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31/10/2016 "Aqui estamos seguros e abrigados. Confiamos na Igreja" Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro ArqRio http://arqrio.org/noticias/detalhes/2020/aquiestamosseguroseabrigadosconfiamosnaigreja 1/3 Compartilhe Tweetar 1 Imprimir Relatar erro 04/05/2014 09:41 Atualizado em 04/05/2014 10:09 Por: Andréia Gripp e Fabíola Goulart "Aqui estamos seguros e abrigados. Confiamos na Igreja" 0 “A atuação da Igreja tem sido maravilhosa. A Igreja está ajudando muito a gente, está fazendo o que o poder público não fez. Desejo muita força para os padres, para que eles possam também nos transmitir muita força, para que possamos conseguir a nossa casa”. Assim, Sueli Regina Moraes da Silva, de 48 anos, descreveu seu sentimento ao chegar ontem, dia 3 de maio, na Paróquia Nossa Senhora do Loreto, na Ilha do Governador. Doente renal, Sueli faz hemodiálise três vezes por semana. “Na Catedral não estávamos bem alojados. Pegamos chuva. O médico disse para mim que seu eu continuasse ali poderia ter uma crise e teria que ser internada. Fiquei com muito medo de passar mal lá, pelas condições em que estávamos”, contou. Mãe de duas meninas, uma de 12 e outra de 17 anos, ela afirmou que seu maior medo é morrer e deixar as filhas desamparadas, sem uma casa para morar. Além de Sueli, no grupo de cerca de 150 pessoas, há muitas crianças, mulheres grávidas, idosos e até cadeirantes. A estrutura oferecida na Ilha do Governador oferece mais condições de acolhimento às famílias. O espaço é amplo, coberto e possui banheiros com chuveiro elétrico, o que foi muito comemorado por todos. “A Igreja nos trouxe para essa paróquia para nos preservar. Na Catedral não tínhamos essa estrutura. O banho era frio, muito frio. Gostei desse lugar. Aqui estamos abrigados do sol, da chuva e do frio. E a Igreja não tinha nenhuma obrigação de ajudar a gente, quem tinha que nos ajudar, pensar no nosso bem estar, era o governo. Mas desde o primeiro momento a Igreja nos ajudou, acolheu, deu alimentação. Graças a Igreja em nenhum momento sofremos violência nesses últimos dias. Na Telerj a gente foi desrespeitado. Sofremos violênica. Na Catedral não. Os padres não deixaram isso acontecer. Houve padres que dormiram com a gente”, contou Daniele Costa da Silva, que está no abrigo junto com a filha de oito anos. Ela conta o porque da resistência do grupo em ir para um abrigo oferecido pela prefeitura: “Ir para um abrigo da prefeitura não resolveria nosso problema. Temos medo de sermos esquecidos lá. Além disso, nesses abrigos tem gente com todo tipo de problema. Tem pessoas com dependência química. Tive medo. Tenho uma filha de oito anos. E se ela fosse abusada lá? Quem nos defenderia? Aqui não, nos sentimos seguros. Acreditamos na Igreja. Acreditamos que não vão nos deixar aqui esquecidos.” Por amor aos que sofrem Curtir 256 Encontre em notícias Veja também... Em Destaque Arquidiocese Atualidade Igreja no Brasil Igreja no Mundo JMJ Cracóvia 2016 Pátio dos Encontros Vaticano ‘Cada um de vocês são gotas do mar da misericórdia de Deus’, diz Dom Antonio Augusto Paróquia São José da Lagoa na luta contra o câncer de mama Missão em Bangu: “Jesus como presente em cada casa” Notícias > Arquidiocese

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31/10/2016 "Aqui estamos seguros e abrigados. Confiamos na Igreja" ­ Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro ­ ArqRio

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04/05/2014 09:41 ­ Atualizado em 04/05/2014 10:09 Por: Andréia Gripp e Fabíola Goulart

"Aqui estamos seguros e abrigados. Confiamos na Igreja"0

“A  atuação  da  Igreja  tem  sidomaravilhosa.  A  Igreja  estáajudando  muito  a  gente,  está  fazendo  o  que  o  poder  públiconão  fez.  Desejo muita  força  paraos padres, para que eles possamtambém  nos  transmitir  muitaforça,  para  que  possamosconseguir  a  nossa  casa”.  Assim,Sueli Regina Moraes da Silva, de48  anos,  descreveu  seusentimento  ao  chegar  ontem,  dia3  de  maio,  na  Paróquia  NossaSenhora  do  Loreto,  na  Ilha  doGovernador.

Doente  renal,  Sueli  faz  hemodiálise  três  vezes  por  semana.  “Na  Catedral  não  estávamos  bemalojados. Pegamos chuva. O médico disse para mim que seu eu continuasse ali poderia ter uma crisee  teria  que  ser  internada.  Fiquei  com  muito  medo  de  passar  mal  lá,  pelas  condições  em  queestávamos”,  contou. Mãe  de  duas meninas,  uma  de  12  e  outra  de  17  anos,  ela  afirmou  que  seumaior medo é morrer e deixar as filhas desamparadas, sem uma casa para morar.

Além de Sueli, no grupo de cerca de 150 pessoas, há muitas crianças, mulheres grávidas, idosos eaté cadeirantes. A estrutura oferecida na Ilha do Governador oferece mais condições de acolhimentoàs  famílias. O  espaço  é  amplo,  coberto  e  possui  banheiros  com  chuveiro  elétrico,  o  que  foi muitocomemorado por todos.

