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Página 1 de 23 UNIVERSIDADE ANHEMBI-MORUMBI Hospital Veterinário da Faculdade de Medicina Veterinária RELATÓRIO FINAL Comparação da efetividade da cefalexina e da azitromicina no tratamento de foliculites superficiais em cães Prof. Dr. Ronaldo Lucas Jessica Dinelli Lopes Flávia Passoni de Oliveira Ludimila Irina de Lima e Albuquerque OUTUBRO DE 2014.

AVALIAÇÃO DA PRATICIDADE E EFETIVIDADE · (hipotireoidismo e hiperadrenocorticismo); foliculites secundárias a doenças autoimunes (pênfigo ou lúpus). Ainda, foram excluídos

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UNIVERSIDADE ANHEMBI-MORUMBI

Hospital Veterinário da Faculdade de Medicina Veterinária

RELATÓRIO FINAL

Comparação da efetividade da cefalexina e da azitromicina no tratamento de

foliculites superficiais em cães

Prof. Dr. Ronaldo Lucas Jessica Dinelli Lopes

Flávia Passoni de Oliveira Ludimila Irina de Lima e Albuquerque

OUTUBRO DE 2014.

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RELATÓRIO FINAL DE ESTUDO

VERSÃO 1.0

ESTUDO DE EFICÁCIA

COMPARAÇÃO DA EFETIVIDADE DA CEFALEXINA E DA AZITROMICINA NO TRATAMENTO DE FOLICULITES SUPERFICIAIS EM CÃES

Pesquisador Principal: Prof. Dr. Ronaldo Lucas

___________________________ __________________

Assinatura Data

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SUMÁRIO

1. IDENTIFICAÇÃO DO ESTUDO ........................................................................................... 4

2. LOCAL DE REALIZAÇÃO DO ESTUDO ............................................................................. 4

3. RESPONSABILIDADES ...................................................................................................... 4

4. INFORMAÇÕES DO ESTUDO ............................................................................................ 5

4.1. Período de Realização do Estudo: ............................................................................... 5

4.2. Produtos Teste: ............................................................................................................ 5

4.3. Espécie Animal: ............................................................................................................ 5

5. OBJETIVO ........................................................................................................................... 5

6. INTRODUÇÃO..................................................................................................................... 6

7. MATERIAS E MÉTODOS .................................................................................................... 7

7.1. Critérios de exclusão .................................................................................................... 8

7.2. Critérios de inclusão ..................................................................................................... 9

7.3. Avaliação da gravidade e intensidade das lesões ........................................................ 9

7.4. Avaliações secundárias: ..............................................................................................10

8. RESULTADOS ...................................................................................................................11

9. DISCUSSÃO ......................................................................................................................20

10. CONCLUSÕES...................................................................................................................21

11. ANEXOS .............................................................................................................................21

12. REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 22

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1. IDENTIFICAÇÃO DO ESTUDO

Comparação da efetividade da cefalexina e da azitromicina no tratamento de foliculites

superficiais em cães.

2. LOCAL DE REALIZAÇÃO DO ESTUDO

O Estudo foi conduzido no Hospital Veterinário da Faculdade de Medicina Veterinária da

Universidade Anhembi-Morumbi (São Paulo).

3. RESPONSABILIDADES

Pesquisador Principal: Prof. Dr. Ronaldo Lucas – Professor Adjunto da Universidade

Anhembi-Morumbi e Coordenador do Hospital Veterinário da Faculdade de Medicina Veterinária

da Universidade Anhembi-Morumbi em São Paulo.

Monitores: Jéssica Dinelli Lopes – Médica Veterinária/ Pós Graduanda do curso de

especialização em Dermatologia Veterinária pela Universidade Anhembi Morumbi.

Flávia Passoni de Oliveira – Médica Veterinária residente do Hospital Veterinário da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Anhembi Morumbi.

Ludimila Irina de Lima e Albuquerque – Graduanda da Faculdade de Medicina

Veterinária da Universidade Anhembi-Morumbi.

