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7/21/2019 Aula0 Dir Admin PRF 55330 http://slidepdf.com/reader/full/aula0-dir-admin-prf-55330 1/46 DIREITO ADMINISTRATIVO POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL PROFESSOR ARMANDO MERCADANTE Prof. Armando Mercadante www.pontodosconcursos.com.br 1 AULA DEMO (15/04/13) Prezado(a) aluno(a), Meu nome é Armando Mercadante . Sou Procurador do Estado de Minas Gerais e professor de Direito Administrativo em cursos preparatórios para concursos públicos, além de ser autor dos livros “ Direito Administrativo – vol. 3 – coleção informativos comentados ” e “Coleção CESPE Questões Comentadas – Direito Administrativo ”, ambos publicados pela editora JusPODIVM. Para aqueles que não me conhecem, adoto um estilo de aula bem objetivo, buscando redigir textos sem excessos, elaborados apenas com o que de fato interessa para você que precisa conciliar tempo com muita matéria na sua preparação para o concurso para o cargo de Policial Rodoviário Federal. As aulas terão em média de 40 a 50 páginas, nas quais abordarei por meio de teoria e de comentários de questões de concursos o conteúdo de Direito Administrativo constante do edital do atual concurso que será organizado pelo CESPE. Importante destacar que apesar de o início desse curso ter sido anterior à divulgação do edital, o seu conteúdo programático já foi devidamente adaptado (inclusão de matérias), sendo certo que as aulas até então ministradas estão em conformidade com o programa. AULA DEMO 1. Princípios da Administração Pública; AULA 1 2. Estado, governo e administração pública: conceitos, elementos, poderes e organização; natureza e fins; 3. Organização administrativa da União; administração direta e indireta; AULA 2 4. Poderes administrativos: poder hierárquico; poder disciplinar; poder regulamentar; poder de polícia; uso e abuso do poder; AULA 3 5. Controle da administração: controle administrativo; controle judicial; controle

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AULA DEMO(15/04/13)

Prezado(a) aluno(a),

Meu nome é Armando Mercadante . Sou Procurador do Estado de MinasGerais e professor de Direito Administrativo em cursos preparatórios paraconcursos públicos, além de ser autor dos livros “ Direito Administrativo –vol. 3 – coleção informativos comentados ” e “Coleção CESPE QuestõesComentadas – Direito Administrativo ”, ambos publicados pela editoraJusPODIVM.

Para aqueles que não me conhecem, adoto um estilo de aula bem objetivo,buscando redigir textos sem excessos, elaborados apenas com o que defato interessa para você que precisa conciliar tempo com muita matéria nasua preparação para o concurso para o cargo de Policial RodoviárioFederal.

As aulas terão em média de 40 a 50 páginas, nas quais abordarei por meiode teoria e de comentários de questões de concursos o conteúdo de DireitoAdministrativo constante do edital do atual concurso que será organizadopelo CESPE.

Importante destacar que apesar de o início desse curso ter sidoanterior à divulgação do edital, o seu conteúdo programático já foidevidamente adaptado (inclusão de matérias), sendo certo que asaulas até então ministradas estão em conformidade com oprograma.

AULA DEMO

1. Princípios da Administração Pública;

AULA 1

2. Estado, governo e administração pública: conceitos, elementos, poderes eorganização; natureza e fins;

3. Organização administrativa da União; administração direta e indireta;

AULA 2

4. Poderes administrativos: poder hierárquico; poder disciplinar; poderregulamentar; poder de polícia; uso e abuso do poder;

AULA 3

5. Controle da administração: controle administrativo; controle judicial; controle

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legislativo;

6. Responsabilização da Administração;

AULA 4

7. Lei n.º 8.429/92 (lei de improbidade administrativa);

AULA 5

8. Lei n.º 8.112/90 (1ª parte);

AULA 6

8. (cont.). Lei n.º 8.112/90 (2ª parte);

AULA 7

8. (cont.). Lei n.º 8.112/90 (3ª parte).

AULA 8

8. (cont.). Lei 8.112/90 (4ª parte)

AULA 9

10. Ato administrativo. 3.1 Conceito, requisitos, atributos, classificação e espécies.3.2 Invalidação, anulação e revogação. 3.3 Prescrição.

AULA 10

11. Direito administrativo: conceito, fontes

12. Processo administrativo: conceito, princípios, fases e modalidades.13. Serviços públicos: conceito, classificação, regulamentação, formas ecompetência de prestação.

14. Provas comentadas

Desejo-lhe muita sorte e espero que faça um ótimo proveito do curso.

Forte abraço!

Armando [email protected]

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PPOONNTTOO 11 PPR R II NNCCÍÍ PPII OOSS DDAA AADDMMII NNII SSTTR R AAÇÇÃÃOO PPÚÚBBLLII CCAA

Trata-se de tema de grande abrangência, pois seu estudo implica naanálise de legislação, doutrina e jurisprudência.

Portanto, arregace as suas mangas e entre de cabeça na análise dosprincípios administrativos para garantir esse precioso ponto no dia desua prova.

Vamos lá...

A primeira lição que eu passo para meus alunos, quando do estudodos princípios, diz respeito à existência de princípios expressos ede princípios implícitos (estes também são denominados deprincípios reconhecidos ).

Para compreender esse tema, responda à seguinte pergunta: oprincípio da proporcionalidade é um princípio expresso?

Se você respondeu que sim, errou! Se respondeu que não, tambémerrou! rs.... Você não tem como responder a indagação acima!

Não faz sentido perguntar se determinado princípio é expresso ouimplícito sem indicação de uma referência . Melhor explicando, abanca tem que demonstrar na pergunta se quer saber se o princípio éexpresso ou implícito relativamente à Constituição Federal , a umalei “X” ou ao ordenamento jurídico (expressão que engloba todasas leis do país).

Então vou reformular a pergunta: o princípio da proporcionalidade éexpresso na Constituição Federal?

Agora sim.... resposta ... não , pois ele não consta explicitamente dotexto da CF, tratando-se de princípio implícito relativamente a ela.

Agora, se eu lhe pergunto se o princípio da proporcionalidade éexpresso na Lei 9.784/99 (Lei de Processo Administrativo), a respostaé sim , pois consta expressamente em seu art. 2º.

A propósito, veja a redação desse art. 2º: “ a Administração Públicaobedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade,motivação, razoabilidade, proporcionalidade , moralidade, ampla

defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público eeficiência”.

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Todos esses princípios listados no dispositivo reproduzido sãoexpressos relativamente à Lei 9.784/99, mas alguns deles não sãoexpressos no que se refere à CF, como, por exemplo, o darazoabilidade e o da proporcionalidade.

Dessa forma, muito cuidado no dia da prova com questõesenvolvendo princípios implícitos e expressos.

Pois bem, destacada a importância de se diferenciar princípiosexpressos dos implícitos, vamos conhecer os princípios expressos daAdministração Pública que constam do art. 37 da CF.

São eles: Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidadee Eficiência.

Se você gosta de usar macetes para as provas, decore tais princípiosutilizando-se da expressão “ LIMPE”, formada pelas iniciais de cadaum dos princípios indicados.

Quanto aos princípios implícitos relativamente à Constituição Federal,a lista varia de autor para autor, mas vou indicar os principais:supremacia do interesse público sobre o privado;indisponibilidade do interesse público; proporcionalidade;razoabilidade; segurança jurídica; tutela; autotutela;presunção de legitimidade ou de veracidade; especialidade;hierarquia; continuidade do serviço publico e motivação .

Então, num primeiro momento, vamos estudar aos princípiosexpressos no art. 37 da Constituição Federal.

1. PRINCÍPIOS EXPRESSOS

11 ..11 .. LLEEGGAALLII DDAADDEE - Ampliação da noção de legalidade

Conforme lição de Maria Sylvia Di Pietro , “este princípio, juntamentecom o de controle da Administração pelo Poder Judiciário, nasceucom o Estado de Direito e constitui uma das principais garantias derespeito aos direitos individuais. Isto porque a lei, ao mesmo tempoem que os define, estabelece também os limites da atuação

1 Direito Administrativo. 22ª edição. Editora Atlas. p. 63.

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administrativa que tenha por objeto a restrição ao exercício de taisdireitos em benefício da coletividade ”.

Além disso, é importante que você não mais se contente com oconceito de legalidade restrito simplesmente à observância às leis.

Essa noção está ultrapassada, pois o respeito à legalidade implicana obediência a leis, a princípios e a valores .

Grave: LEGALIDADE = LEIS + PRINCÍPIOS + VALORES .

O princípio da legalidade assume uma abrangência maior exigindosubmissão ao Direito .

Vou dar um exemplo: determinado fiscal entra num supermercado noexercício de sua função e identifica uma lata de milho verde com avalidade vencida. Suponhamos que a lei determine o seguinte: nocaso de mercadoria com validade vencida o fiscal poderá: a) advertirpor escrito o estabelecimento; b) aplicar multa; c) interditar oestabelecimento. No meu exemplo o fiscal interditou o supermercadopor causa de uma lata de milho verde vencida. Pergunto: ele agiu deacordo com a lei? Numa interpretação isolada, restrita, sim, pois a leiprevê a hipótese de interdição. Faço nova pergunta: sua conduta estáde acordo com o princípio da legalidade? Não, pois foi uma atividadedesproporcional. Ele feriu o princípio da proporcionalidade. Apesar deo ato seguir a lei, ele será ilegal por ofensa a princípio.

Com isto, promove-se uma modificação na compreensão daexpressão ordenamento jurídico , antes associada apenas às leis eagora também aos princípios e aos valores. Essa noção correspondeao que alguns autores e o STF denominam de bloco de legalidade .

- Atuação do administrador público x atuação do particular

É importante também ficar atento na prova com aquela comparaçãoque os doutrinadores fazem entre a conduta do administrador públicoe a do particular: enquanto os indivíduos no campo privadopodem fazer tudo o que a lei não proíbe (autonomia de

2 No preâmbulo da Constituição Federal de 1988, como também em outros dispositivos (art. 1º ao 4º), hámenção a valores a que estão submetidos o Estado: “ ...para instituir um Estado Democrático, destinado aassegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, odesenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista esem preconceitos... ”.

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vontade - princípio da vinculação negativa), o administradorpúblico só pode fazer o que ela permite, agindo de acordo comseus comandos (agir secundum legem 3 – princípio davinculação positiva) .

Isso significa que não existe autonomia de vontade nas relaçõesfirmadas pela Administração Pública , uma vez que aos agentespúblicos só é permitido fazer o que a lei determina.

