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Aula 00 Curso: Noções de Direito Constitucional p/ Técnico do INSS Professor: Jonathas de Oliveira

Aula 00 Direito Constitucional Para Técnico INSS

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  • Aula 00

    Curso: Noes de Direito Constitucional p/ Tcnico do INSS

    Professor: Jonathas de Oliveira

  • Curso: Noes de Direito Constitucional Teoria, Jurisprudncia e Questes comentadas

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    Caro(a) amigo(a) concurseiro(a),

    com enorme prazer que inicio este curso aqui no Exponencial Concursos. Trata-se de um curso de Direito Constitucional de teoria e questes comentadas para o cargo de Tcnico do Seguro Social, ou, simplesmente, Tcnico do INSS.

    Historicamente, esta disciplina passou a ser exigida para este cargo a partir do certame de 2012, organizado pela Fundao Carlos Chagas (FCC) e que tomaremos como norte para o prximo concurso. Embora a FCC no tenha exigido aprofundamento jurisprudencial em 2012, buscaremos apresentar resumidamente o entendimento das nossas principais cortes (Supremo Tribunal Federal e Superior Tribunal de Justia) sempre que se fizer necessrio correta assimilao dos tpicos.

    Dito isto, passemos s apresentaes.

    Meu nome Jonathas de Oliveira e minha rpida histria nos concursos se inicia aos 23 anos, quando em 2012, sem maior pretenso, fui aprovado para um concurso de nvel municipal em Armao de Bzios (RJ). Alguns meses depois, dei incio minha preparao, focado desde o comeo para a rea fiscal. No incio de 2013 fui aprovado para Analista da Fazenda Estadual da Secretaria de Estado de Fazenda do Rio de Janeiro e, em outubro daquele ano, para Auditor Fiscal da Receita do Estado do Esprito Santo, em 3 lugar, cargo que exero atualmente, atuando como Parecerista na Subgerncia de Preparao para Julgamento de Processos.

    Ao longo dos meus 11 meses de estudo, pude travar contato com diferentes materiais e metodologias e constatar a dificuldade que os candidatos (com as mais diversas formaes aqui, por exemplo, um Turismlogo que vos fala!) ao almejado cargo na administrao pblica encontram para conciliar, resumir e esquematizar contedos vastos e muitas vezes demasiadamente prolixos.

    nesse sentido que a formatao deste curso visa a ser no apenas um instrumento de transmisso de informaes com eficincia, eficcia e efetividade, mas tambm uma ferramenta metodolgica ao amigo e amiga concurseiros, contribuindo para que o estudo para concursos pblicos seja feito com a maior praticidade possvel, obtendo os melhores resultados, sem desperdcio de tempo.

    O curso apresenta mais de 50 mapas mentais (esquematizaes, quadros e diagramas), a fim de estimular a fixao, assim como mais de 150 questes comentadas, optando-se por aquelas que melhor representam o estilo da banca, tanto em relao forma, quanto ao contedo.

    APRESENTAO

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    Tradicionalmente, o concurso para Tcnico do INSS organizado por diferentes bancas. Nos ltimos anos, assim se seguiu com as provas em 2003 e 2008 (CESPE), 2005 (CESGRANRIO), 2012 (FCC). Num olhar mais apressado, isso pode atrapalhar na hora de buscarmos referncias para nosso plano de estudos. Contudo, vejamos como contornar tal questo.

    Tomando como base o edital da 2012, a disciplina Direito Constitucional uma das 7 matrias que integram o bloco de conhecimentos gerais da prova, o qual totaliza 20 pontos.

    A FCC no definiu um padro fixo de distribuio de questes por matria, o que torna cada ponto do edital ainda mais digno de ateno!

    No nosso caso em particular, torna-se de fundamental importncia assegurar o maior nmero de pontos possveis nas chamadas disciplinas-ncleo dos concursos.

    Sendo recorrente na maior parte dos programas da rea jurdica, policial, fiscal, de gesto, de controle, dentre outras, a disciplina Direito Constitucional um verdadeiro pilar que no pode ser negligenciado. dela e das demais disciplinas-chave que quase todos os candidatos vo extrair a maior parte dos pontos que blindaro sua eliminao e o mantero na zona de competitividade.

    O contedo exigido em noes de Direito Constitucional relativamente sinttico em relao a outras provas.

    Vejamos no que consistiu o edital de 2012.

    1. Direitos e deveres fundamentais: direitos e deveres individuais e coletivos; direito vida, liberdade, igualdade, segurana e propriedade; direitos sociais; nacionalidade; cidadania; garantias constitucionais individuais; garantias dos direitos coletivos, sociais e polticos. 2. Da Administrao Pblica (artigos de 37 a 41, captulo VII, Constituio Federal).

    Por prudncia, e para facilitar a organizao e contextualizao dos estudos, nenhum ponto do edital ser negligenciado. De todo modo, no nos eximiremos de, vez ou outra, reforar que alguns tpicos merecem, consideravelmente, mais empenho que outros.

    Histrico e anlise das provas Direito Constitucional

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    Conforme previamente sublinhado, nossa principal referncia o edital de 2012. Por ser o mais recente, a tendncia que a FCC siga a abordagem feita naquele concurso, tanto do ponto de vista formal (por exemplo, no que diz respeito quantidade mdia de questes, estilo, grau de dificuldade, dentre outros) quanto material (ou seja, qual ser o recorte da Constituio Federal de 1988 demandado nas questes). Em cima desta base que planejaremos nosso curso.

