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CADERNO DE RESUMOS brasilidade Significado de Brasilidade substantivo feminino [Brasil] Característica ou particularidade do que ou de quem é brasileiro; natureza do que ou daquilo que é brasileiro. [Brasil] Sentimento de simpatia e amor pelo Brasil. Etimologia (origem da palavra brasilidade): do topônimo Brasil + i + dade. Definição de Brasilidade Classe gramatical: substantivo feminino Plural: brasilidades Dicionário Online de Português

CADERNO DE RESUMOS - fe.usp.br · A proposta do minicurso é dialogar com os participantes sobre a possibilidade de sequências didáticas, desenvolvidas em aulas da disciplina Língua

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CADERNO DE RESUMOS

brasilidade

Significado de Brasilidade

substantivo feminino

[Brasil] Característica ou particularidade do que ou de quem é brasileiro; natureza do que ou

daquilo que é brasileiro.

[Brasil] Sentimento de simpatia e amor pelo Brasil.

Etimologia (origem da palavra brasilidade): do topônimo Brasil + i + dade.

Definição de Brasilidade

Classe gramatical: substantivo feminino

Plural: brasilidades

Dicionário Online de Português

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MINICURSOS E OFICINAS

ATENÇÃO: ESSAS ATIVIDADES SÃO SIMULTÂNEAS E TÊM LIMITE DE VAGAS.

INSCRIÇÕES NO SITE DA FEUSP

Oficina 1: À DANÇA, O ROMANCE: A PESQUISA ACADÊMICA NA UNIVERSIDADE

Quarta-feira, 29/11, das 19h30 às 22h30, Laboratório 7, bloco B

Marcio Moraes - USP [email protected]

Tema: Dança e literatura. A dança é um elemento cultural, porém, nas pesquisas que se ocupam do

universo literário, é, ainda, um elemento que requer maior aprofundamento por parte dos

pesquisadores, embora, de Gregório de Matos a João Guimarães Rosa, o baile vinque fortemente os

textos da literatura brasileira. Ao permear a narrativa lírica com a dança, os autores congelam o baile

e os fenômenos culturais e sociais a este vinculados; cabe à pesquisa buscar compreender, analisar e

resgatar o sentido do drama bailado no momento no qual este sofre a apropriação pelo discurso

literário. A oficina opera em duas frentes; na primeira, teórica, analisa a função social do baile nas

narrativas de José de Alencar, Senhora, Aluísio Azevedo, Casa de pensão, e Graciliano Ramos, São

Bernardo; na segunda convida o grupo a aprender, na prática, dançando, os ritmos tratados nas

narrativas. Tragam seus pares. O curso estabelece as relações culturais e históricas que permeiam as

práticas sociais nas quais a dança, a música e a literatura se entrelaçam. Demonstrando a presença

dos fenômenos da dança no discurso literário, a oficina objetiva oferecer aos participantes elementos

teóricos e práticos com os quais possam operar na prática docente. A oficina traz a face prática da

tese “O Diabo Pé de Valsa: A Hora e a Vez do Corpo de Baile Ensaios do Baile e da Preguiça”,

defendida na FFLCH-USP.

Palavras-chave: dança – literatura – música – cultura – brasilidades.

Marcio Augusto de Moraes é Doutor em Letras pela FFLCH – USP. Lattes:

http://lattes.cnpq.br/5516401465570748

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Oficina 2: FAST-FOOD DE BRASILIDADES E O TRABALHO COM A LINGUAGEM

Quinta-feira, 30/11, das 19h30 às 22h30, sala 123, bloco B

Valdir Heitor Barzotto - USP

[email protected]

Augusto Ângelo Nascimento Araújo - IFMA

[email protected]

Rafael do Prado

[email protected]

Jobi Espasiani

[email protected]

“Através das estruturas que lhe são próprias, toda língua está necessariamente em

relação com o ´não está´ e o ´nunca estará´ da percepção imediata: nela se inscreve

assim a eficácia omni-histórica da ideologia como tendência incontornável a

representar as origens e os fins últimos, o alhures, o além e o invisível.” (Pêcheux,

1990, p. 8)

Tema: identidades. Propomos um debate a respeito dos nomes genéricos dados a algumas refeições,

apresentadas em sua forma “gourmetizada” ou em seu inverso, na forma de “mais original” ou “de

raiz”. Nossa ideia é a de que quando um objeto, carne de sol, por exemplo, é isolado da cultura, tende

a ser reconhecido por um outro apenas porque recebeu um nome genérico. Essa generalização,

resultado de um trabalho em curto intervalo de tempo, que aliena o produto da produção, aumenta as

possibilidades de aquele objeto, em seu caráter de aparecimento identitário, desaparecer. Através de

um trabalho entre o que está na língua e o que está no abstrato do paladar, nos interessa pensar na

ação de apagamento ou de reforço de alguns traços de um objeto cultural. Essas duas ações, a de

isolamento/apagamento e a de reforço, embora descrevam movimentos diversos, comumente são

apresentadas pela Publicidade pelo sintagma “identidade de um lugar”. Assim, consome-se o

denominado. A partir desse tipo de consumo, não é impossível encontrarmos um falante, que acaba

de sair satisfeito de um restaurante em são Paulo, repetir o enunciado: “acabei de comer a melhor

carne de sol do Nordeste”. Discutimos também a noção de valor-de-troca e de valor-de-uso (Rossi-

Landi, 1985) na economia cultural e linguística presente nas relações de fetiche, como inscrito no

sentimento “comi a melhor carne de sol do Nordeste”.

Palavras-chave: Objeto cultural – Brasilidades – Linguagem.

Valdir Heitor Barzotto é Prof. Livre docente da Faculdade de Educação da USP. Lattes:

http://lattes.cnpq.br/9127475410589664

Augusto Ângelo Nascimento Araújo é doutor em Filologia e Língua Portuguesa, pela FFLCH-USP.

Lattes: http://lattes.cnpq.br/0249454034950188

Rafael do Prado é doutor em Filologia e Língua Portuguesa, pela FFLCH-USP. Lattes:

http://lattes.cnpq.br/5181565434417897

Jobi Espasiani é mestre em Educação pela FEUSP. Lattes: http://lattes.cnpq.br/7945353279069234

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Minicursos

DURAÇÃO: 4 HORAS

DIAS 29 E 30, DAS 19H30 às 21h30

Opção 1: GRAMÁTICA, DISCURSO E SENTIDO:

A (MEDI) AÇÃO DOCENTE NO TRABALHO DISCURSIVO DA GRAMÁTICA NA ESCOLA

Sala 116, bloco B

Jorge Viana de Moraes [email protected]

Voltado para a formação de professores, o minicurso tem por objetivo oferecer algumas estratégias

para a preparação de materiais didáticos que visem a subsidiá-los no trabalho com a gramática em

sala de aula no plano do discurso. Isto é, de orientá-los a se beneficiarem, com algum

aproveitamento, da contribuição dos estudos da Semântica discursiva; da Pragmática, da Análise do

Discurso e dos Funcionalismos, que, sob o enfoque do discurso e da língua em uso, de algum modo,

explicam as questões gramaticais ou os fenômenos linguísticos a partir da dimensão

sociointeracionista da linguagem. O ensino de gramática voltado apenas para a memorização de

nomenclaturas e de regras consideradas de bom uso da linguagem, assim como focado tão-somente

na questão metalinguística é algo que, contemporaneamente, não faz mais nenhum sentido nas aulas

de língua portuguesa. Ao final do minicurso, pretende-se que o participante venha a conhecer

mecanismos que facilitem o ensino da gramática voltado para uma dimensão discursiva e do uso,

construindo materiais didáticos que o auxiliem nesta sua abordagem. Eis os exemplos de alguns

pontos a serem explorados no curso: a importância do uso das orações subordinadas substantivas

subjetivas na modalização do discurso pelo sujeito; o estudo dos verbos de ligação sob o enfoque da

aspectualização, que, conforme sabemos, é uma abordagem (esfera de atuação) discursiva marcada

linguisticamente nos verbos e nos textos. O uso de tempos e modos verbais e a intencionalidade

discursiva: tem/ teria; é/ seria. Como as orações subordinadas substantivas objetivas diretas estão a

serviço e são empregadas, por exemplo, na construção da heterogeneidade mostrada e marcada no

discurso, por meio da citação. Enfim, esses são alguns dentre os vários exemplos de como o trabalho

será direcionado.

Palavras-chave: gramática – discurso – língua – uso – metodologia – ensino – materiais didáticos.

Jorge Viana de Moraes é doutor em Letras pela Universidade de São Paulo. Lattes:

http://lattes.cnpq.br/9123514191429098

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Opção 2: IMPASSES NA ALFABETIZAÇÃO:

TEORIAS, METODOLOGIAS E MATERIAIS

Auditório da FEUSP

Diana Schuler [email protected]

Este minicurso propõe-se a refletir sobre teorias, metodologias e materiais utilizadas para

alfabetização na fase “pós-construtivismo”. Levando em consideração a complexidade e também a

singularidade – nem todos aprendem da mesma forma - do processo de aquisição da língua escrita,

pretende-se questionar a adoção de métodos fechados e refletir sobre ações e/ou materiais que

possam favorecer e/ou dificultar o aprendiz nessa jornada. Considerando-se a “revolução” na

alfabetização supostamente desencadeada pela teoria da psicogênese da escrita, pretende-se refletir

sobre seus possíveis limites quando transformada em metodologia de ensino. Pretende-se resgatar

alguns temas relevantes do processo de ensino-aprendizagem da língua escrita e produção de textos

nas séries iniciais, tais como correção das produções escritas – quando e como? Motivação para a

escrita: escrever o quê? E para quem?, entre outros. Relatos de casos e apresentação de atividades e

jogos que se mostraram efetivos na consolidação da alfabetização de crianças serão trazidos para o

minicurso, assim como oferecidos materiais que os participantes podem eventualmente utilizar na

sua prática. O minicurso terá uma parte expositiva e uma parte prática, nas quais se propõe a

construção de materiais auxiliares na alfabetização, além de atividades que podem motivar a

produção escrita.

Palavras-chave: alfabetização – metodologias de alfabetização – didática da alfabetização – escrita

– produção de textos.

Diana Schuler é doutora em Linguística, Letras e Artes pela Universidade Sorbonne Paris Cité em

cotutela com a FFLCH - USP. Lattes: http://lattes.cnpq.br/3416978410320057

Opção 3: PRINCÍPIOS PARA A INTERVENÇÕES NOS TEXTOS DE ALUNOS DA

ESCOLA BÁSICA

Laboratório 9, bloco B

Emari Andrade [email protected]

Em que o professor se baseia para, ao ler um texto escrito por um aluno, fazer intervenções que o

ajudem na reescrita? Quais as múltiplas funções que pode exercer ao ler um texto de seu aluno?

Como ajudar o aluno a reescrever seu texto? Estas são as questões centrais que buscamos responder

neste minicurso. Nele, convidamos aos profissionais da educação à reflexão a respeito de princípios

para a prática de intervenção em textos escolares que possam levar o aluno a retroagir sobre seu

próprio escrito. Para tanto, o minicurso terá duas partes. Na primeira, a partir de fundamentos

teóricos da linguística e da psicanálise, apresentaremos as concepções de escrita, reescrita e papel do

professor diante da leitura de textos de seus alunos. Na segunda, por meio de exercícios de análise de

textos escritos por alunos do ensino fundamental e médio, bem como de intervenções feitas nesses

5

textos e seus desdobramentos na reescrita do aluno, construiremos princípios cujo objetivo é nortear

a prática de intervenção de textos na escola.

Palavras-chave: ensino de escrita – reescrita – intervenção docente.

Emari Andrade é Doutora em Educação pela FEUSP. Lattes:

http://lattes.cnpq.br/0745670090455958

Opção 4: ENTENDER E CONSTRUIR REPRESENTAÇÕES DO NEGRO BRASILEIRO EM

AULAS DE LÍNGUA PORTUGUESA

Quarta-feira: a confirmar - Quinta-feira: Sala 137

Wellington Gustavo Pereira [email protected]

A proposta do minicurso é dialogar com os participantes sobre a possibilidade de sequências

didáticas, desenvolvidas em aulas da disciplina Língua Portuguesa, voltadas para a educação étnico-

racial e a implementação das leis 10639/03 e 11645/08. A base para a constituição do conteúdo a ser

abordado nos encontros vem da tese de doutorado, defendida em 2016 na FEUSP, sob o título:

Entender e construir representações do negro brasileiro em parceria com adolescentes. Ao

acompanhar o minicurso, o discente poderá rever os conceitos de sequência didática estruturados

pelos autores suíços Dolz, Noverraz e Schneuwly e reforçar a pertinência do ensino-aprendizagem de

língua materna centrado nos gêneros textuais, conforme estabelecem os Parâmetros Curriculares

Nacionais e explicam autores brasileiros filiados aos conceitos de Mikhail Bakhtin. Inseparáveis das

teorias de ensino-aprendizagem da língua, as temáticas raciais estarão presentes e serão examinadas

em diálogo com pesquisas que trataram especificamente dos seguintes aspectos: racismo cotidiano

no Brasil e discriminação/sub-representação afro-brasileira na TV. Entre outras, contribuições de

autores como Kabengele Munanga e Nilma Lino Gomes serão utilizadas para melhor compreensão e

interpretação das relações raciais no Brasil. Além dos momentos de tradicional aula expositiva por

parte do docente responsável (com o auxílio dos recursos de informática), os participantes também

serão incentivados a pensar práticas de ensino-aprendizagem com a inserção de problematizações

sobre o contexto étnico-racial brasileiro.

