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CURSO ON-LINE – FINANCAS PÚBLICAS P/ AFRFB - 2009 PROFESSORES: FRANCISCO MARIOTTI E SÉRGIO MENDES www.pontodosconcursos.com.br 1 AULA 6 RECEITAS E DESPESAS INTRODUÇÃO Olá amigos! Como é bom estar aqui! A palavra Receita é utilizada em todo o mundo pela contabilidade para evidenciar a variação positiva da situação líquida patrimonial resultante do aumento de ativos ou da redução de passivos de uma entidade. Por esse enfoque, a receita pode ser classificada em: Receitas Públicas: aquelas auferidas pelos entes públicos; Receitas Privadas: aquelas auferidas pelas entidades privadas. O orçamento é instrumento de planejamento de qualquer entidade, pública ou privada, e representa o fluxo de ingressos e aplicação de recursos em determinado período. Dessa forma, despesa orçamentária é fluxo que deriva da utilização de crédito consignado no orçamento da entidade, podendo ou não diminuir a situação líquida patrimonial. A despesa pode ser classificada quanto à entidade que apropria a despesa: Despesa Pública: aquela efetuada por entidade pública. Despesa Privada: aquela efetuada pela entidade privada. O estudo de AFO abrange as Receitas e Despesas Públicas e estes serão os temas desta nossa aula, na qual estudaremos especialmente os conceitos e classificações da receita e da despesa orçamentária brasileira. No processo orçamentário, é notável a relevância da Receita Pública, cuja previsão dimensiona a capacidade governamental em fixar a Despesa Pública e, no momento da sua arrecadação, torna-se instrumento condicionante da execução orçamentária da despesa. As Receitas e Despesas estão envolvidas em situações singulares na Administração Pública, como a sua distribuição e destinação entre as esferas governamentais e o estabelecimento de limites legais impostos pela Lei de Responsabilidade Fiscal. Dessa forma, assume fundamental importância ao permitir estudos e análises acerca da carga tributária suportada pelos diversos segmentos da sociedade e análises acerca da qualidade do gasto público e do equilíbrio fiscal das contas públicas.

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AULA 6

RECEITAS E DESPESAS

INTRODUÇÃO

Olá amigos! Como é bom estar aqui!

A palavra Receita é utilizada em todo o mundo pela contabilidade para evidenciar a variação positiva da situação líquida patrimonial resultante do aumento de ativos ou da redução de passivos de uma entidade. Por esse enfoque, a receita pode ser classificada em:

• Receitas Públicas: aquelas auferidas pelos entes públicos; • Receitas Privadas: aquelas auferidas pelas entidades privadas.

O orçamento é instrumento de planejamento de qualquer entidade, pública ou privada, e representa o fluxo de ingressos e aplicação de recursos em determinado período. Dessa forma, despesa orçamentária é fluxo que deriva da utilização de crédito consignado no orçamento da entidade, podendo ou não diminuir a situação líquida patrimonial.

A despesa pode ser classificada quanto à entidade que apropria a despesa: • Despesa Pública: aquela efetuada por entidade pública. • Despesa Privada: aquela efetuada pela entidade privada.

O estudo de AFO abrange as Receitas e Despesas Públicas e estes serão os temas desta nossa aula, na qual estudaremos especialmente os conceitos e classificações da receita e da despesa orçamentária brasileira. No processo orçamentário, é notável a relevância da Receita Pública, cuja previsão dimensiona a capacidade governamental em fixar a Despesa Pública e, no momento da sua arrecadação, torna-se instrumento condicionante da execução orçamentária da despesa.

As Receitas e Despesas estão envolvidas em situações singulares na Administração Pública, como a sua distribuição e destinação entre as esferas governamentais e o estabelecimento de limites legais impostos pela Lei de Responsabilidade Fiscal. Dessa forma, assume fundamental importância ao permitir estudos e análises acerca da carga tributária suportada pelos diversos segmentos da sociedade e análises acerca da qualidade do gasto público e do equilíbrio fiscal das contas públicas.

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O conhecimento dos conceitos e das classificações da receita e da despesa possibilita a cidadania no processo de fiscalização da arrecadação, bem como o efetivo controle social sobre as Contas dos Governos Federal, Estadual, Distrital e Municipal. Da mesma forma, do lado dos servidores públicos, o conhecimento das Receitas e Despesas Públicas, principalmente em face à LRF, contribui para a transparência das contas públicas e para o fornecimento de informações de melhor qualidade aos diversos usuários, bem como permite estudos comportamentais no tempo e no espaço.

As classificações orçamentárias de receitas e despesas são de fundamental importância para a transparência das operações constantes de um orçamento. Toda a informação orçamentária é organizada e veiculada segundo um tipo de classificação. Ademais, é através das várias classificações, ainda, que se implementam planos, os quais explicitam os objetivos e prioridades da ação pública, orçamento e gestão das organizações do setor público, ilustrando, desse modo, sobre o direcionamento político da ação governamental.

As receitas estão classificadas, segundo a Lei 4320/64, em dois segmentos: Receitas Correntes e Receitas de Capital, divisão essa que obedece a um critério econômico, dentro da idéia de demonstrar a origem das diversas fontes, conforme derivem do exercício de poder próprio do Estado, de tributar as pessoas e agentes econômicos ou do exercício de atividade econômica. Essas são as Receitas Correntes, sendo Receitas de Capital aquelas que procedem do endividamento ou da transformação de ativos físicos ou financeiros em moeda.

Cabe ressaltar, entretanto, que com o advento da Lei complementar n° 101, de 4 de maio de 2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal - LRF) as informações de receita assumiram uma importância fundamental. Vários procedimentos e mecanismos de controle foram estabelecidos nessa lei com base em previsão e arrecadação de receita, o que impõe a necessidade de um cuidado especial no que se refere à qualidade dessas informações.

No tocante às despesas, as classificações, basicamente, respondem as principais indagações que habitualmente surgem quando o assunto é gasto orçamentário. Essas informações permitirão a mensuração de desempenho e o controle orçamentário: a cada uma dessas indagações, corresponde um tipo de classificação. Ou seja, quando a pergunta é “para que” serão gastos os recursos alocados, a resposta será encontrada na classificação programática ou, mais adequadamente, de acordo com a portaria n° 42/99, na ESTRUTURA PROGRAMÁTICA; “em que” serão gastos os recursos, a resposta consta da classificação FUNCIONAL; “o que” será adquirido ou “o que” será pago, na classificação por elemento de despesa; “quem” é o responsável pela programação a ser realizada, a resposta é encontrada na classificação INSTITUCIONAL(órgão e unidade orçamentária); “qual o efeito ECONÔMICO da realização da despesa”, na classificação por categoria econômica; e “qual a origem dos

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recursos”, na classificação por fonte de recursos. Já para Rezende, a classificação dos gastos públicos são três: segundo sua finalidade, sua natureza e quanto a seu agente encarregado da execução do gasto. No entanto tem significado semelhante: a finalidade é observada na estrutura programática assim determinada pela Portaria nº 42/99, a natureza na classificação por natureza da despesa e o agente encarregado do gasto pode ser observado na classificação institucional. Dessa forma, são as características básicas de sistemas orçamentários modernos: estrutura programática, econômica e organizacional para alocação de recursos, denominadas de classificações orçamentárias da despesa.

A legislação orienta que a classificação da despesa no orçamento público deve ser desdobrada de acordo com os seguintes critérios: institucional (órgão e unidade orçamentária), funcional (função e subfunção), por programas (programa, projeto, atividade e operações especiais) e segundo a natureza (categorias econômicas, grupos, modalidades de aplicação e elementos). Pelo estudo delas compreenderemos todo o conteúdo de nossa prova.

Segundo Fabiano Core, ainda com base nas classificações utilizadas em um determinado processo orçamentário, é possível identificar o estágio da técnica adotada. Assim, um orçamento que se estrutura apenas com a informação de elemento de despesa ou objeto de gasto (o que será gasto ou adquirido), além, naturalmente, do aspecto institucional, caracteriza um orçamento tradicional ou clássico. Por apresentar somente uma dimensão, isto é, o objeto de gasto, também é conhecido como um orçamento unidimensional; já o orçamento em que, além do objeto de gasto, encontra-se presente a explicitação do programa de trabalho, representado pelas ações desenvolvidas (em que serão gastos os recursos), corresponderia a um orçamento bidimensional, também conhecido como orçamento de desempenho ou funcional; e o orçamento tridimensional seria aquele que agregaria ao tipo anterior uma outra dimensão, que seria o objetivo da ação governamental (para que serão gastos os recursos), o que tipifica um orçamento-programa.

PARTE I – RECEITAS PÚBLICAS

1. CLASSIFICAÇÃO QUANTO À FORMA DE INGRESSO

Com o objetivo de atender às necessidades públicas, o Estado possui meios de financiar suas atividades por intermédio dos ingressos públicos:

Ingresso público: São considerados ingressos todas as entradas de bens ou direitos, em um certo período de tempo, que o Estado utiliza para financiar seus gastos, podendo ou não se incorporar ao seu patrimônio.

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Quanto à forma de ingresso ou também por natureza segundo alguns autores, a receita pode ser orçamentária, extraorçamentária ou intraorçamentária.

1.1 RECEITAS ORÇAMENTÁRIAS

São entradas de recursos que o Estado utiliza para financiar seus gastos, transitando pelo Patrimônio do Poder Público. Segundo o art. 57 da Lei 4320/64, serão classificadas como receita orçamentária, sob as rubricas próprias, todas as receitas arrecadadas, inclusive as provenientes de operações de crédito, ainda que não previstas no Orçamento. Atenção: A receita pública pode ser considerada orçamentária mesmo se não estiver incluída na lei orçamentária anual. São chamadas também de ingressos orçamentários. Podem, ainda, ser classificadas de acordo com a coercitividade:

I) Receitas Públicas Originárias: São aquelas que provêm do próprio patrimônio do Estado. São os rendimentos que os governos auferem, utilizando os seus próprios recursos patrimoniais ou empresariais, não entendidos como tributos. As receitas originárias correspondem às rendas, como os foros, laudêmios, aluguéis, dividendos, participações (se patrimoniais) e em tarifas (se empresariais). Podem ser:

• Patrimoniais: São as receitas que provêm das rendas geradas pelo patrimônio do próprio Estado (mobiliário e imobiliário), tais como as rendas de aluguéis, as receitas decorrentes das vendas de bens, dividendos e participações. Entram ainda neste conceito as receitas decorrentes de pagamento de royalties pela exploração do seu patrimônio por delegatários (concessionários e permissionários) de serviços públicos.

• Empresariais: São aquelas provenientes das atividades realizadas pelo Estado como empresário, seja no âmbito comercial, industrial ou de prestação de serviços.

II) Receitas Públicas Derivadas: São aquelas obtidas pelo Estado mediante sua autoridade coercitiva. Dessa forma, o Estado exige que o particular entregue uma determinada quantia na forma de tributos ou de multas, exigindo-as de forma compulsória. Procedem do setor privado da economia, isto é, de famílias, empresas e do resto do mundo; são devidas por pessoas físicas ou jurídicas de direito privado, que desenvolvam atividades econômicas, exceto as que desfrutem de imunidade ou isenção. Segundo o MTO-2010, são receitas públicas derivadas:

• Tributos: Impostos, Taxas e Contribuição de Melhoria. • Contribuições: Sociais, Interesse Econômico e Interesse de Categorias. • Empréstimos Compulsórios.

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Vamos agora aprofundar no estudo das receitas orçamentárias, especificamente nas receitas derivadas. Veremos agora as receitas tributárias, as receitas de contribuições e os empréstimos compulsórios.

1.1.1 RECEITAS TRIBUTÁRIAS

Para que o Estado possa custear suas atividades, são necessários recursos financeiros. Uma de suas fontes é o tributo, o qual é definido pelo Código Tributário Nacional - CTN: Art. 3º "Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada".

Independentemente do nome ou da destinação, o que vai caracterizar o tributo é o seu fato gerador, o qual é a situação definida em lei como necessária e suficiente a sua ocorrência. Assim, é irrelevante sua denominação e a destinação legal do produto de sua arrecadação.

Nosso estudo de AFO é coerente com o art. 5º do CTN, o qual define que as espécies de tributos são impostos, taxas e contribuições de melhorias:

• Imposto: conforme o art. 16, “imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte”. Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte.

• Taxa: de acordo com o art. 77, “as taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição”. As taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos.

• Contribuição de Melhoria: segundo o art. 81, “a contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado”.

1.1.2 RECEITAS DE CONTRIBUIÇÕES:

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É o ingresso proveniente de contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de intervenção nas respectivas áreas. Apesar da controvérsia doutrinária sobre o tema, suas espécies podem ser definidas da seguinte forma:

• Contribuições Sociais: destinadas ao custeio da seguridade social, que compreende a previdência social, a saúde e a assistência social;

• Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico: derivam da contraprestação à atuação estatal exercida em favor de determinado grupo ou coletividade. Exemplo de contribuição de intervenção no domínio econômico é o Adicional sobre Tarifas de Passagens Aéreas Domésticas, que são voltadas à suplementação tarifária de linhas aéreas regionais de passageiros, de baixo e médio potencial de tráfego.

• Contribuições de Interesse das Categorias Profissionais ou Econômicas: destinadas ao fornecimento de recursos aos órgãos representativos de categorias profissionais legalmente regulamentadas ou a órgãos de defesa de interesse dos empregadores ou empregados. Estas contribuições são destinadas ao custeio das organizações de interesse de grupos profissionais como, por exemplo, a OAB, o CREA, o CRM e assim por diante. Visam também ao custeio dos serviços sociais autônomos prestados no interesse das categorias, como o SESI, o SESC e o SENAI.

