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1º SIMULADO ENEM ON-LINE 1º DIA - 1ª SÉRIE - ENSINO MÉDIO LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS Atividades Quarentena de 1º TRIMESTRE Dia: 25 de maio de 2020 (segunda- feira) Horário: 7h30 às 12h30min

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1º SIMULADO ENEM ON-LINE1º DIA - 1ª SÉRIE - ENSINO MÉDIO

LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIASCIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS

AtividadesQuarentena

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1º TRIMESTREDia: 25 de maio de 2020 (segunda-

feira) Horário: 7h30 às 12h30min

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1. Estão, entre os principais tipos de intertextualidade: a) Paráfrase, paradoxo, antítese e anacoluto. b) Citação, zeugma, elipse e onomatopeia. c) Citação, paráfrase, paródia e epígrafe.

d) Paráfrase, paródia, hipertexto e intertexto. e) Citação, epígrafe, hipérbato e inferência.

GABARITO: C COMENTÁRIO: A intertextualidade, ou seja, o diálogo que se estabelece entre dois ou mais textos, pode manifestar-se por meio da citação, da paráfrase, da paródia e da epígrafe, seus principais tipos.

2.

TEXTO A

Canção do exílio

Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá; As aves, que aqui gorjeiam, Não gorjeiam como lá. Nosso céu tem mais estrelas, Nossas várzeas tem mais flores, Nossos bosques tem mais vida, Nossa vida mais amores. [...] Minha terra tem primores, Que tais não encontro eu cá; Em cismar - sozinho, a noite - Mais prazer eu encontro la; Minha terra tem palmeiras Onde canta o Sabiá. Não permita Deus que eu morra, Sem que eu volte para lá; Sem que desfrute os primores Que não encontro por cá; Sem qu'inda aviste as palmeiras Onde canta o Sabiá. DIAS, G. Poesia e prosa completas. Rio de Janeiro: Aguilar, 1998.

TEXTO B

Canto de regresso à Pátria Minha terra tem palmares Onde gorjeia o mar Os passarinhos daqui Não cantam como os de lá Minha terra tem mais rosas E quase tem mais amores Minha terra tem mais ouro Minha terra tem mais terra Ouro terra amor e rosas Eu quero tudo de lá Não permita Deus que eu morra Sem que volte para lá Não permita Deus que eu morra Sem que volte pra São Paulo Sem que eu veja a rua 15 E o progresso de São Paulo. ANDRADE, O. Cadernos de poesia do aluno Oswald. São Paulo: Círculo do Livro. s/d. Os textos A e B, escritos em contextos históricos e culturais diversos, enfocam o mesmo motivo poético: a paisagem brasileira entrevista a distância. Analisando-os, conclui-se que:

LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS

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a) o ufanismo, atitude de quem se orgulha excessivamente do país em que nasceu, é o tom de que se revestem os dois textos.

b) a exaltação da natureza é a principal característica do texto B, que valoriza a paisagem tropical realçada no texto A.

c) o texto B aborda o tema da nação, como o texto A, mas sem perder a visão crítica da realidade brasileira. d) o texto B, em oposição ao texto A, revela distanciamento geográfico do poeta em relação à pátria. e) ambos os textos apresentam ironicamente a paisagem brasileira. GABARITO: C COMENTÁRIO: Apesar da abordagem de um mesmo tema, o texto B revisita de forma crítica o texto A, estabelecendo-se uma relação intertextual, no caso, uma paródia. 3. “Desiguais na fisionomia, na cor e na raça, o que lhes assegura identidade peculiar, são iguais enquanto

frente de trabalho. Num dos cantos, as chaminés das indústrias se alçam verticalmente. No mais, em todo o quadro, rostos colados, um ao lado do outro, em pirâmide que tende a se prolongar infinitamente, como mercadoria que se acumula, pelo quadro afora.”

(Nádia Gotlib. Tarsila do Amaral, a modernista.)

O texto aponta no quadro abaixo, de Tarsila do Amaral, um tema que também se encontra nos versos transcritos em:

a) “Pensem nas meninas / Cegas inexatas / Pensem nas mulheres /

Rotas alteradas.” (Vinícius de Moraes) b) “Somos muitos severinos / iguais em tudo e na sina: / a de abrandar

estas pedras / suando-se muito em cima.” (João Cabral de Melo Neto)

c) “O funcionário público não cabe no poema/ com seu salário de fome / sua vida fechada em arquivos.” (Ferreira Gullar)

d) “Não sou nada. / Nunca serei nada./ Não posso querer ser nada. / À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.” (Fernando Pessoa)

e) “Os inocentes do Leblon/ Não viram o navio entrar (...) / Os inocentes, definitivamente inocentes / tudo ignoravam, / mas a areia é quente, e há um óleo suave que eles passam pelas costas, e aquecem.” (Carlos Drummond de Andrade)

GABARITO: B COMENTÁRIO: No quadro “Operários”, de Tarsila do Amaral, a linguagem extralinguística sugere que a diversidade individual é desconsiderada pelo conceito de igualdade de condição de trabalho e, consequentemente, desconsiderada na vida. A mesma sugestão pode ser encontrada nos versos de João Cabral de Melo Neto, pois na fala do protagonista podemos observar a dissolução da individualidade dos nordestinos no trabalho de lavrar a terra. A intertextualidade ocorre por meio do diálogo existente entre a tela de Tarsila e o trecho do livro de João Cabral de Melo Neto. 4.

“podem ficar com a realidade esse baixo astral em que tudo entra pelo cano eu quero viver de verdade eu fico com o cinema americano”

O poeta Paulo Leminski, nesse poema, usa de procedimento redundante por meio de a) intertextualidade. b) ironia. c) crítica à sociedade de massa. d) fuga à realidade. e) desejo de viver intensamente. GABARITO: B COMENTÁRIO: Há uma ironia contida no poema de Leminski, já que o autor discorda do fato de que, quando se tornam adultas, precisam se adequar ao que a sociedade exige: "vou fazer o que meu pai quer", "vou fazer o que minha mãe deseja". E na verdade, ele quer dizer que as pessoas devem manter sempre esse espírito adolescente. Ou seja, ele diz o contrário do que pensa, com intenção crítica.

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5.

Ideologia

Meu partido É um coração partido E as ilusões estão todas perdidas Os meus sonhos foram todos vendidos Tão barato que eu nem acredito Eu nem acredito Que aquele garoto que ia mudar o mundo (Mudar o mundo) Frequenta agora as festas do "Grand Monde" Meus heróis morreram de overdose Meus inimigos estão no poder Ideologia Eu quero uma pra viver Ideologia Eu quero uma pra viver O meu prazer Agora é risco de vida Meu sex and drugs não tem nenhum rock 'n' roll Eu vou pagar a conta do analista Pra nunca mais ter que saber quem eu sou Pois aquele garoto que ia mudar o mundo (Mudar o mundo) Agora assiste a tudo em cima do muro Meus heróis morreram de overdose Meus inimigos estão no poder Ideologia Eu quero uma pra viver Ideologia Eu quero uma pra viver

(Cazuza e Roberto Frejat) Este verso em destaque pode ser lido como uma alusão a um livro intitulado Ilusões perdidas, de Honoré de Balzac.

“E as ilusões estão todas perdidas (v. 3)” Tal procedimento constitui o que se chama de a) intertextualidade b) pertinência

c) pressuposição d) metáfora

e) anáfora.

GABARITO: A COMENTÁRIO: Entende-se por intertextualidade a criação de um texto a partir de outro preexistente, do qual são retirados elementos, como no caso da música Ideologia, em que Cazuza utiliza o título do livro de Honoré de Balzac para ilustrar seu pessimismo. 6.

Hora do mergulho Feche a porta, esqueça o barulho feche os olhos, tome ar: é hora do mergulho eu sou moço, seu moço, e o poço não é tão fundo super-homem não supera a superfície nós mortais viemos do fundo eu sou velho, meu velho, tão velho quanto o mundo eu quero paz: uma trégua do lilás-neon-Las Vegas profundidade: 20.000 léguas "se queres paz, te prepara para a guerra"

"se não queres nada, descansa em paz" "luz" - pediu o poeta (últimas palavras, lucidez completa) depois: silêncio esqueça a luz... respire o fundo eu sou um déspota esclarecido nessa escura e profunda mediocracia.

(Engenheiros do Hawaii, composição de Humberto Gessinger)

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Na letra da canção, Humberto Gessinger faz referência a um famoso provérbio latino: si uis pacem, para bellum, cuja tradução é Se queres paz, te prepara para a guerra. Nesse tipo de citação, encontramos o seguinte recurso: a) intertextualidade explícita. b) intertextualidade implícita. c) intertextualidade implícita e explícita.

d) tradução. e) referência e alusão.

GABARITO: B COMENTÁRIO: Na letra da canção, há uma referência a um famoso provérbio latino: si uis pacem, para bellum, cuja tradução é Se queres paz, te prepara para a guerra, exemplificando, assim, aquilo que chamamos de intertextualidade implícita, pois não foi feita a citação do texto-fonte. 7. O cartum Vida de Passarinho, do cartunista Caulos, estabelece um interessante diálogo com um famoso texto-

fonte de nossa literatura, chamado

a) Canção do exílio, de Gonçalves Dias. b) Erro de português, de Oswald de Andrade. c) No meio do caminho, de Carlos Drummond de Andrade. d) Não há vagas, de Ferreira Gullar. e) José, de Carlos Drummond de Andrade. GABARITO: C COMENTÁRIO: Leia o poema e observe sua influência para a criação da história em quadrinhos de Caulos:

No meio do caminho No meio do caminho tinha uma pedra tinha uma pedra no meio do caminho tinha uma pedra no meio do caminho tinha uma pedra. Nunca me esquecerei desse acontecimento na vida de minhas retinas tão fatigadas. Nunca me esquecerei que no meio do caminho tinha uma pedra tinha uma pedra no meio do caminho no meio do caminho tinha uma pedra. Carlos Drummond de Andrade

8. A partir da leitura da tirinha de Calvin e Haroldo, criação do desenhista Will Watterson, é possível

inferir apenas que:

Calvin e Haroldo é criação do desenhista Will Watterson

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a) a linguagem verbal é predominante, sendo assim, a linguagem não verbal não auxilia na construção de sentidos da tirinha.

b) o desenhista, por meio da personificação da personagem Haroldo, discute sobre a importância da indústria da guerra para a promoção da paz mundial.

c) a ironia é a figura de linguagem predominante na linguagem verbal, presente nas falas de Calvin no terceiro e quarto quadrinhos. Por meio de metáforas, Bill Watterson faz uma dura crítica à indústria norte-americana de guerra.

d) a linguagem verbal não contribui para o melhor entendimento da tirinha, pois todo efeito de humor está contido na linguagem não verbal por meio das expressões exibidas por Calvin e Haroldo no último quadrinho.

e) a linguagem é carregada de lirismo, o que evidencia o subjetivismo e o sentimentalismo nas falas das personagens.

GABARITO: C COMENTÁRIO: Por meio da ironia presente nas falas de Calvin (eu serei o americano destemido, defensor da liberdade e da democracia e você pode ser o opressor comunista, ateu e asqueroso, terceiro e quarto quadrinhos, respectivamente), Bill Watterson constrói uma crítica sobre a indústria norte-americana de guerra. Para conseguir o efeito desejado, o desenhista alia linguagem verbal e não verbal, elementos indispensáveis para a construção de sentidos da tirinha. 9. Os textos publicitários são produzidos para cumprir determinadas funções comunicativas. Os objetivos desse

cartaz estão voltados para a conscientização dos brasileiros sobre a necessidade de

a) as crianças frequentarem a escola regularmente. b) a formação leitora começar na infância. c) a alfabetização acontecer na idade certa. d) a literatura ter o seu mercado consumidor ampliado. e) as escolas desenvolverem campanhas a favor da leitura. GABARITO: B COMENTÁRIO: A formação leitora começar na infância. A intenção é que as crianças leiam mais, aprendam mais, memorizem, relacionem, raciocinem, enfim, se encantem com o mundo da leitura. 10. O efeito de humor presente no cartum abaixo decorre, principalmente, da

a) semelhança entre a língua de origem e a local b) falha de comunicação causada pelo uso do aparelho eletrônico c) falta de habilidade da personagem em operar o localizador geográfico d) discrepância entre situar-se geograficamente e dominar o idioma local e) incerteza sobre o nome do ponto turístico onde as personagens se encontram GABARITO: D COMENTÁRIO: A análise de cartuns é muito comum. Observe não apenas o verbal, o que está escrito, mas também o não verbal, ou seja, a imagem e tudo o que ela contribui para a compreensão do texto. Aí você poderá identificar que os homens são brasileiros, mas estão em outro país (veja a famosa Torre Eiffel ao fundo), com um telefone na mão e aparentemente perdidos.

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11. Logia e mitologia Meu coração de mil e novecentos e setenta e dois já não palpita fagueiro sabe que há morcegos de pesadas olheiras que há cabras malignas que há cardumes de hienas infiltradas no vão da unha na alma um porco belicoso de radar e que sangra e ri e que sangra e ri a vida anoitece provisória centuriões sentinelas do Oiapoque ao Chuí.

CACASO. Lero-lero. Rio de Janeiro: 7Letras; São Paulo: Cosac & Naify, 2002

O título do poema explora a expressividade de termos que representam o conflito do momento histórico vivido pelo poeta na década de 1970. Nesse contexto, é correto afirmar que a) o poeta utiliza uma série de metáforas zoológicas com significado impreciso. b) “morcegos”, “cabras” e “hienas” metaforizam as vítimas do regime militar vigente. c) o “porco”, animal difícil de domesticar, representa os movimentos de resistência. d) o poeta caracteriza o momento de opressão através de alegorias de forte poder de impacto. e) “centuriões” e “sentinelas” simbolizam os agentes que garantem a paz social experimentada.

GABARITO: D COMENTÁRIO: Para expressar o conflito do momento histórico vivido, o poeta faz uso no poema de alegorias de forte poder de impacto: "...há cobras malignas que há; cardumes de hienas infiltradas; no vão da unha na alma...". A opção D confirma essa intenção do poeta em caracterizar o momento de opressão.

12. Se os tubarões fossem homens

Se os tubarões fossem homens, eles seriam mais gentis com os peixes pequenos? Certamente, se os tubarões fossem homens, fariam construir resistentes gaiolas no mar para os peixes pequenos, com todo o tipo de alimento, tanto animal como vegetal. Cuidariam para que as gaiolas tivessem sempre água fresca e adotariam todas as providências sanitárias. Naturalmente haveria também escolas nas gaiolas. Nas aulas, os peixinhos aprenderiam como nadar para a goela dos tubarões. Eles aprenderiam, por exemplo, a usar a geografia para localizar os grandes tubarões deitados preguiçosamente por aí. A aula principal seria, naturalmente, a formação moral dos peixinhos. A eles seria ensinado que o ato mais grandioso e mais sublime é o sacrifício alegre de um peixinho e que todos deveriam acreditar nos tubarões, sobretudo quando estes dissessem que cuidavam de sua felicidade futura. Os peixinhos saberiam que este futuro só estaria garantido se aprendessem a obediência. Cada peixinho que na guerra matasse alguns peixinhos inimigos seria condecorado com uma pequena Ordem das Algas e receberia o título de herói.

BRECHT, B. Histórias do Sr. Keuner. São Paulo: Ed. 34, 2006 (adaptado).

Como produção humana, a literatura veicula valores que nem sempre estão representados diretamente no texto, mas são transfigurados pela linguagem literária e podem até entrar em contradição com as convenções sociais e revelar o quanto a sociedade perverteu os valores humanos que ela própria criou. É o que ocorre na narrativa do dramaturgo alemão Bertolt Brecht mostrada. Por meio da hipótese apresentada, o autor a) demonstra o quanto a literatura pode ser alienadora ao retratar, de modo positivo, as relações de

opressão existentes na sociedade. b) revela a ação predatória do homem no mar, questionando a utilização dos recursos naturais pelo

homem ocidental. c) defende que a força colonizadora e civilizatória do homem ocidental valorizou a organização das sociedades

africanas e asiáticas, elevando-as ao modo de organização cultural e social da sociedade moderna. d) questiona o modo de organização das sociedades ocidentais capitalistas, que se desenvolveram

fundamentadas nas relações de opressão em que os mais fortes exploram os mais fracos. e) evidencia a dinâmica social do trabalho coletivo em que os mais fortes colaboram com os mais fracos, de

modo a guiá-los na realização de tarefas. GABARITO: D COMENTÁRIO: Bertold Brecht, conhecido dramaturgo alemão do século XX, é conhecido pelo teor político de suas obras. Suas peças, poemas e narrativas são provas de como a literatura pode ser crítica, propondo reflexões acerca da realidade em que se vive, como, por exemplo, a organização social no mundo moderno. No texto em questão, por meio da situação hipotética de tubarões manipulando peixinhos, questionam-se o sistema capitalista e as relações de opressão entre socialmente fortes e fracos.

