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Administração p/ ICMS-SP Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó – Aula 03 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 58 Aula 3: Processos Gerenciais, Motivação e Liderança Olá pessoal, tudo bem? Na aula de hoje iremos cobrir os seguintes itens do edital: Processos gerenciais e as relações com os fatores humano, tecnológico e econômico; Motivação; Liderança situacional; A quinta disciplina e suas leis, Comportamento organizacional. Irei trabalhar com muitas questões da FCC, mas incluirei algumas questões do Cespe, da ESAF ou da FGV quando não tiver questões da FCC do tema trabalhado, ok? Espero que gostem da aula! UTILIZE O FÓRUM DE DÚVIDAS! ESTAREMOS LÁ PARA TE AJUDAR!

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Aula 3: Processos Gerenciais, Motivação e

Liderança

Olá pessoal, tudo bem?

Na aula de hoje iremos cobrir os seguintes itens do edital:

Processos gerenciais e as relações com os fatores humano, tecnológico e econômico; Motivação; Liderança situacional; A quinta disciplina e suas leis, Comportamento organizacional.

Irei trabalhar com muitas questões da FCC, mas incluirei algumas questões do Cespe, da ESAF ou da FGV quando não tiver questões da FCC do tema trabalhado, ok? Espero que gostem da aula!

UTILIZE O FÓRUM DE DÚVIDAS!

ESTAREMOS LÁ PARA TE AJUDAR!

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Sumário

Processos gerenciais e as relações com os fatores humano, tecnológico e econômico ........ 4 

Planejamento. .................................................................................... 7 

Direção. ........................................................................................... 8 

Motivação ...................................................................................... 8 

Teorias de Processo e Teorias de Conteúdo ............................................... 9 

Teoria das Necessidades de Maslow. .................................................... 10 

Teoria X e Y de McGregor. .............................................................. 13 

Teoria dos dois fatores de Herzberg. ..................................................... 14 

Teoria do Reforço......................................................................... 18 

Teoria ERC (ou ERG) - Alderfer ........................................................ 19 

Teoria da Expectância de Vroom. ........................................................ 20 

Teoria das Necessidades Adquiridas, de McClelland. ................................... 22 

Teoria da Equidade ....................................................................... 23 

Teoria do Estabelecimento de Objetivos (Autoeficácia) ................................ 24 

Liderança ....................................................................................... 25 

Diferenças entre Lideres e Gerentes. ....................................................... 27 

Abordagens de Liderança ................................................................... 29 

Teoria dos Traços de Liderança. ............................................................ 30 

Estilos de Liderança. ........................................................................ 30 

Continuum da Liderança .................................................................... 33 

Grid Gerencial de Blake e Mouton. ......................................................... 34 

Lideranças Contingenciais e Situacionais .................................................. 36 

Modelo de Fiedler. ........................................................................ 37 

Teoria Situacional de Hersey e Blanchard – O ciclo de vida da Liderança ............. 38 

Liderança Transacional x Transformacional. ............................................... 40 

Liderança Carismática ....................................................................... 42 

Liderança Visionária ........................................................................ 44 

A quinta disciplina e suas leis ................................................................. 46 

Aprendizagem Individual x Organizacional ................................................ 46 

As Organizações de Aprendizagem ......................................................... 48 

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Lista de Questões Trabalhadas na Aula. ....................................................... 51 

Gabarito ........................................................................................ 57 

Bibliografia ..................................................................................... 57 

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Processos gerenciais e as relações com os fatores humano, tecnológico e econômico

O processo administrativo faz parte de qualquer trabalho em que buscamos atingir objetivos gerindo recursos1. Todos nós instintivamente utilizamos este processo.

Quando você decidiu estudar para concursos, provavelmente planejou qual seria a área que teria mais chances (fiscal, tribunais, etc.) e qual cargo desejava atingir. Tendo este objetivo, buscou organizar seu tempo e gastar seus recursos financeiros nos melhores materiais de ensino que pode adquirir.

A direção, que é relacionada com a motivação e a mobilização para o estudo, foi outro fator importante, pois não é fácil ter persistência e foco para se manter estudando por meses e anos a fio. Por fim, a cada prova que fez foi controlando seus acertos e sua classificação, de modo a garantir que seu objetivo estava chegando mais próximo, ou seja, que seu processo de preparação estava dando certo e que você aos poucos está chegando mais próximo de seu objetivo: passar no seu concurso desejado!

Desta forma, todos nós somos administradores de uma maneira ou de outra. Mas a escala de problemas em uma empresa é muito maior do que em nossas vidas, portanto quanto maior o número de recursos, mais complexo fica o processo administrativo2.

Desta forma, o processo administrativo é composto de quatro aspectos básicos: o planejamento, a organização, a direção e o controle.

De acordo com Chiavenato3, o processo administrativo compreende quatro funções específicas:

1- Planejamento: planejar envolve a solução de problemas e a tomada de decisões quanto às alternativas futuras. Portanto, é o processo de estabelecer objetivos e o curso de ação adequado para alcançar esses objetivos;

2- Organização: visa estabelecer os meios e recursos necessários para possibilitar a realização do planejamento e reflete como a organização ou empresa tenta cumprir os planos. É relacionada

1 (Maximiniano, 1995) 2 (Maximiniano, 1995) 3 (Chiavenato, Administração nos novos tempos, 2010)

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com a atribuição de tarefas e alocação dos recursos necessários nas equipes e nos departamentos;

3- Direção: envolve o uso da influência para ativar e motivar as

pessoas a alcançarem os objetivos organizacionais. Ela envolve: influenciação, comunicação, orientação, motivação e liderança;

4- Controle: representa o acompanhamento, a monitoração e a

avaliação do desempenho organizacional para verificar se tudo está acontecendo de acordo com o planejado, organizado e dirigido.

O processo administrativo é dinâmico, cíclico e interativo, pois todas as funções estão entrelaçadas e para conseguir atingir nossos resultados desejados precisamos desempenhá-las bem.

Não adianta planejar bem se não conseguirmos organizar os recursos para executar nosso trabalho. Tampouco conseguimos um bom resultado se não estivermos motivados e focados em nossos objetivos. E sem controle, não temos ideia se estamos ou não atingindo nossos resultados, não é verdade?

Vamos ver uma questão que cobra este assunto?

1 - (FCC – SERGIPEGAS – ASSIST. ADM. – 2010) As etapas básicas do gerenciamento são:

(A) organização, atendimento, cobrança e controle.

(B) qualidade, satisfação, conformidade e padrão.

(C) atendimento, liderança, resultados e eficácia.

(D) estratégia, tática, avaliação e reformulação.

(E) planejamento, organização, direção e controle.

Vejam como a FCC cobrou este tema de modo bem fácil! O processo administrativo (que a banca chamou na questão de “etapas”) é composto do planejamento, da organização, da direção e do controle, como visto acima. O gabarito é a alternativa E. Questão bem tranquila, não é mesmo?

Abaixo vemos no gráfico então o processo administrativo:

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Figura 1 - Processo Administrativo

Vamos analisar outra questão recente?

2 - (FCC – MP/SE – ADMINISTRADOR – 2009) Segundo Fayol, a definição dos objetivos organizacionais e dos caminhos a serem percorridos para que sejam alcançados relacionam-se com a seguinte função administrativa:

(A) planejamento.

(B) controle.

(C) organização.

(D) coordenação.

(E) comando.

Aqui selecionei uma questão sobre Fayol para mostrar como vocês já conseguem responder uma questão desta. Henry Fayol foi o autor que primeiro sintetizou o processo administrativo (em sua obra do começo do século XX).

Mas, atualmente, consideramos a coordenação e o comando como parte do processo de direção.

Nesta questão, temos de saber qual processo se relaciona com a definição dos objetivos organizacionais e a escolha dos caminhos a serem percorridos para que estes objetivos sejam alcançados. O processo que define os objetivos da empresa é o planejamento, não é mesmo? Desta forma, o gabarito é a alternativa A.

Vamos ver agora cada processo de modo mais detalhado?

Planejamento

Direção

Controle

Organização

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Planejamento.

Todos nós conhecemos e utilizamos o planejamento em nossas vidas, não é mesmo? Quando queremos fazer uma viagem de carro, por exemplo, analisamos qual será a distância, qual será a estrada mais adequada, quantos postos de gasolina existem no caminho, quanto tempo levará a viagem, quanto custará, etc.

Desta forma, aumentamos a chance de que não aconteça algo de ruim em nossa viagem, como ficar sem gasolina no meio do caminho, não é mesmo? Nas organizações também utilizamos o planejamento como uma forma de aumentar as chances de sucesso.

Nas organizações, o planejamento é o processo administrativo que influencia todos os outros (direção, organização, controle). Ele é o passo inicial - quando definiremos o que a organização quer fazer, quando e como ela o fará.

O futuro é sempre incerto, portanto temos de procurar reduzir esta incerteza quando estamos administrando uma organização.

Desta forma, o planejamento é o processo que utilizamos para reduzir esta incerteza e aumentar a chance de nossa organização ter sucesso4.

Os principais autores definem o planejamento como um processo de definição dos principais objetivos e da forma como estes objetivos serão alcançados. Vejam abaixo algumas destas definições:

Segundo Chiavenato5 – “Planejamento é um processo de estabelecer objetivos e definir a maneira como alcançá-los.”

Segundo Djalma de Oliveira6 – “Planejamento é um processo desenvolvido para o alcance de uma situação futura desejada, de um modo mais eficiente, eficaz e efetivo, com a melhor concentração de esforços e recursos pela empresa.”

O planejamento possibilita aos gestores focar não somente no curto prazo, mas também no futuro da organização7.

4 (Oliveira, 2007) 5 (Chiavenato, Administração Geral e Pública, 2008) 6 (Oliveira, 2007) 7 (Sobral & Peci, 2008)

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Direção.

De acordo com Chiavenato, a direção é a função administrativa que se refere ao relacionamento interpessoal do administrador com os seus subordinados8. Com a direção, o gestor busca guiar o comportamento dos servidores para que a organização consiga atingir seus objetivos.

Como esta função depende diretamente desta relação com pessoas, torna o trabalho do gestor bem complexo, pois cada pessoa reage de uma maneira e deve-se ter muita sensibilidade para saber como agir em cada caso específico.

Para cumprir esta função, o administrador deve saber se comunicar, liderar e motivar sua equipe de funcionários.

Motivação

De acordo com Daft9, a motivação é relativa às forças internas ou externas que fazem uma pessoa se entusiasmar e persistir na busca de um objetivo! Como a motivação afeta a produtividade, a organização deve canalizar a motivação para os objetivos organizacionais.

Desta forma, Robbins10 diz que, no ambiente organizacional, a motivação é a vontade de exercer altos níveis de esforço para alcançar os objetivos organizacionais.

Entretanto, a dificuldade existe no fato de que as pessoas são muito diferentes umas das outras. O que pode motivar uma pessoa, pode não motivar outras. Existe uma diversidade de teorias motivacionais11, mas em geral os autores abordam dois tipos de fatores, os extrínsecos (de fora da pessoa) e os intrínsecos (de dentro da pessoa).

De acordo com Bergamini,

“No primeiro caso, pressupõe-se que a força que conduz o comportamento motivado está fora da pessoa, quer dizer, nasce de fatores extrínsecos que são, de certa forma, soberanos e alheios à sua vontade. No segundo caso, subjaz a crença de que as ações humanas são espontâneas e gratuitas, uma vez que têm suas origens nas impulsões

8 (Chiavenato, Administração nos novos tempos, 2010) 9 (Daft, 2005) 10 (Robbins & Coulter, Administração, 1998) 11 (Bergamini, 1990)

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interiores; assim sendo, o próprio ser humano traz em si seu potencial e a fonte de origem do seu comportamento motivacional.”

