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ATUALIDADESContedo desta Apostila

Programa do EditalATUALIDADES: Domnio de tpicos atuais e relevantes de diversas reas, tais como poltica, economia, sociedade, educao, tecnologia, energia, relaes internacionais, desenvolvimento sustentvel, segurana, artes, literatura, e suas vinculaes histricas. A seguridade social como fator de desenvolvimento.

A seguridade social como fator de desenvolvimento Vemos a globalizao como fenmeno que pode ser positivo, uma vez que os avanos tecnolgicos oferecem humanidade oportunidades antes no existentes ou imaginveis. em momentos histricos como este, que se abrem janelas de oportunidade para que sociedades emergentes realizem saltos qualitativos para seu desenvolvimento. desejvel e mesmo imperativo que o desenvolvimento mundial, nesta nova etapa histrica, seja menos desigual do que aquele registrado em etapas anteriores. No entanto, na medida em que o atual processo de internacionalizao das sociedades est baseado na difuso de novos padres tecnolgicos e organizacionais, no devemos nos iludir de que haja automatismo da difuso dos benefcios deste desenvolvimento entre os pases, bem como dentro de cada pas. O conhecimento em Cincia & Tecnologia tem economias de escala, os processos de aprendizagem so incrementais e recursos humanos precisam ter oportunidade e tempo de aquisio das capacidades para incluir-se nos novos paradigmas. Ou seja, mais do que nunca seria equivocado acreditar que o mero crescimento econmico traga por si a distribuio de renda e o desenvolvimento social desejado por todos. Portanto, h um papel fundamental para a ao coordenada e a poltica deliberada em nvel nacional e internacional. Como parte desta ao concertada cabe aqui lembrar que a distribuio de oportunidades de participao nos frutos da globalizao, do ponto de vista dos pases em desenvolvimento, tambm depende fundamentalmente da possibilidade de livre acesso aos mercados dos pases desenvolvidos para os principais produtos que os pases em desenvolvimento tm para oferecer, abolindo-se prticas protecionistas e as barreiras desleais que por vezes temos enfrentado.

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No processo de globalizao, do ponto de vista social, os pases em desenvolvimento, como o Brasil, enfrentam um duplo desafio: lidar com as questes ainda no resolvidas do padro de desenvolvimento anterior e, simultaneamente, enfrentar os novos desafios. Precisamos, ao mesmo tempo, combater analfabetismo e formar PhDs; evitar mortalidade infantil por doenas infectocontagiosas e tratar cnceres; responder necessidades previdencirias dos trabalhadores inseridos internacionalmente e trazer para o manto da proteo pessoas excludas do mercado de trabalho. Diante dessa complexidade e particularidade no ser como nunca o foi um mero transplante de modelos e idias produzidas em outro lugar, o caminho para a busca de solues adequadas s realidades dos pases em desenvolvimento. Recomendaes simplistas, como o foram, por exemplo, as de privatizao parcial ou integral dos sistemas de proteo previdenciria feitas a pases latino-americanos nos anos 90, no lograro tratar os desafios propostos. Entendemos que, como pr-condio para que nossas populaes possam beneficiarse do desenvolvimento futuro, h prioridade elevada para, entre outras, polticas ativas nas reas de sade, emprego, educao, transferncia de renda e seguridade social em pases em desenvolvimento. Polticas conceitualmente muito simples e no necessariamente caras, como as transferncias de renda focalizadas, associadas educao e sade, direcionadas a famlias pobres com crianas e jovens, so capazes de surtir efeitos sobre a desigualdade e pobreza como o fazem, por exemplo, a Bolsa-Famlia no Brasil, o Oportunidades no Mxico, bem como programas semelhantes na Colmbia, Chile e demais pases latino-americanos. Isso contribui para que esses pases atinjam as Metas do Milnio de reduo da pobreza. Porm, no apenas programas reativos de combate pobreza devem ser desenhados. Tambm polticas de seguridade social, com pilar universal e solidrio, pblico e redistributivo, baseados na solidariedade entre e dentro as geraes, financiado com contribuies sociais e impostos, so instrumentos relevantes. Entendemos como inadequadas crticas de que tais sistemas de seguridade social sejam necessariamente caros. O mercado certamente tem um papel relevante no suprimento de benefcios suplementares para a populao mais afluente, mas no suficiente para fornecer a proteo social bsica. A experincia histrica europia demonstra que pases com sistema de proteo social obtiveram mais sucesso nos ciclos de integrao internacional do Sc. XX.

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interessante mencionar o esforo de reavaliao dos sistemas de seguridade social na Amrica Latina, onde Chile, Argentina e Brasil esto, neste momento, enfrentando os desafios de equidade e sustentabilidade colocadas pelas transformaes econmicas, sociais e demogrficas pelas quais estamos passando. Nestas reformas busca-se universalizar a cobertura com mecanismos de financiamento nocontributivos e que no necessariamente resultaro em um grave nus oramentrio a estes pases no longo prazo. A operao de polticas de sade, transferncia de renda e seguridade social requerem capacidade de gesto e conhecimento, onde h amplo espao de cooperao, no apenas entre norte e sul, mas tambm sul-sul, nos quais preciso fortalecer os processos de aprendizagem dos atores locais. Crucial que estes fenmenos ocorram em ambientes democrticos, com liberdade de opinio e associao, inclusive sindical. Quero mencionar, como outro instrumento importante, o conceito de trabalho decente e seus desdobramentos, desenvolvidos pela OIT. O Brasil, por exemplo, est comprometido com a Agenda Hemisfrica do Trabalho Decente, aprovada na Reunio Regional da OIT para as Amricas, realizada no ano passado em Braslia. Alm do esforo pela construo de um sistema de comrcio internacional mais justo e eqitativo, entendemos que preciso coordenar melhor a poltica de proteo aos trabalhadores migrantes, mediante a formulao de acordos internacionais de seguridade social, bem como de aperfeioamentos das polticas de migrao dos pases do G-8, para que estas sejam mais inclusivas. Por fim, quero dizer que acredito firmemente que, uma maior coeso social e eqidade so requisitos necessrios para que possamos forjar os pactos nacionais que permitem a participao das sociedades em desenvolvimento no processo de globalizao. No Brasil, h quem questione o custo de polticas sociais, mas estamos convencidos de que muito mais caro no t-las. Trata-se de investimentos, no simplesmente de gastos. A iniciativa, que envolve tambm o Instituto Nacional de Seguro Social (INSS), vai permitir ao Ministrio do Desenvolvimento Social e Combate Fome (MDS) cruzar bases de dados de beneficirios da previdncia e de renda dos contribuintes com as informaes do Cadastro nico e da folha de pagamento do Bolsa Famlia. Tambm institui Grupo de Trabalho Interministerial para aperfeioar os mecanismos de fiscalizao do BPC. O ministro Jos Pimentel disse que o intercmbio de informaes contidas nas bases de dados fundamental para a execuo das polticas pblicas que beneficiam

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segurados e famlias atendidas pelos programas sociais mantidos pelo governo federal. "Os avanos no cadastro da Previdncia incentivaram o acordo", afirmou o ministro Patrus. Ele tambm destacou a cooperao entre as duas pastas. "Temos intercmbio, temos os mesmos compromissos e objetivos comuns. Estamos vencendo os entraves da burocracia", comemorou o ministro. A celeridade dos trabalhos para que o acordo fosse firmado foi ressaltada pelo ministro da Previdncia, Jos Pimentel. "Trabalhamos bastante e, hoje, podemos assinar a portaria", comemorou. O objetivo da nova medida aumentar a eficcia das polticas pblicas com a verificao da veracidade dos contedos dos bancos de dados. A checagem das informaes contribui para melhorar a focalizao dos programas sociais, executados pelo Ministrio do Desenvolvimento Social. As informaes abrangem ainda o Sistema informatizado de Controle de bitos (Sisobi). O MDS j realiza atualmente cruzamentos de dados do cadastro com a Relao de Informaes Sociais (Rais) do Ministrio do Trabalho e Emprego sobre renda do mercado formal. O cruzamento de informaes ser realizado anualmente. Plano - O grupo de trabalho ter prazo de 30 dias para apresentar um Plano de Providncia no mbito das recomendaes contidas no Acrdo n 668/2009, do Tribunal de Contas da Unio (TCU) referente ao Relatrio de Auditoria de Natureza Operacional realizada pelo rgo. O relatrio prope um exame do BPC e dos processos de controle adotados para a deteco e preveno de erro e possveis irregularidades na concesso e na manuteno desse benefcio. Participaram da assinatura do acordo, no Ministrio da Previdncia Social, o secretrio-executivo Carlos Eduardo Gabas, e o presidente do INSS, Valdir Simo. Pelo MDS, estiveram presentes as secretrias Arlete Sampaio (executiva), Ana Lgia Gomes (Assistncia Social), Lcia Modesto (Renda de Cidadania) e a diretora do Departamento de Benefcios Assistenciais, Maria Jos de Freitas. O BPC o auxlio de um salrio mnimo, pago pelo MDS e operacionalizado pelo INSS, garantido por lei a idosos e pessoas com deficincia que tenham renda familiar de at um quarto do salrio mnimo. Hoje, o programa atende 2,7 milhes de pessoas. O Bolsa Famlia transfere benefcios que variam de R$ 20,00 a R$ 182,00 a famlias com renda per capita de at R$ 137,00. Os valores variam de acordo com o tamanho e o perfil econmico das famlias. Os beneficirios precisam manter os filhos na escola, as crianas com agenda de sade em dia e mulheres com acompanhamento de pr-natal. Atualmente, 11,1 milhes de famlias integram o programa.

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1. Encontro na Dinamarca discute futuro do planeta O Greenpeace faz protesto para que o Brasil assuma metas contra o aquecimento global A Conferncia das Naes Unidas sobre Mudanas Climticas, que comea no dia 7 de dezembro de 2009 em Copenhague, capital da Dinamarca, ser decisiva para conter o avano do aquecimento global. O foco das negociaes estabelecer novas metas internacionais de reduo da emisso de gases causadores do efeito estufa, que iro substituir, aps 2012, as estabelecidas pelo Protocolo de Kyoto. : Representantes de 192 pases signatrios da 15 Conferncia das Partes (COP 15) participam do evento, incluindo o Brasil. O acordo de cooperao entre pases foi firmado em 1992 durante a Cpula da Terra, realizada no Rio de Janeiro. Trs anos depois foi realizada a reunio inaugural do grupo. O Protocolo de Kyoto foi o primeiro conjunto de metas de reduo de gases responsveis pelo efeito estufa. O documento foi redigido em 1997 na Conferncia de Kyoto, no Japo, e entrou em vigor em fevereiro de 2005, com a ratificao de 163 pases. De acordo com os termos do protocolo, as naes desenvolvidas se comprometeriam a diminuir em, ao menos, 5% as emisses de gases, em relao aos nveis de 1990, no perodo compreendido entre 2008 e 2012. Porm, a relutncia dos Estados Unidos em assinar o tratado limitou o alcance das propostas para diminuir o aquecimento do planeta. Na poca, o presidente George W. Bush alegou que as mudanas prejudicariam a economia americana. Os Estados Unidos considerado o pas mais poluente do mundo, seguido da China. O centro do debate da COP 15 a proposta, mais ambiciosa, de reduo da emisso de gases a patamares entre 25% e 40% at 2020, com base nas medies de 1990. Para isso, fundamental que Estados Unidos e China cheguem a um acordo. E, diferente da Conferncia de Kyoto, desta vez o compromisso de pases emergentes, como Brasil e ndia, ter grande importncia, uma vez que os nveis de poluio aumentaram nesses pases em razo do desenvolvimento econmico. As

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novas metas devero ser cumpridas a partir de 2013, quando expira o Protocolo de Kyoto.

