TecSaude - Urgencia e Emergencia (1)

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    Programa de Formao de Profssionais deNvel Tcnico para a rea da Sade no Estado de So Paulo

    CURSO DE ESPECIALIZAO PROFISSIONALDE NVEL TCNICO EM ENFERMAGEM

    LIVRO DO ALUNO

    URGNCIA E EMERGNCIA

    PROGRAMA DEFORMAO DE PROFISSIONAIS

    DE NVEL TCNICO PARAA REA DA SADE

    NO ESTADO DE SO PAULO

    CURSODEESPECIALIZAO

    PROFISSIONAL

    DENVELTCNICOEME

    NFE

    RMAGEM

    LIVRODOALUNO

    -URGNCIAEEMERGNCIA

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    So Paulo

    2010

    Pgm de Fm de Pssns deNe Tn p e d Sde n Estd de S P

    CURSO DE ESPECIALIZAO PROFISSIONALDE NVEL TCNICO EM ENFERMAGEM

    LIVRO DO ALUNOURGNCIA E EMERGNCIA

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    Diretr Eecuv

    Geraldo Biasoto Junior

    Diretra Tcnica de Plcas Sciais

    Leda Zorayde de Oliveira

    Analista administrava

    Angelina Alves de Oliveira

    Coordenao Tcnica-Pedaggica

    Julia Ikeda Fortes, Solange Cezrio GomesRibeiro Cruz, Solange de Carvalho Oliveira,Tomoko Matsui

    Crdena de Eecu e Mnitrament

    Andrea Terumi Okida Shimura, Emilia EmiKawamoto, Gabriela Ferreira Granja, Glaucianede Oliveira, Maria Ceclia Ribeiro, Marcela RibeiroRodella Soares, Teresa Christine Pereira Morais

    Crdena de Planeament e Infrma

    Paula Regina Di Francesco Picciafuoco,Teresa Mazza, Vania de Carvalho Ferreira

    Crdena de Cntrats, Cntas e Pagaments

    Andrea Costa, Carlos Alberto Bricoli,Carlos Augusto Bim, Denise Dolcemasculo,Moacir Prado, Rosana Tiemi Saito, Rosete PereiraRodrigues, Srgio Flix, Waldir Salvadore

    Crdena de Cmunica

    Nino Dastre, Patrcia Bacchin Zappa

    Clabradres

    Edna Barbosa da Silva, Elisabete Kudzielicz,Lucia Tobase, Maisa Ferreira dos Santos,Pedro Dimitrov, Valeska de Andrade Stempliuk

    Gvernadr d Estad

    Alberto Goldman

    Secretri da Sade

    Luiz Roberto Barradas Barata

    Secretri Adunt da Sade

    Nilson Ferraz Paschoa

    Chefe de Gabinete da Sade

    Reinaldo Noboru Sato

    Coordenador da Coordenadoria de

    Recurss Humans da Sade

    Paulo Henrique DAngelo Seixas

    Secretri da Gest Pblica

    Marcos Antonio Monteiro

    Secretri de Desenvlviment

    Luciano Santos Tavares de Almeida

    Secretri da EducaPaulo Renato Costa Souza

    Diretra Superintendente d

    Centr Paula Sua

    Laura Lagan

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    So Paulo

    2010

    Pgm de Fm de Pssns deNe Tn p e d Sde n Estd de S P

    CURSO DE ESPECIALIZAO PROFISSIONALDE NVEL TCNICO EM ENFERMAGEM

    LIVRO DO ALUNOURGNCIA E EMERGNCIA

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    permitida a reproduo total ou parcial desta obra, desde que citadaa fonte e que no seja para venda ou para qualquer m comercial.

    Primeira edio - Ano 2010

    Fundao do Desenvolvimento AdministrativoRua Cristiano Viana 428 - 05411-902 - So Paulo SP - Tel. (11) 3066 5500

    Normalizao bibliogrca: Ruth Aparecida de Oliveira e Norma Batista Norcia.Catalogao na fonte: Elena Yukie Harada. Reviso: Paula Hercy Cardoso Craveiro.Ilustraes: Juhmco Hanada. Projeto grco e fotograas: Nino Dastre.

    Esta obra foi produzida sob a coordenao da equipe tcnica-pedaggica do TecSade/Fundap.

    Dados Internacionais de Catalogao na Publicao (CIP)(Centro de Documentao da FUNDAP, SP, Brasil)

    Curso de especializao profissional de nvel tcnico em enfermagem livro doaluno: urgncia e emergncia / coordenao tcnica pedaggica Julia IkedaFortes ... [et al.]. So Paulo : FUNDAP, 2010.---p. (Programa de Formao de Profissionais de Nvel Tcnico para a rea

    da Sade no Estado de So Paulo)

    ISBN 978-85-7285-127-5

    1. Enfermagem - Estudo. 2. Reciclagem profissional Sade. 3. Trabalhadoresem sade. I. Fortes, Julia Ikeda (coord.). II. Oliveira, Solange de Carvalho (coord.)III. Cruz, Solange Cezrio Gomes Ribeiro (coord.). IV. Matsui, Tomoko (coord.)V. Fundao do Desenvolvimento Administrativo - FUNDAP.

    CDD 610.7307331.76161073331.761614

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    Clabradres

    DaySE Maioli Garcia Enfermeira. Mestre em Enfermagem na Sade do Adulto pela Es-cola de Enfermagem da Universidade de So Paulo (USP). Enfermeira do Servio de Tratamentode Dor do Hospital Srio-Libans.

    EDNa BarBoSa Da Silva Enfermeira. Especialista em Pronto-Socorro pelas FaculdadesMetropolitanas Unidas (FMU). Docente do curso de graduao em Enfermagem e ps-graduaoem Enfermagem em Emergncia e Urgncia da Faculdade de Enfermagem do Hospital IsraelitaAlbert Einstein (Fehiae). Enfermeira da Unidade de Suporte Avanado (USA) do Grupo de Res-

    gate e Atendimento s Urgncias (Grau) da Secretaria do Estado da Sade/SP.EDvalDo lEal DE MoraES Enfermeiro. Mestre em Enfermagem pela Escola de Enfer-magem da Universidade de So Paulo (USP). Vice-coordenador da Organizao de Procura dergos do Hospital das Clnicas da Faculdade de Medicina da USP.

    EliSaBETE KuDziElicz Enfermeira. Especialista em Sade Pblica pela Universidade Fe-deral de So Paulo (Unifesp) e Educao Ambiental pela Faculdade de Sade Pblica da Univer-sidade de So Paulo (USP). Administradora de Empresa. Consultora do Observatrio de Sade

    da Regio Metropolitana de So Paulo.JoS GilBErTo PraTES Enfermeiro. Especialista em Sade Mental e Enfermagem Psiqui-trica. Coordenador do Servio de Educao Permanente da Diviso de Enfermagem do Institutode Psiquiatria do Hospital das Clnicas (FMUSP).

    lucia ToBaSE Enfermeira. Mestre em Enfermagem pela Escola de Enfermagem da Univer-sidade de So Paulo (USP). Enfermeira do Samu/SP.

    MaGDa BaNDouK Enfermeira. Especialista em Administrao de Sade e Segurana do

    Trabalho. Especialista em Educao Prossional Tcnica na rea da Sade. Docente do Centrode Formao e Aperfeioamento em Cincias da Sade - Instituto do Corao - F.E.J.Zerbini -HCFMUSP - Cefacs.

    MaiSa FErrEira DoS SaNToS Enfermeira. Especialista em Sade Pblica pela Faculdadede Sade Pblica da Universidade de So Paulo (USP). Instrutora do curso BLS e PHTLS. Enfer -meira do Grupo de Resgate e Atendimento s Urgncias (Grau) da Secretaria de Estado da Sa -de/SP. Enfermeira da Ateno Bsica da Secretaria Municipal de Sade da PMSP.

    PEDro DiMiTrov Mdico. Doutor em Sade Pblica pela Faculdade de Sade Pblica daUniversidade de So Paulo (USP). Secretario executivo do Observatrio de Sade da Regio Me-tropolitana de So Paulo.

    roSaNa ruiz BichuETE - Enfermeira. Especialista em Enfermagem Mdico-Cirrgico pelaFaculdade da Zona Leste (FZL). Especialista em Licenciatura pela UniAraras. Docente convidadado Cefacs. Assistente tcnica Nvel I responsvel pela Subcomisso de Infeco Hospitalar e Ge-rncia de Risco do H.A. Cotox - HCFMUSP.

    VALESKA DE ANDRADE STEMPLIUK - Enfermeira. Doutora em Cincias pela Universidadede So Paulo (USP). Consultora da Organizao Pan-Americana da Sade em Infeco HospitalarHQ/WDC.

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    Agradeciments

    aMaNDa TavarES FauSTiNo- Graduanda em Enfermagem pela Universidade AnhembiMorumbi. Estagiria de Enfermagem do laboratrio do Centro de Aprimoramento Prossionalde Enfermagem (Cape), do Conselho Regional de Enfermagem (Coren-SP).

    ariaDNE Da Silva FoNSEca - Enfermeira. Doutora em Enfermagem pela UniversidadeFederal de So Paulo (Unifesp). Assessora do Laboratrio de Simulao do Centro de Aprimora -mento Prossional de Enfermagem (Cape), Conselho Regional de Enfermagem (Coren-SP).

    clauDio alvES PorTo- Enfermeiro. Especialista em Enfermagem do Trabalho. Foi chefedo Departamento de Fiscalizao do Coren-SP e o atual presidente do Conselho Regional deEnfermagem de So Paulo (CorenSP) - perodo 2008-2011.

    criSTiNa EMiKo iGui Enfermeira. Mestre em Enfermagem Psiquitrica pela Faculdade deEnfermagem da Universidade de So Paulo (USP). Diretora da Diviso de Enfermagem do Insti -tuto de Psiquiatria do Hospital das Clnicas (FMUSP).

    Maria DE FTiMa Da Silva - Graduanda em Enfermagem pelo Centro Universitrio -

    UniItalo. Estagiria de Enfermagem do laboratrio do Centro de Aprimoramento Prossional deEnfermagem (Cape), Conselho Regional de Enfermagem (Coren-SP).

    riTa DE cSSia JaNicaS - Enfermeira. Mestre em Enfermagem Obsttrica e Neonatal pelaUniversidade Federal de So Paulo (Unifesp). Coordenadora do laboratrio do Centro de Apri-moramento Prossional de Enfermagem (Cape), Conselho Regional de Enfermagem (Coren-SP).

