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SOCIEDADE DE INVESTIGAÇÕES FLORESTAIS BOLETIM TÉCNICO Recuperação Conservacionista de Superfícies Mineradas Número 2 – 1980 UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA VIÇOSA – MINAS GERAIS

Boletim Tcnico n - Ciência Geográfica Aplicada · dos leitores da época mais aspectos positivos que ... o alto valor da terra urbana ... essas técnicas estrangeiras às condições

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SOCIEDADE DE INVESTIGAÇÕES FLORESTAIS

BOLETIM TÉCNICO

Recuperação Conservacionista de Superfícies Mineradas

Número 2 – 1980

UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA VIÇOSA – MINAS GERAIS

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APRESENTAÇÃO DA REEDIÇÃO ELETRÔNICA DE 2009

Como professor da Universidade Federal de Viçosa, responsável pela disciplina ENF391 - Recuperação de Áreas Degradadas, tenho recebido muitas correspondências solicitando cópias de publicações. No caso das de minha autoria, a mais lembrada é Recuperação Conservacionista de Superfícies Mineradas: Uma Revisão de Literatura. Foi publicada em 1980, como Boletim Científico Número 2 da Sociedade de Investigações Florestais - SIF. Tem sido difícil atender a esses pedidos porque as chapas de impresso originais do Boletim não existem mais. Por isso, o objetivo com esta versão eletrônica é atender tal demanda.

A tiragem original do documento de 51 páginas, produzido na

Imprensa Universitária, foi de 500 cópias. Posteriormente, houve pelo menos mais uma reedição na UFV. Em 1987, a Secretaria do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, como parte do seu Programa SPHAN PróMemoria, publicou outra reedição. Esta foi feita pela Escola de Minas da Universidade Federal de Ouro Preto. Estimo que, somando os vários reimpressos, aproximadamente 1.500 cópias foram distribuídas no Brasil. Aparentemente, o número foi suficiente para chegar a empresas mineradoras e universidades em todas as regiões do país. Logo, a publicação começou a ser citada, principalmente por técnicos das áreas mineral e florestal.

Agora, quase trinta anos após seu lançamento, me pergunto:

por que a publicação continua tendo procura até hoje? Como resposta, acho que o fato de ter sido “um assunto certo

lançado no momento certo”, explica seu sucesso. Na década de 1970, a economia brasileira crescia muito e o setor minerário também estava em plena expansão. Paralelamente, o movimento do ambientalismo brasileiro tinha se iniciado sob o rótulo “conservação da natureza”. Mas, o movimento foi de pouca expressão, exceto por alguns eventos isolados de protesto. Um dos mais importantes, que teve início em 1977, foi uma forte manifestação pública contra as minerações de superfície de ferro em Belo Horizonte e de bauxita em Poços de Caldas, Minas Gerais.

Em conseqüência dessa pressão, liderada pela mídia nessas

duas cidades, algumas mineradoras começaram a buscar ajuda técnica no meio universitário. Na Austrália, no Canadá, e nos Estados Unidos, principalmente, já existia tradição de sinergia conservacionista entre mineradoras e universidades. Desde 1950, as companhias de mineração nesses países financiavam, com resultados expressivos, projetos de pesquisas de cientistas universitários e de extensão em terras exauridas.

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Seguindo tais exemplos, a Alcoa Alumínio S/A de Poços de

Caldas e o Departamento de Engenharia Florestal da UFV assinaram, em dezembro de 1977, um convênio de assistência técnica. Entre outros produtos, o Boletim Técnico aqui reapresentado foi um dos principais resultados (para detalhes sobre esse projeto, veja GRIFFITH, J. J.; CÂNDIDO, J. F. Recuperação de superfícies mineradas de bauxita em Poços de Caldas, MG, Revista Brasil Florestal, Brasília DF, v. 11, n. 46, p. 27-33, 1981).

Para a confecção do Boletim, foram levantadas e analisadas

145 referências bibliográficas. Somente 8 delas eram nacionais, o que revelou a então escassez de informação disponível na língua portuguesa. Acho que o principal motivo de sucesso da publicação foi informar em português técnicas disponíveis apenas em outras línguas. Entretanto, hoje vejo que a boa aceitação do Boletim teve, ainda, outros motivos:

● Foi importante que, entre todos os artigos revisados, inclusive

na literatura estrangeira, praticamente não existia uma abordagem ampla das questões degradação e recuperação. Quase todas as pesquisas e experiências da época se concentravam em algum assunto técnico isolado, sem mencionar os outros fatores potencialmente relacionados. Esse novo documento da SIF, no entanto, considerava a paisagem como um conjunto de componentes. Ele deu subsídios técnicos abrangentes ao conhecimento na área de recuperação ambiental, ao advogar a aplicação integrada das práticas de caráter hídrico, edáfico, vegetativo e estético.

● Outro ponto interessante do Boletim parece ter sido a sua

discussão sobre usos potenciais de terra em áreas recuperadas (reflorestamento, reservas ecológicas, transformação em áreas residenciais, etc.). Até então, era comum no país a crença de que o impacto causado pela mineração era irreversível. Nada fazer (abandonar as terras) era considerado por muitos como a única opção. Seguindo outra lógica, o Boletim introduziu um novo paradigma, na medida em que apregoava (p. 6-9) que a área exaurida pela mineração ainda apresentava potencialidade de uso, incluíndo o agropecuário, o industrial, o residencial, etc.

● Ademais, acho que os leitores do Boletim original gostaram

das fotografias (19 no total) usadas para ilustrar as diversas situações encontradas em recuperação de áreas degradadas. Até então, era difícil visualizar como ficariam projetos de recuperação em situações brasileiras de mineração.

O Boletim Técnico tem falhas, que ficam mais óbvias com a

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passagem do tempo. Algumas técnicas recomendadas em 1980 não se adaptaram bem no Brasil. O terraceamento feito após mineração de bauxita em Poços de Caldas (Figura 9 do Boletim), por exemplo, se demonstrou, mais tarde, desnecessário para aquela situação, e até prejudicial em algumas outras. A terminologia, especialmente os nomes dos tipos de mineração descritos na parte Introdução (p. 3) teve que ser corrigida numa publicação posterior. A sugestão que as espécies arbóreas mais indicadas poderiam ser do gênero Pinus (p. 29) é claramente equivocada, considerando o enfoque atual no uso de espécies nativas. Mesmo assim, aparentemente, houve nos olhos dos leitores da época mais aspectos positivos que negativos no Boletim.

Assim, gostaria de agradecer ao Professor Guido Assunção

Ribeiro, atual Diretor-Administrativo da SIF, por autorizar o lançamento da versão eletrônica do Boletim Técnico em questão, bem como ao Professor Maurício Balensiefer, Presidente da Sociedade Brasileira de Recuperação de Áreas Degradadas – SOBRADE, por disponibilizá-la no portal desta entidade.

Finalmente, dedico esta reedição eletrônica a Renato Mauro

Brandi, Professor Titular aposentado do Departamento de Engenharia Florestal. Foi ele, então Diretor Científico da Sociedade de Investigações Florestais, que viabilizou a publicação original do Boletim Técnico. Ele confiou em meu trabalho, mesmo que o assunto “recuperação” não tivesse tradição na Engenharia Florestal brasileira da época. Ele fez várias sugestões técnicas e apoiou o projeto de várias outras maneiras: insistiu para que eu não usasse abreviaturas na bibliografia para facilitar a leitura, autorizou-me o uso do carro da SIF para obter fotografias de campo para as figuras, indicou-me um bom revisor gramatical e uma datilógrafa capaz de fazer uma formatação perfeita numa época em que não existiam processadores informatizados de texto.

Espero que o Boletim Técnico, agora disponível em versão

eletrônica, continue sendo útil. 15 de julho de 2009 James Jackson Griffith Professor Titular Departamento de Engenharia Florestal Universidade Federal de Viçosa Viçosa, Minas Gerais, Brasil

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Boletim Técnico no 2, 1980. 51 p.

RECUPERAÇÃO CONSERVACIONISTA DE SUPERFÍCIES MINERADAS: UMA REVISÃO DE LITERATURA

James J. Griffith1

Resumo

Esta revisão de 145 referências bibliográficas descreve as técnicas atuais, principalmente do exterior, de recuperação conservacionista de superfícies mineradas. São discutidos os principais objetivos para cuja consecução se pretende realizar a recuperação, os diversos usos potenciais das áreas recuperadas e as técnicas de manejo de recursos-chaves (água, solo, vegetação e recursos cênicos) possíveis de serem usadas na recuperação dos locais conturbados pela mineração.

1. INTRODUÇÃO

Este trabalho é uma revisão da literatura referente às técnicas conservacionistas de recuperação de áreas mineradas na superfície. Foi elaborado em conseqüência de um convênio de pesquisas entre o Departamento de Engenharia Florestal da Universidade Federal de Viçosa e a empresa mineradora Alcominas, em Poços de Caldas, Minas Gerais (CÂNDIDO e GRIFFITH, 1978).

Até recentemente, a recuperação conservacionista de áreas assim conturbadas não era considerada importante no Brasil. Porém, há, agora, crescente necessidade, por parte das empresas mineradoras do País, de adequar-se às seguintes realidades da mineração moderna:

a) A tecnologia avançada tem criado equipamento capaz de minerar e, consequentemente, conturbar áreas de imensa extensão e profundidade (Figura 1). Além disso, as minas podem causar maior impacto nas áreas adjacentes.

b) Graças ás jazidas de importância mundial, a exploração e a produção brasileira de minério estão em fase de plena expansão. Essa expansão está contribuindo, em muitos casos, para limitar ainda mais os recursos em razão do aumento da população e de outras tendências demográficas.

1 Professor Colaborador do Departamento de Engenharia Florestal da U.F.V.

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Foto: J. Griffith

FIGURA 1 - Alteração extensiva da paisagem provocada pela mineração de superfície.

c) Nos últimos anos, tanto o Governo como o público brasileiro têm mostrado crescente preocupação com a proteção e a qualidade do meio ambiente, criando novas diretrizes para a indústria mineradora.

d) Como a mineração foi uma das causas principais da urbanização do País, hoje se encontram muitas minas e escavações dentro ou perto dos perímetros da expansão urbana. Assim, o alto valor da terra urbana poderia tornar economicamente viável a recuperação de muitos locais.

e) A mesma grande escala do equipamento moderno que, de um lado, provoca maiores impactos também poderia, igualmente, facilitar amplos projetos de recuperação.

