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Atualidades – Teoria e Exercícios – SESIPE - DF Aula 00 – Economia Internacional Prof. Leandro Signori 1 www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Leandro Signori Caro aluno, Em primeiro lugar, agradeço a confiança e a oportunidade de ser o seu professor de Atualidades neste concurso. Na aula de hoje vou abordar os temas relacionados com a globalização, blocos econômicos, crise econômica mundial, comércio internacional, a China e as organizações e grupos internacionais. De imediato, vamos aos estudos. Grande Abraço, Prof. Leandro Signori Aula 01 – Economia Internacional

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    Caro aluno,

    Em primeiro lugar, agradeo a confiana e a oportunidade de ser o seu

    professor de Atualidades neste concurso.

    Na aula de hoje vou abordar os temas relacionados com a globalizao,

    blocos econmicos, crise econmica mundial, comrcio internacional, a China e

    as organizaes e grupos internacionais.

    De imediato, vamos aos estudos.

    Grande Abrao,

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    Sumrio

    1. Origens e caractersticas globalizao

    1.1 Consequncias da globalizao

    2. Neoliberalismo e Consenso de Washington

    3. Blocos econmicos

    4. O mundo em crise

    4.1 Os Estados Unidos na origem da crise

    4.2 A crise atinge a Europa

    5. Recuperao a passos lentos

    5.1 Economia norte-americana

    5.2 Zona do Euro

    5.3 Emergentes

    6. Comrcio Internacional

    7. A China

    8. Organizaes e grupos internacionais

    8.1 FMI e Banco Mundial

    8.2 OCDE

    8.3 Brics, a fora dos emergentes

    8.4 G-20

    8.5 G-8 e G-7

    9. Memorex

    10. Questes comentadas

    11. Questes propostas

    12. Questes comentadas na parte terica

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    1. Origens e caractersticas globalizao

    Para entendermos a globalizao, preciso saber que o fenmeno em si

    comeou h muito tempo. Os primeiros passos rumo conformao de um

    mercado mundial e de uma economia global remontam aos sculos XV e XVI,

    com a expanso ultramarina europeia. A chegada de Cristvo Colombo

    Amrica, em 1492, deu incio ao que alguns historiadores chamam de primeira

    globalizao.

    O desenvolvimento do mercantilismo estimulou a procura de diferentes

    rotas comerciais da Europa para a sia e a frica, gerando grande quantidade

    de riquezas para alguns pases e a grande burguesia europeia. Esses lucros,

    somados ao ouro e prata extrados das minas do continente americano

    forneceram a base para a Revoluo Industrial no fim do sculo XVIII.

    Por sua vez, a Revoluo Industrial desenvolveu o trabalho assalariado e

    o mercado consumidor. As descobertas cientficas e as invenes provocaram

    grande expanso dos setores industrializados e possibilitaram a exportao de

    produtos mundo afora.

    No fim do sculo XIX, comeam a surgir as corporaes multinacionais,

    industriais e financeiras, que vo se reforar e crescer durante o sculo XX. O

    mercado mundial estava, ento, atingindo todos os continentes. Porm, a

    interdependncia econmica entre as naes vai ficar evidente com a depresso

    norte-americana de 1929 quebra da Bolsa de Valores de Nova York - que teve

    consequncias negativas no mundo todo.

    A partir dos anos 1990, acentua-se a integrao da economia global por

    meio da revoluo tecnolgica, especialmente no setor de telecomunicaes. A

    internet, rede mundial de computadores, revelou-se a mais inovadora

    tecnologia de comunicao e informao do planeta. As trocas de informaes

    (dados, voz e imagens) tornaram-se quase instantneas, o que acelerou em

    muito a integrao das atividades econmicas.

    A revoluo tecnolgica possibilitou ao capital uma veloz circulao pelo

    globo, facilitando os investimentos diretos e os movimentos especulativos. As

    cadeias produtivas se espalharam pelo mundo, com empresas transferidas

    (relocalizadas) para pases com menor custo de produo (salrios, impostos

    etc.).

    Bem, aqui fao uma pausa para deixar claro que a globalizao atual no

    um processo acabado. um processo em curso e trata-se de uma nova fase

    do capitalismo financeiro, comandada pelos pases ricos e por grandes

    empresas transnacionais. O poder dessas empresas ultrapassa cada vez mais o

    poder das economias nacionais.

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    A caracterstica central desse perodo globalizante a interdependncia

    entre os atores econmicos globais governos, empresas e movimentos

    sociais. Cabe destacar que o desmantelamento do sistema socialista foi

    importante fator que contribuiu para a globalizao e a expanso mundial do

    capitalismo. A derrocada dos regimes comunistas, a partir de 1989, fez com

    que as antigas naes socialistas se integrassem ao mercado global capitalista

    nos anos subsequentes.

    Historicamente, as ideias do neoliberalismo contrapem-se s do

    keynesianismo iderio formulado pelo economista John Keynes (1883-1946),

    dominante no perodo do ps-guerra, a partir de 1945 , que defendia uma

    presena ativa do Estado na economia como forma de impulsionar o

    desenvolvimento (um exemplo da poltica de Keynes foi o New Deal, adotado

    nos EUA aps a quebra da Bolsa em 1929, com macios investimentos estatais

    para reativar a economia). A ascenso do neoliberalismo na dcada de 1980 se

    d na contramo do keynesianismo.

    Nas ltimas duas dcadas, a expanso do comrcio global resultou na

    intensificao do fluxo de capitais entre os pases. A busca de maior

    lucratividade levou as empresas a investirem cada vez mais no mercado

    financeiro, que se tornou o centro da economia globalizada.

    A atual mobilidade do mercado mundial permite tambm que grandes

    empresas faam a relocalizao de suas fbricas nome que se d ao

    fechamento de unidades de produo em um local e sua abertura em outra

    regio ou outro pas. Esse mecanismo globalmente usado para cortar gastos

    com mo de obra, encerrando a produo em pases nos quais os salrios so

    maiores, para organizar a produo onde h menos custos tambm de

    impostos e infraestrutura produtiva. medida que as naes reduzem suas

    barreiras comerciais no contexto da globalizao, a fabricao em qualquer

    ponto do mundo e a exportao para outros mercados torna-se cada vez mais

    rentvel.

    1.1 Consequncias da globalizao

    A produo e o comrcio mundial crescem com a globalizao. Mas a

    riqueza concentra-se num pequeno grupo de pases, e isso refora a

    desigualdade entre as naes.

    A reduo das tarifas de importao um dos motivos que explicam essa

    concentrao de renda. Beneficiou muito mais os produtos exportados pelos

    mais ricos. Os mais pobres no tm conseguido exportar produtos agrcolas

    para os mais ricos, pois estes subsidiam a produo interna.

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    Em perodos de crise econmica, os resultados da globalizao so

    dramticos para os pases pobres, pois geram um custo social altssimo.

    Ocorre o barateamento da mo de obra, o aumento do desemprego e da

    excluso social. Outra consequncia da globalizao o aumento da

    migrao de pessoas dos pases pobres para os pases ricos.

    O grfico abaixo mostra 58 anos de comrcio mundial. H um crescimento

    enorme das exportaes dos EUA e da Europa em relao ao resto do mundo. O

    crescimento da sia , sobretudo, de Japo e China. Note que a desigualdade

    se acentua com a globalizao (anos 1990). Os pases ricos concentram a

    venda de tecnologia de ponta, com alto valor agregado, e os pases pobres, a

    venda de matrias-primas.

    Fonte: OMC

    A globalizao no beneficiou a todos. A riqueza concentra-se nas mos

    de poucos. Os grupos com rendimentos mais elevados tornaram-se muito mais

    ricos e as desigualdades sociais aumentaram.

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    Hora de comear a praticar!

    1) (CESPE/TCU/2008 AUDITOR FEDERAL DE CONTROLE EXTERNO) Ao

    apresentar a perspectiva local como inferior perspectiva global, como

    incapaz de entender, de explicar e, em ltima anlise, de tirar proveito

    da complexidade do mundo contemporneo, a concepo global

    atualmente dominante tem como objetivo fortalecer a instaurao de

    um nico cdigo unificador de comportamento humano, e abre o

    caminho para a realizao do sonho definitivo de economias globais de

    escala. Como resultado deste processo, o "modelo econmico" alcana

    sua perfeio, que no somente descrever o mundo, mas

    efetivamente govern-lo. E esta a essncia mesma do paradigma

    moderno de desenvolvimento e de progresso, cujo estgio supremo de

    perfeio a globalizao representa.

    Fica claro que a escala no poderia ser melhor ou maior do que sendo

    global e somente neste nvel que a sua primazia e universalidade so

    finalmente afirmadas, junto com a certeza de que jamais poderia surgir

    alguma alternativa vivel ao sistema ideologicamente dominante

    fundado no livre mercado, dada a ausncia de qualquer cultura ou

    sistema de pensamento alternativo.

    Se virmos o fenmeno da globalizao sob esta luz, creio que no

    poderemos escapar da concluso de que o processo totalmente

    coerente com as premissas da ideologia econmica que tm se

    afirmado como a forma dominante de representao do mundo ao

    longo dos ltimos 100 anos, aproximadamente.

    A globalizao no , portanto, um acontecimento acidental ou um

    excesso extravagante, mas uma extenso simples e lgica de um

    "argumento". Parece realmente muito difcil conceber um resultado

    final que fizesse mais sentido e fosse mais coerente com as bases

    ideolgicas sobre as quais est fundado. Em suma, a globalizao

    representa a realizao acabada e a perfeio do projeto de

    modernidade e de seu paradigma de progresso.

    G. Muzio. A globalizao como o estgio de perfeio do paradigma

    moderno: uma estratgia possvel para sobreviver coerncia do

    processo.

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    Trad. Lus Cludio Amarante. In: Francisco de Oliveira e Maria Clia Paoli

    (Org.).

    Os sentidos da democracia. Polticas do dissenso e hegemonia global.

    2. ed. Petrpolis - RJ: Vozes; Braslia: NEDIC, 1999, p. 138-9 (com

    adaptaes).

    Tendo o texto apresentado como referncia inicial e considerando

    aspectos marcantes da realidade econmica e poltica mundial

    contempornea, julgue o item que se segue.

    Sob o ponto de vista econmico, a globalizao dos dias atuais

    decorrncia de um longo processo histrico, impulsionado, a partir da

    Revoluo Industrial, pela expanso imperialista e neocolonialista

    iniciada em meados do sculo XIX.