    Aula Tpico Data

    00 Introduo ao Direito Constitucional. O Direito Constitucional e os demais ramos do direito. Estrutura da Constituio Federal de 1988. Direitos e deveres individuais e coletivos; direito vida, liberdade, igualdade, segurana e propriedade Parte 1

    Disponvel

    01 Direitos e deveres individuais e coletivos; direito vida, liberdade, igualdade, segurana e propriedade Parte 2

    06/12

    02 Direitos sociais; nacionalidade; direitos polticos 13/12

    03 Da Administrao Pblica 20/12

    04 Lista de exerccios completa 27/12

    Pois bem, guerreiros e guerreiras... Seguindo a estrutura acima, poderemos explorar, com o devido aprofundamento, todos os pontos da disciplina, ponderando cada qual de acordo com sua incidncia nos certames passados e perspectiva para as prximas provas.

    Hora de tomar flego e mos obra!

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    Assunto Pgina

    1- Introduo ao Direito Constitucional 06

    2- O Direito Constitucional e os demais ramos do Direito 07

    3- Estrutura da Constituio Federal de 1988 08

    4- Direitos e deveres individuais e coletivos; direito vida, liberdade, igualdade, segurana e propriedade Parte 1

    12

    4.1- Princpios do Estado Democrtico de Direito 12

    4.1.1- Princpios e regras 12

    4.2 - Princpios do Estado Democrtico de Direito na doutrina 13

    4.3- Os direitos e garantias fundamentais 14

    4.4 Direitos fundamentais x Garantias fundamentais 15

    4.5 Dimenses de direitos fundamentais 16

    4.6 Eficcia dos direitos fundamentais 18

    4.7 Caractersticas dos direitos e garantias fundamentais 19

    5- Questes Comentadas 20

    6- Lista de Exerccios 22

    7- Gabarito 25

    8- Referencial Bibliogrfico 25

    Ol concurseiros e concurseiras!

    Tendo sido feita a devida apresentao, daremos largada ao nosso curso de Direito Constitucional voltado para o concurso de Tcnico do INSS.

    Aspectos terico-doutrinrios de Direito Constitucional no costumam ser muito cobrados nas provas para este cargo.

    Ainda assim, faz-se necessria uma breve abordagem de elementos iniciais do Direito Constitucional a fim de melhor contextualizarmos os prximos tpicos e tornarmos mais lgica a compreenso do tema.

    Aula 00 Introduo ao Direito Constitucional. O Direito Constitucional e os demais ramos do direito. Estrutura da Constituio Federal de 1988. Direitos e deveres individuais e coletivos; direito vida, liberdade, igualdade, segurana e propriedade Parte 1

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    Sob este aspecto, chamamos a ateno para que os candidatos e candidatas, aqui, priorizem a compreenso em lugar da memorizao.

    Comecemos ento!

    Conforme anota o grande jurista Jos Afonso da Silva, o Direito um sistema normativo, ou seja, do qual extramos regras e princpios imperativos de conduta. Este sistema composto de unidades estruturais (ramos) organicamente dispostas.

    A doutrina majoritria compreende que a subdiviso da cincia jurdica reveste-se de importncia prtica para seu ordenamento e estudo. Porm, em ltima anlise, o Direito uno.

    Assim que, o Direito Administrativo, o Direito Tributrio, o Direito Financeiro, dentre outros ramos do denominado Direito Pblico, muito embora apresentem especificidades quando comparados aos ramos do dito Direito Privado Civil e Empresarial, por exemplo , abrigam-se sob um mesmo arranjo lgico-normativo: O Direito.

    importante que se compreenda tal unidade, por exemplo, para uma melhor articulao e entendimento de regras e princpios (a distino ser vista logo adiante) que do sustentao aos diferentes ramos, dando-lhes a adequada interpretao e harmonizao.

    E o que o Direito Constitucional?

    Direito Constitucional o ramo do Direito Pblico que tem por objeto primrio a Constituio dos Estados nacionais.

    A palavra Constituio pode assumir diferentes sentidos e tipologias. No entanto, em sentido jurdico aquele a que devemos dar mais ateno a Constituio o fundamento de validade normativa dos Estados nacionais.

    No plano jurdico-positivo (o Direito vigente, que rege nosso dia a dia), a nossa Constituio Federal de 1988, situa-se no topo da pirmide normativa. Essa pirmide um recurso visual consagrado por Hans Kelsen e que traduz o princpio da supremacia da Constituio. Em ltima instncia, Constituio que todo o agir pblico se reporta, numa relao de verticalidade hierrquica.

    Por exemplo, imagine-se o caso. A CF/88 atribui Unio a competncia privativa para legislar sobre Seguridade Social (art. 22, XXIII). Pois bem, todos os atos subsequentes em relao Seguridade Social no podem afrontar, ativa ou omissivamente, as diretrizes e limites dispostos pela Constituio, sob pena de incorrerem em inconstitucionalidade. A Carta Magna suprema!

    1- Introduo ao Direito Constitucional

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    Assim, no poderia Constituio de Estado ou Lei Orgnica do Distrito Federal versar sobre este aspecto! Tampouco poderia qualquer Decreto, Portaria ou outro instrumento normativo confrontar algum objetivo em que a CF/88 expressamente pautou a seguridade social.

    Perceba-se que todo o corpo legislativo (e o agir pblico vinculado existncia de lei prvia que o autorize) extrai seu fundamento de validade da Lei Maior, a Constituio Federal.

    Visualizando, no caso do Instituto Nacional do Seguro Social, a conexo entre os instrumentos legais teramos, portanto, a seguinte relao de HIERARQUIA:

    A esquematizao DIDTICA do Direito, assim como tudo o mais nesta cincia, no unnime entre os autores. De todo modo, numa abordagem prtica, podemos propor as seguintes especializaes:

    * No necessrio memorizar o diagrama acima. Vamos focar em sua compreenso!

