28
ERMESINDE N.º 914 ANO LIV/LVI 1 MARÇO de 2014 DIRETORA: Fernanda Lage PREÇO: 1,00 Euros (IVA incluído) • Tel.s: 229757611 / 229758526 / 938770762 • Fax: 229759006 • Redação: Largo António da Silva Moreira, Casa 2, 4445-280 Ermesinde • E-mail: [email protected] A VOZ DE A VOZ DE ERMESINDE MAIS DE 50 ANOS – E MAIS DE 900 NÚMEROS ! MENSÁRIO TAXA PAGA PORTUGAL 4440 VALONGO DESTAQUE “A Voz de Ermesinde” - página web: http://www.avozdeermesinde.com/ CÂMARA MUNICIPAL DE VALONGO Autarquia valonguense preocupada em dar sinal público das marcas e mais-valias distintivas do concelho DESTAQUE - PÁG. 3 Projeto Saibreiras Bairro d’Artes DESTAQUE - PÁG. 6 Mobilizar para a ação – projeto Interval – CLDS+ LOCAL - PÁG. 8 Uma Aposta no Futuro para a Inclusão LOCAL - PÁG. 9 DAMAS Realizou-se (na ESE) o II Open Nacional Cidade de Ermesinde Acompanhe também “A Voz de Ermesinde” online no facebook e google+ O histórico diretor da Es- cola Secundária de Ermesin- de, agora ainda mais respon- sabilizado, porque lhe cabe dirigir a gestão de um agru- pamento com mais de 2 500 alunos, é, ao mesmo tempo, um homem indignado com a forma como a sua Escola Se- cundária foi tratada – de for- ma injusta e desigual para com outras escolas, impondo más condições de trabalho a professores, funcionários e alunos –, mas também um ho- mem orgulhoso do seu cor- po docente, da qualidade pe- dagógica e dos projetos que fazem com que esta escola viva, atue e forme, com en- tusiasmo e perseverança. Esta escola MERECE ser mais bem tratada. DESTAQUE Escola de eleição ... apesar de tudo Escola de eleição ... apesar de tudo FOTO URSULA ZANGGER

AVE_914

Embed Size (px)

Citation preview

  • ERMESINDEN. 914 ANO LIV/LVI 1 MARO de 2014 DIRETORA: Fernanda Lage PREO: 1,00 Euros (IVA includo) Tel.s: 229757611 / 229758526 / 938770762 Fax: 229759006 Redao: Largo Antnio da Silva Moreira, Casa 2, 4445-280 Ermesinde E-mail: [email protected]

    A VOZ DEA VOZ DEERMESINDEMAIS DE 50 ANOS E MAIS DE 900 NMEROS! M E N S R I O

    TAXA PAGAPORTUGAL

    4440 VALONGO

    DESTAQUE

    A V o z d e E r m e s i n d e - p g i n a w e b : h t t p : / / w w w . a v o z d e e r m e s i n d e . c o m /

    CMARA MUNICIPALDE VALONGOAutarquiavalonguensepreocupadaem dar sinalpblicodas marcase mais-valiasdistintivasdo concelho

    DESTAQUE - PG. 3ProjetoSaibreirasBairrodArtes

    DESTAQUE - PG. 6Mobilizarpara a ao projetoInterval CLDS+

    LOCAL - PG. 8Uma Apostano Futuropara a Incluso

    LOCAL - PG. 9

    DAMASRealizou-se(na ESE)o II OpenNacionalCidadede Ermesinde

    Acompanhe tambm A Voz de Ermesinde online no facebook e google+

    O histrico diretor da Es-cola Secundria de Ermesin-de, agora ainda mais respon-sabilizado, porque lhe cabedirigir a gesto de um agru-pamento com mais de 2 500alunos, , ao mesmo tempo,um homem indignado com aforma como a sua Escola Se-cundria foi tratada de for-ma injusta e desigual paracom outras escolas, impondoms condies de trabalho aprofessores, funcionrios ealunos , mas tambm um ho-mem orgulhoso do seu cor-po docente, da qualidade pe-daggica e dos projetos quefazem com que esta escolaviva, atue e forme, com en-tusiasmo e perseverana.

    Esta escola MERECE sermais bem tratada. DESTAQUE

    Escolade eleio... apesarde tudo

    Escolade eleio... apesarde tudo

    FOTO URSULA ZANGGER

  • 2 A Voz de Ermesinde 1 MARO de 2014

    m tempo de Carnaval lembramos asvelhas tradies do Entrudo celebradocom comida farta e melhorada.Na nossa regio come-se cozido basede carne de porco ou feijo guisado comorelheira, a que muitos acrescentam

    Destaque

    FERNANDA LAGEDIRETORA

    Em busca das razesdo nosso Carnaval

    ED

    ITO

    RIA

    L

    E os diabos de Vinhais. A a morte, acompanhada da Censurae dos diabos, sai rua na Quarta-Feira de Cinzas.No Renascimento aparecem os bailes de mscaras, comricas fantasias e os carros alegricos.Em fins do sculo XIX e princpios do sculo XX, na nossaterra, o Carnaval era festejado em espaos pblicos e emprivados.

    O Carnaval da rua era o mais popular e por vezes violento,era hbito esfregar a cara das pessoas com p de talco,fuligem e cinzas das lareiras, graxa e outras gorduras, eborrifavam-se as pessoas com gua, e outros lquidos.

    Nas casas particulares as famlias mais abastadasdivertiam-se organizando bailes de mscaras.

    Na classe mdia organizavam-se assaltos, atirava-setalco, confettis e os mais novos lanavam rolos de fitascoloridas.

    Faziam-se partidas como a de colocar pedaos depapel nas costas das pessoas, imitando caudas de

    animais, levavam-se doces, ratos, centopeias,moscas, tudo a fingir, que se colocavam pela

    casa ou na mesa de refeies, de prefernciano meio dos alimentos.

    Em Ermesinde, na Segunda-Feira deCarnaval, os mascarados desfilavam pelafeira, alguns vinham das terras vizinhas decomboio.O guarda-roupa destes mascarados era

    muito improvisado, quase sempre os homensvestiam-se de mulheres e as mulheres dehomens. Representavam muitas vezes cor-

    tejos de casamentos, a noiva, sempre um homem com umagrande barriga e um ramo de flores, que nalguns casos erauma couve-galega. Figuras isoladas como espanholas, bruxascom a respetiva vassoura e homens vestidos de raparigascom cabeleiras e grandes seios, com lbios muito pintados,outros de criadas de servir.

    As crianas quando podiam improvisavam um vestido deprincesa. Uma roupa velha dava uma roupa de cigana, decamponesa, de pastor, e por vezes vestiam roupas tra-dicionais de outras terras.

    Hoje, como em tudo, passamos de colonizadores acolonizados, e at no Carnaval isso acontece.

    (1) Ernesto Veiga de Oliveira, Festividades Cclicas em Portugal.

    rabo e p de porco, presunto toucinho e salpico.No Porto e arredores realmente a orelheira que

    impera, cozida acompanhada de legumes ou feijo, eat com arroz, o caso das merendas de arroz de Pa-os de Ferreira.

    Procurar a origem de todos estes festejos mergulhar num mundo entre o profano e o sagrado emque, para a religio catlica, fcil encontrar justifi-cao a partir do sculo XI, altura da implan-tao da Semana Santa antecedida do jejumda Quaresma.

    Este longo perodo de privaes acabaria porincentivar a realizao de diversas festividadesnos dias que antecediam a Quarta-Feira deCinzas, primeiro dia da Quaresma.

    Para trs, como sempre, fica o mistrio, o Carnaval, um ritual de purificao eexpulso das foras malignas do Inverno,festas em vista do renovo da vegetao, quetiveram a sua ltima forma expressa nasSaturnais romanas. Elas comportam ori-ginariamente o sacrifcio anual do rei, quetransparece nos actuais enterros doEntrudo nas suas vrias personalizaesburlescas, nas lutas do Vero e do Inverno. (1)

    Dessas tradies ainda encontramos alguns vestgioscomo o enterro do Joo, a queima do galheiro, o dia dasComadres e o dia dos Compadres, o pai velho deLindoso... Todos estes festejos terminavam com o fogo, aqueima dos bonecos, sinnimo de purificao, o fim doInverno, a morte do mal e a esperana na nova Primavera.

    Tempo de liberdade, de prazer e mal dizer Carnaval, ningum leva a mal!

    Desse Carnaval rural temos ainda bons exemplosem Trs-os-Montes, os Caretos de Podence, que noDomingo Gordo e Tera-Feira de Carnaval percorremas ruas e vielas da terra em bandos frenticos a correratrs das raparigas solteiras para as chocalharem. Ou

  • 1 MARO de 2014 A Voz de Ermesinde 3Destaque

    Cmara estuda compensao a atribuir s IPSSspelo fim do protocolo de fornecimento de refeies

    LC

    A Voz de Ermesinde sabeque continua em cima da mesado Executivo municipal a ques-to do diferendo que ope a au-tarquia s IPSSs envolvidas noprocesso de fornecimento derefeies s escolas.

    De facto, contactadas asIPSSs, revelou a maioria delasdisponibilidade para negociarum novo preo por refeio,sendo que, no caso do CentroSocial e Paroquial de Campohaveria uma maior resistncia,sendo assim desejvel sent-las mesa, todas em conjunto, deforma a aproximar posies eesbater possveis desconfianas.Sabe a Cmara que as IPSSs es-tariam disponveis para baixaro preo at aos 1,80 euros (oatual de 2 euros), eventual-mente a ADICE poderia mes-mo vir a aceitar um preo maisbaixo, e o Centro Social de Er-mesinde prefere no adiantar Cmara nenhuma proposta con-

    Valongo, a Junta de Freguesiade Alfena e a Associao ViverAlfena. Este protocolo prende--se com a criao da PlataformaSolidria em Alfena.

    Em vsperas da entrega daantiga escola primria da Lombaao Rancho Folclrico de SantoAndr de Sobrado foi ainda apro-vado uma proposta de adicionalao contrato de comodato estabe-lecido entre a Cmara e o rancho.

    Com maior interesse, foramainda aprovadas uma venda demadeira oriunda de abates e der-rubes de rvores ornamentais tendo o vereador Adriano Ri-beiro, da CDU, adiantado queiria propor brevemente uma re-comendao sobre as podas ,e a abertura de procedimentosconcursais para provimento decargos de direo intermdia de2 grau. Esta ltima deciso se-ria aprovada por 4 votos a fa-vor (PS), 4 abstenes (PSD) e1 voto contra (CDU). Joo Pau-lo Baltazar, que a de que sen-do todo o processo conduzidona legalidade, a maioria do Exe-cutivo tinha todo o direito demexer na macroestrutura cama-rria, tendo que se proceder aoconcurso pblico que agora sediscutia, cuja necessidade foiapontada pelo presidente daCmara, Jos Manuel Ribeiro.

    Entendimento diferente ti-nha a CDU, que entendia serextempornea esta alterao damacroestrutura, em grande par-te realizada para proceder a ajus-tes de contas, e sendo por issodispensvel.

    Nesta sesso foi tambmdiscutida, mas haveria de ser re-tirada para melhor fundamen-tao e explicitao das respon-sabilidades camarrias da ad-vindas, uma proposta para oreconhecimento como Patrim-nio Cultural Imaterial de Inte-resse Municipal das secularesProcisses dos Santos Passos

    creta, mas mesmo essa soluode consenso aparenta ser invi-vel para a autarquia, dadas asdecises judiciais a propsitodo fornecimento de refeies em2011, atribudas Eurest, cujoconcurso, que haveria de serprotestado pela empresa decatering ITAU, viu recentemen-te o Tribunal dar-lhe razo, obri-gando realizao de um novoconcurso pblico para a poca2014/2015.

    A situao que da decorre,todavia, merece por parte daCmara toda a disponibilidadepara compensar as IPSSs peloesforo ento feito, ressarcindoas despesas e encarando outrasmodalidades de apoio.

    Decisesda sessopblica

    A sesso pblica do dia 27aprovou a proposta de minutapara o protocolo de parceria acelebrar entre o Municpio de

    No perodo anterior Or-dem do Dia, destaque para asintervenes de Adriano Ribei-ro, sobre a questo das taxasurbansticas. O autarca apontoua necessidade de rever o regula-mento para possibilitar melho-res condies de pagamento,pois continuavam a vir reu-nio de Cmara inmeros casosde caducidade de obras.

    Sobre a interveno deAdriano Ribeiro, usou da pala-vra o vereador social-democra-ta Nogueira dos Santos, pararecordar ter esse assunto sidoj levantado por ele h muito(Adriano Ribeiro distrado?),esperando-se sim a prometidaalterao dos regulamentos.

