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5/26/2018 ARTIGOUrgenciaeEmergenciaNoPartodeRisco-slidepdf.com http://slidepdf.com/reader/full/artigo-urgencia-e-emergencia-no-parto-de-risco 1/ 0 FACULDADE DE NATAL (FAL) PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA EM URGÊNCIA E EMERGÊNCIA CURSO DA ESPECIALIZAÇÃO LA TO SENSU  EM URGÊNCIA E EMERGÊNCIA DIZÃ LOPES COSTA URGÊNCIAS E EMERGÊNCIAS OBSTÉTRICAS: ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NA PRÉ-ECLÂMPSIA NATAL 2014

ARTIGO Urgencia e Emergencia No Parto de Risco

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URGNCIAS E EMERGNCIAS OBSTTRICAS: atuao do enfermeiro na pr-eclmpsia

1FACULDADE DE NATAL (FAL)PROGRAMA DE PS-GRADUAO E PESQUISA EM URGNCIA E EMERGNCIACURSO DA ESPECIALIZAO LATO SENSU EM URGNCIA E EMERGNCIA

DIZ LOPES COSTA

URGNCIAS E EMERGNCIAS OBSTTRICAS: ATUAO DO ENFERMEIRO NA PR-ECLMPSIA

NATAL2014

DIZ LOPES COSTA

URGNCIAS E EMERGNCIAS OBSTTRICAS: ATUAO DO ENFERMEIRO NA PR-ECLMPSIA

Artigo Cientfico produzido a ttulo de Trabalho de Concluso de Curso da Especializao lato sensu em Urgncia e Emergncia, apresentado ao Programa de Ps-Graduao e Pesquisa da Faculdade de Natal (FAL) como requisito obteno do ttulo de Especialista em Urgncia e Emergncia.Orientador: Esp. Eferson Marchezan de Oliveira Braga

NATAL2014

RESUMO

As urgncias e emergncias obsttricas, configuram-se como um problema comum entre as gestantes, decorrentes do desenvolvimento de doenas ou complicaes durante a gestao ou na hora do parto. O parto de risco exige habilitao, conhecimento por parte dos profissionais que atuam no setor de obstetrcia, principalmente, o enfermeiro, que faz parte da equipe multiprofissional alm de ser o primeiro contato da gestante logo que adentra no hospital. Este estudo tem como objetivo, destacar as caractersticas da pr-eclampsia enfatizando os procedimentos da enfermagem junto a gestante com parto de alto risco. O estudo foi construdo por meio de reviso bibliogrfica, cujo tema encontra-se estruturado da seguinte forma: definies de parto de risco, urgncia e emergncia, e a importncia da classificao de risco para gestantes na hora do parto; caractersticas da urgncia e emergncia obsttrica; definies e sintomas da Pr-eclampsia, procedimentos da enfermagem junto a gestantes com parto de alto risco. O estudo concluiu que enfermeiro ocupa papel de destaque em relao ao pronto e adequado atendimento s urgncias e emergncias obsttricas, contribuindo par aminimizao das complicaes e dos casos de bito materno-fetal.

Palavras-chave: Obstetrcia. Urgncia e emergncia. Parto de risco. Assistncia da enfermagem.

ABSTRACT

The obstetrical urgencies and emergencies, are configured as a common problem among pregnant women, from the development of diseases or complications during pregnancy or childbirth. The delivery risk requires qualification, knowledge on the part of professionals working in the obstetrics sector, mainly nurses, which is part of the multidisciplinary team and is the first contact of pregnant women who enters the hospital soon. This study aims to highlight the features of preeclampsia emphasizing the procedures of nursing with the pregnant woman with high-risk delivery. The study was constructed through literature review, whose theme is structured as follows: definitions of risk childbirth, emergency care, and the importance of the classification of risk for pregnant women in childbirth; characteristics of emergency and obstetric emergencies; definitions and symptoms of pre -eclampsia, nursing procedures with pregnant women with high-risk delivery. The study concluded that nurses occupy a prominent role in relation to the prompt and appropriate emergency service, emergency obstetric care, contributing pair aminimizao complications and cases of maternal and fetal death.

Keywords: Obstetrics. Emergency care. Delivery risk. Nursing care.

SUMRIO

1INTRODUO..................................................................................

2REFERENCIAL TERICO................................................................

2.1O Parto de risco...............................................................................

2.2Importncia da classificao de risco no trabalho de parto.......

3METODOLOGIA................................................................................

4RESULTADOS..................................................................................

