de Contas Especial deve ser atribuídaà unidade de Contas Eleitorais e Partidárias (COEP/DG).

(TSE, PA n.º 19.011, Res. n.º 21.555, de 4.11.2003, Rel.ª Min.ª Ellen Gracie Northfleet)

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PROCESSO ADMINISTRATIVO. RECURSOS PÚBLICOS. PARTIDOS POLÍTICOS. FUNDOPARTIDÁRIO. TOMADA DE CONTAS ESPECIAL. COMPETÊNCIA DO TSE. PT DO B. RECURSOS DOFUNDO PARTIDÁRIO REPASSADOS EM 1996. APLICAÇÃO DO ART. 8º DA LEI N.º 8.443/92.

I. A Justiça Eleitoral é competente para instaurar tomada de contas especial em relação a partidospolíticos que tiverem suas contas consideradas desaprovadas ou não prestadas pelo Plenário desta Corte.

II. Como já proclamou o Supremo Tribunal Federal, em voto do Ministro Carlos Velloso, “a regra,repito, é que toda entidade ou pessoa que receba dinheiro público, mesmo sob a forma de subvenção, estásujeita à prestação de contas” (MS n.º 21.636-1/RJ).

III. A TCE será regulamentada em resolução que discipline a prestação de contas dos partidos políticose do fundo especial de assistência financeira aos partidos políticos - Fundo Partidário.

(TSE, PA n.º 18.593, Res. n.º 20.982, de 14.2.2002, Rel. Min. Sálvio de Figueiredo)

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CONDUTAS VEDADAS A AGENTES PÚBLICOS

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1. CARACTERIZAÇÃO

AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO JUDICIAL ELEITORAL. QUALIFICAÇÃO JURÍDICA DOS FATOSRECONHECIDOS PELO TRIBUNAL A QUO. A só contratação de pessoal em período proibido nãocaracteriza a conduta vedada pelo 73, V, d, da Lei nº 9.504, de 1997; é preciso que o tribunal a quo identifiqueo propósito de obter o voto do eleitor.

(TSE, RESPE n.º 25.866, de 25.3.2008, Rel. Min. Ari Pargendler)

ELEIÇÕES MUNICIPAIS 2004. RECURSO. AÇÃO DE IMPUGNAÇÃO DE MANDATO ELETIVO.PRELIMINAR DE FERIMENTO AO PRINCÍPIO DISPOSITIVO. REJEIÇÃO. CAPTAÇÃO ILÍCITA:REQUISITOS. CONDUTA VEDADA: REQUISITOS. INEXISTÊNCIA. ABUSO DO PODER ECONÔMICO,POLÍTICO E DE AUTORIDADE. INOCORRÊNCIA. PROGRAMA SOCIAL E SUA REGULARIDADE.CONSTRUÇÃO DE AÇUDE. ANO ANTERIOR AO PLEITO ELEITORAL. VERBAS FEDERAIS.REGULARIDADE ADMINISTRATIVA. RECURSO NÃO PROVIDO.

1) Não fere o princípio dispositivo peça recursal que faz menção ao que fora decidido em primeirograu e pede sua reforma, com base nos argumentos que os Recorrentes querem ver prevalecentes.

2) Nos expressos termos do REspe n.º 21.327, Rel. Min. Ellen Grace Northfleet, DJU de 31/08/2006:“O TSE entende que, para a caracterização da captação de sufrágio, é indispensável a prova de participaçãodireta ou indireta dos representados, permitindo-se até que o seja na forma de explícita anuência da condutaobjeto da investigação, não bastando, para a configuração, o proveito eleitoral que com os fatos tenhamauferido, ou a presunção de que desses tivessem ciência. A ausência de prova de participação dos candidatosna conduta investigada afasta a aplicação do art. 41-A da Lei n.º 9.504/97”.

3) O Tribunal Superior Eleitoral, em julgados recentes proferidos no ano de 2006, reafirmou essaorientação, fixando que para a configuração da captação ilícita de sufrágio faz-se necessário que a entregaou oferecimento de benesses estejam atrelados ao expresso pedido de votos, e que sobre isso exista provacabal, demonstração irrefutável (Precedentes: Ag. n.º 6.832/SC, Rel Min. Humberto Gomes de Barros,DJU de 24/03/2006; REspe n.º 25.579/RO, Rel. Min. Humberto Gomes de Barros, DJU de 1º/08/2006;AgRgAg n.º 6.734/PA, Rel Min. Caputo Bastos, DJU 1º/08/2006, e AgRgREspe n.º 25.920/PA, Rel Min.Caputo Bastos, DJU de 07/08/2006).

4) Com relação às condutas vedadas, é imprescindível que estejam provados todos os elementosdescritos na hipótese de incidência do ilícito eleitoral para a imputação das severas sanções de cassaçãode registro ou de diploma, como também se faz necessária a efetiva e comprovada doação de bens eserviços de caráter social (AG n.º 5.817, Rel. Min. Caputo Bastos, DJU de 16/09/2005, p. 172).

5) Não constitui conduta vedada a distribuição de benesses autorizada em lei e já em execuçãoorçamentária no exercício anterior à eleição (art. 73, § 10, da Lei n.º 9.504/97).

6) In casu, não ocorreu abuso do poder econômico, político ou de autoridade.

7) A construção de açude, precedida dos regulares procedimentos administrativos e decretada emano anterior ao pleito eleitoral, não constitui ilícito.

8) O acervo probatório dos autos não se mostrou idôneo e suficiente para a caracterização da captaçãoilícita de sufrágio e da prática de conduta vedada.

9) Recurso conhecido e não provido.

(TRE/CE, RAIME n.º 11.073, Ac. n.º 11.073, de 10.4.2007, Rel. Juiz Tarcisio Brilhante de Holanda)

ELEIÇÕES 2004. Recurso. Agravo. Regimental. Conduta vedada. Remessa de propaganda eleitoralpela Câmara de Vereadores. Art. 73, II, da Lei nº 9.504/97. Argüição de falsidade do instrumento de mandato.Falta de capacidade processual. Ausência de prequestionamento. Ilegitimidade da autora da representação.Disputa de pleito diverso. Inocorrência. Julgamento extra petita. Inexistência. Princípio do livre convencimento.Ressarcimento do valor da postagem. Irrelevância. Princípio da proporcionalidade. Matéria não

CONDUTAS VEDADAS A AGENTES PÚBLICOS(Arts. 73 a 77, da Lei n.º 9.504/97)

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prequestionada. Sustentação oral. Não cabimento. Execução. Possibilidade. Publicação do acórdão. Agravoregimental a que se nega provimento.

1. A argüição de falsidade de documento preclui, se não deduzida no prazo do art. 390 do Código deProcesso Civil.

2. É parte legítima para propor representação fundada na Lei nº 9.504/97, a coligação que participade eleição majoritária, ainda que a representação se refira a pleito proporcional.

3. Decisão que obedece ao princípio do livre convencimento fundamentado não caracteriza julgamentoextra petita.

4.É irrelevante o ressarcimento das despesas, para descaracterização das condutas vedadas peloart. 73 da Lei nº 9.504/97.

5. A aplicação do princípio da proporcionalidade, perante eventual irrelevância do ato, exigeprequestionamento para cognição de recurso especial.

6. É inadmissível sustentação oral no julgamento de agravo regimental.

(TSE, ARESPE n.º 25.770, Ac. n.º 25.770, de 6.3.2007, Rel. Min. Antonio Cezar Peluso)

AGRAVO REGIMENTAL. Recurso Especial. Eleições 2004. Propaganda vedada. Demonstração.Ausência. Fundamentos não afastados.

A caracterização do ilícito descrito pelo art. 73, VI, b, da Lei n.º 9.504/97, impõe ao autor darepresentação o ônus da prova de autorização da propaganda e seu custeio pelo Erário.

(TSE, ARESPE n.º 25.085, Ac. n.º 25.085, de 14.2.2006, Rel. Min. Gomes de Barros)

Recurso Especial. Representação. Conduta vedada. Caracterização. Incidência do § 5º do art. 73 daLei n.º 9.504/97.

Para a caracterização de violação ao art. 73 da Lei n.º 9.504/97, não se cogita de potencialidade parainfluir no resultado do pleito. A só prática da conduta vedada estabelece presunção objetiva da desigualdade.Leva à cassação do registro ou do diploma. Pode ser executada imediatamente.

Recurso Especial conhecido e provido.

(TSE, RESPE n.º 24.862, Ac. n.º 24.862, de 9.6.2005, Rel. Min. Luiz Carlos Madeira)

Agravo Regimental. Recurso Ordinário. Representação eleitoral. Condutas vedadas. Lei n.º 9.504/97,art. 73.

As condutas vedadas (Lei das Eleições, art. 73) constituem-se em espécie do gênero abuso deautoridade. Afastado este, considerados os mesmos fatos, resultam afastadas aquelas.

O fato considerado como conduta vedada (Lei das Eleições, art. 73) pode ser apreciado como abusodo poder de autoridade para gerar a inelegibilidade do art. 22 da Lei Complementar n.º 64/90.

O abuso do poder de autoridade é condenável por afetar a legitimidade e normalidade dos pleitos e,também, por violar o princípio da isonomia entre os concorrentes, amplamente assegurado na Constituiçãoda República.

Agravo Regimental desprovido. Decisão mantida.

(TSE, ARO n.º 718, Ac. n.º 718, de 24.5.2005, Rel. Min. Luiz Carlos Madeira)

Recurso Eleitoral. Investigação Judicial Eleitoral. Conduta Vedada. Não comprovação. Fragilidadeda prova. Não há que se falar em prática da conduta vedada (Lei 9.504/97, art. 73), quando a prova coligidanos autos se apresenta frágil. Inexistindo, nos autos, elementos de convicção suficientes e incontestes, afundamentar condenação, impõe-se o afastamento de tal ônus. Precedentes.

(TRE-CE, RIJE n.º 11.009, Ac. n.º 11.009, de 4.5.2005, Rel. Juiz José Walker Almeida Cabral)

RECURSO ESPECIAL. PROPAGANDA INSTITUCIONAL. PERÍODO VEDADO. AFRONTA A LEI EDISSÍDIO. CONFIGURAÇÃO. INCONSTITUCIONALIDADE. AFASTADA. APLICAÇÃO DE MULTA ECASSAÇÃO DO REGISTRO DE CANDIDATURA. RECURSO PROVIDO.

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I. A penalidade de cassação de registro ou de diploma prevista no § 5º do art. 73 da Lei n.º 9.504/97não constitui hipótese de inelegibilidade. Precedente.

(...)

III. Como também assentado na jurisprudência do TSE, tem-se como configurado o ilícito previsto noart. 73 da Lei das Eleições independentemente da demonstração da potencialidade do ato influir no resultadodo pleito e da comprovação do prévio conhecimento do beneficiário ou da intimação para a retirada dapublicidade (REspe n.ºs 21.151/PR, DJ de 27.6.2003; 21.167/ES, DJ de 12.9.2003; 21.152/PA, DJ de1º.8.2003, todos da relatoria do Ministro Fernando Neves) (...)

(TSE, RESPE n.º 24.739, Ac. n.º 24.739, de 28.10.2004, Rel. Min. Peçanha Martins)

Eleição 2004. Recurso Especial. Representação. Conduta vedada (art. 73, IV e VI, b, da Lei n.º 9.504/97).Não configurada. Cassação do registro. Impossibilidade.

Propaganda divulgada no horário eleitoral gratuito não se confunde com propaganda institucional.Esta supõe o dispêndio de recursos públicos, autorizados por agentes (art. 73, § 1º, da Lei n.º 9.504/97).

As condutas vedadas julgam-se objetivamente. Vale dizer, comprovada a prática do ato, incide apenalidade.

As normas são rígidas. Pouco importa se o ato tem potencialidade para afetar o resultado do pleito.Em outras palavras, as chamadas condutas vedadas presumem comprometida a igualdade na competição,pela só comprovação da prática do ato. Exige-se, em conseqüência, a prévia descrição do tipo. A condutadeve corresponder ao tipo definido previamente.

A falta de correspondência entre o ato e a hipótese descrita em lei poderá configurar uso indevido dopoder de autoridade, que é vedado; não “conduta vedada”, nos termos da Lei das Eleições.

Recursos Especiais conhecidos, mas desprovidos.

(TSE, RESPE n.º 24.795, Ac. n.º 24.795, de 26.10.2004, Rel. Min. Luiz Carlos Madeira)

RECURSO EM FACE DE SENTENÇA QUE CONDENOU O RECORRENTE AO PAGAMENTO DEMULTA PELO COMETIMENTO DE CONDUTA VEDADA (PROPAGANDA INSTITUCIONAL).

(...)

2 - Para aplicação das penalidades por prática de conduta vedada, imprescindível a prova de suaautoria, não sendo possível a mera presunção.

(TRE-CE, RE n.º 12.893, Ac. n.º 12.893, de 25.10.2004, Rel. Juiz Jorge Aloísio Pires)

Representação. Inauguração de ginásio no município de Irauçuba com a presença de algumasbandeiras do candidato não enseja violação às normas da Lei das Eleições. Prática de conduta vedada nãocaracterizada, já que ausente a veiculação de propostas de ações políticas com o induzimento de pedido devotos, tampouco comprovação de que o candidato tenha se beneficiado no resultado das eleições em razãodesse ato.

(TRE-CE, REP n.º 11.294, Ac. n.º 11.294, de 4.8.2004, Rel. Juiz Jorge Aloísio Pires)

Eleitoral. Agravo regimental em agravo de instrumento. Eleição municipal de 2000. Reconhecimentode abuso do poder político. Recurso prejudicado com relação à declaração de inelegibilidade. Cominaçãode multa prevista no art. 73, § 4º, da Lei n.º 9.504/97. Impossibilidade. Ausência de comprovação deresponsabilidade do prefeito.

(...)

2. Para a imposição de multa ao agente público por prática de conduta vedada pelo art. 73 daLei n.º 9.504/97, exige-se a comprovação de sua responsabilidade.

3. Agravo regimental a que se nega provimento.

(TSE, AAG n.º 3.710, Ac. n.º 3.710, de 23.3.2004, Rel. Min. Carlos Velloso)

Embargos de declaração - Contradição - Inexistência.

(...)

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3. Para configuração da conduta vedada pelo art. 73 da Lei das Eleições, não há necessidade de seperquirir sobre a existência ou não da possibilidade de desequilíbrio do pleito, o que é exigido no caso deabuso de poder.

4. As condutas vedadas no art. 73 da Lei n.º 9.504/97 podem vir a caracterizar, ainda, o abuso dopoder político, a ser apurado na forma do art. 22 da Lei Complementar n.º 64/90, devendo ser levadas emconta as circunstâncias, como o número de vezes e o modo em que praticadas e a quantidade de eleitoresatingidos, para se verificar se os fatos têm potencialidade para repercutir no resultado da eleição.

5. O uso da máquina administrativa, não em benefício da população, mas em prol de determinadacandidatura, reveste-se de patente ilegalidade, caracterizando abuso do poder político, na medida em quecompromete a legitimidade e normalidade da eleição.

6. Embargos rejeitados.

(TSE, ERESPE n.º 21.167, Ac. n.º 21.167, de 21.8.2003, Rel. Min. Fernando Neves)

2. REPRESENTAÇÃO OU INVESTIGAÇÃO JUDICIAL - PRAZO PARA AJUIZAMENTO

1. Recurso. Especial. Ação de investigação judicial eleitoral. Condenação pela prática de condutavedada. Art. 73 da Lei Eleitoral. Prazo para ajuizamento até as eleições. Falta de interesse de agir.Reconhecimento. Precedentes. O prazo para ajuizamento de ação de investigação judicial eleitoral, comfundamento no art. 73 da Lei nº 9.504/97, vai até a data das eleições. 2. Ação de investigação judicialeleitoral. Abuso de poder. Eleições 2004. Inelegibilidade. Prazo. Três anos. Perda do objeto. Precedentes.Recurso provido. Ultrapassado o período de três anos da realização do pleito, opera-se a perda de objeto daação de investigação judicial eleitoral na parte em que decreta a inelegibilidade.

(TSE, ARESPE n.º 28.469, de 25.3.2008, Rel. Min. Cezar Peluso)

RECURSO ESPECIAL ELEITORAL. ELEIÇÕES 2004. REPRESENTAÇÃO FUNDAMENTADA NOSARTS. 41-A E 73 DA LEI Nº 9.504/97. PRAZO PARA O AJUIZAMENTO. TERMO FINAL. ATÉ A DATA DAELEIÇÃO. PARA APURAÇÃO DE CONDUTA VEDADA. ATÉ A DIPLOMAÇÃO. PARA APURAÇÃO DECAPTAÇÃO ILÍCITA DE SUFRÁGIO. PROVIMENTO PARCIAL.

1. As representações fundadas no art. 41-A da Lei nº 9.504/97 podem ser ajuizadas até a data dadiplomação. Precedentes: Ag nº 6.893/MG, Rel. Min. Gerardo Grossi, DJ de 6.3.2007; REspe nº 25.258/SP,Rel. Min. Caputo Bastos, DJ de 21.11.2006: “Admitindo-se a possibilidade de ajuizamento de recurso contraexpedição de diploma, com base na captação ilícita de sufrágio, é de entender-se, então, cabível arepresentação fundada no art. 41-A da Lei nº 9.504/97, mesmo após as eleições e até a data da diplomação.”

2. No tocante às representações baseadas no art. 73 da Lei das Eleições, o TSE, resolvendo questãode ordem no REspe nº 25.935/SC, fixou entendimento de que tal ação pode ser proposta até a data daseleições. Após esse dia, o representante carece de interesse processual. Conforme definido na questão deordem, tal medida se justifica “para evitar o inconveniente grave de perpetuar a disputa política dos tribunaise, de certo modo, evitar comportamento que dificilmente se pode considerar inteiramente legítimo”(REspe nº 25.935/SC, desta relatoria, DJ de 25.8.2006).

3. No caso em exame, a representação fundamenta-se nos arts. 41-A e 73 da Lei nº 9.504/97 e foiajuizada em 13.10.2004, data entre o pleito e a diplomação dos candidatos eleitos.

4. Em face da diversidade de tratamento jurídico-normativo estabelecido pelo TSE para asrepresentações fundadas nos arts. 41-A e 73 da Lei nº 9.504/97, constata-se que o aresto regional mereceser parcialmente reformado, para manter a intempestividade da representação no tocante às condutasvedadas e determinar seu conhecimento no que se refere à apuração de captação ilícita de sufrágio.

5. Recurso especial parcialmente provido para determinar o retorno dos autos ao Tribunal a quo paraque conheça da representação quanto à suposta captação ilícita de sufrágio e a julgue como entender dedireito.

(TSE, RESPE n.º 28.039, de 18.12.2007, Rel. Min. José Augusto Delgado)

REPRESENTAÇÃO POR CONDUTA VEDADA. ART. 73, I, DA LEI N.º 9.504/97. AFORAMENTOAPÓS AS ELEIÇÕES. AUSÊNCIA DE INTERESSE DE AGIR. NÃO CONHECIMENTO.

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1. A Representação por descumprimento ao art. 73 da Lei das Eleições perde a razão de ser quandoaviada somente após o prélio eleitoral, ainda que pouco tempo depois. Precedentes.

2. Representação não conhecida.

(TRE-CE, RCV n.º 11.005, Ac. n.º 11.005, de 9.10.2007, Rel. Des.ª Gizela Nunes da Costa)

AGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. ELEIÇÕES 2004. REPRESENTAÇÃO.CONDUTA VEDADA. A REPRESENTAÇÃO POR OFENSA AO ARTIGO 73 DA LEI Nº 9.504/97 É DE SERAJUIZADA ATÉ A DATA DAS ELEIÇÕES. REDISCUSSÃO DAS RAZÕES DO ESPECIAL. REEXAME DEPROVA. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULAS 7/STJ E 279/STF. DESPROVIMENTO DO AGRAVO.

1. Agravo que pretende rediscutir matéria já regularmente decidida.

2. O TSE – no julgamento do Respe nº 25.935/SC, rel. para acórdão Min. Cezar Peluso – assentouque a representação fundada no art. 73 da Lei nº 9.504/97 é de ser ajuizada até a data das eleições, sobpena de não ser conhecida por falta de interesse de agir. Entendimento, esse, aplicável ao caso presente,mesmo em se tratando de fatos pertinentes às Eleições 2004. Precedentes.

3. A Corte Regional, analisando as provas colacionadas aos autos, entendeu que as condutas vedadasbeneficiaram os agravantes e, por conseqüência, tiveram a potencialidade de influenciar o resultado dopleito. Razão pela qual aplicou cumulativamente as sanções de multa e cassação. Entendimento diverso doadotado no acórdão recorrido demandaria o reexame do acervo fático-probatório dos autos, providênciainviável em sede de recurso especial eleitoral.

4. Quanto à execução do julgado, aguarde-se a publicação do acórdão.

5. Agravo regimental a que se nega provimento.

(TSE, AAG n.º 7.375, Ac. n.º 7.375, de 10.5.2007, Rel. Min. Carlos Augusto Ayres de Freitas Britto)

AGRAVO REGIMENTAL. REPRESENTAÇÃO. PROPAGANDA ELEITORAL. AUSÊNCIA DEINTERESSE PROCESSUAL.

1. Este Superior Eleitoral – no julgamento do Respe nº 25.935/SC, rel. para acórdão Min. CezarPeluso – assentou que a representação fundada no art. 73 da Lei nº 9.504/97 é de ser ajuizada até a datadas eleições, sob pena de não ser conhecida por falta de interesse de agir. Se se afasta o conhecimento dasrepresentações manejadas após as eleições e que tratam de condutas vedadas – que podem desaguar emcassação do registro ou do diploma -, com maior razão não se deve conhecer das representações fundadasno § 8º do art. 39 da Lei Eleitoral, quando intentadas após as eleições, porque, aqui, a procedência dopedido acarreta – no máximo – a aplicação de multa.

2. Precedentes.

3. Agravo regimental a que se nega provimento.

(TSE, ARP n.º 1.356, Ac. n.º 1.356, de 1.3.2007, Rel. Min. Carlos Augusto Ayres de Freitas Britto)

Embargos de declaração. Agravo regimental. Recurso especial. Representação. Art. 73 daLei nº 9.504/97. Ajuizamento. Eleições. Posterioridade. Interesse de agir. Perda. Alegação. Ofensa. Princípiosda Separação dos Poderes e da Legalidade. Arts. 2º e 5º, II, da Constituição Federal. Não-configuração.Pretensão. Rediscussão. Causa. Descabimento.

1. O entendimento firmado por esta Corte quanto à questão alusiva à perda do interesse de agir ou processual nas

representações fundadas em condutas vedadas não implica ofensa aos princípios da separação dos poderes e da

legalidade insculpidos nos arts. 2º e 5º, II, da Constituição Federal, porquanto este Tribunal apenas reconhece a

ausência de uma das condições da ação, dado o ajuizamento extemporâneo do feito, após as eleições.

2. Os embargos declaratórios não se prestam para promover novo julgamento da causa.

Embargos rejeitados.

(TSE, EARESPE n.º 25.905, Ac. n.º 25.905, de 8.2.2007, Rel. Min. Caputo Bastos)

RECURSO ELEITORAL. CONDUTAS VEDADAS. PROGRAMA DE RÁDIO. GOVERNADOR EDEPUTADO. MANIFESTAÇÃO DE APOIO. ABUSO DE PODER. REPRESENTAÇÃO. PRAZO 48 HORAS.

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EXTINÇÃO SEM JULGAMENTO DE MÉRITO. RECURSO. TRE. APRECIAÇÃO DE MÉRITO.POSSIBILIDADE. EFEITO TRANSLATIVO. INTEMPESTIVIDADE. NÃO CARACTERIZAÇÃO. CONDUTAVEDADA. NÃO INCIDÊNCIA. RECURSO CONHECIDO PORÉM IMPROVIDO.

1 – Tratando-se de representação por conduta vedada, o prazo de 48 h para ajuizar representação éinaplicável, restringindo-se apenas às representações por propaganda irregular, conforme previsão doart. 96, § 5º, da Lei n.º 9.504/97.

2 – Nos casos de extinção do processo sem julgamento do mérito (art. 267), o tribunal poderá julgara lide, não por força do efeito devolutivo, que exige comportamento ativo do recorrente (princípio dispositivo),mas em virtude do efeito translativo do recurso.

3 – A propaganda através da participação de apoiadores – inclusive administradores públicos –na propaganda de rádio não apresenta qualquer irregularidade.

4 – Precedentes desta Corte.5 – Recurso conhecido, porém improvido.

(TRE-CE, RE n.º 12.911, Ac. n.º 12.911, de 21.2.2005, Rel. Juiz Celso Albuquerque Macedo)

3. RITO

NÃO-CONFIGURAÇÃO. OMISSÃO. INEXISTÊNCIA. IMPOSSIBILIDADE DE REEXAME DOSUBSTRATO FÁTICO-PROBATÓRIO. SÚMULAS Nº 7/STJ E Nº 279/STF. APROVEITAMENTOELEITORAL DA CONDUTA. ART. 73, IV, DA LEI Nº 9.504/97. CONFIGURAÇÃO. SUPRESSÃO DEINSTÂNCIA. AUSÊNCIA DE MANIFESTAÇÃO E DE PREJUÍZO. ARTS. 245 E 249, § 1º, DO CPC. DISSÍDIOJURISPRUDENCIAL. RCED. APURAÇÃO DE CONDUTA VEDADA. PROCEDIMENTO DO ART. 96 DALEI Nº 9.504/97. AUSÊNCIA DE MANIFESTAÇÃO E DE PREJUÍZO. ADOÇÃO DO RITO DO ART. 258 DOCÓDIGO ELEITORAL. ART. 219 DO CÓDIGO ELEITORAL. INVESTIGAÇÃO JUDICIAL ELEITORAL.ABUSO DE PODER ECONÔMICO, POLÍTICO E DE AUTORIDADE. UTILIZAÇÃO INDEVIDA DA MÁQUINAADMINISTRATIVA. CAPTAÇÃO ILÍCITA DE SUFRÁGIO. CONDUTA VEDADA AOS AGENTES PÚBLICOS.PROCEDIMENTO SIMILAR AO ADOTADO NO RCED Nº 608, REL. MIN. BARROS MONTEIRO, DJ DE24.9.2004. NÃO-PROVIMENTO.

1. A ausência de juntada da correspondente peça original do recurso especial eleitoral não configuraa intempestividade de que trata o art. 2º da Lei nº 9.800/99, tendo em vista o TSE possuir regulamentaçãoprópria para o processo eleitoral, consubstanciada na Res.-TSE nº 21.711/2004. (Questão de Ordem noAgRg no Ag nº 5.222/SP, Rel. Min. Marco Aurélio de Mello, DJ de 12.8.2005).

2. Incidência, in casu, do princípio do livre convencimento motivado do magistrado, cuja conclusãoem sentido contrário, ensejaria o reexame de fatos e de provas, vedado nesta instância especial a teor dasSúmulas nº 7/STJ e nº 279/STF.

3. A irresignação sobre a qualificação jurídica dada ao fato de que a gratuidade do ingresso para afinal do campeonato municipal de futebol não configura distribuição de bens e serviços de caráter social,custeados pelo poder público, somente foi argüida em sede de recurso especial eleitoral, olvidando osrecorrentes em suscitá-la nos embargos de declaração, opostos às fls. 816-824. Incidência, no caso, doEnunciado nº 356 da Súmula do Supremo Tribunal Federal: “o ponto omisso da decisão, sobre o qual nãoforam opostos embargos declaratorios, não pode ser objeto de recurso extraordinario, por faltar o requisitodo prequestionamento.”

4. Da análise probatória, correto o acórdão regional ao entender configurado o aproveitamento eleitoralda conduta, concluindo pela sua subsunção ao art. 73, IV, da Lei nº 9.504/97.

5. Quanto à alegação de supressão de instância, tendo em vista a apuração de conduta vedada(art. 73, IV, da Lei nº 9.504/97) em sede de recurso contra expedição de diploma, verifica-se que os orarecorrentes, na oportunidade da primeira manifestação nos autos, nada argüiram em consideração ao tema,tampouco apontaram o prejuízo daí resultante. Incidência, in casu, dos arts. 245 e 249, § 1º, do Código deProcesso Civil.

6. O dissídio jurisprudencial (AgRg no Respe nº 21.521/RN, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJ de 3.2.2006)reputa necessária a observância do rito procedimental previsto no art. 96 da Lei nº 9.504/97 para a apuraçãodas condutas vedadas pelo art. 73 da citada lei. Todavia, no caso sub examine inexistiu prejuízo para os orarecorrentes, pois, conforme se infere do despacho de recebimento do recurso contra expedição de diploma(fl. 2 do Anexo 1), adotou-se o procedimento previsto no art. 258 do Código Eleitoral, mais benéfico para a

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defesa do que aquele disposto no art. 96 da Lei nº 9.504/97, haja vista a concessão de prazo mais dilatadopara recurso.

7. Os ora recorrentes não argüiram a impropriedade do procedimento adotado, tampouco apontaramo prejuízo dele decorrente. No caso concreto, tem prevalência o preceito segundo o qual não se declaranulidade sem a efetiva demonstração do prejuízo sofrido pela parte, conforme determina o art. 219 doCódigo Eleitoral.

8. O recurso contra expedição de diploma em apreço consubstancia substrato fático extraído de trêsações de investigação judicial eleitoral, imputando aos ora recorrentes o suposto abuso de poder econômico,político e de autoridade, utilização indevida da máquina administrativa, captação ilícita de sufrágio e práticade conduta vedada aos agentes públicos. Correto o procedimento adotado conforme se depreende do votodo Min. Carlos Eduardo Caputo Bastos no RCEd nº 608, de relatoria do Min. Barros Monteiro, DJ de 24.9.2004:“não se valendo a parte interessada, ou o Ministério Público, do uso do instrumento legal adequado(representação, de que trata o art. 96 da Lei nº 9.504/97), o fato ou a conduta tida por ilícita só poderá serobjeto de enquadramento e capitulação legal no recurso contra expedição de diploma ou na investigaçãojudicial, na modalidade de abuso do poder político ou de autoridade, na forma do referido inciso IV do art.262, c.c. o art. 237 do Código Eleitoral e art. 22 da Lei Complementar no 64/90.”

9. Não houve o julgamento extra petita que cogitam os ora recorrentes, haja vista no RCEd requerer-se a cassação dos diplomas dos recorridos, pedido que se mostra condizente não só com os fatos noticiados,mas também com o instrumento manejado.

10. Recurso especial eleitoral a que se nega provimento.

(TSE, RESPE n.º 28.158, Ac. n.º 28.158, de 19.6.2007, Rel. José Augusto Delgado)

Embargos de declaração. Agravo de instrumento. Agravo regimental. Ação de investigação judicialeleitoral. Conduta vedada. Arts. 73 e 96 da Lei nº 9.504/97. Rito. Recurso. Prazo. Intempestividade. Dissídio.Não-configuração.

1. Reconhecida a intempestividade do recurso, não há como se examinar as razões nele deduzidas.

2. O prazo recursal previsto no art. 96, § 8º, da Lei nº 9.504/97 não sofre alteração pelo fato de arepresentação ter sido processada pelo rito instituído no art. 22 da Lei Complementar nº 64/90.

3. Os embargos declaratórios não se prestam para o rejulgamento da causa, senão para afastar dojulgado dúvida, contradição ou omissão.

Embargos de declaração rejeitados.

(TSE, AG n.º 7292, Ac. n.º 7292, de 6.3.2007, Rel. Min. Caputo Bastos)

RECURSO ELEITORAL. LEI 9.504/97. PRÁTICA DE CONDUTA VEDADA. RITO SUMÁRIO.DILAÇÃO PROBATÓRIA. OITIVA DE TESTEMUNHA. INDEFERIMENTO. CERCEAMENTO DE DEFESA.AUSÊNCIA. CONJUNTO PROBATÓRIO SUFICIENTE.

PARENTESCO. AUSÊNCIA DE PROVAS. CONDENAÇÃO POR PRESUNÇÃO. IMPOSSIBILIDADE.

1. A representação por descumprimento da Lei 9.504/97 segue o rito sumário estabelecido peloartigo 96 da mesma lei. O indeferimento de oitiva de testemunhas não afeta o contraditório e a ampladefesa, eis que todas as provas deverão ser trazidas na primeira oportunidade.

2. A alegação de parentesco entre os envolvidos não prova, por si só, a culpabilidade de todos.Necessário conhecimento prévio do ilícito para responsabilização.

3. Recurso Eleitoral conhecido e improvido.

(TRE-CE, RE n.º 13.071, Ac. n.º 13.071, de 9.1.2006, Rel. Juiz Augustino Lima Chaves)

EMBARGOS DECLARATÓRIOS – OMISSÃO.

Uma vez constatada omissão, impõe-se o acolhimento dos embargos declaratórios.

RECURSO ESPECIAL – PREQUESTIONAMENTO.

O tema versado nas razões do especial há de ter sido objeto de debate e decisão prévios, ficando comisso viabilizado o cotejo indispensável a que se diga enquadrado o recurso no permissivo que lhe é próprio.

REPRESENTAÇÃO – USO DA MÁQUINA – ARTIGO 77 DA LEI N.º 9.504/97 – FITA DE VÍDEO –DEGRAVAÇÃO.

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Tratando-se de fita de vídeo, e não apenas de áudio, dispensável é a degravação, sendo suficiente ajuntada ao processo, ficando viabilizado o acesso ao respectivo conteúdo.

REPRESENTAÇÃO – USO DA MÁQUINA – ARTIGO 77 DA LEI N.º 9.504/97 – RITO.

O rito a ser observado, no caso de representação a envolver o artigo 77 da Lei n.º 9.504/97, é o doartigo 96 da citada lei, descabendo considerar o disposto na Lei Complementar n.º 64/90.

DOCUMENTOS – JUNTADA AO PROCESSO.

Uma vez aberta oportunidade à parte contrária de manifestar-se relativamente a documentos anexadosao processo, descabe cogitar de maltrato ao princípio do contraditório.

PRESTAÇÃO JURIDISCIONAL – AUSÊNCIA DE ENTREGA VERSUS DECISÃO CONTRÁRIA AINTERESSES.

Descabe confundir decisão contrária aos interesses em jogo com ausência de entrega da prestaçãojurisdicional.

(TSE, ERESPE n.º 24.877, Ac. n.º 24.877, de 1º.9.2005, Rel. Min. Marco Aurélio)

RECURSO ELEITORAL. REPRESENTAÇÃO. DISTRIBUIÇÃO DE MATERIAL DE CONSTRUÇÃO.CONDUTAS VEDADAS. ART. 73 LEI 9.504/97. PROVA PRÉ-CONSTITUÍDA. CONTESTAÇÃO.CONFIRMAÇÃO DA DELAÇÃO. DILAÇÃO PROBATÓRIA. DESNECESSIDADE. CERCEAMENTO DEDEFESA. INEXISTÊNCIA. PROCEDÊNCIA DA REPRESENTAÇÃO. SENTENÇA MANTIDA. RECURSOIMPROVIDO.

1. Em exegese ao disposto no art. 96 da Lei 9.504/97, bem como no art. 5º e ss da Resolução TSEn.º 21.575/03, infere-se que o Magistrado não está adstrito à abertura de dilação probatória, quando asrepresentações relatarem fatos, se fazendo acompanhar de provas, indícios e circunstâncias, inclusive comparecer Ministerial (...).

(TRE-CE, RE n.º 12.898, Ac. n.º 12.898, de 6.12.2004, Rel. Juiz Celso Albuquerque Macedo)

RECURSO ESPECIAL. PROPAGANDA INSTITUCIONAL. PERÍODO VEDADO. AFRONTA A LEI EDISSÍDIO. CONFIGURAÇÃO. INCONSTITUCIONALIDADE. AFASTADA. APLICAÇÃO DE MULTA ECASSAÇÃO DO REGISTRO DE CANDIDATURA. RECURSO PROVIDO.

(...)

Igualmente, é certo que a representação fundada em violação ao art. 73 da Lei n.º 9.504/97 segue orito previsto no art. 96 do mesmo diploma legal (Respe n.º 20.353/RS, rel. Min. Barros Monteiro, DJ de8.8.2003, Ag n.ºs 3.363/SP, rel. Min. Carlos Velloso, DJ de 15.8.2003, 3.037/SP, rel. Min. Luiz Carlos Madeira,DJ de 16.8.2002, Res.-TSE n.º 21.166/SP, rel. Min. Sálvio de Figueiredo, DJ de 6.9.2002).Não ocorrer daí afronta ao art. 5º, LV, da CF, em face de o rito adotado ser aquele expressamente previstoem lei.

(TSE, RESPE n.º 24.739, Ac. n.º 24.739, de 28.10.2004, Rel. Min. Peçanha Martins)

1 – Representação por conduta vedada (art. 73, IV, da Lei n.º 9.504/97) visando à aplicação de multaaos responsáveis pela cessão, para uso promocional, de bem pertencente ao Serviço Social da Indústria(SESI), além de cassação dos diplomas dos candidatos beneficiados (§§ 4º e 5º do art. 73 da Lei n.º 9.504/97).

(...)

4 – Representação. Ação sujeita a rito sumário. Cognição secundum eventum probationis, que nãopermite fase de dilação probatória. Inexistência de prova pré-constituída a respeito da participação e dobenefício auferido pelos candidatos com o uso indevido do bem.

5 – Representação rejeitada “in totum”.

(TRE-CE, REP n.º 11.296, Ac. n.º 11.296, de 24.11.2003, Rel. Juiz Roberto Machado)

Agravo regimental. Provimento. Recurso especial. Art. 73, IV, da Lei n.º 9.504/97.(...)

- Ainda que adotado o rito previsto no art. 22 da LC n.º 64/90, não está o Regional impedido de aplicara cassação do diploma estabelecida no art. 73, § 5º, da Lei n.º 9.504/97. Precedentes. Também não há falarque isso importe em prejuízo à defesa. (...)

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Recurso especial de que não se conhece.

(TSE, ARESPE n.º 20.353, Ac. n.º 20.353, de 17.6.2003, Rel. Min. Barros Monteiro)

Recurso especial. Representação com base nos arts. 41-A e 73 da Lei n.º 9.504/97.

(...) Havendo representação por violação aos arts. 41-A e 73 da Lei n.º 9.504/97, o processo poderáobedecer ao rito do art. 22 da LC n.º 64/90. Não-ocorrência de prejuízo. Código Eleitoral, art. 219. (...)

(TSE, RESPE n.º 21.120, Ac. n.º 21.120, de 17.6.2003, Rel. Min. Luiz Carlos Madeira)

(...) Descrita na representação conduta vedada a agente público (art. 73 da Lei n.º 9.504/97), deve serobservado o rito do art. 96 da Lei n.º 9.504/97.

Agravo regimental improvido.

(TSE, AAG n.º 3.363, Ac. n.º 3.363, de 10.6.2003, Rel. Min. Carlos Velloso)

4. CESSÃO DE BENS MÓVEIS OU IMÓVEIS PERTENCENTES À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (art. 73, I)

REPRESENTAÇÃO ELEITORAL. TEMPESTIVIDADE. ELEIÇÕES DE 2006. AJUIZAMENTO ANTESDA ELEIÇÃO. CONDUTA VEDADA A AGENTE PÚBLICO. UTILIZAÇÃO DE TRANSPORTE DE ALUNOSPARA DESLOCAMENTO DE ELEITORES. SUSPENSÃO DE AULAS MOTIVADAS POR REALIZAÇÃODE COMÍCIO. DEVER DE GESTÃO DO BEM PÚBLICO. DEVER DE PRESTAR CONTAS. BENEFÍCIODO CANDIDATO. PROCEDÊNCIA DA REPRESENTAÇÃO.

1. “A representação por descumprimento de norma do art. 73 da Lei 9.504/97 deve ser proposta atéa data da realização da eleição a que se refira, sob pena de carência por falta de interesse processual dorepresentante que tenha tido, antes disso, conhecimento do fato” (RESPE 25.935 de 20.6.2006).

2. “São proibidas aos agentes públicos, servidores ou não, as seguintes condutas tendentes a afetara igualdade de oportunidades entre candidatos nos pleitos eleitorais: I - ceder ou usar, em benefício decandidato, partido político ou coligação, bens móveis ou imóveis pertencentes à administração direta ouindireta da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios, ressalvada a realizaçãode convenção partidária; (...)” (Art. 73, I, da Lei 9.504/97).

(TRE-CE, RCV n.º 11.007, Ac. n.º 11.007, de 11.9.2007, Rel. Juiz Danilo Fontenelle Sampaio Cunha)

Recurso Eleitoral. Representação. Condutas vedadas aos agentes públicos em campanhas eleitorais.Art. 73, inciso I, da Lei n.º 9.504/97. Comprovação. Improvimento.

1. Não merece acolhida a preliminar de inobservância ao disposto no art. 96, § 1º, da Lei n.º 9.504/97,quando a representação vem instruída com declarações, material fotográfico e indicação de testemunhas.

2. Evidenciada a prática da conduta vedada estampada no art. 73, inciso I, da Lei das Eleições, háque ser mantida a decisão de 1ª instância que cassou registro de candidato, bem como condenou aopagamento de multa.

3. Recursos improvidos.

(TRE-CE, RE n.º 12.751, Ac. n.º 12.751, de 23.10.2006, Rel. Des. Romulo Moreira de Deus)

Representação. Conduta vedada. Art. 73, inciso I, da Lei n.º 9.504/97.

- Recurso tempestivo, pois encerrado o plantão da Justiça Eleitoral com a proclamação dos eleitos.Cartório Eleitoral retomou o seu horário de atendimento normal.

- O transporte escolar por meio de veículo particular contratado pelo município, constitui serviçopúblico. Desvinculado do serviço, o veículo poderá livremente ser utilizado por seu proprietário, retomandosua característica de domínio privado.

- Não configurada a prática de conduta vedada, pois ausentes os seus pressupostos legais. Recursoconhecido, mas não provido.

(TRE-CE, RRCV n.º 11.002, Ac. n.º 11.002, de 3.2.2005, Rel.ª Juíza Maria Nailde Pinheiro Nogueira)

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RECURSO ELEITORAL – INVESTIGAÇÃO JUDICIAL – CONDUTA VEDADA E ABUSO DO PODERPOLÍTICO – AUSÊNCIA – TIPICIDADE – DESPROVIMENTO.

1. A mera presença de candidato e de gestor público municipal que o apoia, em ambiente público,mesmo que em ato de propaganda eleitoral, supostamente irregular, não caracteriza a conduta vedada soba modalidade de cessão ou uso de bem público ou abuso do poder político, principalmente quando o agentepúblico não tem ingerência quanto ao bem em realce, não pertencente ao domínio do Município.

2. Recurso desprovido.

(TRE-CE, RE n.º 12.855, Ac. n.º 12.855, de 18.11.2004, Rel. Juiz Antônio Abelardo Benevides Moraes)

REPRESENTAÇÃO ELEITORAL. CONDUTA VEDADA. USO DE BEM PÚBLICO.CARACTERIZAÇÃO.

- Utilização de prédio de escola municipal por Prefeito, durante a campanha eleitoral, fazendo apologiade candidatos por ele apoiados.

- Prova robusta, não contrariada.

- Infringência ao disposto no art. 73, I da “Lei das Eleições” – Representação procedente.

(TRE-CE, REP n.º 11.286, Ac. n.º 11.286, de 29.10.2003, Rel. Juiz Antônio Abelardo Benevides Moraes)

Recurso especial. Representação com base nos arts. 41-A e 73 da Lei n.º 9.504/97.

(...) A vedação a que se refere o inciso I do art. 73 da Lei n.º 9.504/97 não diz, apenas, com as coisasmóveis ou imóveis, como veículos, casas e repartições públicas.

A interdição está relacionada ao uso e à cessão de todos os bens patrimoniais indisponíveis oudisponíveis – bens do patrimônio administrativo – os quais, “pelo estabelecimento da dominialidade pública”,estão submetidos à relação de administração – direta e indireta, da União, estados, Distrito Federal, territóriose municípios.

Para evitar a desigualdade, veda-se a cessão e o uso dos bens do patrimônio público, cuja finalidadede utilização, por sua natureza, é dada pela impessoalidade.

Recurso conhecido como ordinário a que se nega provimento.

Medida Cautelar n.º 1.264 prejudicada.

(TSE, RESPE n.º 21.120, Ac. n.º 21.120, de 17.6.2003, Rel. Min. Luiz Carlos Madeira)

Representação. Mensagem eletrônica com conteúdo eleitoral. Veiculação. Intranet de Prefeitura.Conduta vedada. Art. 73, I, da Lei n.º 9.504/97. Caracterização.

1. Hipótese em que a Corte Regional entendeu caracterizada a conduta vedada a que se refere oart. 73, I, da Lei das Eleições, por uso de bem público em benefício de candidato, imputando a responsabilidadeao recorrente. Reexame de matéria fática. Impossibilidade.

2. Para a configuração das hipóteses enumeradas no citado art. 73 não se exige a potencialidade daconduta, mas a mera prática dos atos proibidos.

3. Não obstante, a conduta apurada pode vir a ser considerada abuso do poder de autoridade, apurávelpor meio de investigação judicial prevista no art. 22 da Lei Complementar n.º 64/90, quando então haverá deser verificada a potencialidade de os fatos influenciarem o pleito.

4. Não há que se falar em violação do sigilo de correspondência, com ofensa ao art. 5º, XII, daConstituição da República, quando a mensagem eletrônica veiculada não tem caráter sigiloso, caracterizandoverdadeira carta circular.

Recurso especial não conhecido.

(TSE, RESPE n.º 21.151, Ac. n.º 21.151, de 27.3.2003, Rel. Min. Fernando Neves)

Conduta vedada – Art. 73, I, da Lei n.º 9.504/97 – Uso de veículo – Polícia Militar – Caráter eventual– Conduta atípica. Cassação de registro – Representação – Art. 96 da Lei n.º 9.504/97 – Possibilidade.

1. A melhor interpretação do inciso I do art. 73 da Lei n.º 9.504/97 é aquela no sentido de que acessão ou o uso de bens públicos móveis e imóveis em benefício de candidato ou partido ocorra de formaevidente e intencional.

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2. A aplicação da penalidade de cassação de registro de candidatura pode decorrer de violação aoart. 73 da Lei n.º 9.504/97, apurada mediante representação prevista no art. 96 da mesma lei.

(TSE, RESPE n.º 18.900, Ac. n.º 18.900, de 10.5.2001, Rel. Min. Fernando Neves)

5. USO DE MATERIAIS OU SERVIÇOS, CUSTEADOS PELOS GOVERNOS OU CASAS LEGISLATIVAS(art. 73, II)

1 – Recurso eleitoral. Representação eleitoral julgada procedente. Prática de conduta vedada imputadaa agentes públicos e à candidata beneficiada. Art. 73, I e II, da Lei 9.504/97. Aplicação de multa e cassaçãode registro.

2 – Comprovada nos autos a utilização de equipamentos e servidores da administração municipalpara beneficiar candidata. Impressão de propaganda eleitoral.

3 – Há de se punir o Secretário de Educação Municipal. Necessária responsabilidade com a respública.

4 – Comprovação do benefício direto da candidata a cargo de vereador, com a impressão dapropaganda.

5 – Exclusão do servidor público que entendeu autorizado a praticar a conduta pelo SecretárioMunicipal.

6 – Impossibilidade de cassação do registro da candidata recorrente tendo em vista a sua não eleição.

7 – Recursos conhecidos. Improvidos os recursos interpostos por ANTÔNIO MARCYELIO FONTELESVITAL e MARIA MIRTES DE SOUZA PONTE. Provido o recurso interposto por ANTÔNIO EUDES DE LIMAFILHO.

(TRE-CE, RE n.º 12.958, Ac. n.º 12.958, de 27.6.2005, Rel.ª Juíza Maria Nailde Pinheiro Nogueira)

AGRAVO DE INSTRUMENTO. PROVIMENTO. RECURSO ESPECIAL. RECEBIDO COMOORDINÁRIO. ELEIÇÃO ESTADUAL. CONDUTA VEDADA. ART. 73, I, II e III, DA LEI N.º 9.504/97.DESPROVIDO.

A vedação do uso de bem público, em benefício de candidato, não abrange bem público de usocomum.

Para a ocorrência de violação ao art. 73, II, da Lei n.º 9.504/97, é necessário que o serviço sejacusteado pelo erário, o que não restou caracterizado.

O uso de serviço de servidores públicos na campanha eleitoral não se confunde com a prestação desegurança à autoridade que se candidata à reeleição.

Recurso conhecido e desprovido.

(TSE, AG n.º 4.246, Ac. n.º 4.246, de 24.5.2005, Rel. Min. Luiz Carlos Madeira)

RECURSO ELEITORAL. CANDIDATO A PREFEITO (REELEIÇÃO). PEDIDO DE CASSAÇÃO DOREGISTRO ASSINADO POR CANDIDATO A VEREADOR. INGRESSO DE ADVOGADO. RATIFICAÇÃODO CONTEÚDO DA INICIAL. CONSTRUÇÃO DE AÇUDES. CESSÃO DE BENS E SERVIÇOS PÚBLICOS.CONDENAÇÃO NO JUÍZO MONOCRÁTICO NAS PENAS DE MULTA E CASSAÇÃO DO REGISTROCOM FULCRO NO ARTIGO 41-A, DA LEI N.º 9.504/97. CAPTAÇÃO DE SUFRÁGIOS – INEXISTÊNCIADE PROVA CONCLUSIVA. CONDUTAS VEDADAS – ARTIGO 73, II, DA LEI N.º 9.504/97. COMPROVAÇÃO.CANDIDATO BENEFICIADO COM VOTOS OU BENESSES – PARÁGRAFO 5º DO ARTIGO 73 DA LEIN.º 9.504/97 – INEXISTÊNCIA DE PROVA CONCLUSIVA. INCABÍVEL A CONDENAÇÃO NA PENA DECASSAÇÃO DO REGISTRO OU DIPLOMA. RECURSO PROVIDO, EM PARTE.

(...)

3 - Para a configuração da conduta vedada pelo art. 41-A da Lei n.º 9.504/97, devem estar evidenciadosos elementos objetivos e subjetivos do tipo, inclusive a efetiva participação do candidato, mesmo queindiretamente, nos fatos ilegais, com expresso pedido de votos. No caso concreto, não está evidenciada acessão dos benefícios em troca de voto.

4 – A cessão ou uso de bens e serviços pertencentes à Administração Pública, diante da inexistênciade prova conclusiva, de que houve benefício para o candidato, enquadra-se na conduta vedada prevista noart. 73, inciso II, da Lei n.º 9.504/97, sujeitando o beneficiário apenas à pena de multa, prevista no § 4º, doart. 73, e jamais na pena de cassação prevista no § 5º do mesmo diploma legal.

(TRE-CE, RE n.º 12.951, Ac. n.º 12.951, de 27.12.2004, Rel.ª Juíza Maria Nailde Pinheiro Nogueira)

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1. Representação. Conduta vedada. Art. 73, incisos II e IV, da Lei n.º 9504/97.

2. O transporte escolar por meio de veículo particular contratado pelo Município e pago com recursosdo FUNDEF constitui serviço público. Deixa de sê-lo quando, desvinculado do serviço, o veículo retoma suacaracterística de domínio privado, podendo livremente ser utilizado por seu proprietário.

3. Inexistência de prova cabal a respeito da prática de condutas vedadas. Improcedência darepresentação.

(TRE-CE, REP n.º 11.299, Ac. n.º 11.299, de 1º.3.2004, Rel. Juiz Roberto Machado)

Recurso especial recebido como recurso ordinário. Propaganda eleitoral. Parlamentar. Utilização deserviços. Assembléia Legislativa. Abuso de autoridade. Declaração de inelegibilidade.

1. Configura abuso de autoridade a utilização, por parlamentar, para fins de campanha eleitoral, decorrespondência postada, ainda que nos limites da quota autorizada por ato da Assembléia Legislativa, mascujo conteúdo extrapola o exercício das prerrogativas parlamentares.

(...)

Recurso parcialmente provido.

(TSE, RESPE n.º 16.067, Ac. n.º 16.067, de 25.4.2000, Rel. Min. Maurício Corrêa)

6. CESSÃO DE SERVIDOR PÚBLICO PARA COMITÊS DE CAMPANHA ELEITORAL (art. 73, III)

RECURSO ELEITORAL. REPRESENTAÇÃO. CONDUTA VEDADA. CESSÃO DE SERVIDORESDURANTE O HORÁRIO NORMAL DE EXPEDIENTE. RITO SUMÁRIO (ART. 96 DA LEI N.º 9504/97).NÃO-CONFIGURAÇÃO. RESSALVA DO ART. 73, III, DA LEI N.º 9504/97. IMPROVIMENTO DO RECURSO.MANUTENÇÃO DA SENTENÇA RECORRIDA.

1) A conduta vedada, consistente na cessão de servidores durante o horário normal do expedientepara a campanha eleitoral de candidato, somente ficará configurada se não houver a ressalva do art. 73, III,da Lei n.º 9504/97.

2) Falta de comprovação do envolvimento do recorrido na conduta.

3) Recurso improvido.

(TRE-CE, RRCV n.º 11.006, Ac. n.º 11.006, de 13.7.2005, Rel. Juiz José Filomeno de Moraes Filho)

AGRAVO DE INSTRUMENTO. PROVIMENTO. RECURSO ESPECIAL. RECEBIDO COMOORDINÁRIO. ELEIÇÃO ESTADUAL. CONDUTA VEDADA. ART. 73, I, II e III, DA LEI N.º 9.504/97.DESPROVIDO.

A vedação do uso de bem público, em benefício de candidato, não abrange bem público de usocomum.

Para a ocorrência de violação ao art. 73, II, da Lei n.º 9.504/97, é necessário que o serviço sejacusteado pelo erário, o que não restou caracterizado.

O uso de serviço de servidores públicos na campanha eleitoral não se confunde com a prestação desegurança à autoridade que se candidata à reeleição.

Recurso conhecido e desprovido.

(TSE, AG n.º 4.246, Ac. n.º 4.246, de 24.5.2005, Rel. Min. Luiz Carlos Madeira)

REPRESENTAÇÃO. CESSÃO DE SERVIDORES. PROPAGANDA ELEITORAL. NÃOCOMPROVAÇÃO. PRESIDENTE DA COMISSÃO DE LICITAÇÃO. CINCO REUNIÕES MENSAIS.LICITUDE DA CONDUTA.

1. Presidente da Comissão Permanente de Licitação não tem expediente fixo de trabalho, exercendosuas funções somente quando da ocorrência de reuniões da Comissão a qual preside.

2. Não há vedação à participação de servidores públicos na campanha eleitoral, desde que se restrinjaao período fora do horário normal de expediente.

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3. Sem demonstração da existência de conduta vedada, a sanção indicada na inicial não há como seracolhida, diante da necessidade da prova robusta, contundente e incontroversa.(TRE-CE, RRCV n.º 11.003, Ac. n.º 11.003, de 4.3.2005, Rel. Juiz Celso Albuquerque Macedo)

1 – Prefeita Municipal não reeleita. Utilização de servidores para realização de campanha no horáriodo expediente. Conduta vedada. Caracterização. Art. 73, III da Lei 9504/97.

2 – Inaplicabilidade da pena prevista no art. 22, XIV da Lei Complementar n.º 64/90.

3 – Recurso parcialmente provido. Sentença confirmada no que diz respeito à pena de multa.

(TRE-CE, RRCV n.º 11.004, Ac. n.º 11.004, de 3.2.2005, Rel. Juiz Danilo Fontenele Sampaio Cunha)

REPRESENTAÇÃO. CESSÃO DE SERVIDORES. ART. 73, III, DA LEI N.º 9.504/97. NÃOCARACTERIZAÇÃO. PROVA TESTEMUNHAL INCONSISTENTE. IMPROCEDÊNCIA.

1. O que o art. 73, III, da Lei n.º 9.504/97 proíbe é a cessão de servidores, ou o uso de seus serviços,para comitês de campanha eleitoral, durante o horário laborativo.

2. A participação facultativa de professores de escola pública em reunião para pedir votos paracandidatos, não caracteriza a conduta vedada prevista no art. 73, III, da Lei n.º 9.504/97.

3. As Reclamações e Representações devem relatar fatos, indicando provas, indícios e circunstâncias.Não se admite Reclamações infundadas, sem um mínimo de prova e sem narração precisa de fatos queconstituam infração eleitoral (In Lei das Eleições, Olivar Canegllian, Juruá, 2004, 2ª ed., p. 388).

4. Representação que se julga improcedente.

5. Decisão unânime.

(TRE-CE, RP n.º 11.298, Ac. n.º 11.298, de 28.6.2004, Rel. Juiz Celso Albuquerque Macedo)

7. DISTRIBUIÇÃO GRATUITA DE BENS E SERVIÇOS DE CARÁTER SOCIAL CUSTEADOS OUSUBVENCIONADOS PELO PODER PÚBLICO (art. 73, IV)

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. RECURSO ESPECIAL ELEITORAL. INEXISTÊNCIA DE ERROMATERIAL. ART. 73, IV, DA LEI Nº 9.504/97. DOIS NÚCLEOS DE INCIDÊNCIA. DISTRIBUIÇÃO DEBENS E SERVIÇOS. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO SOBRE O SEGUNDO. OBSCURIDADE.OMISSÃO. INEXISTÊNCIA. NÃO-PROVIMENTO.

1. A conduta vedada pelo art. 73, IV, da Lei nº 9.504/97, possui dois núcleos distintos de incidência:distribuição gratuita de bens públicos e distribuição gratuita de serviços de caráter social.

2. In casu, a conduta foi tipificada pelo TRE/BA apenas em relação a bem público, razão pela qual oaresto ora embargado considerou não prequestionado o tema “distribuição de serviços de caráter social”.

3. Não há obscuridade ou omissão sobre a alegada supressão de instância. O tema foi enfrentado aose afastar a existência de prejuízo, seja pela aceitação tácita do procedimento e do juízo natural que seestabeleceram, seja pela adoção de rito mais benéfico para a defesa.

4. Não há omissão quanto à falta de interesse de agir, suscitada com fundamento na impossibilidadede se apreciar a prática de conduta vedada em sede de recurso contra expedição de diploma.

5. O acórdão embargado apenas decidiu a lide de forma contrária à pretensão deduzida, ao considerarpossível a utilização de recurso contra expedição de diploma para apreciar a prática de conduta vedada,tendo em vista a imputação de suposto abuso de poder econômico, político e de autoridade, de utilizaçãoindevida da máquina administrativa e de captação ilícita de sufrágio, além da mencionada conduta vedadaaos agentes públicos. Procedimento similar ao adotado no RCEd nº 608, Rel. Min. Barros Monteiro, DJ de24.9.2004.

6. O acusado defende-se dos fatos narrados na inicial e não de sua capitulação jurídica.

7. Embargos de declaração não-providos.

(TSE, ERESPE n.º 28.158, de 20.9.2007, Rel. Min. José Delgado)

ELEIÇÕES MUNICIPAIS 2004. RECURSO ELEITORAL. AÇÃO DE IMPUGNAÇÃO DE MANDATOELETIVO. CAPTAÇÃO ILÍCITA DE SUFRÁGIO. NÃO COMPROVAÇÃO. CONDUTA VEDADA. NÃOCARACTERIZAÇÃO. ABUSO DE PODER ECONÔMICO E POLÍTICO. NÃO CONFIGURAÇÃO. RECURSONÃO PROVIDO.

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1 – Nos expressos termos do Respe n.º 21.327, Rel. Min. Ellen Grace Northfleet, DJU de 31/08/2006:“O TSE entende que, para a caracterização da captação de sufrágio, é indispensável a prova de participaçãodireta ou indireta dos representados, permitindo-se até que o seja na forma de explícita anuência da condutaobjeto da investigação, não bastando, para a configuração, o proveito eleitoral que com os fatos tenhamauferido, ou a presunção de que desses tivessem ciência. A ausência de prova de participação dos candidatosna conduta investigada afasta a aplicação do art. 41-A da Lei n.º 9.504/97”.

2 – O Tribunal Superior Eleitoral, em julgados recentes proferidos no ano de 2006, reafirmou essaorientação, fixando que para a configuração da captação ilícita de sufrágio faz-se necessário que a entregaou oferecimento de benesses estejam atrelados ao expresso pedido de votos, e que sobre isso exista provacabal, demonstração irrefutável (Precedentes: Ag. N.º 6.832/SC, Rel Min. Humberto Gomes de Barros, DJUde 24/03/2006; Respe n.º 25.579/RO, Rel. Min. Humberto Gomes de Barros, DJU de 1º/08/2006;AgRgAg n.º 6.734/PA, Rel Min. Caputo Bastos, DJU 1º/08/2006 e AgRgREspe n.º 25.920/PA, Rel Min.Caputo Bastos, DJU de 07/08/2006).

3 – Com relação às condutas vedadas, é imprescindível que estejam provados todos os elementosdescritos na hipótese de incidência do ilícito eleitoral para a imputação das severas sanções de cassaçãode registro ou de diploma, como também se faz necessária a efetiva e comprovada doação de bens eserviços de caráter social (AG n.° 5.817, Rel. Min. Caputo Bastos, DJU de 16/09/2005).

4 – “Na ação constitucional de impugnação, a Justiça Eleitoral analisará se os fatos apontadosconfiguram abuso de poder, corrupção ou fraude e se possuem potencialidade para influir no resultado daseleições” (RO n.º 728. Rel. Min. Luiz Carlos Madeira. DJU 05.12.2003).

5 – “A jurisprudência do Tribunal Superior Eleitoral já fixou as premissas para configuração do abusodo poder, quais sejam: a prova da prática da conduta abusiva (juízo de certeza); a distorção da manifestaçãopopular (juízo de probabilidade); e o reflexo dessa distorção no resultado das eleições (juízo de probabilidade).É necessária, pois, a comprovação cabal da prática da conduta abusiva, por meio de prova robusta eincontroversa dos fatos. Comprovada a ocorrência da conduta abusiva, impõe-se verificar a demonstraçãode que as práticas irregulares teriam capacidade ou potencial para influenciar o eleitorado, o que tornariailegítimo o resultado do pleito” (RAIME n° 11.052. Rel. Juiz Celso Macedo. TRE-CE. DJE 05.07.2006).

6 – O acervo probatório dos autos não se mostrou idôneo e suficiente para a caracterização dacaptação ilícita de sufrágio, de prática de conduta vedada, nem tampouco de abuso de poder econômico epolítico.

7 – Recurso conhecido e improvido.

(TRE-CE, RAIME n.º 11.063, Ac. n.º 11.063, de 27.2.2007, Rel. Juiz Tarcisio Brilhante de Holanda)

RECURSO ELEITORAL – INVESTIGAÇÃO JUDICIAL ELEITORAL – CONDUTA VEDADA – PROVA– AUSÊNCIA – MÉDICO – EXERCÍCIO REGULAR DA PROFISSÃO – PROVIMENTO – REFORMA DODECISUM.

1 – Para se comprovar o abuso de poder político e de autoridade, previstos na Lei Complementar n.º64/90, bem como a prática de conduta vedada prescrita na Lei n.º 9.504/97, faz-se necessário que asprovas sejam robusta e inconteste, o que nos presentes autos não foram demonstradas.

2 – A utilização de bens públicos e o serviço de médico, quando do exercício regular da profissão,apesar de ter sido a transferência irregular, não enseja a infringência das condutas vedadas previstas noart. 73, incisos I e IV, da Lei das Eleições.

3 – Reforma-se o decisum para isentar os recorrentes da penalidade ora aplicada pelo Magistrado a quo.

4 – Recurso provido.

(TRE-CE, RIJE n.º 11.001, Ac. n.º 11.001, de 24.10.2005, Rel.ª Juíza Maria Nailde Pinheiro Nogueira)

Recurso Especial. Conduta vedada (art. 73, IV, da Lei n.º 9.504/97). Não-caracterizada. Reexame.Impossibilidade. Verbetes n.ºs 279 e 7 das Súmulas do STF e STJ, respectivamente. Divergênciajurisprudencial que não se evidencia.

