Aula 09 - Citação - Intimação - Notificação e Habeas Corpus

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AULA 09 CITAO / INTIMAO / NOTIFICAO E HABEAS CORPUSFuturos Aprovados, Sejam bem vindos a mais uma aula! Antes uma pergunta que no tem nada a ver com a matria: Viram o jogo Brasil X Holanda? Bom, podemos dizer que para ns brasileiros acabou a copa do mundo e isso s pode significar uma coisa: MAIS TEMPO PARA OS ESTUDOS !!! Viu, sempre tem um lado bom! Agora, vamos falar de coisa sria! Na aula de hoje veremos temas importantssimos e constantemente exigidos em PROVA. Alm disso, ao trmino dos exerccios, voc ter chegado a 200 questes resolvidas em nosso curso!!! Sendo assim, esquea a seleo, a novela, o futebol e vamos juntos rumo aprovao. Bons estudos! ******************************************************************* 9.1 CITAO 9.1.1 CONCEITO Citao o ato processual que tem por finalidade dar conhecimento ao ru da existncia da ao penal, do teor da acusao, bem como cientific-lo do prazo para apresentao de resposta escrita. Para Hlio Tornaghi, a citao " o chamamento do ru para se defender", j para o professor Fernando Tourinho Filho a "citao o ato processual pelo qual se leva ao conhecimento do ru a notcia de que contra ele foi intentada ao penal, para que possa defender-se". A citao tem por base os princpios constitucionais da ampla defesa e do contraditrio, isto porque nenhuma pessoa poder ser processada sem que lhe seja dada cincia da acusao e a oportunidade de se defender, salientando que a falta da citao ser motivo de nulidade insanvel no processo.

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Art. 564. A nulidade ocorrer nos seguintes casos: [...] III - por falta das frmulas ou dos termos seguintes: [...] e) a citao do ru para ver-se processar, o seu interrogatrio, quando presente, e os prazos concedidos acusao e defesa; Observao: No caso de comparecimento espontneo do ru, considera-se sanado o vcio proveniente da no citao. Observe o julgado:

STF, RHC 87.699/RJ, DJ 26.06.2009, Informativo 552 O comparecimento espontneo e oportuno do ru, mediante defensor constitudo, supre a falta ou a nulidade de citao realizada por editais.

Do exposto, podemos afirmar que a citao possui dupla funo:1 CIENTIFICAR (sobre a ao penal); 2 CHAMAR (o acusado para se defender).

Por fim, cabe ressaltar que nos termos do art. 363 do Cdigo de Processo Penal, a citao necessria para que se considere completa a formao do processo. Veja: Art. 363. O processo ter completada a sua formao quando realizada a citao do acusado. 9.1.2 ESPCIES DE CITAO A doutrina classifica a citao em dois tipos: a real, tambm chamada pessoal, e a ficta. D-se a citao real quando o ato feito diretamente pessoa do acusado. Pode ser efetivada atravs de mandado, de carta precatria, de carta rogatria ou carta de ordem.

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CURSO ON-LINE DIREITO PROCESSUAL PENAL TEORIA E EXERCCIOS PROFESSOR PEDRO IVO J a citao ficta ocorre quando, esgotados todos os meios possveis para a citao pessoal, a cincia do contedo do ato feita indiretamente ao acusado, presumindo-se, por fico normativa, que o mesmo tenha tido conhecimento da imputao. A citao ficta realizada por intermdio de edital e pela citao com hora certa, inserida no processo penal aps a lei n. 11.719/08. Trata-se, esta ltima (a citao ficta), de uma exceo regra geral da citao pessoal, devendo ser utilizada subsidiariamente. 9.1.2.1 CITAO POR MANDADO No direito processual brasileiro, a citao pessoal feita por meio de mandado, expedido, regra geral, pelo juiz da causa. Art. 351. A citao inicial far-se- por mandado, quando o ru estiver no territrio sujeito jurisdio do juiz que a houver ordenado. Diz-se regra geral, pois pode a citao ser levada a termo por carta precatria (art. 353, CPP), rogatria (art. 368) e de ordem (prevista nas leis de organizao judiciria e regimentos internos dos tribunais), resultando de um ato de cooperao jurisdicional. Veremos estas espcies um pouco mais a frente. A citao por mandato realizada por um oficial de justia. Este deve procurar o acusado nos endereos constantes nos autos e, ao encontr-lo, ler o que est escrito. Alm disso, dever entregar ao ru a contraf (ou a recusa do ru em recebla. essa certido que faz prova da citao, sendo desnecessrio que o citando tenha colocado o ciente ou que tenha assinado o mandado. Art. 357. So requisitos da citao por mandado: I - leitura do mandado ao citando pelo oficial e entrega da contraf, na qual se mencionaro dia e hora da citao; II - declarao do oficial, na certido, da entrega da contraf, e sua aceitao ou recusa.

DICIONRIO DO CONCURSEIRO CONTRAF CPIA DO MANDADO, ENTREGUE AO RU PELO OFICIAL DE JUSTIA, POR OCASIO DA CITAO.

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CURSO ON-LINE DIREITO PROCESSUAL PENAL TEORIA E EXERCCIOS PROFESSOR PEDRO IVO Observe abaixo, somente a ttulo de conhecimento e fixao do aprendizado, um exemplo da certido que faz prova da cotao:

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CURSO ON-LINE DIREITO PROCESSUAL PENAL TEORIA E EXERCCIOS PROFESSOR PEDRO IVO Bom, Caro (a) Aluno (a), vamos entender de forma prtica o que foi apresentado at agora: Imaginemos que foi iniciada, atravs de denncia, uma ao penal contra Tcio. Neste caso, Tcio ter que ser cientificado deste fato e, a primeira opo do magistrado dever ser a citao por mandado. Mas o que esse tal de mandado? Nada mais do que um pedao de papel que, nos termos do art. 352 do Cdigo de Processo Penal, deve conter os seguintes requisitos:1. O NOME DO JUIZ; 2. O NOME DO QUERELANTE NAS AES INICIADAS POR QUEIXA; 3. O NOME DO RU, OU, SE FOR DESCONHECIDO, OS SEUS SINAIS CARACTERSTICOS; 4. A RESIDNCIA DO RU, SE FOR CONHECIDA; 5. O FIM PARA QUE FEITA A CITAO; 6. O JUZO E O LUGAR, O DIA E A HORA EM QUE O RU DEVER COMPARECER; 7. A SUBSCRIO DO ESCRIVO E A RUBRICA DO JUIZ.

Ainda na supracitada situao, imaginemos que Mvio, oficial de justia, foi designado para levar o mandado para Tcio. Ao chegar residncia de Tcio, Mvio dever ler todo o mandado e dir para Tcio: Prezado acusado, agora vou te entregar uma cpia do mandado, ok? Ah! E, por favor, voc poderia assinar a minha cpia e atestar que est ciente? Caso Tcio responda que sim, ou seja, que pode assinar, o trabalho de Mvio estar completo e ele voltar feliz e contente para a repartio onde trabalha. Mas e se Tcio se recusar a assinar? Neste caso, Mvio voltar feliz e contente do mesmo jeito, pois o prprio oficial de justia, por possuir presuno de legitimidade e veracidade quanto aos seus atos, poder assinar e atestar que o ru foi devidamente citado. Por fim. Cabe ressaltar que a citao poder ocorrer em qualquer dia, inclusive nos sbados e domingos, e em qualquer hora, do dia ou da noite.

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CURSO ON-LINE DIREITO PROCESSUAL PENAL TEORIA E EXERCCIOS PROFESSOR PEDRO IVO 9.1.2.2 CITAO POR PRECATRIA Vimos na nossa aula 03 que cada juiz tem uma parcela de competncia dentro do conceito de jurisdio e exatamente por isso que existe a citao atravs da chamada carta precatria. Vamos compreender: Nos termos do Cdigo de Processo Penal, a citao feita por intermdio de carta precatria quando o ru reside em comarca diversa daquela em que tramita o processo. Observe: Art. 353. Quando o ru estiver fora do territrio da jurisdio do juiz processante, ser citado mediante precatria. Assim, por exemplo, se o processo est ocorrendo em So Paulo e o acusado est no Rio de Janeiro, o juzo de SP, tambm chamado de deprecante, dever enviar ao juzo deprecado (RJ) uma carta precatria solicitando que o ru seja citado. A precatria dever indicar:1. O JUIZ DEPRECADO E O JUIZ DEPRECANTE; 2. A SEDE DA JURISDIO DE UM E DE OUTRO; 3. O FIM PARA QUE ESPECIFICAES; FEITA A CITAO, COM TODAS AS

4. O JUZO DO LUGAR, O DIA E A HORA EM QUE O RU DEVER COMPARECER.

Ao receber a precatria, o juzo deprecado dever expedir mandado determinando que um oficial de justia proceda a citao do ru. Depois de cumprida a precatria ser ela devolvida ao juzo de origem. Art. 355. A precatria ser devolvida ao juiz deprecante, independentemente de traslado, depois de lanado o "cumpra-se" e de feita a citao por mandado do juiz deprecado. possvel, contudo, que o acusado no esteja mais no territrio de competncia do juiz deprecado, tendo-se mudado para outra rea de jurisdio. Nesses casos, dever o juiz deprecado encaminhar a precatria para ser cumprida pelo juiz em cujo territrio se encontra o acusado. Essa a chamada precatria itinerante, cuja previso legal encontra-se no 1 do artigo 355 do CPP:

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Art. 355. A precatria ser devolvida ao juiz deprecante, independentemente de traslado, depois de lanado o "cumpra-se" e de feita a citao por mandado do juiz deprecado. 1o Verificado que o ru se encontra em territrio sujeito jurisdio de outro juiz, a este remeter o juiz deprecado os autos para efetivao da diligncia, desde que haja tempo para fazer-se a citao. No havendo tempo hbil para o cumprimento da precatria ou na hiptese de ter o acusado retornado ao territrio do juiz deprecante ou, ainda, verificando-se que o ru se oculta para no ser citado (art. 355, 2, CPP), o juiz deprecado, certificado os motivos, restituir a precatria origem para as providncias cabveis. Art. 355 [...] 2o Certificado pelo oficial de justia que o ru se oculta para no ser citado, a precatria ser imediatamente devolvida, para o fim previsto no art. 362. Autoriza ainda o CPP que, em caso de urgncia, seja a precatria expedida por via telegrfica, na forma prescrita no artigo 356. Art. 356. Se houver urgncia, a precatria, que conter em resumo os requisitos enumerados no art. 354, poder ser expedida por via telegrfica, depois de reconhecida a firma do juiz, o que a estao expedidora mencionar. 9.1.2.3 CITAO POR ROGATRIA A citao por carta rogatria d-se quando o ru est no exterior EM LUGAR SABIDO, qualquer que seja a infrao penal praticada. Encontra embasamento no art. 368 do Cdigo de Processo Penal nos seguintes termos: Art. 368. Estando o acusado no estrangeiro, em lugar sabido, ser citado mediante carta rogatria, suspendendo-se o curso do prazo de prescrio at o seu cumprimento.

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Alm da supracitada hiptese, tambm cabvel a carta rogatria quando a citao tiver que ser feita em legaes estrangeiras (consulado ou embaixada). Art. 369. As citaes que houverem de ser feitas em legaes estrangeiras sero efetuadas mediante carta rogatria. Na citao por rogatria, remetida ao exterior, a carta dever ser encaminhada ao Ministrio da Justia, a quem caber solicitar ao Ministrio das Relaes Exteriores o seu cumprimento, deste ltimo seguir a rogatria, pela via diplomtica, justia rogada.OBSERVAO CONFORME SE RETIRA DO ART. 368 DO CPP, EXPEDIDA A CARTA ROGATRIA, FICAR SUSPENSO O CURSO DO LAPSO PRESCRICIONAL AT SEU CUMPRIMENTO.

