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FISCOSoftImpresso
Impressão gerada em 10/01/2013
Publicado em nosso site em 23/11/2012
ICMS/SP - Software - Roteiro deProcedimentosRoteiro - Estadual - 2012/3782
Sumário
Introdução
I - Conceitos
I.1 - Programa de Computador
I.2 - Software de Prateleira
I.3 - Software Personalizado
II - Posicionamento do Estado de São Paulo
III - Programas de Computador - ICMS - Cálculo Específico
III.1 - Base de Cálculo
III.2 - Alíquota
IV - Obrigações Acessórias
IV.1 - Emissão da Nota Fiscal
IV.2 - CFOP - Código Fiscal de Operações e Prestações
IV.3 - Indicação na Nota Fiscal do Dispositivo Relativo à
Base de Cálculo Diferenciada
V - Considerações Finais
V.1 - Importação de Software
V.2 - Devolução de Software
V.3 - Aquisição de software pela Internet
V.4.1 - Entendimento do Poder Judiciário
V.4.1.1 - STF - Supremo Tribunal Federal
V.4.1.2 - STJ - Superior Tribunal de Justiça
Introdução
Preliminarmente convém informar que, a tributação dos
programas de computador pelo ICMS não constitui matéria
pacífica.
Com efeito, há discussões pela incidência exclusivamente do
ISSQN (Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza),
independentemente do meio físico utilizado para armazenar o
programa de computador.
Em que pese todas as discussões que permeiam a tributação
do software, o fato é que, em regra, as unidades Federadas, a
exemplo do Estado de São Paulo, tributam o suporte
informático (ex.: CD - Compact Disc) utilizado para
armazenar o programa de computador.
Ante isto, considerando o caráter eminentemente preventivo
do presente Roteiro, sobretudo com o intuito de demonstrar o
entendimento do Estado de São acerca desse assunto,
trataremos adiante dos procedimentos a serem adotados pelo
contribuinte do ICMS que realiza operações envolvendo
programas de computador, com base no Regulamento do
ICMS, aprovado pelo Decreto nº 45.490/2000 e demais
normas pertinentes.
Adicionalmente, considerando que um suporte informático
vem sempre acompanhado da licença de uso do programa de
computador, realizaremos breves comentários acerca da
discriminação de tais licenças de uso de software, nos
documentos fiscais. Além disso, apresentaremos, de forma
sucinta, o posicionamento do Poder Judiciário acerca dessa
questão.
I - Conceitos
I.1 - Programa de Computador
De acordo com o artigo 1º da Lei nº 9.609/1998, "programa
de computador é a expressão de um conjunto organizado de
instruções em linguagem natural ou codificada, contida em
suporte físico de qualquer natureza, de emprego necessário
em máquinas automáticas de tratamento da informação,
dispositivos, instrumentos ou equipamentos periféricos,
baseados em técnica digital ou análoga, para fazê-los
funcionar de modo e para fins determinados".
Em outras palavras, podemos dizer que um programa de
computador, ou software, como também é conhecido,
possibilita que determinado equipamento, seja de informática
ou não, cumpra determinadas "ordens", atendendo assim sua
finalidade. A título exemplificativo temos: os computadores
de processar, arquivar, classificar dados etc; robôs utilizados
na medicina ou nos diversos segmentos da indústria; dentre
outros.
Fundamentação: artigo 1º da Lei nº 9.609/1998.
I.2 - Software de Prateleira
Denominação dada pelo mercado ao programa de
computador desenvolvido por empresas, em larga escala e de
maneira uniforme.
Por ter livre comercialização no mercado é passível de
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incidência de ICMS, uma vez que é considerado mercadoria.
I.3 - Software Personalizado
Diz-se do programa de computador elaborado sob
encomenda do usuário, com finalidade e uso exclusivo deste.
Representa típica prestação de serviços, sujeita ao ISSQN,
até porque, corresponde ao subitem 1.04 (elaboração de
programas de computadores, inclusive de jogos eletrônicos)
da Lista de Serviços sujeitos ao ISS anexa à Lei
Complementar nº 116/2003.
Por sua vez, o licenciamento ou cessão de direito de uso de
programas de computação, enquadra-se no subitem 1.05 da
Lista de Serviços constante na Lei Complementar nº
116/2003.
Fundamentação: artigo 1º da Lei Complementar nº 116/2003.