Desta forma, existem diversas teorias que se baseiam nos fatores externos e/ou internos do indivíduo. Quando uma empresa oferece um prêmio para o funcionário que bater uma meta está se baseando nos fatores externos (você não teria vontade de bater a meta, mas como existe um estímulo externo – o prêmio – você se esforça para isso).

Já quando você deseja fazer um trabalho bem feito, pois acha seu trabalho interessante e importante, está se baseando em fatores internos (sua preocupação com os outros ou seu orgulho de fazer um trabalho bem feito).

Abaixo, no gráfico, podemos ver um resumo dos tipos de motivação:

Figura 2 ‐ Tipos de Motivação 

TeoriasdeProcessoeTeoriasdeConteúdo

As teorias de motivação podem ser divididas entre teorias de conteúdo e teorias de processo. Essas teorias de conteúdo se concentram nas razões que levam uma pessoa a ficar motivada (seria o QUE motiva alguém).

Naturalmente, a grande maioria das pessoas deseja ou necessita de coisas que não têm. Quando queremos algo (seja um carro melhor, uma viagem ao exterior, ou que nossa família coma todos os dias), temos uma “motivação” para alcançar este objetivo, não é mesmo? As teorias que se

• Necessidades e motivos da própria pessoa, fatores psicológicos;

• Ex: Satisfação que a pessoa sente a atingir um bom resultado.

Motivações Internas / Intrínsecas

• Geradas por métodos de reforço e punições;

• Ex: Recompensa dada por outra pessoa, como aumentos e promoções.

Motivações Externas / Extrínsecas

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preocupam com as necessidades que nos “impulsionam” são as teorias de conteúdo12.

Já as teorias de processo se concentram no modo em que o comportamento é motivado (seria o COMO esta motivação ocorre). Os teóricos que trabalham com estas teorias acreditam que as pessoas são mais propensas a se comportar com “motivação” se três condições aconteçam: as pessoas creem que as ações atingirão o desempenho desejado; que esse desempenho levará ao resultado buscado e o resultado é realmente desejado por elas13.

Abaixo no gráfico podemos ver as principais teorias motivacionais.

Figura 3 ‐ Teorias de Conteúdo e de Processo 

TeoriadasNecessidadesdeMaslow.

A teoria da hierarquia das necessidades, também conhecida como a pirâmide de Maslow (nome de seu criador, o psicólogo Abraham Maslow), é uma das mais intuitivas teorias de motivação.

De acordo com o autor, o comportamento do ser humano é motivado por diversos estímulos internos ou por necessidades.

12 (Clegg, Kornberger, & Pitsis, 2008) 13 (Clegg, Kornberger, & Pitsis, 2008)

Teorias de Processo

Teorias de Conteúdo

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Estas necessidades seriam diversas e ele as classificou em uma hierarquia, desde as mais básicas, como as fisiológicas e de segurança, como as de nível superior (estima e auto-realização), conforme o gráfico abaixo.

Figura 4 ‐ Hierarquia de Maslow 

O ponto chave desta teoria é exatamente a hierarquia destas necessidades. A teoria diz que as necessidades devem ser satisfeitas em uma ordem, ou seja, seria necessário suprir as necessidades fisiológicas (as mais básicas) antes que deva existir um trabalho de atendimento das necessidades de estima.

Um exemplo seria uma pessoa que está faminta. Esta pessoa buscará a todo custo suprir esta carência (alimento) antes de se preocupar com a sua realização, status e reconhecimento, não é mesmo?

Com isso, o gestor que busca implantar um programa de motivação, deve analisar em que estado se encontra seu funcionário e passar a trabalhar sempre o nível hierárquico de necessidades atual, ou o primeiro nível de necessidades acima do atual, ou seja, do que se encontra no momento sendo atendido!

Assim que uma necessidade é atendida, ela perde importância, sendo “ativada” então a necessidade de nível superior.

Uma dúvida constante dos alunos se concentra na diferença entre as necessidades sociais e de estima. Bom, vamos imaginar uma situação prática. As necessidades sociais seriam ligadas ao amor, as amizades, etc.

Uma pessoa pode desejar uma vida simples, sem luxos, sem notoriedade, não é verdade? Mas acho que quase todos desejam ter amigos, ter uma namorada (o), etc.

Assim, uma pessoa que buscasse ser um pescador em uma pequena vila não busca notoriedade, status, prestígio, não é mesmo? Mas se ele gosta de ter amigos, de namorar, etc. tem uma necessidade social.

Auto‐realização

Estima

Sociais

Segurança

Fisiológicas

Crescimento profissional

Reconhecimento, status

Amigos, bom ambiente de trabalho

Trabalho seguro, sem poluição

Salário Básico, comida, água

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Vamos analisar agora uma questão sobre este tema?

3 - (FCC – MP/SE – ADMINISTRADOR – 2009) Na teoria motivacional de Maslow, a necessidade das pessoas de se sentirem valorizadas pelos que as rodeiam representa o tipo de necessidade

(A) fisiológica.

(B) de estima.

(C) de segurança.

(D) social.

(E) de auto-realização.

A necessidade fisiológica diz respeito aos aspectos mais básicos como: comida, água, etc. Desta forma, a alternativa A está incorreta. Nosso gabarito é a alternativa B, pois a necessidade das pessoas se sentirem valorizadas pelo outros é relacionada à estima.

A necessidade de segurança se relaciona com a sensação de não estarmos passando perigo (como risco de acidentes, assaltos, etc.). Já a necessidade social se refere à nossa necessidade de termos amigos, colegas de trabalho.

E, por último, a necessidade de auto-realização é relacionada com nossas necessidades de crescimento pessoal e profissional. O gabarito é alternativa B.

4 - (FCC – MP/RS – ADMINISTRADOR – 2008) Segundo a teoria da hierarquia das necessidades de Maslow é INCORRETO dizer:

(A) Toda pessoa orienta seu comportamento a partir de mais que um único tipo de motivação.

(B) Apenas algumas pessoas alcançam a satisfação das necessidades localizadas no topo da pirâmide.

(C) A satisfação de um nível inferior de necessidades não é obrigatória para que surja imediatamente um nível mais elevado no comportamento.

(D) As necessidades fundamentais podem ser expressas por diferentes tipos de comportamento.

(E) Toda necessidade primária não atendida passa a ser considerada uma ameaça psicológica.

A única alternativa que não reflete o trabalho de Maslow é a alternativa C. Para o autor, a satisfação de um nível inferior de

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necessidades é sim obrigatória para que surja imediatamente um nível mais elevado no comportamento.

Ou seja, se você ainda não “matou” a sua fome não se preocupará naquele momento com necessidades de estima, pois as necessidades fisiológicas seriam sua prioridade. O gabarito é a alternativa C.

TeoriaXeYdeMcGregor.

A teoria X e Y de McGregor, uma das teorias mais simples e intuitivas no estudo da Administração, é também uma das mais cobradas em provas de concurso!

McGregor trouxe a idéia de que existem duas “maneiras” de se ver as pessoas. Estas visões seriam contrárias, ou seja, antagônicas. Uma seria mais positiva e moderna (a teoria Y, baseada na confiança nos indivíduos), e a outra seria negativa e antiquada (teoria X, baseada na desconfiança)14.

Pela teoria X, as pessoas seriam naturalmente preguiçosas, pouco ambiciosas e sem iniciativa própria. A ideia é a de que o ser humano não gosta de trabalhar e irá fazer o menor esforço possível!

Se o gestor tem esta visão negativa das pessoas, ele tende a ser mais fiscalizador e controlador, pois acredita que quando “virar as costas” o trabalhador parará de trabalhar.

Ele irá tratar os subordinados de modo mais rígido e será autocrático (decidirá tudo sozinho), pois acha que o empregado não gosta de assumir responsabilidades e não consegue tomar decisões! Não delegará responsabilidades, porque acha que os funcionários são dependentes.

Esta visão seria mais “antiga”, e adequada a uma organização em um ambiente estável e com um modelo burocrático de gestão.

Já a teoria Y seria mais embasada na confiança nas pessoas! Nesta situação, o gestor acredita que seus funcionários são ambiciosos, gostam de trabalhar, têm capacidade de decidir e iniciativa.

A ideia é a de que as pessoas buscam assumir responsabilidades e desafios! Desse modo, o próprio empregado se controla, não havendo a necessidade de coerção!

Como o administrador acredita no potencial de seus subordinados, ele busca a participação deles, delega poderes para que eles assumam

14 (Chiavenato, Administração Geral e Pública, 2008)

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responsabilidades e cria um ambiente mais democrático e empreendedor no trabalho!

Esta teoria seria mais adequada a uma organização que esteja em um ambiente instável e dinâmico e que busque a inovação nos processos de trabalho. Hoje em dia, esta é a visão mais recomendada!

Figura 5 ‐ Teoria X e Y 

Vamos analisar agora umas questões sobre a teoria X e Y de McGregor?

5 - (CESPE – BASA / ADMINISTRAÇÃO – 2010) A adoção de um controle rigoroso por parte de um gerente sobre seus colaboradores, por entender que estes são desmotivados e dependem de uma liderança forte, identifica-se com os pressupostos da teoria X proposta por Douglas McGregor. Como podem ver, as questões sobre a teoria X e Y de McGregor são bem simples! Se você já conhece o assunto não deverá ter problemas. Como já estudamos, a necessidade de um controle rígido e rigoroso sobre os funcionários se identifica com a teoria X de McGregor. O gabarito é certo.

TeoriadosdoisfatoresdeHerzberg.

A teoria dos dois fatores de Frederick Herzberg é uma das mais importantes no estudo da Administração e uma das que mais se presta a

Teoria X

•Pessoas não gostam de trabalhar

•Pessoas devem ser ameaçadas e forçadas a atingir os resultados

•Pessoas preferem não assumir responsabilidades, tem pouca ambição e buscam segurança.

Teoria Y

•Maioria das pessoas não desgostam do trabalho;

•Pessoas são capazes de se autocontrolar e dirigir quando estão comprometidas;

•Pessoas buscam desafios e assumir responsabilidades;

•Pessoas são, em sua maioria, criativas e ambiciosas.

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“pegadinhas” de bancas de concurso. A teoria basicamente diz que os fatores que levam à satisfação são diferentes dos que levam à insatisfação, portanto o nome da teoria: dois fatores!

Os fatores motivacionais seriam os relacionados com necessidades do mais alto nível, como o reconhecimento das pessoas, o conteúdo do trabalho, a possibilidade de crescimento profissional e de aprendizagem e o exercício da responsabilidade.

Herzberg disse que quando estes fatores motivacionais não existem, as pessoas são neutras em relação à motivação (não ficam motivadas nem desmotivadas). Mas quando estes fatores estão presentes geram um alto nível de motivação no profissional.

Já os fatores higiênicos influenciam a insatisfação, ou seja, podem gerar insatisfação se forem negativos, mas não geram satisfação se forem positivos! Dentre estes fatores estão relacionados: condições de trabalho, remuneração, segurança, relações pessoais, políticas da empresa e supervisão.

No caso da organização que forneça bons salários, boas condições de trabalho e segurança, ela pode gerar um ambiente harmônico, mas não necessariamente um ambiente altamente motivador. Prestem bem atenção nisso: o salário não é fator motivacional! A relação interpessoal também não é motivadora! Ou seja, nem dinheiro nem pessoas motivam os funcionários.