“A  Igreja  nos  trouxe  para  essa  paróquia  para  nos  preservar.  Na  Catedral  não  tínhamos  essaestrutura. O banho era frio, muito frio. Gostei desse lugar. Aqui estamos abrigados do sol, da chuva edo  frio.  E  a  Igreja  não  tinha  nenhuma  obrigação  de  ajudar  a  gente,  quem  tinha  que  nos  ajudar,pensar  no  nosso  bem  estar,  era  o  governo. Mas  desde  o  primeiro momento  a  Igreja  nos  ajudou,acolheu, deu alimentação. Graças a Igreja em nenhum momento sofremos violência nesses últimosdias.  Na  Telerj  a  gente  foi  desrespeitado.  Sofremos  violênica.  Na  Catedral  não.  Os  padres  nãodeixaram isso acontecer. Houve padres que dormiram com a gente”, contou Daniele Costa da Silva,que está no abrigo junto com a filha de oito anos.

Ela  conta  o  porque  da  resistência  do  grupo  em  irpara um abrigo oferecido pela prefeitura: “Ir para umabrigo da prefeitura não resolveria nosso problema.Temos medo de sermos esquecidos  lá. Além disso,nesses  abrigos  tem  gente  com  todo  tipo  deproblema. Tem pessoas com dependência química.Tive medo. Tenho uma  filha de oito anos. E  se elafosse abusada lá? Quem nos defenderia? Aqui não,nos  sentimos  seguros.  Acreditamos  na  Igreja.Acreditamos  que  não  vão  nos  deixar  aquiesquecidos.”

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31/10/2016 "Aqui estamos seguros e abrigados. Confiamos na Igreja" ­ Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro ­ ArqRio

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Coordenador  da  Pastoral  das  Favelas,  Monsenhor  Luiz  Antônio  Pereira  Lopes,  foi  um  dosrepresentantes  da Arquidiocese  que  negociou  a  transferência  com  os  desalojados.  Para  ele,  essaatitude  não  está  apenas  vinculada  a  sua missão  como  padre, mas  está  ligada  a  uma  experiênciapessoal de despejo vivida por sua família.

“Entendo o que eles sentem. Sinto com eles. Eu sou como muitas vítimas. Minha família também foidespejada. Sofri na pele, ainda como seminarista, esta situação. Meu pai era um servidor público quemorava numa vila da Aeronáutica e esta vila, por decreto, foi prometida aos moradores. A promessaera que quando se aposentassem seriam donos das casas em que moravam. Mas após 37 anos detrabalho, meu pai se aposentou e foi  ‘convidado’ a sair da casa com toda a famíla. Foi muito difícil.Despejados, sem ter para onde ir”, contou o sacerdote.

Ele conta que o processo de negociação com as famílias acampadas na Catedral foi longo. Desde odia  18  de  abril  essas  pessoas  estavam  no  estacionamento  da  Igreja.  Desde  o  primeiro  dia,  umacomissão  da Arquidiocese  do Rio,  em  nome  do  arcebispo, Cardeal Orani  João  Tempesta,  buscouuma solução que preservasse a dignidade de cada uma das pessoas. Além da assistência religiosa,com atendimento pessoal, oração e celebrações, a Igreja tem estado junto aos desalojados com suaestrutura de assistência social, oferecendo diversos serviços, como orientação e apoio ao retorno aotrabalho e ao estudo.

“Hoje de manhã (dia 3 de maio) por duas vezes estive com todo mundo tentando explicar o sentidodas coisas. O sentido de sair dali, da Catedral, daquelas condições sub­humanas. E finalmente elesresolveram aceitar vir para esse abrigo. Estamos dando o que chamamos de assistência pastoral, anível  de  caridade,  fazendo  com  que  não  falte  nada  a  eles.  Ao  mesmo  tempo,  estamos  dandoassistência jurídica, procurando fazer com que o poder público tome consciência de que a moradia éum direito sagrado, um direito que Deus nos dá. Por  isso estamos convocando o poder público e asociedade civil para esse amplo debate”, frisou o coordenador da Pastoral das Favelas.

A Arquidiocese do Rio ofereceu oito espaços para abrigar os desalojados. Três foram visitados peloslíderes do grupo. Depois de visitar cada um deles, junto com assistentes sociais da Prefeitura do Rioe da arquidiocese, os desalojados escolheram a quadra na Ilha.

Eles foram transferidos no sábado, dia 3 de maio, às 15h, levados em quatro ônibus disponibilizadospela arquidiocese. Ao chegar no abrigo foram recebidos com alegria e amor pelo pároco local, padreAlex Siqueira, pelos fiéis e religiosos, que já os esperavam com a refeição pronta.

>>> Arquidiocese acolhe desalojados em novo local

Na noite desse mesmo dia, participaram da celebração da missa. Na ocasião, padre Alex afirmou: “AIgreja é chamada a olhar para vocês com os olhos de Cristo. Porque ele olhou a  todos com amor,principalmente aos mais necessitados, aos que sofrem. Hoje, a Igreja, em seu todo, também diz emvocês,  ‘fica  conosco  Senhor’.  Ao  acolhermos  vocês,  acolhemos  o  próprio Cristo.  Não  só  nós  aquinesta  paróquia, mas  toda  a  arquidiocese,  na  pessoa  de  nosso  cardeal Orani,  acolhe  o  Cristo  emvocês”.

Leia também:

Nota oficial sobre a transferência

Corações abertos

Arquidiocese esclarece dúvidas sobre a ocupação na entrada da Catedral

Nota da Arquidiocese sobre a reunião com poderes públicos e sociedade civil

Arquidiocese convoca sociedade para discutir o uso do solo urbano na cidade do Rio

Fotos: Gustavo de Oliveira

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