Essas tendências, já sentidas há mais tempo em outros países, têm

estimulado pesquisas e uma vasta literatura a respeito da recuperação conservacionista. Como exemplo, CZAPOWSKYJ (1976) listou 591 trabalhos sobre ecologia e recuperação de áreas drasticamente modificadas pela mineração e outras causas semelhantes. Porém, no Brasil, há poucos exemplos de recuperação, a não ser raras exceções de trabalhos, ainda preliminares, das seguintes empresas: Minerações Brasileiras Reunidas, em Belo Horizonte, Petrobrás, na Bahia e no Paraná, e Alcominas, em Poços de Caldas.

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Assim, os objetivos deste boletim são os seguintes: a) revisar as técnicas atuais, principalmente do exterior, e discutir brevemente sua aplicabilidade no Brasil, b) orientar empresas em fase de planejamento ou execução de tais projetos e c) estimular pesquisadores nacionais a adaptarem essas técnicas estrangeiras às condições da mineração brasileira.

Esta revisão é apresentada em duas partes. Na primeira será feita uma breve discussão dos principais objetivos, para cuja consecução se pretende realizar a recuperação de áreas mineradas. A seguir, também nesta parte, serão discutidos os diversos usos potenciais das áreas recuperadas. Na segunda parte serão apresentadas e analisadas as técnicas de manejo de recursos-chaves (água, solo, vegetação e recursos cênicos) possíveis de serem usados na recuperação dos locais conturbados pela mineração.

Deve-se esclarecer que há vários tipos de mineração de superfície, dependendo da localização do minério em relação ao terreno. Em áreas montanhosas, a mineração em curva de nível é feita horizontalmente, seguindo os veios do minério. Esse método deixa uma bancada plana na área já trabalhada, com um paredão exposto no lado superior do declive, paralelo à bancada. Quando o corpo de minério está embutido em grande profundidade ou em várias camadas, o minerador abre um grande abismo, a mina a céu aberto. Em terreno plano ou suavemente acidentado, onde as jazidas são superficiais, pratica-se a mineração da área. Nesse caso, a capa de material estéril sobre o minério é deslocada para outros locais e depositada em grandes montões. Logicamente, as técnicas de recuperação variam de acordo com as condições distintas de cada um desses tipos de mineração (Figura 2)

2. APLICAÇÃO PARA A MINERAÇÃO BRASILEIRA

Como a maior parte dos estudos atuais sobre recuperação foi feita no exterior e em áreas de clima temperado, cabe destacar algumas diferenças básicas que influiriam na sua possível aplicação no Brasil.

O clima do Brasil, em geral, é tropical ou subtropical. Esse clima, úmido e quente, influencia diretamente a formação e o manejo dos solos (principalmente os latossolos e o solo Podzólico Vermelho-Amarelo), os recursos hídricos, os tipos de vegetação, as comunidades ecológicas, as estações e as taxas de crescimento.

a) Algumas técnicas, como certas formas de mecanização, não são disponíveis ou não são econômicas no Brasil. Como exemplo, cita-se o "power mulcher" (máquina que espalha, a grande distância, palha para formar uma cobertura morta no local) (BROWN, 1977).

b) Técnicas de recuperação que exigem utilização intensiva de mão-de-obra talvez não tenham sido desenvolvidas nos países estrangeiros por causa de seu alto custo. No Brasil, onde a mencionada mão-de-obra é mais barata, podem constituir um meio viável.

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Fotos: J. Griffith

FIGURA 2 - Várias formas da mineração de superfície.

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d) A legislação brasileira é menos restritiva em termos de proteção do meio ambiente.

PARTE I - OBJETIVOS E USOS DE ÁREAS RECUPERADAS

1. OBJETIVOS DE RECUPERAÇÃO

Vários estudos citam a importância da elaboração de um plano global para cada projeto de recuperação, atendendo às condições e aos requisitos individuais de cada situação. Esse plano deveria estabelecer os objetivos específicos do projeto e deixar claro, previamente, o nível desejado de recuperação (CARY, 1971; COLE et alii, 1976; CZAPOWSKYJ, 1976; U.S. DEPARTMENT OF AGRICULTURE, 1977).

NEPHEW (1973) classificou os seguintes possíveis níveis de recuperação: a) nível básico - prevenção de efeitos maléficos para a área ao redor do local, porém sem medidas para recuperação de local que foi minerado; b) nível parcial - recuperação da área ao ponto de habilitá-la para algum uso utilitário, mas deixando-a ainda bastante modificada em relação a seu estado original (por exemplo, um morro originalmente de superfície lisa seria convertido em terraços); c) recuperação completa - restauração das condições originais do local (especialmente a topografia e a vegetação).

COLE et alii (1976) acrescentaram uma quarta opção ou nível: d) recuperação que supera o estado original da paisagem antes da mineração. Em certos casos, o empenho em recuperar uma área já minerada resulta em melhoramento da estética do local, em relação ao estado original.

Esses quatro níveis podem ser considerados como uma escala ascendente de alternativas e custos. O problema, logicamente, é decidir qual o nível correto para cada caso ou projeto individual, levando em conta todas as variáveis naturais e sociais (U.S. DEPARTMENT OF AGRICULTURE, 1977).

O Programa SEAM (Surface Environment and Mining) do Serviço Florestal dos Estados Unidos estabeleceu as seguintes 3 linhas mestras a serem seguidas para atingir um nível satisfatório de recuperação (U.S. DEPARTMENT OF AGRICULTURE, 1977):

a) a produtividade do local a ser recuperado deve, no mínimo, igualar a produtividade da área antes de sua mineração;

b) a área recuperada não contribuirá para a danificação do meio ambiente, na forma de poluição do ar e da água ou de poluição química;

c) a área recuperada deve ser esteticamente aceitável e não apresentar perigos para usos posteriores.

O plano de recuperação deve determinar qual será a distribuição ótima de usos e recursos num tempo determinado, levando em conta, também, os valores sociais do projeto. BROOKES (1966) sugere que uma análise econômica de custos e benefícios poderá contribuir para a escolha de alternativas. A Agência para a Proteção do Meio Ambiente (EPA), dos Estados

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Unidos, publicou estimativas dos custos e dados necessários para a utilização de várias técnicas de recuperação (U.S. ENVIRONMENTAL PROTECTION AGENCY, 1973).

2. USOS POTENCIAIS PARA AS ÁREAS RECUPERADAS Apesar de alterado severamente pelas atividades de mineração, o local já

minerado é, ainda, um terreno capaz de render benefícios ao seu proprietário. A potencialidade do uso depende das características do local, da demanda da região por certas utilizações e da sua localização. A seguinte discussão descreve algumas práticas já utilizadas em áreas previamente mineradas.

2.1. Cultivos/Pastagem Na Jamaica, a escassez de terra arável torna economicamente viável a

recuperação das áreas de minas de bauxita para cultivos de certas verduras, como alface (Lactuca sativa), e tubérculos comestíveis. Porém, o pangola (Digitaria decumbens Stent.) foi a espécie mais utilizada, por causa de suas características de crescimento e da demanda de alimento para o gado (DAVIS e HILL, 1972). BEATTIE (1957) , estudando áreas mineradas de carvão mineral, concluiu que árvores frutíferas podem ser cultivadas em solos neutros ou ligeiramente alcalinos, mas não em solos arenosos ou de argila xistosa de alta acidez.

2.2. Reflorestamento O reflorestamento com árvores de valor comercial é outra possibilidade de

uso das áreas recuperadas (Figura 3) (DAVIS e MELTON, 1962; PLASS, 1975). Em geral, árvores, são plantas menos exigentes em solo e topografia que os cultivos agropecuários. Por outro lado, as condições empobrecidas dos locais minerados podem retardar o estabelecimento, a sobrevivência e o crescimento das plantas, sendo necessária uma escolha cuidadosa das espécies e técnicas de plantação (LORIO e GATHERUM, 1965). Há numerosos exemplos e estudos do reflorestamento de áreas já mineradas (BROWN, 1971; CARPENTER, 1944; PLASS, 1975).

2.3. Área Residencial ou Urbana A pressão da expansão urbana pode combinar-se com a escassez de terreno

adequado para criar uma demanda elevada de novos locais para construção de casas e prédios. Assim, em certos casos, as áreas já mineradas podem ser recuperadas para execução de novos loteamentos e áreas residenciais (McKENSIE e McKENSIE, 1979).

ZUBE (1963), num estudo sobre a paisagem de áreas que sofreram a extração de minério de ferro, na Serra da Mesabi, em Wisconsin, EUA, encontrou pelo menos 70 comunidades ocupando, inteira ou parcialmente, locais previamente minerados.

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Foto: J. Griffith

FIGURA 3 - Reflorestamento de lavras de bauxita com Pinus (Região de Poços de Caldas).

Esse autor destacou o aspecto caótico daquelas comunidades, em

razão da espontaneidade de seu desenvolvimento irracional, seguindo uma distribuição ao acaso, acima das escavações e morros deixados pelas lavras. Mais importante ainda foi a influência da distribuição irracional das antigas linhas de propriedades, o que não combinava com a nova paisagem criada pelas minas. Assim, as comunidades novas apresentaram, sobretudo, uma confusão estética. A solução sugerida pelo autor, ao estudar o problema, foi levar em consideração o complexo inteiro, incluindo meio ambiente e características do local, das lavras, da comunidade e da região, atendendo, sobretudo, aos critérios estéticos (discutidos, mais adiante, nesta revisão).

2.4. Parques e Áreas de Recreação Freqüentemente as áreas mineradas estão próximas dos centros urbanos.

Essa acessibilidade, a pressão demográfica e o alto valor da terra podem tornar viáveis a criação de parques nos locais previamente minerados (U.S. DEPARTMENT OF THE INTERIOR, s.d.)

As alterações produzidas na topografia do local podem, em certos casos, criar efeitos estéticos e originais que superem a paisagem original do local. Um resultado típico da mineração e a criação de represas e lagoas, que são atrativos para a recreação (CAVALIE, 1978). A apreciação do valor estético da

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área recuperada, observada no próprio local ou mesmo vista de longe, e considerada como forma passiva de recreação (COLE et alii, 1976).

