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COMÉRCIO INTERNACIONAL EM EXERCÍCIOS P/ RFB Prof. RICARDO VALE AULA 02- O SISTEMA MULTILATERAL DE COMÉRCIO II Olá, meus amigos, tudo bem? Hoje daremos continuidade ao assunto "OMC e Sistema Multilateral de Comércio." Abordaremos os seguintes pontos dos últimos editais da Receita Federal do Brasil: AFRFB 2009: 2.2. O Acordo Geral sobre o Comércio de Serviços (GATS). 11. Regras de origem. 3. Sistemas preferenciais. 3.1. Sistema Geral de Preferências. 3.2. Sistema Geral de Preferências de Países em Desenvolvimento. ATRFB 2009: 2.3. Organizações e organismos internacionais relacionados ao comércio: a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD); A Organização Mundial de Aduanas (OMA). 6. Sistema Geral de Preferências (SGP). 6.1. O Sistema Global de Preferências Comerciais (SGPC). 11.1. O Acordo sobre Regras de Origem do GATT-1994. Vamos em frente! 1-(ATRFB-2009)- O Acordo sobre Regras de Origem compôs o pacote de acordos fechados no marco da Rodada Uruguai e integra, conseqüentemente, o marco normativo da Organização Mundial do Comércio. Comentários: Uma pergunta importante para introduzirmos o assunto: o que são e para que servem as regras de origem? Regras de origem são leis, regulamentos e determinações administrativas que definem o país de origem de um produto. Suponha que o motor de um automóvel seja fabricado na Alemanha; o câmbio e a suspensão, na Itália; as rodas e os pneus, no Brasil. Nesse caso, de qual país o automóvel será originário? São justamente as regras de origem que irão determinar! Mas para que saber o país de origem de uma mercadoria? Por vários motivos! Vamos falar sobre alguns deles! 1)- No âmbito do MERCOSUL, os produtos originários do bloco circulam livremente (alíquota zero do imposto de importação). Assim, um produto originário da Argentina, ao ingressar no Brasil, não pagará imposto de importação. Já um produto originário da Prof. Ricardo Vale www.pontodosconcursos.com.br 1

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AULA 02- O SISTEMA MULTILATERAL DE COMÉRCIO II

Olá, meus amigos, tudo bem?

Hoje daremos continuidade ao assunto "OMC e Sistema Multilateral de Comércio." Abordaremos os seguintes pontos dos últimos editais da Receita Federal do Brasil:

AFRFB 2009: 2.2. O Acordo Geral sobre o Comércio de Serviços (GATS). 11. Regras de origem. 3. Sistemas preferenciais. 3.1. Sistema Geral de Preferências. 3.2. Sistema Geral de Preferências de Países em Desenvolvimento.

ATRFB 2009: 2.3. Organizações e organismos internacionais relacionados ao comércio: a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD); A Organização Mundial de Aduanas (OMA). 6. Sistema Geral de Preferências (SGP). 6.1. O Sistema Global de Preferências Comerciais (SGPC). 11.1. O Acordo sobre Regras de Origem do GATT-1994.

Vamos em frente!

1-(ATRFB-2009)- O Acordo sobre Regras de Origem compôs o pacote de acordos fechados no marco da Rodada Uruguai e integra, conseqüentemente, o marco normativo da Organização Mundial do Comércio.

Comentários:

Uma pergunta importante para introduzirmos o assunto: o que são e para que servem as regras de origem?

Regras de origem são leis, regulamentos e determinações administrativas que definem o país de origem de um produto. Suponha que o motor de um automóvel seja fabricado na Alemanha; o câmbio e a suspensão, na Itália; as rodas e os pneus, no Brasil. Nesse caso, de qual país o automóvel será originário? São justamente as regras de origem que irão determinar!

Mas para que saber o país de origem de uma mercadoria?

Por vários motivos! Vamos falar sobre alguns deles!

1)- No âmbito do MERCOSUL, os produtos originários do bloco circulam livremente (alíquota zero do imposto de importação). Assim, um produto originário da Argentina, ao ingressar no Brasil, não pagará imposto de importação. Já um produto originário da

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Alemanha, ao ingressar no Brasil, não receberá tal preferência tarifária.

2)- Suponha que o Brasil aplique um direito antidumping contra os sapatos originários da China. Se ocorrer uma importação de sapatos originários da Itália, estes não sofrerão a incidência das medidas de defesa comercial.

3)- Suponha que a Argentina esteja sofrendo um surto de "doença da vaca louca" e o Brasil, para se precaver, estabelece critérios mais rigorosos de inspeção sobre a carne originária da Argentina. Se for importada carne originária da União Europeia (e aquela região não estiver com problemas sanitários!), os critérios de inspeção serão os normalmente aplicados.

Bem, como vocês viram, as regras de origem podem ser utilizadas pelos mais diversos motivos. Em razão da importância de sua aplicação e uniformização, os membros da OMC estabeleceram, na Rodada Uruguai um acordo multilateral destinado a regulamentá-las. Foi, assim, celebrado o Acordo sobre Regras de Origem, acordo multilateral firmado no âmbito da OMC.

Qual o objetivo de se determinar a origem

de um produto?

Conjunto de leis, regulamentos e determinações administrativas que

definem o país de origem de um produto.

- Concessão de preferências tarifárias.

- Aplicação de instrumentos de política comercial

Acordo Multilateral celebrado no âmbito

da OMC

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Voltando à questão, verificamos que ela está correta. De fato, o Acordo sobre Regras de Origem compôs o pacote de acordos multilaterais celebrados na Rodada Uruguai. Por ser um acordo multilateral referente ao comércio de bens, o Acordo sobre Regras de Origem vincula automaticamente todos os membros da OMC.

2-(ATRFB - 2009)- O Acordo sobre Regras de Origem estabelece os princípios e as condições segundo as quais as normas de origem possam ser legitimamente empregadas como instrumentos para a consecução de objetivos comerciais e estabelece como objetivo tornar uniformes os critérios empregados pelos países individualmente para a determinação da nacionalidade de um bem importado.

Comentários: •

Vejamos os princípios gerais do Acordo sobre Regras de Origem da OMC, os quais estão dispostos no preâmbulo do referido acordo.

1)- As regras de origem devem ser claras e previsíveis. Os requisitos de origem não devem gerar dúvidas e precisam ser objetivamente definidos.

2)- As regras de origem não podem criar obstáculos desnecessários ao comércio internacional. A finalidade das regras de origem é alcançar objetivos legítimos de política comercial e não servir de obstáculos ao comércio.

3)- As regras de origem devem ser transparentes. O princípio da transparência está presente em todos os acordos da OMC e não seria diferente em relação às regras de origem.

4)- As regras de origem devem ser harmonizadas. Imaginem a falta de previsibilidade e segurança jurídica em um ambiente em que cada país define suas próprias regras de origem. O Acordo sobre Regras de Origem almeja a harmonização (uniformização) das regras de origem entre os membros da OMC.

5)- As regras de origem devem ser aplicadas de forma imparcial, transparente, previsível, consistente e neutra.

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Devem ser aplicadas de forma imparcial, transparente,

previsível e neutra

A primeira parte da questão está correta: "O Acordo sobre Regras de Origem estabelece os princípios e as condições segundo as quais as normas de origem possam ser legitimamente empregadas como instrumentos para a consecução de objetivos comerciais e estabelece como objetivo tornar uniformes os critérios empregados pelos países". No entanto, a segunda parte está errada. Ao contrário do que diz a questão, as regras de origem são utilizadas para determinar a origem de um bem (e não sua nacionalidade!).

3- (ATRFB - 2009)- O Acordo sobre Regras de Origem, visando a efetiva implementação dos compromissos e obrigações nele previstos, estabeleceu um prazo de três anos para que os países membros harmonizem entre si as regras de origem que aplicam, instaurando, para coordenar essa tarefa, o Comitê de Regras de Origem, vinculado diretamente ao Conselho para o Comércio de Bens.

Comentários:

Segundo o art. 9° do Acordo sobre Regras de Origem da OMC, visando a harmonizar as regras de origem, foi estabelecido um Programa de Trabalho, a ser desenvolvido em conjunto pela Conferência Ministerial e pelo Conselho de Cooperação Aduaneira (CCA), atual Organização Mundial de Aduanas (OMA).

O Programa de Trabalho estabelecido pelo Acordo sobre Regras de Origem tinha como objetivo elaborar uma espécie de "Código de Origem da OMC" ao final de 3 (três) anos. No entanto, até hoje, pela complexidade do tema, não se chegou a um resultado definitivo.

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Os órgãos responsáveis por conduzir o Programa de Trabalho são o Comitê de Regras de Origem da OMC e o Comitê Técnico sobre Regras de Origem da OMA. Verifica-se, nitidamente, nesse caso, uma cooperação entre duas organizações internacionais.

Programa de Trabalho com 3 anos de duração

Voltando à assertiva, verificamos que ela está errada. O Programa de Trabalho será coordenado e conduzido pela Conferência Ministerial da OMC e pela OMA (e não simplesmente pelo Comitê sobre Regras de Origem!). Um último detalhe a ser comentado é que, conforme afirma a questão, o Comitê de Regras de Origem está vinculado ao Conselho para o Comércio de Bens, tendo sido instituído pelo Acordo sobre Regras de Origem.

4- (ATRFB - 2009)- O Acordo sobre Regras de Origem abrange primordialmente as regras de origem empregadas em instrumentos preferenciais, como acordos de livre comércio e o Sistema Geral de Preferências Comerciais, não alcançando instrumentos comerciais não preferenciais como salvaguardas, direitos antidumping e acordos de compras governamentais.

Comentários:

Essa questão é importantíssima! É o que diferencia os homens dos meninos!

Há dois tipos de regras de origem: i) regras de origem preferenciais e; ii) regras de origem não-preferenciais.

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As regras de origem preferenciais são utilizadas no âmbito de acordos regionais / preferenciais de comércio. Elas definem os critérios que devem ser cumpridos por um produto para que este possa auferir os benefícios de um acordo comercial. No âmbito do MERCOSUL, por exemplo, foram definidas regras de origem preferenciais.

As regras de origem não-preferenciais, por sua vez, são aquelas que têm aplicação geral, independentemente de qualquer acordo comercial. Elas são utilizadas para determinar a origem de um produto para fins de aplicação de medidas de defesa comercial ou outros tipos de barreiras não-tarifárias.

Pois bem, a quais tipos de regras de origem se aplica o Acordo sobre Regras de Origem?

O Acordo sobre Regras de Origem se aplica primordialmente às regras de origem não-preferenciais, o que torna a questão errada. Cabe destacar, todavia, que ele traz algumas recomendações para que os membros da OMC estabeleçam regras de origem preferenciais.

Acordos de preferências comerciais

- Aplicação Geral

- São objeto do Acordo sobre Regras de Origem

5- (ATRFB - 2009)- A supervisão da aplicação do Acordo sobre Regras de Origem pelos países parte é feita diretamente pelo Conselho de Comércio de Bens da Organização Mundial do Comércio, no que é assistido por um Comitê Técnico constituído especificamente para tal fim.

Comentários:

O órgão responsável por supervisionar diretamente a aplicação do Acordo sobre Regras de Origem é o Comitê sobre Regras de Origem da OMC, o qual está subordinado ao Conselho do Comércio de Bens.

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O Comitê Técnico sobre Regras de Origem, que funciona sob os auspícios da Organização Mundial de Aduanas (OMA), é responsável pelo trabalho de harmonização das regras de origem.

Por tudo isso, a questão está errada.

6- (ATRFB - 2009)- São objetivos essenciais do Acordo sobre Regras de Origem harmonizar as regras de origem e criar condições para que sua aplicação seja feita de forma imparcial, transparente e previsível e para que as mesmas não representem obstáculos desnecessários ao comércio.

