Aula 01 - Resumo Civil - Afrfb

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    AULA 01

    DAS PESSOAS: NATURAIS E JURDICAS

    (arts. 1o ao 78 do Cdigo Civil)

    Podemos conceituar Pessoa como sendo todo ente fsico ou jurdico,suscetvel de direitos e obrigaes. sinnimo de sujeito de direitos. NoBrasil temos duas espcies de Pessoas: Naturais e Jurdicas. Ambaspossuem aptido para adquirir direitos e contrair obrigaes.

    PERSONALIDADE DA PESSOA NATURAL

    o conjunto de caracteres prprios da pessoa, reconhecida pelaordem jurdica a algum, sendo a aptido para adquirir direitos e contrairobrigaes. atributo da dignidade do homem. Prev o art. 1o do CdigoCivil que: Toda pessoa capaz de direitos e deveres na ordem civil.Assim, o conceito de Pessoa incluihomens, mulheres e crianas; qualquerser humano sem distino de idade, sade mental, sexo, cor, raa, credo,nacionalidade, etc. Por outro lado o conceito exclui os animais (que gozamde proteo legal, mas no so sujeitos de direito), os seres inanimados,etc. Concluindo = Pessoa Natural ou Pessoa Fsica o prprio serhumano.

    INCIO DA PERSONALIDADEH muita polmica doutrinria envolvendo o incio da personalidade

    civil. So trs as principais teorias sobre o tema:

    a) Teoria Concepcionista a personalidade tem incio com a concepo;ou seja, com a prpria gravidez.

    b) Teoria Natalista a personalidade se inicia a partir do nascimento dacriana com vida.

    c) Teoria da Viabilidade que pressupe a possibilidade desobrevivncia da criana. Pases que adotam esta teoria entendem que se

    uma criana nasceu com uma doena que a levar a morte em poucosdias, no haver a aquisio da personalidade.

    No Brasil a doutrina se manifesta de forma divergente, pois, se porum lado a lei estabelece que a personalidade civil tem incio com onascimento com vida, o mesmo dispositivo a seguir assegura ao nasciturodireitos desde sua concepo. Em uma prova objetiva o aluno deve selimitar ao texto expresso da lei. Porm, em um prova dissertativa, devecitar as trs teorias, expondo que no Brasil h ferrenhos defensores daConcepo e da Natalidade, devendo abordar os aspectos mais relevantes

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    de cada uma. A tendncia atual se proteger, cada vez mais, o nascituro eseus direitos desde a concepo.

    Analisando o texto legal, podemos afirmar que a personalidade dapessoa natural ou fsica inicia-se com o nascimento com vida, ainda quepor poucos momentos. Esta a primeira parte do art. 2o do CC. Se acriana nascer com vida, ainda que por um instante, j adquire apersonalidade.

    Ocorre o nascimento quando a criana separada do ventrematerno (parto natural ou por interveno cirrgica), mesmo que aindano tenha sido cortado o cordo umbilical. Alm disso, necessrio quetenha respirado. H nascimento e h parto quando a criana, deixando otero materno, respira. Portanto... se o recm nascido respirou... nasceu

    com vida. E nesse momento que a personalidade civil ter incio em suaplenitude, com todos os efeitos subseqentes, conforme veremos.

    NASCITURO

    O termo nascituro significa aquele que h de nascer. o ente quej foi gerado ou concebido, mas ainda no nasceu, embora tenha vidaintra-uterina e natureza humana. Tecnicamente (teoria natalista), ele notem personalidade, pois ainda no pessoa sob o ponto de vista jurdico.Mas apesar de no ter personalidade jurdica, a lei pe a salvo os direitosdo nascituro desde a concepo. Trata-se da segunda parte do art. 2o,CC. Na realidade o nascituro tem uma expectativa de direito. Ex: o

    nascituro tem o direito de nascer e de viver (o aborto, como regra considerado como crime (arts. 124 a 127, Cdigo Penal).

    O nascituro tambm tem direito filiao, adequada assistncia pr-natal, honra, imagem, direito de ser contemplado por doao, portestamento, etc. Alm disso, o art. 8o do Estatuto da Criana e doAdolescente (Lei n 8.069/90 ECA) determina que a gestante temcondies de obter judicialmente os alimentos para garantia do bomdesenvolvimento do feto, consulta mdica, remdios, etc.

    O principal direito do nascituro o de ter direito sucesso. Aqueleque j foi concebido no momento da abertura da sucesso (morte do de

    cujus) legitima-se a suceder de forma legtima (conferir arts. 1.784 e 1.798,CC). Tambm se legitimam a suceder por testamento os filhos ainda noconcebidos de pessoas indicadas pelo testador, desde que vivas estas aoabrir-se a sucesso (art. 1.799, I, CC).

    Por tal motivo, tendo j tantos direitos, que est crescendo ateoria concepcionista, considerando o nascituro como sendo uma PessoaNatural. Justifica-se esta posio porque somente uma pessoa pode sertitular de direitos... e o art. 2o, CC afirma que o nascituro tem direitos...logo, tendo direitos, ele j pode ser considerado como tendo personalidade.A situao fica ainda mais definida segundo os seguidores desta teoria

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    com o art. 542, CC que estabelece: A doao feita ao nascituro valer,sendo aceita pelo seu representante legal.

    Mas o que se pode afirmar, sem medo de errar, que o nascituro titular de um direito eventual. Ex: homem falece deixando a esposagrvida. No se pode concluir o processo de inventrio e partilha enquanto acriana no nascer. O nascituro, nesta hiptese, tem direito ao resguardo herana. Os direitos assegurados ao nascituro esto em estadopotencial, sob condio suspensiva: s tero eficcia se nascer com vida.A representao do nascituro se d por intermdio de seus pais. Nascendocom vida, a sua existncia, no tocante aos seus interesses, retroage aomomento de sua concepo. As expectativas de direito, agora setransformam em direitos subjetivos.

    Mas h um outro problema de ordem filosfica, religiosa e jurdicaenvolvendo o nascituro. Isto devido ao avano da medicina, com astcnicas de fertilizao in vitro. Indaga-se: qual o momento em quepodemos usar o termo nascituro de uma forma tcnica? Uma correnteafirma que a vida tem incio legal no momento da penetrao doespermatozide no vulo, mesmo que fora do corpo da mulher. Para outracorrente a vida somente teria incio com a concepo no ventre materno(embora ainda no se possa considerar como sendo uma pessoa). Istoporque com a nidao (fixao do vulo fecundado no tero) que segarante eventual gestao e o nascimento. Portanto somente serconsiderado como nascituro, o vulo fecundado que for implantado no

    tero materno. Assim, o embrio humano congelado no poderia ser tidocomo nascituro, embora tenha proteo jurdica como pessoa virtual, comuma carga gentica prpria.

    Com o objetivo de regulamentar o art. 225, 1o, inciso II da CF/88,foi editada inicialmente a Lei n 8.974/95, proibindo e considerando comocrime a manipulao gentica de clulas humanas, a interveno emmaterial gentico humano e a produo, guarda e manipulao deembries humanos destinados a servir como material biolgico disponvel.No entanto foi aprovada a Lei n 11.105/05, dividindo opinies: trouxeesperana para alguns e indignao para outros. Pela nova lei permitida,para fins de pesquisa e terapia, a utilizao de clulas-troncoembrionrias, obtidas de embries humanos produzidos por fertilizao invitro, desde que: a) sejam inviveis, ou estejam congelados h trs anos oumais; b) haja consentimento dos seus genitores.

    Importncia de se nascer com vida

    Como vimos, o nascituro tem apenas expectativa de vida e importante que nasa vivo, nem que seja por um segundo. Se nascer vivo,adquire personalidade. Ser um sujeito de direitos e obrigaes. Noentanto, caso nasa morto, nenhum direito ter adquirido e/outransmitido. Observem.

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    Demonstrao Ordem de vocao hereditria

    1. Descendente (em concorrncia com ocnjuge sobrevivente) filho, neto,bisneto, etc.

    2. Ascendente (em concorrncia com ocnjuge sobrevivente) pai, av, bisav,etc.

    3. Cnjuge sobrevivente.

    4. Colaterais at o 4 grau irmo,sobrinho, tio, primo, etc.

    Levando em considerao o quadro demonstrativo acima,suponhamos que X comprou um apartamento e a seguir se casou com Ypelo regime de separao parcial de bens. Faleceu um ano depois,deixando viva grvida, pais vivos e apenas aquele apartamento para serpartilhado. Para saber quem ser o proprietrio do imvel devemosaguardar o nascimento de Z. No se pode fazer a partilha antes de seunascimento. Vejamos as situaes que podem ocorrer a partir da.

    Situaes:1) Se Z (filho de X - descendente) nascer morto, o apartamento ir

    para A e B, que so os pais (ascendentes) de X (observe o quadro da ordemde vocao hereditria). Neste caso Y (que o cnjuge sobrevivente)tambm ter direitos sucessrios, pois atualmente considerado herdeironecessrio e concorre com os ascendentes do falecido.

    2) Se Z (descendente) nascer vivo, herdar o imvel, em concorrnciacom sua a me Y, pois como vimos atualmente o cnjuge consideradoherdeiro necessrio e tambm concorre na herana com os descendentesdo falecido. Observem que neste caso os pais de X nada herdaro.

    3) Se Z nascer vivo e logo depois morrer, os bens iro todos para suame. Isto porque inicialmente Z herdar parte dos bens de seu pai; noinstante em que nasceu vivo, ele foi um sujeito de direito. Morrendo aseguir, transmite tudo o que recebeu a seus herdeiros. Como no tinhadescendentes e nem cnjuge (at porque era recm-nascido) e seu pai jhavia falecido, seu nico herdeiro ser o ascendente remanescente, ouseja, sua me. Neste caso A e B nada herdaro.

    necessrio dizer ainda, que todo nascimento deve ser registrado,mesmo que a criana tenha nascido morta ou morrido durante o parto. Sefor natimorta, o assento ser feito no Livro C Auxiliar". Neste livro ir

    A B

    X Y

    Z

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    constar apenas: o natimorto de Dona Fulana.... Ou seja, pela nossa leino se d nome ao natimorto. No entanto, parte da doutrina entende que

    o natimorto tem humanidade e por isso teria direito a um nome (teseaprovada na Jornada de Direito Civil promovida pelo Superior Tribunal deJustia: A proteo que o Cdigo confere ao nascituro alcana o natimorto,no que concerne aos direito da personalidade, tais como o nome, imagem esepultura).

    Por outro lado, inquestionvel que se a criana nasceu viva e logodepois morreu (chegou a respirar), sero feitos dois registros: o donascimento (constando o nome da criana, pois naqueles poucossegundos a criana teve personalidade) e logo depois o de bito.

    Observaes:

    01) Segundo a doutrina, nascituro uma expresso mais ampla doque feto, pois este seria o nascituro somente depois que adquiriu a formahumana.

