Aulas e Modelos Pratica Cível

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  • REDAO JURDICA APLICADA

    4 SEMESTRE

    _________________________________ Direito Patrcia Martinez Almeida

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    AULA 01 PONTO: 02

    Objetivo da aula: Variao linguistica. Brocardos latinos. Peas processuais.

    Tpico do plano de Ensino: Direito e linguagem: Processo de comunicao e requisitos para uma boa mensagem. Funes da linguagem: referencial ou denotativa, emotiva, potica, apelativa ou conativa, ftica e metalingstica. Polissemia. Contedo da aula: processo de comunicao.

    1. DIREITO E LINGUAGEM

    Introduo

    No Direito, elaborar um texto tcnico e tornar acessvel ao pblico tarefa rdua.

    Nenhum texto consegue ser elaborado apenas com termos tcnicos. necessria a mescla

    com a linguagem natural.

    O importante identificar o publico alvo.

    Redigir comunicar idia sobre determinado assunto, expressando o ponto de vista

    do emissor. um sistema semitico composto por vocbulos que se estruturam por meio

    de frases enfileiradas umas s outras, em combinaes semntico-sintticas com

    organizao interna coerente, compondo um todo estrutural denominado pargrafo, ou

    seja, a unidade de compreenso textual dotada de uma idia central qual se juntam idias

    secundrias, em torno de uma mensagem.

    No h extenso rgida para um bom pargrafo: tanto pode ser composto em

    poucas linhas, como em toda uma pgina, ou at em muitas laudas, dependendo da

    natureza e da complexidade do assunto.

    Quanto s espcies redacionais, trs so os tipos: descrio, narrao e dissertao.

    Precisar o alcance e contedo das normas tarefa da hermeneutica. No basta

    compreender, mas tambm determinar a fora e o alcance, fixar um sentido bsico. Alm

    de fixar o sentido bsico, precisamos definir seu significado contextual.

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    Os termos e expresses da nossa linguagem possuem dois nveis bsicos de significao :

    A) CONTEXTUAL : sentido definido dentro de um campo de observao menor.

    B) BASE : significado padronizado, traduo : EX. Ab nitio. Desde o ovo.

    EX. CAVALO

    Signicado base : animal

    Signicado contextual : o contexto muda o sentido : Fulano disse que seu vizinho mal-

    educado e insulta as pessoas como um cavalo

    EX. VELHA

    Signicado base : pessoa idosa

    Significado contextual : A frase uma velha expressao daquela comunidade.

    2. PROCESSO DE COMUNICAO

    O Que Comunicao?

    Comunicao o processo de transmitir a informao e compreenso de uma pessoa

    para outra. Se no houver esta compreenso, no ocorre a comunicao. Se uma pessoa

    transmitir uma mensagem e esta no for compreendida pela outra pessoa, a

    comunicao no se efetivou.

    Segundo Chiavenato (2000, p. 142), comunicao a troca de informaes entre

    indivduos. Significa tornar comum uma mensagem ou informao.

    Ao conceito de Scanlan (1979, p. 372), a comunicao pode ser definida simplesmente

    como o processo de se passar informaes e entendimentos de uma pessoa para outra.

    O Processo de Comunicao

    O processo de comunicao composto de trs etapas subdivididas:

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    1 - Emissor: a pessoa que pretende comunicar uma mensagem, pode ser chamada de

    fonte ou de origem.

    a) Significado: corresponde ideia, ao conceito que o emissor deseja comunicar.

    b) Codificador: constitudo pelo mecanismo vocal para decifrar a mensagem.

    2 - Mensagem: a ideia em que o emissor deseja comunicar.

    a) Canal: tambm chamado de veculo, o espao situado entre o emissor e o receptor.

    b) Rudo: a perturbao dentro do processo de comunicao.

    3 - Receptor: a etapa que recebe a mensagem, a quem destinada.

    a) Descodificador: estabelecido pelo mecanismo auditivo para decifrar a mensagem,

    para que o receptor a compreenda.

    b) Compreenso: o entendimento da mensagem pelo receptor.

    c) Regulamentao: o receptor confirmar a mensagem recebida do emissor representa a

    volta da mensagem enviada pelo emissor (Feedback).

    MENSAGEM

    Discurso

    EMISSOR CANAL RECEPTOR

    Codificador (sem rudo) Auditrio

    FEEDBACK Resposta

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    Transmite Mensagem Recebe

    Rudo

    FEEDBACK

    Recebe Transmite

    Vamos exemplificar, de acordo com o conceito de Gil (1994, p.33):

    Uma pessoa (emissor) tem uma idia (significado) que pretende comunicar. Para tanto

    se vale de seu mecanismo vocal (codificador), que expressa sua mensagem em palavras.

    Essa mensagem, veiculada pelo ar (canal) interpretada pela pessoa a quem se

    comunica (receptor), aps sua decifrao por seu mecanismo auditivo (descodificador).

    O receptor, aps constatar que entendeu a mensagem (compreenso), esclarece a fonte

    acerca de seu entendimento (regulamentao). Pode-se, portanto, dizer que a

    comunicao s pode ser considerada eficaz quando a compreenso de receptor

    coincide como o significado pretendido pelo emissor.

    Rudos na Comunicao

    O processo de comunicao nunca perfeito. No decorrer de suas etapas sempre

    ocorrem perturbaes que prejudicam o processo, no qual so denominados rudos.

    Rudo uma perturbao indesejvel em qualquer processo de comunicao, que pode

    provocar perdas ou desvios na mensagem.

    De acordo com Carvalho (1995, p. 82), o rudo identificado na comunicao humana

    como o conjunto de barreiras, obstculos, acrscimos, erros e distores que prejudicam

    a compreenso da mensagem em seu fluxo: emissor x receptor e vice-versa. Isto

    Emissor

    Codificador

    Canal

    Receptor Decodificador

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    significa que nem sempre aquilo que o emissor deseja informar precisamente aquilo

    que o receptor decifra e compreende.

    Segundo Gil (1994, p.34), entende-se por rudo qualquer fonte de erro, distrbio ou

    deformao da fidelidade na comunicao de uma mensagem, seja ela sonora, visual,

    escrita etc. E este o desafio das comunicaes nas empresas e na nossa vida diria.

    Tipos de Comunicao

    Comunicao Verbal: Quase toda a comunicao verbal realizada por escrito e

    devidamente documentada por meio de protocolo, mas composta pela palavra.

    - Comunicao Oral: so as ordens, pedidos, conversas, debates, discusses.

    - Comunicao Escrita: so as cartas, telegramas, bilhetinhos, letreiros, cartazes,

    livros, folhetos, jornais, revista.

    Comunicao No-Verbal: Atravs desta comunicao no-verbal ocorre a troca de

    sinais: olhar, gesto, postura, mmica.

    - Comunicao por mmica: so os gestos das mos, do corpo, da face, as caretas.

    - Comunicao pelo olhar: as pessoas costumam se entender pelo olhar.

    - Comunicao pela postura: o modo como nos sentamos, o corpo inclinado para trs

    ou para frente, at mesmo a posio dos ps. Tudo isso na maioria das vezes o nosso

    subconsciente transmitindo uma mensagem.

    - Comunicao por gestos: pode ser voluntria, como um beijo ou um cumprimento.

    Mas tambm pode ser involuntria, como por exemplo, mos que no param de rabiscar

    ou de mexer em algo. Isso sinal de tenso e, ou nervosismo.

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    3. LINGUAGEM

    - Advogar : ad vocare falar em nome de algum.

    Linguagem : simbolos que expressam o pensamento - verbal

    - no verbal

    Estrutura do pensamento - ideia : apreenso

    - juzo : comparao operao una

    - raciocnio : concluso

    Funes da linguagem

    - Denotaiva : literal, sem avaliaes ;

    - Conotativa : figurado ou emotiva (emoes ou anseios) ;

    - Conativa ou apelativa : expresses utilizadas com a finalidade de influenciar ;

    - Ftica : visa estabelecer uma relao com o receptor ;

    - Potica : sonoridade ;

    - Polissemia : a mesma palavra ou expresso possuir vrios significados.

    Linguagem jurdica : ramo dedicado ao estudo da linguagem no direito.

    a. Duplo carter - lingustico : signos do direito - palavras

    - estrutura

    - estilo

    - jurdico : linguagem do direito - norma

    - deciso

    - negociao

    - declarao

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    Vocabulrio jurdico : repertrio - comum

    - exclusivo

    - brocardos jurdicos

    Elementos objetivos : signos anunciadores ; observao lingustica precisa ; vocabulrio

    prprio.

    - compreenso (leigo) ;

    - preciso tcnica ;

    - termos de pertinncia jurdica exclusiva.

    Discurso jurdico : jurdico todo discurso que tem por objetivo a criao ou realizao

    do direito. A juridicidade do discurso prende-se sua finalidade.

    Caractersticas - culta na origem

    - popular na destinao

    - tcnica na produo

    Observao : a tecnicidade da linguagem jurdica exigncia da funo social do direito. A

    linguagem tcnica e a corrente so complementares. Arcasmo no tcnico !

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    QUADRO SINTICO

    AULA 02 SEMANA PONTO: 03

    Objetivo da aula: Variao lingustica. Brocardos latinos. Peas processuais.

    Tpico do plano de Ensino : Linguagem jurdica. Nveis da linguagem jurdica : legislativa, judiciria, contratual, doutrinria e notrial.

    PENSAMENTO : UMA VERDADE H, QUE ME NO ASSUSTA, PORQUE UNIVERSAL E DE UNIVERSAL CONSENSO : NO H ESCRITOR SEM ERROS RUI BARBOSA.

    1- A REDAO JURDICA

    O ato de pensar e escrever esto ligados. Todavia o pensar no exige tanto esforo

    quanto o escrever vez que esta envolve outros componentes : capacidade de

    elaborao, sntese, externar a idea, estrutura de idioma, etc

    A boa redao no pode ser ensinada a partir de regras mecnicas aplicaveis a qualquer

    caso.

    2- NOO DO USO COMPETENTE DA LNGUA

    Escrever e interpretar traduzir ideias. Usar a lingua de forma competente

    obedecer as regras estruturais gerais, mas aplicar carga valorativa. EX. ART. 927

    PARGRAFO NICO, CDIGO CIVIL.

    o domnio do assunto e a linguagem que iro definir o controle sobre a situao.

    No h uma verdade real, mas sim proposies aceitas.

    3- TCNICAS DE ANLISE DE TEXTO

    ANALISAR: estudar, interpretar, observar, decompor etc. um todo em partes para

    proceder a um estudo completo e minucioso.

