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AAqao Progranráti<¿ na \Lsáo dos Profissionais de Saúdeem uma Unidade Bási<¿ no Município do Rio de laneiro

Elenice M. d¿ Cunhar; Cristiane S. Cabralr; (ilaycles M¡ R. Alvesr;Regina Heleml S. Barbosal

Resurno: o presente est Lrtk r é rcsrrltlrckrde l¡m¡ pesquis¡ qrLrlitativl qrÉ leve fxr(t)jetiv()cr mprcen<ler a s rcprcse nt¡(r^)c's s( riais (k' pfi f issi( )n¡ is de si| i¡de (le tuD C,e¡rtÍ ) MLnicipalde srÍl(le ( CMs) d() Rk) (leJxneilo eIn rel¿rq¡o ¡ E(lt¡caq¡() em s1tú(le. o c()ncei&) cleReDrcsent¡q(ts S( )( i:r is fi ri r.Ltiliz¡ch r cr )l,l o ref¿rcnci¡l teóri('( ) tr¡]]il vez que as pe(cl\¡')e\(k )s sujcit()s peroreia¡l1 e (l¡( ) senticü ) is sL[ts prÍti( as. F( )raln realiza(l s (k)ze entrcvistasseni-estnltLirirdas (r )Dr prollssi( )n¡is fec()nhet icft rs pel<I CMS ctnr()'l)ess( )as{have de(lldll Dr'()gr¡rln.r. O r

'lcir{ ) d.r entrevisli¡ vers¡\,ll s()l)lei tl ¡iet(iria pftfissi()l-lll, vis.i() cl( )

elrJ¡t i< rriDl¡t| ,, cleselnft'nh, r (l rs lrn t¡lt'.llrus exe( Lttalck)s e Pri(ridlcles, visli<I tLr tn<xlekr,rn iilrle sirr.le. ¡ret¡e, rirtir,,

':' cm r el.tr,:io ¿ts iltivid.(lesclesenv( tvi<hs l'ant a an¿ilise <1<I

c(xrteir(k) d¡s enfrevistits. ttt¡l¡z(\r_se () nrét()d() llcrtnenéLlt¡c()-diitlétic() J fim de(rrnrnreefxlcriInl,lg( m¡r|lI )\e(i nl\cnvtsntlnu fx'rsPc(1i\.1 ltisft ni(:l C, ,n(Jtlil Fi( (ltlc: ir\m(,(lil'(:r(\ts lrgrlis ( l(r rr lllltiltrrt¡tt I rr rln ¡ illlPl.lñt.l(:i( ¡ (h ) sistelnir t ni( | t(lt \:l( ,.le- | )n(lr(,sCMSteri¡¡rsLnrclev¡ncixrec,(tlhecich,r,).lltcr.lflnl¡rj<nfÚrcnt¡r(le(lcsv:ll)r¡zaql()ü [ Dilrte (h,sentrc\ islild( )s tru]k ) eIn relxci() ¿¡s íllivi(Ll(les desenv( )lvidxs (lLnnt( )d¿ SaíKIe

i,riliir':r enr ger.rL:r l.rhil (li- (r nscn,ocm r( l:r,, ri, rl ¡-rerre¡ nr rtkS;ttltle s el< Etltrr-¡ti¡ rent

S,inii", tr.u't.,ntt,, "

preciria ilttcglag:io entre rri e<¡trilts do Ctrls, tende¡n a interf¿rir¡ler¡rti\'.rrrlentc nrl :tlttrt!lir ttttttr rcllr trnitLtcle.pjlavr¿s<have gdtrc. t(¡i, , tlr¡ 5i t trtle; (tntl.( ) Mttnicipal de Sn írde; RePre¡€¡'¡ta(¡() S¡}cial

Abotract Th¡s is the resLrlt ()fil qtralitirtive reselrcll in rvhich rvas ai¡recl to tlnclerstandl¡cJlth Dr( )f¿ssi( )nJls 5( r,,ill reprefunutit nsofl Mtlnicip¡l tlealth Center (NIHC ) jn Rio de

l¡nein;, in r(lirti¡ 'n t. ) the E([xJ¡ti( ¡n in He:llth s(t)pe. TIle S()cial Represent¡ti()n concept'rvr¡s ué<lrstlte tlrorcticirl fi¡rne\t()rk since the $il)iect s pel c'epti( n1s l)e¡rÉate¡s well as

!i\e fttlrint t(, tlleil cxlxrictues T\\ e[ e se¡li_strLtctLlred inten iews $'efii c]afl iecl ()!tt with;I( )tessi( ¡niri\ tlrirt:irc In, rwn ¡' rt'te¡ence-pers(n¡s (fexclr l)r()¡lt:ltr. There w¿ts x sc ptii,r the intclview in rr lr¡ell.ilrr )trld lt (l¡{usse{: pl( f¿ssi( )n¡ll}.tckgÍ)tncl, lres'ent fxrsiti(nt)cr( cDlir,n. l)r( 'gr¡ttti' li tllillt)lenl iin(l Pri( n iliel. r ierr r tftlle. rrnrnl llcilllll l):lllcrn. din1\

lr¡tl,,iric,,t¡r is iniel¡ti(,|r kr tltc lt|ti rrircd rl('t¡vities ln ( )(ler t( ) an¡lyz.e the c( tlent ( )ftlleinten Éu s, Tl te her¡renet tt¡c-cliilectical nled x xl rv¡s tsecl s() ¡s to LurlL'¡lsl1l n(l oPP( lsf i rls¡ n(lrsr cerllcnts ln:r llist( )ric.tl Dcrst)cctjve.lt w:ls (( )nclLl(lt'(llh¡t: tl¡e leg¡l ch¡ngesthatt'nrl,lirltltc si\t(1ru I'ni(r,(ic5:r( i evitl'lislrr rtnt. tr¡x 'n \\1li(11 ll|( [l I lC wcrf \(rPF '*'(lk ) lrilve their relevx¡(e rec( )gniz.e{ dicln t J ltcf dlc lY' f¡i'{i()ñ'lls (le\ J ltlxtL'd léling;eitlrerin rclation t() thcirown activities or t() the PLrl)lic I lelllth in ¡jeneftll The tu )n-¿ greementt()w¡rds Hexlth rnd Educxti(n in l lellthc()ncepti()ns, ¡s N'ellasthe ht'k ofnutch amtngtlleNfIICte¿r¡'!ste¡(lst()interf¿renef¡ativelyinth:lt&'¡¡tetlxfii)rnr1üTeKey-vords¡ EdLrclti( tr in Hexlthi iútmiciP.tl tlexlth C.ente4 !i .}ci¡l Representati( )n

rl,¡;-Ll:rdrLui!l.rr (1, Curi,Jc E\ptt L'liz(:i(,em sxirde Cr )leti\,x. nx d;rlkhde l{esidéft ir ú)NF-'ic.:l)¡,li..ssr)nr A\:'i\t(rnc (l¡ | Dcpl: J!'k'(|,( Inltlt(\(nt¡.1 { es cd¡,NhsC IIn{lÁi. Irrix,A.i., for"¡"

"usky,irn'. lréclio<1, H<xp tlliver C.F F dtt tlFltJ - 5'xndLu ll d()Fund¡()'

tetf¡xr(2l ) 270{X)97

I

I akt.g i(kaid. v1).lqD

IfiroórÉo

Os C,entnx de Saírcle (CS), dexle a sua criagio em 1927, ptsuran.rpor diferentes hses, ern que ora tivemm seu espaqo de atuagio arnpliado,ot:r reduzido. Noentanto, stla interven!-eo sempre esteve voltada para ocontrole e prevengio de agravos i saúde da poptrlagio em geral. Para

alcangar tais metas, os profissionais de sairde buscuvam modificar cr

comportamento clt ¡ropulagáo, utilizanclo, porvezes, mét<xlo.s coercitivos.Com o ¿dvento do Movimento de Refbrma Sanitirria e,

consequentemente, com a inplantegiodo Sistenu Únic'o de Saude (S[JS),

osCS intensificar¿m sua intewenEeo nas qr,testóes de saúrde atr¿vésdasAgóes Prog:uliticrs, ou seja, programas preconiztdos ¡;elo Ministério clrSaúder, clefiniclos porgnrpos ¡npulacionais ou patologiasts¡tecíficrs, tenclopresente em sua c',once¡rgio o tultalho cle Echrcagio em Saútde.

A fim de analisara atuaqáo de unr CS no ámbito da Educrrqioem Saúde enquanto l(r¿l de efétiva$o clos Prograrus preconizados pektMinistério da Saúde/Secreraria Municipal de Saúde (MS/SMS),desenvolvernos um:r pesc¡uisa qualitativa em que fbrarn realiz¿dasentrevistas individuais semi-estllltuadas con-r doze profissionais de saúlde(médicos, enfern.reiros e assistente social) que ¿tuam em um CentroMunicipal de Saúcle, c¿mg) de pírtica da resicléncia err-r Saúde Coletiva doNúcleo de Estudos de Saúde Coletiva,/Universidade Feder¿l <to Rio cleJaneiro (NESC/UFRJ). Lltilizanros c-omo refi:r encial teórico o conceito cleRepfesentaaoes Sociais por c.onsiderumrcs que este possibilita d¿rr énfasedfala dos stjeilos e.ro corzta.toenlc¡tre é procluzida.

Os temas abordados com os profissionais de saúde nasentrevistas vers¿vam sol)re: tr¿rietória profissional, visio do cargo qtreocupa, desernpenhodos progr.rrnas executaclos e prioriücles, visio domodelo atual de saúrde, metas e objetivos ern relagio is ativiclaclesclesenvolvidas. O conteúdo clas entrevisf¿ts foi analisado a panil do máoclohermenéutic-oclialáicr.

Vale mencionarque a SMS do Rio deJaneiroé uma institltiq:ioque oferece serigos de s¿rúde em 108 Unidades o¡rerativas: 19 Hospitais eInstitutos, 4 Matentidades e 85 P<xtos de Saúde de cliverss c.omolexidacles.

O Município clo Rio deJ:nteir.o cliviclc-se ent clez Áreas clePlaneian.rento, sendo que estas &io cDl.l.lpostírs por RegióesActministr¿tivas.Cada Re¡¡Lio deve obrigatodarnente sediar runa Uniclacle Básic¿ cle Saúde.

Ok!*¡!tuk'A &L V 1).1.t/)

II

Des.se n.rodo, a ¡rsquisa teve c-omo campo cle estuclo r.ul¿r Unidacle llásicasituacla er.n uma clessas Regióes Aclministrativ¿rs loc¿liz¡cla na Area dePlanejamcnto J. 1 .

Assirr sencl<;, este afiigoé fnrto clo trxl>alho clesenvolviclo pelas

lesiclentes a partircla insergio destas cm uln Ccntro Municip:rl cle Saúdeno Mtrnicípio do Ilio cleJaneiro.

Um Histórico da Saúde Pública

A Saúcle Públic:r passou por d if'e rcntes fhses e rn nosso prÍs.senclo. inclusive, cc¡r rsiclcmcl¿r colr.ro r¡ mcxlclo cle saúclc hcgenónico nc>

finalclo sectrlo pass¿rclr.¡e início cleste.

Par:r Mer.rcles (1 993), o n.nxlel<¡ Sanitarista fbi he¡¡er.nónicn quancloo Esteclo exigia cio sisten.n de saúcle urru política cle s.rneamento doscspagoscle prcxltrglio, an.r.nzen:rment() e cilculaqri()dos pr'<xltrtos, tendo,prra isso, c¡r.re crndicarou col.ltrolar cl(^-nqas que, entrc outros prejuizosao r.l.rxlelo ec'onór.r.rico da épcx:r , ifetwxur a e4x)tr(¡o do elfé.

Contudo, houvc rcsisténcia cl¿r populag:io a cerfas ureclidassanit:'rrias. Segundo Costa (1986), a fim clc superar a viva resist€ncia dagrpulagio;is rneclidas clc saÍrcle pírblica, dentreestas. rs cle imur.rizrgrio, oFlstad() rcc(xrcu tirnto aos clispositivos cocrcitivos e punitivos clu políciasu nitírria cor.r.ro ir.rcelrtiv()u l criac'¡o, pela s<x ieclacle civil. cle Camptnha deC(X)pemc¿io na Efing:io da l.'cl:rr e Anmrcla.