    Norma Hipottica Fundamental

    Constituio Federal 1988

    Leis e Decretos

    Portarias etc.

    DIREITO

    Direito Pblico

    Direito PblicoInterno

    D. Constitucional

    D. Administrativo

    D. Tributrio

    D. Financeiro

    D. Econmico

    D. Processual

    D. Penal

    D. Urbanstico

    Direito Pblico Externo

    Direito Internacional

    Pblico

    Direito Difuso/Social

    D. do Trabalho

    D. Ambiental

    D. Previdencirio

    Direito Privado

    D. Civil

    D. Empresarial

    D. InternacionalPrivado

    2- O Direito Constitucional e os demais ramos do Direito

    a ideia lgica que sustenta o plano jurdico-

    positivo

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    O Direito Constitucional , portanto, ramo do Direito Pblico. As diferenas fundamentais entre o Direito Pblico e o Direito Privado podem ser sintetizadas da seguinte forma:

    OBSERVAO: Alguns autores, como Pedro Lenza (2012), chamam a ateno para a progressiva superao da supracitada dicotomia Direito Pblico vs Direito Privado.

    Fato que, no atual Estado Democrtico de Direito em que vivemos, observa-se uma TENDNCIA de supremacia dos direitos fundamentais sobre os direitos particulares estruturados pelo Direito Privado, notadamente pelo Direito Civil.

    Por exemplo, o Cdigo Civil sofre um processo de descodificao tendo como contrapartida a criao de microssistemas (como o Estatuto da Criana e do Adolescente, o Cdigo de Defesa do Consumidor, o Estatuto do Idoso, dentre outros). Estes, por sua vez, extraem seu fundamento de validade diretamente dos direitos fundamentais expressos na Constituio.

    Assim, mesmo as relaes entre particulares, tradicionalmente regidas pelo Direito Privado (como aquelas delineadas no Cdigo Civil) e pela supremacia do interesse dos particulares, no estariam, por exemplo, isentas da fora normativa dos direitos fundamentais assegurados pela Carta Magna.

    A Constituio Federal atual, promulgada em 5 de outubro de 1988, compreende um prembulo, nove ttulos (divididos em, respectivamente,

    DIREITO PBLICO

    Supremacia do interessepblico sobre o privado

    Eficcia vertical: a produo deefeitos se d no sentido Estadox Particular

    Indisponibilidade dointeresse pblico (no hvontade livre do administrador,este deve sempre agir em proldo bem comum)

    Normatizao (relaesjurdicas regidas por normasdotadas de generalidade eabstrao)

    DIREITO PRIVADO

    Equivalncia dos interessesprivados

    Eficcia horizontal: a produode efeitos se d no sentidoParticular x Particular

    Disponibilidade do interesseprivado (autonomia de vontade;os particulares, desde querespeitada a legalidade, solivres em seu agir)

    Contratualizao (relaesjurdicas regidas,fundamentalmente, por contratosestabelecidos entre as partes)

    3- Estrutura da Constituio Federal de 1988

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    captulos, sees e subsees), alm do Ato das Disposies Constitucionais Transitrias (ADCT).

    OBSERVAO:

    PREMBULO

    Ns, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia Nacional Constituinte para instituir um Estado Democrtico, destinado a assegurar o exerccio dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurana, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justia como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a soluo pacfica das controvrsias, promulgamos, sob a proteo de Deus, a seguinte CONSTITUIO DA REPBLICA FEDERATIVA DO BRASIL.

    Importante notar que a doutrina majoritria entende que o prembulo reflete um posicionamento poltico-ideolgico do poder constituinte, porm no jurdico.

    E o que isso significa?

    Por exemplo, sendo instado a examinar se a invocao da proteo de Deus seria ou no norma de reproduo obrigatria pelas Constituies Estaduais (CE) e Leis Orgnicas (LO) do Distrito Federal e dos Municpios, o STF se manifestou contrrio a um discutvel carter normativo do prembulo da CF/88 (ADI 2.076/AC). Ou seja, as CE e LO no precisam invocar a proteo de Deus. O prembulo no carrega regras e princpios.

    (FCC / Promotor do Ministrio Pblico CE / 2011) A invocao proteo de Deus, constante do Prembulo da Constituio da Repblica vigente:

    a) inconstitucional.

    b) ilcita.

    c) no tem fora normativa.

    d) no foi recepcionada pelo texto constitucional.

    e) expresso de reproduo obrigatria nas Constituies estaduais.

    Resoluo: Alternativa C. Questo simples de uma temtica j pacificada pelo STF, conforme exposto acima.

    Esquematicamente, e desconsiderando as subdivises dos Ttulos, temos a seguinte anatomia constitucional:

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    PREMBULO

    TTULO I Dos Princpios Fundamentais (art. 1 a 4)

    TTULO II Dos Direitos e Garantias Fundamentais (art. 5 a 17)

    TTULO III Da Organizao do Estado (art. 18 a 43)

    TTULO IV Da Organizao dos Poderes (art. 44 a 135)

    TTULO V Da Defesa do Estado e das Instituies Democrticas (art. 136 a 144)

    TTULO VI Da Tributao e Oramento (art. 145 a 169)

    TTULO VII Da Ordem Econmica e Financeira (art. 170 a 192)

    TTULO VIII Da Ordem Social (art. 193 a 232)

    TTULO IX Das Disposies Constitucionais Gerais (art. 233 a 250)

    ATO DAS DISPOSIES CONSTITUCIONAIS TRANSITRIAS (art. 1 a 97)

    Para nossa prova reveste-se de fundamental importncia o contedo dos trechos destacados acima. sobre esses pedaos do corpo constitucional que o candidato deve focar sua carga de leitura e de resoluo de exerccios.

