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    Curso: Portugus p/ TJ-PR (Administrador e Psiclogo)Professor: Marcos Van Acker

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    AULA 02: Interpretao de texto

    SUMRIO PGINA 1. Apresentao 1 2. Um texto 2 3. Tipos de texto 3 4. Ideia central 5 5. Sntese 14 6. Anlise 17 7. Reescrever 19 8. Questes Comentadas 29 8. Lista das questes apresentadas 55 9. Gabarito 78

    Ol, meus caros amigos, hoje temos uma aula conclusiva, fundamental, sobre a interpretao de textos o fim ltimo de toda a capacidade de linguagem. Digo isso porque no existe enunciado fora do texto, meus amigos, e no h texto sem contexto, como vimos na aula passada.

    E, nas provas de concurso, j h muito tempo as bancas reconheceram isso, formulando cada vez mais questes relacionadas interpretao de textos.

    Bem, apresento a vocs o programa de nossa aula de hoje.

    Interpretao de texto. Variedades de linguagem, tipos e gneros textuais. Informaes explcitas, inferncias vlidas, pressupostos e subentendidos na leitura do texto. Interpretao do texto: identificao do sentido global de um texto; identificao de seus principais tpicos e de suas relaes (estrutura argumentativa); sntese do texto. Questes resolvidas e comentadas sobre os pontos da aula.

    Uma verdade evidente que, para interpretar um texto, o primeiro passo fundamental ler o texto.

    Convido ento vocs leitura de um texto. um texto curto, espero que gostem.

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    gua de Cuca Nei Lopes1

    Nelsinho Leiser um tremendo cuiqueiro. E no ano passado recebeu um convite pra ir Alemanha com a bateria de sua escola.

    Alemanha... gringo... legal! Vou descolar uns dlar nessa viagem! Pensou longe o Nelsinho. E a embarcou pra terra de Schumacher levando umas quinze cucas sobressalentes: estepe... mandou na alfndega, na maior cara de pau. O federal achou engraado e refrescou.

    Em Frankfurt, depois de muito chope preto com lingia branca, Nelsinho botou pra quebrar: solou o hino do Flamengo, deu gargalhada, tocou o Brasileirinho, tudo isso numa das cucas que levou pra vender

    Os gringos ficaram malucos e acharam que era mole. A Nelsinho vendeu uma, duas, trs... as quinze. A preo de salsicha: 2 marcos cada uma.

    S que os quinze gringos esfregavam, esfregavam e no saa nada. Ento, comearam a se encrespar, achando que tinham sido vtimas de um logro.

    Foi a que o Nelsinho Leiser deu o golpe de misericrdia:

    Calma, calma! que tem que molhar o pano. Com gua comum? pergunta um dos gringos, atravs de um intrprete brasileiro.

    No, no! Tem que ser gua de cuca. um preparo especial que faz elas at falar. Eu tenho aqui...

    Vendeu 15 vidrinhos no ato. A 500 marcos cada um.

    http://www.releituras.com/neilopes_cuica.asp

    Acredito que todos vocs j tenham ouvido o som de uma cuca, conhecem o instrumento. No sei quantos de vocs j tentaram tocar uma cuca; o som produzido esfregando-se, com um pano molhado, uma haste que fica presa ao couro do instrumento. difcil, acreditem (eu j tentei).

    1 Grande pesquisador da cultura afro-brasileira e do samba em especial.

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    Bem, essa uma informao de contexto muito importante, sem a qual no conseguiremos compreender o texto em sua totalidade, no conseguiremos chegar ao clculo de sua coerncia: difcil tocar cuca, e o esperto personagem oferece aos alemes incautos o que parece ser a soluo mgica, uma gua que de especial no tem nada.

    Ento, a compreenso de um texto depende no apenas da construo do texto, conforme vimos na aula passada, respeitando a coeso de forma a garantir a coerncia; preciso tambm que o receptor, o leitor compreenda o contexto, certos dados subjacentes que so necessrios.

    Num texto curto como esse, o autor no julgou necessrio explicitar a informao acima, a chave para a compreenso do texto. E assim mesmo. Com explicao, ficava pesado, sem graa o texto leve, bem humorado. Nem tudo, no texto (em qualquer texto), enunciado. Veremos isso com mais ateno adiante.

    Peo a ateno de vocs agora para um detalhe da construo do texto. No apenas o personageP WRPD OLEHUGDGHV FRP D OtQJXD FRPR Vou descolar uns dlarFRPRPHVPRRQDUUDGRUDFDEDSRUUHOD[DUQRXVRGDOtQJXD D H[HPSOR GH mandou na alfndega, na maior cara de pau. O federal achou engraado e refrescou. %HP PHXV FDURV R contexto da histria justifica tais usos informais, a coerncia do texto mais importante do que a estrita observncia da norma culta, que, neste caso, no caberia; uma histria assim, de malandragem, de um certo ambiente do samba, no ficaria bem com o colarinho engomado e as abotoaduras da norma culta.

    O uso da linguagem, portanto, est associado ao contexto, e, como vimos na aula passada, coerncia. Nos textos que estudaremos nesta aula, predomina o emprego da norma culta, em virtude do programa do edital. a norma predominante nas provas, mas o importante perceber que o registro de linguagem deve se adequar ao texto.

    A histria de Nei Lopes uma narrativa, bem simples, com um personagem apenas, e uma trama bem resumida em resumo, um acontecimento. A narrativa, como todos sabemos, um tipo de texto.

    Tipos de texto

    Outro tipo de texto a descrio, que busca retratar um objeto, uma paisagem, uma pessoa, de forma esttica ou dinmica, pela enumerao de suas caractersticas. Vejamos um exemplo, nesta passagem de Jos de Alencar:

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    Quando o sol descambava sobre a crista dos montes, e a rola desatava do fundo da mata os primeiros arrulhos, eles descobriram no vale a grande taba; e mais longe, pendurada no rochedo, sombra dos altos juazeiros, a cabana do Paj. O ancio fumava porta, sentado na esteira de carnaba, meditando os sagrados ritos de

    Tup. O tnue sopro da brisa carmeava, como frocos de algodo, os compridos e raros cabelos brancos. De imvel que estava, sumia a vida nos olhos cavos e nas rugas profundas.

    ALENCAR, Jos de. Iracema. 24. ed. So Paulo: tica, 1991. (Bom Livro). Texto proveniente de:

    A Biblioteca Virtual do Estudante Brasileiro

    Vemos a um texto predominantemente descritivo, que se demora em traar a paisagem, tenta dar carter s coisas, natureza, s pessoas que apresenta.

    O gnero de texto que mais nos interessa o dissertativo, a que pertence aquele texto que pretende discutir uma questo, apresentar um problema, expor uma discusso. o tipo de texto predominante nas provas de concurso. Vejamos um exemplo:

    Degradao do Judicirio Dalmo de Abreu Dallari

    Nenhum Estado moderno pode ser considerado democrtico e civilizado se no tiver um Poder Judicirio independente e imparcial, que tome por parmetro mximo a Constituio e que tenha condies efetivas para impedir arbitrariedades e corrupo, assegurando, desse modo, os direitos consagrados nos dispositivos constitucionais.

    Sem o respeito aos direitos e aos rgos e instituies encarregados de proteg-los, o que resta a lei do mais forte, do mais atrevido, do mais astucioso, do mais oportunista, do mais demagogo, do mais distanciado da tica.

    Essas consideraes, que apenas reproduzem e sintetizam o que tem sido afirmado e reafirmado por todos os tericos do Estado democrtico de Direito, so necessrias e oportunas em face da notcia de que o presidente da Repblica, com afoiteza e imprudncia muito estranhas, encaminhou ao Senado uma indicao para membro do Supremo Tribunal Federal, que pode ser considerada verdadeira declarao de guerra do Poder Executivo federal ao Poder Judicirio, ao Ministrio Pblico, Ordem dos Advogados do Brasil e a toda a comunidade

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    jurdica (...). leia o texto integral em http://filosomidia.blogspot.com.br/2012/06/dalmo-dallari-sobre-gilmar-mendes-eu.html

    Neste tipo de texto, o autor pretende defender um ponto de vista acerca de uma questo, discutir um problema, refutar ou defender ideias, por meio de um processo de argumentao. Como o tipo de texto predominante nos concursos, ser o que mais estudaremos.

    Uma caracterstica importante deste tipo de texto que pretende ter objetividade em relao aos assuntos que aborda, a seus temas; assim, a linguagem empregada tende a ser mais objetiva, restringindo-se o emprego de termos expressivos, subjetivos; no limite, o texto dissertativo almeja a impessRDOLGDGHXPVLQWRPDGLVVRpTXHHVFDPRWHLDDSULPHLUDpessoa do discurso, o enunciador usa com frequncia a terceira pessoa. O uso da linguagem tambm tende a ser restrito norma culta, em um registro mais formal.

    o caso, sem dvida, do nosso texto de exemplo; no o reproduzimos inteiro, apenas uma parte, recomendo que leiam depois na ntegra, no endereo apontado logo abaixo do texto. Por ora, vamos examinar mais de perto nosso exemplo.

    HIERARQUIA DE IDEIAS Notem, no primeiro pargrafo, que temos um longo perodo composto. Qual a ideia central? muito importante identific-la. Quero que voc tente por si.

    Tudo bem?

    Chegou l?

    Sim, meus caros, a ideia central do primeiro pargrafo est enunciada logo no incio: Nenhum Estado moderno pode ser considerado democrtico e civilizado se no tiver um Poder Judicirio independente e imparcial, uma afirmativa forte, generalizante. Vejam que a ideia central a essncia, o sumo; no que o resto seja dispensvel, de jeito nenhum; mas notem que o trecho depois do primeiro que de certa forma retoma a ideia central e a explicita melhor, delimitando-a. Mas a ideia central mesmo j est enunciada.

    Identificar a ideia central algo quase que intuitivo, algo que se mostra como essencial logo que lemos o texto. No entanto, pode haver dvidas.

    Tentando isolar a ideia central A ideia central de um texto, de um trecho de texto, o que sobra quando retiramos tudo o que acessrio;

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    bem, e como identificamos o que acessrio? Simples, o que retiramos sem descaracterizar completamente o texto, visto como unidade.

    Vamos comear com um enunciado simples. Por exemplo: Nosso amigo comum, Paulo, mora no fim da rua em uma casa amarela.

