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1 Elaboração e gestão de projetos e acordos de cooperação técnica internacional 2011

Caderno de Gestão e Elaboração de Projetos

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Elaboração e gestão de projetos

e acordos de cooperação técnica internacional

2011

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INDICE

Parte 1: Conceitos e definições básicas

Parte 2: Fase de elaboração e gestão de projeto

Estudos e Pesquisas preliminares

Anteprojeto

Elaboração do Projeto

Nome do projeto

Apresentação ou histórico

Cenário do problema

Objetivo

Justificativa

Beneficiários

Cronograma de Execução

Orçamento

Indicadores de desempenho

Gestão do Projeto

Execução

Monitoramento e avaliação

Encerramento

Parte 3: Agência Reguladora e Organismos Internacionais

Agência Brasileira de Cooperação – ABC

Organismos Internacionais

Parte 4: Agências de Fomento e tipos de patrocínio

Lei Federal de Incentivo à Cultura (Lei nº 8.313/91)

Fundo Nacional de Cultura

PETROBRAS

Parte 5: Prestação de contas e órgãos de controle

Prestação de contas

Órgãos de controle

Parte 6: Oficinas de trabalhos e discussão com apresentação de casos práticos

Apresentação de êxito do projeto de restauração, através do Mecenato, e do programa de modernização do Arquivo Nacional, em parceria com a UNESCO.

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Parte 1: Definições e conceitos básicos

Conceito básico

O Projeto é um conjunto de atividades e ações detalhadas, planejadas objetivando a sua implantação, podendo ser de

caráter ambiental, educativo, social, cultural, científico e/ou tecnológico. O projeto considera os mesmos elementos do

programa, mas se acha em nível maior de especificidade. Todo o projeto tem um ciclo de vida, isto é, início, meio e fim.

A Cooperação é a união de instituições com interesses comuns e fim específico, como, por exemplo, a realização de um

projeto ou acordo. Pode ser uma alternativa para viabilizar recursos financeiros, humanos, logísticos e técnicos por

tempo definido. Uma instituição isolada tem certo limite de atuação. A parceria colabora para a ampliação de

possibilidades desse limite, isto é, contribui para a efetivação das metas a serem atingidas somando esforços para

melhores e maiores resultados. Assim, busca no parceiro os recursos e as capacidades que não estão ao seu alcance,

mas que são necessários para atingir seus propósitos.

Definição básica

Os projetos ou acordos de cooperação técnica têm a missão de transformar a situação atual na situação desejada. O

projeto ou acordo deve ser bem elaborado e conter o maior detalhamento possível das atividades propostas, de forma

objetiva e organizada, pois visa expor aos interessados o que se pretende fazer, por que deve fazer e as possibilidades

reais de obter os resultados positivos. Um projeto bem elaborado contribuirá para a sua aprovação e posterior captação.

Existem vários roteiros para a elaboração de projetos. Cada roteiro de elaboração de projetos atenderá às exigências

específicas de cada patrocinador, que pretende conhecer a capacidade real da instituição de elaborar, implantar e

administrar um projeto, bem como de reunir as informações pertinentes e atender às solicitações de maneira precisa.

Neste trabalho procuramos mostrar, de uma forma geral e básica, os princípios elementares necessários à

apresentação e gestão de um projeto e acordo de cooperação técnica, visto que cada agente financiador tem suas

exigências próprias, assim como modelos de apresentação de projetos disponibilizados em seus sites.

Parte 2: Fase de elaboração e gestão de projeto

Distinto de atividade, o projeto ou acordo de cooperação técnica tem início, meio e fim, ou seja, um ciclo de vida com

fases bem definidas. Dentro do ciclo de vida existem duas etapas diferentes, a elaboração e a gestão:

OBJETIVO PROJETO

Elaboração Gestão

Estudo e pesquisa preliminar Execução

Anteprojeto Monitoria e Avaliação

Projeto Encerramento

Estudo e pesquisa preliminar

É o momento em que se estuda e analisa o aspecto a ser tratado no projeto: o problema, a complexidade, a solução e os recursos técnicos e financeiros a serem empregados. Após a apresentação do problema presente no cenário atual, iniciam-se os estudos de forma preliminar, cabendo ao gestor o melhor emprego das ferramentas gerenciais para o alcance do cenário desejado. Começa a ser delineada a complexidade do projeto e quais os agentes necessários a serem empregados. Não existe uma regra clara quanto à complexidade de cada projeto. Na verdade, é uma fase preliminar de levantamento de riscos, na qual se define a estratégia a ser adotada para a elaboração de um anteprojeto.

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Anteprojeto

Após as pesquisas preliminares, já com a visão da missão, damos início ao estudo de viabilidade técnica, financeira, os benefícios, o aspecto legal, o impacto social e econômico e demais pontos julgados necessários. O conhecimento pleno dos estudos acima citados colabora para o melhor entendimento do problema e servirá de base para a posterior elaboração do projeto. O proponente do anteprojeto poderá ter que recorrer a recursos do órgão, e em alguns casos a recursos externos, para a elaboração de um anteprojeto que servirá de base para o projeto. Elaboração do Projeto

Nome do Projeto: É o primeiro passo a definir. Deve estar alinhado com o objetivo ou a missão do projeto. Em

linhas gerais o nome “ideal” do projeto poderá advir do cenário do problema que se deseja alterar, entretanto não é uma regra. É comum o nome inicial dado ao projeto ser alterado após a conclusão do mesmo.

Apresentação ou histórico: Iniciamos o projeto com um histórico da instituição, ou seja, seu surgimento, sua

criação, seus objetivos e área de atuação. Relata-se o desenvolvimento de suas atividades até o período atual para demonstrar aos parceiros que a instituição está preparada para realizar o projeto. Devem ser ressaltadas parcerias anteriores, caso haja, e apoios e financiamentos obtidos em outros projetos, bem como os resultados obtidos, de forma a demonstrar credibilidade, reputação e legitimidade da instituição.

Cenário do problema: É baseado nos aspectos já conhecidos de um cenário atual e em um cenário futuro

desejado. Não existem parâmetros rígidos para esses critérios. É importante o conhecimento do problema

onde o projeto irá atuar e que se pretende modificar. Além do conhecimento pleno do problema, essa etapa

deverá já apontar o público-alvo e os desafios a serem superados. O conhecimento do problema e do público-

alvo colabora para a interpretação do projeto ou do acordo por parte do agente financiador.