4.1Urgncias e emergncias obsttricas: caractersticas..................

4.2Pr-eclampsia..................................................................................

4.3Procedimentos da enfermagem na crise de pr-eclmpsia........

5CONSIDERAES FINAIS..............................................................

REFERNCIAS.................................................................................

1INTRODUO

No setor de obstetrcia, uma das situaes mais comuns a entrada de gestantes em situao de risco na hora do parto. Trata-se de um problema que envolve tanto a grvida quanto o beb, pois, implica na vida de ambos, e, dependendo do caso apresentado, pode levar a srias complicaes e bito. O parto de risco faz parte da urgncia/emergncia de uma hospital e/ou maternidade, e envolve gestantes que, na maioria das vezes, no realizaram o pr-natal adequadamente ou que, por motivos ainda no totalmente explicados pela medicina, apresentam complicaes durante o parto. As complicaes no parto so um dos fatores responsveis pelo aumento das taxas de mortalidade materno-infantil no Brasil (BRASIL, 2007). O termo risco segundo Almeida et al. (2005) indica probabilidade de leso, dano ou perda. O Risco gravdico define-se como sendo a oportunidade a agravos fsicos, psquicos e sociais a que esto expostos a gestante e o feto. A gestao acarreta condies especiais tanto do ponto de vista fsico, como psquico e social, consideradas prprias do estado gravdico. Este deve ser enfrentado sob dois aspectos: o risco materno e o fetal. Sabe-se que a gestao um fenmeno fisiolgico normal cujo desenvolvimento acontece, na grande maioria das vezes, sem intercorrncias, em cerca de 90% das grvidas. Entretanto, a literatura mdica registra que algumas mulheres iniciam a gestao com problemas e/ou, apresentam intercorrncias durante o desenvolvimento com maior probabilidade de terem desfechos desfavorveis, quer para o feto, quer para a me, o que chamado de grupo de gestantes de alto risco (FREITAS et al., 2006).Ao chegar a maternidade com uma situao de parto de risco, a gestante passa por uma classificao de risco, ou Acolhimento com Classificao de Risco (ACCR), um processo dinmico de identificao das mulheres que necessitam de interveno mdica e de cuidados de enfermagem, de acordo com o potencial de risco, agravos sade ou grau de sofrimento. Trata-se de um processo que acontece por meio de escuta qualificada e tomada de deciso baseada em protocolo, aliadas capacidade de julgamento crtico e experincia do enfermeiro (TEIXEIRA, 2010).No parto de risco, o ACCR trata-se de uma tecnologia capaz de acolher a mulher no ciclo gravdico puerperal e garantir um melhor acesso aos servios de urgncia/emergncia nos hospitais e um desafio para a construo de projeto de redes aliadas de defesa da vida. Algumas situaes demandam ao atendimento de urgncia e emergncia em obstetrcia como as sndromes hipertensivas, que se dividem em pr-eclmpsia, eclmpsia e sndrome Hellp. Essas ocorrncias podem apresentar cerca de mais de 25% dos atendimentos em urgncias mdicas-obsttricas (MEDINA, 2006).Os sinais e sintomas do parto de risco costumam se apresentar no ltimo trimestre da gravidez quando as alteraes patolgicas encontram-se num estgio avanado, determinando condies ameaadoras vida da me e/ou do concepto, expondo as gestantes desprovidas de assistncia especializada a situaes de urgncias/emergncias obsttricas, exigindo intervenes imediatas e em alguns casos at mesmo a interrupo da gravidez. (SANTANA, et al. 2010). Segundo Romani et al. (2009), h diferenas entre o termo de urgncia e emergncia. A urgncia caracteriza-se como a ocorrncia de agravos sade, com risco real e iminente vida, cujo portador necessita de interveno rpida e efetiva, estabelecida por critrios mdicos previamente definidos, mediante procedimentos de proteo, manuteno ou recuperao das funes vitais acometidas. J a emergncia caracteriza-se como uma ocorrncia imprevisvel, trazendo risco potencial vida, necessitando de ateno e ao imediata, a fim de se garantir a integridade das funes vitais bsicas, esclarecer se h agravos sade, ou providenciar condies que favoream a melhor assistncia mdica. No caso de urgncia e emergncia obsttricas, estas so situaes