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PUB PUB JOSÉ ANTÓNIO DE SOUSA, CEO DA LIBERTY, CONSIDERA Estado ainda tem uma intervenção “castrante” na atividade económica Pág. 20 www.vidaeconomica.pt Nº 1504 / 9 de agosto 2013 / Semanal / Portugal Continental J 2,20 www.vidaeconomica.pt DIRETOR João Peixoto de Sousa 9 720972 000037 01504 PUB Novo Regime IVA de Caixa Há vantagens para o seu negócio? Teste já no simulador da Sage · www.sage.pt PUB www. vidaeconomica.pt Vida Económica Boletim do Contribuinte Jornal Fiscal Vida Judiciária Contabilidade & Empresas Trabalho & Segurança Social MERCADOS Resultados operacionais da banca caem 45% Pág. 37 INVESTIMENTO Portugal pode aumentar negócios com o México Pág. 16 A NOSSA ANÁLISE BES Vida Novo Rendimento com taxa de 3,5% Pág. 43 EMPRESAS Conserveira Ramirez investe 18 milhões Pág. 22 QREN atinge taxa de execução de 64,2% No final do primeiro semestre deste ano, a taxa de execução do QREN atingiu os 64,2% e a taxa de compromisso dos fundos disponíveis era já de 97,9%. O volume de despesa validada e de pagamentos efetuados aos beneficiários atinge cerca de 13,8 mil milhões de euros, dos quais 800 milhões realizados no segundo trimestre. Pág. 36 SECRETÁRIO DE ESTADO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA AVISA Funcionários públicos que rescindirem não serão readmitidos Págs. 4 e 5

Boletim do Contribuinte Jornal Fiscal Vida Judiciária ... · O processo de implementação do Sistema de Segurança de Informa-ção foi o resultado de um trabalho integrado de todos

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JOSÉ ANTÓNIO DE SOUSA, CEO DA LIBERTY, CONSIDERA

Estado ainda tem uma intervenção “castrante” na atividade económica

Pág. 20

www.vidaeconomica.pt

Nº 1504 / 9 de agosto 2013 / Semanal / Portugal Continental J 2,20

www.vidaeconomica.pt

DIRETORJoão Peixoto de Sousa

9 720972 000037

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www.vidaeconomica.pt

Vida Económica

Boletim do Contribuinte

Jornal Fiscal

Vida Judiciária

Contabilidade & Empresas

Trabalho & Segurança Social

MERCADOSResultados operacionais da banca caem 45%

Pág. 37

INVESTIMENTOPortugal pode aumentar negócios com o México

Pág. 16

A NOSSA ANÁLISEBES Vida Novo Rendimento com taxa de 3,5%

Pág. 43

EMPRESASConserveira Ramirez investe 18 milhões

Pág. 22

QREN atinge taxa de execução de 64,2%No fi nal do primeiro semestre deste ano, a taxa de execução do QREN atingiu os 64,2% e a taxa de compromisso dos fundos disponíveis era já de 97,9%.O volume de despesa validada

e de pagamentos efetuados aos benefi ciários atinge cerca de 13,8 mil milhões de euros, dos quais 800 milhões realizados no segundo trimestre.

Pág. 36

SECRETÁRIO DE ESTADO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA AVISA

Funcionários públicos que rescindirem não serão readmitidos

Págs. 4 e 5

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PASSOS COELHO

O primeiro-ministro continua a revelar uma enorme inabilidade

política. A nomeação de Maria Luís Albuquerque para ministra das Finanças teve as consequências que se sabe, com a agravante que é raro o dia em que não aparecem notícias sobre aspetos mal explicados no âmbito dos “swap”. É bom que este problema não seja escondido debaixo do tapete, já envolve muito dinheiro e os contribuintes é que estão a pagar os erros de gestão de governantes e “aquela espécie” de gestores públicos. Passos Coelho acaba por ser um dos maiores problemas que se coloca a ele próprio.

2 SEXTA-FEIRA, 9 DE AGOSTO 2013

ABERTURA

Top da semana

MANUEL RAMIREZ

Há algum tempo que não se ouvia falar do grupo conserveiro Ramirez na comunicação social. Agora

a empresa liderada por Manuel Ramirez volta a ser notícia pelas melhores razões. São 18 milhões de euros destinados a uma nova fábrica, que permitirá diversificar o produto e alargar o seu espectro geográfico. Mais uma prova evidente que há quem não baixe os braços, ainda que o contexto económico seja de grandes dificuldades. Mas é também uma prova que em tempos de crise há quem veja janelas de oportunidades.

CARLOS COSTA

O governador do Banco de Portugal tem desenvolvido um papel meritório, revelando que a instituição

é um regulador do mercado. A quebra nos resultados dos maiores bancos é entendida por Carlos Costa como uma necessidade, já que foi necessário reforçar as provisões. Carlos Costa transmite uma sensação de segurança ao mercado, que, aliás, tem sido um dos pilares da sua atuação. Sem problemas, tem assumido posições públicas, nem sempre politicamente corretas. Espera-se que continue a desenvolver este tipo de postura e que seja crítico sempre que necessário.

EXPANSIÓN

Confiança económica melhora na Zona Euro e na UE

A confiança na situação económica por parte de consumidores e empresários continuou a melhorar durante o mês de julho na Zona Euro e no conjunto dos países da União Europeia. As perspetivas são mais otimistas no que toca à produção e aos níveis de encomendas.Na Zona Euro, o aumento da confiança ficou a dever--se à melhoria registada entre os consumidores, os empresários, o setor dos serviços e o comércio de retalho. O único segmento que apresentou uma quebra foi o da construção. A confiança do consumidor cresceu, face a uma avaliação mais positiva das expetativas de emprego e melhores previsões das poupanças nos próximos 12 meses. O sentimento de confiança piorou significativamente na Holanda, mas melhorou em países como a Itália, a Espanha ou a França.

THE WALL STREET

JOURNAL

Taxa de inflação está estabilizada

A economia europeia estabilizou em meados do ano, podendo acelerar nos próximos meses. No entanto, a recuperação será ainda pouco robusta, pelo

menos nos tempos mais próximos, a par de muita incerteza, sobretudo na Zona Euro. A taxa de inflação tem-se mantido estável em 1,6%, na Zona Euro, portanto ainda bastante abaixo do limite dos dois pontos percentuais. Entretanto, as empresas continuam a ter dificuldades em aceder ao crédito, numa altura em que os governos se estão a afastar gradualmente das medidas de austeridade, apostando mais no investimento e no financiamento às empresas de menores dimensões.

LES ECHOS

Alemanha com desemprego mais baixo desde a reunificação

A taxa de desemprego na Alemanha foi de 6,8%, em junho, o que se traduz num total de 2, 9 milhões de pessoas sem emprego. Uma boa notícia é que a economia cresceu fortemente no segundo trimestre e o mercado de trabalho está a beneficiar com a aceleração em causa.Acontece que a taxa de desemprego alemã atingiu o nível mais baixo desde o período da reunificação, facto que contraria a tendência verificada nos parceiros europeus. O que poderá significar que a Alemanha está a aumentar as exportações para países terceiros, ao mesmo tempo que há um crescimento do consumo interno, tendo em conta o sentimento económico mais positivo, quer por parte das empresas, quer dos particulares.

ImprensaEM REVISTA

Internacional ...........Pág. 11

Publicis e Omnicom criam maior grupo de publicidade do mundo

Atualidade .............. Pág. 16

Portugal pode aumentar negócios com o México

Negócios e Empresas Pág. 17

Empresas portuguesas de chocolate estão a investir na exportação

Negócios e Empresas Pág. 18

Projeto Kaizen permite à Lidergraf reduzir desperdício de papel em 30%

PME ........................ Pág. 22

Conserveira Ramirez investe 18 milhões

Fiscalidade ............. Pág. 32

Ofício esclarece sistema de intercâmbio de informações sobre o IVA

Associativismo ...... Pág. 33

Região Minho com bom índice de recuperação de empresas

Associativismo ...... Pág. 35

Espaço Visual organiza missões empresariais a França, Espanha e Estados Unidos

Automóvel .............. Pág. 47

Nova geração Toyota Corolla chega em outubro

Nesta edição

04 Atualidade

Funcionários públicos que rescindirem não podem voltar a trabalhar no Estado

37 Mercados

Resultados operacionais da banca caem 45% e imparidades para créditos sobem 25%

40 Mercados

Custos de financiamento da atividade do retalho aumentaram no último ano

Humor económico

EDITOR E PROPRIETÁRIO Vida Económica Editorial, SA DIRETOR João Peixoto de Sousa COORDENADORES EDIÇÃO João Luís de Sousa e Albano Melo REDAÇÃO Virgílio Ferreira (Chefe de Redação), Adérito Bandeira, Ana Santos Gomes, Aquiles Pinto, Fernanda Teixeira, Guilherme Osswald, Marta Araújo, Patrícia Flores, Rute Barreira, Susana Marvão e Teresa Silveira; E-mail [email protected]; PAGINAÇÃO Célia César, Flávia Leitão, José Barbosa e Mário Almeida; PUBLICIDADE PORTO

PUBLICIDADE LISBOA [email protected]; ASSINATURAS IMPRESSÃO Naveprinter, SA - Porto DISTRIBUIÇÃO

TIRAGEM CONTROLADA TIRAGEM DESTA EDIÇÃO

4000 Município (Porto) TAXA PAGA

R

MEMBRO DA EUROPEAN BUSINESS PRESS

A Capgemini, um dos maio-res fornecedores de serviços de Consultoria, Tecnologia e Outsourcing do mundo, em conjunto com a Sogeti, a sua unidade de serviços profissio-nais locais, anunciou uma nova oferta de serviços orquestrados na cloud designada por SkySi-ght.

Desenvolvida em colaboração com a Microsoft, o SkySight irá permitir a um amplo leque de empresas, desde multinacionais

a PME, integrar, configurar, provisionar e gerir as cargas de trabalho das aplicações basea-das na cloud, a partir de uma oferta de serviços orquestrada e desenvolvida pela Capgemini.

O SkySight permite a imple-mentação de ambientes cloud híbridos, através da utilização das tecnologias cruciais da Mi-crosoft para a cloud, tais como, o Windows Server 2012, o System Center 2012 e o Win-dows Azure. Esta oferta inclui

um portefólio de serviços de infraestruturas e aplicações baseadas na cloud, disponibi-lizados através da loja da Sky-Sight Enterprise Applications. Este portefólio inclui também o Microsoft SharePoint, ferra-mentas de mensagens de tex-to e colaborativas, Microsoft Lync, plataformas de teste, plataformas de computação de elevado desempenho, capacida-de de computação e de armaze-namento.

O Millennium bcp acaba de lançar uma nova aplicação, a M Empresas, que permite aos clientes gerir com total mobi-lidade as suas empresas, atra-vés da consulta às suas contas bancárias, bem como realizar e autorizar operações através de smartphone ou tablet, Apple ou Androi.

Para clientes particulares, o Banco disponibiliza também duas novas funcionalidades, as

transferências por QR Code, que permitem transferir fa-cilmente dinheiro através da aproximação de um smartpho-ne a outro ou partilhando o QR Code por email e redes sociais, bem como o pagamen-to de faturas por leitura ótica, uma funcionalidade pioneira e inovadora no mercado que per-mite o pagamento de faturas através da utilização da câmara do smartphone.

À semelhança da App já existente para particulares, os Clientes Empresa do Millen-nium bcp poderão agora, atra-vés de smartphone ou tablet, autorizar operações, acompa-nhar os saldos e movimentos das contas à ordem, visualizar extratos mensais, consultar de-pósitos a prazo, fazer o paga-mento de despesas correntes, carregar telemóveis e efetuar transferências.

Porto de Sines com certificação ISO/IEC 27001

A Administração do Porto de Sines obteve a certificação do seu Sistema de Gestão de Seguran-ça de Informação de acordo com a norma ISO/IEC 27001:2005. A certificação foi atribuída pela Lloyd’s Register Quality Assurance e tem como âmbito a gestão da se-gurança da informação nos serviços de governação da JUP - Janela Úni-ca Portuária no Porto de Sines, para o suporte aos despachos associados às escalas de navios e às mercadorias carregadas e descarregadas.

Trata-se de um marco impor-tante no processo de implementa-ção da Janela Única Portuária no Porto de Sines, pois, após alguns anos de funcionamento da JUP II, foi agora reconhecida pela Lloyd’s Register Quality Assurance a ma-turidade ao nível da segurança da informação nesta importante pla-taforma de suporte ao negócio do Porto de Sines.

O processo de implementação do Sistema de Segurança de Informa-ção foi o resultado de um trabalho integrado de todos os utilizadores da JUPII no Porto de Sines, desig-nadamente de toda a equipa técnica e operacional da APS, das autorida-des, dos terminais e dos agentes de navegação e despachantes.

Capgemini aumenta serviços para empresas através da cloud

Millennium bcp alarga serviços para smartphones e tablets

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ATUALIDADE

Dos 278 concelhos existentes em Portugal Continental, apenas 70 têm os seus planos diretores municipais (PDM) aprovados, 194 estão ainda em processo de discussão e existem 14 concelhos sem PDM. A denúncia é feita pela AICCOPN — Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas.

A mesma entidade aponta como causa “a complexa teia bu-rocrática” que se apresenta como um dos principais entraves ao desenrolar de todo o processo. “A AICCOPN manifesta-se perple-xa, perante situações de conce-lhos que continuam sem ter em vigor um documento orientador e regulador do desenvolvimento territorial adequado e ajustado às necessidades das populações e dos agentes económicos, de-signadamente no que se refere à concretização de projetos de in-vestimento essenciais para o de-

senvolvimento territorial e para a fixação dos habitantes”, acres-centa.

A AICCOPN refere-se aos PDM “como instrumentos que constituem a base da estratégia de desenvolvimento local, esta-belecendo a estrutura espacial, o traçado das redes de infra--estruturas, a localização dos equipamentos e a classificação do regime do solo (urbano e rural), bem como índices de ocupação do território”, Apontando assim para “a elevada importância que estes Planos têm, pelas repercus-sões que apresentam, na quali-dade de vida dos cidadãos e no desenvolvimento económico dos

concelhos”.“Num momento em que a re-

generação das cidades, a reabi-litação dos centros urbanos e o investimento são assumidos com vetores essenciais para alavancar o crescimento económico, a As-sociação afirma-se preocupada com o facto de, em resultado da-quela situação, “muitos projetos de desenvolvimento concelhio, que poderiam criar emprego e riqueza, não se efetivam ou estão parados”.

Acrescenta que “quando as de-cisões relativamente a esses proje-tos são tomadas, elas acontecem de uma forma pontual, arbitrária e pouco transparente, faltando--lhes uma visão estratégica e sus-tentável sobre o desenvolvimento dos concelhos”.

“Num país que se quer dinâ-mico e moderno, os agentes eco-nómicos não podem aceitar ta-manhas indecisões e dificuldades

processuais para implementar os seus projetos de investimento”. Conclui a AICCOPN que o “país precisa que os PDM estejam em

vigor, assegurando a coerência, a transparência, a qualidade urba-nística e o desenvolvimento ter-ritorial”.

APOIOS TOTALIZAM CERCA DE 1,3 MILHÕES DE EUROS

Fundo de Eficiência Energética vai abrir cinco novos concursos até final do ano

AICCOPN APONTA COMO CAUSA “A COMPLEXA TEIA BUROCRÁTICA”

Maioria dos concelhos não tem PDM aprovado

FERNANDA SILVA [email protected]

Cinco novos concursos para financia-mento de projetos no domínio da sus-tentabilidade e eficiência energética se-rão lançados ainda este ano, ao abrigo do Fundo de Eficiência Energética (FEE).

A abertura dos cinco novos avisos do FEE para 2013, que totalizam cerca de 1,3 milhões de euros de apoios previs-tos, foi já aprovada pela Comissão Exe-cutiva do Plano Nacional de Acão para a Eficiência Energética (PNAEE) e visam apoiar projetos tecnológicos nos setores dos Transportes, Residencial e Serviços, Indústria (incluindo Agricultura), Esta-do e Comportamentos.

Assim, na área Transportes, e em concretização dos programas Sistema de Eficiência Energética nos Transpor-tes e Mobilidade Urbana, com um fi-nanciamento total elegível de 350 mil euros, serão lançados, respetivamente, os avisos “Enchimento de Pneus por Ni-trogénio 2013”, destinado à aquisição de unidades de enchimento de pneumá-ticos com nitrogénio, e “Promoção da Mobilidade Urbana Sustentável 2013”, destinado a apoiar “Planos de Mobili-dade e Transportes (PMT)” ou “Planos de Mobilidade de Empresas e Polos Geradores e Atractores de Deslocações (PMEP)”.

Área residencial e serviços com o maior financiamento

Para a área Residencial e Serviços, e no âmbito do programa Renove Casa e Escritório, com um financiamento total elegível de 355 mil euros será lançado o aviso “Edifício Eficiente 2013”, des-tinado a promover a reabilitação de edi-

fícios mediante o apoio à implementa-ção de soluções de eficiência energética traduzidas em intervenções em edifícios residenciais unifamiliares e multifami-liares, como por exemplo a instalação de recuperadores de calor a biomassa, potenciando a redução dos consumos de energia em casa.

Ao nível da Indústria, em linha com

o programa Sistema de Eficiência Ener-gética na Indústria, será lançado o avi-so “SGCIE: Incentivo à promoção da Eficiência Energética 2013”, com uma dotação orçamental de 350 mil euros, destinado a conceder apoios para a re-alização de auditorias energéticas, bem como para a instalação de equipamentos e sistemas de gestão e monitorização dos consumos de energia, enquanto ferra-menta de apoio à implementação de me-didas de eficiência energética constantes do Sistema de Gestão dos Consumos Intensivos de Energia (SGCIE).

Por fim, para a área Estado, e em con-cretização do programa Eficiência Ener-gética no Estado, o aviso “Sistemas de Controlo de Tráfego Eficientes 2013”, dotado de uma verba de 250 mil euros, destina-se a conceder apoios a projetos que tenham como objetivo o aumento daeficiência energética da Iluminação Públi-ca existente em Sistemas de Controlo de Tráfego.

As dotações orçamentais para cadaaviso poderão ser reforçadas, e lança-dos outros avisos, em detrimento dosprevistos nas áreas de atuação definidaspara 2013, de acordo com as medidas constantes na Estratégia para a Eficiên-cia Energética - PNAEE 2016 ou casoexista orçamento remanescente dos Avi-sos lançados em 2012.

Programa Renove Casa e Escritório tem um financiamento total elegível de 355 mil euros.

Convenção de dupla tributação com Chipre Acaba de ser publicado o Aviso n.º 87/2013, de 1 de agosto, que aprova o Acordo entre a Re-pública Portuguesa e a República de Chipre para Evitar a Dupla Tributação e Prevenir a Eva-são Fiscal em Matéria de Impostos sobre o Rendimento. O acordo entrará em vigor no dia 16 de agosto de 2013.

SEXTA-FEIRA, 9 DE AGOSTO 2013 3

“Os atrasos na revisão dos PDM são incomportáveis”, afirma Reis Campos, presidente da AICCOPN.

Há processos que se arrastam por períodos superiores a um ano

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TERESA [email protected]

Vida Económica – Afirmou à “Vida Económica” numa en-trevista em janeiro último que está a ocorrer um ajustamento de grande dimensão na Admi-nistração Pública que não de-verá ficar longe, no espaço de quatro a cinco anos, de uma redução líquida na ordem dos 70 ou 80 mil trabalhadores. Esse número mantém-se ou

será ainda superior?Hélder Rosalino - O redimen-

sionamento do Estado impõe-se não só por razões de exigência fi-nanceira, mas também pela neces-sidade de recomposição do perfil funcional dos quadros, visando uma Administração Pública [AP] eficiente e modernizada. Os da-dos de emprego nas administra-ções públicas divulgados através da Síntese Estatística de Empre-go Público (SIEP) demonstram uma redução de fim de período (entre 2012 e 2011) de cerca de 28 mil trabalhadores. Nesse con-texto, mesmo com um programa de renovação seletiva dos quadros da AP, a redução líquida indica-da [70 ou 80 mil trabalhadores] é perfeitamente exequível num horizonte de quatro/a cinco anos.

VE - Que poupança, em ter-mos financeiros, representa para o Estado esta redução

de funcionários públicos? Mantêm-se os 0,2% do PIB, equivalente a 330 milhões de euros, de que nos falou?

HR - A estimativa de 330 mi-lhões de euros representa a redu-ção da massa salarial associada a uma redução anual de 2%, no conjunto das administrações pú-blicas.

VE – E qual é o montante máximo das indemnizações que o Estado está disposto a pagar?

HR - No programa de resci-sões amigáveis, em vigor de 1 de setembro a 30 de novembro de 2013, as condições da com-pensação por cessação voluntária de contrato dependem da idade do trabalhador (cf. tabela). O valor final da compensação por rescisão amigável depende da re-muneração (salário base e suple-mentos com caráter permanente)

“Nas rescisões por mútuo acordo não há lugar a subsídio de desemprego”, confirmou à “Vida Económica” Hélder Rosalino, secretário de Estado da Adminis-tração Pública.

SECRETÁRIO DE ESTADO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ESTIMA REDUÇÃO DE 330 MILHÕES DE EUROS

Funcionários públicos que res não podem voltar a trabalhar

ATUALIDADE

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“Os dados de emprego nas administrações públicas divulgados através da Síntese Estatística de Emprego Público (SIEP) demonstram uma redução de fim de período (entre 2012 e 2011) de cerca de 28 mil trabalhadores”

Porto de Lisboa aumenta em 35% movimentação de graneis sólidos

O Porto de Lisboa registou um crescimento de 34,7% na movimentação de graneis sólidos, em julho, tendo sido movimentadas mais de 104 mil toneladas, face a igual período do ano passado. Verificou-se um forte contributo da movimentação de graneis agroalimentares, os quais representaram mais de 60% do total.

Indústria volta ao crescimento na Zona EuroO crescimento regressou à Zona Euro no que toca à atividade industrial, em julho. Foi a pri-meira vez em dois anos e os indicadores são encorajadores, de acordo com dados da Markit. A atividade industrial subiu em todos os países da Zona Euro, exceto em Espanha. Estes resulta-dos sucedem-se a outros não menos animadores, como a melhoria da confiança das empresas e dos consumidores e uma ligeira descida da taxa de desemprego, também em dois anos. É possível que a região saia da recessão no terceiro trimestre.

4 SEXTA-FEIRA, 9 DE AGOSTO 2013

O Estado vai poupar 330 milhões de euros, o equivalente a uma redução anual de 2% da massa salarial no conjunto das administrações públicas, com a saída de 70 a 80 mil funcionários públicos nos próximos quatro/cinco anos, revela o secretário de Estado da Administração Pública.Em entrevista à “Vida Económica”, Hélder Rosalino também confirma que a aceitação da rescisão do vínculo com o Estado (unilateral ou por acordo) impede os funcionários de voltarem a exercer funções públicas, mesmo que na administração indireta do Estado ou em órgãos regionais e autárquicos, durante o quádruplo do tempo equivalente ao da sua indemnização.

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auferida pelo trabalhador e pelos anos de antiguidade. Por exem-plo, para um trabalhador com 49 anos e 30 anos de antiguidade, se a remuneração mensal for de mil ou de 1500 euros, receberá 45 mil ou 67 500, respetivamente. O valor das indemnizações por cessação de contrato em caso de não recolocação em funções após requalificação, segue o regime transitório do valor de compen-sação por despedimento do setor privado - a prever no anteproje-to de Lei Geral do Trabalho em funções públicas, cuja entrada em vigor se perspetiva para 1 de janeiro de 2014 (diploma em pro-cesso negocial). O montante a pa-gar dependerá, no primeiro caso, do número de adesões elegíveis ao programa de rescisões voluntárias (da iniciativa dos trabalhadores) e, no segundo caso, apenas se hou-ver processos formais de reorga-nização de serviços (da iniciativa de dirigentes) com aplicação do sistema de requalificação. Nestes, e para o conjunto de trabalhado-res que venham a ser colocados em requalificação, apenas nos ca-sos em que não haja colocação em funções após o período de 12 me-ses de requalificação, está prevista a cessação do contrato, com pa-gamento de indemnização e atri-buição de prestação equivalente à do subsídio de desemprego, nos mesmos moldes do que se aplica no setor privado.

VE - A proposta de lei que regula o sistema de requali-ficação de trabalhadores em funções públicas foi a semana passada aprovada na especia-lidade, sendo que o regime de mobilidade especial prevê um período máximo de 12 meses. Quantos funcionários públicos conta que poderão transitar para este regime da mobilida-de?

HR - Apenas os funcionários

que se encontram no sistema de mobilidade especial, aquando da entrada em vigor do novo siste-ma, é que transitam para o novo sistema de requalificação. O pro-grama de requalificação tem uma duração de 12 meses. Nos pri-meiros seis meses, o trabalhador recebe dois terços da sua remune-ração mensal. Nos segundos seis meses, o trabalhador recebe me-tade da sua remuneração mensal. O valor da retribuição mensal durante o período de requalifica-ção não pode ser inferior ao sa-lário mínimo nacional. Ao todo, o trabalhador recebe os mesmos 14 meses de remuneração. Du-rante os 12 meses do programa, o trabalhador pode ou não ser reintegrado na Administração Pública. Se ao fim dos 12 meses não tiver encontrado colocação, opera a cessação do vínculo la-boral. Aquando da cessação, o trabalhador tem direito a receber uma compensação por cessação de contrato e subsídio de desem-prego durante um período que varia em função da idade e anti-guidade nos mesmos moldes que para o setor privado.

VE - Nas rescisões amigáveis vai ou não haver direito a sub-sídio de desemprego?

HR - Nas rescisões por mútuo acordo não há lugar a subsídio de desemprego.

VE – Quanto aos trabalhado-res cujos contratos não sejam renovados e que venham a ser despedidos, está contabilizado qual é o montante financeiro dos encargos com o seu subsí-dio de desemprego?

HR - Sendo contratos a pra-zo significa que a responsabi-lidade é da Segurança Social, pelo que não tenho a informa-ção que solicita, nem qualquer estimativa.

VE – E em que fase está o processo de convergência dos regimes de proteção social en-tre o setores público e privado?

HR - Esse processo está a ser preparado em termos técnicos.

VE - Os trabalhadores que agora sejam dispensados po-derão um dia voltar a ser tra-balhadores do Estado?

HR – De acordo com o artigo 11º da Portaria n.º 221-A/2013, de 8 de julho, a aceitação impede o trabalhador de constituir nova relação de vinculação, a título de emprego público ou outro, incluindo prestações de serviços com os órgãos e serviços das ad-ministrações direta e indireta do Estado, regionais e autárquicas. E incluindo as respetivas empresas públicas e entidades públicas em-presariais e com quaisquer outros órgãos do Estado ou pessoas cole-tivas públicas, durante o número de meses igual ao quádruplo do número resultante da divisão do montante da compensação atri-buída pelo valor de 30 dias de re-muneração base, calculado com aproximação por excesso.

cindirem para o Estado

ATUALIDADE

SEXTA-FEIRA, 9 DE AGOSTO 2013 5

Execução orçamental de acordo com as previsõesA execução orçamental, até ao passado mês de junho, decorreu de acordo com as previsões. A Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) refere que o défice orçamental se cifrou em 4 157 milhões de euros. Apesar da execução não apresentar desvios, relativamente às estimativas, a uni-dade técnica do Parlamento para o Orçamento não deixa de avisar para a necessidade do Governoestar atento à descida nas contribuições para a Segurança e o aumento que se tem registado ao nível da despesa do Estado, especialmente no que respeita às pensões e aos subsídios de desemprego.

Volatilidade nos preços não impede aumento da área de milhoA área cultivada com milho para grão registou um aumento de 7%, face ao ano passado, para um total de quase 102 mil hectares, de acordo com a Associação Nacional dos Produtores de Milho e Sorgo (Anpromis). “Este aumento reflete o significativo esforço do investimento efe-tuado pelos produtores nacionais de milho, num ambiente de elevadas restrições financeiras e confirma o produto como a cultura arvense com maior expressão em Portugal, ocupando cerca de 40% da área total de cereais”, refere a associação em comunicado.

Condições da compensação por cessação de contratoIDADE DO TRABALHADOR CONDIÇÕES

Inferior a 50 anos 1,5 meses de remuneração e suplementos por ano de serviço

Entre 50 e 54 anos 1,25 meses de remuneração e suplementos por ano de serviço

Entre 55 e 59 anos 1 mês de remuneração e suplementos, por ano de serviço

Nota: Simulações em: http://www.dgaep.gov.pt/upload/programa/

“O programa de requalificação tem uma duração de 12 meses. Nos primeiros seis, o trabalhador recebe dois terços da sua remuneração mensal. Nos segundos seis meses, recebe metade da remuneração”

A primeira coisa que recebi quando deixei o avião que me trouxe ao Porto foi um mapa turístico da cidade, com todas as principais atrações turísticas. Os meus olhos recaíram de imediato num circuito de camioneta “hop-on hop-off ”, incluindo dois passeios pela cidade, uma ida opcional à Ribeira e uma visita às famosas caves de Vinho do Porto, com uma prova gratuita desse néctar. Mas o mapa não foi tão útil como eu pensava. Como descobri alguns dias depois, também é possível alugar um helicóptero ou realizar um passeio de elétrico. Conheci uma cidade com um leque muito diversificado de atrações e para todo o tipo de pessoas. Os turistas que estão interessados na sua história têm a oportunidade de visitar os diferentes museus, por exemplo o Museu do Vinho do Porto ou o Museu do Carro Elétrico. Também os muitos conventos e a catedral convidam os turistas a visitarem a cidade velha, onde podem marcar lugar para uma ida às quintas de Vinho do Porto e aos seus arredores. Os estrangeiros que pretenderem apreciar o ambiente da cidade podem utilizar vários veículos de aluguer, como bicicletas, scooters ou até iates. A costa da cidade disponibiliza entretenimentos aquáticos e com bola, designadamente lições de surf, pesca ou voleibol. Depois, os turistas podem apreciar a gastronomia do Porto, quer junto ao rio, quer nas ruas labirínticas que formam a cidade velha.Como é possível que o Porto, com todas estas atrações turísticas, ainda não se tenha tornado um destino por excelência para os estrangeiros? Em todo o caso, o potencial de se tornar uma metrópole do turismo existe, mas está adormecido. Muitas das pessoas que chegam ao porto não são informadas sobre as possibilidades e oportunidades de que dispõem, na medida em que muitas das ofertas estão

escondidas em numerosas páginas web, difíceis de encontrar. O problema que qualquer grande cidade tem com que se defrontar prende-se com a sua limpeza. Várias ruas são antigas, estão em má conservação e sujas. As casas, os importantes símbolos da cidade antiga, estão em decadência. Muitas casas estão vazias, as janelas e as portas destruídas e as fachadas repletas de “graffiti”. Os hotéis e as pensões estão, com frequência, delapidados. As renovações e o (re)desenvolvimento são dispendiosos, mas causam uma impressão muito positiva nos visitantes.Mas o principal problema é outro. O Porto é uma cidade de elevada densidade de construção, com toda uma série de becos e vielas. Enquanto estrangeira, é-me muito difícil orientar nesta grande cidade. O Porto precisa de um sistema sinalético mais completo e detalhado para os turistas. Várias grandes cidades têm um mapa em cada esquina, com todas as informações sobre as atrações turísticas. Por outro lado, a informação deve ser o mais detalhada possível. Também terá de haver uma brochura idêntica com toda a informação sobre circuitos, passeios e vistas, de modo a que o turista beneficie de todas as oportunidades que se lhe colocam. Não menos importante será o desenvolvimento de publicidade sobre a cidade na televisão ou junto de agências de viagens, de modo a que as pessoas sejam confrontadas com as vantagens do Porto e fiquem interessadas na cidade.O Porto tem tudo aquilo que uma cidade turística necessita, mas tem de se esforçar por se tornar mais famosa e popular e tem de mostrar aos visitantes que existe oferta disponível.

Veja a versão original no site da Vida Económica: http://www.vidaeconomica.pt/potential-sleeps-porto

O potencial adormecido da cidade do Porto

AILEEN KIERSTEINestagiária de jornalismo

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AILEEN [email protected]

As relações entre a companhia aérea de baixo custo Ryanair e o Turismo de Portugal (ITP) atingiram o ponto de rutura. A com-panhia aérea irlandesa afirma que o Turismo de Portugal rejeita o plano de crescimento para o aeroporto de Faro, mas a entidade na-cional nega as acusações, com o argumento que em causa estão fundos públicos. As duas entidades recusaram a divulgação do valor envolvido.

A Ryanair não compreende que o Estado português não esteja interessado em aumen-tar o tráfego de passageiros no aeroporto de Faro em cerca de 35% durante o próximo inverno. A companhia pretendia estabelecer três novas rotas a partir de Dortmund, Co-lónia e Memmingen. A oferta aumentaria os voos semanais de 68 para 92 e atrairia mais de 70 mil novos passageiros. Considera a empresa que não faz sentido o aeroporto de Faro perder a oportunidade de obter mais tráfego, novo crescimento e até novos postos de trabalho. “É surpreendente que uma or-ganização cuja missão é promover o turismo no Algarve, ignore a maior companhia aé-rea europeia de baixo custo e a primeira em Faro, particularmente num momento em que a taxa de desemprego se cifra em 18%, em Portugal”, refere Robin Kiley da Ryanair. “Acreditamos que o tráfego aéreo vai crescer muito rapidamente, em resultado da coo-peração da Ryanair com outras companhias aéreas.”

Três milhões para promoção de torneio de golfe

Os responsáveis da Ryanair tomaram conhecimento que o Turismo de Portu-gal investiu três milhões de euros na pro-moção de um torneio de golfe, em vez de cooperar com a companhia, de modo a serem solucionados problemas sazonais, como estava acordado originalmente. A Ryanair pediu um investimento em ma-rketing por parte do Turismo de Portu-gal para encorajar o aumento de 70 mil

passageiros. A proposta acabou por ser rejeitada.

A companhia aérea garante que apenas pediu o apoio em matéria de marketing e publicidade, não para outras atividades. De acordo com as declarações da empresa, o apoio requerido representa uma pequena fração do valor disponível no Turismo de Portugal para a economia local, num mon-tante de cerca de 35 milhões de euros.

Turismo de Portugal rejeita acusações

O Turismo de Portugal rejeita as acusa-ções da Ryanair. Refere o seu diretor, Paulo Gomes: “Não é verdade que tenhamos rejei-tado o plano de expansão do aeroporto de Faro. Não pretendemos impedir a Ryanair de aumentar o seu número de voos ou de rotas no Algarve. Meramente rejeitamos pa-

gar o dinheiro pedido para a companhia re-forçar as suas operações.” Afirma ainda que os valores não são proporcionais ao esforço financeiro necessário por parte da compa-nhia, tendo em conta as atividades promo-cionais previstas.

O grupo Ryanair parece ter beneficiado do apoio de várias instituições públicas para

desenvolver e implementar os seus projetos. No entanto, a maioria dos voos contrata-dos para a importante época de inverno foi cancelada. Por outras palavras, “no passado a Ryanair propôs a criação de novas rotas e voos para o Algarve durante o inverno, que foram subsequentemente cancelados pela companhia, apesar do apoio disponi-bilizado”, adianta o Turismo de Portugal. A Ryanair, por seu lado, assume que quer cumprir as obrigações contratuais em Faro, até porque a companhia é responsável por cerca de um terço do tráfego global naquele aeroporto.

Sobre o investimento de três milhões de euros num torneio de golfe, o Turis-mo de Portugal não se pronuncia sobre esta matéria e afirma que “pretende con-tinuar a dar passos para contribuir para o aumento do número de turistas em Portugal”.

Ryanair e Turismo de Portugal em desacordo sobre a expansão de Faro

A companhia pretendia estabelecer três novas rotas a partir de Dortmund, Colónia e Memmingen

AEPF melhora gestão de resíduos industriaisA Associação Empresarial de

Paços de Ferreira (AEPF) e a Re-colha Resíduos Industriais (RRI) renovaram o protocolo de coo-peração que concede condições mais vantajosas para as empresas associadas nos serviços prestados por esta, nomeadamente na va-lorização de resíduos industriais, em detrimento da simples elimi-nação.

O conceito de desenvolvimen-to sustentável como “o que sa-tisfaz as necessidades atuais, sem

pôr em risco a possibilidade das gerações futuras satisfazerem as suas” é um desafio atual na estra-tégia de qualquer organização.

Assim, numa altura em que a responsabilidade social está na agenda e a opinião pública exige às empresas o cumprimento in-tegral das responsabilidades am-bientais, começa a ser prioritário a adoção de elevados padrões de qualidade ambiental. E importa recordar que a presente legisla-ção imputa a responsabilidade

do destino final dos resíduos a quem os produz. Desta forma, a implementação de uma política ambiental pelas entidades produ-toras inclui, obrigatoriamente, a gestão dos resíduos produzidos, o armazenamento e o destino final.

A empresa RRI presta servi-ços de gestão global de resíduos (banais e perigosos), de limpeza urbana e industrial, de abasteci-mento de águas para consumo e tratamento de águas residuais do-mésticas e industriais.

ATUALIDADE

6 SEXTA-FEIRA, 9 DE AGOSTO 2013

AT descobre 450 empresas sem registoAs novas regras de transporte de mercadorias começam a cumprir um dos objetivos desejados. Em julho, a autoridade tributária detetou a presença de 450 empresas inexistentes. São organiza-ções que recebem bens e produtos, mas não estão registadas junto da AT, o que significa que não pagam os respetivos impostos. Através das novas regras de transporte de mercadorias, o fisco fica em condições de controlar a faturação, o IVA, o IRC e o lucro de qualquer empresa. O processo não é complicado, tendo em conta as novas tecnologias e o cruzamento de dados.

Especialistas defendem redução do IVA na restauraçãoO Governo português deve baixar o IVA na restauração para 13%, de acordo com a esmaga-dora maioria dos especialistas do Barómetro Academia do Turismo do IPDT. A medida teria um efeito positivo no turismo e na economia. O mesmo estudo adianta ainda que a recente crise política teve um impacto muito reduzido na atividade turística. O painel apresenta um nível médio da confiança de cerca de 70%, o valor mais alto desde há dois anos, o que leva a supor uma possível atenuação da recessão no setor do turismo.