O rne'smo autor af iln aincla c1ue, a emergéncia cla b:rcteriologiacrrmo explicadom cla clusa l-riológica cla cl<tengu . clificulton a rclagrio causal

entredoenea e c-ondigr)es sociais, presente n:rs suf4estóes d()s s¿rnitiuistasem meaclos do sécnlo XlX, quanclo já preclominavem as cloengaspestilenciais (pfincipalmente varíol:r, felrre rmarela e nulírria), tenclo nateoria clos lniasm:rs a explicag:io para os Ínales cle sxfide: "Paru combr¿ter:rsdoenq:rs pestilenciais, a nreclicina prcrxu[x)u-sc en] atefl¡ r:'r¡¡uas estagudas,Iir.npar mes e cas:rs, c()nstftrir canteiros e pulificar o ar" ( 19ti6: 34).

Em l919, é criaclo o Depaftament() Nacional de Saúde Pitblicac, a partil' cle ent¿io, se l)trscou :r distritalizaqzio con-rc¡ meio clecle-.,-entralizagio. pliorjzando-se a educagzio s:rnitíuia e utilizanclese paraisso a estfatégia dos Centros de Saúcle ( CS ) e clas visifadoras sanitárias(F'ultado.1982).

ükl..*ii(l?Q kr. 7( 1 ). 1{t,

O CS proposto e implementado pelos higienistas brasileirosbaseou-se na experiéncia noÍe arneric¿na, sendo que aqui foi inicialnrenteincorporado pelo Governo Federal evoltado pam as cidades r.rrbanas,

enquanto nos Estados Unidos baseou-se em inicixtivxs de basesconlunitárias e poderes públicos municipais, já que naquele país osproblenras de polrreza, crime e doenq¿, entre ouiros, er¿m prementes, ealgunlas correntes socialistas e missóes assistenciais (entle elas a CruzVermelha) acreclitavam que, cl.unrados i participaEáo, os mol-¿dorcs dosbairros pobres provavelmente plocur¿riam rnelhorar a situx!^Ao de suacomunidade (C-os:r, 7%6: 11,4).

No Rio deJaneiro, em 1927, é inaugurado o CS de lnh¿úu¡u,seguido por outros trés nos anos de 1929 e 1930 (Bangu,Jacarcpag'r.rá ePenha), todos emáreas longín<¡uas, sema presenga de outlos apxlelhossanirários.

Par¿ Costa (1986), o CS surgiria conro rrma oqgunizrErio con.rvistas a promover e coordenar os servigos médicos e sociais de umaloc¿lidade, tendo como atividades os s€rvigos de enl'enneiras visitadoras,inspegio escolar, laboratório, dispensário, censo de r.r.rorbidade einvestigaeóes, entre outras. Em S¿.io Paulo, estes for¿m oryanizados sob a

direqáo de Paula Souza, com es¡rcialisas médicos e ainda "educrdons dehigiene", que buscrvam induzir na poptrla$o "nr<xlo.s e atitudes favoriveis) agáo dos servigos". Os CS deveriam prcst¿r os seguintes serviqos:administragAo e estatístic¿, pré-natal, higiene da crianga, doengastr¿nsmissíveis, tuberculose, lepn, doengls venéreas, saneamento e ¡x>líciasanitária, higiene do trabalho, exrmes de s¿úde, lalrratório e enfennarias.

Em 1934, a cidade do Rio deJaneiro foi dividida eln 12 Distlit<xSanitários com seus respectivos CS, muitas vezes aproveitando-seinstal¿gñes pré existentes.

Vale ressaltar que, no início do século, na capital, o GovernoFeder¿ltinlra c-onro firngio básica em relaE:io i saírdeas ag'óes de Saúcle

Púrblica, ou se.ja, a :rssisténcia i sairde no á¡tbilo do Distrito Fecleral estavadividid¿ em trés instáncias: O Depanamento Nacion¿llde Saúrde Públic¿(DNS) assumia ¿s atribuiE'óes consideradas de Saúde Pública; a Prcfeitumdo D¡strito Fecler¿l, que tinha como responsaltilidade o atendimcnto tÉdicoambulatorial a<x pobres e o atendinrcnto de urgéncia a tcxh a ¡ropulagjo; e,por fim, as fanilias nuis ab¿stad¿rs cont¿lvlrr com a assisténcia de cunho

Atl v¿Ll¿t iú1 'l I t tvn

liberal fbita pelo médico cla casa.

Ern 1939, o Decreto Lei na 1040 tr.tnsferiu os CS da cidade doRiodeJaneiro, antes sul¡ordinados ao Depaftamento Nacion¿l de Saúde

Pírblica, para a Prefeitura do Distrito Federal. As fungóes dos CS

permaneceram pr¿ticamente ¿rs mesmas, tendo na figura da visitadora og¡mde elementoda Unidade Sani¡lria. Nesta época, todas asgrandescidades

br¿sileiras deveriam ter no mínimo um CS.

Umdocumentochtadode 1944(BanosBarreto, 1944)e*ablece,entre outros, normas reguladoras para as ftrnqóes clos CS, dando, ainda,énfhse is aq'óes de cunho m¿is vertic¿l e campanhiste, criando delegaciasfederais regionalizadas par¿ implantaruma nova polític.r sanitária no nívelfecleml. Cri¿ran.r-se os seruigos nacionais especializados por cloenqa ouproblernas considerudos relev¿rntes para a Saúrcle Pírblica (Tuberc¡,rlose,

Lepra, Peste, Febre Amarela, Saúrcle dos Portos, Doeneas Mentais,Bioestatísticas, Áf+ns e Esgot<x, Doenqrs Venéreas e Bouly¿). Neste mesmo

¡rr'íoclo, o DNS perdeu sua divisáo nr¿terno-intantil. C-om essas medidas,enne outr¿s, cx; CS foram ¡rr denclo es¡nEu no cenário da Polític-¿ Sanitária.

O fhto cle a Pref'eitura do Distrito Federal ter gr¿nde tr¿diqio noatendinento nÉdico hospitalar contribuin aincla mais ¡rar.r a m:rrginalizrg.iocl¿r rede de QS. As anti¡ias filnqóes do CS foram nuntidas, poém nio houveinvestimentos p:rra ¿ c'ontr¿tac¡o de novos s¿lnitaristas.

A clicuorrria entre o atendin.ento cle Sairde Púrblica presraclo ¡relosCS e os serviqos médicos assistenciais permaneceu mesmo com a

n-runicipalizagáo. No entanto, estes tiver¿m sua concepgio originalnodificacla, pois a Divisáo de Sairde Pirblica da Prefeitrux do DistritoFederal, ) qual os CS estavam subordinaclos, era composto por quatrodepartamentos independentes, sendo eles: Puericultura, Tuberculose,Alimentagio e Higiene. Logo, estes trés primeiros seruiqos possuíamautononia técnic¿r mesmo dentro dos CS. Um:r outfir car:rcterística dessafase foi a introclugio do atendimento clínico individual.

A partir cia décacla de 50, a Saúde Pública definitivamente deuIugar i assisténcia médica previdenciírria como estrutura sanitáfialreg,erndnta.

Mendes (1993) lembrzr que na déc-.rda de 20 surge a PrevidénciaSocialno Br¡sil coma Lei EloyChaves, quando entio fbram instituídas as

Ok[.9uideQ*1. Vl11ry

Caixas deAposentadodas e Pensóes (CAPs). Na décaü de 30, liouve a

transfomragio diLs CAPS em Institutos de Aposentadorias e Pensóts (lAPs),

para depois sercm sulñituídas fJelo Instituto Nacional de Pl'evidéncia Soci¿l(INPS), quando houve o alijamento da palticip¿Cio dos tr¿balhadoles e oaumento clo pocler regulador de Estado.

O mesmo autor ressalta ainda que teria sido o processo deindustrializaqio a por f ir.n ao n]oclelo agloexportador, induzindo oaparecimento da assisténcia médica cla Previcl€ncia Social, esvaziandoprof¡essivamente as ag'óes c':lr.rpanhistas e prornovendo a hegenroniz:t1iodo modelo médico assistencial privatista, ou seix, o privilegiarnento daprática médica curativa individual, ¿ssistencialista e especializada, emdetrimentoda Saúde Pírblicr, favorecendo ainda a criaEio de um c,omplexomécüco industllrl.

Em 1962, foi criada a SUSEME (Supelintendéncia de Serwigos

Médicos) e, ainda, as Re¡¡ióes Aclministrativas Municip.lis. O Dep¿ft¿rnentode Saúde Púrblica foi tr¿nsfbnr.ndo em SLISAP (Superintendénci:r de Saúcle

Pública) pelo governador do Estado ü Guanaban (a cid¿de do Rio de

Janeiro já nrio era mais capital da Repúblicr). Agora, a Sec'rct¿ria cle Saúlcle

era forn-nda fror esses doisórg¡os. Nessa época, ¿l SUSAP era fb¡madapelos Depanarnentos de Higiene, de Tuberculose, da Crianga e doAdolescente e ¿inü, pela Divisíio de Olgania!^¡o Sanitádx.

Os Centros Médicos S¿nitários (rntigos CS) nuntiveraÍn osservigosde higiene, tuberculo.se, crianq¿ e adolescente, enfi:magen saniuiriae atividades cümplemenarcs, ou sei¿, r¡:rntivenmasativi¿rde; preventivas.

Posteriormente, a SUSAP passou a ser uma clas cliretorias daSUSEME, ficando sulnrdinada r)s políticas tragadas poresta. A pxftir deentio, o atendimento médico curativo passou a ser definitivamenteimplantado. Assim, os centros médicos passaram a ofbrecer os se¡¡uintessewigos: medicina preventiva (imunizrgáo e vigiláncia epidemiológica)puedcukur:r, pecli;rtria, tul)eK--t c'se, pÉ-mr¡xial, pÉ-naal, doengrsvenérr':rs,doenqas de pele, prevengaio de cáncer e doenEas degenerativas, servigosde saúde mental, exrmes lalx¡ratoriais de rctina e serviq'os de enfbmragendesaúde pública.

Atentativa de refonntrlaEio dos CS ndo impediu a progressivlconquista da hegemonia da medicina previdenciária que doton,

0 .9tlkk'A¡tú. 7 1 ). tqt)l0

c

especiiúnente o Fjo deJaneirrc, de inúrner:rs unidade.sambulatoriais públictse conveniadas cle assisténcia i srúde, rnzrntendo colrro taref?r dos CS aquelas

que nio for.rm inc-orporadas pela medicina previdencihria.

Pa¿r Mencles ( 1993) o moclelo médic-o as.sisfenci¿rl entra em criseno deconer da década de 70, con-r o fim clo rnilagre econdmico e corl oscrescentes cllstos dos serviqos prestaclos. Neste período, defensores deuma reforma saniúria jír se faziarn presentes, principalmente no interior dealgunzrs Universiclrdes.

É importante lernbrarque na décadx de 70 houve importanteseventos mundiaiscom relaqioa atenEio:i saúde cla populagáo, como aC-onfeÉncia Internacional sobre Ateng.io Prim/rria de Saírde (Alme-Ata/1978), que prop6s algumas orienaEóes lvásic¿s:

. assisténcia cle saúde preclominantemente profilática, sem seclescuiclar dos aspectos curativos e cle reabilit:tgio;

. aces.sibilidade de atengio zi saírcle de tocla a popul2lgeo;

. efbtiva e denrccráticl p¿¡ticip¿lio da c'omtnidade.

Para Mendes (1993), hir uma coincidenci¿r entrc a propostainremacinnal do;cuicltdos prinúrios, aconlada emAlnra-Ata, ea necessidade

cle d esenvolver e expanclir uma modaliclade assistencial de baixo custop¿ul os continfaentes ¡>pulacionais excluíclos. O autor afinru que, mesmoreconhecenclo a eficiéncia cle uma boa organizaqio da atengao primáriarJ¡re os níveis de s¿rúcle, o que prevaleceu no Brasil mquele peíodo foi oentendimento reducioni-sta da atenqio primária seletiv¿r executada comrecursos nrrrgiruris prra um ¡npuhgio n-nrgimlizaclr, de regióes iguahentemarginalizadas, cor.n of'ertir de tecnologia simples, por-pessoal de baixac¡ualificaqáo, sem possibilidade de referéncia para os níveis de m¿iorcrlnplo<icüde.

ARefofir¡aSanltáflaBÍasleiÍae onovocorcfftodeSaúdeEm marco de 1980 foi realizada a 7q Conferéncia Nacional de

Saútde (CNS), onde se apreciou a implantagio das Agóes Integradas deSaúrde (AIS), que visavam integtr as instinriqirs púrblicas feclerais, esLrduaise r.r.runici¡r.ris de saúcle, aurnentando a abran5€nc'ia do Sistenur.