    Vale ainda notar que o texto constitucional sofreu diversas alteraes desde sua promulgao. Modificaes estas, fruto dos poderes constituintes derivados de reviso (esgotado) e de reforma. Alm disso, embora no promova mudana fsico-formal da Carta Magna, destaque-se o fenmeno da mutao constitucional, conferindo-lhe novos sentidos interpretativos.

    Por fim, podemos analisar a Constituio sob mais um aspecto.

    Na lio de Jos Afonso da Silva, de acordo com sua finalidade, as normas constitucionais podem ser agrupadas em cinco categorias de elementos:

    Natureza poltico- ideolgica

    Natureza jurdica

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    (CESPE / Delegado de Polcia Federal / 1997 / Adaptada) As normas constitucionais que consagram os direitos e garantias fundamentais consubstanciam elementos limitativos das constituies porquanto restringem a ao dos poderes estatais.

    Resoluo: Correta. Como veremos na prxima aula, garantias so instrumentos que visam a assegurar que direitos seja efetivamente prestados ao indivduo e coletividade, restringindo inclusive a arbitrariedade no agir estatal.

    (FGV / Auditor Fiscal da Receita Estadual RJ / 2008) So elementos orgnicos da Constituio:

    a) a estruturao do Estado e os direitos fundamentais.

    b) a diviso dos poderes e o sistema de governo.

    c) a tributao e o oramento e os direitos sociais.

    ELEM

    EN

    TO

    S

    CO

    NS

    TIT

    UC

    ION

    AIS

    Elementos orgnicos

    Contidos nas normas que regulam a estrutura do Estado e dos Poderes e o sistema de governo. Na Constituio de 1988, concentram-se nos Ttulos III (Da Organizao do Estado), IV (Da Organizao

    dos Poderes e do Sistema de Governo), Captulos II e III do Ttulo V (Das Foras Armadas e da Segurana

    Pblica) e VI (Da Tributao e do Oramento)

    Elementos limitativos

    Contidos nas normas relativas aos direitos e garantias fundamentais: direitos e garantias individuais, direitos de nacionalidade, direitos

    polticos e democrticos. Concentram-se no Ttulo II (Dos Direitos e Garantias Fundamentais),

    excetuando-se o Captulo II (Direitos Sociais)

    Elementos scio-ideolgicos

    Contidos nas normas que traduzem o compromisso de cunho intervencionista do

    Estado Social Democrtico . Concentram-se no Captulo II do Ttulo II e nos Ttulos VII (Da Ordem Econmica e Financeira) e VIII (Da Ordem Social)

    Elementos de estabilizao constitucional

    Contidos nas normas destinadas a garantir a soluo de conflitos constitucionais, a defesa da

    Constituio, do Estado e das instituies democrticas. Representam instrumentos de defesa do Estado e da paz social. Concentram-se no art. 102,

    I, a (ao de inconstitucionalidade); arts. 34 a 36 (Da Interveno); arts. 59, I, e 60 (Processos de

    emendas Constituio); arts. 102 e 103 (Jurisdio constitucional); Ttulo V (Da Defesa do Estado e das

    Instituies Democrticas, especialmente o Captulo I, que trata do estado de defesa e do estado de stio,

    uma vez que os Captulos II e III do Ttulo V tipificam-se como elementos orgnicos)

    Elementos formais de aplicabilidade

    Contidos nas normas que traduzem regras de aplicao da Constituio. Concentram-se no

    prembulo (embora este no tenha fora normativa por si s), no ADCT e no art. 5, 1, que estabelece

    que as normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais tm aplicao imediata.

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    d) as foras armadas e a nacionalidade.

    e) a segurana pblica e a interveno.

    Resoluo: Alternativa B. Fcil, no pessoal? Bastaria recordar que os elementos orgnicos so aqueles que compem a regulao da organizao e funcionamento do Estado.

    De todo modo, mantenhamos em mente que este contedo apenas uma forma de aclimatao matria. Assim, desnecessrio se ocupar em memoriz-lo.

    Previamente destacamos que, em seu sentido jurdico, a Constituio o fundamento de validade normativa dos Estados nacionais.

    A doutrina contempornea convencionou classificar o gnero normas em espcies, quais sejam: princpios e regras.

    Conforme expem Mendes e Branco (2010), analisando especialmente as contribuies tericas de Ronald Dworkin e Robert Alexy, algumas caractersticas distintivas entre tais espcies so:

    NORMAS

    PRINCPIOS REGRAS

    - Ponderao;

    - Dimenso de peso e valor;

    - Instrumentos de otimizao;

    - Havendo conflito aparente entre princpios, a soluo dever se dar pelo prevalecimento de um sobre o outro no caso concreto.

    - Tudo ou nada;

    - Dimenso de especificidade;

    - Instrumentos de definio;

    - Havendo conflito entre regras, a soluo dever ser buscada, sucessivamente, pelos critrios:

    (i) Hierrquico;

    (ii) de Especialidade; HEC

    (iii) Cronolgico.

    ou pelo afastamento de uma delas ou pela derrota (superao) de uma delas ou pela declarao de invalidade (total ou parcial) de uma delas.

    4.1.1- Princpios e regras

    4.1- Princpios do Estado Democrtico de Direito

    4- Direitos e deveres individuais e coletivos; direito vida, liberdade, igualdade, segurana e propriedade Parte 1

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    (FGV / Auditor Fiscal da Receita Estadual RJ / 2008) Havendo conflito aparente entre princpios, a situao ser resolvida pela dimenso:

    a) de validade.

    b) de eficcia.

    c) de vigncia.

    d) de valor.

    e) poltica.