Atenção: há a previsão constitucional de uma contribuição confederativa, fixada pela assembléia geral da categoria, e uma outra contribuição prevista em lei, que é a contribuição sindical. A primeira não é tributo uma vez que será instituída pela assembléia geral e não por lei. Já a segunda é instituída por lei, é compulsória e encontra sua regra matriz no art. 149 da Constituição Federal, possuindo assim natureza de tributo.

1.1.3 EMPRÉSTIMOS COMPULSÓRIOS

De acordo com a Constituição Federal, a competência para instituição de empréstimos compulsórios é da União, sendo tais tributos temporários e restituíveis, cabendo sua instituição e disciplina dependente de lei complementar. Consiste na tomada compulsória de uma certa importância do particular, a título de empréstimo, com promessa de resgate em certo prazo, e em determinadas condições prefixadas em Lei, para atender situações excepcionais ali estabelecidas. Os recursos arrecadados com os mesmos terão sua aplicação vinculada à despesa que fundamentou sua instituição. De acordo com o STF, a restituição do empréstimo compulsório deverá ser feita em moeda corrente.

Segundo o art. 148 da CF/88, a União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios:

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• Para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência;

• No caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observado o princípio tributário da anterioridade, o qual veda a cobrança de tributos no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou.

Caiu na prova: (ESAF - Analista Administrativo - ANA - 2009) Classificam-se como Receitas Correntes Derivadas as receitas: a) de contribuições e de serviços. b) patrimonial, agropecuária e industrial. c) patrimonial, agropecuária, industrial e de serviços. d) tributária e de contribuições. e) tributária e de serviços.

As Receitas Públicas Derivadas procedem do setor privado da economia, isto é, de famílias, empresas e do resto do mundo; são devidas por pessoas físicas ou jurídicas de direito privado, que desenvolvam atividades econômicas, exceto as que desfrutem de imunidade ou isenção. São aquelas obtidas pelo Estado mediante sua autoridade coercitiva. Segundo o MTO-2010, são receitas públicas derivadas:

• Tributos: Impostos, Taxas e Contribuição de Melhoria. • Contribuições: Sociais, Interesse Econômico e Interesse de Categorias. • Empréstimos Compulsórios.

Logo, classificam-se como Receitas Correntes Derivadas as receitas de tributos e contribuições. Resposta: Letra D

1.1.4 DISTINÇÃO ENTRE TAXA E PREÇO PÚBLICO (TARIFA)

Vamos a uma distinção muito cobrada em prova entre Taxa e Preço Público: Súmula nº 545 do Supremo Tribunal Federal: “Preços de serviços públicos e taxas não se confundem, porque estas, diferentemente daqueles, são compulsórias e têm sua cobrança condicionada à prévia autorização orçamentária, em relação à lei que a instituiu”.

A tarifa é uma receita originária empresarial, pois é proveniente da intervenção do Estado na atividade econômica. Por meio de empresas associadas concessionárias ou permissionárias de serviços públicos federais estaduais e municipais, são cobradas para permitir o melhoramento e a expansão dos serviços, a justa remuneração do capital e assegurar o equilíbrio econômico e financeiro do contrato. A tarifa é uma contraprestação de serviços de natureza comercial ou industrial, cujo pagamento deve ocorrer somente se existir a

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utilização do serviço. Por essa ótica o pagamento é considerado voluntário e facultativo. A tarifa visa ao lucro.

De acordo com o art. 77 do CTN, “as taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição”. A taxa é uma receita pública derivada, pois se integra em definitivo ao patrimônio do Estado após ser retirada de forma coercitiva do patrimônio dos particulares. A taxa visa ao ressarcimento.

Vamos transcrever o que cita o MTO-2010, o qual faz muito bem essa distinção e é assim que é cobrado nas provas.

“Assim, conforme afirmado anteriormente, o preço público decorre da utilização de serviços públicos facultativos (portanto, não compulsórios) que a Administração Pública diretamente ou por meio de delegação a concessionário ou permissionário colocam à disposição da população que poderá contratá-los ou não (Ex: telefone, luz, água, gás encanado). São serviços prestados em decorrência de uma relação contratual, regida pelo direito privado. A taxa decorre de estipulação legal e serve para custear, naquilo que não forem cobertos pelos impostos, os serviços públicos essenciais à soberania do Estado (a lei não autoriza que outros prestem alternativamente esses serviços) e divisíveis prestados ou colocados à disposição diretamente pelo Estado. O tema é regido pelas normas de direito público. Há casos em que é não é simples estabelecer se um serviço é remunerado por taxa ou por preço público. Como exemplo, podemos citar o caso do fornecimento de energia elétrica. Em localidades onde estes serviços forem colocados à disposição do usuário, pelo Estado, mas cuja utilização seja de uso obrigatório, compulsório (por exemplo, a lei não permite que se coloque um gerador de energia elétrica) a remuneração destes serviços é feita mediante taxa e sofrerá as limitações impostas pelos princípios gerais de tributação (legalidade, anterioridade,...). Por outro lado, se a lei permite o uso de gerador próprio para obtenção de energia elétrica, o serviço estatal oferecido pelo ente público, ou por seus delegados, não teria natureza obrigatória, seria facultativo e, portanto, seria remunerado mediante preço público.”

As taxas podem ser: • Taxas de Fiscalização ou de Poder de Polícia: são aquelas que têm

como fato gerador o exercício do poder de polícia administrativa, tratando-se de um poder disciplinador através do qual o Estado pode intervir nas atividades dos seus cidadãos para garantir a ordem e a segurança.

• Taxas de serviço: são as que têm como fato gerador a utilização de determinados serviços públicos.

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Distinção entre serviço público e serviço privado, segundo o MTO/2010. É essa que cai em prova de AFO:

• Serviço público é aquele que só pode ser desenvolvido pelo regime de direito público, estabelecido por lei e tendo natureza obrigatória de sua prestação, sendo esse serviço essencial à sociedade. A relação jurídica, nesse tipo de serviço, é de verticalidade, ou seja, o Estado atua com supremacia sobre o particular. É receita derivada.

• Serviço privado é aquele que o Estado exerce, como se particular fosse. A relação jurídica é de horizontalidade, não existindo supremacia do interesse público sobre o particular. É o Estado exercendo sua atividade como um particular, regulado pelo direito privado. Além disso, os serviços públicos têm que ser específicos e divisíveis. É receita originária.

Caiu na prova: (CESPE – Procurador – PGE/AL – 2008) A cobrança de emolumentos pelo Poder Judiciário enquadra-se na definição jurídica de: A) taxa pela prestação de serviço público. B) taxa pelo poder de polícia. C) preço público. D) imposto. E) tarifa pública.

A cobrança de emolumentos pelo Poder Judiciário enquadra-se na definição jurídica de taxa pela prestação de serviço público, pois só pode ser desenvolvido pelo regime de direito público, é estabelecido por lei e é essencial à sociedade, tendo natureza obrigatória de sua prestação. Resposta: Letra A

1.2 RECEITAS EXTRAORÇAMENTÁRIAS

Tais receitas não integram o orçamento público e constituem passivos exigíveis do ente, de tal forma que o seu pagamento não está sujeito à autorização legislativa. Isso ocorre porque possuem caráter temporário, não se incorporando ao patrimônio público. São chamadas de ingressos extraorçamentários. São exemplos de receitas extraorçamentárias:

• Depósito em caução; • Antecipação de Receitas Orçamentárias – ARO; • Cancelamento de restos a pagar; • Emissão de Moeda; • Outras entradas compensatórias no ativo e passivo financeiros.

No conceito de receita orçamentária, estão compreendidas as entradas de recursos que o Estado utiliza para financiar seus gastos, transitando pelo Patrimônio do Poder Público. Serão classificadas como receita orçamentária, sob

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as rubricas próprias, todas as receitas arrecadadas, inclusive as provenientes de operações de crédito, ainda que não previstas no Orçamento. São extraorçamentárias, portanto excluídas do conceito de receitas orçamentárias, as operações de crédito por antecipação de receita, as emissões de papel-moeda e outras entradas compensatórias no ativo e passivo financeiros.

1.3 RECEITAS INTRAORÇAMENTÁRIAS

São receitas oriundas de operações realizadas entre órgãos e demais entidades da Administração Pública integrantes do orçamento fiscal e da seguridade social de uma mesma esfera de governo. São chamadas também de Ingressos Intraorçamentários. Têm a finalidade de discriminar as receitas referentes às operações entre órgãos, fundos, autarquias, fundações públicas, empresas estatais dependentes e outras entidades integrantes do orçamento fiscal e da seguridade social. O elemento motivador da criação dessas receitas foi a inclusão, na Portaria Interministerial STN/SOF nº 163, de 4 de maio de 2001, da modalidade de aplicação “91 – Aplicação Direta Decorrente de Operação entre Órgãos, Fundos e Entidades Integrantes dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social”.

Caiu na prova: (CESPE – Planejamento e Execução Orçamentária – Min. da Saúde – 2008) Por ingressos intraorçamentários devem-se entender aqueles constituídos por receitas de operações entre órgãos, fundos, autarquias, fundações públicas, empresas estatais dependentes e outras entidades integrantes do orçamento fiscal e da seguridade social.

São ingressos intraorçamentários ou receitas intraorçamentárias aqueles cuja finalidade seja discriminar as receitas referentes às operações entre órgãos, fundos, autarquias, fundações públicas, empresas estatais dependentes e outras entidades integrantes do orçamento fiscal e da seguridade social. Resposta: Certa.

2. CLASSIFICAÇÃO DA RECEITA POR NATUREZA

As naturezas de receitas orçamentárias procuram refletir o fato gerador que ocasionou o ingresso dos recursos aos cofres públicos. É a menor célula de informação no contexto orçamentário para as receitas públicas, devendo, portanto conter todas as informações necessárias para as devidas vinculações. Face à necessidade de constante atualização e melhor identificação dos ingressos aos cofres públicos, o esquema inicial de classificação foi desdobrado em seis níveis, que formam o código identificador da natureza de receita:

• 1º Nível: Categoria Econômica

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• 2º Nível: Origem • 3º Nível: Espécie • 4º Nível: Rubrica • 5º Nível: Alínea • 6º Nível: Subalínea

X Y Z W TT KK

Categoria Econômica Origem Espécie Rubrica Alínea Subalínea

1º nível: Categoria Econômica da Receita

Este nível da classificação por natureza obedece ao critério econômico. É utilizado para mensurar o impacto das decisões do Governo na economia nacional (formação de capital, custeio, investimentos, etc.). É codificada e subdividida da seguinte forma: 1. Receitas Correntes; 2. Receitas de Capital; 7. Receitas Correntes Intraorçamentárias; 8. Receitas de Capital Intraorçamentárias. Vamos a elas:

I) Receitas Correntes: classificam-se nessa categoria aquelas receitas oriundas do poder impositivo do Estado - Tributária e de Contribuições; da exploração de seu patrimônio – Patrimonial; da exploração de atividades econômicas - Agropecuária, Industrial e de Serviços; as provenientes de recursos financeiros recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, quando destinadas a atender despesas classificáveis em Despesas Correntes – Transferências Correntes; e as demais receitas que não se enquadram nos itens anteriores – Outras Receitas Correntes.

II) Receitas de Capital: são as provenientes da realização de recursos financeiros oriundos de constituição de dívidas; da conversão, em espécie, de bens e direitos; os recursos recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, destinados a atender despesas classificáveis em Despesas de Capital e, ainda, o superávit do Orçamento Corrente. Essas receitas são representadas por mutações patrimoniais que nada acrescentam ao patrimônio público, só ocorrendo uma troca de elementos patrimoniais, isto é, um aumento no sistema financeiro (entrada de recursos financeiros) e uma baixa no sistema patrimonial (saída do patrimônio em troca de recursos financeiros).

III) Receitas Intraorçamentárias: Já estudamos em tópicos anteriores. O que acrescentaremos neste tópico é que as novas naturezas de receita

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intraorçamentárias são constituídas substituindo-se o 1º nível (categoria econômica “1” ou “2”) pelos dígitos “7”, se receita corrente intraorçamentária e “8”, se receita de capital intraorçamentária, mantendo-se o restante da codificação. Atenção: As classificações incluídas não constituem novas categorias econômicas de receita, mas sim meras especificações das categorias corrente e de capital, a fim de possibilitar a identificação das respectivas operações intraorçamentárias e, dessa forma, evitar a dupla contagem de tais receitas.

2º nível: Origem

É a subdivisão das Categorias Econômicas, que tem por objetivo identificar a origem das receitas, no momento em que as mesmas ingressam no patrimônio público. Identifica a procedência dos recursos públicos, em relação ao fato gerador dos ingressos das receitas (derivada, originária, transferências e outras). No caso das receitas correntes, tal classificação serve para identificar se as receitas são compulsórias (tributos e contribuições), provenientes das atividades em que o Estado atua diretamente na produção (agropecuárias, industriais ou de prestação de serviços), da exploração do seu próprio patrimônio (patrimoniais), se provenientes de transferências destinadas ao atendimento de despesas correntes, ou ainda, de outros ingressos. No caso das receitas de capital, distinguem-se as provenientes de operações de crédito, da alienação de bens, da amortização dos empréstimos, das transferências destinadas ao atendimento de despesas de capital, ou ainda, de outros ingressos de capital.

