64
PROCESSO LEGISLATIVO – SENADO FEDERAL 2012 LUCIANO OLIVEIRA AULA 00 1 Prof. Luciano Oliveira www.pontodosconcursos.com.br Olá, concurseiros! Esta é a hora de estudar para o Senado Federal! O Presidente da Casa, Senador José Sarney, já havia afirmado, em fevereiro de 2011, que o concurso do Senado estava garantido e que é melhor os candidatos estudarem muito bem, pois o concurso vai ser difícil. E agora, Sarney acaba de autorizar o concurso do Senado!  A previsão é de preenchimento inicial de 246 vagas, sendo 104 para Técnico Legislativo, 133 para Analista Legislativo e 9 para Consultor Legislativo. Todavia, já é cediço que serão chamados muito mais candidatos do que isso, pois a demanda de pessoal no Senado é uma realidade. Nesse sentido, o próprio ato de autorização prevê que o Senado poderá convocar mais aprovados, durante o prazo de validade do concurso, na hipótese de surgimento de vaga no quadro de pessoal. Vejam a notícia: http://www.senado.gov.br/noticias/sarney-autoriza-realizacao-de-concurso- para-o-senado.aspx E aqui o quadro de vagas iniciais: http://www.senado.gov.br/noticias/agencia/pdfs/A_01_2011_688730.pdf Vejam ainda os comentários de Sarney a respeito do concurso, bem como do presidente da comissão organizadora, que disse que a expectativa é de que o concurso seja realizado ainda no primeiro semestre de 2012: http://www.senado.gov.br/noticias/concurso-do-senado-vai-repor-parte-do- numero-dos-aposentados-explica-sarney.aspx De minha parte, o que posso dizer é que o Senado é um ótimo lugar para trabalhar, que vale mesmo a pena ser servidor daqui! E não estou falando só de remuneração, não. Se bem que cerca de R$ 19.000 mensais para Analista Legislativo não fazem mal a ninguém, certo? Muito bem, vamos à apresentação deste que vos fala! Meu nome é Luciano Oliveira. Sou Consultor Legislativo do Senado Federal (área de orçamentos). Já exerci os cargos de Auditor Federal de Controle Externo do TCU e Analista de Finanças e Controle do Tesouro Nacional. Antes disso, fui Oficial da Marinha por sete anos (sou Capitão-Tenente da reserva). Ministro aulas preparatórias em vários cursos presenciais e on line de todo o Brasil.

Aula 00

Embed Size (px)

Citation preview

  • PROCESSO LEGISLATIVO SENADO FEDERAL 2012 LUCIANO OLIVEIRA

    AULA 00

    1 Prof. Luciano Oliveira www.pontodosconcursos.com.br

    Ol, concurseiros! Esta a hora de estudar para o Senado Federal! O Presidente da Casa, Senador Jos Sarney, j havia afirmado, em fevereiro de 2011, que o concurso do Senado estava garantido e que melhor os candidatos estudarem muito bem, pois o concurso vai ser difcil. E agora, Sarney acaba de autorizar o concurso do Senado!

    A previso de preenchimento inicial de 246 vagas, sendo 104 para Tcnico Legislativo, 133 para Analista Legislativo e 9 para Consultor Legislativo. Todavia, j cedio que sero chamados muito mais candidatos do que isso, pois a demanda de pessoal no Senado uma realidade. Nesse sentido, o prprio ato de autorizao prev que o Senado poder convocar mais aprovados, durante o prazo de validade do concurso, na hiptese de surgimento de vaga no quadro de pessoal.

    Vejam a notcia:

    http://www.senado.gov.br/noticias/sarney-autoriza-realizacao-de-concurso-para-o-senado.aspx

    E aqui o quadro de vagas iniciais:

    http://www.senado.gov.br/noticias/agencia/pdfs/A_01_2011_688730.pdf

    Vejam ainda os comentrios de Sarney a respeito do concurso, bem como do presidente da comisso organizadora, que disse que a expectativa de que o concurso seja realizado ainda no primeiro semestre de 2012:

    http://www.senado.gov.br/noticias/concurso-do-senado-vai-repor-parte-do-numero-dos-aposentados-explica-sarney.aspx

    De minha parte, o que posso dizer que o Senado um timo lugar para trabalhar, que vale mesmo a pena ser servidor daqui! E no estou falando s de remunerao, no. Se bem que cerca de R$ 19.000 mensais para Analista Legislativo no fazem mal a ningum, certo?

    Muito bem, vamos apresentao deste que vos fala!

    Meu nome Luciano Oliveira. Sou Consultor Legislativo do Senado Federal (rea de oramentos). J exerci os cargos de Auditor Federal de Controle Externo do TCU e Analista de Finanas e Controle do Tesouro Nacional. Antes disso, fui Oficial da Marinha por sete anos (sou Capito-Tenente da reserva). Ministro aulas preparatrias em vrios cursos presenciais e on line de todo o Brasil.

  • PROCESSO LEGISLATIVO SENADO FEDERAL 2012 LUCIANO OLIVEIRA

    AULA 00

    2 Prof. Luciano Oliveira www.pontodosconcursos.com.br

    Sou um concurseiro de carteirinha. Estou sempre fazendo algum concurso, para no perder o costume. Esse a s pode ser maluco... Mas isso mesmo! Professor de cursinho tem que saber o que est acontecendo nesse meio, de preferncia, sentindo na prpria pele o que os concurseiros esto vivendo. Saibam que vocs tero aqui no apenas um professor da matria, mas um conselheiro na rea de concursos. Fiquem vontade para tirar suas dvidas e fazer perguntas sobre a matria, dicas para fazer a prova e, claro, a vida no Senado Federal, o ambiente de trabalho, a remunerao, a jornada diria etc. Afinal, eu estou aqui dentro e posso esclarecer muitas dvidas para vocs.

    Alm disso, sou autor dos livros Direito Administrativo: Cespe/UnB, Editora Ferreira, Direito Administrativo: Questes Discursivas Comentadas, Editora Impetus, e A Lei 8.112/1990 para Concursos, Editora Mtodo (no prelo). Mantenho tambm um pequeno blog na internet sobre Direito Administrativo (http://diretoriojuridico.blogspot.com), onde podem ser encontradas dicas valiosas sobre concursos pblicos, inclusive sobre questes discursivas.

    Por fim, sou presidente da Associao Nacional dos Concurseiros (Andacon), que sempre acompanha de perto os principais concursos pblicos realizados, a fim de verificar a eventual ocorrncia de irregularidades e fazer o que for possvel para san-las.

    Desta vez minha misso ensinar a disciplina de Processo Legislativo aos candidatos aos cargos de Analista e Tcnico Legislativo do Senado Federal, especialidade Processo Legislativo.

    A banca examinadora do concurso ainda no est definida. Provavelmente ser a Fundao Getlio Vargas (FGV), mas h alguns no Senado que preferem o Centro de Seleo e de Promoo de Eventos da Universidade de Braslia (Cespe/UnB). No se preocupem, a teoria a mesma, independentemente da banca. Enquanto no houver definio, comentaremos, principalmente, os exerccios da FGV e do Cespe. Saindo a banca durante o curso, voltaremos nossos esforos totalmente para a instituio escolhida.

  • PROCESSO LEGISLATIVO SENADO FEDERAL 2012 LUCIANO OLIVEIRA

    AULA 00

    3 Prof. Luciano Oliveira www.pontodosconcursos.com.br

    Abordaremos o programa nos exatos termos em que figurou no ltimo edital, de modo que vocs sejam capazes de matar todas as questes da matria no dia da prova. Saibam que muito provavelmente o programa do novo concurso ser o mesmo cobrado em 2008. Para vocs terem uma ideia, o contedo de Consultor de Oramentos do concurso de 2008 foi o mesmo do concurso para o mesmo cargo em 2001. Em 2008 a banca examinadora foi a FGV; em 2001, o Cespe. Ou seja, depois de oito anos e uma mudana de banca, o programa foi exatamente o mesmo. Isso ocorre porque as matrias do concurso do Senado j esto bem definidas, por meio de estudos internos aqui realizados. Desse modo, pode at haver pequenos ajustes, mas a maior parte do programa no sofrer modificaes.

    No deixem tambm de dar uma olhada nas aulas demonstrativas dos meus cursos de Direito Administrativo para o Senado, Regimento Interno do Senado Federal, Regimento Comum do Congresso Nacional e Discursivas para o Senado, todos lanados aqui pelo Ponto dos Concursos.

    Agora vejamos como esto estruturadas nossas aulas:

    AULA 0 (21/11/11) Poder Legislativo: bicameralismo, Cmara dos Deputados, Senado Federal, Congresso Nacional; princpios do processo legislativo; processo Legislativo na Constituio Federal e suas fases; legislatura e sesso legislativa; qurum; reunies preparatrias; sesses: natureza e fases; votaes; presidncia; Mesa do Senado Federal e do Congresso Nacional; lideranas e blocos parlamentares.

    AULA 1 (08/12/11) Comisses: tipos, competncias, reunies e deliberaes.

    AULA 2 (18/12/11) Atribuies constitucionais especficas do SF; procedimentos em processo legislativo; urgncia.

    AULA 3 (28/12/11) Proposies; emendas; discusso, processo de votao, destino; publicao; proposies de legislaturas anteriores.

    AULA 4 (08/01/12) Tramitao de projetos de lei ordinria e lei complementar.

    AULA 5 (18/01/12) Tramitao de projetos de decreto legislativo e resolues.

    AULA 6 (28/01/12) Matrias sujeitas deliberao especial: proposta de emenda constituio, projetos de lei de cdigo; projetos com tramitao urgente estabelecida na Constituio; projetos referentes a atos internacionais.

    AULA 7 (08/02/12) Procedimento concentrado: tramitao de medidas provisrias; vetos; matrias oramentrias.

  • PROCESSO LEGISLATIVO SENADO FEDERAL 2012 LUCIANO OLIVEIRA

    AULA 00

    4 Prof. Luciano Oliveira www.pontodosconcursos.com.br

    AULA 8 (18/02/12) Aspectos formais das proposies em tramitao; Lei Complementar 95/98; rgos do Senado; Senadores: uso da palavra;

    Obs.: caso haja necessidade, o cronograma ser adiantado.

    Durante o curso, os exemplos e as explicaes do processo legislativo sero, em princpio, sempre em relao ao Senado, pois o objeto principal de nosso estudo. No decorrer das aulas, contudo, tambm vamos ver um pouco sobre o Congresso Nacional, pois assunto de prova. J o processo legislativo na Cmara dos Deputados no ser abordado.

    Para facilitar, incorporarei ao curso vrias tabelas e quadros que procuram resumir e sistematizar a extensa gama de informaes com que estaremos lidando. Tambm explicarei de forma didtica alguns conceitos do jargo do processo legislativo, que vai auxiliar muito o ganho de intimidade com a matria.

    Outra coisa importante que vocs possam, de alguma maneira, visualizar de forma mais concreta os assuntos do curso e assimilar melhor o contedo. Assim, na medida do possvel, trarei breves exemplos prticos do processo legislativo: um despacho, uma mensagem, uma lista de votao etc.

    Bom, alm deste curso vocs podem (devem!) consultar o Regimento Interno do Senado Federal (RISF) e o Regimento Comum do Congresso Nacional. Todo esse contedo encontra-se disponvel no site do Senado.

    Alis, cabe aqui um esclarecimento: neste curso, abordarei detalhadamente a matria de processo legislativo, tanto a parte que consta da Constituio Federal, como a parte que est regrada no RISF e no Regimento Comum. Mas no se trata de um curso de Regimento. um curso de processo legislativo. Neste curso, a parte de Regimentos ser abordada apenas e especificamente em relao aos tpicos de processo legislativo, o que apenas uma pequena parte dos dois Regimentos. Por outro lado, o RISF e o Regimento Comum, na ntegra, sero cobrados especificamente no edital. Para isso, vocs podem, se desejarem, fazer meus cursos especficos de Regimento Interno do Senado Federal e Regimento Comum do Congresso Nacional, aqui no Ponto dos Concursos. Nesses cursos, sero abordados os dois Regimentos, devidamente analisados em detalhes, salvo a parte de processo legislativo, que ser vista l de forma mais en passant, uma vez que o presente curso de processo legislativo j aprofundar essa disciplina. Vale destacar que as questes especficas de RISF e Regimento Comum, no concurso, no costumam abordar a parte de processo legislativo.