Fatores Motivadores

Fatores Higiênicos

Influenciam a satisfação

• Crescimento pessoal

• Conteúdo do trabalho

• Exercício da responsabilidade

• Reconhecimento

• Realização

Influenciam a insatisfação

• Salários

• Relacionamentos Pessoais

• Condições de trabalho

• Supervisores

• Segurança

• Políticas da empresa

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Vamos imaginar um caso hipotético: Você passa em um concurso público e é nomeado para um cargo em um órgão federal. Se sente muito feliz de passar a ganhar um ótimo salário, com estabilidade e, além disso, acha o ambiente de trabalho ótimo! Todos os seus companheiros de trabalho são pessoas simpáticas e atenciosas. A vida está linda, pensa você!

Mas o trabalho que te deram é passar fax e tirar cópias. Pense agora, você não vai ficar muito motivado no trabalho, não é verdade? Isto foi o que Herzberg notou em sua pesquisa.

De acordo com Herzberg, o trabalho do gestor seria o de remover os fatores higiênicos que estejam criando insatisfação e criar os fatores motivadores para que seus funcionários atinjam um alto grau de desempenho.

Estes fatores também podem ser chamados de intrínsecos (motivacionais, ou relacionados com o conteúdo do cargo e ao funcionário em si) e extrínsecos (higiênicos, ou relacionados ao ambiente da empresa).

Vamos ver como pode ser cobrado este tópico?

6 - (FCC – TRF 5° Região – ANAL ADM. – 2008) Pela Teoria da Motivação de Herzberg, estilo de supervisão, políticas empresariais, condições ambientais, relações interpessoais, status, remuneração e vida pessoal são chamados fatores

(A) de auto-estima.

(B) motivacionais.

(C) fisiológicos.

(D) higiênicos.

(E) de poder.

Como acabamos de ver, os fatores ligados ao meio externo como o ambiente de trabalho, o salário, as relações pessoais, entre outros, fazem parte dos fatores higiênicos.

Os fatores motivacionais são relacionados, para Herzberg, com os fatores internos da pessoa, como sua realização, seu interesse pelo conteúdo do trabalho, seu reconhecimento, etc. O gabarito é alternativa D.

7 - (FCC – MP/SE – ADMINISTRADOR – 2009) Segundo Herzberg, que ressaltou a importância da motivação no trabalho, a possibilidade de aumento de status ou mesmo de posição social é uma determinante motivacional associada

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(A) ao desenvolvimento pessoal.

(B) à realização.

(C) à possibilidade de crescimento.

(D) ao trabalho em si.

(E) à responsabilidade.

O aumento do status de uma pessoa e a posição social são realmente relacionados com o desenvolvimento (ou crescimento) pessoal. As outras alternativas são também todas consideradas por Herzberg aspectos motivacionais:

Realização – é a satisfação ao se realizar um trabalho bem feito;

Possibilidade de crescimento – existência de alternativas viáveis para a ascensão na organização;

O trabalho em si – satisfação com o tipo de trabalho a ser feito na empresa;

Responsabilidade – noção de que somos vistos pelos chefes como capazes de tomar decisões, liderar pessoas e executar tarefas.

Desta forma, o gabarito é a alternativa A.

8 - (FCC – ARCE – ANALISTA REG. – 2006) Para Herzberg as pessoas têm categorias diferentes de necessidades. Política e administração, relações interpessoais e segurança são denominados fatores

(A) sociais.

(B) motivadores.

(C) fisiológicos.

(D) de higiene.

(E) de estima.

Para Herzberg, existiam os fatores motivadores e higiênicos. Os motivadores seriam relacionados com os fatores internos da pessoa. Já os higiênicos são relacionados com o meio externo, o contexto.

Veja que a questão só traz temas do contexto (relações interpessoais, política da empresa, segurança, etc.). Neste caso, são os fatores higiênicos, ok? Desta forma, o gabarito é a letra D.

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TeoriadoReforço

Esta teoria afirma que o reforço condiciona o comportamento. Ou seja, de que os indivíduos podem ser manipulados a se comportarem de certa maneira, de acordo com os estímulos aplicados a eles15.

Assim, se queremos que os funcionários cheguem sempre cedo, deveremos instituir um prêmio de assiduidade. Se quisermos que os vendedores atinjam as metas, deveremos pagar um bônus aos que atingirem. Esta teoria, como já devem estar pensando, é uma das mais utilizadas no meio organizacional.

A teoria do reforço não toma conhecimento do que se passa no “interior” da pessoa (como as emoções, expectativas, atitudes etc.), apenas o que acontece com o indivíduo quando ele age16.

Assim, essa teoria é muito criticada pelo seu aspecto “manipulador” das pessoas. Apesar disso, seu impacto não é renegado. Apenas não se acredita mais que o reforço seja o único fator que gera uma maior motivação e, por consequência, um melhor desempenho.

De acordo com a teoria, as ferramentas que um gestor de pessoas poderia utilizar iriam desde um estímulo positivo (um prêmio, por exemplo) até um estímulo negativo (uma punição).

Estímulos positivos tenderiam a reforçar o comportamento, ao passo que os estímulos negativos buscariam anular um comportamento indesejado. As estratégias seriam quatro: reforço positivo, reforço negativo, punição e extinção.

15 (Chiavenato, Administração nos novos tempos, 2010) 16 (Robbins, Organizational Behavior, 2004)

Características da Teoria do Reforço

Busca entender como as conseqüências dos comportamentos 

anteriores influenciam as ações futuras

A relação entre o comportamento e suas conseqüências segue uma idéia de aprendizagem cíclica

O reforço é uma tentativa de causar a repetição ou inibição 

de um comportamento

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Figura 6 ‐ Estratégias de Modificação do Comportamento 

TeoriaERC(ouERG)‐Alderfer

Basicamente, esta é uma adaptação da teoria da hierarquia das necessidades de Maslow. Alderfer procurou adequar os estudos de Maslow para que a teoria pudesse refletir os dados empíricos (os dados das pesquisas)17.

A primeira diferença entre as duas teorias é o fato de que Alderfer “condensou” os níveis hierárquicos. Para ele, são apenas três os níveis de necessidades: de existência, de relacionamento e de crescimento.

17 (Robbins, Organizational Behavior, 2004)

•Dar recompensa quando um comportamento desejado ocorreReforço Positivo

•Retirar conseqüência negativa quando um comportamento desejado ocorreReforço Negativo

•Aplicação de medida negativa quando um comportamento indesejado ocorrePunição

•Retirada de recompensas positivas quando um comportamento indesejado ocorre

Extinção

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O primeiro nível – existência – engloba os primeiros níveis de Maslow (fisiológico e segurança). Já o segundo nível – relacionamento - engloba o nível social de Maslow e alguns fatores externos do nível de estima. Finalmente, o nível de crescimento engloba os componentes internos de estima e o nível de auto-realização de Maslow.

A segunda diferença entre as teorias está no fato de que, para Alderfer, não existe uma hierarquia tão rígida entre os níveis de necessidades quanto Maslow acreditava.

Na teoria ERC, vários níveis de necessidades podem estar sendo estimulados ao mesmo tempo. Ou seja, a satisfação de um nível anterior não seria um “pré-requisito” para que o nível seguinte se manifestasse.

Além disso, na teoria ERC existe a noção de que se um nível de necessidade superior não for atendido, isso pode levar a pessoa a aumentar a necessidade de nível inferior.

Assim, uma pessoa que não conseguisse status e reconhecimento em seu trabalho poderia aumentar a demanda por melhores salários, por exemplo.

TeoriadaExpectânciadeVroom.

A teoria de motivação considerada mais completa até o momento é a teoria da expectância de Victor Vroom18. A teoria da expectância diz que

18 (Robbins & Coulter, Administração, 1998)

Crescimento

Relacionamento

Existência

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a motivação é um produto das expectativas das pessoas em relação a suas habilidades de atingir os resultados e o valor que elas dão às recompensas.

Ou seja, o indivíduo primeiro analisa se a meta que a empresa estipulou é possível de ser atingida com seus próprios esforços. Se a meta for inalcançável, ou não depender do seu trabalho, não irá gerar motivação! Após isso, ele analisa se a recompensa é desejável, pois pode ser que o “prêmio” não seja atrativo para todas as pessoas da mesma forma.

Portanto, Vroom levou em consideração as diferenças pessoais, pois cada indivíduo tem uma habilidade específica e desejos e necessidades diferentes.

No gráfico abaixo podemos ver um esquema resumido dos fatores envolvidos. O indivíduo naturalmente se faz estes questionamentos: trabalhar mais tarde a noite fará a meta ser batida? Se a meta for alcançada ganharei um prêmio interessante?

Figura 7 ‐ Teoria da Expectância 

Vamos ver uma questão sobre este tema?

9 - (FCC – METRÔ – ADMINISTRAÇÃO – 2008) No processo de gestão das organizações, a abordagem que parte do princípio que as pessoas são motivadas para a realização de suas atividades, esperando que certas ações auxiliarão a alcançar os resultados desejados, refere- se à teoria

(A) da hierarquia de necessidades.

(B) X e Y.

(C) da expectância.

(D) comportamental.

(E) da administração por objetivos.

•Trabalhar até tarde da noite

Esforço

•Bater meta individual

Desempenho•Bônus, prêmios, promoção.

Resultados

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Como vimos acima, a teoria motivacional que aborda o fato das pessoas analisarem a expectativa de que certas ações (ou esforços) possam ou não levar a resultados e premiações é a teoria da expectância de Victor Vroom.

A teoria X e Y não aborda este aspecto, muito menos a teoria da hierarquia das necessidades de Maslow. A alternativa D também está incorreta, pois não aborda as expectativas e a alternativa E não é uma teoria motivacional. O gabarito é mesmo a letra C.

TeoriadasNecessidadesAdquiridas,deMcClelland.

De acordo com McClelland, a motivação é relacionada com a satisfação de certas necessidades adquiridas dos indivíduos. Para ele, estas necessidades seriam três19:

Necessidade de afiliação – relativas ao desejo de ter bons relacionamentos e amizades;

Necessidade de poder – ligadas ao controle e a influencia de outras pessoas e em relação aos destinos da organização, e;

Necessidade de realização – ligada aos desejos de sucesso, de fazer bem algum trabalho, de se diferenciar dos outros.

Estas necessidades seriam geradas através da própria experiência das pessoas, de sua vivência. De acordo com o autor, pessoas com uma alta necessidade de realização deveriam trabalhar com tarefas em que não necessitassem do trabalho dos outros (ou seja, em tarefas em que pudessem “mostrar serviço” sozinhas).

Além disso, são melhor aproveitadas em áreas em que as tarefas são difíceis o bastante para motivá-las, mas não tanto que as façam perceber que o sucesso depende da “sorte” ou da ajuda de outros. Assim, estas pessoas não costumam ser boas gerentes.

Já as pessoas com uma alta necessidade de poder se adequam melhor às posições de gerência. De acordo com McClelland, pesquisas comprovam que a grande maioria dos ocupantes de cargos altos têm alta necessidade de poder e baixa necessidade de afiliação.

Vamos ver agora uma questão desse tema?

10 - (CESPE – ABIN / OFICIAL TÉCNICO – 2010) As organizações modernas devem reduzir os objetivos iniciais para satisfazer as

19 (Robbins, Organizational Behavior, 2004)

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necessidades adquiridas, e não, ajustar o atendimento das necessidades adquiridas aos seus objetivos iniciais.

Pela Teoria das Necessidades Adquiridas, de McClelland, a motivação é relacionada com a satisfação de suas necessidades adquiridas. Estas necessidades seriam geradas através da própria experiência das pessoas, de sua vivência.

