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CURSO DE DIREITO CIVIL (TEORIA E EXERCCIOS) PARA O
CARGO DE ANALISTA JUDICIRIO REA JUDICIRIA DO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIA - CNJ
1 Prof. Mrcia Albuquerque www.pontodosconcursos.com.br
AULA 02 DAS PESSOAS: Pessoas Naturais: Existncia. Personalidade. Capacidade. Nome. Estado. Direitos da Personalidade. Ausncia. Pessoas Jurdicas: Constituio.
Associaes. Sociedades. Fundaes. Desconsiderao da
personalidade jurdica. Responsabilidade. Extino.
BENS: Diferentes classes de bens. DOMICLIO.
PESSOA NATURAL: Existncia. Personalidade. Capacidade.
Nome. Estado. Direitos da Personalidade. Ausncia.
O Ttulo I do Cdigo Civil brasileiro trata do tema Das Pessoas, dividindo-o em: Das Pessoas Naturais e Das Pessoas Jurdicas.
Vou esgotar o tema Pessoas Naturais, iniciando do zero e abordando
o modo como cobrado, as pegadinhas, cascas de bananas, bem
como a doutrina pesada sobre o tema!
Aps, o estudo da pessoa natural, esgotarei nos mnimos detalhes a
Pessoa Jurdica com todas as inovaes que modificaram artigos do
Cdigo Civil. Ento vamos l. Mos obra!
Questo 01. (CESPE - Analista judicirio - TJ-ES/2011) Apesar de no
reconhecer a personalidade do nascituro, o Cdigo Civil pe a salvo
os seus direitos desde a concepo. Nesse sentido, na hiptese de
interdio de mulher grvida, o curador desta ser tambm o curador
do nascituro.
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PERSONALIDADE - PESSOA FSICA NATURAL
O QUE SIGNIFICA TER PERSONALIDADE?
JURIDICAMENTE: O QUE SIGNIFICA TER PERSONALIDADE?
O QUE SIGNIFICA SER PESSOA?
SER PESSOA TER PERSONALIDADE
TER PERSONALIDADE SER PESSOA
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Ser pessoa ter personalidade. Ter personalidade significa ser
pessoa. A pessoa natural todo ser humano, sujeito de direitos e obrigaes.
Juridicamente pessoa o sujeito de direitos e obrigaes (deveres); o titular de direitos e obrigaes. So duas as espcies de pessoas:
a) pessoa natural ou fsica: ser humano; e
b) pessoa jurdica ou moral: so, por exemplo, as organizaes
que visam a realizao de objetivos.
Mas, juridicamente, a partir de quando se considerado pessoa? Qualo momento, qual o marco a partir do qual se considerado pessoa? A
partir de qual momento a cincia do Direito considera algum como
pessoa?
Essa pergunta importante para concurso porque aqui no se leva
em considerao o que nenhuma outra cincia aceita como sendo o
marco inicial para algum ser considerado pessoa. E a prova tentar te
empurrar para essas opes. Aqui, leva-se em considerao somente
a cincia jurdica e nada mais. Juridicamente, ser pessoa, ter
personalidade s depende de: NASCER COM VIDA!
Ser PESSOA, a PERSONALIDADE civil da pessoacomea do NASCIMENTO COM VIDA.
SUJEITO DE DIREITOS
Poder contrair direitos Poder contrair
deveres
SUJEITO DE
OBRIGAES
(DEVERES)
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Para ser considerado PESSOA NATURAL basta NASCER COM VIDA,
basta que o homem exista.
A personalidade atributo de qualquer pessoa; o atributonecessrio para ser sujeito de direito: ser sujeito de direitos ter a
capacidade para adquirir direitos e deveres (obrigaes) na ordem
civil.
Todo homem dotado de personalidade, isto , sujeito de direitos e
deveres/obrigaes.
Art. 2o A personalidade civil da pessoa comea do nascimento
com vida; mas a lei pe a salvo, desde a concepo, os direitos do
nascituro.
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Professora e como se constatar aqueles casos em fica dvidas:
1) Nasceu, respirou durante 1 segundo e morreu, ou 2) J nasceu morto?
Cuidado! Vrias so as pegadinhas e cascas de bananas acerca
da personalidade da pessoa natural. Exemplo: A personalidade tem
incio:
a) Com o nascimento. b) A partir da concepo. c) Com o nascimento com vida. d) A partir da capacidade de exerccio.
A questo induz o candidato ao erro, levando-o a pensar que basta
nascer para ser considerada pessoa. Como voc aprendeu, no basta
nascer. Tem que nascer com vida!
E voc pode perguntar: Professora, e por acaso tem algum que nasce
morto? Sim, tem! O natimorto, aquele que expulso do ventre materno, morto.
Natimorto a expresso jurdica dada ao feto que morreu dentro do
tero ou durante o parto, ou seja, quando ocorre bito fetal. bito
fetal a morte de um produto da concepo ocorrida antes da
expulso ou de sua extrao completa do corpo materno, independentemente da durao da gestao.
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O nascimento se constata com a respirao (docimsia hidrosttica de Galeno). Enfim: para ser pessoa, ter personalidade
necessrio nascer COM VIDA (Teoria Natalista).
Antes disso, juridicamente no considerado pessoa. Porm, o
Cdigo Civil brasileiro protege desde a concepo aquele que est
sendo gerado no ventre materno. Veja que eu no chamei de
pessoa o ser que est sendo gerado no ventre materno. E por que o
CC protege aquele ser que est sendo gerado no ventre materno?
Porque ele futura pessoal em potencial; h uma expectativa de que
em breve ser pessoa. Nesse caso j recebe proteo da lei. Antes
do nascimento no h personalidade, mas a lei, todavia, lhe resguarda os direitos do NASCITURO.
NASCITURO: o que est sendo gerado no ventre materno.
O NASCITURO o que est por nascer, mas j se encontra
concebido no ventre materno. o ente concebido, mas ainda no
nascido. A Lei atribui direitos ao nascituro (protege, pe a salvo os
seus direitos) desde a concepo.
Art. 2o A personalidade civil da pessoa comea do nascimento com
vida; mas a lei pe a salvo, desde a concepo, os direitos do
nascituro.
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Comentrios questo 01: Correto. Segundo o art. 2 do CC, apersonalidade civil da pessoa comea do nascimento com vida; mas a
lei pe a salvo, desde a concepo, os direitos do nascituro. De
acordo com o art. 1779, pargrafo nico do CC, se a mulher estiver
interdita, seu curador ser o do nascituro. O curador do nascituro
conhecido como curador ao ventre.
Vou aprofundar a questo:
Vrias teorias explicam a personalidade. A Teoria Natalista prega que
a aquisio da personalidade ocorre com o nascimento com vida. A
Teoria Concepcionista divide a personalidade jurdica em formal e
material: a aquisio da personalidade jurdica formal ocorre com a
concepo e a personalidade jurdica material com o nascimento com
vida.
Do art. 2o extrai-se dois enunciados: 1) "A personalidade civil do
homem comea com o nascimento com vida", e 2) "A lei pe a salvo
desde a concepo os direitos do nascituro". Interprete-se assim: onascituro no possui personalidade, apesar de ser protegido por
direitos, dos quais necessariamente, ainda, no pode ser titular.
Vrias teorias explicam a personalidade. A Teoria Natalista prega que
a aquisio da personalidade ocorre com o nascimento com vida. A
Teoria Concepcionista divide a personalidade jurdica em formal e
material: a aquisio da personalidade jurdica formal ocorre com a
concepo e a personalidade jurdica material com o nascimento com
vida.
O artigo claro e transparente: Ao nascituro assegurada a proteo
de direitos de nascituro, dele enquanto nascituro. E quanto aos direitos da pessoa natural, somente lhe assegurado o direito vida.
Veja a questo: Questo 02. (ESAF/PFN/2005) A lei confere
personalidade jurdica material ao nascituro. (Errada).
Veja que o nascituro NO possui personalidade jurdica material.
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No sendo pessoa, o nascituro possui mera expectativa de direitos,direitos CONDICIONAIS, em potencial. S adquire esses
direitos SE NASCER COM VIDA! O NASCITURO possui direitos
CONDICIONAIS (CONDIO SUSPENSIVA), s os adquirindo SE
nascer COM VIDA.
Por exemplo: o nascituro poderia receber uma doao. Nesse caso o
contrato de doao realizado entre o doador e o represente do
nascituro. Um futuro tio (futuro padrinho) do nascituro doaria um
imvel (terreno) ao nascituro.
Essa doao seria condicional: ser concretizada a depender do
nascimento com vida! A doao sob condio suspensiva plenamente vlida (admitida pelo direito brasileiro), mas como
doao condicional somente se concretizar a depender de
acontecimento futuro e incerto (nascimento com vida).
Ao nascituro assegurado o direito personalssimo como direito
vida (direito realizao do exame de DNA, para efeito de aferio
de paternidade, o direito proteo pr-natal, direito a alimentos,
por no ser justo que a genitora suporte todos os encargos da
gestao sem a colaborao econmica do seu companheiro
reconhecido), direito a doao condicional, direito de ser beneficiado
por herana, de ser-lhe nomeado curador para a defesa de seus
interesses.
Veja o exemplo atravs do desenho abaixo:
Doador (tio) -------------- Contrato de doao ------ Representante
do nascituro
Contrato sob condiosuspensiva (do nascituro nascercom vida).
