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1 2 Aula 15 – JIT (Just-in-Time) – Parte 2 PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS DE ARMAZÉNS Os estoques têm sido utilizados para evitar descontinuidades do processo produtivo, diante de problemas de produção que podem ser classificados principalmente em três grandes grupos: 1. Problemas de Qualidade: Quando alguns estágios da produção apresentam problemas de qualidade, gerando refugo de forma incerta, o estoque, colocado entre estes estágios e os posteriores, permite que estes últimos possam trabalhar continuamente. 3 Aula 15 – JIT (Just-in-Time) – Parte 2 PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS DE ARMAZÉNS 2. Problemas de Quebra de Máquina: Quando uma máquina paralisar por motivo de manutenção, os estágios posteriores que são alimentados por essa máquina teriam que parar caso não houvesse estoque suficiente para que o fluxo de produção continuasse até que a máquina fosse reparada. 4 Aula 15 – JIT (Just-in-Time) – Parte 2 PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS DE ARMAZÉNS 3. Problemas de Preparação de Máquina: Quando uma máquina processa mais de um componente ou item, é necessário preparar a máquina a cada mudança, de componente a ser processado, também conhecido como Set-up. Esta preparação representa custo referente ao tempo inoperante do equipamento, à mão-de-obra requerida na operação de preparação, a perda de material no início da operação, à perda do final da produção, entre outros. 5 Aula 15 – JIT (Just-in-Time) – Parte 2 PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS DE ARMAZÉNS Como se vê, o estoque funciona como um investimento necessário quando problemas como os citados estão presentes no processo produtivo. O objetivo da filosofia JIT é reduzir os estoques, de modo que os problemas fiquem visíveis e possam ser eliminados através de esforços concentrados e priorizados. À medida que estes problemas vão sendo eliminados, reduzem-se mais e mais os estoques, localizando-se e atacando-se novos problemas “escondidos”. FH 6 Aula 15 – JIT (Just-in-Time) – Parte 2 PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS DE ARMAZÉNS O Uso do Jit: Melhoria Contínua e Fim aos Desperdícios. Alguns autores definem a filosofia jit como um sistema de manufatura cujo objetivo é otimizar os processos e procedimentos através da redução contínua dos desperdícios:

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PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS DE ARMAZÉNS

Os estoques têm sido utilizados para evitar descontinuidades do processo produtivo, diante de problemas de produção que podem ser classificados principalmente em três grandes grupos:1. Problemas de Qualidade: Quando alguns estágios da produção apresentam problemas de qualidade, gerando refugo de forma incerta, o estoque, colocado entre estes estágios e os posteriores, permite que estes últimos possam trabalhar continuamente.

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2. Problemas de Quebra de Máquina: Quando uma máquina paralisar por motivo de manutenção, os estágios posteriores que são alimentados por essa máquina teriam que parar caso não houvesse estoque suficiente para que o fluxo de produção continuasse até que a máquina fosse reparada.

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PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS DE ARMAZÉNS

3. Problemas de Preparação de Máquina:Quando uma máquina processa mais de um componente ou item, é necessário preparar a máquina a cada mudança, de componente a ser processado, também conhecido como Set-up. Esta preparação representa custo referente ao tempo inoperante do equipamento, à mão-de-obra requerida na operação de preparação, a perda de material no início da operação, à perda do final da produção, entre outros.

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Como se vê, o estoque funciona como um investimento necessário quando problemas como os citados estão presentes no processo produtivo.O objetivo da filosofia JIT é reduzir os estoques, de modo que os problemas fiquem visíveis e possam ser eliminados através de esforços concentrados e priorizados.À medida que estes problemas vão sendo eliminados, reduzem-se mais e mais os estoques, localizando-se e atacando-se novos problemas “escondidos”. FH

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O Uso do Jit: Melhoria Contínua e Fim aos Desperdícios.Alguns autores definem a filosofia jit como um sistema de manufatura cujo objetivo é otimizar os processos e procedimentos através da redução contínua dos desperdícios:

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O Uso do Jit: Melhoria Contínua e Fim aos Desperdícios.1. Desperdício de Superprodução : O JIT considera um desperdício o hábito de produzir antecipadamente à demanda, para o caso de os produtos serem requisitados no futuro. A produção antecipada, isto é, maior do que o necessário provém em geral, de problemas e restrições do processo produtivo, tais como altos tempos de preparação de máquinas, induzindo a produção de grandes lotes, problemas de qualidade entre outros. 8

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2. Desperdício de Espera : Este desperdício refere-se ao material que está esperando para ser processado, formando filas que visam garantir altas taxas de utilização dos equipamentos. A filosofia JIT coloca a ênfase no fluxo de materiais e não nas altas taxas de utilização dos equipamentos.

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3. Desperdício de Transporte : a atividade de transporte e movimentação de materiais não agrega valor ao produto produzido e é necessária devido a restrições do processo e das instalações. Encaradas como atividades que desperdiçam tempo e recursos, as atividades de movimentação devem ser reduzidas ao máximo através de um arranjo físico adequado (Lay-out).

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4. Desperdício de Processamento: No próprio processo produtivo pode estar havendo desperdícios que podem ser eliminados. Deve-se questionar, por exemplo, por que determinado item ou componente deve ser feito? Qual sua função no produto? Por que esta etapa do processo é necessária? Qualquer elemento que adicione custo ao produto e não valor é candidato à investigação e eliminação.

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5. Desperdício de Movimentos : os desperdícios de movimento estão presentes nas mais variadas operações que se executam na fábrica. A filosofia JIT adota as metodologias de estudo de métodos e estudo de trabalho, visando alcançar economia e consistência nos movimentos. A economia dos movimentos aumenta a produtividade e reduz os tempos associados ao processo produtivo. Uma saída adotada freqüentemente é a automação, porém deve-se tomar o cuidado de aprimorar os movimentos, caso contrário corre-se o risco de automatizar o desperdício. 12

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6. Desperdício de Produzir Produtos Defeituosos : Problemas de qualidade geram os maiores desperdícios no processo. Produzir produtos defeituosos significa desperdício de materiais, mão-de-obra, e equipamentos. O tempo de se produzir um produto defeituoso é o mesmo de se produzir um produto com qualidade. As causas geradoras de defeitos devem ser identificadas e eliminadas na origem, de modo que operações subseqüentes não processem peças defeituosas das operações anteriores.

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7. desperdícios de estoque : os estoques, como já foi comentado, além de ocultarem outros tipos de desperdícios, significam desperdício de investimento e espaço.As metas colocadas pelo JIT são nada menos que:

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a. Zero defeitos;b. Tempo zero de preparação ;c. Estoques zero ;d. Movimentação zero ;e. Quebra zero ;f. Lead time zero ;g. Lote unitário ;

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Meios Necessários para Mudar para o Just-in-TimeDas regras anteriormente indicadas, decorre uma série de ações a tomar, numa primeira fase, para começar a preparar a empresa para a implementação desta técnica de gestão. A saber:

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Meios Necessários para Mudar para o Just-in-Timea. Simplificar e Otimizar: Antes de sequer começar a pensar em implementar um tipo de gestão Just-in-time na empresa, é necessário repensar toda a produção de modo a responder eficazmente aos pedidos dos clientes. A nova arrumação e lay-out da fábrica deverá ser flexível, responder a altos padrões de qualidade, evitar tempos de espera e responder rapidamente a alterações na produção.

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b. Formar os Recursos Humanos: Este ponto é freqüentemente esquecido mas é essencial para que a implementação do Just-in-time na empresa se faça com eficácia. A idéia é a de ensinar o pessoal a funcionar segundo novos moldes, com novos objetivos e segundo novas regras. A motivação só se consegue se for efetuado um trabalho com todos.

