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Associação entre as necessidades nutricionais de um atleta de alta intensidade e a prática de uma dieta vegetariana Poster 36 Edição 09/18 14 de Maio de 2018 Autores: Ana Beatriz Rodrigues Marisa Rodrigues Inês Santos Teresa Ferreira Lara Faria Curso: Dietética e Nutrição U.C.: Nutrição e Saúde Pública Titular: Gonçalo Moreira Dieta vegetariana Segundo a Direção Geral de Saúde (DGS), é uma dieta que tem por base produtos vegetais, excluindo a carne e o pescado. Pode incluir ovos ou laticínios, sendo esta inclusão um dos principais fatores de diferenciação. Os cereais, hortícolas, fruta, leguminosas, frutos gordos e sementes são os alimentos comuns aos vários tipos de dietas vegetarianas. Objetivo Introdução Analisar se as dietas vegetarianas têm a capacidade de suprir as necessidades energéticas de atletas de alta intensidade assim como o seu efeito na performance desportiva. A atividade física, o desempenho atlético e a recuperação do exercício têm efeitos benéficos quando acompanhados de uma alimentação e nutrição adequadas. 2 Os atletas, tendo em conta o tipo de desporto praticado, sobretudo em períodos de alta intensidade ou longa duração, possuem requisitos de energia e nutrientes específicos. 3 O exercício de alta intensidade reflete os requisitos energéticos da atividade por unidade de tempo, assim como os sistemas específicos de energia ativados, relacionados com a capacidade individual de a gerar. Dieta de baixa densidade energética Perda de massa muscular Disfunção menstrual Perda de densidade óssea Risco aumentado de fadiga e lesão Comprometim ento da imunidade exclui carne, pescado e laticínios, permite ovos Ovovegetariana • exclui carne, pescado e ovos, permite laticínios Lactovegetariana exclui carne e pescado, permite ovos e laticínios Ovolactovegetariana • exclui todos os alimentos de origem animal Vegetariana estrita e vegana Referências Bibliográficas (1) Fuhrman, J., & Ferreri D. M. (2010). Fueling the Vegetarian (Vegan) Athlete. Current Sports Medicine Reports, 9, 233-241.; (2) Rodriguez N., & DiMarco N., & Langley S. (2009). Nutrition and Athletic Performance: Joint Position Statement: American College of Sports Medicine, American Dietetic Association and Dietitians of Canada. American College of Sports Medicine, 709-731; (3) Silva S. C. G., & Pinho J. P., & Borges C., & Santos C. T., & Santos A., & Graça P. (2015). Linhas de orientação para uma alimentação vegetariana saudável (Arquivo PDF). Direção Geral de Saúde, 9-12. Retirado de: https://www.alimentacaosaudavel.dgs.pt/activeapp/wp-content/files_mf/1444910720LinhasdeOrienta%C3%A7%C3%A3oparaumaAlimenta%C3%A7%C3%A3oVegetarianaSaud%C3%A1vel.pdf; (4) Barr, S. I., & Rideout, C. A. (2004). Nutritional Considerations for Vegetarian Athletes University of British Columbia, Vancouver, British Columbia, Canada (696-703) doi:10.1016/j.nut.2004.04.015; (5) Craddock, J. C., & Probst, Y. C., & Peoples G. E. (2016). Vegetarian and Omnivorous Nutrition — Comparing Physical Performance. International Journal of Sport Nutrition and Exercise Metabolism. 26. 212-220; (6) Gallien, G., & Bellar, D., & Davis, G. R. (2017). The Efficacy of a Pre-Workout Vegan Supplement on High-Intensity Cycling Performance in Healthy College-Aged Males. Journal Of Dietary Supplements, 1-9.; (7) Katch V., McArdle W., & Katch f (2011) Essencials of Exercise Physiology. Lippincott Williams & Wilkins: Wolters Kluwer.; (8) Silva S. C. G., & Pinho J. P., & Borges C., & Santos C. T., & Santos A., & Graça P. (2015). Linhas de orientação para uma alimentação vegetariana saudável (Arquivo PDF). Direção Geral de Saúde, 9-12. Retirado de: https://www.alimentacaosaudavel.dgs.pt/activeapp/wp-content/files_mf/1444910720LinhasdeOrienta%C3%A7%C3%A3oparaumaAlimenta%C3%A7%C3%A3oVegetarianaSaud%C3%A1vel.pdf