    O enunciado to simples que ficamos em dvida sobre o que possvel WLUDU VHP GHVFDUDFWHUL]DU R WH[WR 0DV WHPRV FRUWDU WHPRV GH VHUimpiedosos se quisermos deixar apenas o essencial. Ento, faamos duas perguntas: o sujeito Paulo. Para identificar este Paulo, temos o seu nome prprio, e uPDGMXQWRTXHRLGHQWLILFDQRVVRDPLJRFRPXP6HPqualquer um dos dois elementos, o destinatrio corre srio risco de no entender, ou 1 -que se trata de Paulo, aquele amigo comum que tem com o emissor, e no outro Paulo qualquer, ou 2 que se trata de um determinado amigo comum Paulo e no qualquer outro amigo que porventura tenham em comum.

    Ora, com isso vemos que as duas informaes so relevantes, so essenciais para a compreenso do enunciado. Vejamos agora o predicado: mora no fim da rua em uma casa amarela. O verbo central na frase, evidentemente no pode ser retirado, sob pena de descaracterizar todo o predicado. E quanto ao resto do predicado? Bem, poderemos considerar uma das duas expresses no fim da rua e em uma casa amarela acessria. Mas isso vai depender do contexto. Por exemplo, se antecede ao enunciado o seguinte dilogo:

    - Acho a cor amarela horrvel. Detesto o amarelo.

    - mesmo? Diz o interlocutor, e atalha: - Nosso amigo comum, Paulo, mora no fim da rua em uma casa amarela. Neste caso, casa amarela torna-se mais central por ganhar apoio do contexto. A progresso de ideias apoia-VHQDFDUDFWHUtVWLFDDPDUHODGDFDVDGH3DXORPDVQmRQDVXD ORFDOL]DomR QR ILP GD UXD 1RWHP TXH D coerncia do texto, no contexto, no VHULDDIHWDGDVH WURFiVVHPRVQR ILPGD UXDSRU OiHP3LUDFLFDED PDV VRIUHULD JUDYH DEDOR VH HP YH] GH DPDUHODHVFUHYrVVHPRVYHUPHOKD3HUFHEHP" Vejamos agora um enunciado um pouco mais longo (adaptado de O Estado de So Paulo):

    Mais um dos seis alunos expulsos da Universidade de So Paulo (USP) no ano passado conseguiu reverter a situao na Justia. A 6 Vara de Fazenda Pblica concedeu um mandado de segurana anulando o ato administrativo da reitoria que eliminava o estudante Yves de Carvalho Souzedo, de 29 anos, da USP. Esse j o

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    segundo caso de deciso judicial favorvel aos alunos. Em maro, Marcus Padraic Dunne tambm obteve na Justia liminar para a readmisso.

    Fao agora duas perguntas: primeiro, qual seria a ideia central, utilizando-se apenas das construes do texto, das oraes, expresses do texto, sem mudar nada?

    Meus amigos, inevitavelmente a ideia central, utilizando apenas as construes do texto, ser aquela que exprime a ideia mais geral, sendo que o que exprime as ideias particulares daquela derivadas sero acessrias. Assim, o primeiro perodo, Mais um dos seis alunos expulsos da Universidade de So Paulo (USP) no ano passado conseguiu reverter a situao na Justia ser central no texto de exemplo.

    Podemos dizer que, quando houver ideias gerais e ideias particulares em um mesmo pargrafo, em continuidade, as ideias gerais tendero a ser centrais.

    A segunda pergunta que farei : qual a ideia central, se pudssemos escrev-la, com base no texto, mas sem ter de reproduzir o texto como est? Proporia como tentativa o seguinte: dois dos seis alunos expulsos da Universidade de So Paulo no ano passado conseguiram reverter a medida na justia.

    Notem como todas as outras informaes constantes do texto remetem de alguma forma a alguma parte do enunciado acima.

    Todo texto tem de ter uma dose de redundncia, a ideia exposta retomada, acrescentando-se alguma coisa, com nfase a algum aspecto; um mecanismo importante para a inteligibilidade. Ao mesmo tempo, importante em provas saber localizar a ideia central.

    Bem, agora voltemos ao nosso exemplo anterior, ao texto de Dalmo Dallari. Havamos localizado a ideia central no primeiro pargrafo; muito importante, a ideia central de todo o trecho reproduzido. O 2 pargrafo tem tambm uma ideia central, vamos isol-la inicialmente em: Sem o respeito aos direitos e aos rgos e instituies encarregados de proteg-los, o que resta a lei do mais forte. O que vem depois reiterativo, so frases com a mesma funo sinttica de do mais forte, e, por repetio, so substitutas dela, acrescentando nuances de sentido no so, notem bem, expresses sinnimas rigorosamente falando. Agora vejam o FRPSOHPHQWRFRPSRVWR5HVSHLWRaos direitos e aos rgos e instituies encarregados de proteg-los. Entre direitos e rgos e instituies..., creio ser legtimo afirmar que a noo essencial aqui direitos, sendo

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    todo o resto acessrio. Para isolar mais sinteticamente ainda a ideia central, vamos formul-la assim: Sem o respeito aos direitos, o que resta a lei do mais forte.

    Agora, e vejam como opera a coeso textual, manifestando a coerncia do texto, o que me dizem da relao entre o 1 e o 2 pargrafo? O segundo no seria de certa forma reiterativo em relao ao primeiro? No reafirma o que ficou dito no pargrafo anterior? Sim; no entanto, o emissor no est se repetindo, o contedo diferente, o enunciado mantm uma relao com o primeiro, no o repete literalmente, como vocs perceberam.

    Ento, o 2 pargrafo retoma a ideia central do texto at aqui; o 3 pargrafo introduz uma ideia nova, relacionada a tudo o que foi dito e este um importante fator de coeso. A ideia nova um fato - o presidente da Repblica encaminhou ao Senado uma indicao para membro do Supremo Tribunal Federal, caracterizado: com afoiteza e imprudncia muito estranhas; que pode ser considerada verdadeira declarao de guerra do Poder Executivo federal ao Poder Judicirio, ao Ministrio Pblico, Ordem dos Advogados do Brasil e a toda a comunidade jurdica.

    Vamos resumir ao essencial essa ideia nova do 3 pargrafo?

    Faam isso.

    6HUi TXH YRFrV FKHJDUDP D DOJR VLPLODU D o presidente da Repblica encaminhou ao Senado uma indicao para membro do Supremo Tribunal Federal ofensiva a toda a comunidade jurdica"6HVLPyWLPR Vocs evidentemente j perceberam que o 3 pargrafo anuncia um fato concreto que o autor pretende examinar luz da afirmativa abstrata, de valor genrico, do 1 pargrafo.

    Este percurso, e as relaes estabelecidas, constituem a progresso de ideias no texto. A progresso um dado fundamental da coerncia do texto. As ideias relacionam-se entre si, com um sentido. Veremos muitas questes relacionadas com isso.

    A primeira delas trata mais da sequncia do texto, que no deixa de ser a manifestao mais imediata da progresso. Vejam como caiu em provas:

    Exerccios

    ESAF/Susep/2010

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    1 - Assinale a opo que constitui continuao coesa, coerente e gramaticalmente correta para o trecho a seguir.

    No Brasil, tudo indica que o endividamento pessoal vai crescer nos prximos anos: uma ligeira melhora de rendimentos se traduz, em nosso pas, por um aumento desproporcional do endividamento, em razo do uso disseminado dos cartes de crdito que o sistema financeiro incentiva.

    (O Estado de S. Paulo, Editorial, 18/02/2010, com adaptaes)

    a) Por isso conseguimos at agora escapar de um surto de desemprego de grande proporo, o que permite que o consumo continue crescendo.

    b) Sendo assim, esse exemplo dos Estados Unidos mostra que, num perodo de crise, com crescimento do desemprego, tm registrado forte queda do consumo e aumento da inadimplncia.

    c) Mas isso se traduz por uma ampliao involuntria da poupana com a forte reduo do uso dos cartes de crdito.

    d) Alm desse fator, a expanso dos financiamentos imobilirios nas instituies financeiras essencialmente pblicas tambm contribui para o aumento do endividamento de longo prazo.

    e) Isso consequncia de uma campanha em favor de uma poupana maior, que certamente tem por efeito uma reduo dos custos e um crescimento dos investimentos.

    __________

    Comentrios

    Uma questo em que temos de indicar a sequncia do texto, entre as alternativas; devemos julgar a coerncia do texto resultante. Precisamos indicar o trecho que seja continuao coerente do pargrafo proposto pelo examinador. Em primeiro lugar, para resolver a questo, devemos identificar qual o ponto central do texto do enunciado. Chegamos a concluso que o ponto central est na expresso o endividamento pessoal vai crescer nos prximos anos, cujo ncleo endividamento. Se conseguirmos enxergar que esse o ncleo do texto proposto pelo enunciado, o resto fica fcil. Vejam que, depois dos dois pontos, todo o enunciado se dedica a explicar a parte antecedente.

    Identificada a noo central do texto, vamos s alternativas: a primeira traz o indicativo por isso referindo-se a um aumento desproporcional do endividamento, ou a uso disseminado dos cartes de crdito que o

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    sistema financeiro incentiva; referncias incompatveis com a significao GR SHUtRGR SRU LVVR FRQVHJXLPRV DWp DJRUD escapar de um surto de desemprego de grande proporo, o que permite que o consumo continue FUHVFHQGR 3RGH-se at relacionar a expanso do crdito com o crescimento do consumo, mas no a evitar o desemprego, a no ser como conseqncia do crescimento. Aqui, a relao causal est invertida. Temos um problema de coerncia externa, em que o texto contradiz o conhecimento do mundo real.

    A seguir, temos a alternativa iniciada por Sendo assim, esse exemplo dos Estados Unidos; ora, a contextualizao inexata, pois texto de base inicia-se com No Brasil (...).

    Em c, temos contradio flagrante entre forte reduo do uso dos cartes de crdito e uso disseminado dos cartes de crdito, no original.

    A alternativa d apresenta uma continuao coerente para o texto de base, a toda vista, pois acrescenta outra idia relacionada a aumento do endividamento, corretamente introduzida por Alm desse fator... tambm, elementos coesivos apropriados para a relao aditiva.

    Para afastar qualquer dvida, vamos ler a ltima alternativa: notem que h contradio entre campanha em favor de uma poupana maior e endividamento maior, mais um problema de coerncia externa, pois so poupana e endividamento so conceitos excludentes.

    Gabarito: D

    2. ESAF/CVM/2010

    Assinale a opo que preenche de forma coesa, coerente e gramaticalmente correta o trecho a seguir.

    At agora os jornalistas e os jornais se apoiavam na ideia de que eles sabiam o que era bom para os leitores. ______________________________________________________________________________________________________________________No uma mudana simples, pois afeta um conjunto de valores e rotinas associadas atividade informativa.

