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Atualidades p/ Polícia Federal Teoria e Questões Prof. Rafael Rocha e Igor Carneiro Prof. Rafael Rocha e Prof. Igor Carneiro www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 65 AULA 02: PANORAMA NACIONAL II SUMÁRIO PÁGINA 1 – Cenário Econômico Brasileiro 1 - 17 2 – Meio Ambiente no Brasil: Principais Temas 18 - 28 3 – Desastres naturais e o papel da Defesa Civil 29 - 32 4 - Saúde, saneamento e habitação no Brasil 33 - 42 Olá, pessoal! Na aula passada, falamos acerca das principais informações trazidas pelo Censo 2010, do contexto político-partidário brasileiro, do desafio da educação no Brasil e do plebiscito no Pará. Seguimos adiante, rumo ao sucesso, tratando das matérias relacionadas no sumário acima. Lembremos a famosa frase do gênio da Física, Albert Einstein: “O único lugar onde o sucesso vem antes do trabalho é no dicionário”. 1 – O Cenário Econômico Brasileiro Panorama Em cerca de vinte anos, a economia brasileira passou por significativas transformações. É importante lembrarmos que, no início de nosso processo de

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AULA 02: PANORAMA NACIONAL II

SUMÁRIO PÁGINA 1 – Cenário Econômico Brasileiro 1 - 17

2 – Meio Ambiente no Brasil: Principais Temas 18 - 28

3 – Desastres naturais e o papel da Defesa Civil 29 - 32

4 - Saúde, saneamento e habitação no Brasil 33 - 42

Olá, pessoal! Na aula passada, falamos acerca das principais informações

trazidas pelo Censo 2010, do contexto político-partidário brasileiro, do desafio

da educação no Brasil e do plebiscito no Pará.

Seguimos adiante, rumo ao sucesso, tratando das matérias relacionadas

no sumário acima. Lembremos a famosa frase do gênio da Física, Albert

Einstein: “O único lugar onde o sucesso vem antes do trabalho é no

dicionário”.

1 – O Cenário Econômico Brasileiro

Panorama

Em cerca de vinte anos, a economia brasileira passou por significativas

transformações. É importante lembrarmos que, no início de nosso processo de

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redemocratização, ao final da década de 1980, o cenário econômico brasileiro

não era nada animador. O crescimento da economia brasileira ao longo da

década havia sido medíocre e a hiperinflação no país corroía o poder de

compra das camadas mais desfavorecidas da população, agravando o cenário

de desigualdade social. Em razão desse contexto de instabilidade econômica,

com baixo crescimento do PIB e crescente dívida pública (destaque-se a grave

situação da dívida externa), com decorrente deterioração severa do quadro

social, especialistas cunharam o termo “década perdida” para referir-se à

década de 1980. Para se ter uma idéia da gravidade da situação, basta

atentarmos para o fato de que, em 1990, a renda do brasileiro, além de não

crescer, havia decrescido 4,3% em relação ao início da década anterior,

enquanto a inflação atingia o impressionante índice de 1.585% ao ano!

Diante desse cenário, era evidente a necessidade de um novo modelo

econômico para reverter o quadro de estagnação em que se encontrava o país.

Era preciso realizar uma mudança na estratégia de desenvolvimento da

economia brasileira. Houve, nessa década, um intenso processo de abertura e

de liberalização financeira, um programa de privatizações bastante extenso e

uma desregulamentação da economia, modificando significativamente o papel

do Estado.

Durante o governo Itamar Franco, no fim de 1993, o seu então ministro

da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso, anunciou várias medidas para a

estabilização da economia. Em 1994, implantou-se o Plano Real, que, entre

outras medidas, efetuou o que foi considerada maior troca de moeda em

circulação da História (depois superada pela implantação do euro, em 2002).

Outra importante mudança na economia brasileira foi a sua abertura ao

mercado internacional, por meio da redução das tarifas de importação e da

manutenção de um câmbio valorizado, o que ocasionou a entrada de muitos

produtos estrangeiros no Brasil e a falência de muitas empresas despreparadas

para enfrentar a concorrência estrangeira. Naquele momento, a entrada de

importações era vista como instrumento importante para o controle dos preços

e, portanto, combate à inflação no país.

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A estabilização da economia propiciou, de início, elevação dos níveis de

renda das camadas assalariadas mais pobres, uma vez que a inflação não mais

corroía seu poder de compra, além de algum crescimento da economia. No

entanto, a persistência da grave situação de nossa dívida externa, somada à

grande exposição da indústria nacional à concorrência estrangeira e às

freqüentes crises econômicas em diversos países na década de 1990, fez que o

Brasil continuasse a enfrentar problemas na área econômica. O país necessitou

recorrer ao Fundo Monetário Internacional (FMI) para negociar empréstimos

que possibilitassem o pagamento dos juros da dívida pública. Em razão de tais

acordos, o país assumiu compromissos com o Fundo de reduzir gastos

públicos, aumentar a arrecadação de impostos e estimular as exportações. A

situação econômica de escassez de reservas internacionais fez o Brasil adotar

mudança em seu sistema cambial em 1999. A taxa de câmbio não seria mais

fixada pelo governo, mas flutuaria de acordo com a demanda e a oferta do

mercado. Isso fez que a taxa de câmbio, que era de R$1,21/dólar, passar para

mais de R$ 2,00/dólar em poucos dias. Além disso, o Brasil passou a adotar o

sistema de metas de inflação como método principal para conter o aumento

de preços, em detrimento da valorização artificial do câmbio (chamada de

“âncora cambial”).

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No período 2000-2007, iniciou-se evidente mitigação da crença nos

padrões econômicos neoliberais. Países que adotaram profundas reformas

econômicas liberais na década de 1990 e, em decorrência delas, enfrentaram

sérias crises em suas economias, tais como a Argentina e a Rússia, começaram

a apresentar alguma recuperação do Produto Interno Bruto (PIB) a partir de

2002. Tendo em vista essas constatações, o Estado brasileiro reorienta sua

política econômica e busca reassumir seu papel como indutor da economia, por

meio de vultosos investimentos em infraestrutura e nos setores considerados

estratégicos para o desenvolvimento científico e tecnológico.

Produto Interno Bruto (PIB) é a soma

de toda a riqueza gerada dentro do

território de determinado país. Essa é

principal medida para aferir o

desempenho de uma economia e

compará-la com as demais economias

do mundo.

O Brasil começa a viver um período de mudanças significativas em sua

situação econômica ao longo dos primeiros anos da década de 2000. A

estabilidade da moeda já era uma conquista consolidada e as reformas

administrativas e financeiras começavam a apresentar seus resultados

positivos. A eleição de Luiz Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores

(PT), não significou alteração profunda na condução da economia do país. Ao

contrário do que se esperava, Lula manteve a maior parte das políticas

econômicas do governo de Fernando Henrique Cardoso. Algo marcante a esse

respeito foi a indicação de Henrique Meirelles, à época eleito deputado federal

pelo Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), para ocupar o cargo de

Presidente do Banco Central.

Vejamos algumas outras contradições que marcaram a continuidade do

governo Lula:

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Lula antes de ser Presidente Lula enquanto Presidente

Contra toda forma de privatização Efetua diversas concessões de

serviços públicos

Contra a reforma da previdência Efetuou algumas reformas no sistema

previdenciário

Defendia boicote ao FMI Quitou a dívida com o FMI

Era a favor de rigorosa apuração de

denúncias, por meio de CPIs

(Comissões Parlamentares de

Inquérito)

Buscou impedir a instalação de

diversas CPIs durante seu governo

Contra a reeleição Reelegeu-se Presidente da República

Meus amigos, é fato que, graças à condução responsável da economia

pelos últimos governos, a qual propiciou o bom desempenho do setor

exportador e atraiu expressivos recursos de investimentos domésticos e

financeiros, o Brasil passou a experimentar uma fase muito favorável, com

significativo crescimento do PIB, ainda que a crise econômica mundial tenha,

em 2008, desacelerado o bom desempenho da economia. Ainda assim, em

2009, o Brasil firmou acordo com o FMI por meio do qual se comprometeu a

emprestar US$ 10 bilhões, invertendo a posição do Brasil de devedor para

credor do Fundo, algo inimaginável menos de dez anos antes.

É importante que se destaque, ainda, que o governo tem buscado

estimular o incremento da renda das famílias mais carentes, por meio de

programas de transferência de renda, como o bolsa família, e do aumento real

do salário mínimo (em 2012, chega a R$ 622,73). O aumento de renda das

famílias mais pobres tem sido importante instrumento de estímulo para a

economia, representando ampliação de nosso mercado interno, pois essas

famílias demandam cada vez mais bens e serviços.

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Em decorrência desse novo momento, o Brasil tornou-se a sexta maior

economia do mundo, ao ultrapassar o Reino Unido, no fim de 2011. As

previsões do FMI indicam que o PIB brasileiro somará US$ 2,61 trilhões em

2012. Isso não significa, entretanto, que o Brasil esteja apresentando um

desempenho espetacular. Ocorre que, nos países desenvolvidos, o

desempenho das economias tem sido muito ruim desde o início da crise

mundial.

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É importante ressaltar, ainda, que quando se avalia a renda per capita

brasileira (PIB dividido pelo total da população), que é atualmente de US$ 10,7

mil, verifica-se que a realidade do Brasil ainda é muito distante daquela dos

países desenvolvidos, onde é comum a renda per capita ultrapasse US$ 30 mil.

O PIB per capita, entretanto, não reflete a distribuição de renda de um

país. No Brasil, por exemplo, cerca de 90% dos brasileiros vive com até R$

1.530 por mês, além disso, 8,6% da população do país vivem em condições

miseráveis, com renda familiar per capita de até setenta reais. Os quatro

milhões de domicílios em situação de miséria encontram-se, também,

distribuídos de maneira desigual pelo território nacional, conforme demonstra o

gráfico abaixo:

Fonte: IBGE, dados referentes a 2010.

Composição do PIB brasileiro

Cabe mencionarmos a importância das diversas atividades econômicas

na composição do PIB brasileiro. Como método mais comum de análise, o

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) costuma estudar a

composição do PIB de acordo com a contribuição de três setores principais: o

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primário (atividades agropecuárias), o secundário (atividades industriais) e o

terciário (atividades de prestação de serviços).

Dentro dessa metodologia, é interessante darmos uma olhada nessa

divisão, representada no gráfico a seguir:

Fonte: IBGE, dados referentes a 2010.

Nota-se, portanto, a importância do setor de serviços como principal

componente do PIB brasileiro.

