42
Aula 00 Economia do Setor Público p/ TCE-CE (Analista e Técnico) Professores: Heber Carvalho, Jetro Coutinho

Aula 00

Embed Size (px)

DESCRIPTION

sf

Citation preview

  • Aula 00

    Economia do Setor Pblico p/ TCE-CE (Analista e Tcnico)Professores: Heber Carvalho, Jetro Coutinho

  • Economia do Setor Pblico para TCE-CE (Analista e Tcnico)

    Teoria e exerccios comentados

    Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00

    Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 41

    AULA 00 (demonstrativa) Pr-requisitos para aprender Tributao

    SUMRIO RESUMIDO PGINA Apresentao 01 1. Introduo 05 2. Demanda 05 3. Oferta 09 4. Equilbrio 12 5. Elasticidades 14 6. Uma viso sobre eficincia econmica 21 7. Resumo da aula 28 8. Questes comentadas 30 9. Lista de questes 38 10. Gabarito 41 Ol caros(as) amigos(as), com grande satisfao que lanamos este curso de Economia do Setor Pblico formatado especialmente para atender s necessidades daqueles que se preparam para o concurso de Analista e Tcnico de Controle Externo do Tribunal de Contas do Estado do Cear (TCE-CE).

    Comentaremos, principalmente, questes da FCC, que foi a

    banca escolhida para o concurso. Assim, nosso curso ser totalmente focado para esta banca. Nesta aula demonstrativa, voc poder atestar isso. Ainda estamos coletando as questes desta banca, mas podemos afirmar que teremos, no mnimo, 200 questes comentadas ao longo do curso (nmero considervel dadas as poucas aulas do nosso curso). Destas questes, mais da metade, com certeza, ser da FCC. E teremos questes recentssimas, do ano de 2015!

    Para quem no me conhece, meu nome Heber Carvalho, sou

    bacharel em Cincias Militares, formado pela AMAN (Academia Militar das Agulhas Negras). Aps pouco mais de 08 anos no Exrcito, fui aprovado no concurso para Auditor Fiscal do Municpio de So Paulo (AFTM-SP, 4. Lugar). Paralelamente, ministro aulas de Economia e matrias relacionadas (Economia do Trabalho, Economia Brasileira, Micro e Macroeconomia) em cursos preparatrios de So Paulo e outras capitais, no Eu Vou Passar e aqui no Estratgia Concursos. Tambm sou autor GROLYURMicroeconomia FacilitadaSXEOLFDGRSHODHGLWRUD0pWRGR

    E o meu nome Jetro Coutinho, sou bacharel em Administrao pela Universidade de Braslia (2011), ps-graduado em Direito Financeiro

  • Economia do Setor Pblico para TCE-CE (Analista e Tcnico)

    Teoria e exerccios comentados

    Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00

    Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 41

    e Tributrio e ps graduando em Direito Administrativo. Estudei para concursos desde o segundo semestre de 2009, quando fiz o concurso de Tcnico do Banco Central do Brasil, ainda durante o 4 semestre da faculdade. Aps tomar posse, conclu os estudos na UnB e, desde ento, venho estudando para um concurso especfico: o Tribunal de Contas da Unio. Nesse caminho, fui aprovado, dentro das vagas, para Analista de Finanas e Controle da Secretaria do Tesouro Nacional rea Econmico-Financeira. No entanto, aps trabalhar por 2,5 anos no Banco Central, no assumi o Tesouro, pois tomei posse no concurso que sempre sonhei: Auditor Federal de Controle Externo do Tribunal de Contas da Unio, concurso no qual fui aprovado em 13 lugar de um total de 18 vagas para Braslia. Isso aos 22 anos de idade.

    Falemos um pouco sobre o contedo e a metodologia de nosso curso comeando pelo primeiro (Analista). ECONOMIA DO SETOR PBLICO: Funes de governo na Economia:

    estabilizadora, distributiva, alocativa. Falhas de Mercado: externalidades, bens

    pblicos, competio imperfeita, recursos comuns. Princpios Econmicos de

    Tributao. Federalismo Fiscal. Dficit e Dvida Pblica.

    Para o cargo de TpFQLFRRHGLWDODSHQDVFRORFDDSDODYUDQRo}HVantes dos conceitos. Assim, temos os mesmos contedos previstos tanto para Analista quanto para Tcnico.

    Apesar do contedo no ser to grande, torna-se bastante difcil reunir uma bibliografia que cubra todos os tpicos do edital com o foco e a objetividade necessrios (fora que seriam necessrios uns 03 a 04 livros, no mnimo) ao bom concurseiro. Nossa proposta facilitar o seu trabalho e reunir toda a teoria e inmeros exerccios comentados, no que tange a todos estes assuntos em um s material. O curso contar com muitas questes da FCC, para que voc veja como o estilo da banca examinadora.

    Verificando as questes da FCC aplicadas de 2013 a 2015 (provas

    de Analista da Sefaz-PI, Auditor do ICMS/PE, Analista de Gesto Econmica, Analista de Desenvolvimento da Gesto (Economia), Consultoria Legislativa Oramento Pblico e Desenvolvimento Econmico, Economista da Fhemig, Economista da DPE/RS e Fiscal do ICMS/SP), podemos perceber que a FCC tem exigido um conhecimento terico bastante sedimentado. Ou seja, o aluno tem que, realmente, ter uma boa noo de todo o contedo. Outra observao importante em relao s provas da FCC que a maior parte das questes tem cobrado o conhecimento terico da matria (em detrimento das questes de clculo). No entanto, s vezes, entender os clculos expostos durante as

  • Economia do Setor Pblico para TCE-CE (Analista e Tcnico)

    Teoria e exerccios comentados

    Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00

    Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 3 de 41

    aulas, assim como os grficos, fundamental para o correto entendimento da teoria.

    Neste sentido, o nosso curso levar em conta as duas abordagens

    (terica e algbrica/grfica), e a lista de exerccios selecionada ao final de cada aula procurar trazer questes que treinam os dois lados do concurseiro: o lado terico, e aquele lado TXHH[LJHRVDOJHEULVPRV

    Nosso curso no exigir conhecimentos prvios. Portanto, se

    voc nunca estudou, ou est iniciando seus estudos em Economia, fique tranquilo pois nosso curso atender aos seus anseios perfeitamente. Se voc j estudou os temas, e apenas quer revis-los, o curso tambm ser bastante til, pela quantidade de exerccios comentados que teremos, o que lhe permitir uma excelente reviso do contedo. Em relao aos exerccios, sero, no mnimo, 200 questes comentadas, dentre as quais, pelo menos umas 100 sero da FCC.

    Este curso abordar todo o contedo abaixo descrito:

    AULA 00

    (19/04) Pr-requisitos para aprender Tributao.

    AULA 01

    (20/04) Princpios Econmicos de Tributao.

    AULA 02

    (27/04)

    Funes de governo na Economia: estabilizadora,

    distributiva, alocativa. Falhas de Mercado: externalidades,

    bens pblicos, competio imperfeita, recursos comuns.

    AULA 03

    (04/05) Dficit e Dvida Pblica.

    AULA 04

    (07/06) Federalismo Fiscal.

    Vamos comear o curso1 com temas de Microeconomia (aulas 00 a 01). Na aula 01, tambm veremos o contedo de Tributao que sempre aparece muito nas questes de provas da rea fiscal e em alguns concursos da rea de controle, como o caso do TCE-CE. Na demais aulas, estudaremos assuntos da Economia do Setor Pblico.

    Teremos, em mdia, 60 a 70 pginas totais por aula (algumas aulas

    podem chegar a 100 pginas). Mas sabemos que as aulas em PDF trazem

    1 A Microeconomia estuda as unidades de produo (empresas) e as unidades de consumo (famlias), individualmente ou em grupos. Ela estuda a interao entre firmas e consumidores e a maneira pela qual a produo e preo so determinados em mercados especficos.

  • Economia do Setor Pblico para TCE-CE (Analista e Tcnico)

    Teoria e exerccios comentados

    Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00

    Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 4 de 41

    muitas questes comentadas, resumos, lista das questes sem os comentrios, gabarito, etc, etc. Assim, de uma aula de 60 a 70 pginas, sobra mesmo uma mdia de 35 pginas de teoria pura por aula, j que o resto so aqueles itens citados no incio do pargrafo. Tambm ressaltamos que haver algumas aulas um pouco maiores (aula 01, por exemplo).

    Antes de comear a aula, segue 01 aviso: Este curso protegido por direitos autorais (copyright), nos termos da Lei 9.610/98, que altera, atualiza e consolida a legislao sobre direitos autorais e d outras providncias. Grupos de rateio e pirataria so clandestinos, violam a lei e prejudicam os professores que elaboram os cursos. Valorize o trabalho de nossa equipe adquirindo os cursos honestamente atravs do site Estratgia Concursos ;-) Agora sim, podemos comear. Todos prontos? Ento, aos estudos!

    E a, todos prontos? Ento, aos estudos!

  • Economia do Setor Pblico para TCE-CE (Analista e Tcnico)

    Teoria e exerccios comentados

    Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00

    Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 5 de 41

    1. INTRODUO Ol caros(as) amigos(as), Nesta aula 00, estudaremos os assXQWRV GHPDQGD RIHUWD HHODVWLFLGDGHV H DLQGD WHUHPRV XPD EUHYH QRomR GR TXH p HILFLrQFLDeconmica, tudo para que voc tenha condies de ter um excelente entendimento quando chegue finalmente no estudo da tributao, principalmente nos efeitos do impacto da carga tributria na atividade econmica e incidncia tributria. E a, todos prontos? Ento, aos estudos! 2. DEMANDA

    A demanda ou procura de um bem simplesmente a quantidade deste bem que os consumidores/compradores desejam adquirir a determinado preo, em determinado perodo de tempo.

    Dentro desta ideia, surge o conceito fundamental de curva de

    demanda de um bem. Ela informa, graficamente, a quantidade que os consumidores desejam comprar medida que muda o preo unitrio. A primeira pergunta que vem cabea a seguinte: Como seria esta curva?

    3DUDGHVFREULURMHLWRRXIRUPDWRGDFXUYDGHYHPRVVDEHUTXDOD

    relao que existe entre as variveis que constam no grfico em que ela est. No grfico da curva de demanda, temos a quantidade de bens demandados no eixo X (eixo horizontal ou eixo das abscissas), e temos o preo do bem no eixo Y (eixo vertical ou eixo das ordenadas), conforme vemos na figura 01. Ento, temos que descobrir qual a relao existente entre o preo do bem e a quantidade demandada.