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13. Texto I

[…] já foi o tempo em que via a convivência como viável, só exigindo deste bem comum, piedosamente, o meu quinhão, já foi o tempo em que consentia num contrato, deixando muitas coisas de fora sem ceder contudo no que me era vital, já foi o tempo em que reconhecia a existência escandalosa de imaginados valores, coluna vertebral de toda ‘ordem’; mas não tive sequer o sopro necessário, e, negado o respiro, me foi imposto o sufoco; é esta consciência que me libera, é ela hoje que me empurra, são outras agora minhas preocupações, é hoje outro o meu universo de problemas; num mundo estapafúrdio — definitivamente fora de foco — cedo ou tarde tudo acaba se reduzindo a um ponto de vista, e você que vive paparicando as ciências humanas, nem suspeita que paparica uma piada: impossível ordenar o mundo dos valores, ninguém arruma a casa do capeta; me recuso pois a pensar naquilo em que não mais acredito, seja o amor, a amizade, a família, a igreja, a humanidade; me lixo com tudo isso! me apavora ainda a existência, mas não tenho medo de ficar sozinho, foi conscientemente que escolhi o exílio, me bastando hoje o cinismo dos grandes indiferentes […].

NASSAR, R. Um copo de cólera. São Paulo:Companhia das Letras, 1992. Texto II

Raduan Nassar lançou a novela Um Copo de Cólera em 1978, fervilhante narrativa de um confronto verbal entre amantes, em que a fúria das palavras cortantes se estilhaçava no ar. O embate conjugal ecoava o autoritário discurso do poder e da submissão de um Brasil que vivia sob o jugo da ditadura militar.

COMODO, R. Um silêncio inquietante. IstoÉ. Disponível em:http://www.terra.com.br. Acesso em: 15 jul. 2009.

Na novela Um Copo de Cólera, o autor lança mão de recursos estilísticos e expressivos típicos da literatura produzida na década de 70 do século passado no Brasil, que, nas palavras do crítico Antonio Candido, aliam “vanguarda estética e amargura política”. Com relação à temática abordada e à concepção narrativa da novela, o texto I a) é escrito em terceira pessoa, com narrador onisciente, apresentando a disputa entre um homem e uma mulher

em linguagem sóbria, condizente com a seriedade da temática político-social do período da ditadura militar. b) articula o discurso dos interlocutores em torno de uma luta verbal, veiculada por meio de linguagem simples e

objetiva, que busca traduzir a situação de exclusão social do narrador. c) representa a literatura dos anos 70 do século XX e aborda, por meio de expressão clara e objetiva e de ponto

de vista distanciado, os problemas da urbanização das grandes metrópoles brasileiras. d) evidencia uma crítica à sociedade em que vivem os personagens, por meio de fluxo verbal contínuo de

tom agressivo. e) traduz, em linguagem subjetiva e intimista, a partir do ponto de vista interno, os dramas psicológicos da mulher

moderna, às voltas com a questão da priorização do trabalho em detrimento da vida familiar e amorosa. GABARITO: D COMENTÁRIO: O trecho da novela Um copo de cólera, escrito em primeira pessoa, demonstra o grau da extrema tensão vivida pelo narrador, que nega a sua condição por meio de críticas aos princípios que fundamentavam a sociedade da época (quando diz repetidamente que “já foi o tempo...”). No seu caso, não se pode falar em exclusão social (opção B), já que “foi conscientemente que escolhi o exílio”, e os temas levantados pelas opções C e E não são evidenciados no trecho em questão. 14. Texto I

[…] já foi o tempo em que via a convivência como viável, só exigindo deste bem comum, piedosamente, o meu quinhão, já foi o tempo em que consentia num contrato, deixando muitas coisas de fora sem ceder contudo no que me era vital, já foi o tempo em que reconhecia a existência escandalosa de imaginados valores, coluna vertebral de toda ‘ordem’; mas não tive sequer o sopro necessário, e, negado o respiro, me foi imposto o sufoco; é esta consciência que me libera, é ela hoje que me empurra, são outras agora minhas preocupações, é hoje outro o meu universo de problemas; num mundo estapafúrdio — definitivamente fora de foco — cedo ou tarde tudo acaba se reduzindo a um ponto de vista, e você que vive paparicando as ciências humanas, nem suspeita que paparica uma piada: impossível ordenar o mundo dos valores, ninguém arruma a casa do capeta; me recuso pois a pensar naquilo em que não mais acredito, seja o amor, a amizade, a família, a igreja, a humanidade; me lixo com tudo isso! me apavora ainda a existência, mas não tenho medo de ficar sozinho, foi conscientemente que escolhi o exílio, me bastando hoje o cinismo dos grandes indiferentes […].

NASSAR, R. Um copo de cólera. São Paulo:Companhia das Letras, 1992.

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Texto II

Raduan Nassar lançou a novela Um Copo de Cólera em 1978, fervilhante narrativa de um confronto verbal entre amantes, em que a fúria das palavras cortantes se estilhaçava no ar. O embate conjugal ecoava o autoritário discurso do poder e da submissão de um Brasil que vivia sob o jugo da ditadura militar.

COMODO, R. Um silêncio inquietante. IstoÉ. Disponível em:http://www.terra.com.br. Acesso em: 15 jul. 2009. Considerando-se os textos apresentados e o contexto político e social no qual foi produzida a obra Um Copo de Cólera, verifica-se que o narrador, ao dirigir-se à sua parceira, nessa novela, tece um discurso a) conformista, que procura defender as instituições nas quais repousava a autoridade do regime militar no

Brasil, a saber: a Igreja, a família e o Estado. b) pacifista, que procura defender os ideais libertários representativos da intelectualidade brasileira opositora à

ditadura militar na década de 70 do século passado c) desmistificador, escrito em um discurso ágil e contundente, que critica os grandes princípios humanitários

supostamente defendidos por sua interlocutora. d) politizado, pois apela para o engajamento nas causas sociais e para a defesa dos direitos humanos como uma

única forma de salvamento para a humanidade. e) contraditório, ao acusar a sua interlocutora de compactuar com o regime repressor da ditadura militar, por

meio da defesa de instituições como a família e a Igreja. GABARITO: C COMENTÁRIO: O discurso do narrador de Um copo de cólera assume um tom desmistificador, porque ataca, de forma pontual, os valores e instituições sociais de grande representatividade: “me recuso pois a pensar naquilo em que não mais acredito, seja o amor, a amizade, a família, a igreja, a humanidade; me lixo com tudo isso!”. 15. “Quer evitar pesadelos? Então não durma de barriga para cima. Este é o conselho de quem garante ter sido

atacado pela Pisadeira. A meliante costuma agir em São Paulo e Minas Gerais. Suas vitimas preferidas são aquelas que comeram demais antes de dormir. Desce do telhado — seu esconderijo usual — e pisa com muita forga no peito e na barriga do incauto adormecido, provocando os pesadelos. Ha controvérsias sobre sua aparência. De acordo com alguns, é uma mulher bem gorda. Ja o escritor Cornelio Pires forneceu a seguinte descrição da malfeitora: "Essa é ua muie muito magra, que tem os dedos cumprido e seco cum cada unhao! Tem as perna curta, cabelo desgadeiado, quexo revirado pra riba e nari magro munto arcado; sobranceia cerrado e zoio aceso..."

Pelo sim, pelo não, caro amigo... barriga para baixo e bons sonhos.” Almanaque de Cultura Popular. Ano 10, out. 2008, n.114 (adaptado).

Considerando que as variedades linguísticas existentes no Brasil constituem patrimônio cultural, a descrição da personagem lendária, Pisadeira, nas palavras do escritor Cornélio Pires, a) mostra hábitos linguísticos atribui dos a personagem lendária. b) ironiza vocabulário usado no registro escrito de descrição de personagens. c) associa a aparência desagradável da personagem ao desprestigio da cultura brasileira. d) sugere critica ao tema da superstição como integrante da cultura de comunidades interioranas. e) valoriza a memória e as identidades nacionais pelo registro escrito de variedades linguísticas

pouco prestigiadas. GABARITO: C COMENTÁRIO: Como menciona o trecho de Afrânio Coutinho, o espetáculo teatral é uma composição literária, cujo texto dramático possui uma estrutura específica, sendo caracterizado de maneira geral pela forma como é contado (pela ação e diálogo dos personagens, e não por um narrador), e não por seu conteúdo, que pode ser oriundo de diversas fontes.

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16. Gênero dramático é aquele em que o artista usa como intermediária entre si e o público a representação. A palavra vem do grego drao (fazer) e quer dizer ação. A peça teatral é, pois, uma composição literária destinada à apresentação por atores em um palco, atuando e dialogando entre si. O texto dramático é complementado pela atuação dos atores no espetáculo teatral e possui uma estrutura específica, caracterizada: 1) pela presença de personagens que devem estar ligados com lógica uns aos outros e à ação; 2) pela ação dramática (trama, enredo), que é o conjunto de atos dramáticos, maneiras de ser e de agir das personagens encadeadas à unidade do efeito e segundo uma ordem composta de exposição, conflito, complicação, clímax e desfecho; 3) pela situação ou ambiente, que é o conjunto de circunstâncias físicas, sociais, espirituais em que se situa a ação; 4) pelo tema, ou seja, a ideia que o autor (dramaturgo) deseja expor, ou sua interpretação real por meio da representação.

COUTINHO, A. Notas de teoria literária. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1973 (adaptado). Considerando o texto e analisando os elementos que constituem um espetáculo teatral, conclui-se que a) a criação do espetáculo teatral apresenta-se como um fenômeno de ordem individual, pois não é possível

sua concepção de forma coletiva. b) o cenário onde se desenrola a ação cênica é concebido e construído pelo cenógrafo de modo autônomo e

independente do tema da peça e do trabalho interpretativo dos atores. c) o texto cênico pode originar-se dos mais variados gêneros textuais, como contos, lendas, romances, poesias,

crônicas, notícias, imagens e fragmentos textuais, entre outros. d) o corpo do ator na cena tem pouca importância na comunicação teatral, visto que o mais importante é

a expressão verbal, base da comunicação cênica em toda a trajetória do teatro até os dias atuais. e) a iluminação e o som de um espetáculo cênico independem do processo de produção/recepção do espetáculo

teatral, já que se trata de linguagens artísticas diferentes, agregadas posteriormente à cena teatral. GABARITO: D COMENTÁRIO: Dentre os recursos expressivos empregados por Manuel Bandeira no poema, podem-se destacar, no plano da sonoridade, a repetição de fonemas como /v/ (como em vento, varria, vida), que imitam o barulho do vento, evocando dinamicidade e movimento contínuo; e, no plano sintático, a repetição de estruturas de frase, que se configura como importante recurso poético produtor da noção de repetição, da recorrência das mudanças na vida do eu-lírico. 17.

Canção do vento e da minha vida

O vento varria as folhas, O vento varria os frutos, O vento varria as flores... E a minha vida ficava Cada vez mais cheia De frutos, de flores, de folhas. [...] O vento varria os sonhos E varria as amizades... O vento varria as mulheres... E a minha vida ficava Cada vez mais cheia De afetos e de mulheres.

O vento varria os meses E varria os teus sorrisos... O vento varria tudo! E a minha vida ficava Cada vez mais cheia De tudo.

BANDEIRA, M. Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1967.

Na estruturação do texto em questão, destaca-se a) a construção de oposições semânticas. b) a apresentação de ideias de forma objetiva. c) o emprego recorrente de figuras de linguagem, como o eufemismo. d) a repetição de sons e de construções sintáticas semelhantes. e) a inversão da ordem sintática das palavras. GABARITO: C COMENTÁRIO: Augusto Boal, com seu Teatro do Oprimido, desenvolveu uma linguagem teatral inovadora, a fim de possibilitar ao cidadão espectador uma visão mais nítida de sua própria realidade. Ao encenar fatos do próprio cotidiano e fazer uso de uma linguagem não diferenciada da de um cidadão comum, por meio do jogo teatral, o indivíduo (ator e espectador) é passível de interagir, de forma interpretativa e reflexiva, com a situação vivida.

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18. Canção do vento e da minha vida

O vento varria as folhas, O vento varria os frutos, O vento varria as flores... E a minha vida ficava Cada vez mais cheia De frutos, de flores, de folhas. [...] O vento varria os sonhos E varria as amizades... O vento varria as mulheres... E a minha vida ficava Cada vez mais cheia De afetos e de mulheres.

O vento varria os meses E varria os teus sorrisos... O vento varria tudo! E a minha vida ficava Cada vez mais cheia De tudo.

BANDEIRA, M. Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1967.

Dentre os recursos expressivos empregados por Manuel Bandeira no poema, podem-se destacar, no plano da sonoridade, a repetição de fonemas como /v/ (como em vento, varria, vida), que imitam o barulho do vento, evocando dinamicidade e movimento contínuo; e, no plano sintático, a repetição de estruturas de frase, que se configura como importante recurso poético produtor da noção de repetição, da recorrência das mudanças na vida do eu-lírico.

Companhia Teatro do Oprimido. Disponível em: www.ctorio.org.br. Acesso em: 1 jul. 2009 (adaptado).

Considerando-se as características do Teatro do Oprimido apresentadas, conclui-se que a) esse modelo teatral é um método tradicional de fazer teatro que usa, nas suas ações cênicas, a linguagem

rebuscada e hermética falada normalmente pelo cidadão comum. b) a forma de recepção desse modelo teatral se destaca pela separação entre atores e público, na qual os atores

representam seus personagens e a plateia assiste passivamente ao espetáculo. c) sua linguagem teatral pode ser democratizada e apropriada pelo cidadão comum, no sentido de proporcionar-

lhe autonomia crítica para compreensão e interpretação do mundo em que vive. d) o convite ao espectador para substituir o protagonista e mudar o fim da história evidencia que a proposta

de Boal se aproxima das regras do teatro tradicional para a preparação de atores. e) a metodologia teatral do Teatro do Oprimido segue a concepção do teatro clássico aristotélico, que visa à

desautomação física e intelectual de seus praticantes. GABARITO: C COMENTÁRIO: Augusto Boal, com seu Teatro do Oprimido, desenvolveu uma linguagem teatral inovadora, a fim de possibilitar ao cidadão espectador uma visão mais nítida de sua própria realidade. Ao encenar fatos do próprio cotidiano e fazer uso de uma linguagem não diferenciada da de um cidadão comum, por meio do jogo teatral, o indivíduo (ator e espectador) é passível de interagir, de forma interpretativa e reflexiva, com a situação vivida.

19. Andaram na praia, quando saímos, oito ou dez deles; e daí a pouco começaram a vir mais. E parece-me que viriam, este dia, à praia, quatrocentos ou quatrocentos e cinquenta. Alguns deles traziam arcos e flechas, que todos trocaram por carapuças ou por qualquer coisa que lhes davam. […] Andavam todos tão bem-dispostos, tão bem feitos e galantes com suas tinturas que muito agradavam.

CASTRO, S. A carta de Pero Vaz de Caminha. Porto Alegre: L&PM, 1996 (fragmento).

Pertencentes ao patrimônio cultural brasileiro, a carta de Pero Vaz de Caminha, acima, e a obra de Portinari, abaixo, retratam a chegada dos portugueses ao Brasil. Da leitura dos textos, constata-se que:

a) a carta de Pero Vaz de Caminha representa uma das primeiras manifestações artísticas dos portugueses em terras brasileiras e preocupa-se apenas com a estética literária.

b) a tela de Portinari retrata indígenas nus com corpos pintados, cuja grande significação é a afirmação da arte acadêmica brasileira e a contestação de uma linguagem moderna.

c) a carta, como testemunho histórico-político, mostra o olhar do colonizador sobre a gente da terra, e a pintura destaca, em primeiro plano, a inquietação dos nativos.

d) as duas produções, embora usem linguagens diferentes – verbal e não verbal –, cumprem a mesma função social e artística.

e) a pintura e a carta de Caminha são manifestações de grupos étnicos diferentes, produzidas em um mesmo momentos histórico, retratando a colonização.

GABARITO: C COMENTÁRIO: A carta de Caminha é um documento histórico e político, que descreve, sob o olhar de cunho otimista do colonizador, os nativos que aqui os receberam. Por outro lado, a pintura de Portinari destaca esses nativos em primeiro plano, transmitindo suas inquietações e espanto com as embarcações portuguesas que se aproximam.

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20.