Palavras-chave: Afro-brasileiro – Racismo – TV – Produção Textual – Sequências Didáticas.

Wellington Gustavo Pereira é doutor em educação pela FEUSP. Lattes:

http://lattes.cnpq.br/8552635726722819

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Opção 5: BARREIRAS PARA A ALFABETIZAÇÃO

PROBLEMATIZANDO A NOÇÃO DE DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM DE LER E

ESCREVER

Quarta-feira: a confirmar - Quinta-feira: Sala 139

Marisa Assunção Teixeira [email protected]

O minicurso pretende problematizar a noção de dificuldades de aprendizagem, identificando três

principais barreiras que se colocam para cada criança no momento da alfabetização, fazendo com

que ela vivencie impasses na apropriação da leitura e da escrita. Outro intuito é de apresentar as

premissas da concepção de parceria produtiva para o trabalho de ensinar e aprender, destacando a

interlocução e a escuta como ferramentas do docente. Esta proposta está baseada numa experiência

que ocorreu em 2016, com turma de Programa de Apoio à Aprendizagem, numa estratégia de Grupo

de Estudos, envolvendo alunos de duas classes do 3º Ano do Ensino Fundamental. Os referenciais

teóricos estão na intersecção entre Linguagem, Educação, Psicanálise e Pedagogia. Objetivos: a)

Problematizar a noção de dificuldades de aprendizagem; b) introduzir a concepção de barreira numa

perspectiva de educação inclusiva e estender para a ideia de “barreiras para a aprendizagem”; c)

abordar três principais barreiras que interferem na alfabetização: do lado da criança: falta de

autonomia reflexiva, mostrando a pouca familiaridade com operações de linguagem (associação e

coordenação); do lado do professor: a didática que não atende à falta de autonomia reflexiva do

aluno; e material didático usado pelo professor que não corresponde ao nível de autonomia reflexiva

da criança; d) apresentar as premissas da concepção de parceria produtiva para o trabalho de ensinar

e aprender, destacando a interlocução e a escuta como ferramentas para a prática docente.

Metodologia: primeiro: apresentação da experiência e do embasamento teórico-conceitual; segundo:

oficina didática, onde os participantes, reunidos em subgrupos, avaliarão e debaterão as atividades

pedagógicas de um aluno da turma de PAA, identificando as três barreiras para a aprendizagem; por

último: roda de conversa para comunicação das reflexões. O minicurso propõe que o professor se

lance à descoberta de soluções próprias para sua prática, dando vez ao seu saber singular.

Palavras-chave: Alfabetização – Dificuldades de aprendizagem – Barreiras para aprendizagem –

Parceria.

Marisa Assunção Teixeira é doutora em Educação pela FEUSP. Lattes:

http://lattes.cnpq.br/9219063531818833

7

Sessão de Comunicações 1

Terça-feira, 28/11

Das 16h30 às 18h30

Laboratório 7 Laboratório 8

16h30 RELEITURA E ANÁLISE DE UM PROJETO

DE PESQUISA – PRÁTICA PEDAGÓGICA? -

Júlia Maria Amorim de Freitas

16h30 MAZZAROPI EM SALA DE AULA: a

construção de sentidos no gênero capa de DVD

- Rafael Machado e Letícia Morgado

16h50 DIÁLOGOS POÉTICOS ENTRE BRASIL E

CABO VERDE - Dayse Oliveira Barbosa

16h50 E SE DELIRÁSSEMOS UM POUQUINHO? -

Danielle Takase

17h10 CONTEÚDOS E MÉTODOS PARA ENSINO

DE LÍNGUA PORTUGUESA EM PAÍSES

LATINOAMERICANOS – prática em Honduras

e Peru - Marcelo Dias

17h10 INTERCOMPREENSÃO: das variedades

linguísticas ao plurilinguismo - Talita Yosioka

Collacio

17h30 SOTAQUES REGIONAIS BRASILEIROS –

INTERVENÇÕES PARA ALUNOS

HISPANOFALANTES DA UNIVERSIDADE

DE SANTIAGO, CHILE - Gabriella Machado de

Sant’Anna Carvalho

17h30 PLANEJAMENTO, DIAGNÓSTICO E

AVALIAÇÃO DE COMPETÊNCIAS E

HABILIDADES TEXTUAIS [...] - Jairo Bispo

de Oliveira; Marzeu da Silva Lima e Gênesis

Naum de Farias

18h00 Discussão dos trabalhos apresentados

Sessão de Comunicações 2

Terça-feira, 28/11

Das 20h00 às 22h30

Sala 123 Laboratório 7

20h00 INICIANDO LEITORES DE TEXTOS

LITERÁRIOS - Juliano Fabrício de Oliveira

Maltez

20h00 A POÉTICA ORAL E PERIFÉRICA DO SLAM

COMO ACESSO AO LITERÁRIO - Alessandra

Oliveira; Gabriel M. Barros e Luziana Noberto.

20h20 PROCESSO FORMATIVO DO PROFESSOR:

DO PLANEJAMENTO À REALIZAÇÃO -

Diana Soares de Souza

20h20 A PRÁTICA DE LEITURA LITERÁRIA NO

PROGRAMA DO DIPLOMA DE

BACHARELADO INTERNACIONAL [...] -

Andresa Fabiana B. Guimarães

20h40 MEMÓRIA DISCURSIVA EM CURRÍCULOS

DE LÍNGUA PORTUGUESA DA CIDADE DE

SÃO PAULO - Felipe de Souza Costa

20h40 A PRODUÇÃO DE TEXTOS EM SALA DE

AULA E A NOÇÃO DE TEXTO NA

SEMIÓTICA DA ESCOLA DE PARIS -

Denilson de Oliveira Moura

21h00 A QUESTÃO DO ESTRANGEIRISMO NA

CULTURA BRASILEIRA - Adriana Aparecida

Duarte Correia

21h00 A LITERATURA DE RESISTÊNCIA COMO

MEDIADORA NO PROCESSO DE

EMPODERAMENTO DA CRIANÇA NEGRA -

Mário Henrique dos Santos Lopes e Eliane Maria

de Oliveira

21h20 DESAFIOS DO CURRÍCULO BILÍNGUE

(PORTUGUÊS-INGLÊS) NO SÉCULO XXI -

Diego Bello Doze

21h20 ESCOLA, LEITURA E DISPUTAS

LITERÁRIAS: o caso da polêmica sobre a obra

de Monteiro Lobato - Filipe Rodrigues dos

Santos

21h40 Discussão dos trabalhos apresentados

8

Sessão de Comunicações 3

Quarta-feira, 29/11

Das 8h00 às 10h00

Laboratório 9, bloco B 8h00 O USO DO LIVRO DIDÁTICO NO ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA: uma questão de subordinação? -

Heloisa Trenche Belusci

8h20 RASURANDO DISCURSOS, ESBOÇANDO REEXISTÊNCIAS: A apropriação do gênero diário por parte de

jovens negros da EJA - Fernanda Silva e Sousa

8h40 PROPOSTA DE ATIVIDADES LÚDICAS PARA O ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA A PARTIR DA

PROJEÇÃO DO PARADIGMA NO SINTAGMA - JOSUEL PEREIRA DOS SANTOS

9h00 PARCERIA PARA O TRABALHO DE ENSINAR E APRENDER: experiência com turma de Programa de

Apoio à Aprendizagem (PAA) de Alfabetização - Marisa Assunção Teixeira

9h20 ENSINAR A ESCREVER EM UM CURSO DE JORNALISMO: o desafio da “não” objetividade

Kátia Zanvettor

9h40 Discussão dos trabalhos apresentados

Sessão de Comunicações 4

Quarta-feira, 29/11

Das 16h30 às 18h30

Sala 137 Sala 139

16h30 ENSINO DE NARRATIVAS: muito além do que

se conta - Maria Celeste de Souza

16h30 RELATO DE PRÁTICA DE AVALIAÇÃO

INTERNA E MEDIAÇÃO EXTERNA -

Andrea Colsato e Breno Deffanti

16h50 ROTEIRO DE CINEMA: uma inversão do lugar

da escrita - Helio Mitiharu Ishii

16h50 ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL: da teoria

científica à organização de um sarau – uma

abordagem interdisciplinar de poemas -

Francisca Neuman Coelho; Hamilton Fernandes

de Souza e Gabriela Ramalho da Silva

17h10 CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS COMO

FERRAMENTA NA CRIAÇÃO DE

REPERTÓRIO NARRATIVO - Francilene

Cecília de Jesus Reis e Gabriel Palmeira de Mello

Alexandria

17h10 CÓPIA E APRENDIZAGEM: possíveis

relações de sentido - Diogo Fernando dos

Santos; Luana Aparecida Galvão e Sandra

Aparecida da Siva Peixoto

17h30 DESENVOLVIMENTO DE VALORES PELA

ARTE: uma proposta transdisciplinar mediante o

filme Candinho de Amácio Mazzaropi - Letícia

Morgado e Rafael Machado

17h30 OS “ERROS” ORTOGRÁFICOS E AS

PISTAS PARA INTERVENÇÕES

DIDÁTICAS DIFERENCIADAS - César Costa

Vitorino e Telma Lima Cortizo

18h00 Discussão dos trabalhos apresentados

9

Sessão de Comunicações 5

Quarta-feira, 29/11

Das 20h00 às 22h30

Sala 15 A confirmar

20h00 A POESIA NO VESTIBULAR - Fernanda Silva

e Sousa e Gabriela Lopes de Azevedo

20h00 DO TRAVA-LÍNGUAS AO CLOZE:

experimentando a gramática em contos do

folclore brasileiro - Luciana Henn Siqueira de

Castro

20h20 REFORMULAÇÃO PARAFRÁSTICA E

AUTORIA INFANTIL: a rebelião dos pequenos

copistas - Sabrina Leonzi D’Alessandro

20h20 O “ALUNO IMAGINADO” NO LIVRO

DIDÁTICO: questões de raça, classe e

territorialidades - Nara Lasevicius Carreira

20h40 DESEMPENHO NO ENEM (2014) REFLETE

REALIDADE VIVENCIADA DURANTE

ESTÁGIO EM ESCOLA PÚBLICA - Júlia

França

20h40 A COMPREENSÃO TEXTUAL E SEU

ENSINO A PARTIR DOS LIVROS

DIDÁTICOS - Rosângela Oliveira Cruz Pimenta

21h00 AÇÕES INTERDISCIPLINARES EM

CONTEÚDO E METODOLOGIA DE ENSINO

DA LÍNGUA PORTUGUESA - Júlia Maria

Amorim de Freitas

21h00 A ANÁLISE DA CONSTRUÇÃO DOS

EFEITOS DE SENTIDO NO TEXTO

ARGUMENTATIVO POR ALUNOS DO 9O

ANO - Thais Malagoli Braga

21h20 A CRIATIVIDADE NO TEXTO ESCOLAR DO

ENSINO MÉDIO: algumas questões - Sarah

Vervloet Soares

21h20 QUANDO O TEXTO É LEVADO A SÉRIO:

uma análise da proposta de ensino sobre textos

de opinião no livro didático “Português: língua e

cultura” - Heloisa Trenche Belusci

21h40 Discussão dos trabalhos apresentados

Sessão de Comunicações 6

Quinta-feira, 30/11

Das 14h00 às 16h00

Sala 120 Sala 121

14h00 REFORMAS ESCOLARES E O ENSINO DE

LITERATURA - Mariana Rosa Silva

14h00 ENSINO PARA EQUIDADE: um novo sentido

para o trabalho em grupo - Carolina Schleier

Cocco

14h20 NOVOS OLHARES SOBRE A BASE

NACIONAL COMUM CURRICULAR - Maria

de Lourdes Leal dos Santos

14h20 DAS MARGENS, OS MARGINALIZADOS

PELO SEU FALAR, NÃO VOZEIAM POR

MEDO DE SE DIFERENCIAR [...] -Thiago

Lima de Freitas

14h40 O QUE SE ESPERA DE “ESCRITA” NA

ATIVIDADE DE REESCREVER? - Renata de

Oliveira Costa

14h40 TRADUZINDO EXPRESSÕES

IDIOMÁTICAS: como trabalhar os sentidos

literal e figurado com alunos do ensino

fundamental? - Verônica Penteado Siqueira

15h00 UM DESPERTAR PARA A

LEITURA/ESCRITA: de Anne Frank ao meu

próprio diário - Riviane Medino Rocha e Ana

Cláudia Barreiro Nagy

15h00 LINGUAGEM E EDUCAÇÃO: novas

ferramentas de trabalho em sala de aula para

novas formas de escrita e comunicação - Katia

Levtchenko

15h20 LEITURA E ESCRITA “DE VERDADE” NA

ESCOLA - Ana Cláudia Barreiro Nagy e Riviane

Medino Rocha

15h20 CAMINHOS ALTERNATIVOS PARA O

APRENDIZADO: a importância das atividades

epilinguísticas na sala de aula - Fernanda dos

Santos de Brito

15h40 Discussão dos trabalhos apresentados

10

Sessão de Comunicações 1

Terça-feira, 28/11

Das 16h30 às 18h30

RELEITURA E ANÁLISE DE UM PROJETO DE PESQUISA – PRÁTICA PEDAGÓGICA?