Na Administração Pública não há liberdade nem vontadepessoal , pois as condutas dos agentes públicos não são norteadaspelas suas vontades pessoais, mas sim pelas normas que regem oordenamento jurídico .

Utilizando-se de exemplo para melhor esclarecer: o agente fiscal davigilância sanitária não pune determinado estabelecimento comercialpor vontade própria, mas sim por constar em lei regra que lheimponha essa conduta.

- Proibição de imposição de deveres e de criação de direitospor meio de atos administrativos

É preciso também destacar que o princípio da legalidade veda que aAdministração Pública, por meio de atos administrativos (exs:portarias, resoluções, instruções normativas...) , crie direitos eobrigações de qualquer espécie, bem como imponha vedações aosadministrados, sem que haja uma lei prévia autorizativa.

Essa ideia é extraída do art. 5º, II, da CF, cujo conteúdo preceituaque “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer algumacoisa senão em virtude de lei ”.

Como exemplos: o exame psicotécnico em concursos públicos só

pode ser exigido se houver previsão em lei da sua obrigatoriedade,não bastando a simples exigência no edital. O mesmo raciocínio valepara imposição de altura ou de idade mínima para os candidatos. Damesma forma, um tributo só poderá ser cobrado se estiver previstoem lei.

Na lição de Celso Antônio Bandeira de Mello : “nos termos do art. 5º,II, ‘ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa3 Com base no princípio da legalidade, o agente público só pode atuar secundum legem , ou seja, deacordo com a lei, sendo-lhe vedado agir contra legem (contrário à lei) ou praeter legem (além da lei).

4 Curso de Direito Administrativo. 26ª edição. Malheiros Editores. p 103.

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senão em virtude de lei’. Aí não se diz ‘em virtude de’ decreto,regulamento, resolução, portaria ou quejandos. Diz-se ‘em virtude delei’. Logo, a Administração não poderá proibir ou imporcomportamentos algum a terceiro, salvo se estiver previamenteembasada em determinada lei que lhe faculte proibir ou impor algo aquem quer que seja. Vale dizer, não lhe é possível expedirregulamento, instrução, resolução, portaria ou seja lá que ato for

para coartar a liberdade dos administrados, saldo se em lei já existirdelineada a contenção ou imposição que o ato administrativo venha aminudenciar ”.

11 ..22 .. II MMPPEESSSSOOAALLII DDAADDEE

Você deve analisar esse princípio associando-o aos seguintesaspectos:

• à finalidade pública ;• ao princípio da isonomia ;• à vedação de promoção pessoal pelos agentes públicos ;• ao princípio da imputação volitiva .

Analisaremos cada uma dessas facetas:

- Associado à finalidade pública:Quando o agente público exerce sua função administrativa, ele utilizade seus poderes como instrumentos destinados ao atendimentodo interesse público .

Dessa forma, o agente público deve perseguir a finalidadeexpressa ou implícita na lei, não promovendo perseguições oufavorecimentos aos administrados e aos próprios integrantesdo quadro de pessoal do Estado .

Maria Sylvia Di Pietro cita como exemplo desse aspecto do princípioda impessoalidade o art. 100 da Constituição Federal, que trata dosprecatórios judiciais: “ os pagamentos devidos pelas FazendasPúblicas Federais, Estaduais, Distrital e Municipais, em virtude desentença judiciária, far-se-ão exclusivamente na ordem cronológicade apresentação dos precatórios e à conta dos créditos respectivos,

proibida a designação de casos ou de pessoas nas dotaçõesorçamentárias e nos créditos adicionais abertos para estefim ”.

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Justamente por conta desse raciocínio é que autores e bancas fazema associação entre o princípio da impessoalidade ao princípio dafinalidade .

Inclusive, já foi objeto de concurso público questão indagando doscandidatos se o princípio da impessoalidade é previsto expressamentena Lei 9.784/99, que regula o processo administrativo federal.Perguntou-se isso porque no art. 2º 5 dessa lei há menção expressa aoprincípio da finalidade.

Diante dessa questão, duas respostas mostram-se adequadas:

1) o princípio da impessoalidade não foi previsto expressamente nareferida norma, porém nela está representado pelo princípio dafinalidade ;

2) o princípio da impessoalidade não foi previsto expressamente nareferida norma, porém nela está implicitamente contido no art. 2º,parágrafo único, inciso III: “ objetividade no atendimento do interesse

público, vedada a promoção pessoal de agentes ou autoridades ”.

Outra demonstração da presença implícita desse princípio nareferida lei decorre das normas contidas nos arts. 18 a 21, quecontém regras sobre impedimento e suspeição nos processosadministrativos federais :

Art. 18. É impedido de atuar em processo administrativo oservidor ou autoridade que:I - tenha interesse direto ou indireto na matéria;II - tenha participado ou venha a participar como perito,testemunha ou representante , ou se tais situações ocorremquanto ao cônjuge, companheiro ou parente e afins até oterceiro grau;III - esteja litigando judicial ou administrativamente com o

interessado ou respectivo cônjuge ou companheiro. Art. 19. A autoridade ou servidor que incorrer em impedimentodeve comunicar o fato à autoridade competente, abstendo-se deatuar.Parágrafo único. A omissão do dever de comunicar oimpedimento constitui falta grave, para efeitosdisciplinares .

5 Art. 2º A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade ,motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica,interesse público e eficiência.

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Art. 20. Pode ser argüida a suspeição de autoridade ouservidor que tenha amizade íntima ou inimizade notória comalgum dos interessados ou com os respectivos cônjuges,companheiros, parentes e afins até o terceiro grau.

Art. 21. O indeferimento de alegação de suspeição poderá serobjeto de recurso, sem efeito suspensivo.

- Associado ao princípio da isonomia:

O segundo aspecto que você deve considerar no seu estudo sobreprincípio da impessoalidade diz respeito à sua associação ao princípioda isonomia (igualdade).

A Administração Pública, agindo de forma impessoal, devetratar com igualdade os administrados que se encontrem namesma situação jurídica .

Você deve se lembrar do seu professor do cursinho de DireitoAdministrativo ou Direito Constitucional dizendo em sala de aula quea essência da igualdade é tratar desigualmente os desiguais namedida de suas desigualdades . Isso ocorre, por exemplo, com areserva de vagas para portadores de necessidades especiais nosconcursos públicos.

A realização de licitações e de concursos públicos são tambémexpressões do princípio da impessoalidade associado à isonomia, poisoportunidades iguais são conferidas a todos aqueles quepreencherem os requisitos previstos na lei e no edital.

- Associado à vedação de promoções pessoais pelos agentes

públicos:O princípio também deve ser analisado como uma proibição aosagentes públicos de que se valham de seus cargos, empregosou funções para promoção pessoal ou de terceiros .

Essa regra está prevista no art. 37, §1º, da CF/88 , cujo conteúdodetermina que:

A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas

dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo oude orientação social, dela não podendo constar nomes,

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símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoalde autoridades ou servidores públicos .

Portanto, determinada obra pública não deve ser associada ao agentepúblico, mas sim à pessoa jurídica. Por exemplo: “obra realizada peloEstado de Minas Gerais” e não “obra realizada pelo Governo Fulanode tal”.

Não se deve deduzir dessa regra que os agentes públicos não podemse identificar na prática dos atos administrativos. Pelo contrário, poisé direito dos administrados exigirem a identificação funcional dasautoridades administrativas, sendo dever destes se identificarem. Oque não pode ocorrer é o agente público buscar sua promoçãopessoal (“tirar proveito da situação”) por meio da vinculação de seunome a serviços, programas, obras públicas e etc.

Aplicando-se o princípio sob essa ótica, o STF manifestou-se pelaconstitucionalidade do inciso V do artigo 20 da Constituição do Cearáque veda ao Estado e aos Municípios atribuir nome de pessoaviva a avenida, praça, rua, logradouro, ponte, reservatório deágua, viaduto, praça de esporte, biblioteca, hospital,maternidade, edifício público, auditórios, cidades e salas deaula .

Na visão do ministro relator desse julgado o preceito visa a impedir oculto e à promoção pessoal de pessoas vivas, tenham ou nãopassagem pela Administração. Destacou em seu voto que proibiçãosimilar é estipulada, no âmbito federal, pela Lei n. 6.454/77 (ADI307, voto do Min. Eros Grau, julgamento em 13-2-08, DJE de 20-6-08).

- Associado ao princípio da imputação volitiva:

Por fim, o princípio da impessoalidade está atrelado à Teoria doÓrgão , que oportunamente será estudada.

Tal teoria, que se baseia no princípio da imputação volitiva ,preceitua que os atos praticados pelos agentes públicos sãoimputados (atribuídos) à pessoa jurídica em nome da qual atua.

Dessa forma, os agentes públicos são instrumentos paramanifestação da vontade da Administração Pública.

Com base na referida teoria, se um servidor público causar prejuízo aum particular agredindo-o fisicamente a ponto de causar-lhe lesões, a

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ação judicial pleiteando a reparação civil (gastos com uma cirurgiaplástica, por exemplo) será proposta contra o ente público (pessoa

jurídica) em nome da qual agiu o servidor agressor.

Se nesse exemplo o servidor for lotado na autarquia INSS, serácontra esta entidade que a vítima das lesões proporá a açãoindenizatória. Posteriormente, se o INSS suportar algum prejuízo,ajuizará ação regressiva contra o agente causador dos danos.

Ainda aplicando o princípio da imputação volitiva, merece destaque avalidade dos atos praticados por “ funcionários de fato ” (“agentesde fato”), que são aqueles irregularmente investidos na funçãopública (ex: servidor que ingressou sem o obrigatório concursopúblico), mas cuja situação tem aparência de legalidade.

Atribui-se validade aos seus atos sob o fundamento de queforam praticados pela pessoa jurídica e com o propósito deproteger a boa-fé dos administrados .

Imaginem um servidor que foi nomeado sem concurso público e aolongo dos anos praticou diversos atos. Há uma irregularidade em suainvestidura (ausência de concurso), o que, com base na teoria doórgão, não invalidará os seus atos se praticados de acordo com oordenamento jurídico, pois, conforme já dito, consideram-sepraticados pela pessoa jurídica a qual integra.

11 ..33 MMOOR R AALLII DDAADDEE

Vamos agora estudar mais um princípio, dessa vez o da moralidade...

É fundamental que você tenha em mente que a moralidadeconstitui requisito de validade de todo ato da AdministraçãoPública, acarretando a sua inobservância à anulação do ato

praticado !

- Moral administrativa x moral comum

O princípio da moralidade exige que o agente público atue de formaética, observando a moral administrativa (moral jurídica –composta de regras de boa administração), que difere da moralcomum .