Desconcentração Industrial

Na última década, um fenômeno interessante da economia brasileira

tem sido a desconcentração geográfica do setor industrial. A participação do

total de indústrias na região Sudeste tem diminuído em detrimento do

crescimento do número de indústrias nas demais regiões do país. Muitas

indústrias do Sul têm prosperado com a integração comercial do Brasil com

Argentina, Paraguai e Uruguai, propiciada pelo Mercado Comum do Sul

(Mercosul). O Nordeste, por meio de incentivos fiscais, tem conseguido atrair

indústrias de setores intensivos em mão-de-obra, uma vez que possui custos

salariais mais baixos. O Centro-Oeste, por sua vez, graças ao sucesso de seu

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setor agrícola, tem visto o florescimento da diversos pólos da agroindústria.

Podemos observar, portanto, o grau de desconcentração industrial no gráfico

abaixo:

É importante termos em mente que esse processo de desconcentração

das indústrias no Brasil não significa, necessariamente, a diminuição do papel

econômico da região Sudeste no cenário nacional. Na verdade, os setores mais

dinâmicos e sofisticados da economia permanecem fortemente concentrados

nessa região, entre os quais se destacam o setor financeiro e o chamado setor

quaternário (ou terciário superior), representado por serviços que necessitam

de capital humano de alta qualificação, tais como tecnologia de informação e

telecomunicação, pesquisa e desenvolvimento, planejamento e consultorias.

Emprego

Ao longo da década de 2000, o mercado de trabalho brasileiro tem

apresentado resultados bastante positivos. Segundo o Ministério do Trabalho e

Emprego (MTE), no período 2003-2010, foram gerados 15,38 milhões de

empregos formais em decorrência do bom desempenho econômico.

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Confirmam os dados do MTE, as pesquisas do IBGE que apontam para a

contínua queda das taxas de desemprego ao longo da década de 2000.

No ano de 2009, pesquisas do IBGE mostraram que a maior parte dos

brasileiros é composta de empregados assalariados no setor de serviços, como

mostram os gráficos abaixo:

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O atual cenário favorável cenário favorável no emprego traz, no

entanto, uma realidade curiosa. Vários setores da economia detectaram o

chamado “apagão da mão-de-obra”, o que significa que faltam trabalhadores

qualificados para diversas atividades no Brasil. Um exemplo marcante dessa

falta de mão-de-obra é a grande demanda por bacharéis em engenharia, os

quais estão se tornando escassos em face do crescimento de setores como o

da construção civil.

Setor Externo

O investimento estrangeiro direto (IED), que representa a entrada de

recursos externos voltados para a atividade produtiva no Brasil (e não em

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aplicações financeiras) tem representado um importante indutor do

desenvolvimento econômico. No período 2005-2010, o investimento

estrangeiro direto acumulado no Brasil se multiplicou por quatro, passando de

US$ 162,8 bilhões em 2005 para US$ 660,5 bilhões em 2010, de acordo com

dados do Banco Central. Levando-se em conta os estoques de tudo que já foi

investido no país, os maiores investidores são os Estados Unidos, com

acumulado de US$ 104,7 bilhões, Espanha, com US$ 85,3 bilhões, e Bélgica,

com US$ 50,4 bilhões. Com relação aos setores, 16,9% do investimento

estrangeiro se concentra nos bancos e serviços financeiros, com montante de

US$ 98,1 bilhões. O segundo setor foi o de bebidas, com US$ 52,2 bilhões

(9%), seguido pelo petróleo, com US$ 49,4 bilhões (8,5%) e

telecomunicações, com US$ 40,6 bilhões (7%).

Em 2011, o Brasil registrou cerca de US$ 66,7 bilhões em entrada de

investimentos estrangeiros diretos, mostrando um fluxo forte que reflete a

confiança do investidor estrangeiro nos fundamentos da economia brasileira e

em nosso mercado doméstico.

De todo o investimento estrangeiro acumulado no Brasil, o setor de

comércio e serviços é o que detém a maior fatia do estoque de investimentos

estrangeiros diretos (IED) no Brasil, apontou o censo divulgado pelo Banco

Central no fim de 2011. Dos US$ 660,507 bilhões de investimentos

acumulados no Brasil, cerca de 43,3% (US$ 286,282 bilhões) referem-se a

empresas dedicadas a essas atividades. A indústria responde por

aproximadamente 39,8% (US$ 262,849 bilhões) e o setor primário, que inclui

agricultura, pecuária e extração mineral, por 16,9% (US$ 111,376 bilhões).

É importante ressaltar que a entrada desse grande volume de

investimento estrangeiro serve para compensar o expressivo déficit em

transações correntes. O que seria o déficit em transações correntes?

Transações correntes é a conta do chamado balanço de pagamentos que

afere quanto o Brasil forneceu e quanto recebeu nas trocas de bens, serviços e

rendas com os outros países do mundo. Um déficit em transações correntes

pode ser causado por elevados índices de importação (que podem gerar

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déficits comerciais), por grande importação de serviços (déficit na balança de

serviços), pelo pagamento de grandes quantias de juros ou por remessa

significativa de lucros de filiais estrangeiras a suas matrizes no exterior.

O Brasil fechou 2011 com déficit em transações correntes significativo,

mas ainda compensado pelos investimentos produtivos internacionais. O

resultado da conta corrente de 2011 foi afetado, sobretudo, pelas remessas de

lucros e dividendos de multinacionais instaladas no país, que somaram 4,741

bilhões de dólares em dezembro e 38,166 bilhões de dólares no ano todo.

Trata-se do maior volume registrado na série histórica do BC iniciada em 1947.

Em 2010, o total havia sido de US$ 30,375 bilhões.

Porém, especialistas prevêem que esse cenário não deve se repetir tão

cedo e já a partir deste ano deve um descompasso, por conta dos volumes

recordes de remessas de lucros e dividendos e viagens internacionais. Nesse

caso, outra forma de compensação esperada para tal déficit são as chamadas

aplicações em carteira, as quais se referem à compra de ações de empresas

brasileiras por estrangeiros.

No setor externo da economia brasileira, o comércio exterior tem,

também, um papel essencial para o desenvolvimento. Graças ao bom

desempenho das exportações brasileiras, o Brasil tem conseguido acumular

reservas internacionais e pagar seus compromissos financeiros, além de gerar

emprego e renda no território nacional. No ano de 2011, o superávit da

balança comercial brasileira somou US$ 29,79 bilhões. Com isso, o superávit

da balança comercial registrou crescimento de 47,8% em relação ao ano de

2010, quando o saldo positivo foi de US$ 20,15 bilhões. O resultado, portanto,

trata-se do maior superávit da balança comercial desde 2007 (US$ 40,03

bilhões). Em 2008 e 2009, respectivamente, o saldo comercial somou US$

24,95 bilhões e US$ 25,27 bilhões.

Atualmente, porém, muitos afirmam que o Brasil pode estar sofrendo

um processo de “desindustrialização” em decorrência da entrada massiva de

produtos importados manufaturados que competem fortemente com os bens

produzidos pela indústria nacional. Isso estaria ocorrendo em razão dos altos

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custos de produção no Brasil, agravados pela situação atual de um câmbio

valorizado (preço baixo do Dólar em relação ao Real), o que estaria

dificultando as exportações de produtos de maior valor agregado

(preço/quantidade) e estimulando as importações (principalmente de produtos

oriundos da China). Ainda assim, temos mantido superávits comerciais em

razão dos preços favoráveis das chamadas commodities (mercadorias básicas

negociadas em bolsas internacionais, tais como soja, milho, minério de ferro,

etc). Economistas alertam, portanto, que a pauta exportadora do Brasil estaria

se concentrando fortemente em produtos do setor primário da economia, algo

que poderia trazer sérios problemas a médio e longo prazo, como perda da

capacidade industrial e tecnológica e graves dificuldades caso haja queda nos

preços das commodities (trauma já vivido pelo Brasil ao longo de sua História).

Para 2012, ano que ainda será marcado pelos efeitos da crise financeira

internacional, com a previsão de crescimento do PIB em cerca de 3,3%, e pela

concorrência acirrada pelos mercados que ainda registram crescimento

econômico – como é o caso do Brasil –, os economistas dos bancos acreditam

que o valor do superávit da balança comercial (exportações menos

importações) registrará queda, atingindo US$ 19,5 bilhões.

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Juros

Outro termômetro importante para avaliar a economia brasileira é a sua

taxa de juros básica, mais conhecida como taxa SELIC. A taxa SELIC é

estabelecida por um colegiado do goveno chamado de Comitê de Política

Monetária (COPOM). A função da taxa de juros é servir como um dos

reguladores da atividade econômica. Desse modo, baixar a taxa SELIC tem

como reação esperada um estímulo à economia nos momentos de baixo

crescimento (o que ocorreu após a crise de 2008). Por outro lado, outra

preocupação dos membros do COPOM é a inflação, sobretudo aquela medida

pelo chamado Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Quando se

verifica que há forte tendência de elevação dos preços em decorrência de um

excesso de demanda (“economia superaquecida”), o Comitê eleva as taxas de

juros para manter a estabilidade da moeda (como o ocorrido a partir de 2010).

O controle da inflação e o estímulo à economia são duas funções do COPOM

que requerem a tentativa de um equilíbrio difícil. A tendência de longo prazo

da queda da taxa de juros, no entanto, é algo positivo que se verifica na

economia brasileira.

Quanto mais baixa a taxa de juros, menos os agentes econômicos

estarão dispostos a deixar seus recursos “parados” rendendo juros em

aplicações financeiras e buscarão investir em atividades econômicas em que

haja boas perspectivas de lucro. A contínua queda da taxa de juros é,

portanto, crucial para elevação do índice de investimentos na economia.

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Política Fiscal

Conforme demonstrado no item anterior, o governo tem buscado a

estabilidade monetária como um de seus objetivos principais. Para isso, é

fundamental o equilíbrio das contas públicas.

Após os estímulos para conter os efeitos da crise mundial sobre a

economia brasileira (chamados de “medidas anticíclicas”), o governo brasileiro

tem buscado mais austeridade, a fim de não comprometer a estabilidade da

economia. Para isso, tem buscado realizar o chamado “ajuste fiscal”, por meio

da elevação do superávit primário. E o que é o superávit primário? Ele

representa a economia feita pelo governo para pagar seus compromissos. O

cálculo é feito ao somar a arrecadação do governo e subtrair as suas despesas

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(não são consideradas no cálculo as despesas com pagamentos de juros da

dívida pública). É um cálculo de certa forma semelhante ao que fazemos em

nosso orçamento doméstico para aferir a nossa situação financeira.

O ajuste fiscal é considerado fundamental pelas seguintes razões:

garante a confiança do mercado na economia brasileira, contém a elevação da

inflação e contribui para a queda da taxa de juros básica da economia.