Efeito estufa Questes relativas ao meio ambiente entraram na pauta dos governos mundiais nos anos 1980, quando cientistas divulgaram estudos relacionando o aumento da emisso de gs carbnico, decorrente da industrializao e urbanizao, ao aquecimento global e s mudanas no clima da Terra. O efeito estufa ocorre quando a energia do Sol se acumula na atmosfera terrestre, elevando a temperatura do planeta. Ele provocado pela emisso de seis tipos de gases, como dixido de carbono (CO2), metano (CH4) e xido nitroso (N2O). O dixido de carbono, entretanto, o mais abundante e duradouro na atmosfera. Ele liberado pela queima de combustveis fsseis - petrleo, gs e carvo natural -, que constituem a principal fonte de energia das economias mundiais. O efeito estufa um fenmeno natural e necessrio para a vida no planeta, pois permite que a Terra retenha o calor. O problema que, com o aumento da poluio a partir do sculo 19, houve um desequilbrio nesse processo, o que provocou o aquecimento global. Apesar de alguns cientistas apontarem causas naturais para o aquecimento do planeta, o consenso dominante de que o homem o maior responsvel. O relatrio do Painel Intergovernamental sobre Mudana Climtica (IPCC, na sigla em ingls), divulgado em 2007, apontou que a temperatura no mundo subiu 0,74% no perodo de 1906 a 2005, devido atividade humana. E, se nada for feito, haver um aumento de 4C at 2100. Como resultado, espcies de animais e vegetais seriam extintas, haveria prejuzo para a agricultura, falta de gua, ondas de calor e ocorrncia de tufes e furaces. Alm disso, o derretimento das calotas polares elevaria o nvel dos oceanos, inundando as regies costeiras do planeta. A despeito dos pases ricos serem os grandes culpados pelas catstrofes previstas, o maior prejuzo recair sobre os mais pobres, por terem menos recursos para lidar com as consequncias do aquecimento global. Segundo o relatrio IPCC, o cenrio pode ser evitado se 0,12% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial for, a cada ano, destinado a investimentos em tecnologia limpa e retrao do consumo. um valor considerado baixo em comparao aos danos provocados pelos efeitos do aquecimento sobre o desenvolvimento das naes. Brasil

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De acordo com o estudo "Economia da Mudana do Clima no Brasil: custos e oportunidades", divulgado este ms, estima-se que, em funo das mudanas climticas, o PIB brasileiro dever cair entre 0,5% e 2,3% em 2050, o que corresponde a perdas entre R$ 719 bilhes e R$ 3,6 trilhes. Isso equivaleria a desperdiar pelo menos um ano inteiro de crescimento pelos prximos 40 anos. No pas, segundo o estudo, as regies mais vulnerveis seriam Amaznia e Nordeste. Na Amaznia, a temperatura pode atingir um aumento de 7C a 8C em 2100. Estima-se que 40% da floresta amaznica se transformaria em savana, vegetao tpica de regies africanas. No Nordeste, a falta de chuvas afetaria a agricultura e a pecuria. A seca tambm comprometeria a gerao de energia eltrica no pas. No pas, o desmatamento da Amaznia a principal atividade responsvel por emisso de gs carbnico na atmosfera. O governo se comprometeu a reduzir em 80% as reas devastadas at 2020, o que corresponde reduo de 580 milhes de toneladas de gs carbnico. O Brasil tambm tem posio privilegiada no mundo em relao a fontes alternativas de energia, como o etanol. Para a Conferncia de Copenhague, o governo brasileiro anunciou a proposta de redues entre 36,1% e 38,9% da emisso de gases at 2020. Propostas Metas de cortes na emisso de gases causadores do efeito estufa confrontam interesses econmicos imediatos dos pases desenvolvidos. Governos enfrentam tambm presses internas de setores industriais e empresariais, que no querem ficar em desvantagem no comrcio internacional. Por isso, ser difcil obter consenso na Conferncia de Copenhague e, mais importante, garantir o cumprimento das regras estabelecidas para os prximos anos. O sucesso depende, sobretudo, de acordos envolvendo Estados Unidos e China, que, juntos, respondem por 40% das emisses no planeta. A China apresentou a proposta de reduzir entre 40% e 45% a "intensidade energtica" (emisso de dixido de carbono por unidade do PIB), em relao aos nveis de 2005, at 2020. o dobro das metas de 20% para o perodo de 2006 a 2010. Mas, segundo especialistas, a diminuio vinculada ao PIB (medida adotada somente pelo governo chins) pode no significar, na prtica, redues reais. J os EUA propuseram a diminuio de 17% at 2020, tambm em comparao com os nveis de 2005. No entanto, isso corresponderia a redues de 3% a 5% em relao aos dados de 1990.

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A proposta apresentada pela Dinamarca, que deve servir de base para a COP 15, fala em 50% de reduo das emisses de gases at 2050, em comparao com os nveis de 1990. Os pases ricos devem responder por 80% desses cortes, para impedir que a temperatura global aumente 2C neste sculo. Esses descompassos entre metodologias e porcentagens, somados relutncia de pases poluidores em adotar metas mais arrojadas que aquelas estabelecidas em Kyoto, envolvem a COP 15 num clima de ceticismo quanto aos seus resultados. Mas isso no ameniza a responsabilidade dos governos nem os impedem de buscarem solues para salvar o mundo de um futuro mais quente e hostil para a humanidade, segundo os cientistas. A Conferncia das Naes Unidas sobre Mudanas Climticas, que comea no dia 7 de dezembro de 2009 em Copenhague, capital da Dinamarca, ter como objetivo estabelecer metas internacionais de reduo de gases causadores do efeito estufa que iro substituir o Protocolo de Kyoto aps 2012. O Protocolo de Kyoto foi redigido em 1997 na Conferncia de Kyoto, no Japo, e entrou em vigor em fevereiro de 2005 com a ratificao de 163 pases. De acordo com o documento, as naes desenvolvidas teriam que diminuir em ao menos 5% as emisses de gases, em relao aos nveis de 1990, no perodo compreendido entre 2008 e 2012. Porm, a relutncia dos Estados Unidos em assinar o tratado limitou o alcance das propostas para diminuir o aquecimento do planeta. Estados Unidos e China so considerados os pases mais poluentes do mundo. Por isso, um acordo entre ambos fundamental para o sucesso da COP 15. O relatrio do Painel Intergovernamental sobre Mudana Climtica aponta que, se nada for feito, haver uma elevao da temperatura mundial em 4o at 2100. No Brasil, as mudanas climticas afetariam sobretudo a regio Nordeste e a Amaznia. 2. Internet e o futuro Na ciberguerra ou ciberterrorismo os autores se beneficiam do anonimato da rede mundial Na primeira visita oficial do presidente americano Barack Obama China, onde se reuniu com o presidente Hu Jintao no dia 17 de novembro de 2009, pairava a sombra de uma disputa poltica silenciosa, travada no mundo de bits da internet. Apesar de o assunto ter sido evitado no encontro, os dois pases gastam bilhes de dlares em sistemas de defesa e sofisticadas tcnicas de ataque e espionagem via internet.

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Vinte anos aps a queda do Muro de Berlim e o fim da Guerra Fria, delineia-se um novo cenrio de tenso geopoltica, no qual conceitos como ciberespionagem, ciberterrorismo e ciberguerra so cada vez mais usados para descrever as relaes entre pases antagnicos. De acordo com o "Virtual Criminology Report 2009 - Virtually Here: The Age of Cyber Warfare" ("Relatrio de Criminologia Virtual 2009 - Praticamente Aqui: A Era da Ciberguerra"), Estados Unidos, China e Rssia no somente espionam governos, instituies financeiras e empresas por meio da internet, como se preparam para uma eventual ciberguerra. A diferena que, enquanto na Guerra Fria a corrida armamentista deixou o mundo em alerta para os riscos de uma hecatombe nuclear, agora as armas so softwares e programas robs que invadem sistemas eletrnicos de comunicao, defesa e infraestrutura. Com o mundo interligado por redes de computadores - responsveis pelo controle de setores como administrao, finanas e servios -, uma pane provocada por um ciberataque poderia causar prejuzos materiais e at mortes no mundo real. Ciberataques Segundo o relatrio da empresa McAfee, especialista em segurana digital, pelo menos trs ciberataques j teriam ocorrido no mundo desde 2007. O primeiro aconteceu entre abril e maio de 2007. Hackers invadiram sites comerciais e governamentais da Estnia, pas que faz fronteira com a Rssia, bloqueando o acesso dos usurios. Parlamento, ministrios e bancos ficaram incomunicveis pela rede. O motivo teria sido a remoo da esttua de bronze de um soldado russo, situada no centro da capital, Tallininn. Para os russos, a esttua era uma homenagem aos combatentes do nazismo, enquanto que, para os estonianos, era uma amarga lembrana da ocupao sovitica. Por esta razo, o governo da Estnia responsabilizou Moscou pela invaso virtual, mas no apresentou provas. Em agosto de 2008, outro incidente envolvendo a Rssia. Durante os conflitos separatistas ocorridos na regio da Gergia e Osstia do Sul, sites do governo da Gergia foram bloqueados numa ao em massa coordenada por nacionalistas russos. Mais uma vez, o Kremlin negou qualquer participao. Finalmente, no feriado de Independncia dos Estados Unidos, em 4 de julho de 2009, o bloqueio atingiu sites do governo americano e de empresas, incluindo a pgina da Casa Branca e da Bolsa de Valores de Nova York. Uma semana depois, a vtima foi a Coreia do Sul, aliada de Washington. Ambos os ataques teriam partido da vizinha Coreia do Norte, nao comunista alinhada China.

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Estados Unidos e China tambm se revezam, segundo dados da McAfee, na liderana do ranking de maior quantidade de computadores "zumbis" - mquinas que operam sob controle de remetentes de spams e malwares (softwares de invaso). Somente no primeiro trimestre deste ano, foram identificados 12 milhes de novos endereos de IPs "zumbis" no mundo, correspondendo a um aumento de mais de 50% em relao ao ltimo trimestre do ano passado.