Os códigos da origem para as receitas correntes e de capital são:

QUADRO ORIGENS DAS RECEITAS

RECEITAS CORRENTES RECEITAS DE CAPITAL

1. Receita Tributária

2. Receita de Contribuições

3. Receita Patrimonial

4. Receita Agropecuária

5. Receita Industrial

6. Receita de Serviços

7. Transferências Correntes

9. Outras Receitas Correntes

1. Operações de Crédito

2. Alienação de Bens

3. Amortização de Empréstimos

4. Transferências de Capital

5. Outras Receitas de Capital

Veremos cada uma delas. I) Origens da Receitas Correntes:

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• Receita Tributária: são os impostos, taxas e contribuições de melhoria. Fizemos um estudo mais aprofundamento nos tópicos anteriores.

• Receita de Contribuições: Também fizemos um estudo mais aprofundamento nos tópicos anteriores. É o ingresso proveniente de contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de intervenção nas respectivas áreas.

• Receita Patrimonial: É o ingresso proveniente de rendimentos sobre investimentos do ativo permanente, de aplicações de disponibilidades em operações de mercado e outros rendimentos oriundos de renda de ativos permanentes. Por exemplo, temos as receitas de arrendamentos de terrenos da União, que o Poder Público concede à outra parte o gozo temporário de um terreno mediante retribuição, a qual se torna receita patrimonial.

• Receita Agropecuária: É o ingresso proveniente da atividade ou da exploração agropecuária de origem vegetal ou animal. Incluem-se nessa classificação as receitas advindas da exploração da agricultura (cultivo do solo), da pecuária (criação, recriação ou engorda de gado e de animais de pequeno porte) e das atividades de beneficiamento ou transformação de produtos agropecuários em instalações existentes nos próprios estabelecimentos.

• Receita Industrial: É o ingresso proveniente da atividade industrial de extração mineral, de transformação, de construção e outras, provenientes das atividades industriais definidas como tal pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE.

• Receita de Serviços: É o ingresso proveniente da prestação de serviços de transporte, saúde, comunicação, portuário, armazenagem, de inspeção e fiscalização, judiciário, processamento de dados, vendas de mercadorias e produtos inerentes à atividade da entidade e outros serviços.

• Transferência Corrente: É o ingresso proveniente de outros entes ou entidades, referente a recursos pertencentes ao ente ou entidade recebedora ou ao ente ou entidade transferidora, efetivado mediante condições preestabelecidas ou mesmo sem qualquer exigência, desde que o objetivo seja a aplicação em despesas correntes.

• Outras Receitas Correntes: São os ingressos correntes provenientes de outras origens não classificáveis nas anteriores.

II) Origens das Receitas de Capital:

• Operações de Crédito: São os ingressos provenientes da colocação de títulos públicos ou da contratação de empréstimos e financiamentos obtidos junto a entidades estatais ou privadas.

• Alienação de Bens: É o ingresso proveniente da alienação de componentes do ativo permanente.

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• Amortização de Empréstimos: É o ingresso proveniente da amortização, ou seja, referente ao recebimento de parcelas de empréstimos ou financiamentos concedidos em títulos ou contratos.

• Transferências de Capital: É o ingresso proveniente de outros entes ou entidades, referente a recursos pertencentes ao ente ou entidade recebedora ou ao ente ou entidade transferidora, efetivado mediante condições preestabelecidas ou mesmo sem qualquer exigência, desde que o objetivo seja a aplicação em despesas de capital.

• Outras Receitas de Capital: São os ingressos de capital provenientes de outras origens não classificáveis nas anteriores.

3º nível: Espécie

É o nível de classificação vinculado à Origem, composto por títulos que permitem qualificar com maior detalhe o fato gerador dos ingressos de tais receitas. Por exemplo, dentro da Origem Receita Tributária (receita proveniente de tributos), podemos identificar as suas espécies, tais como impostos, taxas e contribuições de melhoria (conforme definido na Constituição Federal de 1988 e no Código Tributário Nacional), sendo cada uma dessas receitas uma espécie de tributo diferente das demais.

4º nível: Rubrica

É o detalhamento das espécies de receita. A rubrica busca identificar dentro de cada espécie de receita uma qualificação mais específica. Agrega determinadas receitas com características próprias e semelhantes entre si.

5º nível: Alínea

Funciona como uma qualificação da rubrica. A alínea é o nível que apresenta o nome da receita propriamente dita e que recebe o registro pela entrada de recursos financeiros.

6º nível: Subalínea:

Constitui o nível mais analítico da receita, o qual recebe o registro de valor, pela entrada do recurso financeiro, quando houver necessidade de maior detalhamento da alínea.

Caiu na prova: (ESAF – APO/MPOG - 2008) Segundo o Manual Técnico do Orçamento - 2008, a classificação da receita por natureza busca a melhor identificação da origem do

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recurso, segundo seu fato gerador. Indique a opção incorreta quanto aos desdobramentos dessa receita. a) Sub-rubrica. b) Origem e espécie. c) Rubrica. d) Categoria econômica. e) Alínea e subalínea.

A nossa questão trata do MTO/2008, porém podemos resolvê-la pelo MTO/2010. O examinador pede a alternativa que não faz parte dos desdobramentos da classificação da receita por natureza. Os níveis são categoria econômica, origem, espécie, rubrica, alínea e subalínea. Logo, não há previsão de sub-rubrica. Resposta: Letra A.

PARTE II – DESPESAS PÚBLICAS

1. ESTRUTURA DA PROGRAMAÇÃO ORÇAMENTÁRIA DA DESPESA

A compreensão do orçamento exige o conhecimento de sua estrutura e organização, as quais são implementadas por meio de um sistema de classificação estruturado com o propósito de atender às exigências de informação demandadas por todos os interessados nas questões de finanças públicas, como os poderes públicos, as organizações públicas e privadas e os cidadãos em geral.

A estrutura da programação orçamentária da despesa é divida em: • Programação qualitativa: O Programa de Trabalho define

qualitativamente a programação orçamentária e deve responder, de maneira clara e objetiva, às perguntas clássicas que caracterizam o ato de orçar, sendo, do ponto de vista operacional, composto dos seguintes blocos de informação: Classificação por Esfera, Classificação Institucional, Classificação Funcional e Estrutura Programática.

• Programação quantitativa: compreende a programação física e financeira. A programação física define quanto se pretende desenvolver do produto por meio da meta física. Já a programação financeira define o que adquirir e com quais recursos, por meio da natureza da despesa, identificador de uso, fonte de recursos, identificador de operações de crédito, identificador de resultado primário, dotação e justificativa.

2. CLASSIFICAÇÃO POR ESFERA ORÇAMENTÁRIA

A primeira classificação da programação qualitativa é a classificação por esfera orçamentária. A esfera orçamentária tem por finalidade identificar se o

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orçamento é fiscal, da seguridade social ou de investimento das empresas estatais, conforme disposto no § 5º do art. 165 da CF/88:

• Orçamento Fiscal: referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público;

• Orçamento de Investimento: orçamento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto; e

• Orçamento da Seguridade Social: abrange todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público.

A classificação por esfera aponta “em qual orçamento” será alocada a despesa. Na base do Sistema de Orçamento o campo destinado à esfera orçamentária é composto de dois dígitos e será associado à ação orçamentária, com os seguintes códigos:

CÓDIGO ESFERA ORÇAMENTÁRIA

10 Orçamento Fiscal

20 Orçamento da Seguridade Social

30 Orçamento de Investimentos

Caiu na prova: (CESPE – Planejamento e Execução Orçamentária – Min. da Saúde – 2008) Entre os componentes da programação qualitativa do orçamento está a classificação por esfera orçamentária, que pode ser dividida em orçamento fiscal, orçamento de investimento, orçamento da seguridade social e orçamento monetário.

A classificação por esfera orçamentária está entre os componentes da programação qualitativa do orçamento. Ela é divida em orçamento fiscal (10), orçamento da seguridade social (20) e orçamento de investimentos (30). Não existe mais orçamento monetário. Resposta: Errada.

3. CLASSIFICAÇÃO INSTITUCIONAL

A classificação institucional reflete a estrutura organizacional de alocação dos créditos orçamentários, e está estruturada em dois níveis hierárquicos: órgão orçamentário e unidade orçamentária. Assim, o agente encarregado do gastopode ser identificado na classificação institucional.

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Segundo o art. 14 da Lei 4320/64, constitui unidade orçamentária o agrupamento de serviços subordinados ao mesmo órgão ou repartição a que serão consignadas dotações próprias. As dotações orçamentárias, especificadas por categoria de programação em seu menor nível, são consignadas às unidades orçamentárias, que são as estruturas administrativas responsáveis pelos recursos financeiros (dotações) e pela realização das ações. Órgão Orçamentário é o agrupamento de unidades orçamentárias. A classificação institucional aponta “quem faz” a despesa. Ela permite comparar imediatamente as dotações recebidas por cada órgão ou unidade orçamentária, identificando o agente responsável pelas dotações autorizadas pelo Legislativo, para dado programa

Um órgão ou uma unidade orçamentária não corresponde necessariamente a uma estrutura administrativa, como ocorre, por exemplo, com alguns fundos especiais e com os “órgãos” “Transferências a Estados, Distrito Federal e Municípios”, “Encargos Financeiros da União”, “Operações Oficiais de Crédito”, “Refinanciamento da Dívida Pública Mobiliária Federal” e “Reserva de Contingência”. No entanto, são um conjunto de dotações que são administradas por órgãos do governo que também têm suas próprias dotações.

O código da classificação institucional compõe-se de cinco dígitos, sendo os dois primeiros reservados à identificação do órgão e os demais à unidade orçamentária:

1º 2º 3º 4º 5º

Órgão Orçamentário Unidade Orçamentária

Exemplos: O Órgão 02000 SENADO FEDERAL tem as seguintes Unidades Orçamentárias: 02101 Senado Federal, 02103 Secretaria Especial de Informática - Prodasen, 02104 Secretaria Especial de Editoração e Publicação. Todas essas correspondem a uma estrutura administrativa, com pessoal, espaço físico, etc. Mas também tem as seguintes Unidades Orçamentárias: 02901 Fundo Especial do Senado Federal; 02903 Fundo de Informática e Processamento de Dados do Senado Federal, 02904 Fundo da Secretaria Especial de Editoração e Publicação. São Unidades Orçamentárias, mas não correspondem a uma estrutura administrativa, são somente fundos que gerem recursos.

Outro exemplo: Órgão: 25000 MINISTÉRIO DA FAZENDA Unidades Orçamentárias: 25101 Ministério da Fazenda 25103 Secretaria da Receita Federal do Brasil 25104 Procuradoria Geral da Fazenda Nacional 25201 Banco Central do Brasil

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25203 Comissão de Valores Mobiliários 25208 Superintendência de Seguros Privados 25903 Fundo de Compensação e Variações Salariais* 25904 Fundo de Estabilidade do Seguro Rural* 25913 Fundo Especial de Treinamento e Desenvolvimento* 25914 Fundo de Garantia à Exportação – FGE*

* São Unidades Orçamentárias, porém não correspondem a uma estrutura administrativa.

Caiu na prova: (ESAF – AFC/CGU – Auditoria e Fiscalização - 2006) A classificação institucional da despesa é um critério indispensável para a fixação de responsabilidades e os consequentes controles e avaliações. Aponte a única opção que não pode ser considerada vantagem do critério institucional. a) Permite comparar imediatamente os vários órgãos, em termos de dotações recebidas. b) Usado de forma predominante, impede que se tenha uma visão global das finalidades dos gastos do governo, em termos das funções precípuas que deve cumprir. c) Permite identificar o agente responsável pelas dotações autorizadas pelo Legislativo, para dado programa. d) Serve como ponto de partida para o estabelecimento de um programa de contabilização de custos dos vários serviços ou unidades administrativas. e) Quando combinado com a classificação funcional, permite focalizar num único ponto a responsabilidade pela execução de determinado programa.

a) Correta. A classificação institucional permite comparar imediatamente as dotações recebidas por cada órgão ou unidade orçamentária. b) É a incorreta. Trata-se de uma desvantagem. Na classificação institucional temos o agente encarregado do gasto, ou seja, o órgão e a unidade orçamentária. Para que se tenha uma visão global das finalidades dos gastos do governo, é necessário combiná-la com outras classificações, como com a estrutura programática assim determinada pela Portaria nº 42/99 e com a classificação por natureza da despesa. c) Correta. A classificação institucional aponta “quem faz” a despesa, permitindo identificar o agente responsável pelas dotações autorizadas pelo Legislativo, para dado programa. d) Correta. É um ponto de partida importante, pois a classificação institucional nos leva ao agente encarregado do gasto, fundamental para a implantação de um sistema de custos no nível serviço, órgão ou unidade. e) Correta. Combinada com outras, a classificação institucional nos permite chegar a diversas informações, como focalizar dentro de um programa a responsabilidade por sua execução. Resposta: Letra B

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4. CLASSIFICAÇÃO FUNCIONAL

A classificação funcional, por funções e subfunções, busca responder basicamente à indagação “em que” área de ação governamental a despesa será realizada.

A atual classificação funcional foi instituída pela Portaria nº 42, de 14 de abril de 1999, do então Ministério do Orçamento e Gestão, e é composta de um rol de funções e subfunções prefixadas, que servem como agregador dos gastos públicos por área de ação governamental nas três esferas de Governo. A Portaria 42/99 atualiza a discriminação da despesa por funções de que trata a Lei 4.320/64; estabelece os conceitos de função, subfunção, programa, projeto, atividade, operações especiais, e dá outras providências.

Trata-se de uma classificação independente dos programas e de aplicação comum e obrigatória, no âmbito dos Municípios, dos Estados, do Distrito Federal e da União, o que permite a consolidação nacional dos gastos do setor público.

A classificação funcional é representada por cinco dígitos. Os dois primeiros referem-se à função, enquanto que os três últimos dígitos representam a subfunção, que podem ser traduzidos como agregadores das diversas áreas de atuação do setor público, nas esferas legislativa, executiva e judiciária.