Foi em 1986 que ocorreu o evento político sanitírrio maisirnDofante da década: a VllI Conferéncia Nacional de Saúde. Sua

ll()kl9ÍUelrtl. V1),lW

impotáncia, se¡+rndo Mendes ( 1993), estaria no fato desta sera c'onfluéncirde todo nrovimento contra-he¡;emónico em rela$o i *rirde e, ainda, peloseu caráter dernocrático, agregando x participag¡o de delegadosreprescntativos de quase toclas as forgas sociais interessad¿rs n:r quesáo d:r

$úde.A partir da VIII CNS, a saírde passon a ser consicleracla nt¡nl

sentido nrais abr¿nf¡ente, ou seia, rcsultante das condit'oes de alimentag:io,habiaqáo, renda, edrra$o e meio andriente, tr¿bÉ ho, tr¿nsporte , emprego,lazer, liberdade, acesso a posse da ten-a e aos sewiEos de saúde.

A nova Constituigio do Brasil, promulÉFrü em ounrbro de 19&1,

estabelece que a Sairde é "direito de todos e dever do Estado", devendoser gar¿ntida mediante políticas soci:ris e econónicrs que visem a rerlugiodo risco de doenga e de outros agr.rvos, e ao acesso Lrniversal e igualitíu'io)s aEóes e serviE'cx ¡rara a sua promogiio, prcte!¡o e rcqlper¿g¡o.

As aE'óes e servigos de saúde passaram, dexle enÉo, a integrar'uma recle rcgior.ulizada e hierarqu izrü, consiru indo rrrnSistern¿ Único deSaúde, com as seguintes dfetrizes:

. descentralizaqio, com diregáo única em cada esfer¿ do governo;

. atendimento integr¿l corn prioridade paru as atividades plever.Itivassem preju2o dos seruiEos :rssistenciaisi

. fnfticifxlg]o ü comuni¿lde.

Como decorrénci¿r da Constituieáo Federal. elal-nrou-se a Lei8ffi0, que dispóe sobe ascondigñes ¡rara pronroqio, prcfegio e recufrefl(ioda saírde e as Consituigóes Eshduais e teis Oryánicas Municip.ris. E ainüa Lei 8142, que dis¡róe solxe a panicipagio da comunidacl: e tr¿nsferénciede recursos na áre¿ de saÍrde.

No entanto, embora o movimento de Reform¿ S¿nitária tenhaculminado no "direito legal i saúde", na prática, os avln!'os nioconesponder.rm)sexpeclzltivas. A princípio, o processo deregularnentagio e ir.nplantagáo do SUS teria se desenvolvido em umaconjuntura diferente daquela do momento de sua concepqio einstitucionalizaqeo, vistoque na décach de 90 ocon eu o acirr¿mento dacrise fiscal e do des:riuste estnrtural da ec'ononi¿ tr¿sileir¿, aliado ainclr, iexpansio do pens:rmento e pí¿tic¿ do neoliberalisrno (C¡rv¿lho, 1999).

Mendes ( 1993) salientír que a c'rise oryenica do Estado, a perversr

C.kl &Ú:ú)Ab. V1).199

t

clistribr.riqíio cle rencla, um setor privaclo moclerno com elevadogmu de

¿rutonomiir, alémcle mecanismosde financhmento ca¡razes cle facilitar o

acesso de url grancle gnrpo populacion:rl:r ttm se¡¡mento prestador de

seIvieo, entre otltros fatores, teriam detern.¡inado a "nniversalizlgao

excludente", otr seia, embom parte expressiva ch ¡ropulacio tenha obtido

acesso aos selvicosde saúde, estes, alér.n cle estarem fixados na atengao

médicr, sofre mtn ainda quecLr na qualicLrde, contribuindo para que outrtp:rrcela cla ¡ropulagio optasse pela atenqio méclica supletiva.

O mesmoautorafiuna qr.te a nio aplicagio prítica dos avangos

legais clo Movin.rento de Reforma S:rnitári:t poderia serexplicado pelo

Estaclo de Bem-Est¿r lrrasileiro, cuio padrio seri1l o me ritoclírtico-pa fticlll¿f ista. Neste, a política social apenas conige :r ag:io clo merc'rclo,

su¡ronclo a aEio coffetivn e complelnentar clo Estado

AAf áo P¡ogramáüca em Saúd€

As agóes programltticas em saúde podem serdeflnidas corno

trm:r proposiqño cle organizilr o tralv¿lho em s¿rúde fundament¿d:r no ideal

da integragio sanitária e inspirada em tecnologia de base epidemiológica(Nemes, 1996). Estas se efetivam nos pto¡¡ramas cle saútde, que por sua

'"'ez, pxlem reférir-se :r patologiirs es¡recíficas (tukrctrbse, ha nseníase...)

ou lincla, ao risco cle adoecimento de determin¿rdos fll'Llpos (gestantes'

criangas...), tendo por c2rracterística ¿r articulagáo de aqÓes médicas e de

srucle cr¡lctivr em sttl inlc rvenEi c.

Nemes(1996), ao olharo tr¿balhoemsaúde na modernidade,

iclentific.r dois pólos 6€néricos: o prirleirc refere-se ao espa!-o propriamente

púrblico da srúcte, <¡tte rccofia o seu objeto cle traballlo fJela icléia de doenEa

nocDletivo, rcpresent,tcLt Srlc xtberxtnifuílrQ o se5'tnclo, eslrria relrcionackr

i particulariclrcle inclividual do acloecinrcnto, tenclo na icléia de doenq.r no

corpo anátor]]o-patológico individual o seu recofie de oljeto de trabalho,

sendo rcplesent¿tclo ¡:elo vbet'clíttictt. Assim, as duas grandes veftentes do

tr¿lv¿lho em srúde m:ntiver¿ft se operantes e se¡nracLrs: a clínicr ocupando

um papel maris relevante, atuanclo pÍincipalmente nos hospitais, e;1

epidemiologia, nlenos valorizada, opemndo através das organizagÓes da

Saúde Púrliict.

A pro¡xrsta de Progranugio em Saúlde nasceu etn Sio Paulo, m

1.1

()k¡. &tti.laa ld. v1),1YD

nleti¡de da déc¿da de 70, quando a crise ec-onómic¿ e social comelou a seradmitida pelo governo brasileiro que, porsua vez, p¿ssou a investil en.ralgumas ¡xiíticrs s<xiais para nranter a esabilidade políticu.

A profrosta de p¡ofllztnrag{o buscou a ampliaeáo úr assisténcia ¿j

popula@o na rede de centros cle s:l úde, rntes resr;ira ; I lgunus doenEasinfeccios¿¡se ativicl¿rdes ligienisras e preventisuts, como u.t.r meio cle tralnlhodefinido epiclemiologic¿merue (Sch¿ ilxr et at.,1990). A¡rsar <h propostade progranraE¡o ter mobilizado os centros cle saúcle, a g;uca aloc.agiio clevelbas dificultou o seu proéfess().

Nos anos 80, cor.r.l o advento da Refbmra Sanitária, onde a Saúclepaisou a ser "Direito de l'oclos e Dever do Est¿do" e c.om a refonnulagiodo sistema de saítde, asunidades básicas de saúde pas.s:rr¿nt a ser vistasconroa principalpofi¿ deentnda do sistenra de atenEio i saúde. Entio,finaL.nente, a Ag¡o Ploflfarnática em Saúcle sr-rrgiu como pfoposta cleintegl"agio srnirária.

AEfucaeeo Sar¡ftiria no Brasll"Foram exigéncias de orden do Capítal e do Trabalho, clue

comegam a colo(¿r, a partir clas prir.neir¿s décaclrs deste Éculo, a ques:ioda saúde e da educagáo redefinindo-se aos por¡cos ¿r vicla e o tr:rbalho,'(Melo, 1984). Neste contexro, a educ¿C¡oemerye comproÍlteticlá com avida social e o traltalho proclutivo, passando a figurur entre lcis e projetcxde erolrriagio no pa-s.

Deutey Qptnl Melo, 19U4) fbi um dos reóricos que nuis influiuno movinlento conhecido conro e'r.ola-n<¡visn-n e no que foi chanr:rdo cleeducagio para a saÍtde, ou seja, e rlalnr¡tenqlio (locorpo clo trabllhaclorsacliona produEio. Colno se tema educagio pam a vida, a fim cle se termao-de-obra qllalificada, passou-se a ter eclucagio para a saúde, cujafinalidade seria cuidardo corlx.¡, a firn de nuntéJo apto par:r o tr.:rbalho. Nomodo de produE:io capitalista, a fbrga cle traly¿ll.ro, da<.la ¿ fon¡a couro eintegr¿da ao prcc€sso de prcxlug.io, adqr-ririu o significado de um valor cleuso par¿ o c¿rpital: colT¡ainstrumento de tr.rbralho par-a cacla ¡rss<ra e fltorde prodtrgio para o capital. A escola tornoll-se o lLlgarpara prepararosciüdi<rs aptos pam a vicLr e o exel cício cla democllch . A soc.iedacle a¡¡or:rnio seria m¿ris vist¿ como est¿itica e sim, uma sociedade clinántic.a. em

Qkl Stitl¿Aú't. V l).|q,

const¿rntes mudangas, exigid¿s pelo próprio crescimento das forgasploclutivas.

Nas primeiras clécad¿rs deste século, pelo fato do Estado náoassurnir p:rra si:rs políticas sociais, I.nviam frucos hospitais e nenhumaor5"Jniza Gio sanitária que pudesse servir ) ¡xrpulagáo. E a p¿rtirde Pasteurque, aos poucos, fbran-r senclo criados locais especiais para doenEass;perífic¿s p¿r:l as quaisexisti¿mü?t¿mento. Para asque nio tinlram, p¿ssou-s,e ;r educrr para a plevenqño.

Em 1919, o tema educaqao sanit/lria foi proposto em umaConferéncia lnternacional sobre a crianea. As nogó€s cle higiene forampropostas, através de medidas preventivas, imunizaeóes e cuidadosindividuais. Era prir.nordial educrras ¡xsscns, princiFtlnrente cri¿nq¿s, entreas quais em nuis Ercilcri¿r hábitos. Com irso, a educaq'io sanitllria frassou afigurar no currículo das escolas.

O movimento sanit¡l'ista foi intrqhlzido noBrasilnos anos 20,assim con.ro o n.rovimento ¡rela Escola Nova. A luta ¡relo ensino r,rniversal

e fyatuito se somou ¿i lut¿l pela universalizagio clos centros de saúrde, deservieos preventivos e assumidos pelo Estxclo. Várias reformas siointrocluziclas no Rdaclo ness¿r mesnra déc¿d¿r: reform:rs cle ensino e refonrlassanitliri¿s (Melo, 1984). A saúrde e x educaeio tornaram-se práticasprivilegiaclas nas polític.rs sociai-s.

Ses'undo Melo ( 1984: 37), "a eclucacio sanitárix xcomp¿nha osprogr¿mas de s¿lúde que váo se intefiofizlnclo, acom¡nnhando o processode moclernizrc¿jo com a educacáo nlral. Os fatores sociais e económicos eculturilis sio incorporados nir maneir¿ de pefcebere explicar a saitde/doenga. A educagzio sanitária deve considerar esses fatores que seconstituem b¿neiras para a aqioeducativa". E complementa ainda que,a¡rs:rr claqueles fátor€s selem consider¿dos párx cornpreender a doenqa,esta era percebiclr como fenómeno individual. Portanto, a educrgio deindMduos aincla seria solugáo ¡rar:r o estal¡elecimento do estado de súlde.

Em 7967, foi reaberto o Curso de Educagrio Sanitírria naFaculdade de Saúde Púrblica da USP, agor¿l com o nome cle EducaEáo emSaúde Púrblica, que iria formar o educ¿dor de Saúrde Púrblica com nívelsuperior, sendo, prefbrencialn.rente, d¿rs áreas de Ciéncias Sociais. A saúdee doencx cleveriárn sercompreenclicl¿rs na sua multicaus¿rlidade, onde¿s

Qkl.,*]t'kk'A úr. V1l IqD

aqóes educrativas seri¿nr cl¿r competCnci¡ de toda a €qui¡r de uúrde. Esse

profissional deveria identilicar as b¿rreiras soc'iais, ec'ondmicas e cultur¿is

oferecidas pela ¡ropulagio e propor medidas, a iim de transpóJas. Noenrrnto, o períoclo citado refen:-se ao do re¡¡ime autoriúrio, cuia principalbanein se deu no próprio interiorda s<riedade l-lnsilei¡¿, c.oltfigurunclo-se

no ¡rríoclo negro da educa$o sanitária. O úrnic'o canr¡xrcle atr.raq':io foi o cla

educagio corn vistas ao planejamento f)miliar, corn a oferta de cltrsos deeduca$o er.n saúrde ( Melo, 19t14).