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c. Colaborar com os Fornecedores: Os fornecedores são sempre uma peça chave no desempenho da empresa. No caso do Just-in-time , a sua atuação é crítica. É preciso estabelecer novas relações com eles para que possam colocar as quantidades necessárias de matérias-primas ou produtos semi-acabados, com elevada qualidade, na altura certa. A relação com os fornecedores passará a assentar mais numa parceria que numa simples compra e venda.

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c. Colaborar com os Fornecedores: Só com o apoio destes é que se consegue uma passagem para o Just-in-time eficaz. É vantajoso para a empresa explicar o seu processo e os seus objetivos aos fornecedores para que estes possam colaborar com ela. É também mais fácil tratar com um número menos extenso de fornecedores.

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d. Colaborar com os Clientes: Também é útil que os clientes possam colaborar com a empresa que funciona no regime de Just-in-time . A empresa pode pedir-lhes, por exemplo, ajuda de forma a estabilizar a carga da produção, combinando com eles um programa de entregas. Além disso, é sempre vantajoso para a empresa fazer passar a mensagem aos clientes do aumento de qualidade conseguido.

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e. Conceber a Orodução em Novos Moldes: Funcionar em Just-in-time represente para a empresa uma alteração profunda das suas práticas. Toda a organização da empresa deve assim ser modificada para responder mais eficazmente. A disposição funcional das atividades deve ser substituída por linhas de produtos, todo o trabalho de gestão de estoques de produtos finais ou intermédios deixa de fazer sentido, podendo a empresa colocar estes funcionários a fazer outras tarefas, etc.

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Meios Necessários para Mudar para o Just-in-TimeIsto se refere à três aspectos essenciais:1. A planificação deixa de ser feita em função de projeções de vendas, sempre falíveis, e passa a ser efetuada com base em encomendas firmes.2. Já só é preciso calcular as necessidades a curto prazo, sendo inútil avaliar com precisão as necessidades a longo prazo.

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Meios Necessários para Mudar para o Just-in-TimeIsto se refere à três aspectos essenciais:3. Passam a ser desnecessárias várias funções: controle de estoques, estoques intermediários, as ordens de fabricação, controle da produção, cálculo dos custos.

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Como Mudar para o Just-in-TimeHaverá sempre várias formas de uma empresa mudar a sua produção para começar a aplicar um sistema Just-in-time . Uma estratégia possível é um processo que se divide em dez passos: 1. Obter a aprovação e o apoio da gestão de topo: é necessário que os dirigentes máximos da empresa estejam conscientes do que significa mudar para o Just-in-time , em termos de custos, de benefícios e de alteração da estrutura da empresa.

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2. Elaborar um plano de implementação realista e compreensível; 3. Convencer os trabalhadores: para esse efeito é necessário dar formação, incentivar a participação de todos, nomeadamente através de círculos de qualidade, e fornecer uma liderança forte.

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4. Na linha de montagem final: estabilizar a produção para que os out-puts finais por dia sejam sempre idênticos. Para isso será necessário usar caixas ou outros contentores, com peças estandardizadas e facilmente acessíveis, segundo o sistema Kanban .

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Ponto 4 - Como Mudar para o Just-in-Time5. Nas fases intermédias: reduzir os tempos de espera e o tamanho dos lotes nas várias fases de produção de forma a que correspondam exatamente às quantidades necessárias para a fase final de produção. 6. Eliminar o inventário do armazém principal e colocá-lo junto da linha de montagem, no local onde as peças são necessárias.

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Ponto 4 - Como Mudar para o Just-in-Time7. Equilibrar os ritmos de fabricação com os ritmos de montagem final. Isto pode implicar repor algumas peças que faltem; um estoque mínimo pode assim ser necessário nesta fase.8. Prever espaço livre em todas as áreas ou secções: se houver falhas, será necessário ocupá-lo, com peças ou outras máquinas ou ferramentas, para assegurar a produção e recuperar o tempo perdido.

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9. Colaborar com os vendedores de forma a que o ritmo de entregas se identifique com o ritmo de produção. 10. Eliminar o inventário que se justificava para gerir a produção a longo prazo e as variações da produção.