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CADERNOS PEDAGÓGICOS DE FORMAÇÃO GERAL VOLUME 4 Globalização e Relações de Trabalho 2013/1 ALUNO(A):

Caderno Pedagogico 4.14

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CADERNOS PEDAGÓGICOS DE FORMAÇÃO GERAL VOLUME 4

Globalização e Relações de Trabalho

2013/1

ALU

NO

(A):

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NÚCLEO DE FORMAÇÃO GERAL

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CADERNOS PEDAGÓGICOS DE FORMAÇÃO GERAL

VOLUME 4

REITOR

Arody Cordeiro Herdy

PRÓ-REITOR DE ADMINISTRAÇÃO ACADÊMICA

Carlos de Oliveira Varella

PRÓ-REITOR DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO

Emilio Antonio Francischetti

PRÓ-REITORA COMUNITÁRIA E DE EXTENSÃO

Sônia Regina Mendes

PRÓ-REITOR ADMINISTRATIVO

José Luiz Rosa Lordello

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NÚCLEO DE FORMAÇÃO GERAL

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INOVA

NÚCLEO INOVADOR Unigranrio – INOVA

Coordenadora: Maria Rita Resende Martins da Costa Braz

ESCOLA DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIAS, LETRAS, ARTES E HUMANIDADES

Diretora: Haydéa Maria Marino de Sant´anna Reis

INSTITUTO DE ESTUDOS FUNDAMENTAIS I

Diretora: Lúcia Inês Kronemberger Andrade

INSTITUTO DE ESTUDOS FUNDAMENTAIS II

Diretor: Lindonor Gaspar de Siqueira

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NÚCLEO DE FORMAÇÃO GERAL

2

NÚCLEO ALÉM DA SALA DE AULA

Benjamin Salgado Quintans

Frederico Adolfo Schiffer Junior

Haydéa Maria Marino de Sant’anna Reis

Herbert Gomes Martins

Hulda Cordeiro Herdy Carmim

José Luiz Rosa Lordello

Sonia Regina Mendes

NÚCLEO DE APOIO METODOLÓGICO - NAM

Anna Paula Soares Lemos

Carlos de Oliveira Varella

José Luiz Rosa Lordello

Lindonor Gaspar de Siqueira

Lúcia Inês Kronemberger Andrade

Maria Rita Resende Martins da Costa Braz

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NÚCLEO DE FORMAÇÃO GERAL

2

NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA - NEAD

Lúcia Inês Kronemberger Andrade

Vanessa Olmo Pombo

NÚCLEO DE FORMAÇÃO GERAL

Anna Paula Soares Lemos

Edeusa de Souza Pereira

Joaquim Humberto Coelho de Oliveira

Lucimar Levenhagen Alarcon da Fonseca

Tania Maria da Silva Amaro de Almeida

NÚCLEO DE MEMÓRIA E DOCUMENTAÇÃO INSTITUCIONAL

Tania Maria da Silva Amaro de Almeida

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NÚCLEO DE FORMAÇÃO GERAL

2

NÚCLEO DE PRÁTICAS INCLUSIVAS

Lucimar Levenhagen Alarcon da Fonseca

ORGANIZAÇÃO / REVISÃO / DIAGRAMAÇÃO DESTE MATERIAL:

NÚCLEO DE FORMAÇÃO GERAL

Professores(as)

Anna Paula Lemos

Edeusa de Souza Pereira

Joaquim Humberto Coelho de Oliveira

Lucimar Levenhagen Alarcon da Fonseca

Tania Maria da Silva Amaro de Almeida

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NÚCLEO DE FORMAÇÃO GERAL

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NÚCLEO DE FORMAÇÃO GERAL

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FICHA DE UNIDADE DE APRENDIZAGEM

Atividade:

TAE 001 / Trabalho Acadêmico Efetivo 1 - Atividades Integradas de Formação Geral I

Unidade Nº:

Quatro (4/14)

Título:

Globalização e Relações de Trabalho.

Objetivos de aprendizagem:

Relacionar a globalização com o crescimento da desigualdade social

Identificar algumas proposições políticas para minimizar esse efeito

Analisar as interferências da globalização no trabalho

Projetar novas possibilidades para o trabalho

Tópicos abordados:

Globalização e desigualdade social

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Trabalho e capitalismo moderno

As novas formas de trabalhar

As novas profissões na economia globalizada

Introdução:

4.1. Globalização e relações de trabalho: os efeitos sociais da globalização.

A globalização é um acontecimento complexo, por isso produz efeitos benéficos e maléficos.

Entres estes, podemos destacar os riscos ecológicos e a crescente desigualdade social.

O texto sugerido para leitura propõe algumas iniciativas políticas, em nível nacional, que devem

ser adotadas para redistribuir mais igualitariamente os benefícios provindos da economia

globalizada: os governos devem adotar critérios mais seletivos na hora de abrir as fronteiras à

competição internacional; investir na educação da população mais pobre; e fomentar as

pequenas empresas. Além disso, os países em desenvolvimento devem formar blocos

econômicos regionais.

Em nível internacional, o texto ainda destaca sete iniciativas defendidas pela ONU: “mecanismo

para controle e vigilância com mais agilidade da liquidez internacional, mudanças nas regras do

comércio mundial em benefício dos países pobres e uma associação de empresas multinacionais

para fomentar a redução da pobreza”.

Essas ações são vistas com mais importância e necessidade quando se constata que

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das 100 maiores economias do mundo, 50 são megaempresas. Como a GM, cujo

faturamento em 1994 foi superior ao PIB de países como Turquia, Dinamarca e África

do Sul.

