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Revista de Administração Dom Alberto, v. 3, n. 2, dez. 2016

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AUDITORIA INTERNA EM PROCESSOS DE CONCESSÃO DE EMPRÉSTIMOS EM UMA

INSTITUIÇÃO FINANCEIRA

Roseli Claíse Kirchhof1 Cátia Milena Lopes Machado2

RESUMO

O presente trabalho tem como objetivo realizar estudo de auditoria interna, buscando verificar se os quesitos exigidos pela empresa na concessão de empréstimos agrícolas estão sendo atendidos. Será realizado, para tanto uma pesquisa bibliográfica de natureza qualitativa, buscando definir o tema da pesquisa bem como serão realizadas visitas à empresa para obter dados e informações sobre os procedimentos exigidos pela empresa na contratação dos empréstimos e os mecanismos adotados pela empresa para verificar o cumprimento dos procedimentos exigidos durante o processo de contratação. Nos resultados encontrados observou que 37,5% dos contratos teve uma falha de informação, muitas delas por falta de atenção dos funcionários. Para auxiliar redução do percentual de falhas, foi proposto um checklist para melhor monitorar e orientar os funcionários das principais informações de cada contrato.

Palavra chave: Auditoria, auditoria interna, procedimentos e contratação de empréstimos.

ABSTRACT

This study aims to conduct study of internal audit, in order to verify whether the items required by the company in granting agricultural loans are being met. Will be held for both a literature search of a qualitative nature, seeking to define the subject of research as well as company visits will be conducted to obtain data and information on the procedures required by the company in the contracting of loans and the mechanisms adopted by the company to verify compliance with the procedures required during the hiring process. On the findings noted that 37.5% of contracts had a lack of information, many of them due to lack of attention from staff. To help reduce the failure percentage, it proposed a checklist to better monitor and guide employees of the key information for each contract.

Keyword: Audit, internal audit, procurement procedures and loans.

INTRODUÇÃO

A contabilidade possui um amplo campo de atuação onde o profissional da

Ciência Contábil pode atuar. Dentre os ramos de atividade da contabilidade será

1 Graduando do Curso de Ciências Contábeis da Faculdade Dom Alberto. 2 Professora e orientadora dos Cursos de Administração e Ciências Contábeis da Faculdade Dom Alberto. Bacharel em Administração e

Mestra em Sistemas e Processos Industriais pela UNISC.


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estudada a auditoria que tem como principal objetivo certificar-se da confiabilidade das

demonstrações financeiras preparadas pela empresa auditada. O auditor utiliza critérios

e procedimentos que traduzam evidencias que certifiquem a efetividade dos valores

demonstrados nas demonstrações financeiras e, por outro lado, cerca-se de

procedimentos que lhe permitem certificar a ausência de valores ou acontecimentos não

constantes das demonstrações financeiras que sejam indispensáveis para seu bom

entendimento.

Como objetivo principal foi realizado um estudo de auditoria interna, buscando

verificar se os quesitos exigidos pela empresa na concessão de empréstimos estão sendo

atendidos.

O trabalho visa apresentar pesquisa bibliográfica sobre o problema abordado

durante o estágio, através de consulta, leitura, análise e interpretação de livros, sites,

documentos, normas internas da instituição e material de cursos que a empresa oferece

a seus funcionários, com a finalidade de entender os conceitos relacionados ao tema.

O trabalho justifica-se pela necessidade que as empresas devem ter de saber se as

exigências que fazem aos seus funcionários nos processos de contratação estão sendo

atendidos e seguidos pelos mesmos. Erros e omissões durante os processos, como falta

de documentos obrigatórios, podem levar as empresas a punições e prejuízos financeiros

quando auditadas por órgãos externos e fiscalizadas pelo BACEN (Banco Central).

A metodologia utilizada será a pesquisa bibliográfica de natureza qualitativa,

procurando definir os principais conceitos relacionados ao tema. Para verificar se os

passos para concessão dos financiamentos estão sendo seguidos pelos funcionários

responsáveis pelo processo de contratação, pretende-se realizar um estudo de caso,

conferindo operações contratadas no período de janeiro a maio de 2014, buscando

verificar se foram cometidos erros ou falhas.


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2 REVISÃO DA LITERATURA

2.1 Auditoria Operacional

Podemos dizer que a auditoria operacional realiza o mapeamento dos processos e

dos controles internos das atividades internas de uma organização, com a finalidade de

avaliá-los e verificar sua efetividade no desempenho destas atividades, confrontando os

controles existentes e os resultados obtidos na auditoria realizada.

