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  • PACOTE DE TEORIA E EXERCCIOS

    ANALISTA JUDICIRIO - TJCE

    AULA 00 - Direito Administrativo e Princpios

    Prof. Edson Marques

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    1 1

    Ol!

    Bem-vindo ao nosso curso de teoria e exerccios para

    o concurso do Tribunal de Justia do CE, para o cargo de

    ANALISTA JUDICIRIO, reas Judiciria e Execuo de

    Mandados, eu prof. Edson Marques vou tratar dos temas

    inerentes ao Direito Administrativo.

    uma prazer enorme trazer um curso para esta cidade

    especial. Vou confessar que fortaleza para mim uma das melhores

    cidades deste pas, e se pudesse teria nascido cearense! Mas, como

    no tive a sorte, adotei essa cidade como minha segunda terra

    natal, e fiz diversos amigos por a.

    Mas, deixando de firulas, deixe-me fazer uma breve

    apresentao. Como disse, sou o Prof. Edson Marques, e,

    atualmente, ocupo o cargo de Defensor Pblico Federal, com atuao

    no STJ, ministro aulas em cursos preparatrios para concursos,

    graduao e ps-graduao em Braslia nas cadeiras de Direito

    Administrativo e Direito Constitucional.

    Alm disso, j ocupei os cargos de Advogado da Unio,

    Analista Judicirio no STJ e STF, Tcnico Judicirio no STJ, Tcnico

    de Finanas e Controle no Min. Fazenda. Obtive, ainda, aprovao

    em diversos concursos pblicos, tal como Procurador da Fazenda

    Nacional, Delegado de Polcia Federal, Advogado Junior da CEF,

    Tcnico Judicirio TST, Analista Judicirio Execuo de Mandados

    do TRF 1 Regio e do TJDFT, dentre outros.

    Neste curso vamos englobar as questes mais

    recentes do CESPE, de modo que dividi nosso cronograma do

    seguinte modo:

    Aula 00: 1 Estado, governo e Administrao Pblica. 1.1

    Conceitos. 1.2 Elementos. 2 Direito administrativo. 2.1

    Conceito. 2.2 Objeto. 2.3 Fontes. 5 Regime jurdico-

    administrativo. 5.1 Conceito. 5.2 Princpios expressos e

    implcitos da Administrao Pblica.

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    Aula 01: 8 Organizao administrativa. 8.1 Centralizao,

    descentralizao, concentrao e desconcentrao. 8.2

    Administrao direta e indireta. 8.3 Autarquias, fundaes,

    empresas pblicas e sociedades de economia mista.

    Aula 02: 8.4 Entidades paraestatais e terceiro setor:

    servios sociais autnomos, entidades de apoio,

    organizaes sociais, organizaes da sociedade civil de

    interesse pblico.

    Aula 03: 4 Poderes da administrao pblica. 4.1

    Hierrquico, disciplinar, regulamentar e de polcia. 4.2 Uso e

    abuso do poder.

    Aula 04: 3 Ato administrativo. 3.1 Conceito, requisitos,

    atributos, classificao e espcies. 3.2 Extino do ato

    administrativo: cassao, anulao, revogao e

    convalidao. 3.3 Decadncia administrativa.

    Aula 05: 11 Licitaes. 11.1 Legislao pertinente. 11.1.1

    Lei n 8.666/1993. 11.1.2 Lei n 10.520/2002 e demais

    disposies normativas relativas ao prego. 11.1.3 Decreto

    n 7.892/2013 (sistema de registro de preos).

    Aula 06: 11 contratos administrativos. 11.1 Legislao

    pertinente. 11.1.1 Lei n 8.666/1993. 11.1.4 Lei n

    12.462/2011 (Regime Diferenciado de Contrataes

    pblicas).

    Aula 07: 7 Servios pblicos. 7.1 Conceito. 7.2 Elementos

    constitutivos. 7.3 Formas de prestao e meios de

    execuo. 7.4 Delegao: concesso, permisso e

    autorizao. 7.5 Classificao. 7.6 Princpios.

    Aula 08: 10 Processo administrativo.

    Aula 09: 9.4 Improbidade administrativa: Lei n

    8.429/1992.

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    3 3

    Aula 10: 9 Controle da administrao pblica. 9.1 Controle

    exercido pela administrao pblica. 9.2 Controle judicial.

    9.3 Controle legislativo.

    Aula 11: 6 Responsabilidade civil do Estado. 6.1 Evoluo

    histrica. 6.2 Responsabilidade civil do Estado no direito

    brasileiro. 6.2.1 Responsabilidade por ato comissivo do

    Estado. 6.2.2 Responsabilidade por omisso do Estado. 6.3

    Requisitos para a demonstrao da responsabilidade do

    Estado. 6.4 Causas excludentes e atenuantes da

    responsabilidade do Estado. 6.5 Reparao do dano. 6.6

    Direito de regresso.

    A propsito, falando um pouquinho do edital, devemos

    observar que o CESPE manteve seu padro. Ento, o que esperar?

    Devemos ter certeza que a prova no ser das mais difceis do

    universo, tambm no ser nada dado, de graa. preciso prestar

    muita ateno em cada instituto e observar os pontos que daremos

    mais nfase.

    E nisso, informo que sou devoto do quanto mais

    melhor. Penso que, em tais cursos, temos a oportunidade de tentar

    esgotar tudo que a banca cobrou at ento. Por isso, vou trazer o

    maior nmero de questes que for possvel e estiver ao meu

    alcance.

    Bem, o curso ter um breve sumrio, onde voc

    poder constatar os tpicos que sero abordados, podendo acessar

    as partes do texto mais rapidamente, temos um bloco com a parte

    terica, depois as questes comentadas e, em seguida, as questes

    selecionadas (questes sem resposta) e, por fim, o gabarito, para

    que voc melhor se exercite.

    Dito isso, sem mais delongas, vamos ao que interessa.

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    SUMRIO

    Direito Administrativo ................................................................................... 4

    Fontes do Direito Administrativo .................................................................... 7

    Estado, Governo e Administrao .................................................................. 10

    Desconcentrao e Descentralizao Administrativa ........................................ 18

    Regime Jurdico Administrativo ..................................................................... 23

    Princpio da legalidade .......................................................................................... 24

    Princpio da impessoalidade ................................................................................... 26

    Princpio da moralidade ........................................................................................ 28

    Princpio da publicidade ........................................................................................ 29

    Princpio da eficincia ........................................................................................... 29

    Princpio da supremacia do interesse pblico ........................................................... 30

    Princpio da indisponibilidade ................................................................................. 31

    Princpio da autotutela .......................................................................................... 32

    Princpio da razoabilidade e proporcionalidade ......................................................... 32

    Princpio da continuidade ...................................................................................... 33

    Princpio da segurana jurdica .............................................................................. 33

    QUESTES COMENTADAS ............................................................................ 34

    QUESTES SELECIONADAS ........................................................................ 105

    GABARITO................................................................................................ 123

    Direito Administrativo

    O Direito concebido como ramo da cincia criado

    pelo homem na medida em que regras e normas no esto dispostas

    na natureza no sentido de serem observadas e, assim, empreender

    uma padronizao. Por isso, diz-se que o Direito essencialmente

    criao humana. Sendo, no entanto, uno.

    Todavia, a fim de facilitar seu estudo, decompe-se

    em ramos, do qual, modernamente, adviriam de uma fonte comum,

    ou seja, da Constituio, muito embora haja pensamento, de certo

    modo ultrapassado, de diviso em dois ramos: o direito pblico e o

    direito privado.

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    Com efeito, nessa linha de pensamento, o direito

    privado seria encarregado de regular as relaes em que os sujeitos

    atuem preponderantemente em igualdade de condies, ainda que,

    em certas ocasies, haja certa proteo para um dos lados. Cuida-

    se, portanto, de relaes de interesses privados, sendo exemplo o

    Direito Civil, Empresarial etc.

    O Direito Pblico, por outro lado, estaria encarregado

    de reger as relaes envolvendo especialmente o Estado, quando

    agindo com supremacia, superioridade, a fim de preservar e realizar

    o interesse pblico, tendo como exemplo o Direito Administrativo,

    Tributrio, Econmico etc.

    Por isso, o Direito Administrativo seria um dos

    ramos do direito pblico que tem por objeto a funo

    administrativa e os entes ou entidades que exercem tal

    funo.

    Todavia, para melhor compreenso do conceito dessa

    cincia jurdica, preciso entender os critrios que nortearam e

    norteiam a definio desse importante ramo do direito.

    Nesse sentido, importante a lio da profa. Di Pietro,

    segundo a qual a definio de direito administrativo pode ser vista

    sob diversos critrios, sintetizando os seguintes:

    Escola do Servio Pblico

    Critrio do Poder Executivo

    Critrio das relaes Jurdicas

    Critrio Teleolgico

    Critrio negativo ou residual

    Critrio distintivo entre atividade jurdica e social do Estado

    Critrio da Administrao Pblica

    Para a Escola do servio pblico formada na Frana,

    tendo como expoentes Duguit e Jze, o Direito Administrativo seria

    definido como a realizao dos servios pblicos, ou seja, seria o

    exerccio de todo e qualquer atividade desempenhada pelo Estado.

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    A Escola ou Critrio do Poder Executivo entendia

    que o Direito Administrativo tratava do Poder Executivo. Significa

    dizer que seria o direito administrativo restrito a atuao do Poder

    Executivo.

    Segundo o critrio das relaes jurdicas o Direito

    Administrativo seria o conjunto de normas que regem as relaes

    entre a Administrao e os administrados.