    COMENTRIOS:

    O atual perodo de globalizao, no qual vivemos, possui razes na

    Revoluo Industrial, na expanso imperialista e neocolonialista iniciada em

    meados do sculo XIX.

    A industrializao do continente Europeu marcou um intenso processo de

    expanso econmica. O crescimento dos parques industriais e o acmulo de

    capitais fizeram com que as grandes potncias econmicas da Europa

    buscassem a ampliao de seus mercados e procurassem maiores quantidades

    de matria-prima disponveis a baixo custo. Nesse contexto, a partir do sculo

    XIX, essas naes buscaram explorar regies na frica, sia e Oceania,

    dominando povos e territrios e implantando colnias, em um processo

    conhecido como neocolonialismo.

    O imperialismo nada mais do que a poltica de expanso e dominao

    territorial, econmica e cultural de um pas sobre outros ou sobre uma ou vrias

    regies geogrficas. O imperialismo contemporneo pode tambm ser

    denominado de neocolonialismo, por possuir muitas semelhanas com o

    colonialismo dos sculos XV a XIX. O fim da Segunda Guerra Mundial (1945)

    marca o incio da descolonizao da frica, sia e Oceania e o incio da

    globalizao moderna.

    Gabarito: Certo

    2. Neoliberalismo e Consenso de Washington

    O Consenso de Washington consiste em linhas gerais, em uma cartilha

    terica que define as diretrizes que a globalizao deve seguir, sob a ideologia

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    neoliberal. O neoliberalismo prega que o funcionamento da economia deve ser

    entregue s leis de mercado. Segundo seus defensores, a presena do Estado

    na economia inibe o setor privado e freia o desenvolvimento.

    Entre os princpios formadores da ideologia neoliberal, detalhados no

    Consenso de Washington e presentes na globalizao econmica, destacam-se:

    a) Liberdade de mercado: Consiste na eliminao de todos os

    dispositivos que atrapalhem o livre funcionamento dos investimentos e do

    comrcio, tais como excesso de impostos, de leis e de regras que inibam as

    transaes financeiras ou limitem fuses e incorporaes de empresas.

    b) Mnima participao do Estado na economia: Traduz a crena de

    que o Estado ineficiente, atrapalha o livre funcionamento dos mercados,

    administra mal os recursos e, ao no se modernizar no mesmo ritmo das

    empresas privadas, suas empresas geram menos lucros e ofertam produtos de

    pior qualidade. Por isso, essas empresas devem ser privatizadas (vendidas para

    particulares), incentivando a concorrncia, barateando preos e melhorando a

    qualidade dos servios e das mercadorias.

    c) Reduo de subsdios e gastos sociais por parte dos governos:

    O Estado desperdia muito dinheiro com direitos sociais, como sade,

    educao, aposentadorias, amparo aos desempregados entre outros. Isto

    provoca aumento de impostos, que sero pagos pela sociedade, a fim de gerar

    recursos destinados assistncia aos mais pobres. Na viso neoliberal, a

    manuteno desses gastos do Estado significa premiar os fracassados e punir

    com impostos os competentes.

    d) Livre circulao de capitais: Visa garantir a livre entrada e sada de

    capitais em qualquer pas e permitir que o mesmo dinheiro seja aplicado e

    remunerado em operaes financeiras, como, por exemplo, na bolsa de valores,

    e no somente na produo ou na gerao de empregos.

    e) Flexibilizao do mercado de trabalho: A doutrina neoliberal

    entende que essa medida dinamiza a economia e possibilita que os empresrios

    invistam na produo e ampliem a oferta de empregos. Com a flexibilizao,

    pode-se contratar e demitir livremente os empregados e reduzir o dispndio das

    empresas com seus funcionrios.

    f) Abertura dos mercados internos para produtos estrangeiros:

    Significa a eliminao de qualquer protecionismo econmico. Em outras

    palavras, nenhum pas deve coibir a livre concorrncia, e a melhor maneira

    para garanti-la preservar a competio entre as empresas,

    independentemente de sua origem nacional ou estrangeira. Quem vai definir

    qual a melhor mercadoria a ser adquirida o prprio consumidor, que ainda

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    ser beneficiado com uma maior variedade de artigos ofertados e a preos cada

    vez mais baixos e acessveis.

    2) (FCC/PREFEITURA DE SO PAULO/2007 AUDITOR FISCAL)

    Considere o texto para responder questo.

    Avalia o "Financial Times" que o "livre comrcio a maior vtima da

    eleio" nos EUA, apontando "uma tendncia em particular, o

    nacionalismo econmico". Os que venceram senadores republicanos em

    Ohio, Virgnia e Missouri fizeram campanha "contra o livre comrcio" e

    a exportao de empregos, inclusive os "acordos comerciais" com o

    Mxico e Amrica Central.

    O "Miami Herald" informa, porm, que a ameaa democrtica

    sobretudo aos acordos bilaterais com a Colmbia e Peru, que ainda

    precisam de aprovao no Congresso. Nada contra as preferncias ao

    Brasil.

    a avaliao tambm do jornal "Valor", ontem em destaque, "Vitria

    democrtica facilita a renovao do Sistema Geral de Preferncias".

    (Folha de So Paulo, 10 de novembro de 2006, p. A7)

    Com base no contexto do sistema capitalista contemporneo, correto

    afirmar que a tendncia e a campanha a que o texto se refere esto em

    desacordo com

    a) a poltica do protecionismo e a do Estado de Bem- Estar Social.

    b) a doutrina neoliberal e os princpios da globalizao econmica.

    c) o princpio de soberania e o ideal de autodeterminao dos povos.

    d) os ideais democrticos e os princpios de estatizao da economia.

    e) a ideologia mercantilista e a doutrina econmica desenvolvimentista.

    COMENTRIOS:

    Os trechos acima transcritos referem-se ao nacionalismo econmico,

    contrariedade ao livre comrcio, realizao de acordos bilaterais e renovao do

    Sistema Geral de Preferncias norte-americano. So temas que esto em

    desacordo com a doutrina neoliberal e os princpios da globalizao econmica.

    O neoliberalismo prope a reduo da participao do Estado na

    economia. J o livre comrcio prope a eliminao das barreiras (tarifas,

    impostos, etc.) que impedem a livre circulao de mercadorias pelo mundo.

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    A globalizao econmica tem como caractersticas a crescente

    interdependncia entre agentes econmicos e sistemas econmicos nacionais,

    crescimento significativo dos fluxos internacionais de bens, servios e capital e

    o acirramento da concorrncia internacional. O nacionalismo econmico e a

    contrariedade ao livre comrcio so obstculos ao desenvolvimento desse

    modelo de globalizao. Correta a alternativa b.

    Vejamos as demais alternativas:

    a) Errada. O protecionismo fundamenta-se na adoo de medidas

    econmicas que favorecem as atividades econmicas internas de determinado

    pas em detrimento da concorrncia estrangeira. Por sua vez, o Estado de

    Bem-Estar Social uma ideologia em que o Estado atua fortemente como

    agente da promoo (protetor e defensor) social e organizador da economia.

    c) Errada. O princpio de soberania determina que um Estado nacional

    superior a todas as outras pessoas no mbito interno: as normas e decises

    elaboradas pelo Estado prevalecem sobre as emanadas de grupos sociais

    intermedirios como famlia, escola e igreja, por exemplo. Determina ainda que

    os Estados nacionais so iguais entre si no mbito internacional. Pelo ideal da

    autodeterminao dos povos, um Estado nacional no sofrer interveno

    estrangeira nas suas decises, ou seja, a sua soberania ser respeitada.

    d) Errada. Os ideais democrticos referem-se supremacia dos cidados

    para tomar decises polticas importantes, direta ou indiretamente, por meio de

    representantes eleitos forma mais usual. Pelos princpios da estatizao da

    economia, o Estado atua diretamente e fortemente na atividade econmica,

    sendo proprietrio dos meios de produo como terra, fbricas, etc.

    e) Errada. O Mercantilismo desenvolveu-se na Europa entre o sculo XV e o

    final do sculo XVIII e caracterizou-se por uma forte interveno do Estado na

    economia. Por sua vez, o de desenvolvimentismo um tipo de poltica

    econmica onde o estado tem participao ativa como base da economia.

    Gabarito: B

    3. Blocos econmicos

    A globalizao neoliberal ampliou largamente a formao de blocos

    econmicos. So organizaes criadas por pases, para promover a integrao

    econmica, o crescimento e a competitividade internacional dos pases-

    membros. Sob a economia globalizada, ajudam a abrir as fronteiras de cada

    nao ao livre fluxo de capitais, ao reduzir barreiras alfandegrias, prticas

    protecionistas e regulamentaes nacionais.

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    Existem quatro modelos bsicos de bloco econmico:

    - rea de livre-comrcio - Impostos, tarifas ou taxas de importao so

    eliminados de boa parte ou de todas as mercadorias e servios para promover o

    intercmbio entre pases-membros. Exemplo: NAFTA

    - Unio aduaneira uma rea de livre comrcio, na qual, alm de

    abrir o mercado interno, os pases-membros definem regras para o comrcio

    com naes de fora do bloco. A tarifa externa comum adotada para boa

    parte ou a totalidade dos servios e mercadorias provenientes de outros

    pases, ou seja, todos cobram os mesmos impostos, taxas e tarifas de

    importao de terceiros.

    - Mercado comum - uma unio aduaneira na qual, alm de

    mercadorias e servios, capital e trabalhadores tambm podem circular

    livremente e se engajar em atividades econmicas em qualquer dos pases-

    membros. Ex. MERCOSUL e Comunidade Andina.

    - Unio econmica e monetria o estgio final de integrao

    econmica entre pases. Os membros adotam uma moeda comum e a mesma

    poltica de desenvolvimento. A Unio Europeia o nico bloco a atingir esse

    estgio de integrao.

    A formao de blocos econmicos acelerou o comrcio mundial. Antes,

    qualquer produto importado chegava ao consumidor com valor

    significativamente mais alto, em razo das taxaes impostas ao cruzar a

    alfndega. Os acordos entre os pases reduziram, e em alguns casos acabaram,

    com essas barreiras comerciais, processo conhecido como liberalizao

    comercial.