II - Posicionamento do Estado de São Paulo
Não obstante todas as discussões que circundam a tributação
do programa de computador, citamos dois posicionamentos
distintos exarados pela Consultoria Tributária da Secretaria
da Fazenda do Estado de São Paulo, manifestados por meio
de Resposta à Consulta:
Primeiramente, destaca-se a Resposta à Consulta nº
691/1986, a qual entende que os chamados softwares de
prateleira ficam sujeitos ao ICMS e os softwares elaborados
sob encomenda (personalizados) ficam sujeitos tão-somente
ao ISSQN, a qual transcrevemos trechos a seguir:"(...)
2. Após esclarecer que a consulta é "sobre os procedimentos
tributários relativos à VENDA DE SOFTWARE", indaga:
I) A venda ao usuário de um software específico ou
generalizado, comercial, industrial, educacional ou de uso
pessoal, seja esse usuário pessoa física ou jurídica, tendo
contratado ou não a implantação do referido software para
uso em computador profissional ou pessoal, pressupõe fato
gerador para incidência de ICM?
II) A colocação do software em estabelecimentos cuja
finalidade é a de comercializar produtos de informática
(computadores, formulários, acessórios), tendo esse
estabelecimento, contratado ou não nossos serviços de
edição, para que seja divulgado o trabalho final a que se
destina tal software (comercial, industrial, educacional ou de
uso pessoal) e que a venda seja realizada por tal
estabelecimento comercial ao usuário final, seja esse pessoa
física ou jurídica, tendo tal estabelecimento incluído seus
custos de divulgação e comercialização do software no preço
final ao usuário, permite duas dúvidas:
a) Existe fato gerador de incidência de ICM quando da saída
dos materiais utilizados nos serviços de edição do software
ao estabelecimento comercial?
b) Existe fato gerador de incidência de ICM na venda do
software ao usuário final, pela empresa comerciante?
3. As questões levantadas, basicamente, dizem respeito a
dois tipos de "softwares" aplicativos: aquele descrito na
questão I, elaborado sob encomenda do usuário final, pessoa
física ou jurídica, para seu próprio uso, que podemos chamar
de "software sob medida" ou "software específico", e aquele
da questão II, elaborado para comercialização genérica e
encontrável em estoque, ou seja, já pré-elaborado para
venda normal ao mercado, a qualquer usuário, que podemos
denominar de "software-produto" ou ainda, "software de
prateleira."
4. Ao primeiro tipo entendemos que, de fato, se trata de
prestação de serviço de programação, tipificado no item 13
da Lista Anexa ao Decreto-Lei nº 406/68, com a redação que
lhe foi dada pelo Decreto-Lei nº 834/69, sujeito, portanto, ao
Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS), de
competência municipal. Com efeito, Bernardo Ribeiro de
Moraes, em sua obra DOUTRINA E PRÁTICA DO IMPOSTO
SOBRE SERVIÇOS, lª edição, página 207 , ao analisar o
item "Programação" da Lista de Serviços, escreve;
"Não tendo limitado o campo dos serviços de programação, o
legislador abrangeu qualquer campo ou tipo de programação.
O item em apreço, além da programação, abrange também
os serviços de processamento de dados, considerada esta
como fase executória de um programa (o programa é que vai
conduzir o computador no processamento de dados)."
(...)
6. Ao segundo tipo de "software", por suas características de
mercadoria a ser colocada no mercado para comercialização,
refoge ao conceito de prestação de serviços e, portanto, do
campo de incidência do ISS. Assim, a saída desse "software"
do estabelecimento da consulente, evidentemente gravado
em suporte físico adequado (disco, fita, disquete, etc.) é
alcançada pela tributação do ICM. Igualmente o é o material
de edição (manual ou folhetos de apresentação, divulgação
ou instrução relativos ao produto) que, eventualmente,
acompanhar a mercadoria, de conformidade com o artigo 2º
da Portaria CAT 54/81, bem como, o subitem 5.2 da Decisão
Normativa CAT nº 02, de 22.07.1985."
Além da consulta indicada, também é importante citar a
Resposta à Consulta nº 494/2011, de acordo com a qual
operações com programas de computador ("softwares"),
personalizados ou não, estão sujeitas à incidência do ICMS,
todavia a base de cálculo do imposto corresponderá ao dobro
do valor de mercado do seu suporte informático. A seguir,
transcrevemos alguns trechos: "(...)
2. Relata que "uma das operações executadas pela empresa
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é a aquisição de software, de um fornecedor localizado no
Estado do Rio de Janeiro, para posterior comercialização a
clientes localizados em outros estados".
3. Esclarece que "o software em questão é importado pela
empresa do Rio de Janeiro, via download. No momento da
entrada na empresa, é emitida uma Nota Fiscal de Entrada
de mercadoria. Conforme legislação específica do estado em
questão, esse produto não sofre tributação do ICMS"
(Decreto nº 27.307/2000, artigo 3º, parcialmente transcrito na
consulta).