    Para o Critrio teleolgico o Direito Administrativo

    o sistema dos princpios jurdicos que regulam a atividade concreta

    do Estado para o cumprimento de seus fins, ou seja, seria a

    realizao de atividade do Estado no sentido de empreender aes

    de utilidade pblica.

    Ao se adotar o Critrio negativo ou residual, o

    Direito Administrativo teria por objeto as atividades desenvolvidas

    para a consecuo dos fins estatais, excludas as funes legislativa

    e jurisdicional, ou pelo menos essa ltima atividade, ou seja, tratar-

    se-ia de definir o Direito Administrativo excluindo-se algumas das

    atividades realizadas pelo Estado (legislativa, jurisdicional, e ainda

    as atividades de direito privado e patrimoniais).

    Por outro lado, sob o Critrio da distino entre

    atividade jurdica e social do Estado, o Direito Administrativo

    seria o ramo do direito pblico interno que regularia a atividade

    jurdica no contenciosa do Estado (sentido objetivo) e a

    constituio dos rgos e meios de sua ao em geral (sentido

    subjetivo).

    E, finalmente, sob o Critrio da Administrao

    Pblica, o Direito Administrativo seria o conjunto de princpios que

    regeria a Administrao Pblica.

    De certa forma, esse o critrio adotado por Hely

    Lopes Meirelles, para quem o Direito Administrativo o

    conjunto harmnico de princpios jurdicos que regem os

    rgos, os agentes e as atividades pblicas tendentes a

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    realizar concreta, direta e imediatamente os fins desejados

    pelo Estado.

    Para Di Pietro, no entanto, o Direito Administrativo

    o ramo do direito pblico que tem por objeto os rgos,

    agentes e pessoas jurdicas administrativas que integram a

    Administrao Pblica, a atividade jurdica no contenciosa

    que exerce e os bens de que se utiliza para a consecuo de

    seus fins, de natureza pblica.

    Na abalizada lio de Celso Antnio Bandeira de Mello,

    o Direito Administrativo o ramo do Direito Pblico que

    disciplina o exerccio da funo administrativa, e os rgos

    que a desempenham.

    possvel, ento, afirmar que a definio do Direito

    Administrativo poder ser reduzida a trs sentidos, qual seja:

    subjetivo, objetivo e formal.

    Com base no aspecto subjetivo, a Administrao

    Pblica o conjunto de rgos, entes e entidades, ou seja, conjunto

    de pessoas (entes, entidades e agentes) e rgos que integram a

    Administrao. Sob o objetivo, o conjunto de atividades do Estado

    destinadas a atender o interesse pblico. E, no tocante ao aspecto

    formal, compreenderia a atuao do Estado ou de quem lhe faa s

    vezes, submetido a regime especial, ainda que parcialmente.

    Para concluir ento, pode-se conceituar o Direito

    Administrativo como ramo do direito pblico destinado a

    reger a organizao administrativa do Estado e a realizao

    de suas atividades no exerccio da funo administrativa,

    ainda que por meio de delegao, submetido a regime de

    direito pblico, mesmo que parcialmente.

    Fontes do Direito Administrativo

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    Diante disso, preciso entender quais so as fontes

    (formais) desse direito, ou seja, suas bases fundamentais, de onde

    emana, de onde surge.

    Assim, podem ser indicadas como fontes formais: a

    Lei, a Jurisprudncia, a doutrina e os costumes.

    Constituio

    Direta (imediata) Lei Leis (LO, LC, LD, MP)

    Fontes

    (prprias)* Decretos, Regulamentos etc

    Jurisprudncia

    Indireta (mediata) Doutrina

    (imprprias) Costumes

    Lei, nesse aspecto, deve ser entendida sob acepo

    ampla (bloco de legalidade), ou seja, todo o arcabouo normativo,

    englobando a Constituio, seus princpios expressos e implcitos,

    suas regras e valores, as Leis em sentido estrito (Lei Ordinria, Lei

    Complementar, Lei Delegada), Medidas Provisrias e demais

    espcies legislativas, assim como os regulamentos administrativos

    (Decretos, Regulamentos etc), embora estes sejam subjacentes

    lei.

    importante destacar que no Brasil, por aderir

    corrente positivista, a principal fonte do direito o

    ordenamento jurdico, ou seja, a Lei.

    Alguns autores ainda colocam os princpios gerais

    do direito como fonte principal a preencher eventuais lacunas,

    havendo, no entanto, os que entendem que se tratam de regras de

    integrao.

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    A jurisprudncia proveniente de reiterao de

    julgamentos no mesmo sentido, sobre fatos ou matrias

    assemelhadas. Significa dizer que so os julgados dos Tribunais, em

    especial, do Supremo Tribunal Federal e demais Tribunais Superiores

    que adotam, de maneira repetida, reiterada, uma mesma deciso.

    possvel, ainda, que a jurisprudncia seja firmada

    pela Administrao, denominada de jurisprudncia

    administrativa, tal como as smulas administrativas da AGU, bem

    ainda pelos Tribunais de Contas, no exerccio da funo fiscalizatria

    das Contas Pblicas.

    importante ressaltar que excepciona essa regra as

    smulas vinculantes e as decises vinculantes do STF, isso

    porque, como o prprio nome indica, vincula a Administrao

    Pblica, e, portanto, so obrigatrias a observncia e, com isso,

    consideradas fontes diretas.

    Lei 11.417/2006 (Lei da Smula Vinculante)

    Art. 2 O Supremo Tribunal Federal poder, de ofcio

    ou por provocao, aps reiteradas decises sobre

    matria constitucional, editar enunciado de smula

    que, a partir de sua publicao na imprensa

    oficial, ter efeito vinculante em relao aos

    demais rgos do Poder Judicirio e

    administrao pblica direta e indireta, nas

    esferas federal, estadual e municipal, bem como

    proceder sua reviso ou cancelamento, na forma

    prevista nesta Lei.

    Lei 9.868/99 (Lei da ADIn)

    Art. 28.

    Pargrafo nico. A declarao de constitucionalidade

    ou de inconstitucionalidade, inclusive a interpretao

    conforme a Constituio e a declarao parcial de

    inconstitucionalidade sem reduo de texto, tm

    eficcia contra todos e efeito vinculante em

    relao aos rgos do Poder Judicirio e

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    10 10

    Administrao Pblica federal, estadual e

    municipal.

    A doutrina o trabalho realizado pelos estudiosos do

    Direito Administrativo que se empenham em pesquisar os contornos

    dessa cincia jurdica e expor suas ideais e pesquisas. Deve-se

    entender, no entanto, que a doutrina no vinculante, tratando-se

    de fonte auxiliar na soluo dos casos administrativos.

    O costume deve ser entendido como regra aceita

    como obrigatria pela conscincia geral e diuturnamente observada,

    sem que o Poder Pblico a tenha estabelecido (opinio necessitatis).

    preciso, no entanto, esclarecer que o costume no

    derroga a regra positivada e deve ser utilizado de forma supletiva,

    ou seja, diante da omisso legislativa e com restries, eis que no

    se pode criar deveres, tampouco obrigaes para o administrado por

    meio do costume simplesmente.

    Quer dizer, o costume deve estar em

    conformidade com a Lei (secundum legem), no podendo ser

    contrrio (contra legem) ou alm da lei (praeter legem).

    Ou seja, o costume conjunto de regras sociais, no-

    escritas, observadas de forma generalizada e prolongada no mbito

    de uma sociedade, que as consideras obrigatrias, diferente da

    praxe administrativa que a reiterao de uma forma de atuar da

    Administrao, ou seja, a prtica administrativa desempenhada

    cotidianamente em determinadas situaes.

    Fala-se ainda na analogia, cuja utilizao ocorre com

    a finalidade de integrao da lei, ou seja, a aplicao de dispositivos

    legais relativos a casos anlogos, ante a ausncia de normas que

    regulem o caso concretamente apresentado.

    Estado, Governo e Administrao

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    Sabendo qual o objeto do estudo do Direito

    Administrativo, preciso compreender a organizao administrativa.

    No entanto, devemos partir da noo de Estado, e isso se obtm a

    partir da organizao poltico-administrativa, de modo que

    importante conhecermos um pouco da teoria dos setores, para s

    ento concebermos a funo administrativa e organizao da

    Administrao Pblica.

    Pois bem. sabido que o Estado, instituio poltica,

    foi criado para cuidar dos interesses coletivos. Por isso, devemos

    consider-lo como sendo o 1 setor, visto ser uma das primeiras

    instituies criadas pelo homem.

    No Estado, 1 setor, como regra, tem-se a submisso

    ao regime de direito pblico (regime especial), a prevalncia do

    interesse pblico (supremacia do interesse pblico sobre o privado),

    bem como a indisponibilidade desse interesse. Por tudo isso,

    dizemos que se trata de setor pblico, de modo que as pessoas que

    so criadas neste setor so pessoas jurdicas de direito pblico.

    Posteriormente, o homem quis se libertar das amarras

    do Estado, de modo que criou um setor em que o Estado no se

    intrometesse (laissez faire, laissez passer), sobre o prisma do

    liberalismo econmico.

    Criou-se, ento, o 2 setor, chamado de Mercado, no

    qual os interesses so privados, onde vige, em regra, a liberdade,

    a autonomia da vontade, as relaes so constitudas com base na

    igualdade. Por isso, a submisso ao regime jurdico de direito

    privado, isto ao regime comum.

    Com efeito, considerando as pessoas naturais (pessoas

    fsicas), as pessoas constitudas nesse ambiente, so pessoas

    jurdicas de direito privado.