  • PROCESSO LEGISLATIVO SENADO FEDERAL 2012 LUCIANO OLIVEIRA

    AULA 00

    5 Prof. Luciano Oliveira www.pontodosconcursos.com.br

    H tambm o meu curso de discursivas para Analista de Processo Legislativo e Tcnico de Processo Legislativo do Senado Federal, aqui no Ponto, no qual so aplicados, corrigidos e comentados trs simulados por aluno, versando sobre as matrias especficas desses cargos.

    Antes de comear, mais uma dica sobre o curso. Sempre que estivermos nos referindo a projetos de maneira geral, ampla gama de espcies de propostas que iro se submeter ao processo legislativo, usarei os termos proposio ou matria. Muita gente pensa que tudo que tramita se chama projeto. Mas no bem assim. Projeto se refere a um tipo especfico de proposio. Assim como o termo proposta. Em processo legislativo, cada um deles ter um tratamento diferenciado, por isso a importncia de frisar bem essa distino.

    Muito bem, preparados? Ento, vamos comear! Primeiro, uma breve introduo sobre o Poder Legislativo, estabelecendo as diferenas entre a organizao e a competncias de cada Casa. Em seguida, vamos nos aprofundar nos aspectos concernentes ao processo e, mais frente, ao Senado.

    Poder Legislativo e Bicameralismo

    O Poder Legislativo em mbito federal exercido pelo Congresso Nacional, que se compe da Cmara dos Deputados e do Senado Federal, configurando um sistema legislativo bicameral.

    Aqui vai uma pergunta para vocs: para que existe o Senado?

    Uma resposta bem simples a essa pergunta seria: porque o Brasil adota o sistema parlamentar bicameral, no qual duas Cmaras compem o Poder Legislativo.

    Mas por que adotar o sistema bicameral?

    Porque o Brasil uma Federao. E o modelo federativo pressupe a existncia de uma instncia na qual esteja representada a vontade dos estadosque compem a Federao. Em estados organizados na forma federativa, o bicameralismo tem a funo de minimizar a assimetria entre os estados, a qual acontece na Cmara dos Deputados. L, as unidades da Federao mais populosas possuem nmero maior de representantes. Dessa forma, se pegarmos como exemplo os estados de So Paulo, por um lado, e do Acre, por outro, este ltimo, bem menos populoso, fica em clara desvantagem.

  • PROCESSO LEGISLATIVO SENADO FEDERAL 2012 LUCIANO OLIVEIRA

    AULA 00

    6 Prof. Luciano Oliveira www.pontodosconcursos.com.br

    O Senado, onde a representao igual para todos, estabelece um equilbrio do poder poltico entre as maiores e as menores unidades da Federao. Logo, So Paulo e Acre tm o mesmo nmero de Senadores. O bicameralismo tambm implica diferenas de atribuies e prerrogativas entre as duas Casas do Legislativo, sendo que nossa Constituio Federal, em seus artigos 51 e 52, estabelece essas diferenas.

    Um ltimo detalhe: estados federados adotam o bicameralismo, mas estados que no so federaes podem fazer o mesmo. Um exemplo a Inglaterra, que possui duas Cmaras. O Brasil, na poca do Imprio, outro exemplo: mesmo no sendo ainda uma Federao, j adotava um modelo bicameral.

    J o Poder Legislativo nos estados e municpios brasileiros composto de apenas uma Cmara: nos estados, so as Assembleias Legislativas estaduais e nos municpios, as Cmaras de Vereadores. No Distrito Federal, o Poder Legislativo exercido pela Cmara Legislativa, com caractersticas semelhantes s das Assembleias Estaduais.

    Cmara dos Deputados e Senado Federal

    As duas casas que compem o Congresso Nacional Cmara dos Deputados (CD) e Senado Federal (SF) guardam inmeras diferenas entre si. As principais que precisamos guardar, no entanto, so as seguintes: natureza da representao; forma de eleio dos membros; durao dos mandatos;quantitativo de membros; e competncias especficas.

    Dessa forma, a CD formada por representantes do povo, eleitos na forma proporcional para um perodo de quatro anos. O nmero total de deputados bem como a representao de cada Estado e do DF, segundo reza a CF/88, estabelecido por lei complementar, para poder sempre guardar proporcionalidade populao. A CF/88 determina, no entanto, que nenhuma unidade da Federao pode ter menos de oito ou mais de setenta Deputados. Cabe frisar que hoje o quantitativo total de deputados na CD 513. As competncias da Cmara esto elencadas no artigo 51 da CF/88.

    J o SF compe-se de representantes dos Estados e do DF, eleitos pelo princpio majoritrio para um mandato de oito anos. Ao contrrio da Cmara, seu nmero fixo: so trs senadores por unidade da Federao, totalizando 81Senadores. As atribuies do SF esto definidas no artigo 52 da CF/88, sendo recomendvel sua memorizao!

  • PROCESSO LEGISLATIVO SENADO FEDERAL 2012 LUCIANO OLIVEIRA

    AULA 00

    7 Prof. Luciano Oliveira www.pontodosconcursos.com.br

    Agora, a questo da durao dos mandatos. Na Cmara, os deputados so eleitos para um mandato de quatro anos. Esse perodo de quatro anos, dentro do Congresso Nacional, chamado de legislatura. A cada legislatura, portanto, so trocados todos os deputados (permitida a reeleio).

    No Senado, funciona diferente: o mandato de um Senador dura duas legislaturas portanto, oito anos, tambm permitida reeleio. No entanto, a cada quatro anos preciso votar para Senador, pois a troca se d de forma alternada. Em uma eleio, so renovados 2/3 da casa, ou seja, dois senadores por estado. Na eleio seguinte, troca-se apenas 1/3, isto , um senador por unidade da federao.

    Muito bem, e o que seria ento o Congresso Nacional?

    O Congresso Nacional consiste na reunio de deputados e senadores em ocasies especficas, determinadas pela Constituio Federal, como a votao de oramentos, de vetos, a promulgao de emendas constitucionais... Nessas ocasies, so realizadas as chamadas reunies conjuntas. Apesar de se reunir de forma mais espordica, o Congresso Nacional possui Mesa (formada pela Mesa do SF e da CD, de modo alternado), rgos internos e um regimento especfico para ele, o chamado Regimento Comum. Em nosso estudo, medida que for justificvel, abordarei tambm os principais mecanismos de trabalho do Congresso Nacional.

    Processo Legislativo na Constituio Federal

    Em nossa introduo ao estudo do Processo Legislativo, importante ter em mente que seus principais pontos esto delineados, de forma genrica, na Constituio Federal de 1988 (CF/88), em seu Ttulo IV, Da Organizao dos Poderes, no Captulo I, Do Poder Legislativo. de fundamental importncia dominar o contedo constitucional referente organizao e ao processo legislativo, por meio do qual j ser possvel matar algumas questes.

    Vale lembrar que os Regimentos Internos (do Senado, da Cmara dos Deputados e o Regimento Comum do Congresso Nacional) possuem fora normativa primria, cujo fundamento vem diretamente do texto constitucional. Outro detalhe importante: ao contrrio dos Regimentos do Senado e da Cmara, o Regimento Comum bem sucinto. Portanto, sempre que ele for omisso aplicam-se primeiro as disposies do Regimento do Senado e, se esse tambm for omisso, a, sim, pode ser usado o da Cmara dos Deputados.

  • PROCESSO LEGISLATIVO SENADO FEDERAL 2012 LUCIANO OLIVEIRA

    AULA 00

    8 Prof. Luciano Oliveira www.pontodosconcursos.com.br

    A CF/88 determina ainda a edio de uma lei complementar, prevista no pargrafo nico do art. 59, que dispe sobre a elaborao, redao, alterao e consolidao as leis. Essa lei j est em vigor (LC 95/1998) e seu contedo foi objeto de cobrana no ltimo edital para o cargo de Analista Legislativo.

    Fases do Processo Legislativo

    O processo legislativo ordinrio composto de trs grandes fases: introdutria, constitutiva e complementar.

    A fase introdutria consiste no poder de iniciativa, ou seja, a competncia de propor a edio de uma regra jurdica nova, inaugurando o processo legislativo. Na fase constitutiva, ocorre a conjugao da vontade do Legislativo e do Executivo para a formao da lei. Dentro do Congresso Nacional, essa fase compreende trs etapas: emendamento, instruo e deliberao. Depois de aprovada, a proposio pode ir ou no para a sano ou veto presidencial. Por fim, na fase complementar, temos a promulgao e a posterior publicao da lei, para que ela seja vlida e possa produzir seus efeitos.

    Vamos detalhar um pouco o que acontece em cada uma dessas fases:

    Fase introdutria

    A CF/88 dispe sobre os legitimados para iniciar o processo legislativo. So eles:

    Qualquer membro ou Comisso da Cmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional;

    Presidente da Repblica; Supremo Tribunal Federal (STF), Tribunais Superiores, Tribunal de Contas

    da Unio (TCU); Procurador-Geral da Repblica (PGR); Assembleias Legislativas; Cidados.

    A iniciativa, portanto, pode ser vista sobre alguns aspectos:

    parlamentar e extraparlamentar ; individual e coletiva; geral, concorrente, privativa (reservada, restrita ou exclusiva), vinculada e

    popular.

  • PROCESSO LEGISLATIVO SENADO FEDERAL 2012 LUCIANO OLIVEIRA

    AULA 00

    9 Prof. Luciano Oliveira www.pontodosconcursos.com.br

    As duas primeiras classificaes so simples: tudo o que no for de iniciativa de parlamentar, ser extraparlamentar.

    A iniciativa ser individual ou coletiva conforme o nmero de pessoas exigido para a apresentao de certas matrias. Por exemplo, para apresentao de uma Proposta de Emenda Constituio (PEC), preciso 1/3 do SF (27 Senadores), portanto, a iniciativa coletiva. Mas cuidado: matrias de iniciativa de tribunais superiores, contudo, so consideradas de iniciativa individual (do rgo)!

    Iniciativa geral: est relacionada apresentao de projetos de lei ordinria e complementar sobre matrias em geral, estendidas, como regra, a qualquer parlamentar ou Comisso (do Senado, Cmara ou Congresso), ao Presidente da Repblica, Supremo Tribunal Federal, Tribunais Superiores, Procurador Geral da Repblica e aos cidados.

    Iniciativa concorrente: refere-se a certas matrias em que h mais de um legitimado apto a inaugurar o processo legislativo. Pode ser estendida a parlamentares, Comisso (do Senado, Cmara ou Congresso), Presidente da Repblica, Supremo Tribunal Federal, Tribunais Superiores, Tribunal de Contas da Unio, Procurador Geral da Repblica e aos cidados, na propositura de leis ordinrias e leis complementares. Tambm h legitimados concorrentes para apresentar Propostas de Emenda Constituio (PECs).

    TIPO DE LEI LEGITIMADO

    Leis complementares e ordinrias Qualquer membro ou Comisso da Cmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional Presidente da Repblica (CF/88, art. 61);

    Supremo Tribunal Federal e Tribunais Superiores (CF/88, art. 61);

    Procurador-Geral da Repblica (CF/88, art. 61);

    Cidados (CF/88, art. 61);

    Proposta de Emenda Constituio Mnimo 1/3 dos membros da Cmara dos Deputados ou mnimo de 1/3 dos membros do Senado (CF/88, art. 60, I);

    Presidente da Repblica (CF/88, art. 60, II);

    Mais da metade das Assembleias

  • PROCESSO LEGISLATIVO SENADO FEDERAL 2012 LUCIANO OLIVEIRA

    AULA 00

    10 Prof. Luciano Oliveira www.pontodosconcursos.com.br

    Legislativas das unidades da Federao, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros (CF/88, art. 60, III);

    OBS: Atentar para o projeto de lei complementar de organizao do Ministrio Pblico, bem como de normas gerais para a organizao do Ministrio Pblico do Distrito Federal e dos Territrios, que compete concorrentemente ao Presidente da Repblica e ao Procurador-Geral da Repblica (CF/88, art. 61, 1, II, f, e art. 128, 5).