    Resoluo: Alternativa D. Observe-se que o conflito meramente aparente, conforme expe o enunciado. Isso decorre de um princpio maior: o da unidade da Constituio. Mas como o edital para o INSS no nos demanda esse tpico, vamos evitar um aprofundamento desnecessrio.

    Para concluir, podemos apontar a primorosa conceituao elaborada por Celso Antnio Bandeira de Mello (2000, 450-451), para o qual o princpio [...] mandamento nuclear de um sistema, verdadeiro alicerce dele, disposio fundamental que se irradia sobre diferentes normas compondo-lhes o esprito e servindo de critrio para sua exata compreenso e inteligncia exatamente por definir a lgica e a racionalidade do sistema normativo, no que lhe confere a tnica e lhe d sentido harmnico.

    Por outro lado, pedimos vnia para conceituar regra como uma disposio especfica que estabelece parmetros objetivos de operacionalizao num determinado sistema jurdico, visando a dot-lo de certos padres prticos gerais.

    No h um conceito a ser memorizado. No entanto, ter tal distino em mente importante na compreenso de alguns pontos da matria.

    Fecharemos esta parte introdutria com um ponto que dificilmente cobrado pelas bancas. Assim, mais uma vez salientamos: busquemos compreender o tema e no memorizar!

    Os referidos princpios encontram-se esparsos pelo texto constitucional. Ressalte-se, ainda, a existncia de outros princpios complementares (como aqueles que regem mais especificamente a administrao pblica), presentes no apenas na Carta Maior como na legislao infraconstitucional.

    Adotando a lio de Jos Afonso da Silva (2005, p. 122), temos:

    4.2 - Princpios do Estado Democrtico de Direito na doutrina

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    Vamos agora adentrar nosso edital!

    A Constituio Federal classifica o gnero direitos e garantias fundamentais em cinco espcies:

    PR

    INC

    PIO

    S

    (est

    ado d

    emocr

    tic

    o d

    e dirie

    to)

    constitucionalidade

    exprime, em primeiro lugar, que o Estado Democrtico de Direito se funda na legitimidade

    de uma Constituio rgida, emanada da vontade popular, que, dotada de supremacia,

    vincule todos os poderes e os atos deles provenientes, com as garantias de atuao livre

    de regras da jurisdio constitucional

    democrticonos termos da Constituio, h de constituir

    uma democracia representativa e participativa, pluralista, e que seja a garantia

    geral da vigncia e eficcia dos direitos fundamentais (art. 10)

    sistema de direitos fundamentais

    compreende os direitos individuais, coletivos, sociais e culturais (ttulos II, VII e VIII)

    justia social

    referido no art. 170, caput, e no art. 193, como principio da ordem econmica e da ordem social

    igualdade

    diviso de poderes (art. 2) e independncia do

    juiz (art. 95)

    legalidade (art. 5, II)

    segurana jurdica (art. 5, XXXVI a LXXIII)

    Direitos e garantias fundamentais

    direitos e deveres

    individuais e coletivos

    direitos sociais

    direitos de nacionalidade

    direitos polticos

    direitos dos partidospolticos

    4.3- Os direitos e garantias fundamentais

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    O STF j se posicionou no sentido de que os direitos e deveres individuais e coletivos no se limitam ao rol do art. 5 da CF/88, mas espraiam-se pelo texto constitucional (ADI 939-7/DF). Na referida Ao Direta de Inconstitucionalidade, por exemplo, considerou-se que o princpio da anterioridade tributria clusula ptrea, protegida, portanto, pelo contedo do art. 60, 4, IV.

    Contudo, antes de prosseguirmos pela literalidade da nossa Carta, vlido fazer alguns apontamentos que costumam ser alvo de questionamento em concursos.

    A distino entre ambos relativamente simples.

    Exemplo:

    Direitos prestaes positivas consagradas pela Constituio

    Garantias

    instrumentos assecuratrios da adequada prestao de direitos ou da

    reparao de eventual lesividade a eles causada

    Direito

    Juiz Natural

    Garantias

    LIII - ningum serprocessado nemsentenciado seno pelaautoridade competente;

    XXXVII - no haver juzoou tribunal de exceo;

    4.4 Direitos fundamentais x Garantias fundamentais

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    Historicamente, houve uma evoluo da relao entre (i) o perfil e a extenso dos direitos fundamentais e (ii) o modelo de Estado.

    Vamos fazer uma rpida anlise.

    O Estado de Direito nasceu como Estado Liberal, promovendo maior separao entre sociedade civil e sociedade poltica, entre o pblico e o privado. Como ressalta Bastos (1999), o Estado Liberal objetivava uma sociedade o mais livre possvel da ingerncia do Poder do Estado, num modelo que predominou at o sculo XIX.

    J o Estado Social, que se ergueu no incio do sculo XX, um Estado que intervinha para transformar a sociedade, considerando inaptas ou insuficientes as iniciativas individuais em diversos domnios (no campo trabalhista, na educao, na regulao micro e macroeconmica etc.).

    Por fim, o Estado Democrtico um Estado que se sobrepe como sntese, tanto do esgotado Estado Social da segunda metade do sculo XX, quanto dos valores individualistas liberais-burgueses isoladamente aplicados.

    E por que fizemos essa brevssima reviso histrica?

    Basicamente para melhor contextualizar a evoluo dos direitos fundamentais. Os modelos de Estado se superam, porm no exato afirmar que se extinguem (at hoje, por exemplo, vemos resqucios do Estado Liberal mesmo nos Estados caracterizados como Democrticos de Direito). De forma semelhante, as dimenses de direitos fundamentais se sucedem e se acumulam ao longo do tempo num movimento sncrono aos paradigmas de Estado que marcaram o mundo ocidental nos ltimos sculos.