Projeto da Ryanair aumentaria o tráfego de passageiros no aeroporto de Faro em cerca de 35% durante o próximo inverno.

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O embaixador de França, o presidente da Câmara de Co-mércio e Indústria Luso France-sa e o vice-presidente da Allian-ce Française visitaram as caves de Azeitão a convite de Luís Rodrigues

A bem conhecida ligação de Luís Rodrigues à fileira vitiviní-cola, enquanto parlamentar, e a sua visão estratégica que faz das denominações de origem nacio-nais uma das alavancas do setor turístico e hoteleiro, esteve na origem do lançamento de inicia-tivas pioneiras, como as provas de vinhos da Península de Setú-bal na Assembleia da República, ou as apresentações e jantares vínicos em Estrasburgo e Ar-zon, na França, e em Bruxelas, na Bélgica.

O esforço de uma década em prol da viticultura da região, reconhecido pela Confraria do Moscatel no Capítulo de 2011, aquando da sua entronização, teve seguimento nos convites aos embaixadores de Angola e da Hungria para visitarem a região

e conhecerem os seus vinhos. A iniciativa continua em 2013, já no âmbito da candidatura de uma eleição autárquica, mobi-lizando para a causa dos vinhos produzidos no concelho de Se-túbal um conjunto de individu-alidades de origem francesa para uma visita às caves da José Maria da Fonseca, a 30 de julho.

O presidente do Conselho de Administração da centenária empresa sedeada em Azeitão, António Soares Franco, recebeu o embaixador de França, Pascal Teixeira da Silva, e dois outros lideres da comunidade empre-sarial francesa em Portugal, Bernard Chantrelle, presidente do Conselho de Administra-ção da Câmara de Comércio e Indústria Luso-Francesa e Inês de Mena e Mendonça, vice-pre-sidente da Alliance Française, que se juntam a Luís Rodrigues e ao candidato da coligação “Por Setúbal, Por Si” à União das Freguesias de Azeitão, João Pedro Nunes.

Luís Rodrigues espera que es-

tas e outras iniciativas promo-cionais dos vinhos e de outras denominações de origem e pro-dutos tradicionais de qualidade

produzidos em Setúbal permi-tam potenciar a sua divulgação e valorização em mercados inter-nacionais, auxiliando o esforço

e investimentos realizados nosúltimos anos pela entidade certi-ficadora e os agentes económicos da região.

Comitiva empresarial francesa visitou região vitivinícola de Setúbal

ATUALIDADE

SEXTA-FEIRA, 9 DE AGOSTO 2013 7

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António Maria Soares Franco, administrador da José Maria da Fonseca, o presidente do Conselho de Administraçãoda JMF, António Soares Franco, Inês de Mena e Mendonça, da Alliance Française, Embaixador de França, Bernard Chantrelle, Luís Rodrigues, senhora de Bernard Chantrelle e embaixatriz Pascale Teixeira da Silva.

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DELFINA LEAL, ADMINISTRADORA DA SABUGAL+, AFIRMA

“A inovação é a forma mais eficaz As empresas, as instituições de ensino e de ciência e tecnologia, os organismos públicos e as organizações ligadas à economia social só podem ser competitivas e sustentáveis se apostarem na inovação. Esta a opinião de Delfina Leal, administradora da Sabugal+.O novo quadro comunitário que sucederá ao atual QREN e irá vigorar entre 2014 e 2020 será determinante para Portugal, mas para isso “é necessário saber aproveitá-lo e começar a refletir sobre o mesmo desde já”. É a conclusão dos intervenientes do “workshop” sobre “Oportunidades de Cofinanciamento da Investigação, Desenvolvimento e Inovação (IDI)”, realizado no Auditório Municipal do Sabubal.VIRGILIO [email protected]

“A inovação é reconhecida como a forma mais eficaz de garantir a competitividade e a sustentabilidade das empresas, instituições de ensino e de ci-ência e tecnologia, organismos públicos e organizações ligadas à economia social”, afirmou Del-fina Leal, presidente da empresa

municipal Sabugal+, durante o workshop “Oportunidades de Cofinanciamento da Investiga-ção, Desenvolvimento e Inova-ção (IDI)”.

Neste encontro, promovido pelo Grupo Editorial Vida Eco-nómica e pela Sociedade Por-tuguesa de Inovação (SPI), em colaboração com a Câmara Mu-nicipal do Sabugal, a Empresa Municipal Sabugal+, Associação de Desenvolvimento do Sabugal e a Universidade da Beira Inte-rior, Delfina Leal destacou ainda “os incentivos que se constituem como instrumentos fundamen-tais de apoio ao investimento e à dinamização económica, nomeadamente em matéria de inovação e desenvolvimento re-gional”.

VE e SPI em parceria

Previstas no âmbito da Agen-da Europeia – Europa 2020, está um conjunto de iniciativas que pretendem contribuir para a “es-tratégia de crescimento da União Europeia para a próxima década”, tornando-a numa “economia in-teligente (baseada no crescimento e na inovação), sustentável (mais eficiente em termos de utilização dos recursos, mais ecológica e mais competitiva) e inclusiva (com ní-veis elevados de emprego que asse-gure a coesão social e territorial)”, acrescentou a mesma responsável.

É neste contexto que o Grupo Editorial Vida Económica, em parceria com a SPI pretende levar a cabo um conjunto de iniciativas no âmbito do Projeto “Portugal

- Agenda para a Inovação 2020”, cujo objetivo principal é con-tribuir para a sensibilização dos agentes ligados ao desenvolvimen-to económico e social para a im-portância da inovação, do fomen-to da cooperação e da constituição de alianças e parcerias estratégicas. E durante os anos de 2013 e 2014 tem previsto um conjunto de ini-ciativas a desenvolver no território nacional, numa estratégia de pro-moção de uma cultura de inova-ção e de estímulo a projetos de Inovação, Investigação e Desen-volvimento e Internacionalização.

Portugal recebe apenas 65% das contribuições do QREN

A ação realizada no Auditório

Municipal do Sabugal teve como principal objetivo “divulgar a te-mática da inovação, o próximo pacote de fundos comunitá-rios que vai vigorar a partir de 2014 e a estratégia que deve ser seguida para se aproveitarem as oportunidades que daí resul-tem”, referiu João Luís de Sousa, diretor adjunto do Grupo Edi-torial Vida Económica, salien-tando que é preciso “fomentar a cooperação entre as empresas, ensino superior e as autarquias, pois é da conjugação de esforços que irão surgir os resultados”. Considera, ainda, que nesta área de inovação, no que respeita ao anterior QREN, que termina no final deste ano, houve pou-co aproveitamento por parte de Portugal, pois só recebeu 65%

António Robalo (presidente da Câmara Municipal do Sabugal), Joaquim Ricardo (consultor de empresas e autarca, autor do livro “Manual do Autarca – O poder local e os seus eleitos” e Maria Delfina Leal (administradora da Sabugal+, EM).

José Luís Manso Ramos (gestor da ENAT).Ivone Peres e MiguelTaborda (consultores da SPI), Joaquim Ricardo e António Robalo.

ATUALIDADE

8 SEXTA-FEIRA, 9 DE AGOSTO 2013

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das suas contribuições”. O que na prática significou que Por-tugal “financiou a investigação de outros países, enquanto os mais dinâmicos multiplicaram por cinco a sua contribuição”, afirma, concluindo que o orça-mento do próximo programa irá aumentar, “passando de 52 para 70 mil milhões de euros”. António Robalo, presidente da Câmara Municipal do Sabu-gal, mostrou-se satisfeito com a rea lização desta iniciativa no

Sabugal. “O próximo pacote é determinante e estamos agora a definir estratégias para o novo QREN”, aproveitando ainda para agradecer ao Grupo Editorial Vida Económica e à SPI, “o facto de se terem disponibilizado para vir ao Sabugal. Ainda bem que não se esqueceram do interior do país”.

Testemunhos empresariais

Os mais de 30 participantes do “workshop” puderam ainda ou-

vir os testemunhos de dois em-presários que apostaram no con-celho do Sabugal: Paulo Martins, da Natura Empreendimento, empresa concessionária das Ter-mas do Cró, e José Luís Manso da ENAT – Energias Naturais. Os dois empresários realçaram a dificuldade de ser empresário em Portugal. No entanto, para Paulo Martins, as termas serão “o grande motor de desenvolvi-mento da região”. Já para José Luís Manso, o concelho do Sa-

bugal tem “inúmeras potenciali-dades e é dos mais ricos, ou até

mesmo o mais rico, do país, em recursos naturais.”

de garantir a competitividade”

ATUALIDADE

SEXTA-FEIRA, 9 DE AGOSTO 2013 9

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Paulo Martins (administrador da Natura). Paulo Marques (gestor da Pró-Raia) e Maria Delfina Leal

RETIFICAÇÃO

“Sabugal tem potencialidades para o investimento empresarial”

Na edição da Vida Económica de 26 de julho, na notícia com o título em epígrafe, ocorreram erros de montagem em duas fotos publicadas, na de António Robalo (não corresponde à pessoa da imagem) e na de José Epifânio da França (não esteve presente no “workshop” do Sabugal).Aos visados e aos leitores pedimos as nossas desculpas.

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O empreendedorismo e as Pequenas e Médias Empresas (PME) são os principais pilares sobre os quais deverá ser construí-da a nova política indus-trial portuguesa, uma necessidade cada vez mais premente no entender de Engelberg Westkamper, diretor de Engenharia Industrial e Automação do Instituto Fraunhofer.Em entrevista à “Vida Económica”, à margem de uma conferência orga-nizada em Portugal pelo Inesc Tec, o principal responsável pela definição das políticas industriais na Alemanha e na Euro-pa, explica ainda que o desenvolvimento a lon-go prazo do nosso país “pode e deve ser fomen-tado através da aposta em produtos inovadores e na sustentabilidade da produção”.FERNANDA SILVA [email protected]

Vida Económica – Tendo em conta a atual situação econó-mica portuguesa, qual o papel reservado ao nosso país no con-texto da denominada agenda para a re-industrialização da Europa?

Engelbert Westcamper – Por-tugal tem uma indústria tradicio-nal e algumas áreas com compe-tências tecnológicas capazes de se afirmarem em futuros mercados, tal como a indústria automóvel. Todavia, o país perdeu parte das suas indústrias tradicionais, fruto da deslocalização para a Ásia de muitas empresas.

Acredito que Portugal tem as competências técnicas, mas ne-cessita de mudar a sua estrutura industrial para assegurar um futu-

ro de crescimento. Para tal, o país deve basear o seu esforço nas Pe-quenas e Médias Empresas (PME) e no empreendedorismo, apostan-do na sustentabilidade, na concen-tração regional de forças e na ex-portação para os mercados globais.

VE – Na prática, quais devem

ser as prioridades do governo e dos industriais?

EW – Uma das nossas propostas para o desenvolvimento económi-co passa por lutar para trazer de volta a produção em massa, ago-ra assente na personalização. Por exemplo, os produtos para os seg-mentos domésticos que apostam no design são um dos principais pontos para a criação de valor e de emprego.

Para além disso, o desenvol-vimento a longo prazo pode ser fomentado através da aposta em produtos inovadores e na sus-tentabilidade da produção. Isso inclui inovações para eficiência energética e material e fábricas que baseiam a sua produção em meto-dologias “lean” e ecológicas. Uma terceira prioridade deve ser o cam-po da produção informatizada, que oferece um elevado potencial

de produtos e serviços ao longo do ciclo de vida de cada produto.

VE – Quais são os setores ou indústrias onde esta agenda se deve concentrar?

EW – A produção é uma dis-ciplina transversal e a pesquisa ao nível da fabricação inclui todas as tecnologias e metodologias ne-cessárias para a produção e para o ciclo de vida dos produtos, que co-meça na engenharia e no design e termina com a reciclagem ou refa-bricação. Ainda assim, alguns seto-res podem desempenhar um papel de liderança dentro deste campo económico. Este é, especialmente, o caso do setor automóvel, com a sua cadeia de fornecedores e as indústrias que equipam as fábricas com todas as máquinas e as ferra-mentas de que estas necessitam.

VE – E quais serão os princi-pais desafios à implementação deste programa?

EW – A mudança do sistema de gestão assente nos velhos para-digmas, como a maximização dos lucros no curto prazo, para o de-senvolvimento sustentável é um dos principais desafios. É também ne-

cessário que a pesquisa e a inovação sejam orientadas para a aplicação e como apoio concreto aos fabrican-tes. Nesse sentido, os centros de pes-quisa regionais devem desempenhar um papel de sinergia e cooperação no seio das redes europeias.

Inovação e qualificação dos trabalhadores são essenciais ao aumento da produtividade

VE – Olhando de uma perspe-tiva externa, quais são as princi-pais vantagens competitivas da indústria nacional e como pode-mos tirar proveito delas?

EW – Destacaria, principal-mente, as competências ao nível dos veí culos automóveis, da mecâ-nica e da eletrónica. Muitos forne-cedores portugueses estão envolvi-dos nas cadeias de abastecimento das grandes multinacionais, in-cluindo nas áreas do design e da engenharia. A qualificação dos engenheiros é alta e tal é um fun-damento para futuras inovações. Da mesma forma, os institutos de pesquisa nacionais são parceiros em muitos projetos colaborativos e desempenham um papel impor-

tante na comunidade europeia de investigação. Por isso, e tendo em conta que os salários não são mais um fator crítico de sucesso mas de habilidade e qualificação, Portu-gal dispõe de uma oportunidade de crescimento e concorrência na economia global.

VE – O problema da baixa produtividade da indústria por-tuguesa é muito antigo. Como devemos lidar com este proble-ma específico?

EW – Para aumentar a produti-vidade, é preciso investir em inova-ção, em equipamentos de produção e na qualificação dos trabalhadores. Contudo, o desenvolvimento a lon-go prazo inicia-se com produtos inovadores e com empreendedores e, por isso, penso que o apoio finan-ceiro de “spin-offs” resultantes da investigação, das PME e das princi-pais inovações setoriais, assumindo riscos financeiros, pode ser um dos impulsionadores da produtividade. Outra possibilidade para aumentar a produtividade passa pela imple-mentação de metodologias, como o “Lean Manufacturing”.

VE – E como podemos au-mentar o valor acrescido da pro-dução industrial e assegurar a competitividade global da nossa indústria?

EW – A maximização do lucro é contraprodutiva, pois tem de ser usada para criar inovação e inves-tir na comercialização. Como tal, e tendo em conta que os salários em Portugal são baixos, parece ser necessário apostar na qualidade e fiabilidade da produção, em pri-meiro lugar. Por outro lado, a per-sonalização dos produtos e a rela-ção com o cliente são uma grande opção para acrescentar valor, ainda que tal exija flexibilidade e quali-dade em todas as operações e uma concentração em serviços para sa-tisfação dos clientes.

ENGELBERT WESTKAMPER, DIRETOR DO INSTITUTO FRAUNHOFER, ALEMANHA, DEFENDE

“Portugal necessita de mudar

a sua estrutura industrial”

Setor da indústria afunda ainda maisA situação complica-se no que toca a atividade industrial em Portugal. O índice do volume de negócios voltou a agravar-se em junho, tendo registado uma descida de 4,7%, face à varia-ção negativa de 0,9% do mês anterior. As exportações baixaram 3,7%, contra um aumento de 2,5%, em maio. Já as vendas para o mercado interno desceram 5,4%, quando em maio o recuo tinha sido de 3,5%.

Desemprego desce no segundo trimestreA taxa de desemprego apresentou uma descida de 1,3%, no segundo trimestre, face aos três primeiros meses, para 16,4% da população ativa. No entanto, em termos homólogos, verifi-cou-se um acréscimo de 1,4 pontos percentuais. De acordo com o Instituto Nacional de Es-tatística (INE), o desemprego atingia cerca de 886 mil pessoas. O setor dos serviços é aquele onde se regista o maior número de desempregados, seguindo-se a atividade industrial.

ATUALIDADE

10 SEXTA-FEIRA, 9 DE AGOSTO 2013

Para aumentar a produtividade, é preciso investir em inovação, em equipamentos de produção e na qualificação dos trabalhadores, salienta Engelberg Westkamper.

O empreendedorismo e as PME devem ser os principais pilares da nova política industrial portuguesa

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Os grupos norte-americano Omnicom e francês Publicis estão num processo de fusão. Será criado o maior grupo de publi-cidade a nível global, à frente do britânico WPP. Os volumes de negócio e de capitali-zação das empresas são idênticos, pelo que a fusão vai ocorrer entre iguais. É possível que o processo fique concluído ainda antes do final do ano. A nova entidade vai manter as suas sedes em Nova Iorque e Paris e será cotada em ambos os países. Em conjunto, a faturação ascenderá a cerca de 17,7 mil milhões de euros, com um valor bolsista na ordem dos 26,5 mil milhões de euros. Os seus promotores estão convencidos que as sinergias alcançadas serão vantajosas para os os trabalhadores e os clientes de ambas as empresas. É até possível que sejam criados

postos de trabalho. O mercado da publici-dade defronta-se com novos desafios, como são os casos do desenvolvimento exponen-cial dos novos meios, os novos comporta-mentos dos utilizadores e a utilização de novas tecnologias.

Gigantes como Google ou Facebook, em particular, alteraram as regras do jogo da publicidade, nos últimos anos. Em conjun-to, é possível que as negociações de novos contratos com estes grupos se tornem me-nos complicadas. A fusão “de iguais” pre-tende respeitar a estrutura acionista dos dois grupos, que terão um peso equivalente na nova entidade. As autoridades francesas e norte-americanas terão ainda de dar luz ver-de a esta fusão que terá um forte impacto no negócio global da publicidade.

Publicis e Omnicom criam maior grupo de publicidade do mundo

Vendas europeias de veículos pesados em queda

ATUALIDADE/Internacional

SEXTA-FEIRA, 9 DE AGOSTO 2013 11

As vendas de veículos industriais e au-tocarros registaram uma quebra de quase 7%, no primeiro semestre, face a período homólogo do ano passado, para 868 986 unidades, no que respeita ao mercado eu-ropeu.

Em junho, as matriculações deste tipo de veículos ascenderam a 156 240 unidades, o que se traduziu numa descida de 5%, face a igual período do ano passado. O re-cuo do mercado prende-se com a recessão económica que a Europa atravessa e que se reflete de imediato na procura destes veí-

culos. Por segmentos, as entregas de pesa-dos industriais até 3,5 toneladas ascende-ram a 715 757 unidades, menos 5,8%, em termos homólogos. Entre janeiro e junho foram vendidos 137 706 camiões médios, num decréscimo de 11,4%. No acumula-do do ano foram matriculados 103 860 veículos industriais na Europa, numa que-bra de 11,2%, face ao ano anterior. Por sua vez, as vendas de autocarros atingiram 15 523 unidades, no primeiro semestre, numa baixa de 8,9%, relativamente aos seis primeiros meses do exercício anterior.

As duas empresas, em conjunto, representam uma faturação de quase 18 mil milhões de euros.

França é país que mais gasta em política social

A França continua a ser o país que desti-na mais meios para as suas despesas sociais. Este ano, deverão atingir cerca de 33% do PIB, revela um estudo da OCDE. A crise fez disparar, entre os Estados-Membros da organização, as despesas com gastos so-ciais.

A OCDE refere que a crise e o aumento das verbas para o desemprego, bem como outras prestações, fizeram com que as des-pesas sociais reais aumentassem cerca de 10% desde o início da crise financeira. Só dois países evoluíram contra a tendência, a Grécia e a Hungria, com descidas de 14% e 13%, respetivamente. Em contrapartida,

foi a Coreia do Sul que apresentou o maior crescimento nas prestações sociais (29%), o que se ficou a dever ao agravamento das despesas para pensões e ajudas à guarda de crianças. Segundo aquela organização, é a França que consagra mais dinheiro às questões sociais, seguindo-se a Dinamarca (30,2%) e a Suécia (29,8%), contra uma média de 22,1% na OCDE. As políticas sociais continuam a ser uma prerrogativa de muito peso dos países europeus, ao con-trário do que sucede nos Estados Unidos e, em certa medida, nas economias emergen-tes, ainda que já se verifiquem preocupa-ções neste âmbito.

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ATUALIDADE/Opinião

12 SEXTA-FEIRA, 9 DE AGOSTO 2013

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Gerir a tesouraria de uma empresa pode ser um verdadeiro quebra-cabe-ças.

Que o digam os muitos empresários que se tentam organizar entre recebi-mentos e pagamentos, entre o deve e o haver.

Pago daqui, recebo dali, se for pre-ciso pede-se ao banco. Durante mui-tos anos foi assim que as empresas foram gerindo a sua tesouraria, tudo funcionava bem, com as empresas em crescimento e com a preocupação dos empresários a centrar-se quase exclu-sivamente nas vendas.

Nos dias de hoje, já não se pode dizer com facilidade que se não hou-ver se pede ao banco! Já se volta a ter mais atenção no deve e no haver.

A melhor forma de resolver este quebra-cabeças é conhecer e contro-lar muito bem estes três factores:

Ciclo de exploração da empresaPrazo de pagamentosPrazo de recebimentosO ciclo de exploração não é mais

que o processo que engloba todos os paços que a empresa necessita de dar para fornecer o seu produto/serviço

ao cliente final.Então conhecer todos os custos des-

te processo com os respectivos prazos de pagamento aos fornecedores é o primeiro passo, assim é possível sa-ber-se exactamente quanto, quando e a quem vai ser preciso pagar.

Por outro lado, considerando o ní-vel de vendas que temos e o seu res-petivo prazo de pagamento é possível prever (com alguma fiabilidade e se tivermos um bom conhecimento dos nossos clientes quando vendemos a crédito) quando, quanto e de quem se vai receber.

Desta forma, é possível perceber se é preciso fazer ajustes no ciclo de exploração, reduzindo custos e tor-nando-o mais eficiente e, ao mesmo tempo, também é recebida a indica-ção sobre se os preços e prazos de re-cebimento são os adequados.

Poderá ser ainda preciso recorrer ao banco, mas com esta situação bem dominada, será sempre uma situação pontual e com uma dimensão e em termos de valores e prazos mais jus-ta e adequada ao que a empresa real-mente necessita.

Gestão de tesouraria Quebra-Cabeças

FRANCISCO VILELA DA SILVARisk ManagerXerox Portugal & Xerox Financial Services Portugal

O Dia Mundial da Foto-grafia vai ser celebrado este ano em Portugal no Porto com o Photorama, uma ma-ratona fotográfica, que dará acesso aos fotógrafos inscritos a lugares normalmente restri-tos ao público.

O 1º Photorama deste ano terá lugar no aeroporto Fran-cisco Sá Carneiro, no Porto, no dia 18 de agosto, com o apoio da ANA-Aeroportos de Portugal. Esta maratona fo-tográfica é igualmente o lan-çamento do Photorama e vai possibilitar aos participantes fotografar, de uma forma exclusiva, o aeroporto e zonas do aeroporto que normalmente não estão acessíveis ao grande público. As melhores fotografias, escolhidas por um júri profis-sional, serão reunidas num livro, que terá o título “Olhares sobre o aeroporto”.

“Este projeto é único e vai estender-se a 2014”, refere Paulo Geisler, administrador executivo da Lufthansa LGSP. “Estamos, neste momento, em negociações com vá-rias autarquias e instituições privadas para que o Photorama se torne o maior evento fotográfico continuado jamais realizado

em Portugal e que possa vir a fazer um re-trato do nosso pais.”

Cada edição do Photorama dará origem a um livro com o título “Olhares sobre...”, que poderá vir a ser comercializado pelos promotores de forma a minimizarem o in-vestimento no evento. “Aliás, o objetivo das nossas produções é que estas praticamente se autofinanciem, sendo o “cliente” (instituição pública ou privada) um facilitador”, esclarece ainda Paulo Geisler. “Além disso, o promotor fica com um espólio incalculável de imagens da sua região, cidade ou instituição”.

A pré-inscrição para a maratona deverá ser feita em [email protected].

Lufthansa LGSP apoia maratona fotográfica no Porto

Fazer crescer e manter um crescimen-to sustentado do seu negócio no médio e longo prazo é uma das questões fun-damentais a que você, o empresário, tem de dar resposta! Não fazê-lo com sucesso significa que a sua empresa vai mirrar e, porventura, fechar as portas…

Estou certo de que já tentou, está a tentar ou irá tentar num futuro próxi-mo implementar um conjunto de estra-tégias que acelere o crescimento da sua empresa.

Não está a conseguir atrair clientes em número suficiente? As suas vendas não crescem e nada parece funcionar? Parece que o seu plano de negócios não está a funcionar, pelo menos da forma como esperava que resultasse?

É difícil ter um produto, um serviço ou um conceito que, por si só, consiga manter o crescimento da sua empresa no longo prazo. E, ainda lhe é mais di-fícil manter o crescimento sustentado da sua empresa, quando o empresário ignora as regras básicas que ajudam a manter um negócio bem-sucedido.

Como pode a sua empresa crescer de forma acelerada?

Para a sua empresa crescer de forma acelerada, o seu negócio terá de respon-der a três fatores…

Primeiro fator: Ajudar a resolver um problema importante! A sua empresa ajuda os seus clientes a resolver as suas necessidades ou desejos de forma sig-nificativa. Esse nicho de clientes é lo-calizável, acessível e tem dinheiro para comprar o seu produto ou serviço?

Segundo fator: Apresentar uma solu-ção única! A sua empresa propõe uma solução melhor e, de certa forma, única para o problema do seu cliente? Os seus clientes percebem essa diferença?

Terceiro fator: Obter uma vantagem competitiva! A sua empresa desenvol-veu alguma vantagem competitiva re-lativamente à sua concorrência? E está disposta a acentuar essa vantagem com-petitiva à medida que a sua concorrên-cia vai procurando imitá-la?

Os nossos clientes podem não saber bem aquilo que querem, mesmo quan-do lhes perguntamos. Por isso, o melhor que tem a fazer é experimentar.

Logo que implemente uma solução e esta não funcione, não demore anos a decidir mudar. Teste e introduza modi-ficações de forma rápida. Quanto mais rápido falhar, mais rápido poderá me-lhorar o seu projeto ou abandoná-lo e iniciar outro.

Há uma frase escrita, de forma gigan-te, nas paredes das instalações do Face-book que resume este conceito muito atual: “Fail Fast!”.

Periodicamente, analise o seu espaço de mercado e coloque as três questões base: Que problema está a resolver aos seus clientes? Que solução única apre-senta? Que vantagens competitivas pos-sui?

Procure manter-se sempre no topo do nicho de mercado onde atua, porque só assim crescerá de forma sustentada.

Comece já e coloque a Sua Empresa um passo à frente da sua concorrência!

Como fazer crescer o seu negócio de forma sustentada?

AZUIL BARROSEspecialista no Crescimento de NegóciosPartner&Diretor Geral www.QuantumCrescimentoNegocios.com

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Organização:

Media Partner:

Informações e inscrições: Vida Económica – Patrícia Flores

E-mail: [email protected]

PORTO 16 setembro9h30 às 13h00

OBJETIVOS:

A formação tem como principal objetivo que os participantes, após a sua frequência, dominem e apliquem, de acordo com a atual legislação em vigor, as:

PROGRAMA:

Jorge Pires -SNC - Teoria e Prática, Normalização Contabilística

para Microentidades

João Gomes -SNC - Teoria e Prática,

Normalização Contabilística para Microentidades

G90

G45

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14 SEXTA-FEIRA, 9 DE AGOSTO 2013

Neste tempo de crise internacional e nacional, as respostas que interessam estão na economia. Portugal não consegue atingir os níveis de produtividade da União Europeia e isto é uma condição “sine qua non” para se atingir os grandes objetivos de prosperidade, solidariedade e qualidade de vida. Ao contrário do que muitos parecem indiciar, a economia portuguesa não está controlada e a sua debilidade estrutural continua a assentar em alguns pecados capitais conhecidos:

um modelo exportador, mas que é reativo relativamente aos mercados e relativamente pobre em valor acrescentado;uma crença no IDE sem a adequada incorporação de produção ou decisão nacional naquilo que faz;transferência de mão de obra e capital para atividades de baixo

valor acrescentado, em alguns serviços (ex: turismo) e na construção civil;

Numa frase, com este modelo obtivemos um país de baixa produtividade e muito dependente do exterior, porque implementámos mal o que parecia ser uma boa receita: exportações; infra-estruturas; atração de capital estrangeiro via investimentos e via turistas.

Impõe-se mais do que nunca corrigir o rumo e a posição dos protagonistas do processo de desenvolvimento do País, em ordem a obter um modelo mais assertivo e eficaz. As variáveis para esse processo são claras:

aumentar as exportações no PIB, mas fazê-lo porque se trabalha para clientes mais exigentes.Abandonar a captação de clientes baseada nas vantagens de preço

baixo e procurar os clientes mais sofisticados – pagam mais pelo valor acrescentado e ainda nos desafiam a modernizar e a aumentar os nossos padrões de exigência a vários níveis. Isto reforçará fatores de competitividade baseados em recursos e capacidades únicos, flexíveis e valiosos, por oposição aos modelos mecânicos, lineares, baseados na minimização de custos;apostar na dinamização de indústrias de bens transacionáveis de média e alta intensidade tecnológica, procurando envolvê-las com os grandes investimentos de IDE. Isto reforçará o capital empreendedor, normalmente em micro e médias empresas/projectos, e contribuirá para a fixação de conhecimento, ganhos económicos e aumentos nos centros de decisão portugueses;apostar na educação superior e na formação. Mas isto não significa elevar o número de diplomados por si. Significa promover o grau de utilidade da educação/formação para as empresas. Actualmente assiste--se à emigração de talentos ou ao sub-emprego de licenciados, por falta desta relação entre centros de formação e empresas. A solução não é um “super-plano” que aponte as áreas prioritárias – isto é ineficaz. É antes introduzir concorrência e liberdade de opção entre as escolas, universidades e centros de formação, para além dos investimentos em estrutura e nas pessoas dessas instituições. Rapidamente os benefícios da internalização de mecanismos de mercado serão transpostos para outras áreas de welfare;o sector público consome, em despesa total, quase 50% do PIB português. É preciso refletir muito seriamente sobre tomar uma de duas opções: ou este número se reduz para níveis mais eficientes, em torno dos 40%, com a necessária revisão das funções do Estado; ou o sector público aprende a tornar-se mais produtivo e devolve à Sociedade, em serviços públicos e em bem-estar, tanto ou mais quanto lhe cobra em impostos.

São estas algumas das armas centrais para conseguirmos ganhar a batalha da Economia Portuguesa.

NOVO CICLO TERÁ QUE FAZER DAS EMPRESAS O MOTOR DUMA AGENDA DE CRESCIMENTO

Crise: as respostas da economia

FRANCISCO JAIME QUESADOEspecialista em Estratégia, Inovação e Competitividade

ATUALIDADE/Opinião

Parlamento quer alterações no setor automóvelA Assembleia da República aprovou uma recomendação ao Governo para que seja estudado um conjunto de medidas para o setor automóvel. Uma das propostas respeita à criação de um novo programa de incentivos ao abate de veículos em fim de vida. Por outro lado, o Parlamento consi-dera adequado e urgente a criação de um grupo de trabalho para fiscalidade numa atividade que tem batido mínimos históricos em termos de vendas. De igual modo, é pedida a suspensão do pa-gamento do IUC durante o período de revenda do veículo.

Bancos dispensam 500 trabalhadores desde o início do anoOs cinco maiores bancos portugueses dispensaram cerca de 500 dos seus trabalhadores desde o início do ano. No ano passado, o setor prescindiu de mais de 1 500 colaboradores. O proces-so vai continuar durante os próximos tempos, tendo em conta a necessidade de reestruturação do setor financeiro. O BCP foi o banco que mais reduziu o número de colaboradores, desde janeiro, num total de cerca de 230, mas a CGD não divulgou qualquer número. De uma maneira geral, a justificação apresentada é a quebra do negócio.

Pós-memorando, se analisarmos cerca de uma dezena de indicadores macroeconómicos e de finanças públicas do nosso país, existe apenas um único indicador com comportamento positivo. De forma análoga, podemos dizer que o teto da casa já caiu, as paredes ruíram, o chão desabou mas, felizmente, o ar condicionado está a trabalhar! Gaspar sai do governo, mas deixa-o a trabalhar. O ar condicionado deu um jeitão, não foi Gaspar? Com unhas e dentes, enquanto se aguentou no executivo, Gaspar sempre argumentou que o ar condicionado funcionava em perfeitas condições e ainda melhor do que tinha previsto aquando da sua aquisição. O que Gaspar não disse é que o facto do “seu” ar condicionado estar a trabalhar tem tido como consequência a queda do teto, das paredes e do chão da casa, que não a sua, mas a do povo. O ar condicionado de Gaspar chama-se balança de bens e serviços. Previa-se que a balança de bens e serviços estaria equilibrada em 2014 mas Gaspar conseguiu-o mais cedo que o esperado. O atual Executivo vangloria-se com o equilíbrio das

contas externas e rejubila. Mas será que, ultimamente, tal sem sido feito através da dinâmica de crescimento do fluxo de saída de bens e serviços nacionais? O que não se diz é que, face à estagnação das exportações (diminuição de 0,2% no último trimestre de 2012 e crescimento residual de 0,1% no primeiro trimestre de 2013), tal tem sido feito, em exclusivo, à custa da queda das importações.

Se o teto, as paredes e o chão já há muito desapareceram, fruto da recessão que vivemos no nosso país e das suas consequências socioeconómicas, o ar condicionado de Gaspar continua a funcionar e, segundo temo, brilhará aos olhos da sua sucessora, Maria Luís Albuquerque. Contudo, o ar, aquele que já não conseguimos respirar, deriva da queda das importações por via da contração da procura interna e do investimento. Por outras palavras, advém do nosso empobrecimento geral! Até que ponto estará disposta Maria Luís Albuquerque, com as consequências que dele advêm, a preservar o ar condicionado de Gaspar?

Em tempo de férias, a ideia é ser menos exaustivo e mais “light”.

Posto isto, o que me desperta por estes dias estivais de agosto?

Os “swaps”, o Rui Machete, as eleições autárquicas, o regresso da bola?

Nada disso. Regressei há dias da Holanda e parto em breve para os Estados Unidos.

Viagens de trabalho. A primeira para ciceronear uma missão empresarial que a “Espaço Visual” e a “AGIM” organizaram a explorações de mirtilo. A próxima para ir conhecer “in loco” explorações e empresários que serão anfitriões da futura missão empresarial a terras norte-americanas, a realizar em 2014.

Neste intervalo, fui seduzido por um filme luso-francês que está aí na berra, “A gaiola dourada”. A história de um casal português de emigrantes em terras de França.

Uma história igual a tantas outras, mas que demonstra o espírito trabalhador e empreendedor dos portugueses. Características que vejo

em muitos e muitos jovens agricultores que se viram para a agricultura para começarem a construir o seu sonho, o seu projecto de vida.

Por muitos obstáculos e dificuldades com que se deparem, os portugueses são resilientes e gostam de aprender mais, melhorar mais. É também por isso que estas missões empresariais são importantes.

Os portugueses, como o provam os emigrantes e o casal de “A gaiola dourada”, são um povo aberto ao mundo, aos novos conhecimentos e realidades. É esse o espírito luso.

No sector agrícola, esse capital empreendedor é o sinal mais forte de empresários que têm colocado a agricultura, por estes dias, na vanguarda da economia portuguesa.

É preciso continuar a trabalhar, a investir e a tentar ter melhores desempenhos. Isso só se consegue se se continuar a ser eternamente insatisfeito. Além do mais, “A gaiola dourada” tem fantásticas imagens do Douro, um dos nossos cartões de visita.

O ar condicionado de Gaspar

A gaiola dourada

GONÇALO BRÁSEconomista e Doutorando na Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra

Ao contrário do que muitos parecem indiciar, a economia portuguesa não está controlada e a sua debilidade estrutural continua a assentar em alguns pecados capitais conhecidos

JOSÉ MARTINO Engenheiro Agrónomojosemartino.blogspot.com

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O grupo MoreTextile, que agrega as marcas António Al-meida e Filhos, Coelima e José Machado de Almeida (JMA), vai concentrar a atividade de acabamentos e serviços auxilia-res no pólo industrial de Morei-ra de Cónegos.

Esta decisão enquadra-se no projeto de reorganização ope-racional e industrial do grupo, que pretende explorar as vanta-gens competitivas de cada uma das suas unidades industriais, potenciando os ativos mais efi -cientes em cada processo.

Nesse sentido, o grupo já ti-

nha implementado ações de maximização das competências ao concentrar no pólo de Pevi-dém, sede da Coelima, as áreas de logística, confeção e serviços partilhados.

O estudo – levado a cabo pelo CITEVE - analisou todos os processos industriais do grupo, com o objetivo de reforçar a sua competitividade no mercado internacional, tendo concluído que, face às condições energé-ticas no pólo de Pevidém, só através desta medida de con-centração é possível aumentar a efi ciência das operações e con-

solidar a sua sustentabilidade e viabilidade económico-fi nan-ceira.

A decisão de concentrar as operações de acabamentos, até aqui distribuídas entre os pólos

industriais de Moreira de Cóne-gos e Pevidém, não terá impactoao nível dos recursos humanos.

MoreTextile concentra acabamentos em Portugal

DESTINATÁRIOS: Gestores, empresários, futuros empreendedores, professores e Alunos de Licenciatura e Mestrado nas áreas das Ciências Empresariais

PORTO 5 setembro14h30/18h30

Organização:

INFORMAÇÕES E INSCRIÇÕES: Vida Económica – Patrícia Flores

[email protected]

Participação sem custos para empresas com resultados negativos e desempregados. No âmbito da sua política de responsabilidade social, nas ações de formação a Vida Económica criou uma quota de inscrições gratuitas para os assinantes empresas com resultados negativos ou individuais em situação de desemprego. Para beneficiar desta oferta até ao limite dos lugares disponíveis, deverá enviar uma cópia da última Declaração mod. 22, ou uma cópia do comprovativo da situação de desemprego, emitida pelo IEFP.

PROGRAMA:

Público Geral: G40Assinantes VE: G25

(+ IVA)

Transforme o seu negócio numa atividade sólida e sustentável ao longo dos tempos!