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    Apresenta

    A formao de trabalhadores para a rea de sade representa um desao permanente para a me-lhoria da qualidade do cuidado, no mbito do Sistema nico de Sade SUS. Nesta perspectivade cuidado com a qualidade inevitvel relacionarmos a enfermagem, pois ela se constitui emcerca de metade dos postos de trabalho na rea da sade.

    No intuito de enfrentar este desao, o Governo do Estado de So Paulo criou mediante a publi -cao do Decreto Estadual n 53.848, de 19/12/2008, o Programa de Formao de Prossionaisde Nvel Tcnico para a rea de Sade no Estado de So Paulo TecSade, com os seguintesobjetivos:

    ampliar a escolaridade da populao e da formao de prossionais de nvel tcnico comhabilitaes para o ingresso no mercado de trabalho, emelhorar a qualidade dos servios de sade prestados populao, no mbito do Sistema nicode Sade no Estado.

    Objetivando a implementao dessa nova poltica e uma permanente formao de prossionais

    capazes de suprir agilmente as necessidades de fora de trabalho para o SUS, foi imprescindvelo envolvimento de vrios setores comprometidos nesse propsito.

    Com essa dimenso estratgica, o Programa TecSade vem sendo implementado pela Funda-o do Desenvolvimento Administrativo FUNDAP em parceria com a Secretaria de Estado deSade de So Paulo e com o Centro Estadual de Educao Tecnolgica Paula Souza CEETEPSe os cursos, em suas diferentes etapas, executados pelos Centros Formadores Cefors da Redede Escolas Tcnicas do SUS Retsus e suplementarmente, por instituies pblicas e privadas

    credenciadas e contratadas.A primeira etapa do Programa TecSade, o Curso Tcnico de Nvel Mdio em Enfermagem - M-dulo de Habilitao, j em desenvolvimento, destinada a habilitar os auxiliares de enfermagemcomo tcnicos de enfermagem.

    Atualmente, o Programa TecSade inicia uma nova fase, com a oferta de cursos de especializa-o prossional destinados aos tcnicos de enfermagem, de forma a aprimorar seu desempenhoprossional e superar as barreiras tcnico-cientcas, socioculturais e polticas que as limitam na

    rotina cotidiana do trabalho.A especializao em urgncia e emergncia foi o tema escolhido, levando-se em conta, entre ou-tros aspectos relevantes, o elevado nmero de instituies que prestam atendimento de urgnciae emergncia no Estado de So Paulo, que em dezembro de 2008, representavam 2.042 estabe-lecimentos. Outra questo considerada foi o crescimento da violncia no Brasil e o consequenteincremento no atendimento representado pelas causas externas e seu impacto na morbimortali-dade da populao.

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    Investir na especializao do tcnico de enfermagem impacta diretamente na qualidade dos cui-dados de urgncia e emergncia dos servios de sade, salvando vidas, reduzindo danos, melho-rando o prognstico e a reabilitao dos pacientes.

    Alm disso, os avanos tecnolgicos vm demandando transformaes nos processos de traba-lho, exigindo pers prossionais com novas habilidades, dotados de maior nvel educacional ede formao tcnica, preparados para se ajustarem rapidamente a essas novas exigncias e tecno-logias mais complexas.

    Perante esse cenrio, visualiza-se a necessidade e premncia de formao de tcnicos de enferma-gem especialistas em urgncia e emergncia.

    Como parte da poltica de formao do TecSade, para o curso de especializao prossional denvel tcnico em enfermagem, ser disponibilizado material didtico para os alunos, especial-mente elaborado para atender ao aluno-trabalhador do setor sade, constituindo-se em preciosorecurso de apoio ao seu processo formativo.

    O Livro do Aluno do Curso de Especializao Prossional de Nvel Tcnico em Enfermagemem Urgncia e Emergncia tem o propsito de contribuir para a formao e aprimoramento dotcnico de enfermagem, com uma proposta pedaggica que privilegia a construo coletiva doconhecimento, articulando saberes, prticas e atitudes a partir da experincia do aluno e do con-texto em que trabalha e vive.

    A nossa expectativa que este material se torne um instrumento de apoio importante para a suaformao prossional, de mudanas no seu processo de trabalho e, consequentemente, melhoriada qualidade da assistncia de sade comunidade.

    Luiz Roberto Barradas Barata

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    Sumri

    Colaboradores ..................................................................................................................... 5

    Agradecimentos .................................................................................................................. 6

    Apresentao ...................................................................................................................... 7

    Caro aluno .......................................................................................................................... 13

    rea ICnhecend Sistema de Aten s Urgncias e Emergncias d Sistema nic de Sade. 17

    A aten s urgncias e emergncias n SUS.................................................................. 18

    1. Sade no Brasil: marcos histricos e o SUS ................................................................... 18

    2. Polca Nacional de Ateno s Urgncias..................................................................... 25

    Bibliograa......................................................................................................................... 33

    rea II

    Prestand Assistncia de Enfermagem a Cliente na Aten s Urgncias e Emergncias.... 39

    Atendiment em urgncia e emergncia.......................................................................... 41

    3. Estrutura e organizao dos servios de urgncia e emergncia .................................. 414. Atuao da enfermagem no atendimento inicial em urgncia e emergncia

    Parada cardiorrespiratria (PCR)................................................................................ 46

    5. Atuao da enfermagem no transporte e remoo de paciente em urgncia

    e emergncia.................................................................................................................. 64

    Bibliograa......................................................................................................................... 68

    Recnhecend s agravs clnics em urgncia e emergncia..........................................70

    6. Cuidando do cliente com agravos respiratrios em urgncia e emergncia ................. 70

    7. Cuidando do cliente com agravos cardiovasculares em urgncia e emergncia ........... 81

    8. Cuidando do cliente com agravos neurolgicos em urgncia e emergncia ...................... 97

    9. Manejo da dor em urgncia e emergncia ................................................................. 105

    10. Cuidando do cliente com agravos renais em urgncia e emergncia ....................... 114

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    11. Cuidando do cliente com agravos metablicos em urgncia e emergncia .............. 127

    12. Cuidando do cliente com intoxicao aguda .............................................................. 135

    13. Cuidando do cliente com agresses causadas por animais........................................ 145

    Bibliograa....................................................................................................................... 156

    Reconhecendos agravs traumcs em urgncia e emergncia................................. 162

    14. O atendimento vma de trauma ........................................................................... 162

    15. Prestando atendimento ao cliente com diferentes traumas ..................................... 173

    16. Prestando atendimento ao cliente em choque .......................................................... 19617. Prestando atendimento a vma de afogamento....................................................... 201

    18. Prestando atendimento vma com queimadura.................................................... 203

    19. Atuando em eventos com mlplas vmas.............................................................. 208

    20. A morte, o morrer e a enfermagem .......................................................................... 213

    21. Doao de rgos e tecidos para transplante ........................................................... 219

    Bibliograa....................................................................................................................... 230

    Reconhecendos agravs cirrgics em urgncia e emergncia..................................... 235

    22. Cuidando do cliente com agravos cirrgicos em urgncia e emergncia .................. 235

    Bibliograa....................................................................................................................... 245

    Reconhecendoas situaes de emergncias bsttricas ................................................. 246

    23. Atuando nas urgncias e emergncias obsttricas.................................................... 246

    Bibliograa....................................................................................................................... 260

    Reconhecendosituaes de urgncia e emergncia em sade mental ........................... 261

    24. Cuidando do cliente com agravos mentais em urgncia e emergncia ..................... 261Bibliograa....................................................................................................................... 270

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    rea III

    Fundamentand a Assistncia de Enfermagem em Urgncia e Emergncia nsPrincpis de Segurana d Paciente................................................................................... 273

    Fundamentand a assistncia segura a paciente .......................................................... 274

    25. Promovendo a segurana do paciente ....................................................................... 274

    26. Prevenindo risco de leso ao cliente no processo de cuidar ...................................... 275

    27. Prevenindo a infeco relacionada assistncia a sade.......................................... 279

    Bibliograa....................................................................................................................... 297

    Prevenind riscs n trabalh em sade ....................................................................... 299

    28. Prevenindo riscos no trabalho em sade .................................................................. 299

    29. Reconhecendo riscos de acidentes com produtos qumicos,

    biolgicos e radioavos e cuidados com o ambiente................................................ 303

    Bibliograa ...................................................................................................................... 307

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    Caro aluno

    Inicialmente, desejamos parabeniz-lo por sua escolha em fazer o presente curso. Sua participa-o representa no somente a realizao de um desejo pessoal que voc estar prestes a realizar,mas tambm a iniciativa em busca de aperfeioamento prossional. Compartilhado com muitosoutros que decidiram trilhar pelo mesmo caminho, espalhados em diversas regies de nosso Es-tado, quem ganha efetivamente a comunidade. Ao aprimorar o seu desempenho prossional,voc contribuir com a qualidade da assistncia de sade no seu local de trabalho e inuenciarpositivamente a vida de muitas pessoas que passam pela rede de ateno s urgncias, muitas

    vezes na luta entre a vida e a morte.Voc deve estar com grandes expectativas em relao ao curso, imaginando como ele est orga-nizado e que conhecimentos sero trabalhados para a aquisio das competncias para atuar narea de urgncias e emergncias.

    Veja no quadro abaixo o currculo a ser desenvolvido, que traz, de maneira sinttica, a estrutura docurso:

    rea I rea II rea IIIConhecendo o Sistema deAteno s Urgncias eEmergncias do Sistema nicode Sade

    Prestando assistncia deenfermagem ao cliente noSistema de Ateno s Urgnciase Emergncias

    Fundamentando a assistncia deenfermagem em urgncia e emergncianos princpios de segurana do paciente

    Terico-prco

    Estgiosupervisionado *

    Terico-prco

    Estgiosupervisionado**

    Terico-prco**

    Estgio supervisionado

    40 10 150 110 30 -50 260 30

    20 horas de trabalho de concluso de curso avidade terico-prca***

    Carga horria total = 360 horas

    *Estgio realizado na rede de ateno s urgncias do municpio/regio.

    **O estgio supervisionado da rea II ser realizado aps o desenvolvimento dos contedos terico-prtico das reas II e III que

    sero trabalhados de forma integrada.