É uma tendência em alta. Com as constantes fusões de gigantes empresariais, vai

aumentar a importância das multinacionais, em detrimento dos Estados nacionais. E é

por essa razão que já há quem prefira chamar a globalização de era da "englobação".

(FOLHA SÃO PAULO, 2013)

Indicamos, novamente, o documentário “Encontro com Milton Santos ou o mundo globalizado

visto do lado de cá”, com a direção de Silvio Tendler. Nas partes selecionadas serão tratados

temas relacionados às consequências sociais da globalização. Por exemplo, “Boeing, maior

produtora de aviões do mundo, é um bom exemplo de fornecimento em rede planetária. O

modelo 777 recebe componentes de 322 fornecedores em 38 países. E suas três milhões de peças

são fabricados por 1700 intermediários em 37 nações.” [TENDLER, 19:52 – 21:40]. Esse

modelo de empresa escapa aos controles territoriais nacionais e às responsabilidades sociais

locais. Ainda nos mostra a Nike e os novos atores do cenário global: a Índia e a China.

[TENDLER, 57:10 – 1:04:12]

4.2. Globalização e relações de trabalho: O trabalho na cultura do novo capitalismo.

Na atual fase da globalização, como visto na unidade anterior, há um afastamento entre o Estado

e a economia. Por exemplo, a empresa americana Wal-Mart tem a China como seu maior

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fornecedor. Além disso, há uma intensa competição por mercados entre as empresas globais,

trazendo consequências para a organização e planejamento das instituições e das nossas vidas.

http://espressostalinist.files.wordpress.com/2012/01/empresas-multinacionais.jpg

Como se evidencia no mundo do trabalho. A permanência e sobrevivência das empresas no

mercado estão diretamente associadas à sua capacidade de inovar. Com esse propósito,

renovam-se constantemente as suas estratégias de ação; alteram-se, com muita frequência, o seu

quadro de funcionários, e adotam-se políticas de contratação de empregados cada vez mais

qualificados e preparados para desempenhar novas competências e habilidades.

Nessa ordem, que alguns identificam como a do novo capitalismo, o ambiente do trabalho torna-

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se mais cambiantes e complexos, exigindo mais exigindo mais responsabilidade, criatividade e

capacidade de iniciativa.

Novo capitalismo:

http://www.valor.com.br/sites/default/files/gn/12/02/arte24leg-101-artigo-e2.jpg

Ao mesmo tempo, se por um lado está mais fácil o acesso às informações, por outro, é preciso

saber lidar com elas. Como nos diz o autor de um dos nossos textos recomendados, as máquinas

ficaram mais inteligentes, e precisamos de mais inteligência para que elas nos sirvam.

Precisamos resgatar, na relação de trabalho, a perspectiva do artífice; aquela que se preocupa

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com o sentido do que se faz.

São diferentes tipos de máquinas, que respondem melhor à direção humana. As

máquinas industriais tinham, digamos, uma programação mais rígida, cumpriam uma

única tarefa. É o tipo de trabalho mecânico característico do fordismo. Uma das razões

por que estou mais otimista é que as máquinas são tão mais inteligentes, flexíveis e

sofisticadas, inclusive as máquinas industriais, que se as usarmos bem se tornam

amigas, em vez de inimigas. (SENNETT, 2013b)

Máquinas amigas

http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=robos-eticos-e-morais---seis-estrategias-a-

seguir&id=010180081126

Há que se destacar, como características dos novos tempos, o aparecimento em profusão de

novas profissões, que atendem a demandas atuais e futuras.

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Há menos de duas décadas você não tinha pensado em consultar um webdesigner ou

fazer um curso à distância vendo as aulas no computador. Se a tecnologia elimina

alguns postos de trabalho, ela também cria novas profissões. O consenso entre

futurólogos é que estamos entrando em uma era de confiança na ciência como nunca

vivemos e, por isso, em alguns anos sua profissão não vai mais existir nos moldes de

hoje. Para traçar esse futuro, o governo britânico encomendou ao grupo Fast Future a

pesquisa The Shape of Jobs to Come (A forma dos empregos que virão, em português),

um estudo com 486 participantes de 58 países em 6 continentes para elencar quais

seriam as profissões dominantes nos próximos 20 anos. Essas mudanças são projetadas

sobre o que já está acontecendo hoje: urbanização intensa, aumento populacional e do

número de idosos, popularização da ciência ajudam a definir para onde irá o mercado

de trabalho nas próximas décadas.(REVISTA GALILEU, 2013)

Profissões do futuro

http://3.bp.blogspot.com/_GZvbgm0Xw6g/SA-3bTcUcVI/AAAAAAAAACU/o1OlTaNk3bQ/S1600-R/trabalho+-

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foto+1.jpg

Querendo saber mais sobre as profissões do futuro, visite o seguinte site:

http://oglobo.globo.com/emprego/profissoes-de-futuro-7141783

Conteúdo:

FOLHA de São Paulo. Globalização aprofunda o abismo entre ricos e pobres. Disponível em

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/1997/11/02/caderno_especial/24.html. Acesso em 22 fev

2013.

SENNETT, Richard. O triunfo da superficialidade. Disponível em

<http://www.ihu.unisinos.br/noticias/noticias-arquivadas/5565-o-triunfo-da-superficialidade-

richard-sennett-denuncia-o-novo-capitalismo>. Acesso em 19 fev 2013a.

SENNET, Richard. Futuro de artífices, da técnica e da mente (entrevista). Disponível em

<http://www.ihu.unisinos.br/noticias/noticias-arquivadas/22900-futuro-de-artifices-da-tecnica-e-

da-mente-entrevista-com-richard-sennett>. Acesso em 19 fev 2013b.