Para a configuração do inc. IV do art. 73 da Lei n.º 9.504/97, a conduta deve corresponder ao tipodefinido previamente. O elemento é fazer ou permitir uso promocional de distribuição gratuita de bens eserviços para o candidato, quer dizer, é necessário que se utilize o programa social – bens ou serviços –para dele fazer promoção.

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Agravo Regimental conhecido, mas desprovido.

(TSE, ARESPE n.º 25.130, Ac. n.º 25.130, de 18.8.2005, Rel. Min. Luiz Carlos Madeira)

Representação. Candidato a prefeito. Art. 73, IV, da Lei n.º 9.504/97. Programa habitacional. Doaçãode lotes. Decisão regional. Condenação. Alegação. Julgamento ultra petita. Não-configuração. Cassação.Registro ou diploma. Alegação. Hipótese de inelegibilidade. Improcedência. Precedentes. Conduta vedada.Configuração. Necessidade. Comprovação. Elementos. Ilícito eleitoral.

1. A delimitação da demanda não ocorre em função da fundamentação jurídica dada pela parte nainicial, mas sim pelos fatos postos à apreciação do julgador, além do que compete a este a tarefa desubsunção desses fatos à norma.

2. Conforme já assentado por esse Tribunal, “os limites do pedido são demarcados pela ratio petendi

substancial, segundo os fatos imputados à parte” (Acórdãos n.ºs 3.066 e 3.363).

3. É pacífica a jurisprudência da Casa no sentido de que as sanções de cassação de registro decandidatura ou de diploma previstas em diversos dispositivos da Lei n.º 9.504/97 (arts. 41-A, 73, 74 e 77)não implica inelegibilidade.

4. Em relação à condenação fundada no art. 73, IV, da Lei n.º 9.504/97 aplica-se a regra do art. 257do Código Eleitoral, que estabelece que “os recursos eleitorais não terão efeito suspensivo”, resultando,portanto, a imediata execução da decisão.

5. Averiguada a necessidade de implementação das providências administrativas para adoção deprograma social, mostra-se óbvia a necessidade de rapidez por parte do administrador público, em face danatureza da situação e ponderando, ainda, o advento das restrições impostas pela lei eleitoral, com aproximidade do pleito, não se podendo, simplesmente, por meio dessa circunstância, se inferir o intentoeleitoral do candidato.

6. Um candidato em campanha normalmente é instado a se manifestar sobre determinado programaque implementou ou pretende implementar, sendo assim permitido que se manifeste sobre ele, não podendodaí concluir-se o indevido uso promocional a que se refere o art. 73, IV, da Lei n.º 9.504/97.

7. Com relação às condutas vedadas, é imprescindível que estejam provados todos os elementosdescritos na hipótese de incidência do ilícito eleitoral para a imputação das severas sanções de cassaçãode registro ou de diploma.

8. Para a configuração da infração ao art. 73, IV, da Lei n.º 9.504/97 faz-se necessária a efetivadistribuição de bens e serviços de caráter social.

Agravo de instrumento provido.

Recurso especial conhecido e provido.

Liminar deferida na Medida cautelar por ora mantida.

(TSE, AG n.º 5.817, Ac. n.º 5.817, de 16.8.2005, Rel. Min. Caputo Bastos)

Representação. Art. 73, IV, da Lei n.º 9.504/97. Participação. Prefeito. Candidato à reeleição. Campanhade vacinação. Conduta vedada. Não-subsunção do fato à norma legal. Precedentes. Reexame. Fatos eprovas. Impossibilidade.

1. A mera participação do Chefe do Poder Executivo Municipal em campanha de utilidade pública nãoconfigura a conduta vedada a que se refere o art. 73, IV, da Lei n.º 9.504/97. Há, in casu, ausência desubsunção do fato à norma legal. Precedente: Acórdão n.º 24.963.

2. A intervenção da Justiça Eleitoral há de se fazer com o devido cuidado no que concerne ao temadas condutas vedadas, a fim de não se impor, sem prudencial critério, severas restrições ao administradorpúblico no exercício de suas funções.

Agravo regimental a que se nega provimento.

(TSE, ARESPE n.º 24.989, Ac. n.º 24.989, de 31.5.2005, Rel. Min. Caputo Bastos)

Recurso Especial. Conduta vedada. Art. 73, IV, da Lei n.º 9.504/97. Não-enquadramento no tipo.Para a incidência do inciso IV do art. 73 da Lei das Eleições, supõe-se que o ato praticado se subsuma

na hipótese de “distribuição gratuita de bens e serviços de caráter social custeados ou subvencionados peloPoder Público”.

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As hipóteses de condutas vedadas são de legalidade estrita.

Recurso Especial conhecido e a que se dá provimento.

(TSE, RESPE n.º 24.864, Ac. n.º 24.864, de 14.12.2004, Rel. Min. Luiz Carlos Madeira)

RECURSO ELEITORAL. REPRESENTAÇÃO. DISTRIBUIÇÃO DE MATERIAL DE CONSTRUÇÃO.CONDUTAS VEDADAS. ART. 73 LEI 9.504/97. PROVA PRÉ-CONSTITUÍDA. CONTESTAÇÃO.CONFIRMAÇÃO DA DELAÇÃO. DILAÇÃO PROBATÓRIA. DESNECESSIDADE. CERCEAMENTO DEDEFESA. INEXISTÊNCIA. PROCEDÊNCIA DA REPRESENTAÇÃO. SENTENÇA MANTIDA. RECURSOIMPROVIDO.

1. Em exegese ao disposto no art. 96 da Lei 9.504/97, bem como no art. 5º e ss da Resolução TSEn.º 21.575/03, infere-se que o Magistrado não está adstrito à abertura de dilação probatória, quando asrepresentações relatarem fatos, se fazendo acompanhar de provas, indícios e circunstâncias, inclusive comparecer Ministerial.

2. A distribuição de bens e serviços de caráter social, custeados ou subvencionados pelo PoderPúblico, configura a prática da conduta vedada capitulada no art. 73, IV, da Lei das Eleições, ensejando acassação do registro de candidatura, sem prejuízo à aplicação de multa.

3. É insustentável, inclusive porque não comprovada, a afirmação de que a distribuição de materialde construção à comunidade, em período eleitoral e custeado pela Administração Pública, faz parte deprograma de Governo sem, no entanto, haver o conhecimento e a participação do Chefe do Poder ExecutivoMunicipal candidato à reeleição.

4. Recurso conhecido, porém negado provimento.

(TRE-CE, RE n.º 12.898, Ac. n.º 12.898, de 6.12.2004, Rel. Juiz Celso Albuquerque Macedo)

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO RECURSO ESPECIAL ELEITORAL PROCESSADO COMOORDINÁRIO.

1. Configurada a conduta vedada (art. 73 da Lei n.º 9.504/97), incide a sanção de multa prevista noseu § 4º. Além dela, nos casos que o § 5º indica, o candidato ficará sujeito à cassação do registro ou dodiploma. Não se exige fundamentação autônoma.

2. A Lei das Eleições veda “fazer ou permitir uso promocional em favor de candidato, partido políticoou coligação, de distribuição gratuita de bens e serviços de caráter social custeados ou subvencionadospelo Poder Público” (art. 73, IV). Não se exige a interrupção de programas nem se inibe a sua instituição.O que se interdita é a utilização em favor de candidato, partido político ou coligação.

3. As contradições a serem consideradas em embargos de declaração são as do próprio acórdão –contradição interna ou contradição nos próprios termos ou nas próprias proposições. Não se consideramcontradições a ensejar embargos de declaração as divergências que se estabelecem entre as correntesque se formam no julgamento.

4. Fita VHS. Degravação. Se o representante deixa de apresentar, juntamente com a fita, a degravação,não havendo impugnação do representado, pode a fita VHS ser reconhecida como prova válida.

5. Não se confundem validade da prova com o seu valor para o deslinde da causa. Se a prova não éinválida, considera-se o seu valor probante na decisão de mérito. No incidente de falsidade não caberiapronunciamento sobre o conteúdo da prova.

6. Se o Supremo Tribunal Federal concluiu o julgamento sobre o incidente de falsidade da prova, nãohá mais questionamento sobre a sua validade.

7. Nos embargos de declaração é inoportuno o enfrentamento de temas em relação aos quais não seimpunha manifestação no julgamento, especialmente quando não estejam diretamente ligados à omissãoou à contradição apontadas.

8. Os embargos de declaração não se prestam para introduzir novos temas, até então nãoconsiderados. As omissões que devem ser consideradas nos embargos de declaração dizem com osfundamentos deduzidos no recurso ou nas contra-razões ou sobre vícios de procedimento que se verificaremno próprio acórdão.

9. A contrariedade dos votos com a prova é tema para novo julgamento.

10. É despropositado pretender manifestação do Tribunal sobre preceitos constitucionais, lançadosde cambulhada, sem maiores explicitações pertinentes a omissões ou contradições.

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CONDUTAS VEDADAS A AGENTES PÚBLICOS

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11. A jurisprudência firme da Corte é no sentido de que o vice-governador está numa relação desubordinação em relação ao governador, sendo atingido pela decisão que cassa o registro ou o diplomapela prática de conduta vedada.

12. Compete ao Tribunal Superior Eleitoral determinar os termos da execução das suas decisões.

13. Nas eleições disputadas em segundo turno (CF, art. 77, § 3º; Lei n.º 9.504/97, art. 2º, § 1º),considera-se eleito aquele que obtiver a maioria dos votos válidos. Não-incidência, na situação posta, danorma do art. 224 do Código Eleitoral.

14. Cassado o diploma de governador de estado, eleito em segundo turno, pela prática de ato tipificadocomo conduta vedada, deve ser diplomado o candidato que obteve o segundo lugar.

Rejeitados os primeiros embargos. Recebidos os segundos.

(TSE, ERESPE n.º 21.320, Ac. n.º 21.320, de 9.11.2004, Rel. Min. Luiz Carlos Madeira)

AGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. ELEIÇÕES 2004. CASAMENTOCOMUNITÁRIO. CONDUTA VEDADA A AGENTE PÚBLICO (ART. 73, IV, DA LEI N.º 9.504/97).DESCARACTERIZAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE DE REEXAME DE PROVAS. DISSÍDIO JURISPRUDENCIALNÃO CONFIGURADO.

- A Lei Eleitoral não proíbe a prestação de serviço social custeado ou subvencionado pelo poderpúblico nos três meses que antecedem a eleição, mas sim o seu uso para fins promocionais de candidato,partido ou coligação.

- Inviável o reexame de provas nesta instância (Súmula-STF n.º 279).

- Para a configuração do dissídio jurisprudencial, necessário o cotejo analítico (Súmula-STF n.º 291).

Agravo regimental a que se nega provimento.

(TSE, AAG n.º 5.283, Ac. n.º 5.283, de 9.11.2004, Rel. Min. Carlos Velloso)

Inquérito policial. Apuração de possível prática de conduta vedada, prevista no art. 73, IV, da Lein.º 9504/97. Fazer ou permitir uso promocional em favor de candidato, partido político ou coligação, dedistribuição gratuita de bens e serviços de caráter social custeados ou subvencionados pelo Poder Público.Não configuração de crime, mas de conduta vedada, esta sujeita a pena de multa. Arquivamento.

(TRE-CE, IP n.º 11.108, Ac. n.º 11.108, de 12.3.2004, Rel. Juiz José Filomeno de Moraes Filho)

1 – Representação por conduta vedada (art. 73, IV, da Lei n.º 9.504/97) visando à aplicação de multaaos responsáveis pela cessão, para uso promocional, de bem pertencente ao Serviço Social da Indústria(SESI), além de cassação dos diplomas dos candidatos beneficiados (§§ 4º e 5º do art. 73 da Lei n.º 9.504/97).

2 – O Serviço Social da Indústria (SESI) não integra a administração indireta, embora se trate deentidade paraestatal subvencionada pelo Poder Público, de quem recebe o repasse, a cargo do INSS, decontribuição parafiscal, sujeitando-se a controle orçamentário pelo Tribunal de Contas da União. Seusempregados e dirigentes, conquanto equiparados a servidores públicos para fins criminais (art. 327, CPB)e de improbidade administrativa (Lei n.º 8.429/92), não se enquadram no conceito de “agentes públicos”para os restritos fins do art. 73 da Lei n.º 9.504/97, porque seu § 1º somente reputa como tais apenas osservidores de órgãos ou entidades integrantes da administração pública direta, indireta ou fundacional.Logo, sendo ou não responsáveis pela cessão de uso de bem pertencente ao SESI, para uso promocionalpor candidato, partido político ou coligação, seus dirigentes não estão sujeitos à sanção prevista no § 4º doart. 73 da Lei n.º 9.504/97, porque não são destinatários das vedações ali impostas.

3 – O inciso IV do art. 73 da Lei n.º 9.504/97 contém duas vedações: uma dirigida ao agente público,proibindo-o de fazer ou permitir o uso; outra, dirigida a candidato, partido político ou coligação, proibindo-osdo uso promocional de bens e serviços de caráter social custeados ou subvencionados pelo Poder Público.Ainda que a cessão do bem haja sido franqueada por quem não é alvo de proibição legal, remanesce avedação, passível de reprimenda, do uso promocional pelas pessoas legalmente indicadas.

4 – Representação. Ação sujeita a rito sumário. Cognição secundum eventum probationis, que nãopermite fase de dilação probatória. Inexistência de prova pré-constituída a respeito da participação e dobenefício auferido pelos candidatos com o uso indevido do bem.

5 – Representação rejeitada “in totum”.

(TRE-CE, REP n.º 11.296, Ac. n.º 11.296, de 24.11.2003, Rel. Juiz Roberto Machado)

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Agravo regimental. Provimento. Recurso especial. Art. 73, IV, da Lei n.º 9.504/97. Serviço de cunhosocial custeado pela Prefeitura Municipal, posto à disposição dos cidadãos. Ampla divulgação. Ocorrênciada prática vedada, a despeito de seu caráter meramente potencial. Responsabilidade dos candidatos, peladistribuição dos impressos, defluente da prova do cabal conhecimento dos fatos. Art. 22, XV, da LC n.º 64/90.A adoção do rito desse artigo não impede o TRE de aplicar a cassação do diploma, prevista no art. 73, § 5º,da Lei n.º 9.504/97, bem como não causa prejuízo à defesa. Art. 14, § 9º, da CF/88. Não implica novahipótese de inelegibilidade prever-se a pena de cassação do diploma no referido art. 73, § 5º, daLei n.º 9.504/97. Dissídio pretoriano. Não-ocorrência. Ausência do cotejo analítico. Aplicação da Súmulan.º 291/STF. Recurso não conhecido.

- A mera disposição, aos cidadãos, de serviço de cunho social custeado pela Prefeitura Municipal,por meio de ampla divulgação promovida em prol de candidatos a cargos eletivos, importa na violação doart. 73, IV, da Lei das Eleições.

- A responsabilidade dos candidatos pela distribuição dos impressos deflui da circunstância de quetinham cabal conhecimento dos fatos, tanto que acompanharam pessoalmente a distribuição daquele material.

- Ainda que adotado o rito previsto no art. 22 da LC n.º 64/90, não está o Regional impedido de aplicara cassação do diploma estabelecida no art. 73, § 5º, da Lei n.º 9.504/97. Precedentes. Também não há falarque isso importe em prejuízo à defesa.

- Não consiste em nova hipótese de inelegibilidade a previsão, no indigitado art. 73, § 5º, daLei n.º 9.504/97, da pena de cassação do diploma, que representou tão-somente o atendimento, pelolegislador, de um anseio da sociedade de ver diligentemente punidos os candidatos beneficiados pelascondutas ilícitas descritas nos incisos I a IV e VI desse artigo.

- Inviável o dissídio pretoriano alegado, à falta do indispensável cotejo analítico. Incidência do VerbeteSumular n.º 291/STF.

Recurso especial de que não se conhece.

(TSE, ARESPE n.º 20.353, Ac. n.º 20.353, de 17.6.2003, Rel. Min. Barros Monteiro)

RECURSO INOMINADO. CONDUTA VEDADA A AGENTE PÚBLICO. CAPTAÇÃO DE SUFRÁGIO.CUMULAÇÃO DE SANÇÕES.

I – Não tendo havido prejuízo para o recorrente, rejeita-se a preliminar de cerceamento de defesaquando o órgão julgador abstém-se de determinar a realização de prova pericial. Fato admitido no processocomo incontroverso. Inteligência do art. 334, inciso III, do Código de Processo Civil.

II – Possibilidade de cumulação das sanções previstas no art. 73, § 4º, da Lei n.º 9.504/97 e no art. 22da Lei Complementar n.º 64/90. Precedente do Tribunal Superior Eleitoral. Inteligência do art. 78 daLei n.º 9.504/97. Afastada a hipótese de bis in idem.

III – Promessa de eletrificação rural subsidiada pelo Governo Federal feita de forma genérica e nãoindividualizada, em reunião pública, configura a conduta vedada aos agentes públicos prevista no art. 73,inciso IV, Lei n.º 9.504/97. Não caracterização da captação de sufrágio, ante a ausência de promessa diretae individualizada, tal como exigido para a aplicação da sanção cominada no art. 41-A da Lei n.º 9.504/97.

IV – Recurso conhecido e parcialmente provido.

(TRE-CE, RE n.º 12.392, Ac. n.º 12.392, de 6.8.2002, Rel. Des. Fernando Luiz Ximenes Rocha)

8. NOMEAÇÃO, CONTRATAÇÃO, TRANSFERÊNCIA OU DEMISSÃO SEM JUSTA CAUSA NOS TRÊSMESES QUE ANTECEDEM O PLEITO (art. 73, V)

AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO JUDICIAL ELEITORAL. QUALIFICAÇÃO JURÍDICA DOS FATOSRECONHECIDOS PELO TRIBUNAL A QUO. A só contratação de pessoal em período proibido nãocaracteriza a conduta vedada pelo 73, V, d, da Lei nº 9.504, de 1997; é preciso que o tribunal a quo identifiqueo propósito de obter o voto do eleitor.

(TSE, RESPE n.º 25.866, de 25.3.2008, Rel. Min. Ari Pargendler)

REPRESENTAÇÃO ELEITORAL. CONDUTA VEDADA A AGENTE PÚBLICO. ELEIÇÕES DE 2004.PRIMEIRA PRELIMINAR DE OFÍCIO. INTEMPESTIVIDADE DA REPRESENTAÇÃO. NÃOULTRAPASSADOS OS CINCO DIAS DO CONHECIMENTO DO FATO. NÃO APLICAÇÃO DO PRAZO

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DECADENCIAL. IMPROCEDÊNCIA DA PRELIMINAR. CONDUTA VEDADA EM LEI ELEITORAL COMPRÁTICA COMPROVADA. TRANSFERÊNCIA DE SERVIDOR MUNICIPAL. ATO REVERTIDO. MULTADEVIDA.

1 - Consoante o art. 73, V, da Lei 9.504/97, é proibido ao agente público, servidor ou não, nomear,contratar ou de qualquer forma admitir, demitir sem justa causa, suprimir ou readaptar vantagens ou poroutros meios dificultar ou impedir o exercício funcional e, ainda, “ex offício”, remover, transferir ou exonerarservidor público, na circunscrição do pleito, nos três meses que o antecedem e até a posse dos eleitos.

2 - Participação conjunta em ato indevido gera idêntica responsabilidade.

3 - Provimento parcial dos recursos para, confirmando a sentença, incluir co-responsável.

(TRE-CE, RRCV n.º 11.023, Ac. n.º 11.023, de 4.9.2007, Rel. Juiz Danilo Fontenelle Sampaio Cunha)

ELEIÇÕES 2004. RECURSO ELEITORAL. INVESTIGAÇÃO JUDICIAL. BLOQUEIO DE SALÁRIOSDE SERVIDOR MUNICIPAL. DEMISSÃO DE SERVIDOR SEM JUSTA CAUSA. PERÍODO DE PROIBIÇÃOLEGAL. CONDUTA VEDADA A AGENTES PÚBLICOS. OCORRÊNCIA. PENA PECUNIÁRIA. APLICAÇÃO.VALOR DA PENA. REDUÇÃO. POSSIBILIDADE. DOSIMETRIA DA PENA. EXISTÊNCIA. RECURSOPARCIALMENTE PROVIDO.

1 – Prefeito Municipal que determina bloqueio de salários e, empós, demite o servidor durante operíodo de proibição legal (art. 73, V, Lei Eleitoral) incorre em prática de condutas vedadas a agentespúblicos.

2 – A conduta do recorrente prejudicou um único servidor municipal, e não há nos autos quaisquerinformações de que o promovido seja reincidente, o que poderia dar azo à aplicação do § 9º do art. 43 daResolução n.º 21.610/2004.

3 – Aplicar ao investigado a pena mínima é obedecer ao princípio da proporcionalidade, pressupostoobrigatório de uma sanção justa.

4 – Pena de multa minorada para o valor de R$ 5.320,50 (cinco mil trezentos e vinte reais e cinqüentacentavos).

5 – Recurso parcialmente provido.

(TRE-CE, RIJE n.º 11.058, Ac. n.º 11.058, de 23.7.2007, Rel. Juiz Tarcisio Brilhante de Holanda)

ELEIÇÕES 2004. REPRESENTAÇÃO. PRELIMINAR DE INTEMPESTIVIDADE DO RECURSOREJEITADA. CONDUTAS VEDADAS. ART. 73, III E V, DA LEI Nº 9.504/97. UTILIZAÇÃO DE SERVIDORESEM ATOS DE CAMPANHA ELEITORAL. EXONERAÇÃO DE SERVIDORES EM PERÍODO VEDADO PELALEGISLAÇÃO DE REGÊNCIA. CONTRATOS TEMPORÁRIOS DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇO.EXERCÍCIO DE CARGO EM COMISSÃO. NÃO CONFIGURAÇÃO DAS PRÁTICAS ILÍCITAS.IMPROVIMENTO DO RECURSO.

1 – Quando o Magistrado Eleitoral não observa os prazos processuais previstos no art. 96 da Lei dasEleições, deixando de sentenciar e publicar sua decisão em 24 horas, contadas da conclusão dos autos, oprazo recursal previsto no § 8º do citado comando legal somente começará a fluir após a intimação dosadvogados das partes. Precedentes do Colendo TSE e desta Egrégia Corte Regional Eleitoral.

2 – In casu, afasta-se a preliminar de intempestividade da irresignação, considerando que inexiste nocaderno processual qualquer documento indicativo do momento preciso no qual o causídico subscritor dorecurso foi efetivamente intimado da sentença fustigada.

3 – Não configura hipótese de conduta vedada a exoneração de servidor nos três meses que antecedemas eleições, se o contrato de trabalho por ele firmado com a administração era temporário e o seu termofinal de vigência já estava previamente fixado dentro do período de proibição estabelecido em lei.

4 – Constituem exceções à vedação imposta pelo art. 73, V, da Lei das Eleições a nomeação ouexoneração de cargos em comissão e a designação ou dispensa de funções de confiança.

5 – A sanção de cassação do registro ou diploma de candidato beneficiado não se aplica na hipóteseda conduta vedada prevista no art. 73, V, da Lei das Eleições. Inteligência do § 5º do mencionado preceptivolegal. Precedente: TSE, RESPE nº 25.997, Relator Ministro José Delgado, julgado em 24/10/2006.

6 – Recurso improvido. Sentença confirmada.

(TRE-CE, RRCV n.º 11.020, Ac. n.º 11.020, de 2.5.2007, Rel. Juiz Anastácio Jorge Matos de Sousa Marinho)

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CONDUTA VEDADA A AGENTE PÚBLICO EM CAMPANHA ELEITORAL. ART. 73, INCISO V,ALÍNEA “D”, DA LEI Nº 9.504/97.

1. Contratação temporária, pela Administração Pública, de professores e demais profissionais daárea da educação, motoristas, faxineiros e merendeiras, no período vedado pela lei eleitoral.

2. No caso da alínea d do inciso V da Lei nº 9.504/97, só escapa da ilicitude a contratação de pessoalnecessária ao funcionamento inadiável de serviços públicos essenciais.

3. Em sentido amplo, todo serviço público é essencial ao interesse da coletividade. Já em sentidoestrito, essencial é o serviço público emergencial, assim entendido aquele umbilicalmente vinculado à“sobrevivência, saúde ou segurança da população” .

4. A ressalva da alínea d do inciso V do art. 73 da Lei nº 9.504/97 só pode ser coerentemente entendidaa partir de uma visão estrita da essencialidade do serviço público. Do contrário, restaria inócua a finalidadeda lei eleitoral ao vedar certas condutas aos agentes públicos, tendentes a afetar a igualdade de competiçãono pleito. Daqui resulta não ser a educação um serviço público essencial. Sua eventual descontinuidade,em dado momento, embora acarrete evidentes prejuízos à sociedade, é de ser oportunamente recomposta.Isso por inexistência de dano irreparável à “sobrevivência, saúde ou segurança da população”.

5. Modo de ver as coisas que não faz tábula rasa dos deveres constitucionalmente impostos aoEstado quanto ao desempenho da atividade educacional como um direito de todos. Não cabe, a pretexto documprimento da obrigação constitucional de prestação “do serviço”, autorizar contratação exatamente noperíodo crítico do processo eleitoral. A impossibilidade de efetuar contratação de pessoa em quadra eleitoralnão obsta o poder público de ofertar, como constitucionalmente fixado, o serviço da educação.

(TSE, RESPE n.º 27.563, de 12.12.2006, Rel. Min. Carlos Ayres Britto)

RECURSO ELEITORAL. PREFEITO MUNICIPAL. PRÁTICA DE CONDUTA VEDADA.EXONERAÇÃO DE SERVIDOR. PRAZO PROIBITIVO. CONFIGURAÇÃO. IMPROVIMENTO DORECURSO. CANDIDATA A PREFEITO. BENEFÍCIO NÃO COMPROVADO. EXCLUSÃO. PROVIMENTODO RECURSO.

1. Configurada a exoneração de servidor público, em período vedado pela legislação eleitoral, há dese aplicar a multa prevista.

2. A não comprovação de benefício ao candidato a cargo político, autoriza a sua exclusão do pólopassivo da relação processual.

3. Aplicação de multa apenas ao prefeito. Provimento parcial do recurso.

(TRE-CE, RRCV n.º 11.010, Ac. n.º 11.010, de 10.1.2006, Rel. Juiz Augustino Lima Chaves)

RECURSO ELEITORAL – CONDUTA VEDADA – DEMISSÃO – SERVIDOR – NÃOCARACTERIZAÇÃO – DESPROVIMENTO.

- Conforme reiteradas decisões desta Corte, o trabalhador terceirizado não está albergado pela normaprevista no art. 73, inciso V, da Lei Eleitoral, que se destina especificamente aos servidores públicos.

- Além do mais, os autos ressentem-se de qualquer prova da participação do representado na eventualsubstituição de servidores terceirizados.

- Recurso conhecido e desprovido. Sentença mantida.

(TRE-CE, RE n.º 12.823, Ac. n.º 12.823, de 7.10.2004, Rel. Juiz Antônio Abelardo Benevides Moraes)

RECURSO ELEITORAL. CONDUTA VEDADA AOS AGENTES PÚBLICOS. ART. 73, INCISO V, LEI9.504/97.

- Coligação é parte legítima para oferecer Representação relativa ao descumprimento da Lei dasEleições. Preliminar de ilegitimidade ativa rejeitada.

- O término de contrato de trabalho por tempo determinado firmado com a Administração Pública, nostrês meses que antecedem o pleito até a posse dos eleitos, não se subsome à vedação prescrita no art. 73,inciso V, da Lei n.º 9.504/97.

(TRE-CE, RE n.º 12.758, Ac. n.º 12.758, de 24.9.2004, Rel. Des. José Eduardo Machado de Almeida)

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Consulta. Recebimento. Petição. Art. 73, V, Lei n.º 9.504/97. Disposições. Aplicação. Circunscriçãodo pleito. Concurso público. Realização. Período eleitoral. Possibilidade. Nomeação. Proibição. Ressalvaslegais.

1. As disposições contidas no art. 73, V, Lei n.º 9.504/97 somente são aplicáveis à circunscrição dopleito.

2. Essa norma não proíbe a realização de concurso público, mas, sim, a ocorrência de nomeações,contratações e outras movimentações funcionais desde os três meses que antecedem as eleições até aposse dos eleitos, sob pena de nulidade de pleno direito.

3. A restrição imposta pela Lei n.º 9.504/97 refere-se à nomeação de servidor, ato da administraçãode investidura do cidadão no cargo público, não se levando em conta a posse, ato subseqüente à nomeaçãoe que diz respeito à aceitação expressa pelo nomeado das atribuições, deveres e responsabilidades inerentesao cargo.

4. A data limite para a posse de novos servidores da administração pública ocorrerá no prazo de trintadias contados da publicação do ato de provimento, nos termos do art. 13, § 1º, Lei n.º 8.112/90, desde queo concurso tenha sido homologado até três meses antes do pleito conforme ressalva da alínea c do incisoV do art. 73 da Lei das Eleições.

5. A lei admite a nomeação em concursos públicos e a conseqüente posse dos aprovados, dentro doprazo vedado por lei, considerando-se a ressalva apontada. Caso isso não ocorra, a nomeação e conseqüenteposse dos aprovados somente poderão acontecer após a posse dos eleitos.

6. Pode acontecer que a nomeação dos aprovados ocorra muito próxima ao início do período vedadopela Lei Eleitoral, e a posse poderá perfeitamente ocorrer durante esse período.

7. Consoante exceções enumeradas no inciso V, art. 73, as proibições da Lei n.º 9.504/97 não atingemas nomeações ou exonerações de cargos em comissão e designação ou dispensa de funções de confiança;as nomeações para cargos do Poder Judiciário, do Ministério Público, dos Tribunais ou Conselhos deContas e dos órgãos da Presidência da República; as nomeações ou contratações necessárias à instalaçãoou ao funcionamento inadiável de serviços públicos essenciais, com prévia e expressa autorização dochefe do Poder Executivo e as transferências ou remoções ex officio de militares, de policiais civis e deagentes penitenciários.

(TSE, CTA n.º 1.065, Res. n.º 21.806, de 8.6.2004, Rel. Min. Fernando Neves)

Representação. Relotação de servidor do Estado do Ceará durante o período de três mesesantecedentes às eleições de 2002. Ausência de afronta à legislação eleitoral. Simples relotação de servidorcom fins institucionais não configurada remoção. Improcedência em conformidade com o parecer do MinistérioPúblico.

(TRE-CE, REP n.º 11.285, Ac. n.º 11.285, de 8.3.2004, Rel. Juiz Jorge Aloísio Pires)

Embargos de declaração – Contradição – Inexistência.

1. A contratação e demissão de servidores temporários constitui, em regra, ato lícito permitido aoadministrador público, mas que a lei eleitoral torna proibido, nos três meses que antecedem a eleição até aposse dos eleitos, a fim de evitar qualquer tentativa de manipulação de eleitores.

2. A contratação temporária, prevista no art. 37, IX, da Constituição Federal, possui regime próprioque difere do provimento de cargos efetivos e de empregos públicos mediante concurso e não se confunde,ainda, com a nomeação ou exoneração de cargos em comissão ressalvadas no art. 73, V, da Lei n.º 9.504/97, não estando inserida, portanto, na alínea a desse dispositivo.

3. Para configuração da conduta vedada pelo art. 73 da Lei das Eleições, não há necessidade de seperquirir sobre a existência ou não da possibilidade de desequilíbrio do pleito, o que é exigido no caso deabuso de poder.

4. As condutas vedadas no art. 73 da Lei n.º 9.504/97 podem vir a caracterizar, ainda, o abuso dopoder político, a ser apurado na forma do art. 22 da Lei Complementar n.º 64/90, devendo ser levadas emconta as circunstâncias, como o número de vezes e o modo em que praticadas e a quantidade de eleitoresatingidos, para se verificar se os fatos têm potencialidade para repercutir no resultado da eleição.

5. O uso da máquina administrativa, não em benefício da população, mas em prol de determinada

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candidatura, reveste-se de patente ilegalidade, caracterizando abuso do poder político, na medida em quecompromete a legitimidade e normalidade da eleição.

6. Embargos rejeitados.

(TSE, ERESPE n.º 21.167, Ac. n.º 21.167, de 21.8.2003, Rel. Min. Fernando Neves)

Agravo de instrumento. Agravo regimental. Contratação de pessoal – Art. 73, V, da Lei n.º 9.504/97 –Surto de dengue – Serviço essencial e inadiável – Convênio – Assinatura e aditamento – Anterioridade –Pleito – Chefe do Poder Executivo – Autorização – Alínea d – Não-ocorrência.

1. A autorização referida na alínea d do inciso V do art. 73 da Lei n.º 9.504/97 deve ser específica paraa contratação pretendida e devidamente justificada.

2. O fato de se tratar de contratação de pessoal para prestar serviços essenciais e inadiáveis nãoafasta a necessidade de que, no período a que se refere o inciso V do art. 73 da Lei n.º 9.504/97, hajaexpressa autorização por parte do chefe do Executivo.

Agravo a que se nega provimento.

(TSE, AAG n.º 4.248, Ac. n.º 4.248, de 20.5.2003, Rel. Min. Fernando Neves)

Recurso especial – Admissão e dispensa de servidores temporários – Conduta vedada – Art. 73, V,da Lei n.º 9.504/97 – Dificultar ou impedir o exercício funcional – Caracterização – Reexame de fatos eprovas – Impossibilidade – Atos que podem também configurar abuso do poder político a ser apurado pormeio de investigação judicial, na forma do art. 22 da Lei Complementar n.º 64/90.

Recursos especiais não conhecidos.

(TSE, RESPE n.º 21.167, Ac. n.º 21.167, de 8.4.2003, Rel. Min. Fernando Neves)

- Recurso eleitoral. Demissão de servidores municipais. Prestação de serviço junto à secretaria desaúde municipal, integrantes do programa de saúde da família. Ofensa ao art. 73, V, da Lei n.º 9.504/97(condutas vedadas aos agentes públicos).

- Recurso conhecido, mas improvido. Manutenção da sentença recorrida por completo.

- Decisão unânime.

(TRE-CE, RE n.º 12.414, Ac. n.º 12.414, de 20.3.2002, Rel. Juiz Francisco Massilon Torres Freitas)

RECURSO ELEITORAL. CONDUTA VEDADA AOS AGENTES PÚBLICOS. DEMISSÃO DESERVIDOR TEMPORÁRIO NO PERÍODO PRÉ-ELEITORAL.

- A vedação contida no art. 73, inciso V, da Lei n.º 9.504/97 abrange os servidores temporárioscontratados pelo Poder Público para atender excepcional necessidade pública, nos termos do art. 37, incisoIX, da Constituição Federal.

- Para a configuração da demissão por justa causa, impõe-se a comprovação da conduta irregular doagente. Na hipótese dos autos, o ato formalizador da dispensa permite concluir que a demissão foi motivadapor juízo de conveniência e oportunidade da Administração, o que é inadmissível no período de três mesesque antecede o pleito.

- Recurso conhecido, mas improvido.

(TRE-CE, RE n.º 12.246, Ac. n.º 12.246, de 27.8.2001, Rel. Des. Fernando Luiz Ximenes Rocha)

9. TRANSFERÊNCIA VOLUNTÁRIA DE RECURSOS DA UNIÃO (art. 73, VI, “a”)

AGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. ELEIÇÕES MUNICIPAIS. AIJE. ABUSODE PODER. CONDUTA VEDADA. TRANSFERÊNCIA DE RECURSOS. PERÍODO ELEITORAL.IMPROCEDÊNCIA. REEXAME DE PROVAS. IMPOSSIBILIDADE.

- A transferência de recursos dos Estados aos Municípios pode ser realizada dentro dos três mesesque antecedem o pleito, desde que tais recursos sejam destinados à execução de obra ou serviço emandamento ou para atender situações de emergência ou calamidade pública (art. 73, VI, a, da Lei dasEleições).

- No caso dos autos, foi celebrado convênio entre a Prefeitura de Medina e o Departamento deEstradas de Rodagem do Estado de Minas Gerais para pavimentação de ruas, cujas obras preliminares, a

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cargo da prefeitura, foram iniciadas em junho de 2004, conforme expressamente consignado no acórdãoregional.

- Modificar as conclusões da Corte a quo demanda o revolvimento do acervo fático-probatório, o quenão se admite em sede de recurso especial.

- Fundamentos da decisão agravada que não foram devidamente infirmados.

- Agravo regimental a que se nega provimento.

(TSE, AAG n.º 8.324, de 13.3.2008, Rel. Min. Marcelo Ribeiro)

AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO JUDICIAL ELEITORAL.REALIZAÇÃO DE OBRA NO PERÍODO ELEITORAL. ABUSO DO PODER POLÍTICO E DE AUTORIDADE(ART. 73, VI, “A” , DA LEI Nº 9.504/97). NÃO-COMPROVAÇÃO. REEXAME. IMPOSSIBILIDADE.FUNDAMENTOS NÃO INFIRMADOS. AGRAVO DESPROVIDO.

- Afirmada, pelo Tribunal Regional, a não-comprovação da prática vedada pelos arts. 73 daLei nº 9.504, de 1997, e 22 da Lei Complementar nº 64, de 1990, aferir o contrário importaria na necessidadede reexaminar todo o conjunto fático-probatório, o que não é possível na via do recurso especial.

- A vedação do art. 73, VI, a, da Lei nº 9.504/97 compreende a transferência voluntária e efetiva dosrecursos nos três meses que antecedem o pleito, ressalvado o cumprimento de obrigação formal preexistentepara execução de obra ou serviço em andamento e com cronograma prefixado, e, ainda, os casos deatendimento de situações de emergência e de calamidade pública.

- Agravo Regimental a que se nega provimento.

(TSE, ARESPE n.º 25.980, de 15.2.2007, Rel. Min. Gerardo Grossi)

Art. 73, VI, a, da Lei n.º 9.504/97. Convênio celebrado com o governo do estado para a pavimentaçãode ruas e construção de casas populares.

Transferência voluntária de recursos no período vedado, destinados à execução de obra fisicamenteiniciada nos três meses que antecedem o pleito.

Resolução-TSE n.º 21.878, de 2004. À União e aos Estados é vedada a transferência voluntária derecursos até que ocorram as eleições municipais, ainda que resultantes de convênio ou outra obrigaçãopreexistente, quando não se destinem à execução de obras ou serviços já iniciados fisicamente.

Recursos Especiais desprovidos.

(TSE, RESPE n.º 25.324, Ac. n.º 25.324, de 7.2.2006, Rel. Min. Gilmar Mendes)

ELEITORAL. AGRAVO REGIMENTAL. RECLAMAÇÃO. LIMINAR INDEFERIDA. CONDUTAVEDADA. TRANSFERÊNCIA VOLUNTÁRIA DE RECURSOS DOS ESTADOS AOS MUNICÍPIOS.ART. 73, VI, a, DA LEI N.º 9.504/97. VIOLAÇÃO À DECISÃO NA CONSULTA-TSE N.º 1.062.NÃO-CONFIGURAÇÃO. IMPROCEDÊNCIA.

1 – A transferência de recursos do governo estadual a comunidades carentes de diversos municípiosnão caracteriza violação ao art. 73, VI, a, da Lei n.º 9.504/97, porquanto os destinatários são associações,pessoas jurídicas de direito privado.

2 – A regra restritiva do art. 73, VI, a, da Lei n.º 9.504/97 não pode sofrer alargamento por meio deinterpretação extensiva de seu texto (Ac. N.º 16.040, rel. Min. Costa Porto).

3 – Agravo regimental não provido.

4 – Reclamação julgada improcedente.

(TSE, ARCL n.º 266, Ac. n.º 266, de 9.12.2004, Rel. Min. Carlos Velloso)

Consulta. Eleições 2004. Impossibilidade de transferência de recursos entre entes federados paraexecução de obra ou serviço que não esteja em andamento nos três meses que antecedem o pleito. Incidênciada vedação do art. 73, VI, a, da Lei n.º 9.504/97.

Decisão referendada pela corte.

(TSE, CTA n.º 1.062, Res. n.º 21.878, de 12.8.2004, Rel. Min. Carlos Velloso)

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10. PUBLICIDADE INSTITUCIONAL (art. 73, VI, “b”)

AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL ELEITORAL. ELEIÇÕES DE 2006. PROPAGANDAELEITORAL EXTEMPORÂNEA (§ 3º DO ART. 36 DA LEI Nº 9.504/97). DISTRIBUIÇÃO DE PANFLETOSANTES DO PERÍODO PERMITIDO. DIVULGAÇÃO DE ATUAÇÃO COMO PARLAMENTAR. NÃO-CARACTERIZAÇÃO DE PROPAGANDA VEDADA.

1. É assente no TSE que, nos três meses que antecedem às eleições, não se considera propagandavedada pelo inciso VI do art. 73 da Lei nº 9.504/97 a divulgação, pelo parlamentar, de sua atuação no cargolegislativo.

2. Maior razão há em se afastar a incidência do § 3º do art. 36 da Lei das Eleições, no caso deveiculação de informativo, no qual o parlamentar divulga suas realizações em período anterior àquele daeleição.

3. Não-configurada a propaganda extemporânea, afasta-se a sanção de multa.

4. Agravo desprovido.

(TSE, ARESPE n.º 26.718, de 22.4.2008, Rel. Min. Carlos Ayres Britto)

Investigação Judicial Eleitoral. Abuso de autoridade. Art. 74 da Lei nº 9.504/97. Publicidade institucionalda administração municipal. Ausência de restrição do alcance da veiculação permitida.

- O abuso de autoridade previsto no art. 74 da Lei das Eleições consubstancia-se em utilização dapublicidade institucional para fins de promoção pessoal.

- Propaganda oficial que não demonstra indício de propaganda eleitoral ou enaltecimento dos méritosdo candidato representado; que divulga realizações administrativas ligadas diretamente à entidade públicaem nome da qual atua o alcaide municipal, e não ao candidato a ou qualquer outro concorrente a cargoeletivo, em observância ao princípio da impessoalidade.

- Não há vedação à veiculação da publicidade da administração municipal no ano em que se realizaeleições gerais. E o legislador não chegou a restringir o alcance da divulgação da propaganda institucionalpermitida, no sentido de autorizá-la tão somente à circunscrição do Município (art. 73, VI, “a”, daLei n° 9.504/97).

- Pedido improcedente.

(TRE/CE, IJE n.º 11.029, Ac. n.º 11.029, de 12.2.2008, Relª. Des.ª Gizela Nunes da Costa)

RECURSO ESPECIAL. CONDUTA VEDADA. PUBLICIDADE INSTITUCIONAL EM PERÍODOVEDADO. CONFIGURAÇÃO. REEXAME DO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO. IMPOSSIBILIDADE.POTENCIALIDADE PARA INFLUENCIAR NO RESULTADO DO PLEITO. RECURSO DESPROVIDO.

1. O TSE – no julgamento do Respe nº 25.935/SC, rel. para acórdão Min. Cezar Peluso – assentouque a representação fundada no art. 73 da Lei nº 9.504/97 é de ser ajuizada até a data das eleições, penade não ser conhecida por falta de interesse de agir. Entendimento aplicável ao caso presente, mesmo em setratando de fatos pertinentes às Eleições de 2004. Precedentes.

2. Ocorre a preclusão se o impedimento de Juiz Eleitoral somente é suscitado em sede de recurso.

3. O § 5º do art. 73 da Lei nº 9.504/97 não configura hipótese de inelegibilidade. Razão pela qual nãohá que se falar em sua inconstitucionalidade.

(...)

7. O TRE, soberano na análise do acervo fático-probatório para concluir pela prática de publicidadeinstitucional no período vedado, analisou profundamente as provas colacionadas aos autos. Pelo que afastar– por completo – o entendimento adotado pelo acórdão recorrido demandaria o reexame do conjunto fático-probatório dos autos. Providência inviável em sede de recurso especial.

8. A liberdade de escolha do eleitor é de ser respeitada, quer em momentos de normalidade doprocesso eleitoral, quer, principalmente, em situações de sérios desequilíbrios na igualdade entre oscontendores. A conduta vedada na alínea b do inciso VI do art. 73 da Lei nº 9.504/97, perpetrada por meiode órgão de comunicação de massa – emissora de televisão -, acarreta sério desequilíbrio aos opositores.

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9. Compete à Justiça Eleitoral velar pela observância da moralidade no processo eleitoral, ainda maisagredida se os ilícitos se dão na reta final da campanha.

10. Recurso desprovido.

(TSE, RESPE n.º 25.745, de 31.5.2007, Rel. Min. Carlos Ayres Britto)

Agravo regimental. Recurso especial. Eleições 2006. Representação. Propaganda institucional.Parlamentar. Não-caracterização. Fundamentos não afastados.

1. A divulgação da atividade parlamentar em sítio da Internet, nos três meses anteriores ao pleito, nãocaracteriza, por si só, propaganda institucional.

2. O agravo regimental, para que obtenha êxito, deve afastar toda a fundamentação da decisãoimpugnada.

Agravo regimental a que se nega provimento.

(TSE, ARESPE n.º 26.827, de 8.2.2007, Rel. Min. Caputo Bastos)

ELEIÇÕES 2006. REPRESENTAÇÃO. CONDUTA VEDADA. ARTIGO 73, INCISO VI, ALÍNEA B,DA LEI DAS ELEIÇÕES. DISTRIBUIÇÃO DE CARTILHA, EDITADA PELO GOVERNO DO ESTADO,TRATANDO DOS DIREITOS DOS PACIENTES DO SUS. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DA CONDUTA.IMPOSSIBILIDADE DE APLICAÇÃO DE SANÇÃO.

1. Nos termos dos artigos 19 da Resolução TSE nº 22.142/2006 e 7º da Resolução TRE/CE nº 296/2006,aplicar-se-á o rito do artigo 22, incisos I a XIII, da Lei Complementar n.º 64/1990 para o processamento ejulgamento das representações fundadas nas condutas vedadas aos agentes públicos em campanha eleitoral.

2. Em sede de conduta vedada, inexistindo nos autos prova do cometimento do ilícito eleitoral, não hácomo aplicar quaisquer das sanções previstas no art. 73, §§ 4º e 5º, da Lei nº 9.504/97.

3. Representação julgada improcedente.

(TRE/CE, REP n.º 11.364, Ac. n.º 11.364, de 6.9.2006, Relª. Juíza Maria Vilauba Fausto Lopes)

ELEIÇÕES 2006. REPRESENTAÇÃO. CONDUTA VEDADA. RITO DA INVESTIGAÇÃO JUDICIALELEITORAL. ARTIGO 22, INCISOS I A XIII, DA LEI COMPLEMENTAR Nº 64/90. LEI Nº 9.504/97, ARTIGO73, INCISOS I, II E VI, ALÍNEA “B”. TEXTO PUBLICADO NA INTERNET, EM SITE INSTITUCIONAL DADEFENSORIA PÚBLICA. ELOGIOS ÀS REALIZAÇÕES DO GOVERNADOR DO ESTADO EM PERÍODOVEDADO PELA LEGISLAÇÃO ELEITORAL. IMPOSIÇÃO DE MULTA EM DESFAVOR DO AGENTEPÚBLICO RESPONSÁVEL PELA CONDUTA. CANDIDATO. AUSÊNCIA DE PROVAS ACERCA DAAUTORIA OU PRÉVIO CONHECIMENTO. IMPOSSIBILIDADE DE APLICAÇÃO DE SANÇÃO.

1. Nos termos dos artigos 19 da Resolução TSE nº 22.142/2006 e 7º da Resolução TRE/CE nº 296/2006,aplicar-se-á o rito do artigo 22, incisos I a XIII, da Lei Complementar nº 64/1990 para o processamento ejulgamento das representações fundadas nas condutas vedadas aos agentes públicos em campanha eleitoral.

2. Caracteriza hipótese de conduta vedada, a qual se subsume às figuras típicas previstas nos incisosI, II e VI, alínea “b”, do artigo 73 da Lei das Eleições, a divulgação de mensagem em site institucional, sob aautoria do Defensor Público-Geral, na qual são formulados comentários elogiosos ao Governador do Estado,candidato à reeleição, destacando o seu empenho em melhorar as condições de trabalho dos defensores.

3. Em sede de conduta vedada, inexistindo nos autos prova da participação ou conhecimento dosbeneficiários do ilícito eleitoral, não há como aplicar quaisquer das sanções previstas no art. 73 §§ 4ºe 5º daLei nº 9.504/97.

(TRE/CE, REP n.º 11.365, Ac. n.º 11.365, de 29.8.2006, Relª. Juíza Sérgia Maria Mendonça Miranda)

AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL. ART. 73 DA LEI N.º 9.504/97. PROPAGANDAINSTITUCIONAL.

A divulgação, em Diário Oficial do Município, de atos meramente administrativos, sem referência anome nem divulgação de imagem do candidato à reeleição, não configura o ilícito previsto no art. 73, VI, b,da Lei n.º 9.504/97.

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Observância ao princípio da proporcionalidade.

Agravo Regimental desprovido.

(TSE, ARESPE n.º 25.086, Ac. n.º 25.086, de 3.11.2005, Rel. Min. Gilmar Mendes)

Propaganda institucional. Obra pública. Solenidade de descerramento de placa inaugural com nomedo chefe do Executivo local. Ausência de violação ao art. 73, VI, b, da Lei n.º 9.504/97.

Proibições contidas na Lei Eleitoral devem ser entendidas no contexto de uma reserva legalproporcional, sob pena de violação a outros princípios constitucionais.

Agravo desprovido.

(TSE, AAG n.º 4.592, Ac. n.º 4.592, de 3.11.2005, Rel. Min. Gilmar Mendes)

DIVULGAÇÃO DE EVENTO MUNICIPAL EM HORÁRIO ELEITORAL GRATUITO.NÃO-CARACTERIZAÇÃO DE PROPAGANDA INSTITUCIONAL VEDADA PELO ART. 73, VI, b, DA LEIN.º 9.504/97. PRECEDENTE.

Agravo Regimental desprovido.

(TSE, AAG n.º 5.566, Ac. n.º 5.566, de 27.10.2005, Rel. Min. Gilmar Mendes)

Recurso Especial. Conduta vedada. Art. 74 da Lei n.º 9.504/97. Configurada. Pedido de voto emtribuna de Câmara Municipal. Publicidade dos atos por TV a cabo. Infringência ao § 1º do art. 37 daConstituição Federal. Desnecessidade de aferir-se potencialidade, não obstante havida. A publicidadeinstitucional não supõe o dispêndio de recursos públicos; é suficiente por si só, ainda mais quando seevidencia um sistema de compensação entre o órgão de divulgação e a entidade pública. Divergência nãocaracterizada.

Recurso Especial desprovido.

(TSE, RESPE n.º 25.064, Ac. n.º 25.064, de 18.8.2005, Rel. Min. Luiz Carlos Madeira)

Recurso Especial. Conduta vedada (art. 73, VI, b, Lei n.º 9.504/97).

Para que se configure a conduta vedada no art. 73, VI, b, da Lei n.º 9.504/97, basta a veiculação dapropaganda institucional nos três meses anteriores ao pleito, independentemente de a autorização ter sidoconcedida ou não nesse período.

Não se verifica a divergência jurisprudencial quando o entendimento constante dos acórdãosparadigmas já se encontra superado.

Recurso Especial conhecido e desprovido.

(TSE, RESPE n.º 25.096 , Ac. n.º 25.096, de 9.8.2005, Rel. Min. Luiz Carlos Madeira)

Recurso Contra Diplomação. Cabimento. Abuso de poder político. Ausência de provas. Propagandainstitucional realizada antes do período vedado pela legislação eleitoral. Serviços de pintura pagos comrecursos públicos. Não configuração.

1. Condutas ilícitas atribuídas aos Recorridos com possibilidade de influenciar o voto do eleitor podemser analisadas mediante Recurso Contra Diplomação, em consonância com o disposto no art. 262, IV,c/c 222 e 237 do Código Eleitoral.

2. O período vedado pela legislação eleitoral para a veiculação de propaganda institucional é nos3 (três) meses antes da eleição, cuja prática configura o abuso de poder de autoridade.

3. Na espécie, inexiste prova do uso de recursos públicos para o pagamento de serviços de propagandada campanha eleitoral dos Recorridos, restando afastada a configuração da prática de abuso de poderpolítico.

4. Recurso improvido.

(TRE-CE, RCD n.º 11.041, Ac. n.º 11.041, de 25.7.2005, Rel. Juiz Anastácio Jorge M. de Sousa Marinho)

Representação. Prefeito. Candidato à reeleição. Conduta vedada. Art. 73, II e VI, b, da Lei n.º 9.504/97.Uso de papel timbrado da prefeitura. Publicidade institucional no período vedado.

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1. O uso de uma única folha de papel timbrado da administração não pode configurar a infração doart. 73, II, da Lei n.º 9.504/97, dada a irrelevância da conduta, ao se tratar de fato isolado e sem prova de queoutros tenham ocorrido.

2. O art. 73 da Lei n.º 9.504/97 visa à preservação da igualdade entre os candidatos, não havendocomo reconhecer que um fato de somenos importância tenha afetado essa isonomia ou incorrido em privilégiodo candidato à reeleição.

3. A intervenção da Justiça Eleitoral deve ter como referência o delicado equilíbrio entre a legitimidadeda soberania popular manifestada nas urnas e a preservação da lisura do processo eleitoral.

4. Para restar demonstrada a responsabilidade do agente público pelo cometimento do ilícito eleitoralinstituído pelo art. 73, inciso VI, alínea b, da Lei n.º 9.504/97, é indispensável a comprovação de que osuposto autor da infração tenha autorizado a veiculação de publicidade institucional nos três meses queantecedem o pleito.

5. Conforme entendimento contido no Acórdão n.º 5.565, por se tratar de fato constitutivo do ilícitoeleitoral, cabe ao autor da representação o ônus da prova do indigitado ato de autorização.

6. Hipótese em que não ficou configurada a potencialidade da conduta vedada para interferir noresultado das eleições.

Recurso especial conhecido e provido.

Medidas cautelares prejudicadas.

(TSE, RESPE n.º 25.073, Ac. n.º 25.073, de 28.6.2005, Rel. Min. Caputo Bastos)

Agravo de Instrumento. Recurso Especial. Representação. Conduta vedada. Art. 73, inciso VI, letrab, da Lei n.º 9.504/97. Publicidade institucional. Não-caracterização. Ausência. Ato administrativo. Agentepúblico. Autorização. Presunção. Responsabilidade. Não-comprovação. Dispêndio. Recursos públicos.

1. Não é admissível a cassação de diploma pelo ilícito do art. 73, inciso VI, letra b, da Lei n.º 9.504/97,com fundamento em presunção.

2. Esta Casa já assentou que, para restar caracterizada a infração do art. 73, inciso VI, letra b, da Lein.º 9.504/97, é necessária a comprovação do ato de autorização de veiculação de publicidade institucional.

3. A conduta vedada prevista no art. 73, inciso VI, letra b, da Lei n.º 9.504/97, somente se caracterizanas hipóteses de publicidade institucional, o que implica necessariamente dispêndio de recursos públicosautorizado por agentes públicos.

4. Cabe ao autor da representação o ônus da prova tanto do ato de autorização quanto do fato de apublicidade ser custeada pelo Erário, na medida em que se cuida de fatos constitutivos do ilícito eleitoral.

5. Esta Corte Superior, no julgamento dos Embargos de Declaração no Recurso Especial n.º 21.320,rel. Min. Luiz Carlos Madeira, de 9.11.2004, decidiu que compete a este Tribunal determinar os termos daexecução das suas decisões.

Agravo provido. Recurso Especial provido.

(TSE, AG n.º 5.565, Ac. n.º 5.565, de 21.6.2005, Rel. Min. Caputo Bastos)

Representação. Candidatos. Prefeito e vice-prefeito. Panfletos. Distribuição. Menção. Realizações.Governo. Conduta vedada. Art. 73, VI, b, da Lei n.º 9.504/97. Publicidade institucional. Não-configuração.Ausência. Pagamento. Recursos públicos. Decisão agravada. Execução imediata. Possibilidade.

1. A jurisprudência desta Corte Superior está consolidada no sentido de que é exigido, para acaracterização da publicidade institucional, que seja ela paga com recursos públicos. Nesse sentido: Acórdãon.º 24.795, rel. Min. Luiz Carlos Madeira e Acórdãos n.ºs 20.972 e 19.665, rel. Min. Fernando Neves.

2. A distribuição de panfletos em que são destacadas obras, serviços e bens públicos, associados avários candidatos, em especial ao prefeito municipal, e que não foram custeados pelo erário, constituipropaganda de natureza eleitoral, não havendo que se falar na publicidade institucional a que se refere oart. 73, VI, b, da Lei n.º 9.504/97.

3. Hipótese em que foi determinada a execução imediata da decisão agravada, que deu provimentoao recurso especial, em face da excepcionalidade quanto à indefinição da chefia do Poder Executivo domunicípio, associada ao fato de que, por decisões proferidas neste Tribunal em feitos acautelatórios correlatos,não se procedeu à diplomação de nenhum candidato, além do que a matéria do especial não se mostrava

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controvertida. Tal orientação encontra fundamento na jurisprudência desta Casa: Acórdão n.º 21.320,Embargos de Declaração no Recurso Especial n.º 21.320, rel. Min. Luiz Carlos Madeira, de 9.11.2004;Questão de Ordem no Recurso Especial n.º 25.016, rel. Min. Peçanha Martins, de 22.2.2005.

Agravo regimental a que se nega provimento.

Medida cautelar e reclamação julgadas prejudicadas.

(TSE, ARESPE n.º 25.049, Ac. n.º 25.049 , de 12.5.2005, Rel. Min. Caputo Bastos)

RECURSO ESPECIAL ELEITORAL – JULGAMENTO – BALIZAS. Na apreciação do recurso especialeleitoral, de nítida natureza extraordinária, parte-se da verdade formal revelada pela Corte de origem. Defesoé substituí-la para, à mercê de parâmetros diversos, chegar-se à conclusão sobre a transgressão da ordemjurídica.

PROPAGANDA INSTITUCIONAL – PERÍODO CRÍTICO DE ELEIÇÕES – PROPAGANDA DEPRODUTOS E SERVIÇOS ANTE CONCORRÊNCIA NO MERCADO – NATUREZA DA NORMA DA ALÍNEAb DO INCISO VI DO ARTIGO 73 DA LEI N.º 9.504/97. A regra decorrente da alínea b do inciso VI do artigo73 da Lei n.º 9.504/97 é a proibição de publicidade institucional nos três meses que antecedem o pleito.A exceção corre à conta da propaganda de produtos e serviços que tenham concorrência no mercado e daurgente necessidade pública, esta assim reconhecida pela Justiça Eleitoral, devendo a cláusula serinterpretada de forma estrita.

(TSE, AG n.º 5.641, Ac. n.º 5.641, de 28.4.2005, Rel. Min. Marco Aurélio)

1 – O que a legislação eleitoral veda (art. 73, VI, b, da Lei n.º 9.504/97) é autorização de propagandainstitucional nos três meses que antecedem o pleito.

2 – O dispositivo não retroage para alcançar atos praticados antes destes três meses. A vedação doart. 37, § 1º, c/c o art. 74, da Lei n.º 9.504/97 possui contornos administrativos. Deve ser aplicada emprocedimento próprio, previsto na Lei n.º 8.429/92 (Precedentes do TSE, AC n.º 2.768, rel. Min. NelsonJobim).

3 – A propaganda institucional para configurar abuso de autoridade deve ser iniludível, inclusivequanto ao período de proibição legal, visando atrair a simpatia e o voto dos eleitores, imputando-seresponsabilidade ao beneficiário, com prova insofismável para a aplicação das sanções previstas na Lein.º 9.504/97.

4 – Sentença mantida.

5 – Recurso improvido.

(TRE-CE, RIJE n.º 11.016, Ac. n.º 11.016, de 28.3.2005, Rel. Juiz Celso Albuquerque Macedo)

Recurso eleitoral. Investigação judicial eleitoral. Candidato a prefeito. Ex-presidente da câmara devereadores. Veiculação de vídeo em comício e carro de som. Propaganda institucional. Conduta vedada.Art. 73, VI, “b” da Lei 9504/97. Não caracterização. Sentença mantida. Recurso improvido.

1 – Em exegese ao art. 22, da Lei Complementar 64/90, a Ação de Investigação Judicial Eleitoral háde ser instruída com a demonstração de fortes indícios e meios de provas capazes de se comprovar oalegado. (TSE. Agravo de Instrumento n.º 4203, de 12.06.2003. Relator Ministro Fernando Neves)

2 – Para a configuração da propaganda institucional, para os fins preconizados no art. 73, VI, “b”, daLei 9504/97, há de ser comprovado o seu custeio pelo ente público.

3 – A veiculação do vídeo, em comício e carros de som, enaltecendo a gestão do candidato, enquantoChefe do Legislativo Municipal, se constitui em mera promoção pessoal, não trazendo qualquer mácula àLei Eleitoral, tampouco ao equilíbrio do pleito.

4 – Sentença mantida. Recurso conhecido, porém negado provimento.

(TRE-CE, RE n.º 13.056, Ac. n.º 13.056, de 23.2.2005, Rel. Juiz Celso Albuquerque Macedo)

AGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. PROPAGANDA INSTITUCIONAL (...)

Divulgação, em Boletim Oficial Municipal, de atos meramente administrativos, sem referência a nomenem divulgação de imagem do candidato à reeleição. Inexistência de conotação eleitoral. Não-configuraçãoda conduta descrita no art. 73, VI, b, da Lei n.º 9.504/97.

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CONDUTAS VEDADAS A AGENTES PÚBLICOS

TRE-CE/SEJUD/COJUD/SEJUL

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Observância ao princípio da proporcionalidade.

Agravos Regimentais desprovidos.

(TSE, AAG n.º 5.282, Ac. n.º 5.282, de 16.12.2004, Rel. Min. Gilmar Mendes)

RECURSO ESPECIAL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. SEGUIMENTO NEGADO. AGRAVOREGIMENTAL. ART. 73, VI, b, DA LEI N.º 9.504/97. AUTORIZAÇÃO E VEICULAÇÃO DE PROPAGANDAINSTITUCIONAL. ART. 74 DA LEI N.º 9.504/97. DESRESPEITO AO PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE.

Basta a veiculação de propaganda institucional nos três meses anteriores ao pleito para que seconfigure a conduta vedada no art. 73, VI, b, da Lei n.º 9.504/97, independentemente de a autorização tersido concedida ou não nesse período. Precedentes.

O desrespeito ao princípio da impessoalidade, na propaganda institucional, no período de três mesesanteriores ao pleito, com reflexos na disputa, configura o abuso e a violação ao art. 74 da Lei n.º 9.504/97.

Em Recurso Especial, é vedado o reexame de provas.

Agravo Regimental não provido.

(TSE, AAG n.º 5.304, Ac. n.º 5.304, de 25.11.2004, Rel. Min. Luiz Carlos Madeira)

Representação. Prefeito. Candidato à reeleição. Propaganda institucional. Conduta vedada. Art. 73,VI, b, da Lei n.º 9.504/97. Não-configuração.

1. No campo das condutas vedadas, não há qualquer impedimento a que o Tribunal, à vista do fato,de sua gravidade e de sua repercussão no processo eleitoral, aja com prudência, cautela e equilíbrio.

2. A intervenção dos Tribunais Eleitorais há de se fazer com o devido cuidado para que não hajaalteração da própria vontade popular.

3. Em hipóteses como a presente – em que não houve sequer prova de que o recorrente tenhaautorizado a propaganda institucional no período vedado, mas, ao contrário, que determinou a sua suspensãoa partir de 1º de julho, vale dizer, antes do início do limite temporal a que se refere a lei eleitoral –, não háque se falar na caracterização da conduta vedada prevista no art. 73, VI, b, da Lei n.º 9.504/97.

Agravo de Instrumento provido.

Recurso Especial conhecido e provido.

(TSE, AG n.º 5.220, Ac. n.º 5.220, de 25.11.2004, Rel. Min. Caputo Bastos)

Eleição 2004. Recurso Especial. Representação. Conduta vedada (art. 73, IV e VI, b, da Lei n.º 9.504/97).Não configurada. Cassação do registro. Impossibilidade.