    ***O trabalho de concluso dever ser desenvolvido ao longo do curso, sendo a carga horria distribuda conforme a necessidadede cada aluno.

    Para a elaborao do currculo, consideramos as competncias do perl prossional de conclusodo tcnico de enfermagem especialista em urgncia e emergncia. Essas competncias foram ela-boradas a partir do perl de aes do tcnico de enfermagem realizado pela Associao Brasileirade Enfermagem e Ministrio da Sade em 2003. As aes foram analisadas e contextualizadas aosservios de sade que prestam atendimento de urgncia e emergncia mediante a participao

    de enfermeiros especialistas que atuam na rea, sendo validadas nos segmentos do servio, for-mao e exerccio prossional.

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    Desta forma, ao manusear o livro didtico do aluno, voc perceber que sua organizao estalinhada com a estrutura do curso apresentado, sendo os contedos agrupados em trs reas:rea I Conhecendo o sistema de ateno s urgncias e emergncias do Sistema nico de Sa -

    de, rea II - Prestando assistncia de enfermagem ao cliente no sistema de ateno s urgncias eemergncias e rea III - Fundamentando a assistncia de enfermagem em urgncia e emergncianos princpios de segurana do paciente.

    Cada rea de ensino composta por subreas com textos tcnico-cientcos e orientaes que iroajud-lo a desenvolver as competncias propostas no curso. Entendemos que essas competnciasso requisitos necessrios para sua atuao junto equipe de sade no enfrentamento de situa-es de urgncia e emergncia, de forma segura, seja no atendimento pr-hospitalar, hospitalar

    e ps-hospitalar.No incio de cada subrea voc encontrar uma sntese do que se pretende alcanar com os estudospropostos, os contedos que sero abordados e as atividades que contribuiro para o desenvolvi-mento de seu aprendizado. A seleo, organizao e o tratamento dado aos contedos espelhama incorporao de uma proposta pedaggica contextualizada s diretrizes do SUS, constituindo-se um valioso recurso na construo das competncias descritas no referencial curricular.

    Este livr didc fi especialmente idealiad para vc.

    Ao folhear o livro, voc se deparar com vrios cones inseridos no corpo dos textos.Sugerimos que voc utilize intensivamente esses recursos, pois orientam o desenvolvimentode atividades como realizar reviso ou complementar os estudos sobre o assunto, incentivara pesquisa, a reexo e a pr-atividade, na medida em que traz em discusso questes daprtica diria de trabalho. Veja o signicado dos cones:

    Voc o protagonista desse processo e o docente o mediador que ir auxili-lo na aquisio denovos conhecimentos. Entendemos que isso possvel na medida em que os conhecimentos e asexperincias acumuladas em sua vida sejam ricamente explorados, em conexo com os pressu-postos tcnicos, cientcos, socioculturais e ticos.

    com grande satisfao que o TecSade disponibiliza o material didtico com contedos es-

    pecialmente produzidos para vocs, alunos do curso de especializao na rea de urgncia eemergncia.

    ExERCCIoS,PESQUISA

    INFoRMAoCoMPLEMENTAR

    REFLExo,ANLISE

    INTEGRAo DASREAS I, II E III

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    rea ICnhecend Sistema de Aten

    s Urgncias e Emergncias dSistema nic de Sade

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    rea I

    Cnhecend Sistema de Aten s Urgncias eEmergncias d Sistema nic de Sade

    A rea I - Conhecendo o Sistema de Ateno s Urgncias e Emergncias do Sistema nico deSade tem como tema introdutrio a sade como direito de todos e dever do Estado, evidencian-do a trajetria histrica e os principais eventos que marcaram a construo do sistema de sade

    no Brasil.Tendo como pano de fundo a reforma sanitria e a constituio jurdica do SUS, que d as basespara a sua implementao, enveredaremos pelos caminhos da organizao do sistema de sadedo Estado de So Paulo, do qual voc faz parte enquanto trabalhador do servio de sade dessesistema. medida que for avanando em seus estudos, voc se deparar com a instituio, em2003, da Poltica Nacional de Ateno s Urgncias e Emergncias, direcionando a organizaoda rede de ateno em urgncia e emergncia em todo territrio brasileiro.

    Pretende-se, com esse estudo, que voc possa desenvolver as competncias para atuar no sistema deateno s urgncias e emergncias do SUS, reconhecendo, sobretudo, sua relevncia enquanto poltica

    pblica voltada para o atendimento de sade da populao. Nesse contexto, alm das habilidadesscio-afetivas que norteiam a interao com o cliente e a equipe, a tica e humanizao necessrias

    participao do tcnico de enfermagem no processo de trabalho em urgncia e emergncia, ressalta-se

    a habilidade em agir com prontido e criatividade perante situaes adversas.

    Constituem conhecimentos tcnico-cientcos necessrios para o alcance da competncia e dashabilidades:

    Poltica Nacional de Ateno s Urgncias e Emergncias;

    Sistema nico de Sade no Estado de So Paulo;acolhimento com classicao de risco;

    Sistema de Ateno s Urgncias e Emergncias;

    Processo de trabalho em urgncia e emergncia.

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    A aten s urgncias e emergncias n SUS

    1. Sade n Brasil: marcs histrics e SUSA ateno sade no Brasil, como conhecemos hoje, com garantias de:

    universalidade direito a todas as pessoas ao atendimento pblico de sade, independentementede sexo, raa, renda, ocupao ou outras caractersticas sociais ou pessoais;equidade signica ateno sade com recursos e servios de forma justa, alocando mais aquem tem menos, a m de reduzir as desigualdades;integralidade atender a pessoa como um todo com a realizao de aes de ateno sade na

    sua totalidade, quer seja curativa, preventiva, individual ou coletiva e,participao popular participao dos usurios dos servios de sade e da sociedade civilorganizada, atravs dos Conselhos de Sade (permanentes, deliberativos e paritrios) e dasConferncias de Sade (peridicas, consultivas e paritrias);

    completou, em 2008, 20 anos de existncia.

    Foi a partir da promulgao da Constituio Federal, em 1988, que a sade passou a ser direitode todos e dever do Estado, prevendo a reduo do risco de doenas e outros agravos e acessouniversal e igualitrio s aes e servios para promoo, proteo e recuperao da sade, quedevem ser garantidos por meio da adoo de polticas pblicas, sociais e econmicas.

    A organizao da rede de servios de sade, de forma regionalizada (local,municipal, regional, estadual e federal) e hierarquizada (ateno bsica,ateno de mdia e alta complexidade ambulatorial e hospitalar), se deucom a implantao do Sstem n de Sde (SuS), que foi regulamen-tado em 19 de setembro de 1990 atravs da lei n 8.080.

    Esta lei dene o funcionamento do SUS, instituindo-o legalmente como umsistema dinmico de organizao contnua e crescente das aes de ateno sade do povo brasileiro.

    Fazem parte do SUS as equipes de Sade da Famlia; as Unidades Bsicas deSade (UBS); hospitais pblicos municipais, estaduais e federais - incluin -do os universitrios; fundaes e institutos de pesquisa (como Butantan,Adolfo Lutz e Vital Brasil); laboratrios; hemocentros (bancos de sangue);servios de Vigilncia Sanitria, Vigilncia Epidemiolgica e VigilnciaAmbiental; almde hospitais e servios privados de sade contratados ou

    conveniados pelo Poder Pblico.

    Instuto Adolfo Lutz,So Paulo, SP

    ConstuioFederal de 1988

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    A Vigilncia em Sade compreende: Vigilncia Epidemiolgica, Vigilncia Sanitria,Vigilncia em Sade Ambiental e Vigilncia na Sade do Trabalhador. Faa uma reviso sobreo assunto, com orientao do professor.

    Na histria da sade brasileira, antes da implantao do SUS, a assistncia sade era destinadaexclusivamente aos trabalhadores. Teve incio com as Caixas de Aposentadoria e Penses, regu -lamentadas em 1923 pela Lei Eloy Chaves. No incio de 1930, existiam mais de 180 Caixas (davem a expresso, usada at hoje, de que as pessoas que esto em licena mdica esto na Caixa), eGetlio Vargas reestruturou a Previdncia Social, incorporando praticamente todas as categorias

    de trabalhadores urbanos. Assim, foram criados seis grandes institutos nacionais de previdnciapor categoria prossional, os chamados Institutos de Aposentadoria e Penso (IAPs), cujo nan-ciamento dos benefcios era repartido entre trabalhadores, empregadores e governo federal. Estaforma de organizao e nanciamento da sade durou mais de trs dcadas.

    Em 21 de novembro de 1966, durante o governo militar no Brasil, foi prom ulgado o Decreto-Lein 72, que unicou os Institutos de Aposentadoria e Penses e criou o Instituto Nacional de Previ-dncia Social (INPS). Aps 11 anos, a lei n 6.439, de 1 de setembro de 1977, estabelece o SistemaNacional de Previdncia e Assistncia Social (Sinpas) e cria como autarquia federal o InstitutoNacional de Assistncia Mdica da Previdncia Social (Inamps).

    Assim, o Inamps passou a prestar o atendimento mdicohospitalar, que continuou sendo apenasaos que contribuiam com a previdncia social, ou seja, aos empregados com carteira prossionalassinada. O atendimento sade era condicionado ao pagamento da previdncia.

    O Inamps contava com uma rede prpria de servios, que foi incorporada por decreto ao Minis-trio da Sade, em 1990 e, com a regulamentao do SUS, transferida parcialmente s Secretarias

    Estaduais da Sade. Somente em 27 de julho de 1993, com a lei n 8.689, ocorre a extino doInamps e a totalidade de suas atividades nalmente so incorporadas ao Ministrio da Sade,porm, sem a transferncia correspondente dos recursos nanceiros, gerando a crise nanceirada sade que se estende at os dias atuais.

    Na poca anterior ao SUS, as atividades de sade, desenvolvidas pelo Ministrio da Sade, Secre-tarias de Sade Estaduais e Municipais dos grandes centros urbanos, se resumiam atividades depromoo de sade (educao sanitria) e preveno de doenas (vacinao, campanha de com-bate a enfermidades como tuberculose, hansenase e outras) para todas as pessoas indiscrimina -

    damente e realizava assistncia mdico-hospitalar aos indigentes, pobres e desempregados queno tinham como pagar servios privados de sade (mdicos particulares ou hospitais e casas desade com ns lucrativos).

