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Aprendendo a fazer Sushi Por Tatiana Sakamoto Introdução O que me motivou a querer aprender a fazer sushi foi o fato de não saber como preparar comidas típicas, apesar de ser descendente de uma família japonesa. Sempre vi minhas tias e mesmo minha mãe preparando sushis diversos em datas festivas, aniversários e eventos tradicionais dentro de minha família. No entanto, acredito que pelo simples fato de ser uma prática recorrente para os adultos da minha família, nunca me interessei pela realização e participação. Ficava sempre na posição de observadora e degustadora, bem como o resto dos meus primos. A verdade é que meu interesse pelo sushi aumentou após a minha saída de casa. Sendo estudante da Unicamp e, por isso, não residindo mais em São Paulo e nem retornando sempre para lá, acabei criando uma certa nostalgia das regalias que possuía em casa. Apesar de me esforçar para participar dos eventos importantes dentro da minha família, como as missas budistas seguidas de chá e pratos típicos (sushis inclusos), já não saio para jantar comida japonesa com meu pai com tanta freqüência e tais mudanças no hábito fizeram com que eu consumisse bem menos sushis. Na escolha da culinária japonesa ainda pesou o fato do sushi não ser um prato muito pesado, nem gorduroso, principalmente pelo fato de ser uma comida mais leve e até light, dependendo dos ingredientes selecionados para o recheio. Durante o processo, no entanto, devo admitir que deixei de lado a questão de ser um prato light e procurei ingredientes que seriam mais saborosos a todos e, ao mesmo tempo, mais econômicos e fáceis de serem encontrados. Em diversos momentos durante o curso, pude avaliar quais são as minhas preferências de aprendizagem e tirar algumas conclusões conflitantes acerca delas. O projeto de sushi ajudou-me a verificar quais delas eram compatíveis numa situação em que exigia muita prática. Durante o curso, a realização dos testes propostos pelo professor revelou que sou uma pessoa com tendência ao verbal e que meu pensamento é seqüencial. Isso quer dizer que sou uma pessoa que pensa e se expressa melhor por meio de textos e que estes estão diretamente ligados ao modo como aprendo. Por exemplo, durante a aula prefiro prestar atenção à aula escrevendo o que o professor diz, para formular em minha própria cabeça, com minhas palavras, o que foi dito por ele. Apesar disso, sou uma pessoa com tendência ao visual, uma vez que vivo e estudo num meio em que o visual é ainda muito importante e significativo: compreender o significado subjacente aos signos visuais é tão importante quanto entender os signos lingüísticos dentro do curso de Midialogia. Com relação ao pensamento seqüencial posso afirmar que meu modo de pensar é guiado pelos detalhes. Primeiro observo as partes e depois tento compreender o todo. Por outro lado, também por meio da observação consigo tecer contextos que me identificam como uma pessoa de pensamento global. Com todos esses dados é possível inferir que sou uma pessoa moderada no que se diz respeito a minha preferência de aprendizagem. Isso permite que eu me adeqüe a diferentes situações de ensino, tendendo a determinado modo de acordo com a situação, fato que será observado durante a produção deste projeto. 1

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Aprendendo a fazer SushiPor Tatiana Sakamoto

Introdução

O que me motivou a querer aprender a fazer sushi foi o fato de não saber como preparar comidas típicas, apesar de ser descendente de uma família japonesa. Sempre vi minhas tias e mesmo minha mãe preparando sushis diversos em datas festivas, aniversários e eventos tradicionais dentro de minha família. No entanto, acredito que pelo simples fato de ser uma prática recorrente para os adultos da minha família, nunca me interessei pela realização e participação. Ficava sempre na posição de observadora e degustadora, bem como o resto dos meus primos.

A verdade é que meu interesse pelo sushi aumentou após a minha saída de casa. Sendo estudante da Unicamp e, por isso, não residindo mais em São Paulo e nem retornando sempre para lá, acabei criando uma certa nostalgia das regalias que possuía em casa. Apesar de me esforçar para participar dos eventos importantes dentro da minha família, como as missas budistas seguidas de chá e pratos típicos (sushis inclusos), já não saio para jantar comida japonesa com meu pai com tanta freqüência e tais mudanças no hábito fizeram com que eu consumisse bem menos sushis.

