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Auditoria Teoria e Exercícios – Auditor-Fiscal do Trabalho Professores: Davi Barreto e Fernando Graeff Aula 02 Davi Barreto e Fernando Graeff www.pontodosconcursos.com.br 1 Introdução ............................................................................................ 01 Planejamento dos trabalhos..................................................................... 02 Materialidade e Relevância no planejamento e na execução ......................... 19 Papéis de trabalho.................................................................................. 23 Questões comentadas ............................................................................. 28 Lista de questões sem comentários .......................................................... 40 Bibliografia ............................................................................................ 45 Introdução Prezado Aluno, Dando continuidade ao nosso curso para o MTE, veremos hoje os seguintes assuntos: Aula 02 Objetivos, técnicas e procedimentos de auditoria: planejamento dos trabalhos. Programas de auditoria. Papéis de trabalho. E, por último, participe do Fórum de dúvidas, que é um dos diferenciais do Ponto. Lá você poderá tirar suas dúvidas, auxiliar outras pessoas e nos ajudar no aprimoramento dos nossos cursos. Dito isto, mãos à obra...

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    Introduo ............................................................................................ 01 Planejamento dos trabalhos ..................................................................... 02 Materialidade e Relevncia no planejamento e na execuo ......................... 19 Papis de trabalho .................................................................................. 23 Questes comentadas ............................................................................. 28 Lista de questes sem comentrios .......................................................... 40 Bibliografia ............................................................................................ 45

    Introduo

    Prezado Aluno, Dando continuidade ao nosso curso para o MTE, veremos hoje os seguintes assuntos:

    Aula 02 Objetivos, tcnicas e procedimentos de auditoria: planejamento dos trabalhos. Programas de auditoria. Papis de trabalho.

    E, por ltimo, participe do Frum de dvidas, que um dos diferenciais do Ponto. L voc poder tirar suas dvidas, auxiliar outras pessoas e nos ajudar no aprimoramento dos nossos cursos. Dito isto, mos obra...

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    Planejamento de Auditoria

    De uma forma geral, possvel estruturar o trabalho do auditor em trs grandes etapas: planejamento execuo relatrio.

    O planejamento a etapa inicial da auditoria. Nesse momento, o auditor pensa o seu trabalho, identificando quais so seus objetivos e definindo os detalhes que conduziro os trabalhos (cronograma, procedimentos, riscos envolvidos etc.). Nessa etapa, traada a estratgia geral dos trabalhos a executar na entidade, definindo a natureza, a oportunidade e a extenso dos exames, de modo que seja possvel desempenhar uma auditoria eficaz. Apesar da forma como foi ilustrada a fase de planejamento na figura acima, importante destacar que o planejamento no uma fase isolada da auditoria, mas um processo contnuo e iterativo. Em auditorias independentes das demonstraes contbeis, por exemplo, esse processo, muitas vezes, comea logo aps a concluso da auditoria anterior (ou durante a contratao da auditoria), continuando at a concluso do trabalho de auditoria atual.

    Muita ateno para esse ponto, pois uma pegadinha clssica das bancas. Portanto, uma questo que afirma que o planejamento se encerra junto com o incio dos trabalhos de campo do auditor est errada! Lembre sempre que o planejamento de auditoria um processo contnuo que comea j nos primeiros contatos do auditor com a empresa e s se encerra com a emisso do seu relatrio1.

    O planejamento de auditoria est regulamentado pela Resoluo CFC 1.211/09 (NBC TA 300). Um planejamento adequado benfico para a auditoria das demonstraes contbeis, pois auxilia o auditor a dedicar ateno apropriada s reas importantes da auditoria, a identificar e resolver tempestivamente problemas, a organizar adequadamente o trabalho, e a selecionar os membros da equipe de trabalho.

    1 Por falar nisso, no se esquea de que, pelas novas normas de auditoria, a opinio do auditor independente expressa

    em um relatrio e, no mais em um parecer (em que pese este termo ser consagrado na literatura tcnica).

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    Alm disso, um bom planejamento pea chave para facilitar a superviso e reviso dos trabalhos da equipe de auditoria, bem como auxiliar, se for o caso, na coordenao do trabalho realizado por outros auditores e especialistas. De acordo com a NBC TA 300, o planejamento de auditoria envolve a definio de duas grandes fases:

    a estratgia global para o trabalho; e

    o plano de auditoria. O auditor deve estabelecer uma estratgia global de auditoria que defina o alcance, a poca e a direo da auditoria, para orientar o desenvolvimento do plano de auditoria, devendo:

    (a) identificar as caractersticas do trabalho para definir o seu alcance;

    (b) definir os objetivos do relatrio do trabalho de forma a planejar a poca da auditoria e a natureza das comunicaes requeridas;

    (c) considerar os fatores que no julgamento profissional do auditor so significativos para orientar os esforos da equipe do trabalho;

    (d) considerar os resultados das atividades preliminares do trabalho de auditoria e, quando aplicvel, se relevante o conhecimento obtido em outros trabalhos realizados; e

    (e) determinar a natureza, a poca e a extenso dos recursos necessrios para realizar o trabalho.

    Em outras palavras, o auditor deve estabelecer uma estratgia capaz de orient-lo, de norte-lo, no desenvolvimento de um plano de auditoria. Esse plano a descrio detalhada dos passos que dever seguir durante a execuo dos trabalhos e deve conter a descrio de:

    (a) a natureza, a poca e a extenso dos procedimentos planejados de avaliao de risco, por meio do entendimento da entidade e de seu ambiente, assim como dos procedimentos adicionais de auditoria planejados no nvel de afirmao; e

    (b) outros procedimentos de auditoria planejados e necessrios para que o trabalho esteja em conformidade com as normas de auditoria.

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    Dessa forma, o plano de auditoria mais detalhado que a estratgia global visto que inclui a natureza, a poca e a extenso dos procedimentos de auditoria a serem realizados pelos membros da equipe de trabalho. Em suma, primeiro o auditor traa o norte que pretende seguir, as premissas bsicas que embasaram o seu planejamento (=estratgia global) e, posteriormente, define o passo a passo dos trabalhos que sero realizados (=plano de auditoria). O planejamento dos procedimentos de auditoria ocorre no decurso da auditoria, medida que o plano de auditoria para o trabalho desenvolvido. Por exemplo, o planejamento dos procedimentos de avaliao de riscos ocorre na fase inicial de auditoria. Entretanto, o planejamento da natureza, da poca e da extenso de procedimentos especficos de auditoria depende do resultado dessa avaliao de riscos. importante destacar que o auditor deve atualizar e alterar a estratgia global e o plano de auditoria sempre que necessrio no curso da auditoria. No esquea que este um processo iterativo, dinmico. Em decorrncia de imprevistos ou mudanas nas condies, o auditor pode ter que modificar a estratgia global e o plano de auditoria e, portanto, a natureza, a poca e a extenso dos procedimentos planejados. A estratgia e os programas de auditoria devem ser revisados permanentemente, como forma de o auditor independente avaliar as modificaes nas circunstncias e os seus reflexos nos procedimentos de auditoria a serem aplicados. Ou seja, o planejamento deve evoluir ao longo da execuo dos trabalhos, de forma a permitir que auditora atinja seus objetivos com eficcia e eficincia. Alm disso, todos os membros-chave da equipe de trabalho devem ser envolvidos no planejamento da auditoria, incorporando suas experincias e seus pontos de vista, otimizando, assim, a eficcia e a eficincia do processo. Em outras palavras, trata-se de um processo construdo por vrias pessoas, um membro de equipe que j executou trabalho na instituio pode trazer informaes preciosas sobre as peculiaridades dos controles internos da entidade, j um membro com grande experincia em coordenar equipes pode contribuir no planejamento da diviso dos trabalhos. Alm disso, o auditor pode optar por discutir esses elementos do planejamento com a administrao da entidade, contudo, deve-se atentar para no comprometer a eficcia dessa auditoria.

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    Por exemplo, a discusso com a administrao da natureza e da poca de procedimentos detalhados pode tornar tais procedimentos demasiadamente previsveis (o auditor no pode tambm entregar o ouro). De qualquer forma, independente de quem for envolvido na construo do planejamento, a estratgia global de auditoria e o plano de auditoria sempre sero responsabilidade do auditor. Finalmente, queremos ressaltar que todas as informaes obtidas para fins de planejamento devem compor a documentao comprobatria (=papis de trabalho) de que o auditor executou as etapas previstas nas normas de auditoria. Assim, o auditor deve documentar a estratgia global de auditoria, o plano de auditoria e as eventuais alteraes significativas ocorridas, e as razes dessas alteraes.

    Atividades Preliminares Bom... depois que entendemos a lgica do planejamento, possvel acrescentar mais alguns detalhes. As normas de auditoria determinam que preciso realizar atividades preliminares no incio do trabalho de auditoria corrente. Essas atividades ajudam o auditor na identificao e avaliao de situaes que podem afetar adversamente sua capacidade de planejar e realizar o trabalho. Assim, devem-se realizar as seguintes atividades no incio do trabalho de auditoria corrente:

    (a) verificar se foram obtidas informaes relacionadas aceitao e continuidade de relacionamento com clientes, como a integridade de pessoal-chave da entidade auditada, competncias e habilidades e experincia da equipe de trabalho etc.;

    (b) avaliao da conformidade com os requisitos ticos, inclusive independncia; e

    (c) estabelecimento do entendimento dos termos do trabalho. Note que a realizao dessas atividades preliminares importante, pois permite ao auditor planejar e executar um trabalho com segurana de que possvel manter a necessria independncia e capacidade para realizar o trabalho, assim como de que no haver problemas de integridade da administrao que possam comprometer a continuidade do trabalho. Logicamente, como j falamos para o planejamento, essa avaliao do relacionamento com o cliente, dos requisitos ticos, da independncia, ocorre

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    ao longo do trabalho de auditoria medida que mudam as circunstncias e as condies. Lembre-se que esse um processo dinmico! No entanto, a aplicao desses procedimentos iniciais no comeo do trabalho significa que estes devem estar concludos antes da realizao de outras atividades importantes. Finalmente, alertamos que as normas determinam que, no caso de auditorias recorrentes, esses procedimentos iniciais devem ser aplicados logo aps (ou em conexo com) a concluso da auditoria anterior.