1º 2º 3º 4º 5º

Função Subfunção

A função pode ser traduzida como o maior nível de agregação das diversas áreas de atuação do setor público. Está relacionada com a missão institucional do órgão, por exemplo, cultura, educação, saúde, defesa, que guarda relação com os respectivos Ministérios.

No entanto, tem-se a função “Encargos Especiais”, a qual engloba as despesas em relação às quais não se pode associar um bem ou serviço a ser gerado no processo produtivo corrente, tais como: dívidas, ressarcimentos, indenizações e outras afins, representando, portanto, uma agregação neutra.

Nesse caso, as ações estarão associadas aos programas do tipo "Operações Especiais" que constarão apenas do orçamento, não integrando o PPA.

Segundo o art.1º da Lei 11653/08 (Lei do PPA 2008-2011): § 2o Não integram o Plano Plurianual os programas destinados exclusivamente a operações especiais.

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A subfunção representa um nível de agregação imediatamente inferior à função e deve evidenciar cada área da atuação governamental, por intermédio da agregação de determinado subconjunto de despesas e identificação da natureza básica das ações que se aglutinam em torno das funções. As subfunções podemser combinadas com funções diferentes daquelas às quais estão relacionadas na Portaria 42/99.

As ações devem estar sempre conectadas às subfunções que representam sua área específica. Existe a possibilidade de matricialidade na conexão entre função e subfunção, ou seja, combinar qualquer função com qualquer subfunção, mas não na relação entre ação e subfunção.

Deve-se adotar como função aquela que é típica ou principal do órgão. Assim, a programação de um órgão, via de regra, é classificada em uma única função, ao passo que a subfunção é escolhida de acordo com a especificidade de cada ação. A exceção à matricialidade encontra-se na função 28 – Encargos Especiais e suas subfunções típicas que só podem ser utilizadas conjugadas.

Atenção: Muito cobrado em provas! As subfunções poderão ser combinadas com funções diferentes daquelas às quais estejam vinculadas.

Caiu na prova: (CESPE - Analista Judiciário – STJ - 2008) A função representa o maior nível de agregação das diversas áreas de despesa que competem ao setor público. A subfunção identifica a natureza básica dos projetos que se aglutinam em torno da unidade orçamentária e não pode ser combinada com funções diferentes daquelas a que estejam vinculadas.

A função representa o maior nível de agregação das diversas áreas de despesa que competem ao setor público. Porém, a subfunção pode ser combinada com funções diferentes daquelas a que estejam vinculadas. Resposta: Errada.

5. ESTRUTURA PROGRAMÁTICA

Toda ação do Governo está estruturada em programas orientados para a realização dos objetivos estratégicos definidos para o período do Plano Plurianual – PPA, que é de quatro anos.

O programa é o instrumento de organização da atuação governamental que articula um conjunto de ações que concorrem para a concretização de um objetivo comum preestabelecido, mensurado por indicadores instituídos no plano, visando à solução de um problema ou o atendimento de determinada necessidade ou demanda da sociedade.

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A estrutura programática também tem previsão na Portaria 42/99. A finalidade essencial da classificação programática é demonstrar as realizações do Governo e a efetividade de seu trabalho em prol da população. É a mais moderna das classificações orçamentárias da despesa, tendo surgido visando permitir a representação do programa de trabalho.

A organização das ações do Governo sob a forma de programas visa proporcionar maior racionalidade e eficiência na administração pública e ampliar a visibilidade dos resultados e benefícios gerados para a sociedade, bem como elevar a transparência na aplicação dos recursos públicos.

O programa é o módulo comum integrador entre o plano e o orçamento. Em termos de estruturação, na concepção inicial da reforma orçamentária de 2000, o plano deveria terminar no programa e o orçamento começar no programa, o que confere a esses instrumentos uma integração desde a origem. O programa, como módulo integrador, e as ações, como instrumentos de realização dos programas. Essa concepção inicial foi modificada nos PPA’s 2000/2003 e 2004/2007, elaborados com nível de detalhamento de ação.

Os Programas são classificados em dois tipos:

• Programas Finalísticos: dos quais resultam bens ou serviços ofertados diretamente à sociedade, cujos resultados sejam passíveis de mensuração;

• Programas de Apoio às Políticas Públicas e Áreas Especiais: são programas voltados aos serviços típicos de Estado, ao planejamento, à formulação de políticas setoriais, à coordenação, à avaliação ou ao controle dos programas finalísticos, resultando em bens ou serviços ofertados ao próprio Estado, podendo ser composto inclusive por despesas de natureza tipicamente administrativas.

Cuidado: Essa é a classificação atual! Alguns livros ainda trazem a antiga classificação em 4 tipos que não existe mais!

Cada programa deve conter objetivo, indicador que quantifica a situação que o programa tenha como finalidade modificar e os produtos (bens e serviços) necessários para atingir o objetivo. A partir do programa são identificadas as ações sob a forma de atividades, projetos ou operações especiais, especificando os respectivos valores e metas e as unidades orçamentárias responsáveis pela realização da ação. A cada projeto ou atividade só poderá estar associado um produto, que, quantificado por sua unidade de medida, dará origem à meta. A finalidade do gasto pode ser observada na estrutura programática.

As ações são operações das quais resultam produtos (bens ou serviços), que contribuem para atender ao objetivo de um programa. Incluem-se também no

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conceito de ação as transferências obrigatórias ou voluntárias a outros entes da federação e a pessoas físicas e jurídicas, na forma de subsídios, subvenções, auxílios, contribuições, etc, e os financiamentos. As ações, conforme suas características, podem ser classificadas como atividades, projetos ou operações especiais, segundo a Portaria 42/99:

• Atividade: é um instrumento de programação utilizado para alcançar o objetivo de um programa, envolvendo um conjunto de operações que se realizam de modo contínuo e permanente, das quais resulta um produto ou serviço necessário à manutenção da ação de Governo. Exemplo: “Fiscalização e Monitoramento das Operadoras de Planos e Seguros Privados de Assistência à Saúde”.

• Projeto: é um instrumento de programação utilizado para alcançar o objetivo de um programa, envolvendo um conjunto de operações, limitadas no tempo, das quais resulta um produto que concorre para a expansão ou o aperfeiçoamento da ação de Governo. Exemplo: “Implantação da rede nacional de bancos de leite humano”.

• Operação Especial: Despesas que não contribuem para a manutenção, expansão ou aperfeiçoamento das ações de governo, das quais não resulta um produto, e não gera contraprestação direta sob a forma de bens ou serviços.

Consoante o art. 4º da referida Portaria, as ações serão identificadas em termos de funções, subfunções, programas, projetos, atividades e operações especiais nas leis orçamentárias e nos balanços.

SUBTÍTULOS (localizador do gasto): Segundo o MTO/2010, as atividades, projetos e operações especiais serão detalhados, ainda, em subtítulos, utilizados especialmente para especificar a localização física da ação, não podendo haver, por conseguinte, alteração da finalidade da ação, do produto e das metas estabelecidas.

A adequada localização do gasto permite maior controle governamental e social sobre a implantação das políticas públicas adotadas, além de evidenciar a focalização, os custos e os impactos da ação governamental.

A localização do gasto poderá ser de abrangência nacional, no exterior, por Região (NO, NE, CO, SD, SL), por Estado ou Município ou, excepcionalmente, por um critério específico, quando necessário. A LDO da União veda que na especificação do subtítulo haja referência a mais de uma localidade, área geográfica ou beneficiário, se determinados.

Exemplos de Subtítulos:

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Localizações Padronizadas (uso SOF):0001 Nacional NA 0002 No Exterior EX Regiões Geográficas (baseada no padrão IBGE): 0010 Na Região Norte NO 0020 Na Região Nordeste NE 0030 Na Região Sudeste SD 0040 Na Região Sul SL 0050 Na Região Centro-Oeste CO

Estados da Federação (baseada no padrão IBGE): 0011 No Estado de Rondônia RO 0012 No Estado do Acre AC 0013 No Estado do Amazonas AM 0014 No Estado de Roraima RR 0015 No Estado do Pará PA 0016 No Estado do Amapá AP Etc.

Na União, o subtítulo representa o menor nível de categoria de programação e será detalhado por esfera orçamentária, grupo de natureza de despesa, modalidade de aplicação, identificador de uso e fonte de recursos, sendo o produto e a unidade de medida os mesmos da ação orçamentária.

Na base do Sistema, o campo que identifica o Programa contém quatro (4) dígitos.

1º 2º 3º 4º

Programa

Já a Ação é identificada por um código alfanumérico de 8 dígitos:

1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º

Ação Subtítulo

Ao observar o 1º dígito do código pode-se identificar o tipo de ação:

1º Dígito Tipo de Ação

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1, 3, 5 ou 7 Projeto 2, 4, 6 ou 8 Atividade

0 Operação Especial

9 Ação não Orçamentária (ação sem dotação nos orçamentos

na União, mas que participa dos programas do PPA)

Repare que os números ímpares são projetos (exceto 9) e os pares são atividades (exceto 0).

A Portaria 42/99 do MPOG atualiza a discriminação da despesa por funções de que tratam o inciso I do § 1º do art. 2º e § 2º do art. 8º, ambos da Lei 4320/64; estabelece os conceitos de função, subfunção, programa, projeto, atividade, operações especiais; e dá outras providências.

Essa Portaria dispõe que: Art. 4º Nas leis orçamentárias e nos balanços, as ações serão identificadas em termos de funções, subfunções, programas, projetos, atividades e operações especiais.

Caiu na prova: (ESAF – Analista Contábil-Financeiro – SEFAZ/CE – 2007) A Classificação Funcional da Despesa Pública no Brasil substituiu a Classificação Funcional-Programática dos dispêndios públicos. Segundo a nova estrutura Funcional, identifique a única resposta falsa. a) A subfunção representa um segmento da função, visando a agregar determinado subconjunto de despesas. b) O subprograma representa uma agregação do programa. c) O programa é o instrumento de organização da atuação governamental que articula um conjunto de ações concorrentes para um objetivo comum. d) A função representa o nível mais elevado de agregação de informações sobre as diversas áreas de despesa que competem ao setor público. e) A atividade é um instrumento de programação que envolve um conjunto de operações que se realizam de modo contínuo e permanente.

a) Correta. A subfunção representa um nível de agregação imediatamente inferior à função e deve evidenciar cada área da atuação governamental, por intermédio da agregação de determinado subconjunto de despesas e identificação da natureza básica das ações que se aglutinam em torno das funções. b) É a incorreta. Não há previsão de subprogramas, tampouco seriam maiores que os programas. c) Correta. O programa é o instrumento de organização da atuação governamental que articula um conjunto de ações que concorrem para a concretização de um objetivo comum preestabelecido, mensurado por

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indicadores instituídos no plano, visando à solução de um problema ou o atendimento de determinada necessidade ou demanda da sociedade. d) Correta. A função pode ser traduzida como o maior nível de agregação das diversas áreas de atuação do setor público. Está relacionada com a missão institucional do órgão, por exemplo, cultura, educação, saúde, defesa, que guarda relação com os respectivos Ministérios. e) Correta. A atividade é um instrumento de programação utilizado para alcançar o objetivo de um programa, envolvendo um conjunto de operações que se realizam de modo contínuo e permanente, das quais resulta um produto ou serviço necessário à manutenção da ação de Governo. Resposta: Letra B

6. CLASSIFICAÇÃO POR NATUREZA DA DESPESA

A Lei 4.320/64 trata da classificação da despesa por categoria econômica e elementos nos artigos 12 e 13. Assim como no caso da receita, o art. 8º estabelece que os itens da discriminação da despesa mencionados no art. 13 serão identificados por números de código decimal, na forma de anexos dessa Lei. No entanto, atualmente, devemos seguir o que está consubstanciado no Anexo II da Portaria Interministerial SOF/STN 163/01.

O conjunto de informações que formam o código é conhecido como classificação por natureza de despesa e informa a categoria econômica, o grupo a que pertence, a modalidade de aplicação e o elemento. Temos ainda o desdobramento facultativo do elemento da despesa.

1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º

Categoria Econômica

Grupo de natureza

Modalidade de Aplicação

Elemento de despesa

Desdobramento facultativo do

elemento

1º Nível: Categoria Econômica

Assim como a receita, este nível da classificação por natureza obedece ao critério econômico. A despesa é classificada em duas categorias econômicas, com os seguintes códigos:

3 – Despesas Orçamentárias Correntes; 4 - Despesas Orçamentárias de Capital.

• Despesas Orçamentárias Correntes: classificam-se nessa categoria todas as despesas que não contribuem, diretamente, para a formação ou aquisição de um bem de capital;

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• Despesas Orçamentárias de Capital: classificam-se nessa categoria aquelas despesas que contribuem, diretamente, para a formação ou aquisição de um bem de capital.

2º Nível: Grupo de natureza da despesa

É um agregador de elementos de despesa com as mesmas características quanto ao objeto de gasto, conforme discriminado a seguir:

QUADRO GRUPO DE NATUREZA DA DESPESA

1 - Pessoal e Encargos Sociais

2 - Juros e Encargos da Dívida

3 - Outras Despesas Correntes

4 - Investimentos

5 - Inversões financeiras

6 - Amortização da Dívida

9 - Reserva de Contingência

DESPESAS CORRENTES: • Pessoal e Encargos Sociais: Despesas de natureza remuneratória

decorrente do efetivo exercício de cargo, emprego ou função de confiança no setor público, do pagamento dos proventos de aposentadorias, reformas e pensões, das obrigações trabalhistas de responsabilidade do empregador, incidentes sobre a folha de salários, contribuição a entidades fechadas de previdência, outros benefícios assistenciais classificáveis neste grupo de despesa, bem como soldo, gratificações, adicionais e outros direitos remuneratórios, pertinentes a este grupo de despesa, previstos na estrutura remuneratória dos militares, e ainda, despesas com o ressarcimento de pessoal requisitado, despesas com a contratação temporária para atender a necessidade de excepcional interesse público e despesas com contratos de terceirização de mão-de-obra que se refiram à substituição de servidores e empregados públicos, em atendimento ao disposto no art. 18, § 1º, da LRF.