Enquanto a moral comum vincula o indivíduo em sua condutaexterna, preocupando-se em diferenciar o bem do mal, a

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moral administrativa está associada às relações daAdministração Pública com os administrados em geral, bemcomo às suas relações internas com os agentes públicos.

Celso Antônio Bandeira de Mello leciona que compreendem no âmbitodo princípio da moralidade os princípios da lealdade e da boa-fé,segundo os quais a Administração deve proceder em relação aosadministrados de forma sincera, sendo-lhe vedado qualquercomportamento que dificulte o exercício de direitos por parte doscidadãos.

- Observância do princípio da moralidade pelos particulares

É importante saber que o princípio da moralidade não é deobservância obrigatória apenas para os agentes públicos, mastambém para os particulares que se relacionam com aAdministração Pública .

Aqueles devem manter uma postura ética perante a Administração,atuando em harmonia com a moral, com os bons costumes e com aideia comum de honestidade.

- Instrumentos de combate à imoralidade administrativaSão diversos os instrumentos de combate à imoralidadeadministrativa previstos no ordenamento jurídico pátrio, tais como aação popular 6 , ação civil pública 7 e a lei de improbidadeadministrativa (Lei 8.429/92).

Inclusive, a citada lei foi editada para regulamentar o art. 37, §4º, daCF, cuja redação é a seguinte:

Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensãodos direitos políticos , a perda da função pública , aindisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário , naforma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação

penal cabível .

6 CF, art. 5º, LXXIII: “ qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular atolesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, aomeio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento decustas judiciais e do ônus da sucumbência”.

7 CF, art. 129. “ São funções institucionais do Ministério Público: (...) III – promover o inquérito civil a açãocivil pública, para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interessesdifusos e coletivos ”.

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Muita atenção na prova quanto a esse dispositivo constitucional, poisas bancas costumam inverter “ suspensão dos direitos políticos ” e

“perda da função pública ” colocando erroneamente que os atos deimprobidade geram a perda de direitos políticos e a suspensão dafunção pública. Atenção!!!

- Nepotismo

Recentemente, relacionado também 8 ao princípio da moralidade,houve grande progresso no combate ao nepotismo com a edição dasúmula vinculante nº 13 (DJ 29/08/08), editada pelo SupremoTribunal Federal:

Súmula Vinculante nº 13 - a nomeação de cônjuge,companheiro ou parente em linha reta, colateral ou porafinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeanteou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo dedireção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo emcomissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada naadministração pública direta e indireta em qualquer dos Poderesda União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola aConstituição Federal.

Analise comigo quais são as possíveis informações constantes dessasúmula que podem ser objeto de questão de prova...

• Quem está sujeito ao nepotismo? : cônjuge, companheiro eparente até o 3º grau;

Pegadinha : banca substituir “3º grau” por “2º grau”.

• Com quem ocorrem os vínculos acima para caracterização

do nepotismo? : com a autoridade nomeante ou com servidor damesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ouassessoramento;

Pegadinha : banca substituir “cargo de direção, chefia ouassessoramento” por “cargo efetivo”, ou acrescentar essaexpressão na assertiva, pois não haverá nepotismo se anomeação for para ocupar cargo efetivo (cujo ingresso se dápor meio de concurso público).

8 A vedação ao nepotismo está relacionada, em especial, aos princípios da impessoalidade, eficiência,igualdade e moralidade.

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• Nepotismo caracteriza-se em quais cargos/funções? : cargosem comissão ou funções de confiança.

Pegadinha : banca substituir “cargo em comissão ou função deconfiança” por “cargo efetivo”, conforme já dito acima.

Em resumo, haverá nepotismo nas seguintes hipóteses:

• se a autoridade nomear seu cônjuge, companheiro ou parente atéo 3º grau para ocupar cargo em comissão ou para exercer funçãode confiança;

• se o servidor nomeado for cônjuge, companheiro ou parente até o3º de servidor da mesma pessoa jurídica que ocupe cargo dedireção, chefia ou assessoramento;

• se ocorrer nepotismo cruzado , em que a autoridade A nomeia,por exemplo, o cônjuge da autoridade B, e esta nomeia o irmão daautoridade A. São as designações recíprocas citadas na súmula.

Quanto ao nepotismo cruzado, veja ementa de decisão recenteproferida pelo STF:

“(...) configurada a prática de nepotismo cruzado, tendo emvista que a assessora nomeada pelo impetrante para exercercargo em comissão no TRT 17ª Região, sediado em Vitória/ES, énora do magistrado que nomeou a esposa do impetrante paracargo em comissão no TRT 1ª Região, sediado no Rio de

Janeiro/RJ. A nomeação para o cargo de assessor do impetranteé ato formalmente lícito. Contudo, no momento em que éapurada a finalidade contrária ao interesse público, qual seja,uma troca de favores entre membros do Judiciário, o ato deve

ser invalidado, por violação ao princípio da moralidadeadministrativa e por estar caracterizada a sua ilegalidade, pordesvio de finalidade.” (MS 24.020 Rel. Min. Joaquim Barbosa,

julgamento em 6-3-2012, Segunda Turma, DJE de 13-6-2012.)

Além dessas colocações, existem alguns pontos não constantes dasúmula vinculante nº 13, mas que foram discutidos e decididos pelosMinistros do STF:

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• Não há nepotismo nas nomeações para cargos de naturezapolítica , tais como os cargos de Secretários de Governo eMinistros de Estado , salvo se for nepotismo cruzado;

• Não há necessidade de que a vedação ao nepotismo sejaprevista em lei formal , pois de acordo com o STF a sua proibiçãodecorre diretamente dos princípios contidos no art. 37 da CF, maisprecisamente dos princípios da legalidade, impessoalidade,moralidade e eficiência .

É interessante destacar, para finalizar, que a prática de nepotismoconstitui ato de improbidade administrativa por ofensa aosprincípios da Administração Pública (art. 11 da Lei 8.429/92),cuja caracterização, conforme vem decidindo o Superior Tribunal deJustiça, independe de dano ou de lesão material ao erário paraa sua caracterização .

11 ..44 .. PPUUBBLLII CCII DDAADDEE

O princípio da publicidade prevê a obrigatoriedade de divulgaçãodos atos praticados pela Administração Pública produtores deefeitos externos , sendo poucas as exceções em que se admite osigilo (CF, art. 5º, LX : “a lei só poderá restringir a publicidade dosatos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse

social o exigirem; art. 5º, XXXIII : “todos têm direito a receber dosórgãos públicos informações de seu interesse particular, ou deinteresse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei sob

pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo sejaimprescindível à segurança da sociedade e do Estado ).

Fique ligado na prova, pois nem todos os atos da AdministraçãoPública devem ser publicados, mas apenas aqueles queproduzem efeitos externos (exs: aposentadorias, demissões,

decisões em processos administrativos ...), ressalvando-se ainda oscasos de intimidade e de interesse público.

A publicidade dos atos oficiais tem basicamente dois objetivos:

9 O STF não procedeu à enumeração de quais são os cargos considerados políticos para fins denepotismo, o que afastaria as dúvidas que têm surgido. De qualquer forma, por enquanto, considereapenas os cargos de Secretário de Governo e de Ministro de Estado. As eventuais dúvidas deverão serdirimidas pelo próprio STF, como fez quando foi provocado a decidir se o cargo de Conselheiro doTribunal de Contas é político, ocasião em que decidiu que não, mas sim cargo administrativo, sujeito,portanto, às regras do nepotismo.

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• fazer com que o conteúdo do ato chegue ao conhecimento dosadministrados (divulgação) , iniciando-se a partir daí a produçãode seus efeitos externos (um edital de concurso público apenasproduz efeitos externos após sua regular divulgação por meio desua publicação, por exemplo, na Imprensa Oficial);

• propiciar que os administrados exerçam controle sobre avalidade do ato divulgado (aproveitando o exemplo anterior, casoum candidato considere que o edital do concurso público divulgadocontém alguma ilegalidade, poderá exercer o controle de suavalidade impetrando um mandado de segurança).

Já vi bancas perguntando em prova se a publicidade é elementoformativo dos atos administrativos. Cuidado, pois não é! Apublicidade é requisito para validade, eficácia (produção deefeitos jurídicos) e moralidade do ato administrativo .

Vale chamar a sua atenção para o fato de a publicidade não se limitarà divulgação dos atos oficiais, mas também alcançar a suadisponibilização para exame dos administrados (art. 5º, XXXIII,CF), ressalvando-se, contudo, os atos protegidos legitimamente pelosigilo.

Quanto à publicação dos atos em meio oficial, destaca-se que osmesmos, em regra, devem ser publicados no Diário Oficial (no âmbitofederal, por exemplo, no Diário Oficial da União).

Contudo, nem todos os municípios possuem Imprensa Oficial. Nessescasos, a divulgação será feita por meio de jornal particular decirculação local, que funcionará a partir de sua contratação como ummeio oficial de publicações dos atos da Administração Pública.

Entretanto, não se pode esquecer que em diversos municípios sequerexistem jornais de circulação local, sendo a solução para esses casos

a afixação dos atos nas sedes dos órgãos públicos municipais (comoexemplo, no prédio da Prefeitura).

Cuidado na prova, pois divulgações em imprensa particular nãocontratada, rádio ou televisão não produzem efeitos jurídicos .É o que ocorre, por exemplo, com a veiculação de notícias pela Vozdo Brasil, que não será suficiente para atender ao princípio dapublicidade.

Mostra-se também importante destacar que o art. 5º, XXXIV, CF,

assegura a todos, independentemente do pagamento de taxas: “ a) odireito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou

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contra ilegalidade ou abuso de poder; b) a obtenção de certidões emrepartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento desituações de interesse pessoal ”,

O mesmo dispositivo constitucional, porém em seu inciso LXXII,prevê o habeas data como instrumento de defesa à informaçãodepositada em entidade pública ou privada que forneçam dados aterceiros: “ conceder-se-á habeas data: a) para assegurar oconhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante,constantes de registros ou bancos de dados de entidadesgovernamentais ou de caráter público; b) para a retificação de dados,quando não se prefira fazê-lo por processo sigilo, judicial ouadministrativo ”.