Gil (2000) define a auditoria Operacional como a "revisão, avaliação e emissão de

opinião de processos e resultados desempenhados em linhas de

negócios/produtos/serviços no horizonte temporal passado/presente.

Para Crepaldi (2002), "a auditoria operacional consiste em revisões metodológicas

de programas, organizações, processos ou segmentos operacionais dos departamentos

público e privado, com a intenção de avaliar e notificar se os recursos da organização estão

sendo usados com eficiência e se estão sendo alcançados os objetivos operacionais".

A função da auditoria operacional é determinar se as operações realizadas pela

empresa estão sendo realizadas de maneira correta, podendo ser executada nas mais

diversas áreas da empresa como nos setores de compras, estoques, recursos humanos,

serviços entre outros.

2.1.1 Auditor

O exercício profissional dos trabalhos de auditoria é realizado pelo auditor,

profissional contador bacharel em ciências contábeis. Conforme Sá (1998), somente ao

profissional formado em curso superior é que se confere o direito de realizar os trabalhos

de auditoria. Devido aos vários campos de aplicação da auditoria a profissão de auditor

tem sua divisão em auditor interno e auditor externo.

Segundo o IBRACON os principais objetivos do auditor interno são: averiguar a

existência, a suficiência e a aplicação dos controles internos, bem como colaborar para o

seu aprimoramento; conferir se as regras internas estão sendo adotadas; verificar a


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precisão de melhoramento das regras internas em vigência; avaliar a necessidade de

novas normas interna.

O principal objetivo do profissional de auditoria externa, conforme o IBRACON é

exprimir um parecer ou opinião sobre as demonstrações contábeis, no sentido de conferir

se estas refletem verdadeiramente a posição patrimonial ou financeira, o resultado das

operações e as origens e aplicações de recursos da empresa analisada. Além disso, é

também função do auditor externo, avaliar se as demonstrações analisadas foram

organizadas de acordo com os princípios contábeis e se os princípios foram aplicados com

uniformidade em comparação ao exercício anterior.

2.1.2 Programas e Procedimentos de Auditoria

Os programas de auditoria são os roteiros ou procedimentos que o auditor segue

para a realização de seu trabalho, contendo os objetivos propostos para a execução eficaz

do seu trabalho.

Segundo Attie (2009), o planejamento é a alicerce sobre o qual todo o trabalho

deve ser baseado e funciona como um mapa preparado estrategicamente com o objetivo

de chegar ao alvo e percorrer um caminho previamente determinado, num rumo

estabelecido e estudado.

Franco e Marra (2007), relatam que ao iniciar um trabalho de auditoria é

necessário que este deva estar planejado, tendo em vista seus objetivos. Os trabalhos,

como exames e verificações, serão orientados conforme o planejamento proposto pela

auditoria.

De acordo com Franco e Marra (2007), os métodos utilizados pela auditoria

incluem os procedimentos como confirmação externa (circularização), inspeção física,

contagem dos itens físicos, exame ou obtenção de comprovantes autênticos, revisão

intensa dos critérios de avaliação e análise de sua conformidade com os princípios

contábeis, apreciação de registros auxiliares e fiscais e sua repercussão nos registros

contábeis fundamentais, obtenção de informações de varias fontes fidedignas e

cruzamento destas informações, conferencia de somas e cálculos, estudo dos métodos


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operacionais e avaliação dos controles internos.

Possuir um programa de auditoria consistente e bem elaborado que contemple

todas as áreas a serem auditadas, é de fundamental importância para a organização, pois

auxiliará na execução das atividades de forma organizada com melhor aproveitamento do

tempo.

2.1.3 Relatórios de Auditoria

O relatório de auditoria é resultado do trabalho do auditor, onde o mesmo descreve

as suas conclusões, em cima de análise de um processo ou de uma amostragem de dados

específicos. Vem a ser o produto final do trabalho do auditor e deve ser entendido não só

pelo auditor, mas também pelos usuários das informações nele contidas (FRIES,2013).

Os relatórios não possuem um padrão específico, por isso cada auditor elabora os

relatórios de acordo com seus próprios critérios, recomenda-se, portanto que sejam

sempre com informações relevantes e que sigam alguns requisitos. Sá (1998) cita alguns

requisitos como importantes: clareza; abrangência (sem nada excluir); precisão (ser

inequívoco); conclusão; técnica; descrição e objetividade.