O projeto de mineração e o de recuperação devem ser planejados e conduzidos prevendo-se o tipo de parque a ser instalado (FENTON, 1973; U.S. DEPARTMENT OF THE INTERIOR, s.d.).

2.5. Área para a Conservação da Fauna O restabelecimento da vegetação em áreas relativamente abertas e

dotadas de espécies pioneiras, além das alterações provocadas na topografia, em conseqüência das lavras, pode criar habitat favorável ao desenvolvimento da fauna (FOWLER e PERRY, 1973; GYWNN, 1965; HOLLAND, 1973; SPAUDING e OGDEN, 1968).

2.6. Áreas para Criação de Peixe As escavações resultantes da mineração podem deixar lagoas e/ou

barragens em áreas em que elas não existiam anteriormente (TENN. DEPT. OF CONS. AND COMMERCE e TENN. VALLEY AUTHORITY, 1960). Em certos casos, essas captações de água são utilizadas para piscicultura (ALVERSON, 1973; FOX, 1971). Os problemas de sedimentação, acidez, estabilidade do terreno, profundidade da represa e filtração exigem práticas intensivas para maximizar a produção de peixe (BURNER, 1973).

2.7. Áreas para Obtenção de Recursos Hídricos As áreas mineradas apresentam certas vantagens hidro-

lógicas, por terem a vegetação e o solo alterados (CEDERSTROM, 1971; CURTIS, 1977). Tais áreas, se corretamente manejadas, poderão contribuir para a diminuição de inundações, para o aumento do fluxo de água e para a formação de represas de captação. As águas dessas represas podem ser utilizadas na irrigação da vegetação plantada sobre o resto da área minerada, facilitando sua recuperação (DAVIS e HILL, 1972).

2.8. Depósito de Lixo ou de Resíduo de Esgotos A deposição de lixo e/ou esgoto proveniente das áreas urbanas e

industriais exige a ocupação de extensas áreas de terras. Os locais previamente minerados, por tomarem, freqüentemente, uma configuração côncava, podem servir para armazenar lixos e/ou resíduo de esgotos (DEAN, 1971). Também o material proveniente de esgotos, quando tratado, pode ser utilizado na neutralização da acidez dos solos deixados após a mineração e no fornecimento dos nutrientes necessários à sua revegetação (McGUIRE, 1977).

Os problemas potenciais desses usos são a nitrificação dos recursos hídricos próximos a essas áreas (EDMONDS e COLE, 1977) e as concentrações excessivas de íons metálicos no solo, com resultados prejudiciais (McBRIDE et alii, 1977).

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Os depósitos de lixo, ao serem enterrados, podem, em conseqüência dos processos de decomposição, gerar gases de metano e dióxido de enxofre, os quais prejudicam o revestimento vegetal e, em casos extremos, criam perigo de incêndios (HARVARD et alii, 1978).

2.9. Nada Fazer com os Locais Minerados; Abandoná-los Como sempre, nada fazer é uma alternativa a ser considerada, inclusive no

caso de áreas já mineradas (BAUER, 1973; KNABE, 1965). Os impactos da mineração continuarão por tempo indeterminado. A área

renderá certa produtividade espontânea através dos anos (regeneração natural da vegetação, criação de novo habitat, etc.).

Outra possibilidade é não fazer nada quanto à recuperação em certos locais isolados ou praticamente impossíveis de recuperar e, em compensação, recuperar outros locais, com possibilidade de recuperação e que foram previamente abandonados (DAVIS e HILL, 1972). Essa compensação demonstraria a boa intenção da empresa de conservar os recursos naturais nos locais em que o investimento pudesse ser mais produtivo.

PARTE II - MANEJO DOS RECURSOS CRÍTICOS PARA A

RECUPERAÇÃO DO LOCAL Nesta segunda parte da revisão de literatura serão discutidas as técnicas

específicas de manejo de a) água, b) solos, c) vegetação e d) recursos cênicos para recuperação do local minerado.

1. PRÁTICAS DE CARÁTER HÍDRICO 1.1. O Problema

O manejo adequado dos recursos hídricos do local ou área minerada tem

certa urgência em razão do impacto imediato das lavras sobre os cursos d'água (Figura 4) (SPAULDING e OGDEN, 1968). A sedimentação e a erosão provenientes das atividades da mineração atingem seu máximo impacto sobre os recursos hídricos a partir do início das atividades até, pelo menos, 6 meses depois das operações (CURTIS, 1973 a). Depois desse período, podem diminuir substancialmente, atingindo seus níveis mais baixos 3 anos depois (Figura 5) (McGUIRE, 1977).

Quanto ao efeito químico sobre os recursos hídricos, principalmente a acidez, a recuperação e muito mais lenta. O retorno dos cursos d'água a níveis normais de acidez pode demorar de 1 - 2 anos ate 5 anos em certos casos (DYER e CURTIS, 1977).

Reconhece-se que o único recurso para controlar efetivamente a erosão e a sedimentação, a longo prazo, é restabelecer a cobertura vegetal (CURTIS, 1971 b). Mas, como a obtenção desse revestimento pode demorar muito tempo e como o problema da erosão e da sedimentação tem efeito imediato, é necessário implantar medidas de controle mais rápidas que a pretendida revegetação.

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Foto: J. Griffith

FIGURA 4 - Curso d'água potencialmente atingido pela proximidade da

mina.

A melhor apresentação dos impactos e medidas de controle desses problemas imediatos dos cursos de água é feita por uma publicação do Departamento de Recursos Naturais do Estado de West Virginia, EUA, intitulada DRAINAGE HANDBOOK FOR SURFACE MINING (WEST VIRGINIA DEPARTMENT OF NATURAL RESOURCES, 1975). A seguinte discussão baseia-se, principalmente, nessa referência. (Mais adiante, a discussão sobre solos também elabora técnicas de controle dos efeitos das enxurradas após os períodos de chuva).

1.2. Controle de Sedimentação nos Cursos de Água A sedimentação depende dos seguintes fatores (W. VA. DEPT. OF

NAT. RES., 1975): a) tipo de solo, b) tipo de cobertura vegetal, c) grau de declividade, d) comprimento do declive, e) quantidade de precipitação, f) clima, g) distância do curso d'água á fonte de sedimentação e h) efeito da infiltração da fonte da sedimentação no curso d'água.

As técnicas para controle da sedimentação nos cursos de água são

as seguintes (W. VA. DEPT. OF NAT. RES. , 1975):

a) Instalar represas ou escavação de lagoas para facilitar a deposição do sedimento proveniente das lavras, antes que este se deposite nos córregos ou nos rios (Figura 6).

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Foto: Programa SEAM, Serviço Florestal, EUA

FIGURA 5 - Aparelho para monitoramento de sedimentos proveni-entes de mineração.

b) Modificar o mínimo de área possível durante a mineração. As áreas já conturbadas devem ser recuperadas progressivamente, sem esperar seu abandono após a. mineração. A área minerada deve ficar exposta o mínimo de tempo possível.

c) Implantar, progressivamente, os trabalhos de gradagem e revestimento, colocando, pelo menos, vegetação temporária ou uma cobertura morta por cima da área, se houver demora no estabelecimento da vegetação permanente.

d) Evitar a colocação dos restos das escavações nos cursos de água.

e) Evitar a modificação do leito original dos cursos d'água.

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Fotos: J. Griffith

FIGURA 6 - Represa para deposição de sedimentos provenientes de lavras de minério de ferro e para abastecimento de água potável (Região Metropolitana de Belo Horizonte).

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f) Quando as estradas de acesso passarem por cima ou acima dos cursos d'água, as pontes ou outras obras devem ser construídas de modo que a drenagem não atinja o curso de água que está abaixo. Também se deve evitar que os cursos d'água sejam poluídos durante a construção da ponte ou a instalação da canalização.

g) Desviar, se necessário, a enxurrada para a parte superior da área disturbada, a fim de que aquela passe ao redor desta.

h) Conduzir as vazões concentradas de água, que descem por declives fortes, por canais pavimentados com pedras ou por estruturas semelhantes (Figura 7).

Foto: J. Griffith

FIGURA 7 - Condutor de água para drenagem de área de mineração recuperada (Região Metropolitana de Belo Horizonte).

i) Construir terraços ou banquetas com solo compactado e coberto com uma vegetação vigorosa ao pé das escavações da mineração. Esses terraços diminuirão a velocidade da enxurrada e receberão seus depósitos de sedimentação antes que estes atinjam o curso d'água.

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j) Instalar pequenas barreiras, de pedras ou de toras de madeira para facilidade do controle da sedimentação e não para substituição das represas ou de algumas outras obras mais sofisticadas, descritas no primeiro item desta lista.

O primeiro item desse total de 10 recomenda a instalação de barragens ou lagoas abaixo da área minerada, para facil i t a r a depos ição do sed imento nas águas represadas . O DRAINAGE HANDBOOK (W. VA. DEPT. OF NAT. RES., 1975) descreve, com detalhes, as especificações e o manejo dos seguintes 5 tipos dessas estruturas:

a) Barragem: barreira que atravessa o curso d'água para formar a represa de deposição. Normalmente, é feita de aterro.

b) Lagoa escavada: represa feita por escavação de uma área côncava. Às vezes, pode ser completada com a construção de uma barragem baixa (altura máxima de 1 metro), para aumentar sua capacidade de armazenamento (a altura pode ser aumentada se for construído um sangradouro suficientemente grande para escoamento das piores tempestades).

c) Barragem tipo "Gabion": barreira, ou barragem, feita de camadas de arame, com pedras colocadas por dentro, para criar uma represa de deposição.

d) Canal escavado para deposição de sedimento: canal escavado lateralmente, ao pé dos restos das escavações de minério, para formar um dique capaz de captar a água para deposição de sedimentos.

e) Barragem de armação de concreto: barreira, ou barragem, feita de armação de vigas de concreto, com pedras colocadas por dentro, para formar uma represa de deposição.

Sempre que for possível, as represas ou lagoas de deposição deverão ser localizadas o mais perto possível da área minerada. O ideal seria localizá-las fora dos principais cursos d'água, isolando-as das vazões futuras, desde que o local tenha sido recuperado e abandonado (W. VA. DEPT. OF NAT. RES., 1975).