que pem em risco a vida da grvida e do feto e cuja resoluo exige uma resposta quase imediata por toda a equipe de sade (REZENDE-FILHO; MONTENEGRO, 2008). O enfermeiro tem papel importantssimo no acolhimento gestante de alto risco no momento do parto, pois, o aprimoramento tcnico e cientfico do enfermeiro, adquirido de forma reflexiva, muito pode contribuir no acompanhamento dessas gestantes dentro de uma equipe multidisciplinar e, conseqentemente, alcanar o equilbrio e o bem-estar, tanto materno quanto fetal, nos procedimentos diagnsticos e teraputicos (PEIXOTO et al. 2008).Quanto se trata do setor de Urgncia e Emergncia, o papel do enfermeiro consiste em conhecer a histria do paciente, fazer exame fsico, executar o tratamento, aconselhar e orientar o paciente para dar continuidade ao tratamento, medidas de auto-cuidado pra evitar novas crises (QUEIROZ, 2012). Em se tratando de parto de alto risco, o enfermeiro tem como principal atividade a implementao de um cuidado mais especializado, com o intuito de individualizar a assistncia, visando a preveno, a promoo e a recuperao da sade dessas gestantes, atravs de estratgias e protocolos especficos (BARROS, 2006). Neste contexto, evidenciou-se a necessidade de um estudo mais aprofundado acerca das caractersticas das urgncias e emergncias obsttricas, com a finalidade de identificar os procedimentos da enfermagem junto ao grupo de gestantes de alto risco. O estudo evidencia a pr-eclmpsia como foco central deste estudo.O interesse pelo problema obsttrico relacionado a urgncia e emergncia, fundamenta-se no fato de ser esta uma das reas especficas de atuao da enfermagem, e a identificao de fatores e caractersticas da pr-eclmpsia, contribuir para a reduo das complicaes gestacionais no momento do parto e minimizao do risco de bito. A relevncia acadmica do estudo concentra-se na coleta de informaes sobre as condies de risco relacionadas rea obsttrica, que podem ser tratadas e eliminadas, a partir do conhecimento prvio das caractersticas que leva a situao de urgncia e emergncia no parto, uma vez que isto relaciona-se com uma maior morbi-mortalidade materna e perinatal.O estudo tem relevncia no meio clnico e assistencial uma vez que, ao conhecer as medidas adotadas durante uma crise de pr-eclampsia, pode-se garantir um bom prognstico materno-fetal. No meio cientfico a relevncia do estudo d-se por ser, o parto de risco, um problema que atua em gestantes, e o acolhimento e controle, dessas pacientes depende em grande parte, da enfermagem. A paciente com pr-eclmpsia necessita de vigilncia e do atendimento de suas necessidades, cabendo enfermagem, o cuidar dessa clientela o mais rpido possvel. A contribuio social, poltica e econmica do estudo, d-se pelo fato de que, ao conhecer os fatores de risco que contribuem na prevalncia da pr-eclampsia,ser possvel assinalar intervenes educativas para assim conseguir-se resultados satisfatrios e positivos no sentido de minimizar ou mesmo evitar que gestantes desenvolvam a pr-eclampsia.Diante do contexto aqui apresentado a problemtica levantada neste estudo foi: como se caracteriza a pr-eclmpsia nas urgncias e emergncias obsttricas e como o enfermeiro pode contribuir para reverter esse quadro da gestante em um momento to especial e esperado pela me e por toda a famlia? O estudo tem como objetivo destacar as caractersticas da pr-eclampsia enfatizando os procedimentos da enfermagem junto a gestante com parto de alto risco. O estudo se encontra organizado da seguinte forma: primeiramente o marco terico apresenta definies de parto de risco, urgncia e emergncia, e a importncia da classificao de risco para gestantes na hora do parto; em seguida, o estudo traz a metodologia escolhida para delinear o assunto e, os resultados do estudo, em que descreve-se as caractersticas da urgncia e emergncia obsttrica, abordagem sobre a Pr-eclampsia e os procedimentos de enfermagem junto a esse grupo de gestantes de alto risco. Por fim, a concluso do estudo com reflexes e consideraes do autor.No se espera aqui esgotar o assunto e sim, fornecer subsdios para a literatura quanto para a prtica da enfermagem na rea de Obstetrcia, uma vez que esta uma das reas de atuao desse profissional.