    Planejamento de auditoria inicial Vamos, agora, tratar do planejamento em uma situao especfica auditoria inicial. Ou seja, nos casos em que as Demonstraes Contbeis do exerccio anterior no foram auditadas pelo auditor (tenham sido examinadas por outro auditor ou quando a empresa simplesmente no foi auditada no ano anterior). A finalidade e o objetivo do planejamento da auditoria no mudam caso a auditoria seja inicial ou em trabalho recorrente, a lgica por trs do trabalho continua a mesma. Entretanto, no caso de auditoria inicial, o auditor pode ter a necessidade de estender as atividades de planejamento por falta da experincia anterior. De acordo com a NBC TA 300, para a auditoria inicial, o auditor pode considerar os seguintes temas adicionais na definio da estratgia global e do plano de auditoria:

    exceto se for proibido por lei ou norma, manter contato com o auditor antecessor, para conduzir a reviso de seus papis de trabalho;

    os procedimentos de auditoria necessrios para obter evidncia de auditoria suficiente e apropriada se:

    o os saldos iniciais contm distores que afetam de forma

    relevante as demonstraes contbeis do perodo corrente; e

    o as polticas contbeis apropriadas refletidas nos saldos iniciais foram aplicadas de maneira uniforme nas demonstraes contbeis do perodo corrente, ou as mudanas nessas polticas contbeis esto devidamente registradas e adequadamente apresentadas e divulgadas de acordo com a estrutura de relatrio financeiro aplicvel;

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    quaisquer assuntos importantes discutidos com a administrao e relacionados escolha do auditor, a comunicao desses temas aos responsveis pela governana e como eles afetam a estratgia global de auditoria e o plano de auditoria;

    outros procedimentos exigidos pelo sistema de controle de qualidade da firma de auditoria para trabalhos de auditoria inicial (por exemplo, esse sistema pode exigir o envolvimento de outro scio ou profissional experiente para a reviso da estratgia global de auditoria antes de iniciar procedimentos de auditoria significativos ou de reviso dos relatrios antes da sua emisso).

    Normas de planejamento do IIA Vamos, nessa seo, falar sobre as normas de planejamento de auditoria interna editadas pelo Institute of Internal Auditors IIA. Muito do que consta nesse normativo j foi explorado nessa aula e paralelo ao que aplicado em auditorias independentes. Portanto, vamos ficar atentos aos detalhes especficos cabveis auditoria interna ( isso que mais nos interessa). De acordo com o IIA, o diretor executivo de auditoria2 (aquele responsvel pela auditoria interna em uma organizao) deve estabelecer planos com base em anlise de riscos para determinar as prioridades da atividade de auditoria interna, consistentes com as metas da organizao. Em outras palavras, preciso direcionar os esforos da auditoria interna para reas mais sensveis e de maior risco (bem lgico, no?), sempre tendo como norte a busca das metas da entidade. As normas falam que esse planejamento (plano de trabalhos da auditoria interna) deve ser realizado pelo menos uma vez ao ano. Lembre que a auditoria interna no consiste apenas em servios de avaliao (assurance), mas tambm abrange servios de consultoria que objetivam melhorar o gerenciamento de riscos, adicionar valor e melhorar as operaes da organizao.

    2 Diretor Executivo de Auditoria Posio de cpula dentro da organizao, responsvel pelas atividades de auditoria

    interna. Em uma atividade interna tradicional de auditoria, esta seria a do diretor de auditoria interna. No caso em que as

    atividades de auditoria interna sejam desenvolvidas a partir de fornecedores externos, o diretor executivo de auditoria

    a pessoa responsvel pela superviso dos servios contratados e pela totalidade da qualidade dos trabalhos de auditoria,

    subordinado alta administrao e ao Conselho em relao s atividades de auditoria interna e acompanhamento dos

    resultados dos trabalhos de auditoria. O termo tambm inclui ttulos tais como auditor geral, auditor interno chefe e

    inspetor geral.

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    Esses trabalhos, quando aprovados, tambm devem ser includos no plano de auditorias. Alm disso, nesses trabalhos, os auditores internos devem estabelecer um entendimento com os clientes do trabalho, em relao aos objetivos, escopo, respectivas responsabilidades e outras expectativas, devendo inclusive documentar esse entendimento em trabalhos de grande importncia. Enfim, o mais importante que tenhamos em mente que o plano de auditorias da auditoria interna abrange tanto os servios de avaliao quanto os de consultoria. Bom... falamos do planejamento macro da auditoria interna, que organiza os diversos trabalhos a serem desempenhados por esse rgo. Vejamos, agora, quais so as diretrizes para o planejamento micro, ou seja, aquele que deve ser executado dentro de cada servio de avaliao ou de consultoria. Segundo as normas do IIA, os auditores internos devem desenvolver e registrar um plano para cada trabalho de auditoria, incluindo o escopo, objetivos, prazo e alocao de recursos. Assim, dentro desse planejamento, deve ser considerado:

    Os objetivos da atividade objeto da reviso e os meios pelos quais esta controla seu desempenho.

    Os riscos significativos para a atividade, seus objetivos, recursos, e operaes e os meios pelos quais o impacto potencial de risco mantido a nvel aceitvel.

    A suficincia e a efetividade do gerenciamento de risco e dos sistemas de controle da atividade comparados a uma estruturao de controle pertinente ou modelo.

    As oportunidades para fazer melhorias significativas no gerenciamento de risco e nos sistemas de controle da atividade.

    Como qualquer outro trabalho de auditoria, o planejamento de determinado servio pode demandar a utilizao de um especialista interno ou externo organizao. De acordo com a norma, ao planejar um trabalho de auditoria a ser executado por prestadores de servio (externos organizao), os auditores internos devem estabelecer com estes um acordo escrito sobre os objetivos, o escopo, respectivas responsabilidades e outras expectativas, incluindo-se restries para a distribuio dos resultados do trabalho e o acesso aos respectivos registros.

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    O que tambm bastante intuitivo... principalmente quando se lida com agentes externos organizao, preciso resguardar as informaes da entidade, bem como garantir que h garantias contratuais para os objetivos, o escopo, respectivas responsabilidades e outras expectativas relacionadas ao servio. Falando em objetivos, a norma tambm explcita ao determinar que devem ser estabelecidos objetivos para cada trabalho de auditoria. Cabe aos auditores internos realizar uma avaliao preliminar dos riscos relevantes relacionados atividade objeto de auditoria, de forma que essa avaliao seja refletida nos objetivos do trabalho. Assim, os auditores internos devem determinar os recursos (financeiros, humanos etc.) apropriados para alcanar esses objetivos, de forma que a formao da equipe deve ser baseada na avaliao da natureza e da complexidade de cada trabalho de auditoria, das limitaes de tempo e de recursos disponveis. Diz-se que o planejamento do auditor materializado no programa de trabalho, ou seja, em um guia, um roteiro que indique o caminho para alcanar os objetivos do trabalho. Estes programas de trabalho, como documentos que evidenciam o planejamento do auditor, devem ser registrados e estabelecem os procedimentos para identificar, analisar, avaliar, e registrar informaes durante o desenvolvimento do trabalho de auditoria. Esse documento deve ser aprovado antes de seu incio e quaisquer ajustes devem ser prontamente aprovados.

    Normas de planejamento da auditoria governamental Vamos, agora, tratar das diretrizes da INTOSAI para o planejamento de auditoria. Voc vai notar que muito do que falaremos j foi tratado nessa aula, consistindo em apenas na aplicao para a realidade pblica. No mais, como de costume, fique atento para os trechos grifados, pois so esses os que mais nos interessam e fogem do senso comum. De acordo com a INTOSAI, a auditor deve planejar suas auditorias com o objetivo de garantir que sejam de alta qualidade, bem como sejam executadas de forma econmica, eficiente, eficaz e oportuna.

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    As EFS devem dar prioridade s atividades de auditoria previstas em lei e fixar uma ordem de prioridade para as atividades a serem realizadas a seu critrio, de acordo com sua competncia legal. Note que isso no quer dizer que a EFS no deve ter liberdade na priorizao dos trabalhos que considera mais importante, mas, como qualquer outra instituio, est sujeita lei. Ainda de acordo com as normas da INTOSAI, ao planejar uma auditoria, o auditor deve:

    (a) identificar aspectos importantes no campo de atuao da entidade auditada;

    (b) procurar compreender as relaes de responsabilidade que o cumprimento da accountability pblica envolve;

    (c) considerar a forma, o contedo e os destinatrios dos pareceres, concluses ou relatrios de auditoria;

    (d) especificar os objetivos da auditoria e os procedimentos de verificao necessrios para alcan-los;

    (e) identificar os principais sistemas e controles contbeis e administrativos, avaliando-os previamente para descobrir seus pontos fortes e fracos;

    (f) determinar a relevncia das questes a serem estudadas;

    (g) revisar a auditoria interna da entidade auditada e seu programa de trabalho;

    (h) avaliar o grau de confiana que pode ser depositado em outros

    auditores como, por exemplo, nos auditores internos;

    (i) determinar o mtodo de auditoria mais eficiente e eficaz;

    (j) realizar um exame para verificar se foram tomadas providncias adequadas com relao a constataes e recomendaes de auditoria comunicadas anteriormente; e

    (k) reunir a documentao apropriada referente ao plano de auditoria

    e inspeo in loco proposta. Por favor, nem pense em decorar esses itens, eles so meramente exemplificativos e, como pode notar, bastante intuitivos. O mais importante

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    que tenha em mente o que necessrio para planejar adequadamente uma auditoria.