Patrocinador: Labyes do Brasil Ltda

Avenida Rouxinol, 1041 – cj. 601 – Moema – São Paulo/SP – CEP: 04516-001.

Tel.: (11) 3774-8363. E-mail: [email protected]

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4. INFORMAÇÕES DO ESTUDO

4.1. Período de Realização do Estudo:

Julho/2013 a Janeiro/2014.

4.2. Produtos Teste:

Aziplus® 200 – Comprimido à base de Azitromicina do Laboratorio Labyes do Brasil Ltda.

Lote: 001/12

Fabr.: Ago./12

Venc.: Ago./14

Rilexine® - Comprimido à base de Cefalexina do Laboratório Virbac Saúde Animal.

Lote: 006/12

Fabr.: Jul./12

Venc.: Jul./14

4.3. Espécie Animal:

Cães de diversas raças.

5. OBJETIVO

O presente trabalho tem como objetivo:

Avaliar o gênero de bactérias mais frequentemente associado às foliculites

superficiais e profundas dos cães;

Avaliar a efetividade da terapia com uso da cefalexina na dose de 30mg/kg a cada 12

horas;

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Avaliar a efetividade da terapia com uso da azitromicina na dose de 10mg/kg a cada

24 horas;

Avaliar o tempo (número de dias) médio de cura para cada tratamento utilizado;

Avaliar a Azitromicina como opção na terapia de foliculites superficiais;

Avaliar os efeitos colaterais dos antibióticos utilizados.

6. INTRODUÇÃO

Os patógenos cutâneos de maior importância nas infecções bacterianas de cães são

bactérias Staphylococcus sp coagulase positiva (Sig - Staphylococcus intermedius group), este

grupo inclui três espécies geneticamente heterogêneas: S. Intermedius, S. pseudintermedius e

S. delphine. Destes o que acomete os cães é o S. pseudintermedius, entretanto somente

poderia ser identificado por provas genéticas que não estão disponíveis em laboratórios

destinados à rotina clínica em território nacional ou mesmo internacional, assim convenciona-

se chamar estas cepas isoladas de Sig.

Por se tratar de bactéria da microbiota bacteriana residente da pele tem maior facilidade de

multiplicação quando “espaços” são criados pelas alterações populacionais de outras bactérias

ou fungos. Sendo assim qualquer dermatopatia primária pode proporcionar uma alteração na

microbiota bacteriana e possibilitar a proliferação deste patógeno. As foliculites podem ser

classificadas segundo a etiologia em primárias e secundárias5.

Dentre as dermatopatias primárias que levam à foliculite secundária, os distúrbios de

queratinização e os quadros alérgicos são os mais comumente observados. Porém, as

dermatites parasitárias, fúngicas, endócrinas, nutricionais, autoimunes, além das neoplasias

podem predispor o animal às infecções bacterianas secundárias5.

Atualmente levantamentos internacionais e nacionais revelam que as foliculites são o

segundo ou terceiro grupo de dermatopatias em termos de ocorrência, tendo como principais

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manifestações clínicas a rarefação pilosa, alopecia, pápulas, nódulos, pústulas, lesões em “olho

de boi”, exulcerações, úlceras, colarinho epidérmico, crostas e fístulas.

Pelo exposto, o clínico veterinário deve sempre se preocupar com dermatopatias de base

quando estiver abordando um caso de foliculite canina.

Além da classificação etiológica em primária e secundária, as foliculites, podem ser

classificadas segundo a profundidade. Com base neste critério as foliculites podem ser divididas

em externas (colonização bacteriana somente na superfície epidérmica), superficiais (envolvem

a epiderme e epitélio folicular) e profundas (invadem a derme e em alguns casos o tecido

subcutâneo).