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Ao nascituro assegurado o direito personalssimo como direito
vida (direito realizao do exame de DNA, para efeito de aferio de paternidade, o direito proteo pr-natal, direito a alimentos,
por no ser justo que a genitora suporte todos os encargos da
gestao sem a colaborao econmica do seu companheiro
reconhecido), direito a doao condicional, direito de ser beneficiado
por herana, de ser-lhe nomeado curador para a defesa de seus
interesses.
E voc pode perguntar: Professora, caso esse nascituro venha a
nascer com vida, ele passa a ter obrigaes, deveres? Sim. Caso
nasa com vida, adquire o imvel (casa) que seu tio deu de presente.
Nesse caso, surge para o recm nascido a obrigao de pagar IPTU.
O IPTU tem como fato gerador a propriedade urbana, inclusive o Cdigo Tributrio Nacional dispe que o pagamento do tributo
INDEPENDE da capacidade. Tendo ou no capacidade plena, vindo a
ocorrer o fato gerador, ele passa a ser sujeito passivo da obrigao
tributria.
Questo 03. (CESPE Auditor Federal de Controle Externo TCU/2011) A personalidade civil da pessoa natural comea com a
concepo, pois, desde esse momento, j comea a formao de um
novo ser, sendo o nascimento com vida mera confirmao da
situao jurdica preexistente. Nesse sentido, o Cdigo Civil adota, a
respeito da personalidade, a teoria concepcionista.
Comentrios: De acordo com o art. 2 do CC, a personalidade civil dapessoa comea do nascimento com vida; mas a lei pe a salvo, desde
a concepo, os direitos do nascituro. Assim, percebe-se o que o
Cdigo Civil no adotou a teoria concepcionista (na qual a
personalidade adquirida com a concepo), e sim a teoria natalista
(na qual a personalidade adquirida com o nascimento com vida).
Gabarito: Errado.
Questo 04. (CESPE Advogado SERPRO/2010) A personalidadecivil da pessoa natural comea do nascimento com vida, o que se
constata coma respirao. Entretanto, a lei tambm resguarda os
direitos do nascituro, que, desde a concepo, j possui todos os
requisitos da personalidade civil.
Comentrios: O nascituro tem proteo legal (art. 2), mas no
possui todos os requisitos da personalidade, que s comea com o
nascimento com vida.
Gabarito: Errado
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Questo 05. (CESPE Promotor MPMT/2004) O nascituro tempersonalidade jurdica no que se refere aos direitos personalssimos e
aos da personalidade. No entanto, somente aps o nascimento com
vida adquire a personalidade jurdica material, alcanando os direitos
patrimoniais.
Comentrios: O nascituro possui algumas protees jurdicas, porm,
s adquire a personalidade civil com o nascimento com vida (art. 2).
Gabarito: Correto
CAPACIDADE
Veja as questes da banca CESPE em relao ao tema capacidade:
Questo 06. (CESPE Tcnico Judicirio rea administrativa TRT-ES/2009) A capacidade a medida da personalidade, sendo que para
uns a capacidade plena e para outros, limitada.
Questo 07. (CESPE Analista MPS/2010) Para adquirir capacidadede fato, uma pessoa deve preencher determinadas condies
biolgicas e legais.
Questo 08. (CESPE Promotor MPE-RO/2010) A capacidade conceito bsico da ordem jurdica, o qual se estende a todos oshomens, consagrado na legislao civil e nos direitos constitucionais
de vida, liberdade e igualdade.
Questo 09. (CESPE Analista jurdico - FINEP-MCT/2009) Acapacidade de fato inerente a toda pessoa, pois se adquire com o
nascimento com vida; a capacidade de direito somente se adquire
com o fim da menoridade ou com a emancipao.
Questo 10. (CESPE Analista judicirio STM/2011) Com amaioridade civil, adquire-se a personalidade jurdica, ou capacidade
de direito, que consiste na aptido para ser sujeito de direito na
ordem civil.
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Leia assim:
A capacidade medida da personalidade. Como assim? A lei afirma
que toda pessoa, seja natural ou jurdica, sujeito de direitos e
deveres e por isso, capaz, possui capacidade para adquirir direitos e
deveres (obrigaes) na ordem civil.
Pessoa a caracterstica do indivduo dotado de personalidade. Todo
direito pressupe um titular que possa exerc-lo. Pessoa ente a que
se atribue direitos e deveres.
Todo ente humano pessoa. Toda pessoa capaz de direitos e
deveres na ordem civil.
No somente as pessoas naturais podem adquirir direitos e contrair
obrigaes, mas certas pessoas, como a pessoa jurdica, a qual a lei
atribuiu personalidade jurdica, tambm so sujeitos de direitos,
vindo a ter capacidade para aquisio de direitos e deveres.
Mas, em que medida essa pessoa sujeito de direitos e deveres
capaz de por si s (sozinho) adquirir e exercer esses direitos
de deveres?
CAPACIDADE CAPACIDADE de FATO, de EXERCCIO ou
de AO
CAPACIDADE de DIREITO ou de GOZO
Art. 1o Toda pessoa capaz de direitos e deveres na ordem civil.
Art. 1o Toda pessoa (natural e jurdica) capaz (possui
capacidade) de adquirir direitos e deveres na ordem civil. Toda
pessoa sujeito de direito. Ser sujeito de direitos significa ser
capaz de adquirir direitos e deveres (obrigaes).
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Em que medida a pessoa pode exercer pessoalmente os atos da
vida civil, isto , adquirir direitos e contrair deveres em nome prprio? Assim, a doutrina divide a capacidade em duas espcies:
CAPACIDADE DE DIREITO OU DE GOZO: a capacidade genrica
para adquirir direitos e deveres. A capacidade de direito ou de gozo
decorre unicamente e automaticamente da personalidade.
NASCIMENTO COM VIDA = PESSOA = PERSONALIDADE
AUTOMATICAMENTE CAPACIDADE PARA ADQUIRIR DIREITOS
E DEVERES = CAPACIDADE DE DIREITO OU DE GOZO
NASCIMENTO COM VIDA = PERSONALIDADE = CAPACIDADE
DE DIREITO ou de GOZO.
A CAPACIDADE DE DIREITO ou de GOZO PRESSUPE (tem como
requisito) unicamente a PERSONALIDADE, o NASCIMENTO COM
VIDA.
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A capacidade de direito ou de gozo a aptido genrica para
titularizar direitos e contrair obrigaes e depende somente do nascimento com vida, de ser pessoa, ter personalidade.
Adquirida a personalidade, a pessoa passa a atuar, na qualidade de
sujeito de direito (pessoa natural ou jurdica), praticando atos e
negcios jurdicos. A capacidade de direito atributo inerente
pessoa, ocorrendo imediatamente no momento da aquisio da
personalidade.
A capacidade de direito ou de gozo prpria de todo ser humano,
que a adquire assim que nasce (comea a respirar) e s a perde
quando morre; Em face do ordenamento jurdico brasileiro a
personalidade se adquire com o nascimento com vida, ressalvados os direitos do nascituro desde a concepo.
A pessoa pode ter a capacidade de direito ou de gozo (capacidade
genrica para adquirir direitos e contrair obrigaes) sem,
necessariamente ter a capacidade de fato, de exerccio ou de ao.
Porm, a pessoa que possua somente a capacidade de direito no
pode exercitar por si s os atos da vida civil.
Quando o CC diz no art. 1o que Toda pessoa capaz de direitos edeveres afirma que o fato de ser pessoa, ter nascido com vida, terpersonalidade, possui automaticamente a capacidade genrica para
adquirir direitos e deveres.
CAPACIDADE DE FATO ou EXERCCIO ou de AO: a aptido
para adquirir e exercer pessoalmente (por si s) direitos e
deveres, praticar sozinho todos os atos da vida civil.
Quando se adquire a capacidade de fato, rene-se os dois atributos
(capacidade de direito e capacidade de fato) e a pessoa passa a
ter a capacidade civil plena. A capacidade civil plena ocorre aos
18 anos, desde que a pessoa no esteja incapacidade por outros
motivos elencados na lei.
A capacidade de fato condiciona-se a existncia da capacidade dedireito. Pode-se ter capacidade de direito sem capacidade de fato
(adquirir o direito e no poder exerc-lo por si).
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Nascimento
16 anos 18 anos
Para se ter a capacidade de fato, de exerccio ou de ao,necessariamente, deve ter personalidade, j pessoa, possui
capacidade de direito ou de gozo. Veja agora a sequncia:
Pois bem! Se nem todas as pessoas possuem a capacidade plena, senem todos podem exercer pessoalmente os atos da vida civil, diz-se
que estes so incapazes. O CC trata das incapacidades nos arts. 3o e
4o.
Veja as pegadinhas:
A capacidade de gozo pressupe a Capacidade de fato (falsa).
A capacidade de fato pode subsistir sem a capacidade de gozo (falsa)
A capacidade de fato, de exerccio ou de ao pressupe acapacidade de direito ou de gozo, que pressupe a personalidade
(verdadeira).
NASCIMENTO COM VIDA = PERSONALIDADE = CAPACIDADE
DE DIREITO ou de GOZO.
CAPACIDADE DE FATO PRESSUPE A CAPACIDADE DE DIREITO, que PRESSUPE A PERSONALIDADE.
A CAPACIDADE DE DIREITO ou de GOZO NO PRESSUPE (no
possui como requisito) A CAPACIDADE DE FATO (porque esta s
se adquire posteriormente a depender de certos requisitos).
PERSONALIDADE
CAPACIDADE DE DIREITO
ou de GOZO
CAPACIDADE DE FATO,
DE EXERCCIO ou DE AO
Relativamente
Incapaz
Absolutamente
Incapaz
Capacidade Plena
(caso no seja acometido das deficincias)
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Comentrios s questes:
Questo 06. (CESPE Tcnico Judicirio rea administrativa TRT-ES/2009) A capacidade a medida da personalidade, sendo que para
uns a capacidade plena e para outros, limitada.