    Continuando a anlise das normas da INTOSAI, temos que sugerido para as EFS que sigam os procedimentos abaixo no seu planejamento:

    Mais uma vez, no se preocupe em decorar todas essas etapas (muito menos a ordem delas), pois isso muito provavelmente no ser cobrado. Mas foque em entender o que est acontecendo e a razo de existir de cada uma dessas etapas. Finalmente, a INTOSAI tambm destaca um ponto que j martelamos bastante em nossa aula de hoje: a EFS pode revisar o plano de auditoria durante sua execuo, sempre que necessrio.

    Normas de planejamento do TCU O Manual de Auditoria Operacional do TCU afirma que o primeiro passo no planejamento a anlise preliminar do objeto de auditoria que

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    consiste no levantamento de informaes relevantes sobre o objeto auditado para adquirir-se o conhecimento necessrio formulao das questes que sero examinadas pela auditoria. Outro tipo de atividade preliminar necessria em uma auditoria de conformidade ou operacional a construo da viso geral do objeto auditado, ou seja, compreender como est estruturado, permitindo que sejam identificadas as questes que meream ser examinadas. Os normativos prescrevem algumas informaes que devem constar nessa viso geral:

    Portaria 26/09 (Auditoria de Conformidade)

    Portaria 04/10 (Auditoria Operacional)

    Descrio do objeto auditado Legislao aplicvel Objetivos institucionais Setores responsveis,

    competncias e atribuies Pontos crticos e deficincias do

    sistema de controle

    Objetivos gerais ou parciais Estratgia de atuao; Estrutura organizacional Histrico Grupos de interesse e

    caractersticas do ambiente externo e interno

    Processos gerenciais

    No precisa decorar esses itens. Veja que simplesmente consiste em informaes necessrias para construir esse entendimento geral daquilo que vai ser auditado (programa, atividade, projeto, processo, sistema etc.). A Portaria 26/09 afirma ainda que na construo da viso geral do objeto possvel fazer uso, entre outras, das seguintes fontes de informao:

    Fontes Internas ao TCU Fontes Externas ao TCU

    Sistemas informatizados Programa, rgo ou entidade auditada

    Cadastros existentes no TCU rgo de controle interno (CGU)

    Legislao e normas especficas Notcias veiculadas na mdia

    Contas do ltimo exerccio Trabalhos acadmicos publicados

    Fiscalizaes anteriores (papis de trabalho)

    Tribunais de contas estaduais e municipais

    Levantamentos anteriores do objeto Ministrio Pblico, Receita Federal etc.

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    Pois bem, aps as atividades preliminares, hora de construir o programa de auditoria, que o objetivo final da fase de planejamento e consiste na construo de uma Matriz de Planejamento (falaremos logo mais sobre essa matriz).

    Ainda antes de entrar na Matriz de Planejamento, vamos falar um pouco sobre algumas tcnicas de construo da viso geral do objetivo presentes no Manual de Auditoria Operacional. No precisamos entender a fundo como cada uma dessas metodologias aplicada, mas compreender no que consistem basicamente. Vejamos... 1- Modelo do Marco Lgico Trata-se de um modelo analtico, criado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento, que visa retratar como esto logicamente estruturadas as atividades desenvolvidas por programas ou projetos. Modelo de Marco Lgico visa retratar como esto logicamente estruturadas as atividades desenvolvidas por programas ou projetos governamentais. Para isso, definida a sua hierarquia de responsabilidades, discriminando-se os objetivos de cada nvel hierrquico e sua relao com os objetivos do nvel imediatamente superior. Essa estrutura representa uma hierarquia de objetivos, disposta em ordem crescente.

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    2- Modelo do Insumo Produto O modelo insumo-produto procura exprimir como o objeto da auditoria desenvolve as suas atividades, identificando:

    as informaes e os recursos humanos, fsicos e financeiros exigidos (insumos);

    os processos de transformao dos insumos em produtos;

    os bens e servios ofertados (produtos);

    os benefcios proporcionados (impacto);

    os possveis indicadores de desempenho;

    a demanda existente para os produtos gerados; e

    os benefcios desejados (escala de preferncias).

    O modelo acima facilita os trabalhos de anlise acerca dos aspectos economicidade, eficincia, eficcia e efetividade do objeto de auditoria. Ademais, a identificao dos principais processos permite que a equipe apure o controle que os gestores tm sobre os processos. 3- Anlise SWOT A anlise SWOT uma ferramenta que est voltada para a identificao dos fatores que representam pontos fortes e fracos da gesto, e dos fatores externos que podem representar oportunidades e ameaas para o desenvolvimento organizacional. O objetivo dessa anlise apontar estratgias organizacionais que fortaleam os aspectos positivos e minimizem os negativos. Assim, integra as metodologias de planejamento estratgico organizacional e permite o diagnstico institucional.

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    Geralmente, junto anlise SWOT, aplicado outro mtodo denominado Diagrama de Verificao de Risco, que complementa os resultados obtidos por meio da identificao dos fatores de risco e da capacidade organizacional para o seu gerenciamento. 4- Anlise RECI A anlise RECI uma ferramenta de diagnstico que permite estabelecer responsabilidade pela deciso e pela execuo das atividades, identificar o tipo ou grau de participao de cada agente em cada deciso, identificar a relao entre as partes envolvidas e conhecer a distribuio de poder. Assim, a tcnica consiste em montar uma matriz relacionando, para cada funo identificada, os agentes ou departamentos responsveis, os executores, os que so consultados e os que devem ser informados.

    quem Responsvel quem Executa quem Consultado quem Informado

    Quem detm a responsabilidade

    final, com poder de veto: pessoa que arcar com o nus

    pelo eventual insucesso?

    Quem realmente desenvolve a atividade, os

    responsveis pela implementao.

    Quem consultado antes que as aes

    sejam implementadas.

    Quem informado depois que as aes

    forem implementadas.

    5- Mapa de Produtos e Indicadores de Desempenho

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    A construo do mapa de produtos objetiva identificar os produtos-chave associados s atividades desenvolvidas pelo objeto da auditoria. Dessa forma, ajuda a obter um quadro claro das relaes de dependncia dos diversos produtos e orientar o trabalho subsequente de construo e escolha dos indicadores de desempenho.

    Note que o foco da anlise so os produtos e no os processos. Quando o foco so os processos, utilizamos a tcnica anloga mapa de processos. H ainda outros mtodos que podem ser utilizados nessa fase como:

    Tcnica Objetivo

    Anlise stakeholder

    Identificar principais grupos de interesse (atores interessados).

    Identificar opinies e conflitos de interesses e informaes relevantes.

    Mapa de processos

    Conhecer o funcionamento de processos de trabalho.

    Identificar boas prticas. Identificar oportunidades para

    racionalizao e aperfeioamento de processos de trabalho.

    Enfim chegamos Matriz de Planejamento. A matriz de planejamento trata-se de um quadro, uma matriz que resume os elementos-chave necessrios para o planejamento de uma auditoria. Segundo os Padres de Auditoria de Conformidade (Portaria 26/093), um documento que organiza e sistematiza o planejamento do trabalho. J falamos que o programa (ou projeto) de auditoria o objetivo final da fase de planejamento e consiste na construo de uma Matriz de Planejamento.

    3 Vamos utilizar o modelo de Matriz de Planejamento presente na Portaria SEGECEX 26/09, normalmente exigida nos

    editais. O Manual de ANOP traz um modelo diferente dessa matriz, no entanto, tem os mesmo objetivos e as eventuais

    diferenas so apenas especificidades exigidas por esse tipo de trabalho.

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    No caso de auditorias de conformidade, esse documento relaciona, a partir do enunciado do objetivo da fiscalizao, as diversas questes de auditoria e, para responder a cada uma, quais as informaes requeridas, as fontes de informaes, os procedimentos e os possveis achados, alm da indicao do membro da equipe responsvel pela execuo do procedimento, do perodo em que os procedimentos devero ser aplicados e da estimativa de custo da fiscalizao. Enfim, rene todos os elementos necessrios para conduzir a equipe de auditoria na consecuo dos objetivos da fiscalizao. A Matriz de Planejamento deve ser preenchida ao longo da fase de planejamento, com base nas informaes levantadas pela equipe e passvel de mudanas durante a realizao dos trabalhos, caso ocorram situaes inesperadas. O primeiro passo a prpria delimitao do objetivo da auditoria. A partir do conhecimento construdo durante a anlise preliminar do objeto de auditoria, a equipe dever definir o objetivo da auditoria por meio da especificao do problema e das questes de auditoria que sero investigadas. Em auditorias operacionais, o objetivo deve esclarecer tambm as razes que levaram a equipe a sugerir um determinado tema e enfoque, caso estes no tenham sido previamente definidos na deliberao que determinou a realizao da auditoria. Nem sempre o objetivo est claramente definido na deliberao que originou a auditoria. Assim, a discusso orientada pela matriz de planejamento possibilita uma equalizao do entendimento do objetivo por toda a equipe. O prximo passo o detalhamento do objetivo da auditoria em questes a serem respondidas, ao mesmo tempo em que se discute onde se quer chegar com os questionamentos. Em outras palavras preciso definir onde se quer chegar para se determinar o caminho a ser seguido. A questo de auditoria o elemento central na determinao do direcionamento dos trabalhos de auditoria, das metodologias e tcnicas a adotar e dos resultados que se pretende atingir. As questes de auditoria devem ser elaboradas de forma a estabelecer com clareza o foco da investigao e os limites e dimenses que devem ser observados durante a execuo dos trabalhos. Devem, pois, ser elaboradas questes que enfoquem os principais aspectos do objetivo pretendido.