    O restante da populao, que no tinha carteira de trabalho assinada (lembrando que as mulheresnesta poca no faziam parte do mercado formal de trabalho, ou seja, na maioria eram donas decasa ou trabalhavam dentro do lar), recorriam as prticas populares de cuidados com a sade(chs, ervas, curandeiros, curiosas/parteiras, frmulas manipuladas por boticrios e tantas outras

    modalidades conhecidas at hoje pela populao que vive em reas rurais) ou recorriam s SantasCasas, geralmente quando a enfermidade era grave, que as cuidava e abrigava at a morte.

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    bom lembrar que o acesso aos servios de sade sempre foi difcil e , at hoje, um dos grandesdesaos para o SUS. Porm, atualmente, o direito das pessoas ao atendimento s necessidadede sade, de forma humanizada, tica e com justia social, em qualquer parte do pas, deve sersuprido pelo Estado Brasileiro de forma gratuita.

    A evoluo histrica do sistema de sade e a atual realidade do setor sade esto relacionadasdiretamente evoluo poltico-social e econmica da sociedade brasileira, no sendo possveldissoci-los.

    O SUS, diferentemente das Caixas de Aposentadoria e Penso que deram origem aos IAPs, de-pois reunidos no INPS e, na sequncia, dando origem ao Inamps, foi uma conquista no s dostrabalhadores, mas de todos os cidados brasileiros. Foi resultado do movimento da Reforma

    Sanitria, que nasceu como forma de oposio tcnica e poltica ao regime militar, por diferentessetores da sociedade e por movimentos populares, que contriburam para a realizao do Simp-sio sobre Poltica Nacional de Sade, promovido pela Cmara dos Deputados, no perodo de 9 a 11de outubro de 1979.

    No seu processo histrico de construo, o SUS tem como marco principal a 8 Confern-cia Nacional de Sade, realizada em maro de 1986. Foi a primeira vez que a populao

    participou das discusses da conferncia. Participaram dessa conferncia mais de 4 mildelegados, impulsionados pelo movimento da Reforma Sanitria, e propuseram a criaode uma ao institucional correspondente ao conceito ampliado de sade, que envolve

    promoo, proteo e recuperao (BRASIL, 2010).

    Todo o esforo da sociedade e dos movimentos populares na obteno de uma poltica de sade mais

    justa e igualitria foi contemplada na Constituio Federal de 1988, na lei de criao do SUS (lei n8.080, de 19 de setembro de 1990) e lei n 8.142, de 28 de dezembro de 1990, que imprimiu ao SUSuma de suas principais caractersticas: o controle social, ou seja, a participao dos usurios e/ou

    populao na gesto de suas aes e servios.

    Portanto, interessante lembrar que o movimento de reforma sanitria, originado no

    nal da dcada de 1960 e incio da dcada de 1970, no se esgotou nem se esgota com aaprovao do SUS na Constituio. A garantia legal foi um marco do movimento, masno seu m. H muito que fazer e muito a conquistar. No campo das polticas pblicas,apenas a sade caminhou. Chegamos hoje ao ponto em que h a necessidade de que outrossetores da sociedade estejam presentes com aes polticas de incluso. Se quisermos umasade que ultrapasse o bem-estar fsico e mental, e penetre na construo de estratgiasque visam qualidade de vida, necessria a interao dos diferentes e complexos setoresda sociedade (ABRAHO, 2006).

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    Entenda melhor o processo histrico de construo do SUS assistindo ao documentrioPolticas de Sade no Brasil: um sculo de luta pelo direito sade, dirigido pelo cineastaRenato Tapajs, numa produo do Ministrio da Sade, de 2006. Disponvel no endereoeletrnico:

    o Sistema nic de Sade e Pact pela Sade

    Durante mais de 20 anos de trabalho do SUS e de consolidao progressiva dos municpios comoinstncias de governo, com autonomia para denir as prioridades de sade a serem atendidas,

    foram praticadas diferentes formas de planejamento e repasses de recursos nanceiros para aexecuo dos programas e polticas de sade no mbito municipal. A transferncia dos recursosera realizada, e em parte at hoje, por meio de critrios como:

    perl demogrco (nmero de habitantes, onde as pessoas vivem, nmero de pessoasalfabetizadas, nmero de crianas e idosos, entre outros);

    perl epidemiolgico (do que as pessoas adoecem, do que morrem, quais suas condies de vida,quais suas necessidades de sade, entre outros);

    rede de servios existente (equipes de Sade da Famlia, estabelecimentos de ateno sade, servios de apoio ao diagnstico e a terapia etc.); eressarcimento dos servios prestados (internaes realizadas, procedimentos realizados).

    Porm, estes critrios no garantiam a integrao de aes entre os municpios em planejamentomais integrado.

    A partir de 1991, por meio da edio de Normas Operacionais

    Bsicas (NOBs), o Ministrio da Sade formalizou a relao e ascompetncias entre municpios, Estados e Unio. Deniu tambma constituio dos fruns de deciso do SUS, como as Comisses deIntergestores Bipartites (CIB) e Tripartites (CIT) e os instrumentospara a scalizao da movimentao dos recursos repassados aosFundos Municipais e Estaduais de Sade, denio dos oramen-tos municipais e elaborao dos Planos de Sade e dos Relatriosde Gesto e da Programao Pactuada e Integrada de Sade. Nesteprocesso, foram editadas a NOB-SUS n 01/91, NOB-SUS n 01/93e NOB-SUS n 01/96.

    CIT: Comissointegrada por

    representantes dos gestoresmunicipais (Conselho Nacional deSecretrios Municipais de Sade Conasems), estaduais (ConselhoNacional de Secretrios de Sade Conass) e federal (Ministrio daSade). CIB: Comisso integrada

    por representantes dos gestoresmunicipais (Colegiado deSecretrios Municipais de Sade Cosems) e estadual (SecretariaEstadual de Sade).Voc poder ter acesso s NormasOperacionais Bsicas consultandoa pasta de legislao do SUS nosite www.saude.gov.br

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    Este processo envolveu os prossionais de sade, os conselhos de sade e a capacitao para agesto do SUS.

    Como dito anteriormente, o SUS no um sistema pronto e acabado. Est em

    constante superao de suas formas de trabalho e envolve um gerenciamento comalto grau de complexidade. Para suprir as necessidades na ateno sade queno pudessem ser resolvidas pelas Secretarias de Sade dos municpios, o Minis-trio da Sade editou, em 2006, o Pacto pela Sade.

    O Pacto pela Sade denido pelo Ministrio da Sade como um conjunto de re-formas institucionais pactuado entre municpios, estados e a Unio para realizar a

    gesto do Sistema nico de Sade. Tem como objetivo promover novas formas de gesto do SUS,

    por meio da adeso ao Termo de Compromisso de Gesto (TCG), que renovado anualmente eestabelece metas e compromissos para cada municpio, para o Estado e para o Governo Federal.

    O Pacto pela Sade est composto pelas seguintes dimenses:

    Pacto pela Vida

    Pacto em Defesa do SUS

    Pacto de Gesto

    O Pacto pela Vida estabelece as prioridades e as metas do SUS em nvel nacional. Para o binio20102011, as linhas de prioridades denidas legalmente so:

    ateno sade do idoso;controle do cncer de colo de tero e de mama;reduo da mortalidade infantil e materna;

    fortalecimento da capacidade de resposta s doenas emergentes e endemias, com nfase nadengue, hansenase, tuberculose, malria, inuenza, hepatite e AIDS;

    promoo da sade;fortalecimento da ateno bsica;sade do trabalhador;

    sade mental;fortalecimento da capacidade de resposta do sistema de sade s pessoas com decincia;ateno integral s pessoas em situao ou risco de violncia;sade do homem.

    A dimenso Pacto em Defesa do SUS visa discutir, nos conselhos municipais e estaduais, as estratgiaspara implantao das aes de sade para qualicar e assegurar o SUS como poltica pblica.

    Selo doPacto pela Sade

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    O Pacto de Gesto dene as diretrizes e responsabilidades dos municpios, Estados e Uniono que diz respeito a:

    descentralizao, regionalizao,inanciamento e planejamento do SUS,

    programao pactuada e integrada (PPI),regulao da ateno e assistncia sade,

    participao e controle social e,gesto do trabalho em Sade (BRASIL, 2006, 2010).

    O nanciamento do SUS, que realizado atravs de transferncias dos recursos, passou a serdividido em seis grandes blocos: Ateno Bsica, Ateno de Mdia e Alta Complexidade da As-sistncia Ambulatorial e Hospitalar, Vigilncia em Sade, Assistncia Farmacutica, Gesto doSUS e Investimentos em Sade.

    O Pacto pela Sade tambm contribuiu para alavancar o processo de regionalizao na denio e

    implantao das regies de sade.As regies de sade so denidas como espaos territoriais nos quais so desenvolvidas as aes deateno sade, objetivando alcanar maior resolutividade e qualidade nos resultados, assim comomaior capacidade de cogesto regional. A poltica de regionalizao prev a formao dos Colegiadosde Gesto Regionais (CGRs), que tm a responsabilidade de organizar a rede de aes e servios deateno sade das populaes locais (MINISTRIO DA SADE, 2010).

    Com a assinatura do Termo de Compromisso de Gesto, coube aos municpios a responsabili-dade pela totalidade de aes envolvidas na Ateno Bsica. As regies de sade caram com aresponsabilidade na denio das redes de ateno e do desenvolvimento de aes para assistn-cia de mdia e alta complexidade ambulatorial e hospitalar. Coube ao Estado realizar as aes deateno de alta complexidade que no pudessem ser cobertas pela regio de sade.

    No Estado de So Paulo, a Secretaria de Sade conta com 17 Departamentos Regionais de Sade

    (DRSs), que apoiam as 64 regies de sade que, por sua vez, agrupam os 645 municpios. Algunsmunicpios, como So Paulo e Guarulhos, dada a sua dimenso, so isoladamente, cada um, umaregio de sade.

    A regionalizao importante porque permite congregar osprossionais e gestores para a denio das redes de ateno sade, como so a RedeOnco (ateno pessoa com cncer), arede de Sade Mental, entre outras, podendo fazer a referncia

    e contra-referncia dos pacientes.