Copa do Mundo (2014) e Olimpíadas (2016)

Você pode se perguntar: “mas o que isso tem a ver com a economia

brasileira?”. Meu amigo, cada vez mais, tais eventos devem impactar nosso

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cenário econômico. Ocorre que a perspectiva da realização desses chamados

“megaeventos” no Brasil tem impulsionado investimentos domésticos e

estrangeiros, a fim de preparar a infraestrutura brasileira, além da perspectiva

de geração de milhares de empregos.

O governo brasileiro estima que somente a Copa do Mundo de 2014

terá impacto de cerca de R$ 185 bilhões, dos quais R$ 47 bilhões serão

decorrentes de obras de infraestrutura, podendo-se chegar a um impacto total

de 1,5 pontos percentuais “a mais” no crescimento do PIB. Os Jogos Olímpicos

do Rio de Janeiro, por sua vez, devem estimular investimentos de R$ 55

bilhões na cidade, sobretudo em setores como transportes, turismo e

construção civil.

Termos-chave: crescimento econômico, inflação, estabilidade monetária,

desenvolvimento, desconcentração industrial, PIB, PIB per capita, taxa de

juros básica (SELIC), investimento estrangeiro direito, taxa de câmbio,

desindustrialização, superávit primário, ajuste fiscal, “commodities”, déficit em

transações correntes, balança comercial.

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Questões de Revisão

(CESPE – Analista de Correios – Comunicação Social – Relações

Públicas 2011 - Adaptada)

Considerando o desempenho da economia brasileira nos últimos anos,

julgue como certo ou errado os itens subsequentes:

1) Acompanhando o forte ritmo de crescimento da economia brasileira em

2010 e a elevação dos preços das commodities, particularmente dos

alimentos, no mercado internacional, a inflação brasileira tem

ultrapassado os limites das metas previstas pela autoridade monetária.

2) A política de concessão de aumento real do salário mínimo, praticada a

partir de 2003, teve como contrapartida a dificuldade na geração de

empregos formais, o que se observa, sobretudo, nos grandes centros

urbanos do país, onde aumentou significativamente a atividade

econômica informal.

3) Apesar do impacto da crise financeira internacional deflagrada em 2008,

a economia brasileira sofreu pequena retração em 2009, seguida de forte

expansão no ano de 2010, desempenho melhor que o obtido pelas

economias de países desenvolvidos no mesmo período.

4) O Brasil experimenta, a partir de 2005, expansão da renda nacional per

capita aliada à gradual melhora do padrão de distribuição de renda, o

que resulta no declínio da pobreza e em maior mobilidade social.

5) O expressivo aumento dos recursos dedicados aos programas de

transferência direta de renda permitiu manter elevado o nível de

consumo interno, compensando-se, assim, a perda de renda causada

pela queda na geração de empregos formais, o que foi fundamental para

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a superação dos impactos da crise financeira internacional no mercado

doméstico nos últimos anos.

Comentário:

1) Errado. O governo tem conseguido manter a inflação dentro dos

limites da meta, ainda que não tenha sempre conseguido mantê-la no

“centro da meta” (ver gráfico na pág. 3).

2) Errado. O incremento do salário mínimo tem estimulado a atividade

econômica de maneira geral. Com isso, o número de empregos formais

tem crescido no Brasil.

3) Certo. O Brasil chegou a sentir os efeitos da crise econômica no ano

de 2009, porém demonstrou boa recuperação no ano seguinte.

4) Certo. O aumento do emprego, o incremento do salário mínimo e os

bons resultados de políticas de transferência direta de renda (Bolsa

Família) tem gerado tais efeitos.

5) Errado. Ainda que a afirmativa comece correta, ao dizer que os

programas de transferência de renda permitiram manter o nível de

consumo da economia, torna a questão errada ao afirmar que houve

perda de empregos formais nos últimos anos.

(Consulplan – Analista de Sistemas –Prefeitura de Natal - 2006 -

Adaptada)

O PIB (Produto Interno Bruto) representa a soma (em valores financeiros) de

toda a produção econômica de uma determinada região ou parcela da

sociedade, durante um período determinado (mês, trimestre, ano, etc). No que

diz respeito ao PIB brasileiro, aponte a (s) alternativa (s) correta (s):

I. Neste ano de 2011, o PIB vem alcançando aumentos significativos, o que

fortalece a atual política econômica do Brasil.

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II. O PIB é medido pela Fundação Getúlio Vargas no Brasil.

III. Entre os fatores que compõem o PIB, a agropecuária vem obtendo os

melhores desempenhos no Brasil.

Está(ão) correta(s) apenas a(s) alternativa(s):

a) I e II

b) II

c) II e III

d) III

e) I

Gabarito: a resposta correta é a letra “d”.

I. A estimativa oficial é de que o crescimento do PIB, em 2011, tenha sido

de cerca de 3%, principalmente em razão dos efeitos da crise

europeia.

II. O PIB é medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

(IBGE)

III. De fato, a agropecuária tem sido o setor brasileiro responsável por

parte significativa do crescimento econômico, sobretudo em razão dos

elevados saldos comerciais proporcionados pelas exportações.

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2 – Meio Ambiente no Brasil: principais temas

Amigos, sabemos que questões relacionadas ao meio ambiente são,

hoje, amplamente difundidas. Entretanto, trata-se de discussão relativamente

recente em nossa história. O grande marco simbólico da preocupação

ambiental em âmbito internacional foi a Conferência da Organização das

Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, realizada em 1972, em

Estocolmo, Suécia. Na ocasião, foi estabelecido o Programa das Nações

Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), em resposta à crescente atenção

dispensada a temas como a poluição do ar, da terra e das águas, desequilíbrio

ecológico e desenvolvimento sustentável. O PNUMA é a agência das Nações

Unidas responsável por promover a conservação do meio ambiente e o uso

eficiente de recursos.

No Brasil, foi estabelecida, em 1990, a Secretaria de Meio Ambiente da

Presidência da República, convertida em ministério em 1992, o atual

Ministério do Meio Ambiente (MMA), ao qual cabe, primordialmente,

promover a adoção de princípios e estratégias para o conhecimento, a

proteção e a recuperação do meio ambiente, função exercida de forma

descentralizada. Entre as autarquias vinculadas ao MMA, destacam-se o

Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais

Renováveis (IBAMA) e o Instituto Chico Mendes de Conservação da

Biodiversidade (ICMBio). Entre as principais atribuições do IBAMA, estão a

de exercer o poder de polícia ambiental, executar ações das políticas nacionais

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de meio ambiente, propor e editar normas e padrões de qualidade ambiental e

exercer o monitoramento ambiental. Ao ICMBio, cabe a missão de gerir as

áreas de proteção ambiental federais, contribuir para a geração e disseminação

de conhecimento relativo à conservação da biodiversidade e promover o

desenvolvimento sustentável.

Em 1998 foi sancionada a Lei nº 9.605, nossa Lei de

Crimes Ambientais, que dispõe sobre as sanções

penais e administrativas derivadas de atividades

lesivas ao meio ambiente.

A Problemática Ambiental

1) Aquecimento Global

O aquecimento global, como o próprio nome diz, é um fenômeno climático

caracterizado pelo aumento da temperatura média da Terra. Isto ocorre

principalmente em virtude do incremento nas emissões dos gases

causadores do chamado “efeito estufa”, sobre o qual certamente todos já

ouvimos falar.

O “efeito estufa” é, originalmente, o mecanismo natural por intermédio do

qual é possível a manutenção da temperatura do planeta em patamares

relativamente constantes. Explicando de forma mais simples: a maior parte

da radiação solar recebida pela Terra é retida; o restante é refletido. A

retenção de parte da radiação é possível em virtude da presença, na

atmosfera, de gases como o gás carbônico e o metano, que absorvem o

“calor” que, de outra forma, seria mandado de volta ao espaço.

As emissões aumentadas de tais gases, em especial do gás carbônico,

decorrem principalmente de atividades humanas como a queima de carvão,

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petróleo e gás natural, ainda dominantes na matriz energética mundial, e

do lançamento de poluentes na atmosfera pela indústria.

Em relação à matriz energética, que é

uma representação quantitativa da

oferta de energia, o Brasil é um bom

exemplo para o resto do mundo.

Enquanto a proporção de fontes de

energia não renováveis na matriz

energética mundial é de 87,1%, no

Brasil esse percentual é de 54,7%,

sendo o restante proveniente de fontes

renováveis como a biomassa (álcool,

biodiesel) e a energia hidráulica.

No que se refere à emissão de metano, é importante o papel da

decomposição do lixo e dos rebanhos pecuários (isso mesmo, pessoal, são

os gases resultantes da digestão dos animais).

Amigos, como comentamos, boa parte de nossa matriz energética é

composta por fontes renováveis de energia. Quem são os vilões do

aquecimento global, então, no Brasil? Principalmente o desmatamento e as

queimadas, realizados com o intuito de aumentar áreas de pastagem ou de

agricultura.

Os efeitos do aquecimento global são perversos. Podemos citar, por

exemplo, a diminuição da cobertura de gelo nos pólos, aumento dos níveis

dos oceanos e alterações significativas dos padrões climáticos. Tais

mudanças podem implicar inúmeros desdobramentos: inundações de

cidades litorâneas com perdas humanas e econômicas, extinção de espécies

causada pela migração forçada e conseqüente redução da biodiversidade,

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desertificação e redução da disponibilidade de terras férteis, desastres

ocasionados por fenômenos naturais como tempestades e furacões.

2) Poluição

A poluição é a introdução, no meio ambiente, de quaisquer substâncias que

tenham a propriedade de alterar suas características de forma que leve à

perturbação de seu equilíbrio. A poluição pode afetar a água, o solo e o ar

(como já vimos, no caso do aquecimento global).

Quando falamos em poluição da água, isto significa que pelo menos um de

seus usos foi prejudicado, seja o consumo humano, uso industrial ou

agropecuário. Em geral, a poluição da água é causada por resíduos gerados

pela própria atividade humana. Temos, como exemplo, agrotóxicos,

produtos químicos utilizados pela indústria e restos orgânicos provenientes

de esgoto não tratado.

Todos os tipos de poluição estão relacionados intimamente ao aumento da

quantidade de lixo produzido nas grandes cidades, composto, em grande

parte, por resíduos sólidos. Resíduos orgânicos, quando descartados

indevidamente, podem, em seu processo de decomposição, gerar

substâncias altamente poluentes. A situação é especialmente preocupante

no que se refere a descartes hospitalares e industriais, pois o risco da

presença de materiais altamente nocivos à saúde humana, aos animais e ao

meio ambiente é aumentado.