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    O tipo de questo formulada ter uma relao direta com a natureza da resposta e a metodologia a adotar. Podemos classificar questes de auditoria em quatro tipos: 1. Descritivas: So formuladas de maneira a fornecer informaes

    detalhadas sobre o objeto de auditoria, por exemplo, condies de implementao ou de operao de determinado programa ou atividade, mudanas ocorridas, problemas e reas com potencial de aperfeioamento. Ex.: Como o Departamento de Arrecadao identifica os devedores inadimplentes?.

    2. Normativas: So aquelas que tratam de comparaes entre a situao existente e aquela estabelecida em norma, padro ou meta, tanto de carter qualitativo quanto quantitativo. Ex.: A licitao atendeu os dispositivos da Lei 8.666/93; O programa tem alcanado as metas previstas?.

    3. Avaliativas (ou de impacto, ou de causa e efeito): Referem-se efetividade do objeto de auditoria e vo alm das questes descritivas e normativas para enfocar o que teria ocorrido caso o programa ou a atividade no tivesse sido executada. Ex: Em que medida os efeitos observados podem ser atribudos ao programa?.

    4. Exploratrias: Destinadas a explicar eventos especficos, esclarecer os desvios em relao ao desempenho padro ou as razes de ocorrncia de um determinado resultado. Ex.: Quais os principais fatores que respondem pela crise do sistema de transporte areo?; Que fatores explicam o aumento expressivo nos gastos com pagamento dos benefcios de auxlio-doena ao longo da ltima dcada?.

    Aps definidas as questes de auditoria, procede-se explicitao das informaes necessrias, das fontes dessas informaes, de que tarefas devero ser realizadas para busc-las (utilizando quais tcnicas), por quem e quando. A cada um desses elementos necessrios resoluo das questes de auditoria corresponde uma coluna na matriz de planejamento. O preenchimento dessas colunas permitir concluir se as questes de auditoria tm condio de serem respondidas, ou seja, se, a princpio, h informaes suficientes e disponveis, se a equipe domina as tcnicas para coleta e tratamento dessas informaes e se as limitaes, que a abordagem adotada porventura se defronte, so contornveis. Finalmente, a equipe deve revisar toda a matriz, verificando se h coerncia lgica entre o objetivo e as questes e entre as questes e as possveis concluses, levando em conta as limitaes previstas.

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    Materialidade e Relevncia no planejamento e na execuo

    Uma importante definio que deve ser feita pelo auditor no planejamento e na execuo de uma auditoria de demonstraes contbeis a aplicao do conceito de materialidade. Mas o que materialidade? Nada mais do que um valor monetrio (ex.: R$ 100 mil ou R$ 1 milho) definido pelo auditor. Segundo as normas de auditoria:

    Materialidade para execuo da auditoria significa o valor ou valores fixados pelo auditor, inferiores ao considerado relevante para as demonstraes contbeis como um todo, para adequadamente reduzir a um nvel baixo a probabilidade de que as distores no corrigidas e no detectadas em conjunto, excedam a materialidade para as demonstraes contbeis como um todo.

    Ainda no est muito claro, no mesmo? Veja que precisamos entender 3 conceitos:

    1) Relevncia 2) Materialidade para as demonstraes contbeis como um todo 3) Materialidade para execuo da auditoria

    Primeiro importante saber o que as normas de auditoria definem como relevncia. So considerados relevantes os valores que podem influenciar decises econmicas de usurios tomadas com base nas demonstraes contbeis. Informao contbil-financeira relevante aquela capaz de fazer diferena nas decises que possam ser tomadas pelos usurios, para isso deve ter valor preditivo, valor confirmatrio ou ambos:

    Valor preditivo utilizada como dado de entrada em processos empregados pelos usurios para predizer futuros resultados; e

    Valor confirmatrio quando retroalimenta serve de feedback avaliaes prvias (confirm-las ou alter-las).

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    O valor preditivo e o valor confirmatrio da informao contbil-financeira esto inter-relacionados. A informao que tem valor preditivo muitas vezes tambm tem valor confirmatrio.

    Assim, uma distoro relevante pode, individualmente ou em conjunto, fazer com que um usurio das demonstraes contbeis tome erroneamente uma deciso, como comprar ou vender uma ao, dar ou negar um emprstimo, concretizar ou desistir de um negcio etc. A materialidade , portanto, um valor de referncia para o auditor (parmetro) que ele utiliza para ter segurana de que os problemas eventualmente detectados nas demonstraes contbeis no se constituam em distores relevantes. O auditor deve, portanto, definir dois nveis de materialidade: materialidade para as demonstraes contbeis com

    um todo e materialidade para execuo da auditoria. No primeiro caso, estamos preocupados com os valores que podem individualmente ser relevantes. No segundo, com aqueles que em conjunto podem ser relevantes. Assim, ao estabelecer a estratgia global de auditoria, o auditor deve determinar a materialidade para as demonstraes contbeis como um todo, mediante o exerccio de julgamento profissional. Essa definio, logicamente, afetada pela percepo do auditor das necessidades de informaes financeiras dos usurios das demonstraes contbeis. Geralmente, o auditor aplica uma porcentagem a um referencial selecionado como ponto de partida para determinar essa materialidade como lucro antes do imposto, receita total, lucro bruto, total de despesa, total do patrimnio lquido ou de ativos lquidos etc. Essa definio vai depender de fatores como:

    os elementos das demonstraes contbeis (ativo, passivo, PL, receita, despesa);

    se h itens que tendem a atrair a ateno dos usurios das demonstraes contbeis da entidade especfica (por exemplo, com o objetivo de avaliar o desempenho das operaes, os usurios tendem a focar sua ateno em lucro, receita ou patrimnio lquido);

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    a natureza da entidade, a fase do seu ciclo de vida, o seu setor e o

    ambiente econmico em que atua; e a estrutura societria da entidade e como ela financiada (por exemplo,

    se a entidade financiada somente por dvida em vez de capital prprio, os usurios do mais importncia a informaes sobre os ativos, e processos que os envolvam, do que nos resultados da entidade).

    Note que, em algumas situaes, pode haver uma ou mais classes especficas de transaes e saldos contbeis para as quais distores de valores menores que a materialidade para as demonstraes contbeis podem influenciar as decises econmicas dos usurios. Por exemplo, a materialidade para as demonstraes contbeis como um todo foi definida em R$ 10 milhes (10% do PL). Contudo, se houver distores de R$ 1 milho nas Receitas, os usurios podem ser influenciados. Nesses casos, o auditor deve determinar, tambm, nvel ou nveis de materialidade a serem aplicados a essas classes especficas de transaes e saldos contbeis. Paralelamente, vimos que tambm h um interesse na auditoria em evitar distores que, em conjunto, sejam relevantes. Veja que planejar a auditoria somente para detectar distoro individualmente relevante negligencia o fato de que as distores individualmente irrelevantes, em conjunto, podem levar distoro relevante das demonstraes contbeis. Assim, o auditor deve definir a materialidade para execuo da auditoria (um ou mais valores), fixada para reduzir, a um nvel adequadamente baixo, a probabilidade de que as distores no corrigidas e no detectadas, em conjunto, excedam a materialidade para as demonstraes contbeis como um todo. Dessa forma possvel avaliar os riscos de distores relevantes e determinar a natureza, a poca e a extenso de procedimentos de auditoria.

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    A determinao dessa materialidade no um clculo mecnico simples e envolve o exerccio de julgamento profissional. afetado pelo entendimento que o auditor possui sobre a entidade, atualizado durante a execuo dos procedimentos de avaliao de risco, e pela natureza e extenso de distores identificadas em auditorias anteriores.

    Ateno! A materialidade determinada no planejamento da auditoria no estabelece necessariamente um valor abaixo do qual as distores no corrigidas, individualmente ou em conjunto, sero sempre avaliadas como no relevantes.

    As circunstncias relacionadas a algumas distores podem levar o auditor a avali-las como relevantes mesmo que estejam abaixo do limite de materialidade. Ou seja, a materialidade no um valor absoluto, mas apenas um parmetro que pode ser flexibilizado em algumas situaes. Por fim, destacamos que, da mesma forma que o planejamento, os valores de materialidade no so imutveis e podem ser revisados. Compete ao auditor revisar a materialidade para as demonstraes contbeis como um todo quando tomar conhecimento de informaes, durante a auditoria, que o teriam levado a determinar inicialmente um valor diferente (ex.: deciso de alienar grande parte dos negcios da entidade). Assim, se o auditor concluir que apropriada a materialidade mais baixa para as demonstraes contbeis tomadas em conjunto do que inicialmente determinado, deve tambm determinar se necessrio revisar a materialidade para execuo da auditoria e se a natureza, a poca e a extenso dos procedimentos de auditoria continuam apropriadas.

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    Papis de Trabalho.

    Vamos falar agora sobre os papis de trabalho, ou seja, sobre a documentao da auditoria. As Normas de Auditoria do TCU (NAT) dispem que os papis de trabalho so todos os documentos que constituem o suporte de todo o trabalho desenvolvido pelo auditor, contendo o registro de todas as informaes utilizadas, das verificaes a que procedeu e das concluses a que chegou, independentemente da forma, do meio fsico ou das caractersticas. Assim, so exemplos de papis de trabalho: planilhas, formulrios, questionrios preenchidos, fotografias, arquivos de dados, de vdeo ou de udio, ofcios, memorandos, portarias, cpias de contratos ou termos de convnio, matrizes de planejamento, de achados e de responsabilizao. As normas de auditoria do TCU determinam que ao final da auditoria, todos os papis de trabalho obtidos devem ser classificados em transitrios ou permanentes.

    Tipos de Papis de Trabalho segundo as NAT Transitrios so aqueles necessrios ao trabalho somente por um perodo

    limitado, para assegurar a execuo de um procedimento ou a obteno de outros papis de trabalho subsequentes.

