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Raio X
O que são Raios X:
Raios X são basicamente o mesmo que os raios de luz visíveis. Ambos são
formas de ondas de energia eletromagnética carregadas por partículas chamadas
fótons. A diferença entre raios X e raios de luz visível é a energia dos fótons
individualmente que também pode ser caracterizado pelo comprimento de onda dos
raios.
Nossos olhos são sensíveis ao comprimento de onda da luz visível, mas não
ao comprimento de onda mais curto, das ondas de maior energia dos raios X ou ao
comprimento de onda mais longo de menor energia das ondas de rádio.
Os fótons da luz visível e os fótons dos raios X são produzidos pelo movimento
dos elétrons nos átomos. Os elétrons ocupam diferentes níveis de energia diferentes
ou orbitais, ao redor do núcleo do átomo. Quando um elétron passa para orbital menor
precisa liberar energia, e ela é liberada na forma de um fóton. A energia do fóton
depende do quanto o elétron decaiu entre os orbitais.
Quando um fóton colide com outro átomo, esse átomo pode absorver a energia
do fóton promovendo o elétron para um nível de energia mais alto. Para isto
acontecer, a energia do fóton tem que combinar com a diferença de energia entre as
duas posições do elétron. Senão, o fóton não pode deslocar elétrons entre os orbitais.
Os átomos que compõem os tecidos do nosso corpo absorvem bem fótons de
luz visível. A energia dos fótons deve combinar com as diferenças de energia entre as
posições dos elétrons. Ondas de rádio não têm energia suficiente para mover elétrons
entre orbitais em átomos maiores, então conseguem passar pela maioria dos
materiais. Fótons de raios X também passam através de vários objetos, mas por outra
razão: eles têm muita energia.
Eles podem, entretanto, arrancar um elétron de um átomo. Uma parte da
energia do fóton dos raios X trabalha para separar o elétron do átomo e o restante é
usado para fazê-lo se movimentar fora do átomo. Um átomo maior tem mais chances
de absorver um fóton de raios X desta maneira, porque em átomos maiores as
diferenças de energia entre os orbitais são maiores e essa energia se ajusta melhor
com a energia do fóton. Átomos menores, em que os orbitais dos elétrons estão
separados por níveis de energia relativamente baixos, têm menos chances de
absorver fótons de raios X.
Os tecidos macios do seu corpo são feitos de átomos menores e por isso não
absorvem muito bem os fótons dos raios X. Os átomos de cálcio que fazem nossos
ossos são muito maiores, então são melhores para absorver fótons de raios X pelo
fato de haver mais probabilidade de colisões.
Descoberta do Raio X:
Em 1895, um físico alemão chamado Wilhelm Roentgen fez essa descoberta
enquanto fazia uma experiência com feixes de elétrons em um tubo de descarga de
gás.
Como muitos físicos da época. Rontgen pesquisava o tubo de raios catódicos
inventado pelo inglês William Crookes (1832-1919) anos antes. Era um tipo de vidro.
dentro do qual um condutor metálico aquecido emitia elétrons, então chamados raios
catódicos, em direção a outro condutor.
Quando Rontgen ligou o tubo naquele dia, algo muito estranho aconteceu:
perto do tubo. uma placa de um material fluorescente chamado platino cianeto de
bario brilhou. Ele desligou o tubo e o brilho sumiu. Ligou de novo e la estava ele. O
brilho persistiu mesmo quando Rontgen colocou um livro e uma folha de alumínio
entre o tubo e a placa. Alguma coisa saia do tubo. atravessava barreiras e atingia o
platino cianeto.
Por semanas, o físico ficou enfurnado no laboratório. tentando entender o que
era aquilo. em um tubo de descarga de gás. Somente essa reação não era tão
surpreendente, afinal, material fluorescente normalmente brilha ao reagir com
radiação eletromagnética; mas o tubo de Roentgen estava rodeado com papelão
grosso e preto. Roentgen supôs que isso bloquearia a maior parte da radiação.
Durante esse período de pesquisa, Roentgen fez a radiação atravessar por 15
minutos a mão da mulher ,Bertha, atingindo, do outro lado uma chapa fotográfica.
Revelada a chapa, viam-se nela as sombras dos ossos de Bertha. na primeira
radiografia da historia. Fascinado, mas ainda confuso, Rontgen decidiu chamar os
raios de "X" - símbolo usado em ciência para designar o desconhecido.
No ano seguinte , os médicos adotaram a novidade. Imagine: com ela dava
para ver ossos quebrados e órgãos doentes dentro do corpo humano. Logo começou
a ser usada no tratamento do câncer. Pesquisadores também radiografavam animais
para estudos de anatomia . Na sociedade, a reação era de deslumbramento. Todos
queriam ver o próprio esqueleto. Rápido, o americano Thomas Alva Edison (1847-
1931) inventou um instrumento com tela fluorescente que deixava ver a radiografia ao
vivo, sem necessidade de revelar filmes. As pessoas utilizavam o raio X de forma
indiscriminada e sem controle algum .E o verdadeiro risco da radiação continuou
sendo ignorado. Em pouco tempo, surgiriam as lesões provocadas pelos raios X. As
principais vítimas eram os operadores das máquinas, que sofriam exposições
repetidas. Vários perderam as mãos.