    Iniciativa privativa: tambm denominada reservada, restrita ou exclusiva, s pode ser levada a cabo por determinadas pessoas, sob pena da matria em questo padecer de vicio formal de iniciativa, tornando a mesma inconstitucional. Pode ser privativa do Executivo, do Legislativo ou do Judicirio. O quadro a seguir procura sintetizar esses dados:

    LEGITIMADO PROPOSIO

    Presidente da Repblica Fixao ou modificao dos efetivos das Foras Armadas; CF/88, art. 61, 1, I;

    Criao de cargos, funes ou empregos pblicos na administrao direta e autrquica ou aumento de sua remunerao; CF/88, art. 61, 1, II a;

    Organizao administrativa e judiciria, matria tributria e oramentria, servios pblicos e pessoal da administrao dos Territrios; CF/88, art. 61, 1, II b;

    Servidores pblicos da Unio e Territrios, seu regime jurdico, provimento de cargos, estabilidade e aposentadoria; CF/88, art. 61, 1, II c;

    Criao e extino de Ministrios e rgos da administrao pblica, observado o disposto no art. 84, VI; CF/88, art. 61, 1, II e;

    Militares das Foras Armadas, seu regime jurdico, provimento de cargos, promoes, estabilidade, remunerao, reforma e transferncia para a reserva; CF/88, art. 61, 1, II f;

    Medidas Provisrias; CF/88, art. 62

  • PROCESSO LEGISLATIVO SENADO FEDERAL 2012 LUCIANO OLIVEIRA

    AULA 00

    11 Prof. Luciano Oliveira www.pontodosconcursos.com.br

    STF Estatuto da Magistratura; CF/88, art. 93.

    STF, TCU, Tribunais Superiores e TJs

    Matrias de seu interesse exclusivo CF/88, art. 96, II

    Congresso Nacional

    Por decreto legislativo

    (sem sano presidencial)

    Fixar idntico subsdio para os Deputados Federais e os Senadores; CF/88, art. 49, VII;

    Fixar os subsdios do Presidente e do Vice-Presidente da Repblica e dos Ministros de Estado; CF/88, art. 49, VIII;

    Resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais CF/88, art. 49, I;

    Autorizar o Presidente da Repblica a declarar guerra, a celebrar a paz, a permitir que foras estrangeiras transitem pelo territrio nacional ou nele permaneam temporariamente, ressalvados os casos previstos em lei complementar CF/88, art. 49, II;

    Autorizar o Presidente e o Vice-Presidente da Repblica a se ausentarem do Pas, quando a ausncia exceder a quinze dias CF/88, art. 49, III;

    Aprovar o estado de defesa e a interveno federal, autorizar o estado de stio, ou suspender qualquer uma dessas medidas CF/88, art. 49, IV;

    Sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegao legislativa CF/88, art. 49, V;

    Mudar temporariamente sua sede CF/88, art. 49, VI;

    Cmara dos Deputados Elaborar seu regimento interno, por resoluo

    Organizao, funcionamento, polcia, criao, transformao ou extino dos cargos, empregos e funes de seus servios, e a iniciativa de lei para fixao da respectiva remunerao, observados os parmetros estabelecidos na lei de diretrizes oramentrias; (esta ltima remunerao por projeto de lei, com sano presidencial)

    Senado Federal Elaborar seu regimento interno, por resoluo

    Organizao, funcionamento, polcia, criao, transformao ou extino dos cargos, empregos e funes de seus servios, e a iniciativa de lei para

  • PROCESSO LEGISLATIVO SENADO FEDERAL 2012 LUCIANO OLIVEIRA

    AULA 00

    12 Prof. Luciano Oliveira www.pontodosconcursos.com.br

    fixao da respectiva remunerao, observados os parmetros estabelecidos na lei de diretrizes oramentrias (esta ltima remunerao por projeto de lei, com sano presidencial)

    interessante notar que, embora no conste no rol expresso dos legitimados aptos a apresentar projeto de lei, a Constituio concedeu legitimidade para que o TCU inicie o processo legislativo, pois igualou algumas de suas prerrogativas s de outros Tribunais Superiores. Vejamos o que diz o artigo 73 da CF/88: "O Tribunal de Contas da Unio, integrado por nove Ministros, tem sede no Distrito Federal, quadro prprio de pessoal e jurisdio em todo o territrio nacional, exercendo, no que couber, as atribuies previstas no art. 96. O texto do art. 96 o seguinte:

    Art. 96 Compete privativamente: (...) II - Ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores e aos Tribunais de

    Justia propor ao Poder Legislativo respectivo, observado o disposto no art. 169: (...)

    b) a criao e a extino de cargos e a remunerao dos seus servios auxiliares e dos juzos que lhes forem vinculados, bem como a fixao do subsdio de seus membros e dos juzes, inclusive dos tribunais inferiores, onde houver.

    Por fim, a Lei 8.443/92 (Lei Orgnica do TCU) dispe que compete ao Tribunal "propor ao Congresso Nacional a criao, transformao e extino de cargos, empregos e funes de quadro de pessoal de sua secretaria, bem como a fixao da respectiva remunerao" (art. 1, XV).

    Iniciativa vinculada: Os projetos de lei de natureza oramentria (PPA, LDO e LOA) so considerados como de iniciativa vinculada, pois a Constituio obriga o Presidente da Repblica a encaminh-los ao Congresso Nacional (CF/88, arts. 84, XXIII, e 165). Se o Presidente descumprir esse mecanismo, estar incorrendo em crime de responsabilidade (Lei n 1.079, de 1950).

    Iniciativa popular: Um das formas diretas de exerccio do poder, a iniciativa popular uma novidade estabelecida pela CF/88 e que possibilita o eleitorado dar incio ao processo legislativo de lei ordinria ou complementar. Para ser apresentado ao Parlamento, o projeto precisa cumprir os seguintes requisitos: Mnimo de 1% ELEITORADO NACIONAL mnimo de 5 ESTADOS mnimo e 0,3% EM CADA ESTADO (art. 61, 2).

    O projeto inicia sua tramitao ordinria pela Cmara dos Deputados, podendo ser emendado, aprovado ou rejeitado.

  • PROCESSO LEGISLATIVO SENADO FEDERAL 2012 LUCIANO OLIVEIRA

    AULA 00

    13 Prof. Luciano Oliveira www.pontodosconcursos.com.br

    Ateno: a Constituio Federal NO prev expressamente a iniciativa popular para a apresentao de Proposta de Emenda Constituio, embora alguns doutrinadores a admitam e dezesseis estados da Federao tenham feito expressamente tal previso em suas constituies estaduais, como So Paulo, Par, Pernambuco e Rio Grande do Sul. Tambm no cabe iniciativa popular, evidentemente, naquelas matrias que possuem iniciativa reservada a outros titulares.

    Havendo vcio de iniciativa, ou seja, se determinada proposio for apresentada por aquele que no possui legitimidade para tal, a matria ser inconstitucional. Nesse caso, nem o regular processo legislativo, nem a sano do Executivo so capazes de valid-la.

    Fase constitutiva

    No Legislativo, os projetos so discutidos e votados conforme as regras gerais ou especficas do Processo Legislativo, em basicamente trs etapas: emendamento, instruo e deliberao (que inclui discusso e votao), as quais estudaremos adiante.

    Como j vimos, o Poder Legislativo federal no Brasil bicameral, com uma casa iniciadora (em geral, a Cmara dos Deputados) e uma casa revisora (em geral, o Senado). Isso porque o rol de proposies que tem tramitao iniciando pela Cmara dos Deputados bem mais extenso, conforme o quadro a seguir:

    INICIA NA CD INICIA NO SF

    Projetos de autoria de deputados ou Comisso da CD

    Projetos de autoria de Senador ou Comisso do SF

    PEC de autoria de deputados PEC de autoria de Senadores*

    Projetos e PEC de autoria do Presidente da Repblica

    PEC de autoria das Assembleias Legislativas*

    Medidas Provisrias

    Projetos de autoria do STF, dos Tribunais Superiores e do PGR

    Projetos de iniciativa popular

    * Segundo o art. 212 do RISF, essas matrias podem ter tramitao iniciando pelo Senado. Geralmente, o que ocorre.

  • PROCESSO LEGISLATIVO SENADO FEDERAL 2012 LUCIANO OLIVEIRA

    AULA 00

    14 Prof. Luciano Oliveira www.pontodosconcursos.com.br

    Uma proposio nasce dentro do processo legislativo no instante em que protocolada na Mesa do Senado, j que o objeto principal do curso o processo legislativo nessa Casa. Se os requisitos para sua apresentao foram cumpridos (forma e poder de iniciativa), a proposio recebe um nmero e ser lida no Plenrio.

    Depois, ela despachada pelo Presidente do Senado para uma ou mais Comisses, dependendo do assunto de que trata a proposio. Nesse mesmo despacho, o Presidente determina se a proposio ter tramitao terminativa apreciada apenas pelas Comisses, sem passar pelo Plenrio, salvo recurso ou no terminativa (passar obrigatoriamente pelo Plenrio). O artigo 91 do RISF trata desse assunto, que estudaremos com mais detalhes adiante.

    Comea ento a etapa do emendamento. Todos os Senadores, mesmo aqueles que no fazem parte das Comisses constantes do despacho, podem apresentar emendas proposio. As emendas so sugestes de alterao de determinada matria e precisam seguir algumas regras, que tambm sero objeto do nosso estudo.

    O Presidente da Comisso escolhe ento, dentre os membros do colegiado, um relator para a matria. Esse relator tem a metade do tempo de que dispe a Comisso para apresentar seu relatrio. Comea a a etapa de instruo.

    O Senador relator deve estudar a matria, analisar seus prs e contras e apresentar a seus colegas na Comisso qual o destino que, a seu juzo, aquela matria deve ter: aprovao, rejeio ou prejudicialidade.

    O relator tambm pode apresentar emendas proposio relatada e se pronunciar a respeito da pertinncia das emendas de outros Senadores. Ele acata ou no as emendas e justifica sua deciso no relatrio.

    Concludo o relatrio, a proposio entra na pauta da Comisso para ser discutida e votada a etapa da deliberao. Se a maioria da Comisso se manifestar de acordo com o relator, o relatrio se transforma em parecer da comisso.

    Como dito anteriormente, algumas matrias podem ter sua apreciao no Senado finalizada nas Comisses. Se este no for o caso, a proposio ainda dever passar pelo Plenrio do Senado, onde ser novamente instruda, discutida e votada.

    Se a proposio em tela for originria do Senado, ser encaminhada Cmara dos Deputados para que proceda sua reviso. Na Cmara, a matria vai percorrer o processo legislativo prprio daquela Casa. Se os deputados fizerem emendas a essa proposio, ela volta para o Senado, que vai se pronunciar apenas sobre as emendas recebidas (CF/88, art. 65, par. nico).

  • PROCESSO LEGISLATIVO SENADO FEDERAL 2012 LUCIANO OLIVEIRA

    AULA 00

    15 Prof. Luciano Oliveira www.pontodosconcursos.com.br

    Quando a proposio aprovada for um projeto de lei, ele deve ser encaminhado ao Presidente da Repblica para sano ou veto. J as Propostas de Emenda Constituio, os Projetos de Decreto Legislativo, os Projetos de Resoluo e as Medidas Provisrias, estas quando no tenham sido alteradas substancialmente durante sua tramitao no Congresso, no precisam passar pela sano presidencial. ATENO ESPECIAL PARA ESTE TEMA, POIS CAMPEO EM PROVAS DE CONCURSOS

    O prazo para o Presidente da Repblica sancionar, ou seja, concordar com determinada matria de 15 dias teis. Decorrido esse prazo, o silncio do Presidente da Repblica importar sano a chamada sano tcita (CF/88, art. 66 1. e 3.)