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Em 2010, foi sancionada a lei que institui a Política

Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). A lei, que

abrange resíduos sólidos de todos os tipos,

estabelece princípios, objetivos, instrumentos e

diretrizes para a gestão dos mesmos. A grande

inovação desse novo marco regulatório é a

implementação da logística reversa, mecanismo

constituído por um conjunto de ações destinado à

facilitação do retorno dos resíduos a seus geradores,

para que sejam tratados ou reciclados.

3) Chuva Ácida

Pessoal, veremos agora, mais uma vez, como são prejudiciais as queimas

de carvão e combustíveis fósseis, utilizados como fontes de energia, e o

lançamento de poluentes industriais na atmosfera. A presença de gases

poluentes na atmosfera altera o grau de acidez da água das chuvas,

contribuindo para a ocorrência da chamada chuva ácida. Esse tipo de

precipitação pode vir a desequilibrar a composição química do solo e das

águas, prejudicando, assim, florestas, plantações e a fauna da área

atingida. Nas cidades, a chuva ácida afeta a estrutura de edificações e

monumentos.

4) Desertificação

A desertificação é a destruição do potencial produtivo do solo, e ocorre

principalmente em regiões de clima árido. Entre as causas da desertificação,

estão o desmatamento, que deixa expõe os solos à erosão, a agricultura

intensiva, levada a cabo sem a aplicação de técnicas de conservação e a

mineração. Tais atividades esgotam os nutrientes do solo, inutilizando-o.

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No Brasil, as áreas mais atingidas pelo processo descrito estão localizadas

no norte de Mato Grosso, no cerrado do Tocantins, nos pampas do Rio

Grande do Sul e na caatinga nordestina, especialmente no chamado

Polígono das Secas, que abrange também parte do norte de Minas Gerais.

No Brasil, um dos meios encontrados para

enfrentar o problema foi o estabelecimento do

Programa Nacional de Combate à

Desertificação e Mitigação dos Efeitos da

Seca (PAN-Brasil), por intermédio do qual

são estabelecidos diretrizes e instrumentos

legais e institucionais com a finalidade de

otimizar a formulação de política públicas e a

alocação de investimentos privados em áreas

suscetíveis à desertificação com foco no

desenvolvimento sustentável.

5) Desmatamento

O desmatamento é a destruição das florestas resultante da ação do homem,

normalmente com a finalidade de exploração madeireira, agricultura ou

pecuária. Em menor escala, o desmatamento ocorre em decorrência da

mineração, do processo de urbanização e de grandes obras, como

barragens hidrelétricas.

A destruição das matas nativas, além da óbvia redução da biodiversidade,

traz diversos outros prejuízos. A degradação da cobertura vegetal

intensifica processos de desertificação e erosão, provocando o aterramento

de rios e lagos e a degradação de mananciais. Os gases liberados pela

queima das florestas, como já comentamos, contribuem para o aumento do

efeito-estufa. A derrubada de florestas gera, também, alterações dos níveis

de umidade do ar e da frequência de chuvas.

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6) Erosão

A erosão é o processo de deslocamento do solo para as partes mais baixas

do relevo, e tem como causas naturais a força das chuvas e dos ventos. O

problema aparece, mais uma vez, quando entra em ação o homem, que ao

desmatar indiscriminadamente ou promover atividades de mineração,

provoca a ocorrência de erosão em escalas prejudiciais ao meio ambiente.

Processos erosivos podem causar o assoreamento de rios e lagos, a

destruição de lavouras e a diminuição da capacidade produtiva dos solos,

além dos devastadores deslizamentos de terra em áreas habitadas, muita

vezes resultando em significativos prejuízos econômicos e perdas humanas.

Existe um tipo de processo erosivo de alta

incidência no Brasil, principalmente no cerrado:

é a chamada voçoroca. Pessoal, a voçoroca é a

erosão subterrânea decorrente da incidência de

chuvas sobre áreas já afetadas por processos de

desmatamento. Caso não sejam tomadas

medidas para conter sua evolução, uma

voçoroca pode chegar a escoar 10 toneladas de

terra por ano.

7) Buraco na camada de ozônio

Pessoal, este é um assunto relativamente antigo, sobre o qual certamente

todos já ouvimos falar. A camada de ozônio, ou ozonosfera, localizada na

estratosfera, tem papel importante como barreira à radiação ultravioleta,

emissão que, em excesso, tem efeitos altamente prejudiciais às plantas e aos

homens, pois reduz a capacidade de fotossíntese e é nociva à pele humana e

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aos olhos. Além disso, a maior incidência de radiação solar contribui para a

intensificação do nosso já conhecido efeito-estufa.

A degradação da camada de ozônio pode acontecer de forma natural ou

provocada pela ação humana. Mais uma vez, a ação humana, quando presente

como efeito causador, é danosa. Neste caso, os grandes vilões são os

clorofluorcarbonos, compostos químicos conhecidos como CFCs, pois, ao

entrarem em contato com o ozônio, destroem-no. Tais compostos já foram

amplamente utilizados em aerossóis, aparelhos de ar condicionado e

refrigeradores. Porém, por força do Protocolo de Montreal, que entrou em

vigor no ano de 1989, foram gradualmente substituídos por outras

substâncias, inofensivas à camada de ozônio. Hoje, o uso de CFCs está

praticamente eliminado, e as estimativas são de que a ozonosfera retome a

espessura original até meados do século XXI.

Questões Atuais

1) Impactos ambientais da construção de hidrelétricas

Amigos, as usinas hidrelétricas são responsáveis por cerca de 14% da

energia gerada no Brasil (dados de 2010), pais que responde pelo maior

potencial hidrelétrico do planeta. As grandes vantagens da energia

hidráulica são a ausência de poluentes e o baixo custo de geração, além do

possível aproveitamento das águas para irrigação de plantações e

navegação. Entretanto, os efeitos negativos da construção de tais usinas

existem, e têm gerado acaloradas discussões ultimamente.

Nos últimos dois anos, foi iniciada a construção das usinas de Santo Antonio

e Jirau, localizadas no rio Madeira, em Rondônia, à época já ferrenhamente

contestadas por ambientalista. Em 2011, foram concedidas, pelo IBAMA, as

licenças ambientais para a construção da monumental usina de Belo

Monte, no rio Xingu, no Pará, que deverá ser a terceira maior do mundo,

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com capacidade de produção média anual de energia equivalente a 10% do

consumo brasileiro. Os estudos de viabilidade da usina começaram há

muitos anos: em 1980 já se cogitava sua construção. O tema ganhou a

mídia em 1989, quando, durante um encontro de povos indígenas, o

discurso do então presidente da Eletrobrás foi interrompido por uma índia.

A imagem abaixo fala por si!

São diversos os argumento daqueles que se opõem à construção da usina

de Belo Monte. Para muitos ambientalistas, a inundação de vastas áreas de

floresta causará desequilíbrios ecológicos irreversíveis na região, alterando

a vazão do rio, destruindo o habitat natural de milhares de espécies,

perturbando o ciclo de desova dos peixes e prejudicando a pesca como

atividade econômica e de subsistência dos povos ribeirinhos. Ademais,

afirmam os opositores, o projeto provocará a migração forçada de povos

indígenas e habitantes de comunidades ribeirinhas.

Para além dos argumentos ambientais, alguns críticos questionam o custo

de construção da usina, estimado em mais de R$ 20 bilhões de reais, e sua

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viabilidade econômica. Outros temem que Belo Monte sirva de precedente a

outros projetos semelhantes.

Pessoal, mas o que alegam os defensores da construção de Belo Monte?

Vejamos! Primeiramente, alega-se que a ampliação do fornecimento de

energia elétrica é fundamental para que se sustente o ritmo de crescimento

da economia brasileira, pois a demanda é crescente. Ainda que o custo seja

alto, trata-se de um investimento em infraestrutura, necessário e

perfeitamente justificável. Quanto à dimensão da área a ser inundada,

estaria sendo superestimada por aqueles contrários ao projeto. Grande

parte da região a ser afetada já é inundada naturalmente no período de

chuvas, além de ser proporcionalmente minúscula diante do tamanho da

floresta como um todo e das áreas desmatadas todos os anos ilegalmente

na Amazônia. Segundo o relatório de impacto ambiental da obra, nenhuma

terra indígena seria alagada. Por fim, a instalação da usina traria, ainda,

benefícios além da produção de energia em si, ao gerar empregos e

dinamizar a economia da região.

2) Código Florestal

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Em 1934 entrou em vigor nosso primeiro Código Florestal que já

preconizava a idéia de que “as florestas existentes no território nacional,

consideradas em conjunto, constituem bem de interesse comum a todos os

habitantes do país, exercendo-se os direitos de propriedade com as limitações

que as leis em geral, e especialmente este código, estabelecem”. Apesar de

bem intencionado, o referido diploma teve pouca efetividade. Na década de

1960, sendo conhecida a baixa aplicabilidade prática dos preceitos do antigo

Código, foi formulada nova proposta, baseada nos mesmos conceitos,

ampliando, porém, seu escopo. Essa proposta, transformada em lei no ano de

1965, já incluía em seu texto as idéias de proteção dos solos e das águas, e

constitui, até hoje, nosso Código Florestal. Infelizmente, ainda que alterado

diversas vezes desde sua sanção, sua efetividade ainda é baixa.

Passados mais de 40 anos desde sua formulação, urge a necessidade de

implementação de um Código compatível com a nova realidade brasileira. A

proposta em discussão hoje (PL 1.876/1999), apresentada ainda em 1999 pelo

então deputado federal Sérgio Carvalho (PSDB/RO), altera, basicamente, os

critérios referentes às dimensões de áreas de proteção ambiental, punição aos

responsáveis por desmatamento e reflorestamento. O projeto foi aprovado

pela Câmara dos Deputados em maio do ano passado, passou por

modificações no Senado Federal e, por isso, voltou à Câmara para nova

votação. A previsão é de que a lei seja votada já no próximo mês. A seguir,

debruçaremo-nos mais detalhadamente sobre cada uma dos principais pontos

alterados pelo nosso possível futuro Código Florestal.

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Reserva Legal (RL)

Reserva legal é o percentual mínimo das propriedades rurais que deve ser

preservado. Hoje, esse piso chega a 80% na Amazônia, 35% no Cerrado e

20% nos demais biomas. Pelo texto do novo Código, tais percentuais serão

mantidos, mas o Estado localizado na Amazônia cujo território seja ocupado

por mais de 65% de áreas protegidas poderá reduzir a proporção obrigatória

para até 50%. Um ponto polêmico do novo texto é a liberação de cumprimento

de tais percentuais aos pequenos produtores que tenham desmatado

ilegalmente até julho de 2008.

