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COBERTURA INTRANS

Edição 90 | Ano XV | Julho/Agosto 2015

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BRT Rio vence oUITP Awards 2015

47

EditorialUma árvore de 60 anosque dá bons frutos . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6

Produtos e Serviços

Volvo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8

Tacom . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12

Sectrans . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12

Mercado de ônibusIndústria em compasso de espera . . . . 14

60 anos FetransporA prosperidade impulsionada aos 40 . . . . . . . . . . . . . . . . 16

Capa | BRT pelo mundoBRT Rio vence oUITP Awards 2015 . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20

Mobilidade inteligenteBRT x demais modais:o melhor é unir e integrar . . . . . . . . . . . 26

PesquisaPesquisa Datafolha mostra satisfação de 74% dos usuários do BRT . . . . . . . . . . . 40

RioCardBilhete Único: a ferramentada integração . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42

BiometriaSetrerj investe no atendimento e orientação dos usuários do sistema biométrico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44

EventoCongresso da ANTP discute a mobilidade urbana no Brasil . . . . . . . . 47

Terminal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50

PESQUISA

Pesquisa Datafolha mostra satisfação de 74% dos usuários do BRT

Congresso da ANTP discute a mobilidade urbana no Brasil

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EDITORIAL

Seis décadas de compromisso com a qualidade

JOSÉ CARLOS REIS LAVOURASPresidente do Conselho

de Administração da Fetranspor

A Fetranspor vem trabalhando há seis déca-das por uma mobilidade efi ciente, com alto pa-drão de qualidade para os cidadãos. Embora só recentemente o assunto tenha merecido a aten-ção da mídia de forma mais aprofundada, em decorrência da incidência cada vez maior de con-gestionamentos nas metrópoles de todo o mundo e dos prejuízos que deles decorrem, desde o início de sua trajetória esta Federação se preocupa com o tema.

A relação entre a mobilidade, a qualidade de vida da população e o funcionamento das cida-des sempre foi alvo da atenção desta entidade, que, com os olhos voltados para o futuro, há mui-to envida esforços pela melhoria da mobilidade urbana, seja por meio da discussão de temas rele-vantes, em fóruns como o Etransport; de estudos técnicos sobre o assunto; do incentivo à refl exão, com o reconhecimento pelo Prêmio Mobilidade Urbana; do trabalho de capacitação e aprimora-mento profi ssional da categoria rodoviária, em-preendido pela UCT (Universidade Corporativa do Transporte); da participação em projetos e experi-ências ligados à responsabilidade social, ao meio ambiente e à sustentabilidade. Em suma, quais-quer iniciativas que possam contribuir para que os cidadãos contem com deslocamentos cada vez mais seguros, rápidos, confortáveis e com opções de integração são do interesse e têm a participa-ção da Fetranspor.

Sugestões de corredores exclusivos para ôni-bus, de escalonamento de horários para as di-versas atividades, de utilização de combustíveis menos poluentes fazem parte da pauta dos Con-gressos sobre Transporte de Passageiros (Etrans-ports) desde seu início, no fi nal da década de 80.

Os recentes corredores de BRT implantados pela Prefeitura do Rio – cujos problemas decorrem de questões de segurança pública e da falta de edu-cação de trânsito, por parte de pedestres e moto-ristas – já provaram ser capazes de diminuir tem-po de viagens e oferecer conforto e modernidade. As obras de engenharia em curso por toda a me-trópole e o aprimoramento dos demais modais, que vêm sendo parte do esforço do poder público, tendem a fazer com que a mobilidade urbana, em geral, seja gradativamente melhor.

O reconhecimento do trabalho “Reformulan-do a demanda do Rio de Janeiro com uma rede de BRTs”, pelo prêmio UITP Awards 2015, recebi-do em conjunto com o Rio Ônibus e o Consórcio BRT, em Milão, dia 10 de junho último, só ratifi ca, para toda a equipe da Fetranspor, que esta está no caminho certo, e que sua atuação produz cada vez melhores frutos, resultado de um sério com-promisso com a qualidade, assumido há 60 anos.

Seis décadas de compromisso com a qualidade

das por uma mobilidade efi ciente, com alto pa-drão de qualidade para os cidadãos. Embora só recentemente o assunto tenha merecido a aten-ção da mídia de forma mais aprofundada, em decorrência da incidência cada vez maior de con-gestionamentos nas metrópoles de todo o mundo e dos prejuízos que deles decorrem, desde o início de sua trajetória esta Federação se preocupa com o tema.

vida da população e o funcionamento das cida-des sempre foi alvo da atenção desta entidade, que, com os olhos voltados para o futuro, há mui-to envida esforços pela melhoria da mobilidade urbana, seja por meio da discussão de temas rele-vantes, em fóruns como o Etransport; de estudos técnicos sobre o assunto; do incentivo à refl exão, com o reconhecimento pelo Prêmio Mobilidade Urbana; do trabalho de capacitação e aprimora-mento profi ssional da categoria rodoviária, em-preendido pela UCT (Universidade Corporativa do Transporte); da participação em projetos e experi-ências ligados à responsabilidade social, ao meio ambiente e à sustentabilidade. Em suma, quais-quer iniciativas que possam contribuir para que os cidadãos contem com deslocamentos cada vez mais seguros, rápidos, confortáveis e com opções de integração são do interesse e têm a participa-ção da Fetranspor.

bus, de escalonamento de horários para as di-versas atividades, de utilização de combustíveis menos poluentes fazem parte da pauta dos Con-gressos sobre Transporte de Passageiros (Etrans-ports) desde seu início, no fi nal da década de 80.

www.revistaonibus.com.br

Uma publicação da

www.fetranspor.com.brDiretoriaPresidente:Lélis Marcos Teixeira Diretora de Gestão de Pessoas e UCT:Ana Rosa BonilauriDiretor Financeiro:André NolteDiretor de Marketinge Comunicação:Paulo FragaDiretor Administrativo e Controle:Paulo Marcelo FerreiraDiretora de Mobilidade Urbana:Richele CabralConselho de AdministraçãoTitularesPresidente:José Carlos Reis LavourasVice-presidente:João Augusto Morais MonteiroDemais Conselheiros:Narciso Gonçalves dos SantosGeneroso Ferreira das NevesFlorival AlvesJosé Carlos Cardoso MachadoMarcelo Traça GonçalvesDomênico Emanuelle Siqueira LorussoFrancisco José Gavinho GeraldoAlexandre Antunes de AndradeAmaury de AndradeJoel Fernandes RodriguesSuplentes:Isidro Ricardo da RochaManuel João PereiraManoel Luis Alves LavourasJoão Carlos Felix TeixeiraJacob Barata FilhoMarco Antônio Feres de FreitasConselho FiscalEfetivos:Valmir Fernandes do AmaralLuiz Ronaldo CaetanoHumberto ValenteSuplentes:Carlos Alberto Souza GuerreiroJorge Luiz Loureiro Queiroz FerreiraFábio Teixeira AlvesDelegado representante / CNTEfetivo: Jacob Barata FilhoSuplente: Francisco José Gavinho Geraldo

Revista Ônibus

Gerente de Comunicaçãoe Eventos:Verônica AbdallaEditora chefe:Tânia Mara Gouveia LeiteRedação:Juliana MarquesRoselene AlvesRenato SiqueiraFotografia: Arthur MouraJorge dos SantosRevisão:Tânia MaraPatrícia GonçalvesProjeto gráfico: Yuri BigioEditoração, impressão erepresentação comercial:www.ArquimedesEdicoes.com.brPublicidade:Verônica Lima – (21) [email protected]

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Os recentes corredores de BRT

implantados pela Prefeitura

do Rio – cujos problemas

decorrem de questões de

segurança pública e da falta

de educação de trânsito,

por parte de pedestres e

motoristas – já provaram ser

capazes de diminuir tempo de

viagens e oferecer conforto e

modernidade

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PRODUTOS E SERVIÇOS

Fórum discute inovações e soluções

para a mobilidade urbana inteligente

Curitiba, considerada referência em mobilidade e inspiração para outras cidades no mundo, foi sede do Smart City Business America Congress & Expo 2015, encontro internacional promovido pela Vol-vo, nos dias 19, 20 e 21 de maio. Um dos destaques do evento foi o Fórum Mobilidade Volvo, realizado no segundo dia e que reuniu espe-cialistas brasileiros e estrangeiros para discutir a mobilidade urbana inteligente.

O arquiteto e urbanista Jaime Lerner, duas vezes prefeito da ci-dade que criou, na década de 70, o BRT − sistema de transporte pú-blico hoje adotado em 193 cidades pelo mundo −, foi quem conduziu a palestra magna. Lerner falou dos problemas atuais, como educação, saúde e segurança, e destacou três pontos essenciais para Curitiba e qualquer cidade do mundo: mobili-dade, sustentabilidade e sociodiver-sidade: “ou seja, a coexistência, a convivência”, afirmou.

O olhar integrado“Tem-se falado muito em mo-

bilidade, e precisamos discuti-la a partir do todo, e não a partir de

uma visão parcial. Costumo dizer que não é uma expertise completa, e isso será cada vez mais importan-te no futuro, quando quisermos, de fato, avançar”, disse o arquiteto. Ele acredita na existência de outras oportunidades além do BRT, e na necessidade de atentar-se para es-ses sistemas mais sustentáveis, com soluções híbridas, elétricas ou su-percapacitores. Para Lerner, “todos devem pensar realmente em como resolver o problema da mobilidade, e o Brasil pode fazê-lo, desde que tenha a visão correta”.

Apesar de as cidades terem sido construídas centradas no automó-vel, para cuja circulação é necessá-ria a implantação de cada vez mais vias, Lerner ainda vislumbra solu-ções. “Que o futuro esteja na super-fície. A pessoa vai continuar tendo o seu carro para viajar, para o lazer, e esta é a maneira que deve utilizá-lo. Tivemos uma queda na qualidade nos últimos anos, mas não é nada grave. É possível corrigir os proble-mas”.

Em relação ao metrô, o arqui-teto ressaltou a necessidade de se

Volvo

Fotos: Divulgação

São Paulo - (11) 2105-6777 ‡ ‡ ‡ ‡ ‡Curitiba - (41) 3222-9179Goiânia - (62) 4018-8165 ‡ ‡ ‡ ‡ ‡Marília - (14) 3413-7758Maringá - (44) 3025-5880 ‡ ‡ ‡ ‡ ‡Ribeirão Preto - (16) 3610-1144Rio de Janeiro - (21) 2461-2277 ‡ ‡ ‡ ‡ ‡Salvador - (71) 3358-5588São José dos Campos - (12) 3911-3822

Somente quem tem experiência e sabe do assunto pode oferecer a você e à sua empresa, as melhores soluções do mercado, com total dedicação e atenção dos nossos profi ssionais. Procure um dos nossos corretores e descubra as vantagens e diferenciais que temos a oferecer na contratação dos seus seguros, para que sua tranquilidade e segurança falem sempre mais alto; afi nal de contas o nosso negócio é seguro.

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verifi car a sua viabilidade, tanto em relação ao custo, quanto no que tange ao tempo de constru-ção, e defendeu: “Transportamos 2 milhões e 600 mil passageiros por dia (números do BRT). O metrô de Londres transporta 3 milhões e é muito maior. Precisamos operar em rede, e temos no Brasil capacidade sufi ciente para dar uma grande res-posta. Há tecnologia, há know-how de empresas e de bons operadores, e há também investimentos. Não há nada que não possa ser melhorado; este país pode avançar muito”.

Veículos híbridos como solução

A Volvo começará os testes com o seu modelo híbrido no Rio de Ja-neiro no segundo semestre deste ano. Sua economia, comparada a um veículo totalmente igual movido somente a diesel, está entre 28% e 35% de combustível e, em relação às emissões de CO2 e de material particulado (e NOX, comparados aos veículos Euro 5), a redução é de até 35% e 50%, respectivamente. Em Curitiba, os elétricos híbridos ar-

ticulados estão previstos para 2016, na Linha Verde. Trata-se de uma tec-nologia até 70% mais econômica em consumo de combustível. Para cada tipo de linha, haverá um tipo de transporte indicado, reduzindo em mais de 50% a poluição do ar. Já a emissão de poluição sonora pode chegar a zero. Na Suécia e em Mi-lão, os testes com os ônibus Volvo 100% elétricos já começaram, e o retorno é bastante positivo.