9.1.2.4 CITAO POR CARTA DE ORDEM A carta de ordem a determinao de um rgo de grau superior mandando que um rgo jurisdicional inferior jurisdicionalmente quele cumpra com a citao em seu mbito de competncia. Em casos de competncia por foro especial, em razo do cargo que exerce o ru, se ele for processado, por exemplo, por um Tribunal Superior em Braslia, mas reside em Recife, o STJ ordenar que o Tribunal de Justia de Pernambuco cumpra a determinao. Em regra, so ordens expedidas pelo STF, STJ, TSE, TREs, TRFs ou Tribunais de Justia estaduais, pelos processos que tm competncia originria. 9.1.2.5 CITAO POR HORA CERTA Com a alterao introduzida pela lei 11.719/08, o Cdigo de Processo Penal passa a contar com uma nova figura: a citao por hora certa. No podemos dizer que esta espcie de citao foi uma novidade criada pela citada lei, pois j existia no mbito do Processo Civil.

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CURSO ON-LINE DIREITO PROCESSUAL PENAL TEORIA E EXERCCIOS PROFESSOR PEDRO IVO Assim, para a correta compreenso desta importantssima espcie de citao FICTA, vamos analisar inicialmente os dispositivos legais para, posteriormente, esquematizar o tema. O novo artigo 362 do CPP dispe: Art. 362. Verificando que o ru se oculta para no ser citado, o oficial de justia certificar a ocorrncia e proceder citao com hora certa, na forma estabelecida nos arts. 227 a 229 da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Cdigo de Processo Civil. Pargrafo nico. Completada a citao com hora certa, se o acusado no comparecer, ser-lhe- nomeado defensor dativo. Desse modo, conforme os referidos dispositivos do Cdigo de Processo Civil: Art. 227. Quando, por trs vezes, o oficial de justia houver procurado o ru em seu domiclio ou residncia, sem o encontrar, dever, havendo suspeita de ocultao, intimar a qualquer pessoa da famlia, ou em sua falta a qualquer vizinho, que, no dia imediato, voltar, a fim de efetuar a citao, na hora que designar. Art. 228. No dia e hora designados, o oficial de justia, independentemente de novo despacho, comparecer ao domiclio ou residncia do citando, a fim de realizar a diligncia. 1o Se o citando no estiver presente, o oficial de justia procurar informar-se das razes da ausncia, dando por feita a citao, ainda que o citando se tenha ocultado em outra comarca. 2o Da certido da ocorrncia, o oficial de justia deixar contraf com pessoa da famlia ou com qualquer vizinho, conforme o caso, declarando-lhe o nome. Art. 229. Feita a citao com hora certa, o escrivo enviar ao ru carta, telegrama ou radiograma, dando-lhe de tudo cincia. Vamos resumir o assunto:1 O OFICIAL DE JUSTIA PROCURA O RU EM SEU DOMICLIO POR PELO MENOS TRS VEZES E NO O ENCONTRA. 2 O OFICIAL DE JUSTIA, DIANTE DE TAL SITUAO, SUSPEITA QUE O RU EST SE OCULTANDO. 3 VISANDO DAR INCIO AO PROCEDIMENTO DE CITAO POR HORA CERTA, INTIMA ALGUM DA FAMLIA DO ACUSADO, OU, EM SUA FALTA,

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CURSO ON-LINE DIREITO PROCESSUAL PENAL TEORIA E EXERCCIOS PROFESSOR PEDRO IVOQUALQUER VIZINHO, DE QUE NO DIA IMEDIATO ELE VOLTAR PARA CONCRETIZAR A CITAO, EM UMA DETERMINADA HORA. 4 NO DIA SEGUINTE:

4.1 4.2

ENCONTRA O RU PESSOAL.

NESTE CASO, REALIZA A CITAO

NO ENCONTRA O RU NESTE CASO, TENTA SE INFORMAR DO MOTIVO DA AUSNCIA DO ACUSADO E D POR FEITA A CITAO,

5 POR FIM, DEIXA CONTRAF DA CERTIDO DA OCORRNCIA COM ALGUM DA FAMLIA OU VIZINHO.

OBSERVAO PERCEBA QUE, O PARGRAFO NICO DO J VISTO ART. 362 DEIXA CLARO QUE, APS A CITAO POR HORA CERTA, CASO NO HAJA O COMPARECIMENTO DO ACUSADO A UM ATO PROCESSUAL, SER-LHE- NOMEADO DEFENSOR DATIVO. ISTO SIGNIFICA QUE O PROCESSO NO FICAR SUSPENSO PELO NO COMPARECIMENTO DO RU, DIFERENTEMENTE DO QUE OCORRIA NO REGIME PROCESSUAL ANTERIOR LEI N 11.719/2008

9.1.2.6 CITAO POR EDITAL A partir de agora vamos tratar da modalidade mais conhecida e tradicional de citao FICTA: A citao editalcia. Tal espcie de citao encontra cabimento nas seguintes hipteses: 1 Quando o ru no for encontrado para a citao Neste caso o oficial de justia dever tentar localizar o acusado em todos os lugares possveis, tais como no domiclio, no trabalho etc. Mas e se o ru estiver viajando, vai ser citado por edital? Neste caso, segundo entendimento jurisprudencial, a resposta negativa, devendo ser aguardado o trmino da viagem.

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CURSO ON-LINE DIREITO PROCESSUAL PENAL TEORIA E EXERCCIOS PROFESSOR PEDRO IVO Por fim, cabe ressaltar um importante cuidado que deve ter o magistrado antes de determinar a citao por edital: A Smula 351 do Supremo Tribunal Federal estabelece que: nula a citao por edital de ru preso na mesma unidade da Federao em que o juiz exerce sua jurisdio. Assim, antes de o juiz determinar a citao por edital, deve ele providenciar a expedio dos ofcios competentes para descobrir se o acusado se encontra em qualquer dos estabelecimentos prisionais do Estado no qual se desenrola o processo. Tal regra reforada pelo prprio CPP: Art. 360. Se o ru estiver preso, ser pessoalmente citado. Para este primeiro caso de aplicabilidade da citao editalcia, o prazo do edital de 15 dias. Art. 361. Se o ru no for encontrado, ser citado por edital, com o prazo de 15 (quinze) dias. 2 - Quando inacessvel o lugar em que o ru se encontra. Ex.: epidemia, guerra, enchente etc. Apesar de ter sido revogado o art. 363, I, do Cdigo de Processo Penal, que tratava desta hiptese, entende-se que ele continua aplicvel porque permanece em vigor o art. 364 que regulamenta o prazo do edital em tal situao e, principalmente, por aplicao analgica ao Cdigo de Processo Civil, que, em seu art. 231, II, prev a citao por edital quando inacessvel o local em que se encontra o ru. O prazo do edital ser fixado pelo juiz entre 15 e 90 dias, dependendo do caso. Observe Art. 364. No caso do artigo anterior, no I, o prazo ser fixado pelo juiz entre 15 (quinze) e 90 (noventa) dias, de acordo com as circunstncias [...]. 9.1.2.6.1 REQUISITOS DO EDITAL O edital ser afixado porta do edifcio onde funcionar o juzo (frum) e ser publicado pela imprensa, onde houver, devendo a afixao ser certificada pelo oficial que a tiver feito, e a publicao, provada por exemplar do jornal ou

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CURSO ON-LINE DIREITO PROCESSUAL PENAL TEORIA E EXERCCIOS PROFESSOR PEDRO IVO certido do escrivo, da qual conste a pgina do jornal com a data da publicao. Art. 365. [...] Pargrafo nico. O edital ser afixado porta do edifcio onde funcionar o juzo e ser publicado pela imprensa, onde houver, devendo a afixao ser certificada pelo oficial que a tiver feito e a publicao provada por exemplar do jornal ou certido do escrivo, da qual conste a pgina do jornal com a data da publicao. Os requisitos de validade do edital so os mesmos do mandado de citao j estudados, devendo constar, ainda, o prazo do edital, que ser contado do dia da publicao na imprensa, se houver, ou da sua afixao. Observe o texto legal: Art. 365. O edital de citao indicar: I - o nome do juiz que a determinar; II - o nome do ru, ou, se no for conhecido, os seus sinais caractersticos, bem como sua residncia e profisso, se constarem do processo; III - o fim para que feita a citao; IV - o juzo e o dia, a hora e o lugar em que o ru dever comparecer; V - o prazo, que ser contado do dia da publicao do edital na imprensa, se houver, ou da sua afixao. 9.1.3 REVELIA Estabelece o art. 367 do Cdigo de Processo Penal que ser decretada a revelia do acusado que, citado ou intimado pessoalmente para qualquer ato processual, deixar de comparecer sem motivo justificado, ou mudar de residncia sem comunicar o novo endereo ao juzo. Art. 367. O processo seguir sem a presena do acusado que, citado ou intimado pessoalmente para qualquer ato, deixar de comparecer sem motivo justificado, ou, no caso de mudana de residncia, no comunicar o novo endereo ao juzo.

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CURSO ON-LINE DIREITO PROCESSUAL PENAL TEORIA E EXERCCIOS PROFESSOR PEDRO IVODICIONRIO DO CONCURSEIRO REVELIA A REVELIA A SITUAO EM QUE SE ENCONTRA A PARTE QUE, CITADA, NO COMPARECE EM JUZO PARA SE DEFENDER.

Ao contrrio do que ocorre no processo civil, a revelia penal no implica presuno de veracidade dos fatos contidos na pea inicial acusatria (denncia ou queixa). Assim, como decorrncia do princpio da verdade real, a acusao continua a ter o nus da prova em relao ao fato imputado ao ru. A revelia no impede que o acusado produza normalmente sua defesa, sendo seu nico efeito fazer com que o ru no mais seja intimado dos atos processuais posteriores. Seu defensor, entretanto, ser intimado da realizao de todo e qualquer ato. Apesar da revelia, o ru sempre dever ser intimado da sentena. A revelia ser levantada (revogada) se o ru, posteriormente, voltar a acompanhar os atos processuais. 9.1.4 SUSPENSO DO PROCESSO Se o ru, citado por edital, no comparecer (no apresentar resposta) e no constituir defensor, ficaro suspensos o curso do processo qualquer que seja o crime apurado e o procedimento e o decurso do lapso prescricional. Art. 366. Se o acusado, citado por edital, no comparecer, nem constituir advogado, ficaro suspensos o processo e o curso do prazo prescricional, podendo o juiz determinar a produo antecipada das provas consideradas urgentes e, se for o caso, decretar priso preventiva, nos termos do disposto no art. 312. Uma vez decretada a suspenso do processo, o juiz dever verificar se conveniente a decretao da priso preventiva (para assegurar a aplicao da lei penal), nos termos dos arts. 312 e 313 do Cdigo de Processo Penal. Durante o perodo de suspenso, o juiz poder determinar a produo antecipada das provas consideradas urgentes, assim entendidas aquelas que, pelo decurso do tempo, possam desaparecer ou tornar-se incuas.