Por fim, quanto ao princípio sob análise, oportuna a divulgação detrecho da decisão do STF envolvendo a constitucionalidade dadivulgação das remunerações dos servidores público pelaAdministração Pública:

“Direito à informação de atos estatais, neles embutida a folhade pagamento de órgãos e entidades públicas. (...) Caso emque a situação específica dos servidores públicos é regida pela1ª parte do inciso XXXIII do art. 5º da Constituição. Suaremuneração bruta, cargos e funções por eles titularizados,órgãos de sua formal lotação, tudo é constitutivo deinformação de interesse coletivo ou geral. Expondo-se,

portanto, a divulgação oficial. Sem que a intimidade deles,vida privada e segurança pessoal e familiar se encaixem nasexceções de que trata a parte derradeira do mesmo dispositivoconstitucional (inciso XXXIII do art. 5º), pois o fato é que nãoestão em jogo nem a segurança do Estado nem do conjuntoda sociedade. Não cabe, no caso, falar de intimidade ou devida privada, pois os dados objeto da divulgação em causadizem respeito a agentes públicos enquanto agentes públicos

mesmos; ou, na linguagem da própria Constituição, agentesestatais agindo ‘nessa qualidade’ (§ 6º do art. <37>). Equanto à segurança física ou corporal dos servidores, seja

pessoal, seja familiarmente, claro que ela resultará um tantoou quanto fragilizada com a divulgação nominalizada dosdados em debate, mas é um tipo de risco pessoal e familiarque se atenua com a proibição de se revelar o endereçoresidencial, o CPF e a CI de cada servidor. No mais, é o preçoque se paga pela opção por uma carreira pública no seio deum Estado republicano. A prevalência do princípio da

publicidade administrativa outra coisa não é senão um dosmais altaneiros modos de concretizar a República enquanto

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forma de governo. Se, por um lado, há um necessário modorepublicano de administrar o Estado brasileiro, de outra parteé a cidadania mesma que tem o direito de ver o seu Estadorepublicanamente administrado. O ‘como’ se administra acoisa pública a preponderar sobre o ‘quem’ administra – falariaNorberto Bobbio –, e o fato é que esse modo público de gerir amáquina estatal é elemento conceitual da nossa República. Oolho e a pálpebra da nossa fisionomia constitucionalrepublicana. A negativa de prevalência do princípio da

publicidade administrativa implicaria, no caso, inadmissívelsituação de grave lesão à ordem pública .” (SS 3.902-AgR-segundo, Rel. Min. Ayres Britto, julgamento em 9-6-2011,Plenário, DJE de 3-10-2011.)

11 ..55 .. EEFFII CCII ÊÊNNCCII AA

O princípio da eficiência tornou-se expresso na ConstituiçãoFederal de 1988 com a edição da Emenda Constitucional nº19/98 , que o inseriu na redação do caput do art. 37, pois até talmomento era princípio implícito (relativamente à Constituição).

Fique muito atento(a) na prova, pois é comum as bancasperguntarem se a EC 19/98 inseriu o princípio da eficiência no nossoordenamento jurídico.De forma nenhuma, pois referido princípio já era de observânciaobrigatória, porém não constava expressamente na CF, sendo,por isso, princípio implícito relativamente a ela. O que fez a EC19/98 foi torná-lo um princípio expresso ao modificar aredação do art. 37, caput, CF, incluindo explicitamente referidoprincípio.

Também foi previsto expressamente na Lei 9.784/99 (lei que regula o

processo administrativo no âmbito federal).Referido princípio veicula a obrigatoriedade de que os agentespúblicos busquem em seus desempenhos os melhoresresultados possíveis , valendo também esse raciocínio para aAdministração Pública, que deve se aparelhar e se estruturarde sorte a viabilizar a eficiente atuação de seus agentes .

Por isso o gerenciamento irresponsável de recursos públicos, o queofende o princípio da economicidade, também constitui lesão ao

princípio da eficiência.

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Parte da doutrina associa o princípio da eficiência ao princípio daboa administração .

Outro reflexo desse princípio foi o acréscimo do inciso LXXVIII ao art.5º da CF, cujo conteúdo busca uma maior celeridade nos processos

judiciais e administrativos.

Eis sua redação: “ a todos, no âmbito judicial e administrativo, sãoassegurados a razoável duração do processo e os meios quegarantam a celeridade de sua tramitação”.

Outro exemplo de manifestação desse princípio é o pedido dereconsideração , previsto, por exemplo, na Lei 9.784/99 e na Lei8.112/90, que possibilita à autoridade que proferiu determinadadecisão reconsiderá-la, a requerimento do interessado, evitandoassim a remessa do processo para órgão superior visando àapreciação de recurso administrativo, o que certamente aumentaria oprazo de duração do processo.

O princípio em tela também está associado à noção deadministração gerencial , que é um modelo de administração queprivilegia a desburocratização administrativa e a descentralizaçãoadministrativa, cuja introdução no Brasil se deu com a reformaadministrativa de 1967, operada pelo Decreto-Lei 200.

Também está relacionado à avaliação de desempenho dosservidores públicos , que pode ocasionar, inclusive, a perda docargo pelo servidor estável, conforme art. 41, §1º, III, CF.

Por fim, ao inserir o princípio da eficiência na CF, o legisladorconstituinte previu outros mecanismos destinados a facilitar suaconcretização, tais como os §3º e 8º do art. 37:

“§ 3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário na

administração pública direta e indireta, regulando especialmente:I - as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos emgeral, asseguradas a manutenção de serviços de atendimento aousuário e a avaliação periódica, externa e interna, da qualidade dosserviços;II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a informaçõessobre atos de governo, observado o disposto no art. 5º, X e XXXIII;III - a disciplina da representação contra o exercício negligente ouabusivo de cargo, emprego ou função na administração pública.”

“§ 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e

entidades da administração direta e indireta poderá ser ampliadamediante contrato, a ser firmado entre seus administradores e o poder

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público, que tenha por objeto a fixação de metas de desempenho parao órgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre:I - o prazo de duração do contrato;II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos,obrigações e responsabilidade dos dirigentes;III - a remuneração do pessoal.”

2. PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS

22 ..11 .. PPR R II NNCCÍÍ PPII OO DDAA SSUUPPR R EEMMAACCII AA DDOO II NNTTEER R EESSSSEE PPÚÚBBLLII CCOO

Juntamente com o princípio da indisponibilidade do interesse

público10

pela Administração , que a seguir será abordado, éconsiderado um dos pilares do regime jurídico administrativo(regime jurídico de direito público) .

Trata-se de princípio geral de Direito inerente a qualquer sociedade.

Está presente tanto na elaboração das leis (função legislativa)como no momento de sua execução (função administrativa) .

A atuação da Administração Pública não tem em mira o indivíduo em

si, mas sim a coletividade .Dessa forma, quando em conflito os interesses privados com osinteresses públicos, estes devem prevalecer.

Bastar imaginar, como exemplos, os institutos da desapropriação (art. 5º, XXIV11 ) e da requisição (art. 5º, XXV 12 ), em que o interesseindividual é superado pelo interesse público.

Por fim, interessante destacar que alguns autores denominam esseprincípio de princípio da finalidade pública .

10 Diferentemente, Maria Sylvia Di Pietro sustenta que os pilares do regime jurídico administrativo são osprincípios da supremacia do interesse público e da legalidade.

11 “ A lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou porinteresse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nestaConstituição”.

12 “No caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular,assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano”.

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2.2. PRINCÍPIO DA II NNDDII SSPPOONNII BBII LLII DDAADDEE DDOO II NNTTEER R EESSSSEE PPÚÚBBLLII CCOO

Trata-se de outro pilar do regime jurídico administrativo, cujoconteúdo coloca os agentes públicos como meros gestores dointeresse público, não lhes conferindo o poder de disposição( de dispor, no sentido de abdicar ) sem prévia autorizaçãolegislativa .

Conforme lição de José dos Santos Carvalho Filho 13 , “os bens einteresses públicos não pertencem à Administração nem a seusagentes. Cabe-lhes apenas geri-los, conservá-los e por eles velar em

prol da coletividade, esta sim a verdadeira titular dos direitos einteresses públicos”.

Exemplo de aplicação desse princípio é a exigência de préviaautorização legislativa para a alienação de bens imóveispúblicos (art. 17, I, Lei 8.666/93).

22 ..33 .. PPR R II NNCCÍÍ PPII OO DDAA PPR R OOPPOOR R CCII OONNAALLII DDAADDEE

Com base nesse princípio a atuação do agente público deve limitar-se às medidas necessárias para o atendimento do interessecoletivo, sendo fundamental que haja uma proporção entre osmeios utilizados e o fim visado , sob pena de ilegalidade do ato.

Trata-se de princípio previsto expressamente na Lei 9.784/99 (lei queregula o processo administrativo no âmbito federal).

Maria Sylvia Di Pietro14 considera que “ embora a Lei 9.784/99 façareferência aos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade,separadamente, na realidade, o segundo constitui um dos aspectoscontidos no primeiro. Isto porque o princípio da razoabilidade, entre

outras coisas, exige proporcionalidade entre os meios de que seutiliza a Administração e os fins que ela tem que alcançar ”.

Com base nesse princípio, as sanções aplicadas pelo PoderPúblico devem ser proporcionais à falta cometida .

Juntamente com o princípio da razoabilidade, a seguir comentado, éinstrumento para controle da discricionariedadeadministrativa .

13 Manual de Direito Administrativo. 22ª ed. Lumen Juris Editora. p. 32.14 Obra citada. p. 79.

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A propósito, a discricionariedade administrativa ocorre quando alei confere ao agente público liberdade , dentro de limites por elatraçados, para a prática de determinado ato administrativo. Porexemplo, diante de um pedido de porte de arma o agente público tema liberdade de deferir ou não, independentemente do preenchimentodas condições pelo cidadão interessado. Se fosse um pedido delicença para construir, preenchidos os requisitos legais, o agentepúblico estaria obrigado a deferir o pedido, pois nesse caso o ato évinculado.

José dos Santos Carvalho Filho 15 , citando a doutrina alemã, ensinaque a observância ao princípio da proporcionalidade exige trêsfundamentos: “ 1) adequação , significando que o meio empregadona atuação deve ser compatível com o fim colimado; 2)exigibilidade , porque a conduta deve ter-se por necessária, nãohavendo outro meio menos gravoso ou oneroso para alcançar o fim

público, ou seja, o meio escolhido é o que causa o menor prejuízo possível para os indivíduos; 3) proporcionalidade em sentidoestrito , quando as vantagens a serem conquistadas superarem asdesvantagens ”.

22 ..44 .. PPR R II NNCCÍÍ PPII OO DDAA R R AAZZOOAABBII LLII DDAADDEE

De acordo com esse princípio, o agente público deve atuar dentrodos padrões normais de aceitabilidade, valendo-se do bomsenso no exercício de suas funções .

Quando a lei confere-lhe certa margem de discrição (na prática deatos discricionários), deve o administrador buscar o resultado maisadequado para a situação enfrentada. Isso demonstra a vinculação doprincípio da razoabilidade à discricionariedade administrativa.