REVISTA GALILEU. Saiba quais são as profissões do futuro. Disponivel em

<http://revistagalileu.globo.com/Revista/Common/0,,EMI275532-17773,00-

SAIBA+QUAIS+SAO+AS+PROFISSOES+DO+FUTURO.html> Acesso em 19 fev 2013.

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Síntese:

A globalização é um acontecimento complexo que geram tanto benefícios quanto malefícios.

Dentre os primeiros, destacam-se os riscos ambientais e o crescimento da desigualdade social.

São tentadas ações de controle político, seja em âmbito nacional e internacional, para minimizar

os danos e descontroles do mercado.

No mundo do trabalho, a globalização acarreta mudanças significativas.Por um lado, as

empresas procuram modelos de organização mais adequados às constantes mudanças e variações

exigidas pelo mercado. Por outro, os trabalhadores são cobrados a se ajustarem também a essas

condições, com uma contínua e renovada formação. Nesse cenário transformador e de

transformações, surgem continuamente novas profissões.

Novas profissões:

http://dicasemgeral.xpg.uol.com.br/wp-content/uploads/2009/12/profissionais-verde.jpg

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Leituras complementares:

ENCONTRO com Milton Santos ou o mundo globalizado visto do lado de cá (Brasil, 2006).

Direção de Silvio Tendler.

O HOMEM que copiava (Brasil,2002). Diretor Jorge Furtado.

Bibliografia recomendada:

BAUMAN, Zigmunt. Globalização:as consequências humanas. Rio de Janeiro: Jorge Zahar

Ed., 1999.

BRIGAGÃO, Clóvis & RODRIGUES, Gilberto.Globalização a Olho Nu. São Paulo: Editora

Moderna, 1998.

GIDDENS, Anthony. Mundo em descontrole. O que a globalização está fazendo de nós. Rio de

Janeiro: Record, 2005.

SANTOS, Milton. Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal.

Rio de Janeiro: Record, 2011.

STRAZZACAPPA, Cristina. Globalização: O que é isso, afinal? Coleção Desafio. Rio de

Janeiro, Moderna, 2006.

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Para saber mais:

Nesse novo site do IBGE é possível ver dados super completos de todos os países do mundo em um mapa mundi digital. Nele, podemos

verificar extensão territorial, capital, população total, índice de desenvolvimento humano (IDH), economia, produto interno bruto (PIB),

principais problemas socioeconômicos, conflitos étnicos. Além disso tudo, ainda é possível ver fotos do país selecionado e sua respectiva

bandeira.

Clique na imagem e Divirta-se!

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Músicas que abordam o tema: Trabalho. Clique nos títulos das mesmas e veja letra e vídeo.

Dança do desempregado (Gabriel O Pensador)

Fábrica (Legião Urbana)

Marvin (Titãs)

Workin class hero (John Lennon) letra original e tradução .

Homem Primata ( Titãs)

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Analise as imagens:

História em Quadrinhos

http://www.aprendercomgeneros-estresse.blogspot.com.br/

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Charge

A sobrecarga no trabalho é diretamente relacionada ao estresse?

http://www.aprendercomgeneros-estresse.blogspot.com.br/

Você é estressado?

Faça o teste:

http://www.virtual.epm.br/material/tis/curr-bio/trab2001/grupo2/teste.htm

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TEXTOS

TEXTO 1

FOLHA de São Paulo. Globalização aprofunda o abismo entre ricos e pobres. Disponível em

<http://www1.folha.uol.com.br/fsp/1997/11/02/caderno_especial/24.html>. Acesso em 22 fev 2013.

GLOBALIZAÇÃO APROFUNDA O ABISMO ENTRE RICOS E POBRES

Por JOSÉ ROBERTO DE TOLEDO

DA REPORTAGEM LOCAL

Desde 1960, quando os ricos ganhavam 30 vezes mais que os pobres, a concentração da renda mundial mais do que dobrou. Em 1994, os

20% mais ricos abocanharam 86% de tudo o que foi produzido no mundo. Sua renda era 78 vezes superior à dos 20% mais pobres.

TEXTO 1

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Esse é o lado menos conhecido da globalização. Ano a ano o fosso que separa os incluídos dos excluídos vem aumentando: os ricos ficam

mais ricos, e os pobres, mais pobres. Em 34 anos, o quinhão dos excluídos na economia global minguou de 2,3% para 1,1%. A

concentração chegou ao ponto de o patrimônio conjunto dos raros 447 bilionários que há no mundo ser equivalente à renda somada da

metade mais pobre da população mundial -cerca de 2,8 bilhões de pessoas.

"Supõe-se que uma maré de riqueza levará todos os barcos. Mas alguns navegam melhor do que outros. Os iates e transatlânticos estão

avançando, em função das novas oportunidades, mas as balsas e botes a remo estão fazendo água, e alguns afundam rapidamente."

É o que diz o Relatório da Organização das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Humano, de 1997. O texto faz um balanço dos efeitos

da globalização sob a ótica dos perdedores: "Os países menos adiantados podem perder até US$ 600 milhões por ano, e a África ao sul do

Saara, US$ 1,2 bilhão".

As causas apontadas pela ONU são várias: das barreiras alfandegárias mais punitivas às exportações dos países subdesenvolvidos às leis de

proteção de patentes que dificultam o acesso das nações pobres a novas tecnologias.

O comércio mundial cresceu 12 vezes no pós-guerra e chegou a US$ 4 trilhões por ano nesta década. Mas foi também o vilão que mais

acentuou as desigualdades entre países ricos e pobres no processo de globalização. Com 10% da população do planeta, os países mais

pobres detêm apenas 0,3% do comércio mundial. Pior: é a metade do que detinham há 20 anos.

