Artigo Iptv Cav

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  • 7/22/2019 Artigo Iptv Cav

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    TELEVISO SOBRE PROTOCOLO INTERNET (IPTV)

    Daniel Santos n54535, Pedro Santos n54552, Vitor Gomes n54559

    Instituto Superior TcnicoAv. Rovisco Pais, 1049-001 Lisboa, Portugal

    E-mail:[email protected],[email protected],[email protected]

    RESUMO

    Neste artigo abordar-se- o servio IPTV, comeando pelamotivao que levou ao seu aparecimento, passando pelosvrios aspectos tcnicos, modelos de negcio, e a sua

    proliferao no mercado Portugus. Relativamente partetcnica do artigo iremos apresentar as solues de

    codificao de vdeo e udio, tal como solues para asredes de acesso na qual o servio disponibilizado. Naapresentao dos modelos de negcio e do panoramaPortugus em termos do servio IPTV, procura-seevidenciar a relao de QoS do servio IPTVcomparativamente com os outros servios. Procuramostambm dar uma perspectiva geral da evoluo futura datecnologia discutida em termos de nmeros de utilizadores etecnologias aplicadas.

    Palavras-Chave IPTV, MPEG-2, MPEG-4, DigitalTelevision,Fibra ptica, QoE, QoS

    1. INTRODUO

    1.1. Motivao

    Estamos actualmente a presenciar uma mudana no conceitode televiso, tanto ao nvel dos servios fornecidos como aonvel das experincias percepcionadas pelo utilizador. Acrescente expanso da internet tem vindo a revolucionar omundo do audiovisual e multimdia. A possibilidade dedifuso de informao a uma escala mundial proporcionada

    pela internet tem revolucionado vrias reas e a televiso nose encontra alheia a esta mudana.A televiso analgica est gradualmente a ser substituda

    pela digital e o mais recente e talvez mais emocionantemtodo de transmisso designado por Televiso sobre IP

    ou IPTV. A IPTV consiste na transmisso de televiso sobreuma rede de telecomunicaes baseada no protocolo IP(Internet Protocol). A grande atraco deste novo servio deteleviso a interactividade impulsionada pela rede IP, que

    permite ao utilizador uma maior interaco.Ao contrrio dos sistemas de TV convencional em que osinal recebido por antena ou por cabo, neste sistema detransmisso de TV digital sobre IP, o sinal recebido atravsda Internet, e descodificado numaset-top box (STP) antes deser reproduzido no televisor.

    O conceito comea agora a apresentar-se de forma maisveemente pois a tecnologia tem vindo a atingir nveis dequalidade de servio (QoS) bastante satisfatrios devido evoluo das larguras de banda disponveis no acesso etambm devidos a melhorias nas tcnicas de compresso(udio/vdeo).A IPTV apresenta-se assim como uma tecnologia orientadaao utilizador, deixando este de estar limitado aos contedos

    disponibilizados em tempo real devido interactividade quese estabelece.

    1.2. Contextualizao Histrica

    A televiso transmitida atravs da internet no umconceito recente uma vez que a primeira emisso feita nesteformato foi em 1994 pela ABCs World News Now.O termo IPTV surge em 1995 com a fundao da PreceptSoftware por Judith Estrin e Bill Carrico. Esta empresa foiadquirida em 1998 pela Cisco Systems, que detm nos diascorrentes a marca IPTV.

    No ano 2000, vrias marcas comearam a planear serviosem IPTV sobre ADSL e apenas em 2006 a IPTV chegou a

    Portugal pela Clix e um ano mais tarde pela PTComunicaes. Actualmente tambm a ZON Multimdia e aVodafone apresentam ofertas de IPTV pelo que aconcorrncia no mercado nacional tem vindo a aumentar.

    1.3. WebTV vs IPTV

    Muitas pessoas tendem a confundir IPTV com WebTV.Entre estas no existe qualquer tipo de relao, sendo assuas principais diferenas listadas em seguida:

    Plataformas diferentes; Alcance Geogrfico; Propriedade da infra-estrutura da rede; Mecanismo de acesso; Custos; Metodologias de generalizao de contedos.

    2. ARQUITECTURA DE REDE

    A IPTV o resultado da evoluo de vrias tecnologias,tanto a nvel de compresso e codificao de dados (udio evdeo), como a nvel das redes de transporte.

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    Pode afirmar-se que tipicamente, uma rede IPTV divide-seem 3 blocos:

    Cabea de rede Transporte Casa do cliente

    Um exemplo de uma arquitectura para uma rede IPTV,

    encontra-se representado naFigura 1.