Na terapia sistêmica de rotina das foliculites de cães utilizam-se antibióticos como

cefalexina, amoxicilina e ácido clavulânico, enrofloxacina, doxiciclina, entre outros. Estes

medicamentos têm-se mostrado eficientes quando utilizados por um período prolongado, o que

eventualmente pode provocar efeitos colaterais. A azitromicina, um antibiótico macrolídeo de

amplo espectro, é comprovadamente eficiente contra bactérias Gram + e Gram -, anaeróbicos

intracelulares e alguns protozoários. A dose terapêutica para cães e gatos é de 5 a 10 mg/kg,

por via oral a cada 24 horas.

O trabalho visa oferecer aos clínicos mais uma opção terapêutica nos casos de foliculite

superficial de cães.

7. MATERIAS E MÉTODOS

Foi realizado um estudo onde foram atendidos 32 animais da espécie canina, com quadros

de foliculites superficiais atendidos no Hospital Veterinário da Universidade Anhembi-Morumbi

(São Paulo).

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O critério de escolha dos pacientes que participaram da pesquisa foi baseado no

diagnóstico de foliculite bacteriana superficial, sendo ela primária ou secundária (exceção:

pseudopiodermites, endocrinopatias, dermatopatias parasitárias, piotraumática e autoimunes).

Os cães foram divididos aleatoriamente em dois grupos:

Grupo 1 recebeu Azitromicina na dose de 10mg/kg a cada 24 horas.

Grupo 2 recebeu Cefalexina na dosagem de 30mg/kg a cada 12 horas.

Baseado em critérios de tipo lesional e da localidade da lesão foram considerados curados

animais que tiveram estes critérios reduzidos ao zero.

Após a realização de pormenorizada anamnese, os animais foram submetidos a exame

físico, com ênfase no exame dermatológico e exames complementares.

7.1. Critérios de exclusão

Foram excluídos os animais com quadros: de pseudofoliculites (dermatite úmida aguda ou

dermatite piotraumática e celulite juvenil); de foliculites secundárias às dermatopatias

parasitárias (escabiose e demodicidose), foliculites secundárias a endocrinopatias

(hipotireoidismo e hiperadrenocorticismo); foliculites secundárias a doenças autoimunes

(pênfigo ou lúpus). Ainda, foram excluídos animais que receberam corticoides, antibióticos

orais, tópicos ou xampus antissépticos nos últimos 15 dias, além daqueles que receberam

corticoides injetáveis de depósito nos últimos 30 dias.

Também foram excluídos animais que revelaram bactérias resistentes aos antibióticos

testados ou bactérias que revelaram-se multirresistentes.

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7.2. Critérios de inclusão

Dentre os animais inclusos, o diagnóstico presuntivo de foliculite primária ou secundária foi

confirmado, realizou-se cultura e antibiograma e selecionaram os pacientes que revelaram

bactérias sensíveis à ambos os antibióticos testados, indicando-se então o protocolo

terapêutico. Os cães foram alocados aleatoriamente em dois grupos:

Grupo 1– 10mg/Kg de azitromicina a cada 24 horas (Aziplus®).

Grupo 2 – 30mg/Kg de cefalexina a cada 12 horas (Rilexine®).

7.3. Avaliação da gravidade e intensidade das lesões

Para a comparação entre os grupos utilizou-se uma classificação modificada daquela de

Guaguere et al (1998), onde os animais foram avaliados e receberam pontos baseados em

quatro parâmetros clínicos ou critérios:

C1 – Tipo lesional: pápulas e nódulos (dois pontos); pústulas e colarinho epidérmico (dois

pontos), crostas e exulceração (três pontos); fistulas (três pontos).

C2 – Regiões anatômicas acometidas: face e região cervical, tórax e abdômen lateral

(direito), tórax e abdômen lateral (esquerdo), tórax e abdômen ventral; dorso; extremidades e

interdígito. Cada região anatômica deve ser multiplicada pelas lesões.

C3 – Prurido – de 0 a 3, onde zero reflete ausência total de prurido e três reflete prurido

intenso.

C4 – Dor – de 0 a 3, onde zero reflete ausência total de dor e três, dor intensa.