A multinacional oferece solu-ções como recarga automática du-rante a frenagem do ônibus elétrico híbrido. Isto possibilita o recebi-mento de cargas rápidas de energia em pontos de embarque e desem-barque, e este modelo oferece uma redução de consumo de diesel de até 80%. Em entrevista coletiva, Luis Carlos Pimenta, presidente da Volvo Bus LatinAmerica, explicou que a tecnologia biodiesel e elétrica é a primeira da eletromobilidade, e está sendo produzida na fábrica de Curitiba e vendida para toda a Amé-rica Latina.

O híbrido é uma mistura: pode ser diesel e gasolina, diesel e gás,

e diesel e elétrico. A geração cha-mada de elétrico híbrido se divide em convencional e articulado. O primeiro possui tecnologia plug in, um sistema acima da carroça-ria que se conecta nos pontos de parada e recebe recargas rápidas de energia, proporcionando tempo maior de operação (autonomia). Ambos podem recarregar a bateria durante as frenagens. A diferença é que o segundo não possui plug in, mas antes do motor a diesel ser acionado, quem trabalha é o motor elétrico, e isto acontece durante o arranque até que o ônibus atinja a velocidade de 20km/h, período de maior consumo de combustível em todos os veículos (este é que entrará em teste no Rio de Janei-

“Que o futuro esteja

na superfície. A

pessoa vai continuar

tendo o seu carro

para viajar, para

o lazer, e esta é a

maneira que deve

utilizá-lo. Tivemos

uma queda na

qualidade nos

últimos anos, mas

não é nada grave. É

possível corrigir os

problemas”

Jaime Lerner,arquiteto e urbanista

Fotos: Divulgação

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PRODUTOS E SERVIÇOS

ro). Se a rota do convencional tiver postos de recargas adaptados, será possível administrar a quantidade de sua energia – seis minutos lhe proporcionam, em média, 10 quilô-metros de autonomia. “Não parece muito, mas isso atende a maioria das linhas, permitindo que a recar-ga seja realizada no ponto final, ou no inicial, do seu itinerário”, afirma Pimenta.

A lei que permitiu mudançasSob o tema “Desafios da

mobilidade”, Ailton Brasiliense, presidente da ANTP, ministrou sua palestra de forma otimista, dizendo ser possível cuidar do transporte, tornando-o barato, se-guro e veloz; mas também expôs alguns pontos a serem revistos. “A estruturação das cidades mu-dou a partir da Lei da Mobilidade Urbana, em 2012, possibilitando pensar nisso e permitindo o fim dos erros, com mudanças cabí-veis. Elas foram planejadas para o carro, e alguns políticos quase pedem desculpas para implantar

um novo sistema de transporte; ou seja, a nossa lógica é de ocupação plena do automóvel, nem mesmo as ciclovias são totalmente bem- vindas e são vistas como proble-mas. O transporte público é o que pode nos ajudar a viver em uma cidade melhor”.

O presidente executivo da NTU, Otávio Cunha, disse, em sua palestra sobre “O novo patamar da mobilidade”, que as pessoas precisam encontrar qualidade no transporte urbano, e isto repre-

senta conforto, confiabilidade, limpeza e boa estrutura nos ter-minais, segurança e acessibilida-de, além da velocidade. Porém, ainda falta o planejamento de muitas cidades. “A Lei da Mobili-dade Urbana já é um avanço, mas só 10% conseguiram. Para existir qualidade é fundamental haver planejamento, gestão eficaz e profissionais capazes de executar uma boa operação. E os investi-mentos feitos nos BRTs estão exi-gindo que o sistema seja operado de outra maneira”.

No final do Fórum, o debate se concentrou na cidade sede do evento, com o tema “Que trans-porte público queremos para Curi-tiba?”. Encerrando o Fórum, Zaki Akel, reitor da UFPR; Sérgio Pires, presidente do IPPUC; Gustavo Fruet, prefeito de Curitiba; Luis Carlos Pimenta; e Fábio Scatolin, secretário da Administração e Pla-nejamento de Curitiba.

Chassis híbrido da Volvo

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PRODUTOS E SERVIÇOS

Investimento em

Solução A Sectrans, empresa líder

em tecnologia de vigilância embarcada em transporte de passageiros e única com tec-nologia wireless, fechou con-trato com a Coordenação de Programas de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia da UFRJ (Coppe), para inves-timentos em pesquisa e desenvolvi-mento.

Sectrans

Ao tornar-se mais robus-to, com praticamente 0% de perda nas imagens, o sistema da Sectrans passa a oferecer mais segurança. Além disso, o software terá grandes ganhos na tecno-logia wireless de captação, transmissão e visualização

de imagens; tudo para oferecer alto nível de qualidade aos clientes.

ATM VX 1500para o autoatendimento

Tacom

A adoção de terminais de au-toatendimento é um passo natural para a modernização dos proces-sos da bilhetagem eletrônica. Para atender esta demanda, a Tacom lançou, em 2014, o ATM VX 1500, um equipamento fácil de instalar e com operação rápida e segura. Totalmente integrada ao sistema de bilhetagem eletrônica, a tecno-logia é tratada como um posto de venda convencional, possibilitando a gestão e o controle de todas as suas transações.

Cada vez mais, eles têm sido implementados em sistemas de transporte de massa pelo mundo,

principalmente nos troncais de me-trôs, BRTs e VLTs. O ATM VX 1500 possui câmera embutida, e seu co-fre segue o padrão bancário, com mecanismo de cartucho para no-tas. O terminal é capaz de realizar uma recarga a cada dez segundos: basta apresentar o cartão e inserir o dinheiro, que imediatamente a carga é efetuada.

Belo Horizonte e Salvador im-plantaram os novos terminais da Tacom, tão logo foram lançados. A capital mineira contratou 40 ATMs no fi nal de 2014, e solicitou mais 30, sendo a maior parte distribuída nas estações de transferência do

BRT Move. Salvador fez o mesmo em fevereiro deste ano, e já pos-sui terminais em plena operação nas estações da Lapa, Iguatemi e Comércio. O equipamento é uma solução para todas as cidades, e é compatível com qualquer sistema de bilhetagem.

MERCADO DE ÔNIBUS

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A perspectiva não é nada ani-madora. Segundo Martins, além da baixa na produção, as empresas es-tão à espera do pagamento de cerca de 350 milhões de reais, referentes aos veículos vendidos para o gover-no federal, via Fundo Nacional para Educação, e entregues em 2014. “Somente para a Marcopolo, a dívi-da é de 173 milhões de reais; ou seja, quase a metade desse montante”.

Financiamento, desoneração e confi ança

Enquanto não se vislumbra uma recuperação para o mercado nacional, Martins tem trabalhado em medidas capazes de fazer com que o empresa-riado do setor de transporte coletivo por ônibus retome a confi ança para in-vestir na renovação de frota. “Estamos propondo que o Finame PSI seja con-cedido em plano único, dando 90% de fi nanciamento para todas as empresas e com juros de mercado. Seria um es-tímulo para que voltássemos a investir na renovação de frota”.

Entretanto, algumas medidas do governo têm contribuído para que os frotistas mantenham cau-tela na hora de adquirir novos veículos. O BNDES criou uma siste-mática para fi nanciar pequenas e médias empresas, e outra para as

Indústria em compasso de espera

Ao contrário da movimenta-ção que vem ocorrendo nos últi-mos meses nas grandes monta-doras de veículos pelo país, em função da crise econômica, que acarretou o fechamento de cen-tenas de postos de trabalho nas fábricas, as encarroçadoras de ônibus, mesmo com a diminui-ção considerável na produção e a baixa perspectiva de mercado, ainda mantêm seus funcionários. Pelo menos esta é a orientação da Fabus – Associação Nacional dos Fabricantes de Ônibus.

De acordo com o presiden-te da instituição, José Antônio Fernandes Martins, o cenário na fabricação de ônibus para 2015 deve ser um dos piores dos últi-mos 20 anos. “Se compararmos a produção dos últimos dois anos, tivemos uma queda de 16%. Se somarmos com os primeiros me-ses deste ano, o número chega a 46%”, disse.

“Se compararmos a produção dos últimos

dois anos, tivemos uma queda de 16%. Se

somarmos com os primeiros meses deste

ano, o número chega a 46%”

José Antônio Fernandes Martins, presidente da Fabus

Fabricantes de carroceria de ônibus aguardam fi m da crise na economia e retomada do mercado

Fotos: Divulgação

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grandes. Nas pequenas, o Banco oferece 70% de fi nanciamento e nas grandes, 50%.

Além dessa restrição, o governo trabalha novamente com a taxa-ção sobre a folha de pagamento dos empregados do setor. Segundo Martins, é preciso continuar com o movimento de desonerações para que não haja pressão pela reto-mada do preço das tarifas. “Na fa-bricação de ônibus, 25% do nosso faturamento é para pagamento da mão de obra. O ônibus é feito ar-tesanalmente. E numa empresa de ônibus urbano ou rodoviário, cerca de 40% do faturamento são desti-nados à mão de obra. Se você aca-ba com a desoneração, trocando o INSS por 2% no faturamento, causa um impacto brutal nas empresas. As operadoras irão pedir aumento de tarifa, e nós vamos aumentar o preço dos veículos”.

BRT e exportação:boas perspectivas

Martins complementa que, mes-mo com o cenário atual desfavorável para o setor de transportes, é possí-

vel enxergar algumas boas perspec-tivas. O BRT pode ser uma delas. De acordo com o executivo, quando to-dos os sistemas de BRT programados estiverem em condições de opera-ção, vão requerer investimentos em frota. “O próprio PAC 2, que previu 196 bilhões de reais, só começará a se efetivar em 2017. A frota de BRT precisa ser de, no mínimo, 3.500 car-ros novos. Ainda não existe a infra-estrutura viária urbana necessária. O governo federal reduziu seus gastos, porque o país está com défi cit fi scal muito grande”.

As exportações podem promo-ver o reaquecimento da indústria. Porém, a retomada das vendas para o mercado internacional também ocorre de forma gradativa. “A ex-portação está se recuperando de forma lenta. De janeiro a maio de 2015 caiu apenas 5,3%, em relação ao mesmo período do ano passado. Em maio de 2015, tivemos um au-mento de 37,6%. Isso fez com que a queda fosse de 5%. O mercado externo deve trazer um alento para o sistema de ônibus nos próximos meses, e vai fazer com que a soma

“Na fabricação de

ônibus, 25% do nosso

faturamento é para

pagamento da mão de

obra. O ônibus é feito

artesanalmente. E numa

empresa de ônibus urbano

ou rodoviário, cerca de

40% do faturamento

são destinados à mão de

obra”José Antônio Fernandes Martins,

presidente da Fabus

de mercado não seja tão drástica quanto os números do mercado in-terno”, afi rma Martins.

Do ponto de vista da geração de postos de trabalho, o mercado de ôni-bus no Brasil sofre com a estagnação na produção. Mas, como se trata do modal mais utilizado nas principais cidades e regiões metropolitanas do país, basta haver o reaquecimento da economia para que a geração de em-prego, hoje em queda, volte aos pata-mares aceitáveis àquela considerada a sétima maior economia do mundo. Para ilustrar a atual situação, Martins cita um boletim mensal emitido pelo Banco Bradesco: “Estão sendo per-didos 100 mil empregos por mês. Se continuarmos nessa faixa, a taxa de desemprego no Brasil, que é de 6,7%, chegará a 8,1% no fi nal do ano, o que é terrível”.

60 ANOS DA FETRANSPOR

Fetranspor evolui na sua quarta década de história com a abertura de diálogos e o cumprimento de novos propósitos

Mercedes-Benz, da Jabour, na linha 854, uma das principais da empresa

Transportes Barra, do Grupo Redentor, iniciou sua operação em 1991

Esta seção, em homenagem aos 60 anos da Fetranspor, dá continui-dade ao compromisso de relembrar um pouco da trajetória da aniversa-riante. Na última edição, a RevistaÔnibus reviveu fatos da terceira década da história da Federação, que terminou na primeira metade dos anos 80, em meio a um dos períodos mais duros enfrentados pelo setor de transporte do Estado do Rio de Janeiro: a encampação de várias empresas de ônibus pelo governo estadual. Mas, após a reto-mada das concessões, a fase foi de virada de página, de seguir lutando e buscando ampliar, cada vez mais, o horizonte da instituição e de suas associadas.