Objetivo: É o momento de definir o que se quer realizar. O objetivo demonstra os benefícios que devem ser

alcançados com a implantação do projeto. O objetivo deve ser concreto e viável e deverá ser alcançado através do conjunto de atividades e ações desenvolvidas durante o projeto.

Justificativa: A justificativa descreve as razões pelas quais o projeto deve ser realizado e os aspectos

positivos para os beneficiários.É preciso destacar os problemas que serão abordados, a eficácia das ações

previstas e de que forma contribuirão para transformar a realidade. Nesta etapa é fundamental demonstrar conhecimento amplo do problema, de sua interferência no contexto e da base conceitual com que se vai trabalhar. Também é importante citar dados e experiências que reforcem a justificativa. Entende-se esta etapa como a defesa do projeto.

Beneficiários: É de suma importância a definição clara do público-alvo ou beneficiários a fim de criar métodos

adequados visando atingir os objetivos propostos. Os beneficiários podem ser diretos e/ou indiretos. Os beneficiários diretos podem ser, por exemplo, o usuário que terá melhores serviços prestados. Já os beneficiários indiretos podem ser as instituições que receberão os conhecimentos e prestarão melhores serviços. A verdade é que a definição de diretos e indiretos dependerá da missão do projeto. A definição clara do público-alvo auxiliará na identificação dos indicadores do projeto.

Cronograma de Execução: O cronograma de execução consiste em organizar uma ou mais ações

necessárias para alcançar o objetivo específico. Os objetivos a serem atingidos serão dispostos fisicamente e

financeiramente. As metas a serem atingidas devem ser de linguagem clara para facilitar a visualização da

estratégia e do planejamento a ser adotado, para contribuir na orientação das atividades que estão sendo

desenvolvidas e, mais tarde, para servir como dados de avaliação do que foi previsto e o que foi realizado.

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Execução Física

O cronograma de execução física indica o prazo de realização para cada uma das ações do Projeto.

Como por exemplo:

Execução Financeira

O Cronograma de execução financeira define os gastos por período de tempo. Os gastos deverão

estar alinhados com a execução física, isto é, cada gasto por período deve corresponder à ação

executada.

CRONOGRAMA FINANCEIRO

ATIVIDADES

PERIODO

MÊS 1 MÊS 2 MÊS 3 MÊS 4 MÊS 5 TOTAL

Ação 1 1.000 500 200 0 0 1.700

Ação 2 0 10.000 20.000 0 0 30.000

Ação 3 0 2.000 5.000 10.000 17.000

Ação 4 0 20.000 20.000 15.000 55.000

Ação 5 0 40.000 40.000 80.000

TOTAL 1.000 12.500 45.200 70.000 55.000 183.700

CRONOGRAMA DE ATIVIDADES

ATIVIDADES

PERIODO

MÊS 1 MÊS 2 MÊS 3 MÊS 4 MÊS 5 MÊS 6

Ação 1

Ação 2

Ação 3

Ação 4

Ação 5

Ação 6

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Físico-Financeiro

Também podemos elaborar um único cronograma de execução denominado físico-financeiro, que

agrega as duas informações em uma única planilha. Os cronogramas devem atender às exigências

dos patrocinadores e parceiros.

Orçamento: O orçamento deve ser o mais detalhado possível. É importante detalhar todos os custos

envolvidos por atividades a serem desenvolvidas. Os custos orçamentários serão apresentados, geralmente,

por ano fiscal, demonstrando todos os gastos de forma clara e detalhada. Uma dica é sempre manter a

memória de cálculo para cada componente orçamentário. Por exemplo, na contratação de pessoa jurídica e/ou

física, para obter o custo final se devem calcular todos os impostos inerentes à contratação. Lembrando que os

impostos podem variar por região. Quando se tratar de um projeto de abrangência nacional o cuidado é

redobrado. Um orçamento equivocado é a primeira premissa para o insucesso do projeto ou acordo de

cooperação. Qualquer alteração orçamentária do projeto deverá ser aprovada pelo agente patrocinador. O

gestor terá que, obrigatoriamente, seguir as linhas de orçamento previamente aprovadas. O formato da planilha

orçamentária será determinado pela agência de fomento ou pelo patrocinador do projeto.

Indicador de realização: Os indicadores de realização de projetos são instrumentos indispensáveis para

verificação dos resultados propostos a serem alcançados. Os indicadores variam de acordo com a natureza do

projeto ou acordo de cooperação. Há um constante estudo na procura de indicadores para a correta avaliação

do projeto. É igualmente importante definir os meios de verificação para cada indicador. Dentre vários tipos de

indicadores destacam-se os quantitativos e objetivos, podendo ser mensurados percentualmente ou

numericamente. Outros grupos de indicadores são chamados de qualitativos e subjetivos, de difícil

mensuração.

É uma importante ferramenta de trabalho para os gestores de projetos, pois fornece informação para as

tomadas de decisão, para o planejamento e para a execução do projeto.

Gestão de Projetos

É necessária a formação de uma equipe multidisciplinar das áreas administrativa e técnica para a gestão do projeto. No

caso especifico de órgãos públicos que venham a se habilitar a projetos incentivados ou a acordos de cooperação

técnica, aconselhamos que a equipe ou o grupo de trabalho seja formado por servidores públicos do órgão,

devidamente capacitados a gerir tais projetos. Esse grupo deve, obrigatoriamente, ser formalizado pelo ordenador de

despesa do projeto ou dirigente máximo do órgão, através de uma portaria ou comissão, visando ao acompanhamento

da execução física e financeira do projeto. O grupo acompanhará os trabalhos dos profissionais contratados e

subsidiará a tomada de decisão por parte do ordenador de despesa. Para os acordos de cooperação técnica

internacional, essa equipe também irá monitorar as ações dos organismos internacionais de acordo com o manual de

convergência e da legislação vigente. É importante salientar a importância da manutenção da equipe de trabalho

mesmo após o encerramento do projeto, pois os integrantes ampliam a capacidade instalada da instituição gestora,

podendo colaborar sempre em futuros projetos.