    Imaginemos um bem qualquer. Vamos adotar, como exemplo, o

    bem Cerveja (Jetro: Nem dando aula o Heber esquece da cerveja...). O que aconteceria com a quantidade demandada de cervejas caso seu preo estivesse bastante baixo? O que aconteceria com a quantidade demandada de cervejas caso seu preo estivesse alto? As respostas so bastante bvias: teramos alta e baixa quantidade demandada, respectivamente.

    A concluso a que chegamos a seguinte: a quantidade

    demandada ou procurada de um bem varia inversamente em relao ao seu preo. Em outras palavras, quanto mais caro est o bem, menos ele demandado. Quanto mais barato est o bem, mais ele demandado. Esta

  • Economia do Setor Pblico para TCE-CE (Analista e Tcnico)

    Teoria e exerccios comentados

    Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00

    Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 6 de 41

    Preos

    Curva de demanda: QD = 14 2P

    6 A

    Figura 01

    B 2

    10 2 Quantidade de produtos

    a milenar lei da demanda, e qualquer um de ns quando vai ao mercado fazer compras aplica esta lei, ainda que implicitamente.

    Pois bem, voltando curva de demanda, como ela seria? Quando as

    duas variveis do grfico atuam em sentido inverso, isto , uma aumenta e a outra diminui e/ou vice-versa, como o caso dos preos e quantidades demandadas, a curva do grfico ter inclinao para baixo. Pegue como exemplo a seguinte funo de demanda (QD = quantidade demandada e P = preo) de cervejas e seu respectivo grfico: QD = 14 2P (esta equao apenas um exemplo)

    Veja que no ponto A o preo 6 e a quantidade demandada 2 cervejas (QD = 14 2P QD = 14 2.6 = 14 12 = 2). medida que reduzimos o preo de 6 para 2, a quantidade demandada aumentou de 2 para 10 (QD = 14 2P QD = 14 2.2 = 14 4 = 10). Ou seja, enquanto o preo cai, a quantidade demandada sobe. Temos uma relao inversa e quando isto acontece, a curva tem sua inclinao para baixo.

    Existem vrias outras maneiras de expressar que a curva tem sua

    inclinao para baixo e que existe uma relao inversa entre a varivel do eixo Y e a varivel do eixo X. Voc tem que estar familiarizado com todas estas nomenclaturas. Assim, podemos dizer que a curva de demanda tem inclinao para baixo, decrescente, descendente ou negativa.

    Do ponto de vista algbrico, sabemos que a curva de demanda ser

    decrescente pelo sinal negativo do nmero/coeficiente que multiplica alguma das variveis. Assim, na equao da demanda apresentada, QD = 14 2P, o sinal negativo que multiplica a varivel P (Preo) garante a relao inversa entre QD e P, indicando que quando uma varivel aumenta, a outra diminui e vice-versa, orientando, assim, a inclinao decrescente da curva de demanda.

    Voc pode estar se perguntando se esta regra ou lei (preo

    aumenta demanda cai) vlida indistintamente para todos os bens da

  • Economia do Setor Pblico para TCE-CE (Analista e Tcnico)

    Teoria e exerccios comentados

    Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00

    Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 7 de 41

    economia. Ser que existe algum tipo de bem cujos consumidores decidam aumentar a demanda a partir de um aumento de preo? Ou reduzir a demanda depois de uma reduo de preo? A resposta sim!

    Exceo lei da demanda: existe um tipo de bem que no

    obedece lei da demanda: o bem de Giffen. Ele a nica exceo para a lei da demanda. Para este bem, aumentos de preo geram aumentos de quantidade demandada e redues de preo geram reduo de quantidade demandada. Ento veja que as variveis preo e quantidade demandada caminham no mesmo sentido, indicando que a curva de demanda do bem de Giffen ter inclinao positiva, direta, ascendente ou crescente. O paradoxo de Giffen uma situao muito difcil de ser verificada na prtica. Como exemplo deste tipo de bem, temos os bens de baixo valor, mas que possuem elevada importncia no consumo do indivduo. Por exemplo, suponha uma situao em que temos uma famlia pobre diante da ocorrncia de um aumento no preo do po. Como a renda da famlia bastante baixa, o aumento do preo do po far com que sobre menos renda para o consumo de outros bens, de forma que a famlia optar por aumentar o consumo de pes. Neste caso singular, ocorre o paradoxo de Giffen e o po ser um bem de Giffen, pois o aumento de preos provocou aumento das quantidades demandadas. Vimos, ento, neste tpico que a quantidade demandada de um

    bem depende de seu preo e que essa relao inversa, ocasionando uma curva de demanda negativamente inclinada, decrescente, descendente ou com inclinao para baixo. Vimos tambm que o raciocnio deve ser inverso se o bem for de Giffen.

    2.1. Fatores que afetam a demanda

    A demanda de um bem depende de uma srie de outros fatores que

    vo alm simplesmente do preo deste bem: Preo: j visto no item de introduo Demanda.

    Renda do consumidor: na maioria das vezes, o aumento de

    renda provoca o aumento da demanda.

    Preos de outros bens: se o consumidor deseja adquirir arroz, ele tambm verificar o preo do feijo, j que o consumo destes bens associado. O mesmo ocorre com o preo do DVD e do aparelho de DVD. Quando o consumo de um bem associado ao consumo de outro bem, dizemos que estes bens so complementares. De forma oposta, quando o consumo de um bem substitui ou exclui o consumo de outro bem, dizemos que

  • Economia do Setor Pblico para TCE-CE (Analista e Tcnico)

    Teoria e exerccios comentados

    Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00

    Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 8 de 41

    estes bens so substitutos ou sucedneos. o que acontece, neste ltimo caso, com a manteiga e a margarina, refrigerante e suco, carne bovina e carne de frango, etc.

    Outros fatores: aqui entram os gostos, hbitos e expectativas

    dos consumidores que podem variar devido a inmeros fatores. Exemplos: a demanda de protetores solar aumenta no vero, a demanda de carvo para churrasco maior no Sul do Brasil, a demanda por camisas da seleo brasileira aumenta em poca de copa do mundo, a no realizao de concursos pblicos diminui a demanda de cursos, etc. Assim, podemos listar como outros fatores:

    1) Expectativas dos consumidores: quanto renda futura (se eles esperam que sua renda v aumentar, a demanda tende a aumentar). Quanto ao comportamento futuro dos preos (se eles esperam que os preos vo aumentar, a demanda tende a aumentar, para evitar comprar produtos mais caros no futuro). Quanto disponibilidade futura de bens (se o consumidor acredita que determinada mercadoria poder faltar futuramente no mercado, ele poder aumentar a demanda por esse bem, precavendo-se de sua falta no futuro).

    2) Mudana no nmero de consumidores no mercado: o aumento de consumidores aumenta a demanda pelo consumo de bens. Exemplo: os comerciantes de Campos do Jordo (SP) ou Gramado (RS) compreendem perfeitamente que, durante as frias escolares de inverno, no meio do ano, h substancial aumento da demanda por praticamente todos os servios locais. Isso ocorre devido ao aumento no nmero de consumidores. Com o trmino das frias, as famlias retornam s suas origens e a demanda pelos servios se reduz.

    3) Mudanas demogrficas: a demanda por muitos

    produtos est, por exemplo, estreitamente ligada composio etria da populao, bem como sua distribuio pelo pas. Exemplo: lugares onde a populao composta em sua maioria por jovens apresentaro maior demanda por produtos associados a esse pblico (calas jeans, restaurantes fast food, danceterias, etc).

    4) Mudanas climticas: a demanda por produtos

    estritamente ligados estao mais quente (culos de sol, sungas de banho, etc) so mais demandadas no vero e menos demandadas no inverno.

  • Economia do Setor Pblico para TCE-CE (Analista e Tcnico)

    Teoria e exerccios comentados

    Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00

    Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 9 de 41

    importante destacarmos que a demanda de um bem depende no s dos vrios fatores listados acima, mas, sobretudo, da ao conjunta deles. Para que os economistas consigam analisar a influncia de somente uma varivel na demanda, utiliza-se a suposio de que todas as outras variveis permanecem constantes. No jargo econmico utilizado o termo coeteris paribus, que quer dizer: todo o restante permanecendo constante.

    Por exemplo, ao afirmamos que o aumento da renda, coeteris

    paribus, aumenta a demanda de um bem, estamos afirmando que devemos considerar isoladamente o aumento de renda na demanda. Esta observao muito importante para questes de concursos pblicos. Assim, quando uma questo solicitar as implicaes sobre a demanda oriundas de algum acontecimento, deve-se raciocinar exclusivamente sobre aquele acontecimento em especial, supondo que todo o resto permanece constante.

    Para os objetivos de nosso curso, que apresentar apenas as

    noes da demanda que so necessrias para o entendimento da repartio tributria, acreditamos que isto que foi passado j est de bom tamanho2. Vejamos agora algumas noes sobre a oferta. 3. OFERTA A oferta de um bem simplesmente a quantidade deste bem que os produtores/vendedores desejam vender a determinado preo, em determinado perodo de tempo.

    Dentro desta ideia, surge o conceito fundamental de curva de oferta de um bem. Ela informa, graficamente, a quantidade que os vendedores desejam vender medida que muda o preo unitrio.

    Ns vimos, no estudo da curva de demanda, que quanto maior for o

    preo, menores sero as quantidades demandadas pelos consumidores. No entanto, do ponto de vista da oferta, devemos mudar a forma de raciocnio, isto porque quem dita a oferta so os produtores e no mais os consumidores.

    Do ponto de vista dos produtores, quanto maior for o preo de um

    bem melhor ser. Maiores preos indicam maiores lucros e maiores sero os incentivos para aumentar a produo. Desta forma, h uma relao diretamente proporcional entre os preos e as quantidades ofertadas.

    2 Se voc tambm est estudando para algum outro concurso que traga no edital alguns temas de

    Microeconomia, isto que foi passado em nossa aula bastante superficial. Mas, no caso do edital de Economia

    do TCE-CE, mais do que suficiente, tendo em vista que a FCC cobra somente itens de tributao, e no itens de Microeconomia. Neste caso, veremos apenas o essencial que ser necessrio para um adequado entendimento da tributao, da forma como exigida pela FCC.