    02) importante salientar que a expresso natimorto no considerada juridicamente tcnica. O vocbulo composto pelas palavraslatinas natus (nascido) e mortus (morto), no tendo previso no CdigoCivil. Possui um duplo sentido. Os Dicionrios Jurdicos conceituam onatimorto como sendo "aquele que nasceu sem vida OU aquele que veio luz, com sinais de vida, mas, logo morreu". Portanto, qualquer uma dessassituaes est correta para conceituar natimorto.

    DIREITOS DE PERSONALIDADE (arts. 11 a 21, CC)

    Adquirindo a personalidade (aptido para adquirir direitos econtrair obrigaes), o ser humano adquire o direito de defender o que lhe prprio, como sua integridade fsica ou corporal (como vida, corpo, seusrgos, voz, imagem, liberdade, identidade, alimentos, etc.), intelectual(como a liberdade de pensamento, autoria cientfica, artstica e intelectual,etc.), moral (como a honra, segredo pessoal ou profissional, privacidade,imagem, opo religiosa, sexual, etc.). Os direitos de personalidade sosubjetivos e seu titular pode exigir de todos que tais direitos lhe sejamrespeitados. Por isso dizemos que eles so erga omnes (extensveis a

    todos).O art. 227 da Constituio Federal dispe sobre os deveres da

    Famlia, da Sociedade e do Estado em relao criana e ao adolescente,disposies completadas com a Lei n 8.069/90 ECA. Observem que arelao dos direitos de personalidade no taxativa, mas apenasexemplificativa. Lembrem-se: a dignidade um direito fundamental,previsto em nossa Constituio, que tambm prev que so inviolveis aintimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurandoo direito de indenizao pelo dano material ou moral decorrente dessaviolao (confiram tambm o art. 5, inciso X da CF/88).

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    Estabelece o art. 11, CC que com exceo dos casos previstos emlei, os direitos da personalidade so intransmissveis e irrenunciveis, no

    podendo o seu exerccio sofrer limitao voluntria. Apesar do Cdigo fazerreferncia a apenas trs caractersticas, a doutrina lhes d maiorextenso, afirmando que eles so:

    inatos os direitos de personalidade j nascem com o seu titular.

    absolutos no podem ser relativizados e so opostos contra todos(erga omnes).

    intransmissveis pertencem de forma indissolvel ao prpriotitular. Neste tpico, cabe uma observao: embora os estesdireitos sejam intransmissveis em sua essncia, os efeitospatrimoniais dos direitos de personalidade podem ser transmitidos.

    Ex: a autoria de uma obra literria intransmissvel; porm podemser negociados os direitos autorais sobre esta obra. indisponveis no podem ser cedidos, a ttulo oneroso ou gratuito

    a terceiros.

    irrenunciveis nem mesmo o seu titular pode abrir mo destesdireitos.

    imprescritveis valem durante toda vida, no correndo os prazosprescricionais; podem ser reclamados judicialmente a qualquertempo.

    impenhorveis se eles no podem ser objeto de cesso ou venda,

    tambm no pode recair penhora sobre os mesmos. inexpropriveis ningum pode remov-los de uma pessoa.

    Vamos acompanhar os prximos dispositivos a respeito:

    O art. 12, CC prev a possibilidade de exigir que cesse leso a direitoda personalidade, por meio de ao prpria, sem prejuzo da reparao deeventuais danos materiais e morais suportados pela pessoa. A lei prevtambm a possibilidade de defesa do direito do morto, por meio de aopromovida por seus sucessores, ou seja, pelo cnjuge sobrevivente,parentes em linha reta (descendentes ou ascendentes) e os colaterais atquarto grau (irmos, tios, sobrinhos ou primos).

    O corpo, como projeo fsica da individualidade humana, inalienvel. O art. 13 e seu pargrafo nico do CC prev o direito dedisposio de partes, separadas do prprio corpo em vida para fins detransplante, ao prescrever que, salvo por exigncia mdica, defeso(proibido) o ato de disposio do prprio corpo, quando importardiminuio permanente da integridade fsica, ou contrariar os bonscostumes. O ato previsto neste artigo ser admitido para fins detransplante, na forma estabelecida em lei especial (conferir com o art.199, 4 da CF). Em hiptese alguma ser admitida a disposio onerosade rgos, partes ou tecido do corpo humano. possvel, tambm, com

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    objetivo cientfico ou altrustico, a disposio gratuita do prprio corpo, notodo ou em parte, para depois da morte, podendo essa disposio ser

    revogada a qualquer momento (art. 14, CC).Resumindo. A disposio sobre o prprio corpo: a) proibida

    quando importar diminuio permanente da integridade fsica (salvo porexigncia mdica), ou contrariar os bons costumes; b) vlida com oobjetivo cientfico ou altrustico, para depois da morte, ou, em vida, parafins de transplante. O Cdigo Civil adotou o princpio do consensoafirmativo (termo usado pela doutrina e que caiu em alguns concursos),segundo o qual o titular do direito pode manifestar sua vontade em serdoador de rgos, mas a qualquer tempo pode revogar esta inteno.

    OBS: A Lei 9.434/97 (regulamentada pelo Decreto 2.268/97 e

    posteriormente alterada pela Lei 10.211/01) trata do assunto,estabelecendo as regras para transplantes. Permite-se a doao voluntrianas seguintes hipteses: a) rgos duplos (rins) e b) partes recuperveis dergo (fgado) ou de tecido (pele, medula ssea), sem que sobrevenhammutilaes ou deformaes.

    O art. 15, CC obsta que uma pessoa seja constrangida a submeter-se, com risco de vida, a tratamento mdico ou a interveno cirrgica.Trata-se do Princpio da Autonomia do Paciente. Portanto, no h achamada supremacia do interesse mdico-cientfico, que se invocava emnome da coletividade, em face ao interesse individual. Uma pessoa,embora enferma, tem o direito oponvel contra todos de sentir-seconstrangida a enfrentar tratamento mdico ou a interveno cirrgicacom risco de vida. O direito no pertence ao mdico, cincia, ou famlia, mas, exclusivamente, ao paciente que aps ser informado do seuestado de sade e das alternativas teraputicas, decidir se se submete ouno ao tratamento ou interveno cirrgica. Mesmo que saiba ou tenhaconscincia de que isso abreviar a sua expectativa da vida. Somente emsituaes extremas, quando a pessoa no consegue expressar a suavontade, o direito se desloca para a famlia do enfermo.

    Notem agora que os artigos de 16 a 19 do Cdigo Civil, tutelam odireito ao nome (falaremos sobre ele logo adiante, em um item especial) e

    contra o atentado de terceiros, expondo-o ao desprezo pblico, ao ridculo,acarretando dano moral ou patrimonial.

    O art. 20, CC tutela, de forma autnoma, o direito imagem e osdireitos a ele conexos (art. 5o, XXVIII, letra a, CF/88). A imagem-retrato a representao fsica da pessoa, implicando o reconhecimento de seutitula por meio de fotografia, escultura, desenho, pintura, interpretaodramtica, cinematogrfica, televisiva, sites, etc. A imagem-atributo refere-se ao conjunto de caracteres e qualidades cultivadas pela pessoa, como ahabilidade, competncia, lealdade, etc. O direito imagem se refere aodireito de ningum ver seu rosto estampado em pblico ou comercializado

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    sem seu consenso e o de no ter sua personalidade alterada, material ouintelectualmente, causando dano sua reputao. Como normalmente

    ocorre, h certas limitaes ao direito de imagem, com dispensa daanuncia para sua divulgao. Vejamos algumas situaes: a) pessoasfamosas (ex: artistas, polticos, etc.), pois elas tm sua imagem divulgadaem razo de sua atividade; mas mesmo assim, no pode haver abusos,pois a sua vida ntima deve ser preservada; b) necessidade de divulgaoda imagem por questes de segurana pblica (ex: publicao da fotografiade um perigoso marginal procurado pela polcia); c) quando se obtm umaimagem, mas a pessoa to-somente parte do cenrio, pois o que sepretende divulgar o acontecimento em si (ex: um congresso, umaexposio de objetos de arte, a inaugurao de uma obra pblica, um hotelou um restaurante, reportagens sobre tumultos, enchentes, shows, etc.).

    H diversas decises de que no cabe direito de imagem em fotografia deacontecimento carnavalesco, pois a pessoa que dele participa, de umacerta forma, renuncia a sua privacidade.

    O titular de um direito de personalidade, quando este for violado,poder pleitear reparao de danos morais e patrimoniais. E se ele j forfalecido o direito ser exercido pelo cnjuge, ascendente ou descendente(trata-se do art. 20, pargrafo nico, CC). Ficou famoso um caso em queuma empresa elaborou um lbum de figurinhas estampando a fotografiade jogadores de futebol. Como no caso havia o intuito de lucro da empresae no houve o consentimento dos atletas, concluiu-se que foi uma prticailcita, sujeita indenizao. A Smula 221 do STJ estabelece que cabvel a reparao do dano decorrente de publicao da imprensa, tantodo autor do escrito, quanto do proprietrio do veculo de divulgao.

    O Cdigo Civil tambm tutela, em seu art. 21 o direito intimidade(art. 5o, X, CF/88), prescrevendo que a vida privada da pessoa natural inviolvel (ex: inviolabilidade de domiclio, de correspondncia, bancrio,conversas telefnicas, etc.).

    Devemos reforar que o Cdigo Civil no exauriu a matria referenteaos direitos de personalidade. A enumerao exposta meramenteexemplificativa, deixando ao Juiz margem para que estenda a proteo asituaes no previstas expressamente.

    INDIVIDUALIZAO DA PESSOA NATURAL

    A) NOME

    o sinal exterior pelo qual se designa e se reconhece uma pessoa. pelo nome que ela fica conhecida no seio da famlia e da comunidade emque vive. Prev o art. 16, CC que toda pessoa tem o direito ao nome, nelecompreendido o prenome e o sobrenome. Trata-se de direito inalienvel(no pode ser vendido), imprescritvel (no correm prazos prescricionais) epersonalssimo, essencial para o exerccio de direitos e cumprimento das

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    obrigaes. H uma proteo especial da lei em relao ao nome, medianteas aes judiciais. A lei protege a honra da pessoa, proibindo que o seu

    nome seja usado ou empregado em situaes agressivas intimidade dequem se v exposto veiculao pblica que provoque depreciao tica,moral ou jurdica, mesmo que a inteno na publicao ou representaono revele intuito difamatrio (art. 17, CC). O nome um direito dapersonalidade, que tambm conferido s pessoas jurdicas, pois estastambm tm direito ao nome. So elementos constitutivos do nome:

    Prenome o nome individual, prprio da pessoa, que pode sersimples (ex: Joo, Jos, Rodrigo, Laura, Aparecida, etc.) ou composto (ex:Jos Carlos, Antnio Pedro, Ana Maria, etc.).