Para o autor, estas necessidades seriam três: Necessidade de afiliação (se relacionar bem com os outros), de poder (controlar e influenciar os destinos da organização) e de realização (atingir determinados objetivos).

Não faz sentido se dizer que os objetivos devem ser reduzidos para se “encaixar” nas necessidades adquiridas, pois a motivação é que deve buscar harmonizar os objetivos individuais com os organizacionais. O gabarito é questão errada.

TeoriadaEquidade

Esta teoria afirma que a equidade, ou seja, a percepção de que o que ganhamos está em linha com o que oferecemos em troca (e em relação aos outros) é um aspecto motivador. Assim, a noção de que esta relação é justa teria um impacto significativo na motivação.

De acordo com Stacy Adams, todos nós fazemos uma comparação entre o que “entregamos” e o que “recebemos” em troca pela empresa. Se pensarmos que estamos sendo favorecidos, nos sentiremos culpados. Se sentirmos que estamos sendo desfavorecidos (recebendo menos do que entregamos) teremos raiva20.

Além disso, comparamos também esta “relação” de troca com os nossos colegas de trabalho e até de pessoas que trabalham em outras empresas e/ou profissões. Dessa maneira, se sentimos que a relação de troca não tem equidade, iremos tomar alguma “providência” para resolver essa inequidade.

De acordo com Adams, existem seis possibilidades de ação frente à uma inequidade:

Mudança nas “entregas”, ou seja, passar a trabalhar menos; 

20 (Robbins, Organizational Behavior, 2004)

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Mudanças nos resultados – ocorre quando pessoas que ganham por produção começam a produzir mais com menos qualidade (ou seja, na “pressa”); 

Distorção na sua percepção – o indivíduo pode começar a mudar sua ideia sobre si mesmo (“achava que trabalhava pouco, mas vendo sicrano trabalhando já começo a achar que sou muito trabalhador”); 

Distorção na percepção dos outros – o indivíduo passa a achar que a posição dos outros é que não é satisfatória; 

Mudança no referente – Se a pessoa que nos comparamos está em situação melhor, podemos passar a nos comparar com alguém que está pior do que nós mesmos; 

Sair do “jogo” – por exemplo: sair do emprego atual.  

Vamos ver uma questão desse tema?

11 - (CESPE – POLICIA FEDERAL / AGENTE – 2009) Ao considerar a teoria da equidade como forma de maximizar o desempenho dos colaboradores que lhe estão subordinados, o gestor público deve levar em conta que qualquer injustiça sentida em relação às recompensas pode motivar essas pessoas a agirem de forma a restaurar o senso de equidade percebida.

Beleza. A teoria da equidade se concentra exatamente na percepção que as pessoas têm da equidade na relação esforço/recompensa. Se esta relação for vista como injusta, o funcionário poderá agir para “restaurar” esta equidade, como passar a trabalhar menos, por exemplo. O gabarito é mesmo questão correta.

TeoriadoEstabelecimentodeObjetivos(Autoeficácia)

Será que funcionamos melhor quando procuramos “fazer o nosso melhor” ou quando temos uma meta específica? De acordo com Locke21, a intenção de atingir um objetivo é um grande fator motivador.

Ou seja, quando temos uma meta em mente, e aceitamos essa meta, tendemos a conseguir resultados melhores do que quando apenas “tentamos o nosso melhor”. Além disso, quanto mais difícil a meta, melhor será o nosso desempenho (desde que, obviamente, aceitemos a meta, ou seja, realmente tentemos atingi-la).

21 (Locke, 1968) apud (Robbins, Organizational Behavior, 2004)

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Outro fator importante é a retroação. Se soubermos como estamos nos saindo, diz a teoria, tenderemos a obter melhores resultados. Assim, a retroação afetaria o desempenho. Este é um fato bastante intuitivo, não é mesmo?

Locke também cita como um fator motivador a Autoeficácia. De acordo com o autor, essa característica seria a habilidade que as pessoas podem ter de acreditar que serão capazes de atingir os resultados de uma atividade.

Se realmente acreditamos em nossa habilidade de realizar uma tarefa, a teoria afirma, tenderemos a nos motivar e conseguir melhores resultados. Indivíduos com um alto nível de Autoeficácia tenderão a ter resultados melhores do que pessoas com baixo nível de Autoeficácia.

De acordo com Yassuda e outros22,

“A teoria da Autoeficácia prevê que o nível de confiança do individuo em suas habilidades é um forte motivador e regulador de seus comportamentos. Bandura defende que o indivíduo que se percebe capaz de realizar uma determinada tarefa, faz maior esforço para realizá-la, tem maior motivação para concluí-la e persevera mais tempo na sua realização do que o indivíduo com baixa Autoeficácia.”

Liderança

O conceito de liderança é relacionado com a utilização do poder para influenciar o comportamento de outras pessoas23. O bom líder deve buscar se comunicar com seus subordinados e guiá-los em direção aos objetivos da organização.

Desta forma, um dos aspectos mais importantes para um gestor é a capacidade de liderar seus colaboradores. A liderança envolve a habilidade de influenciar pessoas para que sejam alcançados objetivos.

Liderar é, basicamente, mostrar o caminho a ser seguido. É incentivar a equipe em direção das metas que devem ser atingidas.

22 (Yassuda, Lasca, & Neri, 2005) 23 (Zaleznik, 1992)

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Portanto, a liderança é dinâmica. É um aspecto que envolve o relacionamento humano e aborda o uso do poder para que as metas sejam atingidas. Para Daft24, a liderança pode ser definida como:

“Liderança é a habilidade de influenciar pessoas em direção ao alcance das metas organizacionais.”

Já Chiavenato25 define liderança como:

“é um fenômeno tipicamente social que ocorre exclusivamente em grupos sociais e nas organizações. A liderança é exercida como uma influência interpessoal em uma dada situação e dirigida através do processo de comunicação humana para a consecução de um ou mais objetivos específicos.”

Um aspecto muito cobrado em concursos é a relação entre a liderança e os cargos de chefia ou gerência. É muito comum que as pessoas liguem a liderança de certas pessoas ao cargo de chefe (como um gerente, um general, um governante etc.).

Entretanto, não é necessária a ocupação de um cargo para que uma pessoa tenha um papel de liderança em um grupo. E o contrário também é verdade. Não é sempre que um chefe faz este papel (liderar) nas organizações.

Muitas pessoas ocupam cargos de chefia, mas não tem perfil para liderar pessoas, não sabem se comunicar, não sabem incentivar as pessoas etc.

24 (Daft, 2005) 25 (Chiavenato, Administração Geral e Pública, 2008)

Gerentes que não 

são líderes

Líderes que não são gerentes

Gerentes que são também Líderes

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Diferenças entre Lideres e Gerentes.

Uma empresa necessita tanto de gerentes como de líderes. De acordo com Daft26, os gerentes cuidam do “lugar que você está hoje”, enquanto os líderes te “levam” a um novo lugar. Neste prisma, um gerente tem uma visão de curto prazo e uma preocupação com a eficiência (fazer as coisas bem feitas, do modo correto).

Já um líder tem uma visão de longo prazo e uma preocupação em fazer a coisa certa. O líder seria então importante para que a organização continue evoluindo e consiga atingir o sucesso no futuro. Uma pessoa pode ter um perfil mais ligado aos gerentes ou aos líderes, mas idealmente deve ter qualidades balanceadas.

Para Zaleznik27, os líderes, como os artistas, toleram o caos e a falta de estrutura. Os gerentes buscam a ordem, o controle e a rápida resolução dos problemas. Para o autor, as principais diferenças entre os líderes e os gerentes são:

Vamos ver mais algumas questões?

12 - (FCC – DEFENSORIA/SP – ADMINISTRADOR – 2010) Com relação às distinções entre liderança e capacidade gerencial, considere as afirmativas abaixo.

I. Liderar envolve um processo de influência não-coercitiva decorrente da autoridade formal do cargo e, neste sentido, é distinto de gerenciar.

26 (Daft, 2005) 27 (Zaleznik, 1992)

Gerentes

•Tomam uma atitude impessoal e passiva em relação aos objetivos;

•Negociam e tomam atitudes coercitivas;

•Evitam o risco;

•Preferem trabalhar com pessoas, mas com pouco envolvimento emocional;

•Focam em processos, no "como" as decisões são tomadas, ao invés de "quais" decisões devem ser tomadas.

Líderes

•Tomam uma atitude ativa e pessoal em relação aos objetivos;

•Buscam novas abordagens para os problemas;

•Procuram o risco quando as oportunidades são interessantes;

•Se relacionam com as pessoas de modo direto e com empatia;

•Focam nos pontos importantes dos eventos e decisões;

•Moldam as idéias ao invés de reagir a elas. Alteram percepções e expectativas.

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II. Os gerentes tendem a adotar atitudes impessoais, às vezes até passivas, em relação às metas, enquanto os líderes têm uma atitude pessoal e ativa em relação às metas.

III. Hoje o líder é o componente mais estratégico da organização, é o responsável pelo desenvolvimento de outras pessoas e pelo sucesso da empresa.

IV. O bom gerenciamento traz ordem e consistência ao se projetar planos e acompanhar os seus resultados; liderança, em comparação, é lidar com a mudança.

V. O gerente tem uma visão de longo prazo; o líder, perspectiva de curto prazo. O gerente faz as coisas certas; o líder faz as coisas direito.

Está correto o que se afirma APENAS em

(A) I e III.

(B) III, IV e V.

(C) I, II e IV.

(D) II e V.

(E) I, II, III e IV.

A primeira frase está correta, pois quem utiliza a coerção é o gerente, não o líder. A segunda frase também está correta, pois, para o Zaleznik, os gerentes são passivos e impessoais em relação às metas, ao contrário dos gerentes.

A terceira frase está correta, pois o líder realmente é fundamental para que a empresa evolua e no desenvolvimento de outras pessoas. A quarta frase também reflete corretamente a preocupação com a ordem e o curto prazo dos gerentes. Entretanto, a quinta frase está incorreta, pois inverte as características dos líderes e gerentes.

São os líderes que se preocupam com fazer as coisas certas e no longo prazo. O gabarito é alternativa E.

13 - (FCC – INFRAERO – ADMINISTRADOR – 2009) Com relação à distinção entre liderança e gerência, é correto afirmar que a gerência

(A) se preocupa com o bom funcionamento da organização, enquanto a liderança se define pela busca da inovação e a mudança.

(B) atua sempre a partir de metas consensualmente estabelecidas, enquanto a liderança deve recorrer sempre a sua posição.

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(C) está mais orientada para a realização das mudanças no presente, enquanto a liderança se afirma unicamente pela capacidade de antecipação das tendências futuras e da montagem de cenários estratégicos.

(D) se orienta, em primeiro lugar, para a formação de novas identidades e metas organizacionais, enquanto a liderança se preocupa em garantir bons resultados a partir dos recursos já existentes na organização.

(E) baseia seu poder no carisma, isto é, na rotinização do seu papel hierarquicamente superior, enquanto a liderança depende exclusivamente do conhecimento técnico e administrativo.

A alternativa A está correta, e é nosso gabarito. A alternativa B está errada, pois o gerente não atua sempre em metas consensuais (negociação), mas também através da coerção. A alternativa C está incorreta, pois a liderança não se forma unicamente através da capacidade dos líderes de prever as tendências futuras.

As opções D e E estão com os conceitos de gerentes e lideres invertidos. Desta forma, estão incorretas. O gabarito é mesmo letra A.

Abordagens de Liderança

Continuando, existem três abordagens distintas a respeito da liderança: a teoria dos traços de personalidade, dos estilos de liderança e situacionais.