Áreas de Preservação Permanente (APPs)

Áreas de Preservação Permanente são áreas protegidas, cobertas ou não

por vegetação nativa, que têm a função ambiental de preservar os recursos

hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade.

Nessas áreas, hoje, a depender da existência de um rio e de sua largura, os

proprietários são obrigados a preservar de 30 a 500 metros de mata ciliar. Pelo

texto do novo Código, a faixa de preservação mínima cai para 15 metros em

áreas já ocupadas, sendo mantida a faixa de 30 metros para novas ocupações.

Além disso, as regras para exploração de topos de morros e encostas.

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Pequenos Agricultores

O novo código prevê a possibilidade de exploração de APPs e RLs por

pequenos agricultores, desde que atendidos os parâmetros gerais estipulados

pela União e os específicos estabelecidos pelos Estados.

Incentivos Econômicos

Estão previstos incentivos econômicos aos agricultores que preservarem

matas nativas, recursos hídricos e solos. Entre os benefícios, estão a

concessão de créditos agrícolas com taxas de juros subsidiadas, melhores

condições para contratação de seguro agrícola e a dedução das áreas

destinadas a APPs e RLs da base de cálculo do Imposto Territorial Rural (ITR).

Conversão de Multas

Proprietários rurais que tenham desmatado ilegalmente até julho de 2008

poderão se livrar de suas multas, desde que recomponham a área degradada.

Termos-chave: Meio ambiente, aquecimento global, poluição, chuva ácida,

erosão, desertificação, buraco na camada de ozônio, desmatamento, matriz

energética, usina de Belo Monte, novo Código Florestal, desenvolvimento

sustentável

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Questões de revisão

(CESPE – 2009 – Polícia Civil/RN)

As medidas que estão sendo tomadas, em várias partes do mundo,

para enfrentar o desafio da preservação ambiental não incluem

a) o incentivo à utilização de carros elétricos, como ocorre em Londres.

b) o estímulo ao uso de bicicletas em áreas urbanas, como acontece em

Paris.

c) a ampliação das áreas destinadas à circulação de pedestres em

detrimento dos carros.

d) a multiplicação das usinas termelétricas movidas a carvão ou a óleo

combustível.

e) a produção de energia com o maior aproveitamento da energia solar e

eólica.

Gabarito: Letra “d”

Amigos, esta é uma questão relativamente fácil, mas exemplifica algumas

das ações voltadas à preservação do meio ambiente, especialmente no que diz

respeito ao uso de fontes alternativas de energia.

(CESGRANRIO – 2010 – Banco do Brasil)

As preocupações ambientais hoje estão todas mobilizadas pelo aquecimento

global. Mas a degradação climática do mundo é apenas um dos sintomas de

um desequilíbrio mais profundo, que também se mostra na taxa acelerada de

extinção de espécies e no risco de desaparecimento de ecossistemas

saudáveis.

Entrevista com Ahmed Djoghlaf, Secretário da ONU

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Revista Época, janeiro de 2010

Para além do aquecimento global, o Secretário chama a atenção

para os atuais problemas ambientais relativos à

a) cultura de massa.

b) produção flexível.

c) economia de mercado.

d) ideologia ecológica.

e) diversidade biológica.

Gabarito: Letra “e”

Caros, muito se fala em diversidade biológica. Mas que perdas a as

agressões ao meio ambiente acarretam, além da biodiversidade em si? O

turismo é prejudicado, pois áreas de mata nativa são, em muitos casos,

grandes atrativos. Perde-se potencial farmacêutico: a maior biodiversidade

do planeta já é subutilizada, e a destruição de espécies gera prejuízos

incalculáveis. Programas de melhoramento genético voltados à agricultura

são prejudicados, pois os cruzamentos muitas vezes dependem da

disponibilidade de espécies nativas. Tudo isso gera perdas socioeconômicas:

deixa-se de produzir, deixa-se de pesquisar e deixa-se de gerar empregos.

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3 – Desastres naturais e o papel da Defesa Civil

Pessoal, no que se refere a desastres naturais, pode-se considerar o

Brasil um país relativamente privilegiado: nosso perfil climático e geológico

deixa-nos a salvo de fenômenos naturais de grande vulto como terremotos,

vulcões e furacões. Entretanto, o conceito de “desastre” é bem mais amplo.

Segundo definição do Glossário de Defesa Civil, desastre é “o resultado de

eventos adversos, naturais ou provocados pelo homem, sobre um ecossistema

(vulnerável), causando danos humanos, materiais e/ou ambientais e

consequentes prejuízos econômicos e sociais. A intensidade de um desastre

depende da interação entre a magnitude do evento adverso e o grau de

vulnerabilidade do sistema receptor afetado”. Essa definição engloba os mais

diversos tipos de ocorrências, tais como deslizamentos, enchentes,

enxurradas, alagamentos, erosões, vendavais, secas e incêndios florestais,

todas elas presentes em nosso território.

No Brasil, a administração de ações emergenciais relacionadas a

desastres naturais cabe ao Sistema Nacional de Defesa Civil (SINDEC). O

órgão central desse sistema, em âmbito federal, é a Secretaria Nacional de

Defesa Civil (SEDEC), vinculada ao Ministério da Integração Nacional.

Existem, também, órgãos regionais, vinculados às cinco macrorregiões

brasileiras, estaduais e municipais. Em 1995, entrou em vigor a Política

Nacional de Defesa Civil (PNDC), que define, entre outras coisas, o objetivo

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geral da Defesa Civil: reduzir a incidência de desastres, por intermédio de

ações de prevenção, preparação, resposta e reconstrução. Pessoal, notem que

o próprio texto da PNDC, ao utilizar o termo “redução”, admite a eliminação de

desastres como objetivo inatingível.

É evidente que, diante da ocorrência de qualquer tipo de desastre

natural, ações de mitigação e reparação de danos demandam o

direcionamento de recursos financeiros, eventualmente de altíssimo vulto.

Como se dá o financiamento das ações da Defesa Civil, então? Em

primeiro lugar, é preciso frisar que os orçamentos da União, estados e

municípios já prevêem a destinação de recursos a essa área. Subsidiariamente,

há o Fundo Especial para Calamidades Públicas (FUNCAP),

regulamentado em 1994 e que, apesar de renovado em 2010, ainda é pouco

efetivo, em virtude da baixa adesão por parte de estados e municípios.

Finalmente, nossa Constituição prevê, no inciso I de seu artigo 148, a

instituição, mediante Lei Complementar, dos chamados empréstimos

compulsórios, com a finalidade de atender a despesas extraordinárias

decorrentes de “calamidade pública, guerra externa ou sua iminência”.

Amigos, empréstimos compulsórios nada mais são que tributos, a grande

diferença é que existe a obrigação do Estado de restituir futuramente a quantia

recolhida. É como se a população emprestasse dinheiro ao governo, como o

próprio nome diz, compulsoriamente!

Como comentamos, o Brasil é privilegiado, porém não está imune à

ocorrência de desastres naturais, muito pelo contrário. Segundo dados da

SEDEC, as ocorrências mais freqüentemente atendidas pela Defesa Civil estão

relacionadas a inundações, enchentes e deslizamentos de terra, normalmente

causados por chuvas, e incêndios florestais.

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Em virtude de suas devastadoras conseqüências socioeconômicas, tais

eventos têm atraído cada vez mais a atenção da mídia e da sociedade. Nos

últimos dois anos, por exemplo, milhares de pessoas sofreram com os

deslizamentos de encostas, com destaque para a região serrana do estado do

Rio de Janeiro. Perderam-se casas e vidas, estradas foram soterradas e o caos

se instalou nas cidades atingidas. Em 2011, no estado de Santa Catarina,

dezenas de cidades entraram em estado de emergência depois de fortes

chuvas atingirem a região. As enchentes deixaram quase 26 mil habitantes

desalojados ou desabrigados. Em menor escala, enchentes também atingiram

diversos outros estados brasileiros, como Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e

Piauí.

Questão de revisão

(NUCEPE – 2010 – SEJUS-PI)

"Chuva faz dezenas de pessoas deixarem casas em Angra (RJ); 52

morreram. Com medo de novos deslizamentos de terra, dezenas de pessoas

deixaram suas casas na manhã desta quarta-feira, a pedido da Defesa Civil

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Municipal de Angra dos Reis (RJ), após uma chuva fraca atingir a cidade."

A tragédia ocorrida em Angra dos Reis (RJ) põe mais uma vez em evidência

um problema socioambiental bastante comum em cidades brasileiras, que

são os deslizamentos de terra. A respeito dessa questão assinale a

alternativa CORRETA

a) Tais deslizamentos são consequência, exclusivamente, dos níveis de

pluviosidade muito acima da média histórica, o que desencadeou um

escoamento de águas superficiais com grande intensidade.

b) Os deslizamentos de terra em Angra dos Reis e em várias cidades

brasileiras são decorrentes, principalmente, de um processo de ocupação

desordenada de áreas de encosta, onde a retirada de cobertura vegetal,

associada à declividade do relevo e as chuvas, potencializam o escoamento

superficial, tendo por consequência o grande arraste de terra.

c) Os deslizamentos de terra em Angra dos Reis são decorrentes de um

processo de ocupação desordenada de diversas áreas, em que a retirada da

cobertura vegetal provoca um grande aumento da infiltração de água no solo,

culminando com os deslizamentos de massa.

d) Os recentes deslizamentos de terra ocorridos em Angra dos Reis,

diferentemente dos demais que ocorrem no Brasil, têm origem de natureza

tectônica, tendo em vista que a área em que ocorreram os deslizamentos

localiza-se em uma falha geológica.

e) Apesar de haver uma ocupação urbana desordenada em Angra dos

Reis, os recentes deslizamentos de terra não poderiam ter sido evitados, tendo

em vista que em função do fenômeno El Niño, o volume de chuvas registrado

foi o maior da história do Rio de Janeiro.

Gabarito: Letra “b”

Pessoal, a questão acima toca num ponto crucial dos desastres naturais.

Como vimos na seção em que tratamos sobre meio ambiente, a ação humana

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muitas vezes potencializa os resultados de fenômenos naturais. É o caso dos

deslizamentos de terra citados no texto, mas vale também, por exemplo, para

grande parte das ocorrências de enchentes e inundações: o processo de

ocupação desordenada do solo prejudica o escoamento de águas pluviais,

maximizando as conseqüências das chuvas.

(FUNIVERSA – 2011 – Auditor Fiscal- SEPLAG/DF)

Os desastres naturais obrigam-nos a uma mudança cultural de grande porte. O

ideal seria estar à altura da tragédia ou, pelo menos, crescer um pouco diante

dela. Toda uma política jaz sob os escombros das recentes tragédias que

chamamos de naturais, sabendo que a natureza não existe sem nós.