Formador: João M. S. Carvalho

setor farmacêutico durante 15 anos e é professor universitário na área das ciências empresariais há 16 anos. É Licenciado em Gestão de Empresas,

Economia e Doutorado em Ciências Empresariais pela Faculdade de Economia da Universidade do Porto. Paralelamente, tem colaborado como formador e consultor de inúmeras organizações a nível nacional nos três setores (lucrativo, não-

comunicações a nível nacional e internacional.

Martifer procede a alienação na Prio EnergyO grupo Martifer procedeu à alienação de parte da sua participação na subsidiária PrioEnergy, SGPS, a favor da empresa OxyCapital – Sociedade de Capital de Risco, redu-zindo assim a sua participação de 49% para apenas 10%. “O encaixe desta operação possibilitará ao grupo Martifer uma redução da sua dívida de aproximadamente 31,2milhões de euros”, refere o grupo em comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

NEGÓCIOS

E EMPRESAS

SEXTA-FEIRA, 9 DE AGOSTO 2013 15

Concentração das operações de acabamentos visa reforçar a competitividade internacional.

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O México oferece a Portugal grandes oportunidades de negócio. O automóvel e o turismo são os setores com maior potencial.Nos últimos cinco anos, o investimento direto de Portugal no México caiu cerca de 36%. A comunidade portuguesa estabelecida naquele país não excederá as 500 pessoas. Mas ultimamente tem-se assistido a um aumento de jovens portugueses com formação superior e bons empregos no México. O facto do país ter mais de 110 milhões de habitantes deve ser tido em conta.

As relações comerciais podem aumentar rapidamente de modo a que Portugal volte a ser um parceiro importante do México e vice-versa.

Desde há muitos anos que as relações so-ciais e políticas entre Portugal e o México têm sido excelentes e a comunicação entre os dois países muito boa, construtiva e, em muitos casos, muito política.

É certo que Portugal tem um longo cami-nho a percorrer para gerar mais negócios no México a curto prazo. A crise global é mais

evidente em alguns países europeus, do que na América Latina, que tem um enorme potencial humano, embora o seu poder de compra não seja o mais forte.

O importante é aprender a negociar no México e com os mexicanos, embora possa parecer que é um ponto negativo, a realida-de é completamente o inverso. É muito fácil lidar com os mexicanos que querem fazer negócios, tratando-os de igual para igual, oferecendo produtos de qualidade e respei-tando o combinado previamente.

Um negócio que dá errado pela primeira vez é uma porta fechada, tendo em conta que existem fornecedores em todo o mun-do que querem fazer negócios com compra-dores mexicanos. O volume de negócios é muito alto, pois estamos a falar de um país com mais de 110 milhões de habitantes. As possibilidades estão aqui, à vista de todos.

Setor automóvel em crescimento

Um setor que tem sido um grande su-cesso nos últimos anos difíceis da crise no México é o setor automóvel. Nos últimos dois anos assistiu a um grande crescimen-to, estando já próximo dos valores de an-tes da crise. Actualmente, o México já tem fábricas das marcas General Motors, Ford, Chrysler, Nissan, Toyota, Honda, Mazda, Fiat, BMW, Volkswagen e Audi. Esta últi-ma está em construção e tem produção até 2015, com um investimento inicial de dois mil milhões de dólares.

Em anos anteriores houve um aumento significativo das exportações de Portugal para o México no setor automóvel, tendo em conta os modelos Volkswagen e Seat que vieram para este país diretamente das linhas de produção da Volkswagen Sharan e do Seat Alhambra, no entanto, estes dois modelos, infelizmente, não estão mais no mercado mexicano e não foram substitu-ídos por outras unidades produzidas em Portugal.

Tarifas no vinho dificultam comercialização

O caso do vinho português no México tem sido um exemplo difícil para todos os que importam os nossos excelentes pro-dutos. Em muitos casos, os vinhos por-tugueses chegam ao México com todas as tarifas e valores muito próximos aos vinhos espanhóis, dificultando a sua comercializa-ção, visto que o produto espanhol é muito procurado pelos consumidores nacionais. Hoje podemos encontrar vinhos portu-gueses em lojas gourmet, com preços aces-síveis, mas o seu volume de vendas ainda não é significativo.

Turismo mexicano em Portugal é um nicho a explorar

O turismo de Portugueses no México, so-bretudo em Cancun e na Riviera Maia, tem crescido nos últimos anos, principalmente nas férias de verão, no Natal e na Páscoa. É comum estar num hotel ou num shop-ping center em Cancun, Cozumel ou Playa del Carmen e ouvir famílias portuguesas. O mesmo não sucede ao contrário, isto é, ver turismo mexicano em Portugal.

O turismo mexicano para a Europa é algo que acontece com muita frequência e é o suficiente para ver como é difícil hoje em

dia conseguir um voo comercial para as ci-dades com as quais é mais fácil e comum viajar do México para a Europa (Madrid, Paris, Londres, Frankfurt e Amsterdão).

Tal deve-se ao facto de as empresas áreas desses países terem voos directos para Espa-nha, França, Inglaterra, Alemanha e Holan-da. Na década de 80, durante um pequeno período de tempo, existiram voos directos para Lisboa, mas este projecto foi cancelado porque o número de viagens não foi sufi-ciente para manter este serviço.

Os principais destinos de mexicanos para a Europa são evidentes: Madrid, Paris e o Vaticano. Raramente Portugal se vê integra-do como destino turístico para as famílias mexicanas.

O turismo mexicano em Portugal é nor-malmente de pessoas que viajaram ante-riormente em trabalho, conheceram o país, admiram a gastronomia, a hospitalidade dos Portugueses e organizam depois férias com a família em Portugal. Este é definiti-vamente um nicho a explorar num futuro próximo.

AUTOMÓVEL E TURISMO SÃO OS SETORES COM MAIOR POTENCIAL

Portugal pode aumentar negócios com o México

Vintage 2011 da Sogevinus chegam ao mercado As quatro casas da Sogevinus Fine Wines – Kopke, Burmester, Calem e Barros – acabam de lançar no mercado os seus Porto Vintage 2011, que, desde a sua declaração oficial, têm gerado uma elevada expetati-va e procura em torno desta que é a primeira declaração de Vintage Clássico da década.

Companhia Própria renova certificação de qualidadeA Companhia Própria, empresa especializada em formação Profissional e de consultoria de recursos humanos, acaba de ver renovada a certificação de qualidade do Sistema de Gestão, implementado de acordo com a norma NP EN ISSO 9001:2008. Na auditoria realizada pela SGS, a empresa voltou a alcançar excelentes resultados, não havendo registo de qualquer ocorrência.

NEGÓCIOS E EMPRESAS

16 SEXTA-FEIRA, 9 DE AGOSTO 2013

Investimento português no México

cai 36%

Nos últimos anos, o investimento português no México caiu para o lugar que tinha antes, não só porque têm existido menos projetos portugueses de investimento neste país, provavelmente pela crise global que se atravessa, mas também devido ao forte investimento de outros países no México.Como receptor de investimento mexicano, Portugal passou da 42ª posição em 2008 para a 25ª em 2012. Como investidor no México, Portugal desceu da 20ª posição em 2008 para a 29ª em 2012. O investimento directo de Portugal no México, entre 2008 e 2012, decresceu cerca de 36%.

Comunidade portuguesa no México

é inferior às 500 pessoas

A comunidade portuguesa no México é muito pequena e, por vezes, muito volátil. É o resultado de existirem Portugueses em trabalhos específicos e de curta duração no México e que regressam a Portugal ou para onde forem enviados pelas empresas para as quais trabalham. Estima-se que a comunidade portuguesa estabelecida no México não exceda as 500 pessoas, mas, ultimamente, tem-se assistido a um aumento de jovens portugueses com formação superior e bons empregos no México. As últimas informações disponibilizadas pela Embaixada de Portugal no México indicam que se encontram registados menos de 400 portugueses, no entanto, existem muitos casos de cidadãos portugueses que já não se encontram no México e que não informaram a Embaixada da sua saída.

Volume de negócios é inferior a mil milhões/ano

As relações bilaterais com empresas portuguesas estabelecidas no México, apesar de poucas, existem e estão bem identificadas. Algumas são apenas pequenos escritórios comerciais de apoio às empresas portuguesas que exportam os seus produtos para o México ou de apoio às suas vendas. A balança comercial entre os dois países é muito equilibrada, os volumes de negócio entre os dois países são muito semelhantes. No entanto há muito a fazer nesta área, uma vez que o volume de negócios não passa os mil milhões de dólares por ano, o que é muito pouco tendo em conta outros países que, apesar da proximidade, hierarquia, desenvolvimento, dimensões tecnológicas e comerciais serem inferiores às de Portugal, o volume de negócios excede em muito os mil milhões de dólares. Portugal poderá seguramente ultrapassar este valor em breve.

JOSÉ MIGUEL GALLO Conselheiro CIEP para a Internacionalização da Economia Portuguesa -México

O turismo de portugueses no México, sobretudo em Cancun e Riviera Maia, tem crescido nos últimos anos, principalmente nas férias de verão, no Natal e na Páscoa.

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O setor nacional do chocolate vale cerca de 170 milhões de euros. Apesar de se verificar um crescimento continuado, nos últimos anos, a realidade é que o consumo fica abaixo da maioria dos países europeus. O nosso chocolate é de qualidade, mas a taxa de IVA restringe o seu consumo. As empresas produtoras estão a apostar cada vez mais na exportação, explicou à “Vida Económica” Manuel Barata Simões, secretário-geral da Associação das Indústrias de Chocolate e Confeitaria (ACHOC).

GUILHERME [email protected]

Vida Económica – Quanto vale o mercado português do chocolate?

Manuel Barata Simões – O setor vale cerca de 170 milhões de euros. Apesar da crise, as ven-das de chocolate têm registado um desempenho positivo e, no ano passado, as vendas cresce-ram 1,5% em valor e 3,3%, em

volume, face ao exercício ante-rior. No entanto, os Portugueses consomem, em média, cerca de 1,4 quilos “per capita” por ano. É um valor reduzido quando com-parado com outros países. Por exemplo, em Espanha ou Itália o consumo ultrapassa os três quilos e em países como o Reino Unido ou a Alemanha o consumo é de cerca de dez quilos. Nesses países o chocolate é considerado um ali-mento ideal para ser consumido a meio da manhã ou durante a tarde, como um complemento ou suplemento das refeições básicas. No nosso país ainda é, muitas ve-zes, encarado como uma prenda ou gratificação.

VE – Quais os principais pro-blemas que se colocam à vossa atividade?

MBS- Em Portugal paga-se uma taxa de IVA de 23% pelo chocolate, enquanto, por exem-plo, em Espanha, este imposto é de 8%, dado ser considerado como de facto aquilo que é, um produto alimentar. O que torna difícil de acomodar a desejada harmonização fiscal. É também causa, altamente provável, de “movimentações” nas zonas de fronteira, em prejuízo da receita fiscal portuguesa, como acontece com outros produtos. Estamos perante uma situação de concor-rência desleal que afeta as empre-sas que operam legitimamente no país, mas é um facto que os nacionais acabam por comprar o chocolate a um preço mais ele-vado que os consumidores espa-nhóis. Torna-se necessário manter

informação esclarecida e persis-tente junto das autoridades fiscais sobre a incoerência de impor a taxa mais elevada num produto alimentar, tal como é considerado no resto da Europa.

Negociações exigentes com a distribuição

VE – Mas o mercado funcio-na de forma adequada no que toca ao nosso país?

MBS – Não temos notícia de

qualquer restrição à livre concor-rência neste produto, para além das duras e exigentes negociações com o setor da distribuição. De referir, entretanto, que a produ-ção nacional de chocolate tem crescido nos últimos anos. Neste momento, está acima dos 20% e Portugal é também um país ex-portador de chocolate para vários países. No ano passado, as expor-tações ascenderam a cerca de 10,8 milhões de euros, enquanto as importações se terão cifrado em

perto de 151 milhões. O cho-colate português é reconhecido como sendo um produto de ele-vada qualidade. Exportamos para quatro dezenas de países, o que demonstra que existe um reco-nhecimento especial da excelente qualidade do nosso chocolate.

VE – O chocolate é associado à obesidade e a outros proble-mas de saúde. O seu consumo é ainda encarado de uma forma errada pela maioria das pesso-as?

MBS – Existe um série de mi-tos em Portugal, o que também pode justificar o baixo consumo médio por pessoa, em compara-ção com outros países europeus. Um dos mitos é que o chocola-te faz aumentar o colesterol. Es-tudos científicos demonstram que o chocolate não aumenta os níveis sanguíneos de colesterol. Pelo contrário, os antioxidantes presentes em teores significativos no chocolate podem ajudar a di-minuir o risco de doenças cardio-vasculares. Também é frequente atribuir-se ao chocolate o apareci-mento ou agravamento da acne, mas nenhum estudo científico o comprova. A acne é uma situação cutânea que resulta essencialmen-te de um aumento da atividade hormonal, com um acréscimo de secreção sebácea. O consumo de chocolate não tem qualquer in-terferência com este processo. Ao contrário do que se pode pensar, o chocolate, consumido com mo-deração, como qualquer alimen-to, oferece vários benefícios para um quotidiano saudável.

MERCADO NACIONAL VALE 170 MILHÕES DE EUROS

Empresas portuguesas de chocolate estão a investir na exportação

NUM PROJETO INOVADOR A NÍVEL NACIONAL

Altran lança academia de formação avançada no FundãoA Altran, empresa de inovação

e consultoria na área tecnológica, vai lançar uma academia em par-ceria com a Universidade da Beira Interior (UBI), a Câmara Muni-cipal do Fundão e o Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP). A academia surge no âm-bito do centro de formação avan-çada no Fundão e arranca em Se-tembro, com formações abertas a todos os licenciados em engenha-rias de informática, eletrónica e outras áreas relacionadas, explicou à “Vida Económica” Susana Cha-ves, diretora de recursos humanos

da Altran Portugal.“A ideia surgiu a partir do cen-

tro de serviços nearshore que a Altran Portugal desenvolveu no Fundão. A academia é um projeto que resulta da parceria entre a nos-sa empresa, a UBI, a câmara do Fundão e o IEFP e que pretende dar formação específica e comple-mentar aos licenciados em enge-nharias. Surge também integrada no centro de formação avançada inaugurado no Fundão, em par-ceria com aquelas entidades, onde serão igualmente promovidas for-mações em diversas áreas, como

idiomas, comportamentos ou áre-as técnicas”, de acordo com Susa-na Chaves.

A referida academia está instala-da no espaço da UBI, onde serão lecionadas formações gratuitas, direcionadas a todos os licenciados em engenharia informática, eletro-técnica e outros ramos. A primeira sessão é sobre Java Enterprise Edi-tion (JEE) e decorrerá em Setem-bro. Metade do grupo, selecionada de acordo com o desempenho na formação, será recrutada pela Al-tran, através de um contrato de es-tágio profissional entre a empresa e

o IEFP. Os objetivos são claros, na ótica daquela responsável: “Estas iniciativas pretendem que o centro nearshore se torne uma referência ao nível do desenvolvimento e da inovação tecnológicos e também dinamizar a região e criar novos postos de trabalho. Paralelamente, contribuem para a formação pós--académica dos licenciados.” Nota ainda que se trata de uma excelen-te oportunidade para recém-licen-ciados ingressarem numa empresa multinacional e trabalharem em projetos internacionais e inovado-res.

Quanto à Altran, tem como funções apoiar as empresas na cria-ção e no desenvolvimento de pro-dutos e serviços. Presta serviços aos principais intervenientes dos seto-res aeroespacial, automóvel, ener-gia, ferroviário, financeiro, saúde e telecomunicações. “A empresa está presente em cada etapa do projeto, desde o planeamento estratégico da nova tecnologia à fase de pro-dução.” Está no mercado nacional desde 1998 e conta com cerca de 400 colaboradores. A nível global, tem uma força de trabalho de mais de 20 mil colaboradores.

NEGÓCIOS E EMPRESAS

SEXTA-FEIRA, 9 DE AGOSTO 2013 17

Quinta da Lixa triplica produçãoA Quinta de Lixa finalizou um investimento de quatro milhões de euros numa nova linha de pro-dução e numa nova propriedade agrícola. O objetivo é dar resposta à procura dos mercados nacional e internacional. A empresa tem agora a possibilidade de engarrafar nove mil garrafas por hora, o equivalente a seis milhões de garrafas por ano. “A grande inovação da nova linha está essencialmente na tecnologia de enchimento, de higienização e controlo, de inspeção de qualidade e na utilização de bicos automáticos na enchedora”, refere Óscar Meireles, administrador da Quinta da Lixa.

CBRE coloca Continente em PortimãoA CBRE foi a consultora imobiliária responsável pela colocação do Continente na cidade algarvia de Portimão. Trata-se de um espaço com cerca de seis mil m2 e que conta com 350 lugares de estacionamento, bem como com uma bomba de combustível Galp. O empreendi-mento fica localizado no Cabeço do Mocho. O grupo Sonae viu a sua presença interrompida nesta cidade, depois do incêndio que afetou o Retail Park de Portimão, há cerca de nove, tendo agora sido possível reabrir uma nova loja Continente.

Manuel Barata Simões considera incompreensível o chocolate pagar uma taxa de IVA de 23%, quando se trata de um produto alimentar.

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gresso da atividade, através da participação ativa da Escola Profissional de Felgueiras e da Academia do Design e Calçado – CF-PIC”.

A iniciativa de referência do concelho, que tem como objetivo promover as po-tencialidades dos jovens criadores e mos-trar o que de melhor se produz e se comer-cializa em Felgueiras na área do calçado trouxe a Felgueiras pessoas do mundo da moda e empresários do ramo do calçado para assistirem ao desfile e trocarem expe-riencias sobre a área.

Pela passerelle passaram algumas figuras

públicas ligadas à moda e à representação a apresentar alguns modelos de calçado e acessórios produzidos em Felgueiras.

Destaque ainda para alguns momentos musicais protagonizados pelo cantor por-tuguês André Sardet.

No evento estiveram representadas as coleções das seguintes entidades e marcas: Escola Profissional de Felgueiras, Acade-mia do Design do Calçado, Eject Shoes, Cloud - Joia, Dkode, Codenoir, Viago, Lieutenant, Jefar Pratik, Ital Art, Innocent Gattino, Felmini, Savana, Tel Yoh, Atrai, Sopel Calçado e Mind.

O desfile da “Descalço” é um veículo de promoção do “calçado criado e produzido por felguei-renses, um produto que distingue o concelho”, afirma Inácio Ribeiro, presidente da câmara mu-nicipal.

Os habitantes do concelho de Felgueiras, maior exportador de calçado do país, mar-caram presença na Descalço – Gala Anual de Estilismo de Calçado, reafirmando que o produto tem potencial para continuar a contribuir para a “saúde financeira” da re-gião e dos seus habitantes.

A Praça da República esteve repleta de gente a assistir à Descalço 2013 – Gala Anual de Estilismo de Calçado, uma ini-ciativa que decorreu no dia 20 de julho, or-ganizada pela empresa municipal ACLEM – Arte, Cultura e lazer – em colaboração com a Câmara Municipal, a Escola Profis-sional de Felgueiras, a Associação Empre-sarial do concelho e Know Food.

O presidente da Câmara Municipal, Inácio Ribeiro, sublinhou que este desfi-

le é um veículo de promoção do “calçado criado e produzido por felgueirenses, um produto que distingue o concelho”.

O autarca realça que, para além de esta-rem representadas várias empresas/ marcas de Felgueiras, este evento destaca o traba-lho que está a ser desenvolvido ao nível da formação.

Iniciativa de referência do concelho

“O desfile conta com a participação de empresas e marcas felgueirenses que pro-duzem no concelho e que exportam, con-tribuindo para o crescimento da balança comercial nacional, mas apresenta também a aposta que se está a fazer na formação, que é fundamental para a inovação e pro-

No âmbito da estratégia de mercado para a reabilitação urbana, a Sika Portugal vai apoiar, em exclusivo, o fornecimento da tinta decorativa para a reabilitação do Tú-nel de Alcântara, em Lisboa, uma iniciativa promovida pela Associação Portuguesa de Arte Urbana (APAURB).

A intervenção teve início a 7 de agos-to, com a realização simultânea de vários workshops de caráter voluntário.

Ainda no decorrer do mês de agosto, a Sika Portugal também se juntará aos traba-lhos com a participação de cerca de 20 cola-boradores que, em regime de voluntariado, irão colaborar na pintura dos três mil m2 de paredes, tetos e pavimentos do túnel que liga o Bairro de Alcântara ao rio.

“Estamos muito satisfeitos por, mais uma vez, fazer parte de um projecto de carácter social, desta vez com um simbolismo mar-cante para a cidade de Lisboa. Pretende-mos contribuir deste modo para devolver o

Túnel de Alcântara aos cidadãos e assumir novamente o nosso papel enquanto agentes sociais”, afirma Cláudia Gomes, gestora do mercado da reabilitação na Sika Portugal.

A mesma responsável recorda que, re-centemente, a Sika esteve envolvida na reabilitação da Associação Nun’Álvares de Campanhã, patrocinando em exclusivo a reparação da fachada da instituição e pro-movendo, igualmente, uma acção de volun-tariado social entre os colaboradores Sika.

“Somos especialistas em reabilitação ur-bana e este será um projecto inovador que se apresentou como um desafio e que ficará, com certeza, como referência para a cidade de Lisboa”, acrescenta Cláudia Gomes.

Este projeto de reabilitação, através de uma intervenção urbana, surge de uma iniciativa promovida pela Associação Por-tuguesa de Arte Urbana, que pretende colo-car o Túnel de Alcântara no roteiro de arte urbana para turistas e comunidade artística.

NEGÓCIOS E EMPRESAS

Galp assina contratos de exploração no BrasilA Galp Energia assinou os contratos de concessão para exploração de petróleo no Bra-sil, no âmbito da 11ª sessão de licitações realizada pelo Governo, em maio passado. Os blocos serão explorados pela petrolífera nacional em consórcios com a brasileira Petro-bras e a britânica BG. Os trabalhos preliminares de avaliação estão previstos demorar cerca de quatro anos. Os blocos estão localizados nas bacias de Parnaíba, Barreirinhas e Potiguar.

Cofina ganha menos 22% no primeiro semestreA Cofina teve um lucro de 500 mil euros, no primeiro semestre, valor que refletiu uma quebra de 22,6%, relativamente a igual período do ano passado. As receitas operacionais baixaram 9%, para 51 milhões de euros, e o EBITDA sofreu uma quebra de 17%, para 5,7 milhões de euros. “O primeiro semestre foi caraterizado pela manutenção do clima de crise económica, que se traduziu na redução do volume de investimento publicitário e num decréscimo das receitas de circulação”, refere a empresa em comunicado à CMVM.

18 SEXTA-FEIRA, 9 DE AGOSTO 2013

Gala de Estilismo de Calçado demonstra a dinâmica económica de Felgueiras

Sika apoia reabilitação do Túnel de Alcântara

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“A música tem sido uma aposta forte da Vodafone por ser um vetor potenciador dos valores da sua marca. O retorno muito positivo tem comprovado o sucesso desta estratégia de associação aos maiores e mais relevantes acontecimentos de música em Portugal”, afirma à “Vida Económica” António Carriço, diretor de Marca e Comunicação da Vodafone Portugal.A Vodafone dá este ano nome ao festival de Paredes de Coura, que assinala a sua vigésima primeira edição sem interrupções.VIRGILIO FERREIRAvirgilio@vidaeconomica

Vida Económica - Como surge o pa-trocínio ao Festival Paredes de Coura?

António Carriço - O patrocínio ao Vodafone Paredes de Coura surge natu-ralmente, após uma óptima experiência com o palco Vodafone FM e várias ini-ciativas Yorn que decorreram no recinto da última edição do festival.

É notória a grande afinidade entre a linha musical da Vodafone FM e a fi-losofia do Vodafone Paredes de Coura, um evento que responde de forma eficaz ao posicionamento da Vodafone na área da música. O facto de se tratar de um festival que decorre distante dos gran-des centros urbanos foi outro fator que contribuiu para esta parceria. Além de patrocinar, a Vodafone dá nome a um festival com mais de vinte anos de his-tória, atualmente o mais antigo realizado em Portugal, e que já foi nomeado inter-nacionalmente para os Europe Festival Awards.

VE - Em que consiste esse apoio?AC - O apoio consiste em várias ini-

ciativas: os visitantes terão ao seu dispor uma app (iOS e Android) integrada com o Facebook e Instagram (com acesso a uma página com fotografias carregadas com hashtags específicas e partilha de imagens com filtros personalizados). Além de permitir comprar passes ou bi-lhetes diários para o festival com 20% de desconto, consultar as principais no-tícias e cartaz do festival, com filtros por data, palco e artista, a app permite ainda criar uma agenda de concertos persona-lizada, partilhá-la e aceder a informações úteis e comentários sobre os diferentes concertos. Um sistema GPS fornecerá ainda a localização exacta dos Vodafone Shuttles, disponíveis este ano no festival.

A Vodafone FM é a rádio oficial do festival e durante os dias do evento terá a maioria da sua programação concen-trada no Vodafone Paredes de Cou-ra. No recinto estará um estúdio onde decorrerão emissões em direto, com

transmissão de concertos, entrevistas e captação de conteúdos exclusivos com os artistas. A partir das 19h50 de 13 de agosto (1º dia do festival) haverá con-certos no palco Vodafone FM – o palco secundário do festival – que será tam-bém o palco dos concertos “after-hours” do festival.

Para que os campistas nunca fiquem sem comunicar, a Vodafone disponibili-za um espaço para o carregamento dos seus telemóveis, o Recharge Center – uma estrutura coberta e localizada perto do campismo, onde os visitantes terão cerca de 200 fichas elétricas disponíveis. No recinto do festival haverá igualmente um Vodafone Recharge Point para carre-gar o telemóvel.

Para além destas iniciativas, a Vo-

dafone disponibiliza camas de rede, bóias, gaivotas e espreguiçadeiras no rio Coura. Teremos também dois Voda-fone Shuttles, de 17 lugares, que farão gratuitamente o percurso de ida e vol-ta entre o parque de campismo e a vila para os portadores de pulseira (passe) do festival.

Por último, a Vodafone levará também a música para fora do recinto do festi-val, com concertos exclusivos e artistas surpresa em locais, também eles, não conhecidos previamente. O acesso será gratuito, mas limitado.

Preocupação ambiental ganha expressão durante o festival

Vida Económica - Sendo a preocu-pação ambiental uma das áreas emdestaque nesta iniciativa, ela identi-fica-se também com a atuação da Vo-dafone?

AC - Essa é uma das preocupações da Vodafone Portugal e ganha uma ex-pressão importante num festival ondeas questões ambientais são essenciais.Logo no pórtico do Vodafone Paredes de Coura haverá estruturas amigas do am-biente, numa arquitetura dinâmica que utiliza madeiras recicladas e reutilizadas, imprimindo um diálogo marcante com a natureza envolvente do festival.

O Vodafone Trashart é outra das novi-dades ambientais que visa motivar o pú-blico do festival para a reciclagem atravésda arte.

VE - Podemos também dizer que a criatividade e a originalidade é outradas imagens de marca da Vodafone?

AC - Ao longo dos anos, a Vodafonetem vindo a destacar-se pela criatividade e grau de originalidade das suas inicia-tivas, pela qualidade de produção das mesmas e pela grande preocupação em envolver as pessoas nas experiências que proporciona. A presença no festival Vo-dafone Paredes de Coura pauta-se pelos mesmos princípios de criatividade e di-ferenciação.

VE - De que forma o patrocínio a eventos deste tipo potenciam o cres-cimento da marca Vodafone no mer-cado?

AC - A música tem vindo a ser umaaposta forte da Vodafone, por ser um vetor potenciador dos valores da sua marca. O retorno muito positivo tem comprovado o sucesso desta estratégia deassociação aos maiores e mais relevantes acontecimentos de música em Portugal.

Algumas manifestações desse retorno surgem nas diversas edições do Rockin Rio, por exemplo, onde a Vodafo-ne surge sempre como uma das marcasmais associadas ao evento, mesmo não tendo sido o patrocinador principal dofestival. No caso do Vodafone Mexefest, o reconhecimento ganhou mesmo umadimensão internacional, que lhe valeu a distinção de ‘Best Musical Event’ e ‘Best Media Coverage’ nos European BestEvent Awards.

MÚSICA ABSORVE CERCA DE METADE DO INVESTIMENTO ANUAL DA MARCA EM PATROCÍNIOS

Vodafone dá nome a festival com mais de vinte anos de história

Vodafone aposta na música

A música absorve cerca de metade do investimento anual da Vodafone em patrocínios. No seu histórico de associação à música e, particularmente, aos festivais, a Vodafone tem, por exemplo, patrocinado todas as edições do maior evento de música do mundo, o Rock in Rio-Lisboa (2004, 2006, 2008, 2010, 2012 e será, já no próximo ano, o Patrocinador Principal deste festival internacional). “A estratégia da Vodafone nesta área aposta claramente na utilização da música como uma forte ferramenta comunicacional que transmite os valores da marca de forma relevante e permanente junto daquele que é um dos seus principais públicos-alvo”, afirma António Carriço. “A música e a envolvência de festivais como o Vodafone Paredes de Coura, assim como do Vodafone Mexefest ou da rádio Vodafone FM, representam óptimas oportunidades para atingir o público jovem, fundamental para a marca. A este propósito, refira-se que a marca Vodafone é claramente líder no segmento jovem, tendo ao longo dos anos sempre mais de 60% da quota de mercado dos Clientes entre os 15 e os 24 anos (dados do Barómetro das Telecomunicações da Marktest)”, conclui.

NEGÓCIOS E EMPRESAS

SEXTA-FEIRA, 9 DE AGOSTO 2013 19

“A música tem vindo a ser uma aposta forte da Vodafone por ser um vetor potenciador dos valores da sua marca”, afirma António Carriço.

Passes ou bilhetes diários com 20% de desconto

Vodafone Trashart motiva público para a reciclagem

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O Estado ainda tem uma presença “castrante” e excessiva na atividade económica. Por outro lado, a competitividade em Portugal ainda é reduzida, tendo em conta a falta de qualidade que se verifica aos níveis da gestão empresarial e do empreendedorismo. Esta a posição assumida por José António de Sousa, CEO da Liberty Seguros, que faz um aviso quanto à necessidade de garantir o controlo orçamental, sob pena de se agravarem ainda mais os problemas.AILEEN [email protected]

Vida Económica – Estando no terreno, enquanto administra-dor da Liberty Seguros, como encara a atual situação do país no que toca à crise soberana?

José António de Sousa - Te-mos um ditado muito interessan-te em Portugal: “Quem não tem dinheiro, não tem vícios”. Como país soberano, de facto nunca ti-vemos dinheiro, mas sim muitos vícios, porque sempre gastámos à “tripa forra”, bem acima das nossas possibilidades e da rique-za gerada no país (ou trazida das ex-colónias). A situação agravou--se nos últimos 50 anos, em que Portugal esteve sob intervenção do FMI (que me lembre, pelo menos duas vezes, 1978 e 1985, se a memória não me atraiçoa), antes de chegar à situação de des-calabro em que nos encontramos presentemente. Desta vez, e pela simples razão de que a crise está bem enraizada na Europa, mesmo naqueles mercados que pareciam «imunes» (França e Alemanha), há muito menor disponibilidade dos mercados para nos financiar os vícios. Neste momento, ainda estamos sob intervenção estran-geira, mas se quisermos voltar aos mercados temos poucos meses para demonstrar que aprendemos a lição e somos hoje capazes não só de gastar apenas na exata pro-porção em que geramos riqueza no país, como também de gastar os parcos recursos extraídos aos contribuintes de forma sábia, de maneira a reproduzir riqueza. De maneira que a minha resposta é claramente sim, os Portugueses estão mesmo obrigados hoje a ser mais disciplinados a gastar os parcos recursos gerados no país e, portanto, mais disciplinados a gerir o Orçamento do Estado. O tempo das vacas gordas e do gastar «à tripa forra» acabou de vez.

VE – Mas o nosso país ainda tem uma competitividade limi-tada…

JAS - O problema principal da competitividade em Portugal é a qualidade da gestão e do empre-endedorismo, geralmente ambos de fraca qualidade (exceções, que as há, muitas e boas, confirmam a regra). E o outro problema grave é a presença dominadora, omni-presente, abafadora, castrante, do Estado em todos os aspetos da vida económica do país. Quan-do vão para o estrangeiro viver, os Portugueses têm de sobrevi-ver à sua custa, sem subsídios ou apoios do Estado. Têm que ter êxito à custa do seu próprio esforço. E os meus concidadãos demonstram uma e outra vez que são fabulosos trabalhadores por conta de outrem, discipli-nados, ordeiros, precisos, pro-dutivos ou empresários de exce-lência, quando decidem investir no seu próprio negócio. Como mudar as regras em Portugal? Por um lado, ajudando a melhorar as práticas de gestão em Portugal, que é o que a Liberty Seguros, em parceria com a Vida Econó-mica, tem vindo a fazer, trazendo para o mercado livros de leitura simples, mas com conteúdo de «peso», acessíveis e de fácil leitu-ra. E por outro lado, continuar a insistir para que haja uma re-definição do papel do Estado na Economia.

VE – As coisas estão a correr no sentido de uma melhoria?

JAS - Essa parte acabará por surgir inevitavelmente pelo que dizíamos atrás, que «quem não tem dinheiro não tem vícios». Nós já não temos dinheiro para conti-nuar a suportar um Estado balofo, ineficiente, gastador e castrante da iniciativa privada, pelo que, provavelmente, e uma vez mais, forçados pelo peso das circunstân-cias, e obrigados por estrangeiros, teremos mesmo que resolver o problema da nossa dependência e dos nossos vícios de uma vez por todas.

VE – O que pensa da inter-venção da Comissão Europeia e do Fundo Monetário Internacio-nal no nosso país?

JAS - Definitivamente, nunca seguir a recomendação do FMI de continuar a reduzir salários, que é a sugestão mais imbecil que se pode fazer no atual momento. Em vez de pôr a economia nova-mente a crescer, para que nos vol-temos a aproximar dos níveis de vida da Europa Central (a grande promessa da integração europeia e da moeda única, que nunca chegou realmente aos Portugue-ses...), aplicámos um programa de austeridade cega que conse-guiu apenas destruir a incipiente classe média que tínhamos come-çado a formar. Parece que o FMI

anda a procurar criar um novo «lumpen-proletariado» europeu, assente na mão-de-obra barata, para satisfazer as necessidades de mão-de-obra barata das econo-mias da Europa Central. Só que esse modelo económico é errado e nefasto. Nós não devemos partir nunca mais para tratar de compe-tir com os países asiáticos de mão--de-obra barata, escravizada, ilegal e sem benefícios. O nosso modelo tem de partir por gerar indústrias assentes no valor acrescentado, na especialização, na incorporação de tecnologia. E, preferentemente, nos setores em que os Portugueses sempre foram bons, como no se-tor têxtil, nos sapatos, na cortiça, no vinho e no turismo, para citar apenas alguns.

VE – o que deve o nosso país fazer?

JAS - Mais do que imitar ou-tros, é absolutamente imperioso que Portugal volte a apostar no desenvolvimento de um modelo de «negócio» (país) próprio, como tratou de fazer com o relatório Porter, em 1996. Precisamos não de imitar, mas de nos diferenciar-mos competitivamente no con-texto das nações e num mundo globalizado com um modelo de negócio próprio, com caraterísti-cas diferenciadoras claras. E pre-cisamos depois que o que quer que seja decidido, seja executado com determinação e firmeza, o que aqui infelizmente raras vezes acontece (o tal problema da quali-dade de gestão).

América Latina ainda é uma região volátil

VE – Da sua experiência na

América Latina, há aspetos po-sitivos comparativamente aos mercados da Europa latina?

JAS - Quer estejamos a falar da Europa do Norte, a de raízes anglo-saxónicas, da Europa Cen-tral, de base germânica e calvinis-ta, ou da Europa do Sul, a dita Europa mediterrânica, a que Por-tugal pertence, mais pelas suas ra-ízes latinas, do que propriamente pela localização geográfica, aqui-lo que se verifica é que a América Latina é bem mais volátil e im-previsível em praticamente todos os aspetos que possamos querer comparar do que qualquer parte da Europa. A Europa não é mais antiga do que muitas das civiliza-ções nascidas na América Latina. Aliás, olhando para a História, o que vemos é que há algumas cen-tenas de anos atrás, quando aqui na Europa ainda predominavam as hordas de bárbaros, os Maias e os Incas já eram civilizações de-senvolvidas. No entanto, foi na Europa, com a riqueza retirada das antigas colónias, que se de-senvolveu a Revolução Industrial que catapultou o nosso Conti-nente para a prosperidade sem precedentes do século XX, em particular na segunda metade do século, depois da destruição gera-da pela II Guerra Mundial.

VE – Como é trabalhar na América Latina?

JAS - Precisamente pelas suas caraterísticas intrínsecas, a Amé-rica Latina é um dos Continentes mais fascinantes do nosso planeta para um Europeu trabalhar. Tive o privilégio de viver e trabalhar em três dos maiores e mais im-portantes mercados do Continen-te latino-americano, o México, onde vivi duas vezes (1984-1988 e 1992- 1996), o Brasil, onde vivi entre as duas «aventuras» mexi-canas, e a Venezuela, de finais de 2000 até meados de 2003. Foram sem dúvida dos períodos mais intensos e ricos da minha vida, quer em termos pessoais, quer em termos profissionais. Muitas cor-porações multinacionais, como a Nestlé, os grandes bancos e segu-radoras e as grandes farmacêuti-cas, ascendem aos seus Conselhos de Administração executivos que passaram pela América Latina, pois trabalhar nesses mercados é tão importante como frequen-tar os bancos de uma boa escola de negócios. Na América Latina aprende-se a viver com a crise quotidianamente, aprende-se a ser flexível (o «jogo de cintura», como dizem os irmãos brasileiros) e aprendem-se muitos dos aspetos humanos e emocionais de dirigir equipas que hoje são fundamen-tais para ter êxito, mesmo em mercados de outras latitudes.