Item Discriminação das

atividades

Quantificação dos serviços por unidade

Valor total Período

R$

Mês 1 Mês 2

% R$ % R$

1 Capacitar 100 1.000 50 500 50 500

2 Eventos 10 2.000 30 600 70 1.400

TOTAL 3.000 1.100 1.900

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Execução: A gestão de projetos diz respeito ao cumprimento de prazos e compromissos previamente

estabelecidos na concepção do projeto. Cabe ao gestor manter o que foi traçado na matriz de concepção do

projeto e definir o caminho mais adequado para a plena execução do conjunto de atividades propostas. O

gestor do projeto será a pessoa responsável pelos procedimentos a serem adotados na busca dos resultados

relativos à proposta aprovada pelos agentes financiadores e parceiros. O gerenciamento ou gestão, seguindo o

dicionário Aurélio, é o ato ou efeito de gerenciar, exercer as funções de gerente. A participação da equipe nas

fases de gerenciamento do projeto é de suma importância, pois descentraliza as ações e não engessa o

projeto. Entretanto, a tomada de decisão será exclusiva do responsável pelo gerenciamento do projeto.

O planejamento também deverá ser participativo, pois isso facilita o acompanhamento e monitoramento

realizados pela equipe, além de permitir que a equipe colabore com a tomada de decisão do coordenador ou

ordenador de despesa do projeto. O correto planejamento proporcionará a rápida identificação de um problema e do desejo de solucioná-lo,

devendo ser discutido com a equipe o redirecionamento de estratégias, quando necessário. Por isso, a

elaboração correta do projeto será decisiva na fase de gestão e planejamento. Podemos considerar, como

exemplo, que possíveis equívocos na elaboração do orçamento podem implicar não só a não aprovação do

projeto, como também tornar inviável sua gestão.

Assim, é importante que o gestor participe da elaboração do projeto, pois na fase de gerenciamento e

planejamento terá pleno conhecimento das ferramentas necessárias e do problema a ser solucionado visando

à execução plena do projeto no período desejado e com os recursos aportados.

Monitoramento e avaliação: O processo de monitoramento e avaliação será de forma constante e periódica.

O monitoramento será realizado pela equipe de trabalho interna, através das ferramentas gerenciais

adequadas e dispostas no projeto. A equipe acompanhará a partir do planejamento toda a execução das

atividades físicas e financeiras. Para a atividade de avaliação o mais aconselhável é a contratação de

consultores externos não vinculados à instituição, mas a equipe de trabalho interna deverá participar também

de todo o processo de avaliação, juntamente com os consultores externos.

O plano de avaliação passará por distintas etapas, variando sempre de acordo com o agente financiador ou

organismo internacional parceiro. Usualmente, utilizam-se avaliações de resultado, de conteúdo, de processo e

de impacto:

Avaliação de resultado: analisa o cumprimento dos objetivos e metas no tempo planejado.

Avaliação de conteúdo: analisa a produção de documentos a partir do projeto, tais como publicações,

tratados, etc.

Avaliação de processo: analisa a forma de condução do projeto, isto é, o gerenciamento do projeto.

Avaliação de impacto: analisa os efeitos na sociedade criados a partir da execução do projeto.

Encerramento: É a última fase do projeto, quando daremos inicio à elaboração do relatório final com

abordagem técnica e administrativa. A abordagem técnica, em linhas gerais, apresentará os resultados

atingidos: análise das atividades, ações empregadas, os indicadores e seus meios de verificação. Se for o

caso, podemos realizar uma apresentação de forma a medir percentualmente o nível de execução técnica e o

impacto socioeconômico. O encerramento do projeto no âmbito administrativo reunirá todos os comprovantes

legais de forma ordenada para a formação de uma prestação de contas administrativa e contábil. No caso de

órgãos públicos o relatório final será apresentado conforme legislação vigente.

Parte 3: Agência Reguladora e Organismos Internacionais

Agência Brasileira de Cooperação – ABC

A Agência Brasileira de Cooperação – ABC faz parte da estrutura do Ministério das Relações Exteriores (MRE) e tem a missão de negociar, coordenar, implementar e acompanhar os programas e projetos brasileiros de cooperação técnica executados com base nos acordos firmados pelo Brasil com outros países e organismos internacionais.

A ABC foi criada em setembro de 1987, por meio do Decreto Nº 94.973, como parte integrante da Fundação Alexandre de Gusmão (FUNAG), vinculada ao Ministério das relações Exteriores (MRE). A criação da Agência Brasileira de Cooperação atendeu a um momento de mudanças fundamentais na orientação dada à cooperação técnica internacional.

A ABC é vinculada ao Ministério das Relações Exteriores – MRE e tem a finalidade de operar programas de cooperação técnica em todas as áreas do conhecimento, entre o Brasil e outros países e organismos internacionais, obedecendo aos critérios da política externa brasileira. Em 1992, teve sua finalidade estendida à gestão dos projetos desenvolvidos

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com organismos internacionais, passando a desenvolver a ação de coordenação junto com o Departamento de Cooperação Científica, Técnica e Tecnológica do Ministério das Relações Exteriores.

Em 1996, a ABC foi integrada à Secretária-Geral do Ministério das Relações Exteriores, por meio do Decreto nº 2070/96, passando a constituir-se em órgão da Administração Direta, com a finalidade de coordenar, negociar, aprovar, acompanhar e avaliar, em âmbito nacional, a cooperação para o desenvolvimento em todas as áreas do conhecimento, recebida de outros países e organismos internacionais e entre o Brasil e países em desenvolvimento.

Há cerca de quarenta anos o Brasil vem trabalhando em parceria com organismos internacionais. Os acordos de cooperação técnica produzem benefícios em importantes setores produtivos da economia brasileira.

A parceria com organismos internacionais consolida a idéia de cooperação que compartilha esforços na consecução dos objetivos finais. Os objetivos dos acordos propostos são avaliados quanto ao seu impacto sobre a sociedade. O que implica aprimorar os mecanismos de negociação, avaliação e gestão dos projetos, a fim de enquadrá-los às prioridades nacionais.

Apresentação de projetos

O instrumento para formulação de um pedido de cooperação técnica é denominado Projeto de Cooperação Técnica (PCT), que se constitui em um referencial para a ABC quanto à análise e ao enquadramento inicial do acordo, assim como para o monitoramento e avaliação desenvolvida. O PCT, como é denominado, deverá conter todas as informações necessárias sobre o trabalho que se pretende desenvolver, começando pela identificação do problema, além das estratégias, objetivos, justificativas e resultados que formarão sua futura execução.

