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Mercado de Crédito Relacionamento com Investidores Profa. Aline Crespo

Aula 5 - Mercado de Crédito

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Mercado de Crédito

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Mercado de Crédito

Relacionamento com Investidores

Profa. Aline Crespo

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Generalidades do mercado de crédito bancário

• O mercado de crédito visa, fundamentalmente, suprir as necessidades de caixa dos vários agentes econômicos, seja por meio da concessão de créditos às pessoas físicas, seja por meio de empréstimos e financiamento às pessoas jurídicas.

• As operações no mercado de crédito, seja pessoa física seja jurídica, podem ocorrer em razão de distintas motivações e, por isso, têm diferentes prazos de realização, taxas e riscos, aspectos muito relacionados e que dividem o mercado de crédito de acordo com essas características.

• As pessoas físicas e jurídicas que precisam de crédito no curto e médio prazo devem recorrer ao mercado de crédito bancário.

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Mercado de Crédito Bancário • O crédito bancário pode ser organizado da

seguinte forma: • Pessoas físicas: Cheque especial Crédito pessoal Cartão de crédito Crédito consignado

• Pessoas jurídicas: Produtos para financiamento de giro Produtos para desconto e antecipação de caixa Crédito Direto ao Consunidor (CDC): Linha automotiva Eletrodomésticos (linha branca) Som e imagem (linha marrom) Cama, mesa, banho e vestuário (linha mole) Outros

CURTO PRAZO

TAXAS DE JUROS

ELEVADAS

CURTO PRAZO

TAXAS DE JUROS

ELEVADAS

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Principais operações para Pessoa Jurídica

• Desconto bancário de títulos: Operação de crédito típica do sistema bancário que

envolve principalmente duplicatas e notas promissórias.

No desconto, a instituição concede um empréstimo

mediante a garantia de um título representativo de crédito futuro.

É uma forma de antecipar o recebimento do crédito por

meio de cessão de seus direitos a um mutuante.

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• Contas Garantidas Equivalem à abertura de uma conta com um limite de crédito garantido pela

instituição bancária.

O mutuário da operação saca fundos até o limite contratado para saldar suas necessidades mais imediatas de caixa.

• Créditos Rotativos

São linhas de crédito abertas pelos bancos, que visam ao financiamento das necessidades de curto prazo (capital de giro) das empresas e são movimentadas normalmente por meio de cheques ou forma eletrônica (internet, cartão de débito ou crédito).

Constituem-se de operações próximas às contas garantidas, diferenciando-se por serem operadas normalmente com garantias de duplicatas. Por meio da entrega de duplicatas como garantia da operação, a instituição bancária abre uma linha de crédito com base em percentual calculado sobre o montante caucionado (valor nominal das duplicatas dadas em garantia).

Conforme as duplicatas vão sendo resgatadas pelos sacados, a empresa-cliente do banco (cedente) deve substituir as duplicatas por outras, de forma a manter o limite e a rotatividade do crédito concedido.

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• Hot Money Operação caracterizada por um empréstimo de curtíssimo prazo,

normalmente de um até dez dias, que as empresas tomam para suprir necessidades imediatas de recursos.

A taxa de juros fica bem próxima do CDI no dia da operação.

A transferência de recursos ao cliente pode se efetuar por meio de urna comunicação telefônica ou eletrônica (internet) e exige, como garantia, urna nota promissória ou duplicatas.

Para os clientes, o banco já pode assumir a guarda de uma nota promissória previamente assinada e avalizada com a criação de um contrato fixo de hot, evitando-se, assim, a burocracia com o trâmite de papéis.

As formas de pagamento podem ser: juros antecipado e principal no final do prazo ou juros e principal no final.

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• Capital de giro São operações que visam atender às necessidades de capital de giro de

empresas, representadas por empréstimos vinculados a um contrato, em que se estabelecem prazo, taxas, valores e as garantias exigidas.

Permitem o alongamento dos prazos de pagamento (bem acima do prazo médio de 30 dias considerado no desconto de duplicata), chegando a 90, 180 ou mais dias.

As amortizações são estabelecidas de acordo com os interesses e necessidades dos intervenientes. As garantias normalmente são representadas por duplicatas caucionadas numa proporção de 120% a 150% do valor do contrato.