Conclusão Resultados Segundo Rodriguez N., DiMarco N. Langley S. (2009) e Barr S. & Rideout C. (2004) afirmam que um dieta vegetariana, bem planeada e estruturada, pode estar na base de uma boa performance e desempenho atlético. Rogerson D., diz que se houver uma gestão estratégica de alimentos e uma suplementação adequada, esta pode suprir as necessidades dietéticas da maioria dos atletas. Gallien G., Bellar D. & Greggory R. Davis (2017) confirmam haver uma relação entre a proteína e os atletas, uma vez que a proteína pode compreender 5% da energia gasta durante o exercício, sendo necessário um equilíbrio positivo de nitrogénio, como matéria-prima de processos anabolizantes para substituir essas perdas e/ou construir massa muscular adicional. Uma insuficiente ingestão proteica leva a um balanço negativo de nitrogénio e consequente a uma recuperação insuficiente. Craddock J., Probst Y. , e Peoples G., enfatizam que a dieta vegetariana não melhora nem impede a performance do atleta. Uma alimentação vegetariana, equilibrada e completa pode estar na base de uma boa performance atlética, fornecendo as necessidades totais de nitrogénio e de aminoácidos essenciais, energia, micronutrientes e macronutrientes, necessárias para uma boa manutenção da saúde, ajudando os atletas a alcançar um bom desempenho desportivo. Quando não é supervisionado adequadamente, os indivíduos podem apresentar baixos níveis de alguns micronutrientes (cálcio, zinco, vitamina B-12, ferro). Os estudos efetuados mostram que a escolha de uma dieta vegetariana não melhora nem piora a performance. Este tipo de alimentação pode suprir todas as necessidades nutricionais de um ser humano, sendo adaptada a todas as fases do ciclo de vida. Métodos Foi realizada uma pesquisa, na base de dados PubMed até ao dia 19/03/2018. Foram utilizadas as seguintes palavras: diet; food intake; nutrition; dietary; nourishment; nurture; vegetarian; intensity; high intensity, obtendo a seguinte expressão de pesquisa: (("vegetarian*") AND (("performance*") OR "high intensity*")) AND (((((("diet*") OR "food intake*") OR "nutrition*") OR "nourishment*") OR "nurture*") OR "dietary*") A contínua ingestão de alimentos vegetais, com alto teor de antioxidantes. Atenua as consequências indesejáveis do stress oxidativo, provocado pelo exercício físico intenso. Mantendo as espécies reativas de oxigênio (ROS) em níveis favoráveis. 1 Segundo a DGS, a ingestão de substâncias presentes nos vegetais, principalmente, vitaminas, minerais e fitoquímicos, reduzem os riscos de deficiência nutricional. O seu efeito protetor podia ser ampliado pela atuação sinérgica dos vários fitoquímicos (carotenoides, flavonoides, isoflavinas, fitoesteróis, lignanas). Tem uma ação protetora para a saúde humana Consequências Uma dieta vegetariana planeada é saudável, nutricionalmente adequada e tem vários benefícios para a saúde 1 , existindo preocupações em relação aos macro e micronutrientes. Algumas são justificadas, e outras não, assumindo que a dieta é baseada em alimentos ricos em nutrientes, em vez de hidratos de carbono e óleos refinados. O défice de micronutrientes e da concentração de creatina muscular, impede o alcance de um desempenho máximo. Micronutriente Necessidade Ferro 14 mg/dia(Adultos) e 32 mg/dia(mulheres em pré-menopausa Vitamina B12 6 μg/dia Cálcio 400/500 mg Zinco homens:11 mg; mulheres: 8 mg Vitamina D 400 UI Macronutriente Necessidade Proteína 1,2-2,0 g/kg/dia Hidratos de Carbono 4 -12 g/kg/dia Lípidos 0,5–1,5 g/kg/dia ADA: ADA e DGS Doença Cardiovascular Hipertensão Diabetes Mellitus Obesidade Doença Oncológica Tipos de Dieta American Dietetic Association (ADA) e a Dietitians of Canada and the American College of Sports Medicine (ACSM) Recomendações nutricionais para atletas vegetarianos

