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1 Auditoria em Odontologia Aula 1 Prof. Cláudio Luiz de Faria Bittencourt Auditoria em Odontologia Aula 1: histórico, ANS, operadoras e legislação Aula 2 Legislação, conceitos auditoria e auditor Aula 3 Processo de auditoria e não conformidades Aula 4 Manual de normas, glosas, credenciamento de clínicas Aula 5 Auditoria em odontologia no SUS Aula 6 Rol de procedimentos, honorários, odonto hospitalar e atualidades Antigamente, havia demanda em consultório particular para boa renda/mês Atualmente, não: alta concorrência entre os profissionais baixa renda da população Credenciamento aos convênios, gerando remuneração abaixo do consultório particular, com maior fluxo de pacientes Solução Usuário plano de saúde. Acesso com baixo custo ao tratamento odontológico Profissional maior fluxo de pacientes e tempo menor para o atendimento No início da década de 1980, o Poder Público não se preocupou com o setor privado de saúde: alto poder aquisitivo de seus usuários quanto maiores os recursos deste setor, mais sobrará para o Estado investir em saúde para a população carente e desassistida

Aula 01 - Auditoria Em Odontologia - Prof Claudio Bittencourt 6sl

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Auditoria em Odontologia

Aula 1

Prof. Cláudio Luiz de Faria Bittencourt

Auditoria em Odontologia

Aula 1: histórico, ANS,

operadoras e legislação Aula 2

Legislação,conceitosauditoria e auditor

Aula 3Processo de

auditoria e não conformidades

Aula 4Manual de

normas, glosas, credenciamento de clínicas

Aula 5Auditoria em

odontologia no SUS

Aula 6Rol de

procedimentos, honorários, odonto

hospitalar e atualidades

� Antigamente, havia demanda em

consultório particular para boa

renda/mês

� Atualmente, não:

• alta concorrência entre os

profissionais

• baixa renda da população

� Credenciamento aos convênios,

gerando remuneração abaixo do

consultório particular, com maior

fluxo de pacientes

Solução

� Usuário � plano de saúde.

Acesso com baixo custo ao

tratamento odontológico

� Profissional � maior fluxo

de pacientes e tempo menor

para o atendimento

� No início da década de 1980, o Poder Público não se preocupou com o setor privado de saúde:

• alto poder aquisitivo de seus usuários

• quanto maiores os recursos deste setor, mais sobrará para o Estado investir em saúde para a população carente e desassistida

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Lei no 9.656/98 – Dispõe sobre planos de saúde privados

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Artigo 10

Institui planos de saúde, exceto:

• Inciso VIII: procedimentos odontológicos, salvo o conjunto de serviços voltados à prevenção e manutenção básica de saúde dentária, assim compreendidos a pesquisa, o tratamento e a remoção de focos de infecção dentária, profilaxia de cárie dentária, cirurgia e traumatologia bucomaxilar

Artigo 12

(Exigências mínimas)

Inciso IV: quando incluir atendimento odontológico:

• cobertura de consultas e exames auxiliares ou complementares, solicitados pelo odontólogo assistente

• cobertura de procedimentos preventivos, de dentística e endodontia

• cobertura de cirurgias orais menores, assim considerando as realizadas em ambiente ambulatorial e sem anestesia geral

� Criada pela Lei no 9.961/2000� É responsável por normatizar, controlar e fiscalizar as atividades das operadoras de planos privados de assistência à saúde, garantindo qualidade da prestação dos serviços à população

Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS)

ANS – Legislação

� Lei no 9.656 (1998):regulamentou o setor de planos de saúde

� Lei no 9.961 (2000): criou a ANS

� Decreto no 3.327 (2000):aprovou o regulamento da ANS e deu outras providências

Operadoras

� Empresas de Medicina de Grupo �

as atividades iniciaram em 1929

(EUA)

� Brasil na década de 1960 �

indústria automobilística

� Na Odontologia � década de 1970

em clínicas particulares �

empresas � expandindo

atendimentos e barateando custos

� surge a odontologia de grupo

(ampliou o mercado)

� Odontologia: basicamente profissão privada

� Sistema Público: pequeno papel na oferta de serviços odontológicos

� População: depende praticamente de consultórios privados ou planos odontológicos – 1 em cada 4 brasileiros não confia no atendimento público e opta pelo sistema privado