    (http://www.observatoriodaimprensa.com.br/, acesso em 1/11/2010)

    a) As novas ideias invertem totalmente essa concepo e tambm o processo de circulao de informaes, pois o pblico que dir o que deseja que seja investigado e noticiado pelos meios de comunicao.

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    b) Assim, os blogueiros independentes esto comeando a criar suas prprias redes de informantes surgidas a partir de comentrios postados por leitores, afirma Alfred Hermida, professor da Columbia, especializado em mdias sociais.

    c) E muitos profissionais do jornalismo poderiam acabar exercendo IXQo}HV PXLWR SUy[LPDV jV GH XP FXUDGRU GH QRWtFLDV RX VHMDselecionar e aglutinar informaes, como fazem os curadores de museus ou exposies, responsveis pela escolha das obras que sero expostas.

    d) Embora alguns crticos afirmam que esse novo jornalismo adotava uma prtica parecida dos assistentes sociais ou psiclogos sociais. At pode ser, mas a ironia embutida nesta comparao apenas comprova o quanto o jornalismo est distante de sua funo social depois de ter se transformado numa atividade quase industrial.

    e) Se isto for verdade, se o jornalista passar a atuar como gestor de comunidades sociais, como coordenador de redes sociais de comunicao pela Internet, ao invs de atuar em redaes tradicionais, estar corrigindo uma velha distoro em vez de criar algo revolucionrio.

    __________

    Comentrios

    Uma questo que envolve a coeso e a coerncia textuais; temos de examinar os mecanismos de coeso no enunciado de cada alternativa. Alm disso, preciso considerar o sentido geral do texto, a partir dos dois fragmentos.

    Temos que a situao descrita inicialmente sofreu uma mudana recente, so ndices disso o advrbio, e o tempo verbal em At agora os jornalistas e os jornais se apoiavam (...); alm disso, temos a referncia ao texto anterior, lacuna a ser preenchida, em No uma mudana simples. Ou seja, nosso texto descrever ou aludir a uma mudana. E uma mudana no tempo presente (pois afeta); vejam a importncia das formas verbais na determinao do contexto, um dado de coerncia fundamental.

    Examinemos as alternativas comeando pela ltima: comea por se isto for verdade...; ser que refere-se ao primeiro fragmento, ao enunciado RVMRUQDOLVWDVHRVMRUQDLVVHDSRLDvam na ideia de que eles sabiam o que HUDERPSDUDRVOHLWRUHV"eFDEtYHOQRHQWDQWRYHPRVORJRDVHJXLUTXHo pronome isto pUHWRPDGRSRURMRUQDOLVWDSDVVDUDDWXDUFRPRJHVWRU

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    GH FRPXQLGDGHV VRFLDLV RUD QDGD GLVVR p PHQFLRQDGR QR SULPHLURfragmento, a coerncia ficaria prejudicada se esta fosse a continuao.

    Descartamos a d ao perceber a referncia a esse novo jornalismo, em que o pronome deve referir-se a termo ou expresso anterior; nada no fragmento inicial pode ser alvo da referncia no pronome. Quanto a c, vemos que a conjuno aditiva no expressa bem a relao com o trecho anterior, ainda mais se considerarmos o verbo no futuro do pretrito, a expressar fato hipottico, no fato dado ou verificvel. Ora, sabemos j que mudana houve, no que pode haver ou haveria.

    Em b, podemos ser enganados pelo fato de o fragmento indicar uma realidade que surge (esto comeando a criar...), eventualmente pode ser a mudana de que fala o texto. No entanto, teramos um problema de coeso, pois o perodo introduzido pela conjuno conclusiva assim, o que cria uma relao indevida com o primeiro trecho; talvez fosse de esperar uma conjuno adversativa, ou mesmo alternativa, com a idia de oposio.

    A primeira alternativa, enfim, atende todos os requisitos, pois trata de uma ao presente (invertem), e descreve a mudana que o final do texto nos faz esperar; vejam que em as novas idias invertem totalmente essa concepo (...) temos a referncia ao trecho anterior, e a ela associada a idia de mudana. a alternativa correta.

    Gabarito:A

    3 - Assinale a opo que preenche de forma coesa, coerente e gramaticalmente correta o trecho a seguir.

    A ideia de liberalismo sugere uma sociedade estruturada sobre a base do livre-mercado. Na viso dos liberais, o livre-mercado seria o espao em que o confronto de interesses privados produziria, por meio dos prprios mecanismos econmicos de oferta, procura e preos, uma tendncia harmonia social.

    _________________________________________

    _________________________________________

    _________________________________________

    Ou seja, a ideia de liberalismo sugere ausncia do Estado na economia. No entanto, a rigor, mesmo o liberalismo clssico do sculo XIX sempre escondeu que o papel decisivo do Estado era agir em funo e a favor dos endinheirados: os capitalistas da Inglaterra bero do liberalismo

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    jamais deixaram de utilizar a fora direta do Estado, por exemplo, para colonizar a ndia.

    (Grupo de So Paulo, disponvel em http://www.correiocidadania.com.br/ content/view/5158/9/, acesso em 28/10/2010)

    a) Em primeiro lugar, se certo que as mercadorias e os capitais o dinheiro passaram a circular quase livremente pelo espao mundial, o mesmo no se pode dizer dos trabalhadores das pessoas. Ao contrrio, as presses contra imigrantes nos pases centrais nunca deixaram de existir, desde a I Guerra, e so cada vez maiores.

    b) Sob esse prisma, o mercado e no mais a fora direta do Estado passaria a ser o fundamento da coeso e da harmonia social. Ao Estado caberia simplesmente garantir o funcionamento do mercado.

    c) Quanto ao liberalismo no capitalismo contemporneo, verdade que a crise da social-GHPRFUDFLD RXGR NH\QHVLDQLVPR QD GpFDGDGHlevou desconstruo de um conjunto de mecanismos que, desde a II Guerra, garantiram uma presena forte do Estado na economia.

    G'HRXWUR ODGRPHVPRDQWHVGD(UD%XVKDV LQWHUYHQo}HVPLOLWDUHVdo Estado foram um suporte fundamental para os lucros dos grandes capitalistas. Quando, por exemplo, o exrcito estadunidense avana sobre o Oriente Mdio por conta dos lucros do petrleo.

    e) E, alm disso, grandes especuladores ganham muito dinheiro nas bolsas fazendo negcio com aes de empresas do complexo industrial-militar, as fabricantes de avies, tanques e bombas , isso no deixa de ser uma profunda conexo entre o Estado e a economia.

    __________

    Comentrios

    Questo nos moldes da anterior. Aqui temos de trabalhar mais com o sentido geral de cada fragmento proposto. Temos de achar a alternativa que mantm a continuidade do texto, preenchendo a lacuna. A chave aqui ser a frase Ou seja, a ideia de liberalismo sugere ausncia do Estado na economia, que retoma o trecho anterior, a lacuna que tentamos preencher. Ora, qual trecho poderia com propriedade ser retomado pela frase destacada? Sem dvida o da alternativa b, confiram.

    Em caso de dvida, analisemos as demais alternativas; a primeira, se mantm certa continuidade em relao ao primeiro trecho, no se relaciona com o treco final. A frase destacada acima no pode se referir a

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    esta alternativa, haveria um problema de coerncia. A nica dvida plausvel pode ser em relao alternativa c; no entanto, nesta o tpico discutido SDVVDDVHUROLEHUDOLVPRQRFDSLWDOLVPRFRQWHPSRUkQHRRTXHno se mantm no trecho final, que trata do liberalismo simplesmente, assim como o trecho inicial. Ento h um problema na progresso de idias, que afeta a coerncia do texto.

    Gabarito:B

    Vejam ento, meus caros, como a coerncia se constri a partir da relao estabelecida entre as ideias do texto.

    Ideia Central e Sntese

    Bem, acredito que vocs tenham percebido a importncia da sntese das ideias apresentadas por um texto. uma competncia fundamental em toda prova de interpretao de texto. Por isso, vamos fazer alguns exerccios dedicados a isso.

    Veja esse texto, editorial de O Estado de S. Paulo, de 29/08/2012:

    O governo ter de cuidar de uma grave deformao da economia brasileira - a atrofia da indstria -, se quiser conduzir o Pas a uma nova fase de crescimento prolongado e seguro. Sinais dessa atrofia so visveis nos emprstimos do BNDES, com participao decrescente da indstria de transformao nos ltimos cinco anos. muito cedo para o Brasil se tornar uma economia de servios, ou, em termos mais precisos, movida principalmente pela produo de servios e de bens no materiais. Nos pases mais avanados, a mudana na composio das atividades decorreu da expanso e da modernizao dos servios (includos os financeiros), do intenso desenvolvimento da produo cientfica e tecnolgica e da convenincia de transferir boa parte da fabricao de mercadorias para outros pases. Reduo de custos foi um dos principais objetivos dessa transferncia, realizada como parte de uma ampla rediviso internacional do trabalho. O cenrio brasileiro muito diferente, tanto pelas possibilidades da atividade industrial como pelas condies do setor de servios.

    Bem, proponho agora que achemos a ideia central do texto. Qual ? Como podemos formul-la de forma sinttica?

    O essencial neste texto no o que o governo deve fazer, o que o BNDES est fazendo, o que ocorre nos pases mais avanados.

    Todas essas ideias so relevantes, mas esto em torno de outra ideia, essa sim central: a de que a o setor industrial brasileiro est diminuindo,

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    est atrofiando. A ideia que no podemos retirar do texto, sem que ele desmonte, a ideia em torno da qual as outras giram, esta a ideia central.

    Muito bem, esta um parte do exerccio de sntese. A outra reescrever o texto em apenas um perodo composto, que no fique muito extenso ou obscuro.

    Proponho o seguinte: A atrofia da indstria um problema grave da economia brasileira, como revelam os nmeros dos emprstimos do BNDES, e preocupa, pois o Brasil ainda no deveria se tornar uma economia de servios, como os pases mais desenvolvidos; o governo tem de cuidar disso.

    Ainda poderia ser mais sinttico, retirando tudo o que no essencial, como as expresses comparativas:

    A atrofia da indstria um problema grave da economia brasileira, e preocupa, pois o Brasil ainda no deveria se tornar uma economia de servios; o governo tem de cuidar disso.

    Acho que a extenso est boa agora. Bem, o exerccio de reescrever importante, mostra a nossa capacidade de leitura, e de sntese, que ser avaliada na prova.