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Para o conjunto dos países em desenvolvimento, a globalização impôs perdas comerciais de US$ 290 bilhões entre 1980 e 1991. Nesse

mesmo período, o preço dos produtos básicos (sua principal exportação) caiu 45%.

Os mecanismos que deveriam minimizar esses impactos resultaram ineficientes. A Rodada Uruguai do Acordo Geral de Tarifas e

Comércio "deixou intacta a maior parte da proteção da indústria e da agricultura dos países industrializados", diz a ONU. Os produtos

exportados pelo Primeiro Mundo tiveram uma redução muito mais forte das tarifas que lhe eram impostas do que as exportações do

Terceiro Mundo: -45% contra -20% a -25%.

Diante da perspectiva de diminuição, mesmo que apenas parcial, das tarifas alfandegárias, os países desenvolvidos acharam outros meios

de proteger seus mercados. De 1989 a 1994, eles dobraram o número de barreiras sanitárias e medidas antidumping.

Ao mesmo tempo, reforçavam o dumping em seu próprio quintal. Em 1995, os países ricos gastaram nada menos do que US$ 182 bilhões

em subsídios à agricultura -ou seja, metade do valor de tudo o que colheram.

Segundo a ONU, os subsídios dos ricos prejudicam o Terceiro Mundo de várias formas: 1) mantêm baixos os preços internacionais,

desvalorizando as exportações dos países pobres; 2) excluem os pobres de vender para os mercados ricos; 3) expõem os produtores pobres

à concorrência de produtos mais baratos em seus próprios países.

Há estimativas de que, se os países desenvolvidos reduzissem os subsídios agrícolas em 30%, os países em desenvolvimento ganhariam

US$ 45 bilhões por ano.

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Além do comércio, o fluxo internacional de recursos aprofunda as disparidades mundiais. Mais de 90% dos investimentos estrangeiros

diretos vão para Japão, EUA, Europa e oito províncias da China.

Todos os demais países, com 70% da população mundial, ficam com menos de 10% dos investimentos. "Isso significa que regiões enormes

do mundo estão ficando excluídas dos avanços tecnológicos", registra o relatório da ONU.

Com crédito reduzido, os países pobres pagavam até a década passada taxas de juros quatro vezes maiores do que as pagas pelos países

ricos.

Com tantas desvantagens competitivas, a imensa maioria dos perdedores do processo de globalização tinha que estar nos países em

desenvolvimento: quase 1/3 de seus habitantes (1,3 bilhão de pessoas) vive com menos de US$ 1 por dia.

Mas os perdedores citados no relatório da ONU não estão só no Terceiro Mundo. Cerca de 100 milhões de pessoas vivem abaixo da linha

de pobreza nos países desenvolvidos. Em algumas dessas nações, como o Reino Unido, esse número tem crescido.

A quantidade de pobres nos países ricos varia de 3% da população, na Noruega, a 37%, na Irlanda. Os EUA ficam no meio do caminho,

com 14%.

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O fantasma que ronda suas economias globalizadas é o desemprego. As taxas subiram a níveis que não eram vistos desde os anos 30.

Resultado: há cerca de 37 milhões de desempregados nos países desenvolvidos.

Os mais otimistas, como o consultor norte-americano Simon Forge -famoso por suas projeções sobre os impactos da revolução tecnológica

nas comunicações e na economia-, dizem que a perda de empregos no Primeiro Mundo é a contrapartida da criação de postos de trabalho

nos países em desenvolvimento.

Ele atribui isso ao fato de as nações emergentes estarem avançando na educação de seus habitantes -o analfabetismo caiu de 57% para 30%

entre 1970 e 1994 nesses países- e terem custos de produção menores (inclusive salários).

"O resultado será menos empregos nos países desenvolvidos, enquanto os países em desenvolvimento crescerão em poder econômico nos

próximos 20 anos", escreveu Forge num alentado estudo para o Banco Mundial.

Por essas e por outras, Jeremy Rifkin, autor do best-seller "O Fim do Trabalho", sustenta que a economia global está passando por uma

transformação comparável à Revolução Industrial.

Em artigo recente para a revista "Mother Jones", ele escreveu: "Estamos nos primeiros estágios da mudança do 'trabalho em massa' para um

altamente especializado 'trabalho de elite', acompanhada da crescente automação na produção de bens e serviços". Rifkin calcula que, só

nos EUA, cerca de 90 milhões de empregos (a força de trabalho norte-americana é de 124 milhões de pessoas) estão vulneráveis à

automação.

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Nesse ponto, o relatório da ONU concorda mais com Rifkin do que com Forge. O texto cita estudos que estimam que o impacto da

concorrência com a mão-de-obra barata dos países pobres seja responsável por apenas 10% do desemprego industrial dos países ricos. "A

redução do gasto fiscal (dos governos) e a mudança tecnológica tiveram um efeito muito maior sobre o desemprego e a desigualdade",

assinala o relatório.

Na direção oposta à seguida até agora pela globalização, o texto propõe seis políticas nacionais para os países tentarem distribuir mais

equitativamente os benefícios da integração mundial. Entre elas, sugere que os governos adotem critérios mais seletivos na hora de abrir as

fronteiras à competição internacional, invistam na educação da população mais pobre e fomentem as pequenas empresas. Em paralelo, a

ONU recomenda aos países em desenvolvimento que formem blocos econômicos regionais: "Eles podem aumentar o comércio, facilitar o

fluxo financeiro e melhorar os meios de transporte".