    Figura 1Exemplo de arquitectura de rede IPTV [1].

    2.1. Cabea de RedeA cabea de rede um ponto importante arquitectura IPTV,

    pois tem como funo adquirir todo o contedo audiovisualproveniente de vrias fontes (via satlite, cabo, terrestre ouainda por fibra ptica) de forma a serem preparados para asua distribuio na rede. O head-end procede ento codificao de cada um dos canais, usando um codificadorde udio e vdeo (MPEG-2 ou MPEG-4\H.264),encapsulando em pacotes IP (usando por exemplo o

    protocolo RTP sobre o UDP), para que contedo sejadistribudo na rede.Outras definies, podem dividir a arquitectura de redeIPTV em 4 blocos, contudo conceptualmente est-se

    presente a mesma rede. O bloco extra resulta da subdivisoda cabea de rede em 2 blocos distintos,

    prestao/distribuio de contedos e prestao de servios.Tem-se ento, a nvel da cabea de rede, trs entidadesenvolvidas:Prestadores de contedos entidades responsveis pelacriao original dos contedos. As empresas integradasneste segmento so, estdios de cinema, gravadoras,empresas de produo de TV e emissoras.Distribuidores de contedos Em vez das operadoraslidarem directamente com os distribuidores de contedos, demodo a pouparem tempo, muitas operadoras de IPTV estoa recorrer a este tipo de distribuidores. Estes so

    responsveis por agregar e a preparar o contedo de modo apoder ser transmitido em redes IPTV, simplificando todo oprocesso de licenciamento.Prestadores de serviosentidade que fornece os serviosde IPTV aos clientes. na cabea de rede que se procede compresso ecodificao de contedos, e ao encapsulamento destes demodo a poderem ser enviados atravs da rede de transporte.A tecnologia associada a estas tcnicas ser descrita noCaptulo 3.

    2.2. Transporte

    O bloco da rede correspondente ao transporte, oumiddleware, tem como funo interligar todos os outroscomponentes do lado do operador e ainda ferramentas demonitorizao, gesto de contedos e de clientes entreoutras. Neste, esto definidos os servios, canais e

    contedos para os clientes. fundamental ento nestaarquitectura cliente servidor (STB e o Head-End), pois omiddleware define a forma como o cliente interage com osservios disponibilizados, como por exemplo o EPG, o VoDe todos os servios de pay-per-view includos.

    No que diz respeito ao transporte dos dados desde osprestadores de servios at casa dos clientes, pode dividir-seeste bloco em duas camadas distintas, a rede de transporte ea rede de acesso.

    2.2.1. Rede de Transporte:

    O mtodo atravs do qual se realiza o transporte dospacotes, sejam estes de udio, vdeo, voz ou dados, omesmo. O mecanismo de transporte utilizado designa-se de

    MPLS (Multi Protocol Label Switching). Este opera numacamada OSI, intermediria camada de Enlace (Camada 2)e camada de Rede (Camada 3). Esta soluo permite otransporte de dados para aplicaes baseadas tanto em CP(Comutao de Pacotes), como em CC (Comutao deCircuitos). Permite ainda, que atravs da mesma rede setransporte vrios tipos de trfego, como pacotes ATM, IP,SONET e frames Ethernet. Tal como o nome indica, no casoda IPTV, nesta rede so transportados pacotes IP.

    2.2.2. Rede de Acesso:

    Rede pertencente ao fornecedor de servios ou operador eresponsvel pela distribuio dos contedos pelossubscritores dos servios. No que diz respeito s redes deacesso, existem vrias tipologias de rede possveis econsequentemente, vrios tipos de tecnologias associados.Estes sero descritos no Captulo 4.

    .2.1.3. Mtodos de entrega do servio:

    Existem 3 formas bsicas atravs das quais se podementregar contedos de vdeo numa rede IP:

    Transferncia de ficheiros; Difuso (Broadcast); Video on demand(VoD).

    O primeiro mtodo impraticvel no que diz respeito aservios IPTV pois no permite que os contedos sejamvisionados em tempo real. Isto deve-se ao facto de, na

    transferncia de ficheiros, ser necessrio que todo o ficheiroseja descarregado antes de poder ser utilizado. So ento osdois ltimos mtodos os utilizados na IPTV. A difuso aplicada na emisso em directo de canais de televisoenquanto o VoD utilizado quando o utilizador deseja verum vdeo armazenado na base de dados da operadora. Umadescrio mais detalhada apresentada em seguida.Difusoquando so difundidos contedos de vdeo, a cadacanal atribudo um feed, permitindo assim STBseleccionar o canal correspondente quele que o subscritor

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    que a controla seleccionou. A ligao estabelecida entre acentral e a STB do tipo multicast, pois a central enviar omesmo contedo para todas as STBs que o requisitarem.