As Propostas de Projeto de Cooperação, ou de Ações Pontuais e Atividades, apresentadas à Agência Brasileira de Cooperação, devem seguir roteiros específicos a cada vertente da Cooperação Técnica Internacional.

Roteiro Básico para Elaboração do Projeto de Cooperação Técnica - PCT

1. Identificação do Projeto 1.1 - Título do projeto: O título adotado deve traduzir, de forma sintética, o tema central do projeto proposto. 1.2 - Duração prevista do projeto: em meses.

1.3 - Fonte externa: Indicar, quando possível, o país ou organismo internacional ao qual se solicita a cooperação externa. 1.4 - Custo estimado: Indicar os recursos externos necessários. 1.5 – Nome da entidade proponente: Indicar o nome, a sigla, o endereço completo, telefone e telefax da entidade proponente do projeto e que se encarregará da execução do mesmo. Fornecer o nome do seu titular e o cargo correspondente, assim como o nome do responsável pela elaboração do projeto e o cargo que ocupa. 1.6 - Entidades co-participantes: Indicar o nome das entidades que desempenharão papel de supervisão ou coordenação institucional, bem como daquelas que participarão do projeto integrando-se às equipes da entidade executora. Indicar também a sigla de cada instituição e a forma de sua participação. 1.7 - Local, data e assinatura do titular: O titular da entidade proponente deve datar a proposta de projeto e apor a sua assinatura no documento. 2 – Justificativa 2.1 - Diagnóstico de situação: O diagnóstico deve identificar o problema ou problemas que o projeto se propõe a solucionar. 2.2 - Situação esperada ao término do projeto: Neste item deve ser apresentada uma explanação de qual será a situação ao término do projeto, supondo-se que o mesmo tenha atingido todos os resultados a que se propunha. Esta descrição deve ser objetiva, quantificando, sempre que possível, aspectos que caracterizem a situação decorrente da execução do projeto. 2.3 - Descrição do projeto: Este item tem por finalidade apresentar uma descrição sucinta do trabalho que se propõe implementar; destacando-se as principais realizações previstas e a estratégia a ser adotada para alcançá-las. A descrição apresentada deve esclarecer quem são os beneficiários dos resultados do projeto, de que forma os seus resultados se reverterão em benefícios para o seu público-alvo e as medidas previstas para ampliar a disseminação dos seus resultados. 2.4 - Quadro institucional: Neste item deve ser indicada a existência de condições locais - institucionais, de infra-estrutura, financeiras e de recursos humanos - que possibilitem a implementação do projeto com uma probabilidade razoável de sucesso. A existência de condições locais para que a instituição executora possa

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continuar atuando de forma autônoma ao término do projeto, no tema em questão, também constitui aspecto importante, a ser abordado e descrito neste item. O papel das instituições locais envolvidas diretamente com a execução do projeto, bem como daquelas participando em nível de coordenação ou de apoio, deve ser descrito. Em especial, devem ser destacadas as políticas e programas de formação de recursos humanos da instituição executora (diretrizes, áreas prioritárias, resultados atingidos) e de fixação das equipes técnicas formadas. 3 - Objetivos e Resultados

3.1 - Objetivo de desenvolvimento: Constitui-se no objetivo maior do projeto. Com a execução do projeto, pretende-se contribuir para o alcance do objetivo de desenvolvimento enunciado sabendo-se, no entanto, que o projeto por si só não tem meios de atingi-lo totalmente. O objetivo de desenvolvimento almejado, setorial ou multissetorial, está relacionado, na maioria dos casos, a mudanças estruturais (por exemplo, reduzir os índices de desnutrição, substituir combustíveis líquidos importados por fontes energéticas nacionais, melhorar as condições de saneamento básico de populações de baixa renda, etc.). 3.2 - Objetivo específico: Constitui-se no objetivo a ser alcançado pelo projeto, exclusivamente em função das atividades implementadas no seu âmbito. É recomendável que o projeto tenha somente um ou dois objetivos específicos. Cuidado especial deve ser dado ao enunciado do objetivo específico do projeto, evitando-se utilizar termos vagos ou ambíguos como promover, estimular, apoiar, fortalecer, desenvolver, melhorar e conscientizar. 3.3 – Resultados: Os resultados constituem o que o projeto, por si mesmo, pode produzir com o fim de alcançar os seus objetivos específicos. São os produtos das atividades realizadas. Tomados em conjunto, eles refletem o grau e a qualidade do cumprimento do plano de trabalho. A cada resultado está relacionado um conjunto de atividades específicas; as metas do projeto e os indicadores de seu alcance são também correlacionados aos resultados. 4 - Plano de Trabalho

A elaboração do Plano de trabalho do projeto de cooperação técnica constitui-se na definição das atividades que necessitam ser executadas, com vistas a se atingir os resultados almejados, e na previsão dos recursos (humanos, materiais, tempo) necessários para implementá-las. A experiência indica que o grau de sucesso na implementação de um projeto está estreitamente relacionado ao planejamento da execução das tarefas envolvidas e à previsão dos meios que serão necessários para executá-las. Dessa forma, a definição realista de atividades, recursos e prazos, é fundamental para o futuro bom andamento do projeto. 4.1 - Indicadores e meios de verificação: Aos Resultados do projeto devem ser relacionados Indicadores que permitam aferir o seu alcance. Os Indicadores selecionados serão adequados se: a) permitirem a quantificação

dos Resultados, esclarecendo quais são as metas propostas pelo projeto; e b) forem objetivamente verificáveis, isto é, permitirem que diferentes observadores cheguem à mesma conclusão. Os Meios de Verificação dos Indicadores também devem ser especificados. 4.2 - cronograma de execução: O Cronograma de Execução do projeto deve indicar os prazos necessários para a execução das Atividades definidas. Um diagrama de barras constitui um instrumento útil e de fácil elaboração para apresentar o cronograma de execução do projeto.

Organismos Internacionais

Em dezembro de 2006, a carteira de projetos da Coordenação Geral de Cooperação Técnica Recebida Multilateral contabilizava 438 projetos em execução.