2 REFERENCIAL TERICO

2.1 O Parto de risco

O Parto sada do feto do tero materno, que marca o incio da vida de um indivduo, haja vista que a idade de uma pessoa, define-se a partir do seu nascimento na maior parte das culturas do mundo.Uma situao de risco no parto, caracterizada a partir de sinais e sintomas que so indicativos no incio do trabalho de parto pela parturiente. O parto de emergnciana grande maioria das vezes se resolve espontaneamente, apenas sendo assistidos pelo mdico ou obstetra. Entretanto, observa-se que h situaes em que o parto acontecer antes do prazo previsto at mesmo antes de a parturiente chegar ao hospital e, nestes casos, caracteriza-se como uma emergncia GRAA, et al., 2012)A literatura mdica registra dois tipos de partos considerados de emergncia: o parto normal feito de maneira inesperada e a cesariana que acontece quando h risco tanto para a me como para o beb (CORREA, et al., 2009).O parto de risco tambm pode ser caracterizado pelo aborto que a interrupo da gravidez, a expulso prematura de um embrio ou feto do tero, causando assim a sua morte ou sendo por esta causada. H dois tipos de aborto: o espontneo tambm chamado de aborto involuntrio ou "falso parto", e oaborto provocado, que a interrupo deliberada da gravidez; pela extrao do feto da cavidade uterina (SIQUEIRA, 2008). Cita-se tambm como eventos que caracterizam o parto como de risco a presena de problemas como a pr-eclampsia e eclmpsia e a sndrome de HELLP. Para evitar que esses problemas se desenvolvam durante ou mesmo no momento doparto, o planejamento da gravidez e o pr-natal, contribuem para que seja identificado os fatores de risco, incluindo os comportamentais, alm de possibilitar que a gestante, tenha conhecimento suficiente para reconhecer os sintomas de uma dessas doenas, e, assim, cuidar para que seu filho nasa sem problemas e ela, a me, possa ter um puerprio sem problemas.A classificao de risco apresenta-se como uma importante estratgia de acolhimento e diagnstico da gestante e pode minimizar as conseqncias da pr-eclampsia ou eclampsia da grvida quando em trabalho de parto.

2.2 Importncia da classificao de risco no trabalho de parto

O Acolhimento com Classificao de risco um procedimento dinmico de identificao das gestantes que necessitam de interveno mdica e de cuidados de enfermagem, de acordo com o potencial de risco, agravos sade ou grau de sofrimento apresentados no momento do parto (BRASIL, 2007) um processo que acontece por meio de escuta qualificada e tomada de deciso, a partir de um diagnstico correto do problema, baseada em protocolo, aliadas capacidade do enfermeiro sobre o parto de risco, uma vez que, ao chegar a maternidade ou hospital, a gestante acolhida primeiramente, por esse profissional (TEIXEIRA, et al., 2009). Ainda segundo Teixeira et al. (2009) os benefcios do ACCR para as gestantes de alto risco so: a) atendimento agilizado para os casos de maior risco com diminuio do tempo de espera para os casos agudos e os que demandam urgncia, principalmente; b) informao sobre gestante e familiares sobre o problema apresentado pela gestante, dentre outros. O ACCR destina-se a mulheres no ciclo gravdico puerperal que procuram as maternidades do sistema de sade da rede SUS no municpio de Belo Horizonte, no momento definido pela mesma como de necessidade aguda ou de urgncia (BRASIL, 2007)Segundo Senra et al., (2010), uma experincia com o ACCR foi realizada pela Associao de Ginecologistas e Obstetras de Minas Gerais (SOGIMIG) em Belo Horizonte em que a identificao do nvel de risco que a parturiente se encontra, percebida a partir de algumas aes como: aferio dos dados vitais pela equipe de enfermagem e ser acolhida pelo enfermeiro (devidamente treinado para esta prtica), apoiado pelo mdico que, utilizando informaes da escuta qualificada e da tomada de dados vitais, se baseia no protocolo e permite a classificao da parturiente em relao ao tipo de urgncia ou emergncia quais sejam: 1 Grupo Prioridade Mxima (Vermelha) Emergncia. Atender mediatamente encaminhar diretamente para atendimento mdico, no Pr-parto ou Bloco Obsttrico.2 Grupo Prioridade I (Laranja) - Muito Urgente. Atender em at 10 minutos e encaminhar para consulta mdica priorizada.3 Grupo Prioridade II (Amarelo) Urgente. Atender em at 30 minutos e encaminhar para consulta mdica priorizada. Reavaliar periodicamente.4 Grupo Prioridade III (Verde) - Pouco urgente. Atender em at 120 minutos e encaminhar para consulta mdica sem priorizao. Informar expectativa do tempo de atendimento e reavaliar periodicamente. Pacientes classificados como VERDE podem tambm receber encaminhamento unidade bsica de referncia pelo servio social, via contato telefnico, com garantia de consulta mdica e/ou cuidados de enfermagem, situao que deve ser pactuada previamente. 5 Grupo Prioridade IV (Azul) - No urgente. Atender em at 4 horas e informar a possibilidade de encaminhamento para a Ateno Bsica (UBS). Pacientes classificados como AZUL podero ser encaminhados, atravs de documento escrito, para o acolhimento na Unidade Bsica de Sade de referncia ou tero seus casos resolvidos pela Equipe de Sade. A implantao do ACCR possibilita a re-significao das prticas assistenciais alm de construir novos sentidos e valores, avanando em aes humanizadas e compartilhadas, pois, a produo de sade , necessariamente, um trabalho coletivo e cooperativo, entre sujeitos. O ACCR, tambm possibilita a ampliao da resolutividade ao incorporar critrios de avaliao de riscos, que levam em conta toda a complexidade dos fenmenos sade/doena, o grau de sofrimento dos usurios e seus familiares, a priorizao da ateno no tempo, diminuindo o nmero de mortes evitveis e seqelas.O ACCR deve ser feito por uma equipe multiprofissional composta por: enfermeiro, tcnico de enfermagem, servio social, equipe mdica, profissionais da portaria/recepo e estagirios, devendo o enfermeiro estabelecer uma boa comunicao e interao com a gestante, familiares, e todos da equipe multiprofissional envolvida no parto de risco.