Em fins dos anos 70 e início dos anos 80, n-urltiplicaram-se osmovimentos soc¡eris na írrea da s:rúrde, onde se constrói:r concepg;iodepafticipaqio popular. O agravamento das c¿Éncias

'.,,,-iais nos ¡¡randes

centros e o afi'ouxamento do regime autolitário possibilitaran.r oaparecimento de uma série de movimentos populares de cunhoreivindic¿tório. Ttr¡e-se, pofi anto, inúmeras cxperiéncias institucionilliza¿ls,mais ou nrenosor¡pnizrclu, envolvenclo Ig'reja, associaq'ire;, sindidtos, todosli51.rdos aos novinrentos, sendo atorcs de proposrs diven:s, !.r.r:rs s(txLtrclo,comprometid<x com a concepqao cle paÍicip¿!¡o popular c,omo crtninhocle transfonnaqóes polític.rc das pí¿tios sanitárias e do c¡njunto do sistenude sairde (Cwalho, 1995).

efguns enfoques sob¡e E<h¡caeáo ernSaúde

P¿r¿ nrencioruu'oserfbquqsda ecluc¿gio em saÍrde rlais reoentes,

citanrcs corno refé rénctaTones(apwl Sto¿, 1993), que l elaciona as quat¡:)

vertentes filosófic¿s, a saber: educativo, preventivo, radical edesenvokimento[rssc .

O primeiro deles, o educatirc, enfitiztt o lugrr clo indivíduo, sua

privacidade edignidade, propondo uma aqiocombase no prir.rcípio daeleigio informada sobre os riscos ) saúde. Tem c<¡mo suleito da agrio oeducrdor, que deve con.r¡raÍilhar as crenqas e os valores dos usuários dcsservigos, possibiliando o acsso dos indivícluos ¿is infonl¿rgóes solle s¿rúde.

O enfupe PuertiL.D teÍl.loomosuieitoda agiotnrlÉmoecluc'adore associ¿ p¿ckóes c'omportanrentais a padróesde doengas e seu presstr¡xxtode eficácia reside em estimular ou persuadil as pessoas a modiflcarcompoÍamentos que estejam contribuindo pam a situag"io geradom dedoengr (comportarnento crcmo fhtorde risco).

O rudiu,tl p'tne de que as condiqóes e a estrutura soci¿rl s¡o

¿*lttta& ü'l!t 1t I. l(tr,

c¿usas ly'¿sicas dos problenras de saúde. Defénde ¿ intervengio do Estado

que, através cle mediclas nonrntivas, pocle moclificarer.s condiqóesgeüdoüscle cloenqr. A ecluclgio sirnitária é vist:r conro urur ativicl¿rde ctrjo inruito é ode f¿cilitar¿ lutx política pela saúde e considera o educador, emaliangacom os cicl¿rcldos, os próprios sujeitos da agio.

O erf'r4r-re cle rlesaruohi,nentopñx adcla, nogeral, as mesmasproposigóes clo ecltrcativo, aprofirndanck>as no sentido cle aumentaraspotencialidades do inclivíduo. O clesenvolvimento de habilichdes para avich pen.nite obterumir capacidade individual ¡rara controlh-l¿ e a recusar acrenqr de que a viclr e a saúde estrio conlolrclrs desde o "exerior" (destino,

homens poclercs<x ).

Esses enfoques tém em cornum críticas ao chamado modeloméclico, atrilnindoaos filtores soci¿tis, comportament¿ris e ambientais aresponsrbiliclade ¡rla melhoria clts condigóes de saírde. Levando em contao contexto histórico, olxervamos que essa atribuigáo tem suas r¿ízes nopróprio sistema crpitrlista, onde a conquista pelo desenvolvimentoecon6mico e a clistrilruigiio clesigtral de renda constituen-r-se em foreásgeradonr dos r.nesm<rs.

Portxnto, os cliversos enfoques mencionados acima poclem serconsicler¿clos emsua complenrentarichde, uma vez que a propria percep,giocla cloenga vai depender da cultura processada no contefo social doindivíduo, o que torna pertinente pnxur¿r unu síntese que incorpore os

diversos aspectos nas clistintas al¡ordagens. O que vale ressaltar é o papel

do educador que, atuando como facilitador clo processo, cleve respeitar

nm inclivíducrs sua condicaocle sujeitose pofianto, resfronsáveis pelo exame

<Lrs bases sociais de srns vidas e do tr¿lv¿lho. ,{-ssim, a aruagáo do educadordeve ser no sentido de estimul¿r o desenvolvimento cle uma conscíéncia

crÍtica, rcs¡ritanclo no outro sellsvalorcs, seus salrrcs e sua história.

Discussao teóriernetodológica

Aclo&rmos comoreferenci¿l terórico do presente estlldo o conceito

de "Representaeóes Sociais" que, segundo Minayo (1994), pode serentendiclo como c¿tegorias do pens¿rn.rento, de agio e de sentimento queexpressar.n a realidade, seja explicrndo-a, justificandca ou que$ionando-a,senclo de extrcm¿r i .lport^ncja

ser,l aspecto histórico-temfrHl.

t7Akl.futtubQ*t. V1).199

As n:pe;enrrg'óes $ciais- perc'epltes, c)teÉlofib de pensírmenlo- sio ¡assíveis de investigaE¡o, uma vez que sáo dotadas de signilicados noconjunto das relaEóes sociais, at¡avessam a histólia, perpassam todo oconiunto da socied¿de ou de determinados gmpos sociais, nio sendo,contudo, necessariamente conscientes do ponto de vlsta individual.

Entret¿rnto, as representagóes sociais se expressam no planoindiviciual pois, s:io os ator€s sociais os portadores de detemrinaclas fbmusde relagóes soc'iais, polítios e ec'onómicas que, por sua vez, r.r.tolüm tocioum n.rodo pr'óprio de encarar o tempo, o espago, o trabalho, o sexo, ospa¡Éis sociais etc. Assim, a vida social - ou o cotidiano dos indivíduos - éimprcgruda de significrSoculnu:rl que, end.nrl daennine su:rscxrncepEóes

de mundo, é amLÉm instituída pel¿s aE'óes hunurnas, numa relrq{o di:rléticrde dupla causaliclrde. Cada atol'socialage segmndocócligos que en¡¡enclnntsel¡ cotidiano (seu meio cultur¿l) mas a cada aE:io ele atribui um significzdode ac-or<lo com sua história de vicla, o que alrre espaqo para um potenci:rlinsinrinte, de n-rudangrs, de um nrovinrento contralre5arnónioo que croodsecom forg'as conservadoras (concepqóes formuladas, compaftilhadas edissemin rclrs pelas c-lasses dominantes).

Valedizerque tais significrdos sio passíveis de serem captadose interpletados urur vez que se rr]aniféstarl ¿través da ling¡uagem, sendoesta ¿ nedi¿e¡o privilegi.rda p:rra se cor.r.tprcenderas repre.;entirEóes sociaisna medida em que estas expless¿m as ideolo¡¡ias, os valores, osconfon¡ismos, <x; nroclosde suboldina$o e de resisténcia, erlim, iu relaE'&ssociais que as perpassam.

De*e nrcx.lo, Repr:ent:rg'óes Sociais podem sere ioentendicLrsenquanto concepgóes e visóes de mundo que os atores sociais possuenracercr cla rg¡licLrde, donde é impoftante resularque: "Por serem¿o mesnotempo ilusórias, contr¿ditór'ias e "verd:rdeiras", as representa@es podemser consider¿das matéri¿-prinu para a análise do scrial e tan.rlÉm Jrar a aagiope<jagógicu¡nlíticr de nansfomagáo, pois rctnú¿lma rqrliclrde. f¡or€¡n,é importanrc observarque as Repf€s€nta4óes Sociais náo conforrnam a¡ealidade e ser:la ilusáo tomá-las como verdades ctentificas, reduzlndo ar.ealidade e concel¡g'ao que os atores soclais fazem dela" (Minayo: 199.i,174) (grifb nosr). Poftanto, col.no esta autora aponta, nio se cleve redlzir¿ realidacle ¿) c'oncepgio que os homens fazem dela uma vez que, sendomais rica do que qualquerteoria, a realidacle social só é passível de scr

QkJ.gti.k Ab. V 1). 199

aprendicla por aproxinragirs.

Enl clecorréncia do referencial teórico adot¿do, optamos porclesenr.olver uma pesquisa cle cunho qualitativo uma vez que seu crbedalcle técnicas de coleta e anírlise cle clacios possibilita a compreensio denosso obieto cle estuclo enquanto possuidor cle nrru consciéncia l.ristórica

e, fr->ltanto, ten.llx)nl, finito. mutável, e1r1c'onstante dinanrisnn, pzLssível deser tr¿nsfon¡ado.

Ele¡¡emos como técnic¿ de colet¿ de dados ¿ entrevist¿ semi-estrutumd:r, unr:r vez que est:r possibilit:l ao entrevistado discomer xrbre oteura ploposto a pxftirde uma lógica própria, pois n¡o há respost¿rs oucondiq-óes pÉ-fixaclrs pelo entrevistaclor'. As entrevistas foram individuais,realizadas sernpre por pelo menos duas resiclentes, no espago fisico daunidaclecles¡úde.

Vale res*rltar que ar situae¿io de entrevista n¡o é mel"mente umatécnicr de coleta de dados, nns unra srl6gao irúa'ctcirrnl entrc enÍevi.fadore entfiivistado e é nesta situaE¡o inter¿cional que "...da fala lr,ais ou menosclirigida, captam-se as relaqóes, as práticas, os flestos e cumplicidades e irfala infbrnral solle o cotidiano" (M ina yo,1l)4:1,20).

Aclot¿rÍr'los como estratégia par¿ escolher o grupo alvo de nossa

investigaq-io a selego de "pcrsona¡pns chaves" de cada programa, ou seja,

nossos entrevistaclos seri¿rm aqueles "profissionais de referéncia",profirsionais rccorrhecidoscomo peftencentes a r,rm pÍlgr¿u.na..{ssin1 fcr¿mentrevistadcrs: eiúilrleiros, cada qual refercnte a um prcgr.lnra es¡:ecífico(Tisio/AIDS, Hansen, Crianga - Pediatria e In-runizaq:io, Mulher -Plancjamento Familiar, Hipertensio e Diabetes), o coordenador deprogramas do posto, o chefe do programa do adulto, o profissional-ref'eréncia clo setol de epiden-riologia e ¿ assistente soci¿I. Ao final, dozeentrevist¿rs foranl realizaclas, tendo uma sido piloto. O rcsultado desteprcx-es.so cle recmtamento clos atores foir sete entrcvist¿Ls c'orr enfemreiros,(luatfo c'on.r médic'os e Llma coln a assistente social.

Nosso roteiro de entrevista foi diviclido en cinco blocos detemas ¡¡eraclores (colnpostos por pergu ntas dleftas) e seus sul>ítens. Estes

vensavam sol)re: a) tr¿jetóri¿ profiisionalckr entrevis&rdo, cujo fim úrltimoem faz-er run "clia¡¡nóstico" do envolvirnento daqueles profission¿ris com ¿r

saúrcle pública; b) visaio c¡ue o profissional de saúcle possnía acerca dcr

c.ugo que (,!-upava naquele mor.nento, er.n <¡ue prctendí n<>s s¿rber n:io só

19

O)¿.91ti eAút. Vl),1ry

sobre o binómio c¿rgo x pocler/hierarquia dentro do serviEo, nus tamlÉtr-r

sobre as possíveis ingerénci¿s, irn[iosiqóes, opEóes e identificag-óes dosprofissionais com o servigo; c) análise clos programas de slúde no quetange aos aspectos de desem¡rnho e priolidades, que cor:.rpreendia váriasquestóes cono: o entendimento da filosofia do programa pela equ ipe. oembate entre o mcxlelo ¡rrando no rÍvel centrale sua aplicageo, na pútic¿,pelo'serviqo da ponta', o que estava sendo priorizado nos programas,dentre outr.rs; d) visr.io que o profissional de s¿rúde ten-r do rn<xlelo arual cle

saúde, bem como s:a conc',epq:io de educaE:io e saúclq e) ¡rrcelrr o grauclevongrcle,/mctivag.io prcfission:rl en.r clesenvolveralgrrun tr:rfzrlho próprio/diferente, em que esperávamos que surgisse algo clr esfbra do deselo e clrsexpecl¿tivas do prcflLssional.

Na verclade, com todas estas questóes colrradas, busc-ávamos a

produgio e/ou o surS¡imento, naquela situaE:lo de entrevista, cla visliorepresentacional que os atores sociais tém de suas prátic¿s, vivéncils,relagóes, c.onflitos, rnoclelos. . .

