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O que há a fazer na enorme tempestade que se avizinha? Sinto-me atordoado, impotente quanto ao que se segue. Um sentimento de calma e de ansiedade contraditória faz-me chorar. Choro que teve estreia na vinda ao mundo pós processo ontogenético. As melodias acalmam e assustam. Está lá algo que não consigo explicar por palavras escritas. Tento procurar como verbalizar e não consigo. A figura do homem idealizado tornou-se mais ideal para mim. Conversa que me aconchegou mas que não encontro solução para o problema exposto em antemão. A resolução é seguir. A solução é olhar para trás. Como nos devemos colocar no mundo? Porque devem colocar alguém no mundo? Porque devem deslocá-lo? As exigências de onde emerge tudo vem uma força inerte. Os corpos parecem naturalmente acompanhar o movimento, mas quando se tenta modificá-lo, de trajetória, ou de travá-lo, esses continuam. A camada fumegante que torna irrespirável a mínima aproximação com o ar leva à tortura sacrificial e ao isolamento de quem pensa com individualidade de que lhe é própria, esta contra a individualização que permeia todos os indivíduos e os transformam em colectivos pseudo-individualizados. Não é possível fugir porque ela é a única realidade que sendo racional é por única e exclusivamente verdadeira. Todas as ideias tendem a desaparecer. Todas as ideias tendem a transformar-se. Pois bem, na arqueologia da mente infinita causal e dispersa dos seus conteúdos mais pragmáticos, alberga a resposta contrária ao fluxo fragmentário que impõe uma abstração existencial necessária para valorizar a moral moralizada sem ética, dando uma oportunidade de uma outra forma de pensar não discriminada pelos vigentes olhares inertes. Spatializing States: toward an ethnography of neoliberal governmentality – James Ferguson

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O que há a fazer na enorme tempestade que se avizinha? Sinto-me atordoado, impotente

quanto ao que se segue. Um sentimento de calma e de ansiedade contraditória faz-me chorar.

Choro que teve estreia na vinda ao mundo pós processo ontogenético. As melodias acalmam e

assustam. Está lá algo que não consigo explicar por palavras escritas. Tento procurar como

verbalizar e não consigo. A figura do homem idealizado tornou-se mais ideal para mim.

Conversa que me aconchegou mas que não encontro solução para o problema exposto em

antemão. A resolução é seguir. A solução é olhar para trás. Como nos devemos colocar no

mundo? Porque devem colocar alguém no mundo? Porque devem deslocá-lo? As exigências de

onde emerge tudo vem uma força inerte. Os corpos parecem naturalmente acompanhar o

movimento, mas quando se tenta modificá-lo, de trajetória, ou de travá-lo, esses continuam.

A camada fumegante que torna irrespirável a mínima aproximação com o ar leva à tortura

sacrificial e ao isolamento de quem pensa com individualidade de que lhe é própria, esta

contra a individualização que permeia todos os indivíduos e os transformam em colectivos

pseudo-individualizados. Não é possível fugir porque ela é a única realidade que sendo racional

é por única e exclusivamente verdadeira. Todas as ideias tendem a desaparecer. Todas as

ideias tendem a transformar-se. Pois bem, na arqueologia da mente infinita causal e dispersa

dos seus conteúdos mais pragmáticos, alberga a resposta contrária ao fluxo fragmentário que

impõe uma abstração existencial necessária para valorizar a moral moralizada sem ética,

dando uma oportunidade de uma outra forma de pensar não discriminada pelos vigentes

olhares inertes.

Spatializing States: toward an ethnography of neoliberal governmentality – James Ferguson

Diz o autor que as percepções de verticalidade entre a sociedade e o estado formam-se nas

práticas burocráticas rotineiras do dia a dia. O conceito de governamentalidade transnacional

tem posto em causa a verticalidade de poder entre estado e local através do que o autor

refere como “grassroots politics”.

“Estado” como entidades que são conceptualizadas e representadas culturalmente (construído

através de mecanismos de simbólicos e imaginativos (Anderson, 1991). Este autor quer dar

enfase a uma percepção que tem sido escamoteada que é a da espacialização.

Questões que quer abordar neste artigo: “How is it that people come to experience the state

as an entity with certain spatial characteristics and properties? Through what images,

metaphors, and representational practices does the state come to be understood as a

concrete, overarching, spatially encompassing reality?”

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Estado apresenta~se como entidades reificadas com determinadas características espaciais –

introduz noção de “vertical encompassment”. A legitimação do Estado e a naturalização do seu

poder faz-se através de práticas burocráticas quotidianas. A politica transnacional económica

no entanto poe a autoridade vertical do Estado em causa. Através da análise da relação entre

os Estados africanos e a rede emergente de organizações internacionais percebe-se a confusão

que cria na compreensão da espacialização do estado. O estudo dessas mudanças é útil para

novo conhecimento da antropologia do estado e esclarecer aspectos das políticas

contemporâneas da globalização.

Para Hegel o Estado é objectificado sendo que este autor trata d