    Durante esse mesmo prazo, o Presidente da Repblica tem a prerrogativa de vetar o projeto de lei no todo ou em parte, por razes de inconstitucionalidade (veto jurdico) ou por consider-lo contrrio ao interesse pblico (veto poltico). Se o veto for parcial, s poder abranger texto integral de artigo, de pargrafo, de inciso ou de alnea (CF/88, art. 66, 2.).

    Uma vez vetado, o Presidente da Repblica tem 48 horas para enviar ao Presidente do Senado Federal uma Mensagem Presidencial comunicando os motivos do veto (CF/88, art. 66, 1.).

    Vejam s um exemplo desse tipo de Mensagem:

    MENSAGEM N 532, DE 1 DE SETEMBRO DE 2010.

    Senhor Presidente do Senado Federal,

    Comunico a Vossa Excelncia que, nos termos do 1o do art. 66 da Constituio, decidi vetar parcialmente, por inconstitucionalidade e contrariedade ao interesse pblico, o Projeto de Lei no 325, de 2009 (no 4.673/04 na Cmara dos Deputados), que Regulamenta a profisso de Tradutor e Intrprete da Lngua Brasileira de Sinais - LIBRAS.

    Ouvidos, os Ministrios da Justia e do Trabalho e Emprego manifestaram-se pelo veto aos seguintes dispositivos:

    Arts. 3o e 8o:

    Art. 3o requisito para o exerccio da profisso de Tradutor e Intrprete a habilitao em curso superior de Traduo e Interpretao, com habilitao em Libras - Lngua Portuguesa(....)

    Art. 8o Norma especfica estabelecer a criao de Conselho Federal e Conselhos Regionais que cuidaro da aplicao da regulamentao da profisso, em especial da fiscalizao do exerccio profissional.

  • PROCESSO LEGISLATIVO SENADO FEDERAL 2012 LUCIANO OLIVEIRA

    AULA 00

    16 Prof. Luciano Oliveira www.pontodosconcursos.com.br

    Razes dos vetos

    O projeto dispe sobre o exerccio da profisso do tradutor e intrprete de libras, considerando as necessidades da comunidade surda e os possveis danos decorrentes da falta de regulamentao. No obstante, ao impor a habilitao em curso superior especfico e a criao de conselhos profissionais, os dispositivos impedem o exerccio da atividade por profissionais de outras reas, devidamente formados nos termos do art. 4o da proposta, violando o art. 5o, inciso XIII da Constituio Federal.

    Essas, Senhor Presidente, as razes que me levaram a vetar os dispositivos acima mencionados do projeto em causa, as quais ora submeto elevada apreciao dos Senhores Membros do Congresso Nacional.

    Depois disso, o veto deve ser apreciado em sesso conjunta do Congresso Nacional, em 30 dias contados do seu recebimento, sob pena de paralisar as demais votaes do Congresso Nacional, ou seja, no impede o funcionamento das duas casas legislativas Cmara e Senado, considerados individualmente. Para rejeitar o veto, preciso maioria absoluta dos Deputados e a maioria absoluta dos Senadores, contados como Casas separadas, sendo a votao secreta.

    Mais adiante, haver uma seo inteira para detalhar como funciona a apreciao dos vetos no Congresso Nacional.

    Se, depois da apreciao dos vetos (pelo Congresso art. 66, 4.), o Presidente da Repblica no promulgar a lei em 48 horas, o Presidente do Senadoa promulgar. Se este no promulgar em 48 horas, caber ao Vice-Presidente do Senado faz-lo (CF/88, art. 66, 7.).

    Fase Complementar

    A fase complementar pode se dar no mbito do Poder Executivo ou do Legislativo e compreende a promulgao e a publicao.

    A promulgao o ato que valida a existncia da lei e sua executoriedade. Aperfeioa a lei, tornando-a eficaz e apta a produzir seus efeitos. Nesse sentido, toda norma jurdica deve ser promulgada, mesmo que ela no dependa da sano presidencial (caso das emendas constitucionais, decretos legislativos e resolues, promulgados diretamente pela Cmara dos Deputados e pelo Senado Federal)

    J vimos que aps a apreciao do veto o Chefe do Executivo dispe de 48 horas para promulgar a lei e, se no o fizer, a competncia passa a ser do Presidente do SF. No caso de sano tcita, o Presidente tambm dispe de 48 horas para promulgar a lei. Ou seja, uma vez sancionado, o projeto de lei deve ser promulgado.

  • PROCESSO LEGISLATIVO SENADO FEDERAL 2012 LUCIANO OLIVEIRA

    AULA 00

    17 Prof. Luciano Oliveira www.pontodosconcursos.com.br

    Depois de promulgada, a lei deve ser publicada, determinando o momento em que seu cumprimento passar a ser exigido. Se a norma no contiver a data de sua entrada em vigor, segundo a Lei de Introduo ao Cdigo Civil, ter vigncia 45 dias depois de sua publicao. A mesma Lei de Introduo ao Cdigo Civil dispe que a norma passar a vigorar para os brasileiros residentes no exterior aps noventa dias de sua publicao oficial.

    O Processo Legislativo: natureza jurdica e princpios

    J vimos de maneira geral como a Constituio trata da dinmica do processo legislativo, formando um ciclo completo. A partir de agora, vamos nos deter na atuao do Poder Legislativo para a formao da lei.

    O Processo Legislativo pode ser visto como uma espcie do gnero direito processual e tem por finalidade a produo de normas jurdicas pelas Casas Legislativas. Portanto, pode ser definido como uma srie de atos e aes que so prprias do Parlamento, uma sequncia de procedimentos para que uma ideia seja ou no convertida em norma legal.

    Os princpios bsicos desse processo esto elencados l no finalzinho do Regimento Interno do Senado Federal (RISF), em seu artigo 412. Vamos ver quais so eles:

    1) Participao plena e igualitria dos Senadores em todas as ativi-dades legislativas, respeitados os limites regimentais;

    Esse princpio garante que os preceitos democrticos sejam observados em cada tomada de deciso no Parlamento. A ideia que todos os parlamentares estejam em p de igualdade quanto ao ato de legislar. Aqueles que detm prerrogativas mais amplas possuem legitimidade para tal, pois foram eleitos pelos seus prprios colegas. o caso do Presidente do Senado e dos demais membros da Mesa, por exemplo.

    2) O Regimento Interno s pode ser modificado por norma legislativa, cumpridos os procedimentos regimentais;

    O Regimento Interno do Senado uma Resoluo, retirando sua validade diretamente do texto constitucional. matria privativa do Senado Federal e para ser modificado preciso que se aprove um projeto de resoluo, seguindo as determinaes do processo legislativo.

    3) Os acordos de lideranas ou decises do Plenrio no prevalecem sobre o regimento, salvo o voto nominal da unanimidade, presentes trs quintos dos membros da Casa;

  • PROCESSO LEGISLATIVO SENADO FEDERAL 2012 LUCIANO OLIVEIRA

    AULA 00

    18 Prof. Luciano Oliveira www.pontodosconcursos.com.br

    Uma das finalidades do Parlamento a busca do consenso. No entanto, o Regimento encontra-se acima dos acordos polticos, abrindo exceo se a deciso for tomada por todos os Senadores presentes, e estando presentes no mnimo 3/5 dos membros da Casa 49 Senadores.

    4) A deciso que contrarie norma regimental nula;

    Princpio autoexplicativo. Os procedimentos integrantes do Regimento devem ser estritamente observados, sob pena de se configurar a nulidade do ato praticado.

    5) A norma especial prevalece sobre a geral;

    Princpio extrado do Direito Processual. Se houver uma norma geral e outra especfica regulando a mesma matria, a deciso deve se guiar pela norma especfica;

    6) Os casos omissos so decididos por analogia e princpios gerais de Direito;

    Esse princpio aproveita disposio contida no art. 4. da Lei de Introduo ao Cdigo Civil Brasileiro. Portanto, quando a lei for omissa, a deciso do caso ser de acordo com a analogia e os princpios gerais de direito.

    7) Preservao dos direitos das minorias;

    Um dos princpios mais importantes para se entender a lgica do processo legislativo. De modo geral, as decises so tomadas sempre pela maioria. No entanto, para que a formao do ato normativo se d da forma mais legtima possvel, as minorias possuem uma srie de direitos garantidos pelo RISF, como veremos durante o curso. Os recursos e as Comisses Parlamentares de Inqurito so os exemplos mais notrios da aplicao desse princpio.

    8) Definio normativa, a ser observada pela Mesa em questo de ordem decidida pela Presidncia;

    A questo de ordem um questionamento formulado por qualquer Senador, em qualquer momento dos trabalhos, que diga respeito a dvidas sobre interpretao ou aplicao do Regimento Interno. A questo de ordem decidida pelo Presidente e deve se balizar estritamente pela norma. Se a deciso se der em relao a um caso omisso, ser considerado precedente. No entanto, o precedente no tem fora obrigatria, pois isso s acontece quando a norma for incorporada ao Regimento, ou seja, por aprovao de projeto de resoluo.

    9) Deciso sempre colegiada, salvo competncias especficas do Regimento Interno;

    Como regra, todas as decises no Senado so colegiadas, com exceo das atribuies do Presidente do Senado, dos Presidentes de Comisses e de outras especificamente citadas pelo RISF.

  • PROCESSO LEGISLATIVO SENADO FEDERAL 2012 LUCIANO OLIVEIRA

    AULA 00

    19 Prof. Luciano Oliveira www.pontodosconcursos.com.br

    10) Impossibilidade de tomada de decises sem a observncia do qurum regimental estabelecido;

    Como estudaremos mais adiante, o qurum o nmero mnimo de senadores que devem votar para tornar a deciso vlida. Se esse nmero no for observado, a deciso tomada pode ser invalidada;

    11) A pauta deve ser feita com antecedncia: todos os Senadores devem tomar conhecimento;

    Tambm ligado ideia de democracia e aos direitos das minorias, todas as pautas de trabalho do Plenrio e das Comisses devem ser divulgadas com antecedncia a todos os Senadores, para que tomem conhecimento delas e possam preparar sua deciso.

    12) Publicidade das decises tomadas, salvo casos especficos no Regimento;

    Os resultados dos trabalhos do Plenrio e das Comisses so comunicados ao pblico em geral por meio da divulgao oficial no Dirio do Senado Federal, alm, claro, de outros meios. Apenas as decises que forem justificadamente protegidas por sigilo fogem a essa regra.

    13) Ampla negociao poltica, observando o Regimento;

    Como j vimos, os parlamentares possuem total liberdade de negociao para tentar atingir um consenso. No entanto, os acordos devem se dar dentro dos limites postos pelo Regimento, a menos que a situao se enquadre no terceiro princpio estudado.

    Legislatura e Sesso Legislativa

    Conforme comentamos anteriormente, a legislatura compreende um perodo de quatro anos, quando ento temos novas eleies gerais.

    A legislatura, por sua vez, dividida em quatro perodos (anuais), denominados sesses legislativas ordinrias. Cada sesso legislativa vai do dia 02 de fevereiro a 17 de julho (1.o perodo) e de 01 de agosto a 22 de dezembro (2.o perodo), uma determinao constitucional.

    Os perodos no compreendidos nesse intervalo de tempo configuram os recessos parlamentares. Para haver trabalhos durante o recesso parlamentar, preciso instalar uma sesso legislativa extraordinria (mais conhecida por convocao extraordinria). Durante a convocao extraordinria, o Congresso Nacional pode deliberar apenas sobre o assunto para o qual foi convocado, alm das medidas provisrias constantes da pauta, se houver (CF/88, art. 57, 6.o e 7.).