    Essas pessoas so constitudas pela unio de duas ou

    mais pessoas (fsicas ou jurdicas) que formam uma sociedade, ou

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    por uma s (empresrio), que vo/vai exercer a atividade

    (empresa) com a finalidade de obter lucro1.

    Alm desses dois setores, nas dcadas de 40/50,

    comea a se constatar uma onda de preocupao com as questes

    ligadas ao meio ambiente, ao futuro, aos desamparados, aos

    excludos de forma geral, ou seja, questes inerentes

    solidariedade, quer dizer ao campo ou setor social, movimento que

    culminou com a criao das de entidades alcunhadas de ONGs

    (organizaes no governamentais).

    Trata-se, na verdade, de um novo setor, distinto do

    Estado e do Mercado, trata-se do terceiro setor, conhecido como

    setor social, constitudo por pessoas jurdicas de direito privado,

    cujos interesses so filantrpicos, ou seja, de ajudar, fomentar,

    auxiliar em diversas atividades, tal como sade, educao,

    desenvolvimento social, dentre outras reas.

    importante percebermos que, nesse setor, temos

    pessoas que se unem para ajudar o prximo (associao) ou que

    destacam parte de seu patrimnio para isso (fundao),

    almejando, sobretudo, atender aqueles que estejam em situao de

    desigualdade ou para propsitos sociais comuns (lazer, educao,

    sade etc).

    Enfim, a unio dessas pessoas com tal propsito d

    origem a uma associao (exemplo Associao Comercial do DF

    ACDF, Associao Brasileira de Assistncia s Famlias de Crianas

    Portadoras de Cncer e Hemopatias ABRACE, Associao dos

    Servidores do TCDF - ASSECON/DF, dentre outras) ou a uma

    fundao, quando algum destaca parte de seu patrimnio para

    constituir essa pessoa (exemplo Fundao Bradesco, Fundao

    Ayrton Senna, Fundao Roberto Marinho, Fundao Cafu etc).

    1 Observe que para o Direito Empresarial, empresa a atividade realizada pelo

    empresrio ou pela sociedade empresria.

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    Na atualidade h autores que ainda afirmam a

    existncia do quarto e quinto setores, no havendo uniformidade

    quanto a esse ponto.

    Todavia, forte a constatao acerca de um

    contingente considervel de pessoas que se relacionam margem

    do Estado, no se inserindo de forma regular no mercado, tampouco

    com interesses filantrpicos, exercendo atividades irregulares, por

    vezes at mesmo ilcitas, o que se tem denominado de 4 setor ou

    de economia informal, que seria, por exemplo, o ambulante, o

    camel, dentre outras atividades.

    Dessa forma, podemos dizer que a sociedade se divide

    em setores, sendo: 1 setor o Estado; 2, Mercado; 3, Social;

    4, Mercado Informal.

    Com efeito, o Estado (1 setor) compreendido

    como um ente poltico. Isto , trata-se de uma pessoa jurdica,

    politicamente organizada, de modo a contemplar trs

    elementos essenciais, sendo povo, territrio e soberania ou

    governo. H quem ainda inclua a finalidade.

    Essa definio parte dos estudos formulados por

    Montesquieu, para quem o Estado, organizao poltica, concebido

    para bem promover os interesses coletivos (finalidade) e, portanto,

    ser democrtico.

    E, para isso, deve o Estado contemplar a existncia da

    separao de poderes, ou seja, no pode haver a concentrao

    de funes (Poder) ou atividades em um nico rgo ou

    pessoa, sob pena desse Estado se tornar absolutista.

    Por isso, formulou Montesquieu a chamada separao

    de poderes estatais, que fora adotada por nossa Constituio

    (tripartio de poderes), ao prev a existncia de funes distintas a

    ser conferida a rgos distintos do Estado, ou seja, ao Executivo,

    Legislativo e Judicirio.

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    14 14

    Esse processo, de separar poderes, criando rgos

    distintos para realizar cada uma de suas funes polticas

    denominado de desconcentrao poltica.

    LEMBRE-SE: O Estado uma organizao poltica, dotada de

    personalidade jurdica de direito pblico, que,

    modernamente, congrega trs funes ou poderes

    (Legislativo, Judicirio e Executivo).

    Perceba que a funo executiva tambm

    denominada administrativa e, por isso, muitas vezes se confunde o

    Poder Executivo com a Administrao Pblica. Todavia essa

    simplificao no correta na medida em que a Administrao

    Pblica se encontra inserida nos trs poderes, conforme se constata

    do art. 37, caput, da Constituio Federal:

    Art. 37. A administrao pblica direta e indireta

    de qualquer dos Poderes da Unio, dos Estados, do

    Distrito Federal e dos Municpios obedecer aos

    princpios de legalidade, impessoalidade, moralidade,

    publicidade e eficincia e, tambm, ao seguinte:

    Explico Isso.

    que, muito embora haja essa diviso de funes

    (legislativa, executiva e judiciria), sendo cada funo exercida de

    forma primordial ou principal por um rgo independente (alm de

    seus rgos auxiliares), ou seja, como funo tpica, possvel

    verificar que h funes atpicas ou anmalas, que tambm sero

    exercidas concomitantemente por tais rgos de Poder.

    Observe que cada funo exercida por rgos

    especiais definidos como Poder Executivo, Poder Judicirio e

    Poder Legislativo, significando dizer que um no est subordinado

    aos outros (independentes), tendo suas limitaes e prerrogativas

    conferidas constitucionalmente, mas, por outro lado, um controle o

    outro (harmnicos = check and balance sistema de freios e

    contrapesos).

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    15 15

    Ento, vale ressaltar que cada Poder (rgo que

    exerce a funo poltica do Estado) alm de sua funo tpica

    (finalstica), exerce outras funes, de forma atpica ou

    anmala.

    Por exemplo, ao Poder Executivo cabe o exerccio da

    funo tpica administrativa, que de gerir a mquina estatal,

    realizar os servios pblicos e concretizar as polticas pblicas,

    dentre outras atividades. No entanto, tambm cabe, de forma

    atpica, o exerccio das funes legislativas (tal como a edio de

    Medidas Provisrias, leis delegadas etc) e de julgar2 (conduo de

    processos administrativos etc).

    Por outro lado, aos demais Poderes, isto , ao

    Legislativo e ao Judicirio caber o exerccio de forma atpica ou

    anmala das funes que seriam funes tpicas de outro poder.

    Assim, alm de legislar e fiscalizar os gastos pblicos,

    ao Legislativo cabe realizar a organizao e funcionamento de suas

    atividades (funo administrativa), bem como julgar os

    parlamentares por falta de decoro ou, no mbito do Senado, por

    exemplo, julgar o Presidente por crime de responsabilidade (funo

    judiciria).

    De igual forma, ao Poder Judicirio, alm de dizer o

    direito no caso concreto, promovendo a pacificao social,

    resolvendo os conflitos de interesse (funo judiciria), tambm ter

    que gerir seus servios, seus servidores, realizar concursos,

    licitaes etc (funo administrativa) e elaborar seu regimento

    interno e expedir resolues administrativas (funo legislativa).

    Por isso, ante essa complexidade de atuaes e as

    inmeras atividades que devem desempenhar o Estado, alm de

    2Parte da doutrina no admite o exerccio da funo jurisdicional por parte do Executivo, sob

    o fundamento de que suas decises, em processos administrativos, no teriam a fora de

    coisa julgada, ou seja, no seria definitiva, ante a possibilidade de reviso pelo Judicirio.

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    16 16

    suas funes primordiais (poderes), necessria uma organizada

    estrutura administrativa a fim de promover seus objetivos.

    Nesse sentido, e como j ressaltamos, foi estabelecida

    essa diviso de funes entre os trs rgos ou poderes

    (desconcentrao poltica).

    Porm, no nosso caso, possvel percebermos que

    esses rgos esto na estrutura de um Ente Poltico que, conforme a

    Constituio Federal, chama-se Repblica Federativa do Brasil.

    Observe ento que nosso Estado (Repblica Federativa

    do Brasil), antes constitudo como um Imprio deixou de ser um

    Estado Central, ou seja, aquele que no tem diviso poltica

    interna de competncias, para ser uma Federao.

    Significa dizer, portanto, que promoveu uma

    distribuio de competncias entre outros Entes Polticos internos.

    (Forma de Estado: Federativa)

    Cuidado. Voc deve perceber que temos dois

    momentos distintos. Um quando se repartiu o Poder, criando funes

    distintas e conferindo-as a rgos distintos. Outro, quando o Estado,

    antes central, reparte-se em unidades polticas internas com

    competncias prprias.

    Podemos fazer o seguinte esquema:

    Sem diviso (absoluto) Concentrado

    Poder

    Dividido (separao) Desconcentrado

    Estado

    Sem diviso (Unitrio) Centralizado

    Territrio

    Dividido (federao) Descentralizado

    Com efeito, essa distribuio de competncias entre

    unidades polticas distintas do Ente Central (R. F. Brasil), ou seja, a

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    17 17

    criao da Federao decorre da necessidade de aproximar a

    realizao das atividades Estatais ao povo.

    Isso porque o Estado centralizado, na dimenso do

    nosso, torna-se mais lento, com dificuldades de atender aos

    reclamos populares e a necessidade de se promover determinados

    servios pblicos.

    Por isso, empreendeu-se uma repartio

    (territorial) de atribuies competncias polticas -,

    criando-se outros entes polticos, o que se denomina de

    descentralizao poltica.

    Importante compreender que essa descentralizao

    realizada por fora da Constituio, conforme a criao dos Entes

    Federados, nos moldes do art. 18 da CF/88, sendo: a Unio, os

    Estados-membros, o Distrito Federal e os Municpios.