Ciberespionagem Outro aspecto que lembra os tempos da Guerra Fria a espionagem. Para analistas em segurana, a ciberespionagem na internet seria o primeiro estgio da ciberguerra. A invaso de redes de computadores - como as ocorridas na Estnia, Gergia e Estados Unidos - permite, por exemplo, que os invasores avaliem os aparatos de defesa do inimigo, de maneira a conhecer suas fragilidades e preparar at mesmo futuros ataques reais (e no apenas virtuais). Em 29 de maro de 2009, o jornal americano The New York Times publicou uma matria a respeito do relatrio de um grupo de pesquisadores canadenses que teriam descoberto um imenso sistema eletrnico de monitoramento na China. O sistema, batizado de GhostNet (Internet Fantasma), se infiltrou, em menos de dois anos, em 1.295 computadores de 103 pases, incluindo embaixadas e departamentos governamentais. O objetivo foi roubar milhares de documentos de governos e empresas privadas. Um dos principais alvos foram computadores de centros ligados ao lder tibetano Dalai Lama, em cidades como Bruxelas, Londres e Nova York, dentre outras. A base do servio foi identificada em territrio chins, a despeito das reiteradas negaes de Pequim. O Tibete luta h sculos contra a ocupao chinesa. O relatrio "Tracking 'GhostNet': Investigating a Cyber Espionage Network" ("Rastreando a 'Internet Fantasma': Investigar uma Rede de Ciberespionagem") foi o primeiro no gnero a apontar a existncia de tal estratgia envolvendo pases asiticos. A infiltrao acontece de duas formas mais comuns: as vtimas clicam em documentos anexados a e-mails, baixando um programa espio, ou em links, que as direcionam para sites "infectados". A China tambm estaria recrutando hackers em universidades. No dia 23 de novembro, uma semana aps a visita de Obama, o pas criticou o relatrio anual da Comisso EUA-China de Reviso Econmica e de Segurana que citava aumento de casos de ciberespionagem em solo americano.

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Ciberterrorismo A dependncia das sociedades modernas de redes de computadores criou no somente uma nova forma de poder poltico, como tambm de terrorismo. Essa ameaa j foi mostrada na fico, em seriados de TV como "24 Horas" e filmes como "Duro de Matar 4.0" (indicado abaixo). Os Estados Unidos se preparam para um ciberataque terrorista em larga escala desde os atentados de 11 de Setembro de 2001. improvvel, porm, que grupos como a Al Qaeda tenham tecnologia avanada o bastante para burlar os sistemas de defesa americanos.

Especialistas em segurana digital tambm divergem sobre o conceito de ciberguerra e ciberterrorismo. Os possveis casos so de difcil comprovao, pois os autores sejam eles Estados ou grupos terroristas - se beneficiam do anonimato da rede. Como diferenci-los de crimes comuns na internet, que geram prejuzos anuais de US$ 48 bilhes, segundo estimativa de 2005? Para os autores do livro Cyber Warfare and Cyber Terrorism (Ciberguerra e Ciberterrorismo), Lech J. Janczewski e Andrew M. Colarik, preciso investigar as intenes do ataque. Suponhamos que um empresrio morra no hospital em que est internado porque algum invadiu o sistema eletrnico que armazena dados sobre a prescrio de medicamentos, levando a enfermeira plantonista a aplicar uma substncia em relao qual esse paciente era alrgico. De que tipo de crime estamos falando? Caso a morte do empresrio tenha sido motivada por desavenas pessoais, trata-se de um cibercrime - ou seja, um crime cometido com uso de tecnologia informacional. Se, pelo contrrio, existe ameaa de mais pessoas serem mortas, caso um conjunto de exigncias no seja atendido, trata-se de ciberterrorismo, ataque premeditado com fins polticos, religiosos ou ideolgicos a redes de computadores e que resulta em violncia contra alvos civis. E, numa ltima opo, se envolver agentes estrangeiros e Estados, trata-se de ciberguerra. Terroristas usam computadores para divulgar material de propaganda, recrutar voluntrios, treinar soldados ou militantes, manter comunicao, recolher informaes sobre alvos e preparar exploses. No entanto, no existe nenhum registro confirmado de ciberataque cometido por extremistas, a despeito de surtos terem ocorrido aps atentados fsicos na sia e Oriente Mdio.

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Apago O maior risco de ciberataque envolve a manipulao de sistemas chamados SCADA (Supervisory Control and Data Aquisition; em portugus, Sistemas de Superviso e Aquisio de Dados), que controlam servios essenciais, como, por exemplo, o trfego areo e a energia eltrica. No Brasil, o Operador Nacional do Sistema Eltrico (ONS) confirmou que, dois dias depois do apago que atingiu 18 Estados e afetou 70 milhes de pessoas em 11 de novembro de 2009, a rede corporativa foi invadida por hackers. O ONS controla o sistema interligado de produo e distribuio de energia eltrica. O rgo garantiu que o sistema operacional no foi afetado, e a hiptese do blecaute ter sido provocado por um ciberataque foi descartada. Os Estados Unidos levantaram suspeitas de que invases de computadores teriam causado blecautes em anos anteriores no Brasil. Na Guerra Fria, conflitos nacionalistas, ataques terroristas, paranoias sobre o fim do mundo e tcnicas de espionagem moldaram o sculo 20, envolvendo praticamente todos os pases. A era da ciberguerra parece estar indo alm de ameaas polticas no ciberespao. De algum modo, questes de segurana na rede definem cada vez mais os rumos das sociedades contemporneas. Assuntos relacionados ciberguerra foram evitados na primeira visita oficial do presidente americano Barack Obama China, onde se reuniu com o presidente Hu Jintao no dia 17 de novembro de 2009. Vinte anos aps a queda do Muro de Berlim e o fim da Guerra Fria, delineia-se um novo cenrio de tenso geopoltica, baseado em estratgias de defesa e ataque via internet. Pelo menos trs ciberataques a governos foram identificados nos ltimos dois anos: Abril e maio de 2007: hackers invadem sites comerciais e governamentais da Estnia, pas que faz fronteira com a Rssia, bloqueando o acesso dos usurios. Agosto de 2008: durante os conflitos separatistas ocorridos na regio da Gergia e da Osstia do Sul, sites do governo da Gergia foram bloqueados por nacionalistas russos. 4 de julho de 2009: no feriado de Independncia dos Estados Unidos, sites do governo americano e de empresas, incluindo as pginas da Casa Branca e da Bolsa de

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Valores de Nova York, tambm foram derrubados. Uma semana depois, a ao atingiu a Coreia do Sul. Ambos os ataques teriam partido da Coreia do Norte. Os Estados Unidos se preparam para um ciberataque terrorista desde os atentados de 11 de Setembro de 2001. Diferente de cibercrimes comuns, o ciberterrorismo possui objetivos polticos, religiosos ou ideolgicos que provocam a morte de civis. A invaso de sistemas computadorizados poderia, por exemplo, causar apages, como os ocorridos no Brasil. 3. Apago - O Brasil nas sombras O blecaute que atingiu 18 estados e afetou 70 milhes de brasileiros entre a noite de 10 e a madrugada de 11 de novembro de 2009 foi considerado o mais grave nos ltimos dez anos. O apago, cujas causas so investigadas, tambm levantou suspeitas sobre eventuais falhas no sistema de distribuio de energia no pas. Energia eltrica um dos fatores que garantem o desenvolvimento de uma nao. Dela depende o funcionamento da indstria, do comrcio, das comunicaes e do transporte. Alm disso, nunca o ser humano esteve to ligado a aparelhos eletrnicos para trabalho, estudo, lazer e convvio social. A pane que deixou boa parte do pas s escuras durou entre quatro minutos, em Sergipe, e 7h17, no Rio de Janeiro. Os Estados mais afetados foram Rio de Janeiro, So Paulo, Esprito Santo e Mato Grosso do Sul. Outros tiveram blecaute apenas parcial. O Paraguai ficou meia hora sem energia. Somente em So Paulo, 41,8 milhes de pessoas ficaram sem luz, o que equivale a mais da metade do total de brasileiros atingidos pelo incidente. Em maro de 1999, um blecaute abrangeu mais de 60% do territrio nacional, incluindo 10 estados. A causa teria sido a queda de um raio na subestao de energia eltrica da Companhia Energtica de So Paulo (Cesp) em Bauru (SP). Em 2001, a falta de chuvas e investimentos no setor trouxe risco de novos apages. Por isso, o governo promoveu um racionamento de energia, suspenso em 2002. Com os reservatrios das usinas hidreltricas cheios e a situao econmica estvel, o pas foi pego de surpresa pelo apago da semana passada. O que o teria provocado? E por que o sistema de energia eltrica brasileiro continua vulnervel?

Como funciona

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A energia eltrica no Brasil gerada em usinas hidreltricas, que aproveitam a gua de rios, e termeltricas, movidas a diesel, leo, gs, carvo ou biomassa. Ela distribuda por linhas de transmisso at subestaes e, depois, para as cidades. De acordo com dados da Agncia Nacional de Energia Eltrica (Aneel), a capacidade de produo no pas de aproximadamente 105,9 mil MW. Desse total, as hidreltricas fornecem 75,2 mil MW (71%) e as termeltricas, 25 mil MW (23,6%). O modelo de distribuio adotado no pas chamado Sistema Interligado Nacional (SIN). Como o Brasil tem regies com climas diversos, com perodos de secas e chuvas em diferentes regies, as usinas so interligadas por meio de redes de transmisso. Assim, se um perodo de seca no Sul afetar a produo de uma hidreltrica, a regio Norte pode suprir a demanda com a produo de suas usinas. O SIN, em proporo, nico no mundo. Ele se divide em dois subsistemas: o Sul/Sudeste/Centro-Oeste e o Norte/Nordeste. Somente uma parcela da regio Norte do pas, que corresponde a 3,4% da capacidade de produo eltrica, no faz parte do SIN. Em tais localidades, a energia gerada por termeltricas movidas a diesel, que so mais poluentes (emitem gs carbnico) e encarecem as contas de luz. O maior benefcio do SIN, portanto, a economia. Cidades do Nordeste, por exemplo, podem receber energia de usinas hidreltricas do Sudeste no perodo de seca. Do mesmo modo, as termeltricas do Nordeste so acionadas quando h risco de faltar gua nos reservatrios das hidreltricas. Por outro lado, a conexo facilita a propagao de blecautes no sistema, num "efeito domin". Uma pane em determinada estao pode se espalhar rapidamente para as demais, afetando todo o territrio nacional. Foi isso o que aconteceu no apago de novembro de 2009.

Causas Segundo o Ministrio de Minas e Energia, o blecaute ocorreu em razo de um curtocircuito que desligou trs linhas de transmisso da hidreltrica de Itaipu, por volta das 22h13 do dia 10 de novembro. Duas linhas ligam as subestaes de Ivaipor (PR) a Itaber (SP) - e outra de Itaber a Tijuco Preto (SP). Como o sistema nacional interligado, a pane em Itaipu, que gera 19,3% de toda energia eltrica do pas, levou ao desligamento das subestaes. De acordo com o governo, a principal hiptese para a causa do curto-circuito nas linhas de transmisso

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teria sido a queda de raios. Havia fortes chuvas na regio de Itaber, na noite do apago. A falha afetou o sistema de segurana que deveria impedir a queda das demais usinas e linhas de transmisso de energia. Quando h um problema em determinado ponto das linhas de transmisso, o sistema de segurana bloqueia o ramal e isola o blecaute, evitando o "efeito domin". Como a energia continuou sendo transmitida, mesmo com a pane, Itaipu desligou para evitar sobrecarga. E como todo o sistema conectado, isso afetou a subestao do Norte/Nordeste. Portanto, somente o relatrio final das investigaes ir atestar os motivos do incidente.