Além dos requisitos citados acima o relatório deve conter ainda, avaliações

precisas dos fatos verificados, com a recomendação das mudanças necessárias para as

irregularidades apuradas, estabelecendo controles para saná-las. Para que a

administração possa utilizá-lo para a tomada de decisões o relatório deve ser objetivo e

adequado, é importante que o mesmo, responda as questões pretendidas pelos usuários

das informações.

2.2 Crédito Financeiro

Para fazer a concessão de empréstimos, é necessário primeiro que a empresa tenha

conhecimento de seu cliente, para que possa decidir sobre a aprovação do crédito ao

cliente.

Segundo o dicionário, crédito quer dizer confiança ou segurança na verdade de


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alguma coisa, deriva da expressão “crer”, acreditar em algo, ou alguém. Sob o aspecto

financeiro, significa dispor a um tomador, recursos financeiros para fazer frente a

despesas ou investimentos, financiar a compra de bens, etc...

Em um Banco, crédito é o próprio negócio, onde sua receita é proveniente de sua

atividade de intermediação financeira (SILVA, 2008).

Silva (2008), define crédito em um banco como “consiste em colocar à disposição

do cliente (tomador de recursos) certo valor sob forma de empréstimo ou financiamento,

mediante promessa de pagamento numa data futura”.

Para tomar a decisão sobre a concessão de um empréstimo, as instituições

realizam uma análise de crédito que é a técnica utilizada por bancos e instituições

financeiras para avaliar a possibilidade de realizar empréstimos para seus clientes que

podem ser pessoas físicas como pessoas jurídicas.

A análise de crédito é a ferramenta utilizada para avaliar se o cliente que está

buscando crédito tem capacidade de pagamento, bem como avaliar o risco de retorno do

capital emprestado e os limites de créditos, valor máximo que o banco admite emprestar

a um cliente. Santos (2003) relata que o objetivo de se analisar o cliente é averiguar se ele

possui idoneidade e capacidade financeira para honrar o compromisso assumido junto ao

Banco.

Para que o Banco possa analisar seu cliente que está buscando crédito, faz-se

necessário um cadastro ou ficha cadastral que contenha as informações relevantes para a

tomada de decisão para concessão ou não do crédito.

Pode-se dizer que:

A ficha cadastral constitui-se numa valiosa ferramenta para auxiliar na análise e decisão de crédito, propiciando ao analista e aos gestores de crédito em geral, diversos informações relevantes sobre a empresa e alguns fatores que afetam seu desempenho. Não existe um modelo exclusivo de ficha cadastral que seja o melhor para todas as empresas ou instituições financeiras durante todo o tempo, sendo necessário que cada instituição desenvolva e adapte seu próprio modelo de acordo com suas necessidades e com as características de seus clientes. (SILVA, 2008)

No cadastro encontram-se os dados gerais de identificação do cliente como

situação legal, se os documentos de identificação encontram regularizados; endereço do

cliente; descrição da atividade principal do cliente; relacionamento bancário; telefone e


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endereços para contato.

2.3 Pronaf

O Pronaf é o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar que tem

a finalidade de estimular a geração de renda e melhorar a utilização da mão de obra

familiar em estabelecimento rural, através do financiamento de atividades e serviços

rurais.

Os beneficiários do Pronaf são as pessoas que formam as unidades familiares de

produção rural e que provem seu enquadramento, através da apresentação da Declaração

de Aptidão ao Programa (DAP).

Os créditos de investimento são concedidos mediante apresentação de projeto

técnico, o qual poderá ser suprido, a critério da instituição financeira, por proposta

simplificada de crédito e se destinam a promover a ampliação da produção e da

produtividade e a redução dos gastos com a produção, com o objetivo de aumento da

renda da família rural. Estes créditos estão reservados ao financiamento de itens

diretamente relacionados com a implantação, ampliação ou modernização da estrutura

das atividades de produção, de armazenagem, de transporte ou de serviços agropecuários

ou não agropecuários, no estabelecimento rural ou em áreas comunitárias rurais

próximas, sendo passível de financiamento, ainda, a aquisição de equipamentos e de

programas de informática voltados para melhoria da gestão dos empreendimentos rurais,

de acordo com projetos técnicos específicos.