Comentários:

O Acordo sobre Regras de Origem tem como objetivo central a harmonização de regras de origem, tendo para isso criado um Programa de Trabalho a ser desenvolvido pela Conferência Ministerial e pela Organização Mundial de Aduanas (OMA). Tais regras de origem devem ser claras, transparentes e aplicadas de forma imparcial (não discriminatória) e não devem se transformar em obstáculos desnecessários ao comércio internacional. Por todo o exposto, a questão está correta.

7- (AFRF - 2005)- O Acordo sobre Regras de Origem da OMC define, para cada Capítulo do Sistema Harmonizado, o critério utilizado para se conferir origem aos produtos do Capítulo.

Comentários:

A tarefa de estabelecer regras de origem para cada Capítulo do Sistema Harmonizado é algo muito complexo e que gera muitas controvérsias entre os países. Em razão disso, o Acordo sobre Regras de Origem não conseguiu fazê-lo, deixando essa missão para o Programa de Trabalho por ele instituído, o qual é desenvolvido pela Conferência Ministerial em conjunto com a Organização Mundial de Aduanas (OMA). Questão errada.

8- (AFRF - 2005)- Entre os critérios possíveis para se conferir origem estão, por exemplo, o salto na classificação tarifária e a agregação de valor.

Comentários:

Considerando que até que o Programa de Trabalho esteja concluído cada país terá ampla liberdade para definir suas próprias regras de origem não preferenciais, o Acordo sobre Regras de Origem definiu alguns critérios que estes devem utilizar na determinação de origem de um produto.

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Nesse sentido, são três os requisitos atribuidores de origem: i) critério da percentagem ad valorem (agregação de valor); ii) critério do salto tarifário e; iii) critério da operação de fabricação.

O critério da percentagem ad valorem, ou simplesmente agregação de valor, é o que determina que uma mercadoria será originária de um país se, por exemplo, 60% de seu valor tiver sido agregado naquele país.

O critério do salto tarifário é o que determina que uma mercadoria será originária de um país se, nesse país, tiver sofrido uma transformação substancial, responsável por promover o salto tarifário. O salto tarifário fica caracterizado quando, ao sofrer um processo de industrialização, a mercadoria passa a ser classificada em uma nova posição tarifária (ocorre uma modificação nos quatro primeiros dígitos do Sistema Harmonizado).

O critério da operação de fabricação, por sua vez, é o que determina que uma mercadoria será originária de um país se tiver sofrido uma determinada operação de fabricação. Um exemplo da aplicação desse critério seria um regulamento que determinasse que são considerados originários de um país os computadores cujos componentes sejam todos montados naquele país.

Os critérios de origem estabelecidos pelo Acordo sobre Regras de Origem serão utilizados como parâmetro para a harmonização das regras de origem não-preferenciais e, ainda, nos acordos de preferências comerciais.

Por tudo o que comentamos, a questão está correta.

REQUISITOS DE ORIGEM

-Agregação de valor (percentagem ad valorem)

- Salto Tarifário

- Operação de Fabricação

Servem como parâmetro para a harmonização das regras de origem

não-preferenciais.

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9- (AFRF - 2005)- Segundo o Acordo sobre Regras de Origem da OMC, as regras de origem não-preferenciais devem ser definidas de maneira positiva (ou seja, devem indicar o que confere origem, e não o que não confere origem). Normas negativas, contudo, podem ser empregadas para esclarecer uma norma positiva.

Comentários:

Esse é outro princípio (IMPORTANTE!) estabelecido pelo Acordo sobre Regras de Origem! As regras de origem devem ser definidas de maneira positiva, isto é, devem indicar o que confere origem. Entretanto, as regras negativas podem ser usadas para esclarecer uma norma positiva. Logo, a questão está correta.

10-(AFRF-2005)- Para fins de concessão de benefício tributário, a origem de um produto nem sempre coincide com a sua procedência.

Comentários:

Cuidado para não confundir, meu amigo: origem e procedência não são a mesma coisa!

Imagine, por exemplo, um automóvel inteiramente fabricado na França. Esse automóvel é exportado para os EUA, onde recebe uma blindagem e, em seguida, é novamente exportado, agora para o Brasil. Nessa situação, dizemos que, ao chegar ao Brasil, o automóvel é originário da França e procedente dos EUA. É originário da França porque foi naquele país que ele foi fabricado; é procedente dos EUA porque ele foi importado deste país. Logo, a questão está correta.

11- (AFRF - 2005)- O Certificado de Origem MERCOSUL apresentado será desqualificado pela autoridade aduaneira, para fins de reconhecimento do tratamento preferencial, quando ficar comprovado que não acoberta a mercadoria submetida a despacho, por ser originária de terceiro país ou não corresponder à mercadoria identificada na verificação física, conforme os elementos materiais juntados.

Comentários:

A Instrução Normativa SRF n° 149/2002 dispõe sobre os procedimentos de controle e verificação de origem das mercadorias importadas de países do MERCOSUL. Segundo esse normativo, o controle de origem será realizado pela Receita Federal durante

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o processo de despacho aduaneiro ou, ainda, em procedimento de fiscalização posterior ao despacho.

No âmbito do MERCOSUL, a apresentação do certificado de origem é imprescindível para que se possa usufruir o tratamento tributário preferencial. Em determinadas situações, a autoridade aduaneira poderá, todavia, desqualificar o certificado de origem, o que implicará no não reconhecimento do tratamento tributário preferencial.

As hipóteses de desqualificação do certificado de origem, segundo a IN SRF n° 149/2002 são as seguintes:

- Quando ficar comprovado que o certificado de origem não acoberta a mercadoria submetida a despacho, por ser originária de terceiro país ou não corresponder à mercadoria identificada na verificação física.

- Quando o certificado de origem contiver rasuras, correções, emendas ou campos não preenchidos, com exceção daqueles reservados às observações e à identificação do consignatário.

- Quando o certificado de origem tiver sido emitido anteriormente à data da respectiva fatura comercial ou após sessenta dias da sua emissão.

- Quando o certificado de origem tiver sido firmado por entidade ou funcionário não autorizado.

Por tudo o que comentamos, a questão está correta.

12- (Questão Inédita) - O comércio internacional de serviços tem uma definição mais ampla do que o comércio de mercadorias, o qual limita-se ao comércio transfonteiriço.

Comentários:

Até a Rodada Uruguai, o sistema multilateral de comércio tratava unicamente do comércio de bens. Com a Rodada Uruguai e a criação da OMC, novos temas foram inseridos na agenda de discussões comerciais, dentre os quais o comércio de serviços.

Foi celebrado, então, o GATS (Acordo Geral sobre o Comércio de Serviços). O comércio de serviços era um tema que interessava especialmente aos países desenvolvidos, uma vez que são estes os principais exportadores de serviços.

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A regulação do comércio de serviços é, de fato, muito mais complexa do que a regulação do comércio de mercadorias. Com efeito, o comércio internacional de mercadorias limita-se ao fluxo transfronteiriço de mercadorias, ao passo que há diferentes formas de prestação de serviços.

Há 4 (quatro) modos de prestação de serviços: i) Modo 1 (comércio transfronteiriço); ii) Modo 2 (consumo no exterior); iii) Modo 3 (presença comercial) e; iv) Modo 4 (movimento temporário de pessoas físicas).

O Modo 1 fica caracterizado quando ocorre a prestação de serviço do território de um Membro da OMC ao território de qualquer outro membro. Como exemplo desse modo de prestação de serviços, citamos um médico residente nos EUA que emite um diagnóstico e uma proposta de tratamento (por meio da Internet) a um paciente que reside no Brasil.

O Modo 2 fica caracterizado quando ocorre a prestação de serviço no território de um Membro da OMC aos consumidores de serviços de qualquer outro membro. Como exemplo desse modo de prestação de serviços, citamos um brasileiro que viaja à França para se consultar com um médico francês. Ou, ainda, quando um brasileiro viaja à Itália e se hospeda em um hotel.

O Modo 3 fica caracterizado quando um prestador de serviços de um Membro da OMC se instala no exterior (presença comercial). Seria o caso, por exemplo, em que uma construtora brasileira se instala nos EUA e, a partir dali, passa a desenvolver suas atividades.

O Modo 4 fica caracterizado quando um prestador de serviços (pessoa física) de um Membro da OMC se desloca ao exterior temporariamente a fim de prestar um determinado serviço. Como exemplo, citamos um professor brasileiro que vai à Espanha ministrar um curso de Direito Internacional de 2 semanas e, posteriormente, retorna ao Brasil.

Por tudo o que comentamos, a questão está correta.

Modo 1: Comércio Transfronteiriço

Modo 2: Consumo no Exterior

Modo 3: Presença Comercial

Modo 4: Movimento Temporário de Pessoas Físicas

MODOS DE PRESTAÇÃO DE

SERVIÇOS

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13- (Questão Inédita)- Um membro da OMC poderá manter, no que tange o comércio de serviços, uma medida inconsistente com a cláusula da nação mais favorecida, desde que esta esteja prevista em uma lista de isenções anexada ao GATS.

Comentários:

A cláusula da nação mais favorecida é um dos princípios basilares do sistema multilateral de comércio, sendo aplicada a todos os acordos da OMC, inclusive ao GATS.

Segundo o art. II do referido acordo, cada Membro da OMC deve conceder imediata e incondicionalmente aos serviços e prestadores de serviços de qualquer outro Membro, tratamento não menos favorável do aquele concedido a serviços e prestadores de serviços similares de qualquer outro país.

No entanto, é possível que um membro da OMC mantenha uma medida incompatível com a cláusula da nação mais favorecida, desde que ela esteja prevista em uma Lista de Isenções anexada ao GATS (Questão correta).

Por fim, cabe destacar que cláusula da nação mais favorecida aplicada ao GATS é uma obrigação incondicional, ou seja, aplica-se a todos os setores e subsetores, independentemente de compromissos específicos.

14- (Questão Inédita)- Pelo princípio do tratamento nacional, um membro da OMC irá conceder a qualquer serviço e a qualquer prestador de serviço de um Membro, relativamente a todas as medidas que afetem a prestação de serviços, um tratamento não menos favorável do que o que concede aos serviços e prestadores de serviços nacionais comparáveis.

Comentários:

No âmbito do GATS, existem obrigações incondicionais e obrigações condicionais.

São obrigações incondicionais aquelas que se aplicam irrestritamente a todos os setores e subsetores de serviços. É o caso da cláusula da nação mais favorecida e do princípio da transparência.

Já as obrigações condicionais são as que se aplicam unicamente aos setores e subsetores de serviços em que tenham sido assumidos compromissos específicos. É o caso do princípio do tratamento nacional e das obrigações de acesso a mercado.

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Segundo o princípio do tratamento nacional, cada Membro da OMC outorgará aos serviços e prestadores de serviços de qualquer outro Membro, com respeito a todas as medidas que afetem a prestação de serviços, um tratamento não menos favorável do que aquele que dispensa a seus próprios serviços similares e prestadores de serviços similares.

No entanto, a obrigação de tratamento nacional somente existe nos setores e subsetores em que um membro assumiu compromissos específicos. Assim, ao contrário do que diz a assertiva, o princípio do tratamento nacional não se aplica a qualquer serviço e a qualquer prestador de serviço, mas apenas aos serviços e prestadores de serviços nos setores dos setores inscritos em sua Lista de Compromissos Específicos. Questão errada.