Na política, o país se preparava para a volta da democracia pelas mãos de Tancredo Neves; mas com a sua morte, quem assumiu o poder foi José Sarney, o vice-presidente na ocasião. A Fetranspor recebia estímulos de todos os lados para

continuar trabalhando intensamen-te pelo setor de transporte. Délio Sampaio Filho, eleito presidente em 1985, pediu licença das suas ativi-dades para concentrar seus esfor-ços em prol da recuperação das em-presas de ônibus junto ao governo do Estado do Rio de Janeiro. Nesse mesmo ano, a população conquis-tava um importante direito para os trabalhadores: o Vale-Transporte, um verdadeiro marco na trajetória da Federação. Oferecê-lo ao tra-balhador era facultativo até 1987, quando o governo federal tornou obrigatória a sua utilização pelos empregadores, por meio da Lei nº 7.619.

A criação do Departamento de Vale-Transporte

Por uma determinação legal, os gestores dessa nova forma de paga-mento eram as próprias operadoras do transporte público. Aos poucos, os empresários do setor do Estado

41100 ANOS DE ÔNIBUS NO RIO DE JANEIRO

Transportes BarraIniciava-se em 1991 a operação da Transportes Barra, a primeira das três empresas que surgiram da Viação Redentor. Depois vieram a Litoral Rio Transportes e a Transportes Futuro.

1993Padron

Alvorada

Um dos Mercedes-Benz mais utilizados na década de 90. O ônibus da foto pertencia à empresa Jabour, que vivia grande fase, com renovação constante de sua

frota. A linha 854 sempre foi uma das principais da viação. A foto foi extraída do site Cia. do Ônibus.

Transportes Barra

Anos 90

41100 ANOS DE ÔNIBUS NO RIO DE JANEIRO

41100 ANOS DE ÔNIBUS NO RIO DE JANEIRO

Transportes BarraIniciava-se em 1991 a operação da Transportes Barra, a primeira das três empresas que surgiram da Viação Redentor. Depois vieram a Litoral Rio Transportes e a Transportes Futuro.

1993Padron

Alvorada

Um dos Mercedes-Benz mais utilizados na década de 90. O ônibus da foto pertencia à empresa Jabour, que vivia grande fase, com renovação constante de sua

frota. A linha 854 sempre foi uma das principais da viação. A foto foi extraída do site Cia. do Ônibus.

Transportes Barra

Anos 90

41100 ANOS DE ÔNIBUS NO RIO DE JANEIRO

do Rio transferiram essa missão para a Fetranspor, assim como a CTC, a CBTU, a Conerj e o Metrô. Na capital, a instituição responsável era o Sin-dicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Rio de Janeiro, Se-transparj (atual Rio Ônibus). Em 1988, a administração de todo o processo passou a ser feita pela Federação.

O desafi o impulsionou algumas mudanças, como investimentos em equipamentos de alta tecnologia, contratação de colaboradores e reno-vação da diretoria. A presidência foi assumida pelo empresário José Car-los Reis Lavouras, do Grupo JAL. Foi criado um setor voltado à administra-ção do benefício, o Departamento de Vale-Transporte (Deval), onde eram realizados, além da produção, o re-passe e a conferência dos tíquetes. Esse sistema centralizado tornou-se exemplo para o País, pois era o único em que o usuário utilizava a mesma forma de pagamento em qualquer tipo de transporte público do Estado.

Fim da encampação e início das reuniões profi ssionais

Em janeiro de 1988, Moreira Franco, então governador do Rio Janeiro, pôs fi m à encampação e começou a devolução das empresas de ônibus aos seus antigos adminis-tradores, mas o estado de conserva-ção dos veículos e das garagens era

precário. A busca por uma prestação de serviços de qualidade começou a envolver um número cada vez maior de organizações. O Sesi e o Senai de-senvolveram um centro de capacita-ção permanente para os rodoviários, o Cetec (atual Sest Senat de Deodo-ro). Dois anos depois, a Fetranspor criou o “Manual para Aperfeiçoa-mento Profi ssional do Rodoviário”, publicação voltada aos rodoviários, com instruções de procedimentos e informações úteis sobre diversas áreas das suas profi ssões.

Em agosto de 1990, a Federação passa a reunir, mensalmente, repre-sentantes dos sindicatos, dos traba-lhadores e das empresas associadas, além de convidados especiais, para discutir temas que agregassem me-lhorias ao setor, a fi m de ele vá-lo ao mais alto nível de qualidade, bem como buscar maior integração en-tre os profi ssionais de uma mesma área de atuação, mas de diferentes empresas. Ao todo foram realiza-

dos 100 encontros, chamados de reuniões, sobre recursos humanos, manutenção, tráfego, meio ambien-te e conservação de energia. Nesse mesmo ano, o Sindicato das Em-presas de Transportes Rodoviários Intermunicipais do Estado do Rio de Janeiro (Sinterj) fi lia-se à Federação.

Investimentos em educação e meio ambiente

O Deval evoluiu junto com o aumento da demanda e adquiriu

41100 ANOS DE ÔNIBUS NO RIO DE JANEIRO

Transportes BarraIniciava-se em 1991 a operação da Transportes Barra, a primeira das três empresas que surgiram da Viação Redentor. Depois vieram a Litoral Rio Transportes e a Transportes Futuro.

1993Padron

Alvorada

Um dos Mercedes-Benz mais utilizados na década de 90. O ônibus da foto pertencia à empresa Jabour, que vivia grande fase, com renovação constante de sua

frota. A linha 854 sempre foi uma das principais da viação. A foto foi extraída do site Cia. do Ônibus.

Transportes Barra

Anos 90

41100 ANOS DE ÔNIBUS NO RIO DE JANEIRO

41100 ANOS DE ÔNIBUS NO RIO DE JANEIRO

Transportes BarraIniciava-se em 1991 a operação da Transportes Barra, a primeira das três empresas que surgiram da Viação Redentor. Depois vieram a Litoral Rio Transportes e a Transportes Futuro.

1993Padron

Alvorada

Um dos Mercedes-Benz mais utilizados na década de 90. O ônibus da foto pertencia à empresa Jabour, que vivia grande fase, com renovação constante de sua

frota. A linha 854 sempre foi uma das principais da viação. A foto foi extraída do site Cia. do Ônibus.

Transportes Barra

Anos 90

41100 ANOS DE ÔNIBUS NO RIO DE JANEIRO

Deval evolui com o aumento da demanda

Em 1985, a população

conquistava um

importante direito

para os trabalhadores:

o Vale-Transporte,

um verdadeiro marco

na trajetória da

Fetranspor

Fotos : arquivo Fetranspor

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60 ANOS DA FETRANSPOR

sede própria em 1991. Cinco anos mais tarde, a emissão de tíquetes ultrapassou a marca de 1 bilhão. No ano seguinte, entravam em cir-culação os passes especiais com direito à gratuidade para idosos, doentes crônicos e deficientes fí-sicos, e a emissão desse benefício também passou a ser responsabili-dade da Fetranspor, mais um bom resultado entre a parceria público--privado.

Em 1993, surge o Eco-Rodo, um projeto de monitoramento de resultados em algumas empresas de ônibus do Estado, que evidencia a importância da atuação do mo-torista e do controle da qualidade do combustível, visando a um con-sumo racional e à diminuição na emissão de poluentes. Diante dos resultados, a Petrobras/Conpet, parceira da Fetranspor nesse proje-to, decide expandi-lo para âmbito nacional, criando o Projeto Econo-mizAr, poupando a atmosfera de toneladas de partículas nocivas à saúde.

Nesse mesmo ano, Itamar Franco, então presidente do Brasil, cria o Ser-

viço Social do Transporte e o Serviço Nacional da Aprendizagem do Trans-porte, o Sest Senat. Essas organiza-ções, com personalidade jurídica, de direito privado e sem fins lucrativos, voltadas exclusivamente para a pro-moção social e capacitação do traba-lhador em transporte, eram fruto de uma reivindicação de empresários e trabalhadores do setor.

Em 1995, o Centro Tecno-lógico de Transporte (Cetec) é

transferido para o recém-criado Sest Senat. Sua primeira unida-de, no bairro de Deodoro, antes administrada pelo Senai, passa integralmente para o Sest Senat, que depois estende seu trabalho por todo o Rio de Janeiro. A partir dali, os investimentos em educa-ção, treinamento e capacitação dos rodoviários, já crescentes dentro das garagens e dos sin-dicatos associados à Fetranspor, gan ham mais força, assim como seus resultados, dos quais as pre-miações de profissionais consi-derados exemplares começam a fazer parte.

Na próxima edição, esta seção entrará no século XXI, com mais re-cordações de uma época que cola-borou para consolidar o trabalho da Federação junto ao poder público e à sociedade.

Cartilhas educativas sobre o vale-transporte foram distribuídas para a população

Primeira unidade do Sest Senat no Rio de Janeiro, localizada em Deodoro, foi inaugurada em 1995, quando ainda pertencia ao Senai

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De um encontro entre empre-sários do Rio de Janeiro a um con-gresso que, atualmente, reúne mais de 10 mil pessoas do mundo inteiro para falar e trocar experiências sobre transporte público. A criação do En-contro dos Empresários de Transporte do Estado do Rio de Janeiro, Etrans-port, em 1989, foi um importante passo em direção à qualidade na prestação de serviços e à mobilidade urbana inteligente. Inicialmente era um evento regional, e já em sua se-gunda edição atraiu especialistas do setor de transporte público de todo o Brasil e também do exterior.

O Encontro era realizado anu-almente, sempre com representan-tes de instituições participativas. O reconhecimento da seriedade do evento veio até mesmo do papa João Paulo II, que, em 1992, enviou uma mensagem através do bispo auxiliar emérito do Rio de Janeiro, D. João D’Ávila Moreira Lima: “O Santo Padre almeja que as ativi-dades do 4º Etransport contribuam para o bem comum e para o apri-

moramento do serviço de transpor-te público no Rio de Janeiro”.

Todos pela mobilidade urbana inteligente

Palestras, seminários, mesas--redondas, painéis, fóruns, homena-gens, premiações e projetos sociais foram ganhando cada vez mais im-portância, à medida que o Etransport crescia em número de participantes e ganhava projeção nacional e inter-nacional.

Atualmente, as edições são bienais, e o padrão é o mesmo: go-vernadores dos estados brasileiros, jornalistas renomados, ministros, senadores e outros membros do Congresso Nacional e pa-lestrantes internacionais prestigiam o Congresso, seja como espectadores ou como apresentadores. No 16º Etransport, cujo tema foi “Mobilidade In-teligente”, países como China, México, Inglaterra, França, Canadá e Estados

Unidos foram representados por es-pecialistas e fi guras públicas.

No 7º Etransport, o evento abre as portas para expositores do se-tor apresentarem seus diferenciais tecnológicos. Nascia a 1ª Feira Rio Transportes, FetransRio, uma feira paralela ao Congresso, onde os vi-sitantes têm contato com o que há de mais novo e moderno no setor. No ano da sua estreia, em 1995, os presentes foram prestigiados com uma viagem no tempo, através da exposição de veículos antigos. Em 2014, a 10ª FetransRio ocupou uma área de 35 mil metros quadrados, em três pavilhões do Riocentro, com 73 expositores.

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Durante o 5º Etransport, José Carlos Reis Lavouras recebeu a medalha Educatio et Labor, conferida, pelo Senai, in memorian, a seu pai, o empresário José Alves Lavouras

Especial Etransport1ª FetransRio

1ª FetransRio

CAPA | BRT PREMIADO

BRT Rio vence o

UITP Awards

2015

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O BRT da cidade do Rio de Janei-ro foi reconhecido por sua contribui-ção para a renovação do sistema de transporte municipal. O projeto ca-rioca venceu o UITP Awards 2015, na categoria "Estratégia de Transpor-te Público", e recebeu o prêmio no dia 10 de junho, em Milão, na Itália, durante cerimônia realizada no 61º Congresso Mundial da UITP (União Internacional do Transporte Públi-co), que aconteceu entre 8 e 10 de junho. O prêmio destaca os projetos inovadores, desenvolvidos nos dois últimos anos em cidades e regiões ao redor do mundo, que contribuam para o setor de transporte público e que atendam à proposta da UITP de duplicar o mercado de transporte em todo o mundo até 2025 (PTX2).

O trabalho vencedor, intitulado “Reformulando a demanda do Rio de Janeiro com uma rede de BRTs”, foi elaborado pela Fetranspor, em parceria com a área técnica do Rio Ônibus e com o Consórcio Opera-

cional BRT, e representou a cidade carioca, concorrendo com 200 tra-balhos apresentados por cidades de 40 países. Foi o único da América Latina entre os 25 fi nalistas, de seis categorias.