    Permanentes so aqueles cujas informaes foram utilizadas para comprovar ou definir as questes e os procedimentos de auditoria; para controlar, auxiliar ou documentar a execuo da auditoria; ou ainda para evidenciar os achados.

    Todos os papis de trabalho transitrios podem, a critrio da Unidade Tcnica Coordenadora, ser arquivados, tendo como referncia o nmero do processo de fiscalizao, para futura consulta ou descartados aps a anlise de eventuais razes de justificativas pela equipe de auditoria. Os papis de trabalho permanentes devem, por sua vez, ser classificados em:

    a) evidncias dos achados; e b) registros do trabalho executado (por exemplo: matrizes de planejamento, de achados e de responsabilizao, e formulrios de controle de qualidade).

    Todos os papis de trabalho permanentes que se constituam em registros do trabalho executado devem ser organizados em um ou mais volumes que

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    devero ser armazenados na Unidade Tcnica Coordenadora, devendo ser descartados aps encerrados os prazos para recursos. Veja como o tratamento dado aos papis de trabalho nas normas concernentes auditoria independente no muito diferente. Segundo as normas de auditoria independente, o auditor, para emitir sua opinio sobre as demonstraes contbeis, deve colher elementos comprobatrios suficientes (evidncias) a fim de apoiar suas concluses. Essas evidncias so fornecidas pela documentao de auditoria. Esse assunto est tratado na NBC TA 2304. A documentao de auditoria (tambm denominada papis de trabalho5) fornece as evidncias para uma concluso quanto ao cumprimento do seu objetivo global, bem como de que a auditoria foi planejada e executada em conformidade com as normas e exigncias legais e regulamentares aplicveis. Ou seja, papis de trabalho so os registros mantidos pelo auditor sobre os procedimentos aplicados, os testes realizados, as informaes obtidas e as concluses tiradas durante a auditoria, a fim de apoiar seu parecer sobre as demonstraes financeiras. Alm disso, possvel listar um rol de finalidades adicionais para a documentao de auditoria, que incluem:

    assistir a equipe de trabalho no planejamento e execuo da auditoria e aos responsveis pela direo e superviso do trabalho de auditoria;

    permitir que a equipe de trabalho possa ser responsabilizada por seu trabalho;

    manter registro de assuntos de importncia recorrente para auditorias futuras; e

    permitir a conduo de revises e inspees de controle de qualidade internas e externas em conformidade com as exigncias legais e regulamentares aplicveis.

    Portanto, o objetivo do auditor preparar documentao que fornea registro suficiente e apropriado do embasamento do seu relatrio do auditor e evidncias de que a auditoria foi planejada e executada em conformidade com as normas e as exigncias legais e regulamentares aplicveis. Mas, de onde vem essa documentao? Resultam da documentao preparada pelo auditor (tabelas, anotaes, grficos, relatrios etc.) e/ou fornecida a este 4 Resoluo CFC 1.206/09.

    5 Essa denominao est presente nas normas revogadas de auditoria (NBC T 11 e seus complementos).

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    pela administrao (balancetes, balanos, razo, atas, contratos etc.) ou por terceiros (cartas de confirmaes, respostas a entrevistas etc.) durante a execuo da auditoria. Assim, nesse emaranhado de informaes, a elaborao dos papis de trabalho deve integrar um processo organizado de registro de evidncias da auditoria por intermdio de informaes em papel, filmes, fotos, meios eletrnicos ou outros que assegurem o objetivo a que se destinam. Ou seja, papis de trabalho no so somente papis, representam na verdade qualquer meio idneo de transmisso de informaes. Deve-se destacar que, atualmente, existem softwares especficos que so utilizados para a preparao dos papis de trabalho que facilitam muito a vida dos auditores. A documentao de auditoria deve ser preparada tempestivamente, de forma a aprimorar a qualidade da auditoria e facilitar a reviso e a avaliao eficazes das evidncias e das concluses obtidas antes da finalizao do relatrio do auditor, pois, caso seja elaborada aps a execuo do trabalho, tende a ser menos precisa do que aquela elaborada no exato momento em que o trabalho executado. Portanto, essa documentao deve registrar os fatos pertinentes que eram do conhecimento do auditor no momento em que chegou s suas concluses, pois somente assim, outro auditor conseguir entender essas concluses. O auditor deve preparar documentao de auditoria que seja suficiente para permitir que um auditor experiente, sem nenhum envolvimento anterior com a auditoria, entenda:

    a natureza, poca e extenso dos procedimentos de auditoria executados;

    os resultados dos procedimentos de auditoria executados e a evidncia de auditoria obtida; e

    assuntos significativos identificados durante a auditoria, as concluses obtidas a respeito deles e os julgamentos profissionais significativos exercidos para chegar a essas concluses.

    Assim, a documentao de auditoria consiste em um instrumento de trabalho do auditor e futuramente servir de prova do trabalho realizado em todas as fases da auditoria, desde o planejamento, passando pela execuo, indo at o relatrio. Os papis de trabalho constituem a memria da auditoria. Constituem-se no roteiro, no mapa do caminho que leva s concluses. A partir de sua anlise,

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    outro auditor deve poder chegar s concluses que o auditor que os elaborou chegou. Dessa forma, como os papis de trabalho so a base para as concluses do auditor, eles devem incluir seu juzo acerca de todas as questes significativas, principalmente nas reas que envolvem questes de princpio ou de julgamento difcil. Qualidade dos papis Em virtude dos objetivos expostos e da importncia dos papis de trabalho, nem seria necessrio frisar que eles devem ser organizados, claros, ntidos, legveis, limpos etc. Quantidade dos papis Outro ponto que merece destaque o de que a quantidade, o tipo, enfim, a extenso dos papis de trabalho assunto de julgamento profissional do prprio auditor. O auditor deve avaliar o que necessrio o outro auditor saber, para que este ltimo possa chegar s concluses que o primeiro chegou. Ora, no necessrio nem prtico documentar todas as questes que foram tratadas, uma grande quantidade de papis poderia dificultar sua interpretao, portanto, o julgamento do auditor deve levar em conta a relevncia da matria tratada em relao s suas concluses, todo documento relevante deve gerar um papel de trabalho, de outro lado, os documentos que no ajudam a esclarecer as concluses no so necessrios (o auditor deve ser racional na elaborao dos papis). Forma e contedo Cada auditoria tem suas peculiaridades, uma diferente da outra, ento os papis de trabalho de uma auditoria sero diferentes dos de outra, pois so elaborados, estruturados e organizados para atender s circunstncias do trabalho e satisfazer as necessidades do auditor para cada uma. A forma e o contedo dos papis de trabalho podem ser afetados por questes como a natureza do trabalho; a natureza e a complexidade da atividade da entidade; a natureza e a condio dos sistemas contbeis e de controle interno; as necessidades de direo, superviso e reviso do trabalho executado pela equipe; e a metodologia e a tecnologia utilizadas. Classificao dos papis de trabalho Os papis de trabalho, normalmente so divididos nos seguintes tipos:

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    Programa de auditoria Normalmente, as firmas de auditoria preparam programas-padres, a serem preenchidos pelos auditores, para todas as reas das demonstraes financeiras e tambm para outros assuntos relacionados com o exame auditorial.

    Papis elaborados pelo auditor representam os papis de trabalho que o auditor vai elaborando medida em que analisa as contas contbeis, com o objetivo de ter um registro dos servios executados.

    Outros papis de trabalho cartas de confirmao de terceiros (contas correntes bancrias; aplicaes financeiras; contas a receber; fornecedores a pagar; advogados etc.) e cpias de documentos importantes (estatuto social; contratos; manuais; atas etc.).

    Quanto sua natureza os papis de trabalho podem ser classificados como correntes ou permanentes. Os correntes so utilizados em apenas um exerccio social p. ex. extratos bancrios - j os permanentes so utilizados em mais de um exerccio social p.ex. estatuto social da empresa. Perodo de reteno Por fim, de acordo com a NBC PA 01, firmas de auditoria devem estabelecer polticas e procedimentos para a reteno da documentao de trabalhos. O perodo de reteno para trabalhos de auditoria geralmente no pode ser inferior a cinco anos a contar da data do relatrio do auditor ou, se posterior, da data do relatrio do auditor do grupo.

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    Questes comentadas

    01. (CESPE/CNJ/Analista Contabilidade/2013) Na fase de planejamento, o auditor deve considerar os testes de observncia que sero empregados para avaliar os controles internos estabelecidos pela administrao auditada, a natureza e a extenso dos procedimentos de auditoria a serem aplicados. Resoluo: O enunciado est correto. Na fase de planejamento o auditor deve pensar a auditoria, inclusive deve considerar quais os testes de observncia (testes de controle) sero empregados para avaliao dos controles internos da entidade auditada, bem como a natureza, a poca e a extenso dos procedimentos de auditoria a serem aplicados. Gabarito: C

    02. (CESPE/ANAC/Especialista em Regulao de Aviao Civil rea 7/2012) Se determinado auditor j tiver avaliado as caractersticas prprias de uma entidade em auditoria anteriormente realizada, ele ficar dispensado de uma nova avaliao dessas caractersticas, se for recontratado para realizar outra auditoria para essa mesma entidade. Resoluo: A avaliao da entidade realizada em auditorias anteriores no dispensa nova avaliao. claro que determinadas caractersticas no mudam com frequencia, outras, contudo, mudam constantemente, o planejamento deve considerar isso tudo para que a auditoria seja realizada com eficincia. Gabarito: E