Em decorrência da garantia, as taxas de juros são diminuídas. Quando a garantia é representada por aval, hipoteca ou notas promissórias, a taxa de juros é mais elevada.

As duplicatas, quando pagas, são creditadas numa conta caução, sem talão de cheques, e os valores podem ser total ou parcialmente resgatados pelo cliente, desde que se faça a reposição de mais títulos e haja aceitação do banco.

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• Vendor A empresa faz venda a prazo aos seus clientes e efetua cessão de crédito a

um banco, ou seja, vende a prazo e recebe à vista, transferindo o crédito à instituição financeira mediante determinada taxa de desconto, sendo que a empresa assume o risco de crédito de seus clientes.

O vendor é uma forma de as empresas financiarem seus compradores

através da instituição financeira.

Normalmente, as taxas de juros praticadas nesse produto são menores que as praticadas no financiamento direto. A empresa que realiza as vendas presta fiança como garantia de pagamentos dos financiamentos.

A grande vantagem para a empresa vendedora é que a base de cálculo para a cobrança de impostos, comissões e royalties, que incidem sobre o valor da nota fiscal, é menor, uma vez que não há inclusão de custos financeiros.

As operações podem ser pré-fixadas de 30 a 90 dias, pós-fixadas corrigidas pela taxa referencial (TR) de 120 a 360 dias e, acima de 360 dias, corrigidas pelo IPC- R. É possível também fazer operações de vendor com correção cambial de 90 a 180 dias, com a realização de operações de swaps, que transformem a correção pré ou pós-fixada em cambial.

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• Compror

O compror é uma operação bastante utilizada no mercado brasileiro e, praticamente, idêntica ao vendor, com apenas uma diferença: no vendor a empresa vendedora assume o risco de crédito de seus clientes, via aval no contrato de financiamento.

No compror, o vendedor não concede aval e, assim, não assume o risco de crédito do seu cliente.

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• Adiantamento sobre contratos de Cambio (ACC)

Adiantamento sobre Contratos de Câmbio (ACC) destina-se às empresas exportadoras, que recebem antecipadamente (parcial ou totalmente) do banco, em moeda nacional, o valor equivalente aos valores em moeda estrangeira decorrentes da exportação.

As operações são controladas pelo Banco Central, que registra as operações em seu sistema e compara as posições cadastradas e as exportações realizadas.

É um produto que incentiva a exportação de produtos brasileiros e refere-se à concessão do adiantamento pelo banco em até 180 dias antes do embarque da mercadoria.

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• Adiantamento sobre Contrato de Exportação (ACE)

Adiantamento sobre Contrato de Exportação (ACE), ou Adiantamento sobre Cambiais Entregues, tem a mesma definição de ACC, diferenciando-se deste por ser utilizado quando a mercadoria já está pronta e embarcada, ou seja,já foi superada a fase de produção da empresa exportadora.

Pode ser solicitada até 60 dias após o embarque.

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• Resolução 63

Esta operação leva o nome da resolução na qual o Banco Central a regulamentou.

Trata-se de uma operação de empréstimo concedida no mercado interno, que tem como fonte de recursos a captação de moeda estrangeira no mercado externo em seu próprio nome.

Essa captação é realizada por meio do lançamento de bônus e/ou eurobônus.

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• Lei n. 4.131

Operação idêntica à resolução 63, em que os recursos são captados no mercado externo de uma instituição não financeira, mas com a intermediação de uma instituição financeira.

• Export note São contratos de cessão de crédito de exportação.

Nessa operação, o exportador fecha um contrato de

exportação e transfere os direitos de venda a um investidor local, recebendo os reais equivalentes ao valor da operação em moeda estrangeira.

Trata-se, portanto, de uma operação que permite ao exportador obter os recursos necessários à realização do contrato de exportação.

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• Floating

Trata-se de uma retenção temporária por uma instituição de recursos de terceiros, proporcionando ganhos financeiros provenientes da aplicação desses valores até a data da entrega a seus proprietários.

Por exemplo, um banco pode receber certa quantia em cobrança de um título de um cliente, sendo o valor creditado na conta do titular somente um ou dois dias após a cobrança.