    Video on Demand responde a um pedido efectuado poruma STB. A resposta segue num fluxo de tramas unicast

    para o IP da STB que efectuou o pedido. Neste caso aligao do tipo um-para-um, ao contrrio da difuso emque a ligao de um-para-muitos. Na Figura 2, encontra-se um esquemtico sobre as metodologias de entrega deservios IPTV.

    Figura 2Esquema representativo do mtodo de entrega deservios IPTV.

    2.3. Casa do Cliente

    Para o cliente, o importante a QoE (Qualidade deExperincia) e a QoS que este obtm do servio contratado eno o meio como este chega a sua casa.

    Nesta camada, procede-se separao e emisso dosdiversos servios pela casa. Em termos tecnolgicos, noCapitulo 5, este tema ser novamente abordadoespecificando quais as funcionalidades a que se tem acesso eo que se pode esperar dum servio IPTV.

    3. TECNOLOGIAS: COMPRESSO/CODIFICAOO IPTV lida com limitaes em termos de rede, pelo que necessrio ter ferramentas de codificao/compresso. Essasferramentas so as normas de codificao que conseguemreduzir a largura de banda ocupada pelos contedos devdeos, conseguindo qualidade elevada de vdeo e udio, ouseja, sem alterar o prazer do utilizador em usufruir de talservio. Como tecnologia end-to-end, os codificadoresencontram-se no head-endenquanto que os descodificadoresencontram-se no lado do cliente, ou sejas nas STB.Para o Codificador de Vdeo, ferramenta decodificao/compresso, esta ir actuar sobre o sinal devdeo que considerado como uma sequncia de imagens

    no tempo (25 imagens/s na Europa e 30 imagens/s nosEUA). Cada imagem est dividida em pixis, que por suavez organizam-se em linhas e colunas, tendo cada um desses

    pixis associado valores de luminncia e de crominncias.Tambm preciso ter-se noo de Resoluo, e esta definida pela quantidade de linhas e de colunas, que por suavez implica um maior ou menor nmero de pixis. Na figuraseguinte compara-se os diferentes tipos de Resoluo deVdeo.

    Figura 3Resolues de vdeo.

    O IPTV oferece canais de diferentes resolues entre asquais a Standard (SDTV, resoluo 576720) e altadefinio (HDTV, resoluo 7201280 e 10801920).Como referido anteriormente o problema da rede tercapacidade para transmitir os contedos de elevadaqualidade. Para se ter uma ideia de que dbitos se tratam,

    calcula-se com auxlio da equao geral (1) o dbito binrioque necessrio para transportar os canais.

    (

    ) Sendo FCY e FCC respectivamente os factores decompresso da luminncia e das crominncias, I o nmerode imagens/s (25 imagens/s caso Europeu) e A a quantidadede bit/amostra (8 bits/amostra).Para o caso de bits PCM, os factores de compresso soiguais a 1, pois o exemplo em que cada amostra codificada com 8bits, no fazendo uso de tcnicas decodificao/compresso.Tendo em ateno que, a resoluo de um canal SDTV 576720 e que para um sinal HDTV se tem 10801920,considerando a resoluo das crominncias como sendometade das colunas (4:2:2), tem-se para os vrios casos osseguntes dbitos binrios: rb(SDTV) 166 Mbit/s erb(HDTV) 829 Mbit/s.Como esperado os dbitos so demasiado altos, o queorigina um grande problema devido a incapacidade por partedas tecnologias de transporte existentes de transmitir talinformao.Para resolver tal problema, a soluo passa pela compresso.Para sinais de vdeo e udio, a tcnica de compresso maisusual a compresso com perdas, uma vez que se podeexplorar a redundncia perceptiva (irrelevncia), eliminandoassim componentes que o sistema audiovisual humano no

    capta, tal como utilizar ferramentas que exploram tanto aredundncia espacial e temporal.As tcnicas de compresso de vdeo mais usadas so oMPEG-2 (pertencente ao grupo MPEG Moving PictureExperts Group, ISO), no qual se tem factores de compressona ordem dos 40 e o H.264/AVC (resultante da fuso entreas normas MPEG-4 AVC da ISO e H.264 do ITU-T)conseguindo esta norma, um factor de compresso mnimoduas vezes superior ao obtido pelo MPEG-2.