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CURSO ON-LINE DIREITO PROCESSUAL PENAL TEORIA E EXERCCIOS PROFESSOR PEDRO IVO Apesar de o art. 366, 1, do Cdigo de Processo Penal ter sido revogado pela Lei n. 11.719/2008, intuitivo que essa produo antecipada de provas deve ser produzida na presena do Ministrio Pblico e do defensor dativo, j que isso decorre do princpio constitucional do contraditrio. Sendo decretada a suspenso do processo, ficar tambm suspenso o decurso do prazo prescricional (art. 366, caput). Se, posteriormente, o acusado comparecer de forma espontnea ou em razo de priso, revoga-se a suspenso do processo para que este prossiga at seu final. Perceba, portanto, que tal suspenso somente ser revogada se o ru comparecer em juzo, pessoalmente ou por meio de advogado nomeado, hiptese em que ser considerado citado pessoalmente ou, ainda, se for preso e procedida a sua citao pessoal. Questo mais intrigante saber quanto deve durar a suspenso do prazo prescricional. Contudo, apesar de terem existido vrias correntes em torno do tema, tem prevalecido aquela segundo a qual a suspenso deve durar exatamente o tempo do prazo prescricional pelo mximo da pena em abstrato (art. 109 do CP). Assim, suponha-se um delito que tenha pena mxima de 2 anos. Tal delito prescreve em 4 anos. Ora, sendo decretada a suspenso do processo e da prescrio, ficar esta ltima suspensa exatamente por 4 anos. Findo esse perodo, voltar a correr o prazo prescricional, por mais 4 anos, continuando suspenso o processo. Ao trmino desse prazo, ser decretada extinta a punibilidade do agente pela prescrio da pretenso punitiva. Mas professor, isso um absurdo!!! O ru foge, fica escondido, no atende ao chamado por edital e, ainda tem a punibilidade extinta??? No concordo!!! Eu tambm no concordo e, exatamente pelo fato de muitos considerarem isso um absurdo que foi inserida no Cdigo de Processo Penal, como j vimos, a citao por hora certa, aplicvel aos casos em que o ru se oculta. Resolve totalmente o problema? Claro que no, mas atenua bastante! 9.1.5 CITAO DO MILITAR O artigo 358 do CPP estabelece que a citao do militar far-se- por intermdio do chefe do respectivo servio.

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CURSO ON-LINE DIREITO PROCESSUAL PENAL TEORIA E EXERCCIOS PROFESSOR PEDRO IVO Guilherme Nucci justifica tal providncia tendo em vista o resguardo das dependncias militares, bem como da hierarquia e da disciplina inerentes conduta militar. Art. 358. A citao do militar far-se- por intermdio do chefe do respectivo servio. Na citao do militar, portanto, o oficial de justia no ir ao quartel procura do acusado. O juiz, preservando a intangibilidade da rea militar, no expedir um mandado, mas apenas um ofcio diretamente ao superior do acusado, que o far chegar ao destinatrio, dando-lhe cincia de todos os termos do ato citatrio. Para tanto, dever o ofcio encaminhado conter todos os requisitos do mandado, evitando-se, assim, qualquer prejuzo defesa. Regra geral, o militar superior comunica ao juiz que autorizou o comparecimento do subordinado no dia e hora marcados. Assevera Mirabete que se for comprovado que no houve tal autorizao, a citao no vlida, devendo ser expedido um outro ofcio. Se o militar estiver em territrio no afeto ao exerccio jurisdicional do juiz da causa, dever ser expedida carta precatria, solicitando-se ao juiz deprecado que expea o ofcio requisitrio. Caso o superior hierrquico informe que o militar se encontre em lugar incerto e no sabido, caber a citao por edital. 9.1.6 CITAO DO FUNCIONRIO PBLICO O funcionrio pblico ser citado regularmente por mandado. Contudo, visando a evitar que a falta do mesmo traga graves danos ao servio pblico e tambm no intuito de que seu chefe superior possa substituir o funcionrio quando de sua ausncia, preceitua o artigo 359 do CPP que: Art. 359. O dia designado para funcionrio pblico comparecer em juzo, como acusado, ser notificado assim a ele como ao chefe de sua repartio. Note-se que h dupla exigncia: mandado para o funcionrio pblico e ofcio requisitrio sua chefia. De acordo com Nucci, "faltando um dos dois, no est o funcionrio obrigado a comparecer, nem pode padecer das conseqncias de sua ausncia, como a revelia". Mirabete afirma que se o funcionrio estiver afastado do cargo, temporria (frias, licena, suspenso, etc.) ou definitivamente (aposentadoria, exonerao, etc.), no ser necessria a comunicao ao superior hierrquico.

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CURSO ON-LINE DIREITO PROCESSUAL PENAL TEORIA E EXERCCIOS PROFESSOR PEDRO IVO Vamos, agora, esquematizar o assunto CITAES para facilitar os seus estudos:

ENDEREO CONHECIDO?

NO

SIM

CITAO POR EDITAL PRAZOS (arts 361 e 363)

NO ENCONTRADO E NO SE OCULTA

CITAO PESSOAL

EDITAL FIXADO NO FRUM E PUBLICADO

OFICIAL ENCONTRA O RU E FAZ A CITAO?

RU COMPARECE OU CONSTITUI ADVOGADO? O RU SE OCULTA PARA NO SER CITADO

NO

SIM

PROCESSO E PRAZO PRESCRICIONAL SUSPENSOS

CITAO POR HORA CERTA (ARTS. 227 A 229 CPC)

RU ENCONTRADO OU RU COMPARECE

PROCESSO SEGUE NORMALMENTE

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CURSO ON-LINE DIREITO PROCESSUAL PENAL TEORIA E EXERCCIOS PROFESSOR PEDRO IVO 9.2 INTIMAO 9.2.1 CONCEITO Uma das dvidas mais recorrentes em sala de aula, aqui nos cursos do Ponto e nos e-mails : Professor... Qual a diferena entre citao e intimao? Essa dvida constante, pois sua resposta no encontrada no Cdigo de Processo Penal, mas sim no Cdigo de Processo Civil que dispe: Art. 213, CPC. Citao o ato pelo qual se chama a juzo o ru ou o interessado a fim de se defender. Art. 234, CPC. Intimao o ato pelo qual se d cincia a algum dos atos e termos do processo, para que faa ou deixe de fazer alguma coisa. Assim, diferentemente da citao, a intimao comunica as partes ou algum dos atos e termos do processo para que, querendo, se manifeste. 9.2.1 CARACTERSTICAS Conforme disposto no art. 370 do Cdigo de Processo Penal, as intimaes seguem o mesmo regramento apresentado no que diz respeito a citao. Art. 370. Nas intimaes dos acusados, das testemunhas e demais pessoas que devam tomar conhecimento de qualquer ato, ser observado, no que for aplicvel, o disposto no Captulo anterior. Mas, professor... No h nenhuma caracterstica especial? As caractersticas especiais das intimaes esto todas presentes nos 4 pargrafos do art. 370. Para responder melhor a este questionamento, vamos resumir em um exerccio, tudo que voc precisa saber sobre as intimaes para sua PROVA: CAIU EM PROVA!!!

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CURSO ON-LINE DIREITO PROCESSUAL PENAL TEORIA E EXERCCIOS PROFESSOR PEDRO IVO (TJ-BA / Oficial de Justia / 2006) Analise as seguintes assertivas, acerca da intimao no processo penal: I A intimao do defensor nomeado pelo Juiz de Direito pode ser feita atravs de publicao no rgo incumbido da publicidade dos atos judiciais da comarca, sendo dispensvel o nome do acusado. II As intimaes nunca podem ser feitas pelo escrivo. III A intimao do advogado do querelante pode ser feita atravs de publicao no rgo incumbido da publicidade dos atos judiciais da comarca. IV A intimao do defensor constitudo, do advogado do querelante e do assistente far-se-, sempre, por publicao no rgo incumbido da publicidade dos atos judiciais da comarca, incluindo, sob pena de nulidade, o nome do acusado. V A intimao do Ministrio Pblico ser sempre pessoal. Esto corretas as assertivas: A) I, II e III. B) I, II e IV. C) I, IV e V. D) II, III e V. E) III e V. GABARITO: E COMENTRIOS: Analisando: Assertiva I Incorreta Nos termos do art. 370, 1o, a intimao do defensor constitudo, do advogado do querelante e do assistente far-se- por publicao no rgo incumbido da publicidade dos atos judiciais da comarca, incluindo, sob pena de nulidade, o nome do acusado.

Art. 370 1o A intimao do defensor constitudo, do advogado do querelante e do assistente far-se- por publicao no rgo incumbido da publicidade dos atos judiciais da comarca, incluindo, sob pena de nulidade, o nome do acusado.

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Assertiva II Incorreta Conforme se retira do art. 370, 2o, as intimaes, em alguns casos, podero ser feitas pelo escrivo: Art. 370 [...] 2o Caso no haja rgo de publicao dos atos judiciais na comarca, a intimao far-se- diretamente pelo escrivo, por mandado, ou via postal com comprovante de recebimento, ou por qualquer outro meio idneo. Assertiva III Correta Est de acordo com o art. 370, 1o.

Art. 370 [...] 1o A intimao do defensor constitudo, do advogado do querelante e do assistente far-se- por publicao no rgo incumbido da publicidade dos atos judiciais da comarca, incluindo, sob pena de nulidade, o nome do acusado. Assertiva IV Incorreta Essa questo confunde muitos candidatos, pois, praticamente, reproduz o pargrafo 1 do art. 370. Ocorre, toa que a palavra SEMPRE torna a questo incorreta, pois, conforme dispe o art. 370, 3: Art. 370 [...] 3o A intimao pessoal, feita pelo escrivo, dispensar a aplicao a que alude o 1o Assertiva V Correta Art. 370 [...] 4o A intimao do Ministrio Pblico e do defensor nomeado ser pessoal. Est de acordo com o art. 370, 4o.

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CURSO ON-LINE DIREITO PROCESSUAL PENAL TEORIA E EXERCCIOS PROFESSOR PEDRO IVO 9.3 NOTIFICAO

Alguns editais trazem como exigncia a citao, a intimao e a notificao. Ao verificarmos no CPP, no encontramos o tema notificao e, este assunto tambm no tratado na maioria dos livros. Doutrinariamente diferencia-se intimao de notificao, distino no observada no Cdigo de Processo Penal e, exatamente por isso, desconhecida pela maioria dos candidatos Na verdade, o que se costuma denominar-se de intimao se trata de notificao, pois intimao a comunicao de ato processual j efetuado, enquanto que a notificao serve para comunicar ato ainda a ser realizado. Assim, intima-se de algo j produzido e notifica-se para ato a ser cumprido. A intimao volta-se ao passado, ao passo que a notificao volta-se ao futuro. Exemplificando, intima-se de uma deciso judicial, enquanto que se notifica uma testemunha ou um perito para depor. Frederico, por exemplo, escreveu que a notificao projeta-se no futuro, visto que leva ao conhecimento do sujeito processual, ou de outra pessoa que intervenha no processo, pronunciamento jurisdicional que determine um facere ou um non facere. A intimao, ao revs, se relaciona com atos pretritos. Tourinho Filho tambm diferencia: A intimao , pois, a cincia que se d a algum de um ato j praticado, j consumado, seja um despacho, seja uma sentena, ou, como diz Pontes de Miranda, a comunicao de ato praticado. Assim, intima-se o ru de uma sentena (note-se que o ru est sendo cientificado de um ato j consumado, j praticado, isto , a sentena). A notificao, por outro lado, a cientificao que se faz a algum (ru, partes, testemunhas, peritos etc.) de um despacho ou deciso que ordena fazer ou deixar de fazer alguma coisa, sob certa cominao. Assim, a testemunha notificada, porque se lhe d cincia de um pronunciamento do Juiz, a fim de comparecer sede do juzo em dia e hora designados, sob as cominaes legais. Se no comparecer, estar ela sujeita quelas sanes a que se referem os arts. 218 e 219 do CPP. Como se disse, porm, esta diferenciao no foi observada pelo nosso Cdigo de Processo Penal, fazendo que a parte da doutrina tambm assim procedesse. O CPP ora se refere intimao, ora notificao, sem levar em conta a diferenciao doutrinria realmente existente. *************************************************************************************************

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CURSO ON-LINE DIREITO PROCESSUAL PENAL TEORIA E EXERCCIOS PROFESSOR PEDRO IVO Caro(a) aluno(a),

Parabns por mais um tema vencido. Agora, respire fundo e vamos adquirir mais e mais conhecimento!