    03. (CESPE/MPE PI Controle Interno/2012) Se houver mudanas nas prticas contbeis da entidade auditada, o planejamento de auditoria deve restringir o escopo do trabalho ao perodo anterior ou posterior a essas mudanas. Resoluo: Ora, parece bastante lgico que se houver mudanas nas prticas contbeis da entidade auditada o planejamento deve considerar tanto o perodo anterior quanto posterior a essas mudanas para poder avaliar o efeito delas. Gabarito: E

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    04. (CESPE/SEDUC AM Contador/2011) A necessidade de compatibilizar custo e benefcio condiciona o auditor a limitar o tempo e os recursos a serem despendidos, o que refora a importncia de se realizar o planejamento dos trabalhos. Nesse planejamento, no recomendvel que o auditor baseie-se na premissa de que todas as informaes ou registros contenham erros ou fraudes, at prova em contrrio. Resoluo: O planejamento deve levar em considerao o custo x benefcio da auditoria. O auditor deve planejar com cuidado, levando em considerao a possibilidade de existirem erros ou fraudes nas informaes, contudo, no pode partir da premissa de que todas as informaes estejam com problemas. Isso praticamente inviabilizaria a auditoria. Os procedimentos de auditoria devem ser planejados levando em considerao critrios de risco, materialidade e relevncia. Gabarito: C

    05. (Cespe/ANAC/Especialista em Regulao de Aviao Civil rea 6/2012) Por meio da anlise SWOT, avaliam-se, de forma subjetiva, as capacidades internas de uma organizao, identificando-se suas foras e fraquezas para adoo de estratgias voltadas auditoria e no ao ambiente externo entidade auditada. Resoluo: A anlise SWOT uma ferramenta que est voltada para a identificao dos fatores que representam pontos fortes e fracos da gesto, e dos fatores externos que podem representar oportunidades e ameaas para o desenvolvimento organizacional. A anlise objetiva e no subjetiva como afirma o enunciado, alm disso, a anlise focada na identificao de pontos fortes e fracos da gesto para fazer frente s oportunidades e ameaas do ambiente externo. Gabarito: E

    06. (Cespe/ANAC/Especialista em Regulao de Aviao Civil rea 6/2012) O planejamento e a execuo de uma auditoria devem ser realizados com base no conceito de materialidade, a fim de que se avaliem o efeito das distores identificadas em relao s demonstraes contbeis e formao da opinio expressa no relatrio do auditor. Resoluo:

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    Perfeito, a materialidade um parmetro definido pelo auditor para avaliar se as distores identificadas so relevantes em relao s demonstraes contbeis e se afetaro a sua opinio. Gabarito: C

    07. (Cespe/ANAC/Especialista em Regulao de Aviao Civil rea 6/2012) A matriz de planejamento, espcie de esquematizao das informaes relevantes do planejamento e dos procedimentos de uma auditoria, realizada para orientar a equipe na fase de execuo dos trabalhos, consiste em instrumento flexvel, cujo contedo pode ser atualizado ou modificado medida que o trabalho de auditoria realizado. Resoluo: O enunciado est correto, de fato, como falamos a matriz de planejamento um instrumento que organiza e sistematiza o planejamento do trabalho de auditoria. E como o planejamento no esttico, a matriz tambm no , ela pode ser revisada e atualizada na medida em que o trabalho realizado. Gabarito: C

    08. (CESPE/Auditor UNIPAMPA/2009) O planejamento da auditoria deve estar completado antes do incio dos trabalhos. Entre os aspectos a serem previamente definidos, salientam-se o momento e o perodo e execuo de cada atividade, os locais de sua realizao e os profissionais e auxiliares necessrios consecuo das tarefas selecionadas. Resoluo: Essa questo bem interessante, pois confunde muita gente. Veja s... O planejamento de auditoria deve ser completado antes do incio dos trabalhos. Ora, antes de ir a campo, importante j saber o que deve ser feito e que passos sero seguidos. Isso, no entanto, no quer dizer que o planejamento morre no incio dos trabalhos de campo, pois, como vimos, ele um processo dinmico que deve ser constantemente atualizado sempre que surgirem fatos novos. Portanto, a assertiva est correta, ao afirmar que o planejamento da auditoria deve estar completado antes do incio dos trabalhos. No mais, tambm est correto afirmar que, entre outros objetivos, o planejamento tambm visa definir o momento e o perodo e execuo de cada atividade, os locais de sua realizao e os profissionais e auxiliares necessrios consecuo das tarefas selecionadas.

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    Gabarito: C

    09. (CESPE/Analista Judicirio: Administrativa-Contabilidade STF/2008) Sempre que novos fatos recomendarem, o planejamento e os programas de trabalho devem ser revisados e atualizados. Resoluo: Essa tambm bem fcil, no mesmo? Vimos que o planejamento no uma fase isolada da auditoria, mas um processo contnuo e iterativo. Portanto, sempre que novos fatos recomendarem, deve ser revisado e atualizado. Gabarito: C

    10. (CESPE/Auditor UNIPAMPA/2009) O planejamento da auditoria requer o conhecimento adequado dos controles internos, mas o detalhamento dos procedimentos aplicveis independe das caractersticas dos sistemas contbil e de controles internos da entidade auditada. Resoluo: Note que para responder a questo no precisamos daquela lista de requerimentos para o planejamento de auditoria. Vejamos... fato que o planejamento exige um conhecimento do controle interno da entidade, pois os procedimentos desenhados nesse planejamento sero funo das caractersticas dos sistemas contbil e de controles internos, diferentemente do que afirma a questo. Ora, se sabemos, por exemplo, que h problemas nos controles internos do estoque de uma instituio, direcionaremos e desenharemos nossos procedimentos para suprir essa lacuna. Gabarito: E

    11. (CESPE/Auditor UNIPAMPA/2009) Entre os objetivos principais do planejamento da auditoria ressalta-se o de assegurar que todas as reas da entidade auditada, independentemente de sua importncia, recebam a mesma ateno. Resoluo:

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    A questo est errada, ao afirmar que todas as reas da entidade auditada, independentemente de sua importncia, devem receber a mesma ateno. Vimos que faz parte do planejamento de auditoria priorizar aquilo que mais relevante. As normas da INTOSAI determinam que a EFS deve dar prioridade s atividades de auditoria previstas em lei e fixar uma ordem de prioridade para as atividades a serem realizadas a seu critrio, de acordo com sua competncia legal. Gabarito: E

    12. (CESPE/ACE: Administrao Pblica e/ou de Empresas TCE AC/2008) A elaborao do programa de auditoria no depende da reviso do controle interno. Resoluo: Vimos que de acordo com as normas da INTOSAI, ao planejar uma auditoria, o auditor deve identificar os principais sistemas e controles contbeis e administrativos, avaliando-os previamente para descobrir seus pontos fortes e fracos. Gabarito: E

    13. (CESPE/ACE: Administrao Pblica e/ou de Empresas TCE AC/2008) No planejamento da auditoria interna, dispensado, por no ser fator relevante na execuo dessa tarefa, o trabalho de especialistas. Resoluo: Vimos que o uso de trabalhos de especialistas pode ser demandado no processo de planejamento da auditoria interna. Alm disso, falamos que no caso de prestadores de servio externos organizao, os auditores internos devem estabelecer com estes um acordo escrito sobre os objetivos, o escopo, respectivas responsabilidades e outras expectativas, incluindo-se restries para a distribuio dos resultados do trabalho e o acesso aos respectivos registros. Gabarito: E

    14. (CESPE/Analista de Controle Externo TCU/2008) Segundo a orientao do TCU, na fase de planejamento, a equipe de auditoria deve construir uma viso geral do objeto a ser auditado. Entre as fontes de informao disponveis, recomenda-se que notcias veiculadas pela mdia no

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    sejam levadas em conta, a fim de se evitar a contaminao ou o direcionamento dos trabalhos, que devem caracterizar-se pela iseno e pela objetividade. Resoluo: Vamos analisar cada um dos trechos da questo:

    Segundo a orientao do TCU, na fase de planejamento, a equipe de auditoria deve construir uma viso geral do objeto a ser auditado.

    Isso est correto. Como vimos, durante a fase de planejamento, necessrio que se construa uma viso geral do objeto a ser auditado.

    Entre as fontes de informao disponveis, recomenda-se que notcias veiculadas pela mdia no sejam levadas em conta, a fim de se evitar a contaminao ou o direcionamento dos trabalhos, que devem caracterizar-se pela iseno e pela objetividade.

    Ora, isso est errado. As notcias emanadas pela mdia so fontes de informao externas vlidas, claro que o auditor deve sempre manter uma atitude de ceticismo. Gabarito: E

    15. (CESPE/Analista de Controle Externo TCU/2007) O planejamento de auditoria objetiva a elaborao do programa de auditoria. Nessa fase, a equipe de auditoria deve buscar, por meio de fontes internas e externas, elementos que permitam o pleno conhecimento da organizao que se vai auditar. Como exemplo de fontes internas citam-se as secretarias de controle externo e a secretaria de controle interno. Resoluo: Como afirma a questo, o programa de auditoria realmente o objetivo do planejamento. No entanto, o planejamento no vai, necessariamente, permitir o pleno conhecimento do objeto de auditoria. Ora, caro concurseiro, isso impossvel! Por mais que a equipe de auditora estude a fundo o rgo, o programa etc., invivel pensar que ser atingido esse nvel de conhecimento. Alm disso, a questo tambm comete um equvoco ao classificar a Secretaria de Controle Interno como uma fonte interna de informaes. Gabarito: E

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    16. (CESPE/Analista de Controle Externo TCU/2007) O TCU, nos processos de auditorias operacionais, usa metodologias especficas para anlise do objeto auditado e apresentao dos dados coletados. Um dos mtodos o modelo insumo-produto, que objetiva demonstrar como o objeto da auditoria desenvolve as suas atividades, identificando, por exemplo, as informaes e os recursos humanos, fsicos e financeiros exigidos (insumos), os processos de transformao dos insumos em produtos e os bens e servios ofertados (produtos). Resoluo: As auditorias operacionais realmente utilizam metodologias especficas para a anlise do objeto auditado e apresentao dos dados (Marco Lgico, Insumo-Produto, SWOT, RECI etc.) Como vimos, a questo trouxe exatamente a definio do modelo insumo produto. Gabarito: C