LXXVIII (Camões, 1525?-1580) Leda serenidade deleitosa, Que representa em terra um paraíso; Entre rubis e perlas doce riso; Debaixo de ouro e neve cor-de-rosa; Presença moderada e graciosa, Onde ensinando estão despejo e siso Que se pode por arte e por aviso, Como por natureza, ser fermosa;

Fala de quem a morte e a vida pende, Rara, suave; enfim, Senhora, vossa; Repouso nela alegre e comedido: Estas as armas são com que me rende E me cativa Amor; mas não que possa Despojar-me da glória de rendido. CAMÕES, L. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2008.

A pintura abaixo e o poema acima, embora sendo produtos de duas linguagens artísticas diferentes, participaram do mesmo contexto social e cultural de produção pelo fato de ambos

a) apresentarem um retrato realista, evidenciado pelo unicórnio presente na pintura e

pelos adjetivos usados no poema. b) valorizarem o excesso de enfeites na apresentação pessoal e na variação de

atitudes da mulher, evidenciadas pelos adjetivos do poema. c) apresentarem um retrato ideal de mulher marcado pela sobriedade e o equilíbrio,

evidenciados pela postura, expressão e vestimenta da moça e os adjetivos usados no poema.

d) desprezarem o conceito medieval da idealização da mulher como base da produção artística, evidenciado pelos adjetivos usados no poema.

e) apresentarem um retrato ideal de mulher marcado pela emotividade e o conflito interior, evidenciados pela expressão da moça e pelos adjetivos do poema.

GABARITO: C COMENTÁRIO: As duas obras (poema e pintura) representam linguagens artísticas diferentes, no entanto, fazem parte de um mesmo contexto social e cultural de produção ao apresentarem uma imagem da mulher ideal - a mulher marcada pela sobriedade e pelo equilíbrio. No poema de Camões temos o uso dos adjetivos, já na pintura, a postura, a expressão e vestimenta.

21. A campanha publicitária do governo de Pernambuco pretende sensibilizar o público-alvo, visando à diminuição do número de acidentes de trânsito no Estado. Analisando-se a estratégia argumentativa utilizada, percebe-se que

a) as escolhas verbais associadas à imagem em nada guardam relação com os hábitos do cotidiano da

população pernambucana. b) há uma clara posição autoritária do governo do Estado ao utilizar o modo imperativo na mensagem verbal. c) o vocábulo “até” revela inclusão, pois sugere que a água do coco é saudável para o condutor e também

possibilita uma condução mais responsável. d) a expressão “bebida do verão” refere-se, apenas, a algo saudável (água de coco), não aludindo a nada que

prejudique o ato de dirigir. e) a rima no texto da propaganda entre verão e direção deve ser considerada acidental e não atende aos

objetivos da campanha. GABARITO: C COMENTÁRIO: O termo “até” pode ser substituído por “inclusive, também” confirmando os múltiplos benefícios da bebida do verão para aliviar a sede e para quem dirige, pois não contém teor alcoólico.

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22.

Mestre do Coro Quem te ensinô essa mandinga? – Foi o nego de sinhá O nego custô dinheiro, Dinheiro custô ganhá, Camarado. Coro Cai, cai, Catarina, sarta de má, vem vê Dalina. Mestre do Coro Amanhã é dia santo, dia de corpo de Deus Quem tem roupa vai na missa, Quem não tem faz como eu.

O fragmento transcrito pertence à obra O pagador de promessas, de Dias Gomes, e apresenta um registro linguístico usado também nas rodas de capoeira. Sobre a linguagem do trecho citado, pode-se afirmar que a) o vocábulo “custo” tem sentido diferente nas duas construções em que foi usado. b) a palavra camarada apresenta uma flexão do gênero que condiz com a norma padrão. c) a construção “vai na missa” corresponde ao uso formal da língua, pois esse verbo rege a preposição “em”. d) a variedade não padrão cumpre seu papel comunicativo, podendo ser empregada em qualquer processo

de comunicação. e) se caracteriza pela ênfase nos aspectos gráfico-visuais da mensagem. GABARITO: A COMENTÁRIO: O vocábulo “custô” não tem o mesmo sentido nas duas construções em que foi empregado. No verso 3, “custô dinheiro” significa “ser adquirido por determinado preço”; no verso 4, “custô ganhá” tem o sentido de “ser difícil ou penoso”. 23. Primeiramente usou-se a expressão “paraolímpico”, combinação das palavras “paraplégico” e “olímpico”. Depois,

com a inclusão de atletas de outros grupos de deficiência, foi adotado o termo “paralímpico”, combinação da preposição grega (PARA – “junto a” ou “ao lado de”) e “olímpico”, remetendo ao fato de a com petição ser paralela aos Jogos Olímpicos, ilustrando claramente que os dois movimentos caminham lado a lado.

Eduardo Coli. “Espírito em Movimento”. Aventuras na História, n°.159, p. 42, set. 2016. O léxico de uma língua é reflexo direto de sua cultura, expressando, muitas vezes, os preconceitos arraigados na sociedade. É o caso de expressões como “é coisa de menininha”, “período negro da história”, entre outros. Diante disso, a necessidade de atualização lexical para eliminar a discriminação existe e deve ser constante, como o texto acima exemplifica, ao a) mostrar a mudança do lema de 1994 “Espíritos em Movimento” para “Mente, Corpo e Espírito”, de 2004. b) questionar o lema atual “Espírito em Movimento”, que, segundo o texto, evidenciaria as limitações motoras dos

atletas paraplégicos. c) argumentar que a palavra paraolímpico seria mais acurada e, portanto, mais correta para representar

o evento. d) evidenciar que a mudança de “Jogos Paraolímpicos” para “Jogos Paralímpicos” visa abranger outros atletas,

além dos paraplégicos. e) argumentar que o termo paralímpico, por ter origem grega, seria inadequado para representar um evento

ocorrido em terras brasileiras. GABARITO: D COMENTÁRIO: O último parágrafo do texto evidencia que o termo “paraolímpico” foi cunhado com o objetivo de acomodar os demais atletas, com outras deficiências além dos paraplégicos, e, simultaneamente, denotar que os dois eventos têm igual importância social, assim como seus atletas.

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24. Texto do cartaz abaixo:

“A febre amarela pode ser evitada com a vacina, que é eficaz e seguir para uso. Se você mora ou pretende viajar para alguma região afetada pela Febre Amarela, fique atento e procura uma unidade de saúde mais próxima. Mas se você não reside e nem viajará para alguma dessas regiões, fique tranquilo, você não precisa se vacinar.” O cartaz em questão faz parte de uma campanha publicitária do Ministério da Saúde e tem como principal objetivo

a) evidenciar as formas de contágio da febre amarela. b) indicar as medidas terapêuticas para o tratamento da doença. c) esclarecer a população sobre como se prevenir da doença. d) demarcar as áreas de maior chance de transmissão da doença. e) informar as maneiras de combater os sintomas da febre amarela. GABARITO: C COMENTÁRIO: O objetivo do cartaz é informar à população que a vacina é a maneira mais eficaz de evitar a febre amarela para quem pretende ir a regiões afetadas ou mora nelas. 25.

Tempo de violência NÚMERO DE MORTES DE MULHERES NEGRAS CRESCE EM ESCALA ALARMANTE NO BRASIL

O massacre ocorrido na noite de Réveillon na cidade de Campinas, no interior de São Paulo, escancarou a violência dos crimes de gênero – o criminoso, que assassinou nove mulheres, escreveu uma carta em que atacava o movimento feminista e a Lei Maria da Penha. O caso, no entanto, é ainda mais grave quando estendido para as questões raciais: de acordo com o relatório Mapa da Violência: Homicídios de Mulheres no Brasil, o número de mortes de mulheres negras aumentou 54% entre 2003 e 2013. Já o número de mortes de mulheres brancas diminuiu 10% no mesmo período. “Não podemos ignorar a questão de raça ao falar de violência de gênero, ainda mais em um país como o Brasil, que mascara o racismo até hoje”, afirma a advogada e mestranda em Direitos Humanos pela USP Julia Drummond. Em audiência realizada no final do ano de Afrodescendentes e Mulheres da Organização dos Estados Americanos (OEA), recebeu denúncias de mulheres negras que sofreram diferentes casos de violência. Entre os crimes, estão assassinatos de lésbicas, racismo cometido por órgãos do Estado e arbitrariedades sofridas por mães de jovens negros assassinados.

Isabela Moreira, revista Galileu, fev. 2017, pág. 10. O texto acima é informativo, e a ideia de maior importância é a de que a) os crimes ocorridos no interior de São Paulo, no Réveillon, foram um massacre. b) o número de mortes de mulheres brancas diminuiu 10% entre 2003 e 2013. c) apesar da Lei Maria da Penha, persistem os casos de violência de gênero no País. d) a violência contra as mulheres negras no Brasil atinge níveis preocupantes. e) até hoje uma nação como o Brasil mascara o racismo existente de fato. GABARITO: D COMENTÁRIO: A ideia central do texto é a de que o “número de mortes de mulheres negras cresce em escala alarmante no Brasil”, conforme destacado abaixo do título. Os demais dados do texto servem para sustentar essa ideia.

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26. A última fala da tirinha a seguir causa estranhamento, porque assinala a ausência de um elemento fundamental para a instalação de um tribunal: a existência de alguém que esteja sendo acusado. Essa fala sugere o seguinte ponto de vista do autor em relação aos usuários da internet:

a) proferem vereditos fictícios sem que haja legitimidade do processo. b) configuram julgamentos vazios ainda que existam crimes comprovados. c) emitem juízos sobre os outros, mas não se veem na posição de acusados. d) apressam-se em opiniões superficiais mesmo que possuam dados concretos. e) são acusadores benevolentes em relação aos acusados. GABARITO: C COMENTÁRIO: A expressão “... e nenhum réu” indica que ninguém estaria sendo acusado por alguma conduta fora das normas sociais. A tirinha sugere, nesse sentido, que a postura mais comum nos meios digitais seria julgar, acusar o outro, ao invés de reconhecer culpabilidade. 27. Considerando-se os elementos verbais e visuais da tirinha abaixo, é correto afirmar que o que contribui de

modo mais decisivo para o efeito de humor é

a) a ingenuidade dos personagens em acreditarem na existência de poderes sobrenaturais. b) o contraste entre os personagens que representam diferentes classes sociais. c) o duplo sentido do substantivo “super-herói”, no contexto do 1º quadrinho. d) a tentativa fracassada do personagem ao fazer um discurso panfletário. e) a quebra de expectativa produzida, no último quadrinho, pelo termo “invisibilidade”. GABARITO: E COMENTÁRIO: O super-herói vem associado à resistência da condição de vida desumana, e não relacionada a poderes, uma vez que a personagem é quem precisa de ajuda, mas não é notada pela sociedade, pelos indivíduos que fazem perto dela. Dessa forma, a linguagem mista gera uma quebra de expectativa por meio do ultimo quadrinho. 28.

Não existe amor em SP Não existe amor em SP Um labirinto místico Onde os grafites gritam Não dá pra descrever Numa linda frase De um postal tão doce Cuidado com doce São Paulo é um buquê Buquês são flores mortas Num lindo arranjo Arranjo lindo feito pra você

Fonte: http://letras.terra.com.br/criolo-doido/1857556/ em 1/4/2012.

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Predomina nesse texto a função da linguagem a) metalinguística, porque o autor procura explicar objetivamente o que é a cidade de São Paulo. b) fática, porque o autor destaca a importância do grafite na cidade como canal de comunicação. c) apelativa, porque o texto chama a atenção para os diversos espaços da urbe paulistana. d) poética, porque o autor dá ênfase ao labirinto verbal embutido na argamassa da mensagem. e) referencial, porque o texto trata de noções referenciais sobre a capital financeira do país. GABARITO: D COMENTÁRIO: Observa-se o uso da função poética, uma vez que a preocupação está na formulação da mensagem, na escolha das palavras, da sonoridade, da elaboração do texto, isto é, em sua própria estética. 29.

MÃOS DADAS Não serei o poeta de um mundo caduco. Também não cantarei o mundo futuro. Estou preso à vida e olho meus companheiros. Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças. Entre eles, considero a enorme realidade. O presente é tão grande, não nos afastemos. Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas. Não serei o cantor de uma mulher, de uma história, não direi os suspiros ao anoitecer, a paisagem vista da janela, não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida, não fugirei para as ilhas nem serei raptado por serafins. O tempo é a minha matéria, o tempo presente, os homens presentes, a vida presente.

(Carlos Drummond de Andrade, Sentimento do Mundo) “Agora que expliquei o título, passo a escrever o livro. Antes disso, porém, digamos os motivos que me põem a pena na mão.” Nesse trecho de Dom Casmurro, de Machado de Assis, tem destaque a mesma função da linguagem que, ao lado da função poética, é central no poema acima transcrito, de Carlos Drummond de Andrade. Trata-se da função a) metalinguística. b) emotiva.

c) referencial. d) conativa.

e) fática.

GABARITO: A COMENTÁRIO: O narrador-personagem refere-se à própria narrativa, o que configura a função metalinguística da linguagem. Essa função, ao lado da poética, é central no poema de Drummond, que se refere à própria poesia, enumerando temas que, no momento, o poeta rejeita ou propõe. 30. (...) a linguagem e a vida são uma coisa só. Quem não fizer do idioma o espelho de sua personalidade não vive; e como a vida é uma corrente contínua, a linguagem também deve evoluir constantemente. Isto significa que, como escritor, devo me prestar contas de cada palavra e considerar cada palavra o tempo necessário até ela ser novamente vida. O idioma é a única porta para o infinito, mas infelizmente está oculto sob montanhas de cinzas.

(João Guimarães Rosa) Para enfatizar a importância da comunicação verbal, o autor emprega a linguagem a) denotativa, para demonstrar fidelidade ao sentido que deseja expressar. b) figurada, com base no exagero para enfatizar o sentido proposto. c) jornalística, para descrever o âmbito em que se insere a afirmação feita. d) popular, para atingir o maior número possível de leitores. e) técnica, própria das reflexões de caráter linguístico. GABARITO: B COMENTÁRIO: A linguagem é figurada, pois o autor se vale de imagens comparativas, metafóricas. O exagero é evidente em afirmações como “quem não fizer do idioma o espelho de sua personalidade não vive”.

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31.

Modos de xingar — Biltre! — O quê? — Biltre! Sacripanta! — Traduz isso para português. — Traduzo coisa nenhuma. Além do mais, charro! Onagro! Parei para escutar. As palavras estranhas jorravam do interior de um Ford de bigode. Quem as proferia era um senhor idoso, terno escuro, fisionomia respeitável, alterada pela indignação. Quem as recebia era um garotão de camisa esporte; dentes clarinhos emergindo da floresta capilar, no interior de um fusca. Desses casos de toda hora: o fusca bateu no Ford. Discussão. Bate-boca. O velho usava o repertório de xingamentos de seu tempo e de sua condição: professor, quem sabe? Leitor de Camilo Castelo Branco. Os velhos xingamentos. Pessoas havia que se recusavam a usar o trivial das ruas e botequins, e iam pedir a Rui Barbosa, aos mestres da língua, expressões que castigassem fortemente o adversário (…). “Ladrão”, simplesmente, não convencia. Adotavam-se formas sofisticadas, como “ladravaz”, “ladroaço”. Muitos preferiam “larápio” (…)

(Carlos Drummond de Andrade, As palavras que ninguém diz. Record: Rio de Janeiro, 1997, p. 23-24.) A função da linguagem predominante no texto é a: a) emotiva, já que a crônica exprime a subjetividade do cronista, por meio de adjetivos e da 1ª pessoa

do singular. b) apelativa, uma vez que o cronista indiretamente pede ao leitor que não use palavras difíceis. c) referencial, visto que conta uma história com objetividade, usando a 3ª pessoa e palavras de

sentido denotativo. d) metalinguística, porque reflete sobre o próprio código, no caso, os diferentes usos da língua. e) poética, pois foi escrita pelo poeta Carlos Drummond de Andrade, preocupado com a construção expressiva

da mensagem. GABARITO: D COMENTÁRIO: A crônica, a começar pelo título, é uma reflexão sobre a linguagem — mais especificamente, sobre as diferentes maneiras de usar a língua. A função metalinguística se caracteriza pela reflexão sobre o próprio código: a linguagem sendo usada para fazer comentários sobre a própria linguagem. 32.