Propaganda divulgada no horário eleitoral gratuito não se confunde com propaganda institucional.Esta supõe o dispêndio de recursos públicos, autorizados por agentes (art. 73, § 1º, da Lei n.º 9.504/97).

As condutas vedadas julgam-se objetivamente. Vale dizer, comprovada a prática do ato, incide apenalidade.

As normas são rígidas. Pouco importa se o ato tem potencialidade para afetar o resultado do pleito.Em outras palavras, as chamadas condutas vedadas presumem comprometida a igualdade na competição,pela só comprovação da prática do ato. Exige-se, em conseqüência, a prévia descrição do tipo. A condutadeve corresponder ao tipo definido previamente.

A falta de correspondência entre o ato e a hipótese descrita em lei poderá configurar uso indevido dopoder de autoridade, que é vedado; não “conduta vedada”, nos termos da Lei das Eleições.

Recursos Especiais conhecidos, mas desprovidos.

(TSE, RESPE n.º 24.795, Ac. n.º 24.795, de 26.10.2004, Rel. Min. Luiz Carlos Madeira)

RECURSO ELEITORAL. PREFEITURA MUNICIPAL. PEDIDO DE VEICULAÇÃO DE CAMPANHAANTI-RÁBICA. PERÍODO ELEITORAL. ART. 37, § 1º DA CF/88. OBEDIÊNCIA. SEGUNDO TURNO.OCORRÊNCIA. DERROTA DO CANDIDATO DO GOVERNO MUNICIPAL. AMEAÇA AO DESEQUILÍBRIODO PLEITO. INEXISTÊNCIA. URGÊNCIA E GRAVE NECESSIDADE PÚBLICA. CONFIGURAÇÃO.ART. 73, VI, “B” DA LEI 9.504/97. ATENDIMENTO. PEDIDO DEFERIDO. RECURSO PROVIDO. SENTENÇAREFORMADA.

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1 – A publicidade institucional, em período eleitoral, além de atender à prescrição do § 1º, art. 37, daCF, também deve respeitar o princípio da eqüidade, bem como estar respaldada pela grave e urgentenecessidade pública, nos termos do art. 73, VI, “b” da Lei n.º 9.504/97.

2 – Quando a urgente e grave necessidade estiveram evidenciadas, à míngua de ameaça ao equilíbriodo pleito, é possível a veiculação de campanha institucional de esclarecimentos acerca de saúde pública,durante o período eleitoral. Precedentes do TSE.

3 – Sentença reformada. Autorização concedida.

4 – Recurso conhecido e provido.

(TRE-CE, RE n.º 12.926, Ac. n.º 12.926, de 5.10.2004, Rel. Juiz Celso Albuquerque Macedo)

1 – Recurso Eleitoral. Conduta vedada. Art. 73, VI, “b”, da Lei n.º 9.504/97.

2 – Com exceção da propaganda de produtos e serviços sujeitos a concorrência de mercado, osagentes públicos das esferas administrativas cujos cargos estejam em disputa na eleição somente podemfazer publicidade institucional, nos três meses anteriores ao pleito, em caso de grave e urgente necessidadepública, assim reconhecida pela Justiça Eleitoral.

3 – Recurso improvido. Sentença confirmada.

(TRE-CE, RE n.º 12.828, Ac. n.º 12.828, de 2.10.2004, Rel. Juiz Roberto Machado)

RECURSO ELEITORAL – PROPAGANDA INSTITUCIONAL – AGENTE PÚBLICO – APOIO AOUTRO CANDIDATO QUE DISPUTA A SUA SUCESSÃO – CONFIGURAÇÃO DA INCIDÊNCIA DECONDUTA VEDADA NO ART. 73, INC. VI, DA LEI 9.504/97 – NÃO PROVIMENTO.

- Agente público que realiza publicidade institucional nos três meses anteriores ao período eleitoralvedado pela Lei 9.504, esteja ou não disputando um cargo, sujeita-se ao pagamento de multa imposta nanorma eleitoral.

- Realização de parceria com os órgãos públicos federais e estaduais, não subtrai a possibilidade darealização da conduta vedada.

- Recurso desprovido.

(TRE-CE, RE n.º 12.827, Ac. n.º 12.827, de 28.9.2004, Rel. Juiz Antônio Abelardo Benevides Moraes)

Recurso especial. Eleição 2000. Representação. Conduta vedada. Propaganda institucional (art. 73,VI, b, da Lei n.º 9.504/97). Quebra do princípio da impessoalidade (art. 74 da Lei n.º 9.504/97, c.c. o art. 37,§ 1º, da Constituição Federal). Competência da Justiça Eleitoral.

(...)

Mérito.

Para a caracterização de violação ao art. 73 da Lei n.º 9.504/97 não se cogita de potencialidade parainfluir no resultado do pleito. A só prática da conduta vedada estabelece presunção objetiva da desigualdade.Leva à cassação do registro ou do diploma. Pode ser executada imediatamente.

É competente a Justiça Eleitoral, no período de campanha, para apreciar a conduta de promoçãopessoal do governante em publicidade institucional da administração (art. 74 da Lei n.º 9.504/97, c.c.o art. 37, § 1º, CF).

Não se pronuncia nulidade quando a decisão de mérito favorecer a parte a quem a declaração aproveita(CPC, art. 249, § 2º).

Tratando-se de conduta vedada, que macula o próprio pleito, havendo relação de subordinação dovice-prefeito ao prefeito, também aquele sofre as conseqüências da decisão (Ac. N.º 15.817, 6.6.2000).

Recurso conhecido e a que se dá provimento para cassar o diploma do prefeito, estendendo-se adecisão ao vice-prefeito.

(TSE, RESPE n.º 21.380, Ac. n.º 21.380, de 29.6.2004, Rel. Min. Luiz Carlos Madeira)

Representação. Evento. Município. Convites. Menção. Apoio. Governo estadual. Contrapartida. Showartístico. Contratação. Publicidade institucional indireta. Conduta vedada. Art. 73, VI, b, da Lei n.º 9.504/97.Infringência. Multa. Dissenso jurisprudencial. Não-configuração. Reexame de matéria fática. Impossibilidade.Prequestionamento. Ausência.

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1. A exceção estabelecida no art. 73, § 3º, da Lei n.º 9.504/97 expressamente preceitua que ascondutas explicitadas se aplicam aos agentes públicos das esferas administrativas cujos cargos estejamem disputa.

2. A norma do art. 73, VI, b, da Lei n.º 9.504/97 veda toda e qualquer publicidade institucional nos trêsmeses anteriores à eleição, ainda que realizada de forma indireta, excetuando-se apenas a propaganda deprodutos e serviços que tenham concorrência no mercado e os casos de grave e urgente necessidadepública reconhecida pela Justiça Eleitoral, o que visa evitar sejam favorecidas aquelas autoridades ouservidores públicos que estejam em campanha eleitoral, provocando uma injustificada desigualdade entreos candidatos e comprometeria a lisura do pleito.

3. A mencionada regra proibitiva não admite publicidade institucional, ainda que realizada sem ofensaao art. 37, § 1º, da Constituição Federal, ou seja, mesmo que tenha exclusivo caráter educativo, informativoou de orientação social.

Recurso especial parcialmente conhecido, mas improvido.

(TSE, RESPE n.º 21.171, Ac. n.º 21.171, de 17.6.2004, Rel. Min. Fernando Neves)

Recurso especial. Capacidade postulatória. Alegação. Falta. Poderes outorgados para representarcontra o município e não contra o candidato. Não-ocorrência. Mandato. Poderes ad judicia et extra.

Conduta vedada. Prefeito. Publicidade institucional. Período proibido. Art. 73, inciso VI, alínea b, daLei n.º 9.504/97. Desnecessidade. Verificação. Potencialidade. Desequilíbrio. Pleito.

1. Não pode ser acolhida a alegação de ausência de capacidade postulatória por ter sido o mandatooutorgado para ajuizar reclamação apenas contra o município, se o advogado da coligação possui poderesad judicia et extra.

2. Não é preciso aferir se a publicidade institucional teria potencial para afetar a igualdade deoportunidades entre candidatos nos pleitos eleitorais, na medida em que as condutas descritas pelo legisladorno art. 73 da Lei das Eleições necessariamente tendem a refletir na isonomia entre os candidatos.

(TSE, RESPE n.º 21.536, Ac. n.º 21.536, de 15.6.2004, Rel. Min. Fernando Neves)

1 – Representação por conduta vedada (art. 73, IV, da Lei n.º 9.504/97) visando à aplicação da multaprevista no § 4º do art. 73 da Lei das Eleições.

2 – O Município pode efetuar publicidade institucional durante eleição em que não esteja em disputao cargo de Prefeito (§ 3º, art. 73, Lei n.º 9.504/97). Inocorrência da conduta vedada prevista no art. 73, VI, b,da Lei n.º 9.504/97.

3 – Nota assinada por Prefeito Municipal prestando contas de sua administração e pedindo voto paracorreligionário, candidato a governador. Caso em que o Prefeito, ao pedir voto, não ofereceu, nem colocouà disposição dos eleitores bens e serviços de caráter social custeados ou subvencionados pelo PoderPúblico, limitando-se a discorrer sobre as realizações de sua administração. Com base em sua atuação àfrente da Administração Pública, pode o Administrador pleitear votos para seus correligionários, respeitadaa vedação imposta no inciso II do § 5º do art. 39 da Lei das Eleições. Inocorrência da conduta vedadaprevista no art. 73, IV, da Lei n.º 9.504/97.

4 – Representação julgada improcedente. Decisão unânime.

(TRE-CE, REP n.º 11.290, Ac. n.º 11.290, de 28.5.2004, Rel. Juiz Roberto Machado)

Agravo de instrumento – Investigação judicial – Uso de símbolo semelhante ao da administraçãomunicipal em campanha eleitoral – Perícia – Indeferimento – Preliminar de cerceamento de defesa –Afastamento – Competência da Justiça Eleitoral – Configuração – Abuso do poder político – Impossibilidade– Art. 74 da Lei n.º 9.504/97 – Art. 37, § 1º, da Constituição da República – Objeto – Propaganda institucional– Divergência jurisprudencial ou violação à lei – Ausência – Agravo não provido.

1. A Justiça Eleitoral é competente para examinar investigação judicial proposta para apurar a possívelutilização de símbolo da administração municipal em campanha eleitoral.

2. O uso de símbolo de governo em campanha eleitoral pode configurar crime previsto no art. 40 daLei n.º 9.504/97.

3. O art. 74 da Lei n.º 9.504/97 cuida unicamente da utilização de propaganda institucional com finsde promoção pessoal, com violação do art. 37, § 1º, da Constituição da República, e não de atos de campanhade candidato.

(TSE, AG n.º 4.371, Ac. n.º 4.371, de 18.12.2003, Rel. Min. Fernando Neves)

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Agravo de instrumento. Art. 73, VI, b, da Lei n.º 9.504/97. Autorização e veiculação de propagandainstitucional.

Basta a veiculação de propaganda institucional nos três meses anteriores ao pleito para que seconfigure a conduta vedada no art. 73, VI, b, da Lei n.º 9.504/97, independentemente de a autorização tersido concedida ou não nesse período.

Porém, em se tratando de placas referentes a obras, é necessário que se tenha a comprovação daresponsabilidade efetiva do candidato para que lhe seja aplicável a pena pecuniária (art. 73, § 4º, daLei n.º 9.504/97).

Precedentes.

Provimento do agravo para que subam os autos principais.

(TSE, AG n.º 4.365, Ac. n.º 4.365, de 16.12.2003, Rel.ª Min.ª Ellen Gracie Northfleet)

Agravo regimental em representação. Investigação judicial. Propaganda institucional realizada emperíodo não vedado por lei. Alegação de infringência ao disposto no art. 37, § 1º, CF. Inexistência deindícios ou circunstâncias que evidenciem repercussão no processo eleitoral. Hipótese que não se ajusta àmoldura da representação prevista na Lei das Inelegibilidades. Improvimento.

A realização da propaganda institucional, em desacordo com o art. 37, § 1º, da Constituição, constituiquebra do princípio da impessoalidade, desvio cujo exame se fixa, de ordinário, fora da órbita da JustiçaEleitoral.

Para que se admita a apuração dos reflexos de atos dessa natureza no processo eleitoral, medianteinvestigação judicial, necessária se faz ao menos a demonstração da existência de indícios ou circunstânciasque evidenciem a intenção de influir nas eleições, com nítido propósito de beneficiar determinado candidatoou partido político, pressuposto para a representação de que cuida o art. 22 da Lei Complementar n.º 64/90.

(TSE, ARP n.º 668, Ac. n.º 668, de 2.10.2003, Rel. Min. Barros Monteiro)

Recurso Eleitoral em representação. Publicidade paga pelo erário municipal. Descaracterização depromoção pessoal. Publicidade institucional.

I – A publicidade paga pelo erário municipal de caráter educativo, informativo ou de orientação social,sem constar acenos de nome, símbolo ou imagem que caracterizem promoção pessoal de autoridades oude servidores públicos, encontra amparo na Constituição Federal, art. 37, § 1º.

(TRE-CE, RE n.º 11.689, Ac. n.º 11.689, de 8.9.2003, Rel. Juiz Celso Albuquerque Macedo)

Recursos especiais. Representação. Propaganda institucional veiculada em período vedado. Art. 73,VI, b, da Lei 9.504/97.

1. O art. 73, VI, b, da Lei n.º 9.504/97 veda a veiculação de propaganda institucional nos três mesesanteriores ao pleito, mesmo que tenha sido autorizada antes deste período. Precedentes da Corte.

2. Para a imposição da multa do art. 73, § 8º, da Lei n.º 9.504/97, é imperioso que o candidato tenhasido efetivamente beneficiado pela propaganda ilegal.

3. Primeiro recurso especial não conhecido. Segundo recurso especial conhecido e provido.

(TSE, RESPE n.º 21.106, Ac. n.º 21.106, de 8.5.2003, Rel. Min. Fernando Neves)

Conduta vedada – Art. 73 da Lei n.º 9.504/97 – Propaganda institucional em período vedado – Placasde obras – Convênio entre o estado e o município – Nomes de dois candidatos a deputado – Beneficiários– Multa - §§ 4º e 8º do art. 73 da Lei n.º 9.504/97 – Governador – Responsabilidade – Falta de comprovação– Multa – Insubsistência.

1. Para a imposição de multa ao agente público, é imprescindível a comprovação de suaresponsabilidade pela conduta vedada.

(TSE, RESPE n.º 21.152, Ac. n.º 21.152, de 22.4.2003, Rel. Min. Fernando Neves)

Investigação judicial. Propaganda institucional realizada em período não vedado por lei. Alegação deinfringência ao disposto no art. 37, § 1º, CF. Inexistência de promoção de autoridades ou servidores públicos.

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Desvio ou abuso do poder de autoridade não caracterizado. Improcedência da representação. Possibilidadede ser dispensada a dilação probatória – Fatos dependentes de prova exclusivamente documental, jáproduzida.

I – Não obstante prevista dilação probatória no rito da investigação judicial (Lei Complementar n.º 64/90,art. 22, I, a), esta se dará tão-somente quando cabível. Dispensável quando a apreensão dos fatos submetidosao exame da Justiça Eleitoral reclamar prova exclusivamente documental, já produzida nos autos.

II – A propaganda institucional tem autorização prevista no art. 37, § 1º, da Constituição, devendo tercaráter educativo, informativo ou de orientação social.

III – Inexistência, no caso concreto, de nomes, símbolos ou imagens que pudessem caracterizarpromoção pessoal de autoridades ou servidores públicos, a constituir violação ao preceito constitucional e,portanto, desvio ou abuso do poder de autoridade em benefício de candidato ou partido político, para osefeitos previstos no art. 22 da Lei Complementar n.º 64/90.

IV – É admissível, ao menos em tese, que, em situações excepcionais, diante de eventual violaçãoao § 1º do art. 37 da Constituição, perpetrada em momento anterior aos três meses que antecedem aseleições, desde que direcionada a nelas influir, com nítido propósito de beneficiar determinado candidato oupartido político, seja a apuração dos reflexos daquele ato no processo eleitoral, já em curso, promovida pelaJustiça Eleitoral, mediante investigação judicial.

V – Inconveniência de se impor rigidez absoluta à delimitação da matéria a ser submetida, em sedede investigação judicial, ao exame da Justiça Eleitoral, ante a sofisticação com que, em matéria de eleições,se tem procurado contornar os limites da lei, cuja fragilidade é inegável, na tentativa de se auferir benefíciosincompatíveis com a lisura e a legitimidade do pleito.

(TSE, RP n.º 404, Ac. n.º 404, de 5.11.2002, Rel. Min. Sálvio de Figueiredo)

Conduta vedada – Art. 73, VI, b, da Lei n.º 9.504/97 – Propaganda institucional. Carnaval fora deépoca – Apoio do governo estadual – Contratação de conjuntos musicais.

Abadás – Nome e número de governadora, candidata à reeleição e de outros candidatos.

Não-caracterização de propaganda institucional.

Vestimentas dos brincantes – Fabricação e venda pelos blocos carnavalescos aos participantes.

Multa – Coligação – Impossibilidade.

1. Propaganda institucional é aquela que divulga ato, programa, obra, serviço e campanhas do governoou órgão público, autorizada por agente público e paga pelos cofres públicos.

2. A divulgação de nomes e números de candidatos não se confunde com propaganda institucional,ainda mais quando não envolve recursos públicos.

3. Somente a agente público pode ser aplicada a multa por infração à letra b do inciso VI do art. 73 daLei n.º 9.504/97.

(TSE, RESPE n.º 20.972, Ac. n.º 20.972, de 5.11.2002, Rel. Min. Fernando Neves)

Propaganda institucional – Imóveis públicos – Uso de cores – Identificação dos administradores –Abuso de autoridade – Art. 74 da Lei n.º 9.504/97 – Art. 37, § 1º, da Constituição da República.

Fatos não registrados na decisão recorrida – Abuso não reconhecido.

Recurso não conhecido.

1. O uso sistemático de cores pode caracterizar símbolo ou imagem para fins do § 1º do art. 37 daConstituição da República.

2. O emprego em obras ou imóveis públicos de qualquer meio que possa identificar a autoridade poreles responsável pode vir a constituir propaganda institucional.

(TSE, RESPE n.º 19.492, Ac. n.º 19.492, de 13.12.2001, Rel. Min. Fernando Neves)

Propaganda eleitoral extemporânea e subliminar em jornal e outdoors. Alegação de violação aosarts. 36, § 3º, da Lei 9.504/97 e 333 do CPC: Improcedência. Dissídio jurisprudencial não demonstrado.

1. Para a configuração da publicidade institucional é imprescindível a presença dos caractereseducativo, informativo ou de orientação social, previstos na Constituição Federal (Precedente: Acórdãon.º 15.749, de 04.03.99, Rel. Min. Costa Porto).

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2. Considera-se propaganda eleitoral subliminar a publicidade que traça paralelo entre a Administraçãoatual e a anterior, despertando a lembrança dos eleitores para as qualidades do administrador candidato àreeleição.

3. O simples argumento de que a produção, escolha, supervisão e veiculação da publicidade estãosob a responsabilidade de agente público diverso do titular da Administração não é suficiente para ilidir oprévio conhecimento deste.

4. Recurso não conhecido.

(TSE, RESPE n.º 19.331, Ac. n.º 19.331, de 13.9.2001, Rel. Min. Sepúlveda Pertence)

Propaganda institucional em período vedado (Lei 9.504/97, art. 73, § 4º) – Mensagens intermitentes,colocadas em relógios eletrônicos instalados em pontos de grande convergência de público.

1. Incontroverso o fato de que foram veiculadas mensagens alusivas à ação administrativa da Prefeituraem momento anterior à vedação legal dos três meses que antecedem o pleito.

2. A permanência de placas em obras públicas, antes do período vedado, é admissível, desde quedelas não constem expressões que possam identificar autoridades, servidores ou administrações cujosdirigentes estejam em campanha eleitoral (Precedentes: Representação 57 e Recurso Especial 19.323).

3. Recurso especial conhecido e provido.

(TSE, RESPE n.º 19.326, Ac. n.º 19.326, de 16.8.2001, Rel. Min. Sepúlveda Pertence)

Propaganda eleitoral antecipada – Art. 36, § 3º da Lei n.º 9.504/97 – Propaganda institucional –Prefeitura – Legitimidade passiva – Imposição de multa – Responsabilidade – Agente político. Fato anteriorao período eleitoral – Competência da Justiça Eleitoral.

1. A Municipalidade é parte legítima para figurar no pólo passivo, de modo a poder defender aregularidade de sua propaganda institucional, propaganda que pode vir a ser proibida ou suspensa.

2. Em se tratando de propaganda institucional, o responsável pela propaganda irregular é o agentepolítico, a quem deve ser imposta a multa.

3. A Justiça Eleitoral é competente para apreciar representação que tem por objeto fatos anterioresàs convenções.

(TSE, AG n.º 2.706, Ac. n.º 2.706, de 21.6.2001, Rel. Min. Fernando Neves)

- Realização de publicidade institucional no decurso dos meses de proibição. Beneficiário direto daconduta proibida, impõe-se a aplicação da multa ao agente público recandidato, por evidente a suaresponsabilidade, esta sob a forma de omissão no dever de agir para evitar ou impedir a acintosa transgressão,da qual foram co-partícipes empresários simpáticos à recandidatura.

- Decisão unânime.

(TRE-CE, RE n.º 11.961, Ac. n.º 11.961, de 28.9.2000, Rel. Juiz Luiz Gerardo de Pontes Brígido)

Recurso especial. Propaganda institucional. Agente político não concorrente a cargo eletivo.Possibilidade. A propaganda institucional realizada pelos agentes políticos, cujos cargos não estejam emdisputa na eleição, é procedimento autorizado pelo artigo 37, § 1º da Constituição Federal. Se, todavia,houver quebra do princípio da impessoalidade, a infração que daí decorre é de caráter necessariamenteadministrativo, devendo ser apurada e julgada por meio de ação própria prevista na Lei n.º 8.429/92, nãoencontrando foro adequado no âmbito da Justiça Eleitoral.

Recurso especial conhecido e provido.

(TSE, RESPE n.º 15.807, Ac. n.º 15.807, de 17.6.1999, Rel. Min. Maurício Corrêa)

11. PRONUNCIAMENTO EM CADEIA DE RÁDIO E TELEVISÃO FORA DO HORÁRIO ELEITORALGRATUITO (art. 73, VI, “c”)

RECURSO EM INVESTIGAÇÃO JUDICIAL ELEITORAL. PRIMEIRA PRELIMINAR DEINTEMPESTIVIDADE CONTRÁRIA AO ENTENDIMENTO FIRMADO PELO TSE. IMPROCEDÊNCIA.SEGUNDA PRELIMINAR DE TRÂNSITO EM JULGADO DA DECISÃO PARA A RÁDIO ALTERNATIVA FM.

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PROCEDÊNCIA. APLICAÇÃO DA MULTA. TERCEIRA PRELIMINAR DE INTEMPESTIVIDADE DORECURSO APRESENTADO PELO INVESTIGADO. INTEMPESTIVIDADE NÃO CONSTATADA.IMPROCEDÊNCIA. ANÁLISE DO MÉRITO.

1. “São proibidas aos agentes públicos, servidores ou não, as seguintes condutas tendentes a afetara igualdade de oportunidades entre candidatos nos pleitos eleitorais: VI – nos três meses que antecedem opleito: (...) c) fazer pronunciamento em cadeia de rádio e televisão, fora do horário eleitoral gratuito, salvoquando, a critério da Justiça Eleitoral, tratar-se de matéria, urgente, relevante e característica das funçõesde governo”.

2. Às emissoras de rádio, conforme o preceituado no art. 45 da lei 9.504/97, é vedado, a partir de1° de julho do ano eleitoral, dar tratamento privilegiado ou veicular propaganda política de candidato.

3. “A pena de cassação de registro de candidato, por conduta vedada em face de propaganda indevida,pode deixar de ser aplicada quando o Tribunal reconhecer que a falta cometida, pela sua pouca gravidade,não proporcione a sanção máxima, sendo suficiente, para coibi-la, a multa aplicada. Precedentes: AgRg noRespe n.º 25.358/CE; Ag n.º 5.343/RJ; Respe n.º 24.883/PR. (....)” (Ac. 26.876 TSE julgado em 5.12.2006).

(TRE-CE, RIJE n.º 11.046, Ac. n.º 11.046, de 16.10.2007, Rel. Juiz Danilo Fontenelle Sampaio Cunha)

1 – Recurso Eleitoral interposto contra decisão que julgou procedente representação por condutasvedadas nos arts. 45, III, e 73, VI, “c”, da Lei n.º 9.504/97.

2 – Entrevista em rádio. Meros esclarecimentos à população prestados por agentes públicos sobrefato ocorrido em hospital municipal. Locutor que não chegou a difundir opinião favorável ou contrária acandidato, partido, coligação, a seus órgãos ou representantes, muito menos tratamento privilegiado acandidato, partido ou coligação. Inexistência de qualquer conduta vedada na Lei n.º 9.504/97. Recursoprovido. Sentença reformada.

(TRE-CE, RE n.º 12.915, Ac. n.º 12.915, de 3.10.2004, Rel. Juiz Roberto Machado)

12. REVISÃO GERAL DA REMUNERAÇÃO DOS SERVIDORES PÚBLICOS (art. 73, VIII)

CONSULTA EM MATÉRIA ELEITORAL. RECEBIMENTO COMO AUTORIZAÇÃO. PROJETO DELEI DE REESTRUTURAÇÃO DA CARREIRA DOS PROFESSORES UNIVERSITÁRIOS ESTADUAIS.INICIATIVA. GOVERNADOR DO ESTADO. ENCAMINHAMENTO À ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA.IMPOSSIBILIDADE. REPERCUSSÃO NO PLEITO. DESEQUILÍBRIO DO PLEITO. PROBABILIDADE.ART. 73, VIII, DA LEI Nº 9.504/97. INFRAÇÃO. PEDIDO INDEFERIDO.

1 – O simples envio de projeto de lei, de iniciativa de candidato á reeleição, que visa a aprovação e oconseqüente aumento salarial de servidores públicos, ainda que de uma categoria específica, gera expectativaque se reproduz, não apenas na classe agraciada, como também na sociedade beneficiária direta dosrespectivos serviços prestados.

2 – Na espécie, sendo o Governador do Estado, candidato à reeleição e ente responsável pelacriação de lei que reestrutura a carreira dos professores universitários estaduais, o envio do respectivoprojeto de lei importa em claro benefício a ser produzido para a sua candidatura.

3 – Caso em que a implementação salarial da reestruturação da carreira dos professores universitáriosestaduais, mesmo que se consuma após o período vedado, poderá refletir nas opções de voto do eleitor,desequilibrando o pleito que se aproxima.

4 – Pedido indeferido.

(TRE-CE, CME n.º 11.153, Ac. n.º 11.153, de 13.9.2006, Rel. Juiz Anastácio Jorge Matos de Sousa Marinho)

Consulta. Eleição 2004. Revisão geral da remuneração servidor público. Possibilidade desde quenão exceda a recomposição da perda do poder aquisitivo (inciso VIII do art. 73 da Lei n.º 9.504/97).

(TSE, CTA n.º 1.086, Res. n.º 21.812, de 8.6.2004, Rel. Min. Luiz Carlos Madeira)

Revisão geral de remuneração de servidores públicos – Circunscrição do pleito – Art. 73, inciso VIII,da Lei n.º 9.504/97 – Perda do poder aquisitivo – Recomposição – Projeto de lei – Encaminhamento –Aprovação.

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1. O ato de revisão geral de remuneração dos servidores públicos, a que se refere o art. 73, incisoVIII, da Lei n.º 9.504/97, tem natureza legislativa, em face da exigência contida no texto constitucional.

2. O encaminhamento de projeto de lei de revisão geral de remuneração de servidores públicos queexceda à mera recomposição da perda do poder aquisitivo sofre expressa limitação do art. 73, inciso VIII, daLei n.º 9.504/97, na circunscrição do pleito, não podendo ocorrer a partir do dia 9 de abril de 2002 até aposse dos eleitos, conforme dispõe a Resolução/TSE n.º 20.890, de 9.10.2001.

3. A aprovação do projeto de lei que tiver sido encaminhado antes do período vedado pela lei eleitoralnão se encontra obstada, desde que se restrinja à mera recomposição do poder aquisitivo no ano eleitoral.

4. A revisão geral de remuneração deve ser entendida como sendo o aumento concedido em razãodo poder aquisitivo da moeda e que não tem por objetivo corrigir situações de injustiça ou de necessidadede revalorização profissional de carreiras específicas.

(TSE, CTA n.º 782, Res. n.º 21.296, de 12.11.2002, Rel. Min. Fernando Neves)

13. SANÇÕES APLICÁVEIS (art. 73, §§ 4º, 5º e 9º)

Agravo regimental. Recurso especial. Negativa de seguimento. Conduta. Prefeito. Agente público.Candidatura. Reeleição. Distribuição. Gratuidade. Lotes. Outorga. Escritura pública. Anterioridade. Eleições.Caráter eleitoreiro. Fragilidade. Conjunto probatório. Ausência. Captação ilícita. Caracterização. Art. 73, IV,da Lei nº 9.504/97. Desnecessidade. Aferição. Potencialidade. Conduta vedada. Ínfima. Ilicitude. Aplicação.Exclusividade. Multa. Art. 73, § 4º, da Lei nº 9.504/97. Princípio da proporcionalidade. Ausência. Violação.Art. 73, § 5º, da Lei nº 9.504/97. Reexame. Dissídio jurisprudencial não caracterizado. Fundamentos nãoinfirmados. Regimental. Desprovido.

- A prática de conduta vedada do art. 73 da Lei das Eleições não conduz, necessariamente, à cassaçãodo registro ou do diploma. Precedentes.

- “O dispositivo do art. 73, § 5º, da Lei nº 9.504/97, não determina que o infrator perca, automaticamente,o registro ou o diploma. Na aplicação desse dispositivo reserva-se ao magistrado o juízo de proporcionalidade.Vale dizer: se a multa cominada no § 4º é proporcional à gravidade do ilícito eleitoral, não se aplica a penade cassação” (Ac. Nº 5.343/RJ, rel. Min. Gomes de Barros).

- Não é possível, em sede de recurso especial, o reexame do conjunto fático-probatório (Súmulas279/STF e 7/STJ).

- Os fundamentos da decisão agravada devem ser especificamente infirmados, sob pena de subsistiremsuas conclusões.

- O dissídio jurisprudencial não foi comprovado, ante a ausência de similitude fática entre os paradigmasindicados e a decisão recorrida.

- Agravo regimental a que se nega provimento.

(TSE, ARESPE n.º 25.994, de 14.8.2007, Rel. Min. Gerardo Grossi)

RECURSO ESPECIAL. CONDUTA VEDADA. PUBLICIDADE INSTITUCIONAL EM PERÍODOVEDADO. CONFIGURAÇÃO. REEXAME DO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO. IMPOSSIBILIDADE.POTENCIALIDADE PARA INFLUENCIAR NO RESULTADO DO PLEITO. RECURSO DESPROVIDO.

1. O TSE – no julgamento do Respe nº 25.935/SC, rel. para acórdão Min. Cezar Peluso – assentouque a representação fundada no art. 73 da Lei nº 9.504/97 é de ser ajuizada até a data das eleições, penade não ser conhecida por falta de interesse de agir. Entendimento aplicável ao caso presente, mesmo em setratando de fatos pertinentes às Eleições de 2004. Precedentes.

2. Ocorre a preclusão se o impedimento de Juiz Eleitoral somente é suscitado em sede de recurso.

3. O § 5º do art. 73 da Lei nº 9.504/97 não configura hipótese de inelegibilidade. Razão pela qual nãohá que se falar em sua inconstitucionalidade.

(...)

9. Compete à Justiça Eleitoral velar pela observância da moralidade no processo eleitoral, ainda maisagredida se os ilícitos se dão na reta final da campanha.

10. Recurso desprovido.

(TSE, RESPE n.º 25.745, de 31.5.2007, Rel. Min. Carlos Ayres Britto)

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Agravo regimental. Recurso especial. Representação. Condutas vedadas. Art. 73 da Lei nº 9.504/97.Fatos e provas. Exame. Impossibilidade. Princípio da Proporcionalidade. Observância. Precedentes.

1. O recurso especial não se mostra adequado para o exame do acervo fático-probatório dos autos(Súmula nº 279 do Supremo Tribunal Federal).

2. Em razão de sua gravidade, a pena prevista no § 5º do art. 73 da Lei nº 9.504/97 há de observar oprincípio da proporcionalidade.

3. Precedentes.

Agravo regimental a que se nega provimento.

(TSE, ARESPE n.º 25.573, de 21.11.2006, Rel. Min. Caputo Bastos)

Processo Administrativo. Distribuição de cotas do Fundo Partidário. Multa. Incidência do § 9º do art.73 da Lei n.º 9.504/97 e do § 3º do art. 28 da Lei n.º 9.096/95.

A incidência de um dispositivo não exclui o outro.

Deverá ser excluído da distribuição desses valores o diretório partidário – regional ou municipal –diretamente beneficiado pela conduta.

Como a distribuição das cotas do Fundo Partidário é feita ao diretório nacional (art. 41 da Lein.º 9.096/95), será decotada a importância do órgão nacional.

Efeito cascata de modo a atingir o órgão do partido efetivamente responsável pela conduta.

(TSE, PA n.º 19.417, Res. n.º 22.090, de 20.9.2005, Rel. Min. Luiz Carlos Madeira)

Representação. Candidato a prefeito. Art. 73, IV, da Lei n.º 9.504/97. Programa habitacional. Doaçãode lotes. Decisão regional. Condenação. Alegação. Julgamento ultra petita. Não-configuração. Cassação.Registro ou diploma. Alegação. Hipótese de inelegibilidade. Improcedência. Precedentes. Conduta vedada.Configuração. Necessidade. Comprovação. Elementos. Ilícito eleitoral.

(...)

3. É pacífica a jurisprudência da Casa no sentido de que as sanções de cassação de registro decandidatura ou de diploma previstas em diversos dispositivos da Lei n.º 9.504/97 (arts. 41-A, 73, 74 e 77)não implica inelegibilidade.

4. Em relação à condenação fundada no art. 73, IV, da Lei n.º 9.504/97 aplica-se a regra do art. 257do Código Eleitoral, que estabelece que “os recursos eleitorais não terão efeito suspensivo”, resultando,portanto, a imediata execução da decisão.

5. Averiguada a necessidade de implementação das providências administrativas para adoção deprograma social, mostra-se óbvia a necessidade de rapidez por parte do administrador público, em face danatureza da situação e ponderando, ainda, o advento das restrições impostas pela lei eleitoral, com aproximidade do pleito, não se podendo, simplesmente, por meio dessa circunstância, se inferir o intentoeleitoral do candidato.

6. Um candidato em campanha normalmente é instado a se manifestar sobre determinado programaque implementou ou pretende implementar, sendo assim permitido que se manifeste sobre ele, não podendodaí concluir-se o indevido uso promocional a que se refere o art. 73, IV, da Lei n.º 9.504/97.

7. Com relação às condutas vedadas, é imprescindível que estejam provados todos os elementosdescritos na hipótese de incidência do ilícito eleitoral para a imputação das severas sanções de cassaçãode registro ou de diploma.

8. Para a configuração da infração ao art. 73, IV, da Lei n.º 9.504/97 faz-se necessária a efetivadistribuição de bens e serviços de caráter social.

Agravo de instrumento provido.

Recurso especial conhecido e provido.

Liminar deferida na Medida Cautelar por ora mantida.

(TSE, AG n.º 5.817, Ac. n.º 5.817, de 16.8.2005, Rel. Min. Caputo Bastos)

RECURSO ESPECIAL ELEITORAL. VIOLAÇÃO AOS ARTS. 14, § 9º, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL,15 E 22 DA LEI COMPLEMENTAR N.º 64/90. INCONSTITUCIONALIDADE DO § 5º DO ART. 73 DA LEIN.º 9.504/97. DIVERGÊNCIA JURISPRUDENCIAL COM DECISÕES DO TSE.

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O § 5º do art. 73 da Lei n.º 9.504/97 não contém hipótese de inelegibilidade. Inconstitucionalidadenão configurada. Precedentes. Art. 15 da Lei Complementar n.º 64/90. Ausência de prequestionamento.Divergência jurisprudencial não configurada. Não se evidenciando das próprias ementas, exige-se o cotejoanalítico das hipóteses conflitantes.

A aferição da potencialidade dos atos de abuso de poder para influir no resultado do pleito compete àinstância ordinária. Verbetes n.ºs 7 do STJ e 279 do STF.

Recurso não conhecido.

(TSE, RESPE n.º 25.117, Ac. n.º 25.117, de 28.4.2005, Rel. Min. Luiz Carlos Madeira)

RECURSO ELEITORAL. REPRESENTAÇÃO. CONDUTA VEDADA. NÃO COMPROVAÇÃO.

1 – Preliminares de ilegitimidade passiva ad causam, inépcia da inicial e cerceamento de defesa.Rejeição. Consoante o disposto no art. 73, § 5º, da Lei n.º 9.504/97, o candidato beneficiado pela condutavedada está sujeito à cassação do registro ou do diploma, razão pela qual os recorridos encontram-selegitimados para compor o pólo passivo da ação.

2 – A proibição contida no art. 73, inciso III, da Lei das Eleições, restringe-se ao horário de expedientenormal do servidor.

3 – Fragilidade da prova. Recurso improvido. Sentença mantida.

(TRE-CE, RE n.º 12.991, Ac. n.º 12.991, de 29.3.2005, Rel.ª Des.ª Gizela Nunes da Costa)

RECURSO ELEITORAL. CANDIDATO A PREFEITO (REELEIÇÃO). PEDIDO DE CASSAÇÃO DOREGISTRO ASSINADO POR CANDIDATO A VEREADOR. INGRESSO DE ADVOGADO. RATIFICAÇÃODO CONTEÚDO DA INICIAL. CONSTRUÇÃO DE AÇUDES. CESSÃO DE BENS E SERVIÇOS PÚBLICOS.CONDENAÇÃO NO JUÍZO MONOCRÁTICO NAS PENAS DE MULTA E CASSAÇÃO DO REGISTROCOM FULCRO NO ARTIGO 41-A, DA LEI N.º 9.504/97. CAPTAÇÃO DE SUFRÁGIOS – INEXISTÊNCIADE PROVA CONCLUSIVA. CONDUTAS VEDADAS – ARTIGO 73, II DA LEI N.º 9.504/97. COMPROVAÇÃO.CANDIDATO BENEFICIADO COM VOTOS OU BENESSES – PARÁGRAFO 5º DO ARTIGO 73 DA LEIN.º 9.504/97 – INEXISTÊNCIA DE PROVA CONCLUSIVA. INCABÍVEL A CONDENAÇÃO NA PENA DECASSAÇÃO DO REGISTRO OU DIPLOMA. RECURSO PROVIDO, EM PARTE.

1 – A regra do art. 13 do Código de Processo Civil não cuida apenas de representação legal e daverificação da incapacidade processual, mas também da possibilidade de suprir omissões relativas àincapacidade postulatória (RESP n.º 102.433/MG, STJ, Relator Ministro Sálvio de Figueiredo Teixeira;RE n.º 92.237, STF, Relator Ministro Cunha Peixoto). Na hipótese de inexistência de procuração, nasinstâncias ordinárias, incide a regra do art. 13 do Código de Processo Civil, também aplicável, em setratando de capacidade postulatória (In RE TSE n.º 19.526, MG, Rel. Ministro Sálvio de Figueiredo Texeira).

2 – O despacho de intimação para a regularização de incapacidade postulatória não impõe intimaçãoà parte contrária, por não evidenciado malferimento ao devido processo legal.

3 – Para a configuração da conduta vedada pelo art. 41-A da Lei n.º 9.504/97, devem estar evidenciadosos elementos objetivos e subjetivos do tipo, inclusive a efetiva participação do candidato, mesmo queindiretamente, nos fatos ilegais, com expresso pedido de votos. No caso concreto, não está evidenciado acessão dos benefícios em troca de voto.

4 – A cessão ou uso de bens e serviços pertencentes à Administração Pública, diante da inexistênciade prova conclusiva, de que houve benefício para o candidato, enquadra-se na conduta vedada prevista noart. 73, inciso II, da Lei n.º 9.504/97, sujeitando o beneficiário apenas à pena de multa, prevista no § 4º, doart. 73, e jamais na pena de cassação prevista no § 5º do mesmo diploma legal.

(TRE-CE, RE n.º 12.951, Ac. n.º 12.951, de 27.12.2004, Rel.ª Juíza Maria Nailde Pinheiro Nogueira)

Agravo de Instrumento. Eleições 2004. Provimento. Recurso Especial. Representação. Propagandairregular. Caracterização. Registro. Art. 73, Lei n.º 9.504/97. Princípio da proporcionalidade. Não-provimento.

Estando o agravo de instrumento suficientemente instruído, deferido este, examina-se, desde logo, orecurso especial.

O dispositivo do art. 73, § 5º, da Lei n.º 9.504/97, não determina que o infrator perca, automaticamente,o registro ou o diploma. Na aplicação desse dispositivo reserva-se ao magistrado o juízo de proporcionalidade.

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Vale dizer: se a multa cominada no § 4º é proporcional à gravidade do ilícito eleitoral, não se aplica a penade cassação.

(TSE, AG n.º 5.343, Ac. n.º 5.343, de 16.12.2004, Rel. Min. Gomes de Barros)

Representação. Investigação judicial. Rito. Lei de Inelegibilidade. Adoção. Possibilidade. Abuso dopoder econômico. Conduta vedada. Comprovação. Sanções. Inelegibilidade. Cassação de diploma. Prefeitoe vice-prefeito.

Decisão. Embargos de declaração. Contradição. Omissão. Inexistência.

1. A contradição, omissão ou obscuridade que pode ser argüida em embargos de declaração é aquelaexistente na própria decisão embargada, e não em relação a outro julgado.

2. A jurisprudência deste Tribunal Superior é firme quanto à possibilidade de aplicação da pena decassação do diploma, a que se refere o art. 73 da Lei das Eleições, ainda que adotado o rito estabelecido naLei Complementar n.º 64/90. Nesse sentido: Acórdão n.º 20.353.

3. Não há litispendência entre a ação de investigação judicial eleitoral e o recurso contra expediçãode diploma.

4. As decisões da Justiça Eleitoral merecem pronta solução e devem, em regra, ser imediatamentecumpridas, sendo os recursos eleitorais desprovidos de efeito suspensivo, a teor do art. 257 do CódigoEleitoral, preceito que somente pode ser excepcionado em casos cujas circunstâncias o justifiquem.

Embargos de declaração acolhidos para prestar esclarecimentos.

(TSE, ERESPE n.º 21.316, Ac. n.º 21.316, de 18.11.2004, Rel. Min. Caputo Bastos)

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO RECURSO ESPECIAL ELEITORAL PROCESSADO COMOORDINÁRIO.

1. Configurada a conduta vedada (art. 73 da Lei n.º 9.504/97), incide a sanção de multa prevista noseu § 4º. Além dela, nos casos que o § 5º indica, o candidato ficará sujeito à cassação do registro ou dodiploma. Não se exige fundamentação autônoma.

2. A Lei das Eleições veda “fazer ou permitir uso promocional em favor de candidato, partido políticoou coligação, de distribuição gratuita de bens e serviços de caráter social custeados ou subvencionadospelo Poder Público” (art. 73, IV). Não se exige a interrupção de programas nem se inibe a sua instituição.O que se interdita é a utilização em favor de candidato, partido político ou coligação.

(...)

(TSE, ERESPE n.º 21.320, Ac. n.º 21.320, de 9.11.2004, Rel. Min. Luiz Carlos Madeira)

Recurso contra expedição de diploma. Art. 262, IV, do Código Eleitoral. Prefeito. Abuso de poderpolítico. Inauguração de escola municipal. Conduta. Candidato. Participação. Objeto. Representação.Art. 77 da Lei n.º 9.504/97.

1. Em princípio, não se pode dizer que a comprovação da prática de qualquer conduta vedada pelaLei n.º 9.504/97, embora caracterize abuso do poder político, demonstre automaticamente a ocorrência depotencialidade para desequilibrar o pleito, tanto que o legislador apenou algumas condutas com perda doregistro e outras com perda do registro e do diploma, isto é, algumas condutas vedadas foram consideradasmais graves que as demais.

2. A prática de uma das condutas vedadas pela Lei n.º 9.504/97, mesmo que já tenha sido objeto derepresentação, pode vir a ser apurada em investigação judicial e ensejar a aplicação do disposto no art. 22da LC n.º 64/90, desde que seja demonstrada potencialidade de a prática influir na disputa eleitoral.

3. Reexame de matéria fática em recurso especial. Impossibilidade.

Agravo de instrumento improvido.

(TSE, AG n.º 4.511, Ac. n.º 4.511, de 23.3.2004, Rel. Min. Fernando Neves)

Representação. Art. 77 da Lei n.º 9.504/97. Decisão. Efeitos. Proclamação. Eleitos. Anterioridade.Registro. Diploma. Cassação.

1. Nas representações fundadas em artigos da Lei n.º 9.504/97 que prevêem a perda do registro mas

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não do diploma, a decisão que cassar o registro deve ser prolatada até a proclamação dos eleitos, de modoa impedir a diplomação do candidato.

(TSE, AG n.º 4.548, Ac. n.º 4.548, de 16.3.2004, Rel. Min. Fernando Neves)

Propaganda institucional estadual. Governador. Responsabilidade. Conduta vedada. Art. 73, VII, daLei n.º 9.504/97.

Embargos de declaração. Omissão. Ausência.

Multa. Aplicação. Mínimo legal. Impossibilidade. Gravidade da infração.

1. A aplicação da multa no valor máximo, por transgressão à regra do art. 73, VII, da Lei n.º 9.504/97,justifica-se pelo uso da propaganda institucional em benefício do candidato à reeleição e, ainda, pela grandemonta de recursos, o que evidencia a gravidade da infração.

Embargos rejeitados.

(TSE, ERESPE n.º 21.307, Ac. n.º 21.307, de 19.2.2004, Rel. Min. Fernando Neves)

Representação. Investigação judicial. Art. 22 da Lei Complementar n.º 64/90. Art. 73, inciso II, § 5º, daLei n.º 9.504/97. Cestas básicas. Distribuição. Vales-combustível. Pagamento pela Prefeitura. Eleições.Resultado. Influência. Potencialidade. Abuso do poder econômico. Conduta vedada. Inelegibilidade. Cassaçãode diploma. Possibilidade.

1. A comprovação da prática das condutas vedadas pelos incisos I, II, III, IV e VI do art. 73 da Lein.º 9.504/97 dá ensejo à cassação do registro ou do diploma, mesmo após a realização das eleições.

(TSE, RESPE n.º 21.316, Ac. n.º 21.316, de 30.10.2003, Rel. Min. Fernando Neves)

Agravo regimental. Provimento. Recurso especial. Art. 73, IV, da Lei n.º 9.504/97. (...)

- Não consiste em nova hipótese de inelegibilidade a previsão, no indigitado art. 73, § 5º, da Lein.º 9.504/97, da pena de cassação do diploma, que representou tão-somente o atendimento, pelo legislador,de um anseio da sociedade de ver diligentemente punidos os candidatos beneficiados pelas condutasilícitas descritas nos incisos I a IV e VI desse artigo.

Recurso especial de que não se conhece.

(TSE, ARESPE n.º 20.353, Ac. n.º 20.353, de 17.6.2003, Rel. Min. Barros Monteiro)

RECURSO INOMINADO. CONDUTA VEDADA A AGENTE PÚBLICO. CAPTAÇÃO DE SUFRÁGIO.CUMULAÇÃO DE SANÇÕES.

I – (...).

II – Possibilidade de cumulação das sanções previstas no art. 73, § 4º, da Lei n.º 9.504/97 e no art. 22da Lei Complementar n.º 64/90. Precedente do Tribunal Superior Eleitoral. Inteligência do art. 78 daLei n.º 9.504/97. Afastada a hipótese de bis in idem.

III – (...).

IV – Recurso conhecido e parcialmente provido.

(TRE-CE, RE n.º 12.392, Ac. n.º 12.392, de 6.8.2002, Rel. Des. Fernando Luiz Ximenes Rocha)

14. INAUGURAÇÃO DE OBRAS PÚBLICAS (art. 77)

AGRAVO REGIMENTAL. INAUGURAÇÃO DE OBRA PÚBLICA. NÃO-PARTICIPAÇÃO DOCANDIDATO. PLACAS COM NOME DE TODA A ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL DE 2001/2004, TANTODO PODER EXECUTIVO COMO DO PODER LEGISLATIVO. CONFECÇÃO ORIENTADA PELOCERIMONIAL DO GOVERNADOR DO ESTADO. RESPONSABILIDADE DO PREFEITO. NÃO-OCORRÊNCIA.

1. A permanência do prefeito, candidato à reeleição, em local próximo ao evento de inauguração, nãocaracteriza ofensa ao art. 77 da Lei nº 9.504/97.

2. A circulação do prefeito em companhia do governador do estado pela cidade, após as inaugurações,não configura conduta ilícita, visto que o prefeito, embora candidato, permanece na chefia do ExecutivoMunicipal e, assim, exerce as atividades inerentes a seu cargo paralelamente à campanha eleitoral.

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3. A violação ao art. 37, § 1º, c.c. o art. 74 da Lei nº 9.504/97, se de fato existente, não deve serimputada ao Recorrido, porquanto restou apurado que a placa objeto da controvérsia foi confeccionada amando do cerimonial do governo do estado.

Agravo Regimental desprovido.

(TSE, ARESPE n.º 25.093, de 4.4.2006, Rel. Min. Gilmar Mendes)

RECURSO ESPECIAL – COTEJO.

O cotejo indispensável a que se diga enquadrado o recurso especial em um dos permissivos própriosfaz-se a partir das premissas fáticas do acórdão proferido, sendo defeso proceder-se a exame da provapara substituí-las.

OBRA PÚBLICA – INAUGURAÇÃO – ARTIGO 77 DA LEI N.º 9.504/97.

Não configura situação jurídica enquadrável no artigo 77 da Lei n.º 9.504/97 o comparecimento decandidatos ao local após a inauguração da obra pública, quando já não mais estão presentes os cidadãosem geral.

(TSE, RESPE n.º 24.852, Ac. n.º 24.852, de 27.9.2005, Rel. Min. Marco Aurélio)

Recurso especial. Representação. Condenação. Multa. Presidente da República. Discurso. Elogio.Administração. Candidata. Prefeita. Pedido. Voto. Ocasião. Inauguração. Obra pública. Alegação.Favorecimento. Candidatura. Improcedência. Ausência. Caracterização. Cessão. Uso. Bem público. Benefício.Candidatura. Prefeita. Prejuízo. Equilíbrio. Diversidade. Participante. Eleição. Configuração. Liberdade.Manifestação. Opinião. Inaplicabilidade. Art. 73, I, da Lei n.º 9.504/97.

(TSE, RESPE n.º 24.963, Ac. n.º 24.963, de 10.3.2005, Rel. Min. Caputo Bastos)

Representação. Art. 77 da Lei n.º 9.504/97. Evento. Descerramento. Placa. Praça. Participação.Candidato. Prefeito. Inauguração. Obra pública. Não-configuração. Atribuições. Cargo. Administrador público.

1. O descerramento de placa de novo nome de praça já existente não configura inauguração de obrapública a que se refere o art. 77 da Lei n.º 9.504/97, sendo tal conduta inerente às atribuições do cargo doadministrador público. Precedente: Acórdão n.º 608.

Agravo a que se nega provimento.

(TSE, AAG n.º 5.291, Ac. n.º 5.291, de 10.2.2005, Rel. Min. Caputo Bastos)

Recurso especial. Eleição 2004. Art. 77 da Lei n.º 9.504/97. Participação de candidato em inauguraçãode obra pública. Vedação legal. Recurso provido para cassar o registro de candidatura.

(TSE, RESPE n.º 24.861, Ac. n.º 24.861, de 7.12.2004, Rel. Min. Peçanha Martins)

I – Solenidade de sorteio de casas populares não se enquadra no conceito de inauguração de obrapública. Interpretação restritiva do art. 77 da Lei n.º 9.504/97.

II – Em tempos de campanha eleitoral, a presença dos mais altos dignitários, nas mais variadasespécies de eventos ligados às eleições, não caracteriza um escândalo, desde que não descambe para opleno abuso.

III – Recurso especial provido.

(TSE, RESPE n.º 24.790, Ac. n.º 24.790, de 2.12.2004, Rel. Min. Gilmar Mendes)

RECURSO ESPECIAL. ELEIÇÃO 2004. INAUGURAÇÃO DE OBRA PÚBLICA OCORRIDA ANTESDO INGRESSO DO PEDIDO DE REGISTRO DE CANDIDATURA NA JUSTIÇA ELEITORAL. ART. 77 DALEI DAS ELEIÇÕES. RECURSO PROVIDO.

- Na linha do julgado por esta Corte no Respe n.º 22.059/GO, rel. Min. Carlos Velloso, sessão de9.9.2004, “A norma do parágrafo único do art. 77 da Lei n.º 9.504/97 refere-se, expressamente, a candidato,condição que só se adquire com a solicitação do registro de candidatura”.

(TSE, RESPE n.º 24.911, Ac. n.º 24.911, de 16.11.2004, Rel. Min. Peçanha Martins)

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Representação. Improcedência. Descumprimento. Art. 77 da Lei n.º 9.504/97. Não-configuração.Prefeito. Ausência. Pedido. Registro. Condição de candidato não averiguada.

1. A condição de candidato somente é obtida a partir da solicitação do registro de candidatura. Assimsendo, como ainda não existia pedido de registro de candidatura à época do comparecimento à inauguraçãoda obra pública, o art. 77 da Lei n.º 9.504/97 não incide no caso em exame. Nesse sentido: Acórdãon.º 22.059, Agravo Regimental no Recurso Especial n.º 22.059, rel. Ministro Carlos Velloso, de 9.9.2004.

Agravo regimental a que se nega provimento.

(TSE, AAG n.º 5.134, Ac. n.º 5.134, de 11.11.2004, Rel. Min. Caputo Bastos)

RECURSO ESPECIAL. REGISTRO. CANDIDATO. PREFEITO. CONDUTA VEDADA.PARTICIPAÇÃO. INAUGURAÇÃO. OBRA PÚBLICA. MUNICÍPIO DIVERSO. PERÍODO. PROIBIÇÃO.ART. 77 DA LEI N.º 9.504/97. ABUSO. PODER POLÍTICO. INELEGIBILIDADE. INEXISTÊNCIA.

1. Não constitui conduta a ser alcançada pelo art. 77 da Lei n.º 9.504/97 a participação de candidatoem inauguração de obra pública, fora da circunscrição territorial pela qual disputa cargo eletivo, consideradoo conceito do art. 86 do Código Eleitoral.

2. Além do mais, cuidando-se de obra pública, em local público e de acesso a qualquer pessoa, nadaimpedia que dela participassem todos os candidatos.

3. O que a lei pretende vedar é a utilização indevida, ou o desvirtuamento da inauguração em prol decandidato, fato, aliás, que pode ser apurado na forma dos arts. 19 e 22 da Lei Complementar n.º 64/90.Precedentes: Acórdãos n.ºs 4.511, de 23.3.2004, Ag n.º 4.511; 21.167, de 21.8.2003, EdclREspe n.º 21.167,da relatoria do Min. Fernando Neves.

(TSE, RESPE n.º 24.122, Ac. n.º 24.122, de 30.9.2004, Rel. Min. Caputo Bastos)

Representação. Prefeito. Candidato à reeleição. Participação. Inauguração. Guarnição do Corpo deBombeiros. Art. 77 da Lei n.º 9.504/97. Conduta vedada.

1. A proibição de participação de candidatos a cargos do Poder Executivo em inaugurações de obraspúblicas tem por fim impedir que eventos patrocinados pelos cofres públicos sejam desvirtuados e utilizadosem prol das campanhas eleitorais.

2. É irrelevante, para a caracterização da conduta, se o candidato compareceu como mero espectadorou se teve posição de destaque na solenidade.

Recurso conhecido e provido.

(TSE, RESPE n.º 19.404, Ac. n.º 19.404, de 18.9.2001, Rel. Min. Fernando Neves)

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RECURSO ELEITORAL - TRANSFERÊNCIA DE DOMICÍLIO ELEITORAL - DECISÃO -INDEFERIMENTO - DOCUMENTAÇÃO COMPROBATÓRIA - DOMICÍLIO ELEITORAL DIFERENTE DOCÍVEL - CONTRATO DE LOCAÇÃO - VÍNCULO FAMILIAR E AFETIVO - ENTENDIMENTO JÁCONSAGRADO PELA JUSTIÇA ELEITORAL - REFORMA DO DECISUM - PROVIMENTO.

1) O domicílio eleitoral, por ser diferente do Cível, pode ser demonstrado através de qualquer vínculocom a cidade, seja patrimonial, afetivo, político ou mesmo social.

2) Provimento do recurso com a conseqüente reforma da decisão atacada, para, assim, deferir atransferência eleitoral requerida.

(TRE-CE, RDE n.º 11.006, Ac. n.º 11.006, de 4.3.2008, Rel. Juíza Maria Nailde Pinheiro Nogueira)

RECURSO ELEITORAL. TRANSFERÊNCIA DE DOMICÍLIO ELEITORAL. INDEFERIMENTO.PRELIMINAR DE NULIDADE DE SENTENÇA. AUSÊNCIA DE CONTRADITÓRIO E AMPLA DEFESA.IMPROCEDÊNCIA. SEGUNDA PRELIMINAR. NULIDADE DA SENTENÇA. NÃO PARTICIPAÇÃO DOMINISTÉRIO PÚBLICO NO JUÍZO DE PRIMEIRO GRAU. IRREGULARIDADE SUPRIDA PELAMANIFESTAÇÃO DA PROCURADORIA REGIONAL. IMPROCEDÊNCIA. MANUTENÇÃO DA SENTENÇA.

(TRE-CE, RDE n.º 11.005, Ac. n.º 11.005, de 11.12.2007, Rel. Juiz Danilo Fontenele Sampaio Cunha)

RECURSO ELEITORAL. DOMICÍLIO ELEITORAL. TRANSFERÊNCIA. RESOLUÇÃO-TSEN.º 21.538/2003. PRAZO DE 5 DIAS. NÃO OBSERVAÇÃO. INTEMPESTIVIDADE. RECONHECIMENTO.NÃO CONHECIMENTO DO RECURSO.

1 - A Resolução-TSE n.º 21.538/2003 traz as regras de vários procedimentos de serviços eleitorais,dentre eles, a transferência de domicílio eleitoral e seu respectivo processamento.

2 - Em se tratando de indeferimento de requerimento de transferência, caberá recurso interposto peloeleitor no prazo de cinco dias, contados da colocação da respectiva listagem à disposição dos partidos.Inteligência do art. 18, § 5º, da Resolução-TSE n.º 21.538/2003.

3 - Não conhecimento do Recurso.

(TRE-CE, RDE n.º 11.003, Ac. n.º 11.003, de 27.2.2007, Rel. Juiz Anastácio Jorge Matos de S. Marinho)

Agravo regimental. Agravo de instrumento. Domicílio eleitoral. Transferência. Fraude. Inscrição.Cancelamento. Arts. 87 e 458 do Código de Processo Civil. Art. 42 da Res.-TSE nº 21.538/2003. Violação.Inocorrência. Competência em razão da matéria. Fatos e provas. Reexame. Impossibilidade. Súmulanº 279 do Supremo Tribunal Federal. Dissídio jurisprudencial. Não-configuração.

1. Não afasta a competência do juiz eleitoral para processar e julgar requerimento de cancelamentode inscrição eleitoral o fato de, no curso da ação, ser requerida a transferência da inscrição para outracircunscrição.

2. É vedado o reexame de fatos e provas na via do recurso especial (Súmula nº 279 do SupremoTribunal Federal).

3. A divergência jurisprudencial, para se configurar, demanda a realização do confronto analíticoalém da similitude fática.

4. O agravo regimental, assim como o de instrumento, para que obtenha êxito, deve impugnar,especificamente, todos os fundamentos da decisão atacada.

Agravo regimental desprovido.

(TSE, AAG n.º 7.179, Ac n.º 7.179, de 31.10.2006, Rel. Min. Caputo Bastos)

Agravo regimental. Eleições 2006. Registro de candidato. Deputado estadual. Alistamento eleitoral.Prazo. Condição de elegibilidade. Ausência. Fundamentos não afastados.

1. O domicílio e a inscrição eleitoral são requisitos que devem ser preenchidos há pelo menos um anoantes do pleito.

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2. O agravo regimental, para que obtenha êxito, deve atacar especificamente os fundamentos dadecisão impugnada.

Agravo regimental a que se nega provimento.

(TSE, RESPE n.º 26.825, Ac. n.º 26.825, de 10.10.2006, Rel. Min. Caputo Bastos)

RECURSO ESPECIAL ELEITORAL. REGISTRO DE CANDIDATURA. ELEIÇÕES 2006. NÃO-APRESENTAÇÃO DE CERTIDÕES NEGATIVAS DOS CARTÓRIOS DO DOMICÍLIO DA REQUERENTE.

1. Indefere-se pedido de registro de candidatura quando a parte requerente, embora com prazo abertoem fase de diligência, não apresenta certidões negativas dos Cartórios de seu domicílio eleitoral.

2. Recurso especial não provido.

(TSE, RESPE n.º 26.801, Ac. n.º 26.801, de 20.9.2006, Rel. Min. Augusto Delgado)

CONSULTA. PARTIDO POLITICO. COMISSÃO EXECUTIVA NACIONAL. SECRETÁRIO-GERAL.LEGITIMIDADE DO CONSULENTE. INSCRIÇÃO ELEITORAL. TRANSFERÊNCIA. DOMICÍLIO. PRAZO.FILIAÇÃO PARTIDÁRIA. TERRITÓRIO NACIONAL. VALIDADE.

1. Secretário-Geral de Comissão Executiva Nacional de Partido Político, como representante deórgão de direção nacional, tem legitimidade para formular consulta ao Tribunal Superior Eleitoral.

2. Como bem sintetizado pela AESP, “se a candidatura é de cunho municipal, o domicílio e filiaçãodevem ser aí comprovados. Se a candidatura é a cargo eletivo estadual, a circunscrição é o Estado (...), sea candidatura é a mandato presidencial, por óbvio, válido será o domicílio e a filiação em qualquer municípiodo território nacional” (fl. 40).

3. Resposta no sentido de que é necessária a observância do domicílio eleitoral e da filiação partidáriaum ano antes do pleito na localidade da realização das eleições, observadas as regras acerca de circunscriçãoeleitoral acima postas.

(TSE, CTA n.º 1.231, Ac. n.º 1.231, de 8.6.2006, Rel. Min. Augusto Delgado)

Habeas Corpus. Recurso Ordinário. Trancamento. Ação penal. Falsidade ideológica. Indícios.Materialidade e autoria.

1. O tipo do art. 350 do Código Eleitoral pressupõe que o agente, ao emitir documento, omita declaraçãoque devesse dele constar ou insira declaração falsa.

2. Presentes indícios de materialidade e autoria, não se dá justa causa para trancamento da açãopenal.

3. Em se tratando de declaração de domicílio, embora o inciso III do art. 8º da Lei nº 6.996/82 exijaapenas a indicação em requerimento, nos termos do inciso I, a declaração do eleitor se faz para os fins eefeitos legais e, principalmente, sob as penas da lei (art. 350 do Código Eleitoral).

Recurso em habeas corpus a que se nega provimento.

(TSE, RHC n.º 95, Ac. n.º 95, de 11.4.2006, Rel. Min. Caputo Bastos)

AGRAVO REGIMENTAL. Recurso Especial. Domicílio. Transferência. Procedimento administrativo.Mandado de Segurança. Cabimento. Assistência. Admissão.

1 - Demonstrado o benefício que a requerente poderá auferir com o provimento do recurso, admite-seseu ingresso no feito como assistente.