O tamanho da represa, ou lagoa de deposição, deve seguir, rigorosamente, o seguinte padrão, estabelecido pelo DRAINAGE HANDBOOK FOR SURFACE MINING (W. VA. DEPT. OF NAT. RES., 1975, p. 10):

"A represa deve ter uma capacidade mínima (do ponto mais baixo do reservatório até a crista do sangrador principal) suficiente para armazenar 0,125 "acre-feet" por acre (9,4 cm/hectare) de superfície conturbada da área total de drenagem. A superfície da área conturbada inclui todo o terreno atingido pelas atividades prévias de mineração (que ainda não tenha sido estabilizada) e todos os terrenos que serão atingidos durante as atividades de mineração e recuperação".

O DRAINAGE HANDBOOK também fornece outros detalhes es-pecíficos sobre a construção, a manutenção, a limpeza e a liberação, após seu uso, dos vários tipos de represas e lagoas.

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Esses padrões devem ser rigorosamente seguidos para assegurar a eficiência e a segurança de seu manejo.

1.3. Controle de Água Ácida A água proveniente das áreas que tenham sofrido mineração de

superfície tem, freqüentemente, alta acidez. Essa acidez resulta da interação de: a) pirita ou outros compostos que produzem ácido, b) oxigênio e c) um fluxo de água para transportar a acidez das lavras para os cursos d'água da ba-cia hidrográfica.

As medidas de controle dessa água ácida são as seguintes (W. VA. DEPT. OF NAT. RES., 1975):

a) Desviar os cursos de água ou outra água superficial, antes que esta chegue ao local minerado, por meio de valetas ou canalização.

b) Avaliar o material geológico a ser trabalhado antes da mineração e durante a mineração (DESPARD, 1974; PLASS e VOGEL, 1973; POWER e SANDOVAL, 1976). Os materiais que contribuirão para alta acidez devem ser tratados com cuidado.

c) Construir represas ou lagoas especiais para o tratamento químico (uso, por exemplo, do calcário) da água, visando a neutralizar sua acidez.

2. PRÁTICAS DE CARÁTER EDÁFICO 2.1. O Problema A mineração de superfície e a limpeza da cobertura vegetal, para

facilitar as escavações, provocam grandes impactos no solo e na topografia do local. Os efeitos da erosão e da sedimentação já foram discutidos, mas o depauperamento e o caráter tóxico dos solos também precisam ser corrigidos, se se pretende que o local conturbado se torne produtivo e não seja prejudicial ao meio ambiente.

Já se mencionou que a única maneira de mitigar a maior parte desses impactos negativos seria o restabelecimento de uma cobertura vegetal perene sobre o local modificado. Mas esse pretendido revestimento vegetal, em muitos casos, e quase impossível em razão das condições edáficas resultantes da mineração. THOMPSON e HUTNIK (1972) citam, em especial, a exis-tência dos seguintes problemas nesses solos: a) encostas e cortes íngremes, b) instabilidade, c) inadequada textura do solo, d) altas temperaturas diurnas da camada superficial e f) características químicas dos solos remanescentes.

A seguinte revisão de estudos e pesquisas relativos a solos modificados pela mineração está dividida em 3 tópicos: a) medidas implantadas antes da mineração e durante a mineração, b) medidas de retenção física do solo e c) medidas de preparação do solo para futuro revestimento vegetal.

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2.2. Medidas Implantadas Antes da Mineração ou Durante a Mineração

Como já foi citado, vários autores sugerem que os impactos da

mineração podem ser diminuídos se forem tomados alguns cuidados antes do início do projeto e durante o desenvolvimento da exploração da mina. Por exemplo, os materiais pedológicos que poderiam causar problemas de toxidez - erosão, nutrientes, compactação ou absorção solar - poderiam ser isolados ou tratados com técnicas específicas (ALLEN, 1973; BAUER, 1970; DEELY e BORDEN, 1973; DESPARD, 1974; MALLARY e CARLOZZI, 1976; RUFFNER, 1973). As medidas incluiriam: a) minimização da área perturbada, b) suavização dos cortes, c) planejamento conservacionista das vias de acesso, d) isolamento do material po-tencialmente tóxico, e) armazenamento da camada superior do solo a ser minerado, f) aterro progressivo das escavações das áreas já mineradas e g) tratamento especial dos solos mais problemáticos, como no caso de susceptibilidade à compactação.

Esse planejamento prévio, inclusive, poderia economizar os gastos de mineração em certos casos. Por exemplo, para predeterminar a disposição e a localização final dos restos das escavações, não se incorreria em gastos desnecessários se se procedesse a uma ou mais relocalizações desses restos durante a realização do projeto (Figura 8) (MALLARY e CARLOZZI, 1976; SAPERSTEIN e SECOR, 1973).

Foto: J. Griffith

FIGURA 8 - Estoque de minério de ferro susceptível à erosão hídrica e

eólica (Região Metropolitana de Belo Horizonte).

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2.3. Medidas de Retenção Física do Solo As seguintes práticas são citadas na literatura referente à recuperação de

áreas que sofreram mineração de superfície: 2.3.1. Retenção de Solos Para Conservar os Cursos d' Água: Problemas

de Drenagem e de Erosão Hídrica Os problemas de drenagem e de erosão hídrica e as técnicas a serem

usadas já foram discutidos anteriormente. As medidas incluíam construção de represas, para facilitar a deposição de sedimentos, de barreiras, para controle de voçorocas, e de desvios dos cursos d'água.

2.3.2. Alterações na Topografia do Local 2.3.2.1. Nivelamento do Terreno Teoricamente, o nivelamento do terreno irregular e a eliminação dos

montes dos restos acumulados das escavações poderiam diminuir a erosão. Estudos referentes ao efeito do nivelamento desses restos para a recuperação das áreas não são concordantes nos resultados. SAWYER (1949), por exemplo, estudou o efeito do nivelamento de restos de lavras de carvão des-de os anos de 1920. Concluiu que a sobrevivência e o crescimento das árvores plantadas em áreas não niveladas foram maiores que o das estabelecidas em locais nivelados, em razão, talvez, da maior infiltração de água nas primeiras. Mas DIETRICH (1973), também em áreas de carvão, concluiu que o nivelamento contribui substancialmente para o restabelecimento de vegetarão nos restos das escavações.

Há vários equipamentos especiais para nivelamento de áreas já mineradas, incluindo o "Vcon Dozer" (trator sobre rodas de borracha, com lâmina grande); a lâmina niveladora "Big Dude" (12 metros de comprimento), que é empurrada e puxada, simultaneamente, por 2 tratores; o "Vee Plow" (lâmina com a configuração de um "V"), que também é empurrado e puxado si-multaneamente; e o "Grading Bar" (barra de alisamento), uma barra pesada (de 2.000 quilos), montada atrás da lâmina dianteira de um trator convencional (BROWN, 1977).

2.3.2.2. Alisamento ou gradagem do terreno Também há diversos pontos de vista sobre os possíveis efeitos da

gradagem de terras já mineradas, visando a facilitar sua recuperação. Ela é feita normalmente com tratores providos de lâminas. Estudos mais antigos alegam que a gradagem poderia compactar os solos, especialmente argilas, reduzindo a disponibilidade subterrânea de oxigênio, água e nutrientes para a vegetação (CHAPMAN, 1967). MERZ e FINN (1951), por exemplo, estimaram que a infiltração hídrica num local já minerado a procura de carvão e que não tinha sido alisado foi 10 vezes maior do que nas partes alisadas por gradagem. Também foi sugerido que a terra que fosse alisada não ofereceria refúgio

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para a semeadura, quer natural, quer artificial (TENN. DEPT. OF CONS. AND COMMERCE e TENN. VALLEY AUTHORITY, 1960).

LIMSTROM (1952) determinou que a gradagem não causa nenhuma diferença quando aplicada em solos minerados que tenham textura grossa e em que a distribuição da chuva seja uniforme. Prejudica, porém, o crescimento vegetal em solos de textura fina e em locais de precipitação elevada.

Por outro lado, GUERNSEY (1958) chegou à conclusão de que as preocupações relativas à compactação causada pelo processo de gradagem são exageradas. Recomendou o nivelamento e a gradagem dos topos dos montões remanescentes das escavações, deixando-os planos até uma largura de aproximadamente 2,5 metros. Posteriormente, árvores seriam plantadas nesses topos planos. STRUTHERS (1965) e CZAPOWSKYJ (1970) também recomendaram a gradagem de material remanescente da mineração.

Nos últimos anos foi desenvolvida uma nova técnica de gradagem, com aparelhos que sulcam e alisam o terreno simultaneamente ("furrow-grading") (RILEY, 1973). RILEY concluiu (1973) que os sulcos facilitavam a infiltração e a retenção de água, contribuindo para o estabelecimento da vegetação. Não obstante, SUTTON (1973) concluiu que a nova técnica não influi no estabelecimento de vegetação sobre os solos tóxicos remanescentes da mineração de carvão, por ele estudados.

2.3.2.3. Terraceamento A construção de terraços também é reconhecida como uma prática

viável para a recuperação de áreas que sofreram mineração (Figura 9) (CURTIS, 1971 a; JONES et alii, 1973; STRUTHERS, 1965). As técnicas de sua construção estão bem discutidas na literatura brasileira (FONTES LIMA, s.d.; GALETI, 1973).

BENNETT (1939), em seu clássico livro "SOIL CONSERVATION", escreveu com detalhes sobre o planejamento, a construção e a manutenção de terraços. Considerando a topografia, o solo, a vegetação e o clima do local e da sua área vizinha, o planejamento é feito por unidades de drenagem. As unidades de drenagem são delimitadas segundo a possibilidade de determinada área ser servida por um sistema unificado de drenagem.

Aplicando tabelas e equações já estabelecidas, o planejador deve calcular o tipo de terraço a ser utilizado, suas dimensões, espaçamento e perfil e sua capacidade de drenagem, incluindo planos para os locais que receberão a vazão dos terraços.

No campo, devem-se estabelecer as linhas preliminares dos terraços com estacas, que deverão ser seguidas pela própria terraplenagem de construção. Vários tipos de máquinas podem ser utilizados, incluindo arados de disco, arados ou lâminas especiais para terraceamento, lâminas niveladoras e dragas (Figura 10). O trabalho, normalmente, é feito da parte superior para a parte inferior do terreno.