As linguagens não verbais Quando você vê um capítulo de novela na televisão, você ouve a fala das personagens e uma música de fundo. Simultaneamente vê um cenário e o vestuário das personagens. As cores do cenário, a iluminação do espaço, os gestos e as expressões dos atores contribuem para a construção do significado. Tudo isso também contribui para criar um clima, para reforçar uma ideia, para direcionar uma mensagem. Não levamos em conta cada um dos aspectos separadamente, mas todos juntos quando procuramos entender o que se passa na tela. Para expressar um mundo onde as mudanças são aceleradas, as novas linguagens transmitem rapidamente um número cada vez maior de mensagens. A ilustração, o desenho, a figura, a fotografia, os sons, associados a textos verbais curtos e diretos buscam atingir o leitor com maior impacto. A valorização da imagem supõe um leitor que não tenha tempo para ler mensagens longas ou complicadas. Dado o intenso uso de linguagem não verbal nos dias atuais, pode-se dizer que entre uma e outra existe integração e influência recíproca, de forma que uma provoca alterações na outra.

Disponível em: www.educacao.uol.com.br. Acesso em 20 fev. 2017. O conteúdo do fragmento acima permite a consideração de que a chamada linguagem não verbal pressupõe a) a substituição gradativa da linguagem verbal como instrumento contemporâneo de comunicação. b) a apreciação isolada de diversos elementos que acabam por constituir, somados, a sua expressão. c) elementos imagísticos e sonoros que, em interação simultânea com manifestações verbais, marcam a

comunicação contemporânea. d) uma velocidade menor, embora bem mais precisa, quanto à transmissão das mensagens. e) a presença inédita, na comunicação atual, de elementos que tendem a minimizar a importância da

linguagem verbal. GABARITO: C COMENTÁRIO: A menção, no texto, à ilustração, ao desenho, à figura, à fotografia e aos sons como elementos representativos da linguagem não verbal justifica a resposta. Não se menciona a substituição gradativa da linguagem verbal (letra A) nem a minimização de sua importância (letra E), mas um processo de interação entre as duas linguagens. O texto destaca a apreensão dos aspectos não verbais “todos juntos”, e não separadamente (letra B) e registra que “as novas linguagens transmitem rapidamente um número cada vez maior de mensagens”, contrariando o que se diz na letra E.

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33. O cartaz abaixo aborda o tratamento do lixo. A relação entre os elementos verbais e não verbais que o constituem permite o reconhecimento de que

a) o pronome possessivo “seu” busca enfatizar a responsabilidade dos cidadãos para com a coleta seletiva.

b) predomina, no campo verbal, a função de linguagem referencial, ao definir a coleta como “condição para um mundo melhor”.

c) as diferentes cores dos sacos de lixo (coleta seletiva) constituem uma escolha de cunho estético, sem compromisso com a mensagem veiculada.

d) a frase “O lixo é seu” caracteriza a coleta do lixo como um ato de caráter estritamente individual, sem comprometimento social.

e) inexiste relação de concordância gramatical entre o pronome possessivo “seu” e a forma do imperativo “Faça”, caracterizando o registro coloquial da língua.

GABARITO: A COMENTÁRIO: A presença do possessivo “seu” na frase destacada na peça publicitária pretende vincular àqueles que produzem o lixo a responsabilidade pelo seu tratamento, que, por sua vez, constitui um imperativo social. A função de linguagem predominante é a apelativa, centrada no público-alvo. Não é casual o emprego de cores nos sacos, sabido que é pelas cores dos receptáculos que se estrutura a coleta seletiva. Há integral concordância entre “seu” e “faça”, pronome e verbo da 3ª pessoa (você).

34. Muito da linguagem corporal é inconsciente — e o movimento da sobrancelha, a inclinação da cabeça, a virada do braço podem e costumam dizer muito mais do que a palavra emitida verbalmente. Então, é sensato tentar entender melhor a linguagem corporal. Ao ler os outros com maior precisão e controlar mais o que projetamos, nossa vida profissional, social e amorosa só tem a se enriquecer.

Disponível em: www.skoob.com.br. Acesso em 21 fev. 2017

A partir do fragmento acima, pode-se entender a expressão “ler os outros” como equivalente a a) identificar-se com o gestual dos interlocutores. b) interpretar gestos e movimentos alheios. c) compreender intenções negativas de interlocutores. d) perceber, inconscientemente, posturas das outras pessoas. e) estabelecer integral interação afetiva com os semelhantes. GABARITO: B COMENTÁRIO: A frase que antecede o uso da expressão objeto do enunciado – “é sensato tentar entender melhor a linguagem corporal” – esclarece a resposta. As demais alternativas mencionam identificação, compreensão de intenções negativas, percepção inconsciente e integral interação afetiva, que extrapolam o sentido que se extrai do texto. 35. A tirinha abaixo sugere que a internet

a) simplesmente reproduz comportamentos típicos do cotidiano, marcado por atitudes grosseiras e antiéticas. b) facilita comportamentos inadequados ou agressivos, em função de uma suposta invisibilidade do agressor. c) impõe-se, no mundo contemporâneo, como a principal fonte de violência, a julgar pelo comportamento de

seus usuários. d) permite, com suas redes sociais, que as pessoas sejam mais sinceras, menos hipócritas e, assim, mais éticas. e) é reduto de ações consideradas politicamente corretas pela predominância de uma linguagem neutra,

destituída de preconceitos. GABARITO: B COMENTÁRIO: Pode-se inferir que é essa a mensagem pretendida pelo autor da tira, pois o autor das agressões verbais iniciais acaba se justificando com a alegação de que esqueceu que não estava na internet (na qual, escondidas no anonimato, as pessoas assumem posturas indelicadas e até agressivas). Não se pode afirmar que o autor pretenda afirmar que os comportamentos do cotidiano (fora da internet) seja “marcado por atitudes grosseiras e antiéticas”, mas o texto também não autoriza a caracterização da internet como “a principal fonte da violência”. As demais alternativas apresentam comentários favoráveis à internet que contrariam o sentido da tira.

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36. A Questão é Começar

Coçar e comer é só começar. Conversar e escrever também. Na fala, antes de iniciar, mesmo numa livre conversação, é necessário quebrar o gelo. Em nossa civilização apressada, o “bom dia”, o “boa tarde”, “como vai?” já não funcionam para engatar conversa. Qualquer assunto servindo, fala-se do tempo ou de futebol. No escrever também poderia ser assim, e deveria haver para a escrita algo como conversa vadia, com que se divaga até encontrar assunto para um discurso encadeado. Mas, à diferença da conversa falada, nos ensinaram a escrever e na lamentável forma mecânica que supunha texto prévio, mensagem já elaborada. Escrevia-se o que antes se pensara. Agora entendo o contrário: escrever para pensar, uma outra forma de conversar. Assim fomos “alfabetizados”, em obediência a certos rituais. Fomos induzidos a, desde o início, escrever bonito e certo. Era preciso ter um começo, um desenvolvimento e um fim predeterminados. Isso estragava, porque bitolava, o começo e todo o resto. Tentaremos agora (quem? eu e você, leitor) conversando entender como necessitamos nos reeducar para fazer do escrever um ato inaugural; não apenas transcrição do que tínhamos em mente, do que já foi pensado ou dito, mas inauguração do próprio pensar. “Pare aí”, me diz você. “O escrevente escreve antes, o leitor lê depois.” “Não!”, lhe respondo, “Não consigo escrever sem pensar em você por perto, espiando o que escrevo. Não me deixe falando sozinho.” Pois é; escrever é isso aí: iniciar uma conversa com interlocutores invisíveis, imprevisíveis, virtuais apenas, sequer imaginados de carne e ossos, mas sempre ativamente presentes. Depois é espichar conversas e novos interlocutores surgem, entram na roda, puxam assuntos. Termina-se sabe Deus onde.

MARQUES, M.O. Escrever é Preciso, Ijuí, Ed. UNIJUÍ, 1997, p.13. Observe a seguinte afirmação feita pelo autor: “Em nossa civilização apressada, o “bom dia”, o “boa tarde” já não funcionam para engatar conversa. Qualquer assunto servindo, fala-se do tempo ou de futebol.” Ela faz referência à função da linguagem cuja meta é “quebrar o gelo”. Indique a alternativa que explicita essa função. a) Função emotiva b) Função referencial

c) Função fática d) Função conativa

e) Função poética

GABARITO: C COMENTÁRIO: Resolução: Conforme o quadro de funções da linguagem proposto por Roman Jakobson (em análise, por sinal, geralmente mal compreendida e distorcida pela vulgarização que a vitima em nosso ensino secundário), a função fática corresponde à mensagem cujo referente é o próprio canal de comunicação, ou seja, o contato entre o emissor e o receptor. Expressões como bom dia e outras fórmulas salutares são utilizadas para estabelecimento de contato ou “ligação” do canal de comunicação. 37. A partir da observação da tira, podemos dizer que a composição textual da HQ promove o encontro de duas

linguagens, de modo a viabilizar

a) duas leituras diferenciadas: uma da imagem e a outra da palavra. b) uma complementaridade entre o verbal e o visual, produzindo uma unidade de sentido. c) falas que, inscritas em balões à moda do discurso direto, tornam-se sobrepostas às imagens que excluem

dela a relevância necessária para o entendimento da HQ. d) quadros em sequência linear, cuja ordenação pode ser alterada sem que altere o sentido verbo-visual. e) saber que a tira trabalha com humor, por isso não há necessidade do contexto situacional, pois somente o

contexto imediato é suficiente para depreensão de sentido. GABARITO: B COMENTÁRIO: Uma vez que o texto é uma unidade de sentido, devemos observar todos os elementos que fazem parte dele para depreender tal sentido; portanto, não podemos fazer uma leitura desassociando as linguagens.

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38. How fake images change our memory and behaviour

For decades, researchers have been exploring just how unreliable our own memories are. Not only is memory fickle when we access it, but it’s also quite easily subverted and rewritten. Combine this susceptibility with modern image-editing software at our fingertips like Photoshop, and it’s a recipe for disaster. In a world where we can witness news and world events as they unfold, fake images surround us, and our minds accept these pictures as real, and remember them later. These fake memories don’t just distort how we see our past, they affect our current and future behaviour too – from what we eat, to how we protest and vote. The problem is there’s virtually nothing we can do to stop it. Old memories seem to be the easiest to manipulate. In one study, subjects were showed images from their childhood. Along with real images, researchers snuck in manipulated photographs of the subject taking a hot-air balloon ride with his or her family. After seeing those images, 50% of subjects recalled some part of that hot-air balloon ride – though the event was entirely made up.

EVELETH, R. Disponível em: www.bbc.com. Acesso em: 10 jan. 2013 (adaptado). A reportagem apresenta consequências do uso de novas tecnologias para a mente humana. Nesse contexto, a memória das pessoas e influenciada pelo(a) a) alteração de imagens. b) exposição ao mundo virtual. c) acesso a novas informações.

d) fascínio por softwares inovadores. e) interferência dos meios de comunicação.

GABARITO: A COMENTÁRIO: O título diz “como imagens falsas (alteradas) mudam nosso comportamento”. Até o programa Photoshop é mencionado. 39.

3 Reasons People Give Up On Success Everybody wants to be successful, and everyone will also have their own definition on what success means to them. For some it may be valued by money (and the limitless opportunities of things they can do with it), others by fame and glory, and others by status within their community, business on in the online world. But, once people strive towards the journey to success, very few actually get there. What are the reasons as to why so few actually become successful, although something that everyone initially aspires towards? I’ve broken it down to three key areas: > People realize it’s difficult work > They try to figure it all out on their own > They become afraid

http://www.businessjunkee.com/3-reasons-people-give-success / Acesso em 06/03/15. Adaptado. O título acima remete a uma situação que afeta muitas pessoas e reflete um sentimento de a) determinação. b) desistência.

c) criatividade. d) generosidade.

e) amor.

GABARITO: B COMENTÁRIO: No título, é usado o phrasal verb “give up”, que significa desistir. 40.

Anúncios publicitários buscam chamar a atenção do consumidor por meio de recursos diversos. Nesse pôster, os números indicados correspondem ao(à): a) comprimento do cigarro b) tempo de queima do cigarro c) idade de quem começa a fumar d) expectativa de vida de um fumante e) quantidade de cigarros consumidos

GABARITO: D COMENTÁRIO: Lê-se no pôster “How long can you live” (Quanto tempo você pode viver?), sendo que os números ao lado indicam a expectativa de vida de um fumante.

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41. A primeira imagem abaixo corresponde à fotografia de Jackson Pollock pintando em seu ateliê, realizada por Hans Namuth, em 1951. A segunda, utilizando chocolate derretido como matéria-prima, é obra de Vick Muniz e reproduz a célebre fotografia do processo de criação de Jackson Pollock. A originalidade dessa releitura reside na

a) apropriação parodística das técnicas e materiais utilizados. b) reflexão acerca dos sistemas de circulação da arte. c) simplificação dos traços da composição pictórica. d) contraposição de linguagens artísticas distintas. e) crítica ao advento do abstracionismo. GABARITO: A COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: O artista brasileiro Vick Muniz reproduz a fotografia de Hans Namuth - onde há o registro da atuação do artista Jackson Pollock produzindo uma tela com tinta derramada -, utilizando como matéria-prima chocolate derretido, assim, faz uma releitura da imagem original numa interpretação parodística. 42. A principal razão pela qual se infere que o espetáculo retratado na fotografia é uma manifestação do teatro de

rua é o fato de

a) dispensar o edifício teatral para a sua realização. b) utilizar figurinos com adereços cômicos. c) empregar elementos circenses na atuação. d) excluir o uso de cenário na ambientação. e) negar o uso de iluminação artificial. GABARITO: A COMENTÁRIO: Na imagem, é possível notar que a apresentação está feita a céu aberto numa praça, com a presença de árvores e o público está sentado no chão, o que evidencia a ausência de um edifício teatral. 43. O surgimento do estilo Neoclássico está associado às escavações de Herculano e Pompéia, que trouxeram à

luz peças artísticas das quais já se tinha conhecimento, mas que ainda não tinham sido vistas. Nesse contexto, em meados do século XVIII e XIX, a Revolução Francesa e a ascensão da burguesia formaram o cenário ideal para o desenvolvimento da Arte neoclássica, fundamentada em

a) resgatar os valores estéticos da Antiguidade Clássica greco-romana. b) incentivar o espírito revolucionário baseado no lirismo romântico. c) denunciar as questões político-sociais e das condições de trabalho. d) registrar com veemência a realidade abandonando os ideais acadêmicos. e) usar a arte como ferramenta de posicionamento contra o iluminismo. GABARITO: A COMENTÁRIO: O Neoclassicismo (novo classicismo) representa um movimento artístico e cultural que surgiu no século XVIII na Europa se espalhando pelo mundo, permanecendo até meados do século XIX. Recebe esse nome uma vez que esteve baseado nos ideais de representação e beleza clássicos.

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44. A dança é um importante componente cultural da humanidade. O folclore brasileiro é rico em danças que representam as tradições e a cultura de várias regiões do país. Estão ligadas aos aspectos religiosos, festas, lendas, fatos históricos, acontecimentos cotidianos e brincadeiras e caracterizam-se pelas músicas animadas (com letras simples e populares) figurinos e cenários representativos.

A SECRETARIA DA EDUCAÇÃO. (Proposta curricular do Estado de São Paulo/Educação Física - 2009). A dança, como manifestação e representação da cultura rítmica envolve expressão corporal própria de um povo. Considerando-a como elemento folclórico, a dança revela a) manifestações afetivas, históricas, ideológica, intelectuais e espirituais de um povo, refletindo seu modo de

expressar-se no mundo. b) aspectos eminentemente afetivos, espirituais e de entretenimento de um povo, desconsiderando

fatos históricos. c) acontecimentos do cotidiano, sobre influência mitológica e religiosa de cada região,

sobrepondo aspectos políticos. d) tradições culturais de cada região, cujas manifestações rítmicas são classificadas em um ranking das

mais originais. e) lendas, que se sustentam em inverdades históricas, uma vez que são inventadas, e servem apenas para a

vivência lúdica de um povo. GABARITO: A COMENTÁRIO: O gabarito ratifica o que o texto afirma sobre a dança como elemento folclórico: “Estão ligadas aos aspectos religiosos, festas, lendas, fatos históricos, acontecimentos do cotidiano e brincadeiras.” Confirma-se a ideia de que a dança folclórica é representação da cultura e tradições de diversas regiões, refletindo o modo daquele povo expressar-se no mundo. 45. Não é raro ouvirmos falar que o Brasil é o país das danças ou um país dançante. Essa nossa “fama” é

bem pertinente, se levarmos em consideração a diversidade de manifestações rítmicas e expressivas existentes de Norte a Sul. Sem contar a imensa repercussão de nível internacional de algumas delas. Danças trazidas pelos africanos escravizados, danças relativas aos mais diversos rituais, danças trazidas pelos imigrantes etc. Algumas preservam suas características e pouco se transformaram com o passar do tempo, como o forró, o maxixe, o xote, o frevo. Outras foram criadas e são recriadas a cada instante: inúmeras influências são incorporadas, e as danças transformam-se, multiplicam-se. Nos centros urbanos existem as danças como o funk, hip hop, as danças de rua e de salão. É preciso deixar claro que não há jeito certo ou errado de dançar. Todos podem dançar, independentemente de biótipo, etnia ou habilidade, respeitando-se as diferenciações de ritmos e estilos individuais.