Os principais produtos financiados pelo Pronaf Mais Alimentos são tratores,

implementos agrícolas, secadores de grãos, colheitadeiras, veículos de transporte de

máquinas e equipamentos agrícolas, além de projetos para a correção e recuperação de

solos, resfriadores de leite, melhoria genética, irrigação e implantação de

pomares. Também podem ser financiados carros da categoria camionetes sendo que o

agricultor interessado deve procurar uma empresa de Assistência Técnica e Extensão

Rural para desenvolver um projeto técnico simplificado, onde especificará como o veículo

será usado.


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Existe um limite de financiamento por beneficiário a cada ano agrícola, sendo até

R$150.000,00 (cento e cinquenta mil reais); e até R$ 300.000,00 (trezentos mil reais) para

atividades de suinocultura, avicultura e fruticultura.

As taxas de juros do Pronaf investimento são de 1% a.a. (um por cento ao ano) para

operações de até R$10.000,00 (dez mil reais) e de 2% a.a (dois por cento ao ano) para

operações com valor superior a R$10.000,00 (dez mil reais).

Os prazos para reembolso dos financiamentos são de:

até 6 anos, incluído até 1 ano de carência, para financiamento de caminhonetes de carga

e motocicletas adaptadas à atividade rural;

até 15 anos, incluídos até 3 anos de carência, para financiamentos de estruturas de

armazenagem; e

até 10 anos, incluídos até 3 anos de carência, para os demais itens financiáveis.

3 METODOLOGIA

Para concretizar o estudo alguns procedimentos de pesquisa foram adotados: a

pesquisa bibliográfica, o estudo de caso e a entrevista. Foi escolhida uma metodologia de

pesquisa exploratória e descritiva adequada ao tema, a pesquisa bibliográfica de natureza

qualitativa, que busca através da leitura, interpretação e análise de livros, trabalhos

acadêmicos e normativos internos da instituição, definir e conceituar o tema escolhido

para o estágio.

Segundo Marconi e Lakatos (1992), a investigação bibliográfica é o levantamento

de bibliografias já publicadas sobre o assunto, em forma de livros, revistas, publicações

avulsas e imprensa escrita. Seu objetivo é fazer com que o pesquisador entre em contato

direto com todo o material escrito sobre um assunto, ajudando na análise de suas

pesquisas ou na manipulação das informações.

O objetivo do estudo de caso visa reunir informações numerosas e detalhadas,

auxiliando num maior conhecimento e numa possível resolução de problemas

relacionados ao assunto.

De acordo com GIL (1991), a pesquisa exploratória tem o objetivo de proporcionar


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maior familiaridade com o problema, capaz de torná-lo explícito ou a construir hipóteses.

A pesquisa exploratória possibilita o aprofundamento sobre determinado assunto que

ainda não fora esclarecido de forma satisfatória.

Foram realizadas visitas à empresa com o objetivo de reunir dados e informações

relevantes para a realização do trabalho, através de entrevistas não estruturada com a

supervisora responsável pela orientação do estágio. Neste modelo de entrevista o

entrevistador tem a liberdade para poder explorar mais amplamente as questões.

Conforme Lakatos e Marconi (2002), a entrevista “é um encontro entre duas pessoas, a

fim de que uma obtenha informações a respeito de determinado assunto com a outra,

mediante um diálogo de natureza profissional”.

Após a coleta de todos os dados e escolhidos a amostra a serem analisados, estes

contratos foram conferidos, e através do software SPHINX as informações obtidas nesta

pesquisa foram apresentadas em formato de gráficos e será feita a análise e discussão dos

resultados. Ao final as considerações finais apresentam a análise final deste estudo, com

a visão do autor, apresentando críticas e sugestões.

3.1 DESCRIÇÃO, ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

3.1.1 Apresentação da empresa

Para a realização deste trabalho e colher dados a respeito do tema de pesquisa, foi

escolhida uma instituição financeira reconhecida no mercado financeiro como uma das

maiores empresas do ramo, com 205 anos de história, é uma instituição financeira

brasileira, estatal, constituída na forma de sociedade de economia mista, sendo

controlada pelo Tesouro Nacional, que possui 58% de suas ações. Além do Brasil, está

presente há mais de setenta anos no exterior, em mais de vinte países, como Estados

Unidos, Portugal, Reino Unido, China Japão, entre outros. O Banco Y é um dos principais

agentes do crescimento econômico e social do país, impulsionando a economia e o

desenvolvimento sustentável dos municípios onde atua, financiando desde grandes

empreendimentos até atividades de pequeno porte, sendo o principal fomentador do

crédito agrícola do país. O primeiro banco do Brasil, criado em 12 de outubro de 1808 por


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Dom João VI, príncipe regente, quando da vinda da família real portuguesa ao Brasil, com

objetivo de financiar a coroa portuguesa.