Na escolha da culinária japonesa ainda pesou o fato do sushi não ser um prato muito pesado, nem gorduroso, principalmente pelo fato de ser uma comida mais leve e até light, dependendo dos ingredientes selecionados para o recheio. Durante o processo, no entanto, devo admitir que deixei de lado a questão de ser um prato light e procurei ingredientes que seriam mais saborosos a todos e, ao mesmo tempo, mais econômicos e fáceis de serem encontrados.

Em diversos momentos durante o curso, pude avaliar quais são as minhas preferências de aprendizagem e tirar algumas conclusões conflitantes acerca delas. O projeto de sushi ajudou-me a verificar quais delas eram compatíveis numa situação em que exigia muita prática.

Durante o curso, a realização dos testes propostos pelo professor revelou que sou uma pessoa com tendência ao verbal e que meu pensamento é seqüencial. Isso quer dizer que sou uma pessoa que pensa e se expressa melhor por meio de textos e que estes estão diretamente ligados ao modo como aprendo. Por exemplo, durante a aula prefiro prestar atenção à aula escrevendo o que o professor diz, para formular em minha própria cabeça, com minhas palavras, o que foi dito por ele. Apesar disso, sou uma pessoa com tendência ao visual, uma vez que vivo e estudo num meio em que o visual é ainda muito importante e significativo: compreender o significado subjacente aos signos visuais é tão importante quanto entender os signos lingüísticos dentro do curso de Midialogia.

Com relação ao pensamento seqüencial posso afirmar que meu modo de pensar é guiado pelos detalhes. Primeiro observo as partes e depois tento compreender o todo. Por outro lado, também por meio da observação consigo tecer contextos que me identificam como uma pessoa de pensamento global. Com todos esses dados é possível inferir que sou uma pessoa moderada no que se diz respeito a minha preferência de aprendizagem. Isso permite que eu me adeqüe a diferentes situações de ensino, tendendo a determinado modo de acordo com a situação, fato que será observado durante a produção deste projeto.

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Objetivo

O objetivo geral do meu projeto é fazer sushi e preparar um almoço oriental para as pessoas da sala e professores. O tipo de sushi a ser realizado, bem como as especificidades do preparo do sushi, entram como objetivo específico do projeto cuja necessidade fui percebendo de acordo com andamento do projeto. Propus a mim mesma aprender dois tipos distintos de sushi: Hossomaki (Hosso = fino; um tipo de sushi pequeno que contém um só tipo de recheio; pode ser recheado de diversos tipos de peixe ou então de pepino - Kappamaki) e Uramaki (Ura = contrário; sushi enrolado ao avesso, composto por diversos ingredientes, o mais famoso exemplar é o California Roll). Para tal tarefa, no entanto, adotei como critério de seleção do recheio questões econômicas, bem como acessibilidade aos produtos necessários para o preparo em nossa região. Como desdobramento do projeto, percebi que outros objetivos específicos seriam aprender a preparar e temperar o arroz, aprender a cortar o peixe para o recheio, realizar um vídeo com um expert fazendo sushi e, também, aprender boas maneiras à mesa japonesa.

Metodologia

Para iniciar minha pesquisa, optei pelo método de pesquisa que envolvia tecnologia mais óbvia: a Internet. Busquei receitas de sushis em diversos sites e encontrei muitas que continham informações semelhantes, mas que diferiam em alguns detalhes. Os sites encontrados foram:http://www.cozinhajaponesa.com.br/premiacoes.asphttp://www.noticiasdobrasil.com.br/sushipreparo.htmhttp://culinaria.terra.com.br/receita/0,4567,OI16702-EI36,00.htmlDos quais retirei duas receitas que usei de maneira conjunta, ou seja, misturando dicas de ambas as receitas. Ainda na Internet, recebi a dica de Pedro Ivo de Almeida, acerca de vídeos que mostravam como fazer sushi. Os endereços são:http://japanesefood.about.com/gi/dynamic/offsite.htm?zi=1/XJ&sdn=japanesefood&zu=http%3A%2F%2Fwww.eatsushi.com%2Fdemos.asphttp://japanesefood.about.com/od/sushiroll/r/cucumberroll.htmO primeiro aborda a feitura do uramaki e o segundo de um hossomaki de pepino (kappamaki). Os vídeos em inglês e sem legendas foram extremamente interessantes, no entanto apesar da qualidade ser boa, o tamanho do vídeo (muito pequeno) não permitia que eu observasse com precisão os rápidos movimentos que o sushiman realizava. Portanto, o vídeo não representou grande ajuda dentro do projeto.