    Vejamos:

    Art. 18. A organizao poltico-administrativa da

    Repblica Federativa do Brasil compreende a Unio, os

    Estados, o Distrito Federal e os Municpios, todos

    autnomos, nos termos desta Constituio.

    Ento, vamos relembrar:

    O Estado (Repblica Federativa do Brasil) exerce

    trs funes primordiais por rgos criados para isso

    (desconcentrao poltica). Funes que integraro as

    competncias distribudas aos entes polticos internos que

    foram criados para exercer tais competncias que decorrem

    do Ente central (descentralizao poltica).

    Logo se percebe que o exerccio da funo

    administrativa concebido para ser realizado pelo Estado ou

    seus entes polticos internos. Desse modo, quando o Estado ou

    os entes polticos internos esto exercendo a funo administrao

    sero chamados de Administrao Pblica.

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    18 18

    Ocorre que o Estado Central (Repblica Federativa do

    Brasil) passa a atuar no campo externo (internacional), deixando

    que no campo interno atuem seus entes polticos (Estado

    descentralizado). Assim, quando os entes polticos atuam

    internamente o prprio Estado quem estar realizando

    diretamente a funo administrativa.

    Nesse sentido que o Decreto-Lei n 200/67, em que

    pese no se atentar para o exerccio de funes atpicas pelos

    demais poderes e tratando apenas do plano federal, estabeleceu o

    conceito de Administrao Pblica Direta, vejamos:

    Art. 4 A Administrao Federal compreende:

    I - A Administrao Direta, que se constitui dos

    servios integrados na estrutura administrativa da

    Presidncia da Repblica e dos Ministrios.

    Portanto, a Administrao Pblica Direta

    compreende os prprios Entes Polticos, ou seja, Unio, Estados-

    membros, Distrito Federal e Municpios, todos com

    personalidade jurdica de direito pblico semelhana do

    Estado Central (Repblica Federativa do Brasil) no exerccio da

    funo administrativa.

    Pois bem. Podemos concluir o seguinte:

    O Estado inicialmente concentrado e centralizado

    reparte internamente suas funes polticas entre rgos de poder

    denominados Executivo, Legislativo e Judicirio (desconcentrao

    poltica), depois se reparte em diversos entes polticos a fim de

    dividir, distribuir a titularidade de certas competncias e o exerccio

    de suas atribuies, criando a Unio, os Estados-membros, o Distrito

    Federal e os Municpios (descentralizao poltica).

    Desconcentrao e Descentralizao Administrativa

    certo que, olhando isoladamente cada ente poltico,

    temos uma representao menor do prprio Estado. Assim, cada

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    19 19

    ente no exerccio da funo administrativa, ou seja, atuando como

    Administrao Pblica, o faz de igual modo ao Estado central.

    Por isso, na configurao inicial do modelo federativo,

    devemos entender tambm que cada ente poltico que compe o

    Estado exerce de forma centralizada a funo administrativa,

    de maneira que a Administrao Pblica Direta tambm se

    denomina de centralizada (administrativamente).

    Significa dizer que a cada ente poltico fora distribuda

    uma gama de competncias administrativas pelo Ente Central

    (Repblica Federativa do Brasil), a exemplo dos arts. 22 a 24 da

    CF/88, e que estes mesmos entes polticos, diretamente, devero

    exerc-las. Ento, vistos isoladamente so entes centralizados (s

    que aqui se trata de uma centralizao administrativa).

    Ademais, tambm devemos nos ater que, nesse

    momento, tnhamos apenas a repartio de funes poltica

    (poderes). Assim, o ente poltico, criado pelo Ente central, criado

    para exercer parte da funo administrativa como um todo, ou seja,

    sem qualquer organizao ou distribuio interna (concentrao

    administrativa).

    Ocorre que, como sabemos, so amplas as atividades

    administrativas a serem exercidas. Dessa forma, tais entes polticos

    a fim de agirem organizadamente e obterem uma atuao

    satisfatria, verificam a necessidade de separao, distribuio,

    dessas atividades.

    Observe que os ente polticos so pessoas jurdicas de

    direito pblico e, por isso, devem organizar-se como seres vivos, de

    modo a realizar suas funes por meio de estrutura organizacionais

    internas, a fim de que possam distribuir suas funes, competncias,

    ou atividades administrativas no seu interior.

    Para tanto, criaro reparties, departamentos,

    setores, quer dizer rgos, os quais recebero atribuies inerentes

    prpria pessoa, de modo que cada um tenha funes especficas

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    20 20

    e, assim, possa a engrenagem funcionar de forma coordenada a fim

    de realizar sua finalidade.

    Essa necessidade de organizao interna da atividade

    administrativa, a fim de melhor desempenh-la, distribuindo-a

    atravs da criao de rgos em uma mesma estrutura interna

    denomina-se desconcentrao administrativa.

    Portanto, a desconcentrao administrativa a

    distribuio interna de competncias, com a criao de

    rgos dentro da estrutura administrativa de um ente (ou

    entidade), para desempenh-las.

    Assim, a Administrao Pblica Direta ou centralizada

    cria rgos, ou seja, ncleos de atuao interna em que so

    distribudas as diversas competncias.

    Ento, opera-se a desconcentrao administrativa

    quando h a repartio interna da funo administrativa num

    mesmo ente (pessoa jurdica) ou numa mesma entidade.

    Veja o que dispe o art. 1, pargrafo nico, inciso I,

    da Lei n 9.784/99:

    I - rgo - a unidade de atuao integrante da

    estrutura da Administrao direta e da estrutura

    da Administrao indireta;

    importante lembrar que o rgo, departamento,

    setor, uma parte do ente que o criou, de maneira que no

    tem vida prpria, ou seja, no se trata de uma pessoa

    jurdica, no detm, portanto, personalidade jurdica.

    sabido, no entanto, que somente tal repartio

    interna no consegue atingir todos os interesses e servios que o

    Estado deve realizar de forma rpida e com a especialidade que s

    vezes o caso requer. Isso porque, mesmo organizado internamente,

    continuamos a ter uma nica pessoa a realizar o complexo de

    atividades administrativas.

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    21 21

    Por isso, tendo como parmetro aquilo que havia sido

    empreendido pela prpria Constituio em dado momento

    (descentralizao poltica) e considerando, pois, a necessidade de

    melhor realizar as funes administrativas, concebe-se nova

    descentralizao, agora no mais sob a vertente poltica

    (constitucional), mas sob a tica administrativa.

    Sabendo, pois, que a descentralizao poltica deu

    surgimento aos entes polticos (Unio, Estados, DF e Municpios), a

    descentralizao administrativa dar surgimento a entidades

    administrativas.

    preciso ficar atento, no entanto, pois h mais de

    uma forma de descentralizao administrativa, sendo uma delas a

    que d ensejo criao de entidades administrativas.

    Lembre-se:

    O (Oncentrao) distribuio p/rgos

    DESC

    E (Entralizao) distribuio p/entidades

    Portanto, a descentralizao administrativa a

    distribuio de competncias entre pessoas jurdicas distintas

    (entidades administrativas), dando ensejo criao da

    Administrao Pblica Indireta.

    Contudo, h outras formas de descentralizao

    administrativa, ou seja, de distribuio de competncias materiais

    entre pessoas jurdicas distintas, de modo que podemos organiz-la

    sob trs modalidades distintas, sendo:

    Descentralizao territorial ou geogrfica;

    Descentralizao tcnica, funcional ou por servio;

    Descentralizao por colaborao.

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    22 22

    A descentralizao geogrfica ou territorial

    aquela em que h a criao de um ente dentro de certa localidade

    territorial, geograficamente delimitado, com personalidade jurdica

    de direito pblico para exerccio, de forma geral, de todas ou de uma

    grande parcela de atividades administrativas (capacidade

    administrativa genrica).

    Essa forma de descentralizao configura,

    basicamente, um Territrio Federal, com capacidade de

    autoadministrao e s vezes at legislativa, conforme se depreende

    do art. 33, 3, CF/88 ao estabelecer que nos Territrios com mais

    de cem mil habitantes, alm do Governador nomeado na forma

    desta Constituio, haver rgos judicirios de primeira e segunda

    instncia, membros do Ministrio Pblico e defensores pblicos

    federais; a lei dispor sobre as eleies para a Cmara Territorial e

    sua competncia deliberativa.

    A descentralizao por servios, funcional ou

    tcnica se d por meio da criao de uma pessoa jurdica pelo ente

    poltico, para a qual este outorga, isto , transfere, por lei, certa

    atividade administrativa especfica. (exemplo: criao de entidades

    da administrao indireta)

    A descentralizao por colaborao ocorre com a

    delegao da execuo de certa atividade administrativa (servio

    pblico) para particular, que a executar por sua conta e risco,

    mediante remunerao, por meio de contrato ou ato administrativo.

    (Exemplo: concessionrias e permissionrias de servio pblico)

    Assim, no mbito da descentralizao administrativa

    teremos dois institutos importantes, a outorga (descentralizao

    legal) e a delegao (descentralizao negocial ou contratual).

    Na outorga, cria-se uma pessoa jurdica lhe

    transfere, por lei, o exerccio de determinada atividade

    administrativa, de modo que se torne especialista nesse ramo.

    Na delegao, transfere-se, por ato ou contrato

    administrativo, a outra pessoa a execuo de determinado servio

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    23 23

    pblico para que o execute por sua conta e risco, mas visando

    atender ao interesse pblico.

    Regime Jurdico Administrativo

    Ao iniciarmos o estudo do Direito Administrativo nos

    deparamos com a organizao da Administrao Pblica. Assim, tais

    entes e entidades, rgos e agentes, esto submetidos ao conjunto

    de normas que vai orientar toda a sua atuao.