Comentrios: A capacidade plena adquirida com a maioridade (art.
5do CC) ou com a emancipao (art. 5, pargrafo nico). A
capacidade limitada para os incapazes (arts. 3 e 4).
Gabarito: correto
Questo 07. (CESPE Analista MPS/2010) Para adquirir capacidadede fato, uma pessoa deve preencher determinadas condies
biolgicas e legais.
Comentrios: Para adquirir a capacidade de fato a pessoa tem que,
alm de possuir capacidade de direito (condio biolgica: nascer
com vida), tem que preencher os requisitos legais, como a
maioridade civil.
Gabarito: correto
Questo 08. (CESPE Promotor MPE-RO/2010) A capacidade conceito bsico da ordem jurdica, o qual se estende a todos os
homens, consagrado na legislao civil e nos direitos constitucionais
de vida, liberdade e igualdade.
Comentrios: A capacidade de direito realmente um conceito bsicoda ordem jurdica, uma vez que ela inerente ao ser humano.
Porm, a capacidade de fato no , uma vez que nem todos a tm
(por exemplo, o menor de 16 anos no possui essa capacidade).
Gabarito: errado
Questo 09. (CESPE Analista jurdico - FINEP-MCT/2009) Acapacidade de fato inerente a toda pessoa, pois se adquire com o
nascimento com vida; a capacidade de direito somente se adquire
com o fim da menoridade ou com a emancipao.
Comentrios: Na verdade, ao contrrio. A capacidade de direito se
adquire com o nascimento com vida, sendo inerente a toda pessoa (art. 1 do CC) e a capacidade de fato adquirida com o alcance da
maioridade (art. 5 do CC) ou pela emancipao (art. 5, pargrafo
nico do CC).
Gabarito: errado
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Questo 10. (CESPE Analista judicirio STM/2011) Com amaioridade civil, adquire-se a personalidade jurdica, ou capacidade de direito, que consiste na aptido para ser sujeito de direito na
ordem civil.
Comentrios: Com a maioridade, adquire-se a capacidade de fato ou
de exerccio. A capacidade de direito inerente ao ser humano.
Gabarito: errado
Questo 11. (CESPE Analista judicirio TJ-CE/2008) A capacidadede exerccio ou de fato pressupe a de gozo, mas esta pode subsistir
sem a capacidade de exerccio.
Comentrios: A capacidade de gozo ou de direito inerente personalidade. Segundo o art. 1 do CC, toda pessoa capaz de
direitos e deveres na ordem civil. J a capacidade de exerccio ou de
fato a capacidade que a pessoa tem de exercer por si os atos da
vida civil. Assim, o menor relativamente capaz tem capacidade de
direito (toda pessoa tem), mas no tem a de fato.
Gabarito: correto
Questo 12. (CESPE- Analista Judicirio TRE-GO/2008) No querespeita capacidade de gozo ou de direito, as pessoas naturais
absolutamente incapazes esto privadas da capacidade de adquirir
direitos e obrigaes na ordem civil.
Comentrios: A capacidade de gozo ou de direito inerente a todapessoa (art. 1 do CC). As pessoas absolutamente incapazes podem
adquirir direitos e obrigaes. O que elas no possuem a
capacidade de exerccio ou de fato, ou seja, exercer esses direitos por
si.
Gabarito: errado
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INCAPACIDADE
Questo 13. (CESPE- Analista Judicirio TRE-GO/2008) Considera-seabsolutamente incapaz o indivduo que no pode exprimir, mesmo
que temporariamente, sua vontade.
Comentrios: Segundo o art. 3, III do Cdigo Civil, so absolutamente
incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os que,
mesmo por causa transitria, no puderem exprimir sua vontade.
Gabarito: correto
Questo 14. (CESPE- Analista Judicirio TRE-GO/2008) O indivduoque dissipa seu patrimnio torna-se absolutamente incapaz de
exercer qualquer ato da vida civil.
Comentrios: Quem dissipa seu patrimnio denominado prdigo, que
considerado relativamente incapaz pelo Cdigo Civil (art. 4, IV).
Gabarito: errado
Questo 15. (CESPE servidor nvel IV Direito MC/2008) Nostermos da legislao em vigor, os excepcionais, sem desenvolvimento
mental completo, so absolutamente incapazes de exercer
pessoalmente os atos da vida civil.
Comentrios: De acordo com o art. 4, III, eles so relativamenteincapazes.
Gabarito: errado
RELATIVA art. 4o
ABSOLUTA art. 3o
INCAPACIDADE
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INCAPACIDADE ABSOLUTA: A pessoa NO possui aptido para
exercer pessoalmente (por si s, sozinho) os atos da vida civil. Falta
de aptido para praticar pessoalmente atos da vida civil. No
possuem a capacidade de fato, de exerccio ou de ao.
S possuem a capacidade de direito ou de gozo. Capacidade
Limitada a do quando do INCAPAZ (possui somente a
capacidade de direito), e necessita de outra pessoa que a substitua,
auxilie e complete a sua vontade.
Ao absolutamente incapaz dado um REPRESENTANTE. O
suprimento da incapacidade absoluta se d atravs da REPRESENTAO.
Os menores de 16 anos so representados por pais ou tutores. Os
enfermos ou deficientes mentais, privados de discernimento sero
representados por seus curadores.
O representante pratica o ato pelo incapaz. Caso o incapaz venha a
praticar o ato, este NULO de pleno direito, NULIDADE
ABSOLUTA.
Art. 3o So absolutamente incapazes de exercer pessoalmente
os atos da vida civil:
I - os menores de dezesseis anos;
II - os que, por enfermidade ou deficincia mental, no tiverem o
necessrio discernimento para a prtica desses atos;
III - os que, mesmo por causa transitria, no puderem exprimir
sua vontade.
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Para qualquer questo literal, voc vai decorar assim:
INCAPACIDADE RELATIVA: o relativamente incapaz est
disciplinado no art. 4o.
Note que o CC espalhou os deficientes mentais, tanto no rol dos absolutamente quanto nos relativamente incapazes. V
eja que o art. 3 e 4 contemplam os deficientes mentais. Como fazer
para no errar nenhuma questo literal?
So absolutamente incapazes: Os menores de dezesseis anos e NO (vocbulo NO)
Art. 4o So incapazes, relativamente a certos atos, ou maneira
de os exercer:
I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;
II - os brios habituais, os viciados em txicos, e os que, por
deficincia mental, tenham o discernimento reduzido;
III - os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo;
IV - os prdigos. Pargrafo nico. A capacidade dos ndios ser regulada por
legislao especial.
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Voc j sabe que os absolutamente incapazes so: os menores de16 anos ( 18 anos
brios habituais
Viciados em txicos
Deficiente mental(discernimento reduzido);
os excepcionais, sem
desenvolvimento mentalcompleto.
Prdigos
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Note que o relativamente incapaz o deficiente mental que tem odiscernimento reduzido. Responda uma coisa: Quem tem
discernimento reduzido, tem algum discernimento? Tem sim! Tem
discernimento, porm reduzido.
O absolutamente incapaz NO possui discernimento, NO pode
exprimir sua vontade, enquanto que o relativamente possui
discernimento reduzido.
O relativamente incapaz o excepcional sem desenvolvimento
mental completo. Ele possui algum desenvolvimento mental, s no
completo. O absolutamente NO possui desenvolvimento mental.
Ao relativamente incapaz dado um ASSISTENTE. Supre-se a
incapacidade relativa pela ASSISTNCIA. O relativamente incapaz
pratica certos atos, sendo-lhe exigido que seja assistido, que o
assistente ratifique (confirme) a prtica do ato. Caso o relativamente
incapaz pratique o ato sem assistncia, o ato ser ANULVEL.
ABSOLUTAMENTE
INCAPAZ
RELATIVAMENTE
INCAPAZ
REPRESENTANTE Incapaz pratica o
ato sendo
ASSISTIDO pelo
ASSISTENTE Pratica o ato
pelo incapaz
Se o incapaz
praticar o ato
O ato ser
NULO
Se o incapaz praticar o
ato sem ASSISTNCIA
O ato ser
ANULVEL
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BRIO HABITUAL: a pessoa que vive em estado de embriaguez
eventual reduzindo-o, sem o privar totalmente, a capacidade de discernimento do homem.
PRDIGO: aquele que desordenadamente gasta e destri
(dilapida) seu patrimnio, reduzindo-se misria por sua culpa. A
incapacidade do prdigo apenas para os atos que dizem respeito
alienao (transferncia) do seu patrimnio. Para os outros atos ele
plenamente capaz. Vale lembrar que, para que seja declarada
qualquer espcie de incapacidade, faz-se necessrio um processo de
interdio, em que o Juiz declare se a pessoa absolutamente ou
relativamente incapaz.
INDIO, AUSENTE, SURDO MUDO
Cuidado com essas pessoas: INDIO, AUSENTE e SURDO MUDO.Veja que o Art. 4o Pargrafo nico dispe que a capacidade dos ndios
ser regulada por legislao especial. O CC no inseriu o ndio nem
como absolutamente nem como relativamente incapaz. E voc
tambm no pode inseri-lo! A capacidade do ndio ser regulada pela legislao especial e essa legislao no est no seu edital!