Nesse intervalo, a instituição apura uma receita financeira pela aplicação que venha a fazer desses recursos.

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• Crédito Direto ao Consumidor (CDC) O CDC é uma modalidade de financiamento à disposição de pessoas

físicas e jurídicas para aquisição de bens de consumo duráveis, de origem nacional ou estrangeira, como, por exemplo, veículos, equipamentos de informática, eletrodomésticos, máquinas e equipamentos, pacotes turísticos etc.

É concedido ao cliente por uma financeira, ligada ou não a um banco, independentemente de ser ou não correntista desse banco.

O cliente pode procurar diretamente a instituição financiadora.

Também é muito comum grandes varejistas se associarem a financeiras para, em seus próprios estabelecimentos, efetuar a venda financiada.

Uma pessoa jurídica também pode se beneficiar do CDC para aquisição de máquinas, equipamentos ou veículos, os quais deverão compor o ativo imobilizado.

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• As condições gerais de negociação do CDC, como os percentuais de custo de aquisição dos bens que serão financiados, prazos de financiamento e outros limites operacionais, são decididos pelo Banco Central, que considera a conjuntura econômica e os objetivos governamentais de expansão ou retração do crédito.

• As instituições de crédito, por sua vez, fixam as suas condições específicas de acordo com as políticas internas, avaliando a disponibilidade de recursos e o risco associado a cada operação. As taxas podem ser pre-fixadas ou pós-fixadas, sendo as prestações, em geral, iguais, mensais e sucessivas.

• O funding das operações de CDC, desde a existência dos bancos múltiplos, provém de CDBs, CDI ou LC (Letras de Câmbio), e CDI para as financeiras independentes.

• A garantia de uma operação de CDC é a alienação fidejussória do próprio bem, objeto do financiamento. Ou seja, o bem poderá ser retomado em caso de inadimplência.

• No entanto, outras garantias reais ou fidejussórias podem ser solicitadas, complementares, ou em substituição ao bem objeto, quando se julgar necessário.

• Também é comum a exigência de seguro do produto com cobertura de roubo, fogo, colisão e responsabilidade civil etc.

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• A vantagem dessas operações é a pulverização do risco, por se tratarem de operações de pequeno e médio valor, mas com grande número de clientes. Além disso, há outras vantagens, como:

Receitas adicionais com tarifas de contrato, seguro etc.

Bons spreads para a receita operacional

Opção de escolha do cliente pelo percentual de entrada e percentual a financiar.

• Desvantagens no CDC:

Taxas de juros são mais elevadas no caso de financiamentos mais longos.

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• No mercado brasileiro, os bens mais comuns financiados de uma operação de CDC são:

Linha automotiva: veículos (novos e usados), caminhões (médios

e pesados), utilitários, ônibus e motocicletas; Linha branca: utilidades domésticas, como geladeiras, fogões e

micro- ondas; Linha marrom: aparelhos eletro-eletrônicos, como televisores,

aparelhos de som, máquinas fotográficas e aparelhos de DVD; Linha mole: cama, mesa e banho, vestuário e artigos pessoais; Outras linhas: Materiais para construção, Serviços médicos e

hospitalares Turismo.

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Mercado de crédito de bancos de desenvolvimento

• O mercado de crédito de bancos de desenvolvimento é concentrado em poucos bancos, como, por exemplo, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes), o Banco da Amazônia S.A. (BASA) e o Banco do Nordeste do Brasil (BNB).

• Importante alternativa para suprir a lacuna do longo prazo.

• Os bancos de desenvolvimento, tomando como exemplo o BNDES, tem caráter de desenvolvimento econômico e social e, por isso, nem sempre devem servir para financiar alguns tipos de empresas.

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BNDES - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social

• Ex-autarquia federal criada pela Lei n.1.628, de 20 de junho de 1952, o BNDES foi enquadrado como uma empresa pública federal, com personalidade jurídica de direito privado e patrimônio próprio, pela Lei n. 5.662, de 21 de junho de 1971.

• É um órgão vinculado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e

tem como objetivo apoiar empreendimentos que contribuam para o desenvolvimento do país.

