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Ensino Médio – 3º B – 2012 Ensino Médio – 3º B – 2012 Marlene M. Pastor Marlene M. Pastor

Aula de Redacao - Conto(1)

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Ensino Médio – 3º B – 2012Ensino Médio – 3º B – 2012Marlene M. PastorMarlene M. Pastor

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O conto é a forma narrativa, em prosa, O conto é a forma narrativa, em prosa, de menor extensão (no sentido estrito de menor extensão (no sentido estrito de tamanho), ainda que contenha os de tamanho), ainda que contenha os mesmos componentes do mesmos componentes do romance. .

Entre suas principais características, Entre suas principais características, estão a concisão, a precisão, a estão a concisão, a precisão, a densidade, a unidade de efeito ou densidade, a unidade de efeito ou impressão totalimpressão total . .

o conto precisa causar um efeito o conto precisa causar um efeito singular no leitor; muita excitação e singular no leitor; muita excitação e emotividadeemotividade

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Afinal, o que é o conto?Afinal, o que é o conto?

Conto é a designação que damos à Conto é a designação que damos à forma narrativa de menor extensão e forma narrativa de menor extensão e que se diferencia do romance e da que se diferencia do romance e da novela não só pelo seu tamanho, mas novela não só pelo seu tamanho, mas também por possuir características também por possuir características estruturais próprias.estruturais próprias.

Ele possui os mesmos componentes Ele possui os mesmos componentes do romance, mas evita análises, do romance, mas evita análises, complicações do enredo e o tempo e o complicações do enredo e o tempo e o espaço são muito bem delimitados.espaço são muito bem delimitados.

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“ “É uma narrativa linear, que não se É uma narrativa linear, que não se aprofunda no estudo da psicologia das aprofunda no estudo da psicologia das personagens nem nas motivações de personagens nem nas motivações de suas ações.” suas ações.”

“ “É uma narrativa breve; desenrolando É uma narrativa breve; desenrolando um só incidente predominante e um um só incidente predominante e um só personagem principal, contém um só personagem principal, contém um só assunto, cujos detalhes são tão só assunto, cujos detalhes são tão comprimidos e o conjunto do comprimidos e o conjunto do tratamento dado à temática é tão tratamento dado à temática é tão organizado, que produzem uma só organizado, que produzem uma só impressão.”impressão.”

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Tensão, ritmo, o imprevisto dentro dos Tensão, ritmo, o imprevisto dentro dos parâmetros previstos, unidade, parâmetros previstos, unidade, compactação, concisão, conflito, início compactação, concisão, conflito, início meio e fim; meio e fim;

O passado e o futuro têm significado O passado e o futuro têm significado menor; o flashback pode acontecer, menor; o flashback pode acontecer, mas só se absolutamente necessário, mas só se absolutamente necessário, mesmo assim da forma mais curta mesmo assim da forma mais curta possível.possível.

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Um dos pontos com que muita gente Um dos pontos com que muita gente concorda diz respeito ao tamanho do concorda diz respeito ao tamanho do conto: conto: não deve ser muito longo não deve ser muito longo – pois – pois transforma-se numa novela; transforma-se numa novela; nem tão nem tão curto curto – porque corre-se o risco de – porque corre-se o risco de transformá-lo em anedota. transformá-lo em anedota.

O ideal é que se possa, enfim, ler de O ideal é que se possa, enfim, ler de uma assentada só.uma assentada só.

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Linguagem: Linguagem: oobjetiva; utiliza metáforas de bjetiva; utiliza metáforas de imediata compreensão para o leitor; sem imediata compreensão para o leitor; sem abstrações nem rebuscamento. Os fatos devem abstrações nem rebuscamento. Os fatos devem estar presentes e predominantes. Ação antes da estar presentes e predominantes. Ação antes da intenção.intenção.

Tempo: Tempo: linear, objetivo. A cronologia do conto é linear, objetivo. A cronologia do conto é a do relógio, de modo que o leitor vê os fatos se a do relógio, de modo que o leitor vê os fatos se sucederem numa continuidade semelhante à sucederem numa continuidade semelhante à vida real. vida real.

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O conto não se preocupa em erguer um O conto não se preocupa em erguer um retrato completo das personagens, mas em retrato completo das personagens, mas em centrar–se nos conflitos entre as personagens.centrar–se nos conflitos entre as personagens.

A descrição do espaço ou do ambiente é A descrição do espaço ou do ambiente é modesta, pois o drama é expresso modesta, pois o drama é expresso essencialmente pelo diálogo e dispensa o essencialmente pelo diálogo e dispensa o cenário. cenário.

O drama mora nas pessoas, não nas coisas e O drama mora nas pessoas, não nas coisas e nem na roupagem. A descrição completa-se nem na roupagem. A descrição completa-se com 2 ou 3 notas singelas, apenas para situar com 2 ou 3 notas singelas, apenas para situar o conflito no espaço.o conflito no espaço.

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O final enigmático prevaleceu até fim do O final enigmático prevaleceu até fim do século XIX e era muito importante, pois século XIX e era muito importante, pois trazia o desenlace surpreendente (o trazia o desenlace surpreendente (o fechamento com “chave de ouro”, como fechamento com “chave de ouro”, como se dizia). se dizia).