GASPARI, T. C. Dança e educação física na escola: Implicações para a prática pedagógica. (Rio de Janeiro, 2008) Com base no texto, verifica-se que a dança, presente em todas as épocas, espaços geográficos e culturais é uma:

a) prática corporal que conserva inalteradas suas formas independentes das influências culturais da sociedade. b) forma de expressão corporal baseada em gestos padronizados e realizada por quem tem

habilidade para dançar. c) manifestação rítmica e expressiva voltada para as apresentações artísticas, sem que haja preocupação com a

linguagem corporal. d) prática que traduz os costumes de determinado povo ou região e está restrita a este. e) representação das manifestações, expressões, comunicações e características culturais de um povo. GABARITO: E COMENTÁRIO: Mais do que uma característica essencial de uma sociedade, a cultura pode ser considerada como o elemento principal que difere uma nação de outra. Os costumes, a música, a arte e, principalmente, o modo de pensar e agir fazem parte da cultura de um povo e devem ser preservados para que nunca se perca a singularidade do coletivo em questão.

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46. Os quatro calendários apresentados abaixo mostram a variedade na contagem do tempo em

diversas sociedades. Com base nas informações apresentadas, pode-se afirmar que:

a) o final do milênio, 1999/2000, é um fator comum às diferentes culturas e tradições. b) embora o calendário cristão seja hoje adotado em âmbito internacional, cada cultura registra seus eventos

marcantes em calendário próprio. c) o calendário cristão foi adotado universalmente porque, sendo solar, é mais preciso que os demais. d) a religião não foi determinante na definição dos calendários. e) o calendário cristão tornou-se dominante por sua antiguidade. GABARITO: B COMENTÁRIO: Ao longo da história diversos modelos de calendários foram criados, uma vez que a contagem do tempo atende a um grande número de necessidades das comunidades humanas, os calendários variam de acordo com a cultura, os costumes e a crença de cada povo. Mas para fins comerciais, o calendário gregoriano prevalece, como uma forma de padronizar a vida humana. 47. “Por volta de 10 mil anos a. C., a Terra passou por uma grande mudança no clima, que ocasionou uma série

de modificações na vegetação e nos hábitos dos animais. Como consequência, os seres humanos tiveram de se ajustar a um novo ambiente. O cultivo de plantas e a domesticação de animais foram duas importantes atividades que começaram então a ser exercidas.”

FIGUEIRA, Divalte Garcia. História. 2ª ed. São Paulo: Ática, 2005. p. 10. O texto acima faz referência à a) passagem do Neolítico para o Paleolítico com o controle do fogo. b) arte rupestre com a pintura de cenas de caça nas cavernas. c) revolução neolítica na passagem do paleolítico para o neolítico. d) caça, à pesca e à coleta de pequenos frutos e raízes na Idade da Pedra Lascada. e) invenção da escrita, da roda e do fogo, caracterizando povos da pedra polida. GABARITO: C COMENTÁRIO: O cultivo de alimentos, a criação de animais e a consequente sedendarização mascaram a passagem dos homens do paleolítico para o neolítico, na chamada revolução neolítica, a qual possibilitou, entre outras coisas, o aumento da população, já que havia mais alimentos disponíveis. 48. O trecho a seguir, escrito pelo dinamarquês Peter Lund em meados do século XIX, refere-se às impressões

desse paleontólogo sobre sua primeira visita à gruta de Maquiné, em Lagoa Santa-MG. Meus companheiros permaneceram durante muito tempo mudos à entrada deste templo; depois, involuntariamente, se ajoelharam e, persignando-se, exclamaram diversas vezes: "Milagre! Deus é grande!" Foi-me impossível dissuadi-los da ideia de que este templo deveria servir de morada a Nosso Senhor. Quanto a mim, confesso que nunca meus olhos viram nada de mais belo e magnífico nos domínios da natureza e da arte. LUND, Peter. "Memórias sobre a paleontologia brasileira".

APUD: MARCHESOTTI, Ana Paula. O homem das cavernas. In: "Nossa História", ano 2, n. 22. Rio de Janeiro: Vera Cruz, agosto de 2005, p. 32.

CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS

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Com base no trecho acima e no panorama científico e cultural do século XIX, podemos afirmar que: a) Lund parece acreditar que a gruta de Maquiné seja obra de Deus. A maneira como o autor utiliza o

vocabulário religioso é um artifício retórico e irônico para intensificar o efeito de seu entusiasmo diante da descoberta.

b) segundo Lund, a gruta de Maquiné era tão bonita que só poderia existir como obra da criação divina, filiando-se, portanto, às correntes criacionistas da História Natural, cujos maiores representantes eram Lamarck, Buffon e Lineu.

c) a visão de Lund sobre a gruta é representativa de uma concepção científica racionalista e laica. Para ele, a beleza da gruta está posta nas suas formas geológicas, incomparáveis com qualquer obra de arquitetura ou outros acidentes naturais.

d) ao chegar em frente à gruta, Lund forçou seus companheiros a se ajoelharem e a rezarem em agradecimento a Deus por terem encontrado o que procuravam, já que as expedições científicas no interior do Brasil eram muito arriscadas e cheias de perigos.

e) para Lund, a ideia religiosa se sobrepõe à da ciência e racionalista, visto que ele se vê maravilhado por esse milagre da gruta de Maquiné, pois sem o criador, segundo ele, nenhuma das formas e beleza do lugar teriam acontecido.

GABARITO: C COMENTÁRIO: Lud consegue enxergar a ciência e o racionalismo, assim como o lado laico. Tudo ali pertence a uma forma de evolução notória em sua simplicidade e beleza sem igual, tanto que, segundo sua fala, nada da arquitetura do homem se compara àquilo que seus olhos alcançam neste momento. 49. Ciro, o Grande (558-529 a.C.), reinou sobre o grande império persa. Utilizou como método de organização

política a tolerância em relação aos seus súditos, concedendo-lhes relativa autonomia administrativa. Dividiu o imenso território em vinte satrapias, cada uma dirigida por um sátrapa, que era um funcionário

a) privado, encarregado do governo da cidade e da administração dos bens do templo. b) nomeado pelo rei para ocupar postos de chefia sob a autoridade de um governador. c) nomeado inspetor pelo imperador persa, com as funções de polícia e vigilância. d) do estado persa, que exercia o poder de um governo de fato. e) privado, responsável por aniquilar as pessoas que contrariassem o imperador. GABARITO: D COMENTÁRIO: As satrápias eram unidades administrativas melhores que auxiliavam na melhor governabilidade do imperador. Nelas quem comandava, ou seja, tinha a voz para ditar os rumos da governabilidade, era o sátrapa, pessoa de maior confiança do governante principal, era ele quem exercia o verdadeiro poder, mas vale salientar que era um funcionário do Estado, ou seja, do imperador. 50. Dentro de uma certa visão de história (chamada de materialismo histórico), modo de produção significou a

forma como se organiza uma sociedade em função do conjunto de relações econômicas, mas também políticas e culturais, intimamente ligadas entre si e interferindo umas nas outras.

(Vicentino, Claudio. História para o Ensino Médio: história geral e do Brasil: volume único. – São Paulo: Scipione, 2001.p, 40.) O modo de produção asiático foi praticado nas civilizações da Antiguidade. Sobre essa relação de trabalho no Egito Antigo, podemos afirmar que foi um(a) a) modelo de trabalho baseado na escravidão, que no caso do Egito se dava de duas principais maneiras, por

dívidas, principalmente dos camponeses e pequenos comerciantes, ou por guerra, nesse caso os prisioneiros. b) modelo de trabalho baseado na prática de regime assalariado, em que os indivíduos se especializaram em

uma área do sistema de produção. c) relação de trabalho constituída pela troca mútua de bens e serviços em que o Estado era o garantidor da

distribuição igualitária da produção para a população egípcia. d) modelo de trabalho articulado pelo Estado que monopolizou as riquezas da região. Todavia, os trabalhadores

recebiam pagamentos em mercadorias e não pagavam tributos para o governo, pois camponeses e artesões possuíam uma posição privilegiada no Egito Antigo.

e) modelo também encontrado na Mesopotâmia e consistiu numa prática de trabalho pautada na servidão coletiva, em que indivíduos exploravam a terra como membros da comunidade e serviam ao Estado que era o maior proprietário de riquezas.

GABARITO: E COMENTÁRIO: A relação de trabalho no Egito Antigo ficou conhecida por modo de produção asiático pelo fato de o Estado monopolizar as riquezas da região e por sistematizar um regime trabalhista ancorado na servidão coletiva de seus cidadãos que não conseguiram acumular propriedades. Os camponeses, por exemplo, além de trabalharem na agricultura, eram obrigados a realizar obras públicas, como as pirâmides, os canais de irrigação e os templos.

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51. Em 3200 a.C., Menés ficou conhecido por ser o primeiro Faraó do Egito Antigo. Durante os seus reinados, os faraós possuíam bastante poder político e econômico. Diante disso, sobre a Teocracia na civilização egípcia, podemos afirmar que

a) os Faraós tinham autonomia política e econômica na civilização egípcia, mas, em relação à religião, eles não demonstravam tanta autoridade, pois os deuses eram considerados os mais poderosos pelos indivíduos egípcios.

b) os Sacerdotes possuíam o poder religioso, e ao faraó cabia apenas o poder de governar o Egito. Essa separação de poderes no Egito antigo foi bem característico, pois assegurava uma certeza total do crescimento econômico.

c) um governo teocrático era simplesmente aquele em que os indivíduos eram governados por um Faraó que, apesar do grande poder político e econômico, não era visto como um deus.

d) somente o Faraó Mentuhotep II, durante o Médio Império, conseguiu promover uma monarquia teocrática em que ele era visto como um deus perante os indivíduos egípcios.

e) teocracia foi uma forma de governo no Egito Antigo em que os Faraós promoveram uma aliança entre religião e política, uma vez que eles eram adorados como deuses e respeitados como rei.

GABARITO: COMENTÁRIO E: O sistema teocrático no Egito Antigo prevaleceu por vários anos e consistiu numa prática que auxiliava os Faraós em seus governos. Nesse sistema, o Faraó, além de ser visto como um líder político, isto é, um rei, também era adorado pelos indivíduos como um deus. Portanto, a aliança entre religião e política foi uma maneira de legitimar a autoridade do Faraó perante a civilização egípcia. 52. A Mesopotâmia foi o berço de muitos povos da antiguidade oriental, como os sumérios, responsáveis pelo

desenvolvimento da primeira forma de escrita da humanidade, e os assírios, famosos por terem construído a Grande Biblioteca de Nínive. O termo “Mesopotâmia” foi cunhado pelos gregos e seu significado faz menção

a) à posição geográfica daquela região entre os rios Tigre e Eufrates. b) a uma lenda existente na região a respeito de um ser mítico. c) à produção de tinta púrpura, que era parte importante do comércio da região. d) à trajetória de um importante rei lendário conhecido a partir do registro da Epopeia de Gilgamesh. e) ao primeiro povo que habitou naquela região antes dos sumérios. GABARITO: A COMENTÁRIO: O termo “mesopotâmia” foi cunhado pelos gregos e sua tradução significa “terra entre rios”. Esse termo faz menção à localização geográfica da região entre os rios Tigre e Eufrates. Era, inclusive, a existência dos rios que garantia um ciclo agrícola rico para sustentar a presença humana naquela região. 53. Hamurabi, grande chefe militar que viveu no século XVIII a.C., efetuou importantes conquistas militares e

elaborou um código legislativo importante. Ele constituiu um modelo de jurisprudência utilizado para regulamentar o poder estatal e os aspectos da vida civil e econômica de seu império.

Sobre o Código de Hamurabi, pode-se dizer que a) foi escrito em caracteres cuneiformes e fornece preciosas informações sobre a estrutura social e regras sobre

direito na Babilônia. b) é o nome de um conjunto de leis do Egito, escrito em hieróglifo, que foi registrado em uma pirâmide. c) é o resultado de uma complexa legislação hitita, redigida em aramaico. Um de seus princípios básicos é a Lei

do Talião, de caráter preventivo e não punitivo. d) foi criado pelos hebreus e redigido em hebraico. Apresenta normas rigorosas como, por exemplo, a do “olho

por olho, dente por dente”. e) foi um código criado pelos fenícios, que se baseava nas leis de Talião, olho por olho, dente por dente. GABARITO: A COMENTÁRIO: Esse código de leis, considerado o primeiro de toda a história, foi baseado nas leis sumerianas e versavam sobre os mais diversos aspectos da vida social, visando reger a Babilônia sobre a questão familiar, herança, escravidão etc. Foi escrito em cuneiforme e se baseava nas leis de Talião, “olho por olho, dente por dente”, visando a estabelecer uma punição proporcional aos crimes cometidos.

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54. “Atenas era uma cidade extraordinariamente cosmopolita. Um ateniense poderia observar milhares de imigrantes temporários e permanentes de outras cidades gregas ou de terras não gregas trabalhando a sua volta, muitas vezes fazendo exatamente o mesmo trabalho que ele, sem, contudo, compartilhar de nenhum de seus direitos de cidadão. A característica mais marcante da cidadania ateniense é que, quando viajava para além dos limites de sua própria polis, era imediatamente privado de seus direitos políticos”.

(JONES, Peter V. O mundo de Atenas: uma introdução à cultura clássica ateniense. São Paulo: Martins Fontes, 1997, p. 156) No que se refere à democracia ateniense, é correto afirmar que a) apesar da não inclusão de estrangeiros na cidadania ateniense, as leis da polis ateniense eram amplas e

incluíam direitos e deveres dos metecos. b) o cosmopolitismo ateniense contribuiu para diversos avanços intelectuais e econômicos da cidade-estado

ateniense, mas não interferiu na constituição de um sistema político democrático que realmente incluísse estrangeiros, mulheres e escravos na cidadania.

c) a manutenção da escravidão durante a vigência da democracia ateniense foi um fator impeditivo e desestruturante do regime democrático na cidade-estado.

d) a transição da Aristocracia para a Democracia, na Atenas do período clássico, se baseou nas reformas de Drácon e Sólon, que pretendiam restringir o poder dos eupátridas (nobres), em favor da ampliação dos direitos dos cidadãos: homens, mulheres, nativos e estrangeiros.

e) a cosmopolita sociedade ateniense do século V a.C. deu origem à democracia como regime político derivado da convivência multicultural de nativos atenienses e estrangeiros, chamados metecos, oriundos de civilizações mediterrâneas diversas.

GABARITO: B COMENTÁRIO: Mesmo influenciando no cotidiano da cidade, o cosmopolitismo em Atenas não permitiu que houvesse uma mudança na estrutura das leis, a fim de beneficiar democraticamente, politicamente e socialmente, mulheres, estrangeiros e escravos. Isso se deu por conta de ser uma sociedade extremamente patriarcal e conservadora, levando a inércia das leis a esses grupos supracitados. 55. Canto de guerra espartano composto no século VII a.C.: “É belo que o homem bravo, combatendo por sua pátria, tombe na primeira fila; mas o que deserta de sua cidade e dos seus campos férteis e vai mendigar, errando com sua querida mãe, seu velho pai e seus filhos, é o mais miserável dos homens... Nós, corajosamente, combatemos por esta terra, morremos por nossos filhos, não poupamos nossa vida. Ó jovens, combatei, unidos uns aos outros, não temais senão a vergonha da fuga, estimulai no vosso coração uma valente e sólida coragem, e não vos inquietais com a vida lutando contra o inimigo.” Sobre a vida na sociedade espartana, é correto afirmar que a) se dava grande valor às artes e ao conhecimento em geral, apesar do militarismo imperante. b) as mulheres gozavam de certos direitos, inclusive o da participação militar no exército. c) a nobreza tinha o privilégio de ser isenta do serviço militar, destinado somente aos homens comuns. d) os cidadãos eram livres e seu regime democrático permitia a todos a participação no poder político

independentemente da renda ou origem. e) se priorizava a formação física e militar e a vida familiar estava subordinada ao convívio coletivo. GABARITO: E COMENTÁRIO: Por se tratar de uma Cidade-Estado com características bem marcantes no tocante à guerra, as crianças espartanas (meninos) eram criados desde cedo na arte da guerra. Além disso, as meninas eram direcionadas a cuidar de suas casas e respectivas famílias, inclusive, na ausência do marido, o que lhes tornavam mas “livres” do que outras mulheres gregas. 56.