  • PROCESSO LEGISLATIVO SENADO FEDERAL 2012 LUCIANO OLIVEIRA

    AULA 00

    20 Prof. Luciano Oliveira www.pontodosconcursos.com.br

    A tabela abaixo resume os casos de convocao extraordinria e quem pode convoc-la:

    QUEM CONVOCA SITUAO

    Presidente do Senado Decretao de estado de defesa ou de interveno federal;

    Pedido de autorizao para decretao de estado de stio;

    Tomada de compromisso e posse do Presidente e Vice-Presidente da Repblica.

    Presidente da Repblica

    Caso de urgncia ou interesse pblico relevante

    Presidentes da CD e do SF

    Requerida pela maioria dos membros das duas casas

    Obviamente, nos casos de estado de defesa e de stio e de interveno federal durante a sesso legislativa no h necessidade dessa convocao (afinal de contas o Congresso j estar funcionando normalmente).

    Agora, no confundam a sesso legislativa (explicada acima) com as sesses plenrias. possvel haver mais de uma sesso do Senado no mesmo dia, ou at mesmo, sesses do SF e outra, conjunta, do Congresso Nacional.

    Precisamos tambm diferenciar o conceito de sesso plenria do de reunio. A reunio no est necessariamente investida da mesma legitimidade da sesso. A denominao reunio utilizada pelo Regimento em trs casos:

    1) Para dar incio a uma sesso do Plenrio preciso que estejam presentes no mnimo um vigsimo da composio do Senado (4 senadores). Quando isso no acontece, isto , no h nmero suficiente, a sesso no pode comear por falta de qurum (veremos isso com detalhes logo adiante). A sesso tambm pode no ser realizada devido a motivo de fora maior. Nesses dois casos, acontece apenas uma reunio. O Presidente declara que a sesso no pode ser realizada, determina a publicao do expediente que h sobre a mesa, mesmo sem ter sido lido, e prepara-se uma ata dessa reunio.

  • PROCESSO LEGISLATIVO SENADO FEDERAL 2012 LUCIANO OLIVEIRA

    AULA 00

    21 Prof. Luciano Oliveira www.pontodosconcursos.com.br

    2) O Plenrio das Comisses realizam reunies, e no sesses. Vale para as comisses do Senado e do Congresso, sejam elas permanentes ou temporrias.

    3) Antes do incio da primeira e da terceira sesso legislativa ordinria da legislatura, o RISF determina que o Senado realize reunies preparatrias para a escolha da Mesa Diretora que ir comandar a casa pelos prximos dois anos (RISF, art. 3.).

    Qurum

    O qurum designa a quantidade de senadores presentes que necessria para validar determinados atos do processo. Alguns quoruns esto definidos na Constituio, mas a maioria determinada pelo RISF.

    O qurum de votao pode ser calculado de duas maneiras: com base em toda a composio da casa ou com base no nmero de senadores que se encontra presente naquele momento na sesso. Para entendermos isso melhor, precisamos definir primeiro o que seriam a maioria absoluta e a maioria simples.

    Maioria absoluta: votos correspondentes ao nmero inteiro imediatamente superior metade dos membros do colegiado (presentes ou no), ou seja, divida o nmero de parlamentares por dois e arredonde para cima.

    Maioria simples: maioria dos votos dos membros presentes, devendo comparecer a maioria absoluta da composio do colegiado, que pode ser uma Comisso ou o Plenrio do SF.

    Para melhor compreenso, vamos usar o exemplo de uma votao em Plenrio. Suponha que se queira votar um projeto de lei complementar. Como j sabemos, a CF/88 determina que para aprovar esse tipo de matria preciso obter o voto favorvel da maioria absoluta dos membros da Casa (art. 69). Portanto:

    Membros da Casa = 81 Senadores

    Metade dos Senadores = 81/2 = 40,5 41 Senadores.

    Dessa forma, para que o projeto de lei complementar seja aprovado, deve obter 41 votos favorveis.

  • PROCESSO LEGISLATIVO SENADO FEDERAL 2012 LUCIANO OLIVEIRA

    AULA 00

    22 Prof. Luciano Oliveira www.pontodosconcursos.com.br

    Vamos agora mudar o exemplo: queremos votar um projeto de lei ordinria. Ora, esse tipo de projeto requer maioria simples, que a maioria existente no Plenrio, estando presente a maioria absoluta. J vimos que a maioria absoluta de 41 Senadores. Lembre-se que, se houver menos de 41 Senadores em plenrio, no possvel colocar o projeto em votao. Suponhamos ento que haja 50 Senadores presentes. A maioria simples ser: 50/2 = 25 Senadores + 1 = 26. Para que a matria seja aprovada, bastam 26 votos.

    Quando o ato normativo se referir a outro qurum que no seja o de maioria simples ou maioria absoluta, estaremos diante de uma hiptese de qurum qualificado. Exemplo mais conhecido: aprovao de PEC (3/5 dos votos favorveis de cada Casa).

    Tambm h quoruns especficos para abertura de sesses, para iniciar o processo de deliberao e para votao. Ocorre uma espcie de escalonamento. Para abrir uma sesso, digamos, do Plenrio, preciso um vigsimo da composio da casa (qurum de abertura), logo, 81/20 = 4,05 = 5 Senadores. Mas com esse nmero de Senadores no podemos votar nada, certo? Para dar incio ao processo de votao precisamos da maioria absoluta presente (qurum de votao) = 41 Senadores. E se a matria exigir maioria absoluta para aprovao, ainda precisamos que todos esses 41 parlamentares votem a favor do projeto.

    Nas comisses a sistemtica de clculo do qurum a mesma, para abertura de reunies, votao e aprovao.

    Alm da questo do qurum de abertura e de votao, vale frisar que vrios atos do processo legislativo exigem nmeros mnimos de assinaturas para que possam ter prosseguimento o qurum de iniciativa. o caso de alguns requerimentos, recursos e apresentao de algumas propostas legislativas.

    O quadro abaixo procura resumir o qurum exigido para votao das principais matrias no Senado, ou seja, quantos votos favorveis so necessrios para a aprovao:

    VOTAO QURUM

    Proposta de Emenda Constituio 3/5 dos Senadores (49)

    Projeto de lei complementar Maioria absoluta (41)

    Projeto de lei ordinria Maioria simples dos presentes

    Medida Provisria Maioria simples dos presentes

    Escolha de autoridades (Ministros do STF, STJ e TST, PGR e membros do Conselho Nacional de Justia e do Conselho Nacional do Ministrio

    Maioria absoluta (41)

  • PROCESSO LEGISLATIVO SENADO FEDERAL 2012 LUCIANO OLIVEIRA

    AULA 00

    23 Prof. Luciano Oliveira www.pontodosconcursos.com.br

    Pblico)

    Exonerao, de ofcio, do PGR Maioria absoluta (41)

    Rejeio de projeto de decreto legislativo de renovao de concesso ou permisso para servio de radiodifuso

    2/5 dos Senadores (33)

    Condenao de Presidente e Vice-Presidente da Repblica em casos de crimes de responsabilidade

    2/3 dos Senadores (54)

    Perda de mandato de Senador Maioria absoluta (41)

    Aprovao de estado de defesa ou estado de stio

    Maioria absoluta (41)

    Suspenso de imunidade de Senador durante estado de stio

    2/3 dos Senadores (54 )

    Veto (em sesso conjunta do Congresso)

    Maioria absoluta de Senadores (41)

    Maioria absoluta de Deputados (257)

    Fixao de alquotas mximas nas operaes internas, para resolver conflito especfico que envolva interesse de Estados e do Distrito Federal

    2/3 dos votos (54 votos)

    Estabelecimento de alquotas aplicveis s operaes e prestaes interestaduais e de exportao

    Maioria absoluta (41 votos)

    Estabelecimento de alquotas mnimas nas operaes internas

    Maioria absoluta dos votos (41 votos)

    Autorizao de operaes de crditos que excedam o montante das despesas de capital, mediante crditos suplementares ou especiais especficos

    Maioria absoluta (41 votos)

    Senado Federal: funcionamento e sede

  • PROCESSO LEGISLATIVO SENADO FEDERAL 2012 LUCIANO OLIVEIRA

    AULA 00

    24 Prof. Luciano Oliveira www.pontodosconcursos.com.br

    O Senado Federal sediado no Palcio do Congresso Nacional, em Braslia. O pargrafo nico do art. 1 do RISF permite que o Senado rena-se em outro local fora da sede, em casos de guerra, comoo intestina, calamidade pblica ou ocorrncias que impossibilitem o seu funcionamento. Essa mudana ocorre por determinao da Mesa, a pedido da maioria dos Senadores.

    Reunies Preparatrias

    Como vimos, antes do incio da primeira e da terceira sesso legislativa ordinria da legislatura, o art. 3 do RISF determina que o Senado realize reunies preparatrias para a escolha da Mesa Diretora que ir comandar a casa pelos prximos dois anos.

    S que existe um descompasso entre as nomenclaturas utilizadas na Constituio Federal e no Regimento Interno do Senado sobre as reunies preparatrias. A Constituio, em seu art. 57, 4, denomina essas reunies como sesses preparatrias. Contudo, faz referncia apenas primeira sesso legislativa da legislatura: Cada uma das Casas reunir-se- em sesses preparatrias, a partir de 1 de fevereiro, no primeiro ano da legislatura, para a posse de seus membros e eleio das respectivas Mesas, para mandato de 2 (dois) anos, vedada a reconduo para o mesmo cargo na eleio imediatamente subseqente.

    Segundo o RISF, as reunies preparatrias acontecem da seguinte forma:

    Na primeira sesso legislativa ocorrem trs reunies preparatrias:

    1a) A partir do dia 1 de fevereiro, para dar posse aos Senadores;

    2a) Eleio do Presidente da Mesa;

    3a) Eleio dos demais Membros da Mesa.

    Na terceira sesso legislativa acontecem duas reunies preparatrias:

    1a) No dia 1 de fevereiro, para eleio do Presidente;

    2a) Eleio dos demais Membros da Mesa.

  • PROCESSO LEGISLATIVO SENADO FEDERAL 2012 LUCIANO OLIVEIRA

    AULA 00

    25 Prof. Luciano Oliveira www.pontodosconcursos.com.br

    Perceba: na primeira sesso legislativa da legislatura, quando h posse dos senadores eleitos, as reunies preparatrias acontecem a partir de 1 de fevereiro, inclusive por determinao constitucional (CF/88, art. 57, 4). No entanto, a mesma Constituio diz que a sesso legislativa deve ser inaugurada no dia 02 de fevereiro, uma data fixa, mas que pode ser transferida para o primeiro dia til subsequente quando for sbado, domingo ou feriado (CF/88, art. 57, 1). Assim, o importante que a posse dos Senadores e as eleies para a Mesa Diretora ocorram antes da data marcada para a abertura da sesso legislativa.

    J na terceira sesso legislativa (quando no h posse; apenas eleies para a Mesa), o RISF dispe que deve acontecer uma reunio preparatria no dia 1 de fevereiro, ok? O Regimento no abre exceo para sbados, domingos ou feriados, ou seja, a primeira reunio preparatria tem uma data fixa.

    Para fechar esse assunto: nada impede que em um dia sejam realizadas vrias reunies preparatrias; o usual , inclusive, uma suceder a outra.

    Vamos ver agora algumas caractersticas das reunies preparatrias:

    O nmero mnimo de Senadores para dar incio reunio (qurum) de 1/6 da composio do Senado (14 Senadores);

    O horrio de incio fixado pela Presidncia atual; A direo dos trabalhos compete Mesa anterior. Detalhe importante:

    so excludos os Senadores que compunham a Mesa e que terminaram o mandato. Isso vale tanto para os que no fazem mais parte do Senado como para aqueles que tenham sido reeleitos.