    Vejamos os principais blocos econmicos regionais, ou melhor, aqueles

    que caem nas provas.

    Unio Europeia Unio econmica e monetria, com 28 pases

    membros. O Euro, moeda nica do bloco no adotada por todos os pases.

    Zona do Euro 18 pases: Alemanha, ustria, Blgica, Chipre, Eslovquia,

    Eslovnia, Espanha, Estnia, Finlndia, Frana, Grcia, Holanda, Irlanda, Itlia,

    Luxemburgo, Malta, Pases Baixos e Portugal. O Reino Unido NO faz parte da

    Zona do Euro, a sua moeda a libra esterlina.

    ALCA - Proposta pelos Estados Unidos em 1994, no chegou a se

    constituir como um bloco econmico. A proposta de formao de uma

    rea de Livre Comrcio integrada por todos os pases americanos, exceto Cuba.

    Aps sucessivas discusses em torno da formao do bloco econmico, a

    Cpula das Amricas de 2005, realizada na Argentina, marca o fracasso do

    acordo, deixando as negociaes em suspenso.

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    NAFTA rea de livre comrcio, integrada por Estados Unidos, Canad e

    Mxico.

    MERCOSUL Mercado comum, integrado por Brasil, Argentina, Uruguai,

    Paraguai e Venezuela. O Paraguai estava suspenso do bloco, desde junho de

    2012. Porm, retornou ao bloco em dezembro de 2013, quando o

    congresso paraguaio aprovou a entrada da Venezuela como membro pleno do

    bloco regional. A Bolvia possui o status de Estado Associado estando, desde

    dezembro de 2012, em processo de adeso ao bloco econmico. Chile, Peru,

    Colmbia e Equador, tambm possuem o status de Estados Associados, porm,

    no esto em processo de adeso. A Guiana e o Suriname so Estados com

    direito de participao nas reunies do Mercosul.

    O bloco negocia h mais de uma dcada um acordo de livre comrcio com

    a Unio Europeia. Nos ltimos meses as negociaes avanaram, porm

    voltaram a ficar em compasso de espera. O motivo a Argentina, pas em

    dificuldades e econmicas, que no consegue aproximar-se da oferta de

    liberalizao de 90% do comrcio do bloco com a Unio Europeia.

    Comunidade Andina Mercado comum, integrado por Bolvia,

    Colmbia, Equador e Peru.

    Aliana do Pacfico - Associao formada em 2012, por Mxico, Peru,

    Colmbia e Chile para estabelecer gradualmente o livre comrcio entre seus

    membros e entre eles e os pases asiticos banhados pelo Oceano Pacfico. A

    Costa Rica entrou no bloco em maio de 2013. O grupo adota polticas

    econmicas neoliberais e tem o apoio dos Estados Unidos.

    Unio Econmica Euroasitica (UEE) Mais novo bloco econmico do

    mundo, formalizado em maio de 2014, em Astana, capital do Cazaquisto.

    Integrado pela Rssia, Cazaquisto e Belarus. As ex-repblicas soviticas da

    Armnia e Quirguisto, pases muito pobres, esto em processo de adeso.

    Os trs Estados comprometem-se a garantir a livre circulao de

    produtos, servios, capitais e trabalhadores, alm de aplicar uma poltica

    semelhante em domnios chaves da economia: energia, indstria, agricultura,

    transportes. Os signatrios dispem de um quinto dos recursos mundiais de gs

    e quase 15% dos de petrleo.

    A Ucrnia participou das negociaes para a formao da Unio

    Euroasitica at a deposio do presidente Viktor Yanukovich em fevereiro

    deste ano. O estopim da deposio de Yanukovich foi justamente a sua

    desistncia em assinar um acordo de associao e livre-comrcio com a Unio

    Europeia, em prol da participao na Unio Euroasitica.

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    3) (FCC/DPE SP/2013 AGENTE DE DEFENSORIA PBLICA) O

    surgimento e a expanso do Mercosul esto relacionados ao contexto

    da globalizao. Na atualidade, este bloco econmico tem sido

    destacado na imprensa por um conjunto de fatos polticos de grande

    relevncia. Sobre o Mercosul so feitas as seguintes afirmaes:

    I. Aps o impeachment que destituiu o presidente paraguaio, os demais

    membros do Mercosul suspenderam a participao do Paraguai nas

    reunies do bloco.

    II. A integrao da Venezuela ao bloco permanece suspensa devido

    oposio do Uruguai e s restries polticas da Argentina.

    III. A Bolvia foi recentemente convidada a integrar o bloco como

    membro pleno e para isso dever promover acertos em sua economia.

    Est correto o que se afirma APENAS em

    a) I.

    b) I e II.

    c) I e III.

    d) II.

    e) III.

    COMENTRIOS:

    I Certa. O Paraguai foi suspenso do Mercosul em razo do impeachment

    relmpago do ento presidente Fernando Lugo, em 22 de junho de 2012. O

    bloco considerou o impedimento antidemocrtico, que feriu a clusula

    democrtica da organizao.

    II Errada. A entrada da Venezuela no Mercosul havia sido ratificada por

    Uruguai, Argentina e Brasil. Faltava a ratificao do Paraguai, cuja deliberao

    estava pendente de aprovao no senado paraguaio, de maioria conservadora,

    que era contra. Com o Paraguai suspenso do bloco, foi possvel a deciso final

    de ingresso da Venezuela, o que ocorreu na cpula extraordinria do bloco, em

    31 de julho de 2012.

    III Certa. Em 07 de dezembro de 2012, a Bolvia assinou Protocolo de Adeso

    ao MERCOSUL, ou seja, alm de convidado, o pas est em tratativas para

    ingressar como Estado-Parte. O Protocolo a primeira etapa do processo, que

    costuma levar anos, pois envolve questes tcnicas e jurdicas at a sua

    concluso, entre elas, ajustes que os bolivianos tero que fazer na economia do

    pas.

    Gabarito: C

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    4. O mundo em crise

    A economia global encontra-se na mais grave crise desde a Grande

    Depresso de 1929. Iniciada em 2008, a crise no d sinais de que est perto

    de terminar. Sua expresso mais visvel agora o alto endividamento pblico

    que afeta dois dos principais motores da economia mundial: a Unio Europeia

    (UE) e os Estados Unidos (EUA).

    O exemplo mais dramtico de como o rombo corroeu as economias

    nacionais ocorre na Grcia. Um dos pases menos desenvolvidos da zona do

    euro, o pas teve que recorrer UE e ao Fundo Monetrio Internacional (FMI)

    para obter recursos para enfrentar seu gigantesco dficit oramentrio. Alm da

    Grcia, a crise atingiu com bastante fora Portugal, Itlia, Irlanda, Espanha e

    mais recentemente o Chipre, provocando temor de contaminao generalizada

    na Unio Europeia.

    4.1 Os Estados Unidos na origem da crise

    O estouro da bolha imobiliria nos EUA, em 2008, foi o incio da atual

    crise. Sua origem foi o farto crdito imobilirio oferecido nos anos anteriores.

    Entre 2002 e 2008, com as taxas de juro norte-americanas num patamar muito

    baixo, os bancos fizeram emprstimos de longo prazo a clientes sem boa

    avaliao como pagadores chamados de subprime.

    O crdito fcil intensificou a procura por imveis, que tiveram os preos

    elevados. Mais tarde, o governo norte-americano subiu os juros para combater

    a inflao. Com isso, as prestaes dos financiamentos ficaram mais caras e

    muitos compradores pararam de pagar.

    Os imveis (garantias dos emprstimos) foram retomados pelos bancos,

    que os colocavam venda, para cobrir os emprstimos no pagos. O aumento

    da oferta fez os preos dos imveis carem. Mesmo com a venda, os bancos no

    conseguiam recuperar o prejuzo.

    Os bancos venderam ttulos no mercado para investidores. Ocorre que

    muitos ttulos negociados pelos bancos tinham como garantia os emprstimos

    subprime e, com a falta de pagamentos, o valor dos ttulos despencou.

    Instituies financeiras com grande volume desses ttulos como patrimnio

    chegaram beira da falncia.

    Esse processo foi o estouro da bolha imobiliria, em setembro de 2008,

    cujo marco foi a quebra de um dos maiores bancos de investimento dos Estados

    Unidos, o Lehman Brothers. Em seguida, a crise espalhou-se pelo sistema

    financeiro mundial em efeito domin.

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    4) (CESPE/MME/2013 NVEL SUPERIOR - adaptada) Acerca da crise

    econmica mundial, iniciada em 2008, julgue os itens:

    Em 2008, foi deflagrada a crise das hipotecas imobilirias nos EUA, com

    a quebra do banco Lehman Brothers. Basicamente, os problemas

    comearam porque as instituies financeiras emprestaram dinheiro

    para quem no podia pagar, provocando falncia de bancos e a

    interveno governamental.

    COMENTRIOS:

    Os bancos e outras instituies financeiras americanas confiaram de modo

    excessivo em clientes que no tinham bom histrico de pagamento de dvidas.

    Esse tipo de financiamento, de alto risco, chamado de "subprime" (traduzido

    como "de segunda linha"). Os bancos transformaram esses emprstimos

    hipotecrios em papis (derivativos) e venderem a outras instituies

    financeiras.

    Os clientes davam como garantia suas casas, mas o mercado imobilirio

    entrou em crise no ano de 2007. Os clientes no conseguiam mais pagar os

    seus emprstimos e se tornaram inadimplentes em massa e os derivativos se

    tornaram difceis de serem negociados a qualquer preo, desencadeando um

    efeito domin, que balanou o sistema bancrio internacional, a partir de

    agosto de 2007.

    Gabarito: Certo

    4.2 A crise atinge a Europa

    Se a crise espalhou-se pelo mundo, logicamente que ela tambm atingiu

    a Europa. Da mesma forma que os Estados Unidos, os governos europeus

    gastaram trilhes de dlares em dinheiro pblico para ajudar empresas e

    bancos em dificuldades. Isso ampliou muito as dvidas dos pases que, em

    alguns casos, j eram bastante grandes.

    O endividamento pblico elevado problemtico para a zona do euro

    porque as naes tm a economia interligada e so obrigadas a seguir

    parmetros rgidos de inflao, juros, dvida pblica e dficit oramentrio. O

    dficit deve ficar abaixo de 3% do PIB e a dvida nacional em at 60% do PIB,

    regras que formam o Pacto de Estabilidade do euro.