    Sugiro agora que voc faa o mesmo, isto , primeiro encontre a ideia central do texto, e depois redija-o novamente em apenas um perodo composto, a partir dos seguintes textos:

    I O processo de industrializao do Brasil teve algumas fases: na primeira metade do sculo passado, pas forte era pas que tivesse uma indstria forte, principalmente baseada no binmio do carvo e do ao. Estados Unidos, Inglaterra, Alemanha, Frana e Itlia estavam no bloco das naes fortes - tinham carvo, tinham ao e tinham uma indstria forte, de navios, de trens, de mquinas para fazer mquinas. O Brasil no tinha nada, ou quase nada disso. Era a razo do nosso atraso. "O Brasil um pas essencialmente agrcola", diziam muitos, inclusive um presidente da Repblica, de maneira resignada e conformista. "O qu? Uma indstria siderrgica nos trpicos? S pode ser brincadeira", ironizou um magnata ingls quando ouviu falar de uma pretenso brasileira por volta da 1. Guerra Mundial. Claro que ele no sabia, mas j tinha existido uma, muito tempo antes, no Brasil colnia, a Real Fbrica de Ferro de Sorocaba, em So Paulo, ainda hoje monumento histrico na cidade. No era bem uma usina siderrgica, mas dava para fabricar enxadas, machados e arados.

    (adaptado de editorial d O Estado de So Paulo, de 27/08/2012)

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    II - O carro eltrico no a soluo para o cenrio de transportes no Brasil, definiu o secretrio de Petrleo, Gs Natural e Combustveis Renovveis do Ministrio de Minas e Energia (MME), Marco Antnio Martins Almeida, em evento realizado na capital fluminense.

    Debatendo solues para o abastecimento de combustveis em seminrio do governo estadual dedicado ao etanol, Almeida definiu o carro eltrico como uma boa alternativa para a diminuio da poluio nas grandes cidades, mas uma soluo incompleta.

    $ HQHUJLD D VHU VXSULGD >SDUD VHU DUPD]HQDGD QRV FDUURV HOpWULFRV@ H[LJLULD XPD IRQWHDGLFLRQDOTXHWHPGHVHUIyVVLOH[SOLFRXRJHVWRUTXHGHIHQGHRLQYHVWLPHQWRHPPHOKRULDna eficincia dos motores dos carros flex. Ele tambm destacou a importncia do veculo KtEULGR IOH[ 2 QtYHO GH FRQVXPR p D PHWDGH GH XP YHtFXOR QRUPDO 6H HX FRQVHJXLUH[SDQGLUDIURWDGHYHtFXORVKtEULGRVHILFLHQWHVDGHPDQGDGLPLQXLGLVVH O secretrio apontou ainda que os nveis atuais de consumo de combustveis, em especial da gasolina, e a demanda crescente tm alarmado o governo, que procura alternativas para o mdio e longo prazo, evitando gastos excessivos com importao de combustveis.

    Segundo o Sindicato Nacional das Distribuidoras de Combustveis, o aumento do consumo de gasolina, somente nos ltimos trs anos, foi de mais de 50% em relao ao volume consumido em 2008.

    Jornal do Brasil, 27/08/2012

    Um grande nmero de questes de interpretao de texto trata da ideia central de algum texto dado.

    4 ESAF/CVM/2010 Assinale a opo em que o trecho do texto apresenta a sua ideia principal.

    1

    5

    10

    2SRWHQFLDOGDVHQHUJLDVSURSULDPHQWHOLPSDV e renovveis enorme, comparativamente

    ao que j existe: ventos, mars, correntes

    martimas e fluviais, energia solar. Elas devero

    constituir um n importante na matriz energtica

    mundial. Entretanto, admite-se que ainda assim

    continuaro sendo apenas complementares e

    no suficientes para substituir o petrleo.

    Um dos problemas dessas energias limpas

    que o seu potencial no regularmente distribudo

    no mundo entre as naes consumidoras. O Saara,

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    15

    20

    Mogavi e o Nordeste brasileiro so exemplos de

    ricos potenciais de energia solar, mas em que

    isso beneficia os grandes consumidores do norte

    da Europa? O Nordeste brasileiro, assim como a

    regio de Bengala e outras regies tropicais, tem

    enorme potencial elico. Mas no so s eles: a

    Dinamarca produz 75% da energia que consome

    pelos ventos. Poucos pases podem rivalizar com

    o Brasil quanto energia hidreltrica. Nenhuma

    dessas fontes energticas limpas e renovveis

    poder, por si, constituir-se no sucessor do

    petrleo em nvel mundial.

    (Pergentino Mendes de Almeida disponvel em http://www.correiocidadania. com.br/content/view/4881/9/, acesso em 29/10/2010)

    D8PGRVSUREOHPDVGHVVDVHQHUJLDVOLPSDVpTXHRVHXSRWHQFLDOQmRpregularmente distribudo no mundo entre as naes consumidRUDVD11)

    E 2 1RUGHVWH EUDVLOHLUR DVVLP FRPR D UHJLmR GH %HQJDOD H RXWUDVregies tropicais, tem enorme potencial elico. Mas no so s eles: a Dinamarca produz 75% da energia que consome SHORVYHQWRVD F 2 6DDUD 0RJDYL H R 1RUGHVWe brasileiro so exemplos de ricos potenciais de energia solar, mas em que isso beneficia os grandes FRQVXPLGRUHVGRQRUWHGD(XURSD"D G 2 SRWHQFLDO GDV HQHUJLDV SURSULDPHQWH OLPSDV H UHQRYiYHLV penorme, comparativamente ao que j existe: ventos, mars, correntes PDUtWLPDVHIOXYLDLVHQHUJLDVRODUD H1HQKXPDGHVVDVIRQWHVHQHUJpWLFDV OLPSDVHUHQRYiYHLVSRGHUiSRUsi, constituir-VHQRVXFHVVRUGRSHWUyOHRHPQtYHOPXQGLDOD __________

    Comentrios

    Temos aqui uma questo de interpretao de texto. A hierarquizao das informaes lidas indispensvel para a compreenso de qualquer texto.

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    Entre as alternativas oferecidas, qual representa a idia principal do texto, qual pode resumi-lo? So as de significado mais geral; idealmente, a conjuno das alternativas d e e resumiria bem o texto; infelizmente, essa opo no est disponvel.

    Notem que a alternativa e retoma, em dessas fontes energticas, a referncia s formas de energia discutidas no texto, o que a torna mais completa que a alternativa d; esta, apesar de tratar mais completamente das formas de gerao de energia discutidas, no abarca nem faz referncia restrio posta pelo texto esWDV IRUPDVGHHQHUJLD DVenergias limpas) continuaro sendo apenas complementares e no VXILFLHQWHV SDUD VXEVWLWXLU R SHWUyOHR $VVLP D ~OWLPD DOWHUQDWLYDtem mais elementos, entre as elencadas, para apresentar a idia principal do texto. o cDVR GD HVFROKD GD DOWHUQDWLYD PDLV FRUUHWD RX PHQRVHUUDGDFRQVLGHURTXHRWySLFRIUDVDOLGHDOGRWH[WRTXHUHSUHVHQWDVXDLGpLD FHQWUDO VHULD QD YHUGDGH o potencial das energias propriamente OLPSDV H UHQRYiYHLV p HQRUPH (...),ainda assim continuaro sendo apenas complementares e no suficientes para substituir o petrleo As demais alternativas trazem idias acessrias, no centrais, mas auxiliares no texto; em a, temos um argumento contrrio generalidade do uso das energias limpas, ou seja, serve de apoio idia central de que HVWDV HQHUJLDV VmR DSHQDV FRPSOHPHQWDUHV D b trata de questes relativas apenas energia elica, particularidades; c faz o mesmo em relao energia solar. Ento o dilema estaria mesmo entre d e e, resolvido da forma que indicamos acima.

    Gabarito: E

    Anlise de Texto

    Vamos ler um texto atentando para certas caractersticas importantes da sua construo, como o uso dos instrumentos coesivos, a reiterao e a retomada de ideias anteriormente enunciadas, a remisso ao contexto, enfim, vrias questes que vimos tratando nesta e em outras aulas. Os comentrios esto na margem direita.

    Deste mesmo recanto modesto de pgina 10 de O Cruzeiro j tive ocasio de referir-me chamada "histria em quadrinhos" como forma moderna de literatura ou de arte: uma literatura ou arte cujo mal - o de contedo ou substncia - no deve ser confundido levianamente com a forma.

    O autor contextualiza o seu

    texto: j havia falado do

    assunto antes; e anuncia o

    tema, antecipando uma

    opinio sobre ele.

    A forma tanto pode se prestar a fins educativos Veja como o autor retoma o

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    como deseducativos. Correspondendo a um gosto moderno de sntese, tanto da parte do pblico infantil como do adulto, deve ser aproveitada pelos educadores e moralistas e no apenas abandonada aos exploradores da vulgaridade ou da sensao.

    ltimo perodo anterior,

    iniciando o pargrafo falando

    da forma, retomando a

    distino entre o mal das HQ

    e sua forma, no 1.

    Em vez de assim procederem, que fazem alguns educadores e moralistas? Investem contra a histria em quadrinhos como os caturras de outrora investiram contra os primeiros jornais, os primeiros cinemas, os primeiros rdios. At que ficou evidente que jornal, cinema, rdio, tanto se podiam prestar a fins educativos como deseducativos. Que os prprios padres ou sacerdotes podiam utilizar-se do jornal, do cinema, do rdio para a propaganda da f e da moral crist. Que jornal ou imprensa no queria necessariamente dizer perigo para a ordem estabelecida ou a ortodoxia dominante, mas, ao contrrio, podia ser posta a seu servio. Que cinema no queria necessariamente dizer moa quase nua fazendo pecar os adolescentes, homem beijando escandalosamente mulher, ladro arrombando cofre, mas, ao contrrio, podia ser posto ao servio da cincia, da histria clssica e da prpria religio. Que o rdio no queria necessariamente dizer maior divulgao de samba, com excessos lbricos, de anedota picante, de cano obscena, mas tambm de msica clssica e da prpria msica de igreja.

    Nova retomada, reforando

    os elos coesivos, com assim

    procederem retomando a

    frase abondonada aos

    exploradores (...), no final do

    anterior.

    Notem duas particularidades

    de construo: a reiterao

    da enumerao jornal,

    cinema, rdio, juntos ou

    alternadamente. E a sucesso

    de subordinadas, iniciadas

    por que, todas ligadas

    orao At que ficou evidente

    que. A coeso chega ao nvel

    sinttico aqui.

    A histria em quadrinhos est na mesma situao. Tambm ela pode tornar-se instrumento de divulgao de vidas de heris, de santos, de sbios, de faanhas de vaqueiros do Nordeste e de gachos do Rio Grande do Sul; e no apenas de aventuras de gngsters e de cow-boys.