    Se porventura no houver nenhum membro da Mesa anterior, assume a Presidncia dos trabalhos o Senador mais idoso dentre os presentes. Nesse caso ele convida, para ocupar os quatro lugares de Secretrios durante a reunio preparatria, os Senadores pertencentes aos partidos mais numerosos;

    Nas reunies preparatrias, os Senadores no podem usar da palavra, salvo para declarao pertinente matria que nela esteja sendo tratada.

    Sesses do Senado Federal e do Congresso Nacional

    As Sesses do Plenrio do Senado so divididas, conforme a natureza, nos seguintes tipos:

  • PROCESSO LEGISLATIVO SENADO FEDERAL 2012 LUCIANO OLIVEIRA

    AULA 00

    26 Prof. Luciano Oliveira www.pontodosconcursos.com.br

    Deliberativas, que podem ser ordinrias ou extraordinrias; No deliberativas; Especiais;

    Sesses Deliberativas e No Deliberativas

    Deliberativa vem do verbo deliberar, ou seja, decidir. Se a sesso deliberativa, significa que se destina a alguma votao. As sesses no deliberativas, por sua vez, no possuem votaes programadas e destinam-se a discursos, comunicaes, leitura de proposies e outros assuntos de interesse poltico e parlamentar.

    O RISF fixa dias e horrios para incio das sesses ordinrias: de segunda a quinta-feira, s quatorze horas, e s sextas-feiras, s nove horas. As sesses extraordinrias, naturalmente, so aquelas realizadas fora desse horrio regimental e sero em regra sempre deliberativas, pois so convocadas pelo Presidente quando houver necessidade urgente de deliberao, ou seja, deciso, ouvidas as lideranas partidrias.

    O RISF determina ainda que, excetuados os casos especiais, no constaro matrias para votao das sesses das segundas e sextas-feiras, tornando-as, em regra, no deliberativas.

    Sesses Especiais

    As sesses especiais so realizadas para fins de comemorao ou homenagem, em horrio diverso daquele que foi estipulado no regimento. Sobre essas sesses, importante saber:

    A sesso especial pode ser realizada de forma avulsa ou at mesmo interromper uma sesso ordinria. Sua realizao depende de:

    Deciso do Presidente; ou Deciso do Plenrio, mediante requerimento assinado por pelo menos 6

    Senadores, aprovado por maioria simples;

    Em sesses especiais, no h necessidade de qurum mnimo para que ela seja aberta ou realizada. Podem ser admitidos convidados Mesa e ao Plenrio e o uso da palavra restrito aos Senadores designados pelo Presidente do Senado como oradores.

  • PROCESSO LEGISLATIVO SENADO FEDERAL 2012 LUCIANO OLIVEIRA

    AULA 00

    27 Prof. Luciano Oliveira www.pontodosconcursos.com.br

    Fases da sesso

    A sesso deliberativa ordinria dividida em trs fases:

    1) Perodo do Expediente; 2) Ordem do Dia; 3) Aps a Ordem do Dia.

    Perodo do Expediente

    No Perodo do Expediente acontece a leitura dos projetos que foram apresentados Casa, bem como indicaes, pareceres ou requerimentos no relacionados com as proposies constantes da Ordem do Dia; tambm so lidas as comunicaes enviadas Mesa pelos Senadores, seus pedidos de licena, ofcios, moes, mensagens, telegramas, cartas, memoriais e outros documentos recebidos. como se fosse um pequeno informe das atividades legislativas da Casa resumidamente. Quem faz essa leitura o membro da Mesa chamado Primeiro Secretrio, ou o Senador que o estiver substituindo na ocasio.

    Nessa fase, podem ainda acontecer votaes de requerimentos que no sejam objeto de votao na Ordem do Dia, por exemplo: requerimento de pesar (em caso de falecimento de alguma personalidade), requerimento para suspenso da Sesso, etc.

    Alm dessa leitura, no Perodo do Expediente que so feitos os pronunciamentos dos Senadores, permitidos apartes. O prazo regimental para os pronunciamentos dos oradores inscritos de dez minutos para dias de sesso deliberativa e de vinte minutos para sesses no deliberativas. Nas sesses deliberativas ordinrias, o Perodo do Expediente tem a durao de duas horas (120 minutos), contados a partir do momento em que a sesso instalada (ou seja, quando h qurum para instalao um vigsimo do SF).

    Nas sesses deliberativas extraordinrias, o Perodo do Expediente dura apenas 30 minutos e s pode ter oradores se ainda no houver nmero (qurum) para as deliberaes constantes da pauta.

    O perodo do Expediente poder ser prorrogado pelo Presidente, uma nica vez, para que o orador na tribuna conclua seu pronunciamento, caso ainda no tenha terminado o tempo de que disponha. Depois disso, tem incio a Ordem do Dia.

  • PROCESSO LEGISLATIVO SENADO FEDERAL 2012 LUCIANO OLIVEIRA

    AULA 00

    28 Prof. Luciano Oliveira www.pontodosconcursos.com.br

    O tempo do Perodo do Expediente tambm pode ser utilizado para realizao de homenagem, sem ser em sesso especial. Para isso, tambm preciso aprovao de requerimento assinado por no mnimo seis Senadores. Para fazer uso da palavra nesse caso de homenagem, os Senadores podem se inscrever.

    Ordem do Dia

    A Ordem do Dia o momento mais nobre da Sesso, quando se d a discusso e votao dos projetos constantes na pauta para aquele dia. Quem determina a incluso de matrias na Ordem do Dia, segundo sua antiguidade e importncia, o Presidente do Senado, ouvindo as lideranas.

    A Ordem do Dia sempre anunciada no trmino da sesso anterior, publicada no Dirio do Senado Federal e distribuda em avulsos (documentos que do publicidade matria) antes de iniciar-se a sesso respectiva. Salvo casos especiais que veremos mais tarde, a proposio s pode entrar na Ordem do Dia se tiver um parecer, ou seja, tiver sido instruda por alguma Comisso.

    Aps a Ordem do Dia

    Depois de encerrada a Ordem do Dia, o tempo que restar at o trmino da sesso destinado, de preferncia, ao uso da palavra pelos lderes dos partidos e aos oradores inscritos. Eles tm at 20 minutos para seus pronunciamentos.

    preciso destacar que algumas votaes podem acontecer nesta fase da sesso, como:

    Requerimentos de urgncia; Redaes finais de matrias em rito normal de tramitao que foram

    deliberadas na Ordem do Dia, caso exista requerimento de dispensa de sua publicao.

    Sesso no realizada

    O RISF admite que a sesso plenria no seja realizada nas seguintes hipteses:

    O avulso a publicao, a cpia da proposio que est tramitando.

  • PROCESSO LEGISLATIVO SENADO FEDERAL 2012 LUCIANO OLIVEIRA

    AULA 00

    29 Prof. Luciano Oliveira www.pontodosconcursos.com.br

    1) por falta de nmero (atentar que o qurum mnimo para abertura da sesso de um vigsimo do SF, ou seja, cinco senadores); 2) por deliberao do Senado; 3) quando sua durao coincidir com a de sesso conjunta do Congresso Nacional, mesmo de forma parcial; 4) por motivo de fora maior, declarado pela Presidncia.

    Sesses Conjuntas do Congresso Nacional

    As sesses do Congresso Nacional acontecem quando se reneme a Cmara dos Deputados e o Senado Federal. So sempre sesses conjuntas, classificadas em:

    Solenes; e Deliberativas.

    Sesses Solenes

    As sesses solenes destinam-se a fins especficos ou para render homenagens e comemoraes. So as seguintes:

    Inaugurao da sesso legislativa (tanto a ordinria quanto a extraordinria);

    Posse e compromisso do Presidente e Vice-Presidente da Repblica; Promulgao de emendas constitucionais; Homenagem a Chefes de Estado estrangeiro; Comemorao de datas nacionais.

    As sesses solenes no precisam de qurum mnimo para ter incio. No h Perodo do Expediente e s podem discursar um Senador e um Deputado, de preferncia de partidos diferentes, e previamente designados pelas respectivas Casas.

    Das sesses solenes, h duas que so previamente designadas pela CF/88 e pelo Regimento Comum do Congresso Nacional (RCCN): a que se destina posse do Presidente e do Vice-Presidente da Repblica (CF/88, art. 78, e RCCN art. 1, II) e a sesso que abre os trabalhos da sesso legislativa ordinria em 02 de fevereiro ou no primeiro dia til subsequente (CF/88, art. 57, 3, I, e RCCN, art. 1, I).

  • PROCESSO LEGISLATIVO SENADO FEDERAL 2012 LUCIANO OLIVEIRA

    AULA 00

    30 Prof. Luciano Oliveira www.pontodosconcursos.com.br

    Na sesso de posse do Presidente da Repblica e do respectivo Vice, no so permitidos discursos de parlamentares. O Presidente eleito levado ao Plenrio por uma comisso de congressistas para prestar seu compromisso. Em seguida, o Presidente da Mesa declara empossado o Presidente da Repblica e faz o mesmo procedimento para o Vice-Presidente. Os dois assinam o termo de posse e o Presidente da Repblica pode, nesse momento, fazer um discurso dirigido ao Congresso e Nao.

    J na inaugurao da Sesso Legislativa, o Presidente proclama inaugurados os trabalhos do Congresso Nacional e anuncia a presena, na Casa, do enviado do Presidente da Repblica trazendo a Mensagem Presidencial. O Presidente manda o 1 Secretrio ler a Mensagem e depois encerra a sesso. Nesse caso, tambm no so permitidos discursos de parlamentares.

    Sesses deliberativas

    A exemplo do que ocorre no Senado, as sesses deliberativas do Congresso Nacional acontecem quando preciso votar determinada matria. Essas sesses no tm dias estabelecidos para acontecer. Elas so convocadas pelo Presidente do Senado ou seu substituto, com prvia audincia da Mesa da Cmara o RCCN usa esse termo mesmo. Na verdade, significa obter concordncia ou anuncia da Mesa da CD. So elas:

    Votao dos projetos de lei oramentria (PPA, LDO, LOA e crditos adicionais), ressalvada a Medida Provisria que abre crdito extraordinrio, votada separadamente pelas duas Casas (art. 62 da CF/88);

    Apreciao de vetos; Delegao ao Presidente da Repblica (Lei Delegada) por resoluo do CN; Elaborao de Regimento Comum e criao de servios comuns s duas

    Casas;

    As sesses conjuntas so realizadas, em regra, no Plenrio da Cmara dos Deputados, mas podem tambm ser feitas em outro local (em geral, no Plenrio do SF). Para dar incio uma reunio conjunta, o qurum mnimo de um sexto da composio de cada Casa. A sesso tambm dividida em fases, que j vimos durante o estudo das sesses do SF, ou seja:

    Perodo do Expediente; Ordem do Dia; e

  • PROCESSO LEGISLATIVO SENADO FEDERAL 2012 LUCIANO OLIVEIRA

    AULA 00

    31 Prof. Luciano Oliveira www.pontodosconcursos.com.br

    aps a Ordem do Dia.

    Nas sesses do Congresso Nacional, o Perodo do Expediente dura 30 minutos e destinado igualmente para leitura do expediente pelo Primeiro- Secretrio e aos oradores inscritos, que podero usar da palavra pelo prazo de 5 minutos, no mximo.

    Havendo Ordem do Dia na sesso do Congresso, os avulsos (publicao) das matrias precisam ser disponibilizados aos parlamentares com 24 horas de antecedncia.

    As sesses do Congresso tm durao de quatro horas, podendo ser prorrogadas por proposta do Presidente ou a requerimento de qualquer Congressista, tantas vezes quantas necessrias. A prorrogao ser sempre por prazo fixo e no pode ser interrompida. Explicando melhor: se o Presidente prorrogar a sesso por, digamos, meia hora, antes de terminar essa meia hora ele no poder encerrar a sesso. A menos que no exista mais nada para votar ou no exista mais nmero de parlamentares presentes o suficiente para o prosseguimento da sesso.