    Sinteticamente, assim podemos apresent-las:

    Autoritarismo - Paradigma pr moderno

    Estado Liberal Estado Social

    Estado Democrtico

    4.5 Dimenses de direitos fundamentais

    ESTADO DE DIREITO

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    (CESPE / Notrio e Registrador TJ RR / 2013 / Adaptada) Considerando a supremacia das normas constitucionais, a hermenutica constitucional e as normas veiculadoras de direitos e garantias fundamentais, sociais e econmicas, julgue a afirmativa a seguir.

    Os direitos de segunda gerao destinam-se ao gnero humano, como valores supremos de sua existencialidade concreta.

    Resoluo: Errada. Os direitos de 2 dimenso so marcados ainda por certo individualismo, ou seja, dizem mais com pessoas do que com a humanidade genericamente considerada. a partir dos direitos de 3 dimenso que temos maior nfase no transindividualismo, na espcie humana como um todo.

    (FCC / Analista Judicirio do TRF da 4 Regio / rea Judiciria / 2010) So direitos fundamentais classificados como de segunda gerao:

    a) os direitos econmicos e culturais.

    b) os direitos de solidariedade e os direitos difusos.

    c) as liberdades pblicas.

    d) os direitos e garantias individuais clssicos.

    e) o direito do consumidor e o direito ao meio ambiente equilibrado.

    Resoluo: Alternativa A. Basta lembrar o mnemnico SEC (de second segunda [gerao]). Direitos Sociais, Econmicos e Culturais.

    interessante memoriz-lo j que assim, de quebra, conseguimos imediatamente visualizar o que caracteriza os direitos de 1 e 3 geraes.

    1 dimenso:

    LIBERDADE Direitos civis e polticos

    Delimitao do individual e do pblico.

    Transio entre Estado Autoritrio e Estado Liberal de Direito.

    2 dimenso:

    IGUALDADE Direitos sociais, econmicos e

    culturais (SEC)

    Transio entre Estado Liberal e Estado Social.

    3 dimenso:

    FRATERNIDADE Direitos coletivos e

    difusos (desenvolvimento, comunicao, meio

    ambiente etc.)

    Transio entre Estado Social e

    Estado Democrtico.

    4 dimenso: Democracia direta,

    biotecnologia, pluralismo e acesso

    informao

    5 dimenso:

    Paz (universal), direitos virtuais,

    transconsitucionalismo

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    OBSERVAO: Outra perspectiva possvel aquela que vislumbra os direitos fundamentais sob um ponto de vista objetivo e um subjetivo.

    Na perspectiva objetiva, os direitos fundamentais refletem valores e interesses da sociedade positivados na Constituio Federal, transcendendo posies individuais e se espraiando por todo o ordenamento jurdico.

    No vis subjetivo, dizem respeito s prestaes negativas ou positivas do Estado na sua relao jurdica direta com o cidado.

    O Supremo Tribunal Federal coleciona diversos julgados (e.g. RE 201.819/RJ, RE 158.215/RS, RE 161.243/DF) em que reconhecida tambm a eficcia horizontal dos direitos fundamentais. E o que isso? Vejamos:

    O STF entende que violaes a direitos fundamentais no ocorrem somente no mbito das relaes entre o cidado e o Estado, mas igualmente nas relaes travadas entre pessoas fsicas e jurdicas de direito privado. Nesse sentido, a eficcia os direitos fundamentais assegurados pela Constituio tambm se presta proteo dos particulares em face dos poderes privados.

    (FCC / Gestor Pblico PI / 2013) O Supremo Tribunal Federal entende que:

    a) os direitos fundamentais assegurados pela Constituio Federal vinculam diretamente apenas os poderes pblicos.

    b) as violaes a direitos fundamentais ocorrem somente no mbito das relaes entre o cidado e o Estado.

    c) o carter pblico da atividade exercida por associao privada e a dependncia do vnculo associativo para o exerccio profissional de seus scios legitimam a aplicao direta dos direitos fundamentais concernentes ao devido processo legal, ao contraditrio e ampla defesa.

    d) o espao de autonomia privada garantido pela Constituio Federal aos particulares imune incidncia dos princpios constitucionais que asseguram respeito aos direitos fundamentais.

    e) a autonomia privada pode ser exercida em detrimento aos direitos e garantias de terceiros, inclusive queles positivados em sede constitucional.

    Eficcia vertical

    a produo de efeitos se d no sentido Estado x Particular

    Eficcia horizontal

    a produo de efeitos se d no sentido Particular x Particular

    4.6 Eficcia dos direitos fundamentais

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    Resoluo: Alternativa C. Questo bem ilustrativa do disposto acima.

    Trazemos aqui os principais atributos dos direitos e garantias assegurados pela CF/88.

    Vamos priorizar a compreenso, no a memorizao, ok?!

    Tendo essas particularidades em mente, a partir da prxima aula, vamos letra da Lei Maior!

    Caractersticas dos direitos e

    garantias fundamentais

    Universalidade Destinam-se s coletividades e no meramente aos indivduos

    Inalienabilidade

    No podem ser cedidos, transferidos ou negociados sob

    qualquer forma como ativoeconmico-financeiro

    Imprescritibilidade Seu usufruto no perecvelcom o passar do tempo

    IrrenunciabilidadeNo possvel que seu titular os rejeite. No mximo, poder no

    usufru-los

    Concorrncia

    O usufruto de diferentes direitos e garantias pode ser cumulativo e

    simultneo por um mesmo indivduo

    HistoricidadeSo produto de processos sociais histricos e esto em constante

    processo de mutao

    Vedao ao retrocesso

    Sua mutao no pode implicar em evoluo recionria. Ou seja, seu ncleo no pode ser suprimido

    ou extinto

    4.7 Caractersticas dos direitos e garantias fundamentais

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    Vamos treinar mais um pouco. Para diversificar nosso repertrio de questes, continuaremos aproveitando algumas de outras bancas com estilo semelhante.