A primeira fase do projeto limitou-se a descobrir o que seria necessário para a realização do sushi e foi feita basicamente pela pesquisa na Internet. Após esta fase, decidi pesquisar os ingredientes e selecionar aqueles que eram os mais indicados e também os que forneciam o melhor custo-benefício. Isso porque na Internet, apesar de ser indicado o preparo, não havia nenhuma informação acerca de marcas utilizadas comumente. Para tal tarefa, falei com minha mãe e também com um sushiman que me indicou os ingredientes. Em ambos os casos fui até as pessoas em questão, expus minhas dúvidas e elas prontamente as esclareceram.

Na fase seguinte, mais prática do que propriamente de busca e pesquisa, foi dedicada a descobrir como realizar atividades que não haviam sido bem sucedidas após a primeira tentativa de realização do sushi. Conversando com meu pai sobre o meu projeto

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em aprender sushi, ele decidiu me levar a um restaurante que costumamos ir em São Paulo, cujos donos conhece há algum tempo. O sushiman que lá trabalhava (Uilliam Goya) foi atencioso, dando-me diversas dicas sobre o preparo do arroz, bem como mostrou-me as técnicas de preparo do sushi. Pude reportar essa experiência por meio de um vídeo que realizei sob a permissão do dono do restaurante (Kenji Kurimoto).

Com relação às boas maneiras à mesa, retomei a minha pesquisa na Internet. Devo admitir que em diversos momentos me senti tentada a recorrer a livros de culinária japonesa, que me pareciam bem mais fiéis e confiáveis do que sites de Internet para a receita de um prato tão sofisticado. No entanto, segundo o professor, livros são tecnologias muito obsoletas em comparação a um site. A bem da verdade, devemos concordar, no entanto, a fidelidade de um livro ainda me parece bastante apelativa. No final, não utilizei livro algum para a pesquisa, baseando-me apenas em depoimentos presenciais e receitas tiradas da Internet para realizar todo o meu projeto.

Resultado

Antes de apresentar o produto final (almoço na chácara do professor Hermes), realizei dois testes para realizar o sushi. Aqui descreverei como procedi até que os testes fossem realizados. O primeiro teste foi realizado em conjunto com Alice Dalgalarrondo, que também tinha como projeto a realização de sushis e o segundo foi realizado individualmente.Além disso, descreverei como se deu processo até que eu chegasse a realizar o sushi.

Fim-de-semana do dia 10/09/06Retornei a São Paulo e discuti com minha mãe acerca da realização do projeto. Pedi que me indicasse quais tias poderiam me auxiliar na realização do sushi e se ela, na próxima oportunidade, poderia perguntar-lhes se não poderiam me ajudar na empreitada. Ela afirmou que não haveria necessidade de recorrer a elas, que ela daria conta do recado sozinha. Deu-me dica de ingredientes que seguem descritos abaixo:- Arroz nacional da marca Guin-Tempero pronto para Sushi SushiNoKo-Nori, alga temperada de marca japonesa (qualquer uma, desde que fosse japonesa ou oriental, nunca nacional)Naquele mesmo fim-de-semana, fui ao bairro oriental da Liberdade, localizado no centro velho de São Paulo e realizei a compra do material indicado. Decidi ir lá, pois estão concentradas diversas lojas de produtos japoneses, onde, por este motivo, poderia encontrar tais produtos mais em conta.

Semana do dia 18/09Reformulei meu projeto inicial escrevendo-o de maneira mais individual, a pedido do professor. Acreditei que seria mais interessante escrevê-lo em dupla como havia feito antes. Conversei com Alice sobre o jantar* e descobri que teríamos mais um integrante: Pedro Ivo e seu yakissoba. Sugeri à Alice que déssemos souvenires no jantar, algo oriental, que representasse o jantar. Por exemplo, uma molheira de shoyu (molho de soja). Ficou acertado que eu pesquisaria preços na semana seguinte e que faríamos o orçamento do jantar. Ela traria seus instrumentos de sushi, que haviam ficado em Bragança.