Quantoa an'álise dos d¿dos coletados, esta foi f'eita a partir donÉtocb hennenéuticcdialáico porentendemos sereste o nuis aproplüdopara que pudéssenrcs cornpreencler as represcnt¿EÓes s(x'iais in.rplícitas eexplícitas nas falas de nossos sujeitos. N¿io devemos nos esquecerquetamlÉm nós, olxervadores,/pesqr,risadores, es'tanros presentes c'onl nossas

repfesent¿('Óes e fazemos paÍe do contexto de entrcvista e de t<xlo esteprocesso de pnrclugio de conhecinento.

Operacionalmente, procedemos ¿) transcriqáo integral dasentrevistas e, após releitur¿ de tcxlo r.naterial, estabelecemm categorias deanálise, oriundas em slla nuioria do loleiro de entrevista em seus ítens esubítens. Giamcx; outr¿s que n¡o est¿rvarn objetivamente contemplad$ noroteiro masque se tomaram imfDftantes par¿ a análise do material. Valeressaltar qtre só foi possível "al<xar'" as falas em crtegorias na rnedida emque estas surgiram,/emerl¡iram a pafir <h leitur¿ do nuterial c'olhido e dapefcepgeo cle releváncia das mes¡.ras. Proceden.ros, entio, ¿ ul.n"enxu¡¡amento" clos conteúrdos, seguido de nm posterior "enxufl¿nento"dostemas, torn¿rnclose assim possível proceder zi anhlise t'inal i luz clasconcepgóes teóric¡s ado¿rüs e de nos.s¿ls próprias interpretaqóes.

Otl.&t¡tuL'A&| V 1\ lqt

Apesentaqáo dos Resultados

Neste item est:io contemplaclos os principais result¿dosencont¡¿rclos ao finalclo tralv.rlho de canrp() otrdecendo as c-¡tegorias doroteir o cle enttevist¿I. Pala Írnto, utilizamos n tít1.rlo (lc ilustragáo, as f-:rlas

que rnelhor exen.tplilicam os terun alnrclaclos.

Traic-tória profissbnill clos entrevistaclos

Os Cent¡os dc Saúcle sio rcconheciclulente o lcr.rlde efi:tivlgioda agrio progmnráticir. -ltoric¿unente,

seria clesejltvel<¡r.re os profissioniisque neles atuam tivesser.n formaqrio e nl Saúclc PÍrblica. já que a AgioP()gr.lnútica tem porb.rse o conher irnento epiden-riológico.

Nas entrevistan lealizadas. grancle p:rrte clos profission;risafimur.rm nrio possuilfbnnagio ein Saúcle Pfilrlica. Nocntanto, a opqio

J^-lo trzrlrallro nesta írrca est/r prcsente na fh l:r da nui<.¡ri:r dos profissionrtis

cle enf-ermagem. Algur.rs clestes alegam pref'erir a Saírcle Pública emcletr ir¡lento cla zlssisténcie hospitalar, por scl lqueh espac'o clas práticas

pre'ventivas:

"O Sat.ico Il.iblico élMttt nti fit bttn ntdis alrüt¡¿D. poftf.ret.rré h'aballut ú 1¿tlttetwufir.te tuloc'orlt a a.na....."

Vis¿to ¿cerct do cargo cttc ocr.rpl¡vatt.l

Ao er'rtrcvist¿u plofisskrnais inclicados enqltanto referéncia dos

progr¡mas, constatamos que estes eram enfetreitos c¡rte, ¿lém cle fazer os

devidos atenclinrcntos, plestavall.t contx dos I egistros epiclen.riolírgicos do

seruiqr par-.r a cliregio doCent(r cle SaÍtde e para o nível CenttllMunicipal.No entanto, apesnl clas tat efr.ts clesenvolviclas, estes nlio se consicler¿rv¿rm

res¡xrnúveis ¡rlo pr)gr¿l r enquant() pesvr.rs<'have.

Cnrn rclaqiro a <>rganiztgiodo rcwigo, os pnÍ'issionais lcféÉncia

est¿ro subordinack¡s zi chefia ckr progrzma clo ¿clttltoott aocla crianqa qrte,

fx)r srra vez, est¿io sulnrdir¿ckx ao c-oorclenackrrgeml cle PI ogüll.nlls, t(xlos

móclicos com fonrltel]c¡ clítric:r.

(lmncle f}.lfte dos ptofissionai.s entt cvislacltx ¡xrs.stten algttmtiJxl

dc iclentif ic'.rqio t'oln o eugo (ltle octtP¿t.n, j:i qrte afimram g<xter clotr¿lv¡lho

r ¡lre clcsenvolvern.'I'cxlavia, eles crmsidemm <1ttc no rn igrr existem cliverwx

2lQxl .91i¿cAtu.7(1).lqt

ti¡:ns de prrrfissionais, t¡nto os (¡lc "ack¡l':un" tmb¡llur come vrúrcle pirl.rlica(est¿u na ponta doscrligo"), c¡Lrantoaqueles ([Le tml)x]hlrm ipcnas pillilaalqlriril expedéncia. Foi tanrlÍrr cokradoc¡ue gl:lnde plrte <h s:rtisf:tg:to

c¡ue obtét.u com o tnlrallro aclvérr, m vclciacle, ch rclae:io,/intcLrCrio (lue

estahle.cer¡ cor.ll o paciente, \'ist() (pe a insatisfitg:io c<>lr ()$pect() vlad:llestá pfescntc.

''....lntqtrceu dce¡lei cont a cortrhglo (b ¿vr se at ilgettdr,se id ddr certo, porqtrc conro eu te.fLtlei, ett rmo terr ltr.t

etqvi)tria tmtl'u n I n, ,té, agotte M¡ .kLI úú LbeU)eti¿tDilld trtctlicla t1trc a gente t,¿ti ttdbalhd rkL e trcttt tettht¡pt1ieto..."

''........d parlir do tnonrcnb qüe tDCé tt'db¿tlh¿t c¡.¡nt tt ntI\ogunn t.levle f)8 uocé ct'id tuit ríncttlo n¿io só cont oPlrgtLtnta, nuL\ tatnbént cotlt oslxtciet 6,...... Olxtciet ce;Lrbelece t ult tínct tkt c¡nt u x:é o nttti.s vulktlxxsítvlutln,a*sint..., trréltetcebe qtte eles qtetetn ulgttént qtrc tettltulxtstn ecottsicL'tt4t'u¡cottt elrr, qt psrn e, qtl¿,(r.rdllq (¡s¡l¡/.Jptoblenns socktis, rx set ts llr thlenur e n bcio, tct is ]nrqr rc dh¡lplteLuloe;tá l¡g.kla dipbnrcnte (it en kx&s dtrlt+xxI.t..."

Sobrc os Plogramas executuclos no CNIS

Quanclo :ros profissionais entrevistackts f oi pecliclo <¡tre citassemos prof+ am¿s que estavaut senclo executados nar¡rele Centr<t cle S:rírcle,

todos fbram, de c'efta fornlll, leml)lados corno esc¡uecintento ol ll de urtr,ora cle or-ltro. Nio estavil muit() clalo, et.n srras f:rlas, o cltre seria a Ag:ioProgr:ur.rírtica c o Proglanu, sendo prcmente a existeltcit de um ceff<rdesconhecin)ento a respeito clas especificiclacles cleste últirro. Assim, firipossível iic¡relesploflssionaisenunci¿r.os pl.ogr-Jures excrt¡taclos no CNIS,tendo s¡clo rlrxis clificil fular sollc os objetivos cspet.íticos dos rlesrrxrs,¡nis ticotr ertetrrlrr.rcnte cvide'ncil(b qu e "ntkt se vtlx o qte o ot tt tl).f¿rz'i

"F;tt sei, eu tet to ¿t ttogño ussittt, tt,q(lt( u4r t ¡ tvdlntcttte, tr¡(4atlic ifn t ito dt \r u t r s pl t Et u D t¿ Lt, t u it t yt lx t n t i lo O¿Jtte estA aconlecetrkt..." 'Ai! A tuelhr.trlx,s\ M I nta te.fhlarí,\to é X... Patu ser s¡ttcerc, ett ttio se¡ le dizerqr rcnt é rV tt mdrlt i drrttrc."

Qkl.,vntu tuü k t. ;r I ). Lqt

Houve consenso entre os profissionais quanto aos programas

qlle nio est:lvam funcionando a confento, a saber, o programa de

Hipertensio e o cle Dialrtes e ainü, o progr".tt.tra cla Crianga.

C,om relagáo ao programa cla Crianga, várias dificuldades foram

apontadas, dentre elasa abrangéncia de lai¡cr ehria (0 a 12 anos), genndo,consequentemente, uma demanda muito gr¿nde +le, [ff zua vez, estrrnana

no insuficiente núrmero de profissionais lotados naquele setor. Algunsconsidenramque no selwigoniio exise um <mpntode a5úes Progr¿nútic¿s

P¿r¿ a crÍrn!:r."....4fi 1 ttumrlo IMrú c tia n+:a a !,Qn te lnsica me, te n¿o tem.,

an diña., nenhum pngtama, tu? Potque e a 8lenfe|or Mara qu6tA.o conceiturrl dos ptr4¡r ama, ,úo é Lrro Erc Pfazaqui cont rela@o Apediahü. EntAo, agente nña tem umptppana (din, agnb te.rn urn abndirnerto a ñts criatryBcom.fitíxr,ts etáias difaanctuuLts, mrts na,@lidarle a {gntenáo tem. u m oú tiut lb fu a+fu prcEranairns Fn a a Ltian&l. "

Quanto ao Progr¿ma de Hipertensio e de Diabetes, a principalrazio apontada para seu firncionamento deficiente é o difícil controle dospacientes, por serem estes em grande númelo. Este prograÍI,Ia tem umagrancle entraclr de p¿cientes e nenhuma ala por clra (um:r vez que diabetes

e hipenensio sáo doengas crónicas), o qrte provavelmente incorre em umelevado núrnrero de falLrs e al¡¿ndonos:

'Eas doetp-sct6nic¿t^s, eu náovis mm ascbengcsctdtúusélx\\síLel, se....se halnlhar com asa n(gAa clássica que agente tem de pr\)grama, que é a implementuze.áo de umadetenninarla tecrlologia. Poryue e:isa. tecrnk+lia tem umimwdo muibwryn, né2 A gpúe nAo qJnwt e tet'rctornde&nqaaúúan,"

' O p qlama de Hipe,terlúo e D¡ abd6 é a.$im. u m ln(EttunaEte nia.fintcion bent, ¡nas e't Útño sei v é epeciJfunmentepor causa do seruigo. Thhez o que se tenha que reter é oprw ama pn*rriame, te dito. "

Chamou atenqiio o fato de dois profi-ssionais consiclerarem que

nenhumclos programrs implementaclos, no fiiomento da enüevi^*l naqllele

CS, estavam sendo executados satisf:rtori¿rmente, o que está e'xposto na

segllinte assefiiv:r:

¿kl.&ttntuaA. V1),lqt

"É aí Ete a coisa 1x4a, porque como é que a ge,rte podechamar de BEM [o prcI]rama ser satis|¿ltótio] se a equipenAa *,nfn, r úo dir:u le sihrapÁ E e deLeña a%t' diuutit ulo. "

Quanclo perguntado qr-rais os progranms que considemvanrsatisfatórios, os maiscitados for¿m: Hanseníase, Tubrculose e AIDS (todospertencentes ao Programa do Adulto). A.s jusificativas apontad¿s dizemrespeito ao Erto de que a¡s ploÉg¿n.¡as possuem um continflente de insoitosmenor que os demais. Taml¡ém foi citado o suprimento regular demedicrmentos, necessário ¡rara o desen.rpenho cle certos pro¡¡ranras, llen'rconro a existéncia de "bortsproJissiotta^t"engajados nesses progranxrs que"dAo conla da tu:ado 'l pois esariam atingindo as meas prcconizacl¿rs pelaSMS ot¡ MS. Outros consideraram aincla que estes profiralt.us saosatisfatófios em relagáo aos outros na medida em que suas equipescompreendem as aqóes progranúticas exefl ltachs.

' "IitJwz a han tyníqp eja o pngrama mais Lwn &nthtvt¿lo,no sentirla de ter tesrltados, mas a tutlptxukxe tamhim, éesü'uttoudoern cima de apÁ ptttgunuiLücas. ür acho queJecha.m nais dltriryx, rn vuL,b cle qte a aVip urnprutrle6 aed p cAft üruáticr6 Ete Adt v ulo xrt ta&t-s, <x¡t x{t oncdunr aqdlo derúo de unt crmt&oprcgrnn n."