    01. (CESPE / Procurador do MP junto ao TCU / 2004) No que se refere aplicao e interpretao das normas de direitos fundamentais, julgue o item subsequente.

    Na concepo liberal-burguesa, os direitos fundamentais so oponveis apenas contra o Estado, uma vez que eles existem essencialmente para assegurar aos indivduos um espao de liberdade e autonomia contra a ingerncia indevida do poder pblico. Logo, tal concepo no agasalha a tese da eficcia dos direitos fundamentais no mbito das relaes interprivadas.

    Resoluo: Correto. Apesar da redao rebuscada, o sentido do texto mais simples do que parece. Os direitos fundamentais, sob o vis liberal (ou liberal-burgus) so direitos que dizem com a relao sociedade civil x sociedade poltica, ou, atecnicamente, particulares x Estado. Tais direitos no adentram nas relaes interprivadas (entre particulares).

    Um exemplo seria o direito de propriedade coexistir com a inexistncia de qualquer proteo aos trabalhadores de empresas privadas. Seria o caso ilustrativo de o proprietrio de uma indstria ter o seu direito de posse assegurado frente coletividade. Porm, nas relaes interprivadas (com seus empregados operrios), no haver (ou haver muitos poucos) direitos fundamentais presentes.

    02. (CESPE / Auditor Federal de Controle Externo / rea de Apoio Tcnico e Administrativo / 2011) Acerca dos direitos e garantias fundamentais, julgue o item seguinte.

    O exerccio dos direitos e garantias fundamentais est sujeito aos prazos prescricionais previstos na CF e no Cdigo Civil brasileiro.

    Resoluo: Errado. Os direitos e garantias fundamentais tm carter personalssimo e no patrimonial. Deste modo, no so afetados pelo instituto da prescrio (perda da ao para se exigir/proteger judicialmente um direito).

    03. (CESPE / Defensor Pblico AL / 2003 / Adaptada) So considerados direitos fundamentais de primeira gerao os direitos civis e polticos, que correspondem, em um quadro histrico, fase inicial do constitucionalismo no ocidente.

    5- Questes Comentadas

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    Resoluo: Correto. Questo bem simples. Os direitos de 1 dimenso so aqueles que marcam um distanciamento entre cidado e Estado, garantindo quele, formas bsicas de proteo contra o poder arbitrrio deste.

    04. (CESPE / Defensor Pblico AL / 2003 / Adaptada) O direito ao desenvolvimento, o direito paz, o direito ao meio ambiente e o direito de propriedade ao patrimnio comum da humanidade podem ser considerados como direitos de segunda gerao ou dimenso.

    Resoluo: Errado. Uma dica para os candidatos : se preocupem em memorizar taxativamente os direitos de 1, 2 e 3 dimenses. Alm de serem os mais demandados, as questes que exigem o conhecimento dos demais podem ser resolvidas por excluso.

    05. (CESPE / Analista do Executivo ES / rea de Direito / 2013 / Adaptada) Em relao aos direitos e deveres individuais e coletivos, julgue o item a seguir.

    Na dimenso objetiva, os direitos fundamentais so qualificados como princpios estruturantes do Estado democrtico de direito, de modo que sua eficcia irradia para todo o ordenamento jurdico.

    Resoluo: Correto. Como vimos, na perspectiva objetiva, os direitos fundamentais refletem valores e interesses da sociedade positivados na Constituio Federal, transcendendo posies individuais e se espraiando por todo o ordenamento jurdico.

    06. (CESPE / Analista do INSS / 2003) O direito constitucional contemporneo no pode ser aceito apenas como um sistema de regras que organiza os poderes do Estado Nacional. Vai para alm disso. Cuida da liberdade e da igualdade como pontos centrais do seu desenvolvimento. Com isso, pode-se dizer que, onde houver direito constitucional, haver discusso sobre liberdade e igualdade irradiada sobre todos os demais direitos fundamentais. Hoje, quem estuda direito constitucional no pode prender-se apenas formalidade, sob pena de estar em franco descompasso. Exige-se o estudo no s de mecanismos formais, mas daquilo que se costuma chamar de direito material constitucional. Esse estudo requer, tambm, uma nova "sensibilidade jurdica", como diz Geertz. Mais: exige do jurista e de todos os cidados uma apropriao da hermenutica como mtodo de compreenso desse universo.

    Considerando o texto acima e a doutrina relativa a direitos fundamentais. julgue o item.

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    No Estado democrtico de direito, ao contrrio do que ocorria no Estado liberal e no Estado do bem-estar social, a discusso sobre liberdade e igualdade perdeu sua importncia, dando lugar ao direito segurana e propriedade.

    Resoluo: Errado. Primeiramente, devemos lembrar que o Estado Democrtico um Estado que se sobrepe tanto ao Estado do bem-estar social quanto aos valores individualistas liberais-burgueses. Se sobrepor quer dizer que as dimenses de direitos fundamentais se sucedem mas se acumulam! Portanto, no h perda de importncia da discusso sobre liberdade e igualdade.

    Um segundo erro insinuar que as dimenses de direitos relativos segurana e propriedade so mais tpicas do Estado democrtico de direito que dos demais. justamente o oposto!