    Patronmico ou nome de famlia, ou apelido de famlia, ou

    simplesmente sobrenome

    identifica a procedncia da pessoa, o troncofamiliar do qual provm, indicando sua filiao ou estirpe, podendotambm ser simples ou composto.

    Agnome o sinal distintivo entre pessoas da mesma famlia comnomes iguais, que se acrescenta ao nome completo (ex: Jnior, Filho, Neto,etc.).

    O pseudnimo (em latim: nome falso) consiste no nome atrs doqual se abriga um autor de obra cultural ou artstica, para o exercciodesta atividade especfica (ex: cantor, ator, autor de um livro, etc.). A leiprev, de forma expressa, como um direito inerente personalidade (art.19, CC), gozando da mesma proteo que se d ao nome, quando usadopara finalidades lcitas.

    Em regra o nome imutvel. No entanto o princpio dainalterabilidade do nome sofre diversas excees em casos justificados.A lei e a jurisprudncia admitem a retificao ou a alterao de qualquerdos seus elementos. No entanto na prtica h um maior rigor quanto modificao do prenome e um menor rigor em relao ao sobrenome. Apropsito, vejam a alterao que a Lei 9.708/98 fez na Lei de RegistrosPblicos (LRP Lei n 6.015/73), em especial no art. 58: O prenome serdefinitivo, admitindo-se, todavia, a sua substituio por apelidos pblicosnotrios. O pargrafo nico deste mesmo dispositivo estabelece uma

    outra possibilidade: A substituio do prenome ser ainda admitida emrazo de fundada coao ou ameaa decorrente da colaborao com aapurao de crime, por determinao, em sentena, de Juiz competente,ouvido o Ministrio Pblico. Um outro exemplo o previsto no art. 56 daprpria LRP que permite que o interessado, no primeiro ano, apscompletar a maioridade civil, altere seu nome, desde que no prejudiqueos apelidos de famlia, averbando-se a alterao que ser publicada pelaimprensa. No entanto o art. 57 determina que qualquer alterao posteriorde nome, somente ser feita por exceo e motivadamente, aps audinciado Ministrio Pblico, e por sentena do Juiz a que estiver sujeito o

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    registro, arquivando-se o mandado e publicando-se a alterao naimprensa. Outros exemplos:

    quando expuser seu portador ao ridculo ou situaes vexatrias

    quando houver evidente erro grfico (ex:Nerson, Osvardo, etc.) quando causar embaraos comerciais e/ou morais trata-se da

    homonmia (ou homnimo)

    com uso prolongado e constante de um nome diverso do que figura

    no registro admite-se a alterao do nome adicionando-se oapelido ou alcunha (ex: Edson Pel Arantes do Nascimento, LuizIncio Lula da Silva, etc.).

    com ocasamento atualmente o art. 1.565, 1, CC permite quequalquer dos nubentes acrescente ao seu, o sobrenome do outro.

    com a unio estvel

    a lei permite que os conviventes adotem opatronmico de seus parceiros, desde que haja concordnciarecproca

    adoo, reconhecimento de filho, separao judicial, divrcio, serviode proteo de vtimas e testemunhas, traduo de nomesestrangeiros, etc.

    B) ESTADO

    O estado definido como sendo o modo particular de existir, ou seja,a soma de qualificaes de uma pessoa na sociedade. Apresenta,

    basicamente sob 03 (trs) aspectos: Individual (ou fsico) so as caractersticas pessoais: idade, sexo,sade mental e fsica, altura, peso, etc.

    Familiar indica a situao que a pessoa ocupa na famlia: a) quantoao matrimnio (solteiro, casado, vivo, separado ou divorciado); b)quanto ao parentesco consangneo (pai, me, filho, av, irmo, primo,tio, etc.); c) quanto afinidade (sogro, sogra, genro, nora, cunhado, etc.).

    Poltico identifica a pessoa a partir do local em que nasceu ou desua condio poltica dentro de um Pas: nacional (nato ounaturalizado), estrangeiro, aptrida. Obs: a expresso heimatlos(origem

    alem) significa aptrida.

    O estado regulado por normas de ordem pblica. irrenuncivel,pois no se pode renunciar aquilo que uma caracterstica pessoal. unoe indivisvel, pois ningum pode ser simultaneamente casado e solteiro;maior e menor, etc. Por ser um reflexo da personalidade, inalienvel, nopodendo ser objeto de comrcio. Trata-se de um direito indisponvel eimprescritvel. As aes tendentes a afirmar, obter ou negar determinadoestado, tambm chamadas de aes de estado (ex: investigao depaternidade, divrcio, etc.). Estas aes so personalssimas.

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    C) DOMICLIO

    O conceito de domiclio surge da necessidade legal que se tem de

    fixar as pessoas em determinado ponto, onde possam ser encontradaspara responder por suas obrigaes. Distino:

    Residncia o lugar em que o indivduo se estabelecehabitualmente, com a inteno de permanecer, mesmo que dele seausente temporariamente; trata-se de uma situao de fato.

    Domiclio a sede da pessoa, tanto fsica como jurdica, ondese presume a sua presena para efeitos de direito e onde exerce oupratica, habitualmente, seus atos e negcios jurdicos. o lugar onde apessoa estabelece sua residncia com nimo definitivo depermanecer; trata-se deum conceito jurdico. Possui dois elementos:

    a) Objetivo o estabelecimento fsico da pessoa.b) Subjetivo a inteno, o nimo de ali permanecer em

    definitivo (a doutrina chama isso de animus manendi).

    Regra Bsica: O domiclio da pessoa natural o lugar ondeela estabelece a residncia com nimo definitivo (art. 70, CC). tambm domiclio da pessoa natural, quanto s relaesconcernentes profisso, o lugar onde esta exercida (art. 72, CC).

    Outras regras:

    A) Uma pessoa pode residir em mais de um local, tomando apenasum como sendo o centro principal de seus negcios; este local ento ser oseu domiclio. Mas se a pessoa tiver vrias residncias, ondealternadamente viva, sem que se possa considerar uma delas como sendoo seu centro principal, o domiclio pode ser qualquer delas o Brasiladotou o sistema da pluralidade domiciliar (art. 71, CC).

    B) Pode ocorrer que uma pessoa no tenha uma residncia habitual;ela no tem um ponto central de negcios. O exemplo clssico o doscircenses que a cada momento esto em uma localidade diferente. Odomiclio desta pessoa ento ser o lugar onde ela for encontrada (art.

    73, CC). Trata-se do chamado foro aparente ou ocasional.Espcies de Domiclio

    1) Domiclio Voluntrio escolhido livremente pela prpriavontade do indivduo e por ele pode ser modificado (geral) ou estabelecidoconforme interesses das partes em um contrato (especial).

    2) Domiclio Legal ou Necessrio a lei que determina odomiclio, em razo da condio ou situao de certas pessoas. Deixa deexistir a liberdade de escolha do domiclio. Observem o art. 76, CC. Assim:

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    Incapazes (qualquer tipo de incapacidade ) os incapazes tm pordomiclio o de seus representantes legais (pais, tutores ou curadores).

    Servidor Pblico seu domiclio o lugar onde exercepermanentemente sua funo.Militar em servio ativo o domiclio do militar do Exrcito o lugar

    onde est servindo; o da Marinha ou da Aeronutica a sede docomando a que se encontra imediatamente subordinado. Aplica-seeste dispositivo, por analogia, tambm aos Policiais Militaresestaduais. O militar reformado (aposentado) no tem mais estedomiclio.

    Preso o lugar onde cumpre a deciso condenatria.Martimos (so os oficiais e tripulantes da marinha mercante)

    Marinha Mercante a que se ocupa do transporte de passageiros e

    mercadorias. O domiclio legal no lugar onde estiver matriculado onavio.

    Agente Diplomtico do Brasil que, citado no estrangeiro, alegarextraterritorialidade, sem indicar seu domiclio no pas, poder serdemandado no Distrito Federal ou no seu ltimo domiclio.

    3) Especial O domiclio voluntrio especial merece um destaque parte. Segundo a doutrina ele pode ser subdividido: a) domicliocontratual (art. 78, CC) local especificado no contrato para ocumprimento das obrigaes dele resultantes; b) domiclio (ou foro) deeleio ou clusula de eleio de foro (previsto no art. 111 do Cdigo de

    Processo Civil) escolhido pelas partes para a propositura de aesrelativas s obrigaes. Quando se tratar de ao que verse sobre imveisa competncia a da situao da coisa. H uma forte corrente

    jurisprudencial negando o foro de eleio nos contratos de adeso,quando constitui um obstculo parte aderente, dificultando-lhe ocomparecimento em juzo. Trata-se de uma orientao do STJ, queentende ser clusula abusiva, pois ela prejudica o consumidor, uma vezque o obriga a responder ao judicial em local diverso de seu domiclio (nula a clusula que no fixar o domiclio do consumidor). Lembrando quecontrato de adeso (ou por adeso) aquele que j est pronto, elaboradode forma unilateral. Ou voc assina (adere) o contrato da forma como que

    ele foi redigido ou o mesmo no sai. No possvel ficar discutindoclusulas contratuais. Por tal motivo a tendncia no ser possvel colocaro foro ou domiclio de eleio no contrato (at porque ele no foi eleito; foiimposto por uma das partes).

    FIM DA PERSONALIDADE DA PESSOA NATURAL

    A existncia da pessoa natural termina com a morte (art. 6o, CC).Verificada a morte de uma pessoa, desaparecem, como regra, os direitos eas obrigaes de natureza personalssima (ex: dissoluo do vnculomatrimonial, relao de parentesco, etc.). J os direitos no

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    personalssimos (em especial os de natureza patrimonial) so transmitidosaos seus sucessores.

    Num sentido genrico podemos dizer que h trs espcies de morte:a) real; b) civil; c) presumida. A doutrina acrescenta tambm a hiptese daLei 9.140/95 que reconheceu como mortos, para todos os efeitos legais, osdesaparecidos polticos.

    Morte Real A personalidade civil termina com a morte fsica, deixandoo indivduo de ser sujeito de direitos e obrigaes. No momento dofalecimento a pessoa deixa de ser um sujeito de direitos e obrigaes. Amorte real se d com o bito comprovado da pessoa natural. A regra geral que inicialmente se exige um atestado de bito (para isso necessrio ocorpo), que ir comprovar a certeza do evento morte, devendo o mesmo ser

    lavrado por profissional registrado no Conselho Regional de Medicina. Comeste documento lavrada a certido de bito, por ato do oficial doregistro civil de pessoa natural, sendo esta a condio para osepultamento. Na falta do corpo, recorre-se aos meios indiretos decomprovao morte real (tambm chamada de justificao judicial demorte real). Isto est disciplinado no art. 88 da Lei n 6.015/73 (Lei deRegistros Pblicos): "Podero os juzes togados admitir justificao para oassento de bito de pessoas desaparecidas em naufrgios, incndio,terremoto ou outra qualquer catstrofe, quando estiver provada a suapresena no local do desastre e no for possvel encontrar o cadver paraexame". Se um avio explode matando todos os passageiros, h o bito

    comprovado de todos; entretanto, pode ser que no tenhamos os corpos detodos os passageiros. Mesmo assim podemos dizer que houve a morte real,pela justificao judicial: no foram encontrados todos os corpos, mas hcerteza da morte de todos.