Obrigações Condicionais

- Princípio do Tratamento Nacional

- Obrigações de Acesso ao Mercado

Obrigações Incondicionais

- Princípio da Transparência

- Cláusula da Nação mais favorecida

15- (Questão Inédita)- De acordo com o artigo XX do GATS, cada membro estabelecerá uma lista com compromissos específicos assumidos por setor e por modo de prestação de serviço em matéria de acesso a mercados e no que diz respeito a obrigações de tratamento nacional e aplicação da cláusula da nação mais favorecida.

Comentários:

De fato, o GATS dispõe que cada membro da OMC deve elaborar uma Lista de Compromissos Específicos. Todavia, segundo o art. XX do GATS, cada membro da OMC inscreverá em uma lista os compromissos específicos assumidos em relação a três

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pontos: i) acesso a mercados; ii) tratamento nacional e; iii) compromissos adicionais.

Cada país elabora, portanto, uma lista definindo compromissos em determinados setores e subsetores, por modo de prestação de serviço, os quais refletem os resultados das negociações comerciais ocorridas.

O erro da questão está em afirmar que os membros da OMC inscrevem em sua Lista de Compromissos Específicos obrigações referentes à cláusula da nação mais favorecida. Na verdade, a cláusula da nação mais favorecida é uma obrigação incondicional no GATS, aplicando-se a todos os setores e subsetores, independentemente de compromissos específicos.

16- (Questão Inédita)- Pelo Modo 2, considera-se comércio de serviço a prestação de serviços através da presença comercial de um prestador de serviços de um Membro no território de outro membro.

Comentários:

A prestação de serviços por meio da presença comercial de um prestador de serviços de um membro da OMC no território de outro membro caracteriza o Modo 3. O Modo 2 fica caracterizado quando há o consumo no exterior. Logo, a questão está errada.

17- (Questão Inédita)- Cada Membro concederá imediata e incondicionalmente aos serviços e prestadores de serviços de qualquer outro Membro um tratamento não menos favorável do que o concedido aos serviços e prestadores de serviços similares de qualquer outro país.

Esse é exatamente o enunciado da cláusula da nação mais favorecida, que veda o tratamento discriminatório entre os membros da OMC no que se refere a serviços. Questão correta.

18- (Questão Inédita)- Cada Membro publicará prontamente e, salvo em situações de emergência, o mais tardar no momento da sua entrada em vigor, todas as medidas de aplicação geral relevantes que digam respeito ou afetem a aplicação do GATS.

Comentários:

Segundo o princípio da publicidade, os membros da OMC devem publicar todas as medidas de aplicação geral relevantes que digam respeito ou afetem o comércio de serviços. Questão correta.

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19- (Questão Inédita)- Cada Membro informará prontamente o Conselho do Comércio de Serviços acerca da introdução de novas disposições legislativas, regulamentares e administrativas, ou de eventuais alterações às já existentes, que afetem significativamente o comércio de serviços abrangidos pelos seus compromissos específicos ao abrigo do GATS.

Comentários:

Os membros da OMC têm a obrigação de notificar o Conselho do Comércio de Serviços acerca de alterações legislativas, regulamentares e administrativas que afetem significativamente o comércio de serviços abrangidos pelos compromissos específicos assumidos. A questão está, portanto, correta.

20- (Questão Inédita)- No que diz respeito ao comércio de serviços, um Membro poderá manter uma medida incompatível com a cláusula da nação mais favorecida, desde que essa medida esteja incluída no Anexo relativo às isenções das obrigações previstas no artigo II do GATS e satisfaça as condições aí definidas.

Comentários:

Conforme comentamos anteriormente, é possível que um membro da OMC mantenha uma medida incompatível com a cláusula da nação mais favorecida, desde que esta medida esteja relacionada na Lista de Isenções anexada ao GATS. Em outras palavras, um membro da OMC pode, em matéria de serviços, conceder uma preferência a outro país sem estendê-la a terceiros, desde que a tenha expressamente ressalvado. A questão está, portanto, correta.

21- (Questão Inédita)- Cada Membro concederá a todos os serviços e prestadores de serviços de qualquer outro Membro, relativamente a todas as medidas que afetem a prestação de serviços, um tratamento não menos favorável do que o que concede aos serviços e prestadores de serviços nacionais comparáveis.

Comentários:

O princípio do tratamento nacional somente é aplicável em relação aos setores e subsetores em que tenham sido assumidos compromissos específicos e não a todas as medidas que afetem a prestação de serviços. A questão está, portanto, errada.

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Vejamos um quadro que ilustra a diferença entre aplicação da cláusula da nação mais favorecida e do princípio do tratamento no GATT e no GATS!

Cláusula da nação mais favorecida

Princípio do Tratamento Nacional

GATT - Veda a discriminação de produtos similares em razão da origem

- Obrigação Incondicional (aplica-se a todos os produtos)

- Veda a discriminação entre produto nacional e estrangeiro

- Obrigação Incondicional (aplica-se a todos os produtos)

GATS

- Veda a discriminação de serviços e prestadores de serviços em razão da origem.

- Obrigação Incondicional (aplica-se a todos os setores e subsetores independente de compromissos específicos)

- É possível que seja mantida uma medida incompatível com a Cláusula NMF, desde que relacionada em Lista de Isenções anexada ao GATS.

- Veda a discriminação entre serviços e prestadores de serviços nacionais e serviços e prestadores de serviços estrangeiros.

- Obrigação Condicional (aplica-se apenas aos setores e subsetores em que houverem sido assumidos compromissos específicos)

22-(AFRFB-2009)- O Sistema Global de Preferências Comerciais, instituído no âmbito da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD), objetiva promover e manter o comércio entre países em desenvolvimento por meio da concessão mútua de preferências comerciais.

Comentários:

Vocês se lembram de quando estudamos a teoria da substituição de importações?

Naquela oportunidade, nós falamos sobre Raúl Prébisch e a tese da deterioração dos termos de troca. Vimos que os países em desenvolvimento se especializam na produção de bens primários, enquanto os países desenvolvidos (detentores de tecnologia) se especializam na produção de bens industrializados. Ocorre que, com o passar do tempo, os bens primários vão valendo cada vez menos no mercado internacional se comparados aos bens industrializados. É

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justamente isso o que gera a deterioração dos termos de troca dos países em desenvolvimento, fazendo com que estes "saiam perdendo"!

Para compensar essa desvantagem dos países em desenvolvimento no campo do comércio internacional, seria necessário que estes recebessem um tratamento mais favorecido. Seria uma espécie de compensação!

Foram criados, então, os sistemas de preferências comerciais: o SGP (Sistema Geral de Preferências) e o SGPC (Sistema Global de Preferências Comerciais). É muito importante que você saiba isso pra prova, pois se trata de um assunto exaustivamente cobrado!

Tanto o SGP quanto o SGPC tem como fundamento a necessidade de conceder um tratamento especial e diferenciado aos países em desenvolvimento, os quais, conforme já comentamos, possuem uma desvantagem no comércio internacional relativamente aos países desenvolvidos. Tanto o SGP quanto o SGPC consistem em exceções à cláusula da nação mais favorecida e estão amparados na normativa da OMC pela Cláusula de Habilitação.

O Sistema Geral de Preferências (SGP) é o que permite que países desenvolvidos outorguem preferências aos países em desenvolvimento sem necessitar estendê-las a terceiros países e sem exigência de reciprocidade. Assim, com amparo no SGP, a União Europeia pode conceder uma preferência tarifária ao Brasil sem exigir nada em troca e sem precisar estender essa mesma preferência a outros países.

A origem do SGP remonta às discussões na década de 70 sobre a nova ordem econômica internacional (NOEI), que ocorreram sob os auspícios da UNCTAD (Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento).

O Sistema Global de Preferências Comerciais (SGPC), por sua vez, permite que os países em desenvolvimento outorguem entre si preferências tarifárias sem precisar estendê-las a terceiros países. Por meio do SGPC, é possível, por exemplo, que o Brasil outorgue uma preferência tarifária à Venezuela ou ao México sem necessitar estender essa mesma preferência a terceiros países.

O SGPC surgiu em 1988, quando os países em desenvolvimento membros do Grupo dos 77 assinaram o "Acordo sobre o Sistema Global de Preferências Comerciais entre países em desenvolvimento" no âmbito da UNCTAD.

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- Países desenvolvidos concedem preferências tarifárias aos países em desenvolvimento.

- Não há exigência de reciprocidade

- Exceção à Cláusula NMF

- Países em desenvolvimento outorgam-se mutuamente preferências tarifárias • - Exceção à Cláusula NMF

Voltando à questão, verificamos que ela está correta. O objetivo do SGPC é promover o comércio entre países em desenvolvimento. Por meio desse sistema, os países em desenvolvimento concedem mútuas preferências tarifárias.

23- (AFRFB-2009)- Participam do Sistema Global de Preferências Comerciais (SGPC) exclusivamente países em desenvolvimento membros do Grupo dos 77.

Comentários:

Somente podem participar do SGPC os países em desenvolvimento membros do Grupo dos 77 ou, ainda, qualquer grupo regional ou sub-regional de países em desenvolvimento membros do Grupo dos 77. Cabe destacar que o MERCOSUL, por exemplo, é parte do SGPC, negociando em conjunto perante os países integrantes desse acordo comercial. Questão correta.

24- (AFRFB - 2009)- O Sistema Global de Preferências Comerciais (SGPC) contempla a aplicação da Cláusula da Nação Mais Favorecida quanto à extensão das concessões negociadas e implementadas pelos países participantes, ressalvado o princípio da mutualidade de vantagens, que lhe é anterior.

Comentários:

Sistema Geral de Preferências (SGP)

Sistema Global de Preferências

Comerciais (SGPC)

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O SGPC representa uma exceção à cláusula da nação mais favorecida, uma vez que ampara a concessão de preferências tarifárias entre países em desenvolvimento, sem que seja necessário estendê-las a todos os membros da OMC.

Apesar disso, dentro do SGPC, aplica-se a cláusula da nação mais favorecida, isto é, sempre que um integrante do SGPC concede uma preferência tarifária, ele deverá estendê-la, salvo algumas exceções, aos outros integrantes do sistema.

O erro da questão, todavia, está em relacionar o princípio da mutualidade de vantagens à cláusula da nação mais favorecida. O princípio da mutualidade de vantagens não é uma exceção à cláusula da nação mais favorecida, mas sim uma obrigação de reciprocidade nas negociações comerciais.

Para ficar mais claro a diferença entre os dois princípios, vou dar um exemplo! Se o Brasil concede uma preferência tarifária para os sapatos originários da Argentina, ele deve, pela cláusula da nação mais favorecida, estender essa preferência aos sapatos do México e da Venezuela. Como o Brasil concedeu uma preferência tarifária para os sapatos argentinos, ele espera que, pelo princípio da mutualidade das vantagens (reciprocidade), a Argentina conceda preferência tarifária, por exemplo, aos brinquedos brasileiros ("é um toma lá, dá cá!")

Por tudo o que comentamos, a questão está errada.

25- (AFRFB-2009)- Os países menos desenvolvidos não estão obrigados a fazer concessões em base de reciprocidade aos demais no âmbito do SGPC.

Comentários:

Podemos considerar que existem duas classes de países em desenvolvimento dentro do SGPC: i) os países em desenvolvimento e; ii) os países de menor desenvolvimento relativo (países menos desenvolvidos)

O SGPC reconhece que os países de menor desenvolvimento relativo merecem um tratamento especial e diferenciado, que lhes seja mais favorecido. Nesse sentido, esses países não estão obrigados a fazer concessões em base de reciprocidade. Questão correta.

26- (AFRFB - 2009)- O SGPC abrange produtos manufaturados e de base em todas as formas de processamento.

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Comentários:

Tanto os produtos manufaturados quanto os produtos de base podem ser objeto de preferências tarifárias concedidas sob a égide do SGPC. Questão correta.