A instituição possui atualmente mais de 116 mil funcionários e 5400 agências. Para

a realização desta pesquisa a escolhida foi à agência da cidade de Sobradinho, localizada

na região Centro Serra do Estado do Rio Grande do Sul, inaugurada no ano de 1974.

Atualmente a Agência conta quatorze funcionários concursados e sete funcionários

terceirizados dentre eles vigilantes, estagiárias e a telefonista. O público principal da

agência são os produtores rurais, clientes contratantes das operações verificadas.

O estudo de caso realizado tem finalidade de verificar se os passos para concessão

dos financiamentos agrícolas estão sendo seguidos pelos funcionários responsáveis pelo

processo de contratação, para tanto se pretende conferir uma amostra de operações

contratadas no período de janeiro a junho de 2014. De acordo com Gil (1991), o estudo de

caso caracteriza-se pelo estudo exaustivo e em profundidade de poucos objetos, de forma

a permitir conhecimento amplo e específico do mesmo.

Cabe ao gerente do setor agrícola a função de receber e contatar os clientes

interessados na contratação de empréstimos, verificando o cadastro e avaliando se o

cliente pode realizar a contratação, orientando o cliente referente aos documentos que

este deve providenciar, como pedido do fornecedor, projeto técnico, documentos de

avalistas, certidão de terras entre outros documentos. Quando a documentação estiver

reunida o gerente repassa a documentação para os funcionários que realizam o processo

de contratação do financiamento, fazendo os devidos procedimentos para contratação. Os

documentos necessários, bem como os procedimentos a serem seguidos estão

especificados em normas internas da instituição, que servem de apoio e orientação aos

funcionários durante o processo.

Contratos com valores superiores a R$ 100.000,00 não são contratados na agência,

que fica apenas responsável por reunir a documentação exigida enviando a mesma para

aprovação da diretoria responsável pelos contratos de grande porte. Nestes casos é a

diretoria que faz a análise e liberação da contratação do financiamento, bem como edita o

contrato, sendo que a agência apenas imprime e acolhe as assinaturas, não podendo fazer

alterações na edição do contrato.


100

Contratos com valores abaixo de R$ 100.000,00 são contratados na agência sem a

necessidade de envio e aprovação superior, sendo que a edição do contrato é feita pelos

funcionários, bem como a liberação dos recursos são realizados pelos gerentes da agência.

As auditorias dos processos de financiamentos, dentro da empresa conforme foi

constatado são realizadas em alguns contratos apenas, escolhidos aleatoriamente por

uma Gerencia externa responsável. Dentro da agência não são realizadas conferencias

especificas dos documentos, apenas o funcionário responsável pela contratação é

responsável por juntar a documentação, sem ter uma segunda pessoa que faça uma

conferência.

Durante a visita a instituição foram coletados os dados para a confecção dos

gráficos necessários e posteriormente a definição da amostra a ser trabalhada no

processo de auditoria proposto por este trabalho.

Coletou-se a lista com os contratos realizados de janeiro a junho de 2014, onde

somando obteve-se um valor aproximado de R$ 7.500.000,00 em contratações sendo em

torno de 166 contratos, com uma média simples de valor contratado de R$ 45.000,00,

sendo que a maioria dos clientes está na classe C que são os contratos com valores entre

R$20.000,00 e R$50.000,00, e em terceiro lugar, somando 18% do total, estão os clientes

com grandes valores contratados, acima de R$80.000,00 somando 18%,conforme

apresentado no Figura1 abaixo:

Figura 1: Identificação das Classes de contratos

Fonte: Autora

18%10%

40%

32%

Classe A > R$ 80.000 Classe B > R$ 50.000 < R$ 80.000

Classe C > R$ 20.000 < R$ 50.000 Classe D < R$ 20.000


101

Observa-se que a maioria dos clientes adquiriram produtos na faixa entre R$

20.000,000 e R$50.000,00, sendo que nestes contratos o cliente pode adquirir vários itens

que somados fecham o valor total do contrato. O menor percentual ficou com os clientes

que fazem financiamentos com valores abaixo de R$ 20.000,00.

