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FIDELIS - FFAMÍLIAAMÍLIA C CRISTÃRISTÃ 2006 AALUNOLUNO_____________________________________________________________________________________________________________
25/08/2006
Família CristãFamília Cristã
A MÃE
Qual é o sonho da menina-moça em relação à maternidade?
Ele se aproxima da realidade no dia do casamento?
• Descrevam o sentimento da mulher durante a gravidez!
• O que influencia este sentimento?
Qual é o sentimento no final da gravidez?
Depois que nasceu: qual é a realidade?
O papel da mãe sempre foi igual em todos os tempos?
Antigamente
havia em casa além da mãe e do pai outros co-educadores. Havia tias, avós e irmãos mais
velhos que supriam o amor que a mãe não desse ao filho.
A posição da mãe de exercer uma tarefa insubstituível é um fenômeno recente. Só
recentemente as mães passaram a se tornar responsáveis principais ou até únicas pela
criação e educação dos filhos.
Por que as mães não se rebelaram?
Na maioria das vezes, a mulher até consegue dar conta dessa tarefa, mas é muito
maior do que se imagina o número de vezes em que a mulher sucumbe debaixo dessa
pressão. Ela, no entanto, não ousa exteriorizar esse sentimento, porque perderia todo o
respeito da sociedade, que simplesmente exige isto dela. É como se lhe dissessem: “Todas
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Dr. J. Udo Siemens
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as mulheres são mães, portanto, também você é mãe. E se não for, alguma coisa deve estar
errado com você.”
A capacidade de gerar filhos é inata, mas a capacidade de ser a gerente educacional
da casa e da educação dos filhos não. Pode ser aprendido, é verdade, mas nem todas as
mulheres aprenderão isto de modo igual, devendo haver, portanto, soluções variadas para
os diferentes graus de capacidade da mãe em assumir esta tarefa, que para algumas é
descomunal.
Minha mãe teve essa capacidade gerencial para criar,
educar, cuidar da saúde, acompanhar o desenvolvimento
emocional, me instruir nas tarefas de casa, etc. Ao casar, me
assustei em ver que minha esposa não era assim.
Provavelmente todo homem precisa passar por este susto. E
quanto mais cedo acordar e não forçar a esposa a repetir o
modelo que experimentou em casa, tanto mais chance de
sucesso.
E neste sentido, evidentemente, meu papel de pai foi
bem diferente do que o do meu pai. Troquei fraldas, ninei,
acalentei, como ele não o fez com nenhum de seus filhos.
Cada casal precisa descobrir um modelo de parceria que distribua as tarefas
segundo os dons de ambos e não segundo algum modelo tradicional (de + ou - 150 anos de
existência), segundo o qual o homem cuida do mundo exterior e a mulher responde pelo
lar.
Mães não nascem prontas. Assim como os pais. Só porque a menina brincou de
boneca não significa que ela saberá o que fazer com um bebê.
Minha esposa e eu nunca esqueceremos o cuidado de
minha irmã, que após o nascimento de nossos filhos, passava
diariamente lá em casa, deu os primeiros banhos, mostrou na
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prática os primeiros cuidados. A Irmgard procedeu do mesmo
modo com outras mães jovens.
Algumas mães jovens talvez não aceitem a ajuda, por orgulho talvez, outras por
timidez. Mas precisamos de Déboras, mães em Israel, que sabem se aproximar de jovens
mães para ajudar quando for preciso e quando elas puderem aceitar.
A compreensão da jovem mulher de seu papel de mãe precisa ser aprendido. Ela
tem direito de errar, de ter medos (injustificados segundo as mais velhas), ter momentos
de sentimento de repúdio ao filho que veio atrapalhar sua vida.
Mas a sociedade tende a reprimir por completo isto da jovem mulher. A mãe ainda
é um ser muito incompreendido pela sociedade e inclusive pela ciência. Tendemos a atirar
sobre ela uma enxurrada de deveres e não perguntar se essa é a única possibilidade.