SAÚDE E ESPORTE A primeira maratona dos Jogos Olímpicos modernos foi realizada no ano de 1896. A maratona moderna originou-se da lenda segundo a qual um herói grego sacrificou a sua vida para percorrer os 40 km entre as cidades de Maratona e Atenas, na Grécia. O corredor era Pheidíppides, que correu essa distância para levar a notícia da vitória grega sobre os persas, na Batalha de Maratona, no ano de 490 antes de Cristo. Em 1908, nos Jogos Olímpicos de Londres, o percurso da maratona sofreu uma alteração. Para que a família real britânica pudesse assistir ao início da prova do jardim do Castelo de Windsor, o comitê organizador aferiu a distância total em 42.195 metros, que continua até hoje. Atualmente o recorde mundial pertence ao marroquino, naturalizado americano, Khalid Khannouchi, de 30 anos, que, no dia 14 de abril de 2002, em Londres, estabeleceu o tempo de 2h5min38s, média de 2min57s por quilômetro (1h2min42s nos 21 km iniciais). O primeiro resultado oficial de uma mulher a correr uma maratona pertence à inglesa Violet Piercy, com o tempo de 3h40min22s, no ano de 1926.

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A Batalha de Maratona foi um episódio importante no contexto das guerras greco-pérsicas. Em consequência dessas guerras, a) Atenas conquistou a liderança e a hegemonia no mundo grego. b) a expansão persa foi contida e se iniciou a expansão da Macedônia. c) o poder de Esparta saiu fortalecido e o de Micenas entrou em crise e decadência. d) a expansão persa foi contida na direção do Norte e foi direcionada para o Oriente. e) Esparta e a liga de Delos, por ela liderada, passaram a ter hegemonia no mundo grego. GABARITO: A COMENTÁRIO: Após as guerras médicas, com a desculpa de criar uma associação para defesa mútua da Grécia, Atenas se colocou na dianteira para efetuar um sistema de defesa permanente das polis. Porém o que se viu foi uma má administração dos recursos arrecadados das outras polis em benefício da própria cidade-Estado de Atenas, o que lhe dava condições hegemônicas frente a outras cidade-Estados, mas que também acabou criando uma rixa, por exemplo com Esparta, que não concordava com a posição ateniense. 57. Péricles “recomendou que se preparassem para a guerra, retirassem tudo que estava no campo e não

saíssem para combater, limitando-se à defesa da cidade; deveriam devotar todos os seus cuidados àquilo que fazia a sua força, ou seja, à sua frota, e manter mão firme sobre os aliados, que - dizia ele - são a fonte do poder da cidade por causa dos tributos que lhe pagam, pois de um modo geral a guerra depende de discernimento e de dinheiro”.

(TUCÍDEDES. História da Guerra do Peloponeso. Brasília: Editora Universidade de Brasília, Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais; São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 2001. p.142.)

Tucídides nesse trecho de sua grande obra nos leva a perceber os principais motivos que levaram à eclosão da Guerra do Peloponeso, que são a) a supremacia ateniense na Confederação de Delos e a utilização dos tesouros da Confederação para

beneficiar Atenas. b) o enfraquecimento do poder espartano na luta naval e a expropriação por parte de Esparta dos tesouros da

ilha de Delos. c) a supremacia de Atenas na Confederação do Peloponeso e a utilização dos tesouros dos aliados atenienses

no embelezamento de Esparta. d) a supremacia de Esparta na Confederação do Peloponeso e sua ação para desfazer a aliança entre as

diversas cidades-estados em torno de Atenas. e) o enfraquecimento do poder ateniense na luta terrestre, assim como o roubo de todas as riquezas, que

visavam o engrandecimento espartano. GABARITO: A COMENTÁRIO: O poderio de Atenas e sua supremacia frente à Confederação de Delos foram uns dos motivos que levaram Esparta e seus aliados a enfrentarem Atenas. Além disso, Atenas estava utilizando os tesouros que eram arrecadados com as cidades da Confederação de Delos para proveito próprio. 58. “Consideremos o significado da palavra república. Ela vem do latim res publica, que quer dizer ‘coisa de

todos’. Denomina, portanto, uma forma de governo em que o Estado e o poder pertencem ao povo. No entanto, o que se observou na fase inicial da república romana foi a instalação de uma organização política dominada apenas pelos patrícios. Não houve a distribuição do poder entre todos, pois a maioria da população, os plebeus, não tinha, inicialmente, o direito de participar das decisões políticas. Isso gerou grandes conflitos.”

(COTRIM, Gilberto. História Global: Brasil e geral. Vol.1, 2ª ed. São Paulo: Saraiva, 2013. p. 124).

Por conta da situação acima mencionada, os plebeus iniciaram uma longa luta em busca dos seus direitos, sobre a qual é correto afirmar-se que a) a “Lei Canuleia” autorizava o casamento apenas entre os patrícios. b) o “Comício da Plebe” deu aos plebeus o direito de decidirem pelos patrícios assuntos relativos aos interesses

religiosos. c) a “Eleição de Magistrados” deu aos plebeus a condição de substituírem os patrícios nos principais cargos

públicos de forma imediata. d) a “Lei das XII Tábuas”, primeiro código de leis escritos de Roma, levou os plebeus a conhecer a legislação

vigente. e) a proibição da escravização por dívidas aumentou o número de romanos escravizados por execução de

hipotecas. GABARITO: D. COMENTÁRIO: A Lei das Doze Tábuas (450 a.C.), primeiro código de leis escritos de Roma, permitiu o registro das normas jurídicas, levando os plebeus a conhecerem a legislação vigente, medida imprescindível para se reivindicarem mudanças que atendiam a seus interesses.

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59. O governo da República romana estava dividido em três corpos tão bem equilibrados em termos de direitos que ninguém, mesmo sendo romano, poderia dizer, com certeza, se o governo era aristocrático, democrático ou monárquico. Com efeito, a quem fixar a atenção no poder dos cônsules a constituição romana parecerá monárquica; a quem fixá-la no Senado ela mais parecerá aristocrática e a quem fixar no poder do povo ela parecerá claramente democrática.

(POLÍBIOS. "História". Brasília: Ed. da UnB, 1985. Livro VI, 11. p. 333.)

Políbios descreve a estrutura política da República romana (509-27 a. C.), idealizando o equilíbrio entre os poderes. Apesar disso, a prática política republicana caracterizou-se pela a) organização de uma burocracia nomeada a partir de critérios censitários, isto é, de acordo com

os rendimentos. b) manutenção do caráter oligárquico com a ordem equestre dos "homens novos" assumindo cargos na

administração e no exército. c) adoção da medida democrática de concessão da cidadania romana a todos os homens livres das

províncias conquistadas. d) administração de caráter monárquico com o poder das assembleias baseado no controle do exército e

da plebe. e) preservação do caráter aristocrático dos patrícios que controlaram o Senado, e as magistraturas (cônsul,

pretor, censor, questor e edil). GABARITO: E COMENTÁRIO: O pequeno grupo que comandava todas as ações políticas e militares de Roma, a aristocracia patrícia, controlava o principal órgão do império, o Senado, tal fato pode ser comprovado com a ocupação dos cargos de magistratura, como cônsul, pretor, censor questor e edil. Isso assegurava-lhes mais poder para direcionar os rumos de Roma, aos seus desejos e caprichos, respaldados pelo costume conservador patriarcal. 60. A respeito das classes que compunham a sociedade romana na Antiguidade, é correto afirmar que os a) plebeus podiam casar-se com membros das famílias patrícias, forma pela qual conseguiam quitar suas

pendências de terra e dinheiro, conseguindo assim certa ascensão social. b) plebeus compunham a classe formada pelos camponeses, artesãos e alguns que conseguiam enriquecer-se

por meio do comércio, atividade que lhes era permitida. c) clientes eram estrangeiros acolhidos pelos patrícios e transformados em escravos, quando sua conduta moral

não condizia com a de seus protetores. d) patrícios foram igualados aos plebeus durante a democracia romana, quando da revolta dos clientes, que

lutaram contra a exclusão social da qual eram vítimas. e) escravos por dívida eram resultado da transformação de qualquer romano em propriedade de outrem, o que

ocorria para todos que violassem a obrigação de pagar os impostos que sustentavam o Estado expansionista. GABARITO: B COMENTÁRIO: Ao contrário dos patrícios, a plebe não possuía origem nobre nos antigos clãs que fundaram a cidade de Roma. Consequentemente, também não possuía as grandes faixas de terras cultiváveis que os patrícios possuíam, nem os mesmos privilégios políticos que estes. 61. O mercado financeiro mundial funciona 24 horas por dia. As bolsas de valores estão articuladas, mesmo

abrindo e fechando em diferentes horários, como ocorre com as bolsas de Nova York (75 graus Oeste, Londres (0 graus), Pequim (120 graus Leste) e São Paulo (45 graus Oeste). Todas as pessoas que, por exemplo, estão envolvidas com exportações e importações de mercadorias precisam conhecer os fusos horários para fazer o melhor uso dessas informações.

Considerando que as bolsas de valores começam a funcionar às 09h da manhã e que um investidor mora em Porto Alegre, pode-se afirmar que os horários em que ele deve consultar as bolsas e a sequência em que as informações são obtidas estão corretos na alternativa:

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a) Pequim (20h), Nova York (07h) e Londres (12h). b) Nova York (07h), Londres (12h) e Pequim (20h). c) Pequim (20h), Londres (12h) e Nova York (07h). d) Nova York (07h), Londres (12h), Pequim (20h). e) Nova York (07h), Pequim (20h), Londres (12h). GABARITO: C COMENTÁRIO: Fusos horários são variações horárias resultantes do movimento de rotação da Terra, sendo contados ao longo das longitudes. Desta maneira, a Terra leva aproximadamente 24h para dar uma volta completa em torno dela mesma, percorrendo 360º sexagesimais, o que acarreta um fuso horário a cada 15º de longitude. Deslocamentos para leste, no sentido da rotação, aumentam a hora. Para oeste, diminuem a hora. Se, em Porto Alegre, 2º fuso brasileiro, são 9h, em Pequim, onze fusos (horas) a leste = 9 + 11 = 20, serão 20h; em Londres, três fusos (horas) para leste / 9 + 3 = 12, serão 12h; em Nova York, dois fusos (horas) para oeste / 9 – 2 = 7, serão 7h. 62. O Projeto Nova Cartografia Social da Amazônia ensina indígenas, quilombolas e outros grupos tradicionais a

empregar o GPS e técnicas modernas de georreferenciamento para produzir mapas artesanais, mas bastante precisos, de suas próprias terras.

(LOPES, R. J. O novo mapa da floresta. Folha de S. Paulo, 7 maio 2011 (adaptado).) A existência de um projeto como o apresentado no texto indica a importância da cartografia como elemento promotor da a) expansão da fronteira agrícola. b) remoção de populações nativas. c) superação da condição de pobreza. d) valorização de identidades coletivas. e) implantação de modernos projetos agroindustriais. GABARITO: D COMENTÁRIO: Os mapas são instrumentos utilizados para mapear o espaço geográfico, onde são englobados aspectos naturais – dados pela natureza, como rios e florestas – e artificiais – construídos pelo Homem, como moradias e vias de deslocamento. A possibilidade de grupos tradicionais marcarem corretamente suas terras leva a uma maior preservação de sua cultura, de suas práticas e suas relações, valorizando suas identidades coletivas. Vale ressaltar que a demarcação não gera automaticamente a modernização de suas terras ou a superação da pobreza. 63. Um determinado município, representado na planta abaixo, dividido em regiões de A a I, com altitudes de

terrenos indicadas por curvas de nível, precisa decidir pela localização das seguintes obras: 1. Instalação de um parque industrial. 2. Instalação de uma torre de transmissão e recepção.

Considerando impacto ambiental e adequação, as regiões onde deveriam ser, de preferência, instaladas indústrias e torres, são, respectivamente,

a) E e G b) H e A c) I e E d) B e I. e) E e F. GABARITO: C COMENTÁRIO: Os parques industriais devem guardar certa distância em relação à área urbana e sua localização será mais eficiente em terrenos mais aplainados (I: terreno mais baixo e, originalmente, sem cobertura vegetal, próximo à rodovia e, relativamente, distante da cidade). Torres de transmissão de recepção, pela característica de suas funções, devem ficar nas localidades de maior altitude em relação à região em que prestará o serviço (E: ponto culminante do território apontado, com mais de 40 metros de altitude).

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64. Existem diferentes formas de representação plana da superfície da Terra (planisfério). Os planisférios de Mercator e de Peters são atualmente os mais utilizados. Apesar de usarem projeções, respectivamente, conforme e equivalente, ambas utilizam como base da projeção o modelo:

a)

b)

c)

d)

e)

GABARITO: C COMENTÁRIO: As projeções de Mercator e Peters utilizam como base o modelo cilíndrico. Estrutura-se a partir de um cilindro imaginário envolvendo a Terra tangente à linha do Equador. Nessa projeção, as áreas próximas ao equador têm pouca distorção e, à medida que nos afastamos em direção aos polos, aumentam as distorções (processo de latitudes crescidas). 65. A ONU faz referência a uma projeção cartográfica em seu logotipo. A figura que ilustra o modelo dessa

projeção é:

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a)

b)

c)

d)

e)

GABARITO: A COMENTÁRIO: O logotipo da ONU (Organização das Nações Unidas) foi elaborado a partir de uma projeção cartográfica plana ou azimutal com perspectiva a partir do polo norte geográfico da Terra. 66. A partida final da Copa do Mundo de 2014 aconteceu no dia 13 de julho, às 16 h, na cidade do Rio de Janeiro

(45 graus Oeste). Considerando o horário de verão em Berlim (15 graus Leste), de 1 hora, os telespectadores alemães assistiram ao apito inicial do juiz às

a) 11h b) 12h c) 19h d) 20h e) 21h GABARITO: E COMENTÁRIO: Sendo a final da Copa do Mundo de 2014 realizada às 16h no Rio de Janeiro, mesmo horário de Brasília (fuso 45° oeste). No sentido leste, a variação de horário é positiva. A diferença horária do Rio de Janeiro em relação à Alemanha (15° leste) é de 4 horas, somada 1 hora a mais correspondente ao horário de verão. Portanto, os telespectadores em Berlim, capital alemã, vão assistir do jogo às 21h.

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67. A República do Sudão do Sul é o mais novo país do mundo. Tendo declarado sua independência que ocorreu em 9 de julho de 2011, passou a integrar a ONU e a União Africana, respectivamente, 5 (cinco) e 19 (dezenove) dias, após sua emancipação. Sua capital, Juba, localiza-se na GMT+3 e possui as seguintes coordenadas geográficas: 4 graus Norte e 31 graus Leste distando aproximadamente 9.000 (nove mil) quilômetros da cidade de São Paulo, que possui as seguintes coordenadas geográficas: 23 graus Sul e 46 graus Oeste.

Sabendo que o Sudão do Sul localiza-se no fuso horário de 45 graus Leste e São Paulo no 45 graus Oeste, é correto afirmar que um passageiro de um voo saindo de São Paulo, no dia 20 de setembro de 2016, às 11h em horário local, com duração de 10 (dez) horas, poderá, a) no momento da partida, adiantar seu relógio em 10 (dez) horas que, ao chegar, estará marcando exatamente

o horário local do destino. b) no momento da partida, atrasar seu relógio em 6 (seis) horas que, ao chegar, estará marcando exatamente o

horário local do destino. c) no momento da chegada, adiantar seu relógio em 6 (seis) horas para ajustá-lo ao horário local. d) no momento da chegada, atrasar seu relógio em 10 (dez) horas para ajustá-lo ao horário local. e) no momento da chegada, atrasar seu relógio em 3 (horas), já que se encontra situado na faixa UTC+3 para

ajustá-lo ao horário local. GABARITO: C COMENTÁRIO: A distância entre São Paulo e o Sudão do Sul é de 6 fusos horários. Ou seja, 45º Oeste somado a 45º Leste, chega-se a 90º, dividindo-se por 15º chega-se a 6 horas. De São Paulo para o Sudão do Sul, toma-se a direção leste, portanto, o horário é adiantado. Considerando que o relógio acompanha do tempo de voo, basta adiantar em 6 horas. 68. Sobre a estrutura geológica da Terra e sua dinâmica, tem-se que a) o conjunto das crostas continental e oceânica, chamado de litosfera, constitui a esfera rígida do planeta Terra. b) os vulcões são fenômenos geológicos que ocorrem exclusivamente nas áreas de contato das

placas tectônicas. c) da superfície terrestre ao seu centro, a profundidade média seja de, aproximadamente, 15.500km. d) o núcleo terrestre corresponde à metade da estrutura do planeta e é constituído principalmente por alumínio

e sílica. e) as regiões localizadas nas zonas de subducção e/ou afastamento das placas continentais são as mais

estáveis do planeta. GABARITO: A COMENTÁRIO: De modo geral, a estrutura interna da Terra é formada por núcleo, manto e crosta. A crosta terrestre, tanto a continental quanto a oceânica, é formada por rochas (agregados de minerais no estado sólido). No modelo baseado na composição química das camadas da Terra, utiliza-se a nomenclatura crosta continental e oceânica, que corresponde à litosfera no modelo baseado em aspectos físicos, isto é, no comportamento mecânico dos materiais. 69. Os movimentos de massa constituem-se no deslocamento de material (solo e rocha) vertente abaixo pela

influência da gravidade. As condições que favorecem os movimentos de massa dependem principalmente da estrutura geológica, da declividade da vertente, do regime de chuvas, da perda de vegetação e da atividade antrópica.