"...impr^citüíLel tamlÉm Erc a gerúe tenha umJhrx; demzli<nmen*x rcglat; Ftqe aí ru.io tem &nn i nlfunwtutrptrgtama se tw)é tt^o fiter med¡cametüo, p ¿rré nAo firu.detem rinarkti i I Li t nns Lu:icoq né? "

Alguns panicipantes cit¡r¿m ¿inü o programa da Mdher.cor.r.rosendo satisfatório, embor:r naquele momento estivesse enr f'ase dereestruturagio. Tal fato estari¿ relacionado principalmente ao trabalhodesenvolvido no planejarnento flmiliar pordedicag.:io de urna prolssionalespecfic¿.

Os critérios utilizados pelos profissionais para considerartaisprogr¿nus satisfatórios, ou seja, os parámetrcs que sewi¿ul de referéncj:rdizem respeito plincipahlente aos ínclices de al¡andono e falta.

En.r relag:io aos prrcgmmas neoexecutados naquele CS, fbran.rcitados os seguintes: do Aclolescente, Saúde clo Escolar, do Idoso, S¿úrdeMental e Saúde cloTraballudor. Os diversos profissionais justificaram a

o:ttl.&atubA &'t. V 1 ). I qD

ausencia de'stcs prugmr.niis coln l)ase no quacll o cle peisoal(toclcri cit¿r:rm crnúnrerr insuf iciente cle pr ofissionais p.lra implemcntarno\,os programas)e, a incla, a falta c1e espalo fisico.

lhtr plcfissional <luestionolt s(t)le os cr.itér.ios part se clefinir oiclosr> e nqtr:tnto pf()gralt.l¿r, ultla vez c¡lrc este jl't é atcncliclo eln oLttrosPKIII¡tl:ls:

'Cir¡nr¡ n(x k'ntrx t t nta soie de difict fu.lada de i ntllenpntaru; qt.te.i,á ¿;tda.ul ti, d Ret ( nablent la1.nr^ln..t ¡nipl¿t tcn¡ornn¡s e;\a. até nvltto lxtttlt tt, o qut) é o ptwtamá tlo ttlcso?7i xla pe*n atrrul¡dot ctc i nu tki (¡t ) at rcs tu ¡ scr irír;Lr ¡? Ikt-seles.l sAo atundi.hs dt t ot tl t:|(,s ptrqtlu nas. I lipctter nL|s,Ginecolr4lrt, Diabetcs.,\lesnu crtisa é ¡¡ pnietnnrt clo7i'¿tba Ilt¿tclor. 80%t tlas pessoas atendidai'aqtri sar.tttalnlluuktes. né...'

Pljncioais clificulchcles afxnaclrsAnuséncia clc cor].runicae¡o c integr.tgiio este,ve presente na fhla

clr ¡s entrevistaclos conto un-n das prir.rcipais clificulclacles enc(r.ttmclas noselviqo. Fbi aF)nfaclor¡ue existem ¡nofissionais clue tnb:rlhrr¡ isol:rcLunenre,n¿io hxveltclo entt os¿l rnento (lentlo cla eqlri¡rcieunr prcgtlnr:t, assilt.l comoenuc essa equtpet: out()sseklesck) CS, ou sc ja. o fluxo cle infbrrrlrqDc-secleticiente entrc os prÍisskrruis cla linha cle frente ck>CS (pcsso:rl clo lztlcio),() sctoraclntinistrilf ivo. cnf'ermcilos e rnéclicos:

"....t gente trio sdbe nutito sd.;tv t¡s pt.o{!a Ms. a gente,n uwt sr p al ent éqt eut....,.t llette ttAovfu tt t\tent 1ndü.eoqrrcpedir.''

Os plofiision:lis tanrlÉm se c¡ueLvunda f:llta cle cliatlogo entl e c)

nír'clkr:rl c o central, pois perccltrnclue os profissionais clo Serwigonaiopal1icipxnr do plarreiallcnt()c'let'dn com o pdcote na cabeEa,.. Com<>(onseqiiencia, alx)tta ln:

''ntt tita aiv degdA trctu e dí d ¿tze; en Wtta. qunrbcht\ztlutln'álica tem um ntonle¿leenh atu*.;

S()lxe cste pont(), um outro profissional considerou qLre ospr-({¡rantils cleve ri:rm ser l.nais discr.lticlos no nír,el k>cel. u r.na vez c¡lre oprr:rf)ssional é quent sal>e conto o scrrrigo firnciona c1e f'uto. Entre¡anto,

2aQk 1..vni( L'A tu. V 1 1. 19 t)

houve aquele; que ¡rcnnraran.r a falta de englj¿Inento e de P¿fticipaqá() dcxi

próprios profissionais nos c'spagos cle clisctls.sio qlle sijo abefios:

"... mas rut hota H tpte coloca a rcuniria Iá, pouca SenteMi, enlrnrleu? ...4)tuvin atpeb ten 4n4a tuiorstili'tza uhtuábatho e uai éntbr¡ta. Ás uezei é ássint, alé.ldlta ¿eitúe,zase."

Assim, os próplios profissionais do seruiqo percebem qtte híl

falta cle puticipaq¿o cle al¡¡rns cohSzrs, l)eÍI'I crlmo ulrceftodesctltlptrrr.trirscr

coln o prcgfJrrxr ent qtle rturnlc corrr I ¡npuhlio I qtle servclll:

"7 O,n pessodr\ que e;ttto aqui so hulnlfullt¿lo, tté? Bent ottmal tetn ryte tialnlhar...., entáo ds rcza' oprc+l anw tw).fi tttciotn ben ptt' utt tsa dis;o. "

Contudo, alguns entrevistaclos ptoblet]-Iitizanm esta situlgrio

iustificanclo qtre a ná remuneracio no servig'o pírblico, oncle o profissional

tem que tmbalhar emvários lttgarcs pzlr¿ obter uÍl.la rcnda que c'onsiclere

satisfatória, contribui para esse quadro. Desta fbüIa, cot'n(t "podeñt o

pr{isionat e et6wjzr cteJitn rc vttir¿o?'iAinclr kiaquelesqrre:d¡xxt't:'r"t:t Jiltttdecorscit'ttckt"rr¡prrtedealsrunsprolissionaisemrcLrgioaopróprkrtrahrlhoqueclest-rn¡xnlunlc;ür¿ctedzlnclocon.lo'1na'rs (M1 ae; do wtf i2o".

Outra clificuldade apontld¿ por todos os plofissiomisentrcvistadci fbi o quadro de ¡rssoal deficiário naquele CS. No momento

do tr¿b¿lho de canlfn, havia apenas uma ¿ssistente socixlque tinha que se

integrar a toclcs os proS'ranras, fic'mdo, portanto, vrbrecane¡;aü:

"Va:é náo e;tá erch$itamente num. protl ama. Se t'oc4estitesse clt;ctttittdo Lotn loda a erltl ipe date ptogtuttut csq@;tdP-|j...,a 4erúe nru lan isrfu. Ea gerte[iLa dtendertdo,de um modct gaaL a lodas as síh6u;oes emetgelrc¡¿tis que

4)aruPmqui."

TanrlÉn] fbi aponurclr a falta de profissionai"s de psicologir: tanto

esta quanto o seriq-o soci:rl tiveram perch cle espago cot.tl a rrio rcnovaEio/

reposigio do quaclro de pessoal.

A perceplio do atual nroclelo cle Seúde e d¿t EdtlcaFo eIu Saúde

Quanclo, nas entrevistas, fbi solicitado aos profissionais que

falassem sobre sua concepgio de saúde, a gt'ande n.nioda se repoftoll ¿i

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clhssica definigáo: "bem est¿rr físico, ment¿l e social", estando bastante

presente o enfoque inclividual, embor¡ tenham também citado mor¿dia,

tmbalho, lazer, enquanto questóes relacionacla-s ao processo s¿rírde/doenca.

A visio ñrncionalista de s¿rúcle como "estar apto par¿ o tr¡balho", também

esteve presente na fala de al¡¡uns profissionais. Outros falar¿maincla do

¿sfrcto lírdico e cultural que envolvem a saítde, bem como a necessidade

cle ter Srr¿ntidx condigÓés scr-iais mínirrns:

"Náo é s¡ rLu'rcnÉdio. rtáo é só ¿utci?nr. Acho qrc é muitomais rlo q rc iso. Éatlhua, é dirctvtt. ¿ hazeri,lb'nLqÁqtteJltlam sobrc um mon¿ento (le pt"azer,lnrque pfazernmlÉttt é Yttlub "

Houve um profissional que coltxrlu ttma concepgio mais ampla

sobre saúde, abarcando até nresmo qual deveria sero posicion¿mento doGS neste proces.so. Sua fala singular merece ser destacaü:

"Aí, a gyente pode ir desde Alma-Ata 4té...lj'las eu achoqtrc ern tenn.os de Saúde Pítblica, achr¡ que a urapño daiTxto de Sa{ule setia auesún de saftde nurn sert¡do maisa n r ¡lq q e *t í,':v da qi atn da P aacaa fu w ui go t le w -tde

-slliclo &nL.,:,t" A doet Ga cd qet ttc I, desre disc'ulir mais oprcnerlsl:, o Ete btn as lles\Y6 a ark)eoerem. "

Diibrentes visóes sobre Educaqio em Saúde for¿m encontradas

n¿ fala dos entrevistados, assin cotno sua aplicabilidade. AlgunsproR$iomis ¿ entenclemcomo r¡ler¿ tmnsnúrsiode infonrugtxs, no senticlo

cle que as pesscrs ohenlram nrclhoresconcliqtesdevida, de higiene ¡ressoal

e cle alimentos, etc. Desta fbrm:I, houve uma valorizagáo destas mediüshigieni*zs c,onro propiciadoras <Lrs condiqóes de saúrde:

"Tan Eeulturli rn 6cola, Li rnpimálio, é v nrannmr6 dent6, é v H'la¿nra ntdoE.nnuktxtido hnlvirc, anlesda.s rcJéigcxs, latw'lmn o al nenlo, adrl¿ll'da hig¡rrlery\&IMo co|sas fiiu:eis qte o br tileirc ttáo krn."

Eses proft^rsionais conceberam as pale$ras, ers reuniÓes emgrupoou mesmo a sala de esper¿ como esg¿gos icleais p¿ra a transnissáo de tais

infornraqóes, servindo para a formacio de hátritos e, consequentemente,

pam !r m:rnl¡ten(¡o cl¿r s:rútde.

Poucos niio ar;tesentar¿Ín esta vis¿io traclicional de Eductgáo em

27

ot¿94kk3út. V1),lry

Saúde, compreenclendo-a ent¡o, enquanto um pÍocesso de lilrrtag.io clasp€ssoÉls, com uÍl't pn:rfundo res¡xito ao conhecimento que o outro po&su t,

reconhecendo neste um detentorde un.r saber próprio. Nest¿ perspec,tiva,Educr$o enl Saúde nio seria dar palesrr¿s nreramente inicmrativas e, sinr,respeiar e aproveitara exfrriéncia individuale coletiva. Assim, destacanosa fala ab¿ixo:

'Acho que apúncípio, E{lucaQAoen Saúcle tüct é licarltigat ulo an ap¡n ¿tg)D Fnzpe eLt,tfu *tfu úu mk s...,éstúpt qteo i t rltu íduo xnpru vh.'al+u ma @Lut ele J,n(xvlen, a ¿q'drkle da ukla delt:. eh'semptv t mz a sr n pópti!,|¿etzlacle baseado na sua expetiétrcia e (tue a rletÍe¿leueht ntlnt'o\nt¡h l^leoonladnkt o." ''

Independentemente das difercntes conceJ,g-óes de tductqio emSaúde, os profission¿is consicler¿r¿m que taltr¿b¿llho está prxticxnenteausente naquele CS. Um outro mencionou que, ¿tualnEnte, este ti[X) cleativiclade nio é valorizrda, en.r ñrn$o dos critérios cle pr<xlutivicl¿¡cle:

"A llmte já lerc ruito mais. Agu.a, nq;te momento, eslák tfumailo&acopt.Lonaviedewzfu tenx a ins¿tti{¿t ziotl¿ts[}ln()cts. a rf BLaa daprxhüi¿X]rkje rluepl$oLrct ¿wlernnis útqt rc a &* cagao en &.nj¿le... '

Sobre ¿ Saúde Públicr e o c¡itério de produtividade

Atualmente, a SMS-R.J está utilizando corno critério de avaliag.iodos serviEos prestados a contabilizaqio da produgio de algunspfocedimenfos, onde s¿io atribuídos a estes valores nonetárioscoflespondentcs, que sio reveÍidos para a Unidade de Saúrde e seUsfu ncion:lrios corno urll sugrslo col.ltplemento sal¿r.ial.