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    Segundo os professores Marina de Andrade Marconi e Eva Maria Lakatos1 a partir

    da anlise do texto o aluno alcana:

    A) aprender a ler, a ver, a escolher o mais importante dentro do texto (compreenso);

    B) reconhecer a organizao e estrutura de uma obra ou texto;

    C) interpretar o texto, familiarizando-se com idias, estilos, vocabulrios;

    D) chegar a nveis mais profundos de compreenso;

    E) reconhecer o valor do material, separando o importante do secundrio ou acessrio;

    F) desenvolver a capacidade de distinguir fatos, hipteses e problemas;

    G) encontrar as idias principais ou diretrizes e as secundrias;

    H) perceber como as idias se relaciona;

    I) identificar as concluses e as bases que as sustentam.

    ETAPAS

    - Selecione o material e faa a leitura para ter uma viso geral do assunto e das idias;

    - Aps se familiarizar com o assunto comece a ler com finalidade, ou seja, marque as

    partes que contenham as idias principais que conseguiu identificar (tirar as dvidas

    sobre as palavras desconhecidas necessrio para o entendimento). Vale dizer que

    nem sempre a idia principal vem explcita no texto, de modo que se faz necessrio

    ligar os aspectos secundrios para sua identificao e, at mesmo, consulta de

    outras fontes;

    - Agrupe os acontecimentos e/ou as idias por semelhanas e/ou diferenas,

    compare-as e organize-as em ordem de importncia;

    - Vencidas estas etapas interprete as idias do autor, de modo que descubra suas

    intenes.

    O que o texto fala = o tema ou assunto da unidade.

    PERGUNTA-SE

    Qual o assunto est sendo problematizado? Qual a dificuldade deve ser resolvida? Qual

    o problema a ser solucionado?

    IMPORTANTE: A anlise de texto possibilita o conhecimento da idia, realar os

    pontos principais e no julgamento, crtica.

    1 MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Metodologia do trabalho

    cientfico. 6 ed., So Paulo: Atlas, 2001.

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    4- O PARGRAFO

    Os apontamentos a seguir apresentados visam auxiliar na redao de textos.

    Conceito: Pargrafo a unidade de composio do texto que apresenta uma idia

    bsica qual se agregam idias secundrias (idia principal + suas ramificaes),

    relacionadas pelo sentido e objetivo. Em cada tipo de texto o pargrafo assume uma

    funo sendo que no descritivo satisfaz os aspectos e detalhes do campo de observao

    escolhido (qualquer que seja o objeto); na narrao corresponde a apresentao

    sistemtica dos fatos; j no texto dissertativo corresponde a cada idia a ser explorada,

    cada argumento ou raciocnio.

    De maneira geral os textos bem elaborados uma ideia-chave, principal deve

    aparecer em pargrafos distintos, de modo que se mais facilmente desenvolver a idia,

    sem confundir o leitor.

    Caractersticas: Os principais atributos do pargrafo so:

    Clareza; Conciso;

    Unidade; Coerncia.

    Clareza: Na maioria das vezes est sujeita a palavras utilizadas, seleo das palavras. A

    palavra adequada converge para o pronto entendimento do e, consequentemente, uma

    melhor compreenso do texto como um todo.

    Conciso. O desdobramento da idia lanada no pargrafo deve estar de acordo com a

    importncia que requer, ou seja, a menos que seja imprescindvel a extenso dos

    exemplos e explicaes, o pargrafo deve conter os elementos necessrios para o seu

    entendimento. Todavia, a conciso no deve prejudicar a clareza do texto.

    Unidade; a organizao do texto, as idias devem ser colocadas em conjunto,

    obedecendo mesma linha de raciocnio para que o texto no fique disperso, com

    palavras colocadas aleatoriamente, sem que haja um agrupamento das idias.

    Coerncia. Como j visto em outras aulas, a coerncia dos pargrafos desemboca na

    coerncia do texto como um todo. Deve haver uma lgica de raciocnio e de idias

    apresentadas, a fim de que o leitor consiga, ao final da leitura, acompanhar e

    compreender o que leu.

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    4.1. Elementos do pargrafo

    Cada pargrafo individualmente considerado representa um texto nico. Desta

    forma, cada pargrafo tem um objetivo nico interligado, relacionado com a estrutura

    geral do texto.

    No obstante, o pargrafo seja um texto pequeno ele deve conter introduo

    (indicao da idia-chave), desenvolvimento (explanao da idias) e concluso (o

    fechamento).

    5- DISSERTAO

    O texto dissertativo o mais complexo dos gneros literrios, pois desenvolver a

    reflexo crtica do autor.

    Assim, ao se dissertar deve-se conhecer o assunto para que se possa desenvolver

    um raciocnio lgico e estruturado para que se possa expor, explicar ou interpretar

    idias.

    So dois os tipos de dissertao: expositiva e a argumentativa.

    a) Expositiva

    Consiste na apresentao e discusso de uma idia, de um assunto ou doutrina, de

    forma ordenada. Discute-se um assunto com profundidade usando-se da linguagem

    reflexiva, denotativa, embora no necessariamente argumentativa.

    Vale dizer que na dissertao expositiva no h to-somente uma apresentao de

    idias sem objetivo, intrinsecamente o autor j tomou sua posio, apenas no a

    demonstra num primeiro momento a sua inteno em impor um ponto de vista.

    b) Argumentativa

    Sua principal caracterstica implicar o debate, a discusso de uma idia, assunto ou

    doutrina, com o objetivo de influenciar. Esta forma de argumentao dever ser

    utilizada nas concluses de trabalhos e peas forenses. O aluno baseando-se de todas as

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    idias expostas apresentar uma reflexo, uma crtica, um posicionamento. Tudo o que

    foi exposto no decorrer do trabalho so os dados existentes sobre o assunto e, a partir

    da, o aluno demonstrar um posicionamento a favor ou contra ao existente ou at

    mesmo uma nova viso sobre o assunto. Convm dizer que toda idia s tem o condo

    de persuadir se as razes que a fundamentam estiverem claras e sustentadas.

    6. NVEIS DA LINGUAGEM JURDICA

    Finalidade: atribuir juridicidade linguagem jurdica.

    a. Legislativa: linguagem dos cdigos, das normas objeto: criar o direito;

    b. Judiciria: linguagem utilizada nos processos objeto: aplicar o direito;

    c. Contratual: linguagem utilizada nos contratos objeto: criar direitos e deveres entre

    as partes;

    d. Doutrinria: linguagem utilizada pelos estudiosos do direito objeto: explicar o

    direito;

    e. Cartorria ou notarial: finalidade de registrar os atos do direito.

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    QUADRO SINTICO

    AULA 03 PONTO: 4

    Objetivo da aula: Variao lingustica. Brocardos latinos. Peas processuais.

    Tpico do plano de Ensino : A pesquisa jurisprudencial e doutrinria : forma de insero nos textos. Doutrina de apoio :

    PESQUISA JURISPRUDENCIAL E DOUTRINRIA O discurso jurdico alm de tcnico deve ser fundamentado em argumento de autoridade. Argumento : conjunto de enunciados para alcanar umaconcluso. Subsuno : adequao do caso prtico norma. Validao ou reforo do argumento entendimento - jurisprudencial - doutrinrio Silogismo Segundo ARISTTELES: O Silogismo um razoamento em que, dadas certas premissas, se extrai uma concluso conseqente e necessria, atravs das premissas dadas". Silogismo da petio inicial

    - Premissa maior : o embasamento jurdico

    - Premissa menor : o caso concreto

    - Concluso : a decorrencia lgica da subsuno

    - FATO : premissa menor

    - DIREITO : premissa maior a. Lei ; b. Jurisprudncia. c. Doutrina.

    - Concluso

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    QUADRO SINTICO

    AULA 04/05 PONTO: 5/6

    Objetivo da aula: elaborao de procurao. Espcies e enunciao dos poderes.

    Tpico do plano de Ensino : Mandato, noes gerais, espcies, significado dos poderes. Doutrina de apoio : Carlos Roberto Gonalves

    "A confiana em si o primeiro requisito para grandes iniciativas." (Samuel Johnson)

    CONCEITO

    o contrato pelo qual algum se obriga a praticar negcios jurdicos ou administrar

    interesses por conta de outra pessoa. O mandante confia ao mandatrio a realizao de um

    ato.

    O mandatrio age em nome do mandante por conta do poder de representao

    conferido. A representao est presente em quase todos os casos de mandato, mas poder

    haver mandato sem representao quando o representante agir em seu nome. Difere da

    preposio que advm de um vnculo empregaticio ou de locao de servios em prol do

    proponente (motoristas, porteiro etc.)

    Os representantes podem ser os :

    1) legais (aqueles determinados por lei par desempenhar uma tarefa: pais, tutores) ;

    2) Judiciais (quando nomeados em processo pelo juiz -inventariante)

    3) convencional (acordo de vontade procurao)

    A exceo de atos personalssimos que exijam a presena de quem os pratica

    (votar), todos os outros podem ser executados por mandato: casar, comprar e vender,

    adotar etc. O mandato no se refere-se apenas a assuntos patrimoniais.

    ESPCIES:

    A) em relao entre as partes - oneroso gratuito B) quanto ao modo de celebrao da vontade expresso tcito (659)

    C) quanto forma escrito (656) verbal (656)

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    A) quanto ao contedo civil (no h mais distino entre civil e mercantil aps o advento do CC/02).

    E) quanto ao fim judicial (possibilita ao advogado postular em juzo)

    extrajudicial (para providncias fora do mbito judicial)

    F) quanto pessoa singular (um s procurador)

    plural (vrios procuradores-672CC)

    OS OUTORGANTES 654CC: MANDANTE

    Todas as pessoas capazes podem outorgar mandato. O mandato judicial no precisa

    ser com reconhecimento de firma e as normas esto no Cdigo de Processo Civil. A

    capacidade verificada no momento da outorga que se no tiver o contrato no ter

    validade. A incapacidade superveniente do mandante no invalida o ato, mas constitui

    causa de extino (682CC).

    OS OUTORGADOS 666CC: MANDATRIOS

    Diferente de quem pode outorgar o mandatrio pode ser relativamente incapaz 16-18 anos.

    O mandante assume os riscos os riscos de outorgar mandato a rel. incapaz, pois em caso de

    m execuo do encargo no poder cobrar deles perdas e danos.

    O PRODIGO PODE SER REPRESENTANTE ?

    PODERES ESPECIAIS E GERAIS 660CC

    Os poderes gerais habilitam o mandatrio a praticar todos os atos de administrao, ou

    seja, simples gerncia (661CC). Aqueles especiais referem-se a termos restritos, habilitam

    para prtica dos negcios especificados. Dependem, por exemplo, de poderes especiais e

    expressos os atos que envolvam alienao, hipoteca, transao, firmar compromissos,

    assinar cheques etc.