    A sesso do Congresso Nacional tambm poder ser levantada (suspensa), a qualquer momento, se vier a falecer qualquer Congressista ou Chefe de um dos Poderes da Repblica.

    Agora, muito cuidado:

    As sesses do Congresso so conjuntas. Sesso conjunta diferente de sesso unicameral. Em nosso ordenamento constitucional, o Congresso se reuniu em sesso unicameral apenas uma vez, para deliberar sobre a Reviso Constitucional de 1994, prevista no ADCT da CF/88:

    Art. 3. A reviso constitucional ser realizada aps cinco anos, contados da promulgao da Constituio, pelo voto da maioria absoluta dos membros do Congresso Nacional, em sesso unicameral.

    Mas qual a diferena? Na sesso conjunta, os votos dos deputados e dos senadores so computados separadamente; maioria absoluta dos deputados (257) e maioria absoluta dos senadores (41), por exemplo. A nica diferena que, em vez de cada grupo votar na sua casa, a seu tempo, a votao se d de maneira simultnea.

    J em uma sesso unicameral, o nome j diz: uma Cmara. Os votos so computados como um bloco s. Se usarmos o cmputo numrico de hoje (513 deputados + 81 senadores), teramos 594 congressistas, sendo que para obter a maioria absoluta seriam necessrios 298 votos. Mas ateno, a nica hiptese de reunio unicameral j se exauriu (reviso constitucional de 1994). Hoje, todas as sesses do Congresso Nacional so, portanto, conjuntas.

  • PROCESSO LEGISLATIVO SENADO FEDERAL 2012 LUCIANO OLIVEIRA

    AULA 00

    32 Prof. Luciano Oliveira www.pontodosconcursos.com.br

    Quem mantm o arquivo das sesses conjuntas e seus respectivos anais o Senado Federal.

    Sesses pblicas e secretas

    Alm da classificao conforme a natureza (em deliberativas, no deliberativas e especiais), as sesses do Plenrio do Senado podem ser pblicas ou secretas.

    A grande maioria das sesses pblica. Nelas, podem entrar no Plenrio os Senadores, os Suplentes de Senadores, os Deputados Federais, os ex-Senadores, os Ministros de Estado quando convocados e os funcionrios do Senado em servio. Alm deles, h assentos especficos para profissionais credenciados da imprensa e para convidados dos Senadores. H tambm espao reservado para que qualquer pessoa assista s sesses pblicas, desde que ela esteja desarmada e fique em silncio, sem poder manifestar aprovao ou reprovao ao que estiver acontecendo na sesso.

    H situaes em que as sesses do SF sero transformadas obrigatoriamente em secretas:

    a) declarao de guerra (CF/88, art. 49, II); b) acordo sobre paz (CF/88, art. 49, II); c) escolha de chefe de misso diplomtica de carter permanente (CF/88, art. 52, IV); d) deciso sobre requerimento que solicite sesso secreta do Senado.

    Explicando melhor o ltimo item: vamos supor que algum Senador julgue que seja mais prudente realizar a sesso para decidir sobre determinado assunto de forma secreta. Para isso, ele precisa apresentar uma proposio legislativa chamada requerimento. Se isso acontecer, o Presidente comunica ao Plenrio que existe esse requerimento, mas no diz quem o autor dele nem a matria a que o requerimento se refere. Ou seja, para decidir sobre esse requerimento, o Senado j funcionar em sesso secreta.

    Ainda sobre sesses secretas, temos um ponto interessante. Em 2007, atendendo a um anseio legtimo da sociedade, o Senado aprovou um projeto de resoluo acabando com as sesses secretas para decidir a respeito de perda de mandato de Senador, alterando o art. 25 do RISF. A mesma resoluo (18/2007) revogou o art. 197, I, c do RISF, afastando tambm a possibilidade de sesso secreta para suspenso de imunidade de Senador durante o estado de stio.

  • PROCESSO LEGISLATIVO SENADO FEDERAL 2012 LUCIANO OLIVEIRA

    AULA 00

    33 Prof. Luciano Oliveira www.pontodosconcursos.com.br

    Mas ateno: foi revogada a realizao de sesses secretas para esses dois casos. O voto dos Senadores permanece secreto! Isso matria constitucional (CF/88, art. 55, 2), e s uma Proposta de Emenda Constituio pode modificar.

    Cabe destacar que as Comisses podem realizar reunies secretas, nos casos permitidos pelo RISF que veremos quando estudarmos esses rgos. J no Congresso Nacional, as sesses s podem ser secretas por sugesto do Presidente, sendo aprovada pelo Plenrio. Essa deciso j tomada em sesso secreta (art. 27 RCCN)

    Antes de iniciar as sesses secretas, o Presidente solicita a sada de todos que estiverem assistindo os trabalhos no Plenrio, tribunas, galerias e respectivas de-pendncias, inclusive funcionrios da Casa, determinando a presena somente dos servidores necessrios ao andamento dos trabalhos.

    Votaes

    As votaes no Senado Federal podem acontecer nas seguintes modalidades, conforme prev o artigo 292 do RISF:

    9 Ostensivas (ou abertas): a) simblica;

    b) nominal;

    9 Secretas: a) eletrnica;

    b) por meio de cdulas;

    c) por meio de esferas.

  • PROCESSO LEGISLATIVO SENADO FEDERAL 2012 LUCIANO OLIVEIRA

    AULA 00

    34 Prof. Luciano Oliveira www.pontodosconcursos.com.br

    Na votao aberta ou ostensiva, os votos dos senadores so identificveis. Pode ser simblica, quando apenas os senadores que forem contrrios proposio se manifestam levantando o brao, ou nominal, na qual cada um declara seu voto. Nas votaes em Plenrio, a votao nominal, em geral, se d por meio do painel eletrnico. Os parlamentares digitam seu voto em um dispositivo eletrnico protegido por senha e, depois de encerrada a votao, o painel exibe o nome de todos, indicando como votaram: sim, no ou absteno (nenhuma das duas posies). Quando o sistema de votao eletrnico no estiver funcionando, a votao nominal ser feita pela chamada dos Senadores, que respondero sim ou no. Esse sistema tambm utilizado em votaes nominais nas Comisses, pois as mesmas no possuem painel eletrnico.

    As votaes secretas so sempre nominais, ou seja, preciso computar o voto de cada um dos Senadores presentes; no entanto, no possvel identificar como eles votaram. Essas votaes no so a regra s acontecem seguindo determinaes constitucionais ou regimentais. So admitidas nos seguintes casos:

    Na Constituio

    Exonerao, de ofcio, do Procurador-Geral da Repblica (CF/88, art. 52, XI);

    Perda de mandato de Senador (CF/88, art. 55, 2) Escolha de autoridades (CF/88, art. 52, III);

    No Regimento (art. 291, RISF)

    Priso de Senador e autorizao da formao de culpa, no caso de flagrante de crime inafianvel (RISF, art. 291, I, c);

    Suspenso das imunidades de Senador durante o estado de stio (RISF, art. 291, I, d);

    Nas eleies para Mesa e direo das comisses (RISF, art. 291, II); Por determinao do Plenrio (RISF, art. 291, III);

    A votao secreta eletrnica se d de modo semelhante votao nominal eletrnica. A nica diferena que os votos no so exibidos, apenas o resultado: total de votos sim, votos no e abstenes.

  • PROCESSO LEGISLATIVO SENADO FEDERAL 2012 LUCIANO OLIVEIRA

    AULA 00

    35 Prof. Luciano Oliveira www.pontodosconcursos.com.br

    A votao secreta por meio de cdulas a que ocorre na eleio da Mesa Diretora do Senado, durante as reunies preparatrias. Tambm utilizado esse mecanismo se for necessrio realizar uma votao secreta e o painel eletrnico estiver com problemas tcnicos.

    A votao por meio de esferas que a vocs vo achar mais diferente. remanescente das antigas votaes realizadas no Senado e utilizada, principalmente, pela Comisso de Relaes Exteriores no processo de escolha de autoridades, como membros de misso diplomtica permanente (embaixadores), por exemplo. Tambm pode ser usada em Plenrio, em caso de no funcionamento do painel eletrnico.

    Nessa votao, so usadas bolinhas de duas cores: branca ou preta. Bolinhas brancas so votos sim, e as pretas, no. Basta o parlamentar escolher o voto e depositar a esfera na urna. A outra bolinha que no foi usada vai para outro compartimento. Depois feita a contagem e igualmente divulgado apenas o resultado: aprovado ou rejeitado.

    Ata das reunies

    A ata o registro documental das sesses do Plenrio e tambm das reunies das Comisses, isto , um relatrio do que aconteceu durante aquela reunio ou sesso. Geralmente, ao se abrir uma sesso, a primeira coisa a ser feita votar a dispensa da leitura da ata (ningum vai ficar lendo ata, mas se algum Senador quiser, pode ser lida) e a aprovao da mesma.

    A ata deve conter obrigatoriamente:

    dia, a hora e o local da reunio; nomes dos membros presentes e os dos ausentes; distribuio das matrias por assuntos e relatores; concluses dos pareceres lidos; referncias sucintas aos debates; pedidos de vista, adiamento, diligncias e outras providncias, salvo

    quando no se considere conveniente a divulgao da matria.

    Por fim, a ata publicada no Dirio do Senado Federal, em at 2 dias teis aps a reunio, mas pode sofrer adiamento.

    Ateno: sesses e votaes so coisas dissociadas. Podemos ter votaes secretas em sesses pblicas.

  • PROCESSO LEGISLATIVO SENADO FEDERAL 2012 LUCIANO OLIVEIRA

    AULA 00

    36 Prof. Luciano Oliveira www.pontodosconcursos.com.br

    Se a sesso ou reunio for secreta, a ata merece tratamento especial. Ela redigida pelo Segundo-Secretrio da Mesa, assinada pelo Presidente e pelos Primeiro e Segundo-Secretrios e colocada em envelope lacrado, que rubricada pelos Secretrios. Antes de a sesso voltar a ser pblica, a ata votada, sendo aprovada por qualquer nmero de Senadores.

    Ateno, ata no a mesma coisa que notas taquigrficas. Estas so a transcrio de tudo o que foi dito na reunio (como quando voc grava uma aula de curso e depois digita tudo que o professor falou). As notas, diferentemente das atas, no precisam ser aprovadas pelos Senadores.

    A transcrio das sesses vai formar o que se chama de Anais. Epa! Que isso? a publicao de todos os trabalhos do Senado e organizado em ordem cronolgica, para distribuio aos Senadores, por meio do Dirio do Senado Federal. Ou seja, um grande arquivo. possvel a insero em anais de documentos alheios ao Senado: basta que esses documentos sejam parte integrante de discurso de Senador ou aprovados pelo Presidente do Senado.

    Tambm cabe ao Senado a publicao dos anais das sesses conjuntas do Congresso Nacional.

    Mesa Diretora do Senado Federal

    A Mesa Diretora do Senado formada pelo Presidente, por dois Vice-Presidentes, quatro Secretrios e quatro Suplentes de Secretrio, eleitos durante as reunies preparatrias para um mandato de dois anos (duas sesses legislativas), sendo vedada a reeleio para o perodo imediatamente subsequente.

    Ateno! Entende-se por perodo subsequente a passagem da segunda para a terceira sesso legislativa. Se estiver havendo mudana de legislatura (perodo de quatro anos), adotada a possibilidade de reeleio. Exemplo mais recente disso foi a reconduo do Senador Jos Sarney Presidncia do Senado, em fevereiro deste ano.

    Na Mesa Diretora assegurada, tanto quanto possvel, a representao proporcional dos partidos e blocos parlamentares que participam do Senado; o clculo de proporcionalidade feito com base nas informaes existentes na data da diplomao dos candidatos no TSE.

    Se houver vacncia, ou seja, vaga definitiva de algum cargo na Mesa, o preenchimento ser feito em at 5 dias teis, fazendo-se a substituio pelos vice-presidentes ou os suplentes de secretrio, conforme o caso, exceto se faltar menos de 120 dias para o trmino do mandato da Mesa.