Júlia Maria Amorim de Freitas

Universidade do Estado de Minas Gerais [email protected]

Este trabalho faz a releitura e a análise de um projeto intitulado “Famílias brasileiras – Um estudo de

caso sobre a formação da família indígena – Aldeia Muã Mimatxi Pataxó de Itapecerica/MG”,

idealizado e realizado pelos acadêmicos e docentes da UEMG. Com o objetivo de pesquisar a

formação da família (ou famílias) da comunidade, investigar os modelos familiares nela presentes e

coletar informações, a proposta suscitou discussões entre 2015/2016. Visitas se fizeram à Aldeia e,

através de questionários e entrevistas os dados foram coletados. Apresentaram-se relatórios à

disciplina, durante a Semana do Assistente Social (17/05/2016) e, no auditório da UEMG, aos cursos

da Unidade. Resultantes a releitura e a análise, feitas a partir da área de linguagem, quando se

pretendeu avaliar a atividade. O aporte teórico retoma Bakthin (1997), Bauman (2005), Hall (2006),

Ribeiro (1982), Goldani (2002) entre outros.

Palavras-chave: Brasileiros – Pataxó – Família – Linguagem – Análise.

DIÁLOGOS POÉTICOS ENTRE BRASIL E CABO VERDE

Dayse Oliveira Barbosa

Universidade de São Paulo [email protected]

Tendo em vista a Lei Federal 11645/2008, este trabalho consistiu no desenvolvimento de uma

sequência didática, direcionada ao primeiro ano do ensino médio, contemplando o estudo

comparativo dos poemas Flagelados do Vento-Leste, de Ovídio Martins (cabo-verdiano) e Morte e

Vida Severina, de João Cabral de Melo Neto (brasileiro), a fim de analisar como a temática da seca

pode ser apresentada em contextos distintos. Essa sequência didática foi aplicada no decorrer do

segundo bimestre letivo, em aproximadamente dez aulas, dividida em três fases: 1) Estudo analítico

de cada um dos poemas e seus respectivos contextos; 2) Estudo comparativo, tecendo aproximações

e distinções entre os poemas; 3) Produção visual de uma releitura de um dos poemas estudados. Essa

sequência didática possibilitou aos alunos distinguir as marcas próprias do texto literário, estabelecer

relações entre o texto literário e o momento de sua produção, situando aspectos do contexto

histórico, social e político, relacionar informações sobre concepções artísticas e procedimentos de

construção do texto literário com os contextos de produção, para atribuir significados de leituras

críticas em diferentes situações e estabelecer relações entre as informações do texto lido com outras

de conhecimento prévio.

Palavras-chave: Leitura – Poesia – Sequência didática.

11

CONTEÚDOS E MÉTODOS PARA ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA EM PAÍSES

LATINOAMERICANOS – PRÁTICA EM HONDURAS E PERU

Marcelo Dias

[email protected]

Este trabalho visa a apresentar práticas de ensino de Língua Portuguesa em países latino-americanos

que possuem o espanhol como uma das línguas oficiais. Nossa proposta considera dois campos de

entendimento, sendo o primeiro a compreensão da realidade acadêmica e sociocultural de onde o

curso de Língua Portuguesa será implementado, no intuito de fomentar o envolvimento e

engajamento dos alunos nas interações de ensino e aprendizagem de língua estrangeira. O segundo

campo de entendimento trata do resultado da participação do professor de Língua Portuguesa na

constituição dos conteúdos e práticas de ensino, pois entendemos que os mecanismos que regulam e

legitimam práticas linguísticas e de ensino de língua, conforme apresentados por Lemke (2010),

perpassam à formação inicial do professor. Nossa perspectiva é que o ensino de Língua Portuguesa,

nesses moldes, está sempre em movimento e envolvendo os conteúdos e sujeitos que dele fazem

parte. Estas características de mutabilidade ligadas à metodologia, ao conteúdo e a indivíduos nos

permitem aportarmos a ideia de brasilidade, a qual compreendemos de Ribeiro (1995), que é a

associação de aspectos socioculturais e constituição de sujeitos na produção do novo e do diverso.

Desse modo, apresentamos os resultados das discussões sobre ensino/aprendizagem de Língua

Portuguesa para latino-americanos como uma experiência cercada de possibilidades e novidades.

Palavras-chave: Ensino de Língua Portuguesa – Metodologia – Conteúdos – Práticas – Cultura

acadêmica.

SOTAQUES REGIONAIS BRASILEIROS – INTERVENÇÕES PARA ALUNOS

HISPANOFALANTES DA UNIVERSIDADE DE SANTIAGO, CHILE

Gabriella Machado de Sant’Anna Carvalho

Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo [email protected]

Os alunos hispanofalantes da Universidade de Santiago, Chile, aos quais foram expostos à

intervenção feita sobre os sotaques regionais brasileiros, fazem parte do curso de tradução. O curso

tem a duração de três anos, sendo o primeiro ano uma imersão às línguas Espanhola, Inglesa,

Portuguesa e Japonesa. No segundo ano, os alunos são encorajados a escolher se irão seguir a

carreira de tradutores em Português ou Japonês, e, devido à grande quantidade de alunos que se

inscrevem para a tradução da língua Japonesa, os professores de Português se deparam com o desafio

de encantar os alunos com a cultura e a Língua Portuguesa. Através de observações da dinâmica e

cultura dos alunos Chilenos, percebeu-se um grande interesse e dificuldade em compreender a

oralidade da língua Portuguesa dos falantes Brasileiros, devido aos diferentes sotaques e expressões

coloquiais. Desta forma, foram realizadas intervenções que buscaram acolher o conhecimento prévio

dos alunos sobre a cultura brasileira bem como o conteúdo linguístico aos quais foram expostos

durante o curso de tradução. Uma apresentação com vídeos com pronúncias reais de cada região do

brasil foi feita, bem como uma atividade de consolidação para que os alunos pudessem identificar os

sotaques e suas regionalidades.

Palavras-chave: Sotaques – Regionalidade – Hispanofalantes – Tradução – Universidade.

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MAZZAROPI EM SALA DE AULA: A CONSTRUÇÃO DE SENTIDOS NO GÊNERO

CAPA DE DVD

Rafael Machado

Mestrando em Linguística Aplicada – Universidade de Taubaté (UNITAU) [email protected]

Letícia Morgado

Mestranda em Linguística Aplicada – Universidade de Taubaté (UNITAU) [email protected]

Mazzaropi é figura importante do Vale do Paraíba. Sua obra discute a visão de uma brasilidade típica

do interior, mas é pouco trabalhada em sala de aula. A partir da concepção de linguagem como

constituinte da vida social e materializada por meio dos gêneros discursivos, este trabalho introduz

Mazzaropi aos alunos do 1º ano do E. M. O corpus é constituído pela capa do DVD do filme

“Candinho” (1954). A capa de DVD é manifestação discursiva que alia elementos verbais e

imagéticos. Como todo gênero, revela posicionamentos e dialoga com outros enunciados que

circulam na sociedade. O objetivo é levar os alunos a compreender como os enunciados verbo-

visuais refletem e refratam ideologias para a construção de sentidos. A metodologia desenvolve-se

pela análise descritiva-explicativa do gênero, com foco nas escolhas imagéticas e verbais a partir dos

conceitos de Bakhtin e de seu Círculo sobre enunciado concreto, ideologia, gênero do discurso e

relações dialógicas. Os resultados revelam ideologias e estereótipos construídos a partir da

linguagem. Portanto, o trabalho possibilita discutir, a partir da concepção bakhtiniana, o gênero

discursivo compreendendo as valorações sociais que circulam e atravessam os discursos para o

estudo efetivo da linguagem em sala de aula.

Palavras-chave: Mazzaropi – Gênero discursivo – Construção de sentidos – Relações dialógicas.

E SE DELIRÁSSEMOS UM POUQUINHO?

Danielle Takase

Universidade de São Paulo – USP [email protected]

A produção de textos na escola tradicional configura-se como um temível método avaliativo para os

alunos e um perigoso monopólio de poder nas mãos do corretor. A partir da experiência de estágio

por ocasião do curso de Metodologia do Ensino da Língua Portuguesa, no primeiro semestre de

2017, na EMEB Luiz Gonzaga, – localizada em Diadema e cujo projeto pedagógico adotou como

temática central a Identidade –, ministrei uma regência focada na produção escrita em sala de aula.

Afinal, quais os medos enfrentados pelos alunos ao produzir textos? Qual o papel do educador em

provocar um salto do medo à coragem de dizer? Apoiada no conceito de estratégias do dizer,

propostas por João Wanderley Geraldi, em Portos de Passagem, e em autores que pensaram o

dualismo da escola brasileira (Colello, Durante, Patto, Libâneo, Franchi), apresentarei o trabalho

desenvolvido com o sétimo e o nono ano, que parte de uma reflexão sobre a relação dos educandos

de classes populares com a escrita, passa pela leitura e discussão do texto de apoio (Direito ao

delírio, de Eduardo Galeano), pelo processo de organização do projeto de texto, chegando,

finalmente, à produção textual, em que a escrita atuasse como uma ferramenta de afirmação da

identidade.

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Palavras-chave: Leitura e escrita – Escola pública – Projeto pedagógico – Educação para jovens e

adultos – Produção textual.

INTERCOMPREENSÃO: DAS VARIEDADES LINGUÍSTICAS

AO PLURILINGUISMO

Talita Yosioka Collacio

Universidade de São Paulo [email protected]

O objetivo deste trabalho é apresentar atividades que aproximem os estudos das variedades

linguísticas e o ensino da língua materna a partir de uma dimensão plurilíngue. O público-alvo foi

alunos de Ensino Fundamental II (EJA), da Prefeitura de Santo André, SP, em sua maioria, oriundos

da região Nordeste. Para tanto, baseamo-nos na leitura de enunciados autênticos produzidos em

outras línguas românicas, presentes no método EuRom4 (Blanche-Benveniste, 1997), cujo aporte

teórico-metodológico é a Intercompreensão em Línguas Românicas (Araújo e Sá et al., 2010). Nesta

metodologia, parte-se da gramática internalizada (Possenti, 1996) de uma dada língua românica para

a comunicação em outras línguas da mesma família. Nossos resultados destacam que a aproximação

linguística pode ser o ponto de partida para a discussão acerca dos usos desprestigiados na língua

portuguesa e das línguas de prestígio, como o francês. Além disso, ao compreender enunciados em

línguas estrangeiras desconhecidas, partindo-se dos conhecimentos de falante nativo da língua

portuguesa, o aluno valoriza seus saberes, acarretando a elevação da autoestima (Freire, 1996) desse

público que desvaloriza seus conhecimentos, sobretudo frente àqueles aprendidos na educação

formal.

Palavras-chave: EJA – Intercompreensão – Variedades Linguísticas.

PLANEJAMENTO, DIAGNÓSTICO E AVALIAÇÃO DE COMPETÊNCIAS E

HABILIDADES TEXTUAIS: EXPERIÊNCIAS METODOLÓGICAS A PARTIR DO

RELATÓRIO DIAGNÓSTICO COGNITIVO (RDC) DO PIBID – PEDAGOGIA DA

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ - UESPI, CAMPUS ARISTON DIAS LIMA DE

SÃO RAIMUNDO NONATO – PIAUÍ

Jairo Bispo de Oliveira

Universidade Estadual do Piauí [email protected]

Marzeu da Silva Lima

Universidade Estadual do Piauí [email protected]

Gênesis Naum de Farias

Universidade Estadual do Piauí

[email protected]

O presente resumo visa a relatar práticas efetivadas por meio da consolidação de Relatórios

Diagnóstico-Cognitivos (RDCs) de Competências e Habilidades Textuais de Alunos dos Anos

Iniciais do Ensino Fundamental, assistidos pelo Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à

Docência (PIBID) da Universidade Estadual do Piauí (UESPI), no período 2017.1. No intuito de

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responder o questionamento: Qual o Nível de Proficiência Textual dos Alunos assistido pelo PIBID-

Pedagogia? Esse Nível apresenta queda ou ascensão? Os Anos Iniciais do Ensino Fundamental têm

como objetivo-função a Alfabetização, o Letramento e o Numeramento, com vistas ao

desenvolvimento de competências (saber) e habilidades (saber fazer), como também seus usos

sociais (BRASIL, 1996). Assim, o RDC I, no intento de diagnosticar as competências e habilidades

textuais do 4º ano “B” da Unidade Escolar Epitácio Alves Pamplona, atestou o não domínio das

mesmas, fazendo com que o nível de proficiência continuasse deficitário, porém, em ascensão. Os

Alunos dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental apresentaram, de acordo com os RDCs (RDC I e

RDC II), melhora nos níveis de Competências e Habilidades Textuais para o referido Ciclo. Porém,

mesmo com os Alunos apresentando melhoria nas Competências e Habilidades, estas não

apresentam um nivelamento de “Proficiência Total”, adequados aos Anos Iniciais.