    Verique em seu local detrabalho como ocorre o

    uxo de referncia/contra-referncia.Analise com seu grupo de trabalho aecincia e eccia desse sistema nas

    diversas instncias de ateno sade,sob orientao do professor.

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    Semelhantemente, o atendimento das urgncias e emergncias tambm coordenado por uma unidade de Regulao, responsvel pela organizaodo atendimento pr-hospitalar e pelos uxos de acesso dos pacientes a se-rem atendidos nos pronto-socorros ou nos hospitais.

    Composio Regional da Sade, segundo macrorregio, Departamento Regional de Sade (DRS)e Regio de Sade, So Paulo, 2009.

    Macrorregio DRS Regi de Sade Nmer de municpis Ppula 2009

    Nreste

    Araatuba 3 40 724.570

    Barretos 2 19 420.179

    So Jos do Rio Preto 7 101 1.480.128

    3 12 160 2.624.877

    Nrdeste

    Araraquara 4 24 913.983

    Franca 3 22 659.302

    Ribeiro Preto 3 26 1.284.318

    So Joo da Boa Vista 3 20 791.581

    4 13 92 3.649.184

    Sul/Sudeste

    Baixada Sansta 1 9 1.668.428

    Grande So Paulo 7 39 19.777.084

    Registro 1 15 282.550

    Sorocaba 3 48 2.232.198

    Taubat 4 39 2.259.019

    5 16 150 26.219.279

    Centr oeste Bauru 5 68 1.675.938

    Marlia 5 62 1.096.347

    Presidente Prudente 5 45 731.836

    3 15 175 3.504.121

    Centr Leste Campinas 4 42 3.971.102

    Piracicaba 4 26 1.415.526

    2 8 68 5.386.628

    Estad deS Paul

    17 64 645 41.384.089

    Fontes: SES/SP; IBGE - Estimativa populacional.

    Unidade Mvel do Samu/192

    na cidade de So Paulo

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    Regionalizao da Secretaria Estadual de Sade de So Paulo

    Fonte: SES/SP.

    2. Plca Nacinal de Aten s UrgnciasHistoricamente, o pronto atendimento era realizado pelos municpios. Em 2003, quando foi insti-tuda a poltica de ateno s urgncias em nvel nacional, diversos municpios j tinham serviode urgncia e emergncia estruturado. Por exemplo, no Estado de So Paulo, no perodo de 1983a 1988, foi implantada a Comisso de Recursos Assistenciais de Pronto-Socorros (Craps), visandoconstituir um sistema inter-hospitalar para integrar o atendimento mdico na Regio Metropo-litana de So Paulo (RMSP). Em 1992, com apoio do Ministrio da Sade e participao da Se -cretaria de Estado da Sade e de todos os municpios da RMSP, foi criado um grupo de trabalhocom a nalidade de elaborar uma proposta de regionalizao e hierarquizao do atendimentomdico de urgncia. Em julho de 1992 foi criado o Programa Integrado de Atendimento Mdicode Urgncia (Pamu), fundamentado no Acordo Bsico Interinstitucional celebrado entre as trs

    esferas de Governo Federal, Estadual e Municpios da Regio Metropolitana (Manual do Pro-grama Integrado de Atendimento Mdico de Urgncia, 1993).

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    A Poltica Nacional de Ateno s Urgncias foi instituda por meio da Portaria n 1.863/GM, em 29de setembro de 2003, que rege a implantao dos servios de atendimento mvel de urgncias nosmunicpios brasileiros e da Portaria n 2.972/GM, de 9 de dezembro de 2008, que orienta a continui -dade do Programa de Qualicao da Ateno Hospitalar de Urgncia no Sistema nico de Sade.

    Pode-se armar que os atendimentos das urgncias e emergncias tm como base quatro estrat-gias que devem estar interligadas, como engrenagens de uma motor, que so:

    Plca Nacinal de Aten s Urgncias

    Estratgias promocionais

    Organizaode redesassistenciais

    HumanizaoQualicao eeducao permanente

    Central deregulamentaomdica de urgncias

    organizao de redes assistenciais,

    humanizao no atendimento dos pacientes,

    qualicao e educao permanente dos prossionais de sade que trabalham na rea e

    implantao e operao de central de regulao

    mdica de urgncias.

    Segundo o Conselho Federal de Medicina, em sua Resoluo CFMn 1.451, de 10 de maro de 1995, urgnciasignica a ocorrncia im-prevista de agravo sade, com ou sem risco potencial de vida, cujoportador necessita de assistncia mdica imediata. Dene ainda, aemergncia como sendo constatao mdica de condies de agravo sade que impliquem em risco iminente de vida ou sofrimento in-tenso, exigindo, portanto, tratamento mdico imediato. Note-se queesses conceitos esto relacionados ao fator tempo como determinantedo prognstico vital.

    Entretanto, esses termos podem ter outra interpretao, como impre-visto ou interrupo de ordem do curso da vida para pacientes e familiares, perturbao de suaorganizao para as instituies, e outras ainda, como

    (...) relativo a emergir, ou seja, alguma coisa que no existia, ou que no era vista, e quepassa a existir ou ser manifesta, representando, dessa forma, qualquer queixa ou novosintoma que um paciente passe a apresentar. Assim, tanto um acidente quanto uma viro-se respiratria, uma dor de dente ou uma hemorragia digestiva, podem ser consideradasemergncias (MINISTRIO DA SADE, 2006).

    Como podemos ver, o uso desses termos pode causar dvidas. Pensando nisso, a CoordenaoGeral de Urgncia e Emergncia, do Ministrio da Sade, props a utilizao do termo urgnciapara todos os casos que necessitem de cuidados agudos, deixando de lado a diferenciao daterminologia urgncia e emergncia.

    A Poltica Nacional de Ateno s Urgncias faz parte do SUS e sua organizao orientada pelasportarias do Ministrio da Sade e legislao do SUS.

    Considerando

    a denioapresentada pelo ConselhoFederal de Medicina, dexemplos que ilustremsituaes de urgncia e deemergncia que sofrequentes em seu local detrabalho. Pea orientaodo professor.

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    Observa-se que, apesar dos inegveis avanos do SUS em mais de duas dcadas de existncia, aateno s urgncias destaca-se pela insuciente efetivao das diretrizes relativas descentra-lizao, regionalizao e nanciamento. Desse modo, o perl assistencial traz marcas de atendi-mento ainda inecaz populao e tenso constante aos trabalhadores e gestores desses servios,diante das diculdades em proporcionar acesso universal e equitativo e assegurar os direitos decidadania.

    Dados epidemiolgicos sobre causas de morbimortalidade em nosso pas indicam uma acelera-da progresso de mortes por causas externas, tornando-se a segunda causa de bitos no gneromasculino e a terceira no total.

    Segundo Minayo (2009), no Brasil, estudos epidemiolgicos

    apontam as causas externas/violncia como o maior responsvelpelos altos ndices de morbidade e mortalidade em adultos jo-vens, sendo considerado um problema de sade pblica. Na d-cada de 1990, mais de um milho de pessoas morreram vtimasde violncia e acidentes: cerca de 400 mil por homicdios, 310 milem acidentes de trnsito e 65 mil por suicdios; o restante dis-tribudo entre outras causas de acidentes, com destaque para osafogamentos, que podem ocultar atos suicidas.

    Veja que o enfrentamento das causas de urgncias requer aesde promoo intersetorial de sade, envolvendo conselhos desade, gestores de sade, trabalhadores da sade, prestadoresde servios, usurios, conselhos de classe, educao, promoosocial, segurana social, transportes e outros.

    As longas las em portas de servios de urgncia e emergncia, entretanto, no indicam que to -dos que ali esto tenham necessidade desse tipo de atendimento. Nelas

    as pessoas disputam o atendimento sem critrio algum, a no ser a hora da chegada. A no-distino de riscos ou graus de sofrimento faz com que alguns casos se agravem nala, ocorrendo, s vezes, at a morte de pessoas pelo no-atendimento no tempo adequado(MINISTRIO DA SADE, 2009, p. 24).

    uma situao que retrata a persistncia do modelo assistencial da sade pblica conhecidacomo preventivas e programticas, sem a devida ateno s pessoas com quadros agudos debaixa complexidade que poderiam, na maioria dos casos, serem resolvidos na unidade bsica oupela equipe de sade da famlia.

    As pessoas acabam se dirigindo aos servios de urgncia, mantendo um ciclo vicioso, com trata-mento predominantemente sintomtico, principalmente de doenas crnicas com alto potencial

    de morbidade, que acabam cando sem o devido acompanhamento.

    Causas eternas:conceito empregado

    pela rea da sade para se referir amortalidade por homicdios esuicdios, agresses sicas epsicolgicas, acidentes de trnsito,transporte, quedas, afogamento eoutros. As informaes soprovenientes das declaraes debito do banco de dados do Sistema

    de Informao de Mortalidade (SIM).Vilncia: pode ser mapeadacomo um fenmeno humano,social e histrico que se traduzem atos realizados, individual ouinstucionalmente, por pessoas,famlias, grupos, classes e naes,visando agredir o outro, sica,psicolgica e at espiritualmente.

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    Outro fator que inuencia a demanda em servios de urgncia o comprometimento de servios de m-dia complexidade, cuja consequncia a rede funcionando com escassos recursos de apoio diagnstico eteraputico, dicultando a resoluo de problemas de sade de maior complexidade ou gravidade.

    Essa crescente demanda, inadequadamente alocada, resulta na superlotao dos servios deemergncia e no risco de atender inadequadamente ao paciente grave, comprometendo signica-tivamente a qualidade da assistncia prestada. Nesse cenrio, observamos que os prossionais,na maioria das vezes, encontram-se muito atarefados, com diculdades em avaliar os seus pro-cessos de trabalho e interferir para mud-los.

    Alm da ampliao da rede assistencial, necessrio reordenar a ateno em sade de maneiraque possa efetivamente iniciar-se na ateno primria, de forma qualicada e resolutiva. O desen-

    volvimento de aes de promoo da sade e preveno de agravos reete-se na diminuio dademanda do atendimento de pacientes graves nos serviosde emergncia e na reduo dos ndices de internao hos-pitalar. Essa reordenao essencial, caso contrrio, pactu-aremos com a distoro na realidade, deparando-nos com apermanncia de pacientes em estado crtico nos diferentesnveis de ateno.