Já no quesito de valores contratados, os maiores percentuais são os da classe A,

contratos acima de R$80.000,00 chegando a 43% do valor total contratado, ficando em

segundo lugar em volume de contratação com 34% a classe C que acumula os contratos

com valores entre R$20.000,00 e R$50.000,00, conforme o Figura 2 a seguir:

Figura 2: Perfil de Classe de Valores Contratados

Fonte: Autora

Pode-se notar com relação às Figuras 1 e 2, apesar do número de clientes que

contratam investimentos de valores acima de R$ 80.000,00, é um número relativamente

baixo, chegando a 18% dos contratos, quando transformado em valores passa a ser 43%

do volume total financiado.

Quanto aos demais contratos com valores abaixo de R$80.000,00, apesar de ser

uma grande quantidade de clientes que somadas os percentuais das três classes chegamos

a 82% dos clientes, em relação a valores eles somam apenas 57% do volume em valores

Classe A43%

Classe B15%

Classe C34%

Classe D8% Perfil de Classe de Valores Contratados


102

contratados.

Para realizar a auditoria proposta neste trabalho será auditada a Classe A que

concentra os maiores valores contratados. Onde serão analisados 33 contratos que

corresponde a 18% do número total de contratações, sendo que é responsável por 43%

do valor montante emprestado.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A amostra escolhida foi analisada e para isso foram escolhidos alguns quesitos a

serem analisados. Dentro das pastas (dossiê físico) do cliente arquivadas na agência foi

conferida a presença dos seguintes documentos: certidão de registro do contrato em

cartório; instrumento de crédito devidamente assinados pelo cliente e coobrigados;

projeto técnico comprovando viabilidade econômica do cliente; orçamento com valor do

bem a ser financiado; nota fiscal do produto; rubrica em todas as folhas; descrição correta

do bem conforme nota fiscal; autorização de débito em conta assinada; declarações

assinadas; declaração de entrega do bem assinado. No sistema do Banco (dossiê

eletrônico) foram analisados os seguintes itens: garantias registradas; dados dos bens

corretamente cadastrados conforme nota fiscal; documentação necessária para

contratação digitalizada no dossiê; se o bem possui o seguro penhor rural.

Os itens acima foram analisados em todos os contratos e após esta análise foi

realizada a montagem do gráfico com os resultados conforme a Figura 3 a seguir:


103

Figura 3: Analise dos pontos de conferência da amostra

Fonte: Autora

Conforme a figura 3, pode ser identificar algumas falhas no processo como um

todo. Dos 33 contratos da amostra foram localizadas as pastas físicas de apenas 32

contratos, porém no sistema todos os 33 contratos estavam digitalizados.

Nos quesitos analisados em relação às pastas dos clientes (dossiê físico) houve

falha em apenas um item observado, a descrição correta do bem no contrato conforme a

nota fiscal, neste caso a falha é do funcionário por desatenção quando vai editar o contrato

colocando os dados da nota no mesmo.

As maiores falhas observadas foram na parte de registro no sistema da instituiça o,

onde em todos os quesitos analisados houve algum tipo de erro ou falha por descuido e

desatença o do funciona rio na hora de fazer os registros. Sendo que o maior percentual de

erro foi no quesito de cadastramento dos dados do bem no sistema 21,2% de falha, onde

na o foram observadas as informaço es contidas nos documentos e quando do


104

cadastramento foram colocados dados incorretos. Nos demais itens foram apenas 3% de

erros, sendo uma falha em cada 33.

Sugere-se que para melhorar o processo e evitar as falhas observadas, crie-se um

cheklist (Figura 4) com os passos a serem seguidos durante o processo de contrataça o e

impostaça o dos dados no sistema, bem como maior cuidado na impostaça o dos dados no

sistema, evitando retrabalho e diminuindo as inconsiste ncias observadas quando uma

amostra e selecionada para sofrer a auditoria, pois a instituiça o possui metas de

conformidade nas verificaço es das amostras, sujeitando a agencia a perda de pontos

prejudicando o atingimento das metas estipuladas pela instituiça o.

Figura 4: Checklist proposto

Fonte: Autora

5 REFERÊNCIAS

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Número do Contrato:___________________

Nome do Cliente:______________________________________________

Pontos de Conferência Sim Não Observações

Certidão de registro do contrato em cartório

Assinatura do instrumento de crédito

Projeto tecnico

Orçamento

Nota Fiscal

Rubrica em todas as folhas

Descrição correta do bem conforme NF

Declarações assinadas

Garantias registradas no sistema

Dados do bens devidamente cadastrados

Toda documentação digitalizada

Seguro Penhor

Conferido por:__________________________________________

Checklist de Conferência nos Processos de Contratação de Financiamentos


105

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