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Fim-de-semana do dia 24/09Retornei a São Paulo com o único intuito de pesquisar os preços dos produtos. Devido a imprevistos, só tive uma hora e meia para realizar toda a pesquisa de preço, que admito ficou um pouco falha, sobre diversos produtos.

Arroz Nacional Kg PreçoGuin (curto) 5 11,30Guin (longo) 5 9,50Guin (Prata) 5 10,80

Momiji 5 9,50Yanagi 5 8,80

Arroz Californiano Kg PreçoNishiki 5 26,00Akita Komachi 5 42,00Koshishikari 6,8 54,00

Sakê L Preço

Sawanotsuru 1,8 63,60Hana no Tomo 1,8 52,00Jyosenfuki 1,8 52,00Takashimizu 1,8 56,40HakushikanaDajikoni 1,8 58,50

Waribashi (Pauzinhos)

Preço

Pacote c/ 50(Madeira)

2,40

Pacote c/ 30 (Bambu)

3,00

Pacote c/ 50(Madeira) – marca Yano

3,80

Nori (Alga) g PreçoSushi Nori 100 25,00Yukinori Yellow 100 27,00Yakisushi Nori Yamamotoyama

100 23,00

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Sukina 120 20,40Nori Seiwa Edomae

20 3,50

Yakisushi Nori 20 3,50

Shoyu mL PreçoPremium (Sakura)

1000 5,80

Premium (Sakura)

500 5,50

Tradicional (Sakura)

1000 5,20

Tradicional (Sakura)

500 4,20

Genen (Importado)

1000 15,00

Os preços acima foram obtidos no maior estabelecimento da região. Um fato importante a ser levado em consideração é que a loja em que fui é ao mesmo tempo uma importadora de produtos orientais, portanto, acredito que seus preços sejam mais em conta. Conferi os preços dos mesmos produtos numa loja vizinha, mas pude perceber que os preços eram ora mais caros, ora os mesmos. Acredito que o fato de serem do mesmo fornecedor influi nessa constatação. Acredito que esta pesquisa preliminar possui diversas falhas, que procurarei suprimir no próximo fim-de-semana, realizando uma operação pente-fino de maneira mais calma. Percebi que não tenho conhecimento suficiente com relação as melhores marcas de arroz, shoyu e mesmo de Nori. Acredito que ainda devo conversar com alguém que possua o conhecimento para me indicar qual será o melhor produto custo-benefício. Além de ter ido à Liberdade, resolvi dar uma olhada em alguns livros de culinária sobre Sushi na Livraria Cultura do Conjunto Nacional, na Avenida Paulista. Vi diversos livros, mas todos eram muito caros. Abordavam a culinária oriental, ou especificamente sushi. No segundo caso, encontrei um exemplar muito simplista, sem fotos ou ilustrações de como fazer os sushis, mas que continha um CD com músicas orientais por 50,00 Reais, mais ou menos. Ele não agradou muito por não ser prático. O segundo livro que vi, indicado pela vendedora, também sobre sushis, abordava de maneira bem ampla e didática a feitura do sushi. Continha fotos bem feitas do passo-a-passo de diversos sushis, uma seção explicando cada tipo de peixe da culinária japonesa, como eram utilizados e o modo de corte. Além disso, havia uma seção apenas dos utensílios utilizados na culinária, bem como inúmeras fotos de sushis que nunca pensei existir (por exemplo, sushis quadrados?!).Enfim, conformei-me que não era, realmente, um boa opção apelar para uma tecnologia tão obsoleta quanto o livro – apesar de ter ficado extremamente tentada a adquirir aquela bíblia do sushi – resignei-me e retornei para casa.