"Rio mais unido"“Receber este prêmio demons-

tra o quanto o BRT é transformador na vida dos cariocas. Estamos or-gulhosos e vamos continuar avan-çando em mobilidade urbana para melhorar a qualidade de vida da população, integrando as regiões da cidade. Queremos um Rio cada vez mais unido”, afi rma o prefeito Eduardo Paes.

O presidente do Consórcio Ope-racional BRT, Jorge Dias, também destacou a efi ciência do novo sis-tema de mobilidade da cidade. “As metrópoles precisam investir em infraestrutura de transporte públi-co, e a rápida expansão dos BRTs no Rio de Janeiro é uma prova de

“Receber este prêmio

demonstra o quanto o

BRT é transformador

na vida dos cariocas.

Estamos orgulhosos

e vamos continuar

avançando em

mobilidade urbana

para melhorar a

qualidade de vida da

população, integrando

as regiões da cidade.

Queremos um Rio

cada vez mais unido”

Eduardo Paes,prefeito do Rio

Alain Flausch, secretário geral da UITP; Richele Cabral, diretora de Mobilidade Urbana da Fetranspor; Lélis Teixeira, presidente da Fetranspor, e Peter Hendy, presidente da UITP

sua capacidade de planejamento e realização. Em pouco tempo, o Rio terá mais de 150 quilômetros de corredores exclusivos”.

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22

CAPA | BRT PREMIADO

O Programa Diálogo Jovem sobre Mobilidade (DJ), da Fetranspor Social, também se destacou no UITP Awar-ds 2015, na categoria "Y4PT Health Awards”. Ao concorrer com outros 24 projetos, o DJ foi um dos cinco fi nalistas e recebeu uma Menção Honrosa. Esta categoria da premia-ção tem como objetivo identifi car os programas sobre mobilidade urbana, realizados e/ou dirigidos por jovens, como forma de contribuir para o de-senvolvimento de uma sociedade mais saudável.

Na solenidade de premiação, três jovens participantes do DJ – Victoria

Diálogo Jovem sobre Mobilidade recebe Menção Honrosa na categoria Y4PT Health Awards

Marco históricoPara o presidente executivo da

Fetranspor, Lélis Teixeira, que es-teve em Milão para o Congresso e para receber o prêmio, a proje-ção internacional desse trabalho não tem parâmetro na história do transporte do Estado do Rio de Ja-neiro. "É um fato que constitui um marco na história da Federação. Nossa preocupação é transformar nossas cidades em locais mais amistosos e efi cientes, e nossos cidadãos em pessoas com mais

qualidade de vida. Ver isso ganhar visibilidade internacional é maravi-lhoso”, afi rmou.

Para a diretora de Mobilidade Ur-bana da Fetranspor, Richele Cabral, que também esteve presente à sole-nidade, "esta premiação tem um sig-nifi cado de enorme importância, não só para a Fetranspor e Rio Ônibus, mas para o poder público e toda a população do Rio de Janeiro. Mostra que, apesar das difi culdades do dia a dia, numa metrópole como a nossa, estamos no caminho certo".

"Nossa preocupação é

transformar nossas cidades

em locais mais amistosos

e efi cientes, e nossos

cidadãos em pessoas

com mais qualidade de

vida. Ver isso ganhar

visibilidade internacional é

maravilhoso”

Lélis Teixeira, presidente da Fetranspor

Fábio, Vitória, Márcia Vaz e Wanderson recebem a Menção Honrosa pelo DJ, em nome da Fetranspor

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Evento do DJ no 16º Etransport,

em 2014, com a presença

do jornalista Edimilson Ávila

Roza (19 anos), Wanderson Lucas (16 anos) e Fábio da Silva (28 anos) – representaram o programa. A dele-gação embarcou no dia 4 e fi cou em Milão até o dia 16 de junho. Durante esse período, dividiu, através de pos-tagens na página do Programa no Facebook (www.facebook.com/Dia-logoJovem), momentos da viagem, locais que conheceram, entrevistas etc. Cada passo do DJ foi devidamen-te compartilhado no Face, em tempo real, e pode ser conferido pelos segui-dores da página. A gerente de Res-ponsabilidade Social da Fetranspor, Márcia Vaz, também esteve presente à cerimônia do UITP Awards.

Sobre o programaO DJ foi idealizado pela área de

Responsabilidade Social da Fetrans-por, em 2012, diante da necessidade de se ouvir a voz dos jovens de di-ferentes áreas do Estado do Rio de Janeiro. O objetivo é dar à juventude

a oportunidade de dialogar e relatar experiências através de uma visão positiva do sistema de transporte. O principal desafi o do DJ é deixar emer-gir o que de fato esses jovens querem saber sobre mobilidade urbana, e per-mitir que eles opinem e contribuam para o que pode ser transformado. Os jovens integrantes do Programa vêm de universidades, empresas operado-ras do sistema de transporte do Esta-do, escolas e colégios da rede pública de ensino e há também os busólogos, que são admiradores de ônibus.

O pontapé inicial do DJ foi dado durante o 15º Etransport (Congres-so sobre Transporte de Passageiros), em 2014, no Riocentro, realizado pela Fetranspor. De lá para cá, o Programa ganhou novos integran-tes e importância dentro do siste-ma. Diversos encontros foram pro-movidos ao longo desses quase três anos, e vários produtos já foram gerados a partir das discussões do grupo, como a página no Facebook, o "Jornal Diálogo Jovem", vídeos, projetos, estratégias, etc.

NOTA DA REDAÇÃOA Revista Ônibus dá

destaque ao BRT, nesta

edição (matéria na página

26), mostrando algumas

de suas características e as

vantagens em optar por esse

modal de transporte, razões

determinantes para a vitória

no UITP Awards.

Arthur Moura

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24

CAPA | BRT PREMIADO

Jovens brasileiros em Milão, Genebra e Lisboa

e não faz paradas nas estações onde não tem passageiros, pois utiliza um sensor que identifi ca a movimenta-ção de pessoas.

No dia 8 de junho, os jovens acom-panharam a cerimônia de abertura do Congresso, participaram de palestras sobre planejamento urbano integra-do ao transporte público e visitaram a Feira, onde produziram conteúdo para o vídeo participativo Diálogo Jovem. Durante os três dias de evento, eles tiveram a oportunidade de fazer en-trevistas com especialistas e represen-tantes dos sistemas de transportes da América Latina e do mundo, entre eles, Lélis Teixeira, presidente da Fetranspor, que falou sobre as novas tecnologias e os desafi os da mobilidade urbana na cidade do Rio. Conversaram também com alguns moradores de Milão, so-bre a importância da consciência e do exercício da cidadania no transporte público da cidade.

Genebra e LisboaApós alguns dias em Milão, Vic-

toria, Fabio e Wanderson foram para Genebra, na Suíça, e depois para Lisboa, em Portugal, para continuar as gravações do “Jornal Diálogo Jo-vem” e do vídeo participativo. Eles conheceram o Museu Internacional da Cruz Vermelha, em Genebra, onde estátuas ativistas representam as pessoas do mundo que não têm voz e são afetadas por guerras ou proble-mas. "Uma das vertentes do Diálogo Jovem é a possibilidade de dar voz aquele que quer fazer a diferença, porque acreditamos que o diálogo constrói, e não apenas isso; acredita-mos que o diálogo mantém de pé a vontade de construirmos juntos um mundo melhor", escreveram em sua página no Facebook.

Na capital suíça, o grupo entre-vistou a jornalista Ana Paula, que mora em Genebra há 11 anos. Ela contou como funciona o transporte público da cidade e falou da impor-tância da cidadania e consciência, uma vez que os ônibus não dispõem de cobrador.

Já no dia da chegada em Milão, 5 de junho, os representantes do DJ no Congresso e na premiação, Victo-ria Roza, Fabio da Silva e Wanderson Nogueira, visitaram Porta Nuova, um bairro que foi requalifi cado para aten-der às necessidades das pessoas que utilizam o transporte público e daque-las que andam a pé ou de bicicleta. No dia seguinte, eles conversaram com outros jovens integrantes do Y4PT sobre os desafi os do transporte público nas cidades onde moram, e os projetos e programas de que partici-pam. Também estiveram em Duomo, principal centro turístico de Milão, para conhecer como se dá a integra-ção entre os modais de transporte da cidade.

No domingo, 7 de junho, os três jovens visitaram uma nova linha de metrô, em Milão, com algumas pecu-liaridades: não há condutor, graças ao sistema de condução automatizada,

DJ no 16º Etransport

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O que os jovens do DJ acharam do transporte europeu

"O que mais me impressionou foi o sistema político de Genebra,

na Suíça. Lá, além de os partidos se revezarem no poder, cada

questão que interfere no dia a dia da sociedade é decidida por uma consulta direta à população. Por

exemplo, se a tarifa do transporte público vai aumentar, a população

vota. Mas a relação é sempre muito transparente, o empresário avisa quais vão ser os impactos de

um reajuste cancelado. O povo sabe que as empresas não vão

poder investir tanto se a tarifa não for recalculada e que isso pode

impactar na qualidade do serviço"Fabio da Silva

"Nos locais que visitamos, as cidades não são feitas para os

veículos, e sim para as pessoas. No sistema de mobilidade

urbana, o carro é que tem que ser incomodado e o privilégio

é do pedestre. Na Suíça, por exemplo, eles mantêm o bonde no Centro; não fi zeram igual ao

Rio, que tinha bonde, destruiu e agora vai construir o VLT. Os

diferentes meios de transporte se complementam conforme a

necessidade. Agora, o VLT suíço tem um projeto de expansão que

vai até a França. Com 3,8 euros, você vai poder sair de Genebra e

ir para outro país de VLT"Victoria Roza

"Me chamou a atenção a integração e a cordialidade

das pessoas. Já é um hábito, antes de as pessoas entrarem

em um trem, esperarem os outros passageiros saírem.

Muitos que andam de ônibus nem sentam nos bancos,

porque vão saltar num trajeto mais curto. Não vi

engarrafamento, e os ônibus e carros convivem muito bem com as bicicletas. Até porque os próprios ciclistas são muito

educados e responsáveis, fazem sinal com as mãos toda vez que vão virar à esquerda

ou à direita"Wanderson Nogueira

MOBILIDADE INTELIGENTE

26

BRT, metrô, trem, barcas, ônibus convencionais, VLT, BRS e, também, bonde, teleférico, vans... São mui-tos os modais e sistemas de trans-porte que operam ou irão operar na capital carioca e na Região Metro-politana do Estado do Rio de Janei-ro (RMRJ). Diferentemente de anos atrás, quando cada modal traba-lhava de forma isolada, sem se in-tegrarem, sem comunicação entre si, a regra hoje é completamente oposta. A construção de uma rede integrada tem sido a base de todos os planejamentos que envolvem a malha viária do sistema de trans-porte no Estado do Rio.

A busca por soluções em mobili-dade para a integração e o desenvol-vimento da RMRJ já está carimbada na agenda do governo estadual,

BRT x demais modais:o melhor é unir e integrarSistema de transporte do Rio ganha nova confi guração graças aos corredores expressos

de várias prefeituras e da iniciativa privada. A conveniência da integra-ção gera comodidade ao passagei-ro, bem como facilita a opção pelo transporte público.

Um novo e efi ciente modeloNão há dúvida de que o BRT im-

pulsionou a busca pela integração

A construção de uma

rede integrada tem

sido a base de todos

os planejamentos que

envolvem a malha viária

do sistema de transporte

no Estado do Rio

Fotos: Arthur Moura

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total do sistema e está mudando para melhor a mobilidade no Rio. Os BRTs, que já contam com os ônibus convencionais, em linhas alimentadoras, levando os clientes até as estações, estarão conectados entre si dentro dos corredores, e aos serviços de trens, que, por sua vez, também estão ligados aos ônibus convencionais e ao metrô, já inte-grado aos ônibus e trens e futura-mente ao VLT, a ser interligado aos ônibus convencionais, BRT, barcas, trens, metrô, teleférico e ao Aero-porto Santos Dumont.

Enfi m, a malha viária do trans-porte no Estado está ganhando nova confi guração, unindo defi ni-

tivamente sistemas mais antigos a um novo e efi ciente modelo que já é realidade pelo mundo afora, o BRT. A última atualização do BRTdata.org mostra que mais de 32 milhões de passageiros, em 193 cidades, são benefi ciados diariamente por 5.987 quilômetros de corredores dedicados. O Brasil ocupa posição de destaque, sendo o país cujos cor-redores atendem ao maior número de pessoas: 11,9 milhões todos os dias. Vale lembrar que fomos os pio-neiros nesse sistema, com o BRT de Curitiba, nos anos 1970, embora só recentemente tenhamos concentra-do esforços na construção de novos corredores.