    Morte Civil A morte civil era a perda da personalidade em vida.Era uma pena aplicada a pessoas condenadas criminalmente, emsituaes especiais. Atualmente, pode-se dizer ela no existe mais. Noentanto, h resqucios de morte civil. Ex: excluso de herana porindignidade do filho, como se ele morto fosse (vejam esta expresso noart. 1.816, CC).

    Morte Presumida ocorre quando a pessoa for declarada ausente.Ausncia o desaparecimento de uma pessoa do seu domiclio. A pessoaque deixa de dar notcias de seu paradeiro por um longo perodo de tempo,sem deixar um representante (procurador) para administrar seus bens(art. 22, CC). Os efeitos da morte presumida so patrimoniais (protege-seo patrimnio do ausente) e alguns pessoais (ex: o estado de viuvez docnjuge do ausente). A ausncia s pode ser reconhecida por meio de umprocesso judicial composto de trs fases: a) curadoria de ausentes; b)sucesso provisria; c) sucesso definitiva. Vejamos.

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    Primeira Fase Declarao de Ausncia. Ausente uma pessoa,qualquer interessado na sua sucesso (e at mesmo o Ministrio Pblico)

    poder requerer ao Juiz a declarao de ausncia e a nomeao de umcurador. Trata-se da curadoria de ausentes. Os bens so arrecadados eentregues ao curador apenas para os mesmos sejam administrados (noh efeitos pessoais). Durante um ano (no caso do ausente no deixarrepresentante ou procurador) deve-se expedir editais convocando oausente para retomar a posse de seus haveres. Com a sua volta opera-se acessao da curatela, o mesmo ocorrendo se houver notcia de seu bitocomprovado. No entanto, se o ausente deixou um representante paracuidar de seus interesses, aquele prazo (de um ano) eleva-se para trsanos. o que diz o art. 26, CC.

    Segunda Fase Sucesso Provisria. Se o ausente no comparecerno prazo (um ou trs anos, dependendo da hiptese), poder ser requeridae aberta a sucesso provisria e o incio do processo de inventrio epartilha dos bens. No processo de ausncia a sentena do Juiz dada logono incio do processo, para que se inicie a sucesso provisria. Mas estasentena determinando a abertura da sucesso ainda no produz efeitosde imediato. O art. 28, CC prev uma cautela a mais. Ou seja, concede umprazo de mais 180 dias para que o ausente reaparea e tome conhecimentoda sentena que determinou a abertura da sucesso provisria de seusbens. Assim, a sentena somente ir produzir efeitos aps 180 dias de suapublicao na imprensa. Trata-se, digamos, de uma ltima chance quese d ao ausente. Aps este prazo, a ausncia passa a ser presumida.Nesta fase cessa a curatela dos bens do ausente. feita a partilha dosbens deixados e agora so os herdeiros, de forma provisria e condicional(e no mais o curador) que iro administrar os bens, prestando cauo (ouseja, dando garantias de que os bens sero restitudos no caso do ausenteaparecer). Nesta fase os herdeiros ainda no tm a propriedade; exercemapenas a posse dos bens do ausente. Apenas se antecipa a sucesso, semdelinear definitivamente o destino dos bens desaparecido. Por isso ossucessores ainda no podem vender os bens. Os imveis somente podemser vendidos com autorizao judicial. A sucesso provisria encerradase o ausente retornar ou se comprovar a sua morte real. Convm

    acrescentar que o descendente, o ascendente e o cnjuge (herdeirosnecessrios) que forem sucessores provisrios do ausente e estiverem naposse dos bens tero direito a todos os frutos e rendimentos desses bens.Ex: Uma pessoa foi considerada ausente; era proprietrio de duas casase uma fazenda. Seu filho entrou na posse dos bens: mora em uma dascasas, alugou a outra e tornou a fazenda extremamente produtiva. Se seupai retornar posteriormente, o filho no ser obrigado a restituir osaluguis que recebeu com a casa e nem o que lucrou explorando afazenda. J os demais sucessores (ex: irmos, tios, sobrinhos, etc.) terodireito somente metade destes frutos ou rendimentos.

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    Terceira Fase Sucesso Definitiva. Aps 10 (dez) anos do trnsitoem julgado da sentena de abertura da sucesso provisria, sem que o

    ausente aparea, ser declarada a morte presumida. Nesta ocasioconverte-se a sucesso provisria em definitiva. Os sucessores deixamde ser provisrios, adquirindo a propriedade plena (ou o domnio) e adisposio dos bens recebidos. Porm esta propriedade consideradaresolvel. Isto , se o ausente retornar em at 10 (dez) anos seguintes abertura da sucesso definitiva ter direito aos bens, mas no estado emque se encontrarem. Ou ento ter direito ao preo que os herdeiroshouverem recebido com sua venda. Se regressar aps esse prazo (portantoaps 21 anos de processo), no ter direito a mais nada.

    interessante acrescentar que o art. 38, CC possibilita se requerer asucesso definitiva provando-se que o ausente conta com 80 anos de idadee que de cinco datam as ltimas notcias dele.

    nesta fase (na sucesso definitiva ou seja, at 10 anos aps otrnsito em julgado da sentena de abertura da sucesso provisria) quetambm se dissolve a sociedade conjugal, considerando-se rompido ovnculo matrimonial. o que prev o art. 1.571, 1 do CC. Neste caso ocnjuge ser considerado vivo (torna-se irreversvel a dissoluo dasociedade conjugal), podendo se casar novamente. No entanto este cnjugeno precisa esperar tanto tempo para se casar novamente. Ele podeingressar com um pedido de divrcio direto, com base na separao defato por mais de 02 (dois) anos, nos termos do art. 1.580, 2 do CC,

    requerendo a citao do ausente por edital. Divorciado, est livre paraconvolar novas npcias.

    Resumindo: a) Ausncia (ou curadoria do ausente) 01 ou 03 anos,dependendo da hiptese (art. 26, CC), arrecadando-se os bens que seroadministrados por um curador; b)Sucesso Provisria feita a partilhade forma provisria, aguardando-se 10 anos; c) Sucesso Definitiva naabertura j se concede a propriedade plena e se declara a morte(presumida) do ausente. Seu cnjuge reputado vivo. Aguarda-se maisdez anos; d) Fim.

    importante acrescentar que atualmente, em determinadas

    hipteses, pode haver a morte presumida sem declarao de ausncia. o que prev o art. 7o do CC. Isto para melhor viabilizar o registro dobito, resolver problemas jurdicos e regular a sucesso causa mortis.Vejamos as duas situaes excepcionais:

    a) For extremamente provvel a morte de quem estava em perigo devida.

    b) Pessoa desapareceu em campanha ou feito prisioneiro e no foiencontrado at dois anos aps o trmino da guerra.

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    A declarao de ausncia nestes casos somente poder serrequerida depois de esgotadas as buscas e averiguaes, devendo a

    sentena fixar a data provvel do falecimento. Com a declarao deausncia nas hipteses previstas, abre-se a sucesso definitiva. Opatrimnio do morto presumido se transforma em herana, sendo que osherdeiros j podem ter a posse dos bens.

    COMORINCIA

    Comorincia o instituto pelo qual se considera que duas ou maispessoas morreram simultaneamente, sempre que no se puder averiguarqual delas pr-morreu, ou seja, quem morreu em primeiro lugar. Art. 8,CC: Se dois ou mais indivduos falecerem na mesma ocasio, no sepodendo averiguar se algum dos comorientes precedeu aos outros,

    presumir-se-o simultaneamente mortos. Ex: um avio caiu e todos ospassageiros faleceram no acidente; nesse caso vamos presumir que todos

    eles morreram no mesmo momento. Comorincia tambm chamada demorte simultnea. Trata-se de uma presuno relativa (juris tantum), ouseja, que admite prova em contrrio.

    Aplica-se o instituto da morte simultnea sempre que houver umarelao de sucesso hereditria entre os mortos. Se no houver estarelao tambm no haver qualquer interesse jurdico na questo. Aconseqncia prtica que se os comorientes forem herdeiros uns dosoutros, no haver transferncia de direitos entre eles; um no suceder o

    outro. Suponha-se o caso de mortes simultneas de cnjuges, semdescendentes e sem ascendentes, mas com irmos. Pelo instituto dacomorincia, a herana de ambos dividida razo de 50% para osherdeiros de cada cnjuge, se o regime de bens do casamento for o dacomunho universal.

    Questo Polmica E se duas pessoas falecerem em locaisdiferentes, mas nas mesmas circunstncias de tempo? H autores quedefendem a posio de que somente haver comorincia se as mortes sederem no mesmo acontecimento, lugar e tempo. Outros (Maria HelenaDiniz) afirmam: "Embora o problema da comorincia tenha comeado a serregulado a propsito de caso de morte conjunta no mesmo acontecimento,ele se coloca, como se pode ver da redao do art. 8o do Cdigo Civil, comigual relevncia em matria de efeitos dependentes de sobrevivncia,nos casos de pessoas falecidas em lugares e acontecimentos distintos,mas em datas e horas simultneas ou muito prximas. A expresso namesma ocasio no requer que o evento morte se tenha dado na mesmalocalidade; basta que haja inviabilidade na apurao exata da ordemcronolgica dos bitos.

    EFEITOS DO FIM DA PERSONALIDADE

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    So efeitos do fim da personalidade: dissoluo do vnculoconjugal e do regime matrimonial; extino do poder familiar; extino dos

    contratos personalssimos, etc. Outro efeito de suma importncia aextino da obrigao de prestar alimentos com o falecimento do credor.Observem que o credor a pessoa que estava recebendo a pensoalimentcia; morrendo no faz mais jus ao benefcio e este no se transmitea seus herdeiros. No entanto, no caso de morte do devedor (que apessoa que paga a penso alimentcia), os herdeiros deste assumiro aobrigao at as foras da herana. Trata-se de uma inovao do atualCdigo. Este assunto tratado com maior profundidade na aula referenteao Direito das Sucesses, quando este ponto for exigido pelo edital.

    A morte no aniquila com toda a vontade do de cujus, que podesobreviver por meio de um testamento. Ao cadver devido respeito; osmilitares e os servidores pblicos de uma forma geral podem serpromovidos post mortem; permanece o direito imagem, honra, aosdireitos autorais, etc.