Até este momento, havia dado os primeiros passos na pesquisa de campo, o que me fez deparar com as primeiras questões suscitadas pela minha falta de conhecimento no

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assunto. Pretendi continuar a minha pesquisa de preços, porém, acreditei que precisava falar com algum conhecedor de sushi, tal como um sushiman. Estava sentindo grande necessidade de realizar o primeiro teste com sushi, mas ainda não sabia se estava preparada para isso.Não tive oportunidade de reportar fotograficamente a minha ida a ambos os lugares mencionados acima, porém, neste fim-de-semana. Pretendi fotografar o local com alguém no dia seguinte, mas acabei não realizando tal tarefa neste fim-de-semana.

Fim de semana do dia 08/10/06Alice e eu marcamos de fazer o sushi no domingo. Ela decidiu fazer o niguiri-sushi e eu o hossomaki, ambas receitas mais fáceis de serem realizadas. Eu havia trazido de São Paulo o arroz da marca Yanagi (nacional) – fig.1, o tempero pronto para sushi sushinoko – fig.2 - e a panela elétrica de arroz – fig.3.

Fig.1 Fig.2 Fig.3

Alice trouxe o vinagre de arroz – fig. 4, o sakê – fig. 5, a esteirinha de sushi – Fig. 6, uma faca, o salmão, uma tábua de madeira e diversas receitas de preparo de arroz impressas da Internet – Fig.7. Eu acabei utilizando a esteirinha da Alice e a tábua serviu para esfriar o arroz.

Fig.4 Fig.5 Fig.6 Fig.7

Decidimos realizar duas receitas diferentes, já que dispúnhamos de dois métodos diferentes à mão:

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∙Alice: cozinhou o arroz no fogão, em panela normal, seguindo as diretrizes da receita que havia achado na Internet (Sakê e vinagre de arroz).∙Eu: decidi utilizar a panela elétrica e o tempero sushinoko.

Processo de feitura:

Fig. 8: Eu colocando arroz na panela

Etapa 1: duas medidas de arroz, no copo da panela elétrica. 400gr de arroz para cada receita.

Fig. 9: Eu e Alice lavando o arrozEtapa 2: Lavar o arroz três vezes (ou até a água se tornar clara).

Fig. 10: A medida correspondente de arroz e água, na panela elétrica.

Etapa 3: Colocar o dobro de água na panela ou colocar a água correspondente a marca (panela elétrica).

Figs. 11, 12, 13: O tempo inical; o tempo final da panela que foi no fogão e tempo final da panela elétrica.Etapa 4: Cozimento. Cronometrei o tempo de cozimento das duas receitas. Ambas ficaram prontas quase no mesmo momento (panela elétrica 16:00~16:15 e panela convencional 16:02~16:14). A panela de arroz tem tempo de cozimento medido automaticamente, quando o arroz está pronto, a luz vermelha apaga e a luz laranja se acende, indicando o término do cozimento. No caso de Alice, ela observou o momento em que a água abaixou.

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Figs. 14, 15 ,16 : A medida de vinagre de arroz; Alice despejando na panela; Alice despejando o conteúdo medido de sakê, na mesma panela.Etapa 5: Preparo do tempero de arroz segundo receita da Internet. Alice preparou a receita enquanto o arroz ficava pronto. Ajudei-a tirando fotos do procedimento.

Figs 17, 18, 19: Alice tempera com SushiNoKo o arroz; os dois arroz divididos na tábua e o arroz de Alice sendo temperado.Etapa 6: Temperar as duas receitas de arroz. A primeira figura mostra Alice me ajudando a temperar o arroz com o pó de sushinoko. Enquanto eu misturava o arroz, ela despejava o conteúdo indicado na embalagem (1 colher de sopa). O Arroz tinha sido deixado tampado dentro da panela elétrica para que não perdesse umidade. A figura seguinte mostra Alice temperando seu arroz com o molho efetuado na etapa anterior. O molho foi despejado por cima do arroz e misturado com uma faca, como podemos ver na figura seguinte. Sugeri etiquetar cada arroz para não nos confundirmos.