• Desde a sua fundação, em 20 de junho de 1952, o BNDES financia grandes

empreendimentos industriais e de infraestrutura com marcante posição no apoio aos investimentos na agricultura, no comércio e serviço e nas micro, pequenas e médias empresas, e aos investimentos sociais, direcionados para a educação e saúde, agricultura familiar, saneamento básico e ambiental e transporte coletivo de massa.

• Suas linhas de apoio contemplam financiamentos de longo prazo e custos competitivos para o desenvolvimento de projetos de investimentos e para a comercialização de máquinas e equipamentos novos, fabricados no país, bem como para o incremento das exportações brasileiras.

• Contribui, também, para o fortalecimento da estrutura de capital das empresas privadas e o desenvolvimento do mercado de capitais.

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Linhas de Financiamento do BNDES a) Finame São financiamentos realizados com recursos da Finame (Agência

Especial de Financiamento Industrial), ligada ao BNDES, destinados

unicamente à compra de máquinas e equipamentos de fabricação nacional. Já as

operações do BNDES são empréstimos ou financiamentos dirigidos a projetos de investimentos fixos, mistos e de capital de giro.

b) Finem Financiamentos para a realização de projetos de implantação,

modernização e expansão de empreendimentos, incluindo a aquisição de máquinas e equipamentos novos, de fabricação nacional, bem como a importação de maquinários e capital de giro associado. O Finem se distingue do Finame,já que o primeiro financia um projeto integrado de investimentos, enquanto o segundo é destinado a máquinas e equipamentos isolados.

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• Apoio à exportação É uma linha do BNDES destinada a gerar competitividade para as

exportações brasileiras, no mesmo estilo do EX-IM Bank, dos Estados Unidos. Os financiamentos à exportação de bens e serviços brasileiros podem ocorrer nas seguintes modalidades:

Pré-embarque: financia a produção de bens a serem exportados em

embarques específicos; Pré-ernbarque ágil: financia a produção destinada à exportação de

bens, associada a um compromisso de exportação, para um período de 6 (seis) a 12 (doze) meses;

Pré-embarque especial: financia a produção nacional de bens exportados, sem vinculação com embarques específicos, mas com período predeterminado para a sua efetivação;

Pré-embarque empresa âncora: financia a comercialização de bens produzidos por micro, pequenas e médias empresas, por meio de empresa exportadora (empresa âncora);

Pós-embarque: financia a comercialização de bens e serviços no exterior, por meio de refinanciamento ao exportador, ou pela modalidade buyer's credito

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• Proger É uma linha de financiamentos do BNDES com o objetivo de

financiar a expansão de pequenas e médias empresas em moldes similares ao Finem. O Proger permite aquisição de máquinas e equipamentos, móveis, reformas, instalações, softwares e capital de giro, desde que vinculado ao projeto de investimento ou expansão do negócio.

• Programas especiais O BNDES possui diversos programas especiais de

financiamento, os quais são estruturados para atender a determinadas demandas setoriais ou de política governamental.

Alguns exemplos desses programas são os financiamentos para a telefonia celular Banda B (1998), além do financiamento de perdas com o racionamento de energia elétrica para as distribuidoras de energia (2001 e 2002).

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• Basa - Banco da Amazônia S.A.

É uma instituição financeira pública federal vinculada ao Ministério da Fazenda, que recebe fundos governamentais para aplicá-Ios em programas específicos para a região Norte, dadas as realidades ambientais, econômicas e sociais, em parceria com outras instituições públicas e sociais.

• BNB - Banco do Nordeste do Brasil

Os financiamentos oficiais concedidos pelo Banco do Nordeste do Brasil (BNB) têm como funding o Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE), que tem como objetivo financiar os setores produtivos, promovendo o desenvolvimento, a geração de emprego e renda e a modernização tecnológica na região Nordeste. Os diversos programas do FNE abrangem as áreas agroindustrial, agropecuária, mineral e industrial.

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Mercado de financiamento imobiliário

• O mercado de financiamento imobiliário passa por profundas alterações em sua estrutura de financiamento, e um dos fatores que mais mostra isso é o alongamento dos prazos.

• O mercado de financiamento imobiliário pode ser dividido em três grandes formas de financiamento: (i) Programas governamentais;

(ii) Sistema Financeiro Imobiliário(SFI); e

(iii) Financiamento Direto com Construtoras.

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Programas governamentais