Passados l00 anos, não só o raio X deixou de ser obscuro como ajudou a
clarear muita coisa para o olho e para a mente humana. sem ele não conheceríamos a
estrutura das moléculas e não poderíamos ver as explosões que incendeiam o Sol. A
descoberta de Roentgen possibilitou um dos maiores avanços na história humana. A
tecnologia dos raios X permite que os médicos vejam através dos tecidos humanos e
examinem, com extrema facilidade, ossos quebrados, cavidades e objetos que foram
engolidos. Procedimentos com raios X modificados podem ser usados para examinar
tecidos mais moles, como os pulmões, os vasos sangüíneos ou os intestinos entre
outras aplicações.
Propriedades dos Raios X
Os raios X obedecem todas as leis da luz. Entretanto, por causa de seu curto
comprimento de onda, é dificil demonstar fenômenos, tais como reflexão, para raios X
usando aparelhagem óptica comum. Eles também têm certas propriedades de
especial interesse.
1. Por causa de seu comprimento de onda extremamente curto, eles são capazes de
penetrar materiais que absorvem ou refletem luz visível.
2. Fazem fluorescer algumas substâncias; isto é, emitem radiação de maior
comprimento de onda (por exemplo, radiação visível e ultravioleta).
3. Assim como a luz, eles podem produzir uma imagem em um filme fotográfico que
poderá então se tornar visível através da revelação.
4. Eles produzem mudanças biológicas valiosas em radioterapia, mas necessitam
cuidado no uso da radiação X.
5. Eles podem ionizar os gases: isto é, eles removem elétrons dos átomos para formar
íons, os quais podem ser usados para medir e controlar a exposição.
Estas especiais propriedades têm aplicações em radiografia médica e industrial, em
radioterapia e em pesquisa.
Como funciona uma máquina de raios X
Uma máquina de raios X é essencialmente uma câmera. Entretanto, ao invés
de luz visível, ela usa raios X para expor o filme.
Os raios X são parecidos com a luz por também serem ondas
eletromagnéticas, porém, são mais energéticos, de modo que podem penetrar muitos
materiais e em graus variáveis. Quando os raios X atingem o filme, eles o expõem da
mesma forma que a luz o faria. Como o osso, a gordura, os músculos, os tumores e
outras massas absorvem os raios X em níveis diferentes e, conseqüentemente,
promovem níveis de exposição diferentes no filme. A imagem gerada permite que você
veja estruturas distintas dentro do corpo.
Os raios X fazem mal
A descoberta dos raios X provocou um impacto extraordinário no mundo da
medicina; eles permitem que um paciente seja examinado internamente sem nenhuma
cirurgia.
Mas os raios X também podem ser perigosos. No princípio da descoberta dos
raios X, muitos médicos ficaram expostos e expuseram seus pacientes aos feixes por
longos períodos de tempo. Conseqüentemente, médicos e pacientes começaram a
desenvolver doenças causadas por radiação e a comunidade médica percebeu que
algo estava errado.
O problema é que os raios X são uma forma de radiação ionizante. Quando a
luz normal atinge um átomo, ela não muda esse átomo de maneira significativa. Mas
quando raios X atingem um átomo, ele pode expulsar elétrons do átomo para criar um
íon, um átomo eletricamente carregado. Então, os elétrons livres colidem com outros
átomos para criar mais íons.
A carga elétrica de um íon pode gerar uma reação química anormal dentro das
células. Entre outras coisas, a carga pode quebrar as cadeias de DNA. Uma célula
com uma cadeia de DNA quebrada pode morrer ou o DNA desenvolver uma mutação.
Se várias células morrerem, o corpo pode desenvolver várias doenças. Se o DNA
sofrer mutação a célula pode se tornar cancerígena - e este câncer pode se espalhar.
Se a mutação é em um espermatozóide ou em um óvulo, pode causar defeitos de
nascença. Por causa de todos esses riscos,atualmente os médicos usam os raios X
moderadamente e com a proteção indicada pelas autoridades responsáveis.
Para garantir maior segurança dos profissionais de radiologia e dos pacientes
submetidos aos exames , a legislação vigente exige que todo equipamento de raio x
seja supervisionado por um físico , verificando se as medidas de segurança estão
sendo respeitadas e se a máquina está em perfeito estado.
Mesmo com estes riscos, o raio X ainda é uma opção mais segura que a
cirurgia. As máquinas de raios X são ferramentas médicas valiosas, assim como são
valiosas em segurança e em pesquisa científica. Elas são uma das invenções mais
úteis de todos os tempos.