Figs.: 20, 21, 22, 23: Alice tenta cortar o peixe desajeitadamente; Tiago Foá mostra como cortar o peixe em duas fotos; Alice tenta imitar o que Tiago mostrou.Etapa 7: Retirada da pele do peixe. Alice encontrou dificuldades na hora de retirar a pele do peixe, que não se “destacava” facilmente do filé. Resolvemos chamar uma pessoa que soubesse como realizar a operação (Tiago Foá), para ensinar. Após entender como é feito o processo, Alice terminou a operação com relativo sucesso. Mesmo após as instruções, a pele do peixe não foi retirada perfeitamente, tendo ficado algumas partes do filé grudadas na pele.

Figs.: 24, 25, 26: Alice retira o espinho do peixe; corta o peixe em pedaços de dois dedos de altura.

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Figs. 27, 28: Alice mostra que o corte possui quatro dedos de largura, como é necessário; Alice corta fatias finas dos pedaços cortados anteriormente.Etapa 8: Corte do peixe. O corte do peixe foi outro imprevisto que não havíamos previsto. Apesar das receitas de Alice, não conseguíamos visualizar como deveria ser realizado o corte. Debati com ela sobre o sentido da fibra, o sentido do corte, o tamanho do corte, o formato do corte, a espessura do corte, bem como vimos fotos de sashimis de salmão para perceber como o corte havia sido feito, em relação às fibras. Após alguns minutos, decidimos cortar como havíamos entendido as instruções. O pedaço correspondente ao meu sushi, pedi à Alice que cortasse comprido e quadrado. Percebemos que faltou uma faca de corte bem afiado, uma faca apropriada para o corte de sashimi.

Figs. 29, 30, 31,32: Alice fazendo o sushi (29 e 30); os dois tipos de sushi prontos, a figura 31 mostra o sushi com vinagre e sakê e a 32 mostra sushi feito com arroz temperado com SushiNoKo.

Figs. 33, 34, 35: Tati espalhando o arroz pelo nori; o peixe colocado no meio; Tati reparando o erro.

Figs. 36,37, 38, 39: Tati retirando o excesso de arroz colocado; o arroz colocado em excesso transbordando; Tati tentando enrolar o sushi em duas etapas distintas.

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Fig. 40: O de cima foi o que deu errado, o de baixo, o segundo, o bem sucedido.

Etapa 9: Feitura dos respectivos sushis. Alice utilizou as duas receitas de arroz distintas para fazer o sushi. Colocamos cada uma em partes diferentes da travessa e nomeamos com etiquetas. O meu intuito era fazer o mesmo, mas acabei me atrapalhando na hora de separar os sushis respectivos e todos acabaram ficando um tanto “iguais”. Além disso, na primeira vez em que fiz o hossomaki, esqueci de deixar o espaço livre de arroz no nori (alga), o que causou o excesso de arroz mostrado na figura acima. Não havia como “fechar” o sushi. A segunda vez, no entanto, saiu melhor do que a primeira, como podemos ver acima. Eu acabei não seguindo receita alguma de como realizar o hossomaki, no final das contas, acabei realizando o sushi por tentativa e erro. Havia assistido antes um vídeo de como realizar o uramaki e observei que o sushiman deixava um espaço livre, onde deveria realizar o “fecho” do sushi. Eu e Alice chegamos à conclusão de que é preciso molhar muitas vezes as mãos para que o Arroz não grude.

Figs. 41, 42, 43: Os sushis de Tati e Alice prontos; Alice e Tati degustando os sushis sem shoyu; Cibelle, Lidya, Tiago e Tati comendo sushi.Etapa final: Degustação. Primeiramente, sugeri à Alice que degustássemos os sushis sem shoyu, a fim de sentir melhor o sabor do arroz. Ela concordou e chegamos à conclusão de que:

1. Ambas receitas estavam com o sabor fraco.2. A minha receita de tempero além de fraca, deixou o arroz mais seco.3. A receita da Alice, segundo a minha opinião, estava com um cheiro diferente do

esperado (mais amarga).Após a nossa degustação, chamamos as pessoas que se encontravam na casa para ajudar na degustação. Todos afirmaram que estava muito bom. (Pessoas presentes: Cibelle Andrade, Lidya Maria Costa dos Santos e Tiago Foá) Considerações finais deste fim-de-semana:Durante o processo de feitura do sushi, percebi que sou muito intuitiva. Lembro-me de como são os sushis e busco um meio de deixá-los semelhantes, tentando reproduzir um resultado por meio de um processo que crio. De certa maneira, também uso minha memória visual para tal. Exemplo disso é o corte do peixe. Não sabíamos como é que se deve cortar o peixe, mas busquei efetuá-lo de modo a deixar o resultado semelhante. Por isso, acredito que utilizo muitos métodos de tentativa e erro e a intuição. Como já havia discutido em sala e mesmo em relatórios anteriores, eu prefiro aprender por mim mesma como fazer, inventar um modo para fazer. Apesar disso, descobri que é legal seguir receitas e que isso