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    Figura 6 - RelaoFibra/Cobre presente em

    diferentes tipologiasduma rede IPTV Erro!

    Utilizando a frmula (1) atrs descrita, chega-se Tabela 1que espelha bem a capacidade de compresso de ambas asnormas.

    PCM MPEG-2 H.264/AVCrb(SDTV) 166 Mbit/s 4 Mbit/s 2 Mbit/srb(HDTV) 829 Mbit/s 8 Mbit/s 4 Mbit/s

    Tabela 1Comparao dbitos binrios necessrios, consoante aqualidade da imagem em funo dos diferentes codecs.Em relao ao Codificador de udio e no que diz respeitoao udio, a norma MPEG-2 dividida em duas grandes

    partes [2]:- udio, (par te 3) Codifica 5 canais mais um canal de

    baixa frequncia, com elevada qualidade, de 384 kbits/s oumenos por canal, usando os seguintes ritmos deamostragem: 16, 22.05 e 24 kHz; oferece compatibilidadecom o MPEG-1.- Advanced Audio Coding (AAC), (parte 7) Deixa de sercompatvel com o udio do MPEG-1, aumentando odesempenho do ritmo de distoro maior qualidade para omesmo ritmo; codifica de 1 a 48 canais, com ritmos deamostragem de 8 a 96kHz.J para a norma MPEG-4 o codificador usa o AdvancedAudio Coding (AAC) que apareceu associado ao MPEG-2(parte 7).

    4. TRANSPORTE

    Tendo em conta a figura Figura 1, na estrutura da rede,antes da casa do utilizador possvel observar as trssolues tecnolgicas que iro ser explicadas de seguida.

    4.1. xDSL

    Esta tecnologia tem como suporte a linha telefnica.Designa-se de xDSL, devido s evolues que j sofreu. No

    que diz respeito IPTV, utilizam-se duas destas evolues,o ADSL2+ e o VDSL2. Atravs destes, tornou-se possvel aintegrao de servios de voz, vdeo (em SD eHD) e dadosna linha telefnica.A QoE neste tipo de servio no medida apenas com basena largura de banda da rede, que quando comparada com assolues de cabo ou fibra significativamente inferior. ainteraco entre as vrias camadas OSI.

    Figura 4Arquitectura de rede baseada em ADSL [2].

    4.2. DOCSIS

    Uma alternativa ao xDSL como meio de distribuio decontedos IPTV at casa dos subscritores o cabo. Aps arecepo dos contedos atravs de soluo terrestre, satliteou cabo, estes so distribudos localmente recorrendo ao

    protocolo DOCSIS QAM.

    A utilizao de splitters em casa dos clientes, permitedividir o sinal por mltiplas TVs. Existem trs formas dosfornecedores de IPTV prestarem o servio aos seus clientes:

    CMTS (Cable Modem Termination System) responsvel pela entrega do stream IPTV.

    Moduladores QAM. Gateways baseados em QAM, com capacidade de

    encapsular contedos de vdeo digital em serviosorientados ao IP.

    Figura 5- Arquitectura de rede IPTV atravs de cabo coaxial [4].

    4.3. Fibra

    Com o aparecimento da fibra ptica, passou a ser possveltransportar grandes quantidades de dados, actualmente naordem dos 10Gbit/s, numa nica fibra. Em 26 de Novembrode 2010,a Portugal Telecom realizou pela primeira uma

    ligao em Portugal (entre Lisboa e Porto) com o dbitobinrio de 100Gbit/s numa nica fibra. Hoje em dia, devido publicidade levada a cabo pelas operadoras, o consumidorassocia a fibra ptica IPTV.Existem vrias topologias

    possveis de implementao deuma rede IPTV, tais como FFTC(fiber to the curb), FTTN (fiber tothe node), FTTB (fiber to the

    building), FTTH (fiber to thehome), entre outras. Na figura 1

    possvel observar a relao entre aquantidade de fibra e cabos decobre (coaxial ou par de cobre)que se utiliza em cada tipologia.Em Portugal so utilizadas duasdestas tipologias.FTTB Tipologia de rede naqual a fibra ptica vai desde acentral da operadora (central local ou, na designao anglo-saxnica, central office) at ao edifcio onde colocada umaONU (Optical Network Unit). Desta, sai um cabo coaxialque ir ligar a cada uma das set-top-boxes (de agora em

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    diante designadas apenas por STB) dos subscritorespresentes no edifcio.FTTH Tipologia semelhante FTTB, com a nicadiferena que nesta a fibra vai at casa do subscritor onde colocada uma ONU.A diferena entre FTTB e FTTH agora fcil de perceber.