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Dados Sinog

� 11,7% da população (22,5 milhões de pessoas) nunca foram ao dentista

� 3,8% das crianças com 5 anos estão livres de cáries

� 3 em cada 4 idosos não possuem nenhum dente

� 2,5 milhões de adolescentes nunca foram ao dentista

� 7% da população têm planos odontológicos

Dados ANS

� Março/2012

� 17,3 milhões de

beneficiários de planos

exclusivamente

odontológicos, com

tendência de

crescimento

� o crescimento anual

médio foi de 17,9%

Legislação

� A ANS, por meio da RDC no

39/2000, classifica as operadoras

nas seguintes modalidades:

1. administradora

2. cooperativa médica

3. cooperativa odontológica

4. autogestão

5. filantropia

6. medicina de grupo

7. odontologia de grupo

� Modalidade na qual é classificada uma operadora que se constitui em associação de pessoas sem fins lucrativos, nos termos da Lei no 5.764 (16 de dezembro de 1971/Lei Geral do Cooperativismo), formada por odontólogos e que comercializa ou opera planos de assistência à saúde, exclusivamente odontológicos

Cooperativa Odontológica

� Modalidade na qual é classificada uma operadora que se constitui em sociedade que comercializa ou opera exclusivamente planos odontológicos

Odontologia de Grupo

� Rede própria: dentistas contratados pela empresa (salário fixo)

RDC no 39/2000 – Empresas que operam planos exclusivamente odontológicos, segmentam-se, dependendo do quanto

despendem com a rede própria:

SP = Segmento Próprio: as que

despendem, em sua rede própria, mais

30% (trinta por cento) do custo assistencial relativo aos gastos em serviços odontológicos referentes a seus

planos odontológicos

SM = Segmento Misto: as que despendem, em sua rede própria, entre 10% (dez por cento) e 30% (trinta por cento) do custo assistencial relativo aos gastos em serviços odontológicos referentes a seus

planos odontológicos

ST = Segmento Terciário: as que

despendem, em sua rede própria, menos de 10% (dez por cento) do custo assistencial relativo aos gastos em serviços odontológicos referentes a seus

planos odontológicos

Legislação

Lei Federal no 4.324 de 14 de abril de 1964: foram instituídos o CFO e os CROs

Lei Federal no 6.839 de 30 de outubro de 1980:

“Dispõe sobre o registro de empresas nas entidades fiscalizadoras do exercício de profissões”. Discorre sobre a obrigação do registro nas respectivas associações profissionais, das empresas e seus representantes legais

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� “Consolidação das Normas para Procedimentos nos CROs”, no capítulo IX – “Funcionamento de entidade prestadora de assistência odontológica”, caracteriza a figura da Clínica Odontológica

Resolução CFO 185/93 (25 de abril de 1993)

� “O funcionamento de entidade prestadora de assistência odontológica obriga ao registro no CFO e à inscrição no Conselho Regional em cuja jurisdição esteja estabelecida ou exerça sua atividade”

� Parágrafo 2o, letra i: “as empresas intermediadoras e/ou contratantes de serviços odontológicos”

Artigo 76

� “Para se habilitar ao registro e à inscrição, a entidade prestadora de assistência odontológica deverá, obrigatoriamente, ter sua parte técnica odontológica sob responsabilidade de um cirurgião-dentista”.

Artigo 77

Porém, as empresas

não se cadastraram!

� “Dispõe sobre os planos e seguros privados de assistência à saúde”. Houve diferenciação entre medicina e odontologia, no que se refere aos planos de saúde. Ratifica a exigência de inscrição nos conselhos profissionais, ratificando a Lei no 9.839 de 30 de outubro de 1980. (...)