E realizado o seguinte cálculo a partir da nota de cada critério, para obtenção de critério

final (CF):

(C1 x C2) + C3 + C4 = CF

Foram realizadas citologia e culturas seguidas de antibiogramas para verificação da(s)

bactéria(s) envolvida(s) no processo, bem como sua sensibilidade aos antibióticos mais citados

na literatura para o tratamento da foliculite de cães.

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As amostras para realização dos cultivos bacteriológicos foram obtidas por meio de “swabs”

estéreis e acondicionadas em meio de transporte Stuart, no período máximo de 24 horas,

evitando o ressecamento da amostra e sua exposição a uma atmosfera nociva (ZEE&HIRSH,

1999).

Foram utilizados para o isolamento dos agentes microbianos meios como o ágar sangue,

meio rico e não seletivo que favorece o crescimento de inúmeros patógenos (Gram positivos e

negativos), inclusive os produtores de hemolisinas. Outro meio é o Mac Conkey, que contém

sais biliares e são seletivos para gram-negativos (QUINN, et al., 2005).

As placas com meios foram inoculadas utilizando a técnica do esgotamento por estrias que

facilita o crescimento de colônias isoladas, essencial para identificar patógenos em espécimes

clínicas que podem conter microrganismos contaminantes. Após o processamento as placas

devem permanecer em estufa a 37°C por 24 a 48 horas (MURRAY, et al., 1999).

Esfregaços foram realizados para observação morfológica e coloração de Gram. Em

seguida, as colônias bacterianas foram semeadas em meios específicos que compõem as

provas bioquímicas necessárias para identificação (ZEE&HIRSH, 1999).

Após o isolamento e identificação dos agentes, estes foram submetidos ao teste de

concentração inibitória mínima pelo método do disco (antibiograma) observando-se a

sensibilidade e resistência aos antimicrobianos selecionados por meio da mensuração dos

halos de inibição (TRABULSI, 1989).

7.4. Avaliações secundárias:

Foi avaliado o tempo (em dias) de tratamento para obtenção da cura clínica da foliculite.

Os donos dos cães foram submetidos à anamnese nos retornos, sendo estes semanais

(D7, D14, D21, D28), e inquiridos sobre a melhora do quadro e avaliação do animal, tendo

sempre como critérios de avaliação: efeitos colaterais (êmese, anorexia e diarreia, entre outros),

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melhora do quadro, levando em consideração o CF de cada retorno, sendo que o animal foi

considerado curado quando o C1 e C2 foram pontuados como zero. O C3 não foi considerado

como critério de cura, devido as dermatopatias subjacentes pruriginosas. Também serão

avaliados durante os retornos a frequência de cada tipo lesional, regiões acometidas, e prurido.

8. RESULTADOS

Os animais foram atendidos no Hospital Veterinário Anhembi Morumbi (UAM) no período

de julho de 2013 a Janeiro de 2014, totalizando 32 animais no total, entretanto 7 deles

apresentaram, na cultura e antibiograma, resistência aos antibióticos utilizados, e 4 não

apresentaram crescimento bacteriano, totalizando assim 21 animais passiveis de avaliação.

Gráfico 1- Distribuição (%) de cães com foliculite bacteriana, segundo o isolamento de

Bactérias na cultura e antibiograma. Universidade Anhembi Morumbi, São Paulo, 2014.

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8.1. Dados Epidemiológicos

Foram contabilizados 8 fêmeas (38%) e treze machos (62%), com 14% dos animais tendo

idade até 1 ano, 48% de 2 a 6 anos e 38% acima de 7 anos (Gráficos 2 e 3 respectivamente).

Gráfico 2- Distribuição (nº) de cães com foliculite bacteriana, segundo o sexo.

Universidade Anhembi Morumbi, São Paulo, 2014

Gráfico 3- Distribuição (nº) de cães com foliculite bacteriana, segundo a idade.