Associação entre as necessidades nutricionais de um atleta ... · Os atletas, tendo em conta o tipo de desporto praticado, sobretudo em períodos de alta intensidade ou longa duração,

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Associação entre as necessidades nutricionais de um atleta de alta intensidade e a prática de uma dieta vegetariana

Poster 36 Edição 09/18

14 de Maio de 2018

Autores:Ana Beatriz Rodrigues Marisa RodriguesInês Santos Teresa FerreiraLara Faria

Curso: Dietética e NutriçãoU.C.: Nutrição e Saúde PúblicaTitular: Gonçalo Moreira

Dieta vegetarianaSegundo a Direção Geral de Saúde (DGS), é uma dieta que tem por base produtos vegetais, excluindo a carne e o pescado. Pode incluir ovosou laticínios, sendo esta inclusão um dos principais fatores de diferenciação. Os cereais, hortícolas, fruta, leguminosas, frutos gordos esementes são os alimentos comuns aos vários tipos de dietas vegetarianas.

Objetivo

Introdução

Analisar se as dietas vegetarianas têm a capacidade de suprir as necessidades energéticas de atletas de alta intensidade assim como o seu efeitona performance desportiva.

A atividade física, o desempenho atlético e a recuperação do exercício têm efeitos benéficos quandoacompanhados de uma alimentação e nutrição adequadas.2

Os atletas, tendo em conta o tipo de desporto praticado, sobretudo em períodos de alta intensidade ou longaduração, possuem requisitos de energia e nutrientes específicos.3

O exercício de alta intensidade reflete os requisitos energéticos da atividade por unidade de tempo, assim comoos sistemas específicos de energia ativados, relacionados com a capacidade individual de a gerar.

Dieta de baixa

densidade energética

Perda de massa

muscular

Disfunção menstrual

Perda de densidade

ósseaRisco

aumentado de fadiga e lesão

Comprometimento da

imunidade

• exclui carne, pescado e laticínios, permite ovos

Ovovegetariana

• exclui carne, pescado e ovos, permite laticínios

Lactovegetariana

• exclui carne e pescado, permite ovos e laticínios

Ovolactovegetariana

• exclui todos os alimentos de origem animal

Vegetariana estrita e vegana

Referências Bibliográficas (1) Fuhrman, J., & Ferreri D. M. (2010). Fueling the Vegetarian (Vegan) Athlete. Current Sports Medicine Reports, 9, 233-241.; (2) Rodriguez N., & DiMarco N., & Langley S. (2009). Nutrition and Athletic Performance: Joint Position Statement: American College of Sports Medicine, American Dietetic Association and Dietitians of Canada. American College of Sports Medicine, 709-731; (3) Silva S. C. G., & Pinho J. P., & Borges C., & Santos C. T., & Santos A., & Graça P. (2015). Linhas de orientação para uma alimentação vegetariana saudável (Arquivo PDF). Direção Geral de Saúde, 9-12. Retirado de: https://www.alimentacaosaudavel.dgs.pt/activeapp/wp-content/files_mf/1444910720LinhasdeOrienta%C3%A7%C3%A3oparaumaAlimenta%C3%A7%C3%A3oVegetarianaSaud%C3%A1vel.pdf; (4) Barr, S. I., & Rideout, C. A. (2004). Nutritional Considerations for Vegetarian Athletes University of British Columbia, Vancouver, British Columbia, Canada (696-703) doi:10.1016/j.nut.2004.04.015; (5) Craddock, J. C., & Probst, Y. C., & Peoples G. E. (2016). Vegetarian and Omnivorous Nutrition — Comparing Physical Performance. International Journal of Sport Nutrition and Exercise Metabolism. 26. 212-220; (6) Gallien, G., & Bellar, D., & Davis, G. R. (2017). The Efficacy of a Pre-Workout Vegan Supplement on High-Intensity Cycling Performance in Healthy College-Aged Males. Journal Of Dietary Supplements, 1-9.; (7) Katch V., McArdle W., & Katch f (2011) Essencials of Exercise Physiology. Lippincott Williams & Wilkins: Wolters Kluwer.; (8) Silva S. C. G., & Pinho J. P., & Borges C., & Santos C. T., & Santos A., & Graça P. (2015). Linhas de orientação para uma alimentação vegetariana saudável (Arquivo PDF). Direção Geral de Saúde, 9-12. Retirado de: https://www.alimentacaosaudavel.dgs.pt/activeapp/wp-content/files_mf/1444910720LinhasdeOrienta%C3%A7%C3%A3oparaumaAlimenta%C3%A7%C3%A3oVegetarianaSaud%C3%A1vel.pdf

Conclusão

Resultados Segundo Rodriguez N., DiMarco N. Langley S. (2009) e Barr S. & Rideout C. (2004) afirmam que um dieta vegetariana, bem planeada e estruturada, pode estar na base de

uma boa performance e desempenho atlético. Rogerson D., diz que se houver uma gestão estratégica de alimentos e uma suplementação adequada, esta pode suprir asnecessidades dietéticas da maioria dos atletas.