    O presidente Jos ManuelRibeiro admitiu tambm a ne-cessidade de rever as condiesde pagamento, mas no s, tam-bm os prprios valores a pa-gamento. J no penltimo man-dato, recordou, tinha havidouma empresa a fazer um estudosobre isso, que agora estava ul-trapassado, necessitando de serrevisto. Abordou ainda ques-tes ligadas tramitao de umaeventual nova proposta de re-gulamento, que teria de com-preender um perodo de consul-ta pblica.

    O vereador com a pasta doUrbanismo, Sobral Pires, vice-presidente da Cmara, explicariacom mais detalhe essa tramitaonecessria: redao da proposta,estudo de impacto econmico-fi-nanceiro, consulta pblica, dis-cusso e aprovao na Cmara ediscusso e aprovao em As-sembleia Municipal.

    Foram ainda discutidos ou-tros assuntos. Um deles foi odas das viaturas abandonadasna via pblica h muito tempo,que a Cmara no pode remo-ver sem aprovao judicial. Foirecentemente aberto um concur-so pblico para o reboque des-

    FOTOS URSULA ZANGGER

    CMARA MUNICIPAL DE VALONGO

    A ltima sesso pblica da Cma-ra Municipal de Valongo, realizadana pasada quinta-feira, dia 27 defevereiro, foi parca de assuntos degrande monta. Entre as decisestomadas refira-se a aprovao devotos de louvor a atletas do concelhoe a celebrao de um protocolotendente a estender a PlataformaSolidria a Alfena. A Cmara ficoude reunir em privado, depois dasesso pblica, para apreciar asituao decorrente do fornecimentode refeies s escolas pelas IPSSdo concelho, situao consideradainsustentvel pela Cmara que,todavia, busca ainda chegar a umconsenso com as IPSSs.

    A Cmara Municipal deValongo aprovou, por oitovotos a favor e uma absten-o (Adriano Ribeiro, daCDU), a proposta de cele-brao de um contrato paraa cedncia do 5 piso doEdifcio Faria Sampaio Lipor, para esta empresaintermunicipal ali instalaruma academia de formao.A proposta em si no terianada de criticvel, merecen-do inclusive o voto favor-vel dos vereadores do PSD.A nica questo que JosManuel Ribeiro anunciouque a partir de 24 de feve-reiro, segunda-feira, o espa-o ficaria ento disposi-o da Lipor, mas esse oespao em que os vereado-res da oposio tm insta-lados os seus gabinetes detrabalho, o que levou o ex-presidente da Cmara a JooPaulo Baltazar a declarar terrecebido em direto, na reu-nio da Cmara, a ordem dedespejo. O autarca do PSDacusou Jos Manuel Ribei-ro de falta de sensibilidadedemocrtica, pois no cus-taria nada ter ido falar comos vereadores da oposiopara os avisar da cednciado espao Lipor, com agarantia de que seria muitobreve o tempo em que osvereadores da oposio fi-cariam sem gabinete. O pre-sidente da Cmara, JosManuel Ribeiro, rejeitou asacusaes de comporta-mento antidemocrtico,justificando a entrega doespao at pelo facto de osvereadores da oposio(PSD e CDU) preferiremum espao de trabalho mais

    central ao concelho, emValongo, o qual dentro embreve, garantiu, estaria dis-ponvel.

    A crtica de Joo PauloBaltazar segue-se anteri-ormente apresentada aquan-do da declarao do presi-dente da Cmara de que iriaser denunciado o protocolocom as IPSSs para o forne-cimento de refeies s es-colas, quando o assunto nemsequer tinha ido ainda a reu-nio de Cmara para poderser decidido.

    Jos Manuel Ribeirocontraps que nunca a opo-sio foi to bem tratada,pois se sente inquilino eno proprietrio da C-mara, acedendo Joo PauloBaltazar que a atitude deJos Manuel Ribeiro seriairrefletida e dela j se teriacertamente arrependido.

    Na verdade, recorde-seque a contrabalanar estetipo de comportamentomenos partilhado com aoposio, h alguns aspetospositivos a salientar, comoa edio do novo boletimmunicipal que, pela primei-ra vez, aberto oposio.

    Destaque tambm, nes-ta reunio, para a aprovaoda prorrogao do contrato-promessa de arrendamentodo Edifcio Faria Sampaio(no outro bloco) EDC European Design Center,que espera melhores condi-es de investimento combase no novo Quadro Co-munitrio de Apoio,,umadesciso que tem em contaa expetativa de trazer em-prego muito qualificadopara Ermesinde.

    de Valongo. ses carros abandonados.

    Sesso anterior

  • 4 A Voz de Ermesinde 1 MARO de 2014Destaque

    Uma escola... teimosaEsta escola no tem razo de ser.

    Ela serve uma comunidade de ape-nas 65 mil pessoas. Logo podemaprovar-se para ela todos os projetos,desde que nunca se executem. Osalunos podem abandon-la e ir paraguas Santas, Rio Tinto, Porto, po-dem fazer-se todos os estudos geol-gicos que se queira, abrir os buracose deix-los ficar, e prometer intervirsempre para o ano que vem.

    Degrada-se?, e depois!? a lei davida. No h nada a fazer. Um peque-no lapso, certamente, permitiu substi-tuir a cobertura do ginsio, dar-lhemais luz natural, no se percebe comque inteno..., foi mais despesa!

    LC

    lvaro Pereira, diretordo Agrupamento de Escolasde Ermesinde, h muitos anos frente da Escola Secund-ria, recebe-nos sem saber bem

    FOTOS URSULA ZANGGER

    ESCOLA SECUNDRIA DE ERMESINDE

    onde nos pr, de to exguo ogabinete da Direo da esco-la que partilha com os outroselementos da Direo. Por fiml nos arranja um pequenocanto onde cabe uma mesinhae umas trs cadeiras, e l que

    nos fala da saga desta escolae da sua revolta ao v-la trata-da de forma to injusta aps aconstatao de no haver re-cursos financeiros para avan-ar com a terceira fase de umarequalificao que dotou ou-tras de meios s vezes des-mesurados.

    No pede luxos, apenascondies de trabalho comque a escola possa ser dota-da, de forma idntica a tantasoutras para onde, agora, fo-gem alguns dos seus alunos.Por exemplo, os devidos 250computadores, 50 projetoresde video (um por sala), 15 a20 quadros interativos.

    Logo ali ao lado e muitobem, a EB 2,3 de S. Lourenorecebeu 150 computadores Rosa Calada, diretora dasbibliotecas escolares espan-tou-se mesmo pela m quali-dade dos computadores ain-da em uso na ESE, lembra ohistrico diretor... os hist-ricos computadores.

    lvaro Pereira regista acompreenso com que sem-pre acolhido por quempode decidir. Sempre sensi-

    bilizados, mas nunca h ca-lendrio.

    Em breve iro reiniciar-se as obras em algumas dasescolas em que no foramterminadas. A ESE e outras30, da terceira fase, continu-aro espera.

    O sinistro de tudo isto o que revela a sua histria,quando o novo projeto foiaprovado em dezembro de2010. Ento, convidado a-quando dos 40 anos da Es-cola Secundria de Ermesin-de (ESE), o ento diretor ge-ral da DREN anunciou pom-posamente a prenda de anos uma escola nova para Er-mesinde! E chegou a ser fei-ta uma muito linda maquete.

    Escolas muito mais re-centes que a ESE (que ago-ra tem cerca de 43 anos),como a do Castlo da Maia,foram praticamente deitadasabaixo para se fazer uma es-cola nova. Mas a realidadeaqui, chocante e caricata, bem diferente. Hoje, em2014, quando a ESE pediu DGEST autorizao para arequalificao da portaria da

    escola um cubculo compouco mais de meio metro deespao onde os funcionriosquase nem podem esticar aspernas, a resposta no!, porqualquer razo imbecil (issodizemos ns), como sempreso as razes da sempre ar-bitrria burocracia.

    A requalificao que ago-ra lvaro Pereira reclama nadatem a ver com a escola nova,ou com o projeto altura apre-sentado pela Parque Escolar pede-se sobretudo uma remo-delao da caixilharia e vidros,da iluminao, pintura e persi-anas, isto o necessrio parapoder tornar a escola confor-tvel em dias de maior frio oude maior calor o isolamentotrmico fundamental.

    lvaro Pereira, de qual-quer modo, recorda: gastaram-se aqui, s em projetos de ar-quitetura, qualquer coisa como250 mil euros, mais 1 milho deeuros (!) de estudos geolgi-cos dos quais ficaram aindaalguns buracos abertos!

    De qualquer modo lva-ro Pereira assinala a peque-na luzinha ao fundo do t-nel que foi a substituio dacobertura do ginsio, agoracom muito mais luz natural,e o arranjo dos balnerios

    obras estas que oraram os100 mil euros.

    Confiante no apoio daautarquia municipal, o dire-tor relembra os esforos quetm vindo a ser feitos desdeo mandato de Joo Paulo Bal-tazar, que com a vereadora daEducao de ento, se mobi-lizaram duas vezes para falarcom o secretrio de Estadoda Educao, Joo Casa-nova em Lisboa, alm da reu-nio havida aquando da inau-gurao da Escola Bsica doMirante de Sonhos com o jatual ministro Nuno Crato.

    E tem tambm plena con-fiana que o atual vereadorda Educao, Orlando Ro-drigues, que alis foi seucolega na direo de um es-tabelecimento escolar noconcelho (em Campo), pros-siga este esforo, alis pro-metido aquando de uma maisrecente conversa com ele.

    Valongo recorde-se , o nico concelho sem qual-quer escola requalificada.

    A situao atual da ESEcontempla ainda situaescomo esta: a existncia devrios pr-fabricados j com40 anos de idade (mas infe-lizmente ainda teis), ou co-berturas de cerca de 4 000

    Moo aprovada pela Assembleia de Freguesia de ErmesindeUma nova Escola Secundria para Ermesinde

    Num momento em que tanto se falta na qualidade daeducao e se reforam as exigncias com os agenteseducativos, a Comunidade Ermesindense exige urgente-mente uma escola secundria para a nossa cidade, queseja dotada de melhores condies fsicas e pedaggicaspara que o processo de ensino-aprendizagem ali decorracom a dignidade devida.

    Trata-se de uma das mais prestigiadas instituies deensino pblico da cidade e do concelho, com uma surpre-endente posio no ranking das escolas, que ainda seriamelhor se as condies fossem aquelas que deviam ser.

    Por isso mesmo, a Assembleia da Freguesia deErmesinde reitera a moo j aqui aprovada numa dasltimas sesses da legislatura anterior (28 de junho de

    2013), deliberando:- Manifestar a sua indignao pelo facto de muito pouco

    ter sido feito durante muitos anos em favor das degradadasinstalaes, onde milhares de estudantes j iniciaram maisum ano letivo;

    - Mostrar o seu descontentamento pela inexistncia desuficiente equipamento informtico, desportivo e laboratorialque viabilize situaes de igualdade a todos os alunos eprofessores, que ali desenvolvem a sua atividade de ensino-aprendizagem;

    - Exigir ao Ministrio da Educao e Cincia respostasconcretas, eficazes e rpidas a este problema.

    A presente Moo, depois de Aprovada, dever ser dada aconhecer a todas as instituies direta e indiretamente relacio-

    nadas com esta questo, bem como remetida comunica-o social e a todos os representantes da Comunidade Es-colar.

    A presente Moo, depois de Aprovada, dever serdada a conhecer :

    - Junta da Freguesia de Ermesinde;- Cmara Municipal de Valongo;- Assembleia Municipal de Valongo;- Ministrio da Educao e Cincia;- Comunicao Social;- Agrupamento de Escolas de Ermesinde;- Associaes de Pais do Agrupamento.

    Ermesinde, 21 de dezembro de 2013

  • 1 MARO de 2014 A Voz de Ermesinde 5Destaque

    ESCOLA SECUNDRIA DE ERMESINDE FOTOS URSULA ZANGGER

    m2 de fibrocimento para se-rem retiradas.

    A qualidadedo ensinona ESE

    No meio deste sombrioquadro e ao invs do que na-turalmente haveria a esperar,a ESE continua a mostrarbons resultados pedaggi-cos na comparao com asescolas prximas, embora ascondies referidas prevale-am e levem muitos alunosa acabar por preferir ir paraguas Santas, Rio Tinto,Maia, ou qualquer externato.

    Mas de forma geral, apon-ta lvaro Pereira e cremos,com verdade os alunos, deforma geral, continuam a gos-tar desta escola. Porque umaescola no so s paredes!