  • Economia do Setor Pblico para TCE-CE (Analista e Tcnico)

    Teoria e exerccios comentados

    Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00

    Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 10 de 41

    Preos

    6 B

    Curva de oferta: QO = 1 + 2P

    Figura 02

    A 2

    13 5 Quantidade de produtos

    Assim, o grfico da curva de oferta ter inclinao para cima, ascendente, crescente ou positiva.

    Imagine a seguinte funo de oferta (QO = quantidade ofertada e P

    = preo) e seu respectivo grfico: QO = 1 + 2P (esta equao apenas um exemplo)

    Veja que no ponto A o preo 2 e a quantidade ofertada 5 (QO = 1 + 2P QO = 1 + 2.2 = 5). medida que aumentamos o preo de 2 para 6, a quantidade ofertada aumentou de 5 para 13 (QO = 1 + 2P QO = 1 + 2.6 = 13). Ou seja, enquanto o preo sobe, a quantidade ofertada sobe. Temos uma relao direta e quando isto acontece, a curva tem sua inclinao para cima, crescente ou ascendente.

    Do ponto de vista algbrico, sabemos que a curva de oferta ser

    ascendente pelo sinal positivo do nmero/coeficiente que multiplica as duas variveis. Assim, na equao de oferta apresentada, QO = 1 + 2P, o sinal positivo que acompanha as variveis QO e P garante a relao direta entre QO e P, indicando que, quando uma varivel aumenta, a outra tambm aumenta e vice-versa, orientando, assim, a inclinao crescente da curva de oferta.

    3.1. Fatores que afetam a oferta Similarmente demanda, a oferta influenciada por vrios fatores alm do preo:

    Preo do bem: j visto.

    Custos de produo: quanto maiores os custos de produo, menor o estmulo para ofertar o bem ao mesmo nvel de preos. Quanto menores os custos de produo, maior ser o estmulo

  • Economia do Setor Pblico para TCE-CE (Analista e Tcnico)

    Teoria e exerccios comentados

    Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00

    Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 11 de 41

    Aps o corte de tributos

    O1 O1 Fig. O2

    P

    Q1 Q2 Q1

    para ofertar o bem. Como principal exemplo de custos de produo (para o nosso curso), podemos apresentar os tributos. Outros custos de produo so: salrios dos empregados, taxas de juros, preo das matrias-primas, etc.

    Tecnologia: o aumento de tecnologia estimula o aumento da

    oferta, tendo em vista que o desenvolvimento da tecnologia, geralmente, implica redues do custo de produo e aumento da produtividade.

    Preos de outros bens: se os preos de outros bens (que usam

    o mesmo mtodo de produo) subirem enquanto o preo do bem X no se altera, obviamente, os produtores procuraro ofertar aquele bem que possui o maior preo e lhe trar maiores lucros.

    Outros fatores: aqui, a exemplo da demanda, temos uma

    infinidade de fatores que podem alterar a oferta. Apenas para citar um exemplo, uma superoferta de qualquer produto agrcola pode ter sido causada por uma excelente safra, devido a boas condies climticas no campo. Outro exemplo: a expectativa de aumento da demanda por um bem tambm leva os produtores a aumentar a oferta deste bem, visando maiores lucros (um produtor, meses antes do Natal, j comea a produzir mais mercadorias, em razo da expectativa de aumento da demanda durante o ms de dezembro).

    O que interessa para ns sabermos o seguinte. Alteraes nos

    custos de produo (dentre os quais esto os tributos), tecnologia, preos de outros bens e outros fatores provocam deslocamentos de toda a curva de oferta.

    Quando tivermos alguma alterao no sentido de aumentar a

    oferta, a curva de oferta como um todo ser deslocada para a direita. Exemplo: vejamos na figura 03 o que acontece com a curva de oferta caso o governa decida fazer um corte de tributos sobre a produo:

  • Economia do Setor Pblico para TCE-CE (Analista e Tcnico)

    Teoria e exerccios comentados

    Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00

    Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 12 de 41

    Curva de oferta Preos

    E PE Figura 04

    Curva de demanda Quantidade de produtos QE

    Observe que fatores que aumentem a oferta provocam deslocamentos para a direita. Se tivermos algum fator que provoque reduo de oferta (aumento de tributos, por exemplo), teremos que desloc-la para a esquerda.

    4. EQUILBRIO ENTRE DEMANDA E OFERTA Agora que estudamos a demanda e oferta de bens, podemos definir o preo e quantidade de equilbrio de mercado. importante destacar que qualquer resultado do mercado de bens, seja no preo ou quantidade de equilbrio, fruto da interao entre as foras de demanda e oferta. Parafraseando o economista Alfred Marshall, um dos pioneiros no estudo GDGHPDQGDHRIHUWDpQHFHVViULRWDQWRDGHPDQGDFRPRDRIHUWDSDUDdeterminar resultados econmicos, da mesma forma como so QHFHVViULDVDVGXDVOkPLQDVGHXPDWHVRXUDSDUDFRUWDUXPWHFLGR Pois bem, dadas duas curvas, uma de demanda e outra de oferta, o preo e a quantidade de equilbrio estaro exatamente no ponto onde a demanda iguala a oferta:

    No caso acima, o ponto E o ponto exato em que, a determinado nvel de preos, PE (Preo de equilbrio), as quantidades ofertadas so iguais s quantidades demandadas. Isto quer dizer que o mercado est em equilbrio, no h excesso de demanda nem de oferta.

    4.1. Alterando o equilbrio Agora que j temos as noes bsicas necessrias, vamos utilizar os conhecimentos adquiridos para saber quais os reflexos sobre o preo e quantidade de equilbrio aps o surgimento de fatores que alteram a demanda ou a oferta de bens. Veremos apenas dois exemplos para clarear o raciocnio. Sero exemplos envolvendo a tributao de um bem.

  • Economia do Setor Pblico para TCE-CE (Analista e Tcnico)

    Teoria e exerccios comentados

    Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00

    Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 13 de 41

    Novo equilbrio

    Figura 05

    Equilbrio inicial

    O2

    O1 O1 Preo

    s PE2 E2

    E1 PE1 E1 PE1

    D D Quantidade de produtos QE2 QE1 QE1

    Novo equilbrio O1 O1 Equilbrio

    inicial

    Figura 06

    Preos

    O2 E1 PE1 E1 PE1

    PE2 E2

    D D

    QE1 QE1 QE2

    Exemplo 1: Qual o efeito sobre preo e quantidade transacionada do bem X aps um aumento de tributao sobre a produo?

    Aumentos de tributao sobre a produo aumentam os custos de produo e, como estamos falando em produo, este aumento de tributos influencia a oferta e no a demanda. Mais precisamente, reduzir a oferta. Esta diminuio da oferta provoca deslocamento de toda a curva de oferta para a esquerda. Observe que, pelo fato da curva de oferta ser positivamente inclinada, ela ser deslocada para a esquerda e para cima (de O1 para O2). Como resultado deste deslocamento, temos um novo ponto de equilbrio E2, onde temos novo preo e quantidade de equilbrio, PE2 e QE2, respectivamente. Concluso: o aumento de tributao sobre a produo provoca aumento de preos e reduo de quantidades transacionadas. Exemplo 2: Qual o efeito sobre preo e quantidade transacionada do bem X aps uma reduo de tributao sobre a produo?

    Quantidade de produtos

  • Economia do Setor Pblico para TCE-CE (Analista e Tcnico)

    Teoria e exerccios comentados

    Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00

    Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 14 de 41

    A reduo de tributao afeta a produo, desta forma, influenciar a oferta, mais precisamente, haver aumento de oferta e a curva ser deslocada para a direita. Em virtude de a curva ser ascendente, ela, alm de se deslocar para a direita, ser deslocada tambm para baixo (de O1 para O2). Como resultado, teremos novo preo e quantidade de equilbrio, PE2 e QE2, respectivamente. Concluso: a reduo de tributao provocar reduo nos preos e aumento das quantidades transacionadas. 5. ELASTICIDADES Existem vrios tipos de elasticidade. Mas, para o nosso estudo, as nicas que interessam so a elasticidade preo da demanda (EPD) e da oferta (EPO). Seguem abaixo: 5.1. Elasticidade preo da demanda (EPD) Vimos que a demanda de um bem depende dos preos, renda do consumidor, preos de bens relacionados e outros fatores. De modo semelhante, a oferta de um bem depende dos preos, custos de produo, tecnologia e inmeros outros fatores. Por exemplo, se os preos dos computadores aumentam, a quantidade demandada cair e a quantidade ofertada de computadores aumentar. Contudo, muitas vezes desejamos saber quanto vai aumentar ou quanto vai cair a demanda ou a oferta. At que ponto a demanda por computadores poder ser afetada? Muito ou pouco? Se os preos aumentarem 20%, em quantos % a quantidade demandada diminuir? Qual seria a variao da oferta de computadores se os preos aumentassem 10%? Utilizamos as elasticidades para responder a perguntas como essas. Elasticidade, em economs, significa sensibilidade. A elasticidade mede quanto uma varivel pode ser afetada por outra.

    A elasticidade preo da demanda (EPD) indica a variao percentual da quantidade demandada de um produto em funo da variao percentual de 1% nos preos. De modo menos tcnico, a variao percentual da demanda de um bem em funo da variao percentual dos preos. Assim, temos:

    EPD = ? ?

    Onde 4 significa variao (Q2Q1), e 4 significa esta variao dividida pelo seu valor original para obtermos o percentual desta variao (exemplo: se tnhamos 20 e agora temos 24 bens demandados,

  • Economia do Setor Pblico para TCE-CE (Analista e Tcnico)

    Teoria e exerccios comentados

    Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00

    Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 15 de 41

    DEMANDA ELSTICA, EPD > 1

    DEMANDA INELSTICA, EPD < 1

    ELASTICIDADE UNITRIA, EPD = 1

    R 4 Mi D Q = 4/20 = 0,2 ou 20%). Assim, o desenvolvimento da expresso da EPD ser:

    EPD = ? ?