    Na primeira um subscritor partilha uma ONU com os vriosoutros subscritores que habitam no mesmo edifcio,enquanto com FTTH cada subscritor tem um par ONU/STBs para si, com uma distncia entre a ONU e a STB reduzidae reduzindo assim a atenuao do sinal (introduzida pelocabo coaxial/par). Na figura 2 encontra-se um esquema dequatro topologias de rede, sendo que a FTTB e a FTTHesto representadas no esquema mais direita.

    Figura 7 - Esquema representativo da ligao entre o CentralOffice e a casa do utilizador, atravs fibra ptica [6].

    4.4. Protocolos de Internet em IPTV

    O envio de dados atravs da internet normalmente feitocom recurso ao TCP ou UDP. Na tabela seguinte, soapresentadas as principais diferenas entre estes dois

    protocolos.TCP UDP

    Fivel No fivel

    Orientado conexo No orientado conexo

    Retransmisso de segmentos econtrolo de fluxo atravs dewindowing

    Sem windowing ouretransmisso

    Sequenciamento de segmentos Sem sequenciamento

    Reconhecimento de segmentosrecebidos

    Sem reconhecimento dachegada de datagramas

    Tabela 2Diferenas mais significativas entre os protocolos TCPe UDP [7].

    No que diz respeito IPTV, o protocolo escolhido porexcelncia o UDP, pois mesmo no sendo fivel, devido

    sua simplicidade o nico que permite transmisso decontedos audiovisuais em tempo real. Por ser um protocolono orientado conexo, este no garante a ordem pela qualos pacotes chegam aos receptores. As tramas de transportede MPEG-2 e MPEG-4 podem ser do tipo UDP/RAW ouUDP/RTP. No caso de UDP/RAW, vrias condies de erro

    podem ser detectadas, incluindo: Mudana do destinatrio; Falta de bits de sincronizao; Tamanho incorrecto do pacote; Time-out; Jitter excessivo; Taxa de bits UDP imprpria;Contudo, este protocolo por si s no garante ofuncionamento da IPTV. Para tal, necessrio acrescentar oReal-time Transport Protocol (RTP) ao UDP. Este novo

    protocolo permite adicionar campos como Timestamp eSequence Number ao UDP, garantindo assim ofuncionamento do servio. A adio deste protocolo aoUDP, aumenta o nmero de condies de deteco de erros j existentes no UDP/RAW, sendo estas as seguintes: Identificao dos pacotes recebidos fora de ordem; Deteco de pacotes duplicados; Determinao da perda de pacotes; Determinao do tamanho incorrecto de pacotes;Em conjunto com o RTP, pode utilizar-se o RTCPunicamente com o objectivo de controlo e obteno dedados estatsticos sobre do funcionamento deste, noefectuando transporte de qualquer tipo de dados relativosaos contedos. O RTCP permite obter informao sobre os

    participantes na sesso e informao estatstica, como onmero de octetos transmitidos e a contagem de pacotesenviados, pacotes perdidos, jittere atrasos. Uma aplicao

    pode fazer uso deste tipo de informao para controlar onvel da Qualidade de Servio (QoS), por exemplo, atravsda limitao do fluxo ou utilizao dum codec diferente.

    5. TECNOLOGIAS: SERVIOS

    5.1. Servios

    Uma vez que a interactividade a principal caractersticadeste servio, espera-se que os servios apresentadosvenham dar grande nfase a este aspecto.Comecemos por referir que do lado do consumidor oaparelho que possibilita toda esta mecnica uma STB.Atravs desta possvel ao utilizador aceder aos contedos

    e controlar o acesso a determinados contedos do sistemaIPTV, tornando-o num sistema bidireccional.

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    5.1.1. Metadados

    Metadados so informao que resumem, enriquecem oucomplementam os objectos ou servios referenciados,

    produzindo assim um potencial incremento de informao[8]. Em IPTV os metadados esto relacionadosessencialmente com o guia de programao. Este guia

    permite navegar facilmente e aceder a contedos que deoutra forma seriam complicados de aceder devido ao seunmero elevado. Este guia permite no s a navegao decanais mas tambm o agendamento de gravaes namemria interna da STB.

    5.1.2. Time Shift TV

    Esta funcionalidade permite ao utilizador pausar, avanar ouretroceder a emisso. Caso um utilizador ligue a TV a meiode um programa, esta funcionalidade permite tambmrequisitar que o referido programa comece de incio.Convm referir que a opo de avanar a emisso apenas seencontra presente em contedos previamente gravados naSTB.