    Os exemplos anteriores,

    reiterados, so recuperados

    pela expresso mesma

    situao.

    Tambm ela pode tornar-se, para os brasileiros, fora de conservao de tradies nacionais, em vez de superao dessas tradies por mitos de povos imperiais sem que, entretanto, o justo zelo nacionalista degenere em "nossismo" intolerante. "Nossismo" doentio que no admita histria com Papai Noel, mas s com Vov ndio; nem biografia que exalte Marconi, mas s que glorifique Santos Dumont; nem canto onde aparea lobo ou olmo, mas s onde brilhe a ramagem do cajueiro ou arreganhe a dentua a suuarana

    Note o pronome ela, no

    incio, retomando e

    reiterando a referncia

    histria em quadrinhos, no

    pargrafo anterior.

    Note as duas oposies de

    ideias operadas pelo autor,

    com em vez de ? sem que, entretanto. A expresso

    ? explicada pelos perodos

    coordenados subsequentes.

    Compreende-se a campanha de nacionalizao Referncia ao contexto da

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    da histria em quadrinhos iniciada vigorosamente pelo jornalista Homero Homem. Mas seria uma lstima que a mstica de nacionalizao nos levasse queles exageros. E nos fechasse, nas nossas revistas e jornais, s histrias em quadrinhos que no falassem em ndio, cajueiro, vaqueiro do Nordeste, suuarana, pitanga, Caxias, Santos Dumont.

    poca do texto, em que havia

    ? contra as HQs.

    Veja a enumerao final: qual

    a noo comum aos termos

    enumerados? O

    nacionalismo, o nossismo

    mencionado no anterior ? reiterao.

    Atualmente, o extremo que domina nas histrias em quadrinhos publicadas em nossos jornais o de quase exclusiva estrangeirice de motivos, smbolos e personagens. Devemos reagir contra essa exclusividade lamentvel. Mas no ao ponto de nos fecharmos dentro de motivos, smbolos e personagens exclusivamente brasileiros. Apenas escolhendo para publicao, histrias, tanto brasileiras como estrangeiras, mais capazes de deleitar o pblico, sem corromper-lhe o gosto. Pois no nos esqueamos de que vivemos num mundo que , cada dia mais, um mundo s, dentro do qual o Brasil deve ser o Brasil sem deixar de ser fraternalmente humano e cordialmente americano.

    Outra referncia ao contexto

    da poca. O seu repdio ao

    tal nossismo justifica o

    posicionamento que anuncia

    no ltimo pargrafo. Desta

    forma, percebe-se a

    progresso das ideias. O que

    foi dito em cada pargrafo

    tinha um objetivo, era um

    passo do caminho para a

    concluso final.

    Fonte: FREYRE, Gilberto. Histrias em quadrinhos, nacionalismo e internacionalismo. O Cruzeiro. Rio de Janeiro, 09 jun. 1951.

    Bem, meus caros, trata-se de um texto de um grande prosador da nossa lngua, o ilustre socilogo Gilberto Freyre. Neste texto, vimos em ao vrios mecanismos que estudamos. Quero chamar a ateno de vocs para a progresso das ideias do autor no texto. Os elos coesivos so usados de forma que as ideias so retomadas, e a cada passo retrabalhadas, de forma que o percurso do pensamento at a concluso proposta pelo autor parece natural, necessrio: esse o efeito de um texto bem construdo.

    Reescrever

    comum a banca pedir para que seja avaliada pelo candidato a reescrita de um texto ou trecho de texto. Est em jogo nesse tipo de questo a nossa capacidade de abstrair o sentido do texto e reconhece-lo no trecho reescrito.

    Por exemplo, dado o texto: Autoproclamado popstar da msica clssica, Andr Rieu o protagonista de um dos maiores fenmenos da indstria fonogrfica da atualidade. Para isso, ele aposta numa frmula que vem

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    aprimorando desde o incio da dcada de 19902, o examinador prope algumas hipteses de reescrita, como por exemplo:

    - Popstar da msica clssica segundo ele mesmo, um dos maiores fenmenos da indstria fonogrfica protagonizado por Andr Rieu. Para isso, vem aprimorando desde o incio da dcada de 1990 uma frmula de aposta. Como julgar a reescrita? Reproduz o original sem alterar o sentido? H erros?

    Temos de avaliar se o sentido do original se manteve, e acompanhar quais foram as alternaes feitas, e qual seu efeito. Vejam, temos a substituio de autoproclamado por segundo ele mesmo, expresses que a toda vista so sinnimas, ou de sentido muito prximo. Em seguida, WHPRVTXH $QGUp5LHXSDVVD GH VXMHLWR DWLYRSDUD DJHQWHGDSDVVLYDem um dos maiores fenmenos da indstria fonogrfica protagonizado por Andr Rieu, com a passagem para a voz passiva, mantendo, no HQWDQWRRVHQWLGRGRRULJLQDO1R~OWLPRSHUtRGRYHUHPRVTXHPara isso, ele aposta numa frmula que vem aprimorando desde o incio da dcada GHno equivalente a vem aprimorando desde o incio da dcada de 1990 uma frmula de aposta em que h a inverso entre aposta numa frmula e frmula de apostaHPTXHDSDODYUDDSRVWDGHL[RXGHser verbo e passou a ser nome. O significado evidentemente diferente, ento houve mudana de sentido, temos de recusar a reescrita proposta.

    Certo? O que preciso comparar o enunciado de base com a reescrita proposta. E um olho atento aos detalhes, geralmente o examinador ir mudar uma estrutura acessria.

    Vejam agora outra proposta de reescrita do trecho de exemplo:

    Andr Rieu - autoproclamado popstar da msica clssica o protagonista de um dos maiores fenmenos da indstria fonogrfica da atualidade. Para isso, vem apostando numa frmula que aprimora desde o incio da dcada de 1990.

    Bem, meus caros, no primeiro perodo temos apenas uma mudana de ordem, com o deslocamento do sujeito (Andr Rieu) para a posio inicial. No segundo perodo, o que muda? Temos a mudana importante das formas verbais aposta por vem apostando, e, inversamente, vem aprimorando por aprimora. Quanto forma, houve mudana, mas quanto ao sentido, meus caros, vamos lembrar do aspecto verbal, que j estudamos em aula anterior: o presente do indicativo, no caso,

    2 Trecho de artigo publicado na revista Concerto em julho de 2012.

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    empregado com valor durativo, exatamente como a locuo com verbo auxiliar no presente mais verbo no gerndio, como vem aprimorando, vem apostando. Ou seja, meus caros, as locues so intercambiveis; so equivalentes. O sentido do texto ficou mantido com as alteraes.

    Com isso, vimos que certas alteraes, como a mera inverso ou mudana de ordem, no alteram o sentido da frase.

    Por outro lado, alteraes de menor monta, em palavras instrumentais, como preposies e conjunes, podem provocar grandes mudanas no sentido do texto. Existem, claro, conjunes e locues conjuntivas equivalentes, como mas, no entanto, entretanto etc.

    Quanto aos verbos, as noes de tempo, correlao e aspecto, que estudamos, so centrais para perceber se a alterao proposta de fato leva a uma mudana de sentido.

    Vejamos como costuma cair em provas.

    Exerccios

    5. ESAF-SUSEP-2010

    5

    Nos pases em geral, economistas, polticos e o

    noticirio gostam de ndices sobre macroeconomia,

    nmeros abstratos que indicam a situao geral da

    economia, mas no revelam o que se passa em seu

    interior. A internet, por exemplo, apareceu em grande

    escala em 1992, e o mundo se deu conta da revoluo

    que ela fizera nos negcios, na cultura e na vida das

    pessoas 10 anos depois.

    (Antnio Machado, Mundo invisvel. Correio Braziliense, 14 de fevereiro de2010, com adaptaes)

    No texto acima, provoca-se erro gramatical ou incoerncia na argumentao do texto ao

    a) inserir os DQWHVGHHFRQRPLVWDVHGHSROtWLFRV EUHWLUDUp FUHWLUDURSURQRPHRGRWHUPRRTXH GVXEVWLWXLUIL]HUDSRUhavia feito. e) inserir apenas GHSRLVGHSHVVRDV __________

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    Comentrios: Uma questo em que so sugeridas formas de reescritura do texto, e precisamos encontrar aquela que provoca erro gramatical ou incoerncia. A introduo do DUWLJRGHILQLGRDQWHVGHHFRQRPLVWDVHSROtWLFRVQmR OHYDDHUUR2pHPeconomistas, polticos e o noticirio gostam de ndices sobre... meramente enftico, e pode ser retirado sem prejuzo.

    Por outro lado, suprimir o pronome o em mas no revelam o que se passa em seu interior causa um problema, pois o pronome a referncia para a orao seguinte (o/aquilo/a coisa que se passa em seu interior), e sua excluso torna o texto incoerente. Pelo visto, essa nossa alternativa.

    $ ORFXomR KDYLD IHLWR p D IRUPD DQDOtWLFD GR PDLV TXH SHUIHLWR IL]HUD VmRintercambiveis; inserir mais um advrbio, apenasHPrevoluo que ela fizera nos negcios, na cultura e na vida das pessoas apenas 10 anos depoisWHPRefeito de intensificar a idia de que certas realidades no so percebidas facilmente pelos observadores.

    Gabarito:C

    6. ESAF SUSEP- 2010 Assinale a opo que ao substituir a orao sublinhada, no texto abaixo, provoca erro gramatical e/ou incoerncia textual.

    Sem vitria ou derrota, na comparao entre o pr e o ps-crise, a turbulncia financeira que abalou o mundo trouxe perdas ao Brasil, mas no decorrer de 2009 os prejuzos foram recuperados e, se o pas no cresceu, conseguiu ao menos fazer com que importantes indicadores econmicos e sociais empatassem com os que eram registrados em 2008 ano do pico de desenvolvimento brasileiro.

    (Correio Braziliense, 11 de fevereiro, 2010, com adaptaes)

    a) caso o pas no cresceu

    b) apesar de o pas no crescer

    c) mesmo o pas no crescendo

    d) embora o pas no crescesse

    e) ainda que o pas no tenha crescido

    __________

    Comentrios

    A questo envolve a semntica e a sintaxe; a conjuno concessiva caso usada na expresso de fatos hipotticos, e portanto exige o uso do modo subjuntivo; o correto ento seria caso o pas no tenha crescido. Evidente que a construo no figura entre as alternativas. A dissonncia entre a conjuno empregada e o

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    modo subjuntivo da forma verbal fere a coerncia textual. Todas as demais formas so admissveis.