    A elasticidade preo da demanda geralmente um nmero negativo. Quando o preo de uma mercadoria aumenta, a quantidade demandada em gerDOFDLHGHVVDIRUPD43pQHJDWLYDHSRUWDQWREPD um valor negativo. Por isso, a situao comum nos referirmos magnitude da elasticidade preo da demanda isto , a seu valor absoluto, seu mdulo. Por exemplo, se EPD = -1, dizemos simplesmente que a elasticidade 1. Ou seja, a conveno simplesmente ignorarmos o sinal da EPD (pois j se sabe implicitamente que ele negativo... e chato ficar falando sempre que a elasticidade menos isso, ou menos aquilo). Observe na tabela abaixo o comportamento das quantidades demandadas dos bens A, B e C, quando aumentamos os seus respectivos preos:

    Tabela 1 Demanda de A Demanda de B Demanda de C PA QDA PB QDB PC QDC

    Momento 1 10 100 10 100 10 100 Momento 2 11 80 11 95 11 90

    Veja que, em todos os casos, aumentamos os preos dos produtos em 10%, mas as variaes nas quantidades demandadas foram diferentes. Isto significa que as elasticidades so diferentes para os trs bens, afinal cada bem reage de um jeito diferente s variaes nos preos. Segue abaixo o clculo das elasticidades:

    EPDA = ? ? ? ? ? ?

    EPDB = ? ? ? ? ? ? ? ?

    EPDC = ? ? ? ? ? ?

  • Economia do Setor Pblico para TCE-CE (Analista e Tcnico)

    Teoria e exerccios comentados

    Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00

    Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 16 de 41

    Veja que, dos trs bens, o mais sensvel variao de preos o bem A. O aumento de 10% nos preos reduziu as quantidades demandadas em 20%, ou seja, h bastante sensibilidade. Quando a EPD maior que 1, isto , a queda nas quantidades demandadas percentualmente superior ao aumento de preos, dizemos que a demanda elstica aos preos.

    J com relao ao bem B, o aumento de 10% nos preos provocou reduo de 5% nas quantidades demandadas, ou seja, h pouca sensibilidade. Quando EPD menor que 1, isto , a queda nas quantidades demandadas percentualmente inferior ao aumento de preos, dizemos que a demanda inelstica aos preos.

    Quando EPD igual 1, isto , a queda nas quantidades demandadas

    percentualmente igual ao aumento de preos, dizemos que a elasticidade preo da demanda unitria. importante ressaltar que o mesmo raciocnio vlido para redues nos preos, com a diferena, claro, que tais redues provocaro aumento nas quantidades demandadas ao invs de diminuio.

    As razes pelas quais as elasticidades preo demanda variam de um

    bem para outro so as mais variadas possveis. Alfred Marshall, importante economista do sculo XIX, estabeleceu as seguintes relaes existentes entre os bens e suas respectivas elasticidades:

    Quanto mais essencial o bem, mais inelstica (ou menos

    elstico) ser a sua demanda: se o bem for essencial para o consumidor, aumentos de preo iro provocar pouca reduo de demanda, ou seja, EPD ser menor que 1. Imagine, por exemplo, a insulina remdio para tratar o diabetes. evidente que se o preo deste bem aumentar no haver muita variao na demanda, pois um bem essencial para aquelas pessoas que o consomem.

    Quanto mais bens substitutos houver, mais elstica ser a sua demanda: se o bem tiver muitos substitutos, o aumento de seus preos far com que os consumidores adquiram os bens substitutos, desta forma, a diminuio das quantidades demandadas ser grande. Imagine, por exemplo, a margarina. Se o preo dela aumentar, naturalmente, as pessoas iro consumir mais manteiga, de modo que a diminuio das quantidades demandadas de margarina ser grande, ou seja, h alta elasticidade em caso da existncia de bens substitutos.

    Quanto menor o peso do bem no oramento, mais

    inelstico ser a demanda do bem: uma caneta das mais simples custa R$ 1,00 e pode durar bastante tempo (no para os

  • Economia do Setor Pblico para TCE-CE (Analista e Tcnico)

    Teoria e exerccios comentados

    Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00

    Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 17 de 41

    concurseiros!). Se seu preo aumentar para R$ 1,30, seu consumo no diminuir significativamente, pois o produto muito barato, quase irrelevante no oramento das famlias. Por outro lado, se o preo dos automveis aumentar 30%, haver grande reduo das quantidades demandadas.

    No longo prazo, a elasticidade preo da demanda tende a

    ser mais elevada que no curto prazo: um aumento de preos de determinado produto pode no causar significativas mudanas nas quantidades demandadas, a curto prazo, pois os consumidores levam um tempo para se ajustar ou para encontrar produtos substitutos. Por exemplo, se o preo do feijo aumentar, possvel que no curto prazo no haja grandes variaes na demanda; entretanto, no longo prazo, as donas de casa j tero desenvolvido novas receitas que no usem mais o feijo ou descoberto produtos substitutos (a lentilha, por H[HPSOR'HVWD IRUPDQR ORQJRSUD]RR4VHUiEHPPDLRUindicando maiores elasticidades no longo prazo.

    Quanto maior o nmero de possibilidades de usos de uma

    mercadoria, tanto maior ser sua elasticidade. Se um produto possui muitos usos, ento, ser natural que o nmero de substitutos que ele possui tambm seja alto. Assim, quanto mais usos tem um bem, maior a sua elasticidade. Por exemplo, um produto como a l que usada na produo de roupas, tapetes, estofamentos, e outros ter, para cada uso que possui, alguns substitutos. Se somarmos todos os seus usos, haver, no total, muitos substitutos, o que aumenta a sua elasticidade.

    5.1.1. A elasticidade preo e o grfico da demanda

    Para fins didticos, utilizamos curvas menos inclinadas (mais deitadas ou horizontais) para indicar alta elasticidade, e curvas mais inclinadas (mais verticais) para indicar pouca elasticidade. Veja abaixo:

  • Economia do Setor Pblico para TCE-CE (Analista e Tcnico)

    Teoria e exerccios comentados

    Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00

    Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 18 de 41

    Quantidade de produtos

    Preos

    P1

    Figura 07

    Q1 Q1

    P=P2-P1

    CURVAS DE DEMANDA ELSTICA E INELSTICA

    a) DEMANDA ELSTICA b) DEMANDA INELSTICA

    Q2 Q2

    P2

    Q=Q2-Q1

    Q=Q2-Q1

    9HMD TXH QD FXUYD D XPD SHTXHQD DOWHUDomR QRV SUHoRV 3pequeno) causou uma grande alterao nas quantidades demandadas 4JUDQGH 1DFXUYDEHVWDPHVPDDOWHUDomRGHSUHoRFDXVRXXPDDOWHUDomRQDVTXDQWLGDGHVGHPDQGDGDVEHPPHQRU4SHTXHQR,VWo , na curva a), a elasticidade preo da demanda alta, enquanto na curva b), a elasticidade baixa. Assim, para fins didticos, representamos curvas planas quando queremos mostrar alta elasticidade, e curvas mais verticais quando queremos representar baixa elasticidade. 5.1.2. Casos especiais da elasticidade preo da demanda

    A figura 08 apresenta dois casos especiais da elasticidade preo da demanda, casos que fogem regra. O grfico 08.a apresenta uma curva de demanda infinitamente elstica (EPD=1HVWHFDVRRVFRQVXPLGRUHVvo adquirir a quantidade que puderem (qualquer quantidade) a determinado preo, P*. No caso de um nfimo aumento nos preos, a quantidade demandada cai a zero (grande diminuio da quantidade demandada 4 JUDQGH H 3 SHTXeno); da mesma maneira, para qualquer nfima reduo de preo, a quantidade demandada aumenta de IRUPDLOLPLWDGD4JUDQGHH3SHTXHQR1RVGRLVFDVRVWHUHPRVXP4 EDVWDQWH DOWR GLYLGLGR SRU XP 3 tQILPR GH IRUPD TXH (PD ser bastante alta, tendendo ao infinito. O grfico 08.b apresenta uma curva de demanda completamente inelstica, os consumidores adquiriro uma quantidade fixa Q*, qualquer que seja o preo (como as quantidades demandadas sero sempre Q*, 4 FRPR4p(PD ser 0 tambm).

  • Economia do Setor Pblico para TCE-CE (Analista e Tcnico)

    Teoria e exerccios comentados

    Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00

    Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 19 de 41

    Qtde

    Preos

    D

    Figura 08

    Q*

    CASOS ESPECIAIS DA ELASTICIDADE PREO DA DEMANDA

    a) DEMANDA INFINITAMENTE ELSTICA

    b) DEMANDA COMPLETAMENTE INELSTICA

    P*

    D

    Estes dois conceitos so bastante tericos e bastante difcil visualizar algum exemplo prtico. No caso da demanda infinitamente elstica, podemos imaginar um produto com muitos substitutos e que seja transacionado em um mercado de concorrncia perfeita, em que qualquer aumento de preo far com que o produto perca toda sua demanda. No caso da demanda completamente inelstica (tambm chamada de demanda anelstica), podemos exemplificar atravs da visualizao de um remdio que no possui substitutos e que, caso os pacientes no o tomem, a morte ser certa. Assim, o mercado consumidor deste remdio consumir sempre a mesma quantidade, Q*, a qualquer nvel de preos. Nota cuidado para no confundir demanda anelstica com demanda inelstica. Anelasticidade significa ausncia de elasticidade (completamente inelstica), enquanto inelasticidade significa pouca elasticidade. 5.2. Elasticidade preo da oferta (EPO)

    Aqui, o raciocnio semelhante (na verdade, quase igual!) quele feito na anlise da elasticidade preo da demanda. A diferena que a elasticidade preo da oferta mede a sensibilidade da quantidade ofertada em resposta a mudanas de preo. A frmula a mesma, com a ressalva de que no numerador temos, em vez de as quantidades demandadas, as quantidades ofertadas. Assim:

    EPO = ? ?

    2QGH4O significa variao percentual das quantidades ofertadas

    H3VLJQLILFDYDULDomRSHUFHQWXDOGRVSUHoRV$RFRQWUiULRGD(PD, em

  • Economia do Setor Pblico para TCE-CE (Analista e Tcnico)

    Teoria e exerccios comentados

    Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00

    Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 20 de 41

    OFERTA ELSTICA, EPO > 1

    OFERTA INELSTICA, EPO < 1

    ELASTICIDADE UNITRIA, EPO = 1

    que temos resultados negativos e usamos o mdulo do coeficiente para expressar a elasticidade, na EPO, o resultado naturalmente positivo, j que h uma relao direta entre os preos dos produtos e as quantidades ofertadas. Quanto o preo aumenta, a quantidade ofertada tambm aumenta, e vice-versa.