    5.1.3. Network Personal Video Recorder

    Trata-se de uma funo avanada de gravao que permiteao utilizador pedir a gravao de programas rede. Umexemplo prtico ser o do pedido por parte do utilizador dagravao de uma srie e a rede automaticamente grava todosos episdios da temporada corrente sem o utilizador precisarde efectuar o pedido episdio a episdio.

    5.1.4. Video on Demand (VoD)

    Trata-se de um clube de vdeo virtual onde o utilizadoracede a uma listagem de filmes disponveis na rede eescolhe aquele que quer visionar. Este servio ps-pago enormalmente apresentado na factura mensal do cliente.

    5.1.5. FavoritosEste servio permite ao utilizador criar listas com os seus

    programas preferidos. Nesta lista podem constar programasda grelha normal de programao ou itens gravados. Estalista permite ao utilizador fcil acesso aos seus programasde eleio e permite tambm um aviso por parte dofornecedor do servio sempre que um destes programasesteja prestes a comear.

    5.1.6. Jogos e Msica

    Ser um servio focado num pblico mais jovem onde ofornecedor disponibiliza uma srie de jogos que o utilizador

    pode escolher e jogar em rede.

    5.1.7. VideoconfernciaExplorando as capacidades do protocolo IP, no qual assentaeste sistema, os operadores podero oferecer um servio quecria uma sala virtual, onde os utilizadores, alm de poderemcomunicar entre si, tero a possibilidade de partilharficheiros (msica, filmes, fotografias).

    5.1.8. Publicidade

    Num mundo onde a oferta de programas e canais cada vezmaior o conceito de publicidade tem de mudar. De modo a

    captar a ateno dos espectadores a publicidade podercomear a ser apresentada dentro dos programas. Com oservio IPTV os operadores podem oferecer a possibilidadede por exemplo, ao visionar um produto, o espectador teropo imediata de compra. Dado que em IPTV o utilizadorenvia informao ao fornecedor do servio a publicidade

    pode tambm ser adequada aos gostos do utilizador.

    5.2. Qualidade de Servio

    fundamental que todos os servios descritos apresentemum nvel de qualidade satisfatrio para o consumidor.Deste modo devemos distinguir entre QoE e QoS. Enquantoque, o primeiro se foca na qualidade da experincia obtidacom a utilizao do servio, o segundo foca-se na qualidadedo ponto de vista da rede. Para a rede so importantesconceitos como perda de pacotes, atraso, jitter e largura de

    banda.

    Figura 8Relao entre QoS e QoE

    6. MODELO DE NEGCIO

    Os fornecedores de internet viram na IPTV o servio idealpara expandir os seus negcios. Assim nasceram pacotes deservios como o Triple Play, o Quadruple Play, entre outrosque combinam servios de voz fixa/mvel, Internetfixa/mvel e tambm televiso [8]. Dada a competitividadedo mercado, esta foi a soluo encontrada pelos operadores

    para aumentarem as suas cotas de mercado e receitas,oferecendo aos clientes servios bastante variados, e emconstante evoluo.Com um sistema interactivo como a IPTV, os operadorescriaram servios, em que alguns tentaram aproximar oservio de televiso equivalente ao servio internet, como

    por exemplo consulta de notcias, ou at visualizar as suascontas do facebook ou twiter, e ainda servios deentretenimento, como jogos e msica, mas tambm servios

    pagos como o VoD e ainda a compra de canais avulso ouconjuntos de canais temticos para juntar aos pacotes decanais existentes disponveis aos clientes quando

    subscrevem o servio IPTV. Outros servios queapareceram posteriormente como o Digital Video Recorder(DVR) servio que permite a gravao de contedos emformato digital, para a qualquer altura serem acedidos, ouainda o Time Shifting que tem como funcionalidade

    permitir ao utilizador fazer pause ou rewind a programastransmitidos em directo [10].A publicidade direccionada ao cliente um modelo denegcio cada vez mais implementado pelas operadoras, que

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    consiste em analisar a informao inerente ao cliente comopor exemplo canais e programas preferidos, gnero defilmes alugados e horrio habitual de uso do sistema, que

    permite ao operador direccionar e vender com maisqualidade um servio que agrade ao cliente.A receita gerada pelos subscritores dos servios distribuda

    pelo operador e pelos fornecedores de contedos.A IPTV apresenta modelos de negcios atractivos, e a provadisso que o nmero de subscritores tem vindo a aumentar.(ver figura 1). Consequentemente, espera-se que a

    perspectiva de lucro que se espera que cresa mais que onmero de subscritores, devido ao aumento do AverageRevenue Per User(ARPU) [11].