Da mesma forma que proporcionalidade, é princípio expresso na Lei9.784/99.

Imagine se você for prestar um concurso para analista judiciário doTRT/SP, cuja escolaridade exigida é qualquer curso superior, e doedital conste a seguinte exigência: mestrado em finanças públicas.Pergunto: há bom senso nessa exigência? Lógico que não, por isso édesarrazoada, ou seja, contrária ao princípio da razoabilidade.

15 Ora citada. p. 38.

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22 ..55 .. PPR R II NNCCÍÍ PPII OO DDAA SSEEGGUUR R AANNÇÇAA JJUUR R ÍÍ DDII CCAA

Esse princípio está previsto expressamente na Lei 9.784/99 (art. 2º,parágrafo único, XIII, parte final): “ interpretação da normaadministrativa da forma que melhor garanta o atendimento do fim

público a que se dirige, vedada aplicação retroativa de novainterpretação ”.

Para preservar a boa fé do administrado, esse princípio veda( proíbe ) que a Administração Pública aplique retroativamenteuma nova interpretação sobre situações praticadas com baseem interpretação anterior.

Além de estar ligado ao princípio da moralidade, o princípio dasegurança jurídica tem como essência a estabilidade das relações

jurídicas.

É considerado pela doutrina, ao lado do princípio da legalidade, umadas vigas mestras do Estado de Direito.

Porém, o princípio tem outras aplicações...

Com base nesse princípio, admite-se que situações praticadas emdesconformidade com a lei, portanto ilegais, sejam conservadas aoinvés de anuladas . É o que a doutrina denomina de convalidação ,que será estudada em momento oportuno. Nessas hipóteses, amanutenção do ato harmoniza-se com o interesse público, pois a suaanulação causará mal maior do que mantê-lo. Nesse choque entre osprincípios da legalidade e o da segurança jurídica, feita a ponderaçãode valores sobre o caso concreto, haverá prevalência daquele último.

Pense numa desapropriação de determinado imóvel em que aindenização foi devidamente paga para o proprietário. O Poder

Público loteia o imóvel e constrói casas vendidas a preços popularespara dezenas de famílias. Três anos depois, o Poder Público identificaum vício no processo desapropriatório. Pergunto para você: o quemelhor atenderá ao interesse público: cancelar a desapropriação edesalojar todas as famílias ou convalidar o ato? Nesse confrontoentre legalidade e segurança jurídica prevalecerá, no casoapresentado, esse último princípio, obviamente se presentesos requisitos legais para a convalidação.

Outra hipótese já analisada por STF e STJ acerca desse conflito entre

princípio da legalidade e o da segurança jurídica envolve asascensões funcionais concedidas sob a égide da legislação

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permissiva, ou seja, concedidas em período que a legislação permitia.As ascensões foram declaradas inconstitucionais pelo STF por permitirmudança de cargo sem concurso público. E o que fazer com osservidores beneficiados pelas ascensões em período que não haviamanifestação do STF quanto ao tema?

No meu livro “Direito Administrativo - coleção informativoscomentados ” (olha a propaganda...rs...), manifestei-me da seguinteforma ao comentar decisão do STJ que manteve ascensãoquestionada:

A decisão retrata as posições de STJ e STF pela prevalência do princípio da segurança jurídica quando em ponderação com o princípioda legalidade nos casos de ascensões funcionais ocorridas sob a égideda legislação permissiva, ainda que considerada a posterior declaração pelo STF da inconstitucionalidade desta forma de provimento derivado.

O princípio também está associado aos institutos da prescrição e dadecadência administrativas , que impedem que situações jurídicasperdurem indefinidamente causando instabilidade

No art. 54 da Lei 9.784/99, o legislador ordinário foi inspirado peloprincípio da segurança jurídica ao tratar do prazo de decadência paraanulação de atos administrativos: “ o direito da Administração de

anular os atos administrativos de que decorram efeitosfavoráveis para os destinatários decai em 5 (cinco) anos,contados da data em que foram praticados, salvo comprovadamá-fé ”.

A doutrina também tem associado ao princípio da segurança jurídicaas súmulas vinculantes do STF, que são estudadas no DireitoConstitucional, cujo objetivo é afastar controvérsias que gerem graveinsegurança jurídica (art. 103-A, §1º, CF).

A doutrina associa ao princípio da segurança jurídica dois outrosprincípios: princípio da proteção à confiança e princípio da boa-fé.

2.5.1. Princípio da proteção à confiança

A doutrina majoritária sustenta que o princípio da segurança jurídicapode ser dividido em dois aspectos: a) objetivo : garantia daestabilidade das relações jurídicas; b) subjetivo: proteção àconfiança do administrado, que deposita sua confiança nos atospraticados pelo Poder Público, que são dotados de presunção delegitimidade e de veracidade.

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Portanto, o princípio da proteção à confiança constitui oaspecto subjetivo do princípio da segurança jurídica .

2.5.2. Princípio da boa-fé

Está relacionado às condutas da Administração Pública e dosadministrados que devem ser pautadas na boa-fé .

Tem previsão no art. 2º, parágrafo único, IV, da Lei 9.784/99, queindica com o critério nos processos administrativos a “ atuaçãosegundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé”.

Nessa mesma lei, mais adiante, em seu art. 4º, II, outramanifestação do princípio. Consta do referido dispositivo como deverdo administrado “ proceder com lealdade, urbanidade e boa-fé”.

Maria Sylvia Di Pietro16 sustenta que “ o princípio da boa-fé abrangeum aspecto objetivo, que diz respeito à conduta leal, honesta, e umaspecto subjetivo, que diz respeito à crença do sujeito de que estáagindo corretamente. Se a pessoa sabe que a atuação é ilegal, elaestá agindo de má-fé ”.

22 ..66 .. PPR R II NNCCÍÍ PPII OO DDAA EESSPPEECCII AALLII DDAADDEE

Trata-se de princípio relacionado à criação das entidadesadministrativas integrantes da administração indireta :autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades deeconomia mista.

Portanto, relaciona-se à ideia de descentralização administrativa.

Parte da doutrina sustenta que o princípio da especialidade édecorrência dos princípios da legalidade e da indisponibilidade dointeresse público.

Quando o Estado, visando à especialização de função, cria ou autorizaa criação de pessoa jurídica integrante da administração indireta, a leique instituiu ou autorizou a instituição indica as finalidades quedevem ser perseguidas pela entidade criada, não podendo os seusrespectivos administradores se afastarem desses objetivos.

16 Obra citada. p. 86.

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22 ..77 .. PPR R II NNCCÍÍ PPII OO DDAA TTUUTTEELLAA OOUU CCOONNTTR R OOLLEE

Esse princípio está ligado à idéia de descentralizaçãoadministrativa , que será objeto de estudo em momento oportuno.

O instituto da descentralização administrativa justifica a criação daspessoas jurídicas integrantes da Administração Indireta (autarquias,fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economiamista), bem como a prestação de serviços públicos porconcessionárias e por permissionárias.

O princípio da tutela representa o controle que a AdministraçãoDireta (órgãos da União, Estados, Distrito Federal e Municípios)exerce sobre os atos praticados pelas entidades da AdministraçãoIndireta (autarquias, fundações públicas, empresas públicas esociedades de economia mista).

22 ..88 .. PPR R II NNCCÍÍ PPII OO DDAA AAUUTTOOTTUUTTEELLAA

Baseado no princípio da autotutela a Administração Pública tem odever-poder de rever seus próprios atos, anulando-os quandoilegais (aspecto de legalidade) ou revogando os atos válidospor motivos de conveniência e/ou oportunidade (aspectos demérito) .

A Administração exerce seu deve-poder de autotutela de ofício (semque seja provocada) ou mediante provocação do interessado.

Trata-se de princípio que prevê um controle interno , pois cadapessoa jurídica da Administração Pública, seja Direta ouIndireta, exercerá o controle de seus próprios atos .

Nesse sentido, o INSS - que é uma autarquia -, caso constate quehouve vazamento dos gabaritos das provas durante a realização deconcurso público para preenchimento de cargos de técnicosadministrativos, poderá, exercendo seu poder de autotutela, anular oconcurso público.

Existem duas súmulas editadas pelo Supremo Tribunal Federal queconsagram referido princípio, que são as de números 346 e 473.

Súmula 346 – A Administração Pública pode declarar a

nulidade dos seus próprios atos.

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Súmula 473 - A Administração pode anular seus própriosatos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais,

porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, pormotivo de conveniência ou oportunidade, respeitados osdireitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, aapreciação Judicial.

No que se refere à anulação dos atos administrativos, a Lei 9.784/99criou um limitador temporal para o exercício desse dever-poder pelaAdministração: o prazo de 5 (cinco) anos .

Se durante esse período, a Administração não adotar as providênciasnecessárias para anulação do ato administrativo, não mais poderáfazê-lo , permanecendo referido ato no ordenamento jurídico porconta do instituto da convalidação, que ainda será devidamenteestudado nesse curso.

22 ..99 .. PPR R II NNCCÍÍ PPII OO DDAA PPR R EESSUUNNÇÇÃÃOO DDEE LLEEGGII TTII MMII DDAADDEE EE DDEE VVEER R AACCII DDAADDEE

De acordo com esse princípio há presunção relativa de que osatos da Administração Pública foram praticados de acordo como ordenamento jurídico e de que os fatos nele indicados sãoverdadeiros .Essa presunção é relativa ( juris tantum ), pois admite prova emcontrário . Ou seja, o administrado pode demonstrar por meio deprocesso administrativo ou judicial que o ato praticado pelaAdministração é ilegal.

Como consequências desse princípio a doutrina indica: a) as decisõesadministrativas são de execução imediata (autoexecutoriedade) ,não dependendo de autorização do Poder Judiciário para serem

executadas; b) as decisões administrativas podem criar obrigaçõespara os particulares independentemente de concordância(imperatividade) .

Quando um agente de trânsito aplica uma multa ao condutor infrator,ele não depende de autorização judicial para praticar o ato(autoexecutoriedade) e sua conduta constitui unilateralmente oinfrator em obrigação, ou seja, independentemente da concordância(imperatividade).

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22 ..1100 .. PPR R II NNCCÍÍ PPII OO DDAA HHII EER R AAR R QQUUII AA

Com base nesse princípio, a Administração Pública estruturaseus órgãos criando entre eles uma relação de subordinação ede coordenação .

Basta pensar, por exemplo, na estrutura do Departamento da PolíciaFederal, formada por Gabinete, Coordenadorias, Diretorias,Corregedorias e etc.