27- (AFRFB - 2009)- Por se tratar de arranjo preferencial, e para evitar superposição de compromissos de tal ordem, o SGPC suplanta quaisquer outras formas e instrumentos comerciais de caráter preferencial pré-existentes entre os países participantes.

Comentários:

O SGPC coexiste com diversos outros acordos regionais de comércio, o que nos permite afirmar que ele não colocou um fim ou empecilho à formação dos blocos comerciais. O próprio texto do acordo que instituiu o SGPC afirma que esse esquema preferencial "não substituirá, mas reforçará e suplementará grupos econômicos sub-regionais, regionais e inter-regionais, atuais ou futuros, de países em desenvolvimento do Grupo dos 77, e levará em conta as preocupações e compromissos de tais grupos."

A questão está, portanto, errada.

28- (AFRF - 2005)- O "Formulário A", documento expedido pela Secretaria de Comércio Exterior (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), é o instrumento que atesta a origem do produto para fins de concessão de tratamento tributário diferenciado no âmbito do Sistema Geral de Preferências.

Comentários:

Para que um produto possa auferir os benefícios do Sistema Geral de Preferências (SGP), é necessário que este seja originário de um país beneficiário do SGP, o que se comprova pela apresentação do Certificado de Origem Formulário A.

O Certificado de Origem Formulário A é emitido pelas dependências do Banco do Brasil autorizadas pela Secretaria de Comércio Exterior (SECEX). Questão errada.

29- (TRF - 2005)- Entre os países que participam do Sistema Global de Preferências Comerciais (SGPC) estão, por exemplo, o Brasil, Argentina, a Colômbia e o México.

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Comentários:

O SGPC é um sistema de preferências comerciais que permite que os países em desenvolvimento se outorguem mutuamente preferências tarifárias. Logo, somente participam do SGPC países em desenvolvimento, dentre os quais se incluem Brasil, Argentina, Colômbia e México. Questão correta.

30- (TRF - 2005)- Com base no Sistema Geral de Preferências, o Brasil concede vantagens na importação de alguns produtos originários de países em desenvolvimento, ao reduzir o imposto de importação incidente sobre eles.

Comentários:

O SGP é um sistema de preferências comerciais por meio do qual os países desenvolvidos concedem preferências tarifárias aos países em desenvolvimento, sem necessitar estendê-las a terceiros países.

O Brasil, por ser um país em desenvolvimento, é apenas um beneficiário (jamais outorgante!) do SGP. Logo, ele não concede preferências tarifárias a nenhum outro país com base nesse esquema preferencial. Questão errada.

31- (TRF - 2005)- Em regra, a prova documental necessária para que o produto se beneficie do tratamento tributário preferencial do Sistema Geral de Preferências (SGP) é o Formulário A.

Comentários:

A prova documental necessária para que um produto receba os benefícios do SGP é o Certificado de Origem Formulário A. Já para que um produto se beneficie do SGPC, a prova documental necessária é o Certificado de Origem SGPC. Portanto, a questão está correta.

32- (TRF - 2005)- Para que um exportador brasileiro se beneficie do tratamento preferencial do Sistema Global de Preferências Comerciais (SGPC), é necessário que obtenha um Certificado de Origem do SGPC, emitido pelas Federações de Indústrias credenciadas para tanto.

Comentários:

O documento necessário para que um exportador brasileiro possa receber os benefícios do SGPC é o Certificado de Origem SGPC.

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Quem emite o Certificado de Origem SGPC são as Federações de Indústrias credenciadas. Logo, a questão está correta.

Certificado de Origem Formulário A

Emitido pelas dependências do Banco do Brasil autorizadas

pela SECEX

Certificado de Origem SGPC

Emitido pelas Federações de

Indústrias credenciadas

33- (TRF - 2005)- Ao mesmo tempo em que certas importações feitas pelo Brasil podem se beneficiar do SGPC, certas exportações brasileiras também se beneficiam do mesmo regime.

Comentários:

Uma coisa que precisamos ter em mente para resolver essa questão é que os países em desenvolvimento são, ao mesmo tempo, outorgantes e beneficiários do SGPC. Com efeito, por meio desse sistema de preferências comerciais, os países em desenvolvimento outorgam entre si preferências tarifárias.

Nesse sentido, por meio do SGPC, o Brasil concede vantagens na importação de alguns produtos originários de países em desenvolvimento, assim como recebe vantagens na exportação de

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alguns de seus produtos para países em desenvolvimento. Logo, a questão está correta.

34- (AFRF-2003)- No marco da cooperação para o desenvolvimento, os países industrializados estabeleceram o Sistema Geral de Preferências (SGP), almejando facilitar o comércio com os países em desenvolvimento.

Comentários:

O Sistema Geral de Preferências (SGP) foi criado como forma de conceder um tratamento especial e diferenciado aos países em desenvolvimento. Tais países, em virtude de possuírem uma desvantagem relativa no campo do comércio internacional, necessitam receber um tratamento mais favorável. Foi justamente esse o objetivo do SGP! Questão correta.

35- (AFRF - 2003- adaptada)- O SGP consiste na suspensão de tributos, em caráter definitivo, para importações de matérias-primas e manufaturas procedentes de países em desenvolvimento.

Comentários:

O Sistema Geral de Preferências não se baseia na suspensão de tributos, mas sim na redução total ou parcial de tarifas (concessão de preferências tarifárias). Ademais, as concessões realizadas ao amparo do SGP possuem caráter temporário. A questão está, portanto, errada.

36- (AFRF - 2003- adaptada)- O SGP consiste em negociações que objetivam concessões mútuas de preferências tarifárias para os produtos menos competitivos e que são tornadas permanentes uma vez definidas.

Comentários:

As concessões efetuadas no âmbito do SGP são unilaterais, não obedecendo ao princípio da reciprocidade. Dessa forma, não há concessões mútuas de preferências. Ao contrário, os países desenvolvidos concedem preferências tarifárias aos países em desenvolvimento sem esperar nada em troca, isto é, sem qualquer exigência de reciprocidade.

Além disso, as concessões tarifárias efetuadas ao amparo do SGP possuem caráter temporário, ao contrário do que afirma a questão. Questão errada.

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37- (AFRF - 2003)- O SGP consiste em concessões tarifárias, outorgadas em base de não-reciprocidade, para exportações de manufaturas originárias e procedentes de países em desenvolvimento, segundo quantidades, condições de preços e períodos pré-determinados.

Comentários:

O Sistema Geral de Preferências é um esquema preferencial por meio do qual países desenvolvidos concedem unilateralmente preferências tarifárias aos países em desenvolvimento. Tais concessões são efetuadas segundo critérios definidos por cada outorgante do SGP, o que nos permite afirmar que este é um sistema preferencial heterogêneo. Questão correta.

38- (AFRF - 2003)- O SGP consiste em concessões tarifárias condicionais estendidas somente aos países de menor desenvolvimento econômico relativo e que abrangem as exportações de matérias-primas e demais produtos primários deles procedentes.

Comentários:

Por meio do SGP, os países desenvolvidos outorgam preferências tarifárias aos países em desenvolvimento como um todo e não somente aos países de menor desenvolvimento relativo. Tais concessões abrangem uma lista de produtos específica para cada outorgante do SGP. Questão errada.

39- (AFRF-2003)- A Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) é a instância dedicada ao tratamento de questões afetas à participação e perspectivas dos países em desenvolvimento no comércio internacional.

Comentários:

Vocês se lembram de quando falamos sobre Raúl Prébisch e a deterioração dos termos de troca?

Pois bem, aquela história toda nos dizia que os países em desenvolvimento levavam desvantagem no comércio internacional, não era?

Como forma de atender, de forma mais efetiva, aos interesses dos países em desenvolvimento, foi criada em 1964 a UNCTAD (Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento).

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A UNCTAD foi estabelecida por uma Resolução da Assembleia Geral das Nações Unidas. Segundo a referida resolução, a UNCTAD é um órgão da Assembleia Geral, composta por todos os Estados membros da ONU. Embora a UNCTAD seja um órgão da Assembleia Geral e, portanto, tenha caráter permanente, uma reunião deve ser convocada em intervalos não superiores a 4 (quatro) anos.

A criação da UNCTAD advém do reconhecimento pela sociedade internacional do direito dos Estados a obter desenvolvimento econômico. Com efeito, os países em desenvolvimento necessitavam inserir-se de forma mais efetiva na economia internacional, fator essencial para o incremento do padrão de vida de suas populações.

A UNCTAD, portanto, tem como missão principal promover a integração dos países menos favorecidos à economia mundial, constituindo-se atualmente em importante fórum de debates sobre o desenvolvimento econômico. Suas principais funções são as seguintes:

- Promover o comércio internacional, especialmente como forma de acelerar o desenvolvimento econômico. A UNCTAD reconhece, assim como a OMC, que o comércio internacional é um grande motor do desenvolvimento e do crescimento econômico. Nesse mister, a UNCTAD busca estimular o comércio entre países em diferentes estágios de desenvolvimento e entre países em desenvolvimento.

- Funcionar como um fórum para deliberações e debates intergovernamentais acerca do direito ao desenvolvimento dos Estados. Nesse sentido, formula princípios e políticas sobre comércio internacional e problemas relacionados ao desenvolvimento econômico.

- Prover assistência técnica aos países em desenvolvimento, tendo especial atenção às necessidades dos países de menor desenvolvimento relativo.

- Administração do SGP e do SGPC. Os esquemas de preferências comerciais têm como objetivo conceder tratamento mais favorecido aos países em desenvolvimento, o que também se configura como objetivo da UNCTAD.

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Desvantagem dos países em desenvolvimento no comércio internacional

Formulada por Raúl Prébisch no âmbito da

CEPAL

COMO COMPENSAR?

Criação da UNCTAD

Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e

Desenvolvimento (UNCTAD)

OBJETIVO CENTRAL: Promover o crescimento

e desenvolvimento econômico dos PED's.

Promoção do comércio internacional como forma de estimular o

desenvolvimento econômico.

- Administração do SGP / SGPC

Fórum de discussão sobre questões relacionadas ao desenvolvimento

econômico

Prestar assistência técnica aos PED's

Voltando ao enunciado da questão, verificamos que ela está correta. A UNCTAD foi criada com o objetivo central de atender aos interesses de desenvolvimento dos países menos favorecidos.

40-(AFRF - 2003 - adaptada)- A agenda da UNCTAD, no tocante ao comércio internacional, envolve temas como sugestão de estratégias de abertura comercial e para a implementação do sistema de regras comerciais definido multilateralmente.

Comentários:

Duas perguntas importantes para dissecarmos a questão:

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- No âmbito da UNCTAD, se discute sobre estratégias de abertura comercial? Sim. O livre comércio, conforme já comentamos em aulas anteriores, é considerado pelos economistas o grande motor do desenvolvimento e do crescimento econômico. Nesse sentido, os países em desenvolvimento devem se utilizar de estratégias de liberalização comercial como forma de se desenvolver economicamente. Tais estratégias devem ser amplamente discutidas, uma vez que, segundo parte da literatura econômica, a total liberalização pode causar prejuízos irreparáveis às indústrias domésticas.

- A UNCTAD atua na implementação do sistema de regras comerciais definido multilateralmente? Não. A organização internacional responsável pela administração e implementação do sistema de regras comerciais definidos multilateralmente é a OMC, que o faz por meio dos seus diversos Comitês. Embora não atue na implementação das regras comerciais definidas multilateralmente, discute-se no âmbito da UNCTAD como tais regras podem favorecer os países em desenvolvimento.

Por tudo o que comentamos, a questão está errada.