3 METODOLOGIA

A metodologia escolhida para abordar o assunto foi a reviso bibliogrfica sendo a pesquisa de natureza descritiva baseada em obras secundrias que abordam o tema em questo publicadas entre o perodo de 2005 a 2013. A coleta do material foi realizada no perodo de fevereiro a abril de 2014 atravs de levantamento realizado em ambiente virtual de sade, na Biblioteca Virtual de Sade (VBS), por meio de artigos, dissertaes includos. Os artigos foram selecionados atravs dos descritores de sade: aleitamento materno, sade bucal, educao profissional, dentista na ateno bsica, sendo esses termos usados de forma conjunta e isolada.Obedeceu-se s etapas de pr-seleo, fichamento, leitura e anlise dos contedos at chegar escolha final dos artigos que seriam utilizados para compor o trabalho. Na triagem das fontes de pesquisa foram obtidos 56 artigos e 3 monografias. Aps a leitura, alguns livros foram includos, escolhendo-se as obras mais recentes que tinham relao com o contedo a ser abordado neste trabalho. Para a introduo e o referencial terico foram utilizados17 artigos e, para compor os resultados, utilizou-se 12 publicaes, cujos contedos foram baseados nos descritores: urgncias e emergncia obsttrica, pr-eclmpsia, enfermagem, procedimentos. Ao todo, foram utilizados 29 artigos para compor o trabalho.