    17. (CESPE/ACE: Cincias Contbeis TCE AC/2009) O principal instrumento de apoio elaborao do relatrio de planejamento de auditoria a matriz de planejamento. Resoluo: Essa bem fcil e procura saber apenas se o aluno sabe o que matriz de planejamento. Como dissemos, a Matriz de Planejamento o objetivo final da fase de planejamento e rene todos os elementos necessrios para conduzir a equipe de auditoria na consecuo dos objetivos da fiscalizao. Logo, est correto afirmar que o principal instrumento de apoio elaborao do relatrio de planejamento de auditoria a matriz de planejamento. Gabarito: C

    18. (CESPE/ANAC/Especialista em Regulao de Aviao Civil rea 6/2012) O registro dos trabalhos de uma auditoria, que pode ser feito em papel, em meios eletrnicos ou em outros formatos, d origem a diversos tipos de documentos, como programas de auditoria, anlises, memorandos de assuntos do trabalho, correspondncias, cartas de confirmao e representao. Resoluo:

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    Perfeito. As Normas de Auditoria do TCU (NAT) dispem que os papis de trabalho so todos os documentos que constituem o suporte de todo o trabalho desenvolvido pelo auditor, contendo o registro de todas as informaes utilizadas, das verificaes a que procedeu e das concluses a que chegou, independentemente da forma, do meio fsico ou das caractersticas. Gabarito: C

    19. (CESPE/ANAC/Especialista em Regulao de Aviao Civil rea 6/2012) Determinados papis de trabalho so considerados comuns, ou seja, so adequados a todos os tipos de auditoria, razo por que se torna dispensvel a idealizao pelo auditor de novos modelos a partir das especificidades da auditoria a ser executada. Resoluo: Como dito, cada auditoria tem suas peculiaridades, uma diferente da outra, ento os papis de trabalho de uma auditoria sero diferentes dos de outra, pois so elaborados, estruturados e organizados para atender s circunstncias do trabalho e satisfazer as necessidades do auditor para cada uma. Ora, assim, o auditor deve idealizar novos modelos de papis de trabalho (formulrios, tabelas, questionrios, etc.) sempre que as especificidades da auditoria assim o exigirem. Gabarito: E

    20. (Cespe/MPE PI Controle Interno/2012) Os papis de trabalho devem ser suficientemente abrangentes para compreender a documentao do planejamento, a natureza, a oportunidade e a extenso dos procedimentos de auditoria, bem como o julgamento exercido pelo auditor e as concluses alcanadas. Resoluo: Os papis de trabalho constituem o suporte de todo o trabalho desenvolvido pelo auditor, contendo o registro de todas as informaes utilizadas, das verificaes a que procedeu e das concluses a que chegou. Gabarito: C

    21. (CESPE/PREVIC Anal. Adm. Contbil/2011) Os papis de trabalho so de propriedade exclusiva do departamento de auditoria que os elaborou, no podendo, em nenhuma hiptese, ser apresentados a terceiros. Resoluo:

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    O auditor deve respeitar e assegurar o sigilo relativo s informaes obtidas durante o seu trabalho na entidade auditada, no as divulgando, sob nenhuma circunstncia, sem autorizao expressa da entidade, salvo quando houver obrigao legal de faz-lo. Gabarito: E

    22. (CESPE/TRE-ES/Anal. Jud. Contabilidade/2011) Com base nas normas brasileiras para o exerccio da auditoria interna, julgue: Sem prejuzo da fiscalizao do Conselho Federal e dos conselhos regionais de contabilidade, o contador, na funo de auditor, no obrigado a disponibilizar seus papis de trabalho, relatrios, entre outros documentos, exceto nos casos de determinao judicial. Resoluo: Questo parecida com a anterior. Como dissemos, o auditor deve respeitar e assegurar o sigilo relativo s informaes obtidas durante o seu trabalho na entidade auditada, no as divulgando, sob nenhuma circunstncia, sem autorizao expressa da entidade, salvo quando houver obrigao legal de faz-lo. Alm disso, quando solicitado por autoridades competentes, entre estas, no caso da auditoria independente, os Conselhos Regionais de Contabilidade, deve exibir as informaes obtidas durante o seu trabalho, de modo a demonstrar que o trabalho foi realizado de acordo com as normas de auditoria e demais dispositivos legais aplicveis. O sigilo, nesses casos, dever ser resguardado pelos organizamos profissionais que solicitaram as informaes. Gabarito: E

    23. (Cespe/SEDUC AM Contador/2011) Os papis de trabalho includos no arquivo corrente, onde devem ser mantidos indefinidamente, incluem o resumo dos princpios contbeis utilizados pelo cliente e os manuais do plano de contas e de procedimentos. Resoluo: Os papis de trabalho includos no arquivo corrente no devem ser mantidos indefinidamente, eles so utilizados em apenas um exerccio social. Alm disso, resumo de princpios contbeis e manuais de contas e de procedimentos so exemplos de papis do tipo permanente. Alis, nem os papis considerados permanentes so mantidos indefinidamente, eles devem ser excludos quando estiverem desatualizados. Gabarito: E

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    24. (Cespe/ANALISTA EBC Contabilidade/2011) De acordo com a Instruo Normativa n.o 1/2001 da Secretaria Federal de Controle, o arquivo corrente dos papis de trabalho deve conter documentos sobre sistema, rea ou unidade objeto de controle, sendo usados para mais de um exerccio financeiro. Resoluo: Os correntes so utilizados em apenas um exerccio social, j os permanentes so utilizados em mais de um exerccio social. Gabarito: E

    25. (Cespe/TCU Orientao: Auditoria de Obras Pblicas/2011) Os papis de trabalho constituem a documentao preparada pelo auditor ou fornecida a este na execuo da auditoria. No deve constar desses documentos o juzo do auditor acerca das questes significativas, que sero apresentadas no relatrio de auditoria. Resoluo: Como os papis de trabalho so a base para as concluses do auditor, eles devem incluir seu juzo acerca de todas as questes significativas, principalmente nas reas que envolvem questes de princpio ou de julgamento difcil. Gabarito: E

    26. (Cespe/TRE BA Analista Judicirio rea: Administrativa Especialidade: Contabilidade/2010) Desde que sejam atualizados, alguns papis de trabalho podem ser reutilizados, quando estiverem relacionados a auditorias realizadas em vrios perodos consecutivos. Resoluo: Os papis de trabalho permanentes, enquanto atualizados, podem ser reutilizados por vrios perodos consecutivos. Gabarito: C

    27. (Cespe/BASA Tcnico Cientfico rea: Contabilidade/2010) Os papis de trabalho que representam o registro do trabalho de auditoria executado e a base para emisso do parecer so de propriedade da entidade contbil auditada. Resoluo:

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    Os papis de trabalho so de propriedade do auditor ou da firma de auditoria que os elaborou. Gabarito: E

    28. (Cespe/TRT 17. Regio/ES Analista Judicirio rea: Administrativa Especialidade: Contabilidade/2009) Os papis de trabalho devem registrar a natureza, oportunidade e extenso dos procedimentos de auditoria aplicados, e o relatrio final de execuo da auditoria deve descrever os resultados e as concluses da evidncia da auditoria. Resoluo: Falaremos sobre o relatrio de auditoria em outra aula, mas com relao aos papis de trabalho isso mesmo, eles devem registrar a natureza, oportunidade e extenso dos procedimentos de auditoria aplicados. Gabarito: C

    29. (UnB/CESPE/Unipampa Auditor/2009) - Com base nos conceitos e nas normas aplicveis aos papis de trabalho, julgue os itens seguintes. Para definir a extenso dos papis de trabalho, recomenda-se que o auditor leve em conta o que seria necessrio para proporcionar a outro auditor que fosse efetuar pela primeira vez aquela auditoria especfica a compreenso do trabalho realizado e as referncias para as concluses adotadas, mesmo sem conhecer os detalhes da auditoria executada. Resoluo: Dissemos que os papis de trabalho constituem a memria da auditoria, que constituem o roteiro, o mapa do caminho que leva s concluses que o auditor que os elaborou chegou, e que, a partir de sua anlise, outro auditor deve poder chegar a essas mesmas concluses. Gabarito: C

    30. (UnB/CESPE/Unipampa Auditor/2009) - O auditor no deve utilizar os papis de trabalho elaborados por empresa concorrente, que lhe tenha antecedido, no s para manter a independncia, como tambm para no colocar em risco a confiabilidade no servio realizado. Resoluo:

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    Caso seja necessrio, o auditor pode utilizar os papis de trabalho de auditores antecessores a ele, independente de pertencerem a firmas de auditoria concorrente. Ele s no poder utiliz-los caso desconfie da sua confiabilidade. Gabarito: E

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    Lista de Questes

    01. (CESPE/CNJ/Analista Contabilidade/2013) Na fase de planejamento, o auditor deve considerar os testes de observncia que sero empregados para avaliar os controles internos estabelecidos pela administrao auditada, a natureza e a extenso dos procedimentos de auditoria a serem aplicados.

    02. (CESPE/ANAC/Especialista em Regulao de Aviao Civil rea 7/2012) Se determinado auditor j tiver avaliado as caractersticas prprias de uma entidade em auditoria anteriormente realizada, ele ficar dispensado de uma nova avaliao dessas caractersticas, se for recontratado para realizar outra auditoria para essa mesma entidade.

    03. (CESPE/MPE PI Controle Interno/2012) Se houver mudanas nas prticas contbeis da entidade auditada, o planejamento de auditoria deve restringir o escopo do trabalho ao perodo anterior ou posterior a essas mudanas.