Gallien G., Bellar D. & Greggory R. Davis (2017) confirmam haver uma relação entre a proteína e os atletas, uma vez que a proteína pode compreender 5% da energia gastadurante o exercício, sendo necessário um equilíbrio positivo de nitrogénio, como matéria-prima de processos anabolizantes para substituir essas perdas e/ou construir massamuscular adicional. Uma insuficiente ingestão proteica leva a um balanço negativo de nitrogénio e consequente a uma recuperação insuficiente.

Craddock J., Probst Y. , e Peoples G., enfatizam que a dieta vegetariana não melhora nem impede a performance do atleta.

Uma alimentação vegetariana, equilibrada e completa pode estar na base de uma boa performance atlética, fornecendo as necessidades totais de nitrogénio e deaminoácidos essenciais, energia, micronutrientes e macronutrientes, necessárias para uma boa manutenção da saúde, ajudando os atletas a alcançar um bom desempenhodesportivo. Quando não é supervisionado adequadamente, os indivíduos podem apresentar baixos níveis de alguns micronutrientes (cálcio, zinco, vitamina B-12, ferro). Osestudos efetuados mostram que a escolha de uma dieta vegetariana não melhora nem piora a performance. Este tipo de alimentação pode suprir todas as necessidadesnutricionais de um ser humano, sendo adaptada a todas as fases do ciclo de vida.

Métodos Foi realizada uma pesquisa, na base de dados PubMed até ao dia 19/03/2018. Foram utilizadas as seguintes palavras: diet; food intake; nutrition; dietary; nourishment;

nurture; vegetarian; intensity; high intensity, obtendo a seguinte expressão de pesquisa: (("vegetarian*") AND (("performance*") OR "high intensity*")) AND (((((("diet*") OR"food intake*") OR "nutrition*") OR "nourishment*") OR "nurture*") OR "dietary*")

A contínua ingestão de alimentos vegetais, com alto

teor de antioxidantes.

Atenua as consequências indesejáveis do stress

oxidativo, provocado pelo exercício físico intenso.

Mantendo as espécies reativas de oxigênio (ROS)

em níveis favoráveis.1

Segundo a DGS, a ingestão de substâncias presentes nos

vegetais, principalmente, vitaminas, minerais e

fitoquímicos, reduzem os riscos de deficiência

nutricional.

O seu efeito protetor podia ser ampliado pela atuação

sinérgica dos vários fitoquímicos (carotenoides,

flavonoides, isoflavinas, fitoesteróis, lignanas).

Tem uma ação

protetora para a saúde

humana

Consequências

Uma dieta vegetariana planeada é saudável, nutricionalmente adequada e temvários benefícios para a saúde1, existindo preocupações em relação aos macro emicronutrientes. Algumas são justificadas, e outras não, assumindo que a dieta ébaseada em alimentos ricos em nutrientes, em vez de hidratos de carbono e óleosrefinados. O défice de micronutrientes e da concentração de creatina muscular,impede o alcance de um desempenho máximo.

Micronutriente NecessidadeFerro 14 mg/dia(Adultos) e 32

mg/dia(mulheres em pré-menopausa

Vitamina B12 6 μg/dia

Cálcio 400/500 mg

Zinco homens:11 mg; mulheres: 8 mg

Vitamina D 400 UI

Macronutriente NecessidadeProteína 1,2-2,0 g/kg/dia

Hidratos de Carbono 4 -12 g/kg/dia

Lípidos 0,5–1,5 g/kg/dia

ADA:

AD

A e

DG

S

Doença Cardiovascular

Hipertensão

Diabetes Mellitus

Obesidade

Doença Oncológica

Tipos de Dieta

American Dietetic Association (ADA) e a Dietitians of Canada and the American College of Sports Medicine (ACSM)

Recomendações nutricionais para atletas vegetarianos