(BIGARELLA, J. J. Estrutura e origem das paisagens tropicais e subtropicais. Florianópolis: UFSC, 2003 (adaptado).) Em relação ao processo descrito, sua ocorrência é minimizada em locais onde há a) exposição do solo. b) drenagem eficiente. c) rocha matriz resistente. d) agricultura mecanizada. e) média pluviométrica elevada. GABARITO: B COMENTÁRIO: Os movimentos de massa (deslizamentos de terra ou escorregamentos) ocorrem quando o solo desliza em relação à rocha matriz, que está abaixo. Os deslizamentos costumam acontecer em áreas com alta declividade e submetidas à alta pluviosidade (climas úmidos). Porém, os movimentos de massa aumentam de frequência quando associados ao desmatamento e urbanização desordenada. Uma das formas de minimizar os deslizamentos é melhorar a drenagem, ou seja, permitir o escoamento mais eficiente da água, fazendo que o solo fique menos encharcado.

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70. No início do século XX, um jovem meteorologista alemão, Alfred Wegener, levantou uma hipótese que hoje se confirma, qual seja: há 200 milhões de anos, os continentes formavam uma só massa, a Pangeia, que em grego quer dizer “toda a terra”, rodeada por um oceano contínuo chamado de “Pantalassa”. Com a intensificação das pesquisas, também se pode afirmar que, além dos continentes, toda a litosfera se movimenta, pois se encontra seccionada em placas, conhecidas como “placas tectônicas”, que flutuam e deslizam sobre a astenosfera, carregando massas continentais e oceânicas.

Muitas teorias foram elaboradas para tentar explicar tais movimentos e, recentemente, descobriu-se que a explicação está relacionada ao(s) a) vulcanismo que movimenta o magma. b) princípio da isostasia (ísos = igual em força + stásis = parada). c) princípio formador de montanhas conhecido por orogênese. d) terremotos e vulcanismos, em razão de sua força na alteração das paisagens. e) movimento das correntes de convecção que ocorrem no interior do planeta. GABARITO: E COMENTÁRIO: A ideia de Wegener baseava-se na aleatoriedade dos fluxos continentais como placas em circuito à deriva, porém, foi corrigido anos depois com a comprovação de um circuito magmático que não só movimenta de modo padrão os continentes, mas também os oceanos, todos esses sobre a crosta terrestre uma vez fragmentada.

71. Do ponto de vista tectônico, núcleos rochosos mais antigos, em áreas continentais mais interiorizadas, tendem a ser os mais estáveis, ou seja, menos sujeitos a abalos sísmicos e deformações. Em termos geomorfológicos, a maior estabilidade tectônica dessas áreas faz com que elas apresentem uma forte tendência à ocorrência, ao longo do tempo geológico, de um processo de

a) aplainamento das formas de relevo, decorrente do intemperismo e da erosão. b) formação de depressões absolutas, gerada por acomodação de blocos rochosos. c) formação de canyons, decorrente de intensa erosão eólica. d) produção de desníveis topográficos acentuados, resultante da contínua sedimentação dos rios. e) geração de relevo serrano, associada a fatores climáticos ligados à glaciação. GABARITO: A COMENTÁRIO: Espaços de idade geológica antiga tendem a apresentar estabilidade quanto as ações dos agentes transformadores, assim sendo, a presença de sedimentação é elevada, dessa forma, o formato tende a aplainar e a altitude se faz discreta na paisagem em questão. 72.

Letra de “Chão”, canção de Lenine e Lula Queiroga:

Chão chega perto do céu, Quando você levanta a cabeça e tira o chapéu. Chão cabe na minha mão, O pequeno latifúndio do seu coração. Chão quando quer descer, Faz uma ladeira. Chão quando quer crescer, Vira cordilheira. Chão segue debaixo do mar, O assoalho do planeta e do terceiro andar. Chão onde a vista alcançar, Todo e qualquer caminho pra percorrer e chegar. Chão quando quer sumir, Se esconde num buraco. Chão se quer sacudir, Vira um terremoto. O chão quando foge dos pés, Tudo perde a gravidade, Então ficaremos só nós, A um palmo do chão da cidade.

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O termo “terremoto”, presente na canção, é definido como a) liberação de energia na crosta produzida pelo atrito entre placas tectônicas identificadas em margens

continentais passivas. b) efusão de material magmático na crosta ejetado de conduto cilíndrico identificado em faixas de

estabilidade tectônica. c) acumulação de tensões na crosta derivadas do desgaste mecânico de rochas sob a ação de forças exógenas. d) propagação de ondas mecânicas na crosta derivadas da ruptura de rochas submetidas a esforços tectônicos. e) geração de vibrações sísmicas na crosta produzidas pelo mergulho de placa continental sob a placa oceânica

ao longo do plano de subducção. GABARITO: D COMENTÁRIO: Terremotos são propagações de ondas sísmicas cuja origem se dá em razão de movimentação tectônica. As alternativas incorretas são: [A], porque margens continentais passivas não coincidem com bordas de placas e, portanto, não são áreas de origem de tremores; [B], efusão de material magmático é um processo vulcânico; [C], porque desgaste mecânico de rochas é um processo erosivo; [E], porque a afirmativa descreve um processo tectônico. 73. O volume das águas oceânicas é 15 vezes o volume das terras acima do nível do mar, de modo que se todas essas terras fossem lançadas ao mar, o nível dos oceanos se elevaria de 200 e poucos metros. – E se as terras abaixo do mar se nivelassem com as terras acima do mar, que aconteceria? – É uma coisa já calculada. As águas do oceano cobririam a terra inteira com profundidade de 2 quilômetros e meio. – Para mim é o que vai acontecer – disse Narizinho. A erosão, com sua mania de desmontar as terras altas para ir aterrando o fundo dos mares, acabará nivelando tudo que é terra, – e então, adeus humanidade!... – Bom – disse Dona Benta. Essas hipóteses poderão suceder daqui a tantos milhões de anos que não vale a pena pensar nelas. (Fonte: Monteiro Lobato –Serões de Dona Benta) O conhecimento geológico permite afirmar que a hipótese levantada por Narizinho é a) coerente, pois, ao longo da Era Cenozoica, o planeta Terra esteve totalmente coberto pelos oceanos. b) improvável, pois, ao mesmo tempo em que ocorre a ação dos agentes exógenos que, de certa forma,

destroem o relevo, há a contrapartida dos agentes endógenos, construtores do relevo. c) coerente, pois os agentes do relevo, em especial os processos endógenos, tendem a desagregar os corpos

rochosos, transportando-os em direção aos oceanos. d) improvável, pois os agentes endógenos e exógenos atuam nos continentes até o nível base de erosão,

estando este bem acima do nível atual dos mares. e) provável, pois certamente ocorrerá daqui a milhões de anos pela ação dos agentes exógenos e endógenos,

não havendo preocupação imediata da possível extinção da espécie humana. GABARITO: B COMENTÁRIO: A hipótese levantada pela Narizinho considera somente os agentes externos, responsáveis pelo desgaste do relevo, sem levar em conta a ação simultânea dos agentes internos, responsáveis pela formação do relevo. As alternativas incorretas são: [A], [C] e [E], porque a hipótese proposta não é coerente nem provável; [D], porque o nível base de erosão é o nível atual dos mares. 74. Numa paisagem podem ser observados edifícios, áreas cultivadas, ruas, ferrovias, igrejas, aeroportos,

veículos, enfim, vários objetos construídos e modificados pela sociedade humana ao longo da História, além de formas naturais (animais e plantas, em geral) e as próprias pessoas. [...] A simples observação da paisagem não nos traz explicações sobre as funções de cada uma das edificações, a organização do sistema de produção, as tecnologias empregadas, as relações comerciais, as relações de trabalho, a organização política e social etc.

(LUCCI, Elian A.; BRANCO, Anselmo; MENDONÇA, Cláudio. Geografia Geral e do Brasil: Território e sociedade no mundo globalizado. São Paulo: Saraiva, 2005, p. 12.)

O estudo da Geografia propõe o conhecimento dessa realidade dinâmica, investigando as causas, os efeitos, a intensidade e a extensão dos fenômenos, inclusive os da natureza. A partir da leitura do texto, da informação e dos conhecimentos sobre a temática apresentada, pode-se corretamente afirmar que o objeto de estudo da Geografia é a) o lugar. b) a região.

c) o território. d) a paisagem.

e) o espaço geográfico.

GABARITO: E COMENTÁRIO: O espaço geográfico na atualidade é a totalidade da superfície terrestre, resultado do trabalho humano na relação sociedade-natureza ao longo do tempo histórico.

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75. Portadora de memória, a paisagem ajuda a construir os sentimentos de pertencimento; ela cria uma atmosfera que convém aos momentos fortes da vida, às festas, às comemorações.

(CLAVAL, P. Terra dos homens: a geografia. São Paulo: Contexto, 2010 (adaptado).)

No texto, é apresentada uma forma de integração da paisagem geográfica com a vida social. Nesse sentido, a paisagem, além de existir como forma concreta, apresenta uma dimensão a) política de apropriação efetiva do espaço. b) econômica de uso de recursos do espaço. c) privada de limitação sobre a utilização do espaço. d) natural de composição por elementos físicos do espaço. e) simbólica de relação subjetiva do indivíduo com o espaço. GABARITO: E COMENTÁRIO: A paisagem constitui a aparência do espaço, é o que se pode visualizar no horizonte, sendo composta por elementos naturais e elementos artificiais produzidos pelo homem. Além da dimensão concreta, os elementos da paisagem carregam uma dimensão simbólica e cultural, uma vez que a percepção da paisagem é individual e carregada de elementos subjetivos. Duas pessoas que visualizam a mesma paisagem possivelmente não vão descrevê-la da mesma maneira.

76.

TEXTO I Anaxímenes de Mileto disse que o ar é o elemento originário de tudo o que existe, existiu e existirá, e que outras coisas provêm de sua descedência. Quando o ar se dilata, transforma-se em fogo, ao passo que os ventos são ar condensado. As nuvens formam-se a partir do ar por feltragem e, ainda mais condensadas, transformam-se em água. A água, quando mais condensada, transforma-se em terra, e quando condensada ao máximo possível, transforma-se em pedras.

(BURNET, J. A aurora da filosofia grega. Rio de Janeiro: PUC-Rio, 2006 (adaptado).)

TEXTO II Basílio Magno, filósofo medieval, escreveu: “Deus, como criador de todas as coisas, está no princípio do mundo e dos tempos. Quão parcas de conteúdo se nos apresentam, em face desta concepção, as especulações contraditórias dos filósofos, para os quais o mundo se origina, ou de algum dos quatro elementos, como ensinam os Jônios, ou dos átomos, como julga Demócrito. Na verdade, dão impressão de quererem ancorar o mundo numa teia de aranha.”

(GILSON, E.: BOEHNER, P. Historia da Filosofia Crista. São Paulo: Vozes, 1991 (adaptado).)

Filósofos dos diversos tempos históricos desenvolveram teses para explicar a origem do universo, a partir de uma explicação racional. As teses de Anaxímenes, filósofo grego antigo, e de Basílio, filósofo medieval, têm em comum, na sua fundamentação, teorias que a) eram baseadas nas ciências da natureza. b) refutavam as teorias de filósofos da religião. c) tinham origem nos mitos das civilizações antigas. d) postulavam um princípio originário para o mundo. e) defendiam que Deus é o princípio de todas as coisas. GABARITO: D COMENTÁRIO: Tanto a teoria do filósofo grego pré-socrático Anaxímenes de Mileto (588-524 a. C.), quanto do teólogo Basílio Magno, que viveu na Idade Média, procuram postular princípios da constituição do mundo. Se, por um lado, Anaxímenes estabelecia um princípio baseado na natureza que era o ar, Basílio Magno acreditava em um principio religioso, em que Deus era a origem de tudo.

77. Na antiga Grécia, o teatro tratou de questões como destino, castigo e justiça. Muitos gregos sabiam de cor inúmeros versos das peças dos seus grandes autores. Na Inglaterra dos séculos XVI e XVII, Shakespeare produziu peças nas quais temas como o amor, o poder, o bem e o mal foram tratados. Nessas peças, os grandes personagens falavam em verso e os demais em prosa. No Brasil colonial, os índios aprenderam com os jesuítas a representar peças de caráter religioso. Esses fatos são exemplos de que, em diferentes tempos e situações, o teatro é uma forma de

a) manipulação do povo pelo poder, que controla o teatro. b) diversão e de expressão dos valores e problemas da sociedade. c) entretenimento popular, que se esgota na sua função de distrair. d) manipulação do povo pelos intelectuais que compõem as peças. e) entretenimento, que foi superada e hoje é substituída pela televisão. GABARITO: B COMENTÁRIO: Naquela sociedade, que vivia a transição dos valores místicos, baseados na tradição religiosa, para os valores da polis, isto é, aqueles resultantes da formação do Estado e suas leis, o teatro cumpria um papel político e pedagógico, à medida que punha em xeque e em choque essas duas ordens de valores e apontava novos caminhos para a civilização grega. "Ir ao teatro", para os gregos, não era apenas uma diversão, mas uma forma de refletir sobre o destino da própria comunidade em que se vivia, bem como sobre valores coletivos e individuais.

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78. O ser humano, desde sua origem, em sua existência cotidiana, faz afirmações, nega, deseja, recusa e aprova coisas e pessoas, elaborando juízos de fato e de valor por meio dos quais procura orientar seu comportamento teórico e prático. Entretanto, houve um momento em sua evolução histórico-social em que o ser humano começa a conferir um caráter filosófico às suas indagações e perplexidades, questionando racionalmente suas crenças, valores e escolhas. Nesse sentido, pode-se afirmar que a filosofia

a) é algo inerente ao ser humano desde sua origem e que, por meio da elaboração dos sentimentos, das percepções e dos anseios humanos, procura consolidar nossas crenças e opiniões.

b) existe desde que existe o ser humano, não havendo um local ou uma época específica para seu nascimento, o que nos autoriza a afirmar que mesmo a mentalidade mítica é também filosófica e exige o trabalho da razão.

c) inicia sua investigação quando aceitamos os dogmas e as certezas cotidianas que nos são impostos pela tradição e pela sociedade, visando educar o ser humano como cidadão.

d) surge quando o ser humano começa a exigir provas e justificações racionais que validam ou invalidam suas crenças, seus valores e suas práticas, em detrimento da verdade revelada pela codificação mítica.

e) racionalizou o mito, mantendo-o como base da sua especulação teórica e adotando a sua metodologia. GABARITO: D COMENTÁRIO: A filosofia nasce, historicamente, em um período da Grécia antiga no qual se modificava a maneira com que os homens se relacionavam. Sendo que os mitos organizavam toda a vida social, consolidando práticas e cerimônias religiosas nas famílias, entre as famílias, nas tribos, entre cidades, etc., a sua modificação, ou até extinção, inevitavelmente faria renascer, distinta, a organização das relações dos homens entre eles mesmos nas casas e na cidade. A filosofia, por conseguinte, tem sua origem em duas modificações uma contextual e outra subjetiva, isto é, uma modificação na cidade e outra no próprio homem. As modificações da cidade e da própria subjetividade se confundem, pois a própria cidade deixa de se conformar com certas tradições religiosas e a própria subjetividade, com o passar das gerações, deixa de prezar os valores ancestrais organizados nos mitos. Com essas mudanças, a cidade e o homem passam a se constituir a partir de outras práticas consideradas fundamentais, como o pensamento racional – um pensamento com começo, meio e fim e justificado pela a experiência do mundo, sem o auxílio de entes inalcançáveis.

79. TEXTO I Fragmento B91: Não se pode banhar duas vezes no mesmo rio, nem substância mortal alcançar duas vezes a mesma condição; mas pela intensidade e rapidez da mudança, dispersa e de novo reúne.