Palavras-chave: Habilidades – Competências – Leitura – Escrita – Ensino Fundamental.

Sessão de Comunicações 2

Terça-feira, 28/11

Das 20h00 às 22h30

INICIANDO LEITORES DE TEXTOS LITERÁRIOS

Juliano Fabrício de Oliveira Maltez

Faculdade de Educação – USP / Faculdade Filosofia Letras e Ciências Humanas – USP [email protected]

O presente trabalho teve o interesse de observar e desenvolver uma prática de ensino de língua

portuguesa que partisse dos gêneros literários. Tendo em vista as dificuldades de aproximar leitores

de textos artísticos no ensino básico e acreditando que o acesso a tais tipos de texto resulta ao

indivíduo uma experiência a mais no mundo das artes, as quais o debate político-estético é central

para a formação humana, observamos em turmas do 9ª do ensino fundamental e 1ª do médio a

respectiva problemática: como instigar jovens leitores à leitura de textos literários? Adotando a

perspectiva do observador participante (Lüdke e André, 1986) tivemos por meio de diálogos com os

alunos e professores, anotações das diversas situações de aula, análise dos materiais didáticos e livros

e, por fim, a regência que procurou deslocar para segundo plano a crítica ou toda aproximação prévia

norteada pelos manuais de historiografia literária o nosso caminho metodológico. Em contato direto

com o texto literário o aluno pode alcançar suas primeiras interpretações, refletindo livremente na

construção de suas hipóteses, associações e trocas de experiências em sala.

Palavras-chave: Prática de leitura – Literatura – Ensino básico.

PROCESSO FORMATIVO DO PROFESSOR: DO PLANEJAMENTO À REALIZAÇÃO

Diana Soares de Souza

Faculdade Filosofia Letras e Ciências Humanas – USP [email protected]

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Esta comunicação tem como objetivo apresentar um trabalho que consiste na comparação entre “o

prescrito, o planejado e o realizado” (MACHADO, 2002) dentro da sala de aula, baseado em prática

de regência da disciplina de Metodologia de Língua Portuguesa II de 2017. A pesquisa busca

entender os desafios postos ao professor, em processo de formação, quanto ao que se planeja e o que

se realiza em sala de aula de Língua Portuguesa. Para tal são utilizados dados presentes no recorte do

diário de campo, do estágio cumprido, correspondente a esta prática de interpretação de texto; o texto

elaborado para aplicação de atividade com gabarito; e as respostas de alguns alunos que participaram

da atividade em sala de aula. A análise desses dados permitiu-nos compreender algumas lacunas

entre a prática educacional, isto é, o realizado e o processo de formação do professor.

Palavras-chave: Prática de leitura – Literatura – Planejamento de aula – Ensino básico.

MEMÓRIA DISCURSIVA EM CURRÍCULOS DE LÍNGUA PORTUGUESA DA CIDADE

DE SÃO PAULO

Felipe de Souza Costa

Universidade de São Paulo [email protected]

Esta comunicação propõe uma discussão a respeito da memória discursiva e os mecanismos de

legitimação de imagem de uma língua em currículos de Língua Portuguesa da cidade de São Paulo.

No Brasil, as discussões curriculares ganharam mais destaque em função dos últimos debates que

deram origem a três versões de uma Base Nacional Comum Curricular. Espaço de disputa, os

currículos não são meros documentos; eles são a materialização de embates que se dão por meio da

linguagem. Nesse sentido, o objetivo desta comunicação é apresentar uma análise parcial dos

documentos curriculares paulistanos (1985, 1991, 2007 e 2016). Para tanto, o problema de

investigação que circunscreve esta pesquisa está orientado a partir desta questão: qual é o papel da

memória discursiva na construção de uma imagem de língua em currículos de Língua Portuguesa?

Nesta pesquisa, estamos fundamentados na Análise do Discurso de orientação francesa,

especialmente com contribuições de Pêcheux (2009). Os materiais foram coletados no setor de

Memória Técnica da Secretaria e têm sido analisados a partir da contextualização dos anos de

publicação. Sendo a cultura um viés constituinte da memória discursiva, a comunicação apresenta

parte de uma pesquisa que ainda está em processo de desenvolvimento no doutorado.

Palavras-chave: Currículo – Língua portuguesa – Memória discursiva – Análise do discurso.

A QUESTÃO DO ESTRANGEIRISMO NA CULTURA BRASILEIRA

Adriana Aparecida Duarte Correia

Faculdade Filosofia Letras e Ciências Humanas / Faculdade de Educação da USP [email protected]

A proposta deste trabalho é estudar o estrangeirismo na cultura brasileira dado ao grande volume de

elementos característicos daquilo que se entende como brasilidade. O tema brasilidade será

explorado em relação ao uso do estrangeirismo como hábito brasileiro. O tema em relação ao

estrangeirismo em sala de aula será visto e explicado a partir de dois pontos: Primeiro sobre os

fundamentos do PROJETO DE LEI N° 1676-D, DE 1999, que propunha proibir o estrangeirismo. A

análise tem como base teórica “o mal-estar da civilização” de Sigmund Freud, o documentário “the

Century of the Self” da BBC. Toma-se também como ilustração a origem dos termos “complexo de

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vira-lata” assim como a expressão “para Inglês ver” para tratar do estrangeirismo. O outro ponto é,

através das observações, transcrição e análise dos diálogos em sala de aula e as teorias de Travaglia,

Possenti e Faraco, demonstrar como isso funciona positivamente nas interações do Ensino de Língua

Portuguesa.

Palavras-chave: Estrangeirismo – Cultura Brasileira – Ensino de Língua Portuguesa.

DESAFIOS DO CURRÍCULO BILÍNGUE (PORTUGUÊS-INGLÊS) NO SÉCULO XXI

Diego Bello Doze

Professor de Língua Portuguesa da Beacon School [email protected]

As escolas bilíngues e internacionais cada vez mais se fazem presentes no Brasil, em especial, na

cidade de São Paulo. Isso desperta diversos questionamentos em pesquisadores, alfabetizadores e

professores de português acerca de como o currículo de Língua Portuguesa (e Inglesa) é construído a

fim de que o aluno seja proficiente em ambas as línguas? Assim, diante desse cenário de uma

“educação de vitrine”, sem desmerecer as qualidades que tais escolas oferecem, a partir da

experiência pessoal em escola internacional, buscou-se o aporte teórico de Garcia (2009 e 2013),

Mello (2010), Megale e Camargo (2015), Freire (2009) para problematizar questões relativas a

políticas linguísticas e a orientações ideológicas subjacentes a esses currículos, bem como

características contextuais e estruturais que definem um programa de ensino como bilíngue ou não,

procurando compreender como a inter e intradisciplinaridade estão presentes nos currículos da área

de linguagens nas escolas bilíngues (português – inglês)?

Palavras-chave: Currículo – Escolas bilingues – Políticas linguísticas.

A POÉTICA ORAL E PERIFÉRICA DO SLAM COMO ACESSO AO LITERÁRIO

Alessandra Oliveira

Secretaria Municipal de São Paulo - SME-SP [email protected]

Gabriel M. Barros

Secretaria Estadual de Educação SEE-SP [email protected]

Luziana Noberto

Secretaria Estadual de Educação SEE-SP [email protected]

A poesia Slam tem ganhado o espaço público (as ruas) e também os sites de entretenimento (como o

Facebook e o Youtube, por exemplo) reconfigurando, assim, as maneiras do fazer poético e do acesso

à literatura. A questão que aparece é: como seria esse trabalho feito em classe? Assim sendo,

partindo do que os Parâmetros Curriculares Nacional indicam e teóricos como Benjamim (2017),

Geraldi (2012) e Riolfi (2014) o trabalho, realizado em sala de aula e registrado, visa a demonstrar

como a utilização destas poesias podem modificar e reestruturar o que ocorre em classe sendo um

meio para despertar não só o interesse dos alunos para a literatura (o objetivo geral), como os

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incentivar na produção de textos de cunho literário (objetivo específico, bem como no refinamento

escrito dos estudantes).

Palavras-chave: Ensino – Literatura – Produção escrita – Slam.

A PRÁTICA DE LEITURA LITERÁRIA NO PROGRAMA DO DIPLOMA DE

BACHARELADO INTERNACIONAL (IB – INTERNATIONAL BACCALAUREATE)

Andresa Fabiana B. Guimarães

Fundação Anglo Brasileira de Educação e Cultura do Estado de São Paulo

Saint Paul’s British School [email protected]

O Diploma de Bacharelado Internacional (IB- International Baccalaureate) é um programa

educativo destinado a alunos de 16 a 19 anos. Possui seu próprio sistema de avaliação e tem como

objetivo formar alunos que ampliem e aprofundem seus conhecimentos de forma que se

desenvolvam física, intelectual, emocional e eticamente. O currículo é formado por seis grupos do

conhecimento: estudos de língua e literatura, aquisição de línguas, indivíduos e sociedades, ciências,

matemáticas e artes. Além disso, há outras especificidades como: teoria do conhecimento, elaboração

de uma monografia científica e a produção de um trabalho voltado ao serviço social (CAS). No caso

de Português, o aluno opta pelos cursos de Língua e Literatura (Standard level SL e higher level HL)

ou Literatura (Standard level e Higher level). Desta maneira, objetivamos analisar práticas de leitura

literária e a recepção da literatura brasileira dos alunos do curso de Literatura (SL e HL) tendo em

vista as particularidades deste currículo e as singularidades dos alunos. Este trabalho centra-se na

pesquisa de campo (aplicação de questionários e textos reflexivos) e tem caráter exploratório.

Importante ressaltar que a análise dos dados está em andamento, já que esta faz parte do projeto de

Pós-doutorado que desenvolvo na FEUSP.

Palavras-chave: Currículo – Práticas de leitura – Leitura Literária.

A PRODUÇÃO DE TEXTOS EM SALA DE AULA E A NOÇÃO DE TEXTO NA

SEMIÓTICA DA ESCOLA DE PARIS.

Denilson de Oliveira Moura

Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas – FFLCH – USP [email protected]

Abordaremos a produção de textos dissertativos e narrativos na Educação Básica sob um novo

aspecto, ainda inédito em salas de aulas. Através da Semiótica da Escola de Paris e de sua noção de

“texto semiótico” como a junção entre um plano do conteúdo e um plano de expressão,

questionaremos a concepção comumente difundida nos meios escolares acerca da forma e conteúdo

de um texto que seja válido e representativo de processos narrativos e dissertativos adquiridos no

ambiente escolar. Diferente de outras áreas da Linguística, a semiótica toma como objeto de estudo a

unidade que é o “texto semiótico”. Interessa saber, o que um texto diz e como ele faz para dizer o

que diz, antes de importar-se com elementos de retórico que se localizam apenas no plano mais

superficial do texto semiótico. A motivação para a elaboração da proposta é capacitar o alunado ao

potencial extravio do cotidiano para a arte de dissertar e narrar. Geralmente, o senso comum entende

a arte como algo elevado e distanciado do cotidiano e nosso intuito é desabilitar este senso. Ao fim, o

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aluno será convidado a narrativizar seu cotidiano num diálogo mais fluido consigo mesmo e

relacionado com a arte do século XX e XXI.

Palavras-chave: Produção de texto – Narrativa – Dissertação – Arte – Semiótica.

A LITERATURA DE RESISTÊNCIA COMO MEDIADORA NO PROCESSO DE

EMPODERAMENTO DA CRIANÇA NEGRA

Mário Henrique dos Santos Lopes

PGLETRAS – UEMS [email protected]

Eliane Maria de Oliveira

UEMS [email protected]

A literatura infantil pode ser utilizada para quebrar padrões preconceituosos através da sua relação

com os contextos sociais de cada época (CANDIDO, 1976), nesse sentido há necessidade dos

professores apontarem e discutirem métodos para o desenvolvimento cognitivo e ideológico da

criança. Este trabalho tem como objetivo fazer uma investigação acerca dos processos científicos

históricos sobre o percurso do negro na sociedade brasileira, a partir do estudo e pesquisa sobre

conceitos de raça, racismo (MUNANGA, 2003) e identidade (HALL, 2009) e para isso utilizando

como mediadora “A Literatura Infantil na Escola” (ZILBERMAN, 2003) como resistência para

fomentar o empoderamento da criança negra dentro do ambiente escolar. Há necessidade de se

discutir questões pertinentes ao negro por meio da literatura para integração entre todos os cidadãos?