    H aqui uma cultura deescola!, aponta orgulhosoo diretor, que faz ressaltar oseu lema Conhecimento eHumanismo.

    H uma excelente rela-o entre os elementos dacomunidade escolar e umarelao estreita com a comu-

    A escola mesmo umareferncia, a nvel do Secun-drio, no captulo das Artes,mesmo no sendo escola devocao exclusivamente ar-tstica, isso mesmo o reco-nheceram perante os pares,autoridades tutelares.

    Foram alunos da ESE quefizeram o painel exterior daEscola do Mirante de Sonhos,o painel da antiga passageminferior da estao ferroviriade Ermesinde, e muitos mui-tos recantos da Escola Se-cundria foram decoradoscom murais, azulejos e outrasintervenes artsticas, quefazem deste estabelecimentode ensino uma espcie debelo jardim florido ou gale-ria, numa linguagem mais rea-lista. Movimento esse que contnuo e entusiasmado.

    lvaro Pereira fala tam-bm das vrias parcerias quea escola mantm, por exem-plo com a Faculdade de Ar-quitetura, com a Universida-de Aberta, com a FaculdadedeLetras da Universidade doPorto, e muitas outras.

    O carto de controlo doacesso escola no foi umdispndio para esta, porque re-

    sultou do apoio de empresas,como o Instituto de Lnguas.

    E na comunidade exteri-or em que se insere, a ESEmantm parcerias com insti-tuies como a Junta de Fre-guesia de Ermesinde e vri-as associao culturais.

    Os alunos so motivadosa participar em projetos comoa Agenda 21 ou a AmnistiaInternacional. Um exemplo re-cente, no quadro do ProjetoVida e Sade, foi possvel or-ganizar uma ao de Educa-o Sexual dirigida aos pais.

    H tambm um balanomuito positivo no que res-peita aos cursos profissio-nais. Por exemplo, os cursosde design grfico e vitrinis-mo iro colaborar numa ini-ciativa destinada a reavivaro comrcio tradicional emErmesinde, tendo j encon-trado diversos parceiros in-teressados.

    Entre os curos ministra-dos na ESE podem encon-trar-se coisas como o cur-so de auxiliar protsico.

    H tambm cursos EFA(ensino e formao de adul-tos de Prticas Comerciais,e de matrias como Fotogra-

    fia, Eletricidade e Informtica.De rececionista de hotel, deGeriatria. 28 estrangeiros dasmais diversas nacionalida-des frequentam este ano aescola no curso de Portugu-s para Todos.

    O balano que faz doscursos Novas Oportunida-des tambm muito positi-vo, tendo alguns tcnicosmuito bons sado com m-goa do projeto extinto, queneste, como noutros casos,era um projeto de rigor.

    O Agrupamento de Esco-las de Ermesinde conta com 2561 alunos, sendo 1 600 do en-sino bsico e pr-escolar. OAgrupamento acolhe, assim,alunos desde os 3 aos 80 anos.

    A gesto assegurada portrs elementos da Secundriae trs da EB 2,3 D. AntnioFerreira Gomes, no que temsido uma muito boa experin-cia, qualifica o diretor, lvaroPereira, que faz o elogio pbli-co desta equipa de trabalho.

    A escola no merecia oque lhe fizeram. A pacincia foiilimitada, mas para tudo h umpatamar de dignidade que nopode ser ultrapassado. No sepode esperar sempre!

    Moo aprovada pela Cmara Municipal de ValongoEm defesa da requalificaoda Escola Secundria de Ermesinde

    Considerando que: A Escola Secundria de Ermesinde um dos maio-

    res estabelecimentos de ensino do concelho de Valongo,leccionando do 7 ao 12 ano dos currculos regulares,assim como ensino profissional e cursos de Educao eFormao e de Adultos.

    A Escola Secundria de Ermesinde tem actualmentecerca de 200 professores, 20 funcionrios administrati-vos, 45 auxiliares de aco educativa, entre outros pro-fissionais, como psiclogos e guardas nocturnas.

    A Escola Secundria de Ermesinde sede do Agru-pamento de Escolas de Ermesinde, que envolve tambma Escola EB 2,3 Antnio Ferreira Gomes e as escolas EB1 e Jardins de Infncia Sampaio, Gandra e Bela.

    As condies crescentemente precrias em que vemfuncionando este estabelecimento escolar acarretam s-rios prejuzos para a respectiva comunidade escolar;

    Foram criadas legitimas expectativas na comunida-de escolar com a assuno do compromisso por sucessi-

    Em Maio de 2012, em resposta a requerimento escrito deDeputados da Assembleia da Repblica, o Ministrio daEducao assumiu o compromisso de, tendo em conta a sus-penso dos projectos no mbito da empresa Parque Escolar,num prazo de seis meses, apresentar uma proposta para asescolas ainda por intervencionar. O facto que j decorre-ram quase dois anos e no ainda conhecida a inteno doGoverno em relao ao futuro das escolas nesta situao,naqual se inclui a Escola Secundria de Ermesinde.

    Sendo isto muito grave, torna-se ainda mais gritantetendo em conta que, nos ltimos anos, mesmo a prpria ma-nuteno da escola tem sido posta em causa poralegadamente estarem a aguardar por processos derequalificao profunda. caso para afirmar que "nem paunem bola"!

    Acresce ainda que a realidade que nenhuma escolasecundria do concelho de Valongo foi objecto derequalificao no mbito deste processo, ao contrrio da mai-oria dos concelhos vizinhos, contribuindo para o aceleramento

    Sabendo que continua suspenso o processo de reabi-litao deste estabelecimento escolar, sem que se saibaquando ser retomado, a Cmara Municipal de Valongo,reunida em 5 de Fevereiro de 2014, exige ao Governo que:

    Desbloqueie o processo de requalificao da Esco-la Secundria de Ermesinde, dando cabal cumprimentoaos compromissos assumidos por sucessivos governose correspondendo s expectativas criadas na comunida-de escolar;

    Tenha em conta o carcter urgente e inadivel darequalificao deste estabelecimento de ensino, dado oestado de degradao global dos edifcios.

    A Cmara Municipal de Valongo enviar cpia destamoo ao Sr. Primeiro-ministro, ao Sr. Ministro da Educa-o, aos Grupos Parlamentares da Assembleia da Rep-blica, ao Conselho Metropolitano do Porto, Direco es associaes de pais e de estudantes da Escola

    Secundrias de Ermesinde.

    Valongo, 5 de fevereiro de 2014vos governo de realizar obras de requalificao. da perda de alunos para outros estabelecimentos.

    nidade exterior.Em primeiro plano um dos buracos abertos no pavimento (paraestudos geolgicos), mas que nunca vieram a ser fechados.

  • 6 A Voz de Ermesinde 1 MARO de 2014Destaque

    Saibreiras, Bairro dArtesLC

    Bairro dArtes? Precisa-mente! o que teatrodana, fotografia... tudo issovem animando uma comuni-dade que quer deixar paratrs o tempo das Malvinas.

    O projeto, encabeadopela companhia Cabeas noAr e Ps na Terra, mas numaparceria com a Associao Er-mesinde Cidade Aberta, querjuntar ao colorido que a autar-quia, mais ou menos recente-mente, trouxe aos prdios, ocolorido da vida e da anima-o, mostrando que todosso capazes de se superar asi prprios no ato criativo.

    O projeto SaibreirasBairro dArtes tem apoio daFundao EDP, que se esten-der por mais dois anos e queobriga a uma avaliao regu-lar do decorrer do processo.O edifcio onde o projeto temo seu centro fica no rs-do-cho de um dos blocos doBairro das Saibreiras e foi ce-dido pela Cmara Municipal

    de Valongo, via Vallis Habi-ta, sob a contrapartida da re-alizao de trs espetculospara a autarquia.

    A ambio do projeto que, ao fim destes trs anos,os Cabeas no Ar possam sa-ir daqui, deixando um projetocom autonomia prpria, quepossa ir desenvolvendo a ati-vidade no seu prprio bairroe com as pessoas deste.

    De incio meio descren-te ou desconfiada, a poucoe pouco a comunidade pas-sou a rever-se neste projeto so as suas caras afinalque aparecem nos retratossobre agente do bairro queagoram ilustram as montrasde algumas lojas, como ocaf e a lavandaria, a suamarcha de S. Joo que, pelaprimeira vez desfilou com asoutras do concelho, mar-chas que se pretende trazertambm a Ermesinde.

    No registo das atividadesassinalam-se cerca de 38 jo-vens, de resto as atividadesvisam um pblico direto e

    foi o Auto da Barca do Infer-no, espetculo quer contoucom o interesse de vrias co-munidades escolares. Proxi-mamente, neste ms maro,ser apresentado Ulisses.

    Uma outra rea em que osCabeas no Ar se tm envol-vido na dramatizao de pe-quenas peas com um carizsocial (as teatroconferncias),para clientes institucionais.

    Os Cabea no Ar parti-cipa este ano, tambm napardia local do Enterro doJoo, representando as fi-guras do mdico, da amantee do juiz.

    ErmesindeCidade Aberta

    A Associao ErmesindeCidade Aberta vista aindapela comunidade, muitas ve-zes, como uma extenso doEstado, gerando alguma des-confiana. A importncia deprojetos como este crucial,ajudando a quebrar o gelo epromovendo a incluso daspessoas pela sua promoocultural e artstica e a suacapacitao.

    A criao de um senti-mento de orgulho pela per-

    um pblico volta, indireto.Alm da avaliao das ativi-dades regulares, existe umacompanhamento do percur-so escolar, que feito com acolaborao de uma tcnicada Associao ErmesindeCidade Aberta (AECA).

    A colaborao entre osCabeas no Ar e a AECA fez--se facilmente, a associaoteatral tinha as competnci-as da criao artstica comtcnicos envolvidos na for-mao em teatro, dana emsica, a AECA tinha osdados da comunidade e a li-gao ao social.

    Os Cabeasno Ar...

    Hugo Sousa, o principalanimador e o rosto pblicodos Cabeas no Ar e Ps naTerra faz questo de deixarbem clara a distino entreo trabalho profissional dacompanhia e o seu trabalhocomo associao culturalinterveniente, e que de na-tureza muito distinta.

    A companhia tem vriosatores profissionais, contan-do ainda com o apoio de tc-nicos no domnio do design,ilustrao, produo...

    No mbito do trabalhoprofissional procura apresen-tar um reportrio que traga al-guma inovao e elementosde rutura, muitas vezes emprodues conjuntas comoutros grupos. Os Cabeasesto no concelho de Valongoe no concelho da Maia.

    Nas produes feitascom amadores, em particularno teatro para a infncia pro-cura-se criar um sentimentode proximidade, por exemploescolhendo textos de autoresportugueses. Uma produorecente dos Cabeas no Ar

    FOTOS URSULA ZANGGER

    interveniente, mas tambm

    tena a uma comunidade emefervescncia artstica umdos caminhos que permita avalorizao de atividadesentusiasmantes que s porsi desarmem aos cantos desereia de prticas mais des-viantes, no apenas social-mente criticadas, mas perni-ciosas no seu potencial dedestruio da atividade hu-mana em cooperao (vivi-da, ativa e criativa).

    Foi possvel, atravs doprojeto, pr aos jovens a fa-lar francamente do bullying,conta Susana Bilber, tcnica(assistente social) da AECA,muito envolvida no projetoSaibreiras Bairro dArtes.

    Foi possvel o aproximarde pessoas de outras gera-es, inicialmente distantes,

    depois expectantes, por fiminteressadas. Foi criada umarede de confiana, um con-traponto pela positiva aosdramas da vida no bairro.

    Propostas

    A formao em fotogra-fia foi um xito, e deixou assuas marcas, com pessoasque ficaram indissoluvel-mente ligadas ao projeto,como o senhor Alcino, umapaixonado pela fotografia.

    As meninas fazem o me-lhor que sabem e querem bri-lhar na sua aprendizagem emostrar o seu hip hop.

    E h ainda muitos deafiospara ganhar. Na dana comona msica. E no teatro, queser dos mais exigentes.