DE ACORDO COM JOSÉ ANTÓNIO DE SOUSA, CEO DA LIBERTY SEGUROS

Estado ainda tem uma intervenção “castrante” na atividade económica

NEGÓCIOS E EMPRESAS

20 SEXTA-FEIRA, 9 DE AGOSTO 2013

A Liberty Seguros tem desenvolvido esforços no sentido de melhorar as práti-cas de gestão das empresas nacionais, garantiu à “Vida Económica” José An-tónio de Sousa.

Portugal é um país solidário

Questionado sobre se existe solidariedade efetiva na Europa, José António de Sousa responde: “Não sei se podemos realmente falar de um espírito de solidariedade europeia. O que tenho visto é que cada país tem vindo a travar a sua própria luta para minimizar o impacto dos programas de austeridade na sua respetiva população.” Admite que as economias que estão ainda à margem de programas de austeridade, como a Alemanha, estão a tratar de proteger as suas fronteiras e as suas benesses. “Em Portugal o que vemos é um alto grau de solidariedade entre nós próprios, mais do que em qualquer dos países que visitei recentemente. Fiquei por, exemplo, perplexo com o impacto dos programas de austeridade que vi em Espanha. Vi muito mais miséria e desespero em Espanha do que a que vejo aqui em Portugal, onde os laços familiares fortes ainda ajudam fortemente a mitigar os aspetos mais duros da austeridade, a perda de teto e a fome. Isso, para mim, significa que em Portugal conseguimos manter uma sociedade mais saudável, menos consumista, egocêntrica, egoísta e individualista do que noutros países muito perto de nós.”

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SEXTA-FEIRA, 9 DE AGOSTO 2013 21

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Sonae Sierra assina contrato com o grupo OrientA Sonae Sierra assinou um contrato com um novo operador de cinema no mercado português. O grupo Orient vai explorar as salas de cinema de 10 centros comerciais geridos pela Sonae, sob a designação Cineplace. A abertura dos complexos será faseada, à medida que os diferentes processos necessários para a sua abertura estejam concluídos. É objetivo das duas empresas ter todas as salas a operar até ao fi nal do presente ano.

NEGÓCIOS E EMPRESAS

Por herança, sou comproprie-tário (50%) de um imóvel e ter-renos com outra pessoa, que é o cabeça de casal, mas que não contribui com um tostão em ele-tricidade e água (não paga), nem suspende o seu fornecimento, tendo eu suportado todas essas despesas para que não haja situ-ações de incumprimento e con-tencioso com estas empresas.

Agora, o cabeça de casal, ale-gando que não pode suportar o IMI, quer doar a parte dele (50%) à Junta de Freguesia lo-cal.

Agradecia explicação sobre o seguinte:

- A doação pode ser feita à mi-nha revelia?

- Em caso de doação efetiva, as despesas sobre o imóvel su-portadas por mim, quem as vai partilhar?

O leitor refere a existência de um cabeça de casal, pelo que se depreende que não se tratará, propriamente, de uma situação de compropriedade, mas sim de uma herança ainda indivisa e, como tal, o leitor poderá requerer a partilha quando pretender.Respondendo à primeira questão formulada pelo leitor, desde já se esclarece que, muito embora a condição de herdeiro não seja, em si mesma alienável, numa herança indivisa qualquer herdeiro pode dispor, não de um imóvel ou de parte do mesmo, mas sim do seu quinhão hereditário, ou seja, do direito a uma quota parte da herança.Isto porque, por definição legal, doação é o contrato pelo qual uma pessoa, por espírito de liberalidade e à custa do seu património, dispõe gratuitamente de uma coisa ou de um direito ou assume uma obrigação em benefício de outro contraente. Neste caso, distintamente do referido pelo leitor, deverá tratar-se da doação de um direito e não de uma coisa ou parte de uma coisa, dado que numa herança os herdeiros não têm direito a bens concretos mas apenas a um quinhão ideal de todos os bens que

a compõem.Quando o quinhão hereditário seja vendido ou dado em cumprimento a estranhos, os coherdeiros gozam do direito de preferência, em termos semelhantes aos que a lei confere aos comproprietários, mas como o leitor nos fala em doação, e essa por inerência não permite o exercício daquele direito, a única via jurídica que o leitor tem à sua disposição para impedir a doação será a de obter a partilha antes da formalização daquela liberalidade. No que concerne às quantias relativas aos encargos com os imóveis da herança que o leitor suportou, deve esclarecer-se

que aqueles deveriam ter sido inicialmente suportados, não por si, mas pelo cabeça de casal, a quem, nessa qualidade, até à liquidação e partilha competia a administração da herança, designadamente o recebimento das receitas e a satisfação dos encargos inerentes aos bens que a compõem. Seja como for, muito embora depois de efetuada a partilha cada herdeiro só responda pelos encargos na proporção da quota que lhe tenha cabido na herança, até à liquidação e partilha da herança é o acervo hereditário que responde, no seu conjunto, pelos respetivos encargos.

DOAÇÃO DE QUINHÃO HEREDITÁRIO

Responsabilidade pelos encargos da herança

MARIA DOS ANJOS GUERRA [email protected]

Os encargos com os imóveis da herança deveriam ter sido suportados pelo cabeça de casal a quem, nessa qualidade, até à liquidação e partilha competia a administração da herança

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TERESA [email protected]

Desde a decisão interna da Ramirez de construir uma nova fábrica, passando pela posterior apresentação desse investimento de 18 milhões de euros para financiamen-to público, a que se seguiu a declaração do mesmo como projeto PIN - Potencial Interesse Nacional - pelo ex-ministro da Economia, Manuel Pinho, até ao dia do lançamento da primeira pedra da unidade industrial que agora se vai erguer na fre-guesia da Lavra “foi um processo muito longo, de vários anos, durante o qual as condições do país foram mudando e mu-dando também as próprias condições de financiamento”. Afirmações de Manuel Ramirez, presidente da empresa mais an-tiga do mundo em laboração no setor das conservas de peixe e que este ano completa 160 anos, durante a cerimónia de arran-que da obra, a semana passada, em Mato-sinhos.

A construção da nova fábrica, cujos edifícios industriais ocuparão 20 mil m2 de uma área total de 40 mil m2, vai permitir à Ramirez “diminuir os custos operacionais e logísticos, favorecer o re-curso a novos equipamentos e a criação de novos produtos, dando continuidade à aposta na segurança alimentar e na ino-vação”. E com isso permitindo “duplicar a capacidade” de transformação, explicou Manuel Ramirez, garantindo que faz hoje esta aposta industrial “com os pés bem as-sentes no chão”.

O empresário frisou ainda a mais-valia da nova unidade ficar localizada tendo “a pista do aeroporto Francisco Sá Carneiro ali atrás daqueles eucaliptos”, estando tam-bém perto do porto de Leixões, por onde embarcam regularmente os contentores de latas de conservas para várias dezenas de países (50 ao todo), e próximo da Lota de Matosinhos, onde chega diariamente o peixe que há-de ser amanhado e transfor-mado pela mais de uma centena de colabo-radores da empresa.

A “Ramirez 1853”, como se vai designar, configurará também um pilar do turismo industrial em Matosinhos, refere a empre-sa, já que terá espaço para uma platafor-ma de divulgação e degustação das mais diversas propostas de conservas de peixe e disporá ainda de um museu, alusivo à sua história empresarial.

Fábrica apoiada pelo PROMAR em mais de seis milhões de euros

Uma história empresarial que começa em Vila Real de Santo António e que se estende por Olhão, Albufeira, Setúbal, Lisboa, Matosinhos e Peniche, localidade esta onde a Ramirez ainda detém uma uni-dade industrial de conservas de peixe, que foi alvo, aliás, de um recente investimento de modernização financiado com cerca de um milhão de euros de apoios públicos, nomeadamente do PROMAR (Programa Operacional das Pescas 2007-2013).

Uma informação confirmada à “Vida Económica” por Maria Teresa Bessa, dire-tora geral dos Recursos Naturais, presente na cerimónia de lançamento da primeira pedra da nova fábrica da Lavra, declarada como um projeto de Potencial Interesse Nacional (PIN), o que “permitiu acelerar os processos burocráticos do licenciamen-to”, e será apoiada pelo PROMAR em mais de seis milhões de euros. Aliás, explicou Maria Teresa Bessa à “Vida Económica”, este apoio “ainda não está completamente fechado”, sendo expectável que possa vir a ser “aumentado”.

Questionada sobre o porquê deste in-vestimento ter sido declarado pelo Go-verno como PIN, a também gestora do PROMAR explicou que se trata de “um projeto estratégico para o país”. “Eu na altura ainda não estava como gestora do PROMAR, mas o que levou [a que assim fosse considerado] foi com certeza o volu-me do investimento, a criação de postos de trabalho e o interesse que o projeto tem para o país”, acrescentou Maria Te-resa Bessa.

Em conversa com a “Vida Económica” à margem da cerimónia, Manuel Ramirez explicou que quanto ao financiamento bancário para assegurar a operação, que vai ser assegurado pela Caixa Geral de Depó-sitos, não tiveram quaisquer dificuldades. “A Caixa acabou por nos oferecer as me-lhores condições, mas nós nunca tivemos problemas em obter financiamento; aliás, podemos gabar-nos de ter tido cinco ban-cos a degladiarem-se para financiarem a construção da fábrica”, acrescentou o pre-sidente da Ramirez.

Com um total de 180 trabalhadores e duas unidades fabris em Matosinhos e Pe-niche, a Ramirez tem uma faturação anual de 30 milhões de euros, 64% dos quais re-sultantes da exportação para 50 mercados. Vende 45 milhões de latas por ano e possui um total de 55 referências de conservas de peixe. Constituída em 1853, em Vila Real de Santo António, a Ramirez estabeleceu--se em Matosinhos no final de década de 1920 e fixou aí a sua sede em 1940, ainda antes da entrada em laboração da actual fábrica em Leça da Palmeira.

Conserveira Ramirez investe 18 milhões “com os pés bem assentes no chão”

Sindocal reforça estratégia de internacionalizaçãoA Sindocal, empresa de calçado que opera sobretudo no segmento militar, está a intensificar a sua estratégia de internacionalização. Com uma capacidade de produção de 1 250 pares por dia, cerca de 85% destina-se à exportação, sobretudo para os países europeus. Mas a marca está a ganhar quota em África e na Ásia. O mercado do calçado militar é particularmente exi-gente, sendo que a empresa está associada ao sistema de construção Goodyear, “uma técnica que garante ao calçado mais conforto, resistência e durabilidade”, adianta a empresa.

NEGÓCIOS E EMPRESAS/PME

22 SEXTA-FEIRA, 9 DE AGOSTO 2013

Hörmann Portugal lança portas industriais inovadorasA Hörmann Portugal lançou nos mercados portugês, angolano e moçambicano uma nova série de portas seccionais industriais. Com porta integrada, o mecanismo de feho inovador garante uma maior segurança ao setor industrial, referem os seus responsáveis. Contém um sistema de fecho com vários pinos e está dotada de novas tecnologias que asseguram um mecanismo de tranque mais eficaz. Por outro lado, estas portas integradas possuem dobradiças ocultas e de fácil substi-tuição, “uma caraterística estética que remete para a uniformidade da porta seccional industrial”.

Até ao lançamento da primeira pedra da nova fábrica “foi um processo longo, de vários anos, durante o qual as condições do país foram mudando e mudando também as condições de financiamento”, referiu Manuel Ramirez.

PROMAR ainda tem 50 milhões para apoiar investimentosTERESA [email protected]

O PROMAR - Programa Operacional das Pescas 2007-2013 já reabriu as candi-daturas às medidas relativas a aquacultura e transformação e comercialização de pes-cado e tem ainda disponíveis “cerca de 50 milhões de euros” para apoiar investimentos nestas áreas até ao fim do prazo de execu-ção (2015), revelou à “Vida Económica” Maria Teresa Bessa, diretora geral dos Re-cursos Naturais e gestora do PROMAR, em declarações à margem da cerimónia de lan-çamento da primeira pedra da nova fábrica conserveira da Ramirez, em Matosinhos.

A responsável do Ministério da Agricul-tura reconheceu que o PROMAR está, em termos de execução, mais atrasado que o PRODER “porque também começou mais tarde”, tendo os primeiros projetos sido aprovados em 2009. No entanto, “o Pro-grama tem evoluído muito bem e, neste momento, já estamos com cerca de 80% de compromisso”, assegurando Maria Te-resa Bessa que querem chegar “aos 100% de execução” em 2015. E essa meta, diz, “é possível”.

“Até ao final de 2015 temos de ter o pro-grama executado. As candidaturas estão abertas até ao final deste ano, sem prejuí-zo de poder ser prolongado esse prazo, mas desde que os projetos terminem todos em 2015”, explicou a gestora do PROMAR, frisando que “os projetos vão ter menos tempo para serem executados”, mas que “é possível alargar esse prazo [para candidatu-ras] até final de 2013 ou até posterior a isso” de modo a permitir financiar novos projetos em preparação e alocar todas as verbas.

Aquicultura off-shore e de bivalves está em desenvolvimento

Referiu a gestora que, “este tipo de proje-tos ligados à indústria transformadora é um dos que contribui mais para a execução do Programa e é com base em projetos que sa-bemos que ainda vão entrar, sobretudo nes-ta área da aquicultura e da transformação de pescado, que estamos confiantes que vamos conseguir executar o programa na totalida-de”. Isto, apesar da taxa de desistências ron-dar, até ao momento, os 8%.

Questionada pela “Vida Económica” sobre se a banca está hoje mais recetiva a apoiar este tipo de projetos, Maria Teresa Bessa anuiu, explicando que a linha de crédito de 1500 milhões de euros proto-colada recentemente entre o Ministério da Agricultura e oito instituições bancárias nacionais tem levado a que “vários pro-motores recorram a essa linha de crédito e avancem com projetos usufruindo desses benefícios”.

Dos projetos ligados ao setor do Mar em execução em Portugal continental diz Ma-ria Teresa Bessa que eles “estão dispersos por todo o país, embora, obviamente, mais jun-to ao litoral”.

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A Liberty Seguros apoia, desde 2004, o ciclismo e a Volta a Portugal em Bicicleta, sendo em 2013 a principal patrocinadora da prova que se realiza de 7 a 18 de agosto.“Reconhecemos no ciclismo a capacidade de corporizar alguns dos mais importantes valores que a Liberty Seguros defende e pratica no dia-a-dia: Trabalho em Equipa, a Excelência, a Honestidade, o Compromisso e o Rigor”, explica Rodrigo Esteves, diretor de marketing da Liberty. VIRGILIO [email protected]

Vida Económica - Como surgiu o envolvimento da Liberty na Volta a Portugal?

Rodrigo Esteves - A Liberty Seguros chegou a Portugal em 2003 e, desde 2004, está ligada ao ciclismo e à Volta a Portugal em Bicicleta. É ao ciclismo e à sua prova rainha que a Liberty Seguros deve uma boa parte do reconhecimento de marca que tem hoje. Foi pela mão do ciclismo, do patrocínio a uma equipa profissional de ciclismo, e à performan-ce da mesma durante anos a fio na Volta a Portugal em Bicicleta que a Liberty Seguros chegou à casa de milhares de

portugueses ao longo destes anos. Mais recentemente, e com um apoio

institucional à modalidade, foi junta-mente com a Federação Portuguesa de Ciclismo que nos associamos às seleções nacionais de ciclismo, numa grande campanha nacional em prol da ética no desposto.

Relativamente à Volta a Portugal em Bicicleta, estamos há vários anos liga-dos a esta prova e reconhecemos a sua importância junto das populações por onde passa. Assumimos, em 2007, a posição de seguradora oficial do evento, posteriormente emprestamos a marca Liberty Seguros à camisola de montanha e desde 2012 que somos o patrocinador principal.

Vida Económica - Que razões de-

terminam a preferência por uma modalidade clássica, face a outras iniciativas, por exemplo, eventos musicais?

RE - Reconhecemos no ciclismo a ca-pacidade de corporizar alguns dos mais importantes valores que a Liberty Segu-ros defende e pratica no dia-a-dia, quan-do praticado de forma honesta e com o total respeito pela verdade desportiva. São estes o Trabalho em Equipa, a Exce-lência, a Honestidade, o Compromisso e o Rigor.

VE - O facto de em Boston, onde a

Liberty Mutual tem a sua sede, haver uma forte ligação ao desporto reflete--se sobre as iniciativas da companhia nos países onde está presente?

RE - O Liberty Mutual Group apoia vários eventos e iniciativas ligados ao

MARCA IDENTIFICA NO DESPORTO OS VALORES QUE PRATICA

Liberty reforça apoio ao ciclismo nacional

A “Onda Azul” é a imagem de marca da Liberty na Volta a Portugal 2013.

desporto, com o objetivo de “ajudar as pessoas a viverem vidas mais seguras”. Em vários países onde o grupo está presente, o desporto é um veículo para transmitir os valores que definem a mar-ca localmente e uma importante alavan-ca de notoriedade, pois o desporto pro-porciona grande exposição para a marca. Em termos de modalidades, a escolha das mesmas dependerá da estratégia de marketing e comunicação local. No caso de Portugal, e como já foi referido anteriormente, privilegiamos modalida-des que corporizem os nossos valores e a nossa forma de estar no mercado e uma dessas modalidades é o ciclismo.

A ligação da Liberty Mutual ao des-porto tem vindo a crescer e hoje prati-camente todos os países têm patrocínios

de grandes eventos desportivos. Como exemplos, temos o caso da Liberty Segu-ros no Brasil, como a seguradora oficial da Copa do Mundo FIFA 2014, e nos Estados Unidos, com a Liberty Mutual a assumir o patrocínio principal do mo-vimento olímpico naquele país.

VE - Qual é o investimento efetu-

ado na Volta a Portugal e o retorno esperado?

RE - Este é um investimento que se insere na área do desporto, sendo que o nosso objetivo é apoiar, mais uma vez, o ciclismo e proporcionar aos amantes da modalidade a maior festa do despor-to. O valor do patrocínio é um dado confidencial do contrato entre a Liberty Seguros e a PA.

Público Geral: G100

Assinantes VE: G80

(+ IVA)

OBJETIVOS:

Cobrança de Dívidas a Clientes

PORTO9 e 10 setembro

DESTINATÁRIOS:

PROGRAMA:1.2. 3. 4.

5.6.

7.

8.9.

-

NEGÓCIOS E EMPRESAS/PME

SEXTA-FEIRA, 9 DE AGOSTO 2013 23

Vulcano associa-se ao Parque de Sustentabilidade de AveiroA Vulcano, empresa produtora de soluções de água quente e solar térmica, estabeleceu um protocolo com a Câmara Municipal de Aveiro. Trata-se da instalação de sistemas solares tér-micos no Edifício e Equipamento de Formação Científi ca (EEFAC), integrado no projeto de sustentabilidade. A Vulcano vai ainda contribuir para a dinamização de iniciativas de forma-ção e sensibilização para as temáticas das energias renováveis, cujo início está previsto para o próximo mês.

Travelport intensifi ca posição na África OrientalA Travelport, multinacional do setor do turismo, está a apostar no reforço das suas operações na África Oriental, face ao crescimento acelerado na região. Dentro de quatro anos, a zona da África subsariana deverá captar cerca de 42,6 milhões de turistas. O crescimento tem sido incentivado pela melhoria económica e o incremento das receitas, com os segmentos de lazer e turismo de negócios a ganharem expressão, ao mesmo tempo que se verifi ca um maior interesse por parte dos países emergentes. A Travelport está presente em 47 países do mercado africano.

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NEGÓCIOS E EMPRESAS

24 SEXTA-FEIRA, 9 DE AGOSTO 2013

A implementação da cultura Kaizen permitiu à Lidergraf reduzir em 30% o desperdício de papel, bem como melhorar o fluxo de material e informação dentro da fábrica. A empresa aproveitou os bons resultados obtidos instituindo o prémio “Be Kaizen” entre os colaboradores. Dividida em quatro categorias – melhor implementação, dedicação, melhor resultado e Be Kaizen –, a distinção teve ainda os objetivos de garantir a aplicação de uma cultura de melhoria contínua no quotidiano da empresa e de promoção de boas práticas. O projeto desenvolvido entre o Kaizen Institute e a Lidergraf contou com a participação ativa de todos os colaboradores. Cristiano Azevedo, diretor-geral da Lidergraf, e José Carlos Pires, “senior operations manager” do Kaizen Institute, explicam este sucesso.VIRGILIO [email protected]

O Kaizen Institute desenvolveu um projeto com a Lidergraf que teve como objetivo principal a re-dução do desperdício de papel na operação da gráfica. O resultado alcançado foi de 30%, correspon-dente a uma poupança de 150 mil euros/ano.

Os ganhos alcançados foram aproveitados para instituir o pré-mio “Be Kaizen” entre os colabo-radores. Dividida em quatro cate-gorias – melhor implementação, dedicação, melhor resultado e Be Kaizen –, a distinção tem ainda o

objetivo de “garantir a aplicação de uma cultura de melhoria con-tínua no quotidiano da empresa que nos permitisse aumentar a produtividade e reduzir os des-perdícios”, afirma à “Vida Econó-mica” Cristiano Azevedo, diretor--geral da Lidergraf.

Além daqueles ganhos, o proje-to permitiu assim o envolvimento de colaboradores e de chefias, du-rante e após a sua implementação.

Tal como refere Cristiano Aze-vedo, “a melhoria contínua faz agora parte da cultura da empresa e mesmo após o término do pro-jeto com o Kaizen Institute estes valores permanecem entre as di-ferentes hierarquias da empresa”.

Mais inovação com menos desperdício

“Ao tentarmos rentabilizar os recursos, e reestruturarmos alguns processos, conseguimos aumentar significativamente a produtivida-de e diminuir os custos associa-dos. Essa libertação de ‘cash flow’ permite que a empresa continue a apostar em eixos fundamentais, como a inovação e sustentabilida-

de, e a investir em novos merca-dos, acrescenta o mesmo respon-sável.”

“Um dos pontos fundamentais a reter desta parceria com o Kai-zen Institute é o facto de perce-bermos que com objetivos claros, com normalização de processos e motivação das equipas podemos responder de forma ainda eficaz às novas exigências do mercado”, conclui.

O volume de vendas da Lider-graf é de 20 milhões de euros e as exportações representam 6% do volume de negócios. Atualmente, a empresa está presente em vários países europeus e também em África.

EMPRESA APLICA GANHOS DE 150 MIL EUROS EM MELHORIAS INTERNAS

Projeto Kaizen permite à Lidergraf reduzir o desperdício de papel em 30%

A melhoria contínua faz agora parte da cultura da Lidergraf e mesmo após o término do projeto com o Kaizen Insti-tute os valores permanecem entre as diferentes hierarquias da empresa.

Xerox Portugal nomeia gestor de serviços Manuel PedrógãoA Xerox Portugal acaba de anunciar a nomeação de Manuel Pedrógão como responsável pela Divisão de Customer Service Organisation e de Service Deli-

very. No desempenho deste novo cargo, terá como principais responsabilida-des a gestão global de todos os contratos de serviços e de todo o serviço técnico pós-venda e logística.

Allianz Portugal com nova plataforma informáticaA Allianz Portugal implementou, junto da sua Rede de Presta-dores de Serviços, uma nova plataforma informática que pro-porciona rapidez na troca de informação, facilidade de contac-to e celeridade nos pagamentos. Esta nova aplicação permite uma forma de gestão dos sinistros ainda mais célere e de qua-lidade acrescida.

JOSÉ CARLOS PIRES, “SENIOR OPERATIONS MANAGER” DO KAIZEN INSTITUTE, CONSIDERA

A melhoria contínua exige mudançasdentro da organização

“O projeto desenvolvido pelo Kaizen Institute com a Lidergraf permitiu ganhos de 150 mil euros na redução do desperdício de papel, assim como na redução do tempo de ‘setup’ e de ‘stocks’, garantindo a libertação de ‘cash flow’ que pode ser encaminhado para novos investimentos”, explica José Carlos Pires, “senior operations manager” do Kaizen Institute.“Este processo de implementação da melhoria contínua exige mudanças dentro da organização e uma consciencialização de chefias e equipas com vista a atingir os objetivos propostos. É, portanto, um processo que exige o empenho de todos os colaboradores e que permite que as empresas incrementem os seus resultados e aprendam a reduzir os desperdícios”, acrescenta.“É importante que os colaboradores se sintam parte integrante de todo o processo e que as suas opiniões sejam tidas em conta pelas chefias. A realização de reuniões semanais sobre indicadores de desperdício permite a partilha e análise dos mesmos.”“A conjuntura económica adversa exige que as empresas e organizações nacionais encontrem um equilíbrio entre a aposta na inovação e a redução de desperdícios, de forma a tornarem-se mais competitivas num mercado cada vez mais global. A parceria desenvolvida entre o Kaizen Institute e a

Lidergraf permitirá que a empresa consiga responder com dinamismo às novas exigências económicas”, conclui.

“É importante que os colaboradores se sintam parte integrante de todo o processo e que as suas opiniões sejam tidas em conta pelas chefias”, afirma José Carlos Pires.

“Com a motivação das equipas podemos responder de forma mais eficaz às novas exigências do mercado”

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EMPRESAS/Empresas Familiares

SEXTA-FEIRA, 9 DE AGOSTO 2013 25

Os mercados mais desenvolvidos e competitivos normalmente carateri-zam-se por possuírem grande ativida-de de conhecimento dos seus princi-pais players.

É pois muito natural que entidades como as associações empresariais, fun-dações e o meio académico promovam iniciativas que permitam recolher e analisar múltiplas atividades e com-portamentos das empresas e empresá-rios.

Estes estudos são muito interessantes e podem desempenhar um papel cru-cial no incremento da competitividade dos visados. Neste contexto, assume especial relevância a dinamização de eventos de divulgação dos resultados e discussão conjunta dos mesmos.

Na área das empresas familiares, tra-dicionalmente mais reservada, temos assistido nos últimos anos a uma gran-de abertura a estas iniciativas, de que se pode salientar o I Forum da Com-petividade das Empresas Familiares, realizado na Maia em 2011; do estudo e Congresso Europeu da Sucessão Em-

presarial da AEP, em 2012, e do Con-gresso Crescer e Vencer das Associação das Empresas Familiares, em fevereiro deste ano.

A grande evolução a reconhecer nestes eventos é o contínuo aumen-to e participação ativa das empresas e empresários familiares, o que permite um maior conhecimento real destes players e consequente passagem de boas práticas para todos os seus con-géneres.

Maior presença em fóruns e observatórios profi ssionais

ANTÓNIO NOGUEIRA DA COSTAConsultor Empresas [email protected]

REFLEXÕES SOBRE EMPRESAS FAMILIARES

Especialistas na consultoria a Empresas Familiares e elaboração de Protocolos Familiares Santiago – Porto www.efconsulting.es

Temas

para reflexão:

empresas e empresários familiares?

participamos num fórum profissional?

empresas e famílias empresárias?

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O comércio enfrenta cada vez mais e maiores desafios. A concorrência é aguerrida, a crise diminui o poder de compra do consumidor e, por outro lado, potencia o furto. Ou seja, esta seria a melhor altura para investir em sistemas de proteção eficazes. E os retalhistas sabem disso. Mas João Fanha, diretor de marketing da Gateway, explica que também os comerciantes estão em crise. Os planos de investimento retraem-se, fazendo com que o retalho venda menos e tenha também um menor budget para investir. “Muitos projetos agendados para estes últimos anos não saíram do papel, assim como empresas que tinham grandes planos de expansão não conseguiram liquidez suficiente e adiaram a sua internacionalização.” Ainda assim, a Gateway, empresa especializada em soluções de segurança eletrónica e de prevenção de quebra no retalho, vai conseguir crescer 7% este ano.SUSANA MARVÃ[email protected]

Vida Económica (VE) – Hoje, quais os grandes desafios que a segurança logística apresenta aos fornecedores?

João Fanha (JF) – Para grandes males, grandes remédios, é o que acreditamos. A nossa visão face à

crise tem sempre sido a de identi-ficar “oportunidades para criar” e é isso mesmo que temos vindo a fazer. Criamos novas formas de o retalho conseguir potenciar as suas vendas.

Neste sentido, temos vindo a desenvolver soluções que não pro-duzam apenas os resultados espe-rados de um sistema de proteção – proteger eficazmente contra o furto – mas que vão mais além e que também ajudam na gestão de loja, aumentando as suas vendas, fazendo com que os clientes gostem de visitar a loja, se sintam bem en-quanto experimentam os artigos e, essencial, dando ao retalho o prin-cipal ativo de qualquer negócio: o conhecimento do consumidor.

VE – O que tem vindo a mudar nesta indústria?

JF – Principalmente a consciên-cia dos retalhistas. Felizmente há cada vez mais a ideia de que, ape-sar da crise, a proteção é um fator essencial ao bom funcionamento da loja, assim como a contratação do staff e instalação de sistemas de segurança tecnologicamente evolu-ídos que oferecem conhecimento sobre o consumidor, apresentando--se como autênticas ferramentas de marketing que permitem delinear estratégias de loja e orientar de for-ma mais inteligente o staff e todo o processo logístico.

Em igual medida, podemos afir-mar que toda e qualquer tecnolo-gia usada para fazer frente ao furto, nomeadamente aos grupos organi-zados, é importante. À medida que a crise aumenta, aumenta também a sua “criatividade”, logo o desen-volvimento de sistemas inteligentes que não só protejam eficazmente, como também atraiam visitantes às lojas, ajudando o retalho a diferen-ciar-se uns dos outros.

VE – É obrigatório seguir esta tendência?

JF – Quem não segue esta ten-dência é facilmente derrubado pelo retalho que oferece uma loja mais bonita, um merchandising seguro que enalteça o produto, uma expe-riência de compra positiva e toda uma estratégia de retenção da aten-ção do consumidor.

Os lojistas têm de agarrar estas oportunidades de mostrarem a sua

loja enquanto montra, enquanto expositor em livre serviço para se destacarem da sua concorrência. Existem várias formas para o conse-guirem, como exposições store-in--store, corners próprios dentro das lojas, ações de promoção, tudo para potenciar a livre experimentação dos artigos por parte dos visitantes, alavancando assim as vendas, tendo para tal soluções que, além de aju-darem no merchandising seguro e atraente, protegem eficazmente contra eventuais furtos.

VE – Até que ponto o atual mo-mento económico e social mais fragilizado veio alterar as “regras do jogo”?

JF – Veio alterar na medida em que há menos inaugurações de lojas, menos centros comerciais a abrir. No entanto, existem mais remodelações que apostam em sis-temas novos e mais eficazes, uma vez que muitos dos antigos se tor-

nam obsoletos quando não são adaptáveis e interligáveis entre si. O budget para investir é menor e as margens de lucro também, o que faz com que os planos de prevenção de quebras tenham de ser precisos, mas, ao mesmo tempo, altamente adaptáveis com soluções que co-muniquem entre si para potenciar a segurança em loja.

Crise potencia número de fur-tos e diminui poder de com-pra

VE – Hoje, o que mais privile-giam os retalhistas nos produtos/soluções?

JF – São vários os fatores que os retalhistas privilegiam. A qualidade e a garantia das soluções instaladas, a sua durabilidade e adaptabilida-de são fatores essenciais para que o investimento dê frutos. E, claro, a relação qualidade/ preço bem como o serviço prestado.

APESAR DE JÁ TEREM CONSCIÊNCIA DA NECESSIDADE DE SOLUÇÕES QUE OS PROTEJAM

Retalho luta contra aumen e diminuição do budget pa

Joao Fanha, diretor de marketing da Gateway.

APPV escolhe PHCAssociação Portuguesa de Profissionais de Vendas (APPV) escolheu a solução PHC FX para optimizar os seus proces-sos internos, conseguindo ultrapassar algumas dificuldades que sentia ultimamente em termos de cobrança e de regu-larização das quotas dos seus membros.

TECNOLOGIAS

26 SEXTA-FEIRA, 9 DE AGOSTO 2013

A generalidade dos retalhistas vê a proteção como fundamental para conseguirem vender e angariar mais clientes, uma vez que sabem que cortar neste bem necessário leva a perdas maiores por furto do que o valor a investir em sistemas de segurança.

Page 27: Boletim do Contribuinte Jornal Fiscal Vida Judiciária ... · O processo de implementação do Sistema de Segurança de Informa-ção foi o resultado de um trabalho integrado de todos

Outro forte exemplo é a inter-ligação entre os sistemas em loja, uma vez que permite potenciar a se-gurança num “loop” de 360 graus.

Por exemplo, o CCTV é uma das soluções mais requisitadas pelos retalhistas, uma vez que – além de todas as vantagens que lhe são co-nhecidas – é um excelente comple-mento às soluções antifurto EAS na proteção de qualquer espaço comercial, oferecendo a capacidade de integração com outros sistemas de segurança de loja, como EAS e POD Displays, captando imediata-mente as imagens no momento de alarme.

Outro exemplo são as soluções POD Displays da Gateway que as-seguram, por um lado, o bom fun-cionamento e proteção das novi-dades de gadgets eletrónicos e, por outro, oferecem uma experiência

confortável porque o cliente pode tocar, aceder aos menus e ter uma ideia bem real do peso e da perfor-mance do artigo para que possa rea-lizar uma compra inteligente e bem suportada. E para que determinado retalhista seja escolhido em detri-mento de outro com perfil muito similar, é necessário que se saiba di-ferenciar da sua concorrência, ofe-recendo a sua loja como “provador” para os visitantes experimentarem tudo e potenciar assim as vendas. Uma experiência de compra posi-tiva é mais do que meio caminho andado para fidelizar o cliente.

Outra das soluções que os re-talhistas têm vindo a dar cada vez maior valor é aos sistemas de con-tagem de pessoas (seja por antenas EAS ou por sistemas de GateCoun-ter), na medida em que permitem conhecer melhor o consumidor, sa-ber a que altura do ano, meses, dias e horas se dirige às lojas oferece da-dos cruciais para desenvolver cam-panhas orientadas para o sucesso.

VE – Qual o retorno médio dos vossos produtos? É uma questão que preocupa os vossos clientes?

JF – Os nossos clientes sabem que com a crise aumenta claramente o furto e diminui o poder de compra dos clientes, assim como o budget alocado pelo retalho para a compra de soluções de segurança para as lojas. Mas, felizmente, são cada vez mais os retalhistas que apostam em soluções para proteger os seus arti-gos, pois sabem que se não o fize-

rem, as quebras desconhecidas em loja (seja por furto interno, externo ou erros administrativos) acabam por influenciar negativamente os resultados operacionais de loja de tal forma que perdem mais se não apostarem adequadamente em sis-temas de proteção

Adiamento do investimento é uma realidade

VE – Qual a solução/serviço que mais contribuiu para o vosso volume de negócios?

JF – Com o emergente cresci-mento do mercado dos smartpho-nes e tablets, a Gateway Portugal viu uma oportunidade de desen-volver para estes produtos soluções específicas que potenciassem a sua experimentação em loja, para satis-fazer a curiosidade dos visitantes e potenciar a sua venda. Assim, po-demos afirmar que as soluções que mais comercializamos são o LTO e LTO 2 para tablets e as novidades high security para smartphones, pelo elevado valor comercial destes artigos de consumo. E embora o retalho se esteja a ressentir da crise, as vendas de smartphones e tablets continuam a crescer.

Temos, no entanto, vindo a de-senvolver bastante a nossa área de CCTV, com soluções sobre IP, que além de todas as vantagens que lhe são conhecidas, é um excelente complemento às soluções antifur-to EAS na proteção de qualquer espaço comercial. O sistema Gate-Counter de contagem de pessoas com gravação do espaço, nomea-damente do POS para assegurar as corretas transações de caixa é tam-bém uma solução muito procurada pelo retalho.

VE – Assistem a um adiar do investimento nas soluções por parte dos retalhistas?

JF – Sim, sem dúvida. Com a cri-se, os planos de investimento retra-em-se, fazendo com que o retalho venda menos e tenha também um menor budget para investir.

Muitos projetos agendados para estes últimos anos não saíram do papel, assim como empresas que tinham grandes planos de expansão não conseguiram liquidez suficien-te e adiaram a sua internacionaliza-ção. Houve um real abrandamento

do setor, nomeadamente alguns pequenos espaços comerciais que adiam eternamente a decisão deproteção, presos na expetativa de como será o futuro. E ainda expe-rienciámos o caso de muitos clien-tes que queriam remodelar os siste-mas antigos, mas, devido a falta de budget, prolongam o tempo útil de vida dos equipamentos de seguran-ça existentes.

Felizmente que a generalidade dos retalhistas vê a proteção como fundamental para conseguir vendere angariar mais clientes, uma vezque sabem que cortar neste bemnecessário leva a perdas maiores por furto do que o valor a investir emsistemas de segurança. Isto porque a recessão económica potencia a pro-liferação do crime organizado, mas, por outro lado, gera também uma maior procura por novas soluções para combater formas de furto ino-vadoras, na medida em que ambas crescem a ritmos paralelos.

Crescimento de 2013 centra-do nos 7%

VE – Como correram os pri-meiros meses do ano?

JF – Quanto ao primeiro semes-tre de 2013, o feedback está a ser positivo. Estamos a crescer 26%, relativamente ao ano homólogo.

VE – Como preveem que o ano termine?

JF – Em 2012 crescemos 7% face a 2011 e este ano esperamos conti-nuar neste contaciclo.

VE – Quais os grandes objeti-vos a dois anos?

JF – Temos cinco grandes objeti-vos pelos quais lutamos para se tor-narem realidade até ao final do ano de 2015. São eles manter a lideran-ça do mercado no setor dos EAS (Electronic Article Surveillance); continuar a apostar forte no cresci-mento do CCTV e adquirir o esta-tuto de empresa de referência no se-tor; continuarmos a ser vistos como primeira opção quanto à proteção de gadgets eletrónicos; consolidara nossa presença em Angola e ini-ciar um projeto em Moçambique; e mantermos o contraciclo iniciadoem 2012 com um novo crescimen-to em vendas, empurrando a crise para trás.

to de furtosra segurança

TECNOLOGIAS

SEXTA-FEIRA, 9 DE AGOSTO 2013 27

Indra fornece solução integrada de gestão à FCSH/NOVAA Indra implementou uma solução integrada para a gestão admi-nistrativa, financeira e logística na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa (FCSH/NOVA). O projeto permite compatibilizar, integrar e agilizar a gestão administrativa, financeira e logís-tica.