41- (AFRF - 2003 - adaptada)- A agenda da UNCTAD, no tocante ao comércio internacional, envolve temas como a identificação de instrumentos de política comercial em apoio aos esforços de desenvolvimento no contexto de globalização

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economica, apoio técnico para permitir participação efetiva em negociações comerciais internacionais e para a superação de entraves à plena inserção no comércio internacional.

Comentários:

Outras duas perguntas para aprofundarmos nessa questão:

- A UNCTAD busca identificar instrumentos de política comercial em apoio aos esforços de desenvolvimento no contexto da globalização econômica? Sim. A UNCTAD busca assessorar os países em desenvolvimento na aplicação de instrumentos de política comercial que favoreçam seu crescimento e desenvolvimento econômico.

- A UNCTAD presta apoio técnico aos países em desenvolvimento como forma de permitir participação efetiva em negociações comerciais internacionais e a superação de entraves à plena inserção internacional? Sim. A assistência técnica prestada pela UNCTAD abrange os mais diversos assuntos relacionados ao comércio internacional. Com efeito, as regras comerciais são complexas e, por vezes, países menos favorecidos não

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possuem o necessário conhecimento para com elas lidar. O entendimento das regras do sistema multilateral de comércio é condição sine qua non para que um país participe efetivamente das negociações comerciais internacionais e supere os entraves à plena inserção internacional.

Por tudo o que comentamos, a questão está correta.

42- (AFRF - 2003 - adaptada)- A agenda da UNCTAD, no tocante ao comércio internacional, envolve temas como a geração de propostas e mecanismos alternativos para a resolução de disputas comerciais e para a construção de esquemas preferenciais entre países em desenvolvimento.

Comentários:

A UNCTAD até pode atuar propondo a alteração das regras aplicáveis à solução de controvérsias comerciais. No entanto, ela não pode criar mecanismos alternativos para a resolução de disputas comerciais, tampouco servir ela mesma como foro para a solução de controvérsias. A questão está, portanto, errada.

Cabe ainda destacar que a UNCTAD é responsável pela administração do SGP e do SGPC, que são esquemas preferenciais que visam a favorecer os países em desenvolvimento.

43- (AFRF-2002.2)- Sobre a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD), é correto afirmar que é uma conferência convocada a cada quatro anos pela Assembleia Geral das Nações Unidas, assistida por todos os seus membros, para discutir questões relacionadas ao comércio e aos investimentos sob a perspectiva dos interesses dos países em desenvolvimento.

Comentários:

De fato, a UNCTAD é uma conferência convocada a cada quatro anos pela Assembleia Geral das Nações Unidas. Ela visa a discutir questões relacionadas ao comércio e desenvolvimento sob a perspectiva dos países em desenvolvimento (PED's). O objetivo central da UNCTAD é justamente a promoção do desenvolvimento desses países menos favorecidos. Ao falar que a UNCTAD foi criada para discutir questões relativas ao comércio e investimentos, a questão não se preocupou em tratar do objetivo central dessa organização internacional: o desenvolvimento econômico. Logo, ela está errada.

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Macete: quando uma questão falar sobre a UNCTAD, busque sempre essas duas palavras - comércio e desenvolvimento.

44- (AFRF - 2002.2)- Sobre a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD), é correto afirmar que é um fórum constituído pelos países da Organização Econômica de Cooperação e Desenvolvimento (OECD) no âmbito da Assembleia Geral das Nações Unidas para coordenar políticas relacionadas ao comércio com os países em desenvolvimento.

Comentários:

Essa questão traz duas informações que merecem uma análise apurada!

- Quem são os países que integram a UNCTAD? Ao contrário do que afirma a questão, a UNCTAD não é constituída apenas pelos membros da OCDE. Fazem parte da UNCTAD todos os membros da Organização das Nações Unidas (ONU).

- A UNCTAD coordena políticas relacionadas ao comércio com os países em desenvolvimento? A palavra "coordenação" não é adequada para ilustrar as atividades da UNCTAD com relação às políticas comerciais. Na verdade, a UNCTAD presta apoio aos países em desenvolvimento na execução de políticas comerciais que lhes permitam maior inserção internacional. Trata-se de uma espécie de assessoramento, o que se costuma chamar de "policy advice".

Por tudo o que comentamos, a questão está errada.

45- (AFRF - 2002)- Sobre a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD), é correto afirmar que é um organismo intergovernamental vinculado à Assembleia Geral das Nações Unidas voltada para o tratamento de questões relacionadas à promoção do desenvolvimento econômico e seus vínculos com o comércio, as finanças e os investimentos internacionais.

Comentários:

A UNCTAD é, conforme afirma a questão, um organismo intergovernamental vinculado à Assembleia Geral da ONU. O objetivo central da UNCTAD é tratar de questões relacionadas à promoção do desenvolvimento econômico. Dessa forma, essa organização internacional discute como o comércio, as finanças e os

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investimentos internacional influenciam o desenvolvimento e crescimento econômico dos PED's. Questão correta.

46- (AFRF - 2002)- Sobre a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD), é correto afirmar que é uma conferência de caráter permanente integrada pelos países membro da Organização das Nações Unidas com o propósito de discutir questões comerciais e os entraves ao desenvolvimento dos países de menor desenvolvimento relativo.

Comentários:

A UNCTAD tem como propósito discutir questões comerciais e entraves ao desenvolvimento dos PED's "lato sensu". Em outras palavras, a UNCTAD não olha os interesses apenas dos países de menor desenvolvimento relativo, mas de todos os países em desenvolvimento. Logo, a questão está errada.

47- (AFRF - 2002)- Sobre a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD), é correto afirmar que é um fórum permanente de consulta e de negociações comerciais, constituído por países em desenvolvimento no contexto da Assembleia Geral das Nações Unidas.

Comentários:

A UNCTAD é, de fato, uma organização internacional de caráter permanente. No entanto, ela é composta por todos os membros da ONU (países desenvolvidos e em desenvolvimento) e não somente por países em desenvolvimento. Logo, a questão está errada.

48- (AFRF 2002.1)- A OMC tem como objetivo principal operacionalizar a implantação de um sistema de preferências comerciais de alcance global.

Comentários:

A Organização Mundial do Comércio (OMC) tem como objetivo central a liberalização do comércio entre todos os países. Assim, os esquemas preferenciais (SGP e SGPC), embora admitidos pela normativa do sistema multilateral de comércio, não consistem no objetivo central da OMC. Questão errada.

49- (AFRF-2002.1)- A Conferência das Nações Unidas Sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) é entidade

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intergovernamental permanente que tem por objetivo principal prestar apoio financeiro e logístico para operações de comércio exterior empreendidas por países em desenvolvimento.

Comentários:

A UNCTAD, ao contrário do que afirma a questão, não presta apoio financeiro e logístico às operações de comércio exterior dos países em desenvolvimento. De fato, a UNCTAD não concede empréstimos ou financiamentos (apoio financeiro), tampouco qualquer tipo de auxílio de caráter logístico. Questão errada.

50- (AFRF-2002.1)- A Conferência das Nações Unidas Sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) é entidade intergovernamental permanente que tem por objetivo principal apoiar os processos de integração regional que envolvam países desenvolvidos e países em desenvolvimento.

Comentários:

O objetivo principal da UNCTAD é promover o desenvolvimento econômico dos países menos favorecidos (e não apoiar processos de integração regional!). Questão errada.

51- (AFRF-2002.1)- A Conferência das Nações Unidas Sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) é entidade intergovernamental permanente que tem por objetivo principal aumentar oportunidades de comércio, investimentos e de progresso nos países em desenvolvimento, assistindo-os em seu esforço de integração eqüitativa na economia mundial.

Comentários:

Perfeita a assertiva! Ela descreve exatamente os objetivos da UNCTAD! Chamo a atenção para dois pontos:

- A UNCTAD tem por objetivo aumentar oportunidades de comércio, investimentos e de progresso nos países em desenvolvimento. A atuação da UNCTAD não se limita ao campo comercial, abrangendo também o campo dos investimentos e as oportunidades de desenvolvimento deles decorrentes.

- A UNCTAD assiste os países em desenvolvimento em seu esforço de integração equitativa na economia mundial. Quando se fala em integração equitativa, a referência que se faz é à desvantagem relativa dos países em desenvolvimento no comércio internacional. Em razão dessa desvantagem, a UNCTAD prega que os

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países em desenvolvimento merecem um tratamento especial e diferenciado, o que se materializa no SGP e SGPC.

52- (ACE-2002)- O Sistema Geral de Preferências (SGP) consiste em um conjunto de regras que oferece aos países em desenvolvimento condições preferenciais de acesso aos mercados de países desenvolvidos.

Comentários:

Por meio do SGP, os países em desenvolvimento recebem concessões comerciais dos países desenvolvidos, sem que precisem retribuir. Em outros termos, o SGP permite que os países desenvolvidos concedam aos países em desenvolvimento condições facilitadas (preferenciais) de acesso a mercado. Questão correta.

53- (ACE - 2002)- Entre as exigências feitas pelos países outorgantes com que devem cumprir os países beneficiários do SGP estão: i) que o produto seja originário do país beneficiário exportador; e ii) que o produto tenha alguma vez constado nas listas de mercadorias com direito aos benefícios do SGP publicadas pelos países outorgantes desde a vigência do SGP.

Comentários:

Para que um produto receba os benefícios do SGP, é necessário que ele cumpra alguns requisitos, quais sejam:

- o produto deve ser originário do país beneficiário exportador, o que se comprova por meio da apresentação do Certificado de Origem Formulário A.

- o produto deve ser transportado diretamente do país beneficiário do SGP ao país outorgante desse esquema preferencial.

- o produto deve constar na Lista Positiva ou não constar na Lista Negativa publicada pelo país outorgante do SGP.

O erro da questão está em afirmar que o produto que alguma vez tenha constado na lista de mercadorias publicadas pelos outorgantes do SGP fará jus aos benefícios desse esquema preferencial. Na verdade, para receber o tratamento preferencial, o produto deverá, no momento da importação, constar das listas positivas ou não constar das listas negativas publicadas pelos outorgantes do SGP.

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54- (AFRF - 2000)- A principal vantagem do SGP é a isenção das tarifas de importação.

Comentários:

O SGP não concede isenção tributária, mas sim redução total ou parcial de tarifas de importação. Questão errada.

55- (AFRF - 2000)- O SGP e o SGPC foram incorporados ao GATT nos anos 70, com a cláusula de habilitação (Enabling Clause após a Rodada Tóquio).

Comentários:

A Cláusula de Habilitação é, de fato, o que dá amparo jurídico à existência dos esquemas preferenciais (SGP e SGPC), os quais excepcionam a cláusula da nação mais favorecida. Destaque-se que, embora admitidos pela normativa multilateral, o SGP e o SGPC não foram incorporados ao GATT. Questão errada.

56- (AFRF - 2000) - A principal diferença entre o GATT e o SGPC é que, enquanto o GATT utiliza o princípio da nação mais favorecida, o SGPC utiliza o sistema de acordos preferenciais dentro do sistema.

Comentários:

A cláusula da nação mais favorecida é um princípio basilar do sistema multilateral de comércio, que prescreve que uma preferência concedida por um membro da OMC a qualquer país deverá ser imediata e incondicionalmente estendida a todos os membros da OMC. O GATT prevê, em seu art. I, a existência da cláusula da nação mais favorecida, a qual tem como objetivo evitar a discriminação entre países.

O SGP e o SGPC, por sua vez, representam exceções à cláusula da nação mais favorecida. O SGP permite que os países desenvolvidos concedam preferências comerciais aos países em desenvolvimento sem estendê-las a terceiros países. Já o SGPC permite que os países em desenvolvimento concedam entre si preferências tarifárias.