Depois da construção inicial, o alinhamento dos terraços deve ser verificado e corrigido, caso seja necessário, para evitar problemas de drenagem. Finalmente, devem-se planejar

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e executar o plantio, a manutenção e o renivelamento periódico dos terraços (BENNETT, 1939).

Foto: J. Griffith

FIGURA 9 - Terraceamento feito após a mineração de bauxita para

posterior reflorestamento (Região de Poços de Caldas). 2.3.2.4. Aplicação de agentes químicos para estabilizar o solo Uma das novidades relativas às técnicas de recuperação de áreas

mineradas é a aplicação de composições químicas, na forma de espuma, por exemplo, para colar os solos susceptíveis à erosão (MALLARY e CARLOZZI, 1976). Produtos químicos também podem ser aplicados para repelir a água (ALDON, 1975). PLASS (1973) teve sucesso com a aplicação desses produtos sobre lavras de carvão.

2.3.3. Medidas de Acondicionamento de Solo para o Revestimento

Vegetal Prevendo o estabelecimento de uma cobertura vegetal perene como a

melhor solução para a recuperação de solos, é necessário proceder ao preparo do local em que serão plantadas as sementes ou mudas. As medidas usadas para a retenção física do solo já foram discutidas nos tópicos anteriores. Agora listam-se as técnicas edáficas diretamente ligadas à fisiologia, à nutrição e ao crescimento vegetal.

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Foto: Serviço Florestal, EUA

FIGURA 10 - Grade "bedding" para construção de terraços em curva de

nível. 2.3.3.1. Escarificação do solo Alguns dos efeitos da escarificação superficial do solo são bem

conhecidos: a) fornecem leito e refúgio para as sementes, b) abrem solos compactados para facilitar a infiltração hídrica e c) facilitam a utilização de nutrientes e oxigênio pelas plantas. CURTIS (1973 b), porém, constatou que a escarificação não alterou a densidade e a umidade de solos re-manescentes da exploração de minas de carvão.

A escarificação feita por arados comuns pode apresentar problemas: a) alcançar pouca profundidade e b) danificar o arado, quando em solos rochosos (muito comum em locais minerados) (BROWN, 1977).

ALDON (1976) e ALDON e GARCIA (1972) estudaram os e-feitos da escarificação profunda em terreno semi-árido, usando um aparelho especial. Esse aparelho, puxado por um trator, tinha dois "dentes", com 2,2 metros entre si, os quais cortaram sulcos de 71 cm de profundidade e 10 cm de largura. Duas chapas, com a configuração de um triângulo e montadas na parte superior dos dentes, abriram mais ainda a parte superior dos sulcos, deixando-os com aproximadamente 38 cm de largura (ALDON, 1976).

ALDON (1976) verificou que a escarificação profunda reduziu de 85

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por cento o escoamento de água e de 31 por cento a erosão, efeitos medidos 3 anos depois da aplicação do tratamento. Quando a camada superficial for composta de xisto argiloso, o tratamento pode acarretar erosão subterrânea.

A repetição do tratamento pode estender o efeito benéfico por alguns anos mas pode também danificar a vegetação já estabelecida no local. Noutro estudo, de ALDON e GARCIA (1972), a repetição causou mudança benéfica no tipo de vegetação que recobriu naturalmente o local. Deve-se notar que esse estudo não foi feito numa área minerada, mas numa bacia hidrográfica altamente susceptível à erosão.

Há equipamentos especiais para a escarificação profunda. Um exemplo é o "ripper" (um dente grande, puxado por um trator e movido por cilindros hidráulicos), que pode quebrar até rochas (BROWN, 1977).

2.3.3.2. Armazenagem e redistribuição da capa superior do solo A mineração de superfície exige a retirada da vegetação e da capa

superior do solo, existentes sobre o minério. Essa capa de solo, enriquecida com material orgânico, é deslocada para qualquer posição, o que, muitas vezes, favorece sua perda, causada pela ação da erosão hídrica. DAVIS e HILL (1972) informam que a armazenagem da capa superior diminui o conteúdo orgânico do minério de bauxita.

FARMER et alii (1976) fizeram importante estudo sobre a revegetação dos restos ácidos provenientes da mineração de cobre-cobalto. Concluíram que a armazenagem e a posterior redistribuição da capa superior do solo e da camada imediatamente inferior (até aproximadamente 20,5 cm de profundidade), em conjunto com um programa de fertilização, foram mais eficientes em estimular o revestimento vegetal do local.

Vários autores têm sugerido normas para armazenagem de solos orgânicos. O ideal é removê-los e armazená-los misturados com a vegetação do mesmo local, convertida mecanicamente em cobertura morta (TYSON, 1979).

O solo pode ser amontoado em camadas de terra de até 1,5 metros de altura e de 3 a 4 metros de largura, com qualquer comprimento. De preferência, o local deve ser plano e protegido das enxurradas e da erosão (GEISER e OLIVEIRA, 1977).

Deve-se evitar a compactação do solo durante a operação de armazenagem. Também, o solo armazenado deve ser protegido dos raios solares com uma cobertura de palha. Não se deve armazenar solos muito úmidos, nem fazê-lo em época de chuva (GEISER e OLIVEIRA, 1977). Os solos compactados durante mais de um ano em grandes montões começariam a perder nutrientes e microorganismos (CANADÁ, 1975).

Por ocasião da reaplicação do solo no local a ser recuperado com vegetação, o subsolo a ser revestido com a nova capa deve ter superfície áspera e úmida, porém não saturada. O solo, ou solo misturado com cobertura morta feita das plantas do local, deve ser distribuído a uma profundidade uniforme (TYSON, 1979).

Para cultivar gramíneas, recomenda-se que esses solos

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sejam espalhados numa capa mínima de 5 a 8 cm. Para plantio de árvores ou arbustos, a profundidade deve ser superior a 30 cm. No Canadá, algumas espécies arbóreas em locais extremamente conturbados exigem de 60 a 75 cm de profundidade de solo (CANADA, 1975).

Na Califórnia, TYSON (1979) constatou que 5 cm de solo misturados com cobertura morta foi suficiente para o estabelecimento de gramíneas e arbustos, quando ligado mecanicamente ao subsolo por meio de um rolo de compactação, tipo pé de carneiro. Nesse caso, a compactação também protegeu contra a erosão, conservando-se bem, apesar das fortes chuvas, sobre declives com inclinações de ate 1,5:1.

2.3.3.3. Aplicação de cobertura morta ou composto Em geral, os estudos sobre tratamentos de solos minerados

recomendam a aplicação de uma cobertura morta para facilitar o estabelecimento da vegetação (COOK et alii, 1974; SANDOVAL et alii, 1973; SUTTON, 19701. O material utilizado pode ser palha, casca desfibrada de árvores, folhas, cavacos de madeira ou outro material orgânico. A vegetação removida do local a ser minerado, por exemplo, pode fornecer material para ser convertido em cobertura morta (TYSON, 1979).

SANDOVAL et alii (1973) comprovaram que a cobertura morta beneficiou mais a vegetação na recuperação de lavras de carvão quando combinada com a aplicação de fertilizantes e com solos provenientes da capa vegetal. FRANCIS (1977), porém, constatou que a combinação de fertilizante e cobertura morta não melhorou o crescimento de árvores plantadas em solos erodidos.

FARMER et alii (1976) não concluíram se a cobertura morta foi necessária ou não, mas acharam que o efeito foi mínimo. BERG e VOGEL (1973) escreveram que a cobertura morta, feita com cavacos de madeira dura e distribuída sobre restos extremamente ácidos de escavações de carvão, reduz bastante os sais solúveis e o Al solúvel.

TYSON (1979) escreveu que o sucesso da cobertura morta depende do uso da própria vegetação do local em combinação com o solo original. TYSON também verificou, em recuperação dos cortes de estradas, que o uso de fertilizantes não tornou a cobertura morta mais efetiva no processo da regeneração natural.

Há equipamentos especiais para aplicação da cobertura morta, como o "Estes Spreader" e o "Power Mulcher" (BROWN, 1977) (aparelhos que espalham a cobertura morta a grande distância).

2.3.3.4. Correção da acidez do solo A acidez dos solos remanescentes das minerações inibe o estabelecimento

de vegetação no processo de recuperação. A acidez influi na disponibilidade de nutrientes e nos processos biológicos das plantas (BERG, 1965; FARMER et alii, 1976). PLASS (1969) verificou que são poucas as espécies herbáceas ou

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arbóreas capazes de sobreviver em solos ácidos, com pH entre 3,5 e 4,0, e que quase nenhuma espécie sobrevive em solos com pH inferior a 3,5.

O calcário é freqüentemente utilizado para corrigir problemas edáficos provenientes da alta acidez. Em condições de estufa, a aplicação de calcário nos restos de lavras de carvão, numa proporção de 11,2 toneladas por hectare, considerando 30 cm de profundidade, melhorou o crescimento de mudas de Pinus taeda L. (PLASS, 1969). CZAPOWSKYJ e SOWA (1976) experimentaram gramíneas freqüentemente utilizadas na recuperação de áreas mineradas ("Crownvetch"; Coronilla varia L.) e concluíram que a aplicação de calcário foi necessária para o estabelecimento e crescimento dessas plantas em solos extremamente ácidos provenientes de lavras de carvão. Descobriram que 2,5 toneladas por acre (5,6 toneladas por hectare) no máximo foram suficientes, e talvez menos.

Por outro lado, McGUIRE (1977) citou um local de mineração em Illinois, EUA, em que a aplicação de calcário não conseguiu neutralizar a acidez. FARMER et alii (1976) frisaram que e necessária a aplicação do calcário em combinação com outras medidas de acondicionamento do solo para que sejam alcançados bons resultados.

O tratamento dos solos com cinzas industriais pode corrigir, pelo menos parcialmente, a acidez dos solos minerados (ADAMS et alii, 1972; CAPP e GILLMORE, 1973; KOVACIC, 1972; PLASS e CAPP, 1974). O uso de resíduos de esgoto sanitário e a aplicação de cavacos de madeira dura já foram discutidos neste estudo como medidas potenciais para redução da acidez do solo.

De acordo com vários estudos, a acidez, embora corrigida originalmente, freqüentemente retorna a um alto nível (FARMER et alii, 1976).