Antigamente, os autores imaginavam ser possível a identificação de certos “traços” de personalidade nos líderes, de forma a poder encontrar mais facilmente líderes em potencial28.

Já as teorias de estilo de liderança analisavam o efeito de diversos estilos dos líderes no desempenho das organizações e na satisfação das pessoas.

Por fim, as teorias situacionais levam em conta diversos fatores ambientais para determinar qual seria o melhor estilo de liderança em cada situação. Portanto, são uma evolução em relação às teorias baseadas somente nos estilos de liderança.

Vamos ver outra questão agora?

28 (Chiavenato, Administração nos novos tempos, 2010)

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14 - (FCC – TRT/PA – ANALISTA ADM – 2010) As teorias sobre liderança apresentadas por autores humanistas podem ser classificadas em três grupos:

(A) inteligência geral; interesses e atitudinais.

(B) contingenciais; reforço e motivacionais.

(C) traços de personalidade; estilos de liderança e situacionais.

(D) traços de caráter; contingenciais e aprendizagem.

(E) estilos de poder; sistêmicas e comportamentais.

Agora ficou fácil, não é mesmo? As principais teorias de liderança, como vimos acima, são as: teoria dos traços de personalidade, dos estilos de liderança e as teorias situacionais. O gabarito é alternativa C.

Teoria dos Traços de Liderança.

Como vimos antes, as primeiras teorias de liderança imaginavam ser possível a identificação de certos “traços” de personalidade nos líderes, de forma a poder encontrar mais facilmente líderes em potencial. Os traços são os aspectos pessoais que distinguem as pessoas, como valores, inteligência, confiança e aparência.

Desta forma, seriam analisadas as características (pessoais, intelectuais, emocionais e físicas) de líderes conhecidos (Napoleão, Churchill ou Juscelino Kubitschek, por exemplo) e depois se buscariam pessoas que tivessem as mesmas características destes líderes.

O problema é que estas características são de difícil medição. Imagine-se tendo que avaliar que pessoa de sua convivência é mais flexível. Não seria muito fácil, não é mesmo?

Além disso, esta teoria não levava em consideração o contexto em que cada líder tinha se sobressaído. Ou seja, não analisava o fato de que características diferentes seriam importantes em cada situação.

Assim sendo, cada situação “pediria” um líder diferente. Um líder mais enérgico poderia ser muito bom em uma situação de crise, mas péssimo em uma situação de bonança, por exemplo.

Estilos de Liderança.

Um dos trabalhos pioneiros na tentativa de mapear os estilos de liderança foi o de Kurt Lewin e de seus assistentes na Universidade de

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Iowa29. Os estilos mapeados pelo autor foram: autocrático, democrático e liberal (ou “laissez-faire”, deixar fazer em francês).

No estilo autocrático, o líder centraliza todas as decisões, sem pedir a participação dos seus subordinados. Este líder determina como o trabalho será feito, quem o fará, quando o fará, etc. A participação dos funcionários no processo de tomada de decisão é muito limitada!

Já o estilo democrático caracteriza-se pela delegação de autoridade aos subordinados, que são incluídos no processo de tomada de decisão pelo líder. A decisão então é tomada em conjunto pelo líder e seus liderados.

Este estilo pode ser classificado como consultivo, no qual o líder pede a opinião dos subordinados antes de tomar a decisão, ou participativo, em que os funcionários participam não só com a opinião, mas decidem conjuntamente com o líder.

Finalmente, liberal ou “laissez-faire” é o estilo em que o líder dá total liberdade aos subordinados para decidirem como acharem melhor! O líder tem somente a função de responder as perguntas ou dúvidas dos funcionários e fornecer os recursos necessários para o trabalho.

O objetivo de Lewin era determinar qual dos estilos seria o mais eficaz. A primeira constatação dele foi a de que o estilo liberal era o menos eficaz, ou seja, não gerava um desempenho maior, uma satisfação nos subordinados e uma maior qualidade do trabalho!

Entretanto, Lewin não conseguiu definir se o estilo democrático era superior ao autocrático. Aparentemente, o estilo democrático indicava ser superior em relação à satisfação no trabalho e à maior qualidade, mas era similar na quantidade de trabalho.

Pesquisas posteriores mostraram resultados diferentes, mudando de acordo com as características de cada caso. Desta forma, os resultados invalidaram a tese de que o estilo democrático seria sempre superior!

29 (Sobral & Peci, 2008)

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Figura 8 ‐ Estilos de Liderança 

Vamos pensar em um caso prático. Você foi contratado para administrar uma fazenda de café. Em dois meses começará a colheita do café e você precisa contratar quinhentas pessoas para fazer este serviço.

Este trabalho é basicamente braçal e as pessoas que se candidatam às vagas são humildes, não conhecem a fazenda em detalhes, não estão acostumadas a decidir e a tomar iniciativa no trabalho. Além disso, você sabe que o trabalho acabará em três meses, portanto não tem muito tempo para treinar este pessoal.

Provavelmente, você decidirá quem vai trabalhar em cada área, qual será a área que será colhida primeiro e quando será iniciado o trabalho, ao invés de ter uma reunião com centenas de pessoas e perguntar o que eles pensam, não é verdade? Portanto, esta situação se presta melhor ao estilo autocrático de liderança.

Outro extremo poderia ser uma agência de propaganda, em que você está chefiando equipes multidisciplinares e que aplicam a criatividade para atender às necessidades dos clientes.

Estas pessoas são acostumadas a tomar decisões, têm alto nível intelectual, têm habilidades complexas de análise do ambiente externo e estão normalmente envolvidas no processo decisório da empresa.

Neste caso, já seria mais apropriado utilizar o estilo democrático, não é mesmo? O estilo autocrático provavelmente alienaria estas pessoas e as desmotivaria.

Vamos ver como pode ser cobrado este tópico?

15 - (FCC – TRT/PA – ANALISTA ADM – 2010) Um líder que conduz e orienta sua equipe, incentivando a participação das

• Neste estilo, o líder centraliza todas as decisões, sem pedir a participação dos seus subordinados. Autocrático 

• Se caracteriza pela delegação de autoridade aos subordinados. Se divide em consultivo e participativo. 

Democrático

• É o estilo em que o líder dá maior liberdade aos subordinados!  Fica c/ a função de responder as dúvidas dos funcionários e fornecer os recursos necessários para o trabalho.

Liberal ou “laissez‐faire”

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pessoas e desenvolvendo comunicação espontânea, franca e cordial, é classificado como um líder com estilo de liderança

(A) liberal.

(B) autocrática.

(C) democrática.

(D) situacional.

(E) centralizadora.

O estilo democrático é um estilo mais “equilibrado”, pois não tem a característica centralizadora do estilo autocrático e tampouco a característica de liderança extremamente “frouxa” do estilo liberal.

Um líder que conduz e orienta sua equipe, incentivando a participação de todos os funcionários adota o estilo democrático. O gabarito é alternativa C.

Continuum da Liderança

Tannenbaum e Schimidt desenvolveram então uma escala de comportamentos dos líderes, desde aqueles centrados no líder (autocrático) até aqueles centrados nos subordinados.

Esta teoria foi chamada de Continuum da Liderança, pois tinha uma visão antagônica - ou a liderança era focada em pessoas ou seria focada nas tarefas, e não nas duas!30

30 (Daft, 2005)

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Figura 9 ‐ Continuum da Liderança. Adaptado de (Daft, 2005) 

Para que os gestores pudessem escolher qual estilo seguir, eles recomendaram analisar fatores como o nível de conforto do líder com o estilo de liderança (muitos chefes não tem o perfil para atuar no estilo democrático!), características dos liderados (são pessoas que estão acostumadas a assumir responsabilidade? Estão acostumadas a decidir?) e a pressão do tempo (quanto tempo teríamos para tomar uma decisão?).

Grid Gerencial de Blake e Mouton.

Esta é uma das teorias comportamentais da liderança mais conhecidas. A grade gerencial de Blake e Mouton foi uma evolução da teoria de Tannenbaum e Schmidt, que postulava que a liderança era um “continuum” entre a liderança orientada para pessoas e a orientada para tarefas, pois questionou esta visão antagônica (ou era focada em pessoas ou tarefas, e não nas duas!)31.

Para Blake e Mouton, tanto a preocupação com as pessoas e com a produção são fundamentais para se alcançar um bom resultado32. Eles montaram a grade gerencial baseada nas duas dimensões comportamentais: preocupação com as pessoas e

31 (Daft, 2005) 32 (Robbins & Coulter, Administração, 1998)

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preocupação com a produção (por isso é chamada visão bidimensional do estilo de liderança)33.

A ideia por trás da teoria é a de que o líder não deveria ser totalmente focado nas pessoas, pois provavelmente tenderia a não atingir os resultados da empresa (oferecendo benefícios em excesso e cobrando pouco os resultados).

Por outro lado, também não poderia ser totalmente voltado para os resultados (ou para a produção), pois poderia alienar as pessoas e criar um ambiente desmotivador e afastar os melhores empregados34.

Abaixo podemos ver mais facilmente o grid gerencial:

Figura 10 ‐ Grade gerencial. Adaptado de (Sobral & Peci, 2008) 

Cada uma das dimensões é avaliada por meio de uma escala de 1 a 9, contendo 81 posições possíveis para o estilo de liderança. As cinco posições chaves que Blake e Mouton identificaram foram35:

Líder negligente ou liderança empobrecida (1.1): o líder se esforça minimamente para fazer o trabalho e justificar sua permanência na posição. O líder é basicamente ausente.

Líder-tarefa (9.1): o líder se preocupa com a eficiência na produção, mas pouca preocupação com a motivação e o desenvolvimento dos funcionários. Todo o foco se concentra nos resultados. É a liderança na base do “chicote”!

Líder-pessoa ou clube de campo (1.9): Toda a preocupação está focada nas necessidades dos funcionários e em proporcionar um ambiente

33 (Blake e Mouton, 1985) apud (Clegg, Kornberger, & Pitsis, 2008) 34 (Clegg, Kornberger, & Pitsis, 2008) 35 (Chiavenato, Introdução à teoria geral da administração, 2011)

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agradável, sem preocupar-se muito com a eficiência e eficácia da produção. Neste tipo de liderança, existe pouca pressão por resultado!

Líder meio-termo (5.5): o líder mantém uma eficiência da produção razoável e um moral satisfatório.

Líder-equipe (9.9): Segundo Blake e Mouton, esse é o estilo mais eficaz para uma organização! O líder se esforçaria tanto para obter eficiência na produção, como em manter seus funcionários motivados e em constante desenvolvimento.

A teoria de Blake e Mouton foi muito importante por sintetizar as teorias comportamentais de liderança, mas os estudos posteriores não confirmaram que o estilo líder-equipe seja realmente o mais eficaz em todos os casos.

A falha de levar em consideração os fatores situacionais acabou levando ao desenvolvimento posterior das teorias contingenciais ou situacionais de liderança.

Lideranças Contingenciais e Situacionais

O conceito que baseia as teorias contingenciais e situacionais é a de que o contexto deve ser levado em consideração antes de uma atuação do líder. Desta maneira, não existiria um estilo “melhor” de liderança. Não existiria uma “receita de bolo” que funcionaria em qualquer situação.

Aqui caiu por terra a tentativa por parte de muitos estudiosos de criar um estilo que pudesse ser utilizado por todos os administradores em todas as empresas e para todo tipo de funcionário.

A percepção do líder passa a ser fundamental para que ele possa decidir como liderar seus subordinados. Sem isso, o gestor acabará não atuando da forma correta para cada situação.