    OBRIGAES DO MANDATRIO (667)

    a) aplicar toda a diligncia no desempenho do encargo;

    b) exercer as atividades conforme as intenes do mandante

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    c) manter o mandante informado a respeito do estado em que se encontram os

    negcios de que cuida;

    d) prestar contas ao mandante findo o contrato;

    e) transferir as vantagens obtidas;

    f) a exibir o instrumento em que constem os poderes, para que terceiros os

    conheam, pois o mandante no responde pelo excesso

    OBRIGAES DO MANDANTE (675)

    a) ressarcir as despesas do mandatrio;

    b) pagar remunerao ajustada (obrigao de meios e no de resultados)

    EXTINO (682)

    1 revogao e renncia (resilio unilateral) (declarao de vontade pela qual o

    mandante pe termo ao contrato de mandato, no sendo obrigado a declinar os motivos):

    como baseia-se na confiana esta poder desaparecer. Podem ser expressas quando houver

    declaraes neste sentido ou tcita quando pelo comportamento, atitudes incompatveis da

    parte possa se presumir (NOVO PROCURADOR).

    A revogao e renncia produzem efeitos ex nunc, mas para produzirem efeitos

    quanto a terceiros esses devem ser comunicados, sob pena dos atos serem considerados

    vlidos (686CC).

    As partes podem estipular irrevogabilidade do mandato, que sendo desobedecida gera

    indenizao por perdas e danos = 683CC.

    2 morte, interdio ou mudana de estado das partes: Sendo personalssimo a morte

    extingue o contrato. A mudana de estado atinge o contrato quando afetar a capacidade das

    partes: interdio, ausncia, etc.

    4 extino do prazo; quando for conferido por tempo determinado

    5 concluso do negcio.: extino pelo alcance da finalidade (vender a casa).

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    PROCURAO

    o instrumento do mandato e consubstancia autorizao representativa feita por

    instrumento particular, exigindo-se, s vezes, escritura pblica quando o ato a ser praticado

    tb se j exigido (COMPRAR E VENDA DE IMVEL) Os poderes especiais devem ser

    apontados na procurao. Os poderes conferidos na procurao podem ser transferidos

    mediante substabelecimento, total ou parcialmente (655CC)

    a) com reserva poder continuar usando os poderes;

    b) sem reserva a transferncia definitiva.

    O CC/02 no exige mais que o subs tenha a mesma forma da procurao = 655CC)

    PROOCURAO : MODALIDADES E CLUSULAS

    A) judicial e extrajudicial. B) Poderes amplos e poderes especficos. C) Com validade e sem prazo.

    P R O C U R A O

    NOME..., nacionalidade..., estado civil..., profisso..., portador (a) da cdula de identidade RG N ..., inscrito (a) no CPF/MF sob o n ..., domiciliada na ..., n ... bairro..., municipio de... CEP ..., pelo presente instrumento de procurao nomeia e constitui seus procuradores a advogada DRA. ..., nacionalidade..., estado civil..., inscrita na OAB/UF sob o n ..., com escritrio na..., n ...,bairro.., municipio de..., onde receber intimaes, a quem confere amplos poderes para o foro em geral, com a clusula "ad-judicia", em qualquer Juzo, Instncia ou Tribunal, podendo propor contra quem de direito as aes competentes e defend-la nas contrrias, seguindo umas e outras, at final deciso, usando dos recursos legais e acompanhando-os, conferindo-lhes, ainda, poderes especiais para confessar, desistir, transigir, firmar compromissos ou acordos, receber e dar quitao, argir excees, efetuar saques, assinar cheques, podendo ainda substabelecer esta em outrem, com reserva de iguais poderes, dando tudo por bom, firme e valioso, para fiel consecuo do mandato.

    Local..., data... NOME COMPLETO

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    MODELO 2 Pessoa Jurdica

    PROCURAO AD JUDICIA

    OUTORGANTE: NOME DA EMPRESA..., sociedade inscrita no CNPJ (MF) sob o n...., com sede na..., n..., bairro..., municpio de..., Estado..., neste ato representada por seu scio-gerente, Sr. NOME..., nacionalidade..., estado civil..., profisso..., portador do documento de identidade RG. n.... e inscrito no CPF/MF sob o n...., domiciliado e residente na..., N..., bairro..., municpio de...., Estado.... . OUTORGADO: NOME DO ADVOGADO..., nacionalidade..., estado civil..., inscrito na OAB/Seccional sob o n...., com escritrio na..., n..., bairro..., municpio de ...,Estado... PODERES: neste ato o OUTORGANTE nomeia e constitui o OUTROGADO como seu advogado, conferindo-lhes os poderes da clusula ad judicia, especificamente para que defendam seus interesses em..., podendo, ainda, receber, dar quitao, transigir e substabelecer, com ou sem reservas de poderes, tudo para o bom e fiel cumprimento do mandato.

    Local e data.

    NOME E ASSINATURA DO OUTORGANTE

    EXERCCIO

    Atanagildo da Serra foi condenado ao pagamento de indenizao por danos morais e

    materiais no valor de R$ 20.000,00, para Luis Otaviano do Bairro (de apenas 7 anos de

    idade). Ocorre que, at a presente data no houve pagamento voluntario. Inconformada,

    Maria do Bairro, me do menor, procura o Dr. Pratico para defender seus interesses e

    cobrar o crdito judicial. Diante do caso hipottico elabore o documento necessrio

    atuao do Dr. Pratico.

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    PROCURAO EXTRAJUDICIAL

    Como salientado, quanto ao fim procurao pode ser ainda extrajudicial, ou seja, habilita

    a representao fora de juzo.

    Est sim necessita de reconhecimento de firma se for exigncia de quem esteja negociando.

    COMPRA DE IMVEIS

    OUTORGANTE : QUALIFICAO

    OUTORGADO : QUALIFICAO

    poderes para comprar, prometer comprar pelo preo, prazo e condies que ajustar, o imvel (descrever o imvel com todos os seus dados e caractersticas), podendo para tanto, efetuar a transao, dar sinal, parcelas ou valor total, receber domnio, direito, ao e investir-se na posse; aceitar e assinar as respectivas escrituras pblicas ou particulares, inclusive de re-ratificao; promover o registro no Cartrio de Registro de Imveis; responder pela evico de direito na forma da lei, ajustando clusulas e condies, inclusive as clusulas ad judicia e ad negotia; represent-lo(a) em reparties pblicas federais, estaduais e municipais, cartrios de notas e de registro de ttulos e documentos e onde mais for necessrio; receber quitao do que for pago; emitir notas promissrias correspondentes s prestaes que ficarem estabelecidas; assinar guias para pagamento de impostos e pag-los; cumprir exigncias; apresentar provas; juntar e retirar documentos;

    COMPRA E VENDA DE VECULOS

    poderes especiais para vender, pelo preo e condies que ajustar, o veculo de sua propriedade, com as seguintes caractersticas: tipo..., ano..., de cor..., placa..., de (Estado), chassis...; representando-o(a) junto ao DETRAN, CONTRAN, DNIT, companhias de seguro, Inspetorias de Trnsito, Delegacias de Roubos e Furtos, bancos e estabelecimentos de crdito em geral, podendo para tanto requerer, alegar e assinar o que preciso for, juntar e retirar documentos, apresentar e assinar quaisquer guias, requerer certides e demais autorizaes, tudo requerendo e assinando;

    PLENOS PODERES

    "amplos e plenos poderes para comprar, prometer comprar, vender, prometer vender, ceder, prometer ceder, alugar bens imveis de propriedade dele (a), outorgante, podendo, para tanto, assinar as escrituras que se fizerem necessrias, com as clusulas e condies que ajustar; ajustar preos, prazos e formas de pagamento, receber, passar recibos, dar

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    quitaes; transmitir a posse, domnio, direito e ao, bem como administr-los, com as clusulas e condies que ajustar valores e prazos de validade e vigncia, ressenti-los, prorrog-los, aceitar ou impugnar inquilinos e seus fiadores, receber os aluguis e passar recibos e quitaes, contratar empresas administradoras de imveis e ainda represent-lo (a) perante as assemblias de condomnio, sejam estas ordinrias ou extraordinrias, podendo debater a matria da ordem do dia, votar e ser votado (a), eleger sndico, subsndico e conselho, aceitar ou impugnar contas ou aumentos, assinar livros de presena e ata, promover obras necessrias nos imveis sob sua administrao, represent-lo (a) perante reparties pblicas federais, estaduais, municipais, autrquicas, cartrios de notas e de registro de ttulos e documentos, sociedades de economia mista, Receita Federal, Delegacia do Imposto de Renda para fazer declaraes e receber restituies; ministrios em geral, instituies, fundaes, inclusive o IPEA, Sindicatos, ANATEL, Instituto Nacional de Seguridade Social - INSS, DETRAN, CONTRAN, DNER, companhias de seguro, Inspetorias de Trnsito, Delegacias de Roubos e Furtos, Secretaria de Segurana Pblica, nos bancos e estabelecimentos de crdito em geral, inclusive Banco do Brasil S/A, Caixa Econmica Federal, Banco Central do Brasil, Banco Real S/A, Bradesco, instituies financeiras, inclusive as integrantes do Sistema Financeiro da Habitao, e onde com esta se apresentar e for necessrio, mesmo que aqui no expressamente mencionadas, podendo para tanto: requerer, alegar e assinar o que for preciso; juntar e retirar documentos; apresentar e assinar quaisquer guias; requerer certides, alvars diversos e demais autorizaes; acompanhar e dar andamento a processos, pedir vistas, cumprir exigncias; tomar cincia de despachos; pagar e/ou receber importncias, seja a que ttulo for, inclusive VENCIMENTOS, PROVENTOS, PENSES, PECLIOS, BENEFCIOS, FGTS, PASEP, SEGUROS, movimentar contas bancrias em geral, inclusive realizar transaes na rea de cmbio e quaisquer outras, podendo emitir e endossar cheques, requerer, verificar saldos, fazer depsitos, solicitar extratos de contas e tales de cheques, receberem carto magntico, reconhecer e/ou contestar saldos, constituir advogados com os poderes das clusulas "ad judicia", "ad-negocia" e os mais necessrios perante qualquer Instncia, Foro ou Tribunal, em Juzo ou fora dele, podendo firmar termos de compromisso, dar quitaes, acordar, discordar, transigir, recorrer, desistir, propor e variar aes e recursos, receber citaes, prestar declaraes, informaes, apresentar provas, assinar termos, requerimentos e demais papis";

    SUBSTABELECIMENTO

    Substabelecer estabelecer em terceiro os poderes que foram conferidos na procurao original. Ato pelo qual o mandatrio, com faculdade expressa para tanto, transfere terceiro os poderes que lhe foram conferidos na procurao original.