    CAPACIDADE

    Embora baste nascer com vida para se adquirir a personalidade,nem sempre se ter capacidade. Costuma-se dizer que a personalidade apotencialidade resultante de um fato natural (nascer com vida); j nacapacidade temos os limites desta potencialidade. A capacidade podeassim ser classificada:

    Capacidade de direito ou de aquisio de direito ou degozo prpria de todo ser humano, inerente personalidade e que s seperde com a morte. a capacidade para adquirir direitos e contrairobrigaes. "Toda pessoa capaz de direitos e deveres na ordem civil"(art.1 do Cdigo Civil).

    Capacidade de fato ou de exerccio da capacidade dedireito isto , de exercitar por si mesmo os atos da vida civil.

    Toda pessoa natural tem capacidade de direito. Esta inerente personalidade. Quem tem personalidade (est vivo) tem capacidade dedireito. Mas essa pessoa pode no ter a capacidade de fato, pois pode lhe

    faltar a plenitude da conscincia e da vontade, limitando o exerccio (eno o gozo) dos direitos.

    No Brasil no existe a incapacidade de direito.

    A capacidade de direito no pode ser negada ao indivduo, mas podesofrer restries quanto ao seu exerccio. Ex: o louco, por ser pessoa(ele est vivo, possui personalidade), tem capacidade de direito, podendoreceber uma doao; porm no tem capacidade de fato, no podendovender o bem que ganhou.

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    Quem possui as duas espcies de capacidade (de direito e de fato)tem a chamada capacidade plena. Quem s possui a de direito tem a

    chamada capacidade limitada. A incapacidade a restrio legal aoexerccio dos atos da vida civil (em outras palavras: uma restrio aopoder de agir). Visa proteger os que so portadores de alguma deficinciajurdica aprecivel, graduando a forma de proteo: pode ser absoluta ourelativa. A falta de capacidade pode ser suprida pelos institutos da:

    Representao para os absolutamente incapazes, ou seja,para pessoas completamente privadas de agir na vida civil.

    Assistncia para os relativamente incapazes, ou seja, parapessoas que j podem atuar na vida civil, desde que autorizadas.

    CAPACIDADE DE FATO

    Na realidade a capacidade a regra. E a incapacidade a exceo. Alei (ordem pblica) que ir apontar quais as hipteses em que a pessoapode ser privada da capacidade.

    A) ABSOLUTAMENTE INCAPAZES

    Ocorre quando houver proibio total do exerccio do direito do incapaz,acarretando, em caso de violao, a nulidade absoluta do ato jurdico(art. 166, I, CC). Os absolutamente incapazes possuem direitos, porm nopodem exerc-los pessoalmente. H uma restrio legal ao poder de agirpor si. Por isso devem ser representados. So absolutamente incapazes

    (art. 3, CC):

    1) Os menores de 16 (dezesseis) anos (critrio etrio) devem serrepresentados por seus pais ou, na falta deles, por tutores. So chamadostambm demenores impberes. O legislador entende que, devido a essatenra idade, a pessoa ainda no atingiu o discernimento pleno paradistinguir o que pode ou no fazer.

    2) Os que, por enfermidade ou deficincia mental, no tiverem onecessrio discernimento para a prtica dos atos da vida civil soas pessoas que, por motivo de ordem patolgica ou acidental, congnita ouadquirida, no esto em condies de reger sua prpria pessoa ou

    administrar seus bens. Abrange pessoas que tm desequilbrio mental (ex:demncia, parania, psicopatas, etc.). Para que seja declarada aincapacidade absoluta neste caso, necessrio um processo deinterdio. Trata-se de uma medida de proteo, em que o PoderJudicirio declara se determinada pessoa tem ou no a plena capacidadepara gerir seus prprios negcios. Pode ser total ou parcial, dependendo dahiptese concreta. Trata-se de um procedimento especial de jurisdiovoluntria (no h uma disputa entre as partes, porm a interveno doJuiz necessria, exercendo-se a jurisdio no sentido de simplesadministrao). A jurisdio voluntria se contrape jurisdio

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    contenciosa (que caracterizada pela disputa entre duas ou mais partes,que pleiteiam providncias opostas ao Juiz).

    Nosso direito no admite os chamados intervalos lcidos. Ou seja, se apessoa praticou o ato aps a sua interdio, este ato considerado nulo,no se aceitando a demonstrao de que naquele momento, emborainterditada, a pessoa estava lcida. A senilidade ou senectude (velhice),por si s, no causa de restrio da capacidade de fato.

    3) Os que, mesmo por causa transitria, no puderem exprimirsua vontade trata-se de uma expresso genrica e muito abrangente.Pode incluir o surdo-mudo, desde que ele no possa manifestar suavontade de forma alguma. Se puder exprimir sua vontade, pode serconsiderado relativamente capaz ou at plenamente capaz, dependendo do

    grau de sua expresso, embora estejam impedidos de praticar atos quedependam de audio (ex: testemunha em testamento). O dispositivo inclui,tambm, as pessoas que perderam a memria, embora de formatransitria, e outros casos anlogos.

    Reforando: o Cdigo Civil no estende a incapacidade: a)ao cego,que somente ter restrio aos atos que dependem da viso, comotestemunha ocular de um fato, testemunha em testamentos, etc; almdisso, o cego somente poder fazer testamento da forma pblica; b) aoanalfabeto; e c) pessoa comidade avanada.

    B) RELATIVAMENTE INCAPAZESTrata-se de uma situao intermediria entre a incapacidade total e acapacidade plena. A incapacidade relativa diz respeito queles que podempraticar por si os atos da vida civil, desde que assistidos por seusrepresentantes legais. O efeito da violao desta norma gerar aanulabilidade (ou nulidade relativa) do ato jurdico (art. 171, I, CC),dependendo da iniciativa do lesado. Certos atos a pessoa j pode praticarsem assistncia e so considerados vlidos. H outras hipteses em que oato pode ser ratificado ou convalidado pelo representante legal,posteriormente. A grande diferena entre os absolutamente incapazes e osrelativamente incapazes que no primeiro caso a pessoa no pode praticar

    o ato, por isso ela ser representada; j na segunda hiptese a pessoapratica pessoalmente o ato, sua vontade levada em conta, mas no podepraticar este ato sozinha, sendo necessria a assistncia. Se houver umconflito de interesses entre o incapaz e o assistente, o Juiz lhe nomearum curador especial. So relativamente incapazes (art. 4, CC):

    1) Maiores de 16 anos e menores de 18 anos afirma a doutrinaque a sua pouca experincia e insuficiente desenvolvimento intelectual nolhes possibilitam a plena participao na vida civil. So tambm chamadosde menores pberes. Eles somente podero praticar certos atos medianteassistncia de seus representantes, sob pena de anulao. No entanto h

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    atos que o relativamente incapaz pode praticar mesmo sem assistncia.Ex: casar (necessitando neste caso apenas de uma autorizao de seus

    pais); fazer testamento (art. 1.860, pargrafo nico do CC); servir comotestemunha (art. 228, I, CC) inclusive em atos jurdicos e em testamento;ser eleitor, etc.

    O menor, entre 16 e 18 anos, no pode, para eximir-se de umaobrigao, invocar a sua idade se dolosamente a ocultou quando inquiridopela outra parte, ou se, no ato de obrigar-se, espontaneamente se declaroumaior (art. 180, CC). Explicando: Em um contrato, um rapaz com 17 anosse passou por maior de 18 anos e assumiu determinada obrigao. Depois,para no cumprir esta obrigao, alegou ser menor e revelou sua idadeverdadeira. Pela lei o menor no poder fugir desta obrigao, poisconscientemente declarou-se maior (no se pode, para eximir de umaobrigao, alegar sua prpria torpeza).

    2) brios habituais, os viciados em txicos, e os que, pordeficincia mental, tenham o discernimento reduzido alargaram-seos casos de incapacidade relativa decorrente de causa permanente outransitria. Deve haver tambm um processo de interdio, onde o Juiz irestabelecer os limites da curatela (maior ou menor dependendo do grau decomprometimento mental do interditado). A dependncia por lcool oudrogas faz com que a pessoa seja considerada relativamente incapaz. Noentanto se o grau de dependncia atingir nveis excepcionais, essa pessoapoder ser considerada absolutamente incapaz.

    3) Excepcionais, sem desenvolvimento mental completo trata-se de uma expresso de carter genrico, abrangendo as pessoasportadoras de alguma anomalia psquica que apresentam sinais dedesenvolvimento mental incompleto. Neste caso tambm necessrio umprocesso regular de interdio. O exemplo clssico da doutrina so osportadores da Sndrome de Down.

    4) Prdigos so os que dilapidam os seus bens ou seupatrimnio, fazendo gastos excessivos e anormais, podendo chegar misria. Trata-se de um desvio de personalidade e no de uma alienaomental propriamente dita. O exemplo clssico o da pessoa viciada em

    jogos de azar, que de forma compulsiva, dissipa seu patrimnio. Nestecaso a pessoa deve ser interditada para a sua prpria proteo, e, emseguida, nomeia-se um curador para cuidar de seus interesses. O prdigointerditado no pode (sem assistncia): emprestar, transigir, dar quitao,alienar (ou seja, vender, doar, etc.), hipotecar, agir em juzo, etc. Como elefica privado somente dos atos que possam comprometer seu patrimnio,ele pode: exercer atos de mera administrao, exercer profisso, etc. Oprdigo poder at se casar. No entanto se houver necessidade de pactoantenupcial haver assistncia de um curador, pois o ato nupcial podeenvolver disposio de bens.

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    Observao ndios O atual Cdigo Civil afirma que acapacidade dos ndios ser regulada por meio de lei especial (art. 4o,

    pargrafo nico, CC). A Lei 6.001/73 (Estatuto do ndio) coloca o ndio esua comunidade, enquanto no integrado comunho nacional, sob oregime tutelar. O rgo que deve assisti-los a FUNAI.

    TUTELA E CURATELA

    A tutela um instituto de carter assistencial que tem porfinalidade substituir o poder familiar. Protege o menor (impbere oupbere) no emancipado e seus bens, se seus pais falecerem ou foremsuspensos ou destitudos do poder familiar, dando-lhes representao ouassistncia no plano jurdico. Pode ser oriunda de provimento voluntrio,de forma testamentria, ou em decorrncia da lei. Observem que o tutor

    pode representar o incapaz (se este for menor de 16 anos) ou assisti-lo (seele for maior de 16, porm menor de 18 anos). O tutor pode realizar quasetodos os atos em nome do menor (no poder emancip-lo, pois issodepende de sentena judicial). Observem que poder familiar e tutela soinstitutos que se excluem. Somente se o menor no tiver pais que sernomeado o tutor.

    J a curatela um encargo pblico (tambm chamado de munus)previsto em lei e que dado para pessoas maiores, mas que no esto emcondies de realizar os atos da vida civil pessoalmente, geralmente emrazo de alguma enfermidade, deficincia mental ou prodigalidade. Ocurador alm de administrar os bens do incapaz, deve, tambm, reger edefender a pessoa. Decorre de nomeao pelo Juiz em deciso prolatadaem processo de interdio.