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poupa bastante tempo. Senti que muitas vezes é melhor ter diretrizes a serem seguidas e não só se basear em algo que vem do nada, porque ás vezes o nada fica só nisso mesmo.Em alguns momentos, levei em consideração as “dicas” que minha mãe havia me dado em São Paulo. Ela havia me falado sobre alguns aspectos da faca, que deveria estar umedecida em vinagre para cortar o sushi (objetivo: fazer a faca deslizar pelo sushi). Parte do meu método de aprendizado que está sendo aplicado no projeto, é ouvir alguém que eu acredito que saiba fazer. Percebi que sou bastante persistente na busca da perfeição e que erros não são facilmente tolerados por mim.

Fim-de-semana do dia 28/10/06No Sábado à noite, meu pai conseguiu marcar com o dono do restaurante japonês, Kenji Kurimoto, uma conversa e possível filmagem de um profissional preparando sushi. Conversei com Kenji sobre o projeto e no que ele consistia e ele autorizou a filmagem. O sushiman Uillian Goya permitiu sua filmagem e me explicou durante a filmagem, como proceder no preparo do peixe e o manuseio do arroz. As explicações foram muito úteis, tendo excedido as minhas expectativas de aprendizagem, uma vez que quando não sabia algo e perguntava aos amigos, acabava aprendendo apenas o básico, sem entender muita coisa. Desta vez, talvez pelo fato de eu já possuir um conhecimento prévio, as explicações puderam ser aproveitadas em grande parte. Além disso, pude comprovar minha característica de ser intuitiva e pensamento seqüencial, uma vez que observei diversoso detalhes da explicação e do método utilizado pelo sushiman no corte meticuloso do peixe (por vezes até mesmo esquecendo que filmava a operação). Os vídeos serão anexados a este trabalho.No Domingo, fui tirar foto da Liberdade, onde realizei minha pesquisa de campo de ingredientes a serem comprados.Mais tarde neste dia, realizei a pesquisa de boas maneiras na Internet (http://japanesefood.about.com/od/tablemanners/), tendo redigido um artigo sobre isso e enviado ao Teleduc.

Dia 14/11/2006: último teste antes do Almoço OrientalNuma terça-feira á noite, resolvi realizar pela última vez, o teste do suhsi, uma vez

que já havia acumulado conhecimento considerável sobre o preparo dos ingredientes (corte do peixe e preparo do skin = pele do salmão frita) com o sushiman Uillian Goya, no restaurante Shinsei em São Paulo. Não só os vídeos efetuados na noite em que fui lá foram úteis neste dia, mas também a receita de arroz que havia achado na Internet foram muito úteis para o preparo do arroz. Neste dia, acreditei que não precisava mais reportar todo o processo de feitura do sushi e me limitei à concentração do que deveria ser feito de acordo com o que tinha aprendido pela observação presencial do sushiman. Após quase três horas cozinhando, consegui realizar alguns hossomakis de salmão e uramakis de skin de salmão (vide figura abaixo).

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Fig. 44: Hossomaki de Salmão e Uramaki Skin feitos no segundo teste.