    Como bem destaca a doutrina, as normas podem ser

    divididas em regras e princpios, que compem o regime jurdico

    administrativo, ou seja, o conjunto de normas que regem a

    atividade administrativa e a administrao pblica.

    Nesse aspecto, vale estudar os princpios

    administrativos que se diferenciam das regras.

    Os princpios so comandos mais abstratos, gerais,

    quando em conflito (s aparente) se resolve pela ponderao de

    valores, j as regras ou se aplicam ou no se aplicam (os conflitos

    so resolvidos por critrios de intertemporalidade, tal como lei

    posterior revoga a anterior, lei especial afasta a geral etc), so

    menos abstratas e, em geral, tratam de situao especfica.

    Com efeito, importante sabermos que a

    Constituio Federal que estabelece de forma expressa ou

    implcita os princpios fundamentais que orientam a

    Administrao Pblica.

    Os princpios administrativos, segundo o Prof.

    Carvalho so os postulados fundamentais que inspiram todo

    o modo de agir da Administrao Pblica.

    Para Digenes Gasparini, os princpios constituem um

    conjunto de proposies que aliceram ou embasam um

    sistema e lhe garantem validade.

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    24 24

    Como bem apontam Vicente Paulo e Marcelo

    Alexandrino, os princpios so as idias centrais de um

    sistema, estabelecendo suas diretrizes e conferindo a ele um

    sentido lgico, harmonioso e racional, o que possibilita uma

    adequada compreenso de sua estrutura.

    Com efeito, como disse, a Constituio prev os

    princpios que orientam toda a Administrao Pblica, seja ela direta

    ou indireta, dos trs poderes, da Unio, dos Estados, Distrito Federal

    e dos Municpios, ao prev os denominados princpios (expressos)

    bsicos da Administrao Pblica, sendo: Legalidade,

    impessoalidade, moralidade, publicidade e eficincia,

    conforme preconiza o art. 37, caput, assim expresso:

    Art. 37. A administrao pblica direta e indireta de

    qualquer dos Poderes da Unio, dos Estados, do Distrito

    Federal e dos Municpios obedecer aos princpios de

    legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e

    eficincia e, tambm, ao seguinte: (Redao dada pela

    Emenda Constitucional n 19, de 1998)

    Princpio da legalidade

    O princpio da Legalidade, tambm chamado de

    legalidade administrativa, restrita ou estrita, expressa que a

    administrao somente pode fazer o que a lei autoriza ou permite.

    , consoante magistral lio de Jos Afonso da Silva,

    princpio basilar do Estado Democrtico de Direito, porquanto da

    essncia do seu conceito subordinar-se Constituio e fundar-se na

    legalidade democrtica. Sujeitar-se ao imprio das Leis.

    Cuidado, pois, h a legalidade geral (ou princpio

    da autonomia da vontade) que permite aos particulares que se

    faa tudo que a lei no proba, conforme prev o art. 5, inc. II, da

    CF/88, segundo o qual ningum ser obrigado a fazer ou

    deixar de fazer alguma coisa seno em virtude de lei.

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    25 25

    Todavia, ao administrador pblico somente cabe

    realizar o que a lei permita (atuao vinculada) ou autorize (atuao

    discricionria).

    necessrio distinguir o princpio da legalidade do

    princpio da reserva legal, sendo importante verificarmos qual o

    alcance da expresso lei no mbito do princpio da legalidade

    administrativa (alcance da legalidade).

    Quanto ao seu alcance, o princpio da legalidade

    deve ser visto como respeito, submisso, lei. No entanto,

    devemos entender aqui lei em sentido amplo, ou seja, qualquer

    ato normativo, desde a Constituio, passando pelos atos

    infraconstitucionais (espcies normativas do art. 59, CF/88),

    os tratados internacionais, at os atos infralegais (decretos,

    regulamentos, instrues normativas, regimentos e estatutos

    administrativos).

    Nesse aspecto, devemos considerar inclusive os

    princpios expressos e implcitos contidos na Constituio Federal, ou

    seja, no se exige apenas a observncia da lei em sentido estrito.

    Deve-se observar o que se denomina bloco de legalidade, ou seja,

    no s a lei em sentido estrito, mas todo o ordenamento jurdico.

    Por isso, na atualidade, o princpio da legalidade tem

    sido chamado de princpio da jurisdicidade, na feliz expresso da

    Profa. Raquel Melo Urbano, na medida em que a Administrao deve

    observar a lei e o Direito, conforme art. 2, pargrafo nico, da Lei

    n 9.784/99.

    Quanto diferena entre legalidade e o princpio da

    reserva legal, devemos observar que este denota a ideia de

    necessidade de lei, no sentido formal, para dispor, regulamentar,

    certas matrias, conforme exigncia constitucional.

    Por exemplo, ao servidor pblico assegurado o

    direito greve, nos termos e limites da lei. Assim, exige-se lei, em

    sentido estrito, a regular tal atividade. Quer dizer, que no poder a

    matria ser regulada por outro ato do poder pblico, seno por lei.

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    26 26

    Quer dizer que determinados temas devem

    necessariamente ser regulamentos por meio de lei em sentido

    estrito.

    Ademais, vale lembrar que o princpio da legalidade

    tem representao para alm do mbito geral ou administrativo, h

    ainda o princpio da legalidade penal, da legalidade tributria etc.

    A propsito, em sintonia com o princpio da legalidade

    possvel destacar o princpio da finalidade, segundo o qual o

    administrador pblico deve observar em todos os seus atos o

    fim estabelecido pela lei, que o atendimento ao interesse

    pblico.

    Com efeito, acaso o administrador pratique o ato no

    cuidando da finalidade pblica incidir em vcio, denominado de

    desvio de finalidade, modalidade de abuso de poder, o que

    causa a nulidade do ato.

    Para alguns autores, o princpio da finalidade tem

    estreita sintonia com o princpio da impessoalidade.

    Princpio da impessoalidade

    O princpio da impessoalidade visto sob duas

    vertentes. A primeira, no sentido de atuar visando o interesse

    pblico (finalidade), impedindo assim que a Administrao

    atue de forma discriminatria ou beneficie algum por

    critrios subjetivos, ou seja, que favorea ou prejudique

    algum por critrios pessoais.

    Nesse sentido, conforme bem destaca o Prof. Bandeira

    de Mello, o princpio da impessoalidade assumiria a faceta de

    princpio da isonomia, na medida em que a Administrao deve

    proporcionar igualdade de condies e tratamento a todos os

    administrados.

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    Noutra acepo, estabelece a vedao da

    promoo pessoal de agentes pblicos ou autoridades

    administrativas, conforme preconiza o 1 do art. 37, CF/88,

    assim expresso:

    1 - A publicidade dos atos, programas, obras, servios e

    campanhas dos rgos pblicos dever ter carter

    educativo, informativo ou de orientao social, dela no

    podendo constar nomes, smbolos ou imagens que

    caracterizem promoo pessoal de autoridades ou

    servidores pblicos.

    Nesse aspecto, bom esclarecer que os atos

    realizados pelos agentes pblicos no so imputados a si mesmos,

    mas s pessoas jurdicas a que pertencem, ou seja, Administrao

    Pblica (princpio da imputao volitiva), conforme observamos

    na aplicao da teoria do rgo.

    Assim, quando o agente usa a mquina administrativa

    visando promoo pessoal dever sofrer as sanes legais na

    medida em que no deve atuar em seu nome, mas em nome da

    coletividade, isto , em nome da Administrao Pblica, que

    representa o interesse coletivo.

    Para Hely Lopes Meirelles, o princpio da

    impessoalidade est relacionado ao princpio da finalidade, pois a

    finalidade se traduz na busca da satisfao do interesse pblico.

    A propsito, vale lembrar que o interesse pblico se

    subdivide em primrio (interesse coletivo) e secundrio (entendido

    como interesse da Administrao enquanto pessoa jurdica).

    Como destacado, noutro sentido a lio de Celso

    Antonio Bandeira de Mello, que liga a impessoalidade ao princpio

    da isonomia, que determina tratamento igual a todos perante a lei.

    E afirma que o princpio da finalidade inerente ao princpio da

    legalidade, ou seja, est contido nele, na medida em que estabelece

    o dever de a lei cumprir seu objetivo.

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    Princpio da moralidade

    O princpio da moralidade est assentado na

    tica, moral, lealdade, ou seja, no sentido de promover a

    probidade administrativa, a honestidade.

    princpio que permite a verificao de validade dos

    atos administrativos, sob o prisma da legitimidade.

    certo que se trata de um conceito jurdico

    indeterminado, carecendo de norma para concretiz-lo, ante sua

    natureza abrangente, mas, como bem destaca Alexandrino, o

    princpio da moralidade complementa, ou torna mais efetivo,

    materialmente, o princpio da legalidade.

    Todavia, no se pode dizer, jamais, que se trata de

    primado intil, visto servir de parmetro para coibir condutas

    ilegtimas, devendo ser tonalizado sob o aspecto jurdico, de modo a

    caracterizar o conjunto de preceitos advindos da disciplina

    administrativa no tocante conduo da coisa pblica.

    Como bem ensina Hely Lopes Meirelles moralidade

    administrativa a atuao dentro dos padres da tica, moral,

    honestidade, probidade.

    Nesse sentido, a Constituio, no seu art. 37, 4,

    estabelece que os atos de improbidade administrativa

    importaro em suspenso dos direitos polticos, perda da funo

    pblica, indisponibilidade dos bens e ressarcimento ao errio, sem

    prejuzo da ao penal cabvel.