    C) CAPACIDADE PLENA

    A incapacidade termina, via de regra, ao desaparecerem as causasque a determinaram. Assim, nos casos de loucura, da toxicomania, etc.,cessando a enfermidade que a determinou, cessa tambm a incapacidade.J em relao menoridade, a incapacidade cessa quando o menorcompletar 18 anos (art. 5, caput, CC). Dessa forma, torna-se apto aexercer pessoalmente todos os atos da vida civil sem necessidade de ser

    assistido por seus pais.Cuidado!! No confundir a capacidade civil com a imputabilidade

    (ou responsabilidade) penal, que tambm se d aos 18 anos completos. Enem com a capacidade eleitoral que se inicia, facultativamente, aos 16anos.

    EMANCIPAO

    Emancipao (cessao da incapacidade ou antecipao dos efeitos damaioridade) a aquisio da capacidade plena antes dos 18 anos,habilitando o indivduo para todos os atos da vida civil. A emancipao

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    irrevogvel e definitiva. Adquire-se a emancipao (art. 5o, pargrafonico, Cdigo Civil):

    1) Pela concesso dos pais ou apenas de um deles na falta dooutro (emancipao parental ou voluntria) os pais reconhecem que seufilho j tem maturidade suficiente para reger sua pessoa e seus bens. Deveser concedida por ambos os pais, por instrumento pblico (escritura) eposteriormente registrada no Cartrio de Registro Civil das PessoasNaturais, no sendo necessria a homologao do Juiz. O menor deve ter,no mnimo, 16 anos completos.

    2) Por Sentena do Juiz em duas hipteses: a) quando um dospais no concordar com a emancipao, contrariando a inteno do outro(conflito de vontades entre os pais); b) quando o menor estiver sob tutela.

    O tutor no pode emancipar o menor. Evita-se, assim, a emancipaodestinada apenas para livrar o tutor do encargo. Desta forma aemancipao deve ser feita pelo Juiz, se o menor tiver 16 anos, ouvido otutor, com a participao do Ministrio Pblico, depois de verificada aconvenincia para o bem do menor.

    3) Pelo casamento a idade nupcial (ou idade nbil) do homem eda mulher de 16 anos. O art. 1.517, CC exige a autorizao de ambos ospais, enquanto no atingida a maioridade. Caso os pais no consintamcom o casamento, ou em havendo divergncia entre eles, a autorizaopoder ser suprida pelo Juiz. Aps a celebrao do casamento, oscnjuges, mesmo que menores, so considerados emancipados. O divrcio,a viuvez e mesmo a anulao do casamento no implicam no retorno incapacidade. No entanto o casamento nulo pode fazer com que se retorne situao de incapaz. Mas h uma exceo: se o casamento for contradode boa-f. Nesta hiptese o ato produzir efeitos de um casamento vlido ea pessoa ser considerada emancipada.

    Somente em casos excepcionais admite-se o casamento de quem aindano alcanou a idade nbil (16 anos). Ex: gravidez. Digamos que umajovem de 15 anos engravidou de seu namorado que tem 23 anos e umasituao financeira confortvel. Eles querem se casar. Mas a jovem aindano tem a idade nbil. Neste caso exige-se uma sentena judicial de

    suprimento de idade.4) Pelo exerccio de emprego pblico (efetivo) excluem-se os

    diaristas, contratados e os nomeados para cargos em comisso. Hentendimento que deve ser funcionrio da administrao direta (excluindo-se, assim, os funcionrios de autarquias). H pouca aplicao prticadeste dispositivo, pois os editais de concursos pblicos exigem que ocandidato tenha, no mnimo, 18 anos completos.

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    5) Pela colao de grau em curso de ensino superior tambmh pouca aplicao prtica devido s particularidades de nosso sistema de

    ensino.6) Pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existncia de

    relao de emprego, desde que em funo deles, o menor tenhaeconomia prpria necessrio que este menor tenha no mnimo 16anos completos, pois j revelaria suficiente amadurecimento. Na prtica huma certa dificuldade para se provar o que seja "economia prpria" Ex:pessoas que com 16 anos que j um artista expondo obras em galeriasmediante remunerao; jogador de futebol profissional, etc.

    PESSOAS JURDICAS

    (arts. 40 a 69, CC)

    As Pessoas Jurdicas so entes resultantes da criao da lei.Existem como grupos constitudos para a realizao de determinados fins,sendo dotadas de direitos e obrigaes. Observem que a doutrina usaoutras expresses sinnimas: pessoas morais, coletivas, abstratas,fictcias ou entes de existncia ideal.

    As Pessoas Jurdicas tambm tm direito personalidade(identificao, liberdade para contratar, boa reputao, etc.), aos direitos

    reais (pode ser proprietria, usufruturia, etc.), aos direitos industriais(art. 5o, inciso XXIX da CF/88), aos direitos obrigacionais (podendocomprar, vender, alugar ou contratar de uma forma geral) e at mesmo aosdireitos sucessrios (podem adquirir bens causa mortis, ou seja, portestamento).

    interessante acrescentar que os dispositivos relativos aos direitosda personalidade da pessoa natural (arts. 11 a 21, CC) tambm podem seraplicados em relao pessoa jurdica, no que couber, por fora do art.52, CC. E por isso que uma pessoa jurdica tem direito ao nome, marca, imagem, propriedade, ao segredo, etc. Segundo a doutrina ela

    tem honra objetiva, pois tem patrimnio, reputao, bom nome, etc.Assim, no campo do Direito Civil, a pessoa jurdica pode ser vtima e sofrerdanos morais, tendo, inclusive, direito de acionar o Poder Judicirio paraexigir reparao desses danos. Trata-se da Smula 227 do SuperiorTribunal de Justia.

    Existem diversas teorias que tentam identificar a natureza dapersonalidade da Pessoa Jurdica. A corrente majoritria tem adotado aTeoria da Realidade Tcnica, onde a pessoa jurdica existe de fato e nocomo uma mera abstrao. reconhecida pelo Estado, com personalidade

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    prpria, distinta da de seus membros. So pressupostos de existncia daPessoa Jurdica:

    a) Vontade humana criadora. Trata-se da affectio societatis, ouseja, inteno especfica dos scios em constituir uma sociedade.

    b) Obedincia aos requisitos impostos pela lei para suaformao. As pessoas jurdicas somente existem porque a lei assim opermite. Portanto, ela necessita se submeter aos requisitos impostos pelaprpria lei.

    c) Licitude de sua finalidade, ou seja, deve ter objeto lcitoabrangendo em seu conceito: a moralidade dos atos e os objetivosperseguidos.

    CONCEITODe uma forma tcnica podemos conceituar a Pessoa Jurdica como

    sendo a unio de pessoas naturais ou de patrimnios, com o objetivo deatingir determinadas finalidades e reconhecida pela ordem jurdica comosujeito de direitos e obrigaes. Atribui-se Pessoa Jurdica umapersonalidade distinta da personalidade dos membros que a compe.

    REPRESENTAO

    Por no poder atuar por si prpria, a pessoa jurdica, como ente dacriao da lei, deve ser representada por uma pessoa fsica (ou natural)

    ativa e/ou passivamente, exteriorizando sua vontade, nos atos judiciais ouextrajudiciais. Pelo art. 47, CC todos os atos negociais exercidos pelorepresentante, dentro dos limites de seus poderes estabelecidos noestatuto social, obrigam a pessoa jurdica, que dever cumpri-los. Mas se orepresentante extrapolar estes poderes, responder pessoalmente por esteexcesso.

    Em regra essa pessoa a indicada no ato constitutivo da PessoaJurdica. Na sua omisso, a representao ser exercida por seusdiretores. Se a pessoa jurdica tiver administrao coletiva, as decisessero tomadas pela maioria dos votos, salvo se o ato constitutivo dispuserde modo diverso (art. 48, CC). Esta representao se extrai inicialmente(embora de forma indireta) dos arts. 46, inciso V e 47 do Cdigo Civil. Mastambm est prevista expressamente no art. 12, incisos I e II (para asPessoas Jurdicas de Direito Pblico) e inciso VI (para as Pessoas Jurdicasde Direito Privado) do Cdigo de Processo Civil (C.P.C.).

    Lembrando sempre que o Ato Constitutivo varia de acordo com otipo de Pessoa Jurdica: estatuto (na associao); contrato social (nasociedade); escritura pblica ou testamento (na fundao).

    CLASSIFICAO DAS PESSOAS JURDICAS:

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    A) Quanto Nacionalidade Elas podem ser consideradas comoNacionais ou Estrangeiras. Sociedade Nacional a organizada conforme

    a lei brasileira e tem no Pas a sede de sua administrao. A SociedadeEstrangeira no poder funcionar no Pas sem autorizao do PoderExecutivo e ficar sujeita aos Tribunais brasileiros quanto aos atos aquipraticados.

    B) Quanto Estrutura Interna

    1) Universitas Personarum nelas, o que importante oconjunto de pessoas, que apenas coletivamente goza de certos direitos eos exerce por meio de uma vontade nica. O objetivo o bem-estar deseus membros. Ex: as Sociedades (de uma forma geral) e as Associaes.

    2) Universitas Bonorum nelas, o que importante o

    patrimnio personalizado destinado a um determinado fim e que lhe dunidade. O objetivo o bem-estar da sociedade. Ex: as Fundaes. Oobjeto e o patrimnio das Fundaes so seus elementos essenciais.

    C) Quanto s Funes e Capacidade Dividem-se em:

    1) Pessoas Jurdicas de Direito Pblico Pode serclassificada em Externo ou Interno. Esta, por sua vez, pode sersubdividida em Administrao Direta ou Indireta.

    2) Pessoas Jurdicas de Direito Privado FundaesParticulares, Organizaes Religiosas (Lei n 10.825/03), Partidos

    Polticos (Lei n 10.825/03), Associaes e Sociedade, sendo que estaspodem ser: simples (antigas sociedades civis) ou empresrias (antigassociedades comerciais ou mercantis).

    I PESSOA JURDICA DE DIREITO PBLICO

    O Estado a pessoa jurdica de direito pblico por excelncia. TodoEstado independente formado por trs elementos essenciais: a) povo; b)territrio; e c) governo soberano. Costuma-se dizer que o Estado o povo,em dado territrio, politicamente organizado segundo sua livre e soberanavontade.

    I.1) PESSOA JURDICA DE DIREITO PBLICO EXTERNO

    Segundo o art. 42, CC, so pessoas jurdicas de direito pblicoexterno os Estados estrangeiros (outros pases soberanos, como oUruguai, Canad, Dinamarca, etc.) e todas as pessoas que forem regidaspelo direito internacional pblico; ou seja, os OrganismosInternacionais, como a ONU (Organizao das Naes Unidas), OEA(Organizao dos Estados Americanos).