Bons estudos! ************************************************************************************************* 9.4 HABEAS CORPUS

Habeas corpus, etimologicamente, significa em latim "tome o corpo". uma garantia constitucional em favor de quem sofre violncia ou ameaa de constrangimento ilegal na sua liberdade de locomoo, por parte de autoridade legtima. Art. 5 [...] LXVIII - conceder-se- "habeas-corpus" sempre que algum sofrer ou se achar ameaado de sofrer violncia ou coao em sua liberdade de locomoo, por ilegalidade ou abuso de poder; Sua origem remonta Magna Carta libertatum de 1215, imposta pelos nobres ao rei da Inglaterra com a exigncia do controle legal da priso de qualquer cidado. Este controle era realizado sumariamente pelo juiz, que, ante os fatos apresentados, decidia acerca da legalidade da priso. Apesar de previsto no CPP no ttulo que trata dos recursos em geral, o habeas corpus no apresenta natureza recursal, podendo ser impetrado a qualquer tempo e de forma gratuita, conforme tambm dispe a Carta Magna no seu art. 5: Art. 5 [...] LXXVII - so gratuitas as aes de "habeas-corpus" e "habeas-data", e, na forma da lei, os atos necessrios ao exerccio da cidadania.

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1.2.1 ESPCIES O habeas corpus pode ser liberatrio ou preventivo, conforme seja concedido aps a efetiva coao liberdade de locomoo ou antes dela. Vamos compreender: HABEAS CORPUS REPRESSIVO OU LIBERATRIO destinado a afastar constrangimento ilegal liberdade de locomoo j existente. O habeas corpus repressivo consubstancia-se numa ordem expedida pelo juiz ou tribunal competente, determinando a imediata cessao do constrangimento. Neste caso, concedida a ordem, ser expedido o alvar de soltura. Art. 660. Efetuadas as diligncias, e interrogado o paciente, o juiz decidir, fundamentadamente, dentro de 24 (vinte e quatro) horas. 1o Se a deciso for favorvel ao paciente, ser logo posto em liberdade, salvo se por outro motivo dever ser mantido na priso. HABEAS CORPUS PREVENTIVO Quando o habeas corpus concedido apenas diante de uma ameaa liberdade de locomoo, diz-se ser ele preventivo. Nestas hipteses, o juiz expede um salvo- conduto. a expressa disposio do 4 do art. 660 do CPP, transcrito: Art. 660 [...] 4o Se a ordem de habeas corpus for concedida para evitar ameaa de violncia ou coao ilegal, dar-se- ao paciente salvo-conduto assinado pelo juiz. 1.2.2 LEGITIMIDADE Neste tpico, trataremos de quem pode impetrar um habeas corpus (IMPETRANTE - LEGITIMAO ATIVA) e contra quem este pode ser impetrado (COATOR - LEGITIMAO PASSIVA).

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LEGITIMAO ATIVA

O art. 654 do CPP nos diz:

Art. 654. O habeas corpus poder ser impetrado por qualquer pessoa, em seu favor ou de outrem, bem como pelo Ministrio Pblico. Do exposto retiramos que qualquer pessoa do povo pode, diretamente, impetrar o habeas corpus, inclusive o menor de idade, o deficiente mental, o analfabeto, o estrangeiro etc. O Ministrio Pblico tambm parte capaz, pois no pode comungar com atos que constituem claramente constrangimento ilegal. O habeas corpus independe de representao por advogado. E quanto s pessoas jurdicas? Podem elas impetrar habeas corpus?ATENO!!! AS PESSOAS JURDICAS PODEM IMPETRAR HABEAS CORPUS.

Pessoas jurdicas tambm podem impetrar habeas corpus em favor de terceiros. O que no se admite, uma vez que o remdio tutela a liberdade de locomoo, a impetrao de habeas corpus em favor de pessoa jurdica.

STJ, RHC 16.762/MT, DJ 01.02.2005 Pessoas jurdicas tambm podem impetrar habeas corpus em favor de terceiros. O que no se admite, uma vez que o remdio tutela a liberdade de locomoo, a impetrao de habeas corpus em favor de pessoa jurdica.

Com relao ao Juiz, apesar de existir divergncias doutrinrias, as bancas de PROVA adotam a literalidade do art. 654, 2 do CPP que dispe: Art. 654 [...]

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CURSO ON-LINE DIREITO PROCESSUAL PENAL TEORIA E EXERCCIOS PROFESSOR PEDRO IVO " 2 Os juzes e os tribunais tm competncia para expedir de ofcio ordem de habeas corpus, quando no curso de processo verificarem que algum sofre ou est na iminncia de sofrer coao ilegal." CAIU EM PROVA!

(CESPE/TSE/2007) O habeas corpus pode ser concedido de ofcio por juiz ou tribunal, sem que isso implique ofensa ao princpio da inrcia da jurisdio. GABARITO: CERTA

LEGITIMAO PASSIVA O coator pode tanto ser uma autoridade pblica quanto um particular. Isto porque a constituio no fala somente de abuso de poder, mas tambm do cabimento contra ilegalidade. Assim, imaginemos que Tcio interna seu pai Caio em uma clnica psiquitrica visando assumir a presidncia da empresa. Mvia, me de Tcio, inconformada com a internao, poder impetrar habeas corpus exigindo a liberao de Caio. Para finalizar, observe o julgado:

STJ, HC 35.301/RJ, DJ 13.09.2004 incabvel a internao forada de pessoa maior e capaz sem que haja justificativa proporcional e razovel para a constrio da paciente. Ainda que se reconhea o legtimo dever de cuidado e proteo dos pais em relao aos filhos, a internao compulsria de filha maior e capaz, em clnica para tratamento psiquitrico, sem que haja efetivamente diagnstico nesse sentido, configura constrangimento ilegal.

1.2.3 ADMISSIBILIDADE Bastante cobradas em concursos so as hipteses constitucionais, infraconstitucionais ou jurisprudenciais em que se admitem a impetrao do habeas corpus.

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Sobre o tema preceitua o CPP: Art. 647. Dar-se- habeas corpus sempre que algum sofrer ou se achar na iminncia de sofrer violncia ou coao ilegal na sua liberdade de ir e vir, salvo nos casos de punio disciplinar. Art. 648. A coao considerar-se- ilegal: I - quando no houver justa causa;EXEMPLO: PRISO PREVENTIVA OU TEMPORRIA DECRETADA SEM OS REQUISITOS MNIMOS ELENCADOS PELA LEI (AQUI NO ESTAMOS VERIFICANDO A JUSTIA OU INJUSTIA E SIM A ADEQUAO OU NO AO TEXTO LEGAL).

II - quando algum estiver preso por mais tempo do que determina a lei;EXEMPLO: O INDIVDUO EST PRESO PREVENTIVAMENTE H MAIS DE 10 DIAS E O INQURITO POLICIAL AINDA NO ACABOU.

III - quando quem ordenar a coao no tiver competncia para faz-lo;

EXEMPLO: PRISO DE UM PROMOTOR DE JUSTIA DETERMINADA POR UM JUIZ DE DIREITO, SEM OBSERVNCIA DO PRIVILGIO DE FORO.

IV - quando houver cessado o motivo que autorizou a coao;EXEMPLO: O INDIVIDUO TEM QUE CUMPRIR 15 ANOS DE PRISO. QUANDO COMPLETAR 15 ANOS E UM DIA PODER SER IMPETRADO HABEAS CORPUS, POIS CESSOU O MOTIVO QUE AUTORIZAVA A COAO

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CURSO ON-LINE DIREITO PROCESSUAL PENAL TEORIA E EXERCCIOS PROFESSOR PEDRO IVO V - quando no for algum admitido a prestar fiana, nos casos em que a lei a autoriza;EXEMPLO: O INDIVDUO FOI PRESO EM FLAGRANTE POR CRIME AFIANAVEL E A FIANA NO FOI ARBITRADA. NESTE CASO, O HABEAS CORPUS NO OCASIONAR A DIRETA LIBERAO, MAS O ARBITRAMENTO DA FIANA QUE SE PAGA GERAR A SOLTURA.

VI - quando o processo for manifestamente nulo;EXEMPLO: A CITAO NO OCORREU DA FORMA DEVIDA.

VII - quando extinta a punibilidade.

EXEMPLO: TCIO EST CUMPRINDO PENA POR UM DELITO QUE VEM A SER RETIRADO DO CDIGO PENAL (ABOLITIO CRIMINIS). DESTA FORMA, PODER IMPETRAR HABEAS CORPUS PARA SER SOLTO.

1.2.4 INADMISSIBILIDADE A nica restrio claramente prevista em lei est no art. 142, 2 da Constituio Federal, que dispe: Art. 142 [...] 2 - No caber "habeas-corpus" em relao a punies disciplinares militares. Faz-se importante ressaltar que segundo o entendimento majoritrio o no cabimento do habeas corpus limita-se s hipteses em que se pretenda discutir o MRITO da medida.

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CURSO ON-LINE DIREITO PROCESSUAL PENAL TEORIA E EXERCCIOS PROFESSOR PEDRO IVO Assim, no caso de punio por autoridade incompetente, nada impede o uso do remdio constitucional. Observe o interessante julgado: STF, RE 338.840/RS, DJ 19.08.2003 No caber habeas corpus em relao a punies disciplinares militares (CF/1988, art. 142, 2). Cabe ressaltar que o no cabimento do habeas corpus limita-se s hipteses em que se pretenda discutir o mrito da medida. Assim, no caso de a punio haver sido aplicada por autoridade incompetente, por exemplo, nada impede o uso do remdio constitucional.

Alm do citado caso, segundo a jurisprudncia, tambm no encontra cabimento o habeas corpus: Contra deciso condenatria pena de multa ou relativo a processo em curso por infrao penal a que a pena pecuniria seja a nica cominada (STF, Smula 693).OBSERVAO COMO VIMOS, O HABEAS CORPUS VISA ATINGIR ASPECTOS RELACIONADOS COM A LIBERDADE DE LOCOMOO. ASSIM, COMO, REGRA GERAL, NO CABVEL A PRISO POR DVIDA EM NOSSO PAS, NO H QUE SE FALAR EM HC PARA ATINGIR PENA DE MULTA

Contra ato normativo em tese (STF, HC 90.364/MG, DJ 30.11.2007).OBSERVAO PODEMOS CONCEITUAR HABEAS CORPUS CONTRA ATO NORMATIVO EM TESE COMO AQUELE QUE CONTESTA UMA DETERMINADA LEI EM ABSTRATO E NO UM CASO CONCRETO.

Quando j extinta a pena privativa de liberdade (STF, Smula 695).

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OBSERVAO: O CPP TRAZ EM SEU TEXTO UMA POSSIBILIDADE DE NO CABIMENTO DE HABEAS CORPUS:

Art. 650 [...] 2o No cabe o habeas corpus contra a priso administrativa, atual ou iminente, dos responsveis por dinheiro ou valor pertencente Fazenda Pblica, alcanados ou omissos em fazer o seu recolhimento nos prazos legais, salvo se o pedido for acompanhado de prova de quitao ou de depsito do alcance verificado, ou se a priso exceder o prazo legal.

Entretanto, como voc j sabe, a priso administrativa no foi recepcionada pela nossa Constituio Federal e, consequentemente, caso ocorra, ser cabvel habeas corpus com base na ausncia de justa causa. ATENAO PARA NO CAIR EM PEGADINHA DA BANCA!!!

1.2.5 FORMALIDADES DO HABEAS CORPUS O habeas corpus tem por intuito exigir o menor nmero de formalidades possveis podendo ser, por exemplo, solicitado at mesmo em um pedao de papel de po. Hoje j aceita a impetrao por telegrama, radiograma, telex e at esporadicamente, por telefone. No obstante, visando obter informaes mnimas necessrias, o CPP traz em seu texto: Art. 654 [...] 1o A petio de habeas corpus conter: a) o nome da pessoa que sofre ou est ameaada de sofrer violncia ou coao e o de quem exercer a violncia, coao ou ameaa; b) a declarao da espcie de constrangimento ou, em caso de simples ameaa de coao, as razes em que funda o seu temor; c) a assinatura do impetrante, ou de algum a seu rogo, quando no souber ou no puder escrever, e a designao das

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CURSO ON-LINE DIREITO PROCESSUAL PENAL TEORIA E EXERCCIOS PROFESSOR PEDRO IVO respectivas residncias. (OU ELEMENTO CAPAZ DE IDENTIFICAR O IMPETRANTE NO CASO DE TELEFONE, TELEGRAMA ETC.)