    Gabarito: A

    7. FMP TJ/AC 2010 (adaptada) Leia o trecho: O Diogo Mainardi um assunto de polcia. Entende de Getlio Vargas, decodificao do DNA, Brecht, clonagem da Dolly. Se voc procurar no dicionrio a palavra petulncia, vai encontrar a foto dele.

    A alternativa que apresenta uma reescritura clara e correta e mantm o sentido do perodo acima :

    (A) O Diogo Mainardi um assunto de polcia: entende de Getlio Vargas, decodificao do DNA, Brecht, clonagem da Dolly. E, se voc procurar no dicionrio a palavra petulncia, vai encontrar a foto dele.

    (B) O Diogo Mainardi: um assunto de polcia, entende de Getlio Vargas, decodificao do DNA, Brecht, clonagem da Dolly. Mas, se voc procurar no dicionrio, a palavra petulncia,vai encontrar a sua foto.

    (C) Um assunto da polcia o Diogo Mainardi, porque entende de Getlio Vargas, decodificao do DNA, Brecht, clonagem da Dolly. Se voc procurar no dicionrio a palavra petulncia vai encontrar a foto dele.

    (D) O Diogo Mainardi, um assunto de polcia, porque entende de Getlio Vargas, decodificao do DNA, Brecht, clonagem da Dolly. Se voc procurasse no dicionrio a palavra petulncia, vai encontrar a foto dele.

    (E) O Diogo Mainardi um assunto de polcia. Entende de Getlio Vargas decodificao do DNA, Brecht, clonagem da Dolly. Conquanto voc procurar no dicionrio a palavra petulncia,vai encontrar a foto dele.

    _____________

    Comentrio:

    Diante de uma questo como essa temos de ler todas as alternativas, descartando as incorretas. Em uma primeira leitura, notamos que, na alternativa b, a adversativa mas introduzida altera o sentido do texto, SRLVQmRKiRSRVLomRHQWUHDVLGpLDVHOHpVLQ{QLPRGHSHWXOkQFLDHIDODVREUHRVDVVXQWRVPDLVGLVSDUDWDGRVSHORFRQWUiULR Alm disso, observa-se que h uma possvel ambigidade, que prejudica DFODUH]DGRWH[WRQRHPSUHJRGRSURQRPHVXDHPse voc procurar no dicionrio, a palavra petulncia, vai encontrar a sua foto. H ambigidade HQWUH H SHVVRD QD IRUPD VXD VXD-tua e sua-dele), ou seja, o

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    SURQRPH SRGH VHU UHIHULU D YRFr SHVVRD RX D 'LRJR 0DLQDUGLreferido antes.

    A alternativa seguinte traz uma alterao de sentido, pois a expresso DVVXQWR GH SROtFLD FDVR GH SROtFLD WHP XP VHQWLGR HVSHFtILFR H DVexprHVV}HV LGLRPiWLFDVVmR IRUPDV IL[DV&RPDDOWHUDomRSDUDDVVXQWRda SROtFLD R VHQWLGR p RXWUR SHUGH D FRQRWDomR WtSLFD GD H[SUHVVmRidiomtica, temos de ler em sentido literal, apenas denotativo. Evidentemente ningum h de chamar a polcia porque o sujeito se arvora a falar sobre tudo na TV, no jornal etc.

    Alm disso, temos no segundo perodo a omisso da vrgula da orao adverbial.

    Na alternativa d, outro erro salta aos olhos: temos uma correlao verbal problemtica no ltimo perodo, com a alterDomRGDIRUPDSURFXUDUSDUDSURFXUDVVH 1HVVH FDVR SDUD PDQWHU D FRUUHomR GR SHUtRGR VHULDQHFHVViULR DOWHUDU D ORFXomR YDL HQFRQWUDU XWLOL]DQGR DV IRUPDVHQFRQWUDULD RX LULD HQFRQWUDU SDUD D FRUUHODomR FRUUHWD GDV IRUPDVverbais.

    Uma boa maneira de tornar bvia a relao entre os verbos aproxim-los

    Se voc procurasse no dicionrio a palavra petulncia, vai encontrar a foto dele

    Se voc procurasse, vai encontrar --- Se voc procurasse, encontraria

    encontraria

    encontrava (coloquial)

    Desse modo, fica evidente que a continuidade da ao expressa na correlao verbal prejudicada com as formas propostas na alternativa. Alm disso, h um erro de pontuao, porque sujeito e verbo esto separados por vrgula em O Diogo Mainardi, um assunto de polcia.

    A ltima alternativa traz um erro evidente no uso da conjuno FRQTXDQWR TXH LQWURGX] XPD UHVVDOYD HTXLYDOHQWH D DSHVDU GH puma adversativa. Resta-nos portanto a primeira alternativa, que reescreve o perodo sem prejuzo do sentido, com clareza e correo.

    Gabarito: A

    A Importncia da Literalidade

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    Meus caros amigos, para resolver questes de interpretao do texto, o guia mais precioso com que contamos justamente... o texto! A esmagadora maioria das questes de interpretao prende-se ao sentido literal, ao sentido imediatamente apreensvel a partir de uma leitura.

    Importante ter em mente antes de tudo que o examinador no deseja saber a opinio do candidato a respeito do assunto tratado no texto; o que ele deseja saber se o candidato entendeu de fato o que o texto diz.

    E o que o texto diz? um desafio realmente a compreenso de um texto, dado que sabemos que a polissemia uma caracterstica das palavras, conforme estudamos em aula anterior.

    Imaginem vocs ento um texto, que envolve uma srie de palavras, cada uma delas potencialmente polissmica, quantas interpretaes no poder ter, no ?

    Calma, meus caros; atenhamo-nos ao sentido primrio, prprio das palavras; lembrem-se do que eu disse, nas provas predominam os textos de cunho dissertativo, de linguagem objetiva.

    Darei um exemplo extremo, para que fique bem clara a questo para vocs. Veja o texto:

    A Lua um corpo celeste habitado por um povo semelhante aos humanos, que moram no na superfcie, mas no interior do satlite.

    Certo, est dito. Voc acredita nisso? Voc acha verossmil? Eu, francamente, no. Embora, claro, nunca tenha ido lua.

    Agora, se este texto aparece em uma prova, seguido da pergunta de acordo com o texto, a lua habitada? Sua resposta ser: sim!

    Isso porque voc se ateve literalidade do texto, quilo que o texto GLVVH'HIDWROHPRVQRWH[WR$/XDpXPFRUSRFHOHVWHKDELWDGReprova suficiente de que a pergunta deve ser respondida com afirmativa.

    Questes de interpretao no procuram saber nossa opinio, mas o que o texto diz!

    Inferncias Vlidas, Pressupostos, Subentendidos

    Certo, o terreno da literalidade seguro, mas por vezes o texto nos desafia com a necessidade de inferir informaes que nem sempre esto presentes literalmente. O que podemos inferir, ou seja, concluir a partir

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    do texto, sem possibilidade de discusso, ser uma inferncia vlida. Esto relacionadas aos pressupostos do texto, noo que se relaciona ao contexto que o emissor no achou que devesse especificar.

    Vejamos um exemplo bem simples: se digo Jos almoou mais cedo ontem, posso inferir, sem discusso, que Jos costuma almoar mais tarde, geralmente, do que ontem. um pressuposto do enunciado. E , por isso mesmo, uma inferncia vlida. No est dito no texto que Jos costuma almoar mais tarde do que ontem. Mas nesse caso podemos dispensar a literalidade, a inferncia vlida aquela autorizada pelo texto.

    O pressuposto geralmente tem relao com o contexto da enunciao, com as circunstncias e os dados tidos como aceitos pelos receptores do texto.

    Por exemplo, veja o trecho abaixo, retirado de notcia de O Estado de So Paulo:

    Nem bem havia acabado o jogo contra a Sucia, em que sua equipe venceu por 3 a 0, e Mano Menezes j estava pensando no prximo compromisso, contra a frica do Sul, no dia 7 de setembro.

    Uma inferncia vlida a partir desse trecho que trata da seleo brasileira de futebol, pois este um pressuposto, um dado que o emissor considerou que o receptor saberia.

    Meus caros, sem os pressupostos, a comunicao verbal seria praticamente impossvel, pois vrias informaes contextuais teriam de ser reiteradas continuamente.

    Agora, preciso atentar para o limite dos pressupostos, pois se no corremos o risco de fazer inferncias invlidas, alm dos limites do que est pressuposto. Por exemplo, com base no fragmente acima, no podemos inferir se a seleo brasileira um time bom, mdio ou ruim; isso porque o texto no autoriza a inferncia. Mesmo que algum considere que vencer por trs a zero seja suficiente para classificar o time como um bom time, ou um mau time, isso ser irremediavelmente uma opinio prpria, e no uma inferncia a partir do texto. Ento, as inferncias vlidas tem de estar apoiadas na literalidade do texto.

    SUBENTENDIDOS Os subentendidos so gerados pelo emprego intencional do emissor de palavras ou expresses, ou textos, com a finalidade de dizer algo, com um significado, e deixar um sentido oculto sob o manto do sentido literal das palavras, de forma a que possa ser percebido.

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    Ento preciso que haja a inteno do emissor, de dizer algo sem diz-lo literalmente. E a interpretao do subentendido depende exclusivamente do destinatrio. Da a complexidade do problema.

    O subentendido sempre alude ao contexto. E realiza aquela possibilidade da polissemia a que aludimos: as palavras adquirem, ao mesmo tempo, dois sentidos.

    Um exemplo clssico de subentendido est nos versos da cano Clice, de Chico Buarque e Gilberto Gil veja em http://www.chicobuarque.com.br/construcao/mestre.asp?pg=calice_73.htm -, que comea por se apoiar na homofonia, que estudamos, entre as formas do substantivo clice e do verbo cale-se, para fazer referncia ao contexto social e poltico de sua poca, em que o Estado usava de violncia para combater a oposio e exercia a censura do pensamento, aludindo, em primeiro plano, Paixo de Cristo. Evidente que a duplicidade de sentido foi intencional, e foi compreendida pelos destinatrios, tendo a cano alcanado um grande sucesso.

    A ironia pode ser feita atravs do subentendido, pois a literalidade muitas vezes tem significao oposta do que se pretende dizer.

    Por exemplo: -- Ah, chegou cedo, hein, meu caro? Diz o chefe, olhando para o relgio com impacincia: evidente que se subentende que o sujeito chegou tarde, e no cedo.

    Os subentendidos, para resumir, fazem referncia ao contexto, so produzidos intencionalmente, e dependem do destinatrio perceber a LQWHQomRHGHVYHQGDURVLJQLILFDGRHQFREHUWRpXPIHQ{PHQREDVWDQWHcomplexo na comunicao verbal.