    O Pacto fundamental para manter a moeda nica, uma vez que os

    pases no podem adotar medidas, tais como imprimir mais papel-moeda.

    Quem manda no euro o Banco Central Europeu (BCE), nico que pode

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    imprimir papel-moeda. Um desequilbrio econmico-fiscal maior em qualquer

    nao pe em risco o euro.

    Desde o incio da crise da dvida, os governos europeus buscam equilibrar

    as contas nacionais com planos de austeridade (ou de ajuste). A receita desses

    planos a mesma nos diferentes pases: aumento de impostos e corte de

    gastos, sobretudo em benefcios sociais e com o funcionalismo pblico.

    So medidas que empobrecem a populao, limitam o crescimento

    econmico e ampliam o desemprego, e levam multides s ruas em protesto.

    Enfraquecidos por estas reformas, vrios dirigentes deixaram o poder, por

    perder sua sustentao parlamentar ou por derrotas eleitorais.

    Para tudo! Voc deve estar se perguntando por que governos de

    diferentes pases com diferentes orientaes polticas aplicam a mesma poltica

    econmica? Primeiro porque so membros da Unio Europeia, que uma unio

    econmica e monetria. Como j dissemos, as naes tm que atingir metas

    econmicas e fiscais comuns.

    Em segundo lugar, os pases em crise esto sob presso de um ente

    chamado troika, formada pela Comisso Europeia (CE), pelo Fundo Monetrio

    Internacional (FMI) e pelo Banco Central Europeu. ela quem dita as regras do

    jogo e impe as medidas de austeridade para adequar as economias aos

    padres do euro.

    Em 2008, houve retrao do PIB da zona do euro. Em 2012, com nova

    retrao do PIB, a zona do euro entrou oficialmente em recesso. Nesse mesmo

    ano o desemprego foi recorde. A crise afetou mais fortemente economias mais

    frgeis, como Portugal e Grcia, mas tambm atingiu Espanha e Itlia.

    Entre 2010 e 2012, cinco pases recorreram a emprstimos da Unio Europeia

    (UE): Grcia, Espanha, Portugal, Irlanda e Chipre.

    A Grcia, que foi o primeiro pas da zona do euro seriamente atingido

    pela crise da dvida, entrou em recesso no ano de 2009. Para que mantivesse

    o pagamento das suas dvidas, a troika aprovou dois pacotes de emprstimos

    emergenciais ao pas. Em troca, os gregos foram obrigados a adotar uma ampla

    reforma com aumento de impostos, privatizaes, cortes de direitos

    trabalhistas, demisses de servidores e reduo das aposentadorias e dos

    salrios.

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    A Unio Europeia composta de 28 pases, dos quais 18 integram a zona

    do euro, no qual compartilham uma moeda nica e, como consequncia, rgidos

    controles externos sobre suas economias nacionais.

    As medidas provocaram uma revolta social no pas, com greves e

    protestos. Essa poltica acelerou o declnio econmico nacional, levou a um

    desemprego recorde e o pas no atingiu as metas estipuladas pela troika. A

    crise derrubou o ento primeiro ministro George Papandreou no fim de 2011.

    No ano seguinte o pas ameaa deixar a zona do euro.

    Em abril de 2014, a Grcia volta ao mercado financeiro mundial. Depois

    de uma ausncia de quatro anos, o pas vende ttulos da dvida soberana.

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    5) (CESPE/CNJ/2013 ANALISTA JUDICIRIO) A China tem investido

    US$ 250 bilhes por ano no que economistas chamam de capital

    humano. Assim como os Estados Unidos da Amrica (EUA) ajudaram a

    construir uma classe mdia no final dos anos 40 e incio dos anos 50 do

    sculo passado, usando um programa para educar veteranos da

    segunda guerra mundial, o governo chins emprega recursos para

    educar milhes de jovens que se mudam das reas rurais para as

    cidades. O objetivo disso transformar o sistema atual, em que uma

    elite minscula, altamente educada, supervisiona vastos exrcitos de

    trabalhadores rurais e de operrios de fbricas pouco qualificados.

    O Globo, 18/1/2013, p. 30 (com adaptaes).

    Tendo o texto acima como referncia inicial, e considerando a crescente

    importncia da China no cenrio global contemporneo, julgue o item.

    A Unio Europeia atravessa acentuada crise, que atinge sobretudo

    pases como Grcia, Espanha e Portugal. O abandono do euro como

    moeda nica por esses pases foi deciso tomada no auge da crise com

    o objetivo de tentar impedir o colapso das demais economias do bloco.

    COMENTRIOS:

    A Unio Europeia (UE) enfrenta a mais grave crise de sua histria,

    provocada pela elevada dvida pblica em pases da Zona do Euro (18 dos 28

    pases da UE). A crise teve incio em naes perifricas do bloco Grcia,

    Irlanda e Portugal, contaminando economias poderosas, como Itlia e Espanha.

    O endividamento pblico elevado problemtico para a Zona do Euro,

    pois os pases tm a economia interligada e so obrigados a seguir parmetros

    rgidos de inflao, juros, dvida pblica e dficit oramentrio. O dficit deve

    A Unio Europeia (UE) enfrenta a mais grave crise de sua histria,

    provocada pela elevada dvida pblica em pases da zona do euro. Essa crise

    comea em naes perifricas do bloco, sobretudo Grcia, Irlanda e

    Portugal, que recebem socorro financeiro da UE e do FMI. Em 2012, a Grcia

    chega beira do calote da dvida e quase deixa a zona do euro. A crise

    contamina economias poderosas, como Itlia e Espanha. Essa ltima recebe

    auxlio financeiro para salvar os bancos. Em 2013, a crise atinge o Chipre.

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    5. Recuperao a passos lentos

    Passados seis anos do estouro da bolha imobiliria nos Estados Unidos,

    em 2008, a economia mundial continua no atoleiro. Institutos de pesquisa e

    entidades multilaterais revisaram, nos ltimos meses do ano passado, as

    projees de crescimento para 2013 e 2014. Os nmeros variam, mas tm um

    sentido comum: a economia mundial deve ter um crescimento modesto,

    devido principalmente ao desempenho mais contido dos emergentes.

    O crescimento do PIB mundial no deve atingir a marca dos 3% em 2013,

    mas se prev que chegue a 3,5% em 2014 ainda longe dos mais de 5%

    registrados nos anos anteriores crise. Os estudos so unnimes: qualquer

    crescimento depende mais do desempenho das economias avanadas com

    destaque para a dos Estados Unidos do que dos mercados emergentes, cuja

    atividade desacelera.

    5.1 Economia norte-americana

    Na avaliao das instituies, a retomada do crescimento mundial estar

    sob a batuta da maior economia do planeta, os EUA. Portanto, os maiores riscos

    recuperao vm exatamente desse pas. Ainda que devagar, ele terminou

    2014 com indicativos de que a vida comea a voltar ao eixo: o mercado

    imobilirio se recupera; a capacidade ociosa da indstria ainda alta, mas o

    consumo interno se aquece, com o aumento do crdito; a taxa de desemprego

    caiu de 10% em outubro de 2009 para 5,6% no final de 2014. O mercado de

    trabalho j se encontra no mesmo nvel de junho de 2008, antes da exploso

    da crise financeira.

    ficar abaixo de 3% do PIB e a dvida nacional em at 60% do PIB, regras que

    formam o Pacto de Estabilidade. Este fundamental para manter a moeda

    nica, j que um desequilbrio maior em qualquer nao pe em risco o euro.

    Quando muito endividados e sem condies de pagar as suas dvidas,

    uma das alternativas adotadas pelos pases a emisso de papel-moeda para

    honrar os seus compromissos, medida que no pode ser adotada na Zona do

    Euro, pois quem manda na moeda o Banco Central Europeu (BCE).

    Portugal e Grcia ameaaram abandonar a Zona do Euro, sendo que a

    Unio Europeia cogitou da possibilidade do segundo ter que deixar a unio

    monetria. Porm, ningum saiu. Todos os 18 pases, que a integram,

    permanecem tendo o euro como moeda oficial.

    Gabarito: Errado

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    Ainda assim, a economia dos Estados Unidos preocupa por causa do alto

    nvel de endividamento pblico. Em poucos anos, a dvida pblica norte-

    americana explodiu. Subiu de 9,3 trilhes de dlares em 2007 para 16,7

    trilhes em 2013 praticamente a 100% do PIB do pas corroendo o

    oramento.

    5.2 Zona do Euro

    A Unio Europeia saiu da recesso econmica em 2013, dando os

    primeiros passos, ainda tmidos, para superar a crise mais sria de sua histria.

    O Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro voltou a crescer em meados de

    2013, aps um prolongado declnio de 18 meses. Mas o ritmo lento da

    expanso insuficiente para solucionar os problemas: a taxa recorde de

    desemprego e a dvida pblica da zona do euro, que continua alta em vrios

    pases.

    A taxa de desemprego est muito alta: mais de 12%, em mdia. Em

    alguns pases, a situao muito mais grave: na Grcia e na Espanha, mais de

    um quarto da populao economicamente ativa est parada.

    Outro fantasma que assombra a Europa o risco da deflao, que existe

    quando h queda de preos e de salrios. Em janeiro de 2014, a inflao

    chegou ao nvel mais baixo em quatro anos (0,7%, bem abaixo da meta de

    2%). Deflao indica fragilidade econmica e perigosa: empresas e

    consumidores adiam gastos, o que reduz a arrecadao e agrava os problemas

    fiscais.

    O desdobramento poltico mais recente da crise na Europa o avano de

    partidos polticos eurocticos que sacodem o mundo poltico do bloco. Nas

    eleies do parlamento europeu maio de 2014 - os partidos pr-Europa

    continuaram com maioria, mas viram o crescimento dos eurocticos da extrema

    direita nacionalista e da esquerda e extrema esquerda. Pela extrema direita

    destacam-se a Frente Nacional na Frana, o Partido da Independncia do Reino

    Unido (Ukip), Jobbik na Hungria e o Aurora Dourada na Grcia. No campo da

    esquerda e extrema esquerda destaca-se o Siriza, tambm da Grcia.

    A extrema direita contrria ao livre trabalho e a livre circulao de

    pessoas e considera os imigrantes como os responsveis por problemas como

    desemprego e baixo crescimento econmico nos seus pases. A extrema

    esquerda bastante crtica a perda da soberania dos pases sobre a moeda

    nacional, uma vez que adotaram o euro, e em algumas decises econmicas, j

    que esto submetidas s regras do bloco.