Não perguntamos quais são as necessidades da mãe, o que ela experimenta como
mãe, como ela vê a maternidade e a vida, o desenvolvimento de sua identidade como mãe,
seus sentimentos a respeito de seus filhos, os desafios de conciliar maternidade, profissão
e relacionamentos sociais, a discrepância entre a mãe ideal e a real, a presença do pai
como desafogo para as múltiplas tarefas da mãe, etc.
Tornar-se mãe
é aprender a desempenhar um papel novo
é o desenvolvimento de uma relação simbiótica com um
outro ser
o surgimento de uma ligação totalmente nova com alguém
é uma transição ou experiência crítica
Corremos o perigo de olhar para a maternidade apenas da perspectiva da criança,
das suas necessidades, das suas urgências. Examina-se o que a criança precisa da mãe, ______________________________________________________________________________________________________
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para se desenvolver “normalmente” e quais atitudes educacionais da mãe favorecem e
dificultam o desenvolvimento da criança. Espera-se da mãe agora uma vida
infantocêntrica e sensibilidade para a criação de um contexto que estimule e favoreça o
desenvolvimento da criança.
Tende-se a esquecer então das necessidades da própria mãe, de atentar para sua
experiência e seu modo de ver as coisas. Impõe-se uma perspectiva de fora e espera-se que
a nova mãe a aceite isso sem constestação.
Mas quais são os verdadeiros sentimentos da mãe em relação à criança? Até que
ponto ela consegue realmente cumprir as expectativas do marido, dos familiares e da
sociedade?
Por que perguntar por isso? Não seria melhor simplesmente impor o modelo e
pronto? Muitas acabam se sujeitando e se superando, e conseguem pelo menos a grosso
modo dar conta do recado.
Por que perguntar? Não é justo perguntar pelo sofrimento silencioso de tantas mães
que “não estão dando certo”, pelo menos segundo o modelo vigente? Não poderíamos
assim talvez redescobrir melhor o papel do marido? E inclusive da sociedade?
Há uma discrepância entre o ideal de mãe e a realidade do dia-a-dia.
É uma tarefa cristã verificar isto. A maternidade é um processo de mudança
intensiva tanto biologica como psiquica e socialmente, processo condensado em um
espaço curto de tempo.
Outro aspecto que mudou muito é o fato da maternidade não ser mais obrigatória,
mas eletiva em virtude dos meios de prevenção da concepção.
Por que as mulheres engravidam?
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Apesar de todos os meios de contracepção a gravidez continua sendo um fenômeno
não plenamente controlado. Avalia-se que em um quarto dos casos o marido representa a
força que impõe a gravidez. Muitas engravidam porque interiorizaram a imagem de que a
maternidade é uma tarefa obrigatória. Outras tentam através da gravidez estabilizar seu
relacionamento conjugal. Outras imaginam conseguir através do filho uma pessoa amiga
no futuro. Algumas encaram a maternidade como uma contribuição para seu status pessoal
e um sentimento de poder e controle maior.
A sociedade ainda não descobriu que o caminho para a maternidade para cada
mulher é individual e única. Para muitas mulheres o caminho para a maternidade está
repleto de tentativa e erro, é imprevisível, desconhecido e recheado de dificuldades.
Numa pesquisa se verificou que a maioria das mulheres, mesmo em caso de
gravidez casual e não planejada se alegrou pela vinda do bebê.
Mesmo assim a maioria sentia também uma série de medos:
se o bebê vai nascer saudável (89%)
se ela conseguirá ser uma “boa mãe” (44%)
como se portará o marido como pai (36%)
que o filho representará uma responsabilidade adicional (34%)
que agora haverá problema de espaço na casa (27%)
se a criança modificará os relacionamentos familiares (22%)
quanto tempo e atenção a criança irá tomar diariamente (19%)
se irá restar tempo suficiente para si próprio e para o cônjuge (19%)
o quanto a gravidez irá influenciar chances profissionais futuras (18%)
que haverá apertos financeiros (17%)
que o trabalho em casa irá crescer (14%)
que a própria liberdade será menor (11%)
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No início da gravidez, dois terços das mulheres sentem enjôo e ânsia de vômito,
23% várias vezes ao dia. Além disso sentem insônia, cansaço, nervosismo, calores, tontura
e sentimento de infelicidade. E quando a barriga cresce e o corpo se modifica, muitas se
retraem assustadas ou temerosas, pois a mudança é rápida demais.