    Para melhor compreenso da organizao do sistema deateno s urgncias em nosso pas e, particularmente, emnosso Estado, entendemos que importante fazer um res-gate histrico, revendo as principais portarias que nortea-ram a sua implementao, sem perder de vista a dimenso

    histrica da construo do SUS.

    organia de redes assistenciais

    A implantao de redes regionalizadas e hierarquizadas de atendimento, alm de permitir umamelhor organizao da assistncia, articular os servios, denir uxos e referncias resolutivas, elemento indispensvel para que se promova a universalidade do acesso, a equidade na alocao

    de recursos e a integralidade na ateno prestada.Assim, torna-se indispensvel envolver todos os nveis de complexidade e estruturar uma redede assistncia onde os diferentes servios possam se reconhecer como parte de um todo, se re-ferenciando para receber cliente com agravos de alta complexidade, e se contra-referenciandopara encaminhar este cliente no momento de sua alta hospitalar para reabilitao e assistnciadomiciliar.

    Pesquise sobre portarias doMinistrio da Sade

    relacionadas ateno s urgncias econstrua uma linha do tempo, idencandoos principais fatos que contriburam para aestruturao e funcionamento da rede de

    ateno s urgncias e emergncias. Elaboreem grupo, sob a orientao do professor.Voc pode encontrar os dados no site:hp://portal.saude.gov.br/portal/saude/area.cfm?id_area=456. Veja a relao dasprincipais portarias no nal do texto.

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    So componentes da rede de assistncia s urgncias:

    Pr-hospitalar xo: Unidades Bsicas de Sade (UBSs);Estratgia de Sade da Famlia (ESF); ambulatrios

    especializados, Unidade de Pronto Atendimento (UPA); serviosde apoio, diagnstico e tratamento.Pr-hospitalar mvel: Rede Samu 192, Sistema Resgate eambulncias da iniciativa privada, entre outros.Rede hospitalar: Mdia e alta complexidade.Ps-hospitalar: Reabilitao e servio de ateno domiciliar.

    Estes diferentes nveis de ateno devem relacionar-se de forma complementar com mecanismosorganizados e regulados pelo sistema de referncia e contra-referncia, sendo de fundamentalimportncia que cada servio se reconhea como parte integrante da rede de ateno, acolhendo eatendendo adequadamente a demanda que lhe acorre e se responsabilizando pelo encaminhamentoquando no dispuser de recursos necessrios a tal atendimento. Assim, a articulao do Estado,municpios e regies de sade deve permitir uma resposta equnime s necessidades de sade da

    populao.

    Faa uma pesquisa sobre a organizao do atendimento s urgncias em sua regio,considerando o atendimento pr-hospitalar, hospitalar e ps-hospitalar. Pea auxlio do

    professor.

    Como j vimos, viabilizar a distribuio de assistncia sade deforma hierarquizada, regionalizada e descentralizada requer a im-plementao de pactuaes regionais, municipais e estaduais, esta-belecer protocolos de atendimento e implementar sistema de regu-lao mdica de urgncias para operacionalizar aes previamenteestabelecidas. O monitoramento do sistema de integrao pactuado uma ferramenta gerencial fundamental para garantir a acessibilidade

    e resolutibilidade dos problemas ali encontrados.

    Em grupo, discuta osprincipais agravos

    que so atendidos no servio deurgncia e emergncia no qualvoc trabalha, relacionando-osaos fatores determinantes econdicionantes e propondo aes

    intersetoriais para sua preveno.Pea auxlio do professor.

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    Regula mdica de urgncias

    A regulao mdica de urgncias, operacionalizada pelas centrais de regulao mdica de urgn-cia, uma forma de garantir o acesso equnime aos servios de urgncia e emergncia.

    estabelecida a partir do critrio de gravidade, buscando oferecer ao paciente o recurso maisadequado sua necessidade. As grades de referncia, mostrando as unidades, tipos e horriosdos procedimentos ofertados e a especialidade de cada servio, possibilitam o cruzamento entreas necessidades dos pacientes que so atendidos pelo Samu - 192 e a oferta da ateno necessriano momento. As centrais Samu - 192, de abrangncia municipal, micro ou macrorregional, dispo-nibiliza o acesso s urgncias mdicas em nvel nacional, por meio de discagem telefnica pblicae gratuita do nmero 192.

    Humania n atendiment ds pacientes

    A Poltica Nacional de Humanizao (PNH) foi concebida para toda a rede SUS, visando, sobre -tudo, a qualidade do atendimento.

    Aspectos relevantes da humanizao:

    valorizao dos diferentes sujeitos implicados no processo de produo de sade - usurios,trabalhadores e gestores;

    fomento da autonomia e do protagonismo desses sujeitos;aumento do grau de corresponsabilidade na produo de sade e de sujeitos;estabelecimento de vnculos solidrios e de participao coletiva no processo de gesto;identicao das necessidades sociais de sade;mudana nos modelos de ateno e gesto dos processos de trabalho, tendo como foco as necessidades

    dos cidados e a produo de sade; ecompromisso com a ambincia, melhoria das condies detrabalho e de atendimento (MINISTRIO DA SADE, 2004).

    Nos servios pr-hospitalares e hospitalares de urgncia, as diretrizes para a implantao daPNH apontam para a organizao do atendimento com acolhimento e classicao de risco, aces-so referenciado aos demais nveis de assistncia e implementao de protocolos clnicos paraeliminar intervenes desnecessrias, respeitando a individualidade do sujeito.

    O acolhimento no um espao ou um local, mas uma postura tica; no pressupe horaou prossional especco para faz-lo, mas implica necessariamente o compartilhamentode saberes, angstias e invenes; quem acolhe toma para si a responsabilidade de abri-

    gar e agasalhar outrem em suas demandas, com a resolutividade necessria para o casoem questo. Desse modo que o diferenciamos de triagem, pois se constitui numa ao deincluso que no se esgota na etapa da recepo, mas que deve ocorrer em todos os locais emomentos do servio de sade. (MINISTRIO DA SADE, 2009, p. 17)

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    A classicao de risco um processo que permite identicar os pacientes que necessitam detratamento imediato, de acordo com o potencial de risco, agravos sade ou grau de sofrimento(MINISTRIO DA SADE, 2006).

    um meio de ordenar o enorme uxo de pessoas que buscam atendimento em servios de ur-gncia, tendo como critrio os diferentes graus de necessidade ou sofrimento originados pelosagravos agudos.

    A classicao de risco uma ferramenta que, alm de organizar a la de espera e proporoutra ordem de atendimento que no a ordem de chegada, tem tambm outros objetivosimportantes, como: garantir o atendimento imediato do usurio com grau de risco eleva-do; informar o paciente que no corre risco imediato, assim como a seus familiares, sobre o

    tempo provvel de espera; promover o trabalho em equipe por meio da avaliao contnuado processo; dar melhores condies de trabalho para os prossionais pela discusso daambincia e implantao do cuidado horizontalizado; aumentar a satisfao dos usuriose, principalmente, possibilitar e instigar a pactuao e a construo de redes internas eexternas de atendimento.(MINISTRIO DA SADE, 2009).

    Sua implantao requer iniciativas quanto adequao da estrutura fsica e logstica, estabeleci-

    mento de uxos, protocolos de atendimento e de classicao de risco, qualicao das equipes,entre outras.

    Qualica e educa permanente ds prssinais de sade

    No servio de ateno s urgncias, como em qualquer outra rea de sade, atuam prossionaiscom diversas formaes, experincias e tempo de exerccio na rea.

    Especicamente em relao a recursos humanos, alguns fatores repercutem negativamente no tra-balho, como a informalidade na contratao e a organizao vertical do trabalho, habilitao ina-dequada para atuao em urgncias, despreparo prossional, baixo investimento na qualicao eeducao permanente, a no implementao do plano de cargos, carreiras e salrios do SUS.

    Em relao formao e qualicao de prossionais, a Portaria n 1.864/GM/2003 aponta anecessidade de

    promover profundo processo de capacitao e de educao permanente dos trabalhadores dasade para o adequado atendimento s urgncias e emergncias, em todos os nveis de aten-o do sistema, bem como estimular a adequao curricular nas instituies formadoras.

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    Portarias do MS/GM que orientam a Poltica Nacional de Ateno s Urgncias

    Portaria MS/GM n 737, de 16 de maio de 2001 - Poltica Nacional de Reduo da Morbimortalidadepor Acidentes e Violncias.

    Portaria n 2.048/GM, de 5 de novembro de 2002 - Institui o Regulamento Tcnico dos SistemasEstaduais de Urgncia e Emergncia.

    Portaria n 1.863/GM, de 29 de setembro 2003 - Institui a Poltica Nacional de Ateno sUrgncias.

    Portaria n 1.864/GM, de 29 de setembro de 2003 - Institui a Rede Nacional Samu 192.

    Portaria GM n 2.072, de 30 de outubro 2003 - Institui o Comit Gestor Nacional de Ateno sUrgncias.

    Portaria GM n 1.828, de 2 de setembro de 2004 - Institui incentivo nanceiro para adequao darea fsica das Centrais de Regulao Mdica de Urgncia em Estados, municpios e regies de todo oterritrio nacional.

    Portaria GM n 2.420, de 9 de novembro de 2004 - Constitui Grupo Tcnico (GT), visando avaliare recomendar estratgias de interveno do Sistema nico de Sade (SUS), para abordagem dosepisdios de morte sbita.

    Portaria n 399/GM, de 22 de fevereiro de 2006 - Divulga o Pacto pela Vida e vem trabalhando aregionalizao de servios e sistemas de sade como um dos pilares para a efetivao das diretrizes doSUS de universalidade, integralidade e equidade - Pacto pela Vida, Pacto em Defesa do SUS e Pacto

    de Gesto do SUS.

    Portaria GM/MS n. 687, 30 de maro de 2006 - Poltica Nacional de Promoo da Sade contribuicom aes efetivas para a preveno de acidentes e violncias, atuando sobre os fatores de risco e de

    proteo, promovendo ambientes e entornos saudveis, traz estratgias que buscam atuar sobre oscondicionantes e determinantes das violncias, cujo objetivo maior reduzir a morbimortalidade poracidentes e violncias no Sistema nico de Sade (SUS), promover sade e a cultura da paz.

    Portaria n 3.125/GM, de 7 de dezembro de 2006 - Institui o Programa de Qualicao da AtenoHospitalar de Urgncia no Sistema nico de Sade (Programa QualiSUS), investindo na estruturaoe qualicao de pronto-socorros, em hospitais parceiros na congurao de Redes Regionais.