Do exposto, podemos resumir que o pedido de habeas corpus ter:1NOME DE QUEM SOFRE A COAO. 1 ME UE OF RE OA O. 2NOME DE QUEM EXERCE A COAO. 2 ME UE XE RC OA O. 3DEMONSTRAO DA ILEGALIDADE (CONSTRANGIMENTO OU AMEAA). 3 MO NS A DA LE GA LI DA DE (C NS GI ME NT ME A A). 4ASSINATURA NO SE ADMITE QUE A PETIO DO HABEAS CORPUS SEJA ET I AS OR US EJ 4 SS IN AT MI TE UE APCRIFA [ANNIMA]. C RI FA [A I MA]. N

1.2.6 COMPETNCIA Para a definio da competncia para julgar o habeas corpus, devemos observar o disposto no Cdigo de Processo Penal: Art. 650 [...] 1o A competncia do juiz cessar sempre que a violncia ou coao provier de autoridade judiciria de igual ou superior jurisdio. Do exposto, podemos resumir que a regra bsica : sempre a autoridade hierarquicamente superior quela que determinou o ato (autoridade coatora), contra o qual se impetra o HC, que julga a ao. Outro ponto importante a se observar que por ato se entende mandar e no executar. Assim, se, por exemplo, o juiz mandar prender e o delegado executar a priso, a autoridade coatora o juiz e no o delegado, pois aquele que DETERMINOU a execuo do ato. Se o Tribunal julgar o HC e denegar a ordem (julgar improcedente o pedido), o Tribunal vira a autoridade coatora e o juiz deixa de s-la. Esquematizando:

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CURSO ON-LINE DIREITO PROCESSUAL PENAL TEORIA E EXERCCIOS PROFESSOR PEDRO IVO Tribunal competente Hipteses previstas na Constituio Federal Quando forem pacientes o Presidente, o Vice-Presidente, os Membros do Congresso Nacional, os Ministros de Estado, o Procurador-Geral da Repblica, os Comandantes da Marinha, do Exrcito e da Aeronutica, os membros dos Tribunais superiores, os membros do TCU e os chefes de misso diplomtica permanente (CF/1988, art. 102, I, d).

STF

Quando forem coatores ou pacientes autoridades ou funcionrios cujos atos estejam sujeitos diretamente sua jurisdio (CF/1988, art. 102, I, i). Quando forem coatores Tribunais Superiores (CF/1988, art. 102, I, i). Quando se tratar de crime sujeito sua jurisdio, em uma nica instncia (CF/1988, art. 102, I, i). Quando forem coatores ou pacientes os Governadores dos Estados e do DF, os Desembargadores dos TJs, os membros dos Tribunais de Contas dos Estados e do DF, os TRFs, TREs e TRTs, os membros dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municpios e os do MPU que oficiarem perante Tribunais (CF/1988, art. 105, I, c).

STJ Quando o coator for Tribunal sujeito sua jurisdio, Ministro de Estado ou Comandante da Marinha, do Exrcito ou da Aeronutica, ressalvada a competncia da Justia Eleitoral (CF/1988, art. 105, I, c). Quando a autoridade coatora for juiz federal (CF/1988, art. 108, I, d). Quando se tratar de matria criminal de sua competncia ou quando o constrangimento provier de autoridade cujos atos no estejam diretamente sujeitos a outra jurisdio federal (CF/1988, art. 109, VII). Quando o ato questionado envolver matria sujeita sua jurisdio (CF/1988, art. 114, IV).

TRF

Juzes Federais Justia do Trabalho

1.2.7 PROCEDIMENTO

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CURSO ON-LINE DIREITO PROCESSUAL PENAL TEORIA E EXERCCIOS PROFESSOR PEDRO IVO 1 Aps receber a petio, o Magistrado, julgando necessrio, designar hora, dia e lugar para a apresentao do preso: Art. 656. Recebida a petio de habeas corpus, o juiz, se julgar necessrio, e estiver preso o paciente, mandar que este Ihe seja imediatamente apresentado em dia e hora que designar. 2 O paciente s no ser apresentado em situaes excepcionais definidas no CPP: Art. 657. Se o paciente estiver preso, nenhum motivo escusar a sua apresentao, salvo: I - grave enfermidade do paciente; Il - no estar ele sob a guarda da pessoa a quem se atribui a deteno; III - se o comparecimento no tiver sido determinado pelo juiz ou pelo tribunal. 3 Na hiptese de no comparecimento por motivo de doena, o Magistrado poder ir ao local do preso: Art. 657 [...] Pargrafo nico. O juiz poder ir ao local em que o paciente se encontrar, se este no puder ser apresentado por motivo de doena. 4 Em seguida, o Juiz determinar as diligncias que ainda achar necessrias, realizar o interrogatrio do paciente e ter um prazo de 24 horas para decidir sobre o habeas corpus: Art. 660. Efetuadas as diligncias, e interrogado o paciente, o juiz decidir, fundamentadamente, dentro de 24 (vinte e quatro) horas. 5 Se a deciso for favorvel, estamos tratando do habeas corpus liberatrio, que implica na soltura do paciente, SALVO se por outro motivo deve ser mantido preso.

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CURSO ON-LINE DIREITO PROCESSUAL PENAL TEORIA E EXERCCIOS PROFESSOR PEDRO IVO Caro aluno, cuidado com este SALVO do Art. 660. Se a banca perguntar: A deciso favorvel do habeas corpus necessariamente implicar na libertao do acusado (CERTO/ERRADO) Obviamente a alternativa est ERRADA, pois pode haver algum outro motivo que enseje a permanncia da priso. Art. 660 [...] 1o Se a deciso for favorvel ao paciente, ser logo posto em liberdade, salvo se por outro motivo dever ser mantido na priso. 6 Se o habeas corpus visa anulao de um processo (conforme j tratamos), este ser renovado a partir do momento em que se verificou o vcio: Art. 652. Se o habeas corpus for concedido em virtude de nulidade do processo, este ser renovado. 1.2.7 REITERAO DO PEDIDO DE HABEAS CORPUS Entende a jurisprudncia ser cabvel a reiterao do pedido de habeas corpus, desde que os fundamentos apresentados no sejam os mesmos. Observe o exemplo extrado de um julgado do STJ:

STJ, HC 92.934/RS, DJ 08.09.2008 J tendo sido objeto de debate a alegao de ausncia de fundamentos e de justa causa para a decretao e manuteno da priso preventiva, no merece o conhecimento writ nesse mesmo ponto, visto que evidente a reiterao .

1.2.7 HABEAS CORPUS E DECURSO DO PRAZO Sabemos que no direito penal e no processual penal, regra geral, temos prazos prescricionais/decadenciais previstos para as mais diversas situaes. Toa, conforme se depreende do julgado abaixo, o habeas corpus excepciona esta regra. Veja:

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STF, HC 88.672/SP, DJ 18.05.2007 O habeas corpus no sofre qualquer peia, sendo-lhe estranhos os institutos da prescrio, da decadncia e da precluso ante o fator tempo.

Caro(a) Aluno(a), Mais um passo dado rumo a to sonhada aprovao. Agora hora de consolidar os conceitos com os exerccios e seguir em frente com fora total, pois falta apenas uma aula para voc concretizar mais uma importante vitria nesta fase de estudos. Lembre-se sempre que o seu sucesso s depende de voc!!! Abraos e bons estudos, Pedro Ivo

A vida uma pea de teatro que no permite ensaios. Por isso, cante, chore, dance, ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a pea termine sem aplausos. Charles Chaplin

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PRINCIPAIS ARTIGOS TRATADOS NA AULADAS CITAES

Art. 351. A citao inicial far-se- por mandado, quando o ru estiver no territrio sujeito jurisdio do juiz que a houver ordenado. Art. 352. O mandado de citao indicar: I - o nome do juiz; II - o nome do querelante nas aes iniciadas por queixa; III - o nome do ru, ou, se for desconhecido, os seus sinais caractersticos; IV - a residncia do ru, se for conhecida; V - o fim para que feita a citao; VI - o juzo e o lugar, o dia e a hora em que o ru dever comparecer; VII - a subscrio do escrivo e a rubrica do juiz. Art. 353. Quando o ru estiver fora do territrio da jurisdio do juiz processante, ser citado mediante precatria. Art. 354. A precatria indicar: I - o juiz deprecado e o juiz deprecante; II - a sede da jurisdio de um e de outro; Ill - o fim para que feita a citao, com todas as especificaes; IV - o juzo do lugar, o dia e a hora em que o ru dever comparecer. Art. 355. A precatria ser devolvida ao juiz deprecante, independentemente de traslado, depois de lanado o "cumpra-se" e de feita a citao por mandado do juiz deprecado. 1o Verificado que o ru se encontra em territrio sujeito jurisdio de outro juiz, a este remeter o juiz deprecado os autos para efetivao da diligncia, desde que haja tempo para fazer-se a citao. 2o Certificado pelo oficial de justia que o ru se oculta para no ser citado, a precatria ser imediatamente devolvida, para o fim previsto no art. 362. Art. 356. Se houver urgncia, a precatria, que conter em resumo os requisitos enumerados no art. 354, poder ser expedida por via telegrfica, depois de reconhecida a firma do juiz, o que a estao expedidora mencionar. Art. 357. So requisitos da citao por mandado: I - leitura do mandado ao citando pelo oficial e entrega da contraf, na qual se mencionaro dia e hora da citao; II - declarao do oficial, na certido, da entrega da contraf, e sua aceitao ou recusa.

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CURSO ON-LINE DIREITO PROCESSUAL PENAL TEORIA E EXERCCIOS PROFESSOR PEDRO IVOArt. 358. A citao do militar far-se- por intermdio do chefe do respectivo servio. Art. 359. O dia designado para funcionrio pblico comparecer em juzo, como acusado, ser notificado assim a ele como ao chefe de sua repartio. Art. 360. Se o ru estiver preso, ser pessoalmente citado. Art. 361. Se o ru no for encontrado, ser citado por edital, com o prazo de 15 (quinze) dias. Art. 362. Verificando que o ru se oculta para no ser citado, o oficial de justia certificar a ocorrncia e proceder citao com hora certa, na forma estabelecida nos arts. 227 a 229 da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Cdigo de Processo Civil. Pargrafo nico. Completada a citao com hora certa, se o acusado no comparecer, serlhe- nomeado defensor dativo. Art. 363. O processo ter completada a sua formao quando realizada a citao do acusado. 1o No sendo encontrado o acusado, ser procedida a citao por edital. 4o Comparecendo o acusado citado por edital, em qualquer tempo, o processo observar o disposto nos arts. 394 e seguintes deste Cdigo. Art. 365. O edital de citao indicar: I - o nome do juiz que a determinar; II - o nome do ru, ou, se no for conhecido, os seus sinais caractersticos, bem como sua residncia e profisso, se constarem do processo; III - o fim para que feita a citao; IV - o juzo e o dia, a hora e o lugar em que o ru dever comparecer; V - o prazo, que ser contado do dia da publicao do edital na imprensa, se houver, ou da sua afixao. Pargrafo nico. O edital ser afixado porta do edifcio onde funcionar o juzo e ser publicado pela imprensa, onde houver, devendo a afixao ser certificada pelo oficial que a tiver feito e a publicao provada por exemplar do jornal ou certido do escrivo, da qual conste a pgina do jornal com a data da publicao. Art. 366. Se o acusado, citado por edital, no comparecer, nem constituir advogado, ficaro suspensos o processo e o curso do prazo prescricional, podendo o juiz determinar a produo antecipada das provas consideradas urgentes e, se for o caso, decretar priso preventiva, nos termos do disposto no art. 312. Art. 367. O processo seguir sem a presena do acusado que, citado ou intimado pessoalmente para qualquer ato, deixar de comparecer sem motivo justificado, ou, no caso de mudana de residncia, no comunicar o novo endereo ao juzo.