  • 1 MARO de 2014 A Voz de Ermesinde 7

    NOTCIAS DO CENTRO SOCIAL DE ERMESINDE

    Local

    E foi assim, na Casa de S. ValentimSRGIO GARCIA (*)

    Nos passados dias 12, 13 e14 de fevereiro, o projeto Fei-ra Venda de Saberes, promovi-do pelo Centro Social deErmesinde (CSE), assinaloumais uma data festiva o Diados Namorados atravs dacomemorao do S. Valentim.Desta vez, o evento foi organi-zado por um conjunto deartesos afetos ao projeto que,de forma autnoma, prepararama divulgao, receberam, orga-nizaram as inscries e decora-ram a casa 3, situada no j habi-

    tual espao de ao deste pro-jeto: largo da antiga feira deErmesinde. Nas palavras deMrcia Colibri, uma das arte-ss envolvidas nesta feira, oevento correu bem, houve va-riedade de produtos e, com tudoisto, uma boa adeso por parteda comunidade. Teresa Vas-concelos, por seu turno, desta-ca a colaborao do comrciolocal, aproveitando para agra-decer a oferta de um jantar ro-mntico, por parte do Caf Res-taurante Imigrante, que foi sor-teado entres os clientes da Casade S. Valentim. Por fim, Beatriz

    Lopes destaca, na conteno doseu entusiasmo, a forma comoforam vividos os trs dias de fei-ra entre os artesos, com um ex-pressivo: Foi divertido tam-bm!, completando que a pr-xima a Feira de Carnaval nosdias 2, 3 e 4 de maro, no local docostume..., onde se poderodivertir muito mais, concluiHelena, outra artes do projeto.

    Recorde-se que o projetoFeira Venda de Saberes sur-giu do diagnstico social reali-zado pelos tcnicos do Centrode Formao do CSE que, noatendimento direto, foram per-

    cebendo a existncia de um sig-nificativo nmero de desempre-gados com experincia e com-petncias em diversas reas, mascom dificuldade em estruturaruma ideia de negcio, divulgaros prprios saberes e escoar osseus produtos, muitas vezes di-ferentes das reas que caracteri-zaram os seus percursos profis-sionais anteriores.

    O projeto pretende assim darvisibilidade aos saberes-fazer dosdesempregados, com vista pro-moo da sua insero no merca-do de trabalho. Neste sentido,esto previstas as seguintes ati-

    FOTOS CF/CSE

    vidades: formao; workshopstemticos; criao da bolsa de ter-renos para explorao agrcola;dinamizao de um grupo deentreajuda; criao de platafor-ma digital para divulgao e ven-da de produtos e servios;reativao//dinamizao do lar-

    go da antiga feira de Ermesindepara a realizao de mostras/vendas de produtos e a criaoda casa do produtor/arteso.

    (*) CF/CSE

  • 8 A Voz de Ermesinde 1 MARO de 2014

    Rua Joaquim Lagoa, 15 Tel./Fax 229722617 4445-482 ERMESINDE

    Dir. Tcnica: Ilda Rosa Costa Filipe Ramalho

    Casa da EsquinaCasa da EsquinaCasa da EsquinaCasa da EsquinaCasa da EsquinaFazendas Malhas Miudezas Pronto a Vestir

    Rua 5 de Outubro, 1150Telefone: 229 711 669 4445 Ermesinde

    Mobilizar para a ao Projeto Interval CLDS+

    Com o incio do novoano, a equipa do CLDS+do Centro Social deErmesinde encetou vri-as diligncias para aconcretizao de umconjunto de aes a di-namizar este ano, com oobjetivo de mobilizar osvrios atores sociais napersecuo dos proces-sos de mudana para oconcelho de Valongo.Segundo Ana Rentes,tcnica do CLDS+, o tra-balho agora passa pelaimplementao de aesque visam substanciaras reunies e seminriosque ocorreram no anotransato. Florentino Sil-va, outro dos tcnicosdesta equipa, refere quenos seminrios realiza-dos com a populao

    nos vrios eixos de inter-veno do Projeto Interval,se deparou com as fragili-dades do atual contexto so-cial de Ermesinde e deAlfena, que revelam sobre-maneira a importncia destetrabalho de devoluo,mobilizao e de conflun-cia de sinergias, para quepossamos ultrapassar osobstculos que atualmentese impe de forma estrutu-ral e que dever ser repen-sado com as gentes da ter-ra. Nesta bitola, os tcni-cos enunciaram algumasdas iniciativas a realizar esteano: submisso da candida-tura dos projetos dos alu-nos das escolas do secun-drio de Ermesinde e deAlfena ao concurso deideias INOVA; curso - Perfile potencial do empreende-

    dor diagnstico/desenvol-vimento; Seminrio sobreempreendedorismo com aapresentao de projetos deempreendedorismo dos jo-vens alunos do secundrio edos formandos do curso deempreendedorismo; e por fima criao e revitalizao deassociaes.

    Quanto aos territrios deValongo e Campo/Sobrado,cujas aes a executar estosob a responsabilidade daADICE Associao para oDesenvolvimento Integradoda Cidade de Ermesinde, se-gundo as tcnica Nair Mon-teiro e Isabel Reis, tcnicasdo CLDS+ da ADICE, estotambm previstas algumasiniciativas fulcrais para apromoo da incluso soci-al no concelho, nomeada-mente Aes sobre Em-

    preendedorismo e Associa-tivismo Juvenil, em parceriacom a Escola Profissional deValongo e a Escola Secun-dria de Valongo. Estas tc-nicas consideram que porser crucial o trabalho emparceria, continuaro a serestabelecidos protocoloscom as entidades emprega-doras locais, no sentido damelhor adequao da ofertaformativa para os quadrosdas empresas e possvelintegrao de formandos emformao em contexto detrabalho, bem como redefi-nir estratgias para a reali-zao do 2 Encontro de Em-presrios/as e Representan-tes de Instituies do Con-celho de Valongo. Esto ain-da previstas aes de Em-preendedorismo para de-sempregados em parceria

    com o IEFP - Centro de Em-prego de Valongo.

    Considerando o impactodas aes do CLDS+, e naexpectativa de continuar acolmatar algumas lacunasexistentes no mbito no de-senvolvimento pessoal e so-cial, a tcnica Marta Nevescontinuar a desenvolverconsulta psicolgica, aesde formao em Cidadania,Gesto Domstica e Compe-tncias Pessoais e Sociaisdirigidas s famlias maiscarenciadas do concelho.Salientamos que no mbitodas atividades de promooda Sade e Desporto dirigi-das a portadores de deficin-cia e ou incapacidade, ir de-correr no dia 26 de marouma atividade sobre Preven-o Rodoviria na Escola D.Antnio Ferreira Gomes em

    No se esquea de pr em diaa sua assinatura

    de A Voz de ErmesindePODE FAZ-LO POR VALE POSTAL, CHEQUE

    OU TRANSFERNCIA BANCRIA. INFORME-SE: 22 974 7194

    Ermesinde. Esta ativida-de tem a colaborao daCI-Comunidade de In-sero da ADICE, CAO Unidade de Deficin-cia de Alfena e PSP deValongo.

    Ainda no mbito daIncluso Social decorrer,no dia 23 de maro, noSalo Nobre dos Bombei-ros Voluntrios de Erme-sinde, um Baile de Benefi-cncia para recolha deprodutos de higiene pes-soal e habitacional ou pro-dutos alimentares. Esteprojeto, coordenado porFtima Aparcio, prometecontribuir para eliminar asrazes da excluso socialno concelho de Valongo,incidindo nos indicadoresrelacionados com a com-posio da pobreza.

    ConfianaDireco Tcnica:Dr.a Cludia Raquel Fernandes Freitas

    Telefone 229 710 101Rua Rodrigues de Freitas, 1442 4445 ERMESINDE

    Farmcia

    Local

    FOTOS CF/CSE

  • 1 MARO de 2014 A Voz de Ermesinde 9

    FTIMA APARCIO (*)

    O CLDS+ j se vem afir-mando com um conjunto derespostas sociais impres-cindveis para o combate pobreza e excluso socialexistente no concelho deValongo, e medida que oProjeto cresce em tamanhoe complexidade, cresce tam-bm o leque de decises eaes, tomadas ou executa-das diariamente, que tmrelevncia estratgica ime-diata e de longo prazo.

    Consideramos, ainda,de grande importncia paraa operacionalizao desteCLDS+ o trabalho em par-ceria, uma vez que a experi-ncia mostra que as ques-tes relacionadas com aempregabilidade, inclusosocial e desenvolvimento decompetncias so demasia-do complexas para seremresolvidas por uma nicainstituio. Desta forma, asparcerias entre vrios gru-pos distintos possibilitamo trabalho complementar eo reforo mtuo, a constru-o de vises comuns e umaexecuo mais eficaz doprojeto. Desta estratgiacom enfoque na Parceria eno trabalho em rede, temosobtido resultados bastantepositivos tendo as metassido atingidas na totalidadepara este ano.

    Eixo 1

    Salientamos o impactocausado pelo 1 Encontro deEmpresrios/as e Repre-sentantes de Instituies doConcelho de Valongo, sobo lema Investir no Empre-go, Enraizar no Concelho.Considerou-se crucial ence-tar os primeiros passos nadinamizao do tecido em-presarial concelhio e das en-tidades da economia social,com vista a conjugar apotenciar sinergias em prolde um futuro melhor paratodos os cidados e cidads.

    O Auditrio da Junta deFreguesia de Ermesinde re-

    CONTRATO LOCAL DE DESENVOLVIMENTO SOCIAL+Uma Aposta no Futuro para a Incluso um projeto da ADICE e do Centro Social de Ermesinde

    cebeu, assim, o 1 Encontro deEmpresrios/as e Representan-tes de Instituies do Concelhode Valongo, registando-se umasala repleta.

    De destacar a receo dosconvidados, abrilhantada pelosviolinistas Joo Chicria e JooFrancisco Chicria, e por umnotvel Porto de Honra, servi-do pelos formandos e forman-das dos cursos de Mesa e Barda Consultmega, uma entida-de formadora com atuao noconcelho. Outras empresas lo-cais participaram ainda, ativa-mente neste evento, com desta-que para a Fbrica de BiscoitosPauprio, a Fbrica de LicoresXaro e a Florista Clvia.

    A sesso de abertura con-tou com a presena de Lus Ra-malho, presidente da Junta deFreguesia de Ermesinde, da pre-sidente da Direo da ADICE,Maria Trindade Vale, do presi-dente da Direo do Centro So-cial de Ermesinde, HenriqueRodrigues e do vicepresidenteda Cmara Municipal de Va-longo, Sobral Pires.

    O debate dos temas ficou acargo de ilustres oradores, quepartiram de uma caracterizaodo tecido empresarial concelhio- comunicao apresentada pelodiretor do Centro de Empregode Valongo, Lus Henriques -passando pelas medidas de es-tmulo ao emprego acionadaspelo Instituto do Emprego eFormao Profissional, IP ex-planadas pelo delegado regionaldo Norte, Csar Ferreira at partilha de experincias e boasprticas de alguns empresriose empresrias locais, pela vozde Rui Pena, fundador e consul-tor especializado na Rui Pena &Associados, e de Raquel Santos,diretora geral da MetalrgicaBakeware Production SA.

    A moderar o painel de comu-nicaes esteve o empresrio Bru-no Silva, na qualidade de repre-sentante da Associao Industriale Empresarial de Valongo.

    O xito da iniciativa foi sa-lientado por todos e todas asparticipantes, enfatizando-se arelevncia da continuidade deencontros como este, capazesde constituir uma alavanca para

    a unio de esforos e o estabe-lecimento de compromissoscomuns para uma dinmica detrabalho territorialmente equi-librada e concertada.

    EmpreendedorismoJuvenil

    No mbito do Empreen-dedorismo Juvenil, destacamosa ao realizada na escola Se-cundria de Valongo, Lutado-res por Natureza, em parceriacom o Millennium BCP Micro-crdito, no sentido de sensibili-zar os/as jovens para questesrelacionadas com o empreende-dorismo. Assim, esta ao tevecomo objetivo que estes alunose alunas obtivessem conheci-mento ao nvel do Empreende-dorismo, mais especificamente,na criao do prprio emprego,na promoo de ideias de neg-cio, na assuno de riscos paraatingirem objetivos, na versati-lidade, na criatividade, na moti-vao e na identificao de opor-tunidades e de solues.

    Decorreram ainda duas aesem empreendedorismo para jo-vens nas Escolas Secundrias deAlfena e Ermesinde, Empreen-der o Amanh com o visiona-mento do filme da Fundao EDP,Quem se Importa.

    Aconteceram, ainda, ses-ses de Empreendedorismopara Desempregados, uma aodecorrida no Centro Social deErmesinde Empreender o Ama-nh, com a colaborao da mestreAna Rosas, tcnica do IAPMEI ,e a Equipa do CSE, e uma outraao decorrida no Centro de Apoio Vida da ADICE.