    Observe na tabela abaixo o comportamento das quantidades

    ofertadas de A, B e C, quando aumentamos os seus respectivos preos:

    Tabela 3 Oferta de A Oferta de B Oferta de C PA QOA PB QOB PC QOC

    Momento 1 10 100 10 100 10 100 Momento 2 11 120 11 105 11 110

    Em todos os casos, aumentamos os preos dos produtos em 10%,

    mas as variaes na oferta foram diferentes, em virtude de distintas sensibilidades (elasticidades). Seguem os clculos:

    EPOA = ? ? ? ? ?

    EPOB = ? ? ? ? ? ?

    EPOC = ? ? ? ? ?

    5.2.1. Casos especiais da elasticidade preo da oferta

    A figura 09 apresenta dois casos especiais da elasticidade preo da oferta. O grfico 09.a apresenta uma curva de oferta infinitamente elstica (EPO=1HVWHFDVRRVSURGXWRUHVYmRRIHUWDUDTXDQWLGDGHTXHpuderem (qualquer quantidade) a determinado preo, P*. No caso de uma nfima reduo nos preos, a quantidade ofertada cai a zero (grande diminuio da quantidade ofertada 4 JUDQGH H 3 SHTXHQR; da mesma maneira, para qualquer nfimo aumento de preo, a quantidade RIHUWDGDDXPHQWDGHIRUPDLOLPLWDGD4JUDQGHH3SHTXHQR1RVGRLVFDVRVWHUHPRVXP4EDVWDQWHDOWRGLYLGLGRSRUXP3tQILPRGHIRUPDque EPO ser bastante alta, tendendo ao infinito.

  • Economia do Setor Pblico para TCE-CE (Analista e Tcnico)

    Teoria e exerccios comentados

    Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00

    Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 21 de 41

    Qtde

    Preos

    O

    Figura 09

    Q*

    CASOS ESPECIAIS DA ELASTICIDADE PREO DA OFERTA

    a) OFERTA INFINITAMENTE ELSTICA

    b) OFERTA COMPLETAMENTE INELSTICA

    P*

    O

    O grfico 09.b apresenta uma curva de demanda completamente inelstica (anelstica), os produtores ofertaro uma quantidade fixa Q*, qualquer que seja o preo (como as quantidades ofertadas sero sempre 44VHUiVHPSUHLJXDOD FRPR4 (PO ser 0 tambm).

    6. UMA VISO SOBRE EFICINCIA ECONMICA Neste item, teremos uma noo bastante rudimentar (mas necessria) sobre a eficincia econmica. Para tal, aprenderemos o que significam: excedente do consumidor, excedente do produtor e o timo de Pareto. 6.1. Excedente do consumidor Nas transaes de mercado, consumidores e produtores compram e vendem de acordo com o preo de equilbrio, que estabelecido pelas foras do mercado (foras da oferta e da demanda). Ou seja, o mercado que estabelece o preo das mercadorias. No entanto, para alguns consumidores, o preo determinado pelo mercado pode ser mais barato que aquele preo que estes consumidores estariam dispostos a pagar. Por exemplo, suponha que o preo de equilbrio de uma mercadoria seja R$ 5,00 e um determinado consumidor esteja disposto a pagar por este produto o valor de R$ 7,00. Neste caso, a compra deste produto, ao preo de mercado de R$ 5,00, trar um benefcio a este consumidor. A este benefcio chamamos de excedente do consumidor.

  • Economia do Setor Pblico para TCE-CE (Analista e Tcnico)

    Teoria e exerccios comentados

    Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00

    Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 22 de 41

    C

    Quantidade

    Preos

    EXCEDENTE DO CONSUMIDOR

    5

    Figura 10

    QE

    D

    O

    10

    7

    A

    B

    Consumidor A Consumidor B Consumidor C

    Assim, j podemos definir excedente do consumidor: o benefcio total que os consumidores recebem alm daquilo que pagam pela mercadoria. Em outras palavras: o que ele estaria disposto a pagar menos o que realmente pagou. Desta forma, percebemos que o excedente do consumidor uma espcie de medida de benefcio lquido, ou bem-estar do consumidor. Para facilitar a visualizao, verifique a figura 10, em que temos as curvas de demanda e oferta de um bem. Como o preo da mercadoria determinado pela interao entre demanda e oferta, o preo de mercado do bem aquele em que a curva de demanda intercepta a curva de oferta. Na figura 10, isto ocorre ao preo de R$ 5,00 e quantidade de equilbrio QE.

    Dentro da curva de demanda do mercado, existem alguns consumidores dispostos a pagar mais que o preo de mercado de R$ 5,00. O consumidor A, por exemplo, provavelmente d mais valor para esta mercadoria ou est precisando dela urgentemente. Dessa maneira, ele est disposto a pagar at R$ 10,00 por tal mercadoria. Entretanto, como o preo transacionado no mercado de R$ 5,00, seu benefcio lquido de R$ 5,00 (os R$ 10,00 que ele aceita pagar menos os R$ 5,00 que ele tem de pagar para obter o bem). O excedente do consumidor A , ento, R$ 5,00. O consumidor B d menos valor mercadoria que o consumidor A, no entanto, ainda d mais valor que aquele decidido pelo mercado. O consumidor aceita pagar at R$ 7,00 pelo bem, logo, desfruta de um benefcio no valor de R$ 2,00. O consumidor C d ao bem um valor exatamente igual a seu preo de mercado, R$ 5,00. Assim, para este

  • Economia do Setor Pblico para TCE-CE (Analista e Tcnico)

    Teoria e exerccios comentados

    Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00

    Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 23 de 41

    C

    Quantidade

    Preos

    5

    Figura 11

    QE

    D

    O

    Produtor A Produtor B Produtor C

    2

    4

    A

    B

    ltimo no h benefcio lquido (excedente) ao consumir o bem. Os consumidores localizados direita do ponto C da curva de demanda do a essa mercadoria um valor inferior a R$ 5,00. Este ltimo grupo simplesmente no adquirir o produto. Se quisermos medir o excedente de todos os consumidores em conjunto, ele ser exatamente a rea entre a curva de demanda, a linha do preo de mercado e o eixo vertical do grfico (a rea cinza claro da figura 10). Isto , o excedente igual rea acima do preo, mas abaixo da curva de demanda. Essa rea indica o benefcio lquido total dos consumidores, ou, em outras palavras, o excedente do consumidor ou o bem-estar dos consumidores neste mercado. 6.2. Excedente do produtor O excedente do produtor um conceito bastante parecido com o excedente do consumidor. Ele mede os ganhos dos produtores. Voltemos nossa anlise ainda para o mercado retratado na figura 10 e que agora reproduzido na figura 11. Nele, o preo de equilbrio R$ 5,00. No entanto, alguns produtores ainda produziriam suas mercadorias ainda que o preo de mercado fosse inferior.

    O produtor A, ainda que a mercadoria fosse vendida a apenas R$ 2,00, produziria o bem. A diferena entre o preo de mercado, R$ 5,00, e o preo que o faria produzir o bem, R$ 2,00, o excedente deste produtor. Ou seja, o benefcio lquido do produtor A R$ 3,00. Raciocinando de maneira anloga, o excedente do produtor B R$ 1,00

    EXCEDENTE DO PRODUTOR

  • Economia do Setor Pblico para TCE-CE (Analista e Tcnico)

    Teoria e exerccios comentados

    Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00

    Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 24 de 41

    E

    Quantidade

    Preos

    EXCEDENTE DO CONSUMIDOR

    Figura 12

    QE

    D

    O

    PE

    EXCEDENTE DO PRODUTOR

    (R$ 5,00 R$ 4,00). O excedente do produtor C NULO. Os produtores localizados direita do ponto C na curva de oferta no produziro o bem. Para o mercado como um todo, o excedente do produtor a rea acima da curva de oferta at a linha do preo de mercado (rea cinza escuro). Em outras palavras, a rea abaixo do preo, mas acima da curva de oferta. Essa rea indica o benefcio lquido total dos produtores, ou, em outras palavras, o excedente do produtor ou o bem-estar dos produtores neste mercado. 6.3. Eficincia Econmica Uma maneira de enxergamos a eficincia econmica atravs dos excedentes do consumidor e produtor. Veja a figura abaixo:

    Na figura acima, a situao de equilbrio de mercado, onde utiliza-se o preo (PE) decidido livremente pelas foras da oferta e da demanda, provoca uma situao tal em que os excedentes esto maximizados.

    Como o excedente do consumidor a rea abaixo da curva de demanda e o excedente do produtor a rea acima da curva de oferta, a situao acima, onde o mercado decide livremente o preo e quantidade, provoca uma situao de excedente total mximo. Isto tambm significa eficincia econmica.

    Se o governo impusesse um tributo, ou uma tarifa, haveria

    aumento de preos para os consumidores e reduo do preo lquido recebido pelo produtor. Tal fato provocaria, respectivamente, reduo dos excedentes do consumidor e do produtor, de tal forma que a imposio deste tributo ou tarifa seria ineficiente do ponto de vista econmico.

  • Economia do Setor Pblico para TCE-CE (Analista e Tcnico)

    Teoria e exerccios comentados

    Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00

    Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 25 de 41

    No estamos dizendo que a tributao seja ruim, pois um tributo

    necessrio, tendo em vista que o governo deve arrecadar recursos para investir em sade, educao, etc. Estamos apenas dizendo que seria ineficiente economicamente (apenas isso), pois os excedentes no estariam maximizados.

    Obs: mais frente em nosso curso, demonstraremos como um

    imposto sobre mercadorias reduz a eficincia econmica, impondo perdas aos consumidores e aos produtores.

    6.3.1. timo de Pareto Quando um mercado opera de modo perfeito ou eficiente

    (excedentes maximizados) WHPRV XPD VLWXDomR FKDPDGD timo de Pareto3 RX HILFLrQFLD GH 3DUHWR RX 3Dreto-HILFLHQWH RX HILFLrQFLDHFRQ{PLFDRXDLQGDHILFLrQFLDDORFDWLYD

    Em Economia, diz-se que uma alocao de recursos

    eficiente (timo de Pareto) quando no possvel melhorar a situao de algum sem piorar a de outra pessoa.