Universidade Anhembi Morumbi, São Paulo, 2014

8

13

fêmeas

machos

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

até 1 ano de 2 a 6 anos mais de 7 anos

animais 3 10 8

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Quanto às raças, 24% eram cães sem perfeita definição racial e 76% eram cães com raças

definidas, sendo 6% da raça Golden Retriever, Pug, Poodle e Lhasa Apso respectivamente. As

raças Shitzu, Pitbull e Schnauzer contabilizavam 12 % cada um respectivamente e 40% das

raças eram da raça Yorkshire (Gráficos 4 e 5 respectivamente).

Gráfico 4- Distribuição (nº) de cães com foliculite bacteriana, segundo a definição racial.

Universidade Anhembi Morumbi, São Paulo, 2014

Gráfico 5- Distribuição (nº) de cães com foliculite bacteriana, segundo a raça. Universidade

Anhembi Morumbi, São Paulo, 2014

0

5

10

15

20

CRD

SRD

16

5

0 1 2 3 4 5 6

Pug

Yorkshire

Golden

Schaunzer

Poodle

Shih tzu

Lhasa apso

Pitbull

1

6

1

2

1

2

1

2

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Quando inquiridos sobre a queixa principal, 85% dos proprietários relatavam lesões e

prurido, 10% referiam que o principal problema era o prurido e apenas 5% queixaram-se apenas

de lesões sem prurido (Gráfico 6).

Gráfico 6- Distribuição (nº) de cães com foliculite bacteriana, segundo a queixa principal

do proprietário. Universidade Anhembi Morumbi, São Paulo, 2014

Quanto à classificação das foliculites, 100% eram classificadas como superficiais. Sendo

que dos animais tratados com Cefalexina, 23% apresentavam foliculite primária e 77% foliculite

secundária. Dos animais tratados com Azitromicina 25% apresentavam foliculite primária e 75%

eram foliculite secundária, como demonstrado no gráfico 7.

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

Lesão + prurido Prurido Lesão

18

21

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Gráfico 7- Distribuição (nº) de cães com foliculite bacteriana, segundo o antibiótico utilizado,

e o tipo de foliculite. Universidade Anhembi Morumbi, São Paulo, 2014.

Os animais atendidos foram divididos, de acordo com a sensibilidade verificada em cultura

e antibiograma, em dois grupos: 13 deles utilizaram antibioticoterapia com Rilexine® na dose de

30mg/kg a cada 12 horas e 8 deles utilizaram Aziplus® 200 na dose de 10mg/kg a cada 24

horas.

Em relação aos dias de tratamento, é possível observar no gráfico a seguir (Gráfico 8) que

dos animais tratados com Cefalexina, 64% tiveram melhora com o tratamento até 15 dias após

seu início e 26% até 21 dias. Nos pacientes tratados com Azitromicina, 63% obtiveram melhoras

até 15 dias após tratamento, 25% até 21 dias e 13% até 28 dias.

0

2

4

6

8

10

Cefalexina Azitromicina

32

10

6

Foliculite primaria Foliculite secundária

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Gráfico 8- Distribuição (nº) de cães com foliculite bacteriana, segundo o antibiótico e tempo de

terapia. Universidade Anhembi Morumbi, São Paulo, 2014

No grupo da Cefalexina, um animal teve tratamento com duração de 37 dias, sendo isto

considerado falha terapêutica.

Os animais eram considerados curados quando C1 (critérios de tipo lesional) e C2 (critérios

de localização de lesões) chegassem ao valor zero.

Diante deste dado, animais que não apresentaram tal valor foram considerados não curados

(falhas terapêuticas), o grupo da Cefalexina obteve falha terapêutica de 8%, já o grupo da

Azitromicina, obteve falha terapêutica de 13%.