    Partes : substabelecente quem estabelece os poderes ; substabelecido terceiro que recebe os poderes.

    Como regra para substabelecer necessrio que haja expressa autorizao na procurao original, uma vez que o contrato de mandato contrato de confiana.

    MODELO

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    SUBSTABELECIMENTO

    Substabeleo, com reservas ou sem

    reservas..., os poderes que me foram conferidos por NOME DO OUTORGANTE DO MANDATO..., nos autos da ao de rito (nome do rito ou ao), em trmite perante a (n.) Vara ... do Foro da Comarca de (nome), processo autuado sob o n. (dados do processo), a NOMES DOS ADVOGADOS OU ESTAGIRIOS SUBSTABELECIDOS..., (qualificao), advogado ou estagirio inscrito na OAB sob o n. (n. de inscrio), com escritrio na rua (endereo completo), para (finalidade).

    Local..., data.... NOME ... E ASSINATURA DO ADVOGADO OAB/UF n....

    EXERCCIO

    Atanagildo da Serra foi condenado ao pagamento de indenizao por danos morais e materiais no valor de R$ 20.000,00, para Luis Otaviano do Bairro (de apenas 7 anos de idade). Ocorre que, at a presente data no houve pagamento voluntario. Inconformada, Maria do Bairro, me do menor, procura o Dr. Pratico para defender seus interesses e cobrar o crdito judicial. De posse do documento pertinente, Dr Pratico elaborou a petio e aps um perodo o juiz designou audincia de conciliao para 03/11/2012, data em que o Dr. Pratico ser operado por problema de sade, impossibilitando o comparecimento dele. Assim, solicitou ao seu amigo o Dr. Rpido que lhe substitusse na referida audincia e defendesse da melhor maneira os interesses de seu cliente. 1. Diante da situao hipottica descreva quais os documentos necessrios para todos os atos do caso, bem como seus requisitos essenciais. 2. Elabore o documento pertinente para a atuao do Dr. Rpido.

    QUADRO SINTICO

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    AULA 06 PONTO: 7

    Objetivo da aula : vocabulrio jurdico. Peas processuais.

    Tpico do plano de Ensino : Contrato de honorrios advocatcios: elementos e requisitos mandato

    CONTRATO DE HONORRIOS ADVOCATCIOS

    1- Assuntos gerais

    1.1. Identificao na teoria do fato jurdico.

    1.2. Quanto ao contedo da obrigao: meio e de resultado

    Obrigao de meio = desempenha a atividade, sem garantir o resultado.

    Obrigao de resultado = o objetivo produzir o resultado esperado.

    DEFINIO: (SILVIO S. VENOSA) Na primeira modalidade, obrigaes de resultado, o que

    importa a aferio se o resultado colimado foi alcanado. S assim a obrigao ser tida como cumprida.

    Na segunda hiptese, obrigaes de meio, deve ser aferido se o devedor empregou boa diligncia no

    cumprimento da obrigao.

    1.3 Definio de contrato e seus elementos constitutivos: a relao jurdica

    obrigacional decorrente do contrato

    Contratos so acordos feitos com base na vontade das partes e na autorizao

    jurdica, capazes de criar, regular, modificar ou extinguir relaes jurdicas de contedo

    patrimonial.

    1.4 Definio de contrato e seus elementos constitutivos: a

    a) REQUISITOS SUBJETIVOS:

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    a1) Manifestao de 2 ou mais vontades e capacidade genrica: A capacidade

    exigida nada mais do que aquela de agir em geral.

    a2) Aptido especfica para contratar: Alm da capacidade geral, a lei exige a

    capacidade especial para contratar, em certos atos. Diz respeito legitimao ou

    impedimentos para a realizao de certos negcios.

    a3) CONSENTIMENTO: acordo de vontades sobre as condies do contrato:

    objeto e suas clusulas. Esse consentimento deve ser livre e espontneo, ou seja, sem

    vcios (consultar art. 111 CC).

    b) REQUISITOS OBJETIVOS:

    Os requisitos objetivos dizem respeito ao objeto do contrato que deve ser lcito, possvel,

    determinado ou determinvel.

    c) REQUISITOS FORMAIS:

    O terceiro requisito de validade a forma, ou seja, prescrita ou no defesa em lei. No

    direito brasileiro a regra que a forma livre. As partes podem convencionar contrato

    particular, pblico, escrito ou verbal, a no ser que a lei disponha em contrrio. ART.

    107. CC

    HONORRIOS ADVOCATCIOS (arts. 22 ao 26 do EOAB e 35 a 43 CED)

    1. O QUE . So as verbas que devidas ao advogado em virtude de seu trabalho, e que

    no se encaixam no conceito de salrio, remunerao prpria dos advogados

    empregados, ou no conceito de vencimentos devidos aos advogados pblicos, a

    exemplo dos Defensores Pblicos e Procuradores Municipais e Estaduais.

    2. ESPCIES.

    HONORRIOS CONVENCIONAIS. So aqueles acordados por escrito por meio de

    contrato entre o advogado e o cliente.

    POR ARBITRAMENTE JUDICIAL. So os fixados por sentena, ante a inexistncia

    de acordo entre advogado e seu cliente. A remunerao deve ser compatvel com o

    trabalho e o valor econmico da questo.

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    SUCUMBNCIA. So aqueles fixados pelo magistrado na sentena condenatrio,

    como resultado do servio profissional prestado e a serem pagos pelo vencido na

    causa. So devidos, assim, de forma independente dos convencionados e normalmente

    pertencem ao advogado. Porm, houve liminar do STF possibilitando estipulao em

    sentido contrrio.

    2.1. CRITRIOS PARA FIXAO. O art. 36 CED estabelece os critrios, sempre

    fixados com moderao, observando-se:

    I relevncia, o vulto, a complexidade e a dificuldade das questes versadas;

    II o trabalho e o tempo necessrio;

    III a possibilidade de ficar o advogado impedido de intervir em outros casos, ou de

    se desavir com outros clientes ou terceiros;

    IV o valor da causa, a condio econmica do cliente e o proveito para ele resultante

    do servio profissional;

    V o carter da interveno, conforme se trate de servio a cliente avulso, habitual ou

    permanente;

    VI o lugar da prestao dos servios, fora ou no do domiclio do advogado;

    VII a competncia e o renome do profissional;

    VIII a praxe do foro sobre trabalhos anlogos.

    A moderao sugerida depende de critrios subjetivos, porm, a casustica tem

    apresentado algumas situaes concretas como o estabelecimento de 50% sobre

    atrasados e prestaes vincendas, alm da sucumbncia e custeio da causa,

    caracterizando a imoderao. Por outro lado, no comete infrao tica o advogado

    que, em ao previdenciria, contrata honorrios de 30% sobre o provendo do cliente,

    bem como no constitui imoderao a cobrana de 30% em contrato com pacto de

    quota litis.

    Honorrios. Estabelecimento de 50% sobre atrasados e prestaes vincendas, alm da sucumbncia e custeio da causa.

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    Locupletamento. Para a livre contratao de honorrios, alm de critrios de moderao recomendados pelo art. 36 do CED, deve-se sempre atender s condies pessoais do cliente, de modo a estabelecer honorrios dignos, compatveis e eqitativos. Remunerao ultrapassando os limites da moderao, com percentuais de 50% sobre o resultado, alm da sucumbncia legal, no se abriga nos preceitos de tica profissional, podendo-se vislumbrar hiptese de locupletamento. Reajuste do contrato recomendvel, sobretudo se as vantagens auferidas pelo advogado, ao trmino da demanda, so superiores s do cliente. Entendimento dos arts. 35 e 1, 36, 37 e 38 do CED. (OAB, TED, Proc. E-1.454, v.u. Rel. Dr. Carlos Aurlio Mota de Souza, Boletim AASP 1999, 16 a 27.04.1977)

    Honorrios. Cobrana de percentual de 30% em ao previdenciria. Clusula quota litis. No comete infrao tica o advogado que, em ao previdenciria, contrata honorrios de 30% sobre o provento do cliente, suportando as despesas judiciais, com recebimento de contraprestao condicionado ao sucesso do feito. Recomenda-se que a contratao seja feita por escrito, contendo todas as especificaes e forma de pagamento, atendendo-se ao prescrito pelo art. 36 do CED. (OAB, TED, proc. E-1784/98, Rel. Dr. Ricardo Garrido Jnior, Boletim AASP 2100, de 29 de maro a 04.04.1999)

    Honorrios. Cobrana do devedor em procedimento extrajudicial. Imoderao. Advogado contratado por condomnio, para atuao na esfera extrajudicial, no deve cobrar verba honorria de 20% dos condminos inadimplentes, por ferir o princpio da moderao, estabelecido no art. 36 do CED. A praxe indica que a verba honorria deve ser paga pelo condomnio contratante, conforme art. 35 do CED, que para tanto j recebe as multas estabelecidas na conveno. A conduta tipifica as infraes disciplinares estabelecidas nos incisos IV e XX do art. 34 do EOAB. (OAB, TED, proc. E-1760/98, Rel. Dr. Bruno Sammarco Boletim AASP 2092)

    2.2. A TABELA DE HONORRIOS. Sua funo fixar parmetros a serem

    observados na fixao dos honorrios e fixada pelo Conselho Seccional.

    3. HONORRIOS DE SUCUMBNCIA. So aqueles fixados ao final da demanda,

    como remunerao ao advogado da parte vencedora, a ser pagos por quem deu causa

    processual sua percepo. Assim, a regra : paga quem sucumbe e recebe o advogado

    da outra parte.

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    4. FORMA DE PAGAMENTO. Tratando-se de honorrios convencionados,

    advogado e cliente podero pactuar, livremente, a forma de pagamento dos honorrios.

    Na hiptese de no existir estipulao a respeito, portanto, ausente um ajuste entre as

    partes interessadas, dispe o art. 22 3 do EOAB que salvo estipulao em contrrio,

    1/3 dos honorrios devido no incio do servio, outro 1/3 at a deciso final de 1

    Instncia e o restante no final.

    5 NO PAGAMENTO VOLUNTRIO DOS HONORRIOS. MEDIDAS

    CABVEIS. No havendo o pagamento, dever o advogado recorrer ao Judicirio,

    executando ou cobrando seu crdito, da seguinte forma:

    a) ao de cobrana, caso no exista instrumento de contrato com o cliente, mas exista

    prova do valor acertado entre as partes;

    b) ao que pede arbitramento de honorrios, caso no se tenha valor acertado, ou se

    no h prova do valor acertado entre as partes;

    c) ao de execuo do contrato caso disponha o advogado do respectivo instrumento

    de contrato devidamente assinado por si e pelo cliente.