Implementação maisbarata e rápida

A favor da opção por esses corredores exclusivos para ôni-bus articulados contam diversos atributos: rápida implementação, custo de implantação e operação relativamente baixo, se compara-do a outros modais de transporte, graças à tecnologia 100% nacional e ao espaço exclusivo para opera-ção, o que permite maior veloci-dade e regularidade; menos tem-po de viagem e mais segurança e conforto para os usuários, além da alta capacidade de transporte de passageiros. Ou seja: em todas as etapas, desde o projeto básico à implantação e operação, esse sis-tema é muito vantajoso.

O Brasil ocupa posição

de destaque, sendo o

país cujos corredores

atendem ao maior

número de pessoas:

11,9 milhões todos os

dias

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MOBILIDADE INTELIGENTE

Colocando na ponta do lápis, com um investimento de R$ 220 milhões nas cidades acima de 500 mil habi-tantes, é possível criar e operar 20 quilômetros de via exclusiva para o transporte público e seis terminais de integração. A velocidade operacional seria de 20 km/h a 35 km/h nos cor-redores preferenciais, e o número de passageiros benefi ciados, em torno de 300 mil, com ganhos de 26 minu-tos por dia, por pessoa. Em resumo, para 40 cidades desse porte com dois eixos de corredores BRT, é possível melhorar signifi cativamente a vida de 12 milhões de passageiros, com investimentos públicos de R$ 5,6 bi-lhões e privados de R$ 3,2 bilhões.

Gera emprego emovimenta a economia

Outro fator que pesa na balança a favor do BRT está na sua participação direta e indireta na economia brasilei-ra, pelo fato de o setor de transportes por ônibus gerar muitos postos de trabalho em toda a sua cadeia, seja

na operação das empresas ou mesmo na fabricação de veículos, quando comparado aos modais sobre trilhos. Os veículos que circulam nos metrôs e trens do Brasil, em sua maioria, são fabricados em outros países, como a China, e os ônibus, tanto os conven-cionais, dos sistemas alimentadores, como os articulados, dos BRTs, são de fabricação nacional.

Os sistemas BRT também têm demonstrado potencial para redu-

zir drasticamente as emissões de CO2, uma vez que, para sua cor-reta implantação, é realizada uma otimização das rotas existentes. Exemplo do seu impacto na mu-dança do clima é a operação do Metrobús (BRT da Cidade do Mé-xico), que, com a inauguração de sua quarta linha, em 2012, está re-duzindo 110 mil toneladas de CO2 emitidas por ano. No município do Rio também já é possível me-dir esse impacto a partir dos dois corredores em operação, Transoes-te e Transcarioca, que começaram a funcionar, respectivamente, em 2012 e 2014. Ambos são responsá-veis pela redução de 38% do CO2 emitido na atmosfera.

Nas matérias a seguir, apresen-tamos um resumo dos principais modais em operação – BRT, metrô, trem e barcas –, destacando suas po-tencialidades, projetos futuros e seu papel nessa nova confi guração da malha viária de transporte da cidade do Rio e da RMRJ.

Os sistemas BRT

também têm

demonstrado

potencial para reduzir

drasticamente as

emissões de CO2, uma

vez que, para sua

correta implantação,

são otimizadas as

rotas existentes

O projeto BRT + Verde consiste no uso experimental de um combustível ecológico e 100% renovável, a base de cana-de-açúcar. Hoje, funciona em parte da frota de ônibus articulados do BRT Transcarioca

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o futuro do transporte chegou

Corredores expressos cariocas irão transportar 1,1 milhão de passageiros por dia

Desde o anúncio de que a Olimpíada e a Copa do Mundo aconte-ceriam no Brasil em 2016 e 2014, respectivamente, a cidade do Rio de Janeiro deu início a uma intensa transformação em seu sistema de trans-porte público. Diversas obras de infraestrutura, alterações no trânsito e no sistema de circulação dos ônibus começaram a ocorrer, viabilizadas pelo maior volume, até então visto na história da cidade, de recursos liberados para investimento em mobilidade.

O novo marco da mobilidade do Rio de Janeiro surge em junho de 2012, com o princípio da operação do corredor BRT (Bus Rapid Transit), por meio do Transoeste, o primeiro de quatro sistemas de BRT planejados para a cidade, apresentado como o grande legado dos Jogos para a mo-bilidade da população carioca. Nesse momento foi introduzida uma nova era de corredores exclusivos para ônibus articulados, que vêm provocando inúmeras mudanças por onde cruzam.

O BRT Transcarioca atende 305 mil passagieros por dia, mas deve chegar a 320 mil

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MOBILIDADE INTELIGENTE

TransoesteLigando o Terminal Alvorada,

na Barra da Tijuca, a Santa Cruz e Campo Grande, o Transoeste possui, atualmente, 55 estações e quatro terminais. São 56 quilômetros de corredores, sendo 48 quilômetros em faixas segregadas e oito em vias de tráfego misto. Mais de 230 mil pes-soas são atendidas diariamente pelo sistema. Ainda falta finalizar o últi-mo trecho do corredor, que ligará o Terminal Alvorada à Linha 4 do Me-trô, na estação do Jardim Oceânico, previsto para estar pronto e em ope-ração em 2016. Quando isso ocorrer, o Transoeste terá 63 quilômetros de extensão, 62 estações, quatro termi-nais de BRT e uma frota adicional de 165 articulados.

O corredor Transoeste trouxe, logo no começo das operações, uma diminuição de quase 40% do tempo do trajeto, que antes du-rava cerca de duas horas e meia, entre o Terminal Alvorada e os

bairros de Santa Cruz e Campo Grande. Atualmente esse percurso já é percorrido na metade do tem-po. Dentre todas as grandes obras de infraestrutura necessárias para início das atividades do sistema, o túnel da Grota Funda foi um dos maiores responsáveis por essa contribuição, pondo fim aos con-gestionamentos diários caracte-rísticos daquela região da Zona Oeste do Rio de Janeiro, principal-mente da Serra do Engenho Velho, por onde cruzava a antiga Estrada do Catonho.

TranscariocaO segundo grande corredor a

entrar em operação foi o Transcario-ca, inaugurado em junho de 2014, às vésperas da Copa do Mundo do Brasil, ligando o terminal Alvorada ao Aeroporto Internacional Antônio Carlos Jobim, na Ilha do Governador, e beneficiando 305 mil passageiros por dia, com a expectativa de atingir

O Transcarioca liga o Terminal Alvorada ao Aeroporto InternacionalAntônio Carlos Jobim

O BRT Transoeste foi o primeiro a ser implantado e hoje atende mais de 230 mil pessoas por dia

320 mil passageiros. São 47 estações e três terminais, espalhados por 39 quilômetros, que interligam, no total, 27 bairros da cidade, diminuindo o tempo original de viagem em 60%. Ao todo foi investido R$ 1.833,60 bi-lhão na via.

Só os dois corredores, Transo-este e Transcarioca, são respon-sáveis pela redução de 38% do CO2 emitido na atmosfera do Rio de Janeiro. São 326 veículos atu-almente, operando nos dois corre-dores, sendo 287 ônibus articula-dos e 38 do tipo Padron. Segundo pesquisa do Datafolha, realizada entre março e abril deste ano, eles juntos atendem mais de 430 mil passageiros por dia (esse número, hoje, já ultrapassa 500 mil), e al-cançam a satisfação de 74% dos usuários.

Fotos: Arthur Moura

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TransolímpicaEm 2016, será entregue o terceiro

corredor, o Transolímpica, que vai ligar Deodoro ao Recreio dos Bandeirantes, e cujas obras seguem em ritmo avan-çado. Ao longo de 26 quilômetros de extensão, o corredor contará com 17 estações, quatro terminais e dois tú-neis, um deles atravessando o Maciço da Pedra Branca, e reduzirá o tempo de viagem de duas horas e meia para 30 minutos, com a operação de 50 articulados.

A previsão é de que transpor-te 60 mil pessoas diariamente, passando por importantes bair-ros, como Jacarepaguá, Curicica, Taquara, Boiúna, Sulacap, Maga-lhães Bastos e Vila Militar. O futuro corredor, que deve ser concluído em 2016, vai se integrar aos já existentes, Transoeste e Transcario-

ca, e com a malha ferroviária, em Deodoro. O investimento estimado é de R$ 1,6 bilhão.

TransbrasilJá o quarto corredor, o Transbrasil,

ligará Deodoro ao Centro do Rio, ao longo de 31 quilômetros, 24 estações e quatro terminais. Será a via segre-gada com maior impacto na cidade, com capacidade para transportar 500 mil pessoas, por dia, em 400 ônibus articulados. As obras da primeira eta-pa vão de Deodoro até o Caju, totali-zando 23 quilômetros. A previsão de entrega é para após os Jogos Olím-picos do Rio. O valor do contrato da Transbrasil fi cou em R$ 1,416 bilhão.

Diferentemente dos outros cor-redores, o Transbrasil funcionará em duas faixas por sentido, diminuindo o número de ônibus. Fará ligação com outros modais (trens, metrô e o VLT),

além de conexões com o Transcario-ca e o Transolímpica. Quando o BRT Transbrasil estiver totalmente pronto, contará com os terminais Deodoro, Trevo das Margaridas, Trevo das Mis-sões e Centro, e fechará o anel viário de 160 quilômetros, composto pelos quatro corredores, que juntos irão operar uma frota de 900 ônibus arti-culados.

Todos os corredores do BRT são conectados a linhas alimentadoras que fazem os trajetos internos dos bairros da cidade por onde passam, além de possuírem pontos de inter-seção entre si, interligando todo o sistema BRT, e com outros modais do sistema de transporte, conectando-se em uma grande malha de transporte.

Mais 10 corredoresTambém já foi proposta a

implementação de outros dez corredores expressos na Região Metropolitana do Estado do Rio de Janeiro, sendo oito sistemas de BRTs, para integrar as cidades próximas da capital. Os novos corredores beneficiarão mais de 5 milhões de pessoas, ao custo de R$ 3,6 bilhões. De acordo com o projeto, serão implantados na Via

O planejamento e controle operacional dos BRTs do Rio estão concentrados no CCO (Centro de Controle Operacional),

na Barra da Tijuca

O Transolímpica deve

ser concluído em

2016 e vai se integrar

ao Transoeste, ao

Transcarioca e à

malha ferroviária

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MOBILIDADE INTELIGENTE

Dutra (no trecho da Baixada); na Via Light (rodovia que liga Nova Iguaçu à Pavuna); na Rio-Petró-polis; na Transbaixada (via que seria construída entre Caxias e Belford Roxo); na BR-101 (Niterói--Manilha); nas rodovias RJ 104 e RJ 106 (que dão acesso à Região dos Lagos); entre Niterói e Alcân-tara; e ainda as faixas exclusivas na Ponte Rio-Niterói e no Arco Metropolitano.

A Fetranspor defende a im-plantação dos BRTs ao longo das rodovias RJ-104 (Rio-Manilha) e RJ-106 (Amaral Peixoto), em vez da Linha 3 do metrô, que ligará Niterói a São Gonçalo, como é o desejo do governo do Estado. Com o valor do projeto do metrô, R$ 3 bilhões, é possível construir os oito BRTs planejados para a Região Metropolitana.

Se concluídos todos os pro-jetos de corredores expressos do Estado do Rio de Janeiro até 2018, como é o plano, mais de 60% da população da Região Metropolitana estarão se loco-movendo com transporte de mas-sa em quatro anos. Além disso, análises estimam que, até 2018, investimentos em transportes proporcionarão queda de 7% de monóxido de carbono, 20% de gases hidrocarbonetos, 7,5% de NOX, 22% de material particu-lado e 5% de gás carbônico. Al-guém tem dúvida de que os cor-redores expressos são o futuro da mobilidade urbana?

Rede integrada de

tansporte Região

Metropolitana em 2016

33

MOBILIDADE INTELIGENTE

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Olhando para trás, vemos como foi rápida a implantação do sistema do Metrô no Rio de Janeiro. Era uma iniciativa inadiável, pois o transporte por ônibus, já naquela época, vinha cumprindo um papel para o qual não estava designado, o de transporte de massa. Assim, já nos primeiros dez dias de operação, em março de 1979, o Me-trô transportava mais de 1 milhão de pessoas, numa média diária de 60 mil clientes. O modal começou contando com 4,3 quilômetros de trilhos, ligando cinco pontos próximos da cidade.