Por todo o exposto, a questão está correta.

57- (AFRF - 2000)- O SGPC defende uma eliminação de tarifas entre PEDs.

Comentários:

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O correto seria dizer que o SGPC prega a redução de tarifas entre países em desenvolvimento. Questão errada.

58- (AFRF - 2000)- O SGP constitui um conjunto de regras gerais adotadas universalmente para estimular as exportações de bens dos PEDs, supervisionadas pela CEPAL.

Comentários:

A CEPAL defendia que, em virtude da deterioração dos termos de troca, os países em desenvolvimento levavam desvantagem no comércio internacional. Com base nesse pensamento é que foram criados o SGP e o SGPC, os quais são, todavia, administrados pela UNCTAD (e não pela CEPAL!). Questão errada.

59- (AFRF-2000 - adaptada)- A UNCTAD acredita que o livre comércio pode levar ao desenvolvimento pela teoria das vantagens comparativas.

Comentários:

A Teoria das Vantagens Comparativas defende que cada país deve se especializar na produção do bem em que seja relativamente mais eficiente. Por essa teoria, os países em desenvolvimento se especializariam na produção de bens primários, enquanto os países desenvolvidos se especializariam na produção de bens industrializados.

A UNCTAD, por sua vez, foi criada a partir das ideias da CEPAL, que defendia que os países em desenvolvimento deveriam industrializar-se a qualquer custo em virtude da deterioração dos termos de troca. Tal ideia, como se pode perceber, é contrária à de especialização.

A questão está, portanto, errada.

60- (AFRF - 2000 - adaptada)- A UNCTAD tem como principal missão fomentar o comércio internacional para acelerar o desenvolvimento econômico.

Comentários:

A UNCTAD considera que o comércio internacional é o grande propulsor do crescimento e desenvolvimento econômico. Nesse sentido, essa organização internacional busca promover a inserção equitativa dos países em desenvolvimento na economia mundial por meio do comércio. Questão correta.

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61- (AFRF - 2000- adaptada)- A UNCTAD foi criada em 1964 em Genebra pelos PEDs com forte influência da Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (CEPAL).

Comentários:

De fato, a UNCTAD foi criada no ano de 1964 em razão da influência exercida pela CEPAL sobre o pensamento econômico. Essa organização internacional visa a atender de forma mais efetiva as necessidades de desenvolvimento dos PED's, os quais, segundo as ideias da CEPAL, levam desvantagem no campo do comércio internacional. Questão correta.

62- (AFRF - 2000-adaptada)- Não se pode afirmar que a UNCTAD defendia o Princípio da Deterioração das Relações de Troca.

Comentários:

A UNCTAD defende sim a tese da deterioração dos termos de troca. Em razão disso é que reconhece a necessidade de que os países em desenvolvimento recebam tratamento especial e diferenciado em suas relações comerciais. A questão está, portanto, errada.

63- (ACE-1997)- O objetivo da United Nations Conference on Trade and Development (UNCTAD), quando foi criada, era servir como contraponto ao GATT, que não previa a discussão do comércio de produtos agrícolas.

Comentários:

Vamos dividir essa questão em duas partes

1)- O comércio de produtos agrícolas só passou a integrar a normativa multilateral com a criação da OMC. Logo, conforme afirma a questão, quando foi celebrado o GATT 1947, este não abordava questões agrícolas.

2)- A UNCTAD foi criada para conceder tratamento especial e diferenciado aos países em desenvolvimento (e não para servir como contraponto ao GATT!)

Logo, a questão está errada.

64- (ACE - 1997)- O objetivo da United Nations Conference on Trade and Development (UNCTAD), quando foi criada, era estimular a liberalização comercial.

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Comentários:

O objetivo da UNCTAD não é estimular a liberalização comercial, mas sim atender aos interesses de desenvolvimento dos PED's. Considerando-se que o comércio internacional é o grande motor do desenvolvimento econômico, a liberalização comercial é importante, mas deve ser feita obedecendo-se a estratégia que atenda aos interesses dos PED's. Questão errada.

65- (AFTN 1996) - O Sistema Geral de Preferências (SGP) foi criado no seio da Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento - UNCTAD, com o objetivo de fomentar o comércio internacional, especialmente em benefício dos países em desenvolvimento, que há muito vinham observando dificuldades cada vez maiores para sustentar seus programas de desenvolvimento e industrialização, face ao declínio da importância relativa dos • • 7 m a m m m m f m m a m m

bens primários tradicionais no comércio internacional.

Comentários:

Perfeita a assertiva! O SGP foi criado no âmbito da UNCTAD, sendo administrado por essa organização internacional. Esse sistema de preferências comerciais tem como objetivo fomentar o comércio internacional, especialmente em benefício dos PED's, os quais possuem, segundo a tese da deterioração dos termos de troca. desvantagem relativa no campo comercial. 66- (AFTN - 1996)- A principal característica do Sistema Geral de Preferências é o estabelecimento de padrões menos rígidos para concessão de subsídios à exportação por parte dos governos dos países em desenvolvimento.

Comentários:

O SGP não tem qualquer relação com a concessão de subsídios. Por meio do SGP, os países desenvolvidos concedem preferências tarifárias (reduções totais ou parciais das tarifas de importação) aos países em desenvolvimento sem precisar obedecer à cláusula da nação mais favorecida. Questão errada.

67- (AFTN - 1996)- A principal característica do Sistema Geral de Preferências é a importação, pelos países industrializados, de produtos manufaturados e serviços preferencialmente produzidos nos países em desenvolvimento.

Comentários:

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Dois erros na questão:

1)- A importação de serviços não é abrangida pelo Sistema Geral de Preferências (SGP).

2)- Os beneficiários do SGP são os países em desenvolvimento (e não os países industrializados!)

68- (AFTN - 1996)- A principal característica do Sistema Geral de Preferências é a eliminação total ou parcial, pelos países industrializados, de tarifas que incidem sobre produtos originários de países em desenvolvimento, sem exigência de reciprocidade.

Comentários:

Os países industrializados (desenvolvidos), por meio do SGP, eliminam total ou parcialmente as tarifas incidentes sobre produtos originários dos países em desenvolvimento. Tais concessões tarifárias são feitas sem necessitar obedecer à cláusula da nação mais favorecida e, ainda, sem exigência de reciprocidade. Questão correta.

69- (ACE-2008) - As regras de origem podem representar uma forma implícita de proteção aos insumos importados por determinadas empresas, concorrendo, assim, para insulá-las das conseqüências decorrentes da adesão a uma área de livre comércio.

Comentários:

O Acordo sobre Regras de Origem da OMC estabelece que as regras de origem devem ser aplicadas de forma a não se tornarem obstáculos desnecessários ao comércio internacional. Vocês estão lembrados disso?

Pois bem, mas como é que as regras de origem podem se transformar em entraves ao livre fluxo comercial?

Suponha que seja celebrado um acordo comercial entre 4 países (A, B, C e D), os quais passam a se conceder mutuamente preferências tarifárias. Esses países estabelecem, por exemplo, que os geradores originários dos partes-contratantes pagarão alíquota apenas de 2% do imposto de importação. A princípio, essa medida parece suficiente para liberalizar o comércio entre eles, não é mesmo? Mas não é! Vai depender também da regra de origem aplicável a esses geradores!

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Imagine que esses países definiram que para que os geradores sejam considerados originários do bloco, o motor destes deverá ser fabricado no território de uma das partes-contratantes. Ocorre que apenas o país A tem capacidade para produzir tais motores, isto é, apenas o país A consegue cumprir a regra de origem. Aí eu te pergunto: de que adiantou a preferência tarifária concedida?

Nada! A regra de origem acabou se tornando uma barreira não-tarifária, um entrave ao livre fluxo comercial. As empresas do país A ficarão isoladas da concorrência, isto é, estarão protegidas dos efeitos decorrentes do estabelecimento do acordo comercial (área de livre comércio).

Na negociação de acordos comerciais, é necessário, portanto, dar bastante atenção às regras de origem, uma vez que de nada adianta a concessão de uma preferência tarifária se as empresas não têm capacidade de executar o processo produtivo previsto na como requisito de origem.

Logo, a questão está correta.

70- (ACE-2008)- Muitos países em desenvolvimento não utilizam todo o potencial do Sistema Geral de Preferência (SGP) para aumentar suas exportações porque a dinâmica desse sistema, cujas regras — particularmente aquelas envolvendo as regras de origem —, além de complexas, são freqüentemente alteradas, dificultando, assim, o acesso dos pequenos exportadores aos benefícios desse sistema.

Comentários:

O Sistema Geral de Preferências (SGP) é bastante importante para as exportações de inúmeros países em desenvolvimento, inclusive para o Brasil. No entanto, pode-se afirmar que o potencial do SGP ainda não é totalmente aproveitado, em virtude da heterogeneidade de suas regras, o que dificulta o acesso das empresas aos benefícios desse sistema.

Quanto à heterogeneidade do SGP, cabe destacar que cada outorgante do sistema possui suas próprias regras. Assim, as regras do SGP dos EUA não são as mesmas regras do SGP do Japão, que não são as mesmas do SGP da União Europeia. Questão correta.

71- (Questão Inédita)- O Acordo sobre Regras de Origem possui disposições que visam garantir a transparência da aplicação de regras de origem pelos membros da OMC. Nesse sentido, quando um Membro baixar uma norma relacionada à

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regra de origem, as exigências a serem cumpridas devem ser claramente definidas.

Comentários:

Segundo o Acordo sobre Regras de Origem, os requisitos de origem devem ser transparentes, claros e previsíveis. Questão correta.

72- (Questão Inédita)- O Acordo sobre Regras de Origem determina que as regras de origem devem ser baseadas em regras positivas, sendo as regras negativas permitidas para fins de esclarecimento de uma regra positiva ou em casos individuais em que não seja necessária uma determinação positiva de origem.

Comentários:

O Acordo sobre Regras de Origem determina que as regras de origem devem ser baseadas em regras positivas. Regras negativas servem tão somente para explicar uma regra positiva. Isso quer dizer, meus amigos, que na hora de criar uma regra de origem, os membros deverão especificar os critérios que conferem origem a um produto e não o que não confere. Questão correta.

73- (Questão Inédita)- No âmbito de suas regras de origem, o país a ser identificado como a origem de uma determinada mercadoria deve ser o país onde a mercadoria em questão tenha sido produzida em sua totalidade ou, quando mais de um país estiver envolvido na produção da mercadoria, o país onde a última transformação substancial tenha sido efetuada.

Comentários:

Se um produto tiver sido produzido integralmente no território de um país, claro está que dele será originário. Por outro lado, se o produto tiver sido produzido em mais de um país, será originário daquele em que tiver sofrido a última transformação substancial. Para determinar o que é considerado uma transformação substancial poderão ser utilizados três critérios: mudança na classificação tarifária, critério de porcentagem ad valorem ou critério de operação de fabricação. Questão correta.

74- (Questão Inédita)- O Acordo sobre Regras de Origem objetiva harmonizar as regras de origem entre todos os Membros, inclusive no âmbito de Áreas de Livre Comércio, a fim de garantir previsibilidade e transparência no comércio internacional.

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Comentários:

O Acordo sobre Regras de Origem visa a harmonizar as regras de origem não preferenciais, ou seja, aquelas que têm aplicação geral. As regras de origem preferenciais são definidas no âmbito de acordos de integração regionais. O Acordo sobre Regras de Origem não tem o objetivo de harmonizá-las. Questão errada.

75- (Questão Inédita)- Quando mais de um país estiver envolvido na fabricação de uma mercadoria, o país a ser identificado como a origem deve ser aquele onde ocorreu a última transformação substancial. Para determinar o que é uma transformação substancial, podem ser utilizados os seguintes critérios: "salto" tarifário, porcentagem "ad valorem" e critério de operação de fabricação e processamento.