2.3.3.5. Aplicação de fertilizantes Segundo McGUIRE (1977), PLASS (1972) e ZARGER et alii (1973),

os solos remanescentes de mineração são os que mais carecem de aplicações de nitrogênio (N) e fósforo (P) para o estabelecimento de nova vegetação. O potássio (K) é menos necessário. Mas, em alguns estudos, a aplicação de fertilizantes não melhorou o crescimento das plantas (COOK et alii, 1974), embora já tenha sido sugerido o uso da formulação 20-10-10. Assim, é necessário analisar detalhadamente os solos a serem recuperados antes da aplicação de fertilizantes.

Na publicação relativa ao revestimento vegetal de áreas mineradas em superfície (REVEGETATION GUIDELINES FOR SURFACE MINED AREAS), COOK et alii (1974) apresentaram as seguintes sugestões básicas:

a) A aplicação de aproximadamente 74 kg de nitrogênio por hectare pode aumentar o crescimento de alguns plantios, mas, em muitos casos, não justifica os gastos.

b) A aplicação de fósforo ou de potássio, isolados ou em combinação, aparentemente não influi no estabelecimento de

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gramíneas. c) A aplicação de grandes quantidades de nitrogênio por

ocasião do plantio muitas vezes aumenta a incidência de ervas daninhas, que irão competir com a vegetação desejada. Não obstante, se for preciso aplicar fertilizantes em terreno inclinado, é recomendável fazê-lo por ocasião do plantio, para que o adubo fique mais bem enterrado e não corra o risco de ser levado pelo vento ou pela chuva.

d) A aplicação de 74 kg de nitrogênio por hectare no outono, depois da primeira temporada de crescimento ou antes do começo da próxima, ocasiona melhor crescimento da vegetação que o obtido quando as áreas não foram fertilizadas.

e) A aplicação de 55 a 74 kg de fósforo por hectare um ano depois do plantio provavelmente facilitará o crescimento de vegetação herbácea e arbustiva.

f) Quando se deseja estabelecer espécies diferentes, ou quando o solo é raso (15 a 20 cm) e não se prevê nenhum problema com ervas, podem-se usar combinações de fósforo e nitrogênio em quantidades de 55 a 74 kg por hectare.

Também os fertilizantes devem ser aplicados em combinação com outras medidas de acondicionamento de solos, como aplicação de calcário, de cobertura morta ou de solos provenientes da capa vegetal (FARMER et alli, 1976; OWEN, 1971). O efeito da aplicação de fertilizantes diminui bastante após aproximadamente 1 ano (ALDON et alii, 1976; BROWN e JOHNSTON, 1976; FRANCIS, 1977).

2.3.3.6. Aplicação de organismos e microrganismos no solo VIMMERSTEDT e FINNEY (1973) introduziram minhocas em solos

ácidos provenientes de escavações de carvão, em Ohio, EUA. As minhocas consumiram e enterraram grandes quantidades de material orgânico depositado no local pela cobertura florestal plantada para recuperar o solo. Como resultado, aumentou a quantidade de cátions trocáveis e de fósforo (P) disponível.

Outros microrganismos, como bactérias, fungos e algas, podem aumentar a fertilidade do solo, porque melhoram a solubilidade e a reciclagem dos nutrientes. O Laboratório de Pesquisas Hídricas do Estado de Utah, EUA, está estudando o efeito desses microrganismos em solos remanescentes de mineração (SURFACE ENVIRONMENT AND MINING PROGRAM, 1976). Resultados parciais indicam que os fatores críticos para os microrganismos são o pH, a umidade e os nutrientes no solo.

3. PRÁTICAS DE CARÁTER VEGETATIVO

3.1. O Problema O revestimento vegetal do local minerado pode corrigir ou diminuir,

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substancialmente, os impactos provocados pela mineração sobre os recursos hídricos, edáficos e visuais da área. Mas o próprio processo de mineração dificulta esse revestimento. Normalmente, a vegetação originalmente encontrada no local da mineração é eliminada no começo das atividades. Além disso, a topografia e o solo estão de tal modo conturbados, que qualquer tentativa de restabelecimento da cobertura vegetal provavelmente seria ameaçada por enxurradas, formadas e facilitadas pela falta de vegetação original.

Levando em consideração essas dificuldades, esta revisão de literatura discutira a) as possibilidades do uso da regeneração natural como técnica de revestimento das áreas mineradas, b) a seleção de tipos de vegetação e de espécies mais aptas para o desejado revestimento e, finalmente, c) as técni-cas de plantação e de manejo do local a ser revestido.

3.2. Regeneração Natural Estudando a sucessão ecológica, BAUER (1973) verificou que os

locais minerados, mesmo abandonados, poderão vir a ser espontaneamente invadidos por plantas pioneiras. Segundo BAUER (1973), a associação das espécies que invadem o local já minerado pode ser diferente da associação original.

A rapidez dessa recuperação natural dependerá do processo de intemperização dos solos (poderá levar de 1 a 3 anos) (TYNER et alii, 1948; WELLS, 1953) e da proximidade das fontes naturais de sementes (MERZ e PLASS, 1952). Na recuperação dos cortes de estradas na Califórnia, TYSON (1979) adiantou a regeneração natural misturando a vegetação rasteira do local com a capa superior de solo e espalhando a mistura após o término dos cortes.

3.3. Seleção da Vegetação a Ser Utilizada 3.3.1. Considerações gerais Com relação à seleção de vegetação a ser usada na recuperação de

locais minerados, a literatura estrangeira é insuficiente. Não obstante, é possível fazer certas generalizações, aproveitando estudos feitos no exterior.

O ponto de maior importância a ser considerado com relação ao revestimento vegetal de áreas mineradas é a sobrevivência das plantas nas condições extremamente adversas do local. Mas, se fosse, possível estabelecer tipos diferentes de vegetação ou de espécies para a desejada recuperação, a escolha deveria considerar: a) o valor econômico potencial da espécie, b) a influência da planta sobre a fertilidade do solo, c) a utilidade da planta como abrigo e alimento para a fauna e c) seu efeito estético (GEISER et alii, 1977; PLASS, 1975).

COOK et alii (1974) enfatizaram que a seleção da vegetação deveria considerar as características ecológicas do local e as exigências das plantas escolhidas. FARMER et alii (1976) (Figura 11) recomendaram que as plantas nativas das áreas vizinhas ao local a ser recuperado deveriam ser

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estudadas para verificar quais as espécies que ocorrem em lugares já ex-plorados (por exemplo, nos cortes e aterros de estradas).

Foto: B. Richardson, Programa SEAM, Serviço Florestal, EUA

FIGURA 11 - Montagem de experimentos de revestimento vegetal em

áreas de cobre-cobalto mineradas, EUA (FARMER, RICHARDSON e BROWN, 1976).

3.3.2. O processo de seleção RUFFNER e STEINER (1973) descreveram as três regras utilizadas

pelo Serviço de Conservação dos Solos, EUA, na seleção de plantas aptas para projetos de recuperação: a) colheit a , r ev i são e r ep rodução das p l an tas a se rem te s t adas , b) plantação in loco e avaliação das condições do local e c) avaliação posterior do rendimento e da adaptabilidade das plantas ao local.

FARMER et alii (1976) verificaram que a produção da planta, medida em peso seco, raramente está correlacionada com sua capacidade de controlar a erosão dos solos. Concluíram que a densidade da cobertura que a planta estabelece no chão seria índice mais exato para avaliar a efetividade de diferentes

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plantas no controle da erosão. 3.3.3. Plantar vegetação homogênea ou heterogênea? Há vários estudos sobre as vantagens e desvantagens do uso de

vegetação heterogênea (Figura 12). Diversos autores enumeram as vantagens do plantio simultâneo de diferentes tipos de árvores para melhorar seu crescimento individual (DALE, 1963; FINN, 1953; SEIDEL, 1962).

Foto: J. Griffith

FIGURA 12 - Consorciação de arvores com gramíneas para retardar a erosão inicial e melhorar o crescimento das arvores a longo prazo (Região Metropolitana de Belo Horizonte).

VOGEL (1973) citou o plantio de vegetação herbácea juntamente com

certas espécies arbóreas para facilitar a recuperação de áreas lavradas. Comprovou que a rápida cobertura estabelecida pela vegetação herbácea retardou o crescimento de 4 espécies de árvores plantadas no mesmo local até aos 3 anos de idade. O efeito foi mais acentuado nas parcelas em que as árvores foram plantadas com gramíneas. Observou ainda que, após 3 anos de

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crescimento, as árvores plantadas juntamente com leguminosas mostraram maior crescimento que aquelas plantadas só com gramíneas ou sem qualquer outra vegetação acompanhante. A sobrevivência das árvores, neste estudo, não foi alterada pela vegetação herbácea.

BENGTSON et alii (1973) concluíram que a plantação conjunta de espécie arbórea com gramíneas prejudicou a germinação e a sobrevivência de sementes e mudas de Pinus taeda L. FUNK (1963) e PLASS (1968) também documentaram o efeito retardador da vegetação herbácea sobre o crescimento de árvores no mesmo local.

3.3.4. Plantar espécies nativas ou introduzidas? Teoricamente, as plantas nativas da região minerada levariam

vantagem sobre as exóticas em trabalhos de recuperação por já estarem adaptadas às condições ecológicas do local (FARMER et alii, 1976). Porém, as espécies introduzidas, em muitos casos, têm mostrado me-lhor rendimento que as espécies autóctones. Bom exemplo, para o Brasil, seria o uso de pinos e eucaliptos no reflorestamento comercial.

Quanto à seleção de gramíneas para os trabalhos de recuperação, BROWN e JOHNSTON (1976) constataram que, num local alpino, a semeadura de uma mistura de gramíneas nativas deu mais sucesso que a semeadura de espécies introduzidas. Estudando um local minerado para exploração de cobre-cobalto, FARMER et alii (1976) verificaram que as gramíneas introduzidas produziram mais vegetação que as espécies nativas, mas sua vantagem a longo prazo e nas condições adversas das lavras precisa ser comprovada. O estudo concluiu que seria recomendável plantar uma mistura de espécies nativas e introduzidas para assegurar as vantagens de cada uma das origens.