A ONU ainda defende sete iniciativas em nível mundial para igualar as regras do jogo. Destacam-se a proposta de um mecanismo para

controle e vigilância com mais agilidade da liquidez internacional, mudanças nas regras do comércio mundial em benefício dos países

pobres e uma associação de empresas multinacionais para fomentar a redução da pobreza.

A última proposta se baseia numa constatação surpreendente: das 100 maiores economias do mundo, 50 são megaempresas. Como a GM,

cujo faturamento em 1994 foi superior ao PIB de países como Turquia, Dinamarca e África do Sul.

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É uma tendência em alta. Com as constantes fusões de gigantes empresariais, vai aumentar a importância das multinacionais, em

detrimento dos Estados nacionais. E é por essa razão que já há quem prefira chamar a globalização de era da "englobação".

TEXTO 2

SENNETT, Richard. O triunfo da superficialidade. Disponível em <http://www.ihu.unisinos.br/noticias/noticias-arquivadas/5565-o-

triunfo-da-superficialidade-richard-sennett-denuncia-o-novo-capitalismo>. Acesso em 19 fev 2013a.

TRABALHO NA EMPRESA GLOBALIZADA

O sociólogo americano, Richard Sennet, concedeu entrevista para a revista Valor, abordando o tema do trabalho na empresa globalizada.

Valor: A economia mundial está mudando velozmente. Tudo está mais rápido, maior e mais global. Ao mesmo tempo, as pessoas estão

mudando a maneira como vivem. Afinal, são as pessoas que estão demandando tais mudanças ou são as grandes corporações que as

impõem?

TEXTO 2

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Richard Sennett: É uma via de mão dupla, reforçada por aqueles que estão se beneficiando economicamente com essas mudanças. Um

número cada vez menor de pessoas está ganhando com as transformações dos bens e dos serviços que são oferecidos e demandados pela

população mundial. Essas mesmas poucas pessoas estão conseguindo forçar um aumento da demanda nunca visto antes e têm conseguido

concentrar esse crescimento neles mesmos. O resultado é um nível de desigualdade crescente.

Valor: Não se trata apenas de um novo ciclo do capitalismo?

Sennett: Não. Acredito que estamos vendo o surgimento de um novo sistema. Pela primeira vez as empresas não estão mais ligadas aos

países. Há 200 anos, uma empresa britânica era motivo de preocupação política ou militar para o Reino Unido. Hoje não. Houve um

descolamento total entre Estado e economia. Veja o exemplo do Wal-Mart, que nasceu para ser um vendedor em massa de produtos

americanos. Hoje seu maior fornecedor é a China. No antigo sistema imperialista, as desigualdades sociais eram dos países dominantes

sobre os países dominados. Era como se a Inglaterra dominasse a economia do Brasil ou da Colômbia. O domínio agora é das empresas,

independente de seu país de origem. Muitos acham que a globalização é apenas mais um capitulo na história do imperialismo. Eu, no

entanto, acho que é um novo sistema, que funciona de forma diferente.

Valor: Como esse novo sistema influencia a vida das pessoas?

Sennett: Os valores estão mudando. O fato de se ter menos segurança nos empregos, com uma alta rotatividade, está pressionando os

trabalhadores de uma forma inédita. As pessoas estão mais desorientadas, não sabem como agir estrategicamente, não sabem como devem

se comportar para sobreviver nas companhias. Por outro lado, as empresas, como instituição, estão cada vez mais fracas. E, por fim, as

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24

pessoas estão desorientadas, sem saber como usar suas habilidades e talentos. A economia global enfatiza cada vez menos a habilidade para

executar um trabalho e dá mais valor às pessoas mais adaptáveis, que desempenham várias atividades.

Valor: O senhor afirma que as empresas têm possibilitado mais flexibilidade aos trabalhadores, mas que isso os aprisiona. Não é

paradoxal?

Sennett: Sim, é. A liberdade que as pessoas têm hoje é a liberdade de trocar de emprego com uma facilidade muito maior do que a de

algumas décadas atrás. Mas as empresas são bem mais instáveis e, em conseqüência, a capacidade de os funcionários as influenciarem

diminui sensivelmente. Isso significa , na verdade, menos liberdade para trabalhar. São livres apenas para trocar de emprego.

Valor: O senhor afirma que esse novo modelo econômico está criando uma série de traumas sociais e emocionais. Que traumas são esses?

Sennett: Fizemos algumas pesquisas de campo para comprovar tal fato e vimos que as pessoas têm hoje um nível muito alto de ansiedade.

O antigo sistema capitalista prometia premiar o trabalho. Se a pessoa trabalhasse bem, seguindo as normas institucionais, elas seriam

premiadas com a permanência no trabalho, aumentos de salário e afins. Era uma regra clara. Com essas novas empresas altamente flexíveis

e instáveis, as estruturas de recompensa são completamente diferentes e variáveis. O trabalho ficou mais informal - e mais volumoso, a

ponto de as pessoas os levarem em domicílio, mostrando que são competentes o bastante para se manterem em seus empregos. E isso,

óbvio, aumenta consideravelmente o estresse. Essa mudança radical é traumática para a maior parte dos empregados. E cada vez mais

pessoas vão experimentar essa transição, porque esse modelo será dominante no futuro.

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NÚCLEO DE FORMAÇÃO GERAL

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Valor: Quem vai conseguir atravessar essas mudanças com tranqüilidade? Existe algo em comum entre as pessoas que estão se adaptando

bem a esse novo sistema?