    O CLDS+ tem vindo a de-linear estratgias de promooda integrao das pessoas comdeficincia e ou incapacidade,nomeadamente na articulaocom o Centro de Emprego deValongo para a rentabilizaodas polticas de empregabi-lidade dirigidas ao pblico emquesto, tendo j sido formali-zada um candidatura a um Con-trato Emprego-Insero + paraum assistente operacional, atrabalhar atualmente como au-xiliar de ao educativa numa

    Local

    Eixo 2

    No sentido de dar respostas famlias mais carenciadas doConcelho de Valongo, em espe-cial s crianas afetadas pelapobreza existente, est em fun-cionamento o gabinete de recur-sos com consulta psicolgicapara promoo do bem estardestas famlias e minimizar o im-pacto da vulnerabilidade econ-mica e social em que se encon-tram.

    Assim e com o mesmo ob-jetivo foram dinamizadas vri-as sesses:

    Uma Ao de Sensibiliza-o e de educao para a cida-dania para crianas EB1 daCodiceira em Alfena, no mbi-to da Preveno Rodoviria, emparceria com a GNR de SantoTirso Seco de ProgramasEspeciais;

    Uma Ao de Formaoem Competncias Pessoais eSociais, no EHS de Mirante dosSonhos Ermesinde;

    Uma Ao de Cidadaniapara Adultos no mbito dos di-reitos e deveres, que decorreuno EHS de Balselhas;

    Uma Ao de Formaoem Gesto Domstica, em co-laborao com o Protocolo deRSI da ADICE.

    No mbito das estratgiasde promoo da integrao daspessoas com deficincia e ou in-capacidade, foram realizadoscontactos pela ADICE, com oclube Propaganda de Natao ecom o Grupo Dramtico e Re-creativo da Retorta, dos quaisresultou a assinatura de doisProtocolos de Parceria para aprtica desportiva. Estas inici-ativas iro proporcionar a pr-tica desportiva a crianas e jo-vens portadores de deficinciaou incapacidade em modalida-des de acordo com os seus inte-resses e limitaes.

    Eixo 3

    No que concerne ao eixo 3,foram realizadas cinco aes deformao para auto-organizaodos habitantes. Aconteceram:

    No EHS Empreendi-mento de Habitao Social das

    Saibreiras Compromisso Co-letivo, com participao da Er-mesinde Cidade Aberta, Domin-gos Martins, presidente da Fe-derao das Coletividades doDistrito do Porto, J, Vallis Ha-bita, Associao Cabeas no Are Ps na Terra e de Teresa Me-dina, investigadora e docente daFPCE-UP. Decorreram, aindaneste mbito, 4 aes:

    No EHS do Barreiro emAlfena, com a colaborao daAssociao das Coletividades deValongo;

    na sede do grupo de tea-tro Cabeas no Ar e Ps na Ter-ra, tambm com a colaboraoda Associao das Coletivida-des de Valongo;

    No EHS de Balselhas; No CAV Centro de

    Apoio Vida da ADICE.Relativamente ao Asso-

    ciativismo Juvenil, decorreu noTelecentro de Valongo a aoSensibilizar para Criar e naEscola Secundria de Alfena, Tsligado?, com a colaborao do

    Instituto Portugus do Des-porto e da Juventude, Asso-ciao de Ao Social - Des-vendar o Futuro, e com a As-sociao de Estudantes da Es-cola Secundria de Ermesinde.

    Assim, o CLDS+ temvindo a reforar as iniciativaspara a empregabilidade, atra-vs de novos apoios no Em-prego, Formao, Qualifica-o e Empreendedorismo,pela revitalizao do gabine-te de atendimento na rea daempregabilidade, que funci-ona em estreita parceria como Instituto de Emprego e For-mao Profissional. Temtambm vindo a intervir comaes de promoo ao com-bate pobreza, uma vez queesta representa uma privaodo direito bsico de cada in-divduo participar plenamen-te na vida social, econmica,cultural e poltica da comu-nidade em que se insere.

    (*) Coordenadora do CLDS+FOTOS CF/CSE

    escola do Concelho.

  • 10 A Voz de Ermesinde 1 MARO de 2014Literatura

    Jerusalm, Gonalo M. Tavares

    RICARDOSOARES (*)

    O livro traz um mundo de contos enredadospor histrias pessoais, tendo como pano de fundoos horrores que o holocausto trouxe sociedade,instrumento com o qual, Theodor Busbeck, mdi-co, busca, atravs de acontecimentos parecidos,delinear um grfico para estabelecer qual grupo irsofrer e qual ser o carrasco desse sofrimento; umutenslio racional para determinar os sintomas dasociedade. D-nos um novo entendimento a umdos lados obscuros da natureza humana: a loucura.Jerusalm apresenta-nos personagens dilaceradasque se cruzam, entrelaam, movimentam, por ve-zes se amam e se magoam. As personagens cru-zam-se, conduzidas por um destino que no domi-

    nam, na noite em que tudo comea e tudo termina.Num estilo seco e desconcertante, Jerusalm apontapara as dimenses pessoais e coletivas do terror eexpe a capacidade humana de vigiar, oprimir e

    A histria passa-se numa pequena cidade,onde os personagens se interagem, na sua grandemaioria, ao acaso, donde Theodor Busbeck, ex--marido de Mylia, um renomado mdico nodeclnio da sua carreira. J Mylia, sua ex-mulher,apresenta traos de insanidade, afirmando serdoente desde o seu primeiro encontro com The-odor Busbeck e, devido a essa sua loucura, in-ternada no hospcio Georg Rosenberg, sob a cus-tdia do diretor Gomperz Rulrich, um senhor deinteligncia mdia, que se esconde atrs de umemprego que acredita trazer-lhe posio social,mas inveja o trabalho de Theodor Busbeck.

    Kaas Busbeck, filho registado em nome deTheodor, tem problemas fsicos queo impedem de ser uma criana nor-mal que, por se sentir menospre-zado perante os outros, devido ssuas desvantagens fsicas, estandosempre a ser observado por seu pai,fora a normalidade dele atravs decondutas grosseiras e violentas.

    J Hinnerk Obst, ex-combatentede guerra, sofre de fobias sociais pro-venientes do ambiente onde passouparte de sua vida adulta, transpor-tando sempre consigo uma arma queacreditava ser a garantia de paz. Ame-aava as crianas na rua, apontandos suas cabeas, na janela do seuapartamento, para testar a pontaria.

    E com esses quatro persona-gens (principais) que o romance sedesenvolve, incorporando as suasvidas em acontecimentos terrveise, muitas vezes, verdadeiros. Umaoutra leitura que se retira a com-parao entre o comportamento da-queles que so considerados loucose os ditos normais. A loucura de al-gumas das personagens faz-nos cri-ar uma empatia com elas, peladesresponsabilizao dos seusactos. Curiosamente, ou no, serTheodor, o mdico, quem inspira

    menor confiana, pois nada tem que desculpe asua insensibilidade no momento da morte do pai,e mesmo no tratamento a Mylia. O autor usa aimagem de uma caixa negra como metfora destarelao loucos/normais: quem est l dentro v oque est dentro e o que est fora; mas, estes lti-mos, s veem o que est fora. A acentuar adicotomia, temos ainda o facto de os persona-gens normais serem capazes de atos de violn-cia e repulsa para com os seus semelhantes, en-quanto os loucos tm sentimentos e so capazesde sentir amor uns pelos outros ao ponto de ge-rarem vida. Contudo, no s sobre essas ques-tes filosficas em que se contri o livro. Gona-lo M. Tavares desenha com maestria o avano erecuo na histria, misturando acontecimentospassados, futuros e presentes de forma a provo-car o desejo do leitor, que por muitas vezes surpreendido por imaginar algo que na verdadese mostra totalmente diferente.

    Assim, atravs de contos, Gonalo M. Ta-vares traz para ns um universo autnomo, lou-co, realista e cruel, que a muitos poder chocar.Mas, que na verdade se trata apenas de uma vi-so filosfica e realista sobre a sociedade moder-na, onde loucura e sanidade se misturam a fim decompor esta obra. um livro sobre os limites daloucura e da razo. Tambm sobre a crena.

    Quem l Jerusalm no esquece.

    (*) [email protected]

    Jorge Marmelopremiadono Correntes dEscritascom Uma MentiraMil Vezes Repetida

    - Uma Mentira Mil Vezes Re-petida, de Manuel Jorge Marmelo, a obra vencedora do Prmio Cor-rentes d'Escritas 2014, do encon-tro literrio na Pvoa de Varzim.

    Novo prmiode Literatura Infantillanado pelo Pingo Docee Altheia Editores

    - Uma cadeia de supermerca-dos (Pingo Doce) e uma editoralivreira (Altheia Editores) criaramum Prmio de Literatura Infantil,anual, no valor de 50 mil euros,com vista a estimular o apareci-mento de novos autores e ilustra-dores. A primeira edio do prmiorealiza-se este ano e, do jri, queser presidido por Zita Seabra, fa-zem parte, entre outros, EduardoS e Isabel Zambujal.

    Mais um anosem Feira do Livrodo Porto?

    - Afinal, o Porto, aparentemen-te, ficar mais um ano sem Feirado Livro. A Feira do Livro do Portono se realizou, pela primeira vez,no ano passado, depois de umimpasse negocial entre a APEL ea vereao de Rui Rio.

    Curso deEscrita Criativa

    Carga horria de 14 horas, naAcademia Apamm de Ermesinde.Contactos: tlf-220924475, tlm-918963100; morada: Rua JosJoaquim Ribeiro Teles, n 545,4445-485 Ermesinde; email: [email protected]

    e porventura acompanha omeio literrio portugus tercertamente ouvido falar emGonalo M. Ta-vares. Jovem es-critor portugus

    (1970), vem surpreendendo a todoscom sua grande e variada produoliterria, que j lhe rendeu alguns dosmaiores prmios do mundo de ln-gua portuguesa. Em Portugal rece-beu vrios prmios, entre os quais oPrmio Jos Saramago 2005 e oPrmio LER/Millennium BCP 2004,com o romance Jerusalm (Cami-nho).

    O autor optou por cingir o ttulode seu romance, Jerusalm, numaespcie de jogo de claro e escuro emque desemaranhar o nome do livro co-mea a acender as luzes em relao aoprprio sentido do texto. A palavra Je-rusalm aparece mencionada, na obra,uma nica vez: Se eu me esquecer deti, Jerusalm, que seque a minha modireita (p.154). Trata-se da refernciaao Salmo 136 em algumas tradues,137 da Bblia, em que judeus exiladoschoram diante do opressor que os exor-ta a cantar um dos cnticos de Sio:Como poderamos ns cantar umcntico do Senhor em terra estranha?Se eu me esquecer de ti, Jerusalm,que minha mo direita se paralise!. Olivro faz parte da tetralogia O Reino,que inclui Um Homem: Klaus Klump, Apren-der a Rezar na Era da Tcnica e A Mquina deJoseph Walser, e parece ser um romance que sedestaca de sua obra pela violncia com que trata a

    A VOZ DAS PALAVRAS A VOZ DAS PALAVRAS A VOZ DAS PALAVRAS

    Breves

    sua matria. torturar s vezes em dimenses hiperblicas.

  • 1 MARO de 2014 A Voz de Ermesinde 11Histria

    EFEMRIDES DE ERMESINDE - FEVEREIRO

    o passado dia19 de fevereirode 1810, h 204anos, so assi-nados, no Riode Janeiro, entrePortugal e o Rei-

    no Unido, os Tratados de Co-mrcio e Navegao e de Alian-a e Amizade, que na prticarepresentam uma clara situaode dependncia econmica, po-ltica e militar de Portugal faceao poderio britnico. Estvamosno perodo de implantao dosregimes liberais na Europa.

    Efetivamente, desde o in-cio do sc. XIX que Portugal,duma forma mais intensiva, eraafetado pelos ideais de liberda-de que aqui chegavam atravs dosestrangeirados (vindos da Ingla-terra e da Frana), dos exiladosfranceses (fugidos para Portu-gal, aquando do terror da Con-veno republicana francesa)dos exilados portugueses regres-sados do estrangeiro (fugidos sperseguies policiais) e da ma-onaria (associao secreta pre-sente nas principais cidades,desde finais do sc. XVIII).

    Como se sabe, entre 1807 e1811, Portugal foi vtima de trsinvases napolenicas, com o

    O Comandante Capas Peneda tornou-se bombeiro em fevereiro de 1922

    Quando Portugal foi tratadocomo uma colnia inglesa

    Domingos Capas Peneda, nascido na vizinhafreguesia de guas Santas em 1904, foi um dosbombeiros mais prestigiados a nvel da Corporaode Ermesinde, da regio Norte, e at do Pas. Efeti-vamente, poucos soldados da paz haver, a nvelnacional, com um historial to brilhante como o queteve este comandante dos Voluntrios de Ermesinde.Alm de muitas outras condecoraes, aquela quemais o consagrou foi a que recebeu do Poder Cen-tral, por Alvar do Presidente da Repblica de 28de outubro de 1966, que o distinguiu com a Ordemde Benemerncia, tendo-lhe sido feita uma justa ecalorosa homenagem em que estiveram presentesas mais destacadas personalidades do distrito e gran-de nmero de ermesindenses e bombeiros de vriascorporaes, para testemunhar o muito apreo egratido ao grande e prestigiado Comandante dosBombeiros Voluntrios de Ermesinde.