3.3.5. Espécies apropriadas A indicação de espécies apropriadas para os trabalhos de recuperação no

Brasil, mesmo em se tratando de espécies de sucesso comprovado no exterior, é uma tarefa difícil, em razão das diferenças ecológicas e da carência de pesquisas. Referências à recuperação realizada em países de climas tropicais ou subtropicais são mínimas.

O capim-pangola (Digitaria decumbens Stent.) foi usado com sucesso para recuperar lavras de bauxita, na Jamaica (DAVIS e HILL, 1972), e os Eucalyptus sp. são indicados para a recuperação de minas, na Austrália (HALL, 1971) e na Nigéria (ONOSODE e REDHEAD, 1973).

Para os climas temperados da parte oriental dos Estados Unidos, as gramíneas mais freqüentemente recomendadas são o capim-chorão (Eragrostis curvula) (VOGEL, 1970) e a Coronilla varia L. ("Penngift crownvetch") (CZAPOWSKYJ et alii, 1968; CZAPOWSKYJ e SOWA, 1973; CZAPOWSKYJ e SOWA, 1976). Para a parte ocidental dos Estados Unidos, de clima mais árido e de elevações mais altas, ALDON et alii (1973) tiveram sucesso com Agropyron smithii Rydb. e ALDON e SPRINGFIELD (1973) com Secale montanum e Atriplex canescens (Figura 13).

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Foto: Programa SEAM, Serviço Florestal, EUA

FIGURA 13 - Experimento de recuperação usando gramíneas em áreas mineradas de carvão (Mina "Decker", Estado de Montana, EUA).

As espécies arbóreas mais indicadas para aplicação no Brasil, com base

em experiências conduzidas em clima temperado, pertencem, provavelmente, ao gênero Pinus spp. CZAPOWSKYJ (1970) comparou várias espécies de Pinus em locais minerados para exploração de carvão, na Pennsylvania, e encontrou crescimento superior para Pinus banksiana Lamb., P. resinosa Ait, P. rigida Mill. e P. sylvestris. DAVIDSON (1977) teve bons resultados, na mesma região, com Pinus ponderosa Laws. PLASS (1974) testou a semeadura direta de 7 espécies de Pinus sobre lavras, em Kentucky, EUA, e recomendou Pinus taeda e P. palustres.

Entre as espécies de Pinus citadas nos mencionados estudos, as seguintes já são cultivadas no Brasil (MATTOS,s.d.): Pinus palustris, sul do Brasil; P. ponderosa, sul do Brasil (espécie indicada para regiões secas e frias); P. sylvestris (variedades adaptadas a varias situações geográficas, especialmente regiões montanhosas); P. taeda (encontrada desde o nível do mar até mais de 2.500 metros, preferindo clima úmido, com inverno rigoroso).

3.3.6. Melhoramento genético das espécies Os geneticistas têm desenvolvido espécies arbóreas especialmente

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adaptáveis às condições adversas dos locais já minerados (McGUIRE, 1977). DAVIS (1964) descreveu procedimentos para o estabelecimento de experimentos de competição entre árvores híbridas. PLASS (1969) testou um híbrido de Pinus rigida Mill x P. taeda L., que mostrou bom rendimento quando em solos ácidos. A hibridização de Populus sp. também tem mostrado bons resultados no desenvolvimento de árvores aptas para a recuperação de locais minerados (DAVIS, 1964).

3.4. Técnicas de Plantação Na preparação do local para a semeadura ou transplante da vegetação a

primeira medida seria estabilizar a superfície do local contra a erosão hídrica e eólica (CANADA, 1975). Essa medida já foi discutida nesta revisão de literatura.

3.4.1. Considerações gerais Segundo COOK et alii (1974), a umidade do local é fator limitante para o

estabelecimento de vegetação em áreas devastadas do oeste dos Estados Unidos. Outros autores citam a importância do efeito da declividade e de sua orientação relativamente ao sol (exposição) (COOK et alii, 1974; DARMER, 1973; LORIO e GATHERUM, 1965; SCHIMP, 1973; THOR e KRING, 1964), mas os resultados variam entre locais e entre espécies. De acordo com BRAMBLE (1952), a exposição do local ao vento pode influenciar a sobrevivência e o crescimento da vegetação nos locais minerados.

Para projetos de recuperação, o Ministério de Recursos Naturais do

Canadá (CANADA, 1975) recomendou que os cortes das lavras fossem reduzidos a um declive de 2:1, e 3:1 seria o declive máximo para plantar grama a ser cortada periodicamente. A semeadura convencional não deve ser utilizada em declive que ultrapassem 1:1.

3.4.2. Técnicas de semeadura As gramíneas são estabelecidas normalmente por processos de semeadura.

A semeadura pode ser feita a) em sulcos ou covas e b) a lanço. Há vários aparelhos mecânicos para fazê-la em sulcos, adaptáveis ás várias condições de solos e tipos de sementes (COOK et alii, 1974).

Em vez de enterrar as sementes em sulcos, a semeadura a lanço as deixa

expostas na superfície do local, exigindo a aplicação posterior de uma cobertura de solo, feita por meio de um "rastelo", de um compactador leve ou de um trator leve de esteiras (COOK et alii, 1974). A semeadura a lanço dá bons resultados nas partes úmidas dos Estados Unidos, pois a precipitação elevada dessas regiões mantém a umidade da cobertura morta e a do solo sobre as sementes. Nas áreas áridas, a semeadura a lanço não é geralmente recomendável, à exceção dos locais montanhosos, quando a umidade da primavera pode ser antecipada para 3 semanas após a semeadura (COOK et alii, 1974).

A semeadura a lanço exige quantidade de sementes duas

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vezes maior que a semeadura em sulcos (COOK et alii, 1974). A quantidade de semente necessária para os dois métodos de semeadura depende a) do local, b) da espécie a ser plantada e c) da qualidade da semente (capacidade germinativa e pureza). Nos locais menos favoráveis para o revestimento vegetal, por causa da declividade, do solo e da umidade, seria necessário plantar mais sementes por hectare.

Experimentos feitos por PLASS (1974) com semeadura direta de espécies de Pinus spp. tiveram sucesso parcial, segundo as espécies e as condições do local. A falta de estabilidade do solo prejudicou a semeadura direta de espécies arbóreas, de acordo com estudo de FREESE (1954).

3.4.3. Hidrossemeadura A hidrossemeadura é uma técnica mecanizada, semelhante à

semeadura a lanço. O aparelho utilizado consta de um tanque, de uma bomba, de agulheta e de motor. As sementes, os fertilizantes e outros produtos aplicados para melhoramento do solo, por exemplo, a cobertura morta, podem ser lançados a uma distância de até 60 metros. As vantagens da hidrossemeadura são: a) capacidade para cobrir áreas inacessíveis a outros meios de semeadura (declives íngremes, por exemplo) e b) rapidez e economia (Figura 14) (BROWN, 1977).

Foto: J. Griffith

FIGURA 14 - Plantio de gramíneas feito com hidrossemeadura em taludes feitos manualmente (Região Metropolitana de Belo Horizonte).

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CZAPOWSKYJ e WRITER (1970) testaram esse processo usando sementes de espécies arbóreas, gramíneas e leguminosas, lançadas sobre lavras de carvão. O processo foi parcialmente bem sucedido, pois houve variações devidas às condições do local e do solo. Os autores recomendaram maior número de experiências antes da aplicação da hidrossemeadura em grande escala.

As limitações da hidrossemeadura estão bem resumidas por BROWN (1977): a) pode ser antieconômica, se não houver uma fonte próxima de água para abastecer o aparelho; b) para tratamento de terrenos áridos é necessária a aplicação de cobertura morta após o lançamento da semente. Para não isolar a semente do contato direto com o solo, deve-se aplicar apenas a semente no local e não misturá-la com a cobertura morta; c) a bomba centrífuga do aparelho pode reduzir severamente a incidência de germinação, se for prolongada a agitação da mistura de água, fertilizante e semente por mais de 30 minutos.

O fertilizante misturado com a semente e a água também pode prejudicar as bactérias inoculantes, com relação a leguminosas, sobretudo se o pH da mistura for inferior a 5.

3.4.4. Plantio O transplante de mudas é mais utilizado para estabelecer arvores e

menos freqüentemente usado para gramíneas nos trabalhos de recuperação. Não obstante, BROWN e JOHNSTON (1976) verificaram que todas as 5 espécies de gramíneas nativas transplantadas para um local minerado sobreviveram e mostraram grande resistência às condições adversas do local. ALDON et alii (1973) também conseguiram bons resultados com gramíneas transplantadas, após sua permanência no viveiro durante três meses. O Ministério de Recursos Naturais do Canadá (CANADA, 1975) elaborou as seguintes regras gerais para implantação de mudas de árvores: a) prevenir contra a secagem das raízes das plantas, causada pela exposição ao sol e ao vento; b) manter as raízes das plantas num ambiente úmido ou em recipiente com água, antes e no decorrer do processo de transplante e c) pressionar bem o solo ao redor das raízes das mudas, após o plantio.

POMMERENING (1977) verificou que os plantios feitos com mudas produzidas em recipientes que continham o solo do viveiro tiveram sobrevivência entre 80 e 100 por cento, em contraste com 60 por cento para as mudas plantadas com raízes nuas.

3.4.5. Época de plantio Em geral, é melhor plantar um pouco antes da época chuvosa,

quando se pode contar, com certeza, com a precipitação (COOK et alii, 1974). Vários estudos indicam que as arvores diferem das gramíneas quanto à melhor época de plantio. Nos Estados Unidos, as árvores, aparentemente, são mais beneficiadas quando plantadas na primavera; as gramíneas, no outono (CAMIN, 1972; COOK et alii, 1974; DAVIS, 1973). As espécies

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arbustivas, aparentemente, se beneficiam dos plantios feitos nas duas épocas (DAVIS, 1973).

3.4.6. Manejo da área após a plantação As seguintes medidas devem ser implantadas para assegurar a

sobrevivência e o crescimento da vegetação e melhorar a estética do local recuperado (CANADA, 1975; COOK et alii, 1974): a) controlar a invasão de ervas; b) repelir ou controlar roedores e outros consumidores de sementes e plantas; c) irrigar o local, quando for necessário; d) corrigir a acidez do local e suplementar suas necessidades com fertilizantes; e) cercar as áreas ameaçadas por animais de grande porte; f) inspecionar as plantações para evitar o ataque de pragas e tomar as medidas necessárias a cada caso; g) proteger a área contra o fogo descontrolado.