    Portaria n 2.922/GM, de 2 de dezembro de 2008 - Constitui redes de ateno integral s urgncias,criando as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) com salas de estabilizao.

    ibli

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    ______. Gabinete do Ministro. Instruo Normativa n 01/97, de 15 de maio de 1997. Regulamenta

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    Prestand Assistncia deEnfermagem a Cliente na Aten

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    rea II

    Prestand Assistncia de Enfermagem a Clientena Aten s Urgncias e Emergncias

    A rea II - Prestando assistncia de enfermagem ao cliente na ateno s urgncias e emergnciasapresentam contedos que iro auxili-lo no desenvolvimento de competncias necessrias aotcnico de enfermagem, especialista nesta rea de atendimento de sade.

    Estes contedos ressaltam a importncia do saber (conhecimento) e saber fazer (aprendizadode procedimentos e tcnicas) em enfermagem, articulados com a competncia humana na suadimenso tica e scio-afetiva, do respeito aos direitos e deveres do cidado (saber ser), alm doscuidados com sua segurana e a do paciente.

    Esses conhecimentos e habilidades processados em sala de aula, laboratrios e nos servios ondese desenvolvem os estgios supervisionados, proporcionaro a aquisio de competncias neces-

    srias para a atuao no sistema de ateno s urgncias do SUS.Em seus estudos, voc observar que os assuntos tratados nesta rea esto articulados com ostratados na rea I e III. Essa integrao possibilitar o entendimento de sua participao en-quanto fora de trabalho do sistema de ateno s urgncias do SUS e o desenvolvimento deaes baseadas em princpios de segurana do paciente e do trabalhador.

    Descrita no referencial curricular, a competncia geral do tcnico especialista nesta rea prestarassistncia de enfermagem de mdia complexidade ao cliente no sistema de ateno s urgncias

    e emergncias, interagindo com a equipe multiprossional em sade, em todo o ciclo vital, nosagravos clnicos, cirrgicos e traumticos, seguindo os preceitos ticos e humansticos da pros-so, sob a orientao e superviso do enfermeiro.

    Constituem as habilidades a serem desenvolvidas nessa rea preparar e organizar o ambiente para oatendimento de urgncia e emergncia

    preparar e organizar o ambiente para o atendimento de urgncia e emergncia;reconhecer situaes de urgncia e emergncia, aplicando suporte bsico e/ou avanado de vida,utilizando medidas de preveno aos riscos ocupacionais;

    prestar cuidados de enfermagem ao cliente submetido terapia intravenosa, aplicando medidasde segurana;

    prestar cuidados de enfermagem ao cliente em situao de dor na urgncia e emergncia;

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    prestar cuidados de enfermagem de urgncia e emergncia, junto com a equipe multiprossionalem sade, a clientes com agravos clnicos, em todo o ciclo vital, aplicando medidas de prevenode riscos ocupacionais e de segurana; prestar cuidados de enfermagem a vtimas de mordedurasde animais, adotando medidas de preveno aos riscos ocupacionais e ambientais;realizar aplicao, acondicionamento, conservao e orientaes relativas aos imunobiolgicosespeccos para o atendimento de urgncias e emergncias, considerando os protocolos tcnicos eos princpios de segurana do paciente;

    prestar cuidados de enfermagem em urgncia e emergncia, junto com a equipe multiprossionalem sade, a clientes em situaes de emergncias obsttricas;identicar situaes de urgncia e emergncia em sade mental e prestar cuidados especcos;

    prestar cuidados especcos relativos a transporte e remoo de pacientes em situaes de urgnciae emergncia;

    preparar e orientar o cliente para a realizao de procedimentos e exames em urgncia e emergncia,garantindo segurana, conforto e privacidade.prestar cuidados ao cliente em situao de eventos com mltiplas vtimas, desastres e catstrofes;preparar e orientar o cliente para a realizao de procedimentos e exames em urgncia eemergncia, garantindo segurana, conforto e privacidade.

    Para facilitar a sua compreenso, os contedos tcnico-cientcos foram organizados em subreas.

    Na subreaAtendimento em Urgncia e Emergnciaso abordados assuntos relacionados estruturae organizao para o atendimento, avaliao primaria e secundria aplicadas a pacientes com agra-vos clnicos em todo ciclo vital e transporte e remoo de clientes em urgncia e emergncia.

    Dando continuidade, na subrea Reconhecendo os Agravos Clnicos em Urgncia e Emergncia,vocencontrar contedos que fundamentam a sua prtica no atendimento a clientes com agravosclnicos em todo o ciclo vital, destacando-se manejo da dor em urgncia e emergncia, cuidadosa clientes com agravos respiratrios, cardiovasculares, neurolgicos, renais, metablicos, comintoxicao aguda e agresses causadas por animais.

    Em Reconhecendo os Agravos Traumticos em Urgncia e Emergncia so tratados temas relacionadosa atendimento vtima de trauma, incluindo avaliao primria e secundria, trauma cranioen-ceflico, raquimedular, trax, abdome, pelve e extremidades. Outros temas fazem parte do reper-trio, como choque, afogamento, queimaduras, eventos com mltiplas vtimas, a morte, o morrere a enfermagem e doao de rgos e tecidos para transplante.

    A subrea Reconhecendo os Agravos Cirrgicos em Urgncia e Emergnciaaborda oatendimento spessoas com os principais agravos cirrgicos que necessitam de cuidados especializados e emtempo hbil a m de evitar a piora do quadro.

    Outros temas importantes voc encontrar nas subreas Reconhecendo as Emergncias Obsttricase

    Reconhecendo Situaes de Urgncia e Emergncia em Sade Mental.

    Atendiment em urgncia e emergncia

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    3. Estrutura e rgania ds servis de urgncia e emergnciaQuando uma pessoa sofre agravo agudo sade, deve ser acolhido em servio do SUS mais pr-ximo de sua ocorrncia, seja numa Unidade de Sade da Famlia, pronto atendimento ou pronto-socorro. Caso haja necessidade de tratamento de maior complexidade, as centrais de regulaotm a responsabilidade de identicar, dentre os recursos disponveis no territrio de abrangn-cia, aquele que possa dar melhor resposta demanda e redirecionar o atendimento.

    Compete, portanto, ao Poder Pblico, ordenar o atendimento s urgncias e emergncias, pos-

    sibilitando acolhimento, ateno qualicada e resolutiva para pacientes com qualquer nvel degravidade. Os componentes pr-hospitalar xo e mvel, hospitalar e ps-hospitalar que vimos narea I fazem parte da estrutura de ateno s urgncias.

    Cmpnente pr-hspitalar

    A Portaria GM/MS n 2.048 estabelece o acolhimento de clientes com quadros agudos em unida-des de sade de baixa complexidade, como os estabelecimentos da ateno primria, denomina-dos pr-hospitalar xo.

    Na estrutura fsica do componente pr-hospitalar xo, como a unidade bsica de sade, UnidadeSade da Famlia, ambulatrio de especialidades e servio de apoio diagnstico, os casos de ur-gncia devem ser acolhidos em ambiente previamente estabelecido e organizado.

    necessrio que todos os membros da equipe tcnica e administrativa, especialmente a equipede enfermagem, conheam a sala para o atendimento de urgncia. atribuio da equipe de en -

    fermagem organizar os materiais mdico-hospitalares como laringoscpio com lminas adulto einfantil, cnula endotraqueal, material para realizao de puno venosa, sondas de aspirao eoutros. Manter disponveis medicamentos utilizados em caso de parada cardiorrespiratria (PCR)e insucincia respiratria, materiais e equipamentos para oxigenoterapia, aspirao traquealventilao, desbrilador externo automtico (DEA) e outros devero estar disponibilizados. Osrecursos organizados permitem o atendimento e estabilizao do cliente at que seja transferido,de forma adequada para uma unidade de maior complexidade.

    Os prossionais mdicos, enfermeiros tcnicos e auxiliares de enfermagem que atuam no pr-hospitalar xo so capacitados para estabilizar e encaminhar adequadamente o cliente. A criaode protocolos e rotinas e a sua aplicao auxiliam no tratamento, melhorando os resultados econtribuindo para melhor organizao do trabalho e salvando vidas.

    Servios de mdia complexidade ou intermediria podem funcionar at 24 horas, so estrutura-dos para acolher pacientes com quadros agudos ou crnicos agudizados, e funcionam noite enais de semana, diminuindo a sobrecarga dos hospitais de maior complexidade.

    Em alguns Estados do Brasil encontramos as Unidades de Pronto Atendimento (UPA); no Estadode So Paulo temos o pronto atendimento (PA) e na cidade de So Paulo a Assistncia Mdica

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    de So Paulo temos o pronto atendimento (PA) e, na cidade de So Paulo, a Assistncia MdicaAmbulatorial (AMA). Estes recursos foram implantados com base nos dados epidemiolgicosde cada regio. A equipe mdica composta de clnico geral e pediatra, podendo ser ampliado

    com ortopedistas e cirurgies, equipe de enfermagem, equipe de apoio diagnstico (laboratrio eradiologia) e prossionais da rea administrativa.

    So disponibilizados medicamentos, leitos de observao de 6 a 24 horas em algumas unidadese ambulncia para o transporte. A estrutura fsica e organizao de uxos devem funcionar deforma integrada, agilizando o desenvolvimento do trabalho. So necessrios, para estes estabe-lecimentos, recursos como monitor cardaco com desbrilador e marca-passo externo, bomba deinfuso, respirador, entre outros. Medicamentos como antibiticos injetveis, drogas vasoativas e

    psicotrpicos fazem parte dos recursos pela condio clnica dos clientes acolhidos.A retaguarda hospitalar deve ser assegurada por meio de pactuaes prvias entre gestores paragarantir o acesso a hospitais de alta complexidade.

    Cmpnente pr-hspitalar mvel

    O componente pr-hospitalar mvel foi estruturado e organizado para prestao de servios de

    sade pessoa que necessita de socorro em locais como domiclios, vias pblicas, estabelecimen-tos comerciais, entre outros.