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    5.3 Emergentes

    As economias emergentes incluindo os Brics (Brasil, Rssia, ndia, China

    e frica do Sul) entraram numa nova fase: continuam crescendo, mas no

    com o mesmo flego. O alto preo das commodities no mercado internacional

    alavancou um crescimento rpido dos emergentes na primeira dcada do sculo

    XXI. Alm de apresentarem taxas significativas de crescimento, essas

    economias passaram bem pelos problemas criados pela crise em 2009 e 2010.

    No entanto, a crise global terminou por afetar a todos, por causa da

    queda no comrcio internacional. O terremoto que atingiu os mercados

    financeiros levou reduo dos investimentos nos emergentes. Hoje, o

    crescimento mdio do PIB dessas economias est trs pontos percentuais

    abaixo do registrado em 2010. So trs os principais fatores que refreiam o

    crescimento dos emergentes:

    a queda no preo do petrleo e outras commodities;

    o recuo no comrcio internacional;

    os gargalos de infraestrutura internos.

    Esses trs fatores afetam principalmente a China. A reduo no ritmo de

    crescimento chins, de 10% para cerca de 7% nos prximos anos, no

    preocupante, pois se mantm uma expanso forte. Com ela, o gigante asitico

    continuar na posio de lder econmico mundial.

    No entanto, essa desacelerao afeta os pases da sia e os demais

    emergentes, exportadores de matria-prima para a indstria chinesa. A ndia

    tambm deve crescer menos entre 2013 e 2014.

    Na Amrica Latina, o avano tmido e o cenrio nebuloso. O Mxico,

    dependente dos EUA, deve seguir de perto o desempenho da economia norte-

    americana. O Brasil tem tido suas previses de crescimento regularmente

    rebaixadas. No fim de 2013, as instituies financeiras e econmicas

    internacionais apontavam para uma expanso em torno de 2,5% em 2013 e

    2014.

    Petrleo barato pode causar terremoto geopoltico

    A cotao do preo do barril de petrleo caiu para o seu menor valor em

    quase seis anos, neste ms de janeiro. Em oito meses, a queda de 60%. Em

    junho de 2014, o barril custava US$ 107 e no dia 13 de janeiro estava em US$

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    46,00. O motivo da queda a oferta maior que a demanda, devido

    estagnao da economia na Europa, reduo do crescimento da China e,

    sobretudo, ao aumento da produo nos EUA (leo e gs de xisto) e Canad

    (leo de areias betuminosas).

    Os Estados Unidos so o maior consumidor mundial de petrleo e at bem

    pouco tempo, tambm era o maior importador mundial do leo. A viabilidade da

    explorao do xisto fez dos EUA o maior produtor mundial de petrleo e, em

    breve, poder torn-lo exportador. Uma verdadeira revoluo energtica.

    Petrleo mais barato impulsiona o crescimento mundial, ganham os

    grandes importadores, que liberam recursos para outros fins, tais como a

    China, o Japo, Frana e Alemanha. Por outro lado, perdem pases muito

    dependentes das exportaes de hidrocarbonetos, como Rssia, Venezuela e

    Nigria. O meio ambiente tambm um dos perdedores, pois, com leo barato

    h menos incentivo para investir em fontes alternativas de energia, no

    poluentes e sustentveis, o que ruim para a poltica de conteno do

    aquecimento global.

    Quando o preo do petrleo cai muito, a Organizao dos Pases

    Exportadores de Petrleo (OPEP) cartel que controla o preo do leo decide

    reduzir a produo para elevar o preo do produto. Ocorre que desta vez, a

    OPEP no tomou esta deciso. A estratgia do pas que d as cartas no cartel, a

    Arbia Saudita, foi manter o mesmo nvel de produo mesmo com os preos

    em baixa.

    A medida foi interpretada como uma tentativa de alijar novos produtores

    do mercado mundial. Um dos alvos seria a produo de leo e gs de xisto dos

    EUA. Seria uma tentativa de criar dificuldades a expanso da produo norte-

    americana e evitar que o pas se torne um grande exportador do leo,

    disputando mercado com os atuais exportadores.

    A Arbia Saudita produz cerca de 10 milhes de barris por dia, um tero

    do total da Opep, e pode tolerar baixos preos da commodity. O petrleo

    saudita apresenta o mais baixo custo de explorao no mundo: de US$ 5 a US$

    6 o barril. Com US$ 900 bilhes em reservas optou por no sacrificar a prpria

    quota de mercado para restaurar o preo. A reduo da produo, alm de

    poder ocasionar perda de mercado, beneficiaria pases com quem os rabes no

    possuem uma boa relao, Ir e Rssia.

    Os rabes no esto nada satisfeitos com o crescimento da influncia do

    Ir no Oriente Mdio e contra o acordo feito com potncias ocidentais sobre o

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    seu programa nuclear e o levantamento do bloqueio comercial ao pas. O Ir

    depende do petrleo para financiar 50% do seu oramento.

    O PIB da Rssia quase no cresceu em 2014 e o pas deve entrar em

    recesso econmica em 2015. As sanes econmicas impostas pela Unio

    Europeia e Estados Unidos esto afetando fortemente a economia russa.

    Metade do oramento russo tambm financiado pelas exportaes de petrleo

    e gs. Os russos no contavam com essa queda vertiginosa dos preos.

    A Venezuela dona das maiores reservas de energia do mundo e o

    petrleo responsvel por 95% das suas exportaes. Como o pas depende

    exclusivamente do ouro negro para garantir as exportaes, a queda nas

    cotaes do petrleo j ameaa a frgil economia venezuelana. A Nigria, maior

    economia africana, outro perdedor, o pas j teve que desvalorizar a sua

    moeda.

    No caso do Brasil, a queda no preo do leo pode ser nociva Petrobrs

    em longo prazo. A explorao do pr-sal pode ser prejudicada e tornar-se

    invivel se a queda for duradoura. Especialistas estimam que o custo mdio de

    explorao de US$ 45 o barril no pr-sal.

    A Arbia Saudita mira nos Estados Unidos, mas, por caminhos

    transversais, o seu movimento enfraquece economicamente pases

    politicamente opostos aos norte-americanos: Rssia, Ir e Venezuela.

    6. Comrcio Internacional

    O xisto uma rocha, de onde possvel extrair petrleo e gs. At 2006

    os mtodos disponveis para extrair combustveis da rocha eram muito caros.

    Naquele ano empresas de petrleo e gs norte-americanas comearam a

    utilizar uma nova tecnologia o fraturamento hidrulico o que faz a produo

    de petrleo de xisto crescer aceleradamente no mundo.

    O petrleo e gs natural de xisto esto contribuindo para a recuperao

    econmica dos Estados Unidos. O processo produtivo bem mais barato do que

    o convencional. A China, Estados Unidos e a Argentina possuem as maiores

    reservas mundiais de petrleo e gs de xisto recuperveis. O Brasil o dcimo

    colocado.

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    O comrcio internacional nunca foi to intenso, mas as exportaes dos

    pases ricos cresceram muito mais do que as dos pases pobres nas ltimas

    dcadas. Atualmente, apenas dez pases (dos 195 do planeta) monopolizam

    mais da metade de todo o comrcio internacional. Veja o grfico abaixo.

    Fonte: OMC

    Um dos instrumentos desse crescimento foi a criao da Organizao

    Mundial do Comrcio (OMC), em 1995, com o objetivo de abrir as economias

    nacionais, eliminar o protecionismo (quando um pas impe taxas para

    restringir a importao de produtos e proteger a produo interna) e facilitar o

    livre trnsito de mercadorias.

    A OMC funciona com rodadas de discusso sobre temas, que chegam ao

    final quando se fecham os acordos. A Rodada Doha, aberta em 2001 (com

    prazo previsto at 2006), entrou num impasse no resolvido at hoje. Os pases

    ricos querem maior acesso de seus produtos aos pases em desenvolvimento.

    Esses, por sua vez, buscam restringir as vantagens econmicas, como os

    subsdios (auxlio financeiro), que os pases ricos do a seus agricultores, e no

    se chega a um acordo.

    Dez pases tm mais da metade do comrcio mundial

    O nmero acima de cada barra representa quanto do comrcio mundial o pas faz. Entre as dez principais naes, oito so ricas. O Brasil cresceu para um

    patamar de 1,3% do comrcio mundial - era cerca de 1,1% -, resultado de 15 anos de esforo para ampliar as exportaes.

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    Em 2013, o brasileiro Roberto Azevdo assumiu como diretor-geral da

    OMC. Para chegar ao principal cargo da entidade, contou com o apoio dos

    demais Brics (China, Rssia, ndia e frica do Sul) e de pases africanos, e

    superou outros oito candidatos em escolhas sucessivas. O seu grande desafio

    retirar a OMC do atoleiro em que caiu h sete anos, quando as negociaes da

    Rodada Doha entraram em um impasse.

    Sob o comando de Azevdo, a OMC alcanou em dezembro de 2013, o

    primeiro acordo global da histria da organizao. O acordo compreende trs

    pilares: agricultura, com um compromisso de reduzir os subsdios s

    exportaes; a ajuda ao desenvolvimento, que prev uma iseno crescente

    das tarifas alfandegrias para os produtos procedentes dos pases menos

    desenvolvidos, e a facilitao de intercmbios, com a reduo da burocracia nas

    fronteiras. O que parecia uma grande vitria de Azevdo, virou um impasse, j

    que, aps ter aceitado o acordo, a ndia resolveu bloque-lo. Com isso, as

    negociaes multilaterais entraram em um impasse e esto paralisadas.

    Outra funo muito importante na OMC o sistema de resoluo de

    controvrsias. Este mecanismo foi criado para solucionar os conflitos gerados

    pela aplicao dos acordos sobre o comrcio internacional entre os membros da

    OMC. As disputas surgem quando um pas adota uma medida de poltica

    comercial ou faz algo que um ou mais membros da OMC considerem que viole

    os acordos da prpria organizao. Exemplo de aplicao deste mecanismo o

    contencioso do algodo entre Brasil e Estados Unidos.

