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Distribuição Gratuíta da Ano III • Edição 11 • Janeiro/Fevereiro/Março 2005. Sacco Comércio, Importação e Exportação de Alimentos Ltda. • BRASIL BOLETIM DE TECNOLOGIA DE LATICÍNIOS Confira os destaques Nesta Edição: Confira o endereço de nosso representante ou distribuidor para a sua região. Sacco Brasil Onde você estiver, fale com a Fone/Fax (19) 3253-5333 [email protected] Lembre-se Lembre-se Salga de queijos em salmoura: mecanismos e controles. Parte II - final Páginas 23 página 4 www.saccosrl.it Caia na rede e visite nossa página. - 4 e

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Distribuição Gratuíta da Ano III • Edição 11 • Janeiro/Fevereiro/Março 2005.Sacco Comércio, Importação e Exportação de Alimentos Ltda. •

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BOLETIM DETECNOLOGIA DELATICÍNIOS

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Lembre-seLembre-se

Salga de queijos em salmoura:mecanismos e

controles.Parte II - final

Páginas 2 3

página 4

www.saccosrl.itCaia na rede e

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A salga de queijos em salmoura:mecanismos e controles. Parte II - finalPerda de peso durante a salga:

Conforme demonstrado na Figura I, logo que o queijo é submerso na sal-moura, inicia-se o processo de troca e, em conseqüência disto, a salmou-ra se enriquece de substâncias solú-veis provenientes do queijo. Esta perda de peso pelo queijo é inerente ao processo e assim, os queijos têm suas dimensões e seu peso reduzi-dos. De um modo geral, pode-se considerar que a redução do peso va-ria de 2 a 4% em relação ao peso do queijo antes da salga. A relação entre a perda de água e o ganho de sal é normalmente de cerca de 2, 50, mas, pode ser influenciada positivamente por fatores tais como: pH e relação superfície/volume do queijo, tempo de salga e concentração de sal e tem-peratura da salmoura. Os principais fatores que afetam a perda de peso dos queijos durante a salga em sal-moura são:·o tempo de salga;·a temperatura da salmoura;·a concentração de sal.

Quanto mais longo o tempo de salga e quanto mais elevadas a temperatu-ra e a concentração de sal da salmou-ra, maiores serão as perdas de peso. A Figura IV ilustra a influencia do tempo de salga na evolução do ga-nho de sal e da perda de peso do queijo Prato durante a salga na sal-moura.

Preparo da salmoura:

A preparação da salmoura é muito simples, constituindo-se em nada mais do que o preparo de uma solu-ção aquosa pasteurizada contendo sal. A concentração máxima que se atinge é de 34,4%, mas na prática é muito difícil ultrapassar a faixa de 25-26%. Para a grande maioria dos queijos, a concentração de sal na sal-moura gira em torno de 20 a 22% a

o15 C. Para as operações de preparo da salmoura pode-se utilizar equipa-mentos especialmente instalados para tal finalidade e que servem tam-

bém para a regenera-ção da salmoura ou os próprios tanques de fabricação de queijos. Quando preparada em tanques, a pasteu-rização é realizada com o uso de vapor direto e em decorrên-cia deste fato, acon-selha-se a adição de um percentual maior de sal para compen-sar a água conden-sada. Dentro deste es-quema de preparo, o resfriamento final da solução é realizado na própria câmara de sal-ga. É importante usar água potável e que não contenha quantidades ele-vadas de sais alcalinos, especial-mente sais de cálcio. O emprego de água cuja dureza é superior a 5 ºTH, além de dificultar a estabilidade da concentração, pode provocar a neutralização da acidez da casca dos queijos e facilitar o crescimento de flora indesejada na superfície dos queijos em geral, principalmente naqueles de massa mole como o Mi-nas Frescal. Quanto ao sal, é impor-tante que seja fino, limpo e preferen-cialmente desulfatado uma vez que os sulfatos de cálcio e magnésio di-minuem a solubilidade do sal e pro-vocam o aparecimento de sabor a-margo. Recomenda-se o uso de sal com teor de SO inferior a 0,020%. 4

No que diz respeito à carga micro-biológica, uma vez que a pasteuri-zação elimina eventuais contami-nantes, a sua importância é maior quando da correção do teor de sal da salmoura em uso onde, cuidados es-peciais devem ser observados. Ape-sar de não exercer influência na ab-sorção de sal, o ajuste do pH, sobre-tudo em salmouras novas, deve ser feito para evitar problemas de defei-tos de casca nos queijos. O pH da salmoura deve ser para um valor mais próximo possível do pH do queijo a ser salgado. Este ajuste po-

de ser feito com o uso de ácido lático ou clorídrico. Deve-se evitar o em-prego de ácidos como o cítrico e o fosfórico, pois, eles dão origem à formação de substâncias tóxicas a partir de derivados da lactose. Final-mente, deve-se considerar que a adi-ção de 0,5 a 0,6% de cloreto de cál-cio contribui na prevenção de defei-tos tais como o amolecimento e a formação de uma camada pegajosa na casca do queijo.