22 ..1111 .. PPR R II NNCCÍÍ PPII OO DDAA CCOONNTTII NNUUII DDAADDEE DDOO SSEER R VVII ÇÇOO PPÚÚBBLLII CCOO

A ideia base desse princípio é que a prestação do serviço públiconão pode parar (salvo nas hipóteses de interrupções previstasna lei) , pois é a forma como o Estado desempenha as funções quelevarão benefícios para a coletividade.

Interessante destacar que a continuidade do serviço público estáintimamente ligada ao princípio da eficiência , pois a paralisaçãodos serviços afeta os usuários, causando-lhes prejuízos de diversasordens.

Maria Sylvia Di Pietro17 lista algumas decorrências desse princípio:

• institutos como suplência , delegação e substituição parapreencher as funções públicas temporariamente vagas;

• impossibilidade, para quem contrata com a Administração, deinvocar a exceptio non adimpleti contractus 18 nos contratos quetenham por objeto a execução de serviço público;

• a faculdade que se reconhece à Administração de utilizar osequipamentos e instalações da empresa que com ela contrata, para

assegurar a continuidade do serviço;• com o mesmo objetivo, a possibilidade de encampação da

concessão de serviço público, assumindo a Administração aprestação dos serviços.

17 Obra citada. p. 70/71.

18 Diante da inadimplência da Administração Pública, não pode o particular contratado alegar em seufavor a exceção do contrato não cumprido e interromper a execução dos serviços até que receba o quelhe é devido.

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22 ..1122 .. PPR R II NNCCÍÍ PPII OO DDAA MMOOTTII VVAAÇÇÃÃOO

Esse princípio exige que a Administração Pública indique osfundamentos de fato e de direito de suas decisões ,independentemente de serem vinculadas ou discricionárias.

Nos termos do art. 50 da Lei 9.784/99, os atos administrativosdeverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos fundamentos

jurídicos, quando:

• neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;

• imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções;

• decidam processos administrativos de concurso ou seleção pública;• dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório;

• decidam recursos administrativos;

• decorram de reexame de ofício;

• deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão oudiscrepem de pareceres, laudos, propostas e relatórios oficiais;

• importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de atoadministrativo.

Por fim, Maria Sylvia Di Pietro19 sustenta que “ a motivação, em regra,não exige formas específicas, podendo ser ou não concomitante como ato, além de ser feita, muitas vezes, por órgão diverso daquele que

proferiu a decisão. Frequentemente, a motivação consta de pareceres, informações, laudos, relatórios, feitos por outros órgãos,sendo apenas indicados como fundamento da decisão. Nesse caso,

eles constituem a motivação do ato, dele sendo parte integrante ”.

Nesse momento chego ao fim da parte teórica da aula...

Sei que é cansativo, pois também já passei por isso, mas pense emférias, terço constitucional, 13º, abonos, gratificações... tudo issoestá esperando você, basta ter disciplina e dedicação!

19 Obra citada. p. 82.

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Creio que nesse momento você pode levantar para tomar umaaguinha, recuperar as energias e retornar para fazer as questões queselecionei para você.

Apenas destacando que no final desse ponto as questões serãoreproduzidas sem os meus comentários.

Isso porque tem aluno que prefere primeiro fazer as questões,conferir o gabarito e depois ler os respectivos comentários.

QQUUEESSTTÕÕEESS DDEE CCOONNCCUUR R SSOOSS

1) (CESPE/SECONT-ES/AUDITOR DO ESTADO/2009) Comodecorrência do princípio da impessoalidade, a CF proíbe a presençade nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoalde autoridades ou servidores públicos em publicidade de atos,programas, obras, serviços e campanhas de órgãos públicos.

COMENTÁRIOS

É o que dispõe o art. 37, §1º, da CF.

Gabarito: correta

2) (CESPE - 2009 - TRF - 2ª REGIÃO - Juiz) De acordo com oprincípio da publicidade, os atos administrativos devem serpublicados necessariamente no Diário Oficial, não tendo validade amera publicação em boletins internos das repartições públicas.

COMENTÁRIOS

O princípio da publicidade prevê a divulgação dos atos daAdministração Pública, não havendo exclusividade quanto ao meio depublicação. Ou seja, não necessariamente todos os atos devem serpublicados no Diário Oficial. Os atos que produzam efeitos externossim, desde que existente o Diário Oficial, o que não ocorre em todosos municípios. Atos internos podem ser divulgados por meio deboletins internos.

Gabarito: errada

3) (FGV/2008/TCM-RJ/PROCURADOR) A assertiva "que os atose provimentos administrativos são imputáveis não ao funcionário que

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os pratica, mas ao órgão ou entidade administrativa em nome doqual age o funcionário" encontra respaldo, essencialmente noprincípio da impessoalidade (adaptada)

COMENTÁRIOS

Princípio da impessoalidade associado ao princípio da imputaçãovolitiva.

Gabarito: correta

4) (CESPE/PGE/PE/PROCURADOR/2009) De acordo com oprincípio da impessoalidade, é possível reconhecer a validade de atospraticados por funcionário público irregularmente investido no cargoou função, sob o fundamento de que tais atos configuram atuação doórgão e não do agente público.

COMENTÁRIOS

Desde que os atos tenham sido praticados de acordo com a ordem jurídica.

Gabarito: correta

5) (HEMOBRÁS/CESPE/2009/ANALISTA DE GESTÃOCORPORATIVA) A conduta do administrador público, emdesrespeito ao princípio da moralidade administrativa, enquadra-senos denominados atos de improbidade administrativa.

COMENTÁRIOS

Improbidade alcança atos que causam prejuízo ao Erário, que geramenriquecimento ilícito, e que ofendem a princípios administrativos. Gabarito: correta

6) (CESPE/2009/AGU/ADVOGADO) Considere que Platão,governador de estado da Federação, tenha nomeado seu irmão,Aristóteles, que possui formação superior na área de engenharia,para o cargo de secretário de estado de obras. Pressupondo-se queAristóteles atenda a todos os requisitos legais para a referida

nomeação, conclui-se que esta não vai de encontro aoposicionamento adotado em recente julgado do STF.

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COMENTÁRIOS

Lembrar que o nepotismo não se aplica às nomeações para cargos deSecretários de Governo e Ministros de Estado.

Gabarito: correta

7) (ADVOGADO DA UNIÃO/ADV AGU 2009/CESPE) Com baseno princípio da eficiência e em outros fundamentos constitucionais, oSTF entende que viola a Constituição a nomeação de cônjuge,companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade,até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidorda mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ouassessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou deconfiança ou, ainda, de função gratificada na administração públicadireta e indireta em qualquer dos poderes da União, dos estados, doDistrito Federal e dos municípios, compreendido o ajuste mediantedesignações recíprocas.

COMENTÁRIOS

Praticamente reprodução da súmula vinculante nº 13.

Gabarito: correta

8) (SEAPA/CESPE/2009/CONHECIMENTOS BÁSICOS) Onepotismo corresponde a prática que pode violar o princípio damoralidade administrativa. A esse respeito, de acordo com a

jurisprudência do STF, seria inconstitucional ato discricionário dogovernador do DF que nomeasse parente de segundo grau para oexercício do cargo de secretário de Estado da SEAPA/DF.

COMENTÁRIOS

Não se aplica a vedação ao nepotismo para nomeação em cargos deSecretários de Governo e Ministros de Estado, conforme decidido peloSTF.

Gabarito: errada

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9) (IBRAM/CESPE/2009/ANALISTAS DE ATIVIDADES DOMEIO AMBIENTE) Ofende os princípios constitucionais que regem aadministração pública, a conduta de um prefeito que indicou seu filhopara cargo em comissão de assessor do secretário de fazenda domesmo município, que efetivamente o nomeou.

COMENTÁRIOS

Haverá nepotismo, pois o filho do prefeito ocupará cargo emcomissão e não cargo de Secretário de Governo.

Gabarito: correta

10) (CESPE/AGU/2009) Segundo entendimento do STF, avedação ao nepotismo não exige edição de lei formal, visto que aproibição é extraída diretamente dos princípios constitucionais quenorteiam a atuação administrativa.

COMENTÁRIOS

O nepotismo decorre, em especial, da aplicação dos princípios daimpessoalidade, moralidade e eficiência.

Gabarito: correta

11) (MIN. DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA/FINEP/CESPE) Exige-seedição de lei formal para coibir a prática do nepotismo, uma vez quea sua vedação não decorre diretamente dos princípios contidos naConstituição Federal (CF).

COMENTÁRIOS

O STF já pacificou o entendimento que não é preciso lei forma paravedação ao nepotismo, pois tal proibição decorre diretamente deprincípios constitucionais.

Gabarito: errada

12) (CESPE/2011/TJ-ES/Analista Judiciário/Administração)O princípio da impessoalidade trata da incapacidade daadministração pública em ofertar serviços públicos a todos os

cidadãos.

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COMENTÁRIOS

Não há relação entre o princípio da impessoalidade e a incapacidadede a administração ofertar serviços públicos.

Gabarito: errada

13) (CESPE/2011/FUB/Secretário Executivo) Tanto naadministração pública quanto na particular, o administrador, paraque órgão público ou a empresa alcance os objetivos pretendidos,goza de liberdade para fazer o que for necessário, desde que a leinão proíba.

COMENTÁRIOS

A Administração Pública só pode fazer o que lei determina.

Gabarito: errada

14) (CESPE/2011/PC-ES/Perito Papiloscópico) O concursopúblico para ingresso em cargo ou emprego público é um exemplode aplicação do princípio da impessoalidade.

COMENTÁRIOS

Também do princípio da isonomia, que está intimamente ligado aoprincípio da impessoalidade.

Gabarito: correta

15) (CESPE/2011/PC-ES/Perito Papiloscópico) O princípio daeficiência não está expresso no texto constitucional, mas é aplicávela toda atividade da administração pública.

COMENTÁRIOS

Basta ler o art. 37, caput, da CF.

Gabarito: errada

16) (CESPE/2011/TRE-ES/Técnico Judiciário/Administrativa)Os princípios elencados na Constituição Federal, tais como

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legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência,aplicam-se à administração pública direta, autárquica e fundacional,mas não às empresas públicas e sociedades de economia mista queexplorem atividade econômica.

COMENTÁRIOS

Aplicam-se a toda a administração pública, direta ou indireta – art.37, caput, CF.

Gabarito: errada

17) (CESPE/2011/TRE-ES/Técnico Judiciário/Administrativa)Contraria o princípio da moralidade o servidor público que nomeie oseu sobrinho para um cargo em comissão subordinado.