Fernando Gabeira. In: O Estado de S. Paulo, 21/1/2011, p. A2

Relativamente a esse comentário e considerando os trágicos acontecimentos

que, neste verão, atingiram diversas áreas do país, a exemplo da região

serrana fluminense, assinale a alternativa correta.

a) Há consenso de que as recentes tragédias climáticas ocorridas no Brasil,

sobretudo no Sudeste e no Sul, resultam do impacto causado pelo

fenômeno denominado aquecimento global.

b) Entre as ações humanas que agridem a natureza, ampliando os efeitos

das tragédias naturais, podem ser citadas a ocupação intensa e

desordenada do solo e a drenagem urbana impedida pelo acúmulo de

lixo.

c) A mudança cultural de grande porte a que a sociedade brasileira está

impelida, como sugere o autor do texto, implica recusar-se a praticar

atos de solidariedade para forçar a ação do poder público.

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d) Uma solução para os problemas causados por chuvas torrenciais e

enchentes seria o assentamento populacional em várzeas próximas a

pequenos córregos, sob rígido controle das autoridades.

e) Está tecnicamente provado que a topografia das cidades brasileiras

inviabiliza o processo de drenagem, por meio de grandes tubos, do

excesso de água despejada por chuvas.

Gabarito: letra “b”

Grande parte dos desastres que têm assolado as cidades brasileiras tem íntima

relação com as ações antrópicas (geradas pelo homem). A ocupação

desordenada do solo e a falta de infraestrutura urbana adequada têm agravado

os danos causados às populações atingidas.

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4 – Saúde, saneamento e habitação no Brasil

Saúde

No Brasil o atendimento de saúde é realizado pelo Sistema Único de

Saúde (SUS) e por operadoras de saúde privadas. O SUS constitui uma rede

de atendimento nos três níveis da federação (municipal, estadual e federal) e

baseia-se no princípio da regionalização do atendimento. Desse modo, cada

unidade de saúde tem uma região específica para a qual tem de estar

preparada para atender de acordo com seu grau de complexidade. Quanto

maior o nível de complexidade da unidade de saúde, mais municípios estarão

incluídos em sua região.

Além das unidades de saúde construídas e mantidas pelo poder público,

há ainda a integração de unidades particulares ao SUS, às quais o governo

destina verbas públicas por meio de convênios.

É importante lembrar que, antes da Constituição de 1988, os serviços

públicos de saúde não eram universais. Isso quer dizer que os cidadãos que

não aderissem a um plano de saúde ou não contribuíssem para a previdência,

por meio do Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social

(INAMPS), não tinham direito ao atendimento médico. Foi a Constituição de

1988 que instituiu a chamada universalização dos serviços de saúde. A

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Constituição determina, também, que 30% do orçamento da seguridade social

deve ser destinado à saúde.

O foco no acompanhamento e na prevenção levou à elaboração, em

1994, de um programa de atenção básica chamado Programa Saúde da

Família, por meio do qual equipes multiprofissionais (médicos, dentistas,

enfermeiros, etc) prestam assistência a um grupo específico da população. Em

2011, esse programa já se encontrava instalado em 5.284 municípios, com

mais de 30 mil equipes dando assistência a cerca de cem milhões de pessoas.

A fim de garantir o acesso da população a medicamentos, o Ministério

da Saúde regulamentou a fabricação e venda de medicamentos genéricos em

1999. Tal medida possibilitou a queda dos preços de vários medicamentos,

além de tornar viável a compra e distribuição de vários deles na rede pública.

No ano 2000, foi aprovada emenda à Constituição que determina que os

Estados e municípios também deverão vincular receitas para aplicação na

saúde, na proporção de 12% (estados) e 15% (municípios). Além disso, foi

determinado que as contribuições da União para a saúde devem aumentar

anualmente de acordo com o crescimento do PIB. Em 2011, o orçamento da

União para a saúde pública somou R$ 78,9 bilhões.

A não aprovação da continuidade da Contribuição Provisória sobre a

Movimentação ou Transmissão de Valores e de Créditos e Direitos de Natureza

Financeira (CPMF), em 2007, representou um duro golpe ao financiamento da

saúde pública, pois a perda de recursos foi estimada em R$ 15 bilhões. Com

vistas a prover a saúde de mais recursos, o governo tentou aprovar, no

Congresso, a Contribuição Social da Saúde (CSS), com alíquota de 0,1% sobre

as movimentações financeiras, a qual também foi rejeitada.

É importante sabermos que não faltam médicos no Brasil! Há um

médico para cada 545 habitantes. Na verdade, há mais médicos em nosso país

do que o recomendado pela Organização Mundial de Saúde - OMS (que é de

um médico para cada cem mil habitantes). Ocorre, no entanto, que os médicos

estão mal distribuídos pelo território brasileiro. Além de estarem fortemente

concentrados nas capitais e grandes cidades, há notável concentração de

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médicos no Sudeste (1/383 hab.), Centro-Oeste (1/499 hab.) e Sul (1/487

hab.), em contraste com o Nordeste (1/840 hab.) e o Norte (1/1006 hab.).

A combinação de grande demanda sobre os serviços e a escassez de

recursos acabou por sobrecarregar o sistema público de saúde, fazendo que

milhões de brasileiros optassem por financiar a própria saúde por meio de

planos privados. De acordo com a Agência Nacional de Saúde Suplementar

(ANS), mais de 60 milhões de brasileiros possuem convênio médico com

alguma das mais de 1,4 mil operadores funcionado no país.

Apesar disso, um dos resultados notáveis da atuação estatal na saúde

foi a queda de cerca de 60% na mortalidade infantil de crianças até cinco anos,

no período 1990-2008, principalmente em razão dos grandes incentivos à

vacinação e dos investimentos em saneamento básico.

Outra política em relação a qual o governo brasileiro tem recebido

muitos elogios é o controle e tratamento de pacientes contaminados pelo vírus

HIV/AIDS. A adoção de medidas preventivas de contaminação pelo HIV e de

tratamento, como uma política de Estado, resultaram, a partir da década de

1990, na estabilização do número de mortes causados pela doença. Apesar de

o Ministério da Saúde comemorar a estabilidade da Aids no Brasil, a doença

está longe de ser um problema superado. São 35 mil novos casos por ano, ou

quase 100 novas infecções por dia. A mortalidade resultante da doença

também diminuiu bastante nos últimos anos, mas ainda é expressiva: são 11

mil mortes por ano, em média.

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Uma doença infecciona que tem se propagado de forma epidêmica no

Brasil, nos últimos anos, é a dengue. A doença, transmitida pelo mosquito

Aedes aegypti, produz erupções na pele e dores musculares e de cabeça,

comprometimento das vias aéreas superiores, febre e inchaço dos gânglios

linfáticos. No Brasil, esse mal era considerado erradicado, mas a urbanização

desordenada e o desmatamento aumentaram a incidência do mosquito vetor

nas cidades a partir da década de 1970. Em 2010, foram registrados cerca de

um milhão de casos no Brasil. Em 2011, nos primeiros nove meses, o número

de casos já chegava a mais de 700 mil. Nos primeiros anos de 2012,

felizmente, a incidência dos casos de dengue demonstrou queda de 60%.

Há que se ressaltar ainda o quadro, já considerado uma pandemia pela

OMS, de obesidade no Brasil. O excesso de peso causado pela ingestão de

calorias em quantidade maior do que a necessária para os gastos energéticos

diários costuma resultar em doenças cardiovasculares ou no desenvolvimento

da diabetes tipo 2. Pode-se verificar, pelo gráfico a seguir, que houve grande

avanço do número de obesos no Brasil na última década.

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De qualquer modo, no Brasil, as doenças que mais matam são aquelas

classificadas como crônicas não transmissíveis (como câncer, diabetes,

doenças respiratórias crônicas e doenças cardiovasculares), que afetam

principalmente a população idosa, respondendo por mais de 70% das mortes

no Brasil. Esses serão os males mais comuns, na medida em que a população

brasileira tende ao envelhecimento.

Cabe ainda mencionarmos as novas diretrizes do governo para a

chamada humanização da saúde. Essa reorientação no atendimento busca

tratar o paciente de forma mais digna e individualizada, tendo-se em conta a

situação de fragilidade em que se encontra quando busca o atendimento na

rede pública.

Saneamento

O saneamento básico é condição essencial para o desenvolvimento da

saúde de um país e para uma vida digna ao indivíduo. No Brasil, ainda há

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muito que ser feito nessa área para propiciar uma existência menos sofrida a

milhões de brasileiros.

Em termos gerais, é possível dizer que a proporção de domicílios que

apresentam condições sanitárias adequadas aumentou. Entretanto,

considerando-se o acesso ao saneamento básico adequado, o qual inclui

serviços de coleta e tratamento de resíduos, o avanço foi modesto. É

importante mencionar que houve avanços em todas as regiões do Brasil

quando se compara o período 2000-2010, exceto no Norte, onde se verificou

aumento da proporção de domicílios sem acesso a esgoto.

Hoje, 82,9% dos domicílios brasileiros são atendidos por rede geral de

abastecimento de água. Na área urbana, o percentual atingiu 91,9% em 2010.

O aumento do abastecimento de água na área rural do Brasil ajuda a explicar a

significativa queda da mortalidade infantil, uma vez que muitos dos recém-

nascidos morriam por ingestão de água contaminada.

Tendo-se em conta que temos 16,2 milhões de brasileiros que vivem

em condições miseráveis, são eles as principais vítimas da falta de

saneamento. Entre essa população, 32% não têm banheiro no domicílio, 72%

não são atendidos por serviços de esgoto e 32% sofrem com a falta de

abastecimento de água.

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Habitação

Em 1964, durante o regime militar, criou-se o Banco Nacional de

Habitação (BNH) como resposta do governo à forte crise de moradia presente

num país que se urbanizava rapidamente. Buscava-se, por um lado, angariar

apoio entre as massas populares urbanas e, por outro, criar uma política

permanente de financiamento capaz de estruturar em moldes capitalistas o

setor da construção civil habitacional, objetivo que acabou por prevalecer.

O papel econômico desta política habitacional – que estimulou a

economia, por meio da geração de empregos e fortalecimento do setor da

construção civil –, transformou-a em um dos elementos centrais da estratégia

dos governos militares. Ainda que sejam muitas as críticas ao BNH, era a

primeira vez que o país tinha, de fato, uma política de habitação.

O Sistema Brasileiro de Habitação – SFH

O Sistema Brasileiro de Habitação (SFH) se estrutura com vultosos

recursos gerados pela criação, em 1967, do Fundo de Garantia por Tempo de

Serviço (FGTS), alimentado pela poupança compulsória de todos os

assalariados brasileiros, que veio se somar aos recursos da poupança

voluntária, formando o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE).