A Linha 1 opera, hoje, em 20 es-tações, que vão de Ipanema (General Osório) até a Tijuca (Uruguai), pas-sando por três só em Copacabana; depois Botafogo, Flamengo, Largo do Machado, Catete, Glória; seguindo para o Centro, com cinco estações, entre elas Cinelândia e Central; mais à frente Estácio, de transbordo, com destino fi nal na Tijuca, onde funcio-nam quatro estações, começando na Afonso Pena e terminando na Uru-guai. Já a Linha 2, cuja operação co-mercial foi iniciada em 1984, leva os clientes até a Pavuna, extremo Norte da cidade. Atualmente, conta com 26 estações, que vão de Botafogo à Pa-vuna, passando pelo Centro, por São Cristóvão, Maria da Graça, Inhaúma, Vicente de Carvalho, Irajá, Acari, entre outros bairros cariocas.

Vem aí a Linha 4Em 2014, foram iniciadas as

obras da Linha 4, que ligará Ipanema à Barra da Tijuca. A inauguração está prevista para julho de 2016, após pe-

Modal pretende chegar a 1,7 milhão de passageiros transportados por dia

ríodo de testes. Com a nova linha, o passageiro poderá utilizar todo o sis-tema metroviário da cidade com uma única tarifa. Serão seis estações (Jar-dim Oceânico, São Conrado, Gávea, Antero de Quental, Jardim de Alah, Nossa Senhora da Paz) e aproximada-mente 16 quilômetros de extensão. A projeção é de que será possível ir da Barra a Ipanema em 15 minutos, e da Barra ao Centro em 34 minutos.

Além das linhas formais, ope-radas sobre trilhos, o Metrô con-ta com integrações para facilitar a vida dos passageiros. Estão em funcionamento os trechos: Barra Expresso via General Osório; Bar-ra Expresso via Nova América/Del Castilho; Expresso Jacarepaguá (via Nova América/Del Castilho e

A Linha 4 deverá

transportar mais de

300 mil pessoas por

dia, retirando das

ruas cerca de 2 mil

veículos por hora/pico.

Com a nova linha, o

passageiro poderá

utilizar todo o sistema

metroviário da cidade

com uma única tarifa

Arthur Moura

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830 mil passageiros por dia

Curicica; Integração SuperVia, feita com o Bilhete Único e dando aces-so a 100 estações da SuperVia ao longo de 13 municípios da Região Metropolitana do Rio; Integração Expresso, realizada com 12 linhas de ônibus ligando estações de me-trô aos bairros Andaraí, Vila Isabel, Grajaú, Muda, Méier, Cosme Velho, Urca, bem como Fundão e Rodoviá-ria; e Integração Intermunicipal, do metrô com os trens. E ainda o Metrô

na Superfície, nas linhas Ipanema – Gávea e Botafogo – Gávea, que se estendem por bairros importantes da Zona Sul, como Humaitá, Jardim Botânico, Ipanema e Leblon.

Desde 2009, quando o MetrôRio passou para a nova gestão, já foi in-vestido R$ 1,15 bilhão no sistema. Atualmente, possui 42 quilômetros de extensão, 36 estações e transpor-ta cerca de 830 mil passageiros por dia útil, contando com uma frota de

64 trens. Para 2016, com a Linha 4, a previsão é de que a rede seja amplia-da para 57 quilômetros, 42 estações, 64 trens, recebendo gradativamente 300 mil novos passageiros/dia, e re-tirando das ruas cerca de 2 mil veí-culos por hora/pico. Entretanto, com a chegada de novos trens até o final do próximo ano, a expectativa é de que o número total de passageiros transportados por dia possa chegar a 1,7 milhão.

As obras da Linha 4 foram iniciadas em 2014 e estarão concluídas em 2016

Arthur Moura

Divulgação / Katarine Almeida

36

MOBILIDADE INTELIGENTE

O primeiro trecho da ferrovia Estrada de Ferro Dom Pedro II, pos-teriormente chamada de Estrada de Ferro Central do Brasil (EFCB), uniu o Centro do Rio ao atual município de Queimados, compreendendo um total de 47,5 quilômetros, e abran-gendo as estações Central do Brasil, Engenho Novo e Cascadura, na ci-dade do Rio de Janeiro, e os atuais municípios de Nova Iguaçu, Quei-mados e Japeri.

Algumas transformações tecno-lógicas, como a adoção, em 1937, da eletricidade para o funciona-mento dos trens, antes a vapor, co-

Investimentos em novos trens, infraestrutura e estações irão ampliar capacidade

laboraram para o avanço da acessi-bilidade e da mobilidade da época, e permitiram que sua relevância se estendesse até hoje. Atualmente, esse sistema passa por 11 municí-pios da Região Metropolitana (Du-que de Caxias, Nova Iguaçu, Niló-polis, Mesquita, Queimados, São João de Meriti, Belford Roxo, Japeri, Magé, Paracambi e Guapimirim), ao longo de 270 quilômetros de vias férreas. São 102 estações, distribu-ídas em oito ramais, para atender a grande demanda de deslocamentos, como casa-trabalho-estudo-casa, e suas crescentes exigências.

620 mil passageiros por dia

Atualmente, esse

sistema passa por

11 municípios da

Região Metropolitana

(Duque de Caxias,

Nova Iguaçu, Nilópolis,

Mesquita, Queimados,

São João de Meriti,

Belford Roxo, Japeri,

Magé, Paracambi e

Guapimirim)

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Em 1998, a SuperVia, adminis-tradora do serviço de trens urbanos da Região Metropolitana do Rio de Janeiro, transportava, em média, 156 mil passageiros por dia. Em janeiro de 2011, esse número passou para 490 mil e, atualmente, a média diária é de 620 mil passageiros por dia útil.

Revitalização do sistemaHá quatro anos sob nova gestão,

a empresa investe na revitalização do sistema ferroviário fl uminense. Inicialmente, foram previstos R$ 2,4 bilhões, em parceria com o governo do Estado do Rio de Janeiro, dividi-dos igualmente entre as partes. A SuperVia realizou um novo aporte, de R$ 900 milhões, e praticamente duplicou sua parte no acordo, o que signifi ca a aplicação de R$ 2,1 bi-lhões no sistema até 2020.

As melhorias incluem compra de trens, investimento em infraestrutu-ra, reforço na sinalização, reforma de estações, entre outras medidas, que já receberam investimento de cerca de R$ 1 bilhão. Também estão sendo implementados novos planejamen-tos operacionais em todos os ramais, com redução dos intervalos, aumen-to da oferta de lugares e criação de novas linhas; tudo em busca de mais agilidade e conforto para as viagens.

Em março deste ano, a SuperVia realizou sua primeira pesquisa de 2015, para medir o Índice de Quali-dade do Serviço (IQS), e obteve nota 6,1 de seus passageiros, o que re-presenta aumento de 0,8 ponto em relação à primeira pesquisa, datada do mesmo período do ano passado. As perguntas abordaram o sistema ferroviário como um todo, passando

por atendimento, limpeza, operação e infraestrutura.

A integração entre modais, uma das práticas que define a mobilidade urbana sustentável, é realizada com o MetrôRio através de cinco estações; com o sistema BRT, em seis estações; e com as bicicletas, já que os ciclistas con-tam com bicicletários instalados em seis estações.

A integração é

realizada com o

MetrôRio através de

cinco estações; com o

sistema BRT, em seis

estações; e com as

bicicletas

Fotos: Arthur Moura

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MOBILIDADE INTELIGENTE

Sistema aquaviário do Rio tem a quarta maior operação do mundo

O sistema de transporte aquaviário do Rio, operado pela iniciativa privada desde 1998 (antes pelo consórcio Barcas S/A e, a partir de 2012, pelo CCR Bar-cas), tem a quarta maior operação do mundo, e conta, atualmente, com cinco estações (Praça XV, Praça Arariboia, Cocotá, Paquetá e Charitas) e três pontos de atracação, na região Sul, servindo Ilha Grande, Mangaratiba e Angra dos Reis. Sua frota é composta por 24 embarcações (15 catamarãs e nove barcas tradicionais), que percorrem 640 mil quilômetros navegados por ano, transpor-tando, em média, 110 mil passageiros por dia, em seis linhas: Praça XV – Praça Arariboia, Praça XV – Charitas, Praça XV – Paquetá, Praça XV – Cocotá, Ilha Grande – Mangaratiba e Ilha Grande – Angra dos Reis.

110 mil passageiros por dia

39

Entre as melhorias recentes do sistema, estão: aquisição de quatro catamarãs (Harpia, Falcão, Fênix e Águia) refrigerados e velozes, e a en-trega, no fi nal de 2014, da primeira fase da nova Estação Praça Arariboia, em Niterói, com salão de embarque refrigerado, além do sistema de re-frigeração no túnel de embarque da Estação Charitas e nos salões de em-barque da Estação Praça XV.

Em março passado, o catamarã Pão de Açúcar, primeiro dos sete no-vos adquiridos pelo governo do Es-tado do Rio para reforçar a frota que atua na linha Rio-Niterói, entrou em operação. Totalmente refrigerado, comporta 2 mil passageiros e está equipado com espaço para cadeiran-tes e bicicletários. Embarcação se-melhante, a Corcovado, que também vai atender o trajeto Rio-Niterói, está prestes a entrar em funcionamento.

Integração com o VLTOutras sete barcas (Copacaba-

na, Parque da Cidade, Forte Santa

Cruz, Ilha Grande, Angra dos Reis, Itacoatiara e Arariboia), adquiridas da China, serão integradas à frota até o início de 2016. Com elas, ao todo, o investimento soma aproxi-madamente 300 milhões de reais. As travessias do Cocotá, na Ilha do Governador, e de Charitas, em Nite-rói, para a Praça XV, no Centro do Rio, também serão contempladas com duas novas embarcações, que estão sendo construídas em um es-taleiro no Ceará e têm capacidade para 500 pessoas.

Do ponto de vista da integra-ção intermodal, as barcas têm papel fundamental, principalmente para os moradores da região Leste Flumi-nense que trabalham ou estudam na capital. Até 2016, os passageiros po-derão fazer integração com o VLT nas imediações da Praça XV. Outra novi-dade será a expansão das estações do metrô. A concessionária anunciou, recentemente, o plano de ampliação dos serviços, que contempla a implan-tação de uma estação próxima ao

terminal hidroviário, proporcionando a integração com as barcas e os ca-tamarãs.

A conexão das barcas com o sistema de ônibus fi ca a cargo das linhas regulares. Atualmente, usuários de ambos os modais po-dem fazer integração utilizando os cartões eletrônicos da família RioCard. Os ônibus seguem para as zonas Sul e Norte, assim como para o subúrbio e municípios da Baixada Fluminense, e trafegam por tradicionais ruas do Centro da cidade, como as avenidas Rio Bran-co e Primeiro de Março.

Com a inauguração do BRT Trans-brasil, o passageiro terá mais uma opção de ligação entre a Praça XV e os bairros que permeiam a tradicional via carioca, também por meio de in-tegração com as linhas regulares. En-quanto isso, a CCR Barcas trabalha na ampliação da estação Arariboia, bem como na reforma dos atracadouros, para receberem as novas sete embar-cações adquiridas da China.

A conexão das barcas

com o sistema de ônibus

fi ca a cargo das linhas

regulares. Atualmente,

usuários de ambos os

modais podem fazer

integração utilizando os

cartões eletrônicos da

família RioCard

Fotos: Arthur Moura

PESQUISA

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Pesquisa realizada pelo Datafo-lha, entre os dias 25 de março e 12 de abril de 2015, por solicitação do Consórcio BRT, mostrou que 74% dos passageiros do BRT aprovam o servi-ço e que, para 90% dos pesquisados, a principal vantagem de utilização do sistema é a rapidez da viagem.

Os usuários dos BRTs Transcarioca e Transoeste foram entrevistados nos horários de 5h as 10h e de 16h as 21h, em dias de meio de uma semana típica e em um fim de semana. Foram feitas 3.621 entrevistas, em 34 esta-ções, sendo 2.239 no corredor Trans-carioca (21 estações) e as restantes 1.382 no Transoeste (13 estações).

Perfil do passageiroO passageiro do sistema BRT é

jovem, tem em média 34 anos, com predominância do sexo masculino (59%), escolaridade de nível médio (52%) e renda familiar entre dois e cinco salários mínimos. A grande

BRT: testado e aprovado

Pesquisa Datafolha mostra satisfação de 74% dos usuários do sistema

74%

maioria (90%) faz parte da popula-ção economicamente ativa e utiliza o sistema de forma bastante frequente – 70% disseram usar durante cinco ou mais dias na semana, e o trajeto principal é para ida e volta do traba-lho (73%).