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    I.2) PESSOAS JURDICAS DE DIREITO PBLICO INTERNO

    So aquelas cuja atuao se restringe aos interesses e limites

    territoriais do Estado. a nossa nao, politicamente organizada, nosmoldes previstos na Constituio Federal de 1.988.

    A) PESSOAS JURDICAS DE DIREITO PBLICO INTERNO DAADMINISTRAO DIRETA OU CENTRALIZADA (art. 41, I, II e III, CC) So elas: Unio, Estados-membros, Distrito Federal, Territrios e osMunicpios legalmente constitudos.

    Costuma-se dizer que a Unio (ou Estado Federal) a detentora dasoberania, ou seja, no deve obedincia jurdica a nenhum outro Estado. juridicamente ilimitada no plano interno e somente contra limites na

    soberania de um outro Pas. J as demais entidades so detentoras deautonomias. A autonomia dos entes da federao brasileira estdevidamente delimitada pelo Direito (art. 18, CF/88). Esta autonomia, naverdade, o exerccio do poder do Estado com a observncia dosparmetros jurdicos estabelecidos em uma norma de hierarquia superior(em outras palavras: a prpria Constituio Federal).

    A Unio designa a nao brasileira, nas suas relaes com osEstados-membros que a compe e com os cidados que se encontram emseu territrio. Os Estados federados (Estados-membros) possuemautonomia administrativa, competncia e autoridade legislativa, executiva

    e judiciria sobre os negcios locais. J o Distrito Federal a capital daUnio. equiparado a um Estado federado por ser a sede da Unio, tendoadministrao, autoridade e leis prprias atinentes aos servios locais.Tambm se encaixam nesta classificao os Municpios legalmenteconstitudos, pois, tm interesses e economia prprios. Chamo atenopara os Territrios. Como sabemos, j no existem mais os Territrios noBrasil. Mas apesar de no mais existirem h previso expressa naConstituio Federal, possibilitando a criao de eventual novo Territrio,por meio de Lei Complementar (arts. 18, 2 e 48, inciso VI, CF/88). Parao Direito Civil ele ser considerado como sendo uma Pessoa Jurdica deDireito Pblico Interno, pois h previso expressa no art. 41, inciso II do

    Cdigo Civil neste sentido. Alguns autores classificam os territrios comoautarquias territoriais dando a entender que seriam pessoa jurdicas dedireito pblico interno de administrao indireta.

    O Brasil, pelos termos da Constituio Federal de 1.988, umaRepblica Federativa, com sistema Presidencialista. Alm disso (segundo adoutrina), possui como Regime de Governo o Estado Democrtico e deDireito.

    B) PESSOA JURDICA DE DIREITO PBLICO INTERNO DEADMINISTRAO INDIRETA OU DESCENTRALIZADA (art. 41, IV e V,

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    CC) So rgos descentralizados, criados por lei, com personalidadejurdica prpria para o exerccio de atividade de interesse pblico. So

    eles: a) Autarquias. b) Associaes Pblicas (Lei n 11.107/05). c) Demaisentidades de carter pblico criadas por lei. Vejamos cada um destesitens:

    A) AUTARQUIAS

    So pessoas jurdicas de direito pblico, que desempenhamatividade administrativa tpica, com capacidade de auto-administrao.Embora ligadas ao Estado, elas desfrutam de certa autonomia, possuindopatrimnio e oramento prprio, mas sob o controle do Executivo que oaprova por Decreto e depois o remete ao controle do Legislativo. Elas socriadas por lei especfica, possuindo atribuies estatais especficas,

    destinadas realizao de obras e servios pblicos, de cunho social,geralmente ligadas a rea da sade, educao, etc. (exclui-se, portanto asde natureza econmica ou industrial). A autarquia nasce com a vigncia dalei que a instituiu; no h necessidade de registro. Seus atos soconsiderados como administrativos. Como possui personalidade jurdicaprpria, ela se desliga do ente criador. Portanto, se algum quiser discutirjudicialmente uma reviso em sua aposentadoria, deve ingressar com aojudicial no contra a Unio (entidade criadora), mas contra o prprio INSScomo entidade autnoma e com patrimnio prprio. Ex: INSS (InstitutoNacional de Seguridade Social), USP (Universidade de So Paulo),Imprensa Oficial do Estado.

    Observao: Algumas autarquias como o BACEN so consideradasautarquias de regime especial, posto que o legislador conferiu a elasmaior autonomia perante o Poder Executivo em comparao com asdemais.

    B)ASSOCIAES PBLICAS

    A Lei n 11.107/05 regulou os consrcios pblicos, cumprindo odisposto no art. 241 da Constituio Federal. A lei optou por atribuirpersonalidade jurdica aos consrcios pblicos, dando-lhes a forma deuma associao, podendo ser de direito pblico ou de direito privado.

    Quando criado com personalidade de direito pblico, o consrcio pblicose apresenta como uma associao pblica. O consrcio pblico serconstitudo por contrato, cuja celebrao depender de prvia subscriode protocolo de intenes.

    C) FUNDAES PBLICAS

    Fundao uma instituio tpica do direito privado. Para a suacriao destina-se um acervo de bens particulares para a realizao definalidades sociais, sem natureza lucrativa (educacional, assistencial, etc.).Compreende sempre: patrimnio e finalidade. No entanto, ultimamente, o

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    Poder Pblico tambm tem institudo fundaes para a execuo dealgumas atividades sociais. Estas fundaes pblicas se assemelham,

    ento, s fundaes particulares. No entanto elas se diferenciam nosseguintes aspectos: enquanto a fundao privada criada a partir de umato de um particular e com patrimnio deste, a fundao pblica criadamediante autorizao de lei especfica, a partir de um patrimnio pblico.Ex: FUNARTE (Fundao Nacional das Artes), FUNAI (Fundao Nacionaldo ndio), Fundao Biblioteca Nacional, Fundao Nacional da Sade, etc.

    Inicialmente, sem dvida alguma, segundo o Decreto-lei 200/67,trata-se de uma entidade da Administrao Indireta. Se observarmosbem o art. 41, CC, que arrola as pessoas jurdicas de direito pblico,vamos concluir que ele no menciona, de forma expressa, a fundao. Noentanto, segundo a doutrina, as fundaes pblicas estariam implcitasna expresso demais entidades de carter pblico criadas por lei. EConstituio Federal de 1988, em especial aps a Emenda Constitucionaln 19/98 (art. 37, XIX) reforou esta posio.

    Assim, para os civilistas de uma forma geral a fundao umapessoa jurdica de direito pblico interno, apesar de no haver previsoexpressa neste sentido.

    Segundo a doutrina, na expresso demais entidades de carterpblico tambm estariam includas as Agncias Reguladoras (quepossuem natureza de autarquia federal especial), incumbidas de

    normatizar e fiscalizar a prestao de certos servios de grande interessepblico. Ex: ANATEL (Agncia Nacional de Telecomunicaes), ANAC(Agncia Nacional de Aviao Civil), etc.

    II PESSOA JURDICA DE DIREITO PRIVADO

    A pessoa jurdica de direito privado instituda por iniciativa dosparticulares em geral. Dividem-se em: fundaes, partidos polticos,organizaes religiosas, associaes e sociedades. A doutrina aindaacrescenta os sindicatos, pois eles tm natureza de associao civil.

    1 FUNDAES PARTICULARESA doutrina costuma usar a seguinte expresso: as fundaes

    so universalidades de bens (resultam da afetao de um patrimnio eno da unio de indivduos), personificados, em ateno ao fim que lhes dunidade.

    Podemos conceituar uma fundao como sendo o complexo debens livres colocados por uma pessoa fsica ou jurdica, a servio de umfim lcito e especial, com alcance social pretendido por seu instituidor, eem ateno ao disposto em seu estatuto. Uma pessoa (natural ou jurdica)separa parte de seu patrimnio, criando a fundao para atingir objetivo

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    no econmico. A partir de sua criao, o patrimnio da fundao nopertence mais ao patrimnio da pessoa que a criou, uma vez que passa a

    ter personalidade prpria. Ex: a Fundao Roberto Marinho em momentoalgum pode ser confundida com a Rede Globo de Televiso.

    O prprio instituidor poder administrar a fundao (formadireta) ou encarregar outrem para este fim (forma fiduciria). De acordocom o art. 62, pargrafo nico do CC tero sempre fins religiosos, morais,culturais ou de assistncia. Outros exemplos: Fundao So Paulo(mantenedora da Pontifcia Universidade Catlica de So Paulo), FundaoAyrton Senna, etc. So criadas a partir de uma escritura pblica (intervivos)oude um testamento (causa mortis). Portanto elas no podem sercriadas por instrumento particular ou privado. Para a sua criaopressupem-se:

    Dotao de bens livres o instituidor destina determinados bens quecompor o patrimnio da fundao, que deve ser apto a produzirrendas ou servios que possibilitem alcanar os objetivos visados, sobpena de frustr-los.

    Elaborao de estatutos com base em seus objetivos. Eles devem sersubmetidos apreciao do Ministrio Pblico estadual que osfiscalizar. Em regra o seu objetivo imutvel. No entanto possvela reforma dos estatutos, desde que: seja deliberada por dois terosdos competentes para gerir e representar a fundao; no contrarie oudesvirtue o seu fim; seja aprovada pelo rgo do Ministrio Pblico

    (caso este a denegue, poder o Juiz supri-la, a requerimento dointeressado).

    Especificao dos fins como vimos, eles devem ser semprereligiosos, morais, culturais ou de assistncia.

    Previso do modo de administr-la embora seja interessante que afundao preveja o modo pelo qual ela deva ser administrada, esteitem no essencial para sua existncia.

    Recordem-se, como visto acima, que tambm existem as fundaespblicas, institudas pelo Estado.

    Nascimento

    As fundaes surgem com o registro de seus atos constitutivos noRegistro Civil de Pessoas Jurdicas.

    Caractersticas

    seus bens como regra so inalienveis (no podem ser vendidos oudoados) e impenhorveis (no pode recair penhora). Para umaeventual venda de seus bens necessrio ingressar com uma aojudicial, onde consultado o Ministrio Pblico. Posteriormente o Juiz

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    decide, determinando se ou no caso de venda desses bens. Comoregra o produto da venda deve ser aplicado na prpria fundao.

    o fundador obrigado a transferir para a fundao a propriedadesobre os bens dotados; se no o fizer, os bens sero registrados emnome dela por ordem judicial.

    os estatutos so suas leis bsicas. os administradores devem prestar contas ao Ministrio Pblico.

    Superviso das Fundaes

    Como vimos, as fundaes privadas so supervisionadas peloMinistrio Pblico do Estado onde estiverem situadas (art. 66, CC), atravsda curadoria das fundaes, que deve zelar pela sua constituio efuncionamento. Se estenderem a atividade por mais de um Estado, caber

    o encargo, em cada um deles, ao respectivo Ministrio Pblico estadual(art. 66, 2o, CC). A doutrina entende que no h esta fiscalizao doMinistrio Pblico em relao s fundaes pblicas.