Sennett: Sim, há. São pessoas que estão dispostas a migrar, mesmo que apenas fisicamente, para seguir o trabalho onde ele está. São

pessoas que têm pouca necessidade de relações humanas de longo prazo. Há também aqueles que se sentem mais confortáveis em aprender

diferentes habilidades pela metade, ou seja, não têm a necessidade de serem muito boas em algo específico. Aqueles que conseguem viver

de uma forma mais superficial terão sucesso nesse novo modelo.

Valor: O senhor acredita que o conceito de família fica ameaçado com esse cenário?

Sennett: Nos estudos que realizamos conseguimos traçar uma linha clara entre trabalho e família. A princípio, parece não haver uma

ameaça clara. Quem prospera nesse sistema são pessoas que se sentem confortáveis com a instabilidade. E isso tem a ver com a idade. O

novo capitalismo funciona muito bem para os jovens. Mas quando as pessoas chegam aos 40 anos, no meio de sua vida, não conseguem

administrar bem essa instabilidade.

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26

O fantasma da inutilidade. Uma resenha do livro "A cultura do novo capitalismo"

"Tudo o que é sólido desmancha no ar, disse Karl Marx, há 160 anos, pensando no capitalismo do século XIX. No mundo veloz e volátil do

novo capitalismo, sua célebre máxima continua a valer, abrindo espaço para o triunfo da superficialidade. Autor de “Respeito: a

Formação do Caráter em um Mundo Desigual e A Corrosão do Caráter”, um dos mais respeitados intelectuais americanos de

esquerda, Richard Sennett, recorre ao capitalismo remoto de Karl Marx para compreender a realidade em fragmentos do século XXI",

escreve José Castello, comentando o novo livro de Richard Sennett, “A cultura do novo capitalismo”.

Page 33: Caderno Pedagogico 4.14

NÚCLEO DE FORMAÇÃO GERAL

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Disponível em: REVISTA GALILEU. Saiba quais são as profissões do futuro. Disponivel em:

<http://revistagalileu.globo.com/Revista/Common/0,,EMI275532-17773,00-

SAIBA+QUAIS+SAO+AS+PROFISSOES+DO+FUTURO.html>. Acesso em 19 fev 2013.

SAIBA QUAIS SÃO AS PROFISSÕES DO FUTURO

Quer ter trabalho garantido em 2020?

Pesquisamos novas e inusitadas carreiras que irão bombar lá na frente.

Mas tem que começar a estudar agora.

por Gabriela Portilho

TEXTO 3:

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NÚCLEO DE FORMAÇÃO GERAL

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Há menos de duas décadas você não tinha pensado em consultar um webdesigner ou fazer um curso à distância vendo as aulas no

computador. Se a tecnologia elimina alguns postos de trabalho, ela também cria novas profissões. O consenso entre futurólogos é que

estamos entrando em uma era de confiança na ciência como nunca vivemos e, por isso, em alguns anos sua profissão não vai mais existir

nos moldes de hoje. Para traçar esse futuro, o governo britânico encomendou ao grupo Fast Future a pesquisa The Shape of Jobs to Come

(A forma dos empregos que virão, em português), um estudo com 486 participantes de 58 países em 6 continentes para elencar quais seriam

as profissões dominantes nos próximos 20 anos. Essas mudanças são projetadas sobre o que já está acontecendo hoje: urbanização intensa,

aumento populacional e do número de idosos, popularização da ciência ajudam a definir para onde irá o mercado de trabalho nas próximas

décadas.

Segundo a pesquisa, uma das áreas que vai gerar mais empregos até 2030 será consultoria de bem-estar para idosos (veja na página 80),

profissionais capazes de articular diversas áreas da saúde para ajudar os velhinhos do futuro a viver melhor. Aliás, no mundo das novas

profissões, articulador virou palavra-chave. Aqueles que souberem unir diferentes áreas do conhecimento para gerar novos serviços,

passam a valer ouro. Por isso é que vale cursar diferentes graduações ou seguir especializações dentro de uma mesma área. O especialista

em Direito Digital Eduardo Kruel é um dos raros profissionais na área no Brasil.

Seu diferencial dentro da profissão aconteceu, principalmente, pela dupla formação. “Antes de partir para o curso de direito, eu já tinha a

graduação em tecnologia da informação.”

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NÚCLEO DE FORMAÇÃO GERAL

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O Brasil está em posição privilegiada nesse cenário. Deve se firmar como um dos maiores poderes científicos mundiais por volta de 2025,

se continuar seguindo a política de investimentos em pesquisas e colaboração internacional, diz um estudo de outra consultoria britânica, a

Sigma Scan. Para se ter uma ideia, o número de cientistas formados dentro do país cresceu oito vezes nos últimos 15 anos. Já as carreiras

que envolvam vendas e atendimento tendem a desaparecer. “Os serviços de e-commerce vão acabar com muitos postos locais. Logo mais,

as livrarias serão apenas um local de encontros, já que a venda de livros online já supera o comércio nas lojas”, diz Michael T. Robinson,

diretor da Career Planner, uma das maiores empresas americanas de aconselhamento profissional.

Mas então, o futuro é quase a realização de um episódio dos Jetsons, em que muitas das funções vão ser exercidas por robôs? Para o

futurólogo britânico e autor do livro You Tomorrow, Ian Pearson, haverá espaço para o humano, especialmente nas artes. “Profissões de

cuidados humanos ou artes não tendem a desaparecer. Quando queremos contato humano, não é só uma questão de performance ou

eficiência. Às vezes é puramente uma questão de empatia. Precisamos saber que a outra pessoa pode nos compreender e se colocar em

nosso lugar. Isso, só um outro humano pode fazer.”