A pesquisa avaliou o tempo mé-dio gasto com o percurso do ponto de origem até a estação de BRT. Verificou que 61% dos usuários levam até meia

Passageiros do BRT do Rio são jovens, economicamente ativos e com nível de escolaridade médio

são do sexo masculino

escolaridade de nível médio

utilizam o BRT durante 5 dias na

semana

hora nesse trajeto e que 59% fazem a viagem de BRT em até 30 minutos. Em ambos os casos, os passageiros do corredor Transcarioca despendem menos tempo do que os do Transoes-te.

Vantagens x desvantagensPara 86% dos pesquisados

(90% do Transcarioca e 81% do Transoeste), a maior vantagem de

59% 52% 70%

10 4020 50 60 70

34anos

» Texto: Tânia Mara

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PRINCIPAL VANTAGEMMOTIVO

TEMPO DE VIAGEMTRABALHO

cipantes da pesquisa. Desses, 53% costumam recarregar o seu próprio cartão e 43% delegam a outra pes-soa. A maneira mais comum de re-carga do cartão RioCard é nas bilhe-terias das estações e terminais.

A superlotação dos ônibus, principal problema apontado pela pesquisa, é fruto exatamente da grande adesão que teve o siste-ma BRT. Por oferecer viagens mais rápidas e veículos modernos e se-guros, os corredores rapidamente tornaram-se preferidos por gran-de parcela da população, gerando excesso de demanda que, segundo recentes declarações do secretário municipal de Transportes, Rafael Picciani, deverá ser absorvida par-cialmente pelos novos BRTs, com funcionamento previsto para o ano que vem: o Transbrasil (Deodoro – Centro) e o Transolímpico (Deodo-ro – Recreio). O consórcio BRT, por sua vez, já informou à população o iminente reforço da frota com mais 25 veículos.

Problemas e soluçõesUma questão não contemplada

na pesquisa vem causando grandes prejuízos ao consórcio encarregado

de operar o sistema, além de contri-buir para a superlotação. Vândalos invadem as estações e quebram vi-dros e catracas, e muitos embarcam sem pagar a passagem, arriscando--se para entrar nos ônibus sem pas-sar pelas roletas, conforme a mídia vem mostrando. Os empresários cha-mam a atenção para a necessidade de se aumentar a segurança nas es-tações e seus entornos.

Apesar desses problemas, os índices de adesão e de aprovação mostram que o BRT é uma solução que já deu certo. Problemas iniciais ocorrem na implantação de vários sistemas, conforme declarou re-centemente o presidente da Ebarq Brasil, Antônio Lindau: “um dos grandes problemas do BRT são as primeiras linhas. Elas são parte de uma rede que não começa toda ao mesmo tempo. Então, esses ajustes são naturais. Isso aconteceu em to-dos os BRTs inaugurados no plane-ta”, afirmou.

Em 10 de junho último, traba-lho sobre o BRT do Rio, assinado por Fetranspor, Rio Ônibus e Con-sórcio BRT, foi vencedor do “UITP Awards 2015” (matéria de capa desta edição).

Tempo médio das viagens é de meia hora. Rapidez dos deslocamentos é a principal vantagem

Ida e volta para o trabalho é motivo de viagem para 73%

A grande maioria nunca enfrentou problemas com a

viagem

utilização do BRT é a rapidez dos deslocamentos. Já a maior desvan-tagem, apontada por 69%, é a falta de comodidade, principalmente por causa da superlotação. Dentre os entrevistados, 80% afirmaram que nunca enfrentaram problemas em suas viagens. Dos 20% que disseram ter encontrado alguma dificuldade, a predominância (23%) foi com rela-ção à catraca.

Dentre os itens mais bem avalia-dos estão a rapidez, a educação dos motoristas, a qualidade dos veículos, sua limpeza e conservação. Quanto aos pontos fracos, foram apontados o número de ônibus, o tempo de espera e a segurança em relação a assaltos e acidentes.

A média de entrevistados que utilizam a internet é alta – 80%. O número de pessoas que já acessa-ram o site do BRT, porém, é ainda pequeno (16%), mas a avaliação é positiva. Os percentuais de uso das redes sociais são de 85% para Face-book, 83% para WhatsApp e 27% para Twitter.

Utilização do RioCardDeclararam possuir algum cartão

do sistema RioCard 96% dos parti-

84%73% 80%

TECNOLOGIA

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O Bilhete Único (BU), ferramenta que proporcionou o sistema de in-tegração tarifária entre os diversos modais de transporte na cidade do Rio de Janeiro e Região Metropo-litana, garantindo o deslocamento em mais de uma condução por tarifa inferior à soma das cobradas sepa-radamente em cada viagem, entrou em seu sexto ano de funcionamento.

Só em 2014, as vantagens do BU benefi ciaram 2,8 milhões de pessoas, mais do que a metade dos cartões eletrônicos em uso no trans-porte de passageiros do Estado do Rio de Janeiro, cujo total foi de 4,2 milhões. Dos usuários benefi ciados

Bilhete Único:a ferramenta da integraçãoMais da metade dos cartões eletrônicos usados no Rio são do tipo BU

com o BU, 1,77 milhão utilizaram o BU Intermunicipal, para trajetos en-tre os 20 municípios do Grande Rio, enquanto 787 mil usufruíram da tari-fa integrada por meio do BU Carioca, para percursos dentro da capital. No fi m do ano, o número de cartões ati-vos atingiu 2,5 milhões de unidades, representando acréscimo de 12,2% à quantidade registrada em 2013.

Aumento da capilaridadeNa versão Intermunicipal, o Bilhe-

te Único é usado nos ônibus e trens; na Carioca, nesses dois modais e tam-bém no metrô, barcas e vans regula-rizadas. Durante 2014, o número de

viagens integradas graças à utilização do BU somou 766,9 milhões, com au-mento de 7,2% em relação ao valor computado no ano anterior. O BU In-termunicipal viabilizou 500,6 milhões dessas viagens.

O crescimento foi consequência do aumento da capilaridade dos canais de distribuição da empresa. Além das 23 lojas próprias, essa rede de comercialização é formada por quase 1,5 mil pontos de venda e de recarga e 155 máquinas de autosser-viço instaladas em lugares de gran-de movimento de pessoas, inclusive em estações das Barcas e dos BRT Transoeste e Transcarioca.

As lojas da RioCard Cartões fi -zeram 7,5 milhões de atendimentos no ano, enquanto a Central de Rela-cionamento atendeu mais de 1,5 mi-lhão de ligações telefônicas. A venda e o atendimento a pessoas jurídicas, realizados de forma diferenciada e oferecendo suporte aos clientes para a compra pela internet, também cumprem papel fundamental para a expansão do BU e demais cartões RioCard.

Maior procura por moedeirosAs transações com o uso dos

cartões RioCard no Estado atingiram

Foto

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Mo

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43

o número de 1,6 bilhão em 2014 – um acréscimo de 5,4% ao volume do ano anterior. Quando se fala na expansão dos cartões em 2014, o destaque fica por conta da procura pelos moedeiros (Expresso e BU), que viabilizaram a realização de 365 milhões de transações – 14% acima do que as efetuadas em 2013. Esses moedeiros são usados por profissio-nais autônomos, estudantes e outros clientes sem vínculos com o benefí-cio do Vale-Transporte.

A base de usuários do VT cres-ceu 4,8% em 2014, como resul-

ANÚNCIO

tado de campanhas de vendas e ações comerciais da RioCard Cartões. Com isso, a participação do Vale-Transporte no mercado de trabalho do Estado chegou a 67%. A empresa encerrou o ano de 2014 com uma base de clientes formada por mais de 188 mil em-presas e 2,2 milhões de usuários de vale-transporte, contabilizados todos os tipos de produtos – en-tre eles, Vale-Transporte Conven-cional, Vale-Transporte Rápido e Bilhete Único (BU) nas versões Intermunicipal, Carioca e Niterói.

44

TECNOLOGIA

Em 2011 a utilização do sistema biométrico para identificar a digi-tal dos usuários da gratuidade do transporte público por ônibus pas-sou a fazer parte do cotidiano de algumas cidades do Estado do Rio de Janeiro. Itaboraí foi a primeira a adotar a tecnologia, e gradativa-mente, a partir de 2013, Niterói, São Gonçalo, Maricá e Cachoeira de Macacu começa-ram a se adequar a este novo siste-ma. Para preparar a população para a biometria, o Setrerj (Sindicato das Empresas de Transportes Rodo-viários do Estado do Rio de Janeiro), cuja área de atuação abrange todos esses municípios, realizou investi-mentos voltados para a orientação e treinamento dos clientes, trabalho que continua até hoje.

O Sindicato já mantinha um posto de atendimento para clientes da Gra-tuidade, no Terminal João Goulart, em Niterói, em parceria com a Prefeitura Municipal de Niterói e a RioCard: a Sala Setrerj – Espaço Cidadão. Com a adoção do novo sistema, foram rea-

Biometria: ensinando a usarSetrerj investe no atendimento e orientação dos usuários do sistema biométrico

lizadas algumas mudanças neste es-paço para transformá-lo também em um posto de recadastramento, onde os clientes da Gratuidade podem fa-zer seu registro para passar a utilizar a biometria. “São nove módulos aco-plados, com ar-refrigerado, computa-dores de alta resolução e modernos equipamentos de coleta de digitais que seguem padrão internacional”,

explica Bruno Ribeiro, coordenador de Gratuidades do Setrerj.

Pela regiãoNo final de junho passado, foi

inaugurado mais um posto de aten-dimento aos clientes da Gratuidade, no centro de Itaboraí, que também está equipado com o sistema bio-métrico para o cadastro de mora-

dores da região e adjacências. O bair-ro de Alcântara, em Niterói, foi outro local que recebeu, em maio, um posto de cadastramento e recadastramento, situado na galeria do mercado ataca-dista Assaí, área de grande circulação de pessoas. Em ape-nas um dia, o posto

» Texto: Juliana Marques

Foto

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Os idosos costumam ter mais difi-culdades. “É muito comum o usuário colocar o dedo todo no leitor (finger), embora a digital esteja na sua pon-ta. Esta deve ser posicionada entre as duas luzes indicadoras do finger e, então, deslizada ao longo do equi-pamento, lentamente. É um aparelho simples, com uma leitura muito efi-ciente”, explica Leonardo de Souza Silva de Oliveira, atendente do posto de recadastramento. José Osório Viei-ra, um dos usuários do sistema, pro-curou o posto devido aos frequentes problemas encontrados na identifica-ção da sua digital, e refez o procedi-mento conforme a nova orientação. “Isso está acontecendo há algum tempo. Não sei se é a digital ou o equipamento, e ainda existem algu-mas interferências, como o movimen-to do ônibus. Estou satisfeito com as instruções e vou continuar tentando. Se eu sentir necessidade, voltarei”, disse.

Um dos procedimentos adota-dos pelo atendimento é justamente orientar o usuário a procurar o posto, caso encontre qualquer dificuldade na leitura das digitais pelo finger ou

qualquer problema no cartão. Se a leitura não estiver sendo realizada, a obrigatoriedade do uso da biometria será cancelada temporariamente, e o cartão RioCard Gratuidade irá libe-rar a passagem do usuário, bastando para isso aproximá-lo do validador. O cliente deverá testar o procedimento para a leitura das digitais após dois meses, no mesmo local, e caso a si-tuação permaneça, o prazo de libe-ração da catraca pelo uso apenas do RioCard será prorrogado. Mas, caso o problema se repita mais vezes, a libe-ração com o uso do RioCard poderá ser permanente; contudo, somente mediante rigorosa avaliação.

Pelo terminalA orientação é, de fato, um pro-

cesso contínuo. Uma equipe forma-da pelo Setrerj e pela RioCard se divide, diariamente, entre as baias do Terminal João Goulart e do Ter-minal de São Gonçalo, para auxi-liar os usuários da biometria no momento do embarque nos coleti-vos. Trata-se do programa “Viagem Assistida”, que orienta os clientes que ainda têm alguma dificuldade

chegou a receber 600 clientes.

Até agora, foram 254.290 usuários que tiveram seus cartões de gratuidade cadas-trados para o sistema de biometria, somados os cinco municípios da região (dados atualizados em março deste ano). São 26.759 em Itaboraí, 19.727 em Ma-ricá, 88.899 em Niterói, 113.695 em São Gonçalo, e 5.210 em Cachoeira de Macacu. Estes números represen-taram grande queda no uso indevido do benefício. E todos os usuários, an-tes mesmo de sair do local, realizam um teste prático – parte fundamental do processo, que ajuda a evitar pro-blemas de utilização como, por exem-plo, na leitura das digitais.