2 - A decisão judicial relativa a transferência de domicílio é de natureza administrativa, não fazendocoisa julgada. Pode, assim, ser atacada por Mandado de Segurança.

(TSE, RESPE n.º 24.844, Ac. n.º 24.844, de 14.2.2006, Rel. Min. Gomes de Barros)

Recurso ordinário. Recebimento. Recurso especial. Agravo regimental. Ação de impugnação demandato eletivo. Eleição. Deputado federal. Alegação. Fraude. Transferência. Domicílio eleitoral. Não-cabimento. Ausência. Reflexo. Votação. Ausência. Matéria. Natureza constitucional. Possibilidade. Preclusão.

1) Em sede de impugnação de mandato eletivo, não cabe discussão acerca de fraude na transferência

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de domicílio eleitoral. À consideração de que o recurso ordinário aforado não conduziria à perda de mandatoeletivo, por versar sobre questão preliminar associada ao cabimento da AIME, recebe-se este como especial,ex vi do inciso IV do § 4º do art. 121 da Constituição Federal.

2) Não é possível examinar a fraude em transferência de domicílio eleitoral em sede de ação deimpugnação de mandato eletivo, porque o conceito de fraude, para fins desse remédio processual, é aquelerelativo à votação, tendente a comprometer a legitimidade do pleito, operando-se, pois, a preclusão.

3) “(...) domicílio eleitoral é condição de elegibilidade e não hipótese de inelegibilidade. Sua inexistênciana época do registro da candidatura - de difícil comprovação agora - não configuraria, de qualquer forma,hipótese de inelegibilidade legal e muito menos constitucional (Constituição Federal, art. 14, §§ 4º a 9º; eLei Complementar nº 64/90, art. 1º, incisos I a VII)” (Acórdão nº 12.039, de 15.8.91, rel. Min. Américo Luz).

4) Agravo a que se nega provimento.

(TSE, RO n.º 888, Ac. n.º 888, de 18.10.2005, Rel. Min. Caputo Bastos)

CONSULTA. SERVIDOR DA JUSTIÇA ELEITORAL. CANDIDATURA A CARGO ELETIVO. FILIAÇÃOPARTIDÁRIA. NECESSIDADE DE AFASTAMENTO DO CARGO (ART. 366 DO CÓDIGO ELEITORAL).

I - O servidor da Justiça Eleitoral, para candidatar-se a cargo eletivo, necessariamente terá que seexonerar do cargo público em tempo hábil para o cumprimento da exigência legal de filiação partidária.Indagação respondida negativamente.

II - Segunda indagação respondida negativamente, tendo em vista que há diversidade de situações.No caso dos militares, a vedação de filiação partidária tem sede constitucional. Questão respondidanegativamente.

III - Ainda que afastado do órgão de origem, incide a norma constante do art. 366 do Código Eleitoral,cujo escopo é a “moralidade que deve presidir os pleitos eleitorais, afastando possível favorecimento adeterminado candidato”. Questão respondida afirmativamente.

IV - Quanto ao quarto questionamento, “(...) o servidor da Justiça Eleitoral, ainda que pretenda concorrerem outro Estado da Federação diverso do Estado de seu domicílio profissional, é impedido de exerceratividade político-partidária, que inclui a filiação partidária”, devendo, para concorrer a cargo eletivo, afastar-se do cargo que ocupa.

(TSE, CTA n.º 1.164, Ac. n.º 1.164, de 20.9.2005, Rel. Min. Cesar Asfor)

Agravo Regimental. Recurso Especial. Ação de Impugnação de Mandato Eletivo. Descabimento.Fraude na transferência de domicílio eleitoral.

- A possível fraude ocorrida por ocasião da transferência de domicílio eleitoral não enseja a propositurada Ação de Impugnação de Mandato Eletivo, prevista no art. 14, § 10, da Constituição Federal.

(TSE, ARESPE n.º 24.806, Ac. n.º 24.806, de 24.5.2005, Rel. Min. Luiz Carlos Madeira)

DOMICÍLIO ELEITORAL - TRANSFERÊNCIA - RESIDÊNCIA - ANTECEDÊNCIA (CE, ART. 55) -VÍNCULOS PATRIMONIAIS E EMPRESARIAIS.

- Para o Código Eleitoral, domicílio é o lugar em que a pessoa mantém vínculos políticos, sociais eafetivos. A residência é a materialização desses atributos. Em tal circunstância, constatada a antigüidadedesses vínculos, quebra-se a rigidez da exigência contida no art. 55, III.

(TSE, RESPE n.º 23.721, Ac. n.º 23.721, de 4.11.2004, Rel. Min. Gomes de Barros)

RECURSO ELEITORAL. DOMICÍLIO ELEITORAL. TRANSFERÊNCIA. VÍNCULO PROFISSIONAL.PROVA. DOMICÍLIO ELEITORAL. CONFIGURAÇÃO. DEFERIMENTO. RECURSO. EFEITO SUSPENSIVO.IMPOSSIBILIDADE. PARTIDO POLÍTICO. LEGITIMIDADE AD RECURSUM. SENTENÇA MANTIDA.IMPROVIMENTO DO RECURSO.

1 - O recurso contra decisão de deferimento de inscrição ou transferência eleitoral não pode padecerdo efeito suspensivo, conforme art. 257 do Código Eleitoral, à evidência da celeridade do processo eleitoral.

2 - O Partido Político tem legitimidade ad recursum para adversar em juízo contra sentença dedeferimento de inscrição ou transferência eleitoral, nos termos do art. 18, § 5º, da Resolução TSEn.º 21.538/2003.

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3 - O domicílio eleitoral tem conceituação diversa do domicílio civil. O primeiro, “mais flexível e elástico,identifica-se com a residência e o lugar onde o interessado tem vínculos políticos e sociais”, podendoconfigurar-se, também, pela existência de uma ligação natalícia, pessoal, familiar, profissional, social, política,afetiva ou patrimonial com o município. (Ministro Garcia Vieira, in RESPE n.º 16.397, de 29.08.00).

4 - Recurso conhecido, porém negado provimento.

(TRE-CE, RE n.º 12.599, Ac. n.º 12.599, de 1º.10.2004, Rel. Juiz Celso Albuquerque Macedo)

TRANSFERÊNCIA DE TÍTULO ELEITORAL. INDEFERIMENTO PELO TRE EM SEDE RECURSAL.NÃO PROVADA A RESIDÊNCIA OU MORADIA HÁ MAIS DE TRÊS MESES. MATÉRIA REFERENTE ÀFASE DE CONHECIMENTO. REAPRECIAÇÃO NA INSTÂNCIA ESPECIAL. IMPOSSIBILIDADE.PRECEDENTES.

A conclusão, pelo TRE, de que o Recorrente não provou residência na zona eleitoral para a qualpretendia transferir seu título impede o Tribunal Superior Eleitoral, em sede de recurso especial, de reapreciaro pedido, por envolver o reexame de matéria fática (Súmula n.º 279 do STF).

Não-conhecimento.

(TSE, RESPE n.º 21.640, Ac. n.º 21.640, de 14.9.2004, Rel. Min. Gilmar Mendes)

ELEIÇÃO 2004. IMPUGNAÇÃO DE TRANSFERÊNCIA DE DOMICÍLIO ELEITORAL. DECISÃOINTERLOCUTÓRIA. IRRECORRIBILIDADE. PRECEDENTES. NÃO CONHEÇO DO RECURSO.

- Da decisão interlocutória proferida no processo eleitoral não cabe agravo, visto que a matéria não éalcançada pela preclusão, podendo ser apreciada por ocasião do julgamento de recurso contra a decisãode mérito, dirigido à instância superior.

(TSE, RESPE n.º 21.592, Ac. n.º 21.592, de 26.8.2004, Rel. Min. Peçanha Martins)

AGRAVO. PEDIDO DE TRANSFERÊNCIA DE DOMICÍLIO ELEITORAL. INDEFERIMENTO.NEGADO PROVIMENTO.

- O prazo de um ano previsto no inciso II do § 1º do art. 55 do Código Eleitoral conta-se da inscriçãoimediatamente anterior ao novo domicílio.

- A exceção prevista no § 2º do art. 55 do Código Eleitoral é para o servidor público civil, militar ouautárquico que foi removido ou transferido e para seus familiares.

(TSE, AG n.º 4.762, Ac. n.º 4.762, de 24.8.2004, Rel. Min. Peçanha Martins)

1.- Recurso contra decisão que indeferiu pedido de registro de candidato a vereador que não comprovoudomicilio eleitoral no Município pelo menos um ano antes do pleito.

2.- Filiação partidária e domicilio eleitoral são institutos distintos, de tal sorte que o tempo de filiaçãopartidária não pressupõe igual tempo de domicilio eleitoral. Não satisfação da exigência prevista no art. 9ºda Lei n.º 9.504/97 e art. 9º, IV, c.c. art. 10, ambos da RES-TSE n.º 21.608/04.

3.- Recurso improvido. Sentença confirmada.

(TRE-CE, RRC n.º 11.273, Ac. n.º 11.273, de 23.8.2004, Rel. Juiz Roberto Machado)

1 - Recurso contra decisão que indeferiu pedido de registro de candidata a vereador que não comprovoudomicilio eleitoral no Município pelo menos um ano antes do pleito.

2 - O termo inicial no novo domicílio eleitoral é o do requerimento de transferência. Não satisfação daexigência prevista no art. 9º da Lei n.º 9.504/97 e art. 9º, IV, c.c. art. 10, ambos da RES-TSE n.º 21.608/04.

3 - Recurso improvido. Sentença confirmada.

(TRE-CE, RRC n.º 11.277, Ac. n.º 11.277, de 23.8.2004, Rel. Juiz Roberto Machado)

1. Recurso contra decisão que indeferiu pedidos de alistamento e transferência de domicílio eleitoral.

2. A comprovação de residência poderá ser efetivada mediante qualquer documento pelo qual sereconheça ter o requerente nascido no município, ou de alguma forma, esteja a ele vinculado.

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3. Quando não comprovado qualquer vínculo com o município, não se configura o domicílio eleitoral.

4. Recurso parcialmente provido.

(TRE-CE, RE n.º 12.588, Ac. n.º 12.588, de 17.8.2004, Rel. Juiz Jorge Aloísio Pires)

RECURSO ELEITORAL - TRANSFERÊNCIA - RESIDÊNCIA - CANCELAMENTO - IMPROVIMENTO.

- Conforme já assentado na doutrina e na jurisprudência, domicílio eleitoral e domicílio civil não têma mesma conceituação.

- Possuindo o eleitor mais de uma residência, qualquer uma delas poderá constituir seu domicílio(C.E., art. 42, parágrafo único).

- O cancelamento de inscrição ou transferência somente se dará através de procedimento regular,diante da constatação de qualquer das causas enumeradas no art. 71 do Código Eleitoral, não manifestasno caso em reexame, onde o eleitor fez a comprovação da residência e dos demais requisitos legaisnecessários à transferência, deferida anteriormente (C.E., art. 55, § 1º).

- Recurso improvido. Sentença mantida.

(TRE-CE, RE n.º 12.562, Ac. n.º 12.562, de 2.8.2004, Rel. Juiz Antônio Abelardo Benevides Moraes)

Recurso contra expedição de diploma. Art. 262, I e IV, do Código Eleitoral. Candidato. Condição deelegibilidade. Ausência. Fraude. Transferência. Domicílio eleitoral. Deferimento. Impugnação. Inexistência.Art. 57 do Código Eleitoral. Matéria superveniente ou de natureza constitucional. Não-caracterização.Preclusão.

1. Não se aplicam ao recurso contra expedição de diploma os prazos peremptórios e contínuos doart. 16 da Lei Complementar n.º 64/90.

2. O endereçamento indevido do recurso contra expedição de diploma ao Tribunal Regional Eleitoral,e não a este Tribunal Superior, não impede o seu conhecimento.

3. A prova pré-constituída exigida no recurso contra expedição de diploma não compreende tão-somente decisão transitada em julgado, sendo admitidas, inclusive, provas em relação às quais ainda nãohaja pronunciamento judicial.

4. A fraude a ser alegada em recurso contra expedição de diploma fundado no art. 262, IV, do CódigoEleitoral, é aquela que se refere à votação, tendente a comprometer a lisura e a legitimidade do processoeleitoral, nela não se inserindo eventual fraude ocorrida na transferência de domicílio eleitoral.

5. O recurso contra expedição de diploma não é cabível nas hipóteses de condições de elegibilidade,mas somente nos casos de inelegibilidade.

6. A inelegibilidade superveniente deve ser entendida como sendo aquela que surge após o registroe que, portanto, não poderia ter sido naquele momento alegada, mas que deve ocorrer até a eleição.Nesse sentido: Acórdão n.º 18.847.

7. O cancelamento de transferência eleitoral é matéria regulada pela legislação infraconstitucional,tendo natureza de decisão constitutiva negativa com eficácia ex nunc, conforme decidido por esta Corte noAcórdão n.º 12.039.

8. Se o candidato solicitou e teve deferida transferência de sua inscrição eleitoral, não tendo sofrido,naquela ocasião, nenhuma impugnação, conforme prevê o art. 57 do Código Eleitoral, ele possuía domicílioeleitoral no momento da eleição, não havendo como reconhecer a ausência de condição de elegibilidadepor falta deste.

9. O cancelamento de transferência supostamente fraudulenta somente pode ocorrer em processoespecífico, nos termos do art. 71 e seguintes do Código Eleitoral, em que sejam obedecidos o contraditórioe a ampla defesa.

Recurso contra expedição de diploma a que se nega provimento.

(TSE, RCED n.º 653, Ac. n.º 653, de 15.4.2004, Rel. Min. Fernando Neves)

Consulta. Prefeito reeleito que renuncia um ano antes do final do seu mandato e muda de domicílioeleitoral. Candidatura do filho ao cargo de prefeito. Impossibilidade. Precedentes desta corte. Consultarespondida negativamente

(TSE, CTA n.º 984, Res. n.º 21.694, de 30.3.2004, Rel. Min. Gomes de Barros)

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Recurso contra expedição de diploma. Art. 262, I, do Código Eleitoral. Candidato. Condição deelegibilidade. Ausência. Fraude. Transferência. Domicílio eleitoral. Deferimento. Impugnação. Inexistência.Art. 57 do Código Eleitoral. Matéria superveniente ou de natureza constitucional.

Não-caracterização. Preclusão.

(...)

10. O cancelamento de transferência eleitoral é matéria regulada pela legislação infraconstitucional,tendo natureza de decisão constitutiva negativa com eficácia ex nunc, conforme decidido por esta Corte noAcórdão n.º 12.039.

11. Se o candidato solicitou e teve deferida transferência de sua inscrição eleitoral, não tendo sofrido,naquela ocasião, nenhuma impugnação, conforme prevê o art. 57 do Código Eleitoral, ele possuía domicílioeleitoral no momento da eleição, não havendo como reconhecer a ausência de condição de elegibilidadepor falta deste.

12. O cancelamento de transferência supostamente fraudulenta somente pode ocorrer em processoespecífico, nos termos do art. 71 e seguintes do Código Eleitoral, em que sejam obedecidos o contraditórioe a ampla defesa.

Recurso contra expedição de diploma a que se nega provimento.

(TSE, RCED n.º 643, Ac. n.º 643, de 16.3.2004, Rel. Min. Fernando Neves)

Recurso contra expedição de diploma. Art. 262, I e IV, do Código Eleitoral. Candidato. Condição deelegibilidade. Ausência. Fraude. Transferência. Domicílio eleitoral. Deferimento. Impugnação. Inexistência.Art. 57 do Código Eleitoral. Matéria superveniente ou de natureza constitucional. Não-caracterização.Preclusão.

(...)

6. O cancelamento de transferência eleitoral é matéria regulada pela legislação infraconstitucional,tendo natureza de decisão constitutiva negativa com eficácia ex nunc, conforme decidido por esta Corte noAcórdão n.º 12.039.

7. Se o candidato solicitou e teve deferida transferência de sua inscrição eleitoral, não tendo sofrido,naquela ocasião, nenhuma impugnação, conforme prevê o art. 57 do Código Eleitoral, ele possuía domicílioeleitoral no momento da eleição, não havendo como reconhecer a ausência de condição de elegibilidadepor falta deste.

8. O cancelamento de transferência supostamente fraudulenta somente pode ocorrer em processoespecífico, nos termos do art. 71 e seguintes do Código Eleitoral, em que sejam obedecidos o contraditórioe a ampla defesa.

Recurso contra expedição de diploma a que se nega provimento.(TSE, RCED n.º 646, Ac. n.º 646, de 16.3.2004, Rel. Min. Fernando Neves)

RECURSO ESPECIAL: DOMICÍLIO ELEITORAL: TRANSFERÊNCIA INDEFERIDA COM BASE NANEGATIVA DO ÚNICO FATO DECLINADO NO REQUERIMENTO E REAFIRMADO NA DEFESA ÀIMPUGNAÇÃO: QUESTÃO DE FATO A CUJA REVISÃO NÃO SE PRESTA A VIA EXTRAORDINÁRIA DORECURSO ESPECIAL (STF, SÚMULA 279).

1. O TSE, na interpretação dos arts. 42 e 55 do CE, tem liberalizado a caracterização do domicíliopara fim eleitoral e possibilitado a transferência - ainda quando o eleitor não mantenha residência civil nacircunscrição - à vista de diferentes vínculos com o município (histórico e precedentes).

2. Não obstante, se o requerimento de transferência se funda exclusivamente na afirmação de residiro eleitor em determinado imóvel no município e nela unicamente se entrincheira a defesa à impugnação, aconclusão negativa das instâncias ordinárias, com base na prova, não pode ser revista em recurso especial,ainda quando as circunstâncias indiquem que poderia o recorrente ter invocado outros vínculos locais, que,em tese, lhe pudessem legitimar a opção pelo novo domicílio eleitoral.

(TSE, RESPE n.º 18.803, Ac. n.º 18.803, de 11.9.2001, Rel. Min. Sepúlveda Pertence)

DIREITO ELEITORAL. CONTRADITÓRIO. DEVIDO PROCESSO LEGAL. INOBSERVÂNCIA.DOMICÍLIO ELEITORAL. CONCEITUAÇÃO E ENQUADRAMENTO. MATÉRIA DE DIREITO. MÁ-FÉ NÃOCARACTERIZADA. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO.

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I - O conceito de domicílio eleitoral não se confunde com o de domicílio do direito comum, regido peloDireito Civil. Mais flexível e elástico, identifica-se com a residência e o lugar onde o interessado tem vínculospolíticos e sociais.

II - Não se pode negar tais vínculos políticos, sociais e afetivos do candidato com o município no qual,nas eleições imediatamente anteriores, teve ele mais da metade dos votos para o posto pelo qual disputava.

III - O conceito de domicílio eleitoral, quando incontroversos os fatos, importa em matéria de direito,não de fato.

IV - O contraditório, um dos pilares do due process of law, ao lado dos princípios do juiz natural e doprocedimento regular, é essencial a todo e qualquer tipo de processo, inclusive ao eleitoral.

V - Como cediço, a má-fé não se presume.

(TSE, RESPE n.º 16.397, Ac. n.º 16.397, de 29.8.2000, Rel. Min. Garcia Vieira)

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FILIAÇÃO PARTIDÁRIA

1. DUPLA FILIAÇÃO

RECURSO. FILIAÇÃO PARTIDÁRIA. DUPLICIDADE. CANCELAMENTO. DECISÃO. TRÂNSITOEM JULGADO. PEDIDO DE REGULARIZAÇÃO. NOTIFICAÇÃO INDEVIDA. NÃO CONFIGURAÇÃO.OBSERVÂNCIA DAS NORMAS PREVISTAS NO ART. 22, DA LEI N.º 9.096/95.

- O eleitor que teve cancelada sua filiação partidária por duplicidade, não pode requerer suaregularização junto à Justiça Eleitoral e por meio judicial, um ano após o trânsito em julgado da decisão.

- O argumento de notificação indevida proveniente do processo de cancelamento das filiações, nãopode ser analisado nos presentes autos, tendo em vista que a decisão já transitou em julgado, ademais, vê-se que o filiado foi devidamente citado por edital, uma vez que quando notificado não foi encontrado noendereço cadastrado na Justiça Eleitoral, porquanto, mudou-se e não o atualizou.

- Observância das normas inseridas na Lei n.º 9.096/95.

- Recurso improvido.

(TRE-CE, RFP n.º 11.003, Ac. n.º 11.003, de 2.5.2007, Rel. Juíza Maria Nailde Pinheiro Nogueira)

AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL ELEITORAL. DUPLA FILIAÇÃO PARTIDÁRIA.REAPRECIAÇÃO DE PROVAS. SÚMULA Nº 7/STJ. COMUNICAÇÃO DE DESFILIAÇÃO. NÃO-ATENDIMENTO AOS DITAMES DO ART. 22, PARÁGRAFO ÚNICO, DA LEI Nº 9.096/95.

1. Na decisão agravada adotei os seguintes fundamentos, que mantenho:

“O exame das razões do acórdão questionado revela que a conclusão assumida decorreu da análisedos seguintes fatos:

a) o pedido de desligamento do recorrente do PDT ocorreu como feito em 29.9.2005 e recebido em30.9.2005;

b) conforme registrado na ata do Partido, o pedido do recorrente foi recebido com data retroativa paraque lhe fosse possível comprovar um ano de filiação no novo Partido, no caso, o PL, para candidatar-se naseleições de 2006;

c) o proceder acima registrado teve como objetivo burlar a legislação eleitoral;

d) o atestado de que o nome do recorrente estaria equivocadamente na lista dos filiados foi mais umatentativa de afastar a exigência de um ano de filiação partidária”.

2. Registro, por acréscimo, que a tese trazida no agravo regimental também não possui respaldo najurisprudência do TSE. O art. 22, parágrafo único, da Lei nº 9.096/95 é claro ao exigir a dupla comunicaçãoimediata (ao partido e à Justiça Eleitoral) por parte do interessado.

3. Há precedentes desta Corte que entendem sanada a exigência se o partido preterido e o juizeleitoral forem comunicados antes do envio das listas de filiados (art. 19 da Lei nº 9.096/95). Contudo, nocaso concreto, a comunicação ao juízo eleitoral deu-se dois dias após o envio de uma das listas, a doPartido Liberal, à Justiça Eleitoral.

4. Inaplicável o abrandamento buscado pelo ora agravante.

5. Agravo regimental não provido.

(TSE, ARESPE n.º 26.246, Ac. n.º 26.246, de 9.11.2006, Rel. Min. Augusto Delgado)

Agravo regimental. Recurso especial. Eleições 2006. Registro de candidato. Deputado estadual.Filiação. Duplicidade. Elegibilidade. Condição. Ausência. Indeferimento. Reexame de fatos e provas.Impossibilidade. Súmula nº 279 do Supremo Tribunal Federal. Decisão monocrática. Prerrogativa. Relator.Fundamentos não infirmados.

1. A duplicidade de filiação partidária, além de acarretar a nulidade de ambas as filiações, impede odeferimento de registro de candidatura.

2. O art. 36, §§ 6º e 7º, do Regimento Interno do Tribunal Superior Eleitoral confere ao relator aprerrogativa de apreciar, isoladamente, os feitos que lhe são submetidos.

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3. O agravo regimental para obter êxito deve afastar, especificamente, todos os fundamentos dadecisão impugnada, sob pena de subsistirem suas conclusões.

Agravo regimental a que se nega provimento.

(TSE, ARESPE n.º 26.998, Ac. n.º 26.998, de 17.10.2006, Rel. Min. Caputo Bastos)

Agravo regimental. Recurso ordinário. Eleições 2006. Registro. Candidato. Deputado estadual. Filiação.Duplicidade. Caracterização. Comunicação de desfiliação após o envio das listas de que trata o art. 19 daLei nº 9.096/95.

1. A comunicação de desfiliação partidária à justiça eleitoral e à agremiação partidária deve ser feitaantes do envio das listas de que trata o art. 19 da Lei nº 9.096/95, sob pena de se caracterizar a duplafiliação partidária.

2. O agravo regimental, para que obtenha êxito, deve afastar especificamente os fundamentos dadecisão impugnada.

Agravo regimental a que se nega provimento.

(TSE, ARO n.º 1.195, Ac. n.º 1.195, de 17.10.2006, Rel. Min. Caputo Bastos)

Recurso especial. Eleições 2006. Registro de candidato. Deputado federal. Filiação. Duplicidade.Reexame de fatos e provas. Impossibilidade. Súmula nº 7 do Superior Tribunal de Justiça e nº 279 doSupremo Tribunal Federal.

Dissídio jurisprudencial. Não-configuração. Comunicação. Desfiliação. Ônus. Candidato. Agravoregimental. Fundamentos não infirmados.

1. É vedado o reexame de fatos e provas em recurso especial (Súmula nº 279 Supremo TribunalFederal).

2. A não-demonstração da similitude fática e a não-realização do cotejo analítico entre os julgadosimplica a não-comprovação do dissídio jurisprudencial.

3. A comunicação da nova filiação à Justiça Eleitoral é dever do filiado e não do partido.

4. Nega-se provimento a agravo regimental que não afasta os fundamentos da decisão impugnada.

Agravo regimental a que se nega provimento.

(TSE, ARESPE n.º 26.507, Ac. n.º 26.507, de 10.10.2006, Rel. Min. Caputo Bastos)

Agravo regimental. Eleições 2006. Registro de candidato. Deputado distrital. Desfiliação. Falta decomunicação à Justiça Eleitoral. Dupla filiação. Caracterização.

1. A duplicidade de filiação partidária acarreta a falta de uma das condições de elegibilidade.

Agravo regimental a que se nega provimento.

(TSE, ARESPE n.º 26.710, Ac. n.º 26.710, de 10.10.2006, Rel. Min. Caputo Bastos)

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO RECURSO ESPECIALELEITORAL. REGISTRO DE CANDIDATURA. DUPLA FILIAÇÃO. AUSÊNCIA DE VÍCIOS. INTENÇÃODE REAPRECIAÇÃO DA LIDE. IMPOSSIBILIDADE. REJEIÇÃO.

1. O aresto embargado apreciou a lide em todos os seus pontos, não padecendo de omissões.

2. Consignou-se no aresto que apreciou o recurso especial que o parágrafo único do art. 22 da Leinº 9.096/95 é expresso ao asseverar que (fl. 111): “Quem se filia a outro partido deve fazer comunicação aopartido e ao Juiz de sua respectiva Zona Eleitoral, para cancelar sua filiação;

(...)” (grifos nossos).

3. A apresentação de pedido de desfiliação, tão-somente, ao partido político, mesmo que endereçadoao juízo eleitoral, não supre às exigências do dispositivo legal retrocitado.

4. Foi criada perfeita correlação entre o princípio da finalidade e a norma em apreço, pois o art. 22 daLei nº 9.096/95 visa a impedir que a dupla filiação desvirtue o certame eleitoral, sendo essa a finalidade danorma em discussão.

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5. Caso o aludido princípio fosse interpretado com o intuito “(...) de assegurar ao eleitor maior lequede opções quanto ao seu voto”, nenhum dos fatores de elegibilidade ou causas de inelegibilidade criariamóbice aos registros de candidaturas, tornando, inclusive, insubsistente toda legislação pertinente.

6. Embargos de declaração rejeitados.

(TSE, EERESPE n.º 26.433, Ac. n.º 26.433, de 3.10.2006, Rel. Min. Augusto Delgado)

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. RECURSO ESPECIAL ELEITORAL. REGISTRO DECANDIDATURA. DUPLA FILIAÇÃO. AUSÊNCIA DE VÍCIOS. INTENÇÃO DE REAPRECIAÇÃO DA LIDE.IMPOSSIBILIDADE. REJEIÇÃO.

1. A embargante sustenta que, no caso concreto, não há que se falar em dupla militância. Buscainterpretar o art. 22, parágrafo único, da Lei nº 9.096/95 de forma equivocada. Tal dispositivo é expresso aotratar de dupla filiação, o que, in casu, restou configurada, como se depreende das razões do arestoembargado.

2. Da exegese do artigo retrocitado, verifica-se que é possível que haja dupla filiação, sem, contudo,restar configurada dupla militância. Assim, é caso de indeferimento de registro de candidatura a simplesocorrência de dupla filiação, nos moldes conferidos pelo dispositivo legal mencionado.

3. A embargante incorpora à discussão novo precedente que não foi colacionado em sede de recursoespecial, no intuito de comprovar o dissídio jurisprudencial.

4. Os embargos de declaração não se prestam à reapreciação da lide.

5. Embargos de declaração rejeitados.

(TSE, ERESPE n.º 26.433, Ac. n.º 26.433, de 25.9.2006, Rel. Min. Augusto Delgado)

RECURSO ESPECIAL ELEITORAL. REGISTRO DE CANDIDATURA. AUSÊNCIA DECOMPROVAÇÃO DE DESFILIAÇÃO DE PARTIDO POLÍTICO AO JUÍZO ELEITORAL. ART. 22,PARÁGRAFO ÚNICO, DA LEI Nº 9.096/95. DUPLA FILIAÇÃO CONFIGURADA. RECURSO ESPECIALNÃO PROVIDO.

1. O art. 22, parágrafo único, da Lei nº 9.096/95 é expresso ao asseverar que:

“Quem se filia a outro partido deve fazer comunicação ao partido e ao juiz de sua respectiva ZonaEleitoral, para cancelar sua filiação; se não o fizer no dia imediato ao da nova filiação, fica configurada duplafiliação, sendo ambas consideradas nulas para todos os efeitos” .

2. A interessada alega que protocolou pedido de desfiliação ao partido político e ao juízo Eleitoral,sem, porém, lograr êxito em comprovar o pedido apresentado à Justiça Eleitoral.

3. Recurso especial não provido.

(TSE, RESPE n.º 26.433, Ac. n.º 26.433, de 14.9.2006, Rel. Min. Augusto Delgado)

AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL. REGISTRO DE CANDIDATO. DEFERIMENTOSOB CONDIÇÃO. FILIAÇÃO PARTIDÁRIA. NULIDADE. DUPLICIDADE. MEDIDA CAUTELAR. LIMINAR.EFEITO SUSPENSIVO.

- Hipótese de suspensão da decisão que indeferiu registro em razão da nulidade da filiação partidária.

- Julgado o recurso pelo TRE, perde eficácia a liminar concedida para lhe emprestar efeito suspensivo.Agravo regimental desprovido.

(TSE, ARESPE n.º 24.308, Ac. n.º 24.308, de 11.10.2004, Rel. Min. Carlos Velloso)

Recurso Inominado. Duplicidade de filiação partidária.

- Perda de objeto do pedido de tutela antecipatória, à míngua da existência do fundado receio dedano irreparável ou de difícil reparação, previsto no inciso I do art. 273 do Código de Processo Civil, eis queo recorrente não solicitou o registro de sua candidatura para o pleito municipal vindouro.

- Argüição de nulidade da sentença. Rejeição. Inexistência de ofensa ao princípio do devido processolegal, insculpido no art. 5º, LIV, da Carta Magna.

- “Quem se filia a outro partido deve fazer comunicação ao partido e ao Juiz de sua respectiva Zona

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Eleitoral, para cancelar sua filiação; se não o fizer no dia imedidato ao da nova filiação fica configuradadupla filiação, sendo ambas consideradas nulas para todos os efeitos” - Lei n.º 9.096/95, art. 22, parágrafoúnico.

- A eventual existência de fraude na filiação deve ser apurada em procedimento criminal específico.

- Recurso improvido.

(TRE-CE, RE n.º 12.553, Ac. n.º 12.553, de 1º.10.2004, Rel. Des. José Eduardo Machado de Almeida)

Eleições 2004. Recurso Especial. Registro. Duplicidade de filiação partidária.

Não configura duplicidade de filiação a adesão a partido político na vigência da Lei n.º 5.682/71 e,posteriormente, a outro, quando já vigorava a Lei n.º 9.096/95.

Havendo adesão a partidos distintos sob a égide da Lei n.º 9.096/95, há duplicidade de filiação.

Recurso a que se nega provimento.

(TSE, RESPE n.º 23.502, Ac. n.º 23.502, de 21.9.2004, Rel. Min. Luiz Carlos Madeira)

RECURSO ELEITORAL - REGISTRO DE CANDIDATO - IMPUGNAÇÃO DE REGISTRO.FUNDAMENTADO NA OCORRÊNCIA DE DUPLA FILIAÇÃO. COMUNICAÇÃO DE DESFILIAMENTO AOJUIZ ELEITORAL - LISTAGEM DO PARTIDO ANTERIOR QUE NÃO CONSTA O NOME DO EX-FILIADO- RECURSO PROVIDO.

- A dupla filiação não há que ser considerada, tendo em vista que nas relações enviadas pelo partidoanteriormente filiado, não constava o seu nome, servindo como prova de sua regular desfiliação econhecimento da organização partidária. Precedentes deste Tribunal.

- Certidão cartorária de filiação única.

- Recurso provido. Sentença reformada.

(TRE-CE, RRC n.º 11.329, Ac. n.º 11.329, de 26.8.2004, Rel. Juiz Antônio Abelardo Benevides Moraes)

FILIAÇÃO PARTIDÁRIA. CANCELAMENTO POR DUPLA FILIAÇÃO. Recurso apresentado peloPartido Liberal. Ilegitimidade ativa. O interesse em ver revertida a condição de cancelamento da filiação édo próprio filiado, e não do partido. Recurso não conhecido.

(TRE-CE, RE n.º 12.535, Ac. n.º 12.535, de 12.8.2004, Rel. Juiz Jorge Aloísio Pires)

1 - Recurso Eleitoral. Decisão que decretou a nulidade de filiações partidárias com base em verificaçãode ocorrência de dupla filiação.

2 - Comprovada a efetiva comunicação de desfiliação ao partido mais antigo antes do prazo legalpara remessa das relações de filiados à Justiça Eleitoral (par. único, art. 58, Lei n.º 9.096/95), não seconfigura a hipótese de dupla filiação partidária. Precedentes.

3 - Não configura dupla filiação, a ponto de gerar nulidade, a adesão concomitante a dois partidosdiversos sob a égide de legislação distinta. Perda de eficácia da filiação antiga e validade apenas da filiaçãofirmada na vigência da Lei n.º 9.096/95. Precedentes. Recurso provido.

(TRE-CE, RE n.º 12.579, Ac. n.º 12.579, de 12.8.2004, Rel. Juiz Roberto Machado)

RECURSO ELEITORAL - REGISTRO DE CANDIDATO - AUSÊNCIA DE FILIAÇÃO PARTIDÁRIA -IMPROVIMENTO.

- Comprovado nos autos que o candidato não se encontra filiado ao partido que o indicou, visto queem face de dupla filiação teve ambas declaradas nulas, é de ser negado o registro almejado, porquanto aelegibilidade deve ser aferida no momento do julgamento do registro.

- A existência de filiação partidária constitui condição de elegibilidade, conforme norma inserida nosarts. 14, § 3º, V da Constituição Federal, 18, caput, da “Lei dos Partidos Políticos” e 19, § 1º, V, da Resolução/TSE n.º 21.608/2004.

- Recurso improvido. Sentença mantida.

(TRE-CE, RRC n.º 11.005, Ac. n.º 11.005, de 27.7.2004, Rel. Juiz Antônio Abelardo Benevides Moraes)

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FILIAÇÃO PARTIDÁRIA

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1 - Recurso Eleitoral contra decisão que decretou a nulidade de filiação partidária com base emverificação de dupla filiação.

2 - Impossibilidade de localizar o Diretório Municipal da agremiação partidária, seu presidente ouqualquer de seus membros. Caso em que a comunicação de desfiliação feita a tempo e modo perante o JuizEleitoral descaracteriza a ocorrência de dupla filiação. Precedentes do TSE.

3 - Recurso provido.

(TRE-CE, RE n.º 12.519, Ac. n.º 12.519, de 13.5.2004, Rel. Juiz Roberto Machado)

FILIAÇÃO PARTIDÁRIA. CANCELAMENTO POR DUPLA FILIAÇÃO. Recorrente que justifica aausência de comunicado sobre nova filiação ao Partido ao qual era vinculado alegando ser tal fato públicoe notório. Escusa que não afasta a exigência do cumprimento da previsão contida nos artigos 21 e 22, doCódigo Eleitoral. Decisão singular mantida. Recurso conhecido, mas, no mérito, improvido.

(TRE-CE, RE n.º 12.514, Ac. n.º 12.514, de 14.4.2004, Rel. Juiz Jorge Aloísio Pires)

Candidato a vereador. Registro. Deferimento sob condição. Pendência. Processo. Cancelamento.Filiação partidária. Duplicidade. Trânsito em julgado. Cassação imediata e ex officio do registro e diploma.

1. O registro de candidatura não deve ser deferido sob condição, uma vez que as condições deelegibilidades e as inelegibilidades devem ser aferidas no momento do julgamento do registro. Se o candidatonão é inelegível e preenche todas as condições de elegibilidade, o seu registro deve ser deferido.

3. Caso questão referente a um dos requisitos da candidatura esteja sub judice, o registro deve serdeferido ou indeferido de acordo com a situação do candidato naquele momento, mesmo que tenha havidorecurso, porque os apelos eleitorais, em regra, não têm efeito suspensivo.

4. Não tendo havido recurso contra decisão que deferiu registro de candidato sob condição, estaproduzirá efeitos até que haja decisão definitiva sobre a matéria em relação à qual restou condicionado.

5. Em tal situação, é possível a propositura de recurso contra expedição de diploma, mas esserecurso não pode ser provido se, por ocasião do julgamento, a matéria de fundo não estiver definitivamentesolucionada. Precedente: Acórdão n.º 19.889.

6. Após o trânsito em julgado da decisão sobre a questão em relação à qual restou condicionado, oregistro será, automaticamente, confirmado ou cassado com a imediata perda do diploma, independente deprovocação, sem que isso implique ofensa à coisa julgada, prevista no art. 5º, XXXVI, da Carta Magna ou aodevido processo legal, insculpido no art. 5º, LIV, da Constituição da República.

(TSE, AG n.º 4.556, Ac. n.º 4.556, de 6.4.2004, Rel. Min. Fernando Neves)

Filiação partidária - Duplicidade - Art. 22 da Lei n.º 9.096/95 - Cancelamento - Contraditório - Ampladefesa - Não-observância.

1. No procedimento destinado a verificar a duplicidade de filiações, que terá como conseqüência anulidade de ambas, deve o interessado ser citado para apresentar defesa e intimado da decisão para poderoferecer recurso, caso queira.(TSE, AG n.º 2.980, Ac. n.º 2.980, de 25.9.2001, Rel. Min. Fernando Neves)

Recurso eleitoral interposto contra sentença que indeferiu registro de candidatura por dupla filiação.Negligência do partido não deve prejudicar pretenso candidato. Ausência de prejuízo. Recurso conhecido eprovido. Registro de candidatura deferido.

(TRE-CE, RE n.º 12.001, Ac. n.º 12.001, de 13.9.2000, Rel. Juiz Luiz Nivardo Cavalcante de Melo)

RECURSO ELEITORAL. CARACTERIZAÇÃO DE DUPLA FILIAÇÃO PARTIDÁRIA. CASO DEINCIDÊNCIA DO ARTIGO 22, PARÁGRAFO ÚNICO DA LEI 9.096/95. SANÇÃO DE APLICAÇÃOINCONTORNÁVEL.

1. Caracterizada de forma inequívoca, com base nas listagens da própria Justiça Eleitoral, a duplicidadede filiações partidárias, sem a observância do procedimento previsto no art. 21 da Lei 9.096/95 (comunicaçãoescrita do eleitor ao órgão de direção municipal e ao Juízo Eleitoral da Zona em que foi inscrito), aplica-sea sanção prevista no art. 22, parág. único, da referida Lei, não podendo qualquer das agremiações políticassanar a falta, inclusive pela remessa da relação a que se refere o art. 19, caput da mesma Lei, por se tratarde matéria que transcende aos âmbitos partidários.

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2. A dicção do art. 22, parág. único, da Lei 9.096/95 fixa que a dupla filiação caracteriza causa denulidade de ambas as filiações, daí não ser admissível a sobrevalidade de nenhuma delas, de acordo coma teoria geralmente aceita de que os atos nulos não são passíveis de convalidação.

3. O rigor da norma legal, declarando a nulidade de ambas as filiações partidárias, não é desarrazoado,pois tenciona disciplinar o contingente dos filiados aos Partidos Políticos, evitando de forma salutar adescaracterização de seus quadros.

4. Improvimento do recurso.

(TRE-CE, RE n.º 11.534, Ac. n.º 11.534, de 30.5.2000, Rel. Juiz Napoleão Nunes Maia Filho)

- Recurso eleitoral. Inobservância das disposições contidas nos arts. 21 e 22, parág. único da Lei9096/95. Responsabilidade própria do eleitor de comunicar ao juízo eleitoral a sua desfiliação partidária.Dupla filiação caracterizada. Recurso improvido.

1. “A dupla filiação partidária se configura quando alguém, já filiado a um partido político, subscreveposterior filiação a outra agremiação sem comunicar o fato ao primeiro partido e à Justiça Eleitoral, para finsde cancelamento da filiação precedente. Responsabilidade própria e intransmissível do próprio eleitor,acarretando, para esse, a nulidade de ambas as filiações (Lei n.º 9096/95, art. 22, parág. único).” (TRE-PR,RE 2.212, rel. Juiz Amaury Chaves de Athayde, DJU 11.09.96).

2. Cumprindo o eleitor parcialmente os comandos normativos da Lei 9096/95, ou seja, fazendocomunicação de desligamento apenas ao partido político em que estava filiado, deixando de fazer, por suavez, ao juízo eleitoral, caracterizada está a dupla filiação, a teor do art. 22, parág. único, da referida lei.

3. A regra prevista nos arts. 21 e 22, parág. único da Lei 9096/95 é clara e objetiva, sem qualquersombra de dúvidas quanto a sua interpretação, atribuindo ao filiado, para desligar-se da agremiação partidária,o dever de fazer comunicação por escrito tanto ao órgão de direção municipal do partido como ao juízoeleitoral.

4. Recurso improvido, por maioria de votos, para manter a decisão recorrida.

(TRE-CE, RE n.º 11.558, Ac. n.º 11.558, de 30.5.2000, Rel. Juiz Napoleão Nunes Maia Filho)

2. FILIAÇÃO SOB LEIS DISTINTAS

Requerimento de registro de candidatura individual. Eleições de 2006. Deputado estadual.Cumprimento do procedimento legal. Alegação de duplicidade. Inocorrência. Registro deferido. Decisãounânime.

- Não configura duplicidade de filiação a adesão a partido político na vigência da Lei n.º 5.682/71 eposteriormente a outra agremiação, quando já vigorava a Lei n.º 9.096/95.

- Registro deferido.

(TRE-CE, RGC n.º 12.368, Ac. n.º 12.368, de 1.8.2006, Rel. Des. Rômulo Moreira de Deus)

Registro de candidato - Duplicidade - Filiação partidária - Não-caracterização.

1. Não configura duplicidade de filiação a adesão a partido político na vigência da Lei n.º 5.682/71 e,posteriormente, a outra agremiação, quando já vigorava a Lei n.º 9.096/95.

2. Recurso provido.

(TSE, RESPE n.º 20.181, Ac. n.º 20.181, de 17.9.2002, Rel. Min. Fernando Neves)

3. VEDAÇÃO DE FILIAÇÃO

ELEIÇÕES 2006. Registro de candidatura. Deputado federal. Filiação partidária. Defensor públicoestadual. Vedação constitucional. Inexistência. Prazo não observado. Atividade político-partidária. Permissão.Exercício junto à Justiça Eleitoral. Não comprovação. Recurso ordinário improvido.

1. Não é proibida a filiação partidária aos defensores públicos, que podem exercer atividade político-partidária, limitada à atuação junto à Justiça Eleitoral.

2. Sujeitam-se os defensores públicos à regra geral de filiação, ou seja, até um ano antes do pleito noqual pretendam concorrer.

(TSE, RO n.º 1.248, Ac. n.º 1.248, de 19.10.2006, Rel. Min. Cezar Peluso)

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RECURSO ESPECIAL ELEITORAL. ELEIÇÕES 2006. REGISTRO DE CANDIDATURA. MEMBRODO MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAL.

1. Noticiam os autos que o recorrente é Promotor de Justiça afastado de suas funções desde 25.9.2005,em gozo de licença remunerada, para filiação partidária e disputa de cargo eletivo no próximo pleito eleitoral.

2. O recorrente ingressou no Ministério Público Estadual após à promulgação da Constituição Federale não se exonerou do cargo. Desta forma, imperioso se revela o indeferimento do registro de sua candidatura,na direção da novel jurisprudência desta Corte.

3. Recurso especial eleitoral não provido.

(TSE, RESPE n.º 26.673, Ac. n.º 26.673, de 20.9.2006, Rel. Min. Augusto Delgado)

ELEIÇÕES 2006. REGISTRO DE CANDIDATURA. GOVERNADOR. REQUERIMENTO INSTRUÍDOCOM A DOCUMENTAÇÃO DE ESTILO. LEI N.º 9.504/97 E RESOLUÇÃO TSE N.º 22.156/2006. PRESENÇADE TODAS AS CONDIÇÕES DE ELEGIBILIDADE ESTABELECIDAS NA MAGNA CARTA DE 1988 E NALEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL. AUSÊNCIA DE IMPUGNAÇÃO OU NOTÍCIA DEINELEGIBILIDADE. DEFERIMENTO DO PEDIDO.

Os magistrados, por estarem submetidos à vedação constitucional de filiação partidária (art. 95,parágrafo único, inciso III, da CF/88), estão dispensados de cumprir o prazo de 1 ano de filiação, fixado emlei ordinária (art. 18 da Lei n.º 9.096/1995), devendo satisfazer tal condição de elegibilidade até 6 mesesantes das eleições, prazo de desincompatibilização estabelecido pela Lei Complementar n.º 64/90, em seuartigo 1º, inciso II, alínea “a”, número 8, c/c inciso III do referido preceptivo legal. Precedentes do Colendo TSE.

(TRE-CE, RGC n.º 12.067, Ac. n.º 12.067, de 16.8.2006, Rel. Juiz José Walker Almeida Cabral)

CONSULTA. PRAZO. FILIAÇÃO PARTIDÁRIA. MAGISTRADO. COMPROVAÇÃO. AFASTAMENTO.FUNÇÃO.

Magistrado que pretenda se aposentar para satisfazer a condição de elegibilidade de filiação partidária,objetivando lançar-se candidato às eleições, somente poderá filiar-se a partido político depois de publicadoo ato que comprove seu afastamento de forma definitiva e até seis meses antes do pleito que desejadisputar.

(TSE, CTA n.º 1.217, Res. n.º 22.179, de 30.3.2006, Rel. Min. César Asfor)

CONSULTA. SERVIDOR DA JUSTIÇA ELEITORAL. CANDIDATURA A CARGO ELETIVO. FILIAÇÃOPARTIDÁRIA. NECESSIDADE DE AFASTAMENTO DO CARGO (ART. 366 DO CÓDIGO ELEITORAL).

I - O servidor da Justiça Eleitoral, para candidatar-se a cargo eletivo, necessariamente terá que seexonerar do cargo público em tempo hábil para o cumprimento da exigência legal de filiação partidária.Indagação respondida negativamente.

II - Segunda indagação respondida negativamente, tendo em vista que há diversidade de situações.No caso dos militares, a vedação de filiação partidária tem sede constitucional. Questão respondidanegativamente.

III - Ainda que afastado do órgão de origem, incide a norma constante do art. 366 do Código Eleitoral,cujo escopo é a “moralidade que deve presidir os pleitos eleitorais, afastando possível favorecimento adeterminado candidato”. Questão respondida afirmativamente.

IV - Quanto ao quarto questionamento, “(...) o servidor da Justiça Eleitoral, ainda que pretenda concorrerem outro Estado da Federação diverso do Estado de seu domicílio profissional, é impedido de exerceratividade político-partidária, que inclui a filiação partidária”, devendo, para concorrer a cargo eletivo, afastar-se do cargo que ocupa.

(TSE, CTA n.º 1.164, Res. n.º 22.088, de 20.9.2005, Rel. Min. César Asfor)

COMPETÊNCIA - CONSULTA - REGÊNCIA E NATUREZA DA MATÉRIA. A teor do disposto noinciso XII do artigo 23 do Código Eleitoral, a competência do Tribunal Superior Eleitoral para responderconsulta está ligada ao envolvimento de tema eleitoral, sendo desinfluente a regência, ou seja, se do próprioCódigo, de legislação esparsa ou da Constituição Federal.

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MINISTÉRIO PÚBLICO - ATIVIDADE POLÍTICO-PARTIDÁRIA - ALÍNEA “e” DO INCISO II DOARTIGO 128 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL - EMENDA CONSTITUCIONAL n.º 45/2004 - APLICAÇÃONO TEMPO. A proibição do exercício de atividade político-partidária ao membro do Ministério Público temaplicação imediata e linear, apanhando todos aqueles que o integram, pouco importando a data de ingresso.

(TSE, CTA n.º 1.153, Res. n.º 22.045, de 2.8.2005, Rel. Min. Marco Aurélio)

Consulta. Exercício atividade político-partidária. Promotor de Justiça. Eleições 2006.

1) Não-conhecimento. Escapa à competência da Justiça Eleitoral.

2) Os membros do Ministério Público, por estarem submetidos à vedação constitucional de filiaçãopartidária, estão dispensados de cumprir o prazo de filiação fixado em lei ordinária, devendo satisfazer talcondição de elegibilidade até seis meses antes das eleições, de acordo com o art. 1º, inciso II, letra j,da LC n.º 64/90, asseverando ser o prazo de filiação dos membros do Ministério Público o mesmo dosMagistrados.

3) O prazo para desincompatibilização dependerá do cargo para o qual o candidato concorrer, prazosprevistos na LC n.º 64/90.

(TSE, CTA n.º 1.143, Res. n.º 22.012, de 12.4.2005, Rel. Min. Luiz Carlos Madeira)

REGISTRO DE CANDIDATURA. VEREADOR. POLICIAL MILITAR. FILIAÇÃO. DESNECESSIDADE.DESINCOMPATIBILIZAÇÃO. 3 MESES ANTERIORES. OBEDIÊNCIA. DEFERIMENTO DO REGISTRO.RECURSO IMPROVIDO.

1. Desde que não conscritos, os militares são alistáveis e, portanto, elegíveis, sendo-lhes vedado,entretanto, o exercício de atividade partidária. Inteligência do art. 14, § 8º c/c art. 142, § 3º, da ConstituiçãoFederal.

2. O militar que não exerce função de comando não é considerado “Autoridade Militar”, nos termos daLC 64/90, sendo de 3 meses o prazo para desincompatibilização, quando candidato ao cargo de vereador.Precedentes do TSE.

3. Inelegibilidade afastada.

4. Recurso conhecido, porém negado provimento.

(TRE-CE, RRC n.º 11.445, Ac. n.º 11.445, de 2.9.2004, Rel. Juiz Celso Albuquerque Macedo)

DIREITO ELEITORAL. SERVIDOR DA JUSTIÇA ELEITORAL. FILIAÇÃO. CANDIDATURA.REGISTRO. PRAZO. CONDIÇÃO DE ELEGIBILIDADE NÃO SATISFEITA. RECURSO DESPROVIDO.

I - A filiação partidária com antecedência mínima de um ano das eleições é condição de elegibilidadesem a qual não poderá frutificar pedido de registro (art. 18 da Lei n.º 9.096/95).

II - O servidor da Justiça Eleitoral, que não pode “exercer qualquer atividade partidária, sob pena dedemissão”, para candidatar-se a cargo eletivo, deverá afastar-se do serviço público com tempo hábil paracumprimento da exigência de filiação partidária.

(TSE, RESPE n.º 19.928, Ac. n.º 19.928, de 3.9.2002, Rel. Min. Sálvio de Figueiredo)

Magistrados. Filiação partidária. Desincompatibilização.Magistrados e membros dos Tribunais de Contas, por estarem submetidos à vedação constitucional

de filiação partidária, estão dispensados de cumprir o prazo de filiação fixado em lei ordinária, devendosatisfazer tal condição de elegibilidade até seis meses antes das eleições, prazo de desincompatibilizaçãoestabelecido pela Lei Complementar n.º 64/90.(TSE, CTA n.º 353, Res. n.º 19.978, de 25.9.1997, Rel. Min. Costa Leite)

4. INEXIGIBILIDADE DE FILIAÇÃO

ELEIÇÕES DE 2006. REGISTRO DE CANDIDATURA. COLIGAÇÃO “REEDIFICAÇÃO SOCIAL”(PSL/PRONA). ELEIÇÃO PROPORCIONAL. DEPUTADO FEDERAL. RESOLUÇÃO TSE N.º 22.156/2006.POLICIAL MILITAR DA ATIVA. DESNECESSIDADE DE FILIAÇÃO PARTIDÁRIA. DOCUMENTAÇÃO.REGULARIDADE FORMAL. PARECERES FAVORÁVEIS. DEFERIMENTO. DECISÃO UNÂNIME.

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Publicado regularmente o edital, não havendo impugnação, presentes os requisitos exigidos em lei enas instruções do Tribunal Superior Eleitoral, defere-se o registro de candidatura.

Determinação para que seja comunicada desta decisão a autoridade a que o militar estiver subordinado,na forma do parágrafo único do art. 98 do Código Eleitoral.

(TRE-CE, RGC n.º 12.386, Ac. n.º 12.386, de 25.7.2006, Rel. Juiz Celso Albuquerque Macedo)

RECURSO ELEITORAL - REGISTRO DE CANDIDATO - MILITAR - FILIAÇÃO - DESINCOMPA-TIBILIZAÇÃO - DESPROVIMENTO.

- A filiação de militar da ativa é inexistente, não produzindo qualquer efeito na seara eleitoral, porcontrariar norma constitucional (C.F., art. 142, V).

- Militar da ativa pode ser candidato independentemente de filiação partidária, bastando o pedido deregistro de candidatura, após prévia escolha em convenção partidária (Res. n.º 21.608, art. 14, § 1º).

- Desincompatibilização oportuna.

- Recurso desprovido. Sentença mantida.

(TRE-CE, RRC n.º 11.435, Ac. n.º 11.435, de 31.8.2004, Rel. Juiz Antônio Abelardo Benevides Moraes)

CONSULTA. MILITAR DA ATIVA. CONCORRÊNCIA. CARGO ELETIVO. FILIAÇÃO PARTIDÁRIA.INEXIGIBILIDADE. RESOLUÇÃO-TSE N.º 21.608/2004, ART. 14, § 1º.

1. A filiação partidária contida no art. 14, § 3º, V, Constituição Federal não é exigível ao militar da ativaque pretenda concorrer a cargo eletivo, bastando o pedido de registro de candidatura após prévia escolhaem convenção partidária (Res.-TSE n.º 21.608/2004, art. 14, § 1º).

(TSE, CTA n.º 1.014, Res. n.º 21.787, de 1º.6.2004, Rel. Min. Gomes de Barros)

CONSULTA. MEMBRO DE TRIBUNAL DE CONTAS. FILIAÇÃO. DESINCOMPATIBILIZAÇÃO.CANDIDATURA A CARGO DE PREFEITO E VICE-PREFEITO. PRAZO.

Os membros dos tribunais de contas, embora dispensados de filiação partidária nos termos fixadosem lei ordinária, qual seja, de um ano, haverão de obter essa condição de elegibilidade a partir de suadesincompatibilização, ou seja, no prazo de quatro meses anteriores ao pleito.

(TSE, CTA n.º 956, Res. n.º 21.510, de 9.10.2003, Rel. Min. Peçanha Martins)

I. A transferência para a inatividade do militar que conta menos de dez anos de serviço é definitiva,mas só exigível após deferido o registro da candidatura.

II. A filiação partidária a um ano da eleição não é condição de elegibilidade do militar, donde serirrelevante a indagação sobre a nulidade da filiação do militar ainda na ativa, argüida com base no art. 142,§ 3º, V, da Constituição.

(TSE, RESPE n.º 20.318, Ac. n.º 20.318, de 19.9.2002, Rel. Min. Sepúlveda Pertence)

5. EXTINÇÃO DE PARTIDO

CONSULTA. Partido político. Registro. Estatuto. Cancelamento. Hipóteses.Um dos requisitos para concorrer a cargo eletivo é estar o eleitor filiado a partido político pelo menos

um ano antes do pleito (art. 18 da Lei n.º 9.096/95).Se o partido vier a ser extinto a menos de um ano das próximas eleições, seus filiados quedam-se

impossibilitados de concorrer a esse pleito.(TSE, CTA n.º 1.167, Res. n.º 22.089, de 20.9.2005, Rel. Min. Gomes de Barros)

6. RELAÇÃO DE FILIADOS

RECURSO ELEITORAL. FILIAÇÃO PARTIDÁRIA EXISTENTE. INSERÇÃO NA LISTA DE FILIADOS.OMISSÃO DO PARTIDO. REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO FEITO DIRETAMENTE À JUSTIÇAELEITORAL. DEFERIMENTO. PREVISÃO LEI 9.096/95. DECISÃO MANTIDA. IMPROVIMENTORECURSO.

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1. O Estatuto do partido deve conter normas sobre filiação e desligamento de seus membros, bemcomo previsão de responsabilização de seus filiados por violação dos deveres partidários, sendo asseguradoao acusado amplo direito de defesa (arts. 15 e 23 da Lei 9096/95).

2. A competência da Justiça Eleitoral, in casu, resume-se na fiscalização da remessa das listas defiliados do partido, sem adentrar em matéria referente à organização do partido recorrente.(TRE-CE, RE n.º 13.226, Res. n.º 13.226, de 28.3.2007, Rel. Juiz Francisco Sales Neto)

FILIAÇÃO PARTIDÁRIA. ENTREGA DE RELAÇÕES DE FILIADOS. CRONOGRAMA DEPROCESSAMENTO DAS INFORMAÇÕES FORNECIDAS PELOS PARTIDOS POLÍTICOS. SUGESTÃO.GRUPO DE ESTUDOS DO CADASTRO ELEITORAL. PRORROGAÇÃO. APROVAÇÃO.

Diante da coincidência do período inicialmente fixado para a entrega das relações de filiados pelospartidos políticos com período em que não haverá expediente para os cartórios eleitorais e com o deprocessamento dos cancelamentos de inscrições atribuídas a eleitores que deixaram de votar em trêseleições consecutivas, prorroga-se o termo inicial do prazo para a mencionada entrega para o primeiro diaútil subseqüente, observando-se, quanto aos demais, o disposto na Res.-TSE nº 21.574/2003, com suasalterações posteriores.

Cronograma para processamento das informações sobre filiação partidária aprovado.(TSE, PA n.º 19.533, Res. n.º 22.164, de 9.3.2006, Rel. Min. Humberto Gomes de Barros)

FILIAÇÃO PARTIDÁRIA. ENTREGA DE RELAÇÕES DE FILIADOS. PRORROGAÇÃO.CRONOGRAMA DE PROCESSAMENTO DAS INFORMAÇÕES FORNECIDAS PELOS PARTIDOSPOLÍTICOS. APROVAÇÃO.

Comprometido o prazo para entrega das relações de filiados pelos partidos políticos em decorrênciade feriado nacional, prorroga-se o termo final para o dia imediato, dilatando-se em um dia os demais prazosprevistos no cronograma sugerido pela Secretaria de Informática.

Cronograma para processamento das informações sobre filiação partidária aprovado.

(TSE, PA n.º 19.353, Res. n.º 21.936, de 6.10.2004, Rel. Min. Peçanha Martins)

REGISTROS DE CANDIDATURAS. PREFEITO E VICE. IMPUGNAÇÃO. ANALFABETISMO.DECLARAÇÃO DE PRÓPRIO PUNHO. APRESENTAÇÃO. TESTE DE ESCOLARIDADE. SEGURANÇALIMINAR DO TSE. DISPENSA. INDEFERIMENTO. SUPRESSÃO DE PROVAS. RESOLUÇÃO TSEN.º 21.608/2004. CONDIÇÃO DE ALFABETIZADO. CARACTERIZAÇÃO. DUPLA FILIAÇÃO. DESFILIAÇÃO.COMUNICAÇÃO DO PARTIDO ANTERIOR À SENTENÇA. POSSIBILIDADE. CANDIDATOS ELEGÍVEIS.RECURSOS PROVIDOS.

1 - Nos termos do art. 45, da Resolução TSE n.º 21.608/2004, deve-se julgar em conjunto os recursosinterpostos por integrantes da mesma chapa majoritária.

2 - A apresentação da declaração de próprio punho do candidato, no momento do pedido do respectivoregistro e quando revestida de indícios de autenticidade, já supre a comprovação de escolaridade exigidapela Constituição Federal. Inteligência do art. 28, § 4º, da Resolução TSE n.º 21.608/2004.

3 - A comunicação de equívoco existente na relação de filiados enviada à Justiça Eleitoral, quandofeita pelo Partido até a proferição da sentença e de maneira a ratificar a regular desfiliação do candidato, ésuficiente para afastar a sua inelegibilidade por dupla filiação, não podendo o candidato ser prejudicado pordesídia da Agremiação Partidária.

4 - Inelegibilidades afastadas.

5 - Recursos conhecidos e providos.

(TRE-CE, RRC n.º 11.394, Ac. n.º 11.394, de 30.8.2004, Rel. Juiz Celso Albuquerque Macedo)

1 - Recurso contra decisão que indeferiu pedido de registro de candidato a vereador escudada emverificação de dupla filiação.

2 - Se o recorrente está filiado ao PPS há mais de um ano antes do pleito; e se, depois de comunicarà Justiça Eleitoral sua desfiliação do PSDB, seu nome não consta das duas relações seguintes remetidaspelo partido à Justiça Eleitoral e, de resto, também não consta do sistema de filiação partidária como titularde dupla filiação, preenche a condição de elegibilidade prevista no art. 14, § 3º, V, da CF/88.

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FILIAÇÃO PARTIDÁRIA

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3 - Recurso provido. Sentença reformada.

(TRE-CE, RRC n.º 11.328, Ac. n.º 11.328, de 26.8.2004, Rel. Juiz Roberto Machado)

(...)

Impossibilidade de recebimento, após o prazo fixado no art. 19 da Lei n.º 9.096/95, de novas relaçõesde filiados não encaminhadas no período legal ou de atualizações de listagens anteriormente recebidas,ressalvada a possibilidade de determinação judicial para cumprimento do disposto no caput do citadodispositivo, em razão de demanda ajuizada por filiado prejudicado por desídia ou má-fé de partido político,assegurada no § 2º do mesmo artigo.

(TSE, PA n.º 19.174, Res. n.º 21.734, de 29.4.2004, Rel. Min. Peçanha Martins)

Recurso contra expedição de diploma. Não-cabimento. Condição de elegibilidade. Filiação partidária.Discussão. Impugnação de registro. Matéria constitucional. Preclusão. Trânsito em julgado. Cassação.Registro. Diploma. Candidato. Ato de filiação. Formal. Possibilidade. Prova. Não-filiação. Outros meios.

1. É incabível recurso contra expedição de diploma com base em falta de condição de elegibilidade,uma vez que o art. 262, inciso I, do Código Eleitoral prevê apenas a hipótese de inelegibilidade.

2. A filiação partidária, mesmo sendo exigida pela Constituição, tendo sido discutida em processo deimpugnação de registro, está preclusa, não podendo ser argüida em sede de recurso contra expedição dediploma.

3. Recurso contra expedição de diploma que analisa matéria discutida em impugnação de registroseria inócuo, caso a impugnação tenha sido julgada procedente, e, tão logo a decisão transite em julgado,o registro será cassado e, conseqüentemente, o diploma.

4. O ato de filiação a partido político é formal e depende de determinados procedimentos e expressaaprovação.

5. A Súmula n.º 20 do TSE permite que se prove a filiação por outros meios se o nome de determinadapessoa não consta da relação de filiados. É possível também provar por outros meios a não-filiação dealguém que conste da relação de filiados.

Recurso a que se nega provimento.