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    Questes Comentadas

    FCC/ Ag. Defensoria/2010

    Leia o texto abaixo para responder s questes 8 a 11

    Nosso grande escritor Graciliano Ramos foi, como se sabe, prefeito da cidade alagoana de Palmeira dos ndios. Sua gesto ficou marcada no exatamente por atos administrativos ou decises polticas, mas pelo relatrio que o prefeito deixou, terminado o mandato. A redao desse relatrio primorosa, pela conciso, objetividade e clareza (hoje diramos: transparncia), qualidades que vm coerentemente combinadas com a honestidade absoluta dos dados e da autoavaliao rigorosssima, sem qualquer complacncia que faz o prefeito. Com toda justia, esse relatrio costuma integrar sucessivas edies da obra de Graciliano. uma pea de estilo raro e de esprito pblico incomum.

    Tudo isso faz pensar na relao que se costuma promover entre linguagens e ofcios. Diz-VHTXHKiRHFRQRPrV MDUJmRPLVWHULRVRGRVHFRQRPLVWDV R SROLWLTXrV HVWLOR HYDVLYR GRV SROtWLFRV R DFDGrPLFRcom o cheiro de mofo dos bas da velha retrica etc. etc. E h, por vezes, a linguagem processual, vazada em arcasmos, latinismos e tecnicalidades que a tornam indevassvel para um leigo. H mesmo casos em que se pode suspeitar de estarem os litigantes praticando data venia um vernculo estrito, reservado aos iniciados, espcie de senha para especialistas.

    No se trata de ir contra a necessidade do uso de conceitos especficos, de no reconhecer a vantagem de se empregar um termo tcnico em vez de um termo impreciso, de abolir, em suma, o vocabulrio especializado; trata-se, sim, de evitar o exagero das linguagens opacas, cifradas, que SHGHP WUDGXomR SDUD D SUySULD OtQJXD D TXH SUHVXPLYHOPHQWHpertencem. O exemplo de Graciliano diz tudo: quando o propsito da comunicao honesto, quando se quer clareza e objetividade no que se escreve, as palavras devem expor luz, e no mascarar, a mensagem produzida. No caso desse honrado prefeito alagoano, a tica rigorosa do escritor e a tica irrepreensvel do administrador eram a mesma tica, assentada sobre os princpios da honestidade e do respeito para com o outro.

    (Tarcsio Viegas, indito)

    8. O autor do texto comenta o relatrio do prefeito Graciliano Ramos para ilustrar a

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    (a) superioridade de uma linguagem tcnica sobre a no especializada.

    (b) necessidade de combinar clareza de propsito e objetividade na comunicao.

    (c) possibilidade de sanar um problema de expresso pela confisso honesta.

    (d) viabilidade de uma boa administrao pblica afirmada em boa retrica.

    (e) vantagem que leva um grande escritor sobre um simples administrador.

    Vamos examinar as alternativas, naturalmente depois de ler o texto. O texto elogia um texto no-literrio do grande escritor, um dos maiores de nossa lngua, Graciliano Ramos. O autor, no 1 pargrafo, destaca trs traos proeminentes do texto a conciso, a objetividade e a clareza. Assim, a linguagem cristalina do escritor torna-se uma virtude do administrador, pois sua prestao de contas acessvel a todos.

    A primeira alternativa no verdadeira, vemos no texto que o autor no defende a superioridade da linguagem tcnica; muito ao contrrio, pretende que a linguagem sem termos opacos de Graciliano tem inclusive a virtude da honestidade. A segunda alternativa a correta, corresponde virtude que o autor atribui ao texto de Graciliano Ramos.

    A alternativa c atribui problemas de expresso ao texto de Graciliano, evidentemente um erro; o autor busca elogiar as qualidades do relatrio. A opo seguinte, d, falsa, pois a administrao do mais ilustre prefeito que a cidade de Palmeira dos ndios j teve no particularmente elogiada, e sim sua expresso, e sua honestidade; alm disso, o prprio WHUPRUHWyULFDpDOYRGHJUDQGHGHVFRQILDQoDGRDXWRUYHMDPDDOXVmRDR FKHLUR GH PRIR GRV ED~V GD YHOKD UHWyULFD 3RU ILP D ~OWLPDalternativa supe uma comparao que no existe no texto, entre escritor e administrador.

    Gabarito: B

    9. Atente para as seguintes afirmaes:

    I. No 1o pargrafo, afirma-se que a administrao do prefeito Graciliano Ramos foi discutvel sob vrios aspectos, mas seu estilo de governar revelou-se inatacvel.

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    II. No 2o pargrafo, uma estreita relao entre linguagens e ofcios dada como inevitvel, apesar de indesejvel, pois os diferentes jarges correspondem a diferentes necessidades da lngua.

    III. No 3o pargrafo, busca-se distinguir a real eficcia de uma linguagem tcnica do obscurecimento de uma mensagem, provocado pelo abuso de tecnicalidades.

    Em relao ao texto, est correto APENAS o que se afirma em

    (A) I.

    (B) II.

    (C) III.

    (D) I e II.

    (E) II e III.

    Uma questo que exige o julgamento de trs afirmativas. A afirmativa I merece cuidado. Quais so as afirmativas do texto a respeito da administrao do escritor? Apenas essa: Sua gesto ficou marcada no exatamente por atos administrativos ou decises polticas, mas pelo relatrio que o prefeito deixou. Afirma-se portanto que os atos ou decises do prefeito no foram mais memorveis que o seu relatrio. Pode-se at admitir que os atos no foram suficientemente brilhantes para ofuscar o relatrio, mas essa no uma concluso necessria do texto. Nem torna discutvel seu governo. A afirmativa no est correta, portanto.

    Quanto afirmativa II, preciso reler com cuidado o 2 pargrafo do texto. Nele, o autor introduz a relao entre linguagem e ofcios, e, embora no emita juzo literal a respeito, refere-se a jargo misterioso dos economistas, ao estilo evasivo GRVSROtWLFRVR DFDGrPLFR FRPRcheiro de mofo dos bas da velha retrica; caracteriza negativamente as linguagens ou jarges tcnicos especializados. Est portanto incorreta a alternativa.

    A derradeira alternativa traz uma afirmativa correta, pois o autor, no 3 pargrafo do texto, faz uma ressalva para admitir a necessidade da linguagem e dos vocbulos caros aos especialistas, advertindo que seu abuso pode levar a prejuzo na compreenso.

    Gabarito: C

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    10. H mesmo casos em que se pode suspeitar de estarem os litigantes praticando data venia um vernculo estrito Nessa passagem do texto, o autor

    (A) lavae-se de uma linguagem que em si mesma ilustra o caso que est condenando.

    (B) mostra-se plenamente eficaz na demonstrao do que seja estilo conciso.

    (C) parodia a linguagem dos leigos, quando comentam a dos especialistas.

    (D) vale-se de um estilo que contradiz a prtica habitual dos registros pblicos.

    (E) mostra-se contundente na apreciao das vantagens da retrica. _________ Comentrios: O texto transcrito est no 2 pargrafo. Neste, o autor ironiza o abuso da linguagem especializada, utilizando-se de uma expresso consagrada data venia que abunda nos meios legais, de forma a mostrar um exemplo do abuso da linguagem quase cifrada dos especialistas, objeto de sua crtica.

    justamente isso o que diz a alternativa a, que est correta.

    Passemos rapidamente pelas outras alternativas. J vimos que o trecho contm uma crtica ao abuso da linguagem obscura, portanto o contrrio do estilo conciso, claro e objetivo.

    Temos depois a alternativa c; o texto parodia, na verdade, o gnero que critica, ou seja, a linguagem dos especialistas, e no a dos leigos. A prtica habitual dos registros pblicos, a linguagem cartorial, igualmente vazada em arcasmos, como diz o autor; quando retrica, est no texto identificada ao uso arcaizante e obscuro da linguagem, portanto o autor lhe faz uma crtica, e no aprecia suas vantagens; assim, as alternativas c e d tambm so incorretas.

    Gabarito: A

    11. Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um segmento em:

    (A) sem qualquer complacncia (1o pargrafo) destitudo de intolerncia.

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    (B) jargo misterioso (2o pargrafo) regionalismo infuso. (C) vazada em arcasmos (2o pargrafo) rompida por modismos. (D) a que presumivelmente pertencem (3o pargrafo) que se imagina integrarem.

    (E) assentada sobre os princpios (3o pargrafo) reprimida com base nos fundamentos.

    Uma questo de vocabulrio, de emprego de palavras levando em considerao o contexto. importante enteder o emprego do original no WH[WR 'DGR TXH FRPSODFrQFLD SRGH TXHUHU GL]HU WROHUkQFLD VHPFRPSODFrQFLD VHUi GHVWLWXtGR GH WROHUkQFLD H QmR GH LQWROHUkQFLDportanto, alternativa a descartada. A correspondncia da 2 alternativa est tambm incorreta, pode-VHYHUSHODFRUUHVSRQGrQFLDHQWUHMDUJmRHUHJLRQDOLVPR DVVLP WDPEpP FRP VmR LQFRUUHWDV DV DOWHUQDWLYDV TXH ID]HP FRUUHVSRQGHU YD]DGD HP H URPSLGD SRU H DVVHQWDGD HUHSULPLGD 5HVWD FRUUHWD D DOWHUQDWLYD d, para confirmar convm substituir no texto uma expresso por outra trata-se, sim, de evitar o exagero das linguagens opacas, cifradas, que pedem WUDGXomR SDUD Dprpria lngua que se imagina integrarem/a que presumivelmente SHUWHQFHP Gabarito: D

    FCC/INSS/2012

    Texto para as questes 12 e 13

    Em fins do ano passado foi aprovada na Comisso de Constituio e Justia do Senado a denominada Emenda Constitucional da Felicidade, que introduz no artigo 6 da Constituio Federal, relativo aos direitos sociais, frase com a meno de que so essenciais busca da felicidade.

    Pondera-se tambm que a busca individual pela felicidade pressupe a observncia da felicidade coletiva. H felicidade coletiva quando so adequadamente observados os itens que tornam mais feliz a sociedade. E a sociedade ser mais feliz se todos tiverem acesso aos bsicos servios pblicos de sade, educao, previdncia social, cultura, lazer, entre outros, ou seja, justamente os direitos sociais essenciais para que se propicie aos indivduos a busca da felicidade.

    Pensa-se possvel obter a felicidade a golpes de lei, em quase ingnuo entusiasmo, ao imaginar que, por dizer a Constituio serem os direitos sociais essenciais busca da felicidade, se vai, ento, forar os

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    entes pblicos a garantir condies mnimas de vida para, ao mesmo tempo, humanizar a Constituio.