Solues Para especialistas, a soluo para evitar novos apages seria melhorar a segurana. Isso poderia ser feito construindo linhas "reservas" ou descentralizando o sistema de gerao e transmisso de energia eltrica. O problema que isso encareceria os servios e o consumidor acabaria pagando contas de valores mais altos. Ou seja, o brasileiro teria que arcar com as despesas de um sistema mais seguro. Outra sada envolve o investimento em energias alternativas, como solar ou elica (dos ventos). Uma cidade que possusse uma usina baseada nesses tipos de energia poderia manter a gerao e distribuio de energia eltrica no caso de um apago. A queda de investimentos no setor tambm teria contribudo para a fragilidade do sistema. De acordo com a ONG Contas Pblicas, houve uma reduo correspondente a 0,27% do Produto Interno Bruto (PIB), em 1999, para 0,13%, em 2008. O governo bloqueou tambm R$ 5,8 bilhes do oramento de R$ 24 bilhes do Ministrio de Minas e Energia para este ano, o que corresponde a 24,2% do total destinado ao setor eltrico. Em resumo, o sistema energtico brasileiro bom: gera energia limpa e econmica. Mas possui falhas que provocam apages de tempos em tempos. Corrigir essas falhas exige mais investimentos, qualidade de gesto e polticas pblicas, isto , uma clara viso do governo do que precisa ser feito e de em quais reas as verbas devem ser aplicadas. O apago ocorrido entre a noite do dia 10 e a madrugada do dia 11 de novembro de 2009 atingiu 18 Estados e afetou 70 milhes de brasileiros. O blecaute durou entre 4 minutos, em Sergipe, e 7h17, no Rio de Janeiro. Os Estados mais afetados foram Rio

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de Janeiro, So Paulo, Esprito Santo e Mato Grosso do Sul. Outros 14 tiveram blecaute apenas parcial, alm do Paraguai, que ficou meia hora sem energia. Segundo o Ministrio de Minas e Energia, o blecaute ocorreu em razo de um curtocircuito que desligou as linhas de transmisso da hidreltrica de Itaipu. O curto teria sido provocado pela queda de raios. As verdadeiras razes da falha, contudo, ainda esto sendo estudadas. Portanto, somente o relatrio final das investigaes ir atestar os motivos do incidente. Para especialistas, para se evitar novos apages seria preciso: Melhorias na segurana Descentralizao do sistema Apoio s energias alternativas Mais investimentos no setor

4. Violncia no Rio de Janeiro A CPI da Violncia Urbana da Cmara Federal ouviu Cludio Chaves Beato Filho, da UFRJ, em 21/10/2009 Quinze dias aps ter sido escolhido como sede dos Jogos Olmpicos de 2016, o Rio de Janeiro voltou a ser notcia na imprensa internacional. Desta vez, por conta de um velho problema: a violncia urbana. No dia 17 de outubro de 2009, traficantes atiraram contra um helicptero da polcia. O piloto tentou fazer um pouso forado, mas a aeronave explodiu, matando trs policiais. O atentado aconteceu durante uma tentativa de invaso ao morro dos Macacos, Zona Norte, por criminosos do Comando Vermelho, que dominam o trfico no morro vizinho. Alm dos policiais, trs trabalhadores e mais 19 bandidos morreram, totalizando 25 mortes em quatro dias. Os criminosos tambm queimaram oito nibus, para desviar a ateno da polcia. Apesar de grave, o episdio no novidade no cotidiano carioca. Em 16 de novembro de 1984, outro helicptero da polcia foi derrubado em uma operao no morro do Juramento. Confrontos entre traficantes e policiais tambm so frequentes desde que as autoridades resolveram retomar territrios controlados pelo trfico.

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O que chamou a ateno foi o fato ocorrer logo aps a cidade ter ganhado a disputa para sediar os Jogos Olmpicos. Isso levou a imprensa estrangeira a questionar a capacidade do governo carioca em oferecer segurana aos atletas durante o evento. Os Jogos Olmpicos podem at forar o Estado a resolver, em sete anos, um problema que j dura 25. Mas a questo mais importante hoje como o governo pode oferecer segurana para a populao, acuada nos conflitos armados entre policiais e bandidos. Com o recrudescimento da situao, neste ms de outubro, a Comisso Parlamentar de Inqurito da Violncia Urbana da Cmara Federal ouviu Cludio Chaves Beato Filho, coordenador-geral do Centro de Estudos de Criminalidade da Universidade Federal do Rio de Janeiro e o deputado federal Fernando Gabeira.

Trfico de drogas O Rio de Janeiro a segunda maior cidade do pas, com 6,2 milhes de habitantes. A metrpole, que foi capital do Brasil de 1763 at 1960, tambm o principal destino de turistas estrangeiros. Por isso, funciona como uma espcie de "vitrine" do pas para o mundo. A violncia urbana no municpio associada ao trfico de drogas. De acordo com dados de 2008 do Ministrio da Justia, o Rio de Janeiro o quinto estado brasileiro com maior taxa de homicdios, com 33 mortes para cada grupo de 100 mil habitantes, ficando atrs de Alagoas (66,2), Esprito Santo (56,7), Pernambuco (48,5) e Par (39,8). Por outro lado, possui, de longe, a polcia que mais mata. Em 2008, foram 1.137 mortos em confrontos com a polcia, taxa sete vezes maior que qualquer outra regio do pas. Os gastos totais em segurana somam 12% do oramento do Estado, quase o dobro de So Paulo (7,4%) e pouco menor que o de Minas Gerais (12,5%). Mas o trfico, por si s, no justifica o alto ndice de criminalidade. Praticamente todas as grandes metrpoles do mundo possuem comrcio ilegal de drogas. Estima-se que o mercado consumidor de cocana em Nova York, por exemplo, seja duas vezes maior que o Rio. A diferena que nem a cidade americana nem outras europeias testemunham quase que diariamente cenas de guerra nas ruas, como acontece no Rio. Como explicar isso? A resposta que, no Rio, faces armadas travam lutas pelo controle de territrios, favorecidas por uma rede de corrupo e pelo descaso histrico do poder pblico em relao s favelas nos morros cariocas.

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Para que a situao chegasse a esse ponto, cinco fatores foram decisivos: o aumento da oferta e demanda no mercado da cocana, o surgimento das faces criminosas durante o regime militar (1964-1985), o crescimento das favelas, a corrupo de setores pblicos e privados e medidas repressivas e eleitoreiras sem efeito prtico.

Comando Vermelho At meados dos anos 1970, o trfico de drogas no Rio se restringia venda de maconha, plantada no Nordeste do pas, para presos, favelados e bomios, num esquema amador. Entre o final dos anos 1970 e comeo dos 1980, a cocana colombiana chegou ao pas a preos acessveis, proporcionando lucros rpidos e altos para as quadrilhas. Era o incio da era do trfico de drogas internacional, que tornaria a Amrica Latina o principal produtor e exportador de cocana no mundo. Para organizar o trfico e controlar os pontos de vendas no varejo, faces criminosas surgidas nos presdios passaram a disputar os territrios nos morros, objetivando ampliar o mercado e obter ganhos maiores. Quanto mais prximo o morro est de bairros de classe mdia, ou seja, do consumidor, mais valorizado o ponto. E, como o negcio ilegal, os mtodos violentos dos traficantes cariocas foram adotados tanto para cobrar devedores e intimidar moradores, quanto para proteger as "bocas" de concorrentes. A primeira faco surgiu durante a ditadura militar. Com o aumento de assaltos a bancos e sequestros para financiar guerrilhas de esquerda, o governo decretou, em 1969, a Lei de Segurana Nacional. Com isso, alguns presos polticos foram levados para o Presdio de Ilha Grande, desativado em 1994, onde dividiam as celas com presos comuns. Com o tempo, os detentos passaram a incorporar as tticas dos prisioneiros polticos para dominar a populao carcerria. Foi desse modo que, nos anos 1970, nasceu a Falange Vermelha, mais tarde chamada de Comando Vermelho. Fora dos presdios, os bandidos comearam a planejar assaltos e sequestros para financiar a libertao de lderes presos e garantir regalias dentro das penitencirias. Com a chegada da cocana, passaram tambm a coordenar o trfico de drogas, mais rentvel e, de certo modo, mais seguro, se comparado a outras modalidades de crimes. A partir de 1986, disputas internas no Comando Vermelho levaram criao de faces rivais, como o Terceiro Comando e o Amigos dos Amigos, o que gerou mais violncia. Os traficantes comearam a se equipar com armamento cada vez mais

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pesado, de uso exclusivo das Foras Armadas, e a cooptar "soldados" e "vapores" (vendedores de drogas) cada vez mais jovens entre as comunidades.

Os donos do morro Nesse sentido, as favelas dos morros cariocas desempenharam uma funo estratgica para os traficantes. Elas cresceram durante os anos 1960, quando o Rio viveu um processo de rpida urbanizao e migrao, sem que houvesse um planejamento econmico para atender a populao. Na ausncia do Estado, os donos do morro - como so conhecidos os traficantes responsveis pela distribuio de drogas no varejo - se tornaram as figuras mais importantes dentro das favelas. Em troca do silncio dos moradores, os traficantes mantm a ordem e praticam o assistencialismo, distribuindo produtos como remdios e cestas bsicas, alm de promoverem festas e bailes funks. A carncia ainda forneceu s quadrilhas mo de obra barata para o negcio ilegal. Para milhares de jovens, sem oportunidades de estudo ou emprego, o trfico se tornou a nica via de acesso a bens de consumo e at mesmo de sustento para suas famlias. Outros fatores, como o glamour do banditismo e o vcio em drogas, tambm acabaram envolvendo jovens de classe mdia e alta no crime organizado. Outra vantagem importante que os morros oferecem aos traficantes a topologia. Do alto das favelas, os bandidos conseguem monitorar a entrada de viaturas policiais e se prevenir. A ocupao irregular das favelas (so cerca de 800), com ruas estreitas, becos, esconderijos e dezenas de entradas e sadas, tambm dificulta o trabalho da polcia.

Corrupo Os maiores lderes da faco, porm, esto em presdios de segurana mxima, de onde ainda controlam o trfico e outras atividades criminosas, por meio de aparelhos celulares e visitas de parentes e advogados. Por esta razo, outro componente importante na engrenagem do trfico a corrupo de rgos do governo e instituies privadas. O dinheiro do trfico financia desde a proteo de policiais e conivncia de agentes penitencirios at a compra de sentenas de juzes. Apesar de os donos do morro ficarem famosos na imprensa, como no caso do traficante Mrcio Amaro de Oliveira, o Marcinho VP (veja livro indicado abaixo), quem alimenta o trfico carioca so os atacadistas. Eles possuem contatos e

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influncia junto a governos, empresas e instituies bancrias, para conseguirem lavar o dinheiro resultante do comrcio ilcito de drogas. So os atacadistas que fazem o trfico internacional, tanto de drogas quanto de armas, e poucos so os traficantes que conseguem atingir essa posio. Estima-se que somente 20% da cocana que chega ao Rio abastea o mercado interno; a maior parte tem como destino a Europa.