Certamente, pois a literatura além de arte, serve para criticar, delatar e expressar-se diante de

questões como o racismo por exemplo. É de suma importância que a literatura de resistência seja

integrada às práticas de ensino, como mediadora para a quebra destes padrões preconceituosos,

podendo colaborar para a busca e aceitação da identidade da criança negra, e sua integração de

maneira paritária com a sociedade em que se insere.

Palavras–chave: Literatura Infantil – Literatura de resistência – Práticas de ensino.

ESCOLA, LEITURA E DISPUTAS LITERÁRIAS: O CASO DA POLÊMICA SOBRE A

OBRA DE MONTEIRO LOBATO

Filipe Rodrigues dos Santos

Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (FEUSP) [email protected]

O presente trabalho busca compreender algumas das relações conflituosas entre recepção de

literatura, leitura literária e educação, considerando a polêmica sobre a obra Caçadas de Pedrinho,

de Monteiro Lobato, e os contornos jurídicos dela decorrentes. Para compreender o aspecto próprio

brasileiro, é importante colocá-lo frente à diferença, como no caso estadunidense. Similar à polêmica

sobre a obra de Monteiro Lobato, vemos marcas específicas relativas à educação e à questão racial.

Diferentemente do que ocorreu na polêmica sobre o livro de Lobato e seu uso na escola, neste, a

censura de trechos considerados racistas fora proposta, como em As Aventuras de Huckleberry Finn,

de Mark Twain. Interessa-nos, portanto, compreender, a partir da polêmica iniciada em 2010, os

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aspectos éticos da leitura literária e seu papel no currículo escolar, considerando as disputas políticas

e literárias e como elas se dão no cenário nacional.

Palavras-chave: Monteiro Lobato – Leitura Literária – Mark Twain.

Sessão de Comunicações 3

Quarta-feira, 29/11

Das 8h00 às 10h00

O USO DO LIVRO DIDÁTICO NO ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA: UMA

QUESTÃO DE SUBORDINAÇÃO?

Heloisa Trenche Belusci

Faculdade Filosofia Letras e Ciências Humanas / Faculdade de Educação da USP [email protected]

O presente trabalho tem por foco discutir o uso do livro didático em aulas de língua portuguesa.

Tomou-se por base observações de aulas de três professores de uma escola pública. Diante da

constatação de que estes docentes utilizavam o livro didático como o material pedagógico mais

importante e norteador de sua prática, revelou-se interessante investigar em que grau eles estariam

subordinados às propostas dos autores do livro didático e discutir os problemas decorrentes desta

subordinação. Para isso, foi realizada uma discussão, de acordo com pesquisas na área, sobre os

inúmeros problemas nos livros didáticos no Brasil e sua baixa qualidade. Tendo por base discussões

de autores brasileiros que apontam para a importância de se compreender o livro didático como um

gênero discursivo, no qual há um projeto autoral, com escolhas, intenções e estilos didáticos, foi

possível perceber que quando se adota uma relação de subordinação aos livros didáticos, os autores

desses materiais são quem definem os objetivos de ensino, conceitos e capacidades a serem

ensinadas. Diante disso, o trabalho discute a importância dos docentes compreenderem o livro

didático como gênero do discurso, uma vez que isso possibilitaria ao professor uma relação mais

crítica ou menos subordinada com o material.

Palavras-chave: Livro didático – Prática docente – Língua Portuguesa – gênero discursivo.

RASURANDO DISCURSOS, ESBOÇANDO REEXISTÊNCIAS: A APROPRIAÇÃO DO

GÊNERO DIÁRIO POR PARTE DE JOVENS NEGROS DA EJA

Fernanda Silva e Sousa

Faculdade de Educação da USP [email protected]

Diante da observação, no CEU Vila Curuçá, de jovens com uma postura comum à do aluno copista

em uma turma de 9º ano da EJA de maioria negra e bastante estigmatizada na escola, busquei

promover uma atividade de produção textual a partir do diálogo com Quarto de despejo: diário de

uma favelada, de Carolina Maria de Jesus, convidando os alunos a escreverem uma entrada do que

seria o diário deles. Tive por objetivo avaliar se a obra poderia atuar como incentivo a uma prática

autoral de escrita por parte dos alunos negros, desestimulados nesse aspecto em função dos

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estereótipos dos quais são vítimas e, se sim, de que modo esses alunos se apropriariam do gênero

diário. Como resultado, foram produzidos textos que desestabilizam narrativas dominantes acerca

dos jovens negros, na medida em que puderam realizar uma escrita de si, deslocando-se de uma

posição passiva de copista para a posição ativa de autor do próprio texto. Para propor a atividade e

refletir em torno dessa experiência, baseei-me, sobretudo, na ideia de autonomia de Freire (2016), na

noção de escrevivência de Evaristo (2007), nas reflexões de Hooks (2015) e Ribeiro (2014) sobre

masculinidades negras e no conceito de afetividade de Leite (2013).

Palavras-chave: Educação de jovens e adultos – Masculinidades negras – Diário – Produção textual.

PROPOSTA DE ATIVIDADES LÚDICAS PARA O ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA A

PARTIR DA PROJEÇÃO DO PARADIGMA NO SINTAGMA

Josuel pereira dos santos

Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas – USP [email protected]

Ante ao problema reconhecido de ensino de Língua Portuguesa, colocamo-nos, enquanto

pesquisador do Departamento de Linguística da FFLCH-USP e militante no processo educacional da

Secretaria Municipal de Educação (SME-PMSP), com propósito de colaboração a partir de

ferramentas lúdicas inspiradas nos avanços da Linguística Moderna. Dessa forma, objetivamos

aproximar as conquistas da Linguística às práticas de ensino de L1 no contexto educacional do

Ensino Fundamental II e Médio da SME-SP. Partimos da pergunta de investigação: Como a

Linguística Moderna poderia resolver o problema de ensino de L1 aventado no Edital 01/2016-SME?

Faz-se necessário romper com a visão continuísta que gera práticas de ensino que trata a língua como

sistema homogêneo, pois essa tradição fomenta o preconceito linguístico. Logo, propomos engendrar

práticas de ensino de L1 com inspirações saussurianas. Considerando as dicotomias de Saussure,

pode-se elaborar jogos pedagógicos para o ensino da língua como sistema autônomo em que as peças

desse jogo sejam os signos linguísticos. O professor de L1 se valerá dos eixos de seleção

(paradigmático) e combinação (sintagmático) para sistematização das regras do jogo. Assim, com

ênfase na escolha, buscamos fomentar o repertório linguístico do falante e as coerções de

combinação dos elementos linguísticos nas variadas situações práticas.

Palavras-Chave: Ensino – Língua Portuguesa – Linguística Moderna – Jogos Pedagógicos –

Atividades Lúdicas.

PARCERIA PARA O TRABALHO DE ENSINAR E APRENDER: EXPERIÊNCIA COM

TURMA DE PROGRAMA DE APOIO À APRENDIZAGEM (PAA) DE ALFABETIZAÇÃO

Marisa Assunção Teixeira

Secretaria de Educação do Município de São Bernardo do Campo [email protected]

O tema está relacionado com a prática docente com alunos que vivenciavam embaraços na

alfabetização. O objetivo é de apresentar um modelo de interlocução e escuta concebido em termos

de parceria para o trabalho de ensinar e aprender. A parceria refere-se à entrada em sala de aula de

uma profissional externa à equipe escolar na função institucional de psicóloga educacional, cuja

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intervenção privilegiou a problematização de como e o que se ensina e se aprende. Esta experiência

foi colocada em prática em 2016, com uma turma de Programa de Apoio à Aprendizagem, numa

estratégia de Grupo de Estudos, envolvendo quinze alunos não alfabéticos de duas classes do 3º Ano

do Ensino Fundamental. Os referenciais teóricos estão na intersecção entre Linguagem, Educação,

Pedagogia e Psicanálise. A metodologia adotada está em consonância com a pesquisa empírica e

seguiu as etapas de observação da aula, intervenção com os alunos, registro das análises e

conclusões, reflexões com a professora e nova elaboração de estratégias de aula. Observou-se como

resultado um salto qualitativo nas aprendizagens dos alunos e na intervenção docente.

Palavras-chave: Alfabetização – Parceria – Ensino – Aprendizagem.

ENSINAR A ESCREVER EM UM CURSO DE JORNALISMO: O DESAFIO DA “NÃO”

OBJETIVIDADE

Kátia Zanvettor

Universidade do Vale do Paraíba – Univap – São José dos Campos [email protected]

Qual é o desafio de ensinar a escrever em um curso de jornalismo? Como motivar alunos para ir

além do texto proposto e esperado, prevalente nos meios de comunicação? Como superar a famosa e

histórica obsessão dos jornalistas pelo “texto objetivo” ao mesmo tempo cumprindo a

responsabilidade de formação do jovem jornalista e fazendo que ele entenda a importância da

pluralidade dentro de uma estrutura textual que narra o acontecimento noticioso? Essas são algumas

das perguntas que lançamos nos passos iniciais desta pesquisa que começou como um problema a ser

enfrentando por uma professora em sala de aula disposta a dar mais de si para seus alunos do que se

esperava na ementa. A partir destas questões iniciais, propomos uma investigação em que tomamos

os textos escritos dos alunos do curso de jornalismo, de uma universidade comunitária de São José

dos Campos, como dados. Os textos foram selecionados de uma turma do terceiro ano do curso da

disciplina Redação Jornalística 3 em dois momentos: o momento inicial da disciplina e no momento

final. A análise se deu, posteriormente, a partir dos conceitos de Análise do discurso, especialmente,

da categoria do interdiscurso. Discutimos na conclusão como jovens jornalistas já reproduzem

modelos de textos consagrados nos meios de comunicação e como enfrentam muita dificuldade de

produzir um texto com o qual se sintam autores e tenham identificação.

Palavras-chave: Ensino de escrita – Ensino de jornalismo – Texto jornalístico – Análise do discurso.

Sessão de Comunicações 4

Quarta-feira, 29/11

Das 16h30 às 18h30

ENSINO DE NARRATIVAS: MUITO ALÉM DO QUE SE CONTA

Maria Celeste de Souza

Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo

[email protected]

22

Com o objetivo de ajudar os professores dos 4º e 5º anos do ensino fundamental da rede municipal

de Franco da Rocha-SP a posicionar efetivamente o texto no centro do trabalho, visando com isso

a aprendizagem significativa de diversas práticas de produção escrita, alguns encontros formativos

foram projetados com a intenção de apresentar possibilidades de tratamento do discurso narrativo.

Partimos do pressuposto teórico de que a produção de narrativas escritas desenvolve

conhecimentos que ultrapassam os limites impostos pelo tratamento exclusivo dos elementos

estruturais, particularmente se forem consideradas as questões relacionadas à mimésis tais quais

propostas pela revisitação de Paul Ricoeur (1913-2005), através de sua abordagem hermenêutica, à

Arte Poética de Aristóteles. Assim, utilizando animações e trechos de filmes foram discutidos os

processos subjacentes à elaboração narrativa - as três etapas da mimésis - (seleção e recorte da

matéria narrativa, elaboração linguística e configuração do enredo e da mensagem), que devem ser

considerados nos planejamentos de aulas a fim de que estratégias lúdicas sejam dinamizadas e os

aprendizes possam descobrir e experimentar as etapas próprias desse tipo de composição e, nesse

processo, aprender a elaborar juízos estéticos, éticos, dentre outros conhecimentos.

Palavras-chave: Escrita – Narrativa – Ensino.

ROTEIRO DE CINEMA: UMA INVERSÃO DO LUGAR DA ESCRITA

Helio Mitiharu Ishii [email protected]

O roteiro é o ponto de partida da obra audiovisual. Nesta história, personagens, diálogos etc. são

previamente definidos. É uma escrita na qual a produção cinematográfica se apoia. A Oficina

Cultural Metropolitana, ligada à Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo, ofereceu por mais de

5 anos, oficinas de audiovisual em dezenas de municípios paulistas. Nestas experimentou-se a

inversão deste ordenamento. O roteiro, embora produzido pelos participantes, deixava de ser o ponto

de partida. Ao lançar o desafio observou-se importantes mudanças; primeiro a possibilidade de

incluir os não alfabetizados na elaboração das histórias; o desassossego de não ter uma história

prévia e a tarefa conjunta de produzi-la mobilizava os participantes. Outra mudança foi a

transformação do olhar das atividades; da eficiência da execução do planejamento prévio para a

valorização da experiência, da multiplicidade e diversidade. Descobriu-se as infinitas possibilidades

do cinema. A tecnologia acessível por sua vez permitiu a elaboração de diversos “rascunhos” antes

da última versão do filme. Por fim, a etapa da edição consistiu em analisar e selecionar os materiais e

organizar o sentido do trabalho. O roteiro surgia. O processo todo foi registrado pelos participantes

em um diário com suas observações de forma própria e variada.

Palavras-chave: Audiovisual – Oficina – Roteiro – Cinema – Escrita.

CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS COMO FERRAMENTA NA CRIAÇÃO DE REPERTÓRIO

NARRATIVO

Francilene Cecília de Jesus Reis

FFLCH-USP [email protected]

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Gabriel Palmeira de Mello Alexandria

ECA-USP [email protected]

Como a contação de histórias pode colaborar para a criação de repertório narrativo de alunos do

Ensino Fundamental I, auxiliando no modo como se relacionam com a linguagem? Esta é a pergunta

que tem movido nosso trabalho que, desde setembro de 2017, vem sendo desenvolvido junto à

Biblioteca da Escola de Aplicação da Faculdade de Educação da USP. Nosso objetivo, nesta

comunicação, é caracterizar as especificidades do uso da contação de histórias como ferramenta

pedagógica nesse processo. A partir das experiências com alunos da Escola de Aplicação da

Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo, percebemos que após as contações, no

momento destinado aos comentários, alguns alunos sugerem novos enredos, personagens, soluções

para conflitos e diferentes desfechos para a história apresentada, indicando possíveis relações entre a

contação e o desenvolvimento da capacidade narrativa dos alunos. Para o desenvolvimento da

pesquisa utilizaremos nossos relatos e a relação das crianças com os livros e as histórias contidas

neles. Como aporte teórico, faremos uso de textos de Eglê Pontes Franchi, Vygotsky e Paulo Freire.

Palavras-chave: Contação de histórias – Oralidade – Repertório narrativo.

RELATO DE PRÁTICA DE AVALIAÇÃO INTERNA E MEDIAÇÃO EXTERNA

Andrea Colsato

Graded – The American School of São Paulo [email protected]

Breno Deffanti

Graded – The American School of São Paulo

Esta apresentação visa a relatar um trabalho de produção textual escrita desenvolvido com alunos de

Ensino Médio em uma Escola Internacional em São Paulo e evidenciar as contribuições trazidas por

mediadores externos. São apresentados os passos do processo de avaliação da produção textual

escrita, nomeado como “Avaliação Interna de Produção Textual”, desde a primeira parte do

processo, que é a preparação do tema e da planilha de correção, tarefa do professor de classe; a

moderação entre o professor de classe com os mediadores externos, a discussão dos critérios de

correção (a análise da planilha e da base de dados); a devolutiva das intervenções, a atividade de

reflexão sobre a escrita feita pelo aluno, a condução do processo até sua finalização. Uma discussão

sobre a importância de um trabalho integrado entre professor de classe e mediador externo completa

a reflexão deste trabalho.

Palavras-chave: Produção Textual – Avaliação – Intervenções.

ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL: DA TEORIA CIENTÍFICA À ORGANIZAÇÃO DE UM

SARAU – UMA ABORDAGEM INTERDISCIPLINAR DE POEMAS

Francisca Neuman Coelho

E.E. Professor Miguel Reale [email protected]

Hamilton Fernandes de Souza

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E.E. Professor Miguel Reale [email protected]

Gabriela Ramalho da Silva

Instituto Federal de São Paulo [email protected]

Este trabalho tem sua origem nos projetos da professora Neuman sobre alimentação saudável e horta

junto aos alunos de sétimos anos da Escola Estadual Professor Miguel Reale, em Diadema. A partir

da pergunta: Como os alunos estão se alimentando?, a professora trabalhou diversas teorias,

propiciou que eles elaborassem cartazes, vídeo e colocassem em prática as discussões realizadas em

sala de aula. Juntamente ao professor de Língua Portuguesa e da estagiária Gabriela Ramalho, surgiu

a ideia de ampliarmos o trabalho para a construção de poemas. O professor apresentou a proposta de

trabalho aos alunos, diversos autores e propiciou visitas à sala de leitura. O objetivo do trabalho foi o

de despertar o interesse pela alimentação saudável; ler e escrever textos poéticos; organizar uma

antologia poética, trabalhar em grupo (autoavaliação) e organizar um sarau. O professor solicitou a

elaboração de textos poéticos, revisão, preenchimento de ficha de avaliação, por fim a digitação, com

a intervenção de Gabriela Ramalho. A finalização do trabalho foi a apresentação da antologia de

poemas, organização de atividades para o sarau e análise das fichas tendo como protagonistas os

alunos. Referenciais teóricos: Schneuwly e Dolz (2004), Caderno do aluno de Ciências (SEESP –

2017), dicionários e minigramáticas.

Palavras-chave: Alimentação – Saudável – Sarau – Interdisciplinar – Poemas

CÓPIA E APRENDIZAGEM: POSSÍVEIS RELAÇÕES DE SENTIDO

Diogo Fernando dos Santos

Universidade de Taubaté [email protected]

Luana Aparecida Galvão

Universidade de Taubaté [email protected]

Sandra Aparecida da Siva Peixoto

Universidade de Taubaté [email protected]

O artigo tem como objetivo verificar o que é a cópia no meandro escolar. Assim, fez-se necessário

esclarecer a função da cópia num contexto mecanizado. Utilizamos Barbosa (2000) para elucidar a

função de uma rotina reflexiva e aclarar o trabalho da cópia numa relação de sentido com a

aprendizagem do aluno, mostrando-a de forma funcional, inserida numa prática social. Analisamos

as propostas de atividades aplicadas por professores dos primeiros anos do Ensino Fundamental que

fizeram uso da cópia como recurso técnico-instrumental, termo utilizado por Silva e Carbonari

(2002). Numa proposta socioconstrutivista, atestamos que há nessas atividades a existência de uma

prática sem sentido para o aluno. Finalizamos, expondo a sequência de um projeto, tendo como base

a estrutura organizacional feita por Lerner (2002), para trabalhar a cópia como objeto de

aprendizagem em favor do aluno, para seu aperfeiçoamento como intérprete dentro de uma cultura

escrita. O que se pode constatar das análises extraídas das atividades é a real necessidade de se haver

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objetivos claros e a seleção adequada do conteúdo a ser ensinado ao aluno. O ato de se copiar para se

ter o registro de conteúdo deve ser permeado de sentido tanto para o professor quanto para o aluno.

Palavras-chave: Cópia – Aprendizagem – Construtivismo – Sequência didática.

OS “ERROS” ORTOGRÁFICOS E AS PISTAS PARA INTERVENÇÕES DIDÁTICAS

DIFERENCIADAS

César Costa Vitorino

UNEB e FVC [email protected]

Telma Lima Cortizo

FVC [email protected]

Os objetivos deste trabalho são tecer considerações sobre o ensino e a aprendizagem da ortografia na

sala de aula e discutir alternativas didáticas para o ensino da norma ortográfica. Partiu da seguinte

pergunta de investigação: Por que a norma ortográfica se constitui num objeto de conhecimento que

precisa ser ensinado na escola de forma reflexiva? Para tanto, foram analisadas as atividades de 80

discentes do 2 º ao 5º ano, da cidade Salvador –BA, que fizeram ditado de palavras, ditado de frases,

ditado de texto e redação (Cf. ZORZI, 1998; ZORZI; CIASCA, 2009). As idades dos informantes

variaram entre 7 a 13 anos. Foram incluídos estudantes matriculados em escolas públicas e/ou

particulares no ano 2017. Descritiva dos erros: representações múltiplas, oralidade, omissão,

junção/separação, am / ão, generalização, surdas/sonoras, acréscimo, letras parecidas, inversões,

outras. Aporte teórico: Carraher (1985), Morais (1999; 2007), Rego (1999; 2007), Leal (1999), Melo

(2007), Nunes e Bryant (2014), Zorzi e Ciasca (2009). Concluiu-se que: o erro mais frequente é

“Representações Múltiplas” indicando que, independentemente do tipo de problema, compreender e

dominar as regras ortográficas é uma tarefa complexa, pois se deve levar em consideração as

convenções que regem a norma ortográfica com suas regularidades e irregularidades.

Palavras-chave: Ortografia – Ensino – Alunos – Ditado – Erros ortográficos.

Sessão de Comunicações 5

Quarta-feira, 29/11

Das 20h00 às 22h30

A POESIA NO VESTIBULAR

Fernanda Silva e Sousa

Universidade de São Paulo [email protected]

Gabriela Lopes de Azevedo

Universidade de São Paulo [email protected]

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O trabalho preocupou-se em discutir a abordagem da poesia nos vestibulares da UNICAMP, FGV e

UEM nos anos de 2013, 2014 e 2015. Considerando que as três instituições de ensino superior

possuíam uma lista própria de obras literárias específicas solicitadas ao vestibulando, procurou-se

verificar quantos livros entre os requeridos eram de poesia, qual a incidência do gênero entre as

questões de língua portuguesa de cada prova e qual era a proposta e os objetivos que os editais que

cada uma das avaliações apresentavam para a disciplina de Língua Portuguesa. Desta forma, foram

selecionadas questões sobre cada um dos diferentes livros solicitados para, então, analisá-las naquilo

que concerne ao tratamento do material literário. Logo, buscou-se discutir se havia nessas avaliações

uma preocupação com as especificidades da poesia ou se ela se encontrava instrumentalizada como

material histórico nacional ou como meio de verificação gramatical.

Palavras-chave: Poesia – Vestibular – Avaliação.

REFORMULAÇÃO PARAFRÁSTICA E AUTORIA INFANTIL: A REBELIÃO DOS

PEQUENOS COPISTAS

Sabrina Leonzi D’Alessandro

Faculdade de Educação da USP [email protected]

Tomando como objeto de estudo a reformulação parafrástica por alunos do 3º ano do Ensino

Fundamental em situação de avaliação, a pesquisa tem por objetivos gerais: a) analisar as

transformações promovidas pelas crianças ao reescreverem textos-fonte previamente lidos; b)

descrever os dispositivos por meio dos quais, preferencialmente, parafraseiam textos cuja reescrita é

solicitada; c) investigar em que medida é possível encontrar, nas suas produções, indícios de autoria

(POSSENTI, 2002); e d) discutir a diferença entre erros e desvios criativos (RIOLFI; BARZOTTO,

2011) nesse contexto específico. Para tanto, ao longo de um semestre foi feita pesquisa de campo que

durou 100 horas. 116 manuscritos, produzidos por 29 participantes de pesquisa, foram coletados. Os

textos frutos de reescrita foram comparados aos textos-fonte. Buscamos, inicialmente, as marcas

visíveis de reescrita – acréscimos, deslocamentos, substituições e supressões (GRÉSILLON, 2007).

Em um segundo momento, estamos em busca de indícios de autoria (POSSENTI, 2002). Até aqui, a

leitura de bibliografia e os gestos analíticos já realizados nos auxiliam a perceber que, quando

convidadas a reescrever um texto-fonte, as crianças oscilam entre a reprodução do mesmo e a criação

do novo, muitas vezes com benefício para o segundo.

Palavras-chave: Reescrita escolar – Paráfrase – Autoria – Avaliação.

DESEMPENHO NO ENEM (2014) REFLETE REALIDADE VIVENCIADA DURANTE

ESTÁGIO EM ESCOLA PÚBLICA

Júlia França

Universidade de São Paulo - USP [email protected]

A proposta desta apresentação é expor a realidade vivenciada durante prática de professor-estagiário

em 2014, ano de publicação do desempenho dos alunos que fizeram o Exame Nacional do Ensino

Médio (ENEM) de 2014. Cerca de meio milhão de redações foram anuladas no exame. Diante do

fato, questionam-se os papéis de educadores, no que tange a aspectos problemáticos vivenciados

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durante estágio de regência em uma escola pública paulistana, em que foram oferecidas aulas de

prática textual, com enfoque em produção de textos dissertativos. Na escola, não se ofereciam aulas

obrigatórias de prática textual, ficando elas disponíveis em horários extracurriculares; com

participação opcional, houve grande esvaziamento discente durante as aulas. É importante que os

alunos consigam expressar seus pontos de vista, satisfatoriamente, em redações de concursos

públicos e vestibulares e, também, é imprescindível que eles o façam em defesa de ideias em uma

entrevista de emprego, por exemplo. Portanto, as escolas brasileiras deveriam repensar o ensino de

redação como disciplina obrigatória no currículo para os diversos objetivos acadêmicos ou não de

seus alunos.

Palavras-chave: Avaliação – ENEM (2014) – Professor-estagiário – Redação escolar.

AÇÕES INTERDISCIPLINARES EM CONTEÚDO E METODOLOGIA DE ENSINO DA

LÍNGUA PORTUGUESA

Júlia Maria Amorim de Freitas

Universidade do Estado de Minas Gerais [email protected]

A comunicação trata de algumas ações interdisciplinares de ensino e pesquisa que dialogam com o

conteúdo e a metodologia em língua portuguesa, os temas identidade e cidadania e se justifica pela

evidente construção do sujeito em meio a diversidade, resistência e exclusão. O objetivo visou a

compreensão do tema pela professora e os alunos. Especificamente, identificaram-se aspectos de

criação dessas ações; exercitaram-se atividades com o conteúdo de língua portuguesa e estudaram-se

os conceitos de política. O método usado baseou-se em reflexões sobre as ações desenvolvidas e em

referencial teórico ancorado no conteúdo e metodologia da língua portuguesa: Bakthin (1997);

Dionísio, Machado e Bezerra (2002); Paschoalin e Spadoto (2008); Maingueneau (2006);

Charaudeau (2006); Libâneo (1998); Arendt (2014); Foucault (1987); Telles (2006) e gramáticas da

língua subsidiam a discussão. Os resultados remontam a ações interdisciplinares advindas de

pesquisa, de ensino e extensão.