Cláudia Lima assume funções de Talent Manager na Mind SourceA Mind Source acaba de lançar um novo departamento dedicado ao Talent Management. Cláudia Lima, Associate Senior Consultant na Mind Source desde 2010, abraça um novo desafio, assumindo a fun-ção de Talent Manager na consultora.

Gateway Portugal marca presença na Feira Internacional de Luanda

De encontro aos objetivos até ao final de 2015, que pressupõem a consolidação da sua presença em Angola, a Gateway Portugal anunciou, pelo segundo ano consecutivo, a sua presença na FILDA, a Feira Internacional de Luanda. A Gateway Portugal partilhou o stand com o parceiro Sanders Group, apostando na exposição de soluções de segurança EAS (Electronic Article Surveillance), sistemas de vídeo vigilância (CCTV) e POD Displays para protecção de gadgets eletrónicos.Segundo a empresa portuguesa, este ano a FILDA teve cerca de mil empresas presentes, comparativamente com as 700 registadas no ano passado. Estiveram representados 35 países e a Região Administrativa Especial de Macau. Portugal, que na edição de 2012 foi o país convidado, voltou este ano a ser a nação com mais empresas presentes: 112, a maior parte das quais (92) no Pavilhão de Portugal, que tem uma área de três mil metros quadrados. A Gateway Portugal foi uma das empresas a marcar presença com um stand corporativo, em conjunto com o seu parceiro local – Sanders Group - algo que já tinha acontecido o ano passado.A parceria com o Sanders Group Investimentos LDA teve lugar em abril de 2012 e visa assegurar não só a cobertura comercial do país africano, como também garantir um apoio técnico de qualidade às empresas suas parceiras em Portugal, que se expandiram para este mercado.O volume de negócios na FILDA deverá ultrapassar os 2,5 mil milhões de kwanzas – cerca de 19,7 milhões de euros, da anterior edição (2012), e o volume de negócios deverá atingir três mil milhões de kwanzas, aproximadamente 23,7 milhões de euros.

Temos vindo a desenvolver soluções que não produzam apenas os resultados esperados de um sistema de proteção – proteger eficazmente contra o furto – mas que vão mais além e que também ajudam na gestão de loja.

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Mobiliário com aplicações em pele de peixe. Uma mesa auto-matizada que ajusta a sua di-mensão sem intervenção huma-na, com recurso a uma aplicação para smartphones. Uma chaise longue que utiliza o tecido do fato de natação mais rápido do mundo e outros projetos dos fi-nalistas da primeira pós-gradua-ção em Design de Mobiliário de Paços de Ferreira. Estas são algu-

mas das inovações que o setor do mobiliário português tem para apresentar ao grande público, de 3 a 11 de agosto, no Parque de Exposições Capital do Móvel, em Paços de Ferreira. Trata-se da maior oportunidade do ano para conhecer as principais ofertas em termos de mobiliário e de-coração que a Capital do Móvel possui.

Ao apresentar uma edição re-

cheada de novidades em termos de inovação, a 41ª Capital do Móvel – Feira de Mobiliário e Decoração de Paços de Ferreira assume o papel central de dina-mizador do setor do mobiliário. Por outro lado, desde há alguns anos que este certame apostou na criação dos prémios Design e de Melhor Stand. Ainda que de forma simbólica, tem sido um incentivo muito positivo à ino-

vação e à aposta no design por parte das empresas expositoras. Hoje, a feira Capital do Móvel é o espelho do setor do mobili-ário nacional, que cada vez mais investe nos três pilares: inovação, design e qualidade.

A feira está aberta ao público entre as 10h00 e as 23h00. Um convite gratuito pode ser obtido no sítio da Internet www.capital-domovel.pt.

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Encomendas:

Vinhos de Portugal promovidos através do golfe

Criar uma associação positiva do golfe ao vinho e promover os vinhos portugueses junto de pú-blicos importantes, de referência a nível internacional, são os ob-jetivos que motivam o apoio da ViniPortugal, como “sponsor” oficial ao Ladies European Golf Tour- LET.

A plataforma agora lançada pela ViniPortugal http://let.winesofportugal.com/ resume este apoio e agrega informação e fotografias sobre o encontro promovido entre três golfistas internacionais e três enólogas. As golfistas internacionais Daniela Holmqvist, sueca, Holly Emma Aitchison, britânica, e Marion Ricadeau, francesa, trocaram experiências e vivências com as enólogas Martta Simões, Sandra Tavares da Silva e Susana Esteban e ficaram conquistadas pelos vi-nhos portugueses.

A associação com o LET tra-duz, em termos desportivos, os atributos dos vinhos portugueses. Um setor tradicional, cheio de património, mas dominado por uma nova geração de enólogos dinâmicos que tiveram a inteli-gência de apreender o melhor de um país cheio de diversidade e, por caminhos não convencionais, têm levado os vinhos portugueses ao mais alto nível da vinificação internacional. Assim como o LET, os vinhos portugueses dei-xaram as suas raízes na Europa, mas agora estão a conquistar o mundo

Aumentar o valor dos vinhos

A ViniPortugal é a associação interprofissional do setor viti-vinícola que tem como missão promover a imagem de Portugal, enquanto produtor de vinhos por excelência, valorizando a marca “Vinhos de Portugal”.

Lucro da REN desce mais de 9%A REN sofreu uma descida de 9,3% no resultado líquido do primeiro semestre, face a período homó-logo do ano passado, para 64,1 milhões de euros. O grupo atribui o desempenho negativo à redução em 0,7% do EBITDA e ao aumento dos impostos, sobretudo tendo em conta o reconhecimento como custo fiscal as provisões relativas ao processo Amorim Energia. Todavia, este efeito negativo terá sido parcialmente compensado pelo bom resultado nos resultados financeiros da empresa, resultante da melhoria motivada pela subida dos proveitos financeiros e dos ganhos em empresas associadas.

EMPRESAS

28 SEXTA-FEIRA, 9 DE AGOSTO 2013

A 41ª Capital do Móvel – Feira de Mobiliário e Decoração de Paços de Ferreira assume o papel central de dinamizador do setor

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A ANJE - Associação Nacional de Jovens Empresários encontra--se a promover a participação de cinco criadores de moda nacio-nais na Vision Copenhaga, a de-correr na capital dinamarquesa até amanhã, dia 10 de agosto. Os conceituados Luís Buchinho e Anabela Baldaque, a emergen-te Susana Bettencourt e ainda as jovens promessas Carla Pontes e Hugo Costa asseguram a repre-sentação lusa no conceituado certame. Trata-se da segunda investida do projeto Estratégia para o Mercado Global 2013, no âmbito do qual a associação responsável pela organização do Portugal Fashion acaba de levar a moda portuguesa ao certame londrino Scoop International

Fashion Show. Paris e Viena são os mercados eleitos para comple-tar este roteiro pelas feiras inter-nacionais do setor.

Por interposto de uma con-certada aposta na projeção co-mercial da moda portuguesa, o projeto Estratégia para o Mer-cado Global 2013 visa apoiar um conjunto de criadores que, uma vez aplicado na expansão das respetivas etiquetas e na pro-fissionalização das suas ativida-des, conta já com uma estrutura profissional definida e uma em-presa formalmente constituída. Trata-se, pois, da consolidação de um conjunto de propósitos associados à aproximação entre designers e indústria têxtil e ao fomento do empreendedorismo

no setor da moda que a ANJE, no âmbito do Portugal Fashion e de outros programas comple-mentares, vem prosseguindo há já longa data.

Centrando-se no mercado glo-bal e nas estratégias que o mesmo dita, o novo projeto da associação dos jovens empresários propõe às empresas participantes a atuação em rede, no sentido de juntas alcançarem um reforço de com-petitividade. Reforço esse que se pretende capaz de alavancar os re-sultados inerentes à participação em certames internacionais de referência para o setor. Através da combinação de diferentes registos e estilos, a ANJE acredita multi-plicar as possibilidades de pro-moção dos criadores nacionais,

junto de outros criadores, cadeias de lojas, agentes de compras, dis-tribuidores e até consumidores de todo o mundo. Esta atuação em rede, associada a uma série de outras vantagens, nomeadamente financeiras, será particularmente importante para os jovens criado-res mais carentes de notoriedade e ferramentas promocionais.

Além da participação nos me-lhores certames setoriais, o pro-jeto Estratégia para o Mercado Global 2013 aposta no acompa-nhamento e facilitação dos pro-cessos de internacionalização das empresas participantes, numa lógica informativa e integrado-ra, sustentada no acesso a no-vas redes de contactos. A ANJE ambiciona ainda, por esta via, contribuir para a diminuição das dificuldades sentidas pelas empresas na hora de colocar os seus produtos no estrangeiro, assim como para a promoção da atividade das empresas de confe-ção que com elas trabalham na conceção das suas propostas de vestuário.

Foco comercial e atenção aos projetos jovens

A renovada feira Vision Cope-nhaga, onde a ANJE se encon-tra com uma seleção de cinco criadores e respetivas empresas, é organizada pela Exhibition Professionals. Definindo a apro-ximação da criatividade e do comércio como um propósito claro, a Vision resulta da fusão entre as feiras CPH Vision e Ter-minal 2, consumada em agosto do ano transato. Aquela que é a segunda edição do novo formato tem lugar na Lokomotivværkste-

det e identifica o design escan-dinavo como tema central dostrabalhos expostos por criadores e marcas, provenientes de vários pontos do mundo. A feira inter-nacional de Copenhaga é agora reconhecida como uma platafor-ma de negócios estruturada em diferentes áreas temáticas, comlinguagens e atores específicos. “Shine”, “Seek”, “Dawn”, “Pri-vate”, “Free” e “The Boiler” são os bairros formados no interior do certame para expor as melho-res marcas contemporâneas domundo.

Além da diversidade de eti-quetas e nacionalidades repre-sentadas, a valorização dos jo-vens criadores é também umadas bandeiras da Vision 2013, sendo o espaço “Dawn” aque-le que está reservado aos novos talentos. Em stands individu-ais, Carla Pontes, Hugo Costae Susana Bettencourt podemali beneficiar de um ecossiste-ma catalisador da renovação do circuito de moda internacional,com projeção global e múltiplas oportunidades para a formula-ção de novos negócios.

O Estratégia para o MercadoGlobal 2013 é um projeto da responsabilidade da ANJE – Associação Nacional de Jovens Empresários, desenvolvido emparceria com a ANIVEC – As-sociação Nacional das Indús-trias de Vestuário e Confecçãoe atualmente financiado peloQREN - Quadro de Referên-cia Estratégico Nacional e peloFEDER – Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional, noâmbito do Compete - ProgramaOperacional Fatores de Compe-titividade.

ANJE em Copenhaga para apoiar novos negócios no setor da moda

Cooperação lusófona a partir de Luanda O reforço da cooperação entre Portugal e Angola, com vista à promoção e facilitação de novos negócios entre empresários dos dois países, foi uma das principais intenções manifestadas pela ANJE no Congresso do Empreendedor Lusófono, que, este ano, aconteceu em Luanda. A associação foi coorganizadora da iniciativa que lançou, em 2011, no Porto, e assegurou a representação nacional com uma comitiva de 12 empresários.

Última chamada para a ColômbiaEncerram a 13 de agosto as inscrições na missão de prospeção à Colômbia, levada a cabo pela ANJE, entre os dias 9 e 14 de setembro. Com passagem pelas cidades de Bogotá e Medellín, a viagem enquadra-se no GET OUT - Projeto Conjunto de Internacionalização de PME, cofinanciado pelo QREN. A criação de agendas de contactos por setores de atividade é um dos elementos distintivos desta ação.

EMPRESAS/ANJE

SEXTA-FEIRA, 9 DE AGOSTO 2013 29

O mesmo projeto que agora mo-tiva a participação da ANJE na Vi-sion Copenhaga - Estratégia para o Mercado Global 2013 – conduzira já a associação a Londres, onde entre os dias 21 e 23 de julho decorreu a Scoop International Fashion Show. Na capital inglesa foram seis os cria-dores de moda a aproveitar a opor-tunidade para fazer novos negócios: o conceituado Luís Buchinho, os emergentes Diogo Miranda e Susana Bettencourt e ainda as jovens pro-

messas Carla Pontes, Daniela Barros e Teresa Abrunhosa.

Divididas entre a Phillips Gallery (Carla Pontes, Daniela Barros e Te-resa Abrunhosa) e a Saatchi Gallery (Diogo Miranda, Luís Buchinho e Susana Bettencourt), as empresas portuguesas de moda fizeram-se re-presentar pelos seus criadores naquela que é a mais dinâmica e conceituada feira setorial da Europa. Criada em 2011, a Scoop International Fashion Show reuniu, na edição Primavera/

Verão 2014, cerca de 400 coleções de marcas e designers das áreas de vestu-ário, acessórios, joias e calçado.

Apresentando um conceito tra-dicional de “boutique womens tra-deshow”, este certame internacional prima pela diversidade de produtos expostos, resultado de uma mistura de criadores e marcas conceituadas com talentos contemporâneos, pon-tuados ainda por alguns referências da pintura, da escultura e da instala-ção artística.

Seis nomes lusos na Scoop International Fashion Show

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DIREITOS

LEGAL & ILEGAL

A apresentação de propostas separadas no mesmo concurso público de duas empresas em processo de fusãoARI ELIAS DA COSTAGabinete de Advogados António Vilar, Luís Cameirão & [email protected]

O Código dos Concursos Públicos, mor-mente o art. 55º que versa sobre os impedi-mentos que obstam a que entidades possam ser candidatas, concorrentes ou integrar qualquer agrupamento, nada refere no que concerne a sociedades cujo processo de fu-são se encontra em andamento e devida-mente averbado no seu registo comercial.

Todavia, a questão é pertinente, uma vez que o referido código explicita claramente que o júri do concurso, se constatar que o mesmo concorrente apresentou mais de uma proposta, deve propor a exclusão de todas as propostas por ele apresentadas (art. 146º, nº 3, do CCP).

A fusão de sociedades está regulamenta-da no capítulo IX do Código das Socieda-des Comerciais, que prevê várias modali-dades para o efeito.

Uma das possibilidades previstas con-siste na fusão “mediante a constituição de uma nova sociedade, para a qual se trans-ferem globalmente os patrimónios das so-ciedades fundidas, sendo aos sócios destas atribuídas partes, ações ou quotas da nova sociedade” (vide art. 97º, nº 4, alínea b) do CSC).

Neste caso, as administrações das socie-dades que pretendam fundir-se elaboram, em conjunto, um projeto de fusão onde constem, além de outros elementos ne-cessários ou convenientes para o perfeito

conhecimento da operação visada, tanto no aspeto jurídico como no aspeto econó-mico.

O projeto de fusão deve ser registado, sendo de imediato publicado e, ainda, ser submetido a deliberação dos sócios de cada uma das sociedades participantes, em assembleia-geral, sendo as assembleias convocadas depois de efetuado o registo, para se reunirem, decorrido, pelo menos, um mês sobre a data da publicação da con-

vocatória. (art. 100º)A partir da publicação do registo do pro-

jeto, os sócios, credores e representantes dos trabalhadores de qualquer das socieda-des participantes na fusão têm o direito de consultar, na sede de cada uma delas, os documentos subjacentes ao projeto.

A lei confere aos credores das sociedades participantes, cujos créditos sejam anterio-res a essa publicação, a faculdade de dedu-zir oposição judicial à fusão.

Sendo que a oposição judicial deduzida por qualquer credor impede a inscrição de-finitiva da fusão no registo comercial (Ar-tigo 101º B).

O registo da fusão no registo comercial (não confundir com o registo do projeto de fusão que, pelos mais diversos motivos, poderá nunca vir a concretizar-se) deve ser requerido somente após a deliberação da fusão por todas as sociedades participantes, sem que tenha sido deduzida oposição ou, tendo esta sido deduzida, se tenha verifica-do algum dos factos referidos no nº 1 do artigo 101º B, a inscrição (Artigo 111º).

Sublinhe-se que, no caso de constituição de nova sociedade, apenas com a inscrição da fusão no registo comercial se extinguem todas as sociedades fundidas, transmitin-do-se os seus direitos e obrigações para a nova sociedade (Artigo 112º).

Até esse momento as sociedades partici-pantes mantêm a sua personalidade jurídi-ca distinta.

Mas, ainda que no plano jurídico duas sociedades permaneçam distintas, se na prática já atuarem como se uma só fossem, se a análise das respetivas propostas revelar fortes indícios de que os atos, acordos, prá-ticas ou informações são suscetíveis de fal-sear as regras de concorrência, as mesmas devem ser excluídas, ao abrigo do prescrito na alínea g), do nº 2, do art. 70º, do CCP.

Logrando a recolha desses fortes indí-cios, os demais concorrentes podem, em sede de audiência prévia, pugnar pela ex-clusão das respetivas propostas.

PBBR colabora na elaboração do International Copyright LawA PBBR, por intermédio dos advogados César Bessa Monteiro, César Bessa Monteiro Jr e Ri-cardo Henriques, participou na elaboração da publicação International Copyright Law, sendo responsável pela parte portuguesa da obra. Editado pela Gobal Law Business, o livro contém um estudo de Direito comparado do regime do Direito de Autor e Direitos Conexos em 40 países.

Em face das recentes alterações em matéria de segurança privada, quais os procedimentos necessários e os requisitos que devo cumprir e verificar para poder criar e instalar uma empresa de segurança privada?

DANIELA S. RAMALHOGabinete de Advogados António Vilar, Luís Cameirão & [email protected]

A Lei nº 34/2013, de 16 de maio, veio estabelecer o regime do exercício da atividade de segurança privada, introduzindo uma série de requisitos que têm de ser obrigatoriamente cumpridos para que uma empresa possa legalmente exercer estas atividades em Portugal. Tais empresas são, nos termos legais, “toda a entidade privada, pessoa singular ou coletiva, devidamente autorizada, cujo objeto social consista exclusivamente na prestação de serviços de segurança privada” sendo que

a mesma tem de “exercer uma atividade de prestação de serviços a terceiros”, nos termos da alínea a) do art. 2º da predita lei. Os serviços de segurança que são prestados a terceiros por estas empresas encontram-se enumerados no art. 3º nº 1 do diploma legal, englobando várias atividades relacionadas com vigilância, monitorização e gestão de dispositivos de segurança, com a fiscalização e inspeção de objetos e pessoas, bem como com o transporte de valores ou mercadorias de elevado valor, entre outros. Todas as empresas que desejam dedicar-se à prestação de serviços de segurança privada têm obrigatoriamente que obter um alvará, que consiste na autorização para a prestação destes serviços (art. 4º e 14º da Lei 34/2013). É a Direção Nacional da PSP que tem competência para a sua emissão e o pedido é feito em requerimento próprio dirigido ao Ministro da Administração Interna, enquanto membro do Governo responsável por esta área. Este tem o prazo

máximo de 30 dias para decidir, sendo que mesmo que seja concedido o alvará, o início da atividade fica sempre dependente de comprovação por parte do requerente, no prazo de 90 dias, de que cumpriu uma série de obrigações enumeradas nas alíneas do nº 2 do art. 47º do mencionado diploma legal. A prestação desses serviços sem alvará consubstancia a prática de crime punível com pena de prisão de um a cinco anos ou pena de multa até 600 dias. Paralelamente, convém ter em atenção as exigências que são legalmente impostas para o exercício da profissão de segurança privado e que se encontram neste diploma, bem como na Lei nº 9/2009, de 4 de março, entretanto alterada pela Lei nº 41/2012, de 28 de Agosto. Trata-se, portanto, de uma profissão regulamentada, com especialidades e funções concretamente delimitadas. Importante é igualmente a exigência de forma escrita dos contratos de trabalho do pessoal de segurança, nos termos do art. 21º Lei 34/2013, bem como a regra

geral de proibição de contratos de muito curta duração para o exercício da profissão. Existem ainda requisitos e incompatibilidades no caso dos administradores e gerentes das sociedades que exerçam atividades de segurança privada, os quais são de verificação obrigatória para a obtenção do cartão profissionalPor último, cabe ressalvar que estas atividades se encontram sujeitas a fiscalização a cargo da Direção Nacional da PSP, estando tipificados, além dos crimes já mencionados, várias contraordenações com multas que podem variar entre os 1500J e os 44 500J, quando cometidas por pessoa coletiva, e entre os 150J e os 3000J, quando praticadas por pessoas singulares. Em suma, devido ao papel cada vez maior que a segurança privada desempenha na manutenção da ordem pública, justifica-se que a nova lei tenha regulado esta matéria de forma especialmente cuidada, permitindo um controlo administrativo, que se pretende eficaz, destas atividades.

LEGAL & ILEGAL

NOVOS REQUISITOS PARA CRIAÇÃO DE UMA EMPRESA DE SEGURANÇA PRIVADA

30 SEXTA-FEIRA, 9 DE AGOSTO 2013

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A situação entre os trabalhadores dos impostos e o Ministério das Finanças é cada vez mais tensa e não é de colocar de lado a possibilidade novas formas de luta por parte dos profissionais. O Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos (STI) fala de caos nos serviços de Finanças e de falta de segurança, estando mesmo em causa a integridade física dos funcioná-rios.

“A perda de autoridade – não apenas for-mal – que é fomentada pelos discursos dos governantes contra os trabalhadores que representam o Estado, no nosso caso dos que apenas possuem autoridade para co-brar impostos, é o principal fator que justi-fica a insegurança crescente. Ao desrespei-to pela dignificação dos trabalhadores da

Autoridade Tributária e Aduaneira, com um processo de carreiras iniciado e inter-rompido pela tutela, à imposição do acrés-cimo do horário de trabalho sem qualquer compensação, à inexistência de formação, à rutura de recursos humanos, aos equipa-mentos informáticos obsoletos, vem agora adicionar-se a falta de segurança”, referem os responsáveis do sindicato.

O STI garante que os últimos meses têm sido insustentáveis para os trabalhadores da AT, já que continuam com excesso de volume de trabalho. Refere a este propó-sito: “Os trabalhadores continuam a não ter mãos a medir com o volume de serviço, acrescido com os milhões de notificações enviadas, por atacado, aos contribuintes e que diariamente afluem aos serviços para

serem atendidos. A esta situação acrescem os sucessivos ataques à segurança e à in-tegridade física e mental dos funcionários, sem que por parte da tutela exista uma ati-tude para responder a esta situação grave. Quando uma secção de cobrança é assal-tada, não são apenas os funcionários da AT que estão a ser atacados. É o Estado e os Portugueses que estão a ser roubados e ofendidos.”

Cabe ao Governo repor uma situação de normalidade

Lamenta o sindicato que estejam a ser colocados de parte o respeito e a consi-deração pelos trabalhadores do Estado. E adianta o STI: “Mais do que exigir um po-lícia à porta de cada serviço, exigimos que os governantes deem o exemplo na forma como tratam os trabalhadores da AT.” Aliás, os dirigentes sindicais não compreendem como pode a AT exercer as suas funções de atividade junto dos contribuintes se o Go-verno “menospreza a cobrança de impos-tos e o combate à fraude e à evasão fiscais”.

Perante esta situação, tida como insus-tentável, o STI pretende uma audiência com a ministra das Finanças. Entretanto, já foi dado conhecimento do que se está a passar ao Ministério da Administração In-terna, entidade à qual também foi pedida uma audiência. “É da responsabilidade do Governo implementar soluções para repor a normalidade do funcionamento da AT, assim como é responsabilidade dos sindi-catos denunciar as situações que constran-gem os trabalhadores e propor alternati-vas”, conclui o sindicato.

STI LAMENTA INÉRCIA DO GOVERNO

Trabalhadores dos impostos avisam para situação de caos nos serviços

AGOSTO

Até ao dia 10

- Periodicidade mensal – Entrega via Internet da declaração periódica relativa às operações reali-zadas no mês de junho e pagamento do respe-tivo imposto.

- Entrega da declaração mensal de remunera-ções pelas entidades devedoras de rendimentos do trabalho dependente sujeitos a IRS, bem como os que se encontrem excluídos de tributa-ção, para comunicação daqueles rendimentos e respetivas retenções de imposto, das deduções efetuadas, relativamente a contribuições obriga-tórias para regimes de proteção social e subsis-temas legais de saúde e a quotizações sindicais, relativas ao mês anterior.

Até ao dia 15

- Periodicidade trimestral - Entrega Declaração Periódica acompanhada dos anexos que se mos-trem devidos pelos contribuintes do regime nor-mal trimestral, relativa às operações efectuadas no 2º trimestre de 2013.

- Entrega da Declaração Modelo 11 - pelos No-tários e outros funcionários ou entidades que de-sempenhem funções notariais, bem como as en-tidades ou profissionais com competência para autenticar documentos particulares que titulem atos ou contratos sujeitos a registo predial, das relações dos atos praticados no mês anterior, susceptíveis de produzir rendimentos.

- Entrega pelos notários e outros funcionários ou entidades que desempenhem funções notariais, bem como as entidades ou profissionais com com-petência para autenticar documentos particulares de relação dos atos ou contratos sujeitos a registo predial, dos da relação dos atos ou contratos sujei-tos a IMT, ou dele isento, de cópia das procurações irrevogáveis e respetivos substabelecimentos e de cópia das escrituras ou documentos particulares autenticados de divisões de coisa comum e de par-tilhas de que façam parte bens imóveis.

Até ao dia 20

- Entrega das importâncias retidas, no mês ante-rior, para efeitos de Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Colectivas

- Entrega das importâncias retidas, no mês ante-rior, para efeitos de Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares.

- Pequenos retalhistas – Pagamento do imposto sobre o valor acrescentado (IVA), a efectuar nas te-sourarias de finanças, correspondente ao imposto apurado na declaração respeitante ao 2º trimestre;- Declaração recapitulativa – Entrega pelos su-jeitos passivos do regime normal mensal que te-nham efectuado transmissões intracomunitárias de bens e/ou prestações de serviços noutros Es-tados Membros, no mês anterior, e para os sujei-tos passivos do regime normal trimestral, quan-do o total das transmissões intracomunitárias de bens a incluir na declaração tenha no trimestre em curso excedido o montante de J 100.000.

- Entrega do imposto retido no mês anterior.

DUPLA TRIBUTAÇÃOConvenção Portugal-Suiça

Foi publicado no dia 27 de junho a Resolução da Assembleia da República nº 87/2013 que aprova o Protocolo Modificativo da Convenção entre Por-tugal e a Suíça para Evitar a Dupla Tributação em Matéria de Impostos sobre o Rendimento e sobre o Capital, celebrada em 1974 e aprovada pelo De-creto nº 716/74, de 12.12. Destaque para a tri-butação das a mais-valias, relativamente às quais se estabelece que os ganhos que um residente de um Estado Contratante aufira da alienação de par-tes de capital, cujo valor proceda, direta ou indire-tamente, em mais de 50 %, de bens imobiliários situados no outro Estado Contratante, podem ser tributados nesse outro Estado.

AGENDA FISCAL

FISCALIDADEO Conselho Federal de Contabilidade do Brasil e a Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas (OTOC) organizam, no próximo dia 6 de setembro, em Coimbra, o 4º Encontro Luso-Brasileiro de Contabilidade. Os trabalhos vão decorrer sob o tema “Unidos pela contabilidade”. Os profissio-nais nacionais e brasileiros estão juntos, uma vez mais, para trocarem experiências e opiniões sobre os grandes desafios que se colocam ao exercício da atividade de técnico oficial de contas.

SEXTA-FEIRA, 9 DE AGOSTO 2013 31

PRÁTICA FISCAL

1. O n.º 3, do artigo 29.º, do CIVA, não proíbe a emissão de fatura por parte dos sujeitos passivos que pratiquem exclusivamente operações

isentas de imposto ... Apenas os dispensa da obrigatoriedade de faturação imposta pela alínea b), do n.º 1, do mesmo normativo. 2. As despesas de educação só são dedutíveis à colecta para efeitos de IRS, desde que prestada por estabelecimentos de ensino integrados no sistema nacional de educação ou reconhecidos como tendo fins análogos pelos ministérios competentes, só podendo a dedução ser realizada face à identificação, em fatura emitida nos termos legais, do sujeito passivo ou do membro do agregado a que se reportem, nos casos em que envolvam despesa

(alínea b) do n.º 6, do artigo 78.º, e n.º 4, do artigo 83.º, do CIRS). 3. Neste sentido, e porque compete ao estabelecimento de ensino, neste caso à IPSS, garantir as condições de dedutibilidade do encargo do dependente no IRS do respectivo agregado familiar, nada impede e até se impõe como imperativo legal, que emita a correspondente fatura, deixando justificadamente de aproveitar da dispensa de faturação que a lei lhe faculta.4. Este, salvo orientação diferente da administração tributária e aduaneira, é o nosso entendimento.

IPSS – ISENÇÃO FATURAÇÃO

INFORMAÇÃO ELABORADA PELA APOTEC - ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE TÉCNICOS DE CONTABILIDADE [email protected]

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Ofício esclarece sistema de intercâmbio de informações sobre o IVAA Autoridade Tributária e Aduaneira divulgou vários esclarecimentos relativos aos procedimentos a empreender por parte dos contribuintes com estabelecimento estável ou domicílio em Portugal. O ofício-circulado nº 30148/2013 dá as necessárias indicações quanto à inscrição e gestão do nú-mero de identificação fiscal no sistema de intercâmbio de informações sobre o IVA (VIES), tendo em conta as alterações introduzidas ao Código do IVA, no âmbito da Lei do OE para este ano.

Enquadramento fiscal de compensações e subsídios referentes à atividade voluntáriaFoi publicada a lei que clarifica o enquadramento fiscal das compensações e subsídios, referen-tes à atividade voluntária, postos à disposição dos bombeiros. A Lei nº 53/2013 define ainda as bolsas atribuídas aos praticantes de alto rendimento desportivo, por parte do Comité Para-límpico de Portugal, e dos respetivos prémios atribuídos por classificações relevantes obtidas em provas desportivas de elevados prestígio e nível competitivo.

FISCALIDADE

32 SEXTA-FEIRA, 9 DE AGOSTO 2013

CONSULTÓRIO TÉCNICO

Alteração do regime de determinação dos rendimentos

O regime simplificado poderá ser afastado pelo sujeito passivo que manifeste essa vontade, na declaração de início ou na declaração de alterações a apresentar até ao fim do mês de março do ano em que se pretende a determinação do rendimento líquido com base na contabilidade, a qual deverá ser organizada de acordo com o disposto no CIRC (n.º 4 do art.º 28.º do CIRS).

Determinado contribuinte enquadrou-se no regime de contabilidade organizada por opção para o triénio de 2008-2010 e confirmou-se, no início de 2012, que estava enquadrado no mesmo regime para o triénio 2011-2013.Em 30 de julho de 2012 foi oficiosamente atribuído, sem comunicação, o regime simplificado pelo facto de ter registado em 2010 vendas superiores a 150 mil euros (152 444,71 euros) e em 2011 ter registado vendas abaixo desse valor (123 498,84 euros). As vendas de mercadorias registadas desde o início da atividade foram: 2008 – 83 225,80 euros; 2009 – 149 281,99 euros; 2010 – 152 444,71 euros; 2011 – 123 498,84 euros; 2012 – 103 868,25 euros.Nos termos do n.º 5 do artigo 28.º do CIRS, verifica-se que o período de permanência em qualquer regime é de três anos, prorrogável por igual período, exceto se o sujeito passivo comunicar a alteração do regime nos termos definidos (alínea b), n.º 4, do art.º 28.º). Desta forma, não há justificação para esta alteração efetuada pela Autoridade Tributária. Como é que se pode resolver este problema?

A determinação dos rendimentos empresariais e profissionais, salvo no caso da imputação prevista no artigo 20.º do CIRS, faz-se, de acordo com o n.º 1 do art.º 28.º do CIRS: a) Com base na aplicação das regras decorrentes do regime simplificado; b) Com base na contabilidade. O regime simplificado é um método que se aplica aos sujeitos passivos que, exercendo uma atividade empresarial ou profissional, não tenham no ano anterior ultrapassado um montante anual ilíquido de rendimentos desta categoria: 150 mil euros. O regime simplificado poderá ser afastado pelo sujeito passivo que manifeste essa vontade, na declaração de início ou na declaração de alterações a apresentar até ao fim do mês de março do ano em que se pretende a determinação do rendimento líquido com base na contabilidade, a qual deverá ser organizada de acordo com o disposto no CIRC (n.º 4 do art.º 28.º do CIRS). O n.º 5 do art.º 28.º do Código do IRS determina que «(…) o período mínimo de permanência em qualquer dos regimes a que se refere o n.º 1 é de três anos, prorrogável por iguais períodos, exceto se o sujeito passivo comunicar, nos termos da alínea b) do número anterior, a alteração do regime pelo qual se encontra abrangido (…).» Resulta daqui que o período mínimo de permanência no regime simplificado é de três anos, renováveis automaticamente por períodos iguais, desde que se mantenham os

pressupostos de tributação por este regime (montante de rendimentos inferior a 150 mil euros). De igual forma, a permanência no regime de contabilidade por opção é de três anos, renováveis automaticamente por iguais períodos, mas apenas desde que a opção continue válida, ou seja, caso se mantenham os pressupostos para ser abrangido pelo regime simplificado (montante de rendimentos inferior a 150 mil euros). Acontece que, pelos dados enviados, a opção foi efetuada em 2008, vigorando para o triénio 2008-2010, e renovaria automaticamente no regime da contabilidade organizada, sem necessidade de qualquer opção adicional, caso se mantivessem os pressupostos de enquadramento no regime simplificado, que seria a obtenção de rendimentos de montante inferior a 150 mil euros, o que não foi o caso. Em 2010, último ano do triénio, o contribuinte obteve um montante de rendimentos de 152 444,71 euros, montante que determina a exclusão de enquadramento no regime simplificado, ficando desta forma enquadrado na contabilidade organizada em 2011, por imposição legal, não relevando aqui a opção que havia sido efetuada. Os sujeitos passivos que estejam abrangidos pelo regime de contabilidade organizada, por não preencherem os requisitos previstos no n.º 2 do art.º 28.º do CIRS (rendimentos superiores aos limites), não têm período de permanência, nem possibilidade de opção. Como tal, tendo obtido em 2011 um valor total de rendimentos inferior àqueles limites, transita, em 2012, para o regime simplificado, mantendo-se este enquadramento pelo prazo de três anos (2012-2014), a menos que se verifiquem durante este período as circunstâncias previstas no n.º 6 do mesmo art.º 28.º. Ou seja, em 2011, o contribuinte estava, de facto, na contabilidade organizada, mas, por imposição legal, sendo aplicável apenas nesse ano. Com a entrega das declarações do ano de 2011, modelo 3 e IES, que é efetuada em 2012, é dado conhecimento à Autoridade Tributária dos valores dos rendimentos (que ficam abaixo dos 150 mil euros), motivo provável de ter sido efetuado o reenquadramento do sujeito passivo apenas a meio do ano de 2012. Atendendo ao exposto, a permanência do enquadramento do contribuinte na contabilidade organizada dependeria de ter sido entregue uma declaração de alterações até final de março de 2012, a efetuar essa opção.

Informação elaborada pela Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas, segundo o Novo Acordo Ortográfico

Crédito fiscal extraordinário ao investimento

Estando o País num anunciado novo ciclo em que, a par da continuada vigilância orçamental, se pretende impulsionar a economia através dos instrumentos fiscais, eis que surge uma novidade: o crédito fiscal extraordinário ao investimento.O crédito fiscal ao investimento é um instrumento fiscal que se traduz numa dedução à coleta que, neste caso, se traduz numa dedução à coleta de 20 por cento do investimento elegível efetuado, até 70 por cento da coleta anual. Existindo insuficiência de coleta, este crédito fiscal pode ser deduzido durante um período de cinco anos.Este mecanismo permitirá reduzir a taxa efetiva de IRC para 7,5 por cento (30 por cento X 25 por cento) representando uma redução que deve ser aproveitada ao máximo.O investimento elegível é todo aquele efetuado em ativos fixos tangíveis novos, ativos intangíveis sujeitos a deperecimento e afetos à atividade operacional das empresas e até valores máximos de 5.000.000 euros, efetuado entre 1 de junho e 31 dezembro de 2013. O mecanismo aplica-se igualmente aos ativos adquiridos em sistema de locação financeira desde que reúnam os requisitos para serem classificados como ativo fixo tangível.É um instrumento fiscal que também pode ser utilizado pelos grupos económicos que apliquem o regime especial de tributação de grupos de sociedades, podendo a dedução, nestes casos, ser efetuada à coleta do grupo até ao limite de 70 por cento da coleta e também 70 por cento da coleta que seria apurada, em cada período de tributação, pela sociedade que realizou o investimento elegível, caso não se lhe aplicasse o regime especial de tributação de grupos de sociedades. Tal como prometido, foi já publicada uma circular esclarecedora sobre esta matéria, com exemplos práticos que devem ser consultados pelos profissionais da área fiscal.

Relançamento económico

Outra característica interessante do crédito fiscal extraordinário ao investimento é o facto de ficar excluído do âmbito da aplicação da limitação imposta no artigo 92.º do Código do IRC, segundo a qual o IRC liquidado, líquido das deduções à coleta correspondentes à dupla tributação internacional e aos benefícios fiscais, não pode ser inferior a 90 por cento do montante apurado se a empresa não usufruísse de benefícios fiscais. De salientar igualmente que o crédito fiscal pode ser utilizado em todos os setores da atividade económica.Em suma, parece-nos uma medida boa que, a par de outras já anunciadas e veiculadas pela imprensa especializada, poderão fazer toda a diferença no relançamento da economia.As expectativas são, à partida, grandes, naquilo que se anuncia como um novo ciclo político de pendor mais económico. Contudo, questionamos o período temporal curto de apenas seis meses para efetuar o investimento, podendo provocar alguma incerteza nas empresas, nos casos em que o investimento se prolongue para além de dezembro. Contudo, as adições a investimentos já em curso que ocorram no período considerado (1 junho a 31 de dezembro) são elegíveis.Mais uma vez, parece-nos, deparamo-nos com a imprevisibilidade das normas fiscais, realidade sobejamente conhecida dos sujeitos passivos. Será que o beneficio vai manter-se e ser prorrogado? Continuará estre crédito fiscal a existir para investimentos em 2014 que não foi possível concluir em 2013? Não precisa o País, desesperadamente, de investimento e, sobretudo, de investimento direto estrangeiro? Se a resposta é afirmativa, porque não estender já o crédito fiscal extraordinário ao investimento para o próximo ano ou, pelo menos, dar sinais aos potenciais investidores nesse sentido? Ficam as questões.