    6. SUCESSO. No caso de falecimento ou incapacidade civil do advogado os

    honorrios de sucumbncia proporcionais ao trabalho realizado so recebidos por seus

    sucessores, ou por seu representante legal, devendo tal previso ser aplicada tambm

    aos honorrios contratados ou arbitrados judicialmente.

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    MINUTA DE CONTRATO DE HONORRIOS ADVOCATCIOS

    CONTRATO DE HONORRIOS ADVOCATCIOS CONTRATANTE: NOME..., nacionalidade..., estado civil..., profisso..., portador (a) da cdula de identidade RG N ..., inscrito (a) no CPF/MF sob o n ..., domiciliada na ..., n ... bairro..., municipio de..., Estado..., CEP .... CONTRATADA: NOME DO ADVOGADO..., nacionalidade..., estado civil..., inscrito na OAB/Seccional sob o n...., com escritrio na..., n..., bairro..., municpio de ...,Estado..., (PODENDO SER ADVOGADO INDIVIDUALMENTE OU A PESSOA JURDICA). As partes acima identificadas tm, entre si, justo e acertado o presente Contrato de Honorrios Advocatcios, que se reger pelas clusulas seguintes e pelas condies descritas no presente. DO OBJETO DO CONTRATO

    Clusula 1. O presente instrumento tem

    como OBJETO prestao de servios advocatcios, na rea ..., a serem realizados na propositura de ao de .... at (fase do processo) em face (motivo).

    DAS ATIVIDADES

    Clusula 2. As atividades inclusas na prestao de servio objeto deste instrumento, so todas aquelas inerentes profisso, quais sejam:

    a) Praticar quaisquer atos e medidas necessrias e inerentes causa, em todas as reparties pblicas da Unio, dos Estados ou dos Municpios, bem como rgos a estes ligados direta ou indiretamente, seja por delegao, concesso ou outros meios, bem como de estabelecimentos particulares. b) Praticar todos os atos inerentes ao exerccio da advocacia e aqueles constantes no Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil, bem como os especificados no Instrumento Procuratrio.

    DAS DESPESAS

    Clusula 3. Todas as despesas efetuadas pela

    CONTRATADA, ligadas direta ou indiretamente com o processo, incluindo-se fotocpias, emolumentos, viagens e locomoes em geral, custas, ligaes telefnicas entre outros, ficaro a cargo dos CONTRATANTE, inclusive as de condenao aos onus da sucumbencia.

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    Clusula 4. Todas as despesas sero

    acompanhadas de recibo devidamente preparado e assinado pela CONTRATADA.

    DA COBRANA

    Clusula 5. As partes acordam que facultar CONTRATADA, o direito de realizar a cobrana dos honorrios por todos os meios admitidos em direito.

    DOS HONORRIOS

    Clusula 6. Considerando o servio

    advocatcio uma obrigao de meios e no resultados, fica acordado entre as partes que os honorrios a ttulo de prestao de servios, independente de xito na causa, sero pagos da seguinte forma: VALOR TOTAL: R$... (valor por extenso), que ser pago ... (forma de pagamento).

    Clusula 7. As partes acordam que, em caso

    de acordo entre os litigantes, o CONTRATANTE pagar CONTRATADA ...% (... por cento) sobre o valor acordado e no inferior a R$.... (valor por extenso).

    PARAGRFO UNICO : Pargrafo Primeiro: Fica estabelecido que em caso de desistncia por parte do CONTRATANTE, antes de iniciados os servios especificados na clusula um, sero devidos ao CONTRATADO, a ttulo de honorrios, por assessoria e consultoria jurdica, ...% (... por cento) do estabelecido na clusula dois.

    Clusula 8. O pagamento dos honorrios

    poder ser feito mediante deduo de valores que venham a ser recebidos ou levantados judicialmente. (Est clausula deve ser expressa, pois do contrrio acarreta infrao disicplinar)

    Clusula 9. Eventuais honorrios de sucumbncia sero da CONTRATADA, sem prejuzo do recebimento do valor ora ajustado, nos termos do artigo 23 do EOAB.

    DA RESCISO

    Clusula 10. Agindo o CONTRATANTE de forma dolosa ou culposa em face da CONTRATADA, restar facultado a esta, rescindir o contrato, substabelecendo sem reserva de iguais e se exonerando de todas obrigaes.

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    DO FORO

    Clusula 11. Para dirimir quaisquer controvrsias oriundas do CONTRATO, as partes elegem o foro da Comarca ....

    Por estarem assim justos e contratados, firmam o presente instrumento, em duas vias de igual teor, juntamente com 2 (duas) testemunhas.

    Local..., data...

    CONTRATANTE: CONTRATADA:

    EXERCCIO Diana de Goes Lima, advogada inscrita na OAB em So Paulo. Seu escritrio fica na cidade de Campos do Jordo. Foi contratada pela famlia Souza e Luz, para fazer o inventrio do patriarca da famlia, Sr. Antonio Candido Souza e luz, falecido em 05/04/2011, na cidade onde advoga. Quem lhe procurou foi a viva do de cujus Sra. Idalina Maria Antunes Souza e Luz. O patrimnio deixado, soma a quantia de R$ 2.000,000,00 ( dois milhes de reais), sendo certo que alm da viva o de cujus deixou dois filhos, Aniele Antunes Souza e Luz e Ariel Antunes Souza Luz. A Sra. Idalina declarou que seria a inventariante. Para tanto, Diana pactuou o montante de 6% do valor do patrimnio deixado pelo de cujus a ttulo de honorrios advocatcios. O valor dos honorrios deveriam ser pagos da seguinte forma: 50% na entrada e o restante quando da entrega do formal de partilha. Em caso de atraso de pagamento, sobre o valor pactuado incidiria multa de 10%. Diante do caso hipottico redija o documento eficaz para garantir os direitos e deveres do referido negcio jurdico.

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    QUADRO SINTICO

    AULA 7

    PONTO: 8

    Objetivo da aula: elaborao de ofcios, cabimento e formalidades.

    Tpico do plano de Ensino : Ofcios: conceito, elementos e formalidades

    OFCIO : instrumento formal de comunicao escrita distncia. (DICIONRIO

    COMPACTO DO DIREITO SRGIO SRVULO DA CUNHA SARAIVA.)

    a comunicao, em carater, oficial, que as autoridades fazem entre si, entre os

    subordinados e superiores e entre a Administrao e os paticulares.

    H semelhana com o memorando quanto a forma, mas sua finalidade diversa.

    Aviso e ofcio so modalidades de comunicao oficial praticamente idnticas.

    Diferenciam-se no tocante ao emissor, eis que o aviso expedido exclusivamente por

    Ministros de Estado, para autoridades de mesma hierarquia, ao passo que o ofcio

    expedido para e pelas demais autoridades.

    O contedo do ofcio tem a finalidade de tratar assuntos oficiais pelos rgos pblcos e

    privados sobre qualquer aspecto afeto ao rgo. Pode conter uma informao, uma

    solicitao, uma ordem etc. EX. Promoo de cargo, liberao de dia de trabalho,

    compensao de horas, requisitando informaes atinentes a um processo, prestando

    informaes dos rgos, encaminhamento etc.

    ASPECTOS GRFICOS

    A- FORMA

    1. Timbre da Instituio.

    2. OFCIO (caixa alta, por extenso), sigla do rgo expedidor com sua vinculao

    hierrquica, numerao (seqencial crescente e anual) e data.

    3. Assunto: teor da comunicao.

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    4. Funo do destinatrio.

    5. Texto: contedo do documento.

    6. Fechamento: frmula de cortesia. A Instruo Normativa n 4, de 06 de maro de 1992,

    limita a duas finalizaes para qualquer modalidade de comunicao oficial, quais sejam,

    Respeitosamente, para autoridades superiores, inclusive o Presidente da Repblica, e

    Atenciosamente, para autoridade da mesma hierarquia ou inferior. Embora a existencia da

    regra no h um rigor nos ofcios podendo finalizar com outros chaves.

    8. Pronome de tratamento e designativo do cargo ou funo do destinatrio.

    9. Validade do documento : determinada pelo contedo.

    10. Publicao : no se publica.

    B- FORMATAO BSICA

    Segue-se, normalmente, o contedo ditado pela ABNT a fim de padronizar o aspecro

    visual dos documentos.

    * Tipo de papel e impresso

    Dever ser utilizado o papel sulfite A4 (210 x 297 mm), na cor branca. A impresso deve vir

    somente no anverso da folha.

    * Tipo e tamanho de letra

    As fontes devem ser: ARIAL, no tamanho 12 ou TIMES NEW ROMAN, no tamanho 14.

    * Margens, espaos e pargrafos

    As folhas devem seguir os seguintes critrios de margens: Superior: 4 cm / Inferior: 2 cm /

    Esquerda: 3 cm / Direita: 2 cm.

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    O espao entre linhas deve ser simples e entre os pargrafos de 3 a 4 linhas.

    A primeira linha do pargrafo na margem esquerda alinha-se com 1,25 cm.

    MODELO

    OFCIO (sigla do rgo expedidor)/ n.../ano... (Local ...,data...)

    ASSUNTO: ...

    (rgo)

    Sr. Responsvel ....

    NOME..., cargo..., solicitao ou informao...,

    motivo.... .

    Respeitosamente ou Atenciosamente,

    ______________________________________

    (Assinatura ,cargo ou funo do remetente)

    DESTINATRIO

    ENDEREO: na..., n..., bairro..., municpio de..., Estado...

    EXERCCIO

    O ncleo de representante de sala da Universidade Nove de Julho, decidiu em sua ultima

    reunio que ser necessrio a convocao de uma reunio extraordinria,contando com a

    presena de todos os coordenadores,de todas as unidades da universidade, afim de dirimir a

    celeuma do cmputo das horas de atividades complementares, que at a presente data no

    foi solucionada. Com a finalidade de solicitar, em carter oficial, a referida reunio, redija o

    documento apropriado.

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    _________________________________ Direito Patrcia Martinez Almeida

    QUADRO SINTICO

    AULA 7

    PONTO: 9

    Objetivo da aula: elaborao de atas, cabimento e formalidades.

    Tpico do plano de Ensino : Atas: conceito e estrutura.

    ATA : escrito em que se registra, resumidamente, o sucedido numa reunio ou adincia

    (CLT 851 ;CPP 494). (DICIONRIO COMPACTO DO DIREITO SRGIO

    SRVULO DA CUNHA SARAIVA.). Ver tambm termo, assentamento.

    Ata o registro, por escrito, de todos os fatos, acontecimentos, deliberaes de uma

    audincia, reunio, assembleia ou solenidade.