Após o nascimento do primeiro bebê, 60% das entrevistadas consideram seu dia-
a-dia muito estafante, e lidar com o cotidiano é muito mais difícil do que esperado.
Insegurança e medo de fazer alguma coisa errada levam as mães a ficarem exaustas. Elas
tendem a ficar o tempo todo nas proximidades do recém-nascido, observam-no e se
esforçam em lhe satisfazer todas as (supostas ou reais) necessidades.
Há mães que sentem a perda da antiga liberdade, da impossibilidade ou dificuldade
de realização profissional e se assustam por cair agora numa dependência financeira maior
ou total do cônjuge. E em virtude do isolamento maior, estão também mais dependentes
do cônjuge. Entre os cuidados do filho e da casa precisam encontrar sua razão de viver.
Mas descobriu-se igualmente muitas razões de alegria para a mãe jovem: ver o
filho crescer e se desenvolver, sua profunda ligação maternal com o filho e possibilidade
de investir a vida nele para muitas compensa as eventuais perdas em outros campos.
Outras assinalam o grande orgulho de ter dado luz a um filho. A maioria das entrevistadas
achou que estava sendo uma boa mãe.
É significativa a constatação de que o processo de
maternidade na mulher é proporcionalmente mais positivo e
fácil quanto melhor for o relacionamento conjugal.
Lamentavelmente a maioria dos pais se empenha apenas nas primeiras semanas,
para daí abandonar os cuidados com o bebê exclusivamente para a mãe.
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Maiores detalhes sobre as próximas fases vide (em alemão)
http://www.familienhandbuch.de/cmain/f_Fachbeitrag/a_Familienforschung/s_1209.html
Muitos outros artigos sobre o tema (em alemão), vide
http://www.familienhandbuch.de/cmain/a_Search.html?ul=http%3A%2F
%2Fwww.familienhandbuch.de%2F&wf=00000000000F1&q=mutter
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Para a próxima aula:
De que modo a Bíblia corrige ou acrescenta as informações acima?
Qual é (quais são) as mães exemplares da Bíblia e o que podemos aprender delas?
AUTO-AVALIAÇÃO
Responda em casa, reflita sobre as questões abordadas e reaja na tarefa semanal.
As características do sentimento de inferioridade
1. A pessoa tem a impressão de que é apenas mediana.
2. A pessoa pensa que é um fracasso.
3. A pessoa é incapaz de expressar seus sentimentos.
4. A atitude diante da vida está centralizada no próprio eu.
5. Ausência de responsabilidade.
6. A pessoa foge das tarefas da vida por meio de preocupações, dúvidas e
incapacidade de tomar decisões.
7. A pessoa se refugia no trabalho, no êxito e na perfeição.
8. A pessoa se refugia no mundo da fantasia (cinema, televisão).
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9. A pessoa tem uma auto-imagem distorcida, falsificada.
10. Tudo gira em torno de si mesma.
11. A pessoa tem comportamento submisso.
12. A pessoa sente-se ameaçada por qualquer coisa.
13. A pessoa se supervaloriza, é arrogante, prepotente.
14. A pessoa apresenta dificuldades nos relacionamentos com outros e com
Deus.
Orientações para o usuário do questionário.
1. O questionário apresenta 14 características típicas de perturbações na
auto-imagem. Assinale aquelas que poderiam ser o seu caso.
2. Você seria capaz de ilustrar os seus sentimentos de inferioridade com
exemplos do seu dia-a-dia?
3. Assinale outras características, escolha primeiro a mais perturbadora.
Não tente trabalhar em muitas áreas ao mesmo tempo.
4. As características do sentimento de inferioridade também podem ser
discutidas com o cônjuge, os pais ou amigos.
Extraído de
RUTHE, Reinhold. Prática do aconselhamento terapêutico. Curitiba: Luz e Vida, 2000.
Título original: Praxis der therapeutischen Seelsorge. Tradução: Irmgard August Siemens.
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