Hoje em dia tem pouca importância; Hoje em dia tem pouca importância; alguns críticos e escritores acham-no alguns críticos e escritores acham-no perfeitamente dispensável; mesmo assim, perfeitamente dispensável; mesmo assim, não há como negar que o final no conto é não há como negar que o final no conto é sempre mais carregado de tensão do que sempre mais carregado de tensão do que no romance ou na novela e que um bom no romance ou na novela e que um bom final é fundamental no gênero.final é fundamental no gênero.

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Em outras palavras: no geral o conto “se Em outras palavras: no geral o conto “se apresenta” com apresenta” com uma ordemuma ordem. O conflito traz . O conflito traz uma uma desordemdesordem e a solução desse conflito e a solução desse conflito (favorável ou não) faz retornar à (favorável ou não) faz retornar à ordemordem – – agora com ganhos e perdas, portanto essa agora com ganhos e perdas, portanto essa ordem difere da primeira.ordem difere da primeira.

“ “O conto é um problema e uma solução”, O conto é um problema e uma solução”, diz Enrique Aderson Imbertdiz Enrique Aderson Imbert....

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Dentre os componentes da linguagem do conto, o diálogo é o mais importante de todos. Está em primeiro lugar; por ser dramático, o conto deve ser tanto quanto possível dialogado. Os conflitos, os dramas residem na fala das pessoas, nas palavras ditas, não no resto. Sem diálogos não há discórdia, desavença, e sem isso, não há conflito, nem ação.

1) Discurso Direto: 1) Discurso Direto: As personagens conversam As personagens conversam entre si; usam-se os travessões. Além de ser o entre si; usam-se os travessões. Além de ser o mais conhecido é, também, predominante no mais conhecido é, também, predominante no conto. conto.

2) Discurso Indireto: 2) Discurso Indireto: Quando o escritor resume a Quando o escritor resume a fala da personagem em forma narrativa, sem fala da personagem em forma narrativa, sem destacá-la. Vamos dizer que a personagem destacá-la. Vamos dizer que a personagem conta como aconteceu o diálogo, quase que conta como aconteceu o diálogo, quase que reproduzindo-o.reproduzindo-o.

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3) Discurso Indireto livre: 3) Discurso Indireto livre: É a fusão entre autor e personagem (primeira e terceira pessoa narrativa); o narrador narra, mas no meio da narrativa surgem diálogos indiretos da personagem como que complementando o que disse o narrador.

4) Monólogo interior 4) Monólogo interior (ou fluxo de consciência: É o que se passa “dentro” do mundo psíquico da personagem; “falando” consigo mesma

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FOCO INTERNO: É caracterizado pela visão dos acontecimentos de uma das personagens. Participando e narrando as ações, o narrador oferece um modo pessoal e particular de observar os fatos. Nesta perspectiva a história é contada em primeira pessoa pelo narrador- personagem.

FOCO EXTERNO: Quando a história é contada por alguém que não participa diretamente dos fatos, temos uma perspectiva externa da narração. O enredo é marcado pela terceira pessoa e aí temos um narrador- observador que somente observa os fatos e nos relata. A visão do narrador-observador é objetiva e distante.

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FOCO ONISCIENTE: FOCO ONISCIENTE: A perspectiva A perspectiva onisciente marcada pela onisciente marcada pela terceira terceira pessoa pessoa do discurso, evidencia a do discurso, evidencia a presença de uma espécie de narrador- presença de uma espécie de narrador- que sabe da história, dos fatos dos que sabe da história, dos fatos dos pensamentos e ações dos pensamentos e ações dos personagens;personagens;

O narrador onisciente não apenas diz o O narrador onisciente não apenas diz o que as personagens fazem ou falam, que as personagens fazem ou falam, mas também traduz o que elas pensam mas também traduz o que elas pensam ou sentem.ou sentem.

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1) – Prender o interesse do leitor; 1) – Prender o interesse do leitor; evitar ser chato. Pense em Aristóteles, evitar ser chato. Pense em Aristóteles, para quem a catarse, enquanto para quem a catarse, enquanto experiência vivida pelo espectador ou experiência vivida pelo espectador ou ouvinte, é condição fundamental para ouvinte, é condição fundamental para definir a qualidade de uma obra. definir a qualidade de uma obra.

2) – Usar, se possível, frases curtas. A 2) – Usar, se possível, frases curtas. A clareza vem do cuidado com a clareza vem do cuidado com a estruturação da frase: as intercalações estruturação da frase: as intercalações excessivas prejudicam a compreensão excessivas prejudicam a compreensão da idéia. da idéia.

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3) – Capítulos e parágrafos curtos, 3) – Capítulos e parágrafos curtos, para o leitor poder respirar. Evitar para o leitor poder respirar. Evitar muitas personagens, descrições muitas personagens, descrições longas, rebuscamentos, adjetivações, longas, rebuscamentos, adjetivações, clichês, repetir palavras;clichês, repetir palavras;

4) – Trama/enredo/tema ou estilo, 4) – Trama/enredo/tema ou estilo, original;original;

5) – Se possível usar ironia, humor, 5) – Se possível usar ironia, humor, graça e ser verossímil. Ser verossímil é graça e ser verossímil. Ser verossímil é importante, mas não devemos importante, mas não devemos confundir verossimilhança com confundir verossimilhança com verdade; a história não tem de ser verdade; a história não tem de ser obrigatoriamente verdadeira, mas obrigatoriamente verdadeira, mas parecer que o é. parecer que o é.