    Figura 10Numero de subscritores mundial de servio IPTV

    7. IPTV NO CONTEXTO NACIONAL

    De momento em Portugal existem quatro grandesoperadores a fornecerem um servio de IPTV. So eles a PTComunicaes (MEO), a Zon Multimedia (Iris), a

    Sonaecom (Optimus Clix) e Vodafone (Vodafone Casa).

    O servio Clix foi pioneiro em Portugal tendo surgido comoo primeiro a apresentar televiso digital e home vdeo sobreum servio IP em Abril de 2006. De referir que a Clixdistribui os seus servios fazendo tanto uso de ADSL comofibra ptica.Em Junho de 2007 a PT lana o servio MEO quedisponibiliza contedos televisivos atravs de quatro

    plataformas: rede ADSL (IPTV), fibra ptica (IPTV),satlite e rede 3G.Em Julho de 2009 a Vodafone lana tambm um servio deteleviso digital designado por Vodafone Casa. Este servioopera unicamente sobre a rede ADSL. O ltimo dos quatro operadores referidos a entrar nomercado da IPTV foi a Zon Multimdia. Apesar de j

    possuir um servio triple play de longa data, srecentemente com a plataforma IRIS a Zon entrou nacompetio do mercado IPTV.

    8. EVOLUES FUTURAS

    Comecemos por fazer uso das palavras de Laurie Gonzalez,

    directora de marketing do Broadband Forum, quandorevelou que o nmero de utilizadores mundiais de IPTVsubiu 34.65% este ano. Segundo ela espera-se ainda atingira meta dos 50 milhes de utilizadores no fim deste ano. Demomento na Europa existem cerca de 20.72 millhes desubscritores, o que representa 46% do total mas espera-seque a sia, regio onde existem j 16.37 milhes desubscritores, venha a suplantar a Europa at mesmo ainda noano corrente.Vemos ento que o enorme crescimento e interesse nosservios de IPTV ao longo dos ltimos anos, umatendncia a continuar. Mundialmente, os prestadores deservios vem o IPTV como uma rea de crescimento

    importante, levando-os a aumentar significativamente osinvestimentos nesta rea para promover novas opes deprogramao e de contedos. no entanto necessria umauniformizao da arquitectura da rede IPTV para o aumentoda interoperabilidade.

    No plano tecnolgico espera-se que as tecnologias FTTHvenham a suplantar as baseadas no DSL, devido sfuncionalidades que permitem implementar nomeadamenteas larguras de banda muito elevadas. Em relao stecnologias de compresso espera-se que a normaH.264/AVC venha a suplantar a norma MPEG2 embora estano possa ser totalmente extinta para permitir ofuncionamento de Set Top Boxes mais antigas [12].

    No que diz respeito qualidade de imagem obtida numservio IPTV, tem-se cada vez mais acesso a contedos emalta definio (HD). Contudo, j foram realizadasdemonstraes de solues de televiso de ultra-altadefinio (Ultra High Definition Television UHDTV),sendo que a primeira demonstrao data de Setembro de2003. Este um novo formato de vdeo que permite obterresolues de 7680x4320 pixis (33 milhes de pixis).Quando comparado com a soluo HDTV, a UHDTV ocupa4 vezes mais largura de banda, as imagens tm 4 vezes aaltura de imagens HDTV e possuem 16 vezes mais pixis. AUHDTV vai ser lanada em dois formatos distintos, sendoque o primeiro, designado de UHDTV1, ter apenas 4 vezesmais resoluo que a HDTV. Na sua verso final, o

    UHDTV2, ter ento 16 vezes mais pixis que o formatoHDTV e 4 vezes mais que a sua verso anterior [13].Devido a problemas de ordem tcnica, nomeadamente,devido a problemas de armazenamento e transmisso destetipo de formato, espera-se que o sistema seja implementadoentre 2016 e 2020[14].

  • 7/22/2019 Artigo Iptv Cav

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    9. AGRADECIMENTOS

    Agradece-se ao Professor Fernando Pereira, docente dadisciplina de Comunicao udio e Vdeo, no InstitutoSuperior Tcnico, Universidade Tcnica de Lisboa, peladisponibilidade no esclarecimento de dvidas na fase inicialdo projecto e pelo empenho do mesmo na exposio dos

    temas abordados neste trabalho.