4 RESULTADOS

4.1 Urgncias e emergncias obsttricas: caractersticas

Caracterizam-se como urgncia e emergncia obsttrica uma situao que coloque em risco a vida da gestante e do feto, necessitando de um cuidado imediato de toda a equipe de sade para reverter o quadro de perigo em que ambos se encontram (SILVA, et al., 2013). Segundo o Ministrio da Sade (BRASIL, 2007), a classificao da emergncia obsttrica, apresenta as seguintes caractersticas: 1) Mulheres com ou sem confirmao de gravidez que apresentem: convulso em atividade; Hipotenso (PAS 80 mmHg); Taquicardia ( 120 bpm); Bradicardia ( 45 bpm); Pele Fria, palidez acentuada / Perfuso limtrofe, sudorese, pulso fino e sncope postural.1.1. Insuficincia Respiratria: Incapacidade de falar / Fala entrecortada; Cianose; FR 10 irpm e FR 32 irpm; Respirao Agnica / Dispnia Extrema / Fadiga muscular; Uso de Musculatura Acessria.2. Gestante que apresentem: a) Alterao do estado mental: No-responsiva / Dfi cit Cogniti vo / Confuso mental; Letargia / Agitao / Paralisia; Intoxicao exgena; Hipoglicemia (fazer glicemia capilar) com sudorese e/ou alterao do nvel de conscincia e/ou viso turva e/ou pulso anormal e/ou dispnia; Alterao grave de comportamento com risco imediato de violncia ou agresso contra si ou contra outrem.b) Trabalho de parto: Perodo expulsivo.c) Hemorragia genital e / ou dor aguda: ( 8 / 10).d) Prolapso de cordoe) Exteriorizao de partes fetais pelos genitais.f). Ps parto imediato (me e criana) Parto no trajeto ou domiciliar. As situaes que caracterizam a urgncia obsttrica segundo Teixeira (2009) so as seguintes:1 Gravidez > 20 semanas. Trabalho de parto (contraes a cada 2 minutos). Ausncia de Movimentos Fetais.2. Gestante ou purpera.a) Hipertenso com PA 160 x 100 mmHg.b) Hipertenso com PA 140 x 100 mmHg com: Cefalia, Epigastralgia, Alteraes visuais.c) Febre. TAX 40 C, Toxemia, Alterao mental.d) Doena psiquitrica com rigidez de membros.e) Relato de convulso em ps comicial.3. No gestante com dor abdominal aguda, de forte intensidade (8-10/10) associada nusea e/ou vmito e/ou sudorese e/ou sangramento genital com suspeita de gravidez.3.1 Hipertenso em gestante ou purpera PA 140 x 90 mmHg e < 160 x 100 mmHg.2. Gestante com Sangramento genital e / ou dor; Dor ( 4 / 10) e ( 8 / 10) e Sem repercusses hemodinmicas.2.1. mese ou hipermese. Sinais de desidratao como: Letargia, Mucosas Secas, Turgor Pastoso.3. Paciente com ou sem confirmao de gravidez e purpera: Febre (TAX 38,5 C e < 40 C).4. Queixa ligada amamentao: Hiperemia, dor e febre, Sinais de abscesso.5. Situaes Especiais: referenciadas de outras unidades de atendimento, j avaliadas por outro mdico e com diagnstico de urgncia. Vtima de violncia.6. Paciente no grvida com corrimento genital associado a dor e febre.Um dos objetivos do Ministrio da Sade em seu Programa de Ateno Mulher melhorar a sade materna e impedir mortes evitveis. Neste contexto, a mortalidade materna um importante indicador da realidade social de um pas e seu povo, uma vez que, os coeficientes de mortalidade materna e infantil so influenciados pelas condies de assistncia ao pr-natal e ao parto (BRASIL, 2008).A ginecologia e obstetrcia so reas em que a enfermagem atua e o papel do profissional da enfermagem em um momento to delicado e, ao mesmo tempo, srio, como a gestao e o parto, visto que seu trabalho direcionado para o atendimento mulher grvida, cujo foco direcionado para o aparecimento de interciorrncias como a hipertenso que leva ao estado de pr-eclmpsia sendo necessrio preparo e habilitao para a preveno dessa doena, uma das causas das urgncias e emergncias obsttricas (SIQUEIRA, et al, 2008).