(TSE, RCED n.º 610, Ac. n.º 610, de 13.4.2004, Rel. Min. Fernando Neves)

FILIAÇÃO PARTIDÁRIA. SISTEMA INFORMATIZADO. ENTREGA DAS RELAÇÕES DE FILIADOS.MATÉRIA INTERNA CORPORIS. AJUSTE ENTRE OS ÓRGÃOS DE DIREÇÃO. POSSIBILIDADE.CENTRALIZAÇÃO DAS INFORMAÇÕES EM CADA MUNICÍPIO JURISDICIONADO A DETERMINADAZONA ELEITORAL. EXPRESSA DECLARAÇÃO PELO DIRETÓRIO QUE SE RESPONSABILIZAR PELAENTREGA.

A necessária centralização das informações sobre filiação partidária, visando à entrega, ao juiz eleitoral,de relação de todos os eleitores inscritos perante a respectiva zona eleitoral, filiados a determinado partidopolítico, não impede, dada a natureza interna corporis da matéria, ajuste voltado a incumbir diretório diversodo municipal, que tem atuação direta perante o juízo eleitoral, do encaminhamento da listagem nos prazoslegais, condicionado à expressa declaração de cuidar-se de relação de todos os filiados, ainda que deferidasas filiações por diferentes órgãos de direção.

Recebida pelo cartório eleitoral, no prazo fixado em lei, mais de uma listagem para um mesmo partido,remetidas por diferentes diretórios, o juiz eleitoral deverá comunicar a ocorrência aos órgãos partidáriosenvolvidos, para que seja sanada a divergência, no prazo que vier a fixar, não superior a dez dias, sob penade permanecerem no sistema os dados contidos na primeira listagem.

(TSE, PA n.º 19.157, Res. n.º 21.707, de 1º.4.2004, Rel. Min. Peçanha Martins)

CONSULTA. FILIAÇÃO PARTIDÁRIA EFETUADA EM DIRETÓRIO NACIONAL. NECESSIDADEDE COMUNICAÇÃO AO JUIZ ELEITORAL. ART. 19 DA LEI N.º 9.096/95.

Prevê a lei que o partido encaminhe a relação dos filiados à Justiça Eleitoral no prazo legal, seja pormeio de seu órgão de direção nacional - em que foi feita a filiação -, seja pelo municipal.

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Exegese do art. 19 da Lei n.º 9.096/95.

(TSE, CTA n.º 952, Res. n.º 21.522, de 7.10.2003, Rel.ª Min.ª Ellen Gracie Northfleet)

- Recurso. Registro de candidatura.

- Omissão do nome do recorrente na relação de filiados enviada pelo partido político à Justiça Eleitoral.Demonstração da filiação partidária por outros meios, como a ficha de filiação e a comunicação direta dainscrição partidária ao juiz eleitoral. Aplicação da Súmula n.º 20 do TSE.

- Recurso provido.

- Decisão unânime.

(TRE-CE, RE n.º 11.889, Ac. n.º 11.889, de 6.9.2000, Rel. Juiz Luiz Nivardo Cavalcante de Melo)

- Recurso. Registro de candidatura. Falta de filiação partidária.

- Havendo discrepância entre os dados constantes do cartório e as relações enviadas pelo partidopolítico, há de prevalecer esta última. Precedente do TSE.

- Recurso provido.

- Decisão unânime.

(TRE-CE, RE n.º 11.960, Ac. n.º 11.960, de 31.8.2000, Rel. Juiz José Arísio Lopes da Costa)

Recurso. Filiação partidária. Inclusão do nome na relação de filiados. A teor dos arts. 19, § 2º, daLei n.º 9.096/95 e 39, § 5º, da Resolução-TSE n.º 19.406, pode a requerimento do eleitor ser corrigida arelação encaminhada pelo partido à Justiça Eleitoral cuja protocolização não está sujeita à observância deprazo.(TSE, RESPE n.º 15.078, Ac. n.º 15.078, de 26.6.1997, Rel. Min. Costa Porto)

Recurso especial. Registro de candidato. Prova de filiação partidária. Arts. 19 e 58 da Lei n.º 9096/95.Considera-se como prova suficiente de filiação partidária aquela constante dos assentamentos do cartórioeleitoral, quando, por desídia ou má-fé, a agremiação partidária deixa de incluir o nome do candidato na listaenviada à Justiça Eleitoral.

Recurso não conhecido.(TSE, RESPE n.º 14.598, Ac. n.º 14.598, de 13.3.1997, Rel. Min. Ilmar Galvão)

7. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DE FILIAÇÃO

AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL ELEITORAL. ELEIÇÕES 2006. REGISTRO DECANDIDATURA. PROVA DE TEMPESTIVA FILIAÇÃO PARTIDÁRIA INIDÔNEA. INAPLICABILIDADE DASÚMULA Nº 20/TSE. INCIDÊNCIA DA SÚMULA Nº 7/STJ.

1. Pretenso candidato que, mesmo após a declaração da Corte Regional quanto à insuficiência dasprovas carreadas aos autos, não colacionou outros documentos comprobatórios da regularidade de suafiliação partidária. Sequer por ocasião da interposição do recurso especial desincumbiu-se de diligenciarem tal sentido. Inaplicabilidade da Súmula nº 20/TSE.

2. A ficha de filiação partidária enquadra-se na categoria de documento subscrito por dirigente partidário,também de produção unilateral e não dotada de fé pública, razão pela qual não se prestou a comprovar aregular e tempestividade filiação partidária, motivando o indeferimento do registro de candidatura.

3. A conclusão a que chegou a Corte Regional sobre a inidoneidade da prova de filiação partidárianão pode ser revista em sede de recurso especial em razão do óbice da Súmula nº 7/STJ.

4. Agravo regimental não provido.

(TSE, ARESPE n.º 26.859, Ac. n.º 26.859, de 25.9.2006, Rel. Min. Augusto Delgado)

Eleições 2006. Recurso especial. Registro de candidatura. Deputado estadual. Filiação partidária.Não-comprovação. Decisão regional. Indeferimento. Recurso. Agravo regimental. Invocação. Súmula nº 20

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do Tribunal Superior Eleitoral. Necessidade. Reexame de fatos e provas. Impossibilidade. Súmula nº 279do Supremo Tribunal Federal.

1. Em que pese a invocação da Súmula nº 20 do Tribunal Superior Eleitoral, não há como afastar aconclusão do Tribunal Regional Eleitoral, que assentou a ausência de comprovação de filiação partidária docandidato, uma vez que para isso seria necessário o reexame de fatos e provas, vedado nesta instânciaespecial (Súmula nº 279 do Supremo Tribunal Federal).

Agravo regimental desprovido.

(TSE, ARESPE n.º 26.410, Ac. n.º 26.410, de 20.9.2006, Rel. Min. Marcelo Ribeiro)

Eleições 2006. Recurso especial, Registro de candidatura. Filiação partidária. Falta de comprovação.Decisão monocrática. Negativa de seguimento. Agravo regimental. Fundamentos não infirmados. Reexamede fatos e provas. Impossibilidade. Súmulas nº 7 do Superior Tribunal de Justiça e nº 279 do SupremoTribunal Federal.

1. A ausência de comprovação da tempestiva filiação partidária impede o deferimento do registro decandidatura a cargo eletivo.

2. Não é possível, em sede de recurso especial, o reexame de fatos e provas (Súmula nº 279 do STF).

Nega-se provimento a agravo regimental que não afasta os fundamentos da decisão agravada.

(TSE, ARESPE n.º 26.337, Ac. n.º 26.337, de 14.9.2006, Rel. Min. Marcelo Ribeiro)

AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL. ELEIÇÕES 2004. REGISTRO DE CANDIDATURA.INDEFERIMENTO. FILIAÇÃO EM PARTIDO DIVERSO DAQUELE PELO QUAL PRETENDE O CANDIDATOCONCORRER AO PLEITO.

Ausência de comprovação de oportuna filiação partidária (Súmula n.º 279/STF).

A jurisprudência deste Tribunal exige, como condição de elegibilidade, filiação partidária comantecedência mínima de um ano das eleições, nos termos do art. 18 da Lei n.º 9.096/95 (REspe n.º 19.928,de 3.9.2002).

Agravo regimental a que se nega provimento.

(TSE, ARESPE n.º 22.914, Ac. n.º 22.914, de 27.9.2004, Rel. Min. Carlos Velloso)

1 - Recurso contra decisão que indeferiu pedido de registro a vereador à falta de filiação partidária umano antes do pleito.

2 - Candidato que, apesar das oportunidades que lhe foram dadas, inclusive na fase recursal, nãocomprova filiação partidária em data de 03 de outubro de 2003. Não preenchimento da condição deelegibilidade prevista no art. 14, § 3º, V, da CF/88.

3 - Recurso provido. Sentença reformada.

(TRE-CE, RRC n.º 11.183, Ac. n.º 11.183, de 27.8.2004, Rel. Juiz Roberto Machado)

Filiação partidária: prova.A autonomia dos partidos assegura-lhes regular os pressupostos e a forma de filiação aos seus

quadros, mas a prova dessa filiação, para os fins constitutivos, é a prevista em lei (L. 9.096/95, art. 19), que,admite-se, pode ser suprida por prova documental pré-constituída e inequívoca, não, porém, por simplesdeclaração de dirigente partidário, posterior ao pedido de registro.

(TSE, RESPE n.º 19.998, Ac. n.º 19.998, de 19.9.2002, Rel. Min. Sepúlveda Pertence)

8. CANCELAMENTO DA SÚMULA N.º 14

Petição. Solicitação de que se verifique a possibilidade de revisão do Enunciado n.º 14 da súmuladesta Corte.

A edição do Enunciado n.º 14 da súmula do TSE deu-se em razão dos problemas surgidos com oadvento da Lei n.º 9.096/95 em substituição à antiga Lei n.º 5.682/71 (LOPP), tendo em vista o disposto noart. 58 daquele diploma legal, que tratava do encaminhamento da primeira lista de filiados.

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Passados quase nove anos da vigência da Lei n.º 9.096/95, não há mais razão para prevaleceraquela súmula, uma vez que não persiste a situação determinante da sua existência.

Cancelada.

(TSE, PET n.º 1.495, Res. n.º 21.885, de 17.8.2004, Rel. Min. Luiz Carlos Madeira)

9. DESFILIAÇÃO PARTIDÁRIA SEM JUSTA CAUSA

Consulta. Indagações. Fidelidade partidária. Partidos e coligações. Direito de preservar a vaga obtidapelo sistema eleitoral proporcional. Supremacia individual de cada partido. Legitimidade do partido parapedir a decretação da perda de cargo eletivo em decorrência de desfiliação partidária sem justa causa.Precedentes.

(TSE, CTA n.º 1.509, Res. n.º 22.743, de 18.3.2008, Rel. Min. Cezar Peluso)

Petição. Justificação de desfiliação partidária. Resolução-TSE nº 22.610. Declaração de existênciade justa causa. Concordância da agremiação. Provimento do pedido.

Havendo consonância do Partido quanto à existência de fatos que justifiquem a desfiliação partidária,não há razão para não declarar a existência de justa causa.

Pedido julgado procedente, para declarar a existência de justa causa para a desfiliação do Partido.

(TSE, PET n.º 2.797, Res. n.º 22.705, de 21.2.2008, Rel. Min. Gerardo Grossi)

CONSULTA EM MATÉRIA ELEITORAL. VEREADOR. LEGITIMIDADE. PERDA DE MANDATO.SUPLENTE. DESFILIAÇÃO.

1. Vereador subsume-se no conceito de autoridade, uma vez que é investido de poder decisóriodentro da esfera de competência que lhe é atribuída e, por isso, faz parte do elenco das pessoas que olegislador quis dotar de legitimidade ativa ad causam para formular consulta eleitoral.

2. Os partidos políticos conservam o direito à vaga obtida pelo sistema eleitoral, quando houverpedido de cancelamento de filiação ou de transferência do candidato para outra legenda, mesmo que sejaum suplente quando venha a assumir um cargo, sujeitar-se-á a processo por infidelidade partidária.

3. Conheço da Consulta e respondo-a afirmativamente, nos termos da Resolução-TSE 22.610/2007.(TRE-CE, CME n.º 11.171, Ac. n.º 11.171, de 10.1.2008, Rel. Juiz Haroldo Correia de Oliveira Máximo)

Consulta. Legitimidade. Suplente. Ajuizamento. Processo. Perda. Mandato eletivo. Cargo proporcional.

1. Conforme dispõe o art. 1º, § 2º, da Res.-TSE nº 22.610/2007, caso o partido político não formule opedido de decretação de perda de cargo eletivo no prazo de trinta dias contados da desfiliação, pode fazê-lo, em nome próprio, nos próximos trinta dias subseqüentes, quem tenha interesse jurídico, detendo essacondição o respectivo suplente.

2. Conforme dispõe o art. 13 da Res.-TSE nº 22.610/2007, é esta aplicável às desfiliações consumadasapós 27 de março deste ano, quanto a mandatários eleitos pelo sistema proporcional, não sendo, portanto,possível o partido político requerer a perda de cargo eletivo de parlamentar que se desfilou antes dessadata.

(TSE, CTA n.º 1.482, Res. n.º 22.669, de 13.12.2007, Rel. Min. Caputo Bastos)

Consulta. Desfiliação partidária.

1. Conforme dispõe o art. 13 da Res.-TSE nº 22.610/2007, é esta aplicável às desfiliações consumadasapós 27 de março deste ano, quanto a mandatários eleitos pelo sistema proporcional, e, após 16 de outubrocorrente, quanto a eleitos pelo sistema majoritário.

2. O art. 1º da Res.-TSE nº 22.610/2007, estabelece que “o partido político interessado pode pedir,perante a Justiça Eleitoral, a decretação da perda de cargo eletivo em decorrência de desfiliação partidáriasem justa causa”. No entanto, prevê, como hipótese de justa causa, no respectivo § 1º, a incorporação oufusão do partido (inciso I).

(TSE, CTA n.º 1.409, Res. n.º 22.619, de 6.11.2007, Rel. Min. Arnaldo Versiani)

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10. OUTROS

RECURSO ELEITORAL. FILIAÇÃO PARTIDÁRIA. ILEGITIMIDADE DE PARTIDO POLÍTICO.REJEIÇÃO. POSSIBILIDADE DO PARTIDO RECORRER. INTERESSE DEMONSTRADO.CONHECIMENTO DO RECURSO. CANCELAMENTO DE FILIAÇÃO. AUSÊNCIA DE COMUNICAÇÃO ÀJUSTIÇA ELEITORAL. DESCUMPRIMENTO DO ART. 22 DA LEI 9.096/95. NÃO COMPROVAÇÃO DEMÁ-FÉ. PROVIMENTO DO RECURSO.

1. O partido político é legítimo para recorrer de sentença que cancelou filiação partidária, tendo emvista a existência de interesse.

2. A legislação vigente objetiva preservar a vontade do eleitor, prescrevendo como obrigatória acomunicação ao partido político e à Justiça Eleitoral de sua desfiliação.

3. Não comprovada a má-fé do eleitor ou da agremiação partidária, há de se prover o recurso interposto.

(TRE-CE, RFP n.º 11.002, Ac. n.º 11.002, de 3.4.2007, Rel. Juiz Francisco Sales Neto)

AGRAVO REGIMENTAL. NEGATIVA SEGUIMENTO. RECURSO ESPECIAL. INDEFERIMENTO.REGISTRO DE CANDIDATURA. DEPUTADO DISTRITAL. ELEIÇÕES 2006. ART. 14, § 3º, V,CONSTITUIÇÃO FEDERAL. ARGUMENTO. PARTE PROCESSUAL. PENDÊNCIA. PROCESSO. FILIAÇÃOPARTIDÁRIA. AUSÊNCIA TRÂNSITO EM JULGADO. IRRELEVÂNCIA. CONDIÇÕES DE ELEGIBILIDADE.AFERIÇÃO. MOMENTO. PEDIDO. REGISTRO. CANDIDATO. FUNDAMENTOS NÃO INFIRMADOS.AGRAVO DESPROVIDO.

- Nega-se provimento ao agravo regimental quando não infirmados os fundamentos do decisum

impugnado.

- Se no momento do registro de candidatura o candidato não tem filiação partidária regular, seuregistro deve ser indeferido mesmo que tenha havido recurso no processo específico sobre a duplicidadede filiações, porque os apelos eleitorais, em regra, não têm efeito suspensivo.

- É assente na jurisprudência do TSE que as condições de elegibilidade devem ser aferidas ao tempodo registro de candidatura.

- Agravo Regimental desprovido.

(TSE, ARESPE n.º 26.886, Ac. n.º 26.886, de 25.9.2006, Rel. Min. Gerardo Grossi)

RECURSO ORDINÁRIO. RECURSO CONTRA DEFERIMENTO DE REGISTRO DE CANDIDATO.RECEBIMENTO COMO RECURSO ESPECIAL. Prova de filiação partidária. Certidão. não-provimento doapelo.

1. Em se tratando de discussão a respeito de ausência de condição de elegibilidade para fins deregistro de candidatura, aplica-se o princípio da fungibilidade, recebendo-se o recurso ordinário como especial.(Precedentes: RO nº 817/PE, Rel. Min. Caputo Bastos, sessão de 7.10.2004 e RO nº 814/PR, Rel. Min.Francisco Peçanha Martins, sessão de 31.8.2004).

2. A certidão expedida pelo cartório eleitoral de primeiro grau contendo o registro de que o candidatoestá filiado ao Partido de sua escolha, em período anterior a um ano antes da eleição, sem questionamentodo Ministério Público ou de terceiros quanto aos seus aspectos materiais e formais, constitui prova suficientepara os fins exigidos pela legislação eleitoral para instruir pedido de registro de candidato.

3. A prova de filiação partidária pode ser feita por qualquer meio idôneo.

4. É demasiado exigir que a prova da filiação partidária só possa ser feita pelo depósito das listas dosfiliados a ser feita pelos Partidos, conforme exigência formal do artigo 19 da Lei nº 9.096/95.

5. Recurso do Ministério Público Eleitoral recebido como especial e não provido, confirmando-se oacórdão que deferiu o registro do candidato.

(TSE, RO n.º 977, Ac. n.º 977, de 14.9.2006, Rel. Min. Augusto Delgado)

ELEIÇÕES 2006. REGISTRO DE CANDIDATURA. DEPUTADO ESTADUAL. AUSÊNCIA DADOCUMENTAÇÃO DE ESTILO. LEI Nº 9.504/97 E RESOLUÇÃO TSE Nº 22.156/2006. AUSÊNCIA DOSREQUISITOS EXIGIDOS. INEXISTÊNCIA DE FILIAÇÃO PARTIDÁRIA UM ANO ANTES DO PLEITO.ART. 11 DA RESOLUÇÃO-TSE N.º 22.156. DESCUMPRIMENTO. INDEFERIMENTO DO PEDIDO.

(TRE-CE, RGC n.º 12.444, Ac. n.º 12.444, de 23.8.2006, Rel. Juiz José Walker Almeida Cabral)

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CONSULTA. PARTIDO POLITICO. COMISSÃO EXECUTIVA NACIONAL. SECRETÁRIO-GERAL.LEGITIMIDADE DO CONSULENTE. INSCRIÇÃO ELEITORAL. TRANSFERÊNCIA. DOMICÍLIO. PRAZO.FILIAÇÃO PARTIDÁRIA. TERRITÓRIO NACIONAL. VALIDADE.

1. Secretário-Geral de Comissão Executiva Nacional de Partido Político, como representante deórgão de direção nacional, tem legitimidade para formular consulta ao Tribunal Superior Eleitoral.

2. Como bem sintetizado pela AESP, “se a candidatura é de cunho municipal, o domicílio e filiaçãodevem ser aí comprovados. Se a candidatura é a cargo eletivo estadual, a circunscrição é o Estado (...), sea candidatura é a mandato presidencial, por óbvio, válido será o domicílio e a filiação em qualquer municípiodo território nacional” (fl. 40).

3. Resposta no sentido de que é necessária a observância do domicílio eleitoral e da filiação partidáriaum ano antes do pleito na localidade da realização das eleições, observadas as regras acerca de circunscriçãoeleitoral acima postas.

(TSE, CTA n.º 1.231, Res. n.º 22.229, de 8.6.2006, Rel. Min. Augusto Delgado)

CONSULTA. PRAZO MÍNIMO. ART. 18 DA LEI Nº 9.096/95. FILIAÇÃO PARTIDÁRIA. NOVALEGENDA. PLEITO DE 2006. TRANSFERÊNCIA DO TEMPO DE RÁDIO E TV. VERBA DO FUNDOPARTIDÁRIO. IMPOSSIBILIDADE.

I - De acordo com a lei e a jurisprudência deste Tribunal, deve ser observado o prazo mínimo de umano de filiação ao partido pelo qual se pretende concorrer a cargo eletivo.

II - Ocorrendo fusão de legendas menos de um ano do pleito, o detentor de mandato, filiado a partidoestranho à fusão, que decida filiar-se a essa nova legenda logo após a fundação, não poderá concorrer àreeleição ou a um dos cargos disputados no pleito de 2006, pois, para efeito de observância do prazomínimo de filiação partidária, será considerada a data de filiação do candidato ao partido novo e não ao seupartido de origem.

III - Não poderá ser transferido o tempo de rádio, televisão e verba do Fundo Partidário ao deputadofederal filiado a partido político estranho à fusão que decida filiar-se a novo partido.

(TSE, CTA n.º 1.197, Res. n.º 22.223, de 6.6.2006, Rel. Min. César Asfor)

Recurso contra expedição de diploma. Art. 262, I, do Código Eleitoral.

Vereador. Filiação partidária. Duplicidade. Matéria infraconstitucional. Preclusão. Condição deelegibilidade. Não-cabimento do apelo. Precedentes.

Agravo regimental. Apelo que não infirma os fundamentos da decisão agravada.

1. A matéria relativa à duplicidade de filiação partidária é infraconstitucional e deve ser argüida emimpugnação ao registro de candidatura, sob pena de preclusão, não podendo posteriormente ser suscitadaem recurso contra expedição de diploma.

2. A jurisprudência da Casa tem interpretado restritivamente o art. 262, I, do Código Eleitoral, admitindoo recurso contra expedição de diploma tão-somente nas hipóteses de inelegibilidade.

Agravo regimental a que se nega provimento.

(TSE, ARESPE n.º 25.394, Ac. n.º 25.394, de 4.4.2006, Rel. Min. Caputo Bastos)

AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL E EMBARGOS. SIMULTANEIDADE.POSSIBILIDADE. RECURSO CONTRA EXPEDIÇÃO DE DIPLOMA FUNDADO EM AUSÊNCIA DECONDIÇÃO DE ELEGIBILIDADE. INVIABILIDADE.

Possibilidade, no processo eleitoral, de interposição de recurso especial simultânea a de embargosde declaração. Precedente do TSE.

Não há como conhecer do aditamento às razões do recurso ante a incidência da preclusão consumativa.

Inviável o cabimento de recurso contra expedição de diploma (art. 262, I, do Código Eleitoral) quandofundado em alegada ausência de filiação regular do candidato, por versar sobre condição de elegibilidade.

Agravo Regimental desprovido.

(TSE, ARESPE n.º 25.472, Ac. n.º 25.472, de 23.2.2006, Rel. Min. Gilmar Mendes)

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MINUTA DE RESOLUÇÃO. PROCEDIMENTOS A SEREM ADOTADOS PELO TRE-CE E PELOSJUÍZES ELEITORAIS. CADASTRO DE FILIADOS. ATUALIZAÇÃO. RESOLUÇÃO.

1) A emissão de certidões de filiação partidária deverá ficar a cargo dos Cartórios Eleitorais, postoque essa atribuição foge da competência da Secretaria de Informática.

2) Resolução destinada à atualização do cadastro de filiados, nos termos da minuta sugerida pelaCorregedoria Regional Eleitoral.

(TRE-CE, ESC n.º 11.138, Res. n.º 11.138, de 16.2.2005, Rel. Juiz Celso Albuquerque Macedo)

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL. REGISTRO DECANDIDATO. FILIAÇÃO PARTIDÁRIA. EXPULSÃO DO PARTIDO. DEVIDO PROCESSO LEGAL.

É competência da Justiça Eleitoral analisar a observância do princípio do devido processo legal pelopartido, sem que esse controle jurisdicional interfira na autonomia das agremiações partidárias, conformeprescreve o art. 17, § 1º, da Constituição Federal.

Não há falar em processo irregular com cerceamento de defesa quando prova nos autos atesta aexistência de notificação do filiado, bem como o cumprimento dos prazos pelo partido.

Precedentes.

Embargos de declaração rejeitados.

(TSE, EARESPE n.º 23.913, Ac. n.º 23.913, de 26.10.2004, Rel. Min. Gilmar Mendes)

Registro. Candidato. Vereador. Condenação criminal. Suspensão de direitos políticos. Filiaçãopartidária.

1. Conforme decisão proferida por esta Corte Superior no julgamento do caso Belinati, que se fundouinclusive no Acórdão n.º 12.371, relator Ministro Carlos Velloso, subsiste a filiação anterior à suspensão dosdireitos políticos.

2. Não se tratando de nova filiação, mas de reconhecimento de filiação anterior que esteve suspensaem razão de cumprimento de pena, tem-se como atendido o requisito do art. 18 da Lei n.º 9.096/95. Recursoespecial conhecido e provido.

(TSE, RESPE n.º 22.980, Ac. n.º 22.980, de 21.10.2004, Rel. Min. Caputo Bastos)

AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL. REGISTRO DE CANDIDATO. ILEGITIMIDADEATIVA. ANULAÇÃO DE DELIBERAÇÃO INTERNA DE PARTIDO POLÍTICO. AUSÊNCIA DE FILIAÇÃOAO PARTIDO IMPUGNADO.

- Candidato não filiado à agremiação não possui legitimidade para impugnar registro de candidaturasobre o fundamento de nulidade dos atos do diretório estadual, com incursão em assuntos interna corporis

do partido político.

- Agravo regimental não provido.

(TSE, ARESPE n.º 23.319, Ac. n.º 23.319, de 28.9.2004, Rel. Min. Carlos Velloso)

REGISTRO DE CANDIDATO. CONDENAÇÃO CRIMINAL TRANSITADA EM JULGADO. DIREITOSPOLÍTICOS SUSPENSOS. CONDIÇÃO DE ELEGIBILIDADE SATISFEITA DEPOIS DE ENCERRADOS OPERÍODO DE ALISTAMENTO E O PRAZO PARA DEFERIMENTO DE FILIAÇÃO PARTIDÁRIA. AUSÊNCIADE CONDIÇÕES DE ELEGIBILIDADE.

Hipótese na qual o candidato, apesar de estar em pleno gozo de seus direitos políticos à data dopedido de registro de candidatura, não cumpriu os requisitos exigidos pelos arts. 9º e 11, § 1º, III e V, daLei n.º 9.504/97 e pelo art. 16 da Lei n.º 9.096/95, uma vez que, na fluência dos prazos especificados nosdispositivos referidos, estava com os direitos políticos suspensos em virtude de condenação criminal comtrânsito em julgado (art. 15, III, da Constituição Federal). Indefere-se o registro de candidato que, à épocaem que formulado o pedido, não comprovou a regular inscrição eleitoral e o deferimento de sua filiaçãopartidária.

Recurso desprovido.

(TSE, RESPE n.º 22.611, Ac. n.º 22.611, de 24.9.2004, Rel. Min. Gilmar Mendes)

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RECURSO ESPECIAL. Eleições 2004. Agravo Regimental. Militar. Reserva não remunerada. Filiação.Ausência.

Condição de militar da reserva não remunerada não afasta a necessidade de tempestiva filiaçãopartidária do postulante a cargo eletivo.

Nega-se provimento a agravo regimental que não infirma os fundamentos da decisão impugnada.

(TSE, ARESPE n.º 22.941, Ac. n.º 22.941, de 23.9.2004, Rel. Min. Gomes de Barros)

RECURSO ESPECIAL. Eleição 2004. Candidatura. Registro. Contas. Rejeição. Ação desconstitutiva.Súmula n.º 1/TSE. Direitos políticos. Restrição. Filiação. Deferimento.

Incide a Súmula n.º 1/TSE quando proposta, antes da impugnação do registro, ação desconstitutivacontra a decisão que rejeitou as contas.

Não impede a filiação partidária a restrição dos direitos políticos decorrente da declaração deinelegibilidade não fundada em improbidade.

(TSE, RESPE n.º 23.351, Ac. n.º 23.351, de 23.9.2004, Rel. Min. Peçanha Martins)

1 - Recursos contra decisões indeferitórias de registros de candidatos a Prefeito e Vice: o primeirocom base no art. 1º, I, “g”, da LC n.º 64/90; e o segundo por ausência de filiação partidária (art. 14, § 3º, V,CF/88).

2 - Ex-Presidente de Câmara Municipal candidato a Prefeito. Contas aprovadas com ressalva eexpressa referência a inexistência de irregularidade insanável ou nota de improbidade. Prática de atos deimprobidade, no mesmo exercício financeiro, reconhecida em outro procedimento instaurado junto ao TCM,deflagrado por denúncia de eleitor. Não incidência da hipótese de inelegibilidade prevista no art. 1º, I, “g”, daLC n.º 64/90. Precedentes do TSE. Caso em que a inelegibilidade somente decorrerá de sentençacondenatória, proferida em ação de improbidade administrativa, que suspenda os direitos políticos do gestor(art. 15, V, CF/88 c.c. arts. 11 e 12 da Lei n.º 8.429/92).

3 - Se o recorrente prova, por outros meios, que é filiado a partido político pelo menos um ano antesdo pleito, atende ao disposto no art. 10 da RES.-TSE n.º 21.608/04. Súmula 20 do TSE. Precedentes destaCorte.

(TRE-CE, RRC n.º 11.260, Ac. n.º 11.260, de 30.8.2004, Rel. Juiz Roberto Machado)

RECURSO ESPECIAL. REGISTRO. CANDIDATO. VEREADOR. CERTIDÃO. CARTÓRIO. NEGADOPROVIMENTO.

- A certidão firmada por chefe de cartório que atesta a data de filiação partidária constante da listaencaminhada pelo partido do pré-candidato, tem fé pública. Sua desconstituição só poderá ser realizadapor meio da argüição de falsidade (arts. 387, 390 e seguintes do CPC).

(TSE, RESPE n.º 21.962, Ac. n.º 21.962, de 26.8.2004, Rel. Min. Peçanha Martins)

RECURSO ESPECIAL. REGISTRO. CANDIDATO. VEREADOR. INDEFERIMENTO. AUSÊNCIA.FILIAÇÃO PARTIDÁRIA. NÃO-CONHECIMENTO.

- Mesmo que admitida a comunicação de desfiliação ao PMDB e a de filiação ao PFL, ausente acomunicação de desfiliação ao juiz eleitoral, como requer o parágrafo único do art. 22 da Lei n.º 9.096/95.

(TSE, RESPE n.º 21.873, Ac. n.º 21.873, de 24.8.2004, Rel. Min. Peçanha Martins)

1 - Recurso contra decisão que indeferiu pedido de registro de candidato a vereador que não comprovoudomicilio eleitoral no Município pelo menos um ano antes do pleito.

2 - Filiação partidária e domicilio eleitoral são institutos distintos, de tal sorte que o tempo de filiaçãopartidária não pressupõe igual tempo de domicilio eleitoral. Não satisfação da exigência prevista no art. 9ºda Lei n.º 9.504/97 e art. 9º, IV, c.c. art. 10, ambos da RES.-TSE n.º 21.608/04.

3 - Recurso improvido. Sentença confirmada.

(TRE-CE, RRC n.º 11.273, Ac. n.º 11.273, de 23.8.2004, Rel. Juiz Roberto Machado)

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RECURSO. DESFILIAÇÃO PARTIDÁRIA. PEDIDO DE ANOTAÇÃO. APRESENTAÇÃO EM JUÍZO.PARTIDO POLÍTICO. ENCAMINHAMENTO. POSSIBILIDADE.

Se o pedido de desfiliação partidária, dirigido ao juiz eleitoral da zona em que inscrito o eleitor, forassinado pelo próprio interessado, considera-se cumprido o disposto no art. 21 da Lei n.º 9.096/95, mesmoque seja protocolizado por representante da agremiação partidária.

(TSE, RESPE n.º 21.465, Ac. n.º 21.465, de 10.8.2004, Rel. Min. Carlos Velloso)

1 - Recurso Eleitoral contra decisão que decreta nulidade de dupla filiação.

2 - Sentença sucintamente fundamentada. Inexistência de nulidade.

3 - Inexistência de quebra do princípio do contraditório.

4 - A competência da Justiça Eleitoral para a nulidade e cancelamento de filiação partidária restringe-se às hipóteses do art. 22 e seu parágrafo único da Lei n.º 9.096/95. Se o eleitor intenta anular sua filiaçãojunto a Partido com escopo em questão diversa das previstas naquele comando normativo, haverá de fazê-lo perante a Justiça Estadual. Recurso improvido.(TRE-CE, RE n.º 12.552, Ac. n.º 12.552, de 16.7.2004, Rel. Juiz Roberto Machado)

Filiação partidária. Requerimento. Anotação. Desfiliação. Indeferimento. Juiz eleitoral. Mandado desegurança. Não-cabimento. Existência. Recurso próprio.

1. Em face do disposto no art. 5º, II, da Lei n.º 1.533/51 e na Súmula n.º 267 do Supremo TribunalFederal, não cabe impetração de mandado de segurança contra ato de juiz eleitoral que indefere pedido deanotação de desfiliação partidária de cidadão, uma vez que contra tal decisão há recurso próprio, com baseno art. 265 do Código Eleitoral.

Recurso a que se nega provimento.

(TSE, RO n.º 774, Ac. n.º 774, de 23.3.2004, Rel. Min. Fernando Neves)

CONSULTA. REJEIÇÃO DE CONTAS PELO TCU. INELEGIBILIDADE.

A) O agente administrativo cujas contas foram rejeitadas pelo TCU e que, na eleição subseqüente,teve seu registro deferido e foi eleito, tendo exercido todo o seu mandato, se pretender a reeleição não seráalcançado pela inelegibilidade em decorrência daquela rejeição de contas, pois “as condições de elegibilidadee as causas de inelegibilidades são aferidas com base na situação existente na data da eleição” (Acórdãon.º 18.847, de 24.10.2000, relator Ministro Fernando Neves);

B) A rejeição de contas pelo TCU pode ser causa de inelegibilidade (Lei Complementar n.º 64/90,art. 1º, I, g); no entanto, a inclusão do nome do administrador público na lista remetida à Justiça Eleitoral nãogera inelegibilidade, pois se trata de procedimento meramente informativo;

O questionamento sobre a possibilidade de haver filiação partidária quando as decisões do TCU nãoforam contestadas em juízo constitui matéria interna corporis;

C) As condições de elegibilidade têm como marco a data da eleição.

(TSE, CTA n.º 940, Res. n.º 21.563, de 18.11.2003, Rel.ª Min.ª Ellen Gracie Northfleet)

Consulta. Deputado federal. Prazo. Filiação partidária.Nos termos da lei, considera-se deferida a filiação partidária com o atendimento das regras estatutárias

do partido (art. 17, da Lei n.º 9.096/95).(TSE, CTA n.º 680, Res. n.º 20.777, de 8.3.2001, Rel. Min. Costa Porto)

- Registro de candidatura. Filiação partidária. Existência de eloqüentes fatores, do que resulta aincontornável ilação de que o candidato satisfaz a esse pressuposto de eletividade. Recurso provido, paraordenar-se o registro negado no órgão a quo, por certo que o candidato não pode nem deve ser injustiçadoà conta de omissões imputáveis ao seu ex-partido e aquele ao qual está integrado.

- Decisão unânime.

(TRE-CE, RE n.º 11.873, Ac. n.º 11.873, de 30.8.2000, Rel. Juiz Luiz Gerardo de Pontes Brígido)

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Consulta - Militar que passa à inatividade após o prazo limite de filiação partidária (art. 18da Lei 9.096/95) - Elegibilidade.

Se a passagem para a inatividade ocorre depois do prazo de um ano para filiação partidária, masantes da escolha em convenção, deve o militar, no momento em que se torna inativo, cumprir a condição deelegibilidade pela filiação partidária.(TSE, CTA n.º 563, Res. n.º 20.614, de 4.5.2000, Rel. Min. Eduardo Alckmin)

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PROPAGANDA ELEITORAL

1. BENS PÚBLICOS, DE USO COMUM E PARTICULARES1.1. Bens de uso comum1.1.1. Conceito

RECURSO ESPECIAL. Eleições 2004. Propaganda eleitoral. Bem particular. Multa.

O conceito de bem comum, para fins eleitorais, alcança aqueles que, embora privados, são de livreacesso à população.

A escola particular está abrangida entre os bens particulares nos quais é vedada a publicidade eleitoral.

(TSE, RESPE n.º 25.263, Ac. n.º 25.263, de 8.9.2005, Rel. Min. Gomes de Barros)

RECURSO ELEITORAL - REPRESENTAÇÃO - PROPAGANDA - MULTA INDETERMINADA ECONDICIONADA - INEXISTÊNCIA - PROVIMENTO PARCIAL.

1. Para fins eleitorais, são bens de uso comum aqueles em que a população em geral tem acesso,tais como lojas, centros comerciais, cinemas e clubes, dentre outros de maiores visitações.

2. Em se tratando de suposta propaganda irregular, é incabível a condenação em multa indeterminada,condicionada à sua retirada.

3. Sentença reformada parcialmente.

(TRE-CE, RE n.º 12.965, Ac. n.º 12.965, de 18.11.2004, Rel. Juiz Antônio Abelardo Benevides Moraes)

1.1.2. Estabelecimentos comerciais

Agravo regimental. Recurso especial. Propaganda irregular. Estacionamento pago. Estabelecimentocomercial. Propriedade particular de acesso público. Bem de uso comum, para fins eleitorais. Art. 37 daLei nº 9.504/97. Descumprimento de notificação judicial para a retirada da propaganda. Redução da multaaplicada. Inviabilidade. Reexame de provas. Agravo que não infirma os fundamentos da decisão impugnada.

- Para fins eleitorais, os bens particulares que têm acesso público, são considerados bens de usocomum, nos termos do art. 14, § 1º, da Res.-TSE nº 21.610/2004, dentre eles incluído o estacionamentopago (...).

Agravo Regimental a que se nega provimento.

(TSE, ARESPE n.º 25.875, Ac. n.º 25.875, de 8.3.2007, Rel. Min. Gerardo Grossi)

Representação. Propaganda eleitoral irregular. Banca de jornal. Decisões. Instâncias ordinárias.Improcedência. Recurso especial. Ofensa aos arts. 37 da Lei nº 9.504/97 e 14 da Res.-TSE nº 21.610/2004e divergência jurisprudencial. Configuração. Bem de uso comum e que depende de autorização do poderpúblico.

1. O art. 14 e respectivo § 1º da Res.-TSE nº 21.610/2004, que remete ao art. 37, caput, daLei nº 9.504/97, objetivam impedir a veiculação de propaganda eleitoral em bens que dependam de cessãoou permissão do poder público, ou mesmo que a ele pertençam e, ainda, naqueles em que há acesso dapopulação em geral.

2. Aquelas disposições proíbem a veiculação de propaganda eleitoral nessas hipóteses, que seriamuitas vezes ostensiva e em locais privilegiados, de modo a evitar o desequilíbrio entre os candidatos nadisputa eleitoral.

3. É irregular a propaganda eleitoral veiculada na área externa de banca de revista porque se trata deestabelecimento comercial que depende de autorização do poder público para seu funcionamento, além doque, comumente, situa-se em local privilegiado ao acesso da população, levando-se a enquadrá-la comobem de uso comum.

Recurso especial provido.

(TSE, RESPE n.º 25.615, Ac. n.º 25.615, de 30.3.2006, Rel. Min. Caputo Bastos)

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PROPAGANDA ELEITORAL

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AGRAVO REGIMENTAL. Recurso Especial. Eleições 2004. Propaganda eleitoral. Estabelecimentocomercial. Bem particular de uso comum.

É vedada a propaganda em estabelecimento comercial que, apesar de ser bem particular, é de usocomum, sujeitando-se às restrições previstas no art. 14 da Resolução - TSE nº 21.610/2004.

Agravo a que se nega provimento.

(TSE, ARESPE n.º 25.428, Ac. n.º 25.428, de 7.3.2006, Rel. Min. Gomes de Barros)

Eleições 2004. Propaganda eleitoral. Bem de uso comum. Veiculação na fachada de um únicoestabelecimento. Ausência de potencialidade para influir no resultado do pleito.

Agravo Regimental desprovido.

(TSE, ARESPE n.º 24.964, Ac. n.º 24.964, de 27.10.2005, Rel. Min. Gilmar Mendes)

Representação. Propaganda eleitoral irregular. Bem de uso comum. Terreno. Estabelecimentocomercial. Amplo acesso. Público. Proximidade. Supermercado. Ofensa. Art. 37 da Lei n.º 9.504/97.

1. Hipótese em que se conclui configurada a propaganda eleitoral irregular realizada em bem de usocomum, na medida em que, além da afixação da propaganda em terreno de livre trânsito, pois nele existenteestabelecimento comercial, com amplo acesso ao público, próximo a um supermercado, ainda acrescentaao agravante ganho adicional da possibilidade de ampla visão dos que trafegam pelas vias públicas paraonde se projeta.

Agravo regimental improvido.

(TSE, ARESPE n.º 21.891, Ac. n.º 21.891, de 7.12.2004, Rel. Min. Caputo Bastos)

1 - Recurso Eleitoral interposto contra decisão que acolheu representação por propaganda irregular,no caso a pichação de muro e a afixação de fotos de candidato a vereador em bens de uso comum (art. 14,RES.-TSE n.º 21.610/04).

2 - Consideram-se de uso comum para fins de vedação de propaganda eleitoral bens de propriedadeprivada, tais como estacionamentos, lava-jatos, restaurantes e oficinas mecânicas de médio porte em bairrosda Capital (art. 37, Lei n.º 9.504/97 e § 1º do art. 14 da RES.-TSE n.º 21.610/04).

3 - Prévio conhecimento da propaganda irregular caracterizado pela notificação judicial e não retiradada propaganda no prazo legal. Incidência do disposto no parágrafo único, primeira parte, do art. 72 da RES.-TSE n.º 21.610/04.

4 - O estado de pobreza do candidato não lhe confere salvo-conduto para descumprir a legislaçãoeleitoral. Recurso improvido. Sentença confirmada.

(TRE-CE, RE n.º 12.920, Ac. n.º 12.920, de 15.10.2004, Rel. Juiz Francisco Roberto Machado)

RECURSO ELEITORAL. PROPAGANDA ELEITORAL IRREGULAR. BENS DE USO COMUM.NOTIFICAÇÃO. RETIRADA. MULTA AOS PROPRIETÁRIOS E AOS BENEFICIADOS. PRINCÍPIO DAPROPORCIONALIDADE E DA RAZOABILIDADE. APLICAÇÃO. REFORMA DA SENTENÇA.AFASTAMENTO DAS MULTAS. RECURSOS PROVIDOS.

1- A retirada da propaganda eleitoral irregular, após notificação prévia tem o condão de afastar aaplicação de multa aos autores e candidatos beneficiados. Precedentes do TSE.

2 - Ao determinar a aplicação de multa, por prática de propaganda eleitoral irregular, deve o Juizobservar o princípio da razoabilidade e a peculiaridade do caso, de maneira que, quando retirada a propagandade irrelevante vulto, deve ser plasmada no princípio da insignificância, não só pela falta de rutilação docaráter propagandístico, mas, também, pelo aspecto financeiro.

3 - Sentença reformada. Multas afastadas.

4 - Recursos conhecidos e providos.

(TRE-CE, RE n.º 12.818, Ac. n.º 12.818, de 28.9.2004, Rel. Juiz Celso Albuquerque Macedo)

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1 - Recurso Eleitoral em representação por infração ao disposto no art. 37 da Lei n.º 9.504/97.Propaganda de candidatos pintada em muros de pequenas oficinas mecânicas. Prestadoras de serviçosem expressão econômico-comunitária. Inexistência de irregularidade.

2 - Propaganda imediatamente retirada após a notificação dos candidatos, não havendo como seinferir, pelas circunstâncias, hajam tomado conhecimento e se beneficiado delas (par. único, art. 72, RES.-TSE n.º 21.610/04).

3 - Em respeito aos princípios da isonomia, da insignificância e da proporcionalidade libera-se dasanção também os pequenos proprietários dos imóveis. Precedentes deste Tribunal.

(TRE-CE, RE n.º 12.819, Ac. n.º 12.819, de 20.9.2004, Rel. Juiz Francisco Roberto Machado)

1.1.3. Escolas particulares

RECURSO ESPECIAL. Eleições 2004. Propaganda eleitoral. Bem particular. Multa.

O conceito de bem comum, para fins eleitorais, alcança aqueles que, embora privados, são de livreacesso à população.

A escola particular está abrangida entre os bens particulares nos quais é vedada a publicidade eleitoral.

(TSE, RESPE n.º 25.263, Ac. n.º 25.263, de 8.9.2005, Rel. Min. Humberto Gomes de Barros)

RECURSO ELEITORAL. PROPAGANDA IRREGULAR. COLÉGIO PARTICULAR. BEM DE USOCOMUM. ART. 14, RESOLUÇÃO TSE 21.610/04. PRÉVIO CONHECIMENTO. FUNCIONAMENTO DESEÇÃO ELEITORAL. IRRELEVÂNCIA. PROPAGANDA IRREGULAR. CONFIGURAÇÃO. MULTACONFIRMADA. RECURSO DESPROVIDO.

1 - As escolas particulares, por desenvolverem atividade delegada pelo poder público e constituírem-se em locais de livre acesso da comunidade, guardam as características de bens de uso comum definidaspelo art. 14, § 1º da Resolução TSE n.º 21.610/04 (art. 37 da Lei 9.504/97), sendo ilícita a veiculação dequalquer tipo de propaganda eleitoral em seus muros ou dependências.

2 - Sentença mantida. Multa confirmada.

(TRE-CE, RE n.º 12.947, Ac. n.º 12.947, de 26.10.2004, Rel. Juiz Celso Albuquerque Macedo)

RECURSO. PROPAGANDA ELEITORAL. BEM DE USO COMUM. VEDAÇÃO.

- Unidade educacional é bem de uso comum, sendo vedada a utilização de suas dependências querpara afixação de propaganda eleitoral quer para realização de evento com intento de promover a candidaturade determinado candidato.

- Caracteriza propaganda irregular a afixação de cartazes em quadra esportiva de colégio particular,seguida de discurso de candidato, bem como a distribuição de camisas e acessórios em evento realizadono interior daquela unidade educacional, porquanto bem de uso comum.

- O caráter temporário da afixação dos cartazes em lugar de uso comum não elide a irregularidade daconduta.

- Verificando-se a ocorrência de propaganda irregular, em clara afronta ao art. 37, § 1º, da Lei dasEleições c/c o art. 14, caput e § 1º, da Res. TSE n.º 21.610/04, impõe-se o improvimento do recurso, com aconseqüente manutenção da multa aplicada.

(TRE-CE, RE n.º 12.832, Ac. n.º 12.832, de 30.9.2004, Rel. Des. José Eduardo Machado de Almeida)

1.1.4. Igrejas

Agravo regimental. Recurso especial. Propaganda eleitoral. Igreja. Bem de uso comum. Reexame deprova. Inviabilidade. Prévio conhecimento não comprovado.

- O pátio de igreja integra o prédio principal, para fins de caracterização de bem de uso comum(art. 14, § 1º, da Res. TSE nº 21.610/2004).

- No entanto, a Corte regional afastou a aplicação da multa, em razão da falta de comprovação dadistribuição dos panfletos no pátio da igreja, da descaracterização de propaganda eleitoral e da ausência doprévio conhecimento do beneficiário (art. 72 da Res.-TSE nº 21.610/2004).

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- Não há como infirmar a conclusão do Tribunal a quo, sem o reexame de provas, o que é vedado emsede de recurso especial.

Agravo Regimental a que se nega provimento.

(TSE, ARESPE n.º 25.763, Ac. n.º 25.763, de 6.3.2007, Rel. Min. Gerardo Grossi)

Agravo de instrumento - Provimento - Recurso especial - Propaganda eleitoral realizada em igrejamediante placas - Bem de propriedade privada, que se destina à freqüência pública - Art. 37da Lei n.º 9.504/97 - Caracterização de bem de uso comum.

I - Bem de uso comum, no âmbito do direito eleitoral, tem acepção própria, que não é totalmentecoincidente com a do direito civil.

II - Possibilidade de se impor limites à propaganda, mesmo se realizada em bens particulares, demodo a garantir a maior igualdade possível na disputa pelos cargos eletivos - Poder de polícia da administraçãopública.

Recurso não conhecido.

(TSE, AG n.º 2.124, Ac. n.º 2.124, de 28.3.2000, Rel. Min. Edson Vidigal)

1.1.5. Calçadas, praças e canteiros de avenidas

AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL ELEITORAL. ELEIÇÕES 2006. PROPAGANDAIRREGULAR. CAVALETES. APLICAÇÃO DA MULTA PREVISTA NO ART. 37, § 1º, DA LEI 9.504/97.IMPRESCINDIBILIDADE DE REEXAME DE MATÉRIA FÁTICO-PROBATÓRIA. INCIDÊNCIA DA SÚMULANº 7/STJ.

1. A Corte Regional condenou o recorrente à multa prevista no art. 37, § 1º, da Lei 9.504/94, porconstatar a ocorrência de propaganda eleitoral irregular consistente na manutenção de cavaletes em localpúblico e de uso comum do povo. Entendeu, com base no conjunto fático-probatório dos autos, que ascircunstâncias e as peculiaridades do caso em comento revelavam o prévio conhecimento do recorrenteacerca da propaganda impugnada, com base no artigo 65, parágrafo único, da Res.-TSE n.º 22.261/2006.

2. Nas razões do agravo regimental alega-se que “inexistem provas inequívocas de que o Agravantetinha conhecimento prévio de que suas propagandas estariam colocadas em lugares proibidos pela legislaçãoeleitoral” .

3. A adoção de entendimento contrário ao firmado pela Corte Regional ensejaria o revolvimento dematéria fático-probatória, exegese inadmissível nesta via especial, em razão do óbice da Súmula nº 7/STJ.Precedente: REspe nº 27.973/SP, julgado na sessão de 14.8.2007.

4. Decisão agravada que se mantém pelos seus próprios fundamentos.

5. Agravo regimental não provido.

(TSE, ARESPE n.º 28.099, Ac. n.º 28.099, de 28.8.2007, Rel. Min .José Delgado)

RECURSO ESPECIAL ELEITORAL. PROPAGANDA ELEITORAL EM BEM PÚBLICO.MANUTENÇÃO DE 27 CAVALETES CONTENDO PROPAGANDA ELEITORAL EM LOCAL PÚBLICO(CALÇADAS, PRAÇAS E CANTEIROS DE AVENIDAS). ARTEFATOS SEM MOVIMENTAÇÃO(IMOBILIZADOS).

1. Constitui propaganda irregular, sujeita à pena de multa, a realizada por meio de cavaletes fixosdeixados em bens públicos (calçadas, praças e canteiros de avenidas).

2. Multa aplicada a cada um dos beneficiados e responsáveis pela propaganda.

3. Convencimento do Tribunal a quo com base nas provas depositadas nos autos.

4. Aplicação das Súmulas nos 279 do STF e 7 do STJ.

5. Recurso especial não conhecido.

(TSE, RESPE n.º 27.973, Ac. n.º 27.973, de 14.8.2007, Rel. Min .José Delgado)

Representação. Propaganda eleitoral irregular. Bem público de uso comum. Art. 37 da Lei nº 9.504/97,c/c o art. 9º da Resolução TSE nº 22.261/2006. Prévio conhecimento. Não comprovação. Art. 65, parágrafoúnico, da Resolução TSE nº 22.261/06. Improcedência.

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I - É irregular a veiculação de propaganda eleitoral em praça pública, não se enquadrando a hipóteseno permissivo do art. 9º, § 3º, da Resolução TSE nº 22.261/06. Precedentes.

II - Efetuada a notificação para a remoção das propagandas indevidas, o fiscal designado pelo JuízoEleitoral não cuidou de lavrar novo auto de constatação, dando conta de sua retirada ou não.

III - Ausência de comprovação do prévio conhecimento. Improcedência da Representação.

(TRE-CE, REP n.º 11.502, Ac. n.º 11.502, de 7.8.2007, Relª. Desª. Gizela Nunes da Costa)

VEICULAÇÃO. PROPAGANDA ELEITORAL. LEI nº 11.300/2006. IMPOSSIBILIDADE. VEDAÇÃOLEGAL. COLOCAÇÃO. BONECO FIXO. VIA PÚBLICA. POSSIBILIDADE. AFIXAÇÃO. BANDEIRA. PLACA.FAIXA. BONECO. BENS DE DOMÍNIO PRIVADO.

Não é permitida a colocação de bonecos fixos ao longo das vias públicas, a teor do § 4º do art. 9º daResolução nº 22.158/2006.

É permitida a afixação de placas, faixas, cartazes, pinturas ou as inscrições em bens particulares,para fins de veiculação de propaganda eleitoral, com base no § 2º do art. 37 da Lei no 9.504/97.

A propaganda eleitoral, em tamanho, características ou quantidade que possam configurar usoindevido, desvio ou abuso de poder econômico, é de ser apurada e punida nos termos do art. 22 daLC nº 64/90.

(TSE, CTA n.º 1.263, Res. n.º 22.243, de 8.6.2006, Rel. Min. Carlos Ayres de Britto)

Recurso eleitoral. Representação. Propaganda Eleitoral. Calçada. Bem de uso comum. Aplicação demulta. Manutenção da sentença de primeiro grau. Precedentes. Recurso improvido.

(TRE-CE, RE n.º 13.085, Ac. n.º 13.085, de 28.2.2005, Rel. Juiz José Filomeno de Moraes Filho)

1.1.6. Generalidades

RECURSO ELEITORAL. PROPAGANDA IRREGULAR. CANDIDATO. PRESENÇA A EVENTOPÚBLICO. NÃO CARACTERIZAÇÃO. PROVIMENTO.

- O comparecimento de candidato a evento público, realizado em bem de uso comum, sem que tenhafeito qualquer tipo de manifestação ou propaganda em prol de sua postulação, não constitui infração aocomando normativo inserto no art. 14, § 1º da Resolução/TSE n.º 21.610/2004.

- Recurso provido. Multa afastada.

(TRE-CE, RE n.º 12.919, Ac. n.º 12.919, de 15.10.2004, Rel. Juiz Antônio Abelardo Benevides Moraes)

Representação. Inauguração de ginásio no município de Irauçuba com a presença de algumasbandeiras do candidato não enseja violação às normas da lei das eleições. Prática de conduta vedada nãocaracterizada, já que ausente a veiculação de propostas de ações políticas com o induzimento de pedido devotos, tampouco comprovação de que o candidato tenha se beneficiado no resultado das eleições em razãodesse ato.(TRE-CE, REP n.º 11.294, Ac. n.º 11.294, de 4.8.2004, Rel. Juiz Jorge Aloísio Pires)

Agravo de Instrumento. Propaganda irregular. Violação de lei não demonstrada.1. A violação do dispositivo da lei tem de ser a letra expressa da lei e não ao entendimento subjetivo

e pessoal do recorrente.

2. A inexistência de dano ao bem público não é suficiente para afastar a penalidade do art. 37da Lei 9.504/97.

3. Agravo improvido.

(TSE, AG n.º 1.985, Ac. n.º 1.985, de 4.11.1999, Rel. Min. Nelson Jobim)

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1.2. Bens cujo uso dependa de cessão ou permissão do Poder Público, ou que a ele pertençam1.2.1. Escolas públicas

RECURSO ESPECIAL. PROPAGANDA ELEITORAL IRREGULAR. DISTRIBUIÇÃO DE PANFLETOSNO INTERIOR DE ESCOLA PÚBLICA. HORÁRIO ESCOLAR. IMPOSSIBILIDADE. ART. 37, § 1º, DA LEINº 9.504/97. PENA DE MULTA. CERCEAMENTO DE DEFESA. NÃO-OCORRÊNCIA.

- A distribuição de propaganda eleitoral em escola pública, por meio de distribuição de panfletos,viola o art. 37, § 1º, da Lei nº 9.504/97. Precedente.

- Não há cerceamento de defesa, pela negativa de realização de diligência, se o que intenta a partecomprovar não tem o condão de afastar a irregularidade praticada.

- O fato de outros candidatos incorrerem na mesma prática não torna lícita a realização da propagandaeleitoral em bem público.

- Recurso especial desprovido.

(TSE, AAG n.º 6.470, de 23.11.2006, Rel. Min. José Gerardo Grossi)

PROPAGANDA ELEITORAL IRREGULAR. DISTRIBUIÇÃO DE FOLHETOS EM ESCOLA PÚBLICA.IMPOSSIBILIDADE. PRÉVIO CONHECIMENTO CONFIRMADO PELA CERTEZA DA AUTORIA DO ATOVEDADO. ARTS. 14 E 72, PARÁGRAFO ÚNICO, DA RESOLUÇÃO-TSE N.º 21.610.

Agravo Regimental a que se nega provimento.

(TSE, AAG n.º 5.348, Ac. n.º 5.348, de 9.12.2004, Rel. Min. Gilmar Mendes)

1.2.2. Postes Públicos

ELEIÇÕES 2006. REPRESENTAÇÃO. PROPAGANDA ELEITORAL IRREGULAR. BEM DE USOCOMUM. ESTABELECIMENTO COMERCIAL (BAR). PRELIMINAR DE INTEMPESTIVIDADE DO FEITOREJEITADA. PRÉVIO CONHECIMENTO DO CANDIDATO BENEFICIADO. CARACTERIZAÇÃO.IMPOSIÇÃO DE MULTA.

(...) Nos termos do artigo 37, caput, da Lei nº 9.504/97 (artigo 9º da Resolução TSE nº 22.261/2006),nos bens cujo uso dependa de cessão ou permissão do poder público, ou que a ele pertençam, e nos de usocomum, inclusive postes de iluminação pública e sinalização de tráfego, viadutos, passarelas, pontes, paradasde ônibus e outros equipamentos urbanos, é vedada a veiculação de propaganda de qualquer natureza,inclusive pichação, inscrição a tinta, fixação de placas, estandartes, faixas e assemelhados (...).

Recurso improvido. Sentença condenatória confirmada.

(TRE-CE, REP n.º 11.487, Ac. n.º 11.487, de 14.12.2006, Relª. Juíza Sérgia Maria Mendonça Miranda)

1.2.3. Telefones públicos

Propaganda Eleitoral Irregular - Colagem de etiqueta em telefone público - Exploração de telefonia -Empresas privadas - Necessidade de concessão pelo Poder Público - Violação do art. 37 da Lei n.º 9.504/97 -Irrelevância de não haver dano ao bem.

1. Embora os serviços de telefonia estejam sendo explorados por empresas privadas, eles dependemde concessão do Poder Público, não podendo nas cabines dos chamados telefones públicos e nos populares“orelhões” ser veiculada propaganda eleitoral, mesmo que não lhes cause nenhum dano.

Produção de prova pelo representado - Apresentação junto com a defesa.

2. O procedimento previsto no art. 96 da Lei n.º 9.504, de 1997, pressupõe a apresentação da provacom a defesa.

(TSE, AG n.º 2.201, Ac. n.º 2.201, de 3.8.2000, Rel. Min. Fernando Neves)

1.2.4. Táxis e ônibus

PROPAGANDA ELEITORAL. AFIXAÇÃO. JANELA. ÔNIBUS. TRANSPORTE COLETIVO URBANO.CONCESSÃO. SERVIÇO PÚBLICO. IMPOSSIBILIDADE.

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Independentemente da semelhança com o outdoor, é vedada a veiculação de propaganda eleitoralde qualquer natureza em veículos automotores prestadores de serviços públicos, tais como os ônibus detransporte coletivo urbano (caput do artigo 37 da Lei nº 11.300/2006).

AFIXAÇÃO. PROPAGANDA. POSSIBILIDADE. VEÍCULO. PROPRIEDADE PARTICULAR.SEMELHANÇA. OUTDOOR. DEFINIÇÃO. CRITÉRIO. LEI Nº 11.300/2006.

É permitida a afixação de placas, faixas, cartazes, pinturas ou inscrições em bens particulares, parafins de veiculação de propaganda eleitoral, com base no § 2º do artigo 37 da Lei nº 9.504/97. Tratando-se deafixação de placas, o seu tamanho deve-se conter no limite de 4m². (Precedente Cta 1.274).

A veiculação de propaganda eleitoral nas janelas traseiras de veículos automotores particulares épermitida, ex vi do § 6º do artigo 39 da Lei nº 11.300/2006, observada a legislação de trânsito pertinente.

A propaganda eleitoral, em tamanho, características ou quantidade que possam configurar usoindevido, desvio ou abuso de poder econômico, é de ser apurada e punida nos termos do artigo 22 da LCnº 64/90.

(TSE, CTA n.º 1.323, Ac. n.º 22.303, de 1.8.2006, Rel. Min. Carlos Ayres de Britto)

RECURSO ELEITORAL - PROPAGANDA - TÁXIS - PERMISSÃO DO PODER PÚBLICO - BEM DEUSO COMUM - RESTRIÇÕES - CANDIDATOS - ISONOMIA.

- Para fins de propaganda eleitoral, os táxis não gozam da presunção absoluta de usar, gozar edispor, nos moldes da legislação civil, pois são considerados bens de uso comum.

- Possibilidade da aplicação de multa para o permissionário que notificado para retirar a propagandanão o faz nem comprova afastamento das atividades contratadas.

- Recurso desprovido.

(TRE-CE, RE n.º 12.960, Ac. n.º 12.960, de 26.10.2004, Rel. Juiz Antônio Abelardo Benevides Moraes)

Propaganda eleitoral - Táxis - Concessão do poder público - Art. 37 da Lei n.º 9.504/97 - Permissão -Licença - Bem particular - Acesso público - Bem de uso comum - Restrições - Candidatos - Isonomia.

1. Para fins de propaganda eleitoral, os táxis, ainda que bens particulares, são considerados de usocomum e, portanto, abrangidos pela vedação do art. 37 da Lei n.º 9.504, de 1997.

2. A permissão prevista no art. 37 inclui a licença para o serviço de táxis.

3. Possibilidade de se impor limites à propaganda eleitoral de modo a garantir a maior igualdadepossível na disputa pelos cargos eletivos.

4. Agravo a que se negou provimento.

(TSE, AG n.º 2.890, Ac. n.º 2.890, de 28.6.2001, Rel. Min. Fernando Neves)

1.2.5. Generalidades

RECURSO ESPECIAL – ENQUADRAMENTO JURÍDICO DE FATOS – VIABILIDADE. Viável é oenquadramento jurídico dos fatos constantes do acórdão impugnado mediante recurso especial, não seconfundindo a prática com a revisão dos elementos probatórios do processo, a valorização da prova.

PROPAGANDA ELEITORAL NEGATIVA – USO DE BEM PÚBLICO. Configura transgressão eleitoralo uso de bem público para reunião na qual se discorre sobre procedimento de candidato opositor apontando-o contrário aos interesses dos munícipes.

(TSE, RESPE n.º 25.144, Ac. n.º 25.144, de 15.12.2005, Rel. Min. Marco Aurélio)

1.3. Bens particulares

CONSULTA. PROPAGANDA ELEITORAL. VEICULAÇÃO EM BENS PRIVADOS. FIXAÇÃO DEFAIXAS. ESTANDARTES. INSCRIÇÃO A TINTA. ASSEMELHADOS. AUSÊNCIA DE VEDAÇÃO LEGAL.

1. A propaganda eleitoral tem por finalidade levar ao conhecimento geral, ainda que de forma

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dissimulada, a candidatura, mesmo que apenas postulada, a ação política que se pretende desenvolver ouas razões que induzam a concluir que o beneficiário é o mais apto ao exercício de função pública.

2. Da exegese do § 6º do art. 39 da Lei das Eleições, com redação dada pela Lei nº 11.300/2006,deve-se entender que a proibição ao meio pelo qual a propaganda eleitoral é veiculada está adstrita à suafinalidade.