    Observao Importante O art. 66, 1, CC prev que se a fundaofuncionar no Distrito Federal, caber o encargo ao Ministrio PblicoFederal. No entanto este dispositivo foi objeto de uma Ao Direta deInconstitucionalidade, sendo que o Supremo Tribunal Federal declarou ainconstitucionalidade deste pargrafo, posto que se a fundao funcionarno DF, a competncia para fiscalizao do Ministrio Pblico do DistritoFederal e Territorial (MPDFT). Ressalva-se, no entanto, segundo a decisodo STF, a atribuio do Ministrio Pblico federal para velar pelasfundaes federais de direito pblico.

    Trmino

    No h prazo de durao para funcionamento de uma Fundao.Mas o instituidor pode fix-lo. Por outro lado as fundaes sero extintasse (art. 69, CC): a) tornarem-se ilcitas (o Ministrio Pblico pode ingressarcom ao visando sua extino), impossveis ou inteis as suas; b) vencidoo prazo de sua existncia.

    Uma vez extinta a fundao, o destino do seu patrimnio ser oprevisto nos estatutos. Caso os estatutos sejam omissos, seu patrimnio

    ser destinado, por determinao judicial, a outras fundaes comfinalidades semelhantes.

    2 PARTIDOS POLTICOS

    Os partidos polticos so entidades integradas por pessoas comidias comuns (pelo menos em tese...), tendo por finalidade conquistar opoder para a consecuo de um programa. So associaes civis que visamassegurar, no interesse do regime democrtico, a autenticidade do sistemarepresentativo e defender os direitos fundamentais definidos naConstituio Federal. De acordo com o art. 17, 2, CF/88 e a Lei n

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    10.825/03, os partidos polticos, embora tenham um carter pblico,passaram a ser considerados como pessoas jurdicas de direito privado,

    tendo natureza de associao civil. Os estatutos devem ser registrados nocartrio competente do Registro Civil de Pessoas Jurdicas da CapitalFederal e no Tribunal Superior Eleitoral (Lei n 9.096/95).

    3 ORGANIZAES RELIGIOSAS

    As organizaes religiosas so pessoas jurdicas de direito privado,formadas pela unio de indivduos com o propsito de culto a determinadafora (ou foras) sobrenaturais, por meio de doutrina e ritual prprios,envolvendo preceitos ticos. Atualmente a Lei n 10.825/03 (que alterou oCdigo Civil) deixou bem claro que elas so pessoas jurdicas de direitoprivado.

    4 ASSOCIAES

    Atualmente as associaes so caracterizadas pela unio depessoas que se organizam para fins no econmicos (comunho deesforos para um fim comum). O membro da associao o associado. Elepossui um vnculo direto com a finalidade da associao, no possuindoqualquer vnculo com os demais associados; no h, entre os associados,direitos e obrigaes recprocas (art. 53 e seu pargrafo nico, CC), deforma diferente das sociedades, onde h este vnculo. O ato constitutivo o seu estatuto que deve conter os requisitos do art. 54, CC. O fato de uma

    associao possuir determinado patrimnio e realizar negcios paraaumentar esse patrimnio no a desnatura, pois no ir proporcionarlucro aos associados. As associaes podem ser civis, religiosas, pias (decaridade), morais, educacionais, cientficas ou literrias e de utilidadepblica. Existe liberdade plena de associao para fins lcitos (CF/88, art.5o inciso XVII). H casos excepcionais em que pode ser exigidaautorizao governamental para o seu funcionamento. A associao deveser registrada no Registro Civil de Pessoas Jurdicas. E com o registropassa a ter aptido para ser sujeito de direitos e obrigaes, possuindocapacidade patrimonial e adquirindo vida prpria, que no se confundecom a de seus membros. A associao pode ser de pessoas fsicas ou de

    pessoas jurdicas (ex: ABIA Associao Brasileira das Indstrias daAlimentao, etc.).

    5 SOCIEDADES

    Sociedade espcie de corporao dotada de personalidade jurdicaprpria e instituda por meio de um contrato social (que o seu atoconstitutivo), com o objetivo de exercer atividade econmica e partilharlucros. Vimos que o atual Cdigo Civil deixou bem claro que a finalidadelucrativa o que distingue uma associao de uma sociedade. Associedades podem ser divididas em:

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    a) Sociedades Empresrias (o que anteriormente chamvamos desociedades comerciais) so as que visam finalidade lucrativa, mediante

    exerccio de atividade mercantil (ex: compra e venda mercantil). Segundo oart. 982, CC, considera-se empresria a sociedade que tem por objeto oexerccio de atividade prpria de empresrio sujeito a registro (RegistroPblico de Empresas Mercantis).

    b) Sociedades Simples (o que anteriormente chamvamos desociedades civis) visam, tambm, fim econmico (lucro), medianteexerccio de atividade no mercantil. Em regra so constitudas porprofissionais de uma mesma rea, ou por prestadores de servios tcnicos.Ex: um escritrio de advocacia, uma sociedade imobiliria, uma clnicadentria, etc. Seus atos constitutivos devem ser inscritos no Registro Civilde Pessoas Jurdicas.

    Observao Para se saber se uma sociedade simples ouempresria, basta considerar o objeto desta sociedade, a natureza dasoperaes habituais e suas atividades econmicas. Em concursos, apalavra-chave o objeto. Se tiver por objeto atos de comrcio (exerccio deatividade econmica organizada para a produo ou circulao de bens ouservios), ser empresria, qualquer que seja a forma por ela adotada.Caso contrrio, ser simples, exceto se adotar a forma de SociedadeAnnima, que, por fora de lei, ser sempre empresria. Atualmente,autores mais modernos vm utilizando as expresses: organizao eatividade (ao invs de objeto) para melhor distinguir a sociedade simples

    da empresria. Ou seja, a classificao se d em funo do exerccio daatividade econmica organizada para a produo ou circulao de bens ouservios. Havendo a organizao dos fatores de produo (capital, mo deobra, tecnologia e insumos) se considera caracterizada a empresa e oempresrio ser quem a exerce.

    Ateno. A empresa pblica e a sociedade de economia mista,apesar de fazerem parte da Administrao Indireta e terem capitalpblico, so dotadas de personalidade jurdica de direito privado. Soregidas pelas normas empresariais e trabalhistas (art. 173, CF/88), mascom as cautelas do direito pblico (ex: sujeitam-se ao controle do Estado

    administrativo, financeiro e jurisdicional). Podem perseguir fins no-lucrativos, como tambm atividades lucrativas (produo e comercializaode bens ou prestao de servios de natureza econmica). As empresaspblicas e as sociedades de economia mista fazem parte da AdministraoIndireta do Estado, mas isso no quer dizer que sejam Pessoas Jurdicasde Direito Pblico.

    EMPRESAS PBLICAS

    So pessoas jurdicas integrantes da Administrao Indireta, mas dedireito privado, institudas pelo Poder Pblico, mediante autorizao de

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    lei especfica a se constituir com capital prprio e exclusivamentepblico, para explorao de atividade econmica ou a prestao de

    servios pblicos ou coordenadora de obras pblicas, podendo se revestirde qualquer das formas de organizao empresarial (Ltda., S/A, etc.). Ex:Empresa Brasileira de Correios de Telgrafos (EBTC), Caixa EconmicaFederal (CEF), Casa da Moeda, Servio de Processamento de Dados(SERPRO), EMURB, etc.

    SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA

    So pessoas jurdicas integrantes da Administrao Indireta, mastambm de direito privado, institudas pelo Poder Pblico medianteautorizao legal, constitudas com patrimnio pblico e particular,destinadas explorao de atividades econmicas ou servios de interesse

    coletivo, sendo que sua forma sempre a de uma Sociedade Annima.Embora haja a conjugao de capital pblico e privado, as aes comdireito a voto (controle acionrio) devem pertencer em sua maioria aoPoder Pblico. Ex: Banco do Brasil, Petrobrs, etc.

    INCIO DA EXISTNCIA LEGAL DA PESSOA JURDICA

    Enquanto a pessoa natural surge com um fato biolgico (onascimento com vida), a pessoa jurdica tem seu incio, em regra, com umAto Jurdico. No entanto h diferenas entre a forma de constituio deuma Pessoa Jurdica de Direito Pblico e de Direito Privado:

    1) Pessoas Jurdicas de Direito Pblico sua existncia se d emrazo da lei e do Ato Administrativo, bem como de fatos histricos,previso constitucional, tratados internacionais, etc. So regidas peloDireito Pblico. Um Pas surge quando afirma sua existncia em face dosoutros. Os Estados-membros tm o reconhecimento de sua existnciaquando institudos na prpria Constituio Federal deste Pas. J osMunicpios, peculiaridade de nosso regime federativo, tambm tm suaautonomia assegurada pela Constituio, tendo seu incio no provimentoque os criou (so regidas pelas Constituies estaduais e pelas LeisOrgnicas). As autarquias e demais pessoas jurdicas de direito pblicoso criadas e organizadas por leis, que estabelecem todas as condiespara o exerccio de seus direitos e obrigaes. Assim elas nascem com aprpria lei.

    2) Pessoas Jurdicas de Direito Privado o fato que lhes d origem a vontade humana convergente (affectio societatis). Sua criao possuiduas fases: a elaborao dos atos constitutivos e o seu respectivo registro.

    Ato Constitutivo a pessoa jurdica se constitui, por escrito,por ato jurdico unilateral inter vivos ou causa mortis (em relao sfundaes) e por ato jurdico bilateral ou plurilateral (em relao s

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    sociedades e as associaes). Algumas sociedades civis dependem deprvia autorizao do governo (ex: instituies financeiras, estabelecimentos

    de seguro, consrcios, universidades, sociedades estrangeiras, bolsa devalores, etc. confiram o art. 21, inciso XII, CF/88).

    Registro Pblico para que a pessoa jurdica existalegalmente, necessrio inscrever os contratos, estatutos oucompromissos no seu registro peculiar (art. 45, CC). E, alm disso,quaisquer alteraes supervenientes tambm devero ser averbadas nesteregistro. Vejamos isso melhor:

    REGISTRO

    Somente com o registro a pessoa jurdica adquire a personalidade.Tal registro se d no Cartrio de Registro Civil das Pessoas Jurdicas (art.1.150, CC). No entanto uma sociedade empresria deve ser registrada noRegistro Pblico de Empresas Mercantis e Atividades Afins (Lei n8.934/94), sendo competente para tais atos as Juntas Comerciais.Segundo o art. 46, CC o registro deve conter os seguintes elementos: a) adenominao, os fins, a sede, o tempo de durao e o fundo social (quandohouver); b) o nome e a individualizao dos fundadores ou instituidores edos diretores; c) forma de administrao e representao ativa e passiva,judicial e extrajudicial; d) possibilidade e modo de reforma do estatutosocial; e) previso da re