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CURSO ON-LINE DIREITO PROCESSUAL PENAL TEORIA E EXERCCIOS PROFESSOR PEDRO IVOArt. 368. Estando o acusado no estrangeiro, em lugar sabido, ser citado mediante carta rogatria, suspendendo-se o curso do prazo de prescrio at o seu cumprimento. Art. 369. As citaes que houverem de ser feitas em legaes estrangeiras sero efetuadas mediante carta rogatria. DAS INTIMAES Art. 370. Nas intimaes dos acusados, das testemunhas e demais pessoas que devam tomar conhecimento de qualquer ato, ser observado, no que for aplicvel, o disposto no Captulo anterior. 1o A intimao do defensor constitudo, do advogado do querelante e do assistente far-se por publicao no rgo incumbido da publicidade dos atos judiciais da comarca, incluindo, sob pena de nulidade, o nome do acusado. 2o Caso no haja rgo de

publicao dos atos judiciais na comarca, a intimao far-se- diretamente pelo escrivo, por mandado, ou via postal com comprovante de recebimento, ou por qualquer outro meio idneo. 3o A intimao pessoal, feita pelo escrivo, dispensar a aplicao a que alude o 1o. 4o A intimao do Ministrio Pblico e do defensor nomeado ser pessoal. Art. 371. Ser admissvel a intimao por despacho na petio em que for requerida, observado o disposto no art. 357. Art. 372. Adiada, por qualquer motivo, a instruo criminal, o juiz marcar desde logo, na presena das partes e testemunhas, dia e hora para seu prosseguimento, do que se lavrar termo nos autos.

DO HABEAS CORPUS E SEU PROCESSO

Art. 647. Dar-se- habeas corpus sempre que algum sofrer ou se achar na iminncia de sofrer violncia ou coao ilegal na sua liberdade de ir e vir, salvo nos casos de punio disciplinar. Art. 648. A coao considerar-se- ilegal: I - quando no houver justa causa; II - quando algum estiver preso por mais tempo do que determina a lei; III - quando quem ordenar a coao no tiver competncia para faz-lo; IV - quando houver cessado o motivo que autorizou a coao; V - quando no for algum admitido a prestar fiana, nos casos em que a lei a autoriza; VI - quando o processo for manifestamente nulo; VII - quando extinta a punibilidade.

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CURSO ON-LINE DIREITO PROCESSUAL PENAL TEORIA E EXERCCIOS PROFESSOR PEDRO IVOArt. 649. O juiz ou o tribunal, dentro dos limites da sua jurisdio, far passar imediatamente a ordem impetrada, nos casos em que tenha cabimento, seja qual for a autoridade coatora. Art. 654. O habeas corpus poder ser impetrado por qualquer pessoa, em seu favor ou de outrem, bem como pelo Ministrio Pblico. 1o A petio de habeas corpus conter: a) o nome da pessoa que sofre ou est ameaada de sofrer violncia ou coao e o de quem exercer a violncia, coao ou ameaa; b) a declarao da espcie de constrangimento ou, em caso de simples ameaa de coao, as razes em que funda o seu temor; c) a assinatura do impetrante, ou de algum a seu rogo, quando no souber ou no puder escrever, e a designao das respectivas residncias. 2o Os juzes e os tribunais tm competncia para expedir de ofcio ordem de habeas corpus, quando no curso de processo verificarem que algum sofre ou est na iminncia de sofrer coao ilegal. Art. 656. Recebida a petio de habeas corpus, o juiz, se julgar necessrio, e estiver preso o paciente, mandar que este Ihe seja imediatamente apresentado em dia e hora que designar. Pargrafo nico. Em caso de desobedincia, ser expedido mandado de priso contra o detentor, que ser processado na forma da lei, e o juiz providenciar para que o paciente seja tirado da priso e apresentado em juzo. Art. 657. Se o paciente estiver preso, nenhum motivo escusar a sua apresentao, salvo: I - grave enfermidade do paciente; Il - no estar ele sob a guarda da pessoa a quem se atribui a deteno; III - se o comparecimento no tiver sido determinado pelo juiz ou pelo tribunal. Pargrafo nico. O juiz poder ir ao local em que o paciente se encontrar, se este no puder ser apresentado por motivo de doena. Art. 658. O detentor declarar ordem de quem o paciente estiver preso. Art. 659. Se o juiz ou o tribunal verificar que j cessou a violncia ou coao ilegal, julgar prejudicado o pedido. Art. 660. Efetuadas as diligncias, e interrogado o paciente, o juiz decidir,

fundamentadamente, dentro de 24 (vinte e quatro) horas. 1o Se a deciso for favorvel ao paciente, ser logo posto em liberdade, salvo se por outro motivo dever ser mantido na priso.

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CURSO ON-LINE DIREITO PROCESSUAL PENAL TEORIA E EXERCCIOS PROFESSOR PEDRO IVO 2o Se os documentos que instrurem a petio evidenciarem a ilegalidade da coao, o juiz ou o tribunal ordenar que cesse imediatamente o constrangimento. 3o Se a ilegalidade decorrer do fato de no ter sido o paciente admitido a prestar fiana, o juiz arbitrar o valor desta, que poder ser prestada perante ele, remetendo, neste caso, autoridade os respectivos autos, para serem anexados aos do inqurito policial ou aos do processo judicial. 4o Se a ordem de habeas corpus for concedida para evitar ameaa de violncia ou coao ilegal, dar-se- ao paciente salvo-conduto assinado pelo juiz. 5o Ser incontinenti enviada cpia da deciso autoridade que tiver ordenado a priso ou tiver o paciente sua disposio, a fim de juntar-se aos autos do processo. 6o Quando o paciente estiver preso em lugar que no seja o da sede do juzo ou do tribunal que conceder a ordem, o alvar de soltura ser expedido pelo telgrafo, se houver, observadas as formalidades estabelecidas no art. 289, pargrafo nico, in fine, ou por via postal.

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EXERCCIOS1. (Analista Judicirio / 2008) Quanto a citao no processo penal a doutrina clssica costuma classific-la em: A) Ficta, somente; B) Real, somente; C) Ficta e Real; D) Ficta, Real e Eletrnica; E) Ficta, Real e por hora certa. GABARITO: C COMENTRIOS: A doutrina classifica a citao em dois tipos: a real, tambm chamada pessoal, e a ficta. A primeira a regra, a segunda, a exceo. 2. (TRE-GO / 2009) Acerca da citao e da intimao no processo penal, assinale a opo correta. A) Estando o ru em liberdade, uma vez intimado por sentena condenatria, comea a fluir, nessa data, o prazo para a interposio do recurso, independentemente da intimao do advogado constitudo. B) Comparecendo o oficial de justia por trs vezes na residncia do ru sem o encontrar e constatando que o ru se oculta para no ser citado, o oficial poder intimar qualquer pessoa da famlia ou, na falta desta, qualquer vizinho, cientificando-o de que no dia seguinte, voltar para efetuar a citao, marcando a hora para isso. Comparecendo na hora designada, o oficial poder dar por feita a citao, ainda que o citando no esteja em sua residncia. C) O ru que no for encontrado dever ser citado por edital, sendo imprescindvel a transcrio da denncia ou queixa ou que seja feito resumo dos fatos em que esta se baseia. D) Estando o ru em local incerto e no sabido, ser determinada a citao por edital, por prazo a ser fixado pelo juiz, entre 15 e 90 dias. GABARITO: B COMENTRIOS: Analisando as alternativas: Alternativa A Incorreta A jurisprudncia do Supremo Tribunal Federal no sentido de que o prazo para recurso do ru somente comea a correr, depois de sua

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CURSO ON-LINE DIREITO PROCESSUAL PENAL TEORIA E EXERCCIOS PROFESSOR PEDRO IVO intimao, bem como a de seu defensor, contando-se ele a partir da ltima que ocorrer. Alternativa B Correta A questo apresentada pela banca resume de forma correta a citao por hora certa. Alternativa C Incorreta Observe que o CPP no inclui dentre os requisitos a transcrio da denncia ou queixa: Art. 365. O edital de citao indicar: I - o nome do juiz que a determinar; II - o nome do ru, ou, se no for conhecido, os seus sinais caractersticos, bem como sua residncia e profisso, se constarem do processo; III - o fim para que feita a citao; IV - o juzo e o dia, a hora e o lugar em que o ru dever comparecer; V - o prazo, que ser contado do dia da publicao do edital na imprensa, se houver, ou da sua afixao. Alternativa D Incorreta Contraria o art. 361 do CPP que dispe:

Art. 361. Se o ru no for encontrado, ser citado por edital, com o prazo de 15 (quinze) dias. 3. (ANALISTA JUDICIRIO / 2007) Certificado pelo oficial de justia que o ru se oculta para no ser citado, a citao far-se-: A) por hora certa. B) por edital, com prazo de 5 dias. C) por edital com prazo de 15 dias. D) por edital com prazo de 30 dias. E) por edital com prazo de 90 dias. GABARITO: A

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CURSO ON-LINE DIREITO PROCESSUAL PENAL TEORIA E EXERCCIOS PROFESSOR PEDRO IVO COMENTRIOS: Questo fcil que exige unicamente o conhecimento do art. 362 do CPP. Observe o dispositivo legal que, por sinal, importantssimo para sua PROVA: Art. 362. Verificando que o ru se oculta para no ser citado, o oficial de justia certificar a ocorrncia e proceder citao com hora certa, na forma estabelecida nos arts. 227 a 229 da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Cdigo de Processo Civil.

4. (Analista Judicirio / 2007) Tcio est residindo na Frana, mas em endereo desconhecido. Nesse caso, a sua citao far-se- por: A) edital. B) carta rogatria. C) carta precatria. D) carta com aviso de recebimento. E) hora certa no respectivo consulado. GABARITO: A COMENTRIOS: A atual redao do artigo 368 do CPP preconiza que: Art. 368. Estando o acusado no estrangeiro, em lugar sabido, ser citado mediante carta rogatria, suspendendo-se o curso do prazo de prescrio at o seu cumprimento. (grifei) Lembra-nos Guilherme Nucci que em pases que no cumprem rogatria, a citao dever ser feita por edital, assim como nos casos em que o estrangeiro reside em local no sabido. 5. (Promotor-SP / 2009) Considere as seguintes assertivas: I. Admitem-se no processo penal a citao com hora certa e a citao por meio eletrnico. II. nula a citao por edital se este indica o dispositivo da lei penal, mas no transcreve a denncia ou queixa nem resume os fatos em que se baseia a imputao.

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CURSO ON-LINE DIREITO PROCESSUAL PENAL TEORIA E EXERCCIOS PROFESSOR PEDRO IVO III.Quando o ru estiver fora do territrio da jurisdio do juiz processante, ser citado mediante precatria. Assinale, agora, a alternativa correta. A) Somente I verdadeira. B) Somente II verdadeira. C) Somente III verdadeira. D) Somente I e II so verdadeiras. E) Somente II e III so verdadeiras. GABARITO: C COMENTRIOS: Analisando as assertivas: Assertiva I Incorreta A citao com hora certa, aps a sua insero no Cdigo de Processo Penal, plenamente aceita em nosso ordenamento jurdico. Toa, a assertiva torna-se incorreta ao dizer que admitida a citao por meio eletrnico. Assertiva II Incorreta A transcrio da denncia ou queixa e o resumo dos fatos em que se baseia a imputao, no so requisitos obrigatrios existentes no CPP. Observe:

Art. 352. O mandado de citao indicar: I - o nome do juiz; II - o nome do querelante nas aes iniciadas por queixa; III - o nome do ru, ou, se for desconhecido, os seus sinais caractersticos; IV - a residncia do ru, se for conhecida; V - o fim para que feita a citao; VI - o juzo e o lugar, o dia e a hora em que o ru dever comparecer; VII - a subscrio do escrivo e a rubrica do juiz.