Como resolver Nos ltimos anos, com a violncia cada vez mais prxima da classe mdia e a consequente mobilizao de setores da sociedade civil, os governos tiveram que mudar de estratgia. Chegou-se concluso de que era preciso retomar a presena do Estado nos morros, por intermdio da polcia comunitria, e do combate excluso, com programas sociais. Porm, a soluo para a criminalidade no Rio de Janeiro, que, conforme visto, possui razes histricas e atravessa sucessivas administraes, no fcil ou rpida. Por outro lado, tambm no existe nenhuma frmula mgica que precise ser descoberta. Segundo especialistas, a soluo envolve duas frentes contnuas de ao: uma policial e outra social. Na policial, o foco na represso e reao aos ataques tem efeitos colaterais indesejveis, com a morte de policiais e pessoas inocentes em tiroteios com traficantes. Para evitar isso, seriam necessrios investimentos em inteligncia e operaes preventivas. Mais importante que a polcia concentrar esforos no combate ao varejo a investigao dos atacadistas. De nada adianta a polcia prender os chefes do trfico, pois eles so substitudos por outros ou continuam liderando os grupos de dentro dos presdios. Sendo assim, seria mais eficiente sufocar as rotas de comrcio ilegal de armas e drogas, impedindo que os produtos cheguem aos morros. Para se chegar a esses atacadistas, sero necessrios mecanismos mais rigorosos de controle da corrupo, que passam pela investigao de redes de lavagem de dinheiro e a punio de empresrios, polticos, funcionrios pblicos e juzes envolvidos com o trfico, conforme apontado pela CPI do Narcotrfico. Do ponto de vista social, o governo precisa oferecer alternativas de renda viveis e concretas para os jovens que moram nas favelas. Com oportunidades de emprego, boa parte deles deixaria de ser mo de obra para as quadrilhas nas favelas.

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Espera-se que, pelo menos com a visibilidade que o Rio ganhar com a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olmpicos de 2016, um passo seja dado nessa direo.

No dia 17 de outubro de 2009, traficantes atiraram contra um helicptero da polcia no Rio de Janeiro. A aeronave teve que fazer um pouso forado e explodiu, matando trs policiais. O atentado aconteceu durante uma tentativa de invaso do morro dos Macacos pelo Comando Vermelho. O caso chamou a ateno da imprensa internacional porque ocorreu 15 dias depois de a cidade ser escolhida como sede dos Jogos Olmpicos de 2016. Causas da violncia urbana associada ao trfico de drogas: A partir de 1970, aumento da oferta de cocana colombiana e maior demanda, tornando o negcio altamente lucrativo. Deteno de presos polticos com presos comuns em Ilha Grande, durante a ditadura militar, favorecendo a criao do Comando Vermelho e de outras faces. Urbanizao, migrao e crescimento desordenado de favelas. Corrupo de policiais, agentes penitencirios, juzes e polticos. Governos tomam apenas medidas repressivas e eleitoreiras. Como solucionar: Investir mais em inteligncia e preveno. Priorizar o combate ao trfico de armas e drogas no atacado, evitando que os produtos cheguem aos morros. Criar mecanismos rigorosos de controle da corrupo. Desenvolver programas sociais que ofeream empregos aos jovens.

5. Prmio Nobel - Por que Obama ganhou o Nobel da Paz de 2009? Barack Obama ganhou o prmio Nobel da Paz no momento em que enfrenta queda de popularidade Barack Obama demonstrou surpresa ao saber que havia ganhado o Prmio Nobel da Paz deste ano. Foi uma deciso no mnimo polmica do Comit Noruegus, que anunciou o prmio no dia 9 de outubro de 2009. Afinal, os Estados Unidos esto envolvidos em duas guerras, no Iraque e no Afeganisto. Alm disso, at agora, as estratgias diplomticas de Obama para resolver conflitos no Oriente Mdio e os esforos para impedir a proliferao de armas nucleares no tiveram nenhum efeito prtico.

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O anncio coincide tambm com um momento crtico para Obama, que deve decidir se envia ou no mais 40 mil soldados para a Guerra do Afeganisto, aumentando para 108 mil o efetivo militar. Pesam sobre a deciso a aprovao de apenas 40% dos americanos e a diviso interna entre republicanos, que defendem a proposta, e democratas, que querem a reduo do contingente.

Contexto Desde 20 de janeiro de 2009 na Casa Branca, o primeiro presidente negro dos Estados Unidos enfrenta queda de popularidade entre os americanos, por conta no somente das guerras, mas tambm do plano de reforma da sade, em discusso no Congresso. No era assim quando assumiu o cargo. Na poca, havia expectativa para que resolvesse a pior crise econmica no pas desde o crack na Bolsa de 1929 e recuperasse o prestgio da nao, abalada por oito anos de governo de George Walker Bush. No trmino de dois mandatos consecutivos, Bush tinha um ndice recorde de 80% de rejeio, por conta de uma das piores administraes da histria do pas. A "guerra ao terror", promovida aps os ataques de 11 de Setembro de 2001, levou o pas a invadir o Iraque, implementar internamente uma agenda de violaes aos direitos civis e conduzir uma poltica externa unilateral que, em termos diplomticos, isolou Washington. Obama chegou Presidncia com a promessa de acabar com as campanhas militares dispendiosas e retomar o dilogo com Europa e sia. este contexto que devemos levar em conta para compreender a escolha do presidente para o Nobel da Paz. Tratase de uma aposta numa postura mais aberta e menos arrogante.

Nobel da Paz O Prmio Nobel foi idealizado por Alfred Nobel, industrial sueco que inventou a dinamite. O objetivo era reconhecer contribuies de valor humanidade em cinco reas distintas: fsica, qumica, medicina, literatura e trabalhos pela paz. A premiao ocorre desde 1901 na cidade de Estocolmo - capital da Sucia e sede da Fundao Nobel -, com exceo da entrega do Nobel da Paz, que acontece em Oslo, capital da Noruega. O Nobel da Paz concedido a pessoas ou organizaes cujas aes promoveram a paz entre as naes e contriburam para solucionar conflitos. Entre os mais famosos laureados com o prmio esto Martin Luther King (1964), Madre Teresa de Calcut (1979), Dalai Lama (1989), Mikhail Gorbachev (1990) e Nelson Mandela (1993).

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Alm de Obama, outros dois presidentes americanos foram contemplados durante o mandato: Theodore Roosevelt (1901-1909), em 1906, e Woodrow Wilson (19131921), em 1919. O ex-presidente Jimmy Carter (1977-1981) ganhou o Nobel em 2002, duas dcadas depois de deixar a Casa Branca, por esforos pela paz mundial. O ex-vice-presidente Al Gore foi premiado junto com o Painel Intergovernamental sobre Mudana Climtica da ONU, em 2007, pelo trabalho sobre mudanas climticas. A vitria de Obama, no entanto, recebeu crticas tanto da imprensa americana como da europeia. O motivo que o prmio teria sido precipitado. Obama foi indicado ao Nobel com apenas um ms no cargo e venceu antes mesmo que cumprisse, parcialmente, suas metas de governo. Ao receber o prmio, ele disse: "Estou surpreso e profundamente honrado com a deciso do Comit do Nobel. No vejo isso como reconhecimento dos meus feitos, mas como uma afirmao da liderana americana em nome das aspiraes dos povos de todas as naes". E estava certo. Foi uma escolha poltica do Comit, uma maneira de os europeus ratificarem sua liderana, popularidade e, mais do que isso, o que Obama representa em relao ao governo anterior, em pelo menos trs pontos: poltica externa, desarmamento nuclear e meio ambiente.

Diplomacia Primeiro, ele abriu dilogo com pases mulumanos antes vistos como "inimigos" da democracia americana. Em discurso na Universidade do Cairo, capital do Egito, em 4 de junho de 2009, o presidente afirmou que os Estados Unidos "nunca esteve nem estar em guerra contra o Isl", e que os pases deveriam unir foras contra o terrorismo. Obama tambm se comprometeu com a retomada das negociaes de paz no Oriente Mdio e reatou laos diplomticos para resolver a questo dos programas nucleares do Ir e Coreia do Norte, acabar com o embargo a Cuba e suspender os atritos com a Venezuela. Estas iniciativas inauguraram uma nova poltica externa dos Estados Unidos, antes pautada pelo unilateralismo, quer dizer, a adoo de decises sem levar em conta o papel de rgos mediadores, como a Organizao das Naes Unidas (ONU).

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Outra medida importante envolveu negociaes com a Rssia para cumprir ambiciosas metas do programa de reduo de armas nucleares, objetivando tornar o mundo mais seguro. No dia 17 de setembro de 2009, a Casa Branca anunciou a desistncia do projeto de escudo antimsseis no Leste Europeu, desenvolvido no governo Bush, que Moscou considerava uma ameaa segurana. No lugar, propuseram um novo sistema de defesa, em conjunto com Rssia e Organizao do Tratado do Atlntico Norte (Otan). Na rea ambiental, o presidente revogou decises da administrao Bush e considerou prioritrias questes climticas e ambientais, defendendo a gerao de energia limpa e fontes renovveis. Em junho, os deputados americanos aprovaram projeto que limita as emisses de gases de efeito estufa, responsveis pelo aquecimento global. Por isso, a presena dos Estados Unidos considerada vital para a reunio em Copenhague, em dezembro prximo, em que se tentar definir o acordo climtico que vai substituir o Protocolo de Kyoto, que expira em 2012 e do qual o pas no signatrio. Mesmo que a maior parte destas propostas no tenha tido ainda resultados prticos, como justificam os crticos da escolha do Nobel, elas assinalam avanos que foram reconhecidos pela comunidade internacional. Neste sentido, o prmio considerado, ao mesmo tempo, como estmulo e reconhecimento pelo que Obama representa para o mundo hoje, e um sinal de que Estados Unidos e Europa esto mais prximos. A entrega do prmio ocorrer no dia 10 de dezembro de 2009, na Cmara de Oslo. Ele consiste num diploma, uma medalha de ouro e 10 milhes de coroas suecas (R$ 2,5 milhes), que Obama diz que ir doar para a caridade.

O Comit Noruegus anunciou, no dia 9 de outubro de 2009, o presidente americano Barack Obama como ganhador do Prmio Nobel da Paz. A deciso foi polmica e muito criticada na Europa e nos Estados Unidos. Para os crticos, tratou-se de uma escolha precipitada, uma vez que Obama completou somente nove meses no cargo, e tambm porque os EUA esto envolvidos em duas guerras, no Iraque e no Afeganisto. Trs pontos foram decisivos para a escolha do Comit: Poltica externa: Obama abriu dilogo com pases - inclusive mulumanos - antes vistos como "inimigos" da democracia americana.