    Entrou para o corpo ativo dos Bombeiros noano da fundao da Corporao - 1921 - ainda com17 anos (talvez a razo de ser menor explique o factode na sua ficha individual constar como data da incor-porao, o dia 25 de fevereiro de 1922, altura em quej teria 18 anos), no tempo em que tanto a Bombacomo o seu transporte ainda eram de trao braal.

    Seis anos mais tarde concorreu a Aspirante, eficou classificado em 1 lugar. Ainda por concur-so, ascendeu a Chefe-Adjunto, em 1928. Foi ins-trutor, durante vrios anos, em inmeras escolas

    e vrias vezes foi louvado.Em 1935 foi nomeado 2 Comandante efetivo,

    passando, no mesmo ano, a 1 Comandante interi-no. Em 1937 ascendeu a 1 Comandante efetivo.

    Foi nomeado Scio Benemrito, em Assem-bleia Geral, realizada em 19 de fevereiro de 1943.Louvado pela Direo, em 30 de agosto de 1945,pela brilhante atuao no Congresso de Bombei-ros, realizado em Coimbra. Passou a ComandanteHonorrio em 1945.

    Em 1946 foi novamente nomeado Comandan-te Interino e, simultaneamente, Vicepresidente daDireo, com a incumbncia de organizar as Fes-tas das Bodas de Prata da Associao. Registaram-se, a partir de ento, alguns atritos com membrosda Direo, que acabaram por sanar-se.

    Em 1952 Capas Peneda reassume o cargo de1 Comandante efetivo.

    Organizou vrios festivais de desporto, arte eoutros, com o fim de angariar fundos para melho-rar o material da Corporao, bem como para ves-tir as crianas pobres. Tomou parte em quase to-das as manifestaes patriticas realizadas no con-celho, fazendo uso da palavra em algumas delas.Em 1960 foi nomeado Scio Honorrio dos Bom-beiros Voluntrios de Ermesinde.

    A sua Corporao agraciou-o, por diversasvezes: Medalha de Ouro, por servios distintos;Medalha de Ouro, por 25 anos de servio; Meda-

    FOTO ARQUIVO MAD

    objetivo de obrigar o nosso pasa cumprir o Bloqueio Conti-nental Inglaterra. A 1 (1807)dirigiu-se a Lisboa, comandadapor Junot, que governou o pasvrios meses; a 2 (1809) diri-giu-se ao Porto; e a 3 (1810-1811) novamente a Lisboa, massem xito. A vinda dos france-ses provocou a vinda dos ingle-ses para ajudarem a defesa por-tuguesa, mas estes tornaram-seos dominadores de Portugal edos seus interesses, o que pro-vocou um dio popular contrao domnio ingls, queest na origem da Re-voluo Liberal, ocor-rida na cidade do Por-to, no dia 24 de agostode 1820.

    No perodo das In-vases Francesas, e noperodo subsequente, asituao econmicaportuguesa agravou-se(as despesas excediamem muito as receitas),devido situao deguerra em que se vivia epelo facto dos portosbrasileiros terem sidoabertos ao trfego inter-nacional (dominado cla-ramente pela Inglaterra)e os ingleses concorre-rem abertamente no mercado in-terno portugus.

    O Tratado de Comrcio eNavegao estabelecia, concre-tamente para os negcios como Brasil, taxas mais baixas paraas importaes da Inglaterra doque para os produtos portugue-ses, eliminando por completoqualquer hiptese de concorrn-cia por parte de Portugal. As-

    sim se fazia compensar do pre-juzo com o bloqueio continen-tal decretado por Napoleo e setornava a principal distribuido-ra, na Europa, dos produtostropicais brasileiros. Este Tra-tado previa, igualmente, que osnavios de guerra ingleses pudes-sem frequentar livremente osportos brasileiros, como se por-tugueses fossem. Portugal e oseu imprio tornavam-se naprtica colnias inglesas.

    O Tratado de Aliana eAmizade para alm de consoli-

    dar a velha aliana poltico-mili-tar entre Portugal e a Gr-Bre-tanha procurava, tambm, abo-lir o trfico negreiro (a Inglaterraprocurava assim alargar o seumercado, j que os escravostransformados em assalariadosse tornavam consumidores).

    Em relao escravido esteTratado determinava uma gra-dual extino do comrcio de

    escravos e decidia, ainda, queos portugueses s poderiamcapturar escravos nas regiesafricanas que pertencessem aPortugal. A ao repressiva in-glesa ia mais alm, prevendoprazos para o total encerramen-to do trfico negreiro e permi-tindo a busca em navios quefossem considerados suspeitosde negociar escravos.

    Ao mesmo tempo, os in-gleses passavam a ter o direitode cortar madeiras nas nossasmatas e de com elas construir

    navios, podiam manter uma es-quadra blica no nosso litoral eos sbditos de Sua Majestadeem terras portuguesas passa-vam a beneficiar de total liber-dade religiosa. Em matria dejustia e de religio os benefci-os para os ingleses ainda iammais alm: os sbditos inglesesresidentes em domnios portu-gueses s podiam ser julgados

    por juzes ingleses, e, portanto,segundo a lei inglesa; tinham odireito de construir cemitriose templos protestantes, logoque no tivessem a aparnciaexterna de templo; e era-lhesgarantido que a Inquisio noseria instalada no Brasil.

    Tudo isto provocou um na-tural mal-estar na Nao, sendoa burguesia o grupo social maisdescontente e prejudicado como domnio ingls. No admira,por isso, que tenham sido bur-gueses (comerciantes, profissi-

    onais liberais, oficiais do exr-cito, advogados, industriais emdicos) os fundadores efrequentadores do Sindrio.

    Em 24 de agosto de 1820,aproveitando a Revoluo es-panhola e, sobretudo, a ausn-cia de Beresford no Brasil, d-se ento no Porto a RevoluoLiberal Portuguesa, que obrigaa Corte a regressar do Brasil e

    cria condies para acabar como absolutismo, fazendo-se elei-es e elaborando-se uma Cons-tituio Liberal.

    A 1 Constituio Portugue-sa foi a de 1822, terminada emsetembro desse ano, foi jurada epromulgada por D. Joo VI em1 de outubro de 1822. Nas Cor-tes Constituintes, registaram-se-iam posies bem diferenciadas:a dos moderados (que queriamum texto constitucional maisconservador), a dos radicais(que seguiam o modelo francs

    da Conveno) e ados gradualistas (quedefendiam um dilo-go entre as outrasduas posies).

    Inspirada nostextos constitucionaisfranceses e na Cons-tituio de 1812 espa-nhola, a Constituiode 1822 declarava odireito liberdade, segurana e prospe-ridade, estabelecia aigualdade perante a leie a liberdade de pen-samento. Proclamavaa monarquia constitu-cional hereditria,com a separao tri-partida do poder po-

    ltico (poder executivo para oRei; legislativo para as Cortes; ejudicial para os Tribunais). O di-reito de voto (sufrgio direto)passa a ser reconhecido aos ho-mens, com mais de 25 anos, quesoubessem ler e escrever.

    Muita conflitualidade haviade marcar a primeira metade dosculo XIX portugus, mas oLiberalismo acabaria por ficar.

    MANUELAUGUSTO DIAS

    lha de Ouro, por 50 anos de servio; trs Meda-lhas de Prata, por atos de abnegao; e duas Me-dalhas de Prata por assiduidade. Tambm a Ligados Bombeiros Portugueses lhe atribuiu duasMedalhas de Ouro, a 1 de uma Estrela, e a 2 deduas Estrelas. O seu prestgio extravasou as fron-teiras nacionais, tendo recebido uma Medalha daFederao Nacional dos Sapadores-Bombeiros deFrana. A Cmara de Valongo, em 1978, 5 anosaps a sua morte (25.2.1973), atribuiu o seu nome

    O Comandante Domingos Capas Peneda, a-lm de ter sido um smbolo e uma honra dos nossosBombeiros, tambm conheceu o associativismodesportivo local durante vrios anos presidiu Assembleia Geral do Ermesinde Sport Clube ,mas foi a nvel do ciclismo que mais se notabilizou.Durante 12 anos foi dirigente da Associao deCiclismo do Norte; depois, foi Presidente do Con-selho Tcnico da Federao Portuguesa de Ciclis-mo; e, finalmente, Diretor da Volta a Portugal emBicicleta, no ano de 1956.

    Pormenor da fachada do Quartel dos Bombeiros de Ermesinde, na Rua Comandante Capas Peneda

    Rua junto ao Quartel dos Bombeiros.

    A Regio do Porto em finais do sculo XVIII. Excerto do Mapa da Espanha e de Portugal, publicado por D. TomasLopez (Fonte: Biblioteca Digital Mundial).

  • 12 A Voz de Ermesinde 1 MARO de 2014Patrimnio

    ARNALDOMAMEDE (*)

    TEMAS ALFENENSES

    O que chegou at ns destas visitaes mostra que par-te significativa da populao branca continuava a judaizar,na sua maioria comerciantes, fazendeiros, armadores de na-vios, gente de relativo poder econmico.

    Gaspar Dias tambmno escapou delaotorpe, em 18-11-1593, umseu vizinho de nome Pan-

    hegados ao Brasil, ento chamado Terra deVera Cruz, no ano de 1500, apenas trs deze-nas de anos depois a Coroa Portuguesa to-maria, verdadeiramente, decises no senti-do da explorao econmica, povoamentoe desenvolvimento, numa palavra, a colo-nizao desse imenso territrio.

    Nos primeiros anos seguintes descoberta, os portu-gueses, mais interessados no comrcio das especiarias como Oriente e outros negcios com territrios africanos,apenas enviavam, de quando em vez, algumas expediesque tinham por objetivo o reconhecimento territorial paraefeito de afirmao da soberania, o estabelecimento de pe-quenos entrepostos ou feitorias destinadas exportao depau-brasil e o combate ao comrcio clandestino feito porembarcaes estrangeiras, nomeadamente francesas.

    A expedio de Martim Afonso de Sousa, em 1532-1534,assinala o incio da colonizao do territrio, com a funda-o da Vila de S. Vicente, o primeiro ncleo populacional doBrasil, situado no atual Estado de S. Paulo, com a instalaode uma administrao por forma a promover o povoamento econsequente desenvolvimento econmico.

    Em consequncia do relativo sucesso desta expedio, aCoroa Portuguesa reinava D. Joo III decidiu dividir oterritrio em Capitanias Hereditrias, replicando, deste modo,as solues seguidas para os arquiplagos da Madeira, Ao-res e Cabo Verde.

    opinio geral que este sistema fracassou, por vriosmotivos, designadamente o absentismo dos Capites do-natrios ou seus representantes.

    Apenas duas Capitanias, Per-nambuco e S. Vicente, conseguiramsingrar no sentido do desenvolvi-mento e prosperidade, graas cul-tura sistemtica e intensiva da canade acar e sua transformao in-dustrial nos chamados engenhos, demodo tal, que alguns anos depoisPortugal era o primeiro produtormundial de acar.

    Em recompensa e reconhecimen-to por importantes servios a Portu-gal, em frica, na ndia, em Malaca etambm no Brasil, para onde partiuem 1532, ao comando de uma esqua-dra com a misso de expulsar e per-seguir navios franceses que infes-tavam o litoral da colnia, DuarteCoelho recebeu de D. Joo III a do-ao da Capitania de Pernambuco,que ele prprio denominou de"Nova Lusitnia".

    Duarte Coelho Pereira pertencia ilustre famlia dos Coelhos, da no-breza agrria de Entre-Douro-e-Minho, Senhores de Felgueiras,Fermedo e Vieira e administradoresda Gafaria de Alfena, cujas ren-das das respetivas terras, em-prazadas em regime de Enfiteuse portrs vidas a casais alfenenses, re-vertiam para o sustento dos gafos, para o seu hospital ecapela de S. Lzaro, na margem esquerda do Lea.