3. Se os meios utilizados para sua veiculação apenas proporcionam algum tipo de utilidade ao eleitor,esses passam a divergir das características da propaganda eleitoral.

4. Resposta positiva à consulta, na forma do voto. Mantida a finalidade precípua da propagandaeleitoral, é lícito veiculá-la por meio de fixação de faixas, estandartes, inscrição a tinta e assemelhados embens privados, com fundamento no § 2º do art. 37 da Lei nº 9.504/97.

(TSE, CTA nº 1.272, Res. nº 22.233, de 8.6.2006, Rel. Min. José Delgado)

POSSIBILIDADE. VEICULAÇÃO. PROPAGANDA ELEITORAL. LEI Nº 11.300/2006. AFIXAÇÃO.PLACA. BENS DE DOMÍNIO PRIVADO. LIMITAÇÃO. TAMANHO.

A fixação de placas para veiculação de propaganda eleitoral em bens particulares é permitida, combase no § 2º do art. 37 da Lei nº 9.504/97.

Só não caracteriza outdoor a placa, afixada em propriedade particular, cujo tamanho não exceda a 4m².

À luz dos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade, é admissível, em propriedade particular,placa de tamanho igual ou inferior a 4m².

O tamanho máximo de 4m² para placas atende ao desiderato legal, na medida em que, em função deseu custo mais reduzido, não patenteia o abuso de poder econômico e o desequilíbrio entre os competidoresdo jogo eleitoral.

Os abusos serão resolvidos caso a caso, servindo o tamanho de 4m² como parâmetro de aferição.

(TSE, CTA nº 1.274, Res. nº 22.246, de 8.6.2006, Rel. Min. Carlos Ayres de Britto)

VEICULAÇÃO. PROPAGANDA ELEITORAL. EMPENA. FRONTLIGHT. BACKLIGHT. TAMANHO.FAIXA. CARTAZ. MÍDIA ELETRÔNICA. LACUNA. LEI Nº 11.300/2006. NÃO-CONHECIMENTO.

Não se conhece de questionamentos formulados em termos amplos, suscetíveis de interpretaçõesconducentes a hipóteses que comportam soluções distintas. Precedentes do TSE.

CONFECÇÃO. DISTRIBUIÇÃO. UTILIZAÇÃO. DISPLAYS. BANDEIROLAS. FLÂMULAS. VEÍCULOSAUTOMOTORES PARTICULARES. LEI Nº 11.300/2006. POSSIBILIDADE.

São vedadas, na campanha eleitoral, a confecção, a utilização, a distribuição por comitê, candidato,ou com a sua autorização, de camisetas, chaveiros, bonés, canetas, brindes, cestas básicas ou quaisqueroutros bens ou materiais que possam proporcionar vantagem ao eleitor (§ 6º do art. 39 da Lei no 9.504/97).

São permitidas a confecção, a distribuição e a utilização de displays, bandeirolas e flâmulas emveículos automotores particulares, pois não proporcionam vantagem ao eleitor.

O uso desses instrumentos de propaganda eleitoral viabiliza a comunicação entre o candidato e oeleitor durante as eleições, que não deixa de ser uma festa cívica.

A proibição se aplica somente para o caso de veículos automotores prestadores de serviços públicos,para que se atenda o espírito da Lei nº 11.300/2006.

POSSIBILIDADE. EXPOSIÇÃO. MÍDIA EXTERIOR. PINTURA. MURO. PROPRIEDADEPARTICULAR.

Em bens particulares, independe da obtenção de licença municipal e de autorização da Justiça Eleitorala veiculação de propaganda eleitoral por meio da fixação de faixas, placas, cartazes, pinturas ou inscrições,nos termos do § 2º do art. 37 da Lei nº 9.504/97.

(TSE, CTA nº 1.286, Res. nº 22.247, de 8.6.2006, Rel. Min. Carlos Ayres de Britto)

AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL NÃO CONHECIDO. PROPAGANDA ELEITORALIRREGULAR. HOSPITAL PARTICULAR. SÚMULA Nº 7/STJ. MANUTENÇÃO DA DECISÃO AGRAVADA.

1. Cabe à Justiça Eleitoral a imposição de limites à propaganda, mesmo se realizada em bensparticulares, de modo a garantir a maior igualdade possível na disputa pelos cargos eletivos. O hospitalonde fora fixada a propaganda, não obstante seja privado, recebe verbas dos cofres públicos por meio do

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Sistema Único de Saúde. Evidenciada a proibição de realização de propaganda eleitoral em suasdependências.

2. Agravo regimental não provido.

(TSE, RESPE nº 25.676, Ac nº 25.676, de 6.6.2006, Rel. Min. José Delgado)

COMODATO - CLUBE - COMODANTE - FIRMA INDIVIDUAL - IMÓVEL COM CARACTERÍSTICASDE PARTICULAR - COMITÊ PARTIDÁRIO - PROPAGANDA INTRA PARTIDÁRIA - POSSIBILIDADE -RECURSO PROVIDO.

1) A propaganda exercida nos termos da legislação eleitoral não poderá ser objeto de multa nemcerceada sob a alegação do exercício do poder de polícia. (art. 41, da Lei das Eleições)

2) Tendo sido instalado o Comitê Partidário em clube social que já não possuía esta característica,pelo Instituto do Comodato possuidor de terceiro, é lícita a propaganda eleitoral em seu interior, postoaquela equiparara-se a propriedade particular.

3) Recurso que se dá provimento. Reforma do decisum.

(TRE-CE, RE n.º 12.724, Ac. n.º 12.724, de 31.8.2005, Rel.ª Juíza Maria Nailde Pinheiro Nogueira)

PROPAGANDA ELEITORAL EM GERAL – MURO – PICHAÇÃO. A pichação vedada pelo artigo 37da Lei n.º 9.504/97 está restrita a bem público, não alcançando muro de propriedade privada ainda quepróximo a bem público.

(TSE, RESPE n.º 25.039, Ac. n.º 25.039, de 28.4.2005, Rel. Min. Marco Aurélio)

1.3.1. Comitê de campanha

RECURSO ESPECIAL. PLACA COM DIMENSÃO SUPERIOR A 4M². COMITÊ DO CANDIDATO.JURISPRUDÊNCIA FIRMADA APENAS PARA O PLEITO DE 2006.

- O posicionamento que prevaleceu neste Tribunal nas eleições de 2006 autoriza a fixação de placacom dimensão superior a quatro metros quadrados em comitê de candidato.

- Recomenda-se não haver alteração do posicionamento jurisprudencial em relação à mesma eleição.

- Entendimento, contudo, que se revê, para aplicação futura, de modo a que não seja admitida afixação, em comitê de candidato, de placa com dimensão superior a quatro metros quadrados.

- Recurso especial provido.

(TSE, RESPE n.º 27.696, de 4.12.2007, Rel. Min. Marcelo Ribeiro)

Representação. Propaganda eleitoral fixada em comitês de campanha.

Nos comitês de campanha eleitoral é permitida a utilização de “banners”.

Representação julgada improcedente.

(TSE, RP n.º 1.239, Ac. n.º1.239, de 24.10.2006, Rel. Min. Ari Pargendler)

2. DIA DA ELEIÇÃO

1 - Recurso Criminal. Alegação de insuficiência de provas.

2 - A simples entrega de propaganda a cabos eleitorais ou a quem as solicite no interior de residência,não configura o crime previsto no art. 302 do Código Eleitoral ou art. 39, § 5º, da Lei 9.504/97, sendonecessária a presença dos demais componentes do tipo penal para a sua concretização.

3 - Ausência de prova quanto à configuração do crime previsto no art. 11, III, da Lei 6.091/74.

4 - Recurso provido. Sentença reformada para absolver o Recorrente.

(TRE-CE, RC n.º 11.060, Ac. n.º 11.060, de 28.2.2005, Rel. Juiz Danilo Fontenelle Sampaio)

Habeas Corpus - Trancamento da ação penal - Crime - Art. 39, § 5º, II, da Lei n.º 9.504/97 - Distribuiçãode propaganda política no dia da eleição - Boca-de-urna - Inexistência - Atipicidade.

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1. A entrega de material de campanha a cabos eleitorais, no interior de residência, não se enquadrano crime capitulado no art. 39, § 5º, II, da Lei n.º 9.504/97, delito que pune a distribuição de propaganda aeleitor, no dia da votação, com o intuito de influir na formação de sua vontade.

2. Na Res.-TSE n.º 21.235, este Tribunal Superior esclareceu que a proibição constante do art. 6º daRes.-TSE n.º 21.224 não se aplica à entrega ou à distribuição, a quem o solicite, de material de propagandaeleitoral no interior das sedes dos partidos políticos e dos comitês eleitorais.

Concessão da ordem.

(TSE, HC n.º 474, Ac. n.º 474, de 20.11.2003, Rel. Min. Fernando Neves)

Mandado de segurança - Propaganda eleitoral - Carro de som - Caminhada ou passeata - Carreata.

1. A permissão para propaganda eleitoral por meio de alto-falantes ou amplificadores de som até avéspera do dia da votação não se limita aos equipamentos imóveis, abrangendo também os móveis, ouseja, os que estejam instalados em veículos.

2. Possibilidade de carro de som transitar pela cidade divulgando jingles ou mensagens de candidatos,desde que os microfones não sejam usados para transformar o ato em comício.

3. Caminhada ou passeata não se equiparam a reuniões públicas.

4. O art. 39, § 5º, inciso I, da Lei n.º 9.504/97 tipifica como crime a realização de carreata apenas nodia da eleição.(TSE, MS n.º 3.107, Ac. n.º 3.107, de 25.10.2002, Rel. Min. Fernando Neves)

Fiscais partidários – Dia da votação – Uso do nome e da sigla do partido político ou da coligação –Vestes ou crachás – Possibilidade.(TSE, PET n.º 1.246, Res. n.º 21.253, de 15.10.2002, Rel. Min. Fernando Neves)

Pedido de reconsideração - Art. 6º da Res./TSE n.º 21.224 - Esclarecimento.

1. A proibição constante do art. 6º da Res./TSE n.º 21.224 não se aplica à entrega ou à distribuição,a quem o solicite, de material de propaganda eleitoral no interior das sedes dos partidos políticos e comitêseleitorais.

(TSE, INST n.º 57, Res. n.º 21.235, de 5.10.2002, Rel. Min. Fernando Neves)

3. DIREITO DE RESPOSTA3.1. Cabimento

CANDIDATO - PARTIDO POLÍTICO - COLIGAÇÃO - NOTÍCIA DA PRÁTICA DE CRIME - DIREITODE RESPOSTA - OBJETO - CABIMENTO - OPORTUNIDADE.

O direito de resposta, a ser atendido a tempo e a hora, é medida voltada ao equilíbrio da competiçãoeleitoral, à manutenção do alto nível da campanha em que pesem interesses antagônicos, sendo observáveluma vez atingidos candidato, partido ou coligação, ainda que de forma indireta, por conceito, imagem ouafirmação caluniosa, difamatória, injuriosa ou sabidamente inverídica, difundidos por qualquer veículo decomunicação. Compreensão da liberdade de expressão e de informação voltada ao coletivo. Inteligência doart. 58 da Lei n.º 9.504/97.

(TSE, RESPE n.º 24.980, Ac. n.º 24.980, de 10.3.2005, Rel. Min. Marco Aurélio Mello)

RECURSO ELEITORAL - DIREITO DE RESPOSTA. COLIGAÇÃO. ILEGITIMIDADE AD CAUSAM.INEXISTÊNCIA. PROPAGANDA EM RÁDIO. HORÁRIO ELEITORAL GRATUITO. PROGRAMA DEGOVERNO. EDUCAÇÃO. HOMOSSEXUALIDADE. PRECONCEITO. OFENSA A CANDIDATO OU APARTIDO. INEXISTÊNCIA. DIREITO DE RESPOSTA. IMPOSSIBILIDADE. VEICULAÇÃO PROIBIDA.SENTENÇA REFORMADA. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO.

1 - A ofensa lançada contra o candidato, por ocasião da propaganda eleitoral, também alcança, porvia reflexa, a sua Coligação, conferindo a esta legitimidade ativa para pleitear Direito de Resposta, hajavista que entre eles existe uma relação simbiótica durante o processo eleitoral. Inteligência do art. 58, da Lei9.504/97.

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2 - Sentença reformada. Legitimidade da Coligação reconhecida.

3 - Quando o conteúdo da propaganda eleitoral não se limita à crítica do programa de governo, masrealiza abordagem inverídica, desvirtuando o seu conteúdo programático, há de ser concedido direito àretorsão, para os esclarecimentos necessários, proporcionalmente à ofensa, nunca inferior, porém, a umminuto, nos termos do art. 58, § 3º, inc. III, alínea “a” da Lei das Eleições.

4 - Recurso conhecido e provido.

(TRE-CE, RE n.º 13.021, Ac. n.º 13.021, de 26.10.2004, Rel. Juiz Antônio Abelardo Benevides Moraes)

1 - Recurso Eleitoral. Direito de resposta.

2 - Conquanto seja lícita a reprodução de matéria jornalística na propaganda eleitoral gratuita, se apropaganda faz acréscimo na matéria jornalística que veicula e se tal acréscimo contém uma inverdade, oué injuriosa, difamatória ou caluniosa, defere-se o pedido de resposta, para restaurar a verdade e repelir ainjúria, difamação ou calúnia. Precedentes do TSE.

3 - Recurso improvido. Sentença confirmada.

(TRE-CE, RE n.º 12.871, Ac. n.º 12.871, de 28.9.2004, Rel. Juiz Francisco Roberto Machado)

3.2. Não cabimento

Direito de resposta. Menção a fatos amplamente noticiados na mídia. Ausência de imputação daprática de atos ilícitos pelo candidato à reeleição. Crítica política que, embora dura, não autoriza a concessãodo direito de resposta. Representação julgada improcedente.

(TSE, RP n.º 1.305, Ac. n.º 1.305, de 26.10.2006, Rel. Min. Marcelo Henriques Ribeiro de Oliveira)

Direito de resposta. Ausência dos pressupostos do art. 58 da Lei nº 9.504/97.

1. Se a propaganda está com o foco em matéria jornalística, pousada em episódio conhecido, ficafora do contexto do art. 58 da Lei nº 9.504/97, não estando presente, no caso, qualquer ingrediente quejustifique o deferimento do direito de resposta.

2. Representação julgada improcedente.

(TSE, RP n.º 1.303, Ac. n.º 1.303, de 23.10.2006, Rel. Min. Carlos Alberto Menezes Direito)

RECURSO ESPECIAL. DIREITO DE RESPOSTA. EXPRESSÃO INJURIOSA.

1. É assente nesta Casa de Justiça que as balizas impostas à propaganda eleitoral objetivam preservara verdade dos fatos e assegurar a igualdade entre os contendores, sem prejuízo do exercício da liberdadede expressão.

2. As críticas - mesmo que veementes - fazem parte do jogo eleitoral, não ensejando, por si só, odireito de resposta, desde que não ultrapassem os limites do questionamento político e não descambemnem para o insulto pessoal nem para a increpação de conduta penalmente coibida. Além, claro, da proibiçãode se veicular fatos sabidamente inverídicos.

3. Propaganda eleitoral que transborda os limites do questionamento político ou administrativo edescamba para o insulto pessoal.

Recurso a que se nega provimento.

(TSE, RESPE n.º 26.777, Ac. n.º 26.777, de 02.10.2006, Rel. Min. Carlos Ayres Britto)

AGRAVO REGIMENTAL. NEGATIVA SEGUIMENTO. RECURSO ESPECIAL. DIREITO DERESPOSTA. PROPAGANDA ELEITORAL. HORÁRIO GRATUITO. ALEGAÇÕES. CRÍTICAS.DESEMPENHO. GOVERNADOR. AUSÊNCIA HIPÓTESE ART. 58 DA LEI Nº 9.504/97.

NÃO-OCORRÊNCIA DE OFENSA. FUNDAMENTOS NÃO INFIRMADOS.

- As críticas apresentadas em programa eleitoral gratuito, buscando a responsabilização dosgovernantes pela má condução das atividades de governo, consubstanciam típico discurso de oposição,não se enquadrando nas hipóteses do art. 58 da Lei nº 9.504/97.

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- Em sede de recurso especial, é vedado o reexame de provas. A revaloração não pode confundir-secom um novo contraditório. Pressupõe tenha havido contrariedade a um princípio ou a uma regra jurídica nocampo probatório.

- Nega-se provimento ao agravo regimental quando não infirmados os fundamentos do decisum

impugnado.

Agravo regimental a que se nega provimento.(TSE, ARESPE n.º 26.780, Ac. n.º 26.780, de 26.9.2006, Rel. Min. Gerardo Grossi)

Representação. Propaganda Eleitoral. Direito de Resposta. No âmbito eleitoral, as afirmaçõescaluniosas, difamatórias e injuriosas não são reconhecidas como tais à luz dos conceitos de direito penal;aquilo que aparenta ofender já é proibido, porque o respeito entre os candidatos é indispensável ao processoeleitoral.

(TSE, RP n.º 1.194, Ac. n.º 1.194, de 26.9.2006, Rel. Min. Ari Pargendler)

Propaganda Eleitoral. Truísmos (“o governo precisa dar o exemplo”; “a corrupção é a pior dasviolências”) ou comentários inqualificáveis como sabidamente inverídicos (“pelas nossas fronteiras abertasentra o contrabando, as armas que estão nas mãos dos bandidos e as drogas que destroem os nossosjovens”) não autorizam o direito de resposta.

(TSE, RP n.º 1.162, Ac. n.º 1.162, de 21.9.2006, Rel. Min. Ari Pargendler)

Direito de resposta. Fatos verdadeiros.

1. Não há direito de resposta se o fato é público, ou seja, se a denúncia mencionada existe, e nãohouve contestação sobre o objeto. Verdadeiro, portanto, o fato mencionado, embora prevaleça a presunçãode inocência, não se pode dizer que tenha aplicação o art. 58 da Lei nº 9.504/97.

2. Agravo desprovido.

(TSE, ARP n.º 1.080, Ac. n.º 1.080, de 19.9.2006, Rel. Min. Carlos Alberto Menezes Direito)

Agravo regimental. Direito de resposta. Propaganda. Não-infringência do art. 11 da Resolução-TSEn.º 22.032/2005. Improcedência.

1. Não havendo demonstração inequívoca de que houve divulgação de conceito, imagem ou afirmaçãocaluniosa, difamatória, injuriosa ou sabidamente inverídica, não se concede, com base no art. 11 daResolução-TSE n.º 22.032/2005, direito de resposta.

2. É da natureza do debate de idéias o exercício de crítica veemente, como forma de discordar dospontos de vista apresentados pela parte contrária.

3. O processo dialético, desde que exercido nos limites do respeito aos direitos individuais einstitucionais, deve ser assegurado de modo amplo, sem submissão ao exercício do poder de polícia.

4. Agravo regimental improcedente.

(TSE, ARP n.º 817, Ac. n.º 817, de 20.10.2005, Rel. Min. José Augusto Delgado)

RECURSO ELEITORAL. PEDIDO DE DIREITO DE RESPOSTA. AUSÊNCIA DE INJÚRIA, CALÚNIAOU DIFAMAÇÃO. IMPROCEDÊNCIA.

I - Não se verificando opinião contrária à pessoa do candidato, tampouco a teor de precedentes doTSE, injúria, calúnia ou difamação, mas apenas abordagens, em diálogos de personagens, em que se vêemopiniões distorcidas, relativamente ao programa de governo, não há que se falar em direito de resposta.

II - Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.

(TRE-CE, RE n.º 13.000, Ac. n.º 13.000, de 29.10.2004, Rel. Juiz Celso Albuquerque Macedo)

Representação. Propaganda eleitoral. Horário gratuito. Veiculação. Imagem. Gesticulação. Alegação.Conotação pejorativa. Alusão. Caráter. Candidato. Não-ocorrência. Ausência. Configuração. Ofensa. Honra.

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1) Não caracteriza ridicularização ou degradação a veiculação de imagem que enseja comparaçãoalusiva ao caráter do candidato.

2) O sarcasmo ou a ironia, lançados de forma inteligente, não possuem o condão de ofender a honrae a dignidade da pessoa, valores a serem preservados nos embates eleitorais.

3) Improcedência da representação.

(TSE, RP n.º 601, Ac. n.º 601, de 18.10.2004, Rel. Min. Caputo Bastos)

O exercício do direito de crítica tem por limites a integridade e honorabilidade alheias e é corolário daliberdade, imprescindível à democracia.

Representação a que se nega provimento.

(TSE, RP n.º 599, Ac. n.º 599, de 21.10.2002, Rel. Min. Peçanha Martins)

Recurso especial. Eleições 2002. Direito de resposta.

A orientação da Corte está assentada no sentido de que a crítica aos homens públicos por suasdesvirtudes, seus equívocos e pela falta de cumprimento de promessas eleitorais sobre projetos, ainda quedura, severa ou amarga, não enseja direito de resposta.

Todavia, quando a crítica transborda o tema para a ofensa grave ao candidato, deve-se deferir odireito de resposta.

Recurso conhecido e provido.

(TSE, RESPE n.º 20.660, Ac. n.º 20.660, de 1º.10.2002, Rel. Min. Luiz Carlos Madeira)

3.3. No horário eleitoral gratuito

RECURSO ESPECIAL. DIREITO DE RESPOSTA. PROPAGANDA ELEITORAL. PRIMEIRO TURNO.PREJUÍZO.

1. Não ocorre a perda superveniente do interesse processual no recurso, quando eventual concessãode direito de resposta ou de devolução de tempo na propaganda eleitoral gratuita puder ser veiculada nohorário eleitoral reservado ao segundo turno das eleições.

2. Convicção pessoal que discrepa do entendimento da maioria, segundo a qual ocorre o prejuízo derecurso em tema de direito de resposta na propaganda eleitoral gratuita quando já realizado o primeiro turnodas eleições.

3. Prejuízo do recurso que se reconhece, ante a atuação em órgão colegiado

(TSE, RESPE n.º 27.202, Ac. n.º 27.202, de 19.10.2006, Rel. Min. Carlos Ayres Britto)

RECURSO ELEITORAL - PROPAGANDA ELEITORAL - INSERÇÕES - DIREITO DE RESPOSTA -CONSUMAÇÃO - AUSÊNCIA DE RESTITUIÇÃO - PREJUDICIALIDADE.

- Denega-se direito a retorsão, se inexistente ofensa à imagem de Partido Político.

- Deixa-se de determinar a devolução do tempo correspondente a indevida veiculação, entretanto,em face da impossibilidade material, considerando-se tratar-se de inserções e o Diretório Regional doPSDB, que obteve direito para resposta em condição equivalente a terceiro, sequer participa formalmentedo processo eleitoral.

- Participação do Diretório Municipal do PSDB nas eleições, tão somente no plano proporcional,onde não existe tempo para inserções e através de coligação, no plano majoritário. Ausência departicipação neste feito.

- Recurso prejudicado.

(TRE-CE, RE n.º 12.793, Ac. n.º 12.793, de 28.9.2004, Rel. Juiz Antônio Abelardo Benevides Moraes)

RECURSO ELEITORAL - PROPAGANDA ELEITORAL - INSERÇÕES - DIREITO DE RESPOSTA -DESPROVIMENTO.

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- A fita contendo o texto da propaganda atacada deve adentrar em cartório no prazo legal. Apresentadaa destempo, enseja a ocorrência de preclusão parcial e extinção da representação, neste particular.

- Subsistindo a tempestividade em relação a parte das inserções divulgadas, é de ser afastada aextinção da representação, quanto a estas, exclusivamente.

- Deixando o juiz de apreciar toda a controvérsia ao reconhecer circunstância prejudicial alegada porlitigante, pode a Corte revisora fazer a devida apreciação do mérito da controvérsia, em face do efeitotranslativo do recurso (CPC, art. 515).

- Denega-se direito à retorsão, se inexistente ofensa ao candidato ou a coligação requerente, queconfigure injúria, calúnia, difamação ou fato sabidamente inverídico.

- Fatos controversos, cuja inveridicidade não se apresenta de plano, porquanto carregados desubjetividade, não caracterizam divulgação “sabidamente inverídica”, que o legislador visou penalizar(LE, art. 58, caput).

- Recurso conhecido e não provido.(TRE-CE, RE n.º 12.848, Ac. n.º 12.848, de 28.9.2004, Rel. Juiz Antônio Abelardo Benevides Moraes)

1 - Recurso Eleitoral. Direito de Resposta.

2 - Candidatos a Prefeita e Vice apontados, em programa eleitoral gratuito, como fantoches do atualgestor municipal. Fato incontroverso. Expressão que revela menoscabo aos atributos intelectuais doscandidatos, ofendendo-lhes o decoro. Caso típico de injúria. Direito de Resposta.

3 - Recurso improvido. Sentença confirmada.

(TRE-CE, RE n.º 12.821, Ac. n.º 12.821, de 20.9.2004, Rel. Juiz Francisco Roberto Machado)

Representação. Liminar. Suspensão. Propaganda eleitoral. Horário gratuito. Indeferimento. Direitode resposta. Afirmação sabidamente inverídica. Estado federado. Legitimidade ad causam. Empresa Ford.Crítica político-administrativa. Possibilidade.

O Estado, como ente jurídico, tem legitimidade para propor representação requerendo direito deresposta.

É lícita a propaganda referente ao episódio da instalação da montadora Ford, contida nos limites damera crítica político-administrativa, não configurando as questões relativas ao fato matéria sabidamenteinverídica, à vista da controvérsia acerca do tema.

Representação julgada improcedente.

(TSE, RP n.º 592, Ac. n.º 592, de 21.10.2002, Rel. Min. Caputo Bastos)

Representação. Agravo. Propaganda eleitoral. Horário gratuito. Inserções. Ofensas. Insinuação deprevaricação e corrupção. Divulgação em emissora de reprodução de matéria veiculada em revista. Preliminarde inépcia da inicial.

- A preliminar da inépcia não procede, se eventual imposição de detalhes não compromete oentendimento da controvérsia.

- Quem repete assacadilha, lançada por terceiro, assume sua autoria, correndo o risco de eventualfalsidade. A reprodução, na televisão, de texto publicado em jornal escrito aumenta imensamente o potencialdeletério da injúria.

- A insinuação de que determinado candidato enriqueceu ilicitamente é injúria que dá ensejo a resposta.

(TSE, ARP n.º 491, Ac. n.º 491, de 1º.10.2002, Rel. Min. Humberto Gomes)

Representação. Direito de resposta. Horário gratuito. Propaganda eleitoral. Divulgação. Piada.Promessa de campanha. Vinculação. Candidato à Presidência. Governo atual. Modelo econômico “desumano”e de “muita corrupção”.

- É lícito qualificar como “mentira” determinada promessa de campanha efetuada pelo candidatoadversário. A injúria desnatura-se, ainda mais quando os termos são lançados em tom de gracejo(Precedentes: Rp n.º 440, Rp n.º 444).

- A assertiva de que o modelo econômico preconizado por determinado candidato é “desumano” e de“muita corrupção” não traduz afirmação de que o candidato esteja pessoalmente maculado por tais atributos.

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- Os termos “cabra” e “homi” utilizados pelo comediante, no linguajar nordestino, não são ofensivos.

Representação julgada improcedente.

(TSE, RP n.º 501, Ac. n.º 501, de 1º.10.2002, Rel. Min. Humberto Gomes)

Direito de resposta - Propaganda eleitoral gratuita - Inserções - Apresentação de caricatura em desenhoanimado - Caráter ofensivo e injurioso - Recurso especial conhecido e provido.

(TSE, RESPE n.º 20.262, Ac. n.º 20.262, de 30.9.2002, Rel. Min. Fernando Neves)

3.4. Na programação normal das emissoras de rádio e tv

DIREITO DE RESPOSTA. EMISSORA DE RÁDIO. RETRANSMISSÃO DE FATOS NÃOCOMPROVADOS. GRAVAME À IMAGEM DO CANDIDATO. INTENÇÃO DE OFENSA. AUSÊNCIA.INDEPENDÊNCIA DE INSTÂNCIAS.

1. A divulgação ou retransmissão de reportagem sobre o eventual envolvimento de candidato emcorrupção, sem que se lhe tenha ofertado o direito de defesa, incide em ofensa injusta à sua imagem, comreflexo negativo na campanha eleitoral, ensejando o correspondente direito de resposta ao ofendido.

2. O julgamento anterior de representação eleitoral, sobre o mesmo fato, em que não restou comprovadaa intenção do locutor em ofender o candidato, não elide o direito de resposta daquele que foi atingido emsua honra, por matéria jornalística de origem duvidosa.

3. Caso em que se defere o pedido de direito de resposta.

(TRE-CE, PDR n.º 11.114, Ac. n.º 11.114, de 5.9.2006, Rel. Juiz Augustino Lima Chaves)

RECURSO ELEITORAL - PROGRAMAÇÃO NORMAL DA TELEVISÃO - DIREITO DE RESPOSTA- DESPROVIMENTO.

- A afirmação em programação normal de televisão que atribui fato ilícito em proveito de candidato,expressamente mencionado, inclusive, enseja oportunidade para resposta, no mesmo programa onde foiformulada a ofensa, em tempo correspondente ( Lei n.º 9.504/97, art. 58).

- Recurso conhecido e não provido.

(TRE-CE, RE n.º 12.885, Ac. n.º 12.885, de 30.9.2004, Rel. Juiz Antônio Abelardo Benevides Moraes)

AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL. DIREITO DE RESPOSTA. NÃO-OCORRÊNCIADE VEICULAÇÃO POR EMISSORA DE RÁDIO DE OPINIÃO CONTRÁRIA A CANDIDATO A REELEIÇÃOPARA PREFEITO. CRÍTICAS AO DESEMPENHO DO ADMINISTRADOR. AUSÊNCIA DE OFENSA ÀHONRA. PRECEDENTES (Acórdãos n.ºs 20.475, rel. Min. Carlos Madeira e 21.272, rel. Min. FernandoNeves).

Não caracteriza ofensa à honra nem enseja direito de resposta a opinião desfavorável de locutor deemissora que se refere ao desempenho do administrador por suas desvirtudes e equívocos.

Agravo regimental improvido.

(TSE, ARESPE n.º 21.711, Ac. n.º 21.711, de 2.9.2004, Rel. Min. Carlos Velloso)

Direito de resposta - Art. 58 da Lei n.º 9.504/97 - Governador - Candidato à reeleição - Escolha emconvenção - Suposta ofensa veiculada por sindicato - Matéria paga - Comerciais convocando para assembléia- Rádio e televisão - Período eleitoral - Repercussão - Possibilidade - Competência - Justiça Eleitoral -Emissora - Responsabilidade.

1. O art. 58 da Lei n.º 9.504/97 assegura o exercício do direito de resposta a partido político, coligaçãoou candidato atingidos por afirmação caluniosa, difamatória, injuriosa ou sabidamente inverídica, desdeque o fato tenha caráter, propósito ou repercussão eleitoral sobre o pleito que se aproxima.

2. O fato de a ofensa ter ocorrido em espaço comercial não impede que se requeira o exercício dodireito de resposta.

3. Acaso deferida a resposta, esta será veiculada à custa daquele que comprou o espaço no veículode comunicação social.

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4. A emissora que leva ao ar mensagem ofensiva ou sabidamente inverídica, ainda que por conta eordem de terceiro, pode, em tese, também ser responsabilizada pela veiculação da resposta, podendo,depois, perante a Justiça Comum, cobrar do cliente o pagamento correspondente ao tempo utilizado naresposta.

(TSE, RESPE n.º 19.880, Ac. n.º 19.880, de 15.8.2002, Rel. Min. Fernando Neves)

Direito de resposta. Art. 58 da Lei n.º 9.504/97. Alegação de inverdades - Entrevista - Emissora detelevisão - Programação normal - Término da propaganda eleitoral gratuita - Preliminar de prejudicialidade- Rejeição - Defesa da honra - Interesse de agir - Subsistência - Possibilidade de veiculação após a realizaçãodo pleito eletivo. Divulgação da resposta - Custo - Responsabilidade - Autor da afirmação.

1. Diferentemente do que ocorre quando se trata de programa eleitoral gratuito, na situação em que aacusação, ou a inverdade, foi veiculada pela imprensa escrita ou no curso da programação normal do rádioou da televisão, quando o custo da veiculação da resposta será suportado pelo responsável da afirmaçãoque gerou a resposta, é possível sua veiculação após as eleições.

2. Ausência de violação de preceito legal. Entrevista que não contém afirmação caluniosa, difamatória,injuriosa ou inverídica.

Recurso não conhecido.

(TSE, RESPE n.º 18.359, Ac. n.º 18.359, de 24.4.2001, Rel. Min. Fernando Neves)

Propaganda eleitoral - Ofensa - Terceiros - Direito de resposta - Prazo - Competência - Lei n.º 9.504/97- Lei n.º 5.250/67.

1. Compete à Justiça Eleitoral examinar apenas os pedidos de direito de resposta formulados porterceiro em relação ao que veiculado no horário eleitoral gratuito, sendo, nesses casos, observados osprazos do artigo 58 da Lei 9.504, de 1997.

2. Quando o terceiro se considerar atingido por ofensa realizada no curso de programação normaldas emissoras de rádio e televisão ou veiculado por órgão da imprensa escrita, deverá observar osprocedimentos previstos na Lei n.º 5.250/67.

(TSE, CTA n.º 651, Res. n.º 20.675, de 29.6.2000, Rel. Min. Costa Porto)

3.5. Na imprensa escrita

IMPRENSA LIVRE - ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO.

Sem uma imprensa livre, não é dado falar da existência de um Estado Democrático de Direito.

DIREITO DE RESPOSTA - VEÍCULO DE COMUNICAÇÃO - ARTIGO 58 DA LEI Nº 9.504/97.

Estampando a matéria informação, ao público, de fatos relativos a certo acontecimento, não se temespaço para a observação do disposto no artigo 58 da Lei nº 9.504/97.

(TSE, RP n.º 1.292, Ac. n.º 1.292, de 24.10.2006, Rel. Min. Marco Aurélio Mello)

ELEIÇÕES 2006. Direito de resposta. Caracterização. Jornal. Notícia que acusa candidato de terrealizado despesas sem licitação. Administrador público. Imputação grave. Notícia veiculada na antevésperadas eleições. Direito reconhecido. Votos vencidos.

Enseja direito de resposta a publicação por jornal, na antevéspera da eleição, de notícia que imputaa candidato, quando administrador público, a realização de despesas sem licitação.

(TSE, ARP n.º 1.217, Ac. n.º 1.217, de 10.10.2006, Rel. Min. Marcelo Henriques Ribeiro de Oliveira )

Direito de resposta. Artigo em jornal. Propaganda eleitoral.

1. A crítica, ainda que severa, contida em artigo de jornal assinado alcançando partido político estáfora do contexto da propaganda eleitoral subordinada ao regime da Lei nº 9.504/97.

2. Representação não conhecida.

(TSE, RP n.º 1.207, Ac. n.º 1.207, de 02.10.2006, Rel. Min. Carlos Alberto Menezes Direito )

DIREITO DE RESPOSTA - JUNTADA DO EXEMPLAR RELATIVO À PUBLICAÇÃO - SUPRIMENTODA PEÇA.

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Constando do acórdão proferido que o acionado admitiu como verdadeiros os fatos narrados nainicial, acompanhada de recorte da matéria, descabe exigir a juntada do exemplar do jornal.

(TSE, AG n.º 5.686, Ac. n.º 5.686, de 4.10.2005, Rel. Min. Marco Aurélio Mello)

Direito de resposta. Candidato a prefeito. Matéria. Veiculação. Jornal. Responsabilidade. Terceiro.Prejudicialidade. Advento. Eleições. Não-caracterização. Exclusão. Veículo de comunicação. Relaçãoprocessual. Atribuição. Ônus. Resposta. Impossibilidade. Texto da resposta. Relação. Fatos supostamenteofensivos. Art. 58, § 3º, I, a, da Lei n.º 9.504/97 aplicável por analogia ao disposto na alínea b, segundaparte, inciso III, do mesmo dispositivo.

1. O recurso especial que trata de direito de resposta por ofensa veiculada em jornal ou no curso deprogramação normal do rádio ou da televisão não fica prejudicado com o advento das eleições, ao contráriodaqueles que versem sobre propaganda eleitoral gratuita. Precedente: Acórdão n.º 18.359.

2. Em se tratando de pedido de direito de resposta que se originou por meio de matéria veiculada emjornal cuja ofensa é atribuída a terceiro, é recomendável que o veículo de comunicação figure na relaçãoprocessual, a fim de lhe assegurar a ampla defesa, além do que, tal providência objetiva que ele assumasua responsabilidade quanto à veiculação de matérias que possam ter repercussão no pleito. Precedente:Acórdão n.º 19.880.

3. A disposição contida no art. 36 da Lei de Imprensa, que imputa a veiculação da resposta ao veículode comunicação, cujo custo deve ser cobrado, posteriormente, do ofensor, não pode ser invocada paraadmitir que a Justiça Eleitoral tão-somente imponha o ônus ao jornal, sem estar ele no pólo passivo darepresentação.

4. A decisão que impõe a veículo de comunicação que não figurou no processo a obrigação deveicular direito de resposta cujo ônus é de terceiro, configura ofensa ao art. 472 do Código de ProcessoCivil.

5. O art. 58, § 3º, I, a, da Lei n.º 9.504/97 estabelece, no que se refere ao pedido de direito de respostaem imprensa escrita, a exigência de que seja ele instruído com o texto para a resposta, devendo este serdirigido aos fatos supostamente ofensivos, entendimento aplicável por analogia ao disposto na alínea b,segunda parte, inciso III, do mesmo dispositivo. Precedente: Acórdão n.º 1.395.

Recursos especiais conhecidos e providos.

(TSE, RESPE n.º 24.387, Ac. n.º 24.387, de 25.11.2004, Rel. Min. Caputo Bastos)

I - Direito de resposta do candidato ofendido: oponibilidade também à imprensa escrita (L. 9.504/97,art. 97), que não contraria a liberdade de informação, dado o seu contrapeso, segundo a Constituição(CF, art. 5º, X, c.c. o art. 220, § 1º).

II - Direito de resposta: a publicação da resposta não prejudica o recurso da empresa jornalística,dada a aplicabilidade em tese, por analogia, na omissão da lei eleitoral, do art. 24 da Lei de Imprensa.

(TSE, RESPE n.º 20.726, Ac. n.º 20.726, de 1º.4.2003, Rel. Min. Sepúlveda Pertence)

Direito de resposta - Editorial - Revista semanal - Representação - Decadência - Não-ocorrência -Art. 58, § 1º, III, da Lei n.º 9.504/97 e art. 12, I, a, da Res./TSE n.º 20.951.

1. Em face do disposto no art. 58, § 1º, III, da Lei n.º 9.504/97 e no art. 12, I, a, da Res./TSE n.º 20.951,o termo inicial para propositura de representação, visando obter resposta devido à ofensa ocorrida naimprensa escrita, é a data da edição em que se veiculou a ofensa.

2. Editorial com nítido conteúdo ofensivo - Hipótese de concessão de resposta.

(TSE, RESPE n.º 20.728, Ac. n.º 20.728, de 4.10.2002, Rel. Min. Fernando Neves)

Direito de resposta. Indeferimento. Inexistência de calúnia, difamação ou injúria. Candidato não podeentender como ofensa a sua pessoa, comentários sobre fatos devidamente publicados por órgão da imprensaescrita e referido por terceiros. Não há privacidade a ser defendida, haja vista que o candidato coloca a suavida a exame do eleitor.

Recurso improvido.

(TRE-CE, PDR n.º 11.012, Ac. n.º 11.012, de 12.9.2002, Rel. Juiz Lincoln Tavares Dantas)

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Agravo de instrumento - Matéria publicada em jornal - Fatos tidos por inverídicos - Direito de resposta- Liberdade de imprensa - Art. 220 da Constituição Federal - Reexame de matéria fática - Súmula n.º 279 doSTF. Agravo a que se negou provimento.

1. O deferimento de resposta decorrente de matéria jornalística de conteúdo ofensivo não afronta aliberdade de informação assegurada pelo art. 220 da Constituição Federal.

(TSE, AG n.º 2.584, Ac. n.º 2.584, de 14.12.2000, Rel. Min. Fernando Neves)

3.6. Sanções aplicáveis

Degradar e ridicularizar. Direito de resposta. Artigos 53, § 1º, e 58 da Lei nº 9.504/97.

1. Degradar ou ridicularizar não estão vinculados à ofensa por conceito, imagem ou afirmação caluniosa,difamatória, injuriosa ou sabidamente inverídica. Estas excluem aquelas no sistema da Lei nº 9.504/97.

2. Deferido o direito de resposta nos termos do art. 58, não cabe deferir a penalidade prevista no § 1ºdo art. 53 da Lei das Eleições.

3. Representação julgada improcedente.

(TSE, RP n.º 1.288, Ac. n.º 1.288, de 23.10.2006, Rel. Min. Carlos Alberto Menezes Direito)

RECURSO ELEITORAL. PROPAGANDA ELEITORAL. DIREITO DE RESPOSTA E SUSPENSÃODA VEICULAÇÃO. DESPROVIMENTO.

- A propaganda que injuria ou calunia candidato enseja oportunidade para resposta, com restrição aodireito à propaganda, podendo também se determinar a sua imediata suspensão, sem prejuízo de eventualapuração no âmbito cível ou criminal (Lei n.º 9.504/97, art. 58 e Resolução/TSE n.º 21.610, art. 9º, inciso IXe art. 10).

- Recurso conhecido e não provido.

(TRE-CE, RE n.º 12.867, Ac. n.º 12.867, de 28.9.2004, Rel. Juiz Antônio Abelardo Benevides Moraes)

Recurso especial. Eleição 2000. Direito de resposta. Desvirtuamento. Multa. Inaplicabilidade.Lei n.º 9.504/97, art. 58, § 8º. Recurso provido.

O desvirtuamento do direito de resposta pelo candidato não atrai a penalidade prevista no art. 58,§ 8º, da Lei n.º 9.504/97, que se dirige apenas às emissoras divulgadoras da propaganda eleitoral gratuita.

(TSE, RESPE n.º 21.280, Ac. n.º 21.280, de 17.6.2003, Rel. Min. Peçanha Martins)

Recurso especial. Emissora de televisão. Divulgação de programa ofensivo a imagem de candidato.Pedido de direito de resposta. Imposição de multa. Cumulação. Possibilidade.

1. O exercício do direito de resposta, destinado a conceder ao ofendido a oportunidade de esclarecero eleitorado acerca de fatos que lhe foram imputados, não exclui o pagamento da multa, expressamenteprevista no parágrafo 2º do artigo 45 da Lei n.º 9.504/97.

2. Essa penalidade é também imponível à emissora que, infringindo legislação eleitoral durante aprogramação normal, incide em qualquer das proibições estabelecidas no caput do dispositivo.

Recurso especial não conhecido.

(TSE, RESPE n.º 15.712, Ac. n.º 15.712, de 29.4.1999, Rel. Min. Maurício Corrêa)

4. EMISSORAS DE RÁDIO E TV (arts. 45 e 46 da Lei nº 9.504/97)4.1. Entrevistas e debates antes da data permitida para o início da propaganda eleitoral

AGRAVO REGIMENTAL. PRÉ-CANDIDATOS. TRATAMENTO ISONÔMICO. APLICAÇÃO DAVEDAÇÃO CONSTANTE DO ARTIGO 45, INCISO IV, DA LEI N.º 9.504/97. AUSÊNCIA DOS REQUISITOSAUTORIZADORES DA CONCESSÃO DE MEDIDA LIMINAR.

1. A obtenção da tutela cautelar impõe ao promovente a obrigação de demonstrar tanto a existênciada plausibilidade do direito por ele afirmado (fumus boni iuris) como a irreparabilidade ou a dificuldade dereparação desse mesmo direito (periculum in mora), caso seja preciso aguardar o trâmite regular do processo.

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2. Ao Ministério Público Eleitoral é defeso impor às emissoras de rádio e televisão a vedação constantedo artigo 45, inciso IV, da Lei das Eleições antes do início do período eleitoral, estendendo aos pré-candidatoso regime de disciplina da propaganda estabelecido para os candidatos já escolhidos em convenção.

3. Ausentes tanto a verossimilhança do direito invocado quanto o perigo da demora, não mereceacolhida o pedido de liminar inaudita altera pars formulado pelo parquet Eleitoral.

4. Nos termos da Resolução TSE n.º 21.072/2002, as emissoras de rádio e televisão podem promoverdebates e entrevistas com pré-candidatos, cumprindo-lhes, porém, dispensar tratamento isonômico para aspessoas que se encontram em situações semelhantes.

5. Em face do caráter repressivo desta Justiça Especializada, eventuais abusos e excessos cometidos,inclusive mediante a realização de propaganda eleitoral antecipada, deverão ser investigados e punidos naforma da lei.

(TRE-CE, REP n.º 11.351, Ac. n.º 11.351, de 20.6.2006, Relª. Juíza Sérgia Maria Mendonça Miranda)

Questão de ordem. Instrução sobre propaganda eleitoral. Res./TSE n.º 20.988. Emissoras de rádio etelevisão. Entrevistas e debates. Pré-candidatos a cargos majoritários. Possibilidade.

1. As emissoras de rádio e de televisão podem entrevistar pré-candidatos às eleições majoritáriasdeste ano, antes de 6 de julho, ou promover debates entre eles, cuidando para que haja um mesmo tratamentopara as pessoas que se encontram em situações semelhantes.

2. Eventuais abusos e excessos, inclusive realização de propaganda eleitoral antes do momentopróprio, poderão ser investigados e punidos na forma da lei.

(TSE, INST n.º 57, Res. n.º 21.072, de 23.4.2002, Rel. Min. Fernando Neves)

4.2. Prazo para interposição de representação

Agravo regimental. Representação. Infração. Art. 45 da Lei nº 9.504/97. Acórdão regional. Extinçãodo feito. Não-observância. Prazo. 48 horas. Decisão em consonância com a jurisprudência do TSE.

1. A jurisprudência do Tribunal Superior Eleitoral já assentou que é de 48 horas o prazo para ajuizamentode representação fundada em infração ao art. 45 da Lei nº 9.504/97, que ocorre em programação normal deemissoras.

2. Esse entendimento não implica criação de prazo decadencial nem exercício indevido do poderlegiferante, não havendo falar em violação aos arts. 2º e 5º, II e XXXV, da Constituição Federal.

Agravo regimental a que se nega provimento.

(TSE, AAG n.º 8.808, de 12.2.2008, Rel. Min. Caputo Bastos)

REPRESENTAÇÃO - PROPAGANDA ELEITORAL ANTECIPADA - PROGRAMA DE RÁDIO -BENEFICIAMENTO - CANDIDATO - ELEIÇÕES MUNICIPAIS DE 2004 - INTEMPESTIVIDADE - FALTADE INTERESSE DE AGIR - AFIXAÇÃO DE FAIXAS - PRÉVIO CONHECIMENTO - NÃO EFETIVAÇÃO -AUSÊNCIA - CARÊNCIA DE AÇÃO - EXTINÇÃO DO FEITO SEM JULGAMENTO DO MÉRITO.

1) O prazo para interposição de representação, tratando-se de propaganda irregular veiculada emprogramação normal das emissoras de rádio e televisão, é de 48 horas, segundo entendimento do e. TSE,que determinou aplicação, por analogia, do art. 96, § 5º, do referido diploma legal.

2) Não efetivado o prévio conhecimento do candidato quanto a propaganda eleitoral antecipada, nãohá como aferir a sua culpabilidade e conseqüentemente aplicar-lhe multa.

3) Julga-se extinto o feito, sem resolução de mérito, nos termos do art. 267, incisos IV e VI, do CPC.

(TRE-CE, RE n.º 13.296, Ac. n.º 13.296, de 04.09.2007, Rel.ª Juíza Maria Nailde Pinheiro Nogueira)

RECURSO ESPECIAL. ELEIÇÃO 2006. RÁDIO. HORÁRIO NORMAL. (ART. 45, III, DA LEI DASELEIÇÕES). REPRESENTAÇÃO. OPINIÃO DESFAVORÁVEL A CANDIDATO. INTEMPESTIVIDADE.PRECEDENTES. DISSÍDIO NÃO-CONFIGURADO. AFRONTA À LEI.

NÃO-OCORRÊNCIA. APELO DESPROVIDO.

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O prazo para a propositura de representação (art. 96 da Lei das Eleições), quando se tratar depropaganda realizada na programação normal das emissoras de rádio e televisão, é de 48 horas.

Aplicação, por analogia, do disposto no art. 58, § 1º, II, da Lei nº 9.504/97. Precedentes.

É necessário evitar a possibilidade de se jogar taticamente, guardando-se algo ocorrido no início decampanha para pedir que seja sancionado no momento mais oportuno de tal campanha.

Entendimento jurisprudencial já superado não serve de suporte ao recurso especial pela letra b doinciso I do art. 276 do CE.

É inviável o recurso que se limita a apontar os dispositivos legais e constitucionais tidos por violados,sem, contudo, demonstrar em que consistiria a referida violação. Incidência da Súmula nº 284 do STF.

Recurso desprovido.

(TSE, RESPE n.º 26.373, Ac. n.º 26.373, de 30.11.2006, Rel. Min. José Gerardo Grossi)

ELEIÇÕES 2006. REPRESENTAÇÃO. PROPAGANDA ELEITORAL. INSERÇÕES. INVASÃO DOESPAÇO PROPORCIONAL PELOS CANDIDATOS A CARGOS MAJORITÁRIOS. PROPOSITURA. PRAZO.48 HORAS. NÃO-CONHECIMENTO.

Nos termos da jurisprudência do Colendo Tribunal Superior Eleitoral, o prazo para o ajuizamento deRepresentação versando sobre propaganda eleitoral irregular em inserções é de 48 horas, contadas daprática do ilícito.

(TRE-CE, REP n.º 11.408, Ac. n.º 11.408, de 12.09.2006, Rel.ª Juíza Maria Vilauba Fausto Lopes)

4.3. Difusão de opinião favorável ou contrária a candidato, partido ou coligação

RECURSO ELEITORAL. ATAQUE AOS FUNDAMENTOS DA DECISÃO RECORRIDA.OCORRÊNCIA. DISCURSO DE VEREADOR PROFERIDO DURANTE SESSÃO ORDINÁRIA DA CÂMARAMUNICIPAL. OPINIÕES DESFAVORÁVEIS A CANDIDATA LOCAL. DIFUSÃO. TRANSMISSÃOREALIZADA POR EMISSORA DE RÁDIO LOCAL. PROPAGANDA ELEITORAL IRREGULAR.CONFIGURAÇÃO. ART. 45, III, DA LEI N.º 9.504/97. NÃO ATENDIMENTO. SENTENÇA MANTIDA.RECURSO IMPROVIDO.

1 - O Recurso interposto que aponta o cerne da questão controvertida, explicitando suas razões,ainda que contenha um texto breve, conciso e resumido, está apto a ser conhecido.

2 - A rádiotransmissão de discurso de vereador, proferido durante sessão ordinária da CâmaraMunicipal, no qual são divulgadas opiniões contrárias a candidato ao pleito eleitoral configura prática depropaganda eleitoral irregular, infratora do art. 45, III, da Lei n.º 9.504/97.

3 - “A emissora de rádio assume a responsabilidade pela divulgação da matéria tida por ofensiva,inclusive nos casos em que ocorre a leitura de texto publicado em jornal” (TSE - RESPE n.º 19.334, Min.Fernando Neves, DJ - 10/08/2001, pág. 70).

4 - Recurso improvido.

5 - Sentença confirmada.

(TRE-CE, RE n.º 13.252, Ac. n.º 13.252, de 27.11.2006, Rel. Juiz Anastácio Jorge M. de Sousa Marinho)

Representação. Art. 45, III, da Lei nº 9.504/97. Transmissão. Comício. Difusão. Opinião. Favorável.Candidato. Infração. Configuração.

1. A transmissão de comício do qual participou candidato a Presidente com a difusão de opiniãofovorável a esse candidato, extrapolando o limite de informação jornalística, configura violação ao art. 45,III, da Lei nº 9.504/97, ensejando a aplicação da pena de multa prevista no art. 45, § 2º, da Lei nº 9.504/97.

Agravo regimental desprovido.

(TSE, ARP n.º 1.183, Ac. n.º 1.183, de 02.10.2006, Rel. Min. Marcelo Henriques Ribeiro de Oliveira)

Propaganda eleitoral. Liberdade de imprensa. Art. 45, III e V, da Lei nº 9.504/97.

1. A liberdade de imprensa é essencial ao estado democrático, mas a lei eleitoral veda às emissoras

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de rádio e televisão a veiculação de propaganda política ou a difusão de opinião favorável ou contrária acandidato, partido, coligação, a seus órgãos ou representantes”. Se o programa jornalístico ultrapassaresse limite difundindo opinião favorável a um candidato, fora do padrão do comentário político ou de notícia,fica alcançado pela vedação.

2. Agravo desprovido.

(TSE, ARP n.º 1.169, Ac. n.º 1.169, de 26.09.2006, Rel. Min. Carlos Alberto Menezes Direito)

Propaganda eleitoral. Artigo 45, III e V, da Lei nº 9.504/97. Comentário em programa jornalístico.

1. Não malfere a disciplina da Lei nº 9.504/97 a opinião de comentarista político feito em programajornalístico em torno de notícia verídica alcançando determinado candidato, partido ou coligação.

2. A liberdade de imprensa é essencial ao estado democrático e a manifestação dos jornalistas sobredeterminados fatos, comentando as notícias do dia, embora subordinada à liberdade de expressão e acomunicação ao princípio da reserva legal qualificada, não pode ser confundida com o disposto no art. 45,III, da Lei nº 9.504/97.

3. Agravo regimental desprovido.

(TSE, ARP n.º 1.000, Ac. n.º 1.000, de 29.08.2006, Rel. Min. Carlos Alberto Menezes Direito)

RECURSO ELEITORAL. REPRESENTAÇÃO. PROPAGANDA ELEITORAL IRREGULAR EMPROGRAMAÇÃO NORMAL DE EMISSORA DE RÁDIO.

1 - A difusão de opinião favorável ou contrária a candidatos, partidos ou coligação, a seus órgãos ourepresentantes, quer de forma direta ou subliminar, encontra esbarro no inciso IV do artigo 45 daLei n.º 9.504/97, a merecer censura desta Justiça Especializada.

2 - Restando caracterizada a veiculação de noticiosos radiofônicos, privilegiando candidato e coligaçãopartidária, a despeito da norma do artigo 45, inciso IV, da Lei das Eleições, impõe-se a aplicação da sançãoprevista no § 2º do citado preceptivo legal.

3 - As restrições impostas nos incisos do artigo 45 do mencionado diploma legal não importam emofensa às garantias constitucionais de liberdade de expressão e de acesso à informação, laborando, naverdade, em defesa do salutar princípio igualitário da propaganda eleitoral.

4 - Aplicação de multa que se confirma, no valor mínimo, mantendo-se a sentença atacada, em todosos seus termos.

5 - Recursos conhecidos, mas improvidos.

(TRE-CE, RE n.º 12.710, Ac. n.º 12.710, de 20.6.2005, Rel. Juiz Celso Albuquerque Macedo)

Recurso Inominado. Representação. Emissora de rádio. Programação normal. Emissão de opiniãofavorável a candidata à Câmara Municipal. Impossibilidade.

1 - A conduta vedada no art. 45, III, da Lei n.º 9.504/97, consiste na divulgação de opinião favorávelou contrária a candidato, não havendo que se perquirir sobre a gravidade ou potencial ofensivo da matériatransmitida (Precedente do TSE, Rec. Especial n.º 21.272).

2 - Pronunciamento de Secretário de Saúde Municipal, em programação normal da emissora derádio, realçando claramente os atributos morais e profissionais de candidata a vereadora, é circunstânciasuficiente para causar impacto no corpo eleitoral, comprometendo o requisito da igualdade entre osconcorrentes.

(TRE-CE, RE n.º 13.086, Ac. n.º 13.086, de 7.3.2005, Rel. Juiz Celso Albuquerque Macedo)

1 - Recurso Eleitoral contra decisão que rejeitou representação por infração ao disposto no art. 45, III,da Lei n.º 9.504/97.

2 - Entrevista em emissora de rádio, fora do horário gratuito, em que ex-Prefeito declara seu apoio acandidato a Prefeito de seu partido. Ocorrência da conduta vedada no art. 45, III, da Lei n.º 9.504/97.

3 - Sentença reformada. Multa no mínimo legal.

(TRE-CE, RE n.º 12.878, Ac. n.º 12.878, de 6.12.2004, Rel. Juiz Francisco Roberto Machado)

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1. Recurso Eleitoral contra decisão que rejeitou representação por infração ao disposto no art. 45, III,da Lei n.º 9.504/97.

2. Emissora de rádio. Ente despersonalizado que se confunde com a pessoa de sua mantenedora,associação comunitária regularmente constituída e que, tendo evidente capacidade de ser parte, compareceua juízo para defender-se, assumindo pólo passivo da demanda. Pressuposto processual satisfeito.

3. Entrevista em rádio. Gravação e utilização por qualquer ouvinte. Inexistência de malferimento aodisposto no art. 5º, X e LVI, da CF/88.

4. Entrevista em emissora de rádio, fora do horário gratuito, em que o entrevistado faz apologia dedeterminado candidato a prefeito. Ocorrência da conduta vedada no art. 45, III, da Lei n.º 9.504/97. Sentençaconfirmada.

(TRE-CE, RE n.º 12.941, Ac. n.º 12.941, de 1º.12.2004, Rel. Juiz Francisco Roberto Machado)

RECURSO ELEITORAL. PROPAGANDA IRREGULAR. CÂMARA LEGISLATIVA. SESSÃOPARLAMENTAR. VEREADOR. CANDIDATO. PRONUNCIAMENTO. PROPAGANDA. IMUNIDADEPARLAMENTAR. POSSIBILIDADE. DIVULGAÇÃO EM RÁDIO. ILICITUDE. ART. 45, III, LEI DASELEIÇÕES. CARACTERIZAÇÃO. MULTA CONFIRMADA. RECURSO. DESPROVIDO.

1. A inviolabilidade do pronunciamento do vereador, em sessão plenária, é garantida pelo art. 29, VIIda CF, inclusive se o conteúdo traz conotação de propaganda eleitoral.

2. A veiculação em rádio e fora do horário eleitoral gratuito de pronunciamento de vereador, emsessão parlamentar, com conteúdo de propaganda eleitoral, configura ilicitude tipificada no art. 45, incisosIII e IV, da Lei das Eleições, ensejando a aplicação de multa à emissora infratora.

3. Recurso conhecido, porém desprovido.

(TRE-CE, RE n.º 12.986, Ac. n.º 12.986, de 28.10.2004, Rel. Juiz Celso Albuquerque Macedo)

1 - Recurso Eleitoral interposto contra decisão que julgou procedente representação por condutasvedadas nos arts. 45, III, e 73, VI, “c”, da Lei n.º 9.504/97.

2 - Entrevista em rádio. Meros esclarecimentos à população prestados por agentes públicos sobrefato ocorrido em hospital municipal. Locutor que não chegou a difundir opinião favorável ou contrária acandidato, partido, coligação, a seus órgãos ou representantes, muito menos tratamento privilegiado acandidato, partido ou coligação. Inexistência de qualquer conduta vedada na Lei n.º 9.504/97. Recursoprovido. Sentença reformada.

(TRE-CE, RE n.º 12.915, Ac. n.º 12.915, de 3.10.2004, Rel. Juiz Francisco Roberto Machado)

RECURSO ELEITORAL. DIVULGAÇÃO DE OPINIÃO CONTRÁRIA. Não caracterizada ofensa aodisposto no art. 45, III, da Lei 9.504/97, a difusão de opinião que, embora contrária, não tem o condão demacular a honra do candidato ou prejudicá-lo politicamente. Limites toleráveis da crítica político-eleitoral.

Recurso provido.

Sentença reformada.

(TRE-CE, RE n.º 12.850, Ac. n.º 12.850, de 22.9.2004, Rel. Juiz Jorge Aloísio Pires)

- Propaganda eleitoral pela televisão em horário legalmente inconsentido.

- Se o apresentador do programa bíblico abandona a pregação e passa, descaradamente, a pedir aosfiéis votos para determinado candidato a vereador, configura-se o ilícito reportado pelo inc. III do art. 45 daLei 9.504/97, firmada a responsabilidade da estação, máxime se incomprovada a evasiva de que vendera ohorário para a “igreja internacional da graça de deus”.

- Recurso conhecido, mas improvido, confirmada a prolação singular por seus próprios e jurídicosfundamentos.

- Unanimidade.

(TRE-CE, RE n.º 12.210, Ac. n.º 12.210, de 6.2.2001, Rel. Juiz Luiz Gerardo de Pontes Brígido)

RECURSO ELEITORAL. PROPAGANDA IRREGULAR. CARACTERIZAÇÃO.

1. A realização de longas entrevistas de candidatos de um mesmo partido ou coligação no horário deprogramação normal da emissora, importa infração aos incisos n.ºs III e IV, da Lei n.º 9.504/97.

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2. Recurso conhecido e não provido.

3. Decisão unânime.

(TRE-CE, RE n.º 12.106, Ac. n.º 12.106, de 27.9.2000, Rel. Juiz Napoleão Nunes Maia Filho)

4.4. Obrigatoriedade de tratamento igualitário

Programa jornalístico – Emissora de televisão – Notícia – Entrevista de deputado com críticas acandidato – Nota de manifestação do acusado – Divulgação – Art. 45 da Lei n.º 9.504/97 – Tratamentoprivilegiado – Multa – Inciso III – Não-cabimento.

1. As emissoras de rádio e de televisão, no período de que trata o art. 45 da Lei n.º 9.504/97, podem,em seus programas jornalísticos, divulgar matérias de interesse da população, mesmo que digam respeitoa candidato ou a partido político, desde que veiculem a posição de todos os interessados de modo imparcial.

(TSE, RESPE n.º 21.014, Ac. n.º 21.014, de 17.12.2002, Rel. Min. Fernando Neves)

Emissora de televisão - Entrevistas - Todos os candidatos - Tratamento privilegiado - Críticas -Adversário - Difusão de opinião contrária - Não caracterização - Art. 45, III, da Lei n.º 9.504/97.

1. Se a emissora abriu espaço para todos os candidatos apresentarem suas propostas e idéias, nãohá que se falar em favorecimento ou difusão de opinião contrária vedada por lei, mesmo que o candidatotenha exaltado suas qualidades e apontado os defeitos dos adversários e de suas plataformas políticas.

(TSE, RESPE n.º 19.996, Ac. n.º 19.996, de 23.10.2002, Rel. Min. Fernando Neves)

4.5. Críticas à atuação de Chefe do Executivo

RECURSO ELEITORAL - REPRESENTAÇÃO - PROPAGANDA ELEITORAL - PROGRAMAÇÃONORMAL DE RÁDIO - OPINIÃO DESFAVORÁVEL - TRATAMENTO PRIVILEGIADO - ELEIÇÕES DE2004 - NAO CONFIGURAÇÃO - VEICULAÇÃO DE FATO PÚBLICO E NOTÓRIO - LIBERDADE DEEXPRESSÃO E INFORMAÇÃO - CRÍTICAS - CHEFE DO PODER EXECUTIVO - ATO REGULAR DEADMINISTRAÇÃO - POSSIBILIDADE - REFORMA DO DECISUM - PROVIMENTO DO APELO.

1) Divulgação de fato público e notório em meio de entrevista na rádio local e se tratando de expressõesisoladas durante o seu contexto, não enseja tratamento privilegiado a candidato.

2) Críticas feitas a atos regulares da administração do chefe do poder executivo, encontra guarida nodireito da liberdade de expressão e informação das emissoras de rádio e televisão.

(TRE-CE, RE n.º 12.974, Ac. n.º 12.974, de 13.12.2005, Relª. Juíza Maria Nailde Pinheiro Nogueira)

1 - Recurso Eleitoral interposto contra decisão que julgou procedente representação por propagandaeleitoral irregular encartada em discurso proferido por vereador, em sessão de Câmara Municipal, transmitidoao vivo por emissora de rádio.