COMENTÁRIOS

Por restar configurado o nepotismo, que veda a nomeação de parenteaté o 3º grau. Sobrinho é parente de 3º grau.

Gabarito: correta

18) (CESPE/2011/PC-ES/Escrivão de Polícia) Os princípios queinformam o processo administrativo são os mesmos que informam oprocesso judicial, aplicando-se, com a mesma intensidade, em um eoutro processo.

COMENTÁRIOS

Processo administrativo e judicial guardam alguns princípios emcomum, como ampla defesa e contraditório, mas também são regidospor princípios diversos, como a súmula vinculante nº 5: “ a falta dedefesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinarnão ofende a Constituição ”.

Gabarito: errada

19) (CESPE/2011/STM/Analista Judiciário/Administração) Oprincípio da razoabilidade refere-se à obrigatoriedade daadministração pública em divulgar a fundamentação de suas

decisões por meio de procedimento específico.

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COMENTÁRIOS

A questão trata do princípio da motivação.

Gabarito: errada

20) (CESPE/2011/STM/Analista Judiciário/Administração)Em situações em que a administração participa da economia, naqualidade de Estado-empresário, explorando atividade econômica emum mercado concorrencial, manifesta-se a preponderância doprincípio da supremacia do interesse público.

COMENTÁRIOS

No mercado, na qualidade de Estado-empresário, a administraçãoatua em posição de horizontalidade com o particular, ou seja, semsupremacia – ver art. 173, §1º, CF.

Gabarito: errada

21) (CESPE - 2013 - SEGER-ES - Analista Executivo – Direito)Caso se verifique, durante a realização de um concurso público, autilização, por candidatos, de métodos fraudulentos para a obtençãodas respostas corretas das provas, a administração pública poderáanular o concurso embasada diretamente no princípio daa) segurança jurídica.b) autotutela.c) transparência.d) eficiência.e) supremacia do interesse público.

COMENTÁRIOS

Observe que a questão cobra do candidato a indicação do princípiodiretamente envolvido no caso apresentado.

O foco da questão é a anulação do concurso após a AdministraçãoPública constatar a utilização de métodos fraudulentos.

Ou seja, quer a banca saber do candidato qual princípio permite quea Administração Pública anule o concurso em tela.

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Conforme estudamos nessa aula, a resposta correta é princípio daautotutela, que permite à Administração anular ou revogar ospróprios atos.

Gabarito: B

22) (CESPE - 2013 - TRT - 10ª REGIÃO (DF e TO) - AnalistaJudiciário - Área Judiciária) O princípio da supremacia dointeresse público é, ao mesmo tempo, base e objetivo maior dodireito administrativo, não comportando, por isso, limites ourelativizações.

COMENTÁRIOS

Para responder a essa questão basta lembrar que não existe princípioabsoluto, o que demonstra que o princípio da supremacia dointeresse público sobre o privado pode sim sofrer limitações ourelativizações. A posição estatal não incide sobre os administrados deforma absoluta, sem qualquer limitação, pois os direitos e garantiasconstitucionais dos administrados devem ser respeitados.

Gabarito: errada

23) (CESPE - 2013 - TRT - 10ª REGIÃO (DF e TO) - AnalistaJudiciário - Área Judiciária) Em decorrência do princípio dalegalidade, a lei é a mais importante de todas as fontes do direitoadministrativo.

COMENTÁRIOS

Corroborando esse enunciado, a doutrina afirma que a lei é a fonteprimordial do Direito Administrativo.

Gabarito : correta

24) (CESPE - 2013 - TRT - 10ª REGIÃO (DF e TO) - AnalistaJudiciário - Área Administrativa) Os princípios constitucionais daadministração pública se limitam à esfera do Poder Executivo, já queo Poder Judiciário e o Poder Legislativo não exercem funçãoadministrativa.

COMENTÁRIOS

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As funções administrativas são desempenhadas pelos três Poderes,sendo que o Executivo as exerce de forma típica e os demais Poderesde forma atípica. Dessa forma, está incorreta a assertiva, pois nãoexiste exclusividade de funções entre os Poderes, mas simpreponderância.

Gabarito: errada

25) (CESPE - 2013 - TRT - 10ª REGIÃO (DF e TO) - AnalistaJudiciário - Área Administrativa) A nomeação, pelo presidente deum tribunal de justiça, de sua companheira para o cargo deassessora de imprensa desse tribunal violaria o princípioconstitucional da moralidade.

COMENTÁRIOS

A hipótese narrada configura nepotismo, conforme súmula vinculantenº 13:

Súmula Vinculante nº 13 - a nomeação de cônjuge,companheiro ou parente em linha reta, colateral ou porafinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeanteou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo dedireção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo emcomissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada naadministração pública direta e indireta em qualquer dos Poderesda União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola aConstituição Federal.

Gabarito: correta

EEXXEER R CCÍÍ CCII OO DDEE FFII XXAAÇÇÃÃOO

01) Os princípios básicos da administração pública, expressos no art.37, caput , da CF, estão consubstanciados em quatro regras deobservância permanente e obrigatória para o bom administrador:legalidade, moralidade, impessoalidade e publicidade.

02) O princípio da eficiência foi introduzido no ordenamento jurídicopátrio por meio da emenda constitucional nº 19/98.

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03) A legalidade, como principio de administração (CF, art. 37,caput), significa que o administrador público está, em toda a suaatividade funcional, sujeito aos mandamentos da lei e às exigênciasdo bem comum, e deles não se pode afastar ou desviar, sob pena depraticar ato inválido e expor-se a responsabilidade disciplinar, civil ecriminal, conforme o caso.

04) O princípio da proteção à confiança constitui o aspecto subjetivodo princípio da segurança jurídica.

05) A moralidade administrativa constitui pressuposto de validade detodo ato da Administração Pública.

06) No Direito Administrativo, não há diferença entre moral comum emoral jurídica.

07) A moral comum é imposta ao homem para sua conduta externa;a moral administrativa é imposta ao agente público para sua condutainterna, segundo as exigências da instituição a que serve e afinalidade de sua ação: o bem comum.

08) Com base no princípio da continuidade do serviço público, noscontratos que tenham por objeto a execução de serviço público, oparticular contratado poderá invocar a exceptio non adimpleticontractus. 09) Fim legal é aquele que, dentre outros, a norma de Direito indicaexpressa ou virtualmente como objetivo do ato, de forma impessoal.

10) O principio da eficiência também deve ser entendido para excluira promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos sobre suasrealizações administrativas.

11) Publicidade é a divulgação oficial do ato para conhecimento

público e início de seus efeitos externos.12) A publicidade, além de ser é elemento formativo do ato, érequisito de eficácia e moralidade.

13) Os atos irregulares se convalidam com a publicação.

14) Baseado no princípio da tutela a Administração Pública tem odever-poder de rever seus próprios atos, anulando-os quando ilegaisou revogando os atos válidos por motivos de conveniência e/ou

oportunidade.

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15) Todo ato administrativo deve ser publicado.

16) O princípio da publicidade dos atos e contratos administrativos,além de assegurar seus efeitos externos, visa a propiciar seuconhecimento e controle pelos interessados diretos e pelo povo emgeral.

17) A publicação que produz efeitos jurídicos é tanto a do órgãooficial da Administração como a divulgação pela imprensa particular,pela televisão ou pelo rádio, desde que em horário oficial.

18) Por meio oficial entendem-se exclusivamente o Diário Oficial dasentidades públicas.

19) Vale também como publicação oficial a afixação dos atos e leismunicipais na sede da Prefeitura ou da Câmara, onde não houverórgão oficial, em conformidade com o disposto na Lei Orgânica doMunicípio.

20) A motivação dos atos administrativos é obrigatória apenas paraos atos discricionários, cuja prática pelo agente público conferemargem de liberdade.

21) O princípio da publicidade, basilar do estado de direito efundamento da administração pública brasileira, determina que todae qualquer ingerência estatal deverá ser publicada em órgão oficial,sob pena de malferimento ao referido preceito.

22) Uma vez que a licitação permite a disputa de várias pessoas quesatisfaçam a critérios da lei e do edital, é correto afirmar que, comisso, estão sendo observados os princípios constitucionais daisonomia, da legalidade e da impessoalidade da administraçãopública.

23) A qualidade do serviço público prestado à população, a quecorresponde o direito do usuário de exigi-la, é consectário doprincípio constitucional da eficiência.

24) O art. 39, § 3º, da CF/88 autoriza a lei a estabelecer requisitosdiferenciados de admissão a cargo público, quando a natureza docargo o exigir. A pertinência desses requisitos, em relação adeterminado cargo a ser provido, é aferida mediante a aplicação doprincípio da razoabilidade.

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25) Só é legítima a atividade do administrador público se estivercondizente com preexistente norma geral, impessoal e abstrata que aautorize. O enunciado traduz o princípio da moralidade.

26) A exigência constitucional de provimento por concurso públicodos cargos efetivos tem seu fundamento doutrinário básico noprincípio da isonomia.

27) A rejeição à figura do nepotismo no serviço público tem seuamparo original no princípio constitucional da moralidade.

28) A Administração Pública ao realizar suas atividades deveobediência, exclusivamente, ao princípio da legalidade estrita.

29) Contraria o princípio constitucional de publicidade daadministração pública o fato de um fiscal de contribuiçõesprevidenciárias autuar empresa exclusivamente porque o proprietárioé seu desafeto.

30) O princípio da proporcionalidade tem como fundamentos:adequação, exigibilidade e proporcionalidade em sentido estrito.

GABARITO: 01) E, 02) F, 03) V, 04) V, 05) V, 06) E, 07) V, 08) E, 09) V, 10) E,11) V, 12) E, 13) E, 14) E, 15) E, 16) V, 17) E, 18) E, 19) V, 20) E, 21) F, 22) V,

23) V, 24) V, 25) F, 26) V, 27) V, 28) F, 29) F, 30) V.Data Nº questões Acertos % acerto Data Nº questões Acertos % acerto

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Seguem os breves comentários das assertivas incorretas...

01) Os princípios básicos da administração pública, expressos no art. 37, caput , daCF, estão consubstanciados em quatro regras de observância permanente eobrigatória para o bom administrador: legalidade, moralidade, impessoalidade epublicidade. (faltou eficiência)

02) O princípio da eficiência tornou-se expresso na Constituição Federal por meioda EC 19/98, mas antes já era de observância obrigatória sendo consideradoprincípio implícito relativamente à CF.

06) No Direito Administrativo, não há diferença entre moral comum e moral jurídica. (a moral comum é a externa, ao passo que a moral jurídica relaciona-se àscondutas dos agentes da administração pública)

08) Com base no princípio da continuidade do serviço público, nos contratos quetenham por objeto a execução de serviço público, o particular contratado não

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poderá invocar a exceptio non adimpleti contractus.