Controles da salmoura:

Os controles a serem realizados e os aspectos a serem considerados em relação a cada um deles são:

·concentração de sal:

Deve ser controlada diariamente. A medição da densidade com o uso de areômetro de Baumé é o método mais comum. Porém, à exceção do caso de salmouras novas, este pro-cedimento, mesmo precedido de fil-tração da amostra, não permite sa-ber com exatidão a concentração de sal da salmoura. O ideal é a realiza-ção de um controle por método quí-míco, por exemplo, uma vez por se-mana.

·acidez e pH:

A acidez indica o tempo de uso ou o “envelhecimento” da salmoura e o pH fornece a concentração iônica da mesma. Os dois parâmetros devem ser controlados. Entretanto, o con-

2,5

2,0

1,5

1,0

0,5

0

12 24 36 48 72

Per

cent

ual

Horas

Figura IV: Evolução percentual do ganho de sal e da perda depeso do queijo Prato durante a salga em salmoura.

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trole do pH é o mais aconselhável, uma vez que o efeito tampão da sal-moura pode fazer com esta apresen-te valores de acidez distintos para valores praticamente idênticos de pH.

·controle sensorial:Apesar de ser um controle apenas qualitativo, o controle do odor da salmoura pode permitir a apreciação de algumas contaminações bacteri-ológicas importantes. Para este con-trole, deixe decantar em uma prove-ta tampada, por 1 hora a 20 - 22 ºC, uma amostra de cerca de 300 ml de salmoura e, após, destampe a pro-veta e sinta o odor. A constatação de odores estranhos indica normal-mente uma contaminação por leve-duras. Paralelamente, pode-se ob-servar a turbidez e a cor da salmoura que, quando em boas condições a-presenta-se límpida e verde-clara.

·análises microbiológicas:

Dois aspectos devem ser controla-dos: o tipo de contaminante e o limi-te máximo de contaminação tolerá-vel. Com relação ao tipo de conta-minantes, os controles devem ser conduzidos de forma a monitorar o desenvolvimento da flora total, das bactérias proteolíticas, dos colifor-mes, mofos e leveduras. Quanto aos limites máximos, deve-se procurar manter os índices de contaminação no patamar mais baixo possível, so-bretudo na salmoura de queijos de mofo branco como o Camembert e o Brie entre outros.

Correções e regeneração:

Ao longo de sua utilização, a sal-moura perde sal e se enriquece em:·matérias orgânicas que facilitam

o desenvolvimento de bacilos putre-fadores,·microrganismos diversos, mofos

e leveduras que causam defeitos de crosta,·lactose e ácido lático que elevam

a acidez e dificultam a absorção de sal e·cálcio e sulfatos que se incrustam

na casca e podem causar sabor a-

margo.

A intensidade desta poluição está di-retamente correlacionada com o tipo de queijo, a higiene da fábrica de modo geral e com a s condições am-bientais da câmara de salga. Os queijos mais úmidos acarretam mai-or poluição da salmoura. Da mesma forma, a má higiene da fábrica e da câmara de salga, bem como o des-controle da temperatura, sobretudo quando se permite a sua elevação, aumentam a intensidade de poluição e por conseqüência, determinam os intervalos de regeneração da sal-moura. A correção do teor de sal de-ve ser diária e pode ser realizada de três formas:·simples adição de sal à salmoura;·através de um depósito com o

fundo furado submerso na salmoura que, permanecendo cheio de sal, permite a reposição sistemática do sal;·através de um saturador acoplado

ao equipamento de tratamento de grandes volumes de salmoura usado nas instalações mais modernas.

Nesta operação, a composição mi-crobiológica do sal a ser usado é pri-mordial. Embora possa parecer pa-radoxal, o sal pode conter cargas consideráveis de microrganismos. Entre os tipos de sal encontrados no mercado, o sal de mina é mais reco-mendado que o marinho, mas, inde-pendente da origem, as contamina-ções são quando o sal é refinado. É importante lembrar que salmouras com baixo teor de sal provocam uma absorção de água maior que a nor-mal e dão origem a uma casca mais úmida e, via de regra, melada em decorrência de uma proteólise acen-tuada na sua superfície. Como a ele-vação da acidez da salmora pode dificultar a absorção de sal, periodi-camente e de acordo com os resulta-dos obtidos através do seu controle, deve-se proceder a sua neutraliza-ção. O produto recomendado para tal é o hidróxido de sódio. Os cálcu-los da quantidade de hidróxido a adi-cionar são feitos com o uso de regras

a partir do princípio de que 1 ºD é igual a 0,1 g de ácido lático por litro de salmoura e que 40 g de hidróxido de sódio neutralizam 90 g de ácido lático. Efetuados os cálculos, o hi-dróxido é adicionado à salmoura sob agitação e a titulação da acidez para aferir a correção só deve ser realiza-da algum tempo após a adição da ba-se uma vez que a reação de neutrali-zação não é imediata. A reposição de cloreto de cálcio é determinada pelo comportamento do próprio queijo devendo ser realizada quando da ocorrência de problemas de peptiza-ção e amolecimento da casca.