Muitas bancas acabam utilizando estes termos (contingenciais e situacionais) como sinônimos. Portanto, vamos ver estas teorias em conjunto, para facilitar a compreensão de vocês.

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ModelodeFiedler.

A noção básica do modelo de Fiedler é a de que se deve identificar o estilo do líder e encaixá-lo com a situação que mais favorece seu estilo de liderança36.

Fiedler distingue os estilos de liderança em dois: os lideres focados na tarefa (que dariam mais importância aos resultados e metas do que às pessoas) e os líderes focados no relacionamento pessoal (que dariam mais importância às pessoas do que no alcance das metas).

As situações, pelo autor, teriam três principais elementos: a relação entre o líder e seus subordinados, a estrutura da tarefa (tarefas estruturadas são mais rotineiras e tarefas menos estruturadas são mais ligadas a atividades inovadoras e criativas) e o poder de autoridade do líder. Estes elementos combinados formariam oito dimensões, da mais favorável a mais desfavorável.

O que Fiedler descobriu foi que os líderes focados nas tarefas eram mais eficazes tanto nas situações mais favoráveis quanto nas mais desfavoráveis, enquanto os líderes focados nos relacionamentos eram mais eficazes apenas nas situações intermediárias.

A importância do trabalho dele foi a de não ter se baseado apenas nos estilos de liderança, mas estudado a integração destes estilos de liderança com as diversas situações que estes líderes enfrentam nas organizações.

Figura 11 ‐ Teoria da Contingência de Fiedler 

36 (Sobral & Peci, 2008)

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TeoriaSituacionaldeHerseyeBlanchard–OciclodevidadaLiderança

A abordagem de Hersey e Blanchard se apóia no relacionamento entre a maturidade dos empregados e o comportamento do líder em relação ao relacionamento e à tarefa37.

De acordo com os autores, os empregados variam muito em seu nível de maturidade – sua habilidade de fazer seu trabalho de forma independente, de assumir responsabilidade e de desejar o sucesso.

Imagine que você é o gerente de uma concessionária de automóveis, por exemplo. Nesta semana foi contratado um novo vendedor, de 20 anos e nenhuma experiência prévia. Neste primeiro momento, você irá dizer exatamente como este novo funcionário deverá tratar os clientes, como deve preencher os formulários, etc.

Com o tempo, esta pessoa começará a se aclimatar na empresa e se sentir mais “à vontade” no serviço. Já conhecerá os modelos à venda e as maneiras de se abordar um cliente, além das opções de financiamento que poderá oferecer.

Neste segundo momento, o líder poderá iniciar um processo de aproximação pessoal maior com o subordinado, de forma a incentivá-lo e abrir um canal de respeito mútuo e confiança entre os dois. Entretanto, ainda terá de supervisioná-lo de perto, pois ele ainda necessitará de ajuda em alguns momentos.

Quando mais tempo se passar, o empregado estará capacitado para resolver praticamente todos os problemas no seu trabalho sozinho. O vendedor já se sentirá tranquilo sempre que entrar um cliente na concessionária.

Agora, o líder poderá deixar o seu vendedor mais livre, sem necessitar uma supervisão mais próxima, apenas mantendo a preocupação com a construção de um bom relacionamento entre os dois para que este funcionário confie no gerente e lhe forneça as informações de como o trabalho está sendo executado.

Finalmente, chegará um momento em que este funcionário já estará maduro no serviço e que o relacionamento entre o gerente e o vendedor já estará solidificado. Já não existirá nenhuma tarefa que seja difícil para o vendedor e ele já se sentirá seguro para executar cada passo do seu trabalho.

Desta forma, o gerente não precisará mais se preocupar nem com a tarefa e nem com o relacionamento. Assim, este funcionário já poderá ficar “livre” para fazer o seu trabalho, sabendo que terá sempre um

37 (Certo & Certo, 2006)

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relacionamento positivo com o seu chefe e que contará com sua ajuda sempre que necessitar.

De acordo com este “ciclo de vida”, os autores então criaram quatro estilos de liderança adequados a estes níveis de maturidade dos empregados:

Direção – Quando os empregados são incapazes e indispostos a trabalhar, o estilo ideal seria focado nas tarefas. Nesta situação, o chefe manda, determina o que deve ser feito, quando deve ser feito e como deve ser feito. É o que se chama de comportamento de alta tarefa e baixo relacionamento;

Persuasão – Nesta situação, o empregado já tem um nível de prontidão moderado, tem um pouco de experiência e/ou segurança no que faz, permitindo que o líder se comporte de modo a focar não só na tarefa, mas no relacionamento com o empregado. É o que se chama de comportamento de alta tarefa e alto relacionamento;

Participação – Nesta situação, o empregado já tem mais habilidades no trabalho e o papel do líder seria o de ajudá-lo e guiá-lo em seu trabalho, mas de modo participativo. Seria um líder mais focado no relacionamento do que nas tarefas. É o que se chama de comportamento de baixa tarefa e alto relacionamento;

Delegação – Nesta situação, os empregados já têm um alto nível de habilidades, de segurança e iniciativa, possibilitando ao líder utilizar o estilo de delegação. Caberia ao líder dar uma meta e a autoridade correspondente ao empregado para que esse possa fazer seu trabalho com maior autonomia. É o que se chama de comportamento de baixa tarefa e baixo relacionamento.

Figura 12 ‐ Ciclo de vida de Hersey e Blanchard 

Assim, o líder, de acordo com Hersey e Blanchard, deveria tratar cada empregado de maneira distinta, de acordo com seu nível de

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experiência, de habilidade, de iniciativa e de responsabilidade no trabalho.

Liderança Transacional x Transformacional.

Grande parte das teorias de liderança se baseia no relacionamento entre líderes e subordinados. Existem, porém, estudos que abordam o tipo de recompensa que o líder oferece, ao invés de analisar o comportamento do líder em relação aos liderados. Estes estudos apontam dois tipos de líderes: líderes transacionais e transformacionais.

Liderança transacional é aquela onde existe uma relação de troca entre líder e subordinado. Seu nome vem exatamente desta troca, de transação! O líder define as metas que devem ser alcançadas e promete os “prêmios” caso os objetivos sejam atingidos.

O líder transacional deve então esclarecer quais serão as tarefas e os objetivos, motivar seus funcionários para que eles atinjam suas metas, e fornecer apoio aos liderados no trabalho, buscando suprir suas necessidades.

De acordo com muitos autores, a liderança transacional funciona bem quando a organização está em um ambiente estável. Para que ela seja eficaz, ambos os lados (líder e liderado) devem estar “satisfeitos com o negócio”, ou seja, deve existir um equilíbrio entre as recompensas e os esforços.

Já na liderança transformacional, o papel do líder é de inspirador de seus subordinados. Esse líder busca que seus liderados transcendam seus objetivos pessoais em benefício da organização!

Ele não se apoia somente nas recompensas materiais para motivar os seus liderados, mas usa também outros aspectos, como a visão, os valores compartilhados e as ideias para que seus subordinados se superem.

Existe uma via de mão dupla neste tipo de liderança. Há um estímulo mútuo, em que ambas as partes se incentivam para que façam um esforço extra, para que o mais alto nível de motivação seja atingido.

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Figura 13 ‐ Liderança Transacional e Transformacional 

O líder transformacional é um agente de mudanças e inovações na organização. Este líder tem características do líder carismático, mas vai além deste! O líder carismático pode querer que os liderados sigam seu modo de pensar, e nada além disso.

No caso do líder transformacional, ele quer que os seus seguidores sejam questionadores e empreendedores, que busquem o novo, que sejam criativos!

Assim sendo, a liderança transformacional seria construída em cima das bases da liderança transacional. Ela geraria esforços e resultados acima dos que a liderança transacional poderia atingir!

Vamos analisar agora uma questão sobre estes tipos de liderança:

16 - (CESPE – ANATEL – ANALISTA – 2004) Características como ótimos níveis de compreensão da realidade do mundo, capacidade de compartilhar poder e capacidade de inspirar e de envolver os liderados são importantes atributos dos líderes do futuro, ou seja, lideres visionários e transacionais.

Fica fácil ver que a banca simplesmente inverteu os conceitos, não é mesmo? A pegadinha está exatamente no fato que a descrição acima se relaciona com a liderança transformacional, e não a transacional. Portanto o gabarito é questão incorreta!

• É aquela onde existe uma relação de trocaentre líder e subordinado. O líder define as metas que devem ser alcançadas e promete os “prêmios” caso os objetivos sejam atingidos.

Transacional

• O líder é um inspirador de seus subordinados. Não se apóia somente nas recompensas materiais para motivar os seus liderados.

Transformacional

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Liderança Carismática

A liderança carismática baseia-se na noção de que certos líderes podem, através do poder de seu carisma, motivar as pessoas a atingir objetivos. Eles conseguiriam formar grupos coesos e voltados para estes objetivos, com um alto grau de confiança no líder38.

De acordo com Clegg et al39,

“a liderança carismática é o tipo de liderança que faz uma ênfase na articulação de uma visão e de uma missão que promete uma vida melhor.”

De certa forma, a teoria da liderança carismática aponta o carisma como uma característica que fariam os subordinados dedicarem-se mais e a seguirem fielmente o líder em torno de uma meta idealizada por ele.

Mas como um líder torna-se um líder carismático? Ou melhor, como desenvolvemos um carisma? Segundo uma análise de Conger e Kanengo, as principais características de um líder carismático seriam40:

“Autoconfiança – possuem confiança plena no próprio julgamento e habilidade;

Visão – apresentam uma meta idealizada que propõe um futuro melhor que o status quo. Quanto maior a disparidade entre essa meta idealizada e o status quo, mais os seguidores tenderão a atribuir ao líder uma visão extraordinária;

Habilidade de articulação – eles podem esclarecer e formular sua visão de maneira compreensível para os demais, demonstrando uma compreensão das necessidades dos seguidores e, consequentemente, atuando como força motivadora;

Forte convicção – os líderes carismáticos são tidos como fortemente comprometidos, dispostos a assumir elevados riscos pessoais, arcar com custos altos e dedicar-se ao autossacrifício para realizar o que pretendem;

38 (Clegg, Kornberger, & Pitsis, 2008) 39 (Clegg, Kornberger, & Pitsis, 2008) 40 (Conger e Kanengo) apud (Robbins, 2002) apud (Cavalcanti, Carpilovsky, Lund, & Lago, 2009)

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Comportamento fora do habitual – os que têm carisma adotam atitudes vistas como modernas, não convencionais e contrárias as normas. Quando bem-sucedidos, esse tipo de comportamento desperta surpresa e admiração nos seguidores;

Agentes de mudança – os líderes carismáticos são percebidos como agentes de mudança radical, em lugar de mantenedores do status quo;

Sensibilidade ao ambiente – fazem avaliações realistas das imposições ambientais e dos recursos necessários para provocar a mudança.”

Desse modo, os líderes carismáticos são vistos pelos seus subordinados como obstinados, autoconfiantes e agentes de mudança em sua organização. Não se comportam como chefes conservadores e buscam o risco, o novo, a mudança.

De acordo com Robbins41, existem três passos principais para que um líder possa desenvolver carisma:

Naturalmente, existem adeptos e críticos deste tipo de liderança. Pesquisas mostram que pessoas que trabalham com líderes carismáticos são mais motivadas e dedicam-se mais. Além disso, como gostam de seus chefes, são mais felizes no ambiente de trabalho42.