Palavras-chave: Interdisciplinaridade – Língua Portuguesa – Conteúdo – Metodologia – Política.

A CRIATIVIDADE NO TEXTO ESCOLAR DO ENSINO MÉDIO: ALGUMAS QUESTÕES

Sarah Vervloet Soares

FEUSP – FAPESP [email protected]

Este trabalho tem por objetivo discutir alguns pontos relacionados à competência criativa exigida nos

textos escolares, principalmente do Ensino Médio, tendo em vista os exames vestibulares e demais

propostas de produção textual. No que consiste a criatividade nestes contextos? Como avaliar a

dimensão criativa? Em que medida essa noção criativa pode estar relacionada ao surgimento da

autoria? Essas e outras questões norteiam nossa discussão, a fim de que a escrita em sala de aula seja

colocada em foco. Tendo em vista que um texto criativo pode ser um artefato com função estética

que carrega uma intenção, mas não necessariamente é visto como arte ou literatura, torna-se

pertinente refletir acerca da criação textual, uma vez que a ideia de criatividade está comumente

carregada de concepções de inatismo e associada ao dom, por exemplo. Fazem parte do aporte

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teórico: Calil (1995), Geraldi (1997), Tauveron (2005, 2007, 2014), Barré-De Miniac (2015). Além

disso, alguns documentos oficiais serão trazidos ao debate, assim como textos de alunos do Ensino

Médio para análise e exemplificação.

Palavras-chave: Criatividade – Texto Escolar – Escrita.

DO TRAVA-LÍNGUAS AO CLOZE: EXPERIMENTANDO A GRAMÁTICA EM CONTOS

DO FOLCLORE BRASILEIRO

Luciana Henn Siqueira de Castro

Escola Graduada [email protected]

A coleção “Contos de espantar meninos” de Regina Chamlian, oferece uma gama de referências da

Cultura Brasileira e por isso foi escolhida como texto-base para as atividades de sintaxe e semântica

propostas para 2o e 3o anos do Fundamental I. Nessas atividades, a ideia é que a criança possa

experimentar as relações sintagmáticas e associativas inerentes aos eixos da linguagem, exercitando

tanto a peculiaridade sintática dos contos quanto as relações semânticas que neles se estabelecem.

Nossa hipótese é a que operar sobre o texto pronto de um autor experiente cria a oportunidade da

criança trabalhar com a língua e sobre a língua, sem se comprometer como autora, neste momento. É

como se a criança estivesse aprendendo sobre o funcionamento de um objeto, desmontando-o. Ao

decompor suas partes, reordená-las, conhecê-las individualmente, conhecê-las em sua função em

relação às outras partes do mecanismo, ela apreende seu funcionamento e pode recriá-lo em textos de

sua autoria, posteriormente. Assim, o trabalho com a gramática do texto nos parece possibilitar que o

repertório para a escrita e a leitura se estruture e se solidifique formando sujeitos leitores e escritores.

Palavras-chave: Sintaxe – Semântica – Gramática do texto – Leitura – Escrita.

O “ALUNO IMAGINADO” NO LIVRO DIDÁTICO: QUESTÕES DE RAÇA, CLASSE E

TERRITORIALIDADES

Nara Lasevicius Carreira

Universidade de São Paulo [email protected]

Partindo de reflexões suscitadas da dissertação de mestrado em andamento da autora, a respeito da

abordagem das questões étnico-raciais nos livros didáticos de língua portuguesa para o Ensino

Médio, o presente trabalho busca identificar como se configura o “aluno imaginado” nesses

materiais, ou seja, com que aluno se julga estar dialogando pelo conteúdo e direcionamento das

atividades e, também, pelo que se infere das rubricas ao professor. Parte-se da hipótese de que tal

aluno é da etnia branca, de classe média e natural do Sudeste brasileiro, o que tem invisibilizado

outros pertencimentos socioculturais e geográficos e, portanto, produzido um olhar enviesado no

ensino de língua portuguesa e literatura lusófona. São utilizados dados recolhidos de nove coleções

didáticas aprovadas pelo PNLD 2015, córpus da pesquisa em curso, contando-se com o aporte

teórico, para a análise, de Gomes (2001), hooks (2011), Ribeiro (2003), Apple (2006), Freitas

(2009), Glass (2012), Carone e Bento (2014), Costa (2015), entre outros.

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Palavras-chave: Materiais didáticos – PNLD – Raça – Classe social – Território.

A COMPREENSÃO TEXTUAL E SEU ENSINO A PARTIR DOS LIVROS DIDÁTICOS

Rosângela Oliveira Cruz Pimenta

Universidade Federal de Alagoas [email protected]

A comunicação trata do ensino da compreensão textual, a partir dos livros didáticos de língua

portuguesa editados no Brasil, ao longo do tempo. Nosso objetivo é analisar alguns exercícios de

compreensão presentes em manuais didáticos editados em 2004 e 2013, especificamente

“PORTUGUÊS: Literatura – Gramática – Produção de texto”, de Leila Lauar Sarmento e Douglas

Tufano, Ed. Moderna, 2004 e "Oficina de Redação", de Leila Lauar Sarmento, Editora Moderna,

2013, à luz das discussões dos diversos estudos sobre compreensão de textos. Nosso problema de

investigação é saber se os manuais analisados ensinam aos alunos a compreender textos e em que

nível se dá esta compreensão. Nos baseamos em estudos como o de Marcuschi (1996, 1999, 2001,

2008), Koch e Elias (2006), Antunes (2003), Jurado e Rojo (2006), Kleiman (2006), Solé (1998),

Duarte e Mendonça (2007), entre outros. Nossa análise demonstrou que, assim como demonstrou

Marcuschi (1996) há quase duas décadas, os livros didáticos de Língua portuguesa brasileiros ainda

precisam (re)pensar a perspectiva proposta para o ensino da compreensão textual.

Palavras-chave: Compreensão textual – Livro didático – Ensino de língua portuguesa.

A ANÁLISE DA CONSTRUÇÃO DOS EFEITOS DE SENTIDO NO TEXTO

ARGUMENTATIVO POR ALUNOS DO 9° ANO

Thais Malagoli Braga

Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo [email protected]

Propus-me a elaborar uma pequena sequência que procurasse levar o aluno a calcular os possíveis

sentidos de um enunciado. Para tal, explorei o uso de alguns operadores discursivos, como colocados

por Geraldi (1997: 189-216), e estratégias de referenciação (KOCH; ELIAS, 2017: 86-100) num

artigo de opinião. O objetivo foi verificar como se dá a leitura do texto argumentativo pelos alunos,

de modo a diagnosticar se eles identificam, por meio de operadores discursivos, a tese à qual o autor

pede adesão. Também houve o esforço de trazer um assunto que dialogasse com a realidade dos

alunos, aproximando-os e chamando-os para a discussão de uma questão atual: o jogo da Baleia

Azul. A pergunta que motivou este trabalho foi: Quando os alunos são colocados diante de um artigo

de opinião, como se dá a reconstrução dos efeitos de sentido presentes no texto, a partir da análise de

operadores discursivos? A fim de promover o trabalho de análise da linguagem pelos alunos, trouxe

um recorte do artigo de Rodrigo Constantino "O jogo da Baleia Azul: um crime contra a família",

publicado em 20 de abril de 2017. A sequência foi pensada como um percurso de análise com um

antes-durante-depois. Primeiro, se fez um levantamento de conhecimento prévio dos alunos sobre o

jogo, seguido da primeira leitura do texto. Em seguida, os alunos realizaram quatro atividades

relacionadas à análise linguística do artigo. A fim de discutir e selecionar as operações discursivas

mais relevantes ao recorte do texto selecionado foram levados em conta o capítulo "No espaço do

trabalho discursivo, alternativas." em Portos de Passagem, de Geraldi (1997) e a obra Escrever e

argumentar, de Koch e Elias (2017). Os alunos mostraram-se capazes de analisar o texto e suas

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operações de construção de sentido. Além disso, foi possível diagnosticar a necessidade de um

trabalho linguístico com relação ao uso da pontuação e suas possíveis construções de sentido. Por

fim, a sequência também se mostrou relevante socialmente, trazendo à tona diferentes tomadas de

posição a respeito do jogo.

Palavras-chave: Operações discursivas – Estratégias – Interpretação – Argumentação – Baleia Azul.

QUANDO O TEXTO É LEVADO A SÉRIO: UMA ANÁLISE DA PROPOSTA DE ENSINO

SOBRE TEXTOS DE OPINIÃO NO LIVRO DIDÁTICO “PORTUGUÊS: LÍNGUA E

CULTURA”

Heloisa Trenche Belusci

Faculdade Filosofia Letras e Ciências Humanas / Faculdade de Educação da USP [email protected]

O presente trabalho tem por objetivo apresentar uma análise de um capítulo do Livro Didático

Português: língua e cultura, de Carlos Alberto Faraco, que tem por proposta de ensino os textos de

opinião. Na contramão da tendência de pesquisas que discutem e revelam problemas nas coleções

didáticas publicadas e utilizadas no Brasil, optou-se por realizar no presente trabalho uma

investigação de um livro didático que traz uma proposta interessante e coerente de ensino. Buscou-se

assim, procurar compreender porque e quais elementos revelam que esta é uma proposta de ensino de

qualidade. Observou-se que a concepção de língua e de ensino do autor que tem por base os preceitos

de Bakhtin e seu círculo foram fundamentais para garantir coerência das atividades sugeridas e

profundidade no estudo deste gênero uma vez que o autor não foge de sua proposta, focaliza o texto,

suas características estilísticas, composicionais e seu conteúdo temático sem utilizá-lo meramente

como pretexto para ensino de gramática. O aporte teórico utilizado para análise, como não poderia

deixar de ser, foi a concepção de gêneros dos discursos do Círculo de Bakhtin.

Sessão de Comunicações 6

Quinta-feira, 30/11

Das 14h00 às 16h00

REFORMAS ESCOLARES E O ENSINO DE LITERATURA

Mariana Rosa Silva

Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo [email protected]

Esta comunicação pretende refletir a respeito de reformas e inovações educativas a partir de

mudanças propostas para o ensino de literatura, publicadas nos Parâmetros Nacionais Curriculares

(PCN) e nas Orientações Curriculares Nacionais para o Ensino Médio (OCNEM). Com o objetivo

de confrontar as propostas e objetivos das reformas com suas formulações políticas, legais, bem

como com suas aplicações práticas e consequências sobre as instituições educativas; iremos tratar o

currículo como elemento de uma cultura escolar e pensar quais aspectos estão envolvidos nas

reformas educativas, estabelecendo um paralelo com o ensino de literatura, que se estratificou como

historiografia literária, mas, após a críticas a esse modelo de ensino, tem sido repensado, como se

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pode observar nas publicações de documentos oficiais a partir da década de 1990. Para tanto,

teremos em perspectiva as contribuições de Vinão-Frago (1996) sobre cultura escolar e reformas

educativas, bem como as publicações dos documentos oficiais anteriormente mencionados. Tem-se

em vista que teoria, legislação e práticas não se coincidem, mas se influenciam e interagem.

Palavras-chave: Ensino – Literatura – PCN – Reforma.

NOVOS OLHARES SOBRE A BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR

Maria de Lourdes Leal dos Santos

Universidade de São Paulo - USP [email protected]

A educação brasileira vive um momento histórico. Há uma pluralidade de vozes, demandas, desafios

que permeiam o cotidiano escolar provocando as instâncias governamentais a desencadearem

processos coletivos na implementação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Recomenda-se

que Estados e Municípios se organizem em regime de colaboração para unir forças e otimizar

recursos. Nesta travessia, assumo junto ao MEC/UNESCO uma consultoria na qual sinalizo uma

proposta metodológica aos gestores, fundamentada nos princípios que norteiam a BNCC para a área

de conhecimento Linguagens, componentes curriculares Português e Inglês. A finalidade do produto

é subsidiar os gestores das áreas de Currículos das Secretarias Estaduais e Municipais a assumirem

uma prática dialógica pela construção de um currículo que traduza as premissas para uma educação

de qualidade: equidade e igualdade de direitos e oportunidades para todos. Que formação o educador

precisará para dar conta de tais exigências? O processo de re(elaboração) curricular exige um

compromisso contínuo de estudo, troca de experiências, de planos de ações, inovações

metodológicas, de saberes compartilhados e expectativas que garantam a operacionalização de um

novo currículo à luz da BNCC.

Palavras-chave: BNCC – Multimodalidade – Linguagens – Currículos.