JOÃO ANTUNESCONSULTOR DA ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS

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A Região Minho regista, em 2013, uma das melhores recupe-rações nas insolvências de empre-sas.

Embora continue a ser o ter-ceiro distrito no qual se regista o maior número de insolvências (335, que corresponde a 10,1% do total nacional), mantendo a tendência dos últimos anos, Bra-ga é também um dos distritos onde a recuperação deste índice se fez sentir de uma forma mais positiva, tendo registado, no primeiro semestre de 2013, face

a igual período do ano passado, menos 29% de insolvências. Es-tes dados foram obtidos no âmbi-to do estudo da COSEC – Com-panhia de Seguro de Créditos aos resultados do primeiro semestre de 2013.

Por sua vez, o distrito de Viana do Castelo também registou uma evolução muito positiva, tendo as insolvências diminuído neste primeiro semestre, 26% (53, que corresponde a 1,6% do total na-cional). Segundo o Presidente da AIMinho – Associação Empresa-

rial, António Marques, “se jun-tarmos os distritos de Braga e de Viana do Castelo verifica-se que a Região Minho consegue regis-tar uma das maiores diminuições a nível nacional no número de insolvências (-27,5% de insol-vências), o que comparado com a média nacional (-10%) é muito significativo!”

Lisboa (752, com aumento de 7%) e Porto (764, com redução de 15%), continuam a ser os dois distritos com mais insolvências em Portugal.

Região Minho com bom índice de recuperação de empresas

“O sistema de reembolso foi alterado em Janeiro passado” – explica à Vida Económica Johannes Ruckert, director.

“A Economia regional está a reagir e a fazer frente às insolvências” afirma António Marques, presidente da AIMinho.

Encomendas à construção caem para mínimo históricoA carteira de encomendas assegurada pelo setor da construção, em maio, era de apenas 5,3meses, o valor mais baixo de toda a série do inquérito mensal à atividade, que data de 1989.De acordo com a análise de conjuntura da Federação Portuguesa da Indústria da Construção eObras Públicas (FEPICOP), “a redução continuada da procura tem sido uma das responsáveispela grave crise vivida pelo setor, a qual se tem traduzido num avolumar das insolvências deempresas de construção e do desemprego com origem nesta atividade”.

ASSOCIATIVISMO

SEXTA-FEIRA, 9 DE AGOSTO 2013 33

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apoio às atividades de e-commer-ce e na aplicação das mesmas, numa perspetiva de expansão do mercado. Nesse pressuposto, a parceria agora estabelecida com a ANETIE assume particular inte-resse estratégico para as empresas nacionais, não só ao nível da pro-moção das soluções tecnológicas portuguesas, mas também no que toca à exploração de novas opor-tunidades de negócio que passem pelo e-business.

Objetivos específi cos

São cinco os objetivos específi -cos que suportam a nova relação de cooperação: apoiar o desenvol-vimento do comércio eletrónico entre Macau e Portugal; dispo-nibilizar conhecimento e parti-lhar experiências em matéria de comércio eletrónico; promover o intercâmbio de informações eletrónicas e comerciais; parti-lhar e promover a inovação re-sultante da emergência de novas empresas de base tecnológica, no sentido de reforçar a competiti-vidade de cada um dos merca-dos; e apoiar ações de estímulo à criação de novas tecnologias de informação.

Esta colaboração interassocia-tiva teve já início com a promo-ção do Login>PT IT Show Ma-cau, iniciativa organizada pela ANETIE, que, com o ímpeto da ECAM, benefi ciou de reforçada visibilidade junto de empresários e demais “players” locais. Way2I-nov, Innovation Makers, ETH, Digital Enabled, Deltatec e Bub-ble Mind são as empresas lusas que rumaram a Macau. Visando o reconhecimento do mercado, o seminário setorial incluído nesta missão contou também com o envolvimento da Federação de Jovens e da Associação de Jovens Empresários. A identifi cação de possibilidades de sinergias entre parceiros, participantes e organi-zações locais foi potenciada tam-bém através de um conjunto de reuniões bilaterais e de encontros institucionais. A consolidação destes contactos poderá ser alcan-çada em outubro, por altura da Feira Internacional de Macau.

PORTO 4 e 5 setembro

Organização:

INFORMAÇÕES E INSCRIÇÕES: Vida Económica – Patrícia Flores

[email protected]

OBJETIVOS:

Formador: Dr. Agostinho Costa

ENQUADRAMENTO:

PROGRAMA:

G120

G90

ANETIE fi rma parceria com Associação E-Commerce de Macau

A ANETIE – Associação Na-cional das Empresas das Tecno-logias de Informação e Eletróni-ca acaba de fi rmar uma parceria com a Associação de E-Commer-ce de Macau (ECAM). O pro-tocolo foi assinado em Macau,

na abertura de um seminário da plataforma de internacionali-zação LOGIN>PT, que reuniu empresários portugueses e locais e constituiu um dos pontos altos da missão organizada pela ANE-TIE àquela região administrativa

especial da China. Assistiu à for-malização desta colaboração ao nível da promoção das relações empresariais entre tecnológicas de ambos os mercados o Cônsul--geral de Macau, Vítor Sereno.

Criada em 2000, a ECAM as-

sume a missão de facilitar o de-senvolvimento das tecnologias de informação e comunicação em Macau, fomentando as atividades económicas por via do comércio eletrónico. A associação maca-ense atua junto das empresas no

Protocolo formalizado na China visa fomentar as relações empresariais

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CCISP denuncia discriminação do ensino superior politécnico Na sequência da proposta de revisão do Regime Jurídico das Instituições do Ensino Superior, apresentada pelo Ministério da Educação e Ciência, o Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP) considera existir uma forte discriminação negativa em relação ao ensino superior politécnico e às suas instituições.

A ICC promove campanha “O café e o estado de alerta”A Associação Industrial e Comercial do Café (AICC), em conjunto com a Preven-ção Rodoviária Portuguesa (PRP), promove a segunda fase da Campanha de Sensi-bilização Rodoviária - Café e o estado de alerta - com o objetivo de consciencializar todos os portugueses para o perigo que o cansaço pode representar para os automobilistas.

ASSOCIATIVISMO

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A empresa de consultadoria agrónoma Espaço Visual (www.espaco-visual.pt) está a organi-zar uma missão empresarial ao estado norte-americano do Ore-gon, cuja excelente qualidade na produção de mirtilos, amoras, framboesas e morangos é reco-nhecida em todo o mundo.

Esta missão terá lugar em

2014, estando a empresa a de-senvolver um trabalho logístico, no terreno, na escolha das ex-plorações a visitar, permitindo, assim, aos interessados potenciar os seus conhecimentos, com vis-ta a aplicá-los nos seus projectos empresariais.

Face à complexidade logística desta missão empresarial, a Es-

paço Visual está a elaborar uma “guest list”, que privilegiará, numa primeira fase, quem já te-nha participado noutras iniciati-vas organizadas pela empresa.

Na última semana, a Espaço Visual realizou uma missão em-presarial à Holanda. Os parti-cipantes puderam visitar explo-rações de mirtilo que utilizam

tecnologia de ponta, aumentan-do, assim, a produtividade e aqualidade do produto.

Nos dias 5, 6 e 7 de setembro,será organizada uma missão em-presarial a França, para visitar explorações de kiwis arguta. Nosdias 18 e 19 de outubro, o des-tino será Madrid, para participar na “Fruit Atraction”.

Espaço Visual organiza missões empresariais a França, Espanha e EUA

GALIZA E MERCADOS EMERGENTES DE ÁFRICA SÃO ALVOS DE NEGÓCIO PREFERENCIAISCeranor regressa à Exponor em setembro

A 23ª adição da Ceranor - Casa Hotelaria, Decoração e Brinde re-gressa em setembro à Exponor para reforçar o seu posicionamento de liderança, enquanto maior feira de “homeware” que se realiza em Por-tugal.

O certame, que se realiza de 5 a 8 de setembro, é uma vez mais o palco privilegiado para os profi ssio-nais do sector poderem apresentar as suas mais recentes novidades, reforçarem relações comerciais e realizarem negócios através de tro-ca de ideias e oportunidades e tem como novidades o estreitamento de relações com a Galiza e a aposta nas economias emergentes de África.

A Ceranor quer reforçar a sua presença junto dos vizinhos galegos e, como tal, foi assinado um proto-colo com o Colégio Ofi cial de De-coradores e Designers de Interior da Galiza, tendente à divulgação do evento junto dos associados desta instituição, para que visitem a Ce-ranor.

Angola, Moçambique e Marro-cos são os países identifi cados como boas oportunidades de negócio, para os quais a organização apostou numa forte campanha de divulga-ção para perceber as necessidades destes mercados e adaptar a oferta à procura.

Destaque ainda para uma inicia-tiva paralela, que permite alargar o âmbito da feira: “Espaço Tendên-cias na Decoração de Eventos”. Serão apresentadas cinco mesas de tendências na decoração de even-tos.

Este ano, com cerca de 150 ex-positores, entre fabricantes, impor-tadores, representantes e criadores, a Ceranor vai voltar a receber a vi-sita dos principais profi ssionais do setor, assim como de compradores oriundos de países estrangeiros que procuram aquilo que de bom se faz em Portugal, com soluções inova-doras e diferenciadoras.

SEXTA-FEIRA, 9 DE AGOSTO 2013 35

Quadrilátero Empresarial visitou Zona Industrial de SinesDepois da realização das missões internacionais de “benchmarking”, o Quadrilátero Empresa-rial deslocou-se recentemente a Sines, numa visita à ZIL - Zona Industrial e Logística de Sinesda AICEP Global Parques e ao Porto de Sines, o maior porto de águas profundas da PenínsulaIbérica. O destino para a realização de nova ação de “benchmarking” foi selecionado apósanálise da realidade nacional ao nível do acolhimento empresarial.

Cáritas Portuguesa cria “Rede de Competências”A Cáritas Portuguesa anunciou o lançamento uma nova plataforma, denominada “Rede de Competências”. O objetivo é desenvolver uma rede social que facilite a partilha de informa-ção e a comunicação entre empresas e desempregados com mais de 45 anos. Este projeto conta com a parceria do GRACE - Grupo de Refl exão e Apoio à Cidadania Empresarial, com cerca de 100 associados.

ASSOCIATIVISMO

Manual de preenchimento da FOLHA DE ROSTO, ANEXOS A E Q DA IES

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Abertas as inscrições para os “Open Days 2013”Encontram-se abertas as inscrições para os Open Days 2013, a semana europeia das regiões e cidades, que decorrerá entre os dias 7 e 10 de outubro. O período 2014-2020, no qual vi-gorará o novo ciclo de apoios comunitários, é o ponto de partida da edição deste ano, mas os olhares estarão voltados para os desafi os de futuro, tendo em conta as prioridades e a coope-ração entre as diferentes regiões.

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FERNANDA SILVA [email protected]

No fi nal do primeiro semestre deste ano, a taxa de execução do QREN (Quadro de Referência Estratégica Nacional) atingiu os 64,2% e a taxa de compromisso dos fundos disponíveis era já de 97,9%.

Segundo informa o boletim ofi cial do QREN, os dados referentes ao fi nal do segundo trimestre de 2013 permitem evi-denciar que a “taxa de execução atingiu 64,2% da dotação total dos fundos previs-ta executar até 2015”, cerca de 4,2% supe-rior ao valor registado no fi nal do primeiro trimestre e mais 18,0%, em relação ao tri-mestre homólogo de 2012.

Este valor corresponde a um volume de despesa validada e de pagamentos efetua-dos aos benefi ciários de cerca de 13,8 mil milhões de euros, dos quais 800 milhões foram realizados no segundo trimestre de 2013.

Na prática, o volume de recursos fi nan-

ceiros mobilizados permitiu, por exemplo, abranger na agenda da competitividade 9458 empresas em apoios diretos e outras 6993 através de mecanismos de engenha-ria fi nanceira.

No âmbito da agenda do potencial hu-mano, iniciaram o ciclo de formação 569 mil novos formandos em modalidades de dupla certifi cação e construídos ou requa-lifi cados 932 estabelecimentos de ensino.

Governo abre novo concurso para montantes ainda disponíveis do QREN-EQ

Entretanto, está prevista, já a partir do próximo dia 16 de agosto e até 5 de se-tembro, a abertura de um período de can-didaturas a 127 milhões de euros de ver-bas ainda disponíveis da 1.ª e 2.ª tranches do QREN-EQ, a linha de fi nanciamento atribuída ao sistema científi co e tecnoló-gico nacional, que ainda não tinha apli-cação.

Os apoios destinam-se a fi nanciar par-te da contrapartida nacional dos projetos aprovados para cofi nanciamento pelo Fun-

do Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) e pelo Fundo de Coesão (FC), no âmbito do QREN 2007-2013.

QREN atinge taxa de execução de 64,2%

QREN

36 SEXTA-FEIRA, 9 DE AGOSTO 2013

CONSULTÓRIO DE FUNDOS COMUNITÁRIOS

SI Qualifi cação aposta na internacionalização

Existem apoios à internacionalização de uma empresa de fabrico de material elétrico? Quais as condições e de que forma poderá o montante de apoio a receber ser maximizado?

RESPOSTAAs empresas industriais podem candidatar-se ao SI Qualifi cação e Internacionalização das PME para obter apoio ao investimento em fatores dinâmicos de competitividade, entre os quais ações relacionadas com a internacionalização, nomeadamente:

mercados externos, designadamente prospeção de mercados, participação em concursos internacionais, participação em certames internacionais nos mercados externos, ações de promoção e contacto direto com a procura internacional;

internacional, designadamente conceção e elaboração de material promocional e informativo e conceção de programas de

O apoio máximo é de 400 mil euros por projeto, sendo a taxa base de apoio de 75% do investimento elegível no caso de despesas relacionadas com a participação (enquanto expositor) em certames internacionais e de 45% para as restantes despesas. Contudo, é de realçar que as despesas relacionadas com a participação nesses certames e com pedidos de direitos de propriedade industrial são abrangidas pelo regulamento do auxílio de minimis, pelo que a sua taxa de apoio pode ser menor se a empresa já se encontrar próxima do limite máximo estabelecido por lei.Por outro lado, convém ainda ter em conta os fatores que permitem maximizar a pontuação a obter com o Mérito do Projeto (MP), o qual hierarquiza os projetos candidatos, de forma a assegurar a disponibilidade orçamental para os projetos com maior pontuação. Assim, apesar de não receber um maior montante de apoio, ao maximizar o MP é possível melhorar a

probabilidade do projeto ser aprovado.Acresce que, no concurso que se encontra aberto, a dotação orçamental afeta por cada Programa Operacional que não for comprometida na anterior fase de candidaturas transita para a fase seguinte e até ao seu esgotamento. As Autoridades de Gestão podem reforçar a dotação em concurso, em caso de disponibilidade orçamental, de forma a selecionar todos os projetos com pontuação fi nal igual ou superior a 4,25, sem prejuízo do reforço poder vir a abranger projetos hierarquizados com pontuações inferiores a este limiar.Dado que o concurso se encontra na sua quarta e última fase de candidaturas, que termina em 16 de setembro de 2013 (exceto no caso dos projetos localizados em Lisboa, cujo período de candidaturas já encerrou), será conveniente assegurar um MP igual ou superior a 4,25 pontos (num máximo de 5).Para tal contribui a realização de despesas relacionadas com a internacionalização (participação em certames internacionais,

internacional, estudos de mercado, entre outros), a contratação de dois técnicos qualifi cados, no âmbito do projeto (preferencialmente com idade igual ou inferior a 30 anos), a realização de iniciativas com carácter inovador para a empresa (por exemplo, criação de website, se inexistente) e o aumento signifi cativo das exportações da empresa.

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ALBANO DE [email protected]

No 1º semestre de 2013, os resultados líquidos consolidados dos cinco maiores bancos nacionais – CGD BCP, BES, BPI e Santander Totta – apresentaram, no seu conjunto, um valor global negativo de 817 milhões de euros que traduz um agra-vamento de mais de 400 milhões face ao valor negativo de 384 milhões apurado no período homólogo do ano anterior. Não se trata de situação nova, ainda que agravada. Basta relembrarmos que, no final de 2011, os resultados negativos foram de 1178 mi-lhões de euros — determinados então pe-los valores fortemente negativos do BCP — e que, em 2012, o valor negativo foi de 620 milhões de euros. São indicadores de que a banca vem sendo há tempos afetada pela crise financeira e pela instabilidade re-cessiva da conjuntura económica recente.

Agora, no final do 1º semestre, o BCP e a CGD voltam a apresentar resultados nega-tivos de 489 milhões e de 181,6 de euros, respetivamente (ainda assim menos nega-tivos que os 544 milhões do 1º semestre de 2012, no caso do BCP, e muito menos ainda no caso da CGD, cujo resultado ne-gativo no final do semestre homólogo do ano anterior foi de 12,7 milhões de euros). Mas o BES apresenta resultados negativos de 237 milhões de euros, quando no perío-do homologo de 2012 atingiu um resultado positivo de 25,5 milhões.

Há, contudo, dois bancos, no conjunto destes cinco, que apresentaram, no período em análise, resultados positivos, ainda que em queda significativa face ao 1º semestre de 2012: BPI (58,9 milhões representando uma queda de 30,7%) e Santander Totta (30,9 milhões, o que significa uma queda de 50%).

Resultado de Exploração em queda face à degradação do Produto Bancário

Mas o que de facto importa destacar nes-ta análise é a queda brutal, da ordem dos 47%, face ao 1º semestre de 2012 que afe-tou o Resultado de Exploração do conjunto destes cinco bancos, refletindo a diferença entre os proveitos da exploração bancária e os custos operacionais e de funcionamento, ainda que, naturalmente, se registem valo-res absolutos positivos. Assim, os resultados da exploração propriamente dita decresce-ram em todos os bancos desta amostra nos seguintes termos : 70,5% no BCP e 57% na CGD (o que face à grande dimensão destes bancos pesa muito na evolução do conjun-to) e 33,6% no BES, 16,8% no BPI, 40% no Santander Totta.

Sendo os resultados de exploração positi-vos, ainda que em forte desaceleração, pode-

-se concluir que, maioritariamente, foram os valores afetos às imparidades para crédito e outros riscos os efetivos causadores do grande afundamento nos resultados finais líquidos do conjunto destes cinco bancos.

Imparidades para créditos e outros riscos aumentam 10%

Com efeito, constata-se que, no final do 1º semestre, e sobretudo dada a forte queda nos resultados da exploração, o valor destas imparidades representava, como média da amostra em análise, 165% daqueles resulta-dos, quando no período homólogo do ano anterior tal valor médio relativo se situava nos 80%.

Temos aqui retratados os fatores condi-cionadores da exploração bancária num quadro recessivo da economia, na sua tri-pla perspectiva de queda do crédito e da margem financeira (que analisaremos de seguida), aumento do crédito em incum-primento e crescimento das imparidades, designadamente para cobrir o crédito mal- parado ou em risco efetivo.

No BCP, o rácio das imparidades sobre o resultado de exploração apresenta, no final de 1ºsemestre de 2013, um valor próximo de 4 vezes, no BES de 1,78 vezes, na CGD de 1,58 vezes e de 0,65 vezes no BPI e de 0,75 no Santander Totta.

Analisando agora as grandes áreas que contribuem para a formação do Resultado de Exploração, constatamos que, enquanto o produto bancário (indicador especifico do volume de negócios) apresenta no período em análise uma queda global de cerca de 25%, os custos operacionais de funciona-mento mantêm-se no conjunto da amostra, quando se compara com os valores do pe-ríodo homologo do ano anterior. No que toca ao produto bancário a maior queda regista-se no BCP (-36,8%) seguindo-se a CGD (-27,3%), o Santander Totta (decrés-cimo de 23%), o BES (-17,6% ) e o BPI (-7,8%).

Por sua vez, em matéria de contenção dos custos operacionais e de funcionamento – que para o conjunto destes cinco bancos da amostra apresenta estagnação — deve referir-se que apenas o BCP registou uma queda (de 2,3%) pelo que se verificaram li-geiros aumentos nos outros quatro Bancos, tendo a variação ascendente mais significa-tiva ocorrido na CGD (+ 2,1%).

Crédito diminui, desalavancagem prossegue e eficiência (custos/produto) deteriora-se

Da evolução comparada entre produto bancário e custos operacionais, resulta a perda de eficiência medida pelo rácio “cost to income” o qual em média, nos cinco

bancos, atingiu os 64,5%, quando no fi-nal do 1º semestre de 2012 se situava nos 49,5%. Em termos individuais, as situações mais críticas neste domínio pertencem ao BCP e à CGD (rácio de 71,5% e 70,2%, respectivamente) e as melhores situações, ainda que em deterioração, pertencem ao BPI e ao Santander Totta (rácios de 50,2% e de 55,0%, respectivamente).

Uma análise mais fina do produto bancá-rio – que como se disse caiu 25% no perí-odo em análise- evidencia que as suas prin-cipais componentes de negócio registaram decréscimos percentuais (30% na margem financeira, 10% nas comissões e 30% nos resultados de operações financeiras). Ali-ás a queda da margem financeira — que pesa perto de 50% no produto bancário — foi extensiva a todos os bancos da amos-tra, com um ritmo mais elevado na CGD (-41,7%) seguindo-se o BCP (-33,5%), o BES (-22,6%), o BPI (-19%) e o Santander Totta (-11,8%). Esta queda de margem fi-nanceira contém implícita uma inequívoca preocupação, refletindo também o crescen-do da crise económica, o ainda grande peso nas carteira dos créditos à habitação e os fa-tores de desalavancagem” impostos”.

Sob outro prisma de análise, designada-mente a evolução do crédito e dos depósi-tos, há que destacar:

- Queda global da carteira de crédito, sendo de 4,2% para o segmento dos par-ticulares e de mais de 5% para o segmen-to das empresas; esta queda estendeu-as à generalidade dos bancos da amostra, com uma exceção no crédito a empresas por parte do BES (crescimento de 1,2%).

- Quanto aos recursos captados junto dos clientes e registados em balanço – maioritariamente os depósitos bancários — verificou-se, face ao 1º semestre de 2012, um crescimento de 3,2%, para o que contribuiu sobretudo os acréscimos de 11,8% do BES, de 2,1% na CGD e de 1,1% no BCP.

- A relação crédito/depósitos acusou uma descida generalizada, sintoma da desejada desalavancagem expressa no pró-prio Programa de Assistência Externa. O BPI, ao apresentar um rácio de 101%, ultrapassou significativamente os limitesimpostos de 120%, o mesmo sucedendocom a CGD, que evidencia um rácio de110,5% . Nos outros três bancos em aná-lise, esta relação vai-se aproximando dos referidos limites: 123% no BCP, 125% no BES, e 127% no Santander Totta.Solvabilidade dentro dos requisitos e peso

do crédito malparado acentua-se.Finalmente, abordemos alguns outros in-

dicadores complementares, mas relevantes, da exploração bancária :

Solvabilidade

Todos os Bancos da amostra evidenciam rácios de Core tier 1 compatíveis com os re-quisitos impostos pelo Banco de Portugal, embora se verifique, relativamente há um ano atrás, uma tendência de deterioração.

Assim, no BCP o rácio Core Tier 1 é de 12,5%,11,3% na CGD, 15,3%,no BPI, 13,3% no Santander Totta e no BES é de10,4%, o valor mais próximo do patamarmínimo obrigatório dos 10%.

Qualidade do Crédito

Na sequência da forte conjuntura reces-siva que atravessa a economia em geral, a relação entre o crédito vencido há mais de90 dias e a carteira de crédito concedido co-nheceu, no período em análise, um agrava-mento generalizado e significativo. Assim, o BCP, a CGD e o BES – ou seja os maiores bancos da amostra dos cinco - apresentamos rácios mais elevados (6,8% 5, 9% e 5,1%, respetivamente), enquanto no BPI eno Santander Totta o rácio ronda os 3,5%,ainda que em situação de agravamento, face ao 1º semestre do ano passado.

MERCADOS

Dow Jones 7/Aug .......15442,08

Var Sem ...............................-0,37% Var 2013 ...............................17,84%

Nasdaq 7/Aug ............. 3640,801

Var Sem ................................0,39% Var 2013 ..............................20,57%

IBEX 35 7/Aug ............... 8574,10

Var Sem ................................1,67% Var 2013 ................................4,98%

DAX 7/Aug ....................8260,48

Var Sem ...............................-0,19% Var 2013 ................................8,51%

CAC40 7/Aug .................4038,49

Var Sem ................................1,15% Var 2013 ..............................10,92%

COLABORAÇÃO: BANCO POPULAR

PSI-20 (07.08) 5720,10

-0,02% Var. Semana

5650

5700

5750

5800

04 Jul 05 Jul 08 Jul 09 Jul 10 Jul

1,15% Var. 2013

SEXTA-FEIRA, 9 DE AGOSTO 2013 37

OS RESULTADOS LÍQUIDOS DOS QUATRO MAIORES BANCOS PRIVADOS NACIONAIS TOTALIZARAM NO FINAL DO 1º SEMESTRE UM VALOR NEGATIVO DE 636 MILHÕES

Resultados operacionais caem 45% e imparidades para créditos sobem 25%

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MERCADOS

38 SEXTA-FEIRA, 9 DE AGOSTO 2013

0,35% Var. Semana 0,001% Var. Semana -10,0% Var. Semana

0,95% Var. 2013 -0,883% Var. 2013 -3,08% Var. 2013

Euro/Libra 7/Aug ......0,8594

Var Sem .........................1,80% Var 2013 ........................ -5,44%

Euro/Iene 7/Aug ...128,8340

Var Sem .........................1,32% Var 2013 ...................... -11,26%

Euribor 3M 7/Aug .....0,2270

Var Abs Sem ...................-0,001 Var 2013 .......................... -0,774

Euribor 1Y 7/Aug ......0,5360

Var Abs Sem ................... 0,005 Var 2013 ......................... -0,968

Ouro 7/Aug ............1287,00

Var Sem ..................... -1,63% Var 2013 ................... -23,22%

Prata 7/Aug .............. 19,57

Var Sem ...................... 0,37% Var 2013 ................... -35,29%

COLABORAÇÃO: BANCO POPULAR

EURODÓLAR (07.08) 1,3323 EURIBOR 6M (07.08) 0,3410 PETRÓLEO BRENT (07.08) 107,66

1,3151,32

1,3251,33

1,335

04 Jul 05 Jul 08 Jul 09 Jul 10 Jul0,3390,34

0,3410,3420,343

04 Jul 05 Jul 08 Jul 09 Jul 10 Jul106

107

108

109

04 Jul 05 Jul 08 Jul 09 Jul 10 Jul

A Alcoa, um dos componentes do índice Dow Jones, dedica-se à produção de vários tipos de alumínio, estando presente na extracção, refinação, fabrico e reciclagem. Os produtos da Alcoa são utilizados em todo o mundo nas indústrias aeronáutica e automóvel, transporte comercial, embalagem, construção, petrolífera, defesa, electrónica e aplicações industriais.

Com uma capitalização bolsista actual de cerca de 8,5 mil milhões de dólares e uma cotação de cerca de oito dólares, a Alcoa tem feito os seus accionistas passar por tempos difíceis – desde o seu máximo histórico de 48,77 dólares há seis anos, a 16 de Julho de 2007, a acção perdeu mais de 80% do seu valor às cotações actuais. Embora mais de 50% acima do seu mínimo dos últimos 20 anos, 4,97 dólares a 2 de Março de 2009, a acção mantém-se numa aparentemente clara tendência descendente.

A cotação da Alcoa foi influenciada por anos de resultados negativos (2008 e, particularmente, 2009), fortemente condicionados por uma descida acentuada dos preços do alumínio, que tiveram um mínimo no início de 2009. O impacto dos preços do alumínio na facturação

e nos lucros levou os investidores a direccionarem-se para acções com melhores perspectivas de resultados.

Neste sentido, a Alcoa tem procurado aumentar a produtividade e reduzir custos, realizando progressos notáveis. Entre 2009 e 2012, os custos reduziram-se em 5,5 mil milhões de dólares e em mais 500 milhões no primeiro semestre de 2013. Este facto deveu-se a uma profunda reestruturação, da qual o mais recente exemplo é o fecho da fábrica de Fusina, em Itália. Os ganhos de produtividade e a melhoria da estrutura de custos não têm, no entanto, sido suficientes para entusiasmar os investidores, muito por culpa da já referida queda dos preços do alumínio, situados abaixo dos 1800 dólares por tonelada na London Metal Exchange. O que se conclui é que apenas uma recuperação dos preços do alumínio poderá ter impacto significativo nas perspectivas de crescimento da empresa e funcionar como um catalizador para a valorização do título.

As más notícias são claras: o quadro de análise da Alcoa revela grande incerteza quanto à evolução futura da acção, dada a sua clara dependência dos preços do metal que produz. Nesta lógica, contudo,

podem existir igualmente boas notícias. Os participantes do mercado preocupam-se sempre mais com os acontecimentos futuros de que com os passados e não há garantias de que os preços do alumínio continuem a cair. Na verdade, os preços deste metal situam-se a níveis próximos dos mínimos dos últimos três anos, o que analistas do sector dos metais atribuem a duas causas essenciais: reduzida procura e elevados níveis de existências. Tendo em conta que muitos analistas consideram que o sector de produção de alumínio tem dificuldade em ser lucrativo quando o preço do metal se situa abaixo dos dois mil dólares por tonelada, há ainda um longo caminho a percorrer. O consenso dos analistas do sector dos metais aponta para uma subida da cotação do alumínio dos actuais mínimos próximos dos 1800 dólares por tonelada para 2200 dólares, no final do ano de 2014. As projecções da Alcoa vão também ao encontro desta tese.

Olhando para o futuro próximo, as expectativas de resultados da Alcoa são de 0,40/ dólares/acção para o ano que decorre, elevando-se para 0,64/ dólares/acção em 2014, um crescimento de 60%.

O PER estimado para 2014, a relação entre a cotação da acção e os lucros por acção é de aproximadamente 12,5, abaixo da média do índice S&P500, que se encontra nos 15. Se acrescentarmos que o PBV da empresa, a relação entre a cotação e o valor contabilístico da acção, é pouco superior a 0,65, o título será interessante para um investidor que procura valor. Há aqui, no entanto, dois factores que merecem ser tidos em conta. O primeiro é relativo à análise, que, sendo estática - baseada em múltiplos - não incorpora as perspectivas a longo prazo da empresa quanto ao desenvolvimento do seu negócio. O segundo diz respeito à natureza humana: os investidores têm dificuldade em acreditar numa acção que não pára de cair, quando (quase) todas já tiveram acentuadas subidas. O gigante, porém, pode acordar.

As informações contidas neste artigo têm carácter meramente informativo e não constituem qualquer tipo de aconselhamento de investimentos ou recomendação para compra ou venda de valores mobiliários.

POR INDICAÇÃO DO AUTOR, ESTE ARTIGO NÃO SEGUE AINDA O NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO

O Gigante Adormecido - Alcoa

O mercado imobiliário português ain-da foi pouco atrativo para os investidores nacionais e estrangeiros, de acordo com a consultora Cushman & Wakefield. No primeiro semestre, o volume de investi-mento no imobiliário comercial ascendeu a cerca de 153 milhões de euros, o que re-presentou um aumento de 41%, face ao volume total do ano passado. Começam a surgir sinais de uma recuperação.

Importa notar que o valor referido foi muito influenciado por uma única tran-sação, a venda de 50% do CascaiShop-ping, por parte de um fundo gerido pela Rockspring, à Sonae Sierra (que já detinha os restantes 50%). “Apesar da implementa-ção dos planos de consolidação orçamental pelo Governo ter sido bem recebida pelos principais organismos internacionais, não se verificou qualquer aquisição por parte dos investidores estrangeiros, durante o primeiro semestre, o que compara com a média da última década de 46% das tran-sações totais.” Acontece que esta tendência contraria a que se está a registar na Euro-pa, em que o investimento estrangeiro tem desempenhado um papel fundamental na maior parte dos setores, com um cresci-

mento de 15% versus 5% do investimento nacional.

Mas as perspetivas são razoavelmen-te otimistas relativamente aos próximos tempos, como refere o estudo da consul-tora imobiliária: “Apesar da atividade dos investidores estrangeiros ter sido nula no primeiro semestre, já se consegue vislum-brar algum interesse no nosso mercado por parte de compradores estrangeiros. Estes variam dos family offices (fortunas familiares geridas por profissionais) aos fundos oportunistas (normalmente de ori-gem norte-americana) e, mais recentemen-te, também a alguns fundos imobiliários e de pensões europeus mais tradicionais.” O que os une é a consciencialização de que o imobiliário português começa agora a ter um preço atrativo.

Quanto às yields prime, desde meados de 2007 que têm corrigido de forma gene-ralizada, sendo, contudo, o impacto maior em termos de desvalorização dos ativos no mercado secundário. Em junho passado, as yields prime situavam-se nos 7% para o comércio de rua, em 7,75% para cen-tros comerciais e escritórios e 9,75% para o segmento industrial. “A incerteza quanto

ao momento em que se irá dar a inversão da curva de crescimento da economia na-cional reflete-se numa estagnação do va-

lor das yields nos dois últimos trimestres, prevendo-se a manutenção dos valores até ao final do ano.”

NO FINAL DO ANO

Mercado imobiliário português poderá inverter tendência de quebra

Especulação

JOÃO AFONSO SANTOSPedro Arroja Gestão de Patrimónios S.A.www.pedroarroja.com

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Confiança das empresas alemãs sobe pelo terceiro mês consecutivoÉ uma boa notícia para a economia europeia. A confiança empresarial alemã subiu em julho, pelo terceiro mês consecutivo. As empresas consideram que a sua situação tem melhorado. No entanto, em termos futuros, as perspetivas não são tão otimistas. Para a melhoria da confiança empresarial contribuíram sobretudo os setores industrial e o das vendas.

Santander, Movistar e Mercadona são marcas espanholas mais valiosasO banco Santander, a Movistar e a Mercadona são as marcas espanholas com o maior valor financeiro, de acordo com um estudo da Brand Finance. O Santander manteve a primeira po-sição, relativamente ao ano passado, num valor superior a 20 mil milhões de euros. A Movis-tar detém um valor de 11 mil milhões e a Mercadona vale cerca de nove mil milhões de euros.

SEXTA-FEIRA, 9 DE AGOSTO 2013 39

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MERCADOS

Jerónimo Martins aumenta lucros em 9%

no primeiro semestre

Soares da Costa reforça posição no mercado africano

A construtora Soares da Costa está a de-senvolver esforços para reforçar a sua pre-sença em Angola, Moçambique e no Bra-sil. O grupo obteve adjudicações de obras no valor de cerca de 103 milhões de euros, o que traduz um acréscimo de 9,5% ao va-lor global da carteira do grupo.

Em Angola, foi adjudicada a construção do edifício sede da Empresa Nacional de Eletricidade, em Luanda, no valor de 35,5 milhões de euros, um edifício de escritórios, comércio e habitação também na capital, no valor de 19 milhões de euros e o proje-to e construção do edifício de “call center” da Movicel, num montante de 8,8 milhões de euros. Em Moçambique, foi adjudicado à Soares da Costa a construção do edifício sede do Ministério da Justiça, em Maputo, por 11 milhões de euros. Já no Brasil, em Fortaleza, o grupo tem à sua responsabilida-de uma empreitada de 29 milhões de euros e que implica a construção de um conjun-to de casas e respetivas infraestruturas. As obras representam um crescimento de 13% na carteira de obras a executar em Angola, de 7% em Moçambique e 6,5% no Brasil.

A Jerónimo Martins aumen-tou o resultado líquido em 9%, no primeiro semestre, face a igual período do ano passado, para 165 milhões de euros. As vendas cresceram 13%, para 5,6 mil milhões de euros, en-quanto o EBITDA registou um acréscimo de 11%, para cerca de 350 milhões de euros. As perspetivas para a segunda metade do ano são otimistas, de acordo com os responsáveis da empresa de distribuição.

“O crescimento de 9% do re-sultado líquido, num ambiente macroeconómico desfavorá-vel, reflete a forte execução da nossa estratégia e a força com-petitiva dos nossos modelos de negócio”, adianta o CEO da JM, Pedro Soares dos San-tos. Na Polónia, a Bierdronka aumentou as vendas em mais de 5%, com um desempenho entendido como muito po-

sitivo. “Em Portugal, a nova estratégia de preço do Pingo Doce levou as vendas a cresce-rem 4%. Este desempenho, em conjunto com o programa de racionalização de custos, resul-tou num aumento de 16% do EBITDA.” A Jerónimo Mar-tins registou crescimentos em todas as áreas de negócios, “ga-rantindo a robustez dos seus retornos”.

O novo investimento na Ara também apresentou indica-dores positivos e decorreu de acordo com as metas definidas, garante Pedro Soares dos San-tos em comunicado à CMVM. “Estamos confiantes que a for-te posição de mercado da Bier-dronka, focada em liderança de preço e na proximidade, e a robusta recuperação do Pingo Doce resultarão em crescimen-tos das vendas acima do mer-cado. Temos razões para con-

firmar as perspetivas positivas no que respeita ao crescimento

de vendas e resultados para o grupo no presente exercício.”

Pedro Soares dos Santos, CEO da Jerónimo Martins.

O mês de julho foi marcado por subidas fortes nos principais merca-dos de ações. Nos Estados Unidos, dois dos principais índices de refe-rência atingiram novos máximos históricos, com o S&P500 a valo-rizar 4,95% e o Dow Jones Indus-trials a valorizar 3,96%. Na Europa, destaque para o desempenho extre-mamente positivo do IBEX em Espanha (+8,64%). O índice agre-gador SXXP subiu 5,11%. Contra-pondo-se a esta envolvente positiva, é de mencionar o terceiro mês con-secutivo de queda, ainda que ligeira (-0,07%), do Nikkei 225, sendo uma sequência destas inédita desde meados de 2010. Em Portugal, o

PSI20 subiu 2,96%, recuperando de forma sólida da queda do início do mês, despoletada pela possibili-dade real de uma crise política in-dutora de eleições antecipadas.