41 (Robbins, Organizational Behavior, 2004) 42 (Robbins, Organizational Behavior, 2004)

Deve desenvolver uma aura de carisma, sendo otimista em relação aos desafios e utilizando uma comunicação não só de palavras, mas do corpo inteiro;

Um indivíduo atrai outras pessoas criando uma compromisso qua as inspire a seguí‐lo; 

O líder extrai o máximo do potencial dos outros reconhecendo e explorando suas emoções, através de incentivos e encorajamento. 

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Entretanto, alguns apontam que este estilo pode criar problemas. A autoconfiança e busca obstinada por um objetivo pode “cegar” o líder, fazendo com que ele não escute críticas e sugestões de pessoas com outras visões43. Assim, esse tipo de líder seria mais adequado a empresas emergentes ou que necessitem de uma grande mudança.

Liderança Visionária

Da mesma forma que a liderança carismática, o próprio nome da liderança visionária indica qual é o seu enfoque. Os autores que criaram este termo, Bennis e Nanus, apontaram que a capacidade de criar e compartilhar uma visão de futuro seria fundamental na atuação de um líder44.

Mas afinal, o que seria uma visão? Este conceito está relacionado com o destino desejado – um “macro-objetivo”. Seria, basicamente, responder a pergunta: “como queremos estar daqui a cinco ou dez anos?”.

Para Albrecht45, para chegar à visão, uma empresa deve perguntar: como queremos ser vistos pelas pessoas e pelo mercado?

Mas uma visão não pode ficar somente na “cabeça” do líder. Um líder visionário “vende” a visão aos membros da organização. Ele utiliza esse “alvo”, esse macro-objetivo, como um fator motivador e que cria uma coesão no grupo.

Esta visão serve para que todos tenham uma noção clara de quais são os objetivos buscados e auxilia na priorização de esforços e de recursos. De acordo com Bennis e Nanus46,

“É, portanto, um elemento motivador, além de atuar como critério de seleção para a alocação de esforços, filtrar as informações a serem analisadas, e disciplinar as ações, de modo a canalizar todos os esforços para um único fim.”

Assim sendo, um líder visionário não só escolhe uma visão correta para a empresa, mas também comunica esta visão para

43 (Cavalcanti, Carpilovsky, Lund, & Lago, 2009) 44 (Bennis e Nanus, 1988) apud (Cavalcanti, Carpilovsky, Lund, & Lago, 2009) 45 (Albrecht) apud (Boyett e Boyett, 1999) apud (Cavalcanti, Carpilovsky, Lund, & Lago, 2009) 46 (Bennis e Nanus, 1988) apud (Cavalcanti, Carpilovsky, Lund, & Lago, 2009)

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todos os membros e consegue que estes “comprem” essa visão e se dediquem ao máximo para que a mesma vire realidade.

Vamos ver mais algumas questões?

17 - (FCC – INFRAERO – ADMINISTRADOR – 2009) Com relação à distinção entre liderança e gerência, é correto afirmar que a gerência

(A) se preocupa com o bom funcionamento da organização, enquanto a liderança se define pela busca da inovação e a mudança.

(B) atua sempre a partir de metas consensualmente estabelecidas, enquanto a liderança deve recorrer sempre a sua posição.

(C) está mais orientada para a realização das mudanças no presente, enquanto a liderança se afirma unicamente pela capacidade de antecipação das tendências futuras e da montagem de cenários estratégicos.

(D) se orienta, em primeiro lugar, para a formação de novas identidades e metas organizacionais, enquanto a liderança se preocupa em garantir bons resultados a partir dos recursos já existentes na organização.

(E) baseia seu poder no carisma, isto é, na rotinização do seu papel hierarquicamente superior, enquanto a liderança depende exclusivamente do conhecimento técnico e administrativo.

A alternativa A está correta, e é nosso gabarito. A alternativa B está errada, pois o gerente não atua sempre em metas consensuais (negociação), mas também através da coerção. A alternativa C está incorreta, pois a liderança não se forma unicamente através da capacidade dos líderes de prever as tendências futuras.

As opções D e E estão com os conceitos de gerentes e lideres invertidos. Desta forma, estão incorretas. O gabarito é mesmo letra A.

18 - (FCC – TRT/PA – ANALISTA ADM – 2010) As teorias sobre liderança apresentadas por autores humanistas podem ser classificadas em três grupos:

(A) inteligência geral; interesses e atitudinais.

(B) contingenciais; reforço e motivacionais.

(C) traços de personalidade; estilos de liderança e situacionais.

(D) traços de caráter; contingenciais e aprendizagem.

(E) estilos de poder; sistêmicas e comportamentais.

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Agora ficou fácil, não é mesmo? As principais teorias de liderança, como vimos acima, são as: teoria dos traços de personalidade, dos estilos de liderança e as teorias situacionais. O gabarito é alternativa C.

A quinta disciplina e suas leis

Aprendizagem Individual x Organizacional

A aprendizagem pode ocorrer em diversos níveis. No plano individual, a aprendizagem ocorre através de um processo de interpretação e assimilação de informações.

Já a aprendizagem organizacional tem como objetivo desenvolver as habilidades e conhecimentos dos funcionários, de forma que estes possam desempenhar seu trabalho melhor e solucionar problemas47.

Desta forma, a aprendizagem organizacional se apoia na aprendizagem individual, pois nasce da acumulação e posterior disponibilização dos conhecimentos adquiridos no plano pessoal.

De acordo com Argyris e Schon48:

“toda ação deliberada teve uma base cognitiva, que reflete normas, estratégias e suposições ou modelos do mundo... e aprendizagem individual pela aquisição do conhecimento cria uma fundação para aprendizagem organizacional”.

Desta maneira, o conceito de aprendizagem organizacional relaciona-se com um processo de acumulação e utilização do conhecimento adquirido pela experiência de seus funcionários.

Outro conceito é o de aprendizagem gerencial. Este tipo de aprendizado, de acordo com Motta49, é o processo pelo qual uma pessoa adquire novos conhecimentos, atitudes e valores em relação ao trabalho administrativo; fortalece sua capacidade de análise de problemas; toma consciência de alternativas comportamentais; conhece melhor seus

47 (Fernandes, 2009) 48 (Argyris e Schon, 1978) apud (Antonello & Godoy, 2010) 49 (Motta, 2009)

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próprios estilos gerenciais e obtém habilidades para uma ação mais eficiente e eficaz.

Para o autor, este processo de aprendizado gerencial é composto de quatro dimensões básicas: cognitiva, analítica, comportamental e habilidade de ação. Abaixo podemos vê-las em detalhes50:

Cognitiva – é relacionada ao processo de ser informado e de aprender sobre administração baseado no estoque de conhecimentos já existentes, desde a definição de objetivos e a formulação de políticas até o arsenal de ideias existentes sobre estruturas, processos e comportamentos organizacionais. Seria, portanto, mais ligada ao conhecimento “puro”.

Analítica – é relativa ao processo de aprender a identificar e a diagnosticar problemas administrativos decompondo-os em diferentes partes, para rearrumá-los na busca de novas soluções. Desta maneira, aprende-se a estabelecer relações entre fatores organizacionais e a identificar os mais importantes, além de se poder ver a potencialidade de técnicas e instrumentos administrativos na solução de problemas. Assim sendo, se refere mais à capacidade de entender os desafios e montar cenários complexos.

Comportamental – se relaciona com o processo de aquisição de novas maneiras de interação humana, dentre padrões alternativos conhecidos e validados socialmente. Portanto, abrange, por exemplo, novas formas de comunicação, de interagir em pequenos grupos, de exercer ou de lidar com poder e autoridade. É, de certo modo, ligada às habilidades humanas, como a oratória, a facilidade de comunicação e a empatia.

Habilidade de ação – Se refere à capacidade de alterar intencionalmente a realidade, ou seja, a capacidade de transformar conhecimentos e alternativas comportamentais em formas efetivas de ação. Assim sendo, abrange uma melhor compreensão de si próprio, de seu papel organizacional, dos objetivos e do contexto em que se atua, além do comprometimento com a missão da empresa em que se trabalha. Esta dimensão é importante, pois passa a ideia de que somente o conhecimento não gera resultados – é necessário “pôr em prática”.

50 (Motta, 2009)

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As Organizações de Aprendizagem

A partir do conceito de aprendizagem organizacional, ou seja, de como as empresas podem favorecer os processos de aprendizagem, um autor, Peter Senge, lançou a noção de “Organizações de Aprendizagem”51.

Para ele, as organizações que aprendem são as instituições nas quais as pessoas se voltam para a aprendizagem coletiva52. De acordo com Bastos53,

“Uma organização de aprendizagem oferece um ambiente em que as pessoas ampliam sua capacidade de inovar para atingir os resultados desejados, em que há estímulos para o desenvolvimento de novas formas de pensamento, em que a aspiração coletiva ganha liberdade e as pessoas conscientizam-se de que a aprendizagem envolve colaboração mútua.”

Para Senge, isto envolveria a prática de cinco disciplinas54:

Domínio Pessoal – se trata da disciplina que nos possibilita aprofundar nossa visão pessoal, aumentar nossa concentração e paciência e, além disso, facilita uma visão objetiva da realidade. As empresas não conseguem se desenvolver sem a capacidade e o engajamento dos seus funcionários;

Visão Compartilhada – se a instituição tiver uma missão genuína, será mais fácil que sua visão seja aceita pelos funcionários. Desse modo, a visão será compartilhada por todos e não somente uma visão “imposta” pela cúpula. Com uma visão compartilhada, a motivação e o comprometimento serão muito maiores;

Modelos Mentais – muitas vezes temos ideias arraigadas e hábitos que nos impedem de inovar e tentar novos métodos. Assim, devemos buscar alterar nossos “modelos mentais” para termos uma “cabeça aberta”;

51 (Souza, 2004) 52 (Senge, 1990) apud (Bastos, Gondim, & Loiola, 2004) 53 (Bastos, Gondim, & Loiola, 2004) 54 (Riche & Monte Alto, 2001)

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Aprendizado em Equipe – para o autor, a aprendizagem coletiva é mais eficiente do que a individual. Através do diálogo, a aprendizagem é facilitada e produz melhores resultados;

Pensamento Sistêmico – esta é a disciplina que integra todas as outras. Para Senge, a sociedade moderna, com sua busca pela especialização, perdeu a capacidade de analisar os problemas e oportunidades de forma global. Devemos então ter a capacidade de analisar as coisas como um todo, e não somente através de suas partes isoladas. Dessa maneira, teremos a capacidade de alterar nossa situação e ter sucesso.

Assim, devemos entender que as organizações não funcionam no vácuo. São sistemas que fazem parte de vários outros sistemas (a economia nacional, o governo, a comunidade local etc.)que estão integrados.

Em uma organização de aprendizagem, os funcionários compreendem que o trabalho de uma pessoa afeta o trabalho de outras pessoas. Além disso, que fatores externos influenciam no trabalho e nos resultados da instituição.

Um conceito muito utilizado pelo autor é o de “metanóia”. De acordo com Senge, seria uma mudança de mentalidade. Essa mudança seria fundamental em uma organização que aprende55.

Vamos ver uma questão sobre estes temas?

19 - (FCC – ARCE – ANALISTA REG. – 2006) No processo de aprendizado gerencial, ser informado e aprender sobre administração a partir do estoque de conhecimentos existentes, desde a definição dos objetivos e a formulação de políticas até o arsenal de idéias existentes sobre estruturas, processos e comportamentos organizacionais significa desenvolver a habilidade

(A) sistêmica.

(B) analítica.

(C) comportamental.

(D) de ação.

(E))cognitiva.