Lei no 9.956/1998(...) São regidas por esta lei, as

cooperativas, as entidades de

autogestão, administradoras e

empresas de odontologia de grupo

(planos e seguros). Todas as

empresas de direito privado que

ofereçam os planos mediante

contraprestações pecuniárias

� Altera o texto do capítulo IX da Resolução CFO 185/93, Artigo 76 a 83, parágrafo 1o e parágrafo 2o, letra i, onde foram inseridas que empresas para prestação de serviços odontológicos de forma direta ou indireta, intermediadoras e/ou contratantes de serviços odontológicos

Resolução CFO 203 de 11 de julho de 1996

Resoluções CFO 19 e 20 (2001): regulamentaram o relacionamento entre operadoras, auditores e prestadores

19/2001 de 25 de junho de 2001:

• veda o desligamento de cirurgião-dentista vinculado à operadora de plano de saúde. Foi elaborada, visando coibir o “descredenciamento fisiológico”, decorrente de desentendimentos pessoais entre auditores, consultores e profissionais da rede prestadora. Também desencoraja o desligamento por motivos financeiros, especialmente quando a operadora pretende reduzir a tabela de honorários da região. É derivada da Resolução CFM 1.614/2001

20/2001 de 16 de agosto de 2001:

• normatiza e regula a auditoria odontológica e estabelece a diferenciação entre perícia e auditoria, além de descrever as principais atribuições e responsabilidades do profissional odontólogo, exercendo a atividade de auditor. Está em concordância com o CEO, capítulo IV

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Perito

� Profissional que auxilia a decisão judicial e administrativa por solicitação da autoridade judiciária ou por designação do conselho, fornecendo laudo técnico detalhado, buscando em exames clínicos, laboratoriais, radiográficos, fotografias etc., com isenção e imparcialidade. Para desempenhar suas funções de fornecer esclarecimentos técnicos à justiça, deve obedecer rigorosamente às legislações Civil e Penal, aplicáveis a todas as perícias, e não somente à área odontológica

Auditor

� Profissional concursado ou contratado por empresa pública ou privada, que preste serviços odontológicos e necessite de auditoria odontológica permanente, para verificação da execução e da qualidade técnico-científica dos trabalhos realizados por seus credenciados

Resolução CFO 20/2001, Artigo 5: são atribuições específicas do auditor seguir as normas técnicas administrativas da empresa em que presta serviço, observar se tais normas estão de acordo com os preceitos éticos e legais que norteiam a profissão do cirurgião-dentista, recusando-se a cumpri-las caso estejam em

desacordo com o Código de Ética Odontológica

Parágrafo 1º – aplicar medidas técnicas administrativas que visem corrigir a cobrança de procedimentos odontológicos indevidos ou equivocados com avaliação da exatidão e procedência dos valores e serviços apresentados para o pagamento (auditoria corretiva)

Parágrafo 2º – efetuar auditoria prévia, quando a empresa assim o determinar e analisar o plano de tratamento proposto inicialmente, guardando cópia em arquivo próprio

Parágrafo 3º – efetuar auditoria final, verificando se o resultado proposto inicialmente no plano de tratamento foi alcançado

Parágrafo 4º – assessorar a operadora em todas as questões legais e administrativas, que se relacionam com o programa de assistência odontológica, e analisar críticas, reclamações, sugestões, reivindicações dos usuários, das operadoras e da rede prestadora (elo técnico administrativo)

� Na função de auditor ou perito, o cirurgião-dentista deverá identificar-se, de forma clara, em todos os seus atos, fazendo constar sempre o número de seu registro no CRO

Artigo 10

� Descrevem os atributos para o auditor: formação moral, discrição, idoneidade, moderação e dignidade profissional, evitar tecer comentários sobre o trabalho realizado

Artigos 15 e 16

Resolução CFO 20/2001 Código de Ética Odontológica (CEO), Resolução CFO 42/2003 –

são encargos das operadoras:� Capítulo X, Artigo 23, inciso II: “manter a qualidade técnico-científica dos trabalhos realizados”. As análises em âmbito de planos de saúde têm por finalidade principal manter a qualidade técnico-científica dos trabalhos realizados

� Inciso IV: “manter auditorias odontológicas constantes, por meio de profissionais capacitados”

� Artigo 24: constitui infração ética:

• Inciso IX – “Elaborar planos de tratamentos para serem elaborados por terceiros”.

• Proíbe o auditor de realizar “triagem prévia” do paciente. Esta conduta fere a liberalidade da profissão que permite realizar livremente o diagnóstico e instruir a melhor terapêutica para cada caso, obviamente respeitados aos limites da ciência e as diretrizes preconizadas pela odontologia

Referências de Apoio

� JUHÁS, Regina. Auditoria em

odontologia. 2. ed. 2006.

� Sites para consulta:

• <www.cfo.org.br>.

• <www.ans.gov.br>.

• <www.sinog.com.br>.