    Uma vez nomeado Capito Donatrio, Duarte Coelho as-sumiu por inteiro a nova misso que o seu Rei achou por

    Pernambuco acompanhado da esposa, D. Brites de Albu-querque, dos filhos, do cunhado Jernimo de Albuquerque,o celebrado "Ado Pernambucano", por ter sido pai de 24filhos, uns legtimos outros legitimados, e muitos outros pa-rentes, alm de vrias fa-mlias do norte de Portu-gal, muitos deles cristos-novos interessados emescapar feroz persegui-o religiosa que entograssava na PennsulaIbrica.

    Tudo leva a crer que,dada a relao prximaentre a famlia Coelho, Se-nhorios e Administrado-res das terras da Gafaria eos casais alfenenses seusenfiteutas, alguns nossosconterrneos tero inte-grado a comitiva ou as le-vas seguintes, convida-dos por amigos, vizinhosou familiares.

    E aqui entra o nossoheri, Gaspar Dias, cris-to-novo, de alcunha Ma-tado, filho de Manuel Diase de Isabel Afonso, natu-ral de Alfena.

    Seus familiares prxi-mos sofreram graves dis-sabores com o Santo Of-cio, nomeadamente sua tiapaterna Leonor Lopes emarido Manuel Lopes, mercador, residentes na cidade do Por-to, ela sentenciada pela Inquisio de Coimbra, em 1559, aabjurao em forma de penitncias espirituais, no sair doReino sem licena e seu irmo Estvo Dias, vendeiro, pre-so em Quintela de Lampaas, Bispado de Miranda, em 1582,

    acusado de judasmo, heresia eapostasia, condenado pela Inqui-sio de Coimbra, em 1586, a con-fisco de bens, abjurao em forma,crcere e hbito penitencial perp-tuo sem remisso, levar ao auto h-bito penitencial com insgnias defogo, instruo na f, penas e peni-tncias espirituais.

    Perante tais ameaas, ainda jo-vem, Gaspar ter partido para o Bra-sil, estabelecendo-se como barquei-ro no Recife, ento um pequeno po-voado, com timas condies por-turias, que a capital, Olinda, distan-te pouco mais de uma lgua, nopossua.

    Tudo indica que Gaspar Dias terprosperado, j que ao cabo de pou-cos anos residia num pao, gnerode casa distinta, apalaada, empres-tava toalhas para os altares da igre-ja e nela fazia teno de construir,fora do arco da capela-mor do ladodo Evangelho, um altar a SantaCatarina, s que o seu vigrio J-come Ribeiro Queixada apenas au-torizava do lado da Epstola.

    Tudo ter corrido sem sobressal-tos at ao dia do ano de 1593 em queo Visitador do Santo Ofcio, HeitorFurtado de Mendona, se estabele-

    ce em Olinda, faz as suas proclamaes e aguarda que lhecheguem as denncias, as mais das vezes, vinganas mesqui-nhas de cristos-velhos, rodos de inveja face ao sucesso dosvizinhos cristos-novos, muitos deles, apenas aparentemen-te convertidos, j que secretamente continuavam a professar

    Gaspar Dias, cristo-novo, de alcunha MatadoAs atribulaes de um alfenense em Terras de Vera Cruz

    bem confiar-lhe. Em 1535, com a idade de 60 anos, desembarcou em

    taleo Jorge, cristo-ve-lho, natural do Porto, a-pareceu sem ser chamadonas casas da morada doSenhor Visitador doSanto Ofcio (...) por que-rer denunciar coisas to-cantes ao Santo Ofcio(...) um dia tarde estan-do porta de Brs Fer-reira, falando com ele Gaspar Dias (...) ouviuao dito Gaspar Dias queia buscar umas toalhassuas de mesa que estavamno altar da igreja que eleemprestara e o dito BrsFerreira, tanoeiro, (...)lhe disse que j as nopodia tornar ao serviode sua casa, ento o ditoGaspar Dias disse as pa-lavras seguintes, tantoservio faz a Deus umbom casado na sua camae casa como um sacerdo-te que celebra missa no

    altar e logo ele denunciante e o dito Brs Ferreira lhocontradisseram e ele sustentou e aporfiou que dizia bem etrs ou quatro vezes repetiu (...).

    Fosse por ter entendido como sendo para si alguns dos"recados" das prdicas aquando da leitura das sentenasno cadafalso, como afirmar ao depor, ou por inconfidnciade algum dos intervenientes no processo, "violao do se-gredo de justia" como agora se diz, o facto que o nossohomem decidiu tomar a iniciativa, apresentando-se aoVisitador, no sem antes, provavelmente, ter garantido oafeioamento de alguns depoimentos.

    Aos dez dias do ms de outubro de 1594, nas casada morada do Senhor Visitador (...) apareceu sem serchamado Gaspar Dias e por querer confessar a sua cul-pa (...) disse ser natural de Alfena, termo da cidade doPorto, cristo-novo (...) de idade de 40 anos mais oumenos (...) casado com Beatriz Lus que no sabe se crist-nova ou velha (...) tem uma s filha Susana soltei-ra da idade de 11 anos, (...) que ontem no cadafalso,ouvindo publicar as sentenas ouviu este caso e por issolhe lembrou e por isso vem ora pedir perdo e confessara sua culpa (...) e perguntado mais nem ele ru nem ou-tro parente nunca foi preso nem sentenciado pelo SantoOfcio, mas que ouviu dizer que seu irmo Estvo Diasfoi preso pelo Santo Ofcio no sabe onde (...) e tambmouviu dizer que seu tio Manuel Lopes foi preso pelaInquisio de Coimbra (...).

    Beneficiando, em especial, de um depoimento "amigo"do seu Vigrio Jcome Ribeiro e (...) por vir confessar asobredita culpa da qual no h mais informao contra ele(...) com a repreenso do seu Vigrio entendeu que disseramal (...) Mandam que o ru Gaspar Dias seja repreendidonesta mesa e que se confesse e comungue de confesso de seuconfessor quatro vezes no ano seguinte fora da obrigaoda quaresma e pague somente quatro mil reis para as des-pesas do Santo Ofcio e pague as custas (...).

    Gaspar Dias, de alcunha Matado, cristo-novo, naturalde Alfena livrou-se de boa, saindo airosamente de uma situ-ao muito complicada que, em muitos casos, tinha desfe-

    O 1 Capito-Donatrio de Pernambuco

    a religio de seus antepassados.

    chos bem trgicos.

    (*) Membro da AL HENNA Associao para a Defesa do Patri-mnio de Alfena.

    Santo Antnio do Recife Pernambuco (Sec. XVII)

  • Suplemento de A Voz de Ermesinde N. 914 - Maro de 2014 - Coordenao: Miguel Barros

    desportivoANUNCIEAQUI

    voermesinde

    Modalidades pequenas transportam o nome de Ermesinde pelos quatro cantos de Portugal

    Pelo terceiro ano consecutivo CPN vence campeonato distrital de cadetes femininos

    Cepeenistas brilham na taa da Associao de Andebol do Porto em juvenis masculinos

    Ermesinde Sport Clube 1936 continua na sombra do lder

    basquetebol

    andebol

    futebol

    pg. 4

    pg. 3

    pg. 3

  • A Voz de Ermesinde - 1 de maro de 20142

    Foto: NDE

    Elite das damas nacionais passou por Ermesinde

    Damas

    elite das damas nacionais es-teve no passado dia 22 de fe-vereiro na nossa freguesia para dar vida segunda edio do

    Open Nacional Cidade de Ermesinde, cer-tame inserido no calendrio da Federao Por-tuguesa de Damas (FPD) para a temporada de 2014. E tal como no ano passado o polivalente da Escola Secundria de Ermesinde (ESE) foi o cenrio escolhido para que os organizadores da prova, o Ncleo de Damas de Ermesinde/Caf Avenida, edificassem um evento que reuniu 65 dos melhores damistas da atualidade, sendo cin-co deles mestres nacionais, nomeadamente Vaz Vieira, Medalha da Silva, Fernando Gonalves, Arlindo Roda e o atual bicampeo nacional Nuno Vieira. Provenientes de diversos pontos do pas S. Pedro da Cova, S. Joo da Madei-ra, S. Pedro do Sul, Santo Tirso, Vizela, Lou-sado, Vila do Conde, Viseu, Coimbra, Aveiro, S, Pedro Fins, Penafiel, Maia, Lobo, Lisboa, Setbal, e claro est, Ermesinde os mais de sessenta damistas tiveram a companhia de oito jovens atletas que deram cor ao segundo torneio de juniores, uma competio que, relembre-se, surgiu pela primeira em Portugal no ano passa-do em simultneo com a edio de estreia do Open Nacional Cidade de Ermesinde, tendo sido criada no sentido de cativar os mais no-vos para uma modalidade que se encontra atu-almente demasiadamente envelhecida, isto , com excesso de jogadores veteranos. De subli-nhar ainda que na manh do evento do passado dia 22 a FPD levou a cabo na biblioteca da ESE uma assembleia geral, onde foram discutidos e votados alguns assuntos relacionados com o

    universo damstico, entre outros o relatrio de contas de 2013 e a alterao de regulamentos. Ao incio da tarde, e semelhana do ocorrido na edio do ano passado, o Ncleo de Damas de Ermesinde distinguiu uma figura das damas nacionais, homenagem que este ano recaiu so-bre Jos Pereira, conhecido intrprete, e sobre-tudo dinamizador, da modalidade, com quem posteriormente o nosso jornal efetuou uma pe-quena entrevista (ver caixa ao lado). Na home-nagem ao damista de S. Joo da Madeira estive-ram presentes algumas individualidades locais, casos de Ana Maria Corts, membro do Agru-pamento de Escolas de Ermesinde, e de Snia Silva, vogal da Junta de Freguesia de Ermesin-de (JFE). Findo o tributo a Jos Pereira teve en-

    to incio a longa maratona de jogos, a qual se iria prolongar at ao cair da noite. Nas contas finais Jos Carlos Anjos, em representao do conjunto do CCD de S. Joo da Madeira, con-quistou o primeiro lugar no plano individual, enquanto que a sua equipa fez a festa na verten-te coletiva. No que toca ao conjunto da casa, o Ncleo de Damas de Ermesinde/Caf Avenida, teve uma performance agridoce, ou seja, se no plano coletivo a sua apario foi modesta, no indo alm do quinto posto, no aspeto individual foi histrica (!) atravs do desempenho de Jos Rocha, um dos cinco jogadores que representa-ram as cores do emblema da nossa cidade, ten-do os restantes sido Nlson Monteiro, Ricardo Arajo, Manuel Silva e Srgio Bonifcio. Jos

    Rocha alcanou uma brilhante quarta posio na classificao final, isto depois de ter vencido o mestre dos mestres, Vaz Vieira e Medalha da Silva, e de ter empatado com o atual bi-cam-peo nacional Nuno Silva. Quanto ao torneio de juniores o ttulo ficou em casa, com o erme-sindense Rafael Oliveira a levar a melhor sobre a concorrncia. Aps a cerimnia da entrega de prmios o nosso jornal trocou breves palavras com um dos elementos da organizao, Srgio Bonif-cio, damista que se mostrou satisfeito com o desenlace deste II Open Nacional Cidade de Ermesinde. Correu tudo bem, e posso dizer que estamos a ganhar j uma certa importncia no plano das damas nacionais, sendo a prova disso o facto de termos conseguido trazer este ano atletas de Lisboa e de Setbal, alm de que a FPD escolheu Ermesinde para levar a cabo uma assembleia geral com o intuito de discutir assuntos de algum relevo. A comprovar o cres-cimento e a importncia que este torneio j tem est igualmente o aspeto dos patrocnios, que este ano foram mais do que em 2013, e neste ponto destaco mais uma vez o apoio da JFE. De dizer tambm que conseguimos novamente efe-tuar em paralelo com o torneio principal uma competio destinada s camadas jovens, o que no fcil, pois cativar a juventude para esta modalidade uma tarefa complicada nos dias de hoje, j que os computadores e as consolas levam quase sempre a melhor. Por tudo isto no toa que o Open Nacional Cidade de Erme-sinde j considerado como o segundo maior torneio nacional em termos de participantes logo a seguir ao de S. Joo da Madeira, e isto em apenas dois anos de existncia. Por isso, s temos de estar satisfeitos e continuar a trabalhar para que no prximo ano seja ainda melhor, rematou Bonifcio.

    Pode no ter os (muitos) ttulos e a consequente fama daquele que de forma unnime conside-rado no planeta das damas como o melhor jogador portugus de todos os tempos, o doutor Vaz Viei-ra, mas no deixa de ser tambm uma figura histrica da modalida-de, uma personagem que tem de forma reconhecida desenvolvido um trabalho notvel em prol das damas lusitanas. Dedicao essa merecedora de um forte aplauso na nossa freguesia, pouco antes do incio oficial do II Open Nacional de Damas Cidade de Ermesinde, na sequncia de uma homenagem levada a cabo pelos organizadores do evento. O seu nome Jos Perei-ra, praticante, entusiasta, dinami-zador, e agora tambm professor de uma modalidade com a qual se prendeu de amores h mais de trs dcadas. Ao nosso jornal Jos Pereira traduziu em palavras a emoo vi-vida com surpresa na sequncia desta vnia pblica do mundo das damas sua figura.