A regeneração do ponto de vista físi-co não apresenta grandes entraves para ser realizada uma vez que con-siste na simples filtração da salmou-ra. Esta filtração pode ser obtida de forma manual com o uso de “coado-res com rede de nylon”, no caso de pequenas fábricas ou com uso de fil-tros com by pass instalados, por e-xemplo, no sistema de circulação da salmoura nas fábricas de maior por-te. Esta operação deve realizada roti-neiramente. Com relação aos aspec-tos de poluição química e microbio-lógica, vários processos de regene-ração, geralmente são divididos em dois estágios eventualmente deno-minados como manutenção e rege-neração propriamente dita, podem ser usados. Pelo estágio de manuten-ção, entende-se o trata-mento de re-generação efetuado à base de anti-sépticos tais como a água oxigenada a 30% ou a 130 volumes e o hipoclo-rito de sódio a 12-15% de cloro ati-vo. As doses recomendadas são de 0,02 a 0,03% e 0,50 respectivamente para a água oxigenada e o cloro. En-tre os dois, a água oxigenada é o mais recomendado, pois não provo-ca nenhum tipo de alteração de sa-bor, odor, pH e acidez da salmoura. O uso de cloro implica na não utili-zação da salmoura tratada por um período de 24 horas. Estes tratamen-tos são aplicados periodicamente em função dos resultados obtidos com o controle rotineiro da salmoura. Nor-malmente são realizados semanal-

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T EC N O L O G IA EM LATICÍNIOSBRASIL

105 ºC por 45 minutos. A ultrafiltra-ção a temperatura de 17 ºC em mem-branas com superfície variando de

2 21,4 m a 2,5 m proporciona a elimi-nação quase que total da flora mi-crobiana bem como a diminuição de 20 a 25% do total de cálcio e de fós-foro da salmoura. Considerando-se que a perda de salmoura nos trata-mentos clássicos é de cerca de 10 a 15% do volume tratado, o emprego da ultrafiltração como tratamento de regeneração constitui-se em uma al-ternativa tecnico/econômica inte-ressante uma vez que, apresenta u-ma perda de volume da ordem de 0,6

mente. O estágio denominado rege-neração propriamente dita consiste na aplicação de tratamentos capazes de promover simultaneamente a re-generação química e biológica da salmoura. Esta regeneração pode ser obtida de forma eficiente com o emprego de dois processos:·pasteurização ou esterilização;·ultrafiltração em membranas.

O primeiro consiste no aquecimento da salmoura a uma temperatura i-gual ou ligeiramente superior a 100 ºC durante cerca de 45 minutos. Este tratamento pode ter sua eficiência melhorada quando realizado em presença de microcristais de carbo-nato de cálcio e de sulfato de cal. Estas partículas, com granulometria inferior a 75, são adicionadas no re-cipiente de esterilização na propor-ção de no mínimo 5 g por litro com a finalidade de decompor os bicarbo-natos presentes na salmoura provo-cando a sua precipitação na forma de carbonato de cálcio. Obtém-se o mesmo efeito com os sulfatos de cálcio e os sais de cálcio formados a partir do ácido lático. A eficiência dos resultados químicos e biológi-cos de salmouras assim regeneradas pode ser observada no Quadro II. O tratamento térmico foi realizado a

SACCORepresentantes e distribuidores

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a 1,0% sob a forma de retentado, mesmo funcionando 24 sobre 24 horas. Pelo fato do índice de po-luição variar em função do tipo de fabricação, da intensidade de uso da salmoura, das manipulações e do ambiente dos lo-cais de produção e salga, é relativamente difícil determinar com precisão a perio-dicidade de regeneração da sal-moura. Contudo, sempre que a contagem total da salmoura ultra-passar a 100.000 ufc/ ml, deve-se proceder a uma regeneração via tra-tamento térmico ou via ultrafiltra-ção.

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Salmoura antes do tratamento Salmoura após tratamentoInsolúveis em suspensão Insolúveis precipitados1,55 g/l 4,30 g/l

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0,28 g/l 0,18 g/l

0,74 g/l 0,35 g/l

5,10 4,20

11 26

180 ufc/ml 0 ufc/ml

8000 ufc/ml 0 ufc/ml

100 ufc/ml 0 ufc/ml14000 ufc/ml 0 ufc/ml

Positivo Negativo

162,60 g/l 162,70 g/l

Cácio Cácio

Magnésio Magnésio

Cloro Cloro

Fósforo FósforopH pH

Acidez Dornic Acidez Dornic

Aeróbicos mesofílicos Aeróbicos mesofílicos

Coliformes Coliformes

Micrococos Micrococos

Leveduras Leveduras

Mofos Mofos

Sulfatos - So4 Sulfatos - So4

Quadro II: composição química e microbiológica da salmoura antes e após tratamento.