Fonte Agência Brasileira de Cooperação – ABC

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PNUD – Programa Das Nações Unidas para o Desenvolvimento

Área de atuação: Administração Pública, Política Pública, Meio Ambiente e Desenvolvimento humano. UNESCO - Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura

Área de atuação: Educação; Ciências humanas; Desenvolvimento Cultural ; Comunicação e Informação. UNICEF - Fundo das Nações Unidas para a Infância

Área de atuação: Proteção e Sistema de Garantias; Redução das Disparidades; Políticas Públicas; Cultura pela Cidadania da Criança. IICA - Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura

Área de atuação: Desenvolvimento Rural Sustentável; Recursos Naturais e Produção Agropecuária; etc. FAO - Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação

Área de atuação: Desenvolvimento Agrícola e Rural Sustentável; Segurança Alimentar; Pesca e Florestas OIT - Organização Internacional do Trabalho

Área de atuação: Trabalho e Emprego; Seguridade Social; Combate ao Trabalho Infantil; Segurança e Saúde no Trabalho; Cooperativismo e Associativismo e Organizações trabalhistas independentes. UNV – Programa Voluntário das Nações Unidas

Área de atuação: Programa de voluntariado para o desenvolvimento da paz em todo o mundo. É representado em todo mundo através do PNUD. OIMT – Organização Internacional de Madeiras Tropicais

Área de atuação: Desenvolvimento Florestal Sustentável; Produção, Mercado e Comercialização de Madeira; Indústria Florestal; etc. OEA - Organização dos Estados Americanos

Área de atuação: Desenvolvimento Econômico Sustentável (Desenvolvimento regional, Meio Ambiente e Recursos Hídricos); Educação; Cultura; Ciência e Tecnologia. OEI - Organização dos Estados Ibero-americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura

Área de atuação: Seu âmbito de atuação refere-se à promoção da educação, da ciência, da tecnologia e da cultura no contexto do desenvolvimento, da democracia e da integração regional.

Parte 4: Agências de Fomento e tipos de patrocínio

Lei Federal de Incentivo à Cultura (Lei nº 8.313/91)

O Governo Federal estimula a cultura no país através da Lei Federal de Incentivo à Cultura (Lei nº 8.313/91), também conhecida como Lei Rouanet, e da Lei de audiovisual (Lei nº 8.685/93). Os projetos são encaminhados ao Minc, disponível no site Basicamente, a proposta passa por uma análise técnica e quando aprovada o proponente poderá buscar apoio junto a pessoas físicas e jurídicas. As pessoas de caráter jurídico e físico que venham a apoiar os projetos culturais são denominadas “incentivadores”. Os incentivadores são tributados com base no lucro real, isto é, antes do cálculo do imposto de renda:

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Pessoa física 6% do imposto devido

Pessoa jurídica 4% do imposto devido

O Lucro Real é o lucro tributável, para fins da legislação do imposto de renda, distinto do lucro líquido apurado contabilmente. O abatimento no Imposto de Renda atende o disposto no artigo 26 da Lei 8.313/9, da seguinte forma:

Pessoa Física: - 60% do valor patrocinado; - 80% do valor doado

Pessoa Jurídica: - 30% do valor patrocinado; - 40% do valor doado.

Entretanto, com a Lei 9.874/99 e a Medida Provisória nº 2228-1/2001, a pessoa física ou a empresa “incentivadores” de projetos enquadrados, conforme artigo 18, podem ter a possibilidade de deduzir até 100% do valor doado ou patrocinado, obedecendo aos limites da legislação do imposto de renda vigente. Os segmentos que podem ter os benefícios citados são:

Artes Cênicas;

Livros de valor artístico, literário ou humanístico;

Música erudita ou instrumental;

Exposições de Artes Visuais;

Doações de acervos para bibliotecas públicas, museus, arquivos públicos e cinematecas, treinamento de pessoal e aquisição de equipamentos para manutenção desses acervos;

Produção de obras cinematográficas e videofonográficas de curta e média metragem e preservação e difusão do acervo audiovisual (apenas produções independentes e culturais-educativas de caráter não-comercial, realizadas por empresas de rádio e televisão);

Preservação do patrimônio cultural material e imaterial (só é considerado como patrimônio o bem cultural oficialmente tombado, em esfera federal, estadual ou municipal; processo de tombamento em andamento não é considerado);

Construção e manutenção de salas de cinema e teatro, que poderão funcionar também como centros culturais comunitários, em Municípios com menos de 100.000 (cem mil) habitantes.

Já vimos quem pode apoiar e agora é importante saber quem pode obter apoio, através da Lei de Incentivos Federais a Cultura:

Pessoas físicas da área cultural: artistas, produtores culturais, técnicos da área cultural etc;

Pessoas jurídicas públicas de natureza cultural da administração indireta: autarquias, fundações etc;

Pessoas jurídicas privadas de natureza cultural, com ou sem fins lucrativos (empresas, cooperativas, fundações, ONGs, Organizações Sociais etc).

Os projetos são encaminhados a duas secretarias distintas no Ministério da Cultura. A Secretaria de Incentivo e Fomento à Cultura – SEFIC, abrange como por exemplo as áreas ligadas a teatro, dança, circo, ópera, mímica e congêneres; literatura; música; artes plásticas e gráficas, gravuras e congêneres; cultura popular e artesanato; patrimônio cultural material e imaterial (museu, acervo, obras de restauração, etc.). A outra é a Secretaria de Audiovisual – SAV, que recebe os projetos relativos a filmes de curta e média metragem, festivais nacionais, oficinas, programas de rádio e TV, sites etc. Entretanto, cabe ressaltar que antes de enviar qualquer projeto é importante analisar os critérios e procedimentos estabelecidos pela Comissão Nacional de Incentivos – CNIC.

“A Comissão Nacional de Incentivo à Cultura é um órgão colegiado do Ministério da Cultura, responsável por analisar e opinar sobre as propostas culturais encaminhadas ao MinC com vistas a obter apoio pelo mecanismo de incentivos fiscais previsto na Lei nº 8.313/91 (Lei Rouanet). Como órgão deliberativo, a CNIC reúne-se uma vez ao mês com este propósito, sendo uma das instâncias de análise da proposta.” Outra informação relevante aos gestores de projetos aprovados pela lei Rouanet é a Instrução Normativa nº 01, de 05/10/10, que estabelece novas regras e procedimentos legais para a autorização de captação, apresentação, recebimento, análise, aprovação, execução e acompanhamento de projetos, bem como a prestação de contas dos projetos culturais relativos a incentivos fiscais do Programa Nacional de Apoio à Cultura – PRONAC. Os projetos culturais recebem um número do PRONAC. Este número é a identificação do projeto junto ao MinC. Portanto, tanto na captação, na conta bancária específica, nas despesas, nos comprovantes de recebimento, na