    Imagine uma economia com apenas dois consumidores (Teodsio e

    Tibrio) e alguma quantidade de apenas dois bens (10 litros de cerveja; e 10 litros de suco). Suponha que Teodsio, bomio que , atinge seu bem estar mximo (utilidade mxima) quando ele consome todos os 10 litros GHFHUYHMD-i7LEpULRGDJHUDomRVD~GHJRVWDPDLVGHVXFRHDWLQJHsua utilidade mxima quando consome todos os 10 litros de suco. Ento, podemos entender que esta economia estar em timo de Pareto quando Teodsio consumir 10 litros de cerveja e Tibrio consumir 10 litros de suco. Nesta situao, teremos eficincia econmica.

    Observe que, dadas as condies existentes (apenas dois

    consumidores e apenas dois bens: 10L de cerveja, 10L de suco), se estivermos em uma situao de timo de Pareto, ser impossvel melhorar a situao de um dos consumidores sem piorar a situao do outro consumidor.

    Por exemplo, se Teodsio der 1L de cerveja para Tibrio, este ltimo ficar melhor, pois, alm de 10L de suco, ter mais 1L de cerveja. No entanto, Teodsio ficar em situao pior, pois ter nesse momento apenas 9L de cerveja e no 10L, como tanto gostaria. exatamente

    3 A expresso em homenagem ao economista Vilfredo Pareto (1848-1923), que foi um dos primeiros a examinar as implicaes do conceito de eficincia.

  • Economia do Setor Pblico para TCE-CE (Analista e Tcnico)

    Teoria e exerccios comentados

    Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00

    Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 26 de 41

    essa a ideia do timo de Pareto: impossvel melhorar a situao de algum sem piorar a situao de outrem. Agora, imagine que Teodsio tenha 5L de cerveja e Tibrio tambm tenha apenas 5L de suco. Suponha que seja acrescentado ao consumo de cada um mais 1L de cerveja e suco, respectivamente (isso possvel, pois na nossa suposio inicial tnhamos disponveis nesta economia 10L de cerveja e 10L de suco). Aps o acrscimo de 1L de cerveja e suco, Teodsio e Tibrio ficaro, respectivamente, com 6L de cerveja e suco. Ou seja, os dois tero melhorado. Como foi possvel haver a melhora de ambos, ento, aquela situao preexistente (5L de cerveja e 5L suco para Teodsio e Tibrio, respectivamente) no pode ser um timo de Pareto, pois se o fosse, a melhora do bem-estar de um estaria condicionada, obrigatoriamente, piora do bem-estar do outro. A situao narrada no incio do pargrafo anterior chamada de melhoria de Pareto, cuja definio a seguinte: se pudermos encontrar uma forma de melhorar a situao de uma pessoa sem piorar a de nenhum outra, teremos uma melhoria de Pareto. Neste caso, a melhoria de Pareto significou uma melhora de bem-estar de algum sem implicar piora de bem-HVWDUGHRXWUHP2XVHMDGRSRQWRGHYLVWDJHUDORXWRWDOREHPHVWDUPHOKRURX3RULVVRDQRPHQFODWXUDPHOKRULDGH3DUHWR 3RU RXWUR ODGR TXDQGR HVWDPRV HP XP yWLPR GH 3DUHWR Miestamos no mximo de bem-HVWDUWRWDO ORJRp LPSRVVtYHOPHOKRUDUDsituao de algum sem piorar a de outrem.

    1mR FRQIXQGD yWLPR GH 3DUHWR FRP PHOKRULD GH3DUHWR O primeiro significa uma situao de eficincia econmica, enquanto o segundo significa apenas uma situao de melhoria de bem-estar total, a partir de uma situao ineficiente economicamente.

    Observe que se uma alocao permite uma melhoria de Pareto, ento, ela ineficiente no sentido de Pareto. Por outro lado, se uma alocao no permite uma melhoria de Pareto, ento, ela eficiente no sentido de Pareto. Uma alocao ineficiente carrega em si a possibilidade de que h alguma forma de melhorar a situao de algum sem prejudicar ningum mais. E isto uma caracterstica indesejvel (o desejvel mesmo que estivssemos em um timo de Pareto, onde j atingimos o mximo bem-estar total, onde impossvel melhorar a situao de algum sem prejudicar outra pessoa).

  • Economia do Setor Pblico para TCE-CE (Analista e Tcnico)

    Teoria e exerccios comentados

    Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00

    Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 27 de 41

    Tambm devemos ressaltar a interessante questo que envolve os conceitos de eficincia e equidade. Deve ficar bem claro na sua cabea que eficincia no implica obrigatoriamente equidade e vice-versa. Por exemplo, no nosso exemplo envolvendo Tibrio e Teodsio, temos uma situao em que a repartio do consumo dos dois bens no igualitria, mas, mesmo assim, pode ser eficiente economicamente. Assim, entenda que equidade no quer dizer eficincia. Podemos ter equidade e eficincia juntas, mas isso no necessariamente uma regra.

    Ou seja, percebe-se que realmente a eficincia econmica um FULWpULR VHPDOPDSRLVQmR OHYDHPFRQWDDVSHFWRVGHGLVWULEXLomRGHrenda ou recursos. Segundo a eficincia econmica, o importante haver a situao de timo de Pareto e/ou os excedentes estarem maximizados, no importando se a distribuio de recursos equitativa ou no.

    ............... Meus caros, com isso, terminamos de aprender os pr-requisitos necessrios para um bom entendimento da questo envolvendo a tributao. Agora, s estudar a aula 01 (Tributao)!

    ...................

    Bem pessoal, por hoje s!

    Esperamos que tenham gostado da nossa aula demonstrativa. Vemo-nos na aula 01.

    Abraos e bons estudos!

    Heber Carvalho e Jetro Coutinho

  • Economia do Setor Pblico para TCE-CE (Analista e Tcnico)

    Teoria e exerccios comentados

    Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00

    Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 28 de 41

    RESUMO DA AULA

    OFERTA

    - positivamente inclinada, o que significa que h uma relao direta entre quantidade ofertada e preo. - Fatores que afetam a oferta: Preo: Deslocamento AO LONGO da curva. Se o preo subir, a quantidade ofertada aumenta. Custo de produo: Quanto maiores os custos de produo, menor a oferta. Deslocamento DA curva. Tecnologia: Aumento de tecnologia estimula aumento da oferta, pois h aumento de produtividade. Deslocamento DA curva. Preos de outros bens: Se os preos de outros bens subirem enquanto o preo do bem X no se altera, os produtores procuraro ofertar o bem com maior preo. Deslocamento DA curva. Outros fatores: Expectativas dos produtores quanto ao aumento da demanda, por exemplo. Deslocamento DA curva.

    DEMANDA

    - Regra geral, negativamente inclinada, o que significa que a quantidade demandada varia inversamente em relao ao preo. Exceo lei da demanda: Bem de Giffen. - Fatores que afetam a demanda: Preo: Deslocamento AO LONGO da curva. Se o preo subir, a quantidade demandada cai e vice-versa. Renda: Regra geral, aumento de renda provoca aumento da demanda. Deslocamento DA curva. Se o bem for normal, aumento de renda causa aumento da demanda. Se o bem for inferior, aumento de renda causa reduo da demanda. Outros fatores: Expectativas dos consumidores (quanto renda, aos preos futuros e disponibilidade futura de bens); Mudana no nmero de consumidores no mercado; Mudanas Demogrficas e Climticas. Deslocamento DA curva

  • Economia do Setor Pblico para TCE-CE (Analista e Tcnico)

    Teoria e exerccios comentados

    Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00

    Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 29 de 41

    E

    Quantidade

    Preos

    EXCEDENTE DO CONSUMIDOR

    QE

    D

    O

    PE

    EXCEDENTE DO PRODUTOR

    Elasticidade

    EPD = ? ? ? ? ? ?

    Quanto mais essencial o bem, mais inelstica ser sua demanda; Quanto mais bens substitutos houver, mais elstica ser sua demanda; Quanto menor o peso do bem no oramento, mais inelstica ser a demanda do bem; No longo prazo, a elasticidade preo da demanda tende a ser mais elevada que no curto

    prazo;

    Eficincia Econmica

    timo de Pareto: Situao de eficincia econmica onde no possvel melhorar o bem estar de algum sem piorar o de outro;

    A eficincia econmica tambm pode ser enxergada por meio da maximizao dos excedentes do consumidor e do produtor.

    A introduo de um imposto em um mercado eficiente reduz os excedentes do consumidor e do produtor. Ou seja, a imposio de um tributo ineficiente economicamente.

  • Economia do Setor Pblico para TCE-CE (Analista e Tcnico)

    Teoria e exerccios comentados

    Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00

    Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 30 de 41

    EXERCCIOS COMENTADOS

    01. (FCC AFTE ICMS/RJ 2014) Os formuladores de polticas pblicas, muitas vezes, desejam influenciar a quantidade de cigarros consumidos pela populao em funo dos efeitos adversos do fumo sobre a sade. A poltica por eles utilizada pode atingir esse objetivo de duas maneiras:

    I. Comunicados pblicos, alertas obrigatrios nas embalagens de cigarros e proibio de publicidade de cigarros na Televiso e em Rdio.

    II. Elevao do imposto sobre fabricao e consumo dos cigarros.

    A Curva de Demanda ter, de acordo com as polticas I e II utilizadas, os comportamentos expressos em:

    Poltica I Poltica II A) Resulta em um movimento ao

    longo da curva de demanda. Desloca a curva de demanda para a direita.

    B) Desloca a curva de demanda para a esquerda.

    Resulta em um movimento ao longo da curva de demanda.

    C) Desloca a curva de demanda para a direita.

    Desloca a curva de demanda para a direita.

    D) Resulta em um movimento ao longo da curva de demanda.

    Desloca a curva de demanda para a esquerda.

    E) Desloca a curva de demanda para a direita.

    Resulta em um movimento ao longo da curva de demanda.

    Comentrios:

    Observe que o enunciado quer saber o que vai acontecer com a curva de demanda.

    Pois bem, a poltica I vai atuar nos gostos e preferncias dos consumidores, fazendo a curva de demanda ser deslocada por inteiro para a esquerda. S por a, j matvamos a questo. Gabarito: letra B.