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Desarmamento nuclear: o presidente iniciou nova rodada de negociaes com a Rssia para cumprir ambiciosas metas do programa de reduo de armas nucleares. Meio ambiente: Obama considera prioritrias questes climticas e ambientais. Em evidente escolha poltica, o Comit do Nobel levou em conta no resultados prticos, mas a nova agenda poltica dos Estados Unidos, que se contrape do governo George Walker Bush. 6. Crise em Honduras - Pas negocia sada para impasse poltico O presidente de Honduras, Manuel Zelaya, fala imprensa na visita ao Brasil em agosto de 2009 O fim da crise poltica em Honduras depende de um acordo que prev, dentre outras questes, a devoluo do cargo de presidente a Manuel Zelaya e a realizao das eleies presidenciais marcadas para 29 de novembro de 2009. Porm, as negociaes ocorridas na quarta-feira, 7 de outubro de 2009, esbarraram na intransigncia do presidente de facto, Roberto Micheletti, que no aceita o retorno do rival Presidncia. O Brasil abriga o presidente deposto h quase 20 dias na embaixada. : Ficha-resumo) Enquanto os dois "presidentes" trocam acusaes, a situao econmica de Honduras se agrava, em mais de 100 dias de instabilidade poltica. As fronteiras foram fechadas e estima-se que o Produto Interno Bruto (PIB) tenha se reduzido em 3%, por conta de prejuzos nas exportaes e no mercado interno. Com os abalos nas finanas, veio tambm o desgaste poltico. Tanto o setor empresarial, que apoia Micheletti, quanto os produtores rurais, alinhados a Zelaya, sofreram perdas e pressionam para que o pas retorne normalidade.

Golpe de Estado Honduras o segundo pas mais pobre da Amrica Central, com populao de 7,79 milhes de habitantes, economia baseada na agricultura (os principais produtos de exportao so caf e banana) e dependente comercialmente dos Estados Unidos. O pas ficou 25 anos sob regime militar e, nos anos 1980, abrigou uma base de treinamento americana contra o governo da Nicargua, pas vizinho. Zelaya foi eleito em 2005 por uma coalizo partidria de centro-direita. Durante o mandato, se aproximou do presidente venezuelano Hugo Chvez e seu governo de esquerda. Com isso, perdeu apoio no Congresso, das elites hondurenhas que o elegeram e de Washington.

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Em 2009, Zelaya tentou fazer um plebiscito para convocar uma Assembleia Constituinte. Segundo o governo de facto, o objetivo seria mudar uma clusula ptrea (que no pode ser alterada) da Constituio, que impede a reeleio presidencial, possibilitando que ele concorresse novamente Presidncia. Em 28 de junho, dia em que Zelaya faria a consulta popular revelia, a Corte Suprema do pas decretou a priso do presidente. Ele foi detido de manh em sua casa e, ainda de pijamas, deportado para a Costa Rica e impedido de voltar a Honduras, sob o risco de ser preso. Micheletti, ex-presidente do Congresso, assumiu o governo. O golpe foi condenado pela Organizao das Naes Unidas (ONU) e pela Organizao dos Estados Americanos (OEA), que no reconhecem o atual governo. Mas quem est com a razo nessa histria?

Negociaes O governo de facto de Honduras, com respaldo do Congresso, do Poder Judicirio e das Foras Armadas, argumenta que Zelaya tentou fazer o plebiscito para mudar a Carta Magna e tentar se reeleger, recurso empregado por Hugo Chvez e seus aliados na Amrica do Sul para se perpetuarem no poder. A Corte Suprema baseou a deposio de Zelaya no artigo 374 da Constituio, que probe a reeleio e considera crime de traio quem o viola. H, porm, dois problemas nessa deciso: primeiro, Zelaya alega que a consulta popular que faria no dia em que foi expulso era para a realizao de um referendo junto com as eleies de 29 de novembro. Na prtica, portanto, ainda que a reeleio fosse aprovada por uma Assembleia Constituinte, ele no seria beneficiado, pois j estaria fora da Presidncia. Em segundo lugar - e mais grave -, que, mesmo se tivesse violado a lei suprema do pas, a extradio no poderia ser feita sem um processo legal, no qual o ru teria garantido o direito de defesa. Por esse motivo, a ao foi considerada um golpe de Estado e repelida por todos os pases, que exigiram o retorno de Zelaya ao posto. Como nem Micheletti acatou essa deciso, ponto principal das negociaes conduzidas pelo presidente da Costa Rica, Oscar rias, nem Zelaya abriu mo do referendo, as conversas no avanaram.

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Cerco embaixada Zelaya fez vrias tentativas de entrar em Honduras, chegando a atravessar a fronteira. Em 21 de setembro, ele chegou de surpresa na embaixada brasileira, onde foi recebido como hspede. O Itamaraty nega at hoje que sabia das intenes e que tenha colaborado com a volta do presidente deposto. O fato que a tenso aumentou na capital Tegucigalpa. A embaixada brasileira foi cercada por soldados e policiais. Ocorreram protestos em todo pas, contra e a favor do presidente exilado, e confrontos com a polcia. Micheletti decretou toque de recolher e estado de stio - uma suspenso temporria de direitos constitucionais dos cidados para que a ordem pblica seja restaurada. Ele tambm fechou as fronteiras e emissoras de rdio e TV, alm de impedir a entrada de uma delegao da OEA. O governo de facto tambm ameaou invadir a embaixada, o que seria considerado crime gravssimo, de acordo com a Conveno de Viena sobre Relaes Diplomticas. Somente a retirada do status de misso diplomtica pelo governo hondurenho poderia justificar uma invaso. O governo chegou a dar prazo de 10 dias ao Brasil para que definisse o status legal de Zelaya: se considerado anistiado, no poderia mais dar declaraes polticas; ou, na condio de hspede, deveria ser entregue s autoridades hondurenhas. H mais de duas semanas na embaixada, acompanhado por um grupo de 60 simpatizantes, Zelaya incitou protestos e fez da misso um palanque, complicando a posio do Brasil. Na verdade, ao deixar de ser espectador para ser protagonista no pas alheio, o governo brasileiro adotou uma diplomacia de alto risco. Para o Brasil, a interveno diplomtica foi uma forma de aumentar sua influncia poltica na regio. Isso s foi possvel devido aos Estados Unidos no terem sido mais firmes em condenar o golpe e adotar medidas mais duras, como sanes econmicas. Um dos motivos que o presidente Barack Obama prioriza em poltica externa a resoluo de conflitos no Iraque e Afeganisto, em detrimento das questes que envolvem a Amrica Latina.

Prximos passos Com o envio de uma misso da OEA a Tegucigalpa para resolver o impasse da crise, Micheletti revogou o decreto de estado de stio, em vigor desde 26 de setembro de 2009. Ele ainda admitiu, pela primeira vez, que o governo errou na expulso do presidente e que aceitaria a devoluo da Presidncia ao oponente.

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Durante a primeira rodada do encontro, porm, voltou atrs e no aceitou um dos principais pontos do Acordo de San Jos: a volta de Zelaya ao cargo. Por outro lado, houve avanos em relao a duas clusulas: a anistia para ambos os lados e a desistncia do presidente deposto em levar adiante o referendo. Um ponto crtico que as eleies de 29 de novembro s tero validade perante a comunidade internacional com o presidente no cargo. Para que isso acontea, o impasse deve ser resolvido logo. J o governo de facto quer negociar a permanncia de Zelaya na embaixada at janeiro.

O fim da crise poltica em Honduras est sendo negociado pelo presidente deposto Manuel Zelaya e pelo presidente de facto Roberto Micheletti, com mediao de uma comisso da Organizao dos Estados Americanos (OEA). Estes so os principais pontos a serem negociados: Retorno de Zelaya ao poder para realizao das eleies presidenciais de 29 de novembro de 2009. Desistncia de Zelaya de fazer um referendo para mudar a Constituio do pas. Anistia a ambos os lados envolvidos. A primeira rodada de negociaes terminou em impasse: Micheletti no aceita a volta do rival ao posto. Enquanto isso, Honduras permanece com as fronteiras fechadas e as exportaes em queda. Embaixada brasileira A crise foi agravada depois da volta de Zelaya ao pas. Ele est abrigado na embaixada brasileira desde 21 de setembro de 2009. O governo de facto ordenou que o Exrcito cercasse a misso brasileira e decretou estado de stio. Antecedentes Zelaya foi deposto do cargo e exilado na Costa Rica no dia 28 de junho de 2009, depois de ameaar fazer um referendo para mudar uma clusula ptrea da Constituio, que impede a reeleio presidencial. O ex-presidente do Congresso, Roberto Micheletti, assumiu a Presidncia. 7. Caso Geisy Arruda - Lio de intolerncia Geisy Arruda, a jovem que foi hostilizada e assediada pelos colegas por usar um minivestido

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Educao e tolerncia so conceitos que deveriam, na prtica, ser inseparveis. Ambos expressam a necessidade de convivncia com o outro. O conhecimento s possvel quando aceitamos ponderar ideias divergentes e, nesse processo de aprendizagem, nos tornarmos mais tolerantes. Por essa razo, um dos principais agravantes no caso da estudante Geisy Arruda foi ele ter ocorrido dentro de uma universidade, ambiente que, como diz o prprio nome, deveria ser "universal" tanto na aquisio de saberes quanto no acolhimento das diferenas. A aluna chegou a ser expulsa da Uniban, mas a reitoria revogou a deciso depois de ser pressionada pela opinio pblica e pela repercusso na imprensa mundial (Estados Unidos, Europa e sia). Geisy foi hostilizada por colegas, no dia 22 de outubro de 2009, nos corredores da faculdade em So Bernardo do Campo (SP), por usar um minivestido rosa. Na ocasio, a jovem, xingada de prostituta e ameaada de estupro por cerca de 600 colegas, teve que sair do campus com escolta da Polcia Militar. Cenas do tumulto foram gravadas utilizando-se telefones celulares e colocadas na internet. Casos semelhantes aconteceram ao longo da histria. Mulheres j tiveram cabeas raspadas, foram espancadas, apedrejadas e queimadas vivas em praa pblica. Na Idade Mdia, com a Santa Inquisio, o corpo feminino se tornou objeto de tortura (como relata o livro de Michelet, indicado abaixo). O que chama ateno no incidente na Uniban o fato de ter ocorrido em pleno sculo 21, dcadas aps os jovens ocidentais terem promovido a revoluo dos costumes nos anos 1960. E, tambm, pelo fato de o Brasil ser conhecido mundialmente pelo clima liberal e descontrado do Carnaval. O que levou estudantes brasileiros a realizarem tal ato?

Trajes inadequados A Uniban anunciou a expulso da estudante no dia 7 de novembro, depois de realizar uma sindicncia interna para apurar os fatos. Outros alunos envolvidos foram suspensos temporariamente. Na nota divulgada em jornais no domingo (dia 8), a instituio justificou a medida, alegando que Geisy frequentava as aulas "em trajes inadequados, indicando uma

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postura incompatvel com o ambiente da universidade", e que j havia sido repreendida por isso. Ainda que o comportamento da estudante contrariasse as regras do ambiente, nada legitimaria a reao violenta dos estudantes. Porm, segundo a mesma nota, a universidade classificou o episdio como "reao coletiva de defesa do ambiente escolar" "atitude provocativa da aluna". Educadores, entidades de defesa dos direitos da mulher, a Unio Nacional dos Estudantes (UNE) e setores do governo federal reagiram com crticas e questionamentos. Mas a reitoria decidiu voltar atrs na deciso s depois que a polmica se espalhou pela imprensa mundial e pela internet.