55 (Riche & Monte Alto, 2001)

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Como vimos acima, a dimensão que se relaciona com o “conhecimento puro”, ou seja, com a capacidade de aprender com o “estoque” de conhecimentos já existentes é a dimensão cognitiva. Desta forma, nosso gabarito é a letra E.

20 - (FGV - SENADO - ANALISTA ADM - 2008) O "dirigente como professor" não trata de "ensinar" as pessoas a atingir seus objetivos, mas de promover a aprendizagem, ajudando as pessoas a desenvolver conhecimentos sistêmicos. A aceitação dessa responsabilidade é o antídoto para um dos males mais comuns que podem atingir um dirigente talentoso. Segundo Peter M. Senge, esse mal seria a perda de compromisso com:

(A) a gestão.

(B) a verdade.

(C) os interesses do cliente.

(D) os corretos meios para se chegar aos fins.

(E) os acionistas.

Para Senge, a liderança tradicional é muito baseada no individualismo, e não em uma visão sistêmica e no autoaprendizado que deve nortear as organizações de aprendizagem. De acordo com o autor, nestas organizações os líderes devem ser "projetistas", "guias" e "professores".

Infelizmente, a banca resolveu cobrar o conhecimento literal do texto do autor. Nesta questão, fizeram um "ctrl-c ctrl-v" do trecho do livro e pediram para “preencher a lacuna”. Vejam abaixo o texto original do autor,

"O dirigente como professor não trata de ensinar as pessoas a atingir seus objetivos, mas de promover a aprendizagem, ajudando as pessoas a desenvolverem conhecimentos sistêmicos. A aceitação dessa responsabilidade é o antídoto para um dos males mais comuns que podem atingir um dirigente talentoso - a perda de seu compromisso com a verdade."

Dessa forma, o gabarito é a letra B.

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Lista de Questões Trabalhadas na Aula.

1 - (FCC – SERGIPEGAS – ASSIST. ADM. – 2010) As etapas básicas do gerenciamento são:

(A) organização, atendimento, cobrança e controle.

(B) qualidade, satisfação, conformidade e padrão.

(C) atendimento, liderança, resultados e eficácia.

(D) estratégia, tática, avaliação e reformulação.

(E) planejamento, organização, direção e controle.

2 - (FCC – MP/SE – ADMINISTRADOR – 2009) Segundo Fayol, a definição dos objetivos organizacionais e dos caminhos a serem percorridos para que sejam alcançados relacionam-se com a seguinte função administrativa:

(A) planejamento.

(B) controle.

(C) organização.

(D) coordenação.

(E) comando.

3 - (FCC – MP/SE – ADMINISTRADOR – 2009) Na teoria motivacional de Maslow, a necessidade das pessoas de se sentirem valorizadas pelos que as rodeiam representa o tipo de necessidade

(A) fisiológica.

(B) de estima.

(C) de segurança.

(D) social.

(E) de auto-realização.

4 - (FCC – MP/RS – ADMINISTRADOR – 2008) Segundo a teoria da hierarquia das necessidades de Maslow é INCORRETO dizer:

(A) Toda pessoa orienta seu comportamento a partir de mais que um único tipo de motivação.

(B) Apenas algumas pessoas alcançam a satisfação das necessidades localizadas no topo da pirâmide.

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(C) A satisfação de um nível inferior de necessidades não é obrigatória para que surja imediatamente um nível mais elevado no comportamento.

(D) As necessidades fundamentais podem ser expressas por diferentes tipos de comportamento.

(E) Toda necessidade primária não atendida passa a ser considerada uma ameaça psicológica.

5 - (CESPE – BASA / ADMINISTRAÇÃO – 2010) A adoção de um controle rigoroso por parte de um gerente sobre seus colaboradores, por entender que estes são desmotivados e dependem de uma liderança forte, identifica-se com os pressupostos da teoria X proposta por Douglas McGregor. 6 - (FCC – TRF 5° Região – ANAL ADM. – 2008) Pela Teoria da Motivação de Herzberg, estilo de supervisão, políticas empresariais, condições ambientais, relações interpessoais, status, remuneração e vida pessoal são chamados fatores

(A) de auto-estima.

(B) motivacionais.

(C) fisiológicos.

(D) higiênicos.

(E) de poder.

7 - (FCC – MP/SE – ADMINISTRADOR – 2009) Segundo Herzberg, que ressaltou a importância da motivação no trabalho, a possibilidade de aumento de status ou mesmo de posição social é uma determinante motivacional associada

(A) ao desenvolvimento pessoal.

(B) à realização.

(C) à possibilidade de crescimento.

(D) ao trabalho em si.

(E) à responsabilidade.

8 - (FCC – ARCE – ANALISTA REG. – 2006) Para Herzberg as pessoas têm categorias diferentes de necessidades. Política e administração, relações interpessoais e segurança são denominados fatores

(A) sociais.

(B) motivadores.

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(C) fisiológicos.

(D) de higiene.

(E) de estima.

9 - (FCC – METRÔ – ADMINISTRAÇÃO – 2008) No processo de gestão das organizações, a abordagem que parte do princípio que as pessoas são motivadas para a realização de suas atividades, esperando que certas ações auxiliarão a alcançar os resultados desejados, refere- se à teoria

(A) da hierarquia de necessidades.

(B) X e Y.

(C) da expectância.

(D) comportamental.

(E) da administração por objetivos.

10 - (CESPE – ABIN / OFICIAL TÉCNICO – 2010) As organizações modernas devem reduzir os objetivos iniciais para satisfazer as necessidades adquiridas, e não, ajustar o atendimento das necessidades adquiridas aos seus objetivos iniciais.

11 - (CESPE – POLICIA FEDERAL / AGENTE – 2009) Ao considerar a teoria da equidade como forma de maximizar o desempenho dos colaboradores que lhe estão subordinados, o gestor público deve levar em conta que qualquer injustiça sentida em relação às recompensas pode motivar essas pessoas a agirem de forma a restaurar o senso de equidade percebida.

12 - (FCC – DEFENSORIA/SP – ADMINISTRADOR – 2010) Com relação às distinções entre liderança e capacidade gerencial, considere as afirmativas abaixo.

I. Liderar envolve um processo de influência não-coercitiva decorrente da autoridade formal do cargo e, neste sentido, é distinto de gerenciar.

II. Os gerentes tendem a adotar atitudes impessoais, às vezes até passivas, em relação às metas, enquanto os líderes têm uma atitude pessoal e ativa em relação às metas.

III. Hoje o líder é o componente mais estratégico da organização, é o responsável pelo desenvolvimento de outras pessoas e pelo sucesso da empresa.

IV. O bom gerenciamento traz ordem e consistência ao se projetar planos e acompanhar os seus resultados; liderança, em comparação, é lidar com a mudança.

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V. O gerente tem uma visão de longo prazo; o líder, perspectiva de curto prazo. O gerente faz as coisas certas; o líder faz as coisas direito.

Está correto o que se afirma APENAS em

(A) I e III.

(B) III, IV e V.

(C) I, II e IV.

(D) II e V.

(E) I, II, III e IV.

13 - (FCC – INFRAERO – ADMINISTRADOR – 2009) Com relação à distinção entre liderança e gerência, é correto afirmar que a gerência

(A) se preocupa com o bom funcionamento da organização, enquanto a liderança se define pela busca da inovação e a mudança.

(B) atua sempre a partir de metas consensualmente estabelecidas, enquanto a liderança deve recorrer sempre a sua posição.

(C) está mais orientada para a realização das mudanças no presente, enquanto a liderança se afirma unicamente pela capacidade de antecipação das tendências futuras e da montagem de cenários estratégicos.

(D) se orienta, em primeiro lugar, para a formação de novas identidades e metas organizacionais, enquanto a liderança se preocupa em garantir bons resultados a partir dos recursos já existentes na organização.

(E) baseia seu poder no carisma, isto é, na rotinização do seu papel hierarquicamente superior, enquanto a liderança depende exclusivamente do conhecimento técnico e administrativo.

14 - (FCC – TRT/PA – ANALISTA ADM – 2010) As teorias sobre liderança apresentadas por autores humanistas podem ser classificadas em três grupos:

(A) inteligência geral; interesses e atitudinais.

(B) contingenciais; reforço e motivacionais.

(C) traços de personalidade; estilos de liderança e situacionais.

(D) traços de caráter; contingenciais e aprendizagem.

(E) estilos de poder; sistêmicas e comportamentais.

15 - (FCC – TRT/PA – ANALISTA ADM – 2010) Um líder que conduz e orienta sua equipe, incentivando a participação das pessoas e

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desenvolvendo comunicação espontânea, franca e cordial, é classificado como um líder com estilo de liderança

(A) liberal.

(B) autocrática.

(C) democrática.

(D) situacional.

(E) centralizadora.

16 - (CESPE – ANATEL – ANALISTA – 2004) Características como ótimos níveis de compreensão da realidade do mundo, capacidade de compartilhar poder e capacidade de inspirar e de envolver os liderados são importantes atributos dos líderes do futuro, ou seja, lideres visionários e transacionais.

17 - (FCC – INFRAERO – ADMINISTRADOR – 2009) Com relação à distinção entre liderança e gerência, é correto afirmar que a gerência

(A) se preocupa com o bom funcionamento da organização, enquanto a liderança se define pela busca da inovação e a mudança.

(B) atua sempre a partir de metas consensualmente estabelecidas, enquanto a liderança deve recorrer sempre a sua posição.

(C) está mais orientada para a realização das mudanças no presente, enquanto a liderança se afirma unicamente pela capacidade de antecipação das tendências futuras e da montagem de cenários estratégicos.

(D) se orienta, em primeiro lugar, para a formação de novas identidades e metas organizacionais, enquanto a liderança se preocupa em garantir bons resultados a partir dos recursos já existentes na organização.

(E) baseia seu poder no carisma, isto é, na rotinização do seu papel hierarquicamente superior, enquanto a liderança depende exclusivamente do conhecimento técnico e administrativo.

18 - (FCC – TRT/PA – ANALISTA ADM – 2010) As teorias sobre liderança apresentadas por autores humanistas podem ser classificadas em três grupos:

(A) inteligência geral; interesses e atitudinais.

(B) contingenciais; reforço e motivacionais.

(C) traços de personalidade; estilos de liderança e situacionais.

(D) traços de caráter; contingenciais e aprendizagem.

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(E) estilos de poder; sistêmicas e comportamentais.

19 - (FCC – ARCE – ANALISTA REG. – 2006) No processo de aprendizado gerencial, ser informado e aprender sobre administração a partir do estoque de conhecimentos existentes, desde a definição dos objetivos e a formulação de políticas até o arsenal de idéias existentes sobre estruturas, processos e comportamentos organizacionais significa desenvolver a habilidade

(A) sistêmica.

(B) analítica.

(C) comportamental.

(D) de ação.

(E))cognitiva.

20 - (FGV - SENADO - ANALISTA ADM - 2008) O "dirigente como professor" não trata de "ensinar" as pessoas a atingir seus objetivos, mas de promover a aprendizagem, ajudando as pessoas a desenvolver conhecimentos sistêmicos. A aceitação dessa responsabilidade é o antídoto para um dos males mais comuns que podem atingir um dirigente talentoso. Segundo Peter M. Senge, esse mal seria a perda de compromisso com:

(A) a gestão.

(B) a verdade.

(C) os interesses do cliente.

(D) os corretos meios para se chegar aos fins.

(E) os acionistas.

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Gabarito

1. E 

2. A 

3. B 

4. C 

5. C 

6. D 

7. A 

8. D 

9. C 

10. E 

11. C 

12. E 

13. A 

14. C 

15. C 

16. E 

17. A 

18. C 

19. E 

20. B 

 

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