    A poltica II atua sobre a curva de oferta. O imposto deslocar a curva de oferta para cima e para a esquerda (e a curva de demanda vai ficar no mesmo lugar). Observe que, ao deslocarmos a curva de oferta, estamos tambm nos deslocando ao longo da curva de demanda. O ponto de equilbrio vai mudar, se deslocando ao longo da curva de demanda.

    Gabarito: B

  • Economia do Setor Pblico para TCE-CE (Analista e Tcnico)

    Teoria e exerccios comentados

    Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00

    Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 31 de 41

    02. (FCC AFTE ICMS/RJ 2014) Considere as seguintes assertivas relativas elaVWLFLGDGHSUHoRGDGHPDQGD I. A demanda considerada elstica quando a elasticidade maior que 1, o que significa que a quantidade varia proporcionalmente mais que o preo.

    II. A demanda considerada inelstica quando a elasticidade menor que 1, o que significa que a quantidade varia proporcionalmente menos que o preo.

    III. Quanto mais horizontal for uma curva de demanda que passa por determinado ponto, menor ser a elasticidade-preo da demanda.

    IV. Quanto mais vertical for uma curva de demanda que passa por determinado ponto, maior ser a elasticidade-preo da demanda.

    Est correto o que se afirma em

    (A) I, II, III e IV.

    (B) I e II, apenas.

    (C) III e IV, apenas.

    (D) I e III, apenas.

    (E) II e IV, apenas.

    Comentrios:

    A assertiva III errada, pois curvas mais horizontais indicam maior elasticidade preo da demanda. Conforme vimos na figura 06.

    Por fim, a assertiva IV est errada, pois, quanto mais vertical a curva de demanda, menor ser elasticidade preo da demanda.

    Gabarito: B

    03. (FCC Analista de Regulao Economista ARCE 2012) - A curva de demanda $HPKLSyWHVHDOJXPDSRGHUiWHULQFOLQDF mRSRVLWLYD %WHPVXDHODVWLFLGDGH-SUHFRGHWHUPLQDGDSHORQtYHOJHUDOGHSUHF os da economia. &SRGHVHGHVORFDUHPIXQF mRGHDOWHUDF }HVQDUHQGDGRFRQVXPLGRU 'QmRDOWHUDVXDSRVLF mRHPIXQF mRGDPRGLILFDF mRQRVSUHF os de bens substitutos e complementares.

  • Economia do Setor Pblico para TCE-CE (Analista e Tcnico)

    Teoria e exerccios comentados

    Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00

    Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 32 de 41

    (WHPHODVWLFLGDGH-SUHFo constante, qualquer que seja o seu formato. Comentrios: a) Incorreta. A curva de demanda poder ter, em casos raros, inclinao positiva. Isto acontece quando temos um bem de Giffen (aquele bem FXMRSUHoRHTXDQWLGDGHGHPDQGDGDVmRSRVLWLYDPHQWHUHODFLRQDGRV b) Incorreta. A curva de demanda tem sua elasticidade preo determinada pelo preo do bem de que trata a curva de demanda (no pelo ndice geral de preos da economia). Esse ndice geral de preos mostra o nvel de preos dos bens de toda a economia (todos os bens), de uma forma total, agregada. c) Correta. d) Incorreta. Vimos que alteraes nos preos de bens relacionados (substitutos ou complementares) so fatores que fazem a curva de demanda ser deslocada. e) Incorreta. A nica curva de demanda que elasticidade preo constante a que possui o formato em hiprbole equiltera, mas essa relao no cai no nosso concurso. Gabarito: C 04. ()&&$QDOLVWD7UDLQHH(FRQRPLVWD0(752-8PDFXUYDGHGHPDQGDWHPHODVWLFLGDGHFRQVWDQWHHLJXDOHPPyGXORD 8P DXPHQWR GR SUHF R GH HTXLOtEULR SURYRFDUi QHVVHmercado, $GLPLQXLFmRGRJDVWRWRWDOGRVFRQVXPLGRUHVFRPREHP (B) rHGXFmR GD TXDQtidade procurada menor, percenWXDOPHQWH TXH RDXPHQWRGRSUHFo. (C) aumento da receita total dos produtores. ' DXPHQWR GD TXDQWLGDGH SURFXUDGD HP SHUFHQWXDO PDLRU TXH RDXPHQWRGRSUHFo. (DPD[LPL]DF mRGDUHFHLWDGRVSURGXWRUHV Comentrios: Se o bem possui demanda elstica (maior, em valor absoluto, que 01 unidade), ento, um aumento de preo provoca reduo no gasto total dos consumidores ou na receita total dos produtores. Est correta, portanto, a letra A. Isto acontece porque a reduo na quantidade demandada ser superior em percentual ao aumento de preos. Gabarito: A

  • Economia do Setor Pblico para TCE-CE (Analista e Tcnico)

    Teoria e exerccios comentados

    Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00

    Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 33 de 41

    05. (FCC Analista de Planejamento e Oramento SEFAZ/SP 2010) - Alteraes no preo de um bem comercializado em uma estrutura de mercado de concorrncia perfeita ocorrem (A) ao longo da curva de demanda, quando se modifica a quantidade de consumidores no mercado. (B) em funo de deslocamentos da curva de demanda, quando se altera a renda dos consumidores. (C) ao longo da curva de demanda, quando se altera o preo de bens complementares. (D) em funo de deslocamentos da curva de demanda, quando se altera o preo dos insumos de produo desse bem. (E) ao longo da curva de demanda, quando se modificam as preferncias dos consumidores. COMENTRIOS: Por alternativas, a) Incorreta. Quando se modifica a quantidade de consumidores no mercado, ocorre deslocamento de toda a curva de demanda e no ao longo dela. b) Correta. Quando se altera a renda dos consumidores ocorre deslocamento da curva de demanda, o que provoca alteraes no preo de um bem comercializado, conforme nos cita o enunciado da questo. c) Incorreta. Quando se altera o preo de bens complementares, h deslocamento de toda a curva de demanda e no ao longo dela. d) Incorreta. Quando se altera o preo dos insumos de produo do bem, h deslocamento da curva de oferta e no da curva de demanda. e) Incorreta. Quando se modificam as preferncias dos consumidores, h deslocamento de toda a curva de demanda. GABARITO: B 06. (FCC Auditor - TCE/AL - 2008) - Se a elasticidade preo da demanda por cigarros for igual a menos 0.4, isto significa que: a) um aumento de preo dos cigarros reduz a receita total auferida pelos produtores de cigarro. b) os aumentos na renda do consumidor aumentam em 0.4% a demanda por cigarros. c) se o preo de cigarros aumentar 10%, a quantidade demandada por cigarros vai diminuir em 8%. d) se o preo de cigarros aumentar 4%, a quantidade demandada por cigarros vai diminuir em 10%.

  • Economia do Setor Pblico para TCE-CE (Analista e Tcnico)

    Teoria e exerccios comentados

    Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00

    Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 34 de 41

    e) se o preo de cigarros aumentar, a quantidade demandada por cigarros vai diminuir, embora percentualmente menos que o aumento dos preos. COMENTRIOS: A EPD do cigarro menor que 1, logo, inelstica. Assim, caso o preo aumente, haver reduo na quantidade demandada, porm, esta reduo ser em percentual menor que o aumento de preo, j que EPD

  • Economia do Setor Pblico para TCE-CE (Analista e Tcnico)

    Teoria e exerccios comentados

    Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00

    Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 35 de 41

    08 )&& $QDOLVWD 7UDLQHH (FRQRPLD 0(752 - $FXUYDGHGHPDQGDGHPHUFDGRGHXPEHPQRUPDOVHGHVORFDSDUDDHVTXHUGDGHVXDSRVLF mRRULJLQDO8PDGDVFDXVDVSRVVtYHLVpRaumento do $SUHFo do bem substituto. (B) poder aquisitivo real dos consumidores. &Q~PHURGHFRQVXPLGRUHV 'SUHFRGRSUySULREHP (SUHF o de um bem complementar. Comentrios: A nica correta a letra E. O aumento do preo do bem complementar faz a quantidade demandada deste bem diminuir. Logo, a demanda do bem que lhe complementar tambm vai diminuir, de tal maneira que a curva de demanda ser deslocada para a esquerda de sua posio original. O aumento dos fatores listados nas alternativas A, B e C fazem a curva de demanda ser deslocada para a direita. J o aumente do preo (letra D) no desloca a curva de demanda de sua posio original (ela fica no mesmo lugar). Gabarito: E 09. (FCC - Analista - MPU - 2007) - Em relao elasticidade-preo da demanda, correto afirmar que: a) quanto maior o nmero de substitutos do bem, sua demanda tende a ser menos elstica. b) se a demanda for inelstica, a variao percentual da quantidade procurada maior, em mdulo, que a do preo de mercado. c) se a curva de demanda do bem for linear, a elasticidade-preo constante qualquer que seja o preo de mercado. d) quanto maior a essencialidade do bem para o consumidor, mais elstica ser sua demanda. e) se a demanda for elstica, um aumento do preo de mercado tender a reduzir a receita total dos produtores. COMENTRIOS: Vamos s alternativas, a) Incorreta. Quanto maior o nmero de substitutos do bem, sua demanda tende a ser mais elstica. b) Incorreta. Se a demanda for inelstica, a variao percentual da quantidade procurada menor, em mdulo, que a do preo de mercado.