2 - As condutas vedadas no art. 45, III e V, da Lei n.º 9.504/97 consistem na só difusão de opiniãofavorável ou contrária a candidato, ou na veiculação de programa com alusão ou crítica a candidato, nãohavendo que se perquirir sobre a gravidade ou potencial ofensivo da matéria transmitida. Precedentes do TSE.

3 - Durante a campanha eleitoral, as emissoras de rádio e/ou televisão podem veicular crítica àatuação de Chefe do Executivo, ainda que candidato à reeleição, desde que a opinião contrária se refira aato regular de governo e não à sua campanha eleitoral. Precedentes do TSE. Recurso improvido. Sentençaconfirmada.

(TRE-CE, RE n.º 12.985, Ac. n.º 12.985, de 6.12.2004, Rel. Juiz Francisco Roberto Machado)

Recurso Eleitoral interposto contra sentença que julgou procedente representação, determinandopagamento de multa por divulgação de opinião favorável a candidato.

1 - Para configuração dos ilícitos previstos nos incisos II a IV do art. 23 da Resolução TSE 21.610/2004,é necessária a indicação inequívoca de beneficiado, seja ele candidato, partido político ou coligação.

2 - Referências à forma de atuação da administração municipal, de modo genérico, nãonecessariamente atrai a aplicação da multa prevista no parágrafo 3º, do art. 23, da Resolução TSE 21.610.

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3 - Recurso conhecido e provido.

4 - Sentença reformada.

(TRE-CE, RE n.º 12.840, Ac. n.º 12.840, de 7.10.2004, Rel. desig. Juiz Jorge Aloísio Pires)

Recurso especial. Entrevista. Emissora de rádio. Art. 45, III, da Lei n.º 9.504/97. Difusão de opiniãocontrária a um candidato e favorável a outro. Responsabilidade. Multa. Precedentes.

1. É garantido às emissoras de rádio e televisão liberdade de expressão e de informação, podendoser apresentadas críticas à atuação de chefe do Poder Executivo, mesmo que candidato à reeleição, desdeque se refiram a ato regular de governo e não à campanha eleitoral.

2. Nos termos do art. 45, III e § 2º, da Lei n.º 9.504/97, a difusão de opinião favorável ou contrária acandidato, partido ou coligação, a seus órgãos ou representantes, sujeita a emissora ao pagamento demulta, sendo irrelevante se foi realizada pelo entrevistado, pela emissora ou por agente dela.

Recurso especial improvido.

(TSE, RESPE n.º 21.369, Ac. n.º 21.369, de 19.2.2004, Rel. Min. Fernando Neves)

4.6. Debate

Pedido. Emissora de televisão. Realização. Debate. Antevéspera do pleito. Término. Posterioridade.Horário. Meia-noite. Impossibilidade.

1. Considerando que o artigo 49 da Lei Eleitoral e o § único do artigo 240 do Código Eleitoral nãoestabelecem prazo em horas - consignou-se antevéspera das eleições - é razoável entender que o debatepossa ocorrer na referida antevéspera do pleito, como previsto, limitando-se, porém, em sentido definitivo,de que não poderá ser ultrapassado o horário de meia-noite.

Pedido indeferido.

(TSE, PET n.º 2.466, Res. n.º 22.452, de 17.10.2006, Rel. Min. Caputo Bastos)

Representação. Comentário transmitido por meio de rádio durante período eleitoral.

A liberdade de imprensa constitui garantia constitucional, e os jornalistas podem evidentementemanifestar sua opinião sobre debate entre os candidatos realizado por meio de rede nacional de televisão,porque tudo que melhore a informação dos eleitores é útil para o aperfeiçoamento da vida política nacional.

Não obstante isso, o Estado deve podar os excessos cometidos em nome da liberdade de imprensasempre que possam comprometer o processo eleitoral.

Quando, no período que antecede o segundo turno da eleição presidencial, o jornalista falando porrádio (mídia que propaga idéias mas também transmite emoções), vê um candidato com óculos de lentescor de rosa, e faz a caricatura do outro com expressões que denigrem (“socialismo deformado” , “populismoestadista” , “getulismo tardio”), a liberdade de imprensa é mal utilizada, e deve ser objeto de controle.

Representação julgada procedente.

(TSE, RP n.º 1.256, Ac. n.º 1.256, de 17.10.2006, Rel. Min. Ari Pargendler)

ELEIÇÕES 2006. DEBATE. REALIZAÇÃO. OBRIGATORIEDADE. PARTICIPAÇÃO DE TODOS OSCANDIDATOS. PRINCÍPIO DA ISONOMIA. ARTIGO 46 DA LEI DAS ELEIÇÕES. ARTIGO 18 DARESOLUÇÃO TSE Nº 22.261/2006.

Na realização de debates, as emissoras de rádio e televisão só estarão obrigadas a assegurar aparticipação de candidatos filiados a partidos com representação na Câmara dos Deputados. Precedentesdo Colendo TSE.

(TRE-CE, AC n.º 11.177, Ac. n.º 11.177, de 26.9.2006, Relª. Juíza Maria Vilauba Fausto Lopes)

DEBATE - PARTICIPAÇÃO - REPRESENTAÇÃO DO PARTIDO NA CÂMARA DOS DEPUTADOS -AFERIÇÃO - MOMENTO.

Para os efeitos do artigo 46 da Lei nº 9.504/97, considera-se a representação dos partidos na Câmarados Deputados na oportunidade em que escolhido, em convenção, o candidato.

(TSE, PET n.º 2.033, Res. n.º 22.340, de 10.08.2006, Rel. Min. Marco Aurélio Mello)

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INVESTIGAÇÃO JUDICIAL ELEITORAL. ALEGAÇÃO DE USO INDEVIDO DOS MEIOS DECOMUNICAÇÃO.

1 - A divulgação de notícias no horário normal de programação, constante de reprodução do noticiárioescrito, acrescido de som, imagem e entrevistas com pessoas envolvidas em possível irregularidade não seconstitui uso indevido ou abusivo dos meios de comunicação, mesmo que o atingido não responda asindagações com a necessária desenvoltura exigida no caso concreto ou responda de forma insatisfatória.

2 - A falta do candidato ao debate não impede a sua realização, desde que a emissora tenhaoportunizado iguais oportunidades aos envolvidos, convidando-os com antecedência mínima de setenta eduas horas (art. 21, § 1º da Res. 20.988/2002).

3 - Rejeitada preliminar de impossibilidade jurídica do pedido. O Juiz não pode omitir-se da aplicaçãoda lei, mesmo não existindo o pedido expresso na exordial.

4 - Ação de Investigação Judicial Eleitoral improcedente.

(TRE-CE, IJE n.º 11.022, Ac. n.º 11.022, de 5.5.2004, Rel. Des. José Eduardo Machado de Almeida)

REPRESENTAÇÃO. PARTICIPAÇÃO. CANDIDATO. DEBATE. DECISÃO DO TRE. SUBSTITUIÇÃO.RECURSO PRÓPRIO.

É facultada a transmissão de debates por emissora de rádio ou televisão, sendo assegurada aparticipação de candidatos dos partidos com representação na Câmara dos Deputados e facultada a dosdemais, nos termos do art. 46 da Lei n.º 9.504/97.

Havendo decisão proferida pelo Tribunal Regional Eleitoral sobre a participação do candidato nodebate envolvendo candidaturas estaduais, incabível a representação aforada no Tribunal Superior Eleitoralem substituição ao recurso próprio.

Representação não conhecida.

(TSE, RP n.º 573, Ac. n.º 573, de 4.10.2002, Rel. Min. Caputo Bastos)

Debate - Art. 46 da Lei n.º 9.504/97 - Segundo turno - Emissora de televisão - Convite - Comprovação -Comparecimento de um candidato - Entrevista - Tratamento privilegiado - Não-ocorrência - Art. 45, IV, daLei n.º 9.504/97.

Realização do programa e das eleições - Interesse de agir - Persistência.

1. Estando comprovado o convite para participar de debate em televisão aos dois únicos candidatos,se apenas um compareceu, em princípio pode o programa realizar-se, sem que fique configurado tratamentoprivilegiado.

2. Aplicação da regra do art. 46, § 1º, da Lei n.º 9.504, de 1997, mesmo quando são apenas dois oscandidatos que disputam a eleição, salvo se a marcação do debate é feita unilateralmente ou com o propósitode favorecer um deles.

3. Se houver indício de que o debate tenha sido propositadamente marcado para dia e horário em queum dos candidatos sabidamente não poderia comparecer, poderá vir a ser configurada fraude, tratamentoprivilegiado ou uso indevido de meio de comunicação social.

4. O sorteio previsto no art. 46 da Lei n.º 9.504/97 somente deve ser observado para definir os gruposde candidatos que deverão comparecer a cada debate, na hipótese de ser impossível a participação detodos em um único momento. Não se justifica quando há apenas dois concorrentes.

5. O interesse de agir de representante que visa à aplicação de sanções previstas na Lei n.º 9.504/97persiste mesmo após a realização do pleito.

(TSE, RESPE n.º 19.433, Ac. n.º 19.433, de 25.6.2002, Rel. Min. Fernando Neves)

4.7. Matéria publicada pela imprensa escrita

1 - Recurso Eleitoral contra decisão que acolheu representação por infração ao disposto no art. 45,III, da Lei n.º 9.504/97.

2 - A conduta vedada no art. 45, III, da Lei n.º 9.504/97 consiste na só divulgação de opinião favorávelou contrária a candidato, não havendo que se perquirir sobre a gravidade ou potencial ofensivo da matériatransmitida. Precedentes do TSE.

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3 - Caso em que o radialista utilizou publicação anterior apenas como instrumento para difundiropinião favorável a um candidato e contrária a outro. Ocorrência da conduta vedada no art. 45, III, da Lein.º 9.504/97. Sentença confirmada.

(TRE-CE, RE n.º 12.955, Ac. n.º 12.955, de 25.10.2004, Rel. Juiz Francisco Roberto Machado)

RECURSO ELEITORAL. REPRESENTAÇÃO. PROPAGANDA IRREGULAR. PROVIMENTO.

- Veiculação de programa radiofônico com comentários acerca de nota publicada em jornal de grandecirculação. Inexistência de ofensa ao art. 45, inciso III, da Lei das Eleições, por se tratar de crítica realizadade forma genérica, sem direcionamento a candidato, partido político ou coligação.

- Programa que, embora contenha linguagem contundente ou até mesmo acre, encontra-se dentrodos limites toleráveis da crítica político-eleitoral, inspirada no interesse público, não autoriza a intervençãoda Justiça Eleitoral.

- Recurso provido. Multa afastada.

(TRE-CE, RE n.º 12.732, Ac. n.º 12.732, de 15.10.2004, Rel. Des. José Eduardo Machado de Almeida)

Programa de rádio - Leitura - Matéria publicada em jornal local - Opinião desfavorável a candidato -Art. 45, III, da Lei n.º 9.504/97.

1. É da competência da Justiça Eleitoral apurar e punir eventual transgressão da regra fixada noart. 45, III, da Lei n.º 9.504, de 1997.

2. Configura conduta tipificada no art. 45, III, da Lei n.º 9.504/97, a emissão de opinião desfavorávela candidato, mesmo quando o programa se refere a ele somente como profissional, e não como candidato.

3. A emissora de rádio assume a responsabilidade pela divulgação da matéria tida por ofensiva,inclusive nos casos em que ocorre a leitura de texto publicado em jornal.

4. Recurso especial não conhecido.

(TSE, RESPE n.º 19.334, Ac. n.º 19.334, de 24.5.2001, Rel. Min. Fernando Neves)

4.8. Aplicação de multa e/ou suspensão da programação de emissora

RECURSO ELEITORAL. MAJORAÇÃO DE MULTA. PROPAGANDA ELEITORAL IRREGULAR.TRATAMENTO PRIVILEGIADO. REINCIDÊNCIA. PREVISÃO LEGAL.

1. A partir de 1º de julho do ano da eleição é vedado às emissoras de rádio e televisão dar tratamentoprivilegiado a candidato, partido ou coligação.

2. Constatada a reincidência da conduta irregular, há de se aplicar a multa em dobro.

Recurso provido

(TRE-CE, RE n.º 13.271, Ac. n.º 13.271, de 13.6.2007, Rel. Juiz Jorge Luís Girão Barreto)

RECURSO ELEITORAL. PROPAGANDA IRREGULAR. CONFIGURAÇÃO DE TRATAMENTOPRIVILEGIADO A CANDIDATO A CARGO ELETIVO. APLICAÇÃO DE MULTA. SUSPENSÃO DETRANSMISSÃO.

1. Constatado o tratamento privilegiado a candidato a cargo eletivo, com a divulgação do seu númerovárias vezes, durante a transmissão de programa, há de se condenar a emissora ao pagamento de multaestipulada pela Lei 9.504/97.

Recurso improvido. Manutenção da decisão de primeiro grau.

(TRE-CE, RE n.º 13.258, Ac. n.º 13.258, de 13.6.2007, Rel. Juiz Jorge Luís Girão Barreto)

RECURSO ELEITORAL. TRATAMENTO PRIVILEGIADO. PROGRAMAÇÃO NORMAL.VEICULAÇÃO DE TELEFONE DE COLIGAÇÃO PARA RECEBIMENTO DE DENÚNCIA. INDUÇÃO AERRO. RECURSO IMPROVIDO.

A partir de 1º de julho do ano da eleição, é vedado às emissoras de rádio e televisão, em suaprogramação normal e noticiário: (...) IV - dar tratamento privilegiado a candidato, partido ou coligação.

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A veiculação em programação normal do número de telefone de advogado de determinada Coligação,mesmo que juntamente com o telefone da polícia, para recebimento de notícias de irregularidades, configura-se em tratamento privilegiado, devendo ser punido com a multa cabível.

recurso improvido.

(TRE-CE, RE n.º 13.243, Ac. n.º 13.243, de 28.3.2007, Rel. Juiz Francisco Sales Neto)

Recurso eleitoral. A difusão de opinião favorável ou contrária a candidato, partido ou coligação, aseus órgãos ou representantes, sujeita a emissora ao pagamento de multa, sendo irrelevante se foi realizadapelo entrevistado, pela emissora ou por agente dela. Cabível a sanção de suspensão da programação daemissora por 24 horas. Precedentes do TSE. Recurso conhecido, mas improvido. Sentença mantida.

(TRE-CE, RE n.º 12.963, Ac. n.º 12.963, de 1º.12.2004, Rel. Juiz José Filomeno de Moraes Filho)

RECURSO ELEITORAL. REPRESENTAÇÃO. EMISSORA DE RÁDIO. INFRAÇÃO AO ART. 45 DALEI 9504/97. CONFIGURAÇÃO. APLICAÇÃO DE MULTA. IMPOSIÇÃO LEGAL. SUSPENSÃO DAPROGRAMAÇÃO. PENA CUMULATIVA. MULTA APLICADA. MÍNIMO LEGAL. SENTENÇA REFORMADA.RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO.

1 - A configuração da conduta vedada pelo art. 45, III, da Lei n.º 9504/97, torna imperativa a aplicaçãode multa à emissora de rádio infratora, cabendo ao Magistrado, de acordo com seu entendimento acercadas circunstâncias e a pedido da parte, determinar, cumulativamente, a suspensão da sua programação,nos termos do parágrafo único do art. 56, da mesma Lei.

2 - Sentença reformada. Multa aplicada no valor mínimo prescrito no art. 23, § 2º da Resolução TSE21.610/04.

3 - Recurso conhecido e parcialmente provido.

(TRE-CE, RE n.º 12.778, Ac. n.º 12.778, de 9.11.2004, Rel. Juiz Celso Albuquerque Macedo)

Agravo de instrumento. Provimento. Recurso especial. Representação. Emissora de televisão.Programação normal. Violação do art. 45 da Lei n.º 9.504/97. Aplicação de multa. Suspensão da programaçãonormal.

Recurso especial não conhecido pela alínea a do inciso I do art. 276 do CE.

Divergência jurisprudencial. Caracterizada.

Na aplicação da penalidade de suspensão de programação normal da emissora, há de se considerara gravidade da falta e o tempo consumido em seu cometimento, em observância ao princípio daproporcionalidade (Precedentes).

Recurso que se conhece pela divergência. Pena fixa desde logo.

Medida Cautelar n.º 1.074-PA. Apensamento. Prejudicada.

(TSE, AG n.º 3.816, Ac. n.º 3.816, de 31.10.2002, Rel. Min. Luiz Carlos Madeira)

5. HORÁRIO GRATUITO5.1. Prazo para interposição de representação

AGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO ESPECIAL. INVESTIGAÇÃOJUDICIAL. ABUSO NÃO CONFIGURADO. VIOLAÇÃO AO ART. 36 DA LEI Nº 9.504/97. MULTA.POSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DE PREJUÍZO. REPRESENTAÇÃO. PRAZO DE 48 HORAS. DECADÊNCIA.FALTA DE PREQUESTIONAMENTO. PROPAGANDA ELEITORAL EXTEMPORÂNEA. CONFIGURAÇÃO.ENTREVISTAS EM EMISSORA DE RÁDIO. DISSÍDIO JURISPRUDENCIAL NÃO DEMONSTRADO.REEXAME DE PROVAS. IMPOSSIBILIDADE.

(...) Esta Corte estabeleceu o prazo de 48 horas para a propositura das representações por propagandairregular, cuja pena prevista é a subtração do horário gratuito do representado, para se “[...] evitararmazenamento tático de reclamações a fazer para o momento da campanha eleitoral, em que se tornemais útil subtrair tempo do adversário” (Ac. nº 443/DF) (...).

Agravo regimental a que se nega provimento.

(TSE, AAG nº 6.349, Ac. n.º 6.349, de 13.2.2007, Rel. Min. Gerardo Grossi)

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Programa eleitoral gratuito. Representação. Invasão de propaganda. Propositura. Prazo. 48 horas.Precedentes. Descumprimento. Não-conhecimento. Agravo regimental.

1. O prazo para ajuizamento de representação por invasão de propaganda no horário eleitoral gratuitoé de 48 horas.

Agravo regimental desprovido.

(TSE, ARP nº 1.034, Ac. n.º 1.034, de 31.8.2006, Rel. Min. Marcelo Ribeiro)

REPRESENTAÇÃO. PROPAGANDA ELEITORAL GRATUITA. INSERÇÕES. EMISSORAS DETELEVISÃO. POSSÍVEL DESCUMPRIMENTO DO PLANO DE MÍDIA. HORÁRIO DE TRANSMISSÃO.PREJUÍZO. PÚBLICO-ALVO. INTEMPESTIVIDADE.

Descumprido o prazo de 48 horas para oferta da representação, dela não se conhece por intempestiva.

Precedente da Corte (Rp n.º 443).

Representação não conhecida.

(TSE, RP n.º 556, Ac. n.º 556, de 30.9.2002, Rel. Min. Gerardo Grossi)

5.2. Necessidade de identificação do partido ou coligação responsável

Representação. Propaganda. Bloco. Uso. Montagem e trucagem. Não-caracterização. Irregularidade.Não-identificação do partido. Configuração. Decisão. Procedência parcial. Agravo regimental.

1. Hipótese em que não se averigua a utilização de montagem e trucagem.

2. Constatada a irregularidade consistente na ausência de identificação da coligação em trecho finaldo programa impugnado e ante a falta de norma sancionadora, adverte-se a representada a fim de que nãomais veicule tal propaganda, sob pena de configuração do crime de desobediência, previsto no art. 347 doCódigo Eleitoral. Precedente: Representação nº 439.

Agravo regimental desprovido.

(TSE, ARP nº 1.069, Ac. n.º 1.069, de 13.9.2006, Rel. Min. Marcelo Ribeiro)

5.3. Proibição de propaganda paga ou com o objetivo de promover marca ou produto

Consulta. Deputado federal. Legalidade utilização horário propaganda. Parlamentar.

- Somente são admissíveis a propaganda partidária (Lei n.º 9.096/95) e a propaganda eleitoral(Lei n.º 9.504/97), ambas gratuitas.

- Na legislação eleitoral brasileira não é permitida a propaganda política paga no rádio e na televisão.

- Respondida negativamente.

(TSE, CTA n.º 983, Res. n.º 21.626, de 17.2.2004, Rel. Min. Luiz Carlos Madeira)

Conselho Nacional de Auto-Regulamentação Publicitária - CONAR - Propaganda partidária - Lein.º 9.096/95 - Propaganda eleitoral gratuita - Lei n.º 9.504/97 - Uso de imagens, marcas e nomes comerciais,slogans, etc.

1. Qualquer vício que venha a ocorrer nos programas de propaganda, tanto a partidária quanto aeleitoral gratuita, deve ser apurado pelos tribunais eleitorais, se provocados, que adotarão as providênciasnecessárias e aplicarão as penalidades cabíveis, no âmbito de sua competência.

2. É admissível que a representação seja oferecida pelo prejudicado, mesmo que este não se incluaentre aqueles expressamente legitimados na legislação eleitoral.

3. Nos horários reservados para a propaganda partidária ou eleitoral, não se pode admitir, de nenhumamaneira, utilização comercial, ou seja, propaganda realizada com a intenção, ainda que disfarçada ousubliminar, de promover marca ou produto.

4. A propaganda eleitoral ou partidária deve respeitar o direito do autor, protegido pelo art. 5º, incisoXXVII, da Constituição da República, o que significa que a utilização de qualquer fruto da criação intelectualdepende da autorização de seu autor ou titular.

(TSE, INST n.º 57, Res. n.º 21.078, de 23.4.2002, Rel. Min. Fernando Neves)

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5.4. Necessidade de distribuição eqüitativa do tempo

ELEIÇÕES 2006. RECLAMAÇÃO. DISTRIBUIÇÃO DE TEMPO DESTINADO AO HORÁRIOELEITORAL GRATUITO.

Cumpre aos partidos políticos e às coligações efetuar uma distribuição eqüitativa do tempo que lhe édisponibilizado pela Justiça Eleitoral, sem conceder tratamento privilegiado a qualquer candidato.

(TRE-CE, RECL nº 11.057, Ac. n.º 11.057, de 20.9.2006, Relª. Juíza Sérgia Maria Mendonça Miranda)

Mandado de Segurança: alegação de ser o juiz auxiliar competente para conhecer de reclamaçãoque envolva controvérsia entre os partidos e seus candidatos acerca da distribuição do horário gratuito depropaganda eleitoral.

1. Não é o mandado de segurança a via adequada a conferir a suspensão dos efeitos de decisãosujeita a recurso de competência do TSE: cabimento de medida cautelar - Aplicação subsidiária do RegimentoInterno do STF.

2. Compete aos partidos a distribuição do horário gratuito entre os candidatos e a organização doprograma a ser emitido, o que não elide a viabilidade do controle judicial de eventual abuso.

3. Exclusão arbitrária de participação de candidato no horário gratuito de propaganda: a sanção deinfidelidade e indisciplina partidárias pressupõe que lhe seja facultado o exercício de defesa (Precedente/TSE: MC 1.104-DF).

4. Se o candidato, no horário gratuito de sua propaganda, vier a praticar atos de infidelidade, o partidodisporá de meios para coibir a ilegalidade: apuração de falta e sua repressão.

Medida cautelar indeferida: prejudicado o pedido de liminar.

(TSE, MS n.º 3.084, Ac. n.º 3.084, de 30.9.2002, Rel. Min. Sepúlveda Pertence)

- Pendência entre candidato e dirigentes da coligação a respeito de inserção propagandística nohorário gratuito da televisão. Matéria que refoge à competência da Justiça Eleitoral, já que resolvível peloórgão interno a que faz referência o art. 33 da Resolução TSE n.º 20.562, regente do assunto. Recursoconhecido, mas improvido, confirmada por seus próprios e irreprocháveis fundamentos à prolação a quo.

- Decisão unânime.

(TRE-CE, RE n.º 12.172, Ac. n.º 12.172, de 21.9.2000, Rel. Juiz Luiz Gerardo de Pontes Brígido)

5.5. Manifestação de apoio

Representação. Propaganda eleitoral. A legislação eleitoral autoriza a manifestação de apoio acandidatos nas inserções e nos programas eleitorais gratuitos; nada importa se o apoio é dado por quemtambém é candidato, embora a outro cargo.

(TSE, RP nº 1.173, Ac. n.º 1.173, de 25.9.2006, Rel. Min. Ari Pargendler)

Propaganda Eleitoral. Invasão. O candidato à Presidência da República pode manifestar apoio acandidato a deputado federal no programa eleitoral gratuito; a pretexto disso, esse programa não podeservir aos propósitos de sua própria candidatura.

(TSE, RP nº 1.048, Ac. n.º 1.048, de 21.9.2006, Rel. Min. Ari Pargendler)

REPRESENTAÇÃO. ELEIÇÕES 2006. COLIGAÇÃO E CANDIDATO A GOVERNADOR.LEGITIMIDADE. ART. 2º DA RESOLUÇÃO - TSE Nº 22.142/2006. OBSERVÂNCIA. PROPAGANDAELEITORAL EM RÁDIO. PARTICIPAÇÃO DE CANDIDATO FILIADO A AGREMIAÇÃO PARTIDÁRIADIVERSA. IMPOSSIBILIDADE. ART. 31 DA RESOLUÇÃO-TSE Nº 22.261/2006. NÃO-ATENDIMENTO.SANÇÃO DE PERDA DE TEMPO. APLICAÇÃO. PARCIAL PROCEDÊNCIA DA REPRESENTAÇÃO.

1 - São legitimados para propor reclamações ou representações de que cuida o art. 96 daLei nº 9.504/97 o partido político, coligação, candidato e Ministério Público (Inteligência do art. 2º da Resolução-TSE nº 22.142/2006).

2 - Dos programas de rádio e televisão destinados à propaganda eleitoral gratuita de partido políticoou coligação não poderão participar candidatos filiados a agremiações partidárias que, isoladamente ou em

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aliança diversa, apoiem candidato adversário, a nível regional ou nacional, sob pena de afronta ao Princípioda Verticalização, disposto no art. 3º, §1º, da Resolução-TSE nº 22.156/2006.

3 - No caso concreto, o horário eleitoral reservado a candidato a Governador do Estado, do qualparticipa Presidente da República, integrante de partido político distinto e adversário, viola expressamenteo disposto no art. 31 da Resolução-TSE nº 22.261/2006, importando na perda do tempo utilizado no ilícitoeleitoral. Precedentes desta Corte.

4 - Representação julgada parcialmente procedente.

(TRE-CE, REP nº 11.380, Ac. n.º 11.380, de 6.9.2006, Relª. Juíza Maria Vilauba Fausto Lopes)

Partido político ou coligação - Propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão - Comícios -Participação ou apoio a filiados a outra agremiação.

1. Propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão - Impossibilidade de apoio ou qualquer tipo depropaganda em benefício de candidato de outra agremiação.

2. Propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão - Participação de cidadão ou candidato filiadoa outro partido - Impossibilidade no primeiro turno - No segundo turno admite-se a participação de pessoasfiliadas a partido que não tenham formalizado apoio a outros candidatos - Lei n.º 9.504, de 1997, art. 54.

3. A desobediência às regras sobre a propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão poderá vira configurar uso indevido dos meios de comunicação social, apurável em investigação judicial prevista noart. 22 da LC n.º 64/90.

4. Comícios ou eventos semelhantes de campanha eleitoral - Ausência de normas legais que impeçama presença de filiados a outros partidos políticos ou a manifestação de apoio a candidato de outra agremiação.Atitudes a serem examinadas pelos órgãos de disciplina e ética partidárias.

5. Os partidos políticos ou coligações não podem promover, às suas custas, propaganda de qualquernatureza em benefício de candidato filiado a outra agremiação.

(TSE, CTA n.º 773, Res. n.º 21.098, de 14.5.2002, Rel. Min. Fernando Neves)

5.6. Vedação de inclusão no horário destinado aos candidatos proporcionais, propaganda dascandidaturas majoritárias ou vice-versa - “invasão de espaço”

Propaganda irregular. Invasão diante de expresso pedido de voto em favor do candidato não titular dohorário, que ocupa o espaço.

1. Quando o candidato que não é titular do horário ocupa o espaço para pedir voto em seu favoridentifica-se, sem sombra de dúvida, a invasão vedada pela legislação de regência.

2. Agravo desprovido.

(TSE, ARP nº 1.257, Ac. n.º 1.257, de 23.10.2006, Rel. Min. Carlos Alberto Menezes Direito)

Invasão. Propaganda de candidato ao governo do estado.

1. Não há falar em invasão, na esteira de precedentes da Corte, quando a propaganda está voltadapara a campanha do titular do horário e é este que se beneficia da menção ao candidato ao cargo dePresidente da República.

2. Representação julgada improcedente.

(TSE, RP nº 1.272, Ac. n.º 1.272, de 19.10.2006, Rel. Min. Carlos Alberto Menezes Direito)

Representação. Horário eleitoral gratuito. Uso indevido. Candidato a Governador. Menção ao “bolsafamília” e fotografia de candidato à Presidência da República.

1. Não caracteriza uso indevido do horário eleitoral gratuito, a permitir a aplicação do art. 23 daResolução TSE nº 22.261/06, o fato do candidato ao Governo do Estado, titular do horário, fazer menção ao“bolsa família”, mesmo ao lado de cartaz com a fotografia de candidato à Presidência da República.

2. Representação improcedente.

(TSE, RP nº 1.206, Ac. n.º 1.206, de 26.9.2006, Rel. Min. Carlos Alberto Menezes Direito)

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Propaganda irregular. Excesso da perda do tempo.

1. Se a propaganda está voltada para o candidato beneficiado e não para o titular do horário, existe ainvasão vedada pela legislação de regência.

2. Há excesso de execução quando a perda não corresponde ao tempo efetivamente utilizado deforma irregular.

3. Agravo provido, em parte.

(TSE, ARP nº 1.143 Ac. n.º 1.143, de 25.9.2006, Rel. Min. Carlos Alberto Menezes Direito)

Propaganda eleitoral. Invasão em favor de candidato a Presidente da República em programa eleitoraldos candidatos a deputado estadual. Vinculação não vedada.

1. Não há invasão se o contexto da propaganda está voltado para os candidatos titulares do horário,não sendo vedada a mera vinculação entre candidatos membros da mesma Coligação.

2. Agravo desprovido.

(TSE, ARP nº 1.052, Ac. n.º 1.052, de 19.9.2006, Rel. Min. Carlos Alberto Menezes Direito)

ELEIÇÕES 2006. REPRESENTAÇÃO. HORÁRIO ELEITORAL GRATUITO. INVASÃO DO ESPAÇODESTINADO À CANDIDATURA MAJORITÁRIA POR POSTULANTES AOS CARGOS DE DEPUTADOFEDERAL E PRESIDENTE DA REPÚBLICA. ILICITUDE NÃO-CARACTERIZADA.

1. Nos termos do artigo 23 da Resolução TSE nº 22.261/2006, será vedado aos partidos políticos ecoligações incluir, no horário destinado aos candidatos proporcionais, propaganda das candidaturasmajoritárias, ou vice-versa, ressalvada a utilização, durante a exibição do programa, de legendas e acessórioscom referência a candidatos majoritários, ou, ao fundo, cartazes ou fotografias desses candidatos.

2. Somente seria possível reconhecer a invasão de propaganda quando seu contexto está voltadopara a eleição do candidato dito beneficiado. Dessa forma, e em atenção ao princípio da governabilidade,não tipifica ilícito eleitoral a divulgação de discursos proferidos por postulantes aos cargos de DeputadoFederal e Presidente da República, nos quais apenas se exaltou candidato ao Senado Federal, titular dohorário eleitoral gratuito. Precedentes do Colendo TSE.

3. Representação julgada improcedente.

(TRE-CE, REP nº 11.448, Ac. n.º 11.448, de 19.9.2006, Relª. Juíza Sérgia Maria Mendonça Miranda)

Propaganda eleitoral. Invasão em espaço destinado a candidato a Governador. Princípio daproporcionalidade. Precedentes da Corte.

1. Já assentou a Corte que ocorre a invasão quando o espaço é utilizado para fazer propaganda decandidato diverso do respectivo titular do horário eleitoral gratuito.

2. A aplicação do princípio da proporcionalidade não ocorre quando existe reiteração, como já decididopelo Plenário quando do julgamento das Representações nº 1.054 e nº 1.057, em sessão de 5 de setembrode 2006.

3. Agravo desprovido.

(TSE, ARP nº 1.036, Ac. n.º 1.036, de 6.9.2006, Rel. Min. Carlos Alberto Menezes Direito)

Recurso Ordinário. Investigação Judicial Eleitoral. Meios de comunicação. Utilização indevida.Isonomia. Candidatos. Quebra. Preliminares afastadas. Inelegibilidade.

A utilização do horário de propaganda eleitoral gratuita, por candidato de agremiação diversa daquelaa que se filia o candidato, configura uso indevido de meio de comunicação social, fere a isonomia entre oscandidatos e atrai a sanção de inelegibilidade.

(TSE, RO n.º 756, Ac. n.º 756, de 20.4.2006, Rel. Min. José Delgado)

Consulta. Propaganda. Pedido de votos para candidatos de outros partidos ou coligações.Impossibilidade.

1. Os partidos e seus candidatos não podem pedir votos para candidatos de outros partidos políticos

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ou coligações em seus programas de rádio e televisão, nem nos espaços que lhe são reservados para apropaganda por meio de outdoors ou em material impresso às suas custas.

2. Ausência de normas legais que possibilitem à Justiça Eleitoral punir a conduta de candidatos oufiliados que, em comícios ou eventos semelhantes, peçam votos para candidatos de outros partidos.O exame dessas condutas compete aos órgãos de disciplina e ética partidárias.(TSE, CTA n.º 790, Res. n.º 21.110, de 4.6.2002, Rel. Min. Fernando Neves)

5.7. Proibição de propaganda que degrade ou ridicularize candidatos

REPRESENTAÇÃO. ELEIÇÕES 2006. COLIGAÇÃO E CANDIDATO A GOVERNADOR.PROPAGANDA ELEITORAL NA TELEVISÃO. IDENTIFICAÇÃO DA COLIGAÇÃO E PARTIDOSINTEGRANTES. INEXISTÊNCIA. ART. 6º, § 2º, DA LEI Nº 9.504/97. NÃO-ATENDIMENTO. ADVERTÊNCIA.PROGRAMA CONTENDO DEGRADAÇÃO A CANDIDATO. VEICULAÇÃO. MENSAGEM SUBLIMINAR.CARACTERIZAÇÃO. ART. 32, II, DA RESOLUÇÃO-TSE Nº 22.261/2006. CONFIGURAÇÃO. SANÇÃODE PERDA DE TEMPO. APLICAÇÃO. PROCEDÊNCIA DA REPRESENTAÇÃO.

1 - Na propaganda eleitoral majoritária, é obrigatória a identificação da coligação usuária do seurespectivo espaço de tempo, bem como dos partidos políticos que a compõem (Art. 4º, § 1º, da Resolução-TSE nº 22.261/2006).

2 - Ante a inexistência de norma sancionadora para a desobediência do art. 6º, § 2º, da Lei nº 9.504/97,importa destacar a advertência aos responsáveis para não mais incorrer em referida conduta ilícita. Precedentedo TSE.

3 - A propaganda eleitoral veiculada em inserções não poderá degradar ou ridicularizar candidato,partido político ou coligação (Art. 32, II, da Resolução-TSE n.º 22.261/2006).

4 - No caso concreto, o horário eleitoral reservado a candidato a Governador do Estado divulgoupropaganda eleitoral, com mensagem subliminar, com vistas a induzir a opinião do eleitor contra candidatoadversário, que também disputa o pleito majoritário estadual.

5 - Sanção de perda do tempo equivalente ao utilizado no ilícito eleitoral.

6 - Representação julgada procedente.

(TRE-CE, REP nº 11.432, Ac. n.º 11.432, de 19.9.2006, Relª. Juíza Maria Vilauba Fausto Lopes)

5.8. Proibição, nas inserções, de gravações externas, montagens ou trucagens, computação gráfica,desenhos animados e efeitos especiais

Propaganda Eleitoral. Gravação externa. Não constitui gravação externa a reprodução de vídeosproduzidos pelo candidato ex adverso em eleição anterior.

(TSE, RP nº 1.100, Ac. n.º 1.100, de 12.9.2006, Rel. Min. Ari Pargendler)

Representação. Computação gráfica. A utilização de computação gráfica está proibida no âmbito deinserções (Lei nº 9.504/97, art. 51, IV).

(TSE, ARP nº 1.041, Ac. n.º 1.041, de 5.9.2006, Rel. Min. Ari Pargendler)

REPRESENTAÇÃO. INSERÇÃO. 1. FATO CERTO. A petição inicial da Representação que tem porobjeto inserção deve narrar fato certo, e só ele pode ser objeto de julgamento, ainda que se perceba napropaganda eleitoral outros elementos proibidos pela legislação eleitoral. 2. GRAVAÇÃO EXTERNA. Se aaparência é de cena gravada externamente, e não houve prova em sentido contrário, julga-se procedente aRepresentação.

(TSE, ARP nº 1.026, Ac. n.º 1.026, de 29.8.2006, Rel. Min. Ari Pargendler)

9. Generalidades

RECURSO ESPECIAL. DIREITO DE RESPOSTA. PROPAGANDA ELEITORAL. PRIMEIRO TURNO.PREJUÍZO.

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1. Não ocorre a perda superveniente do interesse processual no recurso, quando eventual concessãode direito de resposta ou de devolução de tempo na propaganda eleitoral gratuita puder ser veiculada nohorário eleitoral reservado ao segundo turno das eleições.

2. Convicção pessoal que discrepa do entendimento da maioria, segundo a qual ocorre o prejuízo derecurso em tema de direito de resposta na propaganda eleitoral gratuita quando já realizado o primeiro turnodas eleições.

3. Prejuízo do recurso que se reconhece, ante a atuação em órgão colegiado.

(TSE, RESPE nº 27.202, Ac. n.º 27.202, de 19.10.2006, Rel. Min. Carlos Ayres Britto)

Medida cautelar. Pedido. Atribuição. Efeito suspensivo. Recurso especial. Tutela antecipada.Deferimento. Propaganda eleitoral gratuita. Acórdão. Tribunal Regional Eleitoral. Reconhecimento. Proibiçãoindevida. Veiculação. Inserções. Quinze segundos. Direito. Restituição. Tempo subtraído. Adoção. Regra.Art. 58, § 4º, Lei n.º 9.504/97. Aplicação. Analogia. Precedentes.

1. Tendo o Tribunal Regional Eleitoral reconhecido como indevida a proibição de veiculação deinserções de 15 segundos realizada pela Coligação, tem a requerente direito à restituição do tempo que lhefoi subtraído.

2. Em face da iminência do término da propaganda eleitoral gratuita, é de ser adotada, por analogia,a regra do art. 58, § 4º, da Lei n.º 9.504/97, veiculando-se as inserções após o final da programação normalda propaganda eleitoral gratuita. Precedentes: Acórdãos n.º 1.474 e 1.475, rel. Ministro Gilmar Mendes.

Agravo regimental a que nega provimento.

(TSE, AMC n.º 1.469, Ac. n.º 1.469, de 2.10.2004, Rel. Min. Caputo Bastos)

ELEITORAL. MANDADO DE SEGURANÇA. AGRAVO REGIMENTAL DA CONCESSÃO DALIMINAR. ILEGITIMIDADE DE COLIGAÇÃO MUNICIPAL. RESERVA DE TEMPO. PROPAGANDAELEITORAL GRATUITA. MUNICÍPIO EM QUE NÃO HÁ EMISSORA DE TV. ART. 48, LEI N.º 9.504/97.SOLICITAÇÃO PELA MAIORIA DOS PARTIDOS POLÍTICOS. IMPOSSIBILIDADE DE RETRATAÇÃOAPÓS A DATA LIMITE. PRECEDENTE.

1 - Não cabe a retratação do partido após a solicitação de reserva de tempo de propaganda eleitoralgratuita (MS n.º 2.474, rel. designado Min. Eduardo Alckmin).

2 - Coligação municipal não detém legitimidade no feito, visto que a decisão quanto ao pedido dereserva de tempo é de competência dos órgãos regionais de direção da maioria dos partidos participantesdo pleito.

- Agravo regimental não conhecido.

- Mandado de segurança concedido.

(TSE, AMS n.º 3.194, Ac. n.º 3.194, de 19.8.2004, Rel. Min. Carlos Velloso)

Compete à Justiça Eleitoral vedar a reprodução, no horário destinado à propaganda eleitoral gratuita,de imagens, verdadeiro videoclipe, fruto da criação intelectual de terceiros, sem autorização de seu autor outitular.

(TSE, RP n.º 586, Ac. n.º 586, de 21.10.2002, Rel. desig. Min. Fernando Neves)

Questão de ordem.

Representações e reclamações - Art. 96 da Lei n.º 9.504/97 - Decisão - Comunicação - Empresageradora - Antecedência - Substituição de mídia - Corte - Defesa - Notificação - Cópia - Autos - Fita - Fax -Telegrama - Liminar - Comunicação imediata - Prazo para recurso.

1. Apenas as decisões comunicadas à empresa geradora até uma hora antes da geração poderãointerferir no conteúdo a ser transmitido.

2. Caso a empresa geradora seja comunicada de decisão proibindo a geração de trecho de propaganda,entre a entrega das mídias e o horário de geração dos programas, deverá aguardar a substituição da mídiaaté o limite de uma hora antes da geração do programa. Caso isso não ocorra, deverá fazer o respectivocorte, dando efetividade à decisão judicial.

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3. A notificação para defesa, nas representações em que houver pedido de liminar, deverá ser expedidaantes de serem encaminhados os autos para o relator, sendo feita uma cópia dos autos e/ou da fita VHS,que ficará à disposição das partes.

4. As liminares devem ser comunicadas o mais rápido possível, das 8 às 24h, salvo quando o presidenteou o relator determinar sua realização fora desse horário, independentemente da publicação em secretaria.

5. A efetiva comunicação da liminar é o termo inicial do prazo para recurso, quando aquela se dáantes da publicação da decisão em secretaria.

(TSE, INST n.º 66, Res. n.º 21.219, de 20.9.2002, Rel. Min. Fernando Neves)

Agravo regimental - Medida cautelar - Deferimento de liminar - Presença dos pressupostos necessáriosà concessão - Aplicação do art. 15 da LC n.º 64/90.

A regra do art. 15 da Lei Complementar n.º 64, de 1990, estabelece que apenas quando transitar emjulgado a decisão que declarar a inelegibilidade do candidato é que seu registro será negado ou cancelado.Conseqüentemente, até tal momento o candidato tem direito a prosseguir em seus atos de campanha,inclusive nos pertinentes à propaganda eleitoral.

Agravo a que se nega provimento.

(TSE, AMC n.º 702, Ac. n.º 702, de 27.9.2000, Rel. Min. Fernando Neves)

6. IMPRENSA ESCRITA

AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL ELEITORAL. ELEIÇÕES DE 2006. IMPRENSAESCRITA. PUBLICAÇÃO DE ANÚNCIOS PAGOS COM OPINIÃO FAVORÁVEL A CANDIDATO EM DATAANTERIOR A 5 DE JULHO. PROPAGANDA ELEITORAL EXTEMPORÂNEA (§ 3º DO ART. 36 DA LEINº 9.504/97) E INDIRETA. INAPLICABILIDADE DO ARTIGO 43 DA LEI DAS ELEIÇÕES.

1. O artigo 43 da Lei nº 9.504/97, que permite a propaganda paga na imprensa escrita, deve observaro prazo de que trata a cabeça do artigo 36 do mesmo diploma, que veda qualquer propaganda eleitoralantes de 6 de julho do ano eleitoral. Precedentes.

2. A divulgação de opinião favorável a candidato na imprensa escrita não pode ser veiculada mediantematéria paga (inteligência do § 3º do artigo 14 da Resolução nº 22.261/2006) e, à semelhança da propagandaeleitoral onerosa, autorizada pelo artigo 43 da Lei das Eleições, somente é permitida após 5 de julho do anoeleitoral.

3. Agravo desprovido.

(TSE, ARESPE nº 26.893, de 24.4.2008, Rel. Min. Caputo Bastos)

Agravo regimental. Agravo de instrumento. Recurso especial. Representação. Legitimidade ativa.Demonstração. Propaganda eleitoral irregular. Preceito legal. Violação. Não indicação. Provas. Reexame.Impossibilidade. Súmula nº 279 do Supremo Tribunal Federal.

1. Não há como prosperar recurso especial em que não se indicam os permissivos específicos deadmissibilidade do apelo, consistente na violação a dispositivos legais ou constitucionais ou divergênciajurisprudencial.

2. Comprovada a condição do candidato que propôs a representação por propaganda eleitoral irregular,não há falar em ilegitimidade.

3. A inobservância do disposto no art. 43 da Lei nº 9.504/97, reproduzido no art. 14 da Res.-TSEnº 22.261/2007, acarreta a imposição de multa tanto aos responsáveis pelos veículos de divulgação comoaos partidos, coligações ou candidatos beneficiados pela propaganda eleitoral irregular.

4. Nega-se provimento a agravo regimental que não afasta especificamente os fundamentos da decisãoagravada.

(TSE, AAG nº 8.419, Ac. n.º 8.419, de 19.6.2007, Rel. Min. Caputo Bastos)

Representação que aponta parcialidade de órgão de imprensa escrita em favor de candidato. Pedidode aplicação de multa com base na Lei nº 9.504/97. Inviabilidade da representação.

Segundo a jurisprudência do Tribunal Superior Eleitoral, os órgãos da imprensa escrita podem assumirposição favorável a candidato. Eventual abuso se apura por investigação judicial eleitoral.

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Agravo regimental provido apenas em parte, para determinar o encaminhamento dos autos ao Exmo.Sr. Corregedor-Geral-Eleitoral.

(TSE, ARP n.º 1.333, Ac. n.º 1.333, de 14.11.2006, Rel. Min. Marcelo Ribeiro)

ELEIÇÕES 2006. REPRESENTAÇÃO. JORNAL. LIMITE DE PROPAGANDA POR EDIÇÃO.CANDIDATO. AUTORIA. RESPONSABILIDADE NÃO-COMPROVADA. SANÇÃO PECUNIÁRIAAFASTADA.

1. Nos termos do artigo 14 da Resolução TSE nº 22.261/2006, será permitida, até a antevéspera daseleições, a divulgação paga, na imprensa escrita, de propaganda eleitoral, no espaço máximo, por edição,para cada candidato, partido ou coligação, de um oitavo de página de jornal padrão.

2. A aplicação de pena de multa por propaganda eleitoral irregular na imprensa depende de provaacerca da autoria do candidato, partido ou coligação, responsável pelo pagamento de sua veiculação.Da mesma forma, se restar comprovado que o beneficiário sabia da conduta ilícita praticada por terceiro(a chamada doação indireta), e com ela aquiesceu, incidirá em seu desfavor a sanção pecuniária.

3. Representação julgada improcedente.

(TRE-CE, REP n.º 11.426, Ac. n.º 11.426, de 12.9.2006, Relª. Juíza Sérgia Maria Mendonça Miranda)

Agravo Regimental. Recurso Especial. Provimento. Propaganda eleitoral. Imprensa escrita. Art. 43da Lei n.º 9.504/97. Multa. Insubsistente. Divergência jurisprudencial demonstrada.

A aplicação da multa prevista no art. 43 da Lei n.º 9.504/97 só é possível quando se tratar de propagandaeleitoral paga ou produto de doação indireta.

Agravo Regimental desprovido.

(TSE, ARESPE n.º 24.307, Ac. n.º 24.307, de 10.2.2005, Rel. Min. Luiz Carlos Madeira)

AGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. PROPAGANDA ELEITORAL NAIMPRENSA ESCRITA. REPRESENTAÇÃO. PRAZO PARA PROPOSITURA. AUSÊNCIA DE PREVISÃOLEGAL. INAPLICABILIDADE DO ART. 16 DA RESOLUÇÃO-TSE N.º 21.575.

Agravo Regimental desprovido.

(TSE, AAG n.º 5.232, Ac. n.º 5.232, de 16.12.2004, Rel. Min. Gilmar Mendes)

RECURSO ORDINÁRIO. ELEIÇÃO 2002. AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO ELEITORAL. ABUSO DOPODER ECONÔMICO. USO INDEVIDO DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO SOCIAL. AUSÊNCIA DEPOTENCIALIDADE. NÃO-DEMONSTRAÇÃO. DESPROVIMENTO.

I - A prática de abuso do poder econômico há que ser demonstrada, uma vez que “(...) no Estado deDireito Democrático, não se há de dar pela inelegibilidade do cidadão, sob a acusação dessas práticasilícitas, sem que fatos objetivos que a configurem estejam devidamente demonstrados, com prova produzidavalidamente, de acordo com as regras processuais, respeitados o devido processo legal, a ampla defesa eo contraditório” (Precedentes).

II - Para que se possa aplicar as sanções previstas no art. 22 da Lei Complementar n.º 64/90, “(...)necessário se auferir se a conduta do investigado teve potencialidade de influir no pleito eleitoral. E nesseparticular, a Recorrente não teve sucesso. Em momento algum logrou êxito em demonstrar que as matérias‘jornalísticas’ em questão tiveram a capacidade de influir na vontade do eleitor de modo a alterar o resultadodo pleito”.

(TSE, RO n.º 759, Ac. n.º 759, de 23.11.2004, Rel. Min. Peçanha Martins)

Recurso em face de sentença que condenou o recorrente ao pagamento de multa pelo cometimentode propaganda irregular. Propaganda com dimensões superiores aos limites legais. Jornal de sindicato.Irrelevância do candidato ter pago ou não. Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.(TRE-CE, RE n.º 12.748, Ac. n.º 12.748, de 20.9.2004, Rel. Juiz Jorge Aloísio Pires)

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Cidadão. Coluna. Jornal. Imprensa escrita. Continuidade. Período eleitoral. Possibilidade. Vedação.Legislação eleitoral. Inexistência.

1. Cidadão, mesmo detentor de cargo eletivo, que assine coluna em jornal pode mantê-la no períodoeleitoral, ainda que seja candidato, uma vez que, diferentemente do tratamento dado às emissoras de rádioe TV, cujo funcionamento depende de concessão, permissão ou autorização do poder público, admite-seque os jornais e demais veículos da imprensa escrita possam assumir determinada posição em relação aospleitos eleitorais.

2. O eventual desvirtuamento dessa conduta poderá caracterizar abuso do poder econômico ou usoindevido dos meios de comunicação social, apurados na forma do art. 22 da Lei Complementar n.º 64/90, oumesmo propaganda eleitoral antecipada, em benefício de terceiro, passível da multa prevista no art. 36, § 3º, da Lei n.º 9.504/97.

(TSE, CTA n.º 1.053, Res. n.º 21.763, de 18.5.2004, Rel. Min. Fernando Neves)

Investigação judicial. Imprensa escrita. Jornal. Criação. Proximidade. Eleição. Distribuição gratuita.Notícias. Fotos e matérias. Favorecimento. Candidato. Uso indevido dos meios de comunicação social.Tiragem expressiva. Abuso do poder econômico. Lei Complementar n.º 64/90.

1) Jornal de tiragem expressiva, distribuído gratuitamente, que em suas edições enaltece apenas umcandidato, dá-lhe oportunidade para divulgar suas idéias e, principalmente, para exibir o apoio político quedetém de outras lideranças estaduais e nacionais, mostra potencial para desequilibrar a disputa eleitoral,caracterizando uso indevido dos meios de comunicação e abuso do poder econômico, nos termos do art. 22da Lei Complementar n.º 64/90.

(TSE, RO n.º 688, Ac. n.º 688, de 15.4.2004, Rel. Min. Fernando Neves)

ELEITORAL – PROPAGANDA - Sentença que julgou improcedente representação de Coligação.Panfleto impresso que teria sido distribuído encartado em jornal de grande circulação local - Lei n.º 9.504,art. 43. PANFLETO. Ausência de prova de circulação como encarte de jornal de grande circulação.Representação improcedente. Agravo de que se conhece, mas a que se nega provimento.

(TRE-CE, RE n.º 11.123, Ac. n.º 11.123, de 16.10.2002, Rel. Juiz Antônio Carlos de Martins Mello)

Direitos eleitoral e processual. Agravo. Liberdade de expressão. Limites. Decisão agravada.Fundamentos não infirmados. Negado provimento.

I. As restrições que a liberdade de imprensa tem no período eleitoral assentam-se em princípiosoutros que buscam bem assegurar o processo eleitoral, com suporte também na Constituição.

II. A fundamentação do juízo de admissibilidade recursal, por si só, não demonstra usurpação dacompetência da Corte Superior.

(TSE, AAG n.º 3.012, Ac. n.º 3.012, de 28.2.2002, Rel. Min. Sálvio de Figueiredo)

Agravo interno. Recurso especial. Propaganda irregular. Doação indireta, Lei n.º 9.504/97. Prova.Reexame. Impossibilidade. Princípios constitucionais que asseguram o direito à informação e à livremanifestação do pensamento. Inocorrência na espécie. Precedentes. Recurso desprovido.

I - As limitações impostas à veiculação de propaganda eleitoral não afetam o direito à informação e àlivre manifestação do pensamento, constitucionalmente garantidos, até porque não estabelecem qualquercontrole prévio sobre a matéria a ser veiculada. Vinculação, na ordem constitucional, a princípios como o dalisura e da legitimidade dos pleitos, bem como ao da isonomia entre os candidatos.

II - A propaganda irregular, fruto de doação indireta, atrai a aplicação do previsto no art. 43 daLei n.º 9.504/97.

III - Inviável no recurso especial, o reexame de matéria de prova, como proclamam os enunciadossumulares n.ºs 279/STF e 7/STJ.

(TSE, ARESPE n.º 19.466, Ac. n.º 19.466, de 11.10.2001, Rel. Min. Sálvio de Figueiredo)

Direitos eleitoral e processual. Agravo interno. Decisão agravada. Fundamentos não atacados.Precedentes. Art. 220 da Constituição Federal. Restrições. Matéria de prova. Reexame. Impossibilidade.Negado provimento.

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PROPAGANDA ELEITORAL

TRE-CE/SEJUD/COJUD/SEJUL

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1. No agravo interno deve-se infirmar os fundamentos da decisão impugnada.

2. O Tribunal Superior Eleitoral, em mais de uma oportunidade, já se manifestou no sentido de que aliberdade de imprensa, nos termos do art. 220 da Constituição Federal, não é plena, uma vez que sofrerestrições, principalmente em períodos eleitorais, com o intuito de preservar o necessário equilíbrio e igualdadeentre os candidatos.

3. Como proclamam os enunciados sumulares n.ºs 279/STF e 7/STJ, não se presta o recurso especialpara propiciar o reexame de matéria de prova.

(TSE, AAG n.º 2.549, Ac. n.º 2.549, de 7.8.2001, Rel. Min. Sálvio de Figueiredo)

Matérias publicadas em jornal - Notícias acerca de atos de governo - Atividade inerente à imprensa -Não-caracterização de propaganda eleitoral irregular - Recurso conhecido e provido.

1. A publicação, em jornais, de matérias ou artigos noticiando atos de prefeito não constitui, por si só,propaganda eleitoral ilícita.

2. Os abusos e excessos são passíveis de apuração e punição na forma do artigo 22 da LeiComplementar n.º 64, de 1990.

Recurso conhecido e provido.

(TSE, RESPE n.º 19.128, Ac. n.º 19.128, de 19.4.2001, Rel. Min. Fernando Neves)

Propaganda em periódico.

Utilização de metade de página na promoção de candidatos do mesmo Partido Político, em confrontocom a regra estabelecida no art. 43 da Lei n.º 9.504/97.

Violação caracterizada.

Inexistência de trânsito em julgado de decisão anterior, todavia. Representado tecnicamente primário.Ausência de outros motivos para exasperação.

Recurso parcialmente provido. Aplicação da sanção mínima, prevista no parágrafo único domencionado dispositivo.

(TRE-CE, RE n.º 11.833, Ac. n.º 11.833, de 6.2.2001, Rel. Juiz Antônio Abelardo Benevides Moraes)

Agravo de instrumento. Propaganda impressa. Inteligência do art. 43 da Lei n.º 9.504/97.

Não se pode exigir que o responsável pelo veículo de divulgação policie a atividade de partidospolíticos coligados na realização de propaganda política além dos limites estabelecidos pelo art. 43da Lei n.º 9.504/97.

Agravo provido. Recurso especial provido.

(TSE, AG n.º 2.090, Ac. n.º 2.090, de 1º.6.2000, Rel. Min. Nelson Jobim)

Propaganda eleitoral paga na imprensa - Desobediência à dimensão estabelecida no art. 43da Lei n.º 9.504/97.

Multa imposta ao partido, que figurou isoladamente no polo passivo da representação, apesar de terefetuado coligação naquele pleito - Impossibilidade - Violação do art. 6º, § 1º da Lei 9.504/97.

Multa imposta ao candidato, apesar de não comprovado seu prévio conhecimento - Possibilidade -Parágrafo único do referido art. 43 que determina a imposição de penalidade ao beneficiário, independenteda comprovação de sua responsabilidade ou prévio conhecimento.

Recurso conhecido e parcialmente provido.

(TSE, RESPE n.º 15.890, Ac. n.º 15.890, de 23.5.2000, Rel. Min. Eduardo Alckmin)

Recurso especial eleitoral. Propaganda eleitoral na imprensa - Lei 9.504/97, art. 43. Necessidade decomprovação do pagamento ou de doação indireta para sua caracterização.

1. A aplicação da sanção prevista na Lei 9.504/97, art. 43, só é possível mediante a comprovação deque a matéria considerada como propaganda eleitoral tenha sido paga ou produto de doação indireta.

2. Recurso especial provido.

(TSE, RESPE n.º 16.214, Ac. n.º 16.214, de 6.4.2000, Rel. Min. Edson Vidigal)

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Recurso especial. Propaganda eleitoral paga. Jornal com dimensões intermediárias entre o tamanhopadrão e o tablóide. Decisão regional que entendeu que por haver falta de tipicidade a publicação nãoestaria alcançada pela lei eleitoral. Jornal que se assemelha mais ao tablóide e como tal deve ser considerado.Propaganda que não ultrapassou o limite previsto no art. 43, da Lei n.º 9.504/97.

A lei eleitoral não estabeleceu medidas exatas de modo regulamentar a propaganda paga em todasas publicações com características de jornal, a fim de impedir a veiculação de propagandas aptas a causardesequilíbrio na disputa eleitoral.

(TSE, RESPE n.º 15.897, Ac. n.º 15.897, de 2.9.1999, Rel. Min. Edson Vidigal)

7. INTERNET

Agravo regimental. Recurso especial. Eleições 2006. Representação. Propaganda institucional.Parlamentar. Não-caracterização. Fundamentos não afastados.

1. A divulgação da atividade parlamentar em sítio da Internet, nos três meses anteriores ao pleito, nãocaracteriza, por si só, propaganda institucional.

2. O agravo regimental, para que obtenha êxito, deve afastar toda a fundamentação da decisãoimpugnada.

Agravo regimental a que se nega provimento.

(TSE, ARESPE n.º 26.827, Ac. n.º 26.827, de 8.2.2007, Rel. Min. Caputo Bastos)

Recurso especial. Agravo regimental. Representação. Propaganda eleitoral extemporânea. Internet.Divergência jurisprudencial. Não-caracterização. Reexame de fatos e provas. Impossibilidade. Súmulanº 279 do Supremo Tribunal Federal. Incidência. Decisão agravada. Fundamentos não afastados.

1. Para que a manutenção de página na Internet venha a caracterizar propaganda eleitoral irregular,é necessário que contenha pedido de votos, menção ao número do candidato ou do partido, bem comoqualquer referência às eleições.

2. A configuração da divergência requer, além da similitude fática, a realização do confronto analítico.

3. O recurso especial não se mostra apto para o reexame dos fatos e das provas, conforme teor doVerbete nº 279 do Supremo Tribunal Federal.

4. Nega-se provimento a agravo regimental que não afasta os fundamentos da decisão impugnada.

(TSE, ARESPE n.º 26.286, Ac. n.º 26.286, de 28.11.2006, Rel. Min. Caputo Bastos)

Propaganda eleitoral. Internet. Antevéspera do segundo turno. Autorização.

1. É razoável a manutenção das páginas institucionais das candidaturas à Presidência da Repúblicano mesmo período da propaganda regular por rádio e televisão, no caso, durante o dia 27 de outubro

2. Pedido deferido.

(TSE, PET n.º 2.556, Res. nº 22.460, de 26.10.2006, Rel. Min. Carlos Alberto Menezes Direito)

AGRAVO REGIMENTAL. PROPAGANDA INSTITUCIONAL INDEVIDA. MULTA.

1. Não há de se determinar a cassação de registro de candidato a cargo eletivo, em processo dereeleição, quando não se verifica, de modo certo, ter sido ele o responsável pela veiculação de propagandaindevida em site eletrônico da internet.

2. Determinação de Prefeito, embora candidato, de instauração de procedimento administrativo paraapurar o responsável pela inserção da propaganda no site.

3. Agravo regimental não-provido.(TSE, ARESPE n.º 24.898, Ac. n.º 24.898, de 5.10.2006, Rel. Min. José Delgado)

Representação. Programa eleitoral gratuito. Proibição. Decisão. Representação anterior. Veiculação.Conteúdo. Internet. Ausência. Prova. Responsabilidade. Representados. Ônus. Representante. Decisão.Improcedência. Agravo regimental.

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1. A comprovação da responsabilidade dos representados pela veiculação de propaganda na Internet,já proibida por decisão em anterior representação, constitui ônus do representante.

Agravo regimental desprovido.

(TSE, ARP n.º 1.131, Ac. n.º 1.131, de 25.9.2006, Rel. Min. Marcelo Ribeiro)

Agravo regimental. Propaganda eleitoral extemporânea. Meio eletrônico. Ilegitimidade passiva. Valorda multa. Cumprimento da medida liminar.

1. Mera entrevista manifestando convicções pessoais sobre a realidade nacional não configurapropaganda eleitoral extemporânea na circunstância dos autos.

2. O meio eletrônico é poderoso instrumento de propaganda eleitoral, de uso corrente nos dias dehoje, dispondo de enorme capilaridade. Se a inicial, expressamente, combate a veiculação por meio eletrônico,não há falar em dissonância capaz justificar alteração da decisão que julgou procedente a Representaçãonesse ponto.

3. Para a fixação do valor da multa, o julgador deve observar, em cada caso, as circunstânciasconcretas.

4. O cumprimento da medida liminar não serve de amparo para que seja julgada prejudicada aRepresentação. Se o fato de cumprir a parte infratora a medida liminar deferida merecer prêmio, isto é, serrazão para afastar-se a existência da infração, a tanto equivale julgar prejudicada a Representação, estar-se-ia abrindo as portas para a completa impunidade em matéria de propaganda eleitoral por meio eletrônico.

5. Agravos regimentais desprovidos.

(TSE, ARP nº 916, Ac. n.º 916, de 1º.8.2006, Rel. Min. Carlos Alberto Menezes Direito)

AGRAVO REGIMENTAL. Recurso Especial. Eleições 2004.

Decisão. Internet. Erro. Prejuízo. Ausência. Provas. Revolvimento. Fundamentos não afastados.

A divulgação na internet, por equívoco, de texto que não espelha a verdade dos autos não acarretaprejuízo às partes, mormente se o erro foi corrigido antes da publicação da decisão proferida.

Nega-se provimento a Agravo Regimental que não afasta os fundamentos da decisão impugnada.

(TSE, ARESPE n.º 25.023, Ac. n.º 25.023, de 12.5.2005, Rel. Min. Gomes de Barros)

Recurso especial. Representação. Propaganda eleitoral. Veiculação. Banners. Sites. Internet. Natureza.Comercial. Período. Vedação. Legislação Eleitoral. Circunstância. Amplitude. Acesso. Interessado. Notícia.Circulação. Procedência. Aplicação. Multa. Motivo. Comprovação. Desequilíbrio. Igualdade. Oportunidade.Candidato. Participação. Eleição. Faculdade. Utilização. Propaganda. Página. Registro. Órgão. Gestor.Internet Brasil.