    10. REFERNCIAS

    [1] Triple Play IPTV; diversifeye.shenick.com;URL:http://diversifeye.shenick.com/show_product_page.php?id=1020

    [2] PEREIRA, Fernando; Televiso Digital; Apresentaesda disciplina Comunicao de udio e Vdeo,2010/2011; URL: http://amalia.img.lx.it.pt/~fp/cav/ano2010_2011/Slides%202011/CAV_8_Digital_TV_2011

    _Web.pdf

    [3]

    ROCHE, Jeremy; Apple and TV: a happy marriage?;www.cnet.com.au; 23-05-2011; URL:http://www.cnet.com.au/apple-and-tv-a-happy-marriage-339274268.htm

    [4] IPTV solutions for cable operators and ISPs;www.sysmaster.com; 24-05-2011; URL:http://www.sysmaster.com/solutions/iptv_cable_isp_solution.php

    [5] Fiber to the x; wikipedia.org; 24-05-2011; URL:http://en.wikipedia.org/wiki/Fiber_to_the_x

    [6] Fiber to the curbe (FTTC); iptvinformation.net; 24-05-2011; URL:http://www.iptvinformation.net/CategoryView,category

    ,FTTC.aspx[7] Portas TCP e UDP; wordpress.com; 24-05-2011;URL:http://desmontacia.wordpress.com/2009/04/17/35/

    [8] Relevncia para Bibliotecas e OrganizaesRelacionadas; metadados.bn.pt; 24-05-2011; URL:http://metadados.bn.pt/index.html

    [9] ZAPATER, Mrcio; O que IPTV (Laura Benk);blogspot.com; 24-05-2011; URL:http://jobvisual.blogspot.com/2007/11/o-que-iptv-laura-

    benck.html[10]Markets; wikipedia.org; 24-05-2011; URL:

    http://en.wikipedia.org/wiki/IPTV#Markets

    [11]RATLIFF, Lee; IPTV Grows for Telcos in Face ofEconomic Downturn; isuppli.com; 24-05-2011; URL:http://www.isuppli.com/home-and-consumer-electronics/marketwatch/pages/subscribers-to-reach-115-6-million-with-revenue-topping-58-billion-by-2013.aspx

    [12]STOTT, Jane; Global IPTV subscribers to hit 50mthis year; digitaltvselector.com; 24-05-2011; URL:http://www.digitaltvselector.com/global-iptv-subscribers-to-hit-50m-this-year/2011/03/

    [13]Ultra High Definition Television; wikipedia.org; 25-05-2011; URL:

    http://en.wikipedia.org/wiki/Ultra_High_Definition_Television[14]Ultra HD to arrive in two stages, says EBU; iptv-

    news.com; 25-05-2011; URL: http://www.iptv-news.com/iptv_news/april_2011_2/ultra_hd_to_arrive_in_two_stages,_says_ebu

    [15]IPTV Explained; 24-05-2011; iec.org; URL:http://www.iec.org/newsletter/jan07_2/broadband_1.html

    [16]HELD, Gilbert. Understanding IPTV; AuerbachPublications, 2006; ISBN: 0-08493-7415-4

    [17]GERALD, ODriscoll; Next Generation IPTV Servicesand Technologies; Wiley, 2008; ISBN: 978-0-470-16372-6

    [18]IPTV Focus Group Proceedings; ITU-T, 2008; URL:http://www.itu.int/pub/T-PROC-IPTVFG-2008

    Daniel Santosnasceu em Lisboa no dia 26de Setembro de 1985. Aluno de EngenhariaElectrotcnica e Computadores, no InstitutoSuperior Tcnico. Tendo como ramo

    principal Telecomunicaes, actualmenteencontra-se a finalizar as disciplinas demestrado referentes a este, de modo a poderavanar para a tese.E-mail:[email protected]

    Pedro Santos nasceu em Lisboa no dia 19

    de Dezembro de 1985. Aluno de EngenhariaElectrotcnica e de Computadores,ingressou no Instituto Superior Tcnico em2003. Em 2007 mudou de curso dentro damesma instituio, ficando assim comfrequncia nos dois primeiros anos deEngenharia Biomdica. Tendo como ramo

    principal Telecomunicaes, actualmente encontra-se a finalizar asdisciplinas de mestrado referentes a este, de modo a poder avanar

    para a tese.E-mail:[email protected]

    Vitor Gomesnasceu em Lisboa no dia 23de Maro de 1985. Aluno de EngenhariaElectrotcnica e Computadores, no Instituto

    Superior Tcnico. Tendo como ramoprincipal Telecomunicaes, actualmenteencontra-se a finalizar as disciplinas demestrado referentes a este, de modo a poderavanar para a tese.

    E-mail:[email protected]

    mailto:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]