(HERÁCLITO. Fragmentos (Sobre a natureza). São Paulo: Abril Cultural, 1996 (adaptado).)

TEXTO II Fragmento B8: São muitos os sinais de que o ser é ingênito e indestrutível, pois é compacto, inabalável e sem fim; não foi nem será, pois é agora um todo homogêneo, uno, contínuo. Como poderia o que é perecer? Como poderia gerar-se?

(PARMÊNIDES. Da natureza. São Paulo: Loyola, 2002 (adaptado).)

Os fragmentos do pensamento pré-socrático expõem uma oposição que se insere no campo das a) investigações do pensamento sistemático. b) preocupações do período mitológico. c) discussões de base ontológica.

d) habilidades da retórica sofística. e) verdades do mundo sensível.

GABARITO: C COMENTÁRIO: Foram um grupo de filósofos que especularam sobre a origem do mundo e observaram a natureza como fonte de conhecimento. A teoria de Parmênides visava o imobilismo, enquanto a de Heráclito, o mobilismo. Daí, encontramos a contradição teórica. Ontologia é um estudo voltado para o “ser”, portanto, cada um dos filósofos possui um posicionamento quanto ao papel do “ser” na natureza.

80. A representação de Demócrito é semelhante à de Anaxágoras, na medida em que um infinitamente múltiplo é a origem; mas nele a determinação dos princípios fundamentais aparece de maneira tal que contém aquilo que para o que foi formado não é, absolutamente, o aspecto simples para si. Por exemplo, partículas de carne e de ouro seriam princípios que, através de sua concentração, formam aquilo que aparece como figura.

(HEGEL, G.W. Crítica moderna. In:SOUZA, J.C. (Org.). Os pré-socráticos: vida e obra. São Paulo: Nova Cultural, 2000 (adaptado).)

O texto faz uma apresentação crítica acerca do pensamento de Demócrito, segundo o qual o “princípio constitutivo das coisas” estava representado pelo(a) a) número, que fundamenta a criação dos deuses. b) devir, que simboliza o constante movimento dos objetos. c) água, que expressa a causa material da origem do universo. d) imobilidade, que sustenta a existência do ser atemporal. e) átomo, que explica o surgimento dos entes. GABARITO: E COMENTÁRIO: Os filósofos pré-socráticos foram responsáveis por buscar na natureza um elemento primordial que justificasse a origem de todas as coisas. Para Demócrito, sua arché seria o átomo, parte indivisível e eterna, que permanece em constante movimento.

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81. Quando Édipo nasceu, seus pais, Laio e Jocasta, os reis de Tebas, foram informados de uma profecia na qual o filho mataria o pai e se casaria com a mãe. Para evita-la, ordenaram a um criado que matasse o menino. Porém, penalizado com a sorte de Édipo, ele o entregou a um casal de camponeses que morava longe de Tebas para que o criasse. Édipo soube da profecia quando se tornou adulto. Saiu então da casa de seus pais para evitar a tragédia. Eis que, perambulando pelos caminhos da Grécia, encontrou-se com Laio e seu séquito, que, insolentemente, ordenou que saísse da estrada. Édipo reagiu e matou todos os integrantes do grupo, sem saber que entre eles estava seu verdadeiro pai. Continuou a viagem até chegar a Tebas, dominada por uma Esfinge. Ele decifrou o enigma da Esfinge, tornou-se rei de Tebas e casou-se com a rainha, Jocasta, a mãe que desconhecia.

No mito Édipo Rei, são dignos de destaque os temas do destino e do determinismo. Ambos são características do mito grego e abordam a relação entre liberdade humana e providência divina. A expressão filosófica que toma como pressuposta a tese do determinismo é: a) "Nasci para satisfazer a grande necessidade que eu tinha de mim mesmo." Jean Paul Sartre b) "Ter fé é assinar uma folha em branco e deixar que Deus nela escreva o que quiser." Santo Agostinho c) "Quem não tem medo da vida também não tem medo da morte." Arthur Schopenhauer d) "Não me pergunte quem sou eu e não me diga para permanecer o mesmo." Michel Foucault e) "O homem, em seu orgulho, criou a Deus a sua imagem e semelhança." Friedrich Nietzsche GABARITO: B COMENTÁRIO: A única alternativa possível é a B, pois somente ela expressa, por meio da citação de Santo Agostinho, a tese do determinismo, isto é, que a vida humana está fadada a ser governada por forças superiores, restando ao homem pouca liberdade para alterar seu destino, pois mesmo que ele tente mudar o rumo das coisas não conseguirá mudar seu futuro, sendo exatamente essa a mensagem que o mito Édipo Rei tenta transmitir. 82. “Zeus ocupa o trono do universo. Agora o mundo está ordenado. Os deuses disputaram entre si, alguns triunfaram. Tudo o que havia de ruim no céu etéreo foi expulso, ou para a prisão do Tártaro ou para a Terra, entre os mortais. E os homens, o que acontece com eles? Quem são eles?”

(VERNANT, Jean-Pierre. O universo, os deuses, os homens. Trad. de Rosa Freire d’Aguiar. São Paulo: Companhia das Letras, 2000. p. 56.) O texto acima é parte de uma narrativa mítica. Considerando que o mito pode ser uma forma de conhecimento, a) a verdade do mito obedece a critérios empíricos e científicos de comprovação. b) o conhecimento mítico segue um rigoroso procedimento lógico-analítico para estabelecer suas verdades. c) as explicações míticas constroem-se, de maneira argumentativa e autocrítica. d) o mito busca explicações definitivas acerca do homem e do mundo, e sua verdade independe de provas. e) a verdade do mito obedece a regras universais do pensamento racional, tais como a lei de não-contradição. GABARITO: D COMENTÁRIO: O mito surge a partir da necessidade de explicação sobre a origem e a forma das coisas, suas funções e finalidade, os poderes do divino sobre a natureza e os homens. Ele vem em forma de narrativa, criada por um narrador que possua credibilidade diante da sociedade, poder de liderança e domínio da linguagem convincente, e que, acima de tudo, “jogue para a boca do mito” o que gostaria de impor, mas adequando a estrutura do mito de uma forma que tranqüilize os ânimos e responda às necessidades do coletivo. 83. “Este é o homem novo do Renascimento: aquele que se liberta da tradição pela dúvida e confirma seu valor através dos resultados de seus esforços: aquele que confia em suas experiencias e em sua razão; o que confia no novo, pois assume sua realização dentro da temporalidade.”

(PESSANHA, Jose Américo Motta. Humanismo e pintura. In: Novaes, Adauto. Artepensamento. São Paulo: Companhia das Letras, 1994. P. 34.)

O aspecto a ser ressaltado no texto que caracteriza o período renascentista é a) a subordinação à visão clerical, que valorizava a iluminação divina para chegar à verdade sobre o homem, a

mais perfeita realização de Deus. b) um ideal que partia da valorização do homem e, por consequência, via a Terra como centro do universo. c) um pensamento social que se preocupava em compreender o papel da humanidade, em relação a sua

divindade, bem como entender seus propósitos. d) um conjunto de ponderações acerca da origem do mal, do conhecimento identificado à iluminação divina, da

memória, da felicidade e do tempo. e) a perda da hegemonia da Igreja Católica como instituição e surgimento de um movimento que redescobriu a

importância da dúvida e do pensamento especulativo. GABARITO: E COMENTÁRIO: O Renascimento é um dos mais importantes momentos da história do Ocidente. Foi quando se passou a evidenciar uma nova concepção de mundo, baseada em explicações racionais e cientificas e não mais dogmáticas.

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84. “O pintor que trabalha rotineira e apressadamente, sem compreender as coisas, é como o espelho que absorve tudo o que encontra diante de si, sem tomar conhecimento”. “Experiência, mãe de toda a certeza” “Só o pintor universal tem valor” Esses são trechos de autoria de Leonardo da Vinci, personagem destacada do Renascimento. Neles, o autor exalta compreensão, experiência, universalismo, valores que marcaram o

a) Teocentrismo, como princípio básico do pensamento moderno. b) Humanismo, como postura ideológica que configurou a transição para a Idade Moderna. c) Epicurismo, em alusão aos princípios dominantes na Idade Média. d) Confucionismo, por sua marcada oposição ao conjunto dos conhecimentos orientais. e) Escolasticismo, dado que admitia a fé como única fonte de conhecimento. GABARITO: B COMENTÁRIO: No Renascimento houve uma alteração na sensibilidade artística e uma valorização do racionalismo, do humanismo, da cultura clássica e, sobretudo, da ciência. Em suas obras os artistas passaram a produzir suas pinturas e esculturas baseadas na observação do mundo visível se valendo de técnicas, princípios matemáticos e racionais como proporção, equilíbrio, harmonia e perspectiva, além da utilização de novos temas como a natureza e o corpo humano. 85. Os séculos XVIII e XIX foram palco de crises e desordens na organização da sociedade, advindas das

transformações trazidas pela industrialização da produção econômica e no aparecimento do trabalho assalariado. A necessidade de buscar soluções a esse clima de mudanças na ordem social fez surgir o positivismo, movimento que influenciou as primeiras formas de pensamento social no Brasil. As principais características do positivismo são

a) objetividade científica, sociedade regulada por leis semelhantes às da natureza e neutralidade científica. b) progressismo, evolucionismo e relativismo cultural. c) organicismo, materialismo e aplicação de métodos compreensivos. d) neutralidade, objetivismo e aplicação de princípios metafísicos. e) objetividade filosófica, sociedade regulada por leis semelhantes às da natureza e neutralidade científica. GABARITO: A COMENTÁRIO: O Positivismo exalta a objetividade científica, baseado nas leis da natureza que passam a ser objeto do conhecimento humano a partir da sistematização das ciências, sendo a sociedade observada também pela sociologia nascente como um objeto que tem suas leis “tais quais a natureza”. Lembrando também que a ciência dessa época tinha o discurso de preocupação com a verdade, com a elucidação de fatos, não demonstrando ou investigando possíveis inclinações, ou ideologias aproximativas dos seus métodos e conclusões, por isso levantavam o discurso de “neutralidade científica” (a ciência não escolhe lados para defender, mas busca a verdade). 86. A sociologia ainda não ultrapassou a era das construções e das sínteses filosóficas. Em vez de assumir a

tarefa de lançar luz sobre uma parcela restrita do campo social, ela prefere buscar as brilhantes generalidades em que todas as questões são levantadas sem que nenhuma seja expressamente tratada. Não é com exames sumários e por meio de intuições rápidas que se pode chegar a descobrir as leis de uma realidade tão complexa. Sobretudo, generalizações às vezes tão amplas e tão apressadas não são suscetíveis de nenhum tipo de prova.

(DURKHEIM, E. O suicídio: estudo de sociologia. São Paulo: Martins Fontes, 2000.) O texto expressa o esforço de Émile Durkheim em construir uma sociologia com base na a) vinculação com a filosofia como saber unificado b) reunião de percepções intuitivas para demonstração. c) formulação de hipóteses subjetivas sobre a vida social. d) adesão aos padrões de investigação típicos das ciências naturais. e) incorporação de um conhecimento alimentado pelo engajamento político. GABARITO: D COMENTÁRIO: Assim como Comte, Durkheim procurou analisar a sociedade inspirado na forma e nos métodos já utilizados pelos cientistas naturais. Ele se focava no tema em análise.

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87. Marx viveu no século XIX, e suas ideias foram influenciadas pelo sistema e contexto histórico da época, isto é, o sistema capitalista e a Revolução Industrial. Analisando a sociedade dessa forma e considerando o quadrinho, para Karl Marx, as relações sociais eram decorrentes do(a)

a) luta da luta de classes. b) relação dos indivíduos. c) modo de produção. d) valorização dos trabalhadores. e) intelectualização do trabalho manual. GABARITO: C COMENTÁRIO: Para Marx, a base para entender a sociedade é a economia. As maneiras como os homens produzem, trabalham e transformam o mundo moldam as relações sociais. Dessa forma, o foco do estudo social é a relação dos homens com os meios de produção. Para Marx, as relações de produção se caracterizam pela propriedade privada dos meios de produção (máquinas, capital, etc), os detentores dos meios de produção (burguesia) e aqueles que vendem sua força de trabalho por um salário (proletariado). 88. A Inglaterra pedia lucros e recebia lucros, Tudo se transformava em lucro. As cidades tinham sua sujeira

lucrativa, suas favelas lucrativas, sua fumaça lucrativa, sua desordem lucrativa, sua ignorância lucrativa, seu desespero lucrativo. As novas fábricas e os novos altos-fornos eram como as Pirâmides, mostrando mais a escravização do homem que seu poder.

(DEANE, P. A Revolução Industrial. Rio de Janeiro: Zahar, 1979 (adaptado).) Qual relação é estabelecida no texto entre os avanços tecnológicos ocorridos no contexto da Revolução Industrial Inglesa e as características das cidades industriais no início do século XIX? a) A facilidade em se estabelecer relações lucrativas transformava as cidades em espaços privilegiados para a

livre iniciativa, característica da nova sociedade capitalista. b) O desenvolvimento de métodos de planejamento urbano aumentava a eficiência do trabalho industrial. c) A construção de núcleos urbanos integrados por meios de transporte facilitava o deslocamento dos

trabalhadores das periferias até as fábricas. d) A grandiosidade dos prédios onde se localizavam as fábricas revelava os avanços da engenharia e da

arquitetura do período, transformando as cidades em locais de experimentação estética e artística. e) O alto nível de exploração dos trabalhadores industriais ocasionava o surgimento de aglomerados urbanos

marcados por péssimas condições de moradia, saúde e higiene. GABARITO: E COMENTÁRIO: O desenvolvimento acelerado das primeiras fases da Revolução Industrial, a partir do século XVIII, causou o crescimento assombroso e caótico das cidades, fazendo surgir favelas e poluição, e colaborando com as péssimas condições de moradia, saúde e higiene. Observe-se que a alternativa A está correta, mas insere-se em menor proporção no contexto descrito pelo cabeçalho, coisa que a alternativa E melhor faz.

89. TEXTO I O aparecimento da máquina movida a vapor foi o nascimento do sistema fabril em grande escala, representando um aumento tremendo na produção, abrindo caminho na direção dos lucros, resultado do aumento da procura. Eram forças abrindo um novo mundo.

(HUBERMAN, L. História da riqueza do homem. Rio de Janeiro: Zahar, 1974 (adaptado).)

TEXTO II Os edifícios das fábricas adaptavam–se mal à concentração de numerosa mão de obra, reunida para longos dias de trabalho, numa situação árdua e insalubre. O trabalho nas fábricas destruiu o sistema doméstico de produção. Homens, mulheres e crianças deixavam os lugares onde moravam para trabalhar em diferentes fábricas.

(LEITE, M. M. Iniciação à história social contemporânea. São Paulo: Cultrix,1980 (adaptado).)

As estratégias empregadas pelos textos para abordar o impacto da Revolução Industrial sobre as sociedades que se industrializavam são, respectivamente, a) ressaltar a expansão tecnológica e deter-se no trabalho doméstico. b) acentuar as inovações tecnológicas e priorizar as mudanças no mundo do trabalho. c) debater as consequências sociais e valorizar a reorganização do trabalho. d) indicar os ganhos sociais e realçar as perdas culturais. e) minimizar as transformações sociais e criticar os avanços tecnológicos. GABARITO: B COMENTÁRIO: A estratégia usada pelos autores do texto é enfatizar a mudança tecnológica oriunda da Revolução Industrial e como essa mudança influencia transformações significativas no mundo do trabalho.

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90. Ao analisar a tirinha, o caráter coercitivo do fato social pode ser percebido na

a) ameaça de uma punição ao Calvin. b) negação de Calvin em pular na piscina. c) aposta da conduta ética dos guarda-vidas por Calvin. d) afirmativa da guarda-vidas ao dizer “todo mundo na água”. e) prática dos guarda-vidas sempre utilizarem “cauda de rato”. GABARITO: A COMENTÁRIO: O caráter coercitivo da fato social pode ser percebido no caso da ameaça de uma punição, caso não seja realizada a tarefa. A coerção ou a violência é o fator que condiciona o individuo a obedecer, ou seja, ou o Calvin pula na piscina ou é punido com uma “cauda de rato”.

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Talentos: o faz em casa!

Davi Barcellos

Ele escolheu a USP.

UFES 2019: ENEM 2018:

(aluno UP desde o 7º ano do EF II)

Káryus Duailibe

maior notado ES.

UFES 2019: ENEM 2018:

(aluno UP desde o 6º ano do EF II)

Pedro HenriqueBarbosa

APROVADO EM MEDICINA:

(aluno UP desde o 6º ano do EF II)

a maior nota do ES.Em Ciências da Natureza,a maior nota do Brasil.

UNICAMP 2020 e USP 2020.

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