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 ABR./JUN. 2005  ©RAE  11 1 INDICAÇÕ ES BIBLIOGRÁFICAS DIALÉTICA DO ESCLARECIMENTO: fragmentos filosóficos. Theodo r W. Adorno e M ax Horkheim er. Rio de J aneiro: J orge Zahar Editor, 19 85 . 25 6 p.  Este tr abalho procu ra explicar como o Ilumin ismo e a moder nid ade criar am uma promess a de  libert a çã  o do ser hu mano das restr i çõ  es da nat ureza e do mito, tor nan do poss  í  vel o contr ole sobre a natureza por meio da ci  ê  ncia, a abun d â  ncia mater ial por meio de alta tecn ologia e a  efici ê  ncia de governo por meio da organiza  çã  o racion al da sociedad e. Os aut ores mostr am a  cont rad i çã  o do Ilumi nismo, que tr az em seu bojo a pr  ó  pri a regress ã  o, o retor no s formas primi-  tivas que levam dest ru i çã  o e ao pr  ó  prio apri sionamen to do ind iv í  duo . A CONDIÇÃO PÓS-MODERNA. Jean-François Lyotard. Rio de Janeiro: Ed. José Olympio, 2002. 132 p.  Escrito em 1979, este livro  é  uma das pri meiras obras a difun dir o uso do ter mo p ós-moderno.  Para o aut or franc  ê s, p ós- moderna  é  a condi  çã  o hist  ó  rica e cult ur al da sociedad e capital ista  contemp or  â  nea, que sofreu fortes tr ansforma çõ  es, especialment e calcadas na dissolu çã  o das gran-  des nar rat ivas do Ilumin ismo as metan arr ativas e das ideologias revolucion  á  rias do s é  culo  X IX , que legitimavam tan to as regras do conheciment o das ci ê  ncias quan to as inst itu i çõ  es mo-  der nas. O DISCURSO FILOSÓFICO DA MODERNIDADE. J ürgen Habermas. São Paulo: Editora Martins Fontes, 20 00 . 540 p.  Nesta obra, escrit a em 1985, o fil ósofo alem ã  o faz uma ten tat iva de resgate do projet o da moder-  nid ade, que para ele se configura como incompl eto. Em uma cr  í  tica filosofia p ós-moderna ou  p ós-estrutur alista francesa Habermas defende a id é  ia de que o projet o da moder nid ade deveria ser reco nstr u í  do (n  ã  o descons tr u í  do) com bases no resgate da raz  ã  o comun icativa como for  ç  a  emancip at  ó  ria. THE CONSEQUENCES OF M ODERNITY . Anthony Giddens. Cambridge: Polity Press, 1990. 186 p.  O aut or situ a a moder nid ade nas formas de vida social ou de organiza çã  o que surgir am na Euro-  pa a part ir do s é  culo X V II e que se espalh aram pelo mun do. A firma que n  ã  o vivemos em um  mun do p ós-moderno, mas que estamos experimentando u m per í  odo de alta moder nid ade , no  qual a des-tr adicion aliza çã  o do mun do e o desen caixe ( di sem be dding ) d as rel a çõ  es sociais de  cont extos locais de int era çã  o para novos ajust es de tempo e espa  ç  o se tor nam cada vez mais  rad icais e un iversais. JAMAIS FOMOS MODERNOS: ensaio de antropologia simétrica. Bruno Latour. São Paulo: Editora 34, 1994. 152 p.  O aut or retoma a quest  ã  o do dom í  nio da nat ureza pela cult ur a como um tr a ç  o caract er  í stico da  moder nid ade. A firma que nos ú  lti mos anos houve uma combina  çã  o do nat ur al e do cult ur al, que se mostra por meio da m í  dia, e que faz convergir a pol  í  tica, a ci ê  ncia e a nat ureza em discu rsos.  Mostra que as sociedad es pr é -modernas s ã  o o resul tad o h í  brid o dest a combina  çã  o e que a socie-  dade moder na nun ca ter ia funcion ado baseada nos pri nc  í  pios da separa  çã  o ent re ci ê  ncia e  cult ur a, decorr end o disso a sua tese de que jamais ten hamos sido moder nos. M ODERNIDADE E P Ó S-M ODERNIDADE  H á  um debate importan te entr e os defensores da exist  ê  n-  cia de um a con di  çã  o p  ós-moderna e os que acreditam que  a mod er ni da de ain da n ã  o se esgo t ou. Ent en de -se po r mo-  de rn id ad e a er a em qu e o de sen volvi men t o do con he ci-  men to hum an o pa sso u a te r po r base a r az  ã  o, esp eci al-  men te na su a di men s ã  o in st rum en t al, e a ci  ê  nc ia mod er-  na , qu e su rge a pa rt ir dos s é  cu los XVI e XV II , se in t e-  gra nd o s esfe r as eco n  ô  mic a, po l  í  ti ca, cu ltur al e soc ial .  Nas d é  cad as de 1970 e 198 0, v á  ri os aut ore s afi rm ar am  qu e a mod er ni da de estar ia da ndo lu gar p ó s-modernida-  de , qu an do as gra nd es na rr at ivas ser iam rej eitad as e subs-  t it u  í  da s po r te or ias con t in gen t es e local iza da s. Esse de -  bat e tr az imp lica çõ  es de car  á  t er on t ol  ó  gico qu e re flet em  di re ta men t e na con st ru  çã  o do con he cimen t o na Admin is-  t ra  çã  o. Mario Aquino Alves , pr ofessor da F VG-EAESP,  re comen da as segu in t es obr as:

Bibliografia Pós-Modernidade

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ABR./JUN. 2005 •   ©RAE  • 111

INDICAÇÕES BIBLIOGRÁFICAS

DIALÉTICA DO ESCLARECIMENTO: fragment os fi losóficos. Theodor W. Adorno e Max Horkheimer. Rio de Janeiro:Jorge Zahar Editor, 1985. 256 p.Este trabalho procura explicar como o Iluminismo e a modernidade criaram uma promessa delibertação do ser humano das restrições da natureza e do mito, tornando possí vel o controlesobre a natureza por meio da ciência, a abundância material por meio de alta tecnologia e aeficiência de governo por meio da organização racional da sociedade. Os autores mostram acontradição do Iluminismo, qu e traz em seu bojo a própria regressão, o retorno às formas primi-tivas que levam à destruição e ao próprio aprisionamento do indiví duo.

A CONDIÇÃO PÓS-MODERNA. Jean-François Lyotard. Rio de Janeiro: Ed. José Olympio, 2002 . 132 p.Escrito em 1979, este livro é uma das primeiras obras a difundir o uso do term o “pós-moderno”.Para o autor francês, “pós-moderna” é a condição histórica e cultural da sociedade capitalistacontemporânea, que sofreu fortes transformações, especialmente calcadas na dissolução das gran-des narrativas do Iluminismo – as metanarrativas – e das ideologias revolucionárias do séculoXIX, que legitimavam tant o as regras do conh ecimento d as ciências quanto as instituições mo-dernas.

O DISCURSO FILOSÓFICO DA MODERNIDADE. Jürgen Habermas. São Paulo: Editora Martins Fontes, 2000. 540 p.Nesta obra, escrita em 198 5, o filósofo alemão faz uma tent ativa de resgate do projeto d a moder-nidade, qu e para ele se configura como incompleto. Em um a crí tica à filosofia pós-moderna – oupós-estrutur alista francesa – Habermas defende a idéia de que o projeto da mod ernidade deveriaser reconstru í do (não desconstru í do) com bases no resgate da razão comunicativa como forçaemancipatória.

THE CONSEQUENCES OF MODERNITY. Anthony Giddens. Cambridge: Polity Press, 1990. 186 p.O autor situa a modern idade nas formas de vida social ou de organização que surgiram na Euro-pa a partir do século XVII e que se espalharam pelo mundo. Afirma que não vivemos em ummundo pós-moderno, mas que estamos experimentando um per í odo de “alta modernidade”, n o

qual a des-tradicionalização do mundo e o desencaixe (disembedding) das relações sociais decontextos locais de interação para novos ajustes de tempo e espaço se tornam cada vez maisradicais e u niversais.

JAMAIS FOMOS MODERNOS: ensaio de antropologia simétrica. Bruno Latour. São Paulo: Editora 34, 1994. 152 p.O autor retoma a questão do dom í nio da natureza pela cultura como um traço caracterí stico damodern idade. Afirma que nos últimos anos houve uma combinação do natural e do cultural, quese mostra por meio da mí dia, e que faz convergir a polí tica, a ciência e a natu reza em discursos.Mostra qu e as sociedades pré-modernas são o resultado h í brido desta combinação e que a socie-dade “moderna” nunca teria funcionado baseada nos princí pios da separação entre ciência ecultura, decorrendo disso a sua tese de que jamais tenhamos sido modernos.

MODERNIDADE E PÓS-MODERNIDADE

Há um debat e important e entre os defensores da existên-

cia de uma condição pós-moderna e os que acreditam quea modernidade ainda não se esgotou. Enten de-se por mo-dernidade a era em que o desenvolvimento do conheci-mento humano passou a ter por base a razão, especial-mente na sua dimensão instrumental, e a ciência moder-na, que surge a partir dos séculos XVI e XVII, se inte-grando às esferas econômica, polí tica, cultural e social.

Nas décadas de 1970 e 1980, vários autores afirmaram

que a modern idade estaria dando lugar à pós-modernida-de, quan do as grandes n arrativas seriam rejeitadas e subs-ti tu í das por teorias contingentes e localizadas. Esse de-bate traz implicações de caráter ontológico que refletemdiretamente n a construção do conheciment o na Adminis-t ração. Mario Aquino Alves , p rofesso r d a FVG-EAESP,recomenda as seguintes obras:

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