• Juros e Encargos da Dívida: Despesas com o pagamento de juros, comissões e outros encargos de operações de crédito internas e externas contratadas, bem como da dívida pública mobiliária.

• Outras Despesas Correntes: Despesas com aquisição de material de consumo, pagamento de diárias, contribuições, subvenções, auxílio-alimentação, auxílio-transporte, além de outras despesas da categoria

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econômica "Despesas Correntes" não classificáveis nos demais grupos de natureza de despesa.

DESPESAS DE CAPITAL: • Investimentos: Despesas com o planejamento e a execução de obras,

inclusive com a aquisição de imóveis considerados necessários à realização destas últimas, e com a aquisição de instalações, equipamentos e material permanente.

• Inversões Financeiras: Despesas com a aquisição de imóveis ou bens de capital já em utilização; aquisição de títulos representativos do capital de empresas ou entidades de qualquer espécie, já constituídas, quando a operação não importe aumento do capital; e com a constituição ou aumento do capital de empresas.

• Amortização da Dívida: Despesas com o pagamento e/ou refinanciamento do principal e da atualização monetária ou cambial da dívida pública interna e externa, contratual ou mobiliária.

A Reserva de Contingência está à parte, variando com sua destinação. Compreende o volume de recursos destinados ao atendimento de passivos contingentes e outros riscos, bem como eventos fiscais imprevistos. Essa reserva poderá ser utilizada para abertura de créditos adicionais, desde que definida na LDO.

Os Passivos Contingentes são representados por demandas judiciais, dívidas em processo de reconhecimento e operações de aval e garantias dadas pelo Poder Público. Os outros riscos a que se refere o § 3º do artigo 4º da LRF são classificados em duas categorias: - Riscos Fiscais Orçamentários; - Riscos Fiscais de Dívida.

Riscos Fiscais Orçamentários: estão relacionados à possibilidade das receitas e despesas projetadas na elaboração do projeto de lei orçamentária anual não se confirmarem durante o exercício financeiro. Com relação à receita orçamentária, algumas variáveis macroeconômicas podem influenciar no montante de recursos arrecadados, dentre as quais podem-se destacar: o nível de atividade da economia e as taxas de inflação, câmbio e juros. A redução do Produto Interno Bruto – PIB, por exemplo, provoca queda na arrecadação de tributos por todos os entes da federação. No que diz respeito à despesa orçamentária, a criação ou ampliação de obrigações decorrentes de modificações na legislação, por exemplo, requer alteração na programação original constante da Lei Orçamentária.

Riscos Fiscais da Dívida: estão diretamente relacionados às flutuações de variáveis macroeconômicas, tais como taxa básica de juros, variação cambial e inflação. Para a dívida indexada ao Sistema Especial de Liquidação e Custódia –

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SELIC, por exemplo, um aumento sobre a taxa de juros estabelecido pelo Comitê de Política Monetária do Banco Central do Brasil elevaria o nível de endividamento do governo.

Cuidado: Muito cobrado em provas! Consoante a natureza da despesa, o grupo “amortização da dívida” deverá ser classificado na categoria econômica de despesas de capital. No entanto, o grupo “juros e encargos da dívida” deverá ser classificado na categoria econômica de despesas correntes.

Atenção: diferenças entre investimentos e inversões financeiras:

Os investimentos são despesas com o planejamento e a execução de obras, inclusive com a aquisição de imóveis considerados necessários à realização destas últimas, e com a aquisição de instalações, equipamentos e material permanente. Já inversões financeiras são despesas com a aquisição de imóveis ou bens de capital já em utilização; aquisição de títulos representativos do capital de empresas ou entidades de qualquer espécie, já constituídas, quando a operação não importe aumento do capital; e com a constituição ou aumento do capital de empresas. O Produto Interno Bruto (PIB) se refere ao valor agregado de todos os bens e serviços finais produzidos dentro do território econômico do país, independentemente da nacionalidade dos proprietários das unidades produtoras desses bens e serviços.

Podemos concluir dos conceitos de investimentos e inversões financeiras que as despesas do grupo investimento contribuem para a formação do Produto Interno Bruto.

A inversão financeira é a despesa de capital que, ao contrário de investimentos, não gera serviços e incremento ao PIB. Por exemplo, a aquisição de um prédio já pronto para instalação de um serviço público é inversão financeira, pois se mudou a estrutura de propriedade do bem, mas não a composição do PIB. Investimentos são as despesas de capital que geram serviços e, em consequência, acréscimos ao PIB. Por exemplo, a construção de um novo edifício é um investimento, pois além de gerar serviços provoca incremento no PIB.

3º Nível: Modalidade de Aplicação

A modalidade de aplicação destina-se a indicar se os recursos serão aplicados mediante transferência financeira, inclusive a decorrente de descentralização orçamentária para outras esferas de Governo, seus órgãos ou entidades, ou diretamente para entidades privadas sem fins lucrativos e outras instituições; ou, então, diretamente pela unidade detentora do crédito orçamentário, ou por outro órgão ou entidade no âmbito do mesmo nível de Governo. Também indica se tais

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recursos são aplicados mediante transferência para entidades privadas sem fins lucrativos, outras instituições ou ao exterior.

A modalidade de aplicação objetiva, principalmente, eliminar a dupla contagem dos recursos transferidos ou descentralizados.

Observa-se que o termo “transferências”, utilizado nos artigos 16 e 21 da Lei 4.320/64 compreende as subvenções, auxílios e contribuições que atualmente são identificados em nível de elementos na classificação econômica da despesa. Não se confundem com as transferências que têm por finalidade indicar se os recursos são aplicados diretamente por órgãos ou entidades no âmbito da mesma esfera de Governo ou por outro ente da Federação e suas respectivas entidades e que são registradas na modalidade de aplicação constante da atual codificação:

Modalidades de Aplicação

20 transferências à união 30 transferências a estados e ao distrito federal 40 transferências a municípios 50 transferências a instituições privadas sem fins lucrativos 60 transferências a instituições privadas com fins lucrativos 70 transferências a instituições multigovernamentais 71 transferências a consórcios públicos 80 transferências ao exterior 90 aplicações diretas 91 aplicação direta decorrente de operação entre órgãos, fundos e entidades integrantes dos orçamentos fiscal e da seguridade social 99 a definir

4º Nível: Elemento de Despesa

Tem por finalidade identificar os objetos de gasto, tais como vencimentos e vantagens fixas, juros, diárias, material de consumo, serviços de terceiros prestados sob qualquer forma, subvenções sociais, obras e instalações, equipamentos e material permanente, auxílios, amortização e outros que a administração pública utiliza para a consecução de seus fins. Os códigos dos elementos de despesa estão definidos no Anexo II da Portaria Interministerial nº 163, de 2001.

É vedada a utilização em projetos e atividades dos elementos de despesa 41-Contribuições, 42-Auxílios e 43-Subvenções Sociais, o que pode ocorrer apenas em operações especiais.

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É também vedada a utilização de elementos de despesa que representem gastos efetivos (ex: 30, 35, 36, 39, 51, 52, etc) em operações especiais.

5º Nível: Desdobramento Facultativo do Elemento da Despesa

Conforme as necessidades de escrituração contábil e controle da execução orçamentária, fica facultado por parte de cada ente o desdobramento dos elementos de despesa.

Caiu na prova: (ESAF – AFCE – TCU – 2006) Identifique a opção falsa com relação à classificação da despesa pública segundo a natureza, contida na Portaria Interministerial n. 163, de 4 de maio de 2001, a ser observada na execução orçamentária de todas as esferas de governo. a) Categoria econômica. b) Grupo de natureza da despesa. c) Elemento de despesa. d) Modalidade de aplicação. e) Desdobramento obrigatório do elemento de despesa.

Atualmente, devemos seguir o que está consubstanciado no Anexo II da Portaria Interministerial SOF/STN 163/01. O conjunto de informações que formam o código é conhecido como classificação por natureza de despesa e informa a categoria econômica, o grupo a que pertence, a modalidade de aplicação e o elemento. Temos ainda o desdobramento facultativo do elemento da despesa.

Logo, não há desdobramento obrigatório do elemento da despesa. Resposta: Letra E

7. ESTRUTURA COMPLETA DA PROGRAMAÇÃO ORÇAMENTÁRIA:

Em nosso edital não constam as classificações por Identificador de Doação e de Operação de Crédito (IDOC), por Identificador de uso (IDUSO), por Fonte e por identificador de resultado primário, as quais completam a programação orçamentária. No entanto, por via das dúvidas, no memento ao final da aula há também um resumo dessas classificações, para o estudante não ser surpreendido com algum desses termos na prova.

Segue a estrutura completa da programação orçamentária.

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Exemplo:

Fonte: MTO/2010

Caiu na prova:

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(ESAF – AFC/CGU - 2008) A classificação funcional e a estrutura programática visam ao fornecimento de informações das realizações do governo e é considerada a mais moderna das classificações orçamentárias da despesa. A junção das duas, quando da execução da despesa no SIAFI , forma o Programa de Trabalho com a seguinte estrutura: Programa de Trabalho: AA.BBB.CCCC.DDDD.EEEE Com relação ao assunto, indique a opção correta. a) Na estrutura do Programa de Trabalho, a codificação CCCC representa o Programa e a codificação EEEE a ação governamental. b) A ação, reconhecida na estrutura pelo código DDDD, determina a escolha da subfunção, reconhecida pela codificação BBB, estabelecendo uma relação única. c) A subfunção, código BBB, poderá ser combinada com qualquer função, código AA, em razão da competência do órgão responsável pelo programa. d) Quando o primeiro dígito da codificação DDDD for um número ímpar significa que a ação é uma atividade. e) As operações especiais são ações que não contribuem para a manutenção das ações de governo, das quais não resultam um produto, e não geram contraprestação direta sob a forma de bens ou serviços e são identificadas pelo primeiro dígito da codificação EEEE.

A parte da estrutura programática extraída pela questão é a seguinte:

A A B B B C C C C D D D D E E E E Função Subfunção Programa Ação Subtítulo

a) Errada. Na estrutura do Programa de Trabalho, a codificação CCCC representa o Programa e a codificação EEEE é o Subtítulo. b) Correta. A ação, reconhecida na estrutura pelo código DDDD, determina a escolha da subfunção, reconhecida pela codificação BBB, estabelecendo uma relação única. As ações devem estar sempre conectadas às subfunções que representam sua área específica. c) Errada. A subfunção, código BBB, poderá ser combinada com qualquer função, código AA, mesmo que diferentes daquelas às quais estão relacionadas na Portaria 42/99. No entanto, trata-se de uma classificação independente dos programas. Cuidado ainda com a exceção à matricialidade, a função 28 – Encargos Especiais e suas subfunções típicas que só podem ser utilizadas conjugadas. d) Quando o primeiro dígito da codificação DDDD for um número ímpar significa que a ação é um projeto, com exceção do dígito 9, o qual corresponde às ações não-orçamentárias. e) As operações especiais são ações que não contribuem para a manutenção das ações de governo, das quais não resultam um produto, e não geram contraprestação direta sob a forma de bens ou serviços e são identificadas pelo primeiro dígito (zero) da codificação DDDD. Resposta: Letra B

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EXERCÍCIOS

1) (ESAF – APO/MPOG - 2008) Identifique o conceito de receita orçamentária que não é pertinente à sua definição. a) Receita patrimonial é uma receita derivada, oriunda da exploração indireta, por parte do Estado das rendas obtidas na aplicação de recursos. b) Receita tributária é uma receita derivada que o Estado arrecada, mediante o emprego de sua soberania, sem contraprestação diretamente equivalente e cujo produto se destina ao custeio das atividades gerais ou específicas que lhe são próprias. c) Receitas de capital são receitas provenientes da realização de recursos financeiros oriundos da constituição de dívida; da conversão, em espécie, de bens e direitos; os recursos de outras pessoas de direito público ou privado destinados a atender despesas classificáveis em Despesas de Capital e, ainda, o superávit do orçamento corrente. d) Receita de serviço é uma receita originária, segundo a qual os recursos ou meios financeiros são obtidos mediante a cobrança pela venda de bens e serviços. e) Outras receitas correntes são receitas originárias, provenientes de multas, cobranças da dívida ativa, restituições e indenizações.

a) É a incorreta. As receitas patrimoniais são originárias. São as receitas que provêm das rendas geradas pelo patrimônio do próprio Estado (mobiliário e imobiliário), tais como as rendas de aluguéis, as receitas decorrentes das vendas de bens, dividendos, participações e royalties. b) Correta. As receitas tributárias são derivadas, pois são obtidas pelo Estado mediante sua autoridade coercitiva. c) Correta. As receitas provenientes da realização de recursos financeiros oriundos de constituição de dívidas; da conversão, em espécie, de bens e direitos; os recursos recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, destinados a atender despesas classificáveis em Despesas de Capital e, ainda, o superávit do Orçamento Corrente, são denominadas receitas de capital. d) Correta. As receitas de serviço são originárias e compreendem ingressos provenientes da prestação de serviços de transporte, saúde, comunicação, portuário, armazenagem, de inspeção e fiscalização, judiciário, processamento de dados, vendas de mercadorias e produtos inerentes à atividade da entidade e outros serviços. e) Correta. Outras receitas correntes são os ingressos correntes provenientes de outras origens não classificáveis nas anteriores, como multas, dívida ativa, etc. Resposta: Letra A

2) (FCC – ACE - TCE/AM – 2008) A retenção das contribuições previdenciárias, valores descontados da folha de pagamentos dos servidores públicos, corresponde a uma: (A) receita extraorçamentária.