    Ao pedir ajuda por meio da central de regulao 192 (Samu) ou193 (Corpo de Bombeiro), o socorrista, parentes da vtima ou aprpria vtima recebe orientaes do mdico regulador que deci-de pelo envio de ambulncia de suporte bsico ou avanado comequipe habilitada em atendimento a situaes de urgncia, caso

    avalie que seja necessrio disponibilizar esse recurso. O mdicoregulador autoriza o transporte do cliente diante do problema desade relatado pela equipe local de atendimento pr-hospitalar(APH), por meio de comunicao por telefone ou rdio. Em setratando de situaes no caracterizadas como risco iminente devida, cabe ao mdico regulador dar orientaes sobre outras me-didas a serem efetuadas pelo solicitante.

    As equipes de sade do APH so compostas por mdico, enfermei-ro, tcnico e/ou auxiliar de enfermagem, que recebem habilitaoespecca para esta atividade. necessrio que conheam suas atri-buies, normas e rotinas operacionais, bem como desenvolvamseu trabalho baseado em protocolos de atendimento. A educaopermanente desses prossionais primordial para assegurar aqualidade na prestao da assistncia. Outros prossionais comotelefonista, rdio-operador, condutor de ambulncia ou de veculosaquticos e areos fazem parte da equipe de APH.

    Primeirs scrrs:atendimento

    prestado, inclusive por leigos, paramanter a vida e evitar oagravamento das condies at o

    recebimento da assistnciaespecializada.

    Atendiment pr-hspitalar:atendimento prestado porprossionais da rea da sade,treinados e capacitados para proveros cuidados iniciais ao cliente, deforma organizada e sistemazada,seguido de transporte at serviode sade que proporcionar otratamento denivo.

    Resgate: consiste na reradado indivduo de um local, porvezes de dicil acesso, de onde omesmo no possa sair sozinho emsegurana. Pode ser necessrio ouso de materiais e equipamentosespeciais para efetuar a rerada,alm de treinamento especco

    para realizar esses procedimentos.

    As equipes so capacitadas para tripular veculos terrestre, aqutico ou areo que se destine aotransporte de enfermos, atendendo a classicao da Portaria n 2 048/GM No APH, os encami-

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    transporte de enfermos, atendendo a classicao da Portaria n 2.048/GM. No APH, os encaminhamentos para os servios hospitalares so designados pelo sistema regulador. Esses prossio-nais so habilitados por meio de cursos de resgate e emergncias mdicas (REM), participando

    de capacitaes peridicas para o bom desempenho de sua funo.

    Equipes Suprte Bsic de Vida (SBV) Suprte Avanad Vida (SAV)

    Prossionais

    Auxiliar ou tcnico de enfermagemCondutor de veculo

    EnfermeiroMdicoCondutor de veculo

    Bombeiro militar*

    Atribuio

    Atendimento de baixa complexidade,no realizando procedimentosinvasivos, em casos de vmas demenor gravidade.

    Atendimento de urgncia e emergncia de altacomplexidade, realizando procedimentos noinvasivos e invasivos, em casos de vmas graves.

    * facultado ao bombeiro realizar o atendimento pr-hospitalar conforme protocolo institucional.

    Cada veculo equipado com materiais e equipamentos especcos, tripulado por prossionaiscom diferentes atribuies que compem as equipes, segundo o tipo de atendimento destinado aprestar, no caso, suporte bsico de vida (SBV) ou suporte avanado de vida (SAV). Os veculos deSAV so equipados com materiais mdico-hospitar, equipamentos e medicamentos, permitindoa estabilizao do cliente e seu transporte para o hospital. Prossionais da rea de segurana,como policiais rodovirios e bombeiros identicam situaes de risco e realizam manobras desalvamento, resgate e, quando necessrio, o suporte bsico de vida (SBV).

    Para a segurana dos prossionais e do paciente, necessrioque todos os princpios de biossegurana sejam aplicados. importante promover a limpeza terminal ou concorrente dointerior da ambulncia e a desinfeco adequada de mate-riais e equipamentos.

    Pesquise sobre os mtodosde limpeza concorrente e

    terminal de rea sica, equipamentos eambulncias. Pea auxlio ao professor.

    Atendiment hspitalar

    d d d h l f d d

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    As unidades de emergncia hospitalares ou pronto-socorros oferecem atendimento imediato eininterrupto aos pacientes adultos ou crianas em estado crtico ou potencialmente crtico.

    O atendimento hospitalar denido por grau de complexidade - tipo I, II e III.

    Toda infraestrutura referente a recursos materiais, equipa-mentos e medicamentos deve estar de acordo com as nor-mas e compatvel com servio de emergncia.

    As reas fsicas so estruturadas conforme a complexidade

    do hospital, considerando-se os tipos I, II e III. Assim, hospi-tais que recebem clientes de maior complexidade oferecemrecursos humanos, materiais e tecnolgicos compatveis coma necessidade de cada caso. A estrutura fsica adequada normatizada pela Resoluo de Diretoria Colegiada (RDC),da Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria (Anvisa). APortaria RDC n 307, de 14 de novembro de 2002, estabele-ce normas tcnicas para elaborao de projetos da estrutu-ra fsica, arquitetnica, smbolos grcos, desenho tcnico etoda organizao fsica para estabelecimentos assistenciaisde sade.

    De acordo com a Anvisa, h a necessidade de rea fsica am-pla, com nmero mnimo e suciente de salas e quartos ou

    boxes com divisrias para acomodar os clientes com confor-to e privacidade. As dependncias so projetadas conforme as normas estabelecidas pela legis-lao, considerando-se o uxo de pessoas que circulam no local. Essa rea deve ter revestimentolavvel, em cor clara e com cantos arredondados, como tambm dispor de boa iluminao eventilao; as consideraes de segurana e conforto incluem um ambiente tranquilo, com a mi-nimizao de rudos e agentes estressantes.

    A unidade de emergncia caracterizada pelo uxo intenso de pessoas que circulam nessa rea,

    em razo da rotatividade dos pacientes que procuram o servio devido gravidade das condi-es em que se encontram, motivadas por trauma, afeces no traumticas, alteraes de com-portamento, entre outras.

    A variedade dos agravos apresentados por esses pacientes justica a diversidade de prossionaisque atuam nessa unidade, com equipe multidisciplinar composta por prossionais de enferma -gem, assistente social, sioterapeuta, mdicos de diferentes especialidades, entre outros, bemcomo a avanada tecnologia presente com equipamentos de alta preciso.

    Essa complexidade exige a capacitao permanente dos prossionais que nela atuam.

    Hspital p I especializados: contam com

    recursos tecnolgicos e humanosadequados para atendimento de urgncia

    de natureza clnica e cirrgica, nas reas depediatria ou traumato-ortopedia oucardiologia.

    Hspital p II- hospitais gerais: dispemde unidade de emergncia, recursostecnolgicos e humanos adequados parao atendimento geral de urgncia clnica ecirrgica.

    Hspital p III- hospital geral: contam

    com recursos tecnolgicos e humanosadequados para atendimento deurgncias clnicas, cirrgicas e traumcas.Desempenham aes de capacitao,aprimoramento e atualizao para todosos prossionais envolvidos no atendimentode urgncia, conhecido como hospitaisuniversitrios ou de ensino.

    Na estrutura organizacional do servio, contamos com o responsvel tcnico (RT) de cada cate-goria prossional, que ser o responsvel em promover as capacitaes em parceria com servio

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    g p q p p p pde educao hospitalar.

    Ao realizar intervenes orientadas no tratamento e na preveno de outros agravos, funda-mental a destreza, a capacidade de observao, de trabalho em equipe e o desenvolvimento dopensamento crtico orientador na tomada de deciso.

    Entretanto, o atendimento prestado com rapidez pode ser comprometido por fatores como fa-diga, falta de ateno e desrespeito s normas de biossegurana, e predispe o prossional aosriscos de acidentes e doenas ocupacionais.

    Quando trabalhamos em servios de urgncia e emergncia, estamos inevitavelmente expostosa riscos que podem comprometer a nossa sade. Essa uma questo importante e que merecetoda nossa ateno. Com a mesma responsabilidade que cuidamos da sade do outro devemoszelar pela prpria sade, utilizando medidas apropriadas de preveno aos riscos ocupacionais.Por isso, convidamos voc a fazer uma pausa e imergir na rea III e estudar o texto PrevenindoRiscos Ocupacionais no Trabalho em Sade. Participe da discusso em sala de aula, sob amediao do professor, sobre como voc aplica esses conhecimentos na sua prtica prossional.

    O processo de trabalho na unidade de emergncia requer slida fundamentao cientca eprontido no cumprimento imediato das atribuies por parte de cada prossional da equipede atendimento. Ressaltamos, porm, que as situaes imprevistas com as quais se deparam osprossionais nesses servios requerem ateno no apenas no aspecto tcnico-cientco. A equipemultidisciplinar precisa estar preparada emocionalmente para a vivncia de situaes limtrofesque impactam os servios de urgncia em relao ao binmio vida e morte. O equilbrio em lidar

    com essas situaes tem repercusso na vida do paciente e de seus familiares, que se sentiroapoiados e mais seguros em relao ao atendimento que recebem da equipe.

    Rotinas organizacionais, operacionais e tcnicas devem serde conhecimento de toda a equipe de trabalho da emergn-cia, para que haja melhor desempenho operacional e alcan-ce da qualidade na assistncia do cliente em situao deurgncia.

    A qualidade da assistncia prestada por prossionais queatuam nos servios de urgncia est diretamente relaciona-da capacitao tcnica da equipe de emergncia e orga-nizao do servio dentro da instituio. Protocolos insti-tucionais devem ser implementados e atualizados a cadaquatro anos e sempre que necessrio.

    A avaliao da qualidade doservio de sade pode ser

    realizada por meio de diferentes estratgias

    delineadas pelos rgos competentes,como os processos de acreditao,cercao, alm das inspees de serviosde sade realizada pela Vigilncia Sanitria.

    Pesquise sobre as nalidades e atribuiesde organizaes como OrganizaoNacional de Acreditao (ONA) e JointCommission on Accreditaon of HealthcareOrganizaons (JCAHO).

    Reduzir o risco de infeces associadas aos cuidados de sade apontado como um componente

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    importante das metas internacionais de segurana do paciente. Para o seu alcance, necessriauma ao conjunta envolvendo os servios, a administrao e a equipe de sade. Todo

    tcnico de enfermagem que presta cuidados ao paciente tem responsabilidades em relao preveno e controle de infeco relacionada as