Nos vinte e dois anos de funcionamento do BNH, o Sistema Financeiro

da Habitação financiou a construção de 4,3 milhões de unidades novas, das

quais 2,4 milhões com recursos do FGTS, para o setor popular, e 1,9 milhões

para o mercado de habitação para a classe média.

No período de funcionamento do BNH (1964-86), foram financiadas

aproximadamente 25% das novas moradias construídas no país, porcentagem

relevante, mas totalmente insuficiente para enfrentar o desafio da urbanização

brasileira.

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Com o fim do regime militar, em 1985, esperava-se que todo o SFH,

incluindo o BNH e seus agentes promotores públicos, as Cohab’s, passassem

por uma profunda reestruturação, na perspectiva da formulação de uma nova

política habitacional para o país. No entanto, o BNH foi extinto em 1986 sem

encontrar resistências.

Com o fim do BNH, perdeu-se uma estrutura de caráter nacional que

tinha acumulado grande experiência na área, formado técnicos e financiado a

maior produção habitacional da história do país. Durante a redemocratização,

ao invés de uma transformação, pode-se dizer que deixou de existir uma

política nacional de habitação coerente. Após a extinção do BNH (1986), a

gestão da política habitacional esteve subordinada a sete ministérios ou

estruturas administrativas diferentes, caracterizando descontinuidade e

ausência de estratégia para enfrentar o problema.

A Caixa Econômica Federal tornou-se o agente financeiro do SFH,

absorvendo precariamente algumas das atribuições, pessoal e acervo do antigo

BNH.

Vale ressaltar que, pouco após a extinção do BNH, o financiamento

minguou, ao mesmo tempo em que os problemas de moradia da população

urbana se tornaram dramáticos, agravados pelo empobrecimento que marcou

as décadas de 80 e 90.

Diante de tal quadro, tornou-se evidente a necessidade de uma

intervenção governamental com recursos oriundos de outras fontes e a

parceria com a sociedade organizada. Para fazer frente à situação, vários

municípios e estados, além da própria União, lançaram programas

habitacionais financiados com fontes alternativas, em particular recursos

orçamentários, adotando princípios e pressupostos diversos dos adotados

anteriormente. Abriu-se assim uma nova fase na política habitacional no Brasil,

que se denominou de pós-BNH.

A situação habitacional e urbana no Brasil no início do século XXI

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O Censo de 2000 apontou a necessidade de novas moradias em todo o

país em 6,6 milhões, sendo 5,4 milhões nas áreas urbanas e 1,2 milhão na

área rural. A maior parte dessa necessidade concentrava-se nos Estados do

Sudeste (41%) e do Nordeste (32%), regiões que agregam a maioria da

população urbana do país e dispõem da maior parte dos domicílios urbanos

duráveis. Note-se, pelo quadro abaixo, que o déficit mais expressivo de

moradias era entre os brasileiros com renda de até três salários mínimos.

A criação do Ministério das Cidades e uma nova política habitacional

Um dos primeiros atos de Lula como Presidente da República foi a

criação do Ministério das Cidades, o qual se encarregou das áreas de

habitação, saneamento, transportes urbanos e planejamento territorial, e

indicou para os principais cargos técnicos experientes e comprometidos com

todo o processo de elaboração de propostas alternativas e com o ideário da

Reforma Urbana.

Apesar da recente estrutura organizacional do novo ministério, sua

criação representou um marco, pois ele se tornou o mais importante órgão

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nacional responsável pela política de moradia desde a extinção do BNH, bem

como porque sua concepção pressupõe um tratamento integrado da questão

urbana e representa um avanço em relação à tradicional fragmentação da

política habitacional que tem sido regra na gestão pública.

Entre as funções do Ministério das Cidades, destaca-se seu papel como

articulador e qualificador dos diferentes entes federativos na estruturação de

uma estratégia nacional para mitigar os problemas urbanos das cidades

brasileiras, estimulando mudanças com o apoio dos instrumentos legais

estabelecidos pelo Estatuto das Cidades.

Tendências recentes (2005-7): melhoria do cenário macro-econômico e

ampliação do financiamento e subsídio habitacional

A partir de 2005, houve uma substancial elevação dos investimentos,

de todas as fontes de recursos, ampliação do subsídio, foco mais dirigido para

a população de baixa renda, destinação crescente de recursos ao poder público

e ampla captação de recursos de mercado, gerando o que muitos consideram

um novo boom imobiliário. As transformações foram uma resposta às

reivindicações dos movimentos de moradia do setor empresarial da construção

civil e de todos os segmentos que vinham lutando pela priorização dos

investimentos nas políticas sociais, mas também se vinculam à melhoria do

cenário macroeconômico e de uma relativa flexibilização da política econômica.

Por outro lado, as medidas tomadas pelo governo para desonerar a construção

civil e estimular o crédito imobiliário geraram efeitos positivos.

Ao longo dos últimos anos, o orçamento do FGTS cresceu

constantemente (atingiu sete bilhões de reais em 2007), assim como os

recursos de origem orçamentária que, com a criação do Fundo Nacional de

Habitação de Interesse Social (2006), vêm superando um bilhão de reais por

ano.

É necessário citar, ainda, a implantação do Programa de Aceleração do

Crescimento (PAC), que o governo anunciou no início de 2007. Trata-se de um

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grande programa de investimento em diferentes áreas (energia, rodovias,

portos, saneamento e habitação) que alterou parcialmente a rígida política de

contenção de despesas que vigorou no início do governo Lula. Embora boa

parte deste programa esteja voltada a obras de infraestrutura para a

produção, os setores de habitação e saneamento foram privilegiados,

dirigindo-se as aplicações para a urbanização de assentamentos precários,

ação que está necessariamente sob a responsabilidade do poder público.

Houve, ainda, a elevação dos recursos da União para financiar

programas de urbanização de favelas e assentamentos precários, a serem

implementados pelos municípios.

Em março de 2009, o governo federal lançou o programa habitacional

Minha Casa, Minha Vida, que previa investimentos públicos na ordem de R$

34 bilhões e a construção de um milhão de moradias. Para participar do

programa, as famílias deveriam ter renda máxima de R$ 4.650,00. A segunda

fase do Minha Casa, Minha Vida, implantada pela MP 514/2010, estabeleceu

novas diretrizes para o programa. Prevê-se a construção de dois milhões de

moradias no Brasil até 2014, das quais 60% serão direcionadas a famílias com

renda mensal até R$ 1.345,00.

Temos-chaves: crescimento econômico, inflação, estabilidade monetária,

desenvolvimento, desconcentração industrial, PIB, PIB per capita, taxa de

juros básica (SELIC), investimento estrangeiro direito, taxa de câmbio,

desindustrialização, superávit primário, ajuste fiscal, “commodities”, déficit em

transações correntes, balança comercial.

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Questão de Revisão

(CESPE – TRE-AL – Técnico Judiciário – Especialidade – Telefonia)

Se fosse em um edifício, o administrador não teria sossego. Mas quando o

condomínio mede 8,5 milhões de quilômetros quadrados e abriga 170 milhões

de moradores, a situação se agrava. É o caso do Brasil. Divulgado pelo

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Atlas do Saneamento

mostra que no país há 102 milhões de pessoas sem acesso à rede de esgoto.

Na região Norte, a situação é mais grave. Somente 2,4% dos municípios

dispõem desse tipo de serviço.

Correio Braziliense, 23/3/2004, p. 15 (com adaptações).

Tendo o texto acima como referência inicial, julgue os itens seguintes, relativos

às atuais condições sociais brasileiras.

1) Muitas doenças estão ligadas à falta de cobertura de saneamento, isto é,

a deficiências quanto à rede geral de esgoto, coleta de lixo e tratamento

de água.

2) Pelo que informa o texto, infere-se que cerca de 97,6% dos municípios

da região amazônica não têm acesso a redes de esgoto.

3) Os números fornecidos pelo texto permitem concluir que algo em torno

de 60% da população brasileira carece de serviços regulares de rede de

esgoto.

4) Apesar da ausência do adequado esgotamento sanitário, a grande

maioria das cidades brasileiras é bem provida de serviços de coleta e de

correto armazenamento do lixo.

5) Os lixões a céu aberto são, comprovadamente, a melhor alternativa para

o tratamento do lixo.

Gabarito: 1) Certo. O saneamento básico é fundamental para a prevenção de

diversas doenças.

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2) Certo. Tendo em vista que somente 2,4% dos municípios

dispõem desse serviço, significa dizer que 97,6% (100%-2,4%) não têm

acesso a redes de esgoto.

3) Certo. O texto afirma que são aproximadamente 170 milhões de

moradores (números da época, pois hoje já passamos de 190 milhões),

dos quais 102 milhões não têm acesso à rede de esgoto. Ao calcularmos

102/170 = 0,6 (o mesmo que 60%).

4) Errado. A maioria das cidades não dispõe de serviços adequados

de coleta e armazenamento de lixo. Um exemplo claro dessa carência é a

grande quantidade de lixões (depósitos de lixo a céu aberto), em vez de

aterros sanitários.

5) Errado. Os lixões são péssimas alternativas por causarem sérios

problemas ambientais e sociais. O correto manejo dos resíduos sólidos

inclui a reciclagem e o descarte dos materiais em aterro sanitário.

(FGV – CAERN – Agente Administrativo– 2010)

Em relação aos aspectos de saúde pública e meio ambiente no setor de

saneamento no Brasil, é correto afirmar que, a partir da década de 1990, o

cenário se caracteriza:

a) pela ênfase no conceito de desenvolvimento sustentável e de

preservação e conservação do meio ambiente e particularmente dos

recursos hídricos, refletindo diretamente no planejamento das ações de

saneamento.

b) pelo surgimento de iniciativas para estabelecer as primeiras

classificações e os primeiros parâmetros físicos, químicos e

bacteriológicos definidores da qualidade das águas, por meio de

legislações estaduais e em âmbito federal.

c) pela elaboração do Código das Águas, que representou o primeiro

instrumento de controle do uso de recursos hídricos no Brasil,

estabelecendo o abastecimento público como prioritário.

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d) pela inserção da preocupação ambiental na agenda política brasileira,

com a consolidação dos conceitos de ecologia e meio ambiente e a

criação da Secretaria Especial de Meio Ambiente (Sema).

e) pela instauração de uma série de instrumentos legais de âmbito nacional

definidores de políticas e ações do governo brasileiro, como a Política

Nacional do Meio Ambiente.

Gabarito: o item correto é a letra “a”.