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(B) despesa extraorçamentária. (C) receita orçamentária de contribuições. (D) receita orçamentária tributária. (E) despesa orçamentária de transferências a instituições privadas.

O que caracteriza uma receita extraorçamentária é seu caráter temporário, não se incorporando ao patrimônio público. É exatamente o que ocorre com as retenções previdenciárias dos servidores públicos, as quais não pertencem em definitivo ao Estado e não se incorporam ao patrimônio público. Resposta: Letra A

3) (FGV – Auditor Substituto de Conselheiro – TCM/RJ - 2008) Em relação à receita pública, assinale a afirmativa incorreta. (A) Atualmente, segundo a doutrina moderna, ingresso e receita são expressões sinônimas. (B) A receita se classificará nas seguintes categorias econômicas: Receitas Correntes e Receitas de Capital. (C) As operações de crédito são consideradas receitas de capital. (D) A receita tributária é considerada como receita corrente. (E) O superávit do orçamento constitui receita corrente.

a) Correta. A banca seguiu autores como João Angélico, que afirma: “a receita pública, em seu sentido mais amplo, é o recolhimento de bens aos cofres públicos. Ingresso, entrada ou receita pública são, na verdade, expressões sinônimas na terminologia de finanças públicas. Os estudiosos da matéria divergem na conceituação de receita pública por esbarrarem em sutilezas de ordem abstrata que há longo tempo o uso e o costume eliminaram. Ingresso, entrada ou receita, de qualquer espécie já estão, na prática, consagrados pela expressão comum: receita pública”. b) Correta. São as categorias econômicas da receita: corrente e de capital. c) Correta. As operações de crédito são uma das origens das receitas de capital. d) Correta. A receita tributária é uma das origens das receitas correntes. e) É a incorreta. O superávit do orçamento constitui receita de capital. Resposta: Letra E

4) (ESAF – Auditor – TCE/GO - 2007) Com relação ao preço público e a sua distinção com a taxa, pode-se afirmar que: a) a tarifa é uma receita pública, retirada de forma coercitiva do patrimônio dos particulares. b) a taxa visa ao lucro enquanto a tarifa visa ao ressarcimento. c) o preço público é uma espécie de tributo, pois a sua exigência é compulsória e tem por base o poder fiscal do Estado. d) a tarifa pode ser cobrada em razão do exercício do poder de polícia.

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e) a tarifa é uma receita originária, proveniente da intervenção do Estado, por meio dos seus associados, permissionários, ou concessionários, na atividade econômica.

a) Errada. A taxa é uma receita pública derivada, isto é, retirada de forma coercitiva do patrimônio dos particulares, vindo a se integrar ao patrimônio do Estado. b) Errada. A tarifa visa ao lucro, a taxa visa ao ressarcimento c) Errada. A tarifa ou preço público é uma receita originária decorrente da utilização de serviços públicos facultativos (portanto, não compulsórios) que a Administração Pública diretamente ou por meio de delegação a concessionário ou permissionário colocam à disposição da população que poderá contratá-los ou não (Ex: telefone, luz, água, gás encanado). São serviços prestados em decorrência de uma relação contratual, regida pelo direito privado. d) Errada. As taxas podem ser cobradas em razão do Poder de Polícia. São aquelas que têm como fato gerador o exercício do poder de polícia administrativa, tratando-se de um poder disciplinador através do qual o Estado pode intervir nas atividades dos seus cidadãos para garantir a ordem e a segurança. e) Correta. A tarifa é receita originária empresarial, ou seja, uma receita proveniente da intervenção do Estado, através dos seus associados, permissionários ou concessionários, na atividade econômica. Resposta: Letra E

5) (CESPE – Analista Administrativo - ANATEL – 2009) As receitas intraorçamentárias se contrapõem às despesas intraorçamentárias e se referem a operações entre órgãos e entidades integrantes dos orçamentos fiscal e da seguridade social da mesma esfera governamental.

As receitas intraorçamentárias, as quais se contrapõem às despesas intraorçamentárias, são oriundas de operações realizadas entre órgãos e demais entidades da Administração Pública integrantes do orçamento fiscal e da seguridade social de uma mesma esfera de governo. Têm a finalidade de discriminar as receitas referentes às operações entre órgãos, fundos, autarquias, fundações públicas, empresas estatais dependentes e outras entidades integrantes do orçamento fiscal e da seguridade social. Resposta: Certa.

6) (FCC – ACE/TI - TCE/AM – 2008) A categoria econômica Receitas Correntes contém, entre outras, uma receita pública orçamentária denominada: (A) alienação de bens. (B) receita patrimonial. (C) amortização de empréstimos. (D) operação de crédito. (E) transferência de capital.

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O examinador pede a alternativa que traz uma receita que pertença a categoria econômica receitas correntes. Já sabemos que é a receita patrimonial. Alienação de bens, amortização de empréstimos, operações de crédito e transferência de capital são receitas de capital.

A receita patrimonial é uma das mais cobradas em provas. Isso ocorre pela confusão que os estudantes normalmente fazem porque o termo “patrimônio” nos fazer pensar em bens de capital, como terrenos, casas, carros, etc. Atenção:receita patrimonial é receita corrente. Resposta: Letra B

7) (ESAF – APO/SP - 2009) Constituem modalidade de receita derivada, exceto: a) tributos. b) penalidades pecuniárias. c) multas administrativas. d) preços públicos. e) taxas.

A tarifa e o preço público são receitas não-tributárias e originárias. Todas as outras alternativas são modalidades de receita derivada, pois são obtidas pelo Estado mediante sua autoridade coercitiva e procedem do setor privado da economia, isto é, de famílias, empresas e do resto do mundo. Resposta: Letra D

(CESPE – AFCE - TCU – 2008)

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A partir da figura acima, que apresenta o esquema de identificação dos recursos que ingressam nos cofres públicos, o qual é desdobrado em seis níveis, relacionados ao código identificador da natureza de receita, julgue o item seguinte, acerca das receitas públicas. 8) No esquema apresentado, a espécie constitui um maior detalhamento da categoria anterior (origem). Essa classificação não está relacionada à Lei n.º 4.320/1964, mas, sim, à classificação discricionária adotada pela Secretaria de Orçamento Federal e pela Secretaria do Tesouro Nacional. No caso dos tributos, a espécie relaciona os tipos de tributos previstos na Constituição Federal.

A espécie constitui um maior detalhamento da origem e está vinculado a ela. A Lei 4.320/64 não traz previsão dessa classificação, sendo ela adotada por SOF/STN de forma discricionária. No nosso exemplo, vimos que no caso da origem receitas tributárias, a espécie relaciona os tipos de tributos previstos na Constituição Federal. Resposta: Certa.

9) (FCC – ACE - TCE/AM – 2008) No âmbito da receita pública: (A) as receitas correntes nunca podem superar as despesas correntes. (B) as receitas de capital são integradas por operações de crédito, receitas patrimoniais e receitas agropecuárias. (C) as receitas tributárias são compostas por impostos, taxas e contribuições a outros níveis de governo. (D) os rendimentos de aplicação financeira são classificados como receita patrimonial. (E) a receita da dívida ativa jamais se desdobra nas categorias tributária e não-tributária.

a) Errada. O princípio do equilíbrio visa assegurar que as despesas não serão superiores à previsão das receitas. E ainda, são incluídas as despesas/receitas correntes e de capital. b) Errada. Receitas patrimoniais e agropecuárias são receitas correntes. c) Errada. Mais uma vez: as receitas tributárias são compostas por impostos, taxas e contribuições de melhoria. d) Correta. A receita patrimonial novamente responde a questão. As receitas patrimoniais são provenientes de rendimentos sobre investimentos do ativo permanente, de aplicações de disponibilidades em operações de mercado e outros rendimentos oriundos de renda de ativos permanentes. e) Errada. As receitas da dívida ativa são os créditos da Fazenda Pública de natureza tributária (proveniente da obrigação legal relativa a tributos e respectivos adicionais, atualizações monetárias, encargos e multas tributárias) ou não tributária (demais créditos da fazenda pública) exigíveis em virtude do transcurso do prazo para pagamento. Resposta: Letra D

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10) (ESAF – APO/SP - 2009) Assinale a opção verdadeira a respeito dos programas de governo. a) Programa é um módulo integrador entre o plano e o orçamento e tem como instrumento de sua realização as ações de governo. b) Programa é o conjunto de ações de uma unidade orçamentária e visa à integração do plano de governo do ente ao orçamento. c) Um programa, do ponto de vista orçamentário, é o conjunto de atividades e projetos relacionados a uma determinada função de governo com vistas ao cumprimento da finalidade do Estado. d) É o conjunto de ações de caráter continuado com vista à prestação de serviços à sociedade. e) Os programas de governo são considerados temporários e permanentes, dependendo das condições de perenidade das ações desenvolvidas pelo ente público.

O programa é o módulo comum integrador entre o plano e o orçamento. Em termos de estruturação, na concepção inicial da reforma orçamentária de 2000, o plano deveria terminar no programa e o orçamento começar no programa, o que confere a esses instrumentos uma integração desde a origem. O programa, como módulo integrador, e as ações, como instrumentos de realização dos programas. Essa concepção inicial foi modificada nos PPA’s 2000/2003 e 2004/2007, elaborados com nível de detalhamento de ação. Resposta: Letra A

11) (CESPE – Analista - ANTAQ – 2009) A classificação por esfera aponta em qual orçamento será alocada a despesa, ao passo que a classificação institucional aponta em que área da despesa a ação governamental será realizada.

A classificação por esfera aponta em qual orçamento será alocada a despesa, ao passo que a classificação institucional aponta “quem faz” a despesa. A classificação funcional é que aponta em que área da despesa a ação governamental será realizada. Resposta: Errada.

12) (FCC – ACE - TCE/CE – 2008) Em relação ao orçamento público no Brasil, de acordo com Portaria da STN - Secretaria Tesouro Nacional, o instrumento de organização da ação governamental que visa a concretização dos objetivos pretendidos pela administração, sendo mensurado pelos seus indicadores, denomina-se: (A) Projeto de Governo. (B) Atividade de Governo. (C) Programa governamental. (D) Operação Especial. (E) Função de Governo.

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O instrumento de organização da ação governamental que visa a concretização dos objetivos pretendidos pela administração, sendo mensurado pelos seus indicadores, denomina-se programa governamental. Resposta: Letra C.

13) (ESAF – APO/MPOG - 2008) Com base no Manual Técnico do Orçamento - 2008, a despesa é classificada em duas categorias econômicas: despesas correntes e despesas de capital. Aponte a única opção incorreta no que diz respeito à Despesa. a) Classificam-se em despesas correntes todas as despesas que não contribuem, diretamente, para a formação ou aquisição de um bem de capital. b) Investimentos são despesas com o planejamento e a execução de obras, inclusive com a aquisição de imóveis considerados necessários à realização destas últimas, e com a aquisição de instalações, equipamentos e material permanente. c) Agrupam-se em amortização da dívida as despesas com o pagamento e/ou refinanciamento do principal e da atualização monetária ou cambial da dívida pública interna ou externa. d) São incluídas em inversões financeiras as despesas com a aquisição de imóveis ou bens de capital já em utilização. e) Classificam-se em despesas de capital aquelas despesas que contribuem, diretamente, para a formação ou aquisição de um bem de capital, incluindo-se as despesas com o pagamento de juros e comissões de operações de crédito internas.

Vamos resolver a questão pelo MTO/2010. O examinador pede a alternativa incorreta:

a) Correta. Classificam-se como despesas correntes todas as despesas que não contribuem, diretamente, para a formação ou aquisição de um bem de capital. b) Correta. Classificam-se como investimentos as despesas com o planejamento e a execução de obras, inclusive com a aquisição de imóveis considerados necessários à realização destas últimas, e com a aquisição de instalações, equipamentos e material permanente. c) Correta. Classificam-se como amortização da dívida as despesas com o pagamento e/ou refinanciamento do principal e da atualização monetária ou cambial da dívida pública interna e externa, contratual ou mobiliária. d) Correta. Classificam-se como inversões financeiras as despesas com a aquisição de imóveis ou bens de capital já em utilização; aquisição de títulos representativos do capital de empresas ou entidades de qualquer espécie, já constituídas, quando a operação não importe aumento do capital; e com a constituição ou aumento do capital de empresas. e) É a incorreta. Classificam-se como despesas de capital aquelas despesas que contribuem, diretamente, para a formação ou aquisição de um bem de capital. Porém, novamente: o grupo “juros e encargos da dívida” deverá ser

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classificado na categoria econômica de despesas correntes. Tal grupo corresponde às despesas com o pagamento de juros, comissões e outros encargos de operações de crédito internas e externas contratadas, bem como da dívida pública mobiliária. Resposta: Letra E

14) (FCC - Analista Judiciário – Administrativo - TRT- 18° Região-2008) É classificado como despesa corrente o gasto com (A) aquisição de imóveis que já estejam sendo utilizados pelo Poder Público. (B) amortização da dívida pública interna e externa. (C) aumento de capital em empresas estatais. (D) aquisição de ações de empresas em geral. (E) juros e encargos da dívida pública.