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prestação de contas e nas demais ações estabelecidas o projeto sempre acompanhará o número do PRONAC. A pesquisa no site do MinC, sobre a situação em que se encontra o projeto, também se dá pelo número do PRONAC. Ainda é importante citar que alguns segmentos da sociedade não podem receber apoio da Lei Federal de Incentivo à

Cultura, tais como:

que não tenham finalidade predominantemente cultural;

culturais, cujo acesso seja restrito a certos grupos sociais (ex.: propostos por associações e clubes, voltados para seus associados, restritos aos funcionários de uma empresa etc), ou cujos produtos delas resultantes sejam destinados a coleções particulares. Os produtos culturais devem ter utilização, exibição e circulação públicas, conforme art. 2º da Lei 8.313/1991;

que prevejam a realização de feiras ou exposições de produtos predominantemente comerciais, não-culturais;

que tenham como objeto festas populares fora do calendário oficial tradicional (carnaval fora de época, festa julina e outras), com objetivo nitidamente comercial ou voltadas para público restrito;

de cunho essencialmente religioso, com objetivos proselitistas, ou de auto-ajuda;

de natureza sectária, isto é, vinculadas a seitas;

de ofensa aos direitos de um grupo social, ou com conteúdo que estimule o preconceito;

destinadas à restauração, conservação e/ou manutenção de edificações que não sejam tombadas pelo poder público, em qualquer nível, ou que não tenham valor histórico ou cultural referendado pelo Ministério da Cultura;

destinadas à construção e/ou reforma de edificações sem finalidade cultural;

para construção de espaços culturais ou bens móveis cujo proprietário será pessoa física, ou pessoa jurídica, com finalidade lucrativa;

que tenham como objeto ou que incluam no orçamento a aquisição de imóvel;

que incluam no orçamento a aquisição, por pessoa física, ou por pessoa jurídica com fins lucrativos, de bens de capital, ou seja, aqueles que vão se agregar, em caráter permanente, ao patrimônio do titular da proposta cultural, a não ser que se justifique pelo princípio da economicidade, e que o proponente apresente termo de compromisso declarando a destinação dos bens, para instituição pública ou privada sem fins lucrativos, quando concluído o projeto, declaração de anuência da entidade beneficiada e três orçamentos obtidos no mercado

(ver detalhamento em Apresentação de Propostas Culturais – Incentivo Fiscal);

que não contenham estratégias para promover a ampliação do acesso aos produtos culturais resultantes, e o fortalecimento das cadeias produtivas locais, conforme o artigo 27 do Decreto 5.761/2006.

Abaixo um roteiro básico para elaboração de projetos culturais:

1- Identificação do Projeto: Título - Segmento Cultural - Período de Realização e Local

Título: é o nome do projeto

Segmento Cultural: ex.: dança, circo, música instrumental, museu de rua, artesanato, edição de livros, CDs, etc.,

enquadrando-os no art. 5º da Lei nº.10.846/96. Para definir qual secretaria será enviado o projeto.

Período de realização: datas previstas para o início e o final da execução do projeto

Locais de realização: onde se dará a execução do projeto

2- Identificação do Produtor: Proponente

Pessoa Física: responsável é o dirigente a que assina.

3- Equipe Principal do Projeto

Identificar os componentes da equipe principal do projeto.

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5- Resumo e Justificativa do Projeto

1) Apresentar uma Sinopse do projeto – resumo (máximo 10 linhas) do que propõe realizar o projeto.

2) Justificar a importância do projeto cultural apresentado. Apontando os benefícios que o projeto trará para a produção e difusão de bens e serviços culturais, suas características, inovação qualidade, etc. 6- Objetivos e Metas

Identificar a missão do projeto, apontando os resultados esperados com a sua realização.

7- Estratégia

Descrever os meios e ações que se pretende desenvolver para chegar ao cenário desejado. Apresentar as etapas do projeto e as ações correspondentes com as datas de início e fim previstas para cada uma delas. É o momento de planejar o desenvolvimento do projeto. 8- Contrapartida

A contrapartida do projeto à sociedade. Exemplo é a quantificação de bens culturais permanentes que a sociedade ganha com a aplicação do projeto.

9- Plano Básico de Divulgação

Indicar as peças gráficas ou o veículo de comunicação das peças audiovisuais, com o tamanho ou duração e a quantidade previstas para cada peça. Entende que o concedente, no caso o Governo Federal, e os incentivadores querem publicidade para retorno do investimento no projeto.

10- Orçamento

O orçamento será apresentado em planilha padrão fornecida pelo MinC. Apontar os itens de despesa, com a quantificação de custos, de acordo com as planilhas fornecidas.

11- Financiamento

Identificar as fontes de financiamento do projeto com o valor da participação de cada uma delas e o percentual sobre o total do projeto. Os projetos que produzirem bens ou serviços comercializáveis devem fazer constar a previsão das receitas com a venda de ingressos, CDs, livros, CD-ROMs, etc. 12- Anexos

Devem ser anexados todos os documentos e informações que o proponente considere essenciais para a compreensão e avaliação do projeto.

13- FOLHA – RESUMO

Resumo das metas - Resumo do Orçamento. A regra encontra-se no site do MinC.

A partir dos dados fornecidos pelo Ministério da Cultura apresentamos a participação da Lei Rouanet, desde de 1993:

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Ano Qtde Apres. Qtde Aprov. Qtde Apoio. Vl.Apresentado Vl. Aprovado Vl. Apoiado