    Em 2004, o Brasil venceu na OMC uma disputa contra os subsdios

    recebidos por produtores de algodo dos EUA, ficando com o direito de impor

    sanes contra produtos norte-americanos no valor de US$ 830 milhes. O

    Brasil concordou em suspender a punio caso os EUA depositassem dinheiro

    em um fundo de assistncia para produtores brasileiros de algodo.

    Os EUA pagavam a compensao em parcelas mensais, suspensas em

    outubro de 2013, o que levou o governo brasileiro a ameaar impor tarifas mais

    altas para produtos norte-americanos. Em outubro de 2014, os dois pases

    chegaram a um novo acordo. Os Estados Unidos vo pagar aos produtores

    brasileiros de algodo mais US$ 300 milhes para encerrar a disputa.

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    6) (CESPE/MDIC/2014 AGENTE ADMINISTRATIVO) A Organizao

    Mundial do Comrcio (OMC) fechou, em Bali, o primeiro acordo em

    quase vinte anos e, com isso, evitou que a Europa e os Estados Unidos

    da Amrica se lanassem apenas em negociaes regionais sem a

    participao dos pases emergentes. O entendimento abre caminho

    para a injeo de 1 trilho de dlares na economia mundial ao

    desbloquear processos aduaneiros. Segundo economistas, tambm

    deve criar 21 milhes de postos de trabalho.

    O Estado de S.Paulo, 8/12/2013, capa (com adaptaes).

    Considerando o texto acima e os mltiplos aspectos que ele suscita,

    julgue o item seguinte.

    O comrcio internacional pea-chave na economia globalizada dos

    dias de hoje, de modo que obstculos diversos interpostos a sua plena

    realizao trazem, em geral, resultados negativos para os pases,

    especialmente em relao a aspectos econmicos e sociais.

    COMENTRIOS:

    O comrcio internacional, pea-chave da economia globalizada, nunca foi

    to intenso como nos dias atuais. Contudo, o vertiginoso crescimento das trocas

    nas ltimas dcadas no significou uma melhoria geral dos aspectos

    econmicos e sociais para a maioria dos pases do mundo. O comrcio

    internacional enfrenta muitos obstculos como as barreiras tarifrias e no

    tarifrias e os esquemas protecionistas dos pases. As naes pobres e em

    desenvolvimento so as mais prejudicadas.

    Gabarito: Certo

    7. A China

    A civilizao chinesa tem mais de quatro mil anos. Aps um longo perodo

    imperial e uma breve repblica, uma revoluo liderada pelo Partido Comunista

    Chins (PCCh), de Mao Ts-tung, deu origem Repblica Popular da China, em

    1949. O pas foi reorganizado nos moldes comunistas.

    Com a morte de Mao, em 1976, a China implementou um modelo, ainda

    vigente, chamado por seus dirigentes de socialismo de mercado. Trata-se de

    uma combinao de caractersticas do socialismo (no qual as empresas e a

    terra so propriedade do Estado) com aspectos do capitalismo (a presena de

    empresas privadas, sobretudo multinacionais, em algumas reas do pas).

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    No final da dcada de 1970, o pas comeou a abrir parte de sua produo

    para as multinacionais, com a criao de Zonas Econmicas Especiais. Os

    investimentos estrangeiros e a abundncia de mo de obra mal remunerada

    alavancaram as exportaes, pois os produtos so baratos. Em trs dcadas, a

    China deixou de ser um pas pobre e agrrio e tornou-se uma potncia

    econmica. O pas atualmente responde por mais de 10% do PIB mundial e,

    em 2011, passou a ser a segunda maior economia do planeta, atrs apenas da

    dos Estados Unidos.

    Apesar do vertiginoso crescimento econmico, o pas convive com

    problemas que causam instabilidade ao atual modelo poltico-econmico:

    significativa desigualdade social, corrupo, degradao ambiental e crescente

    descontentamento popular. Em 2009, a China tornou-se o principal parceiro

    comercial e destino das exportaes do Brasil, superando os Estados Unidos,

    principal parceiro brasileiro durante anos.

    O pas se tornou o maior consumidor de recursos energticos do mundo.

    tambm o maior poluidor e, mais recentemente, o que mais investe em

    fontes de energia renovveis. Aps dez anos sob o comando de Hu Jintao, a

    China trocou seus principais dirigentes em 2013, assumindo Xi Jinping como

    presidente e Li Keqiang como primeiro ministro.

    J sob o comando de Xi Jinping, o pas anunciou reformas que esto

    sendo consideradas as mudanas mais importantes desde o incio das reformas

    econmicas, em 1976. As mudanas so abrangentes. Entre as de maior

    impacto est a flexibilizao da poltica do filho nico, em vigor desde 1979.

    Agora, os casais que moram em regies urbanas podero ter dois filhos, desde

    que um dos cnjuges seja filho nico. Anteriormente, era necessrio que ambos

    fossem filhos nicos para poderem ter o segundo filho.

    Outras importantes modificaes so o fim dos campos de trabalho

    forado para o cumprimento de penas e a diminuio dos crimes sujeitos

    pena de morte. A China o pas que mais condena criminosos morte.

    No campo econmico, prev-se que a iniciativa privada ter papel

    decisivo na alocao de recursos, enquanto o governo atuar como regulador.

    Haver tambm permisso para mais investimentos privados nas empresas

    estatais, que devem perder privilgios e ser expostas concorrncia do

    mercado.

    A China uma ditadura que reprime a liberdade de expresso e viola os

    direitos humanos. No entanto, h uma resistncia interna, e diversos

    dissidentes desafiam o regime. O ativista Liu Xiaobo ganhou o Prmio Nobel da

    Paz em 2010 por sua luta em favor dos direitos humanos. O advogado Chen

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    Guangcheng e o artista Ai Weiwei tambm so perseguidos por suas crticas

    ao governo.

    7) (UEPA/SEFAZ PA/2013 FISCAL DE RECEITAS ESTADUAIS) A China

    a nao mais populosa do mundo, a quarta mais extensa, a segunda

    maior economia e a mais antiga e contnua civilizao, representando o

    epicentro da sia. A rapidez com que tem se modernizado e sua

    economia crescido, com formas peculiares em termos poltico

    econmicos, esto alterando a correlao de foras no mundo.

    VISENTINI, P. F. China, potncia emergente: piv da transformao mundial. In

    BRICs: as potncias emergentes. Vozes, RJ, 2013. (Com adaptaes)

    Tomando o Texto como referncia marque a alternativa correta.

    a) A civilizao chinesa evoluiu ao longo de sua histria para um estado

    descentralizado, tendo como sistema econmico o socialismo e

    orientao religiosa fundamentalista.

    b) A geografia da China marcada pela homogeneidade entre Norte e

    Sul e seus caractersticos campos de arroz que permanecem alagados

    por quase todo o ano.

    c) No perodo ps-guerra a China manteve estreita relao com a

    Coria do Sul, pois necessitava de ajuda econmica e militar.

    d) A Repblica Popular da China continua afirmando sua insero

    mundial, apesar das fragilidades de suas instituies, poltico-sociais

    internas e sua moeda.

    e) A China tem estreitado relaes com os pases vizinhos,

    consolidando sua ascendncia na sia, ao mesmo tempo em que vem

    substituindo os EUA em parcerias comerciais regionais.

    COMENTRIOS:

    a) Incorreta. A partir de 1949, at o presente, implantou-se na China um

    regime centralizado, sob o comando do Partido Comunista Chins (PCCh) e

    tendo como sistema econmico o socialismo. O regime no possui nenhuma

    orientao religiosa. Na China, o governo permite um grau limitado de liberdade

    religiosa, porm a tolerncia oficial s estendida aos membros de

    organizaes religiosas aprovadas pelo Estado e no para aqueles que so

    adeptos de outras religies. Boa parte da populao agnstica e no professa

    nenhuma crena religiosa.

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    Hong Kong um territrio chins com status de regio administrativa

    especial. Antiga colnia britnica foi devolvida pelo Reino Unido China em

    1997. O acordo de devoluo criou o princpio um pas, dois sistemas, pelo

    qual, o regime comunista da China preservaria o sistema capitalista e o modo

    de vida da ex-colnia at, pelo menos, 2047.

    A China tambm se comprometeu a realizar eleies no territrio em

    2017. Na ltima semana de setembro, o parlamento chins aprovou uma

    medida limitando os candidatos da eleio de 2017 em Hong Kong. A eleio

    ter apenas dois ou trs candidatos, que para concorrerem precisaro ser

    aprovados por um Comit Consultivo institudo pelo governo chins.

    A deciso foi o estopim para uma onda de protestos que j ficou

    conhecida como Revolta do Guarda-Chuva. Os manifestantes querem o

    sufrgio universal sem condies e o fim do controle de Pequim sobre os

    candidatos para comandar o governo local.

    A situao complexa, seria muito desgastante para o governo chins

    reprimir os manifestantes com a mesma violncia que fez em 1979, no

    massacre da Praa da Paz Celestial. Por outro lado, se atender as reivindicaes

    dos manifestantes, o governo chins teme que uma onda de protestos se

    espalhe pelo pas reivindicando ampla democracia.

    b) Incorreta. O relevo da China variado e complexo, com planaltos,

    plancies, depresses, chapadas, serras, cordilheiras, etc. O pas fsico, social,

    econmico e culturalmente muito diversificado.

    c) Incorreta. No perodo ps-guerra e nos dias atuais a China mantm estreita

    relao com a Coria do Norte, pas que necessita da ajuda econmica e militar

    chinesa.

    d) Incorreta. O que no h na China a democracia, todavia isso no significa

    que as instituies poltico-sociais so frgeis. A moeda chinesa o Yuan

    forte e estvel.

    e) Correta. A China uma potncia econmica mundial, o segundo maior PIB

    do mundo. O pas tem estreitado relaes com os pases vizinhos, consolidando

    sua ascendncia na sia, ao mesmo tempo em que vem substituindo os Estados

    Unidos em parcerias comerciais regionais.

    Gabarito: E

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    8. Organizaes e grupos internacionais

    Galera, vou tratar somente das organizaes e grupos internacionais

    relacionados ao tema da economia internacional. Os organismos internacionais

    relacionados poltica internacional, sero estudados na prxima aula.