As pessoas presentes (Mariana Pena Kinoshita, Tiago Foá, Lidya Maria Costa dos Santos e Gustavo Hiroyuki de Almeida) afirmaram que desta vez havia ficado melhor do que a anterior e que o uramaki de skin era muito bom. Na minha opinião, desta vez, seguindo a receita encontrada na Internet, o arroz havia ficado mais bem temperado e molhado (em oposição ao arroz seco e sem brilho da outra vez). Acreditei que estava preparada para fazer o almoço. Dia 22/11/06: Almoço na Chácara do Professor Hermes

No dia da apresentação do projeto acordei cedo e fui com Mariana Whitaker comprar peixe fresco para o sushi no Hipermercado Big. Chegamos atrasadas (10:20) e desde então, não parei de fazer o sushi até que ele estivesse pronto, o que apenas ocorreu ás duas e meia da tarde. Tive alguma dificuldade em cortar o peixe devido às facas pouco afiadas, no entanto, com a ajuda do Professor José Armando Valente, que sempre amolava as facas para mim, consegui cortar o peixe e também separar a pele para preparar o skin.Outra pessoa que me ajudou no processo foi o meu colega de sala, Gustavo Hiroyuki de Almeida que me ajudou a fritar o skin, uma vez que ou eu fritava ou preparava os outros sushis. Outras pessoas que ajudaram durante o processo foram Mariana Whitaker, mais uma vez, e Élcio Faria Ribeiro que filmaram a feitura do sushi, enquanto minha mão estava suja de arroz ou molhada de peixe. O saldo do almoço foi que as pessoas que nunca haviam comido comida japonesa não gostaram muito, achando ora estranho, ora gorduroso (devido à presença de peixe frito e pelo fato do salmão ser um peixe gorduroso). No entanto, recebi diversos elogios e ao perguntar para as pessoas se elas haviam gostado, a resposta na maioria das vezes era positiva e elogiosa.Aqui seguem uma foto de um dos pratos que fizemos e eu e Alice com nosso produto de aprendizagem.

Figs. 45, 46: O prato de sushi feito por mim e por Alice; eu e Alice posando com nosso produto final.

Conclusão

Na minha opinião, meus objetivos foram atingidos com excelência, até mesmo excedendo o que era esperado de mim com relação ao preparo do sushi, uma vez que aprendi não só a fazer o meu sushi, mas também de minha “parceira” de projeto. Além disso, aprendi a cortar o peixe corretamente e a temperar o arroz satisfatoriamente. Acredito

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que tenha muito que aprender com relação a diversos aspectos do preparo do sushi, principalmente com relação ao preparo do arroz, que está aquém do que eu espero. Acredito que a melhoria só venha com a prática, como me afirmou o sushiman, que tempera arroz a olho e não possui uma receita específica. A curto prazo, não pretendo realizar sushi tão rápido, mas acredito que isso será cobrado de mim pelos meus parentes, logo, será mais uma oportunidade de pôr em prática tal experiência “purificadora” de tão extenuante!

Com relação às preferências de aprendizagem posso concluir que apesar de ser bastante intuitiva quanto ao que devo fazer, por ora devo seguir diretrizes, como uma receita, para que possa ter segurança suficiente para iniciar o projeto. Dado esta primeira visão global do que deve ser feito para se atingir o objetivo, acredito que comece a realizar inovações e, portanto, minha criatividade em pequenas etapas (seqüências), que começo a entender apenas quando estou de fato praticando. Apesar de cotidianamente não ter que lidar com atividades tão práticas quanto fazer sushi, acredito que a experimentação (por tentativa e erro) reflexo da criatividade, contribui muito para que meus experimentos sejam bem sucedidos. Percebi que sou bastante dependente de opiniões de pessoas que acredito saberem mais do que eu em determinados assuntos e que sou descrente quando tais opiniões são tecidas por pessoas sem tal conhecimento anterior.

Fontes:About: japanese Cusine - acessos em 28.out.06http://japanesefood.about.com/od/tablemanners/Japanese_Table_Manners.htm http://japanesefood.about.com/gi/dynamic/offsite.htm?zi=1/XJ&sdn=japanesefood&zu=http%3A%2F%2Fwww.eatsushi.com%2Fdemos.asphttp://japanesefood.about.com/od/sushiroll/r/cucumberroll.htmCozinha Japonesa – acessos em 01.out.06http://www.cozinhajaponesa.com.br/premiacoes.asp - visitado em 01.out.06Notícias do Brasil - acessos em 01.out.06http://www.noticiasdobrasil.com.br/sushipreparo.htmTerra/Culinária – acessos em 01.out.06http://culinaria.terra.com.br/receita/0,4567,OI16702-EI36,00.html

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