3.4.7. Estabelecimento de pontos de monitoramento O progresso do revestimento vegetal do local deve ser documentado para

a) comprovar e comparar os resultados das várias técnicas de recuperação que foram utilizadas e b) manter um arquivo para divulgação do projeto de recuperação para outras empresas, grupos ou pessoas interessadas. LITTON (1973) descreveu o seguinte procedimento para estabelecer pontos de monitoramento da paisagem: a) estabelecer uma série de pontos fixos para que a área total em consideração possa ser observada, b) estabelecer o campo de visibilidade de cada ponto de monitoramento, c) fotografar a paisagem vista de cada ponto estabelecido, d) preparar desenhos artísticos das paisagens vistas desses pontos, c) projetar, por meio de desenhos, os possíveis impactos que o projeto possa provocar e d) planejar o programa de recuperação e comparar os resultados com as metas preestabelecidas.

EASTMAN KODAK COMPANY (1972) enumerou as vantagens de documentar as mudanças da vegetação com o filme Ektachrome in-fravermelho colorido. A vantagem principal está na propriedade desse filme de captar melhor o reflexo da clorofila das plantas e projetar, com maior clareza, as diferenças entre as espécies. RIBEIRO et alii (1977) indicaram os filtros e exposições mais adequados para o uso do Ektachrome infravermelho colorido no Brasil, em câmaras comuns de 35 mm.

4. PRÁTICAS DE CARÁTER ESTÉTICO 4.1. O Problema Os impactos topográficos, edáficos, vegetativos e hídricos

provocados pela mineração de superfície manifestam-se mais obviamente no aspecto estético. A mineração desfigura a topografia, elimina a vegetação, os solos e os cursos de água, mudados em sua coloração e textura. Podem-se considerar essas alterações estéticas como impactos causados nos recursos visuais do local.

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4.2. A Comparação Estética das Paisagens Para analisar o efeito da mineração sobre as paisagens, visando

à recuperação do seu valor paisagístico, e necessário estudar a composição estética do local em termos objetivos. Estudos sobre a composição objetiva dos recursos visuais são relativamente recentes, mas já se dispõe de vários métodos diferentes para analisar os impactos, paisagísticos (FABOS,1974); WAGAR, 1974).

LITTON (1968) e (LITTON et alii (1974), do Serviço Florestal dos EUA, destacaram que as paisagens podem ser caracterizadas segundo seu tipo estrutural, cada um deles exigindo um manejo específico. Também enfatizaram a importância do ponto de observação e dos limites do campo de visibilidade da pessoa que observa a paisagem (LITTON, 1973).

ZUBE et alii (1974) compararam a percepção de vários grupos sócio-econômicos e concluíram que há concordância de preferência paisagística entre os diferentes grupos de observadores.

GRIFFITH (1976) descreveu as paisagens naturais e culturais de acordo com os seguintes elementos visuais: linha, forma, textura, es-cala, complexidade e cor. Por exemplo, é comum falar a respeito da linha estreita do horizonte, do mar, ou do cerrado; da forma e da grande escala das serras; da textura complexa e do verdor da vegetação tropical e subtropical do Brasil.

Esses 6 elementos visuais não aparecem isoladamente, mas em conjunto, criando configurações que podem causar a dominância, ou não, de certos aspectos estéticos das paisagens. Por exemplo, as linhas paralelas e convergentes das encostas de um vale logicamente conduzem a atenção do observador para seu término. GRIFFITH (1976) listou 5 fatores de dominância visual: eixo (por exemplo, o alinhamento de uma estrada pode focalizar a vista do motorista) (Figura 15); convergência (linhas paralelas parecem unir-se, na distância, focalizando a vista do observador nesse ponto de união, como mencionado no caso do vale); a linha de interseção de dois planos (qualquer objeto colocado na margem de interseção chama a atenção, como, por exemplo, um barco navegando na linha do horizonte); compe-tição visual (2 ou mais objetos parecidos ou de vivacidade igual, dividem a atenção e, conseqüentemente, diminuem sua singularidade e dominância, como, por exemplo, duas montanhas altas, na mesma paisagem); e, finalmente, a presença, na paisagem, de atrações especiais (fenômenos ou objetos culturalmente simbólicos e valiosos por sua raridade, beleza ou história, como a Estátua do Cristo no Corcovado, no Rio de Janeiro, ou as igrejas antigas, no caso das paisagens de Ouro Preto).

4.3. Impactos Criados por Modificações das Paisagens Os impactos visuais resultam de alterações nos elementos visuais de linha,

forma, textura, escala, complexidade e cor. Por exemplo, uns dos principais impactos causados pela mineração é a alteração de cor, produzida pela eliminação da vegetação e pela exposição de solos. Além disso, esses impac-

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tos podem ser exagerados ou diminuídos se estão focalizados, ou não, por um ou mais dos fatores de dominância discutidos anteriormente (eixo, convergência, margem de interseção de planos, competição visual ou presença de atrações especiais na paisagem).

Embora os impactos visuais possam ser tipicamente negativos, também podem ser benéficos, como no caso, por exemplo, da criação de novos lagos nas escavações criadas pela mineração, deixando paisagens adequadas para serem transformadas em pa rques ou em á reas de r ec reação (U.S . DEPT. OF THE INTERIOR s.d.). Como já se mencionou anteriormente, a recuperação bem feita pode, em certos casos, melhorar a paisagem de tal modo, que esta poderá vir a ser mais atrativa que a original (MALLARY e CARLOZZI, 1976).

Foto: J. Griffith

FIGURA 15 - Focalização, pelo alinhamento da estrada, do local a ser minerado (Região de Poços de Caldas).

4.4. Medidas Conservacionistas para Recursos Visuais GRIFFITH e VALENTE (1979) elaboraram uma lista de medidas

gerais para a conservação de paisagens. As que mais se aplicam à mineração são as seguintes: a) complementar a paisagem no plantio ou no manejo de vegetação e em obras de terraplenagem no local de recuperação, imitando ou acentuando o caráter estético original da paisagem; b) esconder ou abrigar certas alterações dentro do próprio relevo do terreno ou com uma cortina de plantas; c) estabelecer novas áreas verdes em paisagens previamente danificadas, introduzindo novas plantas ou árvores selecionadas por seus efeitos estéticos.

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Vários trabalhos tratam especificamente dos problemas dos impactos visuais causados pela mineração de superfície (COLE et alii, 1976; FENTON, 1973; FRANK, 1964; MALLARY e CARLOZZI, 1976; McQUILKIN, 1965; ZUBE, 1966). Os primeiros estudos recomendavam amenizar os impactos visuais com o uso de vegetação, principalmente arbórea, como uma cortina para esconder o local devastado (FRANK, 1964). Porém, nos últimos anos, essa prática é considerada, por alguns, como uma medida "cosmética", que não resolve o verdadeiro problema do local (MALLARY e CARLOZZI, 1976).

ZUBE (1963 e 1966), num trabalho pioneiro, estudou paisagens mineradas para extração de minério de ferro, em Wisconsin, EUA, com o objetivo de minimizar os impactos visuais e investigar usos potenciais dos locais apés o término da mineração. Ele considerou os seguintes elementos potenciais das áreas mineradas como matéria-prima para a criação de novos efeitos estéticos no local: a) escavação profunda a céu aberto, b) água acumulada no local, c) implantação de nova vegetação e d) tipo e configuração de novos usos do local. Esse mesmo autor sugeriu, como solução, as seguintes medidas: a) favorecer o acesso à água, para recreação, b) imitar a topografia na orientação e no angulo das escavações, c) depositar os montões de material, remanescentes da mina, de maneira que a escala, a variedade e a unidade visual do local sejam conservadas, d) controlar a erosão hídrica e eólica dos montões e escavações com a utilização de terraços e de revestimento vegetal.

COLE et alii (1976) desenvolveram modelos de computação e outros aparelhos mecânicos de simulação que projetam, antecipadamente, os efeitos estéticos da mineração e de sua recuperação. Esses modelos deram importância especial as relações geométricas do local e dos montões de material remanescentes.

MALLARY e CARLOZZI (1976) estudaram as práticas de recuperação utilizadas nas serras dos Apalaches, EUA, e chegaram a conclusão de que a melhor recuperação estética decorre da criatividade pessoal dos tratoristas empregados nesse trabalho. Verificaram que os mencionados tratoristas, apesar do baixo nível educacional, têm tantos anos de experiência com suas máquinas que já têm um instinto estético para o trabalho e que o senso adquirido ultrapassa os esforços de um artista profissional. Em certos casos, o fato de o tratorista ter sido criado na própria região dá-lhe uma compreensão maior da paisagem natural, o que lhe permite recriá-la.

COLE et alii (1976) , filosoficamente, opinaram que a recuperação de minas deve ser considerada como uma escultura em grande escala. Advertiram que, embora essa "arte" seja oportuna, deve-se também lembrar que sua duração não deve resultar em poluição visual.

Uns dos conceitos estéticos mais citados é o da recuperação do perfil, que deve ser aproximadamente o original (abreviado, aqui, para RPAO) (COLE et alii, 1976; MALLARY e CARLOZZI, 1976). Basicamente, o RPAO se refere à recuperação geométrica do caráter original da topografia do local (Figura 16).

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Perfil antes da mineração

Perfil extremamente modificado após a mineração

Recuperação completa do perfil original

Recuperação aproximada do perfil original

FIGURA 16 - Impacto visual causado pela modificação do perfil

topográfico.

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As várias possibilidades e limitações de RPAO já foram discutidas, frisando-se que é mais prática sua aplicação em terreno plano ou suavemente ondulado que nos locais em que os topos das serras serão escavados. O objetivo da RPAO é deixar a topografia com uma aparência natural e semelhante à paisagem adjacente ao local minerado.

Finalmente, vários autores citam a importância de retirar do local já minerado todos os prédios, estruturas e maquinaria, evitando que, se abandonados na área, tornem-se elementos po lu idores da pa isagem (Figura 17) (FRANK, 1964; MALLARY e CARLOZZI, 1976; ZUBE, 1963).

Foto: J. Griffith

FIGURA 17 - Estruturas e equipamentos que devem ser retirados do local após a mineração.

5. LITERATURA CITADA

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