1993 19 10 2 18.710.859,88 13.969.236,78 21.212,78

1994 74 91 7 98.228.196,18 114.775.297,55 533.751,57

1995 1.378 69 153 767.885.258,48 96.043.243,26 41.668.264,66

1996 3.773 2.552 624 2.130.370.530,80 1.612.596.208,73 195.030.104,42

1997 7.535 3.011 1.300 3.694.960.473,06 1.528.013.048,41 330.888.156,34

1998 6.559 3.669 1.258 3.005.725.978,41 1.590.098.542,21 310.451.086,40

1999 8.281 3.346 1.221 3.403.419.394,93 1.495.505.214,92 310.877.975,36

2000 6.406 3.174 1.293 2.710.416.568,51 1.382.569.111,80 462.246.538,32

2001 8.392 2.840 1.538 3.350.637.734,78 1.359.242.185,05 514.188.379,33

2002 8.969 4.476 1.527 4.125.303.358,95 2.271.888.163,89 483.186.432,36

2003 7.163 4.222 1.543 3.901.944.691,33 1.937.670.619,59 463.146.242,91

2004 7.637 5.304 2.040 5.034.827.391,28 2.536.717.914,78 594.246.632,39

2005 12.552 6.739 2.474 8.171.275.147,30 3.251.816.189,95 889.271.853,84

2006 9.766 6.997 2.926 6.123.804.470,75 3.489.017.305,99 930.341.742,71

2007 11.971 6.875 3.226 7.685.009.760,74 3.490.987.734,96 1.229.003.015,35

2008 10.811 7.210 3.155 9.193.661.084,41 4.169.773.806,62 1.095.519.508,70

2009 9.016 5.506 3.030 8.884.586.207,14 3.407.468.058,99 1.117.070.823,88

2010 12.923 7.262 3.382 7.573.683.470,71 5.072.864.974,45 1.435.179.688,25

2011 9.219 5.604 1.767 4.149.638.254,58 3.494.973.277,19 477.279.455,28

Fonte site Ministério da Cultura

Fundo Nacional de Cultura - FNC

O Fundo Nacional da Cultura (FNC) é um fundo de recursos públicos destinado exclusivamente à execução de projetos ou ações culturais. O MinC pode conceder este benefício através de programas setoriais realizados por edital por uma de suas secretarias, ou apoiando propostas que, por sua singularidade, não se encaixam em linhas específicas de ação, as chamadas propostas culturais de demanda espontânea.

O processo de seleção de projetos é realizado pela Secretaria de Incentivo e Fomento à Cultura (SEFIC). Os projetos selecionados são celebrados entre as partes na forma de convênio ou de contrato de repasse. As orientações sobre a apresentação de projetos, critérios de seleção, documentos a serem apresentados, podem ser obtidas no Portal de Convênios (SICONV).

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Os recursos do FNC possibilitam ao Ministério da Cultura realizar uma série de ações no âmbito cultural, tais como: concessão de prêmios; apoio para a realização de intercâmbios culturais e outros programas divulgados por edital; apoio para propostas que não se enquadram em programas específicos, mas que têm afinidade com as políticas públicas de relevância.

O FNC financia projetos para a preservação e proteção do patrimônio cultural e histórico brasileiro, até 80% do total do valor do projeto. O restante o proponente deverá inscrever como contrapartida.

PETROBRAS

O Programa Petrobras Cultural (PPC) nasceu em 2003 tendo como objetivo o apoio à cultura nacional. Embora desde a

década de 80 a PETROBRAS venha apoiando projetos de cunho cultural, foi em 2001 que a PETROBRAS lançou o

primeiro edital publico para seleção de projetos. A PETROBRAS foi a maior parceira no Projeto de Restauração do

Conjunto Arquitetônico do Arquivo Nacional.

O PPC, através de seleção pública, se divide em três partes distintas:

Produção e difusão

Preservação e memória

Formação e educação para as artes

O programa Petrobras Cultural é regido pelo Conselho Petrobras Cultural, composto por até cinco representes da

empresa, um do ministério da Cultura e um da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República. Os

projetos recebidos são analisados por uma comissão de seleção externa a Petrobras, renovada anualmente, a convite

do Conselho Petrobras Cultural. O roteiro para elaboração do projeto e o regulamento geral estão dispostos no

endereço www.hotsitespetrobras.com.br/ppc/processo-de-selecao.asp .

Seleção Pública do Programa Petrobras Cultural (verba destinada em milhões)

Ano Valor

2003/2004 45.000.000,0

2004/2005 45.500.000,0

2005/2006 43.400.000,0

2006/2007 62.900.000,0

2007/2008 2.500.000,0

2008/2009 50.500.000,0

2010 61.200.000,0

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FINEP - Financiadora de Estudos e Projetos do Ministério da Ciência e Tecnologia

Tem como objetivo promover o desenvolvimento tecnológico e a inovação no país em consonância com as metas e prioridades pelo governo federal. www.finep.gov.br

CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior do Ministério da Educação

Tem o objetivo de apoiar os cursos de pós-graduação no país e suporte para a qualificação de docentes www.capes.gov.br

CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico

A sua missão é promover o desenvolvimento científico e tecnológico do país e contribuir na formulação de políticas nacionais de ciência e tecnologia.

www.cnpq.br

Parte 5: Prestação de contas e órgãos de controle

Prestação de Contas

Objetivo

O objetivo da prestação de contas é demonstrar a correta aplicação dos recursos recebidos. Não cabe ao gestor apenas afirmar que os recursos recebidos foram bem aplicados ou que não desviou os valores recebidos, é necessário apresentar documentos que comprovem a correta aplicação dos recursos, na forma indicada pela legislação.

Identificar o responsável pela prestação de contas;

Preparar os documentos que devem compor uma prestação de contas;

Identificar o prazo para apresentação da prestação de contas;

Identificar o caminho percorrido pelo processo de prestação de contas após a sua apresentação ao concedente;

Responsável

A elaboração da prestação de contas é sempre responsabilidade do gestor que está em exercício na data definida para sua apresentação, quer ele tenha assinado ou não o termo.

O gestor em exercício é quem elabora prestação de contas. Caso o gestor em exercício não tenha disponíveis os documentos para elaborar a prestação de contas, cabe informar a situação ao concedente para que este providencie a instauração de tomada de contas especial. Cabe também ao gestor propor ações judiciais que possam resguardar o patrimônio público, se assim exigir o caso.

E se o gestor em exercício não fizer nada? Caso o gestor em exercício não adote as medidas adequadas para

resguardar o patrimônio público, ele pode ser responsabilizado solidariamente pelo ressarcimento do prejuízo sofrido

pela Administração. No caso em que o gestor em exercício não prestar contas por falta de documentação, o gestor

anterior será convocado pelo concedente para se justificar. Para evitar esses problemas, cujas conseqüências podem

ser danosas, o gestor anterior precavido deve adotar as seguintes providências:

Page 17: Caderno de Gestão e Elaboração de Projetos

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Elaborar prestação de contas parcial dos recursos utilizados, ainda que o objeto não tenha sido totalmente executado;

Encaminhar a prestação de contas elaborada ao concedente, mesmo que não esteja no prazo previsto;

Guardar cópia do comprovante da entrega em seu arquivo pessoal e no órgão;

Guardar cópia da prestação de contas em seu arquivo pessoal e no órgão;

Transferir por escrito ao novo gestor a guarda dos documentos comprobatórios das despesas realizadas.