    07. (CEPERJ / Especialista em Polticas Pblicas e Gesto Governamental RJ / 2010) A doutrina especializada classifica como direitos fundamentais de primeira gerao o reconhecimento constitucional dos direitos:

    a) econmicos

    b) difusos

    c) sociais

    d) polticos

    e) culturais

    Resoluo: Alternativa D. Questo simples mas sempre recorrente. Vamos rever nosso resumo?

    1 dimenso:

    LIBERDADE Direitos civis e polticos

    Delimitao do individual e do pblico.

    Transio entre Estado Autoritrio e Estado Liberal de Direito.

    2 dimenso:

    IGUALDADE Direitos sociais, econmicos e

    culturais (SEC)

    Transio entre Estado Liberal e Estado Social.

    3 dimenso:

    FRATERNIDADE Direitos coletivos e

    difusos (desenvolvimento, comunicao, meio

    ambiente etc.)

    Transio entre Estado Social e

    Estado Democrtico.

    4 dimenso: Democracia direta,

    biotecnologia, pluralismo e acesso

    informao

    5 dimenso:

    Paz (universal), direitos virtuais,

    transconsitucionalismo

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    Ficou fcil agora, no? rs

    01. (CESPE / Procurador do MP junto ao TCU / 2004) No que se refere aplicao e interpretao das normas de direitos fundamentais, julgue o item subsequente.

    Na concepo liberal-burguesa, os direitos fundamentais so oponveis apenas contra o Estado, uma vez que eles existem essencialmente para assegurar aos indivduos um espao de liberdade e autonomia contra a ingerncia indevida do poder pblico. Logo, tal concepo no agasalha a tese da eficcia dos direitos fundamentais no mbito das relaes interprivadas.

    02. (CESPE / Auditor Federal de Controle Externo / rea de Apoio Tcnico e Administrativo / 2011) Acerca dos direitos e garantias fundamentais, julgue o item seguinte.

    O exerccio dos direitos e garantias fundamentais est sujeito aos prazos prescricionais previstos na CF e no Cdigo Civil brasileiro.

    03. (CESPE / Defensor Pblico AL / 2003 / Adaptada) So considerados direitos fundamentais de primeira gerao os direitos civis e polticos, que correspondem, em um quadro histrico, fase inicial do constitucionalismo no ocidente.

    04. (CESPE / Defensor Pblico AL / 2003 / Adaptada) O direito ao desenvolvimento, o direito paz, o direito ao meio ambiente e o direito de propriedade ao patrimnio comum da humanidade podem ser considerados como direitos de segunda gerao ou dimenso.

    05. (CESPE / Analista do Executivo ES / rea de Direito / 2013 / Adaptada) Em relao aos direitos e deveres individuais e coletivos, julgue o item a seguir.

    Na dimenso objetiva, os direitos fundamentais so qualificados como princpios estruturantes do Estado democrtico de direito, de modo que sua eficcia irradia para todo o ordenamento jurdico.

    06. (CESPE / Analista do INSS / 2003) O direito constitucional contemporneo no pode ser aceito apenas como um sistema de regras que organiza os poderes do Estado Nacional. Vai para alm disso. Cuida da

    6- Lista de Exerccios

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    liberdade e da igualdade como pontos centrais do seu desenvolvimento. Com isso, pode-se dizer que, onde houver direito constitucional, haver discusso sobre liberdade e igualdade irradiada sobre todos os demais direitos fundamentais. Hoje, quem estuda direito constitucional no pode prender-se apenas formalidade, sob pena de estar em franco descompasso. Exige-se o estudo no s de mecanismos formais, mas daquilo que se costuma chamar de direito material constitucional. Esse estudo requer, tambm, uma nova "sensibilidade jurdica", como diz Geertz. Mais: exige do jurista e de todos os cidados uma apropriao da hermenutica como mtodo de compreenso desse universo.

    Considerando o texto acima e a doutrina relativa a direitos fundamentais. julgue o item.

    No Estado democrtico de direito, ao contrrio do que ocorria no Estado liberal e no Estado do bem-estar social, a discusso sobre liberdade e igualdade perdeu sua importncia, dando lugar ao direito segurana e propriedade.

    07. (CEPERJ / Especialista em Polticas Pblicas e Gesto Governamental RJ / 2010) A doutrina especializada classifica como direitos fundamentais de primeira gerao o reconhecimento constitucional dos direitos:

    a) econmicos

    b) difusos

    c) sociais

    d) polticos

    e) culturais

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    1 Correto

    2 Errado

    3 Correto

    4 Errado

    5 Correto

    6 Errado

    7 D

    CANOTILHO, Jos Joaquim Gomes. Direito constitucional e teoria da Constituio. 6. ed. Coimbra: Almedina, 1993.

    DE CICCO, Cludio; GONZAGA, lvaro de Azevedo. Teoria geral do estado e cincia poltica. So Paulo: Revista dos Tribunais, 2008.

    FARIAS NETO, Pedro Sabino de. Cincia poltica: Enfoque integral avanado. So Paulo: Atlas, 2011.

    KELSEN, Hans. Teoria pura do Direito. 6. ed. So Paulo: Martins Fontes, 1998.

    LENZA, Pedro. Direito constitucional esquematizado. 16. ed. So Paulo: Saraiva, 2012.

    MELLO, Celso Antnio Bandeira de. Curso de direito administrativo. 12. ed. So Paulo: Malheiros, 2000.

    MENDES, Gilmar Ferreira; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Curso de Direito Constitucional. 6. ed. So Paulo: Saraiva, 2010.

    SILVA, Jos Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. 25. ed. So Paulo: Malheiros, 2005.

    8- Referencial Bibliogrfico

    7- Gabarito