Ensino superior? Dados do censo do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Ansio Teixeira (Inep) indicam o aumento no nmero de faculdades privadas no Brasil. De acordo com o ltimo balano, divulgado em 2007, o pas possui 2.281 instituies de ensino superior, sendo 89% privadas e 11% pblicas. O nmero de alunos inscritos passou de dois milhes, em 1991, para cinco milhes, em 2007 (79,8% em faculdades particulares). Ocorre que o rpido crescimento das instituies privadas foi impulsionado pela queda nos valores da mensalidade e pelo corte dos custos, o que prejudicou a qualidade do ensino. Assim, parte dessas faculdades se tornou um balco de venda de diplomas. E o foco do ensino passou a ser agradar o "cliente", ao invs de formar cidados e profissionais ticos. A Universidade Bandeirantes de So Paulo (Uniban), com cerca de 60 mil alunos, hoje a quarta maior instituio privada de ensino do pas. Nesse contexto, em que, por vezes, a necessidade de gerar lucros entra em choque com a promoo do conhecimento, fica mais fcil entender por que estudantes protagonizaram cenas que a universidade entendeu como "defesa do ambiente escolar".

No dia 22 de outubro, a estudante Geisy Arruda foi hostilizada pelos colegas nos corredores da Uniban, em So Bernardo do Campo (SP), por usar um minivestido rosa. Ela teve que sair do campus sob escolta da Polcia Militar. Cenas do tumulto foram gravadas por meio de celulares e colocadas na internet.

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Aps concluir uma sindicncia interna, a Uniban anunciou a expulso da estudante no dia 7 de novembro de 2009. Outros alunos envolvidos foram suspensos temporariamente. Em nota divulgada em jornais no dia 8, a instituio classificou o episdio como reao coletiva de defesa do ambiente escolar atitude provocativa da aluna. A medida foi criticada por educadores e entidades de defesa dos direitos da mulher, pela Unio Nacional dos Estudantes (UNE) e por setores do governo federal. O caso repercutiu na imprensa internacional. Devido polmica, a Uniban revogou a expulso. O episdio pode ser analisado luz da mercantilizao do ensino superior no pas. 8. Muro de Berlim - 20 anos depois - Queda do muro foi ato final da Guerra Fria O porto de Brandenburgo, na linha divisria entre as duas Alemanhas, foi tomado pela populao H 20 anos, a queda do Muro de Berlim (1961-1989) abriu caminho para a reunificao da Alemanha, acelerou o fim dos regimes comunistas no Leste Europeu, colocou um ponto final na Guerra Fria (1945-1989) e foi um dos fatores que contriburam para o surgimento do mundo globalizado.

Durante 28 anos, o muro foi o maior smbolo da diviso do planeta em dois blocos, o capitalista e o socialista. A disputa entre os Estados Unidos e a Unio das Repblicas Socialistas Soviticas (URSS) envolveu quase todo o mundo em guerras, golpes de Estado, corrida armamentista e ameaas de conflito nuclear. Por fim, o colapso dos regimes comunistas abriu espao para reformas e protestos populares. O pice desse processo foi a derrubada do Muro de Berlim na noite de 9 de novembro de 1989. Os prprios berlinenses ajudaram a demolir a construo, que representava a opresso dos governos totalitrios do sculo 20.

Cortina de Ferro Tudo comeou no fim da Segunda Guerra Mundial (1939-1945). A Alemanha foi dividida em duas zonas polticas, econmicas e ideolgicas distintas. Em 1949, as reas controladas pelos Aliados (Estados Unidos, Frana e Reino Unido) formaram a Repblica Federal da Alemanha, ou Alemanha Ocidental. No outro lado, sob domnio

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da URSS, foi instaurada a Repblica Democrtica da Alemanha (RDA), a Alemanha Oriental. A capital, Berlim, tambm foi separada em Ocidental e Oriental. Mas enquanto a Alemanha Ocidental progredia com a economia capitalista, o regime estatal da RDA dependia de emprstimos da vizinha para subsidiar servios pblicos e manter o setor industrial. Para os alemes orientais, a escassez de produtos bsicos era to comum quanto a falta de liberdades polticas e individuais. Por isso, eles fugiam para o lado ocidental, em busca de melhores oportunidades. O muro surgiu em 13 de agosto de 1961, por determinao do lder sovitico Nikita Kruschev (1953-1964), como uma soluo para as constantes escapadas de alemes, fato que ameaava desestabilizar a RDA. Em mdia, mil refugiados por dia atravessavam a fronteira, que de incio era composta apenas por fios de arames farpados e sem vigilncia armada. Com o fechamento das fronteiras, a Alemanha Oriental, com seus 17 milhes de habitantes, virou uma verdadeira priso. O muro tinha 3,60 metros de altura e 155 quilmetros de extenso. Guardas de fronteiras armados e com ces patrulhavam a edificao. Havia 302 torres de viglia, minas, fosso e casamatas com metralhadoras para impedir a aproximao de eventuais "turistas". Os guardas tinham ordens para atirar e matar qualquer pessoa que se arriscasse a romper a barreira. Pelo menos 192 foram mortos ao tentar pular o muro. Mil morreram na tentativa de atravessar outros pontos da fronteira. O muro tambm cortou redes de transportes, comunicao e esgotos. Famlias inteiras ficaram separadas por 28 anos, sem terem o direito a viajar para se reencontrarem. Para os comunistas, o projeto funcionou bem: enquanto 2,5 milhes de alemes orientais fugiram de 1949 a 1962, apenas 5 mil deixaram o pas entre 1962 e 1989. Isolados no bloco oriental, os alemes eram vigiados pela polcia secreta, a Stasi, que coagia e subornava as pessoas para delatarem parentes e amigos acusados de subverso (como mostra o filme A vida dos outros, indicado abaixo). Para os europeus que cresceram sombra do Muro de Berlim, no havia esperanas de que a situao mudasse.

Gorbatchev A runa da economia e o consequente desgaste poltico do imprio socialista, no entanto, mudaram o cenrio no final dos anos 1980. Nesse contexto, dois fatores foram preponderantes para a queda do muro: a ascenso do lder sovitico Mikhail Gorbatchev (1985-1991), em 1985, e as reformas polticas na Hungria e na Polnia.

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Quando chegou ao poder, Gorbatchev viu que o regime no tinha mais condies de arcar com os altos custos da Guerra Fria. Os gastos militares consumiam as riquezas do pas, cujas indstrias estavam tecnologicamente defasadas, e os bens de consumo eram inacessveis maior parte do povo. A nica sada era a abertura, que ficou conhecida por dois nomes: a glasnost (transparncia), de mbito poltico, e a perestroika (reestruturao), na esfera econmica. O conjunto de medidas levaria, em 1991, dissoluo da URSS. Gorbatchev tambm se aproximou de lderes da Europa Ocidental e dos Estados Unidos. Entretanto, mais importante que a diplomacia externa foi a postura em relao aos pases que viviam sob influncia poltica e militar de Moscou. Eles teriam, dali por diante, que escolher as prprias trilhas para sair do labirinto a que o socialismo os conduzira. A posio do Kremlim foi decisiva para as mudanas, uma vez que todas as revoltas anteriores contra os Estados comunistas - Berlim (1953), Budapeste (1956), Praga (1968) e Varsvia (1981) - foram esmagadas com ajuda das tropas soviticas. Com o Exrcito Vermelho fora do jogo, a histria seria diferente.

Eleies O primeiro movimento em direo abertura aconteceu na Polnia. Naquele final dos anos 1980 o pas estava em crise, com inflao crescente e um tero da populao vivendo na pobreza. Para o governo, a sada encontrada foi negociar com o partido de oposio, o Solidariedade, que depois de sete anos na ilegalidade seria autorizado a participar de eleies parlamentares. O fundador do Solidariedade, Lech Walesa, ganhador do prmio Nobel da Paz em 1983, tinha apoio e financiamento dos Estados Unidos e da Igreja Catlica. Ele assinou um acordo com seu antigo algoz, o lder comunista Wojciech Jaruzelski, para viabilizar as eleies histricas de 6 de fevereiro de 1988, o primeiro pleito eleitoral livre no Leste Europeu desde o fim da Segunda Guerra Mundial. O resultado das urnas foi claro: os poloneses repudiavam os comunistas. Alm disso, o pleito foi considerado limpo e a vitria da oposio foi aceita pelo Partido Comunista. Isso possibilitou a formao do primeiro governo no comunista na Europa Oriental ps-guerra.

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A Polnia provara para aos europeus que era possvel derrubar ditaduras por vias democrticas, inclusive negociando com o inimigo.

Piquenique Mas na Hungria, que passava por situao econmica e poltica semelhante Polnia, os abalos seriam causados por foras internas. Partiu do prprio governo, mais especificamente do primeiro-ministro Mikls Nmeth (1988-1990) e seus aliados, a proposta de desmantelar o sistema comunista abrindo as fronteiras. No dia 2 de maio de 1989, o governo hngaro anunciou que, por motivos financeiros, no poderia mais manter a cerca eletrificada em sua fronteira com a ustria. Foi o primeiro "buraco" aberto na Cortina de Ferro, pelo qual os alemes orientais poderiam escapar. Mesmo assim, no ocorreu a fuga em massa esperada. Os hngaros fizeram ento uma nova tentativa com a promoo de um piquenique pan-europeu, na fronteira com a ustria, em 19 de agosto do mesmo ano. Mais de 600 refugiados atravessaram as barreiras levantadas, no perodo de trs horas em que ocorreu o evento. Polticos hngaros cortavam pedaos da cerca de arame farpado e distribuam como souvenirs. Na ltima manobra, em 10 de setembro, a Hungria anunciou que as fronteiras seriam totalmente abertas. Assim, os alemes puderam fugir pela Hungria e, via ustria, chegar at a Alemanha Ocidental. Foi o incio da fuga em massa de alemes da RDA. Milhares debandaram para rever parentes, fazer compras, buscar empregos melhores ou simplesmente viajar ao exterior, coisa que at ento eram proibidos de fazer.

Revolta popular O abandono dirio de milhares de cidados da Alemanha Oriental (25 mil num nico final de semana) ameaou o funcionamento de servios bsicos e acabou gerando uma crise no pas. Os comunistas contra-atacaram bloqueando a passagem na fronteira com a antiga Tchecoslovquia. Parte dos alemes buscou refgio na embaixada da Repblica Federal da Alemanha em Praga, capital tcheca. No final de setembro, o governo de Erich Honecker (1971-1989) adotou uma segunda deciso equivocada. Ele transferiu, de trem, os refugiados da embaixada para a Alemanha Ocidental, passando por dentro da RDA. Os demais alemes orientais, revoltados com o fechamento da rota de fuga pela Hungria, amontoaram-se nas estaes e foram reprimidos com violncia pelas foras policiais.

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Os protestos cresceram por todo pas e levaram, em outubro, renncia de Honecker, pressionado pelos membros do Partido Comunista. Egon Krenz, o segundo homem no partido, assumiu o poder e decidiu conceder passes livres para todos alemes da RDA que quisessem viajar ao exterior. O plano era liberar os passaportes a partir de 10 de novembro. Porm, o porta-voz do governo, Gnter Schabowski, em pronunciamento na TV no final da tarde do dia 9, disse por engano que as novas regras valeriam "de imediato". Foi o suficiente para milhares de berlinenses correrem para o muro e exigirem a abertura dos portes. Ento, por volta das 23h, guardas desorientados e sem ordens do alto escalo sobre como controlar o caos cederam presso dos manifestantes. O povo alemo comemorou, ento, a vitria depois de 40 anos de bloqueio. Desse modo, foi derrubada a primeira pea do domin socialista da Europa Oriental, que mudaria por completo o traado geopoltico do mundo.