10) O principio da eficiência também deve ser entendido para excluir a promoçãopessoal de autoridades ou servidores públicos sobre suas realizações

administrativas. (princípio da impessoalidade)12) A publicidade, além de ser é elemento formativo do ato, é requisito deeficácia e moralidade. (publicidade não é elemento formativo do ato, mas sim seassocia ao elemento forma)

13) Os atos irregulares se convalidam com a publicação. (não necessariamente, pois a assertiva não diz sobre qual elemento incidiu o vício. De repente, se o víciofosse falta de publicação, a ocorrência dessa poderia convalidar (confirmar) o ato.De qq forma, a questão não traz elementos para essa conclusão)

14) O enunciado trata do princípio da tutela ou controle, e não da autotutela. Esteconsiste no controle interno que cada pessoa jurídica da Administração Públicaexerce sobre os seus atos.

15) Todo ato administrativo deve ser publicado. (somente os que devam produzirefeitos externos)

17) A publicação que produz efeitos jurídicos é tanto a do órgão oficial daAdministração como a divulgação pela imprensa particular, pela televisão oupelo rádio, desde que em horário oficial . (imprensa particular, somente secontratada pelo Poder Público. Televisão e rádio não produzem efeitos)

18) Por meio oficial entendem-se exclusivamente o Diário Oficial das entidadespública (a imprensa particular, quando contratada pelo Poder Público, atua comomeio oficial)

20) Prevalece o entendimento que a motivação, em regra, é obrigatória na práticade todos atos administrativos, sejam vinculados ou discricionários.

21) O princípio da publicidade, basilar do estado de direito e fundamento daadministração pública brasileira, determina que toda e qualquer ingerência estataldeverá ser publicada em órgão oficial, sob pena de malferimento ao referidopreceito. (já vimos que a regra possui exceções)

25) Só é legítima a atividade do administrador público se estiver condizente compreexistente norma geral, impessoal e abstrata que a autorize. O enunciado traduzo princípio da moralidade . (princípio da legalidade)26) A exigência constitucional de provimento por concurso público dos cargosefetivos tem seu fundamento doutrinário básico no princípio da isonomia.

27) A rejeição à figura do nepotismo no serviço público tem seu amparo original noprincípio constitucional da moralidade.

28) A Administração Pública ao realizar suas atividades deve obediência,exclusivamente , ao princípio da legalidade estrita. (tb a outros princípios, bemcomo ao princípio da legalidade em sentido amplo)

29) Contraria o princípio constitucional de publicidade da administração pública ofato de um fiscal de contribuições previdenciárias autuar empresa exclusivamenteporque o proprietário é seu desafeto. (princípio da impessoalidade)

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QQUUEESSTTÕÕEESS SSOOBBR R EE PPR R II NNCCÍÍ PPII OOSS CCOOMMEENNTTAADDAASS NNEESSSSAA AAUULLAA

1) (CESPE/SECONT-ES/AUDITOR DO ESTADO/2009) Comodecorrência do princípio da impessoalidade, a CF proíbe a presençade nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoalde autoridades ou servidores públicos em publicidade de atos,programas, obras, serviços e campanhas de órgãos públicos.

2) (CESPE - 2009 - TRF - 2ª REGIÃO - Juiz) De acordo com oprincípio da publicidade, os atos administrativos devem serpublicados necessariamente no Diário Oficial, não tendo validade amera publicação em boletins internos das repartições públicas.

3) (FGV/2008/TCM-RJ/PROCURADOR) A assertiva "que os atos eprovimentos administrativos são imputáveis não ao funcionário queos pratica, mas ao órgão ou entidade administrativa em nome doqual age o funcionário" encontra respaldo, essencialmente noprincípio da impessoalidade (adaptada)

4) (PGE/PE/PROCURADOR/2009/CESPE) De acordo com oprincípio da impessoalidade, é possível reconhecer a validade de atospraticados por funcionário público irregularmente investido no cargoou função, sob o fundamento de que tais atos configuram atuação doórgão e não do agente público.

5) (HEMOBRÁS/CESPE/2009/ANALISTA DE GESTÃOCORPORATIVA) A conduta do administrador público, emdesrespeito ao princípio da moralidade administrativa, enquadra-senos denominados atos de improbidade administrativa.

6) (CESPE/2009/AGU/ADVOGADO) Considere que Platão,governador de estado da Federação, tenha nomeado seu irmão,Aristóteles, que possui formação superior na área de engenharia,para o cargo de secretário de estado de obras. Pressupondo-se queAristóteles atenda a todos os requisitos legais para a referidanomeação, conclui-se que esta não vai de encontro aoposicionamento adotado em recente julgado do STF.

7) (ADVOGADO DA UNIÃO/ADV AGU 2009/CESPE) Com base noprincípio da eficiência e em outros fundamentos constitucionais, o

STF entende que viola a Constituição a nomeação de cônjuge,companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até

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o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor damesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ouassessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou deconfiança ou, ainda, de função gratificada na administração públicadireta e indireta em qualquer dos poderes da União, dos estados, doDistrito Federal e dos municípios, compreendido o ajuste mediantedesignações recíprocas.

8) (SEAPA/CESPE/2009/CONHECIMENTOS BÁSICOS) Onepotismo corresponde a prática que pode violar o princípio damoralidade administrativa. A esse respeito, de acordo com a

jurisprudência do STF, seria inconstitucional ato discricionário dogovernador do DF que nomeasse parente de segundo grau para oexercício do cargo de secretário de Estado da SEAPA/DF.

9) (IBRAM/CESPE/2009/ANALISTAS DE ATIVIDADES DOMEIO AMBIENTE) Ofende os princípios constitucionais que regem aadministração pública, a conduta de um prefeito que indicou seu filhopara cargo em comissão de assessor do secretário de fazenda domesmo município, que efetivamente o nomeou.

10) (CESPE/AGU/2009) Segundo entendimento do STF, a vedaçãoao nepotismo não exige edição de lei formal, visto que a proibição éextraída diretamente dos princípios constitucionais que norteiam aatuação administrativa.11) (MIN. DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA/FINEP/CESPE) Exige-seedição de lei formal para coibir a prática do nepotismo, uma vez quea sua vedação não decorre diretamente dos princípios contidos naConstituição Federal (CF).

12) (CESPE/2011/TJ-ES/Analista Judiciário/Administração) Oprincípio da impessoalidade trata da incapacidade da administraçãopública em ofertar serviços públicos a todos os cidadãos.

13) (CESPE/2011/FUB/Secretário Executivo) Tanto naadministração pública quanto na particular, o administrador, para queórgão público ou a empresa alcance os objetivos pretendidos, goza deliberdade para fazer o que for necessário, desde que a lei não proíba.

14) (CESPE/2011/PC-ES/Perito Papiloscópico) O concursopúblico para ingresso em cargo ou emprego público é um exemplo deaplicação do princípio da impessoalidade.

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15) (CESPE/2011/PC-ES/Perito Papiloscópico) O princípio daeficiência não está expresso no texto constitucional, mas é aplicável atoda atividade da administração pública.

16) (CESPE/2011/TRE-ES/Técnico Judiciário/Administrativa)Os princípios elencados na Constituição Federal, tais como legalidade,impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência, aplicam-se àadministração pública direta, autárquica e fundacional, mas não àsempresas públicas e sociedades de economia mista que explorematividade econômica.

17) (CESPE/2011/TRE-ES/Técnico Judiciário/Administrativa)Contraria o princípio da moralidade o servidor público que nomeie oseu sobrinho para um cargo em comissão subordinado.

18) (CESPE/2011/PC-ES/Escrivão de Polícia) Os princípios queinformam o processo administrativo são os mesmos que informam oprocesso judicial, aplicando-se, com a mesma intensidade, em um eoutro processo.

19) (CESPE/2011/STM/Analista Judiciário/Administração) Oprincípio da razoabilidade refere-se à obrigatoriedade daadministração pública em divulgar a fundamentação de suas decisõespor meio de procedimento específico.

20) (CESPE/2011/STM/Analista Judiciário/Administração) Emsituações em que a administração participa da economia, naqualidade de Estado-empresário, explorando atividade econômica emum mercado concorrencial, manifesta-se a preponderância doprincípio da supremacia do interesse público.

21) (CESPE - 2013 - SEGER-ES - Analista Executivo – Direito)Caso se verifique, durante a realização de um concurso público, autilização, por candidatos, de métodos fraudulentos para a obtenção

das respostas corretas das provas, a administração pública poderáanular o concurso embasada diretamente no princípio daa) segurança jurídica.b) autotutela.c) transparência.d) eficiência.e) supremacia do interesse público.

22) (CESPE - 2013 - TRT - 10ª REGIÃO (DF e TO) - AnalistaJudiciário - Área Judiciária) O princípio da supremacia do interesse

público é, ao mesmo tempo, base e objetivo maior do direitoadministrativo, não comportando, por isso, limites ou relativizações.

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23) (CESPE - 2013 - TRT - 10ª REGIÃO (DF e TO) - AnalistaJudiciário - Área Judiciária) Em decorrência do princípio dalegalidade, a lei é a mais importante de todas as fontes do direitoadministrativo.

24) (CESPE - 2013 - TRT - 10ª REGIÃO (DF e TO) - AnalistaJudiciário - Área Administrativa) Os princípios constitucionais daadministração pública se limitam à esfera do Poder Executivo, já queo Poder Judiciário e o Poder Legislativo não exercem funçãoadministrativa.

25) (CESPE - 2013 - TRT - 10ª REGIÃO (DF e TO) - AnalistaJudiciário - Área Administrativa) A nomeação, pelo presidente deum tribunal de justiça, de sua companheira para o cargo de assessorade imprensa desse tribunal violaria o princípio constitucional damoralidade.

Gabarito: 1) correta, 2) errada, 3) correta, 4) correta, 5) correta, 6) correta, 7)correta, 8) errada, 9) correta, 10) correta, 11) errada, 12) errada, 13) errada,14) correta, 15) errada, 16) errada, 17) correta, 18) errada, 19) errada, 20) errada, 21) B, 22) errada, 23) correta, 24) errada, 25) correta.

Data Nº questões Acertos % acerto Data Nº questões Acertos % acerto25 25

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Chego ao final dessa aula demonstrativa, cujo conteúdo foi umaamostra do que serão minhas aulas.

Espero ter despertado seu interesse em participar do curso.

Qualquer dúvida é só fazer contato.

Grande abraço

Armando [email protected]