4.2 Pr-eclampsia

A pr-eclampsia uma patologia sistmica caracterizada por intensa leso endotelial, agregao plaquetria, ativao do sistema de coagulaao e aumento da resistncia vascular generalizada. uma doena sria porque pode acometidos os rgos que sofrem com a repercusso da mesma (MALUF JNIOR; SCHVARTSMAN, 2010).A pr-eclampsia costuma ocorrer aps a 20 semana de gestao, podendo afetar vrios rgos e caracteriza-se, pelo desenvolvimento gradual de hipertenso, edema e proteinria, sendo, predominantemente, uma patologia de primigesta. A doena, quando no tratada, evolui naturalmente para as formas graves, entre elas, a eclmpsia e a sndrome de HELLP. A pr-eclmpsia caracteriza-se pelo aparecimento da trade: hipertenso, edema e proteinria (albuminria). Se no for devidamente tratada surgir a crise convulsiva, ou coma, que caracteriza a eclmpsia durante o parto (PICCININI et al, 2008). Cerca de 10% a 15% das mortes maternas por causa direta em todo o mundo esto associadas pr-eclampsia e eclampsia. Onde a RMM alta, o porcentual de mortes atribuveis eclampsia maior que o da pr-eclampsia. Nos estudos brasileiros, muitas vezes essas causas esto agrupadas sob a classificao de doenas hipertensivas, mas quando estratificadas, revela-se a predominncia da eclampsia (DULEY, 2009). A Doena Hipertensiva Especfica da gestao (DHEG), que ocorre em geral aps a 20a semana de gravidez, caracterizada pela presena de hipertenso (mesmos critrios definidos no item HAC) e proteinria (excreo urinria de protenas > 0,3 gramas em volume de 24 horas ou anlise em amostra nica mostrando pelo menos 1 +, na ausncia de infeco urinria). Configura-se como emergncia obsttrica e emergncia hipertensiva (MALUF JNIOR; SCHVARTSMAN, 2010).Segundo a Organizao das Naes Unidas (ONU), at 2015 foram adotadas oito Metas de Desenvolvimento, entre elas, reduzir a mortalidade materna em 75% o que inclui a ateno e preveno da crise hipertensiva na gravidez. No ltimo relatrio da Organizao Mundial de Sade (OMS) sobre mortalidade materna, o Brasil nos ltimos 18 anos alcanou reduo de 52% (120 por 100.000 NV em 1990, 64/100.00 NV em 2005 e 58/100.000 NV em 2008), com velocidade mdia anual de queda de 4%, quando o ideal seriam 5,5%. Dados nacionais, sobre a mortalidade materna entre 2006 e 2007 mostraram valores maiores que os apontados pela OMS, com RMM de 77,00/100.000 NV. Esses dados ainda segundo a OMS, no incluem todos os casos de mortalidade materna por causas como, deficincia de registro completo e adequados (BRASIL, 2012).Segundo a Revista Brasileira de Hipertenso (2010), cerca de 75% das mortes por hipertenso na gravidez tm como causa a pr-eclampsia e a eclampsia. Isso lastimvel porque a eclampsia em especial, que uma forma grave da pr-eclampsia, uma patologia que pode ser prevenida desde que se consiga atuar precocemente.O diagnstico de pr-eclmpsia feito apenas quando a presso arterial ultrapassa um limite predefinido. A classificao da pr-eclampsia, feita da seguinte forma: pr-eclmpsia leve, quando os nveis da presso arterial esto acima de 140X90, e a proteinria atingindo + ou maior que 0,5g/1.000 ml ++; a pr-eclampsia grave, quando os nveis da presso arterial esto acima de 160x100 e a proteinria atinge +++ ou maior que 5g/1.000 ML ++++ (SPINELLA; LAMAS, 2007). O parto normal prefervel, porque os distrbios da coagulao podem complicar a pr-eclmpsia, e o risco de sangramento muito maior na cesariana em relao ao parto normal, podendo ainda existir a possibilidade da reduo acentuada da contagem de plaquetas (abaixo de 70.000/mm3), no pode ser feita anestesia regional (raquidiana ou peridural) e, na cesariana, a anestesia ter que ser geral (ZXANOTI, et al, 2009).Peixoto et al (2008), citam a proteinria e o edema como a trade da pr-eclampsia na gestao e se no forem observados e tratados a tempo, podem evoluir para convulses e coma. a proteinria, que caracteriza-se como a presena de 300 mg ou mais de protenas na urina em uma coleo de 24 horas (PEIXOTO, et al., 2008)Para Peixoto et al. (2008) o estado da gestante, acometida por uma crise de pr-eclampsia, trata-se de urgncia hipertensiva, mesmo quando o aumento sbito da presso arterial no associada a quadros clnicos agudos, como obnubilao, vmitos, dispnia e que, assim, no apresentam risco imediato de vida ou dano em rgo-alvo, devem ser tratados como sinais de alerta.A dor de cabea e a tontura so citadas como um sintoma que precede forma mais grave da doena, e esse sintoma reforado por Nanda (2008) no sentido de ser investigado de forma mais acurada, pois, esse sintoma, enuncia o surgimento da convulso, uma caracterstica da eclampsia, o que caracteriza a emergncia hipertensiva.