Comentários:

Os critérios utilizados para determinar que houve uma transformação substancial são três: i) salto tarifário; ii) percentagem ad valorem e; iii) operação de fabricação ou processamento. Questão correta.

76- (Questão Inédita)- A Organização Mundial de Aduanas é uma organização internacional cujo objetivo central é modernizar e aperfeiçoar a eficiência das administrações aduaneiras dos Estados-membros.

Comentários:

Em 1952, entrou em vigor a Convenção Internacional para a criação de um Conselho de Cooperação Aduaneira (CCA). Em 1994, paralelamente à criação da Organização Mundial do Comércio (OMC), o CCA passou a ser chamado de Organização Mundial de Aduanas (OMA), a fim de refletir mais apropriadamente as funções desempenhadas por essa organização internacional.

A Organização Mundial de Aduanas (OMA) é uma organização internacional de caráter intergovernamental cujo objetivo é modernizar e incrementar a eficiência das administrações aduaneiras dos Estados membros. Em seu trabalho, a OMA busca ajudar as Aduanas na tarefa de compatibilizar a facilitação de comércio (desburocratização dos trâmites aduaneiros) com a necessidade de prover segurança.

Com o desenvolvimento e a modernização dos processos logísticos, a previsibilidade e rapidez na liberação aduaneira

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tornaram-se fatores essenciais para o incremento do comércio internacional e, consequentemente, para o desenvolvimento econômico dos países. Daí a necessidade de se promover a facilitação de comércio, tema também amplamente discutido na Organização Mundial do Comércio (OMC).

A fim de promover a facilitação do comércio, a OMA tem o importante papel de harmonizar os procedimentos aduaneiros entre as Aduanas, por meio da adoção de padrões internacionais. A existência de padrões internacionais permite maior agilidade no cumprimento dos procedimentos aduaneiros pelos operadores econômicos.

Se por um lado a facilitação de comércio é importante, por outro as Aduanas devem atuar de maneira eficaz no combate ao tráfico e às fraudes comerciais. Nesse sentido, a OMA serve como um foro de cooperação para as Aduanas no combate às infrações aduaneiras.

Por tudo o que comentamos, a questão está correta.

77- (Questão Inédita)- A Organização Mundial de Aduanas possui competência para administrar os aspectos técnicos do Acordo sobre Regras de Origem e do Acordo sobre Valoração Aduaneira da OMC.

Comentários:

A Organização Mundial de Aduanas (OMA) lida com as mais diversas questões aduaneiras, dentre as quais citamos classificação fiscal de mercadorias, regras de origem, valoração aduaneira, fraudes comerciais, falsificação, tráfico de drogas, lavagem de dinheiro, tráfico de armas, etc.

No que tange à classificação fiscal de mercadorias, a OMA é responsável pela administração do Sistema Harmonizado de Designação e Codificação de Mercadorias (SH), que é uma nomenclatura que associa cada mercadoria existente e por existir a um código numérico. Estudaremos detalhadamente em outra aula sobre o Sistema Harmonizado.

A Organização Mundial de Aduanas tem atribuições eminentemente técnicas no que diz respeito à implementação de dois acordos celebrados no âmbito da OMC: o Acordo sobre Regras de Origem e o Acordo sobre Valoração Aduaneira. Quanto às regras de origem, o Comitê Técnico sobre Regras de Origem da OMA atua na harmonização das regras de origem não-preferenciais. Já em relação à valoração aduaneira, a OMA visa a

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garantir a interpretação e aplicação uniforme do Acordo sobre Valoração Aduaneira da OMC.

Por tudo o que comentamos, a questão está correta.

78- (Questão Inédita)- A Organização Mundial de Aduanas (OMA) possui atualmente 177 membros, os quais tomam suas decisões por maioria absoluta.

Comentários:

De fato, a OMA possui atualmente 177 membros, o que engloba cerca de 98% do comércio mundial. Todavia, ao contrário do que afirma a questão, no âmbito da Organização Mundial de Aduanas (OMA), as decisões são tomadas mediante consenso. Questão errada.

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LISTA DE QUESTÕES

1-(ATRFB-2009)- O Acordo sobre Regras de Origem compôs o pacote de acordos fechados no marco da Rodada Uruguai e integra, conseqüentemente, o marco normativo da Organização Mundial do Comércio.

2-(ATRFB - 2009)- O Acordo sobre Regras de Origem estabelece os princípios e as condições segundo as quais as normas de origem possam ser legitimamente empregadas como instrumentos para a consecução de objetivos comerciais e estabelece como objetivo tornar uniformes os critérios empregados pelos países individualmente para a determinação da nacionalidade de um bem importado.

3- (ATRFB - 2009)- O Acordo sobre Regras de Origem, visando a efetiva implementação dos compromissos e obrigações nele previstos, estabeleceu um prazo de três anos para que os países membros harmonizem entre si as regras de origem que aplicam, instaurando, para coordenar essa tarefa, o Comitê de Regras de Origem, vinculado diretamente ao Conselho para o Comércio de Bens.

4- (ATRFB - 2009)- O Acordo sobre Regras de Origem abrange primordialmente as regras de origem empregadas em instrumentos preferenciais, como acordos de livre comércio e o Sistema Geral de Preferências Comerciais, não alcançando instrumentos comerciais não preferenciais como salvaguardas, direitos antidumping e acordos de compras governamentais.

5- (ATRFB - 2009)- A supervisão da aplicação do Acordo sobre Regras de Origem pelos países parte é feita diretamente pelo Conselho de Comércio de Bens da Organização Mundial do Comércio, no que é assistido por um Comitê Técnico constituído especificamente para tal fim.

6- (ATRFB - 2009)- São objetivos essenciais do Acordo sobre Regras de Origem harmonizar as regras de origem e criar condições para que sua aplicação seja feita de forma imparcial, transparente e previsível e para que as mesmas não representem obstáculos desnecessários ao comércio.

7- (AFRF - 2005)- O Acordo sobre Regras de Origem da OMC define, para cada Capítulo do Sistema Harmonizado, o critério utilizado para se conferir origem aos produtos do Capítulo.

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8- (AFRF - 2005)- Entre os critérios possíveis para se conferir origem estão, por exemplo, o salto na classificação tarifária e a agregação de valor.

9- (AFRF - 2005)- Segundo o Acordo sobre Regras de Origem da OMC, as regras de origem não-preferenciais devem ser definidas de maneira positiva (ou seja, devem indicar o que confere origem, e não o que não confere origem). Normas negativas, contudo, podem ser empregadas para esclarecer uma norma positiva.

10-(AFRF-2005)- Para fins de concessão de benefício tributário, a origem de um produto nem sempre coincide com a sua procedência.

11- (AFRF - 2005)- O Certificado de Origem MERCOSUL apresentado será desqualificado pela autoridade aduaneira, para fins de reconhecimento do tratamento preferencial, quando ficar comprovado que não acoberta a mercadoria submetida a despacho, por ser originária de terceiro país ou não corresponder à mercadoria identificada na verificação física, conforme os elementos materiais juntados.

12- (Questão Inédita) - O comércio internacional de serviços tem uma definição mais ampla do que o comércio de mercadorias, o qual limita-se ao comércio transfonteiriço.

13- (Questão Inédita)- Um membro da OMC poderá manter, no que tange o comércio de serviços, uma medida inconsistente com a cláusula da nação mais favorecida, desde que esta esteja prevista em uma lista de isenções anexada ao GATS.

14- (Questão Inédita)- Pelo princípio do tratamento nacional, um membro da OMC irá conceder a qualquer serviço e a qualquer prestador de serviço de um Membro, relativamente a todas as medidas que afetem a prestação de serviços, um tratamento não menos favorável do que o que concede aos serviços e prestadores de serviços nacionais comparáveis.

15- (Questão Inédita)- De acordo com o artigo XX do GATS, cada membro estabelecerá uma lista com compromissos específicos assumidos por setor e por modo de prestação de serviço em matéria de acesso a mercados e no que diz respeito a obrigações de tratamento nacional e aplicação da cláusula da nação mais favorecida.

16- (Questão Inédita)- Pelo Modo 2, considera-se comércio de serviço a prestação de serviços através da presença comercial

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de um prestador de serviços de um Membro no território de outro membro.

17- (Questão Inédita)- Cada Membro concederá imediata e incondicionalmente aos serviços e prestadores de serviços de qualquer outro Membro um tratamento não menos favorável do que o concedido aos serviços e prestadores de serviços similares de qualquer outro país.

18- (Questão Inédita)- Cada Membro publicará prontamente e, salvo em situações de emergência, o mais tardar no momento da sua entrada em vigor, todas as medidas de aplicação geral relevantes que digam respeito ou afetem a aplicação do GATS.

19- (Questão Inédita)- Cada Membro informará prontamente o Conselho do Comércio de Serviços acerca da introdução de novas disposições legislativas, regulamentares e administrativas, ou de eventuais alterações às já existentes, que afetem significativamente o comércio de serviços abrangidos pelos seus compromissos específicos ao abrigo do GATS.

20- (Questão Inédita)- No que diz respeito ao comércio de serviços, um Membro poderá manter uma medida incompatível com a cláusula da nação mais favorecida, desde que essa medida esteja incluída no Anexo relativo às isenções das obrigações previstas no artigo II do GATS e satisfaça as condições aí definidas.

21- (Questão Inédita)- Cada Membro concederá a todos os serviços e prestadores de serviços de qualquer outro Membro, relativamente a todas as medidas que afetem a prestação de serviços, um tratamento não menos favorável do que o que concede aos serviços e prestadores de serviços nacionais comparáveis.

22-(AFRFB-2009)- O Sistema Global de Preferências Comerciais, instituído no âmbito da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD), objetiva promover e manter o comércio entre países em desenvolvimento por meio da concessão mútua de preferências comerciais.

23- (AFRFB-2009)- Participam do Sistema Global de Preferências Comerciais (SGPC) exclusivamente países em desenvolvimento membros do Grupo dos 77.

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24- (AFRFB - 2009)- O Sistema Global de Preferências Comerciais (SGPC) contempla a aplicação da Cláusula da Nação Mais Favorecida quanto à extensão das concessões negociadas e implementadas pelos países participantes, ressalvado o princípio da mutualidade de vantagens, que lhe é anterior.

25- (AFRFB-2009)- Os países menos desenvolvidos não estão obrigados a fazer concessões em base de reciprocidade aos demais no âmbito do SGPC.

26- (AFRFB - 2009)- O SGPC abrange produtos manufaturados e de base em todas as formas de processamento.

27- (AFRFB - 2009)- Por se tratar de arranjo preferencial, e para evitar superposição de compromissos de tal ordem, o SGPC suplanta quaisquer outras formas e instrumentos comerciais de caráter preferencial pré-existentes entre os países participantes.

28- (AFRF - 2005)- O "Formulário A", documento expedido pela Secretaria de Comércio Exterior (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), é o instrumento que atesta a origem do produto para fins de concessão de tratamento tributário diferenciado no âmbito do Sistema Geral de Preferências.

29- (TRF - 2005)- Entre os países que participam do Sistema Global de Preferências Comerciais (SGPC) estão, por exemplo, o Brasil, Argentina, a Colômbia e o México.

30- (TRF - 2005)- Com base no Sistema Geral de Preferências, o Brasil concede vantagens na importação de alguns produtos originários de países em desenvolvimento, ao reduzir o imposto de importação incidente sobre eles.