O prazo para envio da prestação de contas é definido pelo concedente na fase de celebração, de acordo com as características do objeto. Esse prazo está previsto no termo assinado.

O objetivo da prestação de contas é demonstrar a correta aplicação dos recursos transferidos. Para isso, é necessário que o gestor observe os procedimentos descritos na legislação referentes às fases de proposição, celebração e execução. A prestação de contas deve conter os seguintes documentos:

Relatório de cumprimento do objeto

Informações sobre as ações programadas, previstas no plano de trabalho;

Informações sobre as ações executadas;

Montante de recursos aplicados, em comparação com o previsto no plano de trabalho;

Especificação das origens dos recursos aplicados, por exemplo: contrapartida, recursos federais etc.

Descrição do objeto executado, em comparação com as especificações constantes do plano de trabalho;

Metas e resultados alcançados, em comparação com aqueles constantes do plano de trabalho;

Percentual de alcance das metas e resultados, em relação ao programado no plano de trabalho;

Detalhamento das atividades que ainda estão sendo realizadas para o alcance dos objetivos do programa;

Avaliação da qualidade dos serviços prestados.

Relação de bens adquiridos, produzidos ou construídos

Modalidade e número da licitação que originou a contratação;

Número do processo que originou e fundamento legal da contratação direta, se for o caso;

Número e data de emissão do comprovante fiscal/fatura da contratação;

Especificação do bem adquirido, produzido ou construído;

Quantidade do item especificado;

Valor total dos itens adquiridos;

Número e data do documento comprobatório do recebimento definitivo do bem;

Identificação do responsável pelo recebimento do bem;

Especificação clara da unidade, setor ou local em que o objeto pode ser encontrado;

Declaração de que a especificação e a quantidade dos bens adquiridos estão de acordo com o previsto no plano de trabalho;

Nome e assinatura do responsável pela elaboração do documento.

Page 18: Caderno de Gestão e Elaboração de Projetos

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Relação dos serviços prestados

Modalidade e número da licitação que originou a contratação;

Número do processo e fundamento legal da contratação direta;

Número e data de emissão do comprovante fiscal/fatura da contratação;

Especificação do serviço prestado;

Quantidade do item especificado;

Valor total dos itens contratados;

Número e data do documento comprobatório do recebimento definitivo do serviço;

Identificação do responsável pelo recebimento dos serviços;

Declaração de que a especificação e a quantidade dos serviços contratados estão de acordo com o previsto no plano de trabalho;

Nome e assinatura do responsável pela elaboração do documento.

Relação de pessoas treinadas

Tema do treinamento;

Carga horária;

Período de execução do treinamento;

Quantidade de pessoas treinadas;

Dados pessoais dos treinados (nome, endereço, telefone);

Nome e assinatura do responsável pela elaboração do documento.

Comprovante de recolhimento do saldo de recursos

O saldo de recursos não aplicados na execução do termo pactuado deverá ser devolvido, incluídos os rendimentos decorrentes da aplicação financeira.

O saldo financeiro deve ser devolvido ao órgão ou entidade repassador dos recursos após a apresentação da prestação de contas.

A devolução deve se dar por meio da Guia de Recolhimento que pode ser acessada no site http://www.tesouro.fazenda.gov.br/siafi/index_GRU.asp .

Envio da prestação de contas

A prestação de contas deverá ser encaminhada ao concedente até o prazo máximo previsto no termo pactuado;

Guarde cópia do recibo da remessa de sua prestação de contas e acompanhe o trâmite do processo no órgão repassador. Agindo assim, você se previne contra eventuais extravios ou alegações de que a prestação de contas não foi apresentada.

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Órgãos de Controle

Os principais órgãos de controle governamental, no âmbito federal, para projetos, são o Tribunal de Contas da União

(TCU) e a Controladoria-Geral da União (CGU). Em alguns ministérios ainda existe o setor de Controle Interno (CISET).

TCU – TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

Cabe ao TCU julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos das unidades dos poderes da União e das entidades da administração indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo poder público federal, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte dano ao erário;

CGU – CONTROLADORIA GERAL DA UNIÃO

Compete à CGU assistir direta e imediatamente o Presidente da República no desempenho de suas atribuições quanto aos assuntos e providências que, no âmbito do Poder Executivo, sejam atinentes à defesa do patrimônio público, ao controle interno, à auditoria pública, à correição, à prevenção e ao combate à corrupção, às atividades de ouvidoria e ao incremento da transparência da gestão no âmbito da administração pública federal.

Nos planos dos governos estaduais e municipais atuam os respectivos tribunais de contas, os órgãos de controle

interno e os Ministérios Públicos.

Parte 6: Oficinas de trabalhos e discussão com apresentação de casos práticos

Apresentação de êxito do projeto de restauração, através do Mecenato, e do programa de modernização do Arquivo

Nacional, em parceria com a UNESCO.

FONTES DE PESQUISA:

1. Agência Brasileira de Cooperação ( www.abc.gov.br )

2. Ministério da Cultura ( www.cultura.gov.br )

3. Fundação Getúlio Vargas ( www.fgv.br )

4. Programa Petrobras Cultural - PPC ( www.hotsitespetrobras.com.br/ppc )

5. Tesouro Nacional (www.tesouro.fazenda.gov.br )

6. Tribunal de Contas da União ( www.tcu.gov.br )

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Assessoria de Projetos Especiais do Arquivo Nacional

Márcio Médici Economista Supervisor da Assessoria de Projetos Especiais Gabinete do Diretor-Geral do Arquivo Nacional / Ministério da Justiça e-mail:[email protected] Equipe: Rodolpho RioDoce Jr. Bacharel em Direito e-mail:[email protected] Karina Gomes Augusto de Araújo Bacharel em Relações Internacionais e-mail:[email protected] Kelly Emanuela de Souza e Silva Bacharel em Direito e-mail:[email protected] Daisy Mara Bezerra Secretaria e-mail:[email protected] Contato: Praça da República, 173 – Prédio P Centro – Rio de Janeiro – RJ – 20211-350 Tel/Fax: 21-2179.1278