Cuidado: Muito cobrado em provas! Consoante a natureza da despesa, o grupo “amortização da dívida” deverá ser classificado na categoria econômica de despesas de capital. No entanto, o grupo “juros e encargos da dívida” deverá ser classificado na categoria econômica de despesas correntes. Resposta: Letra E

15) (CESPE – Gestão de orçamento e finanças – IPEA – 2008) Na classificação institucional há órgãos setoriais e unidades orçamentárias que não correspondem aos órgãos e entidades que compõem a administração pública. Essas unidades orçamentárias, todavia, são um conjunto de dotações que são administradas por órgãos do governo que também têm suas próprias dotações.

Um órgão ou uma unidade orçamentária não corresponde necessariamente a uma estrutura administrativa, como ocorre, por exemplo, com alguns fundos especiais e com os “órgãos” “Transferências a Estados, Distrito Federal e Municípios”, “Encargos Financeiros da União”, “Operações Oficiais de Crédito”, “Refinanciamento da Dívida Pública Mobiliária Federal” e “Reserva de Contingência”. No entanto, são um conjunto de dotações que são administradas por órgãos do governo que também têm suas próprias dotações. Resposta: Certa.

16) (ESAF – APO/MPOG - 2008) De acordo com a Portaria n. 42, de 14 de abril de 1999, entende-se por Atividade: a) o instrumento de organização da ação governamental visando à concretização dos objetivos pretendidos. b) o maior nível de agregação das diversas áreas da despesa que competem ao setor público. c) as despesas que não contribuem para a manutenção das ações do governo. d) um instrumento de programação para alcançar o objetivo de um programa, envolvendo um conjunto de operações que se realizam de modo contínuo e

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permanente das quais resulta um produto necessário à manutenção da ação do governo. e) as despesas em relação às quais não se possa associar um bem ou serviço a ser gerado no processo produtivo corrente.

a) Errada. Segundo o art. 2º da Portaria 42/99, entende-se por programa, o instrumento de organização da ação governamental visando à concretização dos objetivos pretendidos, sendo mensurado por indicadores estabelecidos no PPA. b) Errada. Consoante o § 1º do art.1º, como função deve entender-se o maior nível de agregação das diversas áreas de despesa que competem ao setor público. c) Errada. Segundo o art. 2º, entende-se por operações especiais as despesas que não contribuem para a manutenção das ações de governo, das quais não resulta um produto, e não geram contraprestação direta sob a forma de bens ou serviços. d) Correta. Conforme o art. 2º, entende-se por atividade um instrumento de programação para alcançar o objetivo de um programa, envolvendo um conjunto de operações que se realizam de modo contínuo e permanente, das quais resulta um produto necessário à manutenção da ação de governo. e) Errada. Consoante o § 2º do art. 1º, a função "Encargos Especiais" engloba as despesas em relação às quais não se possa associar um bem ou serviço a ser gerado no processo produtivo corrente, tais como: dívidas, ressarcimentos, indenizações e outras afins, representando, portanto, uma agregação neutra. Resposta: Letra D

17) (CESPE – Analista - INMETRO – 2009) Cada ação orçamentária do INMETRO, entendida como a atividade, o projeto ou a operação especial, deve identificar a função e a subfunção às quais se vincula. Nesse sentido, a operação especial refere-se às despesas do órgão diretamente relacionadas ao aperfeiçoamento das ações do governo federal.

A operação especial refere-se às despesas que não contribuem para a manutenção, expansão ou aperfeiçoamento das ações de governo. Também nãoresulta um produto e não gera contraprestação direta sob a forma de bens ou serviços. Resposta: Errada.

18) (ESAF – APO/MPOG - 2008) De acordo com o Manual Técnico do Orçamento - 2008, assinale a única opção incorreta quanto a elemento de despesa. a) Tem por finalidade identificar os objetos de gastos que a administração pública utiliza para a consecução de seus fins. b) Os códigos dos elementos de despesa estão definidos no Anexo II da Portaria Interministerial 163, de 2001. c) É vedada a utilização em projetos e atividades dos elementos de despesa 41-Contribuições, 42-Auxílios e 43-Subvenções Sociais, o que pode ocorrer apenas em operações especiais.

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d) Não é vedada a utilização de elementos de despesa que representem gastos efetivos em operações especiais. e) São elementos de despesa vencimentos e vantagens fixas, juros, diárias, entre outros.

Vamos resolver a questão pelo MTO/2010. O examinador pede a alternativa incorreta:

a) Correta. O elemento da despesa tem por finalidade identificar os objetos de gasto e outros que a administração pública utiliza para a consecução de seus fins. b) Correta. As classificações da despesa por categoria econômica, por grupo de natureza, por modalidade de aplicação e por elemento de despesa, e respectivos conceitos e/ou especificações, constam do Anexo II da Portaria Interministerial 163, de 2001. c) Correta. A utilização dos elementos de despesa 41- Contribuições, 42-Auxílios e 43-Subvenções Sociais pode ocorrer apenas em operações especiais. É vedada a utilização em projetos e atividades desses elementos. d) É a incorreta. É vedada a utilização de elementos de despesa que representem gastos efetivos (ex: 30, 35, 36, 39, 51, 52, etc) em operações especiais. e) Correta. São elementos de despesa vencimentos e vantagens fixas, juros, diárias, material de consumo, serviços de terceiros prestados sob qualquer forma, subvenções sociais, obras e instalações, equipamentos e material permanente, auxílios, amortização e outros que a administração pública utiliza para a consecução de seus fins. Resposta: Letra D

E assim terminamos nossa aula 6. Na próxima e última aula estudaremos a Lei 11.653/08, a qual institui e dispõe sobre o PPA 2008-2011. Trataremos exatamente dos pontos da Lei exigidos no edital: Elaboração, Gestão e Avaliação Anual do PPA. O estudo da referida Lei também é importante para a compreensão do tópico seguinte: Decreto 6.601/2008, o qual dispõe sobre a Gestão do PPA 2008-2011 e de seus programas. Estudaremos o Decreto 6.601/08 e os tópicos relacionados à avaliação de Políticas Públicas e Programas Governamentais. Vamos terminar o estudo do Decreto ao mesmo tempo em que começaremos o estudo dos Projetos de Grande Vulto, cuja parte inicial do conteúdo compõe também a referida legislação.

Forte abraço!

Sérgio Mendes

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MEMENTO AULA 6

I) CLASSIFICAÇÕES DA RECEITA: QUANTO À FORMA DE INGRESSO:

Receitas Orçamentárias

Receitas Extraorçamentárias:

Depósito em caução; Antecipação de Receitas Orçamentárias – ARO; Cancelamento de restos a

pagar; Emissão de Moeda; Outras entradas compensatórias no ativo e passivo financeiros

Receitas Intraorçamentárias.

CLASSIFICAÇÃO DA RECEITA POR NATUREZA

1º nível: Categoria Econômica da Receita:

1. Receitas Correntes;

2. Receitas de Capital;

7. Receitas Correntes Intraorçamentárias;

8. Receitas de Capital Intraorçamentárias.

2º nível: Origens

Receitas Correntes Receitas de Capital

1. Receita Tributária

2. Receita de Contribuições

3. Receita Patrimonial

4. Receita Agropecuária

5. Receita Industrial

6. Receita de Serviços

7. Transferências Correntes

9. Outras Receitas Correntes

1. Operações de Crédito

2. Alienação de Bens

3. Amortização de Empréstimos

4. Transferências de Capital

5. Outras Receitas de Capital

3º nível: Espécie

4º nível: Rubrica

5º nível: Alínea

6º nível: Subalínea

CLASSIFICAÇÃO POR FONTES:

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1º DÍGITO: GRUPO DE FONTES DE RECURSOS

1 - Recursos do Tesouro – Exercício Corrente

2 - Recursos de Outras Fontes - Exercício Corrente

3 - Recursos do Tesouro – Exercícios Anteriores

6 - Recursos de Outras Fontes - Exercícios Anteriores

9 - Recursos Condicionados

CLASSIFICAÇÃO DA RECEITA POR IDENTIFICADOR DE RESULTADO PRIMÁRIO

Primária e Financeira

II) CLASSIFICAÇÕES DA DESPESA: CLASSIFICAÇÃO POR ESFERA ORÇAMENTÁRIA

10 - Orçamento Fiscal 20 - Orçamento da Seguridade Social

30 - Orçamento de Investimentos

CLASSIFICAÇÃO INSTITUCIONAL

1º e 2º dígitos: Órgão orçamentário

3º, 4º e 5º dígitos: Unidade orçamentária

Um órgão ou uma unidade orçamentária não corresponde necessariamente a uma estrutura

administrativa.

As dotações orçamentárias, especificadas por categoria de programação em seu menor nível, são

consignadas às unidades orçamentárias, que são as estruturas administrativas responsáveis pelos

recursos financeiros (dotações) e pela realização das ações.

CLASSIFICAÇÃO FUNCIONAL

1º e 2º dígitos: Função

3º, 4º e 5º dígitos: Subfunção

A função pode ser traduzida como o maior nível de agregação das diversas áreas de atuação do

setor público. Está relacionada com a missão institucional do órgão.

A subfunção representa um nível de agregação imediatamente inferior à função e deve evidenciar

cada área da atuação governamental, por intermédio da agregação de determinado subconjunto de

despesas e identificação da natureza básica das ações que se aglutinam em torno das funções. As

subfunções podem ser combinadas com funções diferentes daquelas às quais estão relacionadas.

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As ações devem estar sempre conectadas às subfunções que representam sua área específica.

ESTRUTURA PROGRAMÁTICA

Os Programas são classificados em dois tipos:

Programas Finalísticos: dos quais resultam bens ou serviços ofertados diretamente à sociedade,

cujos resultados sejam passíveis de mensuração;

Programas de Apoio às Políticas Públicas e Áreas Especiais: são programas voltados aos

serviços típicos de Estado, ao planejamento, à formulação de políticas setoriais, à coordenação, à

avaliação ou ao controle dos programas finalísticos, resultando em bens ou serviços ofertados ao

próprio Estado, podendo ser composto inclusive por despesas de natureza tipicamente

administrativas.

Tipos de ações:

Atividade: é um instrumento de programação utilizado para alcançar o objetivo de um programa,

envolvendo um conjunto de operações que se realizam de modo contínuo e permanente, das quais

resulta um produto ou serviço necessário à manutenção da ação de Governo.

Projeto: é um instrumento de programação utilizado para alcançar o objetivo de um programa,

envolvendo um conjunto de operações, limitadas no tempo, das quais resulta um produto que

concorre para a expansão ou o aperfeiçoamento da ação de Governo.

Operação Especial: despesas que não contribuem para a manutenção, expansão ou

aperfeiçoamento das ações de governo, das quais não resulta um produto, e não gera

contraprestação direta sob a forma de bens ou serviços.

Subtítulo (localizador do gasto):

As atividades, projetos e operações especiais serão detalhados, ainda, em subtítulos, utilizados

especialmente para especificar a localização física da ação, não podendo haver, por conseguinte,

alteração da finalidade da ação, do produto e das metas estabelecidas.

CLASSIFICAÇÃO DA DESPESA POR NATUREZA

1º nível: Categoria Econômica

3. Despesas Correntes;

4. Despesas de Capital.

2º nível: Grupo de natureza da despesa

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1 - Pessoal e Encargos Sociais

2 - Juros e Encargos da Dívida

3 - Outras Despesas Correntes

4 - Investimentos

5 - Inversões financeiras

6 - Amortização da Dívida

9 - Reserva de Contingência

3º nível: Modalidade de Aplicação

4º nível: Elemento da Despesa

5º nível: Desdobramento facultativo do Elemento da Despesa

CLASSIFICAÇÃO POR IDENTIFICADOR DE USO - IDUSO

Esse código vem completar a informação concernente à aplicação dos recursos e destina-se a

indicar se os recursos compõem contrapartida nacional de empréstimos ou de doações ou

destinam-se a outras aplicações, constando da lei orçamentária e de seus créditos adicionais.

CLASSIFICAÇÃO POR IDENTIFICADOR DE DOAÇÃO E DE OPERAÇÃO DE

CRÉDITO - IDOC

O IDOC identifica as doações de entidades internacionais ou operações de crédito contratuais

alocadas nas ações orçamentárias, com ou sem contrapartida de recursos da União.

CLASSIFICAÇÃO POR IDENTIFICADOR DE RESULTADO PRIMÁRIO

O identificador de resultado primário, de caráter indicativo, tem como finalidade auxiliar a

apuração do resultado primário previsto na LDO e na LOA.

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LISTA DE QUESTÕES COMENTADAS NESTA AULA

I) QUESTÕES APRESENTADAS DURANTE A AULA

1) (ESAF - Analista Administrativo - ANA - 2009) Classificam-se como Receitas Correntes Derivadas as receitas: a) de contribuições e de serviços. b) patrimonial, agropecuária e industrial. c) patrimonial, agropecuária, industrial e de serviços. d) tributária e de contribuições. e) tributária e de serviços.

2) (CESPE – Procurador – PGE/AL – 2008) A cobrança de emolumentos pelo Poder Judiciário enquadra-se na definição jurídica de: A) taxa pela prestação de serviço público. B) taxa pelo poder de polícia. C) preço público. D) imposto. E) tarifa pública.

3) (CESPE – Planejamento e Execução Orçamentária – Min. da Saúde – 2008) Por ingressos intraorçamentários devem-se entender aqueles constituídos por receitas de operações entre órgãos, fundos, autarquias, fundações públicas, empresas estatais dependentes e outras entidades integrantes do orçamento fiscal e da seguridade social.