1) A discussão de que o proibitivo de propaganda se refere a páginas de provedores, ou a tratadas no§ 3º do art. 45 da Lei n.º 9.504/97, permitindo-a em sites pessoais, não é mais absoluta ante a jurisprudênciarecente. Tanto é que, para propiciar o equilíbrio entre candidatos, abriu-se a possibilidade da página depropaganda registrada no órgão gestor da Internet Brasil, com a terminação “can.br”, nos termos do art. 78da Res.-TSE n.º 21.610/2004, com despesas a cargo do candidato, cujo domínio será cancelado após oprimeiro turno, ressalvado aos candidatos concorrentes em segundo turno.

2) Seria indubitavelmente inócua a solução encontrada pela Justiça Eleitoral, relativamente ao domínio“can.br” – o qual, evidentemente, não poderia ser obrigatório –, se fosse ele desprezado, para que o candidatoviesse a se utilizar de tantos outros sites que pudesse custear, para veiculação de sua campanha, emprejuízo dos menos aquinhoados financeiramente.

3) Recurso desprovido.

(TSE, RESPE n.º 24.608, Ac. n.º 24.608, de 10.2.2005, Rel. Min. Caputo Bastos)

AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL. ELEIÇÕES 2004. PROPAGANDA ELEITORAL.INTERNET. EXTEMPORANEIDADE. CARACTERIZAÇÃO. MATÉRIA FÁTICA. REVOLVIMENTO.IMPOSSIBILIDADE. NÃO-PROVIMENTO.

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1. Caracteriza propaganda extemporânea a manutenção de página na Internet que contenha pedidode votos, menção a número de candidato ou ao de seu partido ou qualquer referência à eleição (Resolução-TSE n.º 21.610/2004, art. 3º, § 1º).

2. Agravo regimental não provido.

(TSE, ARESPE n.º 21.650, Ac. n.º 21.650, de 9.11.2004, Rel. Min. Carlos Velloso)

RECURSO ESPECIAL. ELEIÇÃO 2004. REPRESENTAÇÃO. IMPROCEDÊNCIA. PROPAGANDAELEITORAL EXTEMPORÂNEA. UTILIZAÇÃO. SÍTIO. INTERNET. DEPUTADO ESTADUAL. CANDIDATO.PREFEITO. USO DO NÚMERO DO PARTIDO. VIOLAÇÃO A NORMA. RECURSO PROVIDO.

I - O fato de o acesso a eventual mensagem contida em sítio da Internet depender de ato de vontadedo internauta não elide a possibilidade de caracterização da propaganda eleitoral extemporânea, caso nelaconste “pedido de votos, menção ao número do candidato ou ao de seu partido ou qualquer outra referênciaà eleição”.

II - Na espécie, restou incontroverso que o recorrido manteve em sua página da Internet, duranteperíodo vedado, a referência expressa ao número do partido, contrariando o disposto no art. 3º, § 1º, daRes.-TSE n.º 21.610/2004.

(TSE, RESPE n.º 21.661, Ac. n.º 21.661, de 26.8.2004, Rel. Min. Peçanha Martins)

Consulta. Partido da Frente Liberal e Partido dos Trabalhadores. Resolução-TSE n.º 21.610/2004.Propaganda eleitoral. Páginas Internet. Utilização do domínio “can.br”.

Não-obrigatoriedade.

Possibilidade de utilização de outras terminações, como a “com.br”, tendo em vista que não háexclusividade no uso da terminação “can.br”.

(TSE, CTA n.º 1.117, Res. n.º 21.901, de 24.8.2004, Rel. Min. Luiz Carlos Madeira)

Recurso. Ação de impugnação de mandato eletivo.1. Abuso de poder econômico. Verba pública. Obra particular. Resta desconfigurado o uso de verba

pública em propriedade particular, face da existência de convênio administrativo.2. Utilização de site da prefeitura. Eventual acesso a determinado link contido em homepage do

candidato vai depender da vontade do eleitor internauta.

3. Propaganda institucional. Coisa julgada. Ausência. Uso de símbolo institucional modificado por leinão está apto à impugnação de mandato eletivo.

(TRE-CE, RAIME n.º 11.025, Ac. n.º 11.025, de 12.12.2003, Rel. Juiz Celso Albuquerque Macedo)

Sítio na Internet - Jornal eletrônico - Propósito ofensivo e eleitoral - Art. 45, § 3º, da Lei n.º 9.504/97 -Aplicação de multa - Impossibilidade - Empresa de comunicação social - Não-configuração.

1. As empresas de comunicação social referidas no art. 45, § 3º, da Lei n.º 9.504/97 são apenas asemissoras de rádio e de televisão.

(TSE, RESPE n.º 20.251, Ac. n.º 20.251, de 7.11.2002, Rel. Min. Fernando Neves)

Representação por divulgação de fatos na Internet.

Não se configura ofensiva à Justiça Eleitoral a divulgação de fatos na Internet parcialmente objeto deapreciação pela Corte em direito de resposta.

Não - imputação de veracidade dos fatos divulgados na Internet.

Representação julgada improcedente.

(TSE, RP n.º 627, Ac. n.º 627, de 24.10.2002, Rel. desig. Min. Luiz Carlos Madeira)

Propaganda eleitoral. Homepage. Não caracteriza propaganda eleitoral a manutenção de homepagena Internet. O acesso à eventual mensagem que nela se contenha não se impõe por si só, mas depende deato de vontade do internauta.

(TSE, RESPE n.º 18.815, Ac. n.º 18.815, de 29.5.2001, Rel. Min. Costa Porto)

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Presença de candidato em “sala de bate-papo” mantida por provedor de acesso à Internet, pararesponder perguntas de “internautas”. Hipótese que não caracteriza propaganda eleitoral e, por isso, impedea aplicação da sanção prevista no art. 36, § 3º, da Lei n.º 9.504, de 1997.

(TSE, AG n.º 2.715, Ac. n.º 2.715, de 26.4.2001, Rel. Min. Sálvio de Figueiredo)

8. OUTDOOR e PAINEL ELETRÔNICO

AGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO ESPECIAL. PROPAGANDAMEDIANTE OUTDOOR. PLACAS JUSTAPOSTAS. DIMENSÃO TOTAL SUPERIOR A 4M². PROIBIÇÃO.FALTA DE INTERESSE DE AGIR. NECESSIDADE DE PREQUESTIONAMENTO. REEXAME DE PROVAS.IMPOSSIBILIDADE.

- É proibida a veiculação de propaganda eleitoral mediante afixação de placas justapostas, comdimensão total superior a 4m², contendo apelo visual de outdoor, cuja utilização é vedada pela legislaçãoeleitoral e pela jurisprudência deste Tribunal (art. 39, § 8º, da Lei nº 9.504/97). Precedentes.

- A falta de interesse de agir do autor da representação não pode ser analisada nesta instância, emrazão da ausência de prequestionamento e, também, por demandar o reexame de provas, inviável em sedede recurso especial.

- Agravo regimental desprovido.

(TSE, AAG n.º 8.824, de 18.12.2007, Rel. Min. Gerardo Grossi)

AGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. PROPAGANDA ELEITORAL IRREGULAR.PROPAGANDA EQUIPARADA A OUTDOOR. CIRCUNSTÂNCIAS E PECULIARIDADES DO CASOCONCRETO. PRÉVIO CONHECIMENTO. AGRAVO DESPROVIDO.

1. É assente nesta Casa de Justiça que as circunstâncias e as peculiaridades do caso concreto -custo da propaganda, local afixado, tamanho, entre outros - podem evidenciar o prévio conhecimento dapropaganda (parágrafo único do art. 72 da Resolução nº 21.610/TSE).

2. Infirmar o entendimento do acórdão regional - existência do prévio conhecimento da propaganda -demandaria o necessário reexame do conjunto fático-probatório dos autos. Tal providência, no entanto, éinviável em sede de recurso especial, a teor das Súmulas 7 do Superior Tribunal de Justiça e 279 doSupremo Tribunal Federal.

3. Agravo desprovido.

(TSE, AAG nº 6.788, Ac. n.º 6.788, de 4.9.2007, Rel. Min. Carlos Ayres Britto)

AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL ELEITORAL. ELEIÇÕES 2006. PROPAGANDAELEITORAL IRREGULAR. REPRESENTAÇÃO AJUIZADA APÓS AS ELEIÇÕES. PERDA DE INTERESSEPROCESSUAL. NEGADO PROVIMENTO.

1. A interpretação do TSE não constituiu ofensa ao princípio da reserva legal. Busca-se umainterpretação lógica que enaltece o objetivo da legislação eleitoral de coibir o desequilíbrio entre os candidatosque disputam cargos eletivos.

2. Veda-se a propaganda por meio de outdoors, no período eleitoral, momento em que há proveito aocandidato em disputa. Após o certame, tem-se o encerramento da contenda eleitoral, a retirada da propagandae a evidente perda de interesse processual.

3. Nos termos do voto condutor, tem-se que a representação foi protocolada em 23 de outubro de2006, a toda evidência, após a realização das eleições.

4. Agravo regimental não provido.

(TSE, ARESPE n.º 27.993, Ac. n.º 27.993, de 19.6.2007, Rel. Min. José Delgado)

REPRESENTAÇÃO. CAPA DE REVISTA COM FOTO DE CANDIDATO A CARGO ELETIVO.REPRODUÇÃO EXPOSTA EM VIAS PÚBLICAS COM PROPÓSITOS COMERCIAIS. Quem está proibidode utilizar outdoor para fins de propaganda eleitoral não pode aproveitar os benefícios daquele que, emboracom outra finalidade, foi exposto por terceiro. Medida liminar deferida.

(TSE, RP n.º 1.250, Ac. n.º 1.250, de 10.10.2006, Rel. Min. Ari Pargendler)

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CONSULTA. REGULAMENTAÇÃO. DIMENSÃO. FAIXA. PROPAGANDA ELEITORAL.INEXISTÊNCIA. UTILIZAÇÃO. PAINEL ELETRÔNICO. PROPAGANDA ELEITORAL. IMPOSSIBILIDADE.

(TSE, CTA n.º 1.278, Res.. n.º 22.270, de 29.6.2006, Rel. Min. Cesar Asfor Rocha)

POSSIBILIDADE. VEICULAÇÃO. PROPAGANDA ELEITORAL. LEI Nº 11.300/2006. AFIXAÇÃO.PLACA. BENS DE DOMÍNIO PRIVADO. LIMITAÇÃO. TAMANHO.

A fixação de placas para veiculação de propaganda eleitoral em bens particulares é permitida, combase no § 2º do art. 37 da Lei nº 9.504/97.

Só não caracteriza outdoor a placa, afixada em propriedade particular, cujo tamanho não exceda a 4m².

À luz dos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade, é admissível, em propriedade particular,placa de tamanho igual ou inferior a 4m².

O tamanho máximo de 4m² para placas atende ao desiderato legal, na medida em que, em função deseu custo mais reduzido, não patenteia o abuso de poder econômico e o desequilíbrio entre os competidoresdo jogo eleitoral.

Os abusos serão resolvidos caso a caso, servindo o tamanho de 4m² como parâmetro de aferição.

(TSE, CTA nº 1.274, Res. nº 22.246, de 8.6.2006, Rel. Min. Carlos Ayres de Britto)

9. PRAZOS

RECURSO ESPECIAL ELEITORAL. RECURSO ELEITORAL NÃO CONHECIDO PELO TRE/PA.SENTENÇA. PUBLICAÇÃO FORA DO PRAZO LEGAL. NECESSIDADE DE INTIMAÇÃO DA PARTE.

1. A sentença publicada após o prazo de 24 (vinte e quatro) horas, previsto no art. 96, §§ 5º e 7º, daLei nº 9.504/97, tem como termo inicial para recurso a intimação do representado. Aplicação subsidiária doCódigo de Processo Civil. Precedentes: REspe nº 26.078/RO, de minha relatoria, DJ de 6.12.2006;AgRg no REspe nº 24.955, Rel. Min. Luiz Carlos Madeira, DJ de 15.4.2005; Ag nº 4.477/PR, Rel. Min. LuizCarlos Madeira, DJ de 26.3.2004.

2. Em que pese não constar nos autos certidão de intimação do recorrente, afigura-se tempestivo orecurso eleitoral, interposto 3 dias após a publicação da sentença na Secretaria Judiciária do TRE/PA, semintimação da parte.

3. Recurso especial eleitoral provido em parte para reconhecer a tempestividade do recurso dirigidoao TRE/PA, determinando o retorno dos autos àquela instância para que prossiga na análise do referidoapelo. Prejudicada a análise das demais questões.

(TSE, RESPE n.º 28.215, Ac. n.º 28.215, de 14.8.2007, Rel. Min. José Delgado)

Representação. Propaganda eleitoral irregular. Embargos. Decisão regional. Não-conhecimento.Intempestividade. Recurso especial. Violação. Art. 275, § 1º, do Código Eleitoral. Tríduo legal. Não-aplicação.Prazo. 24 horas. Art. 96, § 8º, da Lei nº 9.504/97. Incidência.

1. O prazo para oposição de embargos contra acórdão regional que aprecia recurso contra decisãodo juiz auxiliar, em sede de representação fundada no art. 96 da Lei nº 9.504/97, é de vinte e quatro horas,nos termos do § 8º do citado dispositivo.

2. Esse entendimento proporciona uniformidade dos prazos aplicáveis às citadas representaçõesque se processam perante os tribunais regionais eleitorais, privilegiando a celeridade processual, princípionorteador da Justiça Eleitoral.

Recurso especial desprovido.

(TSE, RESPE nº 28.209, Ac. n.º 28.209, de 19.6.2007, Rel. Min. Caputo Bastos)

RECURSOS ELEITORAIS. SENTENÇA PROFERIDA POR JUIZ AUXILIAR. PROPAGANDAELEITORAL. PRAZO. PUBLICAÇÃO EM SECRETARIA.

1. Conforme dispõe o art. 9º da Res.-TSE nº 22.142/2006, o prazo para interposição de recursocontra sentença proferida por juiz auxiliar, em feito no qual se discute extemporaneidade de propagandaeleitoral, é de vinte e quatro horas, a contar da sua publicação na secretaria.

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2. O prazo fixado em horas pode ser transformado em dias, quando a situação fática permitir.A respeito, conferir AgRg nos EDcl na Rp (TSE) nº 789/DF, Rel. Min. Marco Aurélio de Mello, DJ de 18.10.2005:

“Prazo - fixação em horas - Transformação em Dias - Fixado o prazo em horas passíveis de, sob oângulo exato, transformar-se em dia ou dias, impõe-se o fenômeno, como ocorre se previsto o de 24 horasa representar um dia.

A regra somente é afastável quando a lei prevê expressamente termo inicial incompatível com aprática” .

3. Na espécie examinada, a sentença foi publicada em 2.6.2006 (sexta-feira), às 14 horas. O prazopara recurso extinguiu-se em 5.6.2006 (segunda-feira), às 14 horas, por ser possível a sua transformaçãoem dias. Tempestivos, portanto, os recursos apresentados, respectivamente, às 13h20min e às 13h37minde 5.6.2006.

4. Recursos especiais parcialmente providos, tão-somente, para reconhecer tempestivos os apelosde fls. 106-112 e 119-126. Determinação de que sejam examinados, decidindo-se como de direito, nosdemais pressupostos de admissibilidade remanescentes e, se for o caso, quanto ao mérito.

(TSE, RESPE n.º 26.214, Ac. n.º 26.214, de 15.3.2007, Rel. Min. José Delgado)

Representação. Direito de resposta. Decisão regional. Procedência. Embargos. Tribunal RegionalEleitoral. Intempestividade. Não-observância. Prazo. Art. 58, § 5º, da Lei nº 9.504/97. 24 horas. Recursoespecial. Impossibilidade. Conhecimento. Agravo regimental.

1. Esta Corte já assentou que o prazo para interposição de recurso contra decisão de juiz auxiliar, empedido de direito de resposta, é de 24 horas, conforme dispõe o art. 58, § 5º, da Lei nº 9.504/97.

2. Considerando, também, que o recurso especial, nesse caso, deverá ser apresentado em 24 horas,aplica-se igualmente esse prazo aos embargos de declaração opostos contra acórdão regional que confirmao deferimento do direito de resposta, não incidindo o tríduo previsto no art. 258 do Código Eleitoral, em facede regra legal específica.

Agravo regimental a que se nega provimento.

(TSE, ARESPE n.º 27.839, Ac. n.º 27.839, de 6.3.2007, Rel. Min. Caputo Bastos)

Agravo Regimental. Intempestividade. Agravo de Instrumento. Embargos de Declaração nãoconhecidos. Ausência de interrupção dos prazos. Recurso Especial. Matéria de Prova.

- Os prazos recursais não são interrompidos com a oposição de embargos de declaração nãoconhecidos, se o fundamento utilizado para o não-conhecimento não for objeto de insurgência no momentooportuno.

- Inviável o reexame de provas em sede de recurso especial.

- Agravo Regimental a que se nega provimento.

(TSE, AAG n.º 6.460, Ac. n.º 6.460, de 6.3.2007, Rel. Min. Gerardo Grossi)

ELEIÇÕES 2006. AGRAVO REGIMENTAL. INTEMPESTIVIDADE. REPRESENTAÇÃO.PROPAGANDA ANTECIPADA. PRAZOS CONTÍNUOS E PEREMPTÓRIOS.

- É intempestivo o agravo regimental interposto após o tríduo legal.

- Tratando-se de representação ajuizada com arrimo no art. 96 da Lei nº 9.504/97, aplicável a normado art. 18 da Res./TSE nº 22.142/2006, que dispõe: “os prazos relativos às reclamações ou representaçõesserão contínuos e peremptórios e não se suspenderão aos sábados, domingos e feriados entre 5 de julhodo ano da eleição e a proclamação dos eleitos, inclusive em segundo turno” .

- Agravo regimental não conhecido

(TSE, AAG nº 7.507, Ac. n.º 7.507, de 23.11.2006, Rel. Min. Gerardo Grossi)

RECURSO ORDINÁRIO. INTEMPESTIVIDADE. SEGUIMENTO NEGADO. AGRAVO REGIMENTAL.PRAZO RECURSAL. LITISCONSÓRCIO. CONTAGEM EM DOBRO (ART. 191, CPC). NÃO-APLICAÇÃO.PRECEDENTES. FERIADO ESTADUAL. AUSÊNCIA DE EXPEDIENTE. PRORROGAÇÃO DO PRAZO.NÃO-COMPROVAÇÃO. AGRAVO DESPROVIDO.

Publicado o acórdão em 14.10.2005 (sexta-feira), é intempestivo o recurso ordinário interposto em20.10.2005 (quinta-feira).

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Tratando-se de matéria eleitoral, não se justifica aplicar regras do CPC que impliquem aumento deprazo para recurso. Precedentes (EDclAgRgREspe nº 21.322/MG, rel. Min. Gomes de Barros, DJ de 6.8.2004;AgRgAg nº 1.249/DF, rel. Min. Eduardo Ribeiro, DJ de 24.3.2000).

Não constando dos autos certidão do Tribunal Regional afirmando não haver expediente ou que osprazos estariam prorrogados, não há como se afastar a intempestividade reconhecida no despacho agravado.

Justiça Eleitoral em funcionamento normal, em razão do referendo.

Agravo Regimental a que se nega provimento.

(TSE, ARO n.º 905, Ac. n.º 905, de 8.6.2006, Rel. Min. Gerardo Grossi)

RECURSO ELEITORAL - REPRESENTAÇÃO - PROPAGANDA ELEITORAL - PROGRAMA DERÁDIO - TRATAMENTO PRIVILEGIADO - CANDIDATO - ELEIÇÕES DE 2004 - INTEMPESTIVIDADE -MATÉRIA DE ORDEM PÚBLICA - ARGÜIÇÃO EX OFFICIO - CONHECIMENTO - EXTINÇÃO DO FEITOSEM JULGAMENTO DE MÉRITO.

1) O prazo para interposição de representação, tratando-se de propaganda irregular veiculada emprogramação normal das emissoras de rádio e televisão, é de 48 horas, segundo entendimento do e. TSE,que determinou aplicação, por analogia, do art. 96, § 5º do referido diploma legal.

2) Não se podendo pronunciar a decadência, por se tratar de matéria a ser analisada no juízo singular,dá-se a intempestividade da presente representação, porquanto foi ajuizada além das quarenta e oito horasna veiculação da suposta propaganda eleitoral irregular.

3) Cabe ao Juiz Relator na Instância Ad Quem, conhecer da intempestividade de ofício, por sermatéria de ordem pública, julgando-se extinto o feito sem proferimento de mérito, nos termos do art. 267,inciso IV do CPC.

(TRE-CE, RE n.º 12.924, Ac. n.º 12.924, de 17.10.2005, Rel.ª Juíza Maria Nailde Pinheiro Nogueira)

Representação. Art. 41-A da Lei n.º 9.504/97. Sentença. Improcedência. Recurso eleitoral.Intempestividade. Decisão regional. Recurso especial.

Recursos. Decisão. Representação. Lei n.º 9.504/97. Prazo. 24 horas. Aplicação. Hipótese. Embargosde declaração. Não-incidência. Arts. 275, § 1º, do Código Eleitoral, e 237, II, do CPC.

1. É pacífico o entendimento desta Corte Superior de que é de 24 horas o prazo para recurso contrasentença proferida em representação eleitoral, nos termos do art. 96, § 8º, da Lei das Eleições, não sendoaplicável o tríduo previsto no art. 258 do Código Eleitoral. Precedentes.

2. Esse prazo aplica-se, inclusive, na hipótese de embargos de declaração contra essa decisão, nãoincidindo a regra do art. 275, § 1º, do Código Eleitoral. Nesse sentido: Acórdão n.º 15.763.

3. Na espécie, não há que se falar na incidência do art. 237, II, do CPC, que prevê a intimação pormeio de carta registrada, tendo em vista a possibilidade de tal comunicação, na Justiça Eleitoral, ser realizadade outras formas, respaldadas em resoluções deste Tribunal e na própria Lei n.º 9.504/97.

4. Esta Casa já decidiu que “Os prazos da Lei n.º 9.504/97 são aplicáveis a todas as representaçõespor propaganda irregular, independentemente de o julgamento delas ocorrer antes, durante ou depois doperíodo eleitoral” e que “O exíguo prazo de 24 horas, previsto no art. 96 da Lei n.º 9.504/97, justifica-se pelanecessidade de se dar pronta solução às representações contra o descumprimento dessa lei eleitoral”(Acórdão n.º 3.055, Agravo Regimental no Agravo de Instrumento n.º 3.055, rel. Ministro Fernando Neves,de 5.2.2002).

5. “(...) a notificação a que se refere o artigo 94, § 4º, da Lei 9.504, de 1997, visa dar ciência aoadvogado cadastrado perante o órgão da Justiça Eleitoral da existência de procedimento contra seuconstituinte, ‘mas não de todos os seus atos e andamentos, o que não se coaduna com a celeridade impostapela lei e exigida por sua singular e especial natureza’ (...)” (Acórdão n.º 15.763, Recurso Especialn.º 15.763, rel. Ministro Costa Porto, redator designado Ministro Fernando Neves, de 22.4.99).

Agravo regimental a que se nega provimento.

(TSE, ARESPE n.º 25.421, Ac. n.º 25.421, de 6.10.2005, Rel. Min. Caputo Bastos)

Agravo regimental. Agravo de instrumento. Propaganda eleitoral na imprensa escrita. Representação.Prazo para propositura. Ausência de previsão legal. Inaplicabilidade do art. 16 da Resolução-TSE n.º 21.575.

Agravo Regimental desprovido.

(TSE, AAG n.º 5.232, Ac. n.º 5.232, de 16.12.2004, Rel. Min. Gilmar Mendes)

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Eleição 2004. Agravo regimental. Recurso especial. Provimento. Representação (art. 96 daLei n.º 9.504/97). Intempestividade do recurso inominado. Reconhecimento.

O prazo para interposição de recurso é de 24 horas, contado da publicação da sentença em cartório(§ 8º do art. 96 da Lei n.º 9.504/97 e art. 11 da Resolução-TSE n.º 21.575/2003).

O fato de o cartório ter enviado o fax comunicando a decisão não reabre o prazo recursal já iniciado.

A jurisprudência está firmada quanto ao início do prazo para interposição de recursos a partir dasintimações pessoais. Estas só devem ser consideradas quando há descumprimento dos prazos para decidir.

Agravo Regimental conhecido, mas desprovido.

(TSE, ARESPE n.º 24.955, Ac. n.º 24.955, de 16.12.2004, Rel. Min. Luiz Carlos Madeira)

AGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. ELEIÇÕES 2004. RECURSO ESPECIALINTEMPESTIVO. RES.-TSE N.º 21.575, ARTS. 12, §§ 3º e 6º, e 13.

- Tendo sido cumprido pela Corte Regional o que determina o art. 12, § 3º, da Res.-TSE n.º 21.575/2003, o termo inicial do prazo para a interposição do recurso especial é a data da publicação do acórdão emsessão, na forma do art. 13 da citada norma.

Agravo regimental a que se nega provimento.

(TSE, AAG n.º 5.006, Ac. n.º 5.006, de 9.11.2004, Rel. Min. Carlos Velloso)

1 - Recurso Eleitoral interposto contra decisão que rejeitou representação por propaganda irregular,no caso a afixação de fotos de candidato em poste com semáforo (art. 14, § 2º, RES.-TSE n.º 21.610/04).

2 - Se a sentença não for publicada no prazo de 24 horas a que se refere o § 7º do art. 96 da Lei 9.504/97,conta-se o prazo para o recurso da data em que o advogado - e não a parte - for dela intimado (art. 242 doCPC). Precedentes do TSE e desta Corte.

3 - Se, pelas circunstâncias, não é possível inferir o prévio conhecimento dos beneficiários, a retiradada propaganda após a notificação judicial afasta a aplicação da multa. Sentença confirmada.

(TRE-CE, RE n.º 12.853, Ac. n.º 12.853, de 20.10.2004, Rel. Juiz Francisco Roberto Machado)

RECURSO ELEITORAL. PROPAGANDA ELEITORAL. VEICULAÇÕES EM DATAS DISTINTAS.LITISPENDÊNCIA. NÃO CONFIGURAÇÃO. PREFEITO. OFENSA À HONRA OBJETIVA. INDICAÇÃO DENOME. DIREITO DE RESPOSTA. INTEMPESTIVIDADE. DECADÊNCIA. CONFIGURAÇÃO.IMPROCEDÊNCIA. RESTITUIÇÃO DO TEMPO CONCEDIDO PARA RESPOSTA. RECURSO PROVIDO.

1 - Não há se falar em litispendência entre pedidos de direito de resposta, sobre os mesmos fatos, asmesmas partes e o mesmo pedido, quando as veiculações das propagandas eleitorais se deram em datasdistintas, sendo diverso, portanto, a causa de pedir.

2 - O prazo de 24 horas para ajuizamento de direito de resposta, conforme regra contida no art. 16, III,“a” da Resolução TSE n.º 21.575/03, é decadencial, contínuo e peremptório.

3 - Julgada improcedente a resposta já veiculada, deve ser restituído à Coligação o correspondentetempo extraído do seu programa eleitoral.

4 - Sentença desconstituída.

5 - Recurso conhecido e provido.

(TRE-CE, RE n.º 12.873, Ac. n.º 12.873, de 30.9.2004, Rel. Juiz Celso Albuquerque Macedo)

RECURSO ESPECIAL. Eleições 2004. Direito de resposta. Recurso. Prazo. Protocolo. Ofensa àimagem e à honra. Não provido.

Encerrado o prazo quando já fechado o protocolo, é tempestivo o recurso interposto aos 11 minutos,contados do início dos trabalhos do cartório. A experiência demonstra que, entre a entrega da petição emcartório e sua manipulação pelo sistema de protocolo, passam-se alguns minutos.

A propaganda que extrapola a simples crítica política dá ensejo a direito de resposta.

(TSE, RESPE n.º 23.777, Ac. n.º 23.777, de 28.9.2004, Rel. Min. Gomes de Barros)

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RECURSO EM PEDIDO DE DIREITO DE RESPOSTA. PEDIDO CONSIDERADO TEMPESTIVO,NOS TERMOS DO INCISO II DO ART. 58 DA LEI N.º 9.504/97. SENTENÇA ANULADA E JULGADO OMÉRITO DO CASO A TEOR DO § 3º DO ART. 515 DO CPC. DECLARANDO-O IMPROCEDENTE.

I - O prazo previsto no inciso II do § 1º do art. 58 da Lei n.º 9.504/97, a teor do entendimento do TSE(Consulta do TSE Res. n.º 21.140) conta-se do término do bloco em que se verificam as passagensconsideradas passíveis de pedido de direto de resposta.

II - Sendo a sentença anulada por ter sido o pedido protocolizado tempestivamente, pode o Tribunal,nos termos do § 3º do art. 515 do CPC, em face da celeridade do rito do processo eleitoral, encontrando-sea questão envolta de aspectos eminentemente jurídicos, conhecer do pedido e apreciar o mérito.

III - Julgando o mérito da causa e verificando ausentes os requisitos previstos no art. 58 daLei n.º 9.504/97 - calúnia, difamação, injúria ou notícia inverídica - não há se falar em direito de resposta efechamento temporário da Rádio. Recurso parcialmente conhecido. Sentença anulada. Pedido julgadoimprocedente.

(TRE-CE, RE n.º 12.723, Ac. n.º 12.723, de 17.9.2004, Rel. Juiz Jorge Aloísio Pires)

RECURSO ESPECIAL. DIREITO DE RESPOSTA. ELEIÇÃO 2004. EXTEMPORANEIDADE.RECURSO NÃO-CONHECIDO.

- Nos termos dos arts. 58, § 5º, da Lei n.º 9.504/97 e 20, caput, da Res.-TSE n.º 21.575/2003, o prazodo recurso especial é de 24 horas.

(TSE, RESPE n.º 21.743, Ac. n.º 21.743, de 12.8.2004, Rel. Min. Peçanha Martins)

AGRAVO. ELEIÇÃO 2002. REPRESENTAÇÃO. EMBARGOS NÃO CONHECIDOS PELO TRE.ILEGITIMIDADE DE PARTE. NÃO-INTERRUPÇÃO DO PRAZO. RECURSO ESPECIAL INTEMPESTIVO.NEGADO PROVIMENTO.

- Os embargos declaratórios, quando não conhecidos, não interrompem a fluência do prazo recursal.

(TSE, AG n.º 4.599, Ac. n.º 4.599, de 4.5.2004, Rel. Min. Peçanha Martins)

AGRAVO DE INSTRUMENTO QUE ATACA DESPACHO DENEGATÓRIO DE SEGUIMENTO DERECURSO ESPECIAL. QUESTÃO RELEVANTE. PROVIMENTO. CONVERSÃO EM RECURSO ESPECIAL(CPC, ART. 544, § 3º). EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. VIOLAÇÃO AO ART. 275, II, DO CÓDIGOELEITORAL. NULIDADE. RECURSO ELEITORAL INOMINADO. PRAZO PARA INTERPOSIÇÃO.INCIDÊNCIA DAS NORMAS DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL.

É insatisfatória a decisão que, em embargos de declaração, se restringe a afirmar que não houveomissão porque não ocorreu omissão ou que não houve contradição porque não ocorreu contradição, noque se refere ao tema fundamental posto para aclaramento. É nula a decisão que não responde a questãoque foi proposta como omissa (Código Eleitoral, art. 275, II).

Se a sentença não for publicada no prazo de 24 horas a que se refere o § 7º do art. 96 da Lei n.º 9.504/97,conta-se o prazo para o recurso da data em que o advogado - não a parte - for intimado (CPC, art. 242).

Havendo vários réus, começa a correr o prazo recursal da data da juntada aos autos do último avisode recebimento ou de mandado citatório cumprido (CPC, art. 241, III e IV).

Evidencia-se a tempestividade do recurso quando interposto antes do despacho que determina ajuntada da carta precatória de intimação.

Se o último recurso interposto é considerado tempestivo, não poderão ser tidos como intempestivosos que lhe antecederam (CPC, art. 241, III).

Recurso especial eleitoral provido para determinar ao Tribunal Regional que aprecie o mérito dorecurso inominado.

(TSE, AG n.º 4.477, Ac. n.º 4.477, de 2.3.2004, Rel. Min. Luiz Carlos Madeira)

Agravo de instrumento. Eleição 2000. Propaganda irregular. Juízo de admissibilidade. Sentença.Recurso. Prazo. Intempestividade (art. 96, § 8º, da Lei n.º 9.504/97). Fundamentos não infirmados. Dissídionão caracterizado. Negado provimento.

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I - Não comporta provimento o agravo que deixa de infirmar os fundamentos da decisão impugnada.

II - Nos termos do art. 96, §§ 7º e 8º, da Lei n.º 9.504/97, o prazo para recorrer da sentença é de 24horas, contado da publicação da sentença em cartório e não de eventual intimação efetuada pela Secretaria,desde que o magistrado tenha observado o disposto no citado § 7º.

III - O juízo de admissibilidade do recurso, como todo provimento judicial, deve ser fundamentado, oque não implica usurpação da competência da Corte Superior.

IV - A divergência, para se configurar, requer a demonstração da similitude fática entre os paradigmase o acórdão impugnado.

(TSE, AG n.º 4.308, Ac. n.º 4.308, de 26.8.2003, Rel. Min. Peçanha Martins)

Recurso especial. Eleição 2000. Propaganda irregular. Prazo. Contagem. Art. 242, CPC. Recursoprovido.

I - A contagem do prazo recursal flui a partir da efetiva intimação dos procuradores das partes, nostermos do art. 242, CPC.

II - Afasta-se a intempestividade do recurso quando a intimação da sentença dá-se na pessoa dolitigante e não na de seu advogado, legitimado para interpor recurso.

(TSE, RESPE n.º 21.233, Ac. n.º 21.233, de 17.6.2003, Rel. Min. Peçanha Martins)

REPRESENTAÇÃO. AGRAVO. PRAZO. HORÁRIO GRATUITO. PROPAGANDA ELEITORAL.IMAGENS. CONSULTA POPULAR. NATUREZA ELEITORAL. ENTREVISTADOS. IDENTIFICAÇÃO.NÃO-CARACTERIZAÇÃO.

O prazo para representação, de que cuida o art. 96, § 5º, da Lei n.º 9.504/97 é de 48 horas quando setratar de veiculação de propaganda eleitoral gratuita de rádio ou televisão (Precedente: AgRgRp n.º 443,redator designado Ministro Sepúlveda Pertence).

Embora a questão seja inédita desde a edição da Lei n.º 9.504/97, é de se afastar, no caso concreto,o reconhecimento da hipótese de que cuida o inciso I do art. 34 da Resolução n.º 20.988/2002.

Agravo a que se nega provimento.

(TSE, ARP n.º 483, Ac. n.º 483, de 23.9.2002, Rel. Min. Caputo Bastos)

Representação. Decisão. Juiz auxiliar. Agravo. Prazo. Contagem. O prazo em horas conta-se minutoa minuto. O prazo é contínuo, não se interrompendo nos feriados. É peremptório e não se suspende aossábados, domingos e feriados. Prorroga-se nos dias em que não há expediente.

Não apresentado o recurso na abertura dos trabalhos no Tribunal, preclui o direito de recorrer.

(TSE, ARP n.º 369, Ac. n.º 369, de 20.8.2002, Rel. Min. Peçanha Martins)

10. PROCEDÊNCIA DA REPRESENTAÇÃO POR PROPAGANDA IRREGULAR - Necessidade decomprovação da autoria ou do prévio conhecimento do candidato

Agravo regimental. Representação. Propaganda eleitoral irregular. Decisão regional. Procedência.Recursos especiais. Representados. Alegação. Ofensa. Art. 37, § 1º, da Lei nº 9.504/97. Caracterização.Providência. Retirada. Efetivação. Provimento. Apelos.

1. No que concerne à propaganda eleitoral irregular de que cogita o art. 37 da Lei das Eleições,a Lei nº 11.300 alterou a redação do respectivo § 1º, que passou a dispor que “A veiculação de propagandaem desacordo com o disposto no caput deste artigo sujeita o responsável, após a notificação e comprovação,à restauração do bem e, caso não cumprida no prazo, a multa no valor de R$ 2.000,00 (dois mil reais) aR$ 8.000,00 (oito mil reais)”.

2. Essa norma legal expressamente estabelece que, averiguada a irregularidade da propaganda, oresponsável deverá ser notificado para efetuar a restauração do bem e, caso não cumprida no prazoestabelecido pela Justiça Eleitoral, poderá assim ser imposta a respectiva penalidade pecuniária.

3. Em face da referida inovação legislativa, ao menos no que respeita à propaganda proibida peloart. 37 da Lei das Eleições, não há como se aplicar a anterior jurisprudência da Casa no sentido de que ascircunstâncias e peculiaridades do caso concreto permitiriam imposição da sanção, independentemente daprovidência de retirada.

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Agravo regimental a que se nega provimento.

(TSE, ARESPE n.º 27.865, Ac. n.º 27.865, de 11.9.2007, Rel. Min. Caputo Bastos)

AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL ELEITORAL. ELEIÇÕES 2006. PROPAGANDAIRREGULAR. CAVALETES. APLICAÇÃO DA MULTA PREVISTA NO ART. 37, § 1º, DA LEI 9.504/97.IMPRESCINDIBILIDADE DE REEXAME DE MATÉRIA FÁTICO-PROBATÓRIA. INCIDÊNCIA DA SÚMULANº 7/STJ.

1. A Corte Regional condenou o recorrente à multa prevista no art. 37, § 1º, da Lei 9.504/94, porconstatar a ocorrência de propaganda eleitoral irregular consistente na manutenção de cavaletes em localpúblico e de uso comum do povo. Entendeu, com base no conjunto fático-probatório dos autos, que ascircunstâncias e as peculiaridades do caso em comento revelavam o prévio conhecimento do recorrenteacerca da propaganda impugnada, com base no artigo 65, parágrafo único, da Res.-TSE n.º 22.261/2006.

2. Nas razões do agravo regimental alega-se que “inexistem provas inequívocas de que o Agravantetinha conhecimento prévio de que suas propagandas estariam colocadas em lugares proibidos pela legislaçãoeleitoral” .

3. A adoção de entendimento contrário ao firmado pela Corte Regional ensejaria o revolvimento dematéria fático-probatória, exegese inadmissível nesta via especial, em razão do óbice da Súmula nº 7/STJ.Precedente: REspe nº 27.973/SP, julgado na sessão de 14.8.2007.

4. Decisão agravada que se mantém pelos seus próprios fundamentos.

5. Agravo regimental não provido.

(TSE, ARESPE n.º 28.099, Ac. n.º 28.099, de 28.8.2007, Rel. Min. José Augusto)

RECURSO - PROPAGANDA ELEITORAL EXTEMPORÂNEA - CARTAZES - BEM DE USO COMUM- VIOLAÇÃO AOS ARTS. 36 E 37 DA LEI N.º 9.504/97 - NOTIFICAÇÃO - CANDIDATOS - PRÉVIOCONHECIMENTO - RETIRADA - IMPROVIMENTO DO RECURSO.

1) Segundo a pacífica e mais moderna jurisprudência das Cortes Regionais Eleitorais e do ColendoTSE, a retirada da propaganda irregular através de cartazes em bem de uso comum, após notificação dosresponsáveis e beneficiários, afasta a incidência de multa.

(TRE-CE, RE nº 13.298, Ac. n.º 13.298, de 23.7.2007, Relª. Juíza Maria Nailde Pinheiro Nogueira)

REPRESENTAÇÃO - PROPAGANDA ELEITORAL - DIVULGAÇÃO - BEM DE USO COMUM - AUTODE CONSTATAÇÃO INCOMPLETO - PRÉVIO CONHECIMENTO - NOTIFICAÇÃO INCOMPLETA -RETIRADA PARCIAL - INFRINGÊNCIA DO ART. 37 DA LEI DAS ELEIÇÕES - NÃO CONFIGURAÇÃO -PRESUNÇÃO - IMPROCEDÊNCIA DA REPRESENTAÇÃO.

1. Para a aplicação de multa por infringência ao art. 37 da Lei das Eleições, faz-se necessário que ocandidato tenha o prévio conhecimento da irregularidade e não retire, no prazo legal, a propaganda eleitoral,fato não comprovado nos autos, porquanto o candidato retirou a propaganda eleitoral conforme descrita notexto inserido na notificação, não lhe cabendo retirar outras propagandas que não sabia onde se encontravam.

(TRE-CE, REP nº 11.484, Ac. n.º 11.484, de 28.5.2007, Relª. Juíza Maria Nailde Pinheiro Nogueira)

AGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. ELEIÇÃO 2004. PROPAGANDAIRREGULAR. PRÉVIO CONHECIMENTO. AUSÊNCIA DE DEMONSTRAÇÃO. FUNDAMENTOS NÃOILIDIDOS. NEGADO PROVIMENTO.

I - Na linha da jurisprudência deste Tribunal, “Havendo irregularidade no termo de constatação daoficiala de justiça que se destinava a aferir o cumprimento da diligência para retirada da propaganda noprazo estabelecido no art. 72, parágrafo único, da Res.-TSE nº 21.610/2004 e considerando que a indigitadapropaganda foi afinal retirada, correta a solução de improcedência do feito, por não ficar comprovado oprévio conhecimento dos representados” (REspe nº 25.601/SP, rel. Min. Caputo Bastos, DJ de 5.5.2006).

II - Agravo regimental a que se nega provimento.

(TSE, AAG nº 6.656, Ac. n.º 6.656, de 10.4.2007, Rel. Min. César Asfor Rocha)

RECURSO ELEITORAL. PROPAGANDA ELEITORAL. ELEIÇÕES 2004. INEXISTÊNCIA DECIÊNCIA ACERCA DA NOTIFICAÇÃO DA DECISÃO DE MÉRITO. TEMPESTIVIDADE DA

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IRRESIGNAÇÃO. PINTURA DE MEIO-FIO DE CALÇADAS NA COR AMARELA. CANDIDATO CONHECIDOCOMO “BOLA DE OURO”. SUGESTIONAMENTO DOS ELEITORES. NÃO CARACTERIZAÇÃO.INDICAÇÃO OU REFERÊNCIA DE CARGO OU NOME DESTINADO ÀS ELEIÇÕES MUNICIPAIS.AUSÊNCIA. DETERMINAÇÃO PARA RETIRADA DA MENCIONADA PINTURA. CUMPRIMENTO.PROVIMENTO DO RECURSO.

1 - Ausente o correspondente reconhecimento acerca da intimação da decisão monocrática, porparte do Representado, há que se afastar a extemporaneidade do Recurso interposto.

2 - Pinturas realizadas com ausência de indicação ou referência às eleições, como menção ao cargoou nome de eventual candidato, não refletem o sugestionamento do eleitorado local com vistas a determinadacandidatura.

3 - No caso dos autos, não houve a constatação oficial da retirada da pintura indicada, mas houve ainformação do candidato comunicando o cumprimento da respectiva retirada, pelo que se cumpre considerara palavra do Representado.

4 - Recurso provido. Multa afastada.

(TRE-CE, RE n.º 13.265, Ac. n.º 13.265, de 28.3.2007, Rel. Juiz Anastácio Jorge M. de Sousa Marinho)

AGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. INADMISSIBILIDADE. RECURSOESPECIAL. PROPAGANDA ELEITORAL IRREGULAR. INTIMAÇÃO. RETIRADA. PRÉVIOCONHECIMENTO. COMPROVAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. DECISÃO QUE SE MANTÉM POR SEUSPRÓPRIOS FUNDAMENTOS.

- A multa prevista no § 1º do art. 37 da Lei nº 9.504/97 deve ser afastada se a propaganda eleitoralirregular for retirada no prazo de 24 horas após a intimação e se houver a impossibilidade de comprovar-seo prévio conhecimento do representado.

- O agravo regimental deve afastar os fundamentos de decisão impugnada.

- Agravo a que se nega provimento.

(TSE, AAG nº 6.670, Ac. n.º 6.670, de 8.3.2007, Rel. Min. César Asfor Rocha)

AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO ESPECIAL. PROPAGANDA ELEITORAL IRREGULAR.RESPONSABILIDADE E PRÉVIO CONHECIMENTO. AUSÊNCIA. REEXAME DE PROVAS. SEGUIMENTONEGADO. AGRAVO REGIMENTAL. DESPROVIDO.

1. Para a imposição de multa por propaganda eleitoral irregular é necessário que esteja comprovadaa responsabilidade ou o prévio conhecimento do beneficiário.

2. Não comprovado o descumprimento do prazo de vinte e quatro horas para a retirada da propaganda,em razão de irregularidade no termo de constatação, e diante de sua efetiva retirada, correta a solução deimprocedência do feito. Precedentes da Corte.

3. Não se pode afirmar a responsabilidade do beneficiário da propaganda irregular quando não hánenhuma assertiva a esse respeito e o tema não foi debatido no acórdão recorrido.

4. Na instância especial exige-se o prequestionamento da matéria, não sendo possível o mero reexamede prova.

Agravo Regimental conhecido e desprovido.

(TSE, AAG nº 6.722, Ac. n.º 6.722, de 19.12.2006, Rel. Min. Gerardo Grossi)

ELEIÇÕES 2006. REPRESENTAÇÃO. PROPAGANDA ELEITORAL IRREGULAR. BEM DE USOCOMUM. ESTABELECIMENTO COMERCIAL (BAR). PRELIMINAR DE INTEMPESTIVIDADE DO FEITOREJEITADA. PRÉVIO CONHECIMENTO DO CANDIDATO BENEFICIADO. CARACTERIZAÇÃO.IMPOSIÇÃO DE MULTA.

1. A legislação de regência, a doutrina e a jurisprudência não fixam qualquer prazo para a propositurade Representação pela prática de propaganda eleitoral irregular em bem de uso comum. Somente nashipóteses de veiculação de propaganda ilícita no horário eleitoral gratuito ou na programação normal dasemissoras de rádio e televisão, as Cortes Eleitorais estabelecem, por analogia ao disposto no artigo 96, §5º,da Lei nº 9.504/97, o prazo de 48 horas para o ajuizamento da demanda.

2. Nos termos do artigo 37, caput, da Lei nº 9.504/97 (artigo 9º da Resolução TSE nº 22.261/2006),

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nos bens cujo uso dependa de cessão ou permissão do poder público, ou que a ele pertençam, e nos de usocomum, inclusive postes de iluminação pública e sinalização de tráfego, viadutos, passarelas, pontes, paradasde ônibus e outros equipamentos urbanos, é vedada a veiculação de propaganda de qualquer natureza,inclusive pichação, inscrição a tinta, fixação de placas, estandartes, faixas e assemelhados.

3. Constitui requisito essencial para a procedência da Representação por propaganda irregular acomprovação da materialidade da conduta ilícita, sua autoria e o prévio conhecimento do seu beneficiário,caso este não seja por ela responsável.

4. O prévio conhecimento do candidato estará demonstrado se este, intimado da existência dapropaganda irregular, não providenciar, no prazo de vinte e quatro horas, sua retirada ou regularização e,ainda, se as circunstâncias e as peculiaridades do caso específico revelarem a impossibilidade de obeneficiário não ter tido conhecimento da propaganda.

5. “Certidão lavrada por oficial de cartório eleitoral goza de presunção juris tantum de veracidade”,sendo que “seu conteúdo pode ser ilidido por prova robusta” (TSE, Recurso Especial Eleitoral nº 21.791,Relator Ministro Humberto Gomes de Barros, julgado em 24/08/2004, publicado em sessão).

6. In casu, aplica-se a regra do artigo 334, inciso II, do CPC, segundo a qual independem de prova osfatos afirmados por uma parte e confessados pela parte contrária. O candidato beneficiado confessou, emsua contestação e na sua peça recursal, que fora devidamente notificado da existência da propagandailícita, deixando, porém, de promover sua retirada ou regularização no prazo assinalado pelo parágrafoúnico do artigo 65 da Resolução TSE nº 22.261/2006.

7. Recurso improvido. Sentença condenatória confirmada.(TRE-CE, REP nº 11.487, Ac. n.º 11.487, de 14.12.2006, Relª. Juíza Sérgia Maria Mendonça Miranda)

RECURSOS ELEITORAIS. CONEXÃO. PROPAGANDA IRREGULAR. PRÉVIO CONHECIMENTO.CONSTATAÇÃO. MATÉRIA PACIFICADA. PROVIMENTO PARCIAL.

1. Comprovado nos autos que a notificação da existência da propaganda irregular se deu a um dosrecorrentes, somente a ele se comprova o prévio conhecimento exigido em lei.

2. Constatada a não retirada da propaganda irregular, no prazo legal, há de se aplicar a pena demulta.

3. Por expressa disposição legal, para que seja aplicada penalidade ao beneficiário da propagandaeleitoral irregular é necessário que se demonstre seu prévio conhecimento (Ac. TRE 12.499 de 17.10.05).

Provimento parcial do recurso.

(TSE, RE nº 13.231, Ac. n.º 13.231, de 13.6.2006, Rel. Juiz Augustino Lima Chaves)

RECURSO ESPECIAL. Eleições 2004. Agravo Regimental. Propaganda eleitoral. Prévioconhecimento. Ausência.

Imposição de multa por propaganda eleitoral irregular requer seja demonstrado prévio conhecimentodo beneficiário.

Nega-se provimento a Agravo Regimental que não afasta os fundamentos da decisão impugnada.

(TSE, ARESPE n.º 24.943, Ac. n.º 24.943, de 7.2.2006, Rel. Min. Gomes de Barros)

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. Agravo Regimental. Agravo de Instrumento. Propaganda. Requisitos.Ausência.

A intimação para retirada de propaganda irregular pode ser validamente feita na pessoa do assessordo candidato.(TSE, EAAG n.º 5.215, Ac. n.º 5.215, de 6.10.2005, Rel. Min. Gomes de Barros)

AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO. PROPAGANDA IRREGULAR.INTIMAÇÃO PARA RETIRADA ANTES DA REPRESENTAÇÃO. NÃO-ATENDIMENTO PELODENUNCIADO. MANUTENÇÃO DA PROPAGANDA IRREGULAR CONSTATADA POR OFICIAL DEJUSTIÇA. FÉ PÚBLICA. PRECEDENTES. AUSÊNCIA DE FOTOGRAFIAS. POSSIBILIDADE. MULTA NOMÍNIMO LEGAL. PROPORCIONALIDADE.

1. A intimação do beneficiário da propaganda irregular para retirá-la caracteriza o prévio conhecimento,se não a retira, e autoriza a aplicação da multa. Precedentes.

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2. Presumem-se verdadeiras as certidões lançadas por serventuários da Justiça. Estas somentepodem ser contraditadas por meio de prova idônea em sentido contrário. Precedentes.

3. Não há previsão legal estabelecendo que apenas as fotografias do local provam a manutenção oua retirada da propaganda irregular, até porque elas por si sós não revelam a data em que foram realizadas.

Agravo a que se nega provimento.

(TSE, AAG n.º 5.628, Ac. n.º 5.628, de 1º.9.2005, Rel. Min. Gilmar Mendes)

AGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. Eleições 2004. Propaganda irregular.Recurso Especial. Matéria de fato. Reexame. Impossibilidade. Fundamentos da decisão agravada nãoinvalidados.

A permanência da propaganda irregular, quando devidamente intimado o responsável para sua retirada,acarreta a imposição de sanção pecuniária.

Nega-se provimento a agravo regimental que não ilide os fundamentos da decisão impugnada.

(TSE, AAG n.º 5.215, Ac. n.º 5.215, de 7.6.2005, Rel. Min. Gomes de Barros)

Recurso. Propaganda eleitoral irregular em bens de uso comum. Art. 37 da Lei n.º 9.504/97,c/c o art. 14 da Resolução TSE n.º 21.610/2004.

1 - Não configuração do prévio conhecimento previsto no art. 72 da Resolução TSE n.º 21.610/04,com a conseqüente isenção da multa cominada na 1ª instância.

2 - Decorridos mais de 30 (trinta) dias da realização do pleito, cabe à Justiça Comum apreciar asquestões porventura existentes acerca da permanência de propagandas eleitorais na cidade. Inteligênciado art. 85 da Resolução TSE n.º 21610/04.

(TRE-CE, RE n.º 12.910, Ac. n.º 12.910, de 23.5.2005, Rel.ª Des.ª Gizela Nunes da Costa)

AGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO ESPECIAL. ELEIÇÕES 2004.PROPAGANDA ELEITORAL EM POSTES DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA. PROIBIÇÃO (ART. 37 DA LEIN.º 9.504/97). PRÉVIO CONHECIMENTO. MULTA. APLICAÇÃO (ART. 72, PARÁGRAFO ÚNICO, DARES.-TSE N.º 21.610/2004). DISSÍDIO JURISPRUDENCIAL NÃO CONFIGURADO.

- Restando comprovada a responsabilidade do beneficiário pelas circunstâncias e peculiaridades docaso específico, a retirada imediata da propaganda irregular não é circunstância suficiente para elidir aaplicação da multa prevista no § 1º do art. 37 da Lei n.º 9.504/97.

- Para a configuração do dissídio, é necessário que haja similitude fática entre os julgados e que sejarealizado o cotejo analítico.

Agravo regimental a que se nega provimento.

(TSE, AAG n.º 5.371, Ac. n.º 5.371, de 3.2.2005, Rel. Min. Carlos Velloso)

RECURSO ELEITORAL. PROPAGANDA ELEITORAL IRREGULAR. VEÍCULOS. BENS PÚBLICOS.NOTIFICAÇÃO. RETIRADA. PRÉVIO CONHECIMENTO. INEXISTÊNCIA. MULTA AFASTADA. RECURSOPROVIDO.

1 - Quando não constatado o prévio conhecimento e sendo efetivada a retirada da propaganda eleitoralirregular, por força de notificação judicial, deve-se afastar a aplicação de multa aos responsáveis e/oubeneficiários.

2 - Precedentes do TSE e desta Corte.

3 - Recurso conhecido e provido.

(TRE-CE, RE n.º 13.075, Ac. n.º 13.075, de 6.12.2004, Rel. Juiz Celso Albuquerque Macedo)

1 - Recurso Eleitoral interposto contra decisão que acolheu representação por propaganda irregular,no caso pichação em bem de uso comum do povo (art. 14, RES.-TSE n.º 21.610/04).

2 - A retirada da propaganda irregular não afasta a aplicação da multa, se as circunstâncias e aspeculiaridades do caso concreto revelam a impossibilidade de o beneficiário não ter tido conhecimento da

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propaganda (parágrafo único, art. 72, RES.-TSE n.º 21.610/04). Aliás, segundo lição do TSE, a revogaçãode sua Súmula 17 deu-se a fim de que, excepcionalmente, seja admitido à Justiça Eleitoral impor a respectivasanção frente às circunstâncias do caso concreto, no qual haja indícios tais que seja impossível que obeneficiário não tivesse conhecimento da propaganda.

3 - Recurso improvido. Sentença confirmada.

(TRE-CE, RE n.º 12.734, Ac. n.º 12.734, de 20.10.2004, Rel. Juiz Francisco Roberto Machado)

1 - Recurso Eleitoral interposto contra decisão que acolheu representação por propaganda irregular,no caso a afixação de fotos de candidato a Prefeito em outdoors utilizados pelo Estado do Ceará paradivulgação de obra pública (art. 14, RES.-TSE n.º 21.610/04).

2 - Prévio conhecimento da propaganda irregular, antes da notificação judicial na representação,demonstrado pelo recebimento de recomendação para a retirada da propaganda irregular anteriormenteendereçada pelo Ministério Público Eleitoral e confessamente recebida pelo recorrente. Incidência do dispostono parágrafo único, parte final, do art. 72 da RES.-TSE n.º 21.610/04. Precedentes.

3 - Se o Ministério Público Eleitoral apresentou prova da responsabilidade ou do prévio conhecimentodo beneficiário, a retirada da propaganda não afasta a aplicação de multa, porque isto se insere no comandolegal contido no art. 37 da Lei das Eleições, que determina a restauração do bem. Precedentes do TSE.Recurso improvido. Sentença confirmada.

(TRE-CE, RE n.º 12.772, Ac. n.º 12.772, de 7.10.2004, Rel. Juiz Francisco Roberto Machado)

Propaganda eleitoral irregular. Caminhões. Coleta de lixo. Propriedade particular. Inscrições.Municipalidade. Serviço. Art. 37 da Lei n.º 9.504/97. Condenação. Multa. Prévio conhecimento. Indícios.Configuração.

1. A condenação por propaganda eleitoral irregular não pode ocorrer com base em mera presunção,mesmo após o cancelamento da Súmula n.º 17 deste Tribunal Superior. Precedentes.

2. Em regra, deverá estar provada a autoria da propaganda ou o prévio conhecimento do candidatopor ela beneficiado, a fim de que seja possível a imposição da penalidade prevista em lei.

3. Em face das circunstâncias deste caso, em que há indícios de que seja impossível que o beneficiárionão tivesse conhecimento da propaganda, é admitido, excepcionalmente, à Justiça Eleitoral impor a respectivasanção por presunção.

4. Veículo particular que esteja prestando serviço ao município não pode ostentar propaganda eleitoral.

5. A comprovada circulação de veículos em todo o município a fim de recolher lixo indica, no caso, oprévio conhecimento do candidato beneficiado pela propaganda eleitoral.

Recurso especial improvido.

(TSE, RESPE n.º 21.436, Ac. n.º 21.436, de 18.5.2004, Rel. Min. Fernando Neves)

Recurso especial. Violação ao art. 241 do Código Eleitoral.

Não-ocorrência.

Notificação ao diretório municipal de propaganda eleitoral referente à eleição estadual. Impossibilidade.

Na ausência de indicação de endereço no requerimento de registro, as notificações devem serencaminhadas ao órgão partidário requerente, de acordo com a eleição a ser realizada.

Recurso a que se nega provimento.

(TSE, RESPE n.º 21.422, Ac. n.º 21.422, de 4.5.2004, Rel. Min. Luiz Carlos Madeira)

Eleitoral. Propaganda irregular. Pichação de passeio público. Prévio conhecimento. Multa aplicadaindividualmente a cada responsável. Reexame de provas. Precedentes. 1. Possibilidade de aplicação demulta, por propaganda irregular, quando as evidências levam à conclusão de que houve o prévioconhecimento. 2. A pena de multa, pela propaganda em bem público, deve ser aplicada a cada um dosresponsáveis. 3. Não se confunde reexame de fatos com valoração de provas. Agravo regimental improvido.

(TSE, ARESPE n.º 19.697, Ac. n.º 19.697, de 7.8.2003, Rel. Min. Carlos Velloso)

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Representação. Propaganda eleitoral. Retirada de propaganda. Intimação. Fac-símile. N.º de telefonenão indicado pelo candidato. Irregularidade. Ofensa aos arts. 65 da Res./TSE n.º 20.988 e 5º daLei n.º 9.840/99.

1. A Res./TSE n.º 20.951 estabelece que os candidatos, os partidos e as coligações sejam,preferencialmente, intimados por intermédio de fac-símile ou correio eletrônico, o que objetiva impor maiorceleridade ao processamento dos feitos eleitorais, sendo este o motivo por que se exige no formulárioespecífico para registro que o candidato forneça o endereço eletrônico e o número de telefone em quedeseja receber eventuais intimações.

2. É irregular a intimação do candidato, para a retirada de propaganda, procedida por meio de fac-símile, na sede do partido político, sem que o número desse telefone tivesse sido indicado no pedido deregistro do candidato, não restando, portanto, configurado seu prévio conhecimento.

3. A intimação não pode mais ser encaminhada para a sede do partido político, mesmo sob o argumentode que esta é o domicílio eleitoral do candidato, em virtude da revogação do § 6º do art. 96 daLei n.º 9.504/97 pelo art. 5º da Lei n.º 9.840/99.

Recurso conhecido e provido.

(TSE, RESPE n.º 21.182, Ac. n.º 21.182, de 7.8.2003, Rel. Min. Fernando Neves)

Eleitoral. Agravo de instrumento. Embargos de declaração contra decisão monocrática. Recebimentocomo agravo regimental. Propaganda irregular. Prévio conhecimento. Notificação.

1. Embargos de declaração recebidos como agravo regimental. (Precedentes: Ac. n.º 4.004, rel. Min.Barros Monteiro, e Ac. n.º 21.168, rel. Min. Peçanha Martins.)

2. O conhecimento da irregularidade da propaganda não requer a intimação pessoal do candidato,podendo ser recebida por quem o represente. (Precedentes: Ac. n.º 21.030, rel.ª Min.ª Ellen Gracie, edespacho no REspe n.º 21.041, rel. Min. Sálvio de Figueiredo.)

Agravo regimental improvido.

(TSE, EAG n.º 4.125, Ac. n.º 4.125, de 24.6.2003, Rel. Min. Carlos Velloso)

Propaganda eleitoral irregular – Art. 37, caput, da Lei n.º 9.504/97.

Pleito municipal. Sendo a propaganda ostensiva, por meio de placas com porte e quantidadeconsideráveis, de confecção requintada, de evidente elaboração gráfica industrial, configura-se indício denotoriedade. Inaplicabilidade do enunciado n.º 17 da Súmula do TSE.

(TSE, RESPE n.º 19.600, Ac. n.º 19.600, de 16.4.2002, Rel. Min. Luiz Carlos Madeira)

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TABELA DE CLASSES

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TABELA DE CLASSES

SIGLA DESCRIÇÃOAAG Agravo Regimental em Agravo de InstrumentoAAR Agravo Regimental em Ação RescisóriaAC Ação CautelarAG Agravo de InstrumentoAMC Agravo Regimental em Medida CautelarAMS Agravo Regimental em Mandado de SegurançaAR Ação RescisóriaARCL Agravo Regimental em ReclamaçãoARESPE Agravo Regimental em Recurso Especial EleitoralARO Agravo Regimental em Recurso OrdinárioARP Agravo Regimental em RepresentaçãoCC Conflito de CompetênciaCME Consulta em Matéria EleitoralCTA ConsultaEAAG Embargos de Declaração em Agravo Regimental em Agravo de InstrumentoEAG Embargos de Declaração em Agravo de InstrumentoEARESPE Embargos de Declaração em Agravo Regimental em Recurso Especial EleitoralEARO Embargos de Declaração em Agravo Regimental em Recurso OrdinárioEERESPE Embargos de Declaração nos Embargos de Declaração em Recurso Especial EleitoralERESPE Embargos de Declaração em Recurso Especial EleitoralESC Expediente Sem ClassificaçãoHC Habeas Corpus

IJE Investigação Judicial EleitoralINST InstruçãoIP Inquérito PolicialMC Medida CautelarMS Mandado de SegurançaPA Processo AdministrativoPDR Pedido de Direito de RespostaPET PetiçãoQORESPE Questão de Ordem em Recurso Especial EleitoralRAIME Recurso em Ação de Impugnação de Mandato EletivoRC Recurso CriminalRCD Recurso Contra a DiplomaçãoRCED Recurso Contra Expedição de DiplomaRCL ReclamaçãoRCV Representação por Conduta Vedada aos Agentes PúblicosRDE Recurso em Domicílio EleitoralRE Recurso EleitoralRECL ReclamaçãoREP RepresentaçãoRESPE Recurso Especial EleitoralRFP Recurso em Filiação PartidáriaRGC Registro de CandidatoRHC Recurso em Habeas Corpus

RIJE Recurso em Investigação Judicial EleitoralRMS Recurso em Mandado de SegurançaRO Recurso OrdinárioRP RepresentaçãoRRC Recurso em Registro de CandidatoRRCIS Recurso em Representação por Captação Ilícita de SufrágioRRCV Recurso em Representação por Conduta Vedada aos Agentes Públicos

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Este livro foi composto na fonte Arial, corpo 10, Times New Roman, corpo 10 e Mirror, corpos 18 e 24 .O miolo foi impresso em papel reciclado 75g/m2 e, a capa, em papel 240g/m2. Impresso pela Gráfica e EditoraPouchain Ramos Ltda e editado pelo Tribunal Regional Eleitoral do Ceará em agosto de 2008.