Para qualquer questo literal e para toda e qualquer alternativa que
coloque essas pessoas como absolutamente ou relativamente
incapaz, a alternativa estar errada. O surdo mudo capaz, desde
que saiba exprimir sua vontade, desde que tenha discernimento. A
Art. 4o Pargrafo nico. A capacidade dos ndios ser regulada por
legislao especial.
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mesma coisa se diga para o ausente. Mas preste ateno para as
questes do tipo:
O surdo mudo que no tem discernimento absolutamenteincapaz (correto).
O surdo mudo que no sabe exprimir sua vontade absolutamente incapaz (correto).
Nesses casos ele incapaz porque cai na nossa regra do NO.Ele no possui discernimento, no sabe exprimir sua vontade e no
pelo fato de ser surdo mudo.
Legitimidade (legitimao) a aptido para a prtica de
determinados atos processuais. S os plenamente capazes (maiores de 18 anos, desde no acometidos das enfermidades e deficincias
mentais) as possuem. Consiste em saber se uma pessoa tem, no
caso concreto, CAPACIDADE para praticar PESSOALMENTE atos
processuais (em juzo). A falta de legitimao no retira a
capacidade e pode ser suprida.
Comentrios s questes:
Questo 13. (CESPE- Analista Judicirio TRE-GO/2008) Considera-seabsolutamente incapaz o indivduo que no pode exprimir, mesmo
que temporariamente, sua vontade.
Comentrios: Segundo o art. 3, III do Cdigo Civil, so absolutamenteincapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os que,
mesmo por causa transitria, no puderem exprimir sua vontade.
Gabarito: correto
Questo 14. (CESPE- Analista Judicirio TRE-GO/2008) O indivduoque dissipa seu patrimnio torna-se absolutamente incapaz de
exercer qualquer ato da vida civil.
Comentrios: Quem dissipa seu patrimnio denominado prdigo, que
considerado relativamente incapaz pelo Cdigo Civil (art. 4, IV).
Gabarito: errado
Questo 15. (CESPE servidor nvel IV Direito MC/2008) Nostermos da legislao em vigor, os excepcionais, sem desenvolvimento
mental completo, so absolutamente incapazes de exercer
pessoalmente os atos da vida civil.
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Comentrios: De acordo com o art. 4, III, eles so relativamente
incapazes. Gabarito: errado
Questo 16. (ESAF/Analista de Controle Externo/2006/TCU) Aponte a
opo falsa.
a) A capacidade de fato a aptido de exercer por si os atos da vida
civil.
b) O portador de doena neurolgica degenerativa progressiva por
no ter discernimento tido como absolutamente incapaz.
c) A capacidade dos ndios, pela sua gradativa assimilao
civilizao, dever ser regida por leis especiais.
d) Admite-se a morte presumida sem decretao de ausncia, em
casos excepcionais (p. ex. naufrgio), para viabilizar o registro de bito, resolver problemas jurdicos gerados com o desaparecimento e
regular a sucesso causa mortis.
e) A curatela um instituto de interesse pblico, ou melhor um
munus pblico, cometido por lei a algum somente para administrar
os bens de pessoa maior que, por si s, no est em condies de
faz-lo, em razo de enfermidade mental ou de prodigalidade.
Comentrios:
A alternativa a est correta. A capacidade de fato a aptido deexercer por si os atos da vida civil.
A alternativa b est correta. O portador de doena neurolgicadegenerativa progressiva por no ter discernimento tido comoabsolutamente incapaz. Cai no bizu do NO. Ele no incapaz por ter doena neurolgica, mas por NO ter discernimento.
A alternativa c est correta. Art. 4o Pargrafo nico. A capacidadedos ndios ser regulada por legislao especial.
A alternativa d est correta. Admite-se sim a morte presumida semdecretao de ausncia (art. 7o). Tratarei do tema no tpico fim da personalidade. A alternativa e est errada. Tutor se d ao menor ante a ausncia dos pais e curador se d pessoa maior incapaz ou enfermo. A
curatela um instituto de interesse pblico, ou melhor um munus
pblico, cometido por lei a algum no somente para administrar os
bens de pessoa maior que, por si s, no est em condies de faz-lo, em razo de enfermidade mental ou de prodigalidade, mas para
praticar todos os atos da vida civil at e enquanto durar a
incapacidade.
Gabarito: e
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MAIORIDADE (CAPACIDADE PLENA)
EMANCIPAO
MODO DE SUPRIR A INCAPACIDADE PARA OS MENORES
A emancipao o modo de suprimento da incapacidade para o
menor. , em outras palavras, tornar um menor, maior. Ou seja: com
a emancipao o menor se torna maior, capaz plenamente e,
portanto, habilitado a praticar pessoalmente os atos da vida civil. A
emancipao irrevogvel, irretratvel. Uma vez tornado maior nopode voltar a ser menor.
Art. 5o A menoridade cessa aos dezoito anos completos,
quando a pessoa fica habilitada prtica de todos os atos da
vida civil.
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Questo 17. (CESPE - Analista judicirio - TJ-ES/2011) Admite-se a
outorga, por concesso dos pais, de capacidade civil a menor com
dezesseis anos de idade completos, mediante instrumento pblico, e
independentemente de homologao legal.
Questo 18. (CESPE Analista judicirio STM/2011) O menor que foremancipado aos dezesseis anos de idade em razo de casamento civil
e que se separar judicialmente aos dezessete anos retornar ao
status de relativamente incapaz.
Questo 19. (CESPE Analista jurdico FINEP-MCT/2009) Aemancipao pela concesso dos pais ocorre mediante instrumento pblico, independentemente de homologao judicial.
Art. 5o. Pargrafo nico. Cessar, para os menores, a incapacidade:
Voluntria: I - pela concesso dos pais, ou de um deles na falta do
outro, mediante instrumento pblico, independentemente de
homologao judicial, ou / Judicial: por sentena do juiz, ouvido o
tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos;
Legal:
II - pelo casamento; III - pelo exerccio de emprego pblico efetivo;
IV - pela colao de grau em curso de ensino superior;
V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existncia de
relao de emprego, desde que, em funo deles, o menor com
dezesseis anos completos tenha economia prpria.
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EMANCIPAO
Legal Judicial Voluntria
Inciso I: concessodos pais ou de um
deles na falta de
outro, mediante
instrumento
pblico,
independente de
homologao
judicial, desde que
o menor haja
completado 16
anos completos.
Inciso I:
concedida pelo
juiz, ouvido o
tutor, se o menor contar
com 16 anos
completos.
II: casamento;
III: exerccio de
emprego pblico
efetivo; IV: colao de grau
em curso de ensino
superior;
V: estabelecimento
civil ou comercial, ou
pela existncia de relao de
emprego, desde
que, em funo
deles, o menor com
dezesseis anos
completos tenha economia prpria.
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Pai vai ao Cartrio e solicita a emancipao do filho (menor com 16anos)
Emancipao: Instrumento Pblico (redigido pelo Tabelio)
Independe de homologao judicial
EMANCIPAO VOLUNTRIA
Inciso I: concesso dos pais ou de um deles na falta de outro,
mediante instrumento pblico, independente de homologao
judicial, desde que o menor haja completado 16 anos.
A emancipao concedida pelos pais. Na falta (morte) de um deles
concedida pelo outro. Caso haja conflito entre os pais, ser levado
ao Juiz para deciso.
Trs informaes importantssimas para concurso:
1) A emancipao concedida pelos realizada medianteinstrumento pblico e no instrumento particular. Os
pais vo ao Cartrio e emancipam o filho (a), declaram suas
vontades em emancipar o filho.
2) A emancipao concedida pelos pais independente dehomologao judicial, ou seja, no h necessidade de se
levar o documento do Cartrio para o Juiz homologar. O
documento j se traduz na prpria emancipao. No teria
sentido sair do Cartrio e levar para o Juiz homologar. Seria,
nesse caso, emancipao judicial e no voluntria. 3) A emancipao voluntria requer que o menor tenha 16
anos completo.
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Pegadinhas:
A concesso dos pais ou de um deles na falta de outro, mediante
instrumento particular, independente de homologao judicial,
desde que o menor haja completado 16 anos completos (falso).
A concesso dos pais ou de um deles na falta de outro, mediante
instrumento pblico e dependente de homologao judicial,
desde que o menor haja completado 16 anos completos (falso).
A concesso dos pais ou de um deles na falta de outro, mediante
instrumento pblico, independente de homologao judicial, desde
que o menor haja completado 16 anos incompletos (falso).
EMANCIPAO JUDICIAL
Inciso I: concedida pelo juiz, ouvido o tutor, se o menor contarcom 16 anos completos.
Tambm aqui se exige que o menor tenha 16 anos completos.
Juiz ouve o tutor do menor (com 16 anos completos)
Sentena de emancipao
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Comentrios s questes:
Questo 17. (CESPE - Analista judicirio - TJ-ES/2011) Admite-se a
outorga, por concesso dos pais, de capacidade civil a menor com
EMANCIPAO LEGAL
Veja as pegadinhas: Inciso II: O casamento hiptese de emancipao e mesmo que venha a se separar logo
aps, no retroage a emancipao.
III: exerccio de emprego pblico efetivo. As
bancas costumam cobrar assim: cargos em comisso (errado).
IV: colao de grau em curso de ensinosuperior. As bancas costumam cobrar assim: colao de grau em ensino mdio (errado).
So duas as hipteses: V:estabelecimento civil ou comercial, ou pela existncia de relao
de emprego, desde que, em funo deles, o menor com
dezesseis anos completos tenha economia prpria. As bancas
no costumam abordar o que seria a economia prpria. Pressupe que a pessoa possa suprir sua sobrevivncia.