  • PROCESSO LEGISLATIVO SENADO FEDERAL 2012 LUCIANO OLIVEIRA

    AULA 00

    37 Prof. Luciano Oliveira www.pontodosconcursos.com.br

    A eleio dos membros da Mesa acontece durante as reunies preparatrias, que so pblicas. Porm, a votao secreta, exigindo-se a maioria favorvel dos votos e estando presente a maioria da composio do Senado.

    Pelo Regimento, a eleio deve ser feita em quatro rodadas, na seguinte ordem:

    1) abre-se a reunio preparatria e a votao para Presidente; 2) abre-se nova reunio preparatria e votam-se os nomes dos Vice-

    Presidentes, dos Secretrios e dos Suplentes de Secretrios. Nessa etapa, por proposta de 1/3 dos Senadores ou de lder que represente este nmero, a eleio para o preenchimento dos cargos de Vice-Presidente e Secretrios pode ser feita de uma s vez. Essas votaes so realizadas por meio de cdulas depositadas em urna.

    Presidente do Senado Federal

    O artigo 48 do RISF elenca as competncias do Presidente do Senado Federal, que, ressalte-se, acumula a funo de Presidente do Congresso Nacional. A lista longa, de forma que vamos destacar apenas as mais importantes:

    1. Exercer as atribuies constitucionais: convocar sesso legislativa extraordinria do Congresso Nacional, promulgar as leis, caso o Presidente da Repblica no o faa, e suceder o Presidente da Repblica e o Vice-Presidente nos impedimentos previstos.

    2. Velar pelo respeito s prerrogativas do Senado e s imunidades dos Senadores;

    Cuidado! No confundir Mesa Diretora com Comisso Diretora. A Mesa Diretora eleita para um perodo de duas sesses legislativas (Presidente, dois vice-presidentes, quatro secretrios e seus respectivos suplentes). A Comisso Diretora composta pelos titulares da Mesa e tem por competncia a deciso de matrias administrativas da Casa.

  • PROCESSO LEGISLATIVO SENADO FEDERAL 2012 LUCIANO OLIVEIRA

    AULA 00

    38 Prof. Luciano Oliveira www.pontodosconcursos.com.br

    3. Convocar e presidir as sesses do Senado e as sesses conjuntas do Congresso Nacional;

    4. Propor a transformao de sesso pblica em secreta, bem como propor a prorrogao da sesso;

    5. Designar a Ordem do Dia das sesses deliberativas; 6. Fazer ao Plenrio, em qualquer momento, comunicao de interesse

    do Senado e do Pas; 7. Fazer observar na sesso a Constituio, as leis e o Regimento; 8. Distribuir as matrias s comisses; 9. Impugnar as proposies que lhe paream contrrias Constituio, s

    leis ou ao Regimento, ressalvado ao autor recurso para o Plenrio; 10. Decidir as questes de ordem; 11. Dar posse aos Senadores; 12. Convocar suplente de Senador; 13. Designar oradores para as sesses especiais do Senado e sesses

    solenes do Congresso Nacional; 14. Desempatar as votaes, quando ostensivas; 15. Proclamar o resultado das votaes; 16. Assinar os autgrafos dos projetos e emendas a serem remetidos

    Cmara dos Deputados, e dos projetos destinados sano; 17. Promulgar as resolues do Senado e os decretos legislativos; 18. Assinar a correspondncia dirigida pelo Senado a altas autoridades:

    chefes de outros Poderes, chefes de Estado estrangeiros, presidentes de tribunais superiores, governadores e autoridades judicirias, em resposta a pedidos de informaes ao Senado, no curso de feitos judiciais;

    19. Resolver, ouvido o Plenrio, qualquer caso no previsto no Regimento; 20. Presidir as reunies da Mesa e da Comisso Diretora, podendo discutir

    e votar; 21. Exercer competncias fixadas no Regulamento Administrativo do

    Senado Federal; 22. Determinar a tramitao conjunta de matrias.

    LEMBRETES: O cargo de Presidente do Senado privativo de brasileiro nato (CF/88,

    art. 12, 3, III). O Presidente do Senado integra o Conselho da Repblica, rgo

    superior de consulta do Presidente da Repblica (CF/88, art. 89, III) e o Conselho de Defesa Nacional, rgo de consulta do Presidente da Repblica nos assuntos relacionados com a soberania nacional e defesa do Estado democrtico (CF/88, art. 91, III).

  • PROCESSO LEGISLATIVO SENADO FEDERAL 2012 LUCIANO OLIVEIRA

    AULA 00

    39 Prof. Luciano Oliveira www.pontodosconcursos.com.br

    O Presidente do Senado participa das votaes, mas essa no a regra geral. O RISF permite o voto do Presidente em duas hipteses:

    Votao aberta: somente voto de desempate

    Votao secreta: pode votar se desejar

    Em ambas, a presena do Presidente conta para efeitos de qurum. Nas reunies da Mesa e da Comisso Diretora, o Presidente tem direito a discusso e a voto.

    Da cadeira da Presidncia, o Presidente comanda a sesso e s faz comunicaes institucionais. Nessa condio, no pode discursar, nem fazer comentrios aos discursos de outros Senadores. Se desejar fazer um pronunciamento, deve sair da cadeira presidencial e se dirigir tribuna, como qualquer outro Senador.

    Competncias dos demais membros da Mesa

    Os demais componentes da Mesa tambm possuem funes determinadas pelo RISF (arts. 52 a 56). Dentro dessas atribuies, cada um vai suceder seu antecessor nas ausncias ou impedimentos.

    Faltando todos os Secretrios e seus suplentes, o Presidente pode convocar qualquer Senador presente para desempenhar essa funo.

    Se porventura no estiverem presentes nenhum dos membros da Mesa inclusive nenhum suplente quem assume a direo dos trabalhos o Senador mais idoso que esteja presente. Essa regra do idoso vale inclusive para trabalhos nas Comisses.

    Primeiro Vice-Presidente

    substituir o Presidente nas suas faltas ou impedimentos; promulgao de leis quando o Presidente do SF no o fizer;

    Segundo Vice-Presidente substituir o Primeiro Vice-Presidente nas suas faltas ou impedimentos.

    Primeiro-Secretrio

    ler em plenrio a correspondncia oficial recebida pelo Senado, os pareceres, proposies e outros documentos;

  • PROCESSO LEGISLATIVO SENADO FEDERAL 2012 LUCIANO OLIVEIRA

    AULA 00

    40 Prof. Luciano Oliveira www.pontodosconcursos.com.br

    assinar a correspondncia do Senado para qualquer outra autoridade que no esteja elencada nas competncias do Presidente;

    assinar, depois do Presidente, as atas das sesses secretas; fornecer certides; receber a correspondncia dirigida ao Senado e tomar as providncias

    necessrias; determinar a entrega aos Senadores dos avulsos; expedir as carteiras de identidade dos Senadores;

    Segundo-Secretrio

    elaborar e fazer a leitura das atas das sesses secretas, assinando-as depois do Primeiro-Secretrio;

    Terceiro-Secretrio e Quarto-Secretrio

    fazer a chamada dos Senadores para votao, se necessrio; contar os votos, em verificao de votao; auxiliar o Presidente na apurao das eleies;

    Cuidado: Reparem que, apesar de vir depois na hierarquia da Mesa, o Primeiro Secretrio , depois do Presidente, o membro com maior nmero de atribuies. ele tambm quem zela pela organizao dos servios administrativos da Casa.

    Mesa do Congresso Nacional

    A Mesa do Congresso Nacional nada mais que uma combinao das Mesas do Senado e da Cmara dos Deputados, de forma alternada. Como o Presidente do Senado tambm o Presidente do Congresso Nacional, a sequncia tem incio por ele. A Mesa do Congresso formada da seguinte forma:

    Presidente Senador

    Primeiro Vice-Presidente - Deputado

    Segundo Vice-Presidente - Senador

    Primeiro-Secretrio - Deputado

    Segundo-Secretrio - Senador

    Terceiro-Secretrio - Deputado

  • PROCESSO LEGISLATIVO SENADO FEDERAL 2012 LUCIANO OLIVEIRA

    AULA 00

    41 Prof. Luciano Oliveira www.pontodosconcursos.com.br

    Quarto-Secretrio Senador

    Portanto, a Mesa do Congresso Nacional formada por quatro Senadores e trs deputados (maior nmero de Senadores).

    Ateno! O parlamentar ocupa na Mesa do Congresso Nacional exatamente a mesma posio que ocupa na Mesa de sua Casa de origem.

    Lideranas e blocos parlamentares

    Dentro do Senado, convivem parlamentares de diversos partidos ou bancadas. As lideranas consistem na institucionalizao dessas bancadas, sendo que cada partido escolhe, entre seus membros, aquele que ser seu lder, isto , responder pelas decises que o partido tomar.

    A indicao dos nomes dos lderes acontece a cada dois anos, no incio da 1a

    e da 3a sesses legislativas. O partido comunica Mesa por escrito quem ser seu lder para aquele perodo, em um documento assinado pela maioria dos membros da bancada. Alm do lder, o partido tambm tem vice-lderes, para substituir o lder titular em seus impedimentos. Os vice-lderes so escolhidos pelo lder, e existe um clculo para determinar a quantidade de vice-lderes de cada partido: um para cada grupo de trs integrantes do partido.

    Se o partido contar com nmero de membros igual a ou maior que 3 Senadores, poder contar com vantagens administrativas.

    Entre as principais funes dos lderes esto: indicar os representantes de seus partidos que iro compor as Comisses e substitu-los quando necessrio; participar das reunies conjuntamente com o Presidente do Senado para definir a pauta de trabalhos da Casa; e usar da palavra em vrios momentos da sesso, para comunicao de interesse partidrio. Veremos essa ltima com mais detalhes quando estudarmos o uso da palavra pelos Senadores.

    Agora, uma breve explicao sobre o significado de blocos parlamentares. Pode acontecer de vrios partidos pequenos quererem juntar foras de forma a constituir uma liderana. Para isso, eles montam o que chamado bloco parlamentar. Esse bloco, depois de montado, deve ter no mnimo um dcimo da composio do Senado 9 Senadores para ser reconhecido.

    Os partidos que se aglutinam em bloco tero um nico lder, o lder do bloco, e respectivos vice-lderes. A diferena que esses vice-lderes sero, via de regra, os lderes dos demais partidos que formam o bloco parlamentar.

  • PROCESSO LEGISLATIVO SENADO FEDERAL 2012 LUCIANO OLIVEIRA

    AULA 00

    42 Prof. Luciano Oliveira www.pontodosconcursos.com.br

    Importante: o bloco parlamentar no precisa, necessariamente, ser formado apenas por pequenos partidos. O tamanho da bancada irrelevante, contanto que o bloco possua no mnimo 9 Senadores.

    Alm das lideranas partidrias, ou seja, que representam os partidos, existem agrupamentos de acordo com a posio majoritria ou no de um partido. So as lideranas da maioria e minoria.

    Maioria: partido ou bloco que representa a maioria absoluta da Casa.

    Minoria: maior bloco ou partido que faa oposio maioria.

    Essas duas lideranas tambm possuem lderes e vice-lderes. Se no houver nenhum partido que alcance maioria absoluta, ser considerado maioria aquele que tiver o maior nmero de integrantes.

    A formao de maioria e da minoria precisa ser comunicada Mesa pelos lderes dos blocos parlamentares ou dos partidos que as compem.

    LEMBRETE: Assim como o Presidente do Senado, os lderes da maioria e da minoria fazem parte do Conselho da Repblica, rgo superior de consulta do Presidente da Repblica, nos termos do art. 89, IV, da CF/88.

    Lideranas no Congresso Nacional

    No Congresso, as lideranas dos partidos so reconhecidas da mesma forma que no Senado Federal. Tambm indicam os membros das Comisses no caso, das Comisses Mistas