4.3 Procedimentos da enfermagem na crise de pr-eclmpsia

O diagnstico de enfermagem uma das aes fundamentais dentro das atividades cotidianas desse profissional. Na rea de obstetrcia, o enfermeiro se depara com diversos problemas, como por exemplo, a identificao de gestantes com gestao de risco, hipertensas e para isso, tem de conhecer quais os diagnsticos mais frequentes nessa clientela. Sobre essa questo, Doenges (2009) esclarece que os diagnsticos de enfermagem necessitam ser conhecidos para que os enfermeiros tenham condies de propiciar atendimento adequado aos seus problemas, pois desse atendimento depender a qualidade de sade e vida das gestantes assistidas.Na viso de Doenges (2009), o diagnstico precoce considerado uma das medidas mais eficazes no controle da hipertenso na gestao, pois propicia o melhor direcionamento das condutas que tm como finalidade o aumento da sobrevida materna e fetal, evitando os resultados perinatais e ps-natais adverso. Faz-se necessrio tambm, a anlise dos fatores de risco para a pr eclampsia como a situao socioeconmica, idade gestacional, comparao dos valores pressricos, etc.. Seguindo o Diagnostico NANDA (2008), o volume excessivo de lquidos um dos diagnsticos mais presentes nas gestantes. Entretanto, esse diagnstico deve ser interpretado como um fenmeno fisiolgico da gravidez. Em gestantes hipertensas, o edema um dos sinais para a possibilidade de DHEG. A perda de plasma para o espao extravascular constitui-se em um dos mecanismos compensatrios da HA que resulta no aparecimento de edema. Outro diagnstico muito freqente em gestantes hipertensas com pr-eclampsia, o desconhecimento ou conhecimento deficiente da grvida sobre seu problema de sade no caso a hipertenso que pode levar pr-eclampsia. O diagnstico de Enfermagem na pr-eclampsia, segundo Reiners et al (2009) pode detectar tambm: a manuteno ineficaz da sade, o controle ineficaz do regime teraputico, ansiedade extrema, padro de sono perturbado. Corroborando, com esses achados, o Diagnstico NANDA (2008) destaca que o controle ineficaz do regime teraputico, refere-se ao indivduo que apresenta ou corre o risco de apresentar dificuldade para integrar-se rotina de um tratamento para uma determinada doena. A ansiedade extrema pode levar a alteraes no padro de sono, cabendo ao profissional de sade, como o enfermeiro, observar o comportamento da gestante em relao ao tratamento e ajudar a grvida a identificar estressores especficos, com escala de prioridade, ajudando-a a lidar com os mesmos. Tambm encontrou-se no Diagnstico NANDA em relao aos cuidados da enfermagem, que este profissional possa ajudar a gestante a iniciar e aderir imediatamente um planejamento voltado para mudanas no estilo de vida e regularidade nas tomadas de medicamentos.A cefalia tratada pelo Diagnstico NANDA como um dos diagnsticos mais relevantes em grvidas, pois, j predispe a um estado de pr-eclampsia. O diagnstico de enfermagem para cefalia na gestante deve incluir algumas caractersticas como: expresso facial de dor, distrbio do sono, semblante tenso; comportamento expressivo como: agitao, gemido, choro, comportamento dispersivo como andar de um lado pra outro; alteraes no apetite, e distrbios mentais. Entendemos que a identificao desses diagnsticos permite uma avaliao mais detalhada do nvel da doena assim como os problemas enfrentados pela enfermagem junto s gestantes hipertensas, dando base para a necessidade de incrementar a prtica de educao em sade voltada para essa clientela. No tocante pr-eclampsia, a enfermagem tem um papel importante no cuidado, tanto domiciliar preventivo, como hospitalar durante as intervenes e tratamento. Para tanto, indispensvel que esse profissional tenha formao adequada para estar atenta a qualquer tipo de intercorrencia destinada ao aparecimento da pr-eclampsiaA assistncia da enfermagem embasada no Diagnsticos de Enfermagem NANDA, que prescreve, que, um dos primeiros cuidados do enfermeiro junto a gestante com quadro de hipertenso na hora do parto reconhecer os sintomas que podem levar a consequencias mais graves e recponhecer o nivel e a classificao de risco da doena. Para isto deve observar se a grvida apresenta: convulses, tenso arterial diastlica de 90 mm Hg se est aps a 20 semana de gestao; providenciara exames de Proteinria e verificar se est a 2+ ou mais; observar a existncia de coma. Outros sinais e sintomas de pr-eclampsia severa como: Hiperreflexia; cefalias; Viso turva; Oligria (menos de 400 ml de urina em 24 horas); dor na parte superior do abdomen (dor epigstrica ou dor no quadrante superior; direito); edema pulmonar (NANDA, 2008). Peixoto et al. (2011) atentam que uma das principais aes da enfermagem a reduo da presso sanguinea na gestante como principal medida de preveno da pr-eclampsia. Esses estudiosos definiram os parmetros laboratoriais para a caracterizao da evoluo grave da pr- -eclampsia, que a Sndrome de Help: Hemlise que consiste em: esfregao de sangue perifrico com presena de esquizcitos; dosagem de bilirrubinas totais >1,2 mg/dL; desidrogenase lctica (LDH) >600 U/L; elevao de enzimas hepticas; desidrogenase lctica (LDH) >600 U/L; aspartato aminotransferase srica (AST ou TGO) >70 U/L; Plaquetopenia e contagem de plaquetas