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NÚCLEO DE FORMAÇÃO GERAL

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Atividades para Autoavaliação

Atividade: TAE 001 / TRABALHO ACADÊMICO EFETIVO – ATIVIDADES

INTEGRADAS DE FORMAÇAO GERAL I

Unidade Nº: 4

Título: Globalização e Relações de Trabalho.

QUESTÃO 1

Tópico Associado: Trabalho e capitalismo moderno

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NÚCLEO DE FORMAÇÃO GERAL

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“Atualmente, com a globalização da economia, a situação dos trabalhadores

assalariados está se deteriorando cada vez mais. Intensifica-se a abertura ou a

transferência de filiais de empresas para países onde os salários são mais baixos e

a legislação trabalhista é mais flexível, em detrimento dos trabalhadores.”

(MOREIRA, João Carlos. Geografia. São Paulo: Scipione, 2005. p. 444.)

Assinale entre as alternativas abaixo aquela que reflete a situação dos

trabalhadores no mundo globalizado:

A) A participação da população economicamente ativa no mercado de trabalho

envolve, cada vez mais, a necessidade de investimentos em escolas

profissionalizantes e universidades, com grande grau de qualificação profissional,

com exceção dos empregos no setor terciário.

B) Há sobra e falta de emprego ao mesmo tempo, dependendo da qualificação da

mão-de-obra e do acesso às escolas pela maioria da população economicamente

ativa. Muitas vagas não são preenchidas por falta de qualificação exigida para o

cargo

C) Os assalariados dos países pobres têm uma participação mais favorável na

renda nacional auferida, pois podem ser despedidos sem encargos muito grandes

para as empresas e substituídos rapidamente por outros.

D) O investimento em robotização e informática nas grandes empresas leva ao

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NÚCLEO DE FORMAÇÃO GERAL

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desemprego estrutural, fortalecendo a ação dos sindicatos e a força dos

empregados menos qualificados em negociações trabalhistas.

FEEDBACK DA QUESTÃO 1

Resposta certa: Vide gabarito no final deste caderno.

QUESTÃO 2

Tópico Associado: As novas formas de trabalhar

A expansão da produção capitalista, nos três primeiros quartos do século XX,

esteve assentada, principalmente, no modelo de organização fordista. A partir dos

anos 70, este modelo sofreu significativas alterações, decorrentes da dificuldade

de enfrentar, através de ganhos de produtividade, a crise que atingiu o sistema

capitalista. Impôs-se ao universo de produção a necessidade de profunda

reestruturação econômica, expressa pela introdução de novas tecnologias,

flexibilidade dos processos de trabalho, dos mercados de trabalho, dos produtos e

dos padrões de consumo. Tais mudanças foram vistas por alguns como uma

ruptura, e, por outros, como continuidade do modelo fordista. De qualquer

maneira o mundo do trabalho do século XXI já não é o mesmo.

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NÚCLEO DE FORMAÇÃO GERAL

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Sobre os impactos concretos que afetaram a produção e o trabalho no Brasil, no

quadro das transformações comentadas no texto, é correto afirmar que houve:

A) Consolidação do assalariamento regulamentado, através da expansão do

emprego com carteira registrada para a totalidade dos trabalhadores.

B) Fortalecimento do poder de negociação dos sindicatos e elevação contínua da

renda dos trabalhadores.

C) Redução drástica das jornadas de trabalho e ampliação do tempo de lazer

desfrutado pelos trabalhadores.

D) Expansão de formas alternativas de organização do trabalho (trabalho

informal, doméstico, temporário, por hora e subcontratação) em detrimento do

assalariamento tradicional.

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NÚCLEO DE FORMAÇÃO GERAL

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FEEDBACK DA QUESTÃO 2

Resposta certa: Vide gabarito no final deste caderno.

QUESTÃO 3

Tópico Associado: As novas formas de trabalhar

Enunciado: Na sua obra clássica, publicada em 1776, “A Riqueza das Nações”, o

escocês Adam Smith descrevia o funcionamento de uma forma de produção de

alfinetes: “um homem puxa o arame, o outro o endireita, um terceiro o corta, um

quarto o afia, um quinto o esmerilha na outra extremidade para a colocação da

cabeça; para se fabricar a cabeça são necessárias duas ou três operações distintas;

a colocação da cabeça é muito interessante, ao polimento final dos alfinetes

também; até a sua colocação no papel constitui, em si mesma, uma atividade (...)”.

Smith dizia que 10 homens, dividindo o trabalho, produziam ao fim de um dia 48

mil alfinetes. Se a produção fosse artesanal, um homem produziria apenas 20

alfinetes por dia e os dez homens juntos somente 200 alfinetes.

Com base nas informações acima, assinale e alternativa que responde

corretamente às questões abaixo. Que forma histórica do trabalho está sendo

descrita por Smith? Quais as principais conseqüências econômicas dessa nova

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NÚCLEO DE FORMAÇÃO GERAL

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formada produção, defendida por Smith como real avanço para a sociedade?

A) divisão manufatureira do trabalho - o aumento da produção e a liberdade de

comércio.

B) produção artesanal - a industrialização e a liberdade de comércio.

C) a divisão manufatureira do trabalho - o aumento da produção e o monopólio do

comércio.

D) a produção artesanal - o aumento da produção e a liberdade de comércio.

FEEDBACK DA QUESTÃO 3

Resposta certa: Vide gabarito no final deste caderno.