Durante o mês, uma grande parte dos resultados do segundo trimestre foram sendo divulga-dos, tendo o setor financeiro sur-preendido pela positiva e a área das matérias-primas confirmado a fraqueza antecipada pelas esti-mativas do consenso de mercado. Nos Estados Unidos, foi divulga-do o relatório de emprego do mês de julho, com a criação de novos postos de trabalho a ficar abaixo das estimativas; no entanto, a taxa de desemprego caiu de 7,6% em junho para 7,4% em julho, muito por culpa da continuação da que-da da taxa de participação da força de trabalho, que se mantém perto dos mínimos dos últimos 30 anos.

Confirmou-se o abrandamento da China, refletido nos dados do co-mércio externo (exportações em queda) e nos inquéritos ao setor industrial (Markit PMI). No Japão, o índice de preços referente a junho apresentou valores positivos (com influência decisiva da componente de combustíveis e energia), mas a área industrial mostrou-se mais fra-ca que o esperado (Markit PMI em queda). As principais economias da Zona Euro (Alemanha, França e Itália) parecem confirmar de forma mais consistente a estabilização da área industrial, com os vários PMI a subirem e indicadores de confian-ça estabilizados/em recuperação. A nossa aposta para agosto passa pela manutenção da estrutura e composição da Carteira, mantendo uma sobreponderação na Europa e uma almofada de liquidez que per-mita ter flexibilidade suficiente para

aproveitar eventuais oportunidades que possam surgir.

CARTEIRAS ELABORADAS A 05 DE AGOSTO 2013.

CARTEIRAS DE ATIVOS

Julho foi mês de subida nos principais mercados de ações

RICARDO ALMEIDAPortfolio Manager, Patris Gestão de Ativos

Classe ActivosPerfil de Risco

Conservador Agressivo ISINLiquidez 20,0% 7,5%

Obrigações 30,0% 15,0%OT de Portugal 16/10/2017 15,0% 7,5% PTOTELOE0010Portugal Telecom 24/03/2017 15,0% 7,5% XS0215828913Forex 5,0% 10,0%EURUSD 5,0% 10,0% CFDAções 45,0% 67,5%Mapfre 2,5% 5,0% ES0124244E34Telefonica 5,0% 7,5% ES0178430E18Repsol 5,0% 7,5% ES0173516115Ericsson 5,0% 7,5% SE0000108656Unilever 5,0% 7,5% NL0000009355L’Oreal 5,0% 7,5% FR0000120321Fortum 2,5% 5,0% FI0009007132BNP Paribas 5,0% 5,0% FR0000131104Ishares MSCI Emerging Markets 5,0% 7,5% US4642872349Ishares MSCI Brazil Capped 5,0% 7,5% US4642864007

TOTAL 100% 100%

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Os custos de retalho automóvel para financiar a atividade têm subido bastante, o que aumenta, segundo João Seabra, diretor-geral da MCK Motors, importador da Kia para Portugal, as dificuldades dos concessionários a operar no nosso país. “Desde há dois anos, e em particular no último ano, que os custos do financiamento da atividade do retalho automóvel aumentaram significativamente. Isto em tudo o que é a envolvência com a banca, porque muitos concessionários têm as garantias bancárias associadas a programa de financiamento do stock e outros instrumentos, como contas caucionadas”, afirma o executivo, em entrevista à “Vida Económica”. João Seabra aponta o maior risco do setor e a necessidade de menor envolvimento da banca como fatores para aquele aumento dos custos do financiamento dos retalhistas automóveis.

AQUILES [email protected]

Vida Económica – As garantias ban-cárias e outros instrumentos bancários de financiamento da atividade corrente dos retalhistas automóveis têm aumen-tado. É uma dificuldade?

João Seabra – Desde há dois anos, e em particular no último ano, que os custos do financiamento da atividade do retalho au-tomóvel aumentaram significativamente. Isto em tudo o que é a envolvência com a banca, porque muitos concessionários têm as garantias bancárias associadas a programa de financiamento do stock e ou-tros instrumentos, como contas cauciona-das, tudo mecanismo de curto prazo (dei-xemos aqui de fora investimentos grandes como os imobiliários). As garantias ban-cárias eram um instrumento interessante para os stocks porque eram baratas. Em marcas de grande volume, era fácil que os plafonds atingissem um ou dois milhões

de euros. No nosso caso, que somos uma marca ainda em crescimento, os conces-sionários maiores tinham envolvimento inferiores a um milhão de euros. Estes plafonds eram, muitas vezes, cobertos, em parte, por garantias bancárias. Ora, de há dois anos para cá, a banca apanhou uns sustos com toda a atividade económica, em particular com o retalho automóvel. A desaceleração do setor, em três anos, de 215 mil unidades por ano para 100 mil unidades por ano, reflete-se na análise de risco das empresas. Além disso, a banca também teve de provisionar melhor a sua atividade. Resultado, passámos do oito para o 80. Aquilo que era crédito fácil – para toda a economia e não apenas no se-tor – mudou. Não só o crédito ficou mais caro, como o envolvimento dos bancos nas empresas teve de diminuir.

VE – Esse ajustamento foi difícil?JS – Muito. Uns não conseguiram fazê-

-lo e outros tiveram que desviar dinhei-

ro de tesouraria, não podendo ir a outro banco negociar, pois não foi uma questão do banco A ou B, mas de toda a banca. Isto causou um distúrbio que se juntou ao facto de a atividade não estar a gerar os cash-flows que já gerou, porque os volu-mes de venda caíram drasticamente. Além de que as políticas de desconto obrigam a ter menos margem nas vendas. Imagine o que não aconteceu em algumas empresas.

VE – No vosso caso, como importa-dor, como contribuem para que os vos-sos concessionários se defendam?

JS – O nosso caso não é problemático, pois somos uma marca que ainda não está nos 2% de quota de mercado e os nossos concessionários são, na maioria, multi-marca, representando outras marcas que têm mais peso na sua atividade. Portan-to, as dificuldades que podemos sentir na rede de retalho da Kia são consequência das dificuldades que essas empresas po-dem ter pelo facto de serem concessioná-

40 SEXTA-FEIRA, 9 DE AGOSTO 2013

MAIOR RISCO DO SETOR E NECESSIDADE DE MENOR ENVOLVIMENTO DA BANCA EXPLICAM CENÁRIO, SEGUNDO JOÃO SEABRA, DO IMPORTADOR DA KIA

“Custos do financiamento da ati aumentaram significativamente

O objetivo da Kia em termos de imagem de marca “é ficar um pouco acima das marcas generalistas”, de acordo com João Seabra.

Glintt investe na internacionalização e aumenta lucrosA Glintt manteve a sua aposta no investimento do desenvolvimento da atividade internacio-nal. No primeiro semestre, o resultado líquido cresceu 2%, para 633 mil euros. O EBITDA, face aos seis primeiros meses do ano passado, aumentou um ponto percentual, para 3,7 mi-lhões de euros. O volume de negócios ascendeu a 40,5 milhões de euros, numa quebra de 10% e com a atividade internacional a ser responsável por 14% do montante. A empresa tem sido penalizada no mercado interno.

Lucro da Galp cai 9% no primeiro semestreA Galp teve ganhos de 162 milhões de euros no primeiro semestre, o que se traduziu numa quebra de mais de 9%, face a igual período do ano passado. No segundo trimestre, os lucros fixaram-se em 86 milhões de euros. O desempenho em baixa ficou a dever-se ao “aumento das amortizações e depreciações, devido ao início da depreciação do complexo de hydrocracking – processo de transformação de hidrocarbonetos de petróleo em gasolina – e à diminuição dos resultados financeiros”, refere a petrolífera em comunicado à CMVM.

MERCADOS

“Durante dois anos, gastou-se as gorduras e agora está-se no osso. Tudo aquilo que havia para desinvestir já está desinvestido. Isto são ciclos que vão e vêm e as coisas hão de melhorar, mas, no presente, a situação é muito complicada, sobretudo no retalho”.

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vidade do retalho automóvel no último ano”

SEXTA-FEIRA, 9 DE AGOSTO 2013 41

MERCADOS

rias de outras marcas e terem encargos e estruturas que tinham uma dimensão que não eram necessárias para a nossa dimen-são, mas cujas sinergias também aprovei-támos. Mas é evidente que as marcas têm de encontrar estratégias para auxiliar as redes e uma delas é o recurso a tentar di-minuir o custo do stock. Tanto no custo físico, para viaturas consignadas, como na exigência de cobertura de plafond. É evi-dente que, se você há dois anos precisava de um plafond de um milhão de euros, hoje chega-lhe de 400 mil euros, pois os volumes de vendas são muito inferiores. Agora, infelizmente, a redução do volume e da rentabilidade do negócio é superior à redução de custos que se pode fazer de forma rápida. Por isso é que o último ano tem sido muito complicado e o próximo também vai ser. Vai ditar a capacidade de sobrevivência das organizações. Está a chegar-se ao osso. Durante dois anos, gastaram-se as gorduras e agora está-se no osso. Tudo aquilo que havia para desin-vestir já está desinvestido. Isto são ciclos que vão e vêm e as coisas hão de melhorar, mas, no presente, a situação é muito com-plicada, sobretudo no retalho.

VE – Na questão dos “dealer stan-dards” [exigências em relação às ins-talações das concessões] também pode haver mais flexibilidade por parte das marcas?

JS – Algumas marcas têm tido a tendên-cia de exigir, a nível dos “dealer standar-ds”, alguns investimentos que estão desa-dequados da realidade do mercado. Mas este é um mercado aberto: as marcas têm os seus “dealer standards”, mas há, do ou-tro lado, um empresário que tem de saber se vale a pena ou não investir. Se um con-cessionário de uma marca investe um ou dois milhões de euros para cumprir com os critérios, ele tem de ter feito contas e

perceber se seria rentável. O facto é que em Portugal as pessoas têm querido pagar. Muitas vezes até me tem surpreendido. Eu não pagaria. Mas não deixa de ser verdade uma coisa: havia empresários do setor que não faziam contas. Queriam ser conces-sionários de determinada marca e paga-vam o que fosse preciso. Sublinhe-se, no entanto, que o retalho, neste momento, é dominado em Portugal por grandes gru-pos retalhistas. E eu não acredito que es-ses grupos aceitem, no presente, critérios demasiado rigorosos que ainda existem da parte de algumas marcas. Mas, repito, isto é a lei do mercado.

VE – Falemos sobre a Kia. Segundo um estudo da EurotaxGlass, o valor dos

usados da marca está a subir, devido à garantia de sete anos nos novos. Isso pode permitir a entrada no negócio do renting e das frotas?

JS – É sempre boa notícia quando os valores residuais sobem. Um dos maiores valores de uma marca automóvel é que o valor residual das suas viaturas seja bom e isso é que faz o valor da marca a longo prazo. Se pensarmos nas marcas mais pres-tigiadas no mercado, uma das razões im-portantes que está por trás desse prestígio é o valor dos usados. Por isso, desde a pri-meira hora, que um dos objetivos da Kia, sobretudo na Europa, é fazer com que o valor reconhecido pelo cliente, refletido no valor residual das viaturas fosse cres-cendo, conseguindo atingir níveis seme-

lhantes às marcas mainstream europeia e conseguir, numa fase posterior, ultrapassar esse valor e tornar-se numa marca “médiomais”. Isto é, o nosso objetivo é ficar um pouco acima das marcas generalistas. Temdesign, qualidade de condução e os setesanos de garantia, que são a cereja no topo do bolo em termos de tranquilidade. É, também, por essa via da garantia que o va-lor residual sobe.

VE – Os custos de garantia para amarca estão dentro do previsto?

JS – Os incidentes de garantia queacontecem na Kia são mínimos. Isto de-monstra a qualidade do produto e que esta aposta não foi uma loucura de marketing,mas que foi preparada. E nos Estados Uni-dos, essa garantia é de 10 anos ou 150 milmilhas [240 mil km]. O facto de termosgarantia alargada, o facto de os clientes estarem a aderir à marca e o facto de a marca estar a crescer no mundo inteiro leva a que o mercado perceba que a Kia está a fazer as coisas como deve ser. Re-sultado, aos poucos a marca vai ganhan-do notoriedade e tem o cliente particularque quer a marca, o cliente que quer um usado e procura a marca porque sabe queainda tem garantia de fábrica e atrás dis-so virão os frotistas. Este é um canal que depende muito de volumes e há marcasque têm o relacionamento com os frotis-tas. Agora, a partir do momento em que você tem tudo o resto, está a um passo deconseguir as coisas. Se calhar, este ano jávamos conseguir um negócio neste canal em Portugal. Depois de aberta a porta, apouco e pouco, poderão seguir-se outros. Tal como nos restantes canais, queremos fazer tudo passo a passo.

VE – No primeiro semestre, as vendas da Kia caíram 33%, enquanto o mer-cado de ligeiros de passageiros subiu 2,9%. O que justifica essa diferença?

JS – Há dois motivos. Primeiro, porque tivemos um primeiro trimestre do anopassado muito bom, pois tínhamos lança-do o Rio há pouco tempo. Por outro lado, o cliente particular foi saindo do mercado e cliente Kia sempre foi muito compostos por particulares e não frotas. Além disso,no ano passado tivemos um negócio de rent-a-car de cerca de 150 carros e este ano não fizemos rent-a-car. Portanto, tudo isso contribuiu para uma quebra muito acen-tuada da Kia na comparação com o ano passado. Depois, o lançamento do novo Cee’d não foi tão forte como poderia, poiso “run out” do anterior modelo foi muito dificultado pela quebra abrupta do merca-do nos ter deixado com mais viaturas doque gostaríamos para vender. No entanto, creio que no fim do ano não vamos ter quebra alguma, no mínimo.

BCP Polónia aumenta lucros em 15%O Bank Millennium Polónia obteve um resultado líquido de 61 milhões de euros, no primei-ro trimestre, o que se traduziu num aumento de 15%, face a igual período do ano passado. O banco conseguiu uma redução dos custos operacionais de 1,2% e o crédito às empresas man-teve a tendência de crescimento. Foi ainda batido um novo recorde trimestral na área do “fac-toring”, para 483 milhões de euros. Destaque para a parceria com cinco bancos para o lança-mento de uma plataforma de pagamentos via mobile.

Atividade internacional impulsiona ganhos da MapfreO grupo Mapfre, com uma importante presença no mercado português, aumentou os lucrosem 5%, no primeiro semestre e face a igual período do ano passado, para 456 milhões de eu-ros. As receitas totais da seguradora espanhola cresceram 4,8%, para mais de 13,7 mil milhões de euros. O bom desempenho ficou a dever-se sobretudo ao impulso dado pelo negócio inter-nacional, que representa já um terço da faturação total do grupo. Os prémios consolidados daMapfre superaram os 11,7 mil milhões de euros, refere a empresa em comunicado.

“Algumas marcas têm tido a tendência de exigir, a nível dos ‘dealer standards’, alguns investimen-tos que estão desadequados da realidade do mercado”, refere João Seabra.

“É evidente que as marcas têm de encontrar estratégias para auxiliar as redes e uma delas é o recurso a tentar diminuir o custo do stock. Tanto no custo físico, para viaturas consignadas, como na exigência de cobertura de plafond”.

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MERCADOS

42 SEXTA-FEIRA, 9 DE AGOSTO 2013

BCE admite publicar atas das suas reuniõesO Banco Central Europeu (BCE) está a estudar a possibilidade de publicar as atas das suas reuniões em que seja discutida a política monetária. Os seus responsáveis admitem que será uma forma de melhorar a transparência da instituição. A transparência é entendida como im-portante para a eficácia da política monetária e a confiança num banco central. O BCE ficaria obrigado a explicar as razões da sua política monetária, na ótica de alguns dos seus membros, que já se mostraram favoráveis a uma maior abertura da instituição junto do grande público.

Fabricante de genéricos Perrigo compra irlandesa ElanA empresa produtora de medicamentos genéricos Perrigo chegou a um acordo definitivo para adquirir a biotecnológica irlandesa Elan, por cerca de 6,4 mil milhões de euros. A operação implica a criação de uma nova holding na Irlanda. A empresa dos Estados Unidos considera que será criada uma sociedade global na área da saúde, com um perfil de crescimento líder no setor, tendo em conta um negócio “verdadeiramente diferenciado”. É desenvolvida uma plataforma diferenciada para uma maior expansão internacional.

Bruxelas aprova plano de reestruturação da CGD

Estimativas apontam para forte

quebra no preço do ouro

A Comissão Europeia aprovou o plano de reestruturação da Cai-xa Geral de Depósitos, no âmbito da recapitalização que teve lugar em junho do ano passado. Foi encerrado o processo de investi-gação relativo ao pagamento de dividendos pela instituição.

A recapitalização surgiu no contexto dos novos requisitos regulatórios impostos pela Au-toridade Bancária Europeia, tendo resultado na necessidade de capital adicional no valor de 1 650 milhões de euros, subs-crito pelo acionista Estado e considerado por Bruxelas como auxílio estatal. O plano de re-estruturação agora aprovado as-senta em três vetores principais de atuação. A desalavancagem do balanço do grupo, por via da venda do ramo segurador e das restantes participação não estratégicas e pelo “run-down” de ativos menos relevantes. O segundo vetor respeita à me-

lhoria da eficiência operacional, designadamente através da oti-mização do número de agências e de empregados e da renego-ciação dos serviços contratados. Por último, a reestruturação da atividade e a otimização da dimensão da rede da CGD em Espanha.

Ficou ainda definido o não prosseguimento de estratégias comerciais agressivas, reduzir a atividade não relacionada com clientes a mínimos necessários ao funcionamento da tesouraria e não proceder ao pagamento de dividendos, cupões ou juros a ti-tulares de ações preferenciais ou de dívida subordinada, quando esses pagamentos não decorram de obrigação contratual ou legal. Por outro lado, aplicar 30 mi-lhões de euros por ano num fun-do que investirá em participações sociais em PME e em sociedades com grau de capitalização média portuguesas.

O ouro é cada vez menos um investimento de refúgio. Alguns analistas admitem que a recupera-ção do seu preço chegou ao fim e que agora a tendência é de desci-da, podendo cifrar-se em cerca de mil dólares a onça, em menos de dois anos. A volatilidade regressou a um mercado tido como de baixo risco desde há vários anos.

Caso se confirmem as esti-mativas mais recentes de alguns especialistas, então o preço da onça descerá para metade do seu atual valor e muito dificilmente serão novamente atingidos os picos de 2011, quando chegou a mais de 1 900 dólares. Neste momento, o metal precioso tem dificuldades em rondar os 1 300 dólares a onça. Os investidores estão particularmente atentos à situação nos Estados Unidos. No princípio do fim dos estímu-

los da Reserva Federal, as pres-sões inflacionistas não atingiram os níveis que temiam os analis-tas. Tudo indica que a inflação continuará em níveis reduzidos, tendo em conta o fraco cresci-mento. Acresce que a normali-zação nas políticas da Fed, rela-tivamente às taxas de juro reais, passará fatura a cotações como o ouro.

Mas esta não é a única condi-cionante para a descida do preço do ouro. Num contexto de de-bilidade da economia europeia e de abrandamento no crescimen-to dos mercados emergentes, é possível que se venha a assistir a uma revalorização do dólar, o que pressionará em baixa o conjunto do mercado das “com-modities”, como se sabe mono-polizado pela moeda norte-ame-ricana.

A CGD fica impedida de colocar dinheiro em ativos de risco e terá de orien-tar o financiamento para as PME.

Os Impostos e a “Silly Season”É verão – por muitos apelidada, com propriedade,

como a “Silly Season” da Política que nos (des)governa – uma época do ano quiçá mais propícia a “banhos”, mas que, para infortúnio de todos nós, contribuintes lesados pelo Confisco a que nos sujeitam, termina no dia 31 de Agosto, com o prazo para liquidarmos os “acertos” no IRS que nos vai conduzir à ainda maior penúria com que somos privados da Liberdade para Viver com os rendimentos do Nosso Trabalho!

A finalidade última de uma Política Fiscal será, já o afirmava John Locke, no seu “Second Treatise on Government”, “not to abolish or restrain, but to reserve and enlarge freedom”, promover a Justiça para o indivíduo, uma virtude que consiste na disposição de atribuir a cada um o que é seu, o seu “direito” (o “ius suum” de Ulpiano), significando uma igualdade perante a Lei, de acordo com as “regras da conduta justa” que Hayek “traduziu” a Epieikeia aristotélica, como uma forma superior de Justiça universal, que se sobrepõe à “Justiça Legal” e permitiria ao aplicador de normas positivas, corrigi-las se se revelarem inadequadas ao caso particular, de forma a permitir a melhor realização do “Justo Concreto”.

A Justiça é uma “virtude cardeal”, que consiste na disposição firme e permanente da vontade de atribuir a cada um o seu direito, ou a simples exigência da atribuição objectiva a cada um do que é seu – uma “Justiça Objectiva”, uma justiça em sentido estritamente jurídico, não uma “justiça social”, um conceito absolutamente indeterminado, vazio de segurança e certeza jurídica, que ninguém sabe o que é e muito menos sabe ou consegue concretizar… mas que se mantém, quer na “vulgata” discursiva da “política”, quer na “base filosófica” do chamado “Estado Providência”, que lhe conferiram “assento constitucional” e “legal”, sem cuidar, como vamos ensaiando demonstrar ao longo destas crónicas, explicitar o seu fundamento objectivo e concreto em disposições constitucionais que a regulam.

Se o objecto da Justiça é, precisamente, o direito de cada um ao que é seu, o que é devido a uma pessoa e por este pode ser exigido, pressupondo o Direito na sua exterioridade, alteridade e reciprocidade, não se apercebe o sentido de disposições, como as contidas nos preceitos constitucionais que se nos afiguram, no mínimo, “controversos” – a saber, entre outros:

“Artigo 103.º (Sistema fiscal)1. O sistema fiscal visa a satisfação das necessidades

financeiras do Estado e outras entidades públicas e uma repartição justa dos rendimentos e da riqueza.

2. Os impostos são criados por lei, que determina a incidência, a taxa, os benefícios fiscais e as garantias dos contribuintes.

3. Ninguém pode ser obrigado a pagar impostos que não hajam sido criados nos termos da Constituição, que tenham natureza retroativa ou cuja liquidação e cobrança se não façam nos termos da lei.

Artigo 104.º (Impostos) 1. O imposto sobre o rendimento pessoal visa

a diminuição das desigualdades e será único e progressivo, tendo em conta as necessidades e os rendimentos do agregado familiar.

2. A tributação das empresas incide fundamentalmente sobre o seu rendimento real.

3. A tributação do património deve contribuir para a igualdade entre os cidadãos.

4. A tributação do consumo visa adaptar a estrutura do consumo à evolução das necessidades

do desenvolvimento económico e da justiça social, devendo onerar os consumos de luxo.”

Uma concepção de sistema fiscal em que a “Justiça” se alcança se a repartição dos impostos pelos cidadãos se efectuar em função da sua capacidade económica, independentemente do grau de satisfação que cada contribuinte possa retirar dos “benefícios” dos bens e serviços que o Estado entenda disponibilizar: o imposto como “dever fundamental”, observando dois critérios cumulativos – o da “igualdade horizontal” (que exige que as pessoas com capacidades contributivas equivalentes devem pagar o mesmo imposto) e o da “igualdade vertical” (que obriga que pessoas com diferentes capacidades contributivas deverão pagar impostos desiguais). Critérios que, aparentemente, se vão reconduzir à “progressividade” e à medida do “sacrifício” imposto a cada um dos contribuintes na definição das suas funções de utilidade marginal do rendimento vs. consumo.

Qualquer cidadão contribuinte sente, ao invés, de uma forma mais ou menos evidente, a iniquidade, a ineficácia, a complexidade e a injustiça do sistema fiscal que vigora (na) e atrofia invariavelmente a economia do seu país. Raros são, de facto, as excepções a regimes fiscais marcados pela complexidade, materializada num número excessivo de impostos, sem qualquer objectivo financeiro, económico ou social de relevo; pela iniquidade, constatada pelas elevadas e crescentes taxas de imposto que incidem sobre o trabalho e o risco, pela fraude impune e provocante que leva à não tributação de diferentes ganhos ou à concessão de benefícios sem uma justificação aparente ou mesmo à tributação efectiva de rendimentos intributáveis; pela ineficácia e injustiça, que passa pela incapacidade de corresponder ao propósito de, pelo seu lançamento, proporcionar a estabilização conjuntural a que se propõe, antes evidenciando as malhas de uma imensa teia burocrática, injustificada e injustificável, de uma Administração Pública ancilosada, corrupta, onerosa e parasitária, que se oferece ao cidadão. Longe de se imbuir do espírito do tal “bom pastor (que) tosquia as suas ovelhas sem lhes arrancar a pele”, se tem pautado por atitudes e comportamentos, que o “nosso” Oliveira Martins, atual em 1883 como hoje, em referência ao nosso país, classificava ao pugnar que “(...) urge reformar num sentido prático os sofismas que, sob o nome de “liberdades”, corrompem até à medula o corpo desta sociedade. Urge moralizar a administração e extirpar o parasitismo que nos rói. Urge pôr ponto de ordem no desvairado rumo das finanças, no regime iníquo e absurdo do imposto (...). Urge, numa palavra, moralizar uma política desvairada, levantar uma autoridade abatida; e levantá-la não pela força, mas pelo respeito devido ao saber e ao caráter; urge restaurar as forças económicas de uma nação adormecida e o vigor floral de um povo atormentado”.

Palavras que a própria vida económica das sociedades contemporâneas se tem encarregado de corroborar, evidenciando que os poderes públicos, por exemplo, ao cobrarem os seus impostos, longe de os utilizarem de uma forma mais eficaz, deles se servem para fins estranhos aos interesses de quem os elege ou suporta. De facto, as políticas fiscais e a sua filosofia são, no quadro da actual política económica levada a cabo pela generalidade dos países ocidentais, o exemplo que mais se assemelha à célebre “Lei Seca”, destruindo aquilo que pretendia promover, delapidando o nosso tempo, paciência e dinheiro!

M. JORGE C. CASTELA ECONOMISTA E [email protected]

Investor Relations

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Popular supera expetativas do mercadoO banco Popular fechou o primeiro semestre com um resultado líquido de 170 milhões de euros, uma descida de 3%, face a igual período do ano passado. Ainda assim, os lucros ficaram acima das estimativas dos analistas, que apontavam para 133 milhões. Os gastos permanece-ram estáveis, já que o banco espanhol concluiu a absorção dos custos extraordinários deriva-dos da integração do banco Pastor. Também começaram a fazer notar-se os frutos das sinergias obtidas através da fusão das duas entidades.

Sonaecom aumenta lucros para mais de 40 milhões de eurosO grupo Sonaecom obteve um resultado líquido de quase 40 milhões de euros, no primeiro semestre,mais 4,5% do que em período homólogo do ano passado, “em resultado de uma melhoria de desem-penho do EBITDA e de um menor nível de amortizações e depreciações”, de acordo com a empre-sa. O volume de negócios desceu pouco mais de 2%, para 399,4 milhões de euros, influenciado pelaquebra nas receitas de serviços. Já os custos operacionais atingiram 277 milhões de euros, sendo que aempresa conseguiu uma descida de 3,6%, face a igual período do exercício anterior.

MERCADOS

SEXTA-FEIRA, 9 DE AGOSTO 2013 43

A Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APE-MIP) estima que cerca de 1 346 imóveis terão sido entregues em dação em paga-mento, no primeiro semestre, menos 60% do que em igual período do ano passado. “A quebra verificada tem a ver com as medi-

das de facilitação do pagamento de dívidas adotadas pelos bancos”, refere o presidente daquela associação, Luís Carvalho Lima.

Mas há outros problemas que devem ser tidos em conta: “Apesar do número de casas entregues pelas famílias registar um decrés-cimo, a entrega de imóveis feita por pro-

motores imobiliários continua a crescer. O arrefecimento do mercado imobiliário, alia-do à instabilidade económica quem afeta o país, atinge de forma significativa que in-vestiu na promoção e no desenvolvimento de novos projetos e empreendimentos.” As áreas metropolitanas de Lisboa e Porto con-

centraram 34,5% das ocorrências relativas aimóveis entregues em dação em pagamen-to. Dos dez municípios mais penalizados,sete pertenceram às áreas metropolitanas deLisboa e Porto – Sintra, Oeiras, Gondomar,Montijo, Vila Nova de Gaia e Palmela - sen-do os restantes de zonas distintas do país.

Promotores imobiliários entregam mais imóveis em dação em pagamento

Aí está um produto com a garantia forte de uma grande casa, o BES. Trata-se de um produto de seguro com capitalização e com garantia de capital. O BES Vida Novo Rendimento 2ª Série oferece uma TANB de 3,5% até ao final de 2014 e implica um contrato de oito anos e um dia. A partir de 1 de janeiro de 2015 a seguradora apresenta uma taxa garantida pelos 12 meses seguintes, mas poderá ser estabelecida no valor zero.VÍTOR [email protected]

Rendimento superior à inflação

Pode-se poupar e obter um rendimen-to substancialmente superior à inflação, algo que não está a acontecer com os fundos de tesouraria e com os depósitos a prazo de pequenos montantes. Falamos do BES Vida Novo Rendimento 2ª Sé-rie, um produto financeiro alocado a um seguro de capitalização a longo prazo.

O prazo a contratar é de oito anos e um dia, sendo que pode ser contratado por menores a partir dos 16 anos e não há limite de idade de acesso, pois não implica risco vida para a seguradora. Trata-se, como dissemos, de um produto típico de capitalização.

Para quem quiser aderir há que ter em atenção que se está perante uma oferta com uma elevada remuneração até 31 de dezembro de 2014: 3,5% brutos, sendo que este rendimento está na categoria “E”. Logo, é tributado à taxa liberatória de 28%. Ter em atenção que este pro-duto apenas admite uma entrega única,

sendo que o mínimo é mil euros. Este é outro aspeto nuclear e revela que se trata de uma solução de poupança para quem opta pela estabilidade do aforro.

A taxa de juro anual garantida bruta é de 3,5%, como já dissemos, mas apenas até ao último dia de 2014, sendo que nos primeiros 15 dias de 2015 será estabe-lecida uma taxa de juro anual garantida durante esse ano civil, mas sendo uma taxa anualmente variável, pode aconte-cer que naquele ano tenha o valor zero. Em todos estes produtos financeiros as taxas não consideram a respetiva tribu-tação sobre os rendimentos à taxa legal-mente em vigor no momento do resgate.

Não admissão de reembolsos parciais

Muita atenção que neste tipo de contrato não são admitidos reembolsos parciais, sendo que no caso de solici-

tações de reembolso o contrato é con-siderado anulado. Neste produto da BES Vida, a ficha técnica impõe que, em caso de reembolso, o pagamento do saldo da apólice será efetuado por crédito em conta bancária sedeada no BES, e que o segurador fará o depó-sito dos fundos até o 10º dia depois de receber toda a documentação. Este prazo é encurtado para cinco dias, caso o reembolso resulte de vencimento do contrato.

Outro aspeto deste produto é que na sua assinatura é indicado um beneficiá-rio em caso de morte do segurado (con-tratante) ou, quando não o é, presu-me-se que sejam os herdeiros legais. Em caso de falecimento do segurado há benefícios fiscais para os herdeiros (no enquadramento atual), pois os ca-pitais a receber não têm incidência de IRS e não estão sujeitos a Imposto de Selo.

A NOSSA ANÁLISE

BES Vida Novo Rendimento 2ª Série para quem pensa no longo prazo

CONSELHOS

Esta

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Fixing7.ago.13

Variação semanal (%)

Variação no mês (%)

Desde 1 jan (%)

EUR/USD 1,3305 0,52% 3,54% 0,84%

EUR/JPY 129,21 -1,13% -0,64% 13,73%

EUR/GBP 0,8596 -1,11% -0,24% 5,32%

EUR/CHF 1,2321 0,03% -0,67% 2,06%

EUR/NOK 7,8995 0,83% -0,82% 7,50%

EUR/SEK 8,7261 0,40% -0,72% 1,68%

EUR/DKK 7,4571 0,03% -0,03% -0,05%

EUR/PLN 4,2170 -0,42% -1,84% 3,51%

EUR/AUD 1,4878 0,98% 5,18% 17,04%

EUR/NZD 1,6826 0,98% 1,53% 4,87%

EUR/CAD 1,3868 1,75% 2,22% 5,56%

EUR/ZAR 13,2109 1,02% 0,97% 18,24%

EUR/BRL 3,0641 1,84% 5,97% 13,33%

Eur/Usd em lateralização

PSI-20 - ANÁLISE DE LONGO PRAZO

Depois de ter conseguido quebrar o limite superior da tendência de queda que registava desde maio, o PSI 20 recuperou algum terreno até à zona dos 5750/5810 pontos. A verdade é que, e apesar das várias tentativas, o índice de Lisboa não foi capaz de ultrapassar esses níveis, tendo agora corrigido um pouco do movimento ascendente do mês de julho. Neste momento, mantém-se o suporte dos 5560 pontos, bem como a resistência na zona dos 5750/5810 pontos que, a ser quebrada, poderá levar o PSI 20 até aos 5900 pontos.

DAX 30 - ANÁLISE DE LONGO PRAZO

O índice bolsista alemão aparenta estar neste início de agosto numa fase de consolidação de ganhos, depois de não ter conseguido ultrapassar a barreira dos 8400 pontos (que se mantém como resistência). De resto, nota-se um certo movimento de lateralização nas últimas semanas. Ainda assim, o DAX mantém-se dentro do canal ascendente, estando no entanto não só a testar o limite inferior desse canal, como também o suporte dos 8250 pontos. Neste cenário, caso o mesmo seja quebrado, podemos assistir a uma queda até aos 8100 pontos.

O Banco Central Europeu decidiu manter a taxa de juro de referência da Zona Euro em 0,5%, na reunião de 1 de agosto, em linha com as expectativas. A taxa de depósitos fi cou também inalterada nos 0%. Na conferência de imprensa, Mario Draghi deu a entender que apesar de se notar algumas melhorias, será necessário que os indicadores económicos melhorem muito mais para que se altere a perspetiva de manter os “juros baixos e a liquidez abundante” durante muito tempo. Tal como a Fed, o BCE não se quer comprometer com um calendário rígido de medidas e mecanismos, deixando as medidas associadas à evolução económica. Este tipo de atitude deixa os mercados com menor volatilidade. Pareceu-nos que o presidente do BCE colocou bastante ênfase na infl ação, dizendo que o BCE apenas mudará de ideia em termos de política monetária quando o cenário para a infl ação se alterar. Draghi considera que a infl ação é baixa, sem que haja ameaças de defl ação. No nosso entender, há um fator de risco nesta estratégia e que tem a ver com a diferença entre os níveis de infl ação de cada país. Na Zona Euro como um todo, a infl ação

(homóloga) está nos 1,6%. Mas se é verdade que na generalidade dos países os valores são abaixo de 1%, na Alemanha a infl ação está nos 1,9% e em alta. Sendo a Alemanha um país tradicionalmente avesso à infl ação e dado o peso político e fi nanceiro do Bundesbank, adivinha-se um confl ito crescente entre o BCE e a Alemanha, caso os preços continuem a acelerar naquele país. Os alemães não fi carão nada confortáveis com a manutenção de políticas expansionistas num cenário de infl ação em alta. Por outro lado, Mario Draghi mostra-se a favor da publicação das atas das reuniões, assumindo que será um passo para a estabilidade e garante mais confi ança entre os investidores e empresas. Estas medidas já foram aplicadas pela Fed e pelo Banco de Inglaterra.Na última semana, as taxas Euribor voltaram a subir, ainda que muito ligeiramente, estendendo a tendência altista que engrenou no início de julho. A reunião do BCE, a estabilidade de medidas e estratégias futuras, têm lavado a estes pequenos aumentos. O excesso de liquidez no sector bancário da Zona Euro fi cou nos 258 mil milhões de euros, continua alto o sufi ciente para manter as taxas de

mercado de curto prazo abaixo da taxa de referência do BCE, mas começa a exercer alguma pressão ascendente. A Grécia vendeu 812 500 000J de títulos do tesouro a seis meses com uma rentabilidade de 4,2%, em linha com o mês passado. Espanha, obteve 3,22 mil milhões de euros através de uma emissão de dívida a três e cinco anos, acima dos 3 mil milhões previstos. Os 951 milhões de euros a três anos foram colocados a uma taxa média de 2,636%, contra os 2,768%, em junho. O restante montante a cinco anos foi pago a 3,561%, abaixo dos 3,735% do último leilão. A procura superou a oferta, com um rácio de 1,74. Este parece ser um bom resultado, a menor incerteza em torno das medidas dos bancos centrais ajudaram na emissão. Os rendimentos das obrigações portuguesas estão a recuperar um pouco depois de descerem em todos os prazos, Nos 10 anos, Portugal está a pagar pouco mais de 6,6%, depois de na semana passada encontrar-se abaixo dos 6,3%. O efeito da instabilidade política já foi praticamente desfeito nos 10 anos, mas mantém-se nos prazos mais curtos (2 anos).ANÁLISE PRODUZIDA A 07 DE AGOSTO DE 2013

MERCADO MONETÁRIOINTERBANCÁRIO

FILIPE GARCIAfi [email protected]

YIELD 10 ANOS PORTUGAL

Eur/Usd O Eur/Usd prossegue a sua

tendência de lateralização que se observa desde o início do ano. Ainda que se encontre no intervalo superior dessa banda de variação, nas últimas sema-nas o câmbio tem oscilado ape-nas entre os 1,32 doláres e 1,33 doláres, revelando extrema difi -culdade em quebrar claramente um destes limites. Enquanto tal não acontecer, será complicado vislumbrar uma tendência de alta ou baixa. Ainda assim, o viés é de alta, pelo que poderá perspectivar-se um regresso aos 1,34 dólares.