    A meno felicidade era prpria da concepo de mundo do Iluminismo, quando a deusa razo assomava ao Pantheon e a consagrao dos direitos de liberdade e de igualdade dos homens levava crena na contnua evoluo da sociedade para a conquista da felicidade plena sobre a Terra. Trazer para os dias atuais, depois de todos os percalos que a Histria produziu para os direitos humanos, a busca da felicidade como fim do Estado de Direito um anacronismo patente, sendo inaceitvel hoje a incluso de convices apenas compreensveis no irrepetvel contexto ideolgico do Iluminismo.

    Confunde-se nessas proposies bem-intencionadas, politicamente corretas, o bem-estar social com a felicidade. A educao, a segurana, a sade, o lazer, a moradia e outros mais so considerados direitos fundamentais de cunho social pela Constituio exatamente por serem essenciais ao bem-estar da populao no seu todo. A satisfao desses direitos constitui prestao obrigatria do Estado, visando dar sociedade bem-estar, sendo desnecessria, portanto, a meno de que so meios essenciais busca da felicidade para se gerar a pretenso legtima ao seu atendimento.

    O povo pode ter intensa alegria, por exemplo, ao se ganhar a Copa do Mundo de Futebol, mas no h felicidade coletiva, e sim bem-estar coletivo. A felicidade um sentimento individual to efmero como varivel, a depender dos valores de cada pessoa. Em nossa poca consumista, a felicidade pode ser vista como a satisfao dos desejos, muitos ditados pela moda ou pelas celebridades. Ter orgulho, ter sucesso profissional podem trazer felicidade, passvel de ser desfeita por um desastre, por uma doena.

    Assim, os direitos sociais so condies para o bem-estar, mas nada tm a ver com a busca da felicidade. Sua realizao pode impedir de ser infeliz, mas no constitui, de forma alguma, dado essencial para ser feliz.

    (Miguel Reale Jnior. O Estado de S. Paulo, A2, Espao Aberto, 5 de fevereiro de 2011, com adaptaes)

    12. Afirma-se corretamente que o autor

    a) est convencido de que uma sociedade s poder ser plenamente feliz se lhe for permitida a realizao de todas as suas expectativas, principalmente quanto aos seus direitos bsicos.

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    b) critica, tomando por base as obrigaes do Estado de Direito e os conceitos de felicidade e de bem-estar coletivo, a proposta de Emenda Constitucional por consider-la incua e defasada.

    c) defende a concesso, pelo Estado, de garantias constitucionais para que a sociedade tenha qualidade de vida, imprescindvel sensao de bem-estar coletivo, que se torna o caminho para a felicidade geral.

    d) censura a tardia preocupao do Senado brasileiro em oferecer condies mnimas de qualidade de vida populao, com a oferta dos direitos bsicos que venham a garantir a felicidade geral.

    e) faz referncia necessria conscientizao de que o bem-estar da populao um bem indiscutvel, especialmente quanto liberdade e igualdade, a partir dos princpios que embasaram o Iluminismo.

    _______

    Comentrios:

    Meus amigos, sabemos j que preciso que nos atenhamos literalidade do texto. Qual alternativa encontra amparo no texto? Releia atentamente o 2 e o 3 pargrafos do texto, e veja como a alternativa b reproduz muito bem tudo o que foi dito ali. Alis, incua guarda relao com todo o 2 pargrafo, e defasada com todo o 3 pargrafo. Notem a armadilha da alternativa a, em que uma afirmativa que a ningum ocorrer negar oferecida, mas no encontra amparo no texto. Lembre-se que o examinador no pergunta o que ns pensamos sobre o assunto, mas o que o texto diz.

    Gabarito: B

    13. Em relao ao desenvolvimento textual, est INCORRETO o que consta em:

    a) Os dois primeiros pargrafos introduzem o assunto que ser analisado a seguir.

    b) H passagens no texto que evidenciam o posicionamento do autor sobre o assunto em pauta.

    c) No 4 pargrafo identifica-se a argumentao de que se vale o autor para embasar a opinio que ser defendida no pargrafo seguinte.

    d) O exemplo tomado Copa do Mundo, no 6 pargrafo, compromete o encadeamento das ideias defendidas no texto.

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    e) O ltimo pargrafo constitui uma concluso coerente de toda a discusso apresentada.

    _____________

    Comentrios:

    Aqui temos de apontar a afirmativa incorreta. Notem, meus caros, que a argumentao pelo exemplo um processo eficaz de argumentao, e no compromente, via de regra, a progresso de ideias do texto. o que ocorre no caso do 6 pargrafo do texto, em que o exemplo apresentado, e logo o autor retoma a discusso que o motivou. Portanto, o exemplo, na passagem, no compromete a progresso de ideias.

    Gabarito: D

    14. FCC/INSS/2012

    A questo baseia-se no texto seguinte.

    "Proporcionar a quantidade de calorias algo factvel", diz Joachim von Braun, da Universidade de Bonn. "A grande questo a nutrio." Nos ltimos 30 ou 40 anos, as dietas melhoraram. Hoje, existe proporcionalmente um nmero menor de pessoas desnutridas no mundo do que antes (embora o nmero absoluto seja alto e continue crescendo). Um nmero menor de pessoas deixa de crescer at a altura e o peso adequados por causa de uma dieta fraca durante a infncia.

    Mas, embora a maioria das pessoas consuma calorias suficientes, elas ainda sofrem de imensas deficincias de nutrientes, que trazem consequncias de longo prazo para a sociedade. As crianas que sofrem de tais deficincias no conseguem se concentrar e tm pontuao mais baixa nos testes de habilidade cognitiva. E parece existir uma ligao entre nutrio na infncia e renda na idade adulta.

    Em comparao, a epidemia de obesidade nos pases ricos representa exatamente o problema oposto. Pela primeira vez na histria, mais calorias no significam sade melhor. Um grande grupo de pessoas nos pases ricos tambm sofre de deficincia nutricional: os mais velhos. Com o avanar da idade, eles precisam de mais clcio e vitaminas e muitos no obtm esses nutrientes.

    A deficincia de nutrientes no algo fcil de corrigir. Nos pases pobres, os suplementos vitamnicos - um recurso comum - alcanam menos da metade daqueles que mais precisam deles, a populao rural pobre.

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    ( Trecho da Reportagem especial de como alimentar o mundo, The Economist. In: CartaCapital, 23 de maro de 2011, p. 55, trad. Ed Sda )

    ... que trazem consequncias de longo prazo para a sociedade. (2 pargrafo) correto depreender da afirmativa acima que

    a) os encargos decorrentes da oferta de nutrientes populao mais pobre oneram o poder pblico, comprometendo o desenvolvimento social.

    b) a sociedade deixa de ser beneficiada por um rendimento intelectual e econmico mais significativo de sua populao.

    c) os nutrientes nem sempre se destinam ao segmento mais necessitado da populao, fato que leva a potenciais riscos de desperdcio dos recursos pblicos.

    d) a melhoria da qualidade da dieta da populao pode, eventualmente, reverter em problemas de sade pblica, como ocorre atualmente com a obesidade.

    e) o equilbrio entre a oferta de nutrientes populao e o risco trazido pelo excesso de calorias nos alimentos dificilmente ser atingido.

    ___________

    Comentrios:

    A questo, pelo enunciado, nos pede para julgar a validade de uma inferncia. Meus caros, observem a passagem destacada pela questo em seu contexto; veremos que a palavra consequncias retomada, por FRHVmR VHTXHQFLDO SHORV SHUtRGRV LPHGLDWDPHQWH VXEVHTXHQWHV As crianas que sofrem de tais deficincias no conseguem se concentrar e tm pontuao mais baixa nos testes de habilidade cognitiva. E parece existir uma ligao entre nutrio na infncia e renda na idade adulta.Ora, h prejuzo cognitivo e econmico, conforme a passagem do texto, decorrente dos problemas de nutrio, portanto est totalmente justificada pelo texto a afirmativa de que a sociedade deixa de se beneficar (=tem prejuzo) nessas mesmas reas. uma inferncia vlida, imediatamente derivada do texto.

    Gabarito: B

    FCC/TRE-CE/2012

    Leia o texto abaixo para responder as questes 15 a 18

    Os jogos preservam o aspecto mais sutil da cultura. Com as artes, tcnicas, cincias, religies, eles indicam o refinamento ou o atraso de

    02439091944

  • Portugus p/ TJ-PR ?Administrador e Economista Teoria e exerccios comentados

    Prof Marcos Van Acker ? Aula 02

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    uma sociedade, com frutos polticos imediatos. impensvel a democracia ateniense sem as maneiras de exercitar o corpo e a mente praticadas pelos jovens guerreiros, depois cidados soberanos. A tica, disciplina hoje confundida com um sistema abstrato de valores, na Grcia comeava no aprimoramento corporal. Para enfrentar os inimigos, ou deles fugir com honra, era necessrio bem usar o corpo. A postura correta na batalha, que se aprendia na tenra idade, decidia a vitria. Com o tempo, o que era somtico foi traduzido ( por metfora ) mente. A pessoa que aprendeu a bem jogar com o corpo e a alma tem condies ticas de exercer a cidadania com maior vigor.

    Os jogos servem, desde longa data, para pensar fenmenos complexos como a guerra, a economia, a poltica. No sculo XVII, em que a razo de Estado se firmou, Blaise Pascal reconstruiu, a partir do jogo, a moralidade, a poltica, a teologia. S Deus joga com absoluta certeza. E ganha sempre. No caso humano, tudo incerto, sobretudo no campo das leis e da poltica. Tal antropologia, que hoje volta a ser assunto de interesse filosfico e poltico, nuclear na histria do pensamento moderno. Nela, importa a ideia do clculo como elemento bsico da poltica, plataforma da razo de Estado. O governante que sabe calcular as suas oportunidades e as de seus inimigos tem condies de, pelo menos, desrespeitar sem muitos prejuzos as regras normais da diplomacia ou de poltica interna.

    No por acaso Raymond Aron compara o trato internacional estrutura do football association. Em primeiro plano, preciso ver quantos jogadores so necessrios, quais meios lcitos so facultados. Depois vem o modo pelo qual eles se distribuem em campo, como unem esforos e desarticulam o adversrio. Tais pontos so primrios. Ademais, temos o virtuosismo tcnico e a qualidade moral dos jogadores, que no raro decidem campeonatos. Finalmente, o rbitro interpreta as regras e aplica as penalidades.

    diferena do futebol, diz Aron, as relaes internacionais