    04. (CESPE/SEDUC AM Contador/2011) A necessidade de compatibilizar custo e benefcio condiciona o auditor a limitar o tempo e os recursos a serem despendidos, o que refora a importncia de se realizar o planejamento dos trabalhos. Nesse planejamento, no recomendvel que o auditor baseie-se na premissa de que todas as informaes ou registros contenham erros ou fraudes, at prova em contrrio.

    05. (Cespe/ANAC/Especialista em Regulao de Aviao Civil rea 6/2012) Por meio da anlise SWOT, avaliam-se, de forma subjetiva, as capacidades internas de uma organizao, identificando-se suas foras e fraquezas para adoo de estratgias voltadas auditoria e no ao ambiente externo entidade auditada.

    06. (Cespe/ANAC/Especialista em Regulao de Aviao Civil rea 6/2012) O planejamento e a execuo de uma auditoria devem ser realizados com base no conceito de materialidade, a fim de que se avaliem o efeito das distores identificadas em relao s demonstraes contbeis e formao da opinio expressa no relatrio do auditor.

    07. (Cespe/ANAC/Especialista em Regulao de Aviao Civil rea 6/2012) A matriz de planejamento, espcie de esquematizao das informaes relevantes do planejamento e dos procedimentos de uma auditoria, realizada para orientar a equipe na fase de execuo dos trabalhos, consiste em instrumento flexvel, cujo contedo pode ser atualizado ou modificado medida que o trabalho de auditoria realizado.

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    08. (CESPE/Auditor UNIPAMPA/2009) O planejamento da auditoria deve estar completado antes do incio dos trabalhos. Entre os aspectos a serem previamente definidos, salientam-se o momento e o perodo e execuo de cada atividade, os locais de sua realizao e os profissionais e auxiliares necessrios consecuo das tarefas selecionadas.

    09. (CESPE/Analista Judicirio: Administrativa-Contabilidade STF/2008) Sempre que novos fatos recomendarem, o planejamento e os programas de trabalho devem ser revisados e atualizados.

    10. (CESPE/Auditor UNIPAMPA/2009) O planejamento da auditoria requer o conhecimento adequado dos controles internos, mas o detalhamento dos procedimentos aplicveis independe das caractersticas dos sistemas contbil e de controles internos da entidade auditada.

    11. (CESPE/Auditor UNIPAMPA/2009) Entre os objetivos principais do planejamento da auditoria ressalta-se o de assegurar que todas as reas da entidade auditada, independentemente de sua importncia, recebam a mesma ateno.

    12. (CESPE/ACE: Administrao Pblica e/ou de Empresas TCE AC/2008) A elaborao do programa de auditoria no depende da reviso do controle interno.

    13. (CESPE/ACE: Administrao Pblica e/ou de Empresas TCE AC/2008) No planejamento da auditoria interna, dispensado, por no ser fator relevante na execuo dessa tarefa, o trabalho de especialistas.

    14. (CESPE/Analista de Controle Externo TCU/2008) Segundo a orientao do TCU, na fase de planejamento, a equipe de auditoria deve construir uma viso geral do objeto a ser auditado. Entre as fontes de informao disponveis, recomenda-se que notcias veiculadas pela mdia no sejam levadas em conta, a fim de se evitar a contaminao ou o direcionamento dos trabalhos, que devem caracterizar-se pela iseno e pela objetividade.

    15. (CESPE/Analista de Controle Externo TCU/2007) O planejamento de auditoria objetiva a elaborao do programa de auditoria. Nessa fase, a equipe de auditoria deve buscar, por meio de fontes internas e externas, elementos que permitam o pleno conhecimento da organizao que se vai auditar. Como exemplo de fontes internas citam-se as secretarias de controle externo e a secretaria de controle interno.

    16. (CESPE/Analista de Controle Externo TCU/2007) O TCU, nos processos de auditorias operacionais, usa metodologias especficas para anlise do objeto auditado e apresentao dos dados coletados. Um dos mtodos o modelo insumo-produto, que objetiva demonstrar como o objeto

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    da auditoria desenvolve as suas atividades, identificando, por exemplo, as informaes e os recursos humanos, fsicos e financeiros exigidos (insumos), os processos de transformao dos insumos em produtos e os bens e servios ofertados (produtos).

    17. (CESPE/ACE: Cincias Contbeis TCE AC/2009) O principal instrumento de apoio elaborao do relatrio de planejamento de auditoria a matriz de planejamento.

    18. (CESPE/ANAC/Especialista em Regulao de Aviao Civil rea 6/2012) O registro dos trabalhos de uma auditoria, que pode ser feito em papel, em meios eletrnicos ou em outros formatos, d origem a diversos tipos de documentos, como programas de auditoria, anlises, memorandos de assuntos do trabalho, correspondncias, cartas de confirmao e representao.

    19. (CESPE/ANAC/Especialista em Regulao de Aviao Civil rea 6/2012) Determinados papis de trabalho so considerados comuns, ou seja, so adequados a todos os tipos de auditoria, razo por que se torna dispensvel a idealizao pelo auditor de novos modelos a partir das especificidades da auditoria a ser executada.

    20. (Cespe/MPE PI Controle Interno/2012) Os papis de trabalho devem ser suficientemente abrangentes para compreender a documentao do planejamento, a natureza, a oportunidade e a extenso dos procedimentos de auditoria, bem como o julgamento exercido pelo auditor e as concluses alcanadas.

    21. (CESPE/PREVIC Anal. Adm. Contbil/2011) Os papis de trabalho so de propriedade exclusiva do departamento de auditoria que os elaborou, no podendo, em nenhuma hiptese, ser apresentados a terceiros.

    22. (CESPE/TRE-ES/Anal. Jud. Contabilidade/2011) Com base nas normas brasileiras para o exerccio da auditoria interna, julgue: Sem prejuzo da fiscalizao do Conselho Federal e dos conselhos regionais de contabilidade, o contador, na funo de auditor, no obrigado a disponibilizar seus papis de trabalho, relatrios, entre outros documentos, exceto nos casos de determinao judicial.

    23. (Cespe/SEDUC AM Contador/2011) Os papis de trabalho includos no arquivo corrente, onde devem ser mantidos indefinidamente, incluem o resumo dos princpios contbeis utilizados pelo cliente e os manuais do plano de contas e de procedimentos.

    24. (Cespe/ANALISTA EBC Contabilidade/2011) De acordo com a Instruo Normativa n.o 1/2001 da Secretaria Federal de Controle, o arquivo corrente dos papis de trabalho deve conter documentos sobre sistema, rea

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    ou unidade objeto de controle, sendo usados para mais de um exerccio financeiro.

    25. (Cespe/TCU Orientao: Auditoria de Obras Pblicas/2011) Os papis de trabalho constituem a documentao preparada pelo auditor ou fornecida a este na execuo da auditoria. No deve constar desses documentos o juzo do auditor acerca das questes significativas, que sero apresentadas no relatrio de auditoria.

    26. (Cespe/TRE BA Analista Judicirio rea: Administrativa Especialidade: Contabilidade/2010) Desde que sejam atualizados, alguns papis de trabalho podem ser reutilizados, quando estiverem relacionados a auditorias realizadas em vrios perodos consecutivos.

    27. (Cespe/BASA Tcnico Cientfico rea: Contabilidade/2010) Os papis de trabalho que representam o registro do trabalho de auditoria executado e a base para emisso do parecer so de propriedade da entidade contbil auditada.

    28. (Cespe/TRT 17. Regio/ES Analista Judicirio rea: Administrativa Especialidade: Contabilidade/2009) Os papis de trabalho devem registrar a natureza, oportunidade e extenso dos procedimentos de auditoria aplicados, e o relatrio final de execuo da auditoria deve descrever os resultados e as concluses da evidncia da auditoria.

    29. (UnB/CESPE/Unipampa Auditor/2009) - Com base nos conceitos e nas normas aplicveis aos papis de trabalho, julgue os itens seguintes. Para definir a extenso dos papis de trabalho, recomenda-se que o auditor leve em conta o que seria necessrio para proporcionar a outro auditor que fosse efetuar pela primeira vez aquela auditoria especfica a compreenso do trabalho realizado e as referncias para as concluses adotadas, mesmo sem conhecer os detalhes da auditoria executada.

    30. (UnB/CESPE/Unipampa Auditor/2009) - O auditor no deve utilizar os papis de trabalho elaborados por empresa concorrente, que lhe tenha antecedido, no s para manter a independncia, como tambm para no colocar em risco a confiabilidade no servio realizado.

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    Gabarito: 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10

    Certo Errado Errado Certo Errado Certo Certo Certo Certo Errado

    11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

    Errado Errado Errado Errado Errado Certo Certo Certo Errado Certo

    21 22 23 24 25 26 27 28 29 30

    Errado Errado Errado Errado Errado Certo Errado Certo Certo Errado

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    Bibliografia

    Conselho Federal de Contabilidade. Resoluo CFC 1.203/09 - NBC TA 200 (Objetivos Gerais do Auditor Independente e a Conduo da Auditoria em Conformidade com Normas de Auditoria). Conselho Federal de Contabilidade. Resoluo CFC 1.206/09 - NBC TA 230 (Documentao de Auditoria). Conselho Federal de Contabilidade. Resoluo CFC 1.211/09 - NBC TA 300 (Planejamento de Auditoria). ALMEIDA, Marcelo C. Auditoria Um curso moderno e completo. So Paulo: Atlas, 2009. BARRETO, Davi; GRAEFF, Fernando. Auditoria: teoria e exerccios comentados. So Paulo: Ed. Mtodo, 2011. BOYNTON, Marcelo Willian C. Auditoria. So Paulo: Ed. Atlas, 2002. CREPALDI, Silvio