4. Expõe que "quando da venda do software à empresa
Consulente, também é emitida uma Nota Fiscal de Venda de
mercadoria".
5. Argumenta que "a empresa consulente não tem como
atividade principal a venda de mercadorias, e sim a
prestação de serviços de implementação de softwares.
Diante desse fato, embora a entrada seja de mercadoria, a
saída é de prestação de serviço".
6. Menciona o Decreto paulista nº 51.619/2007,
transcrevendo seu artigo 1º, e ressalta que "a Prefeitura da
Cidade de São Paulo entende ser o serviço de informática
sujeito ao pagamento do ISS - Imposto sobre Serviços,
conforme previsão na Lei Complementar nº 116/03, artigo 1º
e item 1.05 da Lista de Serviços".
7. Ante o exposto, faz os seguintes questionamentos:
7.1. "requer esclarecimento acerca do entendimento ora
exarado, determinando, face o questionamento, qual o
procedimento indicado para a emissão da Nota Fiscal de
Saída, como prestação de serviço, ainda que o software
tenha dado entrada na empresa como mercadoria e,
também, qual a correta tributação a ser adotada pela
empresa - isenção, ICMS ou ISS".
10. Não obstante, conforme registrado pela Consulente, as
operações com programas de computador ("softwares"),
personalizados ou não, estão sujeitas à incidência do ICMS,
e de acordo com o Decreto paulista nº 51.619/2007, o
imposto estadual será calculado sobre uma base de cálculo
que corresponderá ao dobro do valor de mercado do seu
suporte informático.
11. No caso específico dos softwares comercializados por
meio de download, por não haver suporte fático, não há base
de cálculo e, consequentemente, não há imposto a ser
recolhido. Contudo, ainda que não haja recolhimento do
imposto, tais operações estão inseridas no campo de
incidência do tributo, devendo, por esse motivo, antes de
iniciada a saída da mercadoria, ser emitido o correspondente
documento fiscal."
Fundamentação: Resposta à Consulta nº 691/1986 e Resposta
à Consulta nº 494/2011.
III - Programas de Computador - ICMS - CálculoEspecífico
III.1 - Base de Cálculo
Na operação realizada com programa para computador
("software"), personalizado ou não, o ICMS será calculado
sobre uma base de cálculo que corresponderá ao dobro do
valor de mercado do seu suporte informático, ou seja, do
meio físico que contém o programa.
Nota: Frise-se que apesar de todas as discussões que envolvem
a tributação do programa de computador, o fato é que,
atualmente, o Estado de São Paulo, considera para fins de
tributação pelo ICMS, o valor do suporte informático, ou seja,
do meio físico que contém o programa.
A título exemplificativo, se o suporte físico custar R$ 2,00, a
base de cálculo do ICMS será R$ 4,00.
Sendo assim, a licença de uso que acompanha o suporte
informático será tributada pelo ISSQN.
Nota: Mencionada regra não se aplica aos jogos eletrônicos de
vídeo ("videogames"), ainda que educativos,
independentemente da natureza do seu suporte físico e do
equipamento no qual sejam empregados.
Esclareça-se que, a regra ora em análise possuía como
fundamento legal, até 01/02/2007, o artigo 50 do RICMS,
que foi revogado pelo Decreto nº 51.520/2007; a partir dessa
data passou a ser fundamentada pelo Decreto nº 51.619/2007.
Fundamentação: Decreto nº 51.520/2007, publicado no DOE
de 30/01/2007, com efeitos a partir de 01/02/2007; e Decreto
nº 51.619/2007, publicado no DOE de 28/02/2007, com
efeitos retroativos a partir de 01/02/2007.
III.2 - Alíquota
A alíquota interna de ICMS aplicável nas operações com
suporte informático para programas de computador é de
18%.
Fundamentação: artigo 52, I, do RICMS/SP.
IV - Obrigações Acessórias
IV.1 - Emissão da Nota Fiscal
Nas operações com programas de computador, envolvendo
suporte informático, via de regra, o mercado utiliza Nota
Fiscal conjugada, isto é, um tipo de Nota Fiscal, autorizada
pelo Estado, que permite a documentação de operações
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envolvendo mercadorias e prestação de serviços sujeitos ao
ISSQN.
Na hipótese de nota fiscal conjugada, os dados relativos ao
suporte informático serão indicados, dentre outros, no quadro
"Dados do Produto"; e a licença de uso deve ser discriminada
no campo destinado à prestação de serviços.