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dezesseis anos de idade completos, mediante instrumento pblico, e
independentemente de homologao legal.
Comentrios: Essa a previso do art. 5, pargrafo nico, inciso I. Na
falta de um dos pais, o outro pode exercer esse direito nos mesmos
termos.
Gabarito: correto
Questo 18. (CESPE Analista judicirio STM/2011) O menor que foremancipado aos dezesseis anos de idade em razo de casamento civil
e que se separar judicialmente aos dezessete anos retornar ao
status de relativamente incapaz.
Comentrios: A emancipao definitiva, irrevogvel, ou seja, umavez emancipado, no h mais volta. Assim, nem o divrcio nem a
morte do outro cnjuge tm o condo de incapacitar o emancipado.
H excees, como no caso de o casamento ser nulo, pois, nesse
caso, nunca houve emancipao.
Gabarito: errado
Questo 19. (CESPE Analista jurdico FINEP-MCT/2009) Aemancipao pela concesso dos pais ocorre mediante instrumento
pblico, independentemente de homologao judicial.
Comentrios: o que prev o art. 5, pargrafo nico, inciso I do CC.
Vale ressaltar que na falta de um dos pais, ou outro pode conceder
nesses mesmos termos. Gabarito: correto
Questo 20. (ESAF/AFC/CGU/2008) Analise os itens a seguir e
marque com V a assertiva verdadeira e com F a falsa, assinalando ao
final a opo correspondente.
( ) Os brios habituais, os viciados em txicos e os que, por
deficincia mental, tenham o discernimento reduzido so
absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida
civil.
( ) Os recm-nascidos e os amentais possuem a capacidade de direito
e de fato ou de exerccio, visto que podem herdar.
( ) Presume-se a morte, quanto aos ausentes, nos casos em que a lei autoriza a abertura de sucesso provisria.
( ) Os atos judiciais ou extrajudiciais que declararem ou
reconhecerem a filiao sero registrados em registro pblico.
a) V, V, F, V
b) F, V, F, V
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c) F, F, V, F
d) V, F, F, F e) F, F, F, F
Comentrios:
O Item I est errado. Art. 4o So incapazes, relativamente a certos
atos, ou maneira de os exercer:
I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;
II - os brios habituais, os viciados em txicos, e os que, por
deficincia mental, tenham o discernimento reduzido;
III - os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo;
IV - os prdigos.
O Item II est errado. Os recm-nascidos (menores de 16 anos) e osamentais (deficientes mental sem discernimento) somente possuem a
capacidade de direito.
O Item III est errado. Presume-se a morte, quanto aos ausentes,
nos casos em que a lei autoriza a abertura de sucesso definitiva art. Art. 6o A existncia da pessoa natural termina com a morte;
presume-se esta, quanto aos ausentes, nos casos em que a lei
autoriza a abertura de sucesso definitiva. O tema ser tratado no
tpico fim da personalidade.
O Item IV est errado. Art. 10. Far-se- averbao (e no registro)
em registro pblico: II - dos atos judiciais ou extrajudiciais que
declararem ou reconhecerem a filiao. Gabarito: e
Questo 21. (ESAF/SEFAZ/PI/2001) Assinale a opo falsa.
a) A proteo jurdica dos incapazes realiza-se por meio da
representao ou assistncia.
b) O instituto da incapacidade visa proteger os que so portadores de
uma deficincia jurdica aprecivel.
c) A legitimao a posio das partes, num ato jurdico, negocial ou
no, concreto e determinado, em virtude da qual elas tm
competncia para pratic-lo.
d) A capacidade a regra e a incapacidade a exceo.
e) A capacidade de gozo a aptido para exercer por si os atos davida civil.
Comentrios: A alternativa a est correta. Supre-se a incapacidadepor meio da representao (absolutamente incapaz) ou assistncia
(relativamente incapaz).
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A alternativa b est correta. A incapacidade visa proteger os queso portadores de uma deficincia jurdica aprecivel (que pode ser
medida, podendo ser absoluta ou relativa).
A alternativa c est correta. Legitimidade a aptido para a prtica de atos processuais e decorre da capacidade de fato. Possui
legitimidade para a prtica de atos processuais a pessoa maior de
idade. A legitimao a posio das partes, num ato jurdico,
negocial ou no, concreto e determinado, em virtude da qual elas
tm competncia para pratic-lo.
A alternativa d est correta. A capacidade a regra porque bastaser pessoa, nascer com vida, ter personalidade para que se tenha a capacidade de direito ou de gozo, aptido genrica para adquirir
direitos e deveres. A incapacidade a exceo. Somente as pessoas
elencadas nos arts. 3o e 4o a possuem.
A alternativa e est errada. A capacidade de fato, exerccio ou deao a aptido para exercer por si os atos da vida civil. A
capacidade de direito ou de gozo a aptido genrica para adquirir
os atos da vida civil.
Gabarito: e
Questo 22. (ESAF/TRT 7a Regio/Juiz Substituto/2005) Os usurios
de psicotrpicos, que sofram reduo na sua capacidade de
entendimento, no podero praticar atos na vida civil sem assistnciade um curador, desde que interditos.
Comentrios: Note que a questo diz sofram reduo na suacapacidade, ou seja, a pessoa no est totalmente privada da sua capacidade. Os usurios de psicotrpicos, que tm a capacidade de
entendimento reduzida, se forem interditados, so considerados
relativamente incapazes, necessitando de assistncia para que sejam
assistidos na prtica dos atos da vida civil.
Gabarito: correta.
Questo 23. (ESAF/CGU/Correio/2006) A condenao criminal
acarreta incapacidade civil. Comentrios: A capacidade a medida da personalidade. Mesmo o
preso possui os direitos decorrentes da personalidade, possuindo
tambm capacidade. Alm disso, a condenao criminal no causa
de incapacidade civil.
Gabarito: errada.
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EXTINO (FIM) DA PERSONALIDADE (Pessoa Natural)
SENILIDADE: senilidade significa velhice, idadeavanada. A senilidade (velhice) no significa incapacidade. A pessoa
senil plenamente capaz. Ela pode ser incapaz por algum motivo
dos arts. 3o e 4o, mas no por velhice.
Art. 6o A existncia da pessoa natural termina com a morte;
presume-se esta, quanto aos ausentes, nos casos em que a lei
autoriza a abertura de sucesso definitiva.
NO INCAPAZ
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O incio da personalidade da pessoa natural ocorre com o nascimento
com vida. O trmino, o fim da existncia da pessoa natural se d com a morte (Art. 6 CC). A morte causa os seguintes efeitos: extino do
poder familiar, dissoluo do vnculo conjugal, abertura da sucesso
dos bens, extino de contrato personalssimo, dentre outros.
A pessoa natural e, portanto, a personalidade se extinguem com a
morte. A personalidade acompanha o indivduo durante toda sua
vida, tendo incio com o nascimento e tem fim com sua morte. A
personalidade do indivduo extingue-se com a morte. A das pessoas
jurdicas, com a sua dissoluo e liquidao.
A morte se prova com a Certido de bito e para se ter esta certido,
necessrio que se tenha um corpo. O Direito brasileiro admite vrios tipos de morte:
MORTE REAL: a morte natural e se prova com a Certido de bito.
Necessita-se de um corpo para que seja expedida a Certido de
bito.
MORTE PRESUMIDA: Nem sempre as pessoas morrem de morte
natural. Algumas vezes so vtimas de desastre, por exemplo,
naufrgio; outras vezes desaparecem se tornando ausente, enfim,
nesses casos no possvel encontrar o corpo do morto.
Nesses casos necessrio que se faa o que se chamaJUSTIFICAO DE BITO, que consiste num processo
(procedimento de justificao) requerendo-se a decretao da morte
presumida. Presumida porque se presume que a pessoa esteja morta.
O Direito civil brasileiro admite a decretao da morte presumida com
ou sem decretao de ausncia.
MORTE
COMORINCIA ou
MORTE SIMULTNEA
PRESUMIDA
REAL
COM Decretao de
Ausncia art. 22
SEM Decretao de
Ausncia Art. 7
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Questo 24. (CESPE - Juiz Federal - TRF - 1 Regio/2009) Na
sistemtica do Cdigo Civil, no se admite a declarao judicial de
morte presumida sem decretao de ausncia.
Comentrios questo: O art. 7 do Cdigo Civil estabeleceexpressamente que pode ser declarada a morte presumida sem
decretao de ausncia, nos casos em que: for extremamente
provvel a morte de quem estava em perigo de vida; e, se algum,
desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, no for encontrado
at dois anos aps o trmino da guerra.
Art. 7o Pode ser declarada a morte presumida, SEM decretao
de ausncia:
I - se for extremamente provvel a morte de
quem estava em perigo de vida;
II - se algum, desaparecido em campanha(guerra) ou feito prisioneiro, no for encontrado at dois anos
aps o trmino da guerra.
Pargrafo nico. A declarao da morte presumida, nesses casos, somente poder ser requerida depois de esgotadas as buscas e
averiguaes, devendo a sentena fixar a data provvel do
falecimento.
MORTE PRESUMIDA SEM DECRETAO DE AUSNCIA
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Gabarito: errado
Conforme ressaltado, h casos em que no foi possvel encontrar o
cadver (corpo) como tambm no h testemunhas que
presenciaram ou constataram a morte, mas extremamente
provvel a morte de quem estava em perigo de vida.
Nesses casos, no h certeza da morte, porm, se houver um
conjunto de circunstncias que levem presuno de que a pessoa
que estava em perigo de vida possa estar morta, a lei autoriza ao Juiz
a declarao da morte presumida.