31- (TRF - 2005)- Em regra, a prova documental necessária para que o produto se beneficie do tratamento tributário preferencial do Sistema Geral de Preferências (SGP) é o Formulário A

32- (TRF - 2005)- Para que um exportador brasileiro se beneficie do tratamento preferencial do Sistema Global de Preferências Comerciais (SGPC), é necessário que obtenha um Certificado de Origem do SGPC, emitido pelas Federações de Indústrias credenciadas para tanto.

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33- (TRF - 2005)- Ao mesmo tempo em que certas importações feitas pelo Brasil podem se beneficiar do SGPC, certas exportações brasileiras também se beneficiam do mesmo regime.

34- (AFRF-2003)- No marco da cooperação para o desenvolvimento, os países industrializados estabeleceram o Sistema Geral de Preferências (SGP), almejando facilitar o comércio com os países em desenvolvimento.

35- (AFRF - 2003- adaptada)- O SGP consiste na suspensão de tributos, em caráter definitivo, para importações de matérias-primas e manufaturas procedentes de países em desenvolvimento.

36- (AFRF - 2003- adaptada)- O SGP consiste em negociações que objetivam concessões mútuas de preferências tarifárias para os produtos menos competitivos e que são tornadas permanentes uma vez definidas.

37- (AFRF - 2003)- O SGP consiste em concessões tarifárias, outorgadas em base de não-reciprocidade, para exportações de manufaturas originárias e procedentes de países em desenvolvimento, segundo quantidades, condições de preços e períodos pré-determinados.

38- (AFRF - 2003)- O SGP consiste em concessões tarifárias condicionais estendidas somente aos países de menor desenvolvimento econômico relativo e que abrangem as exportações de matérias-primas e demais produtos primários deles procedentes.

39- (AFRF-2003)- A Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) é a instância dedicada ao tratamento de questões afetas à participação e perspectivas dos países em desenvolvimento no comércio internacional.

40-(AFRF - 2003 - adaptada)- A agenda da UNCTAD, no tocante ao comércio internacional, envolve temas como sugestão de estratégias de abertura comercial e para a implementação do sistema de regras comerciais definido multilateralmente.

41- (AFRF - 2003 - adaptada)- A agenda da UNCTAD, no tocante ao comércio internacional, envolve temas como a identificação de instrumentos de política comercial em apoio aos esforços de desenvolvimento no contexto de globalização

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economica, apoio técnico para permitir participação efetiva em negociações comerciais internacionais e para a superação de entraves à plena inserção no comércio internacional.

42- (AFRF - 2003 - adaptada)- A agenda da UNCTAD, no tocante ao comércio internacional, envolve temas como a geração de propostas e mecanismos alternativos para a resolução de disputas comerciais e para a construção de esquemas preferenciais entre países em desenvolvimento.

43- (AFRF-2002.2)- Sobre a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD), é correto afirmar que é uma conferência convocada a cada quatro anos pela Assembleia Geral das Nações Unidas, assistida por todos os seus membros, para discutir questões relacionadas ao comércio e aos investimentos sob a perspectiva dos interesses dos países em desenvolvimento.

44- (AFRF - 2002.2)- Sobre a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD), é correto afirmar que é um fórum constituído pelos países da Organização Economica de Cooperação e Desenvolvimento (OECD) no âmbito da Assembleia Geral das Nações Unidas para coordenar políticas relacionadas ao comércio com os países em desenvolvimento.

45- (AFRF - 2002)- Sobre a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD), é correto afirmar que é um organismo intergovernamental vinculado à Assembleia Geral das Nações Unidas voltada para o tratamento de questões relacionadas à promoção do desenvolvimento economico e seus vínculos com o comércio, as finanças e os investimentos internacionais.

46- (AFRF - 2002)- Sobre a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD), é correto afirmar que é uma conferência de caráter permanente integrada pelos países membro da Organização das Nações Unidas com o propósito de discutir questões comerciais e os entraves ao desenvolvimento dos países de menor desenvolvimento relativo.

47- (AFRF - 2002)- Sobre a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD), é correto afirmar que é um fórum permanente de consulta e de negociações comerciais, constituído por países em desenvolvimento no contexto da Assembleia Geral das Nações Unidas.

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48- (AFRF 2002.1)- A OMC tem como objetivo principal operacionalizar a implantação de um sistema de preferências comerciais de alcance global.

49- (AFRF-2002.1)- A Conferência das Nações Unidas Sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) é entidade intergovernamental permanente que tem por objetivo principal prestar apoio financeiro e logístico para operações de comércio exterior empreendidas por países em desenvolvimento.

50- (AFRF-2002.1)- A Conferência das Nações Unidas Sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) é entidade intergovernamental permanente que tem por objetivo principal apoiar os processos de integração regional que envolvam países desenvolvidos e países em desenvolvimento.

51- (AFRF-2002.1)- A Conferência das Nações Unidas Sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) é entidade intergovernamental permanente que tem por objetivo principal aumentar oportunidades de comércio, investimentos e de progresso nos países em desenvolvimento, assistindo-os em seu esforço de integração eqüitativa na economia mundial.

52- (ACE-2002)- O Sistema Geral de Preferências (SGP) consiste em um conjunto de regras que oferece aos países em desenvolvimento condições preferenciais de acesso aos mercados de países desenvolvidos.

53- (ACE - 2002)- Entre as exigências feitas pelos países outorgantes com que devem cumprir os países beneficiários do SGP estão: i) que o produto seja originário do país beneficiário exportador; e ii) que o produto tenha alguma vez constado nas listas de mercadorias com direito aos benefícios do SGP publicadas pelos países outorgantes desde a vigência do SGP.

54- (AFRF - 2000)- A principal vantagem do SGP é a isenção das tarifas de importação.

55- (AFRF - 2000)- O SGP e o SGPC foram incorporados ao GATT nos anos 70, com a cláusula de habilitação (Enabling Clause após a Rodada Tóquio).

56- (AFRF - 2000) - A principal diferença entre o GATT e o SGPC é que, enquanto o GATT utiliza o princípio da nação mais favorecida, o SGPC utiliza o sistema de acordos preferenciais dentro do sistema.

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57- (AFRF - 2000)- O SGPC defende uma eliminação de tarifas entre PEDs.

58- (AFRF - 2000)- O SGP constitui um conjunto de regras gerais adotadas universalmente para estimular as exportações de bens dos PEDs, supervisionadas pela CEPAL.

59- (AFRF-2000 - adaptada)- A UNCTAD acredita que o livre comércio pode levar ao desenvolvimento pela teoria das vantagens comparativas.

60- (AFRF - 2000 - adaptada)- A UNCTAD tem como principal missão fomentar o comércio internacional para acelerar o desenvolvimento econômico.

61- (AFRF - 2000- adaptada)- A UNCTAD foi criada em 1964 em Genebra pelos PEDs com forte influência da Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (CEPAL).

62- (AFRF - 2000-adaptada)- Não se pode afirmar que a UNCTAD defendia o Princípio da Deterioração das Relações de Troca.

63- (ACE-1997)- O objetivo da United Nations Conference on Trade and Development (UNCTAD), quando foi criada, era servir como contraponto ao GATT, que não previa a discussão do comércio de produtos agrícolas.

64- (ACE - 1997)- O objetivo da United Nations Conference on Trade and Development (UNCTAD), quando foi criada, era estimular a liberalização comercial.

65- (AFTN 1996) - O Sistema Geral de Preferências (SGP) foi criado no seio da Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento - UNCTAD, com o objetivo de fomentar o comércio internacional, especialmente em benefício dos países em desenvolvimento, que há muito vinham observando dificuldades cada vez maiores para sustentar seus programas de desenvolvimento e industrialização, face ao declínio da importância relativa dos • • 7 m a m m m m f m m a m m bens primários tradicionais no comércio internacional.

66- (AFTN - 1996)- A principal característica do Sistema Geral de Preferências é o estabelecimento de padrões menos rígidos para concessão de subsídios à exportação por parte dos governos dos países em desenvolvimento.

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67- (AFTN - 1996)- A principal característica do Sistema Geral de Preferências é a importação, pelos países industrializados, de produtos manufaturados e serviços preferencialmente produzidos nos países em desenvolvimento.

68- (AFTN - 1996)- A principal característica do Sistema Geral de Preferências é a eliminação total ou parcial, pelos países industrializados, de tarifas que incidem sobre produtos

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originários de países em desenvolvimento, sem exigência de reciprocidade.

69- (ACE-2008) - As regras de origem podem representar uma forma implícita de proteção aos insumos importados por determinadas empresas, concorrendo, assim, para insulá-las das conseqüências decorrentes da adesão a uma área de livre comércio.

70- (ACE-2008)- Muitos países em desenvolvimento não utilizam todo o potencial do Sistema Geral de Preferência (SGP) para aumentar suas exportações porque a dinâmica desse sistema, cujas regras — particularmente aquelas envolvendo as regras de origem —, além de complexas, são freqüentemente alteradas, dificultando, assim, o acesso dos pequenos exportadores aos benefícios desse sistema.

71- (Questão Inédita)- O Acordo sobre Regras de Origem possui disposições que visam garantir a transparência da aplicação de regras de origem pelos membros da OMC. Nesse sentido, quando um Membro baixar uma norma relacionada à regra de origem, as exigências a serem cumpridas devem ser claramente definidas.

72- (Questão Inédita)- O Acordo sobre Regras de Origem determina que as regras de origem devem ser baseadas em regras positivas, sendo as regras negativas permitidas para fins de esclarecimento de uma regra positiva ou em casos individuais em que não seja necessária uma determinação positiva de origem.

73- (Questão Inédita)- No âmbito de suas regras de origem, o país a ser identificado como a origem de uma determinada mercadoria deve ser o país onde a mercadoria em questão tenha sido produzida em sua totalidade ou, quando mais de um país estiver envolvido na produção da mercadoria, o país onde a última transformação substancial tenha sido efetuada.

74- (Questão Inédita)- O Acordo sobre Regras de Origem objetiva harmonizar as regras de origem entre todos os

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Membros, inclusive no âmbito de Áreas de Livre Comércio, a fim de garantir previsibilidade e transparência no comércio internacional.

75- (Questão Inédita)- Quando mais de um país estiver envolvido na fabricação de uma mercadoria, o país a ser identificado como a origem deve ser aquele onde ocorreu a última transformação substancial. Para determinar o que é uma transformação substancial, podem ser utilizados os seguintes critérios: "salto" tarifário, porcentagem "ad valorem" e critério de operação de fabricação e processamento.

76- (Questão Inédita)- A Organização Mundial de Aduanas é uma organização internacional cujo objetivo central é modernizar e aperfeiçoar a eficiência das administrações aduaneiras dos Estados-membros.

77- (Questão Inédita)- A Organização Mundial de Aduanas possui competência para administrar os aspectos técnicos do Acordo sobre Regras de Origem e do Acordo sobre Valoração Aduaneira da OMC.

78- (Questão Inédita)- A Organização Mundial de Aduanas (OMA) possui atualmente 177 membros, os quais tomam suas decisões por maioria absoluta.

GABARITO

1-C 17-C 33-C 49-E 65-C 2-E 18-C 34-C 50-E 66-E 3-E 19-C 35-E 51-C 67-E 4-E 20-C 36-E 52-C 68-C 5-E 21-E 37-C 53-E 69-C 6-C 22-C 38-E 54-E 70-C 7-E 23-C 39-C 55-E 71-C 8-C 24-E 40-E 56-C 72-C 9-C 25-C 41-C 57-E 73-C 10-C 26-C 42-E 58-E 74-E 11-C 27-E 43-E 59-E 75-C 12-C 28-E 44-E 60-C 76-C 13-C 29-C 45-C 61-C 77-C 14-E 30-E 46-E 62-E 78-E 15-E 31-C 47-E 63-E 16-E 32-C 48-E 64-E

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