Relativamente aos valores da Nota Fiscal conjugada teremos
o seguinte:
a) o campo "valor dos produtos" conterá o valor
correspondente ao suporte informático;
b) o campo "base de cálculo do ICMS" mencionará somente
o valor do suporte informático, que corresponderá ao dobro
do valor originário;
c) o campo "valor total da Nota Fiscal" conterá além do valor
total do suporte informático, o valor relativo à licença de uso
do programa de computador (prestação de serviços sujeitos
ao ISSQN).
Por outro lado, se o contribuinte não utilizar nota fiscal
conjugada, os dados relativos ao suporte informático serão
documentados em Nota Fiscal modelo 1 ou 1-A (estadual); e
os valores relativos à licença de uso serão documentados em
Nota Fiscal de prestação de serviços sujeitos ao ISSQN.
Fundamentação: artigos 127 e 183 do RICMS.
IV.2 - CFOP - Código Fiscal de Operações e Prestações
Na hipótese de Nota Fiscal conjugada, deve-se utilizar os
seguintes CFOP's:
a) Evento: venda de software (suporte informático e licença
de uso)
a.1) 5.102/6.102 - venda: deve ser utilizado somente para
identificar o suporte informático;
a.2) 5.933/6.933 - prestação de serviço tributado pelo ISSQN
- utilizado para identificar as prestações de serviços, de
competência municipal, desde que informados em Nota
Fiscal modelo 1 ou 1-A.
Nota: Eventualmente, uma determinada empresa pode fornecer
somente a licença de uso. Nessa situação, se essa empresa
fizer uso da Nota Fiscal conjugada, utilizará somente o
CFOP 5.933/6.933. É importante salientar que, mencionado
código foi criado justamente para os casos de nota fiscal
conjugada. Antes da criação desse código, muitas eram as
dúvidas dos contribuintes acerca da utilização ou não de
CFOP's em casos envolvendo prestações de serviços
sujeitos ao ISSQN.
b) Evento: compra de software para comercialização (suporte
informático e licença de uso)
b.1) 1.102 / 2.102 - Compra para comercialização;
b.1) 1.933/2.933 - Aquisição de serviço tributado pelo
ISSQN.
c) Evento: compra de software para uso do próprio
estabelecimento (suporte informático e licença de uso)
c.1) 1.556 / 2.556 - Compra de material para uso ou consumo
c.1) 1.933/2.933 Aquisição de serviço tributado pelo ISSQN
Fundamentação: Anexo V do RICMS/SP.
IV.3 - Indicação na Nota Fiscal do dispositivo relativo à
base de cálculo diferenciada
Considerando que a base de cálculo do ICMS é diferenciada
nas operações envolvendo programas de computador (tópico
III do presente Roteiro), ressalta-se que quando o valor da
base de cálculo difere do valor da operação, o contribuinte
mencionará essa circunstância no documento fiscal,
indicando o dispositivo pertinente da legislação, bem como o
valor sobre o qual tiver sido calculado o imposto.
Fundamentação: artigo 187 do RICMS/SP.
V - Considerações Finais
V.1 - Importação de Software
Nos casos de importação de software, para que este não seja
tributado em sua totalidade pelo ICMS, faz-se necessário que
os documentos de importação tragam de forma detalhada o
correspondente ao suporte informático e a licença de uso.
Nesse sentido, destacamos a seguir o disposto no artigo 7º da
Instrução Normativa da Secretaria da Receita Federal nº
327/2003:"Art. 7º O valor aduaneiro de suporte informático que
contenha dados ou instruções (software) para equipamento
de processamento de dados será determinado considerando
unicamente o custo ou o valor do suporte propriamente dito,
desde que o custo ou o valor dos dados ou instruções esteja
destacado no documento de aquisição.
§ 1º O suporte informático a que se refere este artigo não
compreende circuitos integrados, semicondutores e
dispositivos similares ou os artigos que compreendam esses
circuitos ou dispositivos.
§ 2º Os dados ou instruções referidos no caput deste artigo
não compreendem gravações de som, cinema ou vídeo."
Fundamentação: artigo 7º da Instrução Normativa SRF nº
327/2003.
V.2 - Devolução de Software
A nosso ver, não há se falar em devolução de software, uma
vez que a licença de uso é considerada como uma prestação
de serviços, logo não se devolve um serviço já prestado, pois
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o fato gerador já ocorreu, sendo, portanto, devido o imposto
(ISSQN). Em tais situações, na prática, o contribuinte
ingressa com um pedido de restituição junto à
Municipalidade, comprovando que não houve fato gerador
do ISSQN.