Note que nas hipteses acima a pessoa no estava ausente; por
isso, se quer que se declare a morte sem decretao de ausncia.
A pessoa estava em perigo de vida ou na guerra (e ou
desapareceu durante a guerra ou foi feito prisioneiro e no foi
entrado at dois anos aps o trmino da guerra).
A declarao judicial de morte presumida somente admitida em
casos excepcionais, para viabilizar o registro do bito, resolverproblemas jurdicos gerados com o desaparecimento e regular a
sucesso causa mortis, apenas depois de esgotadas todas as
buscas e averiguaes, devendo a sentena fixar a data provvel do
bito (Maria Helena Diniz).
O Direito brasileiro admite e autoriza ao Juiz a declarar de morte
presumida em duas hipteses: quando for extremamente provvel a
morte de quem estava em perigo de vida e quando algum,
desaparecido em campanha (guerra) ou feito prisioneiro, no for
encontrado at dois anos aps o trmino da guerra.
Perigo de vida situao extremamente subjetiva e por isso as
bancas no costumam colocar situaes abordando constituem ou
no essa situao; elas costumam cobrar de maneira literal.
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MORTE PRESUMIDA COM DECRETAO DE AUSNCIA
AUSENTE aquele que desapareceu de seu domiclio sem dele
haver deixado notcia:
Art. 22. Desaparecendo uma pessoa do seu domiclio sem dela
haver notcia, se no houver deixado representante ou procurador a
quem caiba administrar-lhe os bens, o juiz, a requerimento de
qualquer interessado ou do Ministrio Pblico, declarar a ausncia, e nomear-lhe- curador.
O Direito brasileiro tambm admite a decretao da morte presumida
COM decretao de ausncia. Aqui se declara a ausncia e a morte
presumida.
Observao: note que na decretao da morte presumida SEM
decretao da ausncia, se sabe onde a pessoa estava antes da
provvel morte: estava em perigo de vida ou em campanha (guerra).
Aqui no se sabe onde ela est. Veja: a pessoa desapareceu (sumiu)
e dentro de determinadas circunstncia (que iremos ver em seguida)
ser decretada sua ausncia bem como a morte presumida.
PROCEDIMENTO para a DECRETAO da MORTE PRESUMIDACOM DECRETAO DE AUSNCIA
PRIMEIRA FASE: CURADORIA DOS BENS DO AUSENTE
O curador administra os bens do ausente
Art. 22. Desaparecendo uma pessoa do seu domiclio sem dela
haver notcia, se no houver deixado representante ou procurador
a quem caiba administrar-lhe os bens, o juiz, a requerimento de
qualquer interessado ou do Ministrio Pblico, declarar (por
SENTENA) a ausncia, e nomear-lhe- curador.
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Quem o curador? Art. 25. O cnjuge do ausente, sempre que no
esteja separado judicialmente, ou de fato por mais de dois anos antes da declarao da ausncia, ser o seu legtimo curador.
1o Em falta do cnjuge, a curadoria dos bens do ausente incumbe aos
pais ou aos descendentes, nesta ordem, no havendo impedimento que
os iniba de exercer o cargo. 2o Entre os descendentes, os mais prximos precedem os mais
remotos.
3o Na falta das pessoas mencionadas, compete ao juiz a escolha do
curador. Art. 24. O juiz, que nomear o curador, fixar-lhe- os poderes e obrigaes,
conforme as circunstncias, observando, no que for aplicvel, o disposto a
respeito dos tutores e curadores.
O juiz tambm arrecadar os bens do ausente, entregando a
administrao deles para o curador; mandar publicar editais durante
um ano, reproduzidos de dois em dois meses, anunciando a arrecadao e
chamando o ausente a entrar na posse dos bens. Aps um ano (se ele no deixou representante ou procurador para administrar os bens)
da publicao do primeiro edital, ou trs anos se deixou procurador,
permanecendo a ausncia, segue o procedimento para a segunda fase
(art. 26 do CC).
Requerimento de
qualquer INTERESSADO
ou do Ministrio Pblico
ao Juiz para que este
declare a ausncia
O art. 22: O ausente possui bens, no constituiu
representante, procurador ou mandatrio antes de seu desaparecimento, com poderes suficientes e
sem impedimento, para administrar todos os seus
bens. Haver um patrimnio com titular, mas sem ningum que administre os bens. Nesse caso,
qualquer interessado, (no precisa ser parente ou
herdeiro) ou o Ministrio Pblico podero requerer ao juiz que declare a ausncia e nomeie curadorpara administrar os bens do ausente.
Juiz SENTENA:
Declara a ausncia
+
Nomeia curador.
O mesmo acontece se o ausente deixarrepresentante que se recuse ou no possa
exercer ou continuar o mandato (seja pelo trmino
do prazo do mandato, seja por no serem os poderesdeferidos ao mandatrio suficientes para a
administrao de todo o seu patrimnio), enfim, ocorrendo qualquer dessas hipteses, o Juiz poder
declarar a ausncia e lhe nomear curador,conforme o art. 23 do Cdigo Civil: Tambm se declarar a ausncia, e se nomear curador, quando o
ausente deixar mandatrio que no queira ou nopossa exercer ou continuar o mandato, ou se os seus
poderes forem insuficientes.
DESAPARECENDO A PESSOA DO SEU DOMICLIO
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Desaparecimento 1 ano (se no deixou procurador) ou 3 anos (se deixou Procurador)
Interessados requerem a Abertura da Sucesso Provisria
SEGUNDA FASE: SUCESSO PROVISRIA
Imisso dos herdeiros na posse dos bens
Art. 26. Decorrido um
ano da arrecadao dos
bens do ausente, ou, se
ele deixou representante ou procurador, em se
passando trs anos,
podero os interessados
requerer que se declare a
ausncia e se abra
provisoriamente a
sucesso (SUCESSO
PROVISRIA).
Quem so os INTERESSADOS?
Art. 27. Para o efeito previsto no artigo anterior,somente se consideram interessados:
I - o cnjuge no separado judicialmente;
II - os herdeiros presumidos, legtimos outestamentrios;
III - os que tiverem sobre os bens do ausente
direito dependente de sua morte; IV - os credores de obrigaes vencidas e no
pagas.
Conta-se um prazo ou outro: o prazo de UM ANOconta-se da arrecadao dos bens do ausente (ele
no deixou procurador) ou o prazo de TRS ANOS
ocorre para o caso do ausente antes dodesaparecimento, constituir representante, e esteefetivamente o representar, caso em que no ser nomeado curador dos bens do ausente. Art. 28. 1o Findo o prazo a que se refere o art. 26, e nohavendo interessados na sucesso provisria, cumpreao Ministrio Pblico requer-la ao juzo competente.
Com a sucesso provisria ainda no h adeclarao definitiva da morte, bem como NO h
a transferncia dos bens para o patrimnio dos
herdeiros porque no se ainda certeza da morte. O 1 do art. 28 do Cdigo Civil determina que se
aps o prazo de um ou trs anos, caso no hajainteressados na sucesso provisria, ou se havendo
interessados, nenhum deles a requerer, cabe ao Ministrio Pblico requer-la ao juiz competente.
Juiz = SENTENA
SUCESSO PROVISRIA
Art. 28. A sentena que determinar a abertura da sucesso provisria s
produzir efeito cento e oitenta dias depois de publicada pela imprensa; mas,logo que passe em julgado, proceder-se- abertura do testamento, se houver, e ao
inventrio e partilha dos bens, como se o ausente fosse falecido.
A sentena que determinar a abertura da sucesso provisria s produzirefeitos (trnsito em julgado) aps 180 dias (contados da publicao), prazo
concedido ao ausente para, caso tenha cincia, aparea. Aps o prazo, quando passar
em julgado, possvel proceder abertura de testamento, se houver, e ao inventrio e partilha de bens, como se morto estivesse o ausente.
2o No comparecendo herdeiro ou interessado para requerer o inventrio at trinta
dias depois de passar em julgado a sentena que mandar abrir a sucesso provisria,
proceder-se- arrecadao dos bens do ausente pela forma estabelecida nos arts. 1.819 a 1.823.
Art. 29. Antes da partilha, o juiz, quando julgar conveniente, ordenar a converso dos
bens mveis, sujeitos a deteriorao ou a extravio, em imveis ou em ttulos garantidos
pela Unio.
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SUCESSO PROVISRIA
IMISSO (entrada) DOS HERDEIROS NA POSSE DOSBENS: Art. 30. Os herdeiros, para se imitirem na posse dos bens do ausente, daro garantias da restituio deles,
mediante penhores ou hipotecas equivalentes aos quinhes respectivos.
1o Aquele que tiver direito posse provisria, mas nopuder prestar a garantia exigida neste artigo, ser
excludo, mantendo-se os bens que lhe deviam caber sob a
administrao do curador, ou de outro herdeiro designadopelo juiz, e que preste essa garantia.
2o Os ascendentes, os descendentes e o cnjuge, uma
vez provada a sua qualidade de herdeiros, podero,
independentemente de garantia, entrar na posse dos bens do ausente.
Art. 31. Os imveis do ausente s se podero alienar, no
sendo por desapropriao, ou hipotecar, quando o ordene o
juiz, para lhes evitar a runa.
Art. 32. Empossados nos bens, os sucessores provisriosficaro representando ativa e passivamente o ausente,
de modo que contra eles correro as aes pendentes e as
que de futuro quele forem movidas.
Art. 33. O descendente, ascendente ou cnjuge que for
sucessor provisrio do ausente, far seus todos os frutos e rendimentos dos bens que a este couberem; os outros
sucessores, porm, devero capitalizar metade desses frutos e rendimentos, segundo o disposto no art. 29, de
acordo com o representante do Ministrio Pblico, e prestar
anualmente contas ao juiz competente.