    Os assentos de uma ata, diga ela respeito a rgos oficiais ou instituies particulares,

    seguem normas predeterminadas :

    a) texto claro e objetivo ;

    b) sem paragrafos ;

    c) sem entrelinhas

    d) sem rasuras (ressalvadas caso existam).

    e) Sem citaes/divagaes literrias.

    Deve ser redigida de maneira que no seja possvel qualquer modificao posterior.

    Para que isso deve ser escrita:

    - sem pargrafos ou alneas (ocupando todo o espao da pgina);

    - sem abreviaturas de palavras ou expresses;

    - nmeros por extenso;

    - sem emendas ou rasuras;

    - sem uso de corretivo (tipo erro-ex);

    - com emprego do verbo no tempo pretrito perfeito do indicativo (Exemplo: verbo falar:

    falou, falaram; verbo discutir: discutiu, discutiram; verbo comentar: comentou,

    comentaram).

  • REDAO JURDICA APLICADA

    4 SEMESTRE

    _________________________________ Direito Patrcia Martinez Almeida

    - Quem redige a Ata no pe os participantes da reunio a falar diretamente, mas faz-se

    intrprete delas, transmitindo ao leitor o que elas (as pessoas) disseram. (Exemplo: Em vez

    de "Inicialmente, eu Manuel de Arajo, presidente do Centro, determino a sra. vice-

    presidente, que apresente o calendrio que fizemos para que os presentes o conheam."

    Deve ser redigida assim: "Inicialmente o sr. Manuel de Arajo solicitou vice-presidente,

    sra. Maria de Souza, que apresentasse o calendrio elaborado para que os presentes

    tivessem seu conhecimento.)"

    Se o relator (secretrio) cometer um erro, deve empregar a partcula retificativa digo,

    como neste exemplo: "Aos dez dias do ms de dezembro, digo, de janeiro, de dois mil e

    quatro...".

    Quando se constatar erro ou omisso depois de lavrada a ata, usa-se em tempo. Exemplo:

    "Em tempo: Onde se l senhor janeiro, leia-se fevereiro".

    No caso de livro de atas devem constar :

    a) termos de abertura e encerramento (o mesmo segue para os autos do processo) ;

    b) data e local onde se realizam as sesses ;

    c) convocao previa e/ou dispositivo estatutrio ou regimental que determinou a

    reunio ;

    d) mesa que preside ;

    e) pauta dos assunto ;

    f) deliberaes tomadas

    g) assinaturas, pela ordem, do secretrio e demais participantes do evento.

    Ata de... (evento), termo de abertura : local..., data..., presentes : nomes...., agenda (temas a serem debatidos), desenvolvimento (debates), concluses (as obrigaes estabelecidas), recomendaes (se houverem), termo de encerramento : nada mais sendo discutido, dado por encerrado o evento, segue a presente lavrada por mim, NOME..., secretario do evento, assinada pelos participantes acima qualificados. Nomes e assinaturas

    EXERCCIO= elaborao da ata. Reunir-se rapidamente para redigir uma ata sobre a reunio. Tema= compra dos livros indicados para o semestre.Debater esse assunto: qual critrio para eleger o livro que vai ser adotado pelo grupo. Como vai ser feita a compra. Quem vai ser responsabilizado por ela. De onde vai sair essa verba?

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    4 SEMESTRE

    _________________________________ Direito Patrcia Martinez Almeida

    MODELOS

    Ata de Assemblia Geral

    Aos .... dias do ms de ... do ano de ..., s .... horas, no (mencionar o local), com o comparecimento dos condminos que assinaram o termo de presena, realizou-se uma Assemblia Geral Ordinria (ou Extraordinria) do condomnio do Edifcio ... sito na rua ...., n ... verificado o quorum regular, foram instalados os trabalhos pelo sndico e a administradora do condominio e escolhidos o condmino F.... para presidir a reunio, o qual, assumindo a direo, convidou os condminos F. e F. para secretrios. Composta a mesa, o presidente convidou o secretrio F.... para ler o Edital de convocao publicado no jornal (mencionar o nome e a data; se a convocao tiver sido feita por carta, mencionar o nome e a data) e esclareceu que os senhores condminos foram convocados para uma Assemblia que deve deliberar a respeito da ordem do dia anunciada, a saber (transcrever a ordem do dia constante do Edita ou da carta), a qual foi submetida aos presentes. Anunciada a matria contida no item a, o sndico (ou representante da Administradora... ) pediu a palavra e teceu os esclarecimentos que reputou necessrios. Em discusso da matria, sobre o assunto se manifestaram os condminos F. e F. ... Posta em votao, verificou o Sr. presidente ter sido aprovado o seguinte: .... (mencionar a deliberao). Passando matria do item b da ordem do dia,..... (mencionar o que ocorra, e assim, sucessivamente, at o final). Nada mais havendo a tratar, o presidente agradeceu o comparecimento dos condminos e encerrou a reunio, do qual eu, nome...., lavrei a presente ata, que vai assinada, ainda, pelo presidente, pelo secretrio nome...., e pelos condminos que o desejarem.

    Ata (Condomnio)

    Ata da Assemblia Geral Extraordinria do Condomnio Edifcio ..., localizado na Rua ... , nesta capital, realizada aos... dias do ms de ... de ano.... . As ... horas, em segunda convocao, presentes os senhores condminos titulares das unidades n ..., conforme assinaturas constantes no Livro de Presena, foram dados por abertos os trabalhos da presente Assemblia Geral Extraordinria do Condomnio Edifcio ..., que se desenvolveram no prprio edifcio. Por indicao dos presentes, assumiu a presidncia o Sr. ... titular da unidade n..., que convidou a mim ..., representante da Administradora, para secretariar os trabalhos. Composta a mesa, o Sr. Presidente colocou em apreciao o nico tern da Ordem do Dia: "A" APRECIAO E ESTUDO PARA ALTERAO DA TAXA CONDOMINIAL. Aps os comentrios dos condminos presentes, foi aprovado, por unanimidade, um aumento de ...% (... por cento) na taxa mensal de condomnio, a partir de ..../..../..., at a realizao da Assemblia Geral Ordinria. Nada mais havendo a tratar e ningum mais querendo fazer uso da palavra, o Sr. Presidente deu por encerrados os trabalhos da presente Assemblia Geral Extraordinria, lavrando-se a presente ata que vai assinada pelo Sr. Presidente e por mim Secretrio que a lavrei. Nada mais. Ass.: ...(Presidente)

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    4 SEMESTRE

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    QUADRO SINTICO

    AULA 8

    PONTO: 10

    Objetivo da aula: elaborao de parecer, cabimento e formalidades.

    Tpico do plano de Ensino : Pareceres: conceito e elementos.

    Pareceres: teor e estrutura.

    PARECER : opinio tcnica. Resposta a uma consulta dada fundamentadamente por especialista (C

    31, 2.). Opinio de orgo consultivo DICIONRIO COMPACTO DO DIREITO SRGIO

    SRVULO DA CUNHA.

    Em sentido vulgar : opinio, voto, juizo. Opinio tcnica a respeito de determinado

    assunto.

    Parecer segundo o DIREITO ADMINISTRATIVO :

    o ato pelo qual os rgaos consultivos da Administrao emitem opinio sobre assuntos

    tcnicos ou jurdicos de sua competncia. MARIA SYLVIA ZANELA DE PIETRO

    DIREITO ADMINISTRATIVO ATLAS)

    IMPORTNCIA

    A advocacia pode ser dividida em duas esferas : Judiciria e consultiva.

    Normalmente, o profissional dedica-se a ambas, pois, as vezes, convocado por seus

    clientes a emitir parecer sobre determinada matria e,outras vezes, chamado para resolver

    um conflito real que j se materializou em ma ao judicial..

    Na advocacia de consultoria no existe uma situao concreta sendo julgada pelo PJ, mas o

    cliente deseja inteirar-se acerca da situao e de suas possibilidades, antecipando-se a

    ocorrencia.

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    4 SEMESTRE

    _________________________________ Direito Patrcia Martinez Almeida

    Com a consulta, a parte busca saber o caminho a seguir para adequar sua postura a norma,

    evitando a criao de um passivo ou dvida que, potencialmente, podem ensejar efeitos

    nefastos no futuro.

    Uma vez que a parte estril de conhecimento jurdico, porcura um profissional habilitado

    para tanto.

    Estamos nos referindo ao advogado, mas qualquer especialista pode ser solicitado a dar um

    parecer : EX. LEI AMBIENTAL, CONTADOR ETC. At mesmo um rgo.

    Na advocacia preventiva que envolve, basicamente, consultas e pareceres, o profissional

    no precisa defender seu cliente, pois no existe ao. Assim, o profissional tem liberdade

    para concluir, inclusive, que a postura do consulente est errada.

    Desta feita, a concluso pode ser uma ratificao de um comportamente correto como uma

    critica ao errado.

    O objetivo no agradar e procurar falhas na lei. At porque este pensamento pode custar

    caro futuramente.

    Assim, fica da prudencia do cliente seguir ou no os conselhos expostos na concluso.

    O parecer pode ser usado como pea de convencimento em uma ao : empresas

    contratam parecers de figuras jurdicas exponenciais, para coroborar sua tese e pagam

    grandes somas por isso.

    PARTES DO PARECER

    So trs : RELATRIO, FUNDAMENTAO e CONCLUSO. Note-se que muito

    parecido com uma sentena. A diferena que no h julgamento.

    RELATRIO : breve sintese do objeto. A finalidade avisar o leitor qual o assunto que

    esta sendo tratado Pode ser o titulo do assunto. Deve ser conciso .

    Aps a indicao do assunto, frases do tipo Estudada a matria, passo a opinar podem

    ser utilizadas.

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    4 SEMESTRE

    _________________________________ Direito Patrcia Martinez Almeida

    FUNDAMENTAO : exposio da opinio, ideia. Deve-se elaborar as premissas que

    se apoiaro a sua concluso final. Apresentar respostas.

    Parte relevante, pois aqui fica demonstrada a habilidade do profissional : raciocinio logico,

    destreza, conhecimento jurdico, capacidade de organizar ideias e transmitir informaes.

    No deve ser lacunar, mas apresentar, inclusive, apoio doutrinrio e jurisprudencial. Deve-

    se apresentar o que de relevante existe para o deslinde da questo examinada.

    Na parte relativa a fundamentao o parecerista deve elaborar as premissas que se

    apoiaro a sua concluso final.

    Devendo abordar com clareza e conciso cada um dos temas sugeridos pela autoridade

    consulente, procurando dar sempre uma resposta precisa e convincente.