As primeiras orientaçõesNo Espaço Cidadão, no Terminal

João Goulart, o cliente faz a primei-ra via do cartão, momento em que são analisados os seus documen-tos, tirada a foto, coletada a digital e impresso o RioCard; tudo rápido e simples. Já no posto de recadas-tramento, onde também funciona o módulo para atendimento das gratuidades especiais, a linha de processo envolve, além das triagens e da coleta das impressões digitais, a orientação final, uma espécie de treinamento prático para o uso da biometria.

Cerca de 250 mil usuários

de gratuidade já foram

cadastrados no sistema de

biometria do Setrerj

46

TECNOLOGIA

com o fi nger ou para identifi car o dedo pedido pelo equipamento, entre outras. Segundo Bruno Ribei-ro, o “Viagem Assistida” começou dentro das garagens e foi levado para os terminais com o objetivo de atender um número maior de passageiros.

“Os estudantes ainda têm algu-mas dúvidas, e os idosos costumam demonstrar difi culdades em identifi -car o dedo solicitado pelo validador e passá-lo pelo fi nger. Quando há algum problema no cartão, indica-mos o local que deve ser procura-do”, explica Daniel Mello, atendente da chamada “Viagem Assistida”, Os benefi ciários que passam por lá também contam com um simulador para treinamento, cuja estrutura foi montada em parceria com o Gru-po Rio Ita. Ivonete da Cunha Lima,

despachante da Rio Ita – unidade BR, integra a equipe que ensina aos clientes com difi culdades a técnica para passar o dedo corretamente. “O usuário faz como de costume. Depois explico por que a leitura não está sendo feita. A mão tem de estar aberta, conforme aponta o validador, e escolhendo o dedo indicado, basta posicioná-lo entre as luzes do fi nger e deslizá-lo, levemente. Na maioria das vezes, a digital está ótima, o pro-blema consiste em como passá-la”, conclui a despachante.

“São nove módulos

acoplados, com ar-

refrigerado, computadores

de alta resolução e

modernos equipamentos

de coleta de digitais

que seguem padrão

internacional” (sobre o

posto de recadastramento

do Terminal João Goulart)Bruno Ribeiro, coordenador de

Gratuidades do Setrerj

“Não sei se é a digital

ou o equipamento, e

ainda existem algumas

interferências, como o

movimento do ônibus.

Estou satisfeito com as

instruções e vou continuar

tentando. Se eu sentir

necessidade, voltarei”

José Osório Vieira,usuário da biometria

EVENTO

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A cidade de Santos foi palco do 20° Congresso Brasileiro de Transporte e Trânsito e da 9ª edição da INTRANS (Exposição Internacional de Transpor-te), realizados entre os dias 23 e 26 de junho, pela ANTP (Associação Nacio-nal dos Transportes Públicos), que con-taram com a participação de políticos, representantes de instituições públicas e privadas ligadas à mobilidade urba-na e especialistas em transporte. Fo-ram 39 sessões temáticas, conduzidas por 140 palestrantes e moderadores, que colocaram em discussão os pro-blemas e soluções da mobilidade urba-na no Brasil. Ao lado das conferências, abriu-se espaço para 164 Comunica-ções Técnicas, que abordaram enorme gama de assuntos, experiências e estu-dos de caso.

Congresso da ANTP discute a mobilidade urbana no Brasil

Bicicletas, novas tecnologias, sistemas de comunicação, fi nanciamento, tarifas, sustentabilidade e gestão metropolitana foram alguns dos temas debatidos

Na solenidade de abertura, o pre-sidente da ANTP, Ailton Brasiliense, ressaltou os objetivos do Congresso ao destacar o papel da instituição: “Quando pensamos a ANTP, quería-mos reunir organismos federais, esta-duais e municipais, as universidades, as empresas públicas, os fabricantes de equipamentos ferroviários e ro-doviários, num único objetivo, que é qualifi car a vida urbana por meio do transporte”.

Também presente à cerimônia de abertura, o prefeito de Santos, Paulo Alexandre Barbosa, citou os investi-mentos feitos em mobilidade na cida-de. “Implantamos wi-fi em 100% da frota de ônibus urbano, e 52% já es-tão equipados com ar-condicionado. Além disso, temos uma parceria com o governo do Estado para a implan-tação do VLT, sem contar as obras de

melhoria na entrada da cidade, que recebe 12 mil caminhões diariamente em função do porto, o maior da Amé-rica Latina”.

Demanda da populaçãoJá o ministro das Cidades, Gilber-

to Kassab, lembrou as manifestações sociais realizadas em 2013, e falou dos esforços que o governo fede-ral vem fazendo para a melhoria da mobilidade nas cidades brasileiras. “O governo federal e os estados têm investido no transporte público, que é uma das demandas da população brasileira. Somente em Santos, es-tamos com aportes de 1,7 bilhão de reais”, informou.

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, discursou sobre os impactos diretos da mobilida-de urbana na qualidade de vida

» Texto: Renato Siqueira

Autoridades

observam maquete

do VLT de Santos

48

EVENTO

O meio ambientee a mobilidade

Pauta do evento, a sustentabilida-de continua sendo uma das questões de grande interesse para o setor de transporte público, já que é impossí-vel dissociar os problemas ambien-tais da mobilidade urbana. Todos os novos projetos nessa área trazem, obrigatoriamente, medidas e ações voltadas para a redução das emissões de poluentes. Os conceitos de eletro-mobilidade e a adoção de veículos com tecnologias ambientalmente amigáveis vêm sendo trabalhados por especialistas da área.

Em pelo menos dois painéis do Congresso foram discutidos os com-promissos ambientais de várias cida-des e empresas brasileiras. Chega-se à constatação de que, nos últimos anos, o Brasil avançou nesse aspecto, mas ainda precisa percorrer um lon-go caminho em busca da mobilidade sustentável. “Para a substituição de toda a frota serão necessários 22,7 bilhões de reais na aquisição de 108 mil novos veículos”, disse o diretor da Sobratt, Olímpio Álvares. O execu-tivo também apresentou as normas em vigor para que o país cumpra as metas ambientais, como a Lei Federal 12.187/2009, que prevê a redução de 36% até 2020, em relação às emis-sões globais medidas em 2005.

O incentivo à adoção de bici-cletas como meio de transporte, que vem crescendo no País, como forma de diminuir a poluição pro-veniente de veículos automotores e melhorar a qualidade do ar nas cidades, foi outro assunto de des-taque no evento. A expansão das faixas exclusivas, a integração com outros modais, as políticas que de-vem contemplar os equipamentos cicloviários, além de aumentar o alcance de ações já tomadas nos municípios, foram alguns dos as-pectos discutidos. Também foram apresentados exemplos de capitais estrangeiras que podem servir de referência para as cidades brasilei-ras no uso das “magrelas” como modal de transporte.

Os sistemas de BRT são outro exemplo de mobilidade efi ciente e sustentável, e o Brasil vem se desta-cando com seus projetos na Améri-ca Latina, em especial o BRT cario-ca, que foi, inclusive, premiado com o UITP Awards (matéria de capa). O exemplo do Rio de Janeiro, que já opera dois BRTs e está implantando outros dois, bem como o sistema de Belo Horizonte e as perspectivas de implementação desses corredores em várias outras cidades do País, também estiveram em discussão durante o evento.

das pessoas e defendeu que esta deve ser pensada de modo metropolitano. Como forma de proteger o setor de transportes e evitar o aumento do custo para a população, Alckmin pediu enga-jamento de todos os represen-tantes do setor para que não haja reajuste na cobrança de impostos sobre a folha de pagamento das empresas de transportes, como proposto pelo governo federal. “É necessária a união dos entes para que permaneça a alíquota de 2%, de maneira que não haja aumento de tarifa e falta de investimentos no setor”, disse.

Durante os três dias de ativida-des, o Congresso debateu assun-tos referentes aos diversos modais existentes na matriz de mobilidade do país, e discutiu uma série de alternativas para a melhoria dos deslocamentos e também da qua-lidade de vida das pessoas. Foram abordados temas como: bicicletas; novas tecnologias de transporte; sistemas de comunicação que vêm ampliando as possibilidades de uma mobilidade urbana mais inte-ligente; formas de fi nanciamento dos projetos de mobilidade; tarifas; integração entre o plano diretor e o planejamento de transportes e a complexidade da gestão metropo-litana; microrrevoluções urbanas e movimentos sociais; melhor utiliza-ção do solo e um novo modelo de gestão para as cidades e os opera-dores de transporte.

Leonardo Castro, secretário

adjunto de Planejamento Urbano

de Belo Horizonte, fala sobre a

necessidade de integração entre os

planos Diretor e de Mobilidade

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Além das participações através das comunicações téc-nicas, importantes para a disseminação das iniciativas de-senvolvidas no Rio de Janeiro, bem como outras que envol-veram os sindicatos fi liados, a Fetranspor também marcou presença com estande na 9° INTRANS, apresentando alguns de seus projetos.

A diretora da Universidade Corporativa do Transporte (UCT), Ana Rosa Bonilauri, representou o presidente executi-vo da Fetranspor, Lélis Marcos Teixeira, no painel “A qualida-de da gestão construindo um novo paradigma de qualidade de serviços”, e mostrou o trabalho que vem sendo desenvol-vido pela instituição para melhorar a gestão das empresas associadas. “É um trabalho para a sobrevivência do sistema. Precisamos reinventar a gestão, pois vivemos um momento de crise”, afi rmou. Bonilauri apresentou as mudanças que vêm ocorrendo no modelo de operação do sistema de trans-porte da cidade do Rio, como a formação dos consórcios para a obtenção de ganhos na produtividade das empresas.

No último dia do Congresso, o diretor de Marketing e Comunicação da Fetranspor, Paulo Fraga, participou do de-bate sobre as contribuições que o marketing pode oferecer para melhorar o relacionamento entre os agentes do trans-porte público e a sociedade. “Devemos encontrar as solu-ções de mobilidade de modo a atender aos atributos mais demandados pelos clientes”. Além de Fraga, participaram da discussão a coordenadora de Comunicação e Marketing da NTU, Bárbara Renault; os publicitários Lula Vieira e Rodrigo Magalhães, e o diretor de Marketing da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos, Rodrigo Magalhães.

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Novo portal RioCard: acesso a todos os produtos através de um mesmo site

A RioCard lançou, no dia 8 de junho, seu novo portal na internet: www.cartaoriocard.com.br. Agora, todos os produtos da RioCard estão reunidos em um único site, separados por cores e ícones que mostram, com clareza, a qual público se destinam.

São três páginas diferen-tes que podem ser acessa-das através do portal: “Para empresas”, voltada para pessoas jurídicas, apresenta soluções para a gestão de vale-transporte ou outros benefícios para empresas e seus funcionários; “Para você”, que mostra as vanta-gens das integrações inter-modais dos cartões RioCard sem vínculo com uma em-presa, e “Gratuidade”, para idosos, estudantes e pessoas com necessidades especiais

ou benefi ciários de algum tipo de lei de gratuidade de transporte.

Nas opções “Para empre-sas” e “Para você”, é possí-vel fazer consultas sobre des-bloqueio de cartão, valores das tarifas de entrega, linhas para validação da recarga, se o CPF já está cadastrado no Bilhete Único e a abrangên-cia do BU. No primeiro, a em-presa pode também adquirir os Bilhetes Únicos Carioca e Intermunicipal e os Vales--Transporte Convencional e Rápido. No segundo, estão à venda os Bilhetes Únicos Ca-rioca, Intermunicipal e Nite-rói e o RioCard Expresso, que pode ser adquirido para uso próprio da pessoa, ou para algum membro da família. Já no “Gratuidade”, o usuário pode agendar a biometria, obter informações sobre o

Passe Livre Universitário e marcar seu cadastro, bem como solicitar os cartões Rio-Card Escolar, Especial e Sê-nior, Vale Social e Estudante SEEDUC e sua entrega.

O novo portal apresenta um ambiente mais amigável, layout mais limpo e navega-ção prática e intuitiva. Tam-bém traz algumas funciona-lidades para o internauta,

como: atalhos para infor-mações e procedimentos mais utilizados por produto; localizador de lojas RioCard, de acordo com o produto atendido; melhor interface de navegação com design responsivo para computado-res, smartphones e tablets.

Através do portal também é possível acessar a loja virtual:www.lojavirtualriocard.com.

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