No dia 9 de novembro de 2009 comemoramos 20 anos da queda do Muro de Berlim (1961-1989), smbolo da opresso de regimes comunistas que gravitavam na esfera de influncia da antiga Unio das Repblicas Socialistas Soviticas (URSS). A derrubada do muro pelos alemes orientais abriu caminho para a reunificao da Alemanha, acelerou o fim dos regimes comunistas no Leste Europeu, colocou um ponto final na Guerra Fria (1945-1989) e foi um dos fatores que contriburam para o surgimento do mundo globalizado. A construo do muro comeou em 13 de agosto de 1961, com o objetivo de estancar o fluxo de alemes que fugiam da Repblica Democrtica da Alemanha (RDA), no bloco sovitico, com destino Repblica Federal da Alemanha, no Ocidente. Desde que foi erguido, 192 pessoas morreram tentando escalar o muro. Dois principais fatores levaram, no final dos anos 1980, queda do Muro de Berlim: a ascenso ao poder do lder sovitico Mikhail Gorbatchev (1985-1991), em 1985, e as reformas polticas na Hungria e na Polnia.

9. Oriente Mdio Outubro sangrento coloca em xeque guerras dos Estados Unidos Tropa americana patrulha vila no Afeganisto em 19 de outubro de 2009

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O ms de outubro de 2009 foi o mais violento no Iraque e no Afeganisto, palcos da "guerra contra o terror" promovida pelos Estados Unidos h quase dez anos. As mortes de iraquianos e americanos desestabilizam tanto os processos de transio poltica quanto a estratgia da Casa Branca de realocar recursos de uma guerra para outra. : Ficha-resumo) O caso mais grave aconteceu na capital do Iraque. Um duplo atentado terrorista matou 155 pessoas, incluindo 24 crianas, e deixou centenas de feridos na exploso de carros-bomba em prdios do governo em Bagd. Foi o pior ataque em dois anos. As exploses, ocorridas no ltimo domingo (25 de outubro), teriam como objetivo emperrar discusses sobre a reforma eleitoral, que vai regular as eleies marcadas para janeiro. Os atentados tambm aumentaram a tenso com os pases vizinhos, principalmente a Sria, acusada pelo governo iraquiano de abrigar terroristas. No dia seguinte, 14 americanos morreram na queda de helicpteros no Afeganisto. Na tera-feira (27), foram registradas mais oito baixas em confrontos, subindo para 55 o nmero de mortes no ms. Os incidentes aconteceram a poucos dias do segundo turno das eleies presidenciais, marcado para 7 de novembro. O pleito ser disputado entre o atual presidente, Hamid Karzai, e o ex-ministro de Relaes Exteriores, Abdullah Abdullah. No primeiro turno, houve denncias de fraudes. As eleies no Iraque e no Afeganisto visam trazer estabilidade poltica aos pases, ponto considerado fundamental para que os Estados Unidos encerrem as ocupaes. Mas os ataques terroristas no Iraque e o crescimento do ndice de soldados mortos no Afeganisto (num ano j considerado o mais mortfero desde o incio da guerra) complicam ainda mais a situao no Oriente Mdio. A violncia tambm afetou a estratgia do presidente Barack Obama de transferncia dos recursos do Iraque para o Afeganisto. Nas prximas semanas, Obama deve decidir se aumenta o efetivo em mais de 40 mil soldados no territrio afego. Porm, ele enfrenta oposio de quase metade da populao americana e de setores do prprio governo, que duvidam que o reforo militar ir contribuir para trazer mais segurana ao pas mulumano.

Petrleo Juntas, as guerras do Iraque e Afeganisto j mataram mais de 5 mil americanos e somam, segundo relatrio do Congresso dos Estados Unidos, US$ 864 bilhes de gastos aos cofres pblicos (74% deste total no Iraque, 22% no Afeganisto e os 4%

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restantes em gastos diversos). Especialistas estimam que as despesas iro ultrapassar US$ 1 trilho, em plena poca de recesso econmica. Passados nove anos de guerra no Afeganisto e sete no Iraque, a impresso hoje a de que os Estados Unidos subestimaram a resistncia dos radicais mulumanos e se meteram em outro atoleiro. Os dois conflitos j so mais longos que a participao dos americanos na Primeira (dois anos e dois meses) e Segunda Guerra Mundial (trs anos e oito meses) e na Guerra da Coreia (trs anos e um ms). E, por enquanto, somente inferior participao na Guerra do Vietn (doze anos). As batalhas foram iniciadas no governo de George W. Bush (2001-2009), na sequncia dos atentados de 11 de Setembro. A campanha militar no Afeganisto comeou em 7 de outubro de 2001, com o objetivo de capturar Osama Bin Laden, lder da rede terrorista Al Qaeda. No caso do Iraque, a invaso em 19 de maro de 2003 foi justificada pela suposta posse de armas de destruio em massa pelo governo de Saddan Hussein, que nunca foram encontradas. De modo geral, a administrao Bush alegava que as incurses militares tinham a inteno de democratizar os pases, que viviam sob ditaduras, e combater os grupos terroristas. Especialistas, por outro lado, apontam interesses econmicos em reservas de petrleo e derivados como a principal razo por trs da "guerra contra o terror". Mas por que essas guerras duram tanto tempo e por que to difcil encontrar uma sada para os conflitos?

Taleban Tanto o Afeganisto quanto o Iraque so pases divididos por grupos tnicos religiosos que viveram sculos sob ocupao estrangeira e nunca conheceram democracia ocidental ou uma paz duradoura. So tambm terras ricas em minrios que ocupam posies estratgicas na geopoltica do Oriente Mdio, o que desperta cobia de grandes potncias mundiais.

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Localizado na sia central, o Afeganisto faz fronteira com Paquisto, Ir e China. O pas possui 32,7 milhes de habitantes, 70% vivendo em condio de pobreza. O que une os diferentes grupos tnicos a religio mulumana (80% sunita e o restante xiita). A maior renda vem do pio (matria-prima da herona), pois o Afeganisto concentra 93% da produo mundial dessa substncia, que corresponde a 30% do Produto Interno Bruto (PIB), alm de ser a principal fonte de financiamento do Taleban.

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Durante a Guerra Fria, o pas permaneceu vinte anos sob ocupao da ex-URSS (1979-1989). Neste perodo, os mujahedin (combatentes islmicos) receberam apoio da CIA, o servio secreto americano, para lutar contra as tropas russas. Quando, finalmente, o Exrcito Vermelho deixou Cabul, a capital, estourou uma guerra civil entre faces rivais. As lutas s terminaram aps o Taleban, grupo nacionalista mulumano de etnia pashtu, tomar o poder em 1996. Hoje, estima-se que os extremistas ainda controlem at 70% das terras afegs.

Saddam J o Iraque possui uma das culturas mais antigas do mundo, que remonta h 10 mil anos. O territrio abrigou as primeiras civilizaes humanas, que criaram o alfabeto cuneiforme e o primeiro cdigo de leis, a Lei do Talio ("olho por olho, dente por dente"). Diferente do Afeganisto, a maior parte dos 31,2 milhes de habitantes so mulumanos xiitas (60%), embora os sunitas tenham governado o pas ao longo da histria. O Iraque ficou quase quatro sculos sob domnio do Imprio Otomano (1533-1918), at que a regio foi dividida ao final da Primeira Guerra Mundial (1914-1918) e o pas se tornou colnia do Reino Unido. O perodo monrquico durou de 1921 a 1958, quando a famlia real foi assassinada, depois de um golpe de Estado. Em julho de 1968, um novo golpe, conduzido pelo Partido Socialista rabe Baath, levou ao poder o lder sunita Saddam Hussein, primeiro como vice-presidente e, a partir de 1979, como presidente. Os 24 anos de regime de Saddam foram marcados pelo culto personalidade, perseguio a etnias (curdos e xiitas) e massacres, incluindo trs guerras no Golfo Prsico. A primeira Guerra do Golfo foi travada contra o Ir (1980 a 1988) depois que a Revoluo Islmica, liderada pelo aiatol Ruhollah Khoemini (1900-1989), deps a monarquia iraniana, alinhada ao Ocidente. O ditador iraquiano tinha ento apoio financeiro de Washington. Endividado ao final dos conflitos, Saddan invadiu o Kuwait em 1990, pas vizinho credor e rico em petrleo. Uma coalizo militar internacional, tendo frente os Estados Unidos, expulsou o exrcito iraquiano do Kuwait. Seguiu-se um perodo de sanes econmicas at a terceira guerra no Golfo, em 2003, contra os americanos.

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Retirada Para os Estados Unidos, o maior triunfo das atuais guerras foi a captura de Saddan Hussein, em dezembro de 2003. O ditador estava escondido em um buraco aps ter escapado do cerco capital. Ele foi julgado, condenado morte e enforcado em 31 de dezembro de 2006. No entanto, a justificativa fraudulenta para a invaso do Iraque e o escndalo de abusos contra detentos na priso iraquiana de Abu Ghraib mancharam a imagem dos EUA perante o mundo. Com o Iraque ocupado e alvo de sucessivos ataques terroristas, realizaram-se em 2005 as primeiras eleies presidenciais e parlamentares. Neste ano, Obama anunciou a desocupao total at o final de 2011 e, em junho, o exrcito americano deixou as ruas, que passaram a ser patrulhadas por foras iraquianas. Para Cabul, prioridade atual do governo americano, o plano tambm garantir que o governo local tenha condies de manter o controle aps a retirada das tropas. O problema, tanto no Iraque quanto no Afeganisto, que os americanos no so vistos como "salvadores da ptria" por libertarem os pases das ditaduras de Saddan e do Taleban, mas como invasores. Quase uma dcada depois, os Estados Unidos no conseguiram pacificar o Iraque nem capturar Osama Bin Laden. Nem certo que os pases invadidos no mergulhem novamente em guerras civis e tnicas aps os americanos deixarem o front, nem que a Al Qaeda, um grupo que age internacionalmente, no volte a atacar. Em todos os cenrios mais realistas, sero guerras perdidas para o Tio Sam.

Incidentes violentos, ocorridos entre os dias 25 e 27 de outubro de 2009, contriburam para agravar a situao dos Estados Unidos nas guerras no Iraque e no Afeganisto. No caso mais grave, um duplo atentado terrorista matou 155 pessoas, incluindo 24 crianas, e deixou centenas de feridos na exploso de carros-bomba em Bagd. Nos dias seguintes, 22 americanos morreram. Essas mortes atrapalham os processos eleitorais em curso nos dois pases. As eleies so consideradas peas-chave para estabilizar os territrios e permitir a retirada das tropas. Os atos de violncia tambm contrariam os planos do presidente Barack Obama, de encerrar a ocupao do Iraque e redirecionar recursos para o Afeganisto.

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