    Em cada um dos questionamentos, j que comum a ocorrncia de mais de um, procurar

    montar o seguinte silogismo:

    1) Questionamento;

    2) Fundamentos de fato e de direito relativos questo;

    3) Concluso.

    CONCLUSO. Apresentao do que deve ou no ser seguido. Inclui-se ainda, a

    recomendao de ajuizamento de ao judicial, se for o caso.

    A concluso corresponde a uma sntese de todas as concluses que foram tiradas na parte

    da fundamentao.

    Caso tenha havido perguntas necessrio respond-las;

    Pode ser iniciada com:

    Pelo exposto, respondendo a cada um dos questionamentos formulados na consulta,

    opino no sentido de ....

    Deve ser finalizada com a seguinte expresso: " o parecer".

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    4 SEMESTRE

    _________________________________ Direito Patrcia Martinez Almeida

    MODELO

    Ementa: Na ementa necessrio reunir de forma lgica e coordenada as principais palavras-chaves que foram utilizadas na elaborao do parece. a ltima coisa a ser feita. No dia da prova pode deixar um espao para elabor-la por ltimo.

    Relatrio

    Trata-se o expediente de uma consulta indagando sobre (assunto)....

    Estudada a matria, passo a opinar.

    Na parte pertinente ao relatrio, devemos indicar do que se trata consulta enviada ao parecerista, esclarecendo qual a questo de fundo objeto de questiona mento.

    Parecerista o profissional que emite pareceres.

    Caso haja vrias questes importantes e independentes elas devero tambm ser includas no relatrio.

    Caso haja perguntas formuladas pela autoridade consulente possvel list-las nessa parte. Devendo sempre ter ateno para a conciso.

    Fundamentao

    Subsuno da matria estudada Lei

    Fundamentao: Lei, Doutrina e Jurisprudncia.

    Concluso: (tese defendida pelo parecerista)

    Na parte relativa fundamentao o parecerista deve elaborar as premissas que se apoiaro a sua concluso final.

    Devendo abordar com clareza e conciso cada um dos temas sugeridos pela autoridade consulente, procurando dar sempre uma resposta precisa e convincente.

    Em cada um dos questionamentos, j que comum a ocorrncia de mais de um, procurar montar o seguinte silogismo:

    1) Questionamento;

    2) Fundamentos de fato e de direito relativos questo;

    3) Concluso.

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    4 SEMESTRE

    _________________________________ Direito Patrcia Martinez Almeida

    Concluso

    Pelo exposto, respondendo a cada um dos questionamentos formulados na consulta, opino no sentido de que .....

    o parecer.

    Local..., data....

    Assinatura.

    A concluso corresponde a uma sntese de todas as concluses que foram tiradas na parte da fundamentao.

    Caso tenha havido perguntas necessrio respond-las;

    Deve ser finalizada com a seguinte expresso: " o parecer".

    E logo abaixo, a data, o local e a assinatura.

    A concluso corresponde a

    EXERCCIO

    Com a finalidade de apreciar a viabilidade de incluso da disciplina de Redao jurdica

    aplicada ao curso de sua universidade, a senhora Joana procurou um conhecido advogado

    da regio para realizar uma consulta sobre disciplina tcnica de redao jurdica, sua

    pertinncia, objeto, requisitos e importncia na formao do profissional do direito. Como

    advogado consultado responda ao questionamento suscitado no competente documento.

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    4 SEMESTRE

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    QUADRO SINTICO

    AULA 9

    PONTO: 11

    Objetivo da aula: elaborao de requerimento, cabimento e formalidades.

    Tpico do plano de Ensino : REQUERIMENTO EXTRAJUDICIAL

    REQUERIMENTO : 1. Ato ou efeito de requerer, que exigir a satisfao de um direito ou

    cumprimento de uma obrigao. 2. pea ou instrumento contendo requerimento. V. Petio

    DICIONRIO COMPACTO DO DIREITO SRGIO SRVULO DA CUNHA.

    Requerimento substantivo do verbo requerer, o qual, por sua vez, significa

    solicitar, pedir, rogar.

    Por meio dos requerimentos o que se faz estabelecer uma relao impessoal entre

    as partes, dado o excesso de formalismo que o caracteriza.

    O requerimento deve ser escrito sem o uso de palavras gentis ou de agradecimentos, visto

    que seu papel o de formalizar um pedido de deferimento a uma solicitao feita pelo

    requerente.

    Encaminhamento de um pedido a autoridade competente para atende-lo ou

    deneg-lo. Podem os requerimentos ser feitos de viva voz ou por escrito, sendo esta ltima

    forma a mais comum. Em juzo os requerimentos so feitos, em regra por escrito, e quando

    feitos verbalmente so tomados a termo.

    Os requerimentos podem ser simples ou complexo a depender do ambiente onde

    se situa. Um requerimento de abono de faltas na universidade, dispensa de educaao fsica

    etc uma modalidade de requerimento simples, ao passo que um requerimento dentro do

    processo judicial enquadra-se em m requerimento complexo.

    ESTRUTURA :

    1- autoridade qual o requerimento se dirige : Menciona-se o cargo/funo e no a

    pessoa. EX. Diretor do curso de Direito, Delagado do 1. Distrito Policial etc.

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    4 SEMESTRE

    _________________________________ Direito Patrcia Martinez Almeida

    2- requerente : qualifica-lo, de modo que ele possa ser facilmente identificado;

    3- narrar sobre os fatos ;

    4- Indicar o pedido ;

    5- solicitar o deferimento (atendimento) do pedido; (usa-se a expresso Nesses termos,

    pede e espera deferimento, ou, se forem mais pessoas Nesses termos, pedem e esperam

    deferimento.

    6- mencionar o lugar onde o requerimento est sendo confeccionado e dat-lo;

    7- assinar o documento.

    ESPCIES

    1- Judiciais : quando endereados a juzes ou a tribunais e dentro de um processo, de uma

    ao. Por esta razo atribui-se ao requerimento judicial o nome de petio.

    2- Extrajudiciais : Em sentido contrrio, portanto, sero todos os outros requerimentos que

    forem feitos fora do ambiente de um processo.

    DAS PARTES : TERMOS UTILIZADOS

    a- EXTRAJUDICIAL : REQUERENTE E REQUERIDO, DENUNCIANTE E

    DENUNCIADO, CREDOR E DEVEDOR, NOTIFICATE E NOTIFICADO ETC.

    b- JUDICIAL : autor/ru, apelante/apelado, agravante/agravado, recorrente/recorido,

    exequente/executado/ inventariante/inventariado, impugnate/impugnado,

    desapropriante/desapropriado,

    MODELO DE REQUERIMENTO EXTRAJUDICIAL

    Ilustrssimo (a) cargo... do rgo...

    nome..., nacionalidade..., estado civil..., profisso..., portador (a) da cdula de identidade RG n..., regularmente inscrito (a) no CPF/MF n..., domiciliado (a) na..., n..., bairro..., municpio de..., Estado..., CEP..., vem requerer ...(pedido), com a finalidade...(especificaes).

    Termos que, Pede deferimento. Local..., data... Assinatura...

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    4 SEMESTRE

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    QUADRO SINTICO

    AULA10

    PONTO:

    12

    Objetivo da aula: elaborao de requerimento, cabimento e

    formalidades.

    Tpico do plano de Ensino : REQUERIMENTO JUDICIAL

    REQUERIMENTO : 1. Ato ou efeito de requerer, que exigir a satisfao de um direito ou

    cumprimento de uma obrigao. 2. pea ou instrumento contendo requerimento. V. Petio

    DICIONRIO COMPACTO DO DIREITO SRGIO SRVULO DA CUNHA.

    Como dito Os requerimentos podem ser simples ou complexo a depender do

    ambiente onde se situa. Quando houver a necessidade de serem abordados vrios pontos

    de direito por meio da conjugao lgica de ideias que se sucedem, esse requerimento

    entendido por complexo.

    ESTRUTURA :

    No requerimento complexo devero ser observadas as seguintes regras:

    (a) o requerente precisa fazer a narrao temporal dos fatos, mencionandoos de trs para

    frente, por meio de uma sucesso cronolgica, de modo que deixe clara a lgica e corelao

    existente entre eles;

    (b) na estrutura esttica do texto, poder o requerente usarde um espao maior entre os

    pargrafos, o que possibilita para o leitor do requerimento uma melhor distribuio das

    ideias, tornandoas de mais fcil compreenso;

    (c) Paragrafos articulados : talvez seja o caso de numerar os pargrafos, em clara

    demonstrao de que, cada um, trata de um aspecto ftico diferente na sucesso temporal

    dos acontecimentos e

    (d) o pedido que ser feito ao final do requerimento, se for possvel, deve ser acompanhado

    dos respectivos documentos que comprovem, um a um, os fatos narrados pelo requerente

    e, de preferncia, numerados um a um segundo essa ordem de ideias.

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    4 SEMESTRE

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    As partes da petio inicial so : fatos, direito e pedido.

    EXERCCIOS

    1. Tcio, estudante da Uni10, foi acometido por conjuntivite que o impossibilitou de

    comparecer s aulas no perodo de 15.03.2013 a 22.03.2013. Alm das aulas, perdera vrios

    trabalhos importantes, razo pela qual necessita abonar tais faltas. Na resoluo 19 da

    referida IES prev a possibilidade de concesso de abono de faltas em caso de doenas

    infectocontagiosas, devidamente atestadas, desde que protocolada na secretaria da

    instituio em at 72 horas da alta mdica. Considerando a necessidade de Tcio e que ele

    recebera alta mdica em 23.03.2013, elabore o documento pertinente apontando no

    documento o ultimo dia do prazo.

    2. Cravo, jardineiro, conheceu Rosa e se apaixonaram perdidamente. Aps dois longos

    meses de namoro decidiram se casar. Da unio adveio o nascimento de trs lindos filhos, a

    saber: Margarida, Jasmim e Lavanda. Viveram felizes at que um dia de chuva o Cravo

    brigou com Rosa, debaixo de uma sacada, o Cravo saiu ferido e o enlace com Rosa

    despedaado. Assim, procuraram o Dr. Prtico, para dissolver a sociedade conjugal.

    Distribuda a pertinente petio, autuada sob n 1111/2012, que tramita perante a 8 Vara

    da Famlia e Sucesses do Foro Central da comarca de So Paulo, no despacho inicial o juiz

    mandou emendar a inicial no prazo de 10 dias. Diante da ordem judicial, e sem saber qual

    era o motivo da determinao de emenda, Dr. Pratico pediu para voc, estagirio

    regularmente inscrito nos quadros da OAB, para que fosse ao frum verificar nos autos do

    processo qual a providncia requerida pelo magistrado. De posse do processo, voc

    descobriu que a emenda era para fazer juntar a certido de casamento atualizada do casal.