O QUE SE ESPERA DE “ESCRITA” NA ATIVIDADE DE REESCREVER?

Renata de Oliveira Costa

Faculdade de Educação da USP [email protected]

O presente estudo toma como objeto de pesquisa as concepções de “reescrita” presentes nos

documentos oficiais que regem o ensino de Língua Portuguesa para a primeira etapa do ensino

fundamental em São Paulo e no Brasil. Assim, tem como questão de pesquisa: Quais são as noções

de “escrita” pressupostas nas atividades de “reescrita” e “reconto” detalhadas nos documentos

oficiais? Seus objetivos são: a) localizar as ocorrências dos termos reescrita e reconto nos materiais

oficiais, detalhando o que se espera do aluno ao realizar tais atividades; b) depreender as concepções

de escrita e ensino que fundamentam o reescrever/ recontar; c) comparar as concepções dadas nos

documentos com produções de texto realizadas em atividades de reescrita/ reconto. Para tanto, serão

analisados dois conjuntos de dados: 1) documentos oficiais que tratam do ensino de Língua

Portuguesa do 1º ano 5º ano do Ensino Fundamental; 2) 64 manuscritos produzidos por alunos do 4º

ano do ensino fundamental de uma escola pública do município de São Paulo. Para a análise dos

materiais partiremos das concepções de valor de uso e valor de troca das palavras (ROSSI-LANDI,

32

1985). Espera-se que este trabalho possa suscitar uma discussão a respeito dos objetivos da produção

escrita de alunos do ensino fundamental.

Palavras-chave: Reescrita – Reconto – Documentos oficiais – Currículo – Produção de texto.

UM DESPERTAR PARA A LEITURA/ESCRITA: DE ANNE FRANK AO MEU PRÓPRIO

DIÁRIO

Riviane Medino Rocha

E. E. Professor Fidelino de Figueiredo [email protected]

Ana Cláudia Barreiro Nagy

FFLCH – Letras - USP [email protected]

O projeto visou estimular nos alunos do 8º. ano o hábito da leitura/escrita e o desejo de novas

leituras, aguçar seu potencial cognitivo e criativo, desenvolver vocabulário e estabilizar formas

ortográficas e possibilitar a vivência de emoções e o exercício da imaginação. Perguntou-se: Se ler

constantemente ajuda na formação do leitor e na aprendizagem da gramática/ortografia, ler

diário/autobiografia seria uma ação importante para desenvolvimento da leitura/escrita dos alunos

devido à sua proximidade com esses gêneros? Para tanto, propôs-se a leitura coletiva de “O diário de

Anne Frank” (2013), explicitando os aspectos dos gêneros “diário” e “autobiografia”. Durante toda a

leitura houve pausas para discussão/escrita de temas pontuais, o que mostrou a organização dos

textos orais/escritos e o modo de exposição desses pelos alunos. O aporte teórico veio de Lejeune

(2008), que define autobiografia como narrativa retrospectiva em prosa que o narrador faz de fatos

marcantes de sua vida, e diário como texto cuja base é a data, primeira a ser inserida na página

(ambos seguindo a fórmula autor = narrador = personagem). Como produto final, os alunos gravaram

trechos sobre o tema, nos quais apresentaram os conceitos construídos ao longo do projeto e

relataram a experiência num blog coletivo.

Palavras-chave: Diário – Autobiografia – Leitura e escrita – Blog – Diário virtual.

LEITURA E ESCRITA “DE VERDADE” NA ESCOLA

Ana Cláudia Barreiro Nagy

FFLCH – Letras – USP [email protected]

Riviane Medino Rocha

E. E. Professor Fidelino de Figueiredo [email protected]

Ensinar língua materna precisa considerar experiências lúdicas em que os alunos sejam envolvidos.

Em geral, as atividades escolares são restritas a leitura seguida de debate e/ou prova de interpretação.

Para mudar essa prática, o projeto teve como objetivos incentivar e desenvolver o gosto pela

leitura/escrita, construir conceitos gramaticais e produzir uma fábula a partir do estudo desse gênero.

Considerando os alunos como autores de suas próprias aprendizagens, buscou-se responder a

seguinte questão: Como incentivar a leitura, envolver os alunos e transformar a sala de aula num

ambiente mais agradável? A resposta foi a utilização do livro “Emília no País da Gramática”

33

(Monteiro Lobato), o que suscitou o repensar do conteúdo a partir da leitura e tornou a sala de aula

um ambiente propício para o desenvolvimento da leitura/escrita. Os alunos começaram a perceber a

importância de sua ação. Além da leitura/discussão das questões gramaticais a partir de Lobato

(2013), o 6º. ano produziu e representou fábulas que foram reunidas num livro coletivo. “As ações

mediadas pela palavra deixaram de ser predominantes e deram lugar às ações mediadas pelo

movimento” (RIOLFI et al., 2008, p. 8), assim como houve melhora na qualidade da escrita dos

novos autores- alunos.

Palavras-chave: Leitura – Escrita – Lúdico – Aluno como autor.

ENSINO PARA EQUIDADE: UM NOVO SENTIDO PARA O TRABALHO EM GRUPO

Carolina Schleier Cocco

Letras - FFLCH USP [email protected]

O trabalho em grupo, nos moldes das abordagens tradicionais, tende a desenvolver pequenas

hierarquias, nas quais, alguns membros são mais ativos e influentes que outros. No entanto, o

trabalho em grupo pode ser uma ferramenta útil que estimula os alunos a trabalharem em pequenos

grupos e desempenharem suas tarefas sem a supervisão direta e imediata do professor. Este delega o

seu lugar de autoridade e de detentor do conhecimento e faz com que os alunos estejam encarregados

de garantir que o trabalho seja feito de maneira eficiente. O trabalho em grupo é uma estratégia

eficaz para atingir certos tipos de objetivos de aprendizagem, e pode ser benéfico para problemas

comuns na condução de uma sala de aula, como manter os alunos envolvidos com suas atividades.

Neste contexto, as pesquisadoras Elizabeth G. Cohen e Rachel A. Lotan, se propuseram a repensar

esta estratégia de trabalho para que ela seja produtiva, aumente e aprofunde a oportunidade dos

alunos de aprender conteúdos, desenvolva a linguagem e, forme salas de aulas equitativas. As formas

como essa estratégia tem sido realizada, a recepção da mesma pelos alunos e os resultados obtidos,

por meio das atividades em grupo, devem ser amplamente explorados.

Palavras-chave: Estratégias – Papéis – Ensino para equidade – Trabalho em grupo – Língua

portuguesa.

DAS MARGENS, OS MARGINALIZADOS PELO SEU FALAR, NÃO VOZEIAM POR

MEDO DE SE DIFERENCIAR: UMA ANÁLISE DE COMO É ABORDADO O

PRECONCEITO LINGUÍSTICO NO MATERIAL DIDÁTICO DO GOVERNO DO

ESTADO DE SÃO PAULO

Thiago Lima de Freitas

UNESP Araraquara [email protected]

Neste estudo, analisa-se, o material didático do ensino fundamental II, elaborado pela secretaria da

educação do estado de São Paulo. O objetivo principal do trabalho é apresentar algumas reflexões

sobre o material e o ensino de língua materna nas escolas paulistas, com o intuito de refletir sobre

alguns pontos: a) o preconceito linguístico, b) a variação e a mudança linguística e assim aferir o

modo como são implementadas as políticas linguísticas no espaço educacional. O trabalho utiliza-se

do método comparativo pois as análises do material didático se pautaram em todo o arcabouço

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teórico da variação e mudança linguística, preconceito linguístico, e da sociolinguística-educacional

(BORTONI-RICARDO 2006; FARACO 2009, 2015; BAGNO 1999;) assim como dos PCNS e da

proposta curricular do estado de São Paulo. As análises mostraram que o material aborda apenas a

variação diatópica, e não apresenta ao seu alunado as outras formas em variação e mudança, bem

como ausenta da sequência didática a temática do preconceito linguístico. Essa meia ausência, pois

se apresenta apenas uma mínima parte de um todo, leva-nos a pensar que seja apenas uma tentativa

utilitarista de adequação aos parâmetros curriculares nacionais (PCNS), porque somente apresentam

aquelas variações que seriam supostamente mais percebidas pelos discentes. Com isso, empobrece-se

o debate para a diversidade linguística.

Palavras-chave: Material Didático – Políticas Linguísticas – Ensino de língua portuguesa.

TRADUZINDO EXPRESSÕES IDIOMÁTICAS: COMO TRABALHAR OS SENTIDOS

LITERAL E FIGURADO COM ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL?

Verônica Penteado Siqueira

Universidade de São Paulo [email protected]

Este trabalho é resultado de uma experiência de regência nos 6º e 8º anos do Ensino Fundamental de

uma escola estadual do município de Jundiaí, São Paulo. Percebendo-se bastante dificuldade dos

alunos em diferenciar sentido literal de sentido figurado, durante o período de observação, a

atividade de regência foi formulada a partir da seguinte questão: “Como levar alunos entre 11 e 14

anos a perceber as diferenças entre sentido literal e figurado?”. Para responder à questão, foi

elaborada uma sequência didática em que as diferenças entre sentido literal e figurado foram

exploradas a partir de imagens. Na primeira parte da atividade, foram usadas fotos do Pequeno

dicionário ilustrado de expressões idiomáticas, de Marcelo Zocchio e Everton Ballardin; na segunda

parte, em que foi proposta uma produção textual, foram utilizadas duas tirinhas para o 6º ano e dois

anúncios publicitários para o 8º ano. A atividade foi bem-sucedida e os alunos souberam não apenas

diferenciar os sentidos literal e figurado, como também foram capazes de empregá-los

adequadamente na produção escrita. O uso de imagens contribuiu para esse entendimento, pois elas

trazem outra forma de comunicação e interpretação simbólica. As expressões idiomáticas, por sua

vez, mostraram-se pertinentes e produtivas, pois fazem parte da linguagem cotidiana dos alunos,

aproximando-os à atividade.

Palavras-chave: Sentido literal – Sentido figurado – Expressões idiomáticas – Imagens – Sequência

didática.

LINGUAGEM E EDUCAÇÃO: NOVAS FERRAMENTAS DE TRABALHO EM SALA DE

AULA PARA NOVAS FORMAS DE ESCRITA E COMUNICAÇÃO

Katia Levtchenko

Universidade de São Paulo [email protected]

O presente trabalho teve por objetivo a observação, para reflexão e análise, da relação do aluno com

a linguagem e as formas de ensino-aprendizagem bem como as dinâmicas trabalhadas pelos docentes

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em classes de Língua Portuguesa. Ambas as escolas observadas são dedicadas ao Ensino Médio,

onde foi possível levantar os diferentes aspectos envolvidos, desde os aspectos materiais até as

formações dos docentes, os impactos do meio e de suas trajetórias em suas atuações e os possíveis

resultados gerados pelas diferentes formas de atuação de docentes no ensino da língua portuguesa

aos discentes. Levou-se em consideração que o professor deve ter sempre em foco o enriquecimento

constante das quatro competências de seus alunos e lembrou-se ainda que a aquisição, embora seja

uma capacidade inerente ao ser humano, não se faz de forma padronizada. Considerou-se não apenas

as condições de ensino e as estratégias do professor, mas também as necessidades dos alunos e suas

condições pessoais de adquirir novos conhecimentos. Desta forma, verificou-se a possibilidade em

adequar o uso do whatsapp como ferramenta de produção textual de forma pedagógica para síntese

de aula e veiculação de conteúdos dentro e fora da sala de aula.

Palavras-chave: Linguagem – Gênero textual – Whatsapp – Síntese – Oralidade.

CAMINHOS ALTERNATIVOS PARA O APRENDIZADO: A IMPORTÂNCIA DAS

ATIVIDADES EPILINGUÍSTICAS NA SALA DE AULA

Fernanda dos Santos de Brito

Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas [email protected]

Qual a relação entre a teoria, o método de ensino e o interesse dos alunos? O presente estudo tem

como objetivo retratar as experiências vividas no estágio da disciplina Metodologia do Ensino de

Língua Portuguesa 1, enfatizando questões sobre a importância das atividades epilinguísticas para o

aprendizado da língua portuguesa, bem como fornecer possíveis soluções para cessar a falta de

interesse dos alunos e, consequentemente, proporcionar circunstâncias agradáveis que levem à uma

aprendizagem satisfatória. O aporte teórico foi o texto Criatividade e Gramática, de Carlos Franchi.

Foram realizadas atividades epilinguísticas a partir das quais se apresentaram diferentes manchetes

para a mesma notícia e pediu-se aos alunos que em grupos fizessem uma manchete sobre um crime

fictício, cada um representando uma revista diferente, definida por sorteio. O estudo concluiu a

necessidade de diversificação dos métodos de ensino de língua portuguesa, para que a gramática,

mesmo que tradicional, sendo vista como algo útil e interessante, desperte interesse nos alunos por

meio da representatividade em situações cotidianas.

Palavra-chave: Epilinguismo – Ensino de Língua Portuguesa – Interesse – Aprendizado.