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CURSO ON-LINE DIREITO PROCESSUAL PENAL TEORIA E EXERCCIOS PROFESSOR PEDRO IVO Assertiva III Penal: Correta Est de acordo com o art. 353 do Cdigo de Processo

Art. 353. Quando o ru estiver fora do territrio da jurisdio do juiz processante, ser citado mediante precatria.

6. (DP-MS / 2008) Leia as afirmaes quanto ao acusado no processo penal brasileiro. I. O acusado, na relao jurdica processual, pode ser chamado de sujeito do processo. II. O acusado possui direitos no processo penal, entre eles: de ser processado e julgado por autoridade competente, assistncia jurdica gratuita no caso de no dispor de recursos e de no ser submetido identificao criminal, quando civilmente identificado. III. O acusado ser declarado revel e ter seu processo suspenso, sempre que no seja encontrado para a citao pessoal. Est correto o contido em A) I e II, apenas. B) I e III, apenas. C) II e III, apenas. D) I, II e III. GABARITO: A COMENTRIOS: Nessa questo, as assertivas I e II no geram dvidas, pois o acusado considerado um sujeito do processo e est sujeito a diversas garantias constitucionais, conforme apresentado na assertiva II. A assertiva III, est incorreta, pois, como vimos em nossa aula, no caso em que o ru se oculta o processo seguir normalmente.

7. (Juiz Substituto / 2008) Acerca da citao do ru no processo penal, assinale a opo correta.

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CURSO ON-LINE DIREITO PROCESSUAL PENAL TEORIA E EXERCCIOS PROFESSOR PEDRO IVO A) O ru ser considerado revel se, apesar de pessoalmente citado, deixar de comparecer injustificadamente, sendo que o processo seguir sem a sua presena e haver confisso ficta. B) vlida a citao, por edital, de ru preso na mesma unidade da Federao em que o juiz exerce a sua jurisdio. C) O acusado que, citado por edital, no comparecer nem constituir advogado ter seu processo suspenso, bem como interrompido o curso do prazo prescricional, devendo o juiz determinar a produo antecipada das provas consideradas urgentes e a priso preventiva. D) A falta da citao estar sanada desde que o acusado comparea, antes de o ato consumar-se, embora declare que o faz para o nico fim de argi-la. Contudo, o juiz ordenar o adiamento do ato, quando reconhecer que a irregularidade poder prejudicar direito da parte. GABARITO: D COMENTRIOS: Analisando as alternativas: Alternativa A Incorreta correto afirmar que o processo seguir sem a presena do acusado que, citado ou intimado pessoalmente para qualquer ato, deixar de comparecer sem motivo justificado. Ocorre, entretanto, que, ao contrrio do que ocorre no processo civil, a revelia penal no implica presuno de veracidade dos fatos contidos na pea inicial acusatria. Assim, como decorrncia do princpio da verdade real, a acusao continua a ter o nus da prova em relao ao fato imputado ao ru. Alternativa B Incorreta Contraria a smula 351 do STF que dispe que nula a citao por edital de ru preso na mesma unidade da federao em que o juiz exerce a sua jurisdio. Alternativa C Incorreta Questo tpica em provas que, apesar de no apresentar grandes dificuldades, acaba confundindo candidatos bem preparados. A redao do art. 366 do CPP leciona que: Art. 366. Se o acusado, citado por edital, no comparecer, nem constituir advogado, ficaro suspensos o processo e o curso do prazo prescricional, podendo o juiz determinar a produo antecipada das provas consideradas urgentes e, se for o caso, decretar priso preventiva, nos termos do disposto no art. 312. Observe que o texto legal trata da SUSPENSO da prescrio e no na interrupo.

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Alternativa D

Correta

Reproduz o art. 570 do CPP que dispe:

Art. 570. A falta ou a nulidade da citao, da intimao ou notificao estar sanada, desde que o interessado comparea, antes de o ato consumar-se, embora declare que o faz para o nico fim de argi-la. O juiz ordenar, toa, a suspenso ou o adiamento do ato, quando reconhecer que a irregularidade poder prejudicar direito da parte. 8. (METRO-SP / 2008) A respeito das citaes, considere: I. Verificando-se que o ru se oculta para no ser citado, a citao far-se- por edital, com prazo de cinco dias. II. Se o acusado, citado por edital, no comparecer, nem constituir advogado, ser decretada a sua revelia e o processo prosseguir normalmente com a designao de defensor dativo. III. Quando incerta a pessoa que tiver de ser citada, a citao ser feita por edital com prazo de 30 dias. Est correto o que consta SOMENTE em: A) I e II. B) I e III. C) II e III. D) II. E) Todas esto incorretas. GABARITO: E COMENTRIOS: Analisando as assertivas: Assertiva I Incorreta A questo tenta confundir o candidato apresentando a antiga redao do art. 362 do Cdigo de Processo Penal. Na nova redao, inserida pela lei n 11.719/08, verificando-se que o ru se oculta para no ser citado, a citao far-se- por hora certa. Observe e relembre o importantssimo dispositivo legal:

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CURSO ON-LINE DIREITO PROCESSUAL PENAL TEORIA E EXERCCIOS PROFESSOR PEDRO IVO Art. 362. Verificando que o ru se oculta para no ser citado, o oficial de justia certificar a ocorrncia e proceder citao com hora certa, na forma estabelecida nos arts. 227 a 229 da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Cdigo de Processo Civil. Assertiva II Incorreta Mais uma vez a banca apresenta redao j revogada do cdigo de Processo Penal a fim de verificar se o candidato est atualizado. Observe: Art. 366. Se o acusado, citado por edital, no comparecer, nem constituir advogado, ficaro suspensos o processo e o curso do prazo prescricional, podendo o juiz determinar a produo antecipada das provas consideradas urgentes e, se for o caso, decretar priso preventiva, nos termos do disposto no art. 312. Assertiva III Incorreta Contraria o art. 361 do Cdigo de Processo Penal:

Art. 361. Se o ru no for encontrado, ser citado por edital, com o prazo de 15 (quinze) dias. 9. (OAB / 2007) Assinale a opo correta acerca da citao. A) So formas de citao do ru no processo penal: por mandado, por edital, por hora certa e por e-mail. B) O processo e o curso do prazo prescricional ficaro suspensos no caso do ru que, citado por edital, no comparecer ao interrogatrio nem constituir advogado. C) O processo ter completada a sua formao quando ocorrer o comparecimento do acusado. D) Nos processos penal e civil, efeito da citao vlida a interrupo da prescrio. GABARITO: B COMENTRIOS: Analisando as alternativas com base na atual legislao: Alternativa A Incorreta Est correto afirmar que so formas de citao no processo penal o mandado, o edital e por hora certa. Toa, no cabvel a citao por e-mail... Daqui a pouco vo querer citar o ru via Twitter..rsrs

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CURSO ON-LINE DIREITO PROCESSUAL PENAL TEORIA E EXERCCIOS PROFESSOR PEDRO IVO Alternativa B Correta Processo Penal. Veja: Est em total acordo com o art. 366 do Cdigo de

Art. 366. Se o acusado, citado por edital, no comparecer, nem constituir advogado, ficaro suspensos o processo e o curso do prazo prescricional, podendo o juiz determinar a produo antecipada das provas consideradas urgentes e, se for o caso, decretar priso preventiva, nos termos do disposto no art. 312. Alternativa C Incorreta Contraria o art. 363 que define que o processo ter completada a sua formao no com o comparecimento, mas sim com a citao do acusado Art. 363. O processo ter completada a sua formao quando realizada a citao do acusado. Alternativa D Incorreta interromper a prescrio. No processo penal, a citao no tem o condo de

10. (MPE-RJ / 2008) luz da sistemtica processual-penal vigente em relao s citaes e intimaes, INCORRETO afirmar que: A) quando o ru estiver fora do territrio da jurisdio do juiz processante, ser citado mediante carta precatria; B) as cartas precatrias ostentam a caracterstica de itinerantes; C) se o acusado, citado por edital, no comparecer, nem constituir advogado, ficaro suspensos o processo e o curso do prazo prescricional; D) se o ru estiver preso, ser requisitada, para sua citao, a sua apresentao em juzo, no dia e hora designados; GABARITO: D COMENTRIOS: Analisando: Alternativa A Correta Reproduz o art. 353 do CPP:

Art. 353. Quando o ru estiver fora do territrio da jurisdio do juiz processante, ser citado mediante precatria.

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CURSO ON-LINE DIREITO PROCESSUAL PENAL TEORIA E EXERCCIOS PROFESSOR PEDRO IVO Alternativa B Correta Estando o acusado em lugar conhecido, porm em territrio fora da jurisdio do juiz processante, dever ser citado por meio de carta precatria. isso o que determina o artigo 353 do CPP. Depreende-se do artigo 355, caput, do mesmo diploma legal que a citao por precatria feita, em ltima anlise, por meio de mandado, que ser expedido pelo juzo deprecado. Nesse diapaso, dever o ato preencher os requisitos intrnsecos e extrnsecos anteriormente (arts. 352 e 357, CPP), alm das formalidades especficas constantes no artigo 354, que consistem na indicao do juiz deprecado e do juiz deprecante (inciso I), da sede da jurisdio de um e de outro (inciso II), do fim para que feita a citao, com todas as especificaes (inciso III) e do juzo do lugar, do dia e da hora em que o ru dever comparecer (inciso IV). O juiz deprecante, portanto, solicita ao juiz deprecado - num ato de cooperao jurisdicional - a expedio do competente mandado de citao ao acusado que se encontre na jurisdio deste. Cumprida a precatria, ela devolvida ao juiz de origem. possvel, contudo, que o acusado no esteja mais no territrio de competncia do juiz deprecado, tendo-se mudado para outra rea de jurisdio. Nesses casos, sempre atento ao prazo mnimo de 24 horas entre a citao e a data do interrogatrio, dever o juiz deprecado encaminhar a precatria para ser cumprida pelo juiz em cujo territrio se encontra o acusado. Essa a chamada precatria itinerante, cuja previso legal encontra-se no 1 do artigo 355 do CPP: Art. 355. A precatria ser devolvida ao juiz deprecante, independentemente de traslado, depois de lanado o "cumpra-se" e de feita a citao por mandado do juiz deprecado. 1o Verificado que o ru se encontra em territrio sujeito jurisdio de outro juiz, a este remeter o juiz deprecado os autos para efetivao da diligncia, desde que haja tempo para fazer-se a citao. Alternativa C dispe: Exige do candidato o conhecimento do art. 366 do CPP que

Art. 366. Se o acusado, citado por edital, no comparecer, nem constituir advogado, ficaro suspensos o processo e o curso do prazo prescricional, podendo o juiz determinar a produo antecipada das provas consideradas urgentes e, se for o caso, decretar priso preventiva, nos termos do disposto no art. 312.

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CURSO ON-LINE DIREITO PROCESSUAL PENAL TEORIA E EXERCCIOS PROFESSOR PEDRO IVO Alternativa D Incorreta Nos termos do art. 360, se o ru estiver preso, ser ele pessoalmente citado. Esta citao ocorrer no local em que o preso est e no atravs do comparecimento do encarcerado em juzo. Art. 360. Se o ru estiver preso, ser pessoalmente citado. 11. (MPU / 2007) A respeito da citao de natureza processual penal, correto afirmar que: A) a citao do militar far-se- por intermdio do chefe do respectivo servio. B) a declarao de aceitao ou recusa da contraf no precisa constar da certido do oficial de justia. C) O funcionrio pblico ser citado atravs de ofcio enviado ao superior hierrquico. D) vlida a citao por edital de ru preso na mesma unidade da Federao em que o juiz exerce a sua jurisdio, desde que seja posteriormente interrogado. E) a citao far-se- por edital quando se verificar que o ru se oculta para no ser citado. GABARITO: A COMENTRIOS: Vamos analisar: Alternativa A Correta O artigo 358 do CPP estabelece que a citao do militar far-se- por intermdio do chefe do respectivo servio. Art. 358. A citao do militar far-se- por intermdio do chefe do respectivo servio. Alternativa B Incorreta Contraria o art. 357, II do CPP que dispe:

Art. 357. So requisitos da citao por mandado: I - leitura do mandado ao citando pelo oficial e entrega da contraf, na qual se mencionaro dia e hora da citao; II - declarao do oficial, na certido, da entrega da contraf, e sua aceitao ou recusa.