Alguns profissionais se mostr.lr¿m iÍLsatisfeitos com este critéfiode pn:clutividade, em fungio da fbrma como é acrescido em seus s¿rlários,questionando se est¿ é reallnente unla fornra indireta - ou mesmo dil€ta -de melhorir salarial, unra vez que:

"Vocé ttáo cctnhibtri pata a preuidetrcia em cima dessaptotfutiufulzub. üttAo ry,cé k:tn e;sa tnrxh ti¿,iclct¿fu cu t x¡seelct losse uma g atfuaEttozinha...'Só que qtnrulo uxé sea¡a:mbr, uré nño lercL E no ,nomento (np r.,o<:A D,L?cLtat.Jicaralh-*rulaln. nnLs de J ,.zrxx, txxéJbá vm rcóefur.... Éu m anlalxxzt te n pru út io. "

Aal&.tt¡itk üúf . V1).lqD

Entretanto, foiclito que inicialmente com a implantagáode tal

critérjo, os fi.rncionários perceberumese "complemertto s rlrial " conx> algp

r.r.rotivacfore si¡¡nificativo. Ao longo clo temlx), c¡omo "iá adequanam a údar&i rn di rlpi oE tedir$W tktt xh qlraan mais' :

A grancle nr:riorin dos profissionais af irnrlt que niio salx e/ott nioentende como o trabalho é avaliaclo e cono é feito o círlculo cle

proclutividacle. Mais ¿rinda, const¿rtan.l qlle algl'lns trabalhos, que s:io

fr€qiientemente realDaclos. n¿io s¿io cr¡nsicler¿clcr.s nesta contabilizrg:io. I Jm

exemplo se a a análise cl<x cladc¡.s respectivcrs aos pfiffir¿nus, que constituise ern ativiclade minuciosa e dem¿rncla ten.rpodo profissional, e qrte noentanto, n¡o é c'onsiderach nesa quantificreño.

Neste ponto, chcgolr-se ao binómio qttanti¿lde X qtlalidade e a

conseqiiéncia da adoeiodeste critériodentro do atual n.roclelo de A9ño

Profalan.láticir enl Saúcle, u ma vez qr-te al¡¡rttnas aqÓes n¡o estiio sendo

consicler:rclrs, en]l)or¿ tenhxnl in.lportáncia numl intervengiio efetiva porProgramagio. No entanto, questionaÍn se este atual critét'io é o m:ris

ade+raclo, pois entendem estar lr¿venclo tu.na valodztgio clr quarf idade em

ddrimento&)servipcomcp:rliclrde "Eri@rn nil h&; de co¡Ms q e un ¡w maonáo¿ni fua'crnt¿t",<tttiruJa, "c¡atendi nrcttto ttáoé ú tttimerc 'lrcr'no¿ftlrlrr¿m

als'uns entrevisLrdos.

lJm profissional c-olocou qlle nrio estír se discrrtindo o problema

atrulde saúrde e nito é com a acloEño cleste critério que se estará resolvendo

o problemr clr poptrlagio:

"...se a gante.liza'25 alettdimett^ a Retúe.¡á 6tá tL^olLPrtrlo

oIn oblema ddWulagao. E merttita! A SertleWleestarnNlwulo o proLlema da pttrfu,tti tidrule, do cl*mptún dathúdarle de Saúde lnrpar^mehas Ere sao mttito aceítoshoie derttto do modelo neolibetal, que é a questdo dtt1trxhryb."

A Perceoc'io da Saúde Pública

Foi unánime entre os profissionais que a Saúde Pública está

clesva loriada. Noentanto, a f¿lta de aprofunchmento dessa quesdo n¿o

nos permite lfirm¿rr se essx per cepq'¿io é clecomente cla época enr que a

assl*éncia previdenciílrll curzrtiva er¿ reconhecicLrmente hegel.nÓn ica, ou

se é conseqtiéncia clr anral sinrag{o ¡;lític¿ e econÓmica.

:

29

Qkl..9ri¿aatur. V 1), 1qn

Algrns plofissionais entendem a Saúrde pÍtblica enquanto c.:u.r.r¡ro

de efetivaqio chs aqóes preventivas, onde deveria ser dacl¿r prioridacle aoatend¡nentoprinírrio, oque ¡rxlerie incbrrer elu nrlhores <tncligoes ¡raraos atendiltEntos secuncliírio e telriário. Mesmo identificando a releváncirdo seu uabalho, sentem-se desvalorizadcx financeir¿ e social.nente:

'A tgnte é muib d*¿v,ttotizadr¡, t ukt sei lxur¡uq. Et t ctchtur.tque a &uide Pública tinha qp sertlutkh á Mo<te tó.... ¿genta¿!nha mttilo vtl. '

No decorer das entrevistas, alguns plofissionais relacionar¿n¡Saúde Pírblica com a atuaEio do CS na con.runiclade, afimrando que jáhouve uma interaq¿o entre estes dois segmentos, sendo esa atualmenteinexisente:

' Há aktlm ten@rúns a gmaJi:uia muito mais um büh¡hoatenn..., aa um hula ho iunbA comwful¡ule, uyá atc at)endo as coisas que etum necessáti¿ts h.abalhar naúNtlotLútle."

A auséncia desse trabalho é ¿triltuída, principalmente, :idiminui$odo número de profission:ris do Serviqo Scx.ial, princip¿ris agentejdese¡iler.q]oe,airf,lr,^ "atr4 nulj q4amatditar*];Fh&üürhx1 E epi.iMm ta atuagio dentrc daptiD'bC9'l Hcfe, a rehgno extstenfe,.é

^yt rcla&a call a

Corno prrcposta de res¡¡ate dessa interag¡o, foi citacla a atu!¡Erionas escolas e,/ou "palestras" no próprio posto. Entretanto, un] profissionaldemorxür:u urur ¡rerce¡4io mai,s ampla acercr de qtuü cleveri:t sera rehqioent¡e CS e comunidade:

"Eu acho que a uocagdo do posto de Saúde náo é umatetuline tk) irtdili¿hnl, é ntais a rcl¡taio colet¡¿n. O p6|*oxliau m hgarcb dis:t lxwb nnis anl t, aluz rfu i ttttcámbioerhe a tenir:a e a F¿pula(ño com¡¡ u. m tcxlo. "

O Génioea Lámoach Maravilhosa

Por fim, tbi daclo espa('o pam que os profissionaLs entrevistaclcrsfizqssen¡és ¡r:clidos a ur slrficx;to génio para o Crntro cle Saúcle, momentoeste de nurior ludiciclrde e favorivel ¡r.rr¿ expol€n aspectos relaciona<los

Otd.&utule dLl. V I ). lnt

:is suas aspiraqóes e fantasias. Os pedidos feitos foram ao encontro das

dif ictlclades que j/r lnvi¿rm nrencionado:

"f)erkt larcruntl ittt*tacAo enhe aslaN(Ms, de cuthrcertodo t11t otdo, o salito &) u rtto... E.p hou¿e;se unta makn'LUttt t I tt i.'a\'Ao ed t a.Jb qt k'¿ al[ tvt'qt{e Ar P<'ssLra\ sAodiJb'ata; e Ere cx lnsrrL: tdnr t'i-u\: díJaet t* cle tttttttdo."

"ür cu:ho E.e via t tm nlriiorcdnprotttixo, vtlx, tb al¿pntsptofiss1ot]¿li-s, com o det d.i tlta tu) A ]nln l^cAo, btalmentedesfiaascidtt... at ¿tcho Ete a E rclcio do a*4t útn n tamhi tt6tirc:$e pft,)rente... e qte o xtlário &,t g'r:nleJosse con@tíLelco, n 6 sl icos E.e a lgnte pt v;t¿L\Se, colt o aletdfu Pt tto EEa Sente tn'6t&w, cont a qualidatfu do xztigo. "

Aos profi"rsionais, foi dicitado c¡ue falassem acerta de su¿ls met¿rs

e,/ou proietos em relxqzio ao cargo ocupaclo. A grande m¿riori¿r citou as

nretas inerentes ao progr¿n'us já estipuladas pelo NívelC,entr.rl (SMS):

'A nrcta que eu tertlto é ct meta do setúgt né. do setr,tr... "

Esteve novamente presente a clificttldade cltte possuem no que

t:rnge 1\ comunicirc.ioe inteéaftlr^io entte os profissionrtis, Llnu vez que os"pedidos" feitos apontxlr para a necessicl:rde de haver uma mriorconsc-iencia, cror]]prometimento e p1'¿z-er nas ativiclades <¡te execrttam, a fim(le q\e "tdnto ptri,Ji\vor:z.:,is qtwto facietúe; suí$etn do CIIS salislAft$, lPm.

txttulitks')

Foicitaclo ainda, o desejo c'oltt relag:io ¿t ter rcctnsos financeiros

e tlspag'o fi.sic-o adequrtdo ¡r.tr.t tnbalharettt, lrmc'c¡ntr um s¿tlírdocompatível

coln o servico prestado. Alguns mencionar.ur ur firlta de rccursos htrnul.los

em algumas ítreas específicas lxm como, a nec-essiclacle cle vrtlorizrcaotanto cla Saircle Púl;lic-a quanto closervidor públic-o:

"Gattdña qtre a gente co,]"irc€t ti.\trt twgatar 8a que$Ao datnloizagáo dr.t senigoptibliut, tvro CI'IS, descobñr suauocagAo pat d ttltr.tp(L\sar os nnfi os e cotseguít' uet' ac<ttttuttí¿lcule ct¡nto um tod<t... e qtrc a getúe consegtlL$eantachtrccer ntais csvt cr¡isa da ¿.,isá.o tnlítica mesmo do¡nrfisional de xsúde."

ükl.gui(lcatu. V1),1YD

Discussáo

Os Centros de Saúcle est¡o presentes, enquanto instituiEt-to, naten$o i saÍrde da populagio n:r ciclrde do Rio clejaneiro desde a déc:rdade 20, tendo seu espaqo or.r an.rpli:rdo, or¿ reduziclo.

Embora, dur¿nte décachs, tenha havido o privilegiarnento daassisténcia médica, de cunho individual, apoiado no clesenvolvirnento deum aparato médico tecnológico, em detrimento das aeó€s coletivas/preventivas, a Refomra Sanirária ocorida rur década de 80 veio ao enconúodeste quadro. Nesse aspecto ressalta-se qlle uma das cliretr.izes do SLIS

versa sobre a integralidacle da assisténcia, sendo entendida cor.l.lo r¡r.t.r

c-onilrnto articlrlaclo e contínuo clrs aE-óes e s'ewigos preventivos e clr¿tivos,individuais e coletivos, exi¡¡idos par¿l cada caso em todos os níveis decomplexiüde do Sister¡.r (l,ei 80i:10/90 - aftigo 7).

Dessa forma, a intensificaEio da interuengio por Ae¡oProgr¿mátic¡, a pJrtir da Refomrl Sanit,lri¿r, ocolre na tentativ¿ de rcsolvera dicotomia até ent¿.¡o existente entrc acio preventiva,/curiltiva atfttvésclaafticulaoo de instrurnentos de tnl¡lho dirigidos a indivídu(x e a coletivos,objetivando potencializar a ef'etividade epider.r.riológica de todos osirrstnrmentos (Nenres, 1D3).

Un.r fator qtre deve ser levadoem considerag:io cliz respeito itentativa de n¿.¡o pelpetuar mediclrs veticalizachs e inten/encionistas taocomuns nos prir.nórdios da Saúde Púlblica et.n nosso estado, onde ¿

populagio en visrr a¡rnzrs comoalvo de nrediüssaniária.sdevendoüsumirunl papel de passividacle e de cooperagio. As.siur, consideramos que a

interyengao fl<ll A!'io Programática deva privilegiar otrab.rlho de Edr.rc.lgioem Saircle, onde a populaE:io :rssrnre um p.r¡rl ativo, crrjas ex¡rliénci¿s s¿rcr

valorizrchs.'Ioclrvia, é indiscutívelqlle osucesso cla intervengio por Agio

Progranrática depende, em 5;rande pafte, da atllaeio dos profissionais des¿rúde envolvidos na assisténcia direta i poptrla$o, un.ra vez qr.re as prJrticas

tendem a relletir suas percepqóes e sua representaEio de n.rundo. Logo,vale ressaltar algumas questóts mencionadas ¡relos profissionais.

tlnra das questóes ciLrchs, com bastante ¡ecomAncia, cliz rcspeitois dificuldacles encontr¿üs no dia a di:r, as qtnis lcabarn ¡xrr "em¡rrar" obom fi.rncionamento dos pl:gr.rmas. I)entl e as dificr¡lúrdes rtrencionadas,

OkLtuibQtu. V 1t. 1</t)

)

const¿lm a falta de diálogo e de entlrxanento entt€ as equí¡rs,lrcmcomo a

n¿io r eflexio soble o próprio traltalho.

Pen'ebemcx que, de fato, as "equipes rcferentes" a cacla programa

nio privilegi:rn.r umesprqo de discussioe refleaioac'erc¿ tantodas atividades

fiertiner.rtes ao prognntt c'omo de su¿r principal annqio.