    Por sorte, tal documento estava em sua pasta de trabalhos. Diante da situao hipottica,

    elabore o documento jurdico eficaz a dar seguimento ao feito.

    DA PETIO INICIAL

    A pea inaugural do processo a petio inicial. fundamental a importncia, pois al so

    deduzidos todos os argumentos e pretenses que impulsionam o processo e uma vez

    respondida pelo ru no poder mais se alterada.

  • REDAO JURDICA APLICADA

    4 SEMESTRE

    _________________________________ Direito Patrcia Martinez Almeida

    a petio inicial que d contornos ao processo e desenha os limites da sentena, posto

    que vedado ao juiz julgar fora dos limites do pedido.

    A petio incial se apresenta como silogismo : duas premissas e uma concluso encadeada

    do raciocinio.

    FATO : PREMISSA MENOR

    DIREITO : PREMISSA MAIOR

    PEDIDO : CONCLUSO.

    EX. A foi demandado pelo credor B antes de vencida a dvida (P.MENOR). O CC

    estabelece em seu artigo 939 que comete ato licito quem incorre em tal atitude devendo

    descontar os juros da obrigao e aguardar o tempo que falta para o vencimento.

    (P.MAIOR). Assim, A tem direito a ser indenizado pelos prejuizos e faz juz ao

    descoonto dos juros da obrigao. (CONCLUSO).

    Esta disposio constitui a estrutura da inicial. Uma pea desarticulada, sem sistematizao,

    confusa tem como consequencia o indeferimento (284, 295, I, V e par. Unico, do CPC)..

    REQUISITOS

    OS requisitos da pea inaugural esto esparsos na legislao (P.EX. Lei de locao

    8245/91). Para o processo comum os requsitos esto listados no art. 282 do CPC :

    A petio inicial indicar :

    I- o juiz ou tribunal, a que dirigida ;

    II os nomes, prenomes, estado civil, profisso, domicilio e residencia do autor e do ru ;

    III- o fato e do fundamentos jurdicos do pedido ;

    IV- o pedido, com as suas especificao ;

    V- o valor da causa ;

    VI- as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos alegados ;

    VII- o requerimento para citao do ru.

    MODELO DE PETIO INICIAL

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    4 SEMESTRE

    _________________________________ Direito Patrcia Martinez Almeida

    EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ... VARA ... DO

    FORO DA COMARCA DE... ESTADO DE....

    NOME..., nacionalidade..., estado civil...,

    profisso..., portador (a) da cdula de identidade RG n...., inscrito no CPF/MF sob n...,

    domiciliado (a) na..., n..., municpio de..., Estado..., vem, por intermdio de seu advogado

    que esta subscreve, que receber intimaes na..., n..., municpio de..., Estado..., com

    acatamento perante Vossa Excelncia, com fulcro no art.... do...., propor a presente

    AO DE...., em desfavor de NOME..., nacionalidade..., estado civil..., profisso...,

    portador (a) da cdula de identidade RG n...., inscrito no CPF/MF sob n..., domiciliado

    (a) na..., n..., municpio de..., Estado..., pelas razes de fato e de direito que passa expor e

    ao final requer:

    I. DOS FATOS

    Narrar de forma lgica e cronolgica os

    eventos que ensejaram a propositura da ao.

    Caso se trate de exerccio hipottico, dividir o

    enunciado em pargrafos curtos, suprimindo o que no guardar pertinncia com a tese

    a ser defendida no DO DIREITO e o que for flagrantemente contrario aos interesses

    de seu cliente.

    Observao: aps a qualificao das partes no

    prembulo h um afastamento deles, pois quem narra os fatos e articulo o direito, para

    fazer os pedidos o advogado, portanto, a partir dos fatos as partes ganham nome

    tcnico: AUTOR E REU, REQUERENTE E REQUERIDO, APELANTE E

    APELADO, RECONVINTE E RECONVINDO, EMBARGANTE E

    EMBARGADO, IMPUGNANTE E IMPUGNADO, etc. O importe que eleito o

    nome tcnico (dependendo da natureza processual do requerimento) somente tais

    nomes podero ser utilizados at o termino do requerimento judicial.

  • REDAO JURDICA APLICADA

    4 SEMESTRE

    _________________________________ Direito Patrcia Martinez Almeida

    II. DO DIREITO

    Neste campo deve ser feito o silogismo da

    petio inicial, ou seja, desenvolver a argumentao jurdica, na adequao do caso

    concreto norma com uma consequncia lgica necessria.

    EX: Conforme inteligncia dos arts. 186 e 927

    do Cdigo Civil, todo aquele que comete ato ilcito tem o dever de indenizar. Com

    efeito, o caso trazido a desate, uma vez que o ato praticado pelo ru acarretou danos

    ao autor, na monta de R$.... (valor por extenso), assim, diante da evidente culpa do

    Ru na produo do evento danoso, inescondvel seu dever em indenizar os prejuzos

    causados ao Autor.

    III. DO PEDIDO

    Diante do exposto a presente para requer:

    A procedncia do pedido, para (pedido

    imediato e pedido mediato);

    A citao do Ru para apresentar defesa no

    prazo legal, sob pena de revelia (319 CPC) e seus efeitos;

    Sejam impostos ao Ru os nus da

    sucumbncia, isto , custas, despesas processuais e honorrios advocatcios que forem

    arbitrados por Vossa Excelncia;

    Provar o alegado por todos os meios em

    direito admitidos, sem excluso de qualquer deles.

    D-se a causa o valor de R$ ... (valor por

    extenso) arts. 258 a 260 do CPC.

    Termos que,

    Pede deferimento.

    Local..., data...

    Advogado

    OAB/UF... n...

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    QUADRO SINTICO

    AULA 11

    PONTO: 13

    Objetivo da aula: elaborao do recurso, cabimento e formalidades.

    Tpico do plano de Ensino : RECURSOS ADMINISTRATIVOS

    A palavra recurso vem do vocbulo latino recursus, que significa corrida para trs, caminho

    para voltar, volta. Tal expresso, pois, d a ideia de reexame de uma deciso.

    RECURSO : 1.Meio de satisfazer uma necessidade. 2. Um dos meios de impugnao de ato judicial

    consistente em requerimento formal que, baseado em lei que o permita, a parte faz durante o processo,

    objetivando a cassao ou reforma de uma deciso (CPC 496 ; CPP581)(...) DICIONRIO

    COMPACTO DO DIREITO SRGIO SRVULO DA CUNHA.

    No mbito JUDICIAL : (...) remdio voluntrio e idneo a ensejar, dentro do mesmo processo, a

    reforma, a invalidao, o esclarecimento ou a integrao de deciso judicial que se impugna. (JOS

    CARLOS BARBOSA MOREIRA. O juzo de admissibilidade no sistema de recurso civis )

    No mbito do DIREITO ADMINISTRATIVO so todos os meios que podem utilizar os

    administrados para provocar o reexame do ato pela Administrao Pblica . Eles podem ter efeito

    sspensivo ou devolutivo ; este ltimo o efeito normal de todos os recursos, independendo de norma legal ; ele

    devolve o exame da matria autoridade copetente para decidir. O efeito suspensizo, como o prprio nome

    j diz, suspende os efitos do ato at deciso do recurso ; ele s existe quando a lei o preveja expressamente.

    Por outras palavras, no silncio da lei, o recurso tem apenas efeito devolutivo . MARIA SYLVIA

    ZANELLA DI PIETRO. Direito Administrativo. So Paulo : Atlas, p.561).

    Enquadra-se tambm na modalidade de requerimento, eis que pedidos sero formulados.

    Todavia, por no se tratar de pedido inicial, mas de inconformismo com determinada

    deciso ou entendimento recebe o nome de recurso.

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    Em linhas gerais recurso instrumento de correo. E meio de impugnao de uma

    deciso. a maneira de tentar reverter uma deciso que entende desfavorvel.

    MOTIVOS DE EXISTNCIA

    1. ASPECTOS INTRINSECOS : elementos psicologicos, pois tipico do ser humano no

    se conformar facilmente com aquilo que desfavorvel aos seus interesses. Assim,

    intuitivamente tenta reverter algo que lhe incomoda. P.EX. Quando o professor tem

    alguma atitude que contraria o interesse do aluno o que vem a mente tentar resolver com

    a coordenao.

    2. FABILIDADE HUMANA : o ser humano passvel de erro e o recurso possibilidade a

    retificao de possveis equivocos.

    REQUISITOS

    1- SUCUMBNCIA : relacionado a legitimidade, ou seja, s cabe o recurso

    por aquele que tem contra si uma deciso ou fato desfavorvel.

    2- TEMPESTIVIDADE : prazo fixado em lei, regulamentos, portarias,

    regimentos internos etc. Outro requisito de admissibilidade do recurso

    que seja apresentado no tempo correto. A irresignao do recorrente s

    ser apreciada se apresentado dentro do lapso temporal concedido,

    depois disso ser intempestivo.

    3- PREPARO : Na esfera judicial alguns recursos esto sujeitos ao

    pagamento de despesas. A falta do preparo conduz a desero do

    mesmo.

    CONTEDO

    Debate de persuaso e habilidade na articulao de fatos e direito, nunca ataque pessoal a

    pessoa ou rgo responsvel pela deciso.

    Fato que aquele que precisa se valer de um recurso porque tem contra si uma deciso

    ou situao desfavorvel. Nme por isso justifica-se ataque pessoal e achincalhamentos.

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    Portanto, seja respeitoso e moderado no uso das palavras procurando mosrar que a deciso

    ou situao padece de algum vcio e no o julgador.

    ESTRUTURA

    Nos recursos administrativos cada situao pode visualizar uma regra formal prpria, p.ex.

    recursos administrativos de multa de trnsito, recurso administrativo contra penalidade

    imposta pela Municipiladade, recurso no procedimento de licitao etc.

    No geral temos :

    - Endereamento para autoridade competente

    - Apresentao/qualificao do recorrente ;

    - Resumo dos fatos que levaram a deciso que deseja ver modificada

    - Razes de fato e de direito que fundamento a modificao

    - Pedido de reforma ou anulao ;

    - Local, data, assinatura.

    P.S. Todo e qualquer documento que far a prova das alegaes devem

    acompanhar o recurso.

    REGRAS GERAIS

    1- endereado, via de regra, para rgo hierarquicamente superior (h casos que a

    competencia para anlise do prprio prolator da deciso);

    2- deve ser apresentado no prazo estipulado em lei, portarias, regulamentos etc

    sob pena de prejuzo da anlise por intempestividade;

    3- Deve apresentar resumo dos fatos que levaram a deciso, as