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CURSO ON-LINE DIREITO PROCESSUAL PENAL TEORIA E EXERCCIOS PROFESSOR PEDRO IVO Alternativa C mandado. Incorreta O funcionrio pblico ser citado regularmente por

Contudo, visando a evitar que a falta do mesmo traga graves danos ao servio pblico e tambm no intuito de que seu chefe superior possa substituir o funcionrio quando de sua ausncia, preceitua o artigo 359 do CPP que: Art. 359. O dia designado para funcionrio pblico comparecer em juzo, como acusado, ser notificado assim a ele como ao chefe de sua repartio. Alternativa D Incorreta Contraria a smula 351 do STF que dispe que nula a citao por edital de ru preso na mesma unidade da federao em que o juiz exerce a sua jurisdio. Alternativa E Incorreta Nos termos do art. 362 do Cdigo de Processo Penal , verificando que o ru se oculta para no ser citado, o oficial de justia certificar a ocorrncia e proceder citao com hora certa, na forma estabelecida nos arts. 227 a 229 da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Cdigo de Processo Civil. 12. (OAB-DF / 2006) Em relao citao penal, correto afirmar: A) o ru que estiver preso no mesmo Estado em que o Juiz exerce a Jurisdio no pode ser citado por edital; B) Estando o acusado no estrangeiro, em lugar sabido, ser citado mediante carta precatria, suspendendo-se o curso do prazo de prescrio at o seu cumprimento. C) Embora no haja previso no CPP, por analogia ao Cdigo de Processo Civil, cabe ao Processo Penal a citao com hora certa; D) O dia designado para funcionrio pblico comparecer em juzo, como acusado, ser notificado somente ao chefe de sua repartio. GABARITO: A COMENTRIOS: Analisando: Alternativa A Correta Mais uma questo que exige do candidato o conhecimento da smula 351 do STF ( nula a citao por edital de ru preso na mesma unidade da federao em que o juiz exerce a sua jurisdio). Alternativa B Incorreta precatria. Veja: Conforme o art. 368, trata-se de carta rogatria, e no

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Art. 368. Estando o acusado no estrangeiro, em lugar sabido, ser citado mediante carta rogatria, suspendendo-se o curso do prazo de prescrio at o seu cumprimento. Alternativa C Incorreta A possibilidade da citao por hora certa encontra-se expressamente prevista no art. 362 do CPP: Art. 362. Verificando que o ru se oculta para no ser citado, o oficial de justia certificar a ocorrncia e proceder citao com hora certa, na forma estabelecida nos arts. 227 a 229 da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Cdigo de Processo Civil. Alternativa D Incorreta O dia designado para funcionrio pblico comparecer em juzo, como acusado, ser notificado assim a ele como ao chefe de sua repartio. Art. 359. O dia designado para funcionrio pblico comparecer em juzo, como acusado, ser notificado assim a ele como ao chefe de sua repartio. 13. (TJ-SP / Escrevente Tcnico Judicirio / 2007) Todo mandado de citao necessariamente contm: I nome completo do ru; II subscrio do escrivo e a rubrica do juiz; III finalidade. Est correto o contido em: A) III, apenas. B) I e II, apenas. C) I e III, apenas. D) II e III, apenas. E) I, II e III. GABARITO: D

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CURSO ON-LINE DIREITO PROCESSUAL PENAL TEORIA E EXERCCIOS PROFESSOR PEDRO IVO COMENTRIOS: Essa questo exige do candidato o conhecimento do art. 352 do Cdigo de Processo Penal que dispe: Art. 352. O mandado de citao indicar: I - o nome do juiz; II - o nome do querelante nas aes iniciadas por queixa; III - o nome do ru, ou, se for desconhecido, os seus sinais caractersticos; IV - a residncia do ru, se for conhecida; V - o fim para que feita a citao; VI - o juzo e o lugar, o dia e a hora em que o ru dever comparecer; VII - a subscrio do escrivo e a rubrica do juiz. Observe que no h obrigatoriedade do nome completo do ru, pois, se for desconhecido, poder ser substitudo por seus sinais caractersticos. 14. (TJ-MG / Tcnico Judicirio / 2008 - Adaptada) A precatria indicar, EXCETO: A) O juiz deprecado e o juiz deprecante. B) A sede da jurisdio de um e de outro. C) O fim para que feita a citao, com todas as especificaes. D) O juzo do lugar, o dia e a hora em que o ru dever comparecer. E) A data marcada para a devoluo. GABARITO: E COMENTRIOS: Essa questo exige do candidato o conhecimento do art. 354 que dispe: Art. 354. A precatria indicar: I - o juiz deprecado e o juiz deprecante;(ALTERNATIVA A) II - a sede da jurisdio de um e de outro; (ALTERNATIVA B) Ill - o fim para que feita a citao, com todas as especificaes; (ALTERNATIVA C)

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CURSO ON-LINE DIREITO PROCESSUAL PENAL TEORIA E EXERCCIOS PROFESSOR PEDRO IVO IV - o juzo do lugar, o dia e a hora em que o ru dever comparecer. (ALTERNATIVA D) 15. (TJ-SC / Oficial de Justia / 2003) Conforme o Cdigo de Processo Penal, se o oficial de justia certificar, aps suas diligncias, que o ru encontra-se em lugar incerto e no sabido, a citao ser realizada por edital. Nesse caso: A) ser sempre obrigatria a decretao da priso preventiva do ru. B) o juiz determinar a suspenso do processo e do prazo de prescrio, se o ru no comparecer nem constituir defensor para defend-lo nos autos. C) o processo ter prosseguimento revelia do ru. D) suspendendo o processo, o juiz no poder inquirir nenhuma testemunha enquanto o ru estiver desaparecido. E) N.R.A. GABARITO: B COMENTRIOS: A questo exige do candidato o conhecimento do art. 366 do CPP que dispe: Art. 366. Se o acusado, citado por edital, no comparecer, nem constituir advogado, ficaro suspensos o processo e o curso do prazo prescricional, podendo o juiz determinar a produo antecipada das provas consideradas urgentes e, se for o caso, decretar priso preventiva, nos termos do disposto no art. 312. 16. (TJ-SP / Oficial de Justia / 1999 - Adaptada) Verificando que o ru se oculta para no ser citado, a citao far-se- com o prazo de: A) 5 (cinco) dias. B) 10 (dez) dias. C) 15 (quinze) dias. D) 30 (trinta) dias. E) N.R.A GABARITO: E COMENTRIOS: Na atual legislao, para os casos em que o ru se oculta para no ser citado, dever ser aplicada a citao por hora certa.

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17. (TJ-SP / Oficial de Justia / 1999) Verificando que o ru no foi encontrado, far-se- a citao com o prazo de: A) 05 (cinco) dias. B) 10 (dez) dias. C) 15 (quinze) dias. D) 30 (trinta) dias. E) 45 (quarenta e cinco) dias. GABARITO: C COMENTRIOS: A questo exige o conhecimento do art. 361 do Cdigo de Processo Penal. Art. 361. Se o ru no for encontrado, ser citado por edital, com o prazo de 15 (quinze) dias. 18. (TJ-SP / Oficial de Justia / 1999) O edital de citao no indicar necessariamente o: A) nome do juiz que a determinar. B) nome do ru, bem como sua residncia e profisso. C) fim para que feita a citao. D) juzo, o dia, a hora e o lugar em que o ru dever comparecer. E) prazo, que ser contado do dia da publicao do edital na imprensa, se houver, ou da sua afixao porta do edifcio onde funcionar o juzo. GABARITO: B COMENTRIOS: De acordo com o Cdigo de Processo Penal, em seu art. 365, o edital de citao indicar: O NOME DO JUIZ QUE A DETERMINAR; O NOME DO RU, OU, SE NO FOR CONHECIDO, OS SEUS SINAIS CARACTERSTICOS, BEM COMO SUA RESIDNCIA E PROFISSO, SE CONSTAREM DO PROCESSO; O FIM PARA QUE FEITA A CITAO;

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CURSO ON-LINE DIREITO PROCESSUAL PENAL TEORIA E EXERCCIOS PROFESSOR PEDRO IVO O JUZO E O DIA, A HORA E O LUGAR EM QUE O RU DEVER COMPARECER; O PRAZO, QUE SER CONTADO DO DIA DA PUBLICAO DO EDITAL NA IMPRENSA, SE HOUVER, OU DA SUA AFIXAO.

Perceba que o nome do ru, caso no seja conhecido, no precisar ser indicado. 19. (TJ-SP / Oficial de Justia / 1999) O edital de citao deve indicar: A) Um resumo da denncia. B) Um resumo da queixa. C) O nome do condutor no caso de flagrante. D) O fim para que feita a citao. E) O nome do membro do Ministrio Pblico que proferir a acusao. GABARITO: D COMENTRIOS: Conforme o art. 365 do CPP: Art. 365. O edital de citao indicar: I - o nome do juiz que a determinar; II - o nome do ru, ou, se no for conhecido, os seus sinais caractersticos, bem como sua residncia e profisso, se constarem do processo; III - o fim para que feita a citao; IV - o juzo e o dia, a hora e o lugar em que o ru dever comparecer; V - o prazo, que ser contado do dia da publicao do edital na imprensa, se houver, ou da sua afixao. (grifei)

20. (TJ-SP / Oficial de Justia / 1999) Estando o acusado no estrangeiro, em lugar no sabido, ser citado mediante: A) carta rogatria. B) carta de ordem. C) carta precatria.

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CURSO ON-LINE DIREITO PROCESSUAL PENAL TEORIA E EXERCCIOS PROFESSOR PEDRO IVO D) via diplomtica. E) edital. GABARITO: E COMENTRIOS: Esta questo traz uma pegadinha tpica em provas. Nos termos do art. 368, a rogatria s cabvel quando o estrangeiro reside em local SABIDO. Caso desconhecido o endereo, a citao ser realizada atravs de edital. 21. (TJ-PE / Oficial de Justia / 2006) As citaes que houverem de ser feitas em legaes estrangeiras sero efetuadas mediante: A) Carta precatria; B) Carta rogatria; C) Edital; D) Mandado; E) N.R.A GABARITO: B COMENTRIOS: A questo exige o conhecimento do art. 369 do CPP que dispe: Art. 369. As citaes que houverem de ser feitas em legaes estrangeiras sero efetuadas mediante carta rogatria.(grifei) 22. (PC-RR / 2004) Quando se destina a afastar constrangimento ilegal liberdade de locomoo j existente, o habeas corpus denominado de liberatrio ou repressivo. GABARITO: CERTA COMENTRIOS: O habeas corpus pode ser das seguintes espcies: 1. Liberatrio Tambm chamado de repressivo, destinado a afastar constrangimento ilegal liberdade de locomoo j existente. Consubstanciase numa ordem expedida pelo juiz ou Tribunal competente, determinando a imediata cessao do constrangimento. Neste caso, concedida a ordem, ser expedido o alvar de soltura.

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CURSO ON-LINE DIREITO PROCESSUAL PENAL TEORIA E EXERCCIOS PROFESSOR PEDRO IVO 2. Preventivo: Tem por fim proteger o indivduo contra constrangimento ilegal que esteja na iminncia de sofrer. 23. (INSS / 2009) Admite-se impetrao de habeas corpus contra um hospital particular que prive um paciente do seu direito de liberdade de locomoo. GABARITO: CERTA COMENTRIOS: O habeas corpus deve ser impetrado contra aquele que exerce a violncia, coao ou ameaa (art. 654, 1, a). Normalmente, trata-se de autoridade pblica. Toa, tambm se admite a possibilidade de impetrao contra ato de particular. 24. (Analista Judicirio / 2008) O habeas corpus est sujeito