4) (ESAF – APO/MPOG - 2008) Segundo o Manual Técnico do Orçamento - 2008, a classificação da receita por natureza busca a melhor identificação da origem do recurso, segundo seu fato gerador. Indique a opção incorreta quanto aos desdobramentos dessa receita. a) Sub-rubrica. b) Origem e espécie. c) Rubrica. d) Categoria econômica. e) Alínea e subalínea.

5) (CESPE – Planejamento e Execução Orçamentária – Min. da Saúde – 2008) Entre os componentes da programação qualitativa do orçamento está a classificação por esfera orçamentária, que pode ser dividida em orçamento fiscal, orçamento de investimento, orçamento da seguridade social e orçamento monetário.

6) (ESAF – AFC/CGU – Auditoria e Fiscalização - 2006) A classificação institucional da despesa é um critério indispensável para a fixação de

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responsabilidades e os consequentes controles e avaliações. Aponte a única opção que não pode ser considerada vantagem do critério institucional. a) Permite comparar imediatamente os vários órgãos, em termos de dotações recebidas. b) Usado de forma predominante, impede que se tenha uma visão global das finalidades dos gastos do governo, em termos das funções precípuas que deve cumprir. c) Permite identificar o agente responsável pelas dotações autorizadas pelo Legislativo, para dado programa. d) Serve como ponto de partida para o estabelecimento de um programa de contabilização de custos dos vários serviços ou unidades administrativas. e) Quando combinado com a classificação funcional, permite focalizar num único ponto a responsabilidade pela execução de determinado programa.

7) (CESPE - Analista Judiciário – STJ - 2008) A função representa o maior nível de agregação das diversas áreas de despesa que competem ao setor público. A subfunção identifica a natureza básica dos projetos que se aglutinam em torno da unidade orçamentária e não pode ser combinada com funções diferentes daquelas a que estejam vinculadas.

8) (ESAF – Analista Contábil-Financeiro – SEFAZ/CE – 2007) A Classificação Funcional da Despesa Pública no Brasil substituiu a Classificação Funcional-Programática dos dispêndios públicos. Segundo a nova estrutura Funcional, identifique a única resposta falsa. a) A subfunção representa um segmento da função, visando a agregar determinado subconjunto de despesas. b) O subprograma representa uma agregação do programa. c) O programa é o instrumento de organização da atuação governamental que articula um conjunto de ações concorrentes para um objetivo comum. d) A função representa o nível mais elevado de agregação de informações sobre as diversas áreas de despesa que competem ao setor público. e) A atividade é um instrumento de programação que envolve um conjunto de operações que se realizam de modo contínuo e permanente.

9) (ESAF – AFCE – TCU – 2006) Identifique a opção falsa com relação à classificação da despesa pública segundo a natureza, contida na Portaria Interministerial n. 163, de 4 de maio de 2001, a ser observada na execução orçamentária de todas as esferas de governo. a) Categoria econômica. b) Grupo de natureza da despesa. c) Elemento de despesa. d) Modalidade de aplicação. e) Desdobramento obrigatório do elemento de despesa.

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10) (ESAF – AFC/CGU - 2008) A classificação funcional e a estrutura programática visam ao fornecimento de informações das realizações do governo e é considerada a mais moderna das classificações orçamentárias da despesa. A junção das duas, quando da execução da despesa no SIAFI , forma o Programa de Trabalho com a seguinte estrutura: Programa de Trabalho: AA.BBB.CCCC.DDDD.EEEE Com relação ao assunto, indique a opção correta. a) Na estrutura do Programa de Trabalho, a codificação CCCC representa o Programa e a codificação EEEE a ação governamental. b) A ação, reconhecida na estrutura pelo código DDDD, determina a escolha da subfunção, reconhecida pela codificação BBB, estabelecendo uma relação única. c) A subfunção, código BBB, poderá ser combinada com qualquer função, código AA, em razão da competência do órgão responsável pelo programa. d) Quando o primeiro dígito da codificação DDDD for um número ímpar significa que a ação é uma atividade. e) As operações especiais são ações que não contribuem para a manutenção das ações de governo, das quais não resultam um produto, e não geram contraprestação direta sob a forma de bens ou serviços e são identificadas pelo primeiro dígito da codificação EEEE.

II) QUESTÕES APRESENTADAS NOS EXERCÍCIOS

1) (ESAF – APO/MPOG - 2008) Identifique o conceito de receita orçamentária que não é pertinente à sua definição. a) Receita patrimonial é uma receita derivada, oriunda da exploração indireta, por parte do Estado das rendas obtidas na aplicação de recursos. b) Receita tributária é uma receita derivada que o Estado arrecada, mediante o emprego de sua soberania, sem contraprestação diretamente equivalente e cujo produto se destina ao custeio das atividades gerais ou específicas que lhe são próprias. c) Receitas de capital são receitas provenientes da realização de recursos financeiros oriundos da constituição de dívida; da conversão, em espécie, de bens e direitos; os recursos de outras pessoas de direito público ou privado destinados a atender despesas classificáveis em Despesas de Capital e, ainda, o superávit do orçamento corrente. d) Receita de serviço é uma receita originária, segundo a qual os recursos ou meios financeiros são obtidos mediante a cobrança pela venda de bens e serviços. e) Outras receitas correntes são receitas originárias, provenientes de multas, cobranças da dívida ativa, restituições e indenizações.

2) (FCC – ACE - TCE/AM – 2008) A retenção das contribuições previdenciárias, valores descontados da folha de pagamentos dos servidores públicos, corresponde a uma: (A) receita extraorçamentária. (B) despesa extraorçamentária.

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(C) receita orçamentária de contribuições. (D) receita orçamentária tributária. (E) despesa orçamentária de transferências a instituições privadas.

3) (FGV – Auditor Substituto de Conselheiro – TCM/RJ - 2008) Em relação à receita pública, assinale a afirmativa incorreta. (A) Atualmente, segundo a doutrina moderna, ingresso e receita são expressões sinônimas. (B) A receita se classificará nas seguintes categorias econômicas: Receitas Correntes e Receitas de Capital. (C) As operações de crédito são consideradas receitas de capital. (D) A receita tributária é considerada como receita corrente. (E) O superávit do orçamento constitui receita corrente.

4) (ESAF – Auditor – TCE/GO - 2007) Com relação ao preço público e a sua distinção com a taxa, pode-se afirmar que: a) a tarifa é uma receita pública, retirada de forma coercitiva do patrimônio dos particulares. b) a taxa visa ao lucro enquanto a tarifa visa ao ressarcimento. c) o preço público é uma espécie de tributo, pois a sua exigência é compulsória e tem por base o poder fiscal do Estado. d) a tarifa pode ser cobrada em razão do exercício do poder de polícia. e) a tarifa é uma receita originária, proveniente da intervenção do Estado, por meio dos seus associados, permissionários, ou concessionários, na atividade econômica.

5) (CESPE – Analista Administrativo - ANATEL – 2009) As receitas intraorçamentárias se contrapõem às despesas intraorçamentárias e se referem a operações entre órgãos e entidades integrantes dos orçamentos fiscal e da seguridade social da mesma esfera governamental.

6) (FCC – ACE/TI - TCE/AM – 2008) A categoria econômica Receitas Correntes contém, entre outras, uma receita pública orçamentária denominada: (A) alienação de bens. (B) receita patrimonial. (C) amortização de empréstimos. (D) operação de crédito. (E) transferência de capital.

7) (ESAF – APO/SP - 2009) Constituem modalidade de receita derivada, exceto: a) tributos. b) penalidades pecuniárias. c) multas administrativas. d) preços públicos. e) taxas.

(CESPE – AFCE - TCU – 2008)

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A partir da figura acima, que apresenta o esquema de identificação dos recursos que ingressam nos cofres públicos, o qual é desdobrado em seis níveis, relacionados ao código identificador da natureza de receita, julgue o item seguinte, acerca das receitas públicas. 8) No esquema apresentado, a espécie constitui um maior detalhamento da categoria anterior (origem). Essa classificação não está relacionada à Lei n.º 4.320/1964, mas, sim, à classificação discricionária adotada pela Secretaria de Orçamento Federal e pela Secretaria do Tesouro Nacional. No caso dos tributos, a espécie relaciona os tipos de tributos previstos na Constituição Federal.

9) (FCC – ACE - TCE/AM – 2008) No âmbito da receita pública: (A) as receitas correntes nunca podem superar as despesas correntes. (B) as receitas de capital são integradas por operações de crédito, receitas patrimoniais e receitas agropecuárias. (C) as receitas tributárias são compostas por impostos, taxas e contribuições a outros níveis de governo. (D) os rendimentos de aplicação financeira são classificados como receita patrimonial. (E) a receita da dívida ativa jamais se desdobra nas categorias tributária e não-tributária.

10) (ESAF – APO/SP - 2009) Assinale a opção verdadeira a respeito dos programas de governo. a) Programa é um módulo integrador entre o plano e o orçamento e tem como instrumento de sua realização as ações de governo.

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b) Programa é o conjunto de ações de uma unidade orçamentária e visa à integração do plano de governo do ente ao orçamento. c) Um programa, do ponto de vista orçamentário, é o conjunto de atividades e projetos relacionados a uma determinada função de governo com vistas ao cumprimento da finalidade do Estado. d) É o conjunto de ações de caráter continuado com vista à prestação de serviços à sociedade. e) Os programas de governo são considerados temporários e permanentes, dependendo das condições de perenidade das ações desenvolvidas pelo ente público.

11) (CESPE – Analista - ANTAQ – 2009) A classificação por esfera aponta em qual orçamento será alocada a despesa, ao passo que a classificação institucional aponta em que área da despesa a ação governamental será realizada.

12) (FCC – ACE - TCE/CE – 2008) Em relação ao orçamento público no Brasil, de acordo com Portaria da STN - Secretaria Tesouro Nacional, o instrumento de organização da ação governamental que visa a concretização dos objetivos pretendidos pela administração, sendo mensurado pelos seus indicadores, denomina-se: (A) Projeto de Governo. (B) Atividade de Governo. (C) Programa governamental. (D) Operação Especial. (E) Função de Governo.

13) (ESAF – APO/MPOG - 2008) Com base no Manual Técnico do Orçamento - 2008, a despesa é classificada em duas categorias econômicas: despesas correntes e despesas de capital. Aponte a única opção incorreta no que diz respeito à Despesa. a) Classificam-se em despesas correntes todas as despesas que não contribuem, diretamente, para a formação ou aquisição de um bem de capital. b) Investimentos são despesas com o planejamento e a execução de obras, inclusive com a aquisição de imóveis considerados necessários à realização destas últimas, e com a aquisição de instalações, equipamentos e material permanente. c) Agrupam-se em amortização da dívida as despesas com o pagamento e/ou refinanciamento do principal e da atualização monetária ou cambial da dívida pública interna ou externa. d) São incluídas em inversões financeiras as despesas com a aquisição de imóveis ou bens de capital já em utilização. e) Classificam-se em despesas de capital aquelas despesas que contribuem, diretamente, para a formação ou aquisição de um bem de capital, incluindo-se as despesas com o pagamento de juros e comissões de operações de crédito internas.

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14) (FCC - Analista Judiciário – Administrativo - TRT- 18° Região-2008) É classificado como despesa corrente o gasto com (A) aquisição de imóveis que já estejam sendo utilizados pelo Poder Público. (B) amortização da dívida pública interna e externa. (C) aumento de capital em empresas estatais. (D) aquisição de ações de empresas em geral. (E) juros e encargos da dívida pública.

15) (CESPE – Gestão de orçamento e finanças – IPEA – 2008) Na classificação institucional há órgãos setoriais e unidades orçamentárias que não correspondem aos órgãos e entidades que compõem a administração pública. Essas unidades orçamentárias, todavia, são um conjunto de dotações que são administradas por órgãos do governo que também têm suas próprias dotações.

16) (ESAF – APO/MPOG - 2008) De acordo com a Portaria n. 42, de 14 de abril de 1999, entende-se por Atividade: a) o instrumento de organização da ação governamental visando à concretização dos objetivos pretendidos. b) o maior nível de agregação das diversas áreas da despesa que competem ao setor público. c) as despesas que não contribuem para a manutenção das ações do governo. d) um instrumento de programação para alcançar o objetivo de um programa, envolvendo um conjunto de operações que se realizam de modo contínuo e permanente das quais resulta um produto necessário à manutenção da ação do governo. e) as despesas em relação às quais não se possa associar um bem ou serviço a ser gerado no processo produtivo corrente.

17) (CESPE – Analista - INMETRO – 2009) Cada ação orçamentária do INMETRO, entendida como a atividade, o projeto ou a operação especial, deve identificar a função e a subfunção às quais se vincula. Nesse sentido, a operação especial refere-se às despesas do órgão diretamente relacionadas ao aperfeiçoamento das ações do governo federal.

18) (ESAF – APO/MPOG - 2008) De acordo com o Manual Técnico do Orçamento - 2008, assinale a única opção incorreta quanto a elemento de despesa. a) Tem por finalidade identificar os objetos de gastos que a administração pública utiliza para a consecução de seus fins. b) Os códigos dos elementos de despesa estão definidos no Anexo II da Portaria Interministerial 163, de 2001. c) É vedada a utilização em projetos e atividades dos elementos de despesa 41-Contribuições, 42-Auxílios e 43-Subvenções Sociais, o que pode ocorrer apenas em operações especiais.

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d) Não é vedada a utilização de elementos de despesa que representem gastos efetivos em operações especiais. e) São elementos de despesa vencimentos e vantagens fixas, juros, diárias, entre outros.

GABARITO I 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D A C A E B E B E B

GABARITO II 1 2 3 4 5 6 7 8 9 A A E E C B D C D 10 11 12 13 14 15 16 17 18 A E C E E C D E D