Para a comparação dos dois medicamentos em relação ao C total foi utilizado o teste não

paramétrico de Mann-Whitney, pois a suposição de normalidade dos dados foi rejeitada. Para

a comparação dos momentos inicial e final, em cada medicamento, foi utilizado o teste não

paramétrico de Wilcoxon. Seu resultado demonstrou que as duas medicações não diferem no

momento inicial (p=0,560) e no momento final (p=0,322). Os dados podem ser observados na

tabela abaixo:

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

15D 21D 28D

Cefalexina Azitromicina

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Medicamento Momento n Média dp Mínimo Máximo P25 Mediana P75 p*

Cefalexina Inicio 14 12,71 6,39 4,00 24,00 8,00 12,00 17,25 0,001

Fim 14 1,21 1,37 0,00 4,00 0,00 1,00 2,25

Azitromicina Inicio 12 14,08 7,48 4,00 32,00 8,25 13,50 17,00 0,002

Fim 12 2,08 2,19 0,00 7,00 1,00 1,50 2,00 Tabela 1-Comparação entre critério inicial (CI) e critério final (CF) entre as medicações, com desvio padrão e mediana. Universidade

Anhembi Morumbi, São Paulo, 2014. *Nível descritivo de probabilidade do teste não paramétrico de Wilcoxon

No primeiro atendimento (D0) foi coletado, de todos os animais participantes, material

por meio de swab, que posteriormente foi enviado para realização de cultura e antibiograma.

A partir destes exames, e como pode ser verificado nos Quadros 5 e 6, avaliou-se que o

gênero de bactérias mais isoladas nos animais com foliculite foi o Staphylococcus sp. coagulase

positiva, observando-se no grupo de animais que receberam a cefalexina a presença de

bactérias Styaphylococcus intermedius group, S. Aureus e S. Schleiferi, além de dois animais

que apresentavam-se com quadro decorrente de Styaphylococcus cogulase negativo.

No grupo de animais que receberam a azitromicina todos as bactérias isoladas eram

Styaphylococcus cogulase positivo, observando-se igualmente a presença de Styaphylococcus

intermedius group, S. Aureus e S. Schleiferi.

Para se testar a homogeneidade entre as proporções foi utilizado o teste exato de Fisher

(pois ocorreram frequências esperadas menores de 5), onde foram analisados melhora do

quadro, efeito rápido, efeitos colaterais e dias de tratamento. Em nenhum dos testes

comparativos foi obtido um P menor que 5%, ou seja, os medicamentos não apresentam

diferenças estatisticamente significativas entre si quanto a estes critérios, como demonstram os

quadros 1,2,3 e 4.

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Melhora do

quadro Azitromicina Cefalexina Total

50% 0

0,00

2

15,38 2

75% 4

50,00

1

7,69 5

100% 4

50,00

10

76,92 14

Total 8 13 21 Quadro 1- Distribuição (nº) de animais segundo a intensidade percentual de

melhora em relação ao primeiro dia de atendimento. Universidade Anhembi

Morumbi, São Paulo, 2014. Fisher's Exact Test Pr <= P 0.0949

Efeito Rápido Azitromicina Cefalexina Total

Não 1

12,50

0

00,00 1

Sim 7

87,50

13

100 20

Total 8 13 21

Quadro 2- Distribuição (nº) de animais segundo a melhora sintomato-lesional

segundo a impressão dos proprietários. Universidade Anhembi Morumbi, São

Paulo, 2014. Fisher's Exact Test. Two-sided Pr <= P 0.3810

Efeito Colateral Azitromicina Cefalexina Total

Não 4

50,00

9

69,23 13

Sim 4

50,00

4

30,77 8

Total 8 13 21

Quadro 3- Distribuição (nº) de animais segundo o surgimento de efeitos colaterais.

Universidade Anhembi Morumbi, São Paulo, 2014. Fisher's Exact Test. Two-sided

Pr <= P 0.6458

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Dias de

tratamento Azitromicina Cefalexina Total

15 5

62,50

9

69,23 14

21 2

25,00

4

30,77 6

28 1

12,50

0

00,00 1

Total 8 13 21

Quadro 4- Distribuição (nº) de animais segundo o número de dias de tratamentos.