    Percebe-se, portanto, que a Constituio deu especial

    ateno probidade, j que, nos dizeres de Jos Afonso da Silva, a

    improbidade administrativa uma imoralidade qualificada.

    Com efeito, a Constituio permitiu ao particular

    (cidado) exercer o controle dos atos da Administrao a fim de

    verificar no s o cumprimento dos aspectos da legalidade, mas

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    tambm da moralidade, conforme prev o art. 5, inc. LXXIII, ao

    dispor sobre a ao popular.

    Princpio da publicidade

    O princpio da publicidade consiste na obrigao

    que tem a Administrao Pblica, como atividade e ente

    pblico, de dar transparncias aos seus atos, como meio de

    assegurar a todos o conhecimento de suas realizaes, a fim

    de fiscaliz-la e exercer o controle sobre esses atos, bem

    como para fins de o ato produzir seus efeitos.

    certo que a conduta da Administrao deve ser

    pblica, deve ser transparente. Todavia, a Constituio ressalva

    alguns atos que so protegidos pelo sigilo, eis que necessrios aos

    imperativos de segurana nacional ou que digam respeito

    intimidade ou vida privada.

    A publicidade poder ser feita pelos mais diversos

    meios, tal como a utilizao de jornal oficial ou em local onde se

    possa dar ampla divulgao dos atos administrativos. Por vezes ser

    necessrio que a publicidade seja realizada diretamente ao

    interessado (notificao) ou somente em boletim interno.

    Assim, o princpio da publicidade pode, como meio de

    transparncia, ser um requisito de validade do ato, ou, poder,

    como instrumento para deflagrar os efeitos do ato (publicao do

    ato), ser requisito de eficcia.

    Uma das decorrncias do princpio da publicidade o

    princpio da motivao dos atos administrativos, ou seja,

    segundo o qual na pratica de um ato deve a Administrao

    apresentar, torna explcitos, os motivos de sua realizada, ou seja, os

    fatos e fundamentos de direito que o justificam.

    Princpio da eficincia

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    O principio da eficincia, erigido a princpio

    expresso a partir da EC 19/98, traduz a ideia de resultado, busca

    pela excelncia no exerccio das atividades administrativas.

    Para tanto, criou-se diversos mecanismos tal como as

    escolas de governos, avaliaes peridicas e polticas de

    desenvolvimento da administrao, tal como o contrato de gesto

    (art. 37, 8, CF/88).

    Como bem destaca Jos Afonso da Silva, o princpio da

    eficincia orienta a atividade administrativa no sentido de conseguir

    os melhores resultados com os meios escassos de que dispe e a

    menor custo. Destaca, ademais, que consiste na organizao

    racional dos meios e recursos humanos, materiais e institucionais

    para a prestao de servios pblicos de qualidade com razovel

    rapidez. (art. 5, LXXVIII)

    Trata-se da tentativa de mudar o foco da

    Administrao, ou seja, passar-se a uma Administrao gerencial,

    que busca o resultado, em detrimento da Administrao

    burocrtica, que prima pelo controle, bem como da Administrao

    Patrimonialista, que confundia o interesse do dirigente com o

    interesse da Administrao.

    A par desses princpios expressos existem outros

    princpios implcitos na CF/88, tambm chamados de

    reconhecidos, sendo importante destacar os princpios da

    supremacia do interesse pblico sobre o privado, o da

    indisponibilidade do interesse pblico, da autotutela, da

    proporcionalidade e razoabilidade, da continuidade dos

    servios pblicos, dentre outros.

    Princpio da supremacia do interesse pblico

    O princpio da supremacia do interesse pblico

    traduz-se na ideia de que o interesse pblico deve prevalecer

    sobre o interesse particular, de modo que, em regra, quando

    houver um confronto entre o interesse pblico e o particular, deve-

    se dar primazia ao interesse pblico.

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    Diz-se, em regra, tendo em vista que a Constituio

    estabeleceu uma srie de direitos e garantias individuais que,

    mesmo em confronto com o interesse pblico, devem ser

    respeitados, resguardados.

    Com efeito, em razo do princpio da supremacia do

    interesse pblico que se fundam as prerrogativas ou poderes

    especiais conferidos Administrao Pblica.

    por fora da supremacia que a Administrao Pblica

    atua com superioridade em relao ao particular, por exemplo,

    impondo-lhe obrigaes de forma unilateral, com a insero de

    clusulas exorbitantes em contratos administrativos, conferindo

    presuno de legitimidade aos atos da Administrao etc.

    Princpio da indisponibilidade

    De outro lado, o princpio da indisponibilidade do

    interesse pblico orienta Administrao Pblica impondo-

    lhe restries, limitaes, ou seja, no lhe dado dispor

    desse interesse, eis que ela no sua proprietria, detentora do

    interesse pblico, apenas o tutela, o protege, ou seja, apenas

    representa a coletividade, de modo que no pode dispor do que no

    lhe pertence.

    Significa dizer que, de um modo geral, no h

    possibilidade de a Administrao Pblica abdicar, dispor, abrir mo,

    daquilo que se refere ao interesse pblico. Por isso, a sujeio da

    administrao pblica a restries especiais ou diferenciadas, tal

    como dever de prestar contas, concurso pblico, licitaes etc.

    Esses dois princpios, importante dizer, so

    considerados por parte da doutrina como super-princpios, ou pedras

    angulares do Direito Administrativo, na feliz expresso de Celso

    Antnio Bandeira de Mello, na medida em que do origem aos

    demais princpios administrativos e ao prprio regime jurdico

    administrativo.

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    Portanto, pode-se afirmar que o sistema

    administrativo est fundado nesses postulados centrais, isto

    nestes dois princpios primordiais (na supremacia e na

    indisponibilidade do interesse pblico).

    Princpio da autotutela

    Decorrncia lgica desses dois princpios, e aplicao

    do princpio da legalidade, surge o princpio da autotutela,

    segundo o qual a administrao pblica pode controlar seus

    prprios atos, ou seja, pode anular os atos que contenham

    vcio de legalidade e revogar os inconvenientes e

    inoportunos, respeitados os direitos de terceiros de boa-f.

    Podemos ainda citar os princpios da

    proporcionalidade e da razoabilidade, da continuidade, da

    motivao, dentre outros que orientaro a atividade administrativa.

    Princpio da razoabilidade e proporcionalidade

    Os princpios da razoabilidade e

    proporcionalidade, como j observamos, so princpios implcitos

    na Constituio Federal e decorrem diretamente do princpio da

    legalidade, bem como do postulado do devido processo legal

    substantivo.

    Vale lembrar, ademais, que a Lei n 9.784/99

    positivou esses princpios, ao prescrever a observncia da

    adequao entre meios e fins (razoabilidade), vedada a

    imposio de obrigaes, restries e sanes em medida

    superior quelas estritamente necessrias ao atendimento do

    interesse pblico (proporcionalidade).

    De todo modo, necessrio ainda dizer que a Lei n

    9.784/99, lei que regula o processo administrativo no mbito

    federal, positivou diversos princpios que estavam implcitos no bojo

    da Constituio, estabelecendo o seguinte:

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    Art. 2 A Administrao Pblica obedecer, dentre outros,

    aos princpios da legalidade, finalidade, motivao,

    razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa,

    contraditrio, segurana jurdica, interesse pblico e

    eficincia.

    Princpio da continuidade

    O princpio da continuidade, princpio especfico da

    prestao dos servios pblicos, estabelece que em razo do

    atendimento das necessidades e anseios da coletividade, os servios

    pblicos no podem ser interrompidos, no podem sofrer lapso

    (intervalo) de continuidade.

    claro que, como se sabe, nenhum princpio

    absoluto, de modo que h casos em que ser possvel a paralisao.

    Todavia, trata-se de exceo regra, ou seja, os servios podero

    ser interrompidos nos seguintes casos:

    Desde que ocorra o prvio aviso:

    o Para fins de manuteno

    o Por razes de inadimplncia (falta de pagamento).

    Neste caso, o dbito deve ser atual, considerado

    este o at trs meses do aviso de corte. (se for

    dbito antigo, segundo entendimento do STJ no

    poder ocorrer a suspenso no fornecimento).

    Sem aviso prvio

    o Situaes emergenciais (catstrofes ou decorrentes

    de eventos da natureza ou caso fortuito/fora maior)

    Princpio da segurana jurdica

    O princpio da segurana jurdica, denominado por

    alguns de princpio da proteo da confiana (boa-f),

    estabelece a necessidade de estabilidade das relaes jurdicas em

    virtude do transcurso de tempo e da boa-f do administrado.

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    decorrncia desse princpio a decadncia, a

    prescrio, bem como os postulados constitucionais do direito

    adquirido, do ato jurdico perfeito e da coisa julgada.

    Esse princpio visto sob duas vertentes, a

    perspectiva de certeza, ou seja, no sentido de que as normas e

    regras so de conhecimento comum, e a perspectiva de estabilidade,

    isto , de que as relaes constitudas se consolidam com o tempo

    (segurana jurdica) e de que o administrado, por atuar de boa-f,

    no pode sofrer com atos da Administrao que venham no futuro a

    ser invalidados, j que gozam de presuno de legalidade.

    O prof. Carvalho Filho ainda indica o princpio da

    precauo, retirado do mbito do Direito Ambiental, mas que

    tambm j vem sendo adotado no mbito do Direito Administrativo,

    no sentido de que se determinadas condutas traz riscos para a

    coletividade a Administrao deve tomar medidas (preveno) para

    evitar que tais aes/eventos lhe geram danos.