Eur/Jpy

O Eur/Jpy encontra-se, neste momento, numa fase de algu-ma indefi nição. Se por um lado regista desde abril mínimos re-lativos cada vez mais altos, os máximos relativos não acompa-nham essa tendência, forman-do, desta forma, um triângulo

ascendente. O limite inferior está actualmente a ser testado e, caso seja ultrapassado, pode le-var o câmbio até aos 127 ienes, inicialmente, e aos 125 ienes posteriormente. Para quebrar o triângulo em alta, o par terá de partir os 133 ienes, tendo, no entanto, uma resistência nos 131,3 ienes antes disso.

Eur/GbpO Eur/Gbp tem apresentado

bastante volatilidade nas últimas semanas. A continuidade do ca-nal ascendente formado desde fi nais de junho, encontra-se, neste momento, a ser ameaçada, uma vez que o par ultrapassou em baixa o limite inferior do ca-nal. A zona entre as 0.857 e 0.86 libras é importante e, de algum modo, um ponto intermédio, já que quebrada em alta pode-rá levar o câmbio novamente às 0.87 libras, sendo que, em sen-tido contrário, poderá cair até às 0.847 libras.

EVOLUÇÃO EURIBOR (EM BASIS POINTS)07 agosto13 31.outubro12 10.outubro12

1M 0,128% 0,131% -0,003 0,123% 0,005

3M 0,227% 0,228% -0,001 0,217% 0,010

1Y 0,536% 0,536% = 0,000 0,512% 0,024

TAXAS EURIBOR E REFI BCE

CONDIÇÕES DOS BANCOS CENTRAIS Minium Bid* 0,50%BCE Lending Facility* 1,00% Deposity Facility* 0,00%

*desde 2 de maio 2013

EUA FED Funds 0,25%R.Unido Repo BoE 0,50%Brasil Taxa Selic 8,50%Japão Repo BoJ 0,10%

EUR/USD

CARLOS BALULA [email protected]

FUTUROS EURIBORData 3 Meses Implícita

September 13 0,250%October 13 0,260%

November 13 0,275%March 14 0,370%June 15 0,725%

December 16 1,550%

EURO FRA’SForward Rate Agreements

Tipo* Bid Ask1X4 0,224 0,2643X6 0,253 0,2931X7 0,343 0,3833X9 0,391 0,4316X12 0,480 0,520

12X24 0,850 0,890*1x4 – Período termina a 4 Meses, com início a 1M

EURO IRSInterestSwapsvs Euribor 6M

Prazo Bid Ask2Y 0,570 0,5763Y 0,737 0,7675Y 1,196 1,2068Y 1,738 1,74810Y 2,004 2,024

Obrigações 5Y 10Y 6,04 6,56

3,48 4,561,06 2,250,67 1,693,09 4,251,42 2,481,37 2,610,28 0,76

Fontes: Reuters e IMF

Efeitos da crise política ainda se sentem nas maturidades curtas

MERCADOS

44 SEXTA-FEIRA, 9 DE AGOSTO 2013

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TítuloÚltima Cotação

Variação Semanal

Máximo 52 Sem

Mínimo 52 Sem

EPS Est Act

EPS Est Fut

PER Est Act PER Est FutDiv. Yield

IndDiv. Yield Est Data Atl Hora Atl

ALTRI SGPS 1,919 -1,08% 2,066 1,113 0,270 0,223 7,107 8,605 1,30% 1,04% 07-08-2013 16:35:00

B. COM. PORT. 0,095 1,06% 0,120 0,048 -0,023 0,005 -- 19,000 -- 1,05% 07-08-2013 16:37:35

B.ESP. SANTO 0,750 2,74% 1,190 0,484 -0,103 0,052 -- 14,423 -- 0,00% 07-08-2013 16:35:47

BANIF-SGPS 0,012 -14,29% 0,170 0,010 -- -- -- -- -- -- 07-08-2013 16:35:00

B. POP. ESP. 3,610 11,08% 5,244 2,350 0,033 0,271 109,394 13,321 -- 0,00% 07-08-2013 15:26:15

BANCO BPI 0,968 -1,22% 1,380 0,501 0,056 0,082 17,286 11,805 -- 0,00% 07-08-2013 16:35:00

COFINA,SGPS 0,448 0,67% 0,730 0,310 0,040 0,030 11,200 14,933 2,23% 2,23% 07-08-2013 16:36:02

CORT. AMORIM 2,050 1,49% 2,100 1,269 0,240 0,240 8,542 8,542 4,88% 4,39% 07-08-2013 16:35:00

CIMPOR,SGPS 3,090 -2,22% 3,720 3,000 0,370 0,445 8,351 6,944 0,52% 5,66% 07-08-2013 16:35:00

EDP 2,666 -0,15% 2,693 1,901 0,264 0,269 10,098 9,911 6,94% 7,09% 07-08-2013 16:35:00

EDPR 3,811 -1,14% 4,434 2,500 0,167 0,208 22,820 18,322 -- 1,21% 07-08-2013 16:35:00

MOTA ENGIL 2,692 -1,75% 2,860 1,009 0,238 0,295 11,311 9,125 4,09% 4,09% 07-08-2013 16:35:00

ESF GROUP 5,250 0,19% 5,732 5,010 -- -- -- -- -- -- 07-08-2013 16:35:00

GALP ENERGIA 12,430 3,58% 13,285 10,760 0,421 0,494 29,525 25,162 1,93% 2,25% 07-08-2013 16:35:00

IMPRESA,SGPS 0,660 -1,49% 0,680 0,280 0,040 0,040 16,500 16,500 -- -- 07-08-2013 16:35:00

J. MARTINS 14,250 -4,04% 18,560 12,216 0,680 0,794 20,956 17,947 2,07% 2,31% 07-08-2013 16:35:00

MARTIFER 0,480 -2,04% 0,820 0,450 -0,010 0,020 -- 24,000 -- -- 07-08-2013 15:40:37

NOVABASE 2,650 0,38% 3,080 1,770 0,217 0,240 12,212 11,042 3,77% 3,21% 07-08-2013 16:35:00

GLINTT 0,140 7,69% 0,210 0,100 -- -- -- -- -- -- 07-08-2013 15:31:04

P. TELECOM 2,876 0,17% 4,462 2,573 0,256 0,259 11,234 11,104 11,30% 10,36% 07-08-2013 16:35:00

PORTUCEL 2,606 -2,10% 2,915 2,022 0,250 0,256 10,424 10,180 6,14% 6,98% 07-08-2013 16:38:16

REDES E. NAC. 2,162 -2,53% 2,390 1,800 0,228 0,241 9,482 8,971 7,86% 7,77% 07-08-2013 16:35:00

S. COSTA 0,220 10,00% 0,330 0,120 -- -- -- -- -- -- 07-08-2013 16:29:37

SEMAPA 6,470 -2,65% 7,410 4,890 0,585 0,653 11,060 9,908 3,94% 3,91% 07-08-2013 16:35:00

SONAECOM 1,746 -2,02% 1,847 1,178 0,154 0,152 11,338 11,487 6,87% 4,75% 07-08-2013 16:35:00

SONAE,SGPS 0,784 0,64% 0,800 0,403 0,035 0,060 22,400 13,067 4,22% 4,34% 07-08-2013 16:39:22

SONAE IND. 0,460 -6,12% 0,683 0,408 -0,227 -0,133 -- -- -- -- 07-08-2013 16:35:00

SAG GEST 0,180 5,88% 0,400 0,160 -0,040 -0,010 -- -- -- 0,00% 07-08-2013 16:22:24

TEIX. DUARTE 0,550 0,00% 0,680 0,200 -- 0,050 -- 11,000 2,73% -- 07-08-2013 16:38:27

Z. MULTIMEDIA 4,319 -1,84% 4,475 2,001 0,158 0,196 27,335 22,036 2,78% 3,15% 07-08-2013 16:35:00

Santander ganha mais de 2,2 mil milhões no primeiro semestreO banco Santander teve um resultado líquido de 2 255 milhões de euros, no primeiro semes-tre, mais 29% do que em período homólogo do ano passado. A menor necessidade de provi-sões, depois do esforço realizado no exercício anterior, ajudou o grupo a obter uma melhoria dos benefícios semestrais, apesar da descida das receitas. A América Latina já representa cerca de metade dos resultados do Santander. O Reino Unido e os Estados Unidos também estão a ganhar peso na faturação total do banco espanhol.

MERCADOS

SEXTA-FEIRA, 9 DE AGOSTO 2013 45

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Lucro da Corticeira Amorim cai quase sete por centoA Corticeira Amorim obteve um lucro de 16,5 milhões de euros, no primeiro semestre, o que com-para com os 17,7 milhões de igual período do ano passado. O endividamento líquido da empresa é agora de 115,6 milhões de euros, tendo-se registado uma descida de mais de nove milhões de euros, em termos homólogos. As vendas consolidadas ascenderam a 281,7 milhões de euros, mais 2,4%, mas sem o efeito perímetro Trefi nos as vendas teriam registado uma quebra de 2,6%. Essa quebra fi caria a dever-se às vendas “trade” da unidade de revestimentos e ao efeito cambial.

PAINEL BANCO POPULARTÍTULOS EURONEXT LISBOA

PAINEL BANCO POPULARTÍTULOS MERCADOS EUROPEUS

Este relatório foi elaborado pelo Centro de Corretagem do Banco Popular, telf 210071800, email: [email protected], com base em informação disponível ao público e considerada fi dedigna, no entanto, a sua exatidão não é totalmente garantida. Este relatório é apenas para informação, não constituindo qualquer proposta de compra ou venda em qualquer dos títulos mencionados.

Título Última Cotação

Variação Semanal

Máximo 52 Sem

Mínimo 52 Sem

EPS Est Act

EPS Est Fut

PER Est Act

PER Est Fut

Div. Yield Ind

Div. Yield Est

Data Atl Hora Atl

B.POPULAR 3,677 11,26% 5,271 2,320 0,033 0,271 111,424 13,568 -- 0,19% 07-08-2013 16:38:00

INDITEX 103,75 3,54% 111,800 84,738 4,205 4,694 24,673 22,103 1,83% 2,36% 07-08-2013 16:38:00

REPSOL YPF 18,125 0,75% 18,550 13,800 1,695 1,688 10,693 10,738 2,68% 5,40% 07-08-2013 16:38:00

TELEFONICA 10,86 1,35% 11,780 9,466 1,035 1,085 10,493 10,009 3,22% 6,69% 07-08-2013 16:38:00

FRA. TELECOM #N/A N.A. - -- -- 1,015 1,003 -- -- -- -- #N/A N Ap #N/A N Ap

LVMH 138,95 1,68% 143,400 117,000 7,315 8,344 18,995 16,653 2,16% 2,29% 07-08-2013 16:37:11

BAYER AG O.N. 87,26 -0,10% 91,030 60,500 5,744 6,490 15,170 13,426 2,18% 2,38% 07-08-2013 16:35:29

DEUTSCHE BK 33,5 -1,20% 38,730 24,850 3,949 4,693 8,485 7,140 2,24% 2,44% 07-08-2013 16:35:25

DT. TELEKOM 9,052 -1,05% 10,110 7,976 0,700 0,735 12,969 12,351 7,73% 5,77% 07-08-2013 16:35:14

VOLKSWAGEN 172,85 0,99% 177,300 122,250 21,262 24,837 8,120 6,952 2,02% 2,39% 07-08-2013 16:35:05

ING GROEP 8,263 7,59% 8,328 5,521 0,986 1,066 8,380 7,751 -- 0,00% 07-08-2013 16:35:51

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O que esperar do segundo semestre O primeiro semestre do ano terminou com os mercados fi nanceiros a refl etirem

os receios em torno do fi m provável dos estímulos monetários sem precedentes nos EUA. Ben Bernanke, presidente da Reserva Federal norte-americana, anunciou que, nas atuais condições de mercado, a redução do programa de compra de obrigações (Quantitative Easing) deverá começar no fi nal de 2013 e terminar a meio de 2014.

Para alguns analistas, este movimento pode constituir uma correção exagerada e, nesse caso, poder-se-ão dar apreciações até ao fi nal do ano nos principais índices acionistas, enquanto para outros estas quedas podem continuar, uma vez que os mercados estavam dependentes dos estímulos monetários.

Estas opiniões díspares parecem sustentar-se em diferentes cenários. Os pontos negativos: 1) A retirada dos estímulos monetários nos EUA constitui um ponto negativo.

Após um período de liquidez abundante e de procura por investimentos com retorno superior à taxa de juro sem risco, a subida das taxas, consequência da retirada de liquidez, poderá ter um efeito negativo nos ativos de maior risco.

2) A China poderá passar por um período de abrandamento económico, devido em parte à política do governo de alterações económicas estruturais, como a passagem de uma economia orientada para exportações para uma economia com maior preponderância da procura doméstica.

3) A Zona Euro continua a demorar em defi nir um enquadramento legal para combater futuras crises fi nanceiras e orçamentais. Por outro lado, a nível de regras orçamentais, não houve progressos nos últimos tempos, mantendo-se assim as barreiras a uma maior integração e mecanismos de solidariedade.

Os pontos positivos: 1) A recuperação económica norte-americana parece ser um dos pontos

positivos de destaque para os mercados fi nanceiros. Os consumidores, embora atingidos por uma maior carga fi scal, mostram-se resilientes e continuam a sustentar a economia, enquanto o mercado laboral recupera, o mercado imobiliário continua a registar melhorias e a produção industrial dá sinais de retoma.

2) No plano microeconómico, o cenário também parece ser ainda positivo, embora na Zona Euro exista uma maior disparidade entre setores e empresas. Ainda assim, o trabalho de consolidação e reestruturação efetuado pelas empresas após a crise de 2008 permite agora um melhor posicionamento e solidez das empresas.

3) A imprevisibilidade que envolve a Zona Euro também pode ter um impacto positivo nos mercados fi nanceiros. Se existem riscos relacionados com a demora política e institucional para encontrar soluções, a capacidade de estas serem atingidas, nomeadamente devido a um BCE mais proativo, pode ser um catalisador positivo. Na última reunião o BCE afi rmou que os juros se vão manter “reduzidos por um longo período de tempo”.

Assim, o segundo semestre do ano pode ser visto, então, como um novo começo nos mercados fi nanceiros, depois de os ganhos registados desde o início do ano terem sido reduzidos por um aumento do risco relacionado com o fi m do Quantitative Easing nos EUA.

Um dos temas apresentados como marcantes no início de 2013 prendia-se com o que se chamou “a grande rotação”, isto é, uma inversão da tendência verifi cada desde 2009 de se registarem valores muito superiores à média histórica de subscrição de fundos de investimento de obrigações, ao contrário do que se passava nos fundos de investimento de ações, cujas subscrições estiveram desde então muito abaixo da média. Este movimento de inversão só se começou a verifi car a partir de maio, exatamente com os receios de uma Reserva Federal menos acomodatícia do que até então. De facto, se olharmos para a generalidade da alocação de ativos, tanto de investidores de retalho como de investidores institucionais, tendemos a ver um peso excessivo da componente obrigacionista, face à componente acionista quando comparada com a média das últimas décadas. A inversão desta tendência, a confi rmar-se, deverá benefi ciar de forma clara os mercados de ações face aos mercados de obrigações.

DIOGO SERRAS LOPESDiretor de Investimentos do Banco Best

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“Partilhar e promover as boas causas, os valores da solidariedade, da responsabilidade social e da tolerância é uma das causas da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa em pleno século XXI”, afirma Ana Delgado, diretora de Comunicação e Marketing da Santa Casa.Tendo o público mais jovem como alvo desta estratégia, a SCML apoia espetáculos musicais, atuando em parceria com algumas instuições Depois do Marés Vivas, a Santa Casa estará ainda, de 7 a 11 de agosto, no Meo Sudoeste, na Zambujeira do Mar, a promover a música portuguesa, por um lado, e levando ao festival campanhas de prevenção e sensibilização para os mais jovens, por outro, nomeadamente rastreios de alcoolemia, sensibilização para o cancro da pele e mergulhos perigosos.

VIRGILIO [email protected]

Vida Económica - A Santa Casa aposta no apoio à Música Nacional, aos músicos e à músi-ca portuguesa. Porquê?

Ana Delgado - Antes de mais, porque a promoção do Homem através do acesso à cultura faz parte da missão desta casa. E no contexto difícil que o país atravessa, na San-ta Casa reconhecemos que é ainda mais importante apoiar as Artes e as Letras nacionais, colocando a cultura ao serviço da coesão da sociedade, do desenvolvimento da pessoa.

VE - Que iniciativas está a promover e com que parcerias conta?

AD - Estamos a apostar na pre-sença nos festivais de verão, por um lado para apoiar o palco de música portuguesa – Palco Santa Casa por outro, para chegar também junto dos mais jovens. Estivemos no fes-tival Marés Vivas, no Norte, e de 7 a 11 de Agosto estaremos no Meo Sudoeste, no Sul, estratégia que tem como objetivo abranger todo o país e um maior número de pessoas.

Para criar sinergias com a Tempo-rada de Música em São Roque, or-ganizada pela Santa Casa, e que este ano celebra 25 anos, estabelecemos também uma parceria com a Fun-dação Calouste Gulbenkian para a promoção de iniciativas que levem a novos públicos uma programação musical de excelência. Durante os próximos três anos, vários espaços e equipamentos da Santa Casa vão ainda abrir a porta a espetáculos com elementos do Coro ou da Or-questra Gulbenkian, ao longo do ano, na iniciativa “Caminhos da Santa Casa”, realizando-se igual-mente um conjunto de “Concertos de Domingo”, com preços mais acessíveis e com caráter pedagógico.

Aos lares e centros de dia da Santa Casa estamos ainda a levar músicos e artistas, como a Maria José Valério, a Anita Guerreiro, o António Calvário, com o progra-ma “Encontros com Vida”, que dão pequenos espetáculos. Com este programa, não só estamos a apoiar músicos nacionais, que neste mo-mento passam por algumas dificul-dades, como procuramos prevenir situações de isolamento social e de autoexclusão entre os mais idosos, que têm sido preocupação central da atual administração.

Ir ao encontro dos mais jovens através da música

VE - A aposta neste segmento tem a ver também com o facto do público da música ser maiori-tariamente jovem?

AD - Participamos em festivais de verão, no Norte e no Sul, pre-cisamente para ir ao encontro dos mais jovens através da música. A música é a verdadeira linguagem universal e um meio privilegiado para aproximar deste público espe-cial os valores de solidariedade que são o dia a dia da Santa Casa.

VE - Que importância tem este envolvimento, tendo em conta o contexto difícil que o país hoje atravessa?

AD - É também o contexto di-fícil que motiva este nosso envolvi-mento, ao encontro da missão da Santa Casa de promover o Homem através da cultura. Assim sendo, acreditamos que é preciso apostar no talento jovem, nas nossas ban-das e músicos, mas também, em simultâneo, não esquecer os nossos artistas mais veteranos, alguns dos quais, infelizmente, estão a passar por dificuldades neste momento.

Reforço de investimento na cultura

VE - O investimento de promo-ção programado para 2013 nes-ta área é superior ao efetuado em 2012?

AD - O investimento em festi-vais de verão é significativamente inferior ao ano anterior, mas temos procurado diversificar e tornar mais impactante a nossa presença nesses eventos, que consideramos essen-ciais para aproximar a instituição de um público mais jovem. Conside-rando a aposta na cultura nacional, o investimento definido para 2013 é ligeiramente superior ao ano pas-sado, tendo em conta que estamos a promover novas iniciativas e par-

cerias, que se estendem para os pró-ximos anos.

VE - Considera importante ter as equipas de colaboradores mo-tivadas neste tipo de iniciativas?

AD - Sim, claro. Na Santa Casa, temos o privilégio de trabalhar por boas causas, e é sempre estimulan-te reunir, em torno de objetivos comuns, equipas polivalentes e de diferentes áreas da atividade da ins-tituição. Aos festivais, por exemplo, levamos também as nossas equipas de enfermeiros do “Saúde Mais Próxima” para fazerem rastreios de alcoolemia e sensibilização para os perigos da exposição solar e de mer-gulhos imprudentes, que são fun-damentais junto dos mais jovens, como bem sabemos.

VE - Que mensagem gostaria de transmitir?

AD - Desde 1498, a Santa Casa tem procurado chegar a quem mais precisa, quando mais se precisa, promover a coesão social. Neste sentido, em pleno século XXI, é também nossa missão partilhar e promover as boas causas, os valores da solidariedade, da responsabilida-de social, da tolerância. E é por isso que a Santa Casa quer estar mais próxima dos mais jovens, porque é com eles que hoje se começa a cons-truir o amanhã.

ANA DELGADO, DIRETORA DE COMUNICAÇÃO E MARKETING DA SCML, AFIRMA

“A música é um meio privilegiado para aproximar dos mais jovens o valor da solidariedade”

Fula lança campanha “não me cheira”

Já imaginou fazer um jantar com amigos ou familiares, em que serve deliciosos e estaladi-ços rissóis e quando anuncia que o jantar está pronto, nin-guém acredita? Pois é, se não lhe cheira é Fula - Fula Reduz o Cheiro a Fritos.

Inspirado na expressão po-pular “Não me Cheira”, a nova campanha Fula mostra como todos podem ter refeições com fritos, sem se preocuparem com os cheiros desagradáveis. E isso é visível no novo filme de Fula quando, num jantar descontra-ído entre amigos, o anfitrião afirma que os rissóis já estão prontos e alguém responde com ar desconfiado “Não me Chei-ra…”.

A inovação de Fula “Reduz o Cheiro a Fritos” diminui os cheiros libertados durante a fritura ao incluir na sua formu-lação óleos essenciais de ervas aromáticas.

Com conceito criativo da McCann, a nova campanha de Fula está disponível na TV (nos canais generalistas e cabo) a partir de 1 de agosto e terá ain-da visibilidade exterior, internet e em ponto de venda.

“A nova campanha pretende demonstrar que os fritos conti-nuam a fazer as delícias de todos e que continuam a fazer parte dos bons momentos à mesa. Fula Reduz o Cheiro a Fritos é a grande inovação da marca que veio revolucionar a forma como os portugueses olham para os fritos. Com Fula Reduz o Chei-ro a Fritos é possível desfrutar de deliciosos pratos de batatas fritas, rissóis, croquetes, pas-téis de bacalhau e tempuras, mas sem se preocupar com os cheiros”, afirma Isabel Roseiro, “strategic marketing manager” da marca Fula.

Makro apoia Festival do Marisco de Olhão’13A Makro apoia pela primeira vez o Festival do Marisco de Olhão. A loja de Faro será o fornecedor de excelência de todo o tipo de produtos necessá-rios, sendo a retaguarda de segurança de todos os restaurantes presentes no evento para os mais variados pratos gastronómicos que os esperados 60 mil visitantes terão oportunidade de saborear.

MARKETING

46 SEXTA-FEIRA, 9 DE AGOSTO 2013

Legenda: “A Santa Casa quer estar mais próxima dos mais jovens, porque é com eles que hoje se começa a construir o amanhã”, afirma Ana Delgado.

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AUTOMÓVEL

SEXTA-FEIRA, 9 DE AGOSTO 2013 47

Nova geração Toyota Corolla chega em outubro

Ford Fiesta 1.0 EcoBoost é o Carro Feminino do Ano

DORA TRONCÃ[email protected]

A 11ª geração Toyota Corolla chega a Portugal em outubro. Corolla é “o auto-móvel mais vendido do mundo, com 40 milhões de unidades comercializadas”, se-gundo Fabio Capano, Diretor de Produ-to e Comunicação Toyota. “A cada dois minutos é vendido um Toyota Corolla no mundo e desde 1966 que é fabricado inin-terruptamente”. Toyota apresenta a nova geração deste modelo emblemático que es-tará disponível para Portugal nas motoriza-ções 1.4D-4De 1.33 Dual VVT-i e, apenas por encomenda, na versão 1.6 Valvematic, coma possibilidade de escolher entre o ní-vel de equipamento Active, Comfort e o topo de gama Exclusive. Em 2012 foram vendidos cerca de 63.500 Toyota Corolla; em 2013, a marca espera atingir as 70 mil unidades e, em 2014, as 90 mil unidades,

que representam um aumento ambicioso de 40% em relação a 2012. A grande apos-ta são os clientes fiéis ao Corolla, dos quais cerca de 40% compram a nova geração do mesmo modelo, existindo ainda 65% de probabilidades de um proprietário Corolla comprar outro Toyota.

Vendido em 150 países e fabricado em 16 unidades industriais, o novo Co-rolla está mais do que nunca “focado no consumidor, oferecendo mais espaço de arrumação, mais espaço para passagei-ros (80 mm de comprido; 15 mm mais largo; 5mm mais baixo e distância entre eixos de 1000 mm) além de uma maior capacidade de bagageira (452 litros). Os preços do novo Corolla ainda não estão disponíveis.

Novo Toyota Auris Touring Sports à conquista do mercado europeu

Toyota vendeu até agora 5,5 milhões de híbridos no mundo. Na Europa, a marca nipónica oferece 6 híbridos no modelo Auris enquanto no mundo conta já com 14, atingindo 20 se contabilizar Toyota e Lexus (outra marca do Grupo Toyota). A pretensão da Toyota para os Veículos hí-bridos é que, em 2015, haja 18 modelos híbridos Toyota a circular pelas estradas do mundo, um deles com “fuel cell”. “Que-remos ter um híbrido para as massas, um híbrido mainstream e afirmar que o híbri-do chegou de vez”, frisou o Diretor de Pro-duto Toyota.

O novo Auris Touring Sports é um re-forço desta postura da marca no mercado, com uma aposta na redução na emissão de CO2 (85g/km na versão 1.4 D-4D) a permitir uma poupança de 18% em com-bustível, menos 25% de necessidade de manutenção, reparação, menos gastos de pneus, menos serviços no sistema de trava-gem e quando a troca de veículo, a versão híbrida é, por norma, valorizada em mais de 15% do que todas as outras versões. A Toyota tem para o Auris Touring Sports projeções ambiciosas em termos de merca-do europeu. Neste momento o segmento

C tem cerca de 4,6 % de quota de mer-cado na Europa, o que corresponde a um total de 130 mil vendas, em 2013, e a pro-jeção da Toyota é atingir as 140 mil uni-dades numa conquista plena do mercado europeu, representando 5% de quota de mercado, com 45% das vendas a centra-rem-se em Touring Sports Híbrido, 30% na versão a Gasolina e 25% no Diesel. Desde 2001 que a Toyota não apostava no segmento C, sendo que, em 2007, foram comercializadas as últimas unidades deste segmento em Portugal. É de referir que no primeiro trimestre de 2013 as vendas de Auris cresceram mundialmente cerca de 41% apenas coma versão Hatchbacke, em Portugal, o Auris é o 2º automóvel mais vendido — com 35% nas versões Hatch-back; 34% Station e 9% Sedan. Salienta-se ainda que o segmento C é o 2º segmento mais importante em termos de vendas no país. No que se refere, todavia, às ambições da marca quanto aos automóveis híbridos, a Diretora de Marketing Toyota Portugal, Paula Arriscado, não deixade ressalvar que a conquista deste mercado em Portugal

tem uma série de obstáculos: “o mercado português é muito focado no Diesel, há a mudança de mentalidades por fazer e a con-juntura que atravessamos não ajuda pelo facto de o híbrido ser mais dispendioso”.

Os preços do Toyota Auris TouringSports vão dos J19.360-J25.200 na Ga-solina; J23.000 a J28.000, no Diesel, e J26.875-J29.040 no Híbrido. O Toyota Auris Touring Sports começou este mês aser comercializado em Portugal.

O novo Ford Fiesta 1.0 EcoBo-ost é o é o Carro Feminino do Ano 2013. As juradas, de um painel constituído por mulheres jornalis-tas de todo o mundo, destacaram “o design e elevada qualidade e eficiência no consumo de combus-tível”, segundo a marca. O utilitá-rio ficou à frente de Audi Allroad, Range Rover e Porsche Boxster S. As 18 jornalistas avaliaram fatores como segurança, relação custo-be-nefício, aparência estética, espaço de arrumação, segurança das crian-ças, facilidade de condução, cor, “sex appeal” e impacto ambiental.

Após o restyling operado há meses, o Fiesta oferece um novo

exterior marcante, um interior oti-mizado em termos de ergonomia e conforto, e o Ford MyKey. Esta é uma tecnologia que permite aos pais incentivar a uma condução mais segura e limitar a exposição dos filhos aos riscos inerentes. “O novo Fiesta elevou a fasquia ao oferecer um design mais arrojado, mais tecnologias, mais eficiência em consumo de combustível e é divertido de conduzir”, disse Barb Samardzich, vice-presidente de de-senvolvimento de produto da ford Europa. “Ao corresponder às neces-sidades de todos os nossos clientes estamos a garantir a este pequeno automóvel um futuro muito bri-

lhante”, acrescentou Samardzich.“O Fiesta tem uma aparência

de alta qualidade e isso também se sente”, disse a jurada do Reino Unido, Victoria MacMillan Bell. “Isso, juntamente com o multipre-miado motor 1.0 EcoBoost com valores de consumo de combus-tível e desempenho nunca antes vistos e esta pequena e elegante ‘bomba’ ganha claramente em cada categoria”, referiu.

“Ficou claro desde o início que o novo Fiesta 1.0 EcoBoost tinha ganho a simpatia do nosso painel feminino de especialistas em auto-móveis de todo o mundo”, disse a presidente do júri do Women’s Car

of the Year, Sandy Myhre, da Nova Zelândia.

A entrega de prémios da quinta

edição do ‘Women’s World Car ofthe Year’ terá lugar em outubro, em Londres.

O novo Toyota Corolla faz parte da 11ª geração de um automóvel que conta com milhões deseguidores desde há 47 anos, tendo sido vendidas, até hoje, 40 milhões de unidades no mundo.

Montepio oferece viaturas a instituições de solidariedade socialA Fundação Montepio ofereceu 21 viaturas adaptadas a 21 instituições de solidariedade social, noâmbito do projeto “Frota solidária”. Desde o seu início, este projeto já respondeu às necessidades de mobilidade de 103 instituições de solidariedade social. “Olhamos a questão das parcerias de forma abrangente, pois só assim podemos chegar ao utente final com a maior eficácia possível”, referiu An-tónio Tomás Correia, presidente do Montepio.

Modelo ficou à frente de Range Rover, Porsche e Audi

Motorizações Corolla

Motorizações Auris Touring Sports

* Sempre em circuito combinado** Disponível por encomenda¹ Disponível com Transmissão Multimode

Previsões de vendas para novos Corolla e Auris Touring

Sports

COROLLA

AURIS

Page 48: Boletim do Contribuinte Jornal Fiscal Vida Judiciária ... · O processo de implementação do Sistema de Segurança de Informa-ção foi o resultado de um trabalho integrado de todos

Governo quer antecipar ajudas comunitárias aos agricultores

Portugal requereu à Co-missão Europeia uma ante-cipação dos apoios comuni-tários aos agricultores, em resultado das cheias que as-solaram o país no início do ano. O Governo espera que os fundos cheguem em ou-tubro e não em dezembro, como previsto.

Em causa estão ajudas di-retas aos agricultores, no va-lor de 320 milhões de euros, possibilitando o recebimento de 50% ou 80%, de acordo com o tipo de ajuda. O pedi-do feito pelo Governo portu-guês terá ainda de ser aprecia-do por Bruxelas, esperando-se uma resposta, o mais tardar, em meados de Setembro. Por-tugal coloca em prática a es-tratégia de antecipar as ajudas comunitárias, sempre que a legislação comunitária o per-mite. Entretanto, o PRODER – Programa de Desenvolvi-mento Rural está com uma taxa de execução de 68%, mais dois pontos percentuais do que a média europeia. O que traduz o facto de mais jo-vens estarem a apostar no se-tor agrícola.

Crédito malparado volta a descer em junho

O crédito malparado tor-nou a registar uma quebra no passado mês de junho. A descida foi de 170 milhões de euros, relativamente a maio, de acordo com o Banco de Portugal. Feitas as contas, os bancos a operarem em terri-tório nacional têm difi cul-dades em recuperar mais de 16,8 mil milhões de euros.

As empresas são as entida-des que apresentam mais di-fi culdades em cumprir as suas obrigações junto da banca, com o crédito malparado a superar os 11,6 mil milhões de euros. A boa notícia é que houve uma descida de 1,3%, face a maio. Ou seja, as em-presas não conseguem pagar perto de 11,2% do crédito total que lhes foi atribuído. Quanto aos particulares, o in-cumprimento desceu cerca de 0,3%, em junho, para 5 164 milhões de euros. Neste caso, o incumprimento afeta cer-ca de 4% do total de crédito atribuído às famílias. A maior fatia deste valor respeita ao crédito à habitação. De igual modo, o crédito ao consumo também sofreu uma ligei-ra baixa. Os empresários em nome individual é que estão numa situação mais compli-cada, com mais de 32% des-tes a registarem créditos em

[email protected]

www.institutoliberdadeeconomica.blogspot.com

JORGE A. VASCONCELLOS E SÁMestre Drucker SchoolPhD Columbia UniversityProfessor Catedrático

http://www.linkedin.com/in/vasconcellosesa

Vide artigos e gráfi cos:

http://economiadasemana.blogspot.pt

https://twitter.com/VasconcelloseSa

A TENDÊNCIA(?)

COMENTÁRIO: 50% das novas descobertas de petróleo e gás desde 2005 estão localizadas em países de língua portuguesa: Brasil, Moçambique e Angola.

Instituto de Liberdade Económica

(1) De um total estimado de 72 700 mil milhões de barris de petróleo equivalente identifi cados. Mboe signifi ca milhões de barris de petróleo equivalente.Fonte: Fonte: Wood Mackensie, HIS e Cobalt International Energy (in Exame Angola, Junho 2013)

Dez países com maiores descobertas de hidrocarbonetos

Mboe (1)

BrasilMoçambique

IrãoNoruega

IraqueIsrael

TanzâniaAzerbeijão

AustráliaAngola

PetróleoGás Natural

As contas do destinoOra se anuncia uma medida boa, ora se anuncia

outra má. É a taxa do IRC que vai descer, seguida de anúncio de corte de 10% nas pensões, encoberta por outra de descida do desemprego.

Este jogo do esconde e aparece deixa os portugueses confusos. Será que os sacrifícios pagos compensam os resultados? Não. Trata-se de um jogo político, certamente. Um jogo em que não se fala verdade, dos governantes para com os seus eleitores. Tudo feito à descarada.

Com a agravante de os sacrifícios não serem iguais para todos. Por que razão quem mais descontou no passado tem agora de ser mais penalizado na sua pensão de reforma? Não tem lógica. Será em nome da justiça redistributiva do rendimento? Pura mentira. Seria assim se esses cortes de pensões fossem para alimentar os mais pobres. Mas não se trata nada disso.

O problema está na dívida pública ao exterior. Dos empréstimos sobre empréstimos que o Estado não consegue pagar. E a única fonte que encontra é os rendimentos, dos trabalhadores públicos e privados. Não de todos. Os juízes e os diplomatas fi cam de fora no corte de 10% das pensões. Polícias e militares, sobretudo altas patentes, não terão o mesmo direito? Os juízes são os que determinam as penas, os militares e polícias são os que cumprem a lei.

Ora, com tanta impunidade legislativa, há que cuidar – dos governantes, entenda-se – dos que sistematicamente violam a lei suprema do país.

Quando vai parar este ciclo de terror sobre os salários e as pensões? Esta deve ser a pergunta que muitos portugueses fazem neste momento. Portugueses que não sabem do seu futuro, dos seus fi lhos e até dos seus netos. Sim, porque o Estado, quando corta nas pensões de reforma, para pagar a dívida ao estrangeiro, não mostra a mínima preocupação para com aqueles que hoje, fruto desta política destrutiva do emprego, têm de albergar fi lhos e netos. Os avós eram e ainda são para muitos portugueses o “último chapéu de abrigo”. Matando este, que lhes resta?

Quando o Governo diz que vai baixar a taxa de IRC deveria explicar como vai compensar essa dádiva. Com o agravamento do custo de vida dos cidadãos? Certamente. Ou então, não vai descer coisa alguma. É mais uma mentira, mais um “choque fi scal” atirado para as calendas gregas. Se promete tal coisa, tem o dever-obrigação de explicar aos portugueses onde vai “sacar” os 300 milhões de euros para evitar um novo desfalque no Orçamento.

Duvido que os políticos, sejam os que estão no Governo, sejam os que estão na Oposição, consigam neste momento convencer os contribuintes do que quer que seja. Nas boas medidas, já ninguém acredita. Apenas que os sacrifícios vão aumentar. Fale-se a verdade, pelo menos para que os portugueses possam ver uma luzinha ao fundo do túnel, se é que ela lá está.

No meio de tanta confusão, mentira e impunidade, aplauda-se os governantes que têm a dignidade e a hombridade de apresentar a demissão. Esses sim, talvez sejam os políticos da verdade e, por ironia do destino, deveriam continuar a governar e os que lá se mantêm irem embora. São as contas do destino.

NOTA DE FECHO

Nº 1504 / 9 de agosto 2013 Semanal J 2,20 Portugal Continental

Uma edição

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Organização:

Informações e inscrições:

Público Geral: G120

Assinantes VE: G100(+ IVA)

OBJETIVOS:O curso de dois dias têm por objetivo responder às questões:

situações difíceis?

recuperação?

ENQUADRAMENTO:

As PME’s, assim como o resto da economia, sentiram o golpe da recessão e da crise financeira. A desaceleração da atividade económica daqui resultante, trouxe difíceis desafios a todo o setor empresarial, mas com grande incidência no segmento das PME’s.

Perante tal situação, é importante que o empresário consiga analisar o negócio e constatar soluções possíveis para assegurar a viabilidade futura da empresa.Não há fórmula mágica para todos os problemas, mas há métodos para recuperar empresas em dificuldades.

PROGRAMA:

1. O declínio pode ser detectado na sua fase inicial e ser evitado?

2. Etapas do Declínio do Negócio

3. Fundamentos para uma Reestruturação de Sucesso

4. Fases da Reestruturação

5. A Gestão durante o “Período de Recuperação”

6. Providencias Legais de Recuperação de Empresas

Governo tem o dever-obrigação de explicar aos portugueses onde vai “sacar” os 300 milhões de euros para evitar um novo desfalque no Orçamento

VIRGILIO FERREIRA CHEFE DE REDAÇÃ[email protected]