Obseruanos que nio hít utnn troca cle informagÓes e,/ou

expedér.rci:rs entre os profissionais clos cliversos progralnas, o que ac:rbzt

por levar a utrtlt firlta cle integmEio entrc kxlo.s. Há aqueles que consideram

que a fbrn'u de passar a informagio talvez seja o qtre há de erraclo e,

onsequentemente, e*ei¿r "e mpe nanrlo "e*a integragio. Qtleslion¿Lrnos se

t¿l fato é decon€ncia de um n:io partici¡ragáo no processo de pl¿nejamento

do sen'ieoe suas rotinás ou de ausCncia de un.n "consciéncia sanitária"<1ue fica invibializada na medicla et.l.t quc é unánime ar nio coesf,o clos

profissionais em equi¡rs cle discussáo e reflexio v;lrre o pr'óprio trabalho.

Ressalta-se que urn bom fluxo de informagóes e a integraqio dosprofissionais, enquanto equipe, é imprescindível para o clesempenhosatisfhtório cle qtnlquer progr¿nrr.

A gr.rnde missáo cle um CS deveria sera opacichde de responder

¡rlcx ag:rv<x cle saúrde de sua á¡et de ¿br¿ngencia. Pofianto, uma inteÉinqioentre os cliversos profissiona is de saúrclc f¿cilitaria o desenvolvimento deunu consc'iénci¿r s¿nitíri¿, a qual pcxle serentendida como "a tomacl¿ deconsciéncia de que a saúde é um clireito da pessoa e um interesse d¿r

c'omuniclrde, sendo ¡xlrttnto, urftr aqio incliüdual e coletiva P¿r.l alüngares.se oljetivo" ( tserlingrtet apt.t dstüZ,7993).

Ouflo f:ltor mencionaclo como ausente no CS, foi a fhlta deinter¿reio com a comunidacle. Esta seri¿r relevante na medida em quecnntril:ruiri:r par:t urn melhor c,onhecimento lcerc¿ .los problemas de saúde

cla n.resnvr, f'¿rcilitanclo a priorizaEáo clas aeóes de saúrde.

Er.r.r relaq{o i irnplementaqio clos ptogramas, vale ress.eltar quenem toclos os preconizados pelar SMS-MS estio implantados neste CS.

Segundo os enÍ€vistados, os prq¡nunas nio implenrcntados s¡o basicmentetl€s: Icloso. Tml)alhadore Adolescente.

Qr.rantoao primeiro, consiclemr.nos que cleviclo a amplitude do:rtualconceito cle saúrcle e as car¡cteístic:ls específicas cla faixa etltria queserue de base prra clefinir o idoso (65 anos e mais), onde as doengas

t

]Jou l. &titlc Q út. V 1.), 1g/)

crónico<legener:rtivas s¿¡o prevalentes, a ese gn:¡ro pocleria ser dedic:rdocentros de rcferéncia que contemplassem atividades f-lsic¿s, entre outü¡s, eainda, mellioria no¿tendimento atü mente prcsfrdo na rc<b, princiFrlnrntenos ambulatórios especializados, onde já exlstem profissionais eequip¿rnentos que supririam a demanü clessa faixa etalria. Assim, unrprogranra es¡rec'ficrr a ser implementado em cada CS, na ncrs.*r opiniao, niose thz necessário, devendo sinl hrver sensibilizaE{o dos profissiona is pil t:lo devido enc:minlumento.

Em relaqio ao progruma do Traball.rador, lerr.rltramos que omunicípioiá tem r¡n.r Núrcleo de Ref'eréncia de S¿úcle do Trabalhador-NUSAI 1. A princípio, os CS telüm 1x)ltarefa a clpuEio, ou seia, cleveriarnter sensibilidade pur¿ identific¡r os ú:rly¡ lhadorcs ¿cometidos ¡nr patolo¡¡iasrelacionaclos ¿otr¿balho, encaminhaclc>os emseguicla para o Núcleo, oqual prosseguiria con.r o tmtanrento e investifl¿qlio.

Qulnto:to Progmmir do Adolescente, entcnclemos que e$edeveria estar in.tphnt¿do no lu¿ior núur.rero possívelde CS do municípkrclevido a sua gnncle relevánci:t. Ese prcrynn.ta ter¿l entre srns ctr¿c.teústic.:rsas aEóes extn-n.nrros, desenvolvidas por eqtri¡r r.r.rlltidisciplir.nr, a fim deatingtde fato o adolescente. Hole, o alto ínclice de gravidez na adolestnciaé notório, o que tanrbém nos remete para os proltlemas ref'erentes ¿j

tÍ¡nsrniss¡o de |)ST/AIDS. Vale lessaltarque um traltalho cle educrErioems¿úde crlme$e gxu¡n ¡npulac-ional visando a preveng:io destes agravos,bem corno a graviclez precocc, a saírcle sexual e reprodutiva e oindiscriminaclo uso de dro¡¡as, contribuiria para a promoqíio de umaadolescéncia mais saudírvel. Entretanto, os profissionais apenas citaral.nesse Prognnra curo ineistente no CS, nio runifestanclo opini2io acerc:ldesua releváncia.

A Educaqio em Saúrde, contemplada na intervenq¡o porAg¿oProgramática, "é compreendicla corno processo de transfornugio quedesenvolve a consciéncia crítica clrs pessoas a respeito de seus prol:rlemasde saúdee estimula a bura de solnEóes coletivas para resolvélos" (MS/SNABS/DNES, lq9). Vale ressaltar que nas entrevistas re¿lizadas, as visóesacerca da Educageio ern Saúrde fbram cliversificaclas e, até mesmocontraditórias, o c¡ue provavelmente pode estxr contribuindo plrra afragiliclrde desta práticr naquele CS.

Em nossa concepEio, a pútica edr,tcativa pode serentendida

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:

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enquánto proc€sso de troc.r, a ¡rartirde unr.r vlsiio global acerc¡ cLr reaüdade

s<rial. Um dos ¡rontos que observarn<rs é que a prátio educ¿tiva em ger¿l,

estír sen.rpre referenciada ii populagio que procura os seligos de saúde.

No entanto, entendemos que e.stu pode ser consider¿cl:t como um coniuntode ¿tividades com intencionalid:rde de tr¡nsfonraq'iodos cliferentes suieitos,

ou seia, tanto dos profissionais quanto dos usuários do serviqo. Assim, otr¿b¿lho desenvolvido pelos profissionais de saúde, c-onstituindo-se emc.rm¡n próprio do cnnhecimento e em objeto de reflexio, pode c,ontribuir

para a melhoria da atr.ragáo profissional e, consequentemente, para a

qualiclacle na prestagio de serviE'tx.

Outro f:lto l ser ress¿tlt¿clo é que, apesar cle p¿lrte destesprofissionais terer.r.r ingrcssaclo no rruiqo pirl;lico em fins d¿ déc¿<Lr de 80,

niio lrouve em momento algum referéncia ¿j VIII C.onfet€ncia Nacion¿ldeSaúde, ou sequer', is conqulstas ü RefbnLr Sanitária.

Em relaqáo ás metas e objetivos do servigo, oscitados, em sua

nraioria, forarn aqueles prec'onizrdos pelr SMS. Consideranrosque divervxf¿ltor€s poclem estarconc,onenclo p:rn o nio rectnhec'irrento de metas que

tenlr:rm porbase:rs necessid¿rcles específicas da comunidacle: a relativaf¿rlta de autonomia dos profissionais, a atual imposiEio dos critérios deplcxltrtivichcle, e até mesmo ¿r fx)uca integragio dos funcionários clo CMS

enquanto equipes e enqrunto Unidáde cle Saúrcle.

Conctsáo

Os Centros cle Saúrde tiver¡m sua relevincia reconhecicla com a

efetivagio do SUS, qu:rndo :rssunriram o ¡rapel principal cle pofia de entr¿da

do Sisten.n cle Saúde, adot¡ndo, desde ent¿.io, a interuenqio porAgioProgmútica que, fnr sua vez, ¿rfticula aqñes clínicas e epiclemiológicas na

tentativa cle resolugao clos problernas cle saútde.lhl fhto deveria teroc¿rsion¿rclo un'n valoliz:rgio do papel clos Centros cle Saútcle, tendo porbase as diretrizes do SUS.

No entanto, mesrno afinmndo identific¿e¡o com o tmb.rlho que

executam, os entrevis:taclos apontam pal1 um sentimento cle dewaloriz:rgioe clespdvilegiamento, nio í) (las atividacles clesenvolviclas ¡rlo CMS, mas

tambén enquanto funcionírrios de uma Uniclacle Básica. A princípio, os

profissionais n¿io reconheccm determinacl¿rs rnet¿rs enqu¿lnto unla

Or¿. t'ri¿¿A lá. V 1 ). Iqj)

necessiüde local, e sirr, enqllanto metas queo NívelCentralpreconiz¿.Sendo assim, muitasvezes assumemo papelde meros cumpridores detarefas. A vefticaliza$o das aq^óes pode estar contljltuindo para talfato,urna vez que os Progr¿nus, em sua nrrioria, n.:io sio discutidos nos loc¿isonde sáo ebtivadc¡;.

Con.r rehqio l)s prioriclacles identificadas ¡relo; profissioruis, esrasdizem muito das dificuldades ¡relas quais es&io p.rss:rndo ¡nis, no momentcrem que lhes é colrrado um cefo índice de produtividade, sua principalmeta seú atinflt alguns oljetivos jír c-oloc.ados pelo progranras (oljetivosque.le fato contam para a prrrdutividade). Confbrme dito anteriomlente,este imper¿tivo cla plocluqio e/ou o moclo como foi implalttaclo, pocle est_¿rr

colabor¿nclo par¿ o isolamento dos profissionais em ser$ setores. Assi¡1 xidéi¿ de terumCMS enquanto uma equipe, ou seja, enquanto um todointegrado, acaba ficrndo em segundo plano, ou até mesn.n, for¿ de cenário.E, na medida em que a grande lrusr-a es!á dirigid:r para o alcance clas metasestabelecid¿s (até mesn.ro porque isso concorre para o aumento d¿t

produtividade), os profissionais niov€em espagos disponíveis para a

implantagiio de novos serviEos. Alegam que nio há r ecursos hum¿nossuficientes nern par¿ executaf ¿ contento o que ,á estil ilnplantado.

Mais unu vez, ressaltamcrs a impofiáncir cle haver unra integr.rqicrentre os profissionais e as diversas equipes, pois o v;rnatório de esfbrgrspocierlr contriltuir para um l.I]:lior entendimento entre (x diversos setoresdo CMS.

Percebemos tambénlque, como etrr qualquer ServiEo, est:iopresentes os crtstt;ts e beneficios do nresmo..dssim, a¡rsarchs adversidaclesenconü aclas, os proñ-ssionais estio irnbuídc¡.s de uma vontacle e motivuqriopara a execugio do que concebem enquauto prioritário. Entretanto,entendemos que a representag¡o do que seia priorit¿'trio é altamenteinfltrenciacia pela vlsio qrrc ¡rnsuem acerc¿ ch Sailde e do que pocleri:r serum tr¿balho de Educalio em Saúrde.

Ao no;so ver, a Educagio em Saúde deveri¿ ser entendiclt c.on.lorur.r processo interativo (populaEio e pr.ofissioneis) que poisil)ilitasse ac'onsffu$o de unu c-onsc-iéncir sanitária entre os clivelx atore;, Fnritindounu visiio nuis¿mpla cle atuag:ioe p¿Íicipa!¡o. Portanto, Flc[lca(io cmSaúde, dent¡o de tu.ru ótica de paÍicipag.io, cleixaria cle ser rur prcc-esso cle

O:kl. gui.lcQ k4. V I ). 1<n

;

pefsuasilo e pass¿lria ¿l sef ulll pl'ocesso solllativo na conqtlista no alifeifo i*líKle,

Enfirn, a f:rltr cle eng¿jamentoe intcgl a(i() elltre as equipesque

cornpirrn r> CS acaba porfi:r¡;mentar rs:rc¡óes cle saúcle, inviabilizandointerucn('ars cor.liunta s qr.le c'( ntc( )lredatn ptt t;t a tlelhori:r clr qtraliclrcle clos

servigos.

Nota:

rOs Prograr.nas preconiz:rclos pelo Ministér'i<.r cla Saúcle siio: Prog.

Hanseníase . AIDS,'l'trlrrcr,rlosc, Saircle cla Nltrlher, Saitcle da Crirrngr,

Hipertens.io, Dialxtes, Sairde doldoso, Saúclc clo Aclolescente, Saúde do'lr¡hlhaclor

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