Pargrafo nico. Se o ausente aparecer, e ficar provadoque a ausncia foi voluntria e injustificada, perder
ele, em favor do sucessor, sua parte nos frutos e
rendimentos.
Art. 34. O excludo, segundo o art. 30, da posse provisria
poder, justificando falta de meios, requerer lhe sejaentregue metade dos rendimentos do quinho que lhe
tocaria.
Art. 35. Se durante a posse provisria se provar a poca
exata do falecimento do ausente, considerar-se-, nessa data, aberta a sucesso em favor dos herdeiros, que o eram
quele tempo.
Art. 36. Se o ausente aparecer, ou se lhe provar a
existncia, depois de estabelecida a posse provisria, cessaro para logo as vantagens dos sucessores nela
imitidos, ficando, todavia, obrigados a tomar as medidas
assecuratrias precisas, at a entrega dos bens a seu dono.
A sucesso provisria cessa com o
aparecimento do ausente, com a prova da sua existncia com vida, ou
com a sua transformao em sucesso definitiva. Se o ausente
aparecer, mandar notcias suas, ou se
lhe provar a existncia, cessaro para logo as vantagens dos sucessores
provisrios, ficando, obrigados atomar as medidas assecuratriasnecessrias, at a entrega dos bens
ao ausente.
Com a abertura da sucesso
provisria, os herdeiros podero ficar
na posse dos bens (no ser transferida a propriedade ainda). A
posse tem a finalidade de resguardar
os bens do ausente. Os ascendentes(pais, avs) e descendentes (filhos,
netos) e o cnjuge no necessitamprestar garantias.
Os imveis do ausente s podero ser
alienados (transferidos, vendidos) por
ardem do Juiz e mesmo assim paraevitar a runa.
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+
TERCEIRA FASE: SUCESSO DEFINITIVA
Art. 37. Dez anos depois de passada em
julgado a sentena que concede a abertura
da sucesso provisria, podero os
interessados requerer a sucesso definitiva
e o levantamento das caues (garantias)
prestadas.
Sentena
Abertura
Sucesso Provisria
180 dias
Trnsito em
julgado
Sentena
Abertura
Sucesso Definitiva
10 anos
OU
Art. 38. Pode-se requerer a sucesso definitiva, tambm,
provando-se que o ausente conta oitenta anos de idade, e que de
cinco datam as ltimas notcias dele.
Ausncia
(Desaparecimento)
ltimas notcias
5 anos
80 anos
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Explicando: So duas as hipteses em que pode ser decretada a
abertura da sucesso definitiva:
1) Aps o trnsito em julgado (180 dias) da sentena quedecretou a abertura da sucesso provisria, os
interessados podero requerer a abertura da sucesso
definitiva.
2) Pode-se requerer a qualquer tempo a abertura da sucessodefinitiva (no necessita esperar 10 anos do trnsito em
julgado da sentena que decretou a abertura da sucesso provisria) quando o ausente possui oitenta anos de
idade, e que de cinco datam as ltimas notcias dele.
Ocorrida qualquer das hipteses, os interessados (art. 27) podero
requerer a abertura da sucesso definitiva. Podero tambm requerer
tambm o levantamento das garantias prestadas. Os sucessores que
capitalizaram metade dos frutos e rendimentos tero direito a
resgat-los.
Sentena
Abertura
Sucesso Definitiva
10 anos
AUSENTE REGRESSA at 10 anos
aps a decretao da abertura
da Sucesso Definitiva: Art. 39.
Regressando o ausente nos dez anos seguintes abertura da
sucesso definitiva, ou algum de
seus descendentes ou ascendentes,
AUSENTE NO REGRESSA at 10
anos aps a decretao da
abertura da Sucesso Definitiva:
Art. 39. Pargrafo nico. Se, nos
dez anos a que se refere este artigo, o ausente no regressar,
e nenhum interessado promover
a sucesso definitiva,
Os bens arrecadados passaro ao
domnio do Municpio ou do
Distrito Federal, se localizados
nas respectivas circunscries,
incorporando-se ao domnio da Unio, quando situados em territrio federal.
O ausente, os descendentes ou
ascendentes havero s os bens
existentes no estado em que se acharem, os sub-rogados em
seu lugar, ou o preo que os
herdeiros e demais interessados
houverem recebido pelos bens alienados depois daquele tempo.
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Decretada a abertura da sucesso definitiva, o CC ainda concede umprazo de 10 anos para a volta do ausente. Garante ao ausente que
regressar nos dez anos seguintes abertura da sucesso definitiva,
ou qualquer de seus herdeiros (que s aparecerem nesse momento),
o direito aos bens existentes. Mas tero os bens no estado em que
se acharem (veja que j se passou muito tempo desde o incio do
processo), ou tero os bens sub-rogados (substitudos no caso,
por exemplo, de ter sido vendido um imvel para evitar a runa e ter
comprado outro bem) em seu lugar, ou ao preo (dinheiro aplicado
proveniente da venda do bem) que os herdeiros e demais
interessados houverem recebido pelos bens alienados depois daquele
tempo. Ter o mesmo direito o ascendente ou descendente do
ausente, que aparecer at dez anos aps a abertura da sucesso definitiva.
Aps 10 anos da abertura da sucesso definitiva, se o ausente,
ou qualquer de seus herdeiros regressarem, no tero direito
a mais nada. Nesse caso, os bens sero transferidos, nessa
ordem:
a) Municpio ou Distrito Federal: se o bem estiver situado emMunicpio ser transferido para esse Municpio. Se estiver
localizado no Distrito Federal, ser transferido para o Distrito
Federal (isso porque o DF no dividido em Municpios); ou
b) Unio: caso o bem esteja localizado em Territrio, sertransferido para a Unio. Atualmente o Brasil no possui
Territrio Federal, mas a CF permite que seja criado.
Veja a sequncia da decretao da morte presumida com decretao
da ausncia:
Fases:
1) Curadoria dos bens do ausente: o curador administra osbens do ausente.
2) Sucesso provisria os herdeiros se imitem na posse dosbens do ausente.
3) Sucesso definitiva os herdeiros adquirem a propriedade dosbens do ausente. na abertura da sucesso definitiva que o
ausente declarado morto.
ATENO! O Estado NO concorre aos bens do ausente. As
bancas costumam colocar alternativa contemplando o Estado
(errado).
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Observe:
DESAPARECIDO
Requerimento de qualquer INTERESSADO ou do Ministrio Pblico
ao Juiz para que este declare a ausncia.
Juiz SENTENA: Declara a AUSNCIA
e nomeia CURADOR SENTENA: efeito (trnsito em julgado):
180 dias
Art. 22
3 anos (se no deixou procurador) 1 ano (se no deixou procurador)
Interessados requererem a abertura
da Sucesso Provisria
Juiz sentena:
Abertura da
Sucesso Provisria
Herdeiros: Imisso na posse A qualquer tempo:
Ausente conta com
80 anos
+
ltimas notcias
datam de 5 anos
10 anos aps o
trnsito em julgado OU
Interessados requerer e o Juiz decreta
Abertura da Sucesso Definitiva
Ausente retorna Ausente NO retorna
10 anos
Recebem s os bens existentes no
estado em que se acharem, os sub-
rogados em seu lugar, ou o preo.
Os bens arrecadados passaro ao domnio do
Municpio ou do Distrito Federal, se
localizados nas respectivas circunscries,
incorporando-se ao domnio da Unio,
quando situados em territrio federal.
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COMORINCIA ou MORTE SIMULTNEA
Existem situaes em que duas ou mais pessoas em razo do mesmo
evento (causa) vm a falecer na mesma ocasio, porm no se sabe
ao certo a ordem cronolgica de qual delas faleceu primeiro.
Nesses casos, resolve-se com uma frmula simples: presumir-se-o
simultaneamente mortos.
Exemplo: pai e filho viajam de carro; ocorre um acidente; os dois
vm a falecer, porm no se sabe quem precedeu ao outro (quem
faleceu primeiro). Qual a importncia prtica disso?
No exemplo acima, caso o pai venha a falecer primeiro que o filho,
haver transmisso de bens e direitos para o filho e, embora este
venha a falecer minutos depois recebeu bens/direitos do pai, bem
como os transmitir aos seus herdeiros.
Art. 8o Se dois ou mais indivduos falecerem na mesma ocasio,
no se podendo averiguar se algum dos comorientes precedeu
aos outros, presumir-se-o simultaneamente mortos.
NO h TRANSMISSO DE BENS e DIREITOS entre os COMORIENTES.
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Para que ocorra a comorincia ou morte simultnea necessrio quese materialize cumulativamente os seguintes requisitos:
a) Duas ou mais pessoas b) Morte na mesma ocasio c) Dvidas acerca de quem faleceu primeiro
Nesse caso: presumir-se-o simultaneamente mortos e NO haver
transmisso de bens e direitos.
REGISTRO CIVIL E AVERBAO
Art. 9o Sero registrados em registro pblico:
I - os nascimentos, casamentos e bitos;
II - a emancipao por outorga dos pais ou por sentena do juiz;
III - a interdio por incapacidade absoluta ou relativa;
IV - a sentena declaratria de ausncia e de morte
presumida.
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TABELA DO REGISTRO CIVIL
NASCIMENTO
CASAMENTO
EMANCIPAO
FOGE, DESAPARECE(AUSNCIA)
DECORE assim: o homem NASCE, se EMANCIPA, CASA, FOGE,
DESAPARECE (AUSNCIA), INTERDITADO e MORRE. (rsrs)
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POR EXCLUSO, AS DEMAIS SO HIPOTESES DE AVERBAO!