A saúde pública e o desenvolvimento sustentável (conceito ambiental) têm

íntima relação no planejamento de políticas públicas efetivas. É importante

ressaltar que muitos dos problemas de saúde pública são decorrentes de

falta de saneamento básico e ocupação irregular dos espaços urbanos.

Desde o início dos anos 1990, as políticas de saneamento básico tornaram-

se uma prioridade em razão de seu impacto transversal na qualidade de

vida da população, haja vista que uma rede de saneamento adequada gera

efeitos bastante positivos sobre a saúde e sobre as condições de habitação

dessas populações, além de servir à preservação do meio ambiente

(sobretudo em relação aos recursos hídricos).

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Questões

1 - (CESPE – Analista de Correios – Comunicação Social – Relações

Públicas 2011 - Adaptada)

Considerando o desempenho da economia brasileira nos últimos anos,

julgue como certo ou errado os itens subsequentes:

1) Acompanhando o forte ritmo de crescimento da economia brasileira em

2010 e a elevação dos preços das commodities, particularmente dos

alimentos, no mercado internacional, a inflação brasileira tem

ultrapassado os limites das metas previstas pela autoridade monetária.

2) A política de concessão de aumento real do salário mínimo, praticada a

partir de 2003, teve como contrapartida a dificuldade na geração de

empregos formais, o que se observa, sobretudo, nos grandes centros

urbanos do país, onde aumentou significativamente a atividade

econômica informal.

3) Apesar do impacto da crise financeira internacional deflagrada em 2008,

a economia brasileira sofreu pequena retração em 2009, seguida de forte

expansão no ano de 2010, desempenho melhor que o obtido pelas

economias de países desenvolvidos no mesmo período.

4) O Brasil experimenta, a partir de 2005, expansão da renda nacional per

capita aliada à gradual melhora do padrão de distribuição de renda, o

que resulta no declínio da pobreza e em maior mobilidade social.

5) O expressivo aumento dos recursos dedicados aos programas de

transferência direta de renda permitiu manter elevado o nível de

consumo interno, compensando-se, assim, a perda de renda causada

pela queda na geração de empregos formais, o que foi fundamental para

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a superação dos impactos da crise financeira internacional no mercado

doméstico nos últimos anos.

2 - (Consulplan – Analista de Sistemas –Prefeitura de Natal - 2006 -

Adaptada)

O PIB (Produto Interno Bruto) representa a soma (em valores financeiros) de

toda a produção econômica de uma determinada região ou parcela da

sociedade, durante um período determinado (mês, trimestre, ano, etc). No que

diz respeito ao PIB brasileiro, aponte a (s) alternativa (s) correta (s):

I. Neste ano de 2011, o PIB vem alcançando aumentos significativos, o que

fortalece a atual política econômica do Brasil.

II. O PIB é medido pela Fundação Getúlio Vargas no Brasil.

III. Entre os fatores que compõem o PIB, a agropecuária vem obtendo os

melhores desempenhos no Brasil.

Está(ão) correta(s) apenas a(s) alternativa(s):

f) I e II

g) II

h) II e III

i) III

j) I

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3 - (CESPE – 2009 – Polícia Civil/RN)

As medidas que estão sendo tomadas, em várias partes do mundo,

para enfrentar o desafio da preservação ambiental não incluem

a) o incentivo à utilização de carros elétricos, como ocorre em Londres.

b) o estímulo ao uso de bicicletas em áreas urbanas, como acontece em

Paris.

c) a ampliação das áreas destinadas à circulação de pedestres em

detrimento dos carros.

d) a multiplicação das usinas termelétricas movidas a carvão ou a óleo

combustível.

e) a produção de energia com o maior aproveitamento da energia solar e

eólica.

4 - (CESGRANRIO – 2010 – Banco do Brasil)

As preocupações ambientais hoje estão todas mobilizadas pelo aquecimento

global. Mas a degradação climática do mundo é apenas um dos sintomas de

um desequilíbrio mais profundo, que também se mostra na taxa acelerada de

extinção de espécies e no risco de desaparecimento de ecossistemas

saudáveis.

Entrevista com Ahmed Djoghlaf, Secretário da ONU

Revista Época, janeiro de 2010

Para além do aquecimento global, o Secretário chama a atenção

para os atuais problemas ambientais relativos à

a) cultura de massa.

b) produção flexível.

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c) economia de mercado.

d) ideologia ecológica.

e) diversidade biológica.

5 - (NUCEPE – 2010 – SEJUS-PI)

"Chuva faz dezenas de pessoas deixarem casas em Angra (RJ); 52

morreram. Com medo de novos deslizamentos de terra, dezenas de pessoas

deixaram suas casas na manhã desta quarta-feira, a pedido da Defesa Civil

Municipal de Angra dos Reis (RJ), após uma chuva fraca atingir a cidade."

A tragédia ocorrida em Angra dos Reis (RJ) põe mais uma vez em evidência

um problema socioambiental bastante comum em cidades brasileiras, que

são os deslizamentos de terra. A respeito dessa questão assinale a

alternativa CORRETA

a) Tais deslizamentos são consequência, exclusivamente, dos níveis de

pluviosidade muito acima da média histórica, o que desencadeou um

escoamento de águas superficiais com grande intensidade.

b) Os deslizamentos de terra em Angra dos Reis e em várias cidades

brasileiras são decorrentes, principalmente, de um processo de ocupação

desordenada de áreas de encosta, onde a retirada de cobertura vegetal,

associada à declividade do relevo e as chuvas, potencializam o escoamento

superficial, tendo por consequência o grande arraste de terra.

c) Os deslizamentos de terra em Angra dos Reis são decorrentes de um

processo de ocupação desordenada de diversas áreas, em que a retirada da

cobertura vegetal provoca um grande aumento da infiltração de água no solo,

culminando com os deslizamentos de massa.

d) Os recentes deslizamentos de terra ocorridos em Angra dos Reis,

diferentemente dos demais que ocorrem no Brasil, têm origem de natureza

tectônica, tendo em vista que a área em que ocorreram os deslizamentos

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localiza-se em uma falha geológica.

e) Apesar de haver uma ocupação urbana desordenada em Angra dos

Reis, os recentes deslizamentos de terra não poderiam ter sido evitados, tendo

em vista que em função do fenômeno El Niño, o volume de chuvas registrado

foi o maior da história do Rio de Janeiro.

6 - (FUNIVERSA – 2011 – Auditor Fiscal- SEPLAG/DF)

Os desastres naturais obrigam-nos a uma mudança cultural de grande porte. O

ideal seria estar à altura da tragédia ou, pelo menos, crescer um pouco diante

dela. Toda uma política jaz sob os escombros das recentes tragédias que

chamamos de naturais, sabendo que a natureza não existe sem nós.

Fernando Gabeira. In: O Estado de S. Paulo, 21/1/2011, p. A2

Relativamente a esse comentário e considerando os trágicos acontecimentos

que, neste verão, atingiram diversas áreas do país, a exemplo da região

serrana fluminense, assinale a alternativa correta.

a) Há consenso de que as recentes tragédias climáticas ocorridas no Brasil,

sobretudo no Sudeste e no Sul, resultam do impacto causado pelo

fenômeno denominado aquecimento global.

b) Entre as ações humanas que agridem a natureza, ampliando os efeitos

das tragédias naturais, podem ser citadas a ocupação intensa e

desordenada do solo e a drenagem urbana impedida pelo acúmulo de

lixo.

c) A mudança cultural de grande porte a que a sociedade brasileira está

impelida, como sugere o autor do texto, implica recusar-se a praticar

atos de solidariedade para forçar a ação do poder público.

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d) Uma solução para os problemas causados por chuvas torrenciais e

enchentes seria o assentamento populacional em várzeas próximas a

pequenos córregos, sob rígido controle das autoridades.

e) Está tecnicamente provado que a topografia das cidades brasileiras

inviabiliza o processo de drenagem, por meio de grandes tubos, do

excesso de água despejada por chuvas.

7 - (CESPE – TRE-AL – Técnico Judiciário – Especialidade – Telefonia)

Se fosse em um edifício, o administrador não teria sossego. Mas quando o

condomínio mede 8,5 milhões de quilômetros quadrados e abriga 170 milhões

de moradores, a situação se agrava. É o caso do Brasil. Divulgado pelo

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Atlas do Saneamento

mostra que no país há 102 milhões de pessoas sem acesso à rede de esgoto.

Na região Norte, a situação é mais grave. Somente 2,4% dos municípios

dispõem desse tipo de serviço.

Correio Braziliense, 23/3/2004, p. 15 (com adaptações).

Tendo o texto acima como referência inicial, julgue os itens seguintes, relativos

às atuais condições sociais brasileiras.

1) Muitas doenças estão ligadas à falta de cobertura de saneamento, isto é,

a deficiências quanto à rede geral de esgoto, coleta de lixo e tratamento

de água.

2) Pelo que informa o texto, infere-se que cerca de 97,6% dos municípios

da região amazônica não têm acesso a redes de esgoto.

3) Os números fornecidos pelo texto permitem concluir que algo em torno

de 60% da população brasileira carece de serviços regulares de rede de

esgoto.

4) Apesar da ausência do adequado esgotamento sanitário, a grande

maioria das cidades brasileiras é bem provida de serviços de coleta e de

correto armazenamento do lixo.

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5) Os lixões a céu aberto são, comprovadamente, a melhor alternativa para

o tratamento do lixo.

8 - (FGV – CAERN – Agente Administrativo – 2010)

Em relação aos aspectos de saúde pública e meio ambiente no setor de

saneamento no Brasil, é correto afirmar que, a partir da década de 1990, o

cenário se caracteriza:

f) pela ênfase no conceito de desenvolvimento sustentável e de

preservação e conservação do meio ambiente e particularmente dos

recursos hídricos, refletindo diretamente no planejamento das ações de

saneamento.

g) pelo surgimento de iniciativas para estabelecer as primeiras

classificações e os primeiros parâmetros físicos, químicos e

bacteriológicos definidores da qualidade das águas, por meio de

legislações estaduais e em âmbito federal.

h) pela elaboração do Código das Águas, que representou o primeiro

instrumento de controle do uso de recursos hídricos no Brasil,

estabelecendo o abastecimento público como prioritário.

i) pela inserção da preocupação ambiental na agenda política brasileira,

com a consolidação dos conceitos de ecologia e meio ambiente e a

criação da Secretaria Especial de Meio Ambiente (Sema).

j) pela instauração de uma série de instrumentos legais de âmbito nacional

definidores de políticas e ações do governo brasileiro, como a Política

Nacional do Meio Ambiente.

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Gabarito

1) E, E, C, C, E

2) d

3) d

4) e

5) b

6) b

7) C, C, C, E, E

8) a