    8.1 FMI e Banco Mundial

    O Fundo Monetrio Internacional (FMI) uma organizao financeira

    criada para promover a estabilidade monetria e financeira no mundo e

    oferecer emprstimos a juros baixos a pases em dificuldades financeiras. Os

    emprstimos so concedidos em troca do comprometimento dos pases com

    metas, como equilbrio fiscal, reforma tributria, desregulamentao,

    privatizao e concentrao de gastos pblicos em educao, sade e

    investimento em infraestrutura, entre outras polticas que so denominadas

    como Consenso de Washington.

    O Banco Mundial tem como objetivo oferecer financiamento e

    assistncia tcnica a pases para promover seu desenvolvimento econmico.

    Criado em 1944 e composto de duas instituies o Banco Internacional para a

    Reconstruo e o Desenvolvimento (Bird) e a Associao Internacional de

    Desenvolvimento (ADI) , o Banco Mundial formado por 188 pases-membros

    (incluindo o territrio do Kosovo). Iniciou suas atividades auxiliando na

    reconstruo dos pases da Europa e da sia aps a II Guerra Mundial.

    8.2 OCDE

    A Organizao para a Cooperao e o Desenvolvimento Econmico

    (OCDE) articula polticas de educao, sade, emprego e renda entre os pases

    ricos. Fundada em 1961, substitui a Organizao Europeia para a Cooperao

    Econmica, criada em 1948 no quadro do Plano Marshall.

    Membros da OCDE: Alemanha, Austrlia, ustria, Blgica, Canad, Chile,

    Coreia do Sul, Dinamarca, Eslovquia, Eslovnia, Espanha, Estados Unidos,

    Estnia, Finlndia, Frana, Grcia, Holanda, Hungria, Irlanda, Islndia, Israel,

    Itlia, Japo, Luxemburgo, Mxico, Noruega, Nova Zelndia, Polnia, Portugal,

    Reino Unido, Repblica Tcheca, Sucia, Sua e Turquia. O Brasil no

    membro da OCDE.

    8.3 Brics, a fora dos emergentes

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    A sigla BRIC foi criada em 2001 pelo economista britnico Jim ONeill e se

    refere aos quatro mais importantes pases emergentes: Brasil, Rssia, ndia

    e China. O estudo que cunhou a expresso estima que em 2050 o grupo

    poder constituir a maior fora econmica mundial, superando a Unio

    Europeia.

    Em 2009, Brasil, Rssia, ndia e China formalizaram um grupo

    diplomtico para discusso de iniciativas econmicas e posies polticas

    conjuntas, que realiza reunies anuais de seus chefes de Estado. Em 2011, a

    frica do Sul, a maior economia da frica, foi convidada e passou a integrar o

    grupo.

    Os cinco pases dos BRICS tm caractersticas comuns: so pases com

    indstria e economia em expanso, seu mercado interno est crescendo e

    incluindo milhes de novos consumidores. Dois deles possuem as maiores

    economias de seu continente: China e frica do Sul. Quatro possuem territrios

    extensos e entre os maiores do mundo: Brasil, Rssia, China e ndia.

    Tambm ancoram a economia desses pases importantes fatores para o

    comrcio internacional. A Rssia rica em recursos energticos e fornece

    petrleo, gs e carvo Unio Europeia. O Brasil grande exportador de

    minrios, como a frica do Sul, e o maior exportador mundial de alimentos.

    China e ndia esto se tornando os maiores fabricantes e exportadores de

    produtos industriais na globalizao.

    Aps a recente desacelerao dos BRICS, Jim O'Neill identificou outros

    quatro pases Mxico, Indonsia, Nigria e Turquia que, segundo ele,

    tambm podem se tornar gigantes econmicos nas prximas dcada. Para

    esses pases, o economista criou a sigla MINT.

    Duas decises de significativo contedo estratgico mundial foram

    tomadas na VI Cpula dos BRICS, realizada em 15 e 16 de julho em

    Fortaleza, no Brasil. A primeira a criao do Banco BRICS. O nome oficial

    Novo Banco de Desenvolvimento (New Development Bank, NDB, em ingls).

    Trata-se de um banco de desenvolvimento, com capital inicial autorizado de

    US$ 100 bilhes e capital subscrito de US$ 50 bilhes, igualmente distribudos

    entre os cinco pases que integram o grupo. A sede do banco ser em Xangai na

    China, o primeiro presidente ser da ndia e o presidente do Conselho de

    Administrao ser do Brasil.

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    A criao do banco no significa que os pases membros do grupo no vo

    mais participar do Banco Mundial. O banco dos BRICS se coloca como mais uma

    alternativa de fomento ao desenvolvimento e estar aberto a qualquer pas do

    mundo.

    O BRICS tambm criou um fundo financeiro de emergncia para ajuda

    mtua de US$ 100 bilhes. O nome oficial do fundo Arranjo Contingente de

    Reservas (Contingent Reserve Arrangement, CRA, em ingls). O fundo serve

    para ajudar no controle do cmbio quando houver crises financeiras globais. Em

    momentos de especulao internacional, a tendncia o dlar disparar. O

    dinheiro do fundo servir para segurar a cotao do dlar. Para juntar os US$

    100 bilhes iniciais, cada pais colaborar com um valor: China (US$ 41

    bilhes); Brasil, ndia e Rssia (US$ 18 bilhes cada um); e frica do Sul (US$

    5 bilhes).

    H tempos, os pases dos BRICS reclamam uma maior participao no

    poder de decises do Banco Mundial e do Fundo Monetrio Internacional (FMI).

    Essas instituies foram criadas um ano antes do final da Segunda Guerra

    Mundial, em 1944, na Conferncia de Bretton Woods, nos Estados Unidos. At

    hoje, quem detm o poder nelas so os Estados Unidos e a Unio Europeia.

    A ordem econmica global atual no mais a mesma do ps-guerra e do

    perodo da guerra fria, em que Estados Unidos, Japo, Reino Unido, Frana e

    Alemanha dominavam o mundo capitalista. A criao do Novo Banco de

    Desenvolvimento e do Arranjo Contingente de Reservas, de certa forma, uma

    resposta dos BRICS ao no atendimento das reivindicaes dos pases

    emergentes por maior distribuio do poder de decises no Banco Mundial e

    FMI.

    8) (CESPE/PM CE/2014 PRIMEIRO TENENTE) No novo mapa da

    riqueza no Brasil, as cidades mdias avanam e as capitais perdem

    espao. Apesar dessa tendncia, a riqueza continua concentrada no

    pas. A renda gerada por apenas seis municpios So Paulo, Rio de

    Janeiro, Braslia, Curitiba, Belo Horizonte e Manaus responde por um

    quarto de toda a riqueza no pas.

    O Globo, 18/12/2013, p. 23 (com adaptaes).

    Com base no fragmento de texto acima e nos diversos aspectos que

    envolvem o tema por ele abordado, julgue o item que se segue.

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    Brasil, Rssia, ndia e China, pases do chamado BRICs, apresentam

    realidade econmica equivalente, caracterizada por ampla capacidade

    de produo e de participao no mercado mundial.

    COMENTRIOS:

    Os pases dos BRICS so as principais economias emergentes do mundo.

    Porm, no possuem realidade econmica equivalente. Como exemplo, a

    indstria responde por 47% do PIB da China, 37% do PIB da Rssia, 28% do

    PIB do Brasil e da frica do Sul e 26% do PIB da ndia (dados de 2012). Apenas

    por esse dado, vemos que as economias dos pases do BRICS so diferenciadas.

    Gabarito: Errado

    9) (IADES/METR DF/2014 NVEL SUPERIOR) Emergente da vez,

    pas latino, localizado na Amrica do Norte, levanta debates nos

    mercados a respeito do crescimento econmico em 2014. Um pas que

    est "fazendo a lio de casa", na expresso preferida do mercado; que

    deve se beneficiar diretamente da recuperao da economia americana

    nos prximos anos e que est menos atrelado desacelerao chinesa;

    e que por isso se tornou a menina dos olhos dos analistas de Amrica

    Latina.

    Disponvel em http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2014/14/2/2014_crescimento, com adaptaes

    Com relao as informaes apresentadas, assinale a alternativa que

    indica o pas a que o texto se refere.

    (A) Mxico

    (B) Argentina

    (C) Brasil

    (D) Chile

    (E) Venezuela

    COMENTRIOS:

    A questo pode ser resolvida com conhecimentos geogrficos. A assertiva

    refere-se a pas latino localizado na Amrica do Norte. S h um pas latino na

    Amrica do Norte, o Mxico.

    Porm, o importante desta questo voc saber que o Mxico faz parte

    dos MINT, pases que comeam a ser as novas vedetes mundiais entre os

    emergentes.

    Gabarito: A

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    8.4 G-20

    O G-20 (Grupo dos Vinte) foi criado como consequncia da crise

    financeira asitica de 1997. Os seus membros representam 90% do PIB

    mundial, 80% do comrcio global e dois teros da populao mundial. Discute

    medidas para promover a estabilidade financeira mundial, alcanar crescimento

    e desenvolvimento econmico sustentvel. Aps a ecloso da crise financeira

    mundial, tornou-se o mais importante frum internacional de pases para o

    debate das questes polticas e econmicas globais.

    Os membros do G-20 so Argentina, Austrlia, Brasil, China, Canad,

    Frana, Alemanha, ndia, Indonsia, Itlia, Japo, Coreia do Sul, Mxico,

    Rssia, Arbia Saudita, frica do Sul, Turquia, Estados Unidos, Reino Unido e

    Unio Europeia. Veja que a Unio Europeia no um pais, um bloco

    econmico. Contudo, membro do G-20.

    O G-20 realizou o seu Encontro anual em novembro de 2014, na

    Austrlia. Em declarao final, os lderes do G20 disseram que a prioridade

    seria elevar os padres de vida e criar empregos em todo o mundo por meio do

    crescimento. Em busca desse objetivo, finalizaram um plano para impulsionar a

    economia global, com medidas que devem ser implementadas pelos pases-

    membros, visando elevar o crescimento em 2,1 pontos percentuais acima das

    previses para 2018. As medidas incluem passos para aumentar o

    investimento, melhorar o comrcio e a infraestrutura, assim como estabelecer

    um sistema fiscal justo em nvel internacional.

    O G-20 tambm pretende quebrar as barreiras que impedem mulheres de

    se integrarem no mercado de trabalho, numa tentativa de se chegar a 100

    milhes de novos empregos para mulheres at 2025.