Por sua vez, com relação ao suporte informático, por ser
considerado mercadoria, aplica-se a regra geral de devolução
de produtos sujeito ao ICMS.
V.3 - Aquisição de software pela Internet
Na hipótese de aquisição de programa de computador pela
internet, não há se falar em tributação pelo ICMS, haja vista
que por não haver suporte informático, não há base de
cálculo e, conseqüentemente, imposto a ser recolhido. Por
outro lado, haverá a incidência do ISSQN.
A despeito do mencionado acima, informamos que o Estado
de São Paulo entende que mesmo na hipótese de aquisição de
software pela internet, se o software for originário do
exterior, observando-se regra geral do ICMS, deve ser
emitida Nota Fiscal de entrada no estabelecimento, nos
termos do artigo 136, I, "f", do RICMS/SP, conforme
manifestação expressa, por meio da Resposta à Consulta nº
891/1999, a qual transcrevemos trechos a seguir: "1. A Consulente, expondo que ".... realizou uma compra de
um software, para revenda, de uma empresa de fora do país,
sendo que a operação foi realizada via INTERNET e o
software não possui meio físico (CDs, manuais etc.), sendo
distribuído eletronicamente", indaga quais as providências
que deve tomar em relação à escrituração e ao recolhimento
do imposto.
2. De acordo com o artigo 51-A do RICMS/91, em operação
realizada com programa para computador ("software"),
personalizado ou não, o imposto será calculado sobre uma
base de cálculo que corresponderá ao dobro do valor de
mercado do seu suporte informático.
3. Tratando-se de operações de importação realizadas com
software, via INTERNET, por não haver suporte informático,
não há base de cálculo e nem imposto a ser recolhido,
devendo, no entanto, ser emitida e escriturada Nota fiscal,
modelo 1 ou 1-A, relativamente à entrada do software no
estabelecimento (alínea "f" do inciso I do artigo 127 do
RICMS/91).
(...)
Vera Lucia Rodrigues Figueiredo, Consultora Tributária. De
acordo. Cássio Lopes da Silva Filho, Diretor da Consultoria
Tributária."
V.4 - Entendimento do Poder Judiciário
Antes de informamos, sucintamente, o posicionamento do
Poder Judiciário acerca da controvérsia em tela, convém
observar que o foco do presente trabalho não é realizar
análise jurídica, bem como verificação de êxito em eventual
demanda, mas tão-somente de informar, como o Judiciário
vem decidindo o conflito de competências apresentado.
Além disso, as ementas das decisões apresentadas a seguir
somente aproveitam as partes que participaram da respectiva
ação judicial (inter partes), não se aplicando a todos os
indivíduos, de modo geral (erga omnes).V.4.1 - Entendimento do Poder Judiciário
V.4.1.1 - STF - Supremo Tribunal Federal
Em síntese, no STF, até o momento prevalece entendimento
no sentido de que os softwares de prateleira estão sujeitos ao
ICMS e os softwares personalizados estão sujeitos à
incidência do ISS.
Nesse sentido temos os Recursos Extraordinários nºs
176.623-SP e 199.464-9-SP.
Importante observar que mencionados julgados são
anteriores à publicação da Lei nº 9.609/1998 (disciplina a
proteção intelectual e a comercialização dos programas de
computador), assim como, da Lei Complementar nº
116/2003, que inclui taxativamente no rol de serviços
sujeitos ao ISSQN a elaboração e licenciamento de uso dos
programas de computador.
Fonte: www.stf.gov.br.V.4.1.2 - STJ - Superior Tribunal de Justiça
No geral, prevalecem dois entendimentos com relação a
software no STJ, quais sejam:
a) 1ª Turma - maioria entende que os programas de
computador estão sujeitos tão-somente ao ISSQN, uma vez
que a exploração econômica é realizada por meio de
contratos de licença ou cessão de uso. Entretanto não deve se
confundir seu suporte físico, que está sujeito ao ICMS
(Recurso Especial 39.797/SP)
b) 2ª Turma - considera a distinção entre software de
prateleira e personalizado, sendo o primeiro sujeito ao ICMS
e o segundo ao ISSQN (Recurso Especial 216.967/SP;
Recurso Ordinário em Mandado de Segurança 5934/RJ).
Observe-se que, a exemplo do que ocorre com o STF,
referidas decisões são anteriores à publicação da Lei nº
9.609/1998 e à Lei Complementar nº 116/2003.
Fonte: www.stj.gov.br.
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