Universidade Anhembi Morumbi, São Paulo, 2014. Fisher's Exact Test Pr <= P

0.5819

CEFALEXINA

Staphylococcusspcoagulasepositivo(Sig)* 6

Staphylococcusaureus 4

Staphylococcusschleiferi 1

Staphylococcusspcoagulasenegativo 2

TOTAL 13 Quadro 5- Distribuição (nº) de bactérias segundo gênero ou espécie dos animais que receberam

cefalexina. Universidade Anhembi Morumbi, São Paulo, 2014

*Sig- Styaphylococcus intermedius group

AZITROMICINA

Staphylococcusspcoagulasepositivo(Sig)* 4

Staphylococcusaureus 3

Staphylococcusschleiferi 1

TOTAL 8 Quadro 6- Distribuição (nº) de bactérias segundo gênero ou espécie dos animais que receberam

Azitromicina. Universidade Anhembi Morumbi, São Paulo, 2014.

*Sig- Styaphylococcus intermedius group

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9. DISCUSSÃO

O trabalho exposto pôde demonstrar que os animais avaliados com foliculites superficiais

apresentaram períodos médios de tratamento de até 15 dias após seu início, tanto no Grupo 1

como no Grupo 2, ou seja, a maioria dos pacientes de ambos os grupos obtiveram melhora das

lesões causadas pela afecção durante este período.

A falha terapêutica ocorreu em apenas dois casos, sendo um deles do Grupo 1 e um do

Grupo 2, ou seja, há igual probabilidade de falha no tratamento com a Azitromicina comparado

com a Cefalexina. Já se a escolha do antibiótico fosse empírica esta afirmação pode não ser

verdadeira, uma vez que se fez a terapia baseada na escolha orientada.

Entretanto com o crescente número de relatos de resistência bacteriana à Meticilina, a

prática de cultivo e antibiograma, mesmo em dermatologia passou a ser rotineira, fazendo com

que estas duas opções tenham a mesma efetividade quando utilizadas após a cultura

bacteriana. Assim, frente à uma falha inicial pode-se incluir a Azitromicina como opção para

que os laboratórios incluam em seu perfil de sensibilidade. Ainda a concordância in vitro X in

vivo mostrou-se alta nos dois grupos, o que torna os dois tratamentos efetivos para as

piodermites.

A avaliação do C total inicial e C total final de ambos os grupos demonstrou que em todos

os pacientes, independente de qual grupo pertenciam, obtiveram melhoras na avaliação,

chegando muito perto do valor zero.

A partir dos dados coletados através de cultura e antibiograma, como esperado, o gênero

de maior prevalência foi o Staphylococcus sp. coagulase positiva, sendo mais frequentes as

bactérias Sig - Staphylococcus intermedius group e Staphylococcus aureus concordando com

os dados exposto por Hillier et al (2014).

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Quanto aos efeitos colaterais, a emese foi o principal observado nos dois grupos, mas

não houve diferença significativa.

10. CONCLUSÕES

O gênero de bactérias mais frequentemente associada às foliculites superficiais em

cães foi o Staphylococcus sp coagulase positiva;

A Azitromicina se mostrou eficaz no controle dos quadros de foliculite em cães;

A cefalexina se mostrou eficaz no controle dos quadros de foliculite em cães;

O controle clínico das lesões se deu entre 15 e 21 dias nos dois protocolos;

O vômito foi o principal efeito colateral observado nos dois protocolos.

Dessa forma, podemos concluir através deste estudo que a Azitromicina é uma opção viável

no tratamento de foliculites superficiais em cães, com uma posologia de 10 mg/Kg a cada 24

horas por um período de 15 a 21 dias, apresentando como principal reação, em animais

sensíveis, episódios eméticos.

11. ANEXOS

Anexo I – Projeto de Estudo;

Anexo II – Planilhas com dados brutos;

Anexo III – Laudos Exames;

Anexo IV – Análise Estatística;

Anexo V – Apresentação do Estudo.

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