    8.3 G-8 e G-7

    O G-8 o grupo formado pelos sete pases mais ricos (G-7 - Estados

    Unidos, Canad, Frana, Reino Unido, Alemanha, Itlia e Japo) e pela Rssia.

    O G-8 tem sua relevncia reduzida desde a ecloso da crise econmica

    internacional a partir de 2008, que atingiu seus integrantes com fora.

    Em represlia a anexao da Crimeia, a Rssia foi excluda do G-8. A

    cpula que ocorreria na cidade russa de Sochi, em junho, foi transferida para

    Bruxelas e no teve a presena da Rssia. Com a excluso da Rssia, o G-7

    (grupo dos sete pases mais ricos) voltou a existir.

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    10) (VUNESP/TJ SP/2009 OFICIAL DE JUSTIA) Conforme ficou

    decidido no ltimo encontro do G-20, as autoridades internacionais

    esto elaborando uma srie de micro e macrorreformas preventivas

    para aumentar a resilincia no s das instituies financeiras, mas de

    todo o sistema financeiro, ao estender a superviso a todas as

    instituies, produtos e atividades financeiras relevantes.

    (Nouriel Roubini, www.cartacapital.com.br, 26.06.2009)

    Sobre o G-20, correto afirmar que

    a) composto pelo grupo das sete naes mais desenvolvidas do mundo

    mais a Rssia, alm dos pases emergentes mais ricos.

    b) um organismo informal, dirigido pelo BRIC Brasil, Rssia, ndia e

    China e defensor do liberalismo econmico e poltico.

    c) apoiador da forte presena do Estado na economia e composto

    apenas pelas naes europeias, pelo Canad e pelos Estados Unidos.

    d) um rgo especial da ONU, ligado ao Banco Mundial, que tem como

    principal atribuio regrar o comrcio internacional.

    e) uma organizao supranacional, composta por naes

    representantes de cada continente e gestora dos parasos fiscais.

    COMENTRIOS:

    Criado em 1999 para ampliar o G-8 [G-7 (grupo dos pases mais ricos do

    mundo) + Rssia], o Grupo dos 20 (G-20) rene as naes desenvolvidas, as

    maiores emergentes e a Unio Europeia. Possui membros de todos os

    continentes. Aps a ecloso da crise financeira mundial, tornou-se o mais

    importante frum internacional de pases para o debate das questes polticas e

    econmicas globais.

    Membros do G-20: frica do Sul, Alemanha, Arbia Saudita, Argentina,

    Austrlia, Brasil, Canad, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, Frana, ndia,

    Indonsia, Itlia, Japo, Mxico, Reino Unido, Rssia, Turquia e Unio Europeia.

    Gabarito: A

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    A globalizao no um fenmeno recente. Sua origem remonta as

    grandes navegaes e ao colonialismo europeu dos sculos XV e XVI.

    O desenvolvimento do mercantilismo gerou grande quantidade de

    riquezas para alguns pases e a grande burguesia europeia. Essas riquezas,

    mais o ouro e prata vindo das minas da Amrica forneceram a base para a

    Revoluo Industrial no fim do sculo XVIII.

    A Revoluo Industrial desenvolveu o trabalho assalariado e o mercado

    consumidor. Descobertas cientficas e as invenes provocaram grande

    expanso dos setores industrializados e possibilitaram a exportao de produtos

    mundo afora.

    Em fins do sculo XIX, comeam a surgir s corporaes multinacionais,

    industriais e financeiras, que vo se reforar e crescer durante o sculo XX. O

    mercado mundializa-se e alcana todos os continentes.

    A partir dos anos 1990, acentua-se a integrao da economia global por

    meio da revoluo tecnolgica, especialmente no setor de telecomunicaes. A

    revoluo tecnolgica possibilitou veloz circulao do capital pelo globo. Cadeias

    produtivas se espalharam pelo mundo, com empresas transferindo-se para

    pases com menor custo de produo.

    A globalizao atual um processo em curso, uma nova fase do

    capitalismo financeiro, comandada pelos pases ricos e por grandes

    empresas transnacionais.

    Caractersticas da globalizao atual:

    Interdependncia entre os atores econmicos globais governos,

    empresas e movimentos sociais.

    Desmantelamento do sistema socialista foi importante fator que

    contribuiu para a globalizao e a expanso mundial do capitalismo.

    Produo e o comrcio mundial crescem com a globalizao. A riqueza

    concentra-se num pequeno grupo de pases, o que refora a desigualdade

    entre as naes. Os grupos com rendimentos mais elevados tornaram-se

    muito mais ricos e as desigualdades sociais aumentaram.

    Globalizao

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    O Consenso de Washington consiste em uma cartilha terica que

    define as diretrizes que a globalizao deve seguir, sob a ideologia neoliberal.

    Caractersticas do neoliberalismo: liberdade de mercado, mnima

    participao do Estado na economia, reduo de subsdios e gastos sociais por

    parte dos governos, livre circulao de capitais, flexibilizao do mercado de

    trabalho e abertura dos mercados internos para produtos estrangeiros.

    Blocos econmicos so organizaes criadas por pases, para promover a

    integrao econmica, o crescimento e a competitividade internacional dos

    pases-membros.

    Existem quatro modelos bsicos de bloco econmico:

    rea de livre-comrcio - em que h reduo ou eliminao de tarifas

    alfandegrias entre os pases-membros.

    Unio aduaneira pases-membros definem regras para o comrcio

    com naes de fora do bloco. Adoo da tarifa externa comum.

    Mercado comum permite a livre circulao de capitais, servios e

    pessoas.

    Unio econmica e monetria os pases adotam uma nica moeda e

    a mesma poltica de desenvolvimento.

    Principais blocos econmicos:

    Unio Europeia unio econmica e monetria, Euro, moeda nica do

    bloco adotada por 18 dos 28 pases.

    ALCA - No chegou a se constituir como um bloco econmico,

    negociaes esto suspensas desde 2005.

    NAFTA rea de livre comrcio, integrada por Estados Unidos, Canad e

    Mxico.

    MERCOSUL mercado comum, integrado por Brasil, Argentina, Uruguai,

    Paraguai e Venezuela.

    Comunidade Andina mercado comum, integrado por Bolvia,

    Colmbia, Equador e Peru.

    Aliana do Pacfico - Associao formada por Mxico, Peru, Colmbia e

    Chile para estabelecer gradualmente o livre comrcio entre seus membros e os

    pases asiticos banhados pelo Oceano Pacfico.

    Blocos econmicos

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    Unio Euroasitica Bloco econmico formalizado em 29 de maio de

    2014. Integrado por Rssia, Kazaquisto e Belarus.

    A atual crise econmica mundial se iniciou em setembro de 2008, com o

    estouro da bolha imobiliria nos Estados Unidos. Sua origem foi o farto crdito

    imobilirio oferecido nos anos anteriores. Com as taxas de juros norte-

    americanas num patamar muito baixo, os bancos fizeram emprstimos de longo

    prazo a clientes sem boa avaliao como pagadores chamados de subprime.

    O crdito fcil intensificou a procura por imveis, que tiveram os preos

    elevados. Mais tarde, o governo norte-americano subiu os juros para combater

    a inflao. Com isso, as prestaes dos financiamentos ficaram mais caras e

    muitos compradores pararam de pagar.

    Os imveis (garantias dos emprstimos) foram retomados pelos bancos,

    que os colocavam venda, para cobrir os emprstimos no pagos. O aumento

    da oferta fez os preos dos imveis carem. Mesmo com a venda, os bancos no

    conseguiam recuperar o prejuzo. A quebra do banco Lehman Brothers, marco

    da crise, provocou um efeito domin no mercado financeiro mundial.

    A crise econmica atingiu duramente a Unio Europeia. Afetou com maior

    intensidade, os pases da zona do euro, com elevada dvida pblica. O pas mais

    atingido foi a Grcia. Outros pases bastante afetados foram: Portugal, Irlanda,

    Itlia, Espanha e Chipre.

    Como condio para receber ajuda econmica, medidas de austeridade

    so adotadas pelos pases em crise. O objetivo o cumprimento de metas

    oramentrias e de limite de endividamento estabelecidos pela Unio Europeia.

    Incluem privatizaes, reduo do servio pblico, corte de direitos sociais,

    congelamento de salrios e aumento de impostos, entre outras medidas. Tem

    como efeito direto o aumento do desemprego, a reduo do poder aquisitivo da

    populao e a desacelerao da economia, provocando protestos populares que

    enfraquecem ou derrubam os governos.

    Em 2013-2014, a economia mundial dever ter um crescimento modesto,

    devido principalmente ao desempenho mais contido dos emergentes. Segundo

    analistas, o crescimento econmico depende mais do desempenho das

    economias avanadas com destaque para a dos Estados Unidos do que dos

    mercados emergentes, cuja atividade desacelera.

    Crise econmica mundial

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    Nas ltimas dcadas, as exportaes dos pases ricos cresceram muito

    mais do que as dos pases pobres. Dez pases monopolizam mais da metade de

    todo o comrcio internacional.

    A Organizao Mundial do Comrcio (OMC) foi fundada em 1995 para

    regulamentar o comrcio mundial nos moldes da globalizao. A Rodada Doha,

    aberta em 2001 para negociar o comrcio internacional, entrou em um

    impasse, opondo pases ricos aos emergentes. O brasileiro Roberto Azevdo foi

    eleito em 2013 o diretor-geral da organizao.

    Sob o comando de Azevdo, a OMC alcanou em dezembro de 2013, o

    primeiro acordo global da histria da organizao. O que parecia uma grande

    vitria de Azevdo, virou um impasse, j que, aps ter aceitado o acordo, a

    ndia resolveu bloque-lo. Com isso, as negociaes multilaterais entraram em

    um impasse e esto paralisadas.

    No fim da dcada de 1970, a China deu incio a reformas que converteram

    o pas, agora, na segunda maior economia do mundo. Investimentos

    estrangeiros e abundncia de mo de obra barata foram decisivos no processo

    de expanso.

    Apesar do vertiginoso crescimento econmico, o pas convive com

    problemas que causam instabilidade ao atual modelo poltico-econmico:

    significativa desigualdade social, corrupo, degradao ambiental e crescente

    descontentamento popular.

    Em 2009, a China tornou-se o principal parceiro comercial e destino das

    exportaes do Brasil, superando os Estados Unidos, principal parceiro

    brasileiro durante anos.

    A China o maior consumidor de recursos energticos, o maior poluidor