QUESTÃO 4

Tópico Associado: Trabalho e capitalismo moderno

“No capitalismo, os trabalhadores produzem todos os objetos existentes no

mercado, isto é, todas as mercadorias; após havê-las produzido, entregam-nas aos

proprietários dos meios de produção mediante um salário; os proprietários dos

meios de produção vendem as mercadorias aos comerciantes, que as colocam no

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NÚCLEO DE FORMAÇÃO GERAL

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mercado de consumo; e, os trabalhadores ou produtores destas mercadorias

quando vão ao mercado de consumo, não conseguem comprá-las (...). Embora os

diferentes trabalhadores saibam que produziram diferentes mercadorias, não

percebem que, como classes sociais produziram todas elas, isto é, que os

produtores de tecidos, roupas e alimentos (...). São membros da mesma classe

social. Os trabalhadores se vêem como indivíduos isolados (...) , não se

reconhecem como produtores da riqueza e das coisas. (CHAUÍ, M. Convite a

Filosofia. São Paulo: Ática, 2004.)

Com base no texto e nos conhecimentos sobre alienação ideológica, considere as

afirmativas a seguir:

A) A consciência de classe para os trabalhadores resulta da vontade de cada

trabalhador em superar a situação de exploração em que se encontra sob o

capitalismo.

B) A ideologia da produção capitalista constitui-se de imagem e idéias que levam

os indivíduos a compreenderem a essência das relações sociais de produção.

C) As mercadorias apresentam-se de forma a explicitar as relações de classe e o

vínculo entre trabalhador e o produto realizado.

D) O processo de não identificação do trabalhador com o produto de seu trabalho

é o que se chama alienação. A ideologia ligada a esse processo, oculta as

relações sociais que estruturam a sociedade.

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NÚCLEO DE FORMAÇÃO GERAL

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FEEDBACK DA QUESTÃO 4

Resposta certa: Vide gabarito no final deste caderno.

QUESTÃO 5

Tópico Associado: As novas formas de trabalhar

“No tempo em que os sindicatos eram fortes, os trabalhadores podiam se queixar

do excesso de velocidade na linha de produção e do índice de acidentes sem medo

de serem despedidos. Agora, apenas um terço dos funcionários da IBP (empresa

alimentícia norte americana) pertence a algum sindicato. A maioria dos não

sindicalizados é imigrante recente; vários estão no país ilegalmente; e no geral

podem ser despedidos sem aviso prévio seja qual for o motivo. Não é um arranjo

que encoraje ninguém a fazer queixas (...). A velocidade das linhas de produção e

o baixo custo trabalhista das fábricas não sindicalizadas da IBP são agora padrão

de toda indústria.” (SCHOLOSSER, Eric. País fast-food. São Paulo: Ática, 2002,

p.221.)

No texto, o autor aborda a universalização, no campo industrial, dos empregados

do tipo Mcjobs (Mac Emprego). Comuns em empresas fast-food. Assinale a

alternativa que apresenta somente características deste tipo de emprego.

A) Alta remuneração da força de trabalho, adequada à especialização exigida pelo

processo de produção automatizado.

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NÚCLEO DE FORMAÇÃO GERAL

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B) Baixa automatização num sistema de grande responsabilidade e de pequena

divisão do trabalho.

C) Baixa qualificação do trabalhador acompanhada de má remuneração do

trabalho e alta rotatividade.

D) Alta informalidade relacionada a um ambiente de estabilidade e solidariedade

no espaço da empresa.

FEEDBACK DA QUESTÃO 5

Resposta certa: Vide gabarito no final deste caderno.

Questão discursiva

Tópico Associado: Trabalho e capitalismo moderno

Mecatrópolis (Rilves Lisoul)

[...]

Realmente sinto-me pra trás.

E ciente cada vez mais

De que a evolução é insustentável

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NÚCLEO DE FORMAÇÃO GERAL

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Aos calos das minhas mãos.

Não conheço o toque das teclas

Sinto-me despido!

Hoje fui despedido.

Como enfrentar minha esposa,

Meus filhos... Coitados!

Observe a perspicácia com a qual o poeta traduziu a realidade do momento atual e

comente acerca da revolução técnico-científica e o domínio da ciência e da técnica

sobre a qualificação profissional na contemporaneidade.

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NÚCLEO DE FORMAÇÃO GERAL

40

GABARITO

FEEDBACK DA QUESTÃO DISCURSIVA:

FEEDBACK DA QUESTÃO 1:

Resposta certa: Letra B

FEEDBACK DA QUESTÃO 2 :

Resposta certa: Letra D

FEEDBACK DA QUESTÃO 3:

Resposta certa: Letra A

FEEDBACK DA QUESTÃO 4:

Resposta certa: Letra D

FEEDBACK DA QUESTÃO 5:

Resposta certa: Letra C

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NÚCLEO DE FORMAÇÃO GERAL

41

COMENTÁRIO:

A revolução técnico-científica reduz os postos de trabalho e exclui o trabalhador

menos qualificado, expandindo o desemprego e o subemprego. O domínio da

ciência e da técnica na sociedade contemporânea exige das pessoas maior

qualificação e constante atualização, tornando-se excludente para aqueles que não

tiveram condições de acompanhar tal processo. O discurso dos atores

hegemônicos nos faz crer que o desemprego e a pobreza são consequências do

despreparo da mão de obra para enfrentar o mercado globalizado, levando o

trabalhador a assumir a culpa por um problema que, na verdade, é estrutural.

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NÚCLEO DE FORMAÇÃO GERAL

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Acessem os blogs:

Núcleo Inovador UNIGRANRIO Núcleo Formação Geral

http://inova.unigranrio.com.br/index.html http://blogs.unigranrio.com.br/formacaogeral/

“Educar é impregnar de sentido o que fazemos a cada instante!”

Paulo Freire