    Entrevista com o homenageado Jos Pereira

    A Voz de Ermesinde (AVE): Sucede a Vaz Vieira na lista das grandes figuras das damas a merecer uma homenagem por parte da fa-mlia damstica nacional...Jos Pereira (JP): Sinceramente no contava com esta homenagem. Recebi-a primeiro com surpresa, pois como disse no estava espera, j que em meu entender no sou jogador que te-nha um nvel para receber uma distino como esta. Em toda a minha carreira venci apenas dois campeonatos nacionais do Inatel, e por aqui logo se v que nem de longe nem de perto me posso comparar ao doutor Vaz Vieira, figu-ra ilustre que referiu na pergunta. Nunca vou chegar ao nvel dele. No entanto, considero-me uma pessoa que sempre trabalhou em prol das damas, ando aqui h muitos anos, tenho aju-dado a organizar vrios torneios por esse pas fora, inclusive fui eu que meti na cabea ao Sr-gio (Bonifcio) criar este torneio, que hoje j uma prova com muita qualidade, a qual rene os melhores jogadores nacionais...

    AVE: um torneio com argumentos para ser uma referncia no calendrio da Federao Portuguesa de Damas?JP: Claramente. um torneio que veio para ficar, no tenho dvidas. E no sou s eu que digo isso, mas tambm a maioria dos jogadores nacionais. Pela qualidade que apresenta julgo j ser o segundo maior torneio nacional da mo-dalidade, e no o primeiro porque eu organizo um em So Joo da Madeira que por agora ainda consegue ser superior, pois tem o dobro dos jogadores que este hoje aqui apresenta,

    mas, e volto a repetir, este tem muita qualidade, pois so poucos os torneios, ou opens, como lhe chamam agora, que conseguem reunir um lote to bom de damistas. Posso dizer que os gran-des jogadores portugueses esto c todos, como se pode ver.

    AVE: Voltando agora a centrar-nos na sua figura, disse-nos que apesar de no se consi-derar um vulto da modalidade uma figura que tem trabalho em prol da mesma...JP: Sim, e j l vo 35 anos desde que me iniciei nas damas. Tudo comeou como uma brincadeira quando estava na tropa, quando certo dia o meu grupo foi castigado com uma estadia de um ms no Cuito Cuanavale, em Angola. Um dos meus camaradas de grupo jo-gava damas, e certo dia desafiou-me para uma partida, e foi assim que comecei. A partir dai fui evoluindo, inclusive cheguei a ser campeo distrital l em Angola. Durante estes anos todos tenho ajudado, como disse, a organizar vrios torneios, no s o de S. Joo da Madeira, que considerado o maior do pas, mas tambm o de Romariz, Lobo, Penafiel, Fajes, e vou iniciar este ano o de Vizela.

    AVE: Como figura to ativa e profundamen-te conhecedora do mundo das damas, como que hoje v a modalidade em Portugal?JP: Na minha perspetiva tem havido um de-crscimo em termos de adeso, por dois moti-vos. Primeiro, os jovens de hoje no ligam a isto, tm os computadores e outras ferramentas tecnolgicas que os afastam de modalidades como esta. Segundo, o custo de vida atualmen-te caro, e quer queiramos quer no, andar aqui tem os seus custos, as deslocaes para tor-neios em vrios pontos do pas por vezes so avultadas, o que de alguma forma condiciona

    as pessoas a participar mais vezes neste tipo de provas. O que pena, pois cientificamente est provado que as damas so uma modalidade que evita uma srie de doenas do foro mental.

    AVE: Como assim?JP: Todas as pessoas a partir da casa dos 30 ou dos 40 anos deviam comear a jogar, pois desta forma exercitam o crebro, evitando as-sim doenas como o alzheimer, por exemplo. No entanto, e infelizmente, como j referi, h cada vez menos pessoas a praticar damas, pelas razes que atrs citei, e como tal reconheo que uma modalidade que hoje est envelhecida. Tenho tentado de certa forma contrariar esta tendncia, at porque fui convidado a dar aulas de damas a crianas de uma escola primria e a jovens do ensino secundrio (da zona de S. Joo da Madeira), de modo a ver se consigo extrair um ou dois jogadores para o futuro. A ver vamos. Agora tenho de ir jogar (risos). Obrigado.

    MIGUEL BARROS

    Foto: NDE

    MB

  • 1 de maro de 2014 - A Voz de Ermesinde 3

    400 bilharistas deram cor a uma dezena de competies do universo Bilharsinde

    Bilhar

    ma maratona de cerca de 4000 jogos de bilhar fez deslocar durante uma semana e meia ao Centro Comercial Parque Nas-

    cente (em Rio Tinto) centenas de adeptos na nsia de visionar mais um captulo da histria da Bilharsinde, plataforma bilharstica, cha-memos-lhe assim, nascida na nossa cidade que agrega em si um cada vez maior nmero de competies, as quais tm atrado alguns dos melhores jogadores nacionais da atualidade. Entre 12 e 23 de fevereiro deram vida dezena de competies de pool portugus do universo Bilharsinde organizadas pelo Voxx Clube de Bilhar (de Ermesinde) cerca de 400 atletas, alguns dos quais de topo, casos do bi-campeo nacional Fernando Oliveira, de Manuel Perei-

    ra, que em quatro ocasies se sagrou campeo europeu, do atual detentor do ceptro nacional, Bruno Fumega, ou do jogador portugus mais medalhado de sempre no seio da modalidade, Pedro Grilo. Quanto a vencedores, e so eles que ficam para a histria, o Clube Bilhar os Netinhos fez a festa ao erguer a Taa Bilhar-sinde Jnior, prova que reuniu nove equipas recheadas de futuros craques da modalidade, enquanto que a competio Individual Bilhar-sinde Jnior que contou com a participao de 32 atletas foi ganha por David Leite, bi-lharista do Quinta Amarela. Passo agora para as senhoras para dizer que pelo segundo ano consecutivo o conjunto das Amigas do Bilhar levou para casa a Bilharsinde Cup certame que contou com um total de sete equipas ao passo que no torneio Individual Bilharsinde Cup a festa final foi de novo feito pelas Ami-gas do Bilhar, graas ao triunfo da sua atleta Ins Silva. Fernando Oliveira, um dos nomes sonantes do

    evento, em representao das cores do Paparu-gui Clube de Bilhar venceu a prova de 64 K.O. Individual, ao passo que Jorge Rocha, da As-sociao de Bilhar O Sonho, arrecadou o tro-fu relativo ao certame de 32 K.O. Individual. Com a participao de 23 equipas a Taa Liga Bilharsinde foi conquistada por um dos pesos pesados da modalidade, o combinado do Clu-be Bilhar Pedro Grilo, equipa esta que viu o seu bilharista Joo Leite subir ao lugar mais alto do pdio na prova Individual Liga Bilhar-sinde. Por fim, a Taa Superliga Bilharsinde, que este ano foi parar s mos do Clube de

    Bilhar S. Jos (na imagem), que levou a me-lhor sobre uma concorrncia formada por sete dezenas de equipas. No plano individual, o S. Jos tambm feste-jou, j que Joo Sousa levou para casa a Indi-vidual Taa Superliga Bilharsinde. A cerimnia da entrega de prmios contou com a presena de algumas figuras de fora do mundo do bilhar, casos do presidente da Junta de Freguesia de Rio Tinto, Nuno Fon-seca, e da tesoureira da Junta de Freguesia de Ermesinde, Snia Silva, que ali se encontrava em representao do presidente Lus Ramalho.

    MB

    Depois do tricampeonato de juniores chegou o tricampeonato de cadetes! conquista do tricampeonato de juniores femininos seguiu-se uma semana depois a conquista do... tricampeonato de cadetes femininos! Falamos, como j vem sendo natural ao longo das ltimas temporadas, do basquetebol do CPN, que continua a colecionar ttulos nos escales de forma-o, tantos e to variados que anunciar, por assim dizer, um feito do basket propagan-dista quase um facto corriqueiro! Bom, mas ttulo ttulo, e cada um deles tem um sabor diferente, tal como o de campeo distrital de cadetes femininos alcanado a 2 de fevereiro passado, no Centro de Con-gressos de Matosinhos, onde entre 31 de janeiro e o citado dia 2 de fevereiro decor-reu a fase final do Campeonato Distrital de Cadetes. No primeiro dia de competio o CPN defrontou o Coimbres, equipa esta que havia causado algumas dificuldades turma de Agostinho Pinto na fase regular da prova. Sabendo disso as cepeenistas entraram decididas em cedo mostrarem o seu verdadeiro valor, e com dois perodos iniciais fortes conseguiram desequilibrar o jogo nos minutos iniciais. A vantagem no marcador foi aumentando na segunda par-te, tendo o encontro terminado com uma vitria categrica por 93-45. No outro en-contro da 1 jornada o Desportivo da P-voa vencia o Juvemaia, equipa esta que iria defrontar o CPN no dia seguinte. Sabendo do estilo de jogo mais contido e

    fechado do Juvemaia as atletas ermesin-denses conseguiram simplificar o segundo encontro desta fase final. Com uma pres-so defensiva elevada e fazendo o advers-rio cometer erros consecutivos no seu pro-cesso ofensivo, o CPN teve, semelhana da vspera, dois perodos fulminantes, conseguindo uma vantagem ao intervalo de 36 pontos que lhe permitiu gerir con-fortavelmente os vinte minutos finais, aca-bando por vencer o duelo por 68-29. Mais tarde o Desportivo da Pvoa acabaria por vencer (81-68) o Coimbres e a deciso do ttulo ficava assim adiada para o ltimo dia da fase final, e seria discutido entre erme-sindenses e poveiras. O domingo chegou, e comeou com a equipa do Juvemaia a alcanar o 3 lugar do pdio aps bater a equipa do Coimbres por 52-49, restando a deciso dos dois pri-meiros lugares distritais. Ao contrrio do que as propagandistas fizeram nos jogos anteriores, desta feita no conseguiram entrar decididas, permitindo ao advers-rio alguns pontos fceis, chegando ainda assim ao descanso com uma vantagem de 10 pontos (39-29). At ao final assistiu-se a um jogo de elevada produo ofensiva, com as duas equipas a complicarem a vida uma outra. Entrando no ltimo perodo com a vantagem mxima na partida de 21 pontos, o CPN manteve-se srio e conse-guiu fechar o jogo e o Campeonato Distri-tal com a vitria por 72-63!

    basquetebol

    Juvenis cepeenistas vencem Taa da Associao de Andebol do Porto

    Com uma esclarecedora vitria por 35-15 sobre o Gondomar Cultural (B), a equipa de juvenis da seco de andebol do CPN (na imagem) terminou no passado dia 15 de fevereiro a sua participao na Taa da Associao de Andebol do Porto (AAP), prova que venceu s com vi-trias (14 vitrias em outros tantos jogos). O ttulo j estava garantido desde a 12. jornada, mas os atletas do CPN no facilitaram e fizeram o pleno, naquela que a segunda prova regional mais importante organizada pela AAP.Para alm do primeiro lugar na tabela classifi-cativa, a equipa do CPN garantiu ainda o ttulo de "melhor ataque" da prova, com 501 golos marcados, e preencheu os dois primeiros luga-res da lista de melhores marcadores com dois atletas seus: Hugo Sousa, com 127 golos mar-cados, e Ruben "Rafa" Marques, que atingiu a surpreendente quantia de 184 golos marcados (mais de 13 por jogo, em mdia).Apesar de a competitividade desta prova no se ter revelado a mais elevada, os atletas do CPN no deixaram os seus crditos por mos alheias e fizeram questo de afirmar a sua superiorida-

    de ao longo de todo o seu percurso competitivo. Finda esta competio, a equipa comea agora a preparao da sua participao na prxima prova oficial da AAP, a Taa de Encerramento 2013/2014. Trata-se de uma competio com um grau de dificuldade mais elevado, j que fa-ro parte do quadro competitivo mais algumas equipas com qualidade, mas os juvenis do CPN no podem deixar de partir para ela com expec-tativas de uma boa classificao e, quem sabe, de conquista de mais um ttulo.Voltamos Taa da Associao de Andebol do Porto para referir os nomes que alcanaram este feito para o clube de Erm