    Por exemplo, se um empresrio que desenvolver um

    novo projeto empresarial (explorao de determinado componente)

    ao solicitar o alvar para funcionamento dessa atividade, a

    Administrao dever lhe cobrar os estudos necessrios para saber

    qual o impacto que essa explorao possa vir a causar na

    coletividade (precauo).

    Assim, vamos s questes.

    QUESTES COMENTADAS

    1. (AFCE TCU CESPE/2011) Segundo a doutrina

    administrativista, o direito administrativo o ramo do direito

    privado que tem por objeto os rgos, os agentes e as

    pessoas jurdicas administrativas que integram a

    administrao pblica, a atividade jurdica no contenciosa

    que esta exerce e os bens de que se utiliza para a consecuo

    de seus fins, de natureza pblica.

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    35 35

    Comentrio:

    Conforme ensina a prof. Di Pietro o Direito

    Administrativo o ramo do direito pblico que tem por objeto

    os rgos, agentes e pessoas jurdicas administrativas que

    integram a Administrao Pblica, a atividade jurdica no

    contenciosa que exerce e os bens de que se utiliza para a

    consecuo de seus fins, de natureza pblica.

    Portanto, o direito administrativo uma cincia

    jurdica que integra o ramo do direito pblico.

    Gabarito: Errado.

    2. (ANALISTA JUDICIRIO JUDICIRIA TRE/MS

    CESPE/2013) Dizer que o direito administrativo um ramo

    do direito pblico significa o mesmo que dizer que seu objeto

    est restrito a relaes jurdicas regidas pelo direito pblico.

    Comentrio:

    Embora o Direito Administrativo esteja alocado no

    ramo do direito pblico, seu objeto de estudo no se restringe s

    relaes jurdicas de direito pblico.

    O objeto do direito administrativo compreende todas

    as relaes internas da administrao pblica, as relaes entre

    administrao e administrado sejam regidas pelo direito pblico ou

    pelo direito privado, bem como as atividades desempenhadas pelos

    delegatrios de servios pblicos.

    Gabarito: Errado.

    3. (ANALISTA JUDICIRIO JUDICIRIA TRE/MS

    CESPE/2013) O Poder Executivo exerce, alm da funo

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    36 36

    administrativa, a denominada funo poltica de governo

    como, por exemplo, a elaborao de polticas pblicas, que

    tambm constituem objeto de estudo do direito

    administrativo.

    Comentrio:

    As polticas pblicas no so objeto de estudo do

    direito administrativo. Este tem por objeto o exerccio da funo

    administrativa, os rgos, agentes e entidades administrativas que

    integram a Administrao Pblica.

    Como bem destaca a Profa. Di Pietro, o direito

    administrativo tem por objeto os rgos, agentes e pessoas

    jurdicas administrativas que integram a Administrao

    Pblica, a atividade jurdica no contenciosa que exerce e os

    bens de que se utiliza para a consecuo de seus fins, de

    natureza pblica.

    Nesse sentido, sintetiza Vicente Paulo e Alexandrino,

    dizendo que o objeto do direito administrativo abrange todas

    as relaes internas administrao pblica entre os

    rgos e entidades administrativas, uns com os outros, e

    entre a administrao e seus agentes, estatutrios e

    celetistas -, todas as relaes entre a administrao e os

    administrados, regidas predominantemente pelo direito

    pblico ou pelo direito privado, bem como atividades de

    administrao pblica em sentido material exercidas por

    particulares sob regime de direito pblico, a exemplo da

    prestao de servios pblicos mediante contratos de

    concesso ou de permisso..

    Gabarito: Errado.

    4. (ENGENHEIRO INSS CESPE/2010) Apenas a lei, em

    sentido lato, pode ser tida como fonte de direito

    administrativo.

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    37 37

    Comentrio:

    A lei fonte direta e principal. Contudo, no a nica

    fonte, pois a jurisprudncia, os costumes e a doutrina tambm so

    fontes do direito administrativo.

    Gabarito: Errado.

    5. (ADMINISTRADOR TJ/RR CESPE/2012) A

    jurisprudncia, fonte no escrita do direito administrativo,

    obriga tanto a administrao pblica como o Poder Judicirio.

    Comentrio:

    A lei considerada a nica fonte escrita. As demais,

    ou seja, doutrina, costume e jurisprudncia so fontes no-escritas.

    Contudo, de fato, a jurisprudncia no tem fora

    cogente, ou seja, no obrigatria. Portanto, no obriga nem o

    Poder Judicirio e nem a Administrao Pblica, apenas devendo ser

    ressalvadas as smulas vinculantes ou as decises proferidas pelo

    STF em controle abstrato de constitucionalidade.

    Gabarito: Errado.

    6. (ANALISTA JUDICIRIO JUDICIRIA TRE/MS

    CESPE/2013) As decises judiciais com efeitos vinculantes ou

    eficcia erga omnes so consideradas fontes secundrias de

    direito administrativo, e no fontes principais.

    Comentrio:

    Embora a jurisprudncia seja fonte secundria, no se

    pode dizer isso das Smulas Vinculantes e das decises vinculantes,

    proferidas em controle abstrato de constitucionalidade, na medida

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    38 38

    em que vinculam a administrao pblica, devendo ser consideradas

    fontes primrias ou diretas.

    Gabarito: Errado.

    7. (FISCAL DA RECEITA ESTADUAL SEFAZ/AC

    CESPE/2009) Os costumes so fontes do direito

    administrativo, no importando se so contra legem, praeter

    legem ou secundum legem.

    Comentrio:

    O costume somente se aplica quando for secundum

    legem, ou seja, em conformidade com a Lei.

    Gabarito: Errado.

    8. (ACE TCU CESPE/2009) A CF, as leis complementares e

    ordinrias, os tratados internacionais e os regulamentos so

    exemplos de fontes do direito administrativo.

    Comentrio:

    De fato, a Constituio, as leis complementares e

    ordinrias, os tratados internacionais e os regulamentos so

    exemplos de fontes do direito administrativo.

    Gabarito: Certo.

    9. (DELEGADO DE POLCIA PC/AL CESPE/2012) Ocorre o

    fenmeno da desconcentrao quando o Estado desempenha

    algumas de suas funes por meio de outras pessoas

    jurdicas.

    Comentrio:

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    39 39

    O Estado uma pessoa jurdica. Assim, quando essa

    pessoa distribui competncias para outra pessoa, teremos a

    descentralizao, que poder ser poltica (distribui para outros entes

    polticos) ou administrativa (distribui para entidades

    administrativas).

    Gabarito: Errado.

    10. (TCNICO JUDICIRIO TRE/MS CESPE/2013) A

    centralizao a situao em que o Estado executa suas

    tarefas diretamente, por intermdio dos inmeros rgos e

    agentes administrativos que compem sua estrutura

    funcional.

    Comentrio:

    O fato de o Estado exercer suas funes por meio de

    diversos rgos o fenmeno da desconcentrao, que ocorre no

    mbito interno de uma mesma pessoa.

    No entanto, mesmo desconcentrado, o ente est

    centralizado, pois nada se menciona sobre a criao de outras

    entidades.

    Com efeito, a centralizao o movimento inverso da

    descentralizao. Ento, enquanto na descentralizao temos duas

    ou mais pessoas. Na centralizao temos uma s pessoa, que pode

    ou no estar desconcentrada.

    Gabarito: Certo.

    11. (TCNICO JUDICIRIO TRE/MS CESPE/2013) A

    chamada centralizao desconcentrada a atribuio

    administrativa cometida a uma nica pessoa jurdica dividida

    internamente em diversos rgos.

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    40 40

    Comentrio:

    Na centralizao temos uma s pessoa que exerce

    suas funes. Pode, essa pessoa, estar desconcentrada (ter diversos

    rgos) ou concentrada (no ter diversos rgos, ou seja, no ter

    diviso interna de suas atribuies entre rgos).

    Gabarito: Certo.

    12. (ANALISTA DE PLANEJAMENTO INPI CESPE/2013) O

    instituto da desconcentrao permite que as atribuies

    sejam distribudas entre rgos pblicos pertencentes a uma

    nica pessoa jurdica com vistas a alcanar uma melhora na

    estrutura organizacional. Assim, concentrao refere-se

    administrao direta; j desconcentrao, indireta.

    Comentrio:

    De fato, a desconcentrao permite que as atribuies

    sejam distribudas entre rgos pblicos pertencentes a uma nica

    pessoa jurdica com vistas a alcanar uma melhora na estrutura

    organizacional.

    Contudo, concentrao/desconcentrao tanto podem

    ser referir administrao direta ou indireta, pois se trata de

    organizao interna no mbito de uma mesma pessoa jurdica.

    Gabarito: Errado.

    13. (AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO - TCE/ES -

    CESPE/2012) Para que ocorra a descentralizao

    administrativa, necessria, pelo menos, a existncia de

    duas pessoas.

    Comentrio:

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    41 41

    A descentralizao administrativa pressupe sempre a

    existncia de duas ou mais pessoas, enquanto a desconcentrao

    pressupe uma s pessoa.

    Gabarito: Certo.

    14. (TCNICO JUDICIRIO TJ/RR CESPE/2012) Quando

    o Estado cria entidades dotadas de patrimnio e

    personalidade jurdica para propiciar melhorias em sua

    organizao, ocorre o que se denomina desconcentrao.

    Comentrio:

    A criao de pessoa jurdica pelo Estado distribuindo-

    lhe funo administrativa o fenmeno da descentralizao.

    Gabarito: Errado.

    15. (ANALISTA JUDICIRIO JUDICIRIA TRE/MT

    CESPE/2010) A descentralizao administrativa ocorre

    quando se distribuem competncias materiais entre unidades

    administrativas dotadas de personalidades jurdicas distintas.

    Comentrio:

    Na descentralizao administrativa ocorre a

    distribuio de competncias de uma pessoa jurdica para outra.

    Gabarito: Certo.

    16. (ANALISTA JUDICIRIO JUDICIRIA TRE/MT

    CESPE/2010) A criao de um ministrio na estrutura do

    Poder Executivo federal para tratar especificamente de

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    determinado assunto um exemplo de administrao

    descentralizada.

    Comentrio:

    Observe que os ministrios so rgos integrantes da

    estrutura da Unio (pessoa jurdica de direito pblico interno).

    Portanto, quando se criam rgos na estrutura de uma pessoa,

    estamos desconcentrando, e com isso diante da administrao

    desconcentrada.

    Gabarito: Errado.

    17. (DELEGADO DE POLCIA PC/BA CESPE/2013) A

    criao de nova secretaria por governador de estado

    caracteriza exemplo de descentralizao.

    Comentrio:

    Ento, a criao de uma secretaria de estado, isto ,

    criao de um rgo no mbito da Administrao direta, um

    exemplo de desconcentrao.

    Gabarito: Errado.

    18. (ESCRIVO DE POLCIA PC/ES CESPE/2011)

    Diferentemente da descentralizao, em que a transferncia

    de competncias se d para outra entidade, a

    desconcentrao processo eminentemente interno, em que

    um ou mais rgos substituem outro com o objetivo de

    melhorar e acelerar a prestao do servio pblico.

    Comentrio:

    Na descentralizao a transferncia de competncias

    se d para outra entidade, enquanto na desconcentrao, por ser

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    um processo eminentemente interno, um ou mais rgos substituem

    outro com o objetivo de melhorar e acelerar a prestao do servio

    pblico.

    Gabarito: Certo.

    19. (ANALISTA JUDICIRIO TJ/AL CESPE/2012) A

    delegao forma de efetivao da desconcentrao.

    Comentrio:

    No mbito da descentralizao administrativa teremos

    dois institutos importantes, a outorga (descentralizao legal) e

    a delegao (descentralizao por colaborao, contratual ou

    negocial).

    Na outorga, cria-se uma pessoa jurdica lhe

    transfere, por lei, o exerccio de determinada atividade

    administrativa, de modo que se torne especialista nesse ramo.

    Cuidado. Ressalva-se, no entanto, o entendimento do

    Prof. Carvalho Filho, para quem na outorga no h

    transferncia da titularidade, mas da prestao do servio

    que feita por lei.

    Na delegao, transfere-se, por ato ou contrato

    administrativo, a outra pessoa, fsica ou jurdica, a execuo de

    determinado servio pblico para que o execute por sua conta e

    risco, mas visando atender ao interesse pblico.

    Portanto, a outorga e a delegao so formas de

    descentralizao.

    Gabarito: Errado.

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    20. (ANALISTA JUDICIRIO JUDICIRIA TRE/ES

    CESPE/2011) A desconcentrao mantm os poderes e as

    atribuies na titularidade de um mesmo sujeito de direito,

    ao passo que a descentralizao os transfere para outro

    sujeito de direito distinto e autnomo, elevando o nmero de

    sujeitos titulares de poderes pblicos.

    Comentrio:

    De fato, a desconcentrao mantm os poderes e as

    atribuies na titularidade de um mesmo sujeito de direito, pois se

    trata de distribuio de atribuies no mbito de uma mesma pessoa

    jurdica.

    Contudo, conforme doutrina dominante, na

    descentralizao administrativa poder (outorga) ou no (delegao)

    haver a transferncia da titularidade para outro sujeito de direito,

    distinto e autnomo.

    Assim, embora haja divergncia doutrinria quanto

    transferncia da titularidade no caso de outorga, essa no ocorrer

    no caso de delegao, pois somente se transfere a execuo da

    atividade, motivo pelo qual a questo deveria ser considerada

    errada, j que a descentralizao administrativa no se resume

    descentralizao funcional, por servio ou tcnica.

    Nisso, chamo a ateno para que se tome muito

    cuidado, pois o CESPE, a depender do examinador, tem assumido

    posies contraditrias, ou seja, uma parte da Banca assume a

    posio de que transfere a titularidade (linha da Di Pietro) e

    outra parte assume a posio de que no se transfere a

    titularidade (linha do Carvalho Filho).

    Portanto, entendo que a questo deveria ter sido

    anulada, mas o CESPE a considerou correta.

    Gabarito: Certo. (*)

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    21. (ANALISTA JUDICIRIO EXECUO DE MANDADOS

    STM CESPE/2011) Quando o Estado processa a

    descentralizao do servio pblico por delegao contratual,

    ocorre apenas a transferncia da execuo do servio.

    Quando, entretanto, a descentralizao se faz por meio de lei,

    ocorre a transferncia no somente da execuo, mas

    tambm da titularidade do servio, que passa a pertencer

    pessoa jurdica incumbida de seu desempenho.

    Comentrio:

    Aqui o CESPE adotou o posicionamento do Carvalho

    Filho, que entende que na descentralizao administrativa

    (descentralizao legal ou outorga) tambm no h a transferncia

    da titularidade, pois foi conferida ao ente poltico pela Constituio.

    Portanto, para o prof. Carvalho Filho, a outorga

    tambm s ocorrer a transferncia da prestao do servio pblico,

    distinguindo-se da delegao no que diz respeito ao ato que

    determina a transferncia, que no caso da outorga ocorre por lei.

    Lembre-se, no entanto, como disse, que a

    posicionamento majoritrio na doutrina no sentido de que na

    outorga h a transferncia da titularidade e da prestao do servio.

    Gabarito: Errado.

    22. (AUXILIAR JUDICIRIO TJ/AL CESPE/2012) A

    descentralizao pode ser feita por meio de outorga ou

    delegao, meios de que dispe o poder pblico para

    transferir, por tempo determinado, a prestao de

    determinado servio pblico a ente pblico ou a particular.

    Comentrio:

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    Com efeito, no restam dvidas de que a

    descentralizao pode ocorrer mediante outorga (por lei) ou por

    delegao (por contrato ou ato administrativo), de modo a transferir

    a prestao de determinado servio pblico a ente administrativo ou

    a particular, contudo, poder ser por prazo determinado (contrato)

    ou no (outorga).

    Gabarito: Errado.

    23. (TODOS OS CARGOS MS CESPE/2010) A

    descentralizao administrativa efetiva-se por meio de

    outorga quando o Estado cria uma entidade e a ela transfere,

    por lei, determinado servio pblico.

    Comentrio:

    A descentralizao administrativa efetiva-se por meio

    de outorga, ou seja, quando o Estado cria uma entidade e a ela

    transfere, por lei, determinado servio pblico.

    Gabarito: Certo.

    24. (TCNICO JUDICIRIO TRE/MS CESPE/2013) A

    descentralizao administrativa ocorre quando uma pessoa

    poltica ou uma entidade da administrao indireta distribui

    competncias no mbito da prpria estrutura, a fim de tornar

    mais gil e eficiente a sua organizao administrativa e a

    prestao de servios.

    Comentrio:

    Na descentralizao administrativa temos duas ou

    mais pessoas. Portanto, quando ente (pessoa poltica) ou uma

    entidade (pessoa administrativa) distribui competncia na sua

    prpria estrutura, trata-se de desconcentrao.

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    Gabarito: Errado.

    25. (TCNICO JUDICIRIO TRE/MS CESPE/2013) A

    descentralizao a situao em que o Estado executa suas

    tarefas indiretamente, por meio da delegao de atividades a

    outros rgos despersonalizados dentro da estrutura interna

    da pessoa jurdica descentralizadora.

    Comentrio:

    Quando ocorre a delegao de atividades no mbito da

    prpria pessoa jurdica descentralizadora a outros rgos

    despersonalizados temos a desconcentrao administrativa.

    Gabarito: Errado.

    26. (TCNICO JUDICIRIO TJ/RR CESPE/2012) A

    administrao indireta abrange o conjunto de pessoas

    administrativas que, vinculadas administrao direta, tm o

    objetivo de desempenhar, de forma descentralizada, as

    atividades administrativas.

    Comentrio:

    De fato, a Administrao indireta abrange o conjunto

    de pessoas (entidades) administrativas, vinculadas Administrao

    direta, que tm por objetivo desempenhar, de forma

    descentralizada, as atividades administrativas.

    Gabarito: Certo.

    27. (AUXILIAR JUDICIRIO TJ/AL CESPE/2012) A

    administrao direta compreende os rgos que integram as

    pessoas polticas do Estado, aos quais se atribui competncia

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    para exerccio, de forma descentralizada, das atividades

    administrativas.

    Comentrio:

    De fato, a Administrao direta compreende os rgos

    que integram as pessoas polticas do Estado, aos quais se atribui

    competncia para exerccio das atividades administrativas. No

    entanto, de forma desconcentrada j que se trata de rgos que

    compem a mesma estrutura ou pessoa jurdica.

    Gabarito: Errado.

    28. (TCNICO JUDICIRIO TRE/BA CESPE/2010) A

    criao de uma autarquia para executar determinado servio

    pblico representa uma descentralizao das atividades

    estatais. Essa criao somente se promove por meio da

    edio de lei especfica para esse fim.

    Comentrio:

    Ento, a criao de qualquer entidade administrativa,

    ou seja, da prpria Administrao Pblica indireta, uma forma de

    descentralizao.

    Gabarito: Certo.

    29. (TCNICO ADMINISTRATIVO MPU CESPE/2013) A

    transferncia pelo poder pblico, por meio de contrato ou ato

    administrativo unilateral, apenas da execuo de

    determinado servio