O registro civil a instituio administrativa que tem por objetivo
imediato a publicidade dos fatos jurdicos de interesse das pessoas e
da sociedade. Sua funo dar autenticidade, segurana e eficcia aos fatos jurdicos de maior relevncia para a vida e os interesses dos
sujeitos de direito.
Registro civil a perpetuao, mediante anotao por agente
autorizado, dos dados pessoais dos membros da coletividade e dos
fatos jurdicos de maior relevncia em suas vidas, para fins de
autenticidade, segurana e eficcia. Tem por base a publicidade, cuja
INTERDITADO
MORTE (BITO)
MORTE PRESUMIDA
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funo especfica provar a situao jurdica do registrado e torn-la
conhecida de terceiros.
AVERBAO (Modificao / Alterao)
Decorar os arts. 9o e 10 porque as bancas trocam as hipteses.
Questo 25. (ESAF/2010/SMF-RJ/Fiscal de Rendas) Assinale a opo
correta.
a) O registro da pessoa jurdica declarar o modo por que seministra e representa, ativa e passivamente, judicial e
extrajudicialmente.
b) A capacidade de fato ou de exerccio inerente a todo o serhumano, j que a aptido para adquirir direitos e contrair
obrigaes.
c) As pessoas com mais de 70 anos so consideradasrelativamente incapazes, pois a lei presume que elas no tm onecessrio discernimento para praticar os atos da vida civil.
d) O recm-nascido, por no poder exercer pessoalmente os atosda vida civil, no pode ter direitos e obrigaes de qualquer espcie.
e) Os funcionrios pblicos consideram-se domiciliados no lugaronde exercem suas funes, mesmo que peridicas ou temporrias.
Comentrios: Gabarito: a
Questo 26. (ESAF/2009/Receita Federal/Auditor Fiscal da Receita
Federal) Se uma pessoa, que participava de operaes blicas, no
for encontrada at dois anos aps o trmino da guerra, configurada
est a: a) declarao judicial de morte presumida, sem decretao deausncia.
b) comorincia.
c) morte civil.
d) morte presumida pela declarao judicial de ausncia.
Art. 10. Far-se- averbao em registro pblico:
I - das sentenas que decretarem a nulidade ou anulao do
casamento, o divrcio, a separao judicial e o
restabelecimento da sociedade conjugal; II - dos atos judiciais ou extrajudiciais que declararem ou
reconhecerem a filiao.
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e) morte real.
Comentrios: Art. 7. Pode ser declarada a morte presumida, sem
decretao de ausncia: I - se for extremamente provvel a morte de
quem estava em perigo de vida; II - se algum, desaparecido em
campanha ou feito prisioneiro, no for encontrado at dois anos aps
o trmino da guerra.
Morte Presumida: Via Sentena declaratria de falecimento, sem o
cadver.
Comorincia ou morte simultnea: Pessoas que morreram
simultaneamente.
Declarao de Ausncia: formalizao de desaparecimento de algum
que no indicou seu paradeiro. Sem o cadver.
Morte Real: Via certido de bito. Com o cadver.
A morte presumida sem decretao de ausncia quando:
- se for extremamente provvel a morte de quem estava em perigo
de vida;
- se algum desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, no for
encontrado at dois anos aps o trmino da guerra.
Gabarito: a
Questo 27. (ESAF/2006/CGU/Analista de Finanas e Controle/reaCorreio) Assinale a opo verdadeira.
a) O estado civil uno e indivisvel, pois ningum pode ser
simultaneamente casado e solteiro, maior e menor, brasileiro e
estrangeiro, salvo nos casos de dupla nacionalidade.
b) Artista plstico menor, com 16 anos de idade, que, habitualmente,
expe, mediante remunerao, numa galeria, no adquire
capacidade.
c) A condenao criminal acarreta incapacidade civil.
d) A capacidade de exerccio pressupe a de gozo e esta no pode
subsistir sem a de fato ou de exerccio.
e) Se algum desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, no for
encontrado at dois anos aps o termino da guerra, seus parentes podero requerer ao juiz a declarao de sua ausncia e nomeao
de curador.
Comentrios: So dois os critrios para atribuio de nacionalidade
primria (originria: resultado do fato natural: o nascimento):
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Origem sangunea - ius sanguinis: funda-se no vnculo do sangue,
segundo o qual ser nacional todo aquele que for filhos de nacionais, independente do local de nascimento.
Origem territorial - ius solis: atribui nacionalidade a quem nasce no
territrio do Estado que o adota, independentemente da
nacionalidade dos ascendentes.
O Brasil adota o critrio ius solis, enquanto outros pases, como a
Alemanha, adota o critrio ius sanguinis. Portanto, filho de alemes,
nascidos no Brasil so alemes natos e brasileiros natos.
O ESTADO CIVIL (solteiro, casado, vivo, separado judicialmente ou
divorciado) cria direitos e deveres especficos; assim como o
parentesco, que d nascimento a deveres e direitos, nos campos do direito de famlia e das sucesses.
O ESTADO INDIVIDUAL pode ser encarado sob o aspecto da idade
(maiores ou menores); do sexo (homens e mulheres) e da sade (do
ponto de vista da sade mental, que pode tornar a pessoa relativa ou
absolutamente incapaz e, conforme certos defeitos fsicos, como
cegueira, surdo-mudez etc., inibir o indivduo para certos e
determinados atos da vida civil).
O estado, portanto, qualifica a pessoa dentro da sociedade. Quando
desejamos situar uma pessoa, diferenando-a de outra, devemos
verificar sua qualificao, isto , o status, nessas trs esferas,
ocupado pelo indivduo na sociedade."
A individualizao o modo particular da pessoa existir. Aspectos do
estado da pessoa natural so: individual, familiar e poltico.
O estado individual o modo de ser da pessoa quanto idade, sexo,
cor, altura, sade, etc. Vale salientar que algumas dessas particulares
(idade e sade) exercem influncia sobre a capacidade civil
(maioridade e menoridade).
O estado familiar que indica a situao da pessoa na famlia em
relao ao matrimnio (solteiro, casado, separado, divorciado, vivo)
e ao parentesco consanguneo (pai, filho, irmo) ou afim (sogro, genro, etc.).
O estado poltico a qualidade jurdica que decorre da posio do
indivduo na sociedade poltica, podendo ser nacional, podendo ser
nato (art. 12, I, Constituio Federal) ou naturalizado (art. 12, II, a,
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Constituio Federal) ou estrangeiro (art. 12, II, b, Constituio
Federal).
Alternativa d est errada: Evite a confuso: Capacidade de direitoou de gozo e Capacidade de fato ou de exerccio. A segunda no
subsiste sem a primeira (e no o contrrio, como na alternativa).
Capacidade de direito = capacidade de gozo. Todos possuem.
Capacidade de exerccio = capacidade de fato. Nem todos possuem.
Portanto, a capacidade de exerccio/fato pressupe a existncia da
capacidade de direito/gozo, e esta subsiste de qualquer forma, pois
todos, sem exceo, a possuem.
Ateno! Alternativa b est errada = pegadinha. Nessas condies,ele no adquire a EMANCIPAO. Pela emancipao uma pessoa incapaz torna-se capaz.
Da forma como a alternativa foi exposta, presume-se que o artista
plstico com 16 anos de idade que habitualmente expe, mediante
remunerao, possui economia prpria, enquadrando-se em uma das
possibilidade previstas no art. 5, pargrafo nico, V, CC: cessao
da incapacidade pela existncia de relao de emprego que
proporcione economia prpria para o mnenor com 16 anos
completos.
A alternativa "e" est errada porque a ao proposta no a
declaratria de ausncia, mas sim a de "justificao de bito".
A alternativa a est correta: O estado indivisvel porque, apesarde serem muitas suas designaes, no pode ser considerado a no
ser em seu conjunto. Assim, uma pessoa no se considera solteira e
casada ao mesmo tempo. O estado civil uno e indivisvel, pois
ningum pode ser simultaneamente casado e solteiro, maior e menor,
brasileiro e estrangeiro, salvo nos casos de dupla nacionalidade.
A alternativa c est errada. A condenao criminal no est previstanos arts. 3 (incapacidade absoluta) e 4 (incapacidade relativa) do
CC.
A alternativa e est errada: Se algum desaparecido em campanhaou feito prisioneiro, no for encontrado at dois anos aps o termino da guerra, seus parentes podero requerer ao juiz a declarao de
sua ausncia e nomeao de curador. Ser declarada a morte
presumida, sem decretao de ausncia (art. 7, CC). Nesse caso,
ser aberta a sucesso definitiva.
Gabarito: a
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Questo 28. (ESAF/2006/MTE/Auditor Fiscal do Trabalho) Assinale aopo falsa.
a) A proteo jurdica dos incapazes realiza-se por meio da
representao ou assistncia, o que lhes d segurana, quer em
relao a sua pessoa, quer em relao ao seu patrimnio,
possibilitando-lhes o exerccio de seus direitos.
b) A morte presumida pode dar-se com ou sem decretao da
ausncia.
c) A senilidade, por si s, no causa de restrio da capacidade de
fato, porque no pode ser considerada equivalente a um estado
psicoptico.
d) O assento da sentena de interdio no registro de pessoas
naturais e a publicao editalcia no so dispensveis para lhes assegurar eficcia erga omnes.
e) Em relao menoridade, a incapacidade cessa quando o menor
comp