  • Economia do Setor Pblico para TCE-CE (Analista e Tcnico)

    Teoria e exerccios comentados

    Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00

    Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 36 de 41

    c) Incorreta. Se a curva de demanda do bem for linear, a elasticidade-preo varivel qualquer que seja o preo de mercado. d) Incorreta. Quanto maior a essencialidade do bem para o consumidor, mais inelstica ser sua demanda. e) Correta. Se a demanda elstica, o aumento de preo reduz a quantidade demandada em proporo superior ao aumento de preo. Como RT=PxQ, e Q diminui mais que proporcionalmente ao aumento de P, haver reduo de RT. GABARITO: E 10. (FCC - Analista - MPU - 2007) - O deslocamento para a esquerda da curva de oferta de um bem num mercado de concorrncia perfeita pode ser ocasionado, tudo o mais constante, por a) uma diminuio do preo do bem substituto. b) um aumento do nmero de consumidores do bem. c) um aumento do preo do bem complementar. d) uma reduo dos preos dos insumos utilizados em sua fabricao. e) um aumento da tributao indireta. COMENTRIOS: As alternativas a, b e c deslocam a curva de demanda de um bem e no a curva de oferta. A reduo dos preos dos insumos (assertiva D) estimula a oferta, deslocando-a para a direita. Por outro lado, o aumento da tributao indireta desestimula a oferta, deslocando-a para a esquerda. Nota Ns temos a tributao direta e a indireta. A direta aquela em que os tributos incidem sobre as pessoas e/ou patrimnio, enquanto a indireta aquela em que eles incidem sobre a produo. So exemplos de tributos diretos: Imposto de renda, IPTU, IPVA, etc. Tributos indiretos: IPI, ICMS, ISS. Nesse sentido, a tributao que influencia a oferta a tributao indireta, uma vez que so os tributos indiretos que incidem sobre a produo, alterando a oferta. Os tributos diretos alteram a demanda, atravs da influncia que exercem sobre a renda. Por exemplo, o aumento da alquota do Imposto de renda tende a deslocar a curva de demanda para a esquerda, porque o mesmo que reduo de renda do consumidor. Assim, os tributos diretos influenciam a demanda, enquanto os indiretos influenciam a oferta. Se a questo no mencionar expressamente qual o tipo de tributo, raciocine como sendo tributo indireto (sobre a produo). GABARITO: E

  • Economia do Setor Pblico para TCE-CE (Analista e Tcnico)

    Teoria e exerccios comentados

    Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00

    Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 37 de 41

    11. (FCC ICMS/BA 2004) um fator que pode concorrer para elevao do preo de equilbrio de um determinado bem no mercado: (A) a reduo de tributos indiretos sobre suas vendas. (B) o aumento de sua produo. (C) a diminuio da renda dos consumidores. (D) a concesso de um subsdio sua produo. (E) o aumento do preo de um bem substituto. Comentrios: Para haver elevao do preo de equilbrio, deve haver algum destes dois acontecimentos: - deslocamento para a direita e para cima da curva de demanda; ou - deslocamento para a esquerda e para cima da curva de oferta. Ou seja, deve haver, dentre as alternativas, algum fator que provoque aumento da demanda ou reduo da oferta. A alternativa correta a letra E. O aumento do preo de um substituto faz sua quantidade demandada ser reduzido. Tendo em vista a substituio no consumo, a demanda do outro bem - que lhe substituto aumenta. A letra $QRVQDUUDXPH[HPSORGHDXPHQWRGDRIHUWD $OHWUD%QRVQDUUDXPH[HPSORGHDXPHQWRGDRIHUWD $OHWUD&QRVQDUUDXPH[HPSORGHUHGXomRGDGHPDQGD $OHWUD'QRVQDUUDXPH[HPSORGHDXPHQWRGDRIHUWD Gabarito: E

  • Economia do Setor Pblico para TCE-CE (Analista e Tcnico)

    Teoria e exerccios comentados

    Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00

    Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 38 de 41

    LISTA DE EXERCCIOS

    01. (FCC AFTE ICMS/RJ 2014) Os formuladores de polticas pblicas, muitas vezes, desejam influenciar a quantidade de cigarros consumidos pela populao em funo dos efeitos adversos do fumo sobre a sade. A poltica por eles utilizada pode atingir esse objetivo de duas maneiras:

    I. Comunicados pblicos, alertas obrigatrios nas embalagens de cigarros e proibio de publicidade de cigarros na Televiso e em Rdio.

    II. Elevao do imposto sobre fabricao e consumo dos cigarros.

    A Curva de Demanda ter, de acordo com as polticas I e II utilizadas, os comportamentos expressos em:

    Poltica I Poltica II A) Resulta em um movimento ao

    longo da curva de demanda. Desloca a curva de demanda para a direita.

    B) Desloca a curva de demanda para a esquerda.

    Resulta em um movimento ao longo da curva de demanda.

    C) Desloca a curva de demanda para a direita.

    Desloca a curva de demanda para a direita.

    D) Resulta em um movimento ao longo da curva de demanda.

    Desloca a curva de demanda para a esquerda.

    E) Desloca a curva de demanda para a direita.

    Resulta em um movimento ao longo da curva de demanda.

    02. (FCC AFTE ICMS/RJ 2014) Considere as seguintes DVVHUWLYDVUHODWLYDVjHODVWLFLGDGHSUHoRGDGHPDQGD I. A demanda considerada elstica quando a elasticidade maior que 1, o que significa que a quantidade varia proporcionalmente mais que o preo.

    II. A demanda considerada inelstica quando a elasticidade menor que 1, o que significa que a quantidade varia proporcionalmente menos que o preo.

    III. Quanto mais horizontal for uma curva de demanda que passa por determinado ponto, menor ser a elasticidade-preo da demanda.

    IV. Quanto mais vertical for uma curva de demanda que passa por determinado ponto, maior ser a elasticidade-preo da demanda.

  • Economia do Setor Pblico para TCE-CE (Analista e Tcnico)

    Teoria e exerccios comentados

    Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00

    Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 39 de 41

    Est correto o que se afirma em

    (A) I, II, III e IV.

    (B) I e II, apenas.

    (C) III e IV, apenas.

    (D) I e III, apenas.

    (E) II e IV, apenas.

    03. (FCC Analista de Regulao Economista ARCE 2012) - A curva de demanda $HPKLSyWHVHDOJXPDSRGHUiWHULQFOLQDF mRSRVLWLYD (B) tem sua elasticidade-precRGHWHUPLQDGDSHORQtYHOJHUDOGHSUHF os da economia. (C) pode se deslocar em func mRGHDOWHUDF }HVQDUHQGDGRFRQVXPLGRU 'QmRDOWHUDVXDSRVLF mRHPIXQF mRGDPRGLILFDF mRQRVSUHF os de bens substitutos e complementares. (E) tem elasticidade-preco constante, qualquer que seja o seu formato. 04. (FCC Analista Trainee Economista METRO 2010) - Uma curva de demanda tem elasticidade constante e igual, em mdulo, a 2. Um aumento do preo de equilbrio SURYRFDUi QHVVHmercado: (A) diminuio do gasto total dos consumidores com o bem. (B) reduo da quantidade procurada menor, percentualmente, que o aumento do preo. (C) aumento da receita total dos produtores. (D) aumento da quantidade procurada em percentual maior que o aumento do preo. (E) a maximizao da receita dos produtores. 05. (FCC Analista de Planejamento e Oramento SEFAZ/SP 2010) - Alteraes no preo de um bem comercializado em uma estrutura de mercado de concorrncia perfeita ocorrem (A) ao longo da curva de demanda, quando se modifica a quantidade de consumidores no mercado. (B) em funo de deslocamentos da curva de demanda, quando se altera a renda dos consumidores. (C) ao longo da curva de demanda, quando se altera o preo de bens complementares. (D) em funo de deslocamentos da curva de demanda, quando se altera o preo dos insumos de produo desse bem. (E) ao longo da curva de demanda, quando se modificam as preferncias dos consumidores.

  • Economia do Setor Pblico para TCE-CE (Analista e Tcnico)

    Teoria e exerccios comentados

    Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00

    Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 40 de 41

    06. (FCC Auditor - TCE/AL - 2008) - Se a elasticidade preo da demanda por cigarros for igual a menos 0.4, isto significa que: a) um aumento de preo dos cigarros reduz a receita total auferida pelos produtores de cigarro. b) os aumentos na renda do consumidor aumentam em 0.4% a demanda por cigarros. c) se o preo de cigarros aumentar 10%, a quantidade demandada por cigarros vai diminuir em 8%. d) se o preo de cigarros aumentar 4%, a quantidade demandada por cigarros vai diminuir em 10%. e) se o preo de cigarros aumentar, a quantidade demandada por cigarros vai diminuir, embora percentualmente menos que o aumento dos preos. 07. (FCC Auditor TCE/AL 2008) Considere o mercado competitivo de soja. Um aumento do preo de fertilizantes agrcolas vai provocar: (A) uma quantidade de equilbrio final no mercado de soja superior quantidade de equilbrio inicial. (B) um preo de equilbrio final de soja inferior ao preo de equilbrio inicial. (C) um deslocamento da curva de demanda por soja. (D) um deslocamento da curva de oferta de soja. (E) aumento na oferta de farelo de soja. 08. (FCC Analista Trainee Economia METRO 2008) - A curva de demanda de mercado de um bem normal se desloca para a esquerda de sua posic mRRULJLQDO8PDGDVFDXVDVSRVVtYHLVpRaumento do (A) preco do bem substituto. (B) poder aquisitivo real dos consumidores. &Q~PHURGHFRQVXPLGRUHV (D) prec RGRSUySULREHP (E) prec o de um bem complementar. 09. (FCC - Analista - MPU - 2007) - Em relao elasticidade-preo da demanda, correto afirmar que: a) quanto maior o nmero de substitutos do bem, sua demanda tende a ser menos elstica. b) se a demanda for inelstica, a variao percentual da quantidade procurada maior, em mdulo, que a do preo de mercado. c) se a curva de demanda do bem for linear, a elasticidade-preo constante qualquer que seja o preo de mercado. d) quanto maior a essencialidade do bem para o consumidor, mais elstica ser sua demanda. e) se a demanda for elstica, um aumento do preo de mercado tender a reduzir a receita total dos produtores.

  • Economia do Setor Pblico para TCE-CE (Analista e Tcnico)

    Teoria e exerccios comentados

    Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 00

    Profs. Heber e Jetro www.estrategiaconcursos.com.br 41 de 41

    10. (FCC - Analista - MPU - 2007) - O deslocamento para a esquerda da curva de oferta de um bem num mercado de concorrncia perfeita pode ser ocasionado, tudo o mais constante, por a) uma diminuio do preo do bem substituto. b) um aumento do nmero de consumidores do bem. c) um aumento do preo do bem complementar. d) uma reduo dos preos dos insumos utilizados em sua fabricao. e) um aumento da tributao indireta. 11. (FCC ICMS/BA 2004) um fator que pode concorrer para elevao do preo de equilbrio de um determinado bem no mercado: (A) a reduo de tributos indiretos sobre suas vendas. (B) o aumento de sua produo. (C) a diminuio da renda dos consumidores. (D) a concesso de um subsdio sua produo. (E) o aumento do preo de um bem substituto. GABARITO 